Tag: Jair Bolsonaro

Infraestrutura

Lula comanda um governo que não faz concessões

24/07/2024

Se a medição da qualidade de um governo fosse feita pelo número de…

#concessões #Jair Bolsonaro #Lula

Política

Braga Netto e Bolsonaro tentam burlar o STF com operação audiovisual

19/07/2024
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A convenção que oficializará a candidatura de Alexandre Ramagem à Prefeitura do Rio, nesta segunda-feira, deverá contar com a presença do general Braga Netto. Houve quem estranhasse a ausência do militar no ato político de lançamento do deputado federal à sucessão de Eduardo Paes, na última quarta-feira, no Centro da cidade.

 

Afinal, ele ocupa a Secretaria Nacional de Relações Institucionais do PL e tem viajado aos estados articulando campanhas do partido nas eleições municipais. Porém, apesar das tentativas junto ao STF, o ministro Alexandre de Moraes manteve a proibição de Braga Netto ter contato com Jair Bolsonaro –  e assim será durante toda a campanha. A ausência do general chegou a gerar rumores de que ele não aprova o nome de Ramagem. A razão, como se percebe, foi outra. O reverso da moeda? A presença de Braga Netto, na segunda-feira, significa a ausência de Bolsonaro.

 

Ou não. Um Bolsonaro “hectoplásmico” não está previsto na determinação do ministro do STF. Comenta-se que o ex-presidente pode tentar uma jogada de mestre: “burlar” a decisão de Moraes, fazendo uma dobradinha com o general. Braga Netto compareceria “in loco”; o outro, em vídeo transmitido em tempo real (já fez gravações na semana passada).

 

Para além disso, há uma outra forma de aplicar um drible em Moraes: a presença dos filhos do presidente ao evento. Há também uma forte expectativa na campanha de Ramagem de que os filhos do presidente, primeiro, e depois o próprio Bolsonaro engatem agendas com o candidato na cidade. Na avaliação do entorno de Ramagem, essa seria a melhor maneira de estancar, de vez, os boatos de que “Bolso” pode deixar o aliado pelo caminho, após ter ficado enfurecido com os “grampos” surpresa fabricados pelo ex-diretor da Abin.

 

#General Braga Netto #Jair Bolsonaro

Política

Ricardo Nunes tem uma eleição ou uma batida policial pela frente?

15/07/2024
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Jair Bolsonaro “sugeriu”, quase determinando, ao prefeito Ricardo Nunes que monte uma espécie de batalhão para a sua campanha à reeleição. Por batalhão entenda-se um grupo de policiais para aconselhá-lo em questões de segurança pública. Aos olhos de Bolsonaro, essa tropa de fardados seria um ativo eleitoral. O ex-presidente já teria até um nome para liderar o grupo: o deputado estadual Contes Lopes, do PL, capitão da PM de São Paulo. Ressalte-se que Bolsonaro emplacou quase a fórceps o ex-comandante da Rota, Ricardo Mello Araújo, como vice na chapa de Nunes. O curioso nessa estratégia de “policializar” a campanha de Nunes é que segurança pública é atribuição de governador, não de prefeito. Mas isso é apenas um detalhe, que não vale para a lógica “bolsonarista” e nem para seu eleitorado mais fiel.

#Jair Bolsonaro #Ricardo Nunes

Política

O plano B para Alexandre Ramagem em 2026

8/07/2024
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O núcleo duro bolsonarista já se dedica a montar o quebra-cabeças para as eleições parlamentares de 2026. No Rio, por exemplo, uma peça importante do tabuleiro é Alexandre Ramagem. O ex-diretor da Abin é o candidato de Jair Bolsonaro à Prefeitura do Rio. Mas já se fala na hipótese de ele disputar uma vaga no Senado em 2026, caso perca as eleições municipais deste ano. Não custa lembrar que, dentro de dois anos, cada estado elegerá dois senadores. Portanto, haveria espaço para uma dupla candidatura puro-sangue bolsonarista. O outro nome, como é de se supor, é o de Flavio Bolsonaro, cujo mandato no Senado vai até o fim de 2026.

#Alexandre Ramagem #Jair Bolsonaro

Política

Bolsonaro molda campanha de Ricardo Nunes a sua imagem e semelhança

2/07/2024
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Após impor o vice da chapa, o coronel da PM e ex-comandante da temida Rota Ricardo Mello Araújo, Jair Bolsonaro quer “takeoverizar” também o marketing da campanha de Ricardo Nunes à reeleição. O indicado é o publicitário Pablo Nobel, o estrategista de Javier Milei na eleição presidencial argentina do ano passado. O pragmático Nobel estava “do outro lado” na disputa pela Prefeitura de São Paulo, assessorando Tabata Amaral. É sintomático, no entanto, que, no último mês de abril, tenha deixado a campanha da candidata do PSB. O nome do marqueteiro tem sido citado também no entorno do seu xará Pablo Marçal, o coach bolsonarista raiz que lançou sua candidatura a prefeito de São Paulo. Ainda assim, se Bolsonaro insistir, não tem conversa: Nobel vai parar na campanha de Ricardo Nunes.

#Jair Bolsonaro #Ricardo Nunes

Política

Caravanas Federativas alimentam o buzinaço bolsonarista

10/06/2024
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As Caravanas Federativas de Lula estão na alça de mira dos bolsonaristas. A informação ouvida em importantes gabinetes do Senado é que Rogério Marinho e Damares Alves articulam um pedido de investigação à Procuradoria-Geral Eleitoral. O argumento é que a iniciativa tem sido usada para mascarar atos ilegais de campanha eleitoral. O que se diz é que os dois senadores se deram, inclusive, ao trabalho de levantar uma agenda de visitas de ministros acompanhados de candidatos a prefeitos e a vereadores em diversas cidades do país, notadamente no Nordeste. Não há registro de que a dupla Marinho e Damares tenha levado qualquer queixa à Procuradoria Geral Eleitoral, em 2022, quando Jair Bolsonaro abriu o cofre e turbinou uma série de benefícios na reta final da campanha. Muito provavelmente o pedido de investigação das Caravanas Federativas não vai dar em nada. Mas já será o suficiente para a militância digital de Bolsonaro fazer o estardalhaço de sempre nas redes sociais.

#Damares Alves #Jair Bolsonaro #Lula #Rogério Marinho

Política

Gado de Bolsonaro garante doações para o Sul

6/06/2024
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Iniciativa político-filantrópica que está sendo articulada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pecuaristas do Centro-Oeste: a realização de um leilão de gado com recursos destinados às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Desde maio, Bolsonaro tem feito uma viagem ali, outra acolá em que propagandeia encontros com empresários para arrecadar fundos a serem destinados ao sul do país. Nada, ressalte-se, que chegue nem perto dos tais R$ 17 milhões em doações alardeados nas redes pelos bolsonaristas, especialistas em engordar o gado nas mídias sociais.

#doações #Jair Bolsonaro #Sul

Política

Conselhão vira alvo da guerrilha digital bolsonarista

15/05/2024
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A horda digital do bolsonarismo encomendou um estudo para desmoralizar o Conselhão. A ideia é demonstrar que o órgão tão festejado por ser uma estrutura de aconselhamento democrático do presidente Lula não emplacou quase nenhuma iniciativa no governo. São intenções, planos, sugestões, rankings e outras informações do gênero. Nada da implementação de iniciativas concretas. Em janeiro, ressalte-se, surgiu nas redes sociais a fake news de que cada integrante do colegiado receberia um salário mensal de R$ 60 mil. Talvez já tenha sido um piloto dos algoritmos bolsonaristas. Não custa lembrar que Jair Bolsonaro extinguiu o Conselhão, criado e posteriormente recriado por Lula.

#Conselhão #Jair Bolsonaro #Lula

Política

Senado é a trincheira de Jair Bolsonaro

29/04/2024
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Jair Bolsonaro trabalha com afinco para construir uma poderosa bancada no Senado Federal. Está escolhendo a dedo os candidatos e os estados onde têm praticamente garantida a eleição dos “seus parlamentares”. Há vários exemplos de estados onde o bolsonarismo é imbatível. Só para citar dois, Roraima e Santa Catarina são verdadeiras capitanias do ex-presidente.

#Jair Bolsonaro #Senado Federal

Política

Bolsonaristas querem colocar ministro da CGU no “banco dos réus”

26/04/2024
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Informação que corria ontem, no início da noite, em um concorrido gabinete da Câmara: o PL – que também pode ser chamado de PB, Partido do Bolsonaro – vai apresentar um requerimento de convocação do ministro da CGU, Vinícius Carvalho. A oposição quer espremê-lo e fazer um suco político em cima da relação entre seu escritório de advocacia e a Novonor (ex-Odebrecht). Em matéria na semana passada, o Estado de S. Paulo revelou que o VMCA Advogados, do qual Carvalho é sócio, cuida do processo sobre o acordo de leniência da companhia no Cade. Assim que a notícia veio a público, o ministro soltou uma nota afirmando que não participa em ações que envolvam a Novonor e que está licenciado do escritório, hoje sob os cuidados de sua esposa. Ontem, em meio às articulações para a convocação do ministro de Lula, uma língua ferina do PL lembrava, a título de provocação, que a firma de advocacia de Adriana Ancelmo ganhou montanhas de dinheiro quando Sergio Cabral, então, seu marido governava o Rio de Janeiro. “Mas Cabral não tinha nada a ver com isso. Quem tomava conta do escritório era sua esposa”.

#CGU #Jair Bolsonaro #PL

Futebol

O “green washing” de Luciano Hang

23/04/2024
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Do ringue político para os gramados: este pode ser o próximo passo de Luciano Hang, dono do Havan. O empresário é apontado como candidato à compra de uma participação no Brusque. O clube, vice-campeão catarinense, discute a criação da sua SAF.

Ressalte-se que a Havan tem sede na cidade e é patrocinadora master do time. A investida de Hang no futebol teria uma boa dose de green washing. Seria uma forma de o empresário higienizar sua reputação. O apoio quase servil a Jair Bolsonaro tem lhe custado caro. Hang é investigado por supostas mensagens de teor antidemocrático trocadas com outros empresários.

Além disso, ele e a Havan foram condenados a pagar uma indenização de R$ 85 milhões a título de danos morais por coagir funcionários a votar em Bolsonaro na eleição presidencial de 2018.

#Brusque #Havan #Jair Bolsonaro #Luciano Hang

Destaque

Lula pode copiar Bolsonaro para reduzir preços dos alimentos

22/03/2024
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Qualquer que seja a política para redução de preços, notadamente dos alimentos, que Lula venha a estimular vai se chocar com as contas fiscais. Mas há uma solução, menos onerosa para o Estado, que o presidente poderá colocar sobre a mesa. Uma receita parecida com o jogo de “rouba montinho”. Os supermercados entrariam agora assumindo a redução dos preços em troca do aumento imediato da demanda resultante da medida. Ou seja: o aumento da escala compensaria o “sacrifício” das margens. O varejo teria outras compensações. O governo faria a publicidade pró-supermercadista, enaltecendo o apoio dos empresários do setor – e, claro, tirando sua casquinha. Em troca, emitiria precatórios a perder de vista para cobrir as “perdas” dos varejistas.

A proposta soa familiar? Lembra algo? Sim, Lula está bebendo na fonte de Paulo Guedes. O ministro da Economia do governo Bolsonaro namorou a queda dos preços da cesta básica – pelo menos de alguns deles – dividindo o custo com os supermercados. Chegou a se reunir com seu chefe e dirigentes dos “grandões do varejo”. O modelo era razoavelmente simples. O que parece não coadunar com a iniciativa é que o presidente estaria colocando uma azeitona na empada de Bolsonaro. O capitão poderia muito bem dizer que Lula estaria copiando uma receita sua.

A dobradinha com o supermercados, ressalte-se, seria uma solução menos calórica do ponto de vista fiscal do que outras aventadas pelo governo para conter a alta dos alimentos. Uma delas – conforme o RR antecipou  – é a recomposição dos estoques da Conab. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, quer cerca de R$ 500 milhões para a compra em leilões públicos de feijão, arroz, trigo e milho. A causa é justa. O que não se sabe é de onde esse dinheiro, que não está em rubrica nenhuma do Orçamento, sairia.

#Jair Bolsonaro #Lula #Paulo Guedes

Justiça

O que o hacker de Bolsonaro tem guardado na nuvem?

12/03/2024
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Segundo uma alta fonte do Ministério Público, advogados do hacker Walter Delgatti Neto têm mantido conversações com a Procuradoria Geral da República para uma possível delação premiada. Delgatti pode descortinar segredos cibernéticos de Jair Bolsonaro e aliados mais próximos, notadamente no que diz respeito a invasões a sistemas de órgãos públicos e manipulação de dados contra adversários do ex-presidente. No ano passado, a defesa de Delgatti chegou a ensaiar um acordo de colaboração com a CPMI do 8 de janeiro, mas as tratativas não avançaram. A situação jurídica de Delgatti é delicada. Ele está prestes a ser denunciado pela PGR sob a acusação de ter invadido o sistema do Conselho Nacional de Justiça, supostamente em conluio com a deputada Carla Zambelli.

#Jair Bolsonaro

Governo

Lula tem seu momento de Bolsonaro na Ciência e Tecnologia

7/03/2024
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Parece até notícia velha do governo Bolsonaro. Cientistas e importantes entidades representativas da área – como ABC (Academia Brasileira de Ciências) e SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – preparam um manifesto conjunto contra o Ministério da Ciência e Tecnologia – e, por extensão, contra o governo Lula. O motivo é o fechamento da oficina e dos laboratórios do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas) instalado no campus da UFRJ na Praia Vermelha. A unidade tem importantes contribuições na pesquisa científica. Do CBPF saíram por exemplo, protótipos de máscaras usadas por médicos e outros profissionais da área de saúde que atuaram na linha de frente do combate à Covid.

A universidade deu ultimato para despejo no final de dezembro do ano passado, encerrando um processo de retomada iniciado em 2006. Um armistício chegou a ser estabelecido em 2011, pelo então ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e, à época, o reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira. Na ocasião, ambos concordaram com a construção de um laboratório na Urca, em terreno da universidade, e outro na Ilha do Governador. As duas obras nunca saíram do papel. Agora, o tempo de paz acabou. Os pesquisadores do CBPF suspeitam que a pressa em colocar oficina e laboratório na rua faça parte do acordo de cessão da área do antigo Canecão para uma empresa.

#CBPF #Jair Bolsonaro #Lula #SBPC

Destaque

Jair Bolsonaro quer colocar seu “exército” nas ruas

6/03/2024
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Jair Bolsonaro e seus acólitos estão montando uma agenda de manifestações de rua e de eventos reunindo tradicionais grupos de apoio do ex-presidente, como ruralistas e evangélicos. A ideia é divulgar o calendário com razoável antecedência, de forma a mobilizar seguidores e fazer espuma nas redes. Na métrica de Bolsonaro e de seu entorno, o engajamento nas mídias sociais será uma demonstração de força tão sonora quanto os próprios atos públicos. Vide a Avenida Paulista.

Além da expressiva presença de seguidores – 185 mil pessoas nos cálculos do Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP -, a manifestação do último dia 25 de fevereiro ajudou a turbinar as menções a Bolsonaro nas redes. Um exemplo: os disparos via Telegram, que haviam perdido um pouco da sua força após a saída de Bolsonaro da Presidência da República, voltaram a crescer. Segundo levantamento do Laboratório de Humanidades Digitais da Universidade Federal da Bahia (UFBA), nos dias anteriores 96 grupos bolsonaristas replicaram continuamente mensagens de convocação.

O clã Bolsonaro acredita que os números, tanto de comparecimento nas ruas quanto de impacto nas redes, podem ser bem maiores se todas as datas forem anunciadas antecipadamente.

O chamamento de Bolsonaro aos seus apoiadores mais viscerais serve a diferentes propósitos. Um deles é um pretenso efeito dissuasivo sobre o Judiciário. Quanto mais as investigações do STF avançam, maior a necessidade de o ex-presidente mostrar que tem gente na rua disposta a defendê-lo. Ao mesmo tempo, do ponto de vista político é necessário manter a chama do “bolsonarismo”.

Há uma eleição ali na esquina: o pleito municipal de outubro será o primeiro teste de Bolsonaro e de seus aliados nas urnas depois da derrota para Lula em 2022. E um “esquenta” para 2026.

Além da organização de manifestações de apoio ao ex-presidente, o clã Bolsonaro enxerga também a possibilidade de “capturar” efemérides com potencial para, digamos assim, eletrizar seus seguidores. Há duas janelas de oportunidade no curto prazo. Em 31 de março, o golpe militar de 1964 completará 60 anos. Praticamente dois meses depois, no dia 30 de maio, em São Paulo, será realizada a 32ª Marcha para Jesus, um dos maiores eventos evangélicos do país.

A estratégia do clã Bolsonaro de agendar antecipadamente um calendário de eventos é uma faca de dois gumes: se, por um lado, permite incitar os próprios seguidores, por outro dá munição ao adversário. Ou seja: possibilita que o governo trabalhe com alguma folga no monitoramento e na desconstrução das manifestações. A mobilização da Avenida Paulista colocou alguns grilos na cabeça dos assessores mais próximos de Lula.

O que mais incomoda o Palácio do Planalto é o risco da agenda “bolsonarista” envolver a convocação de grupos específicos de apoiadores do ex-presidente, como agentes de segurança de fora da ativa e representantes de clubes de tiro. Além disso, o evento da Avenida Paulista reforçou a resiliência do “bolsonarismo” mesmo em um ambiente com fundamentos positivos para o atual governo. Bolsonaro colocou quase 200 mil pessoas na rua com o PIB acima das expectativa, taxa de juros em declínio, desemprego a 7,6% – a menor taxa desde 2015 -, inflação sob controle. Ou seja: ao que parece, uma fatia expressiva dos apoiadores de Jair Bolsonaro é imune à melhora do país. Até porque uma parcela importante desse apoio é alimentada pelo antilulismo.

#Jair Bolsonaro #Lula

Política

Um “bolsonarista” puro-sangue na campanha de Ricardo Nunes

1/03/2024
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O marqueteiro argentino Pablo Nobel está cotado para comandar a campanha do prefeito Ricardo Nunes, candidato à reeleição em São Paulo. É mais uma prova da forte influência de Jair Bolsonaro, a quem caberá também indicar o vice da chapa. Nobel trabalhou para as vitoriosas candidaturas de Tarcísio Freitas ao governo de São Paulo e de Javier Miler à presidência da Argentina.

#Jair Bolsonaro #Javier Milei #Ricardo Nunes #Tarcísio Freitas

RR Destaques

Agenda no Congresso

27/02/2024
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Enquanto tem mais uma boa notícia na área econômica, com o IPCA-15 de fevereiro abaixo do esperado (apesar de alta importante nos alimentos), o governo se aproxima da primeira grande batalha legislativa de 2024 – e um teste para as relações com Arthur Lira e Rodrigo Pacheco.

Trata-se das negociações em torno da transformação da MP que reonerou 17 setores da economia e derrubou o Perse, voltado especificamente ao setor de eventos, em Projeto de Lei. A mensagem de Arthur Lira hoje, “vazando” que as posições do governo sobre o tema se mantém contraditórias, não significa que vá bater de frente com o Planalto (ainda que tenha defendido com unhas e dentes ambas as medidas).

O que Lira quer dizer é que não aceitará uma costura que “se imponha” do Senado para a Câmara. No que tange as desonerações, é uma questão de timing. Extender a validade da MP pode ajudar a arrecadação – e Lira pode até concordar com a “gambiarra”, desde que faça parte de um acordo acertado diretamente com ele.

Mas que elas vão cair, basicamente não há dúvidas. O melhor cenário para o governo é recuperar alguma coisa ao retomá-las, em outro formato, via PL. E, até para tanto, terá que trabalhar muito.

No que se refere ao Perse, o cenário permanece mais favorável no Senado, não à toa a Casa vem sendo o palco central das discussões. Mas também permanecem as resistências na Câmara e falta a Fazenda indicar que tipo de meio termo estará disposta a apresentar. Aí, no entanto, tem mais chances de ganhar, até porque já avançou essa batalha na mídia.

Como nada andará sem Haddad (com Covid) e Lula – ainda que tendo se aproximado do Congresso – não parece focado na questão, ao menos enquanto o ministro da Fazenda está “fora de jogo”, o risco é que o espaço seja ocupado por outros atores e isso gere ruído.

A reação do governo

Capitaneada por Lula, a base governista aponta para uma narrativa de objetivos claramente eleitorais na reação ao ato com o ex-presidente Bolsonaro na Paulista, com algumas linhas simultâneas:

> Reconhecer a força do ex-presidente, mas como argumento para defender a união em torno do governo e a mobilização popular (na verdade visando às eleições e com muito foco em São Paulo, que será a grande batalha do ano).

> Trabalhar para que a demonstração de força não “contamine” o Congresso. Nesse sentido, podem entrar nas negociações com Lira, em torno do apoio ao seu candidato à sucessão, entre outras medidas, o isolamento de deputados da base que assinaram pedido de impeachment.

> Reforçar a ideia de que nada mudará nos processos que envolvem o ex-presidente Bolsonaro – pelo contrário.

> Abraçar a polarização, não necessariamente em todo o espectro político (não será assim na economia, por exemplo), mas certamente na questão da Palestina.

Lula não deixa de ter mudado o tom, dando diversos sinais que visam mostrar que não fez uma comparação direta ao Holocausto e tentando se aproximar da comunidade judaica – pelo menos a de esquerda. No entanto, a reiteração do tema evidencia que apostará nele, sim.

Lava Jato ou não, eis a questão

 Interessante observar como se movimentará o governo, junto ao STF, no que se refere à possibilidade de revogação (ou renegociação) dos acordos de leniência no âmbito da Lava Jato. Por um lado, a ideia de “enterrar” o máximo possível a operação agrada; por outro, a perda de arrecadação incomoda.

Indicadores

Saem amanhã o IGP-M, a Sondagem de Serviços e a Sondagem do Comércio, todas para fevereiro (FGV). No exterior, será divulgada a segunda parcial do PIB dos EUA no último trimestre de 2023.

#Arthur Lira #IPCA 15 #Jair Bolsonaro #Lula #Rodrigo Pacheco

Política

Lula desdenha da Avenida Paulista e aposta na agenda internacional

26/02/2024
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O presidente Lula não vê com preocupação o mal-estar causado pela menção a Hitler ao condenar o massacre realizado por Israel na Faixa de Gaza, seus efeitos negativos junto à comunidade internacional ou mesmo seu uso como insumo para a volta de Jair Bolsonaro às ruas e o resgate do bordão do impeachment. Pelo contrário. Lula considera que esses fatos aumentaram sua centralidade. O presidente talvez seja a pessoa no país que mais acredita na máxima “falem mal, mas falem de mim”. Na história recente do Brasil, ninguém teve sua imagem tão triturada quanto ele. Ontem, segundo informações filtradas do Palácio do Planalto, o presidente acompanhou com desdém a passeata do seu principal opositor, recebendo relatórios da área da Inteligência e telefonemas que só confirmavam seu ponto de vista. Lula é um especialista em amenizar discursos anteriores que foram “mal interpretados”. O presidente tem um Judiciário alinhado, está afinando as relações com o Congresso, tem uma economia que anda mais favoravelmente do que o esperado e vai usufruir da melhor agenda internacional que um mandatário recebeu de bandeja.

Segundo informa o jornal Valor Econômico na edição de hoje, só nas próximas semanas, Lula participa como destacado chefe de Estado da Cúpula da Comunidade do Caribe (onde certamente vai meter sua colher no conflito entre a Venezuela e Guiana), o encontro de chefes de Estado da Comunidade de Chefes de Estado Latino-Americanos e Caribenhos e do encontro dos presidentes dos Bancos Centrais em São Paulo. Mais à frente, tem presença garantida em reunião da Una-África. Depois, ainda vão rolar o encontro dos chefes de Estado do G20 e o discurso de abertura dos trabalhos na ONU. Ano que vem ainda terá o presentão da COP-30, em Belém (PA), um palco sob medida para Lula. No meio dessa miríade de eventos, a diplomacia brasileira está encaixando visitas consideradas estratégicas. No mais, Lula vai aguardar que a Polícia Federal, STF e aliados deem conta de Bolsonaro. O ex-presidente, conforme já se viu, não sabe lidar com uma “centralidade que lhe é negativa”. E Lula ainda guarda munição para ser usada na hora certa. Um exemplo: a palavra “genocídio” pode ser resgatada para se referir à gestão da pandemia no governo Bolsonaro.

O script é positivo. Ainda assim, é sempre provável que o Lula faça da limonada um limão, tropeçando nas próprias palavras. Seu histórico de tombos verbais é razoável. Há também o risco de que aliados cometam suas bobagens – Gleisi Hoffmann, por exemplo, é campeã em declarações desastrosas. Mas, para contrabalançar, sempre haverá Bolsonaro, um expert em discursos politicamente incorretos.

#Faixa de Gaza #Israel #Jair Bolsonaro #Lula

Justiça

Estilhaços da delação de Mauro Cid devem atingir outros militares

21/02/2024
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A divulgação do depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e “volante armador” do golpe que não existiu, está sendo tratada como segredo de Estado. O RR apurou que há menção a outros militares da ativa e procedimentos antirrepublicanos que ainda não vieram à tona. Portanto, é material explosivo, e todo o cuidado é pouco. O mais provável é que as informações sejam reveladas em pílulas. Mauro Cid já prestou 24 horas de depoimento à Polícia Federal, que ainda considera o material insuficiente. A convicção é de que existem furos e omissões a serem esclarecidos

#Jair Bolsonaro #Mauro Cid #Polícia Federal

RR Destaques

Lula, o médico e o monstro?

19/02/2024
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A forte repercussão interna da declaração de Lula, comparando a ação de Israel na Palestina ao Holocausto, causa efeitos opostos:

> Tira a atenção preponderante que vinha sendo dada, na mídia, às investigações que atingem o ex-presidente Bolsonaro. Também vai gerar duras condenações e menos boa vontade editorial de veículos que vinham sendo mais favoráveis a Lula.

O movimento pode ser apenas conjuntural, mas é significativo, a partir do momento que ocasiona acusações não de exagero ou erro diplomático e, sim, de antissemitismo – o que atingirá parte do eleitorado do petista, de centro ou ligado à comunidade judaica. Na política, abre um flanco para reações da oposição, na sociedade, nas redes e no Congresso;

> Cria um dos maiores amálgamas na base de esquerda desde o início do governo, algo que é muito perceptível nas redes sociais.

Nessa esfera, Lula ganhará pontos com a ideia de que falou algo que a maioria dos políticos não teria coragem de afirmar. A linha – muito presente na política polarizada de hoje – é de legitimidade, de que “tem lado”. Também já se atribui a ele a “liderança” de um processo internacional para evitar que Israel amplie sua ofensiva para o sul de Gaza.

Mesmo que o presidente faça reparos a sua declaração, terá ganho pontos junto a esse público.

Entretanto – e a despeito de avaliações sobre o teor da declaração – o efeito para a imagem, mobilização social e ação parlamentar do Planalto e de seus adversários ainda precisará ser medido. E terá duas “réguas” iniciais:

> Qual o grau de reação pode haver no Congresso? Em um momento no qual a oposição se via muito fragilizada e não conseguia emplacar o discurso de perseguição, ganhará uma “válvula de escape”?

> A mobilização de sua base compensará a percepção de um alinhamento unilateral com a Palestina, em uma linha que o governo vinha evitando cruzar de forma tão definitiva?

No contexto em que a defesa de Israel se transformou em ponto importante na doutrina de parte das igrejas evangélicas, pode ser um fator de impulso para a manifestação a favor de Bolsonaro, organizada, justamente, pelo pastor Silas Malafaia? E se tornará mais um golpe sobre a popularidade e entrada do presidente em um grupo no qual já tem enormes dificuldades de comunicação?

#Holocausto #Jair Bolsonaro #Lula #Palestina #Silas Malafaia

Política

O poder de Jair Bolsonaro ecoa na bancada ruralista

5/02/2024
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O RR apurou que o pecuarista Geraldo Melo Filho deverá assumir a direção executiva do Instituto Pensar Agropecuária, think tank ligado à Frente Parlamentar da Agriculta (FPA). O que se diz nos bastidores é que o ex-presidente Jair Bolsonaro influenciou diretamente na escolha. Melo Filho comandou o Incra entre 2019 e 2022, durante o governo Bolsonaro, de quem costumava receber rasgados elogios. Logo no início do mandato do presidente Lula, em janeiro de 2023, o pecuarista chegou a trocar farpas com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.

#Bancada Ruralista #Geraldo Melo Filho #Jair Bolsonaro

Política

Pazuello pode ser o “poste” de Bolsonaro na eleição paulista

25/01/2024
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O clã Bolsonaro está apostando demasiadamente no seu taco. Só isso explica a carta que Jair Bolsonaro e cia. cogitam colocar na mesa da eleição em São Paulo. Em conversas dentro do PL, o ex-presidente tem defendido o nome do general da reserva Eduardo Pazuello como vice na chapa de Ricardo Nunes, candidato à reeleição. Ao que tudo indica, a crença de Bolsonaro é que a sua bênção é suficiente para compensar as contraindicações políticas da escolha, independentemente de quem seja o “poste”. Pazuello carrega o peso negativo da sua gestão no Ministério da Saúde durante a pandemia. Outro problema a ser superado é a falta de identificação entre o general da reserva e São Paulo. Pazuello é carioca da gema e exerce mandato de deputado federal pelo Rio. Até por isso, ele teria até 6 de abril para transferir seu domicílio eleitoral para a capital paulista.

#Eduardo Pazuello #Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde #PL

RR Dados

Milícia desloca outros poderosos players do mercado do crime

11/01/2024
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O mote de Tropa de Elite 2 acertou no alvo: o inimigo agora é outro. Tão ou mais impactante do que o avanço das milícias no Rio de Janeiro, é o tempo razoavelmente curto que esses grupos levaram para se tornar uma das principais, se não a principal, referência de poder do crime organizado na cidade. Uma análise apurada de dados da própria mídia é reveladora da forte ascensão das milícias no Rio. É o que mostra levantamento exclusivo realizado junto a uma base de 212.890 veículos do país, com o apoio de ferramenta de inteligência artificial e algoritmo próprio. Em 2010, as publicações analisadas somaram 486 menções sobre as milícias do Rio. Entre 2011 e 2018, o número de registros subiu ano a ano, mas sem configurar um salto galopante. Em 2018, foram 3.317 citações.

A partir do ano seguinte, os indicadores explodem, e as milícias passam a ter uma superexposição. Já em 2019, o total de referências a grupos milicianos do Rio chegou a 52.546, um aumento de 15 vezes na comparação com o ano anterior. A data desse estirão talvez não possa ser interpretada como uma coincidência. Trata-se do ano da chegada à Presidência da República de Jair Bolsonaro, contra quem há um histórico de suspeições e acusações de proximidade com milicianos. A partir de então, os indicadores bateram na estratosfera. Em 2020, foram 83.834 citações às milícias do Rio. Em 2023, esse número chegou a 135,122 registros, o que significa um incrível aumento de 3.900% em apenas cinco anos. Essa disparada de menções reflete o dramático aumento da participação desse grupo no crime organizado no Rio.

A comparação com outros grupos criminosos também dá a dimensão da expansão das milícias no Rio, mais uma vez a partir da pesquisa na base de 212.890 veículos. Em 2010, essas publicações fizeram 17.280 menções aos principais grupos criminosos do estado. O termo “milícia” ou citações nominais a milicianos apareceram em apenas 2,8% desses registros. Em 2018, esse indicador já era de 16,4%. No entanto, mais uma vez, os números ganham outra proporção a partir de 2019. Nesse ano, as citações à milícia e a seus líderes corresponderam a 43% de todas as referências a facções do Rio. Em 2023, esse índice passou dos 52%. Ou seja: a cada duas citações a todos os agrupamentos criminosos do Rio, uma menciona expressamente a milícia.

O fato é que ao longo dos anos, as milícias foram tomando espaço na mídia de outros grupos criminosos do Rio de Janeiro. Ou seja: uma representação do que acontecia nas ruas e comunidades do estado, notadamente na Região Metropolitana do Rio. Em 2010, a expressão “milícia” não representava sequer 6% da soma de todas as menções às três maiores facções do tráfico na cidade: Comando Vermelho, Terceiro Comando e Amigos dos Amigos. Em 2023, os registros sobre a milícia representaram mais do que o dobro de todas as citações às três quadrilhas.

 

#crime organizado #Jair Bolsonaro #milícias #tráfico

Governo

Um cluster de Bolsonaro e Tarcísio dentro do DNIT

11/12/2023
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Dentro do DNIT, há um incômodo com a influência e poder de Fábio Pessoa da Silva Nunes, do diretor de Infraestrutura Rodoviária. Nunes parece mais diretor-geral do órgão do que o próprio diretor-geral, Fabio Galvão. Curiosamente, trata-se de um “intruso” no governo Lula. Indicado pelo PL, Nunes é ligado ao governador Tarcísio Freitas e ocupou a diretoria de planejamento do Ministério de Infraestrutura no mandato de Jair Bolsonaro.

 

#Dnit #Fabio Galvão #Fábio Pessoa da Silva Nunes #Jair Bolsonaro #Ministério de Infraestrutura

Política externa

Brasil a caminho da Opep?

29/11/2023
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Há uma certa expectativa no Itamaraty quanto a um eventual convite formal da Arábia Saudita para que o Brasil entre na OPEP, durante a viagem de Lula àquele país. A Arábia é o mais influente integrante da Opep. Sabe-se que a Venezuela faz o lobby do Brasil para o ingresso no cartel. Jair Bolsonaro tentou, tentou, mas não conseguiu. Mas qual a importância de se tornar sócio do clube produtor de energia fóssil? Do ponto de vista das decisões do país sobre sua política para o petróleo, nada de muito significativo. Mas o status e o marketing no exterior mudam. E marketing é com Lula mesmo.

#Jair Bolsonaro #Lula #OPEP

Política

Bolsonaro transforma posse de Milei em palanque para 2024

29/11/2023
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A posse de Javier Milei vai custar caro para o PL. Jair Bolsonaro quer colocar na conta do partido as despesas com a viagem de boa parte da entourage que o acompanhará a Buenos Aires no dia 10 de dezembro. A cada hora, surge um novo nome na lista. Além dos filhos, da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e de assessores mais próximos, o ex-presidente pretende tirar uma casquinha da posse de Milei para fazer campanhas às eleições municipais de 2024. A ideia é levar alguns dos candidatos a Prefeituras de capitais do PL, a começar pelo ex-Abin Alexandre Ramagem, que vai disputar a eleição no Rio de Janeiro.

#Jair Bolsonaro #Javier Milei #Michelle Bolsonaro #PL

Política

A “logopolítica” que une Bolsonaro, Milei e Ernesto Araújo

27/11/2023
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Jair Bolsonaro quer levar o ex-chanceler Ernesto Araújo a tiracolo na comitiva que desembarcará em Buenos Aires para a posse de Javier Milei. No entorno de Bolsonaro, corre a informação de que o ex-presidente já teria, inclusive, recomendado a assessores de Milei o nome de Araújo como uma espécie de consultor na área de política externa. Leia-se, sobretudo, um consultor para a ideia de implodir o Mercosul. Licenciado do Itamaraty, o ex-ministro das Relações Exteriores tem se dedicado a vender cursos nas redes sociais. Um dos mais recentes é uma aula de “logopolítica” ao custo mensal de R$ 40.

#Argentina #Jair Bolsonaro #Javier Milei

Política

Ramagem e Pazuello é a dobradinha preferida de Bolsonaro para o Rio

24/11/2023
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Jair Bolsonaro trabalha para que Eduardo Pazuello seja o vice na chapa de Alexandre Ramagem na disputa pela Prefeitura do Rio. No entorno de Bolsonaro há quem enxergue uma contraindicação nesse desenho. Uma dobradinha Ramagem/Pazuello, ambos do PL, significaria fechar as portas para uma aliança com outro partido. Mas o ex-presidente defende a ideia de que essa é uma perda marginal diante da possibilidade de uma chapa bolsonarista puro-sangue, com inegável apelo junto ao seu eleitorado raiz:

um ex-agente da Abin ao lado de um general da reserva. De quebra, Bolsonaro enxerga outra vantagem na composição: seria uma forma de afagar o próprio Pazuello, seu fiel aliado, que tinha a pretensão de concorrer ao cargo de prefeito, mas acabou preterido dentro do PL.

#Alexandre Ramagem #Eduardo Pazuello #Jair Bolsonaro

Política externa

Governo Lula aumenta os tentáculos da Apex no exterior

21/11/2023
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A reabertura do escritório da Apex em Lisboa é apenas o ponto de partida. O governo Lula pretende ampliar significativamente a capilaridade internacional da agência. O projeto é tocado por Geraldo Alckmin e assessores no âmbito do Ministério do Desenvolvimento e da Indústria. A próxima fornada contemplaria a abertura de representações da Apex em Londres, Nova York e Nova Dehli. É a reversão do enxugamento da agência no governo de Jair Bolsonaro. Entre outras cidades, a gestão Bolsonaro fechou escritórios da Apex em Cuba e na África.

#Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro #Lula #Ministério do Desenvolvimento e da Indústria

Política

Jair Bolsonaro quer grudar em Donald Trump mais uma vez

13/11/2023
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De primeira: Eduardo Bolsonaro articula um encontro de Jair Bolsonaro com Donald Trump. As conversas são conduzidas junto a Jason Miller, ex-assessor de Trump e fundador da rede social Gettr, identificada com a extrema direita norte-americana. Para o “03”, as circunstâncias são as melhores para Bolsonaro voltar a colar sua imagem à de Trump, no embalo das últimas pesquisas presidenciais nos Estados Unidos, que colocam o ex-presidente à frente de Joe Biden.

#Donald Trump #Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Joe Biden

Meio ambiente

Suécia é a próxima conquista de Marina Silva

25/10/2023
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O governo brasileiro negocia com a Suécia um aporte no Fundo Amazônia. As tratativas têm sido conduzidas diretamente pela ministra Marina Silva. Os suecos se juntariam à Alemanha, Noruega e Dinamarca, esta última a mais nova financiadora do Fundo, com a doação de R$ 110 milhões anunciada no último mês de agosto. O acordo com a Suécia seria uma demonstração a mais do prestígio de Marina Silva no exterior, sobretudo pelo valor simbólico: em 2019, o governo sueco brecou novos aportes de seus fundos públicos em ativos brasileiros por causa do desmatamento da Amazônia.

O gesto seguido por movimentos similares da iniciativa privada. A Paradiset, maior rede de produtos naturais da Suécia, suspendeu a compra de produtos brasileiros por conta da liberação de novas licenças de agrotóxicos durante o governo Bolsonaro.

#Fundo Amazônia #Jair Bolsonaro #Suécia

Mercado

Nem só de denúncias contra Bolsonaro vive o BB Americas

14/08/2023
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O Banco do Brasil está fazendo uma reestruturação no BB Americas, sediado em Miami. Os planos incluem a criação de novas diretorias e a abertura de um braço de operações digitais. Outro projeto sobre a mesa é a abertura de escritórios em outras regiões, a começar por Nova York e pela California. Em tempo: a repaginação do BB Americas ocorre justamente no momento em que o braço do Banco do Brasil é tragado pelo noticiário sobre as investigações contra Jair Bolsonaro. Foi lá que Bolsonaro abriu conta ao deixar o governo e por onde passaram movimentações suspeitas. Em todo esse enredo, ressalte-se, há ainda uma incrível coincidência. Conforme já informado pelo Banco do Brasil, o ex-diretor de Marketing e Comunicação da instituição, Delano Valentim, vai assumir presidência do BB Americanas. Em 2019, Valentim renunciou ao comando da área de marketing após pressão direta do então presidente Jair Bolsonaro, que implicou como um anúncio publicitário do BB que falava de diversidade. São as voltas que o mundo dá. 

#Banco do Brasil #BB Americas #Jair Bolsonaro

Justiça

Jair Bolsonaro vai deixar o país?

11/08/2023
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Agora, no início da noite, circulou no governo uma informação que é nitroglicerina pura. O ministro da Justiça, Flavio Dino, teria tomado conhecimento de que Jair Bolsonaro pretende viajar novamente aos Estados Unidos nos próximos dias. Bolsonaro se ausentaria do país para fazer exames médicos com o objetivo de verificar o grau de evolução do seu quadro crônico de suboclusão intestinal, que, desde 2019, tem provocado suas repetidas internações hospitalares. A notícia chegou adensada com o detalhe de que o cirurgião Antonio Macedo, médico particular de Bolsonaro, viajaria junto com ele para acompanhar os exames. Sejam quais forem os fatos, a presença de Macedo faria o maior sentido. De acordo com as informações que teriam chegado a Flavio Dino, o ex-presidente viajaria em jato particular, acompanhado da mulher, Michelle Bolsonaro, e de um de seus filhos, Eduardo ou Flavio Bolsonaro. O RR perguntou à assessoria de Flavio Dino no Ministério da Justiça se o ministro confirmava o recebimento da informação e se havia algum impeditivo para Bolsonaro deixar o país. A resposta foi curta, seca e cuidadosa: “Não cabe ao Ministério da Justiça e Segurança Pública fazer apreciações nesse sentido”.  Era de se prever que não fosse outro o posicionamento da Pasta. 

Coincidência ou não, a informação da possível viagem de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos irrompeu no mesmo dia em que a Polícia Federal revelou detalhes comprometedores das investigações sobre o desvio de joias e outros presentes valiosos dados ao Brasil por nações estrangeiras. A PF afirma que os recursos gerados com a negociação desses bens preciosos eram repassados a Jair Bolsonaro em espécie. As investigações sobre as joias nunca chegaram tão perto de Bolsonaro

#Flavio Dino #Jair Bolsonaro #Michelle Bolsonaro #Ministério da Justiça

Governo

Governo Lula repete gambiarra orçamentária de Jair Bolsonaro

8/08/2023
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O ministro Fernando Haddad vem demonstrando que no seu íntimo ainda estão guardadas formas de agir do governo Bolsonaro. Difícil se livrar de um tiquinho de tanta malandragem fiscal. A ortodoxia do ex-ministro Paulo Guedes nunca foi impeditiva de manobras para desmoralizar o orçamento em prol do equilíbrio de contas. A medida matricial é quase singela: simplesmente se autoriza o gasto condicionado a uma receita futura. Ou seja: a despesa não tem cobertura; está indexado a um “recebível” que ainda não existe. O recurso pode até surgir por Medida Provisória, mas, na prática, continua sendo um estelionato orçamentário.  

A mensagem modificatória do PLDO enviada pelo governo, evitando um corte de até R$ 40 bilhões com base em uma receita inexistente, é puro Bolsonaro, ou melhor, Paulo Guedes. O governo passado usava o expediente para evitar artificialmente que o teto furasse, assim como jogava para tempos distantes pagamentos, como os precatórios, simplesmente inexequíveis do ponto de vista orçamentário. É verdade que não conseguiu passar a boiada desejada devido à insuficiência de verbas para programas como o Farmácia Popular e o Minha Casa, Minha Vida. Mas passou um outro tanto.  

Pois bem, para cada delito deveria haver uma punição. Mas no caso de desrespeito orçamentário só sobrou a desmoralização. A regra de ouro – ditame constitucional criado para evitar que as operações de crédito não superem as despesas de capital, circunstância em que estavam previstas graves advertências e punições, inclusive ao mandatário da República – virou deboche. Hoje, ela está restrita ao pedido de créditos adicionais suplementares, feitos como um lugar comum e sempre aprovados pelo Poder Legislativo. Não consta que qualquer desses pedidos tenha sido negado ou que o presidente e seu ministro da Fazenda tenham levado carão.  

O expediente do gasto condicionado a receita futura é maroto, porque ele não realiza a ação irregular, ele somente difere a solução. No caso presente, ele permite que Lula não tenha que comprimir as despesas do governo e ajuda também na arquitetura das contas públicas. Em tempo: esse mecanismo, usado pelo chefe da Nação, não estava previsto no projeto do arcabouço fiscal. O argumento é o mesmo de sempre: as despesas do governo não cabem no orçamento. Esse expediente já causou momentos hilários.

Bolsonaro, por exemplo, em medida festejada pelos grileiros, cortou 40% das verbas ambientais no comparativo do PLOA de 2021/2022. A complementação dos recursos ficou condicionada a receitas futuras ou à aprovação de medida provisória. Em 2019, Bolsonaro precisava de R$ 250 bilhões de créditos adicionais para fechar o orçamento, não furar o teto e se livrar da desmoralizada Regra de Ouro, que, a priori, poderia levá-lo à acusação de crime de responsabilidade fiscal e impeachment. Foi uma balinha de jujuba. A Regra seguiu sendo ridicularizada, e foi aprovado um crédito monstro suplementar, sem passar pela Regra de Ouro devido ao coronavírus. Com os precatórios, aposentadorias e pensões deu-se o mesmo.  

O ex-governador Antônio Carlos Magalhaes foi um cruzado do orçamento impositivo. Hoje estaria se regozijando com a festa das emendas parlamentares, calculadas a partir de um buraco sem fundo. O orçamento, pelo jeito, serve só como indicativo. No resto, é uma geleia disforme que pode ser moldada conforme o gosto do freguês.  

#Farmácia Popular #Fernando Haddad #Jair Bolsonaro #Lula #Minha casa #Minha Vida #Paulo Guedes

Justiça

Postagem falsa deve render mais uma ação do STF contra deputado bolsonarista

18/07/2023
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Segundo fonte do próprio STF, o ministro Alexandre de Moraes deverá abrir um novo inquérito contra o deputado federal José Medeiros (Podemos-MT). Na última sexta-feira, o parlamentar postou, em seu perfil no Instagram, uma imagem antiga da Praça dos Três Poderes, durante uma manifestação de apoio a Jair Bolsonaro, dando a entender que o protesto ocorria naquele momento. Na mensagem, o parlamentar fez um ataque velado – ou nem tanto – ao ministro Luiz Roberto Barroso: “Acha mesmo que “derrotou”, ministro!?”, em alusão ao discurso do magistrado na UNE, quando disse que “Derrotamos o bolsonarismo”. No mesmo dia, o próprio Instagram publicou uma mensagem de alerta classificando a postagem de Medeiros como “Informação falsa”. Apoiador do ex-presidente Bolsonaro, o parlamentar já é figurinha carimbada na Suprema Corte por seguidas denúncias de propagação de fake news. Em março, o STF determinou que a Câmara passasse a descontar do salário de Medeiros uma multa diária de R$ 10 mil em caso de publicação de novas notícias falsas.   

#Alexandre de Moraes #Jair Bolsonaro #STF

Política

Bolsonaristas montam um palanque para adversária de Nicolás Maduro

12/07/2023
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Parlamentares bolsonaristas, liderados por Eduardo Bolsonaro, articulam a vinda de Corina Machado ao Brasil para participar de uma série de palestras voltada ao eleitorado da direita. Corina lidera as pesquisas de opinião entre todos os 14 pré-candidatos de oposição na Venezuela. É a favorita para as eleições primárias de outubro e consequentemente para disputar a eleição presidencial do ano que vem contra Nicolás Maduro. Isso se Corina puder concorrer. No mês passado, a Controladoria Geral da República da Venezuela declarou a inelegibilidade da ex-deputada. Eduardo Bolsonaro e aliados próximos enxergam a oportunidade de pegar carona no episódio e colar o caso de Jair Bolsonaro ao de Corina Machado, para reforçar a tese de que o ex-presidente foi alvo de perseguição política do TSE.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Nicolás Maduro

Política externa

Há um palanque em Buenos Aires à espera de Lula

10/07/2023
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Segundo informação filtrada do Itamaraty, Lula fará uma viagem à Argentina até outubro para se reunir com o presidente Alberto Fernández. A data é simbólica: o petista desembarcará em Buenos Aires às vésperas das eleições presidenciais argentinas. Para todos os efeitos, a agenda oficial vai passar por temas prementes, que estão na pauta bilateral: como a venda de gás e o financiamento à construção do gasoduto de Vaca Muerta. No entanto, pelo timing, será difícil dissociar o Lula presidente da República do Lula cabo eleitoral. Na semana passada, por exemplo, ele teve um encontro com o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, candidato da situação à Presidência. Do lado de lá da fronteira, a reunião foi interpretada como uma manifestação de apoio velada – ou nem tanto – de Lula a sua candidatura. Nada muito diferente do que Jair Bolsonaro fez em 2019, ao visitar a Argentina durante a campanha eleitoral. Seu candidato, o então presidente Maurício Macri, foi derrotado.

#Alberto Fernández #Argentina #Jair Bolsonaro #Lula

Política

Tarcísio inicia road show pré-eleitoral no exterior bem ao estilo de Lula

7/07/2023
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Tarcísio de Freitas iniciou sua campanha à Presidência da República. O vídeo em que aparece sob vaias de “bolsonaristas” em uma reunião do PL, na última quinta-feira, representa simbolicamente o lançamento da sua candidatura. A cena mimetiza os movimentos políticos que vêm sendo cuidadosamente feitos pelo governador de São Paulo. De forma pragmática, Tarcísio tem se distanciado do radicalismo de Jair Bolsonaro, em um processo de higienização que o credencia a ser a segunda via na eleição de 2026. O ex-ministro da Infraestrutura está pavimentando o caminho para ser o candidato capaz de amalgamar o centro e a dita direta civilizada, além de alguns “fanáticos ma non troppo” ainda vinculados a Bolsonaro. E a construção da candidatura mira, desde já, tanto o front interno quanto externo. Tarcísio confidenciou a assessores a intenção de iniciar, no ano que vem, um giro de viagens internacionais. Vai correr o mundo com o chapéu de governante responsável pelo segundo maior PIB do Brasil, com o discurso para boi dormir que vai passar o pires junto aos gringos para trazer investimentos diretos para São Paulo. 

Há um aspecto importante a ser considerado do ponto de vista, digamos assim, geopolítico: o fortalecimento do nome de Tarcísio Freitas puxa quase que definitivamente a disputa presidencial de 2026 para dentro de São Paulo. Lula chegará à disputa eleitoral às vésperas de completar 81 anos. Sempre haverá a tentação de poder e a hipótese de o presidente entrar em 2026 com expressivos índices de popularidade. Hoje, no entanto, o mais provável é que ele use esse cacife para fazer seu sucessor. E os dois principais candidatos a candidatos estão também na Paulicéia, cada qual com seus respectivos handicaps. Fernando Haddad está algumas jardas à frente de todos. Além da condição de petista raiz, é o cara do momento. A aprovação da reforma tributária e do novo arcabouço fiscal o colocarão em um patamar mais alto, inclusive junto à Faria Lima, que, de primeira, torceu o nariz para a sua nomeação como ministro. Um PIB médio em torno de 3% – e as mais recentes projeções mostram que essa é uma hipótese exequível – e o apoio de Lula transformariam Haddad em um supercandidato. Por outro lado, a inevitável indexação à economia pode cobrar seu preço, se algo der errado pelo caminho. Na atual circunstância, Haddad tem que andar na sombra das eleições de 2026. Primeiramente para não melindrar Lula, o orixá do seu partido, e segundo porque está preso à algema de ouro do Ministério da Fazenda, que pode, dependendo da sua performance, ser um grande, senão o seu maior cabo eleitoral.  

O outro nome que eventualmente pode vir a enfrentar Tarcísio Freitas em 2026 com o apoio de Lula é Geraldo Alckmin, que tem capitalizado cada vez mais sua dupla jornada de trabalho no governo. O vice-presidente e ministro já recebeu a indústria como capitania hereditária, o que, na prática, significa ser o “donatário” do empresariado paulista. Alckmin afagou as montadoras com carinhos e subsídios para a venda de carros populares. E ontem anunciou um pacote de mais de R$ 100 bilhões para o setor industrial, boa parte dos recursos vinculados a investimentos em inovação e transição energética. Se o gabinete de Tarcísio está a 9,7 km da Fiesp, Alckmin está a um telefonema do BNDES. 

E Jair Bolsonaro? O ex-presidente, agora inelegível, é quem parece estar mais disposto a antecipar a disputa eleitoral de 2026, como se fosse possível fazer dela o terceiro turno de 2022. Bolsonaro tem como principal ativo político um contingente mais extremado do eleitorado. A parcela menos radical tende a migrar para Tarcísio de Freitas, que vai disputar o eleitorado do centro e lulistas de ocasião, leia-se aqueles que votaram no petista em 2022 para apear Bolsonaro da Presidência. Com a hipótese Tarcísio já escorrendo entre os dedos, Michelle Bolsonaro desponta como a carta mais valiosa nas mãos do ex-presidente. Enquanto o PL tenta inflar a possível candidatura Michelle, restaria a Bolsonaro torcer para que Lula faça um governo desastroso ou esperar por algum fato novo e grave, algo que não aparece em qualquer previsão meteorológica.  

#Jair Bolsonaro #Lula #Tarcísio Freitas

Política

Jair Bolsonaro deixa a família Cid ao relento

5/07/2023
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De acordo com uma fonte próxima a Jair Bolsonaro, o ex-presidente teria se esquivado de pelo menos duas tentativas de contato feitas pelo general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do tenente coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, seu ex-ajudante de ordens no Palácio do Planalto. Segundo o RR apurou, a frustrada interlocução se deu por meio do general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência. Nos círculos militares, o general Mauro Cid não esconde sua irritação com a postura de Bolsonaro diante do cerco da Justiça ao seu filho, preso desde 3 de maio. Não é só. O Alto-Comando tem procurado manter uma prudente e asséptica distância do caso. No caso específico, não faz mais do que a sua obrigação. Aliás, as Forças Armadas entraram em modo de reabilitação da sua imagem, denegrida com rara vontade pelo ex-presidente e agora inelegível Jair Bolsonaro.  

Esse processo de desgaste reputacional começa ainda no governo Temer, com o célebre tweet do mais respeitado oficial do Exército à época, o general Villas Bôas, às vésperas do julgamento do habeas corpus de Lula no STF. O ex-comandante do Exército ganharia um assento no Palácio do Planalto na gestão Bolsonaro, assumindo um cargo simbólico. Villas Bôas, que tem uma doença degenerativa, já não tinha condições de produtividade de assumir função alguma. Mas, como diz o “inelegível”, ele e Villas Bôas “têm um segredo”. Essa informação não prestada, cujo sigilo foi reprisado várias vezes por Bolsonaro, para o gáudio do general, devia ser algo capaz de abalar a República. Ficou nos guardados de secos e molhados do ex-presidente. 

#Forças Armadas #Jair Bolsonaro #Mauro Cesar Lourena Cid #Palácio do Planalto

Justiça

Mais uma condenação à vista para Bolsonaro no TSE

29/06/2023
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Além do processo movido pelo PDT, que deve resultar na inelegibilidade de Jair Bolsonaro, o TSE deverá concluir até amanhã o julgamento de mais uma ação contra o ex-presidente, esta impetrada pela Coligação Brasil Esperança, leia-se PT. Nesse caso, Bolsonaro é acusado de ter propagado, durante a campanha eleitoral, cerca de 200 publicações em redes sociais e aplicativos de mensagens com notícias falsas em referência a Lula e ao seu partido. Segundo um ministro do TSE em conversa com o RR, o ex-presidente deverá ser condenado, com o pagamento de valor pecuniário. E não vai parar por aí: até o momento, há pelo menos outras 13 ações contra Bolsonaro em curso no Tribunal Superior Eleitoral. 

#Jair Bolsonaro #Lula #PDT #TSE

Destaque

Bolsonaro já se movimenta para acionar Corte Interamericana dos Direitos Humanos

28/06/2023
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Jair Bolsonaro vai usar e abusar do discurso da vitimização. O RR apurou que a defesa do ex-presidente pretende recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA caso se confirme sua condenação pelo TSE. De acordo com a mesma fonte, a estratégia foi discutida no fim da tarde de ontem entre Bolsonaro e seus advogados. A defesa do ex-presidente, em especial o advogado Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, já fez consultas informais ao Tribunal. Os emissários contam com um interlocutor privilegiado: o advogado Rodrigo Mudrovitsch, um dos sete juízes da Corte Interamericana. Mudrovitsch foi indicado ao cargo pelo próprio Bolsonaro, em dezembro de 2021. No processo, o ex-presidente alegará ser alvo de perseguição política e de não ter tido direito a ampla defesa. As chances de a argumentação vingar são ínfimas. Na prática, é o que menos importa. Mais do que um movimento jurídico efetivamente com o intuito de reverter uma eventual decisão da Justiça Eleitoral brasileira, o recurso à Corte da OEA deve ser interpretado como um ato político. A iniciativa teria suas serventias: no plano doméstico, ajudaria a atiçar a base de seguidores do ex-presidente, sobretudo como munição para as redes sociais; no âmbito internacional, poderia ser usada para mobilizar apoios de líderes da extrema direita.

#Corte Interamericana de Direitos Humanos #Jair Bolsonaro #Justiça Eleitoral brasileira #TSE

Política

Um afago de Lula a José Sarney

28/06/2023
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O Palácio do Planalto cogita nomear o atual embaixador do Brasil em Lisboa, Raimundo Carreiro, para o comando da PPSA. À frente da estatal do pré-sal, que vai ganhar novo fôlego na gestão Lula após ser praticamente escanteada por Jair Bolsonaro, Carreiro teria, por exemplo, a missão de conduzir o programa de aumento da oferta de gás natural, já anunciado pelo governo. Não é de hoje que o Planalto busca um cargo para repatriar Carreiro e fazer um afago a José Sarney, seu tutor político. Outra hipótese já aventada foi aninhar o embaixador e ex-ministro do TCU na diretoria de relações institucionais da Petrobras.

#Jair Bolsonaro #José Sarney #Lula #Palácio do Planalto #Petrobras

Política

Governo remove herança bolsonarista na Antaq

20/06/2023
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Aos poucos, o governo Lula vai removendo heranças bolsonaristas no segundo escalão. O superintendente de regulação da Antaq, Bruno Pinheiro, está deixando em cargo. Em seu lugar assume o atual superintendente de Desempenho, Desenvolvimento e Sustentabilidade da Agência, José Renato Fialho. A saída de Pinheiro é um passo a mais no desmonte do grupo de poder que deu as cartas no setor portuário durante o governo Bolsonaro, capitaneado por Mario Povia e Diego Piloni. Povia, ex-diretor geral da Agência e ex-secretário de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura, hoje ocupa funções burocráticas no órgão regulador, do qual é servidor de carreira. Já Piloni, que antecedeu Povia na Secretaria, cruzou a porta do serviço público para a iniciativa privada e virou consultor da TIL (Terminal Investment Limited), multinacional do setor portuário controlada pela MSC. Na Antaq resta ainda uma representante dessa estrutura que mandou e desmandou na área portuária nos últimos anos: Flavia Takafashi, diretor da Antaq. 

#Antaq #Jair Bolsonaro #Lula #Ministério da Infraestrutura

Política

Juan Guaidó é o “troféu” da vez para a extrema direita brasileira

19/06/2023
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Eduardo Bolsonaro está articulando um encontro, em Miami, com Juan Guaidó, líder da oposição na Venezuela. O “03” pretende viajar com outros parlamentares bolsonaristas, como Nikolas Ferreira (PL-MG). Uma das ideias é transmitir o encontro ao vivo nas redes sociais – a arena preferida da extrema direita. O objetivo é criar um fato político em contraponto às recentes mesuras feitas por Lula a Nicolás Maduro durante sua visita ao Brasil. Naquela mesma semana, deputados e senadores aliados de Jair Bolsonaro chegaram a realizar uma reunião virtual com o venezuelano. Bolsonaro, não custa lembrar, foi um dos poucos chefes de Estado que reconheceram o “governo” Guaidó no início de 2019. Na ocasião, ele se autodeclarou presidente da Venezuela.  

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Juan Guaidó #Lula #Nicolás Maduro #Venezuela

Política

O family office dos Bolsonaro

2/06/2023
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Segundo um importante parlamentar do PL, Jair Bolsonaro está tentando pendurar mais um dos seus na folha salarial do partido: o filho Jair Renan. A justificativa? O “04”, de 25 anos, seria responsável por coordenar uma espécie de ala jovem do PL. Ajudaria, assim, a complementar sua renda: Jair Renan ganha aproximadamente R$ 9,5 mil como assessor no gabinete do senador Jorge Seif (PL-SC), ex-secretário da Pesca e bolsonarista de carteirinha. Ressalte-se que Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro já recebem do PL, cada um, cerca de R$ 41 mil. 

#Jair Bolsonaro #Jair Renan #PL

Governo

Disputas políticas agitam Defensoria Pública da União

30/05/2023
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É tenso o clima na Defensoria Pública da União (DPU). Há uma queda de braço entre aquele que seria e aquele que será o chefe do órgão. Indicado pelo presidente Lula para comandar a DPU, o defensor público Igor Roberto de Albuquerque foi designado assessor especial da instituição, um rito de passagem até ser sabatinado no Senado. Um de seus primeiros atos foi justamente articular a saída de Daniel Macedo, que também ocupava uma assessoria especial. Defensor Público Geral da União entre 2021 e 2022, Macedo foi reconduzido ao comando da instituição no fim do governo Bolsonaro. Com a pecha de “bolsonarista”, acabou preterido para a nomeação de Igor Albuquerque. A decisão do presidente Lula causou desconforto dentro da DPU. Macedo foi o primeiro da lista tríplice formada por seus colegas em novembro do ano passado, com 507 votos, ou seja, 75% do colégio eleitoral. Foi a maior margem histórica na disputa pelo posto de Defensor Geral da União. O que de nada lhe adiantou. 

#Defensoria Pública da União #Jair Bolsonaro #Lula

Destaque

Tribunal de Contas investiga uso eleitoral da Petrobras

17/05/2023
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Além do STF e da Justiça Eleitoral, Jair Bolsonaro é alvo também do TCU. As prebendas eleitorais distribuídas por Bolsonaro em 2022 e a Petrobras estão na mira do Tribunal de Contas da União. A Corte investiga o programa de doação de gás de cozinha e de cestas básicas mantido pela estatal durante o ano passado. Ao todo, a companhia desembolsou mais de R$ 300 milhões. Segundo informações apuradas pelo RR, os ministros do TCU enxergam uma dupla irregularidade no programa: doação em época de eleição e atividade alheia ao escopo e às atribuições da Petrobras, mais precisamente da Gerência de Responsabilidade Social, área que administrava a benemerência eleitoral. Em contato com o RR, o TCU confirmou a existência do processo (nº 043.227/2021-0), de relatoria do ministro Augusto Nardes, com o objetivo de “acompanhamento de programa social criado pela Petrobras para apoio a famílias em situação de vulnerabilidade social, com foco no gás de cozinha (GLP).” Ainda segundo o Tribunal, os documentos da investigação “não estão públicos no momento”. Por sua vez, a Petrobras informou ao RR que “atendeu todos os ofícios requisitando documentos e informações por parte do TCU no que toca ao programa social de doação de gás e aguarda a inclusão em pauta do processo para julgamento, quando poderá conhecer a posição do Tribunal sobre o assunto”. A estatal afirma ainda que “Não há imputação de irregularidades a gestores até o momento”. 

Além de acertar em Jair Bolsonaro, a investigação do TCU respinga no próprio quadro de executivos da Petrobras. É o caso de Rafaela Guedes, que, à época, comandava a Gerência Executiva de Responsabilidade Social da companhia. Nos corredores da Petrobras, Rafaela era considerada o “nome certo” no “lugar certo” na “hora certa”. Vista por seus pares como bolsonarista-raiz, respondia ao então presidente da empresa, Caio Mario Paes de Andrade, que ocupou o cargo entre junho e dezembro – ou seja, durante toda a campanha eleitoral -, e ao diretor de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade, Rafael Chaves. Este último também estaria citado no procedimento do TCU.  

De acordo com as investigações do Tribunal de Contas, não competia à Petrobras e, consequentemente, à Gerência de Responsabilidade Social fazer qualquer tipo de doação. De fato, até então, o Sistema Petrobras só havia feito algo similar em 2020 e, mesmo assim, por meio da então controlada Liquigás, posteriormente vendida para o consórcio Copagaz/Itaúsa/Nacional Gás. Segundo uma fonte da Petrobras, o planejamento das doações teria ocorrido ainda em 2021, o que poderia reduzir o grau de responsabilização dos gestores da empresa. No entanto, os recursos foram desembolsados em 2022, ano eleitoral. Além do TCU, o processo poderá ser encaminhado também ao TSE, que utiliza de critérios de avaliação mais dirigidos às campanhas eleitorais e poderá juntar as informações a outras investigações em curso. 

Em tempo: Rafaela Guedes deixou a Responsabilidade Social e está assumindo a Gerência de Sustentabilidade da estatal, subordinada à nova diretoria de Transição Energética e Sustentabilidade, comandada por Mauricio Tolmasquim. De acordo com informações apuradas pelo RR, a transferência de Rafaela para um cargo estratégico tem sido questionada por lideranças sindicais da Petrobras, que vêm pedindo a cabeça de antigos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro mantidos em cargos de gerência executiva – conforme o RR já noticiou.

#Jair Bolsonaro #Justiça Eleitoral #Petrobras #TCU

Política

Clã Bolsonaro à beira de um ataque de nervos

16/05/2023
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Carlos Bolsonaro, ao que parece, entrou em uma espécie de “surto político”. Segundo fonte próxima ao clã, além de ter bloqueado as redes sociais de Jair Bolsonaro, “Carluxo” está em pé de guerra com os irmãos. Nos últimos dias, teria rechaçado tentativas de contato por parte de Flavio e Eduardo. Os rancores têm se acumulado desde a campanha eleitoral. Mas, segundo a mesma fonte, a gota d´água veio com a ausência de qualquer declaração de Eduardo e Flavio em defesa de Carlos, após a recente divulgação de um lado pericial do Ministério Público do Rio de Janeiro atestando a prática de “rachadinha” no gabinete de “Carluxo” na Câmara dos Vereadores do Rio. 

#Carlos Bolsonaro #Eduardo Bolsonaro #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Justiça

Esposa de Anderson Torres é um pote até aqui de mágoas

11/05/2023
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No clã Bolsonaro há uma forte preocupação com Flavia Michele Torres, mulher do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Segundo informações que chegaram ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ela está bastante exaltada com a prisão do marido e faz pressão para que ele “conte tudo o que sabe”. Flavia teria dito reiteradas vezes a pessoas próximas que tanto o marido quanto ela própria teriam sido traídos e abandonados por Bolsonaro. Ressalte-se que ela ocupava um cargo de confiança na presidência da Câmara Legislativa do Distrito Federal, por influência direta do próprio ex-presidente junto ao governador do DF, Ibaneis Rocha. Em 30 de janeiro, portanto 22 dias após os atos do “8 de janeiro” e 16 dias após a prisão de Torres, foi exonerada, voltando ao posto de assistente operacional junior do Banco do Brasil, onde é funcionária de carreira.  

#Anderson Torres #Banco do Brasil #Flavia Michele Torres #Jair Bolsonaro

Destaque

Suzana Kahn vai assumir Estratégia da Petrobras e reforçar transição energética para o baixo carbono 

10/05/2023
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A Petrobras vai dar mais uma firme sinalização de que os investimentos em transição energética são prioridade para a atual gestão. O RR apurou que Suzana Kahn vai assumir a gerência executiva de Estratégia e Planejamento da estatal, área responsável por submeter e conduzir os planos estratégicos de médio e longo prazos da companhia. Professora da Coppe/UFRJ, Suzana é muito respeitada no Brasil e no exterior. Integra o IPCC – sigla em inglês para o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU. Trata-se de uma indicação direta de Mauricio Tolmasquim, escolhido pelo governo para assumir a nova diretoria de Transição Energética e Energias Renováveis da estatal. 

Anteriormente, Suzana Khan havia sido indicada para o Conselho de Administração da Petrobras, mas seu nome acabou não sendo aprovado na Assembleia Geral de Acionistas. Caberá à dupla Tolmasquim/Suzana conduzir os investimentos da companhia em energia limpa, uma área que perdeu punch na petroleira durante o governo de Jair Bolsonaro. Segundo a fonte do RR, Suzana será aprovada sem ressalvas no Background Check de Integridade, processo de verificação dos executivos indicados para cargos da alta administração da Petrobras.

#Energia #Jair Bolsonaro #Petrobras #Suzana Kahn

Política

PL avalia “esconder” Michele Bolsonaro

5/05/2023
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No rastro da Operação Venire e das acusações de falsificação da carteira de vacinação de Jair Bolsonaro, a cúpula do PL, à frente Valdemar da Costa Neto, está reavaliando a estratégia de exposição de Michelle Bolsonaro. A ex-primeira-dama vai iniciar exatamente a partir deste fim de semana uma intensa agenda de reuniões e participações em eventos públicos. Até segunda ordem, o encontro do “PL Mulher” programado para este sábado, em São Paulo, está mantido. Mas, segundo o RR apurou, lideranças do partido no Pará, Paraíba e Rio Grande do Sul já manifestaram a intenção de cancelar eventos com a presença de Michelle marcados para os próximos dias. De acordo com a mesma fonte, ontem no fim da tarde, Valdemar e aliados discutiam a possibilidade de Michelle participar de algumas dessas agendas apenas de forma remota, por vídeo, como maneira de evitar o assédio da imprensa

#Jair Bolsonaro #Michelle Bolsonaro #PL #Valdemar da Costa Neto

Destaque

Petroleiros cobram de Jean Paul Prates a “desbolsonarização” da Petrobras

4/05/2023
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Há uma intentona em curso na Petrobras. Os petroleiros estão cobrando do presidente da companhia, Jean Paul Prates, a “desbolsonarização” da diretoria da estatal, leia-se a saída de executivos identificados como apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o RR apurou, o movimento, liderado pela FUP (Federação Única dos Petroleiros), exige a cabeça do diretor executivo de Exploração e Produção, Joelson Falcão Mendes. Cobra também a demissão de Carlos José Travassos, que comanda a diretoria de Desenvolvimento da Produção. Ambos estariam abrigando em suas respectivas diretorias executivos que teriam feito campanha internamente a favor da reeleição de Bolsonaro. Mais do que isso: os representantes dos petroleiros acusam alguns desses gestores de terem perseguido funcionários apoiadores do presidente Lula. Nos corredores da Petrobras circula, inclusive, uma lista com dez nomes, notadamente de gerente executivos, classificados como “bolsonaristas”. Em contato com o RR, a Petrobras disse, como não poderia deixar de ser, que “Não há qualquer intenção da companhia ou do presidente Jean Paul Prates de substituir os diretores executivos de Exploração e Produção, Joelson Falcão Mendes, e de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos José Travassos.”. Garante também que não foi entregue “à companhia uma suposta lista de gerentes executivos, com base em seus posicionamentos políticos.” Pode até ser que a relação não tenha chegado formalmente à direção da empresa. O RR, no entanto, teve acesso à lista de dez nomes de gerentes executivos apontados como “bolsonaristas” e compartilhada no último fim de semana em grupos de WhatsApp de gestores da empresa. O RR fez também seguidas tentativas de contato com a FUP, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.  

A pressão maior recai sobre Joelson Mendes, que praticamente já assumiu o cargo com o status de “persona non grata” junto ao “chão de fábrica” da Petrobras. Mendes foi escolhido à revelia das lideranças sindicais. O nome de preferência dos petroleiros para a diretoria de Exploração e Produção sempre foi o do geólogo Guilherme Estrella, que ocupou o cargo nos governos de Lula e Dilma Rousseff. Os petroleiros não desistem: exigem de Jean Paul Prates a substituição de Mendes por Estrella. A ofensiva contra o atual diretor de Exploração e Produção cresceu, sobretudo, nos últimos dez dias. De acordo com uma das fontes ouvidas pelo RR, representantes da FUP foram cobrar de Mendes a saída de gerentes apoiadores de Bolsonaro. Teriam ouvido, como resposta, que não haverá caça às bruxas. Em alguns setores da empresa já é dada como certa a queda de Mendes “para o lado”. Ou seja: a direção da empresa já estaria avaliando uma “missão” para ele em uma subsidiária da Petrobras. 

Independentemente das consequências, por si só a mobilização dos petroleiros contra os bolsões pró-Bolsonaro na estatal já refletem o aumento da força dos sindicatos com a volta do PT ao governo. Essa onda tem chegado às mais diversas praias. O sindicalista João Fukunaga, funcionário de carreira do Banco do Brasil, assumiu a presidência da Previ; o ex-deputado Decio Lima, também de origem sindical, foi o escolhido para comandar o Sebrae Nacional; o ex-presidente da CUT Vagner Freitas aterrissou na presidência do Conselho de Administração do Sesi. Na Petrobras, a FUP já cravou uma vitória que denota poder. A Federação teve um papel importante para brecar o aumento da remuneração da diretoria da Petrobras. A primeira proposta levada ao Conselho de Administração previa um reajuste de 44%. A repercussão negativa, potencializada pelas gestões políticas feitas por petroleiros, levou o governo a interferir e barrar o aumento. No fim, o índice ficou em apenas 9%.  

#CUT #Jair Bolsonaro #Jean Paul Prates #Lula #Petrobras #PT

Política

Bolsonaro tem o lobista “perfeito” contra a tributação de recursos no exterior

3/05/2023
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Jair Bolsonaro está se preparando para entrar no lobby contra a tributação dos recursos de brasileiros no exterior. O seu ponta de lança junto ao mercado financeiro, como não poderia deixar de ser, será Paulo Guedes. Caberá ao ex-ministro da Economia fazer a cabeça de investidores contra a proposta. Bolsonaro não poderia ter um lobista melhor do que o seu velho “Posto Ipiranga”. Guedes é um expert no assunto, com o estímulo de batalhar em causa própria. O ex-ministro mantém sabidamente uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, em sociedade com a filha. Para quem não se lembra, em depoimento na Câmara dos Deputados, Guedes se recusou a divulgar os dados aos parlamentares, alegando que as aplicações já haviam sido declaradas à Receita Federal. Pois bem, Paulo Guedes não deu disclosure antes à offshore, mas terá de dar agora, caso haja alguma inconsistência nos valores.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Receita Federal

Política

Bolsonaro monta a sua escolta pessoal no PL

13/04/2023
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Aos poucos, Jair Bolsonaro vai transformando o PL em sua empresa familiar. Bolsonaro quer agora que o partido contrate Silvinei Vasques, o controverso diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal durante o seu governo. Vasques ficaria responsável pela estrutura de segurança do próprio Bolsonaro e da ex-primeira-dama, Michele Bolsonaro. No entorno do próprio ex-presidente, o que se diz é que o convite seria uma retribuição aos “serviços prestados” pelo policial. Vasques é investigado pelo STF pelos bloqueios em rodovias feitos pela PRF no dia do segundo turno da eleição presidencial, que teriam dificultado o acesso de eleitores a locais de votação. Uma parte expressiva das interdições se concentrou na Bahia, um território sabidamente “lulista” – o candidato do PT recebeu 72% dos votos. Ressalte-se que, além de Bolsonaro e de Michelle, o PL já abriga na sua folha de pagamentos o general Braga Netto e três assessores diretos do ex-ministro da Defesa.

#Jair Bolsonaro #PL #Polícia Rodoviária Federal

Destaque

Equipe econômica discute propostas para taxar o agronegócio

5/04/2023
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Fernando Haddad e os seus assessores estão quebrando a cabeça para achar uma fórmula de tributar o agronegócio. O assunto é extremamente sensível. Haddad vai meter a mão em um vespeiro. A bancada do agronegócio é composta por 210 deputados e 26 senadores. É disparado o maior lobby no Congresso. É duro isentar o agronegócio enquanto o governo passa o pires para levantar os R$ 150 bilhões necessários à equação do arcabouço fiscal. Quando se fala em fazer uma política fiscal e uma reforma tributária distributivista, a desoneração do setor torna-se até ridícula. Em 2020 a venda dos produtos do agronegócio representaram o ingresso de somente R$ 21 mil em impostos de exportação. A soma foi de R$ 16,3 mil, o equivalente a 0,000004% do total das exportações do segmento agropecuário. Não dá nem para chamar isso de imposto.

Para se ter uma ideia de como o setor do agrobusiness é agraciado, adubos e fertilizantes, milho em grão, farejo de soja, sementes, produtos veterinários, agrotóxicos e ração estão entre os itens praticamente isentos de tributação. A questão é que se o setor não for gravado de alguma forma, vai se criar um enclave fiscal, oligopolizado, com baixa capacidade de geração de emprego e tremendamente rico. Jair Bolsonaro lutou ferrenhamente para manter – e até aumentar – as isenções e subsídios do agronegócio. Lula vai ter de chutar esse paralelepípedo. É um acerto na estruturar tributária do país que está pendente há anos.

#Fernando Haddad #Jair Bolsonaro #Lula

Política

Ruralistas e indígenas têm um “conflito” marcado no Congresso

5/04/2023
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A bancada ruralista está plantando uma semente polêmica no Congresso. A Frente Parlamentar da Agricultura pretende apresentar um projeto de lei que obrigue a União a indenizar fazendeiros que tiverem suas terras invadidas por indígenas. A ideia não é exatamente inédita. Em 2013, houve discussões no Congresso em torno do assunto. De lá para cá, essa agenda se tornou ainda mais complexa, pelo aumento do número de conflitos entre proprietários de terras e etnias indígenas em várias regiões do país, notadamente no Norte e Centro-Oeste. Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o número de assassinatos por disputas fundiárias na Amazônia Legal cresceu 150% em 2022, na comparação com o ano anterior. 

O debate acontece num momento em que o Governo Lula prometeu que a Funai vai retomar os estudos antropológicos sobre terras em disputas no país, em paralelo às demarcações praticamente suspensas na gestão de Jair Bolsonaro. O Conselho Indigenista Missionário fez chegar ao Congresso pedido para que qualquer decisão seja tomada somente depois da realização de audiências públicas. Não se sabe se a Frente Parlamentar da Agricultura terá essa paciência.  

#Agricultura #CPT #Funai #Jair Bolsonaro #Lula

Política

Bolsonaro quer fazer um tour pela extrema direita internacional

5/04/2023
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Mal voltou ao Brasil, Jair Bolsonaro já deve subir no avião novamente. Pelo menos no que depender das articulações feitas por Eduardo Bolsonaro. A ideia é que o ex-presidente visite líderes internacionais da extrema direita. Segundo fonte próxima ao clã, entre os nomes estão o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Lula

Política

Bolsonaro vai ser fiscal de Lula no YouTube

4/04/2023
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De volta ao Brasil, Jair Bolsonaro vai retomar suas lives semanais. A recomendação partiu de Carlos Bolsonaro, notório estrategista da comunicação nas redes sociais. A ideia é que Bolsonaro use as transmissões para fazer oposição aberta ao governo Lula no front que lhe é mais favorável, a internet. A ideia é que o ex-presidente aponte erros da gestão petista, sempre confrontando com números do seu governo. Seria uma forma de Bolsonaro manter a mobilização entre seus apoiadores mais fiéis, valendo-se das mídias digitais. As lives vão permitir, por exemplo, uma farta produção de recortes, com falas mais contundentes de Bolsonaro, a serem viralizadas nas redes e nos grupos de WhatsApp e Telegram.

#Carlos Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Lula

Economia

O arcabouço fiscal ainda depende das políticas de renda do governo

31/03/2023
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O principal questionamento dos economistas favoráveis a um ajuste fiscal com base no corte de gastos e a um teto mais restritivo do dispêndio público, vis à vis o arcabouço fiscal apresentado por Fernando Haddad, está calçado no aumento de arrecadação previsto e no piso das despesas. A maior parte dos críticos pró-fiscalismo restritivo está fazendo simulações com base em informações incompletas. Não foi divulgado ainda o “marco da expansão da arrecadação”, digamos assim. O dito pelo não dito é que o ajuste – que, para Haddad não é ajuste, mas sim “arcabouço” – não é estrutural. Ele depende do comportamento de diversos parâmetros, principalmente de mais receita. O governo ainda não apresentou a origem do aumento da arrecadação, previsto em R$ 150 bilhões neste ano – os valores podem ser ainda superiores. Claro que há de onde tirar os recursos. Os reclamantes do projeto apresentado levam em consideração uma estrutura tributária engessada, e concentradora de renda. Desde o início do seu mandato, Lula vocaliza que fará uma varredura nos incentivos fiscais, que são, em grande parte, uma forma de produzir o enriquecimento de poucos. A miríade de incentivos é ainda mais questionável devido à ausência de medição do retorno e eficiência dessa alocação. São cerca de R$ 460 bilhões de renúncias tributárias, sacolão de onde Haddad pode tirar uma parcela dos R$ 150 bilhões previstos para fechar a conta neste ano. Ou até a totalidade.
Há como otimizar fontes de receita com melhoria da engrenagem, economia na margem e reonerações de ordem variada. Para 2024, há espaço para deixar o orçamento com menos pressão em função da segunda fase da reforma tributária, já em junho, que vai desonerar as empresas e as pessoas físicas que recebem até determinado valor e taxar a riqueza. Há sérias dúvidas em relação à medida as formas de gravame da renda. A decisão mais firme é onerar os dividendos pagos às pessoas físicas e às empresas. Pode se dizer que nesse ponto a decisão está quase dada. E é aí que mora o incômodo maior dos apologistas do corte de gastos: há uma crítica, ainda que velada, a combinar políticas fiscais com distributivas. Isso não é dito, apesar de estar em todas as entrelinhas. O resumo, curto e grosso, é que não querem pagar o ônus do arcabouço, bolado para atender os compromissos de Lula com melhorias sociais, ambientais e de investimentos.
Por isso, a próxima fase da reforma tributária, que se dará pela renda, virá o mais rapidamente possível. O que pode se afirmar é que nem todos os modelos e análises apresentados por economistas respeitáveis (ou não) podem ser chamados de ciência pura. Vários deles estão eivados por colheres cheias de ideologia. O governo soltou uma pílula de rearrumação tributária que deverá ser bem mais profunda. A estrutura fiscal do país vinha sendo errática e suas metas sempre descumpridas – o que equivale a não ter meta alguma -, com um sistema tributário injusto e ineficiente.
Agora é esperar o complemento do arcabouço. O RR aposta que ainda vai ter regimes da banda em diversas áreas: tributária, de incentivo fiscal, patamar de rendas etc. Haddad gostou desse modelo, que traz uma pegada anticíclica cabível em outras formas de limites dos gastos e receitas. Mas a maior especulação, a despeito de toda a matemática com dados incompletos, não é se as metas são ou serão cumpridas, mas, sim, quem vai pagar a conta para o cumprimento delas. É natural que a turma do topo da pirâmide – e mesmo a do meio – resista a pagar o custo do arcabouço, que foi montado com objetivos de governo mais largos do que os da gestão Bolsonaro. Por isso, a implementação de qualquer reforma ou regime que contemplasse o social – e agora o novo desafio do ambiental – com uma política tributária e de rendas que não mantivesse o status quo concentrador da riqueza. Os próximos passos de Haddad e Simone Tebet, após a divulgação das medidas, será enfrentar a sanha de interesses do Congresso. Tirar bilhões de reais do bolso dos mais bem aquinhoados não é uma missão fácil. Uma ressalva é que há banqueiros, financistas e economistas mais isentos que não estão pensando somente no seu hervanario, mas no crescimento do país que se dará com o atendimento do social, ambiental e de investimentos. Agora é aguardar os complementos do arcabouço fiscal e o desenho da reforma tributária sobre a renda, sem esquecer que o modelo do IVA na tributação sobre o consumo também pode trazer uns recursos a mais.
É um luxo a manutenção da relação dívida bruta/PIB praticamente no mesmo patamar até o fim do governo, mesmo com o aumento de despesas essenciais e negligenciadas.

#Economia #Fernando Haddad #Jair Bolsonaro #Lula #Simone Tebet

Destaque

Brasil tenta cavar um lugar na “Opep do lítio”

28/03/2023
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A proposta da Bolívia de criação de uma “Opep do lítio” com a Argentina e o Chile, deixando o Brasil fora de um jogo tão estratégico quanto esse, causou forte estranheza no Itamaraty. Seja por todos os acenos de parceria que têm sido feitos por Lula ao presidente Luiz Arce, seja pelo tamanho das reservas brasileiras. Estima-se que o país tenha o equivalente a 8% de todo o lítio existente no mundo. Ainda que o poderio de Argentina, Chile e Bolívia à mesa de negociações seja muito maior – o trio detém algo em torno de 68% das reservas globais -, o Brasil carrega um ativo nada desprezível, que lhe permite pleitear um assento nesse “Country Club do lítio”. Por isso mesmo, a ordem em Brasília é reagir com a velocidade e a ênfase que a situação exige. O embaixador brasileiro em La Paz, Luís Henrique Sobreira Lopes, já teria sido acionado para costurar a visita de uma comitiva oficial do governo brasileiro à Bolívia. O Brasil tem moedas de troca razoavelmente valiosas. É o maior comprador de gás boliviano. Além disso, Lula já disse repetidas vezes que pretende liderar um grande projeto conjunto entre os países sul-americanos rumo à transição energética, tema de encontros recentes entre o presidente e Luiz Arce. 

O surgimento de uma aliança multilateral entre os grandes produtores de lítio do mundo já era pedra cantada há algum tempo. No ano passado, a Bolívia abriu conversações com outros países em busca de parceiros para a extração do mineral no seu próprio território. Argentina, Chile, Rússia e China saíram na frente. Os asiáticos, por sinal, já conseguiram fincar sua bandeira no solo, ou melhor, no subsolo boliviano. Há pouco mais de um mês, o governo de Luiz Arce anunciou uma parceria com o consórcio chinês CBC – liderado pela Contemporary Amperex Technology (Catl), uma das maiores fabricantes de baterias para automóveis do mundo – para investimentos de US$ 1 bilhão para a produção de lítio.  

Natural que o Brasil tenha ficado para trás no tabuleiro sul-americano do lítio. O governo Bolsonaro pouco ou nada vez para colocar o país em uma posição privilegiada. Ignorou a “chamada pública” da Bolívia e não levou adiante qualquer negociação diplomática a respeito do assunto – conforme o RR já noticiou. Jair Bolsonaro, como se sabe, estava mais preocupado com o grafeno, por muito tempo um inexplicável fetiche mineral do ex-presidente. Em agosto do ano passado, por exemplo, durante a Cúpula das Américas, nos Estados Unidos, Argentina e Chile lançaram o Grupo de Trabalho Binacional sobre Lítio e Salinhas, um dos primeiros movimentos mais agudos de parceria multilateral na América do Sul em torno do mineral. Não há notícia de que o Brasil tenha buscado uma participação nesse bloco. Isso em um momento em que a demanda global tende a disparar. O mundo consome atualmente algo em torno de 350 quilotoneladas (kt) de carbonato de lítio por ano. Há estimativa de que esse número passará das duas mil quilotoneladas em 2030.  

#Argentina #Chile #Jair Bolsonaro #Lítio

Destaque

Governo Lula planeja um “revogaço” na venda de agrotóxicos

27/03/2023
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O governo Lula prepara um “revogaço” de medidas da gestão de Jair Bolsonaro que flexibilizaram a venda de defensivos agrícolas no Brasil. Um dos principais alvos é o Decreto 10.833, assinado por Bolsonaro em outubro de 2021. Ele alterou a Lei 7.802, mais conhecida como “Lei dos Agrotóxicos”, abrindo brecha para a comercialização no país de uma série de produtos até então proibidos. Alguns deles, inclusive, estão banidos pela União Europeia – casos das substâncias tiametoxamtriflumurom e imidacloprido, entre outras. Além de vedar a distribuição desses produtos no país, o Palácio do Planalto quer também devolver ao Ministério da Saúde a prerrogativa de avaliar e autorizar ou não o uso de agrotóxicos empregados em campanhas de saúde pública, extinta pelo Decreto 10.833.  Um exemplo: o popular “mata-mosquito” utilizado no combate à dengue nada mais é do que um defensivo agrícola – dos grupos químicos organofosforados, carbamatos e piretróides, cuja exposição excessiva pode gerar danos crônicos à saúde humana.   

Jair Bolsonaro criou uma espécie de “liberou geral” na venda de defensivos agrícolas. Durante os quatro anos de mandato, o seu governo autorizou a venda de 2.182 produtos, uma média de 45 aprovações por mês. Trata-se de um recorde na série histórica da Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura, iniciada em 2003. Com as porteiras abertas, a gestão Bolsonaro notabilizou-se por outra marca: a liberação de 98 substâncias inéditas no Brasil. Até então, o recorde anterior pertencia ao segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (58 autorizações). Lula pretende usar o “revogaço” dos agrotóxicos como mais uma mensagem à comunidade internacional do compromisso do seu governo com políticas ambientais mais rígidas. Segundo informações apuradas pelo RR, o presidente planeja anunciar as medidas durante a Cúpula da Amazônia – prevista para junho ou julho.  

Há outras ações engatilhadas. O governo pretende também barrar a tramitação no Congresso do projeto de lei nº 1.459/2022, que recebeu de ambientalistas a alcunha de “PL do Veneno”. A proposta afrouxa as regras para aplicação de agrotóxicos e reduz o poder da Anvisa e do Ibama no controle dessas substâncias.  O PL já foi aprovado na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado e está liberado para votação em plenário. A rigor, pode ser colocado em pauta a qualquer momento por Rodrigo Pacheco. Ou seja: ao contrário da mudança do Decreto 10.833, que poderá ser feita pela própria Presidência da República, barrar a “Lei do Veneno” depende de uma articulação com o Congresso. A missão não é simples. Há uma notória pressão da bancada ruralista e de empresários do agronegócio pela aprovação do PL. Será um ponto de fricção justo no momento em que o governo Lula tenta se aproximar do setor.

#Jair Bolsonaro #Lula #Ministério da Agricultura #Ministério da Saúde #Palácio do Planalto #PL

Destaque

Não há vacina contra a herança do governo Bolsonaro na saúde

17/03/2023
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O Ministério da Saúde deverá iniciar, nos próximos dias, uma ampla auditoria dos estoques de vacinas em todo o país – seja em poder do próprio governo federal ou das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. A gestão do ex-ministro Marcelo Queiroga deixou vários pontos cegos em relação ao controle da quantidade de imunizantes disponíveis. O principal objetivo da ministra Nísia Trindade e de sua equipe é evitar casos similares ao criminoso desperdício de vacinas contra a Covid. Mais de 39 milhões de doses foram perdidas por não serem aplicadas dentro do prazo de validade, impondo aos cofres públicos um prejuízo estimado em R$ 2 bilhões. Parte expressiva desse volume venceu em 31 de janeiro – conforme o RR antecipou com exclusividade. Quase dois meses antes, a publicação revelou que o Brasil corria o risco de perder 20 milhões de unidades do imunizante com validade exatamente até o fim de janeiro. Lamentavelmente, dito e feito.  

Além de perdas como essa, o intuito da auditoria é identificar a falta de determinadas vacinas na rede pública. Em sua reta final, o governo Bolsonaro teria interrompido negociações para a reposição de estoques. Segundo o RR apurou, o Ministério da Saúde já teria identificado, por exemplo, déficit da vacina BCG, contra a tuberculose. A Fundação Ataulpho de Paiva, única fabricante do imunizante no país, estaria com dificuldades de entregar o produto pela falta de agulhas. Por ser aplicada em crianças recém-nascidas ou até um ano de idade, a BCG exige o uso de seringas específicas para a administração de doses de 0,05 ml. Parcela significativa dos recursos da Fundação Ataulpho de Paiva para a aquisição de insumos e desenvolvimento de vacinas vem de verbas do Ministério da Saúde. Some-se a isso o fato de que a fábrica da instituição, no Rio de Janeiro, sofreu interdições por falta de condições ideais, forçando a importação da vacina. No entanto, de acordo com a mesma fonte, o Ministério da Saúde não teria feito encomendas no volume necessário para suprir a demanda.  

#Jair Bolsonaro #Marcelo Queiroga #Ministério da Saúde

Justiça

Bolsonaro reforça sua blindagem jurídica

15/03/2023
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O clã Bolsonaro tem feito consultas à advogada Karina Kufa. No entorno de Jair Bolsonaro, há um entendimento de que ele precisa reforçar sua “escolta” na área jurídica, hoje praticamente restrita a Frederick Wassef, notório advogado da família. Além do escândalo das joias, há uma preocupação com o andamento dos processos no TSE. Ao todo, existem 17 ações na Corte que podem resultar na inelegibilidade do ex-presidente. O que causa mais apreensão são as investigações em torno dos atos antidemocráticos e sobre o possível envolvimento de Bolsonaro nos protestos do 8 de janeiro. Próxima dos filhos do presidente, Karina Kufa tem uma forte atuação exatamente no Direito Eleitoral. Ela foi advogada de Jair Bolsonaro quando ele era deputado.

#Jair Bolsonaro #TSE

Destaque

Bolsonaro pretende contra-atacar o escândalo das joias na mesma moeda

7/03/2023
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Olho por olho, dente por dente. Assim o clã Bolsonaro planeja contra-atacar o escândalo das joias. O RR apurou junto a fontes próximas à família de que o ex-presidente e seus filhos pretendem lançar um pedido de auditoria dos bens valiosos ofertados a Lula durante os seus dois primeiros mandatos. Por intermédio de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, parlamentares aliados já teriam sido acionados para requisitar formalmente no Congresso uma devassa dos presentes recebidos pelo petista de outros chefes de governo entre 2003 e 2010. A ideia é atribuída, principalmente, a Carlos Bolsonaro, a quem caberia a missão de inflamar a militância “bolsonarista” nas redes sociais em torno da investigação. O objetivo não é apenas criar um fato diversionista, para eclipsar a denúncia de que Jair Bolsonaro supostamente tentou trazer irregularmente para o país joias doadas à ex-primeira-dama, Michele Bolsonaro, no valor de aproximadamente R$ 16 milhões. Os filhos do ex-presidente entendem que é possível enredar Lula na teia que seus próprios assessores lançaram ao vazar informações da Receita Federal contra Bolsonaro.  

No fim de semana, segundo as fontes ouvidas pelo RR, os filhos de Bolsonaro já começaram a levantar munição contra Lula. A premissa é que o telhado do atual presidente é de vidro. Em março de 2016, por exemplo, a Lava Jato determinou a busca e apreensão de itens ofertados ao petista que estavam guardados em um cofre do Banco do Brasil em São Paulo. Os bens teriam sido indevidamente incorporados ao acervo pessoal de Lula e não ao da Presidência da República. Não consta entre esses itens a presença de joias ou de bens de notório valor. A parte não é necessariamente o todo. O entorno de Bolsonaro aposta que uma auditoria pode trazer à tona fatos ainda não devidamente apurados. Um exemplo: até hoje não ficou claro o papel da OAS nessa história. Tão logo Lula deixou o governo, a empreiteira teria ajudado a bancar o armazenamento de algumas das doações ao petista. Há ainda uma questão de escala que pode ajudar na vendeta dos Bolsonaro: estima-se que Lula tenha recebido cerca de 1,4 mil objetos de chefes de estado classificados como de “cunho pessoal” ao longo de oito anos.   

Está claro que o governo Lula decidiu garimpar fatos e cifras para criminalizar Jair Bolsonaro. Foi assim, logo no início de mandato, com o vazamento de dados do cartão corporativo do ex-presidente. A família Bolsonaro quer pagar na mesma moeda, ainda que a sua esteja um pouco “depreciada”. 

#Jair Bolsonaro #Lula #PL #Valdemar da Costa Neto

Política

O ministro da defesa da família Bolsonaro

6/03/2023
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O general Braga Netto recebeu uma nova missão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-ministro da Defesa será o responsável por montar o esquema de segurança de Bolsonaro quando do seu retorno ao Brasil – a data ainda é uma incógnita. Além dos agentes da PF a que todo o ex-presidente tem direito, o efetivo também deverá ser composto por policiais aposentados pagos pelo PL. Enquanto Bolsonaro não chega, “Braga” cuidará também da segurança pessoal da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que fará uma série de viagens pelo Brasil. Também às custas do partido.

#General Braga Netto #Jair Bolsonaro

Infraestrutura

O outro “Censo” que o governo Bolsonaro sequer começou

6/03/2023
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O governo Bolsonaro também empurrou o “Censo da aviação” para o seu sucessor. O Ministério da Infraestrutura não contratou a tempo uma empresa especializada para produzir a Pesquisa Nacional de Satisfação do Passageiro e do Desempenho Aeroportuário de 2022, custo que “contabilmente” deveria ter sido incluído no orçamento do ano passado. O levantamento serve de base para a Secretaria Nacional de Aviação e a Anac avaliaram a infraestrutura dos principais aeroportos do país, com base em 17 itens. 

#Jair Bolsonaro #Ministério da Infraestrutura

Economia

Lula mobiliza todo o governo para ter um PIB superior ao de Bolsonaro 

3/03/2023
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Lula está obsessivo com a obtenção de um crescimento mínimo do PIB, em 2023, de 2,9%, ou seja, o índice alcançado por Jair Bolsonaro, em 2022, logo após dois anos de pandemia. A marca é difícil, mas factível, como se verá a seguir. O presidente sente o cheiro de Jair Bolsonaro pelos cantos do Palácio do Planalto. O capitão estaria guardando a munição dos seus acertos para retomar a “campanha eleitoral”, que, na verdade, nunca findou. O fato é que, com artificialismos ou não, Bolsonaro conseguiu bons números em quase todos os quesitos macroeconômicos mesmo com a pandemia, queda da atividade chinesa, explosão dos preços do petróleo e a guerra entre Rússia e Ucrânia, o que não é pouca coisa. Para sair do corner imposto pelo antecessor em relação ao crescimento da economia, Lula quer engajar o governo inteiro. Pediu à ministra do Planejamento, Simone Tebet, que faça uma espécie de planilha de todas as Pastas. O objetivo é que cada ministério saiba o impacto das suas atividades no PIB, de forma que os ministros tenham como ponderar seus gastos mirando prioritariamente o crescimento econômico. Entre uma despesa que tenha maior impacto na atividade produtiva ou não, que se realize a primeira.  

A meta de inflação será alterada, provavelmente na reunião do Conselho Monetário de junho. Há dúvida se ela será expandida para 4% ou 4,5%, ou se permanecerá nos 3%, que seriam diferidos para o fim do atual governo. Lula, então, teria quase quatro anos para alcançar o atual target por ora na corda bamba. Não haveria, portanto, meta de inflação anual. Seria o sinal para que o BC baixasse os juros. E Roberto Campos Neto jogasse a toalha – está tudo acertado para que André Lara Resende assuma a presidência do BC.  

Bem antes disso, entre março e abril, o novo arcabouço fiscal seria apresentado,  visando uma meta de redução da dívida/PIB para um patamar inferior aos 73% obtidos por Bolsonaro. Neste ano, o resultado da relação dívida/PIB já foi perdido, devendo caminhar para a faixa de 80%. A reforma tributária também seria posta na mesa, ainda que na sua fase preliminar. Mas Lula tem outras balas na agulha. Uma das mais aguardadas é o programa Desenrola, que está sendo estudado no Ministério da Fazenda de forma a conseguir o maior alcance possível. De preferência, zerando a inadimplência dos consumidores até dois salários-mínimos. A medida teria impacto relevante junto aos bancos, desobstruindo o canal de crédito e, principalmente, o comércio, segmento mais intensivo em mão de obra da economia. As últimas previsões para esse setor são de queda prolongada.  

O presidente acredita também que trará recursos em função da sua intensa ofensiva diplomática. No Planalto, há quem arrisque números ambiciosos de investimentos entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões. Difícil? Sim. Improvável? Não. Ao contrário de Bolsonaro, Lula vai brandir a bandeira de proteção da Amazônia pelos quatro cantos do mundo. Falta a Petrobras no pacote, que, junto com o BNDES, estará encarregada em sacudir a formação bruta de capital fixo, um setor que andou de lado no governo Bolsonaro.É para isso que a petrolífera guardará uma parcela maior dos dividendos, como já deixou escapar o presidente da estatal Jean Paul Prates. O que Lula deseja não é necessariamente o que acontecerá, principalmente porque o carnaval de resultados obtidos por Bolsonaro no seu último ano de governo foi às custas do comprometimento desse primeiro ano da gestão do petista. Pode não ter conseguido de todo. Mas, que atrapalhou um bocado, atrapalhou.

#Jair Bolsonaro #Lula #PIB

Economia

André Esteves entra de “penetra” na reforma tributária

2/03/2023
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Entre os ministros, governadores, dirigentes empresariais e acadêmicos que participarão de um megaevento amanhã, no Rio de Janeiro, para discutir a reforma tributária, o nome de um expositor em especial gerou estranheza: o do chairman do BTG, André Esteves, que, pela programação, falará depois do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Não consta qual a contribuição que Esteves poderá dar a esse debate. Tradicionalmente, o banqueiro é tido como penetra em eventos que tenham autoridades governamentais, independentemente da coloração ideológica do partido no Poder. Esteves é um pragmático. No governo Dilma Rousseff, era o “melhor amigo” de Guido Mantega. Já na gestão de Jair Bolsonaro, trocava figurinhas com o ex-sócio Paulo Guedes diuturnamente. Não faltou quem dissesse que o BTG era a casa de espetáculos de Guedes tamanho o número de vezes em que foram realizados eventos para que o ministro comparecesse e fizesse seu show.

#André Esteves #BTG #Jair Bolsonaro

Destaque

Petrobras retoma investimentos na área de fertilizantes

1/03/2023
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A Petrobras voltará a ser um instrumento do Estado para a redução do déficit de fertilizantes no Brasil. Segundo o RR apurou, a nova diretoria da estatal já estaria trabalhando em um cronograma para a reabertura de fábricas e a retomada de projetos paralisados durante o mandato de Jair Bolsonaro. De acordo com a mesma fonte, uma das primeiras medidas será o reinício das obras de construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN III) de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. Há pouco de mais um mês, a estatal suspendeu o processo de venda do complexo. O custo previsto para a conclusão da UFN III gira em torno de R$ 3 bilhões. A companhia também pretende tirar da gaveta o projeto de construção da UFN V, em Uberaba (MG). Outra iniciativa seria a reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), fechada desde 2020. Hoje, as importações de fertilizantes respondem por aproximadamente 85% do consumo total no Brasil. Estima-se que, em plena operação, as três fábricas possam reduzir esse índice em algo próximo a dez pontos percentuais. É apenas o início. Internamente, segundo informações apuradas pelo RR, Prates já sinalizou que, sob sua gestão, a Petrobras vai desenvolver outros projetos no setor.

Mais do que uma resolução corporativa, a volta da Petrobras à área de fertilizantes é uma decisão de governo. Durante a campanha, o próprio Lula criticou duramente a saída da estatal desse setor. Noves fora questões de ordem política, as circunstâncias até fundamentavam a posição da Petrobras durante o mandato de Jair Bolsonaro. Mesmo considerando o custo do frete o imposto de importação, houve um momento em que comprar fertilizante no exterior, notadamente da Rússia, era mais barato do que adquirir o insumo produzido no Brasil. A guerra contra a Ucrânia mudou essa dinâmica do mercado e reduziu o gap de oportunidade. Some-se a isso o surgimento de outras variáveis que podem tornar a retomada dos projetos em fertilizantes um bom negócio para o Brasil e para a própria Petrobras. A produção de petróleo na Margem Equatorial, nova fronteira energética no país, deverá provocar um aumento da produção interna de gás, o item mais relevante na estrutura de custos para a produção de adubo. Além disso, tratativas em curso com a Bolívia e a Argentina – neste caso envolvendo a construção do gasoduto Nestor Kirchner – também podem aumentar a oferta do combustível a preços mais vantajosos. De quebra, há ainda um ganho político para Lula: a retomada dos investimentos da Petrobras no setor dá ao presidente uma valiosa moeda de troca com governadores. 

#Jair Bolsonaro #Petrobras #UFN III

Política

CGU tem uma flecha apontada para Bolsonaro e aliados

15/02/2023
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A tragédia Yanomami é apenas a ponta do iceberg. Segundo o RR apurou, o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius de Carvalho, articula com o TCU a realização de uma devassa mais ampla nos gastos do governo Bolsonaro com populações indígenas em todo o país. A intenção é ir além da auditoria instaurada às pressas pelo Tribunal de Contas da União em janeiro, concentrada basicamente nos recursos destinados às aldeias Yanomami. Políticas de saúde, envio de vacinas, construção de escolas, segurança, programas de apoio a atividades econômicas de subsistência, notadamente pesca e agricultura, etc. O governo Lula quer destrinchar todas essas cifras. Com a devassa, a CGU pretende produzir provas para criminalizar a gestão Bolsonaro pela situação de vulnerabilidade dos povos indígenas. A ideia é municiar o STF. O ministro do STF Luis Roberto Barroso já determinou abertura de investigação contra Bolsonaro e autoridades da sua gestão por possível crime de genocídio contra a comunidade Yanomami, processo este que pode ser estendido a outros territórios indígenas do país.   

O alvo principal é Jair Bolsonaro. Mas há flechas apontadas também para seus colaboradores diretos. De acordo com a mesma fonte, CGU e TCU pretendem fazer uma investigação transversal, destrinchando não apenas a execução orçamentária da Funai, mas também a destinação de verbas de outros órgãos com impacto direto sobre as condições sociais nos territórios indígenas. Entram nesse rol, por exemplo, os Ministérios da Saúde, da Família e do Desenvolvimento Social e a Funasa (Fundação Nacional da Saúde). Vai sobrar até para o ex-vice-presidente da República, general Hamilton Mourão. Um dos focos da investigação será o Conselho Nacional da Amazônia Legal. Uma das atribuições do CNAL, comandado pelo general Mourão, era fiscalizar e combater ilícitos ambientais e fundiários em toda a Região, que concentra 424 Territórios Indígenas, ou o equivalente a 98% da extensão de todas essas áreas de proteção no país.  

 

#Jair Bolsonaro #Luis Roberto Barroso #STF #TCU

Política

Lula vai tatuar o 8 de janeiro na pele de Bolsonaro

13/02/2023
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O 8 de janeiro passou demais do ponto. Esta é a reflexão que vem sendo feita no bunker bolsonarista, notadamente por Eduardo Bolsonaro. Segundo o RR apurou junto a interlocutores do parlamentar, o “03” tem pregado intramuros que os ataques em Brasília tiveram um grande vencedor: Lula. E, por consequência, um grande perdedor: o próprio Jair Bolsonaro. Em uma espécie de mea culpa interna corporis, Eduardo, principal responsável por levar a “Cartilha Bannon” para dentro do clã político, tem defendido a tese que o estímulo aos protestos foi um enorme erro de cálculo. O raciocínio é que os protestos deram ao presidente da República munição de sobra para bombardear Jair Bolsonaro e colar nele a pecha de “golpista”, “conspirador” e “criminoso”. A barbárie na capital federal produziu cenas que poderão ser fartamente usadas por Lula na campanha do “terceiro turno”, “ quarto turno” etc.  

O presidente não vai deixar o 8 de janeiro e seus mentores intelectuais caírem no esquecimento. Vide o discurso na reunião com líderes de partidos da base aliada na última quarta-feira, quando, mais uma vez, o presidente voltou à data: “Hoje não tenho dúvida de que isso foi arquitetado pelo responsável maior de toda pregação do ódio, da indústria de mentiras, de notícias falsas, que aconteceu nesse país nos últimos quatro anos”.  

Na guerra de narrativas, trata-se de um enredo de difícil desconstrução por parte de Bolsonaro e de seus. Assim como Lula afugenta o eleitorado flutuante – ou seja, aqueles que não são nem “lulistas” nem “bolsonaristas” – com suas declarações raivosas contra o presidente do Banco Central ou ao recorrer à anacrônica e puída mensagem da “guerra de ricos contra pobres”, o mesmo se aplica a Bolsonaro quando seu nome é indexado a depredações, vandalismo e destruição. 

A leitura dos fatos que Eduardo Bolsonaro tem verbalizado junto aos seus é eivada de pragmatismo. A essa altura, pouco importa quem financiou, quem mandou, quem viralizou ou quem depredou: o 8 de janeiro serviu para unir ainda mais os principais adversários de Jair Bolsonaro na República, com consequências políticas e, sobretudo, jurídicas ainda insondáveis. Os atos criminosos amalgamaram a coalizão entre os Três Poderes, notadamente entre o Palácio do Planalto e o STF – ou, dando nome aos bois, entre Lula e Alexandre de Moraes. Não se sabe se Bolsonaro chispou para a Flórida porque já tinha spoilers do 8 de janeiro, mas certamente não volta de lá muito em razão do 8 de janeiro. 

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Lula

Política

DNIT ainda pertence ao governo Bolsonaro

10/02/2023
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Ainda tem muita obra para ser feita no DNIT. Mesmo após o afastamento do general Antônio Leite dos Santos Filho do comando geral do órgão e da saída de outros diretores, há um cluster bolsonarista que permanece incrustado na autarquia, dando as cartas em assuntos estratégicos. Esse protetorado vem agindo, sobretudo, com o objetivo de reestatizar concessões para atender interesses de parlamentares vinculados a Jair Bolsonaro e aliados do ex-presidente, a começar pelo próprio governador Tarcísio Freitas. O que se diz nos corredores do DNIT é que Freitas, funcionário de carreira do Departamento, mantém uma relação de chefe para subordinado com o diretor geral interino, Euclides Bandeira de Souza Neto, e com o diretor de Planejamento e Pesquisa, Luiz Guilherme Rodrigues de Mello. Ambos ascenderam ao primeiro escalão da autarquia em 2019, com Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto e Freitas no Ministério da Infraestrutura. Para se ter uma ideia da pressão que, à época, Bolsonaro e Freitas imprimiram nas escolhas, tanto Souza Neto quanto Mello foram nomeados sem passar pela sabatina no Senado. Na ocasião, por interveniência direta do então presidente do Senado, David Alcolumbre, o Congresso alterou às pressas uma MP assinada por Bolsonaro. Com isso, devolveu ao Senado a prerrogativa da sabatina obrigatória para diretores do DNIT. 

Além de nomes na primeira prateleira decisória do DNIT, o “bolsonarismo” ferve feito asfalto quente em cargos vicinais, mas com razoável poder regional – ou seja na ponta de chegada das verbas e na execução orçamentária. Segundo o RR apurou, uma das trilhas leva a Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, ainda com forte influência nas superintendências do DNIT na Bahia e no Ceará. Por sua vez, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, segue com tentáculos esticados dentro das representações do órgão no próprio estado e no Rio Grande do Sul. Na Superintendência do Rio de Janeiro, quem controla o “tráfego” é um seleto grupo de parlamentares do PSD. Já o PP, de acordo com a mesma fonte, permanece firme e forte movimentando os títeres dentro do DNIT no Piauí e no Maranhão – onde as cordas estariam nas mãos do ex-ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

O intuito principal dessa “teia bolsonarista” é aproveitar o tradicional ziguezague de início de governo para preenchimento de cargos com o objetivo de abocanhar as rodovias que hoje se encontram com pendências de ordem administrativa ou jurídica. Aumentar a carteira de estradas sob gestão do DNIT é meio caminho andado para forçar a ampliação das verbas do órgão e, consequentemente, o escoamento desse dinheiro pelas respectivas capitanias políticas. É praticamente o ovo da serpente de um novo orçamento secreto chocado às custas da reestatização de rodovias quase a fórceps.

O caso ganha ainda mais gravidade pelo fato de o DNIT ser historicamente um sugadouro de recursos públicos. Um dos maiores escândalos aconteceu com o próprio Tarcísio Freitas à frente do Ministério da Infraestrutura. Em 2020, a Polícia Federal desbaratou o que à época ela própria chamou de um “sistema institucional de desvio de recursos públicos” a partir do orçamento do DNIT. Segundo as investigações, o esquema afanou mais de R$ 500 milhões em verbas do Departamento, notadamente com fraudes em licitações.  

#Dnit #Jair Bolsonaro #Ministério da Infraestrutura

Política

Governo Lula planeja acionar Steve Bannon na Justiça

17/01/2023
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O governo brasileiro pretende processar na Justiça norte-americana o ideólogo, estrategista e guru da extrema direita, Steve Bannon. Conversações já estão sendo realizadas pela área de relações externas do governo Lula com o Departamento de Estado norte-americano. O GSI, comandado pelo general Gonçalves Dias, também participa dos entendimentos, buscando colaboração do FBI para rastreamento das comunicações de Bannon com Bolsonaro, seus filhos e bolsonaristas de proa. O estrategista estaria por trás da rede de blogs internacionais responsável pela produção maciça de fake news sobre o episódio de vandalismo em Brasília. O “noticiário” das mídias de Bannon subverte os fatos. As “informações” são de que o governo brasileiro está fazendo prisões em massa à margem da Justiça, criando campos de concentração, cerceando a liberdade de ir e vir e manipulando e censurando a imprensa.   

Bannon, como se sabe, foi condenado por desacato ao Congresso dos Estados Unidos. O “bruxo” foi uma espécie de eminência parda de Donald Trump, responsável, entre outras traquinagens, pela criação da rede trumpista na internet. No auge do governo Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente, era o responsável pelos contatos e aconselhamento estratégico com Bannon e o falecido filósofo Olavo de Carvalho. O “03” organizou, inclusive, um jantar de Bolsonaro, em Washington, com sua cúpula estratégica internacional, digamos assim, juntando Olavo e Bannon.  O evento teve, propositalmente, uma publicidade ampla.   

Steve Bannon nomina Jair Bolsonaro como líder da extrema direita mundial. Ou seja, não há nenhum “político” no mundo que tenha poder de comando ou convocação sobre 20 milhões de cidadãos, no mínimo. Um verdadeiro exército. É atribuído a ele a frase de que os atentados em Brasília somam o equivalente a dezenas de invasões do Capitólio, fichinha perto do ocorrido na capital do país. O projeto do governo brasileiro é somar esforços com o governo Biden para colocar o “bruxo de Donald Trump” no xilindró. Já vai tarde para a prisão.  

#Donald Trump #Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Lula #Steve Bannon

Política

Golpe na Fiesp

16/01/2023
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Durante a tarde, será possível saber se o golpe de Paulo Skaf – o Bolsonaro da Fiesp – e seus generais da reserva, os sindicatos amotinados, conseguirão depor o atual titular da entidade, Josué Gomes da Silva. Desde a primeira hora do seu mandato, Gomes da Silva, vem sendo ameaçado pela conspiração do pelego Paulo Skaf. O RR cobriu com detalhes a movimentação do golpista nos bastidores. Skaf apostava na reeleição do ex-presidente. Com Lula, perde muito da sua força política. Agora mesmo, segundo informou o Valor Econômico, Josué almoçará com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. Ou seja, algumas horas antes da reunião dos golpistas

#Fiesp #Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro #Paulo Skaf

Política

Aliado de Bolsonaro quer tirar o poder de Lula nas nomeações para o STF

11/01/2023
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O ex-ministro Rogério Marinho, candidato de Jair Bolsonaro à presidência do Senado, trabalha nos bastidores em busca de apoio para uma PEC polêmica e oportunista. Marinho vai propor um rodízio na indicação de ministros para o STJ e o STF: o Congresso se alternaria com a Presidência da República na nomeação de integrantes das duas Cortes, seguindo o que ocorre, por exemplo, no TCU. A curto prazo, a PEC de Marinho teria como objetivo ceifar uma das duas indicações para o Supremo que Lula terá o direito de fazer em seu mandato, com as aposentadorias de Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, previstas para este ano.  

#Jair Bolsonaro #Rogério Marinho #TCU

Política

Ministério da Justiça cogita prisão de Bolsonaro nos Estados Unidos

10/01/2023
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Há quem pense no entorno de Flávio Dino em prender Jair Bolsonaro ainda que em solo norte-americano. Para isso, seria necessário criminalizá-lo e fazer um acordo com o governo de Joe Biden. Os interlocutores do ministro da Justiça consideram que, sem uma ação enérgica sobre Bolsonaro, o Brasil vai acabar tendo de conviver com o terrorismo. Mas também há quem considere a medida perigosa, pois o encarceramento do ex-presidente, hoje provavelmente o representante máximo da extrema direita no mundo, poderia levar a uma reação explosiva dos seus grupos de apoio. Não custa lembrar que Bolsonaro teve quase metade dos votos no segundo turno e, desde 2018, concentra um grupo fixo de legionários que corresponde a aproximadamente um terço do eleitorado. O problema maior é o grau de radicalidade desses apoiadores. Tem gente que está disposta a ou matar ou morrer. De qualquer forma, é preciso encarar a questão Jair Bolsonaro. Sua liderança aberta e descarada sobre um exército de vândalos é uma afronta ao Estado brasileiro. Se nada for feito, o país caminha para a barbárie. Resta ver como se comportam as Forças Armadas do país: se são profissionais ou “bolsonaristas”. Por enquanto, não há resposta, mas só um enigma.

#Flavio Dino #Jair Bolsonaro

Política

Há horas em que silêncio das Forças Armadas não faz bem ao Brasil

9/01/2023
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Depois da exoneração dos três comandantes militares por discordarem da linha golpista que o então presidente da República vinha impondo às Forças Armadas. Depois da enxurrada de tuítes sempre ameaçadores do até mais respeitado oficial do Exército, general Villas Bôas. Depois dos vários comunicados do Ministério da Defesa, liderado pelo general Braga Netto, solitariamente ou compartilhados com os três comandantes das Forças Armadas, ameaçando a independência dos Poderes.  Depois do episódio inaceitável de acobertamento de ativistas guerrilheiros em acampamentos nas áreas controladas pelo Exército Brasileiro, que simplesmente se recusa a permitir o ingresso das Forças Civis de dissuassão. É mais que chegada a hora dos novos comandantes dos estamentos militares se pronunciarem firmemente em prol da democracia, garantindo o fim da baderna que se tornou Brasília. Há quem diga que uma das principais funções das Forças Armadas é ficar calada. De acordo. O silêncio é uma garantia de que não ocorrerá nenhuma insinuação a uma intervenção militar, ainda que tacitamente, na política e no cumprimento da Constituição. Mas quem sabe faz a hora.
No momento é necessário o pronunciamento dos oficiais generais até porque há envolvimento direto dos militares com o apoio aos terroristas assentados em área sob seu controle. O comunicado deveria garantir o apoio às Forças de Segurança contra as tentativas golpistas de criar um ambiente favorável a um estado de sítio. É hora do ministro da Defesa, José Mucio Monteiro; do comandante do Exército, general Julio César Arruda;  do comandante da Marinha, almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen; e do comandante da Aeronáutica, tenente brigadeiro Kanitz Damasceno, demonstrarem seu apoio incondicional ao comandante em chefe, Luiz Inácio Lula da Silva, e a firme disposição de dar suporte a qualquer iniciativa para acabar com o vandalismo que assola Brasília, com a omissão, inclusive, das Forças de Segurança, papelão institucional que não pode ser aceito em nenhuma circunstância. Acabou a era da interferência do Jair Bolsonaro junto ao “seu Exército”. É preciso que isso se torne explícito. O Comandante em chefe é o Lula, e ponto final.

#Exército #Forças Armadas #Jair Bolsonaro #Lula

Infraestrutura

Ponte inacabada pesa sobre o caixa de Itaipu

2/01/2023
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Mais uma obra inacabada do governo Bolsonaro vai cair no colo da gestão Lula. A equipe de transição da área de infraestrutura já calcula que Itaipu Binacional terá de arcar com um custo adicional da ordem de R$ 100 milhões para concluir a construção da ponte de integração Brasil-Paraguai, projeto conduzido pela estatal. O novo cronograma prevê o fim das obras apenas para 2025. O aumento dos custos e o atraso na construção fizeram com que a atual direção de Itaipu desistisse de inaugurar a ponte ainda neste ano, conforme estava previsto. “Inaugurar”, ressalte-se, é mera força de expressão. A rigor, seria uma cerimônia cenográfica para Jair Bolsonaro posar como responsável pelo empreendimento.  

#Itaipu Binacional #Jair Bolsonaro #Lula

Política

O teatro continua: Bolsonaro deve se encontrar com Steve Bannon nos EUA

30/12/2022
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Eduardo Bolsonaro quer aproveitar a viagem de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos para articular um encontro do pai com Steve Bannon nos próximos dias. Nada muito diferente do script seguido pelo clã Bolsonaro ao longo dos últimos quatro anos. Na cenografia bolsonarista, a visita de Bannon serviria para alimentar fantasias golpistas dos apoiadores mais radicais do futuro ex-presidente. Há cerca de duas semanas, o estrategista do ex-presidente Donald Trump deu declarações incentivando Bolsonaro a decretar intervenção militar e impedir a posse de Lula.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Steve Bannon

O sargento de Jair Bolsonaro

30/12/2022
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O ex-sargento da PM do Rio, Max Guilherme de Moura, lotado no Palácio do Planalto, termina o governo como um dos auxiliares mais próximos de Jair Bolsonaro. Desde a derrota no segundo turno, Moura é um dos raros integrantes do staff palaciano que foi recebido por Bolsonaro em seu gabinete quase todos os dias. O ex-PM é nome certo na equipe de assessores a que o presidente terá direito ao deixar o governo. Moura cumpre ainda um papel importante: segundo o RR apurou, é um dos principais interlocutores entre o clã Bolsonaro e praças da PM do Rio. 

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Saúde

Brasil volta a ter uma relação saudável com organismos multilaterais

28/12/2022
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A turbulenta relação do Brasil com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), marca do governo Bolsonaro durante a pandemia, é página virada. O epidemiologista brasileiro Jarbas Barbosa, que assumirá o comando da OPAS em fevereiro, já acenou à futura ministra da Saúde, Nísia Trindade, sobre parcerias específicas para o combate de endemias no Brasil. O foco principal são a dengue e a febre amarela. 

#Jair Bolsonaro #Organização Pan-Americana de Saúde

Destaque

Há estranhas digitais na carteira de identidade nacional

26/12/2022
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O governo Bolsonaro tem causado estranheza entre as Secretarias Estaduais de Segurança pela forma como vem conduzindo o processo de implantação da nova carteira de identidade nacional. Há várias pontas soltas e mal explicadas no projeto, pilotado dentro do próprio Palácio do Planalto, mais precisamente pela Câmara Executiva Federal de Identificação do Cidadão (Cefic) – a Cefic responde diretamente à Secretaria Especial de Modernização do Estado, comandada pelo coronel da reserva Eduardo Gomes da Silva, por sua vez vinculada à Secretaria Geral da Presidência da República. Um dos fatos que mais têm chamado a atenção é a repentina pressa do governo em aprovar, ainda neste ano, os requisitos de segurança para a produção do documento, estabelecidos pela Cefic. Ao apagar das luzes do mandato de Jair Bolsonaro, há um súbito esforço para se fazer em menos de uma semana o que não foi feito em dez meses. O referido intervalo remete a fevereiro, quando da publicação do Decreto nº 10.977/2022, que lançou o modelo da carteira de identidade. Some-se a isso a reduzida transparência com o que o assunto vem sendo tratado. Segundo o RR apurou, o governo não tem dado o devido espaço às Secretarias Estaduais de Segurança – na maior parte dos estados, responsáveis pela emissão das carteiras de identidade – na discussão das novas normas. Tampouco teria compartilhado com o Comitê de Transição da gestão Lula os estudos feitos pelo governo. Consultada pelo RR, a Cefic garantiu que “todos os órgãos de identificação têm participado ativamente de todas as discussões, inclusive da construção normativa” e “possuem representante nos trabalhos da Cefic”. Está feito o registro. No entanto, de acordo com a apuração do RR, essas “discussões” têm se dado pontualmente e apenas de maneira informal em dois grupos de WhatsApp, um com 30 e outro com 51 participantes.  

Há outros pontos sinuosos nessa história, notadamente em relação às normas técnicas para a elaboração da carteira, que acabam servindo de pré-requisito para a contratação das empresas responsáveis pela produção do documento. Recentemente, a Cefic circulou entre órgãos estaduais de identificação a minuta de uma resolução estabelecendo critérios para a confecção do material. O RR teve acesso ao texto e confirmou o seu teor com fonte de uma das Secretarias Estaduais de Segurança. Um dos itens que causou mais burburinho foi o Artigo 3º: “Considerando que o Decreto 10.977/22 é único para as três modalidades do documento, o serviço de confecção da impressão de segurança nos espelhos (estoques bases) das cédulas em papel de segurança e cartão em policarbonato de segurança deverá ser executado obrigatoriamente, nas dependências de uma única unidade fabril localizada em território nacional, não podendo serem produzidas separadamente por empresas reunidas em consórcio e não permitindo subcontratação, visando a segurança das Cédulas de Identificação. Para a identidade em Formato Digital, quando contratado pelos Órgãos de Identificação, o desenvolvimento da solução deverá ser executado obrigatoriamente nas dependências, localizada em território nacional, da empresa credenciada.”   

Ainda que apenas um esboço, a norma em questão gerou perplexidade entre os órgãos estaduais de identificação. Em primeiro lugar, a proibição de consórcios e de subcontratações vai na contramão dos padrões mais elementares das licitações públicas. A formação de pools é uma maneira de aumentar a competividade e de fragmentar o contrato entre vários prestadores de serviço, sem privilegiar uma ou duas empresas. Se vier a ser aprovada pelo governo, a resolução vai concentrar todas as etapas de produção e, consequentemente, o valor de todos os contratos estaduais nas mãos de poucas companhias, no máximo duas. A norma alijaria uma série de companhias que fornecem soluções específicas para a confecção de documentos de identidade, a começar pela própria Casa da Moeda, empresa pública responsável pela produção das cédulas de dinheiro, de passaportes e também de identidades. Com a resolução, a própria estatal ficaria de fora do game, o que desde já causa espanto. 

Perguntada especificamente sobre a minuta, a Cefic informou que “já elaborou nove resoluções” e confirmou que “outras resoluções foram propostas pelos órgãos de identificação e estão sendo debatidas, no devido processo administrativo”. A Câmara disse ainda que “não estabelece ou veda os requisitos de contratação de serviço. Os entes federados, por meio dos órgãos de identificação, que decidem seus processos de contratação.” De fato, de maneira direta a Cefic não tem poderes para determinar que empresa os respectivos estados vão contratar. No entanto, o estabelecimento de determinadas normas de segurança para a nova carteira cria restrições que podem inviabilizar a participação de boa parte das empresas do setor.  

Ainda em relação à minuta que circula entre os estados, outra proposta inusitada chama a atenção: a possível obrigatoriedade de que todo o processo seja executado em uma mesma unidade fabril. Os próprios órgãos estaduais de identificação já constataram que, a rigor, apenas duas companhias atenderiam ao requisito: a Valid e a Thomas Greg do Brasil. Entre todas as empresas gráficas e/ou de tecnologia que atuam no segmento de documentos de identificação, são as únicas que concentram previamente todas as etapas de produção em um mesmo complexo industrial. Sobre esse ponto, a Cefic disse ao RR que “existem atualmente diversas normas sendo debatidas. Os órgãos de identificação solicitaram e propuseram uma minuta à Cefic sobre credenciamento de gráficas. Nesse espectro, os órgãos de identificação propuseram que essas gráficas fabricassem os insumos no mesmo local. Isso é um requisito de segurança, praticado em outras áreas do Brasil, e ainda sendo debatido”. Na conversa com o RR, a Cefic garantiu que “em termos de capacidade para produção do documento, conforme Decreto 10.977/22, atualmente existem três gráficas com capacidade de produção. Aparentemente, existe o conhecimento de mais uma gráfica, ainda a ser verificado, que também possui a capacidade, em um total de quatro gráficas”. 

Há outras especificidades de ordem técnica que ameaçam restringir ainda mais a concorrência, como o material a ser usado na confecção das carteiras. O policarbonato é um insumo caro, que os estados não querem e não podem bancar. Nem mesmo as emissoras de cartões de crédito utilizam a matéria prima. A minuta de resolução da Cefic propõe ainda uma intrincada e peculiar combinação de certificados que também não é adotada pelos estados, tais como “ISO 9.001 e 27.0001 relacionados à emissão de documentos de identificação; Certificado ISO 14.298 relacionado à requisitos para um sistema de gestão e impressão de segurança para gráficas; e Certificado de conformidade com as normas ABNT NBR 15.540 para fabricação e emissão de documentos de segurança e de identificação”. Segundo o RR apurou, somente a Valid e a Thomas Greg apresentam todas essas certificações. 

Entre os institutos estaduais de identificação e empresas do setor, essa sucessão de coincidências tem alimentado as mais diversas ilações. Há um tiroteio de inferências cruzadas: desde que as regras teriam sido elaboradas on demand até mesmo que players privados poderiam ter colaborado na formulação das normas. A Cefic rebate as suspeições e afirma que “não consultou empresas na elaboração do modelo da Carteira, positivado pelo Decreto 10.977/22.”. Ainda de acordo com a Câmara, “a formulação das regras que incidem sobre os requisitos de segurança, i.e., na produção da carteira, todas as gráficas no Brasil foram consultadas, ou diretamente ou por meio de representantes designados, e participam ativamente dos debates técnicos – inclusive com grupos de trabalhos específicos.” O RR fez também seguidos contatos com a Valid e a Thomas Greg, por meio de sua assessoria de imprensa e/ou área de marketing, mas ambas não se manifestaram até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para o pronunciamento das duas empresas. 

#Casa da Moeda #Cefic #Jair Bolsonaro #Lula

Internacional

Novo embaixador chileno finalmente terá seu agrément

21/12/2022
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O futuro chanceler Mauro Vieira fez chegar à ministra de Relações Exteriores do Chile, Antonia Urrejola, que, já nos primeiros dias de governo, o presidente Lula vai conceder o agrément a Sebastián Depolo, indicado para assumir a Embaixada chilena no Brasil. Depolo foi colocado na geladeira por Jair Bolsonaro. O pedido de autorização para a sua posse está mofando sobre a mesa do presidente há mais de quatro meses. É o troco de Bolsonaro a críticas feitas por Depolo ao seu governo nas redes sociais.

#Chile #Jair Bolsonaro #Mauro Vieira

Política

Bolsonaro vai dar ao menos “Feliz Natal”?

21/12/2022
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Até ontem não havia no Palácio do Planalto qualquer definição se Jair Bolsonaro vai ou não fazer o tradicional pronunciamento de Natal do Presidente da República à Nação. O tema virou uma espécie de “segunda faixa presidencial”: Bolsonaro silenciou e não dá pistas a assessores do que fará.  

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Política

Bolsonaro deixa um alçapão no caminho de Lula

20/12/2022
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A decisão do governo Bolsonaro de encerrar os trabalhos da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) foi interpretada por assessores de Lula para a área militar como uma armadilha. Se deixar tudo como está, o futuro presidente será pressionado por entidades de direitos humanos e mesmo pela comunidade internacional a revogar a medida; se recriar a Comissão, Lula muito provavelmente vai criar mais uma área de indisposição com os militares.

#Jair Bolsonaro #Lula

Justiça

Escolha do novo ministro do TST fica para o governo Lula

16/12/2022
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Da parte da OAB não há pressa alguma para votar a lista sêxtupla de onde sairá o nome do futuro ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A calculada lentidão empurrará para o governo Lula a escolha do substituto de Emmanoel Pereira na Corte. A sucessão do ministro ganha ainda mais importância devido à já manifesta intenção do presidente eleito de rever pontos da reforma trabalhista. A indicação de um nome mais alinhado ao futuro governo serviria também como um balanceamento diante da recente nomeação da juíza trabalhista Liana Chaib para o TST. Tida como uma jurista mais simpática ao presidente Jair Bolsonaro, Liana teve o apoio do ministro do STF, Kassio Nunes, o mais “bolsonarista” dos integrantes da Suprema Corte.  

#Jair Bolsonaro #Lula #OAB #TST

Política

Futuro governo monta plano para retomar obras paradas

14/12/2022
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A promessa de Lula de que vai fazer do regate das obras paradas uma usina de empregos está entre as prioridades do grupo de transição da economia. O presidente Jair Bolsonaro deixou um cemitério de 14 mil obras paradas. O cálculo é que um montante de R$ 14 bilhões seria suficiente para colocar uma parcela expressiva em andamento, gerando dezenas de milhares de empregos.  O comitê de transição trabalha com um orçamento para investimentos em infraestrutura da ordem de R$ 50 bilhões, sendo que R$ 24 bilhões sairão de receitas extraordinárias fora do teto. O restante virá do orçamento, que ganhou um espaço de mais de R$ 70 bilhões com a retirada das despesas sociais, prevista na PEC da Transição. Não estão nessa conta os recursos que Lula pretende trazer do exterior sob forma de fundos dirigidos que gerarão investimentos, a exemplo do meio ambiente.  

A despeito de investimentos que virão para o greenfield, pode-se afirmar, portanto, que a recuperação das obras paradas será a grande frente de empregos de Lula. O desafio é como atrelá-la ao Bolsa Família, criando uma ponte para que os beneficiários do assistencialismo migrem para o mercado de trabalho e se tornem cidadãos na plenitude do termo.

#Bolsa Família #Jair Bolsonaro #Lula

Política

TCU é território hostil para Jair Bolsonaro

13/12/2022
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Até o início da noite de ontem, o Palácio do Planalto não sinalizou ao TCU se Jair Bolsonaro comparecerá na posse de Bruno Dantas na presidência da Corte, marcada para amanhã, às 9h. No gabinete de Dantas, a presença de Bolsonaro é considerada pouco provável. Primeiro porque Lula e Geraldo Alckmin já confirmaram presença. Além disso, Dantas tem o apoio político de Renan Calheiros, desafeto de Bolsonaro. Como se não bastasse, dentro do TCU Dantas é um dos principais defensores dos processos que investigam possíveis irregularidades no pagamento do Auxílio Brasil.

#Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro #Lula #Renan Calheiros #TCU

Política

Jair Bolsonaro não foi presenteado pelo mundo

12/12/2022
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Um indicador curioso de que Jair Bolsonaro virou as costas para o mundo tanto quanto o mundo virou as costas para Jair Bolsonaro. Segundo levantamento já feito pela Presidência da República, Bolsonaro terá direito a levar 42 itens catalogados como presentes de caráter pessoal, recebidos de chefes de estado e autoridades estrangeiras. São oito objetos oriundos de países da América, quatro da Europa, dois da África e 29 da Ásia. Na conta, ressalte-se, não entram itens classificados como de interesse público, que costumam permanecer no acervo da Presidência. Nesse quesito, a diferença do presidente que sai para o presidente que volta é abissal. Em oito anos de governo, estima-se que Lula tenha recebido cerca de 1,4 mil objetos de chefes de estado classificados como de cunho pessoal.  

#Ásia #Jair Bolsonaro #Lula

Política

Fundo do Centro-Oeste vai ter R$ 9,5 bilhões para investir em 2023

12/12/2022
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O Conselho Deliberativo do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) vai se reunir na próxima semana para deliberar sobre o orçamento de 2023. Segundo uma fonte do colegiado, o comitê vai aprovar o montante da ordem de R$ 9,5 bilhões. Será o último encontro durante o governo Bolsonaro. Dentro do próprio Conselho, a expectativa é de mudanças no perfil da carteira com a chegada de Lula à Presidência, com um foco maior, por exemplo, na agricultura familiar. Durante a campanha, o petista sinalizou a possibilidade de criar fundos dentro dos fundos constitucionais (Fundo de Financiamento do Centro-Oeste – FCO; Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – FNE; Ficha de Cadastro Nacional de Empresas – FCN) para financiar especificamente cooperativas agrícolas. 

#FCO #Jair Bolsonaro #Lula

Política

DNIT empurra contencioso com empreiteiras para o governo Lula

9/12/2022
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O governo Bolsonaro jogou (mais) uma batata quente no colo do próximo governo. Segundo o RR apurou, o DNIT praticamente suspendeu as tratativas que vinham sendo mantidas com a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e a Aneor (Associação das Empresas de Obras Rodoviárias). Por meio das duas entidades, empreiteiras que prestam serviço em rodovias operadas pela estatal reivindicam o reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos. Alegam que a inflação fez disparar os preços de insumos como aço e concreto. Enquanto o novo governo não chega, as construtoras apertam o cerco na Justiça: há uma série de pedidos de liminares contra o DNIT, exigindo o reequilíbrio dos contratos. Procurado, o Departamento foi protocolar: disse que “está sempre aberto ao debate técnico de assuntos relativos à atividade de infraestrutura” e que “as empresas contratadas pela Autarquia têm direito à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro de todos os seus contratos, conforme indicado na Lei nº 8666/1993”. Especificamente sobre o pleito da CBIC e da Aneor, nenhuma palavra.

#Aneor #CBIC #Jair Bolsonaro

Política

TCU enxerga outros riscos nas contas do governo Bolsonaro

6/12/2022
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Além da suspeição de uso eleitoral do Auxílio Brasil, há outras armadilhas contra Jair Bolsonaro armadas no TCU. Segundo uma fonte da Corte, o tribunal já identificou 29 pontos de “alto risco” nos chamados programas finalísticos, guarda-chuva sob o qual entram 66 ações e benefícios, desde o Educação Básica de Qualidade ao próprio Auxílio Brasil. De acordo com a mesma fonte, análises prévias do TCU apontam que cerca de um quarto desses programas têm indícios de descontrole contábil ou, na melhor das hipóteses, problemas de qualidade na gestão. 

#Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro #TCU

Política

Lula e Bolsonaro “disputam” espaço na bancada ruralista

5/12/2022
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Neri Geller, cotado para assumir o Ministério da Agricultura, está no centro de uma disputa de poder no Instituto Pensar Agropecuária (IPA). Geller articula o lançamento de uma candidatura “lulista” à presidência do IPA. O nome mais cotado é o de Marcio Portocarrero, que comandou a secretária de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul no governo de Zeca do PT e atualmente ocupa o cargo de diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). O adversário a ser vencido o ex-deputado Nilson Leitão, atual presidente do IPA. Na semana passada, Leitão, fez uma jogada de mestre no tabuleiro da sucessão. Conseguiu aprovar uma mudança no estatuto do Instituto, abrindo caminho para concorrer a mais um mandato. Sua eventual continuidade no cargo será uma vitória, ainda que indireta, de Jair Bolsonaro. E uma derrota de Geller, um dos principais assessores de Lula no agronegócio. 

#Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura #Neri Geller #PT

Justiça

Uma jurista negra para o lugar de Lewandowski?

1/12/2022
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No entorno de Lula, há quem defenda que ele indique uma jurista negra para a vaga de Ricardo Lewandowski, que se aposentará no STF em maio. Um dos nomes cogitados é o da advogada baiana Vera Araújo.  A jurista tem uma longa trajetória vinculada à área de direitos humanos. Entre outros postos, ocupou a Secretaria Adjunta de Igualdade Racial do Distrito Federal e foi diretora executiva da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap). Em maio deste ano, figurou na lista tríplice de candidatos a ministro-substituto do TSE formulada pelo Supremo Tribunal Federal. No entanto, acabou preterida pelo presidente Jair Bolsonaro. Em tempo: cabe lembrar que Joaquim Barbosa, indicado para o STF pelo então presidente Lula, foi o primeiro negro a presidir a Suprema Corte brasileira.

#Jair Bolsonaro #Lula #Ricardo Lewandowski

Política

Governo Bolsonaro preenche cargos como se não houvesse 2023

29/11/2022
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A corrida do governo Bolsonaro para ocupar cargos públicos na reta final do mandato produziu mais um rumoroso episódio, desta vez no Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI). A indicação do tecnólogo Antonio Carlos Lobo Soares para a direção do Museu Paraense Emilio Goeldi, mais antiga instituição científica da Amazônia, está causando um disse-me-disse dentro da Pasta. No Ministério, corre a informação de que a nomeação de Lobo Soares teria se dado por interveniência do ministro Paulo Alvim, atropelando, assim, ritos internos para a seleção do novo diretor. Há relatos ainda de que o Comitê de Busca montado pelo Ministério para conduzir o processo teria sofrido pressões para acelerar os trâmites e bater o martelo antes do segundo turno das eleições. Em contato com o RR, o Ministério da Ciência e Tecnologia garantiu que os critérios do “Comitê de Busca foram definidos por membros do Comitê sem qualquer interferência do MCTI”. Está feito o devido registro. 

O fato é que o episódio não só tem provocado burburinhos no Ministério da Ciência e Tecnologia como acendeu um sinal de alerta no corpo técnico da Pasta. Ao apagar das luzes do governo Bolsonaro, há o receio de que a sanha aparelhista se estenda a outros órgãos. Neste momento, há cadeiras vagas na diretoria de outras duas unidades vinculadas à Pasta – o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia.  

#Jair Bolsonaro #Ministério de Ciência e Tecnologia

Infraestrutura

Um dos últimos legados do governo Bolsonaro

29/11/2022
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O Ministério de Minas e Energia informou ao Palácio do Planalto que a nova ponte entre o Brasil e o Paraguai deverá ser inaugurada em dezembro. Os R$ 420 milhões para a obra saíram dos cofres de Itaipu Binacional. Os 5% que faltam para conclusão da via são os acessos e trevos em terra, o que não impede a inauguração oficial. Por quem, não se sabe. O projeto sempre foi tratado como prioridade por Jair Bolsonaro, dada a boa relação com o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez – um dos raros chefes de governo da América do Sul mais próximos a Bolsonaro. Só que agora, contando os dias para deixar o Palácio do Planalto, é pouco provável que o presidente queira saber de cortar fita de ponte.

#Jair Bolsonaro #Ministério de Minas e Energia #Palácio do Planalto #Paraguai

Economia

A herança maldita na economia

28/11/2022
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Espera-se de Lula um choque de sorriso na Nação, que suportou  quase quatro anos a carranca do presidente Jair Bolsonaro. Mas o Brasil que aguarda o petista não é nada risonho. Em 2023, o PIB poderá “crescer” 0% ou até ser negativo, dependendo da economia global, do que vai ser feito das contas fiscais e da política monetária – o Boletim Focus projeta, com otimismo, um PIB de 0,7%. A Selic, que se encontra em 13,75% pode bater em 15%, conforme se comenta no mercado. O próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, usando a linguagem cifrada do mercado, sinaliza que os 15% podem, sim, estar no radar.  

A Selic está sendo arrastada para cima por uma carestia resiliente, cuja projeção para o IPCA está hoje em 5,01%, que dependendo da lassidão fiscal e da cada vez mais provável tempestade da economia global, ameaçar chegar a 7%, em 2023. A meta de inflação ficaria a ver navios e o BC teria de derrubar a atividade econômica, com o risco de uma recessão no primeiro ano do novo governo. O desemprego, que vai fechar o ano em pouco mais de 8%, terá no barato, em 2023, um aumento para 9%, e namora um índice de 11%. Ou seja: os indicadores macroeconômicos do último ano da gestão Bolsonaro serão certamente melhores do que os dos primeiros 12 meses do governo Lula. A herança da economia já é maldita. Não precisam os próceres do PT piorar as expectativas com suas declarações fora de hora e destituídas de conhecimento do assunto.

#Jair Bolsonaro #Lula #Selic

Política

O embate final entre a ciência e Bolsonaro

28/11/2022
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Jair Bolsonaro vai terminar seu governo como começou, às turras com a comunidade científica. O RR apurou que algumas das mais prestigiosas entidades da área – como a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e a Academia Brasileira de Ciências – articulam o lançamento de um manifesto conjunto contra a gestão Bolsonaro. O estopim é a Portaria 10.136, do Ministério da Economia, publicada no último dia 18 de novembro. O governo retirou o crédito suplementar do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, transferindo recursos para bancar a Operação Carro-Pipa no Nordeste. Nada contra comprar água para o povo nordestino. Muito pelo contrário. Mas a comunidade científica passou quatro anos tendo o orçamento para o setor seguidamente desidratado.  

#Academia Brasileira de Ciências #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #SBPC

Justiça

Barroso tem segurança reforçada em Salvador

25/11/2022
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O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia reforçou o esquema de segurança por conta da presença do ministro Luis Roberto Barroso, que, em instantes, fará uma palestra na sede da instituição, em Salvador – durante o seminário “I Fórum de Cidadania Política – pensando o futuro da democracia no Brasil”. O TER-BA destacou quatro agentes para se juntar à escolta que costuma acompanhar ministros do STF. Ontem, durante o dia, a área de segurança e inteligência do Supremo captou nas redes sociais mensagens trocadas em grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro com convocações para protestos em frete ao TER-BA. Os ataques desferidos contra Barroso cresceram depois que ele mandou o já célebre “Perdeu, mané! Não amola” a seguidores de Bolsonaro que lhe azucrinavam em Nova York. 

#Jair Bolsonaro #Luis Roberto Barroso #Tribunal Regional Eleitoral da Bahia

Política

Governo Bolsonaro quer desbloquear rodovias… bolivianas

25/11/2022
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O governo Bolsonaro está empenhado em acabar com os bloqueios nas estradas. Só que na Bolívia. O Itamaraty abriu conversas com autoridades bolivianas na tentativa de destravar o fluxo de caminhões nas rodovias que interligam os dois países. Representantes do Ministério da Infraestrutura também participam das discussões. Entre os principais atingidos estão pesos-pesados da área logística, como a Fedex TNT, que tem uma atuação expressiva na região. Outra empresa afetada é a Agesa, um condomínio de transportadoras que opera o maior porto seco e principal estrutura de despacho aduaneiro do Centro-Oeste. O ponto alfandegário movimenta por dia cerca de R$ 45 milhões.  

Estima-se que o prejuízo para transportadores de carga brasileiros já tenha superado a marca de R$ 1 bilhão. As paralisações em algumas das principais rotas – como Corumbá-Puerto Quijarro – se arrastam desde outubro em razão de protestos contra o governo do presidente Luiz Arce. Na semana passada, os líderes da mobilização, notadamente o Comitê Cívico Arroyo Concepción, permitiram a passagem de caminhões e carretas por apenas dois dias – depois de 27 dias consecutivos de bloqueio.  

#Jair Bolsonaro #Ministério da Infraestrutura

Política

Janja pode ter um duplo papel na posse de Lula

25/11/2022
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A colunista Malu Gaspar, de O Globo, trouxe uma das possibilidades de quem poderia substituir Jair Bolsonaro na passagem da faixa presidencial a Lula: um grupo de pessoas que representaria a diversidade do povo brasileiro, ou seja, um indígena, um negro, uma mulher, um trabalhador urbano e outro rural, além de um estudante. Pode ser que role. Mas há um detalhe nessa hipótese que cala fundo no coração de Lula. Trata-se da sugestão de Gleisi Hoffmann de que a mulher do grupo seja a primeira dama Janja. Gleisi é amicíssima de Janja.  

Lula quer emponderar a esposa o máximo possível. A participação de Janja no governo e em eventos simbólicos seria a forma de demonstrar respeito, reconhecimento e admiração pelas mulheres. Afinal, elas foram suas principais eleitoras. Em tempo: Janja já está incumbida da organização de toda a cerimônia de posse. O que dizer?  Amor, distinção do papel da mulher e empoderamento da companheira do lar são boas mensagens para o início de mandato. Bem melhor do que a simbologia da passagem da faixa por um carrancudo e raivoso Jair Bolsonaro

#Gleisi Hoffmann #Jair Bolsonaro #Janja #Lula

Economia

Receitas extraorçamentárias devem irrigar investimentos

24/11/2022
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O RR cansou de defender que as receitas extraorçamentárias não fossem integralmente transferidas para o pagamento da dívida interna bruta – ou dívida interna líquida conforme parece ser, corretamente, o critério preferido pelo futuro do governo. Uma parcela maior ou menor desses valores, a discutir, seria alocada como receita variável para os investimentos. Nos primeiros governos do PT e nas gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro, esse expediente não foi utilizado. O investimento em ambos os mandatos foi descendo ladeira abaixo, até alcançar o ridículo percentual de menos de 2% dos gastos discricionários. Ora, o orçamento tem de ser cumprido, mas é possível buscar recursos extraordinários em outras fontes e alocar na infraestrutura, ciência e tecnologia e no complexo industrial de saúde, entre outros setores carentes e prioritários.  

O comitê de transição do PT incorporou a medida em seu cardápio fiscal. Será um expediente “fura teto”. Como o futuro governo não tem maior apreço pelas privatizações, a iniciativa nasce menos ambiciosa. Das desestatizações viria parcela expressiva dos recursos para os investimentos, no novo modelo de “extrafiscalidade”. Mas o governo tem um caminhão de concessões já contratadas e muitas a realizar, além de uma manifesta disposição de mexer nos mais de R$ 340 bilhões em incentivos fiscais, parte deles torrados em iniciativas que mais servem para o aumento da concentração de renda no país do que qualquer outra coisa. É correto separar dinheiro novo imprevisto de um orçamento fechado e que deve e tem de ser cumprido tanto para abater, em parte, a dívida pública quanto servir ao interesse nacional. É preciso reparar insuficiências graves que atravancam o desenvolvimento do país. 

#Jair Bolsonaro #Michel Temer #PT

Meio ambiente

Sapos e tartarugas se salvam do governo Bolsonaro

24/11/2022
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No seu crepúsculo, um raro aceno pró-meio ambiente do governo Bolsonaro. O Brasil deverá formalizar amanhã sua adesão a um acordo global para a proibição do comércio de diferentes espécies sob risco de extinção, entre os quais os sapos-de-vidro e rãs-de-vidro. O pacto será um dos legados da Cúpula das Espécies Ameaçadas, que está sendo realizada no Panamá. A lista completa das espécies protegidas pelo acordo deverá ser fechada hoje até o fim do dia. A delegação brasileira quer incluir também a tartaruga de água doce.

#Jair Bolsonaro #Panamá

Destaque

PT prepara inventário das heranças “malditas” de Bolsonaro

22/11/2022
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A equipe de transição recebeu uma nova missão. O PT pretende elaborar uma espécie de inventário do governo Bolsonaro, leia-se um relatório detalhando heranças “malditas” que serão deixadas para a próxima gestão nas mais diversas áreas. Além de um gesto político, assessores de Lula enxergam uma serventia nesse “anti-balanço”. Seu conteúdo seria usado para justificar medidas que eventualmente venham a ser tomadas já no início do mandato. Segundo as informações apuradas pelo RR, a iniciativa vai respingar até mesmo em Tarcísio Freitas, que, à frente do Ministério da Infraestrutura, deixou o maior legado da gestão Bolsonaro: investimentos contratados da ordem de R$ 925 bilhões em dez anos. Para efeito de comparação, Freitas valeu por um PAC inteiro – leia-se o Programa de Aceleração do Crescimento, de Dilma Rousseff, que prometia R$ 1 trilhão em investimentos de 2015 a 2018 e não chegou nem perto desse valor. Não por acaso, Freitas tornou-se o principal garoto propaganda do governo Bolsonaro. Talvez, por isso mesmo, o interesse do PT em cavoucar os “defeitinhos” da gestão de Tarcísio Freitas, caso de contenciosos e devoluções de concessões que será empurrado para a frente: são dez grandes ativos, entre os quais os aeroportos do Galeão e de São Gonçalo do Amarante, a BR-163 e a ferrovia Malha Oeste.  

#Dilma Rousseff #Jair Bolsonaro #Ministério da Infraestrutura #PT #Tarcísio Freitas

Política

Futuro governo quer desmontar o “GSI da Petrobras”

22/11/2022
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O nome do futuro presidente da Petrobras ainda é uma incógnita, mas uma de suas primeiras missões já está desenhada. Assessores do comitê de transição na área de energia ligados à estatal – como Deyvid Barcelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) – têm alertado sobre a necessidade de o PT desmontar logo na partida o aparelho de Inteligência instalado pelo governo Bolsonaro dentro da empresa. Conforme o próprio RR já revelou, esse bunker é personificado, sobretudo, na figura de dois militares: o coronel da reserva do Exército Ricardo Silva Marques e o capitão tenente da reserva da Marinha Carlos Victor Guerra Nagem. Dentro da estatal, ambos carregam a pecha de comandarem uma espécie de “estrutura de espionagem” a serviço direto de Bolsonaro.  

Silva Marques chefia a Gerência Executiva de Inteligência e Segurança Corporativa, área que concentra os dados mais sigilosos dos funcionários da empresa. Nagem, por sua vez, bate ponto como assessor direto da presidência da companhia, com uma resiliência impressionante: já está no quarto CEO. Trata-se de um cargo de confiança. Normalmente assessores da presidência da Petrobras deixam o posto quando há uma troca de comando. Talvez a permanência de Nagem se explique pelo fato de que o seu chefe, de fato, não está na companhia, mas, sim, no Palácio do Planalto.

#Energia #Jair Bolsonaro #Petrobras #PT

Política

“Política armamentista” de Lula já está engatilhada

21/11/2022
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Os integrantes do comitê de transição da Defesa ainda não foram convidados, mas os assessores mais próximos de Lula já têm uma pauta pronta para a política da comercialização e acesso às armas. As propostas visam, ao mesmo tempo, regulamentar o setor e comprometer o clã dos Bolsonaro com as excessivas liberações, que teriam sido feitas muitas vezes para atender aos próprios interesses. Algumas das medidas seriam limitar os CACs ao número atual, impedindo a proliferação desses Clubes, que se tornaram sucursais dos filhos do presidente Bolsonaro; criar categorias específicas para o acesso de armas, tais como tiro prático, colecionador, caçador, atribuindo o controle a órgãos distintos (Polícia Federal, Ibama etc..); acabar com a importação de armas (a medida incomodaria muito os filhos do Bolsonaro); não permitir a compra de AR-15; e restringir o acesso a arma de grande calibre somente para caçadores. A “nova política armamentista”, portanto, incomodaria menos à indústria de armas do que ao Palácio do Planalto. Essa combinação pode ser considerada um padrão para diversas políticas setoriais: regulamentar novamente o que foi instituído no atual governo com ênfase nas mudanças que cortam na carne o clã Bolsonaro.

#Comitê de transição da Defesa #Jair Bolsonaro #Lula #Polícia Federal

Política

Equipe de transição empurra Tarcísio Freitas para o acostamento

21/11/2022
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O governador eleito de São Paulo, Tarcísio Ferreira, não foi contatado pelo comitê de transição do governo Lula. Tarcísio se diz pronto a dar sua colaboração pessoa, passando informações sobre sua gestão e motivação das suas prioridades. Tem dito também que não tem nada contra Lula e quer manter o melhor diálogo com o governo federal. Freitas não é bobo. Sabe que não se rasga dinheiro. O economista Gabriel Galípolo, ex-presidente do banco Fator e integrante do comitê de transição da Infraestrutura com maior proeminência, não tem demonstrado o menor entusiasmo com essa colaboração, ainda mais que ela se dê de forma pública. Os titulares de Ministério do Bolsonaro e os seus áulicos não são bem-vindos. As informações estão sendo levantadas junto aos técnicos, com ênfase aos quadros de carreira dos diversos órgão de governo. Chega de bolsonaristas.

#Jair Bolsonaro #Lula #Tarcísio Freitas

Destaque

Escolas cívico-militares estão com os dias contados

21/11/2022
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A equipe de transição do PT na área de educação já está debruçada sobre um tema sensível: o fim do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, implementado pelo governo Bolsonaro. O objetivo é suspender uma iniciativa vista pelo futuro como um projeto de doutrinação e uma interferência indevida no modelo educacional brasileiro. O programa foi a forma encontrada pelo presidente Jair Bolsonaro para ampliar o número de colégios “militares” sem a necessidade de construção de novos estabelecimentos integralmente sob a gestão do Exército. Até o momento, a iniciativa abrange 127 escolas públicas em todo o país. Ressalte-se o “até o momento”. O Ministério da Educação promete converter mais 89 escolas ao sistema até o fim do ano, um custo da ordem de R$ 1 milhão cada uma. Parece até uma vendeta premeditada.  

A disparada do número de escolas cívico-militares ao apagar das luzes da gestão Bolsonaro acabará aumentando o desgaste que o governo Lula terá de administrar com a “desmilitarização” na área de educação. O programa envolve as Forças Armadas, ainda que os oficiais participantes do projeto sejam todos da reserva. Na média, os colégios participantes do programa contam com 18 militares inativos para cada mil alunos. Eles têm atuação direta tanto na gestão escolar quanto na formulação do modelo de ensino.  

#Escolas Cívico-Militares #Exército #Jair Bolsonaro #Ministério da Educação #PT

Política

Futuro governo quer barrar novas indicações para a Anatel

21/11/2022
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O PT foi rápido no gatilho. Os articuladores políticos de Lula foram ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para barrar a nova leva de indicações do presidente Jair Bolsonaro para agências reguladoras. Na semana passada, o Palácio do Planalto apresentou o nome do jurista Alexandre Freire para o Conselho Diretor da Anatel, assim como formalizou o pedido de recondução de Miriam Wimmer para o Conselho da cada vez mais estratégica Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

No total, há mais de uma dezena de indicações de Bolsonaro para órgãos reguladores em tramitação no Senado que PT quer brecar. Um dos exemplos mais relevantes é o pedido de nomeação do contra-almirante da Marinha Wilson Pereira de Lima Filho para a diretoria da Antaq. No que depender do futuro governo, nesse caso a já anunciada “desmilitarização” de órgãos federais vai começar antes mesmo do oficial da Marinha assumir o cargo. Na mesma linha, parlamentares do PT se articulam para derrubar também a indicação de Caio Cesar Farias Leôncio para a Antaq. Neste caso específico, o tiro ricocheteia no ministro Ciro Nogueira, padrinho político de Leôncio. 

#Anatel #Jair Bolsonaro #Lula #PT #Rodrigo Pacheco

Política

Aras ganha pecha de “Oportunista Geral da República”

18/11/2022
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A manifestação do PGR Augusto Aras atestando a inconstitucionalidade do empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil foi interpretada como um gesto oportunista não somente no Palácio do Planalto, mas também na Advocacia Geral da União. O AGU Bruno Bianco, outro servil colaborador de Jair Bolsonaro, foi o principal avalista da legalidade da medida, lançada às vésperas da eleição. Na equipe de Bianco, o entendimento é que Aras se aproveitou do tema para fazer um sinal de trégua e aproximação com o futuro governo. Ao contrário do AGU, que deixa o cargo automaticamente em janeiro, Aras ainda terá nove meses de coabitação com o futuro presidente – seu mandato vai até setembro do ano que vem.

#Augusto Aras #Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #PGR

Negócios

Uma bola dividida entre Petraglia e Landim

17/11/2022
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Hoje, às 7h, o RR informou que a proposta do Mubadala por 20% da Libra, a nova liga de clubes do Brasil, esbarra na dificuldade nas dificuldades para a fusão desta última com a LFF (Liga Forte Futebol). A publicação apurou novas informações. Do lado da LFF, a principal resistência à unificação das duas ligas tem nome e sobrenome: Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico-PR e um dos mais influentes – e polêmicos – dirigentes do país. Maior liderança política da LFF, Petraglia enxerga o negócio, costurado pelo BTG e pela Codajas Sports Kapital (CSK), como feito sob medida para beneficiar os grandes clubes que coabitam a Libra, sobretudo o Flamengo. O dirigente mira não apenas no possível acordo com o Mubadala, mas também na divisão de futuras receitas, da venda de direitos de transmissão de TV a inúmeras outras parcerias comerciais – produção de conteúdos exclusivos, transações com NFTs (Non Fugible Tokens) etc. Além da própria possibilidade de negociação de outro take do capital da liga.    

Para o Mubadala – ou qualquer outro investidor -, o negócio só é economicamente viável com a existência de uma única “holding”, que congregue os 40 maiores clubes do Brasil – o Bahia ainda não aderiu a nenhuma das duas ligas. Não faz sentido dividir o bolo da receita entre duas ligas. Até porque essa polarização levará a conflitos comerciais inevitáveis, a começar pelos contratos de transmissão. Com a chamada Lei do Mandante, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em setembro do ano passado, todos os clubes ganharam o direito de vender as partidas das quais são anfitriões, mesmo que eventualmente seu adversário tenha acordo com outra emissora de TV ou plataforma de streaming. A coexistência de duas ligas inviabilizará a negociação dos direitos em um único bloco, reduzindo o retorno dos clubes e consequentemente do acionista investidor. Essa variável ganha ainda mais importância pelo fato de que o atual contrato de transmissão do Brasileiro vence logo ali na frente, em 2024. 

Além de um duelo entre clubes, a fissura entre as ligas pode ser interpretada também como uma disputa particular de poder entre dois dos mais prestigiosos “cartolas” do Brasil: de um lado, o já citado Mario Celso Petraglia, pela LFF, e, do outro, Rodolfo Landim, presidente do Flamengo e homem forte da Libra. Trata-se, ressalte-se, de uma “guerra fria”, uma disputa não declarada, travada nos bastidores. Uma batalha por espaço e prominência que vai além das fronteiras do futebol e do business em si.  Tanto Petraglia, ex-acionista da Inepar, quanto Landim, ex-BR Distribuidora, e ex-EBX, se notabilizaram nos últimos anos como os dois dirigentes mais próximos e influentes junto ao presidente Jair Bolsonaro. Landim chegou a recusar convite para ser presidente do Conselho da Petrobras. Petraglia, por sua vez, declarou publicamente voto em Bolsonaro, quase obrigando os próprios perfis institucionais do Athletico-PR nas redes sociais a fazer o mesmo. Em 2018, às vésperas do segundo turno, mandou que a Arena da Baixada, estádio do clube, fosse iluminado de amarelo, publicando nas redes sociais uma mensagem com o slogan “Brasil acima de todos”. Nesse cenário, o Mubadala não quer nem terceira, nem segunda via. O cheque de R$ 4,7 bilhões está condicionado à aliança entre os dois dirigentes e suas respectivas ligas.  

#Jair Bolsonaro #Liga Forte Futebol #Mubadala #NFTs #Petraglia

Política

General Villas Bôas fala pelo Palácio do Planalto

16/11/2022
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O general Eduardo Villas Bôas, ex-Comandante do Exército, está sendo orientado diretamente pelo Palácio do Planalto em suas declarações ameaçadoras ao Estado democrático. Os comunicados são cheios de subtextos e nuances perigosas. Eles passam por várias mãos no Palácio. A aprovação final é do emblemático general. O comunicado mais recente de Villas Bôas, de 15 de novembro segue a toada da nota assinada pelos três comandantes militares, na última sexta-feira. Ou seja: estimular as manifestações em frente aos quartéis “desde que sejam pacíficas”. É bom não esquecer que todas as “manifestações pacíficas” que estão sendo realizadas em frente aos quartéis pedem uma intervenção militar.  

Jair Bolsonaro, conforme declarou publicamente, tem uma dívida com Villas Bôas, que ele “não revelará”. Essa “dívida” teria sido responsável, sabe-se lá em que dimensão, pela eleição do capitão. No governo Bolsonaro, Villas Bôas foi tratado como se fosse uma lenda viva, com grandes homenagens, deferências e salamaleques. No dia 29 de outubro, véspera do segundo turno das eleições presidenciais, o general soltou uma nota fortíssima contra a oposição ao atual governo. A fonte do RR diz que a digital do General Augusto Heleno pode ser identificada em várias partes do texto. Villas Bôas sofre de uma doença degenerativa em estado avançado, mas se encontra inteiramente lúcido e conspirando com seus amigos oficiais palacianos, os generais Heleno e Braga Netto. 

O RR considera que é provável, diria mais, que é quase certo que outros comunicados do general Villas Bôas venham pela frente. Ele é o caminho que os generais bolsonaristas e as próprias Forças Armadas encontram para atuar sobre o ambiente psicossocial e político sem ter de se manifestar diretamente. As ameaças militares da lavra de um único general, portanto, vão virar padrão, suscitando uma inevitável interpretação. As manifestações de Villas Bôas podem até ser de caráter pessoal. Mas, pelo seu prestígio e influência nas Forças Armadas, serão lidas como uma fala dos Altos Comandos. 

#Eduardo Villas Bôas #Exército #Jair Bolsonaro

Negócios

Despolitizada, a Havan é um negócio cobiçado

16/11/2022
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A Havan tem sido sondada por fundos de investimento dispostos a comprar uma participação no capital – entre os quais, segundo o RR apurou, um private equity norte-americano. Para a empresa, a negociação poderia funcionar como uma alternativa aos frustrados planos de IPO. Entre outubro de 2020 e agosto de 2021, por duas vezes a rede varejista iniciou o processo de abertura de capital em bolsa. Em ambas, acabou recuando. Consultada pelo RR, a Havan não se manifestou.   

A Havan, ressalte-se, é um case de sucesso do varejo, que, de certa forma, acabou contaminado pelas polêmicas envolvendo o empresário Luciano Hang, aliado visceral do presidente Jair Bolsonaro. Nos seis primeiros meses deste ano, o faturamento da companhia chegou a R$ 6,6 bilhões, 24% a mais do que em igual período de 2021. Na comparação entre o mesmo intervalo, o Ebitda quase duplicou, saindo de R$ 551 milhões para R$ 956 milhões.

#Havan #IPO #Jair Bolsonaro

Economia

As verbas da Codevasf secaram

16/11/2022
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Ao apagar das luzes do governo Bolsonaro, a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco) – uma das campeãs do orçamento secreto – está deixando parlamentares à míngua. Aproximadamente R$ 50 milhões em verbas impositivas que seriam liberados para a compra de caminhões e tratores estrão retidos, sem qualquer previsão de liberação. A estatal joga a responsabilidade para cima do TCU, que suspendeu o repasse dos recursos. Nos bastidores, no entanto, os deputados acusam a direção da Codevasf de ter lavado as mãos: em vez de corrigir as inconsistências apontadas pelo TCU, a estatal estaria agindo deliberadamente para empurrar o imbróglio para 2023.  

#Codevasf #Jair Bolsonaro #Vale do São Francisco

Política

Assessores de Lula temem um “pacotaço” de última hora de Bolsonaro

14/11/2022
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Há um temor entre os assessores mais próximos de Lula, tais como Gilberto Carvalho e Aloizio Mercadante, de que Jair Bolsonaro tenha recomendado a seus ministros a implementação de um “pacotaço” de medidas na saída do governo. Essa iniciativa ampliaria o tamanho do “revogaço”, cuja realização Lula já anunciou desde a campanha. A lógica perversa é a seguinte: quanto maior o número de decisões deste mandato presidencial que o futuro governo tiver de rever, pior será para sua imagem e relação com o mercado. Se depender da disposição de Bolsonaro, Lula vai se desgastar tendo que explicar o “revogaço” de um mar de medidas. Não interessa que elas tenham sido tomadas na última hora e com o intuito de desestabilizar o início do futuro governo. Bolsonaro quer mostrar que é o dono do pedaço até a última hora antes da sua saída.

#Aloizio Mercadante #Gilberto Carvalho #Jair Bolsonaro #Lula

Política

Guedes e Mantega fazem do BID a rinha dos seu despautérios

14/11/2022
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O ex-presidente do BC, Ilan Goldfajn, foi sabatinado ontem para a presidência do BID. Deverá ser eleito no próximo domingo. Goldfajn é um quadro altamente qualificado. Esse é o novelo da história. O Valor Econômico de hoje praticamente bate o martelo do assunto. Mas o fio desencapado está no processo de indicação e no comportamento dos atores envolvidos.  A história é tão non sense que vale a pena explorar suas nuances e despautérios. Guardadas as devidas ressalvas, Ilan Goldfajn e Elizabeth Guedes estão no mesmo balaio – o RR noticiou as vergonhosas minisagas de ambos em primeira mãover.

 Assim como no caso da nomeação da própria irmã para o Conselho Nacional de Educação, nos estertores do governo, a mesma corrida para indicação e a insistência no nome de Goldfajn para a presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) só demonstra a gula do ministro Paulo Guedes para a ocupação de cargos ao apagar das luzes da sua gestão. Ressalte-se que essa sofreguidão começou duas semanas antes das eleições. Nesse afã aparelhista, Guedes está atropelando praxes que deveriam ser respeitadas nesse processo, sobretudo tratando-se de um governo já com prazo de validade estabelecido. Primeiramente, o ministro e o presidente Jair Bolsonaro registraram oficialmente a candidatura de Goldfajn sem qualquer consulta à oposição. Há exemplos muito mais civilizados vindos do exterior, em que governantes, em períodos eleitorais, aguardaram o resultado do pleito, combinando devidamente com a agência multilateral, ou consultaram seus oponentes antes de uma indicação dessa natureza. Foi o caso do então presidente Nicolas Sarkozy, de direita, que indicou Dominique Strauss-Kahn, um socialista, para a presidência do FMI.

Em mais um procedimento fora dos padrões, o governo brasileiro indicou Ilan Goldfajn sem consultar outros países da região. Historicamente, candidaturas como essa são construídas em consenso, por meio de costuras diplomáticas. Segundo o RR apurou, o Brasil sequer analisou nomes indicados por outras nações latino-americanas, dentro do critério de analisar a melhor opção para a região como um todo.  

Ressalte-se ainda que a pressa e a teimosia de Paulo Guedes jogam contra o próprio potencial de representatividade do Brasil em grandes organismos multilaterais. Ilan Goldfajn dirige atualmente o departamento do FMI responsável pelos programas do Fundo para todas as Américas. Trata-se de um posto estratégico. Seria mais proveitoso ter indicado ou trabalhado a candidatura de outro nome para o BID, sem abrir mão da presença de Goldfajn no FMI. Diante da oportunidade de fazer o próximo presidente do Banco Interamericano, o país passaria a ter dois representantes em altos postos internacionais. Por outro lado, é inacreditável a participação bizarra e deselegante do ex-ministro Guido Mantega, que sem ter nenhuma representatividade ou função definida no futuro governo – oremos que faça parte só do grupo de transição –  escreveu uma carta de punho próprio à secretaria do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, condenando o nome de Goldfajn, como se tivesse autoridade para tal. Quem é Mantega para proceder dessa maneira?. Como pode isso? O resultado é que a tacanha iniciativa fortaleceu o nome de Ilan Goldfajn junto aos Estados Unidos e demais grandes sócios do BID. 

De qualquer forma, Inês é morta. A eleição será na próxima semana, e, independentemente de trololó ou patati patatá na imprensa, o ex-presidente do BC e atual diretor do FMI, Ilan Goldfajn, já está eleito. Agora é permanecer atento e forte, como cantava Gal Costa, vigiando se Paulo Guedes seguirá loteando os cargos do governo em causa própria e torcendo para que Mantega seja interditado em alguma embaixada distante, no governo do PT.

#BC #BID #Conselho Nacional de Educação #Ilan Goldfajn #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Destaque

Um comunicado à feição de Jair Bolsonaro

11/11/2022
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Há uma bola dividida no que diz respeito à participação ou não do presidente Jair Bolsonaro no comunicado conjunto das Forças Armadas divulgado na manhã de hoje. O RR ouviu uma fonte da Marinha e outra do Exército. Ambas se posicionaram de forma divergente quanto à maior atuação do presidente na iniciativa. Uma das fontes afirmou que ele teve uma participação mais ativa, e, inclusive, Bolsonaro – leia-se seus generais – teria dado alguma contribuição ao texto. Outro informante, por sua vez, disse que a sua atuação foi apenas protocolar. Como comandante em chefe, ele somente teria lido o posicionamento antes da sua divulgação.  

Seja como for, o fato é que a nota não dialoga com o passado recente do estamento militar. Durante toda a campanha eleitoral e, principalmente, nos primeiros dias após a eleição, com os bloqueios de rodovias e a presença de manifestantes pró-Bolsonaro na porta dos quartéis, as Forças Armadas mantiveram uma postura exemplar. Conforme o RR noticiou, os Altos Comandos adotaram a firme posição de guardar distância dos protestos.

Hoje, no entanto, o silêncio dos competentes foi quebrado. Soou, preocupante, o ruído dos inconsequentes. Algo que parecia ter sido soterrado no final da eleição presidencial.  

A nota conjunta dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica divulgada nas primeiras horas da manhã surpreende negativamente. Como quase sempre ocorre quando os militares triscam na soleira da política, o comunicado gera tensões e confunde o ambiente institucional em um momento bastante sensível, de uma transição de governo já fora dos padrões. A nota dos três comandantes, eivada de sutilezas e subtextos, abre caminho para as mais distintas e enviesadas interpretações.   

Tão logo o comunicado começou a circular, as dubiedades contidas da nota passaram a alimentar fantasias, especialmente entre os seguidores de Jair Bolsonaro, notórios pela peculiar capacidade de reinterpretar os fatos à sua maneira. Logo no início, a posição das Três Forças de reafirmar “seu compromisso irrestrito e inabalável com o Povo Brasileiro, com a democracia e com a harmonia política e social do Brasil” é um daquelas declarações que costumam chamar a atenção justamente quando são feitas. Em uma leitura mais aberta, a referência à Lei nº 14.197 – “Não constitui crime […] a manifestação crítica aos poderes constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação de direitos e garantias constitucionais, por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de aglomerações ou de qualquer outra forma de manifestação política com propósitos sociais” – pode soar não só como um estímulo aos protestos, mas como uma provocação a quem, porventura, esteja coibindo os atos. Seria uma mensagem ao ministro Alexandre de Moraes?   

A percepção de um atiçamento contra o Judiciário é reforçada em outro trecho, quando explicitamente os comandantes militares tentam colocar o Legislativo em uma posição de proeminência e – por que não? – como um contendor contra eventuais “descaminhos autocráticos”: “Reiteramos a crença na importância da independência dos Poderes, em particular do Legislativo, Casa do Povo, destinatário natural dos anseios e pleitos da população, em nome da qual legisla e atua, sempre na busca de corrigir possíveis arbitrariedades ou descaminhos autocráticos que possam colocar em risco o bem maior de nossa sociedade, qual seja, a sua Liberdade.”   

No entanto, o ponto que talvez mereça ser mais ressaltado é a sutil intenção dos militares de vestir o figurino de Poder Moderador: “…ratificado pelos valores e pelas tradições das Forças Armadas, sempre presentes e moderadoras nos mais importantes momentos de nossa história.” A menção se encaixa sob medida a um discurso já surrado e convenientemente usado por Jair Bolsonaro ao longo de seu mandato: o de que, em caso de impasse entre os Poderes, caberia às Forças Armadas exatamente o papel de agente moderador da República. Essa visão é amparada em uma interpretação tortuosa e capciosa do Artigo 142 da Constituição, com o respaldo de alguns nomes do Direito alinhados a Bolsonaro, como Ives Gandra Martins. O tal Artigo reza que “As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.  

Conforme mencionado, o posicionamento suscita as mais diversas percepções. Segundo uma fonte da área militar, as próprias Forças Armadas entendiam ser necessário responder a pressões de uma parcela da sociedade, que cobrava uma posição pública diante de recentes fatos políticos e institucionais. Nas palavras de um oficial, a nota foi uma “explosão de assuntos que estavam represados”, ao menos entre uma parcela dos Altos-Comandos. Ou o que outra fonte consultada pelo RR chamou de um “caleidoscópio de questões na esfera institucional, que não podiam ficar sem resposta”. Por uma linha de raciocínio razoavelmente difundida nos meios castrenses, o comunicado teria sido, inclusive, um raro momento de bom senso das instituições em meio a “incoerências” e “arbitrariedades”, uma crítica com endereço certo: o STF. Assim é se lhe parece. Contudo, espera-se que o silêncio dos competentes volte a se debruçar sobre o país.

 

#Forças Armadas #Jair Bolsonaro

Política

Irmã de Paulo Guedes é um caso similar ao quase ministro Decotelli

9/11/2022
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A nomeação, por Jair Bolsonaro, de Elizabeth Guedes, irmã do ministro Paulo Guedes, como integrante do Conselho Nacional de Educação, a 52 dias do fim do governo, deveria constar em uma CPI. Elizabeth terá um mandato de quatro anos. Ela ascende ao cargo representando a Associação Nacional das Universidades Privadas, da qual era presidente. A ANUP é constituída de entidades de ensino que precisam mais de dinheiro. A PUC, por exemplo, não participa.

Portanto, Elizabeth vai ser uma sindicalista no CNE, órgão que define verdadeiramente a grade curricular do ensino superior nacional. A irmã do ministro poderá fazer determinadas exigências a uma faculdade e não fazer a outras congêneres, a exemplo de cursos, dificultando sua sobrevivência. Antes da ANUP, Elizabeth foi reitora do IBMR. Ela não tem formação acadêmica. Passou à frente de gente da maior respeitabilidade, como a professora titular da Unicamp,  Maria Helena, que se dedica ao Conselho há 20 anos e não foi reconduzida.

O mesmo se aplica ao educador Mozart Ramos, também ejetado pelo presidente Bolsonaro. É um caso que deveria ser tratado, no mínimo, como foi o do quase ministro da Educação Carlos Alberto Decotelli, a quem foi exigido que apresentasse suas credenciais acadêmicas, mesmo tendo sido ungido pelo Planalto. Deu no que deu: Decotelli não conseguiu apresentar o que não tinha. Mostre seus diplomas, Elizabeth!

#IBMR #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Política

De Bannon a Orbán, os desvarios no QG bolsonarista

9/11/2022
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Além de um possível encontro de Jair Bolsonaro com Steven Bannon, a linha de montagem de desvarios do clã Bolsonaro produziu outra ideia tresloucada. Segundo o RR apurou, Eduardo Bolsonaro teria aconselhado o pai a fazer uma viagem à Hungria para se encontrar com o primeiro-ministro Viktor Orbán, um dos líderes da extrema direita na Europa. Na cartilha de escrita errada e linhas tortas do bolsonarismo, a reunião serviria para manter a excitação entre os apoiadores do ainda presidente. Nos grupos de Telegram bolsonaristas, onde a “prisão” de Alexandre de Moraes é anunciada dia sim e o outro também, a ida à Hungria seria o suficiente para alimentar as mais escalafobéticas interpretações.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Steven Bannon

Negócios

Paulo Skaf e o golpe na Fiesp

7/11/2022
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O ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf é um híbrido do general Newton Cruz com o personagem Tartufo, criado por Molière. Em sua tentativa de golpismo na entidade, presidida por Josué Gomes da Silva, tem demonstrado a pior característica de um bolsonarista: a tentativa, por todos os meios, de criar um levante contra a decisão de ordem democrática. O ex-presidente da Fiesp, como se sabe, apoiou Jair Bolsonaro até mesmo nas profundezas da sua alma.  Skaf, que é um pseudo industrial – na verdade é dono de uns tantos depósitos que aluga – se notabilizou por colar a entidade em movimentos ideológicos e pela suspeição de uso dos recursos da Federação em suas campanhas eleitorais. O pelego conspira a céu aberto contra Gomes da Silva desde a eleição deste último.  Não quer só tirar o oponente, mas se voltar ao cargo que desfrutou por uma eternidade.  

A assembleia convocada para hoje com o objetivo de destituir o presidente da Fiesp, conforme noticiou o colunista Lauro Jardim, foi costurada industrial por industrial pelo “maquinador da Av. Paulista”.  Se a indústria quer que a Fiesp protagonize sua defesa para que resgate o pedaço no PIB que deteve no século passado, é preciso impedir a volta de Skaf e sua entourage. Fizeram um desserviço enorme só setor que mais nos falta. Ah, antes que se esqueça, ficou faltando um elemento na estranha espécie que o RR criou para definir Paulo Skaf no início desse texto. Trata-se do deputado Roberto Jefferson, sem armas é claro. Se olhados com atenção, ambos têm destemperos verbais semelhantes, postura intimidadora, assim como um gestual similar. Jefferson, junto com Tartufo e o “Nini” – apelido de Newton Cruz – são os candidatos mais fortes a juntos serem o híbrido de Skaf.

#Fiesp #Jair Bolsonaro #Paulo Skaf

Política

Procura-se um “abrigo” para o diretor da Polícia Rodoviária

7/11/2022
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No círculo político de Jair Bolsonaro, há uma articulação junto ao governador Claudio Castro para que o atual diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, reassuma o comando na corporação no Rio de Janeiro. Seria, digamos assim, uma retribuição pelos serviços prestados ao governo Bolsonaro. Vasques está na berlinda desde o último domingo, devido às heterodoxas operações de fiscalização em rodovias durante o horário da eleição, notadamente no Nordeste. Reacomodá-lo na direção da PRF no Rio não será uma tarefa das mais simples. A princípio, a sua presença pode ser um incômodo para Castro. Vasques traz a reboque não apenas o episódio do último domingo, mas as diversas acusações que pesam sobre ele, de espancamento e corrupção a ameaça de morte. O policial, ressalte-se, se notabiliza por uma teia de relações políticas. Além do senador Flavio Bolsonaro, Vasques ascendeu ao cargo por influência também do então governador do Rio, Wilson Witzel. Mantém ainda estreita proximidade do deputado estadual Charlles Batista (PL-RJ), egresso da própria corporação.  

#Claudio Castro #Jair Bolsonaro #Polícia Rodoviária Federal

Destaque

A diferença cívica que separa o Forte Apache do bunker de Bolsonaro

3/11/2022
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Desde o último domingo, há linhas bem demarcadas a separar o presidente Jair Bolsonaro e seu grupo mais próximo e o Alto Comando das Forças Armadas. Entre os militares, o consenso em relação às manifestações em várias rodovias e cidades do país é se manter o mais distante possível dos fatos. Uma das frases repetidas mais de uma vez durante as reuniões, segundo uma das fontes, foi: “Não queremos estar nessa foto”. A tônica entre os generais era o sangue frio frente às mobilizações na porta de quartéis realizadas ontem em vários estados do país. Todos os quatro estrelas estão sendo importantes nessa crise, a começar pelo próprio Comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, e pelo chefe do Estado Maior do Exército, general Valério Stumpf. Ambos foram fundamentais na vigília dos generais, acompanhando toda a movimentação dos manifestantes. Freire Gomes é conhecido pelo seu baixo perfil político e parcimônia na tomada de decisões. O mesmo se aplica a Stumpf. Os dois oficiais têm se destacado com uma posição inequívoca contra qualquer envolvimento dos militares nos protestos realizados desde domingo. O entendimento é que a arruaça nas ruas e estradas é um convite com endereço certo para que as Forças Armadas entrem em cena. Outro personagem importante nesse momento histórico é o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, Comandante Militar do Sudeste. O oficial é ligado ao ex-presidente Fernando Henrique, de quem foi ajudante de ordens. Consta que o general Tomás costuma ter internamente uma postura mais crítica ao presidente Bolsonaro.  

O general Paulo Sergio Nogueira vem cumprindo um papel de influência nos bastidores da maior importância. Mesmo como ministro da Defesa do comandante em chefe Jair Bolsonaro e antes que alguns alvoroçados viessem estimular excitação dentro dos quartéis, mantém firme seu posicionamento de que em nenhum momento as Forças Armadas devem ser conclamadas a atuar para conter a baderna. Tanto Nogueira quanto os generais do Alto Comando têm a clareza de que bastaria um tanque nas ruas para que a imagem fosse interpretada no Brasil e no mundo como um golpe militar. Procurados pelo RR, o Ministério da Defesa e o Exército não se pronunciaram até o fechamento desta edição.  

As maiores preocupações reinantes no alto oficialato estão vinculadas a eventuais declarações do próprio presidente Jair Bolsonaro e ao mar de fake news registrando antigas imagens de tanques saindo de quartéis como se fossem atuais. Não se sabe se foi por coincidência ou por antecipação dos fatos. Mas, segundo o RR apurou, algumas manobras militares de rotina foram antecipadas para as semanas anteriores ao segundo turno.  

As tensões benignas no Forte Apache contrastam com as que ocorrem no Palácio do Planalto. Na última terça-feira, quando se pronunciou rapidamente à Nação, o presidente da República, Jair Bolsonaro, cercado pelos assessores mais próximos, ouvia interpretações furiosas de que o aprofundamento dos protestos poderia levar a um desfecho em que o “povo” exigisse a sua recondução. Em volta de Bolsonaro, o clima era de estímulo às piores manifestações por parte do presidente.  

Os mais exaltados, conforme um auxiliar de Bolsonaro, eram o general Augusto Heleno, ministro do GSI, e Paulo Guedes, ministro da Economia. Heleno, como é do seu feitio, soltava frases como “Vamos pro pau”. Já Guedes, que acompanhou Bolsonaro em diversos momentos, posando como se fosse chefe do gabinete militar, por um raciocínio tortuoso defendia o avanço das manifestações. Sua tese é que elas fortaleceriam politicamente Bolsonaro daqui em diante. Segundo a mesma fonte, o ministro da Economia vociferava que a marcha para a próxima eleição se daria a cada dia dos próximos quatro anos. O Brasil está realmente cindido: de um lado, nada mais cívico do que o posicionamento das Forças Armadas; do outro, nada tão pusilânime quanto o comportamento no bunker de Bolsonaro.

#Exército #Forças Armadas #General Augusto Heleno #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Política

“Motim” na PGR

3/11/2022
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Pode ser só paranoia. Mas Augusto Aras já enxerga segundas intenções na mobilização dos procuradores que cobram uma investigação contra Jair Bolsonaro por crime de omissão diante do bloqueio de estradas. Na visão de Aras seria o início de uma manobra para desgastá-lo e forçar sua renúncia do cargo de PGR. Seu mandato vai até setembro de 2023. Mas, sem Bolsonaro, Aras vai virar um pato manco.

#Augusto Aras #Jair Bolsonaro #PGR

Política

Ciro já pulou o muro

3/11/2022
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Provocação que circula a boca miúda no Palácio do Planalto: se Geraldo Alckmin e Ciro Nogueira vão conduzir a transição, não tem ninguém representando o presidente Jair Bolsonaro?

#Ciro Nogueira #Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro

Destaque

Que lama está guardada para o debate de hoje?

28/10/2022
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Até ontem, no início da noite, assessores de Jair Bolsonaro discutiam o lançamento de uma “granada” contra Lula no debate de hoje à noite. Sob a ótica do comitê de Bolsonaro, o artefato em questão teria o efeito de um “grande finale” para a campanha. O presidente acusaria Lula de “molestador”. O ataque – de longe o mais venal da mais venal das disputais eleitorais brasileiras – seria feito com base em declarações do cientista político Cesar Benjamin, conhecido como “Cesinha”, em artigo publicado na Folha de S. Paulo em 27 de novembro de 2009. A referida matéria remete à prisão de Lula, então líder sindical, em 1980. O suposto episódio, que daria origem à acusação no debate de hoje, é tratado com riqueza de detalhes na versão de “Cesinha”, um dos fundadores do PT. O caso é kafkiano, bem ao feitio da atual campanha. No artigo, o cientista político afirma, inclusive, que, em 1994, conversou com o próprio Lula sobre o assunto. Esse diálogo, no entanto, foi desmentido pelo publicitário Paulo de Tarso, que, segundo “Cesinha”, estava presente ao encontro.

A acusação seria um contraponto, praticamente na mesma moeda, ao uso político feito pelo PT em cima do “pintou um clima”, leia-se a declaração de Bolsonaro sobre as jovens venezuelanas. O episódio, explorado pela campanha petista, rendeu ao presidente da República a pecha de “pedófilo”. Segundo uma fonte do comitê de Bolsonaro, no staff de campanha o ataque moral guardado no bolso do colete para hoje à noite recebeu o codinome de “Lurian 2”. Para quem não se lembra, em 1989, o programa eleitoral de Fernando Collor exibiu um depoimento de Miriam Cordeiro, ex-namorada de Lula, acusando o petista de ter lhe proposto aborto e de não assumir a paternidade da filha de ambos, Lurian Cordeiro.

Até ontem, a campanha de Jair Bolsonaro ainda discutia sobre a conveniência de descarregar ou não o episódio no debate de hoje. Seria um tiro de calibre tão ou mais alto do que as suspeições sobre fraude na eleição que certamente vão ser despejadas por Bolsonaro, sobretudo depois dos acontecimentos desta semana. Nesse contexto, a “Operação Lurian 2” estaria vinculada ao próprio andamento do programa, lembrando que, nos intervalos comerciais, assessores aconselham o candidato em relação à abordagem de determinados temas no bloco seguinte. Mas nem só de tresloucados vive o ringue eleitoral. No staff de Bolsonaro, há um temor de que o ataque possa se voltar contra o presidente em razão da virulência e da irresponsabilidade da “revelação”. Por muito menos, Bolsonaro refugou no debate da Globo do dia 29 de setembro. Na ocasião, ele perguntou à candidata Simone Tebet sobre a morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel. Tebet desarmou o artefato, recusando-se a levantar a bola de volta para Bolsonaro e recomendando que ele fizesse a pergunta diretamente a Lula. Jair Bolsonaro, o “imbrochável”, brochou em repetir a pergunta face a face com o petista.

Vento que venta lá venta cá. Por sua vez, na campanha de Bolsonaro há um receio com as informações que assessores de Lula estão reunindo para hoje à noite, com o objetivo de escancarar a proximidade entre o presidente e Roberto Jefferson. Não faltam laços a uni-los. No último sábado, por exemplo, o Padre Kelmon, uma espécie de “candidato laranja” do PTB à Presidência, esteve com Bolsonaro em um ato de campanha, em Guarulhos (SP) – na véspera, Michelle Bolsonaro referiu-se a Kelmon como o “padre mais amado do Brasil”. No dia seguinte, lá estava Padre Kelmon no condomínio de Jefferson, na cidade de Comendador Levy Gasparian, a mais de duas horas de carro do Rio de Janeiro, para “negociar” a prisão do correligionário. Para além de fatos mais recentes, a relação entre Bolsonaro e Jefferson vem de outros carnavais. Em 2003, Eduardo Bolsonaro, então um jovem estudante de direito de 19 anos, ocupou um cargo na liderança do PTB, comandado por Jefferson. Em maio de 2020, o petebista postou uma foto nas redes sociais empunhando um fuzil e manifestando apoio a Bolsonaro para combater o “comunismo”. São fatos a serem potencialmente explorados por Lula para manter o caso Jefferson em evidência no debate de hoje – a história acabou sendo convenientemente eclipsada pela campanha de Bolsonaro com as denúncias de suposta fraude na veiculação de propagandas eleitorais. Tanto de um lado quanto de outro, nunca se viu um emporcalhamento tão grande em uma disputa eleitoral.

 

 

Brasil x União Soviética

Vai ver é só paranoia. Mas ontem, no comitê de campanha de Lula, houve quem aventasse a hipótese de Jair Bolsonaro levar uma camisa da seleção brasileira para o debate de hoje, a título de provocação contra o oponente. Seria uma batalha a mais na guerra dos símbolos, na qual o bolsonarismo se apropriou da bandeira nacional contra o vermelho “comunista” do PT. De repente, em uma campanha repleta de traquinagens, até faz sentido mesmo.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Lula #PT

Política

Qual será a política econômica de Bolsonaro se reeleito?

28/10/2022
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Por enquanto é tudo achismo. Mas há probabilidades nas quais vale a pena apostar. A mais óbvia é a continuidade de Paulo Guedes no cargo. Menos dito é o tempo de permanência na função. O RR conversou com uma fonte frequentadora do gabinete de Guedes sobre essa questão central de um futuro governo Bolsonaro. O prazo cravado é de dois anos. Um biênio seria o período para que Guedes implementasse algo mais do que os rudimentos do seu projeto liberal para o país. O ministro, apesar de toda campanha em favor do teto de gastos, mudaria o expediente de controle. Trocaria, contudo, por limitadores ainda mais rigorosos das despesas públicas. O primeiro ano seria de um waiver em relação ao teto (ver RR de 20 de outubro), até para recompor as despesas excepcionais do ano eleitoral. No segundo ano, a agenda seria do aperto nas contas fiscais.

Antes, as reformas voltariam com toda força. As escolhidas para ficarem como legado seriam a administrativa e a tributária. Mas Guedes tentaria também uma II Reforma da Previdência. O ganho de receita da reforma anterior já foi em parte consumido pela pandemia. O ministro sonha com o regime de capitalização da previdência. Com a força de um primeiro ano de segundo mandato de Bolsonaro e o apoio do Centrão vitaminado, Guedes acha que passa no Congresso. A reforma tributária já está meio que dada. Talvez não seja na extensão do programa que vem sendo dito ou vazado a conta gotas pela equipe econômica.

A reforma mais eficaz e almejada por Guedes seria a administrativa. Do ponto de vista fiscal esta última reforma seria a cereja do bolo. As mudanças seriam bem temperadas, focadas no direito de demissão, regulamentação restritiva dos grandes salários e tratamento diferenciado aos novos contratados. Guedes também mexeria no vespeiro da remuneração e férias dos juízes. O enquadramento do Judiciário seria feito pelo Legislativo, por meio de um acordo com o Centrão. O ministro mudaria o centro da meta de inflação, ampliando para 4,5%, com bandas de 1,5%. Guedes sabe da dificuldade de manter o sopro de crescimento dos três trimestres deste ano com uma taxa real de 8,5% – a taxa básica nos EUA é negativa: -1,2%. Já neste quarto trimestre a economia vai acender o sinal amarelo. Se a economia embicar para baixo, puxando o PIB para menos de 0,5%, todas as correlações fiscais irão piorando.

O projeto das grandes privatizações também já está precificado. Paulo Guedes jogará pesado nesse campo, com absoluto apoio de Bolsonaro. Daí espera-se muito dinheiro. O ministro vai dedicar-se ainda a medidas microeconômicas, notadamente aprovar marcos regulatórios na área de economia. Guedes não mexerá nas regras do salário-mínimo. Dará um aumento real nas primeiras horas do novo governo. O pepino de eventuais mudanças na regulamentação do mínimo ficaria para o futuro ministro da Economia, na segunda metade do mandato. A solução mais provável? Roberto Campos Neto, no final de do seu mandato no BC, em 2024, assumiria o Ministério da Economia. Neto é próximo de Bolsonaro. Tem o aval de Guedes. O presidente do BC pensa parecido com o ministro da Economia, com a diferença de que não sofre de destemperos. O cenário da política econômica com a reeleição de Bolsonaro pode se alterar, é claro. Mas o RR acredita que pouca coisa muda além do que foi dito. Se mudar.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Eleições

Ainda o debate de hoje

28/10/2022
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Lula deverá levar a questão fundiária para o debate de hoje. Nos últimos dias, seus assessores levantaram uma série de indicadores com o objetivo de desmontar a propaganda de Jair Bolsonaro, que afirma ter concedido mais 400 mil títulos de posse para agricultores em seu governo. O petista vai bater na tecla de que, desse total, 88% não teriam sido documentos definitivos, mas apenas renovações provisórias de registros de ocupação de terras da União. Segundo o RR apurou, no calhamaço de números repassados a Lula para o debate consta ainda a informação de que, nos governos do PT, cerca de 750 mil famílias foram beneficiadas pela reforma agrária, contra apenas nove mil na gestão Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Lula #PT

Política

O adversário de Moro na corrida pelo STF

28/10/2022
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Sergio Moro tem, desde já, um forte concorrente à vaga no STF, caso Jair Bolsonaro seja reeleito. Trata-se de Bruno Bianco, Advogado-Geral da União. Segundo o RR apurou, Bolsonaro considera indicar Bianco para a vaga de Ricardo Lewandowsky, que se aposentará em maio de 2023. O AGU é tido no Palácio do Planalto como um dos integrantes do governo que mais desfrutam da confiança de Bolsonaro. Bianco tem atuado como uma espécie de adviser jurídico do comitê do presidente. Ao longo da campanha, foi regularmente consultado sobre a legalidade de medidas que poderiam ser contestadas pela Justiça Eleitoral. Foi o caso do empréstimo consignado a beneficiários do Auxílio Brasil, que acabou questionado pelo TCU.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro #TCU

Destaque

Há um “terceiro turno” à espreita na esquina?

27/10/2022
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Há paranoias que são recomendáveis. As circunstâncias verificadas nos últimos dias não apenas aumentaram consideravelmente a instabilidade institucional como parecem feitas sob medida para justificar radicalismos de toda a ordem. Os riscos de um desfecho indesejável para as eleições estão à espreita. O presidente Jair Bolsonaro e o bolsonarismo têm por vocação criar as condições para que tudo possa acontecer, até mesmo as hipóteses aparentemente mais estapafúrdias. Nada é de todo impossível. Por mais excêntrico que soe o roteiro, é preciso ficar alerta ao “E se por acaso…”

 

… no domingo à noite, após a divulgação do resultado das eleições e a eventual vitória de Lula, houver conflitos e agitação nas principais cidades brasileiras, a começar por Brasília. Pouco importa se alimentados pelo próprio presidente da República, com as suspeições lançadas contra o próprio TSE, especialmente na última semana, a partir das denúncias de suposta fraude nas propagandas no rádio. Nesse caso, um quadro de conflagração e convulsão social permitiria a Jair Bolsonaro adotar medidas de exceção, tudo, ressalte-se, com amparo constitucional. Com base na Carta Magna, Bolsonaro poderia, no próprio domingo à noite, convocar o Conselho da República e/ou o Conselho de Defesa Nacional. No passo seguinte, dadas as circunstâncias, Bolsonaro decretaria estado de defesa ou mesmo estado de sítio.

De acordo com o Artigo 136 da Constituição, o presidente da República “pode decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional”. Por sua vez, o Artigo 137 diz que cabe ao presidente decretar estado de sítio no caso de “comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa”. Ou seja: os dois artigos são largos o suficiente para Bolsonaro enquadrar o que precisaria ser enquadrado.

Também de acordo com a Constituição – Artigos 90 e 91, compete ao Conselho da República ou o Conselho de Defesa Nacional “opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal”. Ressalte-se que, de acordo com o Artigo 89 da Carta Magna, o Conselho da República é composto pelo vice-presidente, presidentes da Câmara e do Senado; os líderes da maioria e da minoria na Câmara e no Senado; o Ministro da Justiça, além de “seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado e dois eleitos pela Câmara”. Já o Conselho de Defesa Nacional, segundo o Artigo 91, é formado igualmente pelo vice-presidente, pelos presidentes da Câmara e do Senado e pelo ministro da Justiça, além dos ministros da Defesa, das Relações Exteriores, do Planejamento e dos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica. Ou seja: está tudo em casa. Bolsonaro teria o apoio necessário para, então, igualmente de acordo com os ditames constitucionais, solicitar autorização ao Congresso Nacional para decretar estado de defesa ou estado de sítio. Também no parlamento, está tudo dominado. Com o centrão na mão, as chances de aprovação seriam razoavelmente altas.

Pela bula constitucional (Artigo 136), o estado de defesa prevê, entre outras consequências, restrições aos direitos de: reunião, ainda que exercida no seio das associações; sigilo de correspondência; sigilo de comunicação telegráfica e telefônica. Já o estado de sítio (Artigo 139) estabelece as seguintes medidas: “obrigação de permanência em localidade determinada; detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; suspensão da liberdade de reunião; busca e apreensão em domicílio; intervenção nas empresas de serviços públicos; requisição de bens”. Tudo isso é acessório. Com qualquer um dos regimes de exceção, Bolsonaro ganharia o tempo necessário para subir o tom e pregar a anulação das eleições, a essa altura contando com uma comoção social a seu favor, com parte do seu eleitorado indo às ruas para defender uma nova votação – ou quiçá soluções ainda mais heterodoxas. O importante seria provocar o “terceiro turno”.

Devaneio? Loucura? Muito provavelmente, sim. Tomara que sim! De toda a forma, repita-se: é preciso ficar alerta.

#Eleições 2022 #Jair Bolsonaro #Lula #TSE

Política

A volta de Tereza

27/10/2022
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Jair Bolsonaro conta, desde já, com a volta de Tereza Cristina ao governo em caso de reeleição. Além da hipótese mais provável, o retorno ao Ministério da Agricultura, o nome da senadora eleita está cotado para o Itamaraty. No primeiro mandato, não custa lembrar, Tereza teve muitas vezes um papel importante na diplomacia com a China. Foi um contraponto aos desvarios de Ernesto Araújo.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura #Tereza Cristina

Economia

Timing de risco

27/10/2022
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Dois grandes segmentos da indústria de São Paulo – metalurgia e papel e celulose – decidiram empurrar as negociações sobre o reajuste salarial das respectivas categorias para depois das eleições. Pelo jeito, os sindicatos patronais estão apostando todas as fichas na reeleição de Jair Bolsonaro, dado o risco político embutido na decisão. Em tese, uma eventual vitória de Lula daria um gás a mais aos trabalhadores à mesa de negociações.

#Jair Bolsonaro #Lula #São Paulo

Política

Disputa interna

27/10/2022
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Há um ponto de fissura na  base aliada de Jair Bolsonaro. Valdemar Costa Neto tem sinalizado que poderá lançar um candidato do PL para disputar a presidência da Câmara contra Arthur Lira, do PP, em fevereiro do ano que vem. O nome mais cotado é o do deputado Altineu Cortes, do Rio de Janeiro.

#Arthur Lira #Jair Bolsonaro #PP #Valdemar Costa Neto

Justiça

Sucessão no TRF5 vai parar na Justiça

26/10/2022
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A recente escolha dos novos desembargadores do TRF5 pelo presidente Jair Bolsonaro está provocando um rebuliço no Judiciário. A Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) estuda acionar o STF para garantir que o juiz Ivan Lira de Carvalho fique com uma das vagas. A Constituição impõe que juízes votados em listas tríplices por três eleições consecutivas têm vaga assegurada. É o caso de Carvalho, escolhido por seus pares nas três últimas votações do TRF5. Bolsonaro, no entanto, passou por cima da determinação constitucional. Ressalte-se que o STF já criou “jurisprudência” para episódios desta natureza. Em 2012, por razões semelhantes, a Suprema Corte nomeou o juiz Marcelo Pereira Silva para o posto de desembargador do TRF2. Ele havia sido preterido pela presidente Dilma Rousseff.

#Dilma Rousseff #Jair Bolsonaro #TRF5

Política

Paulo Guedes faz ato de campanha com o “Dia do Fico”

26/10/2022
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O ministro Paulo Guedes pretende conceder uma coletiva até sexta-feira para divulgar de forma consolidada todos os projetos que o governo planeja realizar no próximo ano em caso de reeleição. Seria uma espécie de “Diga aos empresários que fico”, sem subtextos e falando diretamente ao PIB. Entrariam no pacote iniciativas novas e medidas requentadas. Quanto mais, melhor. Uma das principais motivações seria justamente mostrar uma profusão de propostas em contraposição à ausência de programa econômico do candidato Lula.

Ao mesmo tempo, seria uma oportunidade de expor os planos de Bolsonaro de uma maneira compreensível e palatável ao povo, ou seja, em linguagem eleitoreira. Entre outros pontos, o ministro pretende tonitruar a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 e da redução da alíquota do ICMS para os combustíveis. Guedes aproveitaria o show off para ressoar também a ideia do Fundo Brasil. Trata-se do projeto mais estrondoso que a equipe econômica de Bolsonaro tem para colocar na mesa nesta reta final da disputa eleitoral.

Ao menos pelas cifras já sopradas pelo ministro. Guedes mencionou a possibilidade da União arrecadar R$ 1 trilhão com a venda de imóveis e outro tanto com privatizações. Cerca de 25% seriam destinados ao com- bate à pobreza e outros 25% para obras públicas, ou seja, geração de empregos na veia. A ideia da entrevista está em sintonia com boa parte da coordenação política da campanha de Jair Bolsonaro. Assessores do presidente entendem que a economia pode vir a ter um papel decisivo na disputa eleitoral. A apresentação de Paulo Guedes teria ainda a serventia de dar ao presidente subsídios e “deixas” para o último debate eleitoral, na próxima sexta-feira. Ainda assim, no QG de campanha existem vozes contrárias à apresentação.

Há quem pondere que as últimas manifestações de Paulo Guedes foram trágicas para os planos de reeleição de Bolsonaro. O entendimento é que o ministro demorou e não foi suficientemente assertivo ao responder às notícias de que o governo estuda, em um eventual segundo mandato, desvincular a correção do salário-mínimo e das aposentadorias da inflação. Some-se a isso o novo vazamento sobre planos da equipe econômica para retirar do Imposto de Renda as deduções com saúde e educação. São temas espinhosos dos quais Guedes não conseguiria escapar em um evento aberto a perguntas da imprensa.

#ICMS #Jair Bolsonaro #Lula #Paulo Guedes

Política

Clube da direita

26/10/2022
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A campanha de Jair Bolsonaro está tentando obter um vídeo de Matteo Salvini, um dos líderes da extrema direita italiana, em apoio à reeleição do presidente. O expediente já foi usado no primeiro turno, com gravações feitas pelo ex-presidente norte- americano Donald Trump e pelo primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro #Matteo Salvini

Política

Arqueólogo de maldades

26/10/2022
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O deputado André Janones está debruçado sobre mais de 200 vídeos com entrevistas e depoimentos antigos de Jair Bolsonaro. Foi assim, por exemplo, que garimpou a declaração de Bolsonaro de que quase comeu carne humana de um indígena em Roraima.

#André Janones #Jair Bolsonaro

Política

Operação tampão

25/10/2022
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Desde o último sábado, o comitê de campanha de Jair Bolsonaro está trabalhando em ritmo chinês na produção em massa de vídeos para as redes sociais. Trata-se de uma tentativa de compensar a perda de 170 inserções de 30 segundos na TV, por decisão da Justiça Eleitoral, que concedeu uma série de direitos de resposta a Lula.

#Jair Bolsonaro #Justiça Eleitoral #Lula

Política

O último palanque de Bolsonaro?

24/10/2022
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Jair Bolsonaro cogita comparecer à final da Taça Libertadores, em Guayaquil, no próximo sábado, dia 29 de outubro. A ideia divide seus assessores. Há quem considere um desperdício de agenda Bolsonaro fazer um “bate e volta” no Equador exatamente na véspera do segundo turno. Uma ala, no entanto, entre os quais estaria o ministro das Comunicações, Fabio Faria, acredita que o presidente poderia capitalizar a enorme repercussão do jogo entre Flamengo e Athletico.

O staff de comunicação da campanha chega a fazer projeções sobre a audiência da transmissão da partida. A estimativa é que a exibição do jogo supere os 45 pontos, o equivalente a mais de 11,6 milhões de lares ou 32 milhões de pessoas. Um detalhe importante: a partida será exibida pelo SBT, emissora de Silvio Santos, sogro de Faria.

Para além da audiência per si, a ida a Guayaquil teria um valor adicional para Bolsonaro: seria também uma oportunidade para um encontro com o presidente do Equador, Guillermo Lasso, um dos poucos líderes da direita ainda no poder na América do Sul.

#Fabio Faria #Flamengo #Jair Bolsonaro #SBT

Política

O perigo mora ao lado

24/10/2022
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Spoiler dos próximos programas de Jair Bolsonaro no horário eleitoral: Bolsonaro vai vincular  duramente Lula ao presidente Alberto Fernández e à crise econômica argentina, com direito a cenas de prateleiras vazias em supermercados. A premissa do staff de campanha é que a Argentina cala mais fundo no eleitorado da classe média do que a já surrada vinculação do PT à Venezuela.

#Argentina #Jair Bolsonaro #Lula #PT #Venezuela

Provocação ao vivo

21/10/2022
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Os mefistofélicos assessores de Jair Bolsonaro estão sugerindo que, na entrevista de hoje ao SBT, o presidente convide Lula publicamente, em rede nacional, para assumir o “Ministério da Picanha e Cerveja”. Bolsonaro usaria o chiste para desafiar o petista a dar um jeito das famílias brasileiras terem acesso a carne e bebida prometidas.

#Jair Bolsonaro #Lula #SBT

“A minha Polícia Federal”

21/10/2022
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Além da pressão para que a Polícia Federal avance contra os institutos de pesquisa – ver RR de 19 de outubro -, a interferência de Jair Bolsonaro na corporação tem outro alvo. Bolsonaro cobra a transferência do delegado Fábio Alvarez Shor. Seria uma forma de esvaziar as investigações contra os empresários suspeitos de defender um golpe de estado em mensagens de WhatsApp. Entre eles figuram José Issac Peres, da Mutiplan, Meyer Nigri, da Tecnisa, e Afrânio Barreira Filho, do Coco Bambu, todos apoiadores figadais de Bolsonaro.

#Coco Bambu #Jair Bolsonaro #Polícia Federal #Tecnisa

Esplanada dos Ministérios se muda para BH

21/10/2022
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A campanha de Jair Bolsonaro segue bombeardeando o segundo maior colégio eleitoral do país. O ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, foi escalado para fazer uma apresentação ao lado de Romeu Zema na próxima semana. A missão de Bento será esmiuçar o impacto dos programas sociais do governo Bolsonaro para a população mineira. Nos últimos dez dias, Bolsonaro também despachou para Minas os ministros da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, e do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que participaram de eventos com Zema.

#Jair Bolsonaro #Romeu Zema

Destaque

O perdão nosso de cada candidato

20/10/2022
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A “República do perdão” independe das urnas. Seja Lula, seja Jair Bolsonaro, o vencedor das eleições terá de solicitar ao Congresso um waiver para que o teto de gastos possa ser furado mais uma vez. Entre os assessores econômicos dos dois candidatos, o pedido de anistia é tratado como algo praticamente inevitável. O próximo presidente precisará de tempo para implementar um novo arcabouço fiscal, que só terá efeito prático a partir do segundo ano de mandato. A mudança nas regras, vinculada ao compromisso de manutenção do ajuste fiscal, justificaria a requisição ao Legislativo da “licença para gastar”. Mal comparando, seria uma versão doméstica dos tantos pedidos de waiver feitos ao FMI por governos brasileiros do passado. Cada tempo com seus apertos.

A premissa é que o ano de 2023 já está perdido. O PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) para o próximo ano, enviado ao Congresso, não contempla a massa de gastos adicionais fora do teto. A manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 custará cerca de R$ 60 bilhões por ano. O pagamento de 13º do benefício a mulheres, prometido por Bolsonaro, vai exigir outros R$ 10 bilhões. Entra ainda nessa “conta dos não contabilizados” um passivo de precatórios expedidos e não pagos de aproximadamente R$ 50 bilhões. Some-se a isso o fato de que o próprio teto de gastos deverá ser rebaixado. A PLOA encaminhada ao Congresso previa um IPCA de 7,2% para este ano. No entanto, o último Boletim Focus, de 7 de outubro, traz uma projeção de 5,71%. Nesses termos, o teto previsto na PLOA de 2023 está superestimado em cerca de R$ 24 bilhões.

Tanto os assessores de Lula quanto a equipe econômica do governo Bolsonaro já acenam com um novo arcabouço fiscal. Pelo lado da atual gestão, técnicos do Tesouro Nacional concluíram a minuta de um plano que preserva o teto de gastos, mas altera o modelo abrindo margem para aumento real dos gastos de até 2,5% ao ano a depender de três variáveis. Para começar, o projeto estabelece como referência a DLGG (dívida líquida do governo geral) – o indicador abrange ativos e passivos da União, estados e municípios, excluindo ativos e passivos de posse do BC. A proposta do Tesouro contempla a dívida líquida do governo geral em relação ao PIB do ano corrente, estabelecendo três bandas possíveis: abaixo de 45% do PIB; de 45% a 55%; e acima de 55%. Essa relação DLGG/PIB é comparada à média dos três anos anteriores, para se verificar alta ou queda. Finalmente, o modelo observa se a média bianual de resultados primários indica um saldo positivo e crescente na comparação com os dois anos anteriores. Nesse caso, seria concedido um bônus de 0,5 ponto percentual para elevação das despesas. Dessa alquimia os técnicos do Tesouro derivaram para 12 combinações possíveis que possibilitam uma variação dos gastos primários do governo federal entre zero e 2,5% ao ano.

Lula já afirmou que vai acabar com a atual regra do teto de gastos. Assessores do comitê econômico do petista têm sinalizado a hipótese de retirar investimentos do cálculo para o limite das despesas. De toda a forma, as informações que saem da campanha do PT ainda são pouco conclusivas. Talvez fruto da biodiversidade de economistas de diferentes correntes de pensamento que se aglutinaram em torno da sua campanha, há vozes que defendem uma regra baseada em uma trava para os gastos; outros entendem que o melhor critério é o saldo positivo das contas públicas. Pérsio Arida, por exemplo, um importante colaborador do plano de governo do PT, defende um programa de gastos de R$ 100 bilhões fora do teto até que seja definida a nova regra fiscal. Economistas do PT discutem ainda alguma regra contracíclica para o teto. Ou seja: o governo aumentaria o teto e consequentemente o limite de gastos quando a economia estivesse retraindo, como forma de compensar o menor crescimento. Em contrapartida, o oposto também ocorreria, ou seja, a redução do teto em caso de uma expansão do PIB que permitisse um volume menor de gastos públicos.

Seja como for, seja quem for, o cenário é dramático. Com a manutenção de desonerações concedidas neste ano, notadamente IPI e PIS/Cofins sobre combustíveis, o gasto tributário federal, ou seja, o custo das renúncias, cresceu de 0,5% do PIB para 4,3% do PIB em 2023 – acima do índice de 2% do PIB estabelecido na Emenda Constitucional 109/2021, originada da PEC Emergencial. As estimativas apontam que a relação dívida/PIB deverá crescer quatro pontos percentuais entre dezembro deste ano e dezembro de 2023. Nesse contexto, não há margem de manobra. Seja quem for o presidente, seja qual for o novo arcabouço fiscal, 2023 terá de ser o ano do perdão.

#Auxílio Brasil #Economia #Jair Bolsonaro #Lula #PIB #PT

Um almirante a caminho da Petrobras?

20/10/2022
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O nome de Ruy Flaks Schneider, oficial da reserva da Marinha, circula no Palácio do Planalto como candidato a uma diretoria da Petrobras. Seria mais um capítulo da sanha intervencionista de Jair Bolsonaro na estatal. Nos últimos dias, surgiram notícias de que o presidente estaria disposto a trocar diretores da companhia para brecar novos aumentos dos preços dos combustíveis antes das eleições. No início de 2021, Schneider esteve cotado para assumir a presidência da Eletrobras. Curiosamente, em agosto, foi indicado pelo governo para o Conselho de Administração da própria Petrobras. No entanto, seu nome não foi aprovado na assembleia de acionistas.

#Eletrobras #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Petrobras

Distância calculada

20/10/2022
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Meyer Nigri, dono da Tecnisa, teria recusado convite para participar de eventos de campanha de Jair Bolsonaro no segundo turno. Um dos principais apoiadores de Bolsonaro entre o empresariado, Nigri é investigado pela PF por supostamente disparar mensagens defendendo um golpe de estado.

#Jair Bolsonaro #Tecnisa

O “retorno” de Mourão

20/10/2022
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Após um período de distanciamento no primeiro turno, Jair Bolsonaro e o general Hamilton Mourão voltaram a se aproximar. Segundo o RR apurou, a campanha de Bolsonaro prevê para a próxima semana um ato político no Rio Grande do Sul com a presença do atual vice-presidente e senador eleito. O general deverá também gravar um depoimento para o horário eleitoral e as redes sociais. Mourão tem dupla função: fala para o eleitorado gaúcho, que o consagrou, e fortalece o apoio das Forças Armadas a Bolsonaro.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

A volta do juiz

20/10/2022
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Sergio Moro está municiando os marqueteiros de Jair Bolsonaro com uma numeralha a ser aproveitada no programa eleitoral. A ideia do staff de campanha é criar um quadro intitulado “O que Lula já roubou”.

#Jair Bolsonaro #Lula #Sérgio Moro

Destaque

Há um Bolsonaro vs. Lula na eleição do Banco Interamericano

19/10/2022
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Ilan Goldfajn não é o único brasileiro no páreo para assumir a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Segundo o RR apurou, há uma articulação em torno do nome do também economista Luiz Awazu Pereira da Silva, atualmente diretor-geral adjunto do BIS (Banco de Compensações Internacionais) – uma espécie de Banco Central dos Bancos Centrais. Sua candidatura ganha corpo de fora para dentro do Brasil. De acordo com a fonte do RR, Awazu conta com o apoio de países de peso, como Estados Unidos e Canadá.

A eleição está marcada para 20 de novembro – os candidatos devem ser indicados até 11 de novembro. O colégio eleitoral é composto pelos próprios diretores do BID, com peso proporcional à representatividade dos respectivos países. O governo norte-americano responde, sozinho, por 30% dos votos. O sistema para a eleição do presidente do BID estimula ou, mais do que isso, exige uma ampla articulação diplomática.

O Brasil, por exemplo, tem junto com o Suriname 11,4% de poder de voto. A representante do país na diretoria do BID é Martha Seillier, ex-secretária de PPI do governo Bolsonaro. Sob um determinado ângulo, não seria exagero dizer que a eventual disputa entre Ilan Goldfajn e Luiz Awazu reproduz o embate eleitoral entre Jair Bolsonaro e Lula. Goldfajn é o candidato da gestão Bolsonaro. Tem o apoio explícito de Paulo Guedes, que levou o nome do economista a Nova York na semana passada.

Ressalte-se que Bolsonaro quer fazer o presidente do BID mesmo que não venha a ser reeleito. Ou seja: no intervalo entre o segundo turno e a eleição no banco, vai seguir trabalhando pela candidatura de Goldfajn. Awazu, por sua vez, tem uma trajetória interligada aos governos do PT. Comandou a Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda no primeiro mandato de Lula. Posteriormente ocupou o cargo de diretor de Política Econômica e Assuntos Internacionais do Banco Central no primeiro governo Dilma.

#Banco Central #BID #Jair Bolsonaro #Lula #Ministério da Fazenda #PT

Bolsonaro na margem de erro

19/10/2022
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Jair Bolsonaro está pressionando a Polícia Federal para que levante alguma suspeição contra os institutos de pesquisa. A missão dada à PF teria de ser cumprida ainda esta semana. O presidente, por orientação do filho Carlos Bolsonaro, quer trabalhar a informação nas redes na semana antes do último debate. Já viram o que vem por aí. Em tempo: Moro, que marcou sua saída do Ministério da Justiça com a denúncia de que Bolsonaro queria intervir na PF, agora acha tudo certo. Não há nada que o lavajatista não faça em troca de uma cadeira no STF.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Justiça #Polícia Federal

Uma Pasta sob medida para o Centrão

19/10/2022
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Além da Pasta da Indústria e Comércio, Jair Bolsonaro pretende recriar o Ministério do Planejamento. No seu entorno, uma das principais vozes favoráveis à medida é o governador Romeu Zema, cada vez mais influente na campanha do presidente – já indicou, por exemplo, o nome do presidente da Fiemg, Flavio Roscoe, para assumir a Indústria e Comércio. A volta do Ministério do Planejamento agrada também ao Centrão, sobretudo se um parlamentar do bloco for escolhido para o cargo. Em tempo: está tudo combinado com Paulo Guedes. O próprio “Posto Ipiranga” considera que o Ministério da Economia, em sua atual estrutura, gera um peso e um desgaste político desnecessário.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Ministério do Planejamento #Pasta da Indústria e Comércio #Romeu Zema

Cerco a ACM Neto

19/10/2022
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O ex-ministro João Roma foi escalado por Jair Bolsonaro para tentar o que ninguém conseguiu até agora: uma aliança com ACM Neto na Bahia. Ambos conversaram no último fim de semana. Derrotado na disputa pelo governo do estado no primeiro turno, Roma tem um “capitalzinho” político para colocar na mesa: seus 9% na votação de 2 de outubro.

#ACM Neto #Jair Bolsonaro

Chá de sumiço

18/10/2022
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Assessores políticos recomendaram a Jair Bolsonaro que evite menções às denúncias feitas por Damares Alves de supostos casos de violência sexual contra menores na Ilha do Marajó. Sondagens da campanha mostram que as suspeitas levantadas por Damares, sem qualquer comprovação, tiveram péssima repercussão entre a população do Pará, maior colégio eleitoral da Região Norte.

#Damares Alves #Jair Bolsonaro #Pará

Pandemia em pauta

18/10/2022
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A campanha de Lula está tentando obter uma declaração de apoio ao petista de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, ministros da Saúde defenestrados por Jair Bolsonaro. A premissa é que a pandemia é um dos temas mais favoráveis ao ex-presidente, vide o debate do último domingo.

#Jair Bolsonaro #Luiz Henrique Mandetta #Lula #Nelson Teich

Café brasileiro esfria no ICO

17/10/2022
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A postura do governo Bolsonaro em relação à recente reunião do Conselho Internacional do Café (ICO) gerou insatisfação entre os grandes exportadores brasileiros. Segundo o RR apurou, o setor reivindicou ao governo para que o Brasil fosse representado pelo próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, ou pelo titular da Pasta da Agricultura, Marcos Montes. Nem um nem outro. O governo brasileiro despachou para Bogotá o embaixador em Londres, Marco Farani. O diplomata não é exatamente um estranho no tema. Tem, inclusive, atuado à frente de pautas do interesse do CNC (Conselho Nacional do Café), como a nova legislação da União Europeia, que impõe restrições à compra de produtos agrícolas sem a devida rastreabilidade. No entanto, os exportadores entendem que o governo brasileiro não deu a devida relevância ao momento. Desde fevereiro, o ICO é comandado pela brasileira Vanúsia Nogueira. Os exportadores defendem que a circunstância é favorável à costura de pautas comerciais de interesse do Brasil.

#Conselho Nacional do Café #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

República do pão de queijo

17/10/2022
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Romeu Zema, que mergulhou de vez na campanha de Jair Bolsonaro, já teria feito duas indicações para o Ministério em caso de reeleição: o presidente da Fiemg, Flavio Roscoe, e o ex-secretário de governo de Minas Gerais, Igor Eto. Roscoe tem participado ativamente de eventos políticos da dupla “Bolsozema”. Eto, por sua vez, é homem de confiança de Zema – só deixou o secretariado para comandar a campanha do governador reeleito.

#Jair Bolsonaro #Romeu Zema

A nova aposta da equipe econômica

14/10/2022
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Antes mesmo de Jair Bolsonaro virar o jogo da reeleição, Paulo Guedes já está catando caquinho para fechar as contas fiscais a partir de 2023. Vale tudo, até soluções aparentemente pouco ortodoxas. A equipe econômica estuda uma nova proposta em torno da liberação dos jogos de azar no país.

A ideia seria vincular a abertura de cassinos à destinação de parte da arrecadação tributária para custear o Auxílio Brasil de R$ 600 durante os quatro anos de mandato. O caráter social do projeto seria uma forma de quebrar resistências à liberação do jogo no Brasil, que vêm, sobretudo, da comunidade evangélica. Não é pouco dinheiro que está em jogo.

Há estimativas de que a permissão para a abertura de cassinos no Brasil poderia gerar uma arrecadação da ordem de R$ 50 bilhões por ano. Ressalte-se que essa cifra ainda poderia ser aumentada com a regulamentação das apostas eletrônicas, leia-se a permissão para que sites internacionais se instalem formalmente no país. O projeto foi aprovado em 2018, mas até hoje o Ministério da Economia não concluiu a regulação da atividade.

#Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Veio para ficar

13/10/2022
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Segundo informações filtradas do TSE, a Corte vai manter para as eleições municipais de 2024 a unificação do horário de votação, testada neste ano. Ou seja: todos os estados, mesmo aqueles com fuso distinto, vão votar simultaneamente. A experiência agilizou consideravelmente a apuração, um “ativo” que Alexandre de Moraes, presidente do TSE, pretende capitalizar ao máximo. Só falta Jair Bolsonaro questionar isso também.

#Alexandre de Moraes #Jair Bolsonaro #TSE

Agrotóxicos opõem Lula e Jair Bolsonaro no Supremo

11/10/2022
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Ainda que indiretamente, Lula e Jair Bolsonaro têm um embate marcado para os próximos dias no STF. Segundo o RR apurou, o Supremo vai concluir antes em até duas semanas antes, portanto, do segundo turno o julgamento da ADPF 910. Ajuizada pelo PT, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental questiona a legalidade do Decreto 10.833/2021 assinado por Bolsonaro no ano passado, que flexibiliza as vendas de defensivos agrícolas no Brasil.

O partido acusa o governo de instituir uma espécie de “liberou geral” na comercialização de agrotóxicos, abrindo brecha, inclusive, para a entrada no Brasil de produtos banidos em outros países, notadamente da União Europeia. Ressalte-se que a ministra Carmem Lucia, relatora do processo, já votou contra cinco trechos do Decreto 10.833/2021. Mas é necessária a apreciação de todos os ministros para que o STF declare a inconstitucionalidade ou não da matéria – seja de parte do texto ou da íntegra. Segundo informações filtradas da Corte, há entendimentos dissonantes no Supremo.

O ministro Luis Roberto Barroso seria uma das principais vozes contrárias ao Decreto. Do outro lado, estaria, por exemplo, Kassio Nunes, indicado por Bolsonaro. Em contato com o RR, o Supremo confirmou que “a ADPF 910 está em julgamento na sessão virtual e está prevista para terminar no dia 17 de outubro”. Às vésperas da eleição, o STF joga luz em um tema polêmico e naturalmente imbricado com a disputa entre Jair Bolsonaro e Lula. O processo no Supremo, de autoria do PT, é mais uma cerca de arame farpado a separar o ex-presidente do agribusiness. A flexibilização das regras para defensivos agrícolas é uma forte exigência do setor, que vem sendo atendida por Bolsonaro antes mesmo do Decreto 10.833/2021. Nos três primeiros anos de mandato, o seu governo autorizou o registro de 1.560 produtos. O número supera o total de defensivos agrícolas aprovados no país nos 20 anos anteriores.

#Agrotóxicos #Jair Bolsonaro #Lula

Ministério da Economia estuda nova antecipação de dividendos da Petrobras

10/10/2022
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A equipe econômica busca soluções para cobrir os dispêndios feitos pelo governo Bolsonaro que estão fora do teto de gastos. Uma das propostas que ganha força é antecipar o pagamento dos dividendos da Petrobras referentes ao quarto trimestre, repetindo expediente já adotado na distribuição dos lucros do segundo trimestre do ano. Nesse caso, a estatal procederia a remuneração dos acionistas até 20 de dezembro, o que permitiria ao Tesouro lançar esses recursos nas contas públicas de 2022.

Em conversa com o RR, a Petrobras informou que, no primeiro semestre de 2022, a União recebeu cerca de R$ 32 bilhões de dividendos da empresa. Com a nova parcela de dividendos aprovada em 28 de julho, o valor da remuneração da União somará R$ 64,1 bilhões neste ano – informação também confirmada à newsletter pela companhia. Perguntada especificamente sobre a possibilidade de antecipação do pagamento do valor referente ao quarto trimestre, a estatal não se pronunciou.

Haveria ainda a hipótese de recursos originalmente reservados para investimentos serem redirecionados para o pagamento de dividendos, o que aumentaria o valor da remuneração aos acionistas previsto para este ano – esse remanejamento poderia ser compensado em 2023. O nó fiscal é grande. A “PEC das Bondades” criou cerca de R$ 41 bilhões em despesas adicionais, não previstas no orçamento. Entram nessa conta o valor adicional do Auxílio Brasil de R$ 600 até dezembro, o vale-gás e os benefícios a caminhoneiros e taxistas. Cerca de R$ 12 bilhões já foram desembolsados.

Nesse cenário, a antecipação dos dividendos da Petrobras contribuiria bastante para o governo fechar as contas públicas de 2022, estropiadas pela combinação entre o carry over da pandemia e os afagos eleitorais do candidato Jair Bolsonaro. Mesmo porque, olhando-se para um lado e para o outro, Paulo Guedes e sua equipe não têm mais de onde tirar. Na atual circunstância, em meio ao processo eleitoral, dificilmente haveria espaço para o governo retirar da cartola uma nova PEC do Teto.

#Economia #Jair Bolsonaro #PEC do Teto #Petrobras

Quanto custa o voto

10/10/2022
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R$ 364,1 milhões. Na ponta do lápis, este é o valor que Solidariedade, PP, Patriota e PSC deixarão de receber em 2023, segundo dados obtidos pelo RR junto ao próprio TSE. A cifra se refere aos recursos do Fundo Partidário que o quarteto perderá por não ter atingido a cláusula de barreira nas eleições. O maior prejuízo será do Solidariedade: aproximadamente R$ 107 milhões.

#Fundo Partidário #Jair Bolsonaro #Lula #TSE #União Brasil

Prosperidade

10/10/2022
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Nem só de Jair Bolsonaro vive o empresário Luciano Hang. A Havan está com mais de R$ 400 milhões em caixa. Parte dos recursos deverá ser destinada à expansão do número de megalojas, especialmente no Nordeste.

#Havan #Jair Bolsonaro #Luciano Hang

O presidente e o “patife”

10/10/2022
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O próximo dia 13 deverá marcar o primeiro encontro público entre Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes após o presidente da República chamar o ministro de “patife”. Ambos são aguardados na posse do novo presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Lelio Bentes Corrêa. Em tempo: por si só, a própria presença de Bolsonaro na Corte já é uma saia justa. O presidente já declarou ser favorável à extinção da Justiça do Trabalho.

#Alexandre de Moraes #Jair Bolsonaro

Mando de campo

10/10/2022
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A Fiesp pretende organizar um novo encontro entre empresários e os candidatos Lula e Jair Bolsonaro. O petista já sinalizou que vai. Com Josué Gomes da Silva na presidência da entidade, Lula joga em casa.

#Fiesp #Jair Bolsonaro #Lula

Articulador de ocasião

10/10/2022
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Sergio Moro está cheio de banca no União Brasil após sua eleição ao Senado. Ofereceu-se a ir a Salvador para conversar com ACM Neto e tentar convencê-lo a apoiar Jair Bolsonaro. Só tem dois “senões”: se unir a Bolsonaro na Bahia seria uma queimação de filme – Lula teve quase 70% dos votos no estado. Além disso, ACM Neto não tem Sergio Moro em boa conta. O baiano foi um dos principais articuladores para ceifar pela raiz a candidatura do ex-ministro à Presidência da República pelo União Brasil.

#ACM Neto #Jair Bolsonaro #Sérgio Moro #União Brasil

Pedalada

10/10/2022
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O youtuber Monark, codinome de Bruno Aiub, teria sido sondado pela campanha de Jair Bolsonaro para participar dos programas eleitorais do presidente na TV. Ex-acionista do podcast Flow, o influencer é pródigo pelas polêmicas. Na mais notória delas, defendeu a existência de um partido nazista no Brasil.

#Jair Bolsonaro #Monark

Bolsonaro embala um pacote pré-eleitoral para o Nordeste

7/10/2022
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Jair Bolsonaro pretende se apropriar do tema “frente de trabalho”, brigando em um terreno historicamente pertencente ao PT. As discussões no comitê de campanha miram, notadamente, o Nordeste, uma das regiões do país mais sensíveis à questão do desemprego e, ao mesmo tempo, território hostil às pretensões eleitorais do presidente. Assessores de Bolsonaro estão levantando junto a órgãos vinculados ao Ministério da Infraestrutura, notadamente o DNIT e a Infra S/A (antiga Valec), uma série de projetos para a Região, a serem anunciados durante a campanha do segundo turno.

A ideia é embrulhar nesse pacote novas obras de infraestrutura com empreendimentos que já estão no pipeline, mas ainda não saíram do papel. Tudo amarrado ao discurso da geração de postos de trabalho. Segundo o RR apurou, um dos principais projetos será a construção do Sistema Hidroviário do Parnaíba, fundamental para o escoamento da produção agrícola do Piauí e Maranhão. O investimento estimado chega a R$ 14 bilhões. Seria uma bandeira com razoável impacto para milhares de pequenos produtores que atuam na agricultura familiar não só no Maranhão e Piauí, mas também Bahia e Tocantins – ou seja, todo o quadrilátero conhecido como “Matopiba”. Bolsonaro deverá anunciar ainda a ampliação da BR-101, nos trechos entre a Bahia, Alagoas e Sergipe, a duplicação da BR-235, também em Sergipe, além do avanço das obras da Fiol II, leia-se o trecho da Ferrovia de Integração Leste-Oeste entre Caetité e Barreiras, na Bahia.

O projeto seria vinculado à liberação de recursos do FDNE (Fundo de Desenvolvimento do Nordeste). Hoje, o empreendimento gera aproximadamente três mil empregos diretos e indiretos. Estima-se que esse número possa chegar a cinco postos de trabalho, especialmente com o início das obras do chamado Lote 6 da ferrovia. A estratégia de unir o trinômio infraestrutura/Nordeste/postos de trabalho deve ser creditada na conta do ministro das Comunicações, Fabio Faria, hoje um dos mais influentes assessores do comitê de Jair Bolsonaro. Potiguar, Faria tem sido um dos principais articuladores políticos de Bolsonaro na região. A ideia é dar munição eleitoral ao presidente para que ele percorra o Nordeste, anunciando – ou reanunciando – os investimentos.

#Dnit #Jair Bolsonaro #Ministério da Infraestrutura #Nordeste #PT

Uniforme

7/10/2022
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Saindo do forno do Palácio do Planalto: a campanha de Jair Bolsonaro discute a ideia do presidente usar a camisa do Brasil nos debates do segundo turno.

#CBF #Jair Bolsonaro

Vento que venta lá…

7/10/2022
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O TSE está rastreando a origem da fake news de que Jair Bolsonaro vetou o piso nacional da enfermagem, que invadiu as redes na última terça-feira.

#Fake News #Jair Bolsonaro

A eleição depois da eleição

7/10/2022
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O nome do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha desponta dentro do PT como um potencial candidato a presidência da Câmara, em fevereiro de 2023. Antes, no entanto, Lula precisa ganhar a eleição que realmente interessa.

O que se diz nas entranhas do MDB é que Roseana Sarney também tem pretensões de disputar a presidência da Câmara. Seria, inclusive, moeda de troca para José Sarney declarar apoio a Lula ou a Jair Bolsonaro no segundo turno. A essa altura, fazer de  Roseana presidente da Câmara seria um trabalho de Hércules para qualquer um dos candidatos.

#Alexandre Padilha #Jair Bolsonaro #José Sarney #Lula #MDB #PT

“E daí?”, diria Bolsonaro

7/10/2022
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Pesquisa qualitativa recebida pelo comitê de campanha de Jair Bolsonaro na última terça-feira aponta que 69% dos brasileiros veem o presidente como uma ameaça à democracia. Outros 89% classificam a democracia como um valor a ser preservado. Qual será o impacto desse survey no discurso de Bolsonaro? Nenhum.

#Jair Bolsonaro #Lula #PT

Cemig vai para o balcão

6/10/2022
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A aliança entre Romeu Zema e Jair Bolsonaro aumenta consideravelmente as chances de privatização da Cemig. O apoio dos oito deputados estaduais do PL à venda da companhia entrou na mesa de negociações com Bolsonaro. Com isso, Zema passará a ter uma base de apoio na Assembleia Legislativa jamais vista em seu primeiro mandato.

#Cemig #Jair Bolsonaro #PL #Romeu Zema

Uma derrota com sabor de vitória

6/10/2022
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Apesar da derrota na disputa pelo Senado, o comitê político de Jair Bolsonaro celebrou o desempenho do ex-ministro do Turismo Gilson Machado. A votação de Machado foi vista pelo staff de campanha de Bolsonaro como um indicativo de potencial crescimento do presidente no estado. Poucos se deram conta, mas Machado protagonizou um dos tantos vacilos dos institutos de pesquisa. Na véspera da eleição, o ex- ministro apareceu em levantamento do Ipec com apenas 15% dos votos. No dia seguinte, teve 30% das urnas.

#Gilson Machado #IPEC #Jair Bolsonaro

Em nome de Jair Messias

6/10/2022
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Embalada pela eleição ao Senado, Damares Alves articula com lideranças evangélicas a organização de uma grande marcha para Jesus, ou melhor, para Jair Bolsonaro em Brasília.

#Damares Alves #Jair Bolsonaro

Lula vai soltar algum spoiler na economia?

5/10/2022
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O comitê da campanha petista pressiona Lula a antecipar nomes da sua equipe econômica e anunciar propostas concretas, tudo o que o candidato não fez até o momento. Essa mobilização é um reconhecimento de um equívoco. Sob certo aspecto, Lula desdenhou da realidade eleitoral ao não assumir riscos e não dar pistas de sua política econômica na disputa do primeiro turno. Não são discussões em linha reta. Dentro do PT, há estratégias e propostas distintas, defendidas pelas diferentes correntes de pensamento econômico que foram se aninhando na campanha de Lula. A eminência parda da área econômica no partido, Aloizio Mercadante, defende que o candidato anuncie medidas mais afeitas ao ideário histórico do PT. Entrariam nesse rol o aumento do salário-mínimo, a promessa de correção da remuneração do funcionalismo público e a garantia de constitucionalização do Bolsa Família, que Lula promete recriar no lugar do Auxílio Brasil. Ou seja: o benefício passaria a ser uma ação de Estado e não do governo da ocasião. Mercadante entende, inclusive, que Lula deve explorar ao máximo essas propostas nos debates eleitorais do segundo turno. A premissa é que são medidas que Jair Bolsonaro não seria capaz de “bidar”. Ou seja: seriam ativos quase exclusivos do candidato do PT.

Por sua vez, Geraldo Alckmin defende um discurso mais ameno, voltado a crescimento, linha que encontra eco em Andre Lara Resende e Pérsio Arida, colaboradores na formulação do programa econômico petista. O duo “Larida” seria da opinião que Lula deve esmiuçar propostas para estimular investimentos, especialmente na área de infraestrutura, e fomentar a criação de frentes de trabalho.

Lula sempre foi da opinião que nome de ministro e política econômica só se anuncia depois da eleição. Foi o que fez em seu primeiro mandato, divulgando a nomeação de Antonio Palocci somente no dia 12 de dezembro de 2002, portanto um mês e meio após a vitória nas urnas. No entanto, a redução da diferença para Jair Bolsonaro no primeiro turno – bem inferior à apontada pelas pesquisas – joga um fator de pressão para que o petista antecipe fatos. Até como forma de conter especulações que, a essa altura, levam mais tensão à campanha petista. Nos últimos dias, surgiram rumores no mercado de que Lula estaria propenso a indicar um economista “puro-sangue” do PT para o Ministério da Fazenda. Nesse caso, o futuro ministro sairia da “lista tríplice” formada por Aloizio Mercadante, Guilherme Mello e Gabriel Galípolo.

Mercadante é uma espécie de decano dos economistas do PT, colaborador histórico de Lula e, por isso mesmo, talvez o nome com maior suporte político dentro do partido. Mello e Galípolo, por sua vez, são estrelas em ascensão. Com a mesma idade, 39 anos, ambos se destacaram durante a campanha como dois dos principais formuladores do programa econômico de Lula. Mello, da Unicamp, já disse que o governo Lula pretende revogar o teto de gastos e criar um novo arcabouço fiscal. O que isso significa? Pouco ou nada se sabe, o que só ajuda a alimentar tensões no mercado.

Já Galípolo tem uma trajetória, digamos assim, menos convencional para o perfil dos economistas historicamente próximos ao PT – ainda que seja um colaborador de Mercadante há mais de dez anos. Formado pela PUC, foi CEO do Fator, o que, em tese, talvez o coloque em uma situação de vantagem, como um nome um pouco menos rascante para o mercado. Galípolo também é próximo de Luciano Coutinho, o que em parte explicaria as especulações do seu nome para um BNDES vitaminado – ver RR de 5 de setembro.

Em conversas com assessores próximos a Lula, o RR apurou que, apesar de eventuais pressões do partido, Lula pende para a saída mais desejável pelo mercado, leia-se um Ministério “PTucano”. Na prática, a construção desse staff já vem surgindo aos poucos, de forma gradativa – em uma combinação antecipada pelo RR ao longo dos últimos meses. Geraldo Alckmin segue como forte candidato ao Ministério da Fazenda – como informou a newsletter no dia 19 de setembro. Dentro do próprio PT, ressalte-se, há focos de resistência ao nome de Geraldo Alckmin – e, consequentemente à “tucanização” da economia. Um dos argumentos é que o vice-presidente da República não seria um ministro demissível. Tudo tem seu jeito. Alckmin pode até não ser “demissível”, mas seria perfeitamente “deslocável”, caso assim fosse necessário. Por essa linha, Lula formalizaria também a presença de André Lara Resende e Pérsio Arida em sua equipe econômica. É outro movimento que não vem de hoje. Em março de 2021, mais precisamente na edição do dia 16, o RR foi o primeiro veículo a noticiar a aproximação de Lara Resende e Lula e a possibilidade do ex-tucano integrar um eventual governo petista.

O RR não acredita que Lara Resende seja o escolhido para o cargo de ministro. O mercado financeiro se ressentiria da escolha, em razão das suas “novidadeiras” teorias monetárias. Mas ele será um importante colaborador de Lula na formulação da política econômica, o que já foi endossado pelo próprio petista. O mesmo se aplica a Pérsio Arida, outro nome egresso do ninho tucano, que também confirmou sua colaboração com o comitê responsável pelo programa econômico e igualmente se achegou a Lula pelas mãos de Alckmin. A presença de Lara Resende e Arida traz para o governo petista o ativo da maior revolução monetária do país, com o fim da hiperinflação. Ou seja: Lula pode capitalizar o fato de que arregimentou das antigas fileiras tucanas a dobradinha que ajudou a idealizar o Plano Real e a resolver o maior problema do povo: a carestia. Mesmo que o petista não tenha apoiado o Real na sua origem.

O regra três da área econômica de Lula é, como sempre foi, seu ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Seu apoio a Lula não teria sido uma decisão destituída de qualquer acordo ou interesse. Meirelles é quindim do mercado. A newsletter aposta que seu nome está guardado para a saída de Roberto Campos Neto da presidente do BC daqui há dois anos – ver RR de 9 de setembro. Campos Neto já afirmou que não se recandidatará, o que também é o desejo do PT. Meirelles estaria sentado no Conselho da controversa corretora de criptomoedas Binance, aguardando a convocação. Será, então, o mais longevo presidente do BC e joia rara dos três governos Lula. Mas Meirelles não é papo para a campanha eleitoral. Os atores agora são outros.

#Auxílio Brasil #Banco Central #BNDES #Geraldo Alckmin #Henrique Meirelles #Jair Bolsonaro #Lula #Ministério da Fazenda #PT

A caça por apoios

5/10/2022
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Paulo Guedes tem feito acenos ao empresário Flavio Rocha com o objetivo de resgatar seu apoio a Jair Bolsonaro. Há duas semanas, o dono da Lojas Riachuelo jantou com Lula, mas, sempre que perguntado sobre eleições, tem repetido que prefere “ficar na moita”. Guedes quer tirá-lo de lá.

Eduardo Bolsonaro está se mexendo para conseguir que Giorgia Meloni, líder da extrema direita italiana e virtual primeira-ministra do país, grave um vídeo em favor da reeleição de Jair Bolsonaro.

O comitê de campanha de Lula, via Henrique Meirelles, está tentando obter uma declaração de apoio de João Doria. Ainda que tenha perdido força no tabuleiro político, Doria carrega o ativo do confronto com Jair Bolsonaro na pandemia.

#Eduardo Bolsonaro #Flavio Rocha #Henrique Meirelles #Jair Bolsonaro #João Doria #Lojas Riachuelo #Lula #Paulo Guedes

O “Nordeste de Bolsonaro”

5/10/2022
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A campanha de Jair Bolsonaro está programando uma viagem a quatro estados do Nordeste na próxima semana, começando pela Bahia. Bolsonaro vai levar a tiracolo o ex-ministro Rogério Marinho, eleito senador pelo Rio Grande do Norte.

#Jair Bolsonaro #Rogério Marinho

José Dirceu é a bola da vez na campanha de Bolsonaro

4/10/2022
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No que depender de Carlos Bolsonaro, José Dirceu deverá ser uma peça importante na campanha de Jair Bolsonaro no segundo turno. “Carluxo” defende como estratégia o uso do nome de Dirceu para intensificar o discurso de criminalização de Lula e do PT. Ressalte-se que o track records joga a favor do “02”. Até agora, ele acertou todas na estratégia de campanha, vide os ataques a institutos de pesquisa – ver RR de ontem.

No caso de Dirceu, sua proposta é explorar ao máximo a folha corrida do petista, incluindo a produção de vídeos para as redes sociais e para os programas eleitorais de Bolsonaro. O staff do presidente já estaria selecionando imagens “emblemáticas” da trajetória do ex- ministro da Casa Civil. O acervo iria da época de guerrilheiro à prisão e julgamento na Lava Jato. O próprio presidente deverá levantar a bola nos debates, fazendo menção a José Dirceu de forma a constranger e seu oponente. Ou seja: Bolsonaro utilizaria a criatura contra o seu criador.

Com essa estratégia, a campanha de Jair Bolsonaro pretende jogar luz sobre uma figura que o próprio PT, prudentemente, tem mantido na penumbra durante toda o processo eleitoral. Segundo o RR apurou, no comitê político de Bolsonaro já se discute ações até mais contundentes. Uma delas seria o vazamento da “informação” de que Dirceu terá um cargo no eventual governo Lula, assumindo, mais uma vez, toda a coordenação política do petista. Nos cálculos de Carlos Bolsonaro, essa narrativa teria o efeito de aumentar tensões e galvanizar uma parcela do eleitorado que não votou nem no atual presidente nem em Lula no primeiro turno. Para eleitores ao centro e à direita, a menção ao nome de Dirceu já seria suficiente para evocar o pior dos recalls: o cérebro por traz do mensalão, do petrolão e de toda a sorte de atos criminosos necessários para assegurar uma longeva permanência do PT no Poder.

#Carlos Bolsonaro #Jair Bolsonaro #José Dirceu #Lula #PT

Bolsonaro elege institutos de pesquisa como o “inimigo” a ser batido no segundo turno

3/10/2022
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Carlos Bolsonaro venceu. Ontem, “Carluxo” foi festejado no comitê de campanha de Jair Bolsonaro. No núcleo duro dos articuladores políticos de Bolsonaro, o “02” sempre foi o maior defensor de que deveriam ser feitos ataques contundentes contra os institutos de pesquisa. Ganhou e vai ganhar muito mais. Os institutos serão o principal adversário na campanha do segundo turno. A ordem é bater pesado no Datafolha, Ipec, entre outros menos votados. Guardadas as devidas proporções, serão tratados da mesma forma que a mídia, em especial a Globo, durante todo o primeiro mandato.

Segundo o RR apurou junto a assessores de Bolsonaro, ontem mesmo o comitê político do presidente já discutia estratégias para capitalizar os erros dos maiores institutos no país em suas pesquisas para o primeiro turno. A ofensiva começou logo após a apuração. Ontem à noite, no seu primeiro pronunciamento após o resultado da votação, Jair Bolsonaro bateu duramente no Datafolha. A campanha de Bolsonaro deverá se valer de termos como “fraudadores” e “enganadores” para desacreditar ainda mais os institutos.

Como sempre, as redes sociais terão um papel fundamental nesse bombardeio, sob a regência de “Carluxo”. Já a partir de hoje perfis de apoio a Bolsonaro deverão descarregar postagens contra os institutos, confrontando as últimas pesquisas com os resultados das urnas no primeiro turno. O tiroteio será logicamente intensificado a cada divulgação de novo levantamento – mesmo porque a tendência é que Lula apareça na frente nas primeiras pesquisas.

#Carlos Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Lula #PT

Bolsonaro x Lula, na reta final

30/09/2022
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Interlocutores de Jair Bolsonaro ainda tentam, aos 44 do segundo tempo, costurar um encontro entre o presidente e o ex ministro Marco Aurelio Mello. Seria um contraponto, ainda que solitário, às seguidas manifestações de apoio de ex-integrantes do Supremo a Lula.

O resultado das últimas pesquisas acirrou as divergências no QG de campanha de Jair Bolsonaro. Os filhos do presidente, notadamente Carlos Bolsonaro, jogam a culpa pela estagnação nas sondagens sobre o marqueteiro Duda Lima, ligado a Valdemar da Costa Neto. Nas reuniões internas, “Carluxo” tem atacado duramente a “suavização” da imagem de Bolsonaro nos programas eleitorais. No que depender do “03”, Duda Lima é carta fora do baralho para o segundo turno. Se houver.

Ao longo da semana, Jair Bolsonaro recusou dois pedidos da campanha de Fernando Collor para gravar uma mensagem de apoio ao candidato ao governo de Alagoas e aliado do presidente. Bolsonaro não quer desagradar Arthur Lira, que apoia Rodrigo Cunha.

A cúpula do PT defende que Lula acompanhe a apuração, no próximo domingo, no Sindicato dos Metalúrgicos, em São  Bernardo do Campo. Há um simbolismo na sugestão: foi de lá que ele saiu preso e rumou para a sede da PF, em Curitiba, em 7 de abril de 2018.

Em tempo: o staff de campanha tenta demover Lula da ideia de fazer uma carreata pelas ruas de São Bernardo, amanhã. A recomendação veio da própria equipe da Polícia Federal que cuida do esquema de segurança do candidato.

#Carlos Bolsonaro #Fernando Collor #Jair Bolsonaro #Lula #Marco Aurelio Mello #PT

O mundo vai ser importante no 2 de outubro

29/09/2022
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O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, articula que as diversas instituições internacionais observadoras do processo eleitoral no Brasil se manifestem logo nas primeiras horas após o anúncio do resultado oficial. A ideia é que todas avalizem formalmente a segurança das urnas eletrônicas e a lisura da apuração. Moraes quer usar o peso de algumas dessas organizações para contra por eventuais suspeições de fraude eleitoral que poderão ser levantadas já na noite de domingo, dependendo do placar final da disputa pela Presidência da República.

A voz de maior força nesse sentido viria da OEA (Organização dos Estados Americanos). A delegação da entidade que acompanhará in loco a votação de domingo será chefiada pelo diplomata Rubén Ramírez Lescano, ex-chanceler do Paraguai. No TSE, outro aval visto como importante é o da União Interamericana de Organismo Eleitorais (Uniore). A entidade é composta por órgãos eleitorais de 30 países das Américas.

As tratativas com a OEA e outras organizações internacionais são cercadas de cuidados no TSE, mais precisamente no gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Em contato com o RR, a Corte não se pronunciou especificamente sobre as conversações que vêm sendo conduzidas para o pronto aval dessas entidades ao resultado do pleito e à segurança do processo. Em nota, o TSE apenas confirmou que sete instituições externas atuarão como observadores nas eleições.

O próprio número já dá uma dimensão do espectro de articulações conduzidas por Alexandre de Moraes no exterior. As eleições presidenciais de 2018 contaram com apenas um observador internacional: a própria OEA. Além da Organização dos Estados Americanos, em nota o TSE informou ao RR que o Parlamento do Mercosul (Parlasul) e a Rede Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) também atuarão no pleito. De acordo com a Corte, há ainda “tratativas finais para a vinda de representantes das organizações norte-americanas Carter Center e International Foundation for Electoral Systems (Ifes); da Unión Interamericana de Organismos Electorales (Uniore); e da Rede Mundial de Justiça Eleitoral.”

 

Assessores de Lula na área de política externa, notadamente o ex-chanceler Celso Amorim, têm mantido conversações com representantes diplomáticos da União Europeia. A interlocução se dá, principalmente, por intermédio do embaixador da UE no Brasil, Ignacio Ybáñez. A exemplo do recente contato com representantes do Departamento de Estado norte-americano, as tratativas passam por um ponto central: assegurar o imediato reconhecimento da União Europeia ao resultado das eleições no próximo domingo, notadamente caso Lula encerre a disputa já no primeiro turno. Ybáñez já fez declarações públicas enfatizando que o resultado do pleito no Brasil deve ser respeitado.

Lula tem feito alguns contatos pessoais com sua rede de estadistas e personalidades internacionais para que se manifestem após a apuração, caso o petista confirme a vitória em primeiro turno. A preocupação do ex-presidente é construir um leque de apoios de forte repercussão, para dissuadir a sempre temida resistência de Jair Bolsonaro aos resultados das urnas.

#Alexandre de Moraes #Jair Bolsonaro #Lula #OEA #TSE

O rating de Paulo Guedes caiu

29/09/2022
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A ala política do governo e os próprios filhos de Jair Bolsonaro debitam na conta de Paulo Guedes um erro de timing grosseiro. O entorno de Bolsonaro atribui a Guedes a excessiva demora para a fixação do teto de juros dos empréstimos consignados a beneficiários do Auxílio Brasil. O entendimento é que o ministro da Economia e sua equipe dormiram no ponto e cometeram uma falha grave, tanto do ponto de vista da política econômica quanto, sobretudo, da política-política. A Portaria, com o limite de juros de 3,5%, foi publicada somente na terça-feira, a apenas cinco dias das eleições. Ou seja: Bolsonaro praticamente não terá tempo algum para capitalizar a medida, tratada no comitê de campanha como um valioso ativo eleitoral – ver RR do dia 16 de agosto. Nessa mesma edição, a newsletter já alertava que os bancos não emprestariam dinheiro sem a definição de um teto de juros. E não emprestaram mesmo. O teto veio. Mas, para Bolsonaro, talvez tarde demais.

#Auxílio Brasil #Economia #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Dois que são um só

29/09/2022
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Mais um sinal do poder de Alexandre de Moraes, presidente do TSE. O corregedor-geral eleitoral, Benedito Gonçalves, têm atuado nos bastidores na maior sintonia com Moraes. Foi assim na recente decisão da Corregedoria de proibir Jair Bolsonaro de fazer lives de caráter eleitoral dentro de prédios públicos, como os Palácios do Planalto e Alvorada. E será assim até o fim das eleições.

#Alexandre de Moraes #Jair Bolsonaro #TSE

Chapa puro-sangue

29/09/2022
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O RR apurou que o senador Luis Carlos Heinze, quarto lugar nas pesquisas, deve anunciar já no domingo seu apoio a Onyx Lorenzoni no segundo turno das eleições ao governo gaúcho. A costura teve participação direta do próprio Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Luis Carlos Heinze #Onyx Lorenzoni

A última afronta?

28/09/2022
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Jair Bolsonaro quer botar seu povo na rua. O presidente cogita convocar seus apoiadores para manifestações no próximo domingo, no dia das eleições. A maior mobilização ocorreria na Praia da Barra da Tijuca, bairro onde Bolsonaro mora. Nada muito diferente do que ele fez durante todo o mandato. A não ser pelo fato de que, agora, o chamamento aos seguidores soaria como uma provocação à própria Justiça Eleitoral. A legislação proíbe manifestações coletivas no dia do pleito.

Operação blindagem

Apesar da segurança dos togados do TSE já vir sendo preparada há mais de um mês, a Polícia Federal permanece debruçada sobre detalhes do esquema de proteção nas eleições. “Detalhes” em termos. O efetivo de agentes deverá ser aumentado. Até o fim da semana, a PF seguirá focada no pleito. O RR apurou que a preocupação é grande. Como nunca antes.

#Jair Bolsonaro #Justiça Eleitoral #Polícia Federal

Jair Bolsonaro é o eleito do empresariado

27/09/2022
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Os dirigentes empresariais estão fechados com Jair Bolsonaro. É o que mostra sondagem realizada pelo RR junto a executivos de 96 companhias. Diante da polarização entre os dois candidatos líderes das pesquisas, a newsletter perguntou: “Entre Jair Bolsonaro e Lula, qual é a sua intenção de voto?”. Resultado: Bolsonaro teve 59%, contra 41% do petista. A enquete foi dividida por dez segmentos da economia, arbitrados pela newsletter em razão da sua importância e representatividade: construção pesada, bens de capital, financeiro, varejo, energia, bens de consumo não duráveis, petroquímica/química, tecnologia, automobilístico e agronegócio.

Cabe ressaltar que há uma assimetria entre o número de entrevistados em cada setor, devido a diversos fatores, como a concentração de players em determinados segmentos e o total de executivos que aceitaram participar da sondagem. De qualquer forma, o RR considera que, em razão da importância dos dirigentes e o retrato dos setores, a enquete guarda uma boa representatividade. Os dados oferecem subsídios valiosos para se identificar os setores mais afeitos ou refratários a cada um dos dois candidatos. Os números evidenciam que o PIB brasileiro pende a favor de Bolsonaro: o candidato à reeleição teve maior votação entre os executivos de seis dos dez segmentos. Não chega a ser exatamente uma surpresa. Os pilares da política econômica de Bolsonaro ou especificamente do seu ministro Paulo Guedes são mais palatáveis ao empresariado do que o ideário pregado pelo PT. Se o atual governo não conseguiu entregar mais – reformas, concessões, privatizações etc – isso se deve à pandemia.

 

 

É importante ressaltar que, em todos os setores em que lidera as preferência de voto, Jair Bolsonaro aparece como uma margem razoavelmente folgada em relação a Lula. A maior diferença veio do agronegócio: 79% a 21% em favor do presidente. O candidato à reeleição lidera também com ampla vantagem as intenções de voto no setor financeiro: 67% a 33%. Outra área bastante favorável a Bolsonaro é o de tecnologia (TI, softwares, games e startups): 65%, contra 35% de Lula – número certamente alimentado pelas seguidas desonerações fiscais a segmentos dessa indústria. O presidente teve uma votação semelhante entre os dirigentes empresariais do mercado de energia (que englobou empresas do setores elétrico e de óleo e gás): 67%, contra 33% atribuídos a Lula. Nesse caso, nem é necessário evocar qualquer realização do governo Bolsonaro. Basta lembrar da desastrosa intervenção de Dilma Rousseff nas tarifas de energia para entender a rejeição ao candidato petista.

Não obstante a preferência majoritária por Jair Bolsonaro, Lula tem seus redutos eleitorais entre empresários que muito provavelmente oscilam entre uma saudosa memória do que foram e um profundo descontentamento com o que são. Na sondagem do RR, o petista levou vantagem sobre Jair Bolsonaro junto aos dirigentes empresariais dos setores bens de consumo (58% a 42%); construção pesada (60% a 40%) e bens de capital (67% a 33%). No primeiro caso, a liderança de Lula nas intenções de voto pode ser atribuída à memória da farta concessão de crédito em seu governo e do consequente impacto sobre o consumo. Já as indústrias de bens de capital e de construção pesada, especialmente esta última, foram setores que viveram tempos de bonança no governo Lula, acabaram duramente atingidos pela Lava Jato e não tiveram qualquer apoio da gestão Bolsonaro para a sua recuperação. No ano passado, por exemplo, o PIB da construção pesada caiu 8,3%, enquanto o Produto Interno Bruto como um todo subiu 4,6%. O PIB do setor, ressalte-se, acumula perdas reais de 51,4% desde 2014.

O RR também perguntou aos executivos consultados como eles avaliam as políticas do governo Bolsonaro para seus respectivos setores. Como seria de se esperar, as respostas conversam com as intenções de voto apuradas em cada segmento econômico. O agronegócio confirmou ser uma “república bolsonarista”: 71% dos entrevistados classificaram a gestão do presidente como “ótima”. Outros 21% consideram o governo “bom” para o segmento, e apenas 8% cravaram a resposta “regular”. Nenhum dos entrevistados do agronegócio avalia a administração Bolsonaro como “ruim”. O mesmo ocorreu entre executivos da área financeira: nenhum dos respondentes entende que o governo é “ruim” para o setor, ainda que os resultados não sejam tão favoráveis ao candidato à reeleição quanto no agronegócio. Dos entrevistados, 33% qualificam o governo como “regular”. A maioria, 67%, avalia o atual presidente como “bom”.  Entre os executivos da área financeira, ninguém escolheu a opção “ótimo”.

 

A enquete revela também a alta aceitação de Jair Bolsonaro entre o setor de tecnologia: o governo foi considerado “ótimo” por 55% dos entrevistados e “bom” por 20%. Apenas 15% e 10% classificam a política do presidente, respectivamente, como “regular” ou “ruim”. Os dirigentes da indústria petroquímica também veem as ações de Bolsonaro como positivas para o seu segmento. Um universo de 75% dos entrevistados avalia o governo como “ótimo” (25%) e “bom” (50%). Outros 25% entendem a gestão como “regular” e nenhum dos respondentes do setor considera “ruim”.   A pior avaliação de Bolsonaro vem, como não poderia deixar de ser, de setores com predominância de intenção de voto em Lula. Nenhum dos dirigentes da indústria da construção pesada respondeu que o governo é “ótimo” para o setor. Outros 20% classificam como “bom”. A maioria das respostas se concentra em “regular” – 60%. Por sua vez, 20% dos executivos avaliam a política de Bolsonaro para o segmento como “ruim”.

O setor de bens de capital é ainda mais hostil ao atual presidente. A maioria dos dirigentes que participaram da enquete reputa a atual gestão como “ruim” (50%) ou “regular” (33%). Apenas 17% classificam como “boa”. E nenhum dos executivos da indústria de bens de capital respondeu que a política de Bolsonaro é “ótima” para o seu setor. Um dado curioso é a avaliação da gestão junto à indústria de bens de consumo não duráveis (a sondagem abrangeu empresas de alimentos e de bebidas). Ainda que Lula tenha liderado nas intenções de voto entre os dirigentes do setor, os entrevistados majoritariamente consideram o governo Bolsonaro “ótimo” (25%) ou “bom” (58%). Apenas 17% dos consultados classificam a política do presidente como “regular” (9%) ou “ruim” (8%). A aparente contradição entre a tendência de votação majoritária em Lula e a avaliação favorável de Bolsonaro pode ser atribuída ao impacto positivo do Auxílio Brasil e de outras medidas econômicas sobre o poder de compra da população. É possível inferir que, se a mesma sondagem fosse realizada há poucos meses, antes da criação do benefício, talvez Bolsonaro não tivesse uma avaliação tão favorável entre fabricantes de alimentos e bebidas. No geral, contabilizando-se os dez setores do levantamento, o governo do presidente Jair Bolsonaro teve a seguinte avaliação dos dirigentes ouvidos pelo RR: “ótimo” (29%); “bom” (33%); “regular” (27%); “ruim” (11%).

Além da percepção sobre o governo Bolsonaro, o RR procurou auscultar também as expectativas dos dirigentes empresariais sobre o possível retorno de Lula ao Poder. A newsletter perguntou aos 96 executivos: “Você acha que uma eventual eleição do ex-presidente Lula trará mudanças positivas ou negativas em relação às políticas para o seu setor?”. O cenário mais favorável ao petista veio da indústria de bens de capital – não por coincidência, área em que Bolsonaro somou um dos piores índices de avaliação na mesma enquete: 83% entendem que o retorno de Lula será ao favorável ao segmento; apenas 17% dizem o contrário. Também no segmento de construção pesada, a avaliação é que a saída de Bolsonaro seria benéfica: 60% entendem que a eleição de Lula trará mudanças positivas e somente 40%, negativas.

Um dado curioso é a avaliação do setor financeiro. Entre os executivos entrevistados, 67% avaliam que a volta do ex presidente terá um impacto positivo sobre o segmento – ao passo que 33% consideram que a eleição do petista será negativa. De uma maneira geral, trata-se de um segmento da economia que não vota em Lula, como a própria sondagem do RR comprova. Mas não se pode negar que o setor financeiro foi bem contemplado pelo petista em seus oito anos de mandato, com resultados altamente lucrativos. A lembrança da concessão de crédito e do salto do poder aquisitivo da população entre 2003 e 2010 certamente move também a avaliação dos dirigentes empresariais do varejo. Entre os entrevistados, 68% dizem que o retorno de Lula terá efeitos positivos para o setor – 32% vão pela mão oposta. Talvez por motivos análogos aos do varejo, algo similar ocorre na indústria de bens de consumo não duráveis: 67% entendem que a eleição do petista será benéfica.

Lula, no entanto, é malvisto por outros importantes segmentos da economia, a começar pelo agronegócio, seu grande calcanhar de Aquiles junto ao empresariado. Entre os executivos do setor responsável por mais de 27% do PIB, 71% avaliam que uma eventual eleição de Lula trará consequências negativas para a agricultura e a pecuária. A área de energia também demonstra uma considerável rejeição ao ex-presidente: 78% afirmam que sua volta ao Palácio do Planalto trará mudanças negativas para as empresas de energia elétrica, óleo e gás. Também na área de tecnologia, a expectativa em relação a Lula é bastante desfavorável: 75% dos dirigentes entrevistados pelo RR afirmam que a presença do petista no Poder terá impacto negativo sobre o segmento. No cômputo total, uma eventual eleição de Lula terá impacto negativo para a economia na opinião de 51% dos entrevistados.

#Economia #Eleições 2022 #Investimento #Jair Bolsonaro #Lula

Jair Bolsonaro é o eleito do empresariado

27/09/2022
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Os dirigentes empresariais estão fechados com Jair Bolsonaro. É o que mostra sondagem realizada pelo RR junto a executivos de 96 companhias. Diante da polarização entre os dois candidatos líderes das pesquisas, a newsletter perguntou: “Entre Jair Bolsonaro e Lula, qual é a sua intenção de voto?”. Resultado: Bolsonaro teve 59%, contra 41% do petista. A enquete foi dividida por dez segmentos da economia, arbitrados pela newsletter em razão da sua importância e representatividade: construção pesada, bens de capital, financeiro, varejo, energia, bens de consumo não duráveis, petroquímica/química, tecnologia, automobilístico e agronegócio.

Cabe ressaltar que há uma assimetria entre o número de entrevistados em cada setor, devido a diversos fatores, como a concentração de players em determinados segmentos e o total de executivos que aceitaram participar da sondagem. De qualquer forma, o RR considera que, em razão da importância dos dirigentes e o retrato dos setores, a enquete guarda uma boa representatividade. Os dados oferecem subsídios valiosos para se identificar os setores mais afeitos ou refratários a cada um dos dois candidatos. Os números evidenciam que o PIB brasileiro pende a favor de Bolsonaro: o candidato à reeleição teve maior votação entre os executivos de seis dos dez segmentos. Não chega a ser exatamente uma surpresa. Os pilares da política econômica de Bolsonaro ou especificamente do seu ministro Paulo Guedes são mais palatáveis ao empresariado do que o ideário pregado pelo PT. Se o atual governo não conseguiu entregar mais – reformas, concessões, privatizações etc – isso se deve à pandemia.

 

 

É importante ressaltar que, em todos os setores em que lidera as preferência de voto, Jair Bolsonaro aparece como uma margem razoavelmente folgada em relação a Lula. A maior diferença veio do agronegócio: 79% a 21% em favor do presidente. O candidato à reeleição lidera também com ampla vantagem as intenções de voto no setor financeiro: 67% a 33%. Outra área bastante favorável a Bolsonaro é o de tecnologia (TI, softwares, games e startups): 65%, contra 35% de Lula – número certamente alimentado pelas seguidas desonerações fiscais a segmentos dessa indústria. O presidente teve uma votação semelhante entre os dirigentes empresariais do mercado de energia (que englobou empresas do setores elétrico e de óleo e gás): 67%, contra 33% atribuídos a Lula. Nesse caso, nem é necessário evocar qualquer realização do governo Bolsonaro. Basta lembrar da desastrosa intervenção de Dilma Rousseff nas tarifas de energia para entender a rejeição ao candidato petista.

Não obstante a preferência majoritária por Jair Bolsonaro, Lula tem seus redutos eleitorais entre empresários que muito provavelmente oscilam entre uma saudosa memória do que foram e um profundo descontentamento com o que são. Na sondagem do RR, o petista levou vantagem sobre Jair Bolsonaro junto aos dirigentes empresariais dos setores bens de consumo (58% a 42%); construção pesada (60% a 40%) e bens de capital (67% a 33%). No primeiro caso, a liderança de Lula nas intenções de voto pode ser atribuída à memória da farta concessão de crédito em seu governo e do consequente impacto sobre o consumo. Já as indústrias de bens de capital e de construção pesada, especialmente esta última, foram setores que viveram tempos de bonança no governo Lula, acabaram duramente atingidos pela Lava Jato e não tiveram qualquer apoio da gestão Bolsonaro para a sua recuperação. No ano passado, por exemplo, o PIB da construção pesada caiu 8,3%, enquanto o Produto Interno Bruto como um todo subiu 4,6%. O PIB do setor, ressalte-se, acumula perdas reais de 51,4% desde 2014.

O RR também perguntou aos executivos consultados como eles avaliam as políticas do governo Bolsonaro para seus respectivos setores. Como seria de se esperar, as respostas conversam com as intenções de voto apuradas em cada segmento econômico. O agronegócio confirmou ser uma “república bolsonarista”: 71% dos entrevistados classificaram a gestão do presidente como “ótima”. Outros 21% consideram o governo “bom” para o segmento, e apenas 8% cravaram a resposta “regular”. Nenhum dos entrevistados do agronegócio avalia a administração Bolsonaro como “ruim”. O mesmo ocorreu entre executivos da área financeira: nenhum dos respondentes entende que o governo é “ruim” para o setor, ainda que os resultados não sejam tão favoráveis ao candidato à reeleição quanto no agronegócio. Dos entrevistados, 33% qualificam o governo como “regular”. A maioria, 67%, avalia o atual presidente como “bom”.  Entre os executivos da área financeira, ninguém escolheu a opção “ótimo”.

 

A enquete revela também a alta aceitação de Jair Bolsonaro entre o setor de tecnologia: o governo foi considerado “ótimo” por 55% dos entrevistados e “bom” por 20%. Apenas 15% e 10% classificam a política do presidente, respectivamente, como “regular” ou “ruim”. Os dirigentes da indústria petroquímica também veem as ações de Bolsonaro como positivas para o seu segmento. Um universo de 75% dos entrevistados avalia o governo como “ótimo” (25%) e “bom” (50%). Outros 25% entendem a gestão como “regular” e nenhum dos respondentes do setor considera “ruim”.   A pior avaliação de Bolsonaro vem, como não poderia deixar de ser, de setores com predominância de intenção de voto em Lula. Nenhum dos dirigentes da indústria da construção pesada respondeu que o governo é “ótimo” para o setor. Outros 20% classificam como “bom”. A maioria das respostas se concentra em “regular” – 60%. Por sua vez, 20% dos executivos avaliam a política de Bolsonaro para o segmento como “ruim”.

O setor de bens de capital é ainda mais hostil ao atual presidente. A maioria dos dirigentes que participaram da enquete reputa a atual gestão como “ruim” (50%) ou “regular” (33%). Apenas 17% classificam como “boa”. E nenhum dos executivos da indústria de bens de capital respondeu que a política de Bolsonaro é “ótima” para o seu setor. Um dado curioso é a avaliação da gestão junto à indústria de bens de consumo não duráveis (a sondagem abrangeu empresas de alimentos e de bebidas). Ainda que Lula tenha liderado nas intenções de voto entre os dirigentes do setor, os entrevistados majoritariamente consideram o governo Bolsonaro “ótimo” (25%) ou “bom” (58%). Apenas 17% dos consultados classificam a política do presidente como “regular” (9%) ou “ruim” (8%). A aparente contradição entre a tendência de votação majoritária em Lula e a avaliação favorável de Bolsonaro pode ser atribuída ao impacto positivo do Auxílio Brasil e de outras medidas econômicas sobre o poder de compra da população. É possível inferir que, se a mesma sondagem fosse realizada há poucos meses, antes da criação do benefício, talvez Bolsonaro não tivesse uma avaliação tão favorável entre fabricantes de alimentos e bebidas. No geral, contabilizando-se os dez setores do levantamento, o governo do presidente Jair Bolsonaro teve a seguinte avaliação dos dirigentes ouvidos pelo RR: “ótimo” (29%); “bom” (33%); “regular” (27%); “ruim” (11%).

Além da percepção sobre o governo Bolsonaro, o RR procurou auscultar também as expectativas dos dirigentes empresariais sobre o possível retorno de Lula ao Poder. A newsletter perguntou aos 96 executivos: “Você acha que uma eventual eleição do ex-presidente Lula trará mudanças positivas ou negativas em relação às políticas para o seu setor?”. O cenário mais favorável ao petista veio da indústria de bens de capital – não por coincidência, área em que Bolsonaro somou um dos piores índices de avaliação na mesma enquete: 83% entendem que o retorno de Lula será ao favorável ao segmento; apenas 17% dizem o contrário. Também no segmento de construção pesada, a avaliação é que a saída de Bolsonaro seria benéfica: 60% entendem que a eleição de Lula trará mudanças positivas e somente 40%, negativas.

Um dado curioso é a avaliação do setor financeiro. Entre os executivos entrevistados, 67% avaliam que a volta do ex presidente terá um impacto positivo sobre o segmento – ao passo que 33% consideram que a eleição do petista será negativa. De uma maneira geral, trata-se de um segmento da economia que não vota em Lula, como a própria sondagem do RR comprova. Mas não se pode negar que o setor financeiro foi bem contemplado pelo petista em seus oito anos de mandato, com resultados altamente lucrativos. A lembrança da concessão de crédito e do salto do poder aquisitivo da população entre 2003 e 2010 certamente move também a avaliação dos dirigentes empresariais do varejo. Entre os entrevistados, 68% dizem que o retorno de Lula terá efeitos positivos para o setor – 32% vão pela mão oposta. Talvez por motivos análogos aos do varejo, algo similar ocorre na indústria de bens de consumo não duráveis: 67% entendem que a eleição do petista será benéfica.

Lula, no entanto, é malvisto por outros importantes segmentos da economia, a começar pelo agronegócio, seu grande calcanhar de Aquiles junto ao empresariado. Entre os executivos do setor responsável por mais de 27% do PIB, 71% avaliam que uma eventual eleição de Lula trará consequências negativas para a agricultura e a pecuária. A área de energia também demonstra uma considerável rejeição ao ex-presidente: 78% afirmam que sua volta ao Palácio do Planalto trará mudanças negativas para as empresas de energia elétrica, óleo e gás. Também na área de tecnologia, a expectativa em relação a Lula é bastante desfavorável: 75% dos dirigentes entrevistados pelo RR afirmam que a presença do petista no Poder terá impacto negativo sobre o segmento. No cômputo total, uma eventual eleição de Lula terá impacto negativo para a economia na opinião de 51% dos entrevistados.

#Economia #Eleições 2022 #Investimento #Jair Bolsonaro #Lula

Descolamento 1

26/09/2022
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À luz do dia, todos pregam o “Zemaro”. Na penumbra, porém, influentes aliados de Romeu Zema, como o candidato ao Senado Marcelo Aro (PP), tentam demovê-lo da ideia de reaproximação com Jair Bolsonaro na reta final de campanha. A alegação é que Zema, disparado nas pesquisas, tem muito a perder e nada a ganhar com uma desnecessária vinculação a Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Marcelo Aro #PP #Romeu Zema

Descolamento 2

26/09/2022
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A campanha do general Mourão praticamente eliminou as menções ao presidente Jair Bolsonaro em suas postagens nas redes sociais. Talvez seja tarde demais. O vice-presidente caiu para terceiro nas pesquisas ao Senado pelo Rio Grande do Sul, atrás de Olivio Dutra e Ana Amélia.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Operação abafa

23/09/2022
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Fabio Wajngarten, ex-ministro da Secom e responsável pela comunicação de campanha de Jair Bolsonaro, recebeu a missão de blindar Ana Cristina Valle e brecar qualquer hipótese de contato com a imprensa. Trata-se de uma tarefa quase impossível. Ex mulher de Bolsonaro, Ana Cristina é investigada por movimentar cerca de R$ 9,3 bilhões entre 2019 e 2022 em “operações atípicas”, segundo a PF.

#Fábio Wajngarten #Jair Bolsonaro #Secom

Um mundo de costas para o Brasil

22/09/2022
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O isolamento internacional do governo Bolsonaro poderá custar ao Brasil uma derrota na disputa pelo comando da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), ligada à OMS. Segundo informação que circula no Itamaraty, os Estados Unidos trabalham nos meios diplomáticos pela eleição da epidemiologista mexicana Nadine Zylbermann. Trata-se da principal adversária do médico brasileiro Jarbas Barbosa, que também concorre à direção-geral da OPAS. Chile e Colômbia, que historicamente costumam apoiar os vizinhos sul-americanos em votações internacionais, também pendem para o lado de  Nadine Zylbermann. A diplomacia brasileira tem pouco tempo para virar esse jogo: a eleição está marcada para o próximo dia 28.

#Jair Bolsonaro #OMS #OPAS

Agenda cenográfica

20/09/2022
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O Itamaraty está montando às pressas uma agenda para o encontro que Jair Bolsonaro terá com o presidente do Equador, Guillermo Lasso, durante sua passagem por Nova York. Temas como bioenergia e alimentos deverão ser abordados na reunião. Será tudo meio cenográfico. O que Bolsonaro quer mesmo é usar o encontro com Lasso como uma demonstração do apoio da direita internacional a sua reeleição.

#Guillermo Lasso #Jair Bolsonaro

Aliados ao relento?

19/09/2022
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O recurso apresentado pela campanha de Jair Bolsonaro ao TSE na última segunda-feira gerou mal-estar junto a fiéis apoiadores do presidente. Segundo o RR apurou, na peça encaminhada à Justiça Eleitoral os advogados de Bolsonaro questionaram somente a proibição do uso das imagens do 7 de setembro nos programas eleitorais. Sobre o pedido de quebra de sigilo bancário e telefônico de importantes aliados, como o bispo Silas Malafaia, o empresário Luciano Hang e o ruralista Antonio Galvan, nenhuma palavra. Todos estão na mira do TSE. Os três integram uma lista de 18 nomes suspeitos de financiar atos pró-Bolsonaro realizados no dia 7.

#Jair Bolsonaro #Luciano Hang #Silas Malafaia #TSE

No mundo da lua

19/09/2022
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O astronauta Marcos Pontes jogou a toalha. Com reduzidas chances na corrida pelo Senado, trabalha para voltar ao Ministério da Ciência e Tecnologia em caso de reeleição de Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Marcos Pontes #Ministério da Ciência e Tecnologia

Mais um afago pré-eleitoral

15/09/2022
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Um raro consenso entre os representantes do governo e dos trabalhadores no Codefat: segundo um integrante do Conselho, o colegiado vai aprovar por unanimidade na reunião do próximo dia 21 o pagamento de duas parcelas extras do seguro-desemprego a moradores de municípios de nove estados, atingidos pela calamidade das chuvas em julho e agosto último. Os beneficiados agradecem; e o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, também.

#Codefat #Jair Bolsonaro

A campanha é aqui

15/09/2022
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Assessores políticos de Jair Bolsonaro vêm tentando demovê-lo da ideia de comparecer ao funeral da Rainha Elizabeth, no dia 19, e à abertura da Assembleia Geral da ONU, no dia seguinte, em Nova York. Um dos principais defensores do cancelamento das viagens é o ministro Ciro Nogueira. O argumento é que Bolsonaro não pode se dar ao luxo de perder três dias de campanha eleitoral. Além disso, o entendimento é que a presença na ONU tem muito pouco a agregar a sua candidatura. Pelo contrário.

#Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro #ONU

Diplomacia de cinzas

14/09/2022
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Uma fuligem a mais para a política externa do governo Bolsonaro: corre no Itamaraty que o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia fará um protesto formal ao Brasil pelas queimadas na Floresta Amazônica. Imagens recentes capturadas por satélites da Nasa mostram a fumaça de incêndios na Amazônia brasileira espalhando-se pelo território colombiano. O país vizinho já detectou nessa massa de ar partículas de um material chamado PM2.5, que causa mortes e doenças.

#Jair Bolsonaro #Ministério das Relações Exteriores

Liberação de armas é um estampido pré-eleitoral

12/09/2022
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A expectativa dos analistas da área de defesa é que tem prazo de validade a decisão do Exército de abrir o mercado para a indústria bélica estrangeira desde que as armas tenham certificação internacional. A medida foi tomada por influência dos generais da reserva que circulam no entorno do presidente. Seu objetivo é somente afagar o segmento de colecionadores e atiradores, uma das bases mais fiéis a Jair Bolsonaro.

Não há outro motivo. É uma iniciativa eleitoreira que pode ser suspensa já em dezembro. Além de agradar o presidente, ela não tem nenhum significado relevante para o mercado nacional dos artefatos de defesa. Em primeiro lugar, para se vender armas são necessários muitos pontos de venda. As estrangeiras não têm nenhum. A Taurus, por exemplo, soma mais de três mil pontos. Segundo, imagine que a Glock abra um ponto de venda.

O virtual comprador chegará na loja querendo adquirir a arma, mas não encontrará munição. As balas não estão permitidas no mesmo pacote facilitador das armas que viriam de fora. Não bastassem as barreiras naturais do mercado, as empresas nacionais hoje são extremamente internacionalizadas. A Taurus, por exemplo, vende somente 20% da sua produção no país. O mais curioso é que uma das empresas que podem ser prejudicadas é a Imbel, pertencente ao próprio Exército.

O generalato da ativa pode até ter algum motivo para dificultar as vendas das armas nacionais, mas a medida anunciada somente vai na direção de desprestigiar o capital intelectual da Força. Não faz sentido algum. Ainda mais em um momento em que as empresas brasileiras estão se tornando grandes consolidadoras e comprando fabricantes no exterior. Já fomos melhores na área militar. Aliás, muito melhores.

#Exército #Imbel #Jair Bolsonaro #Taurus

A diplomacia de Luiz Inácio

9/09/2022
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A recomendação de Celso Amorim é que, uma vez eleito, Lula faça um road show pelo mundo para vender ativos ESG do Brasil. Uma das intenções é reduzir a vantagem em relação ao governo de Jair Bolsonaro no quesito concessões. O presidente já montou uma carteira de R$ 800 bilhões em 30 anos. Pelo menos é o que seu ministro da Economia diz.

Celso Amorim manteve contato com o ex-embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. Sinalizou a disposição de Lula de viajar a Pequim logo no início de seu eventual mandato. A visita ao presidente Xi Jinping representaria, já na partida, uma virada em comparação à política externa de Jair Bolsonaro e às relações conflituosas com a China. Wanming deixou a Embaixada em Brasília em fevereiro deste ano, mas, informalmente, segue como um dos principais canais diplomáticos entre Brasil e China. Mesmo porque o cargo de embaixador segue vago. Pequim estaria aguardando as eleições brasileiras para definir seu substituto.

#Celso Amorim #China #ESG #Jair Bolsonaro #Lula

Auxílio campo

8/09/2022
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O governo Bolsonaro estuda mais uma bondade pré-eleitoral, desta vez com foco no pequeno agricultor. A equipe econômica discute a extensão do desconto de 35% no pagamento de empréstimos do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). O benefício duraria até dezembro.

#Jair Bolsonaro #Pronaf

Dupla dinâmica

8/09/2022
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Na base aliada do governo multiplicam-se críticas ao atual ministro do Desenvolvimento Regional, Daniel de Oliveira Ferreira. O senso comum é que Ferreira não tem se empenhado como deveria no suporte a candidatos próximos ao presidente Jair Bolsonaro, seja no ritmo da liberação de verbas, seja com a participação efetiva na campanha.

#Desenvolvimento Regional #Jair Bolsonaro

Acordo a descoberto

8/09/2022
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Jair Bolsonaro e Fernando Collor firmaram uma espécie de pacto pré-eleitoral: Collor terá um ministério em um eventual segundo mandato de Bolsonaro caso perca a eleição para o governo de Alagoas. A essa altura, não dá nem uma coisa nem outra: tanto Bolsonaro quanto Collor estão atrás nas pesquisas.

#Fernando Collor #Jair Bolsonaro

Quanto vale o silêncio do FMI?

6/09/2022
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A equipe econômica da campanha de Jair Bolsonaro reza unida para que o FMI não publique nenhum dos seus relatórios até o segundo turno. Ninguém tem dúvida de que os aspectos das contas fiscais, notadamente o orçamento, serão questionados. Vale a mesma torcida para os pronunciamentos das empresas de rating, mas, com estas últimas, tudo indica que a assessoria de Guedes tem conversado dia sim, dia não.

#FMI #Jair Bolsonaro

Linha de montagem

6/09/2022
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Mais um fator de tensão para a campanha de Jair Bolsonaro: ontem circulava no Palácio do Planalto a informação de que o Coaf também está escarafunchando  movimentações financeiras de Rogéria Nantes, primeira esposa de Bolsonaro. e mãe do trio Flavio, Carlos e Eduardo.

#Carlos Bolsonaro #Coaf #Eduardo Bolsonaro #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Por dentro do inimigo

6/09/2022
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André Janones – o aríete de Lula nas redes sociais – tem contado com o suporte de especialistas em mídias digitais que trabalharam na campanha de Jair Bolsonaro em 2018. É o legado da proximidade com o empresário Paulo Marinho, que foi coordenador da breve candidatura de Janones à Presidência.

#André Janones #Jair Bolsonaro #Lula #Paulo Marinho

Novo round à vista

6/09/2022
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Ontem, no fim de tarde, em Brasília, assessores políticos de Jair Bolsonaro discutiam sobre o temor de que o presidente use a decisão do ministro Luis Roberto Barroso de suspender o piso salarial da enfermagem como um novo foco de embate com o Supremo. Como se não bastasse a natureza pró-contencioso de Bolsonaro, há uma bola quicando na sua frente: há cerca de três semanas os ministros do STF autorizaram o aumento de seus próprios salários. Trata-se de um prato cheio para Bolsonaro insuflar seus apoiadores no 7 de setembro.

#Jair Bolsonaro #Luis Roberto Barroso

Um muralha contra a China

5/09/2022
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Os fabricantes de equipamentos ferroviários, reunidos sob a égide da Abifer, vão encaminhar aos candidatos à Presidência um estudo com propostas para tentar ressuscitar o setor. Os pleitos passam, sobretudo, por salvaguardas tarifárias contra a concorrência com a China. Ou seja: tudo o que o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, não fez: os cortes nos impostos de importação estimularam a entrada de equipamentos chineses e pioraram o que já estava ruim. No segmento de vagões de cargas, por exemplo, a ociosidade da indústria nacional hoje é superior a 95%.

#Abifer #China #Jair Bolsonaro

Eclipse de Bolsonaro

5/09/2022
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Na campanha do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, a ordem é desvincular a comunicação da imagem de Jair Bolsonaro, até outro dia um aliado próximo. Rocha se mira no exemplo de Romeu Zema, que descolou de Bolsonaro e lidera folgado as pesquisas em Minas Gerais.

#Ibaneis Rocha #Jair Bolsonaro #Romeu Zema

À espera do Capitão

5/09/2022
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A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, já recebeu acenos do Palácio do Planalto de que será a substituta de Augusto Aras a partir do ano que vem, caso Jair Bolsonaro seja reeleito. Dentro do Ministério Público, Lindôra é tida como mais bolsonarista do que o próprio Aras.

#Jair Bolsonaro #Lindôra Araújo

Bolsonaro tem mais combustível pré-eleitoral

2/09/2022
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A maré de boas notícias capazes de aditivar a candidatura de Jair Bolsonaro não ficará restrita à nova queda dos preços dos combustíveis, divulgada ontem pela Petrobras. O comitê de campanha do presidente aposta nas profecias de Paulo Guedes e já trabalha com o surgimento de mais um fato positivo antes das eleições. O ministro segue na contramão dos economistas e analistas e prevê uma taxas de desemprego em agosto na faixa dos 8%. O índice a ser anunciado em setembro cairia como uma luva no discurso eleitoral às vésperas da escolha do futuro presidente. Guedes desdenha das projeções de desaceleração do mercado de trabalho daqui por diante. O que interessa é a fotografia do desemprego agora e não as apostas no porvir, até porque, diz o ministro, o futuro está por ser corrigido e não conta como insumo para o discurso de campanha.

A incansável equipe econômica de Paulo Guedes jogou às favas os pruridos em relação ao compromisso com a ortodoxia. A não inclusão de um benefício médio de R$ 600 do Auxílio Brasil no Orçamento de 2023 já antevê uma PEC ampliada, que livre o governo da discussão repetida, anualmente, sobre a busca de fonte de recursos para custeio do benefício. A futura PEC, a ser anunciada no âmbito da campanha eleitoral, garantirá um Auxílio Brasil de R$ 500 por três anos, menos R$ 100 do que o atual, mas com prazo de duração assegurado por um pedido mais longo.

“E de onde sairá essa dinheirama?”, perguntaria o Conselheiro Acácio, fazendo ouvidos moucos em relação à ferida na Constituição. A PEC do novo Auxílio Brasil permite, assim como foi feito com os precatórios, que os recursos não saiam, plunct, plact, zum, de lugar nenhum. Cairão do firmamento das contas públicas.

Mas Guedes acredita que, mesmo com a PEC garantindo alforria fiscal, é possível buscar financiamento em outras paragens, como uma nova rodada de antecipação de dividendos das estatais, privatizações, venda de ativos imobilizados da União, tributação de dividendos e leilões do pré-sal, só para citar as medidas mais votadas. Para Bolsonaro, o que interessa é o anúncio da sua “bondade” durante a campanha. Melhor três anos de Auxílio Brasil a R$ 500 do que um ano de R$ 600 fadados a sumir na poeira do calendário do próximo ajuste fiscal.

#Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Petrobras

Chave de cadeia

2/09/2022
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O programa de governo de Jair Bolsonaro vai contemplar a privatização de presídios federais. A proposta vem sendo costurada com o apoio do ministro da Justiça, Anderson Torres. No primeiro mandato, quase nada andou nesse setor. Pelo contrário. Bolsonaro chegou a dizer que superpopulação carcerária “é problema de quem cometeu crime”.

#Anderson Torres #Jair Bolsonaro

Alça de mira

2/09/2022
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A área de “Inteligência” da campanha de Jair Bolsonaro está escarafunchando tudo que é informação sobre André Janones, o “guerrilheiro” de Lula nas redes sociais.

#André Janones #Jair Bolsonaro #Lula

SOS Rogério Marinho

2/09/2022
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Jair Bolsonaro vai mergulhar fundo na tentativa de alavancar a candidatura do ex-ministro Rogério Marinho ao Senado. Além da gravação de vídeos para a campanha, estão previstas duas visitas de Bolsonaro ao Rio Grande do Norte na primeira quinzena de setembro. Mesmo com todo o apoio do presidente – ou talvez por isso -, Marinho está estacionado nas pesquisas, dez pontos percentuais atrás de seu principal adversário, Carlos Eduardo, do PDT.

#Carlos Eduardo #Jair Bolsonaro #PDT

Dupla dinâmica

1/09/2022
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O “olavista” Filipe Martins, assessor da Presidência da República para a área de política externa, tornou-se um dos nomes fortes da comunicação na campanha de Jair Bolsonaro. Tem tocado de ouvido com Carlos Bolsonaro na produção de conteúdo para as redes sociais.

#Carlos Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Braga Netto leva mais segurança para a campanha

31/08/2022
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O general Braga Netto, candidato a vice-presidente, vai ganhar mais espaço na campanha de Jair Bolsonaro, seja com a participação em eventos políticos, seja com uma maior aparição na mídia. Um dos objetivos é capitalizar o recall do general na área de segurança pública, agenda que perdeu tonicidade durante o governo Bolsonaro e pouco tem aparecido em seus discursos. Braga Netto foi o comandante da intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018, durante a gestão de Michel Temer. Em tempo: Bolsonaro foi aconselhado a anunciar a recriação do Ministério da Segurança e confirmar desde já a indicação do seu candidato a vice para a Pasta. Ocorre que Lula foi mais rápido no gatilho e revelou ontem a intenção de ressuscitar a Pasta.

#General Braga Netto #Jair Bolsonaro #Lula #Michel Temer

Puxador de votos

31/08/2022
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As projeções do PL indicam que Eduardo Pazuello terá mais de 400 mil votos para deputado federal no Rio. A aposta é de que o ex-ministro da Saúde será o grande puxador da legenda, carregando até 14 outros candidatos do partido para a Câmara. Para efeito de comparação, em 2018, o PSL, então partido de Jair Bolsonaro, elegeu 12 deputados federais no Rio.

#Eduardo Pazuello #Jair Bolsonaro #PL #PSL

Quanto vale um ministro na mesa das eleições?

30/08/2022
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A entrevista ao Jornal Nacional e o debate do último domingo deram um gás à terceira via. A candidata Simone Tebet pretende queimar a largada e anunciar nos próximos dias nome chaves que participarão de seu eventual governo. Tebet parte de duas premissas. Como franco atiradora, tem menos a perder do que seus adversários com a imediata divulgação de seus colaboradores. Além disso, é quem mais tem garrafa vazia para vender, ou seja, nomes capazes de fazer diferença na corrida eleitoral. Tebet deverá confirmar Elena Landau como sua ministra da Economia. Não chega a ser exatamente uma grande revelação, já que Elena é coordenadora do programa econômico da candidata.

O fator “novidade” ficaria por conta do anúncio de Armínio Fraga. Tebet teria planos de criar um cargo sob medida para Fraga, uma espécie de ministro da “desconcentração de renda”, que açambarcaria a agenda ESG, na qual o ex-presidente do BC está submerso. No núcleo duro de campanha, comenta-se também uma possível volta de Edmar Bacha ao BNDES. Ele jogaria de tabelinha com Claudio Frischtak, que seria o preferido de Tebet para tocar o Ministério da Infraestrutura. Seria o dueto responsável por tocar o plano de concessões e um programa de retomada de obras públicas.

Por sinal, no que depender de Simone Tebet, o “tucanato” vai aterrissar em peso no seu governo. Outros nomes pretendidos pela candidata são Gustavo Franco, Samuel Pessôa e Rubens Barbosa. Ao anunciar sua “equipe de governo”, Simone Tebet aposta que esse gesto forçará seus adversários a fazer o mesmo, tirando-os de uma confortável zona de silêncio. Até agora, os candidatos mais têm escondido do que revelado seus colaboradores mais próximos. É o caso de Lula: o líder das pesquisas guarda a sete chaves os nomes de potenciais ocupantes de cargos em seu governo. A única informação que o PT deixa vazar é a presença de Aloizio Mercadante como coordenador econômico da campanha.

Não há, no entanto, qualquer garantia de que Mercadante terá alguma função em um eventual mandato de Lula. No entorno do petista, surgem alguns possíveis candidatos para o Ministério da Fazenda, que Lula pretende recriar: os mais notórios são Fernando Haddad e Persio Arida. Haddad só ganha se perder, ou seja, só assumirá a Fazenda se for derrotado nas eleições para o governo de São Paulo, o que hoje parece difícil. Arida, por sua vez, viria na conta de Geraldo Alckmin. Nas hostes petistas, há ainda um terceiro nome que tem sido citado para comandar a Fazenda: o próprio Alckmin. Guardadas as devidas proporções, seria o “FHC de Lula”. O fato é que praticamente todas as especulações sobre o ministro da Fazenda empurram o petista para o centro ou o centro-direita, afastando-o da suas bases eleitorais, o que, de certa forma, explica a sua resistência radical em dar pistas sobre os futuros colaboradores.

A estratégia de Simone Tebet de antecipar parte da sua Esplanada dos Ministérios mira também em Ciro Gomes. Nesse quesito, Ciro talvez esteja mais ao relento do que Lula. O pedetista conta com dois colaboradores na área econômica que estão com ele há mais tempo, Nelson Marconi e Mauro Benevides Filho. Mas não são exatamente nomes que funcionem como ativos eleitorais. Ciro já não tem mais a seu lado personagens como José Alexandre Scheinkman e Marcos Lisboa. Devido às circunstâncias eleitorais, dificilmente voltará a ter. Mesmo Roberto Mangabeira Unger, historicamente ligado ao pedetista, não está tão ativo na campanha como outrora. No caso de Jair Bolsonaro, a expectativa pelos colaboradores em um segundo mandato é compreensivelmente menor. Tudo indica que o eventual Bolsonaro II será um replay do Bolsonaro I, ao menos em cargos chave. Dois exemplos: Paulo Guedes permaneceria onde está; e Tarcísio Freitas tem uma cadeira a sua espera. Segundo fonte da campanha de Bolsonaro, ele voltará ao Ministério da Infraestrutura caso perca as eleições ao governo de São Paulo.

#Armínio Fraga #Ciro Gomes #Elena Landau #Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro #Lula #Ministério da Economia #Paulo Guedes #Simone Tebet

Pagando a conta

29/08/2022
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Na última sexta-feira, no fim de tarde, circulava no Ministério da Justiça a informação de que o diretor da Polícia Federal, Marcio Nunes, está por um triz. Seu afastamento seria uma resposta do Palácio Planalto à operação de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas. Na impossibilidade de Jair Bolsonaro demitir o ministro Alexandre de Moraes, que determinou a ação, deve sobrar para Nunes.

#Alexandre de Moraes #Jair Bolsonaro #Marcio Nunes #Ministério da Justiça

Aí é que mora o perigo

29/08/2022
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A ordem no PL, leia-se a ordem de Valdemar Costa Neto, é correr atrás de doações de pessoas físicas para a campanha do presidente Jair Bolsonaro. Os recursos do fundo eleitoral – algo como R$ 280 milhões – têm se mostrado insuficientes para bancar o candidato-mor do partido e irrigar as campanhas para deputado federal e senador.

#Jair Bolsonaro #PL #Valdemar Costa Neto

Aliados, pero no mucho

29/08/2022
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Há dois potenciais desertores na base aliada de Jair Bolsonaro. O candidato do PP ao governo de Rondônia, Ivo Cassol, tem feito movimentos de aproximação com o ex-presidente Lula. O mesmo se aplica a Antonio Denarium, candidato do partido à reeleição ao governo de Roraima. O que mais chama atenção é que ambos são bastante ligados a Ciro Nogueira.Até o momento, o ministro da Casa Civil não tem feito qualquer ação mais contundente para conter a diáspora. Talvez nem queira.

#Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro #PP

Sucessão no TRF5 vai parar na Justiça

29/08/2022
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A recente escolha dos novos desembargadores do TRF5 pelo presidente Jair Bolsonaro está provocando um rebuliço no Judiciário. A Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) estuda acionar o STF para garantir que o juiz Ivan Lira de Carvalho fique com uma das vagas. A Constituição impõe que juízes votados em listas tríplices por três eleições consecutivas têm vaga assegurada. É o caso de Carvalho, escolhido por seus pares nas três últimas votações do TRF5. Bolsonaro, no entanto, passou por cima da determinação constitucional. Ressalte-se que o STF já criou “jurisprudência” para episódios desta natureza. Em 2012, por razões semelhantes, a Suprema Corte nomeou o juiz Marcelo Pereira Silva para o posto de desembargador do TRF2. Ele havia sido preterido pela presidente Dilma Rousseff.

#Dilma Rousseff #Jair Bolsonaro #TRF5

Linha direta

26/08/2022
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Entre os empresários investigados pela PF por mensagens de caráter supostamente golpista, o dono da Tecnisa, Meyer Nigri, é tido como aquele com maior entrada e poder de influência na campanha de Jair Bolsonaro. Tem conexão direta com o QG bolsonarista por meio de Fabio Wajngarten, ex-ministro da Secom e colaborador de Bolsonaro na área de comunicação. Nigri e Wajngarten são amigos de infância. Procurada, a Tecnisa informou que Nigri “concordou em ser ouvido para colaborar com as investigações. Respondeu a todas as perguntas formuladas pela autoridade e rechaçou qualquer envolvimento com associação criminosa ou práticas que visam à abdicação do Estado Democrático”. Sobre a participação do empresário na campanha e sua relação com Bolsonaro e Wajngarten, silêncio.

#Jair Bolsonaro #Secom #Tecnisa

Reforma agrária

26/08/2022
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Número que será batido na campanha de Jair Bolsonaro: o Incra vai entregar ao longo de 2022 mais de 150 mil títulos de terras, recorde histórico desde que o órgão foi criado ainda no governo militar, em 1970.

#Incra #Jair Bolsonaro

Bolsonaro precisa de Minas

24/08/2022
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A campanha de Jair Bolsonaro vai colocar foco em Minas Gerais. A ideia é organizar dois comícios no estado na primeira quinzena de setembro – um em BH e outro no interior, provavelmente em Governador Valadares. Tirar a diferença para Lula em terras mineiras é fundamental. O desafio é trazer para perto Romeu Zema, o “aliado” cada vez mais distante de Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Minas Gerais #Romeu Zema

Acervo RR

Cabo eleitoral

22/08/2022
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O Palácio do Planalto articula um novo encontro entre o presidente Jair Bolsonaro e Elon Musk. O objetivo é capitalizar, às vésperas da eleição, o início da operação dos satélites da Starlink na Amazônia, programado para setembro. A empresa de Musk promete levar internet a escolas da Região Amazônica.

#Elon Musk #Jair Bolsonaro

O novo round entre Bolsonaro e STF

19/08/2022
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A ideia de Jair Bolsonaro de vetar o reajuste de 18% dos salários do STF tem provocado divisões no núcleo duro do governo. A ala política, sobretudo o ministro Ciro Nogueira, é contra. Entende que a decisão abriria mais uma zona de conflito com o Judiciário às vésperas da eleição. Por outro lado, a medida encontra eco na ala militar do Palácio do Planalto, especialmente no general Augusto Heleno, conhecido por seus rompantes contra o Supremo. Ressalte-se que o veto presidencial a reajustes salariais do Judiciário não é exatamente um fato novo. Em 2015, por exemplo, a então presidente Dilma Rousseff barrou o aumento de até 78% da remuneração de magistrados e servidores da Justiça.

#Augusto Heleno #Dilma Rousseff #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Triângulo

18/08/2022
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O ex-presidente José Sarney está comemorando por antecipação as eleições. De qual candidato? Lula ou Jair Bolsonaro, tanto faz. O MDB será um dos fiéis da balança. Agora e lá na frente.

Paulo Guedes é o termômetro das possibilidades de reeleição de Jair Bolsonaro. Se permanecer ativista, é porque “Bolso” tem boas chances. Caso contrário, o presidente já terá perdido a parada. Melhor pingar uma ficha em cada casa.

Acreditem: Jair Bolsonaro sondou uma visita a FHC. Não é momento para isso. Nem de receber Bolsonaro nem nenhum ex-presidente. O “príncipe” precisa de paz. Só isso.

#Jair Bolsonaro #José Sarney #Lula #MDB #Paulo Guedes

O falso dilema de Bolsonaro entre o bem e o mal

18/08/2022
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Se o cineasta Luis Buñuel vivo fosse, em vez de filmar o roteiro de “O Discreto Charme da Burguesia”, produziria a “Indiscreta Radicalidade da Hipocrisia”. O script seria baseado na guinada de Jair Bolsonaro, mimetizando sua própria antítese: o candidato da candura, do social, do respeito às leis e da pacificação. Esse avatar do Bolsonaro ensaiou seus primeiros passos às vésperas da posse de Alexandre de Moraes à presidência do TSE, na última terça-feira, com o singelo presente de uma camiseta do Corinthians ao príncipe togado.

O comparecimento à cerimônia de coroação seria mais um ingrediente no figurino desse “parcimonioso e legalista” chefe de Estado. Jair Bolsonaro antevia, com certeza, o que iria ouvir no evento sobre urnas e ódio. Foi discreto e até amigável. O “bom” Bolsonaro tem menos de dois meses para reduzir uma elevada rejeição de 45% e recuperar os votos perdidos que o elegeram. É gente com um pé no discurso liberal do ministro Paulo Guedes e o outro fora do discurso grosseirão e da falta de decoro do presidente. Bolsonaro pode mudar o roteiro de suspeição das urnas eletrônicas, aguardando o fim da auditoria militar e afirmando que tudo foi feito com o objetivo da máxima segurança para salvaguardar a democracia.

Aliás, democracia será repetida “ad nauseam” pelo “bom” Bolsonaro, assim como a importância civilizatória do combate à corrupção, bandeira esta que, como todos sabem, tem outro motivo além da boa fé. A democracia servirá até para justificar o aumento da posse de armas, que, de uma forma ou de outra, foi sancionada pela população em referendo bem anterior ao seu governo. Levantar crianças no colo e posar com a família serão fotografias fáceis nesses pouco mais de 40 dias de campanha eleitoral. A “maior vacinação do planeta” será contraposta às críticas ao seu comportamento durante a pandemia. Há números sociais bons na área do emprego e políticas compensatórias.

A equipe econômica do governo procura freneticamente espremer indicadores que reflitam o bom mocismo de Bolsonaro junto aos pobres e miseráveis. Há quem diga que haverá lugar para ministros negros e mais ministras em um eventual segundo mandato, disposição que seria anunciada durante esse período final de campanha. Menções aos LGBTQIA+ é demais até mesmo para o “bom” Bolsonaro. Essa suavização do discurso virá acompanhada de uma enxurra- da de medidas voltadas a ajudar os menos favorecidos.

Há um arsenal de possibilidades – os RRs de 4 e 16 de agosto anteciparam algumas das iniciativas em estudo – inclusive favorecidas por um espaço fiscal maior do que o imaginado. O presidente tem condições de fazer o “bem” nesta resta final da campanha eleitoral. E isto sem maiores críticas dos adversários. Afinal, quem questiona o “bem”? Lembrai-vos da votação maciça pela aprovação do Auxílio Brasil no valor de R$ 600. Bolsonaro jamais acreditou na memória dos brasileiros. Sua existência política é escrita em paralelo com as suas contradições. Nunca foi tão fácil se desdizer. O tempo parece curto. Mas seja como for o “bom” Bolsonaro vem aí.

#Alexandre de Moraes #Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Rock in Rio quer silêncio

17/08/2022
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“Lula lá”? “Bolsonaro, mito!”? Essa é justamente a trilha sonora que os Medina menos querem ouvir. Os organizadores do Rock in Rio estão apreensivos com a proximidade entre os shows, programados para setembro, e as eleições. Para começar, há uma questão de assepsia, um cuidado em higienizar a imagem do evento – “Política não se fez em festival”, disse recentemente Roberta Medina, filha do criador do Rock in Rio, Roberto Medina. Ao mesmo tempo, existe também uma compreensível inquietação com a segurança. Um das datas que causam maior preocupação é 4 de setembro, dia das apresentações de Gilberto Gil e Emicida, notoriamente simpáticos ao ex-presidente Lula. Os organizadores do festival discutem uma ação profilática. A ideia seria recomendar aos artistas que evitem manifestações de caráter político durante seus shows. O risco é a eventual orientação estimular o efeito contrário. Procurado, o Rock in Rio não se pronunciou.

#Eleições 2022 #Jair Bolsonaro #Lula #Roberto Medina #Rock in Rio

Supremo 1

17/08/2022
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Jair Bolsonaro quer se encontrar com o ex-ministro do STF Marco Aurelio Mello, que recentemente se declarou seu eleitor. Ainda que indiretamente, seria mais uma das tantas provocações de Bolsonaro ao Supremo.

#Jair Bolsonaro #Marco Aurelio Mello #STF

Supremo 2

17/08/2022
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Enquanto Jair Bolsonaro digladia, Simone Tebet tem se empenhado em intensificar a interlocução com o Supremo. Sua principal interface é a ministra Carmen Lucia.

#Cármen Lucia #Jair Bolsonaro #Simone Tebet

Já perdeu

17/08/2022
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Valdemar Costa Neto, comandante-em-chefe do PL, tem mantido intensas conversas nos últimos dias para uma aliança com o União Brasil na Bahia.O objetivo é colar Jair Bolsonaro em ACM Neto. A premissa é que Bolsonaro está sem palanque no estado: seu candidato ao governo, o ex-ministro João Roma, aparece 40 pontos percentuais atrás de ACM Neto nas pesquisas.

#ACM Neto #Jair Bolsonaro #PL #Valdemar Costa Neto

Bolsonaro quer destravar consignado para o Auxílio Brasil

16/08/2022
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A bondade de Jair Bolsonaro não acaba. No rol das propostas em estudo, a equipe econômica discute a construção de uma fórmula que viabilize o crédito consignado aos participantes do Auxílio Brasil utilizando-se uma combinação até então inédita: a criação de um teto de juros vinculado à garantia de um benefício mensal de R$ 500 pelos próximos quatro anos – tempo do “futuro” mandato do atual presidente. Ressalte-se que tanto Lula quanto Bolsonaro já prometeram a manutenção do valor de R$ 600 até o fim de 2023.

O presidente triplicaria a aposta, trocando 12 parcelas de R$ 600 por 48 meses de R$ 500. A conta dos assessores de Paulo Guedes leva em consideração uma redução dos benefícios fiscais, de forma a compensar os gastos adicionais com o Auxílio. Na verdade, a equipe econômica encontraria uma justificativa social e de forte apoio popular para cortar uma parcela das renúncias fiscais – são mais de R$ 300 bilhões por ano distribuídos àqueles que menos precisam.

Ao mesmo tempo, o governo usaria a medida para mitigar a resistência da banca privada em conceder crédito consignado aos que recebem o Auxílio Brasil. Os bancos não querem emprestar sem um teto de juros, com o risco de corrosão da assistência à pobreza. Com a proposta, Bolsonaro condicionaria o discurso de Lula à sua promessa de melhoria do padrão de renda dos mais pobres. Restaria ao petista aumentar a dose ou imitar o adversário. Seria a maior das “bondades” apresentadas por Bolsonaro no seu pacotão eleitoral. Difícil para a oposição criticar a concessão de dinheiro adicional aos mais pobres. Já que “Bolso” estaria dando os recursos e dizendo de onde eles vão sair, não haveria, a priori, comprometimento de ordem fiscal. Além de o governo garantir quatro anos de Auxílio Brasil na casa de R$ 500 e dar uma solução para o “microcrédito emergencial”. Seria um presentão para o 7 de setembro. Menos para Lula, Ciro Gomes e Simone Tebet.

#Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro #Lula #Paulo Guedes

Um raro momento de boa vizinhança

16/08/2022
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Nem tudo são espinhos na política externa do presidente Jair Bolsonaro. Segundo o RR apurou, o Itamaraty sinalizou ao governo do novo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, o interesse em apoiar a criação de um conselho empresarial entre os dois países. As primeiras conversas neste sentido se deram no início do mês, por ocasião da viagem do chanceler Carlos Alberto França a Bogotá, para a posse de Petro. Em 2021, as exportações brasileiras para a Colômbia cresceram quase 50% no comparativo com o ano anterior, atingindo US$ 3,3 bilhões.

#Colômbia #Gustavo Petro #Jair Bolsonaro

Pré-candidato

16/08/2022
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Há uma articulação no agronegócio para que Antonio Galvan, presidente licenciado da Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), assuma o Ministério da Agricultura caso Jair Bolsonaro seja reeleito. Galvan é um dos mais estridentes “bolsonaristas” do setor.

#Antonio Galvan #Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura

O “dono” do TRF6

16/08/2022
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O ministro João Otávio de Noronha, do STJ, é apontado nos bastidores do Judiciário como o grande vencedor na escolha dos  magistrados do TRF6, em Minas Gerais. Noronha teve participação direta na indicação de dois dos desembargadores da nova Corte – André Vasconcelos e Simone Lemos Fernandes. Por essas e outras, Noronha é tido como forte candidato à vaga de Rosa Weber no STF em 2023, caso Jair Bolsonaro seja reeleito.

#Jair Bolsonaro #João Otávio de Noronha #STJ

Turismo eleitoral

15/08/2022
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O ministro do Turismo, Carlos Brito, é o novo darling de Jair Bolsonaro. Brito está escalado para acompanhar Bolsonaro em uma série de viagens de campanha a partir da semana que vem, a começar pelo Nordeste. Brito, pernambucano, é conhecido pelo bom trânsito junto a prefeitos da região. Aliás, turismo eleitoral está se revelando a sua especialidade. Na semana passada,  ele esteve em Pernambuco em cerimônias que marcaram o início do pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600.

#Auxílio Brasil #Carlos Brito #Jair Bolsonaro #Ministério do Turismo

Lula e Bolsonaro flertam com o controle de preços

12/08/2022
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A política de preços, estigmatizada desde o regime militar, ressurgiu no radar dos candidatos à Presidência. Tanto Lula quanto Jair Bolsonaro – leia-se Paulo Guedes – já aceitam que a medida pode ser adotada em casos distintos, quer seja em relação a oligopólios, quer seja em relação a empresas públicas ou privadas que pratiquem preços elevados e resilientes, com grande impacto social. Bolsonaro já cantou essa pedra na área da energia, ameaçando tabelar os preços da Petrobras se a estatal permanecesse elevando os valores dos combustíveis.

O presidente assustou criticando margens elevadas de lucros. A própria redução da alíquota do ICMS nos estados foi uma forma de segurar os preços por uma via oblíqua. Guedes chegou a entabular uma participação dos supermercados na contenção do custo da cesta básica até que a inflação chegue na meta. A operação seria feita por meio da compensação dos represamentos dos preços com um bônus tributário diferido no tempo (ver RR de 13 de junho).

No comitê de formulação do programa econômico do PT, por sua vez, estão sendo discutidas três frentes: um plano de transferência de renda de maior alcance; incentivo e financiamento à infraestrutura, incluindo treinamento de mão de obra e investimento no entorno dos empreendimentos; e uma política ambiental rigorosa, mas em consonância com o mercado. A política de preços estaria contida no item das preocupações sociais. Na verdade, as especulações em relação a “cipagem” relativa da economia – uma alusão ao CIP (Conselho Interministerial de Preços), criado em 1968 e extinto em 1990 – se devem, em boa parte, à perspectiva da inflação estar sendo impulsionada por variáveis de difícil controle.

Entram nesse rol guerra na Rússia, crise na China, preços das commodities e dos combustíveis e histerese – todas com maior ou menor impacto na formação de preços. Há um certo consenso que oligopólios e grandes empresas têm conseguido reduzir vendas e aumentar preços, mantendo suas margens. É como se a política monetária não atingisse o repasse para o consumidor dos seus custos e queda de vendas. Há resistências de toda ordem em relação a essa política, que interfere diretamente no mercado, como se separando o joio do trigo e fazendo com que o governo assuma um papel punitivo em relação à formação de preços. Mas os motivos que levam à inflação alta são cada vez mais exógenos e há ainda a promessa de uma herança fiscal que impede a funcionalidade da política monetária. Por enquanto, os grandes potentados conseguem driblar a redução dos seus preços. Resta saber se vão resistir aos remédios anti-inflacionários do BC e da própria conjuntura econômica. Ou acabarão por ressuscitar o animal pré-histórico do controle de preços.

#BC #China #ICMS #Jair Bolsonaro #Lula #Paulo Guedes #PT #Rússia

Fora da caixa

12/08/2022
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A campanha de Lula não vai deixar barato a proximidade entre Jair Bolsonaro e Pedro Guimarães, demitido da presidência da Caixa após acusações de assédio. Filmetes para as redes sociais já estariam em produção. O que não falta é matéria-prima para associar Guimarães a Bolsonaro. Enquanto esteve à frente da Caixa, o executivo participou de 27 lives semanais do presidente.

#Jair Bolsonaro #Lula #Pedro Guimarães

O melhor cabo eleitoral de Jair Bolsonaro

11/08/2022
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O comitê de campanha de Jair Bolsonaro está trabalhando com foco em Paulo Guedes. O ministro é considerado o melhor comunicador do governo. E tem “garrafas para vender” ou bons números para mostrar. E mesmo quando os resultados estão aquém do esperado, Guedes tem uma capacidade rara de entortá-los de forma a que eles saiam bem na foto.

Guedes consegue até driblar o tempo em suas falas. Exemplo: a condenação da conjunção adversativa. O ministro rebate o “mas” usado pelos adversários, dizendo que os críticos não querem ver o valor presente da política econômica. Eles procuram sempre o passado – marcados por eventos atípicos, feito a pandemia – ou o futuro, que não aconteceu e está sujeito as correções de rota feitas pelo governo.

O gendarme mais atuante de Bolsonaro aponta sua lança para a fotografia do momento. Neste ano, a inflação cairá, o crescimento da atividade produtiva será maior do que o projetado e a dívida pública em relação ao PIB será reduzida ainda mais. Os investimentos, por sua vez, subirão puxados basicamente pelo setor privado. O resultado fiscal primário também será melhor do que o previsto, o desemprego caiu e continuará caindo, os pobres foram atendidos com auxílios generosos, o preço dos combustíveis está em queda e a agricultura bateu recordes.

Em síntese: 2022 seria o ano da redenção. Para o ministro, o que interessa é o fotograma do presente e não a terra arrasada do porvir. Guedes vai pular de entidade patronal em entidade patronal, levando sua mensagem. A epopeia do ministro parece uma versão adaptada do case de sucesso da celebridade Anderson Franco, vendedor de picolés em Itapetininga, Minas Gerais. Franco construiu uma mansão de 6.600 metros quadrados de puro luxo. Guedes é um vendedor de picolés. Sua mansão é a reeleição do presidente.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #PIB

Fila de espera

10/08/2022
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A assessoria de Jair Bolsonaro vem dando um chá de cadeira em candidatos aliados. Até o momento, tem brecado os pedidos de gravação de depoimentos de Bolsonaro para a campanha eleitoral, inclusive de Tarcísio Freitas. A demora se deve, sobretudo, ao temor de que muitos aliados não são tão aliados assim.

#Jair Bolsonaro #Tarcísio Freitas

Cadeira elétrica

10/08/2022
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Há um burburinho na Polícia Federal de que o superintendente da corporação no Rio de Janeiro, Ivo Roberto Costa da Silva, está por um fio no cargo. O comando da instituição no Rio, latifúndio político da família Bolsonaro, tornou-se uma máquina de moer delegados. Há apenas quatro meses no posto, Silva é o quarto superintendente em pouco mais de três e anos e meio de mandato do presidente Jair Bolsonaro.

#Ivo Roberto Costa da Silva #Jair Bolsonaro #Polícia Federal

Trem-bala de Dilma ressurge como um litígio internacional

9/08/2022
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Às vésperas das eleições, uma herança maldita da gestão Dilma ameaça reemergir sob a forma de um contencioso internacional. Segundo informações filtradas do Ministério de Infraestrutura, a italiana Italplan Engineering sinalizou que vai recorrer a uma Corte de Arbitragem para cobrar do governo brasileiro uma suposta dívida da ordem de 260 milhões de euros. O valor se refere ao trabalho de consultoria para o projeto do trem-bala entre Rio e São Paulo, uma obsessão logística de Dilma Rousseff.

A companhia alega que jamais recebeu um centavo pelo contrato firmado com a Valec para elaborar os estudos de viabilidade econômico-financeira do projeto. Em contato com o RR, a AGU informou que “a União não reconhece nenhum crédito ou compromisso firmado em favor da empresa Italplan, na forma das defesas apresentadas nos processos indevidamente movidos na Itália.”. A Italplan já sofreu uma derrota dentro do seu próprio país.

No início deste ano, a Corte de Cassação da Itália, correspondente ao STJ, reverteu decisões de instâncias inferiores da Justiça local favoráveis à empresa. No entanto, mesmo após a vitória na Justiça italiana, o governo brasileiro manteve as barbas de molho, como que já antevendo os próximos capítulos do imbróglio. Na mais recente edição do Anexo de Riscos Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias, de 25 de abril, o Tesouro lançou o contencioso com a Italplan como uma perda potencial de R$ 2,4 bilhões. Em tempo: olhando-se pragmaticamente para o calendário eleitoral, o processo de arbitragem internacional não chega a ser uma má notícia para Jair Bolsonaro. Trata-se de um caso que poderá será capitalizado pelo presidente em sua campanha, como um legado de má gestão do PT. Não estará de todo errado.

#Dilma Roussef #Italplan #Jair Bolsonaro #Ministério de Infraestrutura #Valec

Crédito rural

9/08/2022
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A bancada ruralista cobra do presidente Jair Bolsonaro uma espécie de auxílio emergencial do campo, guardadas as devidas proporções. Os parlamentares – à frente o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) – estão torpedeando Bolsonaro de pedidos para a extensão do desconto no pagamento das parcelas do Pronaf (Programa Nacional de Financiamento Familiar. A redução de 35% terminou no fim do mês passado. Os ruralistas reivindicam que o desconto seja estendido até dezembro.

#Jair Bolsonaro #Luiz Carlos Heinze #Pronaf

Dois pra lá, dois pra cá

8/08/2022
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A aprovação no Senado do empréstimo de US$ 500 milhões do Bird (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento) para o estado de Goiás deve ser creditada na conta de Ronaldo Caiado. O governador costurou diretamente com Jair Bolsonaro o apoio da base aliada para acelerar a votação no Congresso. A contrapartida? Caiado já trabalha dentro do União Brasil para afastar qualquer movimento de aproximação do partido com Lula, como o que vem sendo ensaiado por Luciano Bivar.

#Bird #Jair Bolsonaro #Lula #Ronaldo Caiado

Polarização

5/08/2022
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A disputa eleitoral cindiu um dos maiores clãs do agronegócio. O ex-ministro Blairo Maggi colou em Lula. Já seu primo, Elizeu Maggi, dono do Grupo Scheffer e um dos maiores proprietários de terras do Centro-Oeste, tem trabalhado junto a seus pares pela reeleição de Jair Bolsonaro.

#Blairo Maggi #Grupo Scheffer #Jair Bolsonaro #Lula

Atritos no QG bolsonarista

5/08/2022
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No entorno de Jair Bolsonaro, estão todos fechados e remando na mesma direção. Ou quase. Existem nervos sensíveis, caso do advogado Tarcísio Vieira de Carvalho, que comanda a parte jurídica da campanha de Jair Bolsonaro. Carlos e Eduardo Bolsonaro querem detonar Carvalho. Ex-ministro do TSE, o advogado tem o apoio de aliados políticos do presidente, notadamente de Valdemar Costa Neto e Ciro Nogueira.

#Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro #Tarcísio Vieira de Carvalho #TSE #Valdemar Costa Neto

Diplomacia do “bateu, levou”

4/08/2022
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Há um Jair Bolsonaro no caminho entre a Bolívia e o Mercosul. O Palácio do Planalto articula com Rodrigo Pacheco para que o Senado cozinhe em banho-maria a votação da entrada do país vizinho como membro do bloco econômico. Entre os integrantes do Mercosul, falta apenas o imprimatur do Congresso brasileiro. No que depender de Bolsonaro, o sinal verde não sairá tão cedo.

A postura do governo brasileiro não deve ser atribuída apenas a uma má vontade de ordem ideológica do presidente Bolsonaro. A Bolívia também tem feito por onde, especialmente por meio da YPFB. A estatal boliviana está reduzindo o fornecimento de amônia e ureia ao Brasil, para privilegiar outros mercados. A medida tem tudo para afetar a produção interna e, consequentemente, o fornecimento de fertilizantes para o agronegócio nos próximos meses. Some-se a isso o fato de que, recentemente, a YPFB cortou em 30% a venda de gás para a Petrobras, descumprindo seu contrato com a estatal brasileira. É outra medida que também atinge a indústria de fertilizantes, intensiva no uso do insumo.

#Jair Bolsonaro #Mercosul #Petrobras #Rodrigo Pacheco #YPFB

Assim é se lhe parece

4/08/2022
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No Palácio do Planalto, a avaliação é de que Jair Bolsonaro conseguiu se desvencilhar do caso Pedro Guimarães, demitido da presidência da Caixa Econômica sob a acusação de assédio. Ainda mais depois do conveniente vazamento da informação de que Paulo Guedes vetou o reajuste de 44% do salário de Guimarães, proposto pelo próprio executivo poucos meses antes de deixar o cargo.

#Caixa Econômica #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Paulo Guedes #Pedro Guimarães

Operação tartaruga

3/08/2022
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Davi Alcolumbre, presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, confidenciou a aliados que pretende marcar a sabatina dos novos indicados ao STJ apenas para depois das eleições. Será um novo chá de cadeira, cujo alvo principal é Jair Bolsonaro. Alcolumbre adotou o mesmo expediente na nomeação de André Mendonça para o STF. Se serve de “benchmarking”, a sabatina de Mendonça demorou quatro meses.

#Davi Alcolumbre #Jair Bolsonaro

O ping-pong da Damares

3/08/2022
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Procura-se um lugar para Damares Alves. Ontem, circulava no Palácio do Planalto a informação de que Damares poderá voltar ao Ministério da Família nos próximos dias. Seria a solução para a falta de solução: sua candidatura ao Senado perdeu fôlego e as articulações de Jair Bolsonaro e aliados para emplacar a ex-ministra como candidata ao governo do Distrito Federal – ver RR de 26 de julho – também enfrentam forte resistência dentro de seu próprio partido, o Republicanos.

#Damares Alves #Jair Bolsonaro #Ministério da Família

As artimanhas fiscais do governo dentro da lei

2/08/2022
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O RR decidiu fazer algumas observações sobre fatos fiscais discutíveis e, algumas vezes, oportunistas que contraditam o próprio discurso do governo. São números impressionistas, que não levam em consideração, por exemplo, a correção pela inflação. Mas trazem à tona inquietações submersas em relação ao que move determinadas decisões do governo. Vamos a elas:

  • Causa estranheza, em plena vigência do Estado de Emergência, cujo um dos motivos da sua decretação foi permitir o financiamento do Auxílio Brasil fora do teto, o governo antecipar dividendos das estatais com a mesma finalidade. Por que não fez antes? Não fez por quê?

 

  • Qual a razão da insistência de privatizar as principais estatais, que são verdadeiras vacas leiteiras do governo? Que desperdício seria vender empresas geradoras de prováveis R$ 100 bilhões em dividendos para a União neste ano?

 

  • Pode não ser uma pedalada fiscal sob uma avaliação rigorosa. Mas provoca espécie uma operação de transferência de parcela dos dividendos das grandes estatais para o BNDES, que, por sua vez, transferirá os recursos para o Tesouro com o objetivo de financiamento dos gastos de custeio do governo. Dilma Rousseff nunca teve tamanha criatividade.

 

  • Entre 2019 e 2021, a União arrecadou R$ 70,7 bilhões com dividendos de estatais. Caso a previsão de R$ 100 bilhões para este ano seja atingida, o Tesouro vai amealhar, portanto, R$ 170,7 bilhões durante o mandato de Jair Bolsonaro. No mesmo intervalo, as despesas discricionárias do governo central somaram R$ 455,7 bilhões. Em um exercício hipotético, se os dividendos com estatais entre 2019 e 2022 fossem integralmente alocados a investimentos, representariam 37,4% do total de gastos discricionários do período.

 

  • A título de curiosidade “privatológica”: somando-se a participação direta da União e as ações em poder do BNDES, o governo detém 36,5% do capital total da Petrobras. Tomando-se como base apenas o valor de mercado da estatal no fechamento de ontem, essa fatia equivale a algo como R$ 158 bilhões. Ou seja: somente os dividendos pagos à União no primeiro semestre deste ano, cerca de R$ 50 bilhões, correspondem a um terço dessa cifra. Vale mesmo vender a estatal? Uma vez privatizada, esses recursos somem.

 

  • Ainda a Petrobras: caso fossem investidos na construção de novas refinarias, os dividendos pagos pela estatal à União tornariam o país superavitário na produção de diesel – as importações respondem por 23,2% do consumo.

 

  • Para se ter uma ideia do impacto dos dividendos da estatal na produção de diesel, apenas o valor de R$ 50 bilhões antecipados pela Petrobras à União no primeiro semestre daria para “comprar” cinco vezes a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), vendida ao Mubadala. Nem seriam necessárias as cinco. Apenas três refinarias com a capacidade da RLAM cobririam o déficit de diesel no país. Como se sabe, nenhuma empresa privada se apresentou ainda para construir qualquer refinaria.

 

  • Não custa lembrar que a comparação da antecipação de dividendos com as pedaladas fiscais de Dilma são uma “forçação” de barra. As pedaladas foram feitas ao arrepio da lei. A antecipação de dividendos “tapa teto” está dentro das regras, mas não deixa de ser uma contabilidade criativa muito heterodoxa, especialmente jeitosa para um ano eleitoral.

#Auxílio Brasil #BNDES #Jair Bolsonaro #Mubadala #Petrobras

Curva perigosa

2/08/2022
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O governador Claudio Castro pretende ressuscitar, em plena campanha eleitoral, o projeto de construção de um novo autódromo no Rio. O que se diz no Palácio Guanabara é que há dois grupos interessados no negócio. Trata-se de um empreendimento que carrega um histórico recente cheio de turbulências. Há cerca de dois anos, o consórcio Rio Motorsport apresentou uma proposta para investir R$ 700 milhões, com apoio do presidente Jair Bolsonaro. No entanto, o projeto derrapou depois de idas e vindas na Justiça.

#Claudio Castro #Jair Bolsonaro #Rio Motorsport

Disputa quente

2/08/2022
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A deputada Carla Zambelli (PL-SP) desponta como candidata à vaga de Ana Arraes no TCU, com apoio do presidente Jair Bolsonaro. Sua entrada na disputa ameaça causar um racha dentro do partido. O PL do Rio, leia-se o governador Claudio Castro, trabalha pela indicação da também deputada Soraya Santos.

#Carla Zambelli #Claudio Castro #Jair Bolsonaro #PL #TCU

Os 2% de Andre Janones

1/08/2022
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O candidato à presidência Andre Janones (Avante) vai iniciar nas próximas duas semanas uma investida nas redes sociais, com ataques simultâneos a Jair Bolsonaro e Lula. Vale menos por Janones e mais por quem está por trás da estratégia: o empresário Paulo Marinho, um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro em 2018.

#André Janones #Jair Bolsonaro #Lula

Propaganda

28/07/2022
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O fato de ser um dos ministros mais prestigiados não livrou Fabio Faria de um puxão de orelhas de Jair Bolsonaro. O presidente cobra maior celeridade na implantação do 5G. Quer que a nova banda chegue a todas as capitais até setembro, antes, portanto, da eleição. Faria tem tratado de repassar a pressão às operadoras.

#Fabio Faria #Jair Bolsonaro

O cast de Bolsonaro

28/07/2022
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O staff de campanha de Jair Bolsonaro está debruçado sobre a ideia de realizar um festival de música, com a presença de artistas que apoiam o presidente. Seria uma espécie de “Rock in Rio bolsonarista”.

#Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro quer ter a sua própria rede social

27/07/2022
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Carlos Bolsonaro foi beber mais uma vez na fonte de Donald Trump. Responsável pela comunicação da campanha de Jair Bolsonaro, “Carluxo” está debruçado sobre o projeto de criação de uma rede social própria, voltada majoritariamente a eleitores da direita. Qualquer semelhança não é mera coincidência: o “benchmarking” é a Truth Social,
plataforma criada por Donald Trump.

A própria Trump Media Media & Technology Group, empresa de tecnologia do ex-presidente norte -americano, estaria sendo buscada para auxiliar no desenvolvimento de um aplicativo congênere. Elasticidade eleitoral não é exatamente o objetivo prioritário: a princípio, Bolsonaro circularia entre um público que já predominantemente é seu. No entanto, a plataforma on demand permitiria municiar a militância digital com in- formações e mensagens de interesse, especialmente ataques a adversários, que poderiam ser replicadas posteriormente em outras plataformas.

Tudo sem que as postagens originais tenham de passar pelo crivo das redes sociais do mainstream, leia-se Twitter, WhatsApp, Instagram etc. Todas essas utilizam instrumentos cada vez mais rigorosos de controle e checagem de fake news. Em outras palavras: no mundo ideal do bolsonarismo, seria uma rede à prova de STF e TSE.

#Carlos Bolsonaro #Donald Trump #Jair Bolsonaro

Triplex fiscal

27/07/2022
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Paulo Guedes estuda o “teto do teto do teto”. O primeiro foi o teto idealizado; o segundo, o rompido; o novo seria uma âncora fiscal com alguma mobilidade. Tudo depende de Jair Bolsonaro emplacar 2023.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Esse, sim, é o teto que vale

26/07/2022
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O pacote de bondades eleitorais de Jair Bolsonaro vai alcançar o financiamento habitacional. A Caixa Econômica estuda a redução das taxas de juros do crédito imobiliário. Outra mudança em análise, que também passa pelo banco, é a elevação do teto para empréstimos por meio do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Hoje, o SFH abrange no máximo imóveis com valores de R$ 800 mil a R$ 900 mil, dependendo do estado em que está localizado.

#Caixa Econômica #Jair Bolsonaro

Horário eleitoral não gratuito

26/07/2022
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Jair Bolsonaro está negociando com uma grande plataforma de conteúdo, identificada com o ideário de direita, a produção de um documentário biográfico. Às vésperas da eleição.

#Jair Bolsonaro

Fabio vs. Fabio

25/07/2022
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O ministro das Comunicações, Fabio Faria, tem se afastado gradativamente do núcleo de campanha de Jair Bolsonaro. Uma das razões é o crescente poder do desafeto Fabio Wajngarten, ex-ministro da Secom.

#Fabio Faria #Jair Bolsonaro #Secom

Minerais polimetálicos entram no radar da Marinha

22/07/2022
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A Marinha está retomando um projeto que já foi considerado estratégico nos anos 70 e 80: a pesquisa náutica com vistas à mineração de nódulos polimetálicos. O assunto é considerado de interesse nacional do país pela Forças Armadas, pois envolve soberania territorial e proteção ambiental das regiões costeiras, além de viabilizar a exploração de minérios que terão uma crescente demanda com a renovação da matriz energética. Ou seja, lítio, níquel, cobalto, ítrio, túlio eneodímio. Os três primeiros são compostos fundamentais para as baterias recarregáveis de carros elétricos.

Há também farta concentração de ítrio, césio e terras raras, elementos usados na geração de energia nuclear e solar. A estrutura geológica marítima é também pródiga em grafeno e grafito, substâncias que o presidente Jair Bolsonaro considera uma das futuras maiores fontes de riqueza do país. Há outra vantagem em relação à extração mineral nessas áreas: as reservas se encontram distantes do litoral. Essas jazidas de nódulos ou crostas são abundantes no pedaço de mar chamado de Zona Econômica Exclusiva (ZEE), uma faixa de 3,6 milhões de Km2, área maior do que as regiões Nordeste, Sudeste e Sul juntas. Essa condensação mineral é comumente formada em flancos, cordilheiras, planaltos ou colinas abissais.

Com a importância que assumiu a questão ambiental, reduzir o custo da depredação produzida pela atividade de exploração mineral em terra ganhou uma relevância maior. Os nódulos eram considerados uma espécie de reserva estratégica. Ficavam guardados no “cofre de jazidas” da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), assim como a Reserva Nacional do Cobre. Esta última, praticamente, já deixou de existir. A título de curiosidade, nos idos do governo Dilma Rousseff, o então megaempresário Eike Batista tentou que o governo lhe permitisse explorar essas áreas mineralógicas. Não conseguiu.

Na verdade, desde o governo Lula já existe o Programa de Prospecção e Exploração de Recursos Minerais da Área Internacional do Atlântico Sul e Equatorial (PROAREA). Procurada, a Marinha não se pronunciou especificamente sobre novos projetos e pesquisas relacionados a nódulos polimetálicos. A Força informou ao RR que “O PROAREA foi criado pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM) com o objetivo de identificar e avaliar a potencialidade mineral de áreas marítimas com importância econômica e político-estratégica, para o Brasil, localizadas fora da jurisdição nacional”. A Força Naval disse ainda que “O Programa mapeia a ocorrência de minerais da Elevação do Rio Grande (ERG), cujo planejamento e execução são aprovados no âmbito da CIRM”. A ERG é um planalto submarino localizado em águas internacionais, a cerca de 680 milhas náuticas do litoral do Brasil.

A iniciativa vai além da pesquisa e prospecção dos nódulos em mares do Brasil. O programa visa subsidiar futuras requisições à Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISBA). O PROAREA foi desenvolvido no âmbito da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), por encomenda do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência República, na gestão Lula. O PROAREA prevê a participação de empresas privadas na pesquisa e prospecção das riquezas marítimas brasileiras. A Marinha pretende intensificar essa dinâmica, que permitiria um protagonismo maior na área ambiental e econômica. Por enquanto, a Força protege. Com a nova estratégia, ela passaria a gerar valor para o país e não só segurança. Não custa lembrar que a Marinha desenvolve o projeto do submarino nuclear. A abundância de minerais propulsores de energia nuclear e o submarino em curso são um casamento perfeito.

#Dilma Rousseff #Forças Armadas #Jair Bolsonaro #Lula #Marinha do Brasil

E o teto?

22/07/2022
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O general Braga Neto, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, costura uma medida que deverá ser o ápice da convenção do PL, neste domingo: a manutenção do valor de R$ 600 para o Auxílio Brasil caso o Presidente seja reeleito. O sofrido Paulo Guedes digere somente mais um ano com a atual cifra do benefício. E olhe lá.

#Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

BR do Mar à deriva

19/07/2022
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Sancionada por Jair Bolsonaro em janeiro, a BR do Mar zarpou sem sair do lugar. Diversos artigos do novo marco regulatório da cabotagem ainda esperam por regulação, como o que envolve a transição para o afretamento de navios estrangeiros. O Ministério da Infraestrutura também não definiu as cláusulas essenciais dos contratos de transporte de longo prazo e qual tonelagem máxima poderá ser afretada em relação às capacidades das embarcações operantes com bandeira brasileira. Ou seja, por ora, é tudo ficção.

#BR do Mar #Jair Bolsonaro #Ministério da Infraestrutura

Toque de caixa

19/07/2022
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O presidente Jair Bolsonaro tem cobrado da equipe econômica e do Ministério do Desenvolvimento Regional maior celeridade na liberação de recursos e na execução das obras do Casa Verde e Amarela. Do jeito que a coisa vai, já, já surge uma “PEC Kamikase” ou algo que o valha para o crédito habitacional.

#"PEC Kamikase" #Jair Bolsonaro #Ministério do Desenvolvimento Regional

Diplomacia indexada às eleições

18/07/2022
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Sinais trocados entre o Itamaraty e a diplomacia argentina revelam que o governo Alberto Fernández estuda indicar o novo embaixador em Brasília somente depois das eleições brasileiras. O substituto de Daniel Scioli, que deixou o cargo no início de junho, seria definido a partir do perfil do próximo presidente, ou Jair Bolsonaro ou Lula. A vitória do petista abriria caminho para uma indicação de matiz mais ideológico e menos pragmático.

#Alberto Fernández #Daniel Scioli #Jair Bolsonaro #Lula

Chuchu virou tomate

18/07/2022
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O gabinete do ódio de Jair Bolsonaro vai focar suas fake news no candidato a vice-presidente Geraldo Alkmin. O projeto é encher de vaias artificiais toda a aparição de Alckmin ao lado de Lula nas suas caravanas da campanha eleitoral. Os apupos seriam atribuídos aos petistas presentes ao evento. A palavra de ordem é constranger o vice. Em alguns casos nem será preciso. Volta e meia, Alckmin tem sido vaiado na vida real.

#Geraldo Alkmin #Jair Bolsonaro #Lula

Vem aí a constituinte indígena

15/07/2022
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Há uma chaga que unifica petistas e bolsonaristas no encaminhamento da sua cura. Trata-se da questão do índio na Amazônia. Os silvícolas ocupam 14,4% do território do país e 23,4% da Amazônia legal. São, ao mesmo, vítimas e parceiros do crescente comércio ilegal e da atividade predatória na região.

Os índios são chacinados e sócios de contrabandistas e garimpeiros. Ao mesmo tempo, é um assunto que incomoda militares, atiça o setor extrativista e transborda do país para o mundo. Tanto Lula quanto Bolsonaro pensam em tirar do seu colo a decisão sobre o futuro dos índios no Brasil. Ambos pensam em um plebiscito ou uma “constituinte indígena”.

Os bolsonaristas tendem mais para o plebiscito, embalados pela esmagadora escolha popular favorável ao comércio e produção das armas. Os lulistas, com um pé no futuro governo, debatem a ideia de uma constituinte exclusiva, com a participação de observadores internacionais. O projeto redefiniria o espaço territorial indígena e a proteção da sua forma de sobrevivência. Há bolsões sinceros e radicais de ambos os lados. Mas, ao que tudo indica, o antagonismo cede quando se trata de queimar a mão resolvendo um problema fervente. Melhor dividi-lo com o povo brasileiro. Talvez seja a única solução que mitigue reações contrárias nacionais e mundiais em relação à decisão a ser tomada.

#Amazônia legal #Jair Bolsonaro #Lula

Bolsonaro quer (e precisa) pousar em Pequim

13/07/2022
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A diplomacia brasileira tenta uma visita à China para ontem. É o país que completaria o cinturão de viagens recentes de Jair Bolsonaro a grandes nações, tais como Rússia e Estados Unidos. É coisa para antes das eleições. Rapidinho, a exemplo do encontro com Biden. O objetivo da reunião com o presidente Xi Jinping é óbvio: marcar a imagem de Bolsonaro como estadista, aproveitando a conjuntura, na qual a questão da segurança alimentar é premente. Só que Lula também tem a mesma intenção, além de mostrar a Xi Jinping que é o parceiro mais confiável na geopolítica dos chineses. Desde o início do governo, Bolsonaro tem mantido uma política de tapas (muitos) e beijos (poucos) com Pequim.

#China #Jair Bolsonaro #Lula

Prudente distância

13/07/2022
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Assessores políticos de Jair Bolsonaro identificaram mais um sinal de defecção na base aliada. Prefeitos têm evitado referência ao governo federal em placas e outdoors propagandeando obras públicas financiadas com recursos da União. O ministro Ciro Nogueira já recebeu a missão de enquadrar os desertores.

#Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro

Apólice para o futuro

13/07/2022
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O PGR Augusto Aras já pensa em um porvir sem Jair Bolsonaro. Analisa convites para a iniciativa privada. Em um eventual governo Lula, Aras tem tudo para desaparecer dentro do Ministério Público.

#Augusto Aras #Jair Bolsonaro #PGR

Estrada esburacada

13/07/2022
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O RR apurou que o Ministério Público Federal vai abrir um inquérito contra o DNIT para apurar as condições que levaram à interdição de parte da BR-101, na divisa de Sergipe com Alagoas. O problema provocado pelas chuvas está justamente no trecho de 40km, que Jair Bolsonaro inaugurou com pompa em maio, com o ministro Tarcísio Freitas a tiracolo. O dinheiro foi gasto, a obra correu a toque de caixa e a rodovia se desmancha com água. O DNIT não tem conhecimento de qualquer notificação.

#Dnit #Jair Bolsonaro #Ministério Público Federal

Ampulheta eleitoral

12/07/2022
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O presidente Jair Bolsonaro tem cobrado da equipe econômica e do Ministério do Desenvolvimento maior celeridade na liberação de recursos e na execução das obras do Casa Verde e Amarela. Do jeito que a coisa vai, já, já surge uma “PEC Kamikase” para o crédito habitacional.

#Jair Bolsonaro #Ministério do Desenvolvimento

Há um “golpe constitucional” na próxima esquina?

11/07/2022
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O entardecer da última quinta-feira foi particularmente tenso para o comando do PT. As informações de que Jair Bolsonaro transformou a reunião ministerial em uma evocação ao golpe, “dentro das quatro linhas da Constituição”, e a expectativa pelo comício de Lula no Rio, trouxeram à baila o risco de um cenário de suspensão dos direitos. Trata-se do terceiro estado de exceção, o de sítio. Uma fagulha em um dos comícios do PT, que levasse a algum quebra-quebra ou arruaça, poderia ser o suficiente para a implementação da medida.

A recente decretação do estado de emergência fortaleceu a preocupação com a tese de que a Constituição aceita muita coisa e algo mais. Existem razões concretas para a apreensão do partido. Há o receio de que o presidente Jair Bolsonaro esteja, gradativamente, preparando o terreno para justificar uma ruptura institucional. Quem simula um estado de emergência para rasgar a Lei de Responsabilidade Fiscal e a regra de ouro pode muito bem impor um regime de exceção radical com base em premissas igualmente artificiais. Ou seja: no pior dos pesadelos petistas, no ovo da serpente estaria sendo chocado um “golpe constitucional”.

Segundo o Artigo 136 da Constituição, o presidente da República “pode decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional”. Por sua vez, o Artigo 137 reza que cabe ao presidente decretar o estado de sítio no caso de “comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa”. Por essa linha de raciocínio, “quanto pior melhor”. A crítica às urnas, que muitos veem como o fio da meada do golpe, seria um refrescante aperitivo.

No entorno de Lula, há quem tema que as hostes bolsonaristas possam ser facilmente induzidas a criar um quadro de desordem capaz de justificar um regime de exceção. Paranoia? Tanto no caso de um estado de defesa, quanto de sítio, a Constituição diz que, antes de uma eventual decisão, o presidente deve ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional. O primeiro, de acordo com o Artigo 89, é formado pelo vice-presidente, presidentes da Câmara e do Senado; os líderes da maioria e da minoria na Câmara e no Senado; o Ministro da Justiça, além de “seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado e dois eleitos pela Câmara”.

Já o Conselho de Defesa Nacional, conforme o Artigo 91, é composto igualmente pelo vice-presidente, pelos presidentes da Câmara e do Senado e pelo ministro da Justiça, além dos ministros da Defesa, das Relações Exteriores, do Planejamento e dos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica. Ou seja: todos da “casa”. Bolsonaro, portanto, teria amplo respaldo dos seus para decretar um regime de exceção. Isso, repita-se, com absoluto amparo da Constituição. Nesse cenário, estariam dadas as condições para a suspensão do processo eleitoral. De quem olha do chão, o estado de defesa e o estado de sítio são praticamente invisíveis a olho nu.

Estão no limite entre a termosfera constitucional e a exosfera das radicalidades. No entanto, gradualmente, Jair Bolsonaro tem atravessado as camadas inferiores, testando os limites dos seus anseios autoritários. No ano passado, valeu-se do estado de calamidade para empurrar a PEC dos Precatórios. Naquele momento, por mais questionável que o expediente pudesse ser, Bolsonaro ainda tinha a pandemia como muleta. Agora, no entanto, não há qualquer justificativa plausível para a instituição de um estado de emergência e a imposição, a fórceps, da chamada “PEC Kamikaze”. A essa altura, a acusação de fins eleitoreiros soa como a melhor entre as piores hipóteses. Paranoia?

#Conselho de Defesa Nacional #Eleições 2022 #Jair Bolsonaro #Lula #PT

A “boiada” das agências vai passar

8/07/2022
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O presidente Jair Bolsonaro prepara a “farra” das agências reguladoras. Bolsonaro quer aumentar o número de vagas na diretoria desses órgãos, a começar por Anatel e Aneel. A iniciativa não ficará restrita aos altos cargos. Segundo o RR apurou, o governo pretende ampliar também o total de funções gratificadas nas agências.

Tudo em uma canetada só, por meio de uma única Medida Provisória. O que é uma ou outra agência reguladora para um governo que está rasurando a Constituição a torto e a direito? A ideia de fortalecimento do arcabouço regulatório nem sequer é mencionada nas conversas entre Jair Bolsonaro e aliados sobre o tema. Pelo contrário. Por uma lógica reversa, ampliar o número de assentos, com o devido aparelhamento, seria uma forma de diluir por dentro o poder dessas instituições.

Desde a campanha, Bolsonaro tem mostrado pouco apreço pelos órgãos reguladores. Mais recentemente, disse que as agências “criam dificuldades para vender facilidades”, o que, inclusive, rendeu uma nota de repúdio da Associação Brasileira de Agências de Regulação (Abar). A proposta surge como um afago ao Centrão. Às vésperas das eleições, o Palácio do Planalto terá um punhado de cargos a mais para distribuir entre partidos da base governista. O ministro Ciro Nogueira já teria sido encarregado de mapear indicações para os novos postos. Há cerca de dois meses, o PP, do próprio Nogueira, e o PL, de Valdemar da Costa Neto, foram os principais contemplados na leva de 21 nomeações feitas para agências reguladoras e autarquias.

#Anatel #Aneel #Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro #Valdemar da Costa Neto

Fiesp 1

7/07/2022
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Dos principais candidatos, Jair Bolsonaro é o único que ainda não respondeu ao convite da Fiesp para um debate com empresários. Segundo uma fonte palaciana, quando perguntado sobre o assunto, Bolsonaro não esconde a implicância com Josué Gomes da Silva, presidente da entidade: “Aquele lá é Lula”.

#Fiesp #Jair Bolsonaro #Lula

Caixa de campanha

7/07/2022
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O ex-ministro da Secom Fabio Wajngarten usará dois chapéus na campanha de Jair Bolsonaro. Além de colabora na comunicação, foi escalado para buscar apoios financeiros à candidatura do presidente.

#Jair Bolsonaro #Secom

Alexandre de Moraes quer liderar pacto nacional contra fake news

6/07/2022
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O ministro Alexandre de Moraes quer marcar sua posse na presidência do TSE, em agosto, com a assinatura de um pacto nacional contra as fake news. O acordo reuniria diversos setores, como empresas de mídia, redes sociais, partidos políticos e entidades da sociedade civil, a exemplo da OAB, entre outras. Todos firmariam o compromisso de combater e denunciar a disseminação de informações falsas durante a campanha. O convite às legendas partidárias daria um tom ainda mais forte à medida, além de funcionar como um constrangimento natural às siglas que eventualmente se recusem a participar do pacto. Procurado pelo RR, o ministro Alexandre de Moraes não se pronunciou. A dois meses da eleição, a iniciativa seria uma dura mensagem com endereço certo, vinda de um dos ministros do STF que mais atazanam o clã Bolsonaro. Cabe lembrar que Alexandre de Moraes é o relator do inquérito das fake news no STF, que mira em Bolsonaro e seus filhos.Ou seja: do ponto de vista político, ainda que o objetivo não seja esse, o pacto seria um prato cheio para o PT usar na campanha.

#Alexandre de Moraes #Fake News #Jair Bolsonaro #OAB #PT

O “embaixador” de Lula

6/07/2022
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O delegado Alexandre Saraiva, candidato a deputado, tem ajudado a construir pontes entre a campanha de Lula e a Polícia Federal. Ainda que indiretamente, o próprio Jair Bolsonaro colaborou para essa coalizão. Em abril de 2021, Saraiva foi demitido por Bolsonaro do cargo de superintendente da PF no Amazonas após denunciar o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

#Alexandre Saraiva #Jair Bolsonaro #Lula #Polícia Federal

A cozinha bolsonarista não se entende

6/07/2022
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O ministro Ciro Nogueira comprou o barulho de Duda Lima, o marqueteiro de Jair Bolsonaro. Nogueira tem defendido uma participação mais ativa de Michelle Bolsonaro na campanha. Uma das propostas é uma live semanal estrelada pela primeira dama. O problema é que Carlos e Eduardo Bolsonaro são contra.

#Ciro Nogueira #Duda Lima #Jair Bolsonaro

Lula quer dar o troco da mordida no ICMS dos combustíveis

4/07/2022
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A garfada no ICMS dos combustíveis pode voltar sob forma de compensação da União às perdas dos estados que reclamaram da medida no STF. A medida viria na primeira hora do governo do PT, em janeiro, quando a maioria das unidades federativas estará com o caixa negativo. Ela está sendo discutida com o comitê de campanha de Lula e até diretamente com o próprio candidato pelos governadores petistas. Como se sabe, a maioria dos 11 chefes do executivo estadual reclamantes na Justiça são do PT. Se Lula topar, avançaria mais algumas jardas em direção à tese dominante entre os economistas do partido de que o ajuste fiscal tem de ser feito em cima do corte de recursos distribuídos em interesse de Bolsonaro através de PECs e transferência direta do Orçamento. Ou seja: os adversários de Lula é que pagariam parcela do ajuste fiscal. A questão do ICMS é como Lula fará um apartheid favorável aos seus governadores, quer seja do ponto de vista legal, quer seja do ponto de vista político.

#ICMS #Jair Bolsonaro #Lula #PT

“Foro de Assunção”

29/06/2022
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Jair Bolsonaro vai viajar a Assunção, provavelmente em agosto. O encontro com o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, vai marcar o início das tratativas para a renovação do Tratado de Itaipu. Em tempo: com a “onda rosa” da esquerda, Benitez é hoje um dos raros aliados de Bolsonaro na América do Sul.

#Jair Bolsonaro #Mario Abdo Benitez #Paraguai #Tratado de Itaipu

A bonança econômica que antecede a tempestade

29/06/2022
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O presidente Jair Bolsonaro vai surfar em números positivos neste período pré-eleitoral, e possivelmente até o fim do ano, ao contrário do que previu o RR. Em 2023, no entanto, a batata vai queimar a mão de quem segurar o manche do governo. A bomba relógio está na contagem regressiva. Tic tac tic tac… Senão vejamos:

  • Para quem dizia que o desemprego não desceria de dois dígitos – o RR, inclusive – a taxa bateu em 9,5% em maio. Está caindo. Pode descer a 8,5%. Como dizia Keynes, se a realidade muda, nós mudamos.
  • Não bastasse a melhoria do emprego neste ano, o fato é que ela está se dando de forma consistente: praticamente todos os setores vem reduzindo demissões e aumentando a absorção de mão-de-obra.
  • O fim da pandemia, com a reabertura da economia, está tendo seus efeitos positivos além do aguardado.
  • O consumo está aumentando, porque o governo vem soltando recursos não só por meio da ampliação das políticas compensatórias e desonerações – um subsídio ao contrário -, mas também da injeção de grana a conta-gotas.
  • O câmbio apreciado ajuda a indústria, por um lado; por outro, permanece o boom de commodities, que ajudou Lula e Bolsonaro a surfarem nessa onda de riqueza. Commodity não tem ideologia.
  • O PIB pode chegar neste ano aos 2,5% de Paulo Guedes. E mais: pode bater em 3%, em parte pelos arranjos para segurar ou até reduzir os preços dos combustíveis.
  • Portanto, o Natal deve ser bom. Mas também não vai ser um festão. Os consumidores estão poupando ao invés de irem às compras. As comemorações natalinas antecedem o furacão de 2023.
  • Os juros, segundo fontes do próprio BC, mesmo com uma subida da Selic para 13,75%, tendem a caminhar com certa inércia, até porque essa singela recuperação econômica deverá postergar os efeitos restritivos e anti-inflacionário das taxas elevadas. E vice-versa.
  • Os juros deste ano não movem uma palha a inflação de 2022, mas detonam com a economia em 2023.
  • Roberto Campos Neto, conforme aposta do RR, não vai mudar a meta, o que seria recompensador do ponto de vista da política monetária do próximo governo. Sem alterar o target, o presidente do BC vai forçar o futuro ministro da Economia a fazê-lo. Como se espera um make-up do teto, as duas medidas juntas e ao mesmo tempo vão criar uma tensão indesejável nos mercados.
  • Em 2023, podemos colocar uma coroa de espinhos. Um PIB entre -1% e -2,5% (se não der 3% negativos); um desemprego de volta a 12,5% (segundo um banco mais conservador).
  • Vento que venta lá, venta cá. A brisa de 2022 deve se transformar em uma tempestade para a gestão de 2023. Não esquecer que iniciando neste final de ano, e com impacto pleno em 2023, o cenário internacional começa a assumir dimensão imprevisível, com estagflação, eclosão de novas guerras, e o aperto de liquidez no mundo devido à elevação dos juros e do QE do FED e dos BCs europeus, noves fora as crescentes expectativas de default de países  como Rússia e Sri Lanka.

#Economia #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Programa de governo

27/06/2022
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Jair Bolsonaro comprometeu-se com líderes evangélicos, notadamente Silas Malafaia e RR Soares, a retomar o projeto de mudança da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém.

#Jair Bolsonaro #RR Soares #Silas Malafaia

Bolsonaro entre os seus

23/06/2022
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Jair Bolsonaro deverá fazer uma viagem à Turquia antes das eleições, para um encontro com o primeiro-ministro Recep Erdogan, um dos principais líderes mundiais da extrema direita. Na visita, seriam anunciados os primeiros projetos na área de defesa, no âmbito do acordo de cooperação firmado entre os dois países em março. A reunião com Erdogan vem sendo costurada desde maio, quando Bolsonaro se encontrou, em Brasília, com o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavusoglu.

#Jair Bolsonaro #Turquia

Cabo eleitoral

22/06/2022
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O presidente Jair Bolsonaro discute com seus assessores a possibilidade de viajar aos Estados Unidos para celebrar o acordo com a SpaceX, de Elon Musk, que acena com investimentos em internet gratuita na Amazônia. A principal motivação para Bolsonaro é o alarido que a recente reunião com Musk, no Brasil, provocou nas redes sociais.

#Elon Musk #Estados Unidos #Jair Bolsonaro

O maior fator de risco da Petrobras

21/06/2022
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Estranho, muito estranho. O governo diz que quer privatizar a Petrobras, mas, ao mesmo tempo, ameaça colocar o valor do ativo a zero. As declarações e ações de Jair Bolsonaro e cia. parecem não ter outro objetivo senão o de dizer a potenciais futuros acionistas que a companhia não vale nada em qualquer época, em qualquer tempo. A Petrobras já perdeu cerca de R$ 100 bilhões de mercado nos últimos 30 dias. Nessa toada, quem comprar a empresa estará levando a pobre coitada por um preço menor do que os dividendos que ela paga. Se Ernesto Geisel, ex-presidente da Petrobras e da República, estivesse vivo, “impichava” Jair Bolsonaro por crime de destruição da riqueza nacional.

#Jair Bolsonaro #Petrobras

Ainda a comida

21/06/2022
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A pedido do presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Agricultura está levantando os produtos alimentícios em que os supermercados têm trabalhado com as maiores margens de lucro. Um dos itens que mais chama a atenção é a carne: ao longo dos últimos 30 dias, o preço da arroba do boi caiu de R$ 320 para R$ 270, mas essa redução não chegou ao consumidor.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura

Lula prepara uma reforma no teto fiscal

20/06/2022
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Lula vai ter seu “teto II, a missão” ou um “teto para chamar de seu”. Apesar do discurso quase histérico contra o reboco que sobrou da ideia original, implementada no governo Temer, o PT não está relegando o problema fiscal do país a um segundo plano. Nos bastidores do grupo de petistas que discute um programa econômico para valer, o consenso é que o teto tem de ser rearranjado, ganhar outro nome e emergir como um mecanismo fiscal contracíclico de controle de gastos.

Mesmo Aloizio Mercadante, provindo da Escola de Economia da Unicamp, keynesiano e heterodoxo, aceita a ideia de manutenções do teto, desde que com um makeup caprichado. Algumas propostas à mesa: elevar o prazo de apuração dos gastos para dois anos, tirar os investimentos das despesas sob controle, normalizar o estado de calamidade, usando o expediente constitucional sempre que situações excepcionais ocorram (pandemia, choques de oferta, guerra), e tornar o teto uma estrutura móvel (o controle variaria para cima ou para baixo segundo os ciclos de prosperidade e perdas fiscais, com regras de correção permanentes e bem definidas).

Haveria, portanto, previsibilidade em relação às despesas, com o espaçamento do teto para o período de um biênio. Tirar fora do teto os investimentos é um compromisso do PT, até porque as verbas discricionárias, conforme a atual regra orçamentária, tornaram-se minúsculas. O PT, por sinal, considera que o ajuste fiscal será razoavelmente simples nos primeiros anos do governo Lula. Basta contingenciar os gastos que foram aprovados pelos adversários. Elementar, meu caro Watson. Ainda quanto ao teto, o discurso do seu relançamento é singelo.

Ou seja: o teto que será cumprido de verdade será o do governo Lula, com seu mecanismo contracíclico de controle dos gastos. O que se viu com Bolsonaro foi um limitador de despesas de araque. Seu governo ficará na história como fura-teto. A pergunta que é feita por colaboradores de Lula diz respeito à mensagem a ser dada para justificar, seja de que forma for, a manutenção do teto. Afinal, o expediente para o controle de gastos que permitiu a melhoria expressiva do resultado fiscal primário, mesmo furado à exaustão, foi o teto. E foi ele que apanhou feito boi ladrão pelo PT juntamente com as reformas. O RR considera essa uma preocupação menor. Caso seja vitorioso nas eleições em um momento de efeméride, as velhas novidades de Lula parecerão fatos novíssimos. Em caso de sucesso eleitoral, vale a paráfrase da máxima de Lavoisier: “Na economia e na política nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

#Jair Bolsonaro #Lula #PT

Jair Bolsonaro vira as páginas de um passado incômodo

17/06/2022
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O presidente Jair Bolsonaro parece empenhado em tirar do front eleitoral dois temas sensíveis e interligados entre si, que causam incômodo, sobretudo, entre os militares. A exemplo da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, que deve ser finalizada ainda neste mês, o governo também prepara o terreno para o encerramento da Comissão de Anistia, vinculada ao Ministério da Mulher e da Família. Segundo o RR apurou junto a um membro do colegiado, há uma orientação do Palácio do Planalto para que todos os processos ainda pendentes – cerca de dois mil – sejam julgados até o fim de junho.

De acordo com a mesma fonte, há duas sessões marcadas para este mês, mais precisamente nos dias 26 e 29 de junho. Trata-se do mesmo timing idealizado pelo governo para concluir os trabalhos da Comissão de Mortos e Desaparecidos – o relatório final do comitê deverá ser apreciado no dia 28 de junho. O número de ações ainda em aberto pode soar elevado.

No entanto, a maioria dos casos têm similaridade com decisões anteriores, o que deveacelerar a elaboração dos pareceres e os julgamentos. Criada em 2002, no último ano do governo FHC, a Comissão analisou desde então mais de 75 mil pedidos de indenização por perseguições políticas na ditadura militar. Contabilizando-se todos os benefícios já pagos, o valor das anistias supera a marca de R$ 10 bilhões.

#Comissão de Anistia #Jair Bolsonaro #Ministério da Mulher e da Família

Mais um espinho diplomático

17/06/2022
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Primeira rusga diplomática entre os governos de Jair Bolsonaro e do esquerdista Gabriel Boric. Segundo o RR apurou, a ministra das Relações Exteriores do Chile, Antonia Urrejola Noguera, acionou seu congênere Carlos Alberto França, cobrando o imprimatur do governo brasileiro à indicação de Sebastian Depolo como novo embaixador no país. A situação é sui generis: assuntos como este não costumam ser tratados diretamente entre chanceleres. Pudera! A nomeação de Depolo aguarda pela aprovação de Jair Bolsonaro há mais de 80 dias.

#Chile #Jair Bolsonaro

Asas cortadas

15/06/2022
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Duda Lima, o marqueteiro de Jair Bolsonaro, está na corda bamba. Lima não caiu nas graças nem de Carlos nem de Eduardo Bolsonaro. Na prática, o “02” e o “03” querem reduzir o espaço de Valdemar da Costa Neto, responsável pela indicação do profissional, na campanha.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Valdemar da Costa Neto

Com Bolsonaro a fome tem mais pressa

13/06/2022
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A call do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes com dirigentes de supermercados, na última quinta-feira, é apenas o primeiro ato do projeto de congelamento dos preços da cesta básica. Seria ingênuo, até infantil, que o episódio se concluísse com um pedido singelo de Guedes aos varejistas para não remarcar nas gôndolas os preços dos alimentos essenciais. O segundo ato vem sob a forma de uma proposta sob medida para os supermercados: a contrapartida mediante um crédito tributário, com o resgate diferido no tempo e condicionado à permanência do valor dos alimentos da cesta básica até a inflação convergir para a meta.

Uma segunda alternativa seria um programa de desoneração simples dos alimentos da cesta básica que mais pressionaram a inflação no período. Os supermercados deixariam de faturar alguma parcela da sua margem, que o próprio Guedes reconheceu ser baixa. Como disse o RR na edição de 18 de abril, esse era para ser um item do programa econômico do PT. Pelo jeito, Paulo Guedes foi mais rápido. A newsletter informou que a equipe econômica estava debruçada sobre a análise de diversas propostas para mitigar o efeito da inflação junto aos mais pobres.

A segurança alimentar da população de menor renda está no centro do debate. Os assessores de Guedes pensaram em um vale-alimentação. Mas essa opção carrega contraindicações, tais como o dispêndio ser imediato, e não um precatório, além do fato de a inflação ir comendo no dia seguinte o valor do tíquete. A medida mais provável é a anunciada pelo RR. Bolsonaro, que deu com a sua presença na call um ar de gravidade institucional, pressiona o ministro da Economia para que tome uma decisão urgente. Comida é a palavra-chave.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #PT

Prêmio de consolação

10/06/2022
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Jair Bolsonaro cogita indicar o almirante Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia, para o conselho da ENBpar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional), estatal que assumirá o controle da Eletronuclear e de Itaipu com a privatização da Eletrobras. Isso se der tempo.

#Eletrobras #Eletronuclear #Jair Bolsonaro

Pura provocação

8/06/2022
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Em conversas reservadas com assessores, Jair Bolsonaro tem sinalizado que vai ressuscitar a ideia de aumento do número de ministros do STF. Bolsonaro chegou a hastear essa bandeira na campanha de 2018, com a proposta de ampliar a Corte de 11 para 21 togados.

#Jair Bolsonaro

O sub de “Carluxo”

3/06/2022
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Contratado para comandar a campanha de Jair Bolsonaro, na prática Duda Lima tem sido o “sub-marqueteiro”. A última palavra segue com Carlos Bolsonaro.

#Carlos Bolsonaro #Duda Lima #Jair Bolsonaro

Namoro na TV

2/06/2022
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O horário eleitoral vai começar: o presidente Jair Bolsonaro negocia sua participação no programa de Silvio Santos. No acumulado entre 2019 e 2021, o SBT recebeu a segunda maior verba publicitária da Secom (R$ 53,5 milhões), atrás apenas da Record.

#Jair Bolsonaro #SBT #Secom #Silvio Santos

Na contramão do governo Bolsonaro

2/06/2022
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Há uma mobilização na comunidade científica brasileira para lançar o nome do epidemiologista Jarbas Barbosa na disputa pela direção geral da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) – a eleição está marcada para setembro. No que depender da  gestão Bolsonaro, muito provavelmente será uma candidatura independente ou algo do gênero. Até o momento, as articulações para obter o endosso formal do governo brasileiro não tiveram resposta. Não chega a surpreender. O episódio combina duas características do presidente Jair Bolsonaro: desprezo pela ciência e o enfraquecimento do Brasil junto a importantes organismos internacionais.

#Jair Bolsonaro #Jarbas Barbosa #Organização Pan-Americana da Saúde

Grande imprensa

31/05/2022
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Lula já sabe o script que vem por aí na mídia. Por enquanto, pau no Jair Bolsonaro e pouco espaço para o petista, que será poupado da carnificina. No segundo round, tiro nos dois, mas o calibre maior reservado para Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Lula

Distância de bola dividida

31/05/2022
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A guerra fria entre Jair Bolsonaro e a Justiça Eleitoral ricocheteou – quem diria? – na CBF. O novo presidente da entidade, Enaldo Rodrigues, está receoso em seguir com a campanha firmada com o TSE para incentivar a população a participar das eleições. Em 2020, por exemplo, a ação envolveu 16 clubes da Série A e impactou cerca de 38 milhões de pessoas nas redes sociais. Eram outros tempos.

#CBF #Jair Bolsonaro #Justiça Eleitoral

Linha direta com a Casa Branca

30/05/2022
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O assessor especial da Casa Branca Chris Dodd tem sido visto como um híbrido do ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil Lincoln Gordon e do adido militar norte-americano no país Vernon Walters – ambos cozinheiros do golpe militar de 1964. Dodd vem conversando com desenvoltura com diplomatas e militares. Antes que alguém pense o que não deve, o RR não está enxergando o deslocamento de uma frota americana para a fronteira marítima brasileira ou coisa que o valha. Dodd tem até colaborado para o estreitamento das relações do país com a Casa Branca. Prova da sua eficiência: já está sendo costurado um encontro entre Jair Bolsonaro e Joe Biden para o mês que vem. Isso apesar de Biden detestar Bolsonaro.

#Casa Branca #Jair Bolsonaro #Joe Biden

O verdadeiro partido de João Doria

26/05/2022
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O ex-governador João Doria vai se tornar de candidato à Presidência em forte eleitor. Vai colocar sua máquina de reunir empresários, o Lide, para convencer sua turma sobre o “melhor candidato”. Doria é um “liberal mimético”. Jair Bolsonaro, contudo, não está na sua lista de apoio. Em tempo: Doria diz que saiu com o “coração ferido” da candidatura, mas o Lide pode ser um unguento. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que chamava Doria de almofadinha para baixo, já sinalizou que tem namoro à vista. Esse “relacionamento” se daria debaixo do guarda-chuva de uma aliança com o PSDB. Pode, inclusive, sobrar um ministério para Doria. E a terceira via? Que nada!

#Gleisi Hoffmann #Jair Bolsonaro #João Doria #PSDB #PT

Comensalismo

26/05/2022
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O general Braga Netto, virtual candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro, se comprometeu com o governador do Rio, Claudio Castro, a ter uma participação ativa na sua campanha à reeleição.

#Claudio Castro #Jair Bolsonaro

Damares II

24/05/2022
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Só para não variar, o governo Bolsonaro deverá causar nova polêmica na área dos direitos humanos. A ministra da Mulher e da Família, Cristiane Britto, pretende liderar um movimento de resistência às lei pró-aborto no âmbito da OEA. Deve ter aliados na iniciativa, como os governos de El Salvador, República Dominicana e Equador.

#Jair Bolsonaro #OEA

Campos Netto quer distância da campanha eleitoral

20/05/2022
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Netto, tem compartilhado com alguns diretores que não pretende aceitar até o fim das eleições conversas com os candidatos. O presidente Jair Bolsonaro seria a exceção – nesse caso, são assuntos de governo. Ainda que nas internas, Campos Netto se antecipa, principalmente, a um eventual pedido de encontro feito por Lula. Aliás, conforme o RR apurou, uma iniciativa que vem sendo cogitada no meio do comitê de campanha petista. Há, inclusive, discussões, se o pedido de audiência deveria ser feito pelo ex-presidente ou pelo candidato a vice Geraldo Alckmin. Como se sabe, o mandato de Campos Netto coincidirá com os dois primeiros anos de governo Lula/Alckmin, caso a dupla seja eleita. Na verdade, o presidente do BC não faz mais do que sua obrigação. É corretíssimo que o comandante da autoridade monetária não misture assuntos da sua alçada com disputas eleitorais. Até agora, Campos Netto só deu bola dentro.

#Banco Central #Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro #Lula #Roberto Campos Netto

Olavo vive

20/05/2022
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Filipe Martins, assessor especial de Jair Bolsonaro e discípulo de Olavo de Carvalho, tem sido voz majoritária na elaboração do
novo programa de governo para a área de política externa.

#Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho

O próximo ato de Bolsonaro contra o TSE

18/05/2022
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O Palácio do Planalto pretende jogar mais lenha na fogueira do processo eleitoral. Segundo o RR apurou, o presidente Jair Bolsonaro e assessores discutem o envio de uma comitiva ao exterior, mais precisamente a Israel, com o objetivo de contratar uma empresa de cibersegurança especializada em sistemas de votação. Assessores de Bolsonaro, notadamente da ala militar, defendem que o próprio ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira, seja um dos integrantes da delegação. Outro nome escalado para a missão seria o “03” Eduardo Bolsonaro. Procurados, a Presidência da República e o Ministério da Defesa não se pronunciaram. As discussões no Palácio do Planalto contemplam dois cenários: a contratação da auditoria externa seria feita diretamente pela Presidência da República ou mesmo pelas Forças Armadas, que mantêm um assento na Comissão de Transparência das Eleições (CTE) do TSE. Curiosamente, por mais paradoxal que possa parecer, nas discussões internas assessores de Bolsonaro têm usado Israel como exemplo “cabal” de que os sistemas de votação eletrônicos não são seguros. Em 2021, na véspera da eleição, dados de 6,5 milhões de eleitores israelenses vazaram na internet.

#Eduardo Bolsonaro #Forças Armadas #Israel #Jair Bolsonaro #Paulo Sergio Nogueira

Pax institucional

18/05/2022
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Nem tudo são espinhos no relacionamento entre o presidente Jair Bolsonaro e o Judiciário: há uma sintonia cada vez maior entre Bolsonaro e o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Emmanoel Pereira. Aliás, parece ser uma prerrogativa da família: o diretor da Anatel, Emmanoel Campelo Pereira, filho do ministro do TST, está cotado para voos mais altos no governo.

#Anatel #Emmanoel Pereira #Jair Bolsonaro

Ministro da Educação a futuro

17/05/2022
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Líderes evangélicos, a exemplo de Silas Malafaia, se movimentam desde já para emplacar o nome do futuro ministro da Educação em um eventual segundo mandato de Jair Bolsonaro: o procurador regional da República, Guilherme Schelb. A sugestão de que Schelb auxilie na formatação do programa de governo para o setor já chegou a Bolsonaro. Entre outros atributos, o procurador é defensor do movimento “Escola sem partido”.

#Guilherme Schelb #Jair Bolsonaro #Silas Malafaia

União Europeia reforça imagem do Brasil como pária ambiental

16/05/2022
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Vem aí mais um abacaxi ambiental para o governo Bolsonaro descascar. Trata-se do relatório que está sendo produzido pelo comissário de Meio Ambiente, Oceanos e Pescas da União Europeia, Virginijus Sinkevicius. O documento será apresentado à Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP15), programada para o segundo semestre, na China. Segundo um diplomata que esteve com Sinkevicius, o comissário não terá o menor comedimento nas críticas à política ambiental do Brasil.

O governo ajudou na péssima impressão. Em sua recente visita ao país, Sinkevicius tentou audiências com o presidente Jair Bolsonaro e o vice-presidente e presidente do Conselho da Amazônia, Hamilton Mourão, sem êxito. Desceu vários degraus e se encontrou com o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque – que pouco tinha a ver com meio ambiente e muito menos com oceano e pesca – e com parlamentares.

Se voltasse hoje, talvez não fosse nem recebido pelo novo ministro, Adolfo Sachsida. A repercussão do relatório pode ser ainda mais negativa na medida da intenção da União Europeia de realizar uma discussão bilateral sobre o assunto com o governo do presidente norte-americano, Joe Biden. Para piorar o ambiente de desagradáveis coincidências, isso ocorre no momento em que um grupo de empresários e organizações brasileiras tem feito gestões junto ao presidente Biden pedindo a aprovação de um fundo de US$ 9 bilhões para a conservação de florestas tropicais.

#Conselho da Amazônia #Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Joe Biden #União Europeia

As sístoles e diástoles do general Paulo Sergio

13/05/2022
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O ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira, tem o projeto de militarizar ainda mais a Pasta. Defende, inclusive, a constitucionalização da exigência de que o posto seja ocupado por um oficial de quatro estrelas. Se dependesse de Paulo Sergio, o ministro da Defesa andaria fardado. Trata-se de uma medida bem ao gosto do presidente Jair Bolsonaro. O general utiliza recorrentemente uma frase que parece resumir o seu perfil: “No Exército, quem tem ascendência sobre a Força comanda o canhão, o carro de combate e a tropa”. Apesar de um dito desses, Paulo Sergio não é que o possa ser chamado de “duro”.

Mas é conhecido como rigoroso cumpridor de missões e do regulamento do Exército. Não teria sido outro o motivo pelo qual trocou o general Heber Garcia Portella, do Comando de Defesa Cibernética, da Comissão de Transparência da Eleição, nomeando a si próprio para o posto. Ou seja: não teria sido uma operação de caráter estritamente político. Na verdade, o ministro da Defesa apenas cumpriu o regulamento do Exército. Segundo informações atribuídas ao general, qualquer trabalho assinado pela Força tem de passar pelo comandante e isso é algo que todo militar aprende desde o curso de formação de cabo. Apesar de tantos atributos, há divisão no alto oficialato das Forças Armadas em relação ao ministro da Defesa. As Cassandras de verde oliva consideram que um general quando troca a farda pelo terno e assume um cargo no governo passa a ser um político. Há quem diga também que Paulo Sergio beija a mão do general Braga Netto.

Um exemplo teria sido o duro comunicado assinado pelo ex-comandante do Exército acerca das declarações do ministro do STF Luis Roberto Barroso. Colegas da Força viram a caligrafia de Braga Netto nos principais trechos da nota. Alguns poucos oficiais consideram o ministro da Defesa um personagem com qualificações insuficientes para o cargo e o momento histórico. Um general, contudo, afirmou ao RR que “desde 1822, o que interessa é quando as portas do Alto Comando se fecham. É nessa hora que se decide o que vai ser”. O fato é que Paulo Sergio tem um histórico na Força de oficial independente. Vale rememorar a sua atitude quando era o Chefe do Departamento-Geral do Pessoal do Exército. Na ocasião, em entrevista concedida em março de 2020, Paulo Sergio disse que a corporação já se preparava para uma terceira onda da Covid, tudo aquilo que o comandante em chefe das Forças Armadas, Jair Bolsonaro, não queria ouvir.

#Exército #Forças Armadas #Jair Bolsonaro #Paulo Sergio Nogueira

Rompantes do capitão

13/05/2022
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“Vou acabar com esse Conselho”. Essa teria sido a reação de Jair Bolsonaro ao saber das duras declarações do general Hamilton Mourão, presidente do Conselho da Amazônia, classificando os novos dados sobre o desmatamento da região de “horrorosos”.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Abraham Weintraub na mira do GSI

12/05/2022
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O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foi acionado para monitorar os passos do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub. Pelo sim, pelo não, o Palácio do Planalto trata Weintraub como um assunto sensível. O ex-ministro fez chegar ao próprio Jair Bolsonaro sua insatisfação por ter sido “abandonado” pelo presidente. Weintraub teria, inclusive, enviado recados de que tem muita informação intestina do governo. Procurado, o GSI não se manifestou.

#Abraham Weintraub #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

O duplo chapéu de Braga Netto no segundo mandato

11/05/2022
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O presidente Jair Bolsonaro reserva um duplo papel para o general Braga Netto em um eventual segundo mandato. Segundo o RR apurou, Bolsonaro planeja recriar o Ministério da Segurança Pública e nomear Braga Netto para o seu comando – o general acumularia o cargo com a vice-presidência da República. Embora seja um projeto somente para 2023, a intenção é faturar a medida desde já.

No entorno do presidente, há quem defenda que o futuro Ministério e a escolha de Braga Netto para o posto sejam anunciados já no lançamento da chapa – ainda sem data definida. A medida traria algumas mensagens embutidas, a começar pela ideia de que os militares terão um peso ainda maior no segundo mandato. Braga teria sob seu comando a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Força Nacional de Segurança.

Bolsonaro reforçaria também a percepção de que o ex ministro da Defesa não será um vice cenográfico, como o general Hamilton Mourão. Braga Netto, por sinal, é um nome talhado para o Ministério da Segurança Pública. No governo Temer, não custa lembrar, comandou a intervenção federal no Rio. O projeto permitiria também a Bolsonaro resgatar a agenda da segurança pública, que acabou se diluindo durante o governo. Em 2018, ressalte-se, o então candidato prometeu recriar a Pasta, com a cisão do Ministério da Justiça. Em meados de 2020, o Centrão pressionou Bolsonaro a lançar mão da medida – o nome do ex-deputado federal Alberto Fraga, PM de carreira, chegou a ser indicado para o cargo. Mas nada aconteceu.

Caso assuma o Ministério da Segurança Pública, o general Braga Netto terá sob seu comando uma estrutura mais reforçada. Além da convocação de até 1,3 mil concursados para a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária, Jair Bolsonaro também teria determinado ao ministro da Justiça, Anderson Torres, o aumento do efetivo da Força Nacional de Segurança (FNS). Os estudos em curso na Pasta da Justiça indicam uma ampliação do contingente dos atuais 1,2 mil para cerca de 1,6 mil integrantes. Em termos absolutos, não é muito. No entanto, há um valor intangível para Bolsonaro. Ainda que indiretamente, seria um afago nas forças estaduais de segurança, importante território de apoio ao bolsonarismo. A FNS é composta por policiais militares, civis, bombeiros, entre outros agentes recrutados junto às unidades da federação.

#General Braga Netto #General Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Ministério da Segurança Pública

Engenharia de obra pronta

11/05/2022
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Intramuros, em conversas reservadas com seus pares no TSE, o ministro Alexandre de Moraes tem defendido, com certa dose de veemência, que a Corte se precipitou ao convidar as Forças Armadas para integrar a Comissão de Transparência Eleitoral. A interpretação de Moraes é que o Tribunal caiu em uma armadilha e acabou dando munição a Jair Bolsonaro. Moraes, ressalte se, será o presidente do TSE durante as eleições – assume o cargo em agosto.

#Alexandre de Moraes #Forças Armadas #Jair Bolsonaro

Quem avisa amigo é

11/05/2022
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Romário tem recebido, aqui e acolá, “conselhos” de políticos próximos a Jair Bolsonaro para abrir mão da candidatura ao Senado e disputar uma vaga na Câmara. A Operação “Daniel Silveira no Senado” está a pleno vapor no Palácio do Planalto.

#Jair Bolsonaro #Romário

O braço direito de Ciro Nogueira

10/05/2022
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O secretário executivo da Casa Civil, Jonathas Assunção, é uma peça cada vez mais importante na engrenagem política comandada por Ciro Nogueira. “Promovido” por Nogueira, Assunção passou a ter um pé no Ministério e outro no QG de campanha de Jair Bolsonaro. O assessor recebeu carta branca do ministro para negociar com parlamentares emendas no orçamento e costurar alianças regionais. Com passagens pelo Ministério do Desenvolvimento Regional e pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), Assunção tem bom trânsito especialmente entre a bancada do Nordeste. Em tempo: sua ascensão na Casa Civil é uma pimenta a mais na “guerra fria” entre Ciro Nogueira e o general Luiz Eduardo Ramos. Assunção era secretário executivo de Ramos na Secretaria de Governo. Acabou cooptado por Nogueira para a Casa Civil.

#Casa Civil #Ciro Nogueira #Codevasf #Jair Bolsonaro

Coalizão no campo

6/05/2022
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Há um movimento na bancada ruralista para aproximar Jair Bolsonaro do ex-ministro Blairo Maggi, um dos líderes do agronegócio no Centro-Oeste. Um dos principais responsáveis pelo meio de campo é o deputado Neri Geller (PP-MT).

#Blairo Maggi #Jair Bolsonaro #Neri Geller

Marcha pelo Mito

5/05/2022
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O staff de campanha de Jair Bolsonaro quer transformar a Marcha para Jesus, que ocorrerá em junho em diversas capitais do país, em um documentário de apoio à reeleição do presidente.

#Jair Bolsonaro

Mudança de rota

5/05/2022
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O episódio Daniel Silveira trouxe novos contornos para o núcleo de articulação política de Jair Bolsonaro. Há um entendimento de que a costura de alianças eleitorais deve dar prioridade aos cargos de deputado federal e senador e não necessariamente à disputa pelos governos estaduais. A percepção é de que aumentar o domínio territorial no Congresso será mais importante em um eventual segundo mandato do que ter aliados nos executivos estaduais. Os dois principais defensores dessa visão são o ministro Ciro Nogueira, uma espécie de “presidente da República do Centrão”, e Flavio Bolsonaro. O próprio “03” tem se encarregado de fechar um arco de candidaturas bolsonaristas ao Congresso no Rio de Janeiro.

#Ciro Nogueira #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Dois militares em alta no Palácio do Planalto

4/05/2022
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Há uma estrela ascendente entre os militares do Palácio do Planalto: o tenente coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, assessor da Presidência da República. Filho do general Lorena Cid, coordenador do escritório da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em Miami, Barbosa Cid tem se notabilizado como um interlocutor assíduo entre Bolsonaro e oficiais do Exército de média patente.

Em conversas palacianas, Jair Bolsonaro vem rasgando elogios ao vice-almirante da Marinha Hugo Cavalcante Nogueira, presidente da Casa da Moeda. Recentemente, a estatal anunciou seu primeiro lucro em cinco anos – ganho de R$ 30,2 milhões em 2021. Bolsonaro anda tão encantado com a gestão de Nogueira que, segundo a fonte do RR, estancou manobras do Centrão, mais precisamente do PTB, para assumir a Casa da Moeda.

#Casa da Moeda #Exército #Jair Bolsonaro #Mauro Cesar Barbosa Cid #Palácio do Planalto #PTB

Nem sempre o STF morde

4/05/2022
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Segundo informações filtradas do STF, o ministro Dias Toffoli deverá postergar mais uma vez o prazo para que o governo federal repasse a estados e municípios cerca de R$ 3,5 bilhões para financiar o acesso de escolas públicas à internet. Dessa vez, o presidente Jair Bolsonaro não tem porque se queixar do Supremo. A Corte está dando a maior colher de chá: o prazo de liberação dos recursos já foi adiado três vezes.

#Dias Toffoli #Jair Bolsonaro

Pororoca

4/05/2022
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A ida de Jair Bolsonaro à Paraíba, prevista para amanhã, abrirá uma temporada de inaugurações de projetos no Rio São Francisco. Segundo o RR apurou, estão previstas as entregas pelo menos de outras três obras em estados do Nordeste até meados de junho. Não por acaso, na semana passada Lula evocou a paternidade da transposição do “Velho Chico”, dizendo que os governos do PT executaram 88% do projeto.

#Jair Bolsonaro #Lula #PT #Rio São Francisco

Globo tem musculatura para as piores batalhas

3/05/2022
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Para quem diz que a Globo é uma empresa em decadência financeira e em corner operacional e estratégico, recomenda-se olhar com lupa os seus números, a começar pelo estoque de lucros dos últimos 12 anos – trata-se de um recorte de tempo aleatório. Em pouco mais de uma década, a Globo Comunicação e Participações S.A auferiu ganhos totais da ordem de R$ 22 bilhões, ou seja, média de R$ 1,8 bilhão por ano. O lucro líquido da empresa neste período foi praticamente o dobro de toda a receita líquida do SBT e mais do que o triplo do faturamento da Record no mesmo intervalo.

Na comparação com a Band, o lucro da Globo correspondeu a sete vezes a arrecadação média da concorrente entre 2016 e 2021 – não foram encontrados dados da emissora da família Saad entre 2010 e 2015. Ressalve-se que estes números configuram valores aproximados, obtidos em pesquisa extraoficial e não deflacionados. A Globo é a sexta marca mais valiosa do Brasil. Também é o grupo de mídia que mais investe no país. A corporação formou um caixa de R$ 15 bilhões – valor quase três vezes maior do que a dívida -, e o Ebit- da deve alcançar R$ 559 milhões no primeiro trimestre deste ano.

Esse esforço explicita a solidez e os planos da empresa para realizar vultosos investimentos. A Globo tomou a decisão de fazer caixa não é de hoje. Em 2019, sofreu com o cataclisma no mercado de publicidade, com uma contribuição especial da animosidade ideológica do presidente Jair Bolsonaro, que subtraiu o que foi possível de verbas de anúncios tradicionalmente destinados à Globo. Ainda assim, a emissora realizou um lucro líquido de R$ 752 milhões. Em 2020, a pandemia pegou a empresa de chofre. Com as decorrências negativas no mercado publicitário e contando com a “ajuda” obcecada de um capitão ressentido, o lucro caiu para R$ 167,8 milhões. Esse resultado poderia ser menor, mas a Globo preferiu postergar despesas dentro de um planejamento de investimentos e de expectativa de ampliação de faturamento.

Os números de 2021 vieram dando a sensação de que as Cassandras que odeiam o grupo – e algumas acreditam ter lá suas razões históricas – estavam com a razão: o prejuízo chegou a R$ 173 milhões. Ou seja: a Globo debutou em 12 anos o seu primeiro resultado negativo, performance em grande parte decorrente das despesas postergadas para 2021. A leitura diagonal, vazia de informações, parece confirmar o cenário tristonho. Mas o que está fumegando na estratégia de reestruturação da empresa – além do caixa elevado para realização dos investimentos elevados e a confirmação de que o faturamento subiria de forma a pagar com folga os compromissos passados – é a reformulação da companhia de ponta a ponta, com uma aposta fortíssima no streaming.

Segundo dados oficiais, apenas no mês de fevereiro, a base de assinantes da Globoplay teve um salto de 20% em comparação ao mesmo período no ano passado. Mas nem tudo são rosas. A Copa do Mundo exigirá gastos tremendos e há uma dispersão de publicidade já contratada devido à mudança do cronograma de realização da competição de junho para novembro, no Catar. Mas a Globo, ao contrário dos dois últimos anos, parece nadar de braçada. Já realizou um lucro de R$ 1,3 bilhão no primeiro trimestre.

Toda essa operação – conduzida, sobretudo, por João Roberto Marinho, sem desfazer do papel estratégico de seus irmãos, José Roberto e Roberto Irineu – está sendo tocada com uma prioridade cada vez maior ao conteúdo. Vai ser difícil Bolsonaro seguir tentando dobrar a companhia, assim como Lula influenciá-la com a sua cantilena ideológica. A Globo perdeu audiência, é bem verdade. Mas sua munição é enorme: segundo o Ibope, um em cada três aparelhos televisivos no país fica ligado o tempo inteiro na emissora. É uma farsa a ideia disseminada aos quatro ventos de que a companhia não está preparada para empreitadas de alto calibre, ainda que o poder de fogo de inimigos históricos e de novos concorrentes não possa ser menosprezado.

#Band #Globo Comunicação e Participações S.A #Globoplay #Jair Bolsonaro #Rede Globo #SBT

Nova dose

3/05/2022
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Segundo o RR apurou, uma minuta da MP autorizando a venda de vacinas contra a Covid em clínicas privadas já está nas mãos do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Falta só o imprimatur do presidente Jair Bolsonaro.

#Covid-19 #Jair Bolsonaro #Marcelo Queiroga

Vaga certa?

2/05/2022
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Em meio à guerra fria entre Jair Bolsonaro e o Supremo, esquenta a disputa pela próxima vaga no STJ. Nos gabinetes da Corte, já se dá como certo que o nome do desembargador Messod Azulay Neto, presidente do TRF-2, estará na lista tríplice que será enviada ao presidente Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Messod Azulay Neto

Para que mexer nisso agora?

2/05/2022
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Líderes evangélicos estão pressionando Jair Bolsonaro a retomar uma polêmica promessa de início de mandato que ficou pelo caminho: a transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.

#Israel #Jair Bolsonaro

Semente

2/05/2022
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O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) já desponta como candidato a ministro da Agricultura de Jair Bolsonaro em um eventual segundo mandato. Goergen tem colaborado com o programa de governo de Bolsonaro para o agronegócio. Leva ainda como handicap o apoio de Ciro Nogueira.

#Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro

Artilharia pesada nas redes

2/05/2022
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Tercio Arnaud Tomaz, assessor especial da Presidência, é uma estrela ascendente na campanha de Jair Bolsonaro. Tem participado ativamente de reuniões do núcleo político e acompanhado o presidente em viagens. Próximo a Carlos Bolsonaro e especialista em redes sociais, Tomaz é um dos citados no inquérito das fake news conduzido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

#Carlos Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Tercio Arnaud Tomaz

José Dirceu propõe a Lula uma marcha da pacificação

29/04/2022
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Se existe alguém no PT extremamente preocupado com as tensões existentes nas Forças Armadas é José Dirceu. O ex-ministro manteve pelo menos duas conversas sigilosas com Lula sobre o assunto. Dirceu considera que os militares pros-seguirão em sua escalada belicosa contra o STF, em sintonia com o presidente Jair Bolsonaro. O ex- guerrilheiro acha que a hora é de dialogar, dialogar e dialogar.

Dirceu teria recomendado ao ex-presidente a criação de uma espécie de força- tarefa para conduzir um trabalho de diplomacia junto aos militares. Alguns nomes óbvios foram sugeridos para a missão, a exemplo dos ex-ministros da Defesa Nelson Jobim, Jaques Wagner e Celso Amorim. Outro citado seria o deputado federal Carlos Zarattini, de São Paulo. Ainda que sem o status de carregar a patente de ex-ministro de Estado, Zarattini tem bom trânsito junto aos círculos castrenses, especialmente entre assessores das Forças Armadas dentro do Congresso.

O fato é que Dirceu e Lula tratam como prioridade um esforço de aproximação com o estamento militar, na tentativa de amainar as notórias animosidades do oficialato em relação ao PT. As circunstâncias não dão margem para erro. Ambos entendem que esse movimento deve ser feito de forma extremamente cirúrgica, com o máximo de discrição possível. A questão é como conduzir essa manobra sem que ela seja vazada junto ao Palácio do Planalto pelos generais mais próximos ao presidente Bolsonaro. É praticamente impossível.

Para José Dirceu, essa é uma questão que deve ser trabalhada entre brumas, quase aos sussurros. Em conversas reservadas, o ex-ministro criticou, por exemplo, a recente declaração de Lula, dizendo que, uma vez eleito, vai tirar oito mil militares de cargos comissionados no Executivo Federal. No que depender de Dirceu, o ex-presidente não deve mais fazer qualquer manifestação pública sobre as Forças Armadas. A seu juízo, falas como essa só alimentam fantasias dos militares sobre a volta do comunismo.

#Forças Armadas #Jair Bolsonaro #José Dirceu #Lula #PT

Boi bumbá

29/04/2022
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Sinal do prestígio de Jair Bolsonaro entre os parlamentares: o Palácio do Planalto recebeu nos últimos dois dias mais de 30 pedidos de deputados e senadores, notadamente da bancada ruralista, que querem compor a comitiva oficial de Bolsonaro na visita à Expozebu, em Uberlândia, neste fim de semana.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Duas blue chips quatro estrelas

27/04/2022
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A cotação dos generais Luiz Eduardo Ramos e Augusto Heleno subiu que nem bitcoin na bolsa do prestígio junto a Jair Bolsonaro. Ambos foram os principais articuladores da operação STF e Daniel Silveira. Heleno, que andava em um certo descrédito junto aos “maquiavéis do Palácio”, não obstante a afetividade declarada do presidente Bolsonaro, deu um salto entre as demais blue chips do Planalto. Os dois ministros montaram um “quartel general” para redigir textos, analisar as peças jurídicas, manter contato permanente com os oficiais da ativa e acompanhar detalhadamente os relatórios produzidos pela área de inteligência do GSI. Bolsonaro condecoraria ambos se houvesse uma distinção para geração de fato político. Os dois readquiriram o antigo status. Melhor, assumiram um status ainda maior.

#Augusto Heleno #GSI #Jair Bolsonaro #Luiz Eduardo Ramos

Coincidência não é

27/04/2022
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De acordo com uma fonte do Ministério das Relações Exteriores, o governo do Chile já sinalizou ao Itamaraty o descontentamento com a demora do presidente Jair Bolsonaro em aprovar a nomeação de Sebastián Depolo. Trata-se do novo embaixador chileno no Brasil. Depolo, por sinal, tem sido um crítico assíduo de Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Ministério das Relações Exteriores

Campanha militar

26/04/2022
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O general Eduardo Pazuello e o coronel Elcio Franco são mesmo inseparáveis. Ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, Franco tem acompanhado Pazuello em reuniões políticas para a elaboração do plano de governo de Jair Bolsonaro.

#Eduardo Pazuello #Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde

Guerra entre os Poderes nem sequer começou

25/04/2022
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Quem acha que o indulto concedido ao deputado Daniel Silveira foi uma atitude arrojada do presidente Jair Bolsonaro não imagina o que ainda está por vir. A julgar pelos cenários discutidos no Palácio do Planalto, o segundo ou terceiro tempo dessa refrega institucional poderá ser de muito maior impacto caso o STF venha a derrubar a decisão de Bolsonaro. Uma das hipóteses mais duras cogitadas pelos assessores palacianos é que as Forças Armadas peçam o impeachment dos dez ministros do Supremo que votaram a favor da cassação do mandato de Silveira.

Para levar adiante esse movimento ousado, o Executivo evocaria o controverso Artigo 142 da Constituição, que costuma gerar interpretações dúbias. Juristas de renome, como Ives Gandra, defendem a tese de que o Artigo em questão confere às Forças Armadas o papel de Poder Moderador se um dos Poderes constituídos se sentir afrontado por outro. Ressalte-se que a figura do impeachment de ministros do STF também é objeto de discussões jurídicas. A Carta Magna não prevê essa possibilidade textualmente. No entanto, constitucionalistas consultados pelo Palácio do Planalto apontam para o inciso II do Artigo 52: segundo ele, compete ao Senado processar e julgar ministros do STF quanto a crimes de responsabilidade. Essa ideia explosiva tem defensores na ala militar do governo, sobretudo o ministro do GSI, general Augusto Heleno.

De acordo com informações filtradas do Palácio do Planalto, essa hipótese já teria sido tratada com o ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, encarregado de compartilhá-la com os Altos-Comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica. Por mais heterodoxo e traumático que possa ser, esse movimento seria vendido pelo entorno de Bolsonaro como um ato de heroísmo em favor da democracia. O discurso seria de que o presidente da República e os militares estariam agindo em sintonia com o Legislativo para impedir que o STF se torne uma força hegemônica e passe por cima dos demais Poderes. E mais: tudo dentro das quatro linhas da Constituição, ainda que com base em interpretações controversas da Carta Magna.

Ressalte-se que, nas discussões internas, Bolsonaro e seus assessores minimizaram eventuais consequências negativas, seja no ambiente interno, seja aos olhos do mundo. Uma medida extrema como esta só ampliaria o atual desprezo da comunidade internacional pelo Brasil e a visão de que o governo Bolsonaro trata a democracia como um animal em extinção. O fato é que uma gravíssima crise institucional está sendo gestada no ventre do governo. Segundo o RR apurou, as discussões dentro do Palácio do Planalto em torno do indulto a Daniel Silveira estão sendo marcadas por um tom extremamente belicoso.

É absolutamente procedente também a informação dada pelo colunista Elio Gaspari de que o governo pensou em transformar o Palácio do Planalto em asilo político para Silveira, cumprindo um papel trocado com aquele exercido por embaixadas em tempos de ditadura. A ideia surgiu na ala militar do Planalto, mas acabou sendo escanteada porque acabaria sinalizando mais fraqueza do que virilidade política, termo tão ao gosto dos assessores palacianos. Peitar o STF foi considerado muito mais a “cara do presidente Bolsonaro” do que emprestar a sede do governo para servir como esconderijo de um criminoso condenado.

#Forças Armadas #General Augusto Heleno #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Primeiro de maio

25/04/2022
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Assessores políticos de Jair Bolsonaro têm recomendado que o presidente faça um pronunciamento à Nação no dia 1º de maio. Seria uma forma de reduzir o protagonismo natural de Lula no Dia do Trabalhador. Ou, na mão contrária, de provocar um panelaço nas janelas.

#Jair Bolsonaro #Lula

In memorian

25/04/2022
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Olavo de Carvalho vive. Eduardo Bolsonaro pretende apresentar uma moção na Câmara para que fique registrada a contribuição do ilustre “filósofo” ao Brasil. Em tempo: pouco antes de falecer, Olavo afirmou que Jair Bolsonaro o usou como “poster boy”. Disse ainda que a briga pela reeleição já estava perdida.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho

Pro Trilhos ameaça criar um “laranjal” nas ferrovias

22/04/2022
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O Pro Trilhos pode cair como uma laranja podre no colo e no futuro político do ex-ministro e agora candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio Freitas. Incensado pelo próprio Freitas como um “impulso sem precedentes na nossa história”, o regime de autorização para a construção de ferrovias está se revelando um perigoso desvio em relação ao tradicional modelo de concessões. O governo corre o risco de institucionalizar o “alaranjamento” de projetos e estimular uma espécie de mercado secundário de licenças ferroviárias. O formato passa longe do sentido de transparência das licitações convencionais.

Um de seus maiores alçapões é a ausência de critérios mais rígidos de avaliação dos investidores. Faltam garantias firmes de financiamento a priori. É quase um “depois a gente vê como é que paga”. As autorizações já concedidas pelo Ministério da Infraestrutura mostram um preocupante abismo entre o porte dos candidatos habilitados e o tamanho dos respectivos empreendimentos. Um exemplo: o pacote composto pelas ferrovias Presidente Kennedy (ES)-Sete Lagoas (MG) e Sete Lagoas- Anápolis (GO) prevê investimentos totais próximos dos R$ 30 bilhões.

No entanto, a empresa autorizada a tocar os dois projetos reportou um capital social de R$ 10 mil. Não é um caso isolado. Pelo menos outros quatro grandes empreendimentos, que somam quase R$ 20 bilhões em investimentos, estão sendo entregues a empresas com capital reduzido, abaixo de R$ 1 milhão. A questão, segundo o RR apurou, já está no radar do TCU. Alguns dispositivos do novo modelo de autorização não contam com a concordância do Tribunal de Contas. É o caso da dispensa do Evteas (Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental). O presidente Jair Bolsonaro vetou a exigência de apresentação do Evteas por parte dos candidatos à construção das ferrovias. O próprio ministro Tarcísio Freitas trabalhou para derrubar essa condicionalidade, que estava no texto original da Nova Lei das Ferrovias aprovado no Congresso, estabelecendo uma espécie de “vale tudo”.

#Jair Bolsonaro #Pro Trilhos #Tarcísio Freitas #TCU

Renomeação

22/04/2022
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Em conversas reservadas, Jair Bolsonaro já “renomeou” Pedro Guimarães para a Caixa em um eventual segundo mandato. Não é bem o cargo que Guimarães almeja…

#Caixa Econômica #Jair Bolsonaro

Os órfãos de Moro

22/04/2022
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Colaboradores do ex-candidato Sergio Moro têm buscado recolocação no “mercado de trabalho” eleitoral. É o caso do senador Marcos do Val (Podemos-SP), que vem tentando uma reconciliação com o presidente Jair Bolsonaro. Val era o coordenador do programa de governo de Moro para a área de segurança pública.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

O modo Bolsonaro de driblar aliados

22/04/2022
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Valdemar Costa Neto teve um papel fundamental na puxada de tapete que derrubou o deputado José Medeiros (PL-MT), vice líder do governo na Câmara. Medeiros, que dava como certo o apoio de Jair Bolsonaro a sua candidatura ao Senado, caiu estatelado. Bolsonaro deu aval à reeleição do senador Wellington Fagundes, também do PL.

#Jair Bolsonaro #PL #Valdemar Costa Neto

Finta eleitoral

20/04/2022
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Marcelo Crivella vem tentando dar um drible em Romário e se tornar o candidato de Jair Bolsonaro ao Senado no Rio. Tem como maior trunfo a influência do Bispo Edir Macedo, seu tio, sobre Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Marcelo Crivella

Apêndice do Planalto

19/04/2022
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O ministro Jorge Oliveira, notório aliado do presidente Jair Bolsonaro, é um dos principais artífices das investigações do TCU contra Sergio Moro e a Alvarez & Marsal.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro #TCU

Tempo de cobranças

18/04/2022
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A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal está articulando uma nova audiência com o ministro da Justiça, Anderson Torres. A pauta não será das mais amenas: vai das interferências do presidente Jair Bolsonaro na corporação, passa pela cobrança de reajuste salarial e chega ao pleito de reestruturação do plano de carreira da categoria. A MP sobre o assunto caminha a passos lentos no Congresso.

#Jair Bolsonaro #Polícia Federal

O intrincado xadrez de Lula no tabuleiro militar

14/04/2022
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A nomeação do general Paulo Sergio Nogueira para o Ministério da Defesa deu um nó nos planos de Lula. Segundo fonte próxima ao petista, o ex-presidente vinha engendrando a ideia de, uma vez eleito, manter os atuais comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. Seria um gesto de “pacificação”. O objetivo de Lula seria distensionar o ambiente junto às Forças Armadas. No entanto, a peça Paulo Sergio desencaixa todo esse mosaico.

A questão é o que fazer com um ex-comandante do Exército. Seu retorno à Força, para a reserva, criaria um constrangimento natural dentro do estamento militar. Há sensibilidades envolvidas, questões de ordem hierárquica e simbólica. Nesse cenário, Lula correria o risco de gerar um efeito contrário, ou seja, de criar tensões desnecessárias dentro do Exército. A presença do general Paulo Sergio na Defesa, portanto, é uma variável nova que estaria sendo analisada por Lula à luz da intenção de manter os comandantes do Exército, Aeronáutica e Marinha.

Uma hipótese aventada seria a permanência do oficial à frente do Ministério da Defesa. Há, no entanto, contraindicações a essa solução. Lula teria não só de abrir mão de escolher um ministro de Estado como praticamente transformar em regra a exceção aberta por Michel Temer e mantida por Jair Bolsonaro: a de colocar um militar na Pasta da Defesa. Antes de Temer, que nomeou o general Joaquim Silva e Luna, o cargo havia sido ocupado apenas por civis. Há ainda outro óbice para a permanência de Paulo Sergio no Ministério em um eventual governo petista: o oficial seria praticamente um “quarto” comandante militar – ou primeiro -, tamanha a sua representatividade e prestígio entre os seus.

Basta dizer que o general foi praticamente escolhido pelos próprios pares para assumir o Comando do Exército em um momento de razoável turbulência institucional, quando da saída do general Edson Pujol, em março de 2021. Não deixa de ser curioso: ainda que de forma involuntária – mesmo porque a possível manutenção dos comandantes militares é apenas uma hipótese guardada a sete chaves no “Forte Apache petista” -, Jair Bolsonaro acabou criando embaraços aos planos de Lula para as Forças Armadas. Não só pela nomeação de Paulo Sergio Nogueira para a Defesa, mas também com a escolha do general Marco Antonio Freire para a chefia do Exército. Para o petista, a hipótese de seguir com os atuais comandantes militares representaria manter um general mais alinhado a Bolsonaro, como é o caso de Freire. É uma curva a mais nesse labirinto.

#Edson Pujol #Jair Bolsonaro #Lula #Ministério da Defesa #Paulo Sergio Nogueira

A culpa não é só da Petrobras

14/04/2022
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Em uma das muitas vezes em que falou sobre a Petrobras, Jair Bolsonaro até pareceu dizer uma rara verdade: a estatal deveria fazer mais marketing, ainda mais nesse momento em que vem sendo crucificada pela alta dos preços dos combustíveis. Contudo, ficou mesmo na meia verdade. A estatal só não faz mais marketing devido ao cabresto imposto pela Secom, braço da Presidência, que controla conteúdo e volume de anúncios da estatal.

#Jair Bolsonaro #Petrobras #Secom

Campo minado

14/04/2022
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Segundo o RR apurou, Jair Bolsonaro pretende comparecer à 45ª  Convenção Nacional das Assembleias de Deus – programada para Cuiabá, de 18 e 21 de abril. Parece até provocação. E vai ver, é mesmo. O presidente da Convenção é o pastor Gilmar Silva dos Santos, um dos protagonistas do escândalo que resultou na demissão de Milton Ribeiro da Pasta da Educação.

#Jair Bolsonaro #Milton Ribeiro #Pasta da Educação

Dia D?

13/04/2022
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Circula no Palácio do Planalto a informação de que Jair Bolsonaro pretende oficializar o general Braga Netto como vice em sua chapa em 19 de abril. É o Dia do Exército. A ver.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Serviços prestados

13/04/2022
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O chefe da Secom, o coronel da PM do Distrito Federal André Costa, caiu nas graças do clá Bolsonaro. Costa deverá ganhar uma nova missão, integrando o bunker de campanha do presidente Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Secom

Inaugurações on demand

13/04/2022
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O Ministério do Desenvolvimento Regional está embalando a toque de caixa um pacote de entregas do Programa Casa Verde e Amarela no Nordeste, feito sob medida para Jair Bolsonaro. Segundo o RR apurou, ao longo do mês de maio Bolsonaro deverá cortar fitas na Bahia, Pernambuco e Paraíba.

#Jair Bolsonaro #Ministério do Desenvolvimento Regional #Programa Casa Verde

Presidente da Fiesp movimenta suas peças no tabuleiro eleitoral

11/04/2022
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O novo presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, joga em duas posições. Aquela que tem uma ex-posição maior é o distanciamento público do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, de quem seu pai, José Alencar, foi vice-presidente nos dois mandatos. Josué assumiu a entidade como um reformista, que pretende atrair a nata do setor para colaborar em propostas de política industrial.

O presidente da Fiesp, ao contrário do seu antecessor Paulo Skaf, não quer saber da candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro. Se depender dele, Bolsonaro é passado. Mas, a outra posição no tabuleiro de Josué é a discreta colaboração com Lula para construção de uma política industrial “rebelde”, conforme os dizeres de Roberto Mangabeira Unger, que não siga apenas a receita única de incentivos, renúncias fiscais e dinheiro barato. Um dos interlocutores do manda-chuva da entidade é o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho.

Apesar do desgaste dos últimos anos do governo do PT, quando a política de fomento do banco foi associada a práticas pouco ortodoxas de financiamento, Coutinho é um dos maiores, senão o maior, economista industrialista do Brasil, posto que dividia, mano a mano, com os saudosos Arthur Candal e Antônio Barros de Castro. Josué sabe que Lula e Ciro Gomes são os candidatos mais sensíveis ao revigoramento da indústria, que hoje representa cerca de 12% do PIB. Só que a candidatura de Ciro desidratou. Lula é a alternativa, não porque “papai” era colado com ele, mas porque é o único sensível à causa entre os postulantes à Presidência que devem chegar ao segundo turno das eleições. Há muito tempo que a Fiesp é uma bola murcha, para não dizer furada. Cabe a Josué mudar isso. Agora, é aguardar a hora em que ele vai sair do armário.

#BNDES #Ciro Gomes #Fiesp #Jair Bolsonaro #Lula #PT

“Frentão” contra a Pauta Verde

8/04/2022
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O governo, ao que parece, acionou sua tropa de choque no STF contra a chamada Pauta Verde. O que se diz nos gabinetes do Supremo é que o ministro Kaio Marques vai pedir vista no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 735. Ou seja: a ADPF, que confere mais poderes ao Ibama e ao ICMBio no combate ao desmatamento, deverá ficar cozinhando em banho-maria no Supremo. Algo similar ao que já acontece com a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão n. 54 e a ADPF n. 760. O julgamento dos dois processos foi interrompido na última quarta-feira, após um pedido de vista do ministro André Mendonça, notoriamente alinhado ao presidente Jair Bolsonaro – assim como Kassio Marques.

#ICMBio #Jair Bolsonaro #Kassio Marques #STF

Um pé no CNJ

8/04/2022
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No Palácio do Planalto, o nome do criminalista André Callegari é considerado pule de dez para integrar o Conselho Nacional de Justiça – a escolha cabe ao presidente Jair Bolsonaro. Entre outros clientes célebres, Callegari advogou para o empresário Joesley Batista durante a Lava Jato.

#Conselho Nacional de Justiça #Jair Bolsonaro #Joesley Batista #Palácio do Planalto

Operação rescaldo

7/04/2022
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O GSI está passando um pente-fino nas comunicações do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Há suspeitas de vazamento de outras mensagens trocadas por Ribeiro com menção ao presidente Jair Bolsonaro. Não custa lembrar que o escândalo em torno da Pasta foi provocado pela divulgação de um áudio do ex-ministro:: na gravação, Ribeiro admitia repassar verbas a pedido de pastores indicados pelo próprio Bolsonaro. Procurado, o GSI informou que “não se manifesta sobre assuntos supostamente relacionados com a área de inteligência do Governo Federal.”

#GSI #Jair Bolsonaro #Milton Ribeiro

Na fronteira

7/04/2022
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O senador Luiz Carlos Heinze, pré-candidato ao governo gaúcho,tenta fazer uma aposta dupla – e de risco. Aliado de Jair Bolsonaro, tem se aproximado também do general Hamilton Mourão, que vai disputar vaga no Senado pelo Rio Grande do Sul.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Empresários ganham uma fresta no programa de Bolsonaro

6/04/2022
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O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tem feito pressão junto a Paulo Guedes pela realização de um grande evento junto às classes empresariais. O objetivo é a apresentação de um amplo programa de governo que contemple não somente as mudanças estruturais, mas também as demandas específicas de cada setor. Uma das ideias seria a solicitação às diversas entidades empresariais de uma lista das suas sugestões de forma a absorver alguma delas no programa de ações do segundo mandato.

Nogueira acha que há uma janela de oportunidade para que Jair Bolsonaro atenda às necessidades do empresariado, enfatizando, através do diálogo, a sua diferença em relação a Lula, que não tem programa nem interlocução com os dirigentes do setor privado. O script do evento já estaria pronto: Bolsonaro seria responsável pela abertura, Paulo Guedes faria seu show off e alguns dos mais representativos mandatários de entidades empresariais, escolhidos a dedo, teriam seus minutos para considerações sobre a iniciativa.

Nogueira imagina que seria possível colocar centenas de empresários no evento, que provavelmente ocorreria em Brasília. A ideia é trazer a narrativa de um programa econômico participativo para a campanha eleitoral de Bolsonaro. Aparentemente, tendo em vista a sua governança pretérita, só cola se o empresariado tiver muito medo de Lula.

#Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro #Lula #Paulo Guedes

Índios e governo têm novo embate marcado

6/04/2022
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Novo litígio à vista entre o governo Bolsonaro e a comunidade indígena. Entidades do terceiro setor, a exemplo da Centro de Trabalho Indigenista (CTI), já se mobilizam para acionar o STF contra o decreto legislativo 177/2021, em tramitação na Câmara dos Deputados. A alegação é que a proposta é inconstitucional. O projeto autoriza o presidente Jair Bolsonaro a retirar o Brasil da Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho). A Convenção foi o primeiro instrumento jurídico internacional a reconhecer os direitos dos povos originários, tribais e indígenas. Caso o Brasil deixe de ser um dos signatários do documento, estaria aberto o caminho, por exemplo, para que os indígenas percam o direito à autodeterminação sobre seus próprios territórios.

#CTI #Jair Bolsonaro #OIT

Os inseparáveis irmãos Weintraub

6/04/2022
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Arthur Weintraub, ex-assessor especial do presidente Jair Bolsonaro, está com um pé fora da OEA. Já confidenciou a pessoas próximas que deverá se desligar do cargo de Secretário de Segurança Multidimensional, em Washington, até o fim deste mês. É mais um indício de que seu irmão, o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, deixará o Banco Mundial para voltar ao Brasil e disputar as eleições. Caberia a Arthur a missão de coordenar a campanha. Ainda falta definir se Abraham vai concorrer ao governo de São Paulo ou a uma vaga na Câmara.

#Abraham Weintraub #Arthur Weintraub #Banco Mundial #Jair Bolsonaro

O nome da vez

6/04/2022
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O presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, é um nome em alta no Palácio do Planalto. Jair Bolsonaro já confidenciou a assessores mais próximos a intenção de manter o executivo no governo mesmo após a eventual privatização da companhia.

#Eletrobras #Jair Bolsonaro #Rodrigo Limp

Campo minado

6/04/2022
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O Centrão, mais precisamente o PP, pressiona o presidente Jair Bolsonaro para fisgar cargos no Ministério da Agricultura. Entre os postos mais cobiçados estão o comando da Embrapa e a presidência da Conab. Ressalte-se que a Pasta não tem mais a blindagem da ex-ministra Tereza Cristina, que, mesmo vindo do Congresso, brecou indicações políticas.

#Conab #Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura #PP

O inverno está chegando

6/04/2022
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A ativista de extrema direita Sara Winter flerta com o PL, de Jair Bolsonaro. Em jogo, sua candidatura à Câmara. Sara é um fio desencapado. É investigada pelo STF no inquérito que apura a disseminação de fake news e a incitação de ataques à própria Suprema Corte.

#Fake News #Jair Bolsonaro #PL #Sara Winter

A política monetária de dois gumes do BC

5/04/2022
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O presidente do BC, Roberto Campos Neto, pode bater com o pé no chão, gesticular, esbravejar, desmentir, mas a verdade é que a política monetária está voltada mais para o câmbio do que para a inflação. O que, na atual circunstância, não chega a ser um crime de lesa macroeconomia, e, sim, uma reedição do enigma galináceo de quem nasceu antes: o ovo ou a galinha. O BC diz que só mira a inflação e não o câmbio, que desabou para R$ 4,60.

Dois motivos teriam impactado o dólar: os preços das commodities e a astronômica taxa de juros real, que namora os 7% – a expectativa de instituições financeiras, como o Barclays, é de que a Selic alcance 13,75% em junho. O BC não tem influência sobre os preços das commodities. Mas manda e desmanda nos juros. A priori o que se diz é que os juros elevados são para baixar a carestia. Pode ser. Mas é curioso o remédio de juros altos quando a economia rasteja, há uma quebra das cadeias de produção e não se identifica pressão de demanda.

Só se o BC considerar que os auxílios dados por Jair Bolsonaro provocarão algum frenesi sobre o consumo, principalmente nos bens de primeira necessidade. Parece difícil. Há quem diga que o BC faz uma política de dois gumes. Combate a inflação através do câmbio, o que ajudaria também a reduzir a transmissão das cotações das commodities para os preços internos. De quebra, a autoridade monetária afastaria o risco de histerese provocado por uma insegurança crescente em relação às contas públicas. Lembrando que histerese é quando juros altos deixam de ter efeito na inflação.

Mas não deixam de ter no câmbio, pois o fluxo de moeda segue como uma manada para os países que oferecem taxas mais altas. Os únicos juros no planeta mais altos do que no Brasil são as taxas praticadas na Rússia. Mas aí não conta, pois o país está em guerra e sofrendo sanções de toda a ordem, inclusive o congelamento das suas reservas em bancos estrangeiros. Com o real fortalecido, as importações tendem a aumentar, e os preços a cair.

Tudo muito bom, tudo muito bem. No entanto, a cadeia de transmissão dos juros, câmbio e inflação, mesmo dando certo, também deixa mortos no caminho: a atividade produtiva e o emprego. Sob esse aspecto vamos mal, com projeções de um PIB inferior a 1% e um desemprego de 12%. A festa é só para o baronato das commodities, com rentabilidade superior a até 300%. Talvez fosse a hora de instituir um imposto sobre o setor, como fazem vários países do mundo, transferindo dinheiro para o combate à pobreza, investimentos em obras públicas e o próprio ajuste fiscal.

#Banco Central #Jair Bolsonaro #PIB #Roberto Campos Neto

Meritocracia

5/04/2022
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A reforma ministerial ainda não terminou: Jair Bolsonaro anda com a ideia fixa de dar um Ministério ao senador Fernando Collor, um dos mais fiéis aliados do governo no Congresso.

#Fernando Collor #Jair Bolsonaro

Grudado no presidente

4/04/2022
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Onyx Lorenzoni deixou o Ministério do Trabalho, mas manteve raízes fincadas junto ao presidente Jair Bolsonaro. Mesmo em campanha no Rio Grande do Sul, vai participar da elaboração do novo programa de governo de Bolsonaro. Amanhã, por exemplo, deverá se reunir com o presidente e assessores mais próximos para tratar do assunto.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

Visões opostas

4/04/2022
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Um raro desencontro entre Jair Bolsonaro e Rogério Marinho. O ex-ministro confidenciou a um parlamentar, fonte do RR, que não nutre simpatia pela possível candidatura da deputada Carla Dickson ao governo potiguar. Ao contrário de Bolsonaro, que já apoiou a ideia publicamente.

#Jair Bolsonaro #Rogério Marinho

Petrobras avalia corte nos preços dos combustíveis

31/03/2022
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Dentro da sua particular lógica política, deliberadamente ou não, Jair Bolsonaro pode ter acertado no timing da troca de comando na Petrobras. Existe uma razoável probabilidade de a estatal reduzir os preços dos combustíveis,  coincidentemente logo no início da gestão de Adriano Pires. Isso, ressalte-se, sem que o novo presidente da Petrobras mude uma vírgula na política comercial da companhia, baseada no conceito de PPI (Paridade de Preço Internacional). Muito pelo contrário.

Segundo fonte da própria estatal, a hipótese de um corte dos preços em abril já está sobre a mesa em razão dos cenários e cálculos técnicos feitos pela área de Comercialização e Logística. Consultada pelo RR, a Petrobras afirmou que “não antecipa informações sobre reajustes”. Desde a semana do último reajuste anunciado pela Petrobras, no dia 10, o preço do brent no mercado internacional já recuou 21%. Cabe lembrar que, poucos dias antes do aumento, o valor do petróleo havia atingido o seu pico desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia (US$ 140 o barril).

Outro ponto que contribui para uma queda dos preços dos combustíveis é o alívio no câmbio: desde a primeira semana de março, o dólar caiu 6,4% – de R$ 5,11 para os R$ 4,78 de ontem. Ressalte-se que as projeções da área de Comercialização e Logística da Petrobras são atualizadas regularmente em função de um sem-número de variáveis. Mas, à luz dos números de momento, a tendência é que Adriano Pires assuma a presidência da companhia em um ambiente favorável para o anúncio de um corte dos preços. Do ponto de vista político e eleitoral, seria um prato cheio para Bolsonaro capitalizar a troca de presidente na Petrobras.

#Jair Bolsonaro #Petrobras #PPI

Marcação cerrada

31/03/2022
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Romário confia desconfiando no apoio de Jair Bolsonaro e do governador Claudio Castro a sua reeleição ao Senado. Sabe que, a qualquer sinal de queda nas pesquisas, a dupla Bolsonaro/Castro tem um candidato aquecendo no banco de reservas pronto para entrar em campo: o prefeito de Caxias, Washington Reis.

#Claudio Castro #Jair Bolsonaro #Washington Reis

Dupla serventia

30/03/2022
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Segundo o RR apurou, o Incra prepara a concessão de um pacotão de títulos de posse de terra no Nordeste. Seriam mais de dez mil registros de propriedade a serem distribuídos entre abril e maio. Alguns dos pedidos de posse estavam represados no Incra há mais de cinco anos. Em tempo: de quebra, será um prato cheio para Jair Bolsonaro fazer campanha na região.

#Incra #Jair Bolsonaro

Um território hostil para Lula

30/03/2022
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Depois da sua passagem pela Bahia e pelo Ceará, programada para a próxima semana, Lula deverá se dedicar a uma série de encontros políticos no Centro-Oeste. A viagem está prevista para a segunda semana de abril. A visita ganha ainda mais importância após as últimas pesquisas eleitorais. No levantamento Exame/Ideia, por exemplo, Jair Bolsonaro derrota Lula no primeiro turno por 50% a 35%. Trata-se da única região do país onde Bolsonaro supera o ex-presidente nos dois turnos.

#Jair Bolsonaro #Lula

O mosaico de Bolsonaro

29/03/2022
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O presidente Jair Bolsonaro tem se dedicado a montagem de chapas de aliados no detalhe do detalhe. Um exemplo: além de escolher o pastor Sérgio Queiroz para concorrer ao Senado pelo PRTB da Paraíba, Bolsonaro também teria indicado o nome do advogado Tercio Arnaud Tomaz para primeiro suplente da chapa. Assessor Especial da Presidência da República, Arnaud já foi apontado como um dos integrantes do “gabinete do ódio”.

#Jair Bolsonaro #PRTB

Valuation

29/03/2022
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No que depender do cálculo político de Ciro Nogueira, Victor Godoy não passará de ministro-tampão da Educação. O titular da Casa Civil defende que Jair Bolsonaro entregue o cargo ao Republicanos, que ameaça deixar a base aliada do governo.

#Casa Civil #Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro

Educação 1

28/03/2022
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O nome do procurador regional da República Guilherme Schelb circula no Palácio do Planalto como um candidato
da Ministério da Educação. Em 2018, após a eleição de Jair Bolsonaro, Schelb figurou na lista cotados para o cargo. De perfil mais conservador, é conhecido por defender o projeto “Escola sem Partido”.

#Guilherme Schelb #Jair Bolsonaro #Ministério da Educação #Palácio do Planalto

Educação 2

28/03/2022
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O RR apurou que o Republicanos levou ao presidente Jair Bolsonaro o nome do senador Mecias de Jesus (PI) para assumir a Pasta da Educação. Seria um evangélico a mais no Ministério.

#Jair Bolsonaro

Agricultores devem ter seu “auxílio emergencial”

25/03/2022
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O governo estuda medidas para mitigar os prejuízos impostos pela seca aos médios e grandes produtores rurais.  Uma das ideias discutidas é a concessão de uma linha de crédito emergencial do Banco do Brasil. Outra iniciativa em análise é um waiver temporário para o pagamento de empréstimos realizados no âmbito do Plano Safra 2021-22, leia-se um volume total de R$ 250 bilhões – medida similar foi adotada em 2020 por causa da pandemia. A suspensão dos pagamentos beneficiaria ruralistas das áreas mais afetadas pela estiagem, notadamente a Região Sul.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, a quebra da safra de grãos foi a maior em dez anos. Os prejuízos apenas dos produtores de soja e milho superam os R$ 35 bilhões. No Centro-Oeste, por sua vez, as perdas somente com a soja chegam a R$ 15 bilhões. Não obstante os efeitos das secas, sob certo aspecto os agricultores estão pedindo ajuda de gulosos. O carry over é positivo: em fevereiro, por exemplo, as exportações do agronegócio subiram 65% em relação ao mesmo mês em 2021.

Ressalte-se que o governo já deu um refresco para os pequenos agricultores, com a liberação de R$ 1,2 bilhão por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). No entanto, há uma grande pressão do agronegócio, potencializada pela bancada ruralista, por medidas voltadas ao médio e grande produtor. Os pleitos têm sido levados ao presidente Jair Bolsonaro notadamente pelo senador Luiz Carlos Heinze, um dos próceres da Frente Parlamentar da Agricultura.

#Banco do Brasil #Jair Bolsonaro #Pronaf #Rio Grande do Sul

Pazuello no QG de campanha

25/03/2022
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Para quem ainda se pergunta qual é a função do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello como assessor especial da Secretaria de Assuntos Estratégicos: o general tem participado ativamente da elaboração do novo programa de governo de Jair Bolsonaro para as eleições de outubro. Nas discussões, vem demonstrando grande sintonia com a prole do presidente Bolsonaro.

#Eduardo Pazuello #Jair Bolsonaro

Cabo eleitoral

25/03/2022
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No que depender de Ciro Nogueira, Jair Bolsonaro vai virar figurinha fácil no Piauí. O ministro da Casa Civil já mapeou cinco projetos de infraestrutura no estado para serem inaugurados até o fim de maio, com a presença de Bolsonaro. Trata-se do esforço de campanha de Nogueira para eleger Silvio Mendes ao governo do estado. A vice na sua chama é Iracema Portella, ex-mulher do titular da Casa Civil.

#Casa Civil #Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro

Ficou pelo caminho

25/03/2022
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Em conversas reservadas, o secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, o ruralista Luiz Antonio Nabhan, não esconde uma ponta de mágoa com o presidente Jair Bolsonaro. Bolsonarista de carteirinha, Nabhan já recebeu sinais de que é carta fora do baralho para a sucessão de Tereza Cristina.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura #Tereza Cristina

Operação on demand?

24/03/2022
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Ontem, o que se dizia nos corredores do Congresso é que a decisão do PGR, Augusto Aras, de abrir um inquérito para investigar o ministro da Educação, Milton Ribeiro, parece ter sido feito sob encomenda para o presidente Jair Bolsonaro. Primeiro por descolar de Bolsonaro e grudar em Ribeiro as suspeições de favorecimento a líderes evangélicos na liberação de verbas da Pasta. Além disso, o inquérito enfraquece ainda mais o ministro, facilitando a sua demissão.

#Augusto Aras #Jair Bolsonaro #Milton Ribeiro #PGR

Fiel escudeiro

23/03/2022
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O nome de Reinaldo Belotti circula nos corredores da Petrobras como candidato a assumir uma diretoria na estatal. Belotti é unha e carne de Rodolfo Landim, indicado por Jair Bolsonaro para presidir o Conselho da companhia. Atual CEO do Flamengo, foi diretor de Rede de Postos da BR durante a gestão de Landim. Depois, rumou com o empresário para a OGX.

#Flamengo #Jair Bolsonaro #OGX #Rodolfo Landim

“Advogado Geral do Bolsonaro”

23/03/2022
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O presidente Jair Bolsonaro cogita entregar um ministério ao Advogado-Geral da União, Bruno Bianco. Seria um reconhecimento à lealdade e sintonia de Bianco com Bolsonaro. Uma das hipóteses aventadas é a Pasta do Trabalho e da Previdência, no lugar de Onyx Lorenzoni, que sairá do cargo para concorrer ao governo do Rio Grande do Sul. Ressalte-se que o próprio Lorenzoni teria outro nome preferido para sucedê-lo, o do atual presidente do INSS, José Carlos Oliveira. E daí?

#INSS #Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

Queimada à vista no INPE

21/03/2022
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Nos gabinetes do Ministério da Ciência e Tecnologia, corre a informação de que o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Clezio de Nardin, está por um fio. Jair Bolsonaro teria se irritado com o recente relatório do INPE apontando que o desmatamento na Amazônia é o maior em seis anos. A informação só teria chegado ao Palácio do Planalto após se tornar pública. Some-se a isso a insatisfação do próprio ministro Marcos Pontes. Há cerca de um mês, Pontes aplicou um puxão de orelha publicamente em Nardin, ao dizer que o Instituto “deu uma moscada” ao não renovar o acordo com o Banco Mundial para o monitoramento das queimadas no Cerrado. Consultado sobre a possível mudança no INPE, o Ministério nem confirmou, nem negou. Limitou-se a dizer que ” não tem informações sobre o assunto.”

#INPE #Jair Bolsonaro #Ministério da Ciência e Tecnologia

O nome de Bolsonaro para o Tribunal de Contas

18/03/2022
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Segundo informação filtrada do Palácio do Planalto, a deputada Bia Kicis (PL-SP) entrou no páreo por uma cadeira no TCU, na indicação que cabe à Câmara. A parlamentar tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro e do seu núcleo político, a começar pelos filhos Eduardo e Flavio Bolsonaro, para ocupar a vaga de Ana Arraes na Corte. O bolsonarismo perderia uma colaboradora combativa e fiel no Congresso; por outro lado, ganharia uma ministra leal no TCU, por onde passam questões nevrálgicas para o Palácio do Planalto – da privatização da Eletrobras ao programa de concessões de infraestrutura. A disputa, no entanto, é intricada. Até o momento, o nome mais forte para a vaga é o do deputado Jhonatan de Jesus, que tem o apoio de Artur Lira – ver RR de 24 de fevereiro. Ressalte-se que as articulações dentro da Câmara para a indicação do substituto de Ana Arraes no TCU ganharam um aditivo. Nos últimos dias, circula no Congresso a informação de que a ministra poderá antecipar para abril a sua aposentadoria do Tribunal de Contas, inicialmente programada para julho. Ana deverá disputar as eleições, provavelmente à Câmara ou ao Senado.

#Artur Lira #Eletrobras #Jair Bolsonaro #TCU

“Primavera árabe”

18/03/2022
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O governo do Mato Grosso vem mantendo conversações com representantes do fundo soberano da Arábia Saudita, o Public Investment Fund (PIF). Em pauta, investimentos em infraestrutura no estado, de concessões rodoviárias à construção de unidades de armazenamento de grãos. Recentemente, aliás, o presidente Jair Bolsonaro convidou o príncipe herdeiro da Arábia, Mohammed bin Salman, e o diretor do PIF, Yasir Al-Rumayya a visitarem o Brasil.

#Jair Bolsonaro #Public Investment Fund

Monitorando Mourão

18/03/2022
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Após a declaração de apoio ao presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, o entorno de Jair Bolsonaro já dá como praticamente certo que a próxima provocação pública do general Hamilton Mourão venha no dia 29 de março. Mourão fará uma palestra no seminário “O Brasil em Transformação”, que inaugura a Escola de Formação de Magistrados da Justiça Militar.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Petrobras

Via sacra eleitoral

18/03/2022
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Jair Bolsonaro segue empenhado em se reaproximar dos evangélicos. Hoje, em visita ao Acre para a entrega de títulos de propriedade rural, deverá se encontrar com um grupo de líderes neopentecostais do estado. A ministra Damares Alves articulou a reunião.

#Damares Alves #Jair Bolsonaro

“Blackwashing”

17/03/2022
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A CEO do BlackRock no Brasil, Karina Saade, tem feito uma série de contatos “diplomáticos” com autoridades do governo. Sua missão é desfazer o mal-estar causado por informações que circularam na imprensa recentemente, dando conta que a gestora não faria novos investimentos no país enquanto Jair Bolsonaro estivesse na Presidência.

#BlackRock #Jair Bolsonaro #Karina Saade

Um general a mais

17/03/2022
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Jair Bolsonaro tem planos de levar o presidente dos Correios, o general Floriano Peixoto, para um cargo no Palácio do Planalto.

#Correios #Jair Bolsonaro

Ministro plenipotenciário

17/03/2022
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No Palácio do Planalto, a ideia do presidente Jair Bolsonaro não indicar um substituto para a ministra Flavia Arruda, que vai deixar a Secretaria de Governo (SeGov) em abril, é atribuída a Ciro Nogueira. Na prática, Nogueira passaria a acumular a Casa Civil e a articulação política.

#Casa Civil #Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro #Secretaria de Governo

Passa a boiada e passam os equinos

17/03/2022
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Há um lobby galopante no Congresso para que o Ibama afrouxe as rédeas na fiscalização em festas de peão, vaquejadas e eventos congêneres. Integrantes da Frente Parlamentar do Rodeio, comandada pelo deputado Capitão Augusto (PL-SP), têm feito chegar ao próprio presidente Jair Bolsonaro queixas contra os “excessos” do Instituto. Há relatos de que fiscais do Ibama têm aplicado multas em demasia em criadores de cavalos e organizadores de rodeios, por supostos maus tratos aos animais.

#Ibama #Jair Bolsonaro #PL

General Silva e Luna pode ser o “Pujol da Petrobras”

16/03/2022
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O general Joaquim Silva e Luna se mantém firme em cumprir rigorosamente a política de preços da Petrobras. Mas cada vez mais se torna solitário. Apesar da manifestação pública de apoio de Hamilton Mourão, chamando a atenção para o fato de Silva e Luna ser um colega de caserna e justificar sua “resiliência” no cargo em função das suas raízes militares, o fato é que o vice-presidente não falou de general para generais. O Alto Oficialato não está preocupado com questões da burocracia do Estado.

Mourão falou para os holofotes. A pressão do governo para a retirada de Silva e Luna do comando da petroleira não deverá arrefecer na medida que o general permanecer fiel as suas convicções. Ontem mesmo, o presidente Jair Bolsonaro disse que “com toda a certeza” a Petrobras vai reduzir os preços dos combustíveis, jogando mais peso sobre os ombros do presidente da companhia.

Guardadas as devidas proporções, trata-se de um replay do ocorrido com o então comandante do Exército, general Edson Pujol. Ou seja: não há patente que segure a sanha intervencionista de Bolsonaro.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Petrobras

Tarcisio & Damares

16/03/2022
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O núcleo duro político em torno de Jair Bolsonaro já cogita deslocar a candidatura de Damares Alves ao Senado do Amapá para São Paulo. Nesse caso faria dobradinha com Tarcísio Freitas, candidato ao governo.

Por falar em Damares: bolsonarista de carteirinha, o senador Jorginho Mello (PL-SC) está cotado para assumir a Pasta da Família na reforma ministerial de abril. Em julho do ano passado, o parlamentar quase desembarcou no Ministério do Turismo. Na hora H, no entanto, foi preterido por Gilson Machado. Talvez agora Bolsonaro pague a “dívida”.

#Damares Alves #Jair Bolsonaro #Ministério do Turismo #Tarcísio Freitas

Em nome dos pais

16/03/2022
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Clarissa Garotinho e Danielle Dytz estão conseguindo o que até outro dia parecia impossível: costurar uma aliança entre seus respectivos pais, Anthony Garotinho e Eduardo Cunha. Ambos devem subir juntos no palanque de Jair Bolsonaro no Rio.

#Anthony Garotinho #Clarissa Garotinho #Danielle Dytz #Eduardo Cunha #Jair Bolsonaro

Nome (quase) de casa

15/03/2022
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Braço direito de Mario Frias na Secretaria de Cultura, o PM Andre Porciúncula está cotado para integrar o comitê de campanha de Jair Bolsonaro. Mesmo no entorno do presidente, não há muita clareza sobre qual seria a sua missão no staff. Só se sabe que sua presença no comitê é defendida por Eduardo Bolsonaro, seu amigo pessoal.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Mario Frias

O Mourão do Mato Grosso?

15/03/2022
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Após uma série de divergências durante a pandemia, o governador do Mato Grosso e candidato à reeleição, Mauro Mendes, tem se reaproximado do presidente Jair Bolsonaro. No entorno de Mendes, já se fala até na possibilidade do seu vice sair do PL, partido de Bolsonaro. Nesse caso, quem ficaria pelo caminho é o ruralista Otaviano Pivetta, atual vice-governador.

#Jair Bolsonaro #Mauro Mendes #PL

Novo darling

11/03/2022
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Em meio ao avanço do projeto de mineração em terras indígenas, Jair Bolsonaro tem feito rasgados elogios ao presidente da Funai, o delegado da PF Marcelo Augusto Xavier. A sintonia com o Palácio do Planalto é cada vez maior.

#Funai #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Círculo restrito

10/03/2022
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Jair Bolsonaro está articulando um encontro com o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, um dos poucos aliados que lhe restaram na América do Sul.

#Jair Bolsonaro #Uruguai

Plantão médico

10/03/2022
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Existe, desde já, uma mobilização na comunidade científica brasileira para fazer do ex-presidente da Anvisa Jarbas Barbosa o próximo diretor-geral da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Barbosa tem o apoio da atual titular do cargo, a dominicana Clarisse Etienne, cujo mandato se encerrará em fevereiro do ano que vem. Vai precisar. O mais provável é que o governo Bolsonaro não mova um dedo pela sua candidatura.

Por falar em Anvisa e que tais, o general Paulo Sérgio Sadauskas está cotado para assumir um cargo no Ministério da Saúde. Em 2019, Sadauskas chegou a ser escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para o comando da Anvisa no lugar de Jarbas Barbosa. Posteriormente, em um movimento que nunca ficou bem explicado, o Palácio do Planalto retirou a indicação do militar.

#Anvisa #Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde #Organização Pan-Americana de Saúde

Intervenção de Jair Bolsonaro pode provocar renúncia de conselheiros da Petrobras

9/03/2022
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Nos corredores da Petrobras circula a informação de que conselheiros da companhia cogitam uma renúncia de seus cargos. A medida seria uma reação às seguidas intervenções do presidente Jair Bolsonaro na gestão da companhia, que caminham para o seu ápice com o possível congelamento dos preços dos combustíveis durante a guerra entre Rússia e Ucrânia. Tudo tem limite. Uma coisa é engolir um capricho aqui ou acolá de Bolsonaro; a outra é ser cúmplice de uma medida que deverá provocar uma tunga nos acionistas da empresa, incluindo grandes fundos internacionais. Procurada, a Petrobras não quis se pronunciar.

A PEC que reduziria o ICMS sobre os combustíveis, até outro dia um fetiche de Bolsonaro, atingiria a receita dos estados. A proposta de uso dos dividendos da Petrobras pagos à União para subsidiar os preços dos derivados de petróleo afetaria notadamente o Tesouro, além de ir contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, conforme algumas interpretações. O congelamento, por sua vez, não fere as contas públicas. No entanto, bate direto nos minoritários da Petrobras, trazendo o risco de possíveis punições aos dirigentes da empresa.

Os membros do board temem ser responsabilizados, tanto no âmbito administrativo, leia-se SEC e CVM, quanto na esfera judicial, pelo inevitável impacto da medida sobre os lucros da estatal e consequentemente os ganhos dos acionistas. O passado recente serve de alerta. Em 2017, o Ministério Público Federal moveu ação por improbidade administrativa contra sete conselheiros da companhia nos anos de 2013 e 2014, entre os quais Guido Mantega, Graça Foster e Luciano Coutinho. À época, o governo Dilma manteve uma política de preços dos combustíveis defasados, abaixo dos valores do mercado internacional.

Calcula-se que, na ocasião, as perdas da Petrobras chegaram a R$ 100 bilhões. De Dilma a Bolsonaro, há um personagem em comum: Rodolfo Landim, recém-indicado para o comando do Conselho da Petrobras. Landim foi presidente da BR Distribuidora entre 2003 e 2006, quando Dilma Rousseff era ministra de Minas e Energia. Respondia diretamente a ela, com quem tinha enorme simbiose. Agora, o empresário retorna à Petrobras efetivamente em uma condição de vassalagem em relação ao presidente da República que não se verifica na gestão do atual chairman, o almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, também indicado por Bolsonaro.

Landim será um feitor do Palácio do Planalto na Petrobras. Além do risco de responsabilização civil, os conselheiros estariam reagindo também à própria indicação de Landim para a presidência do board. Hoje, o entendimento entre eles é que, na prática, a Petrobras não pertence à União, mas, sim, ao Palácio do Planalto. Bolsonaro mandou o compliance às favas e “takeoverizou” a gestão da estatal, transformando-a em um istmo do seu gabinete e de suas políticas de governo. Não custa lembrar que esta não seria a primeira “rebelião” de conselheiros da estatal causada por interferências de Bolsonaro. Em março de 2021, quatro integrantes do board pediram para não ser reconduzidos ao cargo logo após a demissão de Roberto Castello Branco da presidência da companhia.

#CVM #Guido Mantega #Jair Bolsonaro #Ministério Público Federal #Petrobras

Um carinho extra no Nordeste

9/03/2022
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Segundo o RR apurou, o Banco do Nordeste vai anunciar nos próximos dias uma redução nas taxas de juros para empréstimos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Além de crédito de longo prazo, o FNE também fornece recursos de capital de giro ou custeio. Em ano eleitoral, não deixa de ser um afago à região onde o presidente Jair Bolsonaro carrega seus maiores índices de rejeição.

#Banco do Nordeste #Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste #Jair Bolsonaro

Uma conquista bolsonarista no STF

9/03/2022
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Segundo uma fonte do Supremo, a Corte está inclinada a restabelecer o mandato de deputado do delegado da PF Fernando Franceschini. O ex-parlamentar foi cassado pelo TSE em outubro do ano passado por colocar em dúvida a segurança das urnas eletrônicas. O Ministério Público Eleitoral já teria emitido parecer favorável a Franceschini. Indiretamente, seria uma vitória bolsonarista. Eleito pelo PSL, o delegado da PF era um dos parlamentares mais aguerridos na defesa do governo Bolsonaro.

#Fernando Franceschini #Jair Bolsonaro #Ministério Público Eleitoral #PSL

Enxugando gelo

9/03/2022
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O ministro Edson Fachin, que assumiu há duas semanas a presidência do TSE, deverá convocar nos próximos dias uma reunião com os presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Fachin quer apertar o cerco à propaganda eleitoral antecipada. Na semana anterior ao Carnaval, por exemplo, surgiram em Minas Gerais e Mato Grosso vários outdoors pró-Bolsonaro, a maior parte de autoria não revelada. Alguns deles traziam dizeres de que Lula vai implantar um “regime comunista” no Brasil.

#Edson Fachin #Jair Bolsonaro #TSE

Fertilizante vira tema estratégico da área de Defesa

7/03/2022
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O conflito entre Rússia e Ucrânia levou o Plano Nacional de Fertilizantes para o âmbito da segurança nacional. Segundo o RR apurou, o presidente Jair Bolsonaro tem sido aconselhado a tirar a elaboração do futuro programa da Casa Civil e levá-la para a Secretaria de Assuntos Estratégicos, a cargo do almirante Flavio Rocha, ou para o próprio Ministério da Defesa. A recomendação vem da ala militar do governo. A dependência brasileira dos fertilizantes importados, assunto que, durante décadas, foi conduzido com pouca atenção por seguidas gestões, passou a ser discutido nos Altos-Comandos das Forças Armadas, inteiramente debruçados sobre os impactos da guerra na Europa.

Cabe lembrar que o próprio ministro da Defesa, general Braga Netto, acompanhou Bolsonaro na recente visita à Rússia, principal fornecedor de adubo ao Brasil. Para muitos, o encontro com Putin não passou de marketing diplomático, um evento sem agenda específica. No entanto, naquele momento, a questão dos fertilizantes estava há algum tempo no radar das Forças Armadas.

A reunião com o presidente russo já tinha como objetivo a garantia de manutenção do suprimento dos nutrientes. Foram os militares e não os ministros Tereza Cristina, Paulo Guedes ou Carlos Alberto de França que fizeram o Palácio do Planalto mudar de rota e eleger o assunto como prioridade. A cada dia que passa, as preocupações dos Altos-Comandos mais se justificam. Na última sexta-feira, o governo russo determinou que os produtores de fertilizantes suspendam temporariamente as exportações devido aos problemas logísticos provocados pela guerra. No caso dos fertilizantes, o Brasil depende tanto ou mais dos russos quanto os chineses das proteínas brasileiras.

Não custa lembrar que o Plano Quinquienal da China prevê intensivo plantio de grãos em países como Indonésia, Tailândia e Vietnã, como forma de reduzir a necessidade de importação de grãos brasileiros. O Brasil precisa fazer o mesmo: diversificar suas fontes e aumentar expressivamente a produção interna de adubo, o que deve se dar através de estímulo ao capital estrangeiro, leia-se, por exemplo, a Mosaic ou mesmo a russa Eurochem. Além da atração de investimentos externos, a redução da dependência estrangeira passa também pela entrada ou retorno de grandes companhias ao setor de fertilizantes, casos de Petrobras, Bunge e Vale (ver RR de 21 de fevereiro).

Para os militares, o que está em jogo é uma questão de soberania. Quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, o Brasil importa o equivalente a 85% da demanda interna. Praticamente um quarto desse insumo vem da Rússia. Entre 2020 e 2021, as compras de nutrientes russos saltaram de US$ 1,8 bilhão para US$ 3,5 bilhões. Esse valor corresponde a mais de 60% das importações provenientes da Rússia. Ou seja: a depender da extensão dos combates com a Ucrânia e das consequências comerciais do conflito, o Brasil pode vir a ser duramente afetado na sua principal área de produção econômica, o agronegócio.

#Bunge #EuroChem #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Petrobras #Rússia #Ucrânia #Vale do Rio Doce

Curtinhas de Brasília

7/03/2022
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O RR teve a informação de que, nos últimos dez dias, o deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, tentou por duas vezes agendar um encontro com Jair Bolsonaro. Levou bomba em ambas. Por essas e outras, o partido tem ameaçado deixar a base do governo.

A relação entre o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o secretário executivo da Pasta, Rodrigo Otávio da Cruz, anda adoentada.

O secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Luiz Antonio Nabhan, vem propalando aos quatros cantos que já foi sondado por Jair Bolsonaro para assumir a Pasta após a saída de Tereza Cristina.

Após defenestrar Romildo Rolim do comando do Banco do Nordeste, Valdemar da Costa Neto trabalha agora para derrubar também o CEO interino da instituição, José Gomes da Costa. Valdemar não vai sossegar enquanto não colocar alguém seu na cadeira.

#Banco do Nordeste #Jair Bolsonaro #Marcelo Queiroga #Ministério da Agricultura #Tereza Cristina #Valdemar da Costa Neto

Jair Bolsonaro renova os votos de fé nos evangélicos

4/03/2022
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Vem aí uma espécie de “Pacotão da fé”. O Palácio do Planalto articula com o Centrão uma tour de force para acelerar a aprovação de pautas de interesse dos evangélicos. Uma das prioridades é a chamada Lei Geral das Religiões, que assegura às organizações pentecostais isonomia jurídica em relação à Igreja Católica.

Em meio a idas e vindas, a discussão se arrasta há mais de uma década. Entre outros benefícios, o projeto garante acesso a recurso públicos para reforma, reestruturação e construção de templos. Em tese, favorece a todas as entidades religiosas; na prática, trata-se de um pleito, sobretudo, das grandes igrejas evangélicas do país. O governo trabalha ainda pela aprovação do projeto de lei 4936/20.

A proposta isenta organizações religiosas do pagamento de Imposto de Renda e IOF nas remessas de recursos ao exterior para cobrir gastos pessoais de seus representantes. O Palácio do Planalto pretende botar pressão também na aprovação do novo Código Eleitoral. Em meio a 902 artigos, há um jabuti cuidadosamente incluído pela bancada da Bíblia. O texto impede que pastores e padres candidatos sejam enquadrados por abuso de poder religioso.

Na prática, libera as campanhas eleitorais em igrejas e templos com a justificativa de proteger a liberdade de expressão. Na articulação política do presidente Bolsonaro há um consenso de que são necessários movimentos mais agudos de reaproximação com os evangélicos. Nos últimos meses, surgiram fissuras na relação entre Bolsonaro e uma de suas mais importantes bases de apoio. Alguns dos principais líderes evangélicos, como Silas Malafaia e RR Soares, têm se distanciado do presidente, ao mesmo tempo em que flertam com a candidatura de Sergio Moro.

#Código Eleitoral #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Silas Malafaia

Serviços prestados

4/03/2022
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Fabio Wajngarten, ex-ministro chefe da Secom, está cotado para voltar ao “governo”, atuando na campanha de Jair Bolsonaro. Além do próprio presidente, Wajngarten mantém boa relação com Eduardo Bolsonaro.

#Eduardo Bolsonaro #Fábio Wajngarten #Jair Bolsonaro #Secom

Os caminhos que levam a Roma

4/03/2022
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O ministro da Cidadania, João Roma, confidenciou a uma fonte do RR possibilidade de trocar o Republicanos pelo PL. A mudança se daria devido ao estremecimento das relações entre o seu partido e Jair Bolsonaro. Hoje, Roma é mais Bolsonaro do que Republicanos.

#Jair Bolsonaro #João Roma #PL

“Parabéns para mim”

4/03/2022
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Onyx Lorenzoni sonha com a ideia de anunciar oficialmente sua candidatura ao governo gaúcho em um evento com a presença de Jair Bolsonaro, no dia 21 de março. É exatamente a data de aniversário do presidente.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

O ocaso do general Heleno

3/03/2022
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A nota sobre o general Augusto Heleno publicada pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo, no último dia 27, diz da missa a metade. De fato, o ministro do GSI considera não permanecer no governo em um eventual segundo mandato de Jair Bolsonaro. O general cansou de falar, falar, mas ninguém ouvi-lo. Heleno queimou caravelas, dando declarações intempestivas, consideradas fora do tom até mesmo por Bolsonaro.

Relembre-se que o presidente tem a maior estima pelo general. Heleno prossegue prestando seus serviços no Palácio do Planalto. Mantém a estrutura do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) nas mãos. É o responsável por levar as informações mais reservadas ao presidente; toma conta da sua segurança e organiza suas viagens internacionais. Agora mesmo, segundo uma fonte palaciana, o GSI ocupa-se de uma missão sensível. Tem monitorado os passos de Ernesto Araújo.

O entorno de Jair Bolsonaro está preocupado com os seguidos ataques do ex-chanceler ao próprio presidente e a membros do governo, como o ministro das Comunicações, Fabio Faria. Mas há mais carinho do que espionagem nessa história toda. Um exemplo da deferência de Jair Bolsonaro ao chefe do GSI é a sua presença nas comitivas presidenciais no exterior.

Agora mesmo, na recente viagem à Rússia, o ministro estava sentado atrás de Bolsonaro como se fosse um anjo da guarda. O destempero de Augusto Heleno é conhecido desde a campanha de 2018. Mas os tempos mudaram: o núcleo político do governo quer o general fora das discussões eleitorais. O general Heleno só não coloca o pijama porque o presidente gosta de tê-lo ao lado. O ministro do GSI é um “companheiro de viagem” e Bolsonaro o considera o mais leal dos seus colaboradores.

#Augusto Heleno #Jair Bolsonaro #O Globo #Palácio do Planalto

Novo darling

3/03/2022
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O Advogado-Geral da União, Bruno Bianco, está cada vez mais alinhado com o presidente Jair Bolsonaro. Na bolsa de apostas do Palácio do Planalto, já desponta como um forte candidato a uma vaga no STJ.

#Jair Bolsonaro #STJ

Hino bolsonarista

3/03/2022
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Da série “Acredite se quiser”: o presidente Jair Bolsonaro teria encomendado a Gilson Machado, ministro do Turismo, sanfoneiro e seu adulador de todas as horas, um jingle para a sua campanha à reeleição.

#Gilson Machado #Jair Bolsonaro

TCU provoca racha no Centrão

24/02/2022
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A indicação do futuro substituto da ministra Ana Arraes, que deixa o TCU em julho, está cindindo o Centrão e, por osmose, o próprio governo. A vaga, ressalte-se, cabe à Câmara. Arthur Lira trabalha nos bastidores pelo nome do deputado Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR). No entanto, o que se diz no Palácio do Planalto é que, neste momento, a preferência de Jair Bolsonaro recai sobre a deputada Soraya Santos (PL-RJ), apadrinhada de Valdemar da Costa Neto. Talvez Lira não esteja fazendo por merecer. Talvez Lira esteja afagando demais o ex-presidente Lula.

#Arthur Lira #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #TCU

Um militar a mais no governo

24/02/2022
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O RR apurou que o vice-almirante da reserva Edervaldo Teixeira de Abreu Filho está cotado para assumir uma diretoria na Antaq, na vaga aberta com a saída de Adalberto Tokarski. Entre outros postos, Abreu Filho foi diretor do Centro de Inteligência da Marinha. Tido nos meios militares como um apoiador do presidente Jair Bolsonaro, o oficial já contabiliza uma passagem pelo governo: entre 2019 e 2021, ocupou a diretoria de Gestão Corporativa da Apex, vinculada ao Ministério das Relações Exteriores.

#Antaq #Jair Bolsonaro #Ministério das Relações Exteriores

A seca dos pequenos agricultores

23/02/2022
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Entidades que representam pequenos e médios agricultores – a exemplo da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Contraf) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) – estão articulando uma reunião para amanhã. O objetivo é discutir reivindicações que serão levadas à ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O segmento cobra ações do governo para mitigar os prejuízos sofridos pelos produtores rurais em função das secas nas principais regiões agrícolas do país. Segundo o RR apurou, um dos pleitos é uma linha de crédito emergencial do Banco do Brasil para cobrir as perdas, notadamente nas Regiões Sul e Centro-Oeste.

O afago de Bolsonaro ao campo

O Palácio do Planalto planeja lançar uma campanha para propagandear os resultados da política de concessão de propriedades rurais do governo Bolsonaro – de acordo com a fonte do RR, os três primeiros anos de mandato totalizam cerca de 278 mil títulos rurais concedidos. Não é só: a partir de março, o presidente Jair Bolsonaro deverá cumprir uma intensa agenda de entregas de documentos de posse a pequenos agricultores, notadamente no Nordeste. O governo trabalha com a meta de conceder até 200 mil títulos neste ano, grande parte, como seria de se imaginar, antes das eleições.

#Contraf #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Tereza Cristina

Sistema presidencialista

23/02/2022
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Em conversas com assessores, Jair Bolsonaro tem feito rasgados elogios ao presidente do BB, Fausto Ribeiro: “Nada acontece no banco sem que eu saiba antes”, costuma repetir Bolsonaro.

#Banco do Brasil #Jair Bolsonaro

Ciro Nogueira na bronca com o “02”

23/02/2022
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Em conversas reservadas, Ciro Nogueira tem falado cobras e lagartos da teimosia de Jair Bolsonaro em não contratar um marqueteiro. O presidente insiste em deixar a campanha sob a batuta de Carlos Bolsonaro. Em tempo: Bolsonaro já conversou com quatro marqueteiros. Nos próximos dias, deverá se encontrar com o publicitário Duda Lima, indicado por Valdemar da Costa Neto. Quanto mais nomes lhe são recomendados menos Bolsonaro se decide.

#Carlos Bolsonaro #Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro

Um aceno à mulher brasileira

22/02/2022
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No dia 8 de março, conforme apurou o RR, o pré-candidato Jair Bolsonaro inicia sua campanha de captura do voto feminino. O governo vai aproveitar o Dia Internacional da Mulher para lançar o Programa Mães Brasil, voltado à proteção da gestação e da maternidade. Será apenas a primeira de outras ações focadas no eleitorado feminino. É hora de tentar recuperar parte do terreno perdido. Nas pesquisas, Lula tem registrado, em média, o dobro das intenções de votos de Bolsonaro entre as mulheres.

#Jair Bolsonaro #Lula

Quinta via

22/02/2022
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O QG de campanha de João Doria está contratando um batalhão de especialistas em redes sociais. O presidenciável acha que tem levado uma goleada de Jair Bolsonaro e de Lula nas mídias digitais. Como se fosse só nas mídias digitais…

#Jair Bolsonaro #João Doria #Lula

Em campanha

21/02/2022
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Missão dada, missão cumprida: o senador Jorginho Mello (PL-SC), bolsonarista de carteirinha, está trabalhando para angariar o apoio de prefeitos do estado à candidatura do empresário Luciano Hang. O dono da Havan deverá concorrer a uma vaga no Senado.

#Havan #Jair Bolsonaro #Luciano Hang

Novas cartas no baralho da campanha

18/02/2022
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Há uma estrela ascendente no rol de assessores militares de Jair Bolsonaro: o coronel da reserva Eduardo Gomes da Silva, que ocupa a Secretaria Especial de Modernização do Estado, vinculada à Secretaria Geral da Presidência. Ligado ao general Luiz Eduardo Ramos e egresso da área de Inteligência do Comando Militar do Sudeste, o oficial tem sido um assíduo conselheiro de Bolsonaro para temas sensíveis, como governo digital e segurança cibernética do aparelho de Estado. De acordo com fonte do Palácio do Planalto, o grau de confiança do presidente em relação ao colaborador é tão elevado que Bolsonaro pretende, inclusive, contar com a sua participação no núcleo duro de campanha.

O advogado Uziel Santana, presidente licenciado da Anajure (Associação Nacional de Juristas Evangélicos), tornou-se um personagem quase onipresente na campanha de Sergio Moro. De um lado, é o responsável por aproximar o candidato das igrejas neopentecostais; por outro, recebeu a missão de articular um manifesto de juristas pró-Moro contra o TCU. O objetivo é denunciar os “abusos” do Tribunal de Contas, que investiga a relação entre a Alvares & Marsal, consultoria onde o ex-juiz trabalhou, e empreiteiras condenadas pela Lava Jato.

Damares Alves mergulhou na campanha de Tarcísio Freitas. A ministra da Mulher e da Família tem trabalhado para aproximar o candidato ao governo de São Paulo de lideranças evangélicas no estado, notadamente da Igreja Universal. Nas próximas semanas, Freitas deverá fazer uma peregrinação por templos no interior do estado, ao lado da colega de Ministério.

#Damares Alves #Eleições 2022 #Jair Bolsonaro #Sérgio Moro #Tarcísio Freitas #TCU

Negócio das Arábias?

18/02/2022
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O Itamaraty costura uma nova viagem de Jair Bolsonaro ao Oriente Médio, provavelmente para abril. Um dos países visitados deve ser a Arábia Saudita. Na primeira vez em que Bolsonaro esteve por lá, em 2019, voltou com a promessa de que o fundo soberano árabe investiria US$ 10 bilhões no Brasil. Até agora, nada.

#Arábia Saudita #Jair Bolsonaro

Xodó de Bolsonaro

18/02/2022
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O rating do ministro Jorge Oliveira, braço de Jair Bolsonaro no TCU, subiu ainda mais no Palácio do Planalto. Em parte, Bolsonaro atribui a gestões internas de Oliveira a decisão do TCU de aprovar a privatização da Eletrobras, mesmo após os questionamentos ao valor de outorga da estatal.

#Eletrobras #Jair Bolsonaro #TCU

Roma em ruínas

18/02/2022
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Conselheiros políticos de Jair Bolsonaro, a começar por Ciro Nogueira, vêm tentando convencê-lo a abrir mão da candidatura do ministro João Roma ao governo da Bahia e embarcar na campanha de ACM Neto. Roma é derrota garantida.

#ACM Neto #Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro

Os próximos passos da Acron no Brasil

16/02/2022
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Há um movimento cruzado de afagos diplomáticos entre Brasil e Rússia. Em meio à visita de Jair Bolsonaro a Moscou, uma delegação da russa Acron desembarcará no Mato Grosso no Sul nos próximos dias. A empresa fechou recentemente a compra da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III da Petrobras em Três Lagoas – a negociação foi antecipada pelo RR em 10 de dezembro de 2021. Segundo a newsletter apurou, executivos da Acron pretendem se reunir com o governador Reinaldo Azambuja. Em pauta, a manutenção dos incentivos fiscais concedidos à Petrobras para a construção da fábrica – as obras estão paradas desde 2014. Outro desafio dos russos é garantir o fornecimento de gás para a UFN III. De acordo com a mesma fonte, o mais provável é que a companhia feche um contrato com a estatal boliviana YPFB.

#Acron #Jair Bolsonaro #Petrobras

Lítio é mais uma oportunidade perdida

16/02/2022
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A incompetência do governo Bolsonaro em valorizar os principais ativos brasileiros no exterior se manifesta agora no mercado de lítio. Na edição da última segunda-feira, o Financial Times revelou que, entre os países detentores de grandes reservas, Argentina e Chile são os mais avançados na atração de investimentos internacionais. A Bolívia, por sua vez, está começando agora a buscar parceiros para o negócio.

O trio forma uma espécie de “Opep do lítio”, com o equivalente a 70% das reservas globais. O Brasil, que soma aproximadamente 8% das jazidas mundiais, poderia muito bem fazer parte desse bloco. No entanto, o país sequer é citado na reportagem. Pudera.

O governo não está movendo nem uma palha para potencializar a produção do mineral. Tampouco tem buscado oportunidades conjuntas com os países vizinhos. Ou seja: a um só tempo, o Brasil está perdendo a corrida pelo dinheiro e pela afirmação no exterior de uma nação comprometida com a redução de poluentes e o uso de um insumo vital para a produção de baterias de veículos elétricos.

#Argentina #Chile #Financial Times #Jair Bolsonaro #Lítio

CPI da Covid

Fogos de artifício

16/02/2022
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Renan Calheiros farejou uma oportunidade política de bater no governo Bolsonaro. Na condição de relator da CPI da Covid, está disposto a comparecer pessoalmente ao Tribunal Penal Internacional de Haia para apresentar o relatório final da Comissão e defender a tese de que Jair Bolsonaro cometeu crime contra a humanidade. O documento foi enviado à Corte na semana passada.

#CPI da Covid #Jair Bolsonaro #Renan Calheiros

Negócio das Arábias?

15/02/2022
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O Itamaraty costura uma nova viagem de Jair Bolsonaro ao Oriente Médio, provavelmente para abril. Um dos países visitados deve ser a Arábia Saudita. Na primeira vez em que Bolsonaro esteve lá, em 2019, voltou com a promessa de US$ 10 bilhões de que o fundo soberano árabe investiria US$ 10 bilhões no Brasil. Até agora, nada.

#Arábia Saudita #Jair Bolsonaro

Operação-guindaste

14/02/2022
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A ordem para o Ministério do Desenvolvimento Regional é embalar um pacote de inaugurações de obras na Bahia. Jair Bolsonaro quer percorrer o estado ao lado do ministro da Cidadania, João Roma. Trata-se de uma tentativa de levantar a candidatura de Roma ao governo baiano. Está difícil.

#Jair Bolsonaro #Ministério do Desenvolvimento Regional

O jogo do “04”

11/02/2022
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Segundo fonte palaciana, Jair Bolsonaro cogita uma nova redução no IPI de jogos eletrônicos. No caso de consoles, a alíquota cairia de 20% para perto de 15%. Seria o quarto corte de impostos para o setor desde janeiro de 2019. Como se sabe, um dos principais interlocutores da indústria de games junto ao governo é o “04” Jair Renan Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro

Ruralistas cobram um “Auxílio emergencial da seca”

10/02/2022
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Nem tudo são flores para a ministra Tereza Cristina. O RR apurou que a bancada ruralista – entre os quais o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e o deputado Sergio Souza (MDB-PR) – foram ao presidente Jair Bolsonaro cobrar um programa de ajuda aos agricultores afetados pelas secas. A estiagem atinge, sobretudo, o sul do país e Mato Grosso do Sul. Há cerca de um mês, Tereza Cristina percorreu várias cidades com técnicos da Conab e do Ministério da Economia. Na ocasião, o secretário de Política Agrícola, Guilherme Bastos, prometeu que a Pasta anunciaria medidas para compensar as perdas sofridas pelos produtores rurais. Até agora, no entanto, silêncio total. Desde o fim de janeiro, o RR vem tentando obter junto ao Ministério da Agricultura um levantamento dos  pedidos de seguro-agrícola por conta das secas e informações sobre as medidas que serão adotadas pelo governo. Mas, não obteve retorno.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura #Ministério da Economia #Tereza Cristina

Kremlin

10/02/2022
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Um tema estratégico a mais para o encontro entre Jair Bolsonaro e Vladimir Putin, na próxima semana: a russa Rosneft está interessada na compra do Polo Urucu, um conjunto de sete concessões de petróleo e gás da Petrobras na Bacia do Solimões.

#Jair Bolsonaro #Vladimir Putin

Conselho de Medicina quer distância da política

10/02/2022
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O presidente do Conselho Federal de Medicina, Mauro Britto Ribeiro, está causando uma nova onda de insatisfação na entidade. Segundo o RR apurou, sua ordem é para que a instituição passe a adotar uma postura low profile em relação às políticas de saúde do governo, notadamente com a proximidade do calendário eleitoral. Dentro do CFM, o que se diz é que Ribeiro está mais preocupado  com a sua própria “saúde”, ou seja, desvincular sua imagem do presidente Jair Bolsonaro. O médico está sendo processado pela Justiça e é um dos indicados na CPI da Covid por ter assinado parecer favorável ao uso de cloroquina em infectados pelo coronavírius.

#Conselho Federal de Medicina #Jair Bolsonaro #Mauro Britto Ribeiro

Tiroteio político na gestão da Gocil

8/02/2022
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A recente demissão de praticamente toda diretoria da Gocil – um dos maiores grupos de segurança privada do Brasil, com faturamento de R$ 1,2 bilhão -, é atribuída nos corredores da companhia a uma explosão do empresário Washington Cinel. A razia teria se dado, sobretudo, por questões de ordem política. Cinel é um notório apoiador de Jair Bolsonaro. Em meio aos preparativos para a abertura de capital da Gocil, os executivos passaram a insistir que o empresário desvinculasse sua imagem de Bolsonaro. Em conversas internas teriam relatado o desconforto de bancos e investidores em participar do IPO dada a excessiva “politização” da companhia. Foram todos limados. Procurada pelo RR, A Gocil informou que “iniciou um processo de transição na sua diretoria.”. Segundo a empresa, “as mudanças foram conduzidas de maneira planejada e não impactam as operações”.

#Gocil #Jair Bolsonaro

Assentamento

8/02/2022
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O secretário de Assuntos Fundiários da Agricultura, Luiz Antonio Nabhan Garcia, está em feérica campanha para assumir o Ministério caso Tereza Cristina saia candidata ao Senado. Além da proximidade com o próprio presidente Jair Bolsonaro, conta com o apoio de nomes influentes da bancada ruralista, como Luiz Carlos Heinze.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura #Tereza Cristina

Na mira do CNMP

8/02/2022
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Em conversa com o RR, um dos componentes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) disse que são grandes as chances do colegiado acolher, na sessão de hoje, a representação contra o procurador-geral de Justiça do Mato Grosso, José Borges. Ele é acusado de ter “agredido” a honra de Jair Bolsonaro ao classificar o presidente como “insensível, desumano e inconsequente” em entrevista no ano passado.

#Conselho Nacional do Ministério Público #Jair Bolsonaro

INSS vira uma ameaça eleitoral

7/02/2022
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O RR apurou que o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, tem feito articulações junto ao presidente Jair Bolsonaro para recuperar parte do Orçamento ceifado do INSS, da ordem de R$ 1 bilhão. De acordo com a mesma fonte, Lorenzoni trabalha também pela realização de concurso público para o Instituto. Ressalte-se que, na PLOA (Proposta de Lei Orçamentária Anual) para 2022 estão previstos gastos referentes à realização de concursos para a abertura de até 73 mil vagas no funcionalismo federal. Quantos serão efetivamente contratados e quantos irão para os quadros do INSS é outra história.

Nas conversas com Bolsonaro, o ministro tem alertado para o risco eleitoral embutido na crise orçamentária da Previdência. Mantido o ritmo atual, o número de pedidos de aposentadoria represados no INSS deve bater, em breve, nos dois milhões – hoje a fila de espera soma aproximadamente 1,8 milhão de solicitações. A tendência é que o descaso com os “velhinhos” vire munição contra Bolsonaro na campanha eleitoral. O objetivo de Lorenzoni seria contratar ao menos dois mil novos servidores para o INSS.

O déficit de mão de obra no Instituto é tratado como razão direta para a morosidade na concessão dos benefícios. Estima-se que a lacuna seja da ordem de 20 mil servidores. Só nos últimos cinco anos, mais de 10 mil funcionários lotados na Previdência Social se aposentaram. O INSS tem se escorado em soluções-tampão. No ano passado, requisitou cerca de mil servidores da Infraero. Recebeu pouco mais de 250.

#INSS #Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

Olavo de Carvalho não morreu

7/02/2022
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De acordo com uma fonte do RR no Itamaraty, o diplomata Henri Carrières, genro do recém-falecido Olavo de Carvalho, está cotado  para substituir Abraham Weintraub no Banco Mundial – o ex-ministro da Educação deve voltar ao Brasil para disputar o governo de São Paulo ou uma vaga no Senado. Ex-assessor de Jair Bolsonaro, Carrières trabalha atualmente na Embaixada do Brasil em Washington.

Filipe Martins, assessor direto de Jair Bolsonaro para a área de política externa, trabalha junto ao presidente pela nomeação do diplomata Roberto Goidanich para uma Embaixada, mais precisamente na África. É mais um round na disputa entre “olavistas” e “itamaratecas” puro-sangue. Assim como Martins, Goidanich é um dos principais discípulos de Olavo de Carvalho no Itamaraty. Logo que assumiu o posto de chanceler, um dos primeiros atos de Carlos Alberto de França foi tirá-lo da presidência da Fundação Alexandre de Gusmão, think tank do Ministério das Relações Exteriores.

#Banco Mundial #Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho

Variante eleitoral

7/02/2022
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Sergio Moro está tentando cooptar para a sua campanha a infectologista Luana Araújo. No ano passado, Luana ficou célebre por ser convidada para a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid, mas não assumir o cargo por divergências com o presidente Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Em cima do muro

7/02/2022
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Em conversa na semana passada, Jair Bolsonaro garantiu ao deputado Vitor Hugo (PSL): “Você é o meu candidato ao governo de Goiás”. Ronaldo Caiado, que disputa a reeleição, também ouviu a mesma frase de Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #PSL

Mais uma cutucada de Bolsonaro no STF

4/02/2022
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Segundo uma fonte do Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro está estimulando a base aliada a apresentar uma nova PEC estabelecendo a hipótese de impeachment para ministros do STF – hoje não prevista na Constituição. Uma primeira proposta nesse sentido foi barrada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara em maio do ano passado. Foi por muito pouco: 33 votos contra e 32 a favor. Agora, de braços dados com o Centrão, Bolsonaro aposta que conseguiria levar o projeto adiante. Entre outras tipificações, o impeachment seria possível por usurpação de competência do Congresso, o que configuraria crime de responsabilidade.

#Jair Bolsonaro #STF

Weintraub Brothers

4/02/2022
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Arthur Weintraub, ex-assessor de Jair Bolsonaro e atual secretário de Segurança Multidimensional da OEA, em Washington, deverá se desligar do cargo para voltar ao Brasil. Vai comandar a campanha do irmão, Abraham Weintraub, ao governo de São Paulo.

#Arthur Weintraub #Jair Bolsonaro

BC estuda usar reservas para abater dívida bruta

3/02/2022
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O governo, leia-se o Banco Central, discute se desfazer de um volume maior das reservas internacionais do Brasil com o objetivo de abater a dívida bruta interna. Entre outros aspectos, a redução do lastro cambial contribuiria para o discurso de campanha do presidente Jair Bolsonaro. Para todos os efeitos, do ponto de vista fiscal, a dívida interna continuaria caindo mesmo que o resultado primário em 2022 seja menor do que no ano passado e as despesas aumentem em razão do calendário eleitoral.

As reservas brasileiras foram engordadas no dia 23 de agosto de 2021 com o aporte do FMI de US$ 15 bilhões, decorrente da distribuição de DES (Direitos Especiais de Saque) aos países membros da instituição. Esses recursos ficam contabilizados tanto no lastro cambial do país quanto na dívida externa. O governo, ressalte-se, quer dar uma cambalhota e abater não somente os US$ 15 bilhões da dívida interna, mas uma cifra ainda mais expressiva. Esse movimento, diga-se de passagem, vem sendo defendido por economistas de diversas correntes.

As reservas permanecem em um patamar confortável – US$ 358 bilhões na última terça-feira – mesmo tendo reduzido em relação ao fechamento de 2021 (US$ 362 bilhões). O colchão é bem superior à soma de três meses das importações brasileiras – na média, algo em torno de US$ 54 bilhões, tomando-se como base números de 2021. Trata-se do lastro mínimo necessário que o FMI adotou por mais de uma década para definir o risco cambial de um país. A título de exemplo: o eventual abatimento de US$ 50 bilhões das reservas – ou seja, cerca de R$ 265 bilhões ao câmbio de ontem – permitiria uma redução de 3,8% na dívida pública bruta (em torno dos R$ 6,9 trilhões no fechamento de 2021).

Também a números de dezembro, significaria um recuo na relação dívida/PIB de 80,3% para 78%. Para se ter uma ideia do que o valor representa, basta dizer que, desde 2010, último ano do governo Lula, o setor público acumula um déficit primário em torno de R$ 791 bilhões. Nesse período, ressalte-se, a relação dívida bruta/PIB saltou de 55% para os já citados 80,3%. A medida é tratada com todos os cuidados devido ao cenário externo de aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, conforme já sinalizado pelo FED. Ao mesmo tempo, haja sangue frio para adotar uma ação como essa em um ano de absoluta incerteza política, conjuntura internacional ameaçadora e sem uma análise precisa sobre o nível adequado de lastro cambial. Em tempo: o Banco Central está fazendo estudos econométricos para balizar qual seria esse montante na medida em que os parâmetros do FMI caducaram há muito tempo.

#Banco Central #FMI #Jair Bolsonaro

Ligações perigosas

2/02/2022
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Segundo uma fonte da Polícia Federal, a Interpol investiga supostos negócios ilegais de Sergio Méndez, ex-chefe de Gabinete do Governo da Bolívia, no Brasil. Méndez teria conexões com doleiros e investimentos no agronegócio brasileiro, como forma de lavar dinheiro. Parte dos recursos teria sido remetida ao Brasil meses antes da sua saída do governo. Méndez é acusado de enriquecimento ilícito na gestão da ex -presidente boliviana Jeanine Áñez, aliada de Jair Bolsonaro. Ele teria participado de um esquema para a compra de armamentos superfaturados de empresas norte-americanas. Em um dos contratos suspeitos, é acusado de embolsar US$ 500 mil em propina.

#Interpol #Jair Bolsonaro #Polícia Federal #Sergio Méndez

Dobradinha

2/02/2022
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Segundo uma fonte do Palácio do Planalto, a exemplo da Petrobras, Jair Bolsonaro quer também um militar na presidência da PPSA (Pré-Sal Petróleo), hoje comandada pelo engenheiro José Eduardo Kerk.

#Jair Bolsonaro #Petrobras #PPSA

A volta do Bispo

2/02/2022
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Marcelo Crivella tenta encontrar um lugar no tabuleiro eleitoral de 2022. Após sua frustrada indicação para a Embaixada do Brasil na África do Sul, busca o apoio de Jair Bolsonaro para concorrer ao Senado.

#Jair Bolsonaro #Marcelo Crivella

Brasil e Peru trafegam na rodovia da discórdia

1/02/2022
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Segundo o RR apurou, no encontro marcado para a próxima quinta-feira, Jair Bolsonaro e o presidente do Peru, Pedro Castillo, deverão assinar uma espécie de memorando de entendimentos em torno de um projeto polêmico: a construção da estrada que ligará o Acre ao país vizinho. Do lado de cá da fronteira, o empreendimento enfrenta forte oposição de ambientalistas: o traçado da rodovia cruza o Parque Nacional da Serra do Divisor. No país vizinho, por sua vez, o investimento esbarra na resistência do Congresso peruano.

#Jair Bolsonaro #Pedro Castillo

Telegram provoca calafrios na campanha de Bolsonaro

31/01/2022
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A ofensiva do Judiciário, notadamente do ministro Luís Roberto Barroso, sobre o Telegram está causando apreensão no Palácio do Planalto. O núcleo duro de campanha do presidente Jair Bolsonaro, liderado por Ciro Nogueira, Flavio e Carlos Bolsonaro, teme que o possível banimento do aplicativo do Brasil se dê nas cercanias das eleições. A punição jogaria por terra boa parte da estratégia elaborada no bunker bolsonarista.

Há todo um planejamento montado que leva em consideração a funcionalidade da plataforma. Uma das primeiras ações, por sinal, já foi colocada em prática: no início da semana passada, o presidente anunciou o lançamento da “Bolsonaro TV”, aplicativo que reúne os perfis do presidente e de seus filhos no Telegram e ainda no Twitter, Facebook e Instagram. Se o Telegram for interditado, muito trabalho será jogado fora e parte importante das ações de comunicação terá de começar praticamente do zero.

Nas reuniões realizadas na Casa Civil, o assunto tem sido tratado com apreensão. Segundo a fonte do RR, o Palácio do Planalto não teme judicializações, mas se pela de medo de que Barroso, Alexandre de Moraes e cia. determinem a saída do Telegram do Brasil ou tomem qualquer medida que dificulte o uso do aplicativo para a propaganda eleitoral. Sem fake news, fica tudo um pouco mais difícil para Bolsonaro.

#Alexandre de Moraes #Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro #Telegram

Tour pela direita

31/01/2022
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A viagem de Jair Bolsonaro à Europa em fevereiro deve ter um terceiro destino. Além de Rússia e Hungria, assessores de Bolsonaro articulam uma parada na Turquia para um encontro com o presidente Recep Erdogan.

#Jair Bolsonaro #Turquia

Roma em chamas

31/01/2022
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O núcleo político no entorno de Jair Bolsonaro já questiona se o ministro João Roma é mesmo a melhor aposta para a disputa no governo da Bahia. Roma está custando a decolar nas pesquisas, mantendo-se distante de Jaques Wagner e ACM Neto. E Bolsonaro precisa de um candidato minimamente competitivo na Bahia, um colégio eleitoral hostil ao seu nome.

#ACM Neto #Jair Bolsonaro #João Roma

Os planos de Lula para o futuro do BNDES

28/01/2022
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O BNDES vai completar 71 anos quando o futuro presidente assumir seu mandato. Mantido Jair Bolsonaro, pode-se esperar que o processo de desconstrução do banco prossiga. Caso o eleito seja Lula, a expectativa é de um banco de fomento fortalecido, diferente das gestões anteriores do PT, quando o crédito era uma função quase monotemática da instituição. O RR conversou com assessores de campanha do ex-presidente para a área econômica.

Do que a newsletter pode capturar das cercanias de Lula, a ideia é que o BNDES se torne em uma usina de projetos, dos mais diversos segmentos. O candidato da oposição pretende buscar recursos em todas as partes, mas para isso não considera suficiente a política de concessões do governo Bolsonaro. Concorda com o rumo, segundo assessores próximos, mas faz a velha crítica de que é preciso muito mais projetos greenfield.

O Brasil transfere muita coisa velha e oferta pouca coisa nova. Hipoteticamente, o BNDES se transformaria em algo como o BNDESP – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômica e Social e Projetos. Afinal, que outra instituição tem no país a capacidade de se tornar uma linha de montagem de propostas para novos investimentos além do BNDES? Quanto à carteira de ações do banco, que em grande parte será desfeita antes das eleições, o ex-presidente não é contrário à medida, de acordo com seus auxiliares ouvidos pelo RR. Ele entende se tratar de empresas maduras, que não precisam mais de apoio do BNDES.

Mas não renega a possibilidade de a BNDESPar vir a constituir uma nova carteira, resgatando o papel da instituição de capitalizar as empresas. Segundo assessores de campanha, Lula deixaria de lado a estratégia de apoiar o cavalo vencedor, ou seja, as megacorporações. Esses grupos podem se financiar através do mercado de capitais. Lula quer apoiar consolidações de empresas, criando novas companhias da indústria pesada, do complexo industrial médico-hospitalar e de tecnologia com porte competitivo no mercado. Tudo o que Bolsonaro não fez no seu governo.

#BNDES #Jair Bolsonaro #Lula

Brasil presente

28/01/2022
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Lula teria sido convidado para participar da posse do novo presidente do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, em 11 de março. Seria um tapa com luva de pelica de Boric em Jair Bolsonaro, ausência certa na cerimônia.

#Jair Bolsonaro #Lula

“PEC dos Combustíveis” não encontra eco dentro do Confaz

26/01/2022
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Dentro do Confaz, há praticamente um consenso de que a “PEC dos Combustíveis” não terá a adesão da maioria dos governadores. Segundo fontes do RR no Conselho, a tendência é que grande parte dos estados mantenha a alíquota do ICMS sobre combustíveis exatamente como está. Na atual circunstância, abrir mão de arrecadação fiscal seria um tiro no pé, mesmo com a prerrogativa dada pela PEC aos governadores de não ter de apresentar fonte de compensação fiscal e de não correr o risco de criminalização no âmbito da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Os estados já vão amargar uma redução de suas receitas devido à queda da inflação – de acordo com o mais recente Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira, a projeção para o IPCA deste ano é de 5,15%, abaixo, portanto, dos 10,06% de 2021. Conforme disse o RR na edição de 24 de novembro, as unidades federativas precisariam de uma inflação na casa dos 12% para não ter perda de arrecadação em relação ao ano passado. Ressalte-se ainda que os combustíveis representam, na média, 23% da receita dos estados. A posição dos governadores, contudo, não deve ser vista como um monolito.

Ainda que em reduzida proporção, a “PEC dos Combustíveis” pode se revelar a “PEC da desarmonia federativa”. Ela não deixa de ser um convite a uma guerra fiscal. Além do mais, populismo por populismo, não se pode descartar a hipótese de alguns governadores seguirem a posição do presidente Jair Bolsonaro, reduzindo provisoriamente a alíquota do ICMS. Em ano de eleição, talvez determinados estados queiram trocar pragmatismo fiscal e receita por voto.

Já há acenos neste sentido, vide o governador de Rondônia, Coronel Marcos Castro, “bolsonarista” de carteirinha, que solicitou ao próprio Confaz autorização para diferir a cobrança do ICMS sobre combustíveis. Segundo o RR apurou, o Conselho já negou o pedido. Não deixa de ser uma sinalização cruzada do Confaz de que a não adesão aos efeitos da PEC é hoje uma posição majoritária dos governadores.

#Confaz #ICMS #Jair Bolsonaro #PEC dos Combustívei

Sergio Moro ganha pecha de “traíra” entre os militares

25/01/2022
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Sergio Moro, que já foi os quindins dos militares, tem recebido sinalizações de que não é mais bem-quisto no meio castrense. O generalato não suporta deslealdade. O ex-juiz é visto dentro das Forças Armadas como alguém que traiu o presidente Jair Bolsonaro. Moro deixou o governo vazando informações intestinas que não deveriam se tornar públicas. E segue dizendo que tem documentos para mostrar. Trata-se de uma postura que o transforma em persona non grata junto aos militares. O general Santos Cruz uma espécie de embaixador do candidato junto às Forças Armadas, tem se empenhado para contornar essa situação. Mas mesmo Santos Cruz, com todo o prestígio junto aos seus, vem encontrando dificuldades para reverter a pecha de “traíra” que hoje pesa sobre Moro. Quem te viu, quem te vê. No período lavajatista, o então juiz era considerado pelas Forças Armadas um quadro de alta estirpe, alguém que estava prestando grandes serviços à Nação. Uma de suas principais contribuições foi enquadrar Lula e tirá-lo do jogo eleitoral em 2018 – como se sabe, os militares não nutrem simpatia pelo petista.

#Forças Armadas #Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Horário eleitoral

24/01/2022
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Assessores de Jair Bolsonaro estão costurando uma rodada de participações do presidente em programas populares de TV, como Ratinho, no SBT, e José Luis Datena, na Band. A ideia é que Bolsonaro fale e fale muito do Auxílio Brasil e de outras medidas assistencialistas do governo.

#Band #Jair Bolsonaro #José Luis Datena #SBT

Jair Bolsonaro monta o seu “Conselhão” por um dia

21/01/2022
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O antigo “Conselhão” vai renascer. Apenas por um dia. Assessores palacianos de Jair Bolsonaro estudam convidar apoiadores do presidente das mais diversas áreas para discutir propostas que seriam incorporadas ao programa de governo para o segundo mandato. A ideia é reunir empresários, economistas, nomes da cultura, notadamente artistas, cientistas políticos, líderes sindicais, entre outros.

Seria um simulacro do Conselho Econômico de Desenvolvimento Social (CDES), criado no governo Lula e extinto em maio de 2019, no quinto de mês de mandato de Bolsonaro. Só que uma reedição em ato único, uma peça isolada com finalidade bem específica: criar um fato político capaz de alavancar a imagem do presidente.

Esse arremedo do “Conselhão” ajudaria a passar a ideia de que Bolsonaro não está isolado fora dos seus grotões. Na pior das hipóteses, a “bolha bolsonarista” seria maior do que se pensa. Há planos de que a reunião seja filmada e utilizada como peça de campanha. A questão que permeia as discussões entre os assessores palacianos é o timing para a convocação dos “notáveis” de Bolsonaro. Há quem defenda que esse “Conselhão” sob medida deveria ser reunido imediatamente, para estancar a percepção de que o presidente tem perdido apoios fora do seu eleitorado mais fiel.

#Conselho Econômico de Desenvolvimento Social #Jair Bolsonaro

Um bolsonarista raiz para o STJ

20/01/2022
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Segundo uma fonte do Palácio do Planalto, o subchefe de Assuntos Jurídicos da Presidência da República, Pedro Cesar Nunes Marques, está cotado para uma cadeira no STJ. Advogado e ex-oficial da PM do Distrito Federal, Marques é homem de extrema confiança do presidente Jair Bolsonaro. Assessora Bolsonaro desde os tempos de Câmara dos Deputados.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Pedro Cesar Nunes Marques

Sonho antigo

20/01/2022
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O apóstolo Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus e aliado de fé de Jair Bolsonaro, voltou à carga para comprar a CNT. A primeira – e frustrada – tentativa de aquisição da emissora se deu em 2013.

#CNT #Jair Bolsonaro #Valdemiro Santiago

Acervo RR

Fogo amigo

20/01/2022
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Aliado de Jair Bolsonaro, o senador Luiz Carlos Heinze começa a achar que há uma “conspiração” para evitar sua candidatura ao governo gaúcho, abrindo caminho para Onyx Lorenzoni. Heinze foi sondado pelo próprio Lorenzoni para assumir sua cadeira no Ministério do Trabalho. Disse “não”. Antes já havia rechaçado a hipótese de assumir o Ministério da Agricultura.

#Jair Bolsonaro #Ministério do Trabalho #Onyx Lorenzoni

Fuligem no ar

19/01/2022
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O senador Jorginho Mello (PL-SC) tem se empenhado por trás dos panos para que Rodrigo Pacheco paute a votação da MP 1078 para fevereiro, logo após o recesso parlamentar. A Medida Provisória precisa ser levada a plenário até 23 de março para não caducar. Um de seus pontos mais polêmicos é a emenda que garante subsídios para a geração a carvão até 2040. Mello, aliado de Jair Bolsonaro, foi um dos principais responsáveis por esse “jabuti”.

#Jair Bolsonaro #PL #Rodrigo Pacheco

Plano de cargos e salários

19/01/2022
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Líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) já traçou o futuro político dele e dos seus para 2022. A despeito das sondagens para assumir um Ministério a partir de abril, Barros vai disputar a reeleição à Câmara. Sua filha, Maria Victoria, por sua vez, tentará um novo mandato na Assembleia Legislativa do Paraná. E a esposa, Cida Borghetti? Bem, essa, depois da acachapante derrota para Ratinho Jr. em 2018, vai permanecer onde está: no Conselho de Itaipu. Ao menos enquanto Jair Bolsonaro for presidente.

#Jair Bolsonaro #Ricardo Barros

Agenda vital

18/01/2022
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Menos na condição de ministro do Trabalho e mais com o chapéu de candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Onyx Lorenzoni tem feito campanha junto ao presidente Jair Bolsonaro pela concessão de subsídios para o transporte urbano de passageiros. Na última terça-feira, por sinal, Lorenzoni teve uma longa conversa sobre o assunto com o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

Bolsonaro vs. mídia em novo round

17/01/2022
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A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) e a Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) estudam entrar na Justiça contra a nova lei da propaganda partidária. O presidente Jair Bolsonaro vetou a compensação fiscal para as empresas de mídia pela exibição obrigatória dos programas fora do período eleitoral. Convenhamos, era uma vendetta mais do que previsível.

#Abert #Abratel #Jair Bolsonaro

Bancada puro-sangue

17/01/2022
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No entorno de Jair Bolsonaro já se dá como certa a candidatura de Max Machado de Moura à Câmara. É mais uma peça na estratégia do presidente de montar uma bancada a sua imagem e semelhança. Ex-oficial do Bope, Moura é assessor especial de Bolsonaro e bastante leal ao presidente. Em maio do ano passado, declarou estar pronto para “ir à guerra com Bolsonaro”, em referência ao STF.

#Jair Bolsonaro #STF

O 7 de setembro de Bolsonaro

14/01/2022
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Assessores palacianos planejam fazer dos festejos do bicentenário da Independência, em setembro, uma efeméride, um híbrido de data cívica com campanha eleitoral. Todos os ex-presidentes vivos seriam convidados, à exceção de Lula e Dilma Rousseff, cuja exclusão seria atribuída a pendências judiciais ainda existentes relacionadas à prática de corrupção. Não deixaria de ser uma forma de reforçar que principalmente Lula ainda é suspeito de meliância.

É difícil prever se FHC, José Sarney, Fernando Collor e Michel Temer se disporiam a esse papel “cívico”. Mas a presença de todas as autoridades da República, incluindo ministros do STF e comandantes das Forças Armadas, seria um estímulo ao comparecimento. Em tempo: o secretário de Cultura, Mario Frias, almeja assumir a organização da cerimônia.

Dentro do Palácio do Planalto, o que se diz é que Frias ficaria encarregado dos eventos de adulação ao presidente Bolsonaro. A parte política seria de responsabilidade dos generais que cercam o presidente e de seu staff do Centrão, leia-se Ciro Nogueira, com a colaboração de Arthur Lira, presidente da Câmara. O Centrão deve comparecer em peso.

#Arthur Lira #Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro #Lula #STF

Debelando incêndio

14/01/2022
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O chanceler Carlos Alberto França articula um encontro com seu congênere argentino, Felipe Solá. Está longe de ser uma conversa de rotina, para cumprir tabela. A missão de França é contornar a mais recente canelada diplomática de Jair Bolsonaro no país vizinho: a recusa à ajuda humanitária da Argentina às vítimas das enchentes na Bahia.

#Carlos Alberto França #Jair Bolsonaro

Os usineiros agradecem

14/01/2022
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Artur Lira está usando de todo o seu prestígio junto a Jair Bolsonaro para convencê-lo a voltar atrás e assinar a MP que permite e venda direta de combustíveis aos postos. O alagoano Lira fala, sobretudo, pelos usineiros do Nordeste, que estariam entre os principais beneficiados com a medida.

#Artur Lira #Jair Bolsonaro

Lula ao Norte

13/01/2022
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Após retornar do México, no fim de janeiro, Lula fará uma visita a cidades da Região Norte. Vai começar por Manaus, onde deverá se encontrar com o senador Omar Aziz (PSD-AM), pré-candidato ao governo do estado e ferrenho opositor do presidente Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Lula #Manaus

Mais grana para a Telebras

12/01/2022
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O ministro das Comunicações, Fabio Faria, está usando de todo o seu prestígio junto ao presidente Jair Bolsonaro para ampliar o orçamento da Telebras neste ano. Faria trabalha para esticar a cifra de R$ 888 milhões para algo próximo a R$ 1 bilhão, o que representaria um aumento de 16% sobre a dotação de 2021. O reforço se destinaria, sobretudo, para custear o programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac) e o desenvolvimento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC). Esta última, como não poderia deixar de ser, conta com o forte apoio da ala militar do governo.

#Fabio Faria #Jair Bolsonaro #Telebras

O vírus e o “vírus”

11/01/2022
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O Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) planeja uma campanha para estimular a vacinação de crianças contra a Covid. Para além da saúde pública, a medida pode ser interpretada também como um manifesto político dos estados contra Jair Bolsonaro.

#Conass #Jair Bolsonaro

Bancada da cloroquina

11/01/2022
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O PL, de Jair Bolsonaro, flerta com a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, mais conhecida como “Capitã Cloroquina”. Trata-se de um nome sob medida para o projeto do partido de montar uma bancada bolsonarista puro- sangue no Congresso.

#Jair Bolsonaro #PL

Um por todos…

11/01/2022
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Governadores do Nordeste articulam um manifesto contra o presidente Jair Bolsonaro pela sua omissão diante das enchentes na Bahia. Se bem que o protesto maior deverá vir da própria população, em outubro.

#Jair Bolsonaro

Governo Bolsonaro vira as costas para o lítio boliviano

10/01/2022
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O governo Bolsonaro não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Segundo o RR apurou, até o momento o Palácio do Planalto tem ignorado recomendações do Itamaraty para que o Brasil abra conversações com a Bolívia para uma parceria voltada à extração de lítio naquele país. A postura contraria também interesses de empresas privadas do setor que atuam em território brasileiro, a exemplo da canadense Sigma Lithium e AMG, potenciais candidatas a montar operações integradas nos dois países.

O presidente da Bolívia, Luiz Arce, tem buscado apoio internacional para um grande projeto de extração do minério. Países como China, Estados Unidos, Rússia e Argentina já manifestaram a intenção de associar à empreitada – o presidente Joe Biden chegou a ligar diretamente a Arce para conversar sobre o assunto. Ou seja: trata-se de uma importante disputa geoeconômica nas franjas do território brasileiro. No entanto, o governo Bolsonaro finge que não é com ele.

Em parte, o desprezo pelo projeto pode ser debitado no viés ideológico que costuma conduzir a política externa brasileira na gestão Bolsonaro. Por esse prisma, aproximações com o governo de esquerda de Luiz Arce são quase um anátema, não obstante as sinergias com o projeto e os interesses estratégicos cruzados. O Brasil seria um candidato natural a uma parceria com a Bolívia. O subsolo brasileiro abriga 8% da reservas mundiais de lítio, matéria-prima altamente cobiçada, usada na fabricação, entre outros, de baterias de automóveis e telefones celulares.

#Bolívia #Jair Bolsonaro #Joe Biden #Palácio do Planalto

Ataque ao rival

10/01/2022
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O PL, de Jair Bolsonaro, tem feito seguidos movimentos na tentativa de cooptar o senador Marcos do Val. Mais do que ter o parlamentar do lado, o que Bolsonaro quer mesmo é desfalcar a “tropa” inimiga. Val é o responsável pela elaboração do programa de Sergio Moro para a área de segurança pública – conforme o RR antecipou na edição de 16 de novembro.

#Jair Bolsonaro #PL #Sérgio Moro

“Foro de São Paulo”

5/01/2022
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Autoridades diplomáticas do Peru abriram tratativas com o Itamaraty para uma visita do presidente Pedro Castillo ao Brasil. Em pauta, projetos na área de infraestrutura e segurança na fronteira entre os dois países. A questão é convencer Jair Bolsonaro a receber o “comunista” Castillo.

#Jair Bolsonaro #Pedro Castillo

Pontos perdidos

5/01/2022
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Há apenas três semanas no cargo, o secretário da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes, já recebeu de Jair Bolsonaro a primeira cruzinha na sua ficha. Bolsonaro ficou extremamente irritado com a incapacidade de Gomes de conter a paralisação dos auditores da Receita em protesto ao aumento salarial dos policiais.

#Jair Bolsonaro #Receita Federal

Darling de Jair Bolsonaro

4/01/2022
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No entorno de Jair Bolsonaro, o jornalista Alexandre Garcia está bem cotado para comandar a comunicação na campanha eleitoral. Quer dizer, a comunicação acima da superfície. A “deep web” e congêneres seguiria a cargo do especialista Carlos Bolsonaro.

#Carlos Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Diversidade

3/01/2022
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Jair Bolsonaro tenta convencer o coronel Tarcisio Freitas a ter outro militar como vice em sua chapa na disputa pelo governo de São Paulo. Freitas, no entanto, não concorda com a “sobreposição”. Quer um civil, de preferência uma mulher, ao seu lado.

#Jair Bolsonaro #Tarcísio Freitas

Uma candidatura levada pelas águas

3/01/2022
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No governo, ninguém está mais irritado com o descaso de Jair Bolsonaro pelas enchentes na Bahia do que o ministro da Cidadania, João Roma. O desprezo do presidente pela tragédia mina ainda mais as chances eleitorais de Roma na disputa pelo governo do estado, que já não eram altas, no duelo contra ACM Neto e Jaques Wagner.

#ACM Neto #Jair Bolsonaro #Jaques Wagner

Que venham 2022 e o “furos” nossos de cada dia

30/12/2021
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Ao longo de 2021, o RR foi a dose de reforço contra a desinformação. Ao todo foram 273 edições, com 3.986 notas e matérias. A newsletter levou seus assinantes para os bastidores do Poder, antecipando as notícias mais relevantes dos meios político e empresarial. A seguir, elencamos alguns dos principais acertos em 2021 – não caberiam todos aqui. No que talvez seja o grande fato macroeconômico do ano, o RR antecipou o desmoronamento do teto fiscal.

A publicação tratou do tema de forma mais aguda nas edições de 2 de setembro e de 20 de outubro. Nesta última, na matéria “Auxílio Brasil abre caminho para nova régua fiscal”, antecipamos uma guinada na política econômica, com a relativização do teto. Em 16 de novembro, o RR revelou também os estudos da equipe econômica para liberar um espaço de até R$ 150 bilhões nos gastos orçamentários – R$ 90 bilhões exatamente com a mudança na regra do teto, com a PEC dos Precatórios e a acomodação do Auxílio Brasil. Apenas três dias depois, o relatório final do Orçamento de 2022 era apresentado, com uma folga fiscal da ordem de R$ 113 bilhões.

O Auxílio Brasil, por sinal, é peça fundamental de toda essa reengenharia fiscal. Em 3 de março, o RR divulgou, com exclusividade, as discussões no Palácio do Planalto e no Ministério da Economia para que o benefício fosse estendido até o fim de 2021 ou transformado em benefício permanente, com valor entre R$ 250 e R$ 300. Dito e feito! O programa de transferência de renda perdurou até o final do ano e serviu de proxy para o Auxílio Brasil, com o pagamento fixo de R$ 400.

O assinante do RR soube também com exclusividade dos estudos de Paulo Guedes e cia. para a criação de uma espécie de fundo patrimonial, composto por imóveis da União, ações e dividendos de estatais, entre outros ativos. O RR tratou do assunto nas edições de 19 de agosto e 25 de outubro. No início de dezembro, Guedes falaria publicamente da medida, anunciando, inclusive, a intenção do governo de criar um Ministério do Patrimônio. Em 27 de julho, mais uma informação de primeira: a newsletter divulgou que o Ministério da Economia havia retomado os estudos para a fusão do IBGE e do IPEA. O “IBGEPea” tardou, mas não falhou: em dezembro, Paulo Guedes anunciava os planos de criação de uma Supersecretaria, juntando os dois institutos.

O fim do “golpe”

O RR acompanhou de perto – para não dizer de dentro – as tensões e distensões no relacionamento entre o presidente Jair Bolsonaro e as Forças Armadas. Em 6 de abril, poucos dias após a inédita saída conjunta dos três Comandantes das Forças Armadas, maquiada sob a forma de demissão, a newsletter já relatava articulações nos bastidores para o desmantelamento do “blefe do golpe” – leia-se a fantasia de uma ruptura institucional, com o apoio do Exército, alimentada por Bolsonaro. Ao longo do tempo, o esfriamento das relações entre os militares e o presidente se confirmaria.

À mercê dos hackers

O RR foi pioneiro em descortinar a fragilidade da defesa cibernética do Estado brasileiro, agravada pela concentração de dados pessoais nas mãos do governo. Em 12 de fevereiro, a publicação revelou a preocupação do GSI e da Secretária de Assuntos Estratégicos com possíveis ataques a sistemas de órgãos públicos. Em 8 de outubro, o RR divulgou, com exclusividade, que o TCU faria uma auditoria na estrutura de TI do Ministério da Saúde após detectar 24 “riscos significativos” de invasão da plataforma da Pasta. Estava escrito: no dia 10 de dezembro, cibercriminosos invadiram os sistemas da Saúde, tirando o Conect SUS do ar.

Pária nos direitos humanos

Além da catástrofe da Covid-19, com seus mais de 600 mil mortos, o presidente Bolsonaro também colocou o país na contramão das grandes nações e entidades multilaterais na agenda dos direitos humanos. Em 21 de setembro, a newsletter revelou que o Conselho de Direitos Humanos da ONU estava preparando um relatório com duras críticas às políticas do governo brasileiro para as populações indígenas. Assim foi: o documento viria à tona uma semana depois. Outras flechadas se seguiram. Em 27 de outubro, a publicação informou que a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira estava preparando um manifesto contra o presidente Bolsonaro a ser apresentado na COP 26. Somente dois dias depois, a notícia seria divulgada por outros veículos.

Roleta de cargos

A capacidade do RR de antever os movimentos do Poder permitiu também aos assinantes saber, com exclusividade, de mudanças em cargos importantes do governo. Em 27 de janeiro, a newsletter já tratava das articulações feitas pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, para defenestrar o presidente do Banco do Nordeste, Romildo Rolim. Custou até que Costa Neto conseguisse seu intento, mas Rolim acabaria afastado do cargo em setembro. Em 5 de fevereiro, o RR noticiou que Jair Bolsonaro estava prestes a dar um “cartão vermelho” ao presidente do Banco Brasil, André Brandão. O executivo deixaria o posto em meados de março. Na edição de 15 de setembro, o assinante da newsletter soube, em primeira mão, que o destino de Leonardo Rolim, então presidente do INSS, estava selado: ele seria demitido pelo ministro Onyx Lorenzoni. Bingo! A exoneração foi oficializada em 5 de novembro. Em 19 de outubro, o RR informou que mais dois auxiliares de Paulo Guedes estavam prestes a deixar seus cargos, apesar do apelo do ministro para que permanecessem. O fato se consumaria de forma ainda pior: dois dias depois, não apenas dois, mas quatro assessores diretos de Guedes deixaram o governo.

Por dentro das empresas

Como de hábito, o RR destacou-se também por antecipar algumas das principais informações do universo corporativo de 2021. Em 19 de janeiro, a newsletter cravou que o IPO da Caixa Seguridade seria realizado em abril, o que se confirmou três meses depois. Em 10 de fevereiro, a newsletter revelou o interesse da cearense Pague Menos em comprar a rede de drogarias Extrafarma, até então pertencente ao Grupo Ultra.

O negócio se consumaria em 18 de maio. Em 25 de março, o assinante do RR soube que a Equatorial Energia entraria na disputa pela Companhia Energética do Amapá. Não só entrou como arrematou a empresa. Em 14 de maio, a publicação revelou não apenas o interesse da CSN em comprar as operações da LafargeHolcim no Brasil, mas também as tratativas entre Votorantim e InterCement, leia-se o Grupo Mover (antiga Camargo Corrêa) para adquirir os ativos de forma fatiada. Em 30 de junho, outros veículos confirmariam as gestões entre Votorantim e Mover.

No fim das contas, a CSN sairia vencedora na disputa pelos negócios da LafargeHolcim. Em 13 de agosto, o RR publicou, de forma exclusiva, as negociações para a venda da fabricante de fertilizantes Heringer à russa Eurochem. Não deu outra: a operação seria fechada pouco antes do Natal. Em 8 de setembro, a newsletter antecipou que dificilmente o IPO da Unigel seria realizado em razão das condições financeiras da empresa.

Dois meses depois, a abertura de capital foi suspensa. Ao apagar das luzes de 2021, mais um furo. Em 22 de dezembro, o RR informou que a Petrobras estava prestes a fechar a venda de mais um ativo ainda neste ano. No dia seguinte, a estatal anunciou a alienação de um pacote de participações no Polo Carmópolis, em Sergipe, por US$ 1,1 bilhão. Por razões óbvias, 2022 promete ser um ano de fortes emoções. Mas, com o RR, não há polarizações. O único lado da newsletter é o compromisso de levar a seus assinantes informações e análises exclusivas. A todos, um Feliz Ano Novo!

#Auxílio Brasil #Equatorial Energia #Extrafarma #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Onyx Lorenzoni #Paulo Guedes #TCU #Votorantim

O nome de André Mendonça para o STJ

29/12/2021
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Candidato a uma vaga no STJ, o presidente do TRF-2, Messoud Azulay Neto, conta com um cabo eleitoral de prestígio. O novo ministro do STF André Mendonça tem feito campanha junto ao presidente Jair Bolsonaro pela indicação de Azulay. Os dois são bastante próximos. O apoio do “terrivelmente evangélico” Mendonça pode fazer diferença na acirrada disputa: são 16 postulantes à cadeira. O próprio STJ encaminhará duas listas tríplices a Bolsonaro no fim de fevereiro.

#André Mendonça #Jair Bolsonaro #STF

Dinheiro para o algodão

27/12/2021
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Pode ter sido só para encerrar a choradeira. Mas Jair Bolsonaro comprometeu-se com parlamentares baianos a liberar recursos, via Banco do Brasil ou Banco do Nordeste, a produtores de algodão do estado. As fortes chuvas no centro-sul da Bahia das últimas semanas impuseram perdas consideráveis aos produtores locais. As inundações coincidiram com a fase de plantio.

#Banco do Brasil #Banco do Nordeste #Jair Bolsonaro

O passado te condena?

27/12/2021
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A candidatura de Sergio Moro anda tirando o sono de Jair Bolsonaro. O presidente determinou que o GSI passe um pente fino em antigas mensagens e e-mails trocados entre seus ministros e o então titular da Pasta da Justiça. Será que há motivo para tanta paranoia?

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Acervo RR

Duas caras

27/12/2021
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Em conversas com assessores mais próximos, Jair Bolsonaro não esconde a irritação com Romeu Zema, com direito a muitos impropérios – ao melhor estilo Bolsonaro. O motivo é o “jogo duplo” do governador mineiro, que pisca um olho para o presidente ao mesmo tempo em que estende a mão para Sergio Moro.

#Jair Bolsonaro #Romeu Zema #Sérgio Moro

Siga o mestre

23/12/2021
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Mario Frias deverá se filiar ao PL no início de janeiro. O secretário de Cultura, um dos maiores aduladores de Jair Bolsonaro no governo, pretende disputar uma vaga na Câmara em 2022.

#Jair Bolsonaro #Mario Frias #PL

O abençoado Crivella

22/12/2021
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Jair Bolsonaro cogitar dar uma Pasta a Marcelo Crivella na reforma ministerial programada de março. Uma das Pastas aventadas é a da Cidadania, onde está pendurado o Auxílio Brasil. Seria um valioso prêmio de consolação após a frustrada tentativa de aninhar Crivella na Embaixada do Brasil na África do Sul. No fundo, o que Crivella quer mesmo é uma boa imunidade. O ex-prefeito responde a processos por corrupção – no fim do ano passado, chegou a ser preso.

#Jair Bolsonaro #Marcelo Crivella

Jantar entre Lula e Alckmin foi só um aperitivo

21/12/2021
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Má notícia para as esquerdas. O primeiro governo, digamos assim, do novo governo Lula, será de centro, mais para centro-direita, em alguns pontos até de direita. A provável indicação de Geraldo Alckmin para compor a chapa que disputará as eleições de 2022 é só uma pitada da inflexão de Lula. O ex-presidente, caso seja eleito – o que deverá ocorrer se as pesquisas não estiverem todas erradas -, terá de fazer as reformas estruturais administrativa, tributária e federativa, além de prosseguir criando os marcos regulatórios.

Mas não é a política econômica de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes? Mais ou menos. Podem ser retiradas do pacote algumas privatizações mais sensíveis e a abertura econômica. O resto cabe todo. O diagnóstico de Guedes sempre esteve certo, como disse inúmeras vezes o RR. As medidas é que sempre carregaram excessos ou equívocos de formulação. Lula será o seu próprio ministro da Economia, ou seja, dosará os excessos e ditará a dosimetria correta na orientação da política econômica. Tudo o que Bolsonaro não foi. A inclinação para a direita tem outro objetivo.

O petista quer pacificar o país. Se as eleições fossem hoje, o presidente deixaria entre 20% e 25% do seu eleitorado órfão. E furioso. É nesse público que Lula mira, além do sempre presente mercado. É preciso acalmar a tropa bolsonarista, que, como todos sabem, é extremista e capaz de desatinos. As medidas de “direita” serão tomadas logo na primeira hora. Sendo eleito, Lula aproveitará a circunstância positiva para passar as reformas, as suas reformas. Pode ser que dê uma refitada, inclusive, na reforma da Previdência, que foi meio carcomida pelos gastos com a pandemia. O ex-presidente acredita que consegue conciliar essas medidas com as políticas sociais prometidas. Portanto, o saco de Papai Noel que Lula pretende trazer ano que vem não será pintado de vermelho. Nele caberão presentes para todos os gostos, em alguns casos principalmente os da direita.

#Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro #Lula #Paulo Guedes

O voto de Tarcisio Freitas

21/12/2021
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O atual secretário executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio Filho, é o nome preferido do próprio Tarcísio Freitas para substitui-lo em 2022, quando deixará o cargo para concorrer ao governo de São Paulo. O problema é Jair Bolsonaro resistir ao apetite voraz do Centrão pela cadeira de Freitas.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Infraestrutura #Tarcísio Freitas

Do outro lado da trincheira

21/12/2021
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O nome do marqueteiro Vladimir Porfírio circula no comitê de campanha de Sergio Moro. Seria um reforço para a equipe comandada pelo publicitário Fernando Vieira. Ressalte-se que Porfírio acabou de sair das “fileiras” inimigas. Depois de 28 anos, deixou o PL, novo partido de Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #PL #Sérgio Moro

Coalizão anti-Meirelles

21/12/2021
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Wilder Morais costura o duplo apoio do presidente Jair Bolsonaro e do governador Ronaldo Caiado a sua candidatura ao Senado por Goiás. Ganha, assim, munição para enfrentar Henrique Meirelles, que já anunciou que vai disputar a eleição ao Senado.

#Henrique Meirelles #Jair Bolsonaro #Ronaldo Caiado #Wilder Morais

Um candidato ao STJ em desabrida campanha

20/12/2021
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O nome de Marcelo Buhatem circula no Palácio do Planalto como um potencial candidato a uma vaga no STJ. Presidente da Associação Nacional de Desembargadores, Buhatem tem feito sucessivos movimentos de aproximação de Jair Bolsonaro. Em abril, condecorou o presidente com uma medalha; um mês depois, publicou um artigo com críticas à CPI da Covid. Ao que parece, a estratégia de apologia ao presidente está dando certo: em novembro, Buhatem participou de um evento em Dubai ao lado de Bolsonaro.

#CPI da Covid #Jair Bolsonaro #Marcelo Buhatem

Vem cá, Luiza…

20/12/2021
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Luiza Trajano vai acabar compondo alguma chapa para disputar as eleições de 2022. A sigla partidária pode ser qualquer uma que empresária queira, desde que não tenha a companhia de Jair Bolsonaro. Luiza é desejada para a vice- presidência em um espectro de candidatos que vai de “A” a “Z”. Agora é só uma questão de escolha. E disposição.

#Jair Bolsonaro #Luiza Trajano

Marcação cerrada

17/12/2021
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Aliados de Romário têm feito articulações para barrar a candidatura do prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, ao Senado. Se Reis sair candidato, com apoio de Jair Bolsonaro e do governador Claudio Castro, as chances de reeleição do Baixinho descem pelo  menos um degrau.

#Claudio Castro #Jair Bolsonaro #Romário

Chumbo cruzado que dói

16/12/2021
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João Doria e Jair Bolsonaro não querem colocar azeitona um na empada do outro. Doria não enviará convites a ministros para inaugurações e outras solenidades em São Paulo. E Bolsonaro, por sua vez, quer proibir mesmo a presença de membros do governo federal em eventos na “jurisdição” do adversário à Presidência da República.

#Jair Bolsonaro #João Doria

Jair Bolsonaro aponta sua metralhadora na direção do Coaf

15/12/2021
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Segundo informações filtradas do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro quer a cabeça do presidente do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras), Ricardo Liáo. A exemplo das intervenções de Bolsonaro na Polícia Federal, o que está por trás é o protecionismo a sua prole. A degola de Liáo seria uma resposta ao vazamento de informações financeiras do senador Flavio Bolsonaro, atribuído por aliados do presidente a servidores da Coaf. Formalmente, o órgão já produziu seis Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) com dados de movimentações do “01”. O mais recente foi encaminhado em agosto ao MP-RJ. Procurados, a Presidência da República e o Coaf não se manifestaram. Assessores mais próximos de Jair Bolsonaro tentam esfriar as brasas e demovê-lo da ideia de defenestrar Ricardo Liáo do comando do Coaf, hoje pendurado no Banco Central. Ainda que indiretamente, a medida poderia ser interpretada como uma afronta ao STF, em especial a Alexandre de Moraes. O ministro do Supremo já anunciou que vai analisar uma possível tentativa de interferência de Bolsonaro no Coaf. Talvez tenha chegado a hora do Conselho, assim como o BC, tornar-se independente e imune a ingerências políticas.

#Coaf #Jair Bolsonaro #Polícia Federal

“Estado laico”

14/12/2021
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Os principais líderes evangélicos do país disputam entre si para vincular sua imagem à indicação de André Mendonça ao STF. Após comparecer à Assembleia de Deus, de Silas Malafaia, Mendonça tem convite do missionário RR Soares, aliado de Jair Bolsonaro, para participar de um culto na Igreja Internacional da Graça de Deus.

#André Mendonça #Jair Bolsonaro #Silas Malafaia

Zona de conforto

13/12/2021
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Sergio Moro vai propor em seu programa de governo a cisão do Ministério da Justiça, que um dia já foi seu. A ideia de Moro é criar uma Pasta de Combate ao crime organizado. Em tempo: a proposta serviria de mote para o ex-ministro da Justiça dizer que não conseguiu avançar nessa seara por causa do presidente Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Justiça #Sérgio Moro

Fogo amigo

13/12/2021
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O ministro da Comunicação, Fabio Faria, está sentindo um cheio de pólvora no ar. Os rumores sobre sua possível indicação a vice na chapa de Jair Bolsonaro seriam uma forma de queimar sua candidatura ao governo do Rio Grande do Norte. Seu principal concorrente é o atual ministro Rogério Marinho.

#Fabio Faria #Jair Bolsonaro #Rogério Marinho

Urubu no Senado?

9/12/2021
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Jair Bolsonaro teria um nome guardado no bolso do colete para disputar a eleição ao Senado no Rio de Janeiro em 2022: o do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim. No ano passado, Landim chegou a ser sondado para ocupar um cargo no Ministério de Minas e Energia.

#Flamengo #Jair Bolsonaro #Ministério de Minas e Energia #Rodolfo Landim

Cadeira cativa

8/12/2021
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Como quem ergue um troféu, o senador Marcio Bittar tem dito nos corredores do Congresso que Jair Bolsonaro garantiu apoio à candidatura de sua ex-mulher, Mônica Bittar, ao Senado em 2022. O curioso é que o PL, novo partido de Bolsonaro, tem outros planos no Acre. Está comprometido com a senadora Mailza Gomes (PP), candidata à reeleição.

#Jair Bolsonaro #Marcio Bittar #PL

“Orçamento paralelo”

8/12/2021
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O senador Fernando Collor recebeu de Jair Bolsonaro as chaves da Codevasf. É hoje a voz mais influente na liberação de recursos da estatal, responsável, entre outros projetos, pelas obras de transposição do São Francisco.

#Codevasf #Fernando Collor #Jair Bolsonaro

Tour pela Ásia

7/12/2021
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O presidente Jair Bolsonaro deverá fazer uma viagem à Ásia no início de 2022. O périplo contemplará a assinatura de acordos comerciais com Vietnã, Indonésia e Cingapura. Para desespero da já combalida indústria têxtil nacional, o Brasil deverá reduzir as alíquotas de importação de peças de vestuário desses países.

#Ásia #Jair Bolsonaro

Leite derramado

7/12/2021
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Nos bastidores, o governador Eduardo Leite estaria atribuindo a decisão do Exército de instalar sua nova Escola de Sargentos em Recife, preterindo a cidade de Santa Maria (RS), a uma interferência política do presidente Jair Bolsonaro. Choro de “perdedor”. A Força estudou meticulosamente por quase dois anos os prós e contras de cada cidade candidata a receber o projeto de R$ 1 bilhão – Ponta Grossa (PR) também estava no páreo.

#Eduardo Leite #Exército #Jair Bolsonaro

Ministro Paulo Guedes reinventa a roda fiscal

6/12/2021
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Pode ser que o RR esteja enxergando além da realidade, mas o teto de gastos não será mais um problema em 2022. Igualmente não serão problema os gastos sociais do próximo ano. Estava bem à frente do nariz a criação de um fundo composto por patrimônio do governo – o ministro da Economia, inclusive, vai instituir uma Pasta com o mesmo nome. O fundo será formado, entre outros ativos, por ações e dividendos de estatais e imóveis da União – e discute-se até a inclusão de terras.

O governo não considerou necessário inserir a securitização da dívida ativa na PEC dos Precatórios porque este instrumento poderia atrasar a aprovação da proposta. Mas a dívida ativa da União, ressalte-se, será um dos componentes do futuro fundo. O novo instrumento funcionará em paralelo ao orçamento da União. Será um mecanismo para distribuição de recursos aos mais pobres. Com securitizações e o carreamento dos recursos de vendas das estatais, vinculados à redução da miséria e outras medidas compensatórias circunstancialmente necessárias, o governo poderá dizer que também está cumprindo seu compromisso com a privatização, uma meia-verdade já que o fundo ficará sob a alçada do novo Ministério.

Essa Pasta será justamente a responsável por levantar os ativos que poderão ser incluídos no fundo patrimonial da União. O governo ainda estuda como vai chamar o fundo. As ideias recaem sobre “Fundo de Distribuição da Riqueza” ou “Fundo de Erradicação da Pobreza”. De toda a forma, o segredo é acabar com o discurso fura-teto e contraditar a afirmação de que os gastos de 2022 serão eleitoreiros. O fundo será permanente, assim como o compromisso com as despesas sociais, ainda que algumas delas sejam temporárias, tais como o auxílio a caminhoneiros e eventualmente o subsídio aos passageiros do transporte urbano. “Eureka!”, poderia dizer Paulo Guedes. O fundo é um achado que estava previsto desde o início de campanha. Só não aconteceu antes porque a pandemia não permitiu.

Portanto, os quase R$ 50 bilhões necessários para atender ao desejo de Bolsonaro de novos gastos sociais, que não caberiam no orçamento, não serão problema. Esse dinheiro virá do novo fundo, que permitirá um pacote de bondades ainda maior. Ou seja: a PEC dos Precatórios passou, já foi precificada e fez o mal nas expectativas fiscais que teria de ser feito. É página virada. Mais à frente, o ministro Paulo Guedes poderá dizer que será fiel ao teto até que a morte os separe. Parece que ninguém estava enxergando essas medidas. Talvez só o RR – vide, mais recentemente, as edições de 19 de agosto e 25 de outubro deste ano ou, mais para trás, as edições de 26 de agosto, 17 de setembro e 1 de outubro de 2020. O ano de 2022 vai ser de “práticas do bem”, que, sem dúvida, ajudarão Bolsonaro e não poderão ser atribuídas à lassidão fiscal nem a ações eleitoreiras, pois permanecerão para o próximo governo, seja lá quem for. O pobre ganhará e a organização dos gastos públicos, por sua vez, será melhor. São os grandes vencedores. Se a ideia fosse do PT, a esquerda toda estaria soltando fogos.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Paulo Guedes #PT

Encontro marcado

6/12/2021
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Segundo fonte do Itamaraty, Jair Bolsonaro e o presidente da Argentina, Alberto Fernández, terão um encontro reservado, em  Brasília, na terceira semana de dezembro, durante a reunião de cúpula do Mercosul. Uma das pautas será a construção de um gasoduto para ligar as jazidas de gás de Vaca Muerta ao Rio Grande do Sul.

#Argentina #Jair Bolsonaro #Mercosul

“Orçamento paralelo”

6/12/2021
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Vai ser difícil Tarcísio Freitas segurar a pressão. A bancada ruralista cobra de Jair Bolsonaro que o DNIT gaste o que tem e o que não tem para realizar obras de pavimentação da BR-262. Com a seca do Rio Paraguai, a pior em 51 anos, a rodovia tornou-se ainda mais fundamental para o escoamento de grãos do Centro-Oeste exportados para outros países do Mercosul.

#Jair Bolsonaro #Tarcísio Freitas

Dividendos II

3/12/2021
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O deputado federal Altineu Cortes, presidente do PL no Rio, celebrou como poucos a entrada de Jair Bolsonaro no partido. Cortes está faminto por cargos na Aneel e na ANP. Nesta última, trabalha pela indicação de Simone Araújo para uma das diretorias.

#Aneel #ANP #Jair Bolsonaro #PL

Brasil caminha para ser uma ilha na certificação florestal

2/12/2021
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Uma das primeiras respostas do Brasil à COP26 vem ao melhor estilo de Jair Bolsonaro, na contramão do mundo. O Inmetro pretende abdicar do status de representante brasileiro do Programme for the Endorsement of Forest Certification (PEFC). Trata-se do maior programa de certificação de ativos florestais do mundo, adotado em quase toda a Europa.

O Instituto passará a usar o Programa Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor), um selo made in Brazil, por ora não referendado por nenhuma grande potência internacional. Entre os exportadores de madeira, existe uma preocupação de que, sem o selo PEFC, o produto brasileiro tenha dificuldade de inserção nos principais mercados globais. Pária na saúde, no meio ambiente, nos direitos humanos, o Brasil corre o risco de se tornar também um excluído no setor madeireiro.

Ressalte-se que o país tem hoje uma posição de destaque nesse mercado. Em uma década, as exportações de madeira saltaram de apenas dez mil toneladas para mais de um milhão de toneladas/ano. Entre os principais compradores figuram Estados Unidos, França, China e Holanda. Consultado pelo RR, o Instituto informou que “aguarda o posicionamento do Ministério do Meio Ambiente, a quem consultou prioritariamente, sobre a substituição como representante brasileiro no PEFC. Somente depois da análise e avaliação do Ministério sobre os impactos dessa medida, o Inmetro tomará as providências necessárias sobre o assunto.” E o que pensa o Ministério do Meio Ambiente sobre o assunto? Por ora, silêncio: procurada pela RR, a Pasta não se pronunciou.

#COP26 #Jair Bolsonaro #Ministério do Meio Ambiente

Divisas futebolísticas

2/12/2021
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Ao menos até o momento, o resultado mais prático da recente visita de Jair Bolsonaro ao Oriente Médio: a CBF está organizando um amistoso entre a seleção brasileira e a seleção do Catar, sede da Copa de 2022.

#CBF #Jair Bolsonaro

Procura-se um denominador comum para Itaipu

1/12/2021
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Segundo o RR apurou, Jair Bolsonaro e o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, terão um novo encontro no dia 13 de dezembro. Ambos deverão assinar o acordo que estabelece a tarifa básica de Itaipu para 2022. Até lá, a diplomacia dos dois países terá de aparar arestas. O governo brasileiro quer a manutenção do valor atual – US$ 22,60 por quilowatt. Os paraguaios, no entanto, defendem uma pequena redução. Trata-se de um aquecimento para uma negociação ainda mais dura e fulcral: a revisão do Anexo C do próprio tratado bilateral de Itaipu. O acordo, que vence em 2023, tem como um dos pontos mais sensíveis a quantidade de energia da usina destinada a cada país.

#Jair Bolsonaro #Tratado de Itaipu

“Netflix da fé”

1/12/2021
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O pastor Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus e próximo a Jair Bolsonaro, pretende enveredar por um novo ramo de negócio. A criação de uma plataforma de streaming focada em conteúdos evangélicos. Passaria a concorrer com a Univer, o serviço on demand da Igreja Universal, de seu desafeto Edir Macedo.

#Edir Macedo #Jair Bolsonaro

Pé na porta

1/12/2021
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Entre as imposições feitas para finalmente se filiar ao PL, Jair Bolsonaro exigiu que o partido apoie a candidatura do atual ministro da Cidadania, João Roma, ao governo da Bahia. Isso significará implodir o acordo já firmado pelo PL com o União Brasil para integrar a aliança em torno do nome de ACM Neto.

#ACM Neto #Jair Bolsonaro #PL

Os generais de Moro

30/11/2021
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O general Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, está tentando atrair o colega de farda e de patente Otavio do Rego Barros para a campanha de Sergio Moro. A exemplo de Santos Cruz, Rego Barros, ex-porta-voz de Jair Bolsonaro, foi mais um general que deixou o governo descontente com o presidente. Ressalte-se que o grupo de militares em torno do presidenciável Sergio Moro já conta com outros nomes, como os generais Paulo Chagas e Maynard Santa Rosa.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Rota de fuga

30/11/2021
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No entorno de Ciro Gomes, o que se diz é que o deputado Junior Mano será o primeiro a deixar o PL caso Jair Bolsonaro se file ao  partido. Próximo dos irmãos Gomes, Mano já teria a sua frente uma ficha de filiação ao PDT.

#Ciro Gomes #Jair Bolsonaro #PDT

Aliado imaginário

26/11/2021
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O ministro do Turismo, o sanfoneiro Gilson Machado, tem dito a torto e a direito que conta com o apoio Jair Bolsonaro para disputar o governo de Pernambuco em 2022. Só que os assessores políticos mais próximos de Bolsonaro jamais ouviram tal promessa do próprio presidente.

#Gilson Machado #Jair Bolsonaro

Crivella, pelo jeito, é persona non grata

24/11/2021
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Segundo o RR apurou, na semana passada o Palácio do Planalto “bypassou” novamente o Itamaraty e fez mais um contato direto com autoridades diplomáticas da África do Sul na tentativa de acelerar a nomeação de Marcelo Crivella para a Embaixada do Brasil em Pretoria. Nada feito. Até agora, nem sinal do imprimatur. Pelo jeito, o cartaz de Jair Bolsonaro no país africano anda baixo. No fim de  outubro, o próprio Bolsonaro chegou a telefonar para o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, pedindo para que ele intercedesse a favor do ex-prefeito do Rio.

#África do Sul #Jair Bolsonaro #Marcelo Crivella

A caminho do Palácio

23/11/2021
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O general Floriano Peixoto, presidente dos Correios, está cotado para assumir um cargo no Palácio do Planalto. Com ou sem privatização da empresa. Peixoto, que já ocupou a Secretaria Geral da Presidência, é homem de confiança de Jair Bolsonaro. E o presidente acha que o general cumpriu, com louvor, sua missão nos Correios, deixando a estatal prontinha para a venda.

#Correios #Jair Bolsonaro

Mensalão II?

22/11/2021
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O clã Bolsonaro acionou o GSI para monitorar atentamente o detento Roberto Jefferson, principalmente após sua carta aberta em que atacou Jair e Flavio Bolsonaro pelo “vício nas facilidades do dinheiro público”. Na última vez em que Jefferson começou a disparar flechadas como essa contra um presidente da República, o “mensalão” estourou.

#Flavio Bolsonaro #GSI #Jair Bolsonaro #Roberto Jefferson

A turma de Bolsonaro

19/11/2021
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Enquanto Lula flutua entre chefes de Estado da Europa, Jair Bolsonaro joga com o que tem. Convidou o sem cargo Matteo Salviani, líder da extrema direita italiana, para visitar o Brasil no início do ano. A interlocução é conduzida por Eduardo Bolsonaro, o “chanceler” de Bolsonaro.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Lula

Efeito colateral

17/11/2021
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Nas contas do governo, não há aumento real do salário-mínimo projetado até 2024. Ou seja: mesmo que Jair Bolsonaro vença as eleições, o poder de compra do trabalhador mais pobre será corroído. Por uma outra via, é a contrapartida do Auxílio Brasil.

#Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro

Governo patrocina uma “pandemia fiscal” em 2022

16/11/2021
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O governo não quer revelar essa conta, mas os seus arranjos e desarranjos fiscais buscam um espaço para gastos orçamentários e extraorçamentários da ordem de R$ 150 bilhões em 2022, segundo uma fonte do RR. É dinheiro que não acaba mais e um reforço enorme para o interesse declarado do presidente Jair Bolsonaro de se candidatar à reeleição. Uma parcela de R$ 90 bilhões surgirá com a sabida mágica da mudança na regra do teto, onde serão acomodados os passivos transitados em julgado e o Auxílio Brasil.

O espaço fiscal será preenchido também com algumas estranhezas, tais como o auxílio aos caminhoneiros e as emendas do “orçamento secreto”, esta última sob a fuzilaria do STF. Mas há a PEC do Imposto de Renda – que ainda repousa no Congresso – e o pedido para que os parlamentares relancem a CPMF. A nova contribuição, que desagrada o presidente Bolsonaro, mas tem o aval de Paulo Guedes, traria R$ 60 bilhões de novos recursos e seria a fonte financiadora da desoneração da folha de salários, que está prestes a ser aprovada sem que ninguém saiba de onde sairão as verbas pagadoras. Inicialmente os congressistas são contrários à CPMF, mas como tudo reverte para os seus interesses, leia-se o Centrão, a exemplo do “orçamento secreto” e aumento do fundo partidário, não há nada mais plástico do que a convicção dos políticos.

Quanto à defesa da velha contribuição por Paulo Guedes, trata-se de uma trucagem. O ministro diz que somente seria uma troca: o tributo entra pela porta da CPMF e sai pela da desoneração. Há também a tentativa de aprovar, no apagar das luzes de 2022, a reforma administrativa, que contribuiria para o fechamento da conta de gastos no nível esperado pelo Palácio do Planalto, e, é claro, pela equipe econômica, noves fora o mérito da iniciativa em si mesmo. O governo tem ainda no seu arsenal o Imposto do Pecado (açúcar, álcool e tabaco). E não custa rememorar que uma mordidinha já foi dada com o Imposto sobre Operações Financeira (IOF) e o aumento temporário da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido dos Bancos (CSLL). Ambos podem ser relançados no próximo ano. Sim, vai ter mais tributo, gasto e farra. Ah, e um aumento de juros indigesto e provavelmente muito maior do que o necessário para dar conta da carestia. Não há nada de neoliberal nessa geringonça fiscal.

#Auxílio Brasil #CPMF #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Tudo como dantes no quartel de Bolsonaro

16/11/2021
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O pingue-pongue das decisões na área econômica chega agora ao setor de mineração. No regime militar o Departamento da Produção Mineral (DNPM) e a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM) eram tratados como órgãos estratégicos. Eram eles os responsáveis pela aprovação de pesquisa, lavra e licenciamento. O monopólio foi desfeito, e a iniciativa, transferida para estados e municípios. Agora, a proposta de reforma do Código de Mineração desfaz a mudança e traz novamente para o Executivo a prerrogativa de tomar conta do setor. Remete o poder decisório à Agência Nacional de Mineração. Esta instituição “independente” é basicamente uma fusão informal do DNPM e da CPRM, ao menos no que diz respeito às suas principais funções. A proposta tem a bênção do governo. Cada vez mais a gestão Bolsonaro, seus generais e o Centrão se inspiram no regime militar.

#Agência Nacional de Mineração #Jair Bolsonaro

O “ministro da segurança” de Sergio Moro

16/11/2021
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Relator do pacote anticrime apresentado pelo então ministro Sergio Moro, o senador Marcos do Val teria sido convidado pelo ex-juiz para elaborar seu programa de governo na área de segurança pública. Desfalque à vista na base aliada de Jair Bolsonaro: até outro dia, o senador era bolsonarista de carteirinha.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

A velha história da mulher de Cesar

12/11/2021
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Existem certas condições para evitar uma relação de promiscuidade entre o setor público e a iniciativa privada que deveriam ser repensadas para o bem da ética. Seria o mínimo. Mesmo o período de quarentena imposto a influentes assessores do Ministério da Economia e do Banco Central parece ser insuficiente. O caso do ex-secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, detentor de todas as informações fiscais do governo, é um exemplo didático. Em um momento em que o BC, em suas diversas atas, diz que a formação da taxa de juros dependerá da equação fiscal, o passe de Mansueto foi às alturas. O BTG entendeu isso desde a primeira hora. O economista chegou a ser sondado para ser o “Posto Ipiranga II”. Um convite sem autorização do presidente Jair Bolsonaro, segundo o Posto Ipiranga titular, Paulo Guedes. Em tempo: André Esteves, que virou “secretário do Tesouro”, por alguns minutos, devido a um ato falho de Guedes, está satisfeitíssimo com Mansueto. Poderia ser de outra forma?

#Banco Central #BTG #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Regra de três

12/11/2021
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Não é preciso que se faça nenhuma eleição. O presidente da Natura, Pedro Passos, já ganhou o título de principal articulador entre os empresários contra a eleição de Jair Bolsonaro ou Lula.

#Jair Bolsonaro #Lula #Natura

A falta que o general Geisel faz à Petrobras

12/11/2021
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Se o tempo desse uma meia cambalhota para trás e voltasse, metade da laranja, para os idos de 1969, quando o general Ernesto Geisel era presidente da Petrobras, permanecendo a outra metade da laranja nos dias de hoje, com a barbárie de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, teríamos, como diz o cantor Lobão, “sangue e porrada, na madrugada”. O “Alemão” considerava a Petrobras mais do que uma petrolífera; para ele, era um símbolo do Brasil. O escárnio que está sendo feito com a companhia não ia sair barato. Geisel achava que Bolsonaro “era um mau militar, que vivia pedindo golpe. Um caso completamente fora do normal”.

As declarações estão contidas em um longo depoimento dado ao CPDOC, da Fundação Getúlio Vargas, em 1993. Quanto a Paulo Guedes, não consta que o velho general tenha lhe dado qualquer atenção. Talvez um pouquinho, quando Guedes faltou, sem avisar aos organizadores, a um evento no Centro de Estudos Antônio Carlos Magalhaes, em Salvador – criado para suprir o interregno entre as participações de ACM no Congresso e no governo da Bahia. O atual ministro da Economia seria um dos palestrantes. Mário Henrique Simonsen estava presente como um dos conferencistas, e Geisel, então presidente da Norquisa, como convidado especial.

Se, no passado, Guedes não era nem uma pulga para o “Alemão”, se encontrasse o ministro nesse tempo híbrido de duas eras, daria uns cascudos no “Chicago Boy”. Imagine só tratar a Petrobras como se fosse a “casa da mãe Joana”. Geisel se foi. A Petrobras ficou. Mas está sendo enxovalhada e se tornando um exemplo de uma época sem lei. Pelo menos no que diz respeito à decência em relação ao Estado brasileiro e suas empresas. Bolsonaro antecipou a correção dos preços dos combustíveis quando essa iniciativa deveria ter sido primeiro aprovada pelo Conselho de Administração da estatal. Não recebeu uma advertência da CVM por antecipar informação relevante ao mercado. Nem um comunicado da B3 estranhando o fato do presidente tratar a empresa como uma casa de maus costumes. Em tempo: se Geisel estivesse convivendo com o general Joaquim Silva e Luna, nesse tempo de encontros impossíveis, enquadraria o oficial devido a sua gestão leniente e submissa ao “mau militar”.

Bolsonaro disse diversas vezes que a estatal não seria privatizada. Agora, com a birutice que lhe é peculiar, disparou que encomendou um estudo a Guedes sobre a venda da empresa. O ministro confirmou, piorando a situação, uma vez que a estatal é uma sociedade de economia mista. A CVM, mesmo que timidamente, chamou o ministro às falas. Não adianta. Guedes disse que a empresa não valerá nada daqui há 30 anos. Afirmou que a estatal é lerda em tirar petróleo do fundo da terra ou do mar, quando, sabidamente, a Petrobras é considerada uma petroleira de indiscutível eficácia – com o avanço da exploração para as áreas offshore, então, virou referência no setor.

Paulo Guedes fala ainda que os preços elevados da gasolina não seriam os mesmos se o controle da estatal fosse privado. Falsidade. Guedes sabe como ninguém que o preço do combustível está fora do lugar devido ao câmbio, cuja disparada diz muito mais respeito aos seus insucessos fiscais, à crise hídrica e às diatribes do seu chefe destrambelhado. Se o governo quiser que subsidie os preços dos combustíveis com recursos fiscais. O pior é que Guedes sempre apoiou uma política de correção dos derivados do petróleo com base na paridade dos preços internacionais.

Para o ministro, vender a Petrobras traria investimentos, distribuição de riqueza para os pobres e um fundo de estabilização do preço dos combustíveis, reduziria a dívida bruta e conteria a inflação. Ficaria faltando somente arrumar um pouco de juízo na cabeça dos mandantes da República. Às vezes dá até uma tentação de torcer para que uma autoridade, dessas que impõem respeito, estilo Geisel, surgisse para colocar a pior representação que tivemos nessa República no seu devido lugar. Mas esse tempo bizarro de situações impossíveis não existe. Hoje temos Bolsonaro, Guedes e o general Silva e Luna dirigindo a Petrobras. Resta torcer pelo efeito higiênico da democracia. É o que temos.

#CVM #Ernesto Geisel #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Petrobras

Ao menos os diplomatas se entendem

11/11/2021
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Enquanto Jair Bolsonaro e Paulo Guedes vivem às turras com o governo de Alberto Fernández, o chanceler Carlos Alberto França tem
se empenhado em aparar as arestas diplomáticas com os argentinos. De acordo com uma fonte do Itamaraty, durante sua passagem por Roma para a reunião do G-20, França teve um encontro reservado com o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Santiago Cafiero. Foi a segunda conversa tête-à-tête entre ambos em quatro semanas. Em ambos os encontros, o assunto foi um só: Mercosul.

#Jair Bolsonaro #Mercosul #Paulo Guedes

Violência contra menores põe governo Bolsonaro na mira da OEA

10/11/2021
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Como se não bastassem os embates com a ONU e a OMS, o governo Bolsonaro está agora na alça de mira da OEA (Organização dos Estados Americanos). Segundo uma fonte do Itamaraty, a Comissão de Interamericana de Direitos Humanos da OEA deverá abrir uma investigação contra o Brasil devido ao crescente número de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. O órgão multilateral pretende apurar a possível negligência das autoridades brasileiras no combate à pedofilia e crimes análogos.

O país é um dos líderes globais nesse ranking da barbárie: a cada hora, são registrados 2,2 casos de violência sexual contra menores de idade. Dependendo do resultado das investigações, a OEA poderá impor sanções ao Brasil, do afastamento de representantes do país de comissões até mesmo à suspensão do direito à voto em decisões colegiadas. Consultado pelo RR, o Ministério das Relações Exteriores não se manifestou.

Não é a primeira vez que a política de direitos humanos do governo Bolsonaro coloca um organismo multilateral contra o Brasil de forma mais incisiva. No ano passado, foi a vez das Nações Unidas. O conselheiro da ONU Baskut Tuncak recomendou à Organização a abertura de uma investigação internacional contra o Brasil. Em seu relatório, Tuncak alertou que o país “está em um estado de profunda regressão dos princípios, leis e padrões de direitos humanos, em violação ao direito internacional..

#Jair Bolsonaro #OMS #ONU

Base aliada

10/11/2021
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O PL, futuro partido de Jair Bolsonaro, sondou o jogador de vôlei Mauricio Souza para disputar uma vaga na Câmara em 2022. Mauricio foi demitido do Minas Tênis Clube recentemente após uma postagem de cunho homofóbico nas redes sociais.

#Jair Bolsonaro #PL

Sinal de gratidão

9/11/2021
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O presidente Jair Bolsonaro já teria se comprometido em nomear o agora ex-deputado estadual Fernando Francischini para um cargo de chefia na Polícia Federal. Será um prêmio de consolação caso o STF confirme a cassação do seu mandato, o que significará o retorno do delegado aos quadros da PF. Bolsonarista de carteirinha, Francischini foi condenado pelo TSE pela suposta disseminação de fake news.

#Fernando Francischini #Jair Bolsonaro

O leilão de Bolsonaro

8/11/2021
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O ziguezague partidário de Jair Bolsonaro passou por mais uma escala na semana passada. Bolsonaro teve uma conversa reservada com Valdemar da Costa Neto e o deputado Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara, sobre sua filiação do PL. A exemplo do que vem fazendo com outras legendas, o presidente teria colocado sobre a mesa a exigência de interferir na escolha dos candidatos a governador do partido. A condicionante enfrenta a resistência de integrantes da cúpula do PL. O que não quer dizer nada. Se Valdemar da Costa Neto topar, assunto encerrado.

#Jair Bolsonaro #PL

Quem resiste a Bolsonaro na PF?

4/11/2021
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O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, balança no cargo. Segundo uma fonte do Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro estaria pressionando o ministro da Justiça, Anderson Torres, pela demissão de Maiurino. A se confirmar, será mais um caso de intervenção direta do presidente da República sobre a corporação. A interferência estaria ligada ao avanço de investigações contra o próprio clã Bolsonaro na gestão Maiurino, iniciada em abril deste ano. Ressalte-se que, há pouco mais de um mês, o delegado Hugo de Barros Correia foi afastado da chefia da PF no Distrito Federal. A troca foi sintomática. A superintendência do DF é um ponto de tensão redobrada para Bolsonaro e sua prole. Trata-se da responsável pelas investigações sobre a suposta participação do “02” Carlos Bolsonaro e do “03” Eduardo Bolsonaro na organização de atos antidemocráticos e também sobre a acusação de tráfico de influência contra o “04” Jair Renan. Procurados pelo RR, a Presidência da República e o Ministério da Justiça não quiseram se pronunciar.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Polícia Federal

Coalizão anti-Alcolumbre

4/11/2021
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Davi Alcolumbre identificou uma aliança entre o Palácio do Planalto e o vice-governador do Amapá, Jaime Nunes, por trás das recentes denúncias de prática de “rachadinha” em seu gabinete no Senado. Nunes deve ser adversário de Josiel Alcolumbre, irmão do senador, na disputa pelo governo do estado em 2022. Com forte apoio do presidente Jair Bolsonaro.

#Davi Alcolumbre #Jair Bolsonaro

Na telinha

1/11/2021
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O Palácio do Planalto estuda a possibilidade de Jair Bolsonaro fazer um pronunciamento à nação no próximo dia 5, data dos leilões do 5G. A ideia é que Bolsonaro surfe nos investimentos programados, que devem chegar aos R$ 50 bilhões.

#Jair Bolsonaro

Acervo RR

Inconfidências

1/11/2021
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A enigmática menção de Paulo Marinho ao falecido Gustavo Bebianno, em vídeo nas redes sociais dirigido a Jair Bolsonaro, calou fundo no Palácio do Planalto. Assessores do presidente temem que Marinho seja o fiel depositário de comprometedoras mensagens trocadas entre Bolsonaro e Bebianno durante a campanha e sua curta passagem pela Secretaria Geral da Presidência.

#Gustavo Bebianno #Jair Bolsonaro

Bolsonaro vs. ONU

1/11/2021
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Nos próximos dias, o governo Bolsonaro e a ONU estarão mais uma vez em lados opostos. Segundo fonte do Ministério da Mulher e da Família, o Consenso de Genebra vai emitir uma declaração mostrando-se contrário à posição pró-livre aborto do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. O Brasil foi recentemente alçado à posição de líder do grupo, que reúne, ao todo, 31 países de governos conservadores. Líder, ressalte-se, de um condomínio de nações enfraquecido pela perda de seu principal representante: os Estados Unidos deixaram o Consenso de Genebra com a chegada de Joe Biden à Casa Branca.

#Jair Bolsonaro #ONU

Brasil se transforma em um pária da ciência

29/10/2021
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Os desencontros do Brasil com a ciência estão ganhando os palcos do mundo. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que as vacinas contra a Covid 19 provocavam Aids. Gerou um rebuliço na comunidade científica mundial. Bolsonaro também colocou em dúvida a eficácia dos imunizantes em geral.

O resultado foram milhões de críticas nas redes sociais em todo o planeta. E mais: declarou que a contaminação seria um melhor imunizante do que as vacinas – e citou seu próprio exemplo. Ainda no seu balaio de barbaridades, afirmou que a vacina CoronaVac, fabricada pela farmacêutica Sinovac, não tinha comprovação científica. Bobagem! Ah, não se pode esquecer que o ministro da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes, anunciou a criação de uma vacina 100% nacional.

Isto sem que qualquer laboratório fosse contatado para produzir o medicamento. A última atrocidade contra a ciência não vem de Bolsonaro, verdade seja dita, mas, indiretamente, da área da saúde, para não variar. Os testes com a substância química proxalutamida encontraram no Brasil um ambiente de desatinos em parte das investigações científicas, provocando críticas de outros centros de pesquisa mundiais – e por aqui mesmo. No caso brasileiro, trata-se do uso irresponsável, quase criminoso, do princípio ativo.

O médico Flavio Cadegiani foi responsável pela condução da pior pesquisa científica da história, marcada pela ausência de notificação às autoridades competentes da morte de 200 pessoas no Amazonas. Cadegiani não prestou as informações solicitadas pela Comissão de Ética em Pesquisa (Conep), que, por sua vez, suspendeu as investigações conduzidas por ele e encaminhou a denúncia para a Procuradoria Geral da República. Nos Estados Unidos e na China, por exemplo, a proxalutamida já foi testada sem que tivesse ocorrido qualquer denúncia. Por enquanto, a única certeza, além do “genocídio”, é que a proxalutamida entrou de gaiato na história, e o assunto ganhou os leads da internet. O Brasil agora é pária na ciência.

#Coronavac #Jair Bolsonaro #Sinovac

Os “Brasis” chegam a Glasgow

28/10/2021
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A acusação da ONU de que o Brasil cometeu “pedalada ambiental” aumentou a pressão sobre praticamente todos os ministérios para trabalhar em uma agenda ESG. A contribuição será levada sob a forma de documentos para os ministros Joaquim Leite e Bento Albuquerque e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, participantes da COP26.

O ministro Paulo Guedes ainda não sabe se vai a Glasgow. O próprio Ministério da Economia disse ao RR não ter confirmação sobre a ida ou não de Guedes à COP26. O ministro ficou tão indexado ao chefe que só vai aonde Jair Bolsonaro está. A missão de representar o Brasil ficou para o já citado trio. Campos Neto comparecerá para dar pinceladas sobre o BC-ESG, que está sendo construído sem alarde. Bento Albuquerque terá a dura missão de falar sobre seca e desastre climático. Joaquim Leite, bem, esse ainda é uma incógnita. Mas, a princípio, caberá ao novato a missão mais espinhosa: defender as metas climáticas do país, uma das menos ambiciosas do mundo.

Os governadores da Região Amazônica atropelaram o poder central. Por meio do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, vêm mantendo interlocução direta com os governos dos Estados Unidos, Reino Unido e Noruega. São os integrantes da coalizão LEAF (Lowering Emissions by Accelerating Forest Finance), lançada neste ano. O grupo pretende disponibilizar US$ 1 bilhão, em recursos públicos e privados, para projetos voltados à redução do desmatamento. As tratativas vêm sendo capitaneadas por Flavio Dino. Há reuniões com líderes do LEAF entabuladas para Glasgow.

#ESG #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #ONU #Paulo Guedes

CPI tipo exportação

28/10/2021
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Renan Calheiros está articulando uma rodada de entrevistas para a mídia internacional. A estratégia é fazer barulho com o relatório da CPI da Covid e aproveitar a antipatia da imprensa estrangeira por Jair Bolsonaro para atacar o presidente.

#CPI da Covid #Jair Bolsonaro #Renan Calheiros

Índios da Amazônia vão à COP-26 contra governo Bolsonaro

27/10/2021
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A Conferência Nacional das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas deverá marcar mais um embate entre os povos indígenas brasileiros e o presidente Jair Bolsonaro, desta vez aos olhos do mundo. A Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) pretende divulgar, durante a COP-26, em Glasgow, um manifesto contra as políticas indigenistas do governo Bolsonaro. No documento, tribos da região deverão reivindicar um indenização do Estado por danos causados ao bioma amazônico, com impacto sobre a subsistência e atividades econômicas desenvolvidas pelos nativos. Em 2020, o número de focos de incêndio em reservas indígenas na Amazônia cresceu 250% na comparação com o ano anterior. Só no Parque do Xingu, onde vivem 14 etnias diferentes, mais de 120 mil hectares de vegetação foram devastados, segundo levantamento da ONG Instituto Centro de Vida (ICV). Procurada pelo RR, a Coiab não se pronunciou. Há outras “flechadas” contra o governo Bolsonaro programadas para a COP-26. É o caso da participação da líder indígena Sineia do Vale, representante da etnia wapichana, nativa de Roraima. Durante a Conferência, Sineia vai expor outras reivindicações das comunidades indígenas, com a proteção ao direito às terras dos povos originários brasileiros.

#Coiab #COP-26 #Jair Bolsonaro #ONU #Parque Xingu

Partido-motel?

27/10/2021
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A possível filiação de Jair Bolsonaro ainda encontra focos de resistência no PP. O entendimento é que Bolsonaro e sua prole procuram apenas uma barriga de aluguel. Após as eleições, deixariam o partido, repetindo o que fizeram com o PSL. Nos bastidores. o que se diz  é que Flavio Bolsonaro defende que o clã tente ressuscitar a criação do Aliança do Brasil já em 2023.

#Jair Bolsonaro #PP

Um teste de fogo no Judiciário do Rio

26/10/2021
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A escolha dos novos desembargadores do TJ-RJ está sendo vista na própria Corte como um teste do poder de Jair Bolsonaro no Judiciário Fluminense. Dentro do Ministério Público, o promotor Alexandre Murilo Graça é considerado o principal favorito a ficar com uma das três vagas reservas ao órgão pelo Quinto Constitucional. A questão é se conseguirá consumar esse favoritismo ou será derrotado por forças nem tão ocultas assim. Graça é responsável pelo inquérito que investiga as denúncias de “rachadinha” no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro.

#Carlos Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Ministério Público #TJ-RJ

O passado condena

26/10/2021
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O pêndulo Jair Bolsonaro voltou a conversar com o PSC sobre uma possível filiação ao partido. A interlocução se dá com o deputado André Ferreira, ex-líder da legenda na Câmara. A título de lembrança: o PSC é o partido do impichado Wilson Witzel e do Pastor Everaldo, preso acusado de desvios de recursos na área da saúde

#Jair Bolsonaro #PSC #Wilson Witzel

Acervo RR

Caminhos opostos

26/10/2021
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O general Hamilton Mourão, presidente do Conselho da Amazônia, e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, estão na maior sintonia na elaboração de estudos e documentos para a COP26. A diferença é que um vai para Glasgow (Leite) e o outro foi barrado pelo presidente Jair Bolsonaro (Mourão).

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Mudança no regime fiscal será o legado de Guedes

22/10/2021
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A condução do debate sobre a mudança do regime fiscal está torta. As discussões não têm levado em consideração os impactos positivos que gastos públicos bem alocados geram para a economia. O auxílio emergencial – gatilho para a desconstrução do teto de gastos – não é apenas uma “camada de proteção” (Apud Paulo Guedes). Além do seu propósito “primário” – ajudar os excluídos -, a medida tem outros efeitos benéficos. Que o diga o ano de 2020.

Segundo cálculos do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da UFMG, se o auxílio emergencial não tivesse sido concedido no ano passado, o PIB teria uma queda adicional de 2,4 pontos percentuais. Ou seja: a retração aumentaria de 4,1% para 6,5%. O mesmo estuda aponta também que a medida compensatória impediu um desvio negativo de quase 6% do PIB até 2040. O Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da FEA-USP foi ainda mais longe. De acordo com a instituição, sem o benefício, o recuo do PIB em 2020 poderia ter chegado a 14,8% no pior cenário.

Nessa hipótese, imagine como ficaria a relação dívida/PIB. Além disso, a redução no consumo das famílias teria saltado para um intervalo entre 11% e 14,7%, muito além dos 6% registrados. Agradeça-se esse índice aos mais de R$ 103 bilhões em recursos do auxílio emergencial que irrigaram a economia via consumo – estimativa da Confederação Nacional do Comércio. A concessão do benefício em 2020 teve ainda um efeito colateral positivo sobre o emprego.

Conforme estudo da Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas e Sociedade, sem o auxílio, a taxa de desocupação teria batido nos 17%, ou seja, 3,5 pontos percentuais acima do índice registrado (13,5% – o maior da série histórica iniciada em 2012). O ministro Paulo Guedes pode ter acertado por uma via transversa. A mudança do regime fiscal e o fim da algema do teto de gastos já estão em curso, só não vê quem não quer – ler RR de 20 de outubro.

Há medidas nessa direção em estudo pela equipe econômica, como disse a newsletter na mesma edição. Uma delas, já anunciada pelo próprio ministro, é a possível antecipação da revisão da regra para a sincronização entre os índices que corrigem o teto para o ano subsequente (IPCA) e as despesas com Previdência, seguro-desemprego e abono (INPC) – originalmente prevista apenas 2026. No caso, a iniciativa até colabora com a preservação do teto. Mas não adianta: tudo o que for divulgado sobre o assunto será interpretado pelo mercado como lassidão fiscal.

Por isso, os estudos estão sendo citados publicamente a conta-gotas. A extensão do Auxílio Brasil, no valor de R$ 400, até o fim de 2022, compromete o próximo presidente, seja ele quem for, inclusive o próprio Jair Bolsonaro. O governo estará intimado a manter o benefício a partir de 2023, da mesma forma como ocorreu com o Bolsa Família – ao fim da era PT, nem Michel Temer nem Bolsonaro ousaram extinguir o programa. É uma boa notícia.

#Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Jogral

22/10/2021
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Ao que parece, o próprio Jair Bolsonaro já está fritando André Mendonça. A recente declaração de Augusto Aras de que “tem tido conversas” em torno da sua possível indicação ao STF foi combinada quase que palavra por palavra com Bolsonaro.

#André Mendonça #Augusto Aras #Jair Bolsonaro

Palácio do Planalto semeia nova “intervenção” na Petrobras

21/10/2021
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Enquanto Jair Bolsonaro e Paulo Guedes insistem em dizer que gostariam de privatizar a Petrobras, dentro do Palácio do Planalto  estaria sendo urdida uma nova intervenção na estatal. A ingerência da vez seria usar a empresa na tentativa de reduzir o déficit de fertilizantes no país. Ou seja: a Petrobras seria forçada a voltar ao passado e retornar ao setor, na contramão de todo o seu planejamento estratégico.

A manobra do governo Bolsonaro se daria no âmbito do novo Plano Nacional de Fertilizantes, que está sendo elaborado sob coordenação da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência e deve ser apresentado até o fim do ano. Em termos práticos, nesse contexto muito provavelmente a Petrobras seria obrigada a retomar a construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), em Três Lagoas (MS), paralisada desde 2014, e a reabrir a fábrica de nitrogenados de Araucária (PR), em hibernação desde o início de 2020. Ambos os ativos estão à venda há mais de um ano. Procurados, a Presidência da República e a própria Petrobras não quiseram se pronunciar. A recriação dessa espécie de Petrofértil não interessa ao núcleo técnico da Petrobras.

Mesmo o presidente da estatal, o general Joaquim Silva e Luna, sabidamente alinhado com Bolsonaro, já teria se manifestado internamente contrário à ideia. A proposta seria uma extravagância além do compreensível até mesmo para os padrões do governo Bolsonaro. Uma coisa é a empresa ser utilizada pelo Palácio do Planalto para disponibilizar R$ 300 milhões em subsídio para a população de baixa renda comprar gás. Ainda que esta tenha sido uma decisão imposta de fora para dentro, ao arrepio da governança da empresa, trata-se de uma ação que pode ser justificada pelo seu mérito social.

Não seria o caso do anacrônico regresso da estatal à área de fertilizantes. Pelo contrário. Um movimento como este só causaria dispersão em relação a outros assuntos de real interesse estratégico para a Petrobras, a começar por energia renovável, segmento no qual a empresa está perdendo a corrida para suas congêneres. A única razão para a medida seria uma visão militar paranoica, quase de guerra, sobre o tema. É como se certos setores do governo estivessem temerosos quanto ao risco de um eventual boicote internacional ao Brasil, por questões de ordem ambiental, com a consequente suspensão do suprimento de adubo. O próprio Bolsonaro já falou publicamente “que vamos ter problemas de abastecimento de fertilizantes no ano que vem”, sem explicar muito bem ao que estava se referindo.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Petrobras

O evangelho de Zambelli

21/10/2021
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Carla Zambelli, uma das parlamentares mais fiéis a Jair Bolsonaro, tem feito um trabalho de catequese nos corredores da Câmara. Sua missão é tirar parlamentares do União Brasil e levá-los para a futura sigla de Bolsonaro.

#Carla Zambelli #Jair Bolsonaro

Auxílio Brasil abre caminho para nova régua fiscal

20/10/2021
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O atraso no anúncio do valor do Auxílio Brasil – uma combinação do Bolsa Família com o auxílio emergencial, em R$ 400, até o final de 2022 – posterga a decisão de empurrar parte dos recursos para fora do teto de gastos. A medida assistencialista e “fura teto” não significa somente uma decisão eleitoreira, conforme parte do mercado interpretou. Mas, sim, uma provável guinada na política econômica, com a relativização do teto, foco no crescimento da relação dívida pública/PIB e um diferimento da meta do primário com acompanhamento bianual.

A equipe econômica quebrou a cabeça na frente do próprio presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, para chegar à conclusão de que é preciso corrigir a arquitetura da política econômica, dando brecha para a redução do protagonismo fiscalista. No novo modelo, algumas das metas fiscais teriam um período de apuração mais longo. O tempo para aferição seria o biênio ou o triênio. Paulo Guedes tem piscado o olho para a estratégia de recuar um pouco para depois avançar novamente.

Uma fresta no teto de gastos, mesmo contrariando a lógica do ajuste fiscal, seria um exemplo de como dois passos atrás às vezes se revelam dois passos para frente. Em meio a esse recuo tático, Guedes prossegue sua cruzada pela privatização da Petrobras, uma medida que, a seu ver, teria um impacto positivo em todas as ramificações e capilares do ajuste econômico. A relativização do teto já estaria no radar das instituições financeiras há algum tempo. Elas já tinham pescado a moratória seletiva dos precatórios. Enxergaram agora o Auxílio Brasil no valor de R$ 400. A conta fiscal não fecha.

Pelo menos segundo os critérios vigentes. O Itaú, que tem um departamento de research prestigiado, preconiza que os riscos em torno da manutenção da disciplina fiscal estão elevados, “principalmente no que tange a possibilidade das despesas excederem a regra do teto de gastos”. Ontem, o mercado enlouqueceu com saltos no câmbio, queda das bolsas, tudo em função de um vácuo na narrativa do governo. Ou seja: a proposta que a equipe econômica anunciaria para suportar o auxílio de R$ 400 não foi apresentada. O cenário macroeconômico do Itaú foi preparado antes do anúncio do novo valor do Auxílio Brasil, bem mais elevado do que a expectativa.

O banco dá um bom subsídio para refletir sobre a vantagem de transformar a relação dívida bruta/PIB em novo target da política econômica. Mesmo com uma projeção de câmbio de R$ 5,25 até 2021 e 2022, uma taxa Selic no alto, na faixa de 9%, e crescimento medíocre de 0,5%, a dívida bruta alcançaria 81,8% do PIB, em 2021, e 83,2%, em 2022. Com um pouco mais de crescimento do PIB e aumento dos recursos extraordinários que possam abater a dívida interna (privatizações, venda de imóveis, tributação de dividendos e seja mais o que for), essa nova referência para a política fiscal torna-se inteiramente exequível.

Não se pode esquecer que a meta do primário, para 2022, deve atingir irrisório 0,7% na comparação com uma previsão que já chegou a 2%. Imagine se esse resultado é progressivo. O primário diferido em dois anos permitiria com muito mais facilidade o planejamento de um superávit fiscal. Isso mesmo com um suave relax no que diz respeito ao torniquete nos gastos públicos.

#Auxílio Brasil #Bolsa Família #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Conta Alcolumbre

20/10/2021
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Assessores do presidente Jair Bolsonaro estão levantando a “contabilidade” de Davi Alcolumbre, leia-se emendas parlamentares e pedidos de recursos do Orçamento feitos pelo senador ainda pendentes. A ordem é reter a grana ao máximo. Vendetta pura em mais um capítulo da já entediante novela “André Mendonça”.

#Davi Alcolumbre #Jair Bolsonaro

Caminhos de Roma

20/10/2021
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Existem articulações para que o atual ministro da Cidadania, João Roma, deixe o Republicanos e siga os passos de Jair Bolsonaro, caso se confirme sua filiação ao PP. Roma seria o candidato do partido ao governo de Pernambuco.

#Jair Bolsonaro #PP

Tropa de elite

19/10/2021
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A pedido de Jair Bolsonaro, José Sarney entrou na operação “André Mendonça”. Sarney tem feito gestões junto a Davi Alcolumbre na tentativa de marcar a sabatina de Mendonça.

#Davi Alcolumbre #Jair Bolsonaro #José Sarney

Adesismo tem limite

19/10/2021
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Romeu Zema tem sido aconselhado por assessores a cessar as críticas ao STF – feitas no afã de agradar o presidente Jair Bolsonaro. O custo pode ser muito alto, quase impagável. Neste momento, o estado só está isento de pagar os serviços da sua dívida junto à União por conta de liminares do STF. Se os ministros da Corte derrubarem as decisões provisórias, Minas Gerais terá de voltar a arcar com os juros sobre um passivo de R$ 143 bilhões.

#Jair Bolsonaro #Romeu Zema

Encaixe difícil

19/10/2021
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O ministro do Turismo, Gilson Machado, quer seguir Jair Bolsonaro caso se confirme sua filiação ao PP. Machado sonha em ser candidato ao governo de Pernambuco. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas o fato é que o nome de Machado não teria a simpatia de Ciro Nogueira, presidente do partido.

#Ciro Nogueira #Gilson Machado #Jair Bolsonaro

Lula lá

18/10/2021
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Lula está montando uma agenda de viagens pelo Norte do país a partir de novembro. Trata-se da única região em que Jair Bolsonaro aparece à frente do petista nas pesquisas.

#Jair Bolsonaro #Lula

Fechado com Bolsonaro

18/10/2021
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O senador Espiridião Amin tem trabalhado com afinco nos bastidores para pavimentar a entrada de Jair Bolsonaro no PP. Mais até do que o próprio ministro Ciro Nogueira, que bate ponto um andar acima do gabinete de Bolsonaro.

#Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro

Uma locomotiva rumo a 2022

15/10/2021
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O Ministério da Infraestrutura deverá organizar mais duas “inaugurações” de canteiros de obra ao longo da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), entre Goiás e Mato Grosso. Ambas, claro, com a presença do presidente Jair Bolsonaro, assim como ocorreu no último dia 17 de setembro na cidade de Mara Rosa (GO).

#Jair Bolsonaro #Ministério da Infraestrutura

Dupla paternidade

13/10/2021
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De filho bonito todo mundo quer ser pai. O ministro Ciro Nogueira vem se vangloriando junto aos colegas do Centrão de ter sido o principal responsável por convencer Jair Bolsonaro a aprovar a inclusão de mais 84 municípios na área de atuação da Sudene. O curioso é que Arthur Lira tem dito o mesmo nos corredores da Câmara.

#Arthur Lira #Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro

E a privatização?

11/10/2021
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Astrogildo Quental, à frente da área financeira da Eletronorte, está cotado para voltar à diretoria da Eletrobras. Sinal da forte influência de José Sarney, seu padrinho político, junto ao presidente Jair Bolsonaro.

#Eletrobras #Eletronorte #Jair Bolsonaro

MPE contra Bolsonaro

11/10/2021
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Segundo o RR apurou, o Ministério Público Eleitoral estuda entrar com uma ação no STF para derrubar a lei que flexibiliza as regras para a candidatura de políticos com as contas rejeitadas. A nova legislação foi sancionada recentemente por Jair Bolsonaro, sob aplausos, sobretudo, do Centrão. Se o caso bater mesmo no Supremo, é bem capaz da lei cair. Bolsonaro não está ganhando uma no STF.

#Jair Bolsonaro #Ministério Público Eleitoral

Tereza Cristina fechada com Bolsonaro

8/10/2021
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Segundo uma fonte próxima a Tereza Cristina, a ministra da Agricultura teria se comprometido com o presidente Jair Bolsonaro a acompanhá-lo em seu novo partido. Tereza deverá formalizar sua saída do União Brasil (DEM + PSL) ainda neste mês. Procurada, a ministra não se manifestou.

#Jair Bolsonaro #Tereza Cristina

Indígenas vão ao STF e à ONU contra o Linhão de Tucuruí

7/10/2021
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Há um novo embate à vista entre o governo Bolsonaro e os povos indígenas – um caso, diga-se de passagem, que tem tudo para contaminar ainda mais a imagem do Brasil no exterior. Segundo o RR apurou, a Associação Comunidade Waimiri-Atroari, que representa a etnia nativa da Região Amazônica, pretende recorrer ao STF com o objetivo de barrar a construção da polêmica linha de transmissão de Tucuruí. De acordo com a mesma fonte, a entidade planeja também acionar o Conselho de Direitos Humanos da ONU, inclusive contra a própria Funai.

O organismo multilateral, ressalte-se, tem adotado uma postura bastante contundente contra o governo brasileiro. No último dia 13 de setembro, a alta comissária para direitos humanos da ONU e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, mencionou as preocupantes “ameaças a indígenas no Brasil”. Segundo o RR apurou, os Waimiri-Atroari deverão, inclusive, solicitar o envio de uma comitiva da ONU ao Brasil. A construção do Linhão do Tucuruí é objeto de embates entre indígenas e o governo há quase uma década. Nos últimos dias, no entanto, a temperatura subiu consideravelmente, com seguidas reuniões da própria tribo.

Entre os Waimiri-Atroari, o entendimento é que as negociações com a Funai chegaram a um impasse difícil de ser equacionado. “Negociações”, a essa altura, é quase uma força expressão. Há um razoável grau de tensão entre as partes depois que o Ibama e a Funai autorizaram o início das obras, na semana passada. Os indígenas acusam a autarquia de ter tomado a decisão de forma unilateral, sem consultar a tribo sobre os impactos socioambientais do projeto e sem atender às suas reivindicações.

Os Waimiri-Atroari exigem que o governo faça uma série de compensações socioambientais para os danos que serão gerados com o empreendimento. Dos 721 quilômetros da linha de transmissão, 123 deles cortarão a reserva da etnia, entre o Amazonas e Roraima. Procuradas pelo RR, a Associação Comunidade Waimiri-Atroari e a Funai não se pronunciaram. O Ministério de Minas e Energia, por sua vez, afirma que “o processo de licenciamento atendeu às regulamentações nacionais e internacionais, o que incluiu a consulta livre, prévia e informada às comunidades indígenas afetadas, bem como o cumprimento do Protocolo de Consulta Waimiri Atroari”. Perguntado especificamente sobre o a judicialização do caso e o risco de paralisação das obras, a Pasta não se pronunciou.

#Funai #Jair Bolsonaro #Ministério de Minas e Energia #ONU

Mudança de rota

7/10/2021
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O RR apurou que o Banco do Brasil estuda o IPO da BB DTVM. Seria uma inflexão em relação à venda de parte do capital para um sócio, notadamente estrangeiro, proposta sobre a mesa desde o início da gestão Jair Bolsonaro/Paulo Guedes.

#Banco do Brasil #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Bolsonaro deve recriar Pasta da Segurança Pública

6/10/2021
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O presidente Jair Bolsonaro pretende recriar o Ministério da Segurança Pública, a partir da cisão da atual Pasta da Justiça – de acordo com uma fonte do Palácio do Planalto. No círculo mais fechado de colaboradores de Bolsonaro, o maior entusiasta da ideia seria o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. A pro- posta conta também com o apoio do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Nem é preciso dizer por quê. Mas, as motivações para a recriação do Ministério iriam além da pressão do Centrão por mais cargos.

A medida seria uma sinalização de Bolsonaro a uma de suas bases eleitorais mais fiéis, as forças policiais. Significaria também o resgate da bandeira do combate à criminalidade, mote da sua campanha em 2018. Procurada pelo RR, a Presidência da República não se pronunciou sobre o assunto. Uma das ideias discutidas entre os assessores palacianos é a de que o relançamento da Pasta fosse acompanhado do anúncio de um plano nacional de segurança pública. Além dos órgãos diretamente subordinados ao governo Bolsonaro, como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Nacional e a Força Nacional de Segurança, esse plano contemplaria também a distribuição de verbas para os estados.

O repasse ficaria condicionado ao uso dos recursos exclusivamente na área de segurança pública, notadamente no aparelhamento das Polícias Militar e Civil. A proposta tem seus méritos – além de possíveis dividendos eleitorais para Bolsonaro. O difícil mesmo seria o governo encaixar esse plano nacional de segurança pública no Orçamento, já pressionado por precatórios, pelo Auxílio Brasil e pela terceira rodada de vacinação contra a Covid-19. Seria como se fosse um tradeoff entre o teto de gastos e a violência. A solução para essa algema fiscal ficaria no limiar de uma PEC emergencial do crime. Noves fora o apetite do Centrão por mais Ministérios, no que dependesse exclusivamente de Jair Bolsonaro o titular do Ministério da Segurança seria um general. Bolsonaro tem no próprio governo um nome talhado para o posto: o general Braga Netto. Foi ele quem comandou a intervenção militar no Rio em 2018, chefiando, na ocasião, as polícias militar e civil do estado. Ocorre que, neste momento, Braga é praticamente intransferível e insubstituível no Ministério da Defesa.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Defesa #Ministério da Segurança Pública #Polícia Militar

Naming rights

6/10/2021
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Assessores de Jair Bolsonaro foram procurados por um grupo de empresários, donos de concessionárias de motocicletas, dispostos a patrocinar as motociatas presidenciais. Era só o que faltava.

#Jair Bolsonaro

Unha e carne

6/10/2021
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O deputado Marcio Bittar (MDB-AC), relator do Orçamento de 2021, “bolsonarizou” de vez. Teria garantido ao presidente Jair Bolsonaro que o acompanhará em seu novo partido.

#Jair Bolsonaro #Marcio Bittar #MDB

Um vídeo sob medida para os chefes

5/10/2021
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O secretário de Política Econômica no Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, subiu no conceito de Jair Bolsonaro. O que se diz no Palácio do Planalto é que Bolsonaro se divertiu para valer assistindo ao recente vídeo de Sachsida. No filmete, que viralizou nas redes sociais nos últimos dias, o secretário afirma que Pinochet era de “esquerda” e relativiza a escravidão no Brasil. Paulo Guedes também deve ter dado suas risadas.

#Adolfo Sachsida #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia

Para que chanceler?

5/10/2021
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Jair Bolsonaro vem causando desconforto no Itamaraty – e quando não? Por meio do seu assessor para política externa Filipe Martins, estaria mantendo interlocução direta com o embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster. É como se o ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, sequer existisse.

#Carlos Alberto França #Jair Bolsonaro #Nestor Forster

Compensação de carbono às avessas

4/10/2021
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Inaugurada na semana passada, com a presença de Jair Bolsonaro, a térmica Jaguatirica II em Boa Vista (RR) não será exatamente um primor de padrão ESG. Parte da redução de emissões de CO2 decorrente do uso de gás será “compensada” às avessas com a intrincada operação de abastecimento da usina, pertencente à Eneva. Cerca de 20 carretas a diesel terão de percorrer diariamente 980 km para garantir o suprimento de gás.

#ESG #Jair Bolsonaro

Flamengo implode projeto de nova liga no futebol brasileiro

1/10/2021
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A nova liga com os grandes clubes brasileiros está se esfarelando antes mesmo da sua criação. O motivo para a iminente implosão do projeto vem, em grande parte, da recente aprovação da Lei do Mandante, que permite a venda individual dos direitos de transmissão. Segundo o RR apurou, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, estaria se aproveitando da lei recentemente sancionada por Jair Bolsonaro para esvaziar o modelo de negociação em bloco dos contratos com a TV – uma das premissas, se não a maior razão para a criação da liga. Ao contrário da maioria dos demais dirigentes, Landim seria defensor não apenas da venda isolada dos direitos, clube a clube, mas também da pulverização dos acordos em diferentes plataformas.

Há muito nas entrelinhas dessa postura. Na prática, seria uma maneira de brecar um contrato com um único player detentor de várias mídias (TV aberta, fechada, pay peview e streaming, por exemplo) a partir de 2024, quando se encerram os acordos atualmente em vigor. Procurado pelo RR, o Flamengo não quis se pronunciar. O Flamengo joga um jogo só dele.

O que se diz nos bastidores é que o clube já estaria mantendo conversas paralelas com plataformas de streaming, a exemplo da Amazon, para a venda de forma individual dos direitos de transmissão. O Flamengo estima que, dessa forma, poderia arrecadar até 30% a mais do que repartindo o bolo com os demais clubes dentro da liga. A postura de Rodolfo Landim transformou as discussões em torno da criação da nova liga em um “nós contra ele”. As divergências têm sido constantes. Segundo o RR apurou, ao menos duas recentes reuniões virtuais acabaram em bate-boca. De acordo com a mesma fonte, os principais antípodas do Flamengo, e de Landim, têm sido dirigentes do Palmeiras e do Atlético-MG. Consultados, os clubes paulista e mineiro também não quiseram se manifestar.

#Flamengo #Jair Bolsonaro

Rio 40 graus

1/10/2021
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O governador Claudio Castro está cobrando uma reunião com o ministro Tarcísio Freitas no Rio de Janeiro. Quer discutir obras no estado. Castro é um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro. Mas até agora não levou nada.

#Claudio Castro #Jair Bolsonaro #Tarcísio Freitas

Bolsonaro já olha para o banco de reservas do STF

30/09/2021
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O presidente Jair Bolsonaro já trabalha com a possibilidade de a indicação de André Mendonça para o STF melar de vez. Segundo o RR apurou, nos últimos dias, um emissário palaciano teria conversado com o presidente do STJ, Humberto Martins, e o desembargador do TRF-2, William Douglas – que, no ano passado, chegaram a estar cotados para a cadeira de Celso de Mello. Martins tem apoio em dose dupla na primeira família da República: o “01” Flavio Bolsonaro e “03 Eduardo são favoráveis a sua nomeação.

#Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro #STF

Matrículas abertas

30/09/2021
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O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, está usando do seu prestígio junto a Jair Bolsonaro para tirar um antigo projeto da gaveta do Ministério da Educação: a criação da Universidade Federal do Norte do Mato Grosso.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Educação

Terra plana

30/09/2021
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Osmar Terra, um dos aliados mais fiéis a Jair Bolsonaro, está em campanha para assumir uma Pasta na iminente reforma ministerial. Terra mira, sobretudo, no Ministério da Cidadania, onde está o Bolsa Família.

#Bolsa Família #Jair Bolsonaro #Ministério da Cidadania

Toma lá, dá cá

29/09/2021
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Conselho soprado ao pé do ouvido de Jair Bolsonaro: só sancionar a lei que cria o TRF de Minas Gerais após o Senado marcar a sabatina de Andre Mendonça para o STF. O tiro teria um alvo certo: o mineiro Rodrigo Pacheco, que se empenhou pessoalmente pela abertura da nova Corte.

#Jair Bolsonaro #Rodrigo Pacheco

Show do negacionismo

29/09/2021
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Informação entreouvida pelo RR no Palácio do Planalto ontem à tarde: Jair Bolsonaro quer que o ministro Marcelo Queiroga participe da tradicional live presidencial amanhã, direto de Nova York, onde cumpre isolamento com Covid-19. Se rolar, tem tudo para ser mais um show de horrores anti-vacina.

#Jair Bolsonaro #Marcelo Queiroga

O vice do vice no Rio

29/09/2021
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Jair Bolsonaro estaria tentando empurrar o deputado Helio Lopes, o “Helio Negão” como vice na chapa do governador Claudio Castro em 2022. A julgar pelo histórico recente, esse posto vale ouro. Os últimos três vices acabaram assumindo o governo do Rio, incluindo o próprio Castro.

#Claudio Castro #Jair Bolsonaro

Fronteiras “fechadas”

28/09/2021
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Corre no Itamaraty que Jair Bolsonaro já teria recusado dois convites para se encontrar com o presidente mexicano de esquerda, Andrés Lópes Obrador. E daí que o México é um dos dez maiores parceiros comerciais do Brasil?

#Andrés Lópes Obrador #Jair Bolsonaro

Donos da bola

28/09/2021
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O clã Sarney articula nos bastidores a candidatura de Fernando Sarney, um dos vice-presidentes da CBF, à presidência da entidade. Há quem diga que Fernando não veste as chuteiras há algum tempo. Mas, a proximidade de José Sarney com Jair Bolsonaro é um trunfo.

#CBF #Fernando Sarney #Jair Bolsonaro #José Sarney

Porta-voz

28/09/2021
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“Vamos trazer ele pra cá, porra!”. De acordo com uma fonte do Palácio do Planalto, essa teria sido a reação do presidente Jair Bolsonaro assim que soube da demissão do jornalista Alexandre Garcia da CNN.

#CNN #Jair Bolsonaro

Senado fura a bola de Bolsonaro

27/09/2021
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Jair Bolsonaro está prestes a sofrer um novo revés no Congresso. Segundo o RR apurou, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já teria votos suficientes para derrubar os vetos do presidente à Lei 5.516/19, de sua autoria, que cria o clube-empresa no Brasil. A derrota mais dura, não só para Bolsonaro, mas, sobretudo, para o ministro Paulo Guedes, viria em relação ao modelo de tributação dos clubes. O Senado deverá restabelecer a Tributação Específica do Futebol (TEF), uma taxação de 5% sobre a receita bruta nos cinco primeiros anos para os clubes que se converterem em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Guedes queria que as SAFs pagassem os mesmos tributos de uma empresa comum. Pelo jeito, vai ficar querendo.

#Jair Bolsonaro #Rodrigo Pacheco #Sociedade Anônima do Futebol

Leilão do 5G põe privatização da Telebras no gancho

23/09/2021
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A privatização da Telebras está prestes a ir para o espaço, segundo uma fonte do Palácio do Planalto. A exemplo do que fez com a Casa da Moeda, o governo estuda excluir a empresa do Programa de Parcerias de Investimento (PPI). De acordo com in- formações filtradas do Ministério das Comunicações, a medida se justificaria pelo novo papel que a companhia poderá ter no âmbito do 5G.

O edital, sob análise da Anatel, abre caminho para que a Telebras se junte aos vencedores do leilão na montagem da futura rede privativa de comunicações do governo federal. Mais do que isso: caberia à empresa administrar essa nova estrutura, de uso exclusivo do Executivo. Procurado pelo RR, o Ministério das Comunicações não quis se manifestar sobre o assunto. Segundo o RR apurou, o próprio presidente Jair Bolsonaro tem demonstrado resistência à venda da Telebras.

Não falta no governo quem o estimule a desistir da operação, a começar pela ala militar. Com a nova rede privativa de comunicações, a estatal passaria a ter um papel ainda mais estratégico e sensível. Todos os dados da administração federal, incluindo informações nevrálgicas da área de Inteligência, passarão por essa estrutura.

No Palácio do Planalto, há quem diga até que essa “nova Telebras” deveria ser comandada por um general. Ressalte-se que a estatal já tem uma função vista pelas Forças Armadas como de segurança nacional. Em conjunto com o Ministério da Defesa, é responsável pela gestão do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas 1 (SGDC-1), cujo controle é feito a partir de estações localizadas em bases militares. Leilão do 5G põe privatização da Telebras no gancho

O CEO da Huawei no Brasil, Sun Baocheng, está buscando agendar um encontro com o presidente Jair Bolsonaro. O assunto é um só: 5G. A participação da companhia chinesa na operação ainda é cercada de uma boa dose de “sinofobia”. Em tempo: ressalte-se que o “efeito Evergrande” poderá ter impacto sobre todo esse contexto, tanto pelo lado da Huawei quanto pelo lado de Bolsonaro. Procurada pelo RR, a empresa não se manifestou.

#5G #Jair Bolsonaro #Ministério das Comunicações #Telebras

O Rosário de Bolsonaro

23/09/2021
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Em conversas reservadas com auxiliares, o presidente Jair Bolsonaro tem citado regularmente o nome do chefe da Controladoria Geral da União, Wagner Rosário, como um dos ministros mais fiéis do governo. O depoimento de Rosário à CPI da Covid na última terça-feira, com direito a bate boca com a senadora Simone Tebet, rendeu mais alguns pontos no ranking bolsonarista.

#CPI da Covid #Jair Bolsonaro

Praça dos dois Poderes

22/09/2021
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O que se diz no STF é que Luiz Fux e Rodrigo Pacheco têm mantido interlocução frequente. Estão afinadíssimos em barra o novo projeto de Jair Bolsonaro para dificultar o combate às fake news.

#Jair Bolsonaro #Luiz Fux #Rodrigo Pacheco

O pedido é uma ordem

22/09/2021
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O presidente Jair Bolsonaro acenou à bancada ruralista que deverá reduzir provisoriamente a tributação sobre a importação de fertilizantes. A pressão do agronegócio é grande. Está faltando adubo no país.

#Jair Bolsonaro

ONU prepara nova flechada no governo Bolsonaro

21/09/2021
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Jair Bolsonaro e a ONU não se bicam. Hoje, enquanto Bolsonaro estiver proferindo seu discurso na abertura da Assembleia Geral, a entidade estará trabalhando em mais uma ofensiva contra práticas do governo brasileiro. Segundo o RR apurou junto a uma fonte do Itamaraty, o Conselho de Direitos Humanos da ONU estaria preparando um relatório com duras críticas às políticas da gestão Bolsonaro para as populações indígenas.

O documento deve focar em temas como invasões de terras, violência contra indígenas e as precárias condições de saúde em algumas das maiores aldeias do país, agravadas por conta da pandemia. É provável também que a ONU se posicione contra o marco temporal, a tese pela qual os nativos brasileiros só podem reivindicar terras onde já estavam em outubro de 1988, quando da promulgação da atual Constituição. Procurada, a Presidência da República não se pronunciou até o fechamento desta edição.

O governo brasileiro já teve um preâmbulo do que está por vir no último dia 13, na abertura da sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Na ocasião, a alta comissária para direitos humanos da entidade e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, mencionou as preocupantes “ameaças” a indígenas e a ativistas da causa indigenista no Brasil. A área de direitos humanos tem sido um permanente ponto de fricção entre a ONU e o governo Bolsonaro.

No ano passado, Baskut Tuncak, responsável pelos temas de resíduos tóxicos do órgão multilateral, recomendou à entidade a abertura de uma investigação internacional contra o Brasil. Em seu relatório, Tuncak alertou que o país “está em um estado de profunda regressão dos princípios, leis e padrões de direitos humanos, em violação ao direito internacional.

#Jair Bolsonaro #Michelle Bachelet #ONU

O banquete das víboras na pauliceia desvairada

21/09/2021
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Em outros idos, quando ainda era somente deputado, Jair Bolsonaro experimentou das delícias da cozinha de Naji Nahas. Trata-se da mais afamada culinária de São Paulo. Concorria somente com o restaurante privado da diretoria da Bovespa, na década de 80, quando Horácio Mendonça era superintendente da instituição.

Um absurdo de bom. Mário Henrique Simonsen, quando falava com o especulador, se autoconvidava para frequentar a casa dos melhores acepipes. Nem precisava, pois Nahas adorava Simonsen e vice-versa. Temer, também de origem libanesa, é freguês da cozinha de Nahas. Paulo Marinho, companheiro de lobbies, idem. Quando, então, chegava Paulo Maluf com os vinhos, o regabofe atingia o ápice. Maluf é dono da mais valiosa adega do país.

Pois bem, do jantar da semana passada vazaram as imitações, os nomes presentes e o cardápio. O que não foi dito foram as brincadeiras sobre a capacidade do ex-presidente de criar canais próprios na política. Lula seria o próximo. Temer estaria escalado para escrever do próprio punho a segunda carta ao povo brasileiro. Tudo blague. Mas nem tão esotérico assim. Como disse Nahas, enquanto Teme se deliciava com garfadas da mais fina ambrosia, só ele pilota todos os carros da política brasileira. E ao mesmo tempo. O ex-presidente ria, ria… Voltou ao topo das articulações. Será consultado por todos.

Disse que tem o condão de acalmar Bolsonaro e Lula. A vice-presidência seria hipótese remota. Temer prefere ajudar da Planície em vez do Planalto. Em determinado momento, Temer comentou que, se o presidente visse as imitações, ficaria fulo da vida. Mal sabia ele. Ainda que algumas cartas já fossem marcadas, a exemplo de Paulo Marinho, as consequências do ilustre jantar parecem ser tímidas. No final, ficou tudo barato. De certo, somente a difícil possibilidade do presidente voltar a sentar na disputada mesa de Nahas. Perdeu Jair. Ou não.

#Bovespa #Jair Bolsonaro #Lula #Paulo Marinho

Loucura

20/09/2021
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Assessores de Jair Bolsonaro tentam convencê-lo a realizar um evento para celebrar a marca de cem milhões de brasileiros totalmente vacinados, o que deve ocorrer até dezembro.

#Jair Bolsonaro

Se Bolsonaro tiver juízo…

17/09/2021
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Assessores políticos têm aconselhado Jair Bolsonaro a esquecer essa história da MP que dificulta o combate às fake news – cujos efeitos foram suspensos pela ministra Rosa Weber. Alegam que não é hora de abrir mais essa frente de batalha com o STF. E daí?

#Fake News #Jair Bolsonaro #Rosa Weber

Bolsonaro recorre à “internacional direitista”

16/09/2021
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O presidente Jair Bolsonaro fará viagens oficiais à Hungria e à Polônia no início do próximo ano, assegurou ao RR uma fonte próxima a Eduardo Bolsonaro. O “03” é quem estaria articulando os encontros com o primeiro-ministro  húngaro, Viktor Orbán, e o presidente polonês, Andrzej Duda – dois dos mais notórios representantes da extrema direta internacional. Consultada pelo RR, a Presidência da República preferiu não se pronunciar sobre o assunto. A programação das visitas demonstra a convicção do presidente Bolsonaro de que o apoio da extrema direita internacional tem importância simbólica para a sua reeleição. É um contraponto às relações que o ex-presidente Lula mantém com líderes da esquerda mundial. Não por coincidência, as tratativas para os encontros com Viktor Orbán e Andrzej Duda surgem poucas semanas depois de Eduardo Bolsonaro se reunir nos Estados Unidos com Steve Bannon – estrategista do ex-presidente norte-americano Donald Trump e uma espécie de elo entre diversos líderes e governos da extrema direita. Em tempo: Bannon deverá acompanhar o presidente Bolsonaro nas visitas.

Por falar em política externa: Filipe Martins perdeu. O assessor especial de Jair Bolsonaro para a área de política externa tentou emplacar Roberto Goidanich, ex-presidente da Fundação Alexandre de Gusmão – think tank do Itamaraty -, em uma embaixada de primeira linha, notadamente na Europa. Não dobrou o chanceler Carlos Alberto França, responsável direto pela nomeação de Goidanich para o Departamento de Índia, Sul e Sudeste da Ásia do Ministério das Relações Exteriores. Com isso, França garantiu o “exílio” do “olavista” em um posto de menor relevância na diplomacia internacional. Se fosse na era Ernesto Araújo, Martins e Goidanich ganhavam a parada.

#Donald Trump #Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Steve Bannon

Silva e Luna II

16/09/2021
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No Palácio do Planalto circula a informação de que Jair Bolsonaro pretende nomear um general para o comando da Empresa Brasileira de Participações e Energia Nuclear e Binacional, a nova estatal do setor elétrico. Isso se o Centrão deixar.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Descarrilamento por tabela

16/09/2021
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O tiroteio entre Jair Bolsonaro e o STF está ricocheteando no ministro Tarcisio Freitas. No Ministério da Infraestrutura, há um temor de que o leilão da Ferrogrão não saia tão cedo. O processo de concessão está parado no Supremo, onde hoje prevalece uma má vontade em relação a agendas de interesse do governo. Consultado, o Ministério saiu pela tangente: disse ter “confiança de que a argumentação jurídica apresentada em favor da Lei 13.452/2017 será suficiente para o convencimento referente à revisão do ato.”

#Jair Bolsonaro #Ministério da Infraestrutura #Tarcísio Freitas

Pacto social é a única saída para Bolsonaro

15/09/2021
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Se o presidente Jair Bolsonaro tivesse a aura de um estadista, deveria estar costurando, junto com o seu principal ministro, Paulo Guedes, a articulação de um pacto social com o Judiciário e o Legislativo em nome da aprovação das reformas e das privatizações, assim como dos programas sociais, que permanecem suspensos absurdamente. O acordo envolveria uma solução para o pagamento dos precatórios que não fosse parcelada em vários meses, mas, sim, nos orçamentos de 2021 a 2023. O “abraço no social” seria dado com a garantia e a responsabilidade dos Três Poderes.

A motivação para o pacto é o Brasil e sua viabilidade. Devido ao comportamento recente do presidente da República, que amplificou as péssimas condições sanitárias e ambientais, o país está sofrendo um ataque triplo dos governos centrais, da mídia internacional e dos grandes fundos estrangeiros. Há uma enorme possibilidade de fuga de capitais, cancelamentos ou adiamento de investimentos e medidas contracionistas das empresas, o que levaria ao desemprego.

Esse cenário incluiria uma recessão já em 2022. Não se trata de apoiar ou não o presidente Bolsonaro, mas, sim, as medidas estruturantes possíveis, assim como a organização das contas para equacionar os precatórios e criar o espaço para os gastos sociais. O pacto entre os Três Poderes é exatamente para isso: aprovar rapidamente soluções já existentes e lubrificar a passagem de outras medidas para o enfrentamento da crise. A situação do Brasil ficou grave demais. O que fazer com Bolsonaro está em segundo lugar. Com um impeachment, o cenário talvez se torne ainda pior. O melhor seria o presidente baixar o facho, mostrar tenência e procurar a costura do pacto. Com urgência.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Primeiro da fila

15/09/2021
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O deputado federal Neri Geller (PP-MT) está cotado para assumir o Ministério da Agricultura em 2022, caso Tereza Cristina deixe o cargo para concorrer à Câmara ou ao Senado. O nome de Geller, vice-presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, foi soprado ao pé de ouvido de Jair Bolsonaro por Artur Lira.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura #Tereza Cristina

O “chanceler” de Jair Bolsonaro junto às PMs

14/09/2021
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Pedro Cesar Sousa, que muito poucos conhecem pelo nome, é chamado nos corredores do Palácio do Planalto de “O Sombra” ou “O Moita”. Trata-se do subchefe de Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência. Sousa, ex-chefe do gabinete pessoal de Bolsonaro na Presidência, prima por se manter longe dos refletores. Mas, tem um papel fundamental na interlocução do presidente com as polícias militares, notadamente do Distrito Federal.

Major da reserva da PM do Distrito Federal, Sousa teria sido, por exemplo, o articulador do encontro que Bolsonaro teve com 50 oficiais da polícia do DF em fevereiro deste ano. Consultada, a Presidência não se manifestou. Ao longo do mês de agosto, contabilizando-se apenas os compromissos divulgados publicamente, Jair Bolsonaro reuniu-se com Pedro Cesar Sousa por 11 vezes.

O número dá uma dimensão dá importância de Sousa, um dos assessores com maior acesso a Bolsonaro no Palácio do Planalto. Para efeito de comparação, no mesmo período, em meio a uma pandemia e a uma crise hídrica, a agenda oficial do presidente registrou apenas um encontro com o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e com o ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde #Ministério de de Minas e Energia #Polícia Militar

“Meus empresários”

14/09/2021
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Assessores de Jair Bolsonaro estariam articulando um encontro com empresários apoiadores do presidente – os de sempre, entre eles, Meyer Nigri (Tecnisa) e Rubens Menin (MRV). Seria uma forma de mostrar proximidade após os seguidos manifestos lançados pelo empresariado.

#Jair Bolsonaro #MRV #Tecnisa

Pensão alimentícia

13/09/2021
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O ministro Ciro Nogueira está costurando o apoio de Jair Bolsonaro à candidatura da deputada federal Iracema Portella (PP) ao governo do Piauí em 2022. Está tudo em casa. Iracema é ex-mulher do ministro da Casa Civil.

#Casa Civil #Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro

Polo Sul e Polo Norte

8/09/2021
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Em pouco mais de um mês, o ex-presidente José Sarney teria conversado duas vezes com Jair Bolsonaro e outras duas com Lula. Está empatado.

#Jair Bolsonaro #José Sarney #Lula

A nova cloroquina de Bolsonaro

6/09/2021
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Jair Bolsonaro não desiste. Segundo um senador, fonte do RR, o presidente tem estimulado a base aliada a apresentar um novo projeto no Congresso, dando ao diretor-geral da Polícia Federal o poder de escolher o delegado responsável por cada inquérito. A polêmica proposta surgiu do “nada” no texto da reforma administrativa. Acabou retirada pelo relator da PEC, Arthur Maia (DEM-BA), após a chiadeira da oposição. No que depender de Bolsonaro, o jabuti volta para a árvore. Procurada, a Presidência não quis se manifestar.

#Arthur Maia #Jair Bolsonaro

Infiltração no teto

2/09/2021
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Até 2022, o teto vai ruir. Por dentro, estourando mesmo; ou por fora, com operações extraorçamentárias espertas. Se Jair Bolsonaro não se dispuser a gastar recursos com assistencialismo para o seu povo sofrido, em ano eleitoral, aí sim, terá sido o mais diferente dos presidentes da República.

#Jair Bolsonaro

Flechadas nos governadores

2/09/2021
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A ala bolsonarista da CPI da Covid articula a convocação de Carlos Gabas, ministro da Previdência no governo Lula e hoje secretário executivo do Consórcio Nordeste. A base aliada mira em Gabas na tentativa de acertar nos governadores nordestinos, predominantemente de oposição ao presidente Jair Bolsonaro. Em tempo: o ex-ministro, ressalte-se, já foi chamado para depor em outra CPI da Pandemia, esta em andamento na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.

#CPI da Covid #Jair Bolsonaro #Lula

A moeda é nossa

2/09/2021
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O que se diz no Palácio do Planalto é que o PTB, de Roberto Jefferson, teria sido o principal responsável por convencer Jair Bolsonaro a tirar a Casa da Moeda da lista das PPIs.

#Casa da Moeda #Jair Bolsonaro #PTB

Tratado da Amazônia é mais uma missão solitária de Mourão

1/09/2021
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O vice-presidente, Hamilton Mourão, quis tomar para si a missão de ser o “general da détente”. Mourão assumiu o compromisso de distender conflitos do Brasil, tais como a China e o enorme confronto ambiental. Porém, foi desconstruído pelo presidente Jair Bolsonaro. A visita a Pequim para arrefecer os ânimos, em maio de 2019, deu em nada ou muito pouco. E as ações tanto diplomáticas quanto operacionais na Amazônia têm sido, no mínimo, insuficientes. Ainda assim, Mourão não se rende.

O mais novo murro em ponto de faca passa pela área de meio ambiente. Com a farda de presidente do Conselho da Amazônia, o general estaria trabalhando junto a países vizinhos com o objetivo de revigorar a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Criada em 1995, a OTCA reúne, além do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Nos últimos tempos, no entanto, o governo Bolsonaro relegou a participação brasileira na Organização a segundo plano. Mourão seria favorável à ampliação do escopo do organismo multilateral e até mesmo ao ingresso de países de fora da região, alguns com tradição de apoio financeiro a projetos de proteção do bioma amazônico.

Casos, por exemplo, da Alemanha e da Noruega. Mais uma prova de que Mourão enverga, mas não quebra. A missão é para lá de difícil. Historicamente os maiores doadores do Fundo Amazônia, alemães e noruegueses suspenderam os aportes como resposta ao avanço do desmatamento na Região e à política ambiental do governo Bolsonaro. Em meio a tantos “adversários” dentro do governo – do próprio presidente Bolsonaro aos ex- ministros Ernesto Araújo e Ricardo Salles -, Mourão ainda conseguiu colocar tropas para conter as queimadas na Amazônia.

Recentemente, garantiu também a extensão por mais 45 dias da operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para o combate a crimes ambientais na Amazônia. Mas, na prática, o efetivo utilizado e os recursos disponíveis sempre se mostram aquém do necessário. As articulações junto aos países vizinhos para ampliar a importância da OTCA entram na mesma cota do empenho quase pessoal de Mourão. A Organização assumiria um papel de discussão e formulação de políticas de gestão do bioma amazônico de um forma transversal. Passaria a contemplar variáveis como o aproveitamento econômico de seus ativos, benefícios sociais e Defesa territorial. Procurada pelo RR, a Vice-Presidência da República não se pronunciou.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Tratado de Cooperação Amazônica

…Outra na ferradura

1/09/2021
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Parlamentares da base aliada retomaram as articulações na tentativa de abrir uma nova CPI contra governadores e prefeitos. É o velho desejo de Jair Bolsonaro de investigar a aplicação de recursos federais repassados a estados e municípios para o combate à pandemia e tirar o foco da CPI da Covid.

#CPI da Covid #Jair Bolsonaro

Bolsonaro incomoda o empresariado de cima a baixo

31/08/2021
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O manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, que será lançado nos próximos dias, revela uma metamorfose do presidente da Fiesp, Paulo Skaf. No lugar do Mr. Hyde, apoiador de primeira hora do presidente da República, surge um Dr. Jekyll empenhado em fazer um revisionismo da sua posição de bolsonarista raiz – ainda que o comunicado tangencie a conduta e a gestão de Jair Bolsonaro. A guinada de Skaf indica a influência do futuro presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, eleito para o cargo com o apoio do atual mandatário. Josué endossou o manifesto elaborado pela entidade.

Esse Skaf repaginado tenta, inclusive, dar um caráter mais plural à iniciativa. Segundo o RR apurou, emissários do presidente da Fiesp sondaram a CUT e a Força Sindical para que ambas assinem o documento. Na realidade, com a devida discrição, o próprio Josué estaria conduzindo os entendimentos para buscar o diálogo com a “esquerda”. Skaf não está tentando reinventar a roda. O Brasil tem uma história de união entre o capital e o trabalho em situações limítrofes, vide o movimento pela redemocratização nos anos 80.

O objetivo do empresariado, com esses atos, não é pautar o governo e muito menos mudar sua direção, mas, sim, apontar um novo rumo para 2022. E esse rumo não passa por Jair Bolsonaro. E tampouco por Lula. O próximo passo será a elaboração de um programa de governo. De certa forma, esse movimento já está em curso no âmbito do “Imagine Brasil”, iniciativa liderada pelo empresário Pedro Passos, que tem o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore como um de seus principais formuladores. Feito isso, o desafio seguinte das elites empresariais será encontrar o candidato da terceira via.

O RR não arrisca palpite, mas, neste momento, as setas parecem apontar para o governador João Doria. Paulo Skaf jamais pertenceu às elites empresariais, mas entendeu o Zeitgeist. O que ele está fazendo neste momento, no crepúsculo de seu longo mandato na entidade, é guiar seu rebanho “fiespiano” na direção dos seus parceiros do andar de cima. O espírito do tempo conduz também outro segmento empresarial que até então era um reduto fiel ao presidente Jair Bolsonaro. Ontem, diversas entidades do agribusiness – entre as quais a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira dos Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma) e Associação Brasileira dos Industriais de Óleos Vegetais (Abiove) – divulgaram uma nota conjunta em defesa da democracia e contra “aventuras radicais”.

Os produtores rurais também estão atendendo ao clamor silencioso dos mais poderosos. Essa junção entre diferentes castas do empresariado não chega a ser uma novidade no Brasil. A principal referência histórica são as Conferências Nacionais das Classes Produtoras (Conclaps), enormes congregações empresariais realizadas entre 1945 e 1977. A quarta e última Conclap reuniu mais de dois mil empresários no Hotel Nacional, no Rio, sob a coordenação técnica de Carlos Langoni. Na ocasião, a Conferência aprovou a divulgação da Carta do Rio de Janeiro, com propostas para a área econômica que foram encaminhadas ao então ministro da Fazenda, Mario Henrique Simonsen. O RR previu o óbvio: a entrada das elites no jogo – ver edição de 11 de agosto. Os manifestos dos empresários não vão se circunscrever ao documento encabeçado por Paulo Skaf ou à nota das entidades do agronegócio, que, por sua vez, se unem à peça “Eleições serão respeitadas”, lançada no início de agosto com o apoio, entre outros, de Roberto Setubal, Pedro Moreira Salles, Pedro Passos e Carlos Jereissati. Vem mais por aí, sejam manifestações multissetoriais, sejam ações conduzidas por segmentos específicos da economia. Como cravou o RR, as elites estão conversando.

#Fiesp #Jair Bolsonaro #Paulo Skaf

Apoio a Bolsonaro causa racha entre produtores de soja

30/08/2021
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A proximidade com Jair Bolsonaro começa a provocar cisões dentro do agronegócio, um de seus principais grupos de apoio. Segundo o RR apurou, conselheiros e associados de peso da Aprosoja Brasil (Associação Brasileira dos Produtores de Soja) estariam pressionando o presidente da entidade, Antonio Galvan, a se afastar do cargo. Trata-se do mesmo grupo de agricultores que teria arquitetado a nota oficial divulgada recentemente pela Aprosoja, desvinculando a instituição da convocação para atos antidemocráticos.

De acordo com a mesma fonte, um dos artífices do movimento seria o ex-ministro Blairo Maggi. A saída de Galvan da presidência é visto por muitos internamente como um gesto necessário para tirar o STF da soleira da Associação. Procurada pelo RR, a Aprosoja não se pronunciou.

Não é de hoje que o alinhamento de Antonio Galvan com Bolsonaro vem sendo questionado dentro da Aprosoja – ver RR de 6 de julho. Desta vez, no entanto, a questão é mais delicada. Ele foi alvo de uma operação de busca e apreensão por determinação do Supremo. Galvan é investigado por supostamente incitar a realização de atos violentos contra as instituições. Foi em uma casa de Brasília usada pela Associação que o cantor Sergio Reis convocou o agronegócio para manifestações no dia 7 de setembro contra o Senado e o Supremo.

#Aprosoja Brasil #Blairo Maggi #Jair Bolsonaro

O reverso da diplomacia

30/08/2021
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Eduardo Bolsonaro estaria articulando um encontro de Jair Bolsonaro com Donald Trump ainda neste ano. A ideia teria sido discutida na conversa que o “02” teve com o próprio Trump no início de agosto. Eduardo também tratou do assunto no recente encontro com Steve Bannon, estrategista do ex-presidente norte- americano. Trump viria ao Brasil na condição de convidado por um grupo de empresários para realizar duas palestras. Em tempo: no caso de Bolsonaro, seria um movimento na contramão da praxe diplomática. Ele se reuniria com o ex-presidente dos Estados Unidos sem ter se encontrado com seu sucessor, Joe Biden. E daí?

#Donald Trump #Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Aliança enferrujada

30/08/2021
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Nos últimos dias, o errático Jair Bolsonaro voltou a conversar com a prole sobre a criação do Aliança do Brasil. Até agora, no entanto, o clã sequer conseguiu colher as assinaturas necessárias.

#Aliança do Brasil #Jair Bolsonaro

Cabo eleitoral

30/08/2021
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Osmar Terra, aliado “viral” de Jair Bolsonaro, tenta arrumar uma vaga para o ex-deputado federal Lelo Coimbra (MDB-ES) na Esplanada dos Ministérios.

#Jair Bolsonaro #Osmar Terra

O PM de Bolsonaro

27/08/2021
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O coronel Meira, oficial da reserva da PM de Pernambuco e presidente do PTB no estado, desponta como potencial candidato do partido ao Senado em 2022, com o apoio do presidente Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #PTB

Estados reagem à pecha de vilões dos combustíveis

26/08/2021
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A estratégia do presidente Jair Bolsonaro de vilanizar os estados pela alta dos preços dos combustíveis não vai ficar sem resposta. Segundo o RR apurou, o Confaz vai divulgar nos próximos dias uma nota contraditando as declarações de Bolsonaro. Os termos do comunicado vêm sendo discutidos entre os secretários de Fazenda desde o início desta semana. Trata-se de uma ourivesaria razoavelmente complexa. A ideia não é partir para um embate aberto com o presidente. De acordo com a mesma fonte, a nota terá um tom predominantemente sóbrio e técnico, explicando a composição do custo dos combustíveis e os critérios de recolhimento do ICMS em cima do preço médio referencial. Uma das  intenções é desconstruir a percepção, alimentada pelo discurso de Bolsonaro, de que os estados ganham rios de dinheiro com a taxação dos derivados de petróleo. Um exemplo: no acumulado dos últimos 12 meses, a arrecadação das unidades da federação com o ICMS aumentou, em média, 17%. Já a receita tributária sobre os combustíveis cresceu apenas 3%.

#ICMS #Jair Bolsonaro

Banco da Amazônia cai na teia do Centrão

26/08/2021
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A presidência do Banco da Amazônia (Basa) entrou no leilão de cargos de Jair Bolsonaro junto ao Centrão. O atual no1 do Basa, Valdecir Tose, deve perder o lugar para um nome indicado pelo PP, do “sempre ele” Ciro Nogueira. Funcionário de carreira do banco, Tose tem fama de “difícil” entre os parlamentares, pela sua reduzida flexibilidade para demandas políticas.

#Banco da Amazônia #Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro

Bolsonarismo cria raízes na Procuradoria da República

26/08/2021
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Integrantes do MPF próximos à subprocuradora Lindôra Araújo identificaram um “voto útil” na sua decisão de rejeitar a abertura de inquérito contra Jair Bolsonaro pelo não uso de máscaras em ambientes de aglomeração. Lindôra nutre um sonho: ser a sucessora de Augusto Aras na Procuradoria Geral da República. Pode ser em 2023, no caso de um eventual de um segundo mandato de Bolsonaro, mas pode ser mais cedo. Na hipótese do Senado vetar a indicação de André Mendonça para o Supremo, Aras seria um candidato à vaga na Corte, o que abriria espaço na PGR. É pouco provável, mas Lindôra tem todo o direito de sonhar.

#Jair Bolsonaro #Lindôra #MPF

Policiais militares se unem para o 7 de setembro

25/08/2021
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A revelação de que PMs de diversos estados estão convocando colegas para manifestações a favor do governo Bolsonaro no próximo dia 7 de setembro é apenas a ponta do iceberg. A área de Inteligência da Polícia Militar de São Paulo teria identificado também contatos cruzados entre oficiais das PMs de diferentes unidades da federação com o objetivo de reforçar o chamamento e garantir que os protestos tenham uma amplitude nacional. Nessas conversas, policiais militares estariam combinando horários e locais para os atos nas mais variadas capitais e até mesmo metas de comparecimento de integrantes da corporação.

Se a percepção de que esses eventos eram espontâneos e isolados já causava apreensão, a questão ganha ainda maior gravidade caso esses movimentos se tornem organizados. Mesmo que sem qualquer respaldo dos comandos das Polícias Militares, a interlocução entre oficiais da PM dos mais variados estados confere um caráter “institucionalizado” às manifestações do dia 7. Ainda que informalmente, está surgindo uma espécie de “Confederação Nacional das Polícias Militares”, com motivações, no mínimo, preocupantes. O RR enviou uma série de perguntas à PM de São Paulo.

A assessoria de imprensa da corporação garantiu por diversas vezes que iria responder aos questionamentos, mas o RR não obteve retorno até o fechamento desta edição. Igualmente consultado, o Governo de São Paulo encaminhou à demanda à Secretaria de Segurança Pública, que também não se pronunciou. Com o risco de uma marcha de policiais em boa parte das capitais, a data da Independência pode se tornar o dia da baderna, patrocinado pelas próprias forças de segurança do país. No jogo de pôquer criado por Jair Bolsonaro, em que o blefe é uma carta permanentemente sobre a mesa, a notória proximidade do presidente com policiais militares é tão ou mais inquietante do que a instrumentalização política das Forças Armadas.

As PMs de todo o país somam cerca de 425 mil agentes. Trata-se de um número superior aos 340 mil militares da ativa no Exército, Aeronáutica e Marinha. De todos os estados, aquele em que a simbiose as forças de segurança e o bolsonarismo causa maior preocupação é São Paulo. A PM paulista soma quase um quarto de todos os policiais militares do país, com mais de 100 mil integrantes. O afastamento do coronel Aleksander Lacerda, que usou as redes sociais para convocar colegas para as manifestações do dia 7 e atacar o governador João Doria, serviu para aumentar o grau de tensão na instituição. Não é de hoje que há fricções no relacionamento entre PMs paulistas e Doria. Além do efetivo das PMs, há outros fatores de risco.

Comparativamente, as polícias militares têm um senso de disciplina hierárquica inferior ao observado nas Forças Armadas. Some-se a isso o fato de que as PMs não respondem a uma autoridade central e única. A dispersão do comando entre os estados dificultaria consideravelmente o controle dos policiais no caso de um cenário mais radical. Essa situação não mobiliza apenas os governos estaduais. Segundo o RR apurou, o Gabinete de Segurança Institucional também monitora a movimentação dos PMs em relação aos eventos de 7 de setembro. Consultado, o GSI não quis se manifestar por “trata-se de tema relacionado com a Inteligência de Estado”.

A Inteligência do Exército também observa a questão com atenção. Procurada, a Força não se manifestou até o fechamento da edição. As polícias militares estão politizadas e carregam seus bolsões radicais. Nos últimos meses, o comportamento das PMs em manifestações políticas tem sido motivo de preocupação. Em 3 de junho, policiais do Batalhão de Choque de Pernambuco atiraram balas de borracha em participantes de um protesto contra o governo Bolsonaro. Duas pessoas atingidas perderam a visão de um olho. Nas redes sociais, perfis não oficiais de batalhões da PM pernambucana comemoraram a ação e atacaram os manifestantes. Pouco antes, mais precisamente no dia 26 de maio, polícias do Distrito Federal impediram o atos contra Bolsonaro em frente ao Congresso Nacional.

#Exército #Jair Bolsonaro #Polícia Militar

Couvert artístico

24/08/2021
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O ministro do Turismo, Gilson Machado, já teve a promessa do presidente Jair Bolsonaro de que o orçamento da Pasta será aumentado para 2022. Machado, não custa lembrar, é o tocador oficial de sanfona nas lives de Bolsonaro.

Por falar em verbas: Bolsonaro tem feito rasgados elogios no Palácio do Planalto ao secretário Mario Frias. Motivo: Frias nunca pede verba a mais para a cultura. Nesse governo, é um mérito em dobro.

#Jair Bolsonaro #Mario Frias

Um teste nada doce para a política externa brasileira

20/08/2021
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O governo Bolsonaro vem tentando reabrir conversações com a diplomacia norte-americana em torno das cotas de importação do açúcar brasileiro. Este é um pleito crônico dos usineiros. As tratativas giram basicamente em torno de um “toma lá dá cá” sucroalcooleiro: o Brasil se dispõe a aumentar os limites para a compra de etanol produzido nos Estados Unidos em troca de redução das barreiras à entrada de açúcar no mercado norte-americano. A conversa é difícil. Ressalte-se que nem com o “aliado” Donald Trump na Casa Branca o governo brasileiro conseguiu quebrar esse muro. Consultado, o Ministério das Relações Exteriores não se manifestou.

#Açúcar #Jair Bolsonaro #Ministério das Relações Exteriores

Ruralistas preparam take over do Incra

19/08/2021
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O presidente do Incra, Geraldo de Melo Filho, está por um fio. Segundo o RR apurou, o Palácio do Planalto já estaria discutindo nomes de substitutos com a base aliada. A pressão pela mudança vem da bancada ruralista. O entendimento é que o presidente do Incra não tem atendido pautas de interesse dos parlamentares. O maior dos seus pecados seria o reduzido empenho para a aprovação do Projeto de Lei da Regularização Fundiária, conhecido como PL da Grilagem. Os ruralistas teriam no ministro Ciro Nogueira um importante aliado dentro do Palácio do Planalto pela troca de comando no Incra. Trata-se de uma manobra que precisa ser feita com certo cuidado. Vai que, em vez de acolher os nomes indicados pelos parlamentares, Jair Bolsonaro decide colocar novamente um militar no cargo – o antecessor de Melo Filho era o general João Carlos Corrêa. Tratando-se de uma indicação do Centrão, pode ser até que um general não seja má ideia. Procurada, a Presidência da República não se manifestou.

#Ciro Nogueira #Incra #Jair Bolsonaro

Acervo RR

Mordaça

16/08/2021
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O entorno do presidente Jair Bolsonaro tenta convencer Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, a pedir um habeas corpus ao STF para assegurar o direito de ficar em silêncio na CPI. No Palácio do Planalto, a convicção geral é de que os senadores vão entrar rasgando no novo depoimento de Barros.

#Jair Bolsonaro #Ricardo Barros

Portas fechadas para os “petralhas”

13/08/2021
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Em meio a uma nova onda de indicações do Centrão, o governo Bolsonaro resolveu adotar critérios mais rígidos nas nomeações para cargos de confiança de nível superior. Não exatamente movido por regras de governança ou austeridade, mas, sim, por razões de ordem ideológica. Segundo informações filtradas da Casa Civil, nomes que exerceram função comissionada em governos do PT ou foram filiados a partidos que não da base aliada estão fora do game. Trata-se de um rigor não visto ao longo do mandato. Tanto que ao fim de 2019, por mais estranho que possa soar, havia 587 filiados do PT em funções de livre escolha na esfera federal. Procurada, a Casa Civil não quis se manifestar sobre o assunto.

#Casa Civil #Jair Bolsonaro #PT

As elites finalmente entraram no jogo

11/08/2021
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Está definitivamente aberta a temporada de conspiração na República. Chegou quem faltava: as elites nacionais, leia-se banqueiros, empresários e intelectuais vinculados aos donos das riquezas do país. O manifesto “Eleições serão respeitadas”, divulgado na última quarta-feira, é apenas a espuma dessa articulação. O que interessa está por debaixo, não é visível ainda e é mais relevante do que aparições em jornais ou nas redes sociais. O anúncio nas principais publicações do país, com 260 signatários, não deve ser interpretado como uma peça de marketing institucional e tampouco como uma mera operação de “democracy washing”.

Há dois recados nas entrelinhas do manifesto. O primeiro é que os grandes empresários do Brasil estão conversando. Não apenas entre si, mas com grupos de poder capazes de promover ou dar respaldo a uma mudança nos rumos políticos da Nação. A segunda mensagem está igualmente acasalada com a defesa da democracia: agora há uma costura a sério pela construção da terceira via. As eleições passaram a ter três candidatos: Jair Bolsonaro, Lula e a terceira via, seja quem for.

Portanto, não se trata de um manifesto por democracia com Lula ou com Bolsonaro. A mobilização teria como objetivo tácito criar as condições para um novo projeto de poder, encabeçado por uma liderança política de fora dos dois espectros que polarizam o país. Toda vez que essas “elites orgânicas” entram no jogo, a prática conspiratória é quase obrigatória no xadrez das articulações com os estamentos republicanos. A história ensina que em decorrência dessa agitação surgirá um programa de governo. Sempre foi assim. Nessas ocasiões, a plutocracia tupiniquim costuma ter um projeto modernizante no bolso do paletó.

Historicamente, não se trata da defesa de um ou de outro regime político, mas apenas da preservação da ordem desejada. A magnitude e as ambições por trás desse projeto podem ser medidas pelos signatários originais do manifesto. Uma boa parte dos figurões que assinaram o documento deve estar agora em alguma sala de estilo inglês, combinando com seus pares os próximos passos. Eles têm a conspiração no DNA. Para dar um exemplo: o principal acionista do Banco Itaú Unibanco, Roberto Setubal. Seu pai, Olavo Setubal, apoiou, financeiramente, as alquimias praticadas para a deposição de Jango. O sócio de “Olavão” no Itaú era o potentado Eudoro Villela, fundador e patrocinador da organização paulista Associação Nacional de Programação Econômica e Social (Anpes), irmã gêmea da carioca Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), comandado por um general cujo pseudônimo era “Gol”.

A Anpes revelaria para o país um jovem gordinho que usava óculos do tamanho de uma tela de televisão. O rapaz foi chamado para ser o secretário executivo da entidade, seu primeiro emprego. Atendia pelo nome do meio, Delfim. Outros tempos; outros propósitos. Posteriormente, “Olavão” participou de forma ativa das campanhas para a deposição da ditadura, que ele próprio havia apoiado anteriormente. Outros signatários do manifesto possuem a mesma pegada genética. O fato é que, enquanto os donos poder ficam, os demais atores institucionais passam. É natural que eles estejam preocupados. Como se sabe, o empresariado e seu círculo de colaboradores íntimos, que chamam a atenção no manifesto, só colocam a cabeça para fora do mar de invisibilidade criado por eles mesmos quando alguma coisa está fora da ordem, está se quebrando. Tudo indica, é o que está ocorrendo. Mãos à obra, pessoal

#Anpes #Itaú #Jair Bolsonaro #Lula

Um trem que nem saiu da estação

11/08/2021
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Parlamentares de Pernambuco devem se reunir nos próximos dias com Jair Bolsonaro. Será a última cartada na tentativa de incluir o ramal de Suape no projeto de construção da Transnordestina. Nessa história, aos olhos da bancada pernambucana, há dois “vilões”. O primeiro é o ministro Tarcisio Freitas, que retirou o ramal de Suape do traçado original da ferrovia; o segundo, Fernando Bezerra, líder do governo no Senado. Consta que Bezerra, pernambucano de Petrolina, não moveu um dedo pelo projeto. Tem sido visto por seus conterrâneos como uma espécie de Calabar.

#Jair Bolsonaro #Transnordestina

Em cima do palanque

11/08/2021
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Jair Bolsonaro comprometeu-se com o aliado Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, a mergulhar de cabeça na campanha do senador Jorginho Melo, candidato do partido ao governo de Santa Catarina.

#Jair Bolsonaro #PL

“Mezzo-sul”

10/08/2021
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Jair Bolsonaro está articulando uma visita ao presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou. Seria uma forma de mostrar coesão entre os dois países na queda de braço com a Argentina pela redução da Tarifa Externa Comum do Mercosul. Vá lá, “meia” coesão, já que os uruguaios condicionam a medida somente a alguns produtos.

#Jair Bolsonaro #Mercosul

Asilo político para a versão boliviana de Ricardo Salles

10/08/2021
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Segundo informações filtradas d Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro está disposto a conceder asilo político definitivo à ex-ministra do Meio Ambiente da Bolívia, María Pinckert. Em junho, María obteve refúgio temporário no Brasil por 90 dias, até que a Comissão Nacional de Refugiados, vinculada ao Ministério da Justiça, analise o caso. A última palavra, no entanto, é do presidente da República. Caso se confirme, a concessão do asilo deverá ser um solavanco a mais nas relações diplomáticas entre a gestão Bolsonaro e o governo de esquerda do presidente Luiz Arce. Guardadas as devidas proporções, María Pinckert é uma espécie de Ricardo Salles andina. Integrante do governo provisório da ex-presidente boliviana Jeanine Áñez, de direita, que tinha o apoio de Bolsonaro, ela foi duramente questionada por ambientalistas. Além disso, é acusada pela Justiça boliviana de irregularidades no Ministério. Procurado, o Ministério da Justiça disse que “devido ao sigilo previsto em lei, não informa sobre os fundamentos, nem sobre a mera existência ou não de processo de refúgio de determinada pessoa ou de grupo de migrantes.”

#Jair Bolsonaro #María Pinckert #Ministério da Justiça

Os Barroso de Bolsonaro

10/08/2021
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Como se não bastasse a contenda do voto impresso, surgiu farpa a mais entre Jair Bolsonaro e Luis Roberto Barroso, presidente do TSE. Ao validar a convenção do Patriotas que afastou Adilson Barroso da presidência do partido, a Corte Eleitoral tirou do game o principal aliado de Flavio Bolsonaro na sigla. Dentro do Patriota, Adilson Barroso era também o principal articulador da filiação do presidente da República. É tudo muito pequeno, mas provavelmente o suficiente para Bolsonaro lançar uma nova saraivada de impropérios contra Luis Roberto Barroso.

#Jair Bolsonaro #Luis Roberto Barroso #TSE

Fogo no voto impresso

9/08/2021
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O TCU vai colocar ainda mais lenha na fogueira contra o voto impresso – e, consequentemente, contra Jair Bolsonaro. O Tribunal prepara um relatório apontando para o alto e desnecessário custo que medida traria para os cofres públicos. Consultado, o TCU confirma que o assunto é objeto do processo 025.548/2021-2, ainda sem documentos públicos.

#Jair Bolsonaro #TCU

Goiânia é logo ali

6/08/2021
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Jair Bolsonaro tem sido aconselhado a dar mais atenção aos pleitos do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Candidato à reeleição, Caiado tem tudo para ser um aliado importante em 2022, sobretudo pelas pontes com o agronegócio.

#Jair Bolsonaro #Ronaldo Caiado

Sob medida

5/08/2021
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Jair Bolsonaro vai surfar nos planos de expansão da Caixa Econômica, que preveem a abertura de mais de 260 agências até o fim do ano. O Palácio do Planalto vai casar as inaugurações com a agenda de Bolsonaro, notadamente no Norte e no Nordeste.

#Caixa Econômica #Jair Bolsonaro

7 de setembro

5/08/2021
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Ideia que circula na área de Cultura (ou algo que o valha) do governo: a criação de um festival de filmes e documentários de cunho
“patriótico” para celebrar, em setembro do ano que vem, o bicentenário da Independência. A um mês da eleição presidencial, grande chance de virar um “Cine Bolsonaro”.

#Jair Bolsonaro

“Coisa do Ramos”

4/08/2021
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No Congresso, o vai-não-vai de Jair Bolsonaro em relação ao fundo eleitoral é atribuído ao general Luiz Eduardo Ramos. O militar seria a principal voz ao pé de ouvido de Bolsonaro defendendo o veto ao aumento dos recursos. Por essas e outras é que o Centrão trabalhou tanto para tirar Ramos da Casa Civil.

#Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro vira o caso Araguaia pelo avesso

3/08/2021
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O presidente Jair Bolsonaro está dando uma guinada surpreendente em um dos órgãos mais sensíveis do governo: a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Político (CEMDP), vinculada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Bolsonaro tem feito pressão para que a CEMDP acelere seus trabalhos em relação ao Caso Araguaia, com a análise e identificação dos restos mortais encontrados na região. O Araguaia, como se sabe, é uma ferida aberta, um grande símbolo da reação do regime militar contra grupos de esquerda na primeira metade dos anos 70.

Trata-se de um fardo histórico que até hoje pesa sobre as Forças Armadas. Bolsonaro, ao que parece, quer tirar esse incômodo da frente das quartéis. Muito provavelmente, não se trata de um gesto isolado do presidente, mas de um movimento alinhavado com os próprios militares. Sob certo aspecto, essa costura começou em 2019, quando Bolsonaro nomeou dois coronéis da reserva do Exército – Weslei Maretti e Vital Santos – para compor a Comissão. Ainda que seja um fator de desconforto para as Forças Armadas, a CEMDP tem, digamos assim, melhor passagem junto aos militares do que a Comissão Nacional da Verdade (CNV), criada no governo Dilma e que tanta polêmica gerou.

Ao contrário da CNV, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos não tem necessariamente um espírito persecutório e punitivo. Em tempo: além de atender a demandas que tocam fundo nos militares, a decisão de acelerar os trabalhos da CEMDP pode, de quebra, gerar algum dividendo político se Jair Bolsonaro adequar a ordem dos propósitos. No caso específico, seria resolver um passivo histórico que pode vir a ter impacto eleitoral, notadamente em um ambiente tão polarizado. Procurada pelo RR, o Ministério da Mulher confirmou que o “presidente do CEMDP, Marco Vinicius Pereira de Carvalho, tem reiterado a necessidade de darmos uma resposta acerca do caso Araguaia e de analisar os restos mortais que estão em poder da Comissão e as gestões anteriores jamais se esforçaram para que isto fosse possível”.

Certamente, o posicionamento da CEMDP em relação ao Araguaia não seria tão assertivo se Carvalho não tivesse o respaldo do Palácio do Planalto. Além do Araguaia, ressalte-se, a Comissão está debruçada sobre o trabalho de identificação das ossadas encontradas no Cemitério do Perus, em São Paulo. Segundo o Ministério da Mulher, “estão em poder da Comissão e depositadas no Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF), ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 1.049 caixas com remanescentes ósseos”. Dessas, “restam cerca de 220 caixas que serão submetidas a uma segunda análise mais complexa”. Ainda de acordo com a Pasta, até o momento foram identificados dois indivíduos.

#Araguaia #Forças Armadas #Jair Bolsonaro #Ministério da Mulher

Que poder é esse?

2/08/2021
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Ciro Nogueira garantiu ao presidente Jair Bolsonaro que o governo já tem votos suficientes no Senado para aprovar a nomeação de André Mendonça no Supremo.

#Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro

“Minha polícia”

30/07/2021
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Jair Bolsonaro pretende percorrer algumas capitais para lançar o Habite Seguro, novo programa de crédito imobiliário para agentes
de segurança. Naturalmente, policiais serão convidados para os eventos, o que permitiria a Bolsonaro se capitalizar ainda mais junto a um de seus maiores grupos de apoio. De quebra, a medida serviria para alimentar as piores fantasias.

#Habite Seguro #Jair Bolsonaro

Cartilha bolsonarista

30/07/2021
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Jair Bolsonaro tem resistido à pressão do Centrão pela troca de Milton Ribeiro no Ministério da Educação. Ribeiro caiu nas graças de Bolsonaro pela veemente defesa da volta das aulas presenciais e pela criação de uma comissão para elaborar as provas do Enem sem conteúdo ideológico. O que, na prática, significa tirar a ideologia dos outros para colocar a do presidente.

#Enem #Jair Bolsonaro #Milton Ribeiro #Ministério da Educação

A agenda da CIA

23/07/2021
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O diretor da CIA, William J. Burns, conversou sobre três assuntos, entre outros, com Jair Bolsonaro: Sérgio Moro, Lula e Lava Jato. A fonte da informação é quentíssima. Burns encontrou o presidente Bolsonaro no dia 1o de julho, em uma “visita de cordialidade”, sem que a agenda fosse divulgada pelo Palácio do Planalto.

#CIA #Jair Bolsonaro #Lava Jato #Lula

Cada um para um lado

23/07/2021
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Ao nomear Onyx Lorenzoni para o Ministério do Trabalho, indiretamente Jair Bolsonaro vai perder uma de suas diversões: assistir às constantes picuinhas entre Lorenzoni e o general Luiz Eduardo Ramos no Palácio do Planalto.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

O gabinete de “Carlucho”

22/07/2021
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No entorno de Jair Bolsonaro, o que se diz é que Carlos Bolsonaro dedica-se a uma missão prioritária neste momento: reconstruir a blogosfera bolsonarista. Alguns de seus mais importantes representantes foram atingidos pelo inquérito das fake news a cargo do STF.

#Carlos Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Dinheiro (pré) carimbado

22/07/2021
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Não foi à toa que, em sua crítica ao Fundo Eleitoral, Jair Bolsonaro soltou a frase “Imaginem o que o Rogério Marinho faria com esse dinheiro?”. Marinho já articula a transferência de parte das verbas para o Ministério do Desenvolvimento Regional, caso Bolsonaro cumpra a promessa de vetar o aumento do fundo de R$ 1,8 bilhão para R$ 5,7 bilhões.

#Jair Bolsonaro #Ministério do Desenvolvimento Regional

Reaproximação

22/07/2021
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O Pastor Everaldo, presidente do PSC, tem trabalhado para reconstruir pontes com Jair Bolsonaro. A relação ficou abalada depois que o ex-governador Wilson Witzel, uma invenção de Everaldo, rompeu com Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Wilson Witzel

Olavo de Carvalho quer ser o “filósofo da reeleição”

20/07/2021
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Há uma preocupação no clã Bolsonaro em relação ao quadro de saúde de Olavo de Carvalho, que passou recentemente por uma cirurgia de emergência na bexiga. Por todos os motivos. Além da notória afinidade com a família, estavam em curso conversas para que Olavo venha a se tornar uma espécie de “filósofo da reeleição”. O principal entusiasta da ideia é o “03”, Eduardo Bolsonaro. A intenção é que Olavo atue nas entranhas ideológicas da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro em 2022.

Caberia a ele o múnus de ser o conselheiro do presidente, notadamente em relação aos temas a serem abordados e abortados com a sua base de apoio. Olavo de Carvalho deseja ser algo como um “Steve Bannon de Bolsonaro” – em alusão ao ideólogo da campanha de Donald Trump em 2016. Um “Bannon” sem pegar no pesado, diga-se de passagem. As conversações com Olavo de Carvalho, ressalte-se, entraram em stand by com a sua internação. Até então, vinham sendo conduzidas pelo próprio Eduardo Bolsonaro, artífice desse novo figurino idealizado para Olavo e principal interlocutor entre ele e a família.

O filósofo passaria a ter um papel no aconselhamento da campanha bem maior do que em 2018, o que naturalmente reduziria a sua exposição intensiva nas redes sociais, uma medida compatível com a previsível fragilidade de saúde de Olavo. Trata-se de uma faca de dois gumes. Por um lado, existe um aspecto parcialmente negativo nessa mudança: Bolsonaro teria a perda da combatividade de Olavo nas mídias sociais. Ao longo da campanha de 2018 e mesmo durante um período da gestão, o filósofo teve reconhecida importância: inventou um personagem na internet que se tornou cult junto à extrema direita, pautando o discurso do presidente e tornando-se um de seus cabos eleitorais mais eficientes.

Em determinado momento, Olavo de Carvalho chegou a dizer textualmente: “Eu sou o segundo governo”. Por uma outra ótica, haveria um lado positivo para Bolsonaro nessa mudança de papel do filósofo. As aparições públicas de Olavo costumam criar arestas com importantes grupos de apoio ao presidente. Difícil imaginar, por exemplo, que os evangélicos tenham apreço pelo vocabulário por vezes grotesco e pela forma como o filósofo costuma se expressar, inclusive em relação a eles próprios.

Já se referiu aos pentecostais como “evanjegues”. Olavo também teve seus embates com um dos principais, se não o principal esteio do governo Bolsonaro: os militares. Entre outros ataques, chegou a chamar o general Santos Cruz, então ministro da Secretaria de Governo, de “bosta engomada”. Por essas razões, talvez Olavo seja mais útil aconselhando nas sombras do que militando nas redes sociais, à luz do dia.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho

República dos manifestos

20/07/2021
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A gestão Bolsonaro está criando uma prática recorrente, a dos manifestos dos ex-ministros contra o governo. Depois dos protestos de ex-ocupantes das Pastas da Defesa e das Relações Exteriores, a próxima reação deverá vir dos ex-togados. No STF circula a informação de que ex-ministros da Corte, a exemplo de Celso de Mello e Joaquim Barbosa, estariam discutindo um desagravo a Luis Roberto Barroso. O ministro foi chamado de “imbecil” e de “idiota” por Jair Bolsonaro. Há quem diga que, pela lógica tortuosa de fazer política do governo, Bolsonaro e os generais palacianos gostam da repetição de manifestos.

#Jair Bolsonaro #Pastas da Defesa e das Relações Exteriores

Acervo RR

Rivotril

20/07/2021
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Em reunião com o senador Jayme Campos (DEM-MT), líder do governo no Congresso, no último dia 13, Jair Bolsonaro teria garantido a liberação de mais recursos para o Mato Grosso. Dias antes, chegou aos ouvidos de Bolsonaro que Campos estaria fazendo duros ataques ao governo, como se já tivesse virado oposição. Ao que tudo indica, a verba acalmou o parlamentar.

#Jair Bolsonaro

O palanque de Omar Aziz

19/07/2021
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Um importante senador da CPI da Covid, de oposição a Jair Bolsonaro, relatou ao RR uma conversa razoavelmente tensa com Omar Aziz, na qual o aconselhou a reduzir os recorrentes ataques ao governo do Amazonas. Algumas sessões estão virando palanque eleitoral de Aziz, tido como um potencial candidato ao governo do estado no ano que vem.

#CPI da Covid #Jair Bolsonaro

Risco de cirurgia ainda ronda Jair Bolsonaro

16/07/2021
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A possibilidade de Jair Bolsonaro ser submetido a uma cirurgia nos próximos dias ainda está sobre a mesa. Não se trata, efetivamente, do cenário mais provável – ontem mesmo, o próprio Bolsonaro relativizou essa hipótese. Mas o estado do presidente, embora estável, tem algum grau de risco. O RR conversou em off the records com um dos profissionais de saúde que atendem o presidente. Segundo esta fonte, um dos principais receios do corpo médico, neste momento, é que a suboclusão – ou seja, a interrupção parcial da passagem do conteúdo alimentar e fecal pelo trato gastrointestinal – cause dano circulatório a alguma alça intestinal e derive para uma isquemia do mesentério. Em outras palavras, trata-se de uma espécie de infarto do intestino. Nesse caso, Bolsonaro teria de ser submetido a uma cirurgia, com um nível de complexidade maior. Como a anatomia abdominal do presidente foi demasiadamente modificada pelas seis operações que realizou desde setembro de 2018, muito provavelmente seria necessária uma intervenção cirúrgica convencional, uma vez que a laparoscopia (não invasiva) não costuma ter a precisão necessária em pacientes nessas condições. Procurados, o Hospital Vila Nova Star e a Presidência da República não se pronunciaram. Jair Bolsonaro teve o abdômen muito manipulado em procedimentos cirúrgicos. Complicações, mesmo que tardias, são comuns nesses casos. Intervenções dessa natureza causam as chamadas bridas ou aderências, enclaves de fribrose dentro do peritônio. O presidente sofre ainda de uma hérnia incisional, o que também pode criar espaços para que uma alça intestinal se insinue. Por ora, de acordo com a mesma fonte, o Bolsonaro está sendo submetido a um tratamento com dieta zero, descompressão do trato gastrointestinal por meio de sonda nasogástrica e correção dos distúrbios hidroeletrolíticos – deficiência na quantidade de eletrólitos (sódio, potássio, cálcio, entre outros) no corpo humano.

Em conversa com três cientistas políticos, o RR extraiu a seguinte síntese: o estado de saúde de Jair Bolsonaro provoca inevitáveis efeitos colaterais no cenário institucional e junto à opinião pública. Assim como a facada, às vésperas da eleição de 2018, criou fantasias e teorias da conspiração, é provável que, mais à frente, muitos enxerguem utilidade política no quadro clínico do presidente, a começar pelo próprio Bolsonaro e seus filhos. Um exemplo: a sugestão de postagem nas redes sociais de uma foto do presidente na UTI teria partido de Carlos Bolsonaro. Dadas as circunstâncias, a prole, por sinal, ganha mais peso. Com a hospitalização do presidente, na prática Carlos, Eduardo e Flavio assumem um pedacinho adicional do governo. Desde a internação, os três passaram a ser porta-vozes intensivos do pai junto a ministros e outros agentes políticos. Cada enfermidade com suas sequelas. Não quer dizer, também, que Bolsonaro não venha a tirar proveito do que seria a sua própria vitimização. Não esquecer que o impacto dessa “reinterpretação” dos fatos, não é de hoje, favorece o presidente.

#Jair Bolsonaro

Plantão médico

16/07/2021
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Nos dias que antecederam sua internação, assessores de Jair Bolsonaro notaram uma brusca mudança no “fuso horário” do presidente. Talvez em decorrência dos soluços intermitentes e das crises de insônia, que o levaram a adquirir o hábito de disparar mensagens para ministros durante a madrugada, auxiliares passaram a ter dificuldade de contato com Bolsonaro na parte da manhã. Tanto para despachos presenciais quanto em trocas de mensagem de celular.

#Jair Bolsonaro

Caminhoneiros no radar do GSI

15/07/2021
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O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) intensificou o monitoramento dos sindicatos de caminhoneiros. Fonte da área de Inteligência informou a RR que o GSI acompanha, desde o último fim de semana, líderes da categoria. Eles têm discutido a possibilidade de uma greve de advertência. A probabilidade de uma paralisação vem crescendo entre os sindicalistas. Seria uma reação ao aumento médio de R$ 0,10 nos preços do diesel anunciado na semana passada. As atenções do GSI estariam voltadas, sobretudo, para São Paulo e Rio Grande do Sul, onde os caminhoneiros, nos últimos tempos, têm se mostrado mais hostis ao governo. Foram os dois estados que articularam a fracassada tentativa de paralisação da categoria no fim de janeiro. Procurado pelo RR, o GSI informou que “não irá se pronunciar, positiva ou negativamente, por se tratar de assunto de Inteligência de Estado”.

Por falar em caminhoneiros – e em “monitoramento”, a decisão de Jair Bolsonaro de demitir Roberto Castello Branco da Petrobras teve menos relação com a política de preços da estatal e mais a ver com a antipatia do presidente pelo executivo. Desde que o general Joaquim Silva e Luna assumiu o comando da estatal, em abril, os valores dos combustíveis subiram, na média, 2%. Bolsonaro sempre implicou com o estilo sofisticado e independente do ex-presidente da Petrobras. Castello acreditou na promessa de Paulo Guedes de que teria autonomia na gestão da empresa. Bulhufas! Para subir ou descer os preços dos combustíveis, quem quer que seja, tem de pedir benção a Bolsonaro. Na verdade, ao tirar Castello Branco do comando da Petrobras, Bolsonaro buscou infiltrar na empresa um quadro fiel aos seus interesses. Talvez já de olho na maior verba de comunicação do país para as eleições de 2022…

#Gabinete de Segurança Institucional #Jair Bolsonaro #Petrobras

Sem descanso

15/07/2021
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Diagnosticado com o novo coronavírus, o senador Otto Alencar (PSD-BA) não pretende se ausentar da CPI da Covid. Já solicitou ao presidente da Comissão, Omar Aziz, para participar das sessões de forma remota. Pior para Jair Bolsonaro: Alencar tem sido um dos mais combativos integrantes da CPI.

#CPI da Covid #Jair Bolsonaro

“Departamento de Imprensa e Propaganda”

14/07/2021
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O presidente Jair Bolsonaro tem sido aconselhado a enterrar a privatização da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), dona, entre outros veículos, da TV Brasil. O argumento é que a estatal pode ser razoavelmente útil em ano de eleição.

#EBC #Jair Bolsonaro

Os deputados querem holofotes

12/07/2021
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Arthur Lira está sendo instigado por aliados a acelerar a tramitação das reformas, notadamente política e tributária. Não se trata necessariamente de um gesto de apoio ao governo Bolsonaro. Em véspera de ano eleitoral, os deputados têm se ressentido de pautas de maior repercussão, capazes de lhes dar mais visibilidade. Neste momento, praticamente todas as atenções estão voltadas para o Senado e a CPI da Covid.

#Arthur Lira #CPI da Covid #Jair Bolsonaro

Marimbondo de fogo

9/07/2021
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Segundo um interlocutor assíduo de José Sarney, em conversa recente com Jair Bolsonaro o ex-presidente desandou a fazer uma defesa sutil do parlamentarismo. Mas, tratando-se de Sarney, pode ser que na semana que vem mude de ideia.

#Jair Bolsonaro #José Sarney

Governo Bolsonaro entrega farelos aos produtores de soja

6/07/2021
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O apoio à gestão Bolsonaro começa a provocar fissuras em uma das mais representativas entidades do agronegócio, a Aprosoja Brasil. O presidente da Associação, Antônio Galvan, um dos maiores ruralistas do Mato Grosso, estaria sendo cobrado internamente pela baixa receptividade do governo a algumas das principais pautas de interesse dos grandes produtores de soja do país. Há uma razoável lista de maus tratos, a começar pelo Plano Safra 2021/22.

Os ruralistas pleiteavam que o programa destinasse cerca de R$ 15 bilhões para a subvenção de financiamentos agropecuários. O valor, no entanto, parou nos R$ 13 bilhões. Em outro front, a Aprosoja também tem perdido a batalha da soja transgênica. A entidade tentou brecar o lançamento no Brasil da Intacta 2 Xtend, a nova semente geneticamente modificada da Bayer. Em vão. Procurada, a Aprosoja não se pronunciou.

Outro exemplo de desprestígio dos produtores de soja: a pressão para que o Ministério da Agricultura acelere o processo de privatização de armazéns da Conab, muitos deles fechados e dependentes de investimentos privados, não tem surtido efeito. O déficit de estocagem é um dos graves problemas do agronegócio. O Mato Grosso, por exemplo, produz mais de 70 milhões de toneladas de grãos e possui uma estrutura de armazenagem para apenas 46 milhões de toneladas.

Em tempo: segundo a fonte do RR, começam a surgir questionamentos dentro da Aprosoja em relação à própria postura de Antonio Galvan. Algumas vozes dentro da entidade apontam que Galvan estaria mais preocupado em pavimentar uma futura carreira política do que defender as pautas de interesse da entidade. Há informações de que o ruralista teria planos de se candidatar ao Senado pelo Mato Grosso em 2020 e, para isso, contaria desde já com o apoio de Bolsonaro.

#Galvan #Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura

Bolsonaro rumo a Israel

5/07/2021
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O Itamaraty iniciou tratativas para um encontro entre o presidente Jair Bolsonaro e o novo primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, ainda neste ano. Trata-se de um movimento importante no tabuleiro da diplomacia, uma vez que o antecessor de Bennett, Benjamin Netanyahu, era considerado um dos aliados estratégicos do governo brasileiro no cenário internacional. Em tempo: sem Donald Trump na Casa Branca, é provável que Bolsonaro deixe de lado a promessa de transferir a Embaixada de Tel-Aviv para Jerusalém.

#Israel #Jair Bolsonaro

Apoio de peso a Caboclo

5/07/2021
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Recontratado a peso de ouro por Rogério Caboclo, o advogado Vanderbergue Machado, que por muitos anos foi o lobista-mor da CBF, estaria tentando marcar um gol de placa: articular o apoio do presidente Jair Bolsonaro para o retorno de Caboclo ao comando da entidade.

#CBF #Jair Bolsonaro

Carta-convite

2/07/2021
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Jair Bolsonaro tem feito rasgados elogios ao general Floriano Peixoto, presidente dos Correios. Em conversas reservadas com assessores palacianos, costuma dizer que precisa encontrar um Ministério para Peixoto.

#Correios #Jair Bolsonaro

Mourão no banco de reservas

1/07/2021
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Jair Bolsonaro vem sendo aconselhado a reforçar o time brasileiro que participará da Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP26), em novembro. O reforço em questão seria a escalação do general Hamilton Mourão, comandante do Conselho da Amazônia, ao lado do novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite. A julgar pela distância cada vez maior entre Bolsonaro e Mourão, trata-se de uma hipótese pouco provável.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Ministério do Meio Ambiente

Terceira via

1/07/2021
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O presidente da Telebras, o ex-Anatel José Jarbas Valente, balança no cargo. Seu pecado? Ter sido indicado por Gilberto Kassab, que hoje vive uma relação de idas e vindas – mais idas do que vindas – com o presidente Jair Bolsonaro.

#Gilberto Kassab #Jair Bolsonaro #Telebras

Chineses querem colocar seu carimbo na moeda brasileira

30/06/2021
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Há uma possibilidade dos chineses imprimirem a moeda brasileira. Segundo informações filtradas pelo RR junto ao Ministério da Economia, a Aisino, um dos maiores grupos de documentação digital do país asiático, demonstrou interesse em participar da privatização da Casa da Moeda. A empresa identifica a estatal como uma janela de oportunidade para entrar no Brasil, peça-chave de um movimento geoeconômico mais amplo.

Após se espraiar pelo Oriente Médio e pela África, a Aisino elegeu a América Latina como prioridade. A companhia já atua no Chile e está na disputa para assumir dois serviços igualmente estratégicos naquele país: a impressão das carteiras de identidade e dos passaportes dos chilenos. Consultado, o Ministério da Economia não se pronunciou. A privatização da Casa da Moeda está prevista no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) e tem no ministro Paulo Guedes o seu principal defensor.

Ocorre que, historicamente, a venda da empresa sempre enfrentou resistência, devido ao seu forte simbolismo. Para se ter uma ideia da “sacralização” da estatal, há 50 anos, o ministro Roberto Campos chegou a preconizar a privatização do Banco Central, mas a Casa da Moeda era intocável até para os mais liberais entre os liberais. Neste momento da história, há ainda outro fator: a Aisino teria de enfrentar a “sinofobia” do governo Bolsonaro. Some-se o fato de que o próprio presidente tem uma postura pendular em relação à venda da Casa da Moeda. Talvez seja menos por razões de ordem estratégica e de segurança nacional e mais por escambo político. O Centrão, notadamente o PTB, está ávido para sentar na cadeira da presidência da estatal, hoje nas mãos do vice-almirante Hugo Cavalcante Nogueira.

#Banco Central #Casa da Moeda #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia

Boca de urna

30/06/2021
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O Ministério da Infraestrutura planeja lançar, na primeira quinzena de agosto, a pedra fundamental da Ferrovia Integração Centro-Oeste (Fico), no trecho entre Mara Rosa (GO) e Água Branca (MT). Já está anotado na agenda pré-eleitoral de Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Infraestrutura

Sucessão no TST fica para depois

30/06/2021
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O RR apurou que, apenas em agosto, após o recesso do Judiciário, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) vai enviar ao presidente Jair Bolsonaro a lista tríplice de candidatos para a vaga do ex-ministro Walmir Oliveira Costa. Procurado pelo RR, o TST informou que “não há previsão de quando será enviada a lista”.

#Jair Bolsonaro #TST

Temos o que doar?

30/06/2021
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O governo do Paraguai solicitou ao Brasil a doação de vacinas contra a Covid-19 na tentativa de conter a escalada de infectados e mortes no país. Por ora, o Ministério da Saúde ainda não respondeu. Com a CPI nos calcanhares de Jair Bolsonaro, vai ser difícil dizer “sim”.

#Covid-19 #Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde

“Brasil sem pobreza” é uma pá de cal no Bolsa Família

29/06/2021
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Jair Bolsonaro quer ser lembrado como o pai dos pobres. O presidente recomendou aos seus ministros mais próximos que articulem medidas assistenciais com a visão na linha de pobreza. O Ministério da Economia busca definir qual é a melhor régua de corte da pobreza capaz de viabilizar um programa de transferência de renda. O laboratório da equipe econômica está testando diversas combinações em seus tubos de ensaio: consolidação dos programas sociais existentes; deslocamento de recursos dentro do próprio orçamento; um imposto novo (sobre transações ou sobre o “pecado” – bebida, tabaco e açucarados) e a ideia de criar um fundo com recursos da privatização para custear a erradicação da pobreza são algumas das propostas sobre a mesa. Bolsonaro não gosta de projetos que tenham o Bolsa Família como referência, ou ainda pior, batizem as campanhas com o mesmo nome, tais como “Bolsa Família ampliada”. As duas palavras remontam ao momento mais feliz do governo Lula. Bolsonaro gostaria de enfeixar todas as ações debaixo do Programa Brasil sem Pobreza. O nome surgiu no seio da própria família de Bolsonaro. É forte. O entorno do presidente quer que seja uma pá de cal no Bolsa Família.

#Bolsa Família #Jair Bolsonaro #Lula #Ministério da Economia

Pressão caseira

29/06/2021
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O presidente Jair Bolsonaro enfrenta uma resistência doméstica à nomeação do advogado geral da União, André Mendonça, para o STF. Eduardo Bolsonaro juntou-se ao mano Flávio na campanha pela indicação do presidente do STJ, Humberto Martins.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #STF

Nem tudo é queimada na Amazônia

29/06/2021
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Informação entreouvida pelo RR no Palácio do Planalto: Jair Bolsonaro vai vetar o trecho da MP 1034/2021 que retirou isenção tributária sobre combustíveis na Zona Franca de Manaus (ZMF). A pressão dos parlamentares do Amazonas é grande, sobretudo após a Câmara ter autorizado que toda a produção industrial em ZPEs seja destinada ao mercado interno. Da noite para o dia, as empresas da ZMF ganharam novos concorrentes. Consultada pelo RR, a Secretaria de Governo informou que o projeto “está em análise”.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Promessa indexada

25/06/2021
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Jair Bolsonaro decidiu terceirizar uma parte da sua escancarada campanha pela reeleição. O escalado para levar as boas novas ao empresariado foi Paulo Guedes, já condicionando as medidas a um segundo governo do “mito”. Pelo menos é o que se depreende da postura de Guedes na Fiesp, em reunião no último dia 23. Na ocasião, frente a dirigentes ávidos por um refresco tributário, o ministro afirmou que o IR da pessoa jurídica terá dois cortes de 2,5%: uma redução do tributo neste mandato, e a outra se Bolsonaro for reeleito. É, pois é… O presidente incomodou o Ministério Público com suas “motociatas”. Afinal, é uma propaganda explícita sobre duas rodas. A ver se Guedes está liberado para fazer suas “fiespizadas”.

#Fiesp #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Padrinho forte

24/06/2021
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A operação do MDB para que o agora ex-presidente do Cade, Alexandre Barreto, permaneça no Conselho ganhou um forte reforço: Michel Temer teria intercedido junto ao presidente Jair Bolsonaro para que Barreto assuma a superintendência geral da autoridade antitruste.

#Cade #Jair Bolsonaro #MDB

Bolsonaristas al mare

24/06/2021
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Jair Bolsonaro recebeu a sugestão de organizar uma versão marítima das “motociatas”, reunindo apoiadores em jet skis. A princípio soa como uma ideia meio sem pé nem cabeça. Mas não custa lembrar que Bolsonaro é useiro e vezeiro em passeios no equipamento, sobretudo no litoral paulista.

#Jair Bolsonaro

Mesma cepa

23/06/2021
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Jair Bolsonaro está estimulando a candidatura de Marcos Pontes à Câmara. Línguas ferinas afirmam que o incentivo se deve menos ao interesse de Bolsonaro em ter Pontes no Congresso e mais a sua vontade de vê-lo fora Mesma cepa da Ciência e Tecnologia.

#Jair Bolsonaro #Marcos Pontes

A metralhadora Ciro

22/06/2021
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Após um primeiro filmete, colando em Jair Bolsonaro a pecha de “traidor”, Ciro Gomes prepara um novo vídeo de campanha, desta vez tendo como alvo Flavio Bolsonaro. O mote será rachadinhas e milícias.

#Ciro Gomes #Jair Bolsonaro

A pandemia em três “cepas”

21/06/2021
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Tudo o que negou desde o início da pandemia, Jair Bolsonaro deverá usar em seu favor ao término da vacinação dos adultos prevista, no máximo, até o primeiro trimestre do ano que vem. Todos os assuntos vão desaguar na campanha eleitoral guiados por uma lógica bolsonarista. O staff presidencial prepara uma série de filmetes nos quais Bolsonaro dirá que concluiu a vacinação em um ritmo superior à esmagadora maioria dos países do mundo; que se expôs pessoalmente ao vírus indo ao encontro do povo para confortá-lo; e que o hábito de não usar máscaras foi um artifício psicológico para evitar que o medo e histeria tomassem conta da população. Sim, Bolsonaro teria agido como um ator performático. O presidente dirá ainda que a tentativa de acrescentar um reforço precoce – leia-se cloroquina – ao tratamento universal pela vacinação foi politizada, visando a campanha eleitoral. Todo esse discurso vai se contrapor à inevitável reprodução de declarações contrárias do próprio Bolsonaro, que certamente invadirá a campanha eleitoral em 2022. Esse duelo de “verdades” antagônicas será despejado nas redes com toda a fúria. O mito já tem a versão pronta para mostrar o que não foi e o que não disse.

Segundo um senador informou ao RR, a CPI da Covid estuda convocar dirigentes da Apsen, Cristália, EMS, Germed, Sanofi e Vitamedicl, laboratórios que produzem cloroquina e ivermectina. De acordo com a mesma fonte, o primeiro da fila seria Ogari Pacheco, dono do Cristália. Consultado, o laboratório afirma que o empresário não recebeu qualquer convocação. Talvez seja só questão de tempo. Do ponto de vista político, Pacheco é um alvo importante para a oposição: ele é suplente de Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo Bolsonaro no Senado.

Quanto mais o Centrão pressiona pela saída do general Luiz Eduardo Ramos da Casa Civil, mais Jair Bolsonaro amplia o raio de ação do ministro. Ramos passou a ter uma participação ativa nas negociações para a compra de mais vacinas, ao lado do ministro Marcelo Queiroga. Neste momento, por exemplo, conduz tratativas com a Pfizer.

#Covid-19 #CPI da Covid #hidroxicloroquina #Jair Bolsonaro

Cooptação

21/06/2021
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Jair Bolsonaro tem chamado o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de “meu candidato”. No círculo político bolsonarista, o nome de Queiroga é cotado como candidato à Câmara ou mesmo ao Senado pela Paraíba.

#Jair Bolsonaro #Marcelo Queiroga

O “embaixador”

21/06/2021
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A CBF costura com os jogadores da seleção brasileira um convite do próprio elenco para que Jair Bolsonaro compareça à final da Copa América – caso o time avance à decisão. Tudo para desfazer o “mal entendido” de que a seleção não queria disputar a competição.

#CBF #Jair Bolsonaro

Sob encomenda

21/06/2021
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Segundo o RR apurou, Onyx Lorenzoni recebeu, na semana  passada, uma nova pesquisa que lhe dá 20% das intenções de voto ao governo gaúcho. Melhor: o deputado Luiz Carlos Heinze, seu maior adversário na disputa pelo apoio de Jair Bolsonaro, aparece com 10%.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

“Lei do mandante” é a nova jogada de Bolsonaro

18/06/2021
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O RR teve a informação de que o governo Bolsonaro retomou as discussões para modificar as regras de negociação dos direitos de transmissão esportiva no país. O ponto central da proposta é a permissão para o mandante vender suas partidas sem a necessidade de concordância do outro clube. Pela legislação atual, um jogo só pode ser exibido caso a emissora de TV ou plataforma de streaming tenha contrato com as duas agremiações. No ano passado, o Palácio do Planalto chegou a editar uma Medida Provisória sobre o assunto, que caducou sem ser votada na Câmara. Desta vez, a ideia é apresentar um projeto de lei, com o respaldo da base aliada. O ministro das Comunicações, Fabio Faria, já estaria escalado para fazer o meio de campo com a Câmara. A recriação do Ministério do Esporte seria, desde já, uma das contrapartidas ofertadas para garantir o apoio do Centrão ao projeto. O que está em jogo é um mercado que movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão no ano passado, contabilizando-se a receita com TV dos 20 clubes de maior faturamento do Brasil. A mudança promete dar uma chacoalhada no setor, abrindo espaço para novos competidores – de emissoras de televisão a plataformas de streaming. Isso no momento em que o número de players aumenta. Um dos casos mais notórios é o SBT. Segundo o RR apurou, após fechar com a Libertadores e a Copa América, a emissora tem planos de entrar na disputa pelo Campeonato Carioca e por torneios estaduais do Nordeste a partir do ano que vem.

Talvez haja mais do que coincidência no timing do projeto de lei. As discussões no governo ganham corpo justo no momento em que os grandes clubes negociam a criação de uma liga independente, desvinculada da CBF. Um dos principais artífices da “rebelião” é o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim – tido como o idealizador da chamada “MP do Mandante”, no ano passado. Dois experimentados cartolas do futebol ouvidos pelo RR enxergam uma possível armadilha do Flamengo. Na prática, o rubro-negro estaria criando as condições para se desvencilhar não só da CBF, mas também dos demais clubes, passando a negociar isoladamente contratos de TV. Tudo com respaldo da nova lei – e do governo. Nem o ex-técnico do Flamengo Jorge Jesus armaria uma tática tão perfeita.

#Campeonato Carioca #CBF #Flamengo #Jair Bolsonaro

Voz de comando

17/06/2021
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O ministro da Defesa, general Braga Netto, foi uma voz importante para que Jair Bolsonaro autorizasse a nova operação de GLO na Amazônia. Se dependesse só da requisição do general Hamilton Mourão, que chefia o Conselho da Amazônia, era bem capaz do sinal verde não sair.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Igreja quer armas bem longe

16/06/2021
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A Arquidiocese de Brasília cogita solicitar às autoridades do Distrito Federal que intervenham para mudar o local do II Encontro Pró Armas pela Liberdade, previsto para o dia 9 de julho. A concentração dos manifestantes foi marcada para o entorno da Catedral de Brasília. Há o temor de que o evento acabe se transformando em uma manifestação Igreja quer armas bem longe pró-Bolsonaro. Alguma dúvida?

#Distrito Federal #Jair Bolsonaro

500 cilindradas

16/06/2021
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Além da “motociata” prevista para o dia 10 de julho, em Porto Alegre, o entorno de Jair Bolsonaro já definiu a próxima parada: as motos vão roncar em Belo Horizonte, provavelmente também no mês de julho.

#Jair Bolsonaro

Diplomacia do confronto

16/06/2021
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No Palácio do Planalto, a recomendação para que Jair Bolsonaro atacasse a vitória de Pedro Castillo, candidato da esquerda à Presidência do Peru, antes mesmo da proclamação do resultado, é atribuída ao olavista Filipe Martins, assessor especial para assuntos internacionais.

#Jair Bolsonaro #Pedro Castillo

Fogo (nada) amigo

16/06/2021
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O ministro Onyx Lorenzoni está convicto de que o vazamento de sua possível candidatura ao governo gaúcho, com apoio de Jair Bolsonaro, é coisa de quem quer queimar seu nome antes da hora. E mais: tem certeza de que o fósforo foi riscado dentro do próprio Palácio do Planalto.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

Risco Fakhoury

16/06/2021
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O cerco do STF ao empresário Otávio Fakhoury, suspeito de financiar manifestações antidemocráticas, preocupa o clã Bolsonaro. Apesar dos serviços prestados, Fakhoury não é visto por Jair Bolsonaro e sua prole como alguém totalmente confiável sob pressão.

#Jair Bolsonaro #Otavio Fakhoury

Flavio Bolsonaro está a dois passos do Palácio do Planalto

15/06/2021
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Você topa assumir?
– Quando o senhor quiser.

A existência do diálogo curto entre Jair Bolsonaro e Flavio Bolsonaro foi garantida ao RR. A conversa teria ocorrido no Palácio do Planalto, na semana passada. Flavio (Patriota-RJ) substituiria a deputada Flávia Arruda (PL-DF) na Secretaria de Governo. Com a medida, Bolsonaro faria um movimento inicial para a formalização da função dos filhos no seu governo. A ideia não é nova.

A presença dos rebentos em cargos na gestão Bolsonaro já foi aventada em outras ocasiões, a mais notória delas com a quase nomeação de Eduardo Bolsonaro como embaixador do Brasil em Washington. Por sua vez, Carlos Bolsonaro, o “Carluxo”, como se sabe, já tem um cargo no Palácio do Planalto, ainda que não oficialmente: “comandante-em-chefe do gabinete do ódio”. Na equação formulada por Jair Bolsonaro, os prós da presença de Flavio Bolsonaro no Palácio do Planalto são superiores aos contras da sua ausência no Senado, como defensor do governo.

Flavio é reconhecido pelos próprios ministros e assessores palacianos como aquele que tem mais condições de ocupar a Secretaria de Governo em um ano eleitoral. O senador carrega um handicap que nenhum outro candidato ao cargo – como a deputada Celina Leão (PP-DF) – tem: falar com Flavio é a certeza de estar se falando diretamente com o presidente da República. O “01” não seria nomeado pela cota do Patriota e muito menos do Centrão, mas, sim, pela cota pessoal – e consanguínea – de Bolsonaro.

A ideia de Jair Bolsonaro não é rifar Flavia Arruda do governo. Até porque é preciso satisfazer Artur Lira e Valdemar da Costa Neto. O Palácio do Planalto estuda abrigá-la em outra Pasta. Entre as hipóteses aventadas estão os Ministérios do Turismo e até a recriação da Pasta do Esporte. Mas o destino mais provável da deputada é o Ministério da Cidadania. Consultado sobre a possível substituição de João Roma por Flavia Arruda, o Ministério da Cidadania disse que a resposta deveria ser dada pela Presidência da República. No entanto, até o fechamento desta edição, o Palácio do Planalto não se pronunciou sobre as mudanças e tampouco sobre a possível nomeação de Flavio Bolsonaro para a Secretaria de Governo.

#Flavia Arruda #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Ministério da Cidadania #Palácio do Planalto

Inimigo íntimo

15/06/2021
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João Doria reservou uma missão especial para Paulo Marinho, que deixou a presidência do PSDB no Rio para ser um dos cabeças da sua pré-campanha. Entre outras missões, Marinho vai comandar a comunicação de Doria nas redes sociais. O empresário, um dos articuladores da campanha de Jair Bolsonaro em 2018, conheceu por dentro a gênese do “gabinete do ódio”.

#Jair Bolsonaro #João Doria #PSDB

Um bunker bolsonarista na Inteligência da Petrobras

14/06/2021
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O capitão-tenente da reserva da Marinha Carlos Victor Guerra Nagem é um enclave de Jair Bolsonaro na presidência da Petrobras. Para ser mais preciso, ele seria uma espécie de espião de Bolsonaro junto à diretoria da estatal. Figura de menor expressão na gestão de Roberto Castello Branco, Nagem ganhou espaço na companhia desde a chegada do general Joaquim Silva e Luna à presidência. Tem trabalhado lado a lado com o coronel da reserva Ricardo Silva Marques, gerente executivo da nevrálgica área de Inteligência e Segurança Corporativa. Trata-se do departamento que mais detém dados sigilosos da Petrobras. Entre os próprios funcionários da estatal, o entendimento é que a Gerência virou um aparelho de informações a serviço direto do Palácio do Planalto.

Esta rede chama ainda mais atenção pelos laços que unem Carlos Victor Nagem e Ricardo Silva Marques a Jair Bolsonaro. Originalmente, Nagem estava designado para assumir exatamente a Gerência Executiva de Inteligência e Segurança Corporativa. À época, sua nomeação foi anunciada pelo próprio Bolsonaro através de um tweet no dia 10 de janeiro de 2019. Ocorre que o militar não cumpriu os requisitos necessários para assumir uma gerência executiva da Petrobras. Restou-lhe ser nomeado como assessor direto da presidência, sempre tendo um papel discreto e de poucas atribuições, ao menos até recentemente. Marques, por sua vez, foi colega de turma de Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras. Além disso, é pai de Alexandre Marques, auditor do TCU. Alexandre é investigado pela elaboração do suposto documento citado por Bolsonaro colocando em dúvida o número de mortos por Covid. Segundo ele, o próprio pai teria vazado o pretenso relatório ao presidente.

#Jair Bolsonaro

Afinal, 2022 é logo ali

8/06/2021
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A ordem do Palácio do Planalto para o Incra é acelerar os processos de regularização fundiária. O presidente Jair Bolsonaro pretende intensificar as viagens pelo Brasil para a entrega de títulos de propriedade rural. O alvo principal é o Nordeste. Há cerca de duas semanas, por sinal, Bolsonaro esteve no Maranhão para a concessão de 17 mil títulos.

#Jair Bolsonaro

Benchmarking

31/05/2021
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O presidente Jair Bolsonaro acertou em criar um comitê para tomar decisões referentes à crise hídrica do país. Poderia chamar Pedro Parente para dirigir o núcleo estratégico. Aliás, poderia até chamar FHC para o seu lugar. Seria um préstimo à nação.

#Jair Bolsonaro

Pontes para Bolsonaro

27/05/2021
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É tudo pouca grana, mas Jair Bolsonaro permanece vetando a transferência de recursos da Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento de vacinas. Primeiro foi com a Universidade Federal do Paraná – ver RR de 25 maio. Agora, Renan Calheiros reserva chumbo grosso para o depoimento do Marcos Pontes na CPI da Pandemia – ainda sem data marcada. Renan quer arguir Pontes sobre o suposto veto de Bolsonaro ao repasse de verbas para a USP Ribeirão Preto, que está desenvolvendo uma vacina contra a Covid-19. Os repasses seriam feitos pela Pasta da Ciência e Tecnologia.

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro na garupa

27/05/2021
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Os fabricantes de motos da Zona Franca de Manaus pretendem levar um pacote de propostas ao governo para evitar demissões no setor. Com a grave crise sanitária na capital amazonense, a produção em abril foi 30% inferior ao mesmo mês em 2020. Se falarem com Jair Bolsonaro, é capaz de ele ir de moto até Manaus.

#Jair Bolsonaro

Indexado à Covid

18/05/2021
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Nos cenários traçados no Palácio do Planalto, a recuperação da popularidade do presidente Jair Bolsonaro está vinculada a duas metas: a vacinação de mais de 50% da população e a queda do número de mortes diárias por Covid 19 para menos de mil vítimas. Se, ainda assim, o nível de aprovação do governo não reagir, aí o negócio é mais sério…

#Covid-19 #Jair Bolsonaro

Um presidente tóxico

17/05/2021
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O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, deixou o cerimonial do Palácio do Planalto em uma saia justa. Inicialmente, segundo o RR apurou, Azambuja chegou a confirmar que acompanharia o presidente Jair Bolsonaro em sua visita ao estado, na última sexta-feira. Em cima da hora, no entanto, cancelou sua participação, alegando um compromisso oficial em São Paulo. Evitou, assim, fazer parte do já conhecido ritual bolsonarista: durante sua passagem pelo Mato Grosso do Sul, o presidente provocou aglomerações, distribuiu apertos de mão e abraços e, na maioria do tempo, dispensou a máscara.

#Jair Bolsonaro

Bem-vindos a 2022

13/05/2021
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A Ponte de Abunã, inaugurada por Jair Bolsonaro na última sexta-feira, serve como um pot-pourri do calendário eleitoral do ano que vem. A construção, que liga Porto Velho (RO) a Rio Branco (AC), foi entregue a toque de caixa, com as obras inacabadas. Não há, por exemplo, sequer um poste de iluminação ao longo da via.

#Jair Bolsonaro

Direto na fonte

12/05/2021
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A CPI da Covid pretende convocar o coronel Haroldo Paiva Galvão, que até o início deste ano dirigia o Laboratório Químico Farmacêutico do Exército. Sob sua gestão, no ano passado, a produção de cloroquina na unidade disparou. Ao longo de 2020, foram fabricados 3,3 milhões de comprimidos do medicamento mais “prescrito” pelo presidente Jair Bolsonaro.

#CPI da Covid #Haroldo Paiva Galvão #Jair Bolsonaro

Acervo RR

Lados opostos

12/05/2021
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Segundo o RR apurou, Eduardo e Carlos Bolsonaro têm resistido à possível filiação de Jair Bolsonaro ao PRTB. O “02” e o “03” não querem o pai no mesmo partido do futuro ex-vice-presidente, general Hamilton Mourão.

#Carlos Bolsonaro #Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Tudo em família

12/05/2021
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O senador Marcio Bittar (MDB-AC), relator do contestado orçamento no Congresso, busca o apoio de Jair Bolsonaro para lançar a candidatura de sua ex-mulher, Marcia Bittar, ao Senado por Rondônia. Tem um bom trunfo: ela seria adversária do senador Acir Gurgacz, candidato à reeleição, um dos congressistas que subscreveram o pedido para a instalação da CPI da Covid.

#Acir Gurgacz #Jair Bolsonaro #Marcia Bittar #Marcio Bittar

Ao pé do ouvido

12/05/2021
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O clã dos Gandra Martins deu mais uma amostra de influência junto ao presidente Jair Bolsonaro. O apoio do ministro do TST Ives Gandra Martins Filho foi determinante para a escolha do desembargador Amaury Rodrigues Pinto Junior para a Corte.

#Amaury Rodrigues Pinto Junior #Gandra Martins #Ives Gandra Martins Filho #Jair Bolsonaro

Ex-aliado?

11/05/2021
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Segundo informações filtradas do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro tem usado e abusado de impropérios para se referir a Rodrigo Pacheco. Isso porque o presidente do Senado não está movendo uma palha para evitar a convocação de Carlos Bolsonaro pela CPI da Covid.

#Carlos Bolsonaro #CPI da Covid #Jair Bolsonaro #Rodrigo Pacheco

Lados opostos

6/05/2021
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A relação entre Jair Bolsonaro e o governador do DF, Ibaneis Rocha, antes um forte aliado, trincou. A ponto de Bolsonaro já buscar nomes para disputar a eleição contra Rocha em 2022.

#Ibaneis Rocha #Jair Bolsonaro

Uma “comissão da verdade” sob medida para Bolsonaro

5/05/2021
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Uma ideia delicada circula entre lideranças do PT: acusar Jair Bolsonaro por crime contra a humanidade. Em caso de vitória na eleição presidencial de 2022, o partido estuda abrir uma espécie de Comissão Nacional da Verdade para a pandemia – internamente já chamada de “Comissão da Verdade do Bolsonaro”. Como o nome sugere, o objetivo seria investigar o quanto o governo de Jair Bolsonaro contribuiu para o alastramento da doença e a escalada de mortes – até o momento, o Brasil é o segundo país com maior número de óbitos por milhão de habitantes, atrás apenas da Itália. A Comissão teria ampla participação da sociedade civil, com representantes de entidades como OAB e CNBB, entre outros.

Trata-se, no entanto, de um assunto dos mais sensíveis. Por um lado, um governo petista encontraria forte respaldo internacional para conduzir as investigações; por outro, não se sabe que impacto a medida teria sobre as Forças Armadas. Qualquer investigação sobre a gestão da pandemia no governo Bolsonaro atingiria também os generais do Palácio do Planalto e o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Para não falar dos 25 militares que ocuparam cargos na Pasta. Não é questão de fazer ou não a Comissão, mas, sim, se ela for criada, que seja com muito juízo.

#Jair Bolsonaro

Ainda falta muito

4/05/2021
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O presidente Jair Bolsonaro tem sido aconselhado por assessores da importância de realizar um evento no Palácio do Planalto quando o Brasil atingir cem milhões de vacinas aplicadas. O próprio ministro Marcelo Queiroga é favorável à ideia. O problema é: quando? Por ora, o país não chegou sequer à metade dessa marca.

#Jair Bolsonaro

O décimo-terceiro trabalho de Hercules

3/05/2021
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A Secom tem se dedicado a uma missão praticamente impossível: levantar todos os ângulos de críticas ao presidente Jair Bolsonaro em seus relatórios de análise da mídia, que são enviados diariamente ao chefe. Mais fácil seria limpar as estrebarias de Aúgia ou matar o gigante Gerião. A cada dia, os veículos de imprensa encontram novas perspectivas para bater em Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Secom

Pavio curto

3/05/2021
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Segundo informações filtradas do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro tem tido seguidos rompantes contra a CPI da Covid. Em um deles, chegou a bradar que ministros e outros integrantes do seu governo convocados para depor deveriam se recusar a comparecer à Comissão.

#CPI da Covid #Jair Bolsonaro

Um setor blindado contra os tiros da pandemia

3/05/2021
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Jair Bolsonaro pode contar com um setor de segurança privada vitaminado em 2022. Notório apoiador do presidente, o segmento tem contrariado todos os prognósticos de declínio e driblado circunstâncias que pareciam ser devastadoras – isolamento social, encolhimento do comércio presencial, redução do número de agências bancárias, entre outras. A maior parte das empresas não publica balanço, mas as recém-divulgadas demonstrações financeiras da Protege, um dos grandes grupos de segurança privada do país, dão uma amostra da recuperação do setor. Em 2020, o lucro chegou a R$ 191 milhões, um crescimento de 124% na comparação com o ano anterior. Já a receita saltou de R$ 890 milhões para R$ 1,3 bilhão. Os números são surpreendentes até para a própria Protege. No primeiro trimestre do ano passado, a empresa estimava uma queda de 40% no faturamento em 2020.

Aos poucos, as armas de fogo vão dando lugar ao digital. A redução do serviço presencial tem sido compensada pela migração para a segurança eletrônica. Essa mudança vem estimulando, inclusive, o surgimento de novos players. É o caso da Intelbras, fabricante de equipamentos de telecomunicações. A Seventh, seu braço no setor, fechou 2020 com um aumento da receita de 140% e do Ebitda em 210%.

O segmento de segurança patrimonial tem pautas delicadas a tratar com o governo. Um dos maiores motivos de insatisfação – só para não variar – é o grosso calibre da carga tributária. Interlocução com o Poder não é o problema. Que o diga Washington Cinel, dono da Gocil, uma das maiores empresas de segurança de São Paulo. Cinel tem linha direta com Bolsonaro – foi, inclusive, o anfitrião do recente jantar do presidente com empresários em São Paulo.

#Jair Bolsonaro #Protege

“Diplomacia da vacina” vira álibi de Jair Bolsonaro

30/04/2021
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O Palácio do Planalto começou a montar o quebra-cabeças para a defesa do presidente Jair Bolsonaro na CPI da Covid. Há uma preocupação específica em justificar a demora para a aquisição de vacinas, nem que para isso seja necessário descortinar informações delicadas, que, em circunstâncias normais, não deveriam vir à tona. Um dos argumentos centrais levantados por assessores de Bolsonaro é o fato de que a dinâmica de compra e venda de imunizantes não vem sendo guiada apenas por critérios de ordem sanitária. Há obstáculos invisíveis a olho nu. No meio do caminho, surgiram interesses geoeconômicos e comerciais que têm exercido razoável influência sobre negociações. Jair Bolsonaro errou muito, mas ninguém é bonzinho nesse script.

Com todas as sutilezas que costumam pautar discussões diplomáticas, há um jogo tácito de barganhas no mercado multilateral da vacina. Essas tratativas estão imbricadas com interesses comerciais. Uma peça central dessa engrenagem é o leilão de 5G. Há, neste momento, uma incrível interseção geoeconômica entre telefonia e vacina. A China, um dos principais fornecedores de imunizantes para o Brasil, tenta derrubar as barreiras – sobretudo ideológicas – para assegurar a participação da Huawei na licitação do 5G. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Mas, provavelmente, não vai ser satanizando a Huawei que o governo brasileiro conseguirá reduzir o atraso no envio dos insumos chineses para a produção da CoronaVac.

A diplomacia é a arte da troca. Que o diga a Suécia. A vacina, neste caso, é uma ampola cercada por interesses cruzados, que vão além da saúde e chegam às telecomunicações e à defesa. Um nome, por sinal, enfeixa esses três setores: Investor AB, maior e mais influente companhia de investimentos dos países nórdicos. Controlado pela família Wallenberg, o grupo é um importante acionista da AstraZeneca, fabricante de uma das duas únicas vacinas, ao lado da CoronaVac, autorizadas pela Anvisa para uso no Brasil. A mesma Investor AB tem participação acionária na Ericsson, que duela pela primazia de fornecer a tecnologia 5G no país. Em disputa, um pacote de investimentos da ordem de R$ 10 bilhões até 2025. Os tentáculos do polvo escandinavo alcançam também a área de Defesa. A holding dos Wallenberg é acionista relevantes da Saab, fornecedora dos novos caças da Força Aérea Brasileira, um contrato de aproximadamente US$ 5,4 bilhões.

Um personagem ainda mais poderoso neste tabuleiro de interesses inoculados no mercado mundial de vacinas são os Estados Unidos. Lá estão a Pfizer e a Moderna, com as quais o governo brasileiro já fechou contratos para a compra, respectivamente, de 100 milhões e de 13 milhões de doses. É bem verdade que a gestão Bolsonaro tem muita culpa no cartório. Em meados do ano passado, recusou uma oferta de 70 milhões de doses da própria Pfizer. Esta será uma das maiores fragilidades do presidente na CPI da Covid. Mas, talvez, o governo tenha de explicitar na CPI que há um jogo a ser jogado com Washington. Os Estados Unidos são a nação que mais pressiona o Brasil neste momento por um plano estruturado contra o desmatamento da Amazônia e a emissão de dióxido de carbono. Os norte-americanos são também fortes interessados em deslocar a Huawei do leilão de 5G no Brasil.

Um fato em especial reforça a argumentação a favor do presidente Bolsonaro: a dificuldade de estados e municípios em fechar a compra de vacinas. O mesmo se aplica a iniciativas do setor privado. Na linha de raciocínio construída pelos auxiliares de Bolsonaro, governos centrais só querem vender vacina para governos centrais. É a gestão federal que decide as grandes pautas dos interesses multilaterais. E o acordo entre o governador João Doria e a China? Esta teria sido a exceção que confirma a regra, um contrato fechado na época em que o presidente Bolsonaro desdenhava da vacina chinesa e que serviu para garantir a entrada do produto no mercado brasileiro.

#Jair Bolsonaro

Óleo na frigideira

30/04/2021
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O presidente Jair Bolsonaro vem dando sinais de insatisfação com Flavia Arruda, há apenas um mês na Secretaria de Governo. Para Bolsonaro, Flavia tem sido mais ministra da “gestão Arthur Lira” do que do seu governo.

#Flavia Arruda #Jair Bolsonaro

Quem atira em Gabbardo acerta Doria

29/04/2021
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No Palácio Bandeirantes, há uma preocupação com a possibilidade de João Gabbardo, coordenador do centro de contingência da pandemia de São Paulo, ser convocado pela CPI da Covid. O receio é que aliados de Jair Bolsonaro explorem contradições da época em que Gabbardo ocupava a secretaria executiva do Ministério da Saúde para, mesmo que por tabela, atingir politicamente o governador João Doria. No início da pandemia, Gabbardo flertou com a ideia de isolamento vertical, defendida por Bolsonaro, e foi complacente com o uso da cloroquina.

#Jair Bolsonaro #João Doria #João Gabbardo

João Doria agradece

27/04/2021
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A CPI da Covid cogita convocar o governador João Doria. O objetivo seria confrontar o planejamento do Instituto Butantan para a produção da Coronavac à demora do governo federal em fechar a compra de vacinas no exterior. Se não for convocado, é capaz de Doria se oferecer para ir. A CPI seria um belo palanque político para atacar Jair Bolsonaro.

#CPI da Covid #Jair Bolsonaro #João Doria

O grafeno de Bolsonaro

27/04/2021
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Na Gerdau, a entrada na produção de grafeno já é chamada, a título de chiste, de “projeto Bolsonaro”. Por algum tempo, o nanomaterial foi o xodó de Jair Bolsonaro. Depois, viria a cloroquina.

#Gerdau #Jair Bolsonaro

Coalizão doméstica

26/04/2021
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O presidente Jair Bolsonaro faz planos de lançar uma chapa caseira no Rio Grande do Norte em 2022: para governador, o Ministro das Comunicações, Fabio Farias; para o Senado, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

#Fabio Farias #Jair Bolsonaro #Rogério Marinho

Usina verde-oliva

26/04/2021
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Jair Bolsonaro está disposto a indicar um militar para a vaga do ex-deputado Carlos Marun, que vai deixar o Conselho de Administração de Itaipu. O nome de Eduardo Pazuello, que chegou a ser cogitado após sua saída do Ministério da Saúde, é considerado carta fora do baralho no Palácio do Planalto.

#Carlos Marun #Conselho de Administração de Itaipu #Jair Bolsonaro

Dono do pedaço

20/04/2021
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Nos últimos dias, Jair Bolsonaro voltou a conversar com Luciano Bivar, presidente do PSL, sobre seu retorno ao partido. Bolsonaro não abre mão de um acordo no modelo porteira fechada. Ou seja: exige carta branca para indicar todos os candidatos a governador e a senador do partido em 2022.

#Jair Bolsonaro #Luciano Bivar

Pistolão

19/04/2021
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Segundo informações filtradas do Palácio do Planalto, nas últimas semanas Jair Bolsonaro esteve por um fio de ceder às pressões e demitir o assessor especial de Assuntos Internacionais, Filipe Martins. Em ambas, Martins foi salvo por Eduardo Bolsonaro.

#Filipe Martins #Jair Bolsonaro

Índio quer segurança e vacina

16/04/2021
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Segundo informação filtrada pelo RR junto ao Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro cogita nomear um militar para o comando da Funai, em substituição ao delegado da Polícia Federal, Marcelo Xavier. Um dos nomes cotados seria o do general Fernando Maurício Duarte Melo. O oficial ocupou interinamente a presidência da Fundação em 2019, quando outro militar, o general Franklimberg de Freitas foi demitido do cargo.

Não por coincidência, a possível “remilitarização” da Funai se daria em um momento de tensão entre as comunidades indígenas. O RR apurou que entidades de representação dos índios – a exemplo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) – têm cobrado do governo o aumento da presença de tropas do Exército nas principais aldeias da Região Amazônica. O objetivo é coibir a crescente evasão de vacinas contra a Covid-19. Há denúncias de que garimpeiros ilegais e criminosos estariam desviando imunizantes em terras indígenas, a exemplo da Raposa Serra do Sol, em Roraima, e da aldeia Yanomami, que se espalha também por Roraima e pelo Amazonas.

Entre os grupos declarados como prioritários para a campanha de vacinação, a comunidade indígena está atrás de outros segmentos. Levantamento feito por ONGs indica que 55% de todos os nativos já receberam ao menos uma dose de imunizante, contra 70% dos profissionais de saúde. Pode parecer uma diferença pequena, mas a taxa de mortalidade entre índios contaminados pelo novo coronavírus é sete vez superior à da média da população brasileira.

#Fernando Maurício Duarte Melo #Jair Bolsonaro

Cumprindo tabela

16/04/2021
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Jair Bolsonaro deverá ser mero figurante na reunião da Cúpula de Líderes sobre o Clima, convocada pelo presidente Joe Biden para os dias 22 e 23 de abril. Até o momento, segundo fonte do Palácio do Planalto, o governo brasileiro não elaborou qualquer proposta para ser levada ao encontro. Não chega a ser exatamente uma surpresa.

#Jair Bolsonaro

Segunda tentativa

15/04/2021
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O presidente Jair Bolsonaro estaria disposto a indicar o coronel da reserva Jorge Luiz Kormann para uma das diretorias da Agência Nacional de Saúde. Kormann ocupava a secretária-adjunta da Pasta da Saúde, mas foi afastado pelo novo ministro, Marcelo Queiroga. No ano passado, Bolsonaro chegou a indicar o militar para a Anvisa, mas, depois, voltou atrás.

#Jair Bolsonaro #Jorge Luiz Kormann

Entre os seus

15/04/2021
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Após o recente jantar com empresários em São Paulo, Jair Bolsonaro estaria articulando um encontro com representantes da área de mídia, leia-se uma conversa com Silvio Santos e Edir Macedo.

#Edir Macedo #Jair Bolsonaro #Silvio Santos

Benchmarking

15/04/2021
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O entorno de Jair Bolsonaro acompanha com preocupação o julgamento da vereadora paulista Maria Helena Fontes no TSE. Maria Helena é acusada de montar um esquema de “rachadinha” no seu gabinete. O Ministério Público Eleitoral pede a cassação do seu mandato. O julgamento é considerado um termômetro de como as acusações contra Flavio Bolsonaro serão tratadas pelo TSE. O ministro Alexandre de Moraes já votou pela condenação da vereadora.

#Jair Bolsonaro #Maria Helena Fontes

Tocha olímpica

15/04/2021
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Jair Bolsonaro avalia viajar ao Japão para a abertura da Olimpíada, em 23 de julho. Isso se o evento for mesmo realizado.

#Jair Bolsonaro

Uma ponte para 2022

14/04/2021
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Jair Bolsonaro deverá acompanhar o ministro Tarcísio Freitas em Rondônia, no próximo dia 29, para a inauguração de uma ponte sobre o Rio Madeira, uma obra de R$ 130 milhões. É mais uma das viagens de Bolsonaro com pinta de evento de campanha.

#Jair Bolsonaro

Coletiva caseira

13/04/2021
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Às portas de uma CPI da Pandemia, Jair Bolsonaro tem sido aconselhado a ampliar sua exposição na mídia para além das lives semanais e das bissextas entrevistas exclusivas. Uma das propostas que chegou a Bolsonaro seria conceder uma entrevista coletiva a jornalistas escolhidos a dedo. A ideia é atribuída ao ministro das Comunicações, Fabio Faria.

#Fabio Faria #Jair Bolsonaro

O nome de Bolsonaro para o TSE

13/04/2021
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O presidente Jair Bolsonaro quer alguém “seu” na Justiça Eleitoral. Segundo informações filtradas do Palácio do Planalto, Carlos Mario Velloso Filho deverá ser escolhido por Bolsonaro para ocupar uma cadeira de ministro efetivo do TSE. Significa dizer que o atual titular da vaga, Sérgio Banhos, não será reconduzido ao cargo ao término do seu mandato, em maio. Filho do ex-ministro do STF Carlos Velloso, Velloso Filho já ocupa uma vaga de ministro substituto na Corte Eleitoral.

#Carlos Mario Velloso Filho #Jair Bolsonaro

Do contra

8/04/2021
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Nos últimos dias, Jair Bolsonaro chegou a ouvir a recomendação de fazer um pronunciamento à nação no dia da sua imunização para falar da importância da vacina. Mais fácil Bolsonaro sair fazendo campanha contra.

#Jair Bolsonaro

Oposição

5/04/2021
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A saída do olavista Filipe Martins do cargo de assessor especial de Jair Bolsonaro ganhou mais um influente defensor dentro do Palácio do Planalto: o almirante Flavio Rocha, que acumula a Secretaria de Assuntos Estratégicos e a Secom.

#Filipe Martins #Flavio Rocha #Jair Bolsonaro

Pool anti-Bolsonaro

1/04/2021
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Os governadores do Nordeste discutem o lançamento de uma campanha conjunta para dar visibilidade ao gastos e as medidas adotadas pelos nove estados da Região no combate à Covid-19. A se confirmar, será, sobretudo, uma peça política contra Jair Bolsonaro. A ideia é destrinchar e destacar o volume de recursos próprios desembolsados pelos estados durante a pandemia. Os governadores pretendem ainda rebater informações imprecisas divulgadas pelo presidente sobre os repasses de verbas a estados e municípios.

Em tempo: Jair Bolsonaro está conseguindo unir João Doria à esquerda. Doria e governadores do Norte e Nordeste têm trocado figurinhas sobre a criação de um bloco inter-regional para discutir medidas relacionadas à pandemia. Seria essencialmente um fórum de oposição ao “comitê de adulação de Bolsonaro”, como o tucano tem se referido aos governadores engajados no gabinete de crise montado pelo presidente.

Foto: Adriano Machado/Reuters.

#Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro é um ex-presidente em exercício

31/03/2021
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A data de 29 de março de 2021 marca a maior derrota de Jair Bolsonaro desde a sua chegada ao Palácio do Planalto. Em um único dia, três episódios reforçaram a ideia de que Bolsonaro é um chefe de governo de festim. A imposição de um Orçamento repleto de gambiarras e absolutamente inexequível e a demissão de Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores, ambas por pressão do Congresso, mostram um presidente acuado e feito de refém pelo Centrão. O terceiro e mais agudo sinal da fragilidade de Bolsonaro veio com a saída do general Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa, seguida, um dia depois, da decisão conjunta dos três Comandantes militares de entregarem seus cargos.

Com a renúncia em bloco, as Forças Armadas deram uma mensagem contundente de que não irão aonde o presidente da República almeja ou fantasia que elas possam ir. Bolsonaro foi derrotado pelo próprio fetiche que criou. Em meio a essa desidratação institucional, o maior risco do governo Bolsonaro neste momento é a geração de boatos autorrealizáveis e desestabilizadores. Ontem, por exemplo, surgiram rumores de que os Altos-Comandos das Forças Armadas não indicariam nomes de substitutos para o general Edson Pujol, o almirante Ilques Barbosa e o tenente-brigadeiro do ar Antonio Carlos Bermudez, deixando a decisão por conta exclusivamente de Bolsonaro.

Caso essa decisão se confirme, os comandantes abririam uma perigosa exceção, como abriram ontem: foi a primeira vez desde a redemocratização, em 1985, que os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica deixaram seus cargos simultaneamente sem se tratar de uma troca de governo. Também ontem circulava o boato de que a renúncia coletiva já havia sido cogitada antes mesmo do afastamento de Azevedo da Defesa e da pressão pela saída do general Pujol do comando do Exército. Como se sabe, os Altos-Comandos trabalham com cenários traçados com razoável antecedência. Em uma dessas conjecturas, um pronunciamento conjunto chegou a ser discutido como reação ao uso do nome das Forças Armadas, notadamente do Exército, pelo presidente Bolsonaro para justificar ações de governo.

A prioridade das lideranças militares neste momento é esfriar o ambiente, dentro e fora das Forças Armadas. O general Pujol fez questão de acalmar seus pares, afirmando que no Alto Comando todos eram iguais, tinham o mesmo voto nas decisões da Força – Pujol tinha o voto de minerva – e, portanto, estavam todos capacitados para assumir a liderança do Exército, com louvor. O tenente brigadeiro Bermudez, um dos oficiais mais respeitados pela Aeronáutica, teria dito aos seus que não existe possibilidade da Força participar de aventuras que firam a Constituição. Segundo as declarações atribuídas a Bermudez, não há condições para qualquer tentativa de subverter a democracia. A Aeronáutica não permitirá. Por sua vez, a decisão do general Pujol de não se sujeitar a eventuais pressões do presidente Bolsonaro por uma postura pró-governo também representa uma posição coesa do Exército como fiador do regime democrático.

Pujol sai do cargo, mas deixa um legado. O alerta já tinha sido dado pelo próprio general em novembro do ano passado: “Não temos partido, independentemente de mudanças ou permanências de de- terminado governo por um período longo. Não mudamos a cada quatro anos a nossa maneira de pensar”. A escolha de Braga Netto para a Defesa foi criteriosa. Ele é reconhecidamente um debelador de incêndios.

Esse atributo pode ser muito bem verificado ontem, em sua primeira ordem do dia como ministro da Defesa, na qual o general fez um texto eminentemente dirigido à pacificação. De toda a forma, por uma lógica torta e imprevisível, Bolsonaro conseguiu uma proeza: diante de um presidente mercurial e instável como ele, a candidatura Lula pode ter se tornado até palatável aos militares. O petista jamais tentou cruzar a linha que demarca as relações de respeito do comandante em chefe em relação a seus oficiais superiores. Os generais, portanto, já sabem o que o ex-presidente fez em oito anos de governo, mas não sabem o que Bolsonaro poderá fazer nos dois anos que lhe restam. Imagine se forem mais seis anos.

#Edson Pujol #Jair Bolsonaro #Ministério das Relações Exteriores

Desgosto pessoal

31/03/2021
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Segundo uma fonte próxima a Helio Magalhães, sua renúncia à presidência do Conselho do Banco do Brasil teria menos a ver com uma reação à interferência de Jair Bolsonaro na instituição e mais com uma decepção particular. Magalhães era um dos cotados para assumir o comando do BB com a saída de André Brandão. Tinha, inclusive, o apoio de Paulo Guedes.

#Banco do Brasil #Jair Bolsonaro

Canto da sereia

31/03/2021
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Janguiê Diniz, dono da Ser Educacional, tem sido sondado por pessoas próximas a Jair Bolsonaro para entrar na política. No entorno de Bolsonaro, há quem enxergue no empresário paraibano, que fez fortuna em Recife, um potencial aliado no Nordeste em 2022. Entre outros sinais de apoio a Bolsonaro, Diniz já criticou o isolamento social por longo tempo e defendeu publicamente a cloroquina.

#Jair Bolsonaro #Ser Educacional

Mourão deve entrar em campo para esfriar crise

30/03/2021
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O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, analisa divulgar um comunicado sobre os acontecimentos ocorridos na Pasta da Defesa. Mourão disse a um interlocutor que o cenário ficou “nublado”. O vice, segundo a mesma fonte, teria agido com maior parcimônia e empurrado para frente qualquer decisão sobre a permanência do ex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo, no cargo. Mourão é respeitado no Exército. O seu afastamento do Comando Militar do Sul, em 2015, por ordem do então comandante do Exército, general Villas Bôas, foi muito mais uma satisfação para fora do que para dentro das Forças Armadas. Na ocasião, Mourão permitiu uma homenagem póstuma a um ex-torturador, o coronel Brilhante Ustra. A verdade é que Mourão, ao contrário do presidente Jair Bolsonaro, se adaptou a hábitos e discursos mais palatáveis ao mundo político. E diferentemente de Azevedo e, até mesmo do atual Comandante do Exército, general Pujol, não é demissível. Se fizer algum pronunciamento, Mourão falará para dentro da caserna. Hoje, não há a menor dúvida de que o seu prestígio entre os militares da ativa é bem maior do que o de Jair Bolsonaro.

#Exército #Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Bolsonaro realimenta a ideia de um golpe de Estado

30/03/2021
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Jair Bolsonaro parece ter esperado, caprichosamente, a véspera do 31 de março para substituir o general Fernando Azevedo e Silva no Ministério da Defesa. Com a medida, Bolsonaro reacende o fantasma do golpe de Estado, que dormitava praticamente esquecido e até desacreditado. A questão mais delicada não são as motivações por trás da saída de Azevedo – quer tenha sido um decisão pessoal do ministro ou uma demissão por parte do presidente da República. O problema é a descarga elétrica que ela provoca. A mudança gerou, de imediato, uma onda de boatos onde não pode haver uma onda de boatos.

Quando se trata da área militar, as especulações jamais devem ser maiores do que os fatos. Ontem, circulavam rumores de que Azevedo já estava demitido desde a última sexta-feira, após uma conversa entre Bolsonaro e os ministros Braga Netto e Augusto Heleno. Os boatos atingiram ainda o comandante do Exército, general Edson Pujol, que também seria afastado do cargo. O mesmo vendaval soprava a informação de que os generais Braga Netto e Heleno estariam tentando convencer Bolsonaro a não substituir o Comandante do Exército.

Ainda assim, em Brasília, já se especulava até o nome do sucessor de Pujol: o general Marco Antonio Amaro, atual chefe do Estado Maior do Exército. Uma eventual troca no Comando do Exército, logo após a saída de Azevedo da Pasta da Defesa, acentuaria um quadro de instabilidade. Por volta das 20h, pouco antes do fechamento desta edição, a boataria chegou ao ponto de propalar a renúncia conjunta dos três comandantes das Forças Armadas. Outra especulação é que Bolsonaro queria um posicionamento do general Azevedo e Silva em relação às notícias de que o Exército estaria disposto a assumir o controle do combate à pandemia.

A informação não é de todo despropositada. Ressalte-se que o general Paulo Sergio, chefe do setor de recursos humanos da Força, deu declarações de que o Brasil “deverá enfrentar uma terceira onda da pandemia em dois meses” e que “desde fevereiro do ano passado, o Exército percebeu que enfrentaria um dos maiores desafios de saúde do século”. Bolsonaro enfiou a mão em um vespeiro. A não ser que flerte com a ideia de um “auto-golpe”.

#Edson Pujol #Exército #Jair Bolsonaro #Ministério da Defesa

Procura-se uma vacina contra Lula e Bolsonaro

29/03/2021
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O empresariado parece estar mais preocupado com a futura eleição presidencial do que com a vacinação para debelar a pandemia. As lideranças da iniciativa privada, reais ou autoproclamadas, mais falam do que agem quando o assunto é o enfrentamento do Covid-19. Porém, quando o tema são os candidatos a presidente, sobra animação e ativismo. O RR conversou com três dirigentes empresariais “pesos pesados” sobre pandemia e eleições. Há alguns consensos e dissensos.

Entre os consensos está a percepção de que a pandemia vai a 400 ou 500 mil mortos, mesmo que o governo aumente a velocidade na vacinação. O vírus vai derreter Jair Bolsonaro. Por isso, alguns se sentem desconfortáveis em dividir ações sanitárias com um governo “genocida”. Julgam que o candidato do centro deve ser definido logo, de forma a evitar que a polarização na disputa presidencial entre Lula e Bolsonaro se torne cada vez mais difícil de ser desconstruída. Em tempo: nas últimas semanas, o ex-ministro Henrique Mandetta cresceu como possível candidato do centro.

É bem verdade que o aumento do seu vigor eleitoral deve-se, em parte, à indecisão de Luciano Huck em assumir sua candidatura. Huck está criando uma fama de fujão. O candidato centrista, seja quem for, deveria anunciar rápido seu ministro da Economia. As eleições presidenciais “devem ser antecipadas na imprensa”. As conversas com a mídia giram na linha de bater em Bolsonaro e Lula, com “igual intensidade para viabilizar o nome do centro”. Tem sido difícil pegar Lula. O ex-presidente tem reduzido propositalmente suas aparições, “falando somente com a imprensa estrangeira”.

Com contágios e mortes crescendo, a conta vai toda para Bolsonaro. Os empresários acham que Ciro Gomes terá um papel relevante na pancadaria nos dois candidatos declarados. Mas o entendimento com Ciro não avançará além dessa função (ver RR de 9 de março). O apoio do setor privado a sua candidatura será miúdo. Em um segundo turno disputado por Lula e Bolsonaro, com muita azia, os empresários votariam no primeiro. Mas há pré-condições, tais como “o anúncio de um ministro da Economia pró-mercado”. Os empresários, disse um dos dirigentes, não são como o Centrão. Eles apoiam candidatos em função de preferência ideológica. No caso de Bolsonaro, por exemplo, o motor foi o antilulismo, e a âncora, o ministro Paulo Guedes. “A pegada liberal não será assumida por todos os candidatos. Mas estará nas entrelinhas do discurso de qualquer um eles.”

#Covid-19 #Jair Bolsonaro #Luciano Huck #Lula

Conspiração da conspiração

29/03/2021
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O senador Ciro Nogueira (PP-PI), aliado de Jair Bolsonaro, é um dos principais artífices da operação-trator iniciada pelo Congresso para atropelar o chanceler Ernesto Araújo e derrubá-lo do cargo. Há até quem diga que Nogueira está fazendo um favor ao próprio Bolsonaro.

#Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro

Na mira de Bolsonaro

24/03/2021
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Informação entreouvida pelo RR no Palácio do Planalto: o superintendente da PF no Distrito Federal, Marcio Nunes de Oliveira, entrou no índex de Jair Bolsonaro. Motivo: a abertura de inquérito para investigar denúncias de tráfico de influência e lavagem de dinheiro contra Jair Renan Bolsonaro, o “04”.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Escolhido a dedo 2

24/03/2021
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Uma fonte do RR que conversou com o novo presidente do BB, Fausto de Andrade Ribeiro, garante que dessa vez Jair Bolsonaro não terá problemas. No que depender do executivo, todas as decisões fulcrais passarão pelo Palácio do Planalto.

#Banco do Brasil #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

A vez do setor privado no esforço de vacinação

22/03/2021
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O governo planeja um aumento expressivo da rede de vacinação contra a Covid-19. Além do SUS, com sua celebrada estrutura, o Sistema S, escolas e até supermercados seriam conclamados a participar do esforço de imunização. O assunto está sendo discutido entre o Palácio do Planalto, mais especificamente o general Braga Netto e o almirante Flavio Rocha, o ministro Paulo Guedes e a tecnocracia da Pasta da Saúde – o rodízio de ministros atrapalha as conversações com o titular do cargo. Guedes, com o delay de sempre, é o “Zé Gotinha” da operação. O ministro é o maior entusiasta da vacinação rápida dos trabalhadores.

Além de acelerar a imunização, por si só o objetivo maior, a medida é vista no governo como fundamental para antecipar o retorno ao trabalho da População Economicamente Ativa (PEA) e, assim, fazer girar a economia mais rapidamente. A operação seria toda conduzida pela União, e não por estados e municípios. A expansão dos locais de vacinação se daria depois de concluída a imunização da população acima de 60 anos, um dos principais grupos de risco da Covid-19. O andamento da vacinação varia conforme a cidade. No Rio, por exemplo, o último calendário divulgado prevê datas apenas até 70 anos (3 de abril).

Na Grande São Paulo, está programado que idosos de 70 e 71 anos sejam vacinados a partir de 29 de março. É preciso antecipar esses prazos. A grande questão é se o governo terá a quantidade de vacinas para colocar em curso uma logística tão complexa para a imunização em massa. Há uma força-tarefa com o objetivo de caçar vacinas pelo mundo. O ministro Paulo Guedes foi “alugado” para comandar a missão. Tudo com a maior discrição. Os episódios em que a compra de imunizante chegou a ser anunciada e depois não se confirmou foram muito desgastantes para o governo. A ideia é que a vacinação em massa seja colocada em curso no mês de setembro. Não é preciso dizer da importância política da iniciativa para Jair Bolsonaro. E da relevância absoluta que tem para Paulo Guedes. O ministro condiciona o futuro da economia ao esforço de vacinação.

#Covid-19 #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Não interessa a cor do gato se o inimigo é o rato

22/03/2021
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Nem Paulo Guedes, nem Artur Lira, com os quais já tratou do assunto. O governador do Rio, Claudio Castro, está apostando todas as suas fichas em Flavio Bolsonaro para persuadir o presidente Jair Bolsonaro a recuar em um ponto fundamental do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Devido a um veto do próprio Bolsonaro, os estados que aderirem ao RRF estão proibidos de contratar servidores públicos por três anos. O estado do Rio tem sérios problemas de vacância de quadros em áreas como saúde, educação e segurança e quer evitar essa camisa de força.

#Artur Lira #Claudio Castro #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Impeachment do “rei louco” já viraliza no país

19/03/2021
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Há que se tomar cuidado com o risco de uma “endemia de impeachment”. O RR, em sua ronda diária, ouviu ontem de cinco fontes comentários sobre a possibilidade de interrupção do mandato do presidente Jair Bolsonaro. Não é nada usual. Sem discutir o mérito, o impedimento levaria o país ao Armagedom.  combinação do impeachment com a pandemia, a estagflação, a dubiedade constrangida das Forças Armadas, a  volatilidade do mercado, a tropa de choque dos apoiadores do presidente e o reingresso de Lula ao palanque é motivo para que, no mínimo, se reflita sobre duas opções: conviver com um bufão com as mãos sujas de sangue até o fim do seu mandato ou abortar sua gestão e viver em um país em frangalhos, dividido, com o risco de uma guerra civil.

As palavras “impeachment” e “Jair Bolsonaro” invadiram o Google, ressurgiram com força no texto dos colunistas da mídia e já são ouvidas com voz firme e forte no Congresso Nacional. Elas têm ressonância nos quartéis. E são ditas sem circunlóquios pelos togados. Há algo de infeccioso em relação aos efeitos do impeachment no tecido nacional. É bastante razoável prever que a eventual abertura de um processo de afastamento de Bolsonaro leve o país a um estado de convulsão.

A expulsão do presidente não seria uma operação soft como o golpe parlamentar em Dilma Rousseff. Bolsonaro joga permanentemente com a fantasia de que os militares são seus aliados pessoais. Os perigos são ainda maiores. Policiais formam um grupo de apoio nevrálgico do presidente. É gente fiel ao Capitão. Um impeachment neste momento aponta para consequências catastróficas. A medida radical afetaria os mercados de maneira brutal, abalando ainda mais a confiança do investidor externo em relação ao país.

Por mais que o mundo não nutra simpatia por Bolsonaro, o terceiro impeachment em 30 anos reforçaria a percepção de que o Brasil é uma areia movediça, que afunda os incautos que nela pisam. Nem Lula quer entrar nessa aventura. O petista trocaria seu antípoda por uma roleta russa. O esgarçamento institucional decorrente do afastamento de Bolsonaro poderia colocar em risco a legítima disputa eleitoral para a presidência em 2022. A democracia brasileira continua sendo uma sementinha. Por ora, o melhor é a prudência. Que as palavras de ordem sejam divididas: “Não ao impeachment do rei louco” e “Fora Bolsonaro em 2022”. O Brasil exige cuidados institucionais.

#Dilma Rousseff #Impeachment #Jair Bolsonaro #Lula

Brasil perde oportunidade de entrar no mapa das terras raras

18/03/2021
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Parece haver um projeto malévolo para se colocar o Brasil em posição secundária no mundo, mesmo quando as vantagens comparativas saltam aos olhos. A ausência brasileira da coalizão que vem sendo costurada por Estados Unidos, Japão e Índia para criar uma cadeia produtiva das terras raras está sendo vista entre players do setor de mineração como um lapso imperdoável do governo Bolsonaro. O entendimento é que o país está perdendo uma oportunidade sem igual de finalmente dar economicidade às suas reservas, ter uma posição privilegiada no mercado global e criar condições de competição com a China.

De acordo com estudos do Serviço Geológico dos Estados Unidos, o Brasil é dono do segundo maior manancial de terras raras do mundo, empatado com o Vietnã: as estimativas apontam 22 milhões de toneladas, ou 16% de todas as reservas globais. Não obstante ter essa cobiçada e estratégica riqueza mineral, a produção brasileira não chega sequer a duas mil toneladas por ano, contra 120 mil toneladas dos chineses. O paradoxo chega a tal ponto que o Brasil, com as reservas que tem, importa quase 70% dos derivados de terras raras de que necessita.

O descaso do governo brasileiro joga contra os interesses das empresas de mineração dispostas a investir em terras raras. Um exemplo é a Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBMM), dos Moreira Salles. A CBMM mantém um convênio com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) para desenvolvimento de tecnologia de obtenção de neodímio metálico, matéria-prima para super ímãs. O acordo alinhavado por Estados Unidos, Japão e Índia reafirma um dos mais graves problemas do “Itamaraty de Bolsonaro”: este é um governo caracterizado pela ausência absoluta de interesse da chancelaria em tratados econômicos.

À inércia contemporânea se juntam erros do passado que ajudaram a tolher o enorme potencial do Brasil em terras raras. O país esteve por muito tempo sob o jugo de uma política equivocada de segurança de ativos naturais. As reservas brasileiras ficaram sob proteção da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais e foram tratadas como minerais não negociáveis. Com isso, o Brasil segue desperdiçando a chance de aproveitar a crescente demanda pelos 17 elementos químicos chamados de terras raras, que são encontrados junto a outros minerais. Eles servem de insumo para setores pulsantes da indústria, da produção de smartphones e painéis solares a baterias de carros híbridos.

#Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais #Itamaraty #Jair Bolsonaro

Farsa da venda da Globo tem um forte suspeito

17/03/2021
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O mar de postagens sobre a rocambolesca história de que a J&F estaria comprando a Globo leva ao Palácio do Planalto. O RR conversou com um bruxo do Congressoque identificou a digital do clã dos Bolsonaro por trás da espetaculosa operação feita na internet no último sábado sobre a “venda” do grupo de comunicação. A informação bombou nas redes sociais durante toda a madrugada do dia 13 de março, com um impulsionamento milionário e uma escala de postagens que só poderia ser feita por uma tropa de choque.

É redundante falar sobre a animosidade entre o presidente Jair Bolsonaro e a Globo e a competência da família para operar nas mídias sociais. A plantação de que a J&F estaria comprando a Globo tem pelo menos dois meses. Esse foi o tempo em que a desinformação chegou antecipadamente ao RR. A Globo sabe disso. A newsletter não levou a questão a sério. Há cerca de uma semana, o assunto voltou à baila.

O mesmo “vírus do M&A”, igualzinho, foi inoculado junto a um operador do mercado financeiro badalado nas mídias. O personagem cantou a pedra para o RR. A newsletter desacreditou a história mais uma vez. O enredo não tem nem pé nem cabeça pelas mais variadas razões. Joesley Batista, um dos principais acionistas da J&F, tem relação pessoal com os controladores da Globo.

Não custa lembrar também que a empresa de Batista é um cliente pesado do grupo de comunicação. O BTG, o coadjuvante da história, até poderia ter analisado os ativos da Globo e enviado um report para a J&F. Mas, da mesma maneira, não faria sentido divulgar o que seria um dos maiores negócios do país através de um “vazamento monstro” nas redes sociais. O fato é que todas as empresas citadas desmentiram publicamente a veracidade da notícia. Se o procedimento não ocorresse, até caberia a abertura de inquérito pela CVM. O RR sentiu a pulsação de alguns dos players em relação a uma suposta autoria dos Bolsonaro na disseminação da falsa notícia. O diagnóstico é que a participação do clã na operação faz um enorme sentido.

#BTG #J&F #Jair Bolsonaro #Rede Globo

Culto encomendado

17/03/2021
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O apóstolo Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, tem buscado o apoio de Jair Bolsonaro em sua queda de braço com a própria União. Santiago contesta os R$ 90 milhões que são cobrados da sua Igreja por dívidas junto à Receita Federal e à Previdência. No último fim de semana, o apóstolo atacou Lula nas redes sociais, após a fala do ex-presidente de que as igrejas deveriam ajudar na pandemia e não vender feijão milagroso.

#Jair Bolsonaro

Causa e efeito?

17/03/2021
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Jair Bolsonaro teve 76,99% dos votos para presidente em Canela (RS). Trata-se da mesma cidade onde ontem o presidente da Câmara dos Vereadores sugeriu jogar ” ´álcool gel líquido” de aviões sobre todo o município.

#Jair Bolsonaro

Brasilianas

16/03/2021
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Segundo o RR apurou, a pressão de representações diplomáticas em Brasília também pesou nas medidas restritivas anunciadas pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, na semana passada. Tudo o que Rocha não quer é um embaixador internado com Covid-19 na sua “jurisdição”.

Em tempo: de acordo com uma fonte da própria Pasta, o Ministério da Mulher e da Família anunciaria, na semana passada, a instalação de quatro unidades da Casa da Mulher Brasileira no Distrito Federal. Mas teria cancelado a divulgação em cima da hora. Na equipe de Ibaneis Rocha, a medida foi vista com uma birra de Jair Bolsonaro pelo toque de recolher decretado no DF.

#Ibaneis Rocha #Jair Bolsonaro

O novo xodó de Bolsonaro

15/03/2021
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Não obstante a iminente inclusão no Programa Nacional de Desestatização, a privatização da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) tem um adversário, o maior de todos: o próprio Jair Bolsonaro. Segundo o RR auscultou no Palácio do Planalto, Bolsonaro anda muito satisfeito com a exposição que tem na TV Brasil. Acha também que a estatal pode ser de serventia em 2022.

#EBC #Jair Bolsonaro #TV Brasil

Mourão e Salles cabem na mesma conferência?

15/03/2021
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A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), marcada para novembro, em Glasgow, está causando, desde já, encontrões dentro do governo. O vice-presidente, Hamilton Mourão, à frente do Conselho da Amazônia, pretende participar do evento. No entanto, o que se diz no Palácio do Planalto é que Jair Bolsonaro planeja enviar apenas o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, à frente da equipe de assessores. O trackrecords não recomenda a decisão. Na COP de Madri, realizada em 2019, a posição da comitiva brasileira, chefiada exatamente por Salles, foi bastante criticada pela comunidade internacional. Aos olhos de outros países, Salles e auxiliares travaram discussões sobre o Acordo de Paris – tratado internacional sobre as mudanças de clima.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Diversionismo

15/03/2021
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Jair Bolsonaro voltou a falar com parlamentares sobre a cisão do Ministério da Justiça e a recriação da Pasta da Segurança Pública. Mas, nem o Centrão leva mais o negócio a sério. O projeto já virou uma espécie de cloroquina da reforma ministerial. Quando não sabe o que dizer, Bolsonaro tira a proposta do bolso.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Justiça

Cabe um general na chapa de Lula?

11/03/2021
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Por mais inusitado que possa parecer, em meio a uma torrente de recomendações, Lula já ouviu o aconselhamento de que o seu vice-presidente em 2022 seja um oficial militar. Alguém como o general Santos Cruz, que teria um enorme efeito simbólico, dada a sua alta respeitabilidade nas Forças Armadas e a sua postura crítica ao presidente Jair Bolsonaro. A hipótese de um militar na chapa estaria cheia de senões: um deles seria a repetição de Bolsonaro, que tem um general como vice-presidente.

O outro obstáculo seria a aceitação da ideia dentro do próprio PT, que poderia enxergar a iniciativa como uma espécie de rendição: ou seja, uma “Carta aos Militares” em vez de ao povo brasileiro. Mesmo que a candidatura não esteja posta, as conjecturas de como seria um futuro governo já estão em marcha. Com o pronunciamento de Lula ontem, ficou claro que existem dois estamentos que serão objeto de especial atenção de sua parte: os empresários e o aparelho de segurança, leia-se as Forças Armadas, a Guarda Nacional e as polícias.

No passado, em 2002, Lula contemplou um empresário para compor sua chapa. Era preciso conquistar a Avenida Paulista. No presente, o desafio é se aproximar dos quartéis. Seria uma forma de desmontar um dos principais ativos políticos de Bolsonaro. O presidente é useiro e vezeiro em tratar as Forças Armadas como se fossem suas apoiadoras. Ainda há muita estrada pela frente para que a especulação se materialize. Mas, a fonte do RR é um conhecido interlocutor do ex-presidente Lula.

#Forças Armadas #Jair Bolsonaro #Lula #PT

Terceira dose

11/03/2021
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Jair Bolsonaro foi aconselhado por auxiliares a comparecer a um posto de vacinação como forma de incentivar a campanha e, claro, criar um fato político a seu favor. Seria parte da metamorfose vista nos últimos dias, que inclui elogios à Pfizer e uso de máscara em eventos públicos.

#Jair Bolsonaro

Apoio

11/03/2021
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Os governadores estão procurando apoio internacional para viabilizar um pacto nacional dos Três Poderes pela saúde. Difícil vai ser encaixar Jair Bolsonaro nesse script.

#Jair Bolsonaro

Apoio que vem de dentro

10/03/2021
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Kassio Marques – o primeiro indicado de Jair Bolsonaro para o STF – está na campanha pela nomeação do ministro do STJ João Otávio de Noronha para o Supremo. Marques sabe onde está pisando. Noronha tem handicap junto à família Bolsonaro: foi dele a decisão de anular a quebra do sigilo bancário de Flavio Bolsonaro no processo da “rachadinha”.

#Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Kassio Marques

Voto de desempate

10/03/2021
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Nem Paulo Guedes, nem Onyx Lorenzoni. O que se diz no Palácio do Planalto é que Jair Bolsonaro poderá transferir o PPI para o Desenvolvimento Regional, de Rogério Marinho. Seria a forma de acabar com as disputas entre Guedes e Lorenzoni.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Rogério Marinho

Mais um desencontro entre o traidor e o destemperado

9/03/2021
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Ciro Gomes teve uma série de conversas com aliados ontem à tarde tão logo saiu a decisão do ministro Edson Fachin anulando as condenações de Lula. O teor das discussões pode ser resumido em uma frase: é bater ou bater. Ciro deixou claro que vai subir o tom contra o ex-presidente. As circunstâncias exigem uma agenda de combate ainda mais vigorosa.

O waiver do STF fortalece Lula sob os mais variados aspectos: reaquece seu eleitorado, traz a hipótese de crescimento nas pesquisas eleitorais e alimenta o discurso do ex-presidente de que ele foi injustiçado e perseguido por Sergio Moro. Ciro só tem uma certeza em relação a 2022: Jair Bolsonaro já está no segundo turno. Portanto, o seu mata-mata é com Lula. Trata-se do adversário a ser batido no primeiro turno.

Seria um acerto de contas com o “traidor”, como Ciro costuma se referir a Lula. Ciro Gomes foi cuidadoso em sua primeira manifestação pública sobre a decisão do STF. Até como forma de não se desdizer, republicou no Twitter uma sucessão de declarações dadas por ele entre 2016 e 2019 atacando a Lava Jato e o juiz Sergio Moro. Mas que ninguém se deixe enganar por esse Ciro ponderado.

A mão vai pesar e muito contra Lula. Uma amostra veio ontem mesmo, na parte da manhã, poucas horas antes do anúncio da decisão de Fachin. Em uma entrevista, ao ser perguntado sobre a possibilidade de candidatura de Lula em 2022, o pedetista rebateu: “Não contem comigo para esse circo”. Ciro Gomes mantém um pé na Faria Lima e outro em Paraisópolis. As conversas com a esquerda permanecem – ele pretende se encontrar com Guilherme Boulos. Ainda que Ciro e Lula sejam antípodas, sempre haverá a possibilidade de uma aliança da esquerda em um segundo turno.

#Ciro Gomes #Jair Bolsonaro #Lula #Sérgio Moro

As flores fúnebres do rei louco

8/03/2021
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  • “O número de mortos do coronavírus não vai superar o de mortos da H1N1, uns 800.” 22/3/2020
  • “Pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar. Seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho.” – 24/3/2020
  • “O brasileiro tem de ser estudado. O cara pula em esgoto, sai, e não acontece nada.” – 26/3/2020
  • “Alguns vão morrer? Vão, ué, lamento. É a vida.” – 27/3/2020
  • “40 dias depois, parece que está começando a ir embora a questão do vírus.” – 12/4/2020
  • “E daí?” – 28/4/2020
  • “Quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda, tubaína.” 20/5/2020
  • “Vocês não entraram naquela conversinha mole de ficar em casa. Isso é para os fracos.” 18/9/2020
  • “Brasil tem de deixar de ser um país de maricas”. 10/11/2020
  • “Essa máscara é pouco eficaz no combate à Covid-19.” 27/11/2020
  • “Depois de meses difíceis, chegarmos a uma situação de quase normalidade, ainda em 2020.” 16/12/2020
  • “Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?” 04/3/2021
  • “Vai comprar vacina… Só se for na casa da tua mãe.” 04/3/2021
  • “Pode sorrir, Tarcísio, pode sorrir (risos), tem problema, não. A coisa é séria, pessoal. ‘Depressão e suicídio entre jovens aumentam durante a pandemia’. Aí o pessoal fala que eu tinha bola de cristal…” 04/3/2021

#Covid-19 #Jair Bolsonaro

Quem disse que a interdição não é uma esperança?

8/03/2021
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O RR consultou juristas sobre a hipótese de afastamento do presidente Jair Bolsonaro por incapacidade para o exercício do cargo. Especialistas ouvidos pela newsletter concordam que o próprio Bolsonaro já produziu um acervo de declarações e atos capazes de consubstanciar um pedido de perícia psiquiátrica. Do ponto de vista jurídico, há três possíveis cenários. Para os juristas, a possibilidade mais forte seria recorrer ao Código Civil, que estabelece parâmetros para impedimento por insanidade mental.

O caminho, neste caso, seria interditar o cidadão Jair Bolsonaro para praticar atos da vida civil, o que, por extensão, significaria a supressão dos direitos políticos. O Artigo 747 do Código Civil diz que a interdição pode ser promovida pelo cônjuge ou companheiro; por parentes ou tutores; ou pelo Ministério Público. Como as duas primeiras opções certamente não ocorreriam, caberia ao MP propor à Justiça a interdição de Bolsonaro. Neste ponto, há uma interpretação dúbia: alguns juristas entendem que o pedido apenas poderia ser feito pelo Procurador-Geral da República, Augusto Aras; outros, no entanto, afirmam que subprocuradores da República ou procuradores-chefe regionais teriam tal prerrogativa. Um pedido de afastamento do presidente Bolsonaro por insanidade poderia também ser embasado na própria Constituição ou no Estatuto do Servidor (Lei 8.112, de 11/12/1990).

No artigo 40, Parágrafo 1, a Constituição determina “doença grave” como uma das possíveis razões para a aposentadoria de um servidor público. Já a Lei 8.112, em seu Art. 140, diz que “Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por  junta médica oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra”. Juristas ressaltam que, por analogia, o conjunto da obra de Jair Bolsonaro na pandemia poderia ser enquadrado nas regras para interdição previstas tanto na Constituição quanto no Estatuto do Servidor.

#Código Civil #Jair Bolsonaro #Ministério Público

Private banking

5/03/2021
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Após o polêmico empréstimo de R$ 3,1 milhões para Flavio Bolsonaro comprar uma mansão em Brasília, os funcionários do BRB cunharam, nos corredores da instituição, um novo significado para a sigla: “Banco Regional dos Bolsonaro”. Não custa lembrar que foi por influência de Jair Bolsonaro que o banco do Distrito Federal fechou um contrato milionário com o Flamengo.

#BRB #Flamengo #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Caso Flavio frita nº1 da Receita

4/03/2021
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Segundo informações que circulam no Ministério da Economia, o presidente Jair Bolsonaro teria pedido ao ministro Paulo Guedes a cabeça do atual secretário da Receita Federal, José Tostes. A ofensiva de Bolsonaro sobre Tostes estaria vinculada ao caso Flavio Bolsonaro. A defesa do senador alega que dados fiscais de Flavio foram acessados ilegalmente por servidores da própria Receita e, posteriormente, repassados, de forma extraoficial, ao Ministério Público. Procurado pelo RR, o Ministério da Economia não quis se pronunciar. O suposto vazamento de dados do rebento irritou o presidente Bolsonaro, que passou a ver a Receita como um “inimigo dentro de casa”. Em setembro do ano passado, o próprio “01” se encontrou com Tostes, quando teria recebido uma lista com o nome dos funcionários da Receita que acessaram seus dados fiscais. Ainda assim, Flavio não teria ficado satisfeito com o teor das informações apresentadas.

#Jair Bolsonaro #José Tostes #Ministério da Economia

Auxílio emergencial a um passo de virar definitivo

3/03/2021
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Uma das discussões que estão a pleno vapor dentro do Palácio do Planalto e do Ministério da Economia é a transformação do auxílio emergencial em benefício concedido até o fim de 2021 ou mesmo permanente, com valor entre R$ 250 e R$ 300. Segundo o RR apurou, na manhã de ontem auxiliares de Jair Bolsonaro cogitaram a possibilidade de o presidente anunciar a mudança no pronunciamento que faria à nação à noite e acabou cancelado. A Secretaria de Comunicação chegou a discutir se a boa nova deveria ser divulgada de forma isolada ou dentro de um pacote de ações, com o risco de as demais medidas acabarem eclipsando o anúncio do auxílio.

No entanto, Bolsonaro deu tempo ao tempo para a equipe econômica fechar uma série de cálculos, um “joga pra lá, joga pra cá” até que Paulo Guedes e cia. definam o que financia o que e com que limite. O Brasil vive a tempestade perfeita: a pandemia recrudesce em velocidade ainda maior; a economia está quebrada e o país caminha para um quadro de recessão técnica. Essa terrível combinação exige a adoção imediata de medidas de proteção mais agudas, com impacto relevante na área econômica, a exemplo do BEM (Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda).

O auxílio permanente poderia sustentar algum crescimento via consumo, repetindo, agora de forma continuada, o que já aconteceu no segundo semestre do ano passado. Além disso, não obstante seu caráter humanitário e essencial, a medida também favoreceria politicamente Jair Bolsonaro. Basta lembrar o aumento dos índices de aprovação do presidente nos meses de pagamento do auxílio emergencial. A velocidade da pandemia quebra a espinha dorsal da PEC Emergencial. O governo provavelmente terá de suprimir diversas medidas restritivas e mesmo do que sobrar do conjunto da obra será difícil aprovar no Congresso nessa circunstância de terror. Em apenas dois dias após seu envio, a MP da privatização da Eletrobras foi objeto de 570 emendas parlamentares.

#Auxílio emergencial #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Duas caras

3/03/2021
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Ontem, em conversas com auxiliares próximos, Jair Bolsonaro espumava contra Ronaldo Caiado. “Quando precisa de dinheiro, vem beijar minha mão. Quando eu viro as costas, ele me trai”, teria dito Bolsonaro ao saber que Caiado foi um dos 16 governadores signatários da carta com pesadas críticas à distribuição de recursos federais para o combate à pandemia.

#Jair Bolsonaro #Ronaldo Caiado

Linha cruzada

2/03/2021
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Jair Bolsonaro não está disposto a ceder um milímetro às operadoras de telefonia no leilão de 5G. Ou as empresas topam arcar com a construção de uma rede própria de uso exclusivo do governo ou o sarrafo dos lances mínimos pelas concessões vai subir. Segundo informação que circula entre as próprias operadoras, auxiliares do ministro das Comunicações, Fabio Faria, falam em uma elevação de até 30%.

#5G #Jair Bolsonaro

Corrida contra o relógio

2/03/2021
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O governo Bolsonaro quer extinguir a Comissão de Anistia até dezembro. Para isso, no entanto, o colegiado terá de apreciar três mil processos em dez meses, ou 10 por dia. Difícil. Muito difícil.

#Comissão de Anistia #Jair Bolsonaro

Um algodão entre os cristais nas relações entre Brasil e EUA

1/03/2021
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O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, tem se revelado um personagem fundamental no distensionamento das relações entre os governos Bolsonaro e Biden. Segundo informações filtradas junto ao Itamaraty, Chapman costura um encontro, em Washington, entre o chanceler Ernesto Araújo e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. O diplomata já esteve reunido com Araújo no início do mês, quando, inclusive, intermediou um primeiro contato telefônico entre o ministro e Blinken.

Poucos dias antes, encontrou-se com o general Hamilton Mourão em uma audiência dominada por um assunto espinhoso: meio ambiente. De certa forma, Chapman tem sido correspondido em sua cruzada diplomática. Bravatas ideológicas à parte, o governo Bolsonaro vem, pragmaticamente, se aproximando da gestão Biden. Há temas fulcrais sobre a mesa. Na conversa entre Araújo e Blinken, devem ser abordados assuntos comerciais de interesse dos Estados Unidos, a exemplo da venda de etanol, e do Brasil, como a redução das alíquotas para a entrada do aço nacional no mercado americano.

Há ainda uma questão delicada que paira no ar após a saída de Donald Trump do poder: qual será o futuro do acordo estratégico para o uso da Base de Alcantara pelos norte-americanos? Há uma pressão de ONGs e do meio acadêmico nos EUA para que a Casa Branca rompa a parceria. Entidades do terceiro setor e um grupo de 10 universidades enviaram um documento à Casa Branca contra a manutenção do acordo e com pesadas críticas ao governo Bolsonaro, notadamente nas áreas de meio ambiente e direitos humanos.

#Jair Bolsonaro #Joe Biden #Todd Chapman

Náufragos e degredados

1/03/2021
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O que se dizia no Palácio do Planalto, na última sexta-feira, é que Jair Bolsonaro tem um Plano C para Fabio Wajngarten, prestes a ser demitido da Secretaria de Comunicação. Em vez de assumir uma assessoria especial da Presidência, como chegou a ser cogitado, Wajngarten poderá ser transferido para uma representação diplomática no exterior. Seria a mesma estratégia adotada por Bolsonaro no caso do ex-ministro Abraham Weintraub e de seu irmão, Arthur.

#Fábio Wajngarten #Jair Bolsonaro

Uma família a serviço do Brasil

1/03/2021
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Vem aí mais um, ou melhor, uma “Bolsonaro” na política. Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente e mãe de Jair Renan, o “04”, pretende se candidatar a deputada federal em 2022.

#Jair Bolsonaro

Enem verde-oliva?

1/03/2021
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Ao longo do fim de semana, circulou a informação de que Jair Bolsonaro pretende indicar um militar para a presidência do Inep, responsável pelo Enem. Alexandre Lopes foi exonerado na última sexta-feira – conforme o RR havia antecipado quatro dias antes.

#INEP #Jair Bolsonaro

Efeito Bolsonaro

26/02/2021
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A intervenção de Jair Bolsonaro na Petrobras segue na ordem do dia. O RR apurou ontem que senadores do PDT e da Rede se mobilizam com objetivo de convocar, para depoimento, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o presidente do Conselho de Administração da estatal, o almirante Eduardo Bacellar Ferreira.

#Jair Bolsonaro #PDT #Petrobras

Por que não juntar a Ciência e Tecnologia à Defesa?

25/02/2021
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O desprezo do presidente Jair Bolsonaro pelo tema e a penúria orçamentária estão produzindo um cenário de descalabro para a ciência e a tecnologia no país. O Ministério vive uma situação cada vez mais dramática, com os seguidos cortes de verbas de custeio e, principalmente, para investimentos. O orçamento da Pasta previsto para este ano é de R$ 8 bilhões, uma queda de 32% em relação a 2020, que, por sua vez, já carregava uma redução de 15% no comparativo com 2019.

A cifra reservada para investimentos é de apenas R$ 2,7 bilhões. Entre outras consequências, há o risco de um colapso no pagamento de bolsas. O orçamento estimado do CNPq seria capaz de cobrir apenas quatro meses dos benefícios a bolsistas. São cerca de 500 ao todo, que recebem entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. Muitos deles vêm tentando bolsas em institutos no exterior, agravando o êxodo de pesquisadores e cientistas no Brasil. O cenário é tão delicado que os próprios gestores dos 27 institutos e centros de pesquisa ligados ao Ministério da Ciência e da Tecnologia temem a paralisação de atividades desses órgãos.

Entre eles figuram o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável, entre outras funções, pelo mapa do desmatamento na Amazônia. Há relatos de atrasos de pagamento a mais de uma centena de pesquisadores do Inpe. Escassez de investimentos, baixíssimo índice de inovação na matriz industrial e perda de talentos. A situação da Ciência e Tecnologia no país chegou a tal ponto que talvez uma saída a se pensar seria a incorporação do Ministério pela Pasta da Defesa. A sugestão foi feita ao RR por um especialista da área de ciência, do setor civil. A encampação não seria uma excepcionalidade. Nos Estados Unidos, por exemplo, não obstante o enorme “soft” power das empresas privadas, todas as principais fronteiras da ciência e tecnologia estão sob o guarda-chuva da área militar, da defesa cibernética à inteligência artificial, passando por  guerra biológica e projetos aeroespaciais.

Cabe lembrar que, no caso do Brasil, o único projeto da indústria nacional intensivo em desenvolvimento tecnológico e com expressiva inserção global nasceu dentro das Forças Armadas: a Embraer. Há ainda notórias sinergias entre as áreas de Ciência e Tecnologia e de Defesa que poderiam ser exploradas a partir da junção entre as duas Pastas. Um exemplo: o IME e o ITA, vinculados às Forças Armadas, são duas instituições na vanguarda do conhecimento. Na atual circunstância, o “M&A” entre os dois ministérios ganha ainda mais sentido. Seria uma forma de contornar o descaso do governo e o atraso do Brasil, cada vez mais defasado no campo da Pesquisa & Desenvolvimento. De 2011 para cá, o Brasil caiu da 47a para a 66a posição no Global Innovation Index (GII), ranking da inovação elaborado pela Universidade de Cornell, em associação com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Nem poderia ser diferente. O país destina o equivalente a 1,1% do PIB para Pesquisa & Desenvolvimento, bem menos do que economias menores, como Austrália (2,35%), Holanda (2,1%) ou Suécia (3,2%). A união entre os dois Ministérios e, por extensão, entre seus orçamentos abriria caminho para uma gestão mais racional dos recursos públicos voltados à inovação. Até porque a própria área de Defesa também sofre com as restrições impostas pelo governo. O orçamento das Forças Armadas para 2021 será da ordem de R$ 110 bilhões, o que até representa um pequeno aumento de 4% em relação ao ano passado. Ainda assim, há um Grand Canyon entre o Brasil e outras nações no que diz respeito aos investimentos com Defesa. Nos últimos cinco anos, os gastos militares do governo brasileiro  corresponderam, em média a 1,3% do PIB. A média global é de 2,2%. Os Estados Unidos desembolsaram, no ano passado, cerca de US$ 732 bilhões, ou 3% do PIB.

#CNPq #Jair Bolsonaro #Ministério da Ciência e da Tecnologia

Estilhaços da intervenção de Bolsonaro na Petrobras

23/02/2021
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  • Até o fechamento desta edição (ontem, às 20h) Paulo Guedes completou 72 horas sem se pronunciar sobre a demissão de Roberto Castello Branco. Muy amigo…
  • Depois do que fez na Petrobras, Jair Bolsonaro não deve estar mais querendo a aprovação da autonomia do Banco Central. Seria a única instância da República em que ele não poderia demitir o subordinado.
  • Ontem, circulou a informação de que Jair Bolsonaro está consultando seu conselho militar em busca do nome de um oficial para a Eletrobras. Não é difícil de entender que a privatização foi para a o espaço.
  • Também ontem, correu no mercado a informação de uma substituição da substituição na BR. Wilson Ferreira Junior, que deixou a Eletrobras e ganhou como prêmio de consolação a presidência da distribuidora, não assumiria mais o cargo. O novo indicado seria o ministro Bento Albuquerque. Sua missão seria tocar uma “nova BR”, com a reestatização da empresa. Segundo informação que circulou em uma grande corretora, a Petrobras compraria, até junho, 15% das ações da distribuidora que pertencem a fundos e bancos internacionais, reassumindo o controle.
  • A possível indicação do almirante Bento Albuquerque para a BR enseja ainda duas interpretações. A primeira é que Bolsonaro quer colocar alguém seu na empresa para fazer política de preços e tarifas dos combustíveis. A segunda é que o presidente pretende abrir espaço no Ministério de Minas e Energia para o Centrão.
  • A explosão de Jair Bolsonaro deverá atingir, ainda que de leve, a cota de Paulo Guedes. O secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues Junior, está na linha de tiro do presidente.
  • O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, já está espanando a cadeira. Sabe que sua demissão pode não ser agora. Mas será mais à frente, conforme já sinalizou Bolsonaro.
  • Ontem era tido como certo no mercado que o programa de privatização do governo vai ficar restrito à xepa das estatais. A insegurança jurídica alimentada por Bolsonaro é um repelente para os investidores.
  • O que se considerava, ontem, em Brasília é até que ponto a aprovação da PEC Emergencial será suficiente para mitigar o estrago feito com as mexidas conduzidas por Bolsonaro. Tá tudo dominado, mas não por Paulo Guedes…

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Petrobras

Antaq de farda

19/02/2021
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O que se diz no Palácio do Planalto é que o presidente Jair Bolsonaro pretende indicar militares para ocupar as duas novas diretorias que serão criadas na Antaq com a aprovação do BR do Mar, o projeto de lei para o setor de cabotagem. De acordo com a fonte do RR, um nome viria da Marinha; o outro, do Exército. A Antaq é a única das agências reguladoras federais que conta com apenas três e não cinco cadeiras em sua diretoria.

#Antaq #Jair Bolsonaro

Sites de apostas movem mundos e fundos para entrar no Brasil

18/02/2021
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O RR apurou que as conversações entre grandes sites de apostas internacionais e o governo Bolsonaro ganharam um pouco mais de tração nas últimas semanas. As tratativas se dão junto ao Ministério da Economia, mais precisamente à Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria (Secap). Os players do setor – a exemplo de Sporting Bet, Bet365, 188Bet – acenam com cifras expressivas. O RR ouviu uma das empresas interessadas em entrar no país, que manifestou a intenção de investir cerca de R$ 2 bilhões.

O valor incluiria gastos com tecnologia, montagem de plataformas locais e, sobretudo, pesadas ações de marketing – gigantes do setor já são importantes patrocinadores de clubes de futebol brasileiros. Para o governo, o maior atrativo é o potencial de arrecadação fiscal. Hoje, os brasileiros gastam por ano cerca de R$ 5 bilhões em apostas em sites internacionais – tudo lá fora, sem gerar um centavo em tributo no país. Estima-se que o valor movimentado poderá chegar a R$ 10 bilhões quando os sites começarem a operar em território nacional.

Ressalte-se, no entanto, que há uma dose razoável de tensão nas tratativas entre os players do setor e o Ministério da Economia. O Projeto de Lei 13.756/2018, liberando as apostas eletrônicas no Brasil, foi aprovado pelo Congresso em dezembro de 2018. Até agora, no entanto, o PL não foi regulamentado pelo Ministério da Economia. A Pasta promete anunciar as regras do jogo até julho. Há pontos cegos relevantes para o negócio, a começar pela carga tributária. O texto do projeto de lei é considerado dúbio pelos grupos da área de aposta. A possível mordida sobre o lucro líquido dos sites pode ir de 15% a 35%. Qual será a alíquota adotada? No que depender de Paulo Guedes, essa é uma aposta fácil de fazer…

#Jair Bolsonaro #Ministério da Economia

Mourão-e-Bolsonaro

Repúblicas à parte

18/02/2021
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Surgiu um novo fator de desgaste entre Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão. O presidente não teria sido informado previamente da reunião entre o general Mourão e o embaixador norte-americano, Todd Chapman, no último dia 5, para tratar de assuntos relacionados à Amazônia. Foi o primeiro encontro entre Chapman e uma alta autoridade do governo brasileiro desde a posse de Joe Biden, o que deixou o presidente ainda mais irritado, dada a tortuosa relação diplomática com os Estados Unidos pós-Trump. Ao seu estilo, o presidente teria extravasado com auxiliares mais próximos: “É mais uma dele! É mais uma dele!”, em referência a Mourão. Como diria Gonzaguinha, “são tantas coisinhas miúdas, roendo, comendo…”

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Ministro particular

12/02/2021
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O ministro da Justiça, André Mendonça, subiu alguns degraus na disputa por uma vaga no STF. De acordo com informações filtradas do Palácio do Planalto, Mendonça tem sido um fiel conselheiro de Jair Bolsonaro nas acusações contra o “01”, Flavio Bolsonaro.

#André Mendonça #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Submarino nuclear avança apesar do orçamento apertado e do “apartheid internacional”

11/02/2021
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O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), um dos mais importantes e estratégicos projetos militares do país, tem sido objeto de informações desencontradas, inclusive entre fontes ligadas ao próprio governo. Nos últimos dias, o RR recebeu relatos de restrições orçamentárias, de novos atrasos no cronograma e até mesmo de que a gestão Bolsonaro estaria inclinada a reduzir o escopo do Prosub e suspender parte dos investimentos previstos. Seria o pior dos mundos. A partir de uma troca de informações exclusiva com a Marinha do Brasil, a newsletter apurou, em detalhes, a quantas anda o projeto – leia-se a construção de quatro submarinos diesel-elétricos (S-BR) e do primeiro submarino convencional com propulsão nuclear (SN-BR) fabricado no país.

Um fato chama a atenção. Talvez a principal ameaça ao Prosub esteja fora e não dentro do país: existe uma espécie de “apartheid nuclear” contra o Brasil. Até o momento, a Marinha já desenvolveu o ciclo do combustível do submarino nuclear e trabalha na produção do reator, um processo complexo. Um dos maiores desafios é criar formas de controlar sua energia. Ocorre que, nas palavras da própria Força, existe um “cerceamento internacional” para que o Brasil domine toda a tecnologia. A Marinha afirma que “há um histórico de diversas negativas de exportação e concessão de licenciamento pelos países detentores de know how no setor, sempre que há menções à Marinha do Brasil na qualidade de usuário final”.

O problema se acentua à medida que a estrutura da Base Industrial de Defesa nacional é incipiente para atender às demandas do Programa Nuclear da Marinha. Ao mesmo tempo em que tenta superar obstáculos nas negociações internacionais, o Prosub precisa se adequar às notórias dificuldades orçamentárias do governo. O custo total do programa está estimado em R$ 37,1 bilhões. Desde o início do Prosub, em 2009, já foram alocados cerca de R$ 21 bilhões. O cronograma atual de execução das obras prevê desembolsos regulares até o ano de 2034.

A Marinha admite que “restrições orçamentárias ao longo da execução do Programa podem gerar postergações de metas, renegociações contratuais e subsequentes acréscimos no custo total”. A Força diz ainda que “vem buscando sistematicamente suplementação de créditos”. Ressalte-se ainda que a alocação de recursos para o Prosub tem sido salvaguardada na montagem do orçamento da União. É importante enfatizar que os R$ 7,6 bilhões aportados pelo Tesouro na Engepron (Engenharia Gerencial de Projetos Navais) serão destinados à construção das novas fragatas classe Tamandaré da Marinha. Ou seja: não vai pingar nenhum centavo no Prosub.

A construção dos quatro S-BR se encontra em diferentes estágios. O submarino Riachuelo já está em fase de testes de aceitação no mar, inclusive com resultados satisfatórios na primeira imersão à grande profundidade. O Humaitá, por sua vez, lançado ao mar no último mês de dezembro, entrou na etapa de montagem eletromecânica de equipamentos e sistemas, necessária para as provas de mar. No caso do Tonelero, a Marinha concluiu a união das seções do casco resistente.

Por fim, o Angostura ainda está em fase de pré-montagem das seções de casco. O lançamento ao mar dos dois últimos está previsto, respectivamente, para 2022 e 2023. E a joia da coroa? O submarino nuclear deve entrar em operação somente em 2034. Os solavancos diplomáticos do governo Bolsonaro também estariam jogando contra o programa. Circulam informações de estremecimento nas relações entre Brasil e França, parceira estratégica do Prosub. Como se não bastassem os notórios atritos entre Jair Bolsonaro e Emmanuel Macron, os atrasos na execução do Programa estariam causando ruídos entre os dois países.

Além disso, há relatos de que os franceses ainda não teriam digerido a gafe cometida por Bolsonaro em 2019, quando da cerimônia de integração do submarino Humaitá. Na ocasião, o presidente não fez qualquer menção à França e a sua participação no projeto. A Marinha, no entanto, afirma que “não há razões para se falar em ‘estremecimento das relações’”. Tanto a Força Naval brasileira quanto a Naval Group francesa “obedecem às condições do contrato, dispostas em conformidade com a parceria estratégica”. A Marinha reitera ainda que “em dez anos de vigência do Prosub não há registros de desavenças, sendo o desenvolvimento do Programa pautado nas cláusulas contratuais e nas boas relações entre o Brasil e a França”.

Entre alguns setores do estamento militar há o receio de que as dificuldades orçamentárias e possíveis atrasos em projetos estratégicos da área de Defesa comprometam a imagem de eficiência das Forças Armadas. Sobre esta questão, a Marinha diz que “ajustes de metas e de cronograma são triviais em Programas Estratégicos de Defesa e de longo prazo, como o Prosub”. A Força Naval afirma ainda que “metas importantes foram alcançadas em 2020, como o lançamento ao mar do Humaitá, a integração final das seções do Tonelero e o início das atividades da Base de Submarinos da Ilha da Madeira, contribuindo para consolidar a imagem de eficiência do Programa e evidenciar os esforços da Marinha para mitigar eventuais atrasos”.

Vozes de dentro das Forças Armadas manifestam o temor de que atrasos no Prosub possam colocar em xeque a execução de outros projetos estratégicos da Força Naval. A Marinha garante que tem feito todos os ajustes necessários e que tanto o “Prosub quanto o PMN (Programa Nuclear da Marinha) avançam de forma concomitante e integrada”. O PMN, por sinal, também figura entre os quindins da Força. Trata-se de um projeto geminado ao Prosub. Além do domínio do ciclo de combustível nuclear, obtido desde a década de 1990, seu objetivo é o desenvolvimento da Planta Nuclear Embarcada que equipará o submarino nuclear. Uma das etapas do PMN está sendo concebida em Iperó (SP).

O que está em jogo, neste caso, é a entrada do Brasil em um clube seletíssimo de nações que detêm tecnologia consolidada de projeto e construção de submarinos nucleares, hoje composto por apenas cinco integrantes: França, Estados Unidos, Inglaterra, Rússia e China. Parece haver, no Brasil, uma cultura de pouco pelo apreço pelo aparato de Defesa da nação. As próprias informações truncadas em torno do Prosub sugerem até mesmo uma má vontade em relação aos principais projetos militares do país.

No entanto, além da sua importância, per si, o Prosub, no caso específico, tem ainda o papel de energizar a combalida indústria brasileira. A iniciativa envolve um programa de nacionalização com o propósito de capacitar empresas para futuros projetos e internalizar a produção de equipamentos e sistemas. Até o momento, mais de 200 companhias brasileiras já foram visitadas e outros 75 projetos relacionados foram concluídos ou estão em fase de execução. Além disso, 23 universidades e institutos de pesquisa estão diretamente envolvidos no Programa. Quem dera houvesse ao menos um Prosub em cada segmento da indústria brasileira.

#Forças Armadas #Jair Bolsonaro #Prosub

Flavio Bolsonaro em três atos

10/02/2021
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Informação que circula nos gabinetes do STF: o ministro Alexandre de Moraes vai convocar o diretor da Abin, Alexandre Ramagem, para depor novamente sobre as acusações de uso da agência em benefício de Flavio Bolsonaro. O depoimento se daria no âmbito do inquérito que apura a possível interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal, conduzido por Moraes. A situação de Ramagem – e de Flavio – ficou ainda mais delicada depois que a revista Época publicou o teor dos supostos relatórios produzidos pela Abin para auxiliar a defesa do “01”.

O RR apurou que o Supremo também poderá convocar o secretário da Receita Federal, José Tostes. Segundo o noticiário, Flavio Bolsonaro encontrou-se com Tostes para denunciar que seus dados fiscais teriam sido ilegalmente acessados por servidores da própria Receita.

Segundo o RR apurou, a decisão de Flavio Bolsonaro de vender sua franquia da Kopenhagen se deu após uma proposta “irrecusável” de compra feita pelo Grupo CRM, dono da marca. Foi a solução sob medida para o Advent, que adquiriu o controle do CRM em outubro de 2020. A relação comercial com o senador seria um teste de fogo para as rígidas regras de compliance do fundo. O CRM confirma que “assumiu a gestão da loja no início do mês”. A empresa diz que “esse foi um movimento natural, uma vez que incorporar lojas franqueadas faz parte das atividades da franqueadora.”. Flavio Bolsonaro não se pronunciou.

#Advent #CRM #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Pazuello 2

9/02/2021
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Aliás, Pazuello e, por extensão, Jair Bolsonaro já devem uma a Rodrigo Pacheco, novo presidente do Senado. Pacheco intercedeu junto à senadora Rose de Freitas para que ela trocasse a convocação enviada ao ministro da Saúde por um convite para comparecer à Casa. É um pouco menos constrangedor.

#Jair Bolsonaro

Promessa de campanha

8/02/2021
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O novo presidente da Câmara, Arthur Lira, comprometeu-se com Jair Bolsonaro em levar adiante o projeto de lei que reduz o poder dos governadores sobre as polícias militares. Seria um presente de Bolsonaro a uma de suas mais importantes bases de apoio: os PMs.

#Arthur Lira #Jair Bolsonaro

ONU vs. Bolsonaro, próximo round

2/02/2021
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Ao que tudo indica, o governo Bolsonaro e a ONU têm um novo embate marcado. Segundo fonte do Itamaraty, uma delegação das  Nações Unidas, chefiada pela relatora da Comissão de Direitos Humanos da entidade, a filipina Victoria Tauli-Corpuz, virá ao Brasil em maio. Além de encontros com autoridades do governo, a comitiva terá reuniões com representantes do Poder Judiciário e ONGs. A “due diligence” também incluirá visitas a presídios. O passo seguinte será a produção de um relatório sobre a situação dos direitos humanos no Brasil e as ações do governo Bolsonaro na área. Já viram, né? A relação entre as Nações Unidas e o presidente brasileiro são sabidamente marcadas por atritos e antipatia mútua. Em dezembro, por exemplo, a ONU não incluiu Bolsonaro em uma relação de 77 chefes de estado que participaram da Cúpula do Clima.

#Jair Bolsonaro #ONU

Retratos do Brasil

29/01/2021
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Jair Bolsonaro passou o dia de ontem recebendo congratulações de aliados pelos impropérios e palavrões que lançou contra a imprensa na véspera.

#Jair Bolsonaro

Incra fecha o cerco a estrangeiros em terras brasileiras

28/01/2021
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A semente de um primeiro atrito diplomático entre os governos de Jair Bolsonaro e Joe Biden pode estar brotando no solo brasileiro. Segundo o RR apurou, o Incra pretende anular títulos de propriedade de terras na região do Cerrado que pertencem ao Teachers Insurance and Annuity Association of America (TIAA), um dos maiores fundos de pensão do mundo, e ao fundo de investimentos da Universidade de Harvard. De acordo com a mesma fonte, a autarquia aguarda apenas parecer favorável da AGU para levar o processo de cassação adiante.

Com base em investigações encerradas no último mês de dezembro, o Incra acusa a dupla norte-americana de ter violado restrições impostas pela Constituição para a compra de terras por estrangeiros. No caso do TIAA, as operações envolveriam a aquisição de mais de 30 mil hectares no Mato Grosso, Maranhão e Piauí em parceria com a Cosan. Procurados pelo RR, TIAA, Universidade de Harvard e Cosan não se pronunciaram. O Incra, por sua vez, informou que “o processo está em análise e, até a sua conclusão, não se manifestará sobre o caso”.

A julgar pela postura do presidente Jair Bolsonaro, é provável que a autarquia tenha apoio do Palácio do Planalto para avançar sobre os fundos norte-americanos. Bolsonaro já anunciou que vai vetar o projeto de lei aprovado pelo Senado em dezembro, flexibilizando a compra de terras por estrangeiros. Ao seu estilo, Bolsonaro foi curto e grosso em sua live semanal exibida no último dia 24 de dezembro: “Você acha justo vender terras aqui para estrangeiros? Se vender terra para estrangeiro, ele nunca mais vai revender para ninguém, vai ser território dele”.

É provável que uma medida mais contundente por parte do governo brasileiro provoque algum ruído bilateral. Os protagonistas deste enredo são dois importantes e influentes investidores institucionais dos Estados Unidos, ainda que com pesos bastante distintos. O fundo de Harvard administra cerca de US$ 50 bilhões. O TIAA, por sua vez, tem sob gestão mais de US$ 1 trilhão. Já há algum tempo ambos estão no radar de ONGs, a exemplo de Grain, Rede Social e AATR (Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais), que monitoram a presença de estrangeiros no setor. A dupla figura numa lista de investidores estrangeiros que teriam comprado ilegalmente mais de 700 mil hectares de terras no Brasil.

#Cosan #Jair Bolsonaro #TIAA

Mourão-e-Bolsonaro

Um programa emergencial anti-impeachment

27/01/2021
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A vacina chegou. E o “calmante” de Jair Bolsonaro, também. A súbita mudança de postura do presidente em relação à pandemia não tem se dado apenas por um componente humanístico, mas também por um razoável cálculo político. Bolsonaro foi convencido – ou se convenceu – a lançar uma espécie de “programa emergencial anti-impeachment”, leia-se uma sequência de gestos e medidas para frear o crescente risco de afastamento do cargo. A premissa é que, se Bolsonaro não alterar seu comportamento desde já, somente seus desatinos e possíveis crimes permanecerão na lembrança da população.

E, sem a pandemia e o isolamento social, vai ter o que hoje talvez seja o ingrediente que falta para um processo de impeachment: gente na rua.

A abrupta mudança em relação à China, a encampação da vacinação em massa e a defesa da sua eficácia e as conversações para que os empresários participem do esforço de imunização – conforme o RR antecipou na última segunda-feira – fazem parte desse pacote anti-impeachment. A medida principal, no entanto, ainda está por vir: a aprovação de uma nova rodada do auxílio emergencial, iniciativa que o RR crava como certa. O que força o presidente e seus acólitos a lançar o slogan “Bolsonaro paz e saúde” é a queda da sua popularidade.

Até mesmo os 30% de eleitorado orgânico começam a dissipar com o seu comportamento em relação à pandemia. Além da perda da base de apoio, Bolsonaro enfrenta a ampliação do espectro de adversários. A Câmara pode se tornar um grande partido de oposição, trazendo o Senado por gravidade. O empresariado já não está tão coeso. Uma parcela crescente admite que um impeachment pode ser algo politicamente palatável, com efeitos colaterais positivos para a economia. O primado dessa mudança de parte do PIB é a segurança sucessória que traz o general Hamilton Mourão, peçachave do impedimento presidencial.

Bolsonaro, sabe-se muito bem, também não figura entre os encantos da mídia que interessa. Não faltam ganchos para se pendurar o impeachment. Bolsonaro ofereceu a seus adversários um cardápio amplo de desvarios, episódios de quebra de decoro e, sobretudo, decisões ou mesmo omissões que podem configurar crime de responsabilidade. A pandemia é o prato mais quente sobre a mesa. Está cada vez mais evidente que uma das formas de se pegar Bolsonaro na esquina é por meio do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O STF já abriu inquérito para apurar a conduta do ministro.

E o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que, quem quer seja o seu sucessor, a “CPI do Pazuello” sai. Nesses processos, não há Pazuello e, sim, Bolsonaro. A eventual comprovação de que o governo federal foi informado sobre a iminência da tragédia de Manaus e não tomou as medidas preventivas necessárias teria um efeito jurídico devastador para o presidente. Da mesma forma, segundo juristas ouvidos pelo RR, a recomendação de medicamentos sem eficácia comprovada ou mesmo a resistência a comprar vacinas de determinado país por critérios de ordem ideológicos poderiam ser enquadrados na Lei 1.079, que trata dos crimes de responsabilidade.

Juristas citam também a hipótese de uma queixa-crime contra Bolsonaro ser ancorada na figura do “Estado de coisas inconstitucional”. Oriunda da Corte Constitucional da Colômbia, tratase de um instituto jurídico baseado na existência de um quadro de violação generalizada e sistêmica de direitos fundamentais, causado pela inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas. O STF reconhece o “Estado de coisas inconstitucional” desde 2015, quando aplicou a teoria a violações de direitos fundamentais no sistema prisional brasileiro.

#Eduardo Pazuello #Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia

Níver do bispo

27/01/2021
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Nos corredores da Record, já é dada como certa a presença de Jair Bolsonaro na celebração do aniversário de Edir Macedo, no dia 18 de fevereiro. Ambos formam uma coalizão de fé.

#Edir Macedo #Jair Bolsonaro #Record

Uma política anti-Argentina?

26/01/2021
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Mais uma rusga diplomática entre Brasil e Argentina: o governo de Alberto Fernández fez chegar ao Itamaraty seu descontentamento com o decreto assinado por Jair Bolsonaro, fixando em 750 mil toneladas anuais o volume de trigo que o Brasil poderá importar de qualquer país de fora do Mercosul com isenção tributária. Os argentinos, que exportam cerca de cinco milhões de toneladas para o mercado brasileiro por ano, são potencialmente os principais prejudicados pela medida. Eles temem perder espaço para países como Estados Unidos e Canadá. E daí?

#Alberto Fernández #Argentina #Jair Bolsonaro

Governo reluta em dividir vacinação com empresas

25/01/2021
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Um grupo de grandes empresários que representa parcela relevante do PIB e se reuniu recentemente com Jair Bolsonaro propôs a criação de uma frente ampla de vacinação contra a Covid-19. Eles se ofereceram para importar e aplicar o imunizante em seus funcionários. Para além da saúde pública, trata-se de uma ideia que tangencia a questão fiscal. A redução dos custos com a vacinação permitiria ao governo mitigar os gastos públicos, liberando recursos, por exemplo, para uma nova rodada de auxílio emergencial ou para o Programa de Manutenção do Emprego e da Renda.

O governo, no entanto, resiste à proposta. Entre e uma e outra de suas baboseiras, Jair Bolsonaro já afirmou que a vacinação é de controle absoluto da União. No último dia 14, após reunião com cerca de 50 dirigentes empresariais e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o ministro da Casa Civil, general Braga Netto, corroborou a posição de Bolsonaro. Ocorre que, de lá para cá, o cenário mudou. E para muito pior. O governo tem sido massacrado pela dificuldade de importar matéria-prima da China e da Índia. Até agora, mesmo com a animação das primeiras aplicações, a única expectativa em relação à logística de vacinação é que ela atrase ou sofra transtornos no seu processo.

A proposta de compartilhar a responsabilidade com o empresariado, segundo o RR apurou, divide o corpo técnico do Ministério da Saúde. Na Pasta, há quem tema que o governo perca o controle sobre a circulação dos imunizantes no país e que a “privatização” das vacinas possa criar privilégios: quem tem mais dinheiro vacinaria mais e com maior velocidade seus funcionários. No entanto, outra corrente da Pasta defende que a entrada em cena das empresas seria uma maneira de cobrir os gaps do próprio governo e acelerar a imunização. Procurado, o Ministério da Saúde não se pronunciou. A proposta, ressalte-se, está longe de ser uma jabuticaba. O México, por exemplo, já autorizou a iniciativa privada a importar vacinas para uso próprio. Além disso, esta já é uma prática adotada no Brasil para outras enfermidades. Há recorrentes campanhas de vacinação contra gripe comum em empresas.

#Covid-19 #Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde

Alta volatilidade

22/01/2021
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O ministro Marcos Pontes fechou-se em copas. Passados seis dias, nem uma palavra do ministro sobre a declaração de Jair Bolsonaro ao apresentador José Luiz Datena, afirmando que ele, Pontes, “está desenvolvendo uma vacina que poderá ser usada ainda neste ano”.

#Jair Bolsonaro #José Luiz Datena

Bateria

21/01/2021
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Auxiliares de Jair Bolsonaro têm recomendado que o presidente faça, até o fim de semana, um pronunciamento em rede nacional sobre o início da campanha de vacinação. O senão é o risco colateral de um novo panelaço.

#Jair Bolsonaro

O “melhor” aliado de Bolsonaro

21/01/2021
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Ontem, durante a posse de Joe Biden, um diplomata de quatro costados do Itamaraty lembrava ao RR da proeza conseguida por Jair Bolsonaro. Donald Trump foi o primeiro presidente dos Estados Unidos a não visitar o Brasil desde desde Gerald Ford, que ocupou o cargo entre 1974 e 1977.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro

Nem vacina cura má fama de Bolsonaro no exterior

20/01/2021
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Entre bolsões mais responsáveis do governo, é crescente a preocupação de que toda a celeuma criada por Jair Bolsonaro e o atraso no início da vacinação contra a Covid-19 contaminem ainda mais a imagem do Brasil no exterior. Autoridades de alto calibre temem manifestações de líderes internacionais e da mídia estrangeira contra o bate-cabeças da gestão Bolsonaro no momento em que o país enfileira recordes de infectados e mortos.

O exterior não tem perdoado o negacionismo e a ridicularização da ciência feitos por Bolsonaro. O governo recebeu sinais de que a Organização Mundial da Saúde (OMS) monitora o Brasil com especial interesse e cogita emitir algum tipo de comunicado contra as falhas na campanha de vacinação. Ressalte-se que já há precedente em manifestações de organismos multilaterais contra o governo Bolsonaro. Em dezembro passado, em uma mensagem nitidamente endereçada ao presidente brasileiro, o secretário geral da ONU, Antonio Guterres, criticou os países que “insistem em ignorar os alertas da OMS sobre a pandemia”. O próprio diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, já rebateu declarações de Bolsonaro contra o isolamento social.

O Brasil já é visto como um pária pela comunidade internacional graças, sobretudo, a sua política para o meio ambiente. O descaso demonstrado por Bolsonaro durante a pandemia e, mais recentemente, o seu duelo contra a vacina só reforçam essa pecha. Sua postura tem sido alvo de críticas vindas desde líderes globais, como o presidente francês Emmanuel Macron, à própria mídia estrangeira. Em março, o New York Times classificou Jair Bolsonaro como “um risco à saúde dos brasileiros e da democracia”. No mesmo mês, o espanhol El País tachou Bolsonaro como o “pior entre todos os líderes sul-americanos”. O Le Parisien chamou o presidente brasileiro de “um ditador incompetente que estimula aglomerações de seus apoiadores”.

Ressalte-se que o tom tende a subir a partir de hoje, com a posse de Joe Biden e de Kamala Harris na Casa Branca. Chama a atenção o nome escolhido por Biden para o cargo de diretor-sênior do Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança: Juan Gonzales. Crítico do governo brasileiro, caberá a ele conduzir as negociações e assuntos ligados à América Latina. Se a reação internacional ficasse restrita ao escaninho da luta política e ideológica, vá lá. Há, no entanto, crescentes riscos de duras sanções contra o país. Reino Unido e Itália já proibiram voos provenientes do Brasil.

A própria Inglaterra, a exemplo da União Europeia, acena também com a suspensão de compra de produtos agropecuários brasileiros. Os colaboradores mais sensatos do governo brasileiro temem pelo presente e pelo futuro. A chiadeira internacional poderá ter impactos imprevisíveis sobre 2022. Em alguma medida, o exterior também é um eleitor da Presidência da República. Será o mundo contra Bolsonaro? Pode ser que sim.

#Covid-19 #Jair Bolsonaro #Joe Biden #OMS

Às favas com a diplomacia

20/01/2021
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Segundo fonte palaciana, até ontem, 21h30, não havia qualquer pronunciamento formal do presidente Jair Bolsonaro programado para hoje, data da posse de Joe Biden. Pensando bem, talvez seja até melhor.

Em tempo: um diplomata de quatro costados, fonte do RR, lembra que, em 2009, o chanceler Celso Amorim fez questão de acompanhar a posse de Barack Obama pela TV ao lado do presidente Lula. Já se sabe que nada similar acontecerá neste ano: convenientemente, Ernesto Araújo tirou férias nesta semana..

#Jair Bolsonaro #Joe Biden #Lula

Talhado para o cargo

20/01/2021
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Jair Bolsonaro tem feito seguidos elogios ao “desempenho” de Milton Ribeiro como ministro da Educação – cargo cobiçado pelo Centrão. Ribeiro quase não fala e quando fala agrada em cheio ao presidente. Foi, assim, no último domingo, quando atribuiu a alta abstenção do Enem ao “trabalho de mídia contrário”.

#Jair Bolsonaro #Milton Ribeiro

Vacina é inimigo

20/01/2021
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O presidente Jair Bolsonaro baixou “decreto”: até segunda ordem, ninguém do clã toma a vacina contra a Covid-19. Inclusive, segundo fonte próxima ao presidente, Flavio Bolsonaro levou um puxão de orelhas por celebrar a decisão da Anvisa em seu Twitter.

#Anvisa #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Uma comissão sob medida para o “03”

18/01/2021
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Além da eleição de Arthur Lira, o governo Bolsonaro está mobilizado em garantir uma posição estratégica para Eduardo Bolsonaro na Câmara. Segundo informações que circulam no Palácio do Planalto, o desejo do presidente Jair Bolsonaro é emplacar o “03” à frente da poderosa e cobiçada Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Trata-se de uma articulação complexa, que depende obrigatoriamente da vitória de Lira na eleição de 2 de fevereiro. Todas as proposições em tramitação na Casa são submetidas à CCJ antes da sua votação nas demais comissões e em plenário, conforme reza o Artigo 53 do Regimento Interno da Casa. Ou seja: Bolsonaro pai passaria a ter um aliado consanguíneo e incondicional em uma posição chave para acelerar projetos de interesse do governo. Isso se aplica das agendas “macro”, a exemplo das reformas, às “micro”, como o excludente de ilicitude. A manobra ainda abriria espaço à indicação de um aliado para a Comissão de Relações Exteriores, hoje presidida por Eduardo. A olho nu, a CCJ pode parecer uma ambição desmedida para o “03”, dada a importância do cargo. Mas, convenhamos, é pouco para quem chegou a almejar a Embaixada do Brasil em Washington.

#Arthur Lira #Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Acervo RR

Vendetta

18/01/2021
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Segundo fonte do STF, emissários de Jair Bolsonaro tentam dissuadir Luiz Fux de nomear Wanderson de Oliveira para a Secretaria de Serviços de Saúde da Corte. Oliveira era o braço-direito de Luiz Mandetta no Ministério da Saúde e crítico da leniência de Bolsonaro em relação à pandemia.

#Jair Bolsonaro #Luiz Fux #Luiz Mandetta #STF

O Brasil e o Brasil

18/01/2021
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Na última sexta-feira, por volta das 17h, enquanto parte dos brasileiros se preparava para bater panela contra Jair Bolsonaro à noite, uma van chamava a atenção em frente ao Conjunto Nacional, em Brasília. Em torno do veículo, todo adesivado com imagens de Bolsonaro, seguidores se aglomeravam para se filiar ao Aliança pelo Brasil, partido que está sendo criado pelo presidente e seus rebentos.

#Jair Bolsonaro

Sem noção

18/01/2021
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O encontro entre Jair Bolsonaro e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Motegi Toshimitsu, no último dia 8, ainda hoje repercute na Embaixada do país asiático em Brasília. Não necessariamente pelos assuntos tratados, mas pelo fato de Bolsonaro de passar toda a reunião sem máscara e por sua insistência em apertar as mãos dos presentes.

#Jair Bolsonaro #Japão

Aglomeração

15/01/2021
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Jair Bolsonaro quer entupir o Palácio do Planalto de deputados aliados na próxima terça-feira, data prevista para a solenidade de lançamento da vacinação contra a Covid-19. Vai ser praticamente um evento da campanha de Arthur Lira à presidência da Câmara. Para algo a vacina vai servir, deve pensar Bolsonaro.

#Covid-19 #Jair Bolsonaro

Bolsonaro vai distribuir mais cargos do que vacinas

14/01/2021
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O Palácio do Planalto iniciou sua campanha de vacinação contra a “Coalizão Baleia”. A ordem é inocular o Centrão com cargos e verbas para barrar a aliança montada em torno de Baleia Rossi, garantir a eleição de Arthur Lira à presidência da Câmara e, consequentemente, assegurar a própria governabilidade de Jair Bolsonaro. Possibilidades de nomeações vêm sendo mapeadas nas conversas entre o ministro Luiz Eduardo Ramos, Lira e os principais articuladores de sua campanha, a exemplo dos deputados Hugo Motta (Republicanos) e Fausto Pinato (PP).

Segundo o RR apurou, ontem havia sobre a mesa 56 postos de todos os escalões do governo federal que poderão ser preenchidos pelo Centrão, inclusive os Ministério da Infraestrutura, de Minas e Energia e do Desenvolvimento Regional. Tudo temperado com cifrões. Paulo Guedes, por sua vez, foi incumbido de encontrar espaço dentro do sofrido orçamento onde possa encaixar o apetite pantagruélico do Centrão. A mobilização do Planalto é mais do que justificável: se fosse produzida uma peça literária sobre o enredo em torno da eleição na Câmara, ela poderia se chamar “Morte e vida, Bolsonaro”.

O governo trata a sucessão de Rodrigo Maia como um evento que não apenas antecipa, mas que, no limite, pode ser determinante para a reeleição ou não de Jair Bolsonaro em 2022. Se Baleia Rossi vencer a disputa, com o apoio da “bancada Rodrigo Maia” e dos partidos de esquerda, a Câmara passará a ser o maior “partido” de oposição do Brasil. Aí, sim, é que Bolsonaro vai poder dizer “eu não consigo fazer nada”. Governar com uma coalizão tão ampla e tão ferrenhamente contrária passaria a ser o maior teste do presidente Bolsonaro. A gestão Paulo Guedes, por exemplo, enfrentaria poucas e boas.

Se já foi difícil passar uma agenda de reformas durante o mandato de Maia, que em alguns momentos se fez de aliado do Planalto, com a eleição de Baleia vai ser pau puro. Entre outras pautas, está mais do que dado que a Câmara fará pressão pela decretação de um novo estado de calamidade e pelo retorno do auxílio emergencial. Se a proposta já encontra eco em representantes da ala mais conservadora do Congresso, imagine, então, entre os partidos de esquerda, base importante de apoio à candidatura de Baleia Rossi. A oposição terá a faca e o queijo na mão para minar, de dentro da Câmara, a gestão Bolsonaro e as suas chances de reeleição. É serviço que pode ser feito de maneira lenta, em suaves prestações até novembro de 2022, ou de forma mais radical. Já são 60 os pedidos de impeachment de Bolsonaro protocolados na Câmara. Maia cozinhou todos eles em banho-maria. Baleia Rossi pode não ter a mesma parcimônia.

#Baleia Rossi #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Rodrigo Maia

A polêmica de cada dia

14/01/2021
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A retomada das entrevistas quase diárias de Jair Bolsonaro no “cercadinho do Alvorada”, que haviam sido reduzidas, é atribuída a um conselho do chefe da Secom, Fabio Wajngarten.

#Jair Bolsonaro #Secom

Bolsonaro não quer conselho

13/01/2021
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O governo Bolsonaro parece não dar a menor importância ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). O mandato de três dos 13 conselheiros – Fernando Kfouri, Eduardo Fagundes e Aldovandro Fragoso – chegou ao fim na virada do ano e ainda não há qualquer movimentação no Ministério da Justiça para a escolha dos substitutos. Ressalte-se que em menos de dois meses outros quatro membros do colegiado também deixarão o CNPCP. No fim de 2020, não custa lembrar, o presidente Jair Bolsonaro desprezou as diretrizes estabelecidos pelo Conselho para o indulto de Natal. Nessa toada, cabe a pergunta: para que CNPCP?

#CNPCP #Jair Bolsonaro #Ministério da Justiça

O conselheiro Jair

13/01/2021
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Jair Bolsonaro tem repetido a seus principais assessores que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deveria adotar uma postura mais agressiva contra os “ataques” da imprensa. Assim é se lhe parece.

#Eduardo Pazuello #Jair Bolsonaro

Diplomacia dos sinais trocados

13/01/2021
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Circula no Itamaraty a informação de que Ernesto Araújo sugeriu a Jair Bolsonaro convidar Donald Trump para uma visita ao Brasil após sua saída da Casa Branca. Possivelmente seria a primeira vez que um chefe de governo brasileiro se encontraria com um candidato derrotado sem sequer um telefonema ou mensagem oficial ao presidente eleito e empossado. Sentido, não faz. Mas, tratando-se de Bolsonaro e Araújo, pode se esperar qualquer coisa.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro

Comigo não

12/01/2021
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O presidente do STF, Luiz Fux, vai tirar do seu colo os quatro pedidos para que o Supremo investigue os ataques de Jair Bolsonaro à Dilma Rousseff, questionando as torturas sofridas por ela durante a ditadura militar. Segundo fonte próxima a Fux, ele levará todas as requisições para julgamento em plenário.

#Dilma Rousseff #Jair Bolsonaro #Luiz Fux

Não consigo fazer nada

7/01/2021
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O presidente Jair Bolsonaro cogitou telefonar para Donald Trump ontem, no final do dia. Seria mais uma situação em que caberia a máxima de Bolsonaro: “Não consigo fazer nada”.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro

Pária ambiental

5/01/2021
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O corpo diplomático brasileiro na ONU teme que o país seja alijado dos fóruns mais importantes da Cop-26, programada para novembro, na Escócia. O aviso prévio veio no fim do ano, com a exclusão de Jair Bolsonaro da relação de 77 líderes globais que discursaram na Cúpula de Ambição Climática da ONU.

#Jair Bolsonaro #ONU

Um ministro apenas a passeio

5/01/2021
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Jair Bolsonaro já fala em despejar do cargo o ministro do Turismo, Gilson Machado, que assumiu há menos de um mês. A troca relâmpago abriria espaço para uma indicação do Centrão. Restaria a Machado a honra de seguir participando das lives do presidente Bolsonaro, com sua inseparável sanfona.

#Jair Bolsonaro #Ministério do Turismo

Bolsonaro agradece

5/01/2021
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Se eleito presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira começa a pagar os préstimos de Jair Bolsonaro: coloca o projeto do excludente de ilicitude em votação ainda neste semestre. O excludente de ilicitude limita eventuais punições a policiais e militares no caso de mortes em serviço.

#Arthur Lira #Jair Bolsonaro

Antro

4/01/2021
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O presidente Jair Bolsonaro tem dito que, encerrada a vacinação contra Covid-19, pretende privatizar a Fiocruz. Bolsonaro enxerga a fundação como um “antro da esquerda”.

#Fiocruz #Jair Bolsonaro

Causa própria

4/01/2021
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O deputado Marcos Pereira, do Republicanos, é a principal voz do Centrão que tenta convencer Jair Bolsonaro a recriar o Ministério da Indústria e Comércio. Pereira já se vê de volta ao cargo que ocupou no governo Temer.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Indústria e Comércio

Próximo vice

4/01/2021
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“O Fabio daria um excelente candidato a vice”. A frase foi dita pelo presidente Jair Bolsonaro para Silvio Santos, genro do ministro das Comunicações, Fabio Faria.

#Jair Bolsonaro #Silvio Santos

RR é a melhor vacina contra a desinformação

23/12/2020
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Em meio ao “novo normal” imposto pelo terrível ano de 2020, ao menos um ponto não mudou: o assinante do RR teve acesso irrestrito aos corredores do Poder. Em 20 de abril, um mês após Jair Bolsonaro decretar estado de calamidade pública, o RR foi o primeiro veículo a noticiar os estudos dentro do governo para a criação de uma espécie de “Plano Marshall” brasileiro, um amplo programa emergencial de geração de investimento e de empregos. Poucos dias depois, o ministro da Casa Civil, general Braga Netto, surgiria no noticiário confirmando os estudos e fazendo referência exatamente ao termo “Plano Marshall”. O RR antecipou o flerte entre Jair Bolsonaro e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Em 3 de julho, a newsletter informou que Marinho estava montando uma intensa agenda de viagens de Bolsonaro para inaugurar obras no Nordeste, o que de fato ocorreu nos meses seguintes.

O poder em marcha

Em 5 de maio, o RR descortinou o incômodo dentro das Forças Armadas diante da insistência do presidente Jair Bolsonaro em associar a corporação a um discurso de intimidação e de risco de ruptura institucional, tema que ganharia o noticiário nos dias seguintes. O RR também antecipou a importante missão que o general Hamilton Mourão passou a ter no governo: em 22 de julho, noticiou, em primeira mão, que o vice-presidente se tornaria uma espécie de “embaixador do meio ambiente” da gestão Bolsonaro. Em 20 de agosto, o RR publicou, também com exclusividade, que o governo estenderia a “Operação Verde Brasil 2”, prorrogando a presença de militares no combate aos incêndios na Amazônia até o fim do primeiro trimestre de 2021 – o que se confirmaria em novembro.

Militares x “olavistas”

Os assinantes da newsletter tiveram também informações exclusivas sobre a disputa de poder entre os generais palacianos e a ala olavista do governo. Em 12 de maio, o RR cravou que os militares se movimentavam para ter um número maior de assentos no Conselho Nacional de Educação (CNE), tradicional área de influência de Olavo de Carvalho desde o início da gestão Bolsonaro. Em 25 de setembro, o RR revelou articulações para a possível saída do “olavista” Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores. Desde então, o noticiário tem tratado da hipótese de substituição do chanceler. Na última semana, a mídia passou a abordar também a possibilidade de demissão do embaixador brasileiro em Washington, o igualmente “olavista” Nestor Forster, informação antecipada pelo RR em 7 de dezembro.

Laços de família

Em 7 de agosto, o RR revelou que, ao criar o Centro de Inteligência Nacional na Abin, o presidente Jair Bolsonaro estava instituindo um “Family office” dentro da agência, com o objetivo de usar o aparato de Inteligência do Estado em benefício de si próprio e dos seus. Em dezembro, estouraria a denúncia de que a Abin produziu relatórios para Flavio Bolsonaro. Em 8 de junho, o RR informou, com exclusividade, que o deputado federal Eduardo Bolsonaro estava trabalhando para viabilizar o desembarque no Brasil da Sig Sauer, fabricante de armamentos de origem suíça. Mais: a newsletter antecipou as articulações conduzidas com o auxílio do “03” para uma parceria entre a empresa e a Imbel. Três dias depois, o assunto estaria em toda a mídia.

Despedida antecipada

O leitor da newsletter acompanhou de muito perto o processo de sucessão do Itaú Unibanco. Em 9 de setembro, o RR informou que Marcio Schettini deixaria o banco caso não fosse o escolhido para suceder Candido Bracher na presidência. Dito e feito! No início de novembro, preterido em detrimento de Milton Maluhy Filho, Schettini, diretor geral de varejo, anunciou sua saída do Itaú. No dia 9 do mesmo mês, o RR voltou ao tema para detalhar os bastidores da escolha, conduzida pelo próprio Bracher, e o mal estar que ela causou junto aos acionistas do Itaú.

Em janeiro, o RR informou com exclusividade que a Petrobras lançaria um plano de redução de despesas da ordem de R$ 1 bilhão, o que se confirmaria pouco depois. Também em janeiro, a newsletter revelou que Embraer e Boeing haviam desmobilizado um grupo de trabalho que discutia o desenvolvimento conjunto de aeronaves comerciais, apontando a medida como um indício de iminentre rompimento da fusão. Três meses depois, a associação entre as duas companhias foi para o espaço. Ainda sobre a Embraer, em julho o RR antecipou que a empresa estava negociando um empréstimo do BNDES, operação oficialmente confirmada em dezembro.

Em março, o RR foi o primeiro a noticiar os estudos no BNDES para a compra de participações em companhias aéreas, como forma de reduzir os efeitos da pandemia sobre o setor. Menos de 15 dias depois, o projeto se tornaria público, ainda que, na prática, não tenha decolado. Outro furo que veio dos céus foi a notícia de que o empresário David Neeleman, fundador da Azul, venderia sua participação na portuguesa TAP, antecipada pelo RR em 12 de fevereiro. O RR antecipou também o que poderia ter sido uma das maiores operações de M&A do ano no país. Na edição de 26 de agosto, informamos que a Ser Educacional estava levantando recursos para fazer uma oferta de compra do controle dos ativos da Laureate no Brasil.

Menos de um mês depois, a proposta de R$ 4 bilhões estava sobre a mesa dos acionistas do grupo norte-americano. A Ser acabou perdendo a disputa empresarial para a Ânima Educação. Em 5 de novembro, mais um furo no noticiário corporativo: o RR antecipou que os principais acionistas da Qualicorp se movimentavam para comprar o restante da participação de José Seripieri Filho, fundador da operadora de planos de saúde, devido às denúncias de corrupção contra ele. Menos de um mês depois, os sócios da companhia e o empresário fecharam um acordo para a transferência das ações, quase no mesmo período em que o STF homologava a delação premiada de Seripieri.

Cortes no Ministério Público

No dia 8 de dezembro, a newsletter revelou os planos do procurador geral da República, Augusto Aras, para fechar escritórios de representação do MPF e reduzir custos operacionais devido à escassez orçamentária da instituição – informação que acabou confirmada pelo próprio Ministério Público.

Gol atrás de gol

Em 16 de março, o RR informou, com exclusividade, que o início do Campeonato Brasileiro seria adiado por conta da pandemia. Uma semana depois, a newsletter antecipou que os clubes haviam pedido ao governo a suspensão dos pagamentos do Profut, o programa de refinanciamento de dívidas das agremiações esportivas junto à União – medida que seria implantada pouco depois. Que 2021 seja um ano muito diferente em quase tudo, menos na capacidade do RR de entregar a seu assinante um conteúdo qualificado e exclusivo.

#Anima Educação #BNDES #Eduardo Bolsonaro #Forças Armadas #Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho #Qualicorp #Sig Sauer

Bolsonaro joga com o “quanto pior, melhor”

22/12/2020
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Pode parecer tétrico. E certamente é mórbido. Mas o RR apurou que a nova cepa do coronavírus, responsável pela atual temporada de horror no Reino Unido, foi recebida por Jair Bolsonaro com um “eu não tinha dito?”. Por enquanto, o presidente ainda está em modo comedido. Mesmo “ele” deve considerar um cabotinismo sair faturando com a desgraça alheia em meio às festas natalinas, para as quais o povo está indo às ruas, sem máscara e álcool gel. Aliás, orientação do mandatário mor. Mas o negacionismo como forma de política virá turbinado logo à frente. A nova cepa permite a franquia do “eu já tinha avisado”. O Ministério da Saúde, a comunidade científica, João Dória, – e agora Eduardo Paes -, a Fiocruz, laboratórios, etc serão responsabilizados pelo estímulo a vacinas que podem produzir efeitos secundários e estão sendo recomendadas sem que se conheça efetivamente os vírus. Bolsonaro joga a política do quanto pior, melhor. Nada mais nocivo, do ponto de vista sanitário e moral, em todos os anos desta República.

#coronavírus #Fiocruz #Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde

Efeito colateral

22/12/2020
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O governo Bolsonaro não vai prorrogar a isenção tarifária para a importação de etanol norte-americano. Uma ótima notícia que, paradoxalmente, traz uma má notícia para os usineiros: agora mesmo é que não haverá motivo para os Estados Unidos retirarem as barreiras para o açúcar brasileiro.

#Jair Bolsonaro

Chave de cadeia

21/12/2020
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Apesar da boa relação com Jair Bolsonaro, o governador Claudio Castro ficou a ver navios. A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária foi excluída do rateio de 298 viaturas que o Ministério da Justiça começou a distribuir para presídios de todo o país. O curioso é que o Rio tem a segunda maior população carcerária do Brasil.

#Claudio Castro #Jair Bolsonaro

Aposta

21/12/2020
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A Rede TV aposta suas fichas no programa de Ernesto Lacombe e Rodrigo Constantino, simpáticos a Jair Bolsonaro, para aumentar a verbas publicitárias do governo. A ver.

#Jair Bolsonaro #Rede TV!

Olavo perde mais um round

18/12/2020
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A ala militar do governo, ao que tudo indica, ganhou mais uma. Segundo uma fonte do Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro vai remanejar o “olavista” Felipe Martins para um cargo no exterior. Trata-se de uma medida carregada de simbolismo. Assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Martins é o último dos moicanos, o único discípulo de Olavo de Carvalho que ainda resta dentro do Palácio. Até o mês passado, havia pelo menos mais um: Henri Carrières, braço direito de Martins e genro do próprio Olavo. Carrières foi transferido ou talvez seja melhor dizer “escondido” em um cargo em Washington. De acordo com a fonte do RR, a principal voz contrária a Felipe Martins dentro do Palácio do Planalto é a de Hamilton Mourão. Martins tem uma relação difícil não apenas com Mourão, mas também com o diplomata de carreira Juliano Nascimento Féres, chefe da assessoria diplomática do vice-presidente da República.

#Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho #Palácio do Planalto

Dá cá, toma lá

18/12/2020
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Jair Bolsonaro só pretende fazer uma reforma ministerial após a eleição para a presidência da Câmara. Primeiro, os partidos da base aliada terão de demonstrar apoio maciço à candidatura de Arthur Lira para só depois vir a recompensa de um ou mais ministérios.

#Jair Bolsonaro

Estressado

18/12/2020
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Assessores de Eduardo Pazuello têm notado crescentes sinais de abatimento e de estresse no ministro da Saúde. Principalmente após as audiências com o presidente Jair Bolsonaro.

#Eduardo Pazuello #Jair Bolsonaro

“Risco Bolsonaro” ameaça sucessão no MP do Rio

17/12/2020
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Segundo o RR apurou, o ex-chefe do Ministério Público do Rio Marfan Vieira articula junto ao Palácio Guanabara a nomeação de Luciano Matos como novo procurador geral de Justiça do Estado – a palavra final cabe ao governador Claudio Castro. Matos foi o mais
votado na eleição do MP-RJ, na semana passada. Em outro front, o atual procurador-geral, Eduardo Gussem, trabalha a favor da indicação do procurador Virgilio Stavidis.

Embora tenha ficado em terceiro lugar na votação, Stavidis tem maior apoio político entre seus pares do que a segunda colocada, Leila Costa. Ainda que com candidatos próprios, as diferentes alas do MP-RJ têm um objetivo em comum: blindar a instituição e evitar o risco de take over pela família Bolsonaro. O clã manobra para interferir naescolha do novo  Procurador Geral de Justiça do Rio. No que depender do presidente e de seus filhos, Claudio Castro vai rasgar a lista tríplice do Ministério Público e escolher o procurador Marcelo Rocha Monteiro, que foi apenas o quarto colocado na eleição da semana passada.

Não custa lembrar que, em 2019, o próprio Bolsonaro criou “jurisprudência” ao ignorar os três nomes mais votados no MPF e empossar Augusto Aras na PGR. Marcelo Monteiro é tido dentro do MP-RJ como próximo à família, assim como o próprio governador Claudio Castro. No Ministério Público, o temor é que Castro não tenha – ou não queira ter – força política para resistir às pressões bolsonaristas. Ressalte-se que o MP-RJ é responsável pelas investigações contra Flavio Bolsonaro e do suposto esquema das “rachadinhas”.

#Claudio Castro #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Ministério Público

Corte na fonte

17/12/2020
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Segundo o RR apurou, um importante blogueiro da “base de apoio” de Jair Bolsonaro vem tentando obter patrocínio estatal para manter suas múltiplas plataformas de mídia. Não está fácil. As investigações do STF e perfis como o Sleeping Giants, dedicado a rastrear empresas que anunciam em sites acusados de fake news, têm asfixiado a liquidez da blogosfera bolsonarista.

#Jair Bolsonaro

Pescador servil

17/12/2020
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O secretário Especial de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif Junior, é forte candidato a ganhar o troféu de maior bajulador da Esplanada dos Ministérios em 2020. A cada encontro com Jair Bolsonaro, Seif costuma renovar o estoque de selfies com o “capitão”, como ele mesmo se refere ao presidente. Depois as fotos são orgulhosamente exibidas e compartilhadas com sua equipe.

#Jair Bolsonaro #Jorge Seif Junior

Profissão de fé

16/12/2020
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O ex-deputado Marcos Soares está bem cotado para assumir um cargo no Ministério da Família. Soares é filho de RR Soares, líder da Igreja Internacional da Graça e aliado de fé do presidente Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Família

“Gripezinha em vertigem”

15/12/2020
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A cineasta Petra Costa, celebrada por “Democracia em Vertigem”, está em negociações com o Netflix para a distribuição de seu novo documentário, “Dystopia”, sobre a pandemia no Brasil. É garantia de chumbo grosso para cima do presidente Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Netflix

Ministro invisível

15/12/2020
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Na semana passada, o ministro Onyx Lorenzoni celebrava o sucesso da estratégia de “sumir do mapa” para sair da linha de tiro de Jair Bolsonaro. “O Marcelo caiu e eu ainda estou aqui”, teria dito a um dos assessores, em referência à demissão de Marcelo Alvaro Antonio do Ministério do Turismo.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

Sinal verde

11/12/2020
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Mais um indício de que o veto à Huawei no 5G está caindo por terra. O ministro das Comunicações, Fabio Faria, deverá se encontrar nos próximos dias com o Embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. Recentemente, Jair Bolsonaro chegou a vetar encontros de membros do governo com Wanming.

#Huawei #Jair Bolsonaro

Homenagem mesmo é estar fora

10/12/2020
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Parentes de grandes personalidades da cultura negra já falecidas – a exemplo de Luiz Melodia e Wilson Simonal – estão se mobilizando para que os nomes dos artistas sejam retirados do panteão de homenageados da Fundação Palmares. Trata-se de um protesto contra o governo Bolsonaro e um desagravo a figuras como Martinho da Vila, Gilberto Gil, Elza Soares. Eles e outros 24 nomes foram excluídos da galeria de reverenciados da Fundação Palmares por Sergio Camargo, presidente da entidade. Camargo, por sinal, tem se mostrado o homem certo no governo certo: já disse que o movimento negro é uma “escória maldita” e que a “escravidão foi benéfica para os descendentes de negros”.

#Fundação Palmares #Jair Bolsonaro

CBF sempre cheia de dedos

10/12/2020
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Jogadores estão se mobilizando para cobrar da CBF ações mais contudentes contra o racismo no futebol. Recentemente, por exemplo, a adesão da entidade ao movimento “Vidas negras importam” foi considerada tímida. Talvez seja o receio recorrente do presidente da CBF, Rogério Caboclo, de politizar a instituição. Por “politizar” entenda-se desagradar jair Bolsonaro.

#CBF #Jair Bolsonaro

Eles só pensam naquilo

8/12/2020
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Estão cada vez mais estreitas as relações entre Rogério Marinho e Jair Bolsonaro. O objetivo é sempre o mesmo: empreitar, não literalmente, a eleição de 2022. O próximo movimento é a realização de um evento no Nordeste para marcar o lançamento do Casa Verde e Amarela. Bolsonaro já confirmou presença.

#Jair Bolsonaro #Rogério Marinho

“Anti-Bolsonaro”

7/12/2020
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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai reforçar a estrutura de backup de seus sistemas. Imaginem a pressão sobre a Corte em 2022, quando Jair Bolsonaro disputará a reeleição com suas costumeiras teorias sobre fraude eleitoral.

#Jair Bolsonaro #TSE

As aproximações sucessivas de Bolsonaro e Putin

4/12/2020
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Ainda é cedo para dizer que Vladimir Putin vai ocupar o lugar de Donald Trump como “o melhor amigo do Brasil”. Mas o governo Bolsonaro identifica circunstâncias propícias para uma aproximação com a Rússia. De acordo com uma alta fonte do Itamaraty, já existe, inclusive, uma troca de sinais entre os dois países para uma possível visita do presidente Jair Bolsonaro a Moscou no primeiro semestre de 2021 – se a pandemia permitir. O Ministério das Relações Exteriores vislumbra oportunidades para o Brasil aumentar sua pauta de exportações para a Rússia, notadamente no agronegócio.

Hoje, a balança pende para o lado de lá. Em 2019, o Brasil teve um déficit comercial com a Rússia de US$ 2 bilhões, impactado, sobretudo, pelo embargo à carne brasileira e pela queda das exportações de açúcar. Nesse caso, talvez as cifras sejam apenas um detalhe. Como já ficou provado, a política externa do presidente Jair Bolsonaro vive mais de fantasias e fetiches do que de movimentos efetivos e ganhos econômicos para o país. Na tortuosa lógica diplomática do governo, Putin pode ser um substituto para Trump – como o novo líder global a ser adulado – tanto quanto a aproximação com a Rússia pode funcionar como uma provocação calculada à China.

Recentemente, não custa lembrar, ao fim de uma reunião da própria Cúpula dos BRICS, Vladimir Putin teceu comentários elogios à “coragem” de Jair Bolsonaro. As aproximações sucessivas entre os dois chefes de governo parecem, inclusive, já ter reflexos na estratégia geoeconômica de importantes grupos russos. O RR apurou, por exemplo, que o Acron Group estaria interessado na compra de uma participação na Heringer, fabricante de fertilizantes com 19 unidades de produção, capacidade instalada da ordem de sete milhões de toneladas e faturamento anual superior a R$ 1 bilhão.

Curiosamente, a Heringer já tem um sócio russo, a Uralkali, com quem os acionistas controladores da empresa vivem às turras. No ano passado, por sinal, a Acron negociou a aquisição da unidade de nitrogenados da Petrobras em Três Lagoas (MS), mas não chegou a um acordo com a estatal. Em outro front, investidores russos, com o respaldo do governo Putin, já assinaram um acordo para a construção de um terminal portuário de uso privado em Arroio do Sal (RS), empreendimento orçado em R$ 3,5 bilhões.

#Jair Bolsonaro #Ministério das Relações Exteriores #Vladimir Putin

Paulo-Guedes

Quando a pandemia e as privatizações dão as mãos

3/12/2020
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O presidente Jair Bolsonaro nega. O ministro Paulo Guedes, também. Mas a possibilidade de prorrogação do estado de calamidade – que, a princípio, se encerra no dia 31 de dezembro – cresce à medida que os casos de Covid-19 voltam a disparar. Diante dessa hipótese, uma das soluções que se encontram nos tubos de ensaio da equipe econômica seria aproveitar a “oportunidade” e associar o regime de urgência à venda das estatais já carimbadas como privatizáveis, casos dos Correios, Casa da Moeda, Eletrobras, PPSA e Porto de Santos – além de outras empresas que, nessas circunstâncias, poderiam ser trazidas para esse rol.

Os recursos arrecadados não entrariam na receita primária. Eles seriam utilizados para abater a dívida fiscal, indiretamente gerando folga para o aumento do gasto público, notadamente na área de saúde, e para o financiamento de uma possível prorrogação do auxílio emergencial. A essa altura, com a curva da Covid-19 embicando para cima, não se trata de uma discussão ideológica ou dogmática, mas, sim, de uma questão salvacionista do ajuste fiscal. A possibilidade de trazer as privatizações para próximo do estado de calamidade permitiria uma geração de receita capaz de evitar que uma segunda onda da pandemia tenha um efeito absolutamente implosivo sobre a economia brasileira.

Ao mesmo tempo, poderia ser uma redenção para o programa de desestatizações, até o momento um dos maiores fracassos do governo Bolsonaro e da gestão Paulo Guedes. No ano passado, o STF decidiu que privatizações devem ser aprovadas caso a caso pelo Congresso – a exceção à regra é a venda de subsidiárias, caso, por exemplo, das refinarias da Petrobras. No entanto, situações excepcionais exigem soluções excepcionais. Uma saída poderia ser uma lei ordinária nos moldes do que fez, por exemplo, o governo Collor. Na ocasião, a lei no 8.031, de 12 de abril de 1990, criou o Plano Nacional de Desestatizações, autorizando de uma só vez um pacote de privatizações.

Seria uma forma de evitar a necessidade de aprovação do Legislativo estatal por estatal. Caberia ao governo uma articulação com o próprio STF para dar respaldo jurídico à engenharia e evitar questionamentos posteriores. A própria lógica do estado de calamidade cria as situações de exceção para que essas medidas geradoras de recursos para a União possam ser adotadas. Em tempo: PT e PSOL parecem já ter rastreado as intenções do governo. Os dois partidos tentam acelerar a tramitação na Câmara do Projeto de Lei no 2085/2020, de autoria dos deputados Enio Verri (PT-PR) e Fernanda Melchionna (PSOL-RS). O PL em questão propõe suspender qualquer privatização no país por 12 meses após o fim do estado de calamidade.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #STF

Fora, chineses

3/12/2020
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O governador em exercício do Rio, Claudio Castro, tem dito a seus assessores mais próximos que não vai comprar e nem permitir a vacina chinesa contra a Covid-19 no estado. Trata-se de uma fala sob medida para Jair Bolsonaro. Para o evangélico Castro, é Deus no céu e o clã Bolsonaro na terra.

#Claudio Castro #Jair Bolsonaro

Zona nem tão franca

1/12/2020
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Um grupo de parlamentares do Amazonas – à frente o senador Eduardo Braga – foi ao presidente Jair Bolsonaro pedir novos incentivos para as empresas da Zona Franca de Manaus. Paulo Guedes é contra. Mas, isso é só um detalhe.

#Jair Bolsonaro #Zona franca de Manaus

Vírus da discórdia contamina permanência de Guedes

30/11/2020
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Após a declaração de Jair Bolsonaro de que Paulo Guedes continua sendo seu Posto Ipiranga e é insubstituível, o ministro da Economia chorou suas pitangas junto ao presidente da República. Guedes reclamou do que chama de uma fritura universal, da qual participam integrantes do próprio governo, membros do Legislativo e até alguns generais de quatro estrelas. Esse ambiente de permanente sabotagem acaba por levar Bolsonaro a declarar apoio ao seu ministro quase semana sim, semana não.

É o caso em que o suporte presidencial acaba por tornar Guedes mais frágil. Quem precisa de respaldo toda hora fica parecendo mais vulnerável do que realmente é. O ministro se queixa da turma “fura teto” da Esplanada dos Ministérios e dos “militares desenvolvimentistas” do Palácio do Planalto. Mas, seu maior incômodo é com a falta de empenho do governo em pressionar o Legislativo pela aprovação das reformas. Guedes sabe que não tem a simpatia do Congresso e sequer do Centrão, base aliada de Bolsonaro.

Ele gostaria também que outros componentes do governo – a exemplo dos presidentes da Caixa, Pedro Guimarães, e do BC, Roberto Campos Neto, ambos considerados virtuais candidatos ao seu cargo – fossem mais efusivos nas suas declarações de apoio. Com relação ao ministro Do Desenvolvimento Regional, Rogerio Marinho, Paulo Guedes gostaria que o presidente Bolsonaro o desautorizasse nas vezes em que ele dá declarações contrárias à política econômica adotada. Guedes sabe que, mais do que nunca, precisa da aprovação de alguma reforma. Aliás, é o que vem propalando infrutiferamente desde antes da posse de Bolsonaro. Seus opositores consideram que o tempo de aprovação das medidas é o melhor termômetro da permanência ou não de Guedes. A cada traço de aumento no medidor cresce a febre da desp dida do ministro. A qualquer hora, o termômetro estoura.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Namoro na TV

26/11/2020
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Jair Bolsonaro já se colocou à disposição para participar de uma live de comemoração dos 90 anos de Silvio Santos, no próximo dia 12 de dezembro. O meio de campo é feito pelo ministro da Comunicação, Fabio Faria, genro do Homem do Baú.

#Jair Bolsonaro #Silvio Santos

Acervo RR

Fim da picada

25/11/2020
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Os diálogos entre Jair Bolsonaro e seus assessores mais próximos sobre os recentes crimes contra negros no Brasil são impublicáveis. Triste.

#Jair Bolsonaro

Palavras edulcoradas

20/11/2020
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Palavras edulcoradas do virtual candidato à presidência, Ciro Gomes, sobre Jair Bolsonaro. “Se ele não fosse presidente, metia porrada nele”.

#Ciro Gomes #Jair Bolsonaro

Voz de Comando

18/11/2020
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A fala do general Pujol – “Não somos instituição de governo, não temos partido. Nosso partido é o Brasil” – teve uma baita repercussão dentro da caserna. Primeiramente porque comandante do Exército é conhecido por sua discrição. Segundo porque até os recrutas rasos entenderam que a declaração, certamente discutida pelo Alto Comando da Força, se referia à tresloucada declaração de Jair Bolsonaro de que poderia usar a “pólvora” nas relações “diplomáticas” com os Estados Unidos.

#Exército #Jair Bolsonaro

A “chanceler” Tereza Cristina

12/11/2020
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A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, deverá ter um papel importante para reduzir a temperatura das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. Hoje, Tereza é a principal interlocutora entre o governo brasileiro e o embaixador norte-americano no país, Todd Chapman. O bom diálogo entre ambos foi fundamental para que, no início deste ano, os Estados Unidos suspendessem o embargo à importação de carne bovina in natura do Brasil. Na última terça-feira, não custa lembrar, Jair Bolsonaro disse que “quando a “saliva acaba, entra a pólvora”, em referência a investidas dos Estados Unidos sobre a Amazônia. Pouco depois, Chapman publicou nas redes sociais um post enaltecendo os fuzileiros navais norte-americanos.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura #Tereza Cristina

Falta uma vacina contra a anticiência de Bolsonaro

11/11/2020
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A rádio-corredor da Fiocruz informa: cientistas da Fundação e do Instituto Butantan estariam discutindo a viabilidade de uma carta aberta conjunta contra a permanente tentativa de intervenção em trabalhos científicos, notadamente em relação à vacina contra o coronavírus. A ideologização em torno dos testes seria o ponto central do manifesto. Todo cuidado é pouco, sobretudo do lado da Fundação Oswaldo Cruz.

Como se sabe, Bolsonaro é uma espécie de exterminador do futuro, e a instituição está diretamente subordinada ao governo federal. Neste caso, a decisão sobre a carta aberta é ainda mais complexa porque ela seria divulgada em um momento de disputa pela presidência da Fiocruz, uma mesa na qual Bolsonaro tem carta para jogar. No caso da Fundação, uma eventual tentativa de intervenção do presidente criaria um ambiente de incômodo coletivo: a atual presidente da entidade, Nisia Trindade, é uma espécie de consenso na Fiocruz. Ainda há dúvidas se o manifesto ficaria circunscrito a cientistas da Fiocruz e do Butantan ou seria aberto a profissionais de outras instituições.

O fato é que a ideia do protesto ganha cada vez mais tonicidade a cada declaração do próprio presidente Bolsonaro contra a ciência. Ontem, em referência à suspensão dos testes com a vacina chinesa no Instituto Butantan, ele postou no seu perfil no Facebook: “Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”. Os estudos foram suspensos após a morte de um voluntário que recebeu doses da vacina – posteriormente, soube-se que por suicídio. Mas, para Bolsonaro, pouco importa. Horas depois, o “Capitão Morte” voltou a atacar ao falar da Covid-19 dizendo que “o Brasil precisa deixar de ser um país de maricas”.

#Fiocruz #Instituto Butantan #Jair Bolsonaro

Conversas

11/11/2020
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Segundo confidenciou uma fonte palaciana, Jair Bolsonaro e o ministro Gilmar Mendes têm conversado com uma recorrência nunca vista. O clima entre ambos é de pura lua de mel.

#Gilmar Mendes #Jair Bolsonaro

Ponte aérea

11/11/2020
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O presidente Jair Bolsonaro pretende fazer “panfletagem” dupla no próximo domingo, dia da eleição. Já comentou com assessores que pretende se dividir entre São Paulo e Rio de Janeiro para dar um último apoio aos candidatos Celso Russomanno e Marcelo Crivella.

#Celso Russomanno #Jair Bolsonaro #Marcelo Crivella

Aproximações sucessivas

10/11/2020
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No Judiciário, cresce o tititi de que o presidente da Associação Nacional de Desembargadores, Marcelo Buhatem, do TJ-RJ, vem tentando se cacifar junto a Jair Bolsonaro para uma futura vaga em algum tribunal superior. Nos últimos dois meses, Buhatem tem se aproximado gradativamente do presidente da República. Em tempo: pessoas próximas ao clã Bolsonaro insistem na tese de que ele precisa fazer um afago ao Judiciário do Rio, onde correm as investigações contra Flavio Bolsonaro.

#Associação Nacional de Desembargadores #Jair Bolsonaro

Diplomacia de espinhos

9/11/2020
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Jair Bolsonaro cogitou não enviar nem mesmo o embaixador brasileiro em La Paz à posse do novo presidente da Bolívia, Luiz Arce, realizada ontem. Segundo o RR auscultou no Palácio do Planalto, Bolsonaro foi dissuadido apenas na tarde da última sexta-feira pelos ministros Braga Neto e Luiz Eduardo Ramos.

#Jair Bolsonaro

Silêncio dos inocentes

6/11/2020
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O ministro Onyx Lorenzoni é mais um a tomar uma enquadrada do Bolsonaro “paz e amor” – ver até onde ele dura. Tomou dois pitos de Jair Bolsonaro – segundo a fonte do RR, um deles em altíssimo e bom som – por falar demais sobre o Renda Brasil. A distribuição do Bolsa Família passa por Lorenzoni, mas, como se sabe, o ministro manda pouco.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

Cine-Bolsonaro

5/11/2020
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Edir Macedo tem um projeto de fé para 2022: produzir a cinebiografia de Jair Bolsonaro.

#Edir Macedo #Jair Bolsonaro

Arena Covid

4/11/2020
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Enquanto os países europeus cogitam uma nova paralisação dos campeonatos com o repique dos casos de Covid-19, o governo Bolsonaro pressiona a CBF a retomar a realização de jogos de futebol com público. “Pressiona” talvez não seja bem o termo. O que Jair Bolsonaro pede, o presidente da entidade, Rogério Caboclo, atende.

#CBF #Jair Bolsonaro

No mundo da lua

4/11/2020
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Jair Bolsonaro tem dois nomes para o Ministério da Ciência e Tecnologia, ambos apresentados por Gilberto Kassab. Quando um presidente começa a colher essas indicações é porque o titular do cargo, no caso o astronauta Marcos Pontes, já foi para o espaço.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Ciência e Tecnologia

Governadores cobram “mini orçamento de guerra” para a saúde

3/11/2020
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O RR apurou com exclusividade: está em formação uma frente de governadores que vai pressionar o governo Bolsonaro a manter em 2021 uma espécie de “mini orçamento de guerra” – ainda que não com os R$ 35 bilhões a mais injetados no SUS neste ano. A proposta orçamentária ordinária projetada para 2021 é menor até mesmo do que a cifra fixada para este ano antes da pandemia: R$ 127 bilhões contra R$ 134 bilhões. Essa cifra é considerada curta demais para cobrir a demanda reprimida da rede pública, que cobrará seu preço em 2021. Mais de 60% dos procedimentos cirúrgicos e exames que seriam realizados em 2020 foram suspensos e empurrados para o próximo ano

#Jair Bolsonaro #SUS

Amor com amor se paga

3/11/2020
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Até o momento, nem Jair Bolsonaro nem o chanceler Ernesto Araújo foram formalmente convidados para a posse do novo presidente da Bolívia, o socialista Luiz Arce, marcada para o próximo dia 6. O Brasil, ressalte-se, bem ao estilo da diplomacia de espinhos de Bolsonaro, foi o último país sul-americano a cumprimentar Arce pela vitória nas eleições.

#Jair Bolsonaro

O burlesco tiroteio entre o general Ramos e Salles

30/10/2020
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O conflito entre os ministros da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e o do Meio Ambiente, Ricardo Salles, constituiu uma verdadeira ópera bufa no andar de cima do governo. De um lado, a ala militar; do outro, o segmento ideológico. O enredo burlesco envolveria uma orientação de Jair Bolsonaro para que seu secretário iniciasse o processo de fritura do titular do Meio Ambiente. Dependendo do andar da carruagem, o próprio Ramos assumiria o Ministério do Meio Ambiente, que ganhou um status institucional bem superior ao dos primeiros meses de Ricardo Salles à frente da Pasta.

Não seria por outro motivo que os prestigiosos nomes do vice-presidente, general Hamilton Mourão, e da ministra da Agricultura, Teresa Cristina, vêm sendo cogitados para o cargo, ambos com acúmulo de funções. Salles reagiu com a fúria de quem não teme o Exército e tem o apoio do Centrão e de Eduardo Bolsonaro – arquiduque da família imperial de Olavo de Carvalho. Chamou o general de “banana de pijama” e “Maria Fofoca”. Pois bem, foi o mesmo Jair Bolsonaro, “autor” da ordem a Ramos para que flambasse Salles, que atuou como mediador entre o general e o ministro do Meio Ambiente.

Levou-os para um almoço conjunto na base da Força Aérea Brasileira (FAB), onde trocaram salamaleques. Salles saiu da base aérea prometendo que ele e o secretário de Governo conversariam depois, mas teria dito aos seus colaboradores que se “Ramos quisesse terçar armas, veria quem tinha pólvora para vender”. A alusão foi feita em relação às citações de que Ramos é grande amigo de Bolsonaro há quase um quinquênio. Amigo, coisa nenhuma. Mas vento que venta lá, venta cá.

No Palácio do Planalto, Salles é chamado pelo grupo dos generais Braga Neto e Augusto Heleno, além, é claro, de Ramos, de “espiga de milho” ou “cara de pamonha”. A comédia chegou a uma temperatura mais alta, envolvendo o comandante do Exército, general Edson Pujol. Denúncias cruzadas, segundo fontes ligadas aos dois ministros, responsabilizaram Salles e Ramos pelo vazamento da notícia de que o secretário de Governo substituiria Pujol. De todo esse dramma bernesco, parece ter um único fundo de verdade: a compreensão, na alta esfera de governo, de que a pasta do Meio Ambiente ficou maior do que o chapéu de Ricardo Salles. O resto é fofoca, baixaria e desrespeito.

#Jair Bolsonaro #Ministério do Meio Ambiente #Ricardo Salles

Rogério Marinho prepara o bote sobre a Funasa

29/10/2020
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Mais uma demonstração da força de Rogério Marinho no governo: o presidente Jair Bolsonaro cogita transferir a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) do Ministério da Saúde para a Pasta do Desenvolvimento Regional. A ideia foi levada a Bolsonaro pelo próprio Marinho. Caso a migração seja consumada, o ministro passará a ter sob seu poder um orçamento adicional da ordem de R$ 3 bilhões. Sob o aspecto das sinergias, o “corta e cola” faz sentido: na prática, a Funasa tem mais a ver com o Desenvolvimento Regional do que propriamente com a Saúde, que lhe dá nome. A Fundação é responsável por executar projetos na área de saneamento básico. Do ponto de vista político, a ida da Funasa para debaixo do guarda-chuva de Marinho também seria o encaixe perfeito. O ministro do Desenvolvimento Regional teria um arco maior de obras para inflar a agenda de inaugurações do candidato Jair Bolsonaro. Rogério Marinho prepara o bote sobre a Funasa.

Por falar no assunto: quando parecia que Paulo Guedes tinha ganho a parada, eis que Rogério Marinho deu uma nova volta por cima. O ministro do Desenvolvimento Regional foi autorizado por Jair Bolsonaro a preparar um tour envolvendo o Norte e o Nordeste. As inaugurações e comícios se iniciariam ainda neste ano. Mas, o que reafirma o prestígio de Marinho é a orientação de Jair Bolsonaro para que ele já vá preparando a agenda de eventos para o ano que vem. Como se sabe, por trás desses agitos políticos existe uma sempre uma contribuição do orçamento. Mas que ninguém pense que Paulo Guedes perdeu. Se o ministro da Economia chiar no ouvido do presidente, a exemplo de tantas outras vezes, Bolsonaro afaga seu Posto Ipiranga.

#Funasa #Jair Bolsonaro #Rogério Marinho

Acervo RR

Sherazade

29/10/2020
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Corre no Itamaraty a informação de que Jair Bolsonaro fará nova visita à Arábia Saudita até março de 2021. Em pauta, acordos no agronegócio e em infraestrutura. Não custa lembrar que, no ano passado, após encontro com o príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman, Bolsonaro disse que os árabes iriam investir US$ 10 bilhões no Brasil. Por ora, no entanto, é apenas um conto das mil e uma noites.

#Jair Bolsonaro

O preço da gratidão

28/10/2020
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O senador Nelsinho Trad recebeu do Palácio do Planalto garantia de que o Dnit vai liberar, ainda neste ano, cerca de R$ 40 milhões para obras rodoviárias no Mato Grosso do Sul, estado do parlamentar. Não deixa de ser um sinal de gratidão de Jair Bolsonaro, ainda que tardio. No ano passado, quando Bolsonaro pai cogitou nomear Eduardo Bolsonaro para a Embaixada em Washington, Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, batalhou junto a seus colegas para aprovar a indicação – que acabaria não se consumando.

#Dnit #Jair Bolsonaro

Manda quem pode…

26/10/2020
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Por determinação do próprio Jair Bolsonaro, o Ministério da Justiça vai anunciar ainda neste ano a realização de concurso público para a Polícia Federal. As provas deverão ocorrer até março de 2021. Guedes havia brecado a contratação de servidores até dezembro de 2021. Mas, boa parte das suas decisões é escrita a lápis.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Justiça #Polícia Federal

Foro de São Paulo

26/10/2020
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Jair Bolsonaro está propenso a não enviar um representante brasileiro para a posse do novo presidente da Bolívia, o socialista Luiz Arce, marcada para 4 de novembro. A ideia tem o apoio do “antidiplomata” Ernesto Araújo.

#Jair Bolsonaro

ANPD é mais um braço do Leviatã dos dados pessoais

23/10/2020
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No que depender da ala militar do governo, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), autarquia criada pelo presidente Jair Bolsonaro no rastro da Lei Geral de Proteção de Dados, ficará vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A ideia é moldar a ANPD como um órgão do aparelho de Inteligência do Estado, uma espécie de istmo da Abin. Segundo fonte do RR, a proposta teria a simpatia do general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI.

A ANPD, ressalte-se, vai se juntar ao que pode ser chamado do “Grande Irmão” da identidade do brasileiro, uma fraternidade que congrega ainda o Pix, Dataprev, Serpros, entre outros. Ou seja: um Leviatã dos dados pessoais. Trata-se de um princípio de monopólio que traz a reboque efeitos colaterais preocupante. Qualquer invasão de uma base tão concentrada como essa daria acesso a uma imensidão de dados dos cidadãos brasileiros.

O Pix é um exemplo didático dos riscos envolvidos. Celebrado por proporcionar redução do custo e ampliar a velocidade das transações, o sistema de pagamentos do Banco Central já exibe algumas porosidades. Vide as acusações de que instituições financeiras, como o Nubank e o Mercado Pago, estariam cadastrando indevidamente informações pessoais de seus usuários como chaves de identificação no Pix. A título de esclarecimento, o GSI ressaltou ao RR que, “por dispositivo legal”, a ANPD não trata de dados do Estado brasileiro, “uma vez que sua competência restringe-se a dados pessoais”.

O Gabinete de Segurança Institucional nega também que o general Augusto Heleno defenda a transferência da ANPD para o âmbito do GSI. O fato é que já existe uma notória ascendência militar sobre a autarquia. Três dos nomes escolhidos para o Conselho da ANPD são egressos das Forças Armadas: o coronel reformado do Exército e atual presidente da Telebras, Oswaldo Ortunho Junior; o tenente coronel da reserva Joacil Basilio Rael e o coronel Arthur Sabbat, diretor do Departamento de Segurança da Informação do GSI. Segundo informações filtradas pelo RR do Palácio do Planalto, Sabbat teria sido indicado pelo próprio general Heleno. Consultado pelo RR, o GSI informou que o “General Heleno não indicou ninguém. O Cel Sabbat, como os demais escolhidos pelo Presidente, tem vasto currículo nessa área e é reconhecido em âmbito nacional e internacional como autoridade em segurança cibernética, em especial, segurança de dados pessoais

#Abin #ANPD #General Augusto Heleno #Jair Bolsonaro #Pix

Alta tensão

23/10/2020
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Mais um indício de que o governo Bolsonaro enfrentará uma dura queda de braço com o Paraguai em relação a Itaipu. O presidente paraguaio, Mario Abdo Benitez, indicou o ministro das Relações Exteriores, Frederico González, para o Conselho da hidrelétrica binacional. González é um ferrenho defensor de que o Paraguai venda a terceiros a cota da energia de Itaipu que lhe cabe. O Brasil é contra.

#Itaipu #Jair Bolsonaro

Carga total

23/10/2020
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O presidente Jair Bolsonaro vai mandar reforços para Marcelo Crivella. Flavio e Eduardo Bolsonaro participarão de eventos ao lado do prefeito na reta final da campanha.

#Jair Bolsonaro #Marcelo Crivella

Pra frente Brasil

19/10/2020
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A dobradinha entre Jair Bolsonaro e Rogério Caboclo, presidente da CBF, está a mil. A entidade já estuda comprar os direitos de transmissão de Uruguai x Brasil, no dia 17 de novembro, e repassá-los generosamente à TV Brasil. Foi o que ocorreu na última terça-feira, quando a emissora estatal exibiu a partida da seleção contra o Peru, numa transmissão recheada de agradecimentos e afagos a Bolsonaro e Caboclo.

#CBF #Jair Bolsonaro

Cofco instala uma colônia de proteína no Brasil

16/10/2020
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O RR apurou que banco de investimentos recebeu mandato da chinesa Cofco para estudar diversas alternativas de negociação com a BRF, desde participação minoritária até uma joint venture com o controle da empresa. Maior demandante global de commodities brasileiras, a China passaria a ter uma posição privilegiada em uma empresa que figura entre as cinco maiores produtoras de carne de frango do mundo. A BRF soma aproximadamente 9% de todas as exportações globais de proteína animal.

É responsável por cerca de 12% de todos os embarques de carne de frango brasileira para o exterior, algo como 500 mil toneladas/ano. O apetite chinês pelo produto é considerável: a demanda do país asiático por frango brasileiro vem crescendo à média de 30% ao ano. Ressalte-se ainda o peso da BRF no mercado de suínos: a companhia concentra praticamente um terço das vendas brasileiras do produto para a China. A associação permitiria ainda à Cofco ampliar sua presença nos países árabes. As vendas para o chamado mercado halal (cerca de R$ 8  bilhões) representaram aproximadamente 25% da receita da BRF em 2019.

Se for considerado o valor de mercado da BRF, trata-se de um negócio sob medida para o tamanho da Cofco. A empresa brasileira está avaliada em Bolsa em R$ 15 bilhões. Para se ter uma ideia da diferença de peso entre uma e outra, a receita da Cofco é mais de 10 vezes superior à da BRF. No ano passado, o grupo chinês, que tem negócios em mais de 50 países, faturou quase US$ 80 bilhões, o equivalente, portanto, a mais de R$ 400 bilhões.

Já a receita da empresa brasileira em 2019 foi de R$ 34 bilhões. Qualquer tratativa envolvendo a BRF passa, ainda que indiretamente, pelo governo brasileiro. Os dois maiores acionistas individuais da companhia são Petros e Previ, respectivamente com 11,4% e 9,3%. A investida da Cofco poderia ser uma porta de saída para os dois fundos de pensão. Até porque os chineses não são muito afeitos a democratizar gestão e mando. Se bem que, se Donald Trump baixar em Jair Bolsonaro, é possível que a Cofco tenha problemas para avançar em suas pretensões. Guardadas as de- vidas proporções, do ponto de vista estratégico a cadeia da proteína está para o Brasil assim como a tecnologia para os Estados Unidos – não custa lembrar que Trump baniu a Huawei do país.

#BRF #Cofco #Jair Bolsonaro

O “infiltrado” no TCU

14/10/2020
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Jorge Oliveira, ex-secretário geral da Presidência e indicado por Jair Bolsonaro para o TCU, terá um papel estratégico na Corte. Tido no Palácio do Planalto como hábil e jeitoso, Oliveira tentará dobrar por dentro a ala menos “governista” do Tribunal de Contas, personificada, principalmente, pelo ministro Bruno Dantas. Uma de suas principais missões será reduzir os óbices impostos pelo TCU ao programa de desestatizações do governo. Recentemente, por exemplo, o Tribunal de Contas levantou nove riscos relacionados ao processo de privatização da Eletrobras.

#Eletrobras #Jair Bolsonaro #Jorge Oliveira #TCU

Bolsonaro pede bênção para indicar ministro do Supremo

13/10/2020
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Há uma corrente de fé em torno da indicação do juiz federal William Douglas dos Santos para a próxima vaga do STF, em 2021, em substituição a Marco Aurelio de Mello. Nos últimos dias, segundo fonte do Palácio do Planalto, seu nome foi fervorosamente defendido junto a Jair Bolsonaro pelo bispo Edir Macedo e pelo missionário RR Soares, líderes, respectivamente, da Igreja Universal do Reino de Deus e da Igreja Internacional da Graça de Deus. Significa dizer que o nome de Santos tem a bênção de dois dos principais pilares da base de Bolsonaro entre os evangélicos. Ambos têm crédito junto ao presidente. Exercem, inclusive, um papel estratégico de defesa permanente do “bolsonarismo” em contraste, por exemplo, com o pastor Silas Malafaia, que, desde o início do governo, mantém uma relação de tapas e beijos com Bolsonaro. William Douglas dos Santos, membro da Igreja Batista, é bem  próximo de RR Soares. No ano passado, esteve junto com ele em um encontro com Bolsonaro e a chamada bancada da Bíblia, quando se discutiu a possibilidade de extinção total de tributos para as organizações religiosas. Não por coincidência, este é um dos fatores que alimentam o lobby pró-Santos entre os evangélicos. Sua presença no STF aumentaria a possibilidade da Corte analisar a isenção tributária plena para as Igrejas, tema juridicamente controverso.

#Edir Macedo #Jair Bolsonaro #Silas Malafaia #STF

O olavismo vive

13/10/2020
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Jair Bolsonaro cogita nomear o “olavista” Filipe Martins, seu atual assessor de Assuntos Internacionais, para a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). O cargo ficará vago com a transferência do almirante Flavio Rocha para a Secretaria- Geral da Presidência. A indicação de Martins, no entanto, enfrenta resistências da ala militar do Palácio do Planalto.

#Flavio Rocha #Jair Bolsonaro

Advogado de defesa

13/10/2020
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Informação que o RR foi buscar no Palácio do Planalto: Jair Bolsonaro agradeceu pessoalmente a Augusto Aras pela decisão da PGR de arquivar um pedido de abertura de inquérito contra ele os rebentos Carlos e Flavio relacionado às fake news.

#Augusto Aras #Jair Bolsonaro #PGR

Animador de auditório

9/10/2020
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Jair Bolsonaro já garantiu presença em pelo menos um evento de campanha de Celso Russomanno em São Paulo e de Marcelo Crivella, no Rio. Como não resiste a uma boa aglomeração, vai acabar indo a mais de um.

#Celso Russomanno #Jair Bolsonaro

Governo Bolsonaro lança o Brasil na “dívida ativa”da OEA

6/10/2020
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Enquanto sonha com a OCDE, o governo Bolsonaro pratica a “diplomacia do calote” na OEA. Segundo fonte do Itamaraty, a entidade ameaça aplicar sanções administrativas contra o Brasil, como o afastamento de representantes do país de comissões e grupos de trabalho e até mesmo a suspensão do direito a voto em decisões de maior relevo. O motivo é a dívida que o governo brasileiro acumula junto à Organização, superior a US$ 20 milhões. De acordo com a mesma fonte, desde o início do mandato de Bolsonaro, o Brasil não teria feito qualquer pagamento à OEA. A cifra, per si, é pequena, mas, para dentro do corpo burocrático da Organização, a inadimplência tem um peso simbólico grave. Procurado pelo RR, o Ministério das Relações Exteriores confirma a existência de uma dívida de US$ 21.027.390,00. Desse total, segundo a Pasta, “US$ 10.396.79,00 são relativos a saldos em aberto de 2019 e US$ 10.630.600,00 referentes à integralidade da cota de 2020.” O Ministério afirma ainda que “a quitação das contribuições a organismos internacionais depende tanto do Executivo quanto do Legislativo”. Não é a primeira vez que o Brasil entra no “SPC Serasa” da OEA. No entanto, o numerário nunca foi tão expressivo. Em 2017, na era Temer, o passivo chegou a US$ 8 milhões, quitados em abril daquele ano. Um fator aumenta a pressão do organismo multilateral sobre o governo brasileiro: devido à pandemia, a OEA tem sido obrigada a cortar na própria carne. Nos últimos dias, segundo informação que circula no Itamaraty, demitiu 17 funcionários.

Por falar em OEA: menos de um mês após a sua chegada a Washington, já existe uma mobilização entre os funcionários da Organização pelo afastamento de Arthur Weintraub, ex-assessor especial de Jair Bolsonaro e irmão do ex-ministro Abraham Weintraub. De acordo com informações que chegam ao Ministério das Relações Exteriores, o advogado tem desrespeitado os protocolos internos para a Covid-19 e várias vezes se recusa a usar máscara em reuniões presenciais. Recentemente, ao se referir a medidas de prevenção à doença, o “Weintraub do B” postou em seu Twitter que tinha vontade de “enfiar os testículos” na garganta de quem acha necessário se adaptar ao “novo normal”. Mais Weintraub, mais Olavo, mais Bolsonaro, impossível.

#Jair Bolsonaro #OCDE #OEA

Prêmio de consolação

5/10/2020
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Importante assessor palaciano confidenciou ao RR que Jair Bolsonaro acenou a Ives Gandra Martins com a próxima vaga no STJ, ainda neste ano. Um prêmio de consolação para quem sonhou com o Supremo.

#Jair Bolsonaro

Cota de sacrifício

1/10/2020
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De fonte palaciana: Ciro Nogueira, presidente do PP, se colocou “à disposição” de Jair Bolsonaro para ser o candidato do Palácio do Planalto à presidência do Senado caso Davi Alcolumbre não possa concorrer à reeleição.

#Ciro Nogueira #Davi Alcolumbre #Jair Bolsonaro

Parada militar

1/10/2020
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O primeiro voo do Gripen – o novo caça da Força Aérea – será apenas parte da efeméride. No que depender de Jair Bolsonaro, o Dia do Aviador, no próximo dia 23 de outubro, terá ares de 7 de setembro. O presidente quer realizar uma grande cerimônia militar em Brasília para celebrar os novos investimentos do governo na área de Defesa.

#Jair Bolsonaro

Cabo eleitoral de luxo

1/10/2020
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Marcelo Crivella dá como certa a presença do presidente Jair Bolsonaro em um de seus eventos de campanha ao longo do mês de outubro. A ver.

#Jair Bolsonaro #Marcelo Crivella

Ministro sem Pasta

30/09/2020
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Tamanha a proximidade com Jair Bolsonaro, Roberto Jefferson já é chamado no Palácio do Planalto de “24o ministro”. É mais poderoso do que muitos dos 23 ministros formais do governo.

#Jair Bolsonaro #Roberto Jefferson

República dos manifestos

29/09/2020
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A Semana de Ciência e Tecnologia, entre 17 e 23 de outubro, promete ser quente. Entidades do setor vão aproveitar a efeméride, promovida pelo próprio Ministério, para protestar contra o governo Bolsonaro e o apagão orçamentário para pesquisas e desenvolvimento no Brasil. Um dos pontos cardeais da manifestação serão os seguidos atrasos no pagamento de bolsas por parte do CNPq. O que já está ruim tem tudo para ficar pior: o orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia em 2021 (R$ 8 bilhões) será 31% inferior ao deste ano.

Em tempo: dentro do próprio Ministério, há um constrangimento com o script que está sendo montado para outubro. Além do ministro-astronauta Marcos Pontes, os diretores das 18 unidades de pesquisa da Pasta serão convocados a gravar depoimentos sobre  as “realizações” de suas respectivas áreas. Entre elas, figura o INPE, atacado e escorraçado pelos bolsonaristas devido aos dados sobre as queimadas na Amazônia.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Ciência e Tecnologia

“Ameaça” Biden chacoalha o tabuleiro do Itamaraty

25/09/2020
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O RR apurou no epicentro do governo que já estão sendo debatidas as hipóteses de reconstrução da política externa com os Estados Unidos caso o democrata Joe Biden seja eleito. Ela começa por mudanças nos “móveis” da própria casa, ou seja, o Ministério das Relações Exteriores. A premissa é que a permanência de Ernesto Araújo à frente da Pasta será incompatível com o retorno dos democratas à Casa Branca. Segundo fontes ligadas ao Itamaraty, três diplomatas despontam na linha de frente dos candidatos à sucessão de Araújo.

Todos têm um traço em comum: combinam experiência, tamanho para o cargo de chanceler e guardam alguma proximidade com o clã Bolsonaro. Ou seja: emprestariam ao Ministério o pragmatismo necessário para o novo cenário, permitiriam que o Brasil azeitasse suas  relações com um eventual governo democrata nos Estados Unidos sem que, para isso, Bolsonaro precisasse promover uma mudança de rota mais brusca. Um dos candidatos tidos como mais fortes é Luis Fernando Serra, ex -embaixador brasileiro em Paris.

Serra ganhou muitos pontos no Palácio do Planalto quando foi à TV francesa defender Bolsonaro, com fervor patriótico, dos ataques do presidente Emmanuel Macron ao governo brasileiro por conta das queimadas na Amazônia. O embaixador chama a atenção de seus colegas pela flexibilidade retórica em agradar Bolsonaro sem necessariamente ferir posições históricas da diplomacia brasileira. Serra é conhecido também pela boa articulação junto a diplomatas mais antigos.

Pela sua experiência, é visto como alguém capaz de dar um tom mais sereno nas relações com os Estados Unidos sem desagradar Bolsonaro e os seus. Outro nome forte é o da diplomata Maria Nazareth Farani Azevedo, esposa do ex-diretor-geral da OMC, Roberto Azevedo. Há algum tempo Maria Nazareth é cotada em Brasília para algum alto cargo no Itamaraty. Assim como Luis Fernando Serra, ela tem demonstrado habilidade para combinar um discurso pró-Bolsonaro com a defesa de posições mais pragmáticas nas Relações Exteriores. Um nome que corre por fora é o de Pompeu Andreucci Neto, ex-embaixador do Brasil em Madri.

Andreucci não tem a mesma conexão direta com Bolsonaro que Serra e Maria Nazareth. Mas dispõe de um trunfo político: é ligado ao ex-presidente Michel Temer, hoje cada vez mais próximo de Bolsonaro. Uma solução menos natural seria a escolha de um “forasteiro”, ou seja, não necessariamente de um diplomata de carreira. Trata-se de uma hipótese menos provável, mas dois nomes são ventilados: o vice-presidente Hamilton Mourão e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Nesse caso, tanto um quanto o outro acumulariam funções no governo. A gestão de Tereza Cristina é um dos principais cases de sucesso desse governo. Tirá-la da Agricultura seria despir um santo para vestir o outro.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro #Pompeu Andreucci Neto

Menos cérebro e mais fígado

25/09/2020
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A diplomacia do rancor conduzida pelo presidente Jair Bolsonaro está fazendo mais uma das suas. O RR teve a informação de que o governo brasileiro, na condição de um dos “acionistas” do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), tem criado óbices dentro da instituição para a concessão de um empréstimo de até US$ 500 milhões à Argentina. Seria uma vendetta à tentativa do governo de Alberto Fernández de adiar a recente eleição do BID, que escolheu o norte-americano Mauricio Claver-Carone, o candidato de Trump, para o comando do banco. Coitada da Argentina.

#Banco Interamericano de Desenvolvimento #Jair Bolsonaro

De “Gegê” à “Jajá”

25/09/2020
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Palavra de um fiel aliado de Roberto Jefferson: além de Jair Bolsonaro, Jefferson já convidou Eduardo, Flavio e Carlos Bolsonaro para ingressarem no PTB. Jefferson, inclusive, prega desde já o nome de Flavio como candidato do partido ao governo do Rio em 2022.

#Jair Bolsonaro #Roberto Jefferson

Meu “paipai”, meu garoto

24/09/2020
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A proximidade com Jair Bolsonaro está rendendo frutos ao senador Marcio Bittar, relator do Orçamento no Congresso. Segundo informações filtradas do Palácio do Planalto, Paulo Bittar, filho do congressista, deverá ser aninhado em um cargo no governo, provavelmente no Ministério da Cidadania. Na semana passada, o rebento teve a honra de acompanhar o pai em uma reunião com Bolsonaro, da qual o senador saiu dizendo ter recebido aval do presidente para propor um novo programa social.

#Jair Bolsonaro #Marcio Bittar

Forças Armadas blindam a Amazônia brasileira

23/09/2020
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No que depender das Forças Armadas, a contenda entre o governo brasileiro e a comunidade internacional em torno da Amazônia tende a se intensificar. Entre os militares, a leitura é que os seguidos ataques ao Brasil fazem parte de um projeto de neocolonialismo patrocinado por grandes potências estrangeiras que mantêm interesses difusos e – por que não? – inconfessáveis em relação à Região Amazônica. As ingerências de governos internacionais sobre a Amazônia têm sido interpretadas no Alto Comando do Exército como tentativas externas de afrontar a soberania nacional e impor prioridades geoeconômicas de fora para dentro do país. Nesse contexto, dentro das Forças Armadas predomina o entendimento de que o governo deve adotar uma postura ainda mais contundente, algo como uma política de tolerância zero às intromissões de outros países na gestão da Amazônia brasileira.

Como se pode ver, as duras declarações do general Augusto Heleno de que governos internacionais usam a Amazônia para “prejudicar o Brasil e derrubar o presidente Jair Bolsonaro” estão longe de ser um ato isolado. Elas refletem discussões travadas no Alto Comando e, mais do que isso, “uma posição quase permanente” das Forças Armadas, nas palavras de um general ao RR. Os militares alimentam a ideia fixa de que “forças ocultas” escondem-se por de trás de ONGs e manipulam temas visceralmente ligados à Região Amazônica – como a questão indígena e a agenda ambiental.

Mais recentemente, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, disse que a Amazônia sofre “cobiça por parte de atores da área internacional”. No passado, o general Villas Bôas afirmou que “muitas vezes as ONGs atuam no sentido contrário aos interesses brasileiros” sem que saiba “quem são e quais são seus reais objetivos”. O RR teve acesso, com exclusividade, a um documento classificado como confidencial bastante representativo do pensamento dos militares em relação aos personagens e interesses enraizados na Floresta Amazônica. O paper de 43 páginas (somados os anexos) foi elaborado em março de 2005, em pleno governo Lula, pelo Grupo de Trabalho da Amazônia (GTAM), composto pelo Ministério da Defesa, Estado Maior da Armada, DIP/Polícia Federal, CIE/Comando do Exército, Secint/ Comando da Força Aérea e Programa Calha Norte – todos coordenados pela Abin. 15 anos depois, o teor do relatório soa atual. Ele externa uma clara preocupação do aparelho de Defesa e de Inteligência brasileiro com a ação de grupos de interesse internacionais na Amazônia, que seriam acobertados por ONGs do meio ambiente, defensores da causa indígena e outros atores supostamente legítimos.

Àquela altura, o GTAM alertava para a necessidade de “maior presença do Estado na Amazônia”, uma vez que “as instituições governamentais existentes atuam de forma desarticulada e frequentemente contra os interesses superiores da Pátria”. O documento questiona políticas do próprio governo brasileiro: “É de convicção geral que essas organizações (ONGs) têm recebido muitos recursos do exterior e do próprio governo nacional, e que os têm usado sempre contra o desenvolvimento geral, do Estado e da sociedade”. Uma das preocupações do GTAM foi mapear supostos interesses globais e ações de potências estrangeiras na região. O documento menciona a “suspeita de influência de americanos” em um massacre dos índios Uaimiri-Atroaris, que vivem a Leste da margem esquerda do Baixo Rio Branco.

Ressalta ainda o “crescente aumento da presença de europeus”. Cita que “os holandeses predominam nos hotéis de selva, aparentemente como empresários de turismo. Através da ONG Médicos sem Fronteiras se assinalam muitos americanos, holandeses e italianos”. Àquela altura, o GTAM monitorava também a presença de árabes/palestinos na divisa entre as cidades de Tabatinga (AM) e Letícia, na Colômbia, “cujas atividades não foram devidamente levantadas, mas que provavelmente envolvem contrabando e descaminho”.

#Amazônia #Exército #Forças Armadas #Jair Bolsonaro

O dinheiro que atravessa a fronteira

23/09/2020
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Enquanto Jair Bolsonaro vilaniza os “comunistas” da Argentina, a gestão de Alberto Fernández atrai divisas da indústria têxtil brasileira. O governo argentino está oferecendo benefícios para as empresas do setor que queiram investir no país. Foi o caso da cearense Santana Textiles que, na semana passada, inaugurou sua segunda fábrica no país vizinho, um projeto de aproximadamente US$ 12 milhões. Por sinal, a própria vice -presidente Cristina Kirchner participou do evento por videoconferência. Uma curiosidade: quando a Santana instalou sua primeira fábrica na Argentina, em 2008, Cristina estava na Presidência da República.

#Cristina Kirchner #Jair Bolsonaro

Exceção à regra?

23/09/2020
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Ao que parece, a promessa de Jair Bolsonaro de não se envolver nas eleições não vale para todos. Celso Russomanno tem dito a seus correligionários que Bolsonaro se comprometeu a gravar um vídeo de apoio para o seu programa eleitoral. A conferir.

#Celso Russomanno #Jair Bolsonaro

Dupla afinadíssima

22/09/2020
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Uma velha raposa do Senado, fonte do RR, viu mais do que uma mera coincidência na sincronia entre Jair Bolsonaro e Roberto Jefferson. A ordem de Jefferson para o PTB encerrar todas as alianças com candidatos adversários de Bolsonaro se deu menos de 12
horas após o presidente afirmar que a Casa da Moeda não será privatizada em seu governo. A estatal é um feudo do PTB.

#Jair Bolsonaro #Roberto Jefferson

Profissão de fé

22/09/2020
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A Frente Parlamentar Evangélica vai se reunir amanhã para definir uma estratégia frente à decisão de Jair Bolsonaro de vetar a isenção às dívidas tributárias de igrejas. Palavra de um de seus líderes em conversa com o RR: “Só vi mobilização igual da bancada para barrar projeto de lei flexibilizando o aborto no Brasil.”

#Jair Bolsonaro

A culpa é de Bolsonaro?

21/09/2020
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O Palácio do Planalto encomendou uma pesquisa sobre a aprovação do governo Bolsonaro. O objetivo é checar de imediato o eventual impacto da disparada dos preços dos alimentos sobre a popularidade de Jair Bolsonaro. O auxílio emergencial de R$ 300, que, há 20 dias, permitia comprar 206 quilos de arroz, agora equivale a 159 quilos. Se a popularidade cair, Bolsonaro entra em campo criando algum fato.

#Auxílio emergencial #Jair Bolsonaro

Congresso 2

21/09/2020
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Marcio Bittar, do Acre, desponta como o Plano D de Jair Bolsonaro para a presidência do Senado em 2021. Os planos A, B e C do Palácio do Planalto continuam sendo a reeleição de Davi Alcolumbre, que depende de uma complexa costura entre o próprio Legislativo e o Judiciário.

#Davi Alcolumbre #Jair Bolsonaro #Marcio Bittar

O game de Bolsonaro

18/09/2020
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Jair Bolsonaro tem falado com assessores próximos da intenção de criar uma secretaria de e-sports, pendurada na área de Cultura, que ficaria sob o comando do “04”, Jair Renan. A ver.

#e-sports #Jair Bolsonaro

O Pantanal vai até Bolsonaro

18/09/2020
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O Palácio do Planalto redobrou os cuidados para a visita de Jair Bolsonaro ao Mato Grosso, marcada para hoje. A segurança será reforçada. Há informações de que ONGs ambientais farão protestos nas cidades de Sinop e Sorriso, onde Bolsonaro participará da inauguração de usinas de etanol de milho. O presidente passará a centenas de quilômetros do Pantanal e de seus mais de 2,5 milhões de hectares destruídos pelos incêndios das últimas semanas.

#Jair Bolsonaro

Taxação de dividendos entra na conta do Bolsa Família

17/09/2020
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Se, de um lado, o Renda Brasil entrou em hibernação após o rompante de Jair Bolsonaro, do outro o governo começa a despertar para uma nova proposta que permitiria ampliar substancialmente o funding e o alcance do Bolsa Família. O modelo em questão passaria pela criação de uma espécie de fundo social no âmbito da reforma tributária. Neste contexto, a bandeira da distribuição de renda justificaria duas medidas mais agudas: a taxação de dividendos e juros sobre capital próprio de empresas privadas e a obrigatoriedade para que todas as companhias a partir de um determinado número de faturamento, empregados e patrimônio líquido abrissem seu capital.

Esta segunda mudança permitiria aumentar consideravelmente a escala de arrecadação uma vez que, pela Lei das SAs, as companhias abertas têm condições de transparência facilitadoras da distribuição de dividendos. Seria um aumento da carga tributária? Seria. Só que embalado por um forte apelo social, sem mexer com aposentadoria e o salário mínimo, além de garantir a manutenção do teto dos gastos. Todo o montante amealhado seria carreado para um fundo destinado a financiar o Bolsa Família e – por que não? – um parcela da desoneração. Esse funding seria lastreado também nos dividendos de empresas estatais e em recursos provenientes da incorporação, venda ou securitização de ativos imobiliários de propriedade da União.

Apenas para efeito de referência, já existe um projeto de lei na Câmara (2015/2019), que prevê a taxação de dividendos em 15%. Na hipótese deste percentual vir a ser adotado, o potencial de arrecadação anual da União seria da ordem de R$ 59,7 bilhões, segundo estudo feito pela Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil). Essa cifra, por si só, já seria 71% maior do que o orçamento do Bolsa Família previsto para 2021 – de R$ 34,8 bilhões. Esse valor, ressalte-se, ainda seria ampliado consideravelmente com a obrigatoriedade das empresas de capital fechado a partir de um determinado porte se tornarem sociedades anônimas, consequentemente passando a distribuir participação sobre seus lucros.

Ainda que por vias tortas, a implosão do Renda Brasil acabou dando tempo a Paulo Guedes e cia. de discutir, sem açodamento, um novo modelo capaz de aumentar o colchão de benefícios para a população de baixa renda. Em seu impulsivo discurso da última terça-feira, ao mesmo tempo em que colocou o programa da renda mínima em “modo soneca”, Bolsonaro deixou uma brecha para que o Bolsa Família seja retrabalhado e ganhe uma amplitude maior. Essa “geringonça social” vinculada à reforma tributária seria um híbrido de medidas estudadas pela equipe econômica com proposições encaminhadas pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que já teria hoje mudado sua posição em relação à tributação dos dividendos.

Ou seja: trata-se de uma solução que uniria da Zona Norte à Zona Sul, sincronizando ideias que pululam não apenas no Executivo, mas também no Legislativo. Esse novo modelo carrega em si um mix de vantagens. O governo poderia alargar o Bolsa Família sem mexer no teto de gastos. Além disso, haveria a possibilidade desse “fundo social” ou parcela dele ser administrado como uma carteira de investimentos, a exemplo do portfólio da BNDES-Par, ou como carregador de títulos do Tesouro, cuja rentabilidade também seria revertida para o financiamento dos programas sociais. Paulo Guedes já rezou meia missa, com o balão de ensaio sobre o fundo de pensão de dividendos de empresas estatais.

É até divertido ver o ministro se esforçando para fazer políticas de renda, iniciativa que caberia melhor nos governos Lula e Dilma, ou mesmo FHC. Agora que descobriu o caminho para as classes sociais mais pobres, Bolsonaro não quer outro mundo. O aumento do Bolsa Família – assim como já ocorreu com o auxílio emergencial – permitirá ao Capitão avançar ainda mais em um território que lhe era hostil e, o que é ainda mais útil, tirando das mãos da esquerda uma das poucas bandeiras que lhe restaram. Uma engenharia política engendrada na morte do Renda Brasil, iniciativa idealizado dentro do próprio Palácio do Planalto.

#BNDES-Par #Bolsa Família #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Renda Brasil

A morte cai bem ao Renda Brasil

16/09/2020
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O estapafúrdio filmete de ontem em que Jair Bolsonaro anuncia a implosão do Renda Brasil foi menos um rompante individual do presidente e mais um movimento articulado com os ministros militares. A insistência com propostas de congelamento de aposentadorias e pensões para financiamento do auxílio emergencial ou do novo programa social tocou fundo na corporação mais sensível a esses temas. Diga-se de passagem que os militares são igualmente contrários ao congelamento do salário mínimo, seja por que prazo for. Não custa registrar que, no vídeo, Jair Bolsonaro apontou inicialmente para as aposentadorias e pensões como cláusulas pétreas do seu governo. Constatese que Bolsonaro não se referiu ao “Desonera Brasil”, o programa de geração de emprego menina dos olhos de Paulo Guedes, que seria financiado com a recriação da CPMF. A julgar pelo tiro no peito da renda mínima, o cartão vermelho vai para os desassistidos do país e não para o “Posto Ipiranga”. Em tempo: até parece que o vazamento dos estudos sobre congelamento de aposentadorias e pensões foi obra de quem não queria o Renda Brasil.

#Auxílio emergencial #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Renda Brasil

Marimbondos de fogo

16/09/2020
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Em conversa com um senador fonte do RR, no último fim de semana,  José Sarney disse, com todas as letras, que o governo deve parar com essa insistência de jogar a alta dos preços do arroz na conta do auxílio emergencial. “Até é verdade, mas não é isso que os pobres querem ouvir”, cravou o ex-presidente, do alto de seus 90 anos. Fica o conselho, via RR, para o presidente Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #José Sarney

Turista acidental

16/09/2020
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A “orientação” de Jair Bolsonaro para que seus ministros “não se metam” na eleição tem um destinatário principal: Marcelo Alvaro Antonio. Da última vez que “se meteu” em um eleição, em 2018, o ministro do Turismo carrega até hoje a acusação de comandar um esquema de candidaturas laranjas no PSL.

#Jair Bolsonaro #PSL

Acervo RR

Moeda de troca

15/09/2020
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O governo vai tentar empurrar Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro Abraham Weintraub e assessor especial de Jair Bolsonaro para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Seria a contrapartida pelo apoio do Brasil à eleição de Mauricio ClaverCarone, candidato de Donald Trump, para a presidência do BID. É queimar um cartucho diplomático para nada.

#Abraham Weintraub #Arthur Weintraub #Jair Bolsonaro

Moeda de troca

15/09/2020
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O governo vai tentar empurrar Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro Abraham Weintraub e assessor especial de Jair Bolsonaro para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Seria a contrapartida pelo apoio do Brasil à eleição de Mauricio ClaverCarone, candidato de Donald Trump, para a presidência do BID. É queimar um cartucho diplomático para nada.

#Abraham Weintraub #Arthur Weintraub #Jair Bolsonaro

As duas prateleiras de Bolsonaro no Rio

14/09/2020
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Rating do prestígio de candidatos a prefeitos no interior do Rio junto a Jair Bolsonaro: Flavio e Carlos Bolsonaro respondem pela interlocução com os nomes de maior interesse para o clã, a começar por Marcelo Crivella, na capital, e Marcelo do Seu Dino, e Duque de Caxias. Já a turma da “Série B” foi empurrada para a alçada do deputado Helio Lopes, mais conhecido como Helio Negão.

#Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Marcelo Crivella

In Donald Trump we trust

11/09/2020
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Segundo fontes ligadas ao Itamaraty, nos últimos dias Ernesto Araújo manteve contatos com chanceleres de países da América Central em busca de apoio à eleição do norte-americano Maurício Claver-Carone para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – o pleito ocorrerá neste fim de semana. Puro jogo de cena de Araújo. Claver-Carone já tem o número de eleitores necessários – a começar pelos próprios EUA, que, no sistema proporcional do BID, controlam 30% dos votos. Além disso, Araújo não tem punch na comunidade diplomática internacional para influenciar a votação. Mas, o teatro interessa a Jair Bolsonaro, que aproveita mais uma oportunidade para demonstrar sua devoção a Donald Trump. A sucessão do BID, ressalte-se, é cercada de polêmicas: Trump quebrou uma tradição de 60 anos ao lançar um candidato norte-americano para o comando do banco, que, por um acordo tácito, sempre coube a um país latino-americano.

#BID #Donald Trump #Ernesto Araújo #Jair Bolsonaro

A difícil missão de enfrentar Bolsonaro

11/09/2020
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Flavio Dino tem sido aconselhado dentro do PCdo B a estabelecer uma rotina de viagens pelo Brasil assim que a pandemia permitir. Na visão dos “comunistas”, a modesta performance nas pesquisas eleitorais para a Presidência (nunca superior a 2%), exige que o governador ponha o pé na estrada e se apresente aos eleitores. Com o salto de Jair Bolsonaro nas pesquisas, desde já tudo fica parecendo meio inócuo.

#Flavio Dino #Jair Bolsonaro #PCdoB

Só falta uma “PEC do Peso”…

10/09/2020
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As interpretações desastradas sobre o aumento dos preços dos alimentos, que levou alguns alucinados no em torno do presidente a defenderem a criação dos “fiscais do Bolsonaro”, simplesmente ignoram a lei basilar da economia: a da oferta e da procura. Com o confinamento, o brasileiro passou a comer mais. Some-se a essa predisposição, o impacto do auxílio emergencial no orçamento dos mais pobres, que destinam uma parcela expressiva dos recursos para alimentação. Nos gabinetes da área econômica já teriam sido feitas simulações que estimam o aumento de peso do brasileiro em média em um quilo durante esse período da pandemia. Na linha da gozação, ontem, no Congresso, propunha-se que Paulo Guedes estipulasse um teto para as refeições. Os preços cairiam.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Kit da Covid-19 vira campeão de vendas

10/09/2020
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A hidroxicloroquina, do “garoto-propaganda” Jair Bolsonaro, passou a ter companhia no país da automedicação. Segundo dados que serão divulgados pela indústria farmacêutica nos próximos dias, a Ivermectina entrou na lista dos cinco medicamentos mais vendidos no Brasil de janeiro a julho. Mesmo sem qualquer comprovação científica de eficácia por parte da OMS, o vermífugo passou a ser usado em larga escala como prevenção à Covid-19.

#hidroxicloroquina #Jair Bolsonaro

Tudo em casa

10/09/2020
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Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, dedica-se a uma articulação doméstica: tenta angariar o apoio de Jair Bolsonaro à candidata do PP à Prefeitura de Curitiba, Cida Borghetti, que vem a ser sua mulher. Tarefa difícil: Cida aparece nas pesquisas com apenas 2%. Nem com luneta consegue enxergar o líder das sondagens, Rafael Greca, com 40% das intenções de voto.

#Jair Bolsonaro

Rogério Marinho quer irrigar a popularidade de Bolsonaro

9/09/2020
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O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, considera fundamental que Jair Bolsonaro entregue no ano que vem o Ramal do Agreste Pernambuco, importante apêndice da transposição do São Francisco. Trata-se de um dos principais projetos políticos identificados por Marinho na região, a atual menina dos olhos de Bolsonaro. Estima-se que sejam necessários cerca de R$ 600 milhões para a conclusão das obras – recursos, ressalte-se, que ainda não estão garantidos para o Orçamento do Ministério do Desenvolvimento Regional de 2021. O Ramal do Agreste Pernambuco é a joia mais valiosa no colar de projetos hídricos do Nordeste. A projeção é de que o Ministério do Desenvolvimento precisará de algo em torno de R$ 1 bilhão em verbas adicionais para acelerar a implantação desses empreendimentos, já contabilizando obras tocadas por governos estaduais com recursos da União. Entram neste rol projetos como o Canal do Sertão Alagoano, a Adutora do Agreste Pernambucano, o Cinturão das Águas do Ceará e as Vertentes Litorâneas na Paraíba, entre outros. Cada um representa uma solenidade de inauguração a mais para Bolsonaro.

Por falar em Nordeste e em irrigação, até a meteorologia parece estar dando uma mão para o aumento da popularidade de Jair Bolsonaro na região. As chuvas andam tão generosas que os açudes nordestinos já registram o maior nível médio dos últimos quatro anos: 41% – o dobro do verificado em 2018. No Piauí, historicamente um dos estados mais mal tratados pelas secas, os 25 reservatórios estão, em média, com 66% da sua capacidade – melhor índice desde o início da década passada.

#Jair Bolsonaro #Rogério Marinho

República da paranoia

9/09/2020
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Uma amostra de como o governo Bolsonaro tensionou o ambiente federativo. Governadores da oposição estão encafifados com o “acordo de cooperação técnica” que a ABIN vem propondo aos Tribunais de Conta dos Estados – um dos primeiros foi fechado com o TCE do Amazonas. O cruzamento de dados permitirá à Agência ter na mão todas as finanças de estados e municípios por um período de cinco anos.

#Abin #Jair Bolsonaro

Madrinha errada

9/09/2020
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O Capitão do Exército da reserva José Magalhães Filho foi exonerado da coordenação da Funai no Mato Grosso. Curiosamente, sua indicação para o cargo não havia partido do núcleo militar do governo, mas, sim, da senadora Soraya Thronicke. Ocorre que a parlamentar caiu em desgraça no Palácio do Planalto. Foi uma das parlamentares que votaram contra o veto de Jair Bolsonaro ao aumento do funcionalismo público.

#Funai #Jair Bolsonaro

Bolsonaro cinde os “governadores do Rio”

8/09/2020
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Claudio Castro não é mais Wilson Witzel, que não é mais Claudio Castro, que é Jair Bolsonaro, o que Wilson Witzel já foi um dia. Companheiros de chapa, o governador em exercício e o governador afastado do Rio tornaram-se rivais tanto na disputa pelo Palácio Guanabara quanto na relação com o clã Bolsonaro. Witzel tem dito aos poucos aliados que ainda preserva: se for definitivamente afastado do cargo, vai cair atirando contra a família, notadamente Flavio Bolsonaro. A um interlocutor fonte do RR confidenciou ter fatos sobre o “01” que ainda não vieram à tona. Pode não passar de um blefe, ainda que não se deva menosprezar o acesso do ex-juiz a membros do Ministério Público. Já Castro está empenhado em demonstrar que não é um “bolsonarista” de passagem – como o próprio Witzel. Na última terça-feira, celebrou nas redes sociais a ligação que recebeu de Flavio. As portas estão abertas para o clã, incluindo indicações para a nova equipe de governo.

#Claudio Castro #Jair Bolsonaro #Wilson Witzel

Todos querem o Capitão

8/09/2020
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Os governadores do Amazonas, Wilson Lima, e do Pará, Helder Barbalho, estão “cobrando” do Palácio do Planalto uma maior presença de Jair Bolsonaro em eventos na Região Norte. Ao que tudo indica, a dupla também quer tirar casquinha do aumento da popularidade de Bolsonaro no Norte do país, no embalo do auxílio emergencial.

#Auxílio emergencial #Helder Barbalho #Jair Bolsonaro

Governo Bolsonaro transforma acordo do Mercosul em farelo

3/09/2020
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O governo Bolsonaro lançou mais uma fagulha diplomática, desta vez no âmbito do Mercosul. Segundo fonte do RR no Itamaraty, os governos de Argentina, Uruguai e Paraguai já sinalizaram que, nos próximos dias, farão um protesto formal contra a decisão do Brasil de retirar temporariamente as tarifas de importação de arroz, milho e soja – com o intuito de forçar a baixa dos preços desses produtos no mercado interno. A alegação da tríplice aliança é que a medida vai contra acordos comerciais estabelecidos dentro do bloco econômico. No limite, os três vizinhos poderão até mesmo pedir a aplicação de sanções econômicas ao Brasil – no que provavelmente não passaria de uma bravata mais ruidosa, um teatro na tentativa de forçar o governo Bolsonaro a rever a medida, ainda que parcialmente. A suspensão da tarifa de importação vai tirar uma vantagem concorrencial dos países do Mercosul. Pelos acordos em vigor, os membros do bloco econômico podem comercializar soja, milho e arroz entre si sem taxação – o Brasil tributa as importações de outros países em 8% (milho e soja) e 12% (arroz). De acordo com os tratados em vigência, os países do Mercosul até podem zerar as alíquotas por tempo determinado, mas a praxe é que o assunto seja negociado primeiro dentro do bloco. Segundo a fonte do RR, o Itamaraty não levou a questão ao bloco econômico e, a essa altura, é pouco provável que o faça. O pedido de redução das alíquotas já foi encaminhado ao Comitê de Alterações Tarifárias (CAT) da Camex, no qual deverá aprovado na próxima semana. Posteriormente, faltará apenas o imprimatur do Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex).

#Camex #Jair Bolsonaro #Mercosul

O beque de Bolsonaro

3/09/2020
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Nem bem assumiu a função de líder do governo na Câmara, Ricardo Barros já virou vidraça entre os parlamentares. Saudosos do seu antecessor, o opaco Vitor Hugo, colegas deputados têm criticado Barros com veemência por dificultar o acesso direto ao presidente Jair Bolsonaro. Talvez seja isso mesmo que Bolsonaro queira.

#Jair Bolsonaro #Ricardo Barros

Saia justa

3/09/2020
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A articulação de Paulo Skaf, aliado de Jair Bolsonaro, para indicar Josué Gomes da Silva como candidato a sua sucessão na Fiesp não foi bem recebida no Palácio do Planalto. Bolsonaro olha para o filho de José Alencar e automaticamente enxerga o rosto de Lula.

#Jair Bolsonaro #Paulo Skaf

Bilateralismo de mão única

2/09/2020
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Segundo informações auscultadas do Itamaraty, há tratativas diplomáticas para que Jair Bolsonaro e Donald Trump mantenham contato telefônico nos próximos dias. É um forte indício de que Bolsonaro poderá prorrogar por mais 90 dias o prazo para o etanol norte-americano entrar no Brasil livre de tarifa. O problema é a contrapartida reivindicada pela indústria sucroalcooleira nacional: a disposição da Casa Branca de reduzir as taxas para o açúcar brasileiro é proporcional ao seu empenho em trabalhar pelo ingresso do Brasil na OCDE.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro

“Quero ser Rogério Marinho”

2/09/2020
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O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, determinou a sua equipe a elaboração de uma agenda de viagens. Onde houver uma inauguração ou projeto com recursos repassados pela Pasta, Lorenzoni quer estar. Pelo jeito, Rogério Marinho tem causado ciúmes na Esplanada dos Ministérios ao andar para cima e para baixo de braços dados com Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni #Rogério Marinho

Portas abertas

2/09/2020
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De acordo com um cardeal do PP, fonte do RR, o senador Ciro Nogueira convidou Jair Bolsonaro a voltar às fileiras do partido. O
presidente até simpatiza com a ideia. O problema é Eduardo e Carlos Bolsonaro, que não abrem mão de criar o Aliança pelo Brasil.

#Carlos Bolsonaro #Ciro Nogueira #Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Mudança de timing?

31/08/2020
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Com a licença médica de Celso de Mello, a expectativa no entorno de Jair Bolsonaro é que ele antecipe as conversas com os potenciais candidatos à vaga no STF. A princípio, a aposentadoria de Mello está prevista para novembro.

#Jair Bolsonaro #STF

Dinheiro arrancado do fundo do poço

31/08/2020
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O deputado Arthur Lira, unha e carne de Jair Bolsonaro e de Rogério Marinho, foi o artífice de uma inusitada manobra feita pela bancada alagoana. Na semana passada, deputados e senadores do estado combinaram uma única emenda parlamentar que permitiu a Alagoas se apropriar de toda a verba ainda disponível no Orçamento da União para a construção e reforma de cisternas em sistemas de saneamento. A jogada ensaiada rendeu R$ 55 milhões.

#Jair Bolsonaro #Rogério Marinho

O Capitão e o vampiro

31/08/2020
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Jair Bolsonaro anda encantado com Michel Temer. Cogita oferecer a ele a embaixada do Brasil no Líbano. Só falta essa…

#Jair Bolsonaro

E se Paulo Guedes sair do governo? E daí?

28/08/2020
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As cotoveladas de Jair Bolsonaro em Paulo Guedes não vêm de hoje. Em vários momentos desse governo que parece ser interminável, o Capitão enquadrou o seu subordinado. O que não quer dizer que o Capitão não voltou atrás. Águas passadas, diria algum marinheiro. Mas, com o correr do tempo, comportamentos não mudaram e as cicatrizes foram se abrindo. Diga o que quiser Bolsonaro nunca se encantou pelas teses de Guedes. Não bastasse isso, o presidente parece ter uma necessidade permanente de reafirmar sua autoridade.

A forma com que Bolsonaro vem se dirigindo a Guedes assusta o mercado. Mas o presidente não está nem aí. Bolsonaro dá diversas pistas de que já não pensa como antes em relação à preservação do teto dos gastos. Parece se mostrar simpático à ideia de um orçamento paralelo somente para acolher o Renda Brasil, um programa no qual, segundo ele, não cabem despesas miseráveis para atender os miseráveis do país. Paulo Guedes, ao contrário dos tempos de príncipe solitário na corte de Bolsonaro, disputa espaço com outros dois preferidos do rei: o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimaraes – ver RR edição de 18 de agosto.

Marinho é a antítese de Guedes e força permanentemente o noticiário a dizer que ambos fizeram as pazes. Um velho truque caiapó para que a atitude cordial tenha uma interpretação contrária. No momento, é Marinho quem toca aos sentimentos do presidente, oferecendo farto cardápio de iniciativas, entre obras e projetos populares, que permitem a Bolsonaro se jogar nos braços do povo. O RR apurou também que é Marinho quem sussurra ao presidente que, se Guedes sair, não vai acontecer simplesmente nada. A tal história de rebelião do mercado seria uma chantagem do próprio merca- do, que, aliás, acontece em todos os governos. Os juros, câmbio e índices mostram um nervosismo, e depois se acatam. Até porque nenhum substituto fará algo extremamente diferente de Guedes. Bolsonaro, a seu jeito pouco respeitoso, brinca, nas internas, com a destituição de Guedes.

Como quem não quer dizer nada, quando aparenta obviamente que quer dizer tudo, chama o presidente da CEF, Pedro Guimaraes, de “PG2”, ou seja, o segundo Paulo Guedes. Uma alusão que, em outra oportunidade, poderia ser um elogio, sendo associada à notória inteligência do ministro da Economia. Mas a situação é outra. Guedes está sendo comido pelas bordas pelos ministros Marinho e Tarcisio Freitas, da Infraestrutura, que se tornaram a “ala desenvolvimentista” do Planalto, junto a militares que sempre mostraram desconforto com o prato feito da política econômica e a extensão do poder de Guedes.

Essa fritura vem sendo feita em um caldeirão do tamanho de Brasília. Em outro percurso, Pedro Guimaraes faz de tudo para parecer ministro da Economia. Fala longamente sobre a conjuntura, deixando entrever que faria as coisas diferentes do chefe. E diz aos Bolsonaro o que eles querem ouvir. Aliás, se especializou nesta matéria. Até por isso é chamado pelo clã de “05”, uma distinção afetiva ao “quinto irmão” da família – como também informou o RR em 18 de agosto. Guedes já até se acostumou a ouvir as desrespeitosas desautorizações públicas dos seus projetos. Como se o presidente não quisesse tratar dos assuntos da economia com discrição. E ele não quer mesmo. De vez quando Bolsonaro afaga Guedes. Antes era como um ente querido, agora como um cachorro felpudo. O fato é que Guedes aguentará todos os maus tratos desde que não mexam no teto. Nessa hipótese pega o boné e se manda. Vai conferir a distância de Brasília se o país vai ruir conforme sua crença e previsão.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Pedro Guimarães #Rogério Marinho

Fora bicões

27/08/2020
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Com a proximidade das eleições municipais, o Palácio do Planalto adotará critérios mais rígidos de “segurança” para as já habituais viagens de Jair Bolsonaro ao Nordeste. A ordem é evitar a presença de candidatos locais dispostos a pegar carona em projetos do governo federal.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Controle remoto

27/08/2020
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A aproximação com Michel Temer já rende os primeiros frutos para Jair Bolsonaro. O deputado Baleia Rossi (MDB-SP), unha e carne de Temer, foi personagem fundamental na articulação para que a Câmara derrubasse a decisão do Senado e mantivesse o veto de Bolsonaro ao aumento dos servidores públicos. O cetáceo parlamentar só se empenha tanto quando o assunto interessa diretamente ao padrinho Temer.

#Jair Bolsonaro #Michel Temer

Al mare

26/08/2020
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Jair Bolsonaro comprometeu-se com o comandante da Marinha, Almirante Ilques Barbosa Junior, de que até o fim de seu governo o
programa do submarino nuclear não sofrerá novos atrasos em seu cronograma. Ainda assim, há muito mar a ser percorrido: a previsão é que o projeto seja concluído apenas em 2034.

#Jair Bolsonaro

Agronegócio brasileiro fica ainda mais dependente dos chineses

25/08/2020
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Um motivo a mais para Jair Bolsonaro rever sua postura belicosa em relação à China: a indexação do agronegócio brasileiro aos chineses tende a crescer consideravelmente nos próximos meses. A Ásia, de um modo geral, desponta como a única grande alternativa ao vazio que a Europa começa a deixar no mercado global de commodities agrícolas. Importantes bancos europeus, a exemplo do ABN
Amro, BNP Paribas e Société Generale, já anunciaram o fade out de seus financiamentos para contratos de compra e venda de açúcar, grãos, café, entre outros, tanto a futuro quanto à vista.

Essas instituições respeitarão acordos em vigor, mas não vão disponibilizar novas linhas de crédito. A decisão afeta, sobretudo, as principais tradings europeias, como Louis Dreyfus, Glencore e EDF Man, todas com significativa exposição no Brasil. ABN, BNP e Société respondem por quase 30% de todo o credit finance – o mecanismo que faz a roda do agronegócio global girar. O movimento dos europeus aumenta a sino-dependência do agronegócio brasileiro. Somente uma maior participação dos asiáticos, tanto na concessão de financiamentos quanto na ponta compradora, será capaz de amortecer o impacto da escassez de crédito europeu sobre a cadeia agrícola.

A expectativa no setor é que parte desse vazio venha a ser ocupada pela chinesa Cofco, que traz a reboque dinheiro a perder de vista de bancos conterrâneos e do próprio Estado chinês. O mesmo se aplica a outros mercados players asiáticos, que não apenas a China. É o caso da Olam, maior trading de commodities agrícolas de Cingapura, vinculada ao GIC, o fundo soberano daquele país. O recuo das instituições financeiras da Europa já começa a provocar soluções na liquidez do mercado de commodities agrícolas.

Na semana passada, a própria EDF Man recorreu à Justiça para refinanciar créditos da ordem de US$ 1 bilhão, alegando que seu plano de venda de ativos para reduzir o endividamento foi dizimado pela pandemia e pela consequente depreciação do valor de seu patrimônio. O grupo inglês opera no Brasil principalmente em contratos de açúcar e de café, neste último com a marca Volcafé. A cadeia cafeeira, por sinal, é um dos setores que mais deverá acusar o golpe do movimento feito pelas instituições financeiras europeias. O Brasil já estava vendendo contrato de café a futuro para o prazo de três anos. Esses prazos deverão encurtar drasticamente até o mercado global encaixar o novo cenário e recalibrar suas taxas de juros.

#ABN #Agronegócio #China #Cofco #GIC #Jair Bolsonaro

Bolsonaro x Bolsonaro

25/08/2020
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Jair Bolsonaro anda preocupado com a relação entre Carlos e Flavio Bolsonaro. Os curto circuitos entre ambos têm sido constantes, notadamente em relação à condução do caso das “rachadinhas”. “Carluxo” tem a incômoda mania de pensar que pensa mais do que o “mano”…

#Carlos Bolsonaro #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Conselheiro

25/08/2020
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No Palácio do Planalto, o movimento de Jair Bolsonaro na direção de Michel Temer e José Sarney é atribuído ao aconselhamento do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

#Davi Alcolumbre #Jair Bolsonaro #Michel Temer

Não é hora para isso

24/08/2020
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Mesmo com a vitória na Câmara, a decisão do Senado de derrubar o veto ao aumento do salário dos servidores reduziu ainda mais a disposição de Jair Bolsonaro de desengavetar, ainda neste ano, o projeto da reforma administrativa. Foi o que o próprio presidente deixou claro durante almoço reservado com parlamentares na última quarta-feira.

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro na TV

21/08/2020
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Depois de tentar, sem sucesso, a contratação de José Luis Datena, da Band, Silvio Santos pretende partir com tudo para cima de Sikêra Jr. O apresentador da Rede TV tem trânsito livre junto a Jair Bolsonaro, que vez por outra entra ao vivo em seu programa.

O “bolsonarismo”, pelo visto, é garantia de ibope. Roberto Jefferson, um dos mais ferrenhos aliados de Jair Bolsonaro, vem sendo sondado para voltar à TV. Para quem não lembra, Jefferson migrou para a carreira política impulsionado pela fama de apresentador do programa popular “O Povo na TV”, exibido pelo SBT no início dos anos 80.

#Band #Jair Bolsonaro #José Luis Datena #Silvio Santos

Forças Armadas ainda têm muita lenha para salvar

20/08/2020
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O governo cogita estender a “Operação Verde Brasil 2” até o fim do primeiro trimestre do ano que vem. Significa dizer que as Forças Armadas permaneceriam quatro meses além do previsto na linha de frente das ações de combate ao desmatamento na Região Amazônica. Ressalte-se que a operação já foi prorrogada uma vez pelo presidente Jair Bolsonaro, até 6 de novembro – inicialmente terminaria em junho.

Comandante do Conselho da Amazônia e hoje uma espécie de embaixador do meio ambiente no governo Bolsonaro, o general Hamilton Mourão entende que o tamanho do problema talvez exija a presença das Forças Armadas por um tempo maior. Entre agosto de 2019 e julho de 2020, a área devastada da Floresta Amazônica cresceu 34%. O desastre seria ainda maior não fosse o trabalho das Forças Armadas.

Desde maio, a “Verde Brasil 2” já apreendeu mais de 600 embarcações irregulares e quase 800 máquinas de serraria móvel, além de ter aplicado quase R$ 500 milhões em multas. Consultada sobre a possível prorrogação da Operação, a Vice-Presidência da República, que responde pela iniciativa, não se pronunciou. Caso a nova extensão da “Operação Verde Brasil 2” venha a se confirmar, uma pergunta se apresenta desde já: de onde virá o dinheiro para manter os militares na Amazônia? Cerca de oito mil soldados permanecem na região. Estima-se que os gastos da operação já somem R$ 200 milhões desde maio.

#Forças Armadas #Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

A pax de fachada entre Guedes e Marinho

20/08/2020
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Há uma força-tarefa no Palácio do Planalto na tentativa de garantir a reconciliação entre Paulo Guedes e Rogério Marinho. Por “reconciliação” entenda-se um armistício cenográfico, para a mídia e a opinião pública verem. É quase impossível. Jair Bolsonaro e seu entorno sabem que entre ambos há muita bílis destilada de parte a parte.

Nos bastidores do governo, notadamente em conversas com os ministros Tarcísio Freitas e Braga Netto, e junto à imprensa, Marinho não poupa ataques a Guedes. Segundo uma fonte comum a ambos, o ministro do Desenvolvimento Regional se refere a Guedes como um economista defasado e hoje um estorvo ao governo. Por sua vez, de acordo com a mesma fonte, Paulo Guedes trata Marinho, o “ministro fura teto”, como “oportunista” e um bajulador do presidente Bolsonaro, cada vez mais encantado pelo feitiço da reeleição. O general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, desponta como o principal articulador da “pacificação”.

Até o momento, esse trabalho tem pesado exclusivamente sobre os ombros do próprio Bolsonaro. Em algumas ocasiões, o presidente praticamente chegou a obrigar que Guedes e Marinho comparecessem a eventos públicos para aparentar um mínimo de sintonia. Bolsonaro vem usando do expediente de declarar que a proposta de um dos lados tem razão para logo depois desconfirmar. Não deixa de ser uma estratégia salomônica.

Se alguém tinha alguma dúvida sobre a incompatibilidade entre Paulo Guedes e Rogério Marinho, a notória reunião ministerial de 22 de abril escancarou as diferenças em  rede nacional. De lá para cá, muita coisa aconteceu, sobretudo o franco crescimento de Marinho dentro do governo. Nesse tempo, ele se consolidou como o antípoda de Guedes, o que é para poucos, virou uma espécie de ministro do “Desenvolvimento Nacional” e, principalmente, transformou-se no “Mr. Reeleição”, carregando Bolsonaro para cima e para baixo pelo Nordeste. Ainda assim, mesmo com todo esse cartaz, o presidente não tem dúvida: entre Paulo Guedes e Rogério Marinho, o melhor para o governo é ter o dois.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Rogério Marinho

“Nova política”

20/08/2020
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Depois de Michel Temer, Jair Bolsonaro articula um encontro com outro ex-presidente, o nonagenário José Sarney. Ambos têm um adversário em comum: Flavio Dino.

#Flavio Dino #Jair Bolsonaro

Acervo RR

Regra três

18/08/2020
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Fidelidade? Tudo bem. Pode até ser. Mas nas entranhas do Planalto, Guimarães é considerado a melhor opção para uma eventual saída de Guedes. O presidente da Caixa adora ouvir isso. Vale ressaltar que Guimarães tem trânsito livre junto a Jair Bolsonaro e sua prole, a ponto de ser chamado de “o quinto filho”.

#Caixa Econômica #Jair Bolsonaro

Regra três

18/08/2020
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Fidelidade? Tudo bem. Pode até ser. Mas nas entranhas do Planalto, Guimarães é considerado a melhor opção para uma eventual saída de Guedes. O presidente da Caixa adora ouvir isso. Vale ressaltar que Guimarães tem trânsito livre junto a Jair Bolsonaro e sua prole, a ponto de ser chamado de “o quinto filho”.

#Caixa Econômica #Jair Bolsonaro

Comandante

17/08/2020
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Há nove meses como presidente “temporário” do Postalis, o general Paulo Humberto Cesar de Oliveira só sai do cargo se
Jair Bolsonaro tiver uma missão maior para ele. O presidente costuma dizer que Paulo Humberto acabou com “aquele antro de corrupção” no Postalis.

#Jair Bolsonaro #Postalis

O lado B da saída de Salim Mattar

13/08/2020
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A implicância de Jair Bolsonaro com Salim Mattar, manifestada publicamente, e a baixa velocidade das privatizações pesaram na  decisão do secretário de Desestatizações de deixar o governo. Mas a principal razão para a sua saída foi o constrangimento com denúncias de elisão fiscal. Os rolos tributários de Mattar não vêm de hoje. O empresário foi multado pela Receita Federal por “manobras tributárias” relativas à suposta compra de um jato executivo Falcon. O assunto causa tanto desconforto que parece que  ninguém falar sobre ele. Procurada, a Localiza informou, por meio da área de comunicação, que “Salim Mattar desligou-se da empresa em dezembro de 2018” e recomendou que a newsletter consultasse a assessoria do Ministério da Economia. O que fez a Pasta? Empurrou a bola de volta para a Localiza.

#Jair Bolsonaro #Salim Mattar

“Campanha” da reeleição começa em dezembro

12/08/2020
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A concorrência de R$ 270 milhões para a contratação de agências de publicidade, anunciada pela Secom na semana passada, é apenas a ponta do iceberg. Segundo o RR apurou, o ministro da Comunicação, Fabio Faria, recebeu a missão de lançar até dezembro uma ampla campanha publicitária para propagandear as principais realizações do governo Bolsonaro em seus dois primeiros anos. O momento é considerado estratégico no Palácio do Planalto, por marcar a virada para a segunda metade do mandato e a contagem regressiva para a eleição – Jair Bolsonaro só pensa em 2022.

A ação vai envolver todos os Ministérios. Trata-se de uma guinada em relação à estratégia de comunicação do governo até então. Sob o comando de Fabio Wajngarten, a Secom optou por não renovar quase todos os contratos herdados da administração Temer. Hoje, apenas os Ministérios da Saúde, Cidadania e Desenvolvimento Social contam com agências contratadas. Observando-se o track records recente, é possível antever que parte expressiva das verbas de TV será destinada a SBT e Record. Mas, antes que alguém faça alguma ilação pelo fato de Faria ser genro de Silvio Santos, a predileção pelas duas emissoras já é um fato consumado no governo Bolsonaro muito antes da sua nomeação para o Ministério da Comunicação.

Tomando-se como base o que se viu até agora, a gestão do presidente Bolsonaro é responsável por uma das mais injustas distribuições de verbas públicas da história recente do país. Segundo relatório do TCU, a partir de dados da própria Secom, em 2019 SBT e Record ficaram, respectivamente, com 41% e de 42,6% dos recursos do governo federal para propaganda em TV. No ano anterior, as participações das duas emissoras haviam sido de 29,6% e de 31,1%.

Significa dizer que a fatia somada da dupla cresceu mais de 20 pontos percentuais em relação a 2018. Já a Globo recebeu apenas 16,3% das verbas publicitárias para TV em 2019, contra 39,1% em 2018, último ano do governo Temer. Ou seja: do ponto de vista do viés na distribuição de verbas publicitárias, Jair Bolsonaro ganha de lavada do ex-presidente Lula, que também era acusado de ter suas predileções. A julgar pela competência e perfil técnico que Faria tem demonstrado à frente do Ministério, ele deverá ser esforçar ao máximo para reduzir o mau cheiro que vem do Palácio do Planalto.

#Fabio Faria #Jair Bolsonaro #Secom

O Itamaraty a serviço de Bolsonaro

11/08/2020
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A “diplomacia de esporas” entre Brasil e Argentina – ou melhor, entre Jair Bolsonaro e Alberto Fernández – terá uma nova espetada. Segundo informação que circula no Itamaraty, o próprio chanceler Ernesto Araújo deverá enviar uma nota de repúdio ao ministro da Saúde da Província de Buenos Aires, Daniel Gollán – o que, na liturgia diplomática, se configura em um manifesto mais grave e, por isso mesmo, raro. A determinação teria partido do Palácio do Planalto. Na semana passada, Gollán declarou que, se a “doutrina Bolsonaro” tivesse sido adotada em Buenos Aires, apenas a cidade teria mais de 30 mil mortes – a Argentina toda soma menos de cinco mil vítimas fatais.

#Alberto Fernández #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Crowdfunding

11/08/2020
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O Supremo Tribunal Federal investiga depósitos feitos na conta de Tercio Arnaud Tomaz, assessor especial do presidente Jair Bolsonaro e apontado como um dos operadores do “Gabinete do Ódio”. Há suspeitas de que Tomaz teria recebido recursos diretamente de empresários apoiadores de Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Supremo Tribunal Federal

“Operação Lava Respirador” asfixia o Consórcio Nordeste

10/08/2020
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O Consórcio Nordeste, concebido como um bloco de resistência ao presidente Jair Bolsonaro, começa a ruir por dentro. Artífices do movimento, os governadores Flavio Dino e Rui Costa estariam articulando nos bastidores a dissolução do condomínio federativo. Em meio à pandemia, o Consórcio tem servido para colar nos nove governos da Região a pecha de corruptos, por conta das seguidas acusações de desvios de recursos na compra de equipamentos médicos.

As denúncias atingem todos os estados do Nordeste. O pool hoje é investigado pelos Ministérios Públicos e Tribunais de Contas estaduais, TCU e Procuradoria Geral da República. Mais do que isso: em meio a essa “Operação Lava Respirador”, é criminalizado por seus próprios sócios-fundadores. O governo de Alagoas entrou na Justiça contra Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência do governo Dilma e hoje secretário executivo do Consórcio Nordeste.

O estado cobra a devolução dos R$ 4,5 milhões que repassou ao consórcio para a compra de 30 ventiladores mecânicos. Os equipamentos não foram entregues. A medida apenas servirá para tirar o sofá da sala. Do ponto de vista jurídico, os respectivos governos estaduais não se livrarão de eventuais processos caso se confirme o desmanche do Consórcio Nordeste. No aspecto político, o desmonte será tão ou mais danoso. A criminalização e a eventual extinção do pool representariam um enfraquecimento do bloco de governadores do Nordeste justo no momento em que a aprovação de Jair Bolsonaro na região aumenta no rastro do auxílio emergencial de R$ 600, o “coronavoucher”.

#Flavio Dino #Jair Bolsonaro #Nordeste #Rui Costa

Foguete de papel

10/08/2020
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Seis meses após Jair Bolsonaro assinar o decreto que permite o uso da base de Alcântara pelos Estados Unidos, nem sinal de fumaça dos “parceiros”: os norte-americanos ainda não apresentaram seus planos para a instalação e muito menos uma previsão para os primeiros lançamentos de teste. Talvez seja melhor torcer por Joe Biden…

#Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro cria um “family office” na Abin

7/08/2020
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A criação do Centro de Inteligência Nacional na Abin foi recebida dentro da Agência como mais um mau trato de Jair Bolsonaro. O sentimento entre o próprio efetivo é que a real intenção de Bolsonaro não é revigorar a instituição, mas, sim, inaugurar um Serviço de Inteligência para si próprio e sua família. A implantação do Centro de Inteligência está longe de resolver os graves problemas da Abin.

Não há previsão de aumento da dotação orçamentária e de repasse adicional de recursos para investimentos no aparelhamento da Agência. Estima-se que a instituição precisaria de aproximadamente R$ 1 bilhão por ano, cerca de 70% a mais do que a verba atual, para reduzir seu gap tecnológico. Da mesma forma, não está claro de onde sairá o dinheiro para cobrir os cargos comissionados que serão criados com o advento do Centro de Inteligência.

E muito menos os critérios que serão usados para a montagem dessa tropa de elite. Na Abin, o receio é que boa parte dos eleitos  venha de outros órgãos do aparelho de Estado – ou pior, do próprio gabinete do ódio – em detrimento dos agentes de carreira. Poucas instituições vinculadas a uma área estratégica foram tão espezinhadas por um governo quanto a Abin na era Bolsonaro. A reunião ministerial de 22 de abril é emblemática quanto à falta de apreço do presidente pela entidade. Na ocasião, Bolsonaro esculhambou a Agência, disse que não era informado sobre nada e admitiu recorrer a um “serviço particular” de Inteligência. Talvez tenha decidido institucionalizar o processo, usando a Abin como um mero casulo.

#Abin #Jair Bolsonaro

Mar calmo

6/08/2020
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Bastante próximo de Jair Bolsonaro, o almirante Flavio Rocha, secretário de Assuntos Especiais da Presidência, tornou-se também uma figura muito influente junto ao general Luiz Eduardo Ramos. Rocha tem informalmente ajudado o ministro na articulação política.

#Flavio Rocha #Jair Bolsonaro

O mapa de Bolsonaro

6/08/2020
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Não contramão do que costuma ser praxe do cerimonial da Presidência, o Palácio do Planalto não comunicou ao governador Rui Costa, do PT, a viagem de Jair Bolsonaro à Bahia, na semana passada. Talvez seja o novo rito do Palácio para estados governados pela oposição.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Rui Costa

“Bolsonarização” das PMs é um fator a mais de tensão

5/08/2020
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O ministro Gilmar Mendes chamou para si as discussões em torno de um tema delicado: o grau de politização, ou melhor, de “bolsonarização” nas Polícias Militares. Gilmar tem se ocupado da questão junto a seus próprios pares no STJ, além de juristas e ex-ministros da Defesa – no mês passado, por exemplo, abordou o assunto em uma live com Nelson Jobim, Aldo Rebelo e Raul Jungmann. Os crescentes sinais de insatisfação das Polícias Militares e a notória atração química entre o presidente Jair Bolsonaro e PMs – um dos mais fieis grupos de apoio do “bolsonarismo” -, associados ao ambiente de tensão institucional, formam uma preocupante combinação.

No atual cenário de permanente fricção e desejos de muitos de ruptura da normalidade democrática, a pulsação das tropas policiais em todo o Brasil se torna uma variável relevante. Assim como a esquerda, historicamente escoltada por movimentos sociais, sindicalistas, sem terra etc, Bolsonaro também tem sua gente nas ruas. A diferença é o que parte da sua militância carrega na cintura. Em fevereiro no Ceará, policiais militares deflagraram um motim que durou 13 dias. Agentes abandonaram postos de trabalho, quarteis foram invadidos pelos próprios PMs e viaturas, levadas. Na cidade de Sobral, os PMs chegaram a ordenar o fechamento do comércio. Em São Paulo, os registros de violência policial contra a população se repetem ad nauseam, a ponto de soldados, cabos e sargentos serem convocados para uma reciclagem.

Ao mesmo tempo, há uma insatisfação latente da PM em relação ao governador João Doria. Esta sequência de fatos suscita reflexões nas mais diversas instâncias, de cientistas políticos aos militares. Segundo informações filtradas pelo boletim Insight Prospectiva, entre influentes oficiais das Forças Armadas há vozes que defendem um redesenho do aparelho de segurança pública no Brasil, com uma possível ascendência direta do próprio Exército sobre as PMs. Está longe de ser um movimento simples, até porque equivaleria a tirar dos governos estaduais parte do poder sobre a segurança. Ressalte-se, no entanto, que a Constituição já estabelece uma ponte entre as polícias miliares e as Forças Armadas.

As PMs são constitucionalmente consideradas “forças auxiliares e reserva do Exército”. Ou seja: na eventualidade de uma quebra de normalidade da ordem pública, elas passam automaticamente ao comando do Exército Brasileiro. Foi assim na intervenção federal no Rio de Janeiro, no governo Temer. Durante o regime especial, a Polícia Militar do estado respondeu ao interventor, general Braga Netto, e, em última instância, ao então Comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. No que depender da anuência do STF a uma mudança nesta direção, esta seria uma arquitetura que contaria com o apoio de Gilmar Mendes dentro da Corte. Tão ou mais preocupante do que a “politização” é a “milicialização” das PMs.

O termo tem sido usado pelo próprio Gilmar Mendes junto a interlocutores. A vinculação entre agentes da segurança pública e o tráfico de drogas é um problema antigo e comum a todos os estados.O fato mais recente são as milícias, cujo núcleo duro é reconhecidamente composto por policiais ou ex-policiais. Os milicianos são vistos também como uma base de apoio ao bolsonarismo. Mesmo porque o clã nunca escondeu a proximidade e a simpatia em relação a esses grupos armados. O próprio Bolsonaro já deu declarações em defesa da legalização das milícias. O que mais preocupa cientistas políticos e especialistas da área de segurança é o raio de ação das milícias e o desdobramento que isso poderia trazer no caso de uma convulsão social. O Rio de Janeiro é um dos principais fatores de preocupação: estima-se que dois milhões de pessoas vivem em áreas comandadas por milicianos em 11 municípios do Grande Rio.

#Forças Armadas #Gilmar Mendes #Jair Bolsonaro #João Doria #Polícia Militar

Real estate

4/08/2020
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O Centrão está à espreita, aguardando a possível saída do general Eduardo Pazuello do Ministério da Saúde. Já colocou até um nome sobre a mesa de Jair Bolsonaro: Gilberto Occhi, que ocupou o cargo no governo Temer.

#Eduardo Pazuello #Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde

Agenda ambiental

3/08/2020
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Curado da Covid-19, Jair Bolsonaro deverá desembarcar nesta semana em Mineiros (GO). Aconselhado por assessores, vai participar do lançamento do programa de recuperação ambiental do manancial do Rio Araguaia, maior reserva hidrológica do Cerrado. “Embaixador do meio ambiente”, o general Hamilton Mourão também é esperado no evento.

#Covid-19 #Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Rio Araguaia

Prescrição médica

3/08/2020
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Uma das atividades preferidas do “Dr. Bolsonaro” é receitar cloroquina para funcionários do Palácio do Planalto. Só falta sacar uma caixa do medicamento e presentear os colaboradores.

#Cloroquina #Jair Bolsonaro

Horário eleitoral?

31/07/2020
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O secretário de Cultura, Mario Frias, tem repetido a Jair Bolsonaro que sua vida merece um filme. Espera-se que seja apenas um afago despretensioso no chefe e não um projeto da secretaria.

#Jair Bolsonaro #Mario Frias

Bolsonaro e Landim têm nova jogada ensaiada

30/07/2020
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A tabelinha entre Jair Bolsonaro e Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, não se limita à polêmica MP 984, que alterou as regras para a venda de direitos de transmissão do futebol. Landim tem feito gestões junto a Bolsonaro pela mudança da Lei de Acesso Condicionado (SeAC), que regula a TV paga no país. A medida pode virar pelo avesso o concorrido mercado de aquisição de eventos esportivos no país. A principal guinada seria a permissão para que empresas de telefonia celular e operadoras de TV por assinatura possam comprar os direitos de exibição de partidas de futebol.

Aprovada em 2011, a Lei de Acesso Condicionado proíbe a participação cruzada de um mesmo player na produção e na distribuição de conteúdo. Pouco depois, diante da impossibilidade de atuar nas duas pontas, entre outros motivos, a Globo foi forçada a vender sua participação na NET. Se a MP 984 embaralhou o mercado e lançou insegurança jurídica sobre contratos em vigor, ao dar ao mandante a prerrogativa de negociar suas partidas, a alteração da SeAC poderá provocar um rebuliço ainda maior. A mudança abriria as portas desse setor para fortes players estrangeiros que hoje estão fora do game.

Vivo e Claro, por exemplo, poderiam entrar pesado na aquisição dos direitos de transmissão dos principais campeonatos de futebol do país, algo atualmente restrito às emissoras de TV e às plataformas de streaming – estas, por sinal, ainda vivem em um limbo regulatório. Com a alteração da lei, quem também poderia entrar no jogo é a Sky. Ressalte-se que o ex-presidente da operadora de TV por assinatura no país Luiz Eduardo Baptista, o BAP, é o atual vice-presidente de Relações Externas do Flamengo e um dos principais conselheiros de Landim nos assuntos referentes ao tema. À frente da Sky, BAP, muitas vezes, foi um antagonista de interesses comerciais do Grupo Globo. Jair Bolsonaro e Rodolfo Landim vivem uma conveniente simbiose.

Bolsonaro tem o poder de manejar as regras do jogo e, com isso, atender a pleitos do Flamengo; Landim, por sua vez, franqueou ao presidente da República o apoio do clube mais popular do país. O cartola rubro-negro, por sinal, é um expert em se pendurar em personagens dos quais pode obter benefícios imediatos. Foi assim com Dilma Rousseff, quando ele era presidente da BR Distribuidora e ela, ministra de Minas e Energia; foi assim com Eike Batista, de quem foi um dos “cavaleiros da távola do sol eterno”. No jogo atual, a MP 984 e a mudança na SeAC são faces da mesma moeda. Nos dois casos, a possibilidade de contrariar interesses corporativos da Globo parece galvanizar a relação entre Bolsonaro e Landim. O presidente do Flamengo, ressalte-se, recusou-se a vender à emissora os direitos de transmissão dos jogos do clube no Campeonato Carioca. E ainda levou a final da competição para o SBT, hoje uma espécie de “Sistema Bolsonaro de Televisão”. Foi tudo um jogo de cartas marcadas.

#Flamengo #Jair Bolsonaro #Rodolfo Landim

Uma luz no Mercosul

30/07/2020
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Mesmo com a turbulenta relação entre os governos de Alberto Fernández e Jair Bolsonaro, a estatal argentina Cammesa começou a importar energia de geradoras brasileiras, como a EDF Norte Fluminense. Para os argentinos, sai mais barato do que ligar suas obsoletas térmicas.

#Cammesa #Jair Bolsonaro

OCDE de festim

29/07/2020
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A obsessão de Jair Bolsonaro pela entrada do Brasil na OCDE parece ser apenas retórica. Seis meses após o governo anunciar a criação de uma secretaria especial na Casa Civil para cuidar dos trâmites para o ingresso na Organização, a promessa ainda não saiu do papel. No Palácio do Planalto, a nova data para a instalação do órgão é setembro. Nesse intervalo, ressalte-se, a Colômbia se tornou o terceiro país latino-americano a entrar na OCDE.

#Jair Bolsonaro #OCDE #Palácio do Planalto

Há alguma coisa aí

29/07/2020
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Se Salim Mattar, secretário de Desestatização, der baixa no governo, será mais um da equipe de Paulo Guedes que provocava engulhos no presidente Jair Bolsonaro. Há alguma coisa aí.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Salim Mattar

Aviso prévio

29/07/2020
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Jair Bolsonaro ressuscitou a ideia de fusão dos Ministérios da Cidadania e da Família. A batuta ficaria a cargo de Damares Alves. Já se viu esse filme antes. No jeito Bolsonaro de ser, é a forma do presidente fritar o ministro Onyx Lorenzoni.

#Damares Alves #Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

Mourão bom de voto

28/07/2020
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Se Jair Bolsonaro nem partido tem, o vice-presidente Hamilton Mourão será o ativo mais precioso do PRTB na eleição municipal. A ideia é que o general participe de eventos ao lado de candidatos a prefeito com chance real de vitória. Além disso, Mourão vai gravar depoimentos para o programa eleitoral do partido.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #PRTB

Conveniência

28/07/2020
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A pandemia tem sido um álibi conveniente para o adiamento do encontro do embaixador argentino no Brasil, Daniel Scioli, com Jair Bolsonaro para a apresentação de suas cartas credenciais, como reza o protocolo. Ambos agradecem ao coronavírus.

#Daniel Scioli #Jair Bolsonaro

Nem a Covid-19 contamina a reeleição de Bolsonaro

27/07/2020
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Nem o novo coronavírus está se mostrando capaz de deter a marcha firme do presidente Jair Bolsonaro rumo à reeleição. É o que mostra sondagem realizada pelo RR na semana passada junto a 78 nomes da sua base de assinantes. Os resultados são muito próximos aos verificados no levantamento do Paraná Pesquisas, divulgado na última sexta-feira em parceria com a revista Veja. Bolsonaro ganha de todos candidatos, em todas as simulações eleitorais, no primeiro e no segundo turno. Ressalte-se as diferenças entre ambos os levantamentos.

Por exemplo: a sondagem do RR é mais modesta e não incluiu diversos potenciais candidatos, tais como João Amoedo, Guilherme Boulos e Wilson Witzel. A conclusão é que, pelo menos por enquanto, Bolsonaro é invencível. Mesmo com a inclusão de Lula na simulação eleitoral estimulada, o presidente se distancia do petista em nove pontos na sondagem do RR para o primeiro turno, 31% a 22%, uma diferença ainda maior do que a verificada pelo Paraná Pesquisas (27,5% a 21,9%). No segundo turno, de acordo com o levantamento do RR, o intervalo entre o atual e o antigo presidente é ainda mais amplo, 47% a 34% (placar maior do que o do Paraná Pesquisas, 45,6% a 36,4%).

Lula, diga-se de passagem, tem uma base de eleitores permanentes da ordem de 30%, praticamente igual à de Bolsonaro. Quando a comparação é com Sérgio Moro, em simulação igualmente estimulada, Bolsonaro dá uma goleada: o presidente ganha do ex-juiz e ex-ministro por 32% a 16% na sondagem do RR para o primeiro turno, com Lula listado. Segundo o Paraná Pesquisas, o score é de 29% a 17,1% a favor de Bolsonaro, sem Lula listado, e de 27,5% a 16,8%, com Lula. Em uma terceira simulação estimulada, a competição direta é com Fernando Haddad. De acordo com o levantamento junto aos assinantes do RR, a diferença chega a 20 pontos percentuais pró-Bolsonaro – 33% a 13%. O resultado é ainda superior aos mais de 16 pontos atestados pelo Paraná Pesquisas (30,7% a 14,5%). Nessa mesma listagem de perguntas também consta o governador Flavio Dino, novo darling das esquerdas.

De acordo com o RR, o abismo entre Bolsonaro e Dino é de 33 pontos percentuais: 34% a 1%. Segundo o Paraná Pesquisas, o presidente receberia 30,7% dos votos em primeiro turno contra apenas 1,6% para o governador do Maranhão. O Paraná Pesquisas incluiu o “Mr. Pandemia”, Henrique Mandetta, na competição. Resultado: diferença de 25 pontos pró Capitão, 30,7% a 5,7% (o RR não adicionou Mandetta). E vamos ao segundo turno.

A enquete do RR apontou os seguintes resultados: na disputa contra Fernando Haddad, 45% a 36% a favor de Bolsonaro (46,6% a 32% no Paraná Pesquisas); contra Ciro Gomes, 47% a 30% (48,1% a 31,1% no Paraná Pesquisas); contra Sérgio Moro, 46% a 35% (44,7% a 35% no Paraná Pesquisas); contra João Dória, 54% a 22% (51,7% a 23% no Paraná Pesquisas); e, finalmente, o celebrado Luciano Huck: no RR, 47% a 29% a favor de Bolsonaro (50,8% a 27,6% no Paraná Pesquisas). Segundo um cientista político que colaborou com o RR na sondagem, haveria um fator de fortalecimento eleitoral do “mito”: o auxílio emergencial, que angariou gratidão junto a segmentos e regiões mais pobres, a exemplo do Nordeste, que era um feudo exclusivo do PT. O auxílio vai virar permanente, transformando-se no programa social “Renda Brasil”. Mesmo assim, com tudo que o presidente faz para envergonhar os brasileiros, os números assustam pela sua distância em relação aos virtuais candidatos. Será que Jair Bolsonaro está se tornando imbatível?

#Ciro Gomes #Jair Bolsonaro #Lula #Sérgio Moro

Looping

24/07/2020
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Luciano Bivar, presidente do PSL, teria convidado Jair Bolsonaro a retornar ao partido. O problema é que Bolsonaro entraria por uma porta e meio PSL sairia por outra.

#Jair Bolsonaro #PSL

Na mira do Nordeste

24/07/2020
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O deputado Arthur Lira (PP-AL), forte aliado de Jair Bolsonaro, tem vocalizado no Palácio do Planalto a insatisfação de parlamentares
do Nordeste com o ministro Onyx Lorenzoni. Entre outras críticas, os congressistas acusam o Ministério da Cidadania de dar prioridade a projetos no Sul e no Sudeste.

#Arthur Lira #Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

Um passaporte para Salles

23/07/2020
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O Palácio do Planalto já estuda uma “solução Weintraub” para o ministro Ricardo Salles, leia-se seu “exílio” em um organismo multilateral. Bird e CAF, Corporación Andina de Fomento, são os destinos cogitados. Se bem que do jeito que Jair Bolsonaro gosta de uma provocação, periga o incendiário Salles acabar na Organização do Tratado de Cooperação Amazônica.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Ricardo Salles

Acordão

23/07/2020
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O deputado Helio Lopes, o “Helio Negão”, está cotado para ser o candidato a vice do prefeito Marcelo Crivella na disputa pela reeleição. Seria uma das contrapartidas ao apoio do clã Bolsonaro a Crivella.

#Jair Bolsonaro #Marcelo Crivella

Mourão se torna “embaixador do meio ambiente”

22/07/2020
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O vice-presidente Hamilton Mourão vai comendo o mingau de uma vez só no que diz respeito ao comando das ações ecológicas do país. Mourão assumirá a função de porta-voz do Brasil para assuntos do meio ambiente no exterior. Será uma espécie de embaixador plenipotenciário, notadamente das questões amazônicas. Vai manter contato com chefes de Estado, autoridades governamentais e empresários. O general é um PHD em assuntos da Amazônia, onde comandou a 2a Brigada de Infantaria de Selva em São Gabriel da Cachoeira (AM) – para não falar do fato de que a região está no sangue de Mourão (seus pais nasceram no Amazonas).

A sua missão é uma resposta ao consenso de que os problemas ambientais, principalmente o desmatamento, começam a prejudicar seriamente os interesses nacionais. E que a maior autoridade do país, o presidente Jair Bolsonaro, é incapacitado para assumir tal responsabilidade. A escolha de Mourão como “embaixador do meio ambiente” atende à exigência de que o interlocutor dos assuntos ambientais no exterior seja uma alta autoridade. Se tem alguém que não pode ser interlocutor da questão ecológica, esse alguém é o presidente Jair Bolsonaro.

Não só ele como seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Ambos por motivos óbvios. Além da missão internacional, Mourão se prepara para dar um cavalo de pau na política do meio ambiente. O vice já deixou sua marca com a proposta de aumento do quadro de fiscais do Ibama – com a realização de concurso ainda este ano. Mourão trabalha pela recriação das Coordenações Regionais (CRs) do ICMBio, órgãos que davam apoio técnico a todas as 334 unidades federais de conservação do país.

As 11 CRs foram extintas em fevereiro deste ano, por meio de decreto assinado por Jair Bolsonaro – um dos itens da “boiada” de medidas infralegais, nas palavras do ministro Ricardo Salles. Em outro front, Mourão defende que o governo breque no Congresso o projeto de lei 3729/94, do deputado Kim Kataguri. O PL flexibiliza de tal forma as regras de licenciamento ambiental no país, que mais se assemelha a uma “licença para desmatar”. É o tipo de munição que o Brasil não pode dar à comunidade internacional neste momento.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Ricardo Salles

400 miligramas

22/07/2020
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Nos bastidores da bola, o torneio que o Flamengo quer realizar em Brasília antes do Campeonato Brasileiro, sob as bênçãos do presidente Jair Bolsonaro e do governador Ibaneis Rocha, já ganhou um apelido: “Cloroquina Cup”. Pano rápido.

#Flamengo #Ibaneis Rocha #Jair Bolsonaro

Rumo ao Nordeste

21/07/2020
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Após a quarentena, Jair Bolsonaro vai fazer uma agenda de visitas a estados como Ceará, Bahia e Maranhão. Em pauta, inaugurações
de obras e o lançamento do “Casa Verde e Amarela”, ao lado do ministro Rogério Marinho.

O potiguar Fabio Faria, ministro da Comunicação, aconselhou Jair Bolsonaro a dar um “toque nordestino” em seus discursos na região. Talvez seja o caso de levar o sanfoneiro Gilson Machado Neto, presidente da Embratur.

#Jair Bolsonaro #Rogério Marinho

Bolsonaro escreve suas promessas a lápis

20/07/2020
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A julgar pelo track records, a declaração de Jair Bolsonaro de que Ernesto Araújo, Eduardo Pazuello e Ricardo Salles permanecerão no governo não tem grande valia. Em 6 de abril, Bolsonaro bancou a manutenção de Henrique Mandetta na Saúde. Dez dias depois, Mandetta era demitido. Como Sergio Moro, o revés foi ainda mais célere. Entre a última fala de Bolsonaro garantindo a permanência de Moro na Justiça e sua saída do governo passaram-se não mais do que dois dias.

#Eduardo Pazuello #Henrique Mandetta #Jair Bolsonaro #Ricardo Salles

Reforma (do aumento da carga) tributária será dividida em até três fases

20/07/2020
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A reforma tributária que está sendo engendrada pela equipe econômica segue cinco vetores: simplificação dos impostos, a pandemia, desoneração das empresas, eleição presidencial de 2020 e a redistribuição de renda entre os mais pobres. Conforme o RR já tinha antecipado, o Ministério da Economia condicionaria a criação de uma renda básica permanente – a Renda Brasil – a um aumento da carga tributária. Várias hipóteses de impostos e término de renúncias fiscais estão sendo estudadas para fazer com que o novo auxílio, entre outros objetivos, caiba na conta.

As diversas propostas de novos gravames e extinção de subsídios vêm sendo reveladas na mídia. O protótipo de reforma será levado, amanhã, pelo ministro Paulo Guedes, ao Congresso. A proposta de criação de novos gravames é politicamente cabeluda. E é bem provável que as mudanças sejam discutidas com os parlamentares em duas fases. Ou até mesmo três. O condicionamento da nova política compensatória à aprovação de “impostos de última geração” (Ex: imposto sobre transações digitais) visa também aplainar a contrariedade do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do próprio presidente Jair Bolsonaro – só para dar dois exemplos de fôlego – com o aumento da carga tributária.

Sem a majoração da receita com impostos o governo estará amarrado à armadilha da ausência de recursos para novas alocações. A reeleição presidencial está indexada, entre outras variáveis, à  possibilidade de novas despesas. E o teto dos gastos? Como se faz para furar esse bloqueio e distribuir recursos para a população mais necessitada? Essa é outra batalha política. Fica para depois da reforma tributária.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Saída “discreta”

20/07/2020
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Os generais palacianos tentam convencer Jair Bolsonaro a demitir o assessor da Presidência Tércio Tomaz Arnaud, apontado pelo STF como um dos articuladores do “gabinete do ódio” nas redes sociais. A hora é agora: Arnaud testou positivo para o coronavírus e já está afastado do Planalto.

#Jair Bolsonaro #Tércio Tomaz Arnaud

“Hidrovia do Mercosul” começa a sair do papel

20/07/2020
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Em meio à guerra fria entre Jair Bolsonaro e o presidente argentino, Alberto Fernández, um projeto logístico de razoável envergadura começa a ganhar corpo no Mercosul. Trata-se da construção de uma hidrovia tripartite, interligando Brasil, Argentina e Uruguai, acusto de US$ 600 milhões. Segundo o RR apurou, as primeiras reuniões virtuais para tratar do projeto deverão ser realizadas ainda neste mês, por iniciativa do presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou. Do lado brasileiro, os estudos ficarão a cargo do Ministério da Infraestrutura. A Pasta vislumbra a hipótese de grupos do agronegócio participarem do projeto. O empreendimento, de 500 km, percorreria parte do Rio Uruguai, passando pelas cidades de Salto (Uruguai) e Concórdia (Argentina) até chegar ao Porto de Rio Grande, por meio de afluentes. A hidrovia ajudaria a desobstruir a saturada malha rodoviária na região, abrindo uma importante alternativa para o fluxo de exportações e importações entre os três países. Projeções preliminares indicam uma redução expressiva dos
custos logísticos especialmente para o transporte de soja, trigo, cevada, fertilizantes e tabaco.

#Alberto Fernández #Jair Bolsonaro #Ministério da Infraestrutura

Renunciar é preciso

17/07/2020
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Enquanto o governo Bolsonaro, ou melhor, Paulo Guedes quer decepar as renúncias fiscais, Minas Gerais caminha na direção contrária. O governo Zema estuda conceder benefícios tributários para atrair startups e empresas de tecnologia. É parte de um pacote maior que está sendo elaborado por assessores de Romeu Zema para compensar a queda de arrecadação fiscal com a pandemia. Estima-se que, desde o início da quarentena, os cofres mineiros tenham perdido cerca de R$ 6,5 bilhões.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Romeu Zema

Água barrenta

17/07/2020
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O Palácio do Planalto jogou na conta do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, os ruídos na articulação política em torno do marco regulatório do saneamento. Poucas horas após o governo vazar que os vetos de Jair Bolsonaro haviam sido acordados com o Senado, Davi Alcolumbre prometeu derrubar todos os garranchos feitos pelo presidente no texto do projeto.

#Davi Alcolumbre #Jair Bolsonaro

Cisão da chapa pode eleger um presidente para valer

16/07/2020
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O crescente volume de provas indexando Jair Bolsonaro à disseminação de fake news na campanha eleitoral pode levar a um cenário que até então parecia muito pouco provável: a cisão da chapa Bolsonaro-Mourão na Justiça, com a cassação exclusivamente do mandato do presidente da República. Esta é uma hipótese que vem sendo discutida, a portas fechadas, em importantes gabinetes do Judiciário e do Legislativo. Para muitos, a suspensão casada do mandato tanto de Jair Bolsonaro quanto do vice-presidente, general Hamilton Mourão, seria um desfecho demasiadamente radical, com o risco de agravar ainda mais a crise institucional, ao invés de debelá-la.

Daí a percepção de que talvez seja necessária uma saída intermediária, capaz de abrir caminho para Mourão conduzir o país até 2022, sem a necessidade de uma nova eleição no meio do percurso. Um dos arranjos possíveis, ainda que pouco “cristão”, passaria pelo Supremo Tribunal Federal. No caso do TSE cassar a chapa Bolsonaro-Mourão, caberia um recurso ao Supremo, que então, entraria em cena para ajustar a dosimetria da pena aplicada pela Justiça Eleitoral. O inquérito das fakenews, conduzido pelo próprio STF e com provas cada vez mais contundentes contra Bolsonaro, seria o pilar jurídico para que a punição recaísse apenas sobre o presidente.

Trata-se de uma engenharia bastante complexa do ponto de vista jurídico. A Justiça Eleitoral brasileira adota o princípio da indivisibilidade da chapa para cargos majoritários, uma vez que não há votação em separado para um candidato a presidente – ou governador e prefeito – e eu respectivo candidato a vice. A rigor, a divisão só é observada para efeito de impeachment ou de posterior punição, a exemplo da inelegibilidade – casos em que a pena é individual. Acrescente-se ainda o fato de que, historicamente, a Justiça Eleitoral no Brasil não se guia por “quem causou o crime”, mas, sim, “a quem o crime beneficiou”, o que colocaria Jair Bolsonaro e o general Hamilton Mourão no mesmo balaio.

No entanto, circunstâncias excepcionais pedem soluções excepcionais. Ainda que não exista jurisprudência de casos semelhantes – ou seja, do STF alterar tão radicalmente uma decisão da Justiça Eleitoral -, esta não seria a primeira vez que o Supremo adotaria uma interpretação pouco comum da lei para a punição de um presidente da República. Guardadas as devidas proporções, cabe lembrar do caso Dilma, quando o STF permitiu que o Senado fizesse duas votações em separado – uma para decidir pelo afastamento ou não da presidente e outra para declarar ou não a sua inelegibilidade. Até então, o entendimento jurídico é que o impeachment implicava automaticamente a perda dos direitos políticos, como reza o Artigo 52 da Constituição – vide Fernando Collor de Mello.

Não foi o que aconteceu com Dilma Rousseff. O então presidente da Suprema Corte, Ricardo Lewandowski, deu seu aval para a reinterpretação da Carta Magna. Consta que Luís Roberto Barroso, que usa o duplo chapéu de presidente do TSE e ministro do STF, seria simpático à ideia de cisão da chapa Bolsonaro-Mourão desde que dentro de critérios jurídicos rigorosos, sem manobras pouco ortodoxas. A medida, ressalte-se, seria excepcionalmente confortável para o Legislativo, que empurraria para o Judiciário a palavra final sobre o desfecho ou não do governo Bolsonaro.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #TSE

O sanfoneiro de Bolsonaro

16/07/2020
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De obscura presença no governo, o presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, tornou-se uma estrela. Desde que surgiu ao lado de Jair Bolsonaro tocando Ave Maria em sua sanfona, tem recebido convites para se apresentar em lives e festas juninas virtuais. Poderia encerrar suas exibições com uma marcha fúnebre para a indústria do turismo, devastada pela pandemia.

#Embratur #Jair Bolsonaro

Rachadinha 1

15/07/2020
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O procurador geral da República Augusto Aras tem sido um importante conselheiro jurídico do clã Bolsonaro sobre o processo contra
Flavio Bolsonaro pelo suposto esquema da “rachadinha”. As palavras de Aras não são de muito otimismo, mesmo com a concessão de foro privilegiado para o “01”.

Rachadinha 2

A decisão do presidente do STJ, João Otávio de Noronha, de conceder prisão domiciliar a Fabricio Queiroz e sua mulher, Marcia Aguiar, causou forte constrangimento junto aos próprios colegas de Corte. Se a decisão monocrática for levada a plenário, Noronha deve sofrer uma derrota acachapante.

Rachadinha 3

Ainda que seus advogados não tenham requisitado proteção policial à Justiça, Fabricio Queiroz não está necessariamente entregue à própria sorte enquanto cumpre prisão domiciliar. Assim como Jair Bolsonaro tem sua “Abin particular”, Queiroz também contaria com uma espécie de “guarda suíça”.

#Augusto Aras #Fabrício Queiroz #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Racha no PSL?

15/07/2020
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O senador Major Olimpio, principal nome do PSL em São Paulo, já avisou: se o partido perdoar Jair Bolsonaro e se realinhar ao governo, ele deixa a sigla e garante que carrega junto cerca de 20 deputados, a começar por Joice Hasselmann.

#Jair Bolsonaro #PSL

Pandemia e Amazônia pesam sobre orçamento militar

14/07/2020
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As novas “prioridades” impostas às Forças Armadas ameaçam reduzir ainda mais os já limitados recursos disponíveis para a execução de projetos estratégicos da área de Defesa. A pandemia e o desmatamento na Amazônia já teriam custado ao Exército, Aeronáutica e Marinha algo próximo a R$ 500 milhões – fora a dotação orçamentária adicional de R$ 1 bilhão liberada pela equipe econômica para o enfrentamento do coronavírus. A cifra inclui os gastos operacionais com os mais de 30 mil homens das três Forças que dão apoio às ações de combate à Covid-19.

Neste momento, por exemplo, uma parte desse contingente está sendo deslocada para reservas indígenas, como as aldeias Xingu e Yanomami. No caso da Operação Verde Amarelo, são cerca de oito mil soldados engajados na contenção de incêndios na Amazônia. Em dois meses da Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na região, estima-se que as despesas girem em torno dos R$ 120 milhões. Procurado, o Ministério da Defesa não se pronunciou. Um gasto extra de R$ 500 milhões pode parecer pequeno diante do orçamento do Ministério da Defesa para este ano, aproximadamente R$ 103 bilhões.

No entanto, é preciso ressaltar que cerca de 90% deste valor estão engessados com o pagamento de pessoal (cerca de R$ 80 bilhões) e com o custeio operacional (outros R$ 13 bilhões). O dinheiro sem rubrica obrigatória não passa de R$ 10 bilhões. É o que sobra para todos os investimentos da área de Defesa. Sem uma dotação orçamentária extra, algo pouco provável na atual circunstância, Exército, Aeronáutica e Marinha deverão ser forçados a rever investimentos e cronogramas. Dos principais projetos das Forças Armadas, um dos poucos razoavelmente cobertos é a compra de quatro fragatas classe Tamandaré, orçado em R$ 9 bilhões.

Ainda assim, o primeiro grande contrato da área militar no governo Bolsonaro só foi assinado depois de uma complexa engenharia contábil: a União fez um aporte direto de R$ 4,25 bilhões na Emgeprom (Empresa Gerencial de Projetos Navais), vinculada à Marinha. Outros projetos estratégicos, no entanto, andam a passos lentos. É o caso da aquisição, pela Força Aérea, de 28 KC390, cargueiro militar desenvolvido pela Embraer. O custo total beira os R$ 12 bilhões.

No perverso ranking dos investimentos que já estouraram todos os cronogramas, um dos líderes é o Sisfron, o novo sistema de vigilância de fronteiras. Sua implantação completa, originalmente prevista para 2022, já foi adiada para 2035. Dos mais de R$ 11 bilhões necessários, até o momento apenas R$ 400 milhões teriam sido liberados.

#Amazônia #Embraer #Exército #Forças Armadas #Jair Bolsonaro

Avanço para o passado

14/07/2020
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A recondução de Luiz Roberto Curi para a presidência do CNE (Conselho Nacional de Educação) é mais uma prova de que a promessa de Jair Bolsonaro de romper com a “velha política” ficou lá na campanha. Curi se notabiliza pelo bom trânsito entre antigos próceres do Congresso. Sua mulher, a advogada Emília Ribeiro, já foi chefe de gabinete de José Sarney e de Renan Calheiros no Senado. Também foi secretaria executiva do Ministério da Ciência e Tecnologia na gestão de Celso Pansera, indicado para o cargo por Eduardo Cunha.

#Conselho Nacional de Educação #Jair Bolsonaro #José Sarney #Renan Calheiros

Conta da destruição ambiental pode cair no colo de grandes contribuintes

13/07/2020
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A pressão internacional contra o desleixo do Brasil na preservação do seu ecossistema pode desaguar em um aumento da carga tributária. Algum gravame parecido com uma contribuição para o financiamento da sustentabilidade estaria sendo estudado no governo para melhorar a péssima imagem do país. Para onde quer que se olhe – ONU, Congresso norte-americano, fundos de investimentos, chefes de estado etc… – o Brasil vai sendo tratado como um pária ecológico. Na visão do presidente da França, Emmanuel Macron, somos o grande protagonista do “ecocídio” mundial.

A França lidera um movimento para reunir os países da Europa em uma ação de boicote ao país. Algumas decisões para mudar a percepção do desleixo ambiental brasileiro, que se tornou escandaloso na gestão Bolsonaro, estão sendo tomadas, ou seja, aumento do efetivo das Forças Armadas na fiscalização da Amazônia e moratória das queimadas legais na floresta por 120 dias. São respostas rápidas, mas de curta duração e diminuta capacidade de convencimento da comunidade internacional. Para impactar a opinião mundial é preciso a adoção de medidas estruturais, que se mostrem como soluções duradouras.

Qualquer providência nessa área é cara, ainda mais levando-se em conta a péssima situação fiscal do país. A ideia, portanto, é que o governo busque recursos extra orçamentários. O regime de contribuição seria mais flexível do que a criação de um imposto. Ele incidiria sobre oligopólios e grandes corporações. É uma proposta que tangencia medidas aventadas pelo ministro da Economia, tais como o imposto sobre o pecado, com a taxação de tabaco, bebida, sex shop e alimentos intensivos em açúcar.

O vice-presidente Hamilton Mourão provavelmente se alinharia em favor da iniciativa. O problema é o convencimento de Jair Bolsonaro. Ele vetou todas as proposições para aumentos de impostos e criação de outros. E pouco se lixa para a Amazônia. Pode ser que o consenso do arco das nações consiga fazer o presidente compreender a proteção do ecossistema como uma ação relevante e permanente. Mas, quando se trata de Bolsonaro e o meio ambiente, as dúvidas são maiores do que as certezas.

#Amazônia #Forças Armadas #Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #ONU

Risco Fakhoury

13/07/2020
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Entre os empresários investigados pelo STF pelo suposto financiamento de fake news, Otavio Fakhoury é quem mais preocupa o clã Bolsonaro. Fakhoury participou razoavelmente das entranhas da campanha eleitoral e sua pulsação costuma variar de acordo com o humor de Olavo de Carvalho, a quem é bastante ligado.

#Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho #Otavio Fakhoury

Munição ao “inimigo”

13/07/2020
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O ministro Braga Neto tenta convencer Jair Bolsonaro a retomar a divulgação de dados oficiais da pandemia. O argumento é que o “esconde esconde” só gerou desgaste para o governo e prestígio para o pool da mídia.

#Jair Bolsonaro #Walter Braga Neto

Meritocracia invertida

10/07/2020
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O Ministério da Educação virou um prêmio às avessas. Uma das principais razões que levam Jair Bolsonaro a cogitar o nome do deputado Vitor Hugo, líder do governo na Câmara para a Pasta, é o acelerado desgaste da sua relação com o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo. Sua transferência para a Educação abriria a vaga na articulação política do Palácio do Planalto para um nome afinado a Ramos.

#Jair Bolsonaro #MEC

A cloroquina é o meu pastor…

10/07/2020
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Chegou a Jair Bolsonaro a informação de que líderes evangélicos como Silas Malafaia e o deputado Marco Feliciano estavam organizando um culto virtual para orar pela saúde do presidente. Rapidamente, Bolsonaro freou a manifestação de fé: seria muito barulho por causa de uma “gripezinha”.

#Jair Bolsonaro #Marco Feliciano #Silas Malafaia

Agenda pós-quarentena

9/07/2020
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Devido à contaminação de Jair Bolsonaro pelo coronavírus, o ministro Rogério Marinho pretende remanejar inaugurações de obras no
Nordeste que estavam previstas para este mês com a presença do presidente. Além da ida à Bahia, programada para esta semana, Bolsonaro iria ao Ceará nos próximos dias. Fica tudo para depois da sua quarentena.

#Jair Bolsonaro #Rogério Marinho

Primeiras sequelas

8/07/2020
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A contaminação de Jair Bolsonaro pela Covid-19 teve efeitos colaterais sobre o Centrão. Ontem à tarde, o presidente teria uma reunião com o ministro Luiz Eduardo Ramos para tratar de novas sinecuras para o Centrão – entre as quais, segundo o RR apurou, indicações do Republicanos para uma secretaria do Ministério da Agricultura e superintendências da Conab. Ficou tudo em quarentena.

#Conab #Covid-19 #Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura

Adversário em comum

8/07/2020
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Talvez tenha sido só um chiste, mas Jair Bolsonaro chamou o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, para participar da sua tradicional live das quintas-feiras. O assunto não seria outro: a MP 984, que Bolsonaro deu de bandeja para Landim, provocando um
escarcéu na venda de direitos de transmissão de futebol.

#Flamengo #futebol #Jair Bolsonaro

Amor com amor se paga

8/07/2020
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Até agora, nem sinal de que o presidente do Conselho de Ética do Senado, Jayme Campos (DEM-MT) vá dar prosseguimento ao pedido de abertura de processo contra Flavio Bolsonaro. Mérito do presidente Jair Bolsonaro, que tem dado corda as manobras de Davi Alcolumbre para mudar o regimento interno e disputar sua reeleição à Presidência do Senado.

#Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Jayme Campos

Contra-ataque

7/07/2020
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A relação entre o presidente Jair Bolsonaro e o senador Eduardo Braga anda estremecida. O motivo é o empenho que Braga demonstrou pela aprovação do projeto de lei das fake news e, sobretudo, pela prorrogação da CPI sobre o mesma tema. Mau presságio para os afilhados de Braga que estão aninhados no governo, como Wady Cherone Junior, presidente da Amazonas GT, subsidiária da Eletrobras.

#CPI #Jair Bolsonaro

Promessa vazia

7/07/2020
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Jair Bolsonaro acenou ao novo secretário de Cultura, Mario Frias, com a possibilidade de ingerência sobre verbas de grandes estatais, como Banco do Brasil e Caixa Econômica. Tem jeito de ser mais uma invencionice retórica de Bolsonaro. Ele fez a mesma promessa a Regina Duarte e nada ocorreu. Nem mesmo sua gestão.

#Jair Bolsonaro #Secretaria da Cultura

Rogério Marinho guia Jair Bolsonaro pelo Nordeste

3/07/2020
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O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, quer ser o grande condutor da cruzada de Jair Bolsonaro em direção ao Nordeste. Marinho é o principal canal de interlocução entre o Palácio do Planalto e os governadores nordestinos. O ministro é defensor de que o presidente faça uma caravana pela Região, salpicada por inaugurações de obras. É agenda para o curtíssimo prazo: a ideia é surfar no período que ainda resta de concessão do “coronavoucher”. Rogério Marinho se antecipou, criando um calendário de participação em todas as cerimônias de inaugurações de obras e entregas de máquinas para estados. O ministro virou os quindins de Bolsonaro devido a sua capacidade de solucionar problemas econômicos e políticos imbricados. Ele tinha um espinho no governo: o ministro da Economia, Paulo Guedes, em última instância o dono da chave do cofre. Mas o presidente agiu como pacificador. Ao melhor estilo Bolsonaro, disse a ambos: “Vocês dois, deixem essa frescura pra lá”.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Rogério Marinho

O valor do silêncio

3/07/2020
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Pessoas próximas a Junior Durski, dono do Madero, têm atribuído a súbita mudança de comportamento do empresário a conselhos do amigo e sócio Luciano Huck. Apoiador explícito de Jair Bolsonaro, Durski submergiu após ser apedrejado nas redes sociais ao minimizar a pandemia e dar declarações contra a quarentena e o fechamento do comércio. Para piorar, fez um discurso prometendo manter todos os empregos em sua rede de restaurantes e, menos de um mês depois, demitiu cerca de 600 trabalhadores.

#Jair Bolsonaro #Junior Durski #Madero

Alça de mira

3/07/2020
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O senador Major Olimpio terá um importante – e prazeroso – papel na coordenação das campanhas de candidatos a prefeitos do PSL, notadamente nas capitais. Vai ser tiro, pedrada e bomba no governo do ex-aliado Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #PSL

Desapreço de Bolsonaro pela Abin sai caro

2/07/2020
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Mesmo com a toda a proximidade com o presidente Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno, ministro do GSI, não consegue furar o bloqueio para a obtenção de um aumento significativo do orçamento da União. Diga-se de passagem que não é uma exclusividade de Heleno: seu antecessor, o general Sergio Etchegoyen, também não teve intento no pleito junto a Michel Temer. A dotação de aproximadamente R$ 600 milhões prevista para este ano é insuficiente – mesmo porque quase 90% são sugados pelos gastos com pessoal. Estima-se que a Agência precisaria de pelo menos o dobro desse valor para reduzir o gap tecnológico em relação a suas congêneres internacionais.

Os programas de aquisições de equipamentos estão praticamente parados. Há demandas como, por exemplo, a compra de softwares de monitoramento e sistemas de rastreamento que estariam pendentes há mais de três anos. Outra medida discutida no entorno da Abin é a mudança no método de contratação de seus servidores. O entendimento é que os concursos públicos se tornaram um modelo burocrático, arcaico e incapaz de arregimentar profissionais aptos a atender às especificidades do Serviço de Inteligência. Atividades básicas, a exemplo da obtenção de dados a partir de fontes abertas e da leitura, análise e cruzamento de informações a partir do trabalho de campo – conhecidas pela sigla OSINT -, não têm sido desempenhadas a contento pelas limitações de parte dos recursos humanos da Abin.

Uma proposta que encontra eco no GSI e entre os quatro estrelas do Palácio do Planalto seria o recrutamento direto de profissionais. Esse é o método predominante em quase todos os grandes países. Nos Estados Unidos, a CIA mantém um sistema permanente de monitoramento em universidades e empresas de tecnologia para pinçar novos quadros com aptidões específicas. Há outros expedientes aparentemente prosaicos, mas igualmente eficazes. Na Inglaterra, consta que o MI-5 (Inteligência interna) e o MI-6 (Inteligência externa) costumam, sem se identificar, publicar mensagens criptografadas em redes sociais para recrutar possíveis candidatos entre aqueles capazes de decifrar as respostas.

O enfraquecimento da Abin nos últimos anos tem custado à Agência não apenas grandes constrangimentos – como o descrédito do presidente Bolsonaro, vide a reunião ministerial de 22 de abril -, mas também embaraços no varejo. Um melhor aparelhamento da instituição impediria as recorrentes porosidades na análise da vida pregressa de indicados a cargos públicos, possibilitando, inclusive, correções prévias em tempo hábil, como as que poderiam ser feitas no currículo de Carlos Alberto Decotelli quando da sua indicação para o Ministério da Educação. Há duas semanas, por exemplo, o governo passou pelo vexame da passagem-relâmpago de Alexandre Cabral pela presidência do Banco do Nordeste. Cabral foi nomeado e exonerado em menos de 24 horas, após a “descoberta” de que ele é alvo de investigação no Tribunal de Contas da União por supostas irregularidades quando comandava a Casa da Moeda. Inteligência faz falta a qualquer governo.

#Abin #Augusto Heleno #GSI #Jair Bolsonaro

Comunicação em foco

2/07/2020
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O novo ministro das Comunicações, Fabio Faria, começa a cair nas graças dos quatro estrelas do Palácio do Planalto. O motivo é a disposição de Faria de domar os desvarios do titular da Secom, Fabio Wajngarten. Se vai conseguir, são outros quinhentos…

Por falar em Secom, chegou aos ouvidos de Jair Bolsonaro a sugestão de contratar Luiz Ernesto Lacombe para a equipe de comunicação do governo. O jornalista foi afastado pela Band supostamente pelo excessivo apoio à gestão do presidente. Seria uma provocação à mídia ao melhor estilo Bolsonaro, ainda que, neste momento, ele esteja no modo “conciliador”.

#Jair Bolsonaro #Secom

Distanciamento social

2/07/2020
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Luciano Hang, dono da Havan, está se distanciando do movimento empresarial Brasil 200. O motivo seria o rompimento do líder do grupo, Gabriel Kanner, com o governo Bolsonaro. Pesa também a acusação de que o Brasil 200 financiou a disseminação de fake news. Consultado, Hang afirma nunca ter participado “ativamente do Brasil 200”: “Eu estava no lançamento, em 2018, em Nova York, quando Flávio Rocha, que é meu amigo, ainda era um pré-candidato à presidência e me perguntou se poderia ser signatário. Foi apenas isso.”

#Flavio Rocha #Havan #Jair Bolsonaro #Luciano Hang

Bolsonaro quer uma “Lava Coronavírus” fora de hora

1/07/2020
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Não satisfeito em desqualificar a própria Covid-19 (uma “gripezinha”), Jair Bolsonaro está empenhado agora em desacreditar as Secretarias Estaduais de Saúde. O governo quer abrir uma devassa nas unidades federativas, mobilizando a Procuradoria Geral da República e a CGU para investigar a aplicação de recursos e equipamentos repassados pela União aos estados. Essa “Lava Coronavírus” se justificaria pelas denúncias de desvios de dinheiro público no setor de saúde e pela suspeição de que diversas Secretarias estão formando estoques desnecessários.

Trata-se de mais uma demonstração da falta de visão administrativa e da incapacidade do governo de definir prioridades na pandemia. Não parece razoável criar dificuldades ao funcionamento das Secretarias Estaduais de Saúde com 25 mil novos casos de Covid-19 por dia. Sensatez não é exatamente uma marca do governo de Bolsonaro, ainda mais quando ele enxerga uma “janela de oportunidade” para colocar os governadores na berlinda.

Por “janela de oportunidade” entenda-se a sucessão de denúncias de desvios de recursos da Saúde. Neste momento, 15 estados (SP, RJ, PA, SC, AC, AM, RO, AP, RR, PE, MA, TO, CE, BA e MS) e mais o Distrito Federal estão sob investigação. Para Bolsonaro, quanto pior, melhor. Antecipando-se à devassa, alguns governadores já abriram por conta própria procedimentos de apuração.

#Covid-19 #Jair Bolsonaro

Efeito Queiroz

1/07/2020
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Nos últimos dias, uma leva de usuários do Twitter vem sendo bloqueada pelo perfil oficial de Jair Bolsonaro. Sinal de que o número de ataques ao presidente nas redes sociais cresceu. Como sói ser, Carlos Bolsonaro é o “mãos de tesoura” dos perfis no Twitter.

#Carlos Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Diplomacia de papel

1/07/2020
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Depois de meses de suspense, o Itamaraty finalmente concedeu o agrément ao embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli. Seu desembarque em Brasília é esperado para a próxima semana. Scioli assumirá tendo como pano de fundo o clima de guerra fria entre os presidentes Jair Bolsonaro e Alberto Fernández, agravado pela pandemia. O governo argentino deve estender o prazo de fechamento das fronteiras com o Brasil devido ao grande número de casos de coronavírus por aqui.

#Alberto Fernández #Daniel Scioli #Jair Bolsonaro

Impedimento

1/07/2020
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No que depender de Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético-MG, a retomada do futebol em Minas Gerais se dará apenas na segunda quinzena de agosto. Critico ferrenho do fim do relaxamento da quarentena, Kalil funciona como contraponto ao governador Romeu Zema, mais alinhado ao presidente Jair Bolsonaro.

#Alexandre Kalil #Jair Bolsonaro

Só por milagre…

1/07/2020
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O Pastor Everaldo, líder do PSC e “founding father” de Wilson Witzel na política, chamou para si a inglória tarefa de tentar uma reaproximação entre Jair Bolsonaro e o governador. Até agora, no entanto, as portas do Palácio do Planalto seguem fechadas.

#Jair Bolsonaro #PSC #Wilson Witzel

O inimigo do meu inimigo

30/06/2020
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O RR apurou que o procurador-geral da República, Augusto Aras, vai pedir à Justiça a extradição do advogado Rodrigo Tacla Duran. Foragido na Espanha desde 2016, ele responde por quatro ações penais por lavagem de dinheiro e é acusado de ter sido operador de empreiteiras condenadas na Lava Jato. Paralelamente à extradição, a Procuradoria Geral da República negocia com a defesa de Duran um acordo de delação premiada. O duplo movimento da PGR chama a atenção pelo timing. O retorno de Duran ao Brasil tende a jogar foco sobre o ex-ministro Sergio Moro, agora desafeto do presidente Bolsonaro. Logo após fugir do Brasil, Duran acusou o advogado Carlos Zucolotto, amigo de Moro, de ter pedido US$ 5 milhões para intermediar sua delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato. Desde então, ficou o dito pelo não dito.Procurada pelo RR, a PGR limitou-se a dizer que “não se pronuncia sobre acordo de delação premiada”.

Por falar na PGR, Augusto Aras passou o fim de semana pedindo votos para os procuradores Hildemburgo Chateaubriand e Maria Caetana, que disputam hoje as duas vagas restantes no Conselho Superior do Ministério Público. O principal opositor da dupla é José Bonifácio Andrada, que foi vice-procurador geral da República na gestão de Rodrigo Janot. Na última hora, Aras perdeu uma candidata de peso: sua aliada, a subprocuradora Lindora Araújo desistiu de concorrer depois de procuradores da Lava Jato em Curitiba afirmarem que ela teria tentado acessar material sigiloso da Operação.

#Augusto Aras #Jair Bolsonaro #Ministério Público #PGR

Nova Polícia Federal?

30/06/2020
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Jair Bolsonaro teria recebido queixas de empresários aliados do governo, como Luciano Hang, da Havan, e Junior Durski, do Madero, sobre uma perseguição do Fisco. Ambos foram multados por supostas “manobras tributárias”. Mau presságio para o secretário da Receita Federal, José Tostes.

#Havan #Jair Bolsonaro #Luciano Hang

OCDE é a nova obsessão do governo Bolsonaro

30/06/2020
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O governo Bolsonaro tem um novo fetiche, conforme ficou revelado na reunião ministerial de 22 de abril: o ingresso na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na visão das autoridades, a participação na OCDE trará uma série de benefícios – como informa o boletim Insight Prospectiva na edição de junho: da mitigação das críticas ao péssimo comportamento ambiental da gestão Bolsonaro até a atração de investidores para a construção de cassinos, além das facilidades de obtenção de recursos externos e o destravamento do comércio exterior. O dado de realidade é que o Brasil não adota as “boas práticas” exigidas pelo clube da OCDE, o que leva a considerar que o ingresso na agremiação estaria mais vinculado à possibilidade do governo fazer política econômica de “fora para dentro”.

A célebre reunião dos ministros deixou claro que estão todos alinhados com Jair Bolsonaro em torno do tema OCDE, a começar, em ordem hierárquica de entusiasmo, por Paulo Guedes, Eugênio Araújo, Braga Netto, além de Marcelo Álvaro Antônio e Damares Alvares. A entrada na OCDE pode ser considerada a única “condecoração” internacional que resta ao Brasil. O país está em quarentena moral, ambiental, sanitária e econômica. Há alguns bônus no ingresso no “Clube dos Ricos”, tais como o acesso a estudos e comitês de debates avançados, ainda que o Brasil já participe da maior parte desses foros para troca e cooperação. Há questões também de ordem geopolítica.

O país entraria na OCDE de braços dados com os EUA, voz isolada no apoio formal à adesão do Brasil ao bloco, muito embora, na prática, até o momento os norte-americanos tenham feito muito pouco ou nada nessa direção. Em 2019, em visita ao Brasil, o secretário de comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, se encarregou das palavras de estímulo protocolares e os clichês de sempre. E nada mais ocorreu, além de encontros entre burocratas de ambos os lados. A indexação aos Estados Unidos no jogo político do organismo multilateral coloca o Brasil naturalmente alinhado aos interesses norte-americanos nas questões da diplomacia econômica contra a China.

O chanceler Eugênio Araujo ignora ruídos e possíveis rusgas. Diz que “a OCDE é importante para o Brasil, mas o Brasil é importante para a OCDE.” É quase um mantra. Donald Trump exige submissão e reconhecimento da supremacia do seu país. Um exemplo: Trump condicionou seu apoio à renúncia brasileira da condição de país em desenvolvimento junto à Organização Internacional do Comércio (OMC). Abrir mão desse status significaria perder o tratamento especial e diferenciado. Uma das implicações mais evidente é a eliminação da redução tarifária cobrada pelos países desenvolvidos membros da OMC na importação de uma constelação de itens – particularmente industrializados.

#Jair Bolsonaro #Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico #Paulo Guedes

Moderação de Bolsonaro tem prazo de validade

29/06/2020
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A versão “Jairzinho paz e amor”, conforme o epíteto criado pelo blogueiro Tales Faria, tem prazo de validade. Por enquanto, o presidente está enquadrado pelos seus generais, obedecendo à estratégia militar de que na guerra há momentos de avançar e recuar. Bolsonaro ficou tão bonzinho que gravou uma live tendo ao lado o seu principal mastim, o ministro Paulo Guedes, ouvindo uma Ave Maria tocada em um acordeão.

A questão para os bolsonaristas de raiz é que o mimetismo do presidente não satisfaz as suas hostes, acostumadas às pancadas que ele distribui para todos os lados. Falta uma narrativa que justifique a atual mudança do self de Bolsonaro. Particularmente os filhos do presidente consideram que a versão “Jairzinho” precisa ser controlada no relógio, seguindo um planejamento que resgate o verdadeiro Jair na medida em que vai se aproximando a conjuntura eleitoral.

O atual Bolsonaro é um homem “sensível e comedido”, incapaz das baixarias do passado recente. Não foi nessa versão que os 30% do seu eleitorado cativo votaram. Para fazer a ponte entre o Bolsonaro circunstancial e o Bolsonaro de sempre, há quem proponha, no Palácio do Planalto, uma reedição do Pró-Brasil, com ênfase no social. O objetivo seria enganchar no programa a ideia de um pacto político em nome do soerguimento do país. Com o novo estilo delicado, o presidente se dirigiria à população, em pronunciamento ao lado dos ministros militares e do ministro da Economia, ressaltando sua disposição ao diálogo.

O pacto daria “legitimidade” ao surgimento do “Jairzinho”. O presidente boiaria na superfície dessa tentativa de acordo com o tempo necessário até que a iniciativa seja detonada pelos adversários. Esse seria o momento para a volta do Jair, indignado com a oposição que se recusou apertar sua mão estendida. Seria, então, a hora, conforme os dizeres do cantor Lobão, do “sangue e porrada na madrugada”. Nada que já não se tenha visto.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Paulo Guedes

Sinal dos tempos

29/06/2020
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Um conhecido procurador da República, que, no passado, participou de polêmicas Operações, como a Satiagraha, tem chamado a atenção dos colegas pela forma pouco polida como se refere a Jair Bolsonaro no grupo de WhatsApp do MPF. “Bozo” e “idiota” são alguns dos termos que costuma utilizar. Entre procuradores mais alinhados a Augusto Aras – e, portanto, ao governo – há uma mobilização para que o caso seja levado à Corregedoria-Geral do MPF.

#Jair Bolsonaro #MPF

General Mourão tem mais um “incêndio” para debelar na Amazônia

26/06/2020
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O general Hamilton Mourão é o homem certo no lugar certo. À frente do Conselho da Amazônia, Mourão desponta como a autoridade mais credenciada no governo para debelar o início de uma nova crise provocada pela aversão do presidente Jair Bolsonaro a tudo que se refira ao meio ambiente. Grandes tradings agrícolas e redes varejistas globais – a exemplo de Cargill, ADM, Carrefour, Walmart, Tesco, entre outros – articulam um boicote, suspendendo a compra de soja produzida na Região Amazônica. A decisão será tomada se o governo brasileiro não atender ao pleito de redução do cultivo do cereal em regiões desmatadas da Amazônia, que subiu 38% em 2018/2019 na comparação com a safra anterior.

Certamente a solução para o problema passa menos pelo gabinete do “ministro stand by” Ricardo Salles e mais pelo do vice -presidente da República. Como se não bastasse a já deteriorada imagem do Brasil no exterior – quando não é o coronavírus, são as queimadas –, o que está em jogo é uma fatia nada desprezível de aproximadamente 15% das exportações brasileiras da commodity. Esta é a proporção da produção nacional que cabe à Região Amazônica. Todos os líderes do possível boicote, ressalte-se, integram a chamada “Moratória da Soja”, acordo por meio do qual seus signatários se comprometem a não comprar o cereal cultivado em áreas de desmatamento.

Enquanto vão sendo discutidas as questões estruturais e mais complexas da política ambiental para a região, o general Mourão começa a impor seu estilo militar de gestão no Conselho da Amazônia e a implementar as primeiras ações capazes de amainar as cobranças da comunidade internacional. Sob a coordenação do general Mourão, a Operação Verde Brasil 2 vem apertando o cerco no combate ao desmatamento na região. Em dois meses, em ações conduzidas pelo Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter), foram apreendidos cerca de 120 máquinas e tratores usados ilegalmente. Por decisão de Mourão, os equipamentos serão mantidos em local seguro, sob custódia do Exército. A ideia é que, posteriormente, possam servir como provas em processos criminais contra os acusados de desmatamento na Amazônia. Trata-se de uma mudança importante em relação à prática que vinha sendo feita pelo Ibama e pela Polícia Federal em suas operações contra crime ambiental. Por dificuldades logísticas, tratores e máquinas eram costumeiramente queimados no local de apreensão. De fogo na Amazônia, já basta o dos desmatadores.

#ADM #Cargill #Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

2,5G para cada lado

26/06/2020
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As operadoras de telefonia cobram do governo que o processo de licitação do 5G fique sob o teto de um único Ministério. Com a cisão da Ciência e Tecnologia, a gestão Bolsonaro criou um ornitorrinco: há questões que permaneceram na Pasta, como a “internet das coisas” e a banda larga, e outras que passaram para o Ministério das Comunicações – a começar pela responsabilidade legal pela concessão e renovação das licenças. Se, com um ministério só, o 5G não saiu ainda, imaginem dividido ao meio.

#Ciência e Tecnologia #Jair Bolsonaro #Telefonia

Ajoelhou, tem que rezar

26/06/2020
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Nas conversas com os assessores mais próximos, Jair Bolsonaro não esconde sua insatisfação com a postura de Gilberto Kassab. O ex-ministro tem pregado a independência do PSD. Bolsonaro espera que seja apenas um discurso para o público externo. Não foi para ser “independente” que o partido levou uma baciada de cargos, entre eles a recriação do Ministério das Comunicações e o comando da Fundação Nacional da Saúde (Funasa).

#Gilberto Kassab #Jair Bolsonaro #PSD

Militares não querem saber de Queiroz

25/06/2020
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O combinado entre os oficiais quatro estrelas do Palácio do Planalto é falar o mínimo possível para o público externo. Os generais Braga Netto, Luiz Eduardo Ramos, Augusto Heleno e Hamilton Mourão, os mais graduados da tropa de defesa do presidente Jair Bolsonaro, pretendem mergulhar no silêncio. A eventual exposição dos generais vai se restringir a comunicados institucionais.

O estilo no profile tem motivação específica: atende pelo nome de Fabricio Queiroz. Já está antevisto o momento em que a imprensa encurralará os generais perguntando se, com tanta proximidade com o presidente da República e com tantas agências de informação a serviço, como podem eles desconhecer inteiramente o périplo de Queiroz. São muitas questões incômodas, cujas respostas, ainda que sejam verdade, levantam suspeição.

É um daqueles acontecimentos em que as mais sinceras afirmações sobre o sucedido suscitam dúvidas. A proximidade dos generais do Palácio com Bolsonaro pode levar o caso Queiroz a respingar na imagem das Forças Armadas. A preocupação é a que mídia pressione os ministros militares a falarem sobre o assunto. A imprensa está fazendo o seu papel.

A estratégia é forçar os palacianos a dizerem qualquer coisa sobre o caso – qualquer coisa mesmo. Sim, tudo poderá ser usado para provocar uma inevitável associação com as instituições militares, horror dos generais da ativa. Não se sabe até quando vai demorar o “confinamento” da ala militar do Palácio do Planalto. Ou até se a evolução dos fatos exigirá algum posicionamento dos generais palacianos sobre o imbróglio de Bolsonaro. Por enquanto, respostas em suspenso.

#Augusto Heleno #Fabrício Queiroz #Forças Armadas #Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Chave da porta

25/06/2020
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A presença assídua de Osmar Terra no Ministério da Saúde tem causado desconforto ao ministro interino Eduardo Pazuello e sua equipe. Terra circula como se tivesse passe livre dado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. Daqui a pouco Pazuello dá um “chega pra lá” nele.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde #Osmar Terra

As portas se fecham para Romeu Zema

24/06/2020
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Apesar do alinhamento com Jair Bolsonaro, Romeu Zema não tem tido muito sucesso nas tratativas com o governo federal para vender recebíveis da Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais). Zema tentou pendurar o negócio no BNDES, mas não conseguiu. Agora, o alvo é o Banco do Brasil. Também vai ser difícil. Os créditos da Codemig são lastreados na venda de nióbio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), dos Moreira Salles, que paga royalties para a estatal. Procurado, o governo de Minas Gerais informou que “mantém a intenção de disponibilizar para venda parte da Codemig ao Governo Federal”.

#Codemig #Jair Bolsonaro #Romeu Zema

Será o Benedito?

24/06/2020
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O governador Ibaneis Rocha faz campanha junto a Jair Bolsonaro pela indicação do ministro do STJ, Benedito Gonçalves, para o STF. Pontos pró -Benedito sob a ótica bolsonarista: foi delegado de polícia e autorizou a operação da PF contra Wilson Witzel; pontos contra: foi indicado para o STJ no governo de Lula e esteve cotado para o STF na gestão Dilma.

#Ibaneis Rocha #Jair Bolsonaro #STJ

Super Damares

24/06/2020
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Em conversas com líderes do Centrão, Jair Bolsonaro voltou a falar na fusão dos Ministérios da Cidadania e da Família – projeto que  chegou a ser cogitado no ano passado. A Pasta ficaria a cargo de Damares Alves. A questão é o que fazer com Onyx Lorenzoni, titular da Pasta da Cidadania.

#Damares Alves #Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

Dirceu deixa “quarentena” e se une à Frente Ampla

19/06/2020
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Acabou o confinamento da esquerda. José Dirceu vai se unir à “Frente Ampla pela Democracia”. Dirceu fez chegar às lideranças políticas que estão à frente do movimento a sua disposição de participar das articulações para – sejamos honestos – precipitar o despejo de Jair Bolsonaro da Presidência. A mexida de Dirceu é um movimento político calculado.

Ele se apresentará como um cidadão combativo pela democracia e não como dirigente do PT. Com essa dubiedade, pretende criar uma saída para as inevitáveis narrativas de que rachou com Lula ou está cindindo o PT. O truque é o seguinte: o “comandante” representa si próprio nas conversas suprapartidárias. Mas, ainda que subliminarmente, continua representando também o partido. A posição do PT é a de seguir isolado na oposição ao governo.

Dirceu, não é de hoje, não concorda com esse “pensamento único”. Tem atirado aqui e acolá flechas com endereço certo. Em recente entrevista, por exemplo, declarou que “temos de constituir uma frente das esquerdas para lutar contra Bolsonaro e para ser alternativa ao Brasil”. Como diria o mestre Eliezer Batista, “seja como for, tudo tem que acabar com bom humor”. O engajamento de José Dirceu nas conversas já pontificadas por Fernando Henrique Cardoso, Marina Silva e Ciro Gomes criaria uma curiosa aliança: um ex-presidente aristocrata, uma ex-seringueira, um “cangaceiro” extremante preparado e um ex-guerrilheiro juntos contra Bolsonaro.

#Ciro Gomes #Jair Bolsonaro #José Dirceu #Marina Silva #PT

Enviado especial

19/06/2020
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Depois de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni é o mais assíduo interlocutor do governo com o PGR Augusto Aras. No fundo, dá no mesmo.

#Augusto Ara #Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni #PGR

Segredos de polichinelo

19/06/2020
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  •  Que diachos levam um presidente da República, no meio da pandemia, a se preocupar com direitos de transmissão de futebol?

  • Quem será mais prejudicado pela atitude de Jair Bolsonaro?

  • Qual clube tem batido de frente com o grupo detentor dos direitos?

  •  Que Ministério acabou de ser criado e colocado no colo do genro de um empresário da mídia?

  • Que dirigente esteve com Bolsonaro na véspera da edição da MP?

#futebol #Jair Bolsonaro

O pragmatismo de Mourão rumo à Presidência

18/06/2020
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O general Hamilton Mourão não é mais o mesmo. Ou, ao menos, não está mais o mesmo. Nas últimas semanas, Mourão assumiu uma postura mais engajada de apoio a Jair Bolsonaro, em contraste com o distanciamento quase asséptico que vinha mantendo em relação ao presidente da República. O artigo publicado pelo vice-presidente no Estado de S. Paulo, no dia 3 de junho, pode ser visto como um ponto demarcatório dessa mudança pragmática de comportamento.

No texto, o general classificou os manifestantes que oram às ruas contra o governo e em defesa da democracia de “delinquentes ligados ao extremismo internacional” e “baderneiros que devem ser conduzidos debaixo da vara às barras da lei”. O general pode até ter feito uma revisão autocrítica do seu posicionamento. Mas, essa não parece ser a hipótese mais provável. Não faltariam razões para a guinada e o alinhamento circunstancial de Mourão a Bolsonaro, a começar pelo risco TSE. Juristas em torno do general já teriam identificado que é praticamente desprezível a possibilidade de cisão da chapa no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral.

Essa hipótese chegou a ser aventada: por terem disputado a eleição por partidos diferentes – respectivamente PSL e PRTB -, as contas de campanha do presidente e do vice seriam analisadas separadamente. No entanto, essa linha de condução do julgamento perdeu força. O entendimento é que a chapa como um todo teria se beneficiado de eventuais ataques cibernéticos a adversários. Ou seja: se Bolsonaro cair, Mourão cai junto. Portanto, ao defender o presidente de forma mais contundente, o general está defendendo a si próprio. Mais do que isso, estaria defendendo a si próprio em um ponto futuro – e talvez não muito distante – como a solução mais factível para a crise institucional no caso de impedimento do presidente da República.

A matemática é “simples”: a cassação da chapa no TSE seria game over para os dois; já o impeachment é pessoal e intransferível. Mourão tem a convicção de que o Exército não participará de qualquer movimento de ruptura institucional, independentemente do matiz que pudesse ter. Por motivos óbvios, se há um quesito em que o feeling de Mourão faz diferença é justamente em relação aos passos das Forças Armadas. Na atual conjuntura, antever para onde os militares marcham é um ativo dos mais valiosos. Desde o início do governo Bolsonaro, o vice-presidente mudou de comportamento pelo menos meia dúzia de vezes, alternando-se entre um posicionamento mais flexível e a sua tradicional conduta linha dura. Agora, haveria um motivo inconteste para o pragmatismo do general: Mourão quer ser presidente.

#Forças Armadas #Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Tribunal Superior Eleitoral

O jogo é de campeonato

18/06/2020
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A reação do deputado Marcelo Aro, que rebateu Jair Bolsonaro nas redes sociais e disse que presidente não queria dar mais do que R$ 200 de benefício aos trabalhadores informais, calou fundo na CBF. Aro é diretor de Relações Institucionais da Confederação. Tudo o que o presidente da CBF, Rogério Caboclo, menos quer é levar essa contenda para dentro da entidade. Se precisar, joga o parlamentar para escanteio, apesar dos serviços prestados.

#CBF #Jair Bolsonaro

Conta-pandemia

17/06/2020
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Os grandes grupos de shopping centers do país discutem o lançamento de uma campanha para dar visibilidade às perdas sofridas desde o início da quarentena. O objetivo principal é constranger governadores e prefeitos, mesmo nas regiões em que os shoppings já reabriram. Jair Bolsonaro agradece.

#Jair Bolsonaro #Shopping Center

A inflamável Funai de Bolsonaro

16/06/2020
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ONGs da área indígena e técnicos da Funai estão apreensivos com o aumento da tensão entre os líderes da tribo Waimiri Atroari, em Roraima. Nas últimas semanas, caminhões com Gás Natural Liquefeito passaram a trafegar dentro dos limites da reserva. A circulação dos veículos – bombas ambulantes carregadas com centenas de litros de combustível – teria sido autorizada pela própria direção da Funai. Entre os indigenistas, há o temor de eventuais reações mais violentas por parte dos nativos. Há alguns anos, os Waimiri Atroari conseguiram brecar que o traçado da linha de transmissão Manaus-Boa Vista atravessasse a aldeia por questões de segurança e de ordem ambiental. Mas, como se sabe, índio e meio ambiente estão longe de serem prioridades do governo Bolsonaro.

#Funai #Jair Bolsonaro

Olavo de Carvalho

16/06/2020
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Um grupo de procuradores da República pressiona Augusto Aras a abrir procedimento para apurar o teor dos recentes ataques de Olavo de Carvalho a Jair Bolsonaro nas redes sociais. Essa ala do MPF defende que o filósofo seja ouvido para explicar o que sabe e eventualmente seria capaz de derrubar o governo, como ameaçou. Até parece que Aras vai mexer nesse assunto.

#Augusto Aras #Jair Bolsonaro #MPF #Olavo de Carvalho

“Cara a cara”

16/06/2020
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Jair Bolsonaro deverá convocar os governadores para uma nova reunião virtual nesta semana. Será o primeiro “encontro” com Wilson Witzel após a operação da Polícia Federal contra o governador, festejada pelo próprio Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Wilson Witzel

Zema recebe apoio a conta-gotas

16/06/2020
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O alinhamento entre Romeu Zema e Jair Bolsonaro começa a render dividendos para Minas Gerais. O governo federal comprometeu -se em repassar ao estado recursos para a construção da Linha 2 do metrô de BH. O dinheiro virá do acordo entre a AGU e a VLI Logística, que aceitou pagar uma indenização de R$ 1,2 bilhão para encerrar quatro processos movidos pela União contra a Ferrovia
Centro-Atlântica, sua controlada. Não é nada para Zema se animar muito. Estima-se que menos de um terço desse valor será transferido aos cofres mineiros. Além disso, vai ser na base do pinga-pinga, uma vez que a VLI terá 60 meses para pagar indenização. De janeiro até aqui, a empresa desembolsou R$ 135 milhões.

#Jair Bolsonaro #Romeu Zema

Empurrãozinho divino

15/06/2020
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O pastor Silas Malafaia conta com a intervenção de Jair Bolsonaro junto à Polícia Federal para acelerar as investigações sobre o vazamento de seus dados pessoais. Endereços e números de cartões de crédito do líder religioso foram expostos na internet, supostamente pelo grupo internacional de hackers Anonymous. A julgar pela reunião ministerial de 22 de abril, Malafaia não vai esperar muito: familiares e amigos são prioridade na PF de Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Polícia Federal #Silas Malafaia

A mídia não está só no enfrentamento a Bolsonaro

15/06/2020
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Se havia dúvidas de que existe uma insustentabilidade de convivência entre os chefões da mídia e o presidente da República, Jair Bolsonaro, elas estão se dissipando com brevidade. Há uma escalada no nível de agressividade entre as partes. Os veículos do Grupo Folha, Estado de S. Paulo e Globo reagem ao adversário em seus noticiários, contra-atacando o governo.

Os editoriais e os títulos da Folha e do Estadão e a cobertura veemente da Globonews não deixam dúvida em relação à litigância. O pool de veículos de comunicação – exclusos a Record e SBT, aliados e beneficiados por Bolsonaro –, criado em função do descrédito dos números oficiais da pandemia, é mais um exemplo da dificuldade de convivência entre a mídia e o governo. A Globonews promoveu um webinar estimulando uma aliança de oposição – Ciro Gomes, FHC e Marina Silva.

Só faltou os políticos assinarem um acordo de frente ampla durante a transmissão. A imprensa está fazendo, ao mesmo tempo, jornalismo e a luta política. Jair Bolsonaro dá provas recorrentes de que pretende a terra arrasada. A criação do Ministério da Comunicação,  tendo como ministro nomeado o deputado federal Fábio Faria, genro do apresentador e empresário do Grupo SBT, Sílvio Santos, é, no mínimo, uma provocação. O RR aposta que as empresas de mídia não estão isoladas no seu bunker setorial.

Os chefões da comunicação conversam permanentemente entre si. O tema é um só: o que fazer com Bolsonaro? O RR tratou recentemente das articulações das elites – ver edição do último dia 9. Mas não confundam elites com mercado. O mercado não tem vergonha de ser conduzido por um beócio grosseirão. Para as elites, os episódios protagonizados pelo presidente em parcos um ano e alguns meses de gestão enojam. A reunião do dia 22 de abril foi o muro de Berlim. Mais dois anos e pouco, Bolsonaro terá emporcalhado o país. Duvida-se que isso vá sair tão barato para o presidente.

#Globonews #Grupo SBT #Jair Bolsonaro #Ministério da Comunicação

Interferência dos Bolsonaro na Imbel entra na mira do MPF

12/06/2020
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Caiu no colo do Ministério Público Federal mais um forte indício de intervenção do presidente Jair Bolsonaro e de seu filho Eduardo Bolsonaro no Exército: a iminente associação entre a estatal Imbel e a Sig Sauer, fabricante de armas de origem suíça – informação antecipada pelo RR na edição da última segunda-feira e confirmada pela Folha de S. Paulo no dia seguinte. Trata-se do segundo caso de suspeição de interferência do clã Bolsonaro na corporação no intervalo de apenas dois meses. Em abril, a procuradora Raquel Branquinho enviou representação à Procuradoria da República do Distrito Federal apontando que o presidente violou a Constituição ao determinar a revogação de três portarias do Comando Logístico do Exército (Colog) sobre o rastreamento de armas e munição.

Consultado, o MPF informou que, até o momento, não encontrou em seus sistemas nenhum procedimento referente ao caso da Imbel. Em relação às portarias do Colog, o órgão confirmou que a representação da procuradora Raquel Branquinho deu origem a Ação Civil Pública na 14a Vara Cível da Justiça Federal no DF. No caso da Sig Sauer, a trilha que leva aos Bolsonaro é visível. Eduardo trabalha a céu aberto pela entrada da empresa no país – vide suas postagens nas redes sociais. Um dos desafios do Ministério Público é descobrir onde termina Jair e começa Eduardo. Ou vice-versa.

Está cada vez difícil discernir o que é uma determinação do comandante em chefe das Forças Armadas ou uma interferência indireta do seu filho em assuntos relacionados ao Exército. No caso da controversa revogação das portarias, formalmente ela só poderia ter sido solicitada pelo presidente da República. Mas, no Exército, todos sabem que a reviravolta foi uma gestão de Eduardo junto ao pai. O “03” usa um duplo chapéu, de lobista e de filho do presidente, confundindo os papéis e a ordenança do próprio Bolsonaro.

Não por acaso, há um incômodo no Exército com as seguidas ingerências de Eduardo em temas referentes à corporação. Entre os próprios militares, o deputado é comparado à figura de Bob Sanford, o megalobista das armas nos Estados Unidos – com a importante diferença, a favor do norte-americano, de que seu pai jamais foi presidente. Essa intromissão de Eduardo tem deixado marcas difíceis de serem apagadas. O caso da revogação das portarias sobre o rastreamento de armas custou a exoneração do general de Brigada Eugênio Pacelli Vieira Mota, então diretor de Fiscalização de Produtos controlados do Exército e responsável pela elaboração das normas posteriormente anuladas por determinação do presidente Bolsonaro.

#Eduardo Bolsonaro #Exército #Imbel #Jair Bolsonaro #Sig Sauer

Nordeste or not Nordeste, eis a questão

12/06/2020
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O Palácio do Planalto avalia os prós e contras da ida de Jair Bolsonaro à inauguração da nova fase da transposição do São Francisco, no próximo dia 20, no Ceará. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, é a principal voz no governo favorável à viagem. Muy amigo! A contraindicação é a presença de Bolsonaro, em meio à pandemia, na região onde ele tradicionalmente amarga os piores índices de popularidade. Ainda que a situação tenha melhorado um tiquinho nas últimas semanas. Segundo a mais recente pesquisa da XP, no fim de maio, a reprovação a Bolsonaro no Nordeste caiu três pontos percentuais, declínio atribuído à concessão do benefício emergencial de R$ 600.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Weintraub reserva um mimo para o mestre Olavo

10/06/2020
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O filósofo Olavo de Carvalho, que vem choramingando nas redes sociais a falta de dinheiro para viver, ganhou um presentão do seu discípulo e ministro da Educação, Abraham Weintraub. Recebeu informalmente a “encomenda” de escrever um “livro didático” para os alunos do ensino médio da rede de escolas públicas. A fonte do RR é um “olavete”. Vindo de Olavo, a brochura tem tudo para ser uma cartilha de catequese, um opúsculo de formação política voltado a fazer a cabeça de jovens futuros extremo-direitistas.

O presente de Weintraub deverá render ao filósofo, por baixo, dezenas de milhares de reais. A unidade das publicações compradas pelo Ministério da Educação gira em torno de R$ 7,00, na média. Como a ordem de grandeza das aquisições chega à centena de milhares de unidades, Olavo vai fazer uma bolada. Os livros didáticos são de responsabilidade do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), mas quem os seleciona é o Ministério da Educação, o que já é meio caminho andado para a aprovação antecipada da obra do guru da Virgínia.

Olavo tem até outubro para escrever seu pequeno tratado doutrinário. Isso porque os livros chegam às escolas entre outubro do ano anterior ao atendimento e o início do ano letivo. O que chama a atenção nessa história é o esculacho que Olavo deu em Jair Bolsonaro nas redes sociais no último fim de semana, com direito a termos chulos a torto e a direito. Estranha-se o ataque do filósofo a Bolsonaro. Não combina com a prebenda que está por receber. Há versões para o episódio. Uma delas é que Weintraub tocou a “operação livro escolar” por contra própria. Outra é que as barbaridades ditas pelo filósofo foram combinadas com o clã Bolsonaro, através de Eduardo, com o objetivo de afastar a associação extrema de Olavo com a família.

Finalmente, é que palavrões e grosserias são parte do “novo normal”, do qual são adeptos incondicionais os Bolsonaro e seus asseclas. Quem assistiu à reunião ministerial do dia 22 de abril sabe bem o que significa isso. O RR fez seguidas tentativas de contato por e-mail com Olavo de Carvalho – a última delas, às 20h29 de ontem -, mas não obte- ve retorno até o fechamento desta edição. Consultado pela newsletter, o Ministério da Educação assegurou que a avaliação de livros didáticos não leva em consideração aspectos doutrinários.

A Pasta informou que esse processo observa “pluralismo de ideias e concepções pedagógicas”. Segundo o Ministério, a escolha “é realizada por meio de comissão técnica especializada nomeada pelo ministro da Educação”. Perguntado especificamente se o próprio ministro Abraham Weintraub tem participação direta nessa seleção, a Pasta não se pronunciou. O RR perguntou também se o Ministério veria algum problema em adotar como material didático um livro de autoria de Olavo de Carvalho. Sem mencionar o nome do autor, o MEC afirmou que “a avaliação realizada pelas equipes é feita de forma descaracterizada, sem identificação de aspectos como autoria ou a editora.”

#Abraham Weintraub #Jair Bolsonaro #Ministério da Educação #Olavo de Carvalho

Uma República atrás das grades

10/06/2020
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Aviso aos organizadores de manifestações em frente ao Palácio do Planalto: a Presidência da República abriu licitação para a compra de 40 quilômetros de gradis de ferro. O martelo será batido no próximo dia 19. Para se ter ideia do que o volume representa, na posse de Jair Bolsonaro foram 32 km de barreiras em toda a Esplanada dos Ministérios. No “Fla-Flu” das ruas, a ver se a fortaleza de gradis valerá tanto para “rubro-negros” quanto “tricolores”.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Ministério da Segurança Particular?

9/06/2020
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A possibilidade de recriação do Ministério da Segurança Pública, mencionada por Jair Bolsonaro na semana passada, esconde segundas intenções. O presidente teria consultado o procurador-geral da República, Augusto Aras, sobre a viabilidade jurídica de nomear o delegado Alexandre Ramagem para a Pasta. Pode até se tratar de mais um blefe, o próximo balão de ensaio a ser lançado por Bolsonaro. O fato é que a nomeação seria uma vendetta sob medida do presidente contra o STF, que vetou a indicação de Ramagem para a direção da Polícia Federal. Uma vez à frente da Segurança Pública, o delegado passaria a ter sob seu comando a PF, que seria automaticamente transferida da Justiça para o novo Ministério, assim como a Polícia Rodoviária Federal. Este, inclusive, era o modelo da Pasta de Segurança Pública no governo Temer.

#Augusto Aras #Jair Bolsonaro #PF

Prêmio de consolação

9/06/2020
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Além do pedido de ajuda ao presidente Jair Bolsonaro contra as cotas impostas pelos Estados Unidos – como se Donald Trump o escutasse – os siderurgistas brasileiros reivindicam ao governo a elevação das alíquotas de importação para o aço chinês. Em 2019, a entrada do produto no Brasil subiu 35%.

 

#Donald Trump #Jair Bolsonaro

A volta dos que não foram

9/06/2020
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Existem condições razoáveis para a deposição democrática do presidente da República, Jair Bolsonaro. Colabora para isso um minúsculo estamento da sociedade civil, que é sócio atuante em todas as deposições dos mandatários da Nação. Atende por “elites”, nome que pode representar uma miríade de outras coisas. Estamos falando de um contingente rico, inteligente, financiador de políticos, sofisticado, com relações permanentes entre si, articulações internacionais, interlocução com o alto oficialato e que se sente extremamente à vontade com diplomatas e juízes do Supremo.

Um pequeno grupo que, enquanto políticos e presidentes passam, eles permanecem. O leitor sabe de quem o RR está falando. Há informações seguras, e essa newsletter já tratou do assunto anteriormente, de que as elites passaram a conversar, como sempre fez quando incomodada institucionalmente, no seu ego, no seu “soft” power. Essa alta roda tem trocado prosa com uma intensidade crescente nas últimas três semanas. Os plutocratas estariam considerando que carregar o custo Bolsonaro até 2022 é, digamos assim, inaceitável.

Essas pessoas de fino trato, que poderiam ser apresentadas de forma simplificada como não mais que donos da mídia, alguns banqueiros, dois ou três executivos de multinacionais, dois representantes de sociedade de classe e políticos que conjugam sabedoria e elegância, são transversais aos Poderes. Todos estão assustados com a fragilidade institucional da Nação e com vergonha da imagem do país no exterior, irritados com a perda de dinheiro dos seus negócios, temendo pelo caos social e até se cansando do excesso de ativismo ultraliberal. As elites depuseram João Goulart, Fernando Collor, Dilma Rousseff, e quem sabe agora aumentem sua lista.

O RR não está se referindo ao PT, Lula, FHC, Ciro Gomes, sindicatos, MST, estudantes e outros grupos visíveis no contexto da luta política, mas, sim, a quem faz os fatos acontecerem como árbitros ocultos do sistema. Eles estão conversando, é o que pode ser dito. E esqueçam a palavra golpe. As ferramentas são o celular e ordens de pagamento robustas, além de network e favores a serem cobrados. Fica o registro dos acontecimentos, o que não quer dizer que consequências maiores venham a acontecer. Quer dizer apenas que as elites entraram no jogo.

#Dilma Rousseff #Fernando Collor #Jair Bolsonaro

No reino das fake news

8/06/2020
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Acusado pelo Supremo de ser um dos financiadores de uma rede de fake news pró-Bolsonaro, o empresário Otavio Fakhoury é conhecido entre os amigos por rasgar elogios ao “guru” Olavo de Carvalho. Fakhoury “descobriu” e se encantou com Olavo precisamente em 14 de outubro de 2017, em uma teleconferência com o oráculo da Virgínia e o analista político norte-americano Jeffrey Nyquist. Na ocasião, o empresário serviu de intérprete para o então pré-pré-candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho

Medicina de família

5/06/2020
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O Ministério da Saúde vai consultar a OMS sobre a possibilidade de enviar uma equipe técnica para acompanhar os novos testes com hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19 que serão feitos pela entidade. A julgar pela obsessão de Jair Bolsonaro com o medicamento, periga mandar um dos rebentos na comitiva.

#Covid-19 #Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde #OMS

Coronavírus

5/06/2020
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Em meio aos embates entre Jair Bolsonaro e o STF, Augusto Aras tem outro motivo de preocupação. O secretário-geral do MPF, o
subprocurador Eitel Santiago, testou positivo para o novo coronavírus. Ele está internado em um hospital de Brasília. Aras já foi aconselhado a fazer o exame. Eitel é presença assídua no seu gabinete.

#Augusto Aras #Jair Bolsonaro #STF

Higienização preventiva

5/06/2020
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Luciano Huck tem sido aconselhado por interlocutores da política a esperar a poeira baixar e vender sua participação no Madero. O investimento pode vir a ser um “passivo” desnecessário – quem sabe? – em 2022. Aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro, o fundador da rede de restaurantes, Junior Dursk, é um crítico da quarentena, já minimizou as mortes da pandemia e cortou 600 funcionários após prometer que não faria demissões.

#Jair Bolsonaro #Junior Dursk #Luciano Huck #Madero

Novas trocas na PF

4/06/2020
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Na Polícia Federal, corre a informação de que o diretor-geral Rolando Alexandre de Souza vai promover uma dança das cadeiras nas representações da corporação no exterior, especialmente em países da América do Sul. São cargos estratégicos, notadamente no que diz respeito a investigações contra o crime organizado e lavagem de dinheiro. Não consta que o presidente Jair Bolsonaro tenha interferido nessa questão. Ao menos nessa questão.

#Jair Bolsonaro #Polícia Federal

Acervo RR

Deep throat

4/06/2020
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Em conversas reservadas com ministros do Palácio no último fim de semana, Jair Bolsonaro acusou, aos brados, o ministro Celso de Mello de ter sido ele próprio o responsável por vazar a mensagem de WhatsApp em que comparava o Brasil de hoje à Alemanha nazista.

#Celso de Mello #Jair Bolsonaro

Deep throat

4/06/2020
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Em conversas reservadas com ministros do Palácio no último fim de semana, Jair Bolsonaro acusou, aos brados, o ministro Celso de Mello de ter sido ele próprio o responsável por vazar a mensagem de WhatsApp em que comparava o Brasil de hoje à Alemanha nazista.

#Celso de Mello #Jair Bolsonaro

O outro Weintraub

4/06/2020
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É cada vez mais difícil a convivência entre os generais do Palácio do Planalto e Arthur Weintraub, irmão de Abraham Weintraub e assessor especial de Jair Bolsonaro. Comparado a Arthur, às vezes o ministro da Educação é tido até como um sujeito moderado.

#Abraham Weintraub #Arthur Weintraub #Jair Bolsonaro

General Mourão poderá ser o pacificador do país

3/06/2020
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Conspirações normalmente não morrem como segredo tumular. Mas, demora até que deixem de ser articulações no escuro e acabem expostas à luz do sol. O RR apurou que um grupo representativo de empresários paulistas e cardeais políticos de centro e centro esquerda, também de São Paulo, conspiram no silêncio dos horários noturnos. O maior entusiasta da articulação, na área política, é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – aliás, não é de hoje. São as elites pró-impeachment.

Para o grupo, só há uma saída razoável: o vice-presidente Hamilton Mourão. Nas atuais circunstâncias, seus atributos vêm muito a calhar. O general é um dos principais interlocutores palacianos junto às Forças Armadas. Mourão é quase um sócio honorário do Alto-Comando do Exército e, hoje, a única autoridade do governo que pode dizer, com todas as letras, “Não “vai ter golpe”, protagonizando a manchete do jornal mais prestigiado junto aos empresários do país.

O comandante em chefe das Forças Armadas, Jair Bolsonaro, não pode tranquilizar a população quanto à hipótese de intervenção militar. Se falar, perde o trunfo do blefe. A alusão ao golpe é a carta na manga de Bolsonaro contra o impeachment. O presidente dá sinais de que namora um autogolpe, que poderia ser tramado sob a forma de um estado de sítio – ver RR edição de 20 de maio. Não se sabe o que o vice-presidente pensa a respeito dessa eventual solução. É provável que, no íntimo, diante do agravamento do cenário, o general Mourão considere que não há saída decorosa a não ser o impedimento do mandatário conforme o ditame constitucional.

No momento, as forças aliadas a favor do impeachment de Bolsonaro estão concentradas em desconstruir a tese da cassação da chapa. Ela impediria o desfecho do impedimento pela metade – sai Bolsonaro, fica Mourão. Mourão tem buscado se posicionar em áreas estratégicas. Pilota o relacionamento com a China e o Conselho da Amazônia. Bolsonaro se empenha no desrespeito às regras sanitárias, ao armamento da população e à criação de milícias.

Mourão emudece propositadamente quando ladeia Bolsonaro, gasta muita saliva com empresários e militares. Em uma reunião com parte representativa do PIB, teria dito que o impeachment não é a saída mais desejável e deve ser evitado, mas, em última instância, seria a menos traumática. A maior parte do empresariado que está se movimentando conhece o general de encontros reservados, promovidos desde a campanha. O RR testemunhou um deles, no dia 12 de novembro de 2018, quando o então vice-presidente eleito visitou o Instituto Aço Brasil, na Rua do Mercado, 11, no Centro do Rio, para uma reunião com lideranças do setor.

A julgar pela coalizão que começa a se formar, ninguém tem os requisitos de Mourão para ser o “general pacificador” e conter a secessão que se avizinha no país. Uma breve história para concluir: em meio a conversações foi ofertada ao vice-presidente a feitura de pesquisas de popularidade privadas, sem qualquer custo. Medições e métricas somente para seu uso pessoal.

Mourão teria dito que declinava da oferta por dois motivos: primeiro que essas coisas vazam e ele não aceita levar a pecha de golpista; segundo, ele só se apresentaria para servir ao Brasil se pudesse seguir os princípios rígidos morais que caracterizam sua formação como militar e alcançam o zênite quando o oficial atinge o posto mais alto da carreira. Hamilton Mourão é um general quatro estrelas, testado e conferido. Jair Bolsonaro é um capitão expulso do Exército. A democracia não tem culpa de serem abissais as diferenças.

#Forças Armadas #Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Bolsonaro ´s Boys

3/06/2020
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O mais novo “amigo de infância” dos Bolsonaro ´s Boys é o secretário da Pesca, Jorge Seif Junior. Não é à toa que Jair Bolsonaro pensa em transformar a Secretaria em Ministério.

#Jair Bolsonaro

“Guerra da secessão”

2/06/2020
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Há uma faísca de guerra federativa com a exigência do governo – leia-se Paulo Guedes – de que os governadores suspendam suas ações judiciais contra a União. Se os estados não dobrarem os joelhos, não recebem o socorro financeiro prometido em até 10 dias. Por enquanto, o dinheiro soa mais alto. Os governadores vão retirar os processos. Mas, as consultas para uma ação coletiva em um segundo round já começaram. A ideia é reapresentar, mas em bloco. Todas as iniciativas do governo Bolsonaro estão vinculadas a condicionalidades, desaforos e castigos. Não é possível que fique barato em sua gestão inteira.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Blindagem

2/06/2020
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Com Jair Bolsonaro e a PF nos seus calcanhares, Wilson Witzel também decidiu recorrer ao “Centrão”. Está oferecendo uma leva de cargos a deputados da Alerj, a começar pelo comando do Detran e da Turisrio.

#Jair Bolsonaro

Gritos e sussurros

1/06/2020
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Não foi apenas Jair Bolsonaro que visitou Augusto Aras de surpresa na semana passada. As portas do PGR também se abriram para uma conversa fora da agenda com Onyx Lorenzoni.

#Augusto Aras #Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni #PGR

“Tá dominado, tá tudo, dominado…”

1/06/2020
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A aprovação da MP 918, que reestrutura as funções da Polícia Federal, é vista por uma ala da corporação como uma faca de dois gumes. Se, por um lado, serve de calço para compensar a falta de um novo plano de carreiras e corrigir distorções salariais, por outro será um terreno fértil para o aparelhamento da instituição. O delegado Rolando Alexandre de Souza, comandante da PF, terá a possibilidade de preencher até 516 novos cargos de confiança. Em tempos de interferências de Jair Bolsonaro na corporação, pode ser um instrumento bastante útil.

O Centrão trabalha para detonar o projeto de lei 2167/2020, em tramitação na Câmara, que prevê a escolha do diretor-geral da Polícia Federal a partir de uma lista tríplice, elaborada pela própria corporação. A rigor, é quase um capricho. Como já ficou provado na escolha de Augusto Aras para a PGR, Jair Bolsonaro não dá a mínima para essas filigranas.

#Jair Bolsonaro #PGR #Polícia Federal

Algema de ouro

1/06/2020
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A decisão da Comissão de Ética da Presidência da República de impor a Luiz Henrique Mandetta uma quarentena remunerada por seis meses foi interpretada por seus aliados como uma camisa de força costurada sob medida para os interesses de Jair Bolsonaro. Impedido de atuar na iniciativa privada, como ele próprio chegou a cogitar, Mandetta terá uma vitrine a menos para aparecer no combate à pandemia.

#Jair Bolsonaro #Luiz Henrique Mandetta

Epidemia de denúncias contra Hang

29/05/2020
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Tempos difíceis para Luciano Hang, dono da Havan e investigado por supostamente financiar uma rede de fake news. Funcionários da rede varejista em Santa Catarina teriam encaminhado ao Ministério Público do Trabalho denúncias de que empregados do grupo de risco, notadamente pessoas com mais de 60 anos, seguiriam trabalhando mesmo com as determinações em contrário das autoridades de saúde. Consultada, a empresa informa que “não recebemos qualquer notificação ou temos notícia de supostas denúncias”. Cabe lembrar que algumas lojas da Havan foram fechadas por descumprir decretos de quarentena. Além disso, a rede varejista de Hang, um dos empresários mais próximos a Jair Bolsonaro, também encontrou um jeitinho de seguir na ativa: passou a vender arroz e feijão para caracterizar serviço essencial.

#Fake News #Havan #Jair Bolsonaro #Luciano Hang #Ministério Público do Trabalho

Pobre Getulio Vargas

29/05/2020
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Roberto Jefferson (PTB) tenta fazer a cabeça de Jair Bolsonaro pela recriação do Ministério do Trabalho. Ressalte-se que Cristiane Brasil, filha de Jefferson, foi indicada para Pasta no governo Temer. Só não assumiu a Pasta porque o STF barrou a nomeação.

#Jair Bolsonaro #PTB #STF

Conta outra

29/05/2020
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O MPF vai acionar à Justiça para que o governador Ibaneis Rocha aplique no presidente Jair Bolsonaro a multa prevista de R$ 2 mil para quem circula no Distrito Federal sem máscara. Tá bom…

#Ibaneis Rocha #Jair Bolsonaro #MPF

Um revés para o “Dr. Bolsonaro”

28/05/2020
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O Conselho Federal de Medicina (CFM) deverá rever nos próximos dias o parecer que emitiu em abril com critérios para a prescrição de cloroquina e de hidroxicloroquina para pacientes com coronavírus. Segundo informações filtradas pelo RR, a tendência é que o CFM recomende a suspensão do uso desses medicamentos independentemente do estágio da doença. A iminente mudança de posicionamento se deve à decisão da OMS, que decidiu interromper estudos e testes com a utilização das duas substâncias em infectados com a Covid-19. Caso se confirme, será uma derrota para o “epidemiologista” Jair Bolsonaro, que passou a usar o ato anterior do CFM como álibi em sua cruzada a favor da cloroquina.

#Covid-19 #hidroxicloroquina #Jair Bolsonaro

Crônica de um Brasil com sombrero

28/05/2020
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O Brasil, que já vislumbra o risco de um isolamento comercial devido à disparada dos casos de coronavírus e a ameaça de ser o propagador de uma segunda onda da doença no mundo, está ameaçado de sofrer também um lockout moral. O estouro de novas denúncias de relações promíscuas entre o Poder Público e o setor privado tende a aumentar a aversão internacional ao país. De certa forma, o Brasil parece marchar na direção de um processo de “mexicanização”, leia-se o acúmulo por anos e mais anos de casos de corrupção institucionalizada.

Os quatro últimos presidentes mexicanos foram ou são alvo de investigação por irregularidades. No caso do Brasil, é preciso fazer uma ressalva. O presidente Jair Bolsonaro tem mil e um problemas ao seu redor, mas não pesam sobre seus ombros denúncias de corrupção, ao contrário do que ocorreu nos governos petistas e na gestão de Michel Temer. Ainda assim, a comparação entre Brasil e México se aplica pelo “conjunto da obra”. O Índice de Percepção de Corrupção (IPC) da Transparência Internacional corrobora essa proximidade.

O Brasil ocupa o 106o lugar em um ranking de 180 nações – quanto mais baixa a posição maior a percepção de corrupção. Está a apenas 24 degraus do México, que ocupa o 130o posto na medição da Transparência Internacional. No “ranking” do Google, a distância entre os dos países é proporcionalmente ainda menor. No final da tarde de ontem, uma busca por “Corruption AND Brazil” exibia cerca de 73,7 milhões de resultados – contra 77,6 milhões para uma pesquisa por “Corruption AND Mexico”.

O Brasil é um país em permanente estado de busca e apreensão. Não obstante sua amplitude e impacto, a Lava Jato não foi um programa de Estado para o combate à corrupção, mas uma Operação, que teve suas virtudes e seus pecados. Os casos destampados nos últimos dias pelo Supremo Tribunal Federal e pela Polícia Federal mostram que o Brasil está se revelando um benchmarking de uma nova corrupção ou uma corrupção 3.0. Sob certo aspecto, saem os canteiros de obra e as malas de dinheiro e entram algoritmos e régias contribuições financeiras para impulsionamentos nas redes sociais.

#Covid-19 #Jair Bolsonaro #Lava Jato #Michel Temer

Paulo Guedes repete placebo do governo Dilma

27/05/2020
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Com ou sem pandemia, a desoneração da folha, prestes a ser prorrogada pela Câmara até dezembro de 2022, sempre foi uma obsessão de Paulo Guedes. No entanto, não obstante a lógica da proposta, não há qualquer garantia de que ela atingirá seu maior propósito: gerar empregos. Faltam contrapartidas para a concessão do benefício, leia-se a obrigatoriedade das empresas em expandir ou mesmo manter postos de trabalho.

Há dúvidas se os empregadores se valem da redução dos encargos para criar empregos ou aumentar suas margens de lucro. Portanto, é grande o risco de Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia repetirem o fracasso do governo Dilma. A então presidente adotou a desoneração da folha para 56 setores da economia – e não apenas 17, como agora -, com resultados pífios.

Nesse intervalo, de acordo com dados da Receita, a renúncia fiscal decorrente da medida foi da ordem de R$ 77,9 bilhões. Mas, segundo estudo do Ipea, não houve diferenças significativas, em termos de abertura de empregos, entre as empresas beneficiadas com o programa e aquelas que ficaram de fora. Fica a pergunta: por que Paulo Guedes não se concentra em estender o auxílio emergência, que é dinheiro na veia do consumidor e tem retorno de emprego assegurado?

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Coronavírus nos trending topics

27/05/2020
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Profissionais da área de saúde, notadamente do Rio de Janeiro, estão se mobilizando para promover um tuitaço com os nomes das vítimas do coronavírus em todo o país, em repúdio ao presidente Jair Bolsonaro e sua cruzada contra o isolamento social.

#Jair Bolsonaro

Jekill and Hyde

25/05/2020
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Jair Bolsonaro foi aconselhado por ministros palacianos a repetir a teleconferência com governadores uma vez por semana. A questão é que a sugestão lhe foi soprada logo após a pacífica e cordial reunião da última quarta-feira. Dois dias depois, veio a divulgação do vídeo em que o presidente mostra a sua natureza ao se referir aos governadores João Doria e Wilson Witzel.

#Jair Bolsonaro #João Doria #Wilson Witzel

Blindagem para o “01”

25/05/2020
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É muito pouco provável que o pedido de abertura de processo contra Flavio Bolsonaro no Conselho de Ética do Senado prospere. O clã Bolsonaro conta com o aliado Jayme Campos (DEM-MT), presidente do colegiado, para barrar a iniciativa. O argumento para a blindagem já está dado: a acusação de que a Polícia Federal vazou informações da Operação Furna da Onça para Flavio remete a um episódio anterior a sua eleição para o Senado.

#Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Brasil está ameaçado de isolamento internacional

22/05/2020
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O Brasil corre o risco de sofrer um lockout internacional. Há indícios de que o país poderá ser colocado em isolamento pelas grandes nações e blocos econômicos. Por isolamento entenda-se a adoção de medidas restritivas, tanto na circulação de pessoas quanto de mercadorias. A quarentena englobaria, entre outras punições, a suspensão de voos provenientes do Brasil, a proibição do tráfego marítimo e o bloqueio à entrada de produtos brasileiros em importantes mercados, como Estados Unidos, China e União Europeia. As sanções seriam uma resposta à perversa combinação da escalada de casos de coronavírus no país com a desconexa política externa do governo Bolsonaro.

Entre diplomatas e especialistas em comércio exterior, corre, inclusive, a versão de que a decisão de Roberto Azevedo de renunciar à direção da OMC teria sido motivada pela incapacidade de domar os desvarios do governo brasileiro na área de relações exteriores e pela iminência de sanções contra o país. Na comunidade internacional, há um entendimento de que o país está se consolidando como o novo epicentro do coronavírus, percepção acentuada pelo desgoverno do presidente Jair Bolsonaro na gestão da pandemia. Cresce o temor de que o Brasil possa vir a ser o irradiador de uma segunda onda de contaminação em países que já deixaram para trás o pico da curva, sobretudo na Europa e na Ásia.

A insistência de Bolsonaro em confrontar a ciência e contrariar protocolos globais tem sido vista como um fator de risco a mais. Um dos sinais de que o país pode enfrentar uma quarentena internacional veio do “aliado” Donald Trump. Na última terça-feira, o presidente dos Estados  Unidos citou a possibilidade de proibir o transporte aéreo de passageiros entre os dois países – “Não gostaria dessas pessoas vindo contaminar os americanos”. Se os países estão isolando o próprio povo, por que não iriam isolar o povo alheio? Outra evidência de um possível isolamento do Brasil partiu da China. Desde a semana passada circula a informação de que o governo chinês sugeriu ao seu parque industrial antecipar as compras de soja e formar estoques.

Em certa medida, a preocupação global em frear o ir e vir do coronavírus transforma o Brasil na nova China. Um exemplo: somente as exportações brasileiras de café movimentam por ano cerca de 120 mil contêineres. Não há um estudo científico definitivo sobre o risco ou não de contaminação com o manuseio desses equipamentos. Mas, é importante lembrar, que, no pico da pandemia na China, mais de um terço dos contêineres de todo o mundo ficou retido no país asiático pelo receio de que eles espalhassem o coronavírus pelo mundo. A mesma preocupação se aplica a produtos agrícolas. Por quanto tempo o coronavírus sobrevive em um grão de café ou de soja? Não se sabe. No caso do setor cafeeiro, a ameaça é ainda maior devido ao calendário agrícola.

O Brasil está no meio da colheita de café. São mais de 800 mil trabalhadores no setor, a maioria esmagadora oriunda dos estratos mais baixos de renda e exposta a condições sanitárias de risco. Em algumas regiões produtoras do país, a colheita ainda é majoritariamente humana, aumentando o risco de eventual contaminação do café. No Espírito Santo, por exemplo, mais de 70% dos grãos passam pelas mãos dos trabalhadores. Nesse contexto, outro ponto preocupante é o enfraquecimento do Brasil no grande jogo das relações internacionais.

O país tem perdido representatividade nos organismos multilaterais. Com a saída de Roberto Azevedo da OMC, a rigor, o Brasil tem apenas uma posição de liderança entre entidades do primeiro time: José Sette, na direção da Organização Internacional do Café. No ano passado, José Graziano deixou a FAO. Da mesma forma, praticamente toda a geração de diplomas que acompanhou Rubens Ricúpero na Unctad já se aposentou. Some-se a isso o fato de que o Itamaraty, hoje, sob o comando de Ernesto Araújo, se notabiliza mais pela defesa do presidente Bolsonaro do que por sua capacidade de fazer diplomacia.

#Covid-19 #Donald Trump #Jair Bolsonaro

Pesos e medidas

22/05/2020
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O PP, de Ciro Nogueira, quer assumir as rédeas do Inmetro. O partido teria indicado ao Palácio do Planalto dois nomes para o comando do instituto. Não custa lembrar que, no confuso pronunciamento que deu no dia da demissão de Sergio Moro, Jair Bolsonaro relatou um diálogo que teria tido com o seu ministro da Economia: “Paulo Guedes, eu vou implodir o Inmetro, porque o que eu descobri lá, nós não podemos deixar o povo sofrer dessa maneira”. Talvez o termo “implosão” já fosse uma referência à chegada do Centrão…

#Inmetro #Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Um blefe a mais?

22/05/2020
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Jair Bolsonaro fez chegar à cúpula da Associação Brasileira de Shoppings Centers a promessa de que em 30 dias o comércio estará aberto em todo o país. Só não explicou como passará por cima das restrições impostas por governadores e prefeitos.

#Jair Bolsonaro

“O Ministério da Justiça sou eu”

21/05/2020
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A pressão pela troca de cargos na Polícia Federal não foi a única interferência direta de Jair Bolsonaro na Pasta da Justiça. Segundo circula no próprio Ministério, o presidente da República também cobrava de Sergio Moro a demissão do então secretário de Operações Integradas, Rosalvo Ferreira Franco. Trata-se de uma área fulcral do Ministério, que centraliza operações policiais conjuntas entre as forças de segurança federais, como a própria PF, e estaduais. Delegado da Polícia Federal e próximo a Moro, Rosalvo foi um dos integrantes da “República de Curitiba”. Em 2016, chegou a ser acusado por um agente da própria PF de ter ordenado a instalação de escutas ilegais em celas de presos da Lava Jato em Curitiba. Ficou o dito pelo não dito.

#Jair Bolsonaro #Polícia Federal #Sérgio Moro

Mordida no orçamento do MPF

21/05/2020
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Em meio à investigação das acusações de Sergio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro, Augusto Aras trabalha para debelar um princípio de incêndio interna corporis. Os procuradores no Distrito Federal alegam ter direito a receber auxílio-alimentação retroativamente a 2004, o que representaria algumas dezenas de milhões de reais a mais não previstas no orçamento do MPF. Isso para falar não do risco do caso criar “jurisprudência” para outros estados. Aras já teria orientando o Conselho Nacional do Ministério Público a vetar a reivindicação.

#Augusto Aras #Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Bifásico

21/05/2020
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O Pastor Everaldo parece estar imune à guerra Bolsonaro x Witzel. “Criador” e aliado siderúrgico do governador do Rio, o líder do PSC negocia com o Palácio do Planalto cargos no segundo escalão.

#Jair Bolsonaro #PSC #Wilson Witzel

Estado de sítio pode ser o início da escalada do golpe

20/05/2020
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O script do golpe está pronto. Segundo o RR apurou, a Presidência da República retomou estudos e consultas em torno da possível decretação de estado de sítio no país. O assunto volta à mesa impulsionado pelo agravamento da crise institucional e os notórios anseios de Jair Bolsonaro de resolvê-la de forma radical. O dispositivo de exceção daria a Bolsonaro prerrogativas para suprimir poderes do Legislativo e do Judiciário e governar com um grau de absolutismo sem precedentes na história recente do país, como ele mesmo gosta de pontuar tendo as Forças Armadas ao lado – tudo, ressalte-se, respaldado pela Carta Magna.

De acordo com constitucionalistas ouvidos pelo RR, o presidente poderia, por exemplo, se sobrepor a estados e municípios e suspender de imediato a quarentena em todo o Brasil, no que seria um gesto bastante representativo das suas reais intenções. Consultada, por meio da Secom, a Presidência da República não se pronunciou. Entende-se o silêncio. Numa régua de hipóteses, o estado de sítio poderia servir “apenas” como uma didática demonstração de força de Bolsonaro, impondo uma derrota pontual e cirúrgica a governadores e prefeitos, ou ser a semente de um golpe escalonado.

Neste caso, a medida não seria um fim em si, mas um approach. Bolsonaro teria um instrumento para avançar sobre os demais Poderes e criar as condições para a estocada final, transformando o provisório em permanente, a exceção em regra. O estado de sítio, portanto, seria o primeiro degrau para a escalada do golpe. Desde 20 de março, o Brasil está sob estado de calamidade. Basicamente, este instrumento permite ao Executivo gastar mais do que o previsto, sem maiores desdobramentos institucionais. A Constituição prevê ainda o estado de defesa, que confere poderes adicionais à Presidência. Mas não há qualquer impedimento de que a “última instância”, o estado de sítio, seja empregada de forma direta, sem passar por esses dispositivos intermediários.

De com o artigo 137, o presidente da República deve solicitar o estado de sítio ao Congresso após consultar o Conselho de Defesa Nacional. Neste caso, Bolsonaro joga em casa. Além dele próprio, o Conselho é composto pelo vice-presidente, general Hamilton Mourão, pelo ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, além dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Completam o colegiado os ministros Ernesto Araújo, Paulo Guedes e André Mendonça e os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. Ou seja: à exceção dos “intrusos” Maia e Alcolumbre, Bolsonaro tem ampla maioria, o que lhe permitiria costurar o aval para o estado de sítio por dentro do Conselho. Uma recomendação do Conselho Nacional de Defesa a favor do instrumento de exceção criaria automaticamente um constrangimento sobre o Congresso.

Votar contra o estado de sítio seria não apenas negar um pedido da Presidência como também recusar uma orientação expressa das próprias Forças Armadas. Aí, sim, é que estariam dadas as condições para uma ruptura institucional. Ou seja: se correr, Bolsonaro pega; se ficar, Bolsonaro come. Em março, quando as intenções de Bolsonaro em relação ao estado de sítio atravessaram as paredes do Palácio do Planalto pela primeira vez e circularam no Congresso, a OAB emitiu um parecer classificando a possível proposta como inconstitucional. Há controvérsias. Constitucionalistas ouvidos pelo RR apontam que a pandemia se enquadra em uma das situações previstas no artigo 137 da Constituição para a adoção da medida: “Comoção grave de repercussão nacional”.

Ainda que seja por uma lógica inversa à de governadores, prefeitos, epidemiologistas, OMS etc. Sob a ótica bolsonarista, a crise econômica mata mais do que o coronavírus e pode, para além da pandemia, trazer uma onda de desemprego, miséria, aumento da criminalidade, saques, enfim, o caos social. Isso, sim, para Bolsonaro e os seus, seria “comoção grave”, mais até do que a Covid-19 e suas 18 mil mortes até o momento. Nesse contexto, o discurso mais agressivo de Paulo Guedes nos últimos dias, com a ameaça de condicionar suportes financeiros aos estados à retomada da atividade econômica, foi recebido por governadores como um indício de que Jair Bolsonaro decidiu caminhar de vez para a radicalização.

#Davi Alcolumbre #Forças Armadas #General Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia #Secom

Saúde em marcha

19/05/2020
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Independentemente do nome do novo ministro, o general Oswaldo Ferreira deve ser o próximo militar a desembarcar na Pasta da Saúde. O general Ferreira carrega a experiência de comandar a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), estatal que administra 40 hospitais universitários federais em todo o país.

Uma pequena amostra do jeito Bolsonaro de encarar a pandemia: na última quinta-feira, o presidente convocou às pressas um grupos de ministros e políticos da base aliada para fazer um “bate e volta” ao município de Floriano (PI), que liberou o uso da cloroquina para o tratamento da Covid-19. No espaço de não mais do que duas horas, o Palácio do Planalto confirmou e cancelou a viagem duas vezes. Mas não em definitivo. Bolsonaro ainda pretende visitar a “cidade-padrão” da saúde brasileira nesta semana.

#Covid-19 #Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde

Curitiba é Curitiba

19/05/2020
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A troca do superintendente da PF no Paraná é tratada por Jair Bolsonaro como um movimento duplamente estratégico: não apenas por se tratar do território de Sergio Moro, mas pelo fato de que a PF paranaense é responsável pela investigação de políticos sem foro privilegiado, a começar pelo ex-presidente Michel Temer. Trata-se de um “ativo” que não pode ser desprezado.

#Jair Bolsonaro #PF #Sérgio Moro

Saúde é a gota d ´água no copo cheio de Bolsonaro

18/05/2020
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A última sexta-feira foi o dia D da conspiração. Segundo o RR apurou em conversas reservadas, a demissão de Nelson Teich e todo o contexto que cercou sua saída do governo foram tratados pelos principais atores institucionais como o estouro da panela da pressão. Quando “todo o país” – palavras de um líder partidário – critica, indignado, o presidente, é um sinal de que algo está para acontecer.” Foi um dia de gritos e sussurros. A leitura é que o próprio Jair Bolsonaro está criando as condições para algum tipo de conflagração social e política – risco abordado pela newsletter na edição de 22 de abril (“Até quando a democracia resiste à estupidez?”).

Nas palavras de um senador, “alguma trava de contenção terá de ser acionada”. A saída de Teich foi um tiro no pé do governo Bolsonaro. Ela repercutiu muito mal junto ao próprio bloco de seguidores do presidente, sob certo aspecto gerando uma reação que nem mesmo as demissões de Luiz Henrique Mandetta e de Sergio Moro provocaram. Bolsonaristas de farda e civis discordaram da fritura de Teich, sobretudo pela alta dose de irresponsabilidade que envolve todo o processo. Se alguém ainda tinha alguma dúvida a respeito do comportamento de Bolsonaro, este episódio é um exemplo didático de que o presidente é incontrolável em seus desvarios. Trata-se do segundo ministro da Saúde que deixa o cargo em menos de um mês, em meio à pandemia, por conta das idiossincrasias de Bolsonaro.

De antemão, a segunda substituição já queimou a terceira: quem quer que entre no Ministério da Saúde já chegará desqualificado, previamente desmentido pelo presidente da República em assuntos científicos. Jair Bolsonaro terá de demonstrar um talento ainda maior para amainar o impacto da demissão de Teich e consequentemente conter o aumento da temperatura institucional. Até o momento, Bolsonaro tem sido razoavelmente bem sucedido na sua estratégia de atropelar, passar por cima, criar fatos e lançar mão de declarações que, por mais estapafúrdias que possam soar, são habitualmente reinterpretadas de forma positiva pelos seus.

Ocorre que, desta vez, até mesmos suas hostes sentiram o golpe, o que, inclusive, faz crescer a expectativa em torno da próxima pesquisa de popularidade. Há mais do que motivos para que as sondagens sejam antecipadas. Até porque, na atual circunstância, essa medição ganha ainda mais importância. O termômetro da aprovação ou – neste caso – da reprovação de Bolsonaro pode ser determinante para eventuais decisões e movimentos no tabuleiro da República.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde #Nelson Teich

Efeito colateral

18/05/2020
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Os desatinos de Jair Bolsonaro ameaçam provocar um desmonte no competente corpo técnico do Ministério da Saúde. Na última sexta-feira, em meio à demissão de Nelson Teich, o RH da Pasta registrou um movimento acima do usual. Segundo fonte da Pasta, mais de duas dezenas de servidores contataram o setor interessados em obter informações sobre licença-prêmio ou transferência para organismos internacionais da área de Saúde no exterior.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde #Nelson Teich

Coronabolso

18/05/2020
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Fala-se muito da preocupação do Exército com o “Coronabolso”. Natural! Mas, o incômodo maior, conforme fonte militar do RR, é na Força Aérea. Os brigadeiros acham humilhante o comportamento do presidente da República.

#Exército #Jair Bolsonaro

Parque de diversões

18/05/2020
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Acredite quem quiser! Jair Bolsonaro gostou de uma ideia que lhe foi soprada ao pé do ouvido por deputados da “bancada da bola”: realizar uma live com jogadores, à la Felipe Mello, para pressionar pela volta do futebol no Brasil.

#Jair Bolsonaro

“Imposto da distribuição de renda” é o trampolim para a reforma tributária

15/05/2020
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O governo prepara um pacote de medidas complementares ao primeiro lote de iniciativas de apoio aos setores econômicos mais fragilizados. Trata-se da fiação de uma renda delicada, que coloca no mesmo bordado assistência social, desajuste fiscal, Centrão, reeleição presidencial, divisão da equipe econômica, entre muitas outras costuras. Desponta neste museu de grandes novidades a ideia de estender a validade do auxílio por dois anos ou mesmo torná-lo de caráter permanente desde que vinculado a uma reforma tributária imediata.

O novo gravame – uma espécie de “Imposto da distribuição de renda” – poderia ser acrescido ao projeto de reforma que já se encontra na Câmara dos Deputados. Inicialmente, a ideia era criar um imposto destinado à desoneração das empresas. No imaginário da equipe econômica, alguma parcela do novo imposto distributivo pode-  ria ter a mesma finalidade. Com a pandemia, surgiu a necessidade de um maior auxílio direto ao cidadão. Outra ideia que corre em paralelo seria abolir o regime do Simples e tirar dessa rubrica os recursos para o auxílio permanente ou semi-permanente. Ocorre que o Simples tem sua bancada no Congresso, e sua extinção atingiria às pequenas e médias empresas.

O fato é que seria uma vitória enorme para o governo a aprovação da reforma tributária no Congresso em meio aos escombros da pandemia – o Centrão também serve para isso. Seria também um presente para Jair Bolsonaro, embrulhado com fita de seda. A medida tem dois gumes: de um lado, injeta dignidade na vida dos brasileiros; de outro, inaugura o portfólio master class da campanha eleitoral do presidente. Outras ações do segundo pacote estão ligadas à transmissão do crédito, que não está chegando na ponta do tomador.

É preciso criar condicionalidades, estímulos e imposições para que o dinheiro seja acessível às empresas, livre do darwinismo determinado pelo setor bancário. Pode ser que na fase II, a expressiva queda da taxa básica de juros se reflita com maior intensidade no custo dos empréstimos. Por ora, foram dadas as condições para o aumento da liquidez no ambiente de negócios. Mas a combinação da pandemia com a tradicional inércia do crédito bancário tem dificultado muito o acesso das empresas aos recursos que são soprados pelo governo em direção ao mercado financeiro.

#Câmara dos Deputados #Jair Bolsonaro

De fora para dentro

15/05/2020
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Após as duras declarações contra Jair Bolsonaro na CNN americana, Luiz Henrique Mandetta deverá repetir a dose na imprensa europeia – El País e Le Figaro estão na fila.

#CNN #Jair Bolsonaro #Luiz Henrique Mandetta

Impeachment?

15/05/2020
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O general Hamilton Mourão se sente constrangido nas conversas com o presidente Jair Bolsonaro sobre impeachment. É menos falante do que o habitual.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Ministro da Saúde de bolso

15/05/2020
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O deputado Osmar Terra costuma municiar o presidente Jair Bolsonaro, dia sim e outro também, com informações de procedência duvidosa, retiradas em sua maioria da internet, questionando a eficácia da quarentena no combate à Covid-19. Por essas e outras, é que a sombra de Terra paira sobre Nelson Teich.

#Covid-19 #Jair Bolsonaro #Nelson Teich

Um amigo em território inimigo

14/05/2020
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Jair Bolsonaro tem defendido a candidatura do deputado Helio Lopes, o inseparável “Helio Negão”, à Prefeitura do Rio. O principal senão é colocar azeitona na empada do PSL. Ao contrário de boa parte dos bolsonaristas, “Negão” decidiu permanecer no partido. O prazo para mudar de sigla se encerrou em 4 de abril.

#Helio Lopes #Jair Bolsonaro #PSL

Veto do veto

14/05/2020
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O veto de Jair Bolsonaro ao dispositivo da lei de socorro a estados e municípios que permite o reajuste de servidores públicos corre risco no Congresso. Nas contas do Palácio do Planalto, neste momento, o governo não teria votos suficientes para confirmar os vetos no plenário da Câmara. Menos mal que o Centrão está chegando.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Blockchain

13/05/2020
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A Advocacia Geral da União já trabalha em um recurso a ser encaminhado ao STF defendendo a manutenção do sigilo do cartão corporativo não apenas da Presidência da República, mas também dos Ministérios. O MBL entrou com uma ação na Suprema Corte pedindo a divulgação dos gastos do presidente Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #MBL

Militares do Palácio e olavistas têm um duelo marcado

12/05/2020
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A área de educação é o pano de fundo de uma disputa emblemática da atual estrutura de poder no Brasil: de um lado, os militares palacianos; do outro, Olavo de Carvalho e os filhos do presidente Jair Bolsonaro. Segundo fonte do RR, os dois grupos travam um duelo por espaço no Conselho Nacional de Educação (CNE), que tem um papel importante na condução do ensino no país. No fim de junho, 12 cadeiras ficarão vagas com o término dos mandatos dos respectivos conselheiros – sete na Câmara de Ensino Básico e cinco na Câmara de Ensino Superior.

Será a primeira leva de nomeações do governo Bolsonaro para o Conselho. Nada mais natural que atice a competição entre os dois grupos de poder mais próximos do presidente da República. O que está em jogo não é apenas a maior influência sobre a elaboração de policies para a Educação. Por trás, há uma disputa entre militares lotados no Palácio e olavistas por terreno dentro do governo.  Em sua maioria, as vagas no Conselho são habitualmente ocupadas por representantes de entidades civis, a exemplo da Academia Brasileira de Ciências, ABL, UNE etc.

A priori, o critério será mantido em sua essência, ainda que não necessariamente em escala. É dado como favas contadas dentro do Palácio do Planalto que tanto os militares quanto os olavistas serão contemplados. A questão é a parcela que caberá a cada um. No que depender de Carlos, Eduardo e Flavio Bolsonaro, Olavo levaria ao menos duas cadeiras. Pode parecer pouco, mas, como já se viu, o “oráculo da Virgínia” costuma fazer do grão um pão. Não custa lembrar que a área de educação é um dos principais clusters de Olavo no governo, incluindo a indicação de Abraham Weintraub. Ocorre que, nos últimos tempos, os militares do Palácio têm conquistado cada vez mais prestígio e influência. Com o perdão do Centrão, talvez sejam hoje os principais preenchedores de cargos no governo.

#Forças Armadas #Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho

Agenda fora de hora

12/05/2020
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Jair Bolsonaro comprometeu-se com parlamentares do Amazonas – à frente o senador Eduardo Braga – em conceder um novo aumento do crédito tributário sobre o IPI para os fabricantes de refrigerantes da Zona Franca. Em fevereiro, Bolsonaro assinou decreto estipulando um benefício de 8%. A indústria, que reúne dos pesos-pesados AmBev e Coca-Cola a fabricantes locais, como Amazon e Magistral, quer um aumento gradativo dos créditos até 16%. Trata-se de uma agenda cheia de arestas: o Ministério da Economia já foi contrário ao decreto de fevereiro. Imaginem em relação à extensão do benefício…

#Ambev #Coca-Cola #Eduardo Braga #Jair Bolsonaro

A ascensão sem fim de Paulo de Guedes

11/05/2020
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Circula em Brasília a informação de que Paulo Guedes está mudando o seu escritório de trabalho. O presidente Jair Bolsonaro teria oferecido ao ministro da Economia uma sala para que ele passe a despachar no Palácio do Planalto, pelo menos alguns dias por semana. Seria uma medida com alta dose de simbolismo, uma exibição de força do “Posto Ipiranga”. Nunca se viu antes um ministro da Fazenda, do Planejamento ou os dois conjugados dando expediente no Planalto.

Sua presença ao lado de Bolsonaro demonstraria proximidade não apenas com o presidente, mas também com os generais quatro estrelas do governo. Guedes teria a deferência de ser o ministro civil em meio aos ministros militares que coabitam o Palácio. A medida representa também uma espécie de fast track para ações do governo na crise da pandemia. Guedes teria maior facilidade para diversos despachos emergenciais, levando, na outra via, informações frescas ao presidente.

Por algum motivo parece que Bolsonaro decidiu receber dos seus ministros “operacionais” relatórios presenciais mais frequentes. Guedes é o principal “ministro operacional”. Em meio à pandemia, a convite de Bolsonaro, o ministro mudou-se do hotel onde morava em Brasília para a Granja do Torto, residência oficial da Presidência da República. Na última quinta-feira, Bolsonaro fez questão de reafirmar que segue a cartilha de Guedes na economia: “99% é o Paulo Guedes que decide; 1% sou eu”.

Tudo indica que está sendo criado um derivativo do semipresidencialismo, um híbrido onde o presidente está em campanha eleitoral permanente, inclusive contra seu próprio governo; e o ministro da Economia, que abarca metade dos ministérios do governo, administra freneticamente as contas em todas as áreas do setor público. O que sobra de gestão da máquina fica sob os auspícios dos militares. Mas esses já se encontram amplamente representados no Palácio do Planalto.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Vasto acervo

11/05/2020
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Apesar das recomendações em contrário, especialmente do GSI, Jair Bolsonaro mantém o costume de disparar mensagens
por áudio a seus auxiliares. O hábito se aplica não apenas a ministros, como mostra o caso Sergio Moro, mas até a funcionários do segundo escalão.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Será o Remdesivir a “cloroquina” da vez no Ministério da Saúde?

8/05/2020
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O Ministério da Saúde está debruçado sobre medidas para iniciar a produção, no Brasil, do Remdesivir, medicamento que vem sendo usado nos Estados Unidos para o tratamento dos efeitos do coronavírus em pacientes mais graves. Como tudo referente à crise sanitária, depende do medicamento cair ou não nas graças do Dr. Jair Bolsonaro, a exemplo da cloroquina. De toda a forma, a área técnica do Ministério da Saúde defende que a Anvisa e o INPI aprovem as licenças necessárias com celeridade.

Segundo fonte da Pasta, a meta é iniciar a produção o mais rapidamente possível. Bom seria que fosse desde já. Procurado, o Ministério da Saúde confirmou que o “o antiviral Remdesivir está entre os medicamentos que têm sua eficácia estudada no combate ao coronavírus”. Consultado especificamente sobre as gestões envolvendo INPI e Anvisa, o Ministério não se pronunciou.

Desenvolvido originalmente para o tratamento da zika, da febre amarela e da parainfluenza tipo 3, o Remdesivir é um bom exemplo dos efeitos colaterais provocados pelo vírus da burocracia no Brasil. A norte-americana Gilead Sciences, fabricante do medicamento, já deu entrada em seis pedidos de patente no INPI, entre 2009 e 2016. Nenhum dos processos foi concluído até hoje. Dois estão em fase de exame clínico no Instituto. Três foram enviados à Anvisa para anuência prévia. O último pedido sequer teve sua admissibilidade aprovada pelo INPI. Quem sabe agora esse comprimido sai do frasco.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde #Remdesivir

Toda ação provoca uma reação

8/05/2020
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Irresponsabilidade sempre tem consequências. Não bastasse o grau de fricção criado junto às Forças Armadas, a atitude inusitada do presidente Jair Bolsonaro provocou um ambiente de hostilidade dentro do Supremo. Ontem mesmo, circulava nos gabinetes do STF o pensamento de que seria necessário algum tipo de resposta. O RR tentou contato com dois ministros da Suprema Corte, mas não obteve retorno. Porém, em conversas com a newsletter, dois auxiliares confirmaram a péssima ambiência na instituição. Segundo as fontes, alguns assuntos que estiveram na berlinda durante o dia iam de um comunicado ou uma entrevista coletiva de todos os ministros da Suprema Corte até mesmo à possibilidade de uma eventual caminhada conjunta dos juízes do STF ao Palácio do Planalto, a exemplo do que foi feito por Bolsonaro. Coisas absurdas. O tamanho das reações pensadas dá bem ideia do clima que se instaurou no Supremo.

#Forças Armadas #Jair Bolsonaro #STF

Tudo a seu tempo

8/05/2020
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O imbróglio da Polícia Federal fez com que Jair Bolsonaro postergasse para o segundo tempo a cobrança de que a instituição investigue o esquema de corrupção na compra de respiradores pela Secretaria de Saúde do Rio. Está na fila. Como o próprio Bolsonaro
disse a Sergio Moro, “O Rio é o meu estado”. E o de Wilson Witzel, seu desafeto declarado.

#Jair Bolsonaro #Polícia Federal #Wilson Witzel

Furo no Centrão

8/05/2020
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O apoio ao governo Bolsonaro está criando uma dissidência no PSD. O grupo majoritário comandado por Gilberto Kassab quer selar logo a aliança. A ala nordestina do Partido, ligada ao senador baiano Otto Alencar, vai na mão oposta.

#Gilberto Kassab #Jair Bolsonaro #PSD

STF pode espetar uma conta nada doce na União

7/05/2020
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O acirramento da relação entre Jair Bolsonaro e o STF cala ainda mais fundo em Paulo Guedes e cia. por conta de um julgamento capaz de impor à União uma cobrança bilionária em hora dramática. Trata-se do processo em que 290 usinas de álcool e açúcar  cobram uma indenização por supostas perdas sofridas entre 1986 e 1997, decorrentes da política de preços aplicada pelo extinto IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool). O valor total é estimado em R$ 70 bilhões – a título de comparação, o dobro do que a Caixa liberou até semana passada para o pagamento do “coronavoucher”. Segundo informações filtradas do STF, o ministro Alexandre de Moraes, que pediu vistas do processo na semana passada, está inclinado a votar contra a União. O placar de momento na Suprema Corte está três a dois a favor dos usineiros.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #STF

Gripezinha F.C.

7/05/2020
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O presidente Jair Bolsonaro tem mantido contato direto com “bolsonaristas” da bola, como Renato Gaúcho e Felipe Mello, para fazer lobby pelo retorno imediato do futebol.

#Jair Bolsonaro

“B” de Bolsonaro

7/05/2020
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No mundo da bola, a sigla CBF já vem sendo chamada de “Casa Bolsonaro de Futebol”. O motivo é a postura escorregadia do presidente da entidade, Rogério Caboclo, sobre o retorno ou não das atividades no futebol brasileiro. Caboclo já empurrou a decisão para as federações e os clubes. Claramente não quer bola dividida com Jair Bolsonaro.

#CBF #Jair Bolsonaro

Grande elenco

7/05/2020
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Nomes como Gregorio Duvivier, Patricia Pillar e Leticia Sabatella já foram convidados para participar da live que está sendo organizada por partidos da esquerda para o próximo dia 18 de maio. O mote do comício digital será o “Fora, Bolsonaro”.

#Gregorio Duvivier #Jair Bolsonaro #Leticia Sabatella #Patricia Pillar

Lista tríplice, o escambau

6/05/2020
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Missão dada pelo Palácio do Planalto ao Centrão: bombardear a PEC apresentada na Câmara que propõe votação de lista tríplice para a nomeação do diretor da Polícia Federal. Se bem que, para Jair Bolsonaro, isso é apenas um detalhe. A escolha do procurador-geral da República prevê esse procedimento, mas Bolsonaro o ignorou solenemente.

#Jair Bolsonaro #Polícia Federal

O grande blefe de Jair Bolsonaro

5/05/2020
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O blefe de Jair Bolsonaro, associando as Forças Armadas a um discurso de intimidação, começa a causar forte incômodo na corporação. Com esse expediente, o presidente está forçando os militares a se posicionarem publicamente, algo que não é o costume histórico da Casa. As Forças Armadas e o Banco Central, quando precisam se expressar, falam preferencialmente interna corporis, não para fora. Segundo informações colhidas pelo RR, a alusão de Bolsonaro à corporação, na tentativa de trazê-la para um jogo que não lhe cabe, foi objeto de discussões, ontem, entre ministros do STF e a cúpula do Congresso.

Ao mesmo tempo, a postura do presidente da República está empurrando para dentro das Forças Armadas especulações que não são benéficas a ninguém. Um exemplo: os rumores que circularam no fim de semana sobre uma possível intenção de Bolsonaro de substituir o comandante do Exército, general Edson Pujol. Ressalte-se ainda que a postura de Bolsonaro acaba também por galvanizar e mobilizar militares da reserva, provocando um tensão para dentro das Forças Armadas. Não há evidência de disposição das Forças Armadas em acompanhar Jair Bolsonaro em qualquer solução que passe ao largo da Constituição.

Pelo contrário, vide a nota oficial divulgada ontem pelo ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva: “As Forças Armadas cumprem a sua missão Constitucional. Marinha, Exército e Força Aérea são organismos de Estado, que consideram a independência e a harmonia entre os Poderes imprescindíveis para a governabilidade do País.” No entanto, quando blefa, Bolsonaro mexe com o imaginário e cria uma tensão a favor dele. Uma ruptura é absolutamente improvável, mas nãoé impossível.

Esta é a dicotomia que joga em prol do presidente. Talvez os movimentos de Jair Bolsonaro sejam mais calculados do que possam parecer. O presidente estaria apostando na tese de que, na atual circunstância, nenhuma punição mais dura lhe seria aplicada. É como se, na pandemia, Bolsonaro fosse praticamente inimputável, o que lhe permitiria esticar a corda e subir o tom contra os demais Poderes no limite da responsabilidade. Como pontuou uma fonte do Judiciário ouvida pelo RR: “Só falta agora o presidente dizer que as polícias militares estão com ele”.

#Forças Armadas #Jair Bolsonaro #STF

Rio 40 graus

5/05/2020
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A indicação do delegado Alexandre Saraiva para a Superintendência da PF no Rio partiu do ex-futuro diretor da entidade, Alexandre Ramagem. Ou seja: partiu dos Bolsonaro Boys ´s. Em tempo: o afastamento do atual superintendente, Carlos Henrique Oliveira, é mais do que “justificável”. Oliveira foi indicado diretamente por Sergio Moro.

#Alexandre Saraiva #Jair Bolsonaro #Sérgio Moro #Superintendência da PF

Deus acima de todos

5/05/2020
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O presidente Jair Bolsonaro já discute com auxiliares opções para substituir Regina Duarte na Secretária de Cultura. Um dos nomes ventilados é o de Ygor Siqueira, um dos maiores produtores e distribuidores de filmes evangélicos do país. A indicação teria sido soprada ao pé do ouvido de Bolsonaro por Edir Macedo.

#Jair Bolsonaro #Regina Duarte #Secretaria de Cultura

A república das fake news fervilha

4/05/2020
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  • Dado intrigante sob investigação da CPMI das Fake News: mais de um terço dos ataques a Sergio Moro nas redes sociais tem se concentrado de forma sistemática entre três e cinco da manhã. O mesmo se dá nas postagens contra Rodrigo Maia e a quarentena, outros “inimigos” do bolsonarismo. Outro indício de que tem robô debaixo desse angu: a CPMI verificou, em um único dia, cerca de 30 mil tweets com o mesmo erro de digitação: “bolsolnaristas”.
  • Rodrigo Maia está empenhado em fortalecer à CPMI das Fake News. O presidente da Câmara vai encaminhar à Comissão, assim como à Polícia Federal, centenas de e-mails e mensagens de celular que recebeu nos últimos dias, sempre em tom ameaçador. O presidente da Câmara é um campeão dos ataques digitais. Na semana passada, em um único dia, foram registrados mais de 800 mil tweets com a hashtag #foraMaia.
  • João Gabbardo, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde e ex-braço direito de Mandetta, também virou alvo das milícias digitais. Circulam pelo WhatsApp reproduções de supostas matérias, atribuídas a veículos como G1 e Veja, acusando-o de fraudes quando era secretário de Saúde no Rio Grande do Sul. Não há registro das referidas acusações e muito menos de reportagens com esse teor. Mas “se está no Zap, é verdade…”

#Fake News #Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde #Rodrigo Maia

Ramagem é o Plano A, B e C de Jair Bolsonaro

30/04/2020
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Jair Bolsonaro desabafou, ontem, com um de seus auxiliares que pode até demorar um pouco, mas Alexandre Ramagem será o futuro diretor da Polícia Federal. Bolsonaro está decidido a insistir e insistir na indicação mesmo se o STF negar o recurso da Presidência da República contra a primeira decisão do ministro Alexandre de Moraes, que suspendeu a nomeação do delegado. Ou seja: a julgar pela disposição de Bolsonaro, o que se viu ontem foi apenas o primeiro round de uma nova crise institucional, entre o presidente e a Suprema Corte. A postura de Jair Bolsonaro terá um curioso efeito colateral. Se Bolsonaro, de fato, persistir na indicação de Ramagem, alimentando um impasse que certamente não se resolverá no curto prazo, significa dizer que a Polícia Federal ficará mais um tempo nas mãos de Sergio Moro. O diretor interino, Disney Rossetti, foi indicado por Moro. É um dos representantes da chamada “República de Curitiba” levado pelo ex-juiz para sua equipe no Ministério da Justiça.

#Jair Bolsonaro #STF

Próximo quatro estrelas?

30/04/2020
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A presença de Jair Bolsonaro hoje em Porto Alegre, para a posse do novo Comandante Militar do Sul, general Valério Stumpf, é cercada de expectativa. O general Antônio Miotto, que deixará o posto e passará à reserva, é, já há algum tempo, um nome bastante cotado para integrar o governo.

#Jair Bolsonaro

Pingo nos is

30/04/2020
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O RR, na edição da última terça-feira, deu uma de Donald Trump, recomendando a ingestão de desinfetante para tratar o novo corona-vírus. Foi induzido por uma fonte equivocada a dar uma informação desencontrada. A afirmação de que Jair Bolsonaro interveio junto ao Comando Logístico do Exército para a revogação de portarias sobre o controle de munições e armas com o intuito de aumentar os dispositivos de fiscalização não procede. O pedido de Bolsonaro foi exatamente o contrário: permitir o ingresso dos artefatos bélicos sem numeração, o que dificulta tremendamente a fiscalização. Está certíssimo o Ministério Público em investigar a gestão do presidente em decisão do Exército Brasileiro. Pedimos desculpas a nossos leitores.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro

A tradução mais próxima de um general “cinco estrelas”

28/04/2020
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A missão do general Braga Netto mudou. Se, na teoria, ele chegaria ao governo para ser uma espécie de interventor consentido – como informou o RR na edição 31 de março –, na prática a acomodação dos cristais reservou a Braga Netto outra função: ser o primeiro-ministro de uma Rainha da Inglaterra que manda para danar. O projeto original era, sim, isolar Bolsonaro dentro do Palácio do Planalto – tudo, ressalte-se, com a sua concordância. No entanto, o saldo final da rearrumação foi uma solução meio termo, nem tanto ao Norte, nem tanto ao Sul: Jair Bolsonaro é o comandante-em-chefe e Braga Netto tornou-se o general “cinco estrelas”.

O rápido ajuste de rota se deu, sobretudo, a partir do consenso de que Bolsonaro e – por que não? – seus filhos são incontroláveis. Não há tutela possível para o presidente e seu clã. Assimilados os golpes da rotina com Bolsonaro, Braga Netto passou a ser o segundo homem em importância no governo. Além de exercer um poder transversal sobre todos os Ministérios, tornou-se um dos principais, se não o principal interlocutor do Palácio do Planalto com as mais diversas áreas da sociedade civil, a exemplo de empresários e entidades de classe. Braga Netto toca de ouvido com o presidente Jair Bolsonaro. Participou ativamente das conversas que levaram à saída de Sergio Moro – inicialmente, o general tentou manter Moro no Ministério da Justiça por tempo determinado.

Está também no centro do projeto de recuperação da economia. Sua palavra foi determinante para a escolha de Tarcísio Freitas como condutor do Plano Pró-Brasil. O ministro da Casa Civil é um daqueles estrategistas pacientes, metódico, que espera bastante para definir o movimento de cada peça no tabuleiro de xadrez. No auge do imbróglio entre Bolsonaro e o então ministro Luiz Henrique Mandetta, Braga Netto assumiu a comunicação do governo sobre a crise do coronavírus e emprestou seu ar de mansidão respeitável em um ambiente onde os egos estavam crepitando. Foi dele a ideia de levar as coletivas do Ministério da Saúde para o Palácio do Planalto e diversificar os ministros presentes. Além de reduzir a temperatura, o ministro da Casa Civil passou a fazera regência da própria participação de Mandetta nas entrevistas.

Um oficial que serviu com Braga Netto fez a seguinte declaração sobre o perfil do general: “Na atual geração de quatro estrelas, somente o Villas Bôas e o Braga pertencem a esse grupo de generais diferenciados, no qual consta, por exemplo, Leônidas Pires Gonçalves”. O poder de Braga Netto pode ser sentido também no processo de fritura do ministro da Economia. O general é quem está operando o fator Paulo Guedes. Na quarta-feira passada, durante coletiva no Palácio do Planalto, quando perguntado se Guedes concordava com o Plano Pró -Brasil, Braga Netto respondeu de bate-pronto: “Concorda com tudo”.

A iniciativa de chamar o ministro da Economia para participar do jogo do “me engana que eu te enrolo”, ontem pela manhã no Palácio do Planalto, partiu de uma conversa entre o general e Bolsonaro. Foi um típico movimento para ganhar tempo. Na semana passada, Guedes deu sinais de que iria jogar a toalha, o que, a essa altura, seria uma temeridade. A estratégia de Braga Netto é deixar o ministro da Economia desfilar sua pretensa onipotência. Por exemplo: dizer que o Plano Pró -Brasil é um atraso, entre outras deselegâncias. Na ótica do general, há hora de engolir sapo e hora de expeli-lo. Superpor a demissão de Guedes à de Sergio Moro seria estimular os defensores do impedimento a dar asas a uma crise institucional. Tudo tem seu tempo.

#General Braga Netto #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Sérgio Moro

Denúncia de festim

28/04/2020
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Antes que a teoria conspiratória comece a construir “verdades”, confere que o presidente Jair Bolsonaro determinou ao Comando Logístico do Exército a revogação de três portarias sobre rastreamento, identificação e marcação de armas e munições. As cassandras veem o dedo dos Bolsonaro Boy ´s no encaminhamento da medida. No entanto, o objetivo das mudanças é bem prosaico: exigir das armas importadas os mesmos critérios de segurança. O Ministério Público, contudo, está investigando por que Bolsonaro interveio nesse assunto, de competência do Exército. O que não significa muita coisa, até porque o MP investiga tudo…

#Exército #Jair Bolsonaro

Stand up

28/04/2020
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Quem conhece Paulo Guedes sabe o rosário de ironias e sarcasmos que ele deve estar desfiando contra o seu superior, o presidente da República, Jair Bolsonaro. O stand up é restrito, claro, aos auxiliares mais próximos. Guedes é muito espirituoso.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Vai começar a guerra suja entre Bolsonaro e Moro

27/04/2020
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Sérgio Moro demorou demais para pedir demissão. Engoliu todos os sapos. Mas a decisão do presidente Jair Bolsonaro de demitir o diretor da Polícia Federal, Mauricio Valeixo, e colocar no escaninho das incertezas um pedido do ministro dado como certo, soou como uma pá de cal na sua permanência. Detalhe: Valeixo era personagem central na investigação de Carlos Bolsonaro como um dos principais articuladores das fake news. Na véspera da decisão fatídica, Moro cobrou a garantia de que sua vaga no Supremo estava acertada.

Afinal, faltam poucos meses para a troca de um juiz da Corte. Ouviu que a indicação para a primeira vaga do STF, leia-se a substituição de Celso de Mello, em novembro, estava fora de cogitação – e a segunda vaga (Marco Aurélio Mello, em junho de 2021) “será analisada na devida circunstância”. Não fossem essas as respostas, talvez comesse da farinha do desprezo por vários meses ainda. Moro encerra sua passagem pelo desastroso governo Bolsonaro para trilhar uma trajetória política escrita por ele há muitos anos: a disputa da Presidência. De um lado, tem a seu favor a opinião pública. Por outro, sempre esteve nas graças da mídia. Com os amplos apoios que já possui e a construção de um arremedo qualquer de base partidária, Moro está vestido com as armas de candidato à disputa pela Presidência em 2022.

Tem documentos e horas de conversas gravadas no seu celular que não o deixarão ser esquecido até a campanha eleitoral. Se cravar a estaca no coração do “vampiro”, ou seja, se Bolsonaro for impichado, se gabarita como o principal candidato do certame. Mas, do outro lado da cerca, está a cruz. O calvário de Moro serão vazamentos da pior espécie, atacando sua moral e princípios. Em parte, vai experimentar uma dosagem do próprio remédio. A Polícia Federal, agora com “novo chefe”, tem milhares de horas de gravação de conversas do ex-ministro. O gabinete do ódio vai funcionar feericamente.

Alguém tem dúvidas? Uma inacreditável e oportuna pororoca entre petistas e bolsonautas é bastante plausível. Na última sexta-feira, nas análises das redes, 17% da pancadaria no lombo de Moro vieram das hostes petistas. No Congresso, não se deve esperar muita simpatia por Moro. Há ainda muito rancor e ressentimento devido à Lava Jato. Da forma como saiu, atirando com calibre 12, tudo indica que tem farta munição entre documentos e conversas. Se for frio como aparenta ser, pode se tornar o grande catalisador da posse de um general de quatro estrelas na Presidência. A hipótese Hamilton Mourão seria apenas um rito de passagem. O mais provável é que, se isso ocorrer, Moro já esteja lá na frente, com um pé nas urnas e o outro no Palácio do Planalto. A promessa é de uma guerra cheia de golpes baixos.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Tudo tem seu tempo

27/04/2020
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Jair Bolsonaro tem planos para Pedro Guimarães. O presidente da CEF é tão próximo do clã que é chamado de “quinto filho”. Mas nada de correria. Tudo tem seu tempo.

#Jair Bolsonaro #Pedro Guimarães

Lobby amazônico

27/04/2020
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Parlamentares da Amazônia, à frente o senador Eduardo Braga (MDB-AM), vão levar ao presidente Jair Bolsonaro propostas de redução de alíquota para diversos setores industriais da Zona Franca de Manaus. Vão ter de pegar senha e entrar no fim da fila.

#Eduardo Braga #Jair Bolsonaro

Mudanças

24/04/2020
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Parece que Jair Bolsonaro mudou a bandeira da distribuidora (de ideias) do seu “Posto”. Aderiu à Petrobras. Mas a escolha é por aquela estatal de antes do governo Lula.

#Jair Bolsonaro #Lula #Petrobras

Bolsonaro vs. Moro

24/04/2020
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Além do diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo, o presidente Jair Bolsonaro quer também afastar o superintendente da corporação no Distrito Federal, Marcio Nunes de Oliveira. O Palácio do Planalto já teria até o nome do substituto: Eduardo Maurício, atual chefe da Delegacia de Controle de Segurança Privada da PF em Brasília. É outra espinha entalada na garganta de Sergio Moro.

#Jair Bolsonaro #Maurício Valeixo #Polícia Federal #Sérgio Moro

Abaixo a quarentena

24/04/2020
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Jair Bolsonaro teria estimulado Luciano Hang, dono da Havan e um dos empresários mais próximos ao presidente, a alardear o risco de demissão de 11 mil funcionários da rede varejista.

#Havan #Jair Bolsonaro #Luciano Hang

Até quando a democracia resiste à estupidez?

22/04/2020
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A notícia que ninguém quer dar e já está dada: ao contrário dos outros países que atravessam o flagelo da pandemia, todos igualmente sofrendo as agruras de uma crise econômica, o Brasil é o que apresenta as variáveis perfeitas para agregar também uma conflagração sócio-política. Nenhuma outra nação reúne condições de clima e temperatura tão propícias para a tempestade perfeita. Por ora, impotentes, seguimos com medo. Da morte, do desemprego, do desamparo, do atraso, do autoritarismo. Mas, também o medo de Jair Bolsonaro, do retrocesso nas Forças Armadas, da secessão dos brasileiros, do comportamento do Congresso Nacional, do golpe, do autogolpe, do impeachment, dos próximos 100 dias.

A premissa é que não há equilíbrio possível com Bolsonaro. E, no curto prazo, também sem ele. São as trevas. Pois todos os cenários prováveis levam a algum tipo de conflagração sócio-política. Há cidadãos em número suficiente apoiando teses pró e lesa Estado de direito. Todos os brasileiros perderão se o país ceder ao chamado do radicalismo. A crise embala consigo o risco do cadáver da democracia. Não há nenhuma condição de Jair Bolsonaro mudar seu comportamento.

O capitão se ampara nos seus fieis. São eles que vão e irão às redes e às ruas, belicosos. Há também alguns bolsões militares que começam a se manifestar por meio de suas representações da reserva, vide as recentes cartas do Clube Militar. Se não tiver forte simbolismo o fato de o presidente da República discursar em frente ao Quartel General do Exército em apoio a populares que clamavam pela intervenção das Forças Armadas, então nada mais tem. O Congresso pode ceder diante de tanta falta de decoro e humilhação e abrir um processo de impedimento.

É hipótese mediana. O mercado pode se esfacelar. Uma hipótese a se considerar. Em uma escalada de desordem pública, com um cenário de todos contra todos, os militares seriam chamados a intervir. Trata-se da hipótese “Deus nos livre”. Estariam dadas as condições para uma variada palheta de golpes, a exemplo do autogolpe, do golpe parlamentar, do golpe militar clássico, entre outros. Uma hipótese que já foi menos provável. O presidente já disse que a Constituição é ele – numa ver-são menos rebuscada de Luís XIV (“L’État c’est moi”). Como sempre, a fala de Bolsonaro será reinterpretada para amainar a sua estultice. Mas a verdade é que ele acredita naquilo que diz. Os panelaços aumentarão. As vendas de armas já triplicaram no período pandêmico. As empresas do setor trabalham com 0% de capacidade ociosa. O mercado de jazigos está aquecido, com os preços crescendo 80%. Parece o apocalipse, mas não é. É uma crise, parte exógena, a outra, fomos nós mesmos que fizemos. Não há como não ser engolfado por ela. É ver se o Brasil consegue sair melhor lá na frente.

#Forças Armadas #Jair Bolsonaro

Secom do B

22/04/2020
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Sergio Lima, publicitário do Aliança pelo Brasil e próximo dos Bolsonaro ´s boys, tem opinado cada vez mais na comunicação do governo. É quase uma “Secom do B”.

#Aliança Pelo Brasil #Jair Bolsonaro #Sergio Lima

Onde os fracos não têm vez…

17/04/2020
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É avançar ou avançar: pesquisa de opinião encomendada pelo Palácio do Planalto identificou uma melhora na avaliação da performance do presidente Jair Bolsonaro na gestão da crise do novo coronavírus. Pois é…

Depois da Áustria, Dinamarca e Espanha anunciarem o relaxamento de algumas medidas de contingência contra a Covid-19, ontem foi a vez de Donald Trump divulgar diretrizes para reabertura da economia norte-americana. O presidente Jair Bolsonaro assiste a tudo fazendo figa. Vai lá que sua desacreditada peroração em prol da liberação parcial da quarentena esteja em linha com o mundo. Ciência para que, não é?

#Covid-19 #Donald Trump #Jair Bolsonaro

Pas de deux

17/04/2020
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O pas de deux de Bolsonaro e Mandetta, no “divórcio consensualmente concordado”, foi coreografado nos detalhes pelo ministro Braga Netto. Os pronunciamentos em parte gentis em nada lembraram o pugilato que vinha predominando até a véspera.

#Braga Netto #Jair Bolsonaro #Luiz Henrique Mandetta

Bolsonaro poderia tudo

16/04/2020
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Até o fechamento da edição de ontem, discutia-se em Brasília sobre a possibilidade de o governo decretar estado de sítio. Nessa hipótese, Bolsonaro poderia tudo.

#Jair Bolsonaro

O replicante

16/04/2020
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O embate entre Jair Bolsonaro e Luiz Henrique Mandetta parece mimetizar a conflitante relação entre Donald Trump e o imunologista Anthony Fauci, médico conselheiro da Casa Branca. Fauci tem sido um defensor ferrenho do isolamento social, além de um crítico ao uso indiscriminado da hidroxicloroquina no tratamento de infectados com o coronavírus. Nos últimos dias, Trump chegou a retuitar nas redes sociais mensagens de apoio à demissão do cientista.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro #Luiz Henrique Mandetta

Live ou death?

16/04/2020
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Tem ideia maluca para tudo: no Palácio do Planalto, há quem defenda uma live de cantores simpáticos a Jair Bolsonaro – a exemplo de Amado Batista e da dupla Bruno e Marrone -, com a participação do próprio presidente. A apresentação teria como mote “O show tem que continuar”, numa defesa nada sutil da necessidade de retomada das atividades econômicas.

#Jair Bolsonaro

Vacina para que?

15/04/2020
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Em duelo permanente com a Covid-19, até o momento o presidente Jair Bolsonaro não fez qualquer menção à campanha nacional de vacinação contra a gripe comum. Na faixa etária alvo do Ministério da Saúde, sequer se tem notícia se Bolsonaro tomou a vacina.

#Covid-19 #Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde

Agricultura cobra supersafra de benefícios dos bancos públicos

14/04/2020
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A bancada ruralista, uma das principais bases de apoio de Jair Bolsonaro, cobra do governo medidas mais contundentes de ajuda aos produtores agrícolas. A principal reivindicação é um waiver amplo, geral e irrestrito dos bancos públicos, com a suspensão da cobrança de todos os empréstimos contraídos para a compra de sementes, defensivos e máquinas. O agronegócio classifica como tímidas as ações anunciadas até o momento, notadamente no âmbito do Banco do Brasil e da Caixa. Os dois bancos prorrogaram por 60 dias o pagamento de operações de crédito por parte dos pequenos e médios produtores rurais. No entanto, o benefício é restrito aos agricultores que estavam em dia. Os inadimplentes ficaram de fora. A Frente Parlamentar da  Agropecuária e entidades representativas do setor alertam que o “apartheid” vai provocar um efeito bola de neve sobre os produtores que já enfrentavam dificuldades financeiras. O agronegócio também pressiona o governo por uma maior liberação de recursos novos pelos bancos públicos – o BB já anunciou que vai destinar R$ 25 bilhões para o setor. Os pleitos estão sobre a mesa dos ministros Tereza Cristina, sensível às reivindicações, e Paulo Guedes, nem tanto.

#Banco do Brasil #Caixa Econômica #Jair Bolsonaro

Muy amigo

14/04/2020
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O governo de Luis Alberto Lacalle no Uruguai está tentando se valer da sintonia com Jair Bolsonaro para vender energia ao Brasil. Ocorre que o preço pedido pelos uruguaios passa dos US$ 400 por MW, acima do valor cobrado, por exemplo, pela Argentina, dos “comunistas” Alberto Fernández e Cristina Kirchner.

#Jair Bolsonaro #MW

Todo dia

14/04/2020
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Luiz Henrique Mandetta permanece na Saúde, mas não há um só dia que o presidente Jair Bolsonaro fique sem despachar com o “ministro-suplente” Osmar Terra.

#Jair Bolsonaro #Luiz Henrique Mandetta

Recortes da infecção nossa de cada dia

13/04/2020
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  • O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é quem mais resiste à realização de uma Assembleia Extraordinária do Copom para baixar imediatamente a taxa Selic.
  •  Voltou forte no Congresso Nacional a ideia de fazer um Proer para a construção pesada.
  • As fintechs vão acabar nomeando o coronavírus como seu bichinho de estimação.
  • Por sinal, quando passar a pandemia e os grandes bancos fizerem o levantamento das perdas, entre os estragos estará a assimetria no tratamento do governo em relação às fintechs.
  •  Há um dilema no BNDES: o banco vai utilizar somente critérios técnicos e ajudar empresas mais sólidas e com melhores garantias ou vai rasgar o protocolo e emprestar para corporações com alto risco? A cartilha do bom humanismo diz que não é hora de se verificar o credit score.
  • Pergunta que não quer calar: por que o BC cogita abrir crédito a empresas inadimplentes e resiste, turrão, a dar garantias para o refinanciamento do débito das pessoas físicas negativadas?
  • O Ministério Público Federal do Rio não teme a infecção pelo coronavírus. Tem feito entrevistas e diligências.
  • Uma fonte do MPF diz que falta espremer muito o ex-governador Sérgio Cabral para extrair mais do suco da corrupção. Por exemplo: o laranjal de Cabral ainda não foi devastado. E já se sabe que há mais de uma dezena de relações promíscuas incluindo agências de publicidade, empresas de RP, gráficas etc.
  • As livrarias de rua, que vinham sofrendo com a queda da demanda, estão sendo entubadas pelo coronavírus. O mesmo, muito pelo contrário, não se pode dizer das drogarias. De 10 saídas do consumidor em tempo de confinamento três são para idas às farmácias. Os supermercados permanecem campeoníssimo, com quatro saídas.
  • Circula uma ideia no Palácio do Planalto de, quando chegar a hora, celebrar a queda expressiva das infecções com uma grande festa nacional. Jair Bolsonaro seria a estrela da celebração, tratada como uma vitória do governo contra o vírus. O que pega na proposta é o efeito Mandetta. É impossível controlar a eventual saudação das multidões ao ministro da Saúde. E Bolsonaro e Mandetta dividindo a festa é pedir demais.

#Banco Central #BNDES #Jair Bolsonaro #Luiz Henrique Mandetta #Proer

O mapa de Mandetta

13/04/2020
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No mapa político do coronavírus, três estados em particular preocupam Luiz Henrique Mandetta e sua equipe. Aliados siderúrgicos de Jair Bolsonaro, os governadores do Mato Grosso, Mauro Mendes, de Roraima, Antonio Denarium, e de Rondônia, Marcos Rocha, têm sinalizado ao Palácio do Planalto a disposição de antecipar o relaxamento das normas de quarentena para a segunda quinzena de abril. Justo no momento em que as projeções indicam uma disparada na curva de contaminação do vírus.

Ronaldo Caiado é hoje um dos governadores mais próximos e afinados com o ministro Mandetta. A disposição para o confronto com Jair Bolsonaro é a melhor liga que poderia haver entre os dois.

#Jair Bolsonaro #Luiz Henrique Mandetta

Recortes palacianos

9/04/2020
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A ascensão do general Braga Netto dentro do Palácio do Planalto é algo que está se dando com excepcional leveza. Para todos que participam do processo, parece que Jair Bolsonaro continua mandando da mesma maneira. Braga Netto é o quatro estrelas certo na hora certa.

Entre os ministros que participaram da reunião com Jair Bolsonaro, na última segunda-feira, no Palácio do Planalto, chamou a atenção o empenho de Damares Alves em serenar os ânimos. Segundo o RR apurou, houve um momento especialmente marcante. Numa rápida pausa, Damares abordou Mandetta na saída do toalete. Ali ficaram conversando por cerca de 20 minutos. Por pelo menos três vezes foi possível ouvir a ministra repetir num tom quase maternal: “Calma, calma, calma…”

#General Braga Netto #Jair Bolsonaro

Ministério da Saúde aumenta a dose na guerra contra a Covid-19

8/04/2020
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O Ministério da Saúde cogita prorrogar a primeira fase da campanha de vacinação contra a gripe, que, a princípio, vai até o próximo dia 15. Imunizado dos ataques de Jair Bolsonaro – ao menos até a próxima “infecção” -, Luiz Henrique Mandetta e sua equipe discutem a medida em razão de alguns problemas já verificados. Questões de ordem burocrática e gargalos logísticos, sobretudo a dificuldade de circulação de mercadorias nas estradas, têm postergado a chegada das vacinas em algumas regiões do país.

Como consequência, esta primeira etapa, com foco em idosos e profissionais da área de saúde, ainda está razoavelmente distante das metas desejadas, notadamente para este segundo grupo. Segundo dados oficiais do Ministério, apenas 2,6 milhões de trabalhadores da saúde, ou 52% do público-alvo, já foram imunizados. A prioridade de Mandetta e cia. é aumentar o contingente de imunizados contra a gripe convencional nas próximas semanas, quando a curva de contaminação da Covid-19 deve se acentuar significativamente.

Consultado, o Ministério não se pronunciou especificamente sobre a possibilidade de prorrogação desta fase inicial. A Pasta assegura que “todos os estados do país estão abastecidos com doses da vacina contra a gripe para esta primeira etapa”. No entanto, segundo o RR apurou, alguns estados têm se queixado de atrasos. Somente na última segunda-feira, por exemplo, a Secretaria de Saúde da Bahia recebeu um lote de aproximadamente 328 mil doses que, de acordo com a mesma fonte, deveriam ter chegado ao estado no início do mês.

#Jair Bolsonaro #Luiz Henrique Mandetta #Ministério da Saúde

Os “coronafilhos” alertas e vigilantes

6/04/2020
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O deputado Eduardo Bolsonaro tem insistido com o pai para que o libere em uma ação diplomática junto aos Estados Unidos. A proposta é costurar um encontro com o governo norte-americano em Brasília. Os assuntos a serem tratados seriam uma colaboração entre os países para o combate da pandemia do novo coronavírus e soerguimento da economia. O verdadeiro objetivo, já que ninguém acredita na efetividade dessa troca de apoios, é reafirmar o alinhamento entre as duas nações.

Eduardo seria o embaixador excepcional do Brasil. O chanceler Eugênio Araújo permaneceria dormitando no Ministério das Relações Exteriores. Antes que alguém imagine o envolvimento direto de Donald Trump nessa história, o convite seria feito a uma autoridade do Departamento de Estado norte-americano. Quem vier, é jogo. Ainda com relação ao “03”, Eduardo fala permanentemente com Olavo de Carvalho, pedindo sugestões e prestando contas das estratégias do Palácio do Planalto.

Bolsonaro, seja lá por qual protocolo informal ou acordo feito com o filho, não conversa com o guru. É informado diretamente pelo caçula sobre as reflexões e dicas do Rasputin da Virgínia. Por essas e por outras, pode se dizer que Olavo está confinado virtualmente no epicentro do governo. É um ministro sem pasta, que responde unicamente ao filho do presidente. O ódio não tem, nem terá fim. O
presidente Jair Bolsonaro não aceita pressão para que o filho Carlos, o “02”, seja deslocado do Planalto, onde encontra-se lotado por sua própria vontade.

Carlos comanda um grupo de operadores de internet, chamado de “gabinete do ódio”. É quem está por trás das campanhas mais pestilentas destiladas nas redes sociais contra os adversários de Bolsonaro. O ministro chefe do GSI, general Augusto Heleno, considerado o “militar do Planalto” com maior influência sobre o presidente, tentou apeá-lo do Palácio pelo menos duas vezes. Em ambas, ouviu defesa radical da atual importância de “02” e da sua lealdade absoluta. Para quem não lembra, a influência de “Carluxo” pode ser medida pela presença no Rolls Royce que levou Bolsonaro ao Planalto, na posse do presidente.

Não há precedente para tamanha manifestação de prestígio. O filho Flavio Bolsonaro, o “01”, tem passado os seus dias bastante dividido. Flávio é o mais apavorado com a pandemia e, ao contrário do pai, não dá apertos de mão ou entabula conversas a menos de um metro de distância. Se, por um lado, o coronavírus lhe causa pavor, por outro colabora para esfriar os seus rolos no Judiciário. Flávio ganha tempo e acredita que a sociedade não voltará a ser a mesma depois que a epidemia passar. O senador quer ficar recluso um bom tempo ainda. É distanciamento social do STF, do Legislativo, Polícia Federal etc. Melhor em casa do que na prisão.

#Donald Trump #Eduardo Bolsonaro #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Quarentena

3/04/2020
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Líder disparado nas pesquisas para a Prefeitura de Fortaleza, o deputado Capitão Wagner é mais um aliado siderúrgico de Jair Bolsonaro em 2018 que quer distância do presidente. Sua campanha não precisa desse fator de risco.

#Jair Bolsonaro

Fidelidade

3/04/2020
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Fiel a Jair Bolsonaro, Abraham Weintraub vai tentar adiar ao máximo uma decisão inadiável: a postergação das inscrições e da realização do Enem, previsto para novembro.

#Abraham Weintraub #Jair Bolsonaro

Faroeste caboclo

2/04/2020
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O presidente da CBF, Rogério Caboclo, recebeu da área de marketing a sugestão de uma campanha de conscientização da população a favor da quarentena, a exemplo do que fez a Associação Argentina de Futebol (AFA). Entrou por um ouvido e saiu pelo outro. A última coisa que o cartola quer é atrair a antipatia do presidente Jair Bolsonaro.

#CBF #Jair Bolsonaro

Cabo eleitoral

2/04/2020
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“Aquece, Mourão”! Este é o provocativo bordão que o senador Major Olímpio, ex- aliado de Jair Bolsonaro tem usado entre os colegas de Congresso a cada nova crise provocada pelo presidente. Qualquer dia, vira hashtag…

#Jair Bolsonaro

Obra e graça

2/04/2020
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O tom conciliador com os governadores observado no pronunciamento de Jair Bolsonaro na última terça-feira se deu por obra e graça do ministro da Casa Civil, general Braga Netto.

#Jair Bolsonaro

Desertores

1/04/2020
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Além do governador Ronaldo Caiado, o presidente Jair Bolsonaro começa a perder aliados no Legislativo. Vicelíder do governo no Congresso, o deputado Pedro Lupion (DEM-PR) está por um triz para deixar a função.

#DEM #Jair Bolsonaro

Jair_Bolsonaro_1

Governo Bolsonaro sofre uma intervenção consentida

31/03/2020
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O ministro chefe da Casa Civil, general Braga Neto, assumiu o papel de “interventor soft” no Palácio do Planalto. Sua nova atividade  informal foi produto de um “acordo por cima”, envolvendo ministros e comandantes militares e o próprio presidente da República. Braga Neto tem grande empatia com Bolsonaro.

Sua “intervenção” busca reduzir a exposição do presidente, deixando-o “democraticamente” (Apud Paulo Guedes) se comportar como se não pertencesse ao seu próprio governo. O general passa a enfeixar as ações do Executivo na crise. Pode, inclusive, contrariar as declarações de Bolsonaro.

A “intervenção” de Braga Neto ocorre em um momento em que o risco de crise política e institucional ameaça acender o sinal vermelho. O ministro da Casa Civil atuará como chefe do gabinete da agrura nacional. Essa deliberação já foi comunicada, com os devidos cuidados, aos ministros e às principais autoridades dos Três Poderes. Pelo menos enquanto a grave situação de crise perdurar, o general será o “presidente operacional” do Brasil. Braga Neto assume para distender e organizar.

#Casa Civil #Jair Bolsonaro #Três Poderes

Fala abençoada

31/03/2020
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As palavras de Jair Bolsonaro contra a “histeria” não reverberam só entre sua claque no eleitorado. Dois importantes empresários do setor de shoppings manifestaram reservadamente ao presidente apoio ao seu discurso pela reabertura do comércio.

O pastor Silas Malafaia foi uma das pessoas com quem Jair Bolsonaro conversou antes do controverso pronunciamento à nação da semana passada. Pouco depois, não por coincidência, Malafaia foi ao Twitter para dar sua “benção” à fala do Capitão: “Bolsonaro detonou!”

#Jair Bolsonaro #Silas Malafaia

Transporte de carga vira questão de segurança nacional

27/03/2020
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O governo discute medidas emergenciais para assegurar a continuidade do processo de transporte de cargas no Brasil, ameaçado pelas restrições de circulação impostas por estados e municípios. A preocupação é evitar um colapso em toda a cadeia de abastecimento do país, de insumos básicos, como alimentos industrializados, remédios ou artigos de higiene, a commodities agrícolas – risco que, neste caso em particular, se aplica tanto ao mercado interno quanto às exportações. A questão foi delegada ao ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas. O assunto chegou a ser abordado na teleconferência realizada na última terça-feira entre Bolsonaro e governadores do Centro-Oeste e do Sul – não por coincidência, áreas que concentram majoritariamente a produção agrícola do país.

Uma das ideias é convocar as polícias militares para auxiliar a Polícia Rodoviária Federal. Além das limitações de circulação, há questões aparentemente prosaicas que têm forte impacto sobre o setor. Boa parte dos postos de gasolina em estradas está fechada: ou seja, os caminhoneiros não têm onde pernoitar e muito menos onde se alimentar. No limite, talvez seja o caso de chamar as Forças Armadas para auxiliar no ir e vir do transporte de cargas no país. Na atual circunstância, em que grande parte da população está em quarentena, o fluxo de mercadorias se torna uma questão de segurança nacional.

Ressalte-se que mais de 60% da distribuição de cargas no Brasil são feitos por rodovias. Parar as estradas é congelar o país– vide o que ocorreu durante a greve dos caminhoneiros no governo Temer, em 2018. Tarcísio Freitas tem a missão de amarrar todas as pontas em torno do problema. Trata-se de uma questão transversal que engloba vários segmentos da economia e diversas esferas de Poder. O agronegócio é um exemplo crasso da barafunda. A falta de regulação específica e o bate-cabeças entre governo federal, estados e municípios estão provocando um nó na cadeia logística do setor.

Tradings, empresas privadas de armazenagem e sindicatos dos caminhoneiros têm cobrado da ministra da Agricultura, Teresa Cristina, regras claras para o funcionamento de centros de distribuição e o transporte de produtos agropecuários. Além do temor de um apagão no fornecimento de medicamentos e outros artigos de primeira necessidade, é natural que haja um foco prioritário de Tarcísio Freitas sobre a distribuição de insumos agrícolas, leia-se comida. A queda no ritmo de escoamento é inexorável. No setor, já se trabalha com uma redução média dos despachos diários da ordem de 30%. Centenas de armazéns de soja, milho e trigo no interior do país estão fechando as portas preventivamente, de acordo com a imposição das prefeituras locais.

Outras companhias seguem operando à meia-bomba, cada uma adotando suas próprias medidas sanitárias, o que tem provocado grandes atrasos no despacho de mercadorias. Os problemas se concentram, sobretudo, no Centro-Oeste, São Paulo e Minas, responsáveis por quase 70% da produção agrícola nacional. O segmento de café ilustra a confusão reinante no momento. A italiana Pacorini – uma das maiores distribuidoras do produto no país, com atuação concentrada em Minas Gerais – mantêm suas atividades, mas teria colocado em casa todos os funcionários com mais de 60 anos.

A Pereira Alta, também de Minas, chegou a fechar seus armazéns, mas, nesta semana, tem retomado as operações de forma lenta e gradual. Há, no entanto, silos com mais de 500 mil sacas estocadas que interromperam integralmente seu funcionamento, sem previsão de despacho do produto. Estes armazéns, diga-se de passagem, mandaram para casa, em média, 150 funcionários – todos sem garantia de manutenção do emprego. Em tempo: a falta de um padrão estabelecido pelo governo federal vai até a ponta final da logística, atingindo as operações portuárias – área que já está naturalmente sob o guarda-chuva de Tarcísio Freitas. Na semana passada, não custa lembrar, houve uma paralisação temporária dos funcionários do Porto de Santos. A retomada das atividades só ocorreu após uma reunião emergencial entre os operadores locais e o sindicato dos estivadores.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Infraestrutura #Tarcísio Freitas

Operário padrão

27/03/2020
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Tido como forte candidato a ministro da Saúde, caso Jair Bolsonaro faça mais uma das suas e Luiz Henrique Mandetta deixe o cargo, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, é um obediente servidor do Capitão. Torres não toma uma decisão sequer sem antes consultar o presidente da República.

#Jair Bolsonaro #Luiz Henrique Mandetta

O Nordeste vai à luta

25/03/2020
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Mesmo após as promessas de novos recursos para a região feitas por Jair Bolsonaro na última segunda-feira, os governadores do Nordeste seguem em busca de anticorpos próprias para a crise do novo coronavírus. Além do pedido de ajuda ao governo da China, por meio do embaixador no Brasil, Yang Wanming, mantêm conversações com o governo da Noruega. As gestões são conduzidas pelos governadores da Bahia, Rui Costa, e do Maranhão, Flavio Dino. Uma das hipóteses é um novo pacote de investimentos da empresa de energia renovável norueguesa Statec, que já tem negócios no Nordeste.

#Flavio Dino #Jair Bolsonaro #Rui Costa #Statec

Postura presidencial

23/03/2020
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Ao contrário de Jair Bolsonaro, com sua “festinha” de aniversário, José Sarney cancelou, com a devida antecedência, os eventos que vinham sendo preparados para a celebração de seus 90 anos, em 24 de abril. A data coincide com o intervalo para o qual os médicos preveem o pico do novo coronavírus no Brasil.

#Jair Bolsonaro #José Sarney

Gabinete de crise

23/03/2020
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Proposta lançada por Wilson Witzel: a criação de um gabinete de crise dos governadores para discutir ações contra o coronavírus – e, de quebra, esvaziar ainda mais Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Wilson Witzel

Jair_Bolsonaro_1

Coronavírus contamina o mandato de Bolsonaro

20/03/2020
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Há algo no ar, além do gravíssimo coronavírus. A ideia de afastamento de Jair Bolsonaro, que chegou a pairar sobre Brasília logo no início de sua gestão, volta à tona com uma robustez ainda maior. A recidiva é potencializada pelo próprio Bolsonaro, com sua crescente atitude de enfrentamento do Legislativo e do Judiciário e o seu comportamento diante da pandemia – ou melhor, a falta do comportamento esperado de um chefe de Estado diante de uma calamidade pública. Tudo temperado com a iminência de uma recessão econômica brutal, no rastro do coronavírus.

Essa combinação de fatores começa a atingir o ambiente psicossocial, com a repetição dos panelaços que compuseram a trilha sonora do impedimento de Dilma Rousseff. Dessa vez, a cacofonia de panelas pede a cabeça de Bolsonaro. Impeachment or not impeachment, eis a questão? Antes de qualquer consideração, até dezembro, pelo menos, o presidente está blindado. O estado de calamidade não deixa de ser um regime anti-impeachment. O Congresso sempre poderia antecipar o fim da circunstância excepcional e iniciar um processo de suspensão do mandato. Mas a destituição do presidente em meio a uma brutal crise econômico-sanitária seria demasiadamente traumática para a Nação.

Portanto, e por enquanto, apesar de Bolsonaro ter mostrado falta de decoro, grosseria, péssima educação e ignorância, ele estaria mais protegido no cargo do que Dilma Rousseff por ocasião do seu impeachment. Ou seja, se ficar Bolsonaro pega; se correr, Bolsonaro come. Com Bolsonaro no governo, a tendência é que as relações institucionais entre os Três Poderes fiquem ainda mais acicatadas. Ontem mesmo, circulava em Brasília a informação de que as hostes digitais bolsonaristas preparam um novo ataque organizado ao Legislativo nas redes sociais. Ou seja: se o objetivo fosse simplesmente distensionar o ambiente institucional e político, o afastamento do Capitão seria uma medida razoável e sensata.

No entanto, nem sempre a solução melhor é a melhor solução. Um novo impedimento dividiria o país, afetaria o animus nacional e atingiria duramente a imagem do Brasil no exterior. Significaria dizer que, no espaço de menos de 30 anos, o país teve três presidentes da República “impichados” (Collor, Dilma e Bolsonaro) – dois deles em um período inferior a cinco anos –, além de dois presos (Lula e Temer). Uma ruptura brusca do mandato traria também, para o bem ou para o mal, a probabilidade de um governo eminentemente militar, com a automática ascensão do general Mourão à Presidência. Há quem diga que, no atual momento nacional, só muito mais militares do que os que já cercam o presidente são capazes de dar cobertura à destituição do “mito”.

Também sob a ótica dos demais Poderes, notadamente o Congresso, lócus do processo de impeachment, um eventual afastamento de Bolsonaro não responde a uma lógica linear. Ao contrário do que ocorreu no caso de Dilma, ainda não há uma coalizão ampla, que vai dos Poderes às ruas, pelo afastamento do Capitão. Por baixo, o “bolsonarismo” ainda tem uma taxa de 25% a 30% do eleitorado. No entanto, deve-se considerar a hipótese desta resiliência se deteriorar em um ritmo acelerado com o avanço do coronavírus e a percepção de que o governo Bolsonaro e, principalmente, o próprio presidente foram lenientes na gestão da crise. Neste caso, talvez fosse de interesse de Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e Davi Alcolumbre, presidente do Senado, dar tempo ao tempo para a maturação de um eventual processo de impeachment. O mais conveniente para Maia e Alcolumbre seria permitir que Bolsonaro colhesse as sequelas sociais e econômicas do coronavírus, deixando sua popularidade se esvair. A eleição municipal de outubro seria uma boa linha de corte. Confirmada a queda da  aprovação do Capitão, com a derrota de candidatos apoiados por ele, o Legislativo teria a faca e o queijo na mão. Se ainda houver Brasil até lá…

#Covid-19 #Davi Alcolumbre #Dilma Rousseff #Jair Bolsonaro

General-Augusto-Heleno

Segurança nacional

18/03/2020
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Se Jair Bolsonaro ouvir os conselhos do general Augusto Heleno, o 5G será fatiado entre três ou quatro fornecedores de tecnologia. A hipótese de concentração da nova frequência nas mãos de um único grupo, notadamente a controversa Huawei, é motivo de preocupação para Heleno. É a praia dele: além de ministro do GSI, o general foi chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército.

#GSI #Jair Bolsonaro

Distância da Cultura

17/03/2020
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Regina Duarte sugeriu a Jair Bolsonaro que a Secretaria da Cultura seja diretamente vinculada à Presidência da República. Deve ficar só na vontade.

#Jair Bolsonaro #Regina Duarte

Pretexto

16/03/2020
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O Palácio do Planalto e a Casa Rosada deverão postergar para abril o encontro entre Jair Bolsonaro e Alberto Fernández. Pelo menos agora há o pretexto do novo coronavírus.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Figuração

13/03/2020
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O ministro Ernesto Araújo e o novo embaixador brasileiro em Washington, Nestor Forster, fizeram apenas backing vocal no encontro
entre Jair Bolsonaro e Donald Trump no último fim de semana. Só para não variar, os diplomatas foram eclipsados pelo “chanceler” Eduardo Bolsonaro.

#Donald Trump #Ernesto Araújo #Jair Bolsonaro

O Bolsonaro deles

13/03/2020
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Diplomatas brasileiros presentes a um evento em Montevidéu na última quarta-feira puderam testemunhar que Jair Bolsonaro passou a ter uma alma gêmea no Mercosul. Perguntado sobre a permanência de Pablo Silveira no Ministério da Educação, cuja esposa é acusada de corrupção no Panamá, o presidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle Pou, não fez por menos: “Fica no posto. É meu amigo, bom colaborador e heterossexual”. Desce o pano.

#Jair Bolsonaro #Mercosul

Acervo RR

Maria Fumaça

13/03/2020
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Nas estimativas mais conservadoras do governo, a reestruturação da Trensurb para a sua posterior privatização deverá levar quase três anos. Até lá, a gestão Bolsonaro já acabou – ao menos em seu primeiro mandato. A deficitária operadora dos trens de Porto Alegre é uma das empresas incluídas no PPI.

#Jair Bolsonaro #Trensurb

Maria Fumaça

13/03/2020
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Nas estimativas mais conservadoras do governo, a reestruturação da Trensurb para a sua posterior privatização deverá levar quase três anos. Até lá, a gestão Bolsonaro já acabou – ao menos em seu primeiro mandato. A deficitária operadora dos trens de Porto Alegre é uma das empresas incluídas no PPI.

#Jair Bolsonaro #Trensurb

As Forças Armadas em três tempos

12/03/2020
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Os protestos contra o Congresso convocados para o próximo domingo foram objeto de reunião do Alto Comando do Exército. Antes que alguém pense o contrário, não houve qualquer demonstração de desconforto em relação às passeatas. O posicionamento da grande maioria foi de equidistância. Alguns poucos comentários abordaram a questão do Orçamento, uma espécie de catalisador das manifestações do dia 15 e um tema particularmente caro às Forças Armadas. Os oficiais generais consideram que não há fato novo nas passeatas. Trata-se de manifestações que já ocorreram no governo Bolsonaro, sendo mantido o estado da ordem. Quanto ao protesto contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, segundo a fonte do RR, os militares avaliam que faz parte da democracia. Mas não falta quem considere tratar-se de um bom puxão de orelhas em juízes e parlamentares.

Segundo uma fonte palaciana, o general Luiz Eduardo Ramos deve ser a próxima vítima da máquina de moer ministros do governo Bolsonaro. A avaliação do presidente é que o responsável pela articulação política foi engolido pelo Congresso na contenda em torno do Orçamento. Mas, a eventual demissão de Ramos não representaria um militar a menos no Palácio do Planalto: de acordo com a mesma fonte, o nome mais cotado para substituí-lo é o general Antonio Miotto, atual chefe do Comando Militar do Sul.

Caso se confirme, a indicação do quatro-estrelas tem tudo para acicatar ainda mais as relações entre o Executivo e o Congresso. O general Miotto levaria para a Secretaria de Governo um estilo mais áspero. “Tropeiro” – esteve à frente também do Comando Militar da Amazônia –, o general não é necessariamente conhecido pelo traquejo político. Ao contrário de alguns de seus colegas no Alto Comando, passou longe de cargos de assessoria parlamentar ou congêneres.

É a antítese do atual ministro. Tido por seus próprios colegas do Alto Comando como alguém de perfil mais moderado, o general Ramos foi escolhido por Bolsonaro pelo seu bom trânsito fora das Forças Armadas, notadamente entre o empresariado paulista – o quatro estrelas é muito ligado ao general Adalmir Domingos, coordenador executivo dos Conselhos e Departamentos da Fiesp.

As Forças Armadas serão uma peça ainda mais importante na operação de guerra montada pelo governo contra o coronavírus. O Exército já planeja, ao lado do Ministério da Saúde, o deslocamento de tropas para dar apoio no combate à disseminação da doença e no tratamento dos infectados. Há duas regiões de fronteira consideradas de maior risco: em Roraima, na divisa com a Venezuela, e no Amapá, no limite com a Guiana Francesa. O governo cogita montar uma espécie de hospital de campanha nas duas regiões, para ajudar na triagem de casos suspeitos e no encaminhamento para hospitais nos dois estados. No caso do Amapá, já há conversações avançadas entre o governo estadual e o federal para o envio de tropa do Exército. Ainda que o sistema de saúde pública venezuelano esteja em situação precária por conta da grave crise econômica, a Guiana preocupa ainda mais as autoridade brasileiras: o país já registrou cinco casos da doença. Na região do Oiapoque, há um considerável fluxo de pessoas entre os dois países, notadamente de indígenas, mineradores e trabalhadores na indústria do extrativismo vegetal.

#Forças Armadas #Jair Bolsonaro

Diplomacia do atrito

11/03/2020
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A diplomacia bolsonarista abriu mais um campo de fricção no exterior. O embaixador brasileiro em Paris, Luis Fernando Serra, vem disparando pesadas críticas à prefeita de Paris, Anne Hidalgo, por ter concedido o título de cidadão honorário a Lula. Escolhido a dedo pelo chanceler Ernesto Araújo, a quem é bastante ligado e se comunica praticamente por telepatia, Serra tem se notabilizado como um ferrenho defensor e porta-voz do bolsonarismo em solo francês. Em fevereiro, enviou correspondência à senadora Laurence Cohen, dizendo-se indignado pelos debates entre os congressistas franceses sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco: “É com profunda consternação que eu constato que o assassinato do Sr. [Celso] Daniel e o atentado contra a vida do Sr. Bolsonaro não tiveram a mesma atenção”, escreveu o diplomata.

#Jair Bolsonaro #Lula

Inimigo comum

11/03/2020
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Jair Bolsonaro tem feito milagres. O tucano João Doria é hoje um dos principais interlocutores do governador da Bahia, o petista Rui Costa.

#Jair Bolsonaro #João Doria

Governo de Jair Bolsonaro vai à Igreja

10/03/2020
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O Itamaraty articula uma visita da ministra Damares Alves ao Papa Francisco, no Vaticano. De acordo com informações filtradas do Ministério das Relações Exteriores, o mais provável é que a audiência ocorra no mês de maio. A rigor, Damares pretende apresentar ao sumo pontífice resultados dos programas sociais da Pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, notadamente no combate à violência contra crianças e adolescentes.

No entanto, mais importante do que o tema abordado será o simbolismo do encontro. O governo Bolsonaro, visceralmente identificado com o eleitorado pentecostal, vem ensaiando uma lenta e gradual aproximação com a Igreja Católica. Damares – curiosamente, ela própria uma pastora evangélica – tem se notabilizado na conexão entre as duas pontas.

No último dia 19 de fevereiro, por exemplo, foi a primeira integrante da gestão Bolsonaro a ter uma reunião com a cúpula da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Não bastasse o fato de os evangélicos serem um dos principais grupos de apoio do presidente Bolsonaro, a relação entre o governo e a Igreja Católica tem sido marcada desde o início por ruídos. Como não poderia deixar de ser, a histórica proximidade entre setores mais progressistas do clero e o campo da esquerda, sobretudo o PT, pesa na balança. Um caso bastante emblemático foi a decisão do Palácio do Planalto, mais precisamente do Gabinete de Segurança Institucional, de monitorar o Sínodo da Amazônia, que discutiu pautas como desmatamento, a questão indígena, quilombolas etc.

#CNBB #Damares Alves #Jair Bolsonaro

Queda do petróleo põe estados em uma encruzilhada

10/03/2020
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O jogo da tributação do petróleo, objeto de recente divergência entre Jair Bolsonaro e governadores, mudou. O governo federal deverá
aproveitar a forte queda da cotação do barril – 25% apenas ontem – para propor aos estados que o ICMS cobrado sobre os combustíveis deixe de ser aplicado em cima do valor pago pelo consumidor. A taxação se daria sobre o volume de venda na porta da refinaria. Esse novo modelo funcionaria como um sistema de contrapeso para a inevitável perda que as unidades da federação terão caso a queda do petróleo perdure ao longo dos próximos meses.

Além de funcionar como um hedge para os estados, com essa mudança a equipe econômica deixaria a Petrobras livre para executar sua política de preços. Essa nova forma de tributação eliminaria o problema do carregamento dos preços com impostos quando a cotação do petróleo voltar a subir. O mundo dá voltas. Não faz muito tempo, as discussões sobre o petróleo giravam em torno da alta do preço do Brent.

O consequente aumento dos combustíveis atrapalhava o governo federal, que propôs aos estados a redução do ICMS para evitar que o preço final na bomba ficasse elevado demais. Bolsonaro chegou a bravatear que, se os governadores cortassem o imposto sobre circulação de mercadorias, ele reduziria todos os tributos federais sobre os combustíveis. O assunto acirrou ainda mais a já tensa relação entre o presidente e os chefes do executivo estadual.

Os governadores se recusaram a abrir mão de receita. Agora o panorama está invertido. Com a drástica queda no preço do Brent, que ontem chegou a US$ 33 o barril, a arrecadação de ICMS tende a cair expressivamente. O vento mudou de lado e, agora, talvez os governadores tenham de fazer um mea culpa e estender a mão à Brasília para não assistirem a uma deterioração ainda mais acelerada de suas respectivas contas públicas.

#ICMS #Jair Bolsonaro #Petrobras

O “04” vem aí…

6/03/2020
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Jair Bolsonaro quer lançar o caçula Jair Renan como candidato a vereador nas eleições deste ano. Como o Aliança do Brasil está fora do game para 2020, a solução seria encontrar uma “legenda-motel”, que hospedasse o “04” ao menos até o ano que vem. O PRB, do aliado Marcelo Crivella, é a primeira opção.

#Jair Bolsonaro #PRB

Azeitona na empada do Capitão nem pensar

6/03/2020
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Um exemplo rasteiro da guerra de nervos entre governadores e Jair Bolsonaro. Ao saber que o próprio Bolsonaro estaria presente, na última terça-feira, no lançamento da 2ª fase do programa Abrace Marajó, em Brasília, Helder Barbalho encomendou às pressas aos seus assessores uma solenidade à parte. Antecipou para a véspera o anúncio do decreto isentando de ICMS empresas que se instalarem na Ilha de Marajó. Tudo para evitar que Bolsonaro capitalizasse a medida.

#ICMS #Jair Bolsonaro

Acervo RR

Eterno amanhã

6/03/2020
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O Itamaraty e o Ministério das Relações Exteriores da Argentina já descartaram três datas-tentativa, todas em março, para o encontro entre os presidentes Jair Bolsonaro e Alberto Fernández. É a enorme vontade de um de se reunir com o outro…

#Alberto Fernández #Jair Bolsonaro

Eterno amanhã

6/03/2020
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O Itamaraty e o Ministério das Relações Exteriores da Argentina já descartaram três datas-tentativa, todas em março, para o encontro entre os presidentes Jair Bolsonaro e Alberto Fernández. É a enorme vontade de um de se reunir com o outro…

#Alberto Fernández #Jair Bolsonaro

PF na linha de tiro de Bolsonaro

5/03/2020
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A Polícia Federal voltou a ser um ponto latejante de tensão entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro. Segundo informações auscultadas do Palácio do Planalto, Bolsonaro estaria pressionando Moro pela demissão do chefe da PF no Distrito Federal, o delegado Marcio Nunes de Oliveira. O motivo é o inquérito aberto pela Superintendência da corporação no DF para investigar o Secretário de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten.

Sob a ótica bem peculiar de Bolsonaro, haveria uma coalizão entre o Ministério Público e a PF do Distrito Federal para atingi-lo por meio da criminalização do chefe da Secom, investigado por manter relações comerciais privadas com fornecedores da própria Secom. Trata-se da mesma lógica que teria levado à demissão, em dezembro do ano passado, do então superintendente da Polícia Federal no Rio, Ricardo Saadi. Ao seu estilo, Bolsonaro fritou Saadi publicamente, atribuindo ao delegado “problemas de gestão e produtividade”.

Talvez tenha sido excesso de produtividade nas investigações contra o senador Flavio Bolsonaro e o seu ex-assessor Fabrício Queiroz. Pelo mesmo motivo, o próprio diretor da PF, Mauricio Valeixo, balança no cargo há meses. Consultados pelo RR, o Ministério da Justiça e a Presidência da República não se manifestaram.

#Jair Bolsonaro #Polícia Federal #Secom #Sérgio Moro

O braço de Bolsonaro em BH

5/03/2020
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Filiado ao MDB, o ex-deputado federal Leonardo Quintão desponta como potencial candidato à Prefeitura de Belo Horizonte com o apoio do presidente Jair Bolsonaro. Quintão tem um handicap: é “terrivelmente evangélico” (Apud Bolsonaro). O ex-parlamentar chegou a integrar o governo do Capitão – foi subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil. Por pouco tempo: não ficou nem dois meses completos no quarto andar do Palácio do Planalto por conta dos desentendimentos com parlamentares.

#Jair Bolsonaro #MDB

Blitzkrieg contra o Congresso

4/03/2020
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Como se não bastasse o estímulo do próprio Jair Bolsonaro, via WhatsApp, às manifestações contra o Congresso, David Alcolumbre e Rodrigo Maia têm sido bombardeados em seus e-mails. São centenas de mensagens, algumas delas em tom ameaçador – uma das montagens mostra Maia numa forca. Há método na loucura: boa parte dos e-mails cobra o fim do orçamento impositivo, a aprovação da PEC da segunda instância e a reforma administrativa, pautas de total interesse do Palácio do Planalto.

#David Alcolumbre #Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia

Cabo de guerra

4/03/2020
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Mais uma zona de atrito entre Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia: o Palácio do Planalto quer acelerar a votação do projeto de lei que regulariza a situação dos produtores rurais instalados na Floresta Nacional do Jamanxim (PA). Em 2018, Michel Temer transformou a reserva em área de preservação ambiental. Maia, no entanto, finge que não é com ele.

#Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia

O novo factoide bolsonarista

4/03/2020
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Como se não houvesse questões mais relevantes no front, Jair Bolsonaro pretende alterar a Lei no 7.474. A legislação em questão estabelece a estrutura que o Estado deve disponibilizar a ex-presidentes da República O mote para a repentina disposição de Bolsonaro de colocar o assunto na janela não poderia ser outro se não as simultâneas viagens de Lula e Dilma Rousseff a Paris, cada qual acompanhado de oito seguranças/servidores. O dispêndio com os cinco antecessores de Bolsonaro vivos não passam de R$ 4,5 milhões, uma gotícula nos gastos da União. Mas, a julgar pela cartilha bolsonarista, é o tipo da questão que nem precisa ser efetivamente levada adiante. Basta o Capitão levantar o balão de ensaio para a sua claque fazer o resto, notadamente nas redes sociais.

#Jair Bolsonaro

Crédito ao consumo é o remédio anticoronavírus

2/03/2020
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É Jair Bolsonaro quem diz: Keynes está vivo, ainda que contaminado com o coronavírus. E dessa vez não é Paulo Guedes quem dá as cartas; ele só abre o bolso. Os riscos da epidemia se alastrar sobre a economia estão sendo discutidos no Palácio do Planalto pelos generais quatro estrelas. A velocidade com que o coronavírus impacta as projeções do PIB tem deixado o alto comando do governo em estado de alerta. Segundo o RR pode pescar, uma verba extraordinária seria reservada para alocação no consumo, que é o segmento responsável pelo pífio crescimento do país.

O governo pode manobrar a absorção doméstica no curto prazo, coisa que não acontece com os investimentos, a indústria e, especialmente, a exportação, que é quem deverá sofrer diretamente as consequências do vírus. O ministro da Economia terá o papel de catar recursos do Orçamento. No limite, vale até uma contribuição extraordinária por tempo determinado. A preocupação é grande. Só existem dois casos do vírus efetivamente constatados no Brasil. E, mesmo que não houvesse nenhum, bastaria a atual contaminação nos diversos países do mundo para achatar o PIB do país.

O Boletim Focus vem tratando do contágio da economia a conta-gotas. Nas últimas quatro semanas, a projeção do PIB estava em 2,31%. Na última rodada, ela foi reduzida de 2,23% para 2,20%. Mas, os indicadores antecedentes, pré-Focus, obtidos nas principais casas bancárias, a exemplo do Itaú, BTG, JP Morgan, empurram o crescimento da economia para baixo de 2%. Há instituições, como o Fator, que estimam um PIB de 1,4%. A velocidade de queda é algo que apavora os generais, profissionais talhados para circunstâncias de crise, que requerem planejamento emergencial. Por enquanto, o protocolo é o silêncio. E torcer para que não venha a ocorrer mais nenhum caso de coronavírus no Brasil.

#coronavírus #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Antítese do Capitão

2/03/2020
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Rodrigo Maia não desperdiça uma oportunidade de se contrapor a Jair Bolsonaro. Amanhã, receberá, em Brasília, o presidente da
Câmara dos Deputados argentina, Sergio Bassa. Calculadamente, baterá na tecla do fortalecimento da amizade entre as duas casas legislativas. Está longe de ser o sentimento do Palácio do Planalto em relação à Casa Rosada.

#Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia

O delator do delator

2/03/2020
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O ex-deputado Alberto Fraga está convencido de que partiu de pessoas próximas a Sergio Moro a informação de que ele é o “delator”. Ou seja: o responsável por vazar as mensagens de apoio a manifestações transmitidas por Jair Bolsonaro. Fraga foi o nome mais cotado para assumir a Segurança Pública caso a Pasta da Justiça fosse dividida ao meio.

#Alberto Fraga #Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

À espera da OCDE

28/02/2020
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Informação de fonte do Itamaraty: a primeira missão da OCDE para avaliar o ingresso do Brasil desembarcará no país em abril. Vem para produzir um diagnóstico sobre a política de direitos humanos e de meio ambiente do governo Bolsonaro. Por ora, é tudo meio jogo de cena. Enquanto Trump não der o sinal – se é que vai dar -, o Brasil continuará enxergando a OCDE de binóculos.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro #OCDE

Conselho do B

28/02/2020
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Aliados do Conselho da Amazônia, os governadores da região articulam a criação de um comitê próprio. O colegiado teria de discutir questões ambientais e também buscar no exterior recursos para projetos contra o desmatamento. Se nada der certo, ao menos os governadores terão criado um fato novo na queda de braço com Jair Bolsonaro.

#Conselho da Amazônia #Jair Bolsonaro

Procura-se um social media no Planalto

27/02/2020
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A gestão Bolsonaro deverá sofrer nos próximos dias um desfalque numas das áreas em que é mais forte: a comunicação nas mídias digitais. A Isobar, que cuida das redes sociais do Palácio do Planalto, vai suspender seus serviços nos próximos dias. Controlada pelo Grupo DAN, do Japão, a agência está sem receber há 18 meses. A Isobar já comunicou aos 80 funcionários envolvidos na operação que todos estarão dispensados a partir de 1o de março. O contrato de R$ 33 milhões com a Secom termina neste mês e até o momento não há qualquer sinal por parte do Palácio do Planalto de que será prorrogado. Segundo o RR apurou, a Secretaria deverá realizar uma nova licitação. Procuradas, a Secom e a Isobar não se pronunciaram.

#Isobar #Jair Bolsonaro #Secom

Vale a pena ver de novo?

27/02/2020
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Diante da crise institucional gerada pelo assunto e do desgaste entre o governo e servidores, Jair Bolsonaro deverá recorrer à velha fórmula do périplo por programas populares para defender a reforma administrativa. José Luis Datena seria o primeiro da lista.

#Jair Bolsonaro

Ziguezagues

27/02/2020
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Com a troca de Onyx Lorenzoni pelo general Braga Netto, Jair Bolsonaro cogitou devolver a gestão do PPI à Casa Civil. No entanto, sequer chegou a soltar o balão de ensaio, como é do seu feitio. Seria choque demais com Paulo Guedes para uma semana só.

Por falar em PPI, sobe no governo a estrela da secretária especial do programa, Martha Seillier. Ligada a Tarcisio Freitas, seu nome está cotado para a secretaria executiva da Pasta da Infraestrutura, onde teria poder transversal sobre o plano de concessões do governo.

#Casa Civil #Jair Bolsonaro #Martha Seillier #Onyx Lorenzoni

O anonimato como álibi

27/02/2020
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Desafetos do ministro do Turismo, Marcelo Alvaro Antonio, como o senador Major Olímpio, têm dito, com indisfarçável sarcasmo, que ele comemorou os resultados da recente avaliação sobre a popularidade do gabinete de Jair Bolsonaro. Segundo o Atlas Político, Antonio é o menos conhecido dos ministros: 51% dos entrevistados não sabem quem ele é. Protegido pelo “anonimato”, ele vai sobrevivendo no cargo apesar das acusações de ter comandado um esquema de candidaturas laranjas no PSL.

#Jair Bolsonaro #Marcelo Alvaro Antonio #PSL

Likes e shares

27/02/2020
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Indicador de importância dos tempos modernos: uma semana após a polêmica participação em um show gospel com Jair Bolsonaro e Marcelo Crivella, o juiz Marcelo Bretas acumulou mais de 20 mil novos seguidores nas redes sociais.

#Jair Bolsonaro #Marcelo Crivella

Comando Vermelho no caminho de Sergio Moro

20/02/2020
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Como se não bastassem o PCC e a recente fuga de 75 presos no Paraguai, o que quase lhe custou metade do seu Ministério, agora é o Comando Vermelho (CV) que põe à prova a política de segurança pública de Sergio Moro. O Serviço de Inteligência da Polícia Federal tem informações de que o CV derrotou a facção inimiga Família do Norte (FDN) e assumiu o “comando” do Presídio Anísio Jobim, em Manaus. Os desdobramentos dessa tomada de poder vão além dos muros da penitenciária. De dentro do próprio Anísio Jobim, integrantes do CV passaram a liderar o boom de assaltos e assassinatos na capital amazonense, que forçou o governo do estado a montar um gabinete de crise.

Somente em janeiro, foram 106 homicídios em Manaus, 54% a mais do que no mesmo mês em 2019. O número vai na contramão do que ocorreu na própria cidade e em quase todas as capitais do país ao longo do ano passado, com a queda do número de assassinatos. Mais uma vez, Sergio Moro está numa situação delicada. O ministro já teria oferecido o envio de tropas da Força Nacional a Manaus, mas o governador do Amazonas, Wilson Lima, não aceitou – para muitos uma vendeta política contra Jair Bolsonaro, seu ex-aliado. Procurada, a Pasta disse apenas que “para que a Força Nacional de Segurança Pública atue é necessário demanda do governo do Estado.” Consultada sobre o avanço do Comando Vermelho em Manaus, o Ministério não se manifestou.

O fato é que nem mesmo a intervenção do governo federal no Anísio Jobim surtiu o efeito desejado. O presídio é um ponto de combustão no mapa carcerário do Brasil. Trata-se também de um local estratégico para o funcionamento do crime organizado no Norte do país. Tradicionalmente, quem domina o “pedaço” dá as cartas na região, o que justifica os seguidos massacres dentro do complexo penitenciário. Desde dezembro, mais de 110 presos foram assassinados. Aos olhos das autoridades da área de segurança, é prenúncio de que algo mais grave possa ocorrer do lado de fora da cadeia. O receio do Ministério da Justiça é que o CV venha a realizar ataques orquestrados durante o Carnaval. Há apreensão ainda de que a onda de violência se espalhe por outras capitais do Norte do Brasil. A tendência é que o Comando Vermelho se aproveite do momento de fragilidade da Família do Norte para tomar também o controle do crime organizado em Belém.

#comando vermelho #Jair Bolsonaro #Polícia Federal #Sérgio Moro

Escolas cívico-militares em marcha lenta

20/02/2020
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A ode feita por Abraham Weintraub às escolas cívico-militares, na última segunda-feira, pode até ter cumprido seu objetivo primordial de sedução ao presidente Jair Bolsonaro. No entanto, o discurso de Weintraub não encontra eco em seu próprio trabalho. Até o momento, o Ministério da Educação ainda não escolheu as cidades que receberão os 54 colégios previstos na primeira fase do projeto. Por ora, estão definidos apenas os quinze estados, além do Distrito Federal, que já aderiram ao programa. Avanço mesmo só na parte que cabe ao Ministério da Defesa: a Pasta já recebeu as inscrições dos militares inativos que se cadastraram para trabalhar nas escolas. A contratação, no entanto, é de responsabilidade do Ministério de Weintraub.

#Abraham Weintraub #Jair Bolsonaro #Ministério da Educação

Imagina…

20/02/2020
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Já imaginaram se o juiz Marcelo Bretas larga a toga para ser o grande oponente de Wilson Witzel na disputa pelo governo do Rio em 2022? Pois bem, Bolsonaro já imaginou…

#Jair Bolsonaro #Marcelo Bretas #Wilson Witzel

Novo ídolo dos Bolsonaro

20/02/2020
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O presidente Jair Bolsonaro foi convidado a participar do programa de Sikera Junior na Rede TV. A julgar pelos seguidos elogios do clã Bolsonaro ao apresentador de barbáries policiais, falta só marcar a data.

#Jair Bolsonaro

Quanto pesa cada integrante do time de Paulo Guedes?

19/02/2020
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Os Chicago´s Oldies e afins que gravitam em torno do ministro Paulo Guedes têm pesos diferentes no ranking de prestígio e aprovação no governo. Guedes universalizou ideologicamente sua equipe. São todos ortodoxos, egressos da universidade de Milton Friedman, mercado financeiro, Ibmec e Instituto Millenium. Destes dois últimos participam, respectivamente, o secretário geral de Produtividade e Competitividade, Carlos Costa, que privou com o ministro na unidade do Ibmec-SP quando ele era o dono da universidade, e Paulo Uebel, secretário geral de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, oriundo do Millenium. Também do Instituto é egresso o secretário de Comércio Exterior e Relações Internacionais, Marcos Troyjo. Com perfil de diplomata, trabalhou com Mario Garnero e Nelson Tanure, empresários que caracterizaram sua trajetória por operações ousadas.

Costa, Uebel e Troyjo mostram serviço e são prestigiados. No ranking da aprovação poderiam estar em um 3° lugar todos os três. O secretario do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, que já estava no governo antes da gestão Bolsonaro e chegou a aspirar a pole position nas categorias de prestígio e aprovação, teve uma queda drástica nos últimos cinco meses. Por pouco escapou a uma
fritura. Deixaria o Tesouro, por qualidade claudicante dos serviços, e cairia para cima, assumindo a diretoria executiva do Conselho Fiscal da República. Guedes, contudo, estancou a saída, brindando-o com a acumulação dos dois cargos. Mansueto poderia muito bem se situar no 5° lugar, com viés de baixa. Na gangorra do ranking estão o secretário de Desestatização e Desmobilização, Salim Mattar, e o Secretário Adjunto da Secretaria Especial de Fazenda, Esteves Colnago.

Mattar desceu para um 6° lugar, sem louvor. Era uma das novidades de Guedes: colocar um empresário para tocar a desestatização. Colnago, ao contrário, tinha pouca visibilidade, imerso na burocracia, mas mostrou grande proficiência e tomou conta do gabinete. Sai de um 7° para um 5°, com viés de alta. Empatados no 2° posto estão o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, e o secretário geral de Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior. Os dois são os mastins de Guedes. Autorizadíssimos a falar com a imprensa, são os reis das planilhas com os dados macroeconômicos e de finanças públicas. Defendem o governo com unhas e dentes. Em franco descenso está o presidente do BNDES, Gustavo Montezano. Não acerta uma. Por pouco não foi demitido pelo próprio Bolsonaro, que o conhece desde criança.

Montezano também tem o coração de Guedes. Mas entregar o serviço, que é o que interessa, até agora não se viu. O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, é um quadro anódino. Parceiro de Guedes desde os tempos do Pactual e Chicago Old puro sangue, foi investigado pelo MP no caso Marka – e absolvido, diga-se de passagem – e se especializou em dar declarações defendendo a venda do BB e maltratando seu corpo de funcionários. Mas parece ter aprendido que o silêncio vale ouro, principalmente para quem não sabe lidar com as palavras. Leva um 6° lugar e olhe lá. O presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, é exatamente o contrário de Novaes.  Tirou a CEF da condição de instituição abúlica e injetou eletricidade na gestão. Baixou os juros mais do que todos os bancos, demonstrando que é possível adotar a medida com sustentabilidade. Usa das palavras com grande eficiência. Um craque. Vai para o “2,5°” lugar. Empatados na mais alta posição estão os presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto, e da Petrobras, Roberto Castello Branco. Ambos são sacerdotes do silêncio. Falam pouco, erram pouco. BC e Petrobras não têm mesmo que ficar na ribalta. Castello toca a empresa que nem um violino e conseguiu um feito raro: lidar com a corporação se opondo ao que ela pensa. Campos Neto desabou com os juros e tem se comunicado com o mercado de forma cristalina e na medida certa. Os dois vão para o “1,5º” lugar. A 1ª posição ninguém leva.

#Ibmec #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Carinho ou um novo cascudo?

19/02/2020
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Jair Bolsonaro busca um cargo de consolação para abrigar o ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra. Uma das hipóteses ventiladas no Palácio do Planalto é a Secretaria de Acesso a Direitos e Equidade na OEA. O mandato do advogado brasileiro Gastão Alves de Toledo está chegando ao fim e o governo brasileiro deverá ter prioridade na indicação, até pelo apoio à reeleição do uruguaio Luis Almagro na presidência da entidade. Se bem que, a essa altura, tirar Osmar Terra da Câmara dos Deputados para escondê-lo na OEA, tem mais pinta de duplo castigo do que de afago…

#Jair Bolsonaro #OEA #Osmar Terra

Figuração

18/02/2020
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Jair Bolsonaro convidou Paulo Skaf para participar de uma de suas lives das quintas-feiras. Até agora, apenas um empresário participou das transmissões: Luciano Hang. Continuará sendo o único.

#Jair Bolsonaro #Luciano Hang #Paulo Skaf

O ocaso de Lorenzoni e Terra

18/02/2020
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Onyx Lorenzoni chegou a sugerir a Jair Bolsonaro que o ex-ministro Osmar Terra assumisse a liderança do governo na Câmara como uma espécie de prêmio de consolação. Entrou por um ouvido de Bolsonaro e saiu pelo outro. Nem Terra está com essa bola toda para ocupar o posto no Congresso nem Lorenzoni para ser cabo eleitoral de ex-ministro.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni #Osmar Terra

Renda mínima entra no radar do governo Bolsonaro

17/02/2020
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O presidente Jair Bolsonaro condicionou a aceitação do Imposto sobre Transações à aprovação da renda básica universal ou renda mínima, conforme apurou o RR com fonte ligada ao Palácio do Planalto. Bolsonaro tem sido um entrave maior do que o próprio Congresso Nacional à inclusão do imposto – uma versão mais branda da CPMF – na reforma tributária. O ministro da Economia, Paulo Guedes, adepto mais ardoroso da iniciativa, quer condicionar o tributo à desoneração das empresas.

A tese de Guedes esbarra no efeito político negativo que a medida produzirá ao contemplar somente o capital, excluindo o social. Bolsonaro e Paulo Guedes mencionaram a adoção da renda mínima mais de uma dezena de vezes na campanha eleitoral para a Presidência. Ressalte-se que a estimava de arrecadação do Imposto sobre Transações gira em torno de R$ 1,2 trilhão no horizonte de dez anos. Em princípio, a medida seria adotada por etapas, contemplando primeiramente segmentos com renda mais baixa – 22,4% dos domicílios do país não possuem renda do trabalho.

Com a renda universal básica, o governo extinguiria a cesta básica, o que é um desejo político de Bolsonaro: ir além do que as gestões petistas foram na área social. Uma das discussões sobre o projeto é a conveniência de criação de uma remuneração abaixo do salário mínimo. Outro ponto controverso é a regra de correção. Ao contrário do projeto do Prêmio Nobel Milton Friedman – imposto de renda negativo – que contemplaria todos os habitantes com a renda mínima, a assistência seria restrita aos mais necessitados. As etapas de correção das faixas seriam galgadas na medida em que o país fosse crescendo. A expectativa com a medida é que ela provoque um choque no consumo. Não é preciso nem dizer seu impacto eleitoral para o presidente Bolsonaro. Só anunciar os estudos para sua adoção já conta pontos.

#CPMF #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia

Tortura na mão dos estados

17/02/2020
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O Comitê Nacional de Combate à Tortura discute mudanças importantes na política do governo para a área. A principal delas é transferir para os estados uma série de responsabilidades, desde o recebimento e apuração de denúncias até mesmo à definição a equipe de peritos. É o “menos Brasília e mais Brasil” chegando à pauta dos diretos humanos. Por trás da medida, ressalte-se, existe uma controversa batalha jurídica. No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir de uma só vez os 11 peritos que prestam serviço ao Comitê. Os afastados recorreram e o embate se arrasta nos tribunais.

#Comitê Nacional de Combate à Tortura #Jair Bolsonaro

O Mercosul bate cabeça

14/02/2020
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Antes de buscar um acordo em bloco com a Coreia do Sul, talvez seja o caso de os membros do Mercosul apararem suas próprias arestas. Segundo uma fonte do Itamaraty envolvida com as negociações em curso em Montevidéu, a Argentina está irredutível em ter cotas maiores do que o Brasil nas exportações de soja para o país asiático. Não demora muito e o governo Bolsonaro, com sua já conhecida diplomacia, encerra as tratativas.

#Jair Bolsonaro #Mercosul

Carnaval do apito

13/02/2020
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A campanha que a Secom lançará contra o assédio sexual no Carnaval prevê a distribuição de apitos nas ruas para que as mulheres denunciem eventuais abordagens indevidas. O feitiço pode virar contra o feiticeiro: no Rio, já tem bloco organizando um apitaço contra o governo Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Secom

Lei do silêncio

12/02/2020
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Os irmãos Bolsonaro foram orientados por advogados da família a não dar qualquer declaração ou fazer postagens em redes sociais sobre a morte do ex-PM Adriano Nóbrega, ligado a Flavio Bolsonaro e acusado de participar do “Escritório do Crime”. O problema, como sempre, é convencer “Carluxo”.

#Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Postalis em revista

12/02/2020
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Nomeado em dezembro por Jair Bolsonaro, o presidente do Postalis, general Paulo Humberto de Oliveira, estaria preparando uma razia na diretoria do fundo de pensão.

#Jair Bolsonaro #Postalis

Fumaça para longe

12/02/2020
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Jair Bolsonaro já descartou a criação do “Imposto do Pecado” (Apud Paulo Guedes). Mas, pelo sim, pelo não, lobistas das indústrias do fumo e de bebidas alcóolicas trabalham para engavetar duas PECs sobre o tema que tramitam vagarosamente no Congresso há pelo menos dois anos. Vai que…

#Jair Bolsonaro

Enquanto isso, na Zona Franca…

11/02/2020
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A Suframa também sofre com a falta de servidores. Há 98 PPBs – Processos Produtivos Básicos – engargalados na Zona Franca de Manaus à espera de avaliação. Trata-se do pedido para instalação de uma nova fábrica ou de uma linha de produção. Indicado diretamente por Jair Bolsonaro, o no 1 da Suframa, coronel do Exército Alfredo Alexandre Menezes Jr., fala em limpar  a pauta de pedidos até dezembro. A julgar pelo ritmo do ano passado, vai ter de correr muito: ao todo a Superintendência avaliou 75 PPBs.

#Jair Bolsonaro #Suframa #Zona franca de Manaus

O MPF no meio do caminho

11/02/2020
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Anunciada por Jair Bolsonaro como um dos investimentos prioritários do governo no setor elétrico, a construção da hidrelétrica de Tabajara, em Rondônia, está travada. Para irritação do Capitão, o impasse diz respeito à licença ambiental, “esse negócio aí que só atrapalha a economia”. O Ministério Público Federal exige um novo estudo de impacto ambiental. A procuradora da República no estado, Gisele Bleggi, recomendou ao Ibama que não emita a licença para o empreendimento. O projeto original prevê a inundação de uma área de 96 quilômetros quadrados na região de Machadinho D ´Oeste.

#Jair Bolsonaro

Clima de novela das seis

11/02/2020
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O ministro Osmar Terra tem sido um dos integrantes do primeiro escalão mais próximos de Regina Duarte em seus primeiros dias de governo. Ambos já discutem ações conjuntas entre o Ministério da Cidadania e a Secretaria de Cultura, notadamente em cidades do interior. Algo bem diferente do que se viu na efêmera gestão de Roberto Alvim. Terra tentou barrar a nomeação de Alvim para a Secretaria de Cultura e depois fez de tudo para derrubá-lo do cargo, o que precipitou a decisão de Jair Bolsonaro de transferir a sub Pasta para o Ministério do Turismo.

#Jair Bolsonaro #Osmar Terra #Regina Duarte #Secretaria de Cultura

Moro corre para dar o troco no PCC

10/02/2020
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A fuga de 75 criminosos do PCC do presídio de Juan Pedro Caballero, no Paraguai, forçou Sergio Moro a precipitar os fatos. O ministro deverá acelerar a instalação, ainda neste ano, de mais dois Ciofs (Centro Integrado de Operações de Fronteira), a exemplo da unidade de Foz do Iguaçu, inaugurada em dezembro. Mato Grosso, divisa com a Bolívia, e Roraima, nos limites com Venezuela e Colômbia, devem ser os estados escolhidos. Com isso, os Ciofs cobririam o que as Forças Armadas costumam chamar de “áreas quentes” da fronteira brasileira, regiões que concentram as principais rotas de entrada de drogas e armas no país.

Procurado, o Ministério da Justiça confirmou que “entre suas estratégias está, sim, a instalação de novos Ciofs, ainda em local a ser definido.” Acelerar a instalação dos Centros Integrados de Operações de Fronteira atenderia não só às necessidades do Estado, mas também às de Sergio Moro. Pressionado, o ministro precisa dar uma pronta resposta contra o crime organizado. A fuga de Juan Pedro Caballero calou fundo em Moro.

De um lado, ajudou a criar um turbilhão político, com a ameaça de Jair Bolsonaro de cindir seu Ministério; do outro, escancarou vulnerabilidades na segurança pública. Inteligência foi exatamente o que não funcionou na fuga dos prisioneiros. Segundo informações filtradas do Ministério da Justiça, toda a operação foi articulada no Brasil e membros do PCC se deslocaram até a fronteira para dar suporte aos comparsas sem serem monitorados. Em tempo: o governo pretende dar uma dimensão ainda maior aos Ciofs, centros não apenas de operação, mas, sobretudo, de inteligência, que integram dados da Polícia Federal, Receita Federal, Abin, Unidade de Inteligência Financeira (antigo Coaf) etc. O objetivo é transformá-los em instâncias multilaterais de combate ao crime organizado. Para isso, a ideia é convidar ministros da Justiça de países vizinhos para ocupar cadeiras permanentes nestes centros.

#Jair Bolsonaro #PCC #Sérgio Moro

Ciência e Tecnologia tenta afastar a ameaça de um bug financeiro

7/02/2020
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O discreto, quase opaco, ministro Marcos Pontes vai tentar buscar fora o dinheiro que não vem do próprio governo para a Ciência e Tecnologia. O RR tem a informação de que Pontes anunciará nos próximos dias uma reformulação na estrutura do Ministério, com a conversão de boa parte das 16 Unidades de Pesquisa em Organizações Sociais (OS). Trata-se de uma tentativa de evitar um apagão financeiro em alguns dos principais foros de ciência do país – como o Observatório Nacional, o Instituto Nacional de Tecnologia e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE, que esteve no centro de uma das maiores crises do governo Bolsonaro ao revelar o tamanho do desmatamento da Amazônia. Segundo o RR apurou, Pontes se reunirá hoje com seus auxiliares para discutir detalhes do projeto. A mudança da natureza jurídica é uma roleta russa. Por um lado, essas instituições passarão a ter maior autonomia na gestão e captação de recursos – poderão, por exemplo, prestar serviços para terceiros; por outro, não terão mais garantia de repasse de recursos do governo federal. Pensando bem, já não têm mesmo. O Orçamento da Ciência e Tecnologia para este ano é 15% inferior ao do ano passado. Pior: cerca de 40% do valor, algo como R$ 5 bilhões, estão contingenciados. Não há grana suficiente para investir nos institutos e projetos da Pasta e pagar bolsas de estudo, como as do CNPq. Procurado, o Ministério confirmou que “está em andamento estudo para reestruturação e alinhamento das unidades vinculadas do MCTIC considerando o novo planejamento estratégico da gestão”.

#INPE #Instituto Nacional de Tecnologia #Jair Bolsonaro

Um afago à Defesa

7/02/2020
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O Palácio do Planalto prepara um happening para 4 de março. Jair Bolsonaro vai assinar o contrato com o Consórcio Águas Azuis (ThyssenKrupp e Embraer) para a construção das quatro novas corvetas da Marinha, ao valor de R$ 6 bilhões. Será o primeiro grande investimento da área de Defesa aprovado na gestão Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Eike só assiste de longe a um projeto que já foi seu

7/02/2020
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Na sala de reunião do seu primeiro QG na Praia do Flamengo – o segundo seria o Hotel Serrador, na Cinelândia – Eike Batista olhava pelo vidro da janela o verde do Aterro com os olhos esgazeados. As palavras do seu interlocutor soavam como música. O assunto eram minérios, minérios e mais minérios. De repente, não mais que de repente, gritou pouco antes de chegar à porta da sala: “Flavio, manda ver essa Reserva Nacional do Cobre e as áreas indígenas. Temos que sair na frente”. O Flavio é também chamado de Godinho, seu sobrenome. O executivo constava na hierarquia de cargos, formalmente, como advogado de Batista, mas era o faz tudo do empresário.

A Reserva Nacional do Cobre é uma província metalogenética no Pará, mais ou menos similar à do sítio de Carajás. A região seria hospedeira de espetaculares jazidas de molibdênio, manganês, ferro, cobre, nióbio e anatásio entre outros, inclusive o grafito, que tanto encanta Jair Bolsonaro. A Reserva era de propriedade da União, considerada estratégica para o país e ficava pendurada em um estatal em franca decadência: a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM). E os aborígenes, o que fazem nesse enredo? Pois bem, Batista, desde os seus tempos de garimpo era useiro e vezeiro na exploração de terras silvícolas.

São lendários seus rasantes de helicóptero sobre moradias indígenas, assim como uma descida atlética de paraquedas da aeronave que sobrevoava a região de Pitinga (PA), onde ele detinha uma joint venture com o empresário Otavio Lacombe para exploração de ouro e cassiterita. Durante parte dessa época, Batista somente beliscava os minérios contidos em área indígena, até porque a exploração estava vedada por Lei. Ele dizia que fincaria o pé nos dois mega-ativos, compraria a Vale – o que bem tentou –, consolidaria tudo e criaria a maior mineradora do mundo. Estamos no primeiro ano do segundo mandato de Dilma Rousseff. Com os pés quase na soleira da porta, ele berra novamente para Flávio Godinho: “Vai fundo porque eu tenho um bizu de que vão abrir tudo, e nós podemos ter a prioridade”.

Eram tempos em que Batista tinha preferencia em tudo. O medo do magnata era que a Vale saísse na frente na disputa. Sabia que moeda de troca era o controle ficar em mãos de grupos nacionais. Na área do ferro, por exemplo, a Vale consolidou todas as empresas não controladas por siderúrgicas. Durante meses teve reuniões com Dilma – e com Lula – para ultimar a liberação dos ativos minerais. As respostas eram a mesma: “Vai sair, aguarde, que tem a burocracia, o desembaraço com a CPRM, os grupos de interesse, os militares etc…”

Batista acabou desistindo e prosseguiu em sua saga de desastres. Hoje, enclausurado devido à prática de meliâncias, Eike Batista assiste a algumas reservas minerais serem colocadas na prateleira para venda e outras prestes a tomarem o mesmo rumo. A Reserva Nacional do Cobre já tem sua fila de interessados. E, na última quarta-feira, Bolsonaro enviou ao Congresso o projeto de lei que regulamenta a abertura de terras indígenas para exploração de minérios, petróleo e geração de energia. Se ameniza as dores do não feito, em alguma coisa, há indícios de que, pelo menos a Reserva do Cobre, não tem aquele manancial todo, durante décadas quase lendário. Mas Eike Batista não tem mais tempo, cabeça e dinheiro para pensar em um negócio desses.

#CPRM #Eike Batista #Jair Bolsonaro

Oscar em vertigem

7/02/2020
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Coisa de doido: em conversa com o RR, um “bolsonarista digital” garantiu que colegas da causa estão compartilhando e-mails de membros da Academia e estimulando o envio de mensagens de protesto contra a indicação de “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, ao Oscar.

#Jair Bolsonaro #Petra Costa

Bolsa de apostas

6/02/2020
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O que vai acontecer primeiro? A demissão de Abraham Weintraub por Jair Bolsonaro ou a do secretário executivo da Pasta da Educação, Antonio Medeiros, pelo próprio Weintraub? Ou ambas?

#Abraham Weintraub #Jair Bolsonaro

Onyx Lorenzoni está de volta ao ringue

6/02/2020
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Mais recente vítima do método “frita e depois esfria” de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni se reergueu. Depois de levar a mensagem do presidente da República ao Congresso, a nova demonstração da recuperação do poderio de Lorenzoni é a sua disposição para enfrentar Paulo Guedes. Ligado à Frente Parlamentar da Agricultura, o ministro da Casa Civil trabalha no Senado para a aprovação do parcelamento das dívidas do Funrural. O carregamento de passivos dos produtores rurais já beira os R$ 12 bilhões. O ministro também articula junto ao Congresso o abatimento da cobrança do fundo sobre cooperativas agrícolas. A rigor, seria uma compensação pelos custos com a compra de insumos fornecidos aos cooperativados. Nos dois casos, caminha na mão oposta de Guedes, contrário ao  parcelamento do Funrural e à renúncia de parte da receita que vem de cooperativas.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni #Paulo Guedes

A democracia dos boletos

5/02/2020
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O governo Bolsonaro parece realmente empenhado em “democratizar” o pagamento de contas, tarifas etc etc. Além da iminente liberação para que bancos digitais prestem esse tipo de serviço, outra proposta no gatilho é a quebra do monopólio da Caixa Econômica nas lotéricas. A ideia é que clientes de outros bancos possam pagar contas com cartão magnético nas mais de 14 mil loterias do país. Hoje, esse serviço é restrito a correntistas da Caixa. Segundo o RR apurou, os estudos estão avançados e já há, inclusive, conversações com empresas de tecnologia para a adaptação do sistema operacional da rede de lotéricas credenciada da Caixa.

#Caixa Econômica #Jair Bolsonaro

Parceria inflamável

5/02/2020
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Na esteira da aproximação entre Jair Bolsonaro e o governo indiano, a Balrampur Chini Mills planeja se instalar no Brasil. Trata-se de umas das cinco maiores produtoras de etanol e açúcar da Índia. Ressalte-se que o setor sucroalcooleiro brasileiro está no meio de um contencioso na OMC com seus congêneres indianos, acusados de receber subsídios do governo local.

#Balrampur Chini Mills #Jair Bolsonaro

Em revisão

31/01/2020
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Segundo um informante palaciano, Jair Bolsonaro teria recusado a primeira versão da mensagem que lerá na abertura do ano legislativo, na próxima semana. Considerou o discurso preparado por seus assessores com “adjetivos demais”. Bolsonaro quer dar ênfase ao Plano Plurianual 2020-2023.

#Jair Bolsonaro

Rodízio ministerial

31/01/2020
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O que se diz no Palácio do Planalto é que a reforma ministerial ou algo que o valha começou: depois de tirar o PPI de Onyx Lorenzoni e empurrá-lo para Paulo Guedes, o próximo passo de Jair Bolsonaro seriam a degola do ministro Gustavo Canuto e a transferência do Desenvolvimento Regional para a Pasta da Infraestrutura, aos cuidados de Tarcisio Freitas.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni #Palácio do Planalto

Diplomacia do embate

30/01/2020
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O Itamaraty costura um encontro entre Jair Bolsonaro e o presidente eleito do Uruguai, Luis Lacalle Pou, antes mesmo da sua posse, em março. Se soar como provocação ao atual presidente Tabaré Vasquez, um dos líderes da esquerda local, melhor ainda.

#Jair Bolsonaro

A força de Paulinho

30/01/2020
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O deputado Paulinho da Força tem feito críticas pesadas ao governo Bolsonaro pela perda de poder das centrais sindicais no Conselho Nacional do Trabalho. Mas nem mesmo seus pares do sindicalismo levam muita fé nos protestos. Línguas mais ferinas chegam a dizer que daqui a pouco Paulinho ganha uma prebenda orçamentária e esquece do caso.

#Jair Bolsonaro #Paulinho da Força

O novo e o velho Itamaraty

30/01/2020
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A recente deportação de 80 brasileiros que viviam nos Estados Unidos, sem qualquer reação contrária do governo Bolsonaro, remete a um episódio similar na gestão Lula. Em 2008, após duras negociações diplomáticas, o então presidente conseguiu impedir que os norte-americanos despachassem um grupo de cidadãos brasileiros. Segundo relato de um ex-ministro de Lula ao RR, o nível de tensão, à época, chegou a tal ponto que o petista informou ao então presidente George W. Bush que não autorizaria o sobrevoo da aeronave dos Estados Unidos em território nacional. A Casa Branca, então, recuou. Os ventos mudaram de direção. Na gestão Bolsonaro, esta foi a segunda vez em que o país aceitou receber um avião fretado pelo governo Trump trazendo brasileiros deportados.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro

Ministério da Justiça é um síndico ausente na “cadeia da peste”

29/01/2020
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Se dependesse da OAB, do governo de Roraima e de entidades da área de diretos humanos, Jair Bolsonaro já teria criado um “Ministério da Gestão Penitenciária” tirando essa atribuição das mãos de Sergio Moro. O ministro tem sido criticado pela postura diante do surto de uma grave doença de pele na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), em intervenção federal e, portanto, sob a alçada da Pasta da Justiça desde janeiro de 2019. Segundo fonte do MP-RR, apenas na semana passada o Ministério começou a averiguar o caso in loco, com o envio de dois funcionários do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para Roraima.

A enfermidade começou a ganhar destaque na imprensa a partir de 18 de janeiro, no entanto o assunto é de conhecimento das autoridades desde setembro do ano passado, quando a OAB-RR denunciou o surto ao Ministério Público do estado. O episódio ultrapassa até mesmo os limites das péssimas condições carcerárias do país. Uma bactéria tem deformado partes dos corpos de presidiários de Monte Cristo. Há casos de decomposição de mãos, braços e pernas de detentos. Ao menos 30 presos já foram diagnosticados com a doença. No estado, a Pamc já ganhou o cruel apelido de “cadeia da peste”.

Procurado, o Ministério da Justiça não se pronunciou. Sergio Moro determinou a intervenção na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo após uma rebelião que deixou 33 mortos. De fato, de lá para cá, não se registrou novo confronto de facções criminosas. Neste quesito, ponto para o Ministério da Justiça e da Segurança Pública. O que não quer dizer que o local esteja livre de barbáries. A penitenciária mais lembra uma masmorra medieval. Com capacidade para cerca de 500 presos, abriga quatro vezes mais, em torno de 2.100 detentos. A própria OAB e a Defensoria Pública de Roraima têm feito seguidas denúncias à Justiça sobre as condições insalubres da cadeia.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Justiça #OAB #Sérgio Moro

Lei de Talião

29/01/2020
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Na Índia, um possesso Jair Bolsonaro deixou escapar a assessores que vai determinar a todos os ministros que passem a gravar suas conversas com Wilson Witzel. Pode ter sido apenas uma vendeta passageira, ainda no calor da traquinagem de Witzel com o General Hamilton Mourão. Ou não…

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Wilson Witzel

Segurança máxima no caixa do Postalis

28/01/2020
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Jair Bolsonaro está decidido a efetivar o general Paulo Humberto Cesar de Oliveira na presidência do Postalis – a princípio nomeado para um mandato transitório de seis meses. Bolsonaro dá de ombros à prerrogativa dos Correios de indicar o nome para o cargo. Acha que os executivos escolhidos pela estatal já fi zeram estrago demais. Saqueado por diversos mãos, o Postalis acaba de sair de uma intervenção da Previc por causa de um rombo atuarial de R$ 6 bilhões. Não custa lembrar que os próprios Correios são comandados por um oficial da reserva, o General Floriano Peixoto.

#Jair Bolsonaro #Postalis

Interventora?

28/01/2020
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No pacote de mimos que ofereceu a Regina Duarte, Jair Bolsonaro acenou com a possibilidade da atriz “aconselhar” na destinação das verbas de estatais para a área de cultura. Deve ser da boca para fora, como tantas promessas de Bolsonaro. Se bem que o Capitão até já tirou do ar propaganda do Banco do Brasil.

#Jair Bolsonaro #Regina Duarte

Mais um ruralista a caminho

24/01/2020
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Jair Bolsonaro será o cabo eleitoral da bancada ruralista na eleição do novo senador pelo Mato Grosso – vaga aberta com a cassação de Selma Arruda. A Frente Parlamentar da Agricultura garantiu o apoio de Bolsonaro à candidatura de Nilson Leitão (PSDB) A ida de  Leitão ao Palácio do Planalto para apertos de mão e as fotografias de praxe já está engatilhada.

#Jair Bolsonaro #PSDB

Os “neotucanos”

24/01/2020
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João Doria, “dono” do PSDB, quer uma chapa do barulho para disputar a Prefeitura do Rio: o ex-ministro Gustavo Bebianno e o empresário Paulo Marinho. Pode até não ganhar a eleição,mas é garantia de pancada em Jair Bolsonaro. A dupla destila  ódio pelo Capitão.

#Jair Bolsonaro #João Doria #PSDB

O preço do voto

23/01/2020
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O presidente Jair Bolsonaro insiste em pressionar o Congresso a mudar a Lei Eleitoral e instituir o voto impresso, se possível já para o pleito deste ano. Sinal de alerta para os cofres da União: o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está lançando uma licitação de aproximadamente R$ 700 milhões para a compra de 180 mil urnas eletrônicas sem prever esse sistema.

#Jair Bolsonaro

Promessa de Putin vira picadinho

22/01/2020
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A ministra Tereza Cristina e o Itamaraty têm feito novas gestões junto ao governo russo na tentativa de eliminar de vez os embargos do país à importação de carne brasileira. Em novembro, durante a 11ª Cúpula dos Brics, Vladimir Putin comprometeu-se com Jair Bolsonaro a enviar uma equipe de técnicos para avaliar as condições sanitárias de frigoríficos no Brasil. Por ora, nada aconteceu. Desde 2017, o governo Putin impõe restrições à compra de carne brasileira alegando ter encontrado vestígios do aditivo ractopamina em amostras do produto.

#Jair Bolsonaro #Tereza Cristina #Vladimir Putin

Bolsonaro segue o “mestre” na OEA

21/01/2020
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O presidente Jair Bolsonaro fará mais um agrado à Casa Branca. De acordo com informações filtradas do Itamaraty, o governo brasileiro vai apoiar a reeleição do uruguaio Luis Almagro ao cargo de secretário-geral da OEA – o pleito está marcado para 20 de março. Mais uma vez, o alinhamento – ou subserviência – aos Estados Unidos significará o rompimento com tradições diplomáticas brasileiras.

O voto do Brasil deverá caminhar na contramão do posicionamento da maioria dos países da América do Sul, a começar pela Argentina, favoráveis à candidatura da equatoriana Maria Fernanda Barbosa. Diplomata de carreira, Maria Fernanda foi chanceler do Equador em Buenos Aires e presidiu a mais recente Assembleia Geral da ONU. É tida como a favorita para liderar a OEA. No mapeamento feito pelo próprio Itamaraty, ela teria hoje 19 dos 33 votos do colégio eleitoral. José Almagro é visto como uma extensão da Casa Branca na OEA.

Costuma demonstrar sintonia com os Estados Unidos em questões mais sensíveis. Foi assim no auge da crise institucional na Venezuela, quando defendeu uma intervenção militar para “pôr fim ao regime de Nicolás Maduro”. À época, soltou uma frase que poderia perfeitamente ter sido dito por Trump ou, por extensão, pelo próprio Bolsonaro: “Enquanto entre 15 mil e 22 mil cubanos estiverem na Venezuela é impensável o retorno da democracia ao país…”. Trata-se de uma curiosa metamorfose. Com raízes na esquerda, Almagro chegou a integrar o Movimento de Participação Popular, um dos braços da Frente Ampla que levou José Mujica ao poder no Uruguai. Em 2018, foi expulso dos quadros do partido justamente por apoiar ações militares na Venezuela. Hoje, sua preocupação parece ser reduzir ainda mais a distância de um mísero quilômetro que separa a sede da OEA da Casa Branca.

Por falar em OEA: o Brasil deve US$ 10,6 milhões à entidade. Desde o início da gestão Bolsonaro, em janeiro do ano passado, o governo brasileiro ainda não pagou nenhuma das cotas mensais de contribuição que cabem aos países membros da Organização. Os valores são proporcionais ao PIB de cada nação – o Brasil é o segundo maior contribuinte, atrás apenas dos Estados Unidos. Entrar para o “SPC da OEA” não é uma exclusividade do governo Bolsonaro. Em 2017, com Michel Temer na Presidência, o Brasil chegou a dever US$ 8 milhões.

#Jair Bolsonaro #OEA

Embaixada bifronte

21/01/2020
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Eduardo Bolsonaro é nome certo na comitiva de Jair Bolsonaro que viajará aos Estados Unidos em fevereiro para encontros com investidores privados. Ou seja: se até lá a indicação do diplomata Nestor Forster for aprovada no Senado, ele já estreia como “co-embaixador” do Brasil em Washington.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Bolsonaro sem açúcar e sem afeto com os usineiro

20/01/2020
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A visita de Jair Bolsonaro à Índia, no fim do mês, poderá azedar ainda mais as relações entre o Capitão e a indústria sucroalcooleira. O governo brasileiro avalia retirar a queixa contra os indianos na OMC por subsídios para o setor açucareiro no encontro com o primeiro-ministro Narendra Modi. Seria a contrapartida para a assinatura de acordos bilaterais de cooperação econômica, entre eles uma parceria para investimentos em biodiesel no Brasil.

Ressalte-se que não é da tradição do Brasil recuar tão facilmente em contendas na OMC. Mas, como já se viu, não há muito espaço para tradição no Itamaraty de Bolsonaro. Os usineiros pressionam o governo a manter o processo contra o país asiático na Organização Mundial do Comércio. O governo da Índia é acusado, não só pelo Brasil, mas também por Austrália e Guatemala, de quebrar acordos firmados no âmbito na OMC ao conceder subsídios para a produção e exportação de açúcar.

No entanto, o governo Bolsonaro não tem sido muito pródigo em defender os interesses da indústria sucroalcooleira nacional. O golpe mais duro veio no ano passado. O Brasil aumentou de 600 milhões para 750 milhões de litros a cota para a importação de etanol dos Estados Unidos isento de imposto. Até agora, o Palácio do Planalto espera por uma resposta da Casa Branca ao pleito de flexibilização das barreiras alfandegárias para a entrada do açúcar brasileiro no mercado norte-americano. Talvez ela nunca chegue.

#Jair Bolsonaro #OMC.

Comissão de Ética no limbo

20/01/2020
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Ao encaminhar a denúncia contra Fabio Wajngarten, chefe da Secom, para a Comissão de Ética da Presidência da República, o Palácio do Planalto praticamente jogou o caso em um triturador de papel. Ao menos a julgar pelo histórico recente do colegiado, do qual não se sabe o que faz e o que não faz. Desde que Jair Bolsonaro assumiu, a Comissão de Ética deixou de publicar na internet as atas de suas reuniões e o teor de suas decisões. Em pouco mais de um ano, não se tem notícia de que algum integrante de primeiro escalão do governo federal tenha sequer recebido uma censura ética, a mais branda das reprimendas do colegiado.

#Jair Bolsonaro #Secom

Coca-Cola e AmBev travam queda de braço fiscal com Paulo Guedes

14/01/2020
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Coca-Cola e AmBev estão usando todo o seu peso na tentativa de reverter a decisão do ministro Paulo Guedes de cortar incentivos fiscais à indústria de bebidas na Zona Franca de Manaus. Empresas menos votadas, de perfil regional, mas igualmente afetadas pela medida – a exemplo de Amazon Refrigerantes e Guaraná Magistral – também participam da tour de force. A articulação passa pelo Congresso. Na última quinta-feira, deputados e senadores do Amazonas se reuniram com o objetivo de traçar uma estratégia para restabelecer, se não integralmente, parte dos benefícios tributários.

O bloco é encabeçado pelos senadores Plínio Vale e Eduardo Braga, líder do governo no Senado. Segundo a fonte do RR, os parlamentares pretendem agendar uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro ainda nesta semana para levar uma proposta de aumento gradativo dos créditos tributários de 4% para 8% sobre o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Consultada sobre o assunto, a Coca-Cola transferiu a responsabilidade da resposta para a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes (ABIR), que, por sua vez, não se manifestou.

Igualmente procuradas, AmBev, Amazon e Magistral também não se pronunciaram. O que está em jogo é algo em torno de R$ 800 milhões. É quanto CocaCola, AmBev e outros fabricantes vão perder em créditos tributários a cada ano com a redução da alíquota. No ano passado, Bolsonaro se sensibilizou com o pleito do setor e da bancada da Amazônia e elevou temporariamente o benefício para 10% do IPI. Em 1º de janeiro deste ano, a alíquota voltou para os 4% fixados ainda no governo Temer. E é lá que Paulo Guedes quer manter esse sarrafo. Já é uma concessão. A vontade mesmo do ministro, que não morre de amores pela Zona Franca e muito menos por renúncia fiscal, era zerar o benefício.

#Ambev #Coca-Cola #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

O presidente e o ídolo

14/01/2020
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O Itamaraty solicitou, mas a Casa Branca ainda não respondeu ao pedido de um novo encontro entre Jair Bolsonaro e Donald Trump no fim de fevereiro. O Capitão vai aos Estados Unidos para reuniões com investidores, notadamente do setor de energia. Mas o que ele quer mesmo é mais um aperto de mão com Trump.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro

Avis rara

14/01/2020
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O governo Bolsonaro, logo o governo Bolsonaro, vai ganhar um troféu na área ambiental. Nos próximos dias, o ICMBio anunciará que a arara azul grande (Anodorhynchus hyacinthinus) deixou a lista de espécies ameaçadas de extinção. A saída do purgatório se deve à combinação de dois fatores: os projetos de preservação tocados por ONGs e a ação da PF no combate ao contrabando de animais silvestres.

#ICMBio #Jair Bolsonaro

O líder que não lidera

13/01/2020
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Apesar de toda a pressão em contrário da base aliada – ou justamente por causa dela –, Jair Bolsonaro está decidido a manter o deputado Vitor Hugo como líder do governo na Câmara. Pesa, sobretudo, a boa relação do parlamentar com o ministro-chefe da Secretaria de Governo, General Luiz Eduardo Ramos. Por boa relação, entenda-se o seguinte acordo tácito: o general cuida do que interessa no Congresso e Vitor Hugo, convenientemente, finge que não existe e não atrapalha.

#Jair Bolsonaro

Planalto corre para evitar vácuo decisório nas agências reguladoras

10/01/2020
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O Palácio do Planalto vai lançar uma blitzkrieg para evitar um engessamento regulatório no país. O pontapé inicial será dado na próxima segunda-feira, 13: a Casa Civil enviará ofício para os Ministérios solicitando a indicação imediata de nomes para preencher as vagas disponíveis nas agências reguladoras das áreas afins. Há um crescente risco de atrofia decisória nessas instâncias de poder. Literalmente, o governo Bolsonaro corre para tirar o atraso: durante o primeiro mandato, praticamente não houve nomeações. Nesse momento, há 15 cadeiras vazias em órgãos como Anvisa, Ancine, Anatel e Anac. Além das indicações, a Casa Civil e a Secretaria de Governo articulam com o Congresso uma espécie de fast track para acelerar as sabatinas e aprovações dos novos indicados, a começar pela Anac. Já há dois nomes para os cargos vagos na agência: Ricardo Catanant e Thiago Caldeira. No entanto, o processo virou água parada. As duas indicações mofam na Comissão de Serviços de Infraestrutura da Câmara. Se não andarem, há o risco de uma paralisia decisória na Anac a partir de março, quando se encerram os mandatos do presidente da Anac, Ricardo Botelho, e do diretor Ricardo Bezerra.

#Anac #Casa Civil #Jair Bolsonaro

Lento retorno ao game

10/01/2020
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A Nova Participações estaria em busca de parceiros para disputar as futuras concessões do governo Bolsonaro, notadamente no setor rodoviário. Por trás da nova placa esconde-se a antiga Engevix, do empresário José Antônio Sobrinho, uma das figurinhas carimbadas da Lava Jato. Consultada, a Nova Participações ressalta que “está apta a participar de concorrências públicas” depois de firmar acordo de leniência com a CGU. Garante, no entanto, que “neste primeiro momento” seu objetivo é atuar, como contratada, na elaboração de projetos e construção de obras de engenharia necessários às concessões.

#Engevix #Jair Bolsonaro #Nova Participações

Bolsonaro cobra do mundo o “crédito ambiental” do Brasil

9/01/2020
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Segundo fonte do RR no Itamaraty, representações diplomáticas do Brasil no exterior têm sido orientadas a garimpar informações sobre emissão de poluentes, tanto de empresas privadas quanto do setor público, nos respectivos países de atuação. O objetivo do governo é elaborar um dossiê para comprovar que o Brasil tem, sim, créditos de carbono a receber nos termos do Protocolo de Kyoto. A gestão Bolsonaro tem batido duramente nessa tecla: garante ter direito a mais de US$ 2,5 bilhões relativos à redução de 250 milhões de toneladas de gás carbônico desde 2005. O número não é reconhecido por especialistas internacionais e tampouco se sabe os critérios adotados pelo governo brasileiro para chegar a ele, mas isso é o de menos… Além de brigar pelos supostos bilhões do CO2, o dossiê teria outra valia para o governo brasileiro: contra-atacar e constranger grandes potências que, na ótica da gestão Bolsonaro, posam de “vestais” e juízes da política ambiental alheia. A ideia do levantamento teria partido do próprio ministro Ricardo Salles, que voltou com a crista lá em cima da COP25, em Madri. Em conversas reservadas com assessores, auscultadas pelo RR, Salles tem repetido que o Brasil “mudou o tom do noticiário sobre o meio ambiente”. Talvez sua capacidade de interpretação esteja enevoada pela fumaça da Amazônia.

#Jair Bolsonaro #Ministério do Meio Ambiente #Ricardo Salles

Desemprego, quem diria, “faz a festa” do governo

9/01/2020
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Ainda na rebarba do “Natal do FGTS”, o governo espera uma taxa de desemprego de 10,9% no mês de dezembro. Apesar do índice ainda ser alto, é algo a ser festejado com palmas. Como disse o subsecretário de Política Macroeconômica do Ministério da Economia, Wladimir Teles, funcionou além das expectativas o choque de liberação de recursos do FGTS. Essa medida, quem diria, já foi chamada de “keynesianismo bastardo” pela turma de Chicago.

A queda da desocupação vem junto com uma provável expansão do PIB, que subiria de uma previsão de 1,2%, em 2019, para 1,4%. São frações quase microscópicas, mas que podem ser lidas como tendências. Devidamente “marketadas”, resultam em ganho político nada desprezível para o governo. Afinal, o desemprego é a saúva da gestão Bolsonaro e a sarna do discurso liberal do ministro Paulo Guedes. Mesmo que a desocupação possa em parte ser provocada por componentes estruturais, fatores exógenos e outras tecnicalidades, justificá-la dessa forma é fazer troça com cinco milhões de pessoas que, no 3° trimestre de 2019, procuravam emprego há 12 meses, segundo dados do Dieese. Só se justifica o desemprego com mais emprego.

É a única linguagem. Em novembro, o índice de desemprego (IBGE) foi de 11,2%, caindo 0,6 ponto percentual em relação ao mês anterior, de 11,8%. Trata-se da menor taxa desde o trimestre encerrado em março. Seja qual for o ângulo que se enxergue, o desemprego deu uma aliviada. Segundo o boletim da LCA Consultores, em dezembro, o Indicador Antecedente de Emprego (IA-Emp) da FGV avançou 1,7% m/m, após subir 3% no mês anterior. A LCA projeta uma taxa de desemprego de 11% no trimestre móvel encerrado em dezembro (11,6% com ajuste sazonal).

A variável mestra agora é o fator resiliência. Até que ponto os números dos últimos três meses não vão sentar na gangorra de índices que perdurou durante boa parte de 2019? É sabido que o FGTS não é uma drágea para ser tomada repetidas vezes. De qualquer forma, há uma brisa fresca no setor, e o governo ainda tem muitos instrumentos para manobrar, a exemplo da área de crédito. Quem se lembra do refinanciamento compensatório de Ciro Gomes, que limpava a ficha dos consumidores no SPC? Economia é assim: sai do inferno para um resort em Salvador.

#FGTS #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #PIB

A nova Hebe Camargo?

9/01/2020
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Damares Alves levou a Jair Bolsonaro a ideia de criação de uma “TV Família”. A emissora encamparia a TV Escola e a TV INES/Libras, voltada a deficientes auditivos, hoje vinculadas ao Ministério da Educação. O ministro Abraham Weintraub já avisou que não tem orçamento para a produção de conteúdo das duas emissoras. De repente, a própria Damares se candidata a apresentar uma das atrações da “TV Família”.

#Damares Alves #Jair Bolsonaro

Caça talentos

9/01/2020
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O Aliança do Brasil, o novo partido de Jair Bolsonaro, quer em suas fileiras o apresentador de programas policiais Sikêra Júnior. Contratado recentemente pela Rede TV, o amazonense Sikêra virou uma sensação nas redes sociais pelas opiniões polêmicas e os impropérios com que costuma se dirigir à bandidagem.

#Aliança do Brasil #Jair Bolsonaro

Árabes nos trilhos

9/01/2020
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Ecos da visita de Jair Bolsonaro à Arábia Saudita: a Arabian Rail Company desponta como candidata à construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, orçada em R$ 6 bilhões. Seria o primeiro grande investimento no âmbito do acordo de cooperação firmado entre os dois países. Bolsonaro voltou alardeando aportes de US$ 10 bilhões dos sauditas no Brasil.

#Arabian Rail Company #Jair Bolsonaro

O substituto do “03”

8/01/2020
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O Palácio do Planalto articula para que a Comissão de Relações Exteriores do Senado marque a sabatina de Nestor Forster logo para a primeira semana de fevereiro. Com viagem marcada para os Estados Unidos no mês que vem, o presidente Jair Bolsonaro quer desembarcar na terra de Trump com Forster devidamente empossado na Embaixada de Washington.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Objeto de desejo

8/01/2020
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O híbrido de deputado e youtuber Arthur do Val, conhecido como”Mamãe falei”, está sendo cortejado pelo PSL. Expulso do DEM, “Mamãe falei” tem o atributo que mais interessa à sigla: virou um destemperado crítico de Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #PSL

Paranoia paterna?

7/01/2020
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Jair Bolsonaro identificou mais um inimigo no governo Witzel. Está convicto de que o secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Marcus Vinicius de Almeida Braga, trabalha, a mando do governador, para “perseguir” Flavio Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Wilson Witzel

Acervo RR

Costas quentes

6/01/2020
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A nomeação do advogado Paulo Fernando Melo da Costa como assessor especial da ministra da Mulher e da Família, Damares Alves, se deu por ingerência direta do próprio presidente Jair Bolsonaro. Costa pertence à Frente Integralista Brasileira.

#Damares Alves #Jair Bolsonaro

Óleo na pista

6/01/2020
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Marina Willisch, nova VP de Relações Governamentais da GMno Brasil, terá a dura missão de aparar as arestas entre a empresa e a gestão Bolsonaro, especialmente Paulo Guedes. O ministro não engole as chantagens do presidente da GM América do Sul, Carlos Zarlenga. O método Zarlenga consiste em ameaçar deixar o Brasil quando uma medida do governo contraria os interesses da empresa.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

O indulto do indulto

6/01/2020
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Sergio Moro não tem lá muita vocação para “juiz de paz”. Mas, segundo o RR apurou, teve a cautela de informar previamente a membros do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), subordinado à Pasta da Justiça, que Jair Bolsonaro incluiria por conta própria policiais condenados no indulto de Natal. O benefício não constava do texto original enviado pelo CNPCP ao Palácio do Planalto. Em 2017, não custa lembrar, uma divergência com o então presidente Michel Temer por conta do indulto levou à renúncia coletiva de todos os integrantes do colegiado.

#CNPCP #Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Suspeição acumulada

6/01/2020
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A marquetada popularesca de Jair Bolsonaro, que se deixou fotografar jogando na Megasena da Virada em uma casa lotérica, acendeu uma discussão entre os executivos da Caixa Econômica. Se o próprio presidente da República pode fazer sua fezinha, por que os diretores do banco são proibidos de apostar nas loterias da CEF? A restrição vigora desde fevereiro de 1995, por ordem do então presidente da Caixa, Sergio Cutolo. Era o auge do escândalo do deputado João Alves, um dos “anões do Orçamento”, que, para justificar seu patrimônio, dizia ter ganhado 211 vezes na Loteria.

#Caixa Econômica #Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro quer fazer as pazes com a Globo

3/01/2020
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Jair Bolsonaro já deu provas de que quando é necessário exerce o bom e velho pragmatismo. Na campanha eleitoral precisou de adversários calculados entre os órgãos de imprensa para fazer o contraponto aos veículos de comunicação evangélicos aliados. A toada seguiu depois das eleições. A Globo foi escolhida como “inimiga” antes mesmo de ser inimiga. Depois veio a Folha de S. Paulo, que recebeu um ataque de extrema violência, a ponto de quase ter suspensa suas assinaturas para toda a esfera de governo. Publicidade então, nem pensar. O fato é que a Folha ascendeu ao posto de inimigo figadal, e a Globo foi deslizando do “status de mídia do mal”, digamos assim, para “mídia implicante”. O RR teve informações seguras de que, se não chega a haver um namoro, não há mais a mesma inamistosidade com o grupo carioca de mídia.

Uma entrevista de Bolsonaro à TV Globo cheia de salamaleques pode ser um primeiro passo para selar as pazes. O desarmamento dos dois bicudos não começou ontem. O insistente trabalho de aproximação feito pelo vice-presidente da Globo, Paulo Tonet – superlobista em Brasília – contou valiosos pontos. Os Marinho, com seu estilo de silêncio e discrição, também colaboraram. Para a distensão somou ainda um editorial caloroso de O Globo com tema e timing corretos. A figura onipresente de Paulo Guedes também colaborou, mineiramente, para mitigar o incômodo entre as partes. João Roberto Marinho tem declarada admiração intelectual por Guedes.

Na Globo, contudo, não há percepção de que sinais concretos de simpatia emanem do Planalto. Persiste o incômodo com a diferença de tratamento na aprovação da publicidade. Com o recente noticiário mais agressivo sobre o caso Flavio Bolsonaro, o RR voltou a sua fonte para sondar se algo tinha mudado. A resposta foi que estava tudo como dantes no quartel de Abrantes. Ou seja, a disposição para o flerte persiste. Também ficou claro que um ponto de inflexão nas relações mútuas seriam as próximas eleições. Trata-se de acontecimento demasiadamente relevante para que o Palácio do Planalto e o Grupo Globo simplesmente ignorem a necessidade de entendimentos. Bem, que se deixe claro que qualquer arranjo pode ser efêmero. O Palácio do Planalto jogou em alguma ribanceira o critério de mídia técnica.

Durante todo o ano de 2019, os anúncios obedeceram à régua da maior ou menor subserviência ao governo. A Record ganhou mais
dinheiro do que em toda a história da emissora. O SBT também fez a farra. Com tamanha assimetria de tratamento, ninguém pode arriscar que as pazes durem tanto. Portanto, ao contrário dos dizeres de Tomasi di Lampedusa, é preciso garantir que mudanças foram feitas para que as coisas mudem mesmo. Com o tratamento a seco nos anúncios, a Globo dispensa carinhos. O RR acredita que
todos têm o benefício de mudar para melhor. Até mesmo Jair Bolsonaro

#Jair Bolsonaro #TV Globo

Um teste para o governo Bolsonaro

3/01/2020
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A menos de dois meses do fim do mandato do diretor-geral Mário Povia, a própria diretoria da Antaq elaborou uma lista com nove nomes para sucedê-lo. A relação será enviada ao Palácio do Planalto nos próximos dias. Segundo o RR apurou, são todos nomes técnicos do setor – a maioria, inclusive, prestou consultoria para a elaboração da Lei dos Portos. A Antaq confirma a informação, ressaltando que “a lista contém possíveis nomes para exercerem o cargo de diretor durante o período de vacância até a nomeação do novo titular”. Mero formalismo. O objetivo, apurou o RR, é emplacar um dos indicados de forma definitiva. Há alguns meses, não custa lembrar, Jair Bolsonaro criticou duramente indicações políticas para órgãos reguladores. Na ocasião, atacou um projeto de lei apresentado na Câmara, que propõe que a indicação dos diretores das agências reguladoras passe a ser privativa do Congresso. Agora, o Capitão terá a chance de comprovar seu discurso na prática.

#Antaq #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Um soldado de Bolsonaro

3/01/2020
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Só para não variar, Davi Alcolumbre se colocou ao lado de Jair Bolsonaro na defesa pela implantação do voto impresso. Garante ter apoio suficiente para aprovar o projeto no Senado já visando as eleições municipais deste ano. Ressalte-se o contraste com Rodrigo Maia. O presidente da Câmara até se declarou favorável à medida. Mas, nos bastidores, não parece disposto a fazer esforço junto aos deputados.

#Davi Alcolumbre #Jair Bolsonaro

Diplomacia com a Venezuela divide o governo Bolsonaro

2/01/2020
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O futuro da relação diplomática com a Venezuela divide o governo brasileiro. No núcleo duro da gestão Bolsonaro há um racha no que diz respeito à posição que o país deverá adotar a partir a partir deste ano caso o líder oposicionista e autoproclamado presidente Juan Guaidó perca o comando da Assembleia Nacional da Venezuela. O potencial divisor de águas é a reunião do órgão legislativo marcada para 5 de janeiro. Há um razoável risco de Guaidó não ser reconduzido à presidência da Assembleia na esteira das crescentes denúncias de corrupção contra ele. Ainda assim, o grupo mais ideológico do Ministério das Relações Exteriores, a começar pelo “olavista” de carteirinha Ernesto Araújo, defende que o Brasil mantenha-se entre as 50 nações que reconhecem o líder da oposição como presidente da Venezuela

. Trata-se da mesma postura da ala militar do Palácio do Planalto, notadamente do ministro do GSI, General Augusto Heleno. Na contramão está a equipe econômica, sobretudo o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Marcos Troyjo, que tem, sim, sua dose de ideologia, mas, neste caso, não superior ao seu pragmatismo.

A Pasta da Economia defende que o Brasil se descole gradativamente de Juan Guaidó e faça aproximações sucessivas com o governo de Nicolás Maduro, a despeito das convicções mais atávicas de Jair Bolsonaro. O apoio a Guaidó não rendeu qualquer dividendo comercial ao país, mesmo porque o líder oposicionista tem perdido fôlego a passos largos nos últimos meses. Entre janeiro e novembro deste ano, o Brasil registrou um superávit nas relações de troca com a Venezuela de US$ 269 milhões, cerca de US$ 108 milhões abaixo do valor registrado no mesmo período em 2018.

#Jair Bolsonaro #Venezuela

Um cavalo de pau no DPVAT?

2/01/2020
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O governo Bolsonaro ensaia mais um de seus tradicionais ziguezagues. Após perder duas batalhas no STF, o Palácio do Planalto já discute a hipótese de um recuo estratégico, com a “extinção da extinção” do DPVAT. O meia volta volver seria motivado pela iminência de uma terceira derrota no Supremo, ainda mais dura. O STF, mais precisamente, o ministro Luís Roberto Barroso jogou uma ducha de água fria nas pretensões do governo de se apropriar da reserva técnica do DPVAT. Barroso levantou questionamentos ao caráter público dos depósitos. A MP 904, editada em novembro, prevê a transferência dos R$ 3,75 bilhões para o Tesouro pelos próximos três anos. Se o governo não puder fisgar esse dinheiro, ao fim do DPVAT perde muito da sua razão. No dia 19 de dezembro, ressalte-se, o STF já suspendeu temporariamente a MP, que estabelece a extinção do seguro. O segundo tiro veio no último dia de 2019, quando o ministro Dias Toffoli anulou resolução do Conselho Nacional de Seguros Privados, reduzindo o valor pago pelos proprietários de veículos.

#DPVAT #Jair Bolsonaro

2019 foi um ano de acertos dobrados no RR

30/12/2019
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4 de janeiro. O ano de 2019 e a era Bolsonaro nem bem tinham raiado quando o RR cravou não apenas a decisão do novo governo de privatizar a Eletrobras, mas também os movimentos de Jorge Lemann para comprar a empresa, por meio do 3G Radar. Poucas semanas depois, as duas informações estavam em toda a mídia. Foi o primeiro dos incontáveis furos aos quais o assinante do Relatório Reservado teve acesso, com exclusividade, ao longo deste ano – boa parte deles antecipando passos do Poder, notadamente do presidente Jair Bolsonaro e de sua equipe. Na edição de 8 de janeiro, a newsletter destrinchou o projeto da gestão Bolsonaro para murchar o Ibama e demais órgãos da área ambiental por dentro.

Não deu outra: o meio ambiente se tornaria um nervo exposto no primeiro ano de seu governo, como se veria mais à frente, em um dos episódios de maior repercussão de 2019. Em 21 de agosto, o RR informou, em primeira mão, que o Itamaraty tinha a informação de que governos da Europa preparavam um forte ataque à política ambiental do presidente Bolsonaro, com ênfase no desmatamento da Amazônia. A matéria do RR informava, inclusive, o Dia D e o lócus da ofensiva: 24 de setembro, data de abertura dos chamados debates de alto nível da 74ª Assembleia Geral da ONU. Dito e feito. O Brasil sofreu um bombardeio sem precedentes de grandes líderes globais por conta das queimadas na Amazônia, e o tema ditou o discurso de Bolsonaro nas Nações Unidas. Em 4 de setembro, o RR também foi o primeiro veículo a noticiar a coalizão entre a bancada ruralista e grandes tradings para evitar a moratória da soja, assunto que estouraria na imprensa duas semanas depois.

Nos primeiros dias de mandato do Capitão, precisamente em 9 de janeiro, o RR trouxe em primeira mão a determinação do Planalto de abrir a “caixa-preta” da Previdência, com uma devassa nos bancos de dados da Dataprev e nos pagamentos de benefício do INSS, que seria formalmente anunciada semanas depois. Em 17 de janeiro, a publicação revelou os planos de Bolsonaro de espalhar escolas cívico-militares pelo país – projeto que só seria formalmente divulgado em setembro, com o anúncio da construção de 216 colégios até o fim do atual mandato. Ainda em janeiro, no dia 21, o RR informou sobre a disposição de Paulo Guedes em rasgar a camisa de força do Orçamento, com a desvinculação das receitas. O ministro abriu essa guerra, ainda que, até o momento, sem vitória. Por dever de ofício, auscultar os gabinetes de Paulo Guedes e da equipe econômica foi um exercício quase diário do RR, o que permitiu antecipar decisões ou projetos ainda que no seu nascedouro.

Em 15 de fevereiro, o RR foi o primeiro veículo a colocar sobre a mesa que o Ministério da Economia cogitava um shutdown, ou seja, a suspensão geral dos pagamentos dos gastos públicos. O risco estava diretamente vinculado à não aprovação da reforma da Previdência e chegou a ser tratado em conversas entre Guedes e o presidente Jair Bolsonaro, conforme revelou a newsletter. O tema somente começou a aparecer na mídia em maio. Em novembro, o próprio ministro viria a falar na possibilidade de um “shutdown à brasileira”, com a adoção de medidas combinadas para “estancar a sangria de despesas até que o equilíbrio fiscal seja restabelecido”, como suspensão de reajustes para o funcionalismo, reestruturação de carreiras no serviço público etc etc.

Em 13 de junho, o RR noticiou a intenção de Paulo Guedes de soltar recursos pingados para adoçar a boca dos brasileiros e injetar uns trocados na economia – no que a newsletter chamou de uma estratégia “rouba montinho”, ou seja, tira um pouquinho de moedas daqui e empurra para ali. Pouco tempo depois, as migalhas começaram a cair sobre a mesa, com a liberação de dinheiro do FGTS, um pequeno puxadinho no orçamento do Minha Casa, Minha Vida e até um cata-cata de grana para honrar o pagamento de bolsas do CNPq. O drama fiscal foi acompanhado no detalhe do detalhe pelos assinantes do RR, a partir de informações exclusivas e análises argutas. O RR seguiu cada pegada do Copom, especialmente a sua intenção de acelerar a redução da Selic, tendo como meta juros reais de 1% neste ano, conforme a newsletter informou em 17 de setembro. Por falar em juros, o Relatório Reservado foi o primeiro veículo a chamar a atenção para a dissintonia entre os dois grandes bancos estatais diante da forte queda da Selic.

No dia 7 de outubro, a publicação abordou a posição do Banco do Brasil, de Rubem Novaes, nome historicamente vinculado a Paulo Guedes, de não reduzir suas taxas de juros, diferentemente da Caixa Econômica. Poucos dias depois, o restante da mídia abriu os olhos para o assunto e o próprio BB acabaria por anunciar um corte em suas taxas. Ainda percorrendo os bastidores das grandes decisões da economia, o assinante do RR soube antes, no dia 19 de agosto, que o governo estava prestes a lançar um programa de privatizações como o “país nunca viu”. Dois depois, a notícia se confirmava – ainda que sem fazer jus à expressão hiperbólica cunhada dentro do próprio Ministério da Economia. Em 21 de agosto, o secretário especial de Desestatização, Salim Mattar, divulgava oficialmente o plano de venda de nove estatais – à exceção dos Correios, e olhe lá, nenhuma de fechar o comércio. Por ora, o explosivo programa de privatizações anunciado por Bolsonaro e Guedes não passa de um estalinho.

Ainda na seara das concessões públicas, nos estertores de 2019, mais precisamente em 4 de dezembro, o RR noticiou um mutirão interministerial do governo para aprovar o marco regulatório do saneamento – condição sine qua nom para destravar a venda de estatais do setor. Cinco dias depois o próprio ministro Paulo Guedes confirmava que o governo havia intensificado a articulação política para acelerar a aprovação da lei no Congresso. Seguindo na agenda econômica, o RR foi o primeiro a puxar uma questão que somente dias depois seria fisgada pela mídia de um modo geral. Na edição de 8 de novembro, após consultar importantes juristas, a newsletter trouxe a informação de que o Conselho Fiscal da República – o ornitorrinco criado por Paulo Guedes juntando partes do Executivo, Legislativo e Judiciário – é inconstitucional. Do fiscal para o câmbio, em 22 de novembro o RR trouxe à tona a crescente preocupação do Banco Central com a escalada do dólar.

Quatro dias depois, a autoridade monetária entrou no mercado vendendo a moeda americana para segurar as cotações, expediente que ainda se repetiria mais algumas vezes. Em 20 de fevereiro, o RR esmiuçou o grande projeto do “governo digital” que começava a ser engendrado no Ministério da Economia, mais precisamente na área comandada pelo Secretário Paulo Uebel, com o objetivo de arrumar a máquina pública tanto para dentro quanto para fora, leia-se o atendimento à população. Somente mais para o fim do ano, o tema cairia no radar da mídia, com direito a capa de revista semanal. Ainda no âmbito da economia, em 11 de fevereiro, a newsletter informou sobre o convite do então presidente do BNDES, Joaquim Levy, a Gustavo Franco para assumir a presidência do Conselho de Administração, formalizado apenas no fim daquele mês.

Da mesma forma, em 19 de junho, o RR antecipou que o economista deixaria de ser o chairman da agência de fomento antes mesmo de assumir o cargo. Àquela altura, oficialmente Gustavo Franco e o próprio BNDES negavam o meia volta, volver, garantindo que o processo de indicação transcorria normalmente e a demora na posse se devia à burocracia do rito. Pois bem… Somente no fim de julho, mais de um mês após a notícia do RR, o economista e o banco admitiram o desenlace antes mesmo do casório. Em 16 de dezembro, o RR colocou foco sobre o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida, antecipando os preparativos para a sua saída do governo.

Uma semana depois, Paulo Guedes e toda a equipe econômica fizeram um desagravo público a Mansueto. Chamou a atenção do empenho do ministro em garantir a permanência do economista no cargo por “pelo menos mais um ano”. Mais sintomático, impossível. Guedes desmentiu e o RR reafirmou e reafirma o que disse: Mansueto vai deixar o governo em breve. Ao longo de 2019, o RR manteve a tradição de acompanhar amiúde a área de Defesa, que, não bastasse sua importância per si, ganhou um  destaque ainda maior no noticiário devido ao notório imbricamento entre o estamento militar e o governo Bolsonaro.

Em 25 de fevereiro e 13 de março, período marcado pelo agravamento da crise institucional na Venezuela e por forte tensão na fronteira, a newsletter revelou a preocupação das Forças Armadas com a fragilidade do sistema brasileiro de defesa, resultado da contínua asfixia orçamentária comum a todos os últimos governos brasileiros. Em 5 de abril, o RR abordou a tensão entre militares, ainda que da reserva, e o Judiciário. A publicação destacou o editorial da Revista do Clube Militar, por meio do qual o presidente da instituição, General de Divisão Eduardo José Barbosa, fez duras críticas ao STF. Na ocasião, o oficial da reserva classificou como uma “evidente ofensiva contra a Lava Jato” a decisão do Supremo de que processos de “caixa 2” migrem para a Justiça Eleitoral. Nos dias a seguir, o assunto ganharia evidência na mídia.

O RR também foi um intérprete das tensões institucionais que cercam o governo Bolsonaro. Em 2 de maio, em matéria intitulada “FHC é o maior conspirador da República”, a newsletter desvendou as movimentações do ex-presidente junto aos principais grupos de poder do país em um período de efervescência por conta dos seguidos episódios de quebra de decoro protagonizados por Jair Bolsonaro. Menos de duas semanas depois, FHC não se fez de rogado e verbalizou publicamente a palavra que tanto vinha sussurrando na penumbra: “O impeachment às vezes é inevitável”. Entre as várias “guerras” abertas por Bolsonaro em seu primeiro ano de mandato, está o embate com a própria mídia. Em 9 de agosto, o RR trouxe a informação de que o presidente da República determinaria o corte de assinaturas de grandes jornais e revistas nos órgãos federais. Bingo! Em 31 de outubro, o governo anunciava o cancelamento da assinatura da Folha de S. Paulo.

O ministro Sergio Moro e, por extensão, o Judiciário estiveram no centro de outros importantes furos do RR ao longo de 2019. Em 1 de abril, a newsletter divulgou a movimentação de Moro para aumentar o orçamento da sua Pasta e aumentar o efetivo da Polícia Federal. Um mês depois, Paulo Guedes soltou a grana, e o ministro da Justiça anunciou a convocação de 1.200 aprovados em concurso para a PF realizado no ano passado. Em 11 de junho, o RR antecipou uma grande ação da Justiça, notadamente da Polícia Federal, para combater a atuação do crime organizado, sobretudo do PCC, no contrabando de ouro. Sete dias depois, a PF deflagrava a Operação Ouro Perdido, desbaratando uma quadrilha que havia movimentado cerca de R$ 145 milhões. No agitado ano de Sergio Moro, talvez nenhuma outra agenda supere o vazamento dos seus diálogos com os procuradores da Lava Jato, iniciado pelo The Intercept Brasil. O assinante do RR soube, com exclusividade, das movimentações de Moro nos bastidores para administrar o escândalo.

Em 29 de julho, por exemplo, a publicação antecipou que o ministro, em uma ardilosa estratégia, ligou para uma relação de 26 autoridades dos Três Poderes para informar e “tranquilizá-los” sobre o hackeamento de seus celulares e computadores. Por falar em Lava Jato, ao longo de 2019, por diversas vezes o RR chamou a atenção para o desmonte do setor de construção pesada com a insistência do aparelho de Justiça em punir as empresas e não apenas seus controladores. Em 10 de outubro, na esteira da criação do Instituto Brasileiro de Autorregulação do Setor de Infraestrutura, o RR enfatizou que a redenção das empreiteiras e a salvaguarda de seus milhares de empregos – os que ainda restaram – deveriam ser tratadas como assunto de Estado. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Em 26 de dezembro, a imprensa divulgou um relatório da CGU levantando o risco de calote em acordos de inadimplência devido à falta de retomada da atividade no setor de construção pesada. Eureka!

No âmbito do Judiciário, o RR revelou a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de criar varas especializadas para o julgamento de integrantes do crime organizado, informação que somente seria divulgada pelos grandes jornais em 1 de julho. Em 23 de agosto, a newsletter antecipou a união entre os Ministérios Públicos do Brasil e do Paraguai para investigar o doleiro Dario Messer e sua abastada clientela nos dois países. Em 11 de outubro, o RR divulgou que os dois MPs tinham à mão uma lista de 36 clientes do doleiro. Mais uma vez, no alvo: em 20 de dezembro, o Ministério Público do Brasil indiciou 18 pessoas ligadas a Messer, entre elas o ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes. Os outros 18 que esperem. A sua hora vai chegar… Como não poderia deixar de ser, não obstante o peso do noticiário político institucional, a seleta rede de informantes do RR no ambiente corporativo permitiu à newsletter antecipar importantes fatos do universo empresarial em 2019.

Em 14 de fevereiro, a publicação noticiou os preparativos para a saída de Fabio Schvartsman da presidência da Vale, na esteira da tragédia de Brumadinho. No dia 2 de março, a mineradora anunciava o afastamento “temporário” de Schvartsman do cargo. Mero jogo de palavras: o executivo deixava o posto em definitivo, carregando no currículo 270 mortes. Em 29 de maio, o RR informou, com exclusividade, da parceria entre Starboard e Apollo para a compra da ViaVarejo. Dois dias depois o assunto estava estampado nos principais jornais do país. No fim, a dupla de gestoras perdeu o negócio. Michael Klein foi mais rápido no gatilho e ficou com a ViaVarejo. Em 30 de maio, o Relatório Reservado publicou, em primeira mão, a condenação da Volkswagen pelo TJ-RJ pelo escândalo da adulteração de resultados de emissão de poluentes em veículos a diesel. Outros veículos só noticiaram o veredito, no valor total de R$ 460 milhões, quatro dias depois.

Na edição de 24 de junho, o RR antecipou um movimento decisivo no processo de recuperação judicial da Saraiva: uma “rebelião” dos credores, condicionando a aprovação do plano ao afastamento da família da gestão da empresa. Mais um tiro certeiro: em 29 de agosto, a saída de Jorge Saraiva Neto do comando da companhia foi confirmada. Em 14 de agosto, o RR publicou, com exclusividade, a retomada dos planos da JBS de abrir o capital nos Estados Unidos. No apagar das luzes de 2019, o RR levantou ainda um caso inusitado: sete donos de embarcações incendiadas na Marina de Angra dos Reis (RJ) aguardam há meses pelo pagamento de seus seguros. Por ora, nem a BR Marinas, concessionária do atracadouro, nem a Tokyo Marine, responsável pela apólice coletiva do local, pagaram um centavo pelo sinistro.

Dez dias depois, o assunto estava em coluna de prestígio de uma revista semanal. Essa seleta de acertos foi apenas uma pequena amostra do número elevado de furos e análises premonitórias com que a newsletter brindou seus assinantes durante 2019. O leitor do RR não tem dúvida de que em nossas páginas pode enxergar o noticiário mais à frente. Em 2020, esperamos ter a honra de que nossos assinantes permaneçam nos prestigiando. Ainda em 2019, o Relatório Reservado adensou o volume de informações disponibilizadas ao seu assinante com o lançamento do Observatório RR – uma nota técnica diária sobre assunto específico e relevante – e o Termômetro RR, que antecipa a temperatura da agenda política e econômica do dia seguinte. Em 2020, podem esperar, teremos muito mais. Que venham novos acertos e muito mais assinantes!

#Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Paulo Guedes #Selic

Degola à vista na Polícia Federal

27/12/2019
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O avanço das investigações contra Flavio Bolsonaro reabriu a ferida entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro no que diz respeito à Polícia Federal. Segundo fonte do próprio Palácio do Planalto, Bolsonaro quer não apenas a demissão de Maurício Valeixo, diretor-geral da PF, mas também do novo superintendente da corporação no Rio de Janeiro, Carlos Henrique Oliveira de Sousa. Informações que chegaram a Bolsonaro nos últimos dias vinculam o Sousa ao governador do Rio, Wilson Witzel, hoje um dos maiores, se não o maior desafeto do Capitão na política.

Verdade ou não, o fato é que o presidente da República está convicto de que o ex-juiz Witzel tem manobrado o Ministério Público e a representação da Polícia Federal no Rio contra Flavio Bolsonaro. Procurados, tanto o Palácio do Planalto quanto o Ministério da Justiça não quiseram se pronunciar sobre o assunto. A eventual exoneração de Carlos Henrique Sousa talvez tenha um impacto institucional maior do que o afastamento de Mauricio Valeixo, não obstante a hierarquia.

A cadeira do delegado ainda cheira a tinta fresca: o delegado assumiu a superintendência da PF no Rio há menos de 20 dias. Seu antecessor, Ricardo Saadi, caiu exatamente por pressão direta de Bolsonaro. Em uma de suas já tradicionais pré-demissões em praça pública, o presidente disse que Saadi tinha que deixar o cargo por “problemas de gestão e produtividade”. Excesso de produtividade nas investigações contra Flavio Bolsonaro, possivelmente.

#Jair Bolsonaro #Polícia Federal #Sérgio Moro

Acenando

26/12/2019
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Como “luvas” pela sua possível filiação, Jair Bolsonaro acena a Paulo Skaf com a presidência do Aliança pelo Brasil em São Paulo.

#Jair Bolsonaro #Paulo Skaf

BC adota o “socialismo liberal” no sistema financeiro

23/12/2019
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O governo dito liberal de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes parece querer “democratizar” o sistema financeiro à custa das grandes instituições privadas. O Banco Central lançou em audiência pública nova regulamentação que propõe liberar os caixas de autoatendimento para clientes de fintechs e assemelhados. Pela proposta da autoridade monetária, os “novos bancos” poderão ter a sua disposição uma enorme estrutura física e tecnológica de terceiros sem gastar um tostão por isso. Trata-se de uma perversa assimetria. Mal comparando, é como se uma petroleira que gastou bilhões de dólares na construção de um pipeline fosse obrigada a ceder seu gasoduto a terceiros que nada desembolsaram. Os grandes bancos do país investem mais de R$ 20 bilhões por ano em TI, infraestrutura de segurança e transporte de valores para manter os caixas eletrônicos operando 24 horas por dia, sete dias por semana. Forçá-los a compartilhar essa estrutura é quase uma desapropriação. A prática poderia muito bem ser chamada de “socialismo liberal”. Talvez seja hora de convocar Olavo de Carvalho…

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Natal (quase) em família

23/12/2019
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Jair Bolsonaro chegou a cogitar gravar uma mensagem de Natal para as redes sociais ao lado de toda a família. Teria sido demovido por assessores palacianos depois do presente que o Ministério Público do Rio colocou no sapatinho de Flávio Bolsonaro semana passada.

#Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Fogo amigo

20/12/2019
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O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, é uma das principais vozes que tentam convencer Jair Bolsonaro a fazer um spin off na Pasta de Sergio Moro. Vem de Lorenzoni também a indicação do ex-deputado Alberto Fraga (DEM) para comandar a área de Segurança Pública.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni #Sérgio Moro

Garoa no sertão

20/12/2019
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A gestão Bolsonaro vai fazer um raro afago aos nordestinos. O governo planeja destinar à região cerca de 30% dos recursos previstos para a agricultura familiar em 2020. A ministra Tereza Cristina conseguiu arrancar da equipe econômica uma verba extra de R$ 1 bilhão.

#Jair Bolsonaro #Tereza Cristina

Versões e contraversões cercam a saída de Mansueto Almeida do Tesouro Nacional

16/12/2019
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Há diversas versões para a saída do secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, do governo. Sim, ele vai sair! A versão corrente, diz respeito à sua insatisfação e cansaço com a missão. O secretário é oriundo da equipe econômica do governo Temer, um café pequeno perto da pauleira da gestão Bolsonaro. O governo, como se sabe, não é para estômagos frágeis. Mansueto teria deixado o ministro da Economia, Paulo Guedes, desolado, por não poder contar com sua colaboração. Mas prometeu ao ministro que não sairia imediatamente, dando-lhe tempo para fazer a transição.

É o que consta. Uma segunda versão aponta para o descontentamento de Guedes com a performance de Mansueto. Declarações como “estamos longe de fazer 10% do ajuste fiscal” teriam o voluntarismo criticado, inclusive, no Palácio do Planalto. Mansueto fala pelos cotovelos. É o rei das declarações em off the records na imprensa. E o próprio Guedes acha o seu “campeão” mais folclórico do que cerebral. Com todo o respeito aos profissionais da contabilidade, Mansueto seria um contador lotado na Secretaria do Tesouro. Bem, essa é mais uma das histórias.

Outra versão, essa a mais emergente: Paulo Guedes pretende trocar Mansueto pelo Secretário de Previdência e Trabalho, Rogerio Marinho, verdadeiro superstar da equipe econômica. Marinho se consagrou na negociação da reforma da Previdência e está enfrentando quase sozinho o abacaxi da carteira verde e amarela. Guedes gostaria dele no centro do nó fiscal, dando um upgrade na Secretaria do Tesouro, que acumularia a Secretaria do Conselho Fiscal da República. Este último órgão, reuniria, de três em três meses, os presidentes da República, Câmara, Senado, STF, TCU e associação dos TCEs. Com o RR, não tem par ou ímpar. Ou uni duni tê. Confiamos nas nossas fontes. A terceira versão vai para o trono. E Rogerio Marinho vai para o cargo de Secretario do Tesouro.

#Jair Bolsonaro #Mansueto Almeida #Paulo Guedes

MP da (lenta) regularização fundiária

16/12/2019
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Os ruralistas ganharam mais uma. A súbita alteração no texto da MP da regularização fundiária levou a assinatura do próprio presidente Jair Bolsonaro. Na última quarta-feira, pouco menos de duas horas antes da cerimônia de anúncio da Medida Provisória, Bolsonaro determinou a inclusão do artigo estabelecendo vistoria obrigatória para propriedades rurais com mais de 15 módulos – que varia de 180 a até 1,5 mil hectares de acordo com a região do país. Os técnicos do governo responsáveis pela MP haviam suprimido o dispositivo por entender que a inspeção prévia dificultará a regularização. Os grandes proprietários rurais agradecem. Com a escassez de servidores federais para as vistorias in loco, a transferência de uma terra improdutiva pode demorar uma eternidade.

#Jair Bolsonaro #Medida Provisória

Diplomacia da rusga

16/12/2019
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Recomendação de Olavo de Carvalho que chegou ao ouvido de Jair Bolsonaro: nomear Filipe Martins para a Embaixada do Brasil em Buenos Aires. Pupilo do guru da Virgínia e assessor especial de Bolsonaro para a área internacional, Martins seria um estorvo diplomático na sala do governo Fernández/Kirchner.

#Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho

STJ deve puxar o “bolsonarismo” nas Cortes superiores

12/12/2019
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A primeira oportunidade para Jair Bolsonaro indicar um nome “terrivelmente evangélico” ou algo do gênero para uma Corte superior
poderá ocorrer antes do previsto, logo no início de 2020. Segundo o RR apurou, o ministro Félix Fisher deverá se aposentar do STJ por questões de saúde. Diante da gravidade do assunto, o RR consultou o Superior Tribunal de Justiça. Por meio da assessoria, a Corte negou a informação, ressaltando que a licença médica do ministro vai até o próximo dia 22 de dezembro, exatamente quando se inicia o recesso do Judiciário.

Está feito o registro. No entanto, de acordo com uma fonte muito próxima a Fisher, o pedido de aposentadoria deverá ser formalizado antes do Carnaval. Vítima de uma embolia pulmonar, o ministro, 72 anos, está licenciado do STJ desde agosto. A rigor, a primeira vaga a se abrir nos tribunais superiores no governo Bolsonaro está programada para novembro de 2020, quando Celso de Mello completará 75 anos e deixará o STF.

Além de servir como um diapasão das futuras escolhas de Bolsonaro, notadamente para o Supremo, outras questões conferem ainda mais relevância à sucessão de Felix Fisher. O ministro é o relator da Lava Jato no STJ. Sobre sua mesa estão, por exemplo, os recursos de apelação da defesa de Lula. Além disso, a vaga de Fisher é da cota da OAB, que encaminha uma lista tríplice para a aprovação ou não do presidente da República. Como se sabe, a relação entre Bolsonaro e a entidade é repleta de delicadezas.

#Jair Bolsonaro #STJ

Diálogo de mão única

12/12/2019
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A cúpula do Instituto Aço Brasil está colérica com o silêncio do governo Bolsonaro diante das barreiras ao aço brasileiro anunciadas por Donald Trump. As seguidas consultas ao Ministério da Economia e ao Itamaraty sobre o assunto encontram apenas o silêncio. Os siderurgistas estão saudosos de quando a interlocução se dava com o vicepresidente Hamilton Mourão.

#Donald Trump #Instituto Aço Brasil #Jair Bolsonaro

Relações exteriores à moda da casa

12/12/2019
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Jair Bolsonaro planeja viajar à Bolívia no início de 2020. A visita à autoproclamada presidente boliviana, Jeanine Áñez, deverá ter como mote o apoio à entrada do país andino no Mercosul. De quebra, Bolsonaro, bem ao seu estilo, terá mais uma oportunidade de usar a política internacional para agradar seu eleitorado, aproximando-se da senadora de direita que assumiu o lugar de Evo Morales.

#Jair Bolsonaro

Guerra à pedofilia

11/12/2019
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O governo Bolsonaro – tão criticado por seus lapsos na área dos direitos humanos – vai anunciar nos próximos dias a adesão do Brasil à rede da ONU de proteção mundial contra a pedofilia.

#Jair Bolsonaro #ONU

A fila sem fim da anistia

11/12/2019
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A ministra da Família, Damares Alves, promete zerar os “passivos” da Comissão de Anistia até o fim do atual mandato do presidente Jair Bolsonaro. Neste ano, mais de 2,7 mil processos foram finalizados, mas o carry over é grande: ainda há quase 11 mil pedidos de indenização por perseguição política. Uma das figuras mais ilustres na sala da espera é a ex-presidente Dilma Rousseff.

#Damares Alves #Jair Bolsonaro

ONU mapeia passivos ambientais do governo Bolsonaro

10/12/2019
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A situação do Brasil na ONU no que diz respeito à área ambiental deteriora-se rapidamente. O Ministério do Meio Ambiente tem informações de que o relator especial da Organização para direitos humanos e substâncias e resíduos tóxicos, Baskut Tuncak, produzirá um documento bastante duro em relação à política ambiental do país. Tuncak iniciou, no último dia 2, uma visita técnica de nove dias ao Brasil. De acordo com fonte da própria Pasta, o relatório produzido por Tuncak e sua equipe deverá focar nas circunstâncias socioambientais que cercam a indústria de ferro-gusa, notadamente no pólo de Açailândia (MA). Ainda que indiretamente, a Vale é um personagem importante deste enredo. A rigor, a companhia sempre se utilizou do argumento de que apenas fornece minério para as usinas de gusa da região. Não é comportamento mais apropriado para uma corporação que carrega 272 cruzes – o número de vítimas em Brumadinho e Mariana. Além de novas críticas da comunidade internacional ao governo Bolsonaro, provavelmente o relatório da ONU deverá dar gás a entidades ambientais que cobram da Vale critérios comerciais mais rígidos e a suspensão do fornecimento de minério a diversas usinas de gusa de Açailândia.

#Jair Bolsonaro #Ministério do Meio Ambiente #ONU #Vale do Rio Doce

Vai ter indulto de Natal?

10/12/2019
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No que depender do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, a resposta à pergunta do título é “sim”. Segundo o RR apurou, a proposta do colegiado será beneficiar condenados a não mais do que oito anos de prisão, por crimes sem violência ou grave ameaça. A palavra final será de Jair Bolsonaro. No ano passado, já eleito, ao seu melhor estilo Bolsonaro desancou com o indulto assinado por Michel Temer, dizendo se tratar de uma “canetada feita para botar bandido na rua”

#Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária #Jair Bolsonaro

O fiapo de voz do sindicalismo

10/12/2019
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CUT e Força Sindical planejam, para as próximas duas semanas, manifestações em outros estados contra a “carteira verde e amarela”, instituída pelo governo Bolsonaro. O pontapé inicial se dará hoje, em São Bernardo do Campo, com um protesto na porta da Volkswagen. Já há pelo menos mais três mobilizações previstas no ABC até quinta-feira. Se muito, servirá para o sindicalismo tentar marcar território. Na prática, os protestos não deverão alterar um centímetro a MP que altera a legislação trabalhista.

#CUT #Jair Bolsonaro

Duplo twist carpado

9/12/2019
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Entre risos e mesuras, o recente encontro que teve com o presidente Jair Bolsonaro pode ter sido o “beijo da morte” para o ginasta Diego Hypolito e seus colegas. A Caixa Econômica deverá encerrar a longa parceria com a Confederação Brasileira de Ginástica logo após a Olimpíada de Tóquio. O contrato de patrocínio é da ordem de R$ 5 milhões por ano.

#Caixa Econômica #Confederação Brasileira de Ginástica #Jair Bolsonaro

Trabalho forte

9/12/2019
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O Palácio do Planalto teve um papel importante nos bastidores da sucessão do Tribunal Superior do Trabalho. Graças ao empurrão, a ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi deverá ser confirmada hoje como presidente da Corte. Maria Cristina notabiliza-se pelo perfil conservador, tão ao gosto da gestão Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Tribunal Superior do Trabalho

“Comando da Amazônia”

5/12/2019
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Jair Bolsonaro flerta com a ideia de indicar um general para o comando da Sudam. O superintendente atual, Paulo Roberto Correia, é um raro legado da era Dilma. Está no posto desde 2015.

#Jair Bolsonaro

Marcha à direita

5/12/2019
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O governo Bolsonaro aguarda a posse do novo presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, para retomar uma proposta da maior “prioridade” no Mercosul: a criação de uma comissão permanente para discutir questões de ordem religiosa. O Palácio do Planalto acredita que terá em Lacalle Pou, de centro-direita, um aliado para pendurar a agenda de costumes no Mercosul.

#Jair Bolsonaro #Uruguai

Polêmica à vista

4/12/2019
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O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária se reunirá amanhã para definir as regras do indulto de Natal de presidiários. Ressalte-se que este será o primeiro perdão de pena do governo Bolsonaro. Crítico ferrenho do dispositivo na época de parlamentar e candidato, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer que não concederia o indulto. Como várias outra bravatas, acabou recuando. Na semana passada, o Ministério da Justiça enviou ofício às secretarias estaduais pedindo sugestões de pré-requisitos para o benefício.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Justiça

Trigo pode virar pimenta nas relações entre Brasil e Argentina

3/12/2019
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Pode ser até coincidência… Mas no momento em que os “comunistas” Alberto Fernández e Cristina Kirchner estão prestes a assumir o Poder na Argentina, o governo Bolsonaro planeja facilitar o aumento da participação de outros países nas importações brasileiras de trigo – quase um mercado cativo dos hermanos. O primeiro da lista são os Estados Unidos. Segundo fonte do Ministério da Agricultura, a cota de 750 mil toneladas isenta de taxação oferecida aos norte-americanos é apenas o hors d’oeuvres. A ideia é aumentar gradativamente esse volume a partir de 2020, independentemente de contrapartidas. De Trump para Putin, a Rússia é outro país que poderá ser paulatinamente beneficiado por cortes nas barreiras alfandegárias. Competitividade para isso não lhe falta. Nos últimos três meses, o trigo russo tem chegado aos portos brasileiros a um preço médio de US$ 252 a tonelada, contra US$ 260 do argentino. O movimento do governo brasileiro pode acicatar as relações bilaterais, na esteira do seu efeito potencial sobre a balança comercial argentina. O trigo da Argentina é quase hegemônico entre as importações do cereal. Do volume total que chega ao Brasil, 83% vêm dos vizinhos – de janeiro a setembro, foram 5,1 milhões de toneladas.

#Agricultura #Argentina #Jair Bolsonaro #Trigo

Questão de sobrevivência

3/12/2019
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O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, está colocando a maior pressão na sua equipe para acelerar projetos emblemáticos da Pasta, como a conclusão da transposição do São Francisco. Parece querer provar a Jair Bolsonaro que o Ministério, candidato a ser absorvido pela Infraestrutura, é indispensável.

#Gustavo Canuto #Jair Bolsonaro #Ministério do Desenvolvimento Regional

Adubo na safra

2/12/2019
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Os seguidores de Jair Bolsonaro no Twitter verão: o governo vai anunciar nos próximos dias o aumento das projeções para a safra agrícola 2019/2020. A nova estimativa deverá chegar a 257 milhões de toneladas, 5% acima da anunciada em outubro.

#Jair Bolsonaro #Safra

“Vale-creche”

2/12/2019
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O pacote social prometido pelo governo Bolsonaro para esta semana deverá incluir benefícios com o dinheiro alheio. Uma das medidas engatilhadas é a flexibilização das regras para o funcionamento de creches no país, na tentativa de estimular mais empresas a oferecerem o benefício a funcionários.

#Jair Bolsonaro

Head hunter

2/12/2019
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Jair Bolsonaro abriu as portas do Aliança pelo Brasil para o governador do Amazonas, Wilson Lima. Além de engrossar as fileiras do novo partido, a cooptação teria um gostinho pessoal: tirar um governador do PSC, do agora desafeto Wilson Witzel.

#Jair Bolsonaro #Wilson Witzel

Os novos “incêndios” da Amazônia

27/11/2019
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A moratória da soja está se transformando em um contencioso corporativo de razoável proporção no agronegócio brasileiro, insuflado pelo próprio governo Bolsonaro. Com o apoio do Palácio do Planalto e do Ministério da Agricultura, a Aprosoja (Associação Brasileira de Produtores de Soja) vai descarregar munição de grosso calibre nos tribunais. De acordo com a fonte do RR, um cardeal da bancada ruralista no Senado, a entidade acionará a Justiça para derrubar as restrições à compra de soja produzida em áreas de desmatamento na Amazônia.

Do outro lado da mesa, estão grandes tradings agrícolas como ADM, Cargill e Louis Dreyfus, reunidas sob a égide da Abiove (Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais). Segundo a mesma fonte, os produtores acusam as tradings internacionais de distorcer deliberadamente indicadores do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) utilizados como base para classificar áreas de cultivo na Amazônia. Os ruralistas defendem o uso como parâmetro do Cadastro Ambiental Rural (CRA).

Elaborado com base em dados do Ministério da Agricultura, o Cadastro é tido, digamos assim, como mais benevolente no tratamento de informações ambientais. Procurada, a Aprosoja não quis se pronunciar. Por sua vez, a Abiove não comentou sobre o possível enfrentamento na Justiça. Disse que “defende a moratória com objetivo de preservar os mercados consumidores da soja brasileira conquistados ao longo de uma década”.

A confirmação da presença do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (CoP-25), em Madri, está longe de tranquilizar os governadores da Amazônia, principais interessados no assunto. Pelo contrário. Salles recebeu do Palácio do Planalto a missão de, mais uma vez, bater duro contra as tentativas de interferência de governos internacionais e ambientalistas na Região Amazônica. Guardadas as devidas proporções, os governadores temem uma reedição do discurso de Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU. O receio é que o Brasil receba apenas farelos da partilha dos US$ 100 bilhões que a CoP-25 promete dividir entre os países em desenvolvimento.

#Agronegócio #Aprosoja #INPE #Jair Bolsonaro #Soja

Marcha da Família

27/11/2019
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A família Bolsonaro pretende marcar o lançamento do Aliança pelo Brasil com manifestações em grandes cidades. Não seria nem necessário encontrar um Judas para a malhação. Mas o guru Olavo de Carvalho soprou uma recomendação de que o “Lula preso” deve ser um dos refrões da festa.

#Eduardo Bolsonaro #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho

Voto vencido

27/11/2019
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O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, pediu a Jair Bolsonaro para vetar a fusão entre o Capes e o CNPq. Entrou por um ouvido presidencial e saiu pelo outro. Vozes muito mais fortes do governo já fizeram a cabeça de Bolsonaro a favor do projeto: os ministros Paulo Guedes e Abraham Weintraub.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Ciência e Tecnologia

Relação entre o governo Bolsonaro e a mídia vira caso de Justiça

26/11/2019
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A conflituosa relação entre o governo Bolsonaro e a mídia vai subir de temperatura. A Advocacia Geral da União (AGU) está entrando com uma ação contra a revista Carta Capital e o jornalista Nirlando Beirão, pelo crime de injúria previsto no artigo 140 do Código Penal. O estopim do contencioso é a matéria intitulada “Mulheres que envergonham as mulheres”, veiculada pela revista na edição com data de capa de 20 de novembro.

Entre outros trechos que motivaram a decisão da AGU, a revista cita que Damares “acredita até em mamadeira de piroca”; a ministra Cármen Lúcia é a “bruxa e que deixa um rastro de enxofre por onde passa” e a deputada Joice Hasselmann, “uma espécie de Augusto Nunes de calças”. O processo será em nome da ministra da Família, Damares Alves, com a possibilidade de que outras servidoras federais entrem na causa. Há informações de que a máquina digital do governo Bolsonaro aproveitará o episódio para bombardear as redes sociais e insuflar o efetivo feminino do funcionalismo público. Caso ocorra, certamente será menos pela causa e mais pela oportunidade de atacar a mídia. Consultada pelo RR, a AGU confirmou o processo contra a Carta Capital. Segundo o órgão, o advogado-geral André Mendonça “determinou urgência no preparo da ação”, por considerar a reportagem “uma agressão absurda contra todas as mulheres”.

Ainda não está decidido se o processo vai ser movido em Brasília ou em São Paulo, sede da revista. A reportagem, que começou a circular no mesmo dia do lançamento nacional da campanha “Dezesseis dias pelo fim da violência contra as mulheres”, despertou reações de repúdio de diferentes entidades, a exemplo da OAB e da Associação dos Magistrados. No próprio dia 20, o Ministério da Família se manifestou publicamente rechaçando o conteúdo da matéria, “que demonstra desrespeito às mulheres e promove o discurso do ódio, com o uso de expressões depreciativas e até mesmo com apelo sexual”. Ainda na semana passada, diante da repercussão, a Carta Capital retirou a matéria do seu site. Procurada, a publicação não retornou até o fechamento desta edição. Sem entrar no mérito da questão, um dado curioso do imbróglio é um governo com notório viés misógino se aproveitar da causa feminina para fazer política e pressionar a imprensa. Trata-se de um assunto que deveria ficar circunscrito à Justiça e não ser instrumentalizado pelo Palácio do Planalto.

#AGU #Cármen Lucia #Damares Alves #Jair Bolsonaro #Joice Hasselmann

“Nova fase” da Lava Jato pode cassar controle acionário; irmãos Batista devem puxar a fila

25/11/2019
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A Lava Jato pode renascer das cinzas com um vigor punitivo sem precedentes na história do país. O RR teve a informação de que o Congresso, mais especificamente a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, retomou, discretamente, as discussões em torno de um projeto de lei ou PEC propondo a transferência compulsória do controle de empresas cujos acionistas tenham sido condenados por crime de corrupção, lavagem de dinheiro e congêneres. Segundo o RR apurou, o Legislativo tem sido encorajado pelo Palácio do Planalto a levar a medida adiante. No círculo palaciano, a proposta é vista como passível de ser capitalizada pelo presidente Jair Bolsonaro, que tem sido acusado de agir para matar a Lava Jato e asfixiar ações de combate à corrupção por motivações óbvias e consanguíneas. A ressurreição da operação lhe traria dividendos políticos, ao vir acompanhada da mensagem de que o seu governo foi o mais rigoroso na punição dos criminosos de “colarinho branco”.

Todas as corporações investigadas ou mesmo condenadas na Lava Jato ou em operações afins – Zelotes, Greenfield, Carne Fraca etc – estariam potencialmente na linha de tiro da nova legislação. A título de exemplo do que vem sendo chamado no Congresso de “prêmio do crime”, não haveria caso mais emblemático, devido à relação valor da punição/lucro empresarial, do que a JBS, dos irmãos e corruptores confessos Joesley e Wesley Batista. Coincidência ou não, a proposta renasce no Congresso justamente no momento em que o procurador-geral da República, Augusto Aras, pede ao STF a anulação do acordo de delação dos Batista. A eventual suspensão do acordo representaria o fim da alforria que os irmãos Batista receberam pelos crimes flagrados na Lava Jato. A anulação retiraria toda a blindagem jurídica que hoje protege os dois empresários, abrindo caminho para a reabertura das ações criminais contra a dupla e, eventualmente, a sua condenação. Não por acaso, a JBS tem sido a referência nos debates do tema entre parlamentares.

O projeto em discussão é de que o dano causado à sociedade não pode ser transformado em prêmio à criminalidade deixando o acionista com o controle e os frutos da empresa mediante o pagamento de uma multa proporcionalmente inexpressiva. De fato, se há uma corporação no Brasil que faz parecer que o crime compensa é a companhia dos irmãos Batista, dada a dosimetria da punição que os empresários receberam. Diferentemente de outras empresas ou mesmo setores inteiros da economia devastados pela Lava Jato, como construção pesada e  indústria naval, os acionistas da JBS pagaram pouco, muito pouco pelos delitos que cometeram e os dividendos de prosperidade que auferiram. A multa imposta no acordo de leniência foi quase um presente vis-à-vis o faturamento e a lucratividade da companhia. Pelo acordo homologado com o MPF, Joesley e Wesley Batista comprometeram-se, em 2017, a pagar uma multa de R$ 10,3 bilhões ao longo de 25 anos. Corrigida, a cifra pode se aproximar dos R$ 20 bilhões, mas, para efeito de comparação, tomemos como base o valor de face da punição, assim como dos resultados da JBS.

A punição equivale a 6,4% do faturamento médio da companhia entre 2014 e 2018 (R$ 159,2 bilhões/ano), um pedaço do período mais recente em que os Batistas inflaram sua rentabilidade com o dinheiro do crime. Dividida em valores iguais pelo período de 25 anos, a multa equivale a aproximadamente R$ 412 milhões/ano. Não chega a um quarto do lucro médio auferido pela JBS nos últimos cinco anos (R$ 1,86 bilhão por ano). Representa ainda menos de um terço do lucro atribuído a sócios da empresa controladora no mesmo período, de acordo com o balanço da JBS – algo como R$ 1,4 bilhão, em média, por ano. Em um exercício meramente hipotético, se a lucratividade média da companhia nos últimos cinco anos se mantiver constante ao longo dos 25 anos de pagamento da multa, o grupo terá um resultado positivo de R$ 46,5 bilhões, quase cinco vezes o valor de face do acordo de leniência. Ressalte-se ainda que uma parte incalculável, mas certamente bastante expressiva, embutida nesses números, tanto a valor presente quanto futuro, decorre da “absolvição” dos Batista e da JBS em função do acordo de leniência.

Não por acaso, entre parlamentares, há quem diga que Joesley e Wesley cometeram o “crime perfeito”. Subornaram políticos e autoridades, trocaram favores com partidos políticos, se aproveitaram do desvio de recursos públicos, receberam empréstimos oriundos do erário e construíram um império erguido sobre a combinação dessas práticas, sem perder nem um hectare desse latifúndio empresarial com a descoberta de seus delitos. Ao contrário de outras corporações fisgadas pela Lava Jato, a JBS está onde sempre esteve e é muito maior. Diante da gravidade do assunto, o RR entrou em contato com a empresa, por intermédio do assessor de comunicação Guilherme Barros. Na última terça-feira, dia 19, encaminhou 10 perguntas elaboradas com o apoio de parlamentares. A JBS, no entanto, sequer retornou à newsletter no prazo dado para resposta das questões – última quinta-feira, dia 21, às 17 horas. A medida em discussão no Congresso é extremamente polêmica e exige um amplo e profundo debate entre os mais diversos setores da sociedade. Não obstante a gravidade dos crimes correlatos, a proposta de expatriação soa como algo pouco afeito a regimes democráticos. Mas não é estranha à Constituição.

Os artigos 182 e 184 da Constituição também estabelecem condições de tomada do controle privado pelo Estado, mas sempre com foco na propriedade imobiliária, seja ela urbana ou rural. Nos dois artigos, a expropriação é sempre vinculada a uma contrapartida, com o pagamento de indenização em dinheiro. A exceção está no Artigo 243, que versa sobre a hipótese de confisco – “expropriação imediata, sem direito à indenização”. O objeto são imóveis rurais, “glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas”. Não, há, portanto, na Constituição menções específicas à possibilidade de expropriação de bens mobiliários, caso das ações de uma empresa. Por esta razão, no entendimento de juristas ouvidos pelo RR, a hipótese de punição de empresas criminalizadas mediante venda obrigatória do controle exigiria uma Proposta de Emenda Constitucional em nome da sua segurança jurídica. De toda a forma, a ideia não é nova.

Nos últimos anos, já espocou aqui e acolá, ainda que com nuances diferentes. Em 2016, no auge da Lava Jato, o então ministro da Transparência, Torquato Jardim, propôs ao Congresso mudanças na Lei Anticorrupção. À época, Jardim recomendou a venda compulsória do controle ou, em um movimento ainda mais radical, até mesmo a dissolução de empresas reincidentes em casos de pagamento de propina a autoridades e envolvimento em desvio de recursos públicos. O foco principal eram companhias que mantinham contrato com o governo. Mas as discussões não avançaram. No fim do ano passado, uma comissão de juristas – entre os quais os professores Carlos Ari Sundfeld (FGV-SP), Juarez Freitas (UFRGS) e Sérgio Guerra (FGV-Rio) – encaminhou a Rodrigo Maia um pacote de propostas para o combate à corrupção. Entre elas, uma emenda na Lei Anticorrupção (1.846/13), estabelecendo que os donos de empresas envolvidos em crimes desta natureza sejam obrigados a vender todas as suas ações em um prazo de dois anos.

Como forma de evitar casuísmos ou arbitrariedades, a premissa das discussões em curso no Congresso neste momento é que a expropriação somente se consumaria depois de o processo transitar em julgado, ou seja, esgotados todos os recursos jurídicos possíveis. Com o respaldo de juristas, membros da CCJ estudam se a medida poderia ser implantada apenas com a mudança na Lei Anticorrupção ou se trata de matéria constitucional, o que exigiria uma PEC. Em seu artigo 5º, a Carta Magna prevê a inviolabilidade do direito à propriedade. No entanto, como pontua o jurista Roger Stiefelmann Leal, doutor em Direto do Estado pela USP e professor de Direito Constitucional na Faculdade de Direito da USP, em seu trabalho “A propriedade como direito fundamental”, isso não significa que “a propriedade assume, em face da ordem constitucional, caráter absoluto, que inadmite restrições. A exemplo de diversos direitos fundamentais, o direito de propriedade comporta limitações e abrandamentos em sua aplicação em nome de outros valores também tutelados pelo texto constitucional.”. próprio artigo 5º, em seu parágrafo XXIV, diz que “a lei estabeleceráo procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição.”

A legislação penal até contempla hipóteses de confisco em situações que guardam mais proximidade com os crimes da Lava Jato e as discussões em andamento no Congresso. Mas o entendimento é que a medida se aplica ao “produto do crime”, ou seja ganhos pecuniários auferidos em razão de práticas ilícitas. O Artigo 91 do Código Penal determina a perda em favor da União – “com a ressalva dos legítimos direitos do lesado e do terceiro de boa-fé” – do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática de fato criminoso”. Dispositivo razoavelmente semelhante está previsto no Artigo 7º, I, da Lei no 9.613, de 1998, que dispõe sobre os crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. Como ressalta Roger Stiefelmann Leal, “o confisco constitui, portanto, penalidade excepcional de privação da propriedade sem o pagamento de indenização, que somente cabe ser aplicada mediante expressa previsão em lei”.

A legislação que priva os controladores dos seus direitos pode ter uma amplitude e flexibilidade bastante variadas. Há dúvida se a expropriação atingiria os detentores de capital das empresas com prejuízos no período de prática corrupta, ou que estão em recuperação judicial. A premissa, um tanto o quanto tortuosa, é que, não havendo lucro, não haveria o “prêmio do crime”. Outra questão complexa diz respeito ao procedimento em relação aos acionistas com parentesco, tendo ou não havido transferência de ações dos controladores no período determinado. Não existiria o risco de favorecimento por aproximação familiar? Não estaria configurado um “laranjal de ordem natural”? Finalmente, não seriam os parentes acionistas sujeitos à mesma regra de expropriação? A proposta de cassação do controle, com venda posterior em leilão público, tem semelhanças com um ovo de serpente. Pode ser um destampatório de iniciativas contra a propriedade em um governo que, apesar da pegada liberal, tem um DNA autoritário e protofacista. O RR põe um pé atrás com esse tipo de medida. Mas não há como não concordar que os criminosos foram favorecidos, as multas foram baixas, eles poluem as empresas e estimulam outras contravenções. Roubar e acumular fortunas pagando um dízimo bem menor do que o retorno do capital pode ser considerado um bom negócio por muita gente.

#Jair Bolsonaro #JBS #Joesley Batista #Lava Jato #Wesley Batista

Anauê

22/11/2019
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Nas redes o meme do momento reúne Jair Bolsonaro e os filhos vestindo um uniforme integralista com o nome do virtual partido da Aliança pelo Brasil. Botaram até um bigodinho de Plínio Salgado no Jair.

#Jair Bolsonaro

Marmanjos

22/11/2019
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Cenas em rubro-negro da atual política brasileira: consta que Jair Bolsonaro teria desistido de acompanhar a final da Libertadores amanhã, no Peru, ao saber que o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, participaria da inauguração do novo gabinete do agora desafeto Alexandre Frota, todo decorado de vermelho e preto. Será?

#Flamengo #Jair Bolsonaro

Presente pré-natalino

21/11/2019
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Circula no terceiro andar do Palácio do Planalto que a equipe econômica irá em bloco informar a Jair Bolsonaro que o crescimento alcançou 1% em 2019, desafiando os pessimistas. O boletim Focus prevê um PIB de 0,9%. Para chegar a 1%, portanto, falta 0,1 ponto percentual. Algo como meia rabanada.

#Jair Bolsonaro

Avanço de sinal

20/11/2019
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O Palácio do Planalto está mobilizando a base aliada no Congresso. Quer porque quer votar, ainda neste ano, o projeto de lei que aumenta de 20 para 40 pontos o limite para a suspensão da Carteira de Motorista. O governo Bolsonaro tem estranhas prioridades.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Nem só de tiro se faz segurança pública

20/11/2019
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O social tem um raro encontro marcado com a segurança pública no governo Bolsonaro. O RR apurou que o Ministério da Família vai anunciar, na próxima semana, uma nova fase do programa “Família Forte”, contra o consumo de álcool e drogas entre jovens de 10 a 14 anos. Não por coincidência, as regiões escolhidas – São José dos Pinhais, Goiânia, Ilha de Marajó, Paulista (PE), Ananindeua (PA) e Cariacica (ES) – são as mesmas que estão recebendo projetos-piloto do “Em frente Brasil”, programa de enfrentamento da criminalidade criado pelo ministro Sergio Moro.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Família #Sérgio Moro

Diplomacia à la Bolsonaro

19/11/2019
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Mais uma amostra de como deverá ser a “diplomacia” entre Jair Bolsonaro e Alberto Fernández. Até o momento, o Itamaraty sequer manteve contato com o staff de Fernández para consultá-lo sobre sua intenção de enviar ou não um observador extraoficial à reunião de cúpula do Mercosul. Como anfitrião do encontro, que ocorrerá entre os dias 1 e 6 de dezembro em Bento Gonçalves (RS), caberia  ao governo brasileiro convidar um representante do presidente eleito da Argentina. Mas liturgia não é exatamente a especialidade na gestão Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro

O vai não vai de Bolsonaro

19/11/2019
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Um exemplo do jeito Bolsonaro de ser. Nos últimos três dias, segundo fonte do Palácio do Planalto, o mercurial presidente da República já decidiu e “desdecidiu” duas vezes ir à final da Libertadores no próximo sábado, em Lima.

#Jair Bolsonaro

Se a Aliança derreter…

18/11/2019
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Mesmo com o anúncio de Jair Bolsonaro de que fundará um novo partido, a “Aliança pelo Brasil”, o PP deixou uma porta entreaberta para o retorno do Capitão. O emissário do convite foi o senador Ciro Nogueira, réu na Lava Jato.

#Jair Bolsonaro #PP

Deus acima de todos

14/11/2019
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O prefeito Marcelo Crivella tem feito movimentos para se aproximar do presidente Jair Bolsonaro. A principal ponte é o pastor Silas Malafaia. Crivella vislumbra a oportunidade de ser um contraponto no Rio diante do clima de beligerância entre Bolsonaro e o governador Wilson Witzel.

#Jair Bolsonaro #Marcelo Crivella

Diplomacia da distância

13/11/2019
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A diplomacia do Brasil e da Argentina bem que tentou costurar um armistício. Segundo uma fonte do Itamaraty, na semana do dia 28 de outubro, logo após a eleição de Alberto Fernández, assessores do futuro presidente argentino na área de relações exteriores abriram diálogo com a embaixada brasileira em Buenos Aires. Os dois lados sondaram o terreno para uma visita de Fernández ao presidente Jair Bolsonaro. As conversas, no entanto, não passaram do primeiro degrau. Poucos dias depois, mais precisamente em 1º de novembro, Jair Bolsonaro confirmou que não iria à posse de Fernández

#Alberto Fernández #Argentina #Jair Bolsonaro

A “bipolaridade” de Bolsonaro

12/11/2019
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Na última sexta-feira pela manhã, Jair Bolsonaro surpreendeu os funcionários do Palácio do Planalto. Segundo a fonte do RR testemunhou, deixou seu gabinete, no terceiro andar, subiu um piso pelas escadas e, pela primeira vez desde que assumiu, saiu cumprimentando um a um os servidores da Casa Civil. Bem humorado, chegou a posar para fotos com auxiliares de Onyx Lorenzoni. Nem parecia o mesmo presidente que, poucas horas depois, já com Lula fora da cadeia, acompanharia, com o cenho franzido, uma cerimônia de entrega de ônibus escolares em Goiânia.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

O novo “prêmio” de Tarcísio Freitas

11/11/2019
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A reputação de melhor ministro do governo Bolsonaro virou um castigo para Tarcísio Freitas. O titular da Infraestrutura tornou-se um colecionador de pepinos. Freitas não conseguiu fazer os diretores das agências reguladoras e, apesar de todo empenho, não deu a velocidade esperada junto ao TCU para destravar o pacote de concessões.

O fast track entrou em slow motion e as licitações estão atrasadas. Vai piorar. O Palácio do Planalto estuda transferir o Programa Nacional de Mobilidade Urbana para a Pasta da Infraestrutura. Ou seja: o incensado ministro Tarcísio Freitas teria como “prêmio” a missão de deslanchar um pacote de investimentos que hoje se encontra paralisado no âmbito do Ministério o Desenvolvimento Regional.

O Programa de Mobilidade está mais para um grande “Plano Nacional de Paralisia Urbana”. Há 248 projetos em atraso ou parados, segundo estudo da Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos. Do total de investimentos previstos, R$ 150 bilhões, apenas 10% foram executados. Caberia a Tarcisio Freitas colocar de pé ao menos os grandes empreendimentos, como o plano de mobilidade de Recife ou o VLT do Mato Grosso. Este último já consumiu mais de R$ 1 bilhão sem sequer entrar em operação. Freitas teria também a missão de botar ordem na casa. Em dez meses de governo Bolsonaro, a Secretaria de Mobilidade Urbana já teve três titulares – o último, José Lindoso de Albuquerque, foi demitido no fim de outubro. Cada um fez menos do que o outro.

#Jair Bolsonaro #Tarcísio Freitas

Bolsonaro no Nordeste

11/11/2019
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Jair Bolsonaro parece ter se rendido aos conselhos de assessores palacianos para ir mais amiúde ao Nordeste. Hoje, está prevista sua presença em Campina Grande para a inauguração de obras do Minha Casa Minha Vida. Pelo mesmo motivo, outras duas idas à região estão engatilhadas até a primeira semana de dezembro – uma delas para o Ceará.

#Jair Bolsonaro #Minha Casa Minha Vida

Lula livre agradece o pacote fiscal do governo

8/11/2019
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Os telefones dos membros da equipe econômica, o ministro Paulo Guedes à frente, tocaram sem parar ao fim da sessão do Supremo Tribunal Federal que julgou contra a prisão em segunda instância. A eminência do Lula livre significa um esforço muito maior para aprovação do “Pacote 3D” – desindexação, desvinculação e desobrigação. As medidas para redução do déficit público são um programa de oposição sob medida para Lula, que deverá trocar o Estado de Emergência Fiscal pelo Estado de Emergência Social. Levantaram a bola para o ex-presidente. Lula vai focar seu discurso nas medidas de arrocho fiscal, que preveem, inclusive, restrições ao salário mínimo. A preocupação da equipe econômica, incluindo o triunfalista Paulo Guedes, é justamente a dedicação de Lula em angariar apoio contra as medidas. O líder do PT vai satanizar em tempo integral Jair Bolsonaro, Guedes e os economistas do governo, que sairão do conforto dos braços do Congresso para o ataque permanente dos trabalhadores, regidos por Lula nos palanques e nas redes sociais

#Jair Bolsonaro #Lula #Paulo Guedes

Um quatro estrelas na Dataprev?

8/11/2019
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O presidente Jair Bolsonaro cogita colocar um militar à frente da Dataprev para comandar o processo de privatização da empresa. Segundo a fonte do RR, o nome que circula no Palácio do Planalto é o do general de Exército Décio Luis Schons, ex-comandante da Escola Superior de Guerra e atual chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia da Força.

#Dataprev #Jair Bolsonaro

Bolsonaro abre guerra à moratória da soja

7/11/2019
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O presidente Jair Bolsonaro chamou para si mais uma agenda controversa. Comprometeu-se com líderes da bancada ruralista, notadamente o senador Luiz Carlos Heinze, não só a frear a instauração da moratória da soja no Cerrado como trabalhar pela extinção do pacto na Amazônia, em vigor desde 2006. Na próxima semana, a Frente Parlamentar da Agricultura vai encaminhar ao Palácio do Planalto um estudo detalhado sobre as perdas potenciais da medida para os produtores rurais. Nesta semana, 13 tradings reunidas na Abiove (Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais) anunciaram a intenção de não mais comprar o grão produzido em áreas desmatadas do Cerrado, a exemplo do que já ocorre na Floresta Amazônica há 13 anos.

#Jair Bolsonaro

Qual a fronteira entre desvario e “método” dos Bolsonaro?

6/11/2019
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Há uma dúvida rondando velhas raposas dos meios de comunicação: a insistência de Jair Bolsonaro e família na quebra de decoro, ataque ao fantasma do comunismo e ofensa aos próprios aliados teria um componente estratégico, por mais desvario que o conjunto da obra possa insinuar? A análise sobre o “método” não pode ser feita em razões de coincidências entre os disparates mais agudos e as agendas mais complicadas de governo. A comparação não é factível simplesmente porque é inevitável a superposição de fatos, na medida em que o clã Bolsonaro ocupa o noticiário todo o tempo com aberrações e indecências, quer esteja em Brasília, quer esteja em missões diplomáticas no estrangeiro.

É difícil acreditar que o presidente e sua prole sejam maquiavélicos e instruídos na teoria geral das informações. Mais fácil concluir que Bolsonaro e os seus são a antítese do bom senso e do perfil exigido para os cargos de Estado. Mais fácil ainda é imaginar que toda essa grosseria e paranoia contra inimigos inexistentes reproduz o pensamento e discurso matricial do dono da voz, o filósofo Olavo de Carvalho, e sua tese da guerra cultural. O indiscutível é que a geração de fatos pelos “Bolsonaro’s” é inigualável. Eles ocupam a mídia como nenhum grupo familiar no poder jamais o fez.

E todos os seus colaboradores parecem convencidos de que esse “desvario ou estratégia”, é a melhor solução. A julgar pela agenda dos “3 Ds” – desvinculação, desindexação e desobrigação -, e o seu efeito cruel sobre o social e o público corporativo, Bolsonaro e família deverão usar munição ainda mais pesada. É a forma de desviar o foco do impacto doloroso das medidas do ajuste orçamentário. Caso não ocorram barbaridades, as dúvidas sobre o “método” não passariam de teorias conspiratórias. Não se sabe o que é pior.

#Jair Bolsonaro

Comitiva presidencial

6/11/2019
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O próprio presidente Jair Bolsonaro fez questão de que o ministro da Secretaria de Governo, General Luiz Eduardo Ramos, integrasse a “comitiva” que caminhou a pé do Palácio do Planalto ao Congresso, ontem de manhã, para entregar os projetos das reformas. A princípio, apenas Paulo Guedes e Onyx Lorenzoni estavam escalados para a travessia.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni #Paulo Guedes

Disputa pelo Parlasul

6/11/2019
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O PSL, ou melhor, o PSL de Jair Bolsonaro, vai testar sua força no Congresso hoje. A ala bolsonarista do partido passou o dia de ontem buscando votos para a senadora Soraya Thronicke (MS), que hoje disputará a presidência da representação brasileira no Parlamento do Mercosul contra o colega Telmário Mota (Pros-RR). O “primeiro turno” da eleição se dá nos bastidores: Mota tenta convencer o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, a restringir a votação aos dez senadores que integram o Parlasul, entre os quais acredita ter maioria, e a não a todo o plenário.

#Jair Bolsonaro #PSL

(Des)relações exteriores

5/11/2019
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O subserviente chanceler Ernesto Araújo deverá seguir o mestre Jair Bolsonaro e também não comparecer à posse do novo presidente da Argentina, Alberto Fernández. Sua ida a Buenos Aires seria o mais apropriado do ponto de vista da reciprocidade: em janeiro, o ministro das Relações Exteriores argentino, Jorge Faurie, veio ao Brasil para a posse de Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro

Comissão fantasma

5/11/2019
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A Comissão de Ética da Presidência da República virou uma espécie de sociedade secreta. Das dez reuniões deste ano, apenas duas tiveram sua ata divulgada no portal do governo federal. Das duas uma: ou o que se trata naquele ambiente não pode vir a público ou a Comissão se tornou mera figurante no governo Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro

Uma região que não está no mapa

4/11/2019
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Assessores palacianos têm aconselhado Jair Bolsonaro a intensificar as viagens oficiais ao Nordeste. Há, inclusive, uma recomendação para que ele compareça à inauguração das obras de transposição do Rio São Francisco em Jati (CE), prevista para este mês. Contam-se nos dedos as visitas do Capitão à região desde a sua posse. Foram apenas três viagens, sendo que uma delas “não conta”: em agosto, Bolsonaro esteve em Parnaíba (PI) para inaugurar uma escola que leva seu nome.

#Jair Bolsonaro

Um best seller que vem…

1/11/2019
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Parlamentares e artistas petistas estão se cotizando para editar um livro com as maiores barbaridades e gafes do presidente Jair Bolsonaro. O projeto é fazer uma edição alentada e com grande tiragem. O livro seria vendido em livrarias e bancas de jornal, além de ser distribuído para a mídia internacional. A obra seria ilustrada, com imagens reais e caricaturas. Os números dos disparates de Bolsonaro são largos. Somam mais de 150 doidices, mais ou menos dia sim, dia não. Há dúvidas se o livro terá uma apresentação e sobre quem assinará o texto. Mas a obra já está sendo discutida e vai sair de qualquer jeito.

#Jair Bolsonaro

Concertos para a juventude

1/11/2019
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Se a guerra aberta entre Jair Bolsonaro e Wilson Witzel não colocar tudo a perder, o governo federal vai repassar cerca de R$ 60 milhões para a construção de três centros de internação para menores infratores no Rio de Janeiro. Os recursos já estão reservados no Orçamento do Ministério da Família e dos Direitos Humanos. A superlotação nos reformatórios do Rio não não deixa nada a dever à caótica situação nos presídios. Em junho, por ordem do Supremo Tribunal Federal, o Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas do Estado) teve de liberar aproximadamente 300 adolescentes que viviam em condições sub-humanas em unidades de recuperação – se é que o termo pode ser usado.

#Jair Bolsonaro #Wilson Witzel

Alcolumbre, o pescador de flashes

31/10/2019
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Davi Alcolumbre não desperdiçou a oportunidade de ganhar um protagonismo adicional no noticiário. Durante sua curta interinidade na Presidência da República, durante viagens simultâneas ao exterior de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão, fez questão de assinar um decreto para liberar a concessão extraordinária do seguro-defeso aos pescadores artesanais afetados pelo derramamento de óleo no Nordeste. Não precisava tanto. A pompa e a circunstância custaram um dia a mais de espera aos 60 mil pescadores atingidos pelo desastre ambiental. A liberação dos recursos poderia ter sido consumada já na véspera, por uma simples Portaria do INSS.

#Davi Alcolumbre #Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Um figurino sob medida para Olavo

29/10/2019
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Eduardo Bolsonaro pode ter perdido o almejado cargo de embaixador em Washington. Mas o onipresente Olavo de Carvalho não só permanece como assessor do futuro titular da Embaixada como receberá um upgrade no título da sua função. Na companhia do “03”, Carvalho seria designado attaché ou adido diplomático, missão confirmada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro e reiterada, é claro, por Eduardo. Com a mudança dos planos e a probabilíssima indicação para Washington de outro diplomata pertencente à seita olavista, o obscuro Nestor Forster Júnior, o filósofo assumiria com a denominação ainda mais respeitável de “Senior Adviser”. Os planos de assumir uma maior representação em Washington foram confidenciados pelo próprio Olavo Carvalho. A mudança do título é só um detalhe. O relevante é que o cargo formal na Embaixada do Brasil permitirá que as declarações do “Guru da Virgínia” possam ser interpretadas como posição oficial do governo. Trata-se de algo que se torna ainda mais assustador sabendo-se que o diplomata Nestor Forster Júnior é um “pau mandado” de Carvalho dentro do Itamaraty. No novo cargo, o guru de Bolsonaro vai se tornar a meca dos brasileiros poderosos com interesses nos Estados Unidos.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho

Um pouquinho de Brasil

28/10/2019
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O presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, falando a autoridades de Dubai, na visita de Jair Bolsonaro aos Emirados, referiu-se ao país como Arábia Saudita. Foi corrigido prontamente por Bolsonaro, que disse que a confusão se deu porque no dia seguinte à comitiva viajaria ao país citado. Mas, mesmo com ajuda, Machado Neto voltou a trocar as bolas. Chegando a vez de Bolsonaro falar, como seria constrangedor se desculpar pela gafe do executivo, decidiu lamentar a ausência de Paulo Guedes. Pediu que perdoassem a lacuna do não comparecimento do Posto Ipiranga. Perguntas para a plateia. Quem é Gilson Machado? O que ele faz em Dubai? O que ainda faz a Embratur? Qual é do presidente de se desculpar pelo não comparecimento de um funcionário? Isso é Brasil?

#Embratur #Jair Bolsonaro

Bolsonaro acena aos sem-terra

25/10/2019
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O RR apurou que o governo Bolsonaro vai editar na próxima semana a Medida Provisória que regulará a concessão de títulos de propriedade a assentamentos rurais em áreas da União. Segundo fonte do Palácio do Planalto, a MP vai estabelecer os seguintes requisitos para a obtenção do certificado de posse: ocupar o local há mais de dez anos; não ter outra propriedade e provar que trabalha no campo. De acordo com o informante do RR, o governo vai deixar de fora da proposta as chamadas “áreas de Marinha”, além de terrenos em poder da Secretaria de Patrimônio da União, terras em beiras de rio e territórios ocupados por quilombolas.

Áreas que são objeto de disputa judicial também ficarão à margem da nova regulação. Todos estes casos serão examinados mais adiante e terão uma legislação específica – pelo menos este será o discurso oficial. Estimativas preliminares indicam que cerca de 700 mil famílias que vivem em terras federais sem registro de posse estão aptas ao benefício.

Não obstante o seu mérito per si, como quase tudo no governo Bolsonaro a proposta carrega uma boa dose de ideologia. Guardadas as devidas proporções, a nova MP está para o Movimento dos Sem Terra e congêneres como a reforma da CLT para as entidades sindicais. Com a regularização fundiária, o governo vislumbra a possibilidade de reduzir gradativamente o repasse de recursos da União para entidades da sociedade civil que cuidam de assentados, vistas pelo Palácio do Planalto como financiadoras indiretas do MST.

#Jair Bolsonaro #MP #MST

Super-super ministro

25/10/2019
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O presidente Jair Bolsonaro está convencido de que tanto o ministro Gustavo Canuto quanto a Pasta do Desenvolvimento Regional são perfeitamente dispensáveis. As atribuições do Ministério deverão ser incorporadas à Infraestrutura, do onipresente Tarcísio Freitas.

#Jair Bolsonaro #Tarcísio Freitas

Os loopings de Bolsonaro

23/10/2019
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No Palácio do Planalto, corre a informação de que o Jair Bolsonaro (re) confirmará a indicação do advogado Gustavo Saboia, assessor especial do Ministério da Infraestrutura, para a Anac. O que também, tratando-se do Capitão, não quer dizer nada. Homem de confiança do ministro Tarcísio Freitas, Saboia já esteve na lista encaminhada ao Senado pelo presidente da República, que, posteriormente, foi cancelada pelo próprio Bolsonaro.

#Anac #Jair Bolsonaro

Avant premiére

22/10/2019
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Durante sua passagem pela China, Jair Bolsonaro deverá se encontrar com a cúpula da CNOOC. O timing é simbólico. A petroleira chinesa está inscrita para o leilão de cessão onerosa, cerca de duas semanas depois.

#CNOOC #Jair Bolsonaro

PDV da Conab deve parar nos tribunais

22/10/2019
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O governo Bolsonaro está despertando a ira de empacotadores, arrumadores de gôndolas e outras categorias de ex-funcionários das antigas Cobal e Cibrazem. O motivo é o PDV em gestação na Conab, subordinada ao Ministério da Agricultura. A empresa quer estender o plano de demissões aos trabalhadores egressos das duas antigas estatais. No entanto, este grupo de funcionários já se mobiliza e promete levar o caso para a Justiça. Eles alegam que foram transferidos para a Conab por decisão judicial e contam com tratamento diferenciado e estabilidade, mesmo se tratando de desligamento “voluntário”. Não é pouca gente. Os ex-Cobal e Cibrazem somam quase metade dos quatro mil funcionários da estatal. Consultada, a Conab confirmou que estuda um “Plano de Demissão Incentivada (PDI).” Perguntada especificamente sobre o risco de judicialização, a empresa não se manifestou.

#Conab #Jair Bolsonaro #PDV

A guerra híbrida entre Jair Bolsonaro e Luciano Bivar

21/10/2019
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Na guerra aberta entre Jair Bolsonaro e Luciano Bivar, presidente do PSL, grampo que grampeia lá, grampeia cá. Depois do líder da legenda, Delegado Waldir, anunciar com estardalhaço que detém uma gravação do presidente “capaz de implodi-lo”, Bivar tem confidenciado a sua trupe no PSL que também foi gravado. O deputado consultou colegas parlamentares se deveria pedir a investigação do presidente e do seu gabinete além de abertura de processo judicial.

Bivar teria dito que tem sido alvo de práticas da ditadura com seus telefones grampeados. Uma evidência lhe foi levada por um dos colegas parlamentares, que mencionou ter ouvido no Planalto informação sobre um dado financeiro do partido indisponível para terceiros. São números que não poderiam ter chegado àquela instância. Se decidir por abrir uma ação contra o presidente, Bivar sabe que sua efetividade é baixa.

Sua consequência será um barulho na imprensa, e olhe lá. Nada mal para quem já se encontra quase estorricado em banha quente. Pelo sim, pelo não, Bivar foi recomendado por um lobista do setor de aviação a usar telefones criptografados. Já está usando.

#Jair Bolsonaro #Luciano Bivar #PSL

Governadores atiram contra Moro

18/10/2019
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Sergio Moro está sob ataque cruzado. Governadores têm cobrado de Jair Bolsonaro mudanças na gestão da política penitenciária, a cargo do Ministério da Justiça. Na esteira das seguidas rebeliões carcerárias, a pressão maior é pelo afastamento do diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o delegado da PF Fabiano Bordignon, indicação do próprio Moro. Há vozes ainda mais radicais. É o caso de Wilson Witzel, que prega a extinção do Depen e um maior repasse de recursos federais para que os estados construam novos presídios. Procurado, o Ministério não se pronunciou. Os ataques de Witzel deverão se acentuar. O RR obteve a informação de que na semana passada o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, subordinado à Justiça, decidiu vetar a construção de presídios verticais no país. Estudos técnicos indicam que este tipo de edificação aumenta os riscos em casos de motim. A determinação atinge diretamente o governador do Rio, que havia apresentado ao Ministério da Justiça projeto para a construção da primeira penitenciária vertical do Brasil, com nove andares e capacidade para cinco mil detentos.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Esse filho é meu

18/10/2019
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O RR tem a informação de que Jair Bolsonaro pretende fazer um pronunciamento na TV no dia 6 de novembro, para celebrar os R$ 100 bilhões do leilão de cessão onerosa.

#Jair Bolsonaro

Vai faltar carne no menu

18/10/2019
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A ausência da ministra Tereza Cristina na comitiva de Jair Bolsonaro que visitará Pequim, no fim do mês, calou fundo no agronegócio. É um forte indício de que ainda não será desta vez que os chineses darão alforria aos mais de 30 frigoríficos brasileiros proibidos de vender ao país.

#Jair Bolsonaro #Tereza Cristina

Está ficando tarde

18/10/2019
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Os ministros palacianos tentam convencer o presidente Jair Bolsonaro a deixar o ministro do Turismo, Marcelo Alvaro Antonio, e seu “laranjal” pelo caminho.” O RR ouviu entre as paredes do Palácio: a voz mais forte neste sentido é a do ministro do GSI, General Augusto Heleno.

#GSI #Jair Bolsonaro

Barítono

14/10/2019
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O deputado Helio Negão, que costuma entrar mudo e sair calado de eventos ao lado de Jair Bolsonaro, vai fazer aulas de oratória. É o nascer de uma candidatura à Prefeitura do Rio.

#Helio Negão #Jair Bolsonaro

Em nome do Olavo

10/10/2019
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Jair Bolsonaro cogitou viajar ao Vaticano para a canonização da Irmã Dulce, no próximo dia 13. A recomendação definitiva em contrário teria vindo da Virgínia. Olavo de Carvalho alertou para a realização simultânea do Sínodo da Amazônia e o risco de protestos contra Bolsonaro. Além disso, a viagem poderia ser interpretada como um sinal de aproximação com a Igreja Católica, que vive uma fase mais à esquerda.

#Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho

Semana do Presidente

10/10/2019
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Silvio Santos cogita ressuscitar o quadro “Semana do Presidente”, para passar em revista a agenda de Jair Bolsonaro. Durante anos, o programete foi uma ode ao regime militar.

#Jair Bolsonaro #Silvio Santos

Bolsonaro mira no salário mínimo de olho em 2022

9/10/2019
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O governo Jair Bolsonaro está se tornando um modelo do revólver Colt Paterson, calibre 36. Só que com inúmeros gatilhos. Há novos disparadores engatilhados para a Regra de Ouro e para o aumento da carga tributária; e um inédito pinguelo para o salário  mínimo.Segundo apurou o RR, o presidente Bolsonaro encomendou ao ministro Paulo Guedes uma fórmula de salário mínimo. O gatilho da nova política seria a eleição de 2022.

A medida tornou-se mais confortável do ponto de vista fiscal, tendo em vista que o governo praticamente desindexou seus gastos do mínimo. Mesmo assim, a equipe econômica preferia deixar o piso salarial ao léu, sem nenhuma política de correção, além do reajuste pelo INPC, arbitrada pelo governo. O modelo que parece ter a preferência dos economistas, conforme levantou o RR, seria o disparo do gatilho salarial a cada três anos, desde que o reajuste real fosse um percentual inferior em 20% à mediana do PIB dos três anos anteriores.

Seria melhor do que o atual zero de salário real, mas bem abaixo da correção pelos PIBs dos dois anos anteriores. Os técnicos do governo acham que essa fórmula é sustentável, pois difere no tempo a correção do salário real, aplicando-lhe ainda um certo deságio. O salário mínimo existe desde 1940. Desde 1990 – portanto, há 29 anos – que o piso salarial tem aumento real determinado por políticas de governo.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Montadoras pressionam governo Bolsonaro por acordão no Mercosul

8/10/2019
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As montadoras pressionam o governo Bolsonaro a acelerar as tratativas para a inclusão do setor no acordão do livre comércio do Mercosul. A indústria automobilística corre contra o relógio: o inimigo é o calendário eleitoral argentino. A premissa é que qualquer negociação multilateral neste sentido será ainda mais difícil a partir de 10 de dezembro, quando a dupla Alberto Fernández e Cristina Kirchner deverá tomar posse na Casa Rosada. O ritmo de reuniões entre os dirigentes do setor e o governo é intenso. Os dois encontros mais agudos ocorreram no espaço de uma semana: no dia 13 de setembro, o presidente da GM Americas e da GM América do Sul, respectivamente Barry Engle e Carlos Zarlenga, estiveram com o ministro Paulo Guedes.

Poucos dias antes, a cúpula da Anfavea havia se reunido com o ainda secretário da Receita Federal, Marcos Cintra. Do lado brasileiro, a maior pressão, segundo o RR apurou, vem da Volkswagen. A companhia tem sido uma das mais afetadas pela retração das exportações para a Argentina, o grande mercado comprador de automóveis brasileiros. Entre janeiro e agosto, suas vendas para o pais vizinho acumularam uma queda de quase 50% em comparação ao mesmo período do ano passado. Como consequência direta, a Volkswagen dará férias coletivas, a partir de 2 de dezembro, a três mil trabalhadores nos dois turnos da fábrica de São Bernardo do Campo.

De acordo com a fonte do RR, a montadora já acenou ao governo com o risco de um PDV no início de 2020 caso não haja uma recuperação das exportações. No mês passado, Brasil e Argentina renovaram seu acordo automotivo, que venceria em meados de 2020 e foi estendido até 2029. Entre o possível e o ideal, prevaleceu a primeira hipótese. O tratado foi uma solução-tampão, algo feito no afogadilho pelos dois países justamente para se antecipar à iminente derrota eleitoral de Mauricio Macri. A escala progressiva prevista no acordo estabelece que o livre comércio de veículos entre os dois países se dará apenas em 2029. As montadoras brasileiras, grandes exportadoras do Mercosul, consideram que esse futuro demora muito ainda.

#Jair Bolsonaro #Mercosul #PDV

Macron

7/10/2019
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A orelha de Jair Bolsonaro vai arder tanto quanto a selva amazônica. O ex-presidente do Inpe, o cientista Ricardo Galvão, tem convite de ONGs franceses para palestras sobre o desmatamento no Brasil.

#INPE #Jair Bolsonaro

Prazo de validade?

4/10/2019
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Jair Bolsonaro tem repetido a assessores palacianos que Fernando Bezerra permanece na liderança do governo no Senado apesar das denúncias contra ele. Ao menos até a aprovação da reforma da Previdência…

#Jair Bolsonaro

Produtores de camarão jogam a rede em busca de protecionismo

3/10/2019
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Os grandes produtores de camarão em cativeiro do país bateram à porta dos Ministérios da Agricultura e da Economia. Cobram do governo barreiras tarifárias mais rígidas para frear as crescentes importações do crustáceo e proteger um setor que fatura quase R$ 3 bilhões por ano e soma cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos, grande parte no Nordeste, região onde a popularidade de Jair Bolsonaro segue abaixo do espelho d´água. O maior adversário é a Índia, principal produtor mundial.

Os indianos têm se aproveitado de brechas em um tratado bilateral assinado com o Brasil no governo Temer, com o objetivo de regular o comércio de pescado entre os dois países. Na prática, o acordo tem se revelado uma via de mão única, em razão do maior poder de fogo dos asiáticos. O principal interlocutor entre o setor e o governo é o empresário Cristiano Maia, maior produtor do Brasil. Em 2016, Maia comprou a Fazenda Potiporã do Grupo Queiroz Galvão, na qual já investiu mais de R$ 100 milhões.

Os criadores acusam os indianos de prática de dumping, com a venda de camarão a preços até 30% inferiores aos praticados no Brasil. Em um ano, a participação do camarão importado saiu de 25% para mais de 35% do mercado nacional. Esse aumento é ainda mais perverso para os criadores brasileiros por coincidir com um período de forte queda dos preços: de 2017 para cá, a redução acumulada é da ordem de 40%. Outro problema aflige os criadores brasileiros: a baixa rigidez da Índia com os padrões fitossanitários.

O receio é que camarões trazidos vivos e eventualmente infectados por vírus sejam colocados em tanques e contaminem reservatórios de produção e procriação do país. Na Índia, é comum o vírus da mancha branca, uma espécie de “vaca louca da água doce”. As consequências do último grande surto da doença no Brasil, em 2004, ainda estão vivas na memória dos carnicultores nacionais. A produtividade caiu de sete mil toneladas por hectare de lâmina d´água para 2,5 mil toneladas.

#Jair Bolsonaro #Ministérios da Agricultura e da Economia

Internacional direitista

3/10/2019
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O Itamaraty deverá fechar nos próximos dias a visita de Jair Bolsonaro à Hungria, provavelmente na primeira semana de novembro. A pauta do encontro com Viktor Orbán? Aí já é competência do “chanceler” Eduardo Bolsonaro.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Segunda chance?

3/10/2019
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O deputado Marco Feliciano tenta emplacar o advogado Pablo Tatim na Funasa ou no Dnit. Tatim atuou na equipe de transição de Jair Bolsonaro e chegou a assumir a subchefia da Casa Civil, mas foi demitido em março depois de ser citado em supostas irregularidades no Ministério do Trabalho na era Temer.

#Jair Bolsonaro #Marco Feliciano

Cabo eleitoral

2/10/2019
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Com seu discurso na ONU, Jair Bolsonaro conseguiu ressuscitar o Cacique Raoni e dar gás à sua até então incipiente e discreta candidatura ao Prêmio Nobel da Paz. Desde a última semana, importantes ONGs e fundações internacionais entraram em contato com Raoni para manifestar apoio ao seu nome, entre elas a Survival International – um dos maiores movimentos globais em defesa dos povos indígenas.

#Jair Bolsonaro #ONU

Melhor assim. Melhor assim?

2/10/2019
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O que, à época, foi motivo de desgosto virou razão de alivio para a diplomacia brasileira. Em novembro do ano passado, o então presidente eleito Jair Bolsonaro intercedeu junto a Michel Temer para que o Brasil retirasse sua candidatura para sediar a Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP-25). Parece ter tido uma premonição. Se o Brasil tivesse se mantido como anfitrião do evento, representantes das grandes potências mundiais estariam no país a partir de 11 de novembro, pouco mais de um mês depois do inflamável discurso de Bolsonaro na ONU.

#Jair Bolsonaro #Michel Temer

Biografia do mito

1/10/2019
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Edir Macedo soprou ao pé do ouvido de Jair Bolsonaro o desejo de produzir sua cinebiografia. O Bispo entende do riscado: já lançou dois filmes sobre a sua vida.

#Edir Macedo #Jair Bolsonaro

PT e MDB juntos e misturados de olho em 2022?

30/09/2019
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O enfrentamento do “bolsonarismo” nas urnas, em 2022, pode unir os pedaços de um vaso que o impeachment quebrou: a aliança PT MDB. Esta é a percepção de dirigentes empresariais, banqueiros, juristas, parlamentares, entre outros, consultados pelo Relatório Reservado em sondagem realizada entre os dias 23 e 26 de setembro. A partir de perguntas sobre o cenário político enviadas pelo RR a 161 assinantes, chamou atenção o resultado de uma questão específica: “Na sua avaliação, de zero a dez, qual é a probabilidade de ocorrer cada uma das coligações partidárias abaixo nas eleições presidenciais de 2022?” Parcerias mais lógicas – PT-PSOL-PCdoB, PSL-DEM e PT-PDT – apareceram nas três primeiras posições. Até aí, um museu de grandes novidades. A surpresa ficou por conta da elevada expectativa de reconciliação entre PT e MDB, que governaram o país juntos por 13 anos. De zero a dez, na média os assinantes do RR classificaram em 7,9 a probabilidade de os dois partidos se unirem daqui a três anos.

Três anos? Há fortes indícios de que a voz dos entrevistados já ecoa na política. Movimentos pontuais de parte a parte sugerem que o processo de reconciliação entre petistas e emedebistas é uma realidade. 2022 já começou. Antes mesmo da disputa presidencial de 2022, o reatamento da coalizão PT-MDB teria dois alvos prioritários. No atacado, as eleições municipais do ano que vem, com a formação de alianças, notadamente nas grandes capitais; no varejo, leiase a política do dia a dia, a ampliação do poder de fogo no Congresso. Juntos, os dois partidos somam 90 deputados – o PT mantém a maior bancada da Casa, com 56 representantes, seguido do PSL, com 51.

É bem verdade que o MDB está longe de ser um monólito: muitos “partidos” e interesses pulverizados coabitam sob o seu teto. Mas o núcleo duro da sigla passaria a ter um razoável grau de alinhamento com o PT, de forma a reduzir a margem de manobra de Bolsonaro no Congresso, que já não é muita, e impor dificuldades à aprovação de pautas de interesse do Palácio do Planalto. Ainda que não necessariamente dentro da aliança, partidos da esquerda que costumam votar contra o governo, como PDT e PSOL, seriam importantes satélites do PT e do MDB na Câmara e no Senado. Desde já, podar a força do governo no Congresso é uma forma de fragilizar o capital político e eleitoral de Bolsonaro para 2022.

Lula, como se sabe, tem canal direto com a cúpula do MDB. É também o grande interessado em reviver a dobradinha com o partido e, com isso, abrir uma janela para um possível retorno do PT à ribalta, se não com ele, com outro presidenciável. Além de Lula, Jaques Wagner é outro importante embaixador dos petistas junto a lideranças emedebistas, a começar por Michel Temer, que já não faz mais segredo sobre a articulação. A sinalização mais aguda de que a costura está em curso veio justamente de Temer, em sua recente entrevista ao programa Roda Viva.

O ex-presidente citou por duas vezes a palavra “golpe” ao se referir ao impeachment de Dilma Rousseff. Fez menção a Lula e ao PT sempre em tom conciliador, sobretudo ao revisitar os bastidores do período que antecedeu o afastamento de Dilma Rousseff. O affair está no ar. Para muitos, a possibilidade de religação do PT e do MDB depois de tudo que aconteceu pode soar como uma hipótese inverossímil. No entanto, o que é a política se não a arte do impossível. Ver novamente Lula, Dilma, Temer, Renan, Eunício juntos e – quem sabe? – com Ciro Gomes no mesmo palanque é muito menos estranho do que assistir a Juscelino Kubitschek, Carlos Lacerda e João Goulart reunidos nos anos 60. Ou a Luiz Carlos Prestes fazendo um discurso a favor de Getulio Vargas, no estádio de São Januário, após o presidente ter entregado sua mulher, Olga Benário, grávida de sete meses, para Hitler.

#Jair Bolsonaro #MDB #PT

A República sem blockchain

30/09/2019
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Jair Bolsonaro não é mesmo de seguir protocolos ou recomendações, ainda que feitas por um de seus conselheiros mais influentes, o ministro do GSI, Augusto Heleno. Segundo o RR apurou, o presidente não se conteve e voltou a usar seu celular particular, relegando a segundo plano o Terminal de Comunicação (TCS), aparelho criptografado que recebeu da Abin.

#GSI #Jair Bolsonaro

Usineiros tentam erguer uma barricada contra etanol de Trump

27/09/2019
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Escancarar de vez as portas para o etanol norte-americano ou atender aos apelos da indústria sucroalcooleira nacional, com as insondáveis consequências de um raríssimo “não” a Donald Trump? Com a palavra, o governo Bolsonaro, em especial o virtual embaixador brasileiro em Washington, Eduardo Bolsonaro. Grandes usineiros do país têm buscado uma interlocução mais próxima com o “03” na tentativa de conter o avanço do combustível norte-americano no mercado brasileiro. Reunidos sobre a égide da Única, empresários do setor vêm municiando Eduardo com estudos que apontam para o risco de uma nova quebradeira de usinas e demissões em massa caso o governo brasileiro faça ainda mais concessões ao etanol produzido nos Estados Unidos, sobretudo nas condições de baixa reciprocidade colocadas sobre à mesa.

Há pouco mais de um mês, o governo Bolsonaro cedeu algumas jardas. Ampliou a cota a que os Estados Unidos têm direito sem cobrança do tributo de 20%. O teto para a venda de etanol ao Brasil isento de tarifa subiu dos 600 milhões, limite fixado no governo Temer, para 750 milhões por ano. A nova cota corresponde a mais de 60% do total de exportações norte-americanas para o Brasil, em torno de 1,2 bilhão de litros por ano. O Tio Sam, como de hábito, quer mais.

Os Estados Unidos têm feito crescente pressão para garantir plena isenção alfandegária, como era até 2017. A julgar pelo poder de persuasão de Trump sobre os Bolsonaro, esta se anuncia como uma batalha perdida para os usineiros. Para a indústria sucroalcooleira nacional, a única contrapartida razoavelmente palatável à perda de mercado local para o etanol norte-americano seria a possibilidade de aumentar as vendas de açúcar aos Estados Unidos. Para isso, no entanto, é necessário que Trump aceite reduzir as draconianas barreiras tributárias para a entrada do produto brasileiro no país.

Hoje, a tonelada do açúcar fabricado no Brasil chega aos Estados Unidos em torno de US$ 270. Mas cada tonelada que supera a cota anual a que o Brasil tem direito é sobretaxada em US$ 339. Não há qualquer sinal de que Trump esteja disposto a baixar esse sarrafo . Segundo fonte do Palácio do Planalto, os norte-americanos acenam com um “troco” de duvidosa valia para o Brasil: investimentos de grandes grupos norte-americanos para fomentar a produção de etanol de milho em território brasileiro. Para a indústria sucroalcooleira, a proposta não passa de um cavalo de troia dentro do cavalo de troia, uma vez que estas empresas também chegariam para deslocar mercado das usinas nacionais.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro

Cosme e Damião

27/09/2019
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Justiça seja feita: o chanceler Ernesto Araújo não está sozinho em sua irrelevância. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também ficou à margem da costura do pronunciamento de Jair Bolsonaro na ONU, mesmo com a questão amazônica sendo o epicentro do discurso.

#Jair Bolsonaro #ONU #Ricardo Salles

“Operação rescaldo” na Amazônia

26/09/2019
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Após o agressivo discurso na ONU, o presidente Jair Bolsonaro deverá assinar ainda nesta semana decreto prorrogando a operação de Garantia da Lei da Ordem (GLO) na Amazônia. Com isso, as tropas das Forças Armadas que atuam no combate a queimadas permanecerão na região até o fim de novembro – o prazo atual é 24 de outubro. A recomendação neste sentido partiu do próprio ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, com quem Bolsonaro se reuniu na última sexta-feira.

#Jair Bolsonaro #ONU

O pensamento estratégico das Forças Armadas sobe à tribuna das Nações Unidas

25/09/2019
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Se havia alguma percepção de dubiedade nas relações entre o presidente Jair Bolsonaro e as Forças Armadas, tudo se cala diante do seu pronunciamento, ontem, na Assembleia Geral da ONU. O discurso de Bolsonaro deu transparência ao pensamento dos militares, levando para o púlpito das Nações Unidas a visão do Exército, Aeronáutica e Marinha em relação às questões mais sensíveis no atual xadrez geopolítico mundial. As fontes do RR permitem afirmar enfaticamente: o presidente falou pelas e para as lideranças militares do país – além, é claro, do seu próprio eleitorado.

Os mentores palacianos são os de sempre: o ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno, e seu assessor e ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. Ambos foram os arquitetos intelectuais do discurso proferido por Bolsonaro em Nova York. As Forças Armadas concordaram tacitamente com o teor do pronunciamento. Até porque é o que pensam. De acordo com a mesma fonte, os generais de Exército Valério Stumpf e Tomás Ribeiro Paiva foram dois importantes interlocutores entre o Palácio do Planalto e os oficiais da ativa no processo de articulação do pronunciamento presidencial.

Ambos têm estreitos laços pessoais com os generais Heleno e Villas Bôas. Até três meses atrás, o general Stumpf era o chefe de gabinete do ministro do GSI. Por sua vez, o general Tomás foi chefe de gabinete do general Villas Bôas no comando do Exército. Ressalte-se que os dois foram promovidos a quatro estrelas simultaneamente, em junho, “caroneando” o então porta-voz do Palácio do Planalto, general Rêgo Barros, que automaticamente perdeu a vaga no Alto-Comando e foi para a reserva. O making of do discurso de Jair Bolsonaro foi mais uma demonstração da desimportância do Itamaraty.

O ministro Ernesto Araújo esteve presente na ONU como figurante de um teatro de marionetes. Passou ao largo da formulação da estratégia que ditou a apresentação de Bolsonaro. Mesmo porque o que se ouviu ontem na ONU não poderia mesmo ser um pronunciamento esculpido na instância das Relações Exteriores. Talvez no mais agressivo speech de um presidente brasileiro na Assembleia Geral, Bolsonaro relançou, na tribuna das Nações Unidas, a “Guerra Fria” em sua versão latina. Ao abrir fogo contra o socialismo – palavra seis vezes citada –, reagir à “guerra informacional” das grandes potências em sua investida sobre a Amazônia e defender com veemência a soberania nacional, Bolsonaro deu uma nova dimensão ao acordão ideológico com o governo Trump.

De certa forma, pode-se dizer que a coalizão não envolve apenas o Palácio do Planalto e a Casa Branca. Passa também pelo Forte Apache, em Brasília, e pelo Pentágono, em Washington, em função do entrelaçamento de interesses geopolíticos e na área de Defesa entre os dois países. Por mais que o afinamento ideológico entre Trump e Bolsonaro seja carregado de excessos de parte a parte, se há uma área que pode se beneficiar do entrosamento entre Brasil e Estados Unidos é o setor de Defesa.

As Forças Armadas brasileiras vislumbram importantes oportunidades na reaproximação com os norte-americanos, após um período relações insossas na gestão petista. As expectativas vão da transferência de tecnologia e parcerias em torno de importantes projetos militares no país – a exemplo do Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras) – ao reconhecimento do Brasil como um aliado militar estratégico dos Estados Unidos fora do âmbito da Otan. Na categoria do Olimpo, o sonho dos sonhos seria a vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, uma questão, sabe-se, bastante complexa e de difícil probabilidade. Talvez o prêmio de uma submissão tão larga esteja barato, diante da notória assimetria de contrapartidas entre os dois países. A ver o que ainda está por vir.

#Forças Armadas #Jair Bolsonaro #ONU

Valeixo com um pé fora da Polícia Federal

25/09/2019
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O diretor da Polícia Federal, Mauricio Valeixo, pode ter queimado a última vida que lhe restava. Jair Bolsonaro confidenciou a assessores palacianos que vai bater o martelo sobre o destino de Valeixo após voltar de Nova York. Em pouco mais de 24 horas, a situação do delegado virou de ponta-cabeça. Na última quarta-feira, Bolsonaro assegurou ao ministro Sergio Moro que Valeixo permaneceria no cargo. No entanto, no dia seguinte, veio a operação de busca e apreensão da PF no gabinete do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra. A reação de Bolsonaro ao saber da diligência, relatada ao RR por uma fonte do Palácio do Planalto, é impublicável.

#Jair Bolsonaro #Polícia Federal

Criação do “Estado Maior do meio ambiente” ganha corpo no governo Bolsonaro

24/09/2019
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O governo Bolsonaro estuda a criação de uma espécie de Conselho de Segurança do Bioma e do Território. Este novo órgão teria um importante papel estratégico, centralizando todas as questões que tangenciam o meio ambiente. Caberia a ele a missão de coordenar a gestão integrada dos biomas brasileiros, não apenas do ponto de vista da preservação ambiental per si, mas a partir de uma série de variáveis cruzadas – Defesa e segurança territorial, notadamente controle de fronteiras, recursos naturais, agronegócio, preservação do bioma, políticas indígenas, relações comerciais multilaterais, entre outros ingredientes. A proposta, ressalte-se, ainda é embrionária.

Trata-se de uma das ideias discutidas no Palácio do Planalto no rastro da pesada investida internacional sobre a Amazônia – um dos assuntos que vai dominar as atenções a partir de hoje na Assembleia Geral da ONU. No entanto, o entendimento que começa a ganhar corpo no governo é que o meio ambiente tornou-se algo grande demais para caber em um único Ministério. A gestão das riquezas naturais, com a infindável combinação de interesses que orbitam ao seu redor, transformou-se em uma questão complexa, que vai muito além de uma única instância de Poder.

O principal atributo deste “Estado Maior” da gestão territorial e ambiental seria justamente sua amplitude de Poder e seu caráter transversal. O governo daria unicidade estratégica a uma questão espalhada por diversas instituições do Estado e órgãos federais, que não necessariamente dialogam entre si. A administração da Amazônia, como de outros biomas brasileiros, envolve um sem-número de atores, alguns dos quais atuando isoladamente, sem qualquer senso de integração: Forças Armadas, Polícia Federal, Incra, Ibama, Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), Funai, Ministérios da Justiça, Agricultura, Meio Ambiente etc etc etc – para não falar do onipresente Ministério Público.

A centralização da gestão do bioma e do território em uma única esfera possibilitaria a tomada de decisões estratégicas a partir da visão do todo e não apenas da parte. Em tese, permitiria também uma melhor administração e distribuição de recursos públicos para a preservação dos recursos naturais. O avanço do desmatamento da Amazônia é um problema grave por si próprio – segundo dados do Inpe, a área devastada cresceu 278% em julho em comparação ao mesmo período em 2018. No entanto, no cerne das discussões em curso no governo há uma questão ainda maior: a preservação da soberania nacional.

Na visão do Palácio do Planalto, uma instância com esta envergadura – possivelmente vinculada à própria Presidência da República – seria uma resposta contundente à tentativa de captura e colonização da Amazônia por parte de grandes potências internacionais. Como não poderia deixar de ser, trata-se de um tema que  sensibiliza especialmente o estamento militar. A investida internacional sobre a Amazônia atenta contra a soberania em uma região absolutamente estratégica para a área de Defesa. A Amazônia é uma “nação” que faz fronteira com sete dos outros 12 países da América do Sul, uma região de grande “biodiversidade”: ali concentram-se guerrilheiros (herança, sobretudo, das Farc), traficantes de drogas, garimpeiros clandestinos, contrabandistas, grileiros, biopiratas etc…

Entram também e principalmente neste caldeirão os infindáveis interesses econômicos na Região, algo que ganhará ainda mais dimensão com os planos do presidente Bolsonaro paraAmazônia. O governo estuda conceder a investidores privados dois grandes perímetros territoriais daquele pedaço de Brasil: a Reserva Nacional do Cobre e a Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Com a criação do Conselho de Segurança do Bioma e do Território, também este assunto passaria a ser conduzido por uma instância superior de Poder ligada à Presidência.

#Conama #Jair Bolsonaro #ONU

Mão contrária

24/09/2019
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Ao menos na liturgia, Augusto Aras fez questão de se distinguir da sua antecessora logo na partida. Na semana passada, antes mesmo da sabatina no Senado, enviou uma carta formal ao presidente Jair Bolsonaro agradecendo pela indicação para a Procuradoria Geral da República. Um rito bem diferente do adotado por Raquel Dodge, que, escolhida para substituir Rodrigo Janot, teve um célebre encontro com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu, tarde da noite e fora da agenda oficial.

#Augusto Aras #Jair Bolsonaro #Raquel Dodge

Os “chanceleres” de Bolsonaro

23/09/2019
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O roteiro do discurso de Jair Bolsonaro amanhã, na Assembleia Geral da ONU, foi traçado pelo general Augusto Heleno e por Eduardo Bolsonaro. O chanceler Ernesto Araújo também estava presente na reunião realizada na semana passada para discutir o assunto. Mais uma vez, no entanto, apenas ouviu.

#Jair Bolsonaro #ONU

O sindicalismo está de passagem pelo Brasil

20/09/2019
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O trabalhismo internacional, ao que parece, está mais em alta com o governo Bolsonaro do que o similar doméstico. Hoje, representantes de centrais sindicais da África do Sul, China, Índia e Rússia, que estão em Brasília para participar de um seminário, serão recebidos por autoridades brasileiras. Na agenda, encontros com o ministro Paulo Guedes e o secretário da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. Talvez os forasteiros possam levar algumas reivindicações da CUT, Força Sindical e congêneres, que foram barradas na composição do Grupo de Altos Estudos que discute a nova reforma trabalhista, sob o comando de Marinho.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Mandamento

20/09/2019
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O nome da produtora de filmes evangélicos Zitah Oliveira foi soprado pelos anjos no pé do ouvido de Jair Bolsonaro para comandar a Ancine.

#Ancine #Jair Bolsonaro

A camisa de força do Ministério Público

18/09/2019
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Uma conjunção de fatores está criando, mesmo que temporariamente, um vácuo decisório no Ministério Público Federal. O hiato começa no próprio mandato-tampão do subprocurador Alcides Martins na PGR, resultado da demora de Jair Bolsonaro em escolher o sucessor de Raquel Dodge, e se espalha pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O órgão está paralisado por falta de quórum. Segundo o RR apurou, a sessão ordinária marcada para o próximo dia 24 deverá ser cancelada. Dos 14 conselheiros, nove ficarão sem mandato exatamente na véspera. Destes, sete serão reconduzidos aos cargos e dois serão substituídos – estes últimos os representantes indicados pela OAB. Todos os nove já foram sabatinados na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. No entanto, até o momento, Davi Alcolumbre não marcou a votação dos nomes em plenário. Sem sessão do CNPM, estão suspensos, por exemplo, todos os julgamentos de processos sobre a conduta de procuradores.

#Jair Bolsonaro #Ministério Público Federal #PGR #Raquel Dodge

O camisa 10 do presidente

18/09/2019
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Depois de Ronaldinho Gaúcho, Neymar deverá ser o próximo embaixador do turismo brasileiro no exterior. A não ser que resolva dizer “não” a uma convocação feita diretamente a ele pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. Não deve ser o caso.

#Jair Bolsonaro #Neymar

A anemia de Moro

18/09/2019
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Na visita que fez a Jair Bolsonaro no hospital, no último domingo, Sergio Moro é que parecia estar em convalescência. Abatido, o ministro da Justiça pouco falou com o presidente. Mal respondeu também aos acenos e cumprimentos de funcionários do Vila Nova Star.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Bolsonaro decreta um “dodgecídio” nos quadros da PGR

13/09/2019
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O futuro procurador-geral da República, Augusto Aras, vai fazer jorrar sangue no Ministério Público. Mais do que carta branca para montar seu time, Aras recebeu do presidente Jair Bolsonaro a determinação de substituir todos os nomeados por Raquel Dodge na reta final da sua gestão. O alvo prioritário do “dodgecídio” são os quatro integrantes do MPF escolhidos por Raquel, na semana passada, para atuar na Procuradoria Regional Eleitoral do DF – Wellington de Sousa Bonfim, Francisco de Assis Marinho Filho, Zilmar Antonio Drumond e José Jairo Gomes.

Parece vendeta, tem sabor de vendeta e é mesmo uma vendeta de Jair Bolsonaro, que certamente não fará o menor esforço para esconder a natureza e a motivação do ato. O presidente trata a nomeação dos procuradores como uma afronta. Na sua visão, Raquel Dodge teria agido deliberadamente para povoar cargos do MPF com nomes da sua confiança, sobretudo ao saber que não seria reconduzida à Procuradoria Geral da República.

Ressalte-se que o quarteto sequer trabalhará – ou trabalharia – na gestão de quem os escolheu: a posse está prevista para 1º de outubro, 14 dias após o encerramento do mandato de Raquel. Os cargos em questão não têm maior relevância no organograma do Ministério Público. São considerados ofícios comuns e regulares, com atuação concentrada em matéria eleitoral. No entanto, Jair Bolsonaro não parece disposto a perder uma oportunidade de, gradativamente, moldar o MPF à sua imagem e semelhança. Foi assim com a escolha de Augusto Aras e a quebra da tradição de aceitar a um dos nomes da lista tríplice. Por que não será em outros cargos do Ministério Público.

Mais uma turbulência à vista nestes últimos dias de mandato de Raquel Dodge. Segundo o RR apurou, o subprocurador da República Moacir Guimarães vai entrar hoje com os embargos de declaração contra a decisão do Conselho Nacional do Ministério Público, que, em agosto, engavetou o pedido de apuração da conduta de Alexandre Camanho, secretario-geral de Raquel na PGR. Guimarães entende que Camanho ultrapassou os limites da sua função e exerceu, sim, “atividade político partidária”, indicando nomes para cargos no governo Temer. A denúncia se baseia no teor de conversas reveladas pela Justiça entre o procurador e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, que ficou conhecido após ser filmando carregando uma mala de dinheiro.

#Jair Bolsonaro #PGR #Raquel Dodge

Inventando moda

13/09/2019
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Jair Bolsonaro tem cogitado com o ministro Ernesto Araújo incluir Israel em sua viagem à Ásia e ao Oriente Médio em outubro. Aos olhos sensatos do corpo diplomático, trata-se de um desatino. A recomendação é não misturar as estações, sob risco de contaminar as visitas já programadas a Arábia Saudita, Emirados Árabes e Qatar. Já bastam os ruídos que Bolsonaro provocou com a ideia de transferir a embaixada para Jerusalém.

#Jair Bolsonaro

Convalescência

12/09/2019
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Jair Bolsonaro chegou a ser aconselhado por assessores palacianos a marcar sua nova cirurgia mais para o fim de setembro, “coincidentemente” ali pelo dia 24, quando está previsto seu discurso na Assembleia Geral da ONU. Com Amazônia e tudo, Bolsonaro rechaçou a ideia. Nesse debate, ele vai comparecer.

#Jair Bolsonaro #ONU

Bastidores

12/09/2019
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Johnny Saad, dono da Band, opta pela discrição. Tem evitado aderir ao exibicionismo da trupe Silvio Santos, Edir Macedo e Marcelo de Carvalho em seu escancarado apoio a Jair Bolsonaro. E não é o por falta de recomendações e “pressões” neste sentido dentro de sua própria emissora, a começar pelo apresentador José Luis Datena.

#Band #Edir Macedo #Jair Bolsonaro #Johnny Saad #Silvio Santos

“Caça like aí, ‘Negão’”

12/09/2019
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Missão dada por Jair Bolsonaro ao deputado Helio “Negão”: chegar a 200 mil seguidores no Twitter até o início de 2020. Na métrica de Bolsonaro, 77 mil fãs na rede social é muito pouco para quem almeja disputar a prefeitura do Rio no ano que vem.

#Jair Bolsonaro #Twitter

PF reage à interferência de Bolsonaro

11/09/2019
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Uma ameaça de “motim” começa a ganhar corpo na Polícia Federal como resposta às ingerências do presidente Jair Bolsonaro na instituição. Segundo uma alta fonte da PF, delegados da corporação discutem a realização de uma operação-tartaruga nos aeroportos. Seria um gesto com forte potencial de repercussão devido ao caos que procedimentos desta natureza costumam provocar no fluxo de embarque e desembarque. No entanto, a graduação da reação poderá aumentar caso se confirme a decantada demissão do diretor-geral Mauricio Valeixo. De acordo com a mesma fonte, integrantes da cúpula da PF cogitam a hipótese de uma renúncia coletiva. Há nomes no primeiro escalão da instituição bastante próximos a Valeixo, como o diretor de Inteligência Policial, Claudio Ferreira Gomes. Como se não existisse Sergio Moro – ou talvez até porque ainda exista Sergio Moro –, Jair Bolsonaro atropelou o seu ministro da Justiça e passou a interferir diretamente na Polícia Federal. O processo de fritura de Marcelo Valeixo é um passo adiante em relação à degola do delegado Ricardo Saadi da Superintendência da PF no Rio.

#Jair Bolsonaro #Polícia Federal

Reciprocidade

11/09/2019
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Em conversa ao pé de ouvido no 7 de setembro, Edir Macedo convidou o presidente Jair Bolsonaro para participar do “dia cívico” da Rede Record: 27 de setembro, quando a emissora completa 66 anos. Pelo andar da carruagem, Bolsonaro deve retribuir a visita.

#Edir Macedo #Jair Bolsonaro #Rede Record

A era do pós-Guedes deve começar antes da campanha presidencial

11/09/2019
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O RR publicou, na edição do último dia 6, que está em discussão no governo um “plano fura teto”. A “PEC da PEC do Teto” seria adotada cheia de cuidados, sob a forma de um waiver, com tempo determinado (dois anos) e sujeita a uma série de condicionalidades (maior ou menor arrecadação fiscal, circunscrição à despesa com investimento etc.). A intenção ribombou por três vezes nas declarações de Jair Bolsonaro e seu porta-voz da Presidência da República. Abaixo o teto! O ministro da Economia, Paulo Guedes, entrou no circuito persuadindo Bolsonaro a se desdizer e usando seu trunfo máximo para convencer os mercados de que o teto não é sequer arranhável: “Se tentarem mexer na âncora fiscal, pego meu chapéu e vou embora”.

Guedes usou o expediente de combater fogo com fogo: “O problema não é o teto, é o piso; temos que rebaixar o piso”. Com esse objetivo estão sendo planejadas medidas de castigo para o caso da despesa se mostrar maior do que a correção pela inflação dos dois últimos anos. Irão para o pelourinho os funcionários públicos, com cortes dos benefícios da Previdência, redução de salários e demissões sem justa causa (curiosamente por dois anos, mesmo período de tempo da tese inversa do waiver). Os cortes no Orçamento – cada vez mais difíceis no valor exigido porque as despesas aumentam além do projetado – são vítimas dos dilemas da autofagia fiscal: como crescer com políticas restritivas se elas impedem a expansão da economia?

Ao mesmo tempo, como voltar a crescer sem um ajuste contracionista que arrume as contas deficitárias que contaminam as expectativas? Talvez as respostas estejam no fator tempo. Os modelos funcionam ou não devido ao prazo disponível e necessário ao sucesso da sua implementação. São grandes as dúvidas se o rebaixamento do piso das despesas, entre outras medidas restritivas, será capaz – ou terá tempo – de engendrar aumento da arrecadação, crescimento do emprego e expansão do PIB. As interrogações passam a ser imensas se esse ambiente mais próspero se dará até 2021, ano que antecede o calendário eleitoral, do qual Jair Bolsonaro é desde já um dos principais protagonistas. Há dúvidas, justificáveis, se Paulo Guedes fará uma inflexão salvacionista, colaborando com seu comandante-em-chefe para que ele assegure um novo mandato presidencial. Certeza só uma: Bolsonaro não marchará para uma nova eleição com uma conjuntura econômica como a atual. Os dados estão rolando para ver que figurino vestirá o Paulo Guedes do porvir. Se é que será esse o nome do futuro ministro da Economia.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #PEC do Teto

Outra novela

10/09/2019
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Depois da PGR, Jair Bolsonaro quer dar um ponto final em outra novela: até o dia 20, enviará ao Senado a indicação de Eduardo Bolsonaro para a Embaixada de Washington.

#Jair Bolsonaro #PGR

Educação à moda do chefe

10/09/2019
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Em conversas reservadas, Jair Bolsonaro tem rasgado elogios ao ministro Abraham Weintraub. Não exatamente pelos avanços do país na educação, mas pela postura, digamos assim, “bolsonarista” nas redes sociais e os seguidos e debochados ataques à mídia.

#Abraham Weintraub #Jair Bolsonaro

Bolsonaro articula um waiver temporário para a PEC do Teto

6/09/2019
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Jair Bolsonaro não está solitário no seu pleito pela flexibilização da PEC dos gastos. Segundo uma fonte do Planalto, os ministros militares palacianos têm defendido enfaticamente junto ao presidente o envio ao Congresso Nacional de uma PEC que abra um intervalo de dois anos na Emenda Constitucional do Teto dos Gastos Públicos, medida que durante o processo legislativo recebeu diversas denominações: PEC do Teto, PEC 241, na Câmara dos Deputados e PEC 55, no Senado Federal. A situação orçamentária tem humilhado as Forças Armadas, com exigência de dispensas de recrutas e cortes do rancho.

Os militares consideram que, proporcionalmente a diversas outras áreas tesouradas do governo, parecem ter sido escolhidos para pagar o pato do ajuste, não obstante a sua atuação estratégica. Essa nova PEC, repita-se, teria vigência de apenas dois anos. Em 2022, o “pé direito” do teto de gastos voltaria às regras atuais. O período de abreviação do dispositivo em 2020 seria maior do que o do ano seguinte, o que induz a pensar que o governo buscará compensação do gasto em 2021.

Ela poderia se dar, por exemplo, pelo aumento da arrecadação fiscal (via reforma tributária e maior crescimento da economia). Nesse ínterim seria dada prioridade à reforma administrativa, defendida pelo deputado Rodrigo Maia e pelo ministro Paulo Guedes, por meio da qual se buscaria reduzir a dimensão do Estado. Hoje o tamanho da máquina pública não para de crescer, exigindo sucessivos cortes de gastos, na maior parte subtraindo os investimentos. A reforma administrativa, caso a pauta seja aprovada, será a agenda principal do Congresso.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #PEC do Teto #Rodrigo Maia

O que se esconde nos contêineres das agências de navegação?

5/09/2019
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O governo Bolsonaro está disposto a abrir uma caixa-preta do comércio marítimo: a das taxas cobradas pelas agências das companhias de navegação que embarcam contêineres nos portos brasileiros. O segmento é uma balbúrdia, a começar pela própria natureza jurídica destes agentes. As agências atuam como intermediárias, têm jeito de intermediárias, mas, na verdade, não passam de filiais dos próprios armadores, a exemplo de Maersk, Hamburg Süd, Mediterranean Shipping Company (MSC), entre outros. Os critérios de precificação de seus serviços são insondáveis. Estas empresas costumam cobrar taxas diferentes para embarques feitos no mesmo dia e no mesmo porto.

Responsáveis pelo pagamento do bill of lading – o Conhecimento de Embarque Marítimo – e de todas as demais despesas portuárias, a do uso dos terminais a mais misteriosa, as agências não abrem para os contratantes o valor discriminado de cada rubrica. Ao mesmo tempo, operam praticamente à margem da Receita: não costumam emitir nota fiscal, apenas um recibo após o exportador enviar o comprovante de depósito. Uma caixa-preta dentro da caixa preta é o cálculo da taxa de câmbio praticada pelas agências das companhias de navegação. As seis empresas que atuam no transporte de contêineres nos portos brasileiros fazem o que bem entendem. Segundo o RR apurou, estas companhias têm praticado, em média, uma cotação 8% superior à taxa Ptax calculada pelo Banco Central. Um exemplo: na última segunda-feira, 2 de setembro, segundo informação disponível no próprio site da empresa, a MSC trabalhava com uma cotação de R$ 4,4696. Naquele mesmo dia, a Ptax estabelecida pelo BC estava em R$ 4,1575.

Para se ter uma ideia do que esse overprice significa, somente os exportadores de café, responsáveis pela movimentação de 110 mil contêineres por ano, têm um prejuízo da ordem de R$ 100 milhões. Contabilizada toda a carga conteinerizada do país (550 mil unidades/ano), as perdas passam dos R$ 500 milhões. Em função da sua complexidade, o assunto ainda é tratado com cautela e discrição pelo governo. Segundo o RR apurou, em junho o ministro Tarcisio Freitas teria se reunido com a Antaq e estipulado um prazo de 60 dias para a apresentação de propostas de regulação dos preços praticados pelas agências de navegação no Brasil. Consultado, o Ministério diz desconhecer a informação. Está feito o registro. A agência, por sua vez, diz que não “há nenhuma determinação ministerial nesse sentido”, mas “que está estudando a matéria”. Para bom entendedor…

#Jair Bolsonaro #MSC

Plantão médico

5/09/2019
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A pedido do próprio presidente Jair Bolsonaro, o Palácio do Planalto chegou a estudar uma ginástica logística que permitisse a sua participação nos desfiles de 7 de Setembro em Brasília e no Rio de Janeiro. No entanto, as recomendações médicas falaram mais alto e Bolsonaro se restringirá à capital federal: seria estripulia demais para alguém que será submetido a uma cirurgia no dia seguinte.

#Jair Bolsonaro

Tiro pela culatra

4/09/2019
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O governador Wilson Witzel foi aconselhado por assessores próximos a suspender sua “campanha presidencial” e cessar os ataques a Jair Bolsonaro. No momento em que o Rio de Janeiro costura com o governo federal um acordo para adiar, por dois anos, a retomada do pagamento da dívida junto à União, as críticas ao Capitão são um “tiro na cabecinha” do próprio Witzel.

#Jair Bolsonaro #Wilson Witzel

Endereço certo

4/09/2019
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Em conversas com o círculo palaciano sobre STF, Jair Bolsonaro tem feito rasgados elogios ao juiz Marcelo Bretas. A mensagem parece feita sob medida para chegar aos ouvidos de Sergio Moro.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro #STF

O clima do Brasil mudou na OEA

3/09/2019
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Há uma nova polêmica multilateral, que perpassa a questão do meio ambiente, em gestação no governo Bolsonaro. O ovo da serpente está depositado na OEA. O Brasil decidiu mudar sua abordagem em relação ao tema da mudança climática no âmbito da Organização dos Estados Americanos. O Itamaraty tem pregado que potenciais efeitos adversos decorrentes de alterações no clima não constituem
necessariamente uma ameaça à paz e à segurança hemisférica.

A nova orientação já vem sendo seguida pela missão diplomática brasileira na OEA. Na prática, o Itamaraty não mais considera a Comissão de Segurança Hemisférica da OEA o fórum apropriado para abordar a questão. O governo brasileiro passará a discutir o tema na ONU, sob à luz da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

A medida vai na contramão da maioria dos países integrantes da OEA. As reações mais fortes deverão vir das nações do Caribe. Extremamente afetados por fenômenos meteorológicos, os países da região levam a ferro e fogo o conceito de que alterações rigorosas no clima se configuram em um problema de segurança nacional. Elas trazem a reboque o risco de devastação territorial, desabastecimento alimentar, convulsões sociais etc.

#Jair Bolsonaro #OEA

Depende do placar

3/09/2019
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Jair Bolsonaro receberá até amanhã os primeiros relatórios sobre os resultados das ações de combate às queimadas na Amazônia. Com base nos dados, decidirá se fará ou não uma visita à região nesta semana.

#Jair Bolsonaro

Um trem que não passa

3/09/2019
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Rubens Ometto, apoiador de primeira hora de Jair Bolsonaro, anda amuado. Oito meses se passaram e nada do governo autorizar a renovação da concessão da Malha Paulista, pertencente à Rumo. O pedido foi aprovado pela ANTT há um ano.

#ANTT #Jair Bolsonaro #Rubens Ometto

“Paraíbas” vão à Europa em busca de recursos

2/09/2019
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O acaso não foi parceiro do recém-criado Consórcio Nordeste, que reúne os nove estados da região. O pool enviará uma missão à Europa em novembro para uma série de encontros com organismos internacionais e fundos voltados a projetos sustentáveis. Se pudessem, no entanto, os governadores adiavam o road show.

Os “Paraíbas”(Apud Jair Bolsonaro) desembarcarão no Velho Continente sob forte tensão. Neste momento, qualquer discussão internacional sob o guarda-chuva Brasil já nasce contaminada pelo imbróglio global em torno da Amazônia. Sobretudo tratando-se do assunto e do roteiro da viagem dos governadores nordestinos. O objetivo é captar investimentos para o setor agrícola vinculados ao manejo sustentável de recursos naturais no Nordeste. O RR apurou que há reuniões engatilhadas na Alemanha e Noruega, dois dos países que mais têm levantando sua voz contra o desmatamento da Amazônia.

No caso norueguês, há ainda um agravante. O governo Bolsonaro acaba de recusar recursos do país para financiar projetos ambientais na Região Amazônica. Os rancores bilaterais estão à flor da pele. Mesmo com o risco de o “assunto maior” eclipsar o tema das conversas, os governadores do Nordeste vão à luta. Levarão na bagagem estudos recentes sobre novas fronteiras agrícolas na região, como o chamado “Sealba”, o triângulo na divisa entre Sergipe, Alagoas e Bahia. Dados da Embrapa para o cultivo de soja, por exemplo, mostram que o potencial de produtividade na  região chega a 80 sacas por hectare, acima da média nacional (56 sacas/ha).

#Consórcio Nordeste #Jair Bolsonaro

Pequeno Dirceu

2/09/2019
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Em sua peregrinação por Assunção, com o intuito de colar o escândalo do acordo de Itaipu no governo Bolsonaro, Zeca Dirceu contou com o apoio de integrantes da esquerda do Parlasul. Representantes do Paraguai e também da Bolívia e do Uruguai no Parlamento do Mercosul ajudaram o herdeiro de José Dirceu a estabelecer pontes com a CPI instalada no Congresso paraguaio. Não demora muito, Jair Bolsonaro capitaliza o assunto e gruda no Parlasul a pecha de “novo Foro de São Paulo”.

#Jair Bolsonaro #Tratado de Itaipu #Zeca Dirceu

Provocações

2/09/2019
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No que depender de Jair Bolsonaro, o Palácio do Planalto vai fazer uma forcinha para que a agenda de compromissos do presidente fora de Brasília coincida com a presença da caravana Lula Livre com Haddad na mesma cidade. Seria um prato cheio para o Capitão e sua torcida organizada.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Argentina opõe ideológicos e pragmáticos do governo Bolsonaro

30/08/2019
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Há uma divisão no governo Bolsonaro em relação à Argentina, leia-se a maneira como o Capitão deve conduzir a agenda diplomática vis-à-vis a eleição presidencial de outubro no país vizinho. Uma parte do núcleo duro da gestão defende que Jair Bolsonaro precipite acordos bilaterais, ainda que a iniciativa venha a ser interpretada como uma manifestação de apoio à reeleição de Mauricio Macri. Despontam nesse grupo Eduardo Bolsonaro, principal condutor da política externa do governo, e o ministro Ernesto Araújo, na prática a segunda voz no Itamaraty.

Eles pregam que Bolsonaro deve, sim, manter a viagem a Buenos Aires que vem sendo preparada pelo Ministério das Relações Exteriores. Programada para outubro – não por coincidência pouco antes das eleições presidenciais argentinas do dia 27 – a visita teria como objetivo a assinatura do acordo para a construção de uma hidrelétrica binacional. Trata-se da primeira das duas usinas contempladas no Tratado de Aproveitamento Hídrico firmado entre os dois países em 1980. Os estudos para a instalação das duas geradoras foram iniciados em 1972, atravessaram quatro décadas e acabaram suspensos em 2015, pelo governo Dilma.

Não é difícil imaginar, desde já, o tom do discurso de Bolsonaro, dizendo que esse e outros investimentos conjuntos estão sob risco caso a “esquerdalha”, leia-se a chapa Alberto Fernández/Cristina Kirchner, ganhe as eleições. Do lado oposto está o Ministério da Economia, favorável a uma postura mais contida de Bolsonaro em relação à Argentina. Esta corrente é personificada, sobretudo, por Marcos Troyjo, secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais da Pasta. Troyjo não deixa de ser um adepto da “diplomacia ideológica”, mas, neste caso, age por puro pragmatismo. A batalha eleitoral na Argentina é vista como caso perdido.

As prévias indicaram que, salvo uma virada histórica de Macri, Fernández e Cristina estarão na Casa Rosada a partir de 2020. O que o governo Bolsonaro ganhará anatematizando o futuro presidente do terceiro maior parceiro comercial do Brasil? Por esta linha de raciocínio, a viagem do presidente a Buenos Aires e a consequente “ideologização” do acordo na área de energia trariam mais ônus do que bônus – ainda que as motivações para a campanha pró-Macri sejam perfeitamente compreendidas na Pasta da Economia. A julgar pelas últimas declarações de Jair Bolsonaro, a ala da “diplomacia do embate”, liderada por Eduardo Bolsonaro, vai prevalecer.

No Twitter, Bolsonaro publicou recentemente que “com o possível retorno da turma do Foro de São Paulo, agora o povo saca, em massa, seu dinheiro dos bancos. É a Argentina, pelo populismo, cada vez mais próxima da Venezuela”. Pouco depois, Eduardo também mandou o recado na rede social: “Nós que estamos aqui de fora olhando o que está acontecendo com a Argentina nem acreditamos. Mas ainda creio que a Argentina não naufragará em outubro”.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Mauricio Macri

A “guerra verde” de Jair Bolsonaro em nome da soberania nacional

28/08/2019
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Há uma elipse que liga os pontos do estado da Virgínia, nos EUA, o Palácio Itamaraty e o Palácio do Planalto, em Brasília. A conspiração do “grupo das relações exteriores”, chamemos por ora assim, assim, estimula Jair Bolsonaro a se inspirar nas atitudes “viris” do ex-presidente argentino Leopoldo Galtieri. Mas calma a todos os leitores. Por enquanto, pelo menos, Bolsonaro não teria intenção de ter suas próprias Malvinas. Nem de fazer ameaças bélicas. Em que pese que o morador da Virgínia aposta no apoio do morador da Casa Branca a um “enfrentamento teatral”, bem ao seu estilo.

As ações mais agressivas seriam feitas na esfera da comunicação institucional. Bolsonaro reduziria bastante o intervalo das suas aparições na TV e demonstraria em detalhes como os números disponíveis no governo são muito melhores do que os apresentados no exterior, inclusive pelo G7. Além de anunciar medidas, como policiamento militar contra as queimadas, que demonstram sua proatividade, não obstante representarem uma contradição para quem diz que está fazendo tudo certo. Bolsonaro criaria um fato político enorme montando a sua própria versão da guerra fria, a “guerra verde”. Um dos pontos que mais incomoda o presidente e – por que não dizer? – os militares são “grupos independentes” que estão aderindo à causa amazônica e, com isso, dando suporte para a intromissão de Estados nacionais.

O governo está atento à formação do que pode vir a ser o maior fundo privado civil não governamental de todos os tempos, conforme publicidade soprada do exterior. Trata-se da constituição de um instrumento financeiro em defesa da Amazônia, aberto a todos os cidadãos do mundo. As Forças Armadas consideram que a simples articulação de um fundo privado com objetivo de intervir no espaço nacional já significa um atentado à soberania. A eventual e posterior participação de governos capitalizando o fundo transformaria a operação financeira em uma forçatarefa multinacional híbrida.

Trata-se também de um inaceitável gesto de antidiplomacia, pois representa uma reprimenda pública ao Brasil, com base em dados discutíveis. No mais, a Amazônia não está à venda e nem pertence à humanidade, como insiste em dizer o morador do Palácio dos Campos Elísios. Mas o que incomoda mesmo os militares é a bravata. O que farão os militantes “pró-Amazônia” com toda a dinheirama? Gastarão fazendo lobby no Congresso? Contratarão milícias para tomar conta da Amazônia e reprimir as queimadas? Financiarão as próprias Forças Armadas, deixando explícito que estão descapitalizadas e desaparelhadas para a missão? Essa é a pergunta que deve ser feita a Leonardo di Caprio, Sting, Bill Gates, Madonna, George Soros, entre vários outros endinheirados militantes, que estão aportando, no mínimo, US$ 5 milhões per capita em um fundo amazônico de utilidade desconhecida. Se se juntarem a eles, com dinheiro público, chefes de Estado como Angela Merkel e Emmanuel Macron, criam-se as condições de extrair o pior de Bolsonaro e seus paneleiros. Além, é claro, do big brother do Norte. Parece que não estão entendendo que a coisa pode ficar muito tensa. Ruim para verdes e não verdes.

No último sábado, o Planalto despachou dois emissários para percorrer trechos da BR-163 no Pará. A ideia era selecionar grandes extensões de floresta preservada, e, então, convidar jornalistas brasileiros e estrangeiros para cruzar a rodovia ao longo desta semana. No dia seguinte, no entanto, prudentemente o governo recuou da ideia. No próprio domingo, novos relatórios divulgados pelo Inpe mostraram que os focos de incêndio registrados, neste mês, na região já superam a média histórica de agosto nos últimos 21 anos.

#G7 #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Momento de baixa

28/08/2019
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O grupo de senadores que se reuniu com Sergio Moro, na última quinta-feira, para pedir o veto do governo ao projeto de lei do abuso de autoridade, saiu frustrado do encontro. Os parlamentares deixaram o Ministério com a percepção de que Moro, ao menos neste momento, não tem força para convencer Jair Bolsonaro de nada. Otto Alencar (PSD-BA) disparou entre seus pares: “Erramos de endereço. Deveríamos ter ido direto ao Palácio do Planalto”.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Desmatamento

27/08/2019
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Se depender de Jair Bolsonaro, o BNDES retira as condicionalidades ambientais dos empréstimos do banco. Na visão do Planalto, como já ficou evidente, esse negócio de meio ambiente é coisa do passado.

#BNDES #Jair Bolsonaro

Menos médicos

23/08/2019
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Jair Bolsonaro e Donald Trump têm mais um ponto de afinidade: Brasil e Estados Unidos são os dois maiores “caloteiros” da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). O governo brasileiro já deve cerca de US$ 25 milhões ao coletivo multilateral. A dívida dos EUA, por sua vez, soma mais de US$ 100 milhões. Com carência de recursos, a entidade, que reúne 35 países, sangra. Segundo uma fonte da própria OPAS, a direção da instituição já discute a demissão de três mil dos mais de dez mil contratados da área médica. No Brasil, um dos órgãos mais afetados deverá ser o Centro Latino-Americano de Informações em Ciências da Saúde (Bireme), em São Paulo.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro #OPAS

Carta fora do baralho?

23/08/2019
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Termômetro da sucessão na PGR: até ontem, o procurador Alcides Martins, apontado como um dos candidatos ao cargo, não havia recebido qualquer chamado para conversar com o presidente Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #PGR

Por muito menos já se abriu CPI

22/08/2019
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O próprio presidente Jair Bolsonaro e a cúpula do governo ficaram indignados com a informação de que a Petrobras seria vendida ainda na atual gestão. Primeiramente porque um assunto de tamanha magnitude política não poderia ser comunicado dessa maneira. Pior ainda seriam as intenções subterrâneas de interferir na Bolsa, chacoalhando as ações da estatal no pregão à vista e no cassino do mercado de opções. Segundo fonte do RR, Bolsonaro pediu providências e rigor na apuração do responsável.

#Jair Bolsonaro #Petrobras

Estranha reviravolta

22/08/2019
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Na reta final da disputa pela sucessão de Raquel Dodge, Mario Bonsaglia, primeiro colocado na lista tríplice, teria conquistado o apoio do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF). Esta seria a razão por trás da súbita mudança de postura do colegiado. Ontem, um grupo de 22 procuradores, com o apoio do CSMPF, enviou documento a Jair Bolsonaro pedindo que ele escolha um nome da lista para a PGR. Não deixa de ser curioso uma vez que o próprio Conselho havia considerado o processo eleitoral ilegal.

#Jair Bolsonaro #Mario Bonsaglia #PGR #Raquel Dodge

Bolsonaro põe o bioma amazônico nos radares do mundo

21/08/2019
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O “sistema de satélites” do Itamaraty detectou uma movimentação de governos da Europa com o objetivo de alvejar o Brasil e, sobretudo, o presidente Jair Bolsonaro com uma saraivada de dados recentes sobre o desflorestamento do bioma amazônico. No radar da diplomacia brasileira, já existe, inclusive, uma data-chave, que poderá marcar o início desta campanha internacional: 24 de setembro, dia de abertura dos chamados debates de alto nível entre chefes de Estado na 74ª Assembleia Geral da ONU. Seria uma reação contundente contra as recentes medidas adotadas por Bolsonaro, leia-se o esvaziamento do INPE e a sua postura refratária aos recursos repassados por países europeus, notadamente Noruega e Alemanha, para preservação da Floresta Amazônica.

Ou seja: por vias transversas, Bolsonaro conseguiu colocar o bioma amazônico sob monitoramento estrangeiro, arranhando a própria soberania nacional no assunto. Ao colocar o INPE sob suspeição, o Capitão “convidou” entidades internacionais a acompanhar com lupa o desmatamento da Amazônia. Uma das principais candidatas a liderar esse trabalho é a Agência Espacial Europeia (ESA), que acabou de lançar seu satélite Ingenio, de altíssima resolução. O sistema consegue produzir imagens de qualquer local como se estivesse a apenas 2,5 metros de altura do alvo.

Estima-se que, em pouco mais de 12 horas, o Ingenio é capaz de fotografar uma área equivalente ao estado de São Paulo. ONGs europeias também deverão se integrar à tour de force para desnudar o mapa do desmatamento na Amazônia. É o caso da suíça GEO, com seu sistema GEOSS. Há um fator que favorece essa devassa satelital na Amazônia. Por se tratar “apenas” da identificação de áreas devastadas, nem é necessário o trabalho de agentes de campo. É diferente do que ocorre com o monitoramento de áreas de plantio, em que habitualmente as imagens precisam ser referendadas com vistorias in loco – em alguns casos, dependendo do produto, as fotografias não conseguem atestar com 100% de certeza a planta cultivada na região.

#INPE #Jair Bolsonaro #ONU

Mattar embala um plano de privatizações superlativo

19/08/2019
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O secretário especial de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados, José Salim Mattar, está insone, obsessivo com uma única missão: apresentar um pacote de desmobilização de ativos e privatizações “como o país nunca viu” – palavras do próprio. O plano é anunciar as medidas nos próximos dias. A pressão de Bolsonaro para privatização de ao menos uma “estatal pequenininha” é um sinal combinado. Mattar vai entregar bem mais do que isso. Mas que não se espere a venda de nenhuma big company.

É consenso no governo que não há ainda amadurecimento político para a privatização da Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica. Mas as subsidiárias e coligadas do BB e da CEF devem seguir o mesmo caminho das empresas satélites da Petrobras, a exemplo da BR Distribuidora. A privatização da Eletrobras são favas contadas. A data da venda da estatal, em 2020, será anunciada ainda neste mês. Por sua vez, o Correios é considerado um estorvo – vai para o pregão das empresas indesejáveis. As novidades virão através dos mercados de valores mobiliários e capitais.

Mattar estuda com carinho formas de securitização de terras e imóveis. A ideia é constituir fundos lastreados pelo menos em parte nos ativos imobiliários, e ofertar cotas a fundos de pensão do Brasil e exterior. Os grandes imóveis e terrenos – existem, inclusive, alguns das Forças Armadas – seriam vendidos em leilões. Está em estudos um surpreendente fundo da Amazônia. Paulo Guedes pediu ao seu secretário inovações. Não quer ficar preso ao modelo clássico de editais e leilões. A ideia é dar agilidade e trazer para o balcão ativos cuja venda nunca foi cogitada. Não custa lembrar, a título de chiste, que o ministro da Economia propôs recentemente a securitização do oxigênio da Amazônia. Virão novidades na área da desestatização, podem apostar.

#Jair Bolsonaro #José Salim Mattar

Não há democracia que misture Bolsonaro, Santa Cruz e Maia no mesmo balaio

16/08/2019
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No dia 19 de agosto, próxima segunda-feira, quando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, atravessar a linha demarcatória entre a calçada e o prédio localizado na Quadra 5, Lote 1, Bloco M, para participar como convidado especial da reunião do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), estará sendo firmada uma ponte entre o presente e o passado, que liga assuntos desconfortáveis a assuntos desconfortáveis. Maia não fará um desagravo somente a Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, militante da Ação Popular (AP) desaparecido em 22 de fevereiro de 1974 sem ter tocado em uma arma de fogo. Fernando é pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, que protagoniza uma batalha campal com Jair Bolsonaro.

O presidente da OAB repudia a tortura, e o presidente da República acata a prática em “situações de guerra”. Ainda que silenciosamente, Maia estará fazendo um desagravo também às origens do seu pai, Cesar Maia, nascido em 28 de fevereiro de 1948, militante da organização Corrente, ligado a Carlos Marighela, participante da luta armada e considerado um “perigoso subversivo” pelo regime militar. Se Cesar não tivesse escapado para o exílio, não é improvável que Rodrigo, então com dois anos, tivesse apenas memórias distantes do pai. Rodrigo Maia vai à OAB falar em nome dos mortos e dos desaparecidos, dos exilados, contra os apologistas da tortura e em favor dele mesmo. O presidente da Câmara, que vem sendo chamado de “Sr. Democracia” nos corredores do Congresso, encontrou seu mote de campanha: uma improvável bandeira dos direitos humanos, em uma luta ainda mais improvável pelas causas humanistas que dispensa a presença da esquerda. Rodrigo Maia vs. Jair Bolsonaro.

Trata-se de um embate entre conservadores, com participação especial dos grupos progressistas. Junto com a OAB naturalmente se perfilam a ABI, a CNBB e, possivelmente, o Clube de Engenharia, entre outras organizações da sociedade civil. No lado da direita anti-bolsonarista, o “novo democrata” do DEM, Rodrigo, e todos seus bluecaps. E na extrema da extrema, a força de um presidente da República, a maior parte dos seus colaboradores – notadamente os militares da reserva – e os conservadores da bala, ruralistas e outros grupos de reconhecida afinidade. Se for procedente a frase atribuída ao general Eduardo Villas Bôas, Bolsonaro poderia contar ainda com 300 mil homens armados.

Melhor desconfiar da veracidade da declaração. Em um determinado momento, Rodrigo Maia até tentou colocar panos quentes na situação. Articulou com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, uma distensão através do Congresso. Ninguém teria de estender a bandeira branca. Bastava somente os parlamentares serem convencidos. O primeiro seria a deputada Joice Hasselmann. Ela teria de ser dissuadida a levar adiante a ideia do projeto de lei propondo a extinção da contribuição anual obrigatória dos advogados à Ordem. Em outro front, o governo deveria frear o PL do deputado José Medeiros (Pode/MT), que prevê o fim do Exame da Ordem como exigência para inscrição na OAB. O cenário, porém, foi se radicalizando, e Rodrigo foi enxergando ali uma jazida. O confronto entre a Ordem e a extrema direita, digamos assim, é um desserviço à Nação. Mas atende de alguma forma a interesses múltiplos. A OAB de Felipe Santa Cruz ressurge pontificando a resistência aos ventos fortes do autoritarismo. Rodrigo Maia vai poder fazer um pêndulo entre o DEM e as forças progressistas, um enredo que nem nos seus mais distantes sonhos foi possível. O real, real mesmo, sem viés, nu e cru, pode ser traduzido na curta frase ao RR do ex-presidente da OAB Roberto Busato: “O ataque é um dos mais graves que a instituição passou, fruto do radicalismo exacerbado, tanto da esquerda como da direita”. No ponto.

#Felipe Santa Cruz #Jair Bolsonaro #OAB #Rodrigo Maia

A era das demissões voluntárias

16/08/2019
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Goste-se ou não, Jair Bolsonaro está entregando uma de suas promessas de campanha: a redução do funcionalismo. Menos de um ano após seu último Plano de Demissões Voluntárias, a Casa da Moeda passará por mais uma lipoaspiração. A direção da estatal já aprovou um novo PDV, com a meta de cortar cerca de 200 funcionários – algo como 10% da força de trabalho. Entre outras iscas, a Casa da Moeda oferecerá indenização de 80% sobre o FGTS e plano de saúde por 42 meses. A estatal tem amargado queda de receita devido à suspensão do Sicobe (Sistema de Controle Fiscal de Produção de Bebidas) e pelo contingenciamento das verbas do BC para novas encomendas de cédulas e moedas.

#Casa da Moeda #Jair Bolsonaro

Curriculum vitae

16/08/2019
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O físico Ricardo Galvão, que não serviu para o INPE dos sonhos de Jair Bolsonaro, já teria recebido dois convites para assumir instituições internacionais da área de meio ambiente.

#INPE #Jair Bolsonaro

Nordeste vira “zona militarizada”

14/08/2019
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Jair Bolsonaro pretende nomear um militar para a Sudene. O nome mais cotado é o do General de Divisão da reserva Jamil Megid Junior, que integrou a equipe de transição e hoje ocupa a Secretaria de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura. Caso a escolha se confirme, Bolsonaro terá dois militares estrategicamente posicionados à frente dos grandes projetos de infraestrutura no Nordeste. Megid Junior faria dobradinha com o General de Brigada Pedro Antonio Fioravante, nomeado há cerca de um mês para a presidência da Companhia de Desenvolvimento das Bacias do São Francisco e Parnaíba (Codevasf). Ambos, por sinal, são contemporâneos nas Forças Armadas. Sob um certo ângulo caberia aos militares construir pontes entre o governo Bolsonaro e o Nordeste, onde o Capitão amarga os mais baixos índices de popularidade. A Sudene tem sob sua gestão o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste, que engloba, para este ano, um orçamento da ordem de R$ 24 bilhões. Por sua vez, a Codevasf é a responsável pelo grande projeto do governo federal na região, a transposição do São Francisco, ao custo de R$ 20 bilhões.

#Jair Bolsonaro #Jamil Megid Junior #Ministério da Infraestrutura

Smartphone anti-Intercept

14/08/2019
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A contragosto, Jair Bolsonaro passou a utilizar, desde a semana passada, um Terminal de Comunicação Seguro (TCS), equipamento disponibilizado pelo GSI. Com tecnologia desenvolvida pela Abin, todos os arquivos do aparelho são criptografados com algoritmos de Estado. Procurado, o GSI diz que “não comenta sobre aspectos operacionais envolvendo a segurança presidencial.”

#GSI #Jair Bolsonaro

Linkedin

14/08/2019
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O acervo de prebendas disponíveis no Palácio do Planalto ganhou reforço. Com o fim do mandato de Ricardo Fenelon, no último dia 7, Jair Bolsonaro poderá nomear, de uma só tacada, dois novos diretores para a Anac. Trata-se de um cargo cobiçado, sobretudo pelos cinco anos de mandato.

#Anac #Jair Bolsonaro

O “cidadão Kane” do Planalto

9/08/2019
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Transborda do Palácio do Planalto que o próximo movimento na cruzada santa de Jair Bolsonaro contra a mídia impressa será a determinação de que todas as instâncias do governo federal cortem as assinaturas de jornais e revistas. O argumento é que a modalidade impressa tornou-se desnecessária, com a combinação e avanço das TVs aberta e por assinatura, onlines e internet. O restante seria coberto através de um serviço de clipping que atendesse todo o aparelho de Estado.

Da mesma forma como justificou a MP 892, que suspendeu a obrigatoriedade de publicação de balanços e informes de companhias abertas em jornais, Bolsonaro reportaria à economia de gastos sua “principal motivação” para a adoção da medida.Há determinação e método nessa escalada do  presidente, curiosamente pajeado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Do ponto de vista da convergência ideológica liberal de Guedes, existe, sim, total afinidade com os objetivos de vingança que norteiam Bolsonaro.

Falou em corte de despesas, o ministro fica todo excitado. Mas Guedes desde o primeiro minuto foi o darling dos capitães da grande imprensa. Recebeu um apoio maior do que todos os ministros da Fazenda e Planejamento juntos. Perguntado, em outros idos, sobre a obrigatoriedade do anúncio em jornal de grande circulação, assunto que chegou a baixar na CVM, comentou que a suspensão se fazia desnecessária. Era de se esperar que não coadjuvasse tão mansamente uma campanha tão contraditória com suas relações históricas junto aos maiores formadores de opinião do país. De Bolsonaro sempre se esperou tudo. Está estripando as finanças da imprensa em nome de questões prosaicas, estritamente pessoais. O risco é querer estripar a democracia. Se continuar assim, vamos todos sentir saudade de Lula.

#CVM #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Paulo Guedes

Sístoles e diástoles

9/08/2019
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O governo Bolsonaro deverá fazer mais um de seus corriqueiros ziguezagues. No Palácio do Planalto, já se discute um recuo do recuo, com a recriação de três das oito cadeiras do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad) extintas há três semanas, todas reservadas a representantes da sociedade civil.

#Conad #Jair Bolsonaro

Diplomacia

6/08/2019
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Eduardo Bolsonaro tem conduzido as negociações para a visita de Jair Bolsonaro à Hungria, provavelmente em outubro. O “03” mantém linha direta com o primeiro-ministro Viktor Orbán, com quem esteve em abril deste ano. Mais uma vez, o chanceler Ernesto Araújo apenas assiste ao jogo.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Subsolo brasileiro será a moeda de troca do embaixador Eduardo Bolsonaro

5/08/2019
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Uma missão prioritária está reservada para Eduardo Bolsonaro, futuro Embaixador em Washington e chanceler in pectore do governo Bolsonaro. Caberá ao “03” colocar em marcha uma política de troca de recursos minerais estratégicos por acordos comerciais bilaterais. O projeto nasce da premissa de que o Brasil não tem outra moeda de negociação com o mundo: o subsolo é o único grande ativo que sobrou para ser colocado sobre o tabuleiro das relações internacionais. A ideia explica a ênfase com que Bolsonaro tem se referido à abertura de reservas indígenas e de áreas de proteção ambiental para investidores privados, assim como sua insistência em nomear Eduardo para a Embaixada do Brasil em Washington.

Os Estados Unidos despontam como parceiros preferenciais. Para além da relação de proximidade ideológica entre Donald Trump e Bolsonaro, razões de ordem geoeconômica empurram os norte americanos para o negócio. O governo Trump teria todo o interesse de reduzir o espaço para a entrada dos chineses na extração de minerais estratégicos no Brasil. À exceção de minério de ferro, manganês, nióbio e cobre, abundantes nestas terras, um acordo com o Brasil faria da China um monopsônio das importações dos demais minerais do país. Ela poderia se tornar o único ou, ao menos, o principal comprador, transformando as reservas nacionais em enclaves orientais em solo brasileiro. Seria uma guerra fria polimetálica se o Tio Sam já não fosse o eleito.

No que depender das motivações de parte a parte, a Amazônia tem tudo para virar uma espécie de 51º segundo estado norte-americano. O projeto envolveria dois grandes perímetros territoriais da Região Amazônica: a Reserva Nacional do Cobre (Renca) e a Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Jair Bolsonaro quer dar sequência ao que Michel Temer ensaiou, mas não fez, notadamente no caso da Renca. Em agosto de 2017, Temer assinou decreto extinguindo a Renca e liberando a área para a exploração privada. Um mês depois, diante da pressão que sofreu, revogou a decisão. Guardadas as devidas proporções, a Reserva Nacional do Cobre é uma espécie de pré-sal da mineração. Trata-se de uma próspera província metalogenética.

No subsolo de seus mais de 46 mil quilômetros quadrados espalhados pelo Pará e Amapá, repousam, além do metal que lhe dá nome, ouro, titânio, fósforo, estanho, tântalo e grafita, segundo dados da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). Há ainda registros de bauxita, manganês e diamante. A Reserva Raposa Serra do Sol, por sua vez, ocupa uma extensão de 17 mil quilômetros em Roraima. O governo Bolsonaro oferecerá aos investidores internacionais, de acordo com estudos da CPRM, seu subsolo cravejado de diamante e ouro. Nesse grande projeto de entrada de investidores internacionais nos “santuários” minerais do Brasil, ficariam faltando apenas os nódulos polimetálicos. São depósitos de minerais no fundo do oceano.

A costa brasileira está cheia deles. O maior e mais cobiçado é a Elevação do Rio Grande, na altura do Rio Grande do Sul. Essa Atlântida multimineral está localizada além das 200 milhas náuticas. Mas existe uma possibilidade do país ampliar seu mar territorial caso fique comprovado que a área é uma extensão geológica de terras brasileiras quando da separação da América do Sul da África.O governo já solicitou permissão à Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos para fazer pesquisas no local. É mais fácil dizer o que não há naquelas profundezas. Já foram comprovadas as presenças de cobalto, níquel, cobre e manganês, além de zincônio, tântalo, telúrio, tungstênio, nióbio, tório, bismuto, platina, cério, európio, molibdênio e lítio. Vão para o portfólio com que Eduardo Bolsonaro correrá o mundo.

#Donald Trump #Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro

BNDES busca “impurezas” na insulina da Biomm

2/08/2019
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Engana-se quem pensa que Jair Bolsonaro trata as administrações pregressas do BNDES apenas com o fígado. Parte desse fel será processada pelo pâncreas, com a insulina produzida pela Biomm. Segundo o RR apurou, o banco decidiu não apenas vender a participação de 12% da BNDESPar no laboratório mineiro, mas também investigar as condições em que se deu o aporte de aproximadamente R$ 120 milhões da agência de fomento na empresa. Trata-se de um negócio que parece ter sido sob encomenda para o governo Bolsonaro e sua caça às bruxas petistas.

Um dos idealizadores do projeto e ainda hoje um dos principais acionistas da companhia é Walfrido dos Mares Guia. Ministro do Turismo e da Articulação Política no governo Lula, o empresário sempre foi muito próximo do ex-presidente. Após deixar o governo, o petista usou o jatinho particular de Mares Guia em deslocamentos pelo país. Em maio de 2017, por exemplo, Lula valeu-se do Cessna Aircraft prefixo PR BIR, do ex-ministro, para ir a Curitiba prestar depoimento ao então juiz Sergio Moro. O BNDES entrou na Biomm com duplo figurino, participando tanto do equity quanto do debt.

Cercada de controvérsias, a operação chegou a bater na malha fina dos órgãos de controle da União. Em 2016, uma auditoria da CGU levantou questionamentos à exposição do BNDES no negócio. Segundo o relatório do órgão de controle, com base nas próprias regras do banco, o empréstimo à fabricante de insulina deveria ter respeitado o limite de R$ 54 milhões, menos da metade do valor efetivamente repassado. Consultado, o BNDES informa que a referida auditoria da CGU “não apontou irregularidades, mas resultou em recomendações de melhorias de processo”.

Em relação à abertura de procedimento para investigar o investimento na Biomm, o banco disse não confirmar, com a ressalva de que “todas as operações podem ser objeto de auditoria interna, externa e de órgãos de controle”. Para bom entendedor… Perguntado sobre a decisão de deixar o capital da empresa, a agência de fomento afirmou que “não comenta informações a respeito da estratégia de desinvestimento” A Biomm já ultrapassou todos os prazos do seu cronograma original. A fábrica de Nova Lima (MG) deveria ter sido inaugurada em 2017. De lá para cá, no entanto, a entrada em operação tem sido sucessivamente postergada. Segundo o próprio banco, a unidade fabril está concluída e a empresa aguarda certificação da Anvisa para venda comercial dos produtos fabricados. Ressalte-se que, mesmo com os atrasos nas obras, o BNDES manteve os repasses para a empresa, fato também questionado pela CGU há três anos.

#Biomm #BNDES #Jair Bolsonaro

Vaga à vista no STJ?

1/08/2019
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A primeira indicação do presidente Jair Bolsonaro para o STJ pode acontecer antes do previsto – dezembro de 2020. Segundo o RR apurou junto a um dos membros da Corte, o ministro Félix Fischer confidenciou a colegas a intenção de anunciar sua aposentadoria em razão de problemas de saúde. Fischer está internado há uma semana tratando-se de uma embolia pulmonar. O magistrado tem um papel chave no Tribunal: é o relator da Operação Lava Jato no STJ. Hoje, a Corte Especial, formada pelos 15 ministros mais antigos, vai se reunir para discutir o que fazer com os processos relatados por Fischer, por ora contemplando um cenário de ausência temporária. As duas possibilidades sobre a mesa são a convocação de um magistrado-substituto ou um sorteio para transferir a relatoria das ações.

#Jair Bolsonaro #STJ

Uma nova embalagem para os gastos sociais

30/07/2019
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O desenho da “reforma social” do governo será realizado levando-se em conta as estatísticas internacionais do setor. Pela primeira vez, na exposição de motivo das mudanças, os projetos estarão acompanhados das simulações sobre o impacto das medidas nos rankings internacionais. A cobrança vem do próprio Jair Bolsonaro, inconformado com o fato das ações sociais do governo serem invariavelmente desconstruídas com a publicação de dados simultâneos que apontam o país nas piores posições.

É como se o Brasil divulgasse uma medida que reduz a iniquidade e imediatamente fosse divulgada informação de que a iniciativa é benéfica, mas o país permanece em um péssimo lugar no ranking da fome, da mortalidade infantil, da falta de moradia etc etc. A ideia agora é que o orçamento seja mensurado com base no cálculo do retorno efetivo do gasto social, assim como seu impacto em termos comparativos nas estatísticas do presente e nas projeções das mazelas sociais nos demais países do mundo. As políticas de seguridade, assistencialismo, combate à miséria e renda complementar, por exemplo, serão elaboradas tendo em vista modelos que prevejam sua evolução não só no Brasil, mas comparativamente à situação daquele quesito nas demais nações do mundo.

É possível se dizer que Bolsonaro quer chover no molhado, ou seja, trata-se de mero cálculo estatístico que não altera a determinante relevância do maior ou menor gasto e da alocação correta de recursos. Mas a verdade é que a embalagem dos objetivos da despesa social nunca foi feita dessa maneira. Pelo novo conceito, a mensagem passaria a ser: o Brasil fica mais justo e mais bem situado entre seus pares. Olhando pelos olhos de Bolsonaro, é facílimo entender o rejubilo do Capitão ao dizer que não vai faltar pão, e “nós vamos ficar melhores do que muita gente aí”. Em tempo: o Congresso e o governo pretendem apresentar a “reforma social” antes do Natal. O calendário tem óbvios interesse políticos e publicizantes.

#Jair Bolsonaro

A temperatura das ruas

30/07/2019
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Jair Bolsonaro vai intensificar nas próximas semanas a agenda de viagens pelo Brasil para a inauguração de obras, notadamente do “Minha Casa, Minha Vida”. Mesmo com o adiamento da votação da reforma da Previdência em segundo turno na Câmara para agosto, os estrategistas do Planalto consideram que este é um dos melhores momentos para Bolsonaro ir às ruas desde a sua posse. Segundo recente pesquisa do Datafolha, de abril a julho o número de brasileiros que apoia a mudança nas regras de aposentadoria subiu de 41% para 47%. Ressalte-se ainda que Bolsonaro acaba de liberar até R$ 500 do FGTS para cada trabalhador.

#Jair Bolsonaro #Minha Casa Minha Vida

O “Moro” do STJ

29/07/2019
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O nome de Vallisney de Souza já foi soprado ao pé do ouvido de Jair Bolsonaro para a vaga que se abrirá no STJ em 2020. Responsável pela ordem de prisão dos hackers de Sergio Moro, o juiz da 10ª Vara Federal de Brasília ganhou fama à frente das Operações Zelotes e Greenfield.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro #STJ

“Força Nacional do Trabalho” repousa em uma prateleira do Palácio do Planalto

26/07/2019
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O ministro Paulo Guedes tem feito ouvidos moucos a uma medida soprada pelo próprio Palácio do Planalto que combinaria geração de emprego, distribuição de renda e, de quebra, o destravamento de projetos na área de infraestrutura. A ideia, surgida de conversas dos militares palacianos com o presidente Jair Bolsonaro, consistiria na criação de mecanismos para capacitação e aproveitamento de mão de obra jovem, voltada notadamente para a execução das mais de 4,7 mil obras públicas paradas no país. A proposta poderia ser viabilizada de duas formas. Uma delas seria a formação de uma força civil de trabalho, mediante contratação temporária.

O treinamento desse contingente ficaria a cargo do Exército. Neste caso, uma das questões que teriam de ser definidas é onde este grupo de trabalhadores seria pendurado dentro da estrutura pública. Outra hipótese seria uma espécie de keynesianismo fardado. As Forças Armadas passariam, excepcionalmente, a absorver um contingente maior de jovens alistados no serviço militar obrigatório. A medida seria acompanhada da ampliação do tempo de permanência dos recrutas no Exército, Marinha ou Aeronáutica. Hoje, esse prazo é de um ano, podendo, em casos específicos, ser reduzido em dois meses ou estendido por seis meses.

Como o serviço militar obrigatório é remunerado – aproximadamente um salário mínimo por mês –, o soldo seria um alívio para jovens sem perspectiva de entrada no mercado de trabalho, a maioria oriunda de famílias de baixa renda já solapadas pelo desemprego. Tanto um modelo quanto o outro teria de passar pelo estreito buraco da agulha do Orçamento. Caberia à equipe econômica buscar as verbas necessárias para fundear a proposta. No caso da proposta se materializar no âmbito das Forças Armadas, a verba extra permitiria, por exemplo, a ampliação do projeto Soldado Cidadão.

Trata-se de uma parceria entre escolas militares e técnicas para a capacitação dos recrutas em áreas como telecomunicações, mecânica, eletricidade, transportes etc. Segundo dados do próprio Exército, 65% dos jovens que passam pelo Soldado Cidadão conseguem um emprego após a conclusão do serviço militar. O efetivo maior absorvido pelas Forças Armadas poderia ser utilizado pelos batalhões de infantaria nas obras de infraestrutura. Um caminho natural seria o seu aproveitamento na construção das 108 escolas cívico-militares que o Ministério da Educação pretende implantar no país.

O Exército, ressalte-se, já participa de importantes empreendimentos de infraestrutura, como a duplicação da BR-116, no Rio Grande do Sul, ou a pavimentação da BR-163 no Pará. Pelas notórias restrições orçamentárias, as Forças Armadas se viram obrigadas a restringir drasticamente o serviço militar obrigatório. Segundo dados do Ministério da Defesa, em média cerca de 1,8 milhão de jovens se alistam no serviço militar a cada ano. Apenas 5%, ou seja, aproximadamente 90 mil, são incorporados pelo Exército, Marinha e Aeronáutica. De acordo com a Pasta, o gasto anual por recruta é de R$ 19.642,00 (o que inclui remuneração, alimentação, fardamento e transporte), totalizando R$ 1,767 bilhão por ano. Em um exercício meramente hipotético, se o governo decidisse duplicar esse contingente com o objetivo de gerar 90 mil vagas de trabalho para jovens, não gastaria sequer o equivalente a 6% dos R$ 30 bilhões contingenciados do Orçamento de 2019. O ganho econômico e social compensaria o dispêndio adicional.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Paulo Guedes

Funasa não vai bem da saúde

26/07/2019
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O governo Bolsonaro retomou o projeto de extinção da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), proposta que chegou a ser discutida pela equipe de transição no fim do ano passado. Na prática, o derretimento da estatal, vinculada ao Ministério da Saúde, já começou: nos últimos meses, a fundação suspendeu o repasse de aproximadamente R$ 1 bilhão para mais de 840 projetos na área de saneamento.

#Funasa #Jair Bolsonaro #Ministério da Saúde

A presença de Geddel

26/07/2019
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Não bastasse todo o clima de beligerância com o governador da Bahia, Rui Costa, Jair Bolsonaro ainda teve de enfrentar uma saia justa na inauguração do aeroporto Glauber Rocha, na última quarta-feira. Durante a cerimônia, ao lado de Bolsonaro, o prefeito de Vitória da Conquista, Herzem Pereira, citou enfaticamente o baiano Geddel Vieira Lima como o grande responsável pela execução da obra. Foi visível o constrangimento de Bolsonaro e das demais autoridades com o laudatório tributo do prefeito ao ex-ministro e hoje presidiário na Penitenciária da Papuda.

#Jair Bolsonaro #Rui Costa

Cinema da fé

26/07/2019
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Jair Bolsonaro está disposto a indicar um nome “terrivelmente evangélico” para a presidência da Ancine. Herança do governo Temer, o atual nº 1, Christian de Castro, tem mandato até 2021. Mas, para o Palácio do Planalto, isso é apenas um detalhe.

#Ancine #Jair Bolsonaro

Reação “cabra da peste”

25/07/2019
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O Encontro de Governadores do Nordeste, marcado para o próximo dia 29, em Salvador, tomou outra dimensão. O bloco da oposição – composto por Flavio Dino (Maranhão), Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará) e Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte) – vai discutir o possível envio à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de uma denúncia de racismo contra o presidente Jair Bolsonaro. Trata-se de uma reação ao vídeo divulgado na última sexta-feira, em que Bolsonaro foi flagrado referindo-se aos governadores da região como “Paraíbas”.

Paralelamente, há uma articulação para que parlamentares do Nordeste endossem a iminente denúncia à PGR. Em declaração ao RR, o senador Otto Alencar (PSD-BA) deu o tom do descontentamento: “O presidente precisa entender que não governa uma milícia, mas um país”.

#Flavio Dino #Jair Bolsonaro #Raquel Dodge

Queimadas

25/07/2019
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O INPE deverá soltar, na segunda quinzena de agosto, uma nova fornada de dados sobre o desmatamento no Brasil. O anúncio tem tudo para jogar mais combustível na contenda em praça pública entre Jair Bolsonaro e o presidente do instituto, Ricardo Galvão. Isso se Galvão ainda estiver no cargo até lá.

#INPE #Jair Bolsonaro

Colegas de trabalho

24/07/2019
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Depois do presidente Jair Bolsonaro e dos rebentos Eduardo e Flavio, a próxima atração do programa Silvio Santos deverá ser a primeira dama, Michele Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Michele Bolsonaro #SBT #Silvio Santos

O pai da criança

23/07/2019
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Jair Bolsonaro quer viajar a Fernando de Noronha para oficializar a redução das taxas ambientais cobradas dos turistas. O assunto virou trending topics no Twitter após ser levantado por Bolsonaro. Para o atual governo, é o termômetro da glória.

#Jair Bolsonaro

Tupã Air

22/07/2019
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O governo Bolsonaro vai abrir mais uma “caixa-preta” do PT. A Controladoria Geral da União foi convocada para investigar os gastos da Funai com aluguel de aeronaves. São aproximadamente R$ 80 milhões por ano em despesas com o deslocamento de funcionários da estatal. O pedido para que a CGU entrasse em cena partiu da própria comunidade indígena, por intermédio de Silvia Waiãpi, secretária de Saúde Indígena do Ministério da Saúde. Os gastos da Funai com o aluguel de aviões chamam ainda mais a atenção pela recente “descoberta” de que a estatal é dona de uma frota de sete aeronaves completamente sucateadas, que se encontram abandonados em diferentes aeroportos do país.

#Funai #Jair Bolsonaro #PT

Ministro-adjunto

22/07/2019
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Se alguém ainda tinha alguma dúvida do by pass no Itamaraty, o ministro Ernesto Araújo confidenciou a uma fonte do RR que só soube da pretensão de Jair Bolsonaro de indicar Eduardo Bolsonaro para a Embaixada em Washington poucos minutos antes da famosa live ao lado do presidente, quando ele disparou a novidade.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Cessão onerosa

19/07/2019
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Informação soprada ao pé do ouvido de Jair Bolsonaro pelo ministro Bento Albuquerque: o Ministério de Minas e Energia trabalha com a expectativa de que o leilão do excedente de cessão onerosa do pré-sal, previsto para 6 de novembro, reunirá as dez maiores petroleiras do mundo. Todas elas – um cast que vai da chinesa Sinopec à Chevron, passando por Shell e Total – têm feito seguidas consultas à ANP.

#Jair Bolsonaro #Ministério de Minas e Energia

Diplomacia à la Bolsonaro

18/07/2019
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Ontem, em conversa com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e outros integrantes da comitiva presidencial em Santa Fé, na Argentina, Jair Bolsonaro soltou a seguinte ideia: esperar pela eleição boliviana e, “melhor”, pela eventual saída de Evo Morales do poder, para aprovar a entrada do país no Mercosul. Pelo tom com que falou, já, já o balão de ensaio ganha os céus da América.

#Evo Morales #Jair Bolsonaro

Efeito dominó

17/07/2019
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Em suas frenéticas elucubrações, Jair Bolsonaro cogita indicar Nestor Forster para a Embaixada do Brasil em Roma. Atual nº 2 em Washington, o “olavista” Forster era favoritíssimo para o posto de titular antes da iminente nomeação de Eduardo Bolsonaro. O problema é que sua ida para Roma implicaria a deselegante “desindicação” de Helio Ramos, muito próximo a Rodrigo Maia. Mas do furacão Bolsonaro pode se esperar tudo.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro

“Foro de Brasília” é uma missão à espera do “03”

16/07/2019
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A possível indicação de Eduardo Bolsonaro para a Embaixada do Brasil em Washington é apenas parte da girândola de planos de Jair Bolsonaro para a área de relações exteriores. Segundo um estrategista palaciano, há um obsessivo projeto de construção de um arco com a direita internacional que vai além da eventual ida do “03” para os EUA. Na verdade, o papel que está destinado a Eduardo seria a coordenação de uma espécie de “Foro de Brasília”, como o nome pode sugerir um antípoda do satanizado Foro de São Paulo. O deputado passaria a ter formalmente a responsabilidade de conduzir as relações entre o governo brasileiro e o espectro de lideranças da direita mundial, que vai de Donald Trump a Recep Erdogan, na Turquia, passando por Matteo Salvini, na Itália, e Viktor Orbán, na Hungria. Dentro dessa lógica, o determinante é a missão que será dada a Eduardo Bolsonaro e não necessariamente sua posição geográfica. Tanto que a nomeação para a Embaixada em Washington é apenas uma face da moeda que rodopia sobre a mesa de Jair Bolsonaro. De acordo com a fonte do RR, outra hipótese aventada pelo presidente é a ida de Eduardo para o Palácio do Planalto, projeto que chegou a ser cogitado no passado recente – ver RR edição de 23 de abril. Neste caso, o deputado seria uma espécie de Marco Aurélio Garcia com sinal ideológico trocado, em alusão ao assessor especial da Presidência na era PT. E o “Foro de Brasília” seria oficializado dentro da sede do governo. Discípulo de Olavo de Carvalho, Eduardo capturaria de vez o Itamaraty, carregando as Relações Exteriores para o lado do gabinete da Presidência e criando um novo bunker para “olavistas” dentro da estrutura de poder.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Com Bolsonaro, sempre dá factoide na cabeça

16/07/2019
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O presidente Jair Bolsonaro vai acelerar com a sua agenda de costumes e leis que mistura factoides e a satanização de representações do cotidiano brasileiro. Na contramão do projeto de liberação do jogo que se encontra no Congresso Nacional, Bolsonaro relançará a vilania do jogo do bicho, associando-o ao tráfico de drogas e às milícias. Um verdadeiro bumba meu boi do crime organizado. O presidente quer colocar a parte mais provinciana da contravenção dirigindo os bois, ou seja, jogar sobre os bicheiros a responsabilidade pelo comando das demais ilegalidades.

Tudo como num passado em que a juíza Denise Frossard despontava como um híbrido de magistrada e paladina do Velho Oeste. Bolsonaro deverá seguir seu périplo de estranhezas enquanto sua equipe solta a lenha em reformas e medidas que vão jogando de ponta cabeça as estruturas econômicas e as organizações sociais brasileiras. A fórmula tem dado certo. Quando parece que Bolsonaro é letra morta, ele se reinventa e levanta da falsa cova em que se meteu, na verdade uma trincheira de luta com a qual o país não estava acostumado. Atualmente, os bicheiros, que já representaram a elite do crime, encontram-se “domesticados”.

É esta categoria hoje menos visível que Bolsonaro pretende carimbar como um inimigo de maior relevância. Nunca é demais rememorar que os banqueiros do jogo do bicho têm mil serventias. Em outros idos já tiveram suas imagem e atividades associadas a grupos midiáticos que o presidente elenca entre seus adversários figadais. Se houver algum sentido nessa transfusão de meliantes será encontrar os nomes dos assustadores novos barões do bicho. Os antigos ou já morreram ou estão decrépitos. Mas essa é a parte mais fácil. A árvore genealógica está aí mesmo para isso.

#Jair Bolsonaro

Propaganda eleitoral

15/07/2019
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Jair Bolsonaro deverá fazer uma nova viagem oficial à Argentina em outubro. A pauta inclui a assinatura do acordo para a construção da primeira das duas hidrelétricas binacionais previstas no Tratado de Aproveitamento Hídrico firmado entre os dois países no já longínquo ano de 1980. Coincidência ou não, a visita de Bolsonaro se daria pouco antes das eleições na Argentina. Em junho, durante sua passagem por Buenos Aires, o Capitão vestiu o figurino de cabo eleitoral de Mauricio Macri contra a chapa Alberto Fernández/Cristina Kirchner.

#Jair Bolsonaro

Ameaça comunista

15/07/2019
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O entorno de Jair Bolsonaro começa a monitorar mais de perto os passos de Flavio Dino. O governador do Maranhão foi um dos artífices da exclusão dos estados da reforma da Previdência. Na ótica “bolsonarista”, o “comunista” Dino desponta, desde já, como um nome potencial da esquerda para 2022. Se der a lógica, não demora muito e começa a ser bombardeado por Olavo de Carvalho, Carlos e Eduardo nas redes sociais.

#Jair Bolsonaro

Mando de campo

12/07/2019
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Confirmada a aprovação da PEC da Previdência em segundo turno, Jair Bolsonaro planeja convidar Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre e líderes de bancada para um jantar, domingo, no Palácio da Alvorada. Mais do que mera formalidade, uma maneira de atrair para si o protagonismo da vitória.

#Davi Alcolumbre #Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia

TV Planalto

11/07/2019
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O staff de comunicação da Presidência da República prepara uma chacoalhada nas redes sociais do Palácio do Planalto. Uma das ideias é transformar o canal no YouTube em um hub para todos os ministérios, o que permitiria centralizar as informações das mais diversas áreas do governo. O canal do Palácio do Palácio no YouTube tem apenas 73 mil inscritos. Para efeito de comparação, a página do presidente Jair Bolsonaro soma de 2,5 milhões.

#Jair Bolsonaro #YouTube

Acervo RR

Cartão de visitas

10/07/2019
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Jair Bolsonaro está encantado com o trabalho do general Luiz Eduardo Ramos na Secretaria de Governo. Ontem, em conversa com parlamentares do PSL, teria dito que “Em cinco dias, ele já fez mais do que o Onyx em seis meses”, em referência ao ministro da Casa Civil, afastado da articulação política. No Palácio do Planalto, a percepção é que Ramos conseguiu encontrar um denominador comum na interlocução com Rodrigo Maia.

#Jair Bolsonaro #PSL

Cartão de visitas

10/07/2019
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Jair Bolsonaro está encantado com o trabalho do general Luiz Eduardo Ramos na Secretaria de Governo. Ontem, em conversa com parlamentares do PSL, teria dito que “Em cinco dias, ele já fez mais do que o Onyx em seis meses”, em referência ao ministro da Casa Civil, afastado da articulação política. No Palácio do Planalto, a percepção é que Ramos conseguiu encontrar um denominador comum na interlocução com Rodrigo Maia.

#Jair Bolsonaro #PSL

O risoto da Previdência

9/07/2019
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A bancada ruralista vai celebrar a votação da PEC da Previdência com uma chuva de arroz. Em meio à tramitação da “reforma de todas as reformas” do governo Bolsonaro, a Frente Parlamentar da Agricultura está prestes a arrancar um programa de subsídios para os produtores do cereal no sul do país. Segundo o RR apurou, os recursos poderão somar cerca de R$ 300 milhões. O acordo deverá ser selado nas próximas duas semanas, na contramão dos esforços do ministro Paulo Guedes para reduzir esse tipo de incentivo. Os termos do benefício foram discutidos na semana passada em uma reunião entre a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, e ruralistas, escoltados pelo deputado Luiz Carlos Heinze, um dos próceres da FPA. Os produtores do Rio Grande do Sul estimam um prejuízo de mais de R$ 600 milhões com as enchentes do início do ano.

As “remake news” de Paulo Guedes

O governo vai detonar uma blitzkrieg de estímulos já manjados para reverter as expectativas negativas em relação ao comportamento da economia em 2019/2020. A ação da equipe econômica é um remake das operações de marketing feitas no passado: o governo refoga iniciativas já anunciadas e as apresenta como algo orquestrado e essencialmente novo. O tal plano estruturado a ser divulgado após a votação da Previdência tem por função o reforço nas bolsas e nos mercados do impacto da votação da principal reforma estrutural. Como se sabe, a Previdência será saudada como a conquista da Copa Jules Rimet. Só que à vera ela somente mexe com as expectativas neste ano – interfere pouco na realidade fiscal em 2019 e 2020. O projeto é pedalar, no bom sentido, a reforma acoplada com as outras medidas animadoras das expectativas. A lista, que foi guardada para pós-aprovação da reforma, é de velhíssimas novidades: o choque de energia barata, o saque antecipado do PIS/Pasep e FGTS, aceleração do programa de privatizações, reforma tributária, redução do Estado brasileiro e melhorias no campo microeconômicos, com novas regras para debêntures incentivadas de infraestrutura. Todas as propostas já foram despejadas na mídia, sempre com a condicionalidade da mudança do regime de aposentadoria. A grande expectativa é se Paulo Guedes vai abrir um flanco e liberar medidas fiscais e parafiscais para dar um gás na economia do curto prazo. As reformas e iniciativas mais pretensiosas ainda estão por ser buriladas e só começarão a vigorar a partir do próximo ano. Agora um estímulo na veia talvez seja o que falta para que a malta – e não apenas o mercado de valores mobiliários – compre o conjunto de medidas estruturais.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #PEC da Previdência

“Bolsoplay”

9/07/2019
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Jair Bolsonaro já é uma estrela do cast do SBT. Silvio Santos quer inaugurar a plataforma de streaming da emissora com uma nova entrevista exclusiva do presidente. O lançamento do SBT Play está previsto para agosto.

#Jair Bolsonaro #SBT

Bolsonaro na Copa América

9/07/2019
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Na última hora, a comitiva de Jair Bolsonaro criou um problema sui generis para a organização da Copa América. Entre autoridades e agregados, a delegação chegou ao Maracanã, no último domingo, em 30 veículos sem que os gestores do estádio tivessem sido informados sobre a “carreata”. Ao chegar pelo Portão 2 do estádio, foi um corre-corre de funcionários e de dirigentes da CBF para organizar o acesso dos automóveis e depois acomodar todos os convidados do presidente.

Pouco antes da partida entre Brasil e Peru, o prefeito Marcelo Crivella tentou puxar conversa com Jair Bolsonaro e o governador Wilson Witzel sobre o andamento do polêmico projeto de construção do autódromo do Rio, que já foi desmentido até pelos organizadores da F-1. Segundo uma fonte do RR presente ao camarote, ficou falando sozinho.

#Copa América #Jair Bolsonaro

Diplomacia no agribusiness

8/07/2019
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Uma das primeiras consequências do affair diplomático entre Jair Bolsonaro e o príncipe Mohammad bin Salman, durante o G-20, no Japão deverá ser uma visita da ministra da Agricultura, Teresa Cristina, à Arábia Saudita. No início deste ano, os sauditas chegaram a suspender importações de carne de frango brasileira, gesto que foi interpretado na Agricultura como uma represália à possível mudança da embaixada brasileira em Israel.

#Jair Bolsonaro #Teresa Cristina

Delay

8/07/2019
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A título de chiste: o governo Bolsonaro ainda não deu posse a Roberto Campos Neto no Banco Central. Ao menos não no site do Palácio do Planalto, onde Campos Neto ainda aparece apenas como presidente indicado do BC.

#Jair Bolsonaro #Roberto Campos Neto

Um general a caminho da Embrapa

4/07/2019
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A Embrapa deverá ser a próxima estação de desembarque dos militares no governo Bolsonaro. O general da reserva Oswaldo de Jesus Ferreira está cotado para assumir a presidência da estatal. Ferreira participou da equipe de transição de Jair Bolsonaro na área de infraestrutura e hoje comanda a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, vinculada ao Ministério da Educação. Na reunião do Conselho de Administração da Embrapa, marcada para amanhã, o governo deverá referendar a saída do presidente da estatal, Sebastião Barbosa, e também dos três diretores da empresa: Celso Moretti, Cleber Soares e Lucia Gatto. Procurada pelo RR, a Embrapa informou que o assunto deveria ser tratado com o Ministério da Agricultura. Este, por sua vez, não se pronunciou até o fechamento desta edição. O que surpreende na iminente demissão de Sebastião Barbosa é o tempo que ela demorou para ocorrer. Desde o início do mandato, ficou evidente a falta de afinidade entre a ministra Teresa Cristina e o presidente da Embrapa, ainda um legado da era Temer. Funcionário de carreira da empresa, Barbosa é visto no governo Bolsonaro como um entrave a parcerias entre a Embrapa e grupos privados.

#Embrapa #Jair Bolsonaro

Uma atração turística de Bolsonaro

3/07/2019
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O nome de Vinicius Lummertz foi soprado no ouvido de Jair Bolsonaro para substituir o ministro do Turismo, Marcelo Antonio, que balança feito laranja podre na árvore. Lummertz comandou a Pasta no governo Temer, além de ter dirigido a Embratur. Diante das circunstâncias recentes, o convite soaria como uma provocação a João Doria. Hoje, Lummertz comanda a Secretaria do Turismo em São Paulo. Mas tudo leva a crer que sua indicação é uma cortina de fumaça. Bolsonaro quer mesmo é manter Marcelo Antonio, que nutre da confiança do presidente e de seus filhos.

#Embratur #Jair Bolsonaro #João Doria #Ministério do Turismo

Trabalhismo à la Rodrigo Maia

2/07/2019
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Rodrigo Maia encontrou mais um ponto para exercitar seu antagonismo em relação a Jair Bolsonaro. Tem intensificado a interlocução com líderes sindicais, notadamente Miguel Torres, presidente da Força Sindical, em busca de um novo sistema de pesos e medidas nas relações entre patrões e empregados. Maia já se mostrou disposto a articular para que a própria Câmara apresente um projeto de lei em substituição à Medida Provisória 873, que perdeu a validade na semana passada – uma vitória dos sindicalistas contra o governo Bolsonaro. Nas conversas com Maia, as centrais se mostram dispostas até mesmo a aceitar a extinção do imposto sindicais, que daria lugar a uma fonte de renda definida por cada categoria nas negociações dos acordos coletivos de trabalho.

#Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia

O retardatário

1/07/2019
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O CEO da F-1, Chase Carey, não levou a melhor das impressões de Jair Bolsonaro. Em conversa reservada com João Doria, Carey disse que lhe chamou a atenção o desconhecimento do presidente em relação aos pontos que seriam tratados no encontro e ao andamento das negociações com as autoridades do Rio e de São Paulo. Pouco depois Bolsonaro diria que a F-1 estava “99% acertada com o Rio” para ser prontamente desmentido pelo próprio Carey.

#Chase Carey #Fórmula-1 #Jair Bolsonaro #João Doria

Reality show

28/06/2019
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Jair Bolsonaro vai estrelar um longa metragem no seu Canal Oficial do YouTube. O filme mostrará um dia de trabalho do presidente. A ideia é do filho caçula Carlos, o Carluxo, que vai pilotar as redes sociais convidando os internautas a conferir a rotina de Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro

Fogo muito mais do que amigo

28/06/2019
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Às vezes, até Eduardo Bolsonaro joga contra os interesses do governo. Foi o que ocorreu na última terça-feira. O “03”, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, foi um dos parlamentares que faltaram à sessão na qual seriam analisados os termos do acordo assinado entre Jair Bolsonaro e Donald Trump, em março, para o uso da Base de Alcântara (MA). Resultado: a reunião foi suspensa por falta de quórum. Eduardo viajou para o Japão com o pai e nem sinal de nova data para a análise do projeto.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Avant première

28/06/2019
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A determinação do presidente Jair Bolsonaro de vetar a lista tríplice para a escolha de dirigentes das agências reguladoras foi recebida no gabinete de Raquel Dodge como uma espécie de “aviso dos céus”. Se o expediente vale para as agências, pode valer também para a Procuradoria Geral da República.

#Jair Bolsonaro #Raquel Dodge

A quem interessa uma sucessão em slow motion no CNMP?

27/06/2019
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Sem alarde, Jair Bolsonaro vai blindando a “República de Curitiba”. Pelo menos é o que se depreende da “operação tartaruga” que começa a se desenhar em torno da sucessão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O órgão é responsável por processos disciplinares contra procuradores, entre os quais o inquérito administrativo instaurado contra Deltan Dellagnol após o vazamento das mensagens trocadas com Sergio Moro. A estratégia do governo seria empurrar a indicação dos futuros integrantes do CNMP para outubro, após a definição do futuro Procurador Geral da República. Ressalte-se que todos os candidatos ao Conselho ainda têm de passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e posteriormente por votação no plenário do Congresso, o que pode empurrar o processo de escolha até o fim de outubro. Como o mandato de 11 dos 14 conselheiros termina em setembro, o CNMP ficaria engessado até a posse dos novos integrantes. Não haveria quórum suficiente para as sessões do Conselho e para o julgamento de processos.

#CNMP #Deltan Dellagnol #Jair Bolsonaro

Lei de Migração é o “muro” de Bolsonaro contra refugiados

24/06/2019
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O presidente Jair Bolsonaro planeja endurecer a Lei de Migração. A crise venezuelana dá o motivo e o respaldo necessário para uma agenda que está no cromossomo do governo Bolsonaro – vide a saída do Brasil do Pacto Global de Migração da ONU em 8 de janeiro – e une a extrema direita internacional. A adoção de normas mais restritivas à entrada de estrangeiros no Brasil se justificaria pelas seguidas ondas de refugiados venezuelanos que têm cruzado a fronteira. A solução mais à mão seria acelerar a tramitação do Projeto de Lei (PLS) 408/2018, de Romero Jucá, que está parado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

O PLS propõe uma série de mudanças na Lei de Migração, promulgada há apenas um ano e meio, e na Lei 9.747/97, o Estatuto dos Refugiados. O entendimento no Planalto é que é necessário adequar a legislação a estes “novos tempos”, ainda que o país adote uma política de acolhimento humanitário, digamos assim, menos acolhedora. Desde novembro, com o agravamento da crise econômica no governo Maduro, em média 400 refugiados venezuelanos atravessam a fronteira a cada dia. Segundo projeções da ONU, o número de imigrantes da Venezuela no Brasil mais do que duplicará ao longo de 2019, chegando perto dos 190 mil.

A maioria segue concentrada no Norte, sobretudo em Roraima. Mas dez mil refugiados já se espalharam por outros estados, e 16 mil aguardam autorização para fazer o mesmo. O RR entrou em contato com a Presidência da República, que informou que o assunto é da alçada do Ministério da Justiça. Este, por sua vez, não se pronunciou até o fechamento da edição. Pelo PLS, a Lei 9.474/97 passaria a contemplar a hipótese de expulsão do país de refugiados ou peticionário de refúgio condenado em decisão final da Justiça por qualquer crime praticado no Brasil. Goste-se ou não da medida, trata-se de uma régua bem definida.

O mesmo não se aplica a outra proposta contida no projeto. Ele estabelece a possibilidade de refugiados serem expulsos por “motivo de segurança nacional ou ameaça à ordem pública”. Este é um critério mais complacente, que pode ser espichado ao gosto da circunstância. O projeto de Jucá daria ainda à União instrumentos para definir a capacidade de o país absorver refugiados e peticionários a partir de uma cesta de critérios, tais como oferta de empregos, IDH, renda per capita, oferta de leitos hospitalares e vagas na rede pública de educação. Ou seja: o governo federal passaria a ter um respaldo legal mais sólido para restringir movimentos imigratórios ou mesmo, no limite, fechar as fronteiras brasileiras a refugiados.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Justiça #ONU #Romero Jucá

Direita, volver

24/06/2019
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Segundo informações filtradas do Itamaraty, a visita de Jair Bolsonaro à Hungria, de Viktor Orbán, deverá ocorrer em setembro. O Itamaraty costura ainda a escala em Varsóvia, para o encontro com o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki. Bolsonaro, claro, terá a companhia do “ministro paralelo” das Relações Exteriores, Eduardo Bolsonaro, que já esteve com Orbán em abril. Consultado, o Itamaraty informou que “as viagens serão confirmadas oportunamente”.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Céu de brigadeiro

24/06/2019
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O presidente Jair Bolsonaro pretende nomear um militar, notadamente da Força Aérea, para a diretoria da Anac. Uma vaga vai se abrir em 7 de agosto, com o fim do mandato de Ricardo Fenelon.

#Anac #Jair Bolsonaro

A guerra fria entre Bolsonaro e Davi Alcolumbre

18/06/2019
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Se não for devidamente acalmado, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, poderá se tornar um grave problema para o governo. Em vez de abrandar a temperatura, a conversa entre Alcolumbre e Jair Bolsonaro há cerca de duas semanas aumentou o grau de animosidade entre as partes. Segundo uma fonte muito próxima ao presidente do Senado, o parlamentar foi levar as manifestações de incômodo de seus pares com o modus operandi de Bolsonaro. Alcolumbre questionou o expediente do presidente da República de usar as redes sociais para constranger e pressionar os parlamentares a votar a favor de propostas de interesse do governo.

Disse que a estratégia tem gerado consequências delicadas para os senadores. De acordo com a fonte do RR, Alcolumbre citou, inclusive, que ele e seus colegas têm recebido telefonemas e e-mails com ameaças de morte caso não aprovem projetos da agenda governista. Como seria de se esperar, Bolsonaro não deixou por menos. Sem mesuras ou meias palavras, bem ao seu estilo, teria reagido a Alcolumbre dizendo: “Vocês que não me pressionem. Quem tem o povo na mão sou eu”. O RR tentou contato com o presidente do Senado por meio de sua assessoria, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

A julgar por movimentos recentes de parte a parte, nem Jair Bolsonaro nem Davi Alcolumbre parecem dispostos a recuar. No último sábado, o presidente Bolsonaro deu uma nova reprimenda em praça pública no Senado, por meio do seguinte post no Twitter: “A CCJ do Senado decidiu revogar nossos decretos sobre CACs e posse de armas de fogo. Na terça (18), o PL será votado no plenário. Caso aprovado, perdem os CACs e os bons cidadãos, que dificilmente terão direito de comprar legalmente suas armas.

Cobrem os senadores do seu Estado.” A última frase parece ter sido feito sob medida. Por sua vez, o disparo de Davi Alcolumbre já tinha ocorrido três dias antes. Na quarta-feira passada, subitamente Alcolumbre ressuscitou o chamado projeto do abuso de autoridade, parado desde 2017. A proposta prevê punições mais duras a excessos cometidos por magistrados e procuradores – a título de exemplo, entre os casos passíveis de punição constam obter provas por meios ilícitos e divulgar gravação sem relação com a prova que se pretendia produzir. Há, inclusive, uma articulação para que o tema seja votado na sessão de hoje da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A essa altura, se o projeto vai ou andar no Senado, é quase um detalhe. Para Alcolumbre, talvez baste a vinculação entre a proposta e a revelação, pelo The Intercept, das mensagens trocadas entre o então juiz Sergio Moro e Deltan Dallagnol. Não basta ter uma arma. Às vezes, é preciso colocá-la sobre a mesa. Quem aponta para Moro mira na Lava Jato, mas também enxerga Bolsonaro no visor.

#David Alcolumbre #Jair Bolsonaro

Mito Futebol Clube

18/06/2019
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O comparecimento de Jair Bolsonaro a estádios de futebol foi aprovado pelos gênios de marketing do Palácio do Planalto. A filharada também gostou. Nos jogos do Flamengo com o CSA e na estreia do Brasil na Copa América, os aplausos da torcida e as imagens do presidente com uma expressão sorridente deixaram todos empolgados. Vai ter repeteco. Na retomada do Brasileiro, é pule de dez que Bolsonaro assista a uma partida do Athletico Paranaense na Arena da Baixada. O presidente do clube, Mario Celso Petraglia, é “bolsonarista” de carteirinha. No ano passado, às vésperas da eleição, obrigou os jogadores rubro-negros a entrarem em campo e ouvirem o hino com uma camisa amarela. Além disso, o Athletico é patrocinado pela Havan, de Luciano Hang, apoiador de primeira hora de Bolsonaro. Como se não bastasse, trata-se do time de Sergio Moro.

#futebol #Jair Bolsonaro

Acervo RR

Xerife

17/06/2019
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O presidente Jair Bolsonaro está disposto a ir ao Senado amanhã defender pessoalmente o decreto que flexibiliza as regras para a posse de armas. Assessores tentam demovê-lo da ideia diante da alta probabilidade de derrota no plenário do Senado.

#Jair Bolsonaro

Xerife

17/06/2019
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O presidente Jair Bolsonaro está disposto a ir ao Senado amanhã defender pessoalmente o decreto que flexibiliza as regras para a posse de armas. Assessores tentam demovê-lo da ideia diante da alta probabilidade de derrota no plenário do Senado.

#Jair Bolsonaro

“Moro Leaks”: cenários do day after

12/06/2019
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O RR teve acesso a um paper feito por encomenda de entidade empresarial sobre os cenários políticos previsíveis depois do “Moro Leaks” promovido pelo The Intercept. A síntese do documento é “que vai ter guerra, sim”. Alguns pontos mais instigantes são os seguintes:

O The Intercept faz um jornalismo profissional, mas tem um viés de esquerda. Assumiu um compromisso de divulgar lotes de gravações e vai cumpri-lo. A julgar pelo que recomendam as melhores práticas da imprensa, o conteúdo a ser divulgado será ainda mais “quente”.

  • Quanto mais explosivo for o material em poder do The Intercept, maior o nível de beligerância na sociedade, que tende a se dividir entre os “Lava Toga” e os defensores do “Lava Jato”. Os jornalistas teriam “bom conteúdo” para pelo menos dois meses de divulgação.
  • O PT vai se apoderar de duas bandeiras: a da perseguição e a da injustiça. Serão cristãos na arena, mas sem nenhuma docilidade. Pelo contrário. Aguarda-se estridência, movimentos de rua e ataques nas redes, em um crescendo no ritmo da divulgação dos grampos.
  • Lula é um dos principais beneficiados pelo “Moro Leaks”. Sua imagem estava sendo corroída pela pecha de meliante. Reassume uma condição de mártir e pode até virar símbolo pop, ao melhor estilo de Che Guevara, com seu rosto estampado em T-shirts.
  • Bolsonaro disputa com Lula o panteão de vencedor com o “Moro Leaks”. O presidente está sempre sedento por guerra. Esse é o ambiente que o justifica. Vai surfar no ódio que deverá assolar o país. E deslizará em uma espuma de ira e rancor.
  • Retornam à ribalta Olavo de Carvalho, “Carlucho”, Eduardo “03”, Alexandre Frota, Janaina Paschoal, Kim Kataguiri, Lobão, Luiz Felipe Pondé e demais influenciadores, aliados e dissidentes, que voltam a ter um inimigo comum.
  • Apesar do regozijo com o anfiteatro de guerra, Bolsonaro pode acusar uma perda: o atraso das reformas. Mas sempre terá o álibi de atribuí-las ao PT, na medida que The Intercept pode muito bem ser chamado de braço midiático da esquerda.
  • O acalorado ambiente político poderá lascar o posicionamento granítico do ministro da Economia, Paulo Guedes, que teria de abrir mão da sua avareza em termos fiscais. Guedes seria levado a seguir o dito romano e distribuir pão às massas. Medidas de caráter emergencial pró-consumo e emprego seriam adotadas.
  • O Supremo fará malabarismos para mostrar que questiona os procedimentos dos “Lava Jatos” à luz dos novos fatos, mas não mudará nenhuma das decisões já tomadas. No final, o “Moro Leaks” pode se transformar em marketing para o STF.
  • O ministro da Justiça, Sérgio Moro, é o grande perdedor com os vazamentos. Com ele, perde também a “República de Curitiba”. Bolsonaro pode até segurar Moro, trazendo-o para a sua trincheira como vítima do petismo. Mas os projetos do ministro e mesmo sua nomeação para o STF ficam “sub Intercept”.

#Jair Bolsonaro #Lava Jato #Lula #Sérgio Moro #The intercept

Cerimonial

11/06/2019
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Jair Bolsonaro pretende comparecer aos três jogos da seleção brasileira na primeira fase da Copa América – dois em São Paulo e um em Salvador. Depois dos aplausos e gritos de “mito” com que foi recebido na última quarta-feira, no Mané Garrincha, o Capitão quer mais é cair nos braços da galera.

#futebol #Jair Bolsonaro

O novo…

10/06/2019
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Na próxima quarta-feira, o TCU vai sortear o relator das contas do governo federal em 2019, o primeiro ano da era Bolsonaro. O Palácio do Planalto alimenta discreta torcida por nomes dos quais o presidente Jair Bolsonaro tem se aproximado desde o início do mandato. Um deles é Walton Alencar Rodrigues. No último dia 27 de abril, Bolsonaro foi à residência de Rodrigues para celebrar seu aniversário. Outro ministro visto com bons olhos é Augusto Nardes, que já esteve no Palácio para dar uma palestra ao próprio Bolsonaro e seus ministros sobre boas práticas de governança. Em tempo: Nardes é investigado pela Justiça por suposto envolvimento no esquema de venda de decisões no Carf.

…E o velho

Na mesma sessão, o TCU vai julgar as contas de 2018, último ano do governo Temer. Segundo o RR apurou junto a um dos ministros da Corte, o parecer será pela aprovação, ainda que com ressalvas, por conta, por exemplo, do déficit de Previdência.

#Jair Bolsonaro #Michel Temer #TCU

Como se chama?

10/06/2019
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Jair Bolsonaro insiste em dizer que não vai aderir ao “toma lá dá cá”. Portanto, terá de achar outro nome para a oferta que o Palácio do Planalto está fazendo ao PR: a presidência do Banco do Nordeste.

#Banco do Nordeste #Jair Bolsonaro

Amapá dá a partida no “PAC Florestal” do governo Bolsonaro

6/06/2019
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Para a aflição de ambientalistas e a satisfação de proprietários rurais e investidores, o Ministério do Meio Ambiente deverá anunciar em até duas semanas a concessão de 264 mil hectares na Floresta Nacional do Amapá. Será o pontapé inicial de um espécie de “PAC Florestal” do governo Bolsonaro, leia-se a licitação para a iniciativa privada de unidades de conservação ambiental e parques nacionais. O modelo idealizado para o Amapá prevê o esquartejamento da área em três unidades de manejo sustentável. Estudos do Serviço Florestal Brasileiro, que saiu da Pasta do Meio Ambiente e agora está subordinado ao Ministério da Agricultura, apontam o potencial de extração de aproximadamente 130 mil metros cúbicos de madeira por ano em cada uma dessas “sesmarias”, além da possibilidade de exploração de atividades como ecoturismo.

O assunto, como não poderia deixar de ser, é objeto de controvérsia. Os ambientalistas acusam o governo Bolsonaro de, na verdade, estar criando o que poderia se chamar de um “PAD” – o “Programa de Aceleração do Desmatamento”. As estatísticas ajudam a respaldar esse discurso. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Deter, sistema de monitoramento florestal em tempo real, registrou o desmatamento de 739 quilômetros quadrados da Floresta Amazônica no mês passado. Trata-se do maior resultado verificado para um mês de maio em uma década.

Foram quase 200 quilômetros quadrados a mais em florestas devastadas no comparativo com o mesmo intervalo em 2018. Maio marca o fim do período chuvoso na Amazônia, quando a atividade madeireira é retomada na região. O Ministério da Agricultura alega que os vencedores das licitações terão de cumprir obrigações quanto à preservação da áreas arrematadas. O argumento maior, no entanto, é de ordem econômica: além das restrições orçamentárias para arcar com os custos de conservação, o governo alega que a iniciativa privada conseguirá explorar atividades e oferecer serviços que vão trazer a reboque renda e emprego.

Assim é se lhe parece. Sintomático que, ontem, logo após participar de um evento em Araguaia (GO) alusivo ao Dia Mundial do Meio Ambiente, Jair Bolsonaro tenha postado em seu Twitter com letras maiúsculas: “A primeira missão do meu governo é não atrapalhar quem quer produzir”. Parece ser a deixa para o que virá nesse setor: além da Floresta Nacional do Amapá, já há estudos para a licitação de 20 parques florestais pertencentes à União.

#Floresta Nacional do Amapá #Jair Bolsonaro #Ministério do Meio Ambiente

Sistema Bolsonaro de Televisão

6/06/2019
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Diante do idílio entre o presidente da República e a emissora de Silvio Santos, os funcionários do SBT cunharam um novo significado para a sigla: “Sistema Bolsonaro de Televisão”.

#Jair Bolsonaro #SBT

O show de Weintraub

6/06/2019
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A exemplo do chefe Jair Bolsonaro, o ministro Abraham Weintraub pretende instituir um dia fixo para fazer lives nas redes sociais. A ideia é apresentar balanços semanais das atividades no Ministério da Educação. Mas, a julgar pelas recentes performances de Weintraub nas mídias digitais – de um número de “Dançando na Chuva” a uma apresentação de gaita – periga virar um programa de auditório.

#Abraham Weintraub #Jair Bolsonaro

Damares vs. Dilma na Comissão da Anistia

3/06/2019
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Sob a batuta da ministra Damares Alves, a Comissão de Anistia retomará os trabalhos nesta semana com um certo clima de “acerto de contas” entre o governo Bolsonaro e o PT. Logo de cara, o colegiado deverá analisar um caso emblemático: o pedido de indenização de Dilma Rousseff. A ex-presidente deu entrada na solicitação no longínquo ano de 2003. Entre 2010 e 2016, período em que ocupou a Presidência da República, a tramitação do processo foi paralisada a seu pedido. O timing para a reabertura do caso não poderia ser menos alvissareiro para Dilma. O governo Bolsonaro não apenas fixou um teto de R$ 100 mil para indenizações a perseguidos políticos como estabeleceu um novo critério, abatendo qualquer valor anterior pago pelo Poder Público. Como Dilma já recebeu cerca de R$ 72 mil a título de reparo, a indenização restante não passará de R$ 28 mil caso a sua solicitação seja aprovada pela Comissão.

#Damares Alves #Dilma Rousseff #Jair Bolsonaro #PT

Território dominado

3/06/2019
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O programa de Luciana Gimenez virou a acolhedora sala de estar dos Bolsonaro. Depois do presidente Jair Bolsonaro e do “03” Eduardo, a apresentadora convidou a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Trata-se do local certo e da entrevistadora perfeita para a propaganda do bom marido e bom pai.

#Jair Bolsonaro #Michelle Bolsonaro

Pacto dos Três Poderes tem uma única função: salvar o presidente Bolsonaro

31/05/2019
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O Pacto Social entre os Três Poderes deverá render seu primeiro dividendo na próxima segunda-feira, com a apresentação do parecer do deputado Hildo Rocha (MDB-BA), contendo a PEC para alteração no inciso III do art. 167 da Constituição de 1988, que regulamenta a chamada “regra de ouro”. Nesta mesma data terá início a blitzkrieg para que a emenda seja votada, na segunda semana de junho, com pedido de tramitação em regime de urgência urgentíssima. A “regra de ouro” veda que as operações de crédito excedam o montante das despesas de capital. Jair Bolsonaro e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Supremo, Dias Toffoli, não fizeram o Pacto no vazio.

A meta de curto prazo – se é que há outro objetivo programático – é, em nome da ética da responsabilidade, aprovar o crédito extraordinário solicitado pelo governo, retirando o risco de impeachment resultante do descumprimento das obrigações fiscais. A possibilidade de afastamento do presidente, por menor que seja, tem potencial explosivo em uma conjuntura de derretimento da economia e busca pela aprovação de reformas estruturais impopulares. O estouro do orçamento, em 2019, já era dado como certo antes da eleição de Jair Bolsonaro. O presidente Michel Temer viveu, em parte, essa agonia. No dia 4 de janeiro de 2018, achando que teria de se ajoelhar como pedinte a um Congresso que ainda debulhava suas “parcerias pessoais público-privadas”, solicitou uma reunião de urgência para tratar do tema. Participaram das discussões Rodrigo Maia, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira e o ministro das Cidades, Alexandre Baldy.

Mesmo assim, os técnicos da Consultoria Legislativa e de Orçamento da Câmara trabalharam com afinco para a preparação de uma PEC (423/18) que tiraria Temer e Meirelles da linha de tiro. A proposta foi apresentada em junho do ano passado pelo deputado Pedro Paulo (DEM-RJ). Mas as transferências de recursos do BNDES equacionaram a iminente desobediência da “regra de ouro”. Na semana retrasada, o Ministério da Economia informou à Câmara dos Deputados a existência de um rombo de R$ 248 bilhões, que foi revisto, na última terça-feira, para R$ 110,6 bilhões, e, ontem, novamente corrigido, subindo para R$ 146 bilhões. O deputado Hildo Rocha, relator da PEC, defende o repasse em duas tranches, devido à falta de clareza quanto ao montante solicitado para o crédito adicional.

O ministro Paulo Guedes, entretanto, considera que, mesmo sem o valor definido com maior precisão, o crédito suplementar deveria ser aprovado em uma única parcela, ou seja, a estimativa mais alta apresentada pelo governo. Guedes diz se preocupar com as dificuldades de tramitação do crédito suplementar em dois tempos, mas sabe também que ter de pedir uma nova bênção lá na frente trará o assunto “impeachment” novamente à ribalta. O Legislativo, como diria Guimarães Rosa, participa da “pactância”, garantindo a aprovação do crédito suplementar e da PEC da “regra de ouro”, e, com ela, a governança e a ilibação fiscal do presidente e de seus ministros. O STF jogaria recuado como defensor da última linha, cobrindo a retaguarda contra liminares e outros expedientes de reclame jurídico, que certamente virão.

Unidos, os Poderes montariam uma barricada contra o veto ao pedido de recursos adicionais e a responsabilização criminal de Bolsonaro, Guedes e cia. Todos os cuidados são extremamente necessários, até porque a ameaça do governo de suspender o pagamento de despesas essenciais e obrigatórias (o ministro Paulo Guedes, conforme o seu livre arbítrrio, determinaria onde contingenciar os gastos, quer seja com saúde, educação, Bolsa-Família, Previdência e funcionalismo) não só é um haraquiri político como também não dissolve uma eventual interpretação sobre a permanência da criminalização do chefe de Estado mesmo em caso do governo estripar os gastos sociais e as despesas obrigatórias. Também não faz sentido proteger o presidente com uma lei somente compatível com a realeza.

“Suamajestade”, que já não é sujeita à condenação penal por atos ilícitos anteriores ao seu mandato, passaria a desfrutar de isenção absoluta contra as aberrações fiscais da sua gestão. Talvez faça mais sentido os autores da PEC manterem as exigências da “regra de ouro” – que desde 1988 é religiosamente cumprida – alterando o ditame de responsabilização criminal do presidente no seu primeiro ano de governo. Explica-se: o desequilíbrio fiscal na aurora da governança é sempre uma herança da gestão anterior. É comum a irresponsabilidade nas despesas no último ano de governo, quando os mandantes se esmeram em gastos com fins eleitorais. Essa “regra de platina”, de proteção contra o legado de estouro orçamentário, prazo de um ano para que o governo se aprume na área fiscal, e manutenção da punibilidade do mau gestor do orçamento do Estado, corrigiria uma responsabilidade injusta atribuída ao presidente na primeira hora sem que lhe seja concedida a graça da “inimputabilidade papal”, conforme vem sendo chamada a emenda que isenta Jair Bolsonaro para todo o seu mandato.

Como não é possível fazer uma criminalização retroativa de Michel Temer, Bolsonaro teria o waiver do excesso de gastos de custeio em 2019. Se a PEC da “regra de ouro” desonerar o presidente de qualquer responsabilidade fiscal, esse “habeas corpus permanente” representará um estímulo à lassidão nos gastos. Em 2022, a recauchutada proposta de “regra de ouro” estrearia o novo ditame, pelo qual Bolsonaro seria obrigado a entregar o equilíbrio das contas ao seu sucessor – ainda que ele próprio seja reeleito. Caso contrário, ele seria responsabilizado criminalmente pela herança transferida pelo seu governo, no último ano de mandato, para a gestão seguinte.

Certamente a premência de solução da “regra de ouro” coloca esta pauta na frente de todas as demais, inclusive da reforma da Previdência, agenda-mor do atual governo. Seria, contudo, altamente promissor se os pactantes, a começar pelo Executivo, também buscassem uma acomodação para três normas de incompatível convivência: a meta do resultado primário, a “regra de ouro” e a PEC do Teto. O governo, com tantos econometristas e matemáticos, criou a trindade impossível. Que os Poderes busquem blindar a Presidência nesse momento em que o país se decompõe é um ato de responsabilidade. Mas que também protejam os gastos sociais, na hipótese de descumprimento da “regra de ouro” e não aprovação do crédito adicional pelo Congresso. É recomendável que os pactantes coloquem uma racionalidade nos freios fiscais, que, até o presente, têm funcionado como contrafreios. Na atual circunstância, o conjunto da obra vai mal com Bolsonaro, mas o risco é ir péssimo sem ele. Se fosse com Dilma Rousseff, o assunto nem sequer chegava ao Congresso.

#Dias Toffoli #Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia

O que Bolsonaro não disse sobre o projeto de atualização do valor dos imóveis no IR

28/05/2019
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O projeto de atualização dos valores de imóveis no Imposto de Renda pode ir muito além do que foi superficialmente soprado pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada. O governo tem à disposição um estoque de possibilidades para ampliar o escopo da medida e aumentar o potencial de antecipação de receita tributária, a partir da reavaliação do patrimônio imobiliário declarado no IR. Uma das hipóteses seria estender a proposta a fundos fechados com ativos imobiliários em seu portfólio. Outro manancial considerável são os bancos de terreno de incorporadoras. Neste caso, as empresas do setor teriam duas motivações para aderir à proposta.

Além de pagar um tributo menor no caso de eventual venda de terrenos, as incorporadoras teriam a possibilidade de lançar o reajuste de ativos em balanço como conta capital, o que, na prática, funcionaria como um aporte na companhia. O governo também poderia aumentar consideravelmente a antecipação de receita fiscal com a aplicação da medida sobre imóveis rurais. Além do desconto na tributação sobre o eventual ganho de capital em caso de alienação do ativo, os donos de fazendas, terras e outras propriedades no campo teriam a possibilidade de obter empréstimos bancários em condições mais vantajosas ao oferecer como garantia imóveis com avaliação maior. Há um senão, que precisaria ser avaliado pelo governo.

O valor da propriedade no campo serve como base para o ITR – Imposto Territorial Rural. Ou seja: ao atualizar o preço de seu imóvel no Imposto de Renda, o agricultor ou investidor seria obrigado a recolher automaticamente um tributo maior. Esta “punição” poderia ser evitada com algum tipo de dispositivo ou isenção aos proprietários rurais que aceitassem antecipar o pagamento sobre ganho de capital. Ainda que de forma indireta, a própria União, estados e municípios poderiam se favorecer com a medida. O reajuste de ativos imobiliários beneficiaria, por exemplo, sociedades de economia mista de controle estatal, caso de Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, além de um sem-fim de concessionárias estaduais.

A valorização do ativo seria, por exemplo, uma isca a mais para os investidores em caso de privatização. Por ora, todas estas são opções sobre as quais a equipe econômica pode avançar ou não. Intramuros, o governo sabe que precisa dinamizar a economia de qualquer maneira. A queda nas projeções de crescimento do PIB do próximo ano são dadas como certas, a despeito da aprovação da reforma da Previdência. Os recursos fiscais e extrafiscais para 2020 precisam ser encomendados agora. Todo o empenho no sentido de antecipar arrecadação tributária é pouco diante da conjuntura. É importante ressaltar que, por se tratar de mudança tributária, todas estas medidas não apenas exigiriam legislação específica como entrariam em vigor somente no ano seguinte a sua aprovação.

#Imposto de Renda #Jair Bolsonaro

Café com o Presidente

28/05/2019
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Não obstante o forfait de parte expressiva dos parlamentares nordestinos, o Palácio do Planalto decidiu manter a estratégia de reuniões entre o presidente Jair Bolsonaro e bancadas regionais. Está sendo costurado ainda para esta semana um café da manhã entre Bolsonaro e congressistas da Região Centro-Oeste.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

As sístoles e diástoles do ministro Paulo Guedes

27/05/2019
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Assim como Pedro negou Jesus três vezes, Paulo ameaçou deixar Jair em três oportunidades. As duas primeiras foram bravatas, não para intimidar o presidente, por quem Paulo Guedes nutre sincera simpatia, mas para pressionar o Congresso e demais stakeholders. O desabafo para os jornalistas da revista Veja, divulgado na sexta-feira, contudo, tem outra conotação. O ministro da Economia disse que, se a reforma da Previdência não for aprovada, e com um piso de R$ 800 bilhões, pegará um avião e irá morar no exterior.

Não explicitou qual o deadline para a aprovação da reforma. E nem o seu grau de tolerância em relação a alguma queda nos R$ 800 bilhões. E menos ainda disse sobre a sua situação de desgaste físico. Guedes tem tido uma performance heróica nas batalhas campais pela mudança na Previdência. Elas têm provocado sequelas. O ministro está com tremores nas mãos. Dorme pouco. Nos 143 dias de governo, acentuou sua calvície e embranqueceu mais os cabelos já grisalhos.

Guedes tem sofrido a coação dos políticos e corporações. Mas a maior pressão é feita pela sua esposa, Maria Cristina, que tem visto o marido definhar. Ele não precisa do cargo para nada. “E já fiz o que tinha de ser feito”, segundo suas próprias palavras. Por Maria Cristina, Guedes estaria no Rio e em casa, caminhando no calçadão da praia do Leblon, como fazia todas as manhãs antes de assumir o Ministério. No dia 14 de março, na posse do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o ministro ameaçou pela primeira vez pegar seu boné e voltar para o mercado financeiro.

Palavras de Guedes: “Se botarem menos de R$ 1 trilhão eu vou dizer assim: vou sair rápido, porque esse pessoal não é confiável. Se não ajudam nem os filhos; então, o que será que vão fazer comigo?” Desta última declaração para a mais recente, o ministro já deu um desconto de R$ 200 bilhões para a sua permanência. No dia 27 de março, avisou no Senado Federal: “Se a PEC da Previdência não vou aprovada, vou embora do governo. A bola está com o Congresso”. Com a afirmação da última semana, Guedes criou um fato político, forçando inclusive o presidente Jair Bolsonaro a se manifestar sobre a intenção manifesta. Pelas circunstâncias, Guedes talvez esteja sendo o mais corajoso dos ministros da Fazenda das últimas safras. Mas tem que se cuidar.

#Banco Central #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Reforma da Previdência

Direita busca a coesão em concílio digital

24/05/2019
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Os ativistas de direita que se tornaram ex-bolsonaristas ou bolsonaristas com dor de cotovelo planejam um encontro para alinhar posições e discutir uma estratégia comum. Umas das propostas, segundo apurou o RR, é que o evento seja a primeira convenção digital da direita. A iniciativa é atribuída ao cantor Lobão. A pauta dos debates é incandescente. Vai da cooptação do vice-presidente Hamilton Mourão à atitude em relação ao filósofo Olavo de Carvalho (“enfrentamento ou congelamento”) até um plano com medidas alternativas de governo.

Há personagens mais e menos revoltados com Jair Bolsonaro. O colunista Reinaldo Azevedo, por exemplo, tornou-se quase um petista raivoso. São ativistas magoados o jornalista Augusto Nunes, o líder do MBL, Kim Kataguiri, e o ator e deputado Alexandre Frota. O cantor Lobão é o principal agregador do grupo. Ele tem um site – o “Lobão oficial” – que virou um point digital da “direita”. O escritor Martin Vasques da Cunha, o economista Rodrigo Constantino e o jornalista Francisco Escorsin estão na linha de tiro dos bolsonaristas, mesmo sendo do time construtivo, que acredita em uma virada na direção do “bem”.

O assessor internacional do Palácio do Planalto, Filipe Martins, por sua vez, tem sido chamado de “jacobino olavista”. Está à beira do expurgo. O filósofo Luiz Felipe Pondé – que também usa seu programa de entrevistas na internet como bunker ideológico – é um dos cruzados direitistas mais light, que tem expectativa de arrumar a casa. Consultado pelo RR sobre a proposta de realização de uma convenção digital organizada por Lobão e outros expoentes da nova direita brasileira, Pondé disse: “Não fui contatado por eles ainda”.

Janaina Paschoal e Lobão oscilam entre o “pau puro” e a “volta para casa”. Janaina é a mais empolgada em criar um canal direto junto a Hamilton Mourão. É difícil, mas a ideia é que, pelo menos em relação a alguns pontos, todo esse pessoal fale a mesma língua. Mas há um consenso de que é preciso afinar os discursos. Nas palavras atribuídas a Lobão, “a direita não pode ser o lobo da direita”. Dividida a direita já está. Mas pode piorar. Seus líderes acreditam que o racha vai aumentar após as manifestações do próximo domingo.

A julgar pelas reações antagônicas que a convocação gerou dentro da base de apoio de Jair Bolsonaro, esse risco não é pequeno. No entanto, há quem pense o contrário e enxergue nos protestos uma oportunidade de conciliação e até uma forma de estímulo à militância. Que o diga Alexandre Frota, que até alguns dias trás vinha sendo considerado persona nom grata pelo clã dos Bolsonaro – Eduardo Bolsonaro chegou a chamá-lo de “caroneiro”.

Em conversa com o RR, o deputado se disse, com todas as letras, integrante da “tropa de choque do presidente Bolsonaro”: “Eu me considero um guerreiro e não temo a esquerda.” A lealdade, no entanto, não o impede de dar uma cutucada no Capitão: “Acho que ele não prestigia o PSL como faz com o DEM, partido detentor de muitos cargos no governo”. Já o economista Rodrigo Constantino não esconde seu incômodo com a ala bolsonarista, que “continua agindo como se estivesse em campanha eterna”. Constantino acredita que as divergências vão se acentuar: “É como se Bolsonaro tivesse sido eleito para imperador absolutista. Há claro desprezo pela democracia em si. Portanto, não vejo como essa divisão se aliviar, já que a ala jacobina deve dobrar a aposta em sua retórica autoritária, o que os liberais e conservadores jamais aceitarão.”

#Alexandre Frota #DEM #Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #MBL #PSL

Boicote

23/05/2019
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O Planalto identificou as digitais de Rodrigo Maia na ausência de diversos parlamentares nordestinos ao café da manhã ontem com Jair Bolsonaro. A bancada de Pernambuco, por exemplo, faltou em peso.

#Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia

O “dia B” de Bolsonaro também é o “dia B” de balbúrdia

22/05/2019
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Faltam quatro dias para 26 de maio, data do possível Armagedom nacional. O ato de apoio a Jair Bolsonaro marcado para o próximo domingo, segundo seus organizadores – a começar pelo próprio presidente – é um manifesto pela democracia, pelo Brasil, por Deus. Como se houvesse qualquer densidade demográfica entre os raros que porventura se alinham contrariamente a essa trindade  Mas a convocatória de Bolsonaro também é contra o Supremo, a imprensa, o Congresso e até mesmo os militares.

As redes amplificaram, ontem, a expectativa de conflito de todos contra todos. Os caminheiros, comandados pelo líder classista Dedeco, dizem que poderão parar por vários dias, em apoio a Bolsonaro. Nas redes há uma miríade de postagens pedindo para que os brasileiros estoquem alimentos para 30 dias. O Clube Militar convoca os soldados e oficiais da reserva para participar do protesto. Há recomendações para que compareçam trajados com suas fardas.

A frequência maior deverá ser de coronéis para baixo, a julgar pelas demonstrações de apoio. É esperada a participação de parlamentares do PSL e da fragmentada base governista no ato de desagravo. É aguardado, por exemplo, um comparecimento maciço de integrantes da Força Parlamentar da Segurança Pública, a segunda maior bancada do Congresso. Não falta motivo. A “bancada da bala”, ressalte-se, acabou de ser agraciada com a MP das armas. Seus integrantes têm chamado a atenção para o risco de impeachment de Bolsonaro.

A hashtag Ore pelo Brasil faz convocações a todo instante para que os evangélicos compareçam em massa a um estranho culto campal. O comandante em chefe do desvario, Jair Bolsonaro, seus filhos e colaboradores mais próximos por enquanto nada fizeram para distender o ambiente de raiva e ódio que está se cristalizando em todo o país. O presidente está impondo uma manifestação da oposição, já convocada para o dia 30, à altura da grande marcha do dia 26. Parece querer cindir o país, atropelar as instituições e promover a cizânia e o desgoverno. Quanto mais vitorios for o ato pró Bolsonaro, conforme sua própria ótica, maior será a derrota impingida ao Brasil.

#Forças Armadas #Jair Bolsonaro

O general em seu labirinto

20/05/2019
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O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, considerado o assessor com maior influência sobre o presidente Jair Bolsonaro, corrobora em grande parte a paranoia do seu comandante em relação às corporações. Heleno alivia os militares, até por uma questão de esprit de corps. Mas nutre a mesma fantasia persecutória em relação ao Congresso Nacional, empresários, mídia, academia e toda a esquerda, claro. Seria ingenuidade pensar que Heleno desconhece todas as postagens feitas por Bolsonaro. O general está ao lado do presidente em todos os instantes porque acredita em seu diagnóstico, ou seja, que o “Sistema quer matá-lo”. Trata-se de uma metáfora. Pelo menos espera-se que assim seja.

O general fora do labirinto

O presidente Jair Bolsonaro pode até considerar que os militares são seus adversários. Mas não é este o pensamento no Clube Militar, uma espécie de istmo das Forças Armadas – seu quadro associativo reúne cerca de cinco mil oficiais da reserva. O general Eduardo Barbosa, presidente da entidade, afirmou ao RR que não há qualquer motivo para o Clube criticar o governo Bolsonaro. “Primeiro, porque a gestão tem apenas cinco meses. E, até o momento, está seguindo a linha que entendemos ser a correta, da ética, da moral, de acabar com a corrupção e o ‘toma lá, dá cá'”.

#General Augusto Heleno #Jair Bolsonaro

A bala…

20/05/2019
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Acredite quem quiser: integrantes da bancada da bala chegaram a cogitar uma forma sui generis de celebrar o decreto assinado por Jair Bolsonaro que flexibiliza o porte de armas no país: uma salva de tiros no gramado do Congresso. Em nome do bom senso, a saraivada foi descartada.

#Jair Bolsonaro

Chocolate com laranja

17/05/2019
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Os procuradores do Ministério Público do Rio de Janeiro identificam na empresa Bolsotini Chocolates o mapa das investigações contra Flavio Bolsonaro. Trata-se de uma espécie de holding dos Bolsonaro. Todos no clã já foram sócios ou se valeram da pessoa jurídica. Uma fonte do RR disse que a Bolsotini já deveria ter sido “vendida” há muito tempo.

#Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Ministério Público do Rio de Janeiro

Impeachment de Bolsonaro é uma ameaça real

16/05/2019
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O tsunami a que se referiu Jair Bolsonaro, prenunciando seus futuros dias no governo, tem nome próprio: chama-se impeachment. A onda em favor do afastamento do presidente da República estaria vinculada à não aprovação pelo Congresso de um endividamento extraordinário voltado para o cumprimento da “Regra de Ouro”. Se o Parlamento não conceder o crédito adicional ou não alterar o ditame constitucional pelo qual o governo não pode se endividar para pagamento de gastos de custeio, Bolsonaro e sua equipe econômica seriam acusados de crime de responsabilidade. Teria início,  então, um processo que poderia desaguar no impeachment, na pior hipótese, ou na captura do governo, na mais suave.

Neste último caso, o presidente teria de ceder de vez à “velha política”. O descumprimento da “Regra de Ouro” seria para Bolsonaro um derivativo do que foram as pedaladas para Dilma Rousseff: um ato fora da Lei. O buraco é de R$ 248 bilhões. A conta inclui os lucros do BC decorrentes da valorização cambial, considerados um artificialismo contábil. O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, defendeu na aurora da gestão Bolsonaro que o governo passasse uma PEC flexibilizando a “Regra de Ouro”. Foi atropelado pela prioridade dada à reforma da Previdência.

O pedido de permissão ao Congresso para que sejam emitidos títulos da dívida não deixa de ser uma solicitação de cumplicidade – ou de clemência. O que se espera é que os parlamentares entendam a gravidade do momento. Com impeachment, não se brinca. A “Regra de Ouro” se embaralha com a reforma da Previdência, a dívida pública bruta e a PEC do teto. As quatro bestas do apocalipse fiscal estão interligadas por vértices. Formam uma figura geométrica desconcertante chamada de quebra do Estado. Sua configuração, cada vez mais nítida, é atribuída à incapacidade de articulação política de Bolsonaro.

Uma insuficiência que, junto com as pedaladas, custou um impeachment a Dilma Rousseff. O ministro Paulo Guedes joga com as cartas que tem na mão: ameaça os congressistas com um shutdown se eles não forem benevolentes. Éo limite do limite. O pagamento do Bolsa Família, por exemplo, seria suspenso. Os políticos não gostam do expediente de negociar sob coação. Bolsonaro não tem base aliada. Está se distanciando até mesmo dos militares.

Em recente conversa com ruralistas, tornou transparente sua opinião sobre os generais: “Olavo está certo. Eles estão contra mim”. Da posse ao fechamento desta edição faz 134 dias e cinco horas que Jair Bolsonaro iniciou seu governo. A hipótese do seu afastamento já não é mais um desvario. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em reunião com líderes sindicalistas na última terça-feira – encontro antecipado pelo RR na edição de 2 de maio (“FHC é o maior conspirador da República”) – resumiu com uma platitude a situação: “Eu, a princípio, não sou favorável. O custo é alto. Mas, às vezes, é inevitável”.

#Dilma Rousseff #Impeachment #Jair Bolsonaro

A China de Mourão…

15/05/2019
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O vice-presidente, Hamilton Mourão, pretende fazer um acordo de Estado com o governo chinês com tratamento diferenciado aos investimentos. As facilities dependem do tamanho do aporte e do compromisso firme. O ministro Paulo Guedes garante concessões, privatizações, terras, imóveis e tantos outros ativos. A China tem também que apresentar suas garantias. Não custa lembrar que Dilma Rousseff, em visita à China, assinou um protocolo de investimentos de R$ 53 bilhões. Se vieram 10% desse montante, foi muito. A visita de Mourão tem potencial de criar uma disputa ímpar na geopolítica mundial. O Brasil vem elegendo os EUA como seu parceiro preferencial. A China pode virar esse jogo. Para os dois gigantes, o Brasil é o melhor candidato disponível a namoradinha. O general Mourão também pode voltar da Ásia como um Marco Polo tupiniquim da contemporaneidade. Bom para o Brasil. Talvez não tão bom para Jair Bolsonaro.

…E a América de Bolsonaro

Ao contrário da sua última visita aos Estados Unidos, Jair Bolsonaro não estenderá o tapete vermelho ao seu guru, Olavo de Carvalho. Não só não está previsto como não é desejável o deslocamento do “filósofo” da Virgínia, onde reside, para Dallas, cidade na qual o presidente estará. A circunstância pede menos exposição da amizade. Mas o prestígio de Carvalho não foi trincado. O deputado Eduardo Bolsonaro irá ao encontro da eminência parda em um dos dois dias em que o pai e sua comitiva desfilarem por Dallas.

#China #Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Bolsonaro abre temporada de tiros contra o interesse nacional

14/05/2019
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Alguém precisa apresentar o presidente Jair Bolsonaro aos generais. O decreto que abre o mercado brasileiro para a importação de armas e munição foi mais um movimento do Palácio do Planalto sem a devida sintonia com o Alto-Comando do Exército. As novas regras foram elaboradas sem consultas aos militares. A liberação de determinados armamentos de uso exclusivo das Forças Armadas não é vista com bons olhos pelos generais quatro estrelas.

O mesmo se aplica à facilidade para a importação sem a contrapartida de uma fábrica no Brasil. Ressalte-se ainda que o governo Bolsonaro vai na contramão da prática crescente entre grandes nações, notadamente na Europa. Recentemente, preocupada com um avanço de investidores russos e chineses, a Comunidade Europeia criou uma legislação proibindo estrangeiros de adquirir fabricantes de armamentos e munição. Discute-se naquele continente também a liberalização para as importações das armas de determinada origem de fabricação – o Brasil, por exemplo, tem sido gongado em operações de comércio exterior devido à péssima imagem do genocídio que ocorre nas grandes cidades do país.

Consultado, o Exército preferiu não fazer considerações sobre as medidas. Informou que, por intermédio da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados/Comando Logístico, “analisa o decreto 9.785, para emanar, em breve, a normatização decorrente dentro da sua esfera de atribuições”. Sem a exigência da produção local, o Brasil deverá se tornar um mero balcão de armas e projéteis sem qualquer investimento ou promessa de geração de empregos. A Glock foi uma das primeiras a fazer chegar a decisão de recuo: já avisou ao governo brasileiro que não tem qualquer intenção de montar uma fábrica no país.

A suíça Ruag vai pelo mesmo caminho. E pobre de quem disser o contrário. Segundo o RR apurou, na semana passada o grupo demitiu o representante que participou da LAAD no último mês de abril, no Rio de Janeiro. O executivo da Ruag aproveitou os holofotes da maior feira da área de Defesa da América Latina para sinalizar investimentos no país. Chegou, inclusive, a manter contato com autoridades da área de Defesa reacendendo expectativas da vinda da companhia para o Brasil. Acabou sendo alvejado pela direção do grupo. Em setembro do ano passado, o governo suíço, controlador da empresa, já havia proibido a Ruag de construir uma fábrica de munição no Brasil. O entendimento é que a iniciativa representaria um risco para a imagem da própria Suíça.

#Exército #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

Tratamento de choque

14/05/2019
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Jair Bolsonaro pediu ao ministro Paulo Guedes um “choque de consumo” até o final do ano. No gatilho estão os saques do FGTS e do PIS/Pasep e um refinanciamento das dívidas das pessoas com nome no SPC. Nenhuma dessas medidas tem impacto fiscal negativo. Todas têm grande poder de impulsão do varejo.

#FGTS #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Governo empurra sindicato para as cordas

14/05/2019
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O governo Bolsonaro está empenhado em acuar as centrais sindicais no canto do ringue e enfraquecê-las ainda mais antes da reforma da Previdência. Nos últimos dias, deputados da base governista, à frente Joice Hasselmann, têm feito um intenso corpo a corpo com líderes partidários para acelerar a votação da Medida Provisória 873. A MP restringe o financiamento dos sindicatos, extinguindo o desconto em folha obrigatório das contribuições. As articulações conduzidas por Joice foram decisivas para que a Comissão mista da Câmara e do Senado fosse instalada na semana passada – a previsão original era que ela só sairia do papel no fim do mês. O governo corre contra o relógio: a MP perderá a validade em 28 de junho.

Na mão contrária, os heróis da resistência também tentam se articular. Diante do enfraquecimento dos sindicatos, a Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social tornou-se um dos mais aguerridos grupos de enfrentamento à Medida Provisória. Na semana passada, obteve uma liminar contra a MP. Além disso, tem feito pressão junto a parlamentares contra a aprovação do projeto. No final, vai ser só para cumprir tabela.

#Jair Bolsonaro #Joice Hasselmann

A quem interessa um Coaf sem poder de polícia?

10/05/2019
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Antes que se iniciem as torrenciais maledicências, não é uma demanda de Paulo Guedes o iminente retorno do Coaf para o Ministério da Economia. A medida só tem uma tradução: a redução dos dispositivos e da força-tarefa que vêm sendo montados por Sérgio Moro para intensificar o combate à corrupção e a crimes financeiros. A medida expõe Guedes e o atrapalha nas grandes batalhas pelas reformas estruturais.

À primeira vista, não há probabilidade da manutenção do projeto do ministro da Justiça na Pasta da Economia. Moro idealiza um Coaf conectado à Polícia Federal e ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, subordinados à Justiça. Além da já anunciada duplicação do quadro de funcionários, composto por 37 servidores, também estão programados investimentos para a integração do Conselho com a área de Inteligência da PF. Os planos de Moro preveem ainda a nomeação de especialistas em lavagem de dinheiro para postos-chave no Coaf.

O cartão de visitas já foi apresentado: indicado por Moro, o presidente do Coaf, Roberto Leonel, foi chefe da Inteligência da Receita Federal em Curitiba e atuou no caso do Banestado e na Lava Jato. No momento, qualificar qualquer tipo de ação política por trás do movimento pendular do Coaf é quase um exercício epistemológico. As circunstâncias não suportam diagnósticos cartesianos. A quem interessa desmobilizar o aparelho de investigação de crimes financeiros formulado por Sérgio Moro a partir do Coaf? O Centrão?

Os investigados pela Lava Jato? Os condenados por Moro? Olavo de Carvalho? Antes que alguém faça qualquer ilação sobre o relacionamento atávico entre Paulo Guedes e o mercado financeiro, ressalte-se logo que essa associação é venal. A celeuma em torno da volta do Coaf à Economia pode não passar de mera fumaça. Ontem mesmo, em mais um movimento errático, Jair Bolsonaro fez um apelo, ainda que tímido, para que o plenário do Congresso devolva o Coaf a Moro. Por enquanto, o projeto do ministro da Justiça segue de pé. Mas tudo pode acontecer. Até mesmo não acontecer nada.

#Coaf #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Sérgio Moro

Acervo RR

Horário nobre

9/05/2019
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Depois de José Luiz Datena e Silvio Santos, Jair Bolsonaro deverá bater ponto no programa de Mariana Godoy, na Rede TV. A família já é habitué: há cerca de 15 dias, Eduardo Bolsonaro deu uma entrevista à apresentadora.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Rede TV!

Horário nobre

9/05/2019
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Depois de José Luiz Datena e Silvio Santos, Jair Bolsonaro deverá bater ponto no programa de Mariana Godoy, na Rede TV. A família já é habitué: há cerca de 15 dias, Eduardo Bolsonaro deu uma entrevista à apresentadora.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Rede TV!

Paulo Guedes merece respeito pela bravura inaudita

9/05/2019
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No dia em que se comemorou a vitória das forças aliadas na Segunda Guerra Mundial, o ministro da Economia, Paulo Guedes, que já foi tachado de “Macunaíma” e “Beato Salu”, somente para citaralguns epítetos pouco elegantes, podia muito bem atender pelos nomes de Geraldo Baêta da Cruz, Geraldo Rodrigues de Souza e Arlindo Lúcio da Silva. Os três pracinhas brasileiros saíram em patrulha pela região de Montese, pouco antes da tomada do território. Era 14 de abril de 1945 quando os três soldados se depararam inesperadamente com uma companhia do Exército alemão, com aproximadamente 100 homens.

Eles ordenaram aos brasileiros que se rendessem. Os pracinhas optaram honradamente por enfrentar uma batalha perdida, sem munição, até a morte. No mesmo dia 8 de maio, em que se celebra a paz no ocidente, um dos mais controvertidos personagens da vida pública do país voltou ao Congresso Nacional, para debate junto à Comissão Especial da Câmara dos Deputados, no confronto que já está sendo chamado de “Guerra da Previdência Social”. O realismo da execução não foi o mesmo dos “Drei Brasilianische Helden” (três heróis brasileiros), mas, simbolicamente, o fuzilamento foi de violência similar.

O que se viu foi mais um massacre moral contra o único ministro da República que defende uma causa com ardor e bravura. Desgrenhado, suando, esbravejando, aparentando um ataque cardiovascular a qualquer momento, Guedes lutou como um tigre por uma bandeira e em nome de um governo de poltrões. Com a ferramenta da sua torrencial racionalidade, só ele aceita o enfrentamento em defesa da causa mater do mandarinato bizarro de Jair Bolsonaro. Paulo Guedes não quer essa reforma da Previdência. Quer qualquer reforma da Previdência que lhe dê o R$ 1 trilhão necessário para evitar a insolvência do Estado brasileiro e a suspensão radical dos investimentos no país.

Que gravem, subsidiem ou retirem os benefícios de diferentes classes, profissionais, idades, gêneros. Esse não é o ponto. A questão é a aritmética: se o buraco não fechar, serão suspensos os investimentos e os pagamentos das unidades federativas, o país poderá experimentar um shutdown e as aposentadorias, last, but not least, não serão honradas. O RR costuma fazer severas críticas à postura radical e não raras vezes destemperada de Paulo Guedes.

Mas Guedes encontrou o seu papel e figurino. Ninguém no país está lutando como ele por uma reforma que só não foi ainda aprovada por que o papel da oposição tem sido de contraditar qualquer medida do governo, mesmo que concorde no mérito. Só que essa reforma é a mãe de todas as reformas. O ministro pode se ver sem munição, encurralado, sem apoio político, mas a sua não rendição já está escrita entre as boas páginas da história. Nesse momento, Guedes representa Baêta da Cruz, Rodrigues de Souza e Lúcio da Silva. Dele, emana a comovente coragem dos pracinhas.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Reforma da Previdência

Distância dos aloprados

9/05/2019
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O ministro Sérgio Moro, ao que parece, quer distância de balbúrdia nas redes sociais. Cerca de um mês após entrar no Twitter, segue apenas 13 perfis, limitando-se à conta oficial de Jair Bolsonaro ou de Ministérios. Nada de Carlos ou Eduardo Bolsonaro, os agitadores-mor da República virtual.

#Eduardo Bolsonaro #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Agenda bilateral

7/05/2019
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O cardápio da viagem de Jair Bolsonaro a Buenos Aires, prevista para junho, começa a ganhar forma. O menu prevê a assinatura de acordos bilaterais no agronegócio e no comércio de máquinas e equipamentos. E o Mercosul? Isso é apenas um detalhe para Bolsonaro e Mauricio Macri.

#Jair Bolsonaro

Sérgio Moro do B e do C

7/05/2019
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O PSL, de Jair Bolsonaro, mira em Deltan Dallagnol e Marcelo Bretas. O partido enxerga dois candidatos blockbusters, respectivamente, à Prefeitura de Curitiba e do Rio de Janeiro em 2020. Bretas, por sinal, também é o nome dos sonhos do governador Wilson Witzel.

#Deltan Dallagnol #Jair Bolsonaro #PSL

Bolsonaro cobra de Guedes um afago ao povão

6/05/2019
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O presidente Jair Bolsonaro está pressionando o ministro da Economia, Paulo Guedes, para que apresente antes mesmo da votação da reforma da Previdência um elenco de medidas de caráter popular. A missão vai na direção inversa dos planos de Guedes, que quer focar na Previdência, com zero de dispersão. Assim que aprová-la, de preferência com economia de gastos que permitam a migração rápida para o regime de capitalização, anunciaria um potente pacote microeconômico.

Essas seriam suas duas primeiras alavancas para a retomada firme do investimento. A terceira seria a reforma tributária, com simplificação dos impostos e redução da carga tributária sobre as empresas. Na visão do ministro, é dessa combinação que desabrochará o emprego. O problema é que essa equação tem um tempo longo de resolução – este ano está perdido. E dar algum doce nesse ínterim amargo pode se tornar politicamente necessário. O Palácio do Planalto já enxerga pouco à frente manifestações contra o aperto da classe trabalhadora.

Por enquanto, Paulo Guedes só maltratou: cortou empregos no setor público e nas estatais, contingenciou recursos, pré-anunciou o fim da correção real do salário mínimo, e mesmo o 13º salário do Bolsa Família foi concedido em troca do congelamento dos benefícios. Uma compensação poderia vir com alguma medida de alívio no crédito, ou mesmo com algum adicional de renda vinculado à produtividade. A questão é que Paulo Guedes detesta essa política de picadinho, aquela que ora solta uma medida de alívio aqui, ora solta outra acolá. O ministro acha que isso tem a cara de Dilma Rousseff e contraria não somente suas ideias, como também sua postura irredutível, um dos principais trunfos nessa batalha pelas reformas estruturais. Vale observar se o que Bolsonaro pediu é mesmo o que ele quer e pelo que vai bater pé. A arritmia de comportamento do presidente não permite avalizar qualquer intenção dele como firme, ou mesmo séria. Melhor apostar no cavalo de Paulo Guedes. O trabalhador que espere.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Campanha do BB deixa uma cicatriz em Rubem Novaes

3/05/2019
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O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, balançou no cargo. Não fosse pela intervenção do ministro Paulo Guedes, Novaes poderia até ter deixado o banco. A primeira reação do Palácio do Planalto contra a já famosa campanha de marketing do BB para o público jovem levou em consideração uma reprimenda pública ao melhor estilo Jair Bolsonaro. Novaes seria chamado ao Planalto para dar explicações. A medida evoluiu na direção da ideia de afastamento do presidente do BB. O grupo palaciano não é de hoje implica com Novaes. Guedes, porém, tratou da questão em um âmbito mais amplo: o presidente do BB foi nomeado não só por ter a sua confiança, como também pelo perfil talhado para a gestão privatizante do banco. Sim, o BB seria a estatal que, nas palavras do ministro, ninguém fala, ninguém pensa, ninguém imagina que será privatizada. Segundo informações filtradas do BB, a malfadada peça publicitária foi aprovada em reunião de diretoria com a presença de Novaes e dos nove vice-presidentes da instituição. Nada, portanto, foi decidido à revelia do alto-comando. Feitos os reparos e pedidos, ficou para o diretor de marketing, Delano de Andrade, pagar o pato sozinho. Na quinta-feira da semana passada, quando o caso estourou, sua cabeça já estava em um cesto ao lado da guilhotina. O RR enviou uma série de perguntas ao BB, que não quis se pronunciar.

#Banco do Brasil #Jair Bolsonaro #Rubens Novaes

FHC é o maior conspirador da República

2/05/2019
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Fernando Henrique Cardoso é igual ao vinho: quanto mais o tempo passa maior a sua capacidade de fazer da política a arte da intriga e da conjuração. FHC não para de conspirar. No momento seu alvo é o governo Jair Bolsonaro – nas suas próprias palavras,alguém que não nasceu para ser presidente da República. O ex-presidente está a mil por hora. No próximo dia 14 de maio, por exemplo, vai se reunir com o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. A aproximação não é um ato isolado nesse universo: estão sendo costurados encontros com outras lideranças da área sindical. FHC também conspira para empurrar o PSDB para a esquerda.

Na semana passada, teve uma longa conversa com Ciro Gomes. Pelas costas, como se sabe, os dois se desprezam. FHC conspira com Gilmar Mendes, velho parceiro de maledicências. Ambos chegam a ficar de orelha quente de tantos e de tão longos os diálogos ao telefone. Bolsonaro é o assunto invariável. Mas não raramente o personagem central das maquinações entre FHC e Gilmar é Lula. O tucano chegou a cogitar até uma visita ao ex-presidente em Curitiba, que seria justificada como um ato humanitário. Certamente, ao sair do encontro, metralharia seu sucessor, ao melhor estilo dele próprio.

FHC busca a conspiração até com os militares, grupo que não se encontra na sua esfera de maior proximidade. Ele costura para breve um novo evento no Instituto Fernando Henrique Cardoso que contemple a presença de generais. Além da relação amistosa com o ex-Comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, FHC mantém um canal aberto com o seu ex-ministro-chefe do Gabinete Militar, general Alberto Mendes Cardoso, que atua como um interlocutor privilegiado do ex-presidente com o generalato. O “Príncipe dos Sociólogos” estaria comprando uma opção de que um dos principais grupos de apoio ao governo Bolsonaro venha a se afastar gradativamente do presidente e passe a ser um opositor da sua gestão. Até porque ele acredita que as Forças Armadas entraram na política para não sair tão cedo. Quando se trata do notável conspirador, entretanto, as brumas mais o revelam do que o ocultam.

O Palácio do Planalto inteiro identifica Fernando Henrique Cardoso como uma espécie de galvanizador “secreto” das oposições contra o presidente da República. A falta de simpatia com Bolsonaro sempre foi explícita. Basta observar a linha do tempo. O tucano mal esperou uma quinzena para o primeiro sopro: no dia 15 de janeiro, disse ser oposição ao governo. Em 15 de fevereiro, declarou que Bolsonaro “está abusando da desordem”. Os refrãos de Fernando Henrique contra Jair Bolsonaro subiriam de tom nas semanas seguintes. No dia 27 de fevereiro, FHC disse que o governo Bolsonaro não tem coerência. No dia 17 de março, um ataque não apenas ao presidente, mas ao seu clã: FHC se referiu à presença dos Bolsonaro em Brasília como o “renascimento da família imperial”.

Em 24 de março, Fernando Henrique verbalizou a percepção de que o mandato de Bolsonaro pode terminar antes do tempo regulamentar: “Presidente que não entende a força do Congresso cai”. Jair Bolsonaro é o alvo prioritário de Fernando Henrique Cardoso, mas não o único. No meio do caminho há outra pedra a ser chutada: o governador João Dória. Quando se trata de jogar cascas de banana na frente de Dória, FHC não titubeia. Sempre que pode trabalha pelo escorregão do governador junto ao PSDB. São vários os interlocutores quando o assunto é Dória, mas o mais assíduo é Tasso Jereissati.

Já foi o tempo de José Serra, Aloysio Nunes Ferreira e – imagine só – Aécio Neves. O apartamento de 450 metros na Rua Rio de Janeiro, em Higienópolis, e o Instituto homônimo, no Centro velho de São Paulo, têm recebido a visitação de novos tricotadores. A fonte que contou várias histórias de FHC para o RR disse que a última do Príncipe é o discurso de que Dória e Bolsonaro aparentam ser muito diferentes, mas têm o mesmo DNA. São irmãos Corsos, só que um baila em salões, e o outro limpa o chão dos quartéis. O relato pode não ser verdadeiro, mas quem conhece o personagem sabe que é, no mínimo, ben trovato.

#Fernando Henrique Cardoso #Jair Bolsonaro #João Doria

Governo Bolsonaro ajoelha no milho

29/04/2019
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Como se não bastassem os iminentes cortes no crédito agrícola por parte do BB e os atritos diplomáticos com os países árabes, surge mais um ponto de tensão entre a gestão Bolsonaro e os ruralistas. Produtores de milho, escoltados pela Frente Parlamentar da Agricultura, pressionam o governo a adotar medidas emergenciais para compensar o que se anuncia como uma das maiores quedas dos preços da commodity dos últimos cinco anos. Segundo a fonte do RR, as reivindicações vão de um pacote de subsídios para o segmento e incentivos fiscais para o aumento da fabricação de etanol de milho. Os produtores cobram também garantias de compra de parte da próxima safra. Procurado, o Ministério da Agricultura diz “desconhecer as reivindicações”. A Pasta informa que a produção de etanol “de milho ou de cana já possui forte apoio do governo federal, com a mistura obrigatória de 27% na gasolina”. O Ministério disse que “tem a responsabilidade de garantir o preço mínimo, mas não necessariamente pela de compra do produto, mas preferencialmente por equalização de preços”. Curiosamente, no momento, há falta de milho em algumas regiões. É o caso do Mato Grosso, onde a Conab tem feito leilões de estoques públicos. No entanto, o cenário tende a mudar significativamente nos próximos meses. Estudos do Ministério da Agricultura apontam que a colheita de milho na safra 2018-19 será recorde, com mais de 94 milhões de toneladas. Caso a projeção se confirme, serão 14 milhões de toneladas a mais do que no ano passado. Há estimativas de que os preços possam cair até 20% ainda neste ano.

#Banco do Brasil #Etanol #Jair Bolsonaro

Fricote combinado

29/04/2019
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O vice-presidente Hamilton Mourão acha que o fricote entre Jair Bolsonaro e o filho Carlos é combinado. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também acha a mesma coisa.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia

Tarcísio Freitas é o acelerador geral da República

29/04/2019
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O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, novo darling do governo Jair Bolsonaro, faz sucesso repetindo o passado. A celeridade com que vem desembaraçando os leilões – o bem sucedido certame dos aeroportos é um dos exemplos – tem encantado Brasília. Freitas vem apresentando também soluções rápidas para imbróglios antigos e concessões por vencer. O ministro perfila entre os primeiros alunos de turma de Escolas Militares que integram o Ministério Bolsonaro.

Mas seu diferencial valioso é conhecer na palma da mão a burocracia dos Poderes. Da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados à Controladoria Geral da União, passando pelo Tribunal de Contas da União e enveredando pelas agências reguladoras, Freitas é íntimo das autoridades, técnicos e ambientes mais ranhetas da República. Com todo esse acesso, resgatou um modelo do século passado, utilizado com bons resultados, para acelerar a aprovação e tramitação dos projetos.

Freitas simplesmente coloca todas as partes envolvidas para acompanhar simultaneamente todo o processo decisório das licitações, concessões e prorrogações de licença. Assim, conhecidos “empatadores” das ações da Infraestrutura participam das decisões, acompanhando pari passu as discussões técnicas e os impasses regulatórios. Todos vão deliberar sobre o assunto com o dever de casa pronto, a agilidade de quem já resolveu os impasses de antemão. Freitas poderia repetir Goethe – “O diabo é sábio porque é velho”. Melhor, contudo, seria recordar Carlos Lacerda, o maior realizador de obras da história do Brasil no período de tempo mais curto.

O truque de Lacerda era o mesmo agora adotado pelo ministro da Infraestrutura: “Todo mundo acompanha os projetos e, assim, a decisão sai conjunta e ao mesmo tempo”. Vale rememorar o método do ex-governador da Guanabara, descrito no livro “Sérgio Quintella, um depoimento”, que será lançado hoje. “Além dos diversos secretários, Carlos Lacerda levava para as reuniões o vice-governador Raphael de Almeida Magalhães, executivos, advogados e procuradores”.

Era um sistema de gestão interessante, moderno, porque, a partir de uma decisão tomada em conjunto, os advogados já preparavam os atos e projetos de lei necessários ao seu desembaraço jurídico. Dessa maneira, os processos caminhavam com grande velocidade, auxiliados ainda por uma junta de controle do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Atos burocráticos que hoje demoram uma barbaridade eram resolvidos ali, na hora. Não custa lembrar que Lacerda construiu o Aterro do Flamengo, os Túneis Rebouças e Santa Bárbara, o Sistema do Guandu e o Emissário Oceânico, as maiores obras da América Latina no prazo de cinco anos, período da sua gestão frente à Guanabara.

#Jair Bolsonaro #Tarcísio Freitas

Batalha de Argel

26/04/2019
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A viagem de Jair Bolsonaro a países árabes, prevista para junho, está prestes a ganhar mais uma parada. Além da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes, o Itamaraty abriu tratativas com o governo da Argélia. A visita tem um significado até maior: diferentemente dos outros dois países, o Brasil acumula um déficit comercial com os argelinos – da ordem de US$ 1,4 bilhão nos últimos 12 meses.

#Jair Bolsonaro

Ministério da Educação vira área de risco no governo Bolsonaro

17/04/2019
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A julgar pelo cartão de visitas de Abraham Weintraub, o Ministério da Educação deverá ser um imbróglio permanente na gestão Bolsonaro. Ao reger uma dança das cadeiras na Pasta, o novo ministro já começa o jogo como se estivesse deixando uma herança pesada para o governo. O caso mais agudo nesta direção é a iminente mudança no comando do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Segundo informação que circula no próprio Ministério, o nome cotado para o posto é o de Rodrigo Sergio Dias, ex-presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Atualmente na diretoria da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Dias carrega um currículo marcado por fatos controversos. Investigações do TCU o apontam como um dos responsáveis por supostas irregularidades que teriam gerado prejuízo de R$ 7,7 milhões à Funasa, notadamente por meio da contratação de uma empresa de tecnologia. Em relatório de julho de 2018, a CGU também identificou “graves impropriedades” em sua gestão, entre quais “direcionamento na escolha de vencedores” de uma licitação na Fundação.

O comando do FNDE é um cargo central no Ministério da Educação: o Fundo movimenta aproximadamente 80% do orçamento da Pasta. Estão sob sua jurisdição o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), as licitações de livros didáticos, o repasse de verbas para a compra de merenda escolar, entre outras atribuições. Ao apagar das luzes do seu governo, Michel Temer indicou Rodrigo Dias para a diretoria da Anvisa. Sua possível nomeação deflagrou protestos de servidoras da própria Agência, uma vez que ele responde a uma ação penal, acusado de agressão à ex-mulher. Dias, então, foi parar na CPTM, indicado pelo primo Alexandre Baldy, secretário de Transportes de São Paulo. Esperase que a Abin, a Casa Civil e demais instâncias responsáveis por escanear a vida pregressa de indicados a cargos no governo estejam cumprindo seu papel. Olhando-se para as indicações antecedentes da gestão Bolsonaro, não parece que isso esteja acontecendo.

#Abraham Weintraub #FNDE #Jair Bolsonaro #Ministério da Educação

27 mil hectares por voto

17/04/2019
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Jair Bolsonaro fez chegar ao governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), a garantia de que até outubro vai consumar a transferência de 303 mil hectares de terras da União para a tutela do estado. O termo de cessão foi assinado por Michel Temer em dezembro do ano passado e, desde então, permanece em banho-maria. Mas nada como uma reforma da Previdência para o Planalto dar importância ao assunto. Os parlamentares de Roraima somam oito votos na Câmara dos Deputados e três no Senado.

#Jair Bolsonaro #Michel Temer

Superpop

12/04/2019
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Depois do café da manhã com Jair Bolsonaro, Luciana Gimenez quer entrevistar Sérgio Moro no seu programa.

#Jair Bolsonaro #Luciana Gimenez #Rede TV! #Sérgio Moro

Um fundo de garantia anti-trabalhador?

11/04/2019
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A primeira reunião do Comitê de Investimentos do FI-FGTS da era Bolsonaro, marcada para hoje, promete altas temperaturas. De acordo com a fonte do RR, ao menos dois conselheiros cobrarão do governo um cronograma para o pagamento de R$ 450 milhões em dívidas com construtoras, boa parte no âmbito do “Minha Casa, Minha Vida” e do programa de habitação rural. Há o temor de que o calote possa, ainda que por vias oblíquas, gerar um inusitado paradoxo: demissões na cadeia da construção decorrentes de dívidas contraídas pelo fundo de garantia dos próprios trabalhadores. Outro tema polêmico diz respeito à situação das obras iniciadas e outras ainda por começar. Da gestão Dilma Rousseff restaram contratadas 2.312 moradias; da era Temer, 78 mil unidades e a nascente administração Bolsonaro está fechando a contratação de 14 mil unidades.

#FI-FGTS #Jair Bolsonaro

Palavras para o sertão

11/04/2019
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Na esteira da viagem de Jair Bolsonaro à Paraíba, o secretario especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, foi escalado para uma bateria de entrevistas a rádios do Nordeste. É parte do esforço do Palácio do Planalto para quebrar a resistência dos nordestinos
à reforma da Previdência. Na verdade, resistência ao governo Bolsonaro como um todo.

#Jair Bolsonaro

Almoço com as estrelas

11/04/2019
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Depois de Luiza Brunet, Damares Alves sonha com Regina Duarte em seu cast para estrelar uma das campanhas do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. A “Viúva Porcina” apoiou abertamente a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência e, logo após a eleição, disse que estava à disposição para ser “palpiteira” do seu governo.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Mulher

Curto-circuito em Itaipu

10/04/2019
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A intrincada renegociação do Tratado de Itaipu vai ganhar ainda mais voltagem nesta semana. O governo Bolsonaro oficializará a sua posição de romper o acordo firmado em 2009 pelos então presidentes Lula e Fernando Lugo. O tema será levado para a reunião de amanhã, em Assunção, entre dirigentes de Itaipu e da ANDE, empresa pública paraguaia do setor elétrico. A cláusula em questão permite ao Paraguai comprar o excedente de energia da hidrelétrica ao preço subsidiado de US$ 6 por MWh. Procurada pelo RR, Itaipu informou que “o resultado da reunião será divulgado a posteriori”. Caso o acordo seja revisto, na prática o Paraguai terá de voltar a arcar integralmente com os custos financeiros referentes à construção da hidrelétrica. Estas despesas foram excluídas da base de cálculo dessa tranche adicional de energia comprada pelos paraguaios. Trata-se apenas de um dos pontos de fricção entre os dois países, numa renegociação bilateral que tem tudo para se arrastar 2019 adentro. O Brasil defende também um reajuste na tarifa cheia que o Paraguai paga pela energia de Itaipu– o valor médio atual é de US$ 54 o MWh. O aumento, neste caso, poderia chegar a 50%.

#ANDE #Jair Bolsonaro #Tratado de Itaipu

O medo aterrorizante que a família Bolsonaro tem de Olavo de Carvalho

8/04/2019
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Considerado a eminência parda da gestão Bolsonaro, o filósofo Olavo de Carvalho tornou-se o embrião de uma crise política, com potencial de desmoralizar o governo. Carvalho achincalha aliados e adversários. Com suas centenas de milhares de seguidores, funciona como uma mídia autorizada pelo clã Bolsonaro. Os capítulos mais recentes do pesadelo são os seguintes:

  • O presidente deixa implícito seu temor em desautorizar Olavo Carvalho. O filósofo privou da intimidade de Bolsonaro. Sabe das coisas e é disparatado o suficiente para trazer essas informações às redes sociais.
  • A timidez do presidente Bolsonaro com o bruxo está levando o episódio às raias de uma crise com os militares, da ativa e da reserva. O filósofo emporcalha as Forças Armadas. O tempo de enquadrar Carvalho já passou.
  • Cada vez mais moderado na sua exposição pública, internamente o  vice-presidente Hamilton Mourão é o mais revoltado com as ofensas do ideólogo. Se ouvisse o que diz o general, Carvalho ia se esconder no Zimbábue ou no Tibete.
  • No entorno do presidente existem suspeições de que a imunidade de Olavo de Carvalho deve-se às suas relações especiais com o Departamento de Estado norte-americano. Parece uma teoria da conspiração. Mas, sabe-se lá?
  • Está decidido que o diplomata da família Bolsonaro junto a Carvalho será o deputado Eduardo Bolsonaro. Caberá a ele acalmar a fera. Eduardo tem uma deferência por Carvalho até maior do que os demais. Mas, devido aos laços de afetividade, é quem tem menos medo. É o cara ideal para convencer o filósofo a conter sua sanha, que pode aca- bar abortando um projeto comum liberal, conservador, antiglobalista e anticomunista.
  • Carvalho não topa escambos. Já recusou duas vezes cargos diplomáticos. Seu poder é o que sabe e como revela.
  • Há preocupação de que o filósofo use suas manifestações de paranoia – real ou teatral, não interessa – no Facebook para dizer- se ameaçado de morte, acusando o governo de ter se tornado uma “República Assassina”, e geran- do um fenômeno psicossocial de consequências imprevisíveis.

#Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho

República dos manifestos

8/04/2019
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Entidades como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências estão mobilizando comunidade científica para um protesto contra o governo, em Brasília. O motivo é o decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 29 de março, contingenciando 42,7% nas despesas de investimento do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Na semana passada, algumas dessas entidades já enviaram uma carta a Bolsonaro criticando os cortes.

Das ciências para o Judiciário: procuradores da força-tarefa da Lava Jato discutem a divulgação de um manifesto contra o Supremo nos próximos dias. O agravo se deve ao julgamento de Deltan Dallagnol no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que será retomado amanhã. O pedido de processo partiu do presidente do STF, Dias Toffoli, em razão de uma entrevista de Dallagnol. O coordenador da Lava Jato disse que “Os três mesmos ministros de sempre do Supremo tiram tudo de Curitiba e mandam para a Justiça Eleitoral e dão sempre os habeas corpus”. Referia-se a Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e ao próprio Toffoli.

#Dias Toffoli #Jair Bolsonaro #SBPC

Um fã de carteirinha do governo Bolsonaro

5/04/2019
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Jair Bolsonaro e Paulo Guedes têm um admirador ardoroso. Os médicos do Hospital Sírio Libanês, onde Paulo Maluf esteve internado para tratar de uma pneumonia, são testemunhas dos rasgados elogios feitos pelo ex-governador ao presidente e ao ministro da Economia. Maluf, que cumpre pena em regime domiciliar, relembrou, com indisfarçável orgulho, ter entregue, como governador de São Paulo, o espadim de Capitão do Exército a Bolsonaro. Sobre Guedes, diz que “ele montou excelente equipe e não se mete em outros assuntos que não relacionados à economia”. Os comentários foram feitos antes da explosiva sabatina de Guedes na CCJ da Câmara.

#Jair Bolsonaro #Paulo Maluf

Off the records

4/04/2019
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Um fato tem causado constrangimento no Itamaraty. Seja por desatenção ou qualquer outro motivo, a viagem de Jair Bolsonaro passou em branco nas mídias próprias da diplomacia israelense no Brasil. O site da embaixada de Israel no país (http://embassies.gov.il/brasilia) não trazia até ontem uma linha sequer e muito menos fotos do encontro entre Bolsonaro e Benjamin Netanyahu. Não é a praxe. Talvez fosse diferente se Bolsonaro tivesse cumprido a promessa de transferir a embaixada brasileira para Jerusalém.

#Jair Bolsonaro

Reclame da Previdência

4/04/2019
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Ainda nesta semana, o Palácio do Planalto vai bater o martelo sobre a divulgação da nova campanha publicitária da reforma da Previdência. As peças já foram aprovadas por Jair Bolsonaro. A primeira campanha feita pela Comunicação da Presidência, não custa lembrar, acabou sendo toda refeita pelo Ministério da Economia.

#Jair Bolsonaro

É alta a percepção de que Jair Bolsonaro não concluirá o seu mandato

3/04/2019
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Sondagem RR

O presidente Jair Bolsonaro não vai chegar ao fim do seu mandato. Este é o veredito da maioria dos 230 assinantes do Relatório Reservado – dirigentes empresariais, banqueiros, juristas, parlamentares, cientistas políticos e analistas de mercado – consultados pela newsletter entre os dias 22 e 26 de março. Questionados sobre a hipótese de Bolsonaro não completar os quatro anos de governo, 69% dos entrevistados consideraram esta probabilidade alta (58%) ou média (11%). Apenas 31% classificaram como baixo o risco de o presidente da República não concluir seu mandato. Ressalte-se que esta foi a primeira pergunta feita aos entrevistados na enquete, justamente com o objetivo de evitar que a resposta eventualmente fosse influenciada pelo restante do questionário. Antes que o leitor tire conclusões precipitadas, informamos que a motivação desta sondagem são as recorrentes menções à hipótese do presidente não cumprir os quatro anos de mandato. Pode se afirmar que praticamente todos os colunistas da imprensa tangenciaram o assunto em determinado momento, mesmo que o objetivo, em alguns casos, fosse considerar a tese despropositada. De qualquer forma, a repetição do tema é um fato em si só. É importante enfatizar também que esta não é uma pesquisa quantitativa, mas uma sondagem de sentimento. As percepções em relação ao governo captadas nesta enquete podem ser explicadas pela incapacidade de fazer a economia reagir, falta de apoio dos empresários, perda de popularidade, incompetência na articulação política, suspeições sobre a própria família Bolsonaro, deterioração do relacionamento com a mídia profissional, problemas que se repetem nestes primeiros três meses de gestão.

O risco vem dos demais Poderes

De acordo com a sondagem, o Congresso Nacional é percebido como o front de maior ameaça à continuidade da gestão Bolsonaro. O RR perguntou aos seus assinantes “Caso você tenha considerado como alta ou média a probabilidade de um eventual afastamento do presidente Jair Bolsonaro, qual é o principal grupo de pressão que poderia precipitar a abreviação do seu  mandato?” O Legislativo recebeu 32% das respostas, certamente motivadas pelas repetidas crises no relacionamento entre o Palácio do Planalto e o Parlamento e incapacidade demonstrada pelo governo até o momento em conduzir a articulação política. Na sequência, o Judiciário foi apontado por 28% dos consultados. De alguma forma, a percepção de que o Legislativo e o Judiciário podem vir a ser os dois maiores responsáveis por um eventual impedimento do presidente reproduz o passado de uma maneira transversa. Bolsonaro foi um dos apoiadores das ações nos dois Poderes que culminaram com a queda da presidente Dilma Rousseff. As demais respostas mostram um elevado grau de pulverização. À exceção do Legislativo e do Judiciário, nenhum outro grupo de interesse atingiu mais de 10% na enquete. Os empresários receberam 8% dos votos. Trabalhadores e sociedade organizada, que, de alguma forma, podem ser vistos como blocos geminados, tiveram, respectivamente, 8% e 7%. A mídia foi apontada por 6% dos assinantes como o principal grupo capaz de levar ao impedimento de Bolsonaro. O dado mais representativo, no entanto, talvez seja o reduzido volume de respostas para os militares – também 6%. Ou seja: a sondagem desfaz a percepção, existente em alguns setores da sociedade, de que as Forças Armadas poderiam vir a ser um eventual agente de desestabilização do atual governo. Por último, apenas 5% dos consultados entendem que todos os grupos de interesse citados na sondagem seriam responsáveis, numa espécie de ação compartilhada, por um eventual afastamento de Bolsonaro.

 

O perigo mora no Congresso

O Congresso está no cerne de outra pergunta da sondagem. O RR indagou aos consultados “Caso você tenha considerado como alta ou média a probabilidade de um eventual afastamento do presidente Jair Bolsonaro, na sua avaliação qual o principal motivo que levaria à  eventual interrupção do mandato?” O esgarçamento das relações com o Legislativo liderou as respostas, com 26%. Na sequência, apareceu o quesito “Falta de decoro”, com 14%. Ou seja: entre aqueles que consideram expressiva as chances de um afastamento de Bolsonaro, as atitudes do presidente são vistas como um potencial detonador desse processo. A crescente impopularidade do Capitão ficou com 11%. Logo a seguir, veio a crise econômica, com 10%. Para 9% dos consultados, um impeachment poderia vir pela contaminação por atos familiares. Trata-se de um ponto curioso, no qual Bolsonaro não seria o agente, o protagonista da ação, mas, sim, refém de eventuais malfeitos de seus filhos, notadamente Flávio Bolsonaro, às voltas com o caso Queiroz. Empatado com o mesmo percentual (9%) surge uma possível acusação de gestão temerária.  Ainda neste quesito, outra resposta chama a atenção: na avaliação dos assinantes do RR, a saúde do presidente Jair Bolsonaro é vista como um fator maior de risco para a continuidade do governo (8%) do que uma eventual acusação de malversação de recursos (5%). Trata-se de um indício de que a facada ainda está no imaginário das pessoas. Por fim, apenas 3% disseram acreditar na hipótese de uma eventual renúncia do próprio Bolsonaro. Significa que, na avaliação dos entrevistados que tratam como expressiva a probabilidade de afastamento de Bolsonaro, ele se daria por externalidades e não por vontade própria.

Desgosto com a economia

A percepção de descontentamento com os primeiros meses de mandato é reforçada por outra questão da sondagem. Diante da pergunta “O governo está atendendo às suas expectativas na área econômica”, 82% disseram que “não”. Pelo já mencionado corte dos assinantes do RR, é um alerta de insatisfação que vem dos andares mais altos e mais influentes da pirâmide. Entre os assinantes do RR, 79% entendem ser alta (67%) ou média (12%) a probabilidade de o Capitão perder apoio entre o empresariado. Apenas 21%  vislumbram esta possibilidade como baixa. A expectativa é que a  rejeição ao governo se espraie de forma generalizada. Na opinião de 97% dos entrevistados, é alta (80%) ou média (17%) a probabilidade de que a perda de popularidade de Bolsonaro prossiga. Um universo residual, de apenas 3%, classifica esta hipótese como baixa.

A falta que faz a articulação política

O RR também pediu aos seus assinantes para analisar quais são os principais fatores de risco para o governo Bolsonaro, classificando o seu grau de problematização como alto, médio ou baixo. A excessiva interferência da prole de Jair Bolsonaro é vista como um importante motivo de desestabilização da gestão. Para 92% dos ouvidos, a constante intromissão dos filhos em assuntos do governo, notadamente no próprio Executivo, é um fator de risco alto (74%) ou médio (18%). Apenas 8% dos consultados enxergam o notório espaço de Eduardo, Carlos e Flávio Bolsonaro como um transtorno menor para o Capitão. Mais uma vez, fica evidente o quanto a incapacidade de articulação política tem deteriorado as avaliações da opinião pública em relação à gestão. Para 89% dos consultados, a dificuldade de entendimento com o Legislativo é um fator de risco elevado (68%) ou intermediário (21%) para o presidente Bolsonaro. Há outra questão delicada que também passa pelo ambiente familiar: as denúncias que pairam sobre o clã Bolsonaro. Para 77% dos entrevistados, o potencial de criminalização da família (leia-se o caso Queiroz e a proximidade com milícias no Rio de Janeiro) é um fator de risco alto (48%) ou médio (29%) para o governo.

Redes sociais

O RR também consultou seus assinantes sobre outra questão visceralmente ligada à excessiva participação dos herdeiros, notadamente de Carlos Bolsonaro, no governo. No total, 87% dos entrevistados consideram o uso indevido das redes sociais como um alto (71%) ou  médio (16%) fator de risco para o presidente. Apenas 13% entendem que a demasiada comunicação por meio do perfil pessoal do presidente da República não é um empecilho relevante. Vem dos Estados Unidos outra ameaça potencial à estabilidade política do governo Bolsonaro. Entre as classificações de alto (51%) e médio calibre (19%), 70% dos entrevistados entendem que a influência danosa de Olavo de Carvalho é uma dificuldade de relevo para o Palácio do Planalto. Os 30% restantes classificaram o “guru da Virginia” como um problema de baixa envergadura para Bolsonaro.

O Fator Mourão

Nem tudo são espinhos. Em contrapartida à crescente reprovação entre os empresários e à perda de popularidade, outro item da sondagem reforça haver a percepção de que o estamento militar se manterá como um dos principais grupos de sustentação do governo Bolsonaro. De acordo com a sondagem, a maioria (68%) considera baixa (52%) ou média (16%) a probabilidade de uma queda do apoio das Forças Armadas a Jair Bolsonaro. Somente 32% dos entrevistados entendem haver possibilidade de um gradativo distanciamento entre os militares e o atual governo. Outra resposta reforça o entendimento de que este amálgama será mantido. Para 91% dos assinantes ouvidos pelo RR, são as altas (64%) ou médias (27%) as chances de uma maior participação de egressos das Forças Armadas no Ministério. É ínfimo, portanto, o índice de entrevistados que considera baixa a probabilidade da entrada de novos militares no primeiro escalão (9%). Ressalte-se ainda que, entre os militares que compõem o governo, a mais representativa figura não é percebida, pela maioria, como um fator de risco para Jair Bolsonaro, não obstante sua crescente projeção. Para 46% dos entrevistados, a proeminência do vice-presidente da República, General Hamilton Mourão, é um problema de baixo impacto para a gestão Bolsonaro. Outros 28% classificaram esta questão com algo de peso médio sobre o governo. Apenas 26% entendem que o notório relevo do General Mourão pode vir a representar um risco à gestão Bolsonaro.

Ministros à beira do precipício

O RR perguntou a seus assinantes o quanto a performance negativa de parcela do Ministério (Educação, Relações Exteriores, Família e Turismo) é um fator de risco para o governo. Para 80%, trata-se de uma ameaça altamente relevante (49%) ou média (31%) para a gestão. Apenas 20% classificaram a performance destes ministros como um problema de baixo significado. Não por acaso, segundo a enquete, há uma grande possibilidade de que Bolsonaro substitua ministros da sua cota pessoal que não têm correspondido às expectativas: 94% consideram alta (82%) ou média (12%) a probabilidade de troca – apenas 6% entendem que tudo ficará como está na Esplanada dos Ministérios. Em contrapartida, a julgar pela sondagem, não há percepção de risco quanto aos superministérios de Bolsonaro. Do total de consultados, 88% consideram que são baixas (72%) ou médias (16%) as chances de Paulo Guedes e Sérgio Moro deixarem o governo. Apenas 12% trabalham com uma probabilidade alta de que isto venha a ocorrer.

Economia cresce

Ainda na pergunta sobre o que acontecerá com o governo Bolsonaro (classificando quanto à probabilidade – alta, média ou baixa), há uma divisão quanto às expectativas em relação à economia. Para 49% são altas (41%) ou médias (8%), as chances de retomada do crescimento econômico em 2019-2020. No entanto, 51% classificam como baixa esta possibilidade. Mesmo com as notórias dificuldades de articulação política, os assinantes do RR acreditam que a reforma da Previdência vai passar. Consultados sobre a ameaça de reprovação da PEC no Congresso, 88% classificaram esta hipótese como baixa (68%) ou média (20%). Somente 12% dos assinantes ouvidos pela newsletter trabalham com o cenário mais caótico e cravam que existe uma alta probabilidade de a grande agenda do governo Bolsonaro – no momento, a única – ser rechaçada pelo Congresso. A relação com a mídia profissional também está no pipeline com uma questão de relevância no mosaico político. Para 81% dos entrevistados, é alta (58%) ou média (23%) a probabilidade de que esta convivência piore ao longo do mandato. Somente 19% consideram baixa a hipótese de atritos ainda mais contundentes. •

#General Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Sérgio Moro

É alta a percepção de que Jair Bolsonaro não concluirá o seu mandato

3/04/2019
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Sondagem RR

O presidente Jair Bolsonaro não vai chegar ao fim do seu mandato. Este é o veredito da maioria dos 230 assinantes do Relatório Reservado – dirigentes empresariais, banqueiros, juristas, parlamentares, cientistas políticos e analistas de mercado – consultados pela newsletter entre os dias 22 e 26 de março. Questionados sobre a hipótese de Bolsonaro não completar os quatro anos de governo, 69% dos entrevistados consideraram esta probabilidade alta (58%) ou média (11%). Apenas 31% classificaram como baixo o risco de o presidente da República não concluir seu mandato. Ressalte-se que esta foi a primeira pergunta feita aos entrevistados na enquete, justamente com o objetivo de evitar que a resposta eventualmente fosse influenciada pelo restante do questionário. Antes que o leitor tire conclusões precipitadas, informamos que a motivação desta sondagem são as recorrentes menções à hipótese do presidente não cumprir os quatro anos de mandato. Pode se afirmar que praticamente todos os colunistas da imprensa tangenciaram o assunto em determinado momento, mesmo que o objetivo, em alguns casos, fosse considerar a tese despropositada. De qualquer forma, a repetição do tema é um fato em si só. É importante enfatizar também que esta não é uma pesquisa quantitativa, mas uma sondagem de sentimento. As percepções em relação ao governo captadas nesta enquete podem ser explicadas pela incapacidade de fazer a economia reagir, falta de apoio dos empresários, perda de popularidade, incompetência na articulação política, suspeições sobre a própria família Bolsonaro, deterioração do relacionamento com a mídia profissional, problemas que se repetem nestes primeiros três meses de gestão.

O risco vem dos demais Poderes

De acordo com a sondagem, o Congresso Nacional é percebido como o front de maior ameaça à continuidade da gestão Bolsonaro. O RR perguntou aos seus assinantes “Caso você tenha considerado como alta ou média a probabilidade de um eventual afastamento do presidente Jair Bolsonaro, qual é o principal grupo de pressão que poderia precipitar a abreviação do seu  mandato?” O Legislativo recebeu 32% das respostas, certamente motivadas pelas repetidas crises no relacionamento entre o Palácio do Planalto e o Parlamento e incapacidade demonstrada pelo governo até o momento em conduzir a articulação política. Na sequência, o Judiciário foi apontado por 28% dos consultados. De alguma forma, a percepção de que o Legislativo e o Judiciário podem vir a ser os dois maiores responsáveis por um eventual impedimento do presidente reproduz o passado de uma maneira transversa. Bolsonaro foi um dos apoiadores das ações nos dois Poderes que culminaram com a queda da presidente Dilma Rousseff. As demais respostas mostram um elevado grau de pulverização. À exceção do Legislativo e do Judiciário, nenhum outro grupo de interesse atingiu mais de 10% na enquete. Os empresários receberam 8% dos votos. Trabalhadores e sociedade organizada, que, de alguma forma, podem ser vistos como blocos geminados, tiveram, respectivamente, 8% e 7%. A mídia foi apontada por 6% dos assinantes como o principal grupo capaz de levar ao impedimento de Bolsonaro. O dado mais representativo, no entanto, talvez seja o reduzido volume de respostas para os militares – também 6%. Ou seja: a sondagem desfaz a percepção, existente em alguns setores da sociedade, de que as Forças Armadas poderiam vir a ser um eventual agente de desestabilização do atual governo. Por último, apenas 5% dos consultados entendem que todos os grupos de interesse citados na sondagem seriam responsáveis, numa espécie de ação compartilhada, por um eventual afastamento de Bolsonaro.

 

O perigo mora no Congresso

O Congresso está no cerne de outra pergunta da sondagem. O RR indagou aos consultados “Caso você tenha considerado como alta ou média a probabilidade de um eventual afastamento do presidente Jair Bolsonaro, na sua avaliação qual o principal motivo que levaria à  eventual interrupção do mandato?” O esgarçamento das relações com o Legislativo liderou as respostas, com 26%. Na sequência, apareceu o quesito “Falta de decoro”, com 14%. Ou seja: entre aqueles que consideram expressiva as chances de um afastamento de Bolsonaro, as atitudes do presidente são vistas como um potencial detonador desse processo. A crescente impopularidade do Capitão ficou com 11%. Logo a seguir, veio a crise econômica, com 10%. Para 9% dos consultados, um impeachment poderia vir pela contaminação por atos familiares. Trata-se de um ponto curioso, no qual Bolsonaro não seria o agente, o protagonista da ação, mas, sim, refém de eventuais malfeitos de seus filhos, notadamente Flávio Bolsonaro, às voltas com o caso Queiroz. Empatado com o mesmo percentual (9%) surge uma possível acusação de gestão temerária.  Ainda neste quesito, outra resposta chama a atenção: na avaliação dos assinantes do RR, a saúde do presidente Jair Bolsonaro é vista como um fator maior de risco para a continuidade do governo (8%) do que uma eventual acusação de malversação de recursos (5%). Trata-se de um indício de que a facada ainda está no imaginário das pessoas. Por fim, apenas 3% disseram acreditar na hipótese de uma eventual renúncia do próprio Bolsonaro. Significa que, na avaliação dos entrevistados que tratam como expressiva a probabilidade de afastamento de Bolsonaro, ele se daria por externalidades e não por vontade própria.

Desgosto com a economia

A percepção de descontentamento com os primeiros meses de mandato é reforçada por outra questão da sondagem. Diante da pergunta “O governo está atendendo às suas expectativas na área econômica”, 82% disseram que “não”. Pelo já mencionado corte dos assinantes do RR, é um alerta de insatisfação que vem dos andares mais altos e mais influentes da pirâmide. Entre os assinantes do RR, 79% entendem ser alta (67%) ou média (12%) a probabilidade de o Capitão perder apoio entre o empresariado. Apenas 21%  vislumbram esta possibilidade como baixa. A expectativa é que a  rejeição ao governo se espraie de forma generalizada. Na opinião de 97% dos entrevistados, é alta (80%) ou média (17%) a probabilidade de que a perda de popularidade de Bolsonaro prossiga. Um universo residual, de apenas 3%, classifica esta hipótese como baixa.

A falta que faz a articulação política

O RR também pediu aos seus assinantes para analisar quais são os principais fatores de risco para o governo Bolsonaro, classificando o seu grau de problematização como alto, médio ou baixo. A excessiva interferência da prole de Jair Bolsonaro é vista como um importante motivo de desestabilização da gestão. Para 92% dos ouvidos, a constante intromissão dos filhos em assuntos do governo, notadamente no próprio Executivo, é um fator de risco alto (74%) ou médio (18%). Apenas 8% dos consultados enxergam o notório espaço de Eduardo, Carlos e Flávio Bolsonaro como um transtorno menor para o Capitão. Mais uma vez, fica evidente o quanto a incapacidade de articulação política tem deteriorado as avaliações da opinião pública em relação à gestão. Para 89% dos consultados, a dificuldade de entendimento com o Legislativo é um fator de risco elevado (68%) ou intermediário (21%) para o presidente Bolsonaro. Há outra questão delicada que também passa pelo ambiente familiar: as denúncias que pairam sobre o clã Bolsonaro. Para 77% dos entrevistados, o potencial de criminalização da família (leia-se o caso Queiroz e a proximidade com milícias no Rio de Janeiro) é um fator de risco alto (48%) ou médio (29%) para o governo.

Redes sociais

O RR também consultou seus assinantes sobre outra questão visceralmente ligada à excessiva participação dos herdeiros, notadamente de Carlos Bolsonaro, no governo. No total, 87% dos entrevistados consideram o uso indevido das redes sociais como um alto (71%) ou  médio (16%) fator de risco para o presidente. Apenas 13% entendem que a demasiada comunicação por meio do perfil pessoal do presidente da República não é um empecilho relevante. Vem dos Estados Unidos outra ameaça potencial à estabilidade política do governo Bolsonaro. Entre as classificações de alto (51%) e médio calibre (19%), 70% dos entrevistados entendem que a influência danosa de Olavo de Carvalho é uma dificuldade de relevo para o Palácio do Planalto. Os 30% restantes classificaram o “guru da Virginia” como um problema de baixa envergadura para Bolsonaro.

O Fator Mourão

Nem tudo são espinhos. Em contrapartida à crescente reprovação entre os empresários e à perda de popularidade, outro item da sondagem reforça haver a percepção de que o estamento militar se manterá como um dos principais grupos de sustentação do governo Bolsonaro. De acordo com a sondagem, a maioria (68%) considera baixa (52%) ou média (16%) a probabilidade de uma queda do apoio das Forças Armadas a Jair Bolsonaro. Somente 32% dos entrevistados entendem haver possibilidade de um gradativo distanciamento entre os militares e o atual governo. Outra resposta reforça o entendimento de que este amálgama será mantido. Para 91% dos assinantes ouvidos pelo RR, são as altas (64%) ou médias (27%) as chances de uma maior participação de egressos das Forças Armadas no Ministério. É ínfimo, portanto, o índice de entrevistados que considera baixa a probabilidade da entrada de novos militares no primeiro escalão (9%). Ressalte-se ainda que, entre os militares que compõem o governo, a mais representativa figura não é percebida, pela maioria, como um fator de risco para Jair Bolsonaro, não obstante sua crescente projeção. Para 46% dos entrevistados, a proeminência do vice-presidente da República, General Hamilton Mourão, é um problema de baixo impacto para a gestão Bolsonaro. Outros 28% classificaram esta questão com algo de peso médio sobre o governo. Apenas 26% entendem que o notório relevo do General Mourão pode vir a representar um risco à gestão Bolsonaro.

Ministros à beira do precipício

O RR perguntou a seus assinantes o quanto a performance negativa de parcela do Ministério (Educação, Relações Exteriores, Família e Turismo) é um fator de risco para o governo. Para 80%, trata-se de uma ameaça altamente relevante (49%) ou média (31%) para a gestão. Apenas 20% classificaram a performance destes ministros como um problema de baixo significado. Não por acaso, segundo a enquete, há uma grande possibilidade de que Bolsonaro substitua ministros da sua cota pessoal que não têm correspondido às expectativas: 94% consideram alta (82%) ou média (12%) a probabilidade de troca – apenas 6% entendem que tudo ficará como está na Esplanada dos Ministérios. Em contrapartida, a julgar pela sondagem, não há percepção de risco quanto aos superministérios de Bolsonaro. Do total de consultados, 88% consideram que são baixas (72%) ou médias (16%) as chances de Paulo Guedes e Sérgio Moro deixarem o governo. Apenas 12% trabalham com uma probabilidade alta de que isto venha a ocorrer.

Economia cresce

Ainda na pergunta sobre o que acontecerá com o governo Bolsonaro (classificando quanto à probabilidade – alta, média ou baixa), há uma divisão quanto às expectativas em relação à economia. Para 49% são altas (41%) ou médias (8%), as chances de retomada do crescimento econômico em 2019-2020. No entanto, 51% classificam como baixa esta possibilidade. Mesmo com as notórias dificuldades de articulação política, os assinantes do RR acreditam que a reforma da Previdência vai passar. Consultados sobre a ameaça de reprovação da PEC no Congresso, 88% classificaram esta hipótese como baixa (68%) ou média (20%). Somente 12% dos assinantes ouvidos pela newsletter trabalham com o cenário mais caótico e cravam que existe uma alta probabilidade de a grande agenda do governo Bolsonaro – no momento, a única – ser rechaçada pelo Congresso. A relação com a mídia profissional também está no pipeline com uma questão de relevância no mosaico político. Para 81% dos entrevistados, é alta (58%) ou média (23%) a probabilidade de que esta convivência piore ao longo do mandato. Somente 19% consideram baixa a hipótese de atritos ainda mais contundentes. •

#General Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Sérgio Moro

Bolsonaro dá um carinhosa freada no discurso de Paulo Guedes

2/04/2019
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É um caso típico do roto falando do esfarrapado. O presidente Jair Bolsonaro e o seu chefe da Casa Civil, Ônix Lorenzoni, se juntaram para aconselhar o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre suas declarações e a melhor condução política para aprovação da reforma da Previdência. Ficou decidido que Guedes vai negociar a mudança nas aposentadorias no Congresso, mas trará a decisão sobre a aprovação dos pleitos para o Palácio do Planalto. O ministro da Economia não será uma chave mestra, que abre as portas do Orçamento quando deveria fechar.

Ele vai ouvir os parlamentares, ponderar e levar as propostas para o grupo palaciano. Segundo a fonte do RR, Bolsonaro disse que Guedes deve se concentrar na Previdência e parar de prometer medidas que afetam antipaticamente diversos grupos de interesse. É a abertura da economia, com a queda das barreiras tarifárias, em uma hora; é mudança na lei do salário mínimo, em outra hora. São ameaças sobre a condução do Sistema “S”, em mais outra.

No momento, o que interessa mesmo são as grandes mudanças institucionais. “Não vai fazer diferença para a economia se o sujeito vai comer um iogurte francês mais barato do que aquele produzido com o leite das vacas de Minas Gerais”, teria dito Lorenzoni. O presidente Bolsonaro e o minitro da Casa Civil recomendaram também como desnecessárias as declarações recorrentes dos desejos liberais mais profundos, tais como a privatização da Petrobras e do Banco do Brasil e a terceirização do funcionalismo público.

Esses sonhos não se tornarão realidade. Pelo menos no horizonte da aprovação das reformas estruturais prioritárias. Paulo Guedes, de acordo com a fonte, assente a todas as recomendações de Bolsonaro e de seu colega de Ministério. Ao contrário do que aparenta em suas perfomances, de perto o ministro da Economia é manso, agradável e ponderado. Mas o próprio Guedes conhece a sua natureza. É difícil conter naquele frasco uma ebulição ideológica, que, tecnicamente correta ou não, vem buscando uma fresta de escapamento há muitas décadas. Bolsonaro, Lorenzoni, Guedes e outros ministros que não fazem parte desse enredo são uma combinação que desafia a lógica dos princípios ativos. Espera-se que os alquimistas estejam chegando.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni #Paulo Guedes

A estreia de Bolsonaro nos tribunais superiores

1/04/2019
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Pode ser que o objetivo não seja esse, mas, se Jair Bolsonaro cravar a indicação do desembargador Paulo Ricardo Pozzolo para o Tribunal Superior do Trabalho (TST), estará fazendo um movimento de distensão das relações com o Judiciário e um gesto de aproximação com Gilmar Mendes. Pozzolo, apontado como favorito para o TST, é ligado a Mendes, com quem trabalhou no Conselho Nacional de Justiça. A eleição para a lista tríplice que será encaminhada a Jair Bolsonaro está marcada para a próxima quarta-feira. Além de Pozzolo, há outros 21 candidatos. Ressalte-se que esta será a primeira nomeação de Bolsonaro para um tribunal superior – a indicação deverá ser formalizada até o fim de maio. Em tempo: um indicativo do favoritismo de Pozzolo para o TST são as movimentações já em andamento para substitui-lo no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná – o nome tido como o mais forte para ocupar a sua cadeira é o da juíza Morgana Richa.

#Gilmar Mendes #Jair Bolsonaro #TST

Lugar certo, na hora certa

1/04/2019
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Jair Bolsonaro chega de Israel na quarta-feira e já no dia seguinte deverá estar em um habitat que lhe é familiar: a LAAD, maior feira de Defesa na América Latina, que será realizada até sexta-feira, no Rio. O timing parece ter sido feito sob encomenda para o Capitão. Bolsonaro vai aproveitar o evento para fazer barulho em torno dos acordos bilaterais na área de segurança que serão fechados na visita a Israel.

#Jair Bolsonaro

O bombeiro do DEM

1/04/2019
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Do lado do DEM, sem deixar pegadas, ACM Neto foi o principal articulador da trégua entre o correligionário Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro. Deu certo. Ao menos até a próxima labareda…

#DEM #Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia

O “coronel das anistias”

29/03/2019
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Em meio à devassa do governo Bolsonaro na Comissão de Anistia, o presidente da CBF, Antonio Carlos Nunes, entrou com um novo pedido de indenização da ordem de R$ 6 milhões. Cabo da FAB entre 1957 e 1966, o cartola alega ter sido perseguido pelo regime militar após participar de movimentos de resistência ao Golpe de 1964 – posteriormente ingressou na PM do Pará, onde alcançou a patente de coronel. O “Coronel Nunes”, como é conhecido, já recebe da União R$ 14.768,00 por mês na condição de “vítima de ato de exceção de motivação política”. Em 2003, por decisão da Comissão de Anistia, ganhou ainda R$ 243.416,25. Por meio da assessoria da CBF, o RR encaminhou uma série de perguntas ao presidente da entidade, mas ele não quis se pronunciar. Já a Comissão de Anistia confirmou apenas que Nunes “consta da lista de beneficiados por indenização mensal”. Consultada especificamente sobre o novo pedido, a entidade não se manifestou. Tampouco informou se o caso figura na relação de 256 requerimentos indeferidos pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos nesta semana.

#Antonio Carlos Nunes #CBF #Comissão de Anistia #Jair Bolsonaro

Sertão de votos

29/03/2019
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Em meio ao bate-cabeça entre Jair Bolsonaro e o Congresso, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, intensificou o corpo a corpo com parlamentares do Nordeste em busca de votos para a PEC da Previdência. Sondagem recebida nesta semana pelo Planalto aponta que aproximadamente 52% da população local reprovam a reforma.

#Jair Bolsonaro #PEC da Previdência

Forças Armadas avaliam os riscos do governo Bolsonaro para sua reputação institucional

28/03/2019
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As Forças Armadas, especialmente o Exército, estão preocupadas com a contaminação da sua imagem devido à participação no governo Bolsonaro através dos generais da reserva. Um oficial do Exército disse ao RR que os generais engolem em seco os desatinos cometidos pelo presidente. “Mas as besteiras estão todas lá presas na garganta”. De acordo com a mesma fonte, está nos planos fazer pesquisas de opinião para medir o quanto a sociedade está sendo impregnada pela mensagem de que a gestão Bolsonaro e os militares são uma coisa só, assim como a quantas vai o prestígio das Forças Armadas.

É sabido que elas são o estamento mais confiável do país. Ao contrário do que dizem a mídia profissional e o tsunami da internet, os militares estão inteiramente voltados para seus afazeres. Estão mais silentes do que no governo anterior, quando o comandante Eduardo Villas Bôas vez ou outra sacudia a jaqueira. O que incomoda muito é a associação com o governo, por intermédio dos generais da reserva distribuídos entre o Palácio do Planalto e os ministérios. Procurado, o Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEX) negou a realização de uma pesquisa de opinião, informando que a Força não faz este tipo de sondagem.

O CCOMSEX disse ainda que “as escolhas do governo são pautadas pela excelência técnico-profissional dos selecionados para cada área. Os militares que trabalham no governo foram selecionados por este critério. A escolha não se deu pelo fato do escolhido ser um militar”. A qualquer frase pronunciada pelo vice-presidente, general Hamilton Mourão, ou por um dos quatro estrelas servindo a gestão Bolsonaro, logo se diz que são os militares falando. Os Altos Comandos também ficaram insatisfeitos com a forma açodada com que foi apresentada a reforma da Previdência dos militares com o remanejamento de carreiras. Soou a privilégio.

Também consideram que a recorrente menção por parte de Bolsonaro a oficiais envolvidos no passado com a tortura traz o tema para o presente. O movimento de 1964 foi reavivado em uma circunstância fora de hora. O presidente formalizou uma celebração que sempre se restringiu a discretas menções em Ordens do Dia das três Forças. Foi como se dissesse: “Olha aqui, está tudo redivivo”.

O resultado é que já está sendo convocada, nas redes sociais, uma grande manifestação para o dia 31 de março, denominada “1964 nunca mais”. A expressão golpe militar, aliás, voltou a ser entoada pelas esquerdas, servindo de palavras de ordem em um momento em que elas careciam de um grito unificador. A preocupação dos militares é que seu namoro com a sociedade venha a ser quebrado justamente pelo governo civil com quem mais se identificaram. Bolsonaro, apesar das suas tentativas de afago, até agora deu a eles motivos de sobra para se envergonhar.

#Exército #Forças Armadas #Jair Bolsonaro

É só bater no Capitão…

28/03/2019
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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) deveria seguir Rodrigo Maia: um cascudo de vez em quando em Bolsonaro ajuda. Líderes partidários têm criticado duramente Alcolumbre pela perda de protagonismo do Senado em relação à Câmara.

#DEM #Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia

Vai ter anistia para a Comissão?

27/03/2019
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A reunião de hoje da Comissão de Anistia promete temperaturas elevadas. Segundo informações filtradas da própria Pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos, a ministra Damares da Silva deverá anunciar a convocação do ex-presidente da Comissão, Paulo Abrão, para prestar esclarecimentos sobre possíveis irregularidades na gestão da instituição. O depoimento de Abrão, hoje na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, se dará no âmbito da CGU, que abriu auditoria para apurar supostos malfeitos. Ontem, por sinal, o próprio Jair Bolsonaro já deu um spoiler do tom da reunião de hoje: em seu Twitter chamou atenção para a “estranheza” na Comissão de Anistia devido à compra de um HD de computador por R$ 7 milhões.

#Damares da Silva #Jair Bolsonaro

Produtores de arroz fervilham na panela do governo Bolsonaro

26/03/2019
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Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul, escoltados pela bancada ruralista, cobram do Ministério da Agricultura o aumento do preço mínimo fixado para o produto, hoje de R$ 36,33 a saca de 50kg. A temperatura vai subir a partir desta semana, no rastro da miniquebra da safra gaúcha causada pelas fortes chuvas. Uma comitiva de agricultores e parlamentares deverá ter uma nova reunião com a ministra Tereza Cristina.

Houve um primeiro encontro no fim de fevereiro, que saiu do nada e não chegou a lugar algum. Também estão sendo articuladas manifestações em cidades do Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção do cereal no país. Estima-se que os agricultores locais terão um prejuízo da ordem de R$ 450 milhões com a perda de aproximadamente 20% da safra.

Procurado, o Ministério da Agricultura informa que “o governo está estudando a criação de um fundo de aval solidário, para ajudar os  produtores a ter acesso ao refinanciamento das dívidas”. Sobre a hipótese de aumento dos preços, a Pasta afirma que “as conversas com o setor são diuturnas e estamos avaliando todas as possibilidades”. O cenário se torna ainda mais árido para os agricultores devido à perda de mercado para o cereal importado do Uruguai e do Paraguai.

Neste caso, o governo brasileiro tem pouco a oferecer aos produtores no curto prazo. Por força de acordos no âmbito do Mercosul, o arroz produzido nos países vizinhos entra no Brasil sem tributação. O Ministério da Agricultura diz que o governo “está estimulando o setor a buscar acordos para o disciplinamento das exportações do produto do Mercosul”, como forma de reduzir o impacto sobre o mercado doméstico.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura #Tereza Cristina

Diplomacia ao cubo

26/03/2019
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As declarações de Jair Bolsonaro em relação à China ainda têm repercussões graves. A diplomacia dos dois países tenta chegar a algum consenso sobre a melhor forma de evitar que se repitam provocações como a do ano passado. Bolsonaro visitou Taiwan, cuja autonomia não é reconhecida pela China. À época, a Embaixada chinesa no Brasil manifestou seu repúdio à viagem. As Relações Exteriores estariam costurando declarações prévias que pudessem mitigar a possibilidade de um mal-estar na viagem do Capitão a Pequim, prevista para este ano.

#Jair Bolsonaro

Evangélicos viram o arrimo do governo Bolsonaro

25/03/2019
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O governo Bolsonaro caminha para se tornar uma teocracia, ao menos no que diz respeito a sua sustentação política. Em meio a uma drástica queda da sua popularidade, o presidente foi confortado pela sua base religiosa com o aviso de que as manifestações de apoio vão se intensificar a partir do início do mês de abril. Os líderes e parlamentares da chamada “bancada da Bíblia” pretendem realizar um ato de desagravo a Bolsonaro, além de diversas iniciativas midiáticas para o fortalecimento do presidente.

Entre outras ações articuladas está uma caravana de fiéis a Brasília para uma grande manifestação em favor do governo. Bolsonaro deverá também comparecer a templos religiosos e participar de cultos ao lado dos fiéis – desde já, pode se imaginar o manancial de imagens que será despejado, viralizado, compartilhado, curtido e comentado a partir das redes sociais do presidente. Outra medida que está sendo articulada é a ida do Capitão a emissoras e programas de TV dirigidos à comunidade evangélica – um complemento à estratégia de comunicação utilizada na campanha, quando o então candidato deu prioridade a atrações de perfil popular.

As recentes pesquisas revelam a gradativa deterioração da base de apoio a Bolsonaro no eleitorado. O sentimento de antilulismo, que aglutinou milhões de eleitores em favor do Capitão, começa a se dissipar – não há mais “inimigo” a ser combatido. Entre os mais pobres, mesmo aqueles que votaram em Bolsonaro, crescem os índices de desaprovação do governo. Sobram os evangélicos, como mostrou o mais recente levantamento do Ibope. É nesse núcleo que se encontram os mais altos e resilientes índices favoráveis à gestão Bolsonaro. Entre os pentecostais, 61% consideram o atual governo ótimo ou bom.

É quase o dobro da média de todo o eleitorado – 34%. O índice de confiança entre os evangélicos é de 56% – na população como um todo, esse contingente caiu de 62% para 49% em menos de 90 dias desde a posse de Bolsonaro. À medida que o apoio dos demais segmentos se esfarela, e com razoável velocidade, cresce na direção oposta o peso dos evangélicos na sustentação do governo. Apoio é bom e todo mundo gosta. Mas nunca é de graça.

A romaria pró Bolsonaro deverá custar a manutenção de ministros indesejáveis ou a troca por outros igualmente cabulosos. O que pode ser pior? Aumentar ainda mais a cota da “bancada da Bíblia”. O valor de troca é alto, mas a contrapartida não é pouca: garantir uma legião de defensores do presidente durante um período em que a sua popularidade vai secar junto aos demais segmentos da sociedade. A agenda de Bolsonaro é contracionista, antipática e enfezada. Pode ser que, no médio e longo prazos, ajustes, cortes e reformas se mostrem acertados. Mas no presente só a religiosidade dá cabo de um ambiente tão desagradável.

#Jair Bolsonaro

Mão armada

25/03/2019
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O senador Major Olímpio e o deputado federal Capitão Augusto, próceres da “bancada da bala”, costuram uma operação-tartaruga para brecar projetos de interesse de Rodrigo Maia em retaliação à fritura do pacote anticrime de Sérgio Moro. A articulação política do governo Bolsonaro é um faroeste.

#Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia #Sérgio Moro

Embaixada em Washington amplia divergências entre Jair Bolsonaro e o General Mourão

21/03/2019
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A escolha do futuro embaixador do Brasil em Washington tem servido para agravar o dissenso entre Jair Bolsonaro e o General Hamilton Mourão. Dentro do governo, o vice-presidente da República é hoje a principal voz contra a disposição de Bolsonaro em nomear para o posto o diplomata de carreira Nestor Forster Junior. Brecar a indicação de Forster Junior significa impedir o avanço de Olavo de Carvalho, uma espécie de Rasputin dos tempos modernos – com a ressalva de que, se o místico russo ganhou poder a partir da relação com a czarina Alexandra, o “guru da Virgínia” tratou de conquistar o filho do “Czar”, Eduardo. Mourão considera o cientista político Murillo Aragão, também apontado como candidato ao cargo, um nome mais palatável, ainda que não se trate de um diplomata de carreira. Mas a solução que ele passou a defender nos últimos dias é a manutenção do embaixador Sergio Amaral.

A probabilidade, ressalte-se, é pequena. Bolsonaro já sinalizou a troca de 15 embaixadores, entre eleso próprio Amaral. No entanto, não são poucos os handicaps de Amaral. Além da incontestável experiência, ele conhece cada escaninho de Washington. Sua permanência evitaria a “politização” ou, ainda mais, a “ideologização” daquele que é considerado o terceiro posto mais importante da diplomacia brasileira – atrás apenas do próprio cargo de chanceler e da SecretariaGeral do Itamaraty. Há uma questão fulcral que aumenta o envolvimento e o interesse do General Mourão pela definição do embaixador brasileiro em Washington.

Do ponto de vista militar, trata-se de um território estratégico. Importantes organismos internacionais estão sediados ou mantém importantes representações na capital norte-americana, como OEA, OTAN, para não falar do próprio Pentágono. As cercanias de Washington reúnem também um dos maiores cinturões de empresas da área de Defesa. Não é de hoje que a indicação do embaixador brasileiro em Washington corrói a relação entre o presidente e o vice-presidente da República. No próprio Itamaraty circula a informação de que, em uma das primeiras reuniões realizadas no Planalto para tratar desta questão, Jair Bolsonaro acenou com a possibilidade de indicar o próprio Olavo de Carvalho para o posto.

Consta que, de imediato, Mourão teria dito algo como “Qualquer um, menos Olavo”. A rachadura criada pela escolha do futuro embaixador se estende aos militares. No caso específico da indicação do novo representante diplomático do Brasil em Washington, a obsessão de Bolsonaro por Olavo de Carvalho cinde os quatro estrelas do Planalto, a começar pelo próprio General Augusto Heleno, um dos mais próximos conselheiros do presidente. De qualquer forma, independentemente de qual venha a ser a escolha de Bolsonaro para o posto, o fato é que este é um episódio em que Mourão ganha mesmo se perder. Sua ofensiva contra Olavo de Carvalho garante que o estamento militar e toda a base do Itamaraty, instância tão ou mais corporativa do que as próprias Forças Armadas, estarão ao seu lado nesta batalha.

#General Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Olavo de Carvalho

O “dono” de Itaipu

21/03/2019
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Carlos Marun, que se notabilizou como um soldado do governo Temer, parece estar à vontade na tropa do presidente Jair Bolsonaro. Devidamente aninhado no Conselho de Itaipu Binacional, Marun está tomando à frentedo projeto de construção da nova ponte entre Brasil e Paraguai. A companhia financiará quase que integralmente o empreendimento, orçado em torno dos US$ 270 milhões. Na próxima terça-feira, por exemplo, Marun deverá liderar uma comitiva de representantes dos dois países que fará uma visita ao futuro canteiro das obras do lado brasileiro.

#Carlos Marun #Itaipu Binacional #Jair Bolsonaro

Governo “privatiza” o desemprego?

20/03/2019
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A primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento do FAT (Codefat) do governo Bolsonaro, prevista para o próximo dia 26, promete ser tensa. O ponto de discórdia é a proposta de compartilhamento do banco de dados do SINE (Sistema Nacional de Emprego) com empresas privadas de recolocação da mão de obra, incluída na pauta pelo Ministério da Economia. Segundo a fonte do RR, que integra o Conselho, as centrais de trabalhadores vão se unir na tentativa de barrar o projeto. Na avaliação dos sindicalistas, o governo pretende promover uma espécie de “privatização branca” do SINE. O temor é que gradativamente empresas privadas se apropriem do cadastro do Sistema e passem a cobrar pela recolocação, criando um mercado paralelo em cima de um serviço hoje administrado pelo governo federal. Consultado, o Ministério da Economia confirmou a proposta, mas negou que se trate de uma “privatização” do SINE. A Pasta informou que “no texto da proposta há um dispositivo que proíbe qualquer tipo de cobrança para o trabalhador”. Está feito o registro. Ressalte-se, no entanto, que a própria redação da resolução ainda está em aberto. Segundo a mesma fonte, em reunião realizada no último dia 13 de março, o grupo técnico do Codefat não chegou a um consenso em relação ao texto final. É uma batalha a mais para o dia 26.

#FAT #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #SINE

Tuitaço

20/03/2019
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Carlos Bolsonaro planeja um tuitaço amanhã para celebrar o aniversário de 64 anos do Capitão Jair Bolsonaro. “Carlucho” fala em entupir o Twitter no Brasil.

#Carlos Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Twitter

Reprise

20/03/2019
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Ao menos uma das pautas da viagem de Jair Bolsonaro ao Chile, a partir de amanhã, tem gosto de refogado. O “anúncio” do fim da cobrança de roaming nas ligações celulares entre os dois países já foi “anunciado” por Michel Temer em novembro do ano passado, durante encontro com o presidente Sebastian Piñera.

#Chile #Jair Bolsonaro

Os grafiteiros

19/03/2019
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Eike Batista acha que o presidente Jair Bolsonaro enxergou longe ao elencar a exploração do grafito como uma das prioridades nacionais. Eike considera o mineral a matéria-prima do futuro e se diz pronto para pilotar um grupo de investidores para extrair e pesquisar os usos desse composto.

#Eike Batista #Jair Bolsonaro

Vibrando

19/03/2019
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Em Washington, Jair Bolsonaro vibra com o litígio entre os irmãos Frias pelo comando da Folha.

#Jair Bolsonaro

Igreja Católica tenta reconstruir as pontes com o Poder

15/03/2019
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A Igreja Católica está voltando ao game devagarinho. Tem feito movimentos ainda tímidos, porém perceptíveis, no intuito de reagir à perda de representatividade institucional junto ao Poder. O contraponto é o crescente espaço de influência política dos evangélicos, que ganhou tonalidades mais fortes com a ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência. Um gesto emblemático dos católicos foi o Banquetaço Nacional do último dia 27 de fevereiro, organizado pela Cáritas, braço social da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O evento em 27 cidades brasileiras surgiu como uma resposta à edição da MP 870 e à consequente extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, entidade civil que prestava consultoria à Presidência da República. Perguntada se o Banquetaço Nacional foi um ato de caráter político, a CNBB não se pronunciou. A cúpula da Igreja Católica tem emitido outros sinais que apontam para um projeto de resgate do seu espaço no cenário institucional e político. Desde já, as atenções se voltam para o Sínodo da Amazônia, reunião do episcopado católico marcada para outubro, no Vaticano.

O próprio governo deu sua contribuição para colocar foco sobre o encontro, transformando-o praticamente em questão de segurança nacional. Recentemente, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) publicou nota confirmando que “existe a preocupação funcional com alguns pontos da pauta do Sínodo”. Na ocasião, o general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI, negou que a Igreja Católica seja “objeto de qualquer tipo de ação da Abin”, mas deu a entender que a reunião de outubro está no radar do aparelho de Inteligência. A reação mais contundente da Igreja Católica veio na voz do bispo da Prelazia de Marajó, dom Evaristo Spengler, que classificou a movimentação do governo como “um retrocesso que só vimos na ditadura militar”.

Consultada, a CNBB também não quis comentar a declaração de dom Evaristo. Talvez a Igreja Católica jamais tenha enfrentado uma circunstância tão inóspita do ponto de vista institucional. O Estado é laico, mas o governo Bolsonaro sabidamente tem suas preferências. Os evangélicos formam uma das bases de sustentação eleitoral do Capitão. A Bancada da Bíblia, um istmo das congregações pentecostais no Legislativo, é um dos principais esteios de Bolsonaro no Congresso. O discurso moralista e a agenda dos costumes galvanizam essa relação de fé e pragmatismo.

O presidente e os seus enxergam a Igreja Católica como antiga aliada do PT e de causas identificadas com o campo da esquerda. A bandeira dos direitos humanos e a defesa de grupos específicos de interesse, como ambientalistas e indígenas, são vistas pelas hostes bolsonaristas como pontos de simbiose entre católicos e o esquerdismo. No governo, há um receio de que o episcopado brasileiro aproveite a visibilidade internacional em torno do Sínodo da Amazônia para desfiar um rosário de críticas às políticas da gestão Bolsonaro nas áreas social e ambiental. Por esta razão, há, desde já, movimentos no sentido de desconstruir o encontro no Vaticano. O presidente Bolsonaro e sua claque evangélica tentam impingir ao Sínodo uma imagem depreciativa, comparando-o, inclusive, ao Foro de São Paulo.

#Igreja Católica #Jair Bolsonaro

Nordeste é o Brasil que Bolsonaro precisa conquistar

14/03/2019
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O ministro Paulo Guedes vai receber entre hoje e amanhã uma pesquisa que reforça a urgência do governo elaborar projetos estruturantes e deslocar recursos para o Nordeste. O levantamento realizado pela Associação Comercial de São Paulo em 72 municípios brasileiros e obtido com exclusividade pelo RR expõe o desalento que impera na região, se comparado às demais áreas do país. Quando perguntados sobre a expectativa de conseguir emprego nos próximos meses, o Índice de Confiança medido entre os nordestinos foi o menor (82), contra 106 no Sudeste e 122 no Sul.

Não por coincidência, o Nordeste fechou o ano de 2018 com o maior índice de desocupação entre todas as regiões do país – 14,9%, contra 12,3% na média nacional, segundo o IBGE. O governo tem clareza de que o Nordeste é uma área por ser capturada, praticamente uma lacuna no mapa do bolsonarismo. Trata-se da única região em que o PT e consequentemente a esquerda seguem com uma posição de hegemonia eleitoral – Fernando Haddad ganhou em todos os estados no segundo turno.

Os números da Associação Comercial de São Paulo se juntarão a tantos outros indicadores que pressionam o governo a desenvolver ações com foco no Nordeste. A região leva dois anos para crescer o que o Brasil cresce em 12 meses (o que já nem é grande coisa). Em 2018, o PIB nordestino subiu 0,6%, contra 1,1% do resultado nacional. A deterioração econômica da região se reflete também no aumento do número de famílias que vivem abaixo da linha de pobreza. Essa proporção passou de 5,8% para 8,9% da população.

#IBGE #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

“Disclosure”

14/03/2019
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Além da prometida live semanal do presidente da República, fervilha entre os Bolsonaro a ideia de transmitir ao vivo nas redes sociais trechos das reuniões ministeriais. Se o objetivo é constranger publicamente os ministros, o clã está no caminho certo. Seria uma cópia manca da TV Justiça, que exibe as sessões do STF.

#Jair Bolsonaro #STF

Descriminalização da política

13/03/2019
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A Comissão de Ética da Presidência da República passará a ser, digamos assim, mais prudente no governo Bolsonaro. Paulo Lucon, que assumiu o comando do órgão ontem, recebeu a orientação de só abrir o processo ético contra autoridades da administração federal após a conclusão de inquérito policial apontando os indícios de culpabilidade.

#Jair Bolsonaro

Grande marcha

12/03/2019
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A “invasão chinesa” no setor elétrico, tão criticada por Jair Bolsonaro, terá um novo capítulo. O RR apurou que a China Communications Construction Company (CCCC), que está desembolsando R$ 2 bilhões em um porto no Maranhão, vai investir em geração renovável no Brasil. O alvo é energia eólica.

#China Communications Construction Company (CCCC) #Jair Bolsonaro

Devassa nos trilhos e na energia

8/03/2019
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Um dos esportes preferidos de Jair Bolsonaro é catar malfeitos da era petista. Antes do sepultamento da Valec, o Palácio do Planalto pretende realizar uma devassa na estatal. A missão está nas mãos do ministro da Infraestrutura, Tarcisio Freitas. A ordem é escarafunchar contratos na compra de equipamentos para ferrovias sob o comando da empresa, a começar pela Norte-Sul. Consultado, o Ministério da Infraestrutura não se manifestou sobre a auditoria. Apenas informou que “a proposta para a liquidação da Valec será apresentada na primeira reunião do Conselho do Programa de Parceria de Investimentos, com data a ser definida.”

O novo diretor financeiro de Itaipu, vice-almirante Anatalício Risden Júnior, deverá passar um pente-fino nos contratos da estatal. Assim como no caso da Valec, será mais uma oportunidade para o governo criminalizar a gestão do PT. Oficialmente, a empresa informa que “o diretor-geral brasileiro, general Joaquim Silva e Luna, está se inteirando de todos os contratos. Por ora, é prematura qualquer afirmação sobre isso.”

#Jair Bolsonaro #Valec

Aquecimento global

8/03/2019
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Candidato único e virtualmente reeleito para a presidência da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich definiu como prioridade incluir a questão do aquecimento global na pauta do governo Bolsonaro. Tarefa inglória. Até o momento, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, deu declarações vagas sobre o assunto. Além disso, Bolsonaro já ameaçou retirar o Brasil do Acordo de Paris.

#Jair Bolsonaro

Mais ou menos guerrilha na reforma da Previdência?

7/03/2019
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O uso das redes sociais como forma de insuflar as bases do presidente Jair Bolsonaro voltou à baila no Palácio do Planalto. As discussões têm como pano de fundo a estratégia a ser adotada pelo governo para reforçar a imagem do presidente, visando garantir os apoios necessários à aprovação da reforma da Previdência. “Mais Carlos” ou “Menos Carlos”? Estas são as palavras de ordem que ecoam pelos corredores do Palácio e têm sido usadas para ilustrar a divisão de opiniões entre os aliados mais próximos de Bolsonaro. Por “mais Carlos”, entendase o resgate e a manutenção de um permanente clima de campanha, com um bombardeio nas mídias digitais e grupos de WhatsApp bem ao estilo de Carlos Bolsonaro, o Capitão do Capitão nas redes sociais.

Esta corrente, que tem entre seus entusiastas os próprios rebentos, além de partidários como o senador Major Olímpio, defende o retorno do Bolsonaro puro-sangue,que buscaria no apoio acalorado de sua claque, pautar a mídia através de um marketing extremamente agressivo, recriando o protagonismo digital para o governo. Por esta ótica, o próprio Carlos Bolsonaro deveria voltar à linha de frente da comunicação do pai, a exemplo do que ocorreu na campanha, lançando mão de toda a sua guerrilha digital para estimular o eleitorado do presidente. As ações nas redes sociais ajudariam Bolsonaro a não se tornar tão refém do “toma lá, dá cá” que começa a dominar o Congresso como moeda de troca para a votação da PEC da Previdência. Ou, pelo menos, disfarçar, dizendo que não está fazendo o que está fazendo.

As operações digitais seriam extremamente eficientes também para apagar ou contrapor os discursos feitos pelo próprio clã dos Bolsonaro contrário à reforma da Previdência. Entre outros, circula na rede um depoimento do deputado Eduardo desancando a reforma e afirmando que a última coisa a ser feita seria mexer com a aposentadoria do funcionalismo público. O monitoramento das próprias redes sociais e pesquisas de opinião reforçam o discurso dos “Bolsonaro Boys” pelo retorno do Capitão às origens. Um exemplo é o levantamentoCNT/MDA divulgado na semana passada. Ainda que 57% dos entrevistados tenham dito que aprovam o presidente Bolsonaro, apenas 38,9% classificam seu governo como positivo. E o viés é cadente.

Os petizes do clã pregam que é fundamental resgatar esse povo, sem o que dificilmente Bolsonaro terá o respaldo necessário para aprovar as reformas. Até porque existe outra variável: no próprio entorno do presidente, há quem diga que, sem o apoio do seu auditório eleitoral, o rei fica nu, ou seja, o Capitão se torna refém das suspeições e denúncias, como as que rondam seu filho Flávio e o escândalo dos laranjas do PSL. O Bolsonaro que conta é o Bolsonaro da campanha nas redes sociais. Até porque este é o espaço possível para o Presidente esconder sua insuficiência e ser celebrado pelo teatro que pratica no meio digital. No lado oposto, está a corrente do “Menos Carlos”, ou do “É a política, estúpido!”, que tem no ministro Onyx Lorenzoni um de seus cabeças. E, com menos intensidade, os generais Augusto Heleno e Santos e Cruz.

Estes últimos concordam que Bolsonaro deve intensificar sua exposição institucional nos Facebook e Twitters da vida, mas discordam da guerra de guerrilha no front digital. Para esta banda, campanha é campanha, governo é governo. As redes sociais podem ser muito boas para construir a persona de um candidato e desconstruir a reputação alheia, mas têm pouco efeito prático no mundo real do Congresso. Como disse o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia, “não se pode desprezar e muito menos criminalizar a política”. Este grupo de aliados prega o caminho convencional da articulação, da captura partidária e das oferendas de praxe, sejam cargos, sejam verbas orçamentárias. Isso mesmo com a notória dificuldade do governo Bolsonaro em construir canais de interlocução com o que se diz ser sua base aliada no Congresso.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Reforma da Previdência

Acervo RR

Tiro ao alvo

27/02/2019
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O governo Bolsonaro prepara uma espécie de “Lava Jato do esporte“. A ideia é realizar uma devassa na concessão de recursos públicos para federações e confederações desportivas, por meio de contratos de patrocínio. Somente no ano passado, sete estatais, a começar pelo trio Caixa Econômica, Banco do Brasil e Eletrobras, desembolsaram quase R$ 400 milhões em mais de sete dezenas de acordos de patrocínio.

#Jair Bolsonaro #Lava Jato #Ministério dos Esportes

Cabo de guerra

27/02/2019
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Ontem, em conversa reservada com o novo presidente e o novo diretor financeiro de Itaipu – respectivamente o general Joaquim Silva e Luna e o vice-almirante Anatalício Risden Júnior – Jair Bolsonaro deu o tom de como deverá ser dura a renegociação do tratado bilateral com o Paraguai. Segundo a fonte do RR auscultou, Bolsonaro disse que não aceitará pagar mais pela energia excedente não Cabo de guerra utilizada pelos paraguaios, como quer o país vizinho.

#Itaipu Binacional #Jair Bolsonaro

Vai faltar prisão para os motoristas assassinos

26/02/2019
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O governo Bolsonaro vai apertar o cerco aos assassinos do volante. Há estudos para tornar ainda mais rigorosas as punições previstas no Código Penal e no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), com o intuito de aumentar o grau de criminalização dos motoristas que provocarem acidentes fatais sob efeito de álcool ou droga. As discussões passam pelos ministros da Justiça, Sérgio Moro, e da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que responde também pela presidência do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). A ideia é equiparar os homicídios culposos no trânsito a sanções previstas no pacote anticrime da Justiça.

Um exemplo: o juiz poderá negar liberdade provisória se o criminoso for reincidente. Outra proposta é aumentar a pena para o motorista que causar morte após ingestão de entorpecentes. Hoje, a sanção é de até oito anos. As discussões no governo contemplam ampliar a punição para 12 ou até mesmo 18 anos. Uma primeira medida para endurecer os crimes no trânsito já está em curso no Ministério da Justiça. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) vai publicar até junho o cronograma de implementação do “drogômetro” em todo o país.

A Polícia Rodoviária Federal e as Polícias Militares serão dotadas de aparelhos capazes de identificar o consumo de entorpecentes pela saliva. Consultado sobre o pacote de medidas para aumentar as sanções, o Ministério da Justiça disse não ter “nenhuma manifestação” sobre o assunto. Sobre o “drogômetro”, informou que a Senad “realizou um estudo com o objetivo de avaliar as principais tecnologias internacionais de detecção do uso de substâncias psicoativas por condutores e verificar a possível implantação delas no país.”

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Encontro elétrico

26/02/2019
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A visita do presidente Jair Bolsonaro, hoje, a Foz do Iguaçu (PR) para posse do novo diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, é cercada de cuidados pelo Palácio do Planalto. Há um receio quanto ao tom do discurso do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, cuja presença na cerimônia estava confirmada até o início da noite de ontem. O temor é que Benítez carregue na mão em relação à renegociação do Tratado de Itaipu e ao aumento da energia fornecida ao Paraguai. Do lado de lá da fronteira, o tema soa como música ao eleitorado do presidente paraguaio.

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro desmoraliza o GSI com o seu celular

22/02/2019
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Até que ponto a incontinência verbal de Jair Bolsonaro é um assunto de foro privado ou uma questão de Estado? A pergunta é feita recorrentemente no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), sem que haja uma resposta sobre que tipo de providência de ordem técnica poderia ser adotada para o controle do uso das mensagens do presidente pelo WhatsApp. A premissa é que é inadministrável a disposição de Bolsonaro para utilizar o celular pessoal. Contrariando recomendações, ele teima em não recorrer a aparelhos criptografados.

Um áudio ou mensagem de texto transmitido por WhatsApp pode ser reencaminhado para terceiros e rapidamente viralizado sem que o seu remetente original tome conhecimento de quem e muito menos quantas pessoas receberam – ainda que existam aplicativos que se dizem capazes de rastrear essa comunicação, como Mac Spoofing e Spyzie. O próprio WhatsApp está longe de ser conhecido como o mais seguro dos dispositivos entre seus congêneres. Ao melhor estilo “Missão Impossível”, o concorrente Telegram, por exemplo, permite que as mensagens sejam automaticamente apagadas em um tempo pré-determinado, como cinco segundos. Não por acaso, era o preferido de Eduardo Cunha.

Pressionado pela viralização das fake news, o próprio WhatsApp já anunciou que está testando novos recursos capazes de identificar todo o caminho percorrido por uma determinada postagem e chegar ao seu remetente original. A resistência de Bolsonaro, de certa forma, desmoraliza o GSI. E pior: coloca uma espada sobre a cabeça da República. A busca de um dispositivo legal contra vazamentos, a exemplo da conversa entre Jair Bolsonaro e Gustavo Bebianno, encontra um obstáculo aparentemente irremovível no fato de que ninguém sabe quem copiou para quem. O compartilhamento, sem autorização, de mensagens é crime previsto no artigo 153 do Código Penal.

“Divulgar a alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem” é passível de detenção de um a quatro anos, além do pagamento de multa. No entanto, a punição não é imediatamente aplicável. A interpretação da lei é dúbia. Há controvérsias em relação ao que configura um “documento particular” e mesmo à caracterização ou não do dano. Entre os juristas, existe também uma corrente que defende não haver delito se um dos participantes da conversa ou da troca de mensagens for o responsável por torná-las públicas. Trata-se da mesma premissa relativa à gravação e divulgação de ligações telefônicas.

O RR encaminhou ao Gabinete de Segurança Institucional uma série de perguntas relacionadas à proteção das comunicações da Presidência da República, seja por celular ou e-mail. O GSI, no entanto, não quis se pronunciar. Em 2017, o General Sergio Etchegoyen, então ministro-chefe do Gabinete, recomendou ao Palácio do Planalto à aquisição de equipamentos capazes de interferir no funcionamento de dispositivos eletrônicos, de celulares a câmeras fotográficas ou gravadores.

O presidente Michel Temer vetou a compra – ver RR de 18 de maio de 2017. Não se tem notícia de que os aparelhos tenham sido comprados posteriormente. Entre tantas interrogações, uma certeza: o caso Bebianno expõe um problema não apenas a futuro, mas, sobretudo, pelo passado. Pode se imaginar o volume de mensagens escritas ou de viva-voz disparadas por Bolsonaro e seus rebentos durante a campanha eleitoral e mesmo em suas primeiras semanas no Palácio do Planalto. Muito provavelmente, há um razoável estoque de missivas, sobre os mais diversos assuntos, armazenadas em celulares de terceiros, que copiaram para terceiros, que copiaram para terceiros… A voz de Bolsonaro tornou-se um risco de resultar em um “Zapgate”, ameaçando a governabilidade do país.

#GSI #Jair Bolsonaro

Indústria envia SOS a Mourão

21/02/2019
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Empresários dos setores de química, siderurgia, máquinas e equipamentos estão debruçados sobre um diagnóstico do abandono completo da indústria pelo governo. O documento está sendo preparado para entrega ao general Hamilton Mourão. As conclusões são dramáticas. Mesmo que o PIB volte a subir para 3% a 4%, a indústria terá um crescimento proporcional inferior e permanecerá perdendo peso relativo no agregado da economia, resultando em menor arrecadação tributária, baixa geração de emprego e combalida capacidade em pesquisa, tecnologia e inovação. Segundo os empresários, o vice-presidente é o único integrante do governo determinado a empunhar essa bandeira. Mourão já se encontrou com representantes de todos esses setores. O general tem disposição para encampar causas, vocalizá-las e defendê-las dentro do governo. Ele seria o indicado para negociar com Paulo Guedes um lugar para a indústria no bojo da política econômica. O presidente Jair Bolsonaro não tem afinidade e não entende do assunto. Em breve as manifestações virão à tona. O RR garante o que diz.

#Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Mais Zona do que Franca

20/02/2019
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Indicado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, o novo superintendente da Suframa, o coronel reformado do Exército Alfredo Menezes, terá como uma de suas primeiras missões “policiar” as indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus (ZFM). Hoje, há uma barafunda fiscal na ZFM. Boa parte das companhias não têm cumprido as regras de investimento em pesquisa e desenvolvimento
como contrapartida a incentivos tributários. O esconde-esconde fiscal já caiu na malha fina do Tribunal de Contas da União (TCU), que realizou uma auditoria no ano passado. Nem a própria Suframa conseguiu comprovar a aplicação dos incentivos em P&D.

#Jair Bolsonaro

Garoto

20/02/2019
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Jair Bolsonaro anda irritado com o fato de estarem todos chamando o seu filho Carlos de “o garoto”. Teria dito para um dos seus quatro estrelas. “Assim, não conseguem nada de mim”.

#Jair Bolsonaro

Segue o líder

20/02/2019
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Em meio ao alvoroço da demissão de Gustavo Bebianno, Jair Bolsonaro deverá se reunir hoje com um grupo de parlamentares do próprio PSL. Entre outros temas, vão tratar da possível substituição do Major Vitor Hugo (PSL-GO) como líder do governo na Câmara. O partido quer manter a primazia sobre o cargo, mas enfrenta a concorrência do DEM, de Onyx Lorenzoni.

#Gustavo Bebianno #Jair Bolsonaro #PSL

Decálogo de tropeços que podem levar Bolsonaro ao precipício

19/02/2019
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Jair Bolsonaro está comprado em pelo menos dez opções de crise. São indicadores antecedentes de problemas graves que ameaçam o governo. Se Bolsonaro não desarmar as posições a futuro, corre risco de transformar o país em uma montanha russa. Ou mesmo não chegar ao fim do mandato. Os indicadores são os seguintes:

1. Comparação com o vice-presidente Hamilton Mourão (Prazo de vencimento: qualquer dia dos próximos quatro anos). Recomenda-se que o pleito do general de receber uma ocupação específica seja atendido.Sem ter uma missão definida, Mourãofalará sobre tudo. É aí que mora o perigo: o vice é melhor.

2. Filhos sem freio (Prazo de vencimento: eternos enquanto durem). Principal problema da agenda de crise. Há quem diga que Bolsonaro tem culpa, pois estaria usando os rebentos para dar os recados. Talvez seja o caso de criar um dispositivo legal para impedir que o presidente, integrantes do primeiro escalão e parentes usem a rede. Uma situação quase insolúvel.

3. O fator Flavio Bolsonaro (Prazo de vencimento: pode acabar em circuit breaker). O “01” e suas finanças são um problemaço. O caso Queiroz tem deixado pouca margem de manobra para o Palácio do Planalto. A primeira missão é brecar a criação de uma CPI do Coaf ou mesmo de uma CPI das Milícias. Depois, torcer para o Supremo deixar tudo como está. Melhor seria se Queiroz topasse o papel de Cristo.

4. Orfandade da mídia (Prazo de vencimento: próxima edição). É altamente recomendável que o presidente dê atenção aos veículos de comunicação mais relevantes da República, tais como a Globo e a Folha. Bolsonaro tem priorizado a Record, SBT e o Antagonista. Mídia rejeitada é fermento para a desgovernança.

5. Major Vitor Hugo, o líder que não lidera (Prazo de vencimento: ontem). Por ora, o deputado sequer conseguiu articular a votação de MPs de interesse do governo. É mais do que recomendável que o Planalto o substitua antes da tramitação do projeto da Previdência.

6. O “político” Paulo Guedes (Prazo de vencimento: qualquer dia desses…). O “Posto Ipiranga” cumpre indiscutível papel como superministro e avalista do governo Bolsonaro. Mas é um fator de risco quando atravessa a fronteira e se arvora em fazer política. Para o bem da governabilidade, a prudência recomenda que Bolsonaro consiga mantê-lo no seu perímetro de atuação.

7. O guru da Virgínia (Prazo de vencimento: a primeira grande crise). Olavo de Carvalho já chamou Mourão de “traidor” e tachou parlamentares do PSL que viajaram à China de “idiotas”. É de bom-tom que o presidente deixe claro que o incendiário colaborador não verbaliza o próprio governo.

8. O pomar do PSL (Prazo de vencimento: até a ação cair do pé de madura). A demissão de Gustavo Bebianno não encerra o caso dos “laranjas” do partido. Talvez fosse o caso de o clã Bolsonaro fundar outra sigla – a “nova UDN”, como vem sendo especulado – e deixar esse bagaço para trás.

9. A excessiva representatividade política dos evangélicos (Prazo de vencimento: um pouco a cada dia). A bancada da Bíblia é formada quase que exclusivamente por pentecostais. Seria oportuno que Bolsonaro desse um pouco mais de atenção à Igreja Católica. Há desagrados no ar.

10. A desinibição dos ministros do baixo clero (Prazo de vencimento: basta uma entrevista para a ação virar pó). Ministros de menor estatura têm se notabilizado pela produção de declarações estapafúrdias, a começar por Ricardo Salles e Damares Alves. Em certa medida, a tranquilidade de Bolsonaro para governar está indexada à capacidade de manter essa turma silente.

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro deve quebrar cartel das distribuidoras na venda de etanol

18/02/2019
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No que depender das recomendações do Ministério de Minas e Energia, do Cade e da ANP, o presidente Jair Bolsonaro deverá aprovar a proposta de que as usinas passem a comercializar etanol diretamente aos postos revendedores, sem a necessidade de intermediários. Uma vez confirmada, a medida representará um duro revés para as grandes distribuidorasde combustíveis do país, notadamente BR, Raízen (Cosan e Shell) e Ipiranga (Grupo Ultra) – o trio concentra mais de 50% das vendas de etanol hidratado no país. No governo, a proposta é vista como uma saída para dar fôlego à indústria sucroalcooleira nacional, sem a necessidade de renúncia fiscal ou outros combustíveis do gênero.

Há hoje mais de 80 usinas em recuperação judicial no país. Isso para não falar da possibilidade de redução do preço final do etanol na bomba. O assunto está concentrado na ANP, que já se posicionou favoravelmente àmudança. Consultada, a agência confirmou que “não há óbices regulatórios para a venda direta de etanol das usinas”. Mais do que isso: informou também que está “alinhada ao Cade”. O órgão antitruste emitiu parecer técnico apontando que a norma vigente “produz ineficiências econômicas, à medida que impede o livre comércio e dificulta a possibilidade de concorrência que poderia existir entre produtor de etanol e distribuidor de combustível”. O Cade sabe bem do que está falando.

No momento, há seis procedimentos abertos no Conselho para investigar a formação de cartel entre as grandes distribuidoras de combustíveis. A questão opõe dois importantes setores da economia. De um lado, a indústria do etanol; do outro, as grandes distribuidoras de combustíveis. A situação deste último grupo é complicada. Além dos aspectos de ordem econômica que sustentam a mudança das regras, há outro fator que potencializa a frágil posição das distribuidoras de combustíveis nesta contenda: o crescente grau de criminalização do setor.

Em 2017, o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu à Justiça o cancelamento do registro da Raízen, da Ipiranga e da BR no estado por venda de etanol adulterado. A trinca também é investigada pela Polícia Civil do Paraná por suspeita de formação de quadrilha. No Distrito Federal, por sua vez, investigação conjunta do próprio Cade, da Gaeco – a Coordenadoria de Controle Externo da Atividade Policial e dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público – e da Polícia Federal desbaratou um cartel formado por 13 redes de postos locais. A indústria sucroalcooleira aproveita para descarregar sua munição contra as grandes distribuidoras de combustíveis. Elas são acusadas de inibir a venda de etanol e privilegiar a comercialização de gasolina, que oferece maiores margens.

#Cade #Jair Bolsonaro #Ministério de Minas e Energia

Pena de morte é tema de Bolsonaro antes da cirurgia

13/02/2019
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O pacote anunciado por Sérgio Moro na semana passada é apenas o primeiro ato. Segundo fonte do Palácio do Planalto, a gestão Bolsonaro pretende trazer para o centro das discussões sobre segurança pública o mais polêmico e radical instrumento de dissuasão e punição de criminosos: a pena de morte. O próprio governo tem tratado de contribuir para a construção gradual de um discurso capaz de influenciar a opinião pública e justificar a instituição da pena capital. Autoridades centrais da gestão Bolsonaro vêm fazendo seguidas menções aos chamados crimes hediondos, justamente aqueles que provocam maior repulsa da sociedade.

Além do clã dos Bolsonaro, uma das vozes de maior peso no governo favoráveis à pena de morte é a do vice-presidente, Hamilton Mourão. Na campanha, Mourão disse ser “pessoalmente” um defensor da medida. As discussões gravitam em torno do Palácio do Planalto e do Ministério da Justiça, muito embora, segundo o RR apurou, a proposta não encontre eco junto a Sérgio Moro. O ministro defende o endurecimento do código penal, como ficou patente nas medidas anunciadas na semana passada, sem que se chegue à última milha das punições. Não custa lembrar, no entanto, que Moro também era contrário à flexibilização das regras para a posse de armas, ao menos nos termos propostos por Bolsonaro.

Acabou sendo dobrado. Consultada, a Pasta informou que “este assunto não está em discussão no âmbito do Ministério da Justiça”. Perguntado se era favorável ou não à medida, o ministro Moro não se pronunciou. Durante a campanha, assim como em toda a sua trajetória parlamentar, Jair Bolsonaro defendeu a pena de morte reiteradas vezes. Pouco antes de se internar para sua recente cirurgia, tratou do assunto com pelo menos um interlocutor, segundo a fonte do RR. Curiosamente, no fim do ano passado, Bolsonaro chegou a desautorizar publicamente Eduardo Bolsonaro, que havia declarado ao jornal O Globo que o debate da pena de morte seria levado adiante já no primeiro ano de gestão do pai.

A julgar pelo track record, o desmentido faz parte do show. O governo Bolsonaro já mostrou ser afeito do expediente de operar por meio de “referendos” informais, soltando balões de ensaio para testar a opinião pública. Muitos podem não atentar, mas a pena de morte está prevista na Constituição. Segundo o Artigo 5º, em seu inciso XLVII, pode ser aplicada, nos termos do Artigo 84, contra militares ou mesmo civis que cometam crimes de guerra, como traição, deserção, genocídio, terrorismo, entre outros. Caso queira estender a pena capital para crimes comuns, Bolsonaro terá de percorrer um caminho complexo. De acordo com juristas consultados pelo RR, a proposta não pode ser promulgada sequer por meio de PEC.

Em seu artigo 60, parágrafo 4º, inciso IV, a Constituição reza que “Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir os direitos e garantias individuais”. É o caso do Artigo 5º: “Todos são iguais perante a lei… garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida…”. Portanto, para instituir a pena de morte, o governo teria de formar uma Assembleia Constituinte e elaborar uma nova Carta Magna. No entanto, de acordo com a mesma fonte, o Planalto enxerga um atalho constitucional: o governo poderia consultar o eleitorado sobre a convocação de uma Constituinte para fins específicos e previamente estabelecidos, entre os quais a pena de morte.

Dessa forma, não seria necessária uma nova Constituição na íntegra. Recorde-se que, em 2013, a então presidente Dilma Rousseff chegou a flertar com a proposta de convocação de uma Constituinte especificamente para realizar uma reforma política. Na ocasião, o ministro Luiz Roberto Barroso manifestou-se favoravelmente à hipótese, desde que amparada por consulta popular. A notória sintonia entre o Planalto e o presidente do STF, Dias Toffoli, seria um trunfo a mais. Outra peça fundamental neste mosaico é o Legislativo. A maioria dos parlamentares que se posicionaram sobre o assunto deixou claro que a discussão terá de ser esgotada no Congresso. No entanto, a aposta do governo é que nada seria mais forte do que a voz das ruas. No último Datafolha sobre o assunto, em novembro de 2017, 57% se disseram a favor da pena de morte – dez pontos acima do levantamento anterior.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

O desemprego de Bolsonaro

13/02/2019
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A equipe econômica de Jair Bolsonaro está dobrando suas apostas em relação às previsões do mercado de que o desemprego permanecerá na faixa de 12% do PIB em 2019. Estima que desce a 11% ou um pouco mais abaixo. Uma queda de um ponto percentual pode parecer pouca coisa, mas não é. O desemprego é uma das últimas variáveis econômicas a sofrer com a queda da atividade econômica e uma das últimas a subir com a melhoria. Em 2020 viria um aumento mais consistente da taxa de ocupação. Os últimos números dão alento. Em novembro, o aumento da ocupação foi de 428 mil postos, o que gerou uma taxa líquida de crescimento de empregos superior a 200 mil postos. Foi o quarto mês consecutivo da taxa líquida de crescimento da ocupação de mão de obra. A ver.

#Jair Bolsonaro

Trending topics

13/02/2019
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As redes sociais de Jair Bolsonaro vão bombar. A ideia de Carlos Bolsonaro é transmitir ao vivo a saída do Capitão do Hospital Albert Einstein, inicialmente prevista para hoje.

#Jair Bolsonaro

Chegou a hora de o General Mourão governar

8/02/2019
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Não há porque duvidar que o estado de saúde do presidente Jair Bolsonaro esteja sob controle, conforme informa o porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rego Barros. Mas sobram dúvidas em relação ao prazo em que ele receberá alta hospitalar e estará apto a deliberar sobre as reformas. O adiamento da definição, pelo presidente, do texto do projeto de mudança na Previdência, e, consecutivamente, da sua votação pelo Congresso Nacional vai tornando as medidas reféns do imponderável.

Quanto mais o tempo passa, maior a probabilidade da ocorrência de algum incidente político ou alteração na correlação de forças. A cautela em sentenciar sobre assunto de tal gravidade se contrapõe à premência de iniciar a tramitação do processo. A prudência recomenda não paralisar o governo. Não deve haver constrangimentos, portanto, para que sejam despachados os assuntos prioritários com o vice-presidente, General Hamilton Mourão, o que já deveria ter sido feito se não houvesse algum soluço nas relações de poder. O vice Mourão foi eleito para governar na ausência do titular, conforme determina a Constituição. Embaraçar a sua missão somente coloca caraminholas no imaginário da sociedade.

Inexiste regra democrática que disponha sobre pruridos em relação ao vice-presidente decidir sobre reformas estruturais na ausência do mandatário do país. Já se passaram 38 dias do governo Bolsonaro. O plano original era aprovar a mudança na Previdência até abril. Agora, considera-se o primeiro semestre um prazo razoável. Os projetos já foram encaminhados ao Palácio do Planalto para a escolha presidencial. Atrasar a tramitação representa postergar os efeitos benignos de um real ligeiramente apreciado, uma taxa Selic mais baixa, uma redução do déficit primário, uma melhora na avaliação do risco Brasil, maior ingresso de capital estrangeiro e melhoria do ambiente de negócios, com efeitos sobre a renda e o emprego. As prioridades não mudaram com o impedimento circunstancial do presidente. É primordial que o general Mourão governe naquilo que é essencial.

#General Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Leilão da Norte-Sul sob risco

7/02/2019
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Há uma pedra, ou melhor, milhares de pedras superfaturadas no caminho do governo Bolsonaro e da privatização da Norte-Sul. A licitação, prevista para março, corre risco devido a investigações conduzidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os contratos de compra de brita para a ferrovia, entre outras possíveis irregularidades averiguadas pela Corte. O TCU constatou crimes de corrupção, fraudes em licitação e sobrepreço na aquisição das pedras colocadas nos trilhos entre Porto Nacional (TO) e Estrela d ´Oeste (SP), exatamente o trecho que o governo pretende levar a leilão ainda no mês que vem.

Em decisão proferida ontem (processo no 014.364/2015-8), o Tribunal condenou ex-dirigentes da estatal Valec e empresas envolvidas na operação a multas no valor total de R$ 22,5 milhões. O governo corre contra o relógio. O ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, assumiu pessoalmente as gestões junto ao Tribunal de Contas na tentativa de agilizar a tramitação do processo e, com isso, remover os óbices ao leilão da Norte- Sul. O caso não é simples. Vai além dos gabinetes do TCU e se materializa em um problema prático que afeta a própria operação da ferrovia.

Segundo auditoria conduzida pelo próprio órgão no ano passado, a brita que está hoje nos trilhos é tecnicamente inadequada. Com base em estudos feitos pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o TCU constatou que a troca do material e a desmontagem e remontagem de estruturas pode custar mais de R$ 100 milhões. É mais uma herança da gestão de José Francisco das Neves, o “Juquinha”, que mandou e desmandou na Valec de 2003 a 2011. Tragado pela Lava Jato, foi condenado a dez anos de prisão por crimes de formação de cartel, fraudes em licitação e peculato. Um dos protagonistas do processo no TCU, “Juquinha” terá de pagar uma multa de R$ 4 milhões. Foi ainda inabilitado para exercer cargo na administração pública por oito anos. A essa altura, está longe de ser o maior dos seus problemas.

#Jair Bolsonaro #Norte-Sul #TCU #Valec

Só se for com PEC

7/02/2019
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A intenção do governo Bolsonaro de mudar as regras do jogo da repatriação de capital, cassando a anistia fiscal aos recursos trazidos, pode custar a exclusão de uma das “Leis de Moro”; aquela que criminaliza o caixa 2. À boca pequena, há parlamentares falando que, caso a lei seja aprovada, ninguém vai ter um mínimo de tranquilidade em relação à garantia do governo de que o dispositivo não será retroativo.

#Jair Bolsonaro

O show da Previdência

7/02/2019
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Depois de Jair Bolsonaro, figurinha carimbada nos auditórios de TV, chegou a vez de Paulo Guedes. A comunicação do Palácio do Planalto costura a participação do ministro em programas de perfil popular para falar sobre a reforma da Previdência. Na mira, Ratinho, no SBT, e José Luiz Datena, na Band, com os quais o Capitão Bolsonaro estabeleceu notória proximidade durante a campanha. Mas imper- dível mesmo seria um encontro entre o “Posto Ipiranga” e Silvio Santos, rodeados pelas colegas de trabalho do Homem do Baú.

O governo Bolsonaro vai deflagrar, a partir de hoje, uma tour de force para angariar o apoio da sociedade à reforma da Previdência. Curiosamente, inverteu a pirâmide e vai começar a catequese por quem menos precisa ser evangelizado. Hoje, o secretário Especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, iniciará uma série de encontros com entidades representantes de aposentados e pensionistas. Só depois o road show chegará àqueles que realmente serão atingidos pela reforma, com reuniões em entidades sindicais. Convenhamos, seria curioso ver Marinho falando sobre a reforma da Previdência do Bolsonaro para uma plateia da CUT…

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Reforma da Previdência #SBT

Bolsonaro pode colocar Marinha à frente das usinas nucleares

6/02/2019
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A julgar pelos planos traçados no governo, os militares deverão ter o maior orçamento desde a abertura. De um lado, Jair Bolsonaro pretende retomar ou acelerar os principais investimentos da área de Defesa; do outro, planeja colocar as Forças Armadas à frente de obras públicas estratégicas que hoje estão paralisadas. A primeira ação mais marcante envolveria Angra 3. O projeto sairia do âmbito da Eletrobras/Eletronuclear. Caberia às Forças Armadas, notadamente a Marinha, acompanhar a construção da usina, suspensa desde 2015, projeto este que deverá ter um sócio operacional estrangeiro. Posteriormente, a área militar poderia ter um papel direto na administração do complexo de usinas de Angra a partir de um modelo de gestão compartilhada com o futuro sócio.

Ressalte-se que a Marinha forma com a Eletronuclear e a CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) a santíssima trindade da expertise em geração atômica. Graças ao Programa Nuclear da Armada, o Brasil domina o ciclo completo do enriquecimento de urânio. Coincidentemente ou não, um dos principais especialistas no assunto do país está hoje no Ministério de Minas e Energia, o Almirante Bento Albuquerque. O governo Bolsonaro fará também um esforço orçamentário para entregar os principais projetos de reaparelhamento do Exército, Marinha e Aeronáutica.

No topo das prioridades estão o Sisfron, sistema do Exército para vigilância de fronteiras; os novos caças da Aeronáutica e o programa de submarinos da Marinha. A trinca está orçada em mais de R$ 45 bilhões. Dos três projetos, a compra das aeronaves é o que está mais adiantado. Talvez não por coincidência, trata-se do único em que o governo ainda não precisou dispender um só centavo. Pelo contrato firmado com a Saab, de aproximadamente US$ 4,5 bilhões, o primeiro desembolso só será feito após a entrega do último dos 36 caças. Por sua vez, o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira) é tratado pela área de Defesa como absolutamente fundamental para o confronto com o crime organizado, sobretudo no que diz respeito ao combate à entrada de armas e drogas no país.

O Comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, é um entusiasta do projeto. Aliás, o militar é um dos oficiais do Alto-Comando mais familiarizados com o assunto. Até substituir o General Eduardo Villas Bôas, ele chefiava o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, responsável pela implantação do Sisfron. O projeto, no entanto, segue em ritmo lento. Dos R$ 12 bilhões originais, o governo teria liberado apenas algo como R$ 1 bilhão. A previsão era de que o Sistema estivesse implantado nos 17 mil quilômetros de fronteiras brasileiras até 2021. Até o momento, apenas 600 quilômetros estão cobertos.

Outro desafio do governo é destravar o Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha Brasileira (Prosub). O projeto já consumiu cerca de R$ 17 bilhões ao longo da última década. Estima-se que precisará de outro tanto para ser integralmente implantado. Em dezembro, a Marinha lançou ao mar do primeiro submarino convencional, o “Riachuelo”, que ficará em testes por mais de um ano. A expectativa é que as outras três embarcações convencionais previstas no programa sejam lançadas respectivamente em 2020, 2021 e 2022 O aumento do espectro de atuação das Forças Armadas e a entrega dos projetos cardeais da área de Defesa funcionariam como um sistema de pesos e contrapesos na visceral relação entre o governo e o estamento militar. O presidente Bolsonaro provavelmente não conseguirá atender, ao menos na medida esperada, alguns dos pleitos do Exército, Marinha e Aeronáutica, a começar pela redução da defasagem salarial. O aumento dos investimentos na Defesa seria uma forma de compensação para eventuais sacrifícios dos militares, inclusive a provável mudança do seu regime de Previdência.

#Forças Armadas #Jair Bolsonaro

Bolsonaro deve ir às ruas para recuperar a sua voz

5/02/2019
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Jair Bolsonaro está muito distante e ao mesmo tempo perto de Lula. Esclareça-se desde logo o mistério. Está a mil anos luz de afastamento da visão do mundo do ex-presidente, mas pode se considerar próximo de um expediente que foi muito útil a Lula em momentos de pressão. Parafraseando James Carville, o marqueteiro de Bill Clinton, “chame o povo, estúpido!” Foi levada a Bolsonaro a ideia de convocar sua base de apoiadores para dois showmícios em duas capitais.

O presidente diria aos seus eleitores que quer agradecer a eles e que se manterá perto deles. Bolsonaro teria a oportunidade de olhá-los nos olhos. A comunicação pela televisão e a internet é fria. Na rua se mede o comparecimento, se constata a vibração. Por trás desse projeto de ir aonde o povo está, o presidente quer recapturar sua voz, roubada pelo seu vice, general Hamilton Mourão, e silenciar até mesmo os sussurros dos conspiradores contra o seu governo.

Iria para as ruas, nas quais tem vantagem comparativa, mostrar que permanece acompanhado. O mito está vivo. O raciocínio é que o “Bolsonaro in concert” facilitaria tudo, da redução do foco sobre as complicações do filho Flávio até a aprovação das reformas. Uma fonte com trânsito notório entre as hostes bolsonaristas confidencia que o maior defensor da ideia é o filho Eduardo. A inspiração teria vindo do indefectível Doctor Olavo de Carvalho, o mesmo que criticou, na semana passada, em seu blog, as Forças Armadas por estarem deixando que a imprensanoticie o noticiável. Fica registrada a dúvida do RR sobre a participação de Carvalho na trama. Do jeito que a coisa vai, ele está se tornando onipresente. Mas digamos que Bolsonaro concorde com a estratégia e busque proteção popular. Esta será, então, a primeira vez que um presidente voltará a fazer campanha eleitoral um mês após a posse.

#Jair Bolsonaro #Lula

Representação da Aeronáutica

5/02/2019
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Está faltando a representação da Aeronáutica no governo Bolsonaro. Um excelente nome seria o do Tenente Brigadeiro do Ar, Nivaldo Luiz Rossato, que comandou a Força até os primeiros dias do ano.

#Jair Bolsonaro

O Capitão e o Cartola

5/02/2019
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Por meio do senador Major Olímpio (PSL-SP), Rogério Caboclo tenta articular a presença de Jair Bolsonaro em sua posse na presidência da CBF, no dia 9 de abril. Vai que cola..

#CBF #Jair Bolsonaro

Oportuna solidariedade

3/02/2019
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Jair Bolsonaro pretende aproveitar o “Bem Brasil”, programa de assistência a deficientes físicos que será coordenado pela primeira-dama Michele Bolsonaro, para dar uma enquadrada na mídia. A ideia é anunciar logo no início do governo a reversão de parte das verbas de publicidade do Palácio do Planalto para este e outros projetos do Ministério do Desenvolvimento Social. Por menor que venha a ser quantia, Bolsonaro vai surfar no valor simbólico e no apelo popular da medida, independentemente das suas motivações colaterais.

#Jair Bolsonaro

A pergunta que Lenin faria a Bolsonaro e Mourão

1/02/2019
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Há uma disputa silenciosa entre os grupos pró-Mourão e pró-Bolsonaro, se é que podem ser chamados assim, em relação a uma maior ou menor proatividade do vice-presidente em assuntos da reforma da Previdência. A questão central não é nem a reforma, mas a desenvoltura com que Mourão circulará nesse período em que o presidente se encontra fora de combate. Ah, dizem que Bolsonaro já retomou, ontem, as suas atividades. Trata-se de uma operação de contrainformação pura, buscando acalmar o ambiente psicossocial e, é claro, deter Mourão.

O engenhoso gabinete no qual Bolsonaro “despachará” como se fosse Winston Churchill, no escritório de Whitehall, no subsolo das ruas de Londres, não passa de um cenário de teatro. O presidente poderá se atualizar em coisas pequenas, repassar um bilhete escrito na hora e arriscar meia dúzia de palavras para evitar que a absorção de ar lhe provoque crises de gases dolorosíssimas. No fundo é um puxadinho de um quarto de hospital, com a cama bem próxima. Operar a política nem cogitar. Bolsonaro não desencravou uma unha, mas sim fez uma cirurgia de sete horasque lhe abriu as entranhas.

Com o bem-humorado vice-presidente não há rusgas. Mourão é assim mesmo, parte para cima. Seja Bolsonaro ou qualquer outro. Da parte dos filhos e assessores não se pode dizer o mesmo. Alguns ministros estão embarreirando e atrasando propositalmente agendas no Congresso e junto aos governadores, assim como o atraso das reuniões técnicas que permitiriam avançar no modelo definitivo da reforma da Previdência, aquele que será apresentado à apreciação do presidente. No caso da reforma da Previdência a pauta está com Onyx Lorenzoni e Paulo Guedes, apoiados por inúmeros assessores especializados.

Da parte dos filhos do presidente, há o incômodo natural em ver o sorridente e performático vice ocupando o cargo em um momento doloroso do país, e o incômodo induzido pelas intrigas delirantes do professor Olavo de Carvalho contra Mourão. Como se sabe, Carlos e, mais especificamente Eduardo, ouvem Carvalho como se fosse uma entidade espírita. A questão se resume ao fato de que Mourão não considera produtivo ficar a reboque das agendas de terceiros. Julga que tem preparo superior e uma desenvoltura bem maior para conversações com parlamentares e o restante do mundo político. Tem equipe técnica qualificada própria, que dá suporte às suas opiniões, e poderia liderar as reuniões e exercer um papel destacado nos convencimentos dos atores envolvidos.

“O que fazer?”, perguntaria, sem nenhum subtexto revolucionário, Vladmir  Ulianov, “Lenin”, pensador-militante russo do século passado, cuja questão de ordem se transformou em um bordão pop. Mourão quer se destacar e considera que a Previdência, principal desafio do governo, atende ao seu duplo desejo de reconhecimento pessoal e solução para os problemas nacionais. Se cair nas graças da sociedade e for consagrado como “o cara”, cria um fato consumado e com vida própria daqui para frente. Bolsonaro, todo seu clã familiar e ministros fiéis não serão facilitadores desse engrandecimento do vice. Nem agora e nem depois, a não ser que surja um fato novo. “O que fazer?”, perguntaria novamente o nosso “Lenin” pós-revolucionário.

#General Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Reforma da Previdência

Oportuna solidariedade

31/01/2019
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Jair Bolsonaro pretende aproveitar o “Bem Brasil”, programa de assistência a deficientes físicos que será coordenado pela primeira dama Michele Bolsonaro, para dar uma enquadrada na mídia. A ideia é anunciar logo no início do governo a reversão de parte das verbas de publicidade do Palácio do Planalto para este e outros projetos do Ministério do Desenvolvimento Social. Por menor que venha a ser quantia, Bolsonaro vai surfar no valor simbólico e no apelo popular da medida, independentemente das suas motivações colaterais.

#Jair Bolsonaro

Munição de alto calibre

30/01/2019
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A artilharia de comunicação de Jair Bolsonaro já está preparada para fazer barulho em cima do novo acordo de delação de Antonio Palocci. Os depoimentos do ex-ministro sobre a gênese da Sete Brasil serão muito úteis para justificar um processo de “despetização” dos fundos de pensão e da Previc, o órgão regulador da área de previdência privada.

#Jair Bolsonaro

Tutela militar é a melhor opção para Bolsonaro

26/01/2019
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Em andamento as negociações para uma tutela do presidente da República, Jair Bolsonaro, pelo seu vice-presidente Hamilton Mourão, e demais ministros militares prestigiados no Palácio do Planalto. Trata-se de uma ação realizada em sintonia com o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e os comandos das Forças Armadas. O termo negociação é pro forma.

O projeto é impor limites e restrições ao comportamento e liberdade decisória de Bolsonaro, incluindo a vigilância e redução das iniciativas dos seus três filhos – Nas redes sociais e fora delas. No entorno do presidente ele é comparado a João Baptista Figueiredo, que surpreendeu inclusive aos seus camaradas pelas atitudes estapafúrdias após ser eleito. Justificou-se o comportamento de Figueiredo pela operação cardíaca que sofreu. Bolsonaro levou uma facada, mas não teria sido ela o componente emocional responsável pelo seu desarvoramento.

Bolsonaro simplesmente não está à altura do cargo e muito menos do time que montou. Não entende grande parte do que se discute no governo e não se empenha para isso. Ele se dirige somente a um contingente dos seus eleitores. Desrespeita os protocolos. E parece manietado pelo gnomo de Richmond, Olavo de Carvalho, em uma simbiose familiar que já incomoda os militares. Entre os generais, empresário e boa parte dos formadores de opinião melhor seria se fosse possível fazer algum acordo cordial para que Bolsonaro deixasse o cargo e Mourão o assumisse, imediatamente.

Depois que deixou de lado a linguagem do quartel, tornando-se mais comedido, o vice-presidente tem mostrado preparo muito superior e a autoridade necessária para o exercício da função. O que se diz quase nas fuças do presidente é que ele governa para um gueto, e Mourão governaria para os brasileiros. O escorpião que passeia em meio às conspirações destila a certeza que o filho Flávio Bolsonaro não tem como explicar seus atos inconfessáveis. E não é possível esterilizar as estranhas armações do jovem senador, de forma que eles não respinguem no presidente e nos demais membros do clã. É o bolsonarogate ou a temerização já, no curto governo do capitão. Mourão está pronto para assumir. Basta que as condições sejam dadas. Por enquanto, a tutela é um primeiro estágio.

#General Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Eunício crava um duplo na loteria do BNB

26/01/2019
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De saída do Senado, Eunício de Oliveira quer deixar seu legado no governo Bolsonaro. O emedebista joga com dois “cavalos” na corrida pelo comando do Banco do Nordeste (BNB): o atual nº 1 do BNB, Romildo Rolim, e o ex-presidente do banco, Marcos Holanda. Com este último, aliás, Eunício mantém uma relação-sanfona. No governo Dilma, indicou Holanda para o cargo. Na era Temer, mais precisamente no fim de 2017, fez força para tirá-lo do BNB. À época, Holanda teria contrariado interesses do MDB junto ao Banco do Nordeste. Ao que parece, são águas passadas.

#BNB #Jair Bolsonaro

Espera

26/01/2019
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Faz três semanas nesta segunda-feira que as centrais sindicais esperam uma resposta de Jair Bolsonaro – se recebe ou não os representantes dos trabalhadores.

#Jair Bolsonaro

“Investment grade” das universidades sob risco

25/01/2019
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O governo Bolsonaro vai apertar as regras do rating das universidades, com a adoção de critérios mais rígidos para o Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação de Ensino Superior). A proposta em gestação no Ministério da Educação estabelece a análise do nível de internacionalização dos cursos de graduação e das instituições de ensino. Variáveis como a presença e quantidade de docentes estrangeiros e parcerias com universidades do exterior passarão a ser contempladas e terão um peso considerável na formação da nota das escolas. Desde já, a iminente mudança é motivo de apreensão para os grupos privados da área de educação. Muitas perderão seu “investment grade”. As novas regras deverão provocar mudanças significativas no ranking do Sinaes, com impacto direto sobre a concessão de crédito. O rating é parâmetro determinante para a liberação de recursos do Fies. Somente com cursos com nota igual ou superior a três no Sinaes podem ter acesso a financiamento do programa de crédito. O ministro da Educação, Ricardo Velez Rodrigues, tem batido na tecla de que o Sinaes está defasado e perdeu a capacidade de medir a qualidade dos cursos de graduação. Não está sozinho. No ano passado, o TCU realizou uma auditoria e fez vários questionamentos ao Sistema.

#Fies #Jair Bolsonaro #Sinaes

Clássico da paz

25/01/2019
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O senador eleito Major Olímpio entrou em campo para desfazer o “mal-entendido” envolvendo os nomes de Tite e do presidente Jair Bolsonaro. O treinador da seleção brasileira teria se recusado a ir com a delegação ao Palácio do Planalto pouco antes da Copa América, em junho. A visita da seleção a Bolsonaro deve ocorrer, mas personificada na figura do novo presidente da CBF, Rogério Caboclo.

#CBF #Jair Bolsonaro

Governo Bolsonaro desata os nós dos acordos de leniência

24/01/2019
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O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes Freitas, vão coordenar uma nova regulamentação dos acordos de leniência. O propósito não é mudar, na essência, a legislação existente. Mas evitar que os órgãos envolvidos no resgate da idoneidade das empresas não tropecem uns nos outros, desautorizando-se entre si. Até agora, os acordos de leniência têm feito mais a alegria dos escritórios de advocacia do que o das próprias empresas da construção pesada envolvidas na Lava Jato. As discussões estão sendo feitas junto ao Ministério Público, Advocacia Geral da União (AGU), Controladoria Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União (TCU). São esses órgãos que batem cabeça quando o assunto é a leniência das empreiteiras.

Todas as majors do setor estão enredadas nessa teia de habilitações e banimentos. É consensual a necessidade de uma re-regulamentação para blindar as empresas desse processo kafkaniano. O ministro da Infraestrutura é quem se mostra mais convencido da urgência da reabilitação das empresas hoje impossibilitadas de assinar contratos com o setor público. O governo pretende implementar uma agenda pesada em infraestrutura.

Dá para fazer sem as empreiteiras peso pesado? Até dá. Mas é muito mais difícil levantar esse canteiro de obras somente com médias empresas nacionais e estrangeiras. Gomes Freitas está fazendo gestões também para evitar que uma nova versão da Lei das Licitações passe incólume pelo veto da Presidência da República. A malsinada legislação exige que os participantes tenham uma certidão negativa ampla, geral e irrestrita. Isso tiraria do páreo as empresas que estão em recuperação judicial e reestruturando suas dívidas. A AGU já anunciou que vai assinar quatro acordos de leniência ainda este ano. A Camargo Correa deverá ser a primeira contemplada. Ocorre que a Camargo já fez acordos com o MPF e o Cade. Será que posteriormente terá também que pedir a bênção ao TCU?

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

Agenda concorrida

23/01/2019
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A contar do início da campanha, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, teve mais encontros com empresários do que o presidente Jair Bolsonaro. No governo perde para Paulo Guedes. Mas aí não vale.

#General Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Os jalecos nem tão brancos do Ministério da Saúde

21/01/2019
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O Ministério da Saúde desponta, desde já, como um dos principais flancos de questionamentos às indicações do governo Bolsonaro. Escolhido para ocupar o cargo de secretário-executivo da Pasta, o médico João Gabbardo dos Reis responde a uma ação de improbidade administrativa no Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT). O Ministério Público acusa Gabbardo e o Instituto de Cardiologia do DF (ICDF), do qual ele foi superintendente entre 2010 e 2014, de utilizarem R$ 6 milhões em recursos públicos indevidamente para a reforma de um hospital privado.

Consultado, o Ministério da Saúde informou que “o processo aguarda análise da Justiça Federal, inclusive quanto à competência e demais aspectos apresentados pela defesa na ação.” A Pasta disse ainda que “a denúncia não trata de superfaturamento ou desvio dos recursos, mas, sim, no entendimento de onde os recursos foram aplicados: ou em entidade sem fins lucrativos com atendimento ao SUS ou em prédio da União.” O Ministério esclarece que os “os recursos públicos foram aplicados, conforme já apresentado pela defesa no processo, em leitos de UTI para cardiologia, para cirurgia cardíaca e para o centro de transplantes, com funcionamento em um prédio da União”.

Que tudo seja esclarecido a tempo. Gabbardo não está sozinho. O ministro Luiz Henrique Mandetta é investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 da época em que ocupou o cargo de secretário de Saúde de Campo Grande (MS). As acusações se referem à implementação do Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde (Gisa). Mesmo após o repasse de R$ 16 milhões em verbas da União, o projeto não saiu do papel. O Ministério esclarece que “o ministro Luiz Henrique Mandetta não é réu em nenhum processo”. Afirma ainda que “a gestão posterior a de Mandetta decidiu pelo encerramento do convênio e os recursos estão sendo restituídos à Pasta”.

#Jair Bolsonaro

Quantos Bolsonaros vão a Davos?

18/01/2019
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Há dúvidas sobre a ida de um, dois ou nenhum dos filhos de Jair Bolsonaro, a Davos. Por um critério de hierarquia na política, Flávio e Eduardo acompanhariam o pai. Mas Flavio está todo enrolado com as movimentações financeiras atípicas do seu ex-assessor Fabrício Queiroz. Poderia levar para à Suíça uma agenda conturbada. Eduardo é o fi lho que mais quer ir. Se comporta como o herdeiro natural da posição de liderança do clã Bolsonaro. Toda vez que pode, cola no pai. A ida de Carlos pode ser a com maior retorno prático. O caçula faz crescer a espuma de Bolsonaro nas redes sociais. Tem o poder de amplificar a importância da presença do pai em qualquer evento. Lembrai-vos que foi ele quem acompanhou o Capitão e a primeira-dama Michelle no Rolls Royce que atravessou a Esplanada dos Ministérios em direção à rampa do Planalto. É o querido do pai. Mas mesmo assim se trata de um outsider entre os filhos. O RR aposta que ou vai Eduardo ou não vai nenhum.

#Jair Bolsonaro

Tiene que cambiar eso ahí

18/01/2019
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Jair Bolsonaro foi fiel ao seu estilo no encontro com Mauricio Macri. Durante conversa reservada, ao ouvir do presidente argentino que os governos de ambos não têm direito a errar, o Capitão emendou de primeira: “Se não, a Cristina (Kirchner) e a turma do PT podem voltar…”. Finalizou o chiste com sua tradicional e estridente gargalhada.

#Jair Bolsonaro #Mauricio Macri

Cruzada da “despetização” chega à Funasa

18/01/2019
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O “pente fino” da gestão Bolsonaro está chegando à Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A ordem é fazer uma devassa no órgão, responsável pelo repasse de recursos para ações na área de saúde pública, notadamente projetos de saneamento e combate a endemias. O governo está convicto de que a maior moléstia da Funasa é a presença de um aparelho petista dentro da entidade. Quem procura sempre acha: em setembro do ano passado, por exemplo, o TCU identificou indícios de superfaturamento em contratos da estatal na área de tecnologia no valor de R$ 12 milhões.

#Funasa #Jair Bolsonaro

Usucapião

18/01/2019
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O deputado federal Jovair Arantes vem tentando junto ao governo Bolsonaro povoar a direção da Conab. Trata-se de um antigo feudo do seu partido, o PTB, que foi “respeitado” pelos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer.

#Jair Bolsonaro #Jovair Arantes

Educação verde-oliva

17/01/2019
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O avanço da educação militar, ressalte-se, não ficará restrito à abertura de colégios específicos. O Ministério da Educação vai se inspirar no modelo destas escolas para formular as novas diretrizes para o ensino fundamental. Esta será a principal atribuição da Subsecretaria de Fomento às Escolas Cívico-Militares, criada na semana passada. A proposta é levar a metodologia dos colégios
militares para os sistemas de ensino municipais, estaduais e distritais, em parceria com governadores e prefeitos.

O avanço da educação militar, ressalte-se, não ficará restrito à abertura de colégios específicos. O Ministério da Educação vai se inspirar no modelo destas escolas para formular as novas diretrizes para o ensino fundamental. Esta será a principal atribuição da Subsecretaria de Fomento às Escolas Cívico-Militares, criada na semana passada. A proposta é levar a metodologia dos colégios militares para os sistemas de ensino municipais, estaduais e distritais, em parceria com governadores e prefeitos.

#Exército #Jair Bolsonaro #Ministério da Educação

Vale o escrito no governo Bolsonaro?

17/01/2019
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A julgar pelas sinalizações da gestão Bolsonaro de que não respeitará contratos, é melhor que os proprietários de armas irregulares coloquem as suas barbas de molho. Até agora, o governo assustou quem trouxe dólares do exterior e também os tomadores de financiamentos do BNDES. Com relação aos primeiros, a mesma Receita Federal, que participou da anistia aos recursos repatriados, agora avisa que pretende descumprir a lei e investigar a origem do dinheiro. Quanto ao BNDES, a disposição de abrir os detalhes dos acordos de empréstimos dos 50 maiores tomadores é um rasgado desrespeito à lei do sigilo bancário. Todo e qualquer agente financiado pela instituição deve estar imaginando quando sua hora vai chegar. O decreto que legaliza as armas irregulares é canoa que desce pelo mesmo rio. E se der na cuca do governo ir atrás da origem das armas depois de recadastrar todo arsenal?

#BNDES #Jair Bolsonaro

Reforma(s) da Previdência

17/01/2019
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O nome de Arthur Weintraub, um dos principais consultores do governo Bolsonaro na área de previdência, tem sido ventilado para assumir o comando da agência reguladora do setor, a Previc. Será que vem por aí uma “reforma das aposentadorias privadas”?

#Arthur Weintraub #Jair Bolsonaro #Previc

O segundo tiro de Bolsonaro

16/01/2019
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O decreto que regulamenta o registro, posse e comercialização de armas de fogo foi apenas um aperitivo. O presidente Jair Bolsonaro já autorizou que sejam redigidas as regulamentações sobre porte, uso e defesa pessoal. Merece registro a pouca simpatia que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, tem pelo assunto. Por ele não se mexeria nisso agora. Mas Bolsonaro pediu e o Ministério da Justiça enviou a minuta para o Palácio do Planalto. A redação final foi feita a quatro mãos, pelo ministro da Casa Civil, Ônix Lorenzoni, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.

#Jair Bolsonaro

Questão de juízo

16/01/2019
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Está nas mãos do presidente em exercício do STF, Luiz Fux, pronta para ser julgada, a ação penal contra o presidente Jair Bolsonaro, acusado de calúnia e difamação por declarações contra a deputada Maria do Rosário. Em outubro, o mesmo Fux barrou uma manobra jurídica do Patriota, o que, na prática, acelerou o julgamento do processo. Eram outros tempos. Entre os próprios pares de Fux no STF, a aposta é que ele deixará o caso sobre a mesa da presidência da Suprema Corte, até a volta de Dias Toffoli.

#Jair Bolsonaro #Luiz Fux

Latifúndio elétrico

16/01/2019
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A presença chinesa na área de geração – alvo de Jair Bolsonaro na sua campanha – vai ganhar mais megawatts. A SPIC deverá investir cerca de R$ 1 bilhão para expandir a capacidade da hidrelétrica de São Simão, comprada da Cemig no ano passado.

#Jair Bolsonaro #Spic

#BolsonaroDavos

15/01/2019
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Meta ousada de Carlos Bolsonaro, o “Capitão” das redes sociais de Jair Bolsonaro: fazer do discurso do pai no Fórum de Davos, previsto para o dia 22 de janeiro, o assunto mais comentado entre os trending topics mundiais do Twitter.

Por falar no tema: o Twitter dos Bolsonaro vai ferver em ataques ao presidente Nicolás Maduro daqui até o dia 23 de janeiro. É o senso de oportunidade. Juan Gaidó, líder da oposição a Maduro, convocou para essa data uma grande manifestação contra o governo venezuelano.

#Jair Bolsonaro

Governo Bolsonaro está de mudança

15/01/2019
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O governo Bolsonaro prepara uma “reforma imobiliária”. A meta é concentrar, até junho, todas as Pastas e seus respectivos servidores nos 17 prédios localizados na Esplanada dos Ministérios. Mesmo com a redução do número de ministros e a razia em cargos comissionados, cerca de cinco mil funcionários públicos do primeiro escalão do Executivo ainda estão espalhados por imóveis alugados. O impacto financeiro da medida não é desprezível: só no Distrito Federal, a União desembolsa mais de R$ 350 milhões com aluguel de escritórios e prédios. Má notícia para as centenas de proprietários que locam seus imóveis para o governo federal, entre eles o ex-senador e presidiário Luiz Estevão. Estima-se que ele ainda embolse mais de R$ 3 milhões em contratos de locação com o governo federal.

#Jair Bolsonaro

O tempo da Previdência

15/01/2019
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A equipe econômica traçou o seguinte cronograma até o envio do novo texto da reforma da Previdência ao Legislativo: 1. Apresentação da proposta ao presidente Jair Bolsonaro até 29 de janeiro; 2. Conclusão do texto, já com ajustes, até 10 de fevereiro; 3. Envio do conteúdo ao Congresso entre os dias 11 e 25 de fevereiro.

#Jair Bolsonaro

Uma quinzena de alto calibre

14/01/2019
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Jair Bolsonaro vai comemorar sua primeira quinzena no Planalto dando tiros para o alto. Deverá assinar até amanhã o decreto que flexibiliza a posse de armas. O texto revisado e aprovado pelo próprio Bolsonaro no fim de semana prevê a extensão do tempo de registro de cinco para 10 anos.

#Jair Bolsonaro

O “Queiroz” da Anatel

11/01/2019
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Outro “Queiroz” entrou na ordem do dia do presidente Jair Bolsonaro. O Palácio do Planalto está disposto a rever a nomeação de Moisés Queiroz Moreira para o Conselho Diretor da Anatel. Não se trata nem de questão de competência, embora esta seja contestada no setor devido à falta de familiaridade de Queiroz, engenheiro agrônomo, com a área de telecomunicações. Este é um dos casos de proximidade com Michel Temer que está causando incômodo e preocupação no Planalto. O novo diretor da Anatel foi nomeado para o cargo no crepúsculo governo Temer, mais precisamente em 17 de dezembro.

#Jair Bolsonaro

Novas mídias

11/01/2019
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Jair Bolsonaro avalia conceder uma entrevista coletiva a um pool de blogs e Youtubers,digamos assim, mais alinhados ao seu pensamento. Alguns dirão que isso já foi feito em outros governos. A diferença, claro, é que desta vez não há nada de ideologia nessa história..

#Jair Bolsonaro

PEC da segunda instância

10/01/2019
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O governo Bolsonaro articula para que a emenda constitucional que prevê prisão em segunda instância seja votada até o fim de março. Para isso, será necessário um fast track. A ideia é aproveitar a PEC apresentada pelo deputado Alex Manente, em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça. A interlocução com os parlamentares tem sido capitaneada pelo deputado João Campos (PRB GO), relator do novo Código do Processo Penal. O principal handicap de Campos é a sua ambivalência entre duas das maiores bancadas da Casa: evangélica e da bala. O deputado é pastor da Assembleia de Deus e delegado de polícia.

#Jair Bolsonaro

ProUni deve sair da sala de aula

9/01/2019
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O governo Bolsonaro estuda extinguir o Programa Universidade para Todos (ProUni), criado no primeiro mandato de Lula, em 2004. O ProUni seria gradativamente substituído pelo voucher educação – instrumento citado três vezes por Paulo Guedes em seu discurso de posse. O novo modelo de financiamento cobriria não apenas o ensino superior, mas também a educação básica. Além do próprio Guedes, o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, é adepto de carteirinha do voucher educação. Uma das premissas é que o certificado de financiamento permitirá uma maior concorrência, notadamente entre as universidades, com a consequente melhora dos índices de qualidade do ensino. A maior diferença do voucher para o regime do ProUni é a possibilidade de que o aluno escolha a instituição onde vai estudar. O governo Bolsonaro pretende estimular a migração do maior número possível de estudantes do ensino superior para a rede privada. Aumentar o número de universidades públicas, pelo menos por ora, estaria fora de cogitação. Trata-se de um movimento na contramão do que fez a gestão petista, notadamente entre o segundo mandato de Lula e o primeiro de Dilma Rousseff. De 2007 a 2013, o número de universidades federais passou de 53 para 63.

#Jair Bolsonaro #ProUni

Eunício crava um duplo na loteria do BNB

9/01/2019
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De saída do Senado, Eunício de Oliveira quer deixar seu legado no governo Bolsonaro. O emedebista joga com dois “cavalos” na corrida pelo comando do Banco do Nordeste (BNB): o atual nº 1 do BNB, Romildo Rolim, e o ex-presidente do banco, Marcos Holanda. Com este último, aliás, Eunício mantém uma relação-sanfona. No governo Dilma, indicou Holanda para o cargo. Na era Temer, mais precisamente no fim de 2017, fez força para tirá-lo do BNB. À época, Holanda teria contrariado interesses do MDB junto ao Banco do Nordeste. Ao que parece, são águas passadas.

#BNB #Eunício de Oliveira #Jair Bolsonaro

Transposição do São Francisco é um deserto de gente

9/01/2019
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Sobra água e falta gente para o governo Bolsonaro cumprir uma de suas primeiras grandes metas na área de infraestrutura: a conclusão das obras do eixo norte do projeto de transposição do São Francisco até abril. O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, já sinalizou que vai requisitar um reforço no quadro técnico da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba). Trata-se de uma rara esfera em que o novo governo não tem motivos para reclamar de inchaço da máquina pública. Pelo contrário. O efetivo de aproximadamente 25 funcionários é considerado insuficiente para tocar a entrega dos 3% que faltam de obras no Ceará e ao mesmo tempo administrar os mais de 700 quilômetros já concluídos. Desde o ano passado, serviços atrasaram devido à impossibilidade da Codevasf de enviar técnicos para fiscalizar as obras.

#Codevasf #Jair Bolsonaro

Governo Bolsonaro faz uma limpeza na Dataprev

9/01/2019
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A “reforma da Previdência” já começou. Simultaneamente ao pente-fino no INSS já anunciado por Jair Bolsonaro, o governo pretende passar um ancinho na Dataprev, responsável pelo processamento da folha de benefícios previdenciários. Na visão da equipe econômica, é ali que mora o perigo. O objetivo é garimpar o lançamento de pagamentos irregulares no sistema da Previdência Social e identificar os responsáveis pelos eventuais desvios.A “limpeza” na Dataprev envolve ainda a esfera administrativa. O governo já mapeou mais de 50 servidores lotados em cargos comissionados que deverão ser afastados – a maior parte indicada durante o governo Temer. O martelo ainda não está batido, mas no Ministério da Economia discute-se também a troca de toda a diretoria, a começar pelo presidente, André Leandro Magalhães. Se o Serpro servir de parâmetro, há uma grande possibilidade de que o comando da Dataprev seja entregue a um nome egresso da iniciativa privada. No caso do Serpro, a escolha recaiu sobre o empresário da área de TI Caio Mario Paes de Andrade. Consultado sobre a troca na diretoria e a dispensa dos comissionados da Dataprev, o Ministério da Economia disse “ainda não ter essa informação”. A estatal, por sua vez, afirma “desconhecer” as medidas em estudo no governo.

#Dataprev #Jair Bolsonaro

Bolsonaro revela os “segredos” dos bancos públicos

8/01/2019
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De uma forma ou de outra, o governo vai flexibilizar a lei do sigilo bancário. A medida se aplicará somente aos bancos públicos. Mas não está decidido se valerá só para contratos pretéritos ou se tornará uma regra geral. Mesmo em relação aos financiamentos já acordados há dúvida se o disclosure seria aplicado de uma forma ampla ou somente nas operações com empresas envolvidas em investigações criminais.

No passado, o BNDES recusou-se a abrir os contratos de financiamentos de companhias envolvidas na Lava Jato, alegando a lei do sigilo bancário. A tendência é que apenas os termos dos empréstimos às empresas empepinadas sejam divulgados. Se dependesse de ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe, todos os grandes contratos de financiamento feitos junto ao Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social seriam abertos. A transparência seria um requisito para o financiamento público amplo, geral e irrestrito.

A medida pode até ter um anteparo de fundo ético, representando uma prestação de contas ao contribuinte, que é quem paga uma boa parte desses empréstimos. Mas ela tende a reforçar a desconfiança nos atos de governo, que diz uma coisa e faz outra. A Receita Federal recentemente ensaiou a tese de que a anistia em relação à origem dos recursos repatriados deveria ser suspensa, contrariando compromisso firmado em lei. Mexer no sigilo bancário, ainda que de forma estanque, pode suscitar insegurança regulatória.Outras operações financeiras legítimas poderiam ser abertas, sabe-se lá por quais critérios. A quebra de contratos e o devassamento da privacidade são dois corvos voando sobre a democracia. É bom que não se confunda liberalismo econômico e radicalização da transparência com aborto da fé pública.

#BNDES #Jair Bolsonaro #Lava Jato

Bancada ruralista quer murchar Ibama por dentro

8/01/2019
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A polêmica em torno da demissão antecipada da presidente do Ibama, Suely Araújo, é apenas a ponta mais visível do jogo de tensões que cerca a autarquia neste início de gestão Bolsonaro. A bancada ruralista, mais precisamente Luiz Antonio Nabhan, novo secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, está levando ao governo a bandeira de esvaziamento gradativo do Instituto.

O enfraquecimento do órgão se daria em consequência de três propostas defendidas pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), de onde saiu a própria ministra Tereza Cristina: licenciamento automático, sem necessidade de análise prévia, desregulamentação ambiental e um programa batizado de “Ibama Digital”, que prevê a informatização de todos os processos da autarquia. Este último abriria espaço para uma considerável redução do quadro de funcionários do Instituto. Ressalte-se que não há nada decidido pelo lado do Palácio do Planalto, apesar da pressão de Nabhan, que joga o pleito na conta da contrapartida pelo apoio da bancada ruralista à aprovação da reforma da Previdência.

O Secretário traz a reboque o peso da União Democrática Ruralista (UDR), da qual é presidente. A carga é forte. Assim que a nova Legislatura for iniciada, integrantes da Frente da Agricultura deverão intensificar os ataques ao Ibama, inclusive revezando-se na tribuna do Congresso. Não por acaso, há uma forte preocupação dos ambientalistas e entre o corpo técnico da autarquia, potencializada pela indicação de Eduardo Fortunato Bim para presidência do Instituto. Não obstante ter atuado na Procuradoria da AGU no Ibama, Fortunato é visto como um forasteiro, que teria a missão de esvaziar a autarquia por dentro.

#Ibama #Jair Bolsonaro

General Augusto Heleno assume a Pasta da “interação ministerial”

7/01/2019
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O general Augusto Heleno vai assumir mais uma função além das que já exerce no Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Heleno atuará como coordenador da interação ministerial. O objetivo é promover o entrosamento da equipe de colaboradores de Jair Bolsonaro. Trata-se de um reconhecimento de que os ministros e o presidente estão batendo cabeça. O desencontro desgasta a imagem do governo em um momento que deveria ser de bonança política.

O general Heleno tem reconhecida ascendência sobre Bolsonaro. Além do mais, faz parte das suas atribuições acompanhar o presidente em todos os seus compromissos, garantindo sua segurança. Como se não bastasse, Heleno é o comandante da área de Inteligência do governo. Esses atributos concedem ao ministro-chefe do GSI um status privilegiado no núcleo duro do governo. O general também é o decano entre os ministros. Heleno não abre mão de demonstrar sua senioridade. Está presente no debate sobre os assuntos mais díspares na esfera de governo. Agora mesmo promoveu uma reunião para discutir se a correção do preço diesel deve prever a prática de subsídios ou se a melhor opção seria o uso da CIDE para equalizar os preços dos combustíveis.

É uma questão que a princípio não lhe é afeita. A área de abrangência e escopo do novo trabalho do general Heleno, a princípio, encontra alguma similitude com o modo de acompanhamento que o general Golbery do Couto e Silva fazia da equipe de ministros no governo Geisel. Golbery atuava “desentortando” posicionamentos intra e inter ministérios. Heleno vai adentrar em domínios que a princípio pertencem ao ministro da Casa Civil, Ônix Lorenzoni, que chegou a ser cogitado para a missão. Sua performance recente, contudo, confirmou que ele faz parte do problema e não da solução.

Lorenzoni é um destacado headbanger no “Conselho de Governo”. Bate coco contra coco com Bolsonaro e Paulo Guedes. Ficará mais voltado à coordenação política, sua praia de origem. O desafio a ser enfrentado pelo general Heleno é superlativo: amortecer a incontinência verbal do presidente e o enrosco de ditos e contraditos dos ministros. Na última sexta-feira, Onyx Lorenzoni veio a público dizer que o presidente “se equivocou” ao citar a possibilidade de aumento do IOF.

Bolsonaro, o “equivocado”, tinha desautorizado Guedes ao anunciar idades mínimas diferentes para a reforma da Previdência. Guedes se recolheu em prudente expectativa. Tudo errado. Na campanha, Bolsonaro e seu “Posto Ipiranga” deram declarações conflitantes sobre privatizações, notadamente em relação à Petrobras e à Eletrobras. Em outro caso com grande repercussão, o então candidato a presidente negou a criação de uma “nova CPMF”, hipótese cogitada por Guedes em encontro com investidores.

À época, Bolsonaro disse que seu futuro ministro cometera um “ato falho”. Guedes, por sua vez, disse que Lorenzoni deveria tratar da área dele e não ficar falando sobre economia. Enfim, essa é a dodecafonia do governo. Caberá ao ministro do GSI carregar e afinar o piano ao mesmo tempo. Na bolsa de apostas, as dúvidas sobre o sucesso da empreitada são esmagadoramente majoritárias. Porém, é indiscutível que Heleno é quem está mais preparado para a missão. A título de brincadeira vale aqui contar uma gozação que está sendo feita entre os amigos do general Augusto Heleno. Trocaram a hashtag “Ele não” por “Helenão”.

#Augusto Heleno #Jair Bolsonaro

Bloco do Mito

7/01/2019
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Jair Bolsonaro deverá ser uma das atrações da Sapucaí neste ano. O “Mito” foi convidado por Wilson Witzel para assistir ao desfile das escolas de samba no camarote oficial do governo do estado.

#Jair Bolsonaro

MST vira inimigo de primeira hora de Bolsonaro

3/01/2019
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Para o presidente Jair Bolsonaro, o Movimento dos Sem Terra (MST) é a primeira brigada socialista a ser combatida. Bolsonaro pretende criminalizar o MST. Seus assessores consideram que o Movimento tem um vasto portfólio de atos ilegais graves. E, daqui para frente, eles mesmos puxarão a corda em volta do pescoço. O combate ao MST está contido nas entrelinhas da fala do presidente durante seu discurso de posse, quando disse que “vai libertar o país do socialismo”. Bolsonaro deixou claro que vai governar por confrontação. Enquanto promove reformas necessárias e reestrutura a administração do país, promoverá um ataque a céu aberto às organizações criminosas e aos socialistas (sic). Tática diversionista militar. As ações repressivas, muitas delas de cunho militar, desviarão a atenção das cirurgias que estarão sendo feitas no ventre da baleia estatal, mitigando as dores entre os grupos sociais perdedores. O MST é o primeiro. As pesquisas acusam que muito pouca gente gosta deles.

#Jair Bolsonaro #MST

Limpeza na Anvisa

3/01/2019
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Já no início da próxima semana, Jair Bolsonaro deverá indicar um novo nome para a diretoria da Anvisa. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já fez duas indicações de perfil técnico para o cargo. Bolsonaro cumprirá, assim, a promessa de brecar a nomeação do deputado André Moura (PSC-SE) – entre outras medidas tomadas por Michel Temer ao apagar das luzes da sua gestão que serão revertidas pelo Capitão.

#Anvisa #Jair Bolsonaro

Em nome do pai

3/01/2019
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O presidente Jair Bolsonaro não falou com o seu guru Olavo de Carvalho no dia da posse. Mas seu rebento, Eduardo, fez as honras da família, representando o pai com um telefonema afetuoso. Carvalho é o Rasputin do governo Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro

STF coloca um bode na sala da Previdência do funcionalismo

2/01/2019
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Uma decisão tomada pelo STF ao apagar das luzes de 2018 e que passou praticamente despercebida acendeu o sinal de alerta na equipe de Jair Bolsonaro. No dia 19 de dezembro, a Corte declarou inconstitucional o artigo 30, parágrafo 8o, inciso III, da Constituição de Sergipe. O dispositivo em questão havia esticado de 70 para 75 anos o limite máximo para a aposentadoria compulsória de servidores públicos estaduais – inclusive magistrados – e municipais.

A equipe econômica de Bolsonaro olha além das fronteiras de Sergipe. O receio é que a decisão do dia 19 seja um balizador do possível entendimento da Suprema Corte em relação a outro julgamento aguardado para este ano. Em pauta a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) da Lei Complementar 152/15, promulgada por Dilma Rousseff em 3 de dezembro de 2015. Na ocasião, a então presidente estendeu para 75 anos de idade o teto obrigatório de aposentadoria de todos os servidores públicos da União, dos estados e do DF.

No veredito do dia 19 de dezembro, o STF entendeu que a Constituição sergipana não poderia ser alterada por meio de PEC, mas, sim, de lei complementar, exatamente o instrumento utilizado por Dilma no fim de 2015. No entanto, o temor dos assessores de Bolsonaro é que esta seja apenas uma filigrana jurídica e o plenário do STF tenha deixado uma porta entreaberta para revogar a LC 152/15. Até porque a própria lei é objeto de controvérsia. Na ocasião, Dilma chegou a vetar na íntegra o projeto para mudança da idade, de autoria do senador José Serra, alegando que o tema seria de iniciativa do Executivo. No entanto, o Congresso derrubou veto da Presidência, que posteriormente promulgou a lei 152/15. No caso de o STF declarar a LC 152/15 inconstitucional, todos os funcionários públicos federais e estaduais teriam de se aposentar compulsoriamente aos 70 anos. O impacto da eventual medida e seu efeito dominó sobre a reforma da Previdência seriam incalculáveis.

Por falar em reforma da Previdência, a LCA Consultores, empresa que nasceu de uma costela do ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho, aludindo a um deputado reeleito experiente, afirma que “está fácil aprovar a PEC 258”. Diz também que serão aprovadas conjuntamente as reformas dos civis e dos militares, para mostrar coesão e força política. É exatamente o que disse o RR na edição de 30 de outubro, quando antecipou que o governo Bolsonaro apostava na “reforma para todos os brasileiros” como decisão de estado maior. Agora, só agora, a ficha está caindo para todos.

#Jair Bolsonaro #Reforma da Previdência #STF

Comissão de Ética?

2/01/2019
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Não é lá muito ético interromper um mandato em curso. Mas, desde já, existe uma movimentação no governo Bolsonaro para abreviar a permanência de Luiz Navarro de Britto Filho do comando da Comissão de Ética Pública da Presidência. O mandato de Navarro se encerra apenas em 11 de maio. No entanto, a presença de um nome tão identificado com Dilma Rousseff no Anexo I-B do Palácio do Planalto causa incômodo no núcleo duro bolsonarista. Ministro-Chefe da CGU no governo Dilma, Navarro assumiu a Comissão de Ética também indicado pela então presidente. Como se essa fosse a única espinha entalada na garganta… Um “problema” mais longevo atende pelo nome de Gustavo do Valle Rocha, que está assumindo agora o seu mandato de três anos na Comissão de Ética. Ex-subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil do governo Temer, o advogado teria chegado ao Palácio do Planalto por indicação de um de seus clientes mais notórios: Eduardo Cunha.

#Jair Bolsonaro

Política

Alta patente

2/01/2019
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Na esteira do “Caso Queiroz”, o senador eleito Major Olímpio vem ganhando terreno no tabuleiro parlamentar do PSL. Caso Jair Bolsonaro decida “preservar” o rebento Flavio, o PM surge como o nome mais cotado para ser o líder do governo no Senado.

#Jair Bolsonaro #PSL

Ano Novo começa sob a égide do liberalismo

28/12/2018
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Se o lendário economista Arthur Candal estivesse vivo, resumiria a pré-gestação do governo Bolsonaro como “um brutal acerto de diagnóstico”. Candal usava o adjetivo “brutal” inversamente a sua definição etimológica. A palavra vem do latim “brutale” e é utilizada para qualificar algo como “sem razão” ou “irracional”. Para o economista, ela se adequava ao termo em seu sentido contrário, ou seja, algo tremendamente correto.

Em comum com o então jovem Paulo Guedes, tinha o som e a fúria. Candal foi a estrela maior do Ipea nos anos de ouro, época em que a instituição de pesquisas era dirigida por João Paulo dos Reis Velloso. Na mesma constelação, estavam nomes como Pedro Malan, Regis Bonelli e Edmar Bacha. Para se ter uma ideia do peso do personagem, o empresário Paulo Cunha, um dos donos do Grupo Ultra e referência entre seus pares, responde de bate-pronto quando é perguntado sobre Candal: “Ninguém estudou ou entendeu mais a indústria do que ele”.

“Arthur, o vermelho”, conforme era chamado nas décadas de 60 e 70, se dizia “kaleckiano”. Aliás, ele e Maria da Conceição Tavares. Com uma diferença, Candal, quando se exilou, foi estudar com o mítico economista, uma espécie de “Keynes polonês”. Ele contava que antes do seu primeiro encontro formal com Michal Kalecki, na véspera de Natal, rondava pelas ruas de Varsóvia, quando decidiu entrar em um bar. O economista era um famoso “altero-copista”, difícil de  ser enfrentado em uma disputa etílica. Pois que, sem conhecer Kalecki, postou-se ao seu lado no balcão. E os dois, olhando-se de esguelha, derramaram toneis de vodka. Não trocaram uma palavra sequer. Só depois que Candal descobriu quem era o seu vizinho no bar.

Muitos anos depois, prosseguindo em suas autocríticas, Candal tornou-se fiscalista e privatista, passando a enxergar o déficit público como o demônio na terra. O economista dizia que quem fez sua cabeça foi Mario Henrique Simonsen, com quem tinha tido uma “brutal” discordância de décadas. Em uma inesquecível noite, no bar do Hilton Hotel, localizado à Av. Ipiranga, após um evento patrocinado pela então Pricewaterhouse sobre os rumos da indústria, Candal se declarou a Simonsen. Disse que o ex-ministro tinha acertado o tempo todo e ele não tinha enxergado o que estava à frente. Beberam até quase o dia raiar.

Naqueles idos, “Arthur, o ex-vermelho” já tinha identificado no jovem e acelerado Paulo Guedes um economista merecedor de observação. Leu um debate entre Conceição, uma velha amiga, e o jovem monetarista, realizado na Anbid, e disse: “A Maria perdeu essa”. E ganhar da Maria era um feito raro. A esquerda atacava o enfant gâté apelidando-o de “Beato Salu”, alusão a um místico catastrofista que fazia a graça de uma novela de televisão. Candal entendia os excessos de Guedes como estratégia: o rapaz elevava o tom muitos decibéis para enfrentar a maioria intelectual, em um período no qual o liberalismo, fosse lá qual a vertente, era satanizado como se tivesse a culpa pelos porões da ditadura.

Roberto Campos, ídolo de Guedes, quando perguntado quem seria seu sucessor entre os “chicaguianos” Paulo Rabello e Paulo Guedes, dizia que a ordem dos Paulos não alterava o resultado. Mentira! Guedes era um ultraliberal elevado a uma potência maior. Reza a lenda que em uma semana natalina, em Chicago, o jovem Paulo Guedes levantou-se na sala de aula e, para perplexidade geral, ousou discordar do velho professor, um tal de Milton Friedman. Ensaiou um debate com o Prêmio Nobel. Em comum com Candal, o “Posto Ipiranga” tem a “brutal” capacidade de argumentação. Ao que consta, nunca se encontraram. Guedes chegou aonde queria e está prestes a iniciar a contenda da sua vida em busca de um ajuste fiscal nunca dantes realizado. Pode ser que esteja errado. De novo, alguns tons acima. Mas, Arthur Candal, “o petroquímico”, aprovaria. Até talvez topasse alguma radicalidade a mais. Sempre melhor que briguem as ideias do que os homens. O RR deseja um Feliz Ano Novo a todos os assinantes!

#Arthur Candal #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Diplomacia contra a antidiplomacia

28/12/2018
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O ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, estaria cabalando votos junto à “diplomatas da reserva”, digamos assim, para um manifesto contra a atitude de Jair Bolsonaro de desconvidar os presidentes de Cuba e Venezuela para sua cerimônia de posse. Segundo o ex-ministro, a medida é um atentado às práticas de civilidade nas relações diplomáticas.

#Celso Amorim #Jair Bolsonaro

Na escuta

28/12/2018
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Uma das “atrações” do mega-esquema de segurança do GSI para a posse de Jair Bolsonaro será um equipamento capaz de monitorar e bloquear sinais de celulares e mensagens de WhatsApp em um raio de até cinco quilômetros.

#GSI #Jair Bolsonaro

Battisti cruza o caminho de Bolsonaro e Maduro

27/12/2018
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A poucos dias da posse de Jair Bolsonaro, surge uma fagulha a mais nas relações diplomáticas entre os governos brasileiro e venezuelano. De acordo com informações filtradas da própria Polícia Federal, a corporação reuniu evidências de que Cesare Battisti fugiu para a Venezuela. Battisti teria atravessado a fronteira pela região amazônica, mais precisamente no estado de Roraima, há cerca de duas semanas, tão logo o ministro do STF Luiz Fux decretou sua extradição para a Itália. Segundo a mesma fonte, agentes da PF deslocados para a Venezuela colaboram com a Interpol nas investigações. Consultada, a Polícia Federal não se pronunciou. Caso a fuga do ex-terrorista para o país vizinho se confirme, os efeitos do episódio sobre as já conturbadas relações entre os governos de Bolsonaro e Maduro dependerão da atitude das autoridades venezuelanas diante de uma eventual captura. A rigor, como Battisti não tem pena a cumprir no Brasil, a própria Venezuela poderia determinar sua entrega à Justiça da Itália. Os dois países mantém acordo de extradição. Desde que Battisti foi declarado foragido, a Polícia Federal trabalha fortemente com a hipótese de fuga para o exterior. No dia 14 de dezembro, o chefe da PF, Rogério Galloro, já declarava que “todos os protocolos de busca para fugitivos internacionais foram ativados, assim como acionamos diversas policias internacionais”. Curiosamente, até ontem, às 20h15, o nome de Cesare Battisti não constava da lista de procurados internacionais disponível no site da Interpol (https:// www.interpol.int/notice/search/wanted). Consultada, a Interpol também não se manifestou.

#Cesare Battisti #Jair Bolsonaro

Casa Civil guarda a planilha mais valiosa da transição

27/12/2018
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As pilhas de relatórios que vêm sendo repassadas pelo governo Temer para a equipe de transição de Jair Bolsonaro têm importância relativa menor se comparada ao valioso arquivo guardado a sete chaves por Eliseu Padilha na Casa Civil. Trata-se de uma planilha que registra todas as oferendas concedidas pelo Palácio do Planalto a parlamentares da base aliada. O documento esquarteja as verbas orçamentárias, os cargos e as respectivas nomeações distribuídos na cota de cada deputado ou senador.

Traz ainda um minucioso mapa dos votos dos parlamentares em projetos de interesse direto da Presidência da República, que funciona como um rating da lealdade de cada congressista. O cuidado e o sigilo em torno do acervo são proporcionais à importância das informações que contém. Somente dois integrantes do núcleo duro palaciano têm acesso ao arquivo. Além do próprio Padilha, pode-se imaginar quem é o dono da segunda senha. Para todos os efeitos, a “planilha do Padilha” é um controle das moedas de troca que circulam no jogo jogado entre o Executivo e o Legislativo. No entanto, tratando-se de um governo formado, em sua essência, por mestres na arte de hipnotizar bancadas partidárias e o Congresso – a começar pelo próprio Michel Temer – o arquivo em questão ganha um peso ainda maior.

Mesmo porque, não custa lembrar, o Palácio do Planalto teve de barrar duas denúncias apresentadas pela PGR contra o presidente Temer. Isso não custa pouco. Nas mãos de um ministro da Justiça com superpoderes, vocação para “corregedor-geral da Nação” e apoio incondicional da opinião pública, o documento pode ser interpretado de mil e uma maneiras. Ou o que é pior: de uma maneira só. A prática, ressalte-se, vem de outros carnavais. Consta que este tipo de mapeamento começou ainda no governo de José Sarney, com um critério próprio de medição das contrapartidas oferecidas a cada parlamentar: um diretor de estatal, por exemplo, valia 70 pontos ao seu padrinho político. Era, inclusive, uma forma de mostrar ao congressista aliado que ele já havia sido suficientemente contemplado no rateio de cargos e verbas. Alguns deles estão no Parlamento até hoje.

#Casa Civil #Jair Bolsonaro #Michel Temer

Bolsonaro inaugura “Minhas políticas, tuas medidas”

26/12/2018
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O governo Bolsonaro parece disposto a democratizar as medidas para a economia. Às vésperas do Natal, o futuro secretário geral de Desburocratização, Gestão e Governo Digital da Fazenda, Paulo Uebel, enviou mensagem a cerca de 200 empresários, economistas e outras proeminentes figuras pedindo propostas para “tirar o governo do cangote das pessoas e empresas”. Está aberto o balcão de ideias para que a equipe econômica construa suas políticas. No pedido, Uebel ressalta que as propostas de- vem chegar prontas. Quanto mais específica a sugestão (com a indicação da lei, portaria ou mesmo um artigo a ser alterado), mais fácil será incorporá-la ao aparato regulatório. As propostas foram solicitadas em caráter de urgência. Segundo Uebel, entre hoje e amanhã, “a pedido do PG” (em alusão ao ministro Paulo Guedes), a equipe econômica finalizará um pacote de medidas a serem executadas ao longo de janeiro. O objetivo é “reduzir a burocracia; facilitar a vida das pessoas/empresas; corrigir distorções; abrir o mercado; reduzir barreiras; ampliar a competição; melhorar a experiência dos cidadãos em relação aos serviços públicos”. Na mensagem, o próprio Uebel vincula esta tour de force a um dos primeiros grandes desafios da gestão Bolsonaro: a reforma da Previdência. O secretário ressalta que as medidas darão ao governo o capital político necessário para a aprovação do projeto.

#Jair Bolsonaro

O candidato de Bolsonaro

26/12/2018
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Parlamentares que estiveram com Onyx Lorenzoni no Centro Cultural Banco do Brasil pouco antes do Natal ouviram que o martelo está batido e o governo Bolsonaro apoiará a candidatura de Davi Alcolumbre (DEM-AP) para a presidência do Senado. O mesmo Lorenzoni, inclusive, articula para que as lideranças dos partidos aliados voltem a Brasília no dia 28 de janeiro, três dias antes do fim do recesso parlamentar para trabalhar a favor de Alcolumbre.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni

O Capitão das redes

26/12/2018
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Jair Bolsonaro vai deixar o seu Twitter fumegando nesse final de ano. Até 1 de janeiro, será uma saraivada de mensagens de Ano Novo e tuítes sobre sua posse. A estratégia é confraternizar com a família brasileira. E colorir tudo de rosa em 2019.

#Jair Bolsonaro

Aftosa é mais uma sarna entre Brasil e Venezuela

21/12/2018
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Logo na partida, a gestão Bolsonaro terá de administrar uma questão bastante delicada com a Venezuela – uma das nações já previamente satanizadas pela sua política externa. O caos econômico e político no país vizinho tem impedido o governo de Nicolás Maduro de retirar do lado de cá da fronteira cerca de 18 milhões de doses de vacina contra a febre aftosa disponibilizadas pelo governo brasileiro. De forma emergencial, o Ministério da Agricultura já havia doado anteriormente dois milhões de vacinas, uma ação emergencial que está longe de resolver o problema como um todo e equacionar a ameaça de contaminação do gado brasileiro.

Consultado pelo RR, o diretor de saúde animal do Ministério, Guilherme Marques, confirmou que “o Brasil aguarda as autoridades brasileiras virem ao país buscarem o restante das doses”. Sem a retirada das vacinas brasileiras o mais brevemente possível, o temor da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) é que os focos de febre aftosa se alastrem pelos países vizinhos. A Venezuela é hoje a única nação da América Latina que não erradicou a doença, segundo a OIE. As autoridades brasileiras têm tratado a questão como de prioridade máxima. O governo considera o “problema da Venezuela” um “problema do Brasil”, devido ao risco de contaminação do rebanho nacional.

O contrabando de bovinos, algo comum na região, e o próprio fluxo de refugiados venezuelanos – muitos costumam trazer animais – aumentam a ameaça de entrada de gado contaminado no país. A principal área de risco mapeada pelo Ministério da Agricultura é a fronteira seca da Região Norte, nas proximidades da cidade de Pacaraima, em Roraima. A Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa),vinculada ao Centro Pan-Americano de Febre Aftosa que (Panaftosa), montou um programa de vacinação do gado venezuelano. Chegou, inclusive, a propor a criação de um fundo público-privado, com pequenas doações de pecuaristas locais, para financiar futuras campanhas de imunização.

Até o momento, no entanto, segundo informações filtradas junto à própria Cosalfa, o governo Maduro não fez qualquer movimento para a criação do fundo. Apenas anunciou a abertura de uma conta bancária para doações. Em tese, bastaria ao governo Maduro enviar um cargueiro da Força Aérea venezuelana para a retirada das vacinas que estão sob a guarda do Ministério da Agricultura. Consta, no entanto, que o país não dispõe de instalações adequadas para garantir o estado de conservação das vacinas. Trata-se de um problema que avançará sobre boa parte do governo Bolsonaro. Mesmo com a doação dos medicamentos pelo Brasil e eventualmente outros países, o plano de erradicação da doença na Venezuela proposto pela OIE levará três anos, com campanhas de vacinação anual até 2021.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura #Nicolás Maduro #Venezuela

Super vice-presidente

21/12/2018
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Na equipe de transição de Jair Bolsonaro, o economista Carlos Hamilton já é tratado como uma espécie de “super vice presidente” da gestão de Rubens Novaes no BB. O cargo de Hamilton, cotado para a vice presidência de Finanças, ainda não foi oficialmente confirmado, mas quase todos os assuntos do banco têm passado por ele.

#Carlos Hamilton #Jair Bolsonaro

Federais vs. federais nos aeroportos brasileiros

20/12/2018
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Há uma ossada do já remoto governo Lula que deverá atingir Jair Bolsonaro nas primeiras horas do seu governo. Trata-se do Decreto que obriga auditores da Receita Federal a passar por scanners de inspeção em áreas reservadas de aeroportos. À primeira vista, pode parecer uma questão menor ou um mero melindre corporativista restrito a uma categoria do funcionalismo público.

Nos últimos dias, como forma de pressão para derrubar o decreto, fiscais da Receita iniciaram uma operação tartaruga no aeroporto de Viracopos, causando não apenas um caos no desembaraço de mercadorias no terminal de cargas, mas levando a situações de embate entre agentes do Fisco e da Polícia Federal. Entre outros protestos, auditores colocaram cadeados em alguns locais do aeroporto de Campinas para dificultar o acesso de outros funcionários. Agentes da PF foram acionados para cortar os lacres. Ato contínuo, fiscais da Receita deram voz de prisão a agentes e segurança privada que foram chamados para auxiliar no trabalho de liberação de alas do terminal de cargas.

A situação pode se agravar, com a crescente possibilidade de repetição do protesto em outros aeroportos e automática resposta da PF na repressão às manifestações. A revista eletrônica passou a ser obrigatória desde a última sexta-feira, quando a agência conseguiu derrubar na Justiça o mandado de segurança que suspendia os efeitos do polêmico decreto de 2010. O imbróglio tem outras consequências nocivas, que ganharão ainda mais dimensão caso os protestos dos auditores se espalhem por outros aeroportos. Uma das principais é o atraso no desembaraço de mercadorias e o aumento de custos para as companhias aéreas. No início desta semana, por exemplo, voo da Atlas Air Cargo ficou completamente sem atendimento devido à operação tartaruga. Ontem, mais uma vez no terminal de Viracopos, um chefe-adjunto da Receita ordenou o fechamento de um portão, impedindo a liberação de cargas para as transportadoras rodoviárias. Segundo o RR apurou, quase aos gritos, ele dizia que ia “parametrizar” tudo no despacho. Sabe-se lá o que queria dizer.

#Aeroporto de Viracopos #Jair Bolsonaro #Lula

Acervo RR

Tropa de choque

20/12/2018
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A estratégia de Jair Bolsonaro de usar os governadores como agentes de pressão sobre o Congresso promete dar resultados. João Doria manobra, desde já, para que a bancada paulista do PSDB vote em peso pela redução da maioridade penal, um dos principais projetos da “pauta Bolsonaro” logo na partida do seu mandato.

#Jair Bolsonaro #João Doria

Vidas secas

20/12/2018
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Uma terra árida que será herdada pelo governo Bolsonaro: neste mês, chegou a 100 o número de usinas sucroalcooleiras paradas em todo o Brasil sem recursos para voltar a operar.

#Jair Bolsonaro

General Mourão nos trilhos

19/12/2018
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Ponte entre o governo Bolsonaro e entidades empresariais, notadamente da área de infraestrutura, o General Mourão tem mantido assídua interlocução com fabricantes de equipamentos ferroviários e metroviários. O setor levou ao vice-presidente eleito a proposta de que recursos do FGTS sejam usados para financiar a modernização das frotas das concessionárias nos dois modais. Consta, no entanto, que a ideia não encontrou ressonância em Paulo Guedes, que será o tutor dos mais de R$ 800 bilhões tanto do Fundo de Garantia quanto do FAT.

#FGTS #General Mourão #Jair Bolsonaro

Programa de índio

19/12/2018
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Com a esquerda e os movimentos sociais de crista baixa, as manifestações na posse de Jair Bolsonaro deverão ter outros protagonistas. Comunidades indígenas da reserva Raposa Serra do Sol já se mobilizam para fazer barulho em Brasília no dia primeiro de janeiro.

#Jair Bolsonaro

“Boca de urna”

19/12/2018
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A GM prepara uma nova campanha publicitária para janeiro. Segundo o RR apurou, o tom será na linha de saudação ao “novo Brasil”. Em outubro, pouco antes da eleição, a montadora causou polêmica com um anúncio em que dizia “ser possível mudar o país”. Nas redes sociais, o reclame foi acusado por muitos de ser uma mensagem de apoio a Jair Bolsonaro.

#GM #Jair Bolsonaro

Política interna será o termômetro para o “Itamaraty de Jair Bolsonaro”

18/12/2018
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O incomum desconvite aos chefes de estado e de governo de Cuba e da Venezuela para a posse de Jair Bolsonaro foi uma decisão de fora para dentro do Itamaraty. Não houve qualquer tipo de recomendação do ministério das Relações Exteriores nessa direção; nem agora, nem em nenhum momento anterior. A medida partiu do próprio núcleo duro de Bolsonaro e, mais do que qualquer outro significado no âmbito internacional, teve como objetivo principal atender as bases eleitorais domésticas. Com a decisão, o presidente eleito corrobora o discurso de campanha e avança no processo de “vilanização” dos governos socialistas dos dois países. Trata-se de um gesto que pode ser interpretado, desde já, como uma avant première da condução da área de Relações Exteriores no governo Bolsonaro.

Mesmo antes de Ernesto Araújo assumir o Ministério, a linha já está sendo ditada e imposta ao Itamaraty: tudo leva a crer que a política externa brasileira será, em grande parte, indexada e condicionada à política interna. A partir deste entendimento de que as relações internacionais do Brasil serão guiadas com um olho na opinião pública, já existem preocupações no corpo diplomático do Itamaraty quanto aos possíveis desdobramentos desse primeiro movimento de agravo a Cuba e Venezuela. Não são pequenas as chances de que a medida descambe para atos ainda mais contundentes como a retirada do embaixador brasileiro de Havana e Caracas ou, em um caso mais extremo, no rompimento das relações diplomáticas com os dois países.

Ressalte-se que a eventual ruptura diplomática não precisaria ser automaticamente acompanhada de um rompimento das relações comerciais, não obstante os dois países terem participação pouco relevante na balança brasileira. Há antecedentes nesta direção na própria história brasileira. Durante o governo de Juscelino Kubitschek, mais precisamente em 1958, o Brasil retomou os negócios com a União Soviética embora o Senado tenha vetado o reatamento das relações diplomáticas com o país, suspensas em 1947 pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra. Em um primeiro momento, o atípico movimento em relação a Venezuela e Cuba poderia soar como uma espécie de oferenda ao governo Trump, um ponto de alinhamento extremo à política diplomática norte-americana.

Não que inexistam sinais nesta direção. Muito pelo contrário. Mas, segundo informações auscultadas do próprio Itamaraty, eles não passam pelos dois países latino americanos. Basta lembrar que representações diplomáticas de ambas as nações socialistas estiveram presentes à própria posse de Trump, em janeiro de 2017. O governo de Donald Trump certamente veria com bons olhos sinais de distanciamento do Brasil em relação ao Irã, que tem sido alvo de seguidas e pesadas sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos.

Do ponto de vista pragmático, no entanto, trata-se de um afago mais custoso de ser feito pela gestão Bolsonaro. O Brasil tem um superávit comercial alto com os iranianos. Entre janeiro e setembro deste ano, por exemplo o saldo foi de aproximadamente US$ 4,5 bilhões, impulsionado, sobretudo, pelo aumento de mais de 520% nas exportações de milho. No mesmo período, este número só foi superado pelo superávit com a China (US$ 20 bilhões). Em outro front, existe a já notória questão de Israel. Tudo indica que Jair Bolsonaro cumprirá a promessa de transferir a Embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém, seguindo os passos do governo Trump. Um gesto ainda mais bem-visto pelos Estados Unidos seria o reconhecimento pelo Brasil da cidade santa como a capital de Israel, algo que dependeria de um ato executivo da Presidência da República.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro #Ministério das Relações Exteriores

Teste de audiência

18/12/2018
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O PT costura com o PCdoB uma série de atos nas principais capitais brasileiras em janeiro, logo após a posse de Jair Bolsonaro. A bandeira das manifestações será a defesa da CLT – Bolsonaro tem pregado uma flexibilização ainda maior das leis trabalhistas. Em tempo: os protestos teriam a função colateral de testar a capacidade do PT de ainda elevar a temperatura das ruas.

Por ora, no entanto, o PT não consegue mobilizar sequer as centrais sindicais. A CUT, apêndice histórico do partido, está dentro. No entanto, Força Sindical, UGT e CTB relutam em participar das manifestações.

#Jair Bolsonaro #PCdoB #PT

Será fogo amigo?

18/12/2018
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O deputado Delegado Waldir (PSL-GO) ganhou pontos junto aos Bolsonaro pelo seu trabalho na articulação política. Seu nome já desponta como favorito ao posto de líder do partido na Câmara. O inusitado, neste caso, é o fato de a família Bolsonaro aparentemente estar satisfeita com um parlamentar do PSL.

#Jair Bolsonaro #PSL

Anvisa pode perder seu “investment grade”

17/12/2018
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O governo Bolsonaro está prestes a herdar um problema de razoável proporção que afeta a indústria farmacêutica como um todo. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) corre o risco de ser desfiliada da International Conference on Harmonisation of Technical Requirements for Registration of Pharmaceuticals for Human Use (ICH), órgão máximo da regulação de medicamentos no mundo. Significa dizer que a entidade pode perder algo equivalente ao investment grade das agências regulatórias da área de saúde. A legitimidade da Anvisa para registrar remédios seria colocada em xeque perante suas congêneres no exterior, o que, entre outras consequências, criaria dificuldades para os grandes laboratórios internacionais que atuam no país e trazem seus produtos para o mercado brasileiro.

Segundo o RR apurou, a agência tem descumprido os prazos para se adequar às normas da ICH que regem a concessão de licenças farmacêuticas. As principais pendências dizem respeito à normatização das áreas de farmacovigilância e pesquisa clínica. Há atrasos também na implementação do Common Technical Document (CTD), modelo adotado pela ICH para o registro de remédios e compartilhamento de dados técnicos entre as autoridades regulatórias internacionais. A entidade internacional tem feito seguidas cobranças à Anvisa. A rigor, a agência tem até 2020 para honrar todas as exigências. No entanto, diante dos seguidos atrasos no cronograma e do descumprimento de etapas preliminares, o próprio corpo técnico do órgão regulador considera difícil que o trabalho seja concluído no prazo.

Perguntada sobre os atrasos e o risco de descredenciamento do ICH, a Anvisa limitou-se a enviar um release de novembro de 2016, quando da sua filiação ao instituto. Pelo jeito, a entidade não tem nada de muito novo para mostrar sobre o assunto. O que pode ser perdido em um curto espaço de tempo demorou para ser obtido. A agência só recebeu bola branca no ICH após três anos de intensas negociações, que envolveram o Itamaraty e outras instâncias do governo. Trata-se, de fato, de um clube seleto: por ora, o Brasil é o único país da América Latina membro da entidade, sediada na Suíça. A adesão ao ICH exige a adequação a cinco grandes conjuntos de normas inter- nacionais – são guias e documentos com milhares de páginas. Requer ainda investimentos para a atualização dos sistemas de informática.

#Anvisa #Jair Bolsonaro

Profilaxia

17/12/2018
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Assessores de Jair Bolsonaro já teriam solicitado ao Palácio do Planalto a troca de linhas telefônicas que servem à Presidência, à Casa Civil e à Secretaria de Governo. Ouseja: linhas que hoje atendem à trinca Michel Temer, Eliseu Padilha e Carlos Marun. Não é necessariamente uma praxe: alguns dos números telefônicos do Palácio têm mais de 20 anos.

#Jair Bolsonaro

Atestado oportuno

17/12/2018
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A equipe médica de Jair Bolsonaro tem recomendado que ele não viaje para o Fórum de Davos, na Suíça, na terceira semana de janeiro. Seria um esforço demasiado às vésperas de sua nova cirurgia.

#Jair Bolsonaro

Enquanto prepara sua resposta, Bolsonaro deve fazer uma reforma “pré-ministerial”

14/12/2018
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Há pressões dos generais auxiliares de Jair Bolsonaro para que ele promova uma “reforma ministerial” antes mesmo de tomar posse. A recomendação é que Bolsonaro “demita” de imediato um ou até mais dos seus futuros ministros investigados ou denunciados em escândalos de corrupção. Militares assessores do presidente eleito pregam que ele precisa não apenas responder às acusações que pairam sobre ele e seu filho Flavio, mas também agir duramente e afastar, desde já, colaboradores moralmente incapacitados de formar o novo governo. Até porque, neste novo contexto, é grande o risco de que as denúncias que pesam sobre seus ministros acabem potencializando as próprias suspeições contra o clã.

O troca-troca no Ministério reforçaria o discurso de “tolerância zero” com a corrupção que pautou a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro. A latere, não deixaria de ser também uma forma de proteger o superministro da Justiça, Sérgio Moro, fadado a ser um “caçador de corruptos” cercado de fichas sujas por quase todos os lados. À exceção dos nomes egressos das Forças Armadas, o ecossistema ministerial de Bolsonaro reúne uma vasta fauna de denúncias, escândalos e acusações. O presidente eleito não tomou os cuidados necessários. De uma certa forma, ele “temerizou” a escolha do seus ministros. Uma simples consulta ao Google já é suficiente para dimensionar o grau de “criminalização” a priori do futuro gabinete. Ontem, às 19h42, no fechamento desta edição (como se sabe, os algoritmos do Google mudam ao longo do dia), uma busca vinculando o nome de Paulo Guedes ao termo “denúncias” somava 377 mil resultados.

A massa de menções é puxada, logicamente, pelo noticiário das investigações sobre possível fraude na gestão de recursos de fundos de pensão. Onyx Lorenzoni vem logo a seguir. Sua associação à expressão “Lava Jato” resultava, na mesma hora, em 259 mil menções. O futuro chefe da Casa Civil admitiu ter recebido cerca de R$ 100 mil da JBS, mas nega corrupção. “Foi apenas caixa 2”, costuma repetir em autodefesa. Último dos indicados para o ministério de Bolsonaro, o futuro titular do Meio Ambiente, Ricardo Salles, aparece com aproximadamente 137 mil indexações quando vinculado à palavra “denúncias”. Da época em que comandava a Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo, Salles foi acusado pelo Ministério Público de São Paulo de tentar vender o edifício sede do Instituto Geológico do estado para uma empresa pertencente a um amigo seu.

O indicado ao Meio Ambiente é alvo de uma denúncia do Ministério Público de São Paulo por alteração ilegal do plano de manejo de uma área de proteção ambiental em Várzea do Rio Tietê (SP). Indicada para a Agricultura, a deputada Tereza Cristina carrega mais de 123 mil citações na Internet associando-a à Lava Jato. De acordo com as investigações, Tereza teria participado de um esquema de concessão de benefícios fiscais para a JBS quando ocupava a Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Produção de Mato Grosso. Na mesma época, segundo as investigações, a deputada arrendava uma propriedade rural dos acionistas da empresa no estado. Futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta tem até uma ficha modesta se comparada à exposição de seus pares na Internet.

Ontem à noite, o Google contabilizava 32,8 mil resultados somando-se seu nome à palavra “corrupção”. Mandetta é investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 da época em ocupou o cargo de secretário de Saúde de Campo Grande (MS). As acusações dizem respeito à implantação do sistema de Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde (Gisa). O projeto nunca saiu do papel, mesmo após o desembolso de aproximadamente R$ 16 milhões em recursos repassados pelo governo federal.

#Jair Bolsonaro

Fertilizante entra no radar do governo Bolsonaro

13/12/2018
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O governo Bolsonaro quer estimular a criação de consórcios entre mineradoras e grandes grupos agrícolas para explorar reservas de potássio, cálcio e magnésio. A medida atenderia a dois objetivos: de um lado, reduzir o déficit comercial e a dependência brasileira de matéria -prima importada para a produção de fertilizantes: do outro, diminuir a concentração de preços do setor. Assessores dos ministros de Minas e Energia, Almirante Bento Leite, e da Agricultura, Tereza Cristina, iniciaram estudos para avaliar o potencial de exploração de reservas de potássio, cálcio e magnésio no Mato Grosso e na Bahia.

Praticamente todas as jazidas ficam próximas a áreas de plantio. Um amplo trabalho de zoneamento agrogeológico realizado pela Embrapa e pelo Serviço Geológico do Brasil/ CPRM foi apresentado à futura equipe da Pasta de Minas e Energia no último dia 4, em seminário fechado na sede do Ministério, em Brasília. O setor de fertilizantes é uma prioridade nacional que vai e volta há mais de quatro décadas. Já foi predominantemente de controle estatal, com a Vale e a Petrobras.

Esta última deixou o segmento, regressou e agora mesmo flerta com a porta de saída novamente. Nesse vai e vem, tudo continua como dantes. Desde a década de 90, com as privatizações no setor, o grau de concentração da indústria tem se acentuado cada vez mais. Apenas quatro empresas – Mosaic, Yara, Fertipar e Heringer – dominam 70% da produção de fertilizantes e consequentemente controlam os preços do mercado. Ao mesmo tempo, o déficit comercial do país no setor segue nas alturas. O Brasil importa 95% do potássio, 83% do nitrogênio e 60% do fosfato utilizados no mercado doméstico.

#Jair Bolsonaro #Ministério de Minas e Energia

Caixa Econômica na mira do privatista Paulo Guedes

13/12/2018
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O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, está disposto a relançar pela enésima vez a tese de que o país não precisa ter duas mega instituições financeiras estatais; e que pode muito bem privatizar uma delas. Estamos falando da Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, primeiro e segundo lugar no ranking de maiores instituições pelo critério de ativos financeiros. Desde o governo Collor, vai e volta, a ideia surge em algum lugar. Passou por FHC, por Lula e, mais recentemente, foi defendida por Henrique Meirelles.

Agora mesmo, na era Jair Bolsonaro, já surgiu algumas vezes com colorações diferentes. Primeiro, foi no afã privatista de Guedes, que queria se desfazer da Petrobras, CEF, Eletrobras e tudo mais o que estivesse pela frente. Bolsonaro fechou a porta para os excessos do ministro. As principais estatais não seriam privatizadas. Depois, Guedes cometeu uma inconfidência: comentou com um amigo e dirigente do sistema financeiro que queria ver o Bank of América Merrill Lynch associado ao Banco do Brasil. Ou seja: o Estado brasileiro venderia a sua parte. Ninguém mais sério quis comentar o desvario.

Agora, Guedes voltaria a mirar o seu alvo. A bola da vez seria a CEF. Qual o motivo? A União tem 100% do capital da instituição. Portanto seria mais dinheiro para redução da dívida pública bruta. Uma lufada de ares privatistas colaboraria para higienizar a CEF, uma instituição cercada de interesses políticos por todos os lados. Guedes também quer se livrar da coleção de riscos bancários. Prefere ficar, na área comercial, com o BB – se pudesse não ficava com nenhum. A CEF volta e meia precisa de injeções de capitalização do governo. Seu maior ativo é a vasta rede bancária. A proposta de vitaminar o BB em paralelo com a venda da CEF pode ser um estímulo para sensibilizar Bolsonaro que, no caso das instituições financeiras, reduzir é aumentar, mesmo que por via transversa. Se Guedes emplacar essa, vai para a galeria dos ministros que quebraram paradigmas.

#Caixa Econômica Federal #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Sterlite despeja bilhões no Brasil

13/12/2018
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Enquanto Jair Bolsonaro despeja seus ataques contra a invasão chinesa no setor elétrico, a indiana Sterlite Power avança a passos rápidos no Brasil. O plano de investimentos do grupo na área de transmissão para os próximos quatro anos deverá chegar a R$ 10 bilhões. A cifra, ressalte-se, contempla apenas projetos já em carteira. Não entra nesta conta, por exemplo, possíveis concessões que venham a ser arrematadas pelos indianos no leilão marcado para a próxima quinta-feira, dia 20.

#Jair Bolsonaro #Sterlite Power

A culpa é do passado

13/12/2018
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Antes de selar a extinção da Valec, o governo Bolsonaro pretende fazer uma devassa na estatal. O resultado da caça às bruxas já está dado: o objetivo é vincular os notórios atrasos na execução de grandes projetos de infraestrutura ferroviária, a exemplo da Norte-Sul, a desvios de recursos e corrupção. Por vias indiretas, servirá como um salvo-conduto para a própria dificuldade que a gestão Bolsonaro deverá encontrar para colocar essas concessões em marcha em um tempo razoavelmente curto.

#Jair Bolsonaro #Valec

“Presidente Mourão” é um risco a mais para Jair Bolsonaro

12/12/2018
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Seja qual for a análise de risco, Jair Bolsonaro tem um prazo curto para responder com vigor às denúncias que pesam sobre ele e seu filho Flavio Bolsonaro. Se o assunto não for enfrentado com a devida veemência no breve período pré-natalino, quando a cobrança certamente irá crescer, Bolsonaro terminará deixando o tema quicando na frente do presidente em exercício, General Hamilton Mourão. O General, como se sabe, assumirá o cargo durante o afastamento do presidente para a cirurgia de retirada da bolsa de colostomia – a princípio, o procedimento está previsto para o dia 19 de janeiro, mas poderá ser adiado para a semana seguinte caso Bolsonaro confirme sua ida ao Fórum de Davos, o que também significará a interinidade de Mourão na Presidência.

Por mais efêmera que seja, a abertura da janela Mourão logo no raiar do governo não é garantia de tranquilidade para Bolsonaro. Pelo contrário. O vice-presidente é um paiol ambulante. Mourão tem pautado sua conduta por surpreender e, quando não, constranger o governo eleito com declarações fortes e polêmicas, algumas delas merecedoras do contraditório de Bolsonaro. O General já deu uma palinha sobre o assunto: no fim de semana, declarou que o ex -assessor de Flávio, investigado por movimentações financeiras suspeitas no valor de R$ 1,2 milhão, “precisa dizer de onde saiu o dinheiro”.

Defendeu ainda que o governo dê explicações à sociedade, “senão fica parecendo que está escondendo algo”. É provável até que Jair e Flavio Bolsonaro tenha um tríplice alívio entre a penúltima semana de dezembro e a primeira de janeiro, devido à sequência do Natal, Ano Novo e a própria posse. Salvo o surgimento de alguma nova informação de maior impacto, a tendência é um arrefecimento momentâneo do noticiário sobre o caso. No entanto, será apenas um período de armistício imprensado entre dias de forte cobrança. O presidente eleito terá pouco mais de dez dias até o Natal para deixar de lado a estranha tibieza – atípica tratando-se do clã Bolsonaro –, manifestar-se de forma firme sobre as denúncias e evitar que o tema ganhe corpo e volte com força ainda maior logo no início do governo.

Até porque, ele próprio já assistiu a este tipo de filme. Histórias como essa, sabe-se como começam, mas nunca o seu fim. O Fiat Elba e o triplex que o digam. O “governo Mourão” traz a reboque outro fator de risco: seu tempo de duração é uma incógnita. A rigor, a reversão da colostomia a que Bolsonaro será submetido é considerada uma intervenção razoavelmente simples. O processo consiste na sutura do intestino grosso, com a reconstituição do trânsito no órgão. O bom estado do paciente ajuda: ao longo da última semana, a inflamação do abdômen que impediu a realização do procedimento em dezembro praticamente desapareceu.

Tudo correndo como se espera, o tempo de internação é estimado em quatro dias. Neste caso, ao receber alta, Bolsonaro já poderá retornar a Brasília e reassumir a Presidência. Que assim seja! No entanto, intercorrências clínicas razoavelmente comuns, como íleo paralítico (interrupção momentânea do trânsito intestinal), vômitos, diarreia e febre, podem elevar o período de permanência do presidente no hospital para até 12 dias, o tempo médio de internação para pacientes que passam por este procedimento. Médicos especialistas consultados pelo RR enfatizam que, não obstante ser um procedimento de baixa complexidade, a reconstituição do trânsito intestinal tem um risco superior ao da colostomia por si só. Há casos de pacientes que só recebem alta cerca de 40 dias após a cirurgia. O RR, ressalte-se, apenas cumpre o dever de estressar os cenários de risco de maior probabilidade. No caso da saúde do Capitão, tempo é Mourão. Mas as condições clínicas de Bolsonaro apontam para um rápido restabelecimento e uma curtíssima duração do “mandato” do General.

#General Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

Comissão de Ética tem novo “dono”

12/12/2018
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A sessão da Comissão de Ética Pública da Presidência, marcada para a próxima terça-feira, dia 18, será revestida de simbolismo. Esta poderá ser a “última” reunião do colegiado, ao menos com o atual raio de ação do órgão. A tendência é que a Comissão de Ética perca gravidade no governo Bolsonaro, tendo suas funções vitais ainda que informalmente incorporadas pelo superministro Sérgio Moro. O ex-juiz já declarou publicamente que deverá atuar como um “conselheiro” de Jair Bolsonaro em casos de denúncias contra ministros e demais servidores do primeiro escalão, arbitrando sobre a demissão dos suspeitos. A julgar pela voracidade característica de Moro, tudo indica que o julgamento ético dos funcionários públicos terá uma espécie de fast track. E a Comissão da Presidência, por sua vez, será um penduricalho decorativo no organograma do Palácio do Planalto.

#Comissão de Ética Pública da Presidência #Jair Bolsonaro

O match point do legado olímpico

12/12/2018
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A Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO) vai engrossar a lista de estatais a serem extintas no governo Bolsonaro. Responsável, entre outras funções, pela gestão das arenas da Rio 2016, a AGLO deverá ser absorvida pelo Ministério da Cidadania.

#AGLO #Jair Bolsonaro

Acervo RR

Porta-voz

12/12/2018
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A última de Joice Hasselmann: a jornalista e deputada eleita pretende “trabalhar” na posse de Jair Bolsonaro, transmitindo a cerimônia ao vivo pelas redes sociais. Joice é uma campeã de audiência do YouTube. Desde a eleição, praticamente duplicou o número de inscritos no seu canal, hoje em torno de 1,1 milhão.

#Jair Bolsonaro #Joice Hasselmann

Bunker tucano

12/12/2018
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Aos poucos, tucanos fugidios vão se aninhando no governo Bolsonaro. O próximo da fila é o deputado federal e ex secretário de desenvolvimento de São Paulo Floriano Pesaro, que deverá assumir uma secretaria no Ministério da Cidadania. Seu pouso na gestão Bolsonaro se dará por obra e graça de João Doria.

#Floriano Pesaro #Jair Bolsonaro

Bolsonaro ataca a judicialização do setor elétrico

11/12/2018
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O governo Bolsonaro pretende atacar, logo na partida, o excessivo grau de judicialização do setor elétrico. A principal proposta discutida na equipe de transição é a publicação, logo nos primeiros 60 dias de gestão, de uma Medida Provisória com o objetivo de revogar parte dos efeitos da MP 579/2012, posteriormente convertida na Lei 12.873/2013, e da Lei 13.203/15. Um dos maiores nós a serem desatados é o chamado risco hidrológico – medido pelo fator GSF, que corresponde à relação entre o volume de energia gerado pelas usinas e a garantia física total delas.

A diferença gera uma conta de compensação que é cobrada às distribuidoras e, na última linha, aos consumidores. Descontentes com os valores recebidos, as geradoras dispararam uma guerra de liminares contra a Aneel e a União. A MP teria como intuito uma repactuação dessas cifras repassadas às hidrelétricas, oferecendo, em contrapartida, uma extensão dos respectivos prazos de concessão. Outro impasse que deságua nos tribunais é a dívida de mais de R$ 60 bilhões referente à RBSE (Rede Básica de Sistemas Existentes) indenização paga a concessionárias de transmissão.

A equipe de transição, com anuência do futuro ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Lima Leite, já desenha um modelo de parcelamento do valor. Mais de metade desse montante devido pela União, algo como R$ 35 bilhões, tem como credor a própria Eletrobras. Resolver a judicialização do setor elétrico é um desafio somente comparável à reforma da Previdência, com permissão para o exagero. Michel Temer chegou a tatear a questão, mas deu meia volta quando mediu as dificuldades e o tamanho do barulho. O emaranhado de ações judiciais é considerado condição sine qua non para destravar os investimentos no mercado de energia. Somente o estoque de ações contra a União envolve cerca de R$ 110 bilhões.

#Aneel #Jair Bolsonaro

Fala que eu te escuto

11/12/2018
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O cerimonial do Palácio do Planalto está quebrando a cabeça para encaixar no protocolo os líderes de mais de uma dezena de igrejas evangélicas que querem se pronunciar no ato ecumênico programado para a posse de Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto

“Superagência” da Agricultura morre antes de brotar

10/12/2018
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“Super” no governo Bolsonaro, ao que parece, só Paulo Guedes e Sérgio Moro. A proposta de transformação da Secretária de Defesa Agropecuária (SDA) em uma “superagência” fiscalizadora do agronegócio, que conta com o aval da futura ministra, Tereza Cristina, deverá morrer ainda na raiz. O projeto não poderia ter maior adversário na “nova República”: o próprio Guedes. O ministro da Economia não quer concorrência para a Receita Federal. O projeto, concebido pelo atual ministro Blairo Maggi e levado para a mesa da equipe de transição por Tereza Cristina, prevê que a “superagência” seja responsável não apenas pela fiscalização, mas pela cobrança, arrecadação e gestão de metade das multas aplicadas ao setor agrícola – papel que compete ao Fisco. O “super” ministro da Economia não admite abrir mão dessa receita.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Arrastão chinês

10/12/2018
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Logo no início do mandato de Jair Bolsonaro, que tanto critica a invasão chinesa no setor elétrico, a Three Gorges deverá anunciar a compra de um pacote de ativos na área de energia.

#Jair Bolsonaro

Descontaminação

10/12/2018
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João Amoedo tem feito de tudo para defender a “pureza” do Partido Novo. Diz a quem quiser ouvir que a nomeação de Ricardo Salles, integrante da sigla, para o Ministério do Meio Ambiente é uma escolha pessoal de Jair Bolsonaro e não uma indicação partidária. Só não dá o mesmo disclosure à informação de que Salles o consultou e teve seu aval para assumir a Pasta.

#Jair Bolsonaro #Partido Novo

Voto impresso racha os “bolsonaristas”

7/12/2018
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Uma pauta controversa provoca fissuras no núcleo duro do próximo governo. A bancada do PSL, notadamente o Major Olímpio, costura o apoio de outras legendas para a aprovação do voto impresso obrigatório. Aliada do PSL, a deputada eleita Bia Kicis (PRPDF) deverá apresentar, logo no início do mandato, projeto de lei determinando a adaptação do atual sistema do TSE para a impressão dos comprovantes de votação em todas as urnas eletrônicas. A premissa é a redução do risco de fraude eleitoral. A medida, no entanto, encontra resistências entre os assessores de Bolsonaro para a área de segurança. O temor é que o governo eleito com um forte discurso de combate ao crime organizado acabe dando um presente de bandeja para traficantes, milicianos e congêneres. Estes passariam a ter uma arma de grosso calibre para coagir o eleitor a votar em candidatos de seu interesse, com a devida “prova do crime”. Dados da Inteligência da PF indicam que criminosos têm influência direta sobre as eleições em pelo menos nove estados. Como seria de se esperar, o caso mais dramático é o Rio de Janeiro. Só no Grande Rio, estima-se que mais de dois milhões de eleitores vivam em áreas sob ingerência de traficantes e milícias.

#Jair Bolsonaro #PSL

Manaus chora o refrigerante derramado

7/12/2018
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O governador eleito do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e congressistas do estado têm feito uma romaria junto à equipe de transição de Jair Bolsonaro. Levam o pleito de que Bolsonaro revogue o decreto assinado por Michel Temer em setembro, que ceifou os incentivos tributários federais via IPI concedidos a fabricantes de concentrados de bebidas instalados na Zona Franca de Manaus. Lima teme iniciar seu mandato sob uma revoada de empresas e empregos. O receio é que AmBev e Heineken sigam os passos da Pepsico. A Pepsico não se fez de rogada e anunciou o fechamento de sua fábrica na Zona Franca em resposta ao corte dos benefícios fiscais, demitindo cerca de 50 trabalhadores. O governador eleito do Amazonas carrega a esperança de que uma reversão do decreto possa fazer com que a própria multinacional norte-americana volte atrás na sua decisão. A missão de Lima, no entanto, é das mais duras. Como se sabe, Paulo Guedes e sua equipe transpiram hectolitros de antipatia em relação a incentivos fiscais à indústria.

#Jair Bolsonaro

Agricultura morde mais um pedaço do Itamaraty

6/12/2018
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O governo Jair Bolsonaro prepara mais uma medida para esvaziar o Itamaraty. O novo movimento neste sentido passa pelo Ministério da Agricultura. A ideia é fortalecer a Secretaria de Relações Institucionais da Pasta, que, curiosamente, esteve a um passo da extinção. A Secretaria terá seu escopo ampliado, com uma presença maior na negociação de imbróglios multilaterais no agronegócio. O modelo, já em discussão na equipe de transição, tem o aval da futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O nome mais cotado para o cargo é o de Orlando Leite Ribeiro, diretor do Departamento de Promoção Comercial e de Investimentos do Itamaraty. A gestão Bolsonaro parece talhada para murchar as Relações Exteriores. Bolsonaro tem usado do expediente de espalhar atribuições do Itamaraty entre outros ministros. É o caso de Paulo Guedes, na Economia. O ministro montou uma Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais para o diplomata Marcos Troyjo e deverá contar ainda com a assessoria especial de Carlos Langoni para temas relacionados às relações externas.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura

O Capitão não veio para explicar, mas para confundir

6/12/2018
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Aliados próximos do presidente eleito Jair Bolsonaro somente conseguem entender suas declarações desencontradas sobre a reforma da Previdência como parte de uma estratégia diversionista, que busca confundir suas reais intenções. Uma derivada do dividir para reinar. O futuro mandatário confunde para negociar. Quando Bolsonaro diz que a reforma é prioritária e será encaminhada imediatamente ao Congresso, que o projeto pode ser o mesmo enviado na gestão Temer; ou que ela será aprovada de forma gradual com um projeto próprio que está sendo preparado por Paulo Guedes; ou que ela será apresentada aos pedaços, uma parte agora outra parte até o final do ano, ele somente desinforma.

Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Bolsonaro parece fazer política usando o método de Francisco José Fonseca de Medeiros em sua apostila sobre a Atividade de Inteligência no Mundo atual: a recomendação é não deixar ninguém entender o que você está pensando; afirmar o que não pensa; e mudar permanentemente o que disse anteriormente. Bolsonaro personifica com distinção a máxima do teórico da espionagem: “Fazer Inteligência não é coisa de inteligentes”. Talvez seja até o contrário. A estratégia cada vez mais nítida do presidente eleito de desorientar primeiro para depois entrar em campo se espraiou para o seu futuro gabinete no governo. Onyx Lorenzoni, convidado para a chefia da Casa Civil, entorta ainda mais o propósito de fazer da Previdência a viga central da estabilização econômica. Segundo Lorenzoni, a reforma pode ser aprovada em qualquer dos quatro anos.

O governo não se estressará com isso. O ministro da Economia, Paulo Guedes, diz o oposto. Os filhos de Bolsonaro também desdenham hoje do projeto que foi tratado na campanha como demonstração de que o presidente tinha entendido a lógica da urgência do ajuste fiscal. O presidente eleito sabe que não há nada que substitua o efeito positivo sobre as expectativas do que a aprovação da reforma da Previdência, o quanto mais rápida e austera possível. Sabe que as agências de rating deverão reagir de forma favorável, o que reduzirá o risco do país, atraindo mais capitais. Tem convicção de que os ativos públicos a serem privatizados aumentarão de valor e poderão ser levados com maior velocidade a leilão. Não tem dúvida da importância da medida para que se zere o déficit primário e se busque a seguir a realização de um superávit. Muito menos do seu papel na redução da taxa básica de juros com um efeito virtuoso sobre toda a economia. Talvez só exista uma explicação para essa algaravia de proposições e ideias: Bolsonaro quer confundir.

#Jair Bolsonaro

Turismo receptivo

6/12/2018
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Eduardo Bolsonaro foi encarregado da missão de importar Olavo de Carvalho para a posse de Jair Bolsonaro. Como se sabe, o mago do “bolsonarismo” não gosta de se deslocar da sua base, na Virgínia, nos Estados Unidos.

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro estica a marquise do Fies para o ensino a distância

5/12/2018
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Jair Bolsonaro vai cumprir mais uma promessa de campanha: o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), alvo de duras críticas do Capitão durante a campanha, não vai ficar como está. A equipe de transição já tem recomendação expressa de fazer profundas no escopo do programa. A mais contundente será a sua expansão para alunos do segmento de ensino a distância (EAD). Hoje, a concessão de crédito está restrita a estudantes de cursos presenciais. Em seu ápice, em 2014, o Fies chegou a beneficiar 700 mil alunos. No entanto, as regras mais rígidas estabelecidas no governo Temer afunilaram o acesso ao programa. Em 2017, segundo dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), apenas 170 mil estudantes ingressaram em escolas de nível superior por intermédio do Fies, o menor número em seis anos. Na avaliação de assessores de Bolsonaro para a área de educação, o Fies é hoje um programa capenga, divorciado da realidade do setor. Estudos do Ministério da Educação recebidos pela equipe de Bolsonaro mostram que, até 2023, o número de alunos de graduação a distância deverá superar o de estudantes em turmas presenciais. Em 2017, o segmento de EAD já somava 46,8% do total de matrículas do país. Ressalte-se que um dos principais conselheiros de Bolsonaro para o setor é o professor Stavros Xanthopoylos, diretor da Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância). A ampliação do Fies para os cursos a distância é uma reivindicação antiga dos grupos privados da área de educação. Outro pleito é que o governo flexibilize as regras para a renegociação de dívidas no âmbito do Fies. Hoje, cerca de 500 mil jovens estão em atraso no pagamento do financiamento. As instituições privadas alegam que as formas de negociação vigentes, com parcelas mínimas de R$ 200, têm dificultado a regularização das dívidas.

#Fies #Jair Bolsonaro

Marrocos não verá Michel Temer

5/12/2018
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Micou a viagem que Michel Temer faria ao Marrocos na semana que vem. O Itamaraty aconselhou o presidente a não participar de cúpula da ONU marcada para os dias 10 e 11, em que será tratada a situação global de migrantes e refugiados. O Ministério das Relações Exteriores alertou Temer sobre a possibilidade de protestos no país árabe devido à anunciada decisão de Jair Bolsonaro de transferir a embaixada brasileira em Israel de Telaviv para Jerusalém. Em tempo: o cancelamento da viagem causou frustração entre ministros e, sobretudo, assessores que estavam destacados para fazer parte da comitiva. Esta seria a última viagem de mais fôlego do presidente Temer – na agenda há apenas uma visita ali ao lado, ao Uruguai, para uma reunião do Mercosul.

#Jair Bolsonaro #Michel Temer #ONU

Segurança de Bolsonaro é uma questão de fé

5/12/2018
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Nunca se rezou tanto por um presidente antes que tomasse posse. Aliás, um presidente no gozo da sua saúde, antes que se faça qualquer correlação com Tancredo Neves. Hoje, nesta hora, neste exato minuto, há fieis orando por Jair Bolsonaro. Um fenômeno conquistado com um discurso permanente sobre o risco da integridade física do futuro mandatário. Antes mesmo de tomar a facada que mudou o rumo da história, entre as hostes bolsonímicas já se levantava a probabilidade de um atentado contra o candidato do PSL e a mudança que ele representava.

Dito e feito. Houve o atentado. E nunca mais se parou de aventar a possibilidade dele se repetir. Os principais assessores do presidente eleito e seus próprios filhos são os responsáveis pelo clima de medo e tensão permanente, levantando suspeitas, inclusive, entre os mais próximos de Bolsonaro. Entre estes, as maiores interrogações recaem sobre os aliados de últimahora. São também potenciais matadores o PT, o MST, indigenistas, sindicalistas e os “esquerdopatas” de vários matizes.

Estranha-se que, em meio à tamanha preocupação e cuidados com a saúde do futuro presidente, tenham se esquecido de dar a transparência devida ao depoimento de Adélio Bispo, o homem da faca. Ninguém nunca leu a íntegra do seu depoimento. O grau de ansiedade tem se ampliado em direção aos próprios filhos, que deverão ter proteção especial e andar em carros blindados. Se houver realmente uma conspiração para o extermínio de Bolsonaro, é algo demasiadamente preocupante. Caso contrário, pode ser uma estratégia muito bem feita de comunicação.

#Jair Bolsonaro

Glória a Deus

5/12/2018
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A bancada evangélica está promovendo o milagre da multiplicação. Desde a eleição, o número de deputados e senadores reunidos para a próxima legislatura já subiu de 88 para 108. Não faltam parlamentares de fé dispostos a se juntar ao que promete ser um dos mais fortes grupos no Congresso no governo Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro ameaça o estado de direito com o risco de criminalização da repatriação

4/12/2018
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O governo Bolsonaro vai usar e abusar do medo como prática política. Arrefecerá o grau de fricção com o uso permanente do balão de ensaio como mediador das suas atitudes – dependendo da rejeição à medida, com recuos logo a seguir. É o stop and go aplicado à política. está operando com tensão permanente, usando para isso os filhos, suas manoplas ministeriais, Sergio Moro e Paulo Guedes, e o exército de contingência que ficará sediado no Planalto e demais pastas, leia-se os generais quatro estrelas. O Estado policial que vai ganhando contornos a partir de anúncios recentes se assentará sobre compensações junto aos mais carentes.

Nada mais clássico na história dos populismos de corte autoritário. Sem recursos para investir em políticas assistencialistas, o presidente eleito vai extrair essa poupança do empresariado afeito a práticas inconfessáveis. É o método Moro elevado à política de Estado. Esse é o desenho nítido do governo Bolsonaro que o próprio establishment procura tornar opaco. Faltando pouco menos de um mês para a sua posse, Bolsonaro dá dois exemplos de medidas agudas que passam a ideia de um estado policialesco. Uma delas traz a reboque a premissa da criminalização a priori e se constitui em uma ameaça ao próprio estado de direito, ao colocar sob risco contratos firmados. Trata-se da possibilidade de uma devassa dos contribuintes que aderiram aos programas de repatriação de recursos não declarados à Receita promovidos nos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer.

O balão de ensaio subiu aos céus e não foi furado: a informação foi amplamente disseminada na mídia no fim de semana sem ser desmentida. Caberá a Sergio Moro investigar a origem dos quase R$ 175 bilhões regularizados nas duas edições. A rigor, de antemão, a medida já colocaria sob suspeição os quase 27 mil cidadãos e 123 empresas que internalizaram o dinheiro e pagaram suas respectivas multas sob a promessa de que o assunto estaria encerrado aos olhos da Receita Federal e demais autoridades da área financeira. Agora, no entanto, os beneficiários do programa se veem diante do risco de revogação deste indulto. A situação dos contribuintes que aderiram à repatriação, ressalte-se, é razoavelmente frágil do ponto de vista jurídico.

Todos os beneficiários do programa automaticamente assumiram a culpa por manter recursos não declarados ao Fisco no exterior. Portanto, são potencialmente réus confessos. À época, não faltaram juristas elevando a voz em relação a essa vulnerabilidade, que poderia ter sido evitada, por exemplo, com a aprovação de uma PEC. Novos governos geram dúvidas sobre o futuro. A gestão Bolsonaro já se notabiliza por lançar interrogações sobre o passado. Vai pelo mesmo caminho a voracidade com o que o futuro governo promete caçar novos acordos de leniência com empresas que admitiram irregularidades em contratos com a administração pública. Assessores de Bolsonaro já soltaram ao vento a meta de arrecadar cerca de R$ 25 bilhões com as multas.

Não se sabe os critérios utilizados para se chegar a tal cifra, o que, por ora, abre um vasto leque de especulações sobre a amplitude da medida. Todas as empresas que prestam serviços ao setor público são suspeitas até prova em contrário? Essas medidas seriam embaladas com um discurso em nome da transparência, da faxina na corrupção, da higienização da República, o que conferiria legitimidade e asseguraria o apoio popular às ações. Mas o grande apelo seria a indexação das propostas ao bem-estar social. Ao colocar direitos adquiridos no espremedor, Bolsonaro retiraria o sumo necessário para cobrir a isenção de imposto de renda para quem ganha até cinco salários mínimos, a instituição do 13º do Bolsa Família, a garantia de creche universal para as crianças em idade pré-escolar, renda mínima, entre outras agendas. Dinheiro do crime para o povo. Crime? Qualquer coisa que assim pareça.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Sérgio Moro

Beijo no asfalto

4/12/2018
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O PR, que esperou, em vão, por um ministério para Magno Malta, tenta ao menos preservar alguns de seus anéis no governo, a começar pelo DNIT. O partido trabalha junto à equipe de transição de Jair Bolsonaro pela permanência de José da Silva Tiago à frente da autarquia. Se Bolsonaro quiser fortes emoções nas estradas brasileiras, faz sentido. O PR comandou a área de transportes durante boa parte dos governos do PT e da gestão Temer, com um vasto acervo de denúncias e acusações a reboque. O próprio Tiago é réu em ação de improbidade administrativa.

#DNT #Jair Bolsonaro

Caravana de pedintes

4/12/2018
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A posse de Jair Bolsonaro, no dia 1 de janeiro, promete ser das mais concorridas. Ao menos 16 dos 26 governadores já sinalizaram a Bolsonaro que vão antecipar sua própria diplomação e correr para o beija-mão em Brasília. A maioria terá de cumprir o itinerário repetidas vezes, com o pires na mão.

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro joga na conta de Temer a quebra das algemas fiscais

3/12/2018
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A cordialidade entre Jair Bolsonaro e Michel Temer pode não durar até a posse. O futuro presidente está sendo aconselhado pelo seu grupo mais próximo a denunciar publicamente a herança que receberá de Temer em duas algemas fiscais: a Regra de Ouro e a PEC do Teto. Em ambas, o governo não cumprirá as exigências e terá de pedir a flexibilização das regras ao Congresso. No caso da Regra de Ouro, o Congresso terá de aprovar um crédito extraordinário ao orçamento; quanto à PEC do Teto, provavelmente seria necessário uma nova PEC desautorizando a anterior. Apontar o dedo em riste na direção de Temer como o responsável pelo descalabro ajudaria na gestão da imagem, mas não necessariamente nas negociações com o Legislativo. Por enquanto, Bolsonaro matuta entre os seus o que fazer. Paulo Guedes já deu suas sugestões. O Capitão está desconfortável em iniciar o mandato tendo de ir ao Congresso pedir arrego como se fosse o culpado pelas batatas quentes fiscais, correndo o risco de políticos o incriminarem, no caso da Regra de Ouro.

#Jair Bolsonaro #Michel Temer

Redenção das empreiteiras nacionais ganha espaço na agenda do governo Bolsonaro

30/11/2018
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O resgate das quatro grandes empreiteiras do país – Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão – está entre as premissas da equipe de Jair Bolsonaro para a reconstrução do setor de infraestrutura. Os principais defensores desta agenda seriam os auxiliares militares do presidente eleito. A descontaminação das grandes empresas de construção pesada é considerada essencial para a conclusão das mais de 2,7 mil obras paradas e o início de outras tantas. Esta retomada é necessária para que o país possa crescer acima dos 3,5% a 4%. Sem o avanço da infraestrutura, o teto do PIB é baixo.

O ajuste das contas públicas e mesmo o equilíbrio geral dos fatores poderão atrair recursos externos para os investimentos. Mas a equação da empreitada das obras permanece um dilema. Os assessores de Bolsonaro duvidam que mesmo a vinda em profusão de construtoras chinesas, por exemplo, não daria conta do conhecimento necessário para levantar os projetos de infraestrutura. Que empreiteira do país asiático conseguiria mobilizar a Amazônia em torno de grandes obras de energia e logística essenciais? As quatro grandes empreiteiras, que representavam mais de 50% do faturamento total do setor, foram praticamente interditadas com a operação Lava Jato. Agora, pagas as multas, punidos os gestores e controladores e fechados os respectivos acordos de leniência, estariam dadas as condições para a descriminalização ampla, geral e irrestrita das companhias.

Aliás, uma das autocríticas compartilhadas pelas equipes de Michel Temer e do futuro presidente é que as operações das empreiteiras deveriam ter sido preservadas. Uma coisa é a culpa dos homens; outra é o capital humano e a capacidade de contribuição das construtoras. Outro dado é que a Lava Jato mudou a intensidade do compliance das contratantes e das contratadas. As condições do passado para práticas de corrupção hoje são exíguas. Durante o processo de expurgo das big four, a construção pesada perdeu cerca de 400 mil postos de trabalho.

Uma parcela desse contingente era altamente especializada. Existe sempre a possibilidade de grupos estrangeiros sublocarem parte das empreiteiras nacionais, assumindo em bloco contratos, mão de obra etc. A receita parece trivial, mas, na prática, nunca deu certo, pelo menos na escala necessária. As diferenças de culturas e de conhecimento das peculiaridades locais não podem ser ignoradas. No Equador, por exemplo, onde houve um aumento expressivo do número de obras tocadas por companhias chinesas, operários dormiam amontoadosdentro de contêineres. O Brasil detém uma das melhores expertises internacionais no setor de construção pesada. O que mudou foi a higienização de expedientes inaceitáveis. A qualidade dos serviços permanece a mesma.

#Andrade Gutierrez #Camargo Corrêa #Jair Bolsonaro #Odebrecht #Queiroz Galvão

A “cessão onerosa” da telefonia

30/11/2018
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As grandes operadoras de telefonia trabalham a múltiplas mãos em um plano para a expansão da banda larga no interior do país, notadamente em áreas rurais. O projeto deverá ser colocado sobre a mesa dos assessores de Jair Bolsonaro antes mesmo da posse. Uma parcela expressiva dos investimentos já está amortizada, uma vez que envolve projetos já deflagrados por estas empresas em regiões mais remotas utilizando-se tecnologia 3G. A proposta pode ser interpretada como uma contrapartida das empresas de telecomunicações para que a gestão Bolsonaro acelere a concessão da frequência de 5G. Trata-se de uma troca que interessa, e muito, ao governo, que conta com a receita dos leilões de 5G, estimada em R$ 20 bilhões, no esforço do ajuste fiscal.

#Jair Bolsonaro #Telefonia

Um adubo para os canaviais

30/11/2018
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Uma das missões de Frederico D´Avila, ex-diretor da Sociedade Brasileira Rural e recém-embarcado na equipe de transição de Jair Bolsonaro, será formular uma política para a retomada dos investimentos e dos postos de trabalho no setor sucroalcooleiro. Talvez não dê para salvar a maioria das mais de 70 usinas do país em recuperação judicial, mas já será um lucro para o governo Bolsonaro evitar que essa conta aumente.

#Frederico D'avila #Jair Bolsonaro

Centrais sindicais se esfarelam

29/11/2018
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Um problema a menos para o governo Bolsonaro: as centrais sindicais estão mais preocupadas em sobreviver do que chacoalhar o chão de fábrica e fazer barulho. Depois da CUT, que cortou mais de metade do seu quadro de funcionários, a Executiva Nacional da Força Sindical vai se reunir no próximo dia 5 para deliberar sobre um drástico programa de desmobilização patrimonial. Segundo o RR apurou, a entidade pretende se desfazer da sua sede 12 andares e 1.900 metros quadrados no bairro da Liberdade, em São Paulo. Também está colocando à venda suas instalações no Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. A Caixa Econômica Federal foi chamada para avaliar os imóveis – de acordo com a fonte do RR, o laudo deverá ser concluído ao longo do mês de dezembro. Não obstante ser a entidade dos trabalhadores com o maior entroncamento com o Poder, por conta da fluidez política do deputado federal Paulinho da Força, aliado de todos os governos, a Força Sindical não resistiu ao fim das contribuições obrigatórias. Mesmo com 4,5 milhões de trabalhadores em 550 sindicatos associados, sua arrecadação caiu 90% neste ano.

#CUT #Jair Bolsonaro

O equilíbrio distante entre militares e tecnocratas

29/11/2018
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Há demasiada curiosidade em Brasília sobre os últimos arremates do ministério Bolsonaro. A inquietação diz respeito à composição final do time de ministros. São mais militares do que tecnocratas? São militares versus tecnocratas? Quem são os mais resilientes: militares ou tecnocratas? Por enquanto, os militares lideram a disputa. Se forem incorporados na conta os comandantes das Forças Armadas, que não são ministros, mas têm tropas, a conta dispara.

Se, de um lado, os tecnocratas ocuparam os cargos com o controle das finanças, de outro os militares sitiaram o Palácio do Planalto. A nomeação de um general para o Ministério dos Esportes, por exemplo, pode disparar o quesito numérico em favor dos militares. Bolsonaro cumpriu o que disse e esvaziou as pastas de políticos. A essência é de militares e tecnocratas. O futuro ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, que fez carreira como professor da Escola de Comando do Estado Maior, é um militar honorário, assim como o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que começou no Exército, se formou em engenharia no IME e esteve no Haiti com a tropa de paz.

E os filhos de Bolsonaro, notadamente Eduardo, são quase militares, pelo menos no espírito. Que ninguém se engane: o pessoal de verde oliva não pensa igual à turma de Chicago. O que não quer dizer que haja dissensão, ruptura, cisão. Em 1964, o grosso da milicada achava tenebrosa a política econômica de Campos e Bulhões, tanto que, com a saída da dupla, virou tudo de ponta cabeça. Mas, enquanto o general Castello Branco, o Bolsonaro da época, esteve à frente da presidência, todos seguiram, em silenciosa obediência, a cartilha da dobradinha ultraliberal. De qualquer forma, há uma diferença indiscutível entre a resistência dos dois grupos: tecnocratas entram no governo e podem sair a qualquer momento; militares entram e não saem. Que sejam harmônicos enquanto dure.

#Jair Bolsonaro

Os renegados

29/11/2018
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Líderes do PSC, Patriota e PTB tentam há duas semanas marcar uma audiência com Jair Bolsonaro. Não passam sequer do primeiro portão do condomínio onde mora o Capitão. As três siglas, as primeiras a apoiar Bolsonaro no segundo turno, se queixam de que não têm sido contempladas na formação do governo.

#Jair Bolsonaro #PSC #PTB

Reconhecimento internacional

28/11/2018
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Carlos Bolsonaro, mentor da campanha do pai, Jair Bolsonaro, nas mídias digitais, já teria recebido o convite de duas universidades norte-americanas para falar sobre a estratégia que jogou o Capitão nas alturas das redes sociais.

#Jair Bolsonaro

Padilha, o maquinista

27/11/2018
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O ministro Eliseu Padilha tem mantido intensas tratativas com o TCU com o objetivo de conseguir o sinal verde para a privatização de mais de dois mil quilômetros da Ferrovia Norte-Sul, travada pela Corte devido a uma série de inconsistências no processo. Fica como um regalo do governo Temer para Jair Bolsonaro.

#Eliseu Padilha #Jair Bolsonaro #TCU

Temer deixa uma porta entreaberta no setor nuclear

26/11/2018
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A Era Temer vai deixar um legado atômico para Jair Bolsonaro. O ministro Moreira Franco encaminhou à equipe de transição de Bolsonaro um projeto que prevê a venda de até 49% da Eletronuclear. O estudo técnico para a operação foi concluído na semana passada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A entrada de um investidor privado na estatal teria como premissa a conclusão da construção de Angra 3 – o custo estimado gira em torno de R$ 20 bilhões. Mesmo em seu crepúsculo e sem poder decisório sobre o amanhã, o governo Temer tem mantido intensa interlocução com grupos estrangeiros interessados no negócio. Segundo o RR apurou, nas últimas semanas mais duas grandes corporações da área de energia atômica abriram conversações com a Pasta de Minas e Energia: a China General Nuclear Power Group e a Nuclear Power Corporation of India. De acordo com uma fonte do Ministério, executivos das duas empresas devem visitar o site de Angra 3 até o fim do ano. Há um consenso entre as autoridades do setor elétrico de que o projeto de Angra 3 só será retomado com a injeção de recursos privados. No entanto, a gestão Bolsonaro traz uma variável de significativo peso sobre o assunto: o notório entrelaçamento entre o futuro governo e as Forças Armadas. O ingresso de um investidor estrangeiro na Eletronuclear é uma agenda que certamente será tratada com cautela pelo estamento militar, que olha para o programa nuclear brasileiro sob a ótica da soberania nacional.

#Eletronuclear #Jair Bolsonaro #Michel Temer

Está chegando a hora da onça beber água

26/11/2018
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O grande desafio do governo Jair Bolsonaro no ano da graça de 2019 não será a reforma da Previdência, que representará, sem dúvida, um tento, mas já está dada como pré-condição para o ajuste fiscal. O teste de força será a apresentação, nos primeiros seis meses do ano, da “agenda do incômodo”. São as medidas que baterão de frente com os grupos de interesse e lobbies mais poderosos do país. O RR considera que são três os maiores espinheiros: a desregulamentação, que envolve cortes de subsídios, renúncias fiscais, barreiras tarifárias e desonerações tributárias; o choque anticorporativista, que prevê alterações no fim da estabilidade dos cargos do funcionalismo público, demissões, um pacto pela produtividade, mudanças no Sistema S, entre outras medidas dolorosas; e o ajuste fiscal dos estados e municípios. É no interior desse mosaico que será capturado o complemento para zerar estruturalmente o déficit primário. As privatizações maciças são mais um discurso de campanha, já que a equipe econômica sabe que não é simples a venda de estatais a granel. Mas empresas vinculadas às estatais poderão ser vendidas sem a burocracia das licitações clássicas, tais como os ativos de distribuição e refino da Petrobras e subsidiárias do Banco do Brasil. Os grupos de interesse já estão se movendo para defender os seus territórios. Algumas federações de indústria já buscaram dar o seu apoio de praxe, para depois negociar alguns pontos. Isso teria provocado, inclusive, algumas rachaduras entre essas entidades. Espera-se que os cortes e fim das tarifas alfandegárias estejam vinculados, em alguns casos, a contrapartidas do aumento da produtividade. Haveria métricas próprias e prazos para que fossem cobrados os compromissos, algo que nunca foi feito nesses de distribuição farta de benefícios.

#Jair Bolsonaro #Petrobras

O head hunter de Bolsonaro

26/11/2018
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Paulo Guedes recebeu carta branca de Jair Bolsonaro para indicar também os vice-presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Serão mais 20 integrantes da área econômica com o imprimatur do superministro. No caso da Caixa, que responde à Lei das Estatais, a rigor os nomes dos 11 VPs terão de ser submetidos ao Conselho de Administração. Trata-se de um mero detalhe.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Bolsonaro herda o big data contra o crime

23/11/2018
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A despeito de heranças indesejáveis, sobretudo na área fiscal, a gestão Temer deixará para o governo Bolsonaro – e mais especificamente o superministro Sérgio Moro – uma arma de grosso calibre para o com- bate ao crime organizado. Trata-se de um inovador e ainda confidencial sistema de inteligência em segurança pública, que combina tecnologias como machine learning, mecanismos de rastreamento de informações em redes sociais e uma rede de câmeras instaladas em ruas, prédios e veículos de transporte público, notadamente nas grandes cidades. Os eixos centrais são a coleta de informações em tempo real; integração dos dados, inclusive com a base de registros criminais das polícias; predição, recomendação e apoio a decisões, com uso de inteligência artificial.

O projeto contempla também o desenvolvimento de um aplicativo que auxiliará as forças policiais durante as operações.O big data contra o crime, em desenvolvimento no Laboratório Integrado de Segurança Pública da Polícia Rodoviária Federal (PRF), tem sido apresentado de forma reservada a militares, representantes da cúpula das policiais estaduais e também a pequenos grupos de empresários. A versão beta do sistema já está sendo testada no Ceará. Os primeiros resultados são alvissareiros: em seis meses, a ferramenta levou a uma redução de 40% dos roubos de cargas e de 45% nos roubos de veículos, graças ao mapeamento das áreas com maior incidência de crimes.

O projeto parece ter sido feito sob medida para um presidente que se elegeu em cima de um discurso radical de combate ao crime. Jair Bolsonaro poderá capitalizar a inovação antes mesmo da sua posse: uma unidade da PRF com o novo sistema deverá ser instalada no Arco Metropolitano do Rio de Janeiro ainda durante o governo de transição. O local foi escolhido a dedo: como o nome sugere, o Arco circunda toda a Região Metropolitana do Grande Rio, com integração direta à Rodovia Presidente Dutra e outras vias de acesso à cidade comumente usadas para o transporte de cargas roubadas e mesmo armas e drogas.

A equipe de transição de Bolsonaro já trabalha para viabilizar a implantação do sistema em todos os estados do país até o fim de 2019. Parte do financiamento virá da Medida Provisória 846/2018, mais conhecida como MP das Loterias, que propõe a destinação de aproximadamente R$ 1 bilhão para a área de segurança pública. Já existe uma recomendação para que o futuro ministro Sérgio Moro use a verba integralmente para agilizar a instalação do sistema. A MP foi aprovada nesta semana tanto na Câmara quanto no Senado em uma espécie de rito sumário: um acordo de lideranças permitiu a votação nas duas Casas em menos de 24 horas. O presidente Michel Temer compromoteu-se a sancioná-la nos próximos dias. As circunstâncias pedem que ele seja rápido no gatilho: a MP caduca na próxima quarta-feira, dia 28.

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro quer “higienizar” agências reguladoras

22/11/2018
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O governo Bolsonaro mira nas agências reguladoras. A equipe de transição discute, desde já, propostas para alterar as regras de nomeação dos dirigentes da Anatel, ANP, Aneel e suas congêneres menos votadas. A premissa é que a excessiva politização destes órgãos tornou-se um fator de engessamento das decisões regulatórias e, consequentemente, um entrave à execução de projetos estruturantes. Ou seja: a “descontaminação” das agências é vista no núcleo duro do futuro governo como condição sine qua nom para reverter o gargalo de investimentos em infraestrutura e deslanchar a agenda de concessões e privatizações a partir de 2019. A ideia é estimular a contratação de nomes da iniciativa privada para os órgãos reguladores.

Entre as mudanças estudadas, está a exigência de formação acadêmica compatível com o cargo e a comprovação de experiência profissional na área em questão. Outra proposta é estabelecer uma lista tríplice para a indicação do diretor-geral ou presidente das agências, com a criação de uma comissão independente para avaliar o currículo dos candidatos. Pesquisa realizada pela FGV em 2016 mostrou que 81% das indicações para as agências reguladores vêm de órgãos públicos – Câmara, Senado, ministérios, estatais, além da própria agência.

Na ocasião, apenas 6% dos servidores mapeados pelo estudo tinham passagem pela iniciativa privada. A equipe de Bolsonaro cogita a possibilidade de editar uma medida provisória logo no início do mandato para agilizar a questão. Seria, inclusive, uma forma de pressionar o Congresso a votar um dos três projetos de lei em tramitação para alterar a Lei 9.986/2000, que rege as contratações para as agências reguladoras. Todos estão na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ). O mais avançado deles e com maiores chances de aprovação no plenário é o PL 495/2015, de autoria do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Entre outros pontos, o texto exige experiência profissional ou acadêmica de, no mínimo cinco anos, a todos os indicados para a diretoria de órgãos reguladores.

#Aneel #ANP #Jair Bolsonaro

Eduardo Cunha está presente?

22/11/2018
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Erick Bill Vidigal está cotado para assumir a subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil no governo Bolsonaro. Seu nome conta com o importante apoio do próprio Onyx Lorenzoni, futuro titular da Pasta. Filho do ex-ministro do STJ Edson Vidigal, o jurista ocupa hoje a cadeira de subchefe adjunto da área jurídica da Casa Civil. Integra também a Comissão de Ética da Presidência da República. Mas, como quase sempre, há um “porém”. O senão à indicação é a sua sinuosa ligação com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Vidigal foi levado para o governo por Gustavo Rocha, atual subchefe da área jurídica da Casa Civil. Este, por sua vez, chegou ao Ministério pelas mãos de Cunha, para quem advogou. Vidigal sempre negou a conexão direta com o ex-parlamentar. No entanto, além da relação com Rocha, em 2016 ficou célebre por publicar um artigo afirmando que beneficiários de trusts não são necessariamente seus proprietários – justamente a tese pregada pela defesa de Cunha.

#Eduardo Cunha #Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni #STJ

Carta fiança

21/11/2018
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O Pátria Investimentos está posando como avalista informal do governo Bolsonaro. Em teleconferências com investidores internacionais, o economista chefe da gestora de recursos, Luis Fernando Lopes, tem reafirmado, como um mantra, que a democracia brasileira não corre risco com a eleição de Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Pátria Investimentos

O satélite de Kassab

20/11/2018
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O ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, tem usado da sua razoável influência junto à equipe de transição de Jair Bolsonaro para defender a assinatura do acordo entre a Telebras e a norte-americana Viasat, suspenso pelo TCU. Em jogo, a gestão do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas. As Forças Armadas veem a terceirização com bons olhos, o que é meio caminho andado…

#Gilberto Kassab #Jair Bolsonaro

Bolsonaro não precisa de horário eleitoral

20/11/2018
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Na visita que fez à presidente do TSE, Rosa Weber, na semana passada, Jair Bolsonaro lançou no ar a ideia de se extinguir o horário eleitoral obrigatório no rádio e na TV. Com a sua habitual crueza, o presidente eleito, que se valeu como ninguém das redes sociais em sua campanha, chegou a dizer que: “Ninguém mais assiste a esse negócio. As pessoas preferem jantar e conversar com a sogra”. A ministra Rosa Weber apenas ouviu, sem tecer qualquer comentário.

#Jair Bolsonaro

O ministro sem Pasta de Bolsonaro

20/11/2018
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O ex-ministro do Trabalho do governo Temer, Ronaldo Nogueira (PTB-RS), vem se revelando um influente conselheiro de Jair Bolsonaro. Nogueira tem sido uma das principais vozes na defesa da extinção da Pasta do Trabalho, medida que vai e vem na cabeça de Jair Bolsonaro. Também partiu dele a indicação de Pablo Tatim, seu assessor no Ministério, para a função de coordenador jurídico da equipe de transição de Bolsonaro. Nogueira, ressalte-se, é persona non grata entre as grandes centrais sindicais do país. Líderes da classe trabalhadora costumam acusá-lo de trabalhar pelo fim da Pasta por dentro, desde quando ainda ocupava o cargo de ministro. Nogueira, coadjuvado pelo próprio Pablo Tatim, teve papel marcante na articulação com o Congresso para a aprovação da reforma da CLT. O projeto, ressalte-se, começou com dez emendas e terminou com mais de cem, em grande parte graças à atuação da dupla Nogueira/Tatim.

#Jair Bolsonaro

Feitos um para o outro

20/11/2018
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Se não ocorrer algo extraordinário, o DEM vai anunciar nos próximos dias seu alinhamento formal ao governo Bolsonaro. A costura tem sido feita, de um lado, por Rodrigo Maia e ACM Neto e, do outro, pelo próprio Capitão e por Eduardo Bolsonaro. Entre outros pontos, o acordo passa pela garantia de que o PSL não indicará candidato à presidência da Câmara.

#ACM Neto #DEM #Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia

ESPECIAL – Christian Lynch, jurista e cientista político – Um macaco de imitação às avessas

19/11/2018
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Jair Bolsonaro venceu a eleição se apresentando como o anti-Lula. Acaba de escolher como chanceler um diplomata que se apresentou durante sua campanha como o anti -Amorim. Ali e aqui, as identidades foram cuidadosamente modeladas conforme o esquema conservador de se mirar no inimigo, usandoum espelho invertido. Qual a surpresa? Por que o espanto? Tudo me parece de grande coerência. Se quiserem entender as ações publicitárias do próximo governo, façam assim: imaginem como os conservadores veem os passados governos do PT e multipliquem por menos um. Será um macaco de imitação às avessas. Inclusive no pragmatismo que provavelmente vai aparecer debaixo da lorota ideológica. Por isso, não fiquem espantados. Em breve, estarão mortos de tédio.

#Jair Bolsonaro

Bajulação digital

19/11/2018
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João Doria encabeçou a criação de um grupo no WhatsApp com os governadores que apoiam o presidente eleito Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #João Doria

Ozires ajuda no plano de voo de Bolsonaro

16/11/2018
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O coronel Ozires Silva, que vinha hibernando há alguns anos, foi resgatado pelos assessores militares de Jair Bolsonaro. Ozires, cuja história se confunde com a criação da Embraer, tem sido consultado sobre a fusão da companhia com a Boeing. Não se sabe se foi por sua influência, mas o general Mourão já se mostrou simpático ao negócio. Ozires tem dado conselhos também sobre projetos estruturantes de economia física. Como se sabe, ele foi ministro da Infraestrutura no governo Collor. Sua gestão, porém, foi considerada morna, não deixando legado ou nada de relevante a relembrar. O eterno presidente da Vale e polivalente ministro de vários governos, Eliezer Batista, dizia que era “melhor deixar o Ozires lá na Embraer, porque a infraestrutura já estava complicada o suficiente”.

#Jair Bolsonaro #Ozires Silva

Diplomacia quatro estrelas

16/11/2018
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Jair Bolsonaro manifestou a aliados a intenção de ter um conselheiro da área de Relações Exteriores ao seu lado no Palácio do Planalto. O cargo pode ser ocupado por um general. Mal comparando, seria algo similar à figura de Marco Aurelio Garcia no governo Lula. A ideia não desperta simpatias no Itamaraty, que teme um duplo comando na Pasta.

#Jair Bolsonaro

Educativa

16/11/2018
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A ideia de transformar as emissoras da EBC em rádios educativas entrou na frequência de Jair Bolsonaro.

#EBC #Jair Bolsonaro

Namoro na TV

14/11/2018
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Bolsonaro vem aí, lará, lará, lará… Bolsonaro vem aí, lará, lará, lará”. O próprio Silvio Santos, de viva voz, cantarolou o refrão para o presidente eleito ao lhe fazer o convite para uma entrevista ao vivo e a cores antes da sua posse. O Homem do Baú já anuncia aos quatro cantos a participação de Bolsonaro em seu programa. A ida ao auditório de Silvio sinaliza, desde já, o que será a “mídia técnica” no próximo governo. Programas populares do circuito alternativo à Rede Globo, a exemplo de Ratinho ou Luciana Gimenez, serão tratados como prioridade para a exposição do Capitão. Em 2019, vai ter mais Bolsonaro na TV do que se imagina.

#Jair Bolsonaro #SBT #Silvio Santos

Fast track

14/11/2018
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A equipe de infraestrutura de Jair Bolsonaro, à frente o general Oswaldo Ferreira, pretende destravar a renovação da licença da Malha Paulista, leia-se Cosan, no primeiro trimestre de 2019. O pedido ricocheteia na ANTT, no Ministério dos Transportes e no TCU há mais de um ano. Junto com ele um programa de investimentos de R$ 5 bilhões.

#Cosan #Jair Bolsonaro

Mubadala nos trilhos

14/11/2018
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Representantes do Mubadala teriam se reunido com assessores de Jair Bolsonaro manifestando o interesse em investir em concessões de transportes no Brasil. Na mira, notadamente ferrovias. O fundo de Abu Dhabi, não custa lembrar, tentou comprar a Invepar, dona, entre outros negócios, do Metrô no Rio.

#Jair Bolsonaro #Mubadala

O conveniente trade off de Bolsonaro

14/11/2018
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Jair Bolsonaro está aprendendo a jogar o jogo contra as oligarquias. Quando os lobbies pela restauração ou ampliação de benefícios fiscais o emparedam, lança mão de um programa social de última geração. É um ou é outro. Foi assim com o programa creche universal. Colocou na mesa o trade off: menos dinheiro barato do governo para os empresários e sua acumulação de capital em troca de atendimento de crianças até três anos em creches públicas. Com a reforma da Previdência, já pretende lançar como contrapartida do empresariado o décimo terceiro do Bolsa Família, renda mínima, isenção do salário mínimo para faixas mais baixas. Bolsonaro tem dado um nó em muita cobra velha.

#Jair Bolsonaro

Programa de satélites brasileiro vai para o espaço por falta de verbas

13/11/2018
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Uma herança incandescente da era Temer vai cair feito um meteorito no colo do futuro ministro da Ciência e Tecnologia, o efêmero astronauta Marcos Pontes. O programa de satélites do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) está fora de órbita, com graves restrições orçamentárias e atrasos no cronograma. Sem recursos, o INPE não conseguirá lançar ainda neste ano o Amazônia (SAR), fundamental para o monitoramento e combate ao desmatamento da Região Amazônica.

Trata-se do primeiro satélite integralmente produzido no país, mas o que era para ser motivo de celebração e orgulho se tornou um símbolo das mazelas do programa e da penúria que atinge o INPE. Também pela escassez orçamentária, o INPE tem postergado o lançamento do CBERS-4A. Sua entrada em órbita, prevista para dezembro deste ano, já teria sido empurrada para maio de 2019. Na própria estatal, no entanto, a expectativa é de que o equipamento só sairá do chão no último trimestre do ano que vem, portanto quase um ano após a previsão original.

Ressalte-se que o atraso se acentuou, mesmo com a transferência do lançamento para a China – o sistema CBER foi desenvolvido em parceria com o país asiático. Neste caso, há um agravate em particular: produzido ao custo de US$ 120 milhões, o CBERS-4A foi concebido para substituir sua versão anterior, o CBER-4, cuja vida útil se extinguiu no fim do ano passado. Ou seja: neste momento, há um ponto cego no monitoramento do setor agrícola. O sistema CBER tem um papel relevante na vigilância de plantações brasileiras e no envio de informações para pesquisadores, dados que são decodificados, mastigados e ajudam a aumentar a produtividade rural.

O governo Temer mandou o INPE para alguma galáxia distante. Com exíguos R$ 40 milhões para atravessar todo o ano de 2018, a estatal recebeu a menor verba em mais de uma década. Nem mesmo a previsão do tempo resistiu à tempestade financeira do INPE. No ano passado, o Tupã, o supercomputador que processa os dados meteorológicos de todo o país, teria parado de funcionar por alguns dias por falhas de manutenção. Caberá a Marcos Pontes, com sua alardeada proximidade do Capitão Bolsonaro, arrancar do Tesouro recursos para acelerar os projetos do INPE.

Curiosamente, ao menos em tese, era para o Instituto ter tudo, menos um big bang orçamentário. O programa de recepção, distribuição e uso de imagens de sensoriamento remoto da estatal conta com verba do Fundo Amazônia. Este, por sua vez, tem na Noruega um de seus principais contribuintes. O governo do país europeu chegou a disponibilizar cerca de US$ 1 bilhão para programas de controle desmatamento no Brasil. Uma parte destes recursos iria justamente para deslanchar o monitoramento por satélites. No entanto, os noruegueses suspenderam uma parcela dos repasses devido a falhas na política do governo brasileiro para a área de meio ambiente.

#INPE #Jair Bolsonaro #Michel Temer

Bolsonaro não se esquece do Supremo

13/11/2018
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Jair Bolsonaro ainda não desistiu de ampliar a Corte do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro chegou a declarar que passaria dos atuais 11 para 21 ministros. A ideia de aumento continua na pauta, mas o número vai ser bem menor. Com três ou quatro juízes adicionais, o presidente eleito já consegue diluir em parte o Supremo. Isso sem contar com o Fator Moro. Um ministro da Justiça com tantos poderes de escuta, Inteligência e espionagem, por si só, embaça o vedetismo do STF. Se há algo que Bolsonaro jurou é que não será uma marionete nas mãos dos mandarins do Supremo. Está cumprindo a promessa.

#Jair Bolsonaro #STF

Um combustível para o conteúdo local?

13/11/2018
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Diante da intenção de Jair Bolsonaro de reduzir a exigência de conteúdo local na área de óleo e gás, um dado curioso: fabricada integralmente no Brasil, a plataforma P-66 tornou-se neste mês a maior produtora do pré-sal, batendo as marcas de 148,3 mil barris de petróleo e seis milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Por sua vez, a P-67, concluída no estaleiro Modec, da China, só deverá entrar em operação no fim de dezembro, um ano e meio depois do que previa o cronograma original da Petrobras. O equipamento chegou ao Brasil com problemas no flare (mecanismo de queima de gases e líquidos eliminados durante o processo de exploração) e no sistema de ancoragem. Estima-se que o atraso no início das atividades da P-67 tenha representado um prejuízo de aproximadamente R$ 5 bilhões para a Petrobras. Procurada, a estatal confirmou que a plataforma está sendo deslocada para o Campo de Lula e iniciará suas atividades ainda neste ano. Sobre o valor das perdas, com a P-67, a companhia diz “não ter essa informação”.

#Jair Bolsonaro #Modec #Petrobras

O avatar de Bolsonaro

13/11/2018
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O empenho de João Doria em mimetizar o governo Bolsonaro deve abrir caminho para Janaina Paschoal (PSL) assumir a presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo. O senador eleito Major Olímpio articula o apoio de Doria e da bancada tucana à candidatura da musa do impeachment para o comando da Casa. Aliás, os ventos paulistas mudaram de direção. Antigo desafeto de Doria, Major Olímpio aproximou-se do governo eleito desde o segundo turno das eleições.

#Jair Bolsonaro #Janaína Paschoal #João Doria

Colheita de votos

13/11/2018
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A deputada Tereza Cristina recebeu uma dupla missão no governo Bolsonaro. Além de assumir o Ministério da Agricultura, foi escalada por Onyx Lorenzoni para ajudar na articulação política e assegurar o apoio da bancada ruralista à aprovação da reforma da Previdência. Seja qual reforma for.

#Jair Bolsonaro #Onyx Lorenzoni #Tereza Cristina

Divertimento

13/11/2018
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Assessores de Jair Bolsonaro se divertiam ontem com a boutade de que, após indicar Maitê Proença para o Meio Ambiente, Paulo Marinho vai emplacar Odile Rubirosa no Ministério da Saúde. Odile sempre teve uma enorme saúde.

#Jair Bolsonaro #Maitê Proença

O “candidato” do Capitão

13/11/2018
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O deputado, delegado e pastor João Campos (PRB-GO) tem dito a quem quiser ouvir que Jair Bolsonaro “simpatiza” com a sua candidatura à Presidência da Câmara. Só de usar o nome do Capitão, já é carta incinerada no baralho.

#Jair Bolsonaro #PRB

“MP da Sede” deixa prefeitos e governadores de garganta seca

12/11/2018
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A manifesta decisão de Jair Bolsonaro de extinguir o Ministério das Cidades serve como pano de fundo para uma disputa pelos recursos destinados à área de saneamento. O ponto central é a possível mudança no marco legal do setor. Segundo o RR apurou, um grupo de prefeitos e governadores – entre os quais os petistas Rui Costa (Bahia) e Camilo Santana (Ceará) – solicitou a Bolsonaro que ele e sua equipe de transição trabalhem para derrubar a Medida Provisória 744. Do lado oposto, investidores privados desaguaram na Câmara e no Senado com uma intensa operação de lobby a favor da medida. O duelo é apimentado justamente pelo fim da Pasta das Cidades, hoje responsável pela gestão e liberação de recursos para o setor. A proposta – apelidada de “MP da Sede” – estipula que os municípios assumam as licitações para projetos de saneamento, esvaziando o poder das concessões estaduais. Dito desta maneira, até soa estranho que os alcaides estejam contra a medida. No entanto, as prefeituras fazem coro com os governadores por enxergar uma pegadinha no texto, que teria sido feito sob medida para os grandes grupos privados. O entendimento é que apenas as maiores cidades serão beneficiadas com o novo marco legal, justamente as que despertam o interesse dos investidores. Governadores e prefeitos fazem pressão para que o projeto não seja votado antes de 19 de novembro. A partir desse dia, a MP perde validade e o assunto volta à estaca zero.

#Jair Bolsonaro #Ministério das Cidades

Vale na mira do Capitão

12/11/2018
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Há uma tese sendo defendida na banca de doutorado do governo Bolsonaro. A gestão da Vale deve ser profissional e independente, e seus quadros, altamente capacitados. Mas isso não exclui um maior alinhamento com o governo. Ou, melhor dizendo, uma identificação direta com a tropa de Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro

As últimas ligações da Telebras

12/11/2018
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O ministro Gilberto Kassab – um pêndulo entre o governo Temer e o governo Bolsonaro dado o seu desabrido apoio ao Capitão – tem feito pregação pela sobrevivência da Telebras. Mais do que isso: trabalha também pela permanência de Jarbas Valente na presidência da estatal. Seria como se o próprio Kassab estivesse na Telebras.

Do outro lado, no entanto, a avaliação sobre a Telebras é inclemente. A própria performance financeira da empresa tem sido usada pela equipe de transição de Jair Bolsonaro como um dos argumentos mais fortes para a sua extinção. A companhia vem operando com um déficit mensal da ordem de R$ 20 milhões. Em tempo: os dois principais projetos da Telebras já têm seu destino traçado caso se confirme o fim da empresa. O plano nacional de banda larga ficaria pendurado no Ministério da Ciência e Tecnologia/Comunicação; já a gestão do satélite geoestacionário iria para a Pasta da Defesa.

#Gilberto Kassab #Jair Bolsonaro #Telebras

Plano de saúde

12/11/2018
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Afastado da Câmara desde o atentado de 6 de setembro, Jair Bolsonaro continuará recebendo salário da Casa até fevereiro. Para não perder o benefício, ele apresentou um atestado médico.

#Jair Bolsonaro

General Heleno amplia o raio de ação do GSI

8/11/2018
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A julgar pelas missões desempenhadas pelo general Augusto Heleno na equipe de transição, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) terá um perímetro mais amplo de atuação e representatividade no governo Bolsonaro. Na última quinta-feira, Heleno teve uma reunião a portas fechadas com executivos da indústria siderúrgica no Hotel Hilton, no Rio de Janeiro. Segundo o RR apurou, a questão China dominou o encontro. Representantes da CSN, Gerdau, Arcelor Mittal e Usiminas, entre outras menos votadas, bateram na tecla dos estragos que a crescente entrada do aço chinês no Brasil tem causado à indústria nacional.

Ao longo de 2017, a participação do insumo importado no mercado brasileiro subiu de 8% para 13%. Estima-se que este índice feche 2018 acima dos 15%. O produto oriundo do país asiático responde por mais de 50% das importações. Resultado: a ociosidade do parque siderúrgico brasileiro já passa dos 30%: são 34 milhões de toneladas de aço produzido para uma capacidade instalada próxima dos 52 milhões de toneladas. O general Heleno saiu do encontro devidamente municiado de números e mais números. Os executivos chamaram especial atenção para os mais de 12 mil postos de trabalho fechados nos últimos quatro anos.

De acordo com a fonte do RR, as palavras “protecionismo” e “barreiras” não foram pronunciadas durante a reunião reservada. Nem seria preciso. No discurso dos siderurgistas está mais do que subtendido de que vai ser difícil segurar a concorrência com o aço chinês sem sobretaxas. Até porque a China deve intensificar sua investida sobre o mercado brasileiro diante das crescentes restrições alfandegárias impostas pela Europa e, sobretudo, por Donald Trump, nos Estados Unidos. A questão tributária tem sido alvo de embates entre a siderurgia e o governo Temer. Em maio, a Camex adiou por um ano a imposição de tarifas ao aço chinês por considerar o atual regime de “interesse público”, tendo em vista o aumento dos preços e a crise econômica no país.

Em parte, significa dizer que o lobby das montadoras e da indústria de eletrodomésticos, entre outros setores intensivos em aço, foi mais bem-sucedido. Os siderurgistas sabem que o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, é contrário, por definição, a tarifas protecionistas a qualquer setor da economia. Portanto, as barreiras alfandegárias serão poucas para muitos pedintes. Os empresários do aço sabem que o general Heleno será o contraponto de Guedes no Palácio do Planalto.

Trata-se de um oficial especializado em assuntos estratégicos, cuja visão dos interesses do Estado vai além da simples aritmética sobre as vantagens de um setor ou outro da indústria. Seu horizonte de atuação institucional alcançará o aconselhamento sobre os países-chaves nas relações comerciais e de segurança. A China é um deles. Há poucos dias, Heleno pediu a Bolsonaro que fosse mais manso em suas declarações sobre o país asiático. Pequim também está atenta a essa movimentação. O em-baixador da China no Brasil fez uma visita em caráter extraordinário ao Capitão Bolsonaro, em sua residência, na Barra da Tijuca. Ou seja: bem antes de se aproximar o quinto mês do governo Bolsonaro, data prevista para a Camex reavaliar a questão, as reivindicações da indústria siderúrgica estão subindo de decibéis.

#General Augusto Heleno #GSI #Jair Bolsonaro

Rússia mobiliza bancada ruralista

7/11/2018
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O futuro ministro da Agricultura sequer foi escolhido, mas já tem sua missão nº 1. Os líderes da Frente Parlamentar da Agricultura fecharam um acordo com Jair Bolsonaro para que o novo titular da Pasta vá à Rússia em caráter de urgência logo no início do mandato. Caberá a ele buscar uma solução definitiva para o embargo daquele país às carnes bovina e suína brasileira. O atual ministro, Blairo Maggi, falhou. Depois de 10 meses de pleno bloqueio, os russos reabriram as importações, mas de maneira quase pró-forma. Apenas nove frigoríficos brasileiros foram autorizados pelo governo Putin a retomar os embarques. Antes do embargo, eram 48. Ou seja: o risco social ainda é grande. Bolsonaro convive, desde já, com a ameaça de iniciar seu mandato em meio a uma nova temporada de demissões no setor. Em 2018, mais de 2,5 mil postos de trabalho foram fechados, a maior parte em razão da suspensão das vendas para a Rússia.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura #Vladimir Putin

Paulo Guedes ensaia sua lua de fel com a indústria

7/11/2018
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Há três hipóteses perambulando na avenida da indústria brasileira. A primeira delas é o ministro da Economia, Paulo Guedes, conseguir se impor junto aos empresários e retirar barreiras às importações, cortar subsídios, reduzir o BNDES e esvaziar as entidades do setor. A segunda: Guedes tenta, tenta, há uma forte reação dos industriais, e ele não leva. Finalmente, a terceira e mais provável: Guedes fica soltando seus balões de ensaio e Jair Bolsonaro vai furando um por um. Em todas as alternativas, é previsto o conflito entre o ministro e o setor. Guedes não tem a menor afeição aos industriais. A recíproca também é verdadeira. O economista declarou em outras oportunidades que o sumiço de certos setores da indústria seria bom para o país. Assim, segmentos sem vantagem competitiva estrutural, como o têxtil, moveleiro, calçados e brinquedos, só para citar alguns, poderiam muito bem desaparecer. Guedes acha que são os empresários acostumados aos favores do Estado que tornam a indústria ineficiente. Os industriais consideram o contrário: não há concorrência possível se os fundamentos são assimétricos. Juros, tributos, infraestrutura, custo do trabalho, o Brasil perde em todas na comparação com o exterior. A briga é boa. Um “desindustrialista” contra empresários industriais, em período no qual a participação do setor no PIB desaba.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Amélia não tinha a menor vaidade…

7/11/2018
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Ontem, a senadora Ana Amélia (PP-RS) surgiu com força na lista de ministeriáveis de Jair Bolsonaro. Seu nome vem sendo ventilado para o que já é chamado de “Ministério da Família”, que juntará as Pastas do Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. Candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin, Ana Amélia ajudaria a cumprir a “cota” feminina no Gabinete do Capitão. Neste caso, Bolsonaro teria de buscar outra cadeira para o aliado e amigo Magno Malta, cotado para o mesmo cargo.

#Jair Bolsonaro

Os sentinelas de Bolsonaro

7/11/2018
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Os quatro senadores eleitos pelo PSL, de Jair BolsonaroFlávio Bolsonaro (RJ), Major Olímpio (SP), Juíza Selma Arruda (MT) e Soraya Thronicke (MS) – vão se reunir pela primeira vez, hoje, em Brasília. O objetivo é discutir a estratégia da bancada para a disputa da mesa diretora da Casa. Nos primeiros contatos por WhatsApp, segundo o RR apurou, o quarteto definiu veto “total” à eleição de Renan Calheiros para a Presidência do Senado. Mas tudo pode mudar: o dono da palavra final, o próprio Bolsonaro, não faz parte do animado grupo de conversas pelo celular.

#Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro #PSL

Contentamento

7/11/2018
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O empresário Flavio Rocha, que chegou a almejar um assento de primeira classe no Ministério de Jair Bolsonaro, já se contenta com um bilhete de econômica para o secretariado de João Doria.

#Flavio Rocha #Jair Bolsonaro #João Doria

Bolsonaro planeja “golden share fundiária” para destravar venda de terras a estrangeiros

6/11/2018
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Enquanto se debate a polêmica fusão entre os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, o futuro governo vai passando o rodo nos assuntos fundiários, antiga pasta da Reforma Agrária. A gestão da área será transferida integralmente para o Ministério da Agricultura. Há planos ambiciosos para o setor. A ideia na equipe de Jair Bolsonaro é resolver o imbróglio da compra de terras por estrangeiros, favorecendo o crescimento da produção agrícola. Quem comprasse os latifúndios seria obrigado a cumprir determinada meta de hectares plantados. Seria uma espécie de “golden share fundiária”. A medida, em tese, permitiria um aumento do agronegócio, notadamente das exportações de commodities. Contribuiria também para os planos do guru Paulo Guedes de fazer uma varredura nos ativos da União que podem ser vendidos ou securitizados para o abatimento da dívida pública. Com um novo ordenamento jurídico mais firme, as terras ganhariam maior liquidez e poderiam ser incorporadas, junto com os imóveis do Estado, em um fundo similar à BNDESpar composto por esses ativos.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura

ESPECIAL – Christian Lynch, jurista e cientista político: Sérgio Moro é Sérgio Moro

5/11/2018
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Só digo uma coisa aos que acham que o juiz Sérgio Moro será garantia de estado de direito no governo Bolsonaro: Moro não é Luís Roberto Barroso. Sérgio Moro parece conservador de quatro costados, ao passo que Barroso é um “liberalão”. Isso significa que ele usará a sua criatividade doutrinária para chancelar medidas repressivas. Querendo entrar para o Supremo Tribunal Federal (STF), como quer, terá de amarrar sua sorte à do futuro presidente por mais de um ano e meio, até vagar o assento na Suprema Corte. A ver.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Sérgio Moro leva Bolsonaro a remontar o tabuleiro da Defesa e da Segurança Pública

1/11/2018
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O fator Sérgio Moro divide o mandato sobre a segurança pública na gestão de Jair Bolsonaro. O afã de conceder superpoderes ao juiz e, assim, atrai-lo para o governo pode acabar mudando os planos do presidente eleito de atribuir ao general Augusto Heleno o controle total sobre essa área. Segundo o RR apurou, o modelo originalmente concebido previa a fusão dos Ministérios da Defesa e da Segurança Pública, sob o comando do general Heleno.

No entanto, a ideia do convite a Moro surgiu transversalmente, exigindo novas adequações. Tirar a Polícia Federal da Segurança e passá-la para a Justiça faz sentido. Ainda que se possa ponderar sobre um possível efeito colateral: deixar a PF sob a batuta de Moro traria a reboque o risco de restringi-la às funções de braço policial de uma Lava Jato ampliada, agora não mais em Curitiba, mas em Brasília.

No entanto, deslocar o Susp (Sistema Único de Segurança Pública) para o Ministério da Justiça desmontaria toda a concepção que vinha sendo estudada, esvaziando, antes mesmo do seu nascedouro, uma Pasta da Defesa com um perímetro de atuação ainda mais amplo. Ressalte-se que os dados ainda estão rolando e, por ora, nenhum dos modelos cogitados pode ser dado como decidido. Até mesmo em função do iminente aceite de Sérgio Moro, a equipe de Bolsonaro trabalha para encontrar uma divisão diplomática e operacionalmente lógica para a montagem deste puzzle ministerial. Esta questão passa pelo coração da campanha de Bolsonaro.

O combate à violência sempre esteve no epicentro da candidatura e do discurso do Capitão, sendo um dos pontos-chave para a sua eleição. No que depender do desejo do grupo de quatro estrelas que acompanha Bolsonaro, o general Heleno teria o comando central de todo o aparelho de Defesa e Segurança na esfera federal, englobando sob o mesmo guarda-chuva as Forças Armadas, a Polícia Federal, a Força Nacional de Segurança, além dos respectivos serviços de Inteligência destas instituições e da própria Abin. A integração das Pastas da Defesa e da Segurança Pública é vista pelos próprios generais Hamilton Mourão e Augusto Heleno como um encaixe de maior nexo, seja pela afinidade das atribuições envolvidas, seja pela probabilidade de resultados mais eficazes.

A própria presença de Bolsonaro na Presidência da República reforça a ideia de aproximação entre as Forças Armadas e a segurança pública. Com a eleição do Capitão e de Wilson Witzel, que também fincou sua campanha no discurso do combate ao crime, a possibilidade de que a intervenção federal no Rio de Janeiro se estenda por 2019 já está dada. O próprio governador eleito anunciou que solicitará a manutenção do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) por mais dez meses além do prazo original (dezembro), o que, no mínimo, representaria a permanência dos militares nas ruas do Rio até outubro do próximo ano.

Por esta linha de raciocínio, há ainda outro ponto importante: os elevados índices de criminalidade em grandes regiões metropolitanas do país aumentam as chances de que as Forças Armadas sejam convocadas para atuar na segurança em outras unidades da federação. Por outro lado, os cenários cruzados sobre os quais Bolsonaro e sua equipe trabalham também apontam para uma sinergia considerável caso a Segurança Pública fique na Pasta da Justiça. Moro passaria a comandar um sistema unificado de informações, contemplando também a Secretaria da Transparência e Combate à Corrupção, a CGU e o Coaf. Esta integração seria de grande serventia, por exemplo, para a asfixia do crime organizado. A solução para a equação sairá nos próximos dias. Sobre um ponto não há qualquer discussão no entorno de Bolsonaro: o general Heleno e Sérgio Moro são vistos como peças valiosas e imprescindíveis para o próximo governo.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Moro

Racha sindical

1/11/2018
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Os sensores psicossociais da equipe de Jair Bolsonaro estarão concentrados, hoje, em São Paulo. O Dieese convocou as centrais sindicais para uma reunião em sua sede, na capital paulista, a primeira após as eleições. Segundo o RR apurou, a CUT sinalizou que vai propor um Dia Nacional de Paralisação contra a reforma da Previdência. Parece que a entidade perdeu o juízo. Menos mal que deve ficar falando sozinha. De acordo com a fonte da newsletter, a ideia não encontra eco entre as demais centrais. A percepção geral é de que não existe qualquer clima para greve, notadamente na iniciativa privada. Não é de hoje. Segundo dados do próprio Dieese, das 94 mil horas de paralisações em 2017, o setor privado respondeu por apenas 33 mil horas.

#CUT #Jair Bolsonaro

A malha fina do Capitão Bolsonaro

1/11/2018
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A precaução de Jair Bolsonaro com o perfil ilibado dos futuros ministros alcançou a equipe de transição na área econômica. O rigor excluiu o economista Rubem de Freitas Novaes do time formado por Paulo Guedes. Em todas as listas até então, o nome de Novaes esteve presente como uma das primeiras opções de Guedes. As afinidades entre ambos são muitas. Novaes é doutor em economia pela Universidade de Chicago, verdadeira igreja para o futuro ministro da Economia. Ele também trabalhou no Banco Pactual, onde Guedes iniciou sua carreira como financista de prestígio. Foi esta passagem pelo banco que cassou o passaporte de Rubem Novaes para o governo de Bolsonaro. O economista foi citado em episódio de venda de informações do Banco Central. Na ocasião o Ministério Público chegou a pedir a quebra do seu sigilo telefônico. Nada ficou provado contra Novaes, mas Jair Bolsonaro já deixou claro que não formará seu governo por profissionais condenados ou mesmo suspeitos da prática de ilícitos

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

A hora do 5G

1/11/2018
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As operadoras de telefonia já trabalham junto ao entorno de Jair Bolsonaro para que o leilão da frequência 5G seja antecipado de 2020 para 2019. Sobre a mesa um pacote de investimentos da ordem de R$ 50 bilhões.

#Jair Bolsonaro

Custo caro

1/11/2018
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O uso da residência de Paulo Marinho, no Rio, como estúdio de televisão pode vir a custar caro a Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro

Bancada ruralista e lobby privado duelam pela Pasta da Agricultura

31/10/2018
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O Ministério da Agricultura – dono de um orçamento de R$ 12 bilhões e por onde passam quase 24% do PIB – desponta como uma das esferas de Poder mais disputadas do governo Bolsonaro. A novidade é a entrada na arena da indústria da agrociência, que duela com a bancada ruralista pela indicação do futuro titular da Pasta. Segundo o RR apurou, grandes companhias do setor teriam feito chegar a Bolsonaro os nomes de Laércio Giampani e Rodrigo Santos.

O primeiro deixou a presidência da subsidiária brasileira da Syngenta, uma das maiores fabricantes mundiais de sementes, em julho deste ano. Santos, por sua vez, é o todo poderoso CEO da divisão de CropScience da Bayer-Monsanto na América Latina. De acordo com a fonte do RR, as indicações teriam chegado por intermédio do deputado estadual eleito Frederico D ´Avila (PSL-SP), que durante a campanha serviu de ponte entre o Capitão e empresários e grupos da cadeia do agronegócio.

A eventual escolha de um destes dois nomes seria um sinal de que o governo Bolsonaro pretende dar ênfase à agrotecnologia em suas políticas para a área da Agricultura. Em contrapartida, poderia ser encarada também como uma influência excessiva de grandes multinacionais da cadeia do agronegócio na futura gestão da Pasta. Não custa lembrar que embaixo do Ministério da Agricultura estão a Embrapa e seu cobiçado banco de patentes estimado em mais de US$ 1 bilhão – noves fora seu valor intangível.

Do lado da bancada do agronegócio, o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan, que chegou a ser tido como favorito para o cargo, perdeu fôlego. De domingo para cá surgiram à mesa os nomes de Antonio Galvan, vice-presidente da Aprosoja, e do deputado Valdir Colatto (MDB-SC). Por sua vez, a Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) intensificou o lobby pela escolha de Luiz Carlos Heinze, eleito para o Senado pelo Rio Grande do Sul.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura

Acervo RR

Quatro rodas

31/10/2018
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As montadoras convidaram Jair Bolsonaro para o Salão do Automóvel, na próxima semana. Sua presença seria um sinal de apoio do futuro presidente ao Rota 2030, novo regime para o setor automotivo, que deverá ser anunciado pelo “coadjuvante” Michel Temer na abertura do evento. Em tempo: o Rota 2030 não combina nada com Paulo Guedes.

#Jair Bolsonaro

Quatro rodas

31/10/2018
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As montadoras convidaram Jair Bolsonaro para o Salão do Automóvel, na próxima semana. Sua presença seria um sinal de apoio do futuro presidente ao Rota 2030, novo regime para o setor automotivo, que deverá ser anunciado pelo “coadjuvante” Michel Temer na abertura do evento. Em tempo: o Rota 2030 não combina nada com Paulo Guedes.

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro pretende alistar as Forças Armadas na reforma da Previdência

30/10/2018
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Jair Bolsonaro e Paulo Guedes poderão surpreender os mercados com o anúncio da realização da reforma da Previdência dos militares. Até então esta hipótese, se não des- cartada, quando muito era colocada em um horizonte de médio e longo prazos – o próprio governo Temer decidiu passar ao largo da questão. Aideia de Bolsonaro e de seu ministro é divulgar simultaneamente a execução das duas reformas, uma para a seguridade social dos civis e outra para a das Forças Armadas – cada projeto com as devidas adaptações que cabem aos respectivos regimes previdenciários.

As duas reformas seriam anunciadas e levadas à votação no Congresso logo no início do mandato, como um cartão de visitas de alto impacto do governo Bolsonaro. O duplo anúncio teria um efeito estupendo sobre a economia e os mercados. A aposta no entorno de Bolsonaro é que a divulgação da reforma da Previdência dos militares mexeria ainda mais com as expectativas devido à mensagem emblemática que ela traria a reboque: as Forças Armadas se apresentariam dando a sua cota de sacrifício para o equilíbrio das contas públicas e o desenvolvimento econômico. O próprio General Hamilton Mourão, vice-presidente eleito, já se declarou favorável à reforma da Previdência dos militares. Olhando-se friamente para os números, a proposta é mais do que justificável.

Exército, Aeronáutica e Marinha têm um impacto 16 vezes maior no rombo da Previdência do que os beneficiários do INSS. No ano passado, em média o déficit per capita dos integrantes das Forças Armadas foi de R$ 99,4 mil, contra R$ 6,25 mil da seguridade social. No entanto, esta é uma questão complexa, que vai além das cifras. A reestruturação do sistema previdenciário dos militares mexe não apenas com direitos adquiridos, mas, sobretudo, com um senso de
justiça e merecimento que cerca o regime especial de aposentadoria das Forças Armadas. Esta separação está
longe de ser uma jabuticaba.

A maior parte dos países adota sistemas de proteção social distintos para militares e civis. Contam-se nos dedos as nações que uniformizaram suas previdências, entre elas Japão, Bulgária, Luxemburgo e Kuwait. A manutenção de um sistema previdenciário próprio para Exército, Aeronáutica e Marinha se apoia em importantes premissas, ressaltadas em minucioso estudo elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Especificidades da própria natureza do serviço militar justificam a seguridade social em separado: as Forças Armadas desempenham funções exclusivas do Estado, como a defesa nacional e as ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO); não recebem tratamento privilegiado, mas, sim, compatível com os deveres exigidos.

Além disso, mudanças prejudicariam a “atratividade da carreira e a retenção de profissionais”. Adicione-se que os militares não usufruem de direitos trabalhistas de caráter universal; não se trata de um serviço público convencional – à categoria, por exemplo, é vetado o direito de greve. Os integrantes das Forças Armadas tampouco recebem hora extra e adicional noturno: se tivessem estes direitos, a estimativa é que sua remuneração seria algo em torno de 115% maior. É importante que não se compreenda este movimento como uma sinalização de que o futuro governo pretende equiparar militares e civis. Pelo contrário: Jair Bolsonaro pretende respeitar ao máximo as particularidades do serviço militar na reforma da Previdência. Mesmo porque, como já sinalizado, a gestão Bolsonaro dará uma atenção e um status especial às Forças Armadas, com a participação direta do estamento não só em cargos, casos dos generais Mourão e Augusto Heleno, mas na formulação e execução de políticas públicas para áreas fulcrais, como infraestrutura e tecnologia.

#Jair Bolsonaro #Reforma da Previdência

Holofotes sobre o FAT

30/10/2018
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O orçamento do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) em 2019 vai monopolizar a próxima reunião do Conselho de Desenvolvimento do FAT, marcada 5 de novembro. O tema ganhou ainda mais relevância com as declarações de Paulo Guedes, futuro ministro do Fazenda de Jair Bolsonaro. Ao pregar a desoneração da folha de pagamento, Guedes admitiu mexer no abono salarial, hoje pago a 23,6 milhões de pessoas. Por sinal, no dia seguinte à reunião, o BNDES fará um seminário em sua sede para comemorar os 30 anos da Constituição Federal e seu artigo 239, que destinou a arrecadação do PIS-PASEP para o financiamento do seguro-desemprego e do abono salarial.

#FAT #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Bolsonaro apaga o fogo do PSL

30/10/2018
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Jair Bolsonaro enquadrou a bancada do PSL. À exceção de Eduardo Bolsonaro, que não conta, os 52 deputados do partido estão desautorizados a negociar cargos no futuro governo. Isso vale até mesmo para posições no próprio Legislativo. A autocampanha promovida pela deputada eleita Joice Hasselmann para assumir a liderança do governo na Câmara já foi desarmada. O nome para a função será discutido diretamente por Bolsonaro com o virtual ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Na mesma linha, o Capitão desarticulou a indicação de Beatriz Kicis, procuradora do Ministério Público Federal-DF e eleita deputada federal, para a presidência da poderosa Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O PSL já se credencia como o grande consolidador partidário pós-eleitoral. Gustavo Bebianno, que formalmente deixou a presidência do partido ontem, desembarca em Brasília nesta semana para reuniões com dirigentes do PTC, Patriotas e PMN. As três siglas não alcançaram a cláusula de barreiras e deverão se fundir ao PSL. Caso isso ocorra, a legenda de Bolsonaro ganhará o reforço de dez deputados.

#Jair Bolsonaro #PSL

Paulo Guedes incorpora Roberto Campos e prepara um cardápio de medidas para a posse

29/10/2018
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O futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, trabalha dia e noite com sua equipe para, tão logo Jair Bolsonaro tome posse, anunciar um grandioso programa de medidas. Guedes, segundo a fonte do RR, vai apresentar as ações imediatas e de médio e longo prazos. Muitas ações. Como tem uma verdadeira fixação em Roberto Campos, estaria se inspirando no ex-ministro em seu discurso de posse no Senado. Na ocasião, Campos anunciou nada mais, nada menos, do que 100 projetos de lei. Paulo Guedes talvez seja o mais ferrenho discípulo, no Brasil, das teorias dos economistas Robert Lucas Jr. e Thomas Sargent, apóstolos da teoria das expectativas racionais. Não quer deixar um fiapo de tempo para que os operadores do mercado iniciem suas especulações. Vai trabalhar as expectativas desde a primeira hora. O virtual ministro sabe disso porque, além de economista, conhece como se comportam as raposas da área financeira. E preparem-se para ver Guedes ocupando todos os espaços para argumentar. Ele é um dos economistas mais bem dotados de inteligência verbal do país. O RR tem críticas de sobra a atitudes de Guedes em sua trajetória, mas duvida e dobra a aposta quando dizem que ele não aguentará o tranco ou sairá choramingando logo que um dos quatro estrelas de Bolsonaro apertá-lo. Paulo Guedes se preparou a vida toda para esse momento. Quanto maior o desafio maior o seu estímulo. Seu ego é maior do que o de Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

ESPECIAL – Christian Lynch, jurista e cientista político – Os primeiros alvos do governo Bolsonaro

29/10/2018
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Os últimos acontecimentos, relativos às ações da polícia nas universidades a título de reprimir manifestações contrárias ao autoritarismo, com a complacência do Executivo e do Legislativo e a reprovação do Supremo e da Procuradoria Geral da República, simplesmente prenunciam os movimentos que se verificarão no ano que vem. Executivo e Legislativo “conservadores” avançarão sobre as universidades, vistas como último bastião do “socialismo”, e sobre o Judiciário, último bastião do “liberalismo”. Assim como, aos olhos da esquerda, liberais e conservadores são todos “direita”, aos olhos da direita, socialistas e liberais são todos “esquerda”. Resultado involuntário da “Revolução Judiciarista” que, a título de purgar o país da corrupção da esquerda em nome de valores liberais e republicanos, parece tê-lo atirado nos braços dos conservadores e alguns fascistas.

#Jair Bolsonaro

Sondagem RR – Pena de morte e liberação da posse de armas são prioridades máximas na segurança

26/10/2018
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É compreensível a liderança de Jair Bolsonaro nas pesquisas eleitorais diante do conservadorismo da sociedade brasileira, notadamente no que diz respeito à segurança pública. Parte expressiva da população apoia o uso de ações mais duras contra o crime, a exemplo da pena de morte e da liberação da posse de armas, que estão na base da pregação histórica de Bolsonaro. É o que revela sondagem realizada pelo Relatório Reservado em seis capitais de todas as regiões do país – Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Salvador e Manaus – publicada nesta edição especial que antecede o segundo turno da eleição à Presidência da República. O RR consultou 800 pessoas com a seguinte questão: “Classifique o grau de prioridade (Máxima, Média, Mínima ou Nenhuma) das medidas a seguir para o combate à violência”. Entre as 15 propostas apresentadas aos entrevistados, ficou patente o desejo da população pela instituição da pena de morte: 49% disseram que esta é uma ação de prioridade máxima. Outros 23% responderam média. Para 8%, trata-se de uma medida de urgência mínima.

Há, ressalte-se, uma parcela significativa contrária à punição radical: 20% afirmaram que a medida não tem prioridade nenhuma. Entre os presidenciáveis, Bolsonaro é o único que prega abertamente a pena de morte, assim como a prisão perpétua. Da mesma forma, sua defesa intransigente da liberação das armas também encontra eco na opinião pública. Entre os consultados, 61% afirmaram que esta é uma decisão de prioridade máxima para o combate ao crime, ao passo que 22% classificam a medida como de média urgência.

Entre os entrevistados, 2% e 15% tratam a autorização para a posse de armas como algo, respectivamente, de mínima ou de nenhuma importância para a redução da criminalidade. Outra medida severa e igualmente polêmica também conta com a aprovação da maioria da população. Respectivamente 51% e 32% consideram a redução da maioridade penal prioridade máxima ou média. Para 10%, a necessidade de mudança na lei é mínima, ao passo que 7% não enxergam qualquer impacto da medida sobre o combate à violência. Bolsonaro venceu mais uma vez.

O candidato apregoa a proposta e já deixou claro reiteradas vezes que trabalhará para baixar o sarrafo da punibilidade de 18 para 16 anos. Para isso, é necessário alterar o artigo 228 da Constituição e o artigo 27 do Código Penal, que dizem que menores de 18 anos são “penalmente inimputáveis” e estão sujeitos às normas de legislação especial. Parte do caminho já foi percorrida. Em 2015, a Câmara aprovou a PEC 171, de autoria do agora ex-deputado Benedito Domingos (DF), diminuindo a maioridade penal para 16 anos. O texto diz que a partir desta idade o jovem pode ser responsabilizado penalmente por crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. A PEC foi encaminhada ao Senado para ser votada na Comissão de Constituição e Justiça e, posteriormente, no plenário da Casa.

Intervenções militares
A enquete mostra o apoio da população a uma medida que foi trazida para o centro da questão da segurança pública neste ano: a intervenção federal no Rio de Janeiro. Entre os consultados, 78% classificam como urgência máxima que o expediente seja estendido para outros estados. A resposta reflete a confiança da sociedade em relação ao estamento militar e reforça a percepção de que, para a opinião pública, a solução da grave crise na segurança passa pelas Forças Armadas. Há ainda 10% que consideram a ação de prioridade média.

Apenas 6% apontam a possibilidade de intervenção em outras unidades da federação como de necessidade mínima, mesmo percentual dos que não enxergam nenhuma pressa na proposta. Haddad já se mostrou reiteradamente contra a intervenção militar. O petista propõe a substituição das Forças Armadas por policiais federais, com o argumento de que o apoio aos governos estaduais no combate ao crime deve ser feito por uma força policial civil. Bolsonaro é adepto da medida, mas com uma ressalva ao melhor estilo Bolsonaro.

Diz que uma intervenção militar não pode ser “branda” como a do Rio e usa como referência o Haiti: “Lá, o militar podia atirar! E aqui?” Em fevereiro deste ano, inclusive, durante uma das repetidas guerras de quadrilhas da Rocinha, no Rio, o candidato do PSL disparou sua solução: “Eu daria um prazo para que os bandidos saíssem da favela. Caso ficassem, metralharia o local”. Se a população quer mais intervenções, o mesmo não se pode dizer de outra experiência que teve o Rio de Janeiro como lócus. Se, um dia, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), uma criação do governo Sergio Cabral, pareciam ser, enfim, a solução adequada para escorraçar quadrilhas criminosas, hoje o modelo caiu em descrédito. Perguntados sobre a adoção de UPPs em todo o Brasil, apenas 6% entendem que a medida tem urgência máxima. Para 26%, trata-se de uma ação de prioridade média. Outros 14% consideram a proposta de necessidade mínima. A maior parte, contudo, 54%, acredita que a instalação de UPPs em outros estados não tem importância alguma no pacote para a área de segurança pública caso venha a ser proposta pelo próximo governo.

Descriminalização das drogas

O conservadorismo manifestado na iminente eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência da República se reflete também na opinião da população quanto à descriminalização das drogas como forma de combate ao crime – uma pauta mais afeita ao campo da esquerda. Entre os entrevistados pelo RR, 41% entendem que a proposta nada tem de prioritária. Para 28%, sua importância é mínima. Apenas 14% e 17%, respectivamente, consideram a medida como de prioridade média ou máxima para o equacionamento da grave crise da segurança pública no Brasil. A questão é tão controversa que o próprio Haddad tirou a proposta de descriminalização das drogas do seu programa de governo na campanha do segundo turno.

Crime organizado
O discurso duro contra a violência, que permitiu a Bolsonaro chegar a dois dias da eleição com meio corpo dentro do Palácio do Planalto, se reflete também no clamor por ações mais contundentes contra o crime organizado. Perguntados sobre a necessidade de um combate radical a facções criminosas, 67% responderam se tratar de uma prioridade máxima do próximo governo. Para 20%, esta é uma ação de premência média. Dos entrevistados, 12% classificaram a medida como de prioridade mínima.

E um índice irrisório de apenas 1% afirmou que não há razão na providência. Mais uma vez, ponto para o Capitão, que se apropriou como nenhum outro candidato do tema da segurança pública e, mais especificamente, do discurso agressivo contra criminosos. No Google, por exemplo, há 249 mil menções a “Jair Bolsonaro e crime organizado”; no caso de Haddad, seu concorrente, a mesma busca aponta menos da metade destes resultados: cerca de 114 mil. Sempre que pode, Bolsonaro e seu entorno trazem este assunto para o epicentro da campanha.

Na última quarta-feira, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse que “o crime organizado aceita qualquer candidato, menos Jair Bolsonaro”. Embora exista a percepção de que toda a cadeia do crime organizado passa ou até mesmo começa na entrada de drogas e armas no país, curiosamente o reforço do patrulhamento das fronteiras não é apontado como uma questão a ser emergencialmente atacada pelo novo presidente da República. Apenas 9% dos entrevistados pelo RR disseram que esta é uma medida de prioridade máxima.

Em contrapartida, 60% afirmaram que não existe nenhuma urgência em se intensificar o monitoramento das fronteiras. Talvez esta parcela da população entenda que toda a energia deve ser concentrada, no curtíssimo prazo, no combate à violência nas áreas urbanas. Outros 19% consideram a medida de prioridade média, enquanto 12% responderam que esta é uma providência de urgência mínima. Não obstante o apoio à liberação da posse, a abertura do mercado brasileiro a fabricantes estrangeiros de armas não é tratada como uma medida prioritária, ainda que ela possa trazera reboque a ideia de um melhor aparelhamento das forças policiais.

Entre as 800 pessoas consultadas pelo RR, 68% disseram que a entrada de indústrias internacionais de armamentos e munição no país não tem prioridade alguma para o combate à violência. Outros 19% apontaram esta ação como de importância mínima. Somente 9% entendem a proposta como algo de relevância média para a segurança. E menos pessoas ainda, apenas 4%, classificaram a medida como de prioridade máxima.

Colégios militares
Verdade seja dita, nem todas as propostas de Jair Bolsonaro que tangenciam o combate ao crime encontram guarida na opinião pública. É o caso, por exemplo, da ideia de construção de colégios militares em comunidades, que perpassa tanto a educação quanto a área de segurança pública. A maioria esmagadora (70%) não vê qualquer senso de urgência na medida. Outros 13% consideram o expediente de prioridade mínima, ao passo que 14% responderam “prioridade média”.

Apenas 3% afirmaram que fincar escolas militares em comunidades é uma decisão de necessidade máxima para a melhoria da segurança pública. Em contrapartida, investimentos em educação, não necessariamente um ensino militar, são, sim, percebidos como ações importantes no curto prazo para a redução dos índices de violência. Para 52% dos entrevistados, esta é uma medida de premência máxima. Outros 32% classificam como uma providência de prioridade média.

Na opinião de 10% dos consultados, no horizonte imediato, esta é uma ação de necessidade mínima. Por fim, 6% não reconhecem na maior alocação de investimentos em educação um instrumento de mitigação do crime. polícias. Em 2015, a Câmara dos Deputados criou uma Comissão Especial de Estudo sobre a matéria. O grupo encerrou seus trabalhos em julho deste ano com uma série de proposições para a execução do projeto, incluindo a criação de um plano de carreiras único para os policiais. No entanto, com a composição da próxima legislatura e a crescente presença de representantes das polícias militares no Congresso, é pouco provável que a proposta avance. Eduardo Bolsonaro, filho do Capitão e reeleito como o deputado federal mais votado da história, é um crítico contumaz da proposta. Costuma dizer que a ideia vem dos grupos políticos que “defendem bandido”. Haddad não fez qualquer pronunciamento mais agudo em relação à integração das forças policiais nos estados. Pelo contrário. Nos remendos que fez para o segundo turno, o petista até mesmo tirou de seu programa de governo a proposta de desmilitarização da polícia.

Efetivo policial

O RR também ouviu a população acerca de duas medidas que costumam pontificar em qualquer receituário de candidatos para a área de segurança. Perguntados sobre a ampliação do contingente policial, 73% afirmaram que esta ação deve ser executada imediatamente. Outros 25% entabularam esta providência como de prioridade média. Os que consideram o aumento do efetivo das forças policiais algo de menor importância formam, como poderia se esperar, um universo residual.

Apenas 1% disse que esta medida é de prioridade mínima, mesmo índice dos que a classificaram como algo sem qualquer sentido de urgência. Ressalte-se que esta é uma questão complexa, de difícil efetivação, uma vez que a expansão dos contingentes das polícias militar e civil é atribuição dos governos estaduais, cada qual com realidades e condições financeiras distintas. Na mesma linha, o RR ouviu a população sobre a integração entre as polícias militar e civil.

Não chega a ser um tema que cause palpitação na opinião pública. Dos consultados, 33% afirmaram que não há qualquer prioridade nesta medida, enquanto outros 41% a classificaram como uma ação de urgência mínima. Apenas 7% entenderam que a integração das polícias no curto prazo é uma condição indispensável para o combate ao crime. Por fim, 19% dos entrevistados apontaram este expediente como de prioridade média.

Há, ressalte-se, cinco PECs em tramitação no Congresso que abordam a reestruturação das forças de segurança estaduais e a integração entre as duas polícias. Em 2015, a Câmara dos Deputados criou uma Comissão Especial de Estudo sobre a matéria. O grupo encerrou seus trabalhos em julho deste ano com uma série de proposições para a execução do projeto, incluindo a criação de um plano de carreiras único para os policiais. No entanto, com a composição da próxima legislatura e a crescente presença de representantes das polícias militares no Congresso, é pouco provável que a proposta avance. Eduardo Bolsonaro, filho do Capitão e reeleito como o deputado federal mais votado da história, é um crítico contumaz da proposta. Costuma dizer que a ideia vem dos grupos políticos que “defendem bandido”. Haddad não fez qualquer pronunciamento mais agudo em relação à integração das forças policiais nos estados. Pelo contrário. Nos remendos que fez para o segundo turno, o petista até mesmo tirou de seu programa de governo a proposta de desmilitarização da polícia.

Política carcerária
Por fim, o RR consultou a população sobre a relevância de novas políticas carcerárias para o enfrentamento do crime. A implementação de um programa nacional de construção de presídios foi apontada por 28% como algo que deve ser tratado pelo futuro presidente da República como prioridade absoluta. Exatamente a metade dos entrevistados classificou a ação como de emergência média. Outros 20% disseram que a medida tem peso mínimo no combate ao crime.

Somente 2% afirmaram que a proposta não tem qualquer grau de prioridade neste momento. Por sua vez, a privatização do sistema penitenciário está longe de ser uma pauta que sensibiliza o eleitorado e é percebida como uma ação que terá efeito prático na mitigação da criminalidade. Apenas 7% dos entrevistados cravaram a medida como de prioridade máxima, e outros 14%, como de prioridade média.

Para 52%, a entrega dos presídios a investidores privados tem importância mínima no contexto da segurança pública. Já 27% não veem qualquer necessidade de privatização do sistema carcerário neste momento. A situação carcerária é uma das variáveis mais dramáticas, pode-se dizer até desumanas, da equação da segurança pública no país. O índice de lotação nos presídios brasileiros é de 197%, ou seja, há praticamente dois detentos no espaço que deveria ser ocupado por apenas um.

Segundo estudos, zerar o déficit de vagas exigiria a construção de uma penitenciária por dia ao longo de um ano, considerando-se o gap em torno de 360 mil vagas. Em seu programa, Haddad prevê a criação de um Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária e de uma Política Nacional de Alternativas Penais. O petista defende ainda a implementação de uma Escola Penitenciária Nacional para capacitação de gestores de presídios, além de ações de reintegração social. Já Bolsonaro costuma tratar do tema com a crueza sincera que lhe é peculiar. Tem dito que a superlotação das cadeias é preocupação de quem está dentro e não fora da cela: “Não venham com essa historinha de que os presídios são cheios e não recuperam ninguém. Isso é problema de quem cometeu o crime…”

Sondagem
“Classifique o grau de prioridade (Máxima, Média, Mínima ou
Nenhuma) das medidas a seguir para o combate à violência”

Quem
800 entrevistados

Onde
Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Salvador e Manaus

Quando
Entre os dias 22 e 24 de outubro

#Fernando Haddad #Jair Bolsonaro #PSL #PT

Campanha tem seu vale-tudo final

25/10/2018
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O TSE está de olho nas redes nestes últimos dias da campanha eleitoral. A expectativa é que um tsunami varra a internet com propaganda dos dois candidatos. Os motivos de Haddad são óbvios: é avançar ou avançar. Ele está perdendo de goleada, mas a queda da sua rejeição, conforme as pesquisas, assim como o ânimo trazido com o exemplo Wilson Witzel no Rio –surpresas acontecem – induzem a um grande esforço na reta final. Bolsonaro, por sua vez, viu aumentar sua rejeição e a perspectiva de ter uma queda de votos em relação ao que as pesquisas apontaram nos últimos dez dias. O Capitão precisa de muito voto para fazer uma lasca do que tem prometido. Como são os últimos minutos de uma finalíssima, bola para o mato que o jogo é de campeonato. A fake news está “liberada”.

A reta final da campanha petista tem sido marcada por uma disputa em relação à estratégia de comunicação. De um lado, o ex ministro Franklin Martins, com a autoridade de quem esteve com Lula na semana passada; do outro, o marqueteiro Sidrônio Palmeira, ligado a Jaques Wagner. Ao seu estilo, Franklin defende o acirramento do confronto com Jair Bolsonaro. Chegou a propor até a volta do vermelho ao material de campanha. Já Sidrônio prega que Haddad dê mais ênfase às propostas para a economia e a área social. É uma queda de braço de dois perdedores.

#Fernando Haddad #Jair Bolsonaro #TSE

Projeto de campanha

25/10/2018
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O empresário Luciano Hang abriu o cofre para ampliar a operação de e-commerce da Havan, demasiadamente concentrada nas lojas físicas. Os planos para 2019 incluem a criação de uma plataforma de marketplace. Não deixa de ser uma aposta de fé de Hang no iminente governo de Jair Bolsonaro, que tanto apoia.

#Havan #Jair Bolsonaro #Luciano Hang

Projeto de campanha

25/10/2018
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O empresário Luciano Hang abriu o cofre para ampliar a operação de e-commerce da Havan, demasiadamente concentrada nas lojas físicas. Os planos para 2019 incluem a criação de uma plataforma de marketplace. Não deixa de ser uma aposta de fé de Hang no iminente governo de Jair Bolsonaro, que tanto apoia.

#Havan #Jair Bolsonaro #Luciano Hang

Ministros de transição

25/10/2018
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Ministros de Michel Temer vêm se achegando a Jair Bolsonaro. Sergio Sá, da Cultura, se engajou na campanha do Capitão e mantém intensa interlocução com Flavio Bolsonaro. Quem também se aproxima de Bolsonaro é o ministro do Turismo, Vinicius Lummertz.

#Jair Bolsonaro #Michel Temer

Bolsonaro ganha um presente na economia

24/10/2018
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O capitão Jair Bolsonaro, prestes a se tornar o presidente do Brasil, vai receber uma primeira boa notícia na área econômica antes das festas natalinas. O IBGE vai anunciar os números da sua Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), que periodicamente realiza uma revisão das contas nacionais. O instituto ainda não divulgou os dados devido ao tradicional atraso em função de problemas orçamentários, além da decisão política de não apresentar a revisão dos cálculos antes do fim das eleições. O RR, contudo, apurou que a revisão estatística trará um crescimento adicional entre 5% e 6% sobre o aumento de 1% do PIB, em 2017, com promessa de carregamento positivo para o “governo bolsomínico”. É um percentual pequeno, mas de graça não se recusa nada. Este avanço significará uma redução dos indicadores que têm o Produto Interno como base de mensuração. Exemplo: a dívida pública bruta, atualmente na faixa de 77% do PIB, vai cair apenas em função da rodada da POF. Ela deverá diminuir ainda mais em razão da queda do dólar e de uma pequena subida do PIB, no pós-Bolsonaro. Mas isso já é um outro capítulo. Ao que tudo indica, as estrelas estão iluminando o caminho do Capitão, que não mostrou até agora ter lanterna própria.

#Jair Bolsonaro

Munição chinesa

24/10/2018
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No momento em que Jair Bolsonaro abre fogo contra a invasão chinesa no setor elétrico, a China Huadian Corporation ensaia sua entrada no país. Na mira, o segmento de energia eólica. O grupo controla 15 parques geradores na China.

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro arruma as peças no tabuleiro

24/10/2018
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Jair Bolsonaro e Gustavo Bebianno, presidente do PSL, estão conversando, um a um, com os 53 deputados federais eleitos pelo partido. A todos, passam o mesmo recado: é preciso moderação no apetite por cargos no futuro governo. Antes que alguém pense em algum purismo, a recomendação está eivada de pragmatismo. Bolsonaro e sua equipe já começam a separar algumas fatias do pão para entregar a outros partidos.

Por sinal, Onyx Lorenzoni, virtual ministro da Casa Civil de Jair BoLsonaro, defende a escolha de um parlamentar de fora do PSL para ser o líder do governo na Câmara. Seria uma forma de ampliar o arco de apoios a Bolsonaro no Congresso. Lorenzoni já tem até um nome no bolso do colete: seu companheiro de partido Arthur Maia (DEM-BA), relator do atual projeto de reforma da Previdência.

#Jair Bolsonaro #PSL

Vigilantes da Constituição

23/10/2018
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Lançado recentemente, o movimento dos juristas contra Jair Bolsonaro pretende continuar ativo mesmo após as eleições. A ideia do grupo é se credenciar como uma instância de defesa da Constituição e do Judiciário. Quem desponta como líder da mobilização é o advogado criminalista Fábio Tofi c Simantob. O arco de juristas engajados no movimento vai de Mariz de Oliveira, amigo e advogado de Michel Temer, a Sigmaringa Seixas, fi gura histórica do PT.

#Jair Bolsonaro

Falcon

23/10/2018
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A Brinquedos Estrela, uma das principais entusiastas da candidatura de Jair Bolsonaro, já estuda até lançar um bonequinho em homenagem ao Capitão.

#Jair Bolsonaro

Gazin bomba na eleição do WhatsApp

22/10/2018
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Circula nas redes sociais um curioso vídeo do empresário Mario Gazin, dono da rede de lojas Gazin, do Paraná, pedindo votos para Jair Bolsonaro ainda no primeiro turno. Na imagem, ele aparece ao lado de Luciano Hang, um dos grandes cabos eleitorais junto ao empresariado. Até aí, zero de problema. No entanto, chama a atenção uma frase usada por Gazin para justificar por que Bolsonaro deveria ser eleito logo na primeira votação: “Para nós não termos que gastar mais dinheiro”. À luz das denúncias de que empresários teriam ajudado a disseminar mensagens contra o PT no WhatsApp, a frase tem causado um rebuliço no Twitter e no Facebook. Consultada pela RR, a Gazin confirmou que “Mario Gazin tem se posicionado em favor de Jair Bolsonaro em forma de indignação com o atual estado do país”. Sobre a declaração que tem causado controvérsia nas redes, a companhia diz que Gazin “presumiu que o prolongamento da campanha geraria um gasto genérico para o Brasil como um todo, mencionando que ‘todos gastariam menos’ se não houvesse segundo turno”.

#Jair Bolsonaro

A complexa simplicidade do fator Bolsonaro

22/10/2018
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Há dúvidas se as frentes democráticas de resistência tiveram papel determinante na queda das ditaduras. Com todo respeito ao comportamento heroico de personagens como o Dr.Ulysses Guimarães, Mário Covas e Luiz Inácio Lula da Silva, os regimes estavam caindo de podre. Há decerto uma histeria com as consequências exponencializadas do autoritarismo de Jair Bolsonaro A percepção popular sobre a probabilidade de um totalitarismo é rala.

As pessoas continuam indo à rodoviária e aos aeroportos, se defendendo na Justiça, lendo jornais e… votando. A comparação com Hitler, Átila ou Nero, ou a menção ao apoio da Ku Klux Klan soam à declaração de derrota. O tsunami no WhatsApp, sim, deve ser considerado como de alguma influência. Verdade seja dita, o fenômeno Bolsonaro vem sendo cevado não é de hoje. O capitão intuiu o drama do homem conservador normal: uma rotina desesperante de desacertos e um pavor da escalada da violência, que passou a ser considerada o motivo maior para o fechamento dos postos de trabalho, e não inverso.

Quem quiser conhecer o eleitor de Bolsonaro, pode assistir no Netflix ao filme “Dia de Fúria”. O “bolsonauta” é interpretado pelo ator Michael Douglas. De manhã até a noite nada dá certo na vida do personagem. Com base nessa demanda reprimida de autoridade Bolsonaro, sem nenhuma opinião, clareza de ideia ou projeto para as mazelas da Nação, convidou o homem comum e sem esperanças a embarcar nesta aventura do “ou vai ou racha”.

A esquerda insistiu em ofertar o que já vinha sendo dado: políticas assistencialistas, respeito às minorias, combate à fome, medidas na área social sociais, planos de emprego etc etc. Provável que o eleitor tenha considerado essas bandeiras como direitos já adquiridos. Ficou parecendo mais do mesmo. O fenômeno Bolsonaro foi ainda anabolizado pelo trágico destino do ornitorrinco formado por um grande líder popular, uma presidente esquizofrênica e um cleptocrata golpista. Em tempo: Ciro Gomes compreendeu o Zeitgeist. O PT não entendeu bulhufas.

#Jair Bolsonaro #PSL #PT

Assim é se lhe parece

22/10/2018
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O empresário Flavio Rocha tem se apresentado entre seus pares como futuro ministro de Jair Bolsonaro. Já deixou até o irmão Elvio Gurgel Rocha, vice-presidente do Conselho da Lojas Riachuelo, de sobreaviso para assumir seu lugar como chairman do grupo.

#Jair Bolsonaro #Lojas Riachuelo

Cardápio de Bolsonaro inclui até consulta popular sobre o destino de Lula

18/10/2018
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Teria partido da dupla Janaina Paschoal e Miguel Reale Junior a inusitada proposta a Jair Bolsonaro de que, devidamente diplomado, o então presidente envie ao Congresso pedido de consulta nacional sobre a manutenção ou não de Lula no cárcere. Curiosa a origem da ideia. Foram os dois jurisconsultos os responsáveis pelo requerimento de impeachment da presidente Dilma Rousseff e consequentemente pela demolição do governo do PT. A fonte do RR identifica na controversa sugestão dos dois juristas – Janaina agora coroada como a deputada estadual mais votada da história do país – uma medida multiuso.

Primeiramente, atenderia, em parte, ao clamor internacional, notadamente o provocado pelo Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que defendia que o ex-presidente pudesse concorrer nestas eleições e permanece intercedendo pela sua liberdade. Bolsonaro poderá afirmar que era apenas um candidato e Lula, seu adversário, ainda que indireto, cabendo aos Poderes da República que se manifestassem sobre o assunto. Na situação de presidente, ele estaria em condições legais de encaminhar ao Congresso a consulta de julgamento popular, o tribunal mais legítimo para avaliação da condenação sui generis de Lula.

Jair Bolsonaro estaria dando também o maior recado de alerta à desinibida judicialização que vem pautando as instâncias juridicantes. A iniciativa sancionaria a realização de outros referendos ou plebiscitos que o Capitão já antecipou pretender utilizar no futuro. Se for liberto, teoricamente Lula estaria constrangido a ser um interlocutor afável de Bolsonaro na Presidência da República. O que não seria nada excepcional, conhecendo-se o pragmatismo do petista.

Por outro lado, se a criminalização do ex-presidente for reiterada pelo povo, Bolsonaro se livraria de um permanente problema político. O ícone estaria sepultado. O RR enviou aos dois mencionados juristas uma série de perguntas sobre o assunto. Janaina Paschoal negou a informação. Garantiu não ter tratado da questão com o candidato Jair Bolsonaro e tampouco com integrantes do Judiciário.

Está feito o registro. Por sua vez, Miguel Reale Junior não quis se pronunciar. A proposta, ressalte-se, estaria sendo guardada a duzentas mil chaves pela campanha do Capitão nesse período do segundo turno, onde os votos do antipetismo são considerados essenciais não somente para dar a vitória a Bolsonaro nas urnas, mas também para proporcionar uma diferença expressiva no escrutínio. Caso a consulta popular venha a se confirmar e seja favorável ao ex-presidente, será a maior rasteira na História, jamais concebida em todos os tempos, como diria o próprio: Bolsonaro e seus generais, com a ajuda do povo, libertando Lula do cárcere.

#Jair Bolsonaro #Lula

Acervo RR

Carrapato

17/10/2018
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João Doria ficou sem o tão aguardado encontro com Jair Bolsonaro, mas não se dá por vencido. Tenta a todo custo gravar, ainda nesta semana, um depoimento do Capitão em apoio a sua candidatura ao governo de São Paulo para usar no programa eleitoral.

#Jair Bolsonaro #João Doria

Carrapato

17/10/2018
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João Doria ficou sem o tão aguardado encontro com Jair Bolsonaro, mas não se dá por vencido. Tenta a todo custo gravar, ainda nesta semana, um depoimento do Capitão em apoio a sua candidatura ao governo de São Paulo para usar no programa eleitoral.

#Jair Bolsonaro #João Doria

O “furo” de Joice Hasselmann

16/10/2018
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A deputada eleita Joice Hasselmann (PSL-SP) conseguiu a proeza de levar uma descompostura tanto de Jair Bolsonaro quanto de João Doria. Partiu da jornalista a desastrada iniciativa de arrastar Doria para o encontro com o Capitão no último sábado, que não aconteceu. De Bolsonaro, recebeu um pito por tentar impor uma agenda que não estava previamente combinada. De Doria, uma reprimenda por lhe vender uma “mercadoria falsa”.

#Jair Bolsonaro #João Doria

Aproximações sucessivas

15/10/2018
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Há um novo ponto de aproximação entre petistas e tucanos. José Gregori, ex-ministro de Direitos Humanos de FHC, e Paulo Vannuchi, que comandou a área na gestão Lula, deverão se encontrar nesta semana em São Paulo. Gregori resiste a declarar apoio a Fernando Haddad, mas já sinalizou que aceita assinar um manifesto contra Jair Bolsonaro.

#Fernando Haddad #Jair Bolsonaro #José Grigori #Lula

Bolsonaro alista seus cabos eleitorais pelo mundo

11/10/2018
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A campanha de Jair Bolsonaro vai torpedear as redes sociais e os grupos de WhatsApp com mensagens preparadas especificamente para brasileiros que moram no exterior. Um dos motes deverá ser “Com Bolsonaro, eu volto”. Mais do que resgatar os “expatriados”, o objetivo principal é sensibilizar o eleitorado daqui de fora para dentro. O staff do Capitão nas mídia digitais detectou um expressivo grau de influência dos “estrangeiros” sobre familiares que vivem no país. Por razões óbvias, aqueles que deixaram o Brasil em meio à crise econômica dos últimos quatro anos são fortes irradiadores de ódio ao PT. Basta ver o resultado das urnas pelo mundo. No primeiro turno, Bolsonaro ganhou de goleada no exterior, com 58% dos votos, contra 14% de Ciro Gomes. Fernando Haddad não chegou sequer a 11%.

#Eleições #Fernando Haddad #Jair Bolsonaro

PSL conhece as “dores” de partido grande

11/10/2018
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O súbito crescimento do PSL, provocado pela onda Bolsonaro, deflagrou uma disputa interna de poder entre as duas principais correntes regionais do partido. Rio de Janeiro e São Paulo já duelam pela liderança da bancada e, sobretudo, pela indicação de um eventual candidato à presidência da Câmara dos Deputados. O PSL do Rio alega estar na frente por ter contribuído com mais deputados, 12 no total. São Paulo, no entanto, puxa para si a primazia por conta de Eduardo Bolsonaro, o candidato mais votado do estado, com 1,8 milhão de votos. O impasse só deve ser resolvido após o segundo turno. Por ora, a roupa suja ficará acumulada.

#Jair Bolsonaro #PSL

Todos querem um pouco de Ometto

11/10/2018
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Rubens Ometto já foi procurado por emissários tanto de Jair Bolsonaro quanto de Fernando Haddad em busca de apoio financeiro. Até o momento, o dono da Cosan é o grande “mecenas” destas eleições. Lidera o ranking de doações, com R$ 6,8 milhões distribuídos para mais de 50 candidatos de 13 partidos. Ressalte-se que, no primeiro turno, Ometto não deu sequer um centavo para qualquer candidato à Presidência. Tem pelo menos duas semanas para sair do zero…

#Jair Bolsonaro #Rubens Ometto

O jogo de Kassab

11/10/2018
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Formalmente, Gilberto Kasssab declarou a neutralidade do PSD no segundo turno; longe dos holofotes, no entanto, o ministro das Comunicações faz campanha e empurra seus correligionários na direção de Jair Bolsonaro.

#Gilberto Kassab #Jair Bolsonaro #PSD

Acervo RR

Campo minado

10/10/2018
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Há um choque de egos no QG de campanha de Jair Bolsonaro. Mal chegou, egresso do PSDB, Xico Graziano já disputa espaço com o ruralista Frederico D´Ávila como a principal ponte entre Bolsonaro e o agronegócio. O que está em jogo é a futura indicação para o Ministério da Agricultura.

#Jair Bolsonaro

O silêncio dos aliados

10/10/2018
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A exemplo do que já fez com Paulo Guedes e seu vice, General Mourão, Jair Bolsonaro decretou lei do silêncio para Janaína Paschoal. Em sua primeira entrevista como deputada estadual eleita, Janaína irritou o núcleo duro da campanha ao defender o sistema de cotas nas universidades e atacar o aumento do número de ministros no STF, bandeira hasteada pelo Capitão.

#Jair Bolsonaro

Fator previdenciário

9/10/2018
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Em meio ao frenesi eleitoral, a agenda do Judiciário reserva para amanhã uma discussão fundamental para o próximo governo, seja ele encabeçado por Jair Bolsonaro ou por Fernando Haddad. O Superior Tribunal de Justiça vai julgar o recurso da União contra o pagamento de um adicional de 25% aos aposentados que necessitem de cuidados de terceiros. Hoje, há 769 processos parados na Justiça aguardando o veredito do STJ. O que está em jogo é um gasto extra da ordem de R$ 3,5 bilhões por ano para a Previdência.

#Fernando Haddad #Jair Bolsonaro

A rentrée de Bolsonaro

9/10/2018
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Flávio Rocha, das Lojas Riachuelo, articula um jantar entre Jair Bolsonaro e empresários paulistas ainda para esta semana. Se os médicos liberarem, será um dos primeiros atos na retomada da campanha do Capitão.

#Jair Bolsonaro #Lojas Riachuelo

ESPECIAL – Christian Lynch, jurista e cientista político – Jair Bolsonaro: candidato a “Trumputin”

9/10/2018
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Ouço sempre comparações entre Jair Bolsonaro e Donald Trump. Não gosto muito desse tipo de análise porque presume que o que acontece na vida política brasileira é mero eco do que chega lá de fora, quando na verdade o que há é uma interação com o que existe de preexistente na cultura política brasileira. Aqui dentro, há uma tradição de conservadorismo estatista em versão militar, que, pela doutrina do “cidadão fardado”, atribui ao Exército a função de guardião da República em última instância, diante da ameaça da “anarquia”, especialmente a comunista.

Essa ideologia está aqui misturada com o culturalismo (a cultura brasileira é cristã e conservadora; liberalismo e socialismo são ideologias “alienígenas”) e, pela primeira vez, com o “liberalismo judiciarista” e o liberalismo de mercado. É a mesma coalizão em torno de Carlos Lacerda que derrubou Jango em 1964. Por tudo isso, acho que a melhor comparação em termos do que acontece lá fora não é com Trump, mas com Vladimir Putin.

Ambos ex-agentes e símbolos de um antigo regime autoritário e militarista, percebido depois idilicamente como uma época de ordem e paz desfeita pela anarquia liberal e pela corrupção. São símbolos patrióticos “restauradores”, que poderão governar “democraticamente” através da exploração de um populismo de direita auxiliado pela burocracia do Estado, na forma de um “Estado forte de direito” (seja lá o que isso signifique). Por outro lado, tendo em vista nosso notório gosto por macaquear os irmãos do Norte, o Brasil oferece uma alternativa média: nem Trump, nem Putin: Bolsonaro é candidato a ser o nosso “Trumputin”.

#Donald Trump #Jair Bolsonaro

Tropa de choque

9/10/2018
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O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), cotado para assumir a Casa Civil em um eventual governo de Jair Bolsonaro, desembarca hoje em Brasília com algumas missões a cumprir. Deverá anunciar uma lista com mais de 150 deputados que apoiarão o Capitão no segundo turno. Além disso, tem reuniões agendadas com líderes do PSDB, PR e do próprio DEM, legendas que, em tese, estiveram na campanha de Geraldo Alckmin no primeiro turno.

#Jair Bolsonaro

Xadrez sem peças

9/10/2018
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No primeiro dia após o primeiro turno, o PT já teve uma amostra da dificuldade que encontrará para fechar alianças com vistas à disputa final entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro. Emissários petistas tentaram contato com Eduardo Paes (DEM) e José Ivo Sartori (MDB), candidatos aos governos do Rio e do Rio Grande do Sul, em busca de palanque nos dois estados. Por ora, encontraram a porta fechada.

#Fernando Haddad #Jair Bolsonaro #PT

Bolsonaro rumo aos 60%?

8/10/2018
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De acordo com tracking fechado pelo PSL no fim de semana, Jair Bolsonaro deverá aparecer com algo em torno de 57% dos votos válidos nas primeiras pesquisas para o segundo turno. O índice ultrapassa, com alguma margem, os 51% registrados pelo Ibope e pelo Datafolha no último sábado. Ressalte-se que os levantamentos do staff de Bolsonaro têm mostrado acertadamente números superiores aos dos grandes institutos de pesquisa, por conta de diferenças nos métodos de amostragem do eleitorado – conforme antecipou o RR na edição de 21 de setembro.

#Jair Bolsonaro

“Fidelidade” tucana

8/10/2018
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Os deputados Carlos Sampaio (SP), Bruno Araújo (PE) e o senador Cássio Cunha Lima (PB) estão entre os tucanos que provavelmente sequer apertaram “45” na urna eletrônica. O trio passou o fim de semana fazendo campanha para Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro

Açúcar e carne viram moeda eleitoral de Bolsonaro

5/10/2018
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Não bastasse o notório conservadorismo dos ruralistas, nos últimos dias Jair Bolsonaro fez importantes acenos para garantir o apoio maciço do agronegócio a sua candidatura. O Capitão comprometeu-se a entrar pesado em duas graves questões no âmbito do comércio multilateral: a disputa com a Índia no mercado de açúcar e o embargo russo à carne brasileira. Os interlocutores de Bolsonaro junto à Frente Parlamentar da Agropecuária e empresários do setor, notadamente o ruralista Frederico D ´Ávila, asseguraram que o seu eventual governo vai acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os crescentes subsídios públicos da Índia aos produtores de açúcar locais, pleito dos usineiros nacionais. Ao mesmo tempo, os porta-vozes do Capitão garantem empenho redobrado logo no início do mandato para equacionar o impasse com o governo Putin. A suspensão das importações de carne brasileira já dura dez meses. Nesse período, os frigoríficos nacionais depenaram mais de três mil postos de trabalho.

A campanha de Jair Bolsonaro dá como certa a vitória em primeiro turno. Ao menos entre os brasileiros que moram no exterior. Simulações contratadas pelo PSL apontam que a preferência pelo Capitão passa dos 55% em países como Estados Unidos e Portugal. Ressalte-se que o Ministério das Relações Exteriores abriu 33 novas seções, chegando a 99 países. Em 2014, eram 350 mil eleitores aptos a votar no exterior. No domingo, serão mais de 520 mil – contingente vitaminado, claro, pelo êxodo de brasileiros nos últimos anos.

#Jair Bolsonaro

O presidente do varejo

4/10/2018
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Jair Bolsonaro parece exercer algum fascínio especial sobre empresários do varejo. Depois de Luciano Hang, dono da Havan, e Pedro Zonta, proprietário da rede de supermercados Condor, agora é a vez do mineiro Romeu Zema se descobrir Bolsonaro de carteirinha. Candidato ao governo de Minas Gerais pelo Partido Novo, o empresário não apenas anunciou seu voto no “Capitão”, a despeito do correligionário João Amoedo, como já colocou as mais de 450 lojas da rede Zema à disposição para “Bolso” fazer campanha em um eventual segundo turno. Seriam mais se Zema não tivesse fechado 60 pontos de venda no últimos dois anos.

#Jair Bolsonaro

Suprema Janaína

4/10/2018
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Virtualmente eleita para a Câmara, Janaína Paschoal sonha com outro endereço na Praça dos Três Poderes em caso de vitória de Jair Bolsonaro: o STF. Durante o próximo mandato presidencial, duas vagas no Supremo serão abertas, com as saídas de Marco Aurélio Mello e Celso de Mello.

#Jair Bolsonaro #Janaína Paschoal

ESPECIAL – Christian Lynch, jurista e cientista político: Um “golpe fechado” espera por Haddad na esquina

3/10/2018
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Há muito se percebe que a magistratura e o Ministério Público agem como partido contra o PT como meios de contrabalançar o peso eleitoral de Lula. Já está mais que manjado o mecanismo dos vazamentos seletivos das delações premiadas e das liminares extemporâneas inaugurado por Moro, ou das proposituras de processo pelo MP às vésperas das eleições. Agora, o novo presidente do STF, Dias Toffoli, dá sinais de acreditar que um golpe militar pode ser possível. Homem político, flexível, Toffoli afirma que a Suprema Corte deve agir como um poder moderador, evitando crises políticas ou gerá-las.

Convidou um general quatro estrelas para assessorá-lo e afirma que 1964 não foi golpe, mas “movimento”. Ontem, manteve liminar de Fux contra Lewandowski, destinada a impedir que Lula seja entrevistado e assim “interfira nos resultados eleitorais”. Para bom entendedor, meia palavra basta. Toffoli acredita na possibilidade de um golpe militar e apruma o Supremo para as eventualidades. Toffoli sabe que parte expressiva das Forças Armadas não quer a volta do PT, nem o da magistratura. Se depender deles, Lula não sai mais da cadeia. Como nem sempre o eleitorado ajuda, as duas corporações darão uma mãozinha para Bolsonaro vencer, como já se está a ver.

É possível imaginar cenários possíveis para desatar o nó em que o país se meteu. Caso Bolsonaro vença e encontre dificuldades no Congresso, militares e juízes darão o impulso necessário para as reformas constitucionais que “dinamizem a economia” e “restabeleçam a autoridade”. Se der Haddad, haverá comoção da metade do país que não quer mais saber de PT e pressão por não empossá-lo. Como um golpe aberto é difícil, tentarão primeiro arrancar dele algum compromisso de rompimento com o petismo; um equivalente do parlamentarismo imposto a Jango em 1961. O resto do script a gente já conhece.

#Jair Bolsonaro #Lula #PT #STF

Jair Bolsonaro entrega o comando da infraestrutura nacional ao seu “Estado Maior”

2/10/2018
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Engana-se quem pensa que o economista Paulo Guedes será uma espécie de primeiro-ministro se o capitão Jair Bolsonaro for eleito. O economista vai mandar um bocado, conforme é sabido, mas não tanto o quanto propala aos quatro ventos. Desde já dois comandos centrais estão decididos: a macroeconomia vai para o civil Guedes; mas a infraestrutura ficará sob o mando dos generais Augusto Heleno (provável ministro-chefe do Gabinete Civil e um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro) e Hamilton Mourão (vice-presidente na chapa militar).

O general Mourão já confirmou que pretende assumir a pasta da infraestrutura ou o comando de toda a área de projetos deste setor. O general Heleno, por sua vez, é quem tem tratado dos assuntos com maior impacto na formação bruta de capital fixo. O modelo liberaloide de Guedes exclui os agentes clássicos de desenvolvimento da economia. Os cabeças de ponte da intervenção do Estado. Os generais não concordam com a ideia de que basta o ajuste das contas públicas e um bom ambiente regulatório para que o capital estrangeiro chegue em profusão para resolver o déficit de investimento do país.

O pensamento dos militares é contraditório com o do virtual ministro da Fazenda em pontos sensíveis. O papel do BNDES é um exemplo do dissenso. Enquanto Guedes detona o banco, considerando deletéria sua participação, Mourão e Heleno teriam planos diferentes para a instituição. Na visão dos generais, o BNDES teria sua função espraiada para a análise de projetos – uma das maiores deficiências da área de infraestrutura – e auditoria de performance das obras. Uma das críticas ao banco é que os empreendimentos que financia atrasam e estouram os custos.

Para o cumprimento das missões, uma hipótese seria o reforço da capacidade operacional do BNDES, com a realização de convênios junto ao Departamento de Engenharia e Construção do Exército e o Instituto Militar de Engenharia (IME). Ambos cumpririam papéis hoje distribuídos junto a distintas instituições do governo, tal como a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Desde o início da candidatura Bolsonaro foi previsível que o governo teria o maior componente militar desde a abertura democrática. O que ninguém imaginou é a combinação do pensamento friedmaniano de Paulo Guedes com a visão nacionalista, patriota e desenvolvimentista dos generais.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Acervo RR

O príncipe

2/10/2018
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Por falar no time de Bolsonaro, o “príncipe” Luiz Philippe de Orléans e Bragança já circula como se fosse o ministro das Relações Exteriores. Tem feito contatos com embaixadores e convidado jornalistas para apresentações sobre relações internacionais.

#Jair Bolsonaro

O príncipe

2/10/2018
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Por falar no time de Bolsonaro, o “príncipe” Luiz Philippe de Orléans e Bragança já circula como se fosse o ministro das Relações Exteriores. Tem feito contatos com embaixadores e convidado jornalistas para apresentações sobre relações internacionais.

#Jair Bolsonaro

O “programa de governo” radical, porém sincero do General Mourão

28/09/2018
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Desde já, estamos entendidos: o General Hamilton Mourão não vocalizou nem o seu superior hierárquico na política, o candidato Jair Bolsonaro, nem seus companheiros de farda ao defender o fim de conquistas trabalhistas, tais como o 13o salário e férias. Ontem mesmo Bolsonaro não somente desautorizou a incontinência do seu vice como fez gestões para que os pares de Mourão nas Forças Armadas intervenham junto ao general, pedindo a ele que se contenha nas suas manifestações. O General Mourão, segundo o RR apurou junto a alguns oficiais, é considerado um caso perdido fora do seu ambiente de origem, o Exército. Sua extrema sinceridade é aceita como natural na área militar.

Nas Forças Armadas, os oficiais estressam suas opiniões ao limite, sendo naturalmente interpelados conforme a cadeia de comando. É razoável que Mourão sequer pense aquilo que tem dito. De toda a maneira, as diatribes do General têm incomodado civis e militares envolvidos na campanha de Bolsonaro.Do praça ao general quatro estrelas, se há um estamento na República que tem pleitos represados na esfera trabalhista é justamente o militar, a começar pela periodicidade dos reajustes. A regra em vigor prevê aumentos salariais de três em três anos – o próximo está previsto apenas para 2019. As Forças Armadas reivindicam reajustes anuais. Outro ponto bastante sensível é a defasagem na remuneração da categoria, uma bola de neve que rola desde o já longínquo governo de FHC.

Hoje há uma dezena de forças policiais que pagam a seus integrantes valores superiores aos recebidos pelos militares em patentes equivalentes. Em alguns casos, a remuneração é quase o dobro. Um exemplo: um coronel da Polícia Militar de Santa Catarina recebe algo em torno de R$ 28 mil, ao passo que o salário mensal de um coronel do Exército é da ordem de R$ 15 mil. Há cerca de um mês, em sua despedida do cargo de chefe do Estado-Maior do Exército, o general Fernando Azevedo e Silva, até então o primeiro na linha sucessória do Comandante Villas Bôas, fez críticas aos salários pagos aos militares. Por certo, verbalizou um pensamento comum a seus colegas de Alto-Comando. Mourão errou na forma e no conteúdo, tocando em um ponto nevrálgico para os militares.

A fonte do RR lembra que as demais corporações do aparelho de segurança exercem maior pressão sobre o governo e a própria opinião pública dos que as Forças Armadas. Militares não fazem greve, ao contrário de policiais militares e civis, bombeiros ou mesmo a Polícia Federal. É sintomático, por exemplo, que o Projeto de Lei 5.492, de autoria do deputado Cabo Daciolo e já aprovado em diversas comissões da Câmara, proponha o pagamento de adicional de periculosidade aos “órgãos de segurança pública previstos no Artigo 144 da Constituição”: Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, polícias militares e corpos de bombeiros. Exército, Aeronáutica e Marinha não fazem parte dessa “corporação”. Todos perderiam se fosse adotado o duríssimo “programa de governo” do General Mourão.

#General Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro

O magazine do Bolsonaro

28/09/2018
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Luciano Hang vai buscar o “voto” dos nordestinos. Um dos grandes entusiastas da candidatura de Jair Bolsonaro entre o empresariado, Hang prepara a entrada da rede varejista Havan no Ceará e no Rio Grande do Norte. Hoje, a empresa catarinense está presente apenas em dois estados da região: Bahia e Pernambuco.

#Jair Bolsonaro

Acervo RR

Porta fechada

27/09/2018
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Com 3% nas pesquisas, Alvaro Dias foi sondado nesta semana pelo PSL sobre a hipótese de retirar sua candidatura e apoiar Jair Bolsonaro no primeiro turno. O emissário de Bolsonaro foi o Major Olímpio, colega de Dias no Congresso Nacional. Voltou para o PSL com um “não”.

#Jair Bolsonaro

Porta fechada

27/09/2018
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Com 3% nas pesquisas, Alvaro Dias foi sondado nesta semana pelo PSL sobre a hipótese de retirar sua candidatura e apoiar Jair Bolsonaro no primeiro turno. O emissário de Bolsonaro foi o Major Olímpio, colega de Dias no Congresso Nacional. Voltou para o PSL com um “não”.

#Jair Bolsonaro

A rentrée de Bolsonaro

26/09/2018
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O staff bolsomita conta com dois acontecimentos fortes para turbinar o voto no Capitão no segundo turno: a aparição de Jair Bolsonaro no debate eleitoral, cambaleante e demonstrando dor; e um fato novo e relevante na investigação do episódio da facada.

#Jair Bolsonaro

As mulheres do Capitão

25/09/2018
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Os marqueteiros de Jair Bolsonaro querem aumentar a participação de Janaina Paschoal e Joyce Hasselmann no programa eleitoral do Capitão na reta final da campanha. O objetivo é aproveitar o crescimento do “Bolso” entre o eleitorado feminino. Janaina e Joyce são candidatas, respectivamente, a deputadas estadual e federal.

#Jair Bolsonaro #Janaína Paschoal #Joyce Hasselmann

Campo minado

24/09/2018
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A principal ponte entre Jair Bolsonaro e o agronegócio ficou um tanto quanto esburacada. Frederico D´Ávila afastou-se da diretoria da Sociedade Rural Brasil (SRB) após desentendimentos com o presidente da entidade, Marcelo Vieira. D´Ávila estaria usando e abusando do cargo em sua campanha a deputado federal sem combinar com os russos.

#Jair Bolsonaro

O prontuário do Capitão

24/09/2018
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Na edição da última quinta-feira, o RR publicou que Jair Bolsonaro se exaltou querendo sair do hospital para retomar sua campanha. A mesma informação circulou com diferentes versões nas redes sociais. Apesar da fonte do RR ser muito boa, a newsletter decidiu procurar a assessoria de Bolsonaro para tirar a história a limpo. Os assessores do candidato preferiram não comentar o assunto. Portanto, fica o dito pelo dito

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro está mais perto da vitória no primeiro turno do que mostram as pesquisas

21/09/2018
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O PSL tem fortes motivos para acreditar na vitória de Jair Bolsonaro já no primeiro turno. As pesquisas realizadas pelo partido indicam que as intenções de voto atribuídas a Bolsonaro tanto no Ibope quanto no Datafolha estão subestimadas. A defasagem seria da ordem de 2,5%, o que representaria algo entre 3,5 milhões e quatro milhões a mais na conta do Capitão.

O gap estatístico se deve aos critérios adotados pelos maiores institutos de opinião pública do Brasil. Tanto o Ibope quanto o Datafolha usam, como amostragem, um corte do colégio eleitoral baseado no Censo de 2010. Ocorre que essas ponderações estão descalibradas: as sondagens realizadas pelo PSL têm revelado que há um Brasil conservador, fruto da recessão econômica, que não está representado no universo dos institutos de pesquisa. De 2010 para cá, o PIB caiu 10%.

Nesse mesmo intervalo, o desemprego disparou de 4% para a casa dos 13%. Esse efeito gera o que os estatísticos chamam de uma subestimativa da medida amostral. Algo similar ocorreu na eleição de João Doria para a Prefeitura de São Paulo. As pesquisas não captaram a guinada conservadora na periferia paulistana. Nas últimas sondagens às vésperas da eleição, Doria tinha 44% dos votos válidos. Acabou eleito em primeiro turno, com 53,2%.

Na última pesquisa do Ibope, Bolsonaro apareceu com 35,5% dos votos válidos. Considerando-se a margem de erro de dois e meio pontos percentuais para cima e para baixo, na verdade, no melhor cenário, ele já estaria com 38%. Aplicando-se o modelo adotado pelos consultores do PSL, com o grau de dispersão de 2,5% não capturado nas pesquisas, o Capitão já chega, portanto, a 40,5% dos votos válidos nas sondagens recebidas pelo partido. O problema para Bolsonaro é que esse diferencial continuará sem ser quantificado nas próximas pesquisas dos grandes institutos. Ou seja: ele perde o impacto do “já ganhou”, que costuma ter um efeito-retroalimentador sobre a opinião pública.

#Jair Bolsonaro #PSL

Ministro “Paulinho” tropeça na matemática

21/09/2018
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Paulo Guedes é um sujeito inteligente, mas relapso. Apresentou seu esboço de reforma tributária sem combinar com o chefe Jair Bolsonaro, que não gostou do que ouviu. “Paulinho” propôs simplificar o mosaico tributário, adotando dois gravames: um substituindo a mordida sobre as receitas que não são transferidas para estados e município e outro sobre a contribuição sindical. Nenhum deles se espelha no IVA do economista Marcos Cintra ou no Imposto Único, do ex-ministro Roberto Campos, bem mais radicais, porém organizados. A proposta do economista de taxar a movimentação financeira tem por objetivo ampliar a base da arrecadação, e não repetir a velha CPMF, em que o imposto se superpõe a todos os demais. No projeto do virtual ministro da Fazenda de Bolsonaro, a carga tributária encolherá devido à extinção ou à redução dos demais impostos e alíquotas. Até aí, tudo bem. O problema de “Paulinho”, como sempre, é a falta de rigor com números e o exagero nas associações. Na apresentação do novo modelo, o economista simplesmente falou os percentuais que lhe vieram à cabeça, ignorando a matemática. Um crime para qualquer “Chicago Boy”. O resultado, feita a simulação, foi um corte de dois terços na arrecadação tributária. Uma vacilada típica do “Paulinho”.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

O destempero do paciente Bolsonaro

20/09/2018
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Jair Bolsonaro teve uma crise de exaltação, na presença do filho Eduardo. O Capitão quis deixar o hospital, dizendo que precisava retomar sua campanha de qualquer maneira. Referia-se bastante ao General Mourão como incapaz de substituí-lo nos programas de TV e em comícios. Transtornado, dizia: “Temos uma eleição para vencer… Temos uma eleição para vencer…” A muito custo, foi contido por Eduardo.

#Jair Bolsonaro

O primeiro desertor da campanha de Alckmin

20/09/2018
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O PRB deverá ser o primeiro partido a roer a corda a abandonar a coalizão que apoia a candidatura de Geraldo Alckmin. A sigla tem tudo para embarcar, ainda no primeiro turno, na campanha de Jair Bolsonaro. As conversas estão bem adiantadas: de um lado, o Pastor Marcos Pereira, ex-ministro de Michel Temer, pelo PRB; do outro, o Major Olímpio, um dos articuladores políticos do Capitão, pelo PSL.

#Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro #PRB

Você esfola daí que eu fuzilo daqui

19/09/2018
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Jair Bolsonaro vai gravar um vídeo agradecendo pela manifestação de apoio do jogador Felipe Mello, do Palmeiras. A julgar pelo trackrecords da dupla, será algo na linha “Você esfola daí que eu fuzilo daqui”.

#Jair Bolsonaro #Palmeiras

Bolsonaro já ganhou a eleição

17/09/2018
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Alertado por partidos como PT e PSDB, o TSE está investigando o site www.urnadigital.com. Nova coqueluche no WhatsApp e redes sociais, a ferramenta simula a eleição de outubro, recolhe votos dos internautas e disponibiliza a apuração online. O que mais intriga é o desempenho do clã Bolsonaro no escrutínio cibernético. O patriarca aparece com 61% dos votos, mais do que o dobro do seu melhor resultado nas pesquisas. Ou seja: “vence” no primeiro turno. Flavio Bolsonaro, que disputa vaga no Senado pelo Rio de Janeiro, surge com 39% – na última pesquisa do Ibope, tinha 19%. Em São Paulo, a lista dos quatro mais “votados” para deputado federal é encabeçada – adivinhem só – por Eduardo Bolsonaro. A seguir, Joice Hasselmann, Alexandre Frota e o príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança, todos correligionários de Bolsonaro. Convenientemente, o site disponibiliza ferramenta que permite disseminar os resultados por WhatsApp. Por falar em Bolsonaro e internet, seus advogados estão entrando com uma ação para obrigar o Facebook e o Twitter a tirar do ar posts com comentários ou insinuações de que o atentado ao Capitão foi uma farsa.

#Jair Bolsonaro #PSDB #PT #TSE

Duet

17/09/2018
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Paulo Guedes vem tentando cooptar Jorge Gerdau para a campanha de Jair Bolsonaro. Pensando bem, o duet entre o Capitão e o Kaiser faz todo o sentido.

#Jair Bolsonaro #Jorge Gerdau #Paulo Guedes

Meu voto, minha vida

14/09/2018
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No intuito de avançar sobre o eleitorado das classes C e D, notadamente no Nordeste, a campanha de Jair Bolsonaro vai tonitruar nos próximos dias a promessa de expansão do “Minha Casa Minha Vida”. Ressalte-se que o Capitão tem como conselheiro um expert no assunto: o empresário Meyer Nigri, dono da incorporadora Tecnisa.

#Jair Bolsonaro

Os muitos inimigos de Alckmin

13/09/2018
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Jair Bolsonaro não é mais um problema para Geraldo Alckmin. Diante do consenso de que o Capitão já está garantido na disputa final, a campanha do tucano vai se voltar de forma contundente contra os seus adversários diretos pela vaga no segundo turno, leia-se notadamente Ciro Gomes, Fernando Haddad e Marina Silva. O ponto não é o impacto negativo que os ataques a Bolsonaro possam ter após o atentado, como chegou a ser discutido pelos marqueteiros de Alckmin na noite da própria quinta-feira. Trata-se de puro pragmatismo e foco. Os “inimigos” são outros. Além da disputa direta contra Ciro e Haddad, tracking diários realizados pelo PSDB mostram que Marina e até mesmo João Amôedo e Alvaro Dias vêm drenando seguidamente votos do tucano.

#Ciro Gomes #Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro

O Capitão e a Padroeira

12/09/2018
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Jair Bolsonaro confidenciou a aliados que o visitaram na UTI do Albert Einstein a intenção de ir à Aparecida do Norte em 12 de outubro. Bolsonaro aproveitaria o Dia da Padroeira do Brasil para agradecer por sua recuperação e, assim espera, pela passagem para o segundo turno. E, claro, para gravar imagens de forte apelo para o horário eleitoral.

#Jair Bolsonaro

Atentado contra Bolsonaro encurta a ponte entre militares e as eleições

10/09/2018
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A reunião do Alto Comando do Exército, realizada na última quinta-feira sob a comoção do atentado contra o candidato Jair Bolsonaro, teve uma participação excepcional de dois oficiais quatro estrelas da reserva, os generais Hamilton Mourão e Augusto Heleno. Mourão, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, comandou as tropas do Sul do país, consideradas as maiores das Forças, até 2016, quando foi retirado do posto, preventivamente, pelo Comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, devido a declarações ameaçadoras feitas no Dia do Soldado. general Heleno liderou as tropas de paz da ONU no Haiti e defende que se trate os criminosos como inimigos de guerra, fuzilando-os imediatamente.

Os dois expoentes do Estado-Maior de Bolsonaro não estiveram de corpo presente na reunião extra no Forte Apache, mas, sim, por meio de contatos diversos com o generalato, contribuindo com subsídios para a análise da situação. É desnecessário, por previsível, carregar nas tintas sobre o grau de excitação do momento. Mourão e Heleno até ontem, pode se dizer assim, pertenciam ao Alto Comando da Força. Algo comum que mantivessem contato intenso com seus pares na grave circunstância.

Por tendência natural, as conjecturas dos militares percorrem perímetros largos em torno do estado de saúde do candidato. Eles prospectam riscos psicossociais, entre os quais o país tornar-se um caldeirão fervente, o que poderia levar, em hipótese extrema, até ao adiamento das eleições. Todos os cuidados devem ser tomados para que a situação não se radicalize. A militância de Bolsonaro não é o que pode se chamar de mansa. E violência gera violência, um velho clichê de atualidade eterna. Nunca o país viveu uma conjuntura política tão odienta.

O manejo de arma branca, a própria expressão “facada”, a despeito das motivações serem de fundo religioso, trazem inusitados componentes, real e simbólico, de uma violência aguda. O psiquismo da sociedade já se manifestava com fúria inaudita nas redes sociais. Faltava transbordar da internet para o mundo físico. Transbordou. Um cenário considerado pouco provável passaria pela caserna, ainda que apenas tangenciando-a; seria um estado mais preocupante de saúde de Bolsonaro que o levasse a permanecer até depois das eleições em unidade de terapia intensiva – hoje, este não é um quadro provável, mas não é absurdo.

Digamos que o capitão, mesmo na UTI, fosse eleito. Nessa hipótese, há dúvidas se o seu vice-presidente, o general Mourão, assumiria na condição de interino, ou seria empossado diretamente como titular da presidência, na medida em que Bolsonaro não pudesse comparecer à cerimônia de diplomação. E se, mesmo diplomado, Jair Bolsonaro fosse impedido por um tempo mais prolongado de governar o país? O cenário seria parecido: Mourão, autor das frases mais intimidadoras da democracia, assumiria definitivamente a Presidência da República. Mesmo que a recuperação do capitão seja breve, o ambiente psicossocial permaneça sob controle e as eleições ocorram sem turbulências, como a população deseja, o fato é que a agressão a Bolsonaro é, desde já, a facada que mudou o rumo da história.

#Jair Bolsonaro

Guarda especial

10/09/2018
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Está em discussão no comando do Exército a formação de uma guarda especial para acompanhar o capitão Jair Bolsonaro até as eleições.

#Jair Bolsonaro

Guerra dos cem dias

6/09/2018
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As equipes de filmagem que acompanham Jair Bolsonaro colhem imagens não só para a campanha eleitoral, mas também para um documentário. A ideia é lançar o filme sobre o Capitão até maio de 2019, tendo como mote os cem primeiros dias de seu eventual governo.

#Jair Bolsonaro

Dersa, Dersa, Dersa!

5/09/2018
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Os marqueteiros de Jair Bolsonaro preparam uma reação pesada à agressiva campanha de Geraldo Alckmin, que, entre outros ataques, já associou o Capitão à violência contra a mulher. O chumbo grosso virá até o fim desta semana pela agenda da corrupção.

#Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro

Além mar

4/09/2018
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Brasileiros e portugueses bolsonaristas deram um espetáculo ontem no Mercado da Ribeira, em Lisboa. Embalados por garrafas de bagaceira, entoaram juntos por horas o seu grito de guerra: “Mitooo, mitooo…”

#Jair Bolsonaro

“Marina Pitbull” entra na arena eleitoral

4/09/2018
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Os marqueteiros de Marina Silva estão trabalhando o lado “pitbull” da candidata. A recomendação é que ela adote um estilo mais agressivo nos próximos debates, a exemplo do que ocorreu no embate com Jair Bolsonaro no último programa. Os assessores defendem que Marina use a causa feminista como o principal mote para o enfrentamento dos adversários.

Seu staff está garimpando nas redes sociais e na mídia declarações dadas pelos demais candidatos em agravo às mulheres. No caso do próprio Bolsonaro, chega até a ser covardia. Mas ele não será o único alvo. Geraldo Alckmin e Ciro Gomes, por exemplo, deverão ser arguidos por Marina em relação à baixa presença de mulheres em suas gestões em São Paulo e no Ceará.

Com esta estratégia, os marqueteiros de Marina Silva vislumbram a possibilidade de valorizar a imagem da mulher aparentemente frágil que defende com vigor suas posições em meio a candidatos homens. A “enquadrada” de Marina em Jair Bolsonaro no programa da Rede TV foi o momento que mais gerou reações no ambiente digital. Os tweets com menção à candidata cresceram aproximadamente 300% poucos minutos após o embate com o capitão. O assunto permaneceu no trend topics do Twitter após o encerramento da transmissão, como um dos cinco pontos mais comentados na rede social.

#Jair Bolsonaro #Marina Silva

Bolsonaro nas vitrines do varejo

3/09/2018
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O catarinense Luciano Hang, dona da rede varejista Havan, se dispôs a organizar encontros entre Jair Bolsonaro e empresários da Região Sul. Um dos primeiros deverá reunir representantes da esgarçada indústria têxtil de Santa Catarina. Entusiasta declarado do Capitão, Hang chegou a cogitar a hipótese de abrir suas próprias lojas (122 em todo o Brasil) para que Bolsonaro fizesse campanha. Foi demovido por seus executivos.

#Jair Bolsonaro

Linha de tiro

3/09/2018
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Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin estarão na linha do tiro dos próximos programas eleitorais de Henrique Meirelles. Lula também será citado, mas na prateleira dos autoelogios à gestão de Meirelles no BC.

#Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro e João Doria dançam um bolero eleitoral

31/08/2018
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Jair Bolsonaro e João Doria têm feito aproximações sucessivas. Ambos executam uma coreografia de colaborações cruzadas, que podem avançar e ganhar mais corpo à medida que as pesquisas assim determinem. O liaison entre ambos vem sendo promovido por Paulo Guedes, ministro da Fazenda em uma eventual gestão Bolsonaro. Os sinais de estreitamento das relações entre o presidenciável e o candidato ao governo de São Paulo surgem a olhos vistos.

É o caso do jantar oferecido pelo empresário Fabio Wajngarten a Bolsonaro há cerca de dez dias, em São Paulo. A maior parte dos presentes era ligada ao Grupo Lide, de Doria, convescote de empresários extremamente liberais, a rigor muito mais afeitos ao discurso de Guedes do que, por exemplo, ao de Pérsio Arida, coordenador do programa econômico de Geraldo Alckmin. Para Bolsonaro, essa aproximação poderá ajudá-lo a construir a imagem de um candidato mais pró-empresariado. João Doria, que conspirou até o último instante para ser o presidenciável tucano, movimenta -se no tabuleiro com duas peças.

Para todos os efeitos, seu candidato é o correligionário Geraldo Alckmin. E assim será se as próximas pesquisas apontarem para o crescimento de Alckmin. Caso contrário, o mais provável é que o candidato ao governo de São Paulo deslize de vez na direção de Bolsonaro, vislumbrando um acordo para o segundo turno. Por sinal, aliados de Doria no PSDB, notadamente o grupo Conexão 45, já têm feito reuniões no interior de São Paulo pedindo voto para o Capitão.

#Jair Bolsonaro #João Doria

Poliana

31/08/2018
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João Amôedo tem dito a aliados próximos que Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin se comprometeram a aderir ao abaixo-assinado pedindo a sua participação nos debates presidenciais. Até agora, no entanto, nem sinal do chamegão de um e de outro.

#Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro #João Amoedo

Bolsonaro cria manual de etiqueta para presidenciáveis

30/08/2018
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A entrevista de Jair Bolsonaro ao Jornal Nacional acendeu uma luz para os marqueteiros das campanhas presidenciais. O Capitão criou um padrão: fatura o evento quem é mais rude com os entrevistadores. Ou seja: é mais importante contraditar duramente do que ser convincente nas respostas. A própria Globo engendrou essa receita.

Em parte por transmitir a mensagem de que o entrevistado enfrentou um poder até então imbatível; em outra, devido à postura arrogante e antipática dos âncoras Willian Bonner e Renata Vasconcellos. O primeiro candidato entrevistado, Ciro Gomes, não tinha descortinado esse caminho, e, preocupado com sua fama de destemperado, manteve-se demasiadamente manso frente a perguntas intimidatórias e com cerca de um minuto de duração. Daqui para frente, após Bolsonaro, as próximas entrevistas no JN serão sessões de tiro livre.

É muito mais divertido ver tapas e revides na Globo do que a resposta a temas complexos ou que já embutem uma desculpa ou desmentido na arquitetura da pergunta. Em tempo: o entorno de Jair Bolsonaro passou o dia de ontem exultante com os resultados da entrevista ao Jornal Nacional. Levantamento feito pela campanha do Capitão mostrou que o número de menções ao candidato nas redes sociais triplicaram em relação ao debate da Rede TV. Mais do que isso: cerca de 70% das citações foram favoráveis a Bolsonaro. O pico veio com o “embate” travado com a apresentadora Renata Vasconcellos sobre a questão dos salários das mulheres.

#Jair Bolsonaro

Emprego é a nova arma no coldre de Jair Bolsonaro

23/08/2018
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O capitão Jair Bolsonaro quer dar um tiro de morte na sua concorrência. Vai prometer o que até agora ninguém prometeu: emprego maciço com treinamento. O “keynesianismo bolsomita” é uma contribuição ainda duvidosa de Paulo Guedes à campanha. Seria a prova que mesmo os liberais mais xiitas cedem em suas convicções diante da vontade de poder. Seja como for, o programa “Trabalho para todos” vem como uma cereja nessa fase em que o tempo de televisão tende a favorecer candidaturas adversárias, e Bolsonaro tem um espaço exíguo.

A proposta combinará austeridade fiscal, controle da dívida mobiliária, reformas estruturais e frentes de emprego no melhor estilo militar, muitas vezes tendo a colaboração dos batalhões de engenharia do Exército. Não faltam pontes, fossas, trilhos, estradas e casas para levantar. E a dinheirama para tudo isso? Coloque-se tudo na conta da megaprivatização, supercorte das renúncias fiscais, hiperredução do funcionalismo público, maxirreforma da Previdência e outros superlativos tão ao gosto do virtual ministro da Fazenda, Paulo Guedes. A última vez que alguém trouxe o emprego para o centro do debate nacional foi o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, radical antípoda de Jair Bolsonaro.

Betinho pode até ter tomado uns cascudos do capitão, quando ambos atravessavam sua fase mais hard core. Sabe-se lá. Mas o fato é que o sociólogo tentou contagiar o país ofertando soluções criativas para que as unidades federativas privilegiassem projetos mais intensivos em mão de obra. Não deu tempo para sua sedução extrair da terra os postos de trabalho. Betinho virou anjo e a fome de emprego perdeu sua urgência. Hoje é quase um sonho de heterodoxia pensar que um economista triliberal ouse colocar o emprego no centro de um programa de campanha arquiconservador. Trata-se de uma heresia tão grande que não serão suficientes as promessas do capitão ao vivo e a cores. Enquanto Paulo Guedes não vier em público afiançar seu malabarismo, o emprego prosseguirá sendo um apêndice da crença neoliberal misturada com as esquisitices bolsomitas.

#Jair Bolsonaro

Dupla missão

22/08/2018
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Jair Bolsonaro reserva uma dupla missão para o general Hamilton Mourão em seu eventual governo. Além de vice, ele assumiria também o Ministério da Segurança Pública.

#Jair Bolsonaro

Novos e velhos “bolsonaristas” duelam

22/08/2018
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Jair Bolsonaro tem sido seguidamente alertado por seus aliados sobre as crescentes disputas internas no pequeno PSL. O assunto é tratado pelos mais cautelosos como uma bomba-relógio na campanha do capitão. Antigos seguidores – casos dos deputado federais Major Olímpio (SP), Delegado Francischini (PR) e Delegado Eder Mauro (PA) – estão bastante incomodados com o espaço reservado a novos “bolsonaristas”. No último fim de semana, circulou em grupos de WhatsApp de integrantes do PSL um manifesto acusando “correligionários de ocasião” de “oportunistas”. O torpedo tinha endereço certo: a Janaína Paschoal e a jornalista Joice Hasselmann. A primeira se mantém bastante próxima da campanha de Bolsonaro, mesmo tendo recusado o convite para ser sua vice. Joyce, por sua vez, que também esteve cotada para compor chapa com Bolsonaro, disputa uma vaga na Câmara dos Deputados. Os “bolsonaristas”-raiz dizem que o candidato ouve as duas em demasia. A mesma crítica é feita à aproximação com o deputado Onyx Lorenzoni, que, mesmo filiado ao DEM, embarcou na candidatura Bolsonaro e dá pitacos na sua campanha.

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro prepara uma blitzkrieg para gringo ver

21/08/2018
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Vai dar no New York Times: o staff de campanha de Jair Bolsonaro costura, a toque de caixa, uma agenda de entrevistas a veículos da mídia estrangeira. A ideia é que ele seja escoltado nas conversas pelo economista Paulo Guedes, seu virtual ministro da Fazenda. A tendência é que esse road show seja reforçado por um encontro com investidores internacionais, provavelmente em Nova York. O sinal de alerta quanto à necessidade de aproximação com a imprensa internacional veio, sobretudo, após o editorial publicado na última edição da The Economist. Com o título “Brasília, we have a problem”, o texto classifica sua candidatura como um “risco à democracia”. Os assessores do candidato têm identificado também um aumento das menções, em publicações estrangeiras, de que sua eleição representa um risco ao capital estrangeiro. Bolsonaro tem de manter a sua fama de “mau”, mas tudo tem um certo limite.

#Jair Bolsonaro

O peixe

20/08/2018
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Sem candidato no Rio, Jair Bolsonaro vem tentando, nos bastidores, emplacar uma tabelinha com Romário. Mas o Peixe prende a bola e finge que não é com ele.

#Jair Bolsonaro #Romário

Reunindo depoimentos

17/08/2018
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Bastante popular entre os “boleiros”, Jair Bolsonaro está reunindo depoimentos de jogadores em apoio a sua candidatura. Um de seus grandes cabos eleitorais é o vigoroso Felipe Melo, do Palmeiras, uma espécie de “Bolsonaro dos gramados”.

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro teme inimigos infiltrados na sua campanha

15/08/2018
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O comando da campanha de Jair Bolsonaro está paranoico com o risco de infiltração de subversivos entre os seus eleitores. A preocupação não é só com os eventos e aglutinações, mas também com ações de baderna ou destruição isoladas feitas por pequenos grupos de falsos militares; elementos vestidos com uniforme das Forças Armadas e plantados entre seus apoiadores somente para denegrir a imagem de Jair Bolsonaro. Os palanques das principais candidaturas são o alvo potencial que mais causa apreensão.

O temor é de que confrontos sejam estimulados em comícios com os pseudo bolsonaristas. Até mesmo as recepções de milhares de bolsonaristas à chegada do capitão aos gritos de “mito, mito” são vistas com cautela. Um atentado em qualquer um dos encontros dos candidatos adversários seria facilmente atribuível à militância do capitão, mesmo que sem pistas tão evidentes.

O alto comando da campanha de Jair Bolsonaro acredita que a popularidade do candidato vai crescer bastante ainda, na medida em que seu estilo vai se tornando “pop”. O medo é que ocorra um terrorismo reverso ao dos anos de chumbo, com os bandidos saindo supostamente em seu nome para afrontar a sociedade. Pode ser fantasia conspiratória ou simples pânico. Mas é fato que Bolsonaro já viu esse filme do outro lado da cerca.

#Jair Bolsonaro

Política

Imagem e semelhança

15/08/2018
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Tão ou mais insondável do que o pensamento econômico de Jair Bolsonaro é o posicionamento de seu partido, o PSL, sobre questões fulcrais. Os deputados da sigla não fecharam questão sobre os projetos de lei da cessão onerosa da Petrobras e da privatização das distribuidoras de energia administradas pela Eletrobras, ambos em tramitação no Congresso.

#Jair Bolsonaro

O capitão é pop

13/08/2018
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O PSL, de Jair Bolsonaro, foi a sigla que mais recebeu filiados no primeiro semestre de 2018. Foram 13 mil fichas assinadas, nove mil a mais do que a soma obtidas por todos os demais partidos. Mais de 90% das adesões se deu depois de março, quando Bolsonaro chegou ao PSL.

#Jair Bolsonaro #PSL

Os pontos em comum de Bolsonaro e Skaf

9/08/2018
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Após uma primeira e frustrada tentativa de aproximação, Jair Bolsonaro e Paulo Skaf voltaram a conversar. A interlocução tem sido conduzida pelo “diplomata” do capitão em São Paulo: o deputado Major Olímpio, presidente do PSL local. O que está em jogo é uma espécie de mutualismo entre órfãos eleitorais. Embora seja o líder nas pesquisas em São Paulo, como de resto em todo o Brasil, Bolsonaro não tem alianças no maior colégio eleitoral do país. Seu partido, o PSL, praticamente inexiste no estado. Sequer terá candidato. Na corrida pelo governo de São Paulo, Skaf, por sua vez, garantiria desde já o palanque de um presidenciável forte, algo que ele não terá, mesmo que a candidatura de Henrique Meirelles vá adiante. E, mesmo que vá, Skaf não tem o respaldo do magma do partido, leia-se, notadamente, Eliseu Padilha, Romero Jucá e Moreira Franco.

#Jair Bolsonaro #Paulo Skaf

Pergunta à Janaína..

8/08/2018
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Janaína Paschoal já virou um fetiche na campanha de Jair Bolsonaro. Após a frustrada negociação para ter a “musa do impeachment” como vice, Bolsonaro quer anunciar Janaína como a futura ministra da Justiça em seu eventual governo. Talvez seja bom para Paulo Guedes, citado ad nauseam pelo capitão nos programas de TV, ganhar um descanso.

#Jair Bolsonaro #Janaína Paschoal

O elo perdido de Paulo Guedes para as privatizações

1/08/2018
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O economista Paulo Guedes, virtual ministro da Fazenda em um governo de Jair Bolsonaro, extrai sempre ideias criativas das suas caraminholas. Dessa última leva, uma proposta merece atenção especial. Guedes anunciou publicamente que quer privatizar todas as estatais – ou “metade que seja”, minimiza. Diz que levantaria um valor entre R$ 500 bilhões e R$ 700 bilhões. Mas como realizar o milagre? Vender essa miríade demoraria o tempo de um governo. Ou mais.

O pulo do gato do economista é embalá-las todas em um fundo, que seria trocado por dívida da União. As empresas passariam a ter gestão profissionalizada e governança no conceito corporation. A mágica de Guedes se dá toda dentro do governo, sem editais, leilões, várias instâncias reguladoras e demais burocracias. A receita do bolo contém só o valuation das companhias, a transferência das empresas para um fundo de estatais e o abatimento das cotas desse fundo da dívida pública bruta interna.

A privatização para valer, no melhor estilo Chicago University, se daria em um segundo momento, quando as cotas do fundo iriam a mercado. Nas contas do economista, a dívida poderia descer de 73% para algo na casa de 40%. Com a efetuação das reformas que foram adiadas, a exemplo da tributária e previdenciária, o Brasil desentortaria o seu ajuste fiscal passando a ter zero de déficit primário no orçamento. As contas permitiriam uma queda acentuada da Selic real, talvez para algo em torno de 3%. E a relação dívida bruta/PIB baixa e cadente permitiria a conquista de um ciclo virtuoso da economia. Parece ser simples e bom demais, para emergir da dupla Bolsonaro e Paulo Guedes. O RR não crê em brujas, pelo que las hay, las hay.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Âncora

31/07/2018
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Pré-candidato à Câmara, o ator Alexandre Frota se ofereceu para ser o apresentador do programete eleitoral de Jair Bolsonaro. Ou melhor: dos centésimos que sobrarem dos oitos segundos a que o Capitão terá direito na TV.

#Alexandre Frota #Jair Bolsonaro

Quindins de Iaiá

26/07/2018
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O publicitário Eduardo Fisher é a noiva da vez dos políticos. Pelo menos três pré-candidatos ao Palácio do Planalto em busca de marqueteiro de campanha o sondaram: Henrique Meirelles, Jair Bolsonaro e Álvaro Dias.

#Henrique Meirelles #Jair Bolsonaro

Azeite e vinagre

26/07/2018
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O ex-diretor do BNDES, Darc Costa, estaria flertando com o capitão Jair Bolsonaro. Darc, que era apelidado no banco de Darth Vader, é egresso dos quadros da Escola Superior de Guerra (ESG). É difícil, contudo, imaginar qualquer análise combinatória com Darc, o embaixador informal da Bolívia e Venezuela no Brasil, e Paulo Guedes, o coordenador da campanha de Bolsonaro.

#BNDES #Jair Bolsonaro

Pastas em extinção

25/07/2018
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O Ministério do Meio Ambiente não está sozinho. Se eleito, Jair Bolsonaro pretende também extinguir a Pasta dos Esportes, varrendo-a para algum canto do Ministério da Educação.

#Jair Bolsonaro

Janaína dançou?

20/07/2018
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Ontem, no fim da tarde, aliados de Jair Bolsonaro “vazavam” a informação de que a jornalista Joyce Hasselmann, que já atua na campanha do capitão, poderia ser indicada como candidata a vice em sua chapa. Parece coisa de fogo amigo. A dica era acompanhada da ressalva de que Joyce está em “guerra interna” com o deputado Major Olímpio, presidente do PSL em São Paulo

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro vai ao campo

17/07/2018
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Jair Bolsonaro terá uma agenda cítrica na última semana de julho: é aguardado em Bebedouro (SP) para participar de uma das maiores feiras agrícolas do país. No evento, organizado pela Coopercitrus, Bolsonaro vai falar para uma plateia de ruralistas, notadamente produtores de laranja, com negócios na casa dos R$ 4 bilhões/ano. Trata-se de mais um movimento feito por Frederico D’Ávila, diretor da Sociedade Rural Brasileira, para aproximar o capitão do agronegócio. Será mais uma oportunidade para Bolsonaro desfiar seu discurso pela defesa da propriedade rural, contra os sem-terra e a favor do amplo armamento no campo.

#Jair Bolsonaro

Discreto

16/07/2018
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O empresário Josué Gomes da Silva, no seu estilo discreto, trabalha para distanciar o PR, seu partido, de Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro

Aproximação

13/07/2018
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Jair Bolsonaro vem tentando se aproximar de Luiza Helena Trajano. A dona do Magazine Luiza preenche dois vazios na campanha do capitão: é empresária e mulher.

#Jair Bolsonaro #Magazine Luiza

Bolsonaro no Araguaia

12/07/2018
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O pré-candidato Jair Bolsonaro fará um périplo pela Região Norte a partir de hoje. O local escolhido para o início da viagem do “capitão”, por sinal, é repleto de simbolismo histórico: Bolsonaro estará em Marabá e Parauapebas, no Pará, cidades localizadas na região onde se deu o confronto entre as Forças Armadas e a Guerrilha do Araguaia.

#Jair Bolsonaro

Costurando uma visita

10/07/2018
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Com a devida escolta do onipresente Paulo Guedes, Jair Bolsonaro está costurando uma visita a bancos de investimento em Nova York para agosto.

#Jair Bolsonaro

Paulo Guedes alista empresários na campanha de Bolsonaro

5/07/2018
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O economista Paulo Guedes foi encarregado da missão de atrair os empresários para a candidatura de Jair Bolsonaro. Guedes é o assessor econômico do capitão. Ele tem se reunido com líderes empresariais pesos-pesados, notadamente de São Paulo. Guedes sabe que os dirigentes de grandes corporações tendem a apoiar o PSDB, o partido da iniciativa privada oligárquica. Para demover essa preferência, o economista tem usado uma moeda de troca valiosa: se os empresários institucionalizarem a campanha de Bolsonaro, terão participação expressiva no futuro governo. A julgar pelo discurso do economista e ex-sócio do Banco Pactual, noves fora a intenção golpista, a articulação eleitoral de Jair Bolsonaro lembra à distância a conspiração do pré-64. À época, empresários e militares se juntaram para a tomada do Estado, com um projeto econômico ortodoxo. Hoje, não consta que haja militares cogitando qualquer intervenção autoritária. Pelo contrário! Os oficiais que comporão a maioria de um eventual governo Bolsonaro virão da reserva das Forças Armadas. Mas é bom que, mesmo por cautela, os detentores do capital se lembrem de 1964. Os empresários que financiaram o golpe e um projeto amplo de reforma do Estado, achando que participariam do governo, foram devidamente rifados. O combinado saiu caro.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

O jogo já começou

4/07/2018
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O TSE já contabiliza 11 processos por propaganda antecipada de pré-candidatos à Presidência. A maior parte, oito deles, contra Lula ou Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Lula #TSE

Lula fixa o piso da candidatura Haddad

28/06/2018
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Lula disse “que pensaria” na hipótese de descartar sua candidatura e indicar Fernando Haddad para substitui-lo caso o ex-prefeito de São Paulo alcance 15% do eleitorado nas pesquisas de julho. O percentual deixaria Haddad acima de Marina Silva e em condições de ser o grande adversário de Jair Bolsonaro. Na última pesquisa da XP Investimentos, Fernando Haddad estava empatado com Marina, em 12%, nas duas primeiras semanas de junho. Se Lula não se posicionar mais rapidamente, corre o risco de ver desinflar o seu portfólio pessoal de votos e reduzir a capacidade de transferi-los. A informação é de um dos escudeiros com acesso ao ex-presidente, na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.

#Fernando Haddad #Jair Bolsonaro #Lula

O “Brasil profundo” de Bolsonaro arrepia

26/06/2018
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A defesa da pena de morte que Jair Bolsonaro vem fazendo tem amparo popular. O candidato realizou pesquisa sobre a receptividade das suas propostas de campanha mais polêmicas. A tese da pena de morte recebeu aprovação de 68% dos entrevistados. Esse é o “Brasil profundo” que Bolsonaro afirma conhecer melhor do que os concorrentes. Dá até um calafrio na espinha imaginar quais as outras perguntas da pesquisa e as respostas do nomeado “Brasil profundo”.

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro dois a zero

19/06/2018
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O staff do capitão Jair Bolsonaro já está encomendando as cervejas e os salgadinhos para comemorar. Nesta semana, antes do jogo da seleção brasileira, na sexta-feira, serão divulgadas três pesquisas: Ipsos (hoje), de avaliação da imagem dos políticos e não de intenção de voto; Paraná Pesquisas (também hoje), intenção de voto, mas somente para São Paulo; e XP/Ipespe (21/06), intenção de voto para presidente em nível nacional. O “Bolso” acha que fatura as duas pesquisas para presidente.

#Jair Bolsonaro

Supremo se veste de Justiça Eleitoral e decide as regras do jogo para o pleito de outubro

18/06/2018
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O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou-se o grande árbitro das eleições de outubro – como de resto, de quase tudo na República. Com o consentimento do próprio TSE, o STF tem promovido uma espécie de take over da Justiça Eleitoral, assumindo o papel
de definidor das regras do jogo. Prova disso é a mobilização que a presidente da Suprema Corte, Cármen Lucia, tem feito junto a seus pares para acelerar a votação da pauta eleitoral que está parada no STF. O RR apurou que a meta fixada pela ministra é julgar até 10 de agosto – uma semana após o retorno do recesso do Judiciário e seis dias antes do início oficial da campanha – as seis ações pendentes no STF que podem virar de ponta-cabeça a disputa entre os candidatos.

Na verdade, seis ações que devem virar sete. Na última terça-feira, o senador Romero Jucá protocolou no TSE consulta sobre a possibilidade de partidos de uma mesma coligação lançarem individualmente candidatos ao Senado – sob a a alegação de que se trata de eleição majoritária, tal qual para governador e presidente da República. A tendência é que o presidente do Tribunal, ministro Luiz Fux, empurre a questão para o STF, como tem feito sucessivamente com outras pautas. De acordo com informações filtradas do STF, até pela complexidade das pautas, aquelas com maior impacto sobre a disputa eleitoral deverão ser justamente as últimas a serem julgadas. São as que tratam da divisão do tempo de TV e das regras para o autofinanciamento de campanha.

No primeiro caso, entre os partidos há uma percepção de que o Supremo está inclinado a alterar as regras atuais e considerar a atual bancada como critério para fixar o tempo a que cada partido terá direito na propaganda gratuita. Hoje, o que vale é a proporção das siglas no Congresso na eleição de 2014. Se a chave for virada, siglas como o DEM e o PSL, de Jair Bolsonaro, seriam as grandes favorecidas. Ambas tiveram a maior captação de parlamentares na última janela partidária, encerrada em abril.

Pela regra em vigor, tomando-se como base apenas a bancada do PSL, sem contabilizar as coligações, Bolsonaro terá apenas um segundo em cada bloco de propaganda e somente duas inserções ao longo da semana. Será praticamente uma vinheta a dividir o programa de seus concorrentes. Se o STF mudar a legislação, o Capitão iria para 11 segundos e 14 programetes por semana. Entre os partidos, a proposta de mudança nas regras de autofinanciamento já ganhou a alcunha de “Emenda Meirelles”, uma referência à notória prosperidade patrimonial do ex-ministro Henrique Meirelles.

Hoje, o candidato só pode financiar sua campanha no limite de 10% dos seus rendimentos brutos no ano anterior. Um dispositivo aprovado no Congresso, mas vetado por Michel Temer, permite que que o candidato banque integralmente suas despesas. Em tempo: ressalte-se que, nas seis ações em curso na Corte, qualquer decisão do STF que altere as regras do pleito não configurará alteração na Lei Eleitoral, mas, sim, mudança na interpretação da Constituição. Por esta razão, terão efeito já em outubro, não precisando aguardar pelo prazo de um ano, aplicado a emendas na legislação eleitoral.

#Jair Bolsonaro #STF

O baiano e o capitão

14/06/2018
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Há indícios de que Nizan Guanaes, o profeta que previu a vitória de Jair Bolsonaro no primeiro turno, fará o marketing de campanha do candidato da extrema direita. De olho no bolso do “Bolso”, Nizan considera o capitão “um Dorflex para as dores do Brasil”.

#Jair Bolsonaro

Janaina perde altitude

11/06/2018
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Cotada, inicialmente, para ser candidata vice na chapa de Jair Bolsonaro ou concorrer ao governo paulista, Janaina Paschoal deverá ter uma missão mais modesta dentro do PSL. O mais provável é que a “musa” da direita no impeachment de Dilma Rousseff dispute uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo.

#Jair Bolsonaro #PSL

Fogo amigo contra Josué

8/06/2018
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Mal saiu do chão, o balão de ensaio da candidatura de Josué Gomes da Silva já é soprado para longe pelo seu próprio partido, o PR. O líder da legenda, Valdemar da Costa Neto, tem conversado simultaneamente com Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes. Na hora certa, deverá pular no zeppelin que estiver voando mais alto.

#Jair Bolsonaro #PR

Bolsonaro enche de afagos os extremos da pirâmide eleitoral

6/06/2018
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A ordem na campanha de Jair Bolsonaro é conquistar os polos do eleitorado – de acordo com as pesquisas onde se concentram as maiores barreiras a sua candidatura. Se, de um lado, Bolsonaro acena às classes mais baixas, com a promessa de uma carta de princípios em defesa do Bolsa Família e dos demais programas sociais, do outro vai intensificar a interlocução com o andar de cima,
leia-se o empresariado. Segundo o RR apurou, a partir da segunda quinzena de junho o candidato do PSL vai anunciar, seguidamente, “programas de governo” específicos para diferentes setores da economia.

A ideia é disparar ao menos um petardo por semana, sempre em apresentações feitas pelo próprio Bolsonaro a empresários do segmento em questão. De acordo com informações filtradas do QG de campanha do Capitão, os dois primeiros setores contemplados deverão ser o agronegócio e a área de construção. Um dos objetivos dos seus estrategistas de é desarmar algumas das críticas mais contumazes desferidas contra o candidato: a de que ele faz uma campanha quase monocórdica, praticamente concentrada na agenda da segurança, e de que não tem profundidade nos assuntos que aborda, notadamente na esfera econômica.

A intenção dos assessores Bolsonaro é realizar uma blitzkriegde forte impacto midiático, casando o anúncio de cada pacote de propostas com uma entrevista à imprensa. As recentes pesquisas têm mostrado o crescimento de Jair Bolsonaro em todos os estratos sociais. Ainda assim, a maior parte de seus eleitores segue concentrada no intervalo de cinco a dez salários mínimos – sua intenção de votos nessa faixa chega a 30%. Por isso, o empenho do seu staff de campanha em avançar nos dois polos do eleitorado. Em relação ao topo, dois nomes têm se notabilizado na construção de pontes entre o candidato do PSL e o empresariado: Meyer Nigri e Frederico D´Ávila.

Não por coincidência, ambos representam os dois primeiros setores que serão abordados por Bolsonaro.Nigri, fundador da Tecnisa, tem ciceroneado o Capitão em encontros com aelite paulistana. Segundo o RR apurou, está previsto para daqui a duas semanas um jantar de adesão de empresáriosà candidatura de Bolsonaro, quando ele deverá anunciar a primeira versão do seu programa econômico, assinado por Paulo Guedes. D´Ávila, por sua vez, tem sido o semeador da candidatura de Bolsonaro junto ao agronegócio e, desde já, é dado como pule de dez para o Ministério da Agricultura em caso de vitória do presidenciável nas eleições. Irmão do cientista político Luiz Fernando D´Ávila, coordenador da campanha de Geraldo Alckmin, Frederico D´Ávila é diretor da Sociedade Rural Brasileira.

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro ao alvo

4/06/2018
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A campanha de Jair Bolsonaro está discutindo a realização de um evento esportivo em São Paulo para promover sua candidatura. Parece até piada pronta, mas a ideia que ganha força é a de um torneio de tiro. Mais simbólico e popular junto ao eleitorado de Bolsonaro, impossível.

#Jair Bolsonaro

Regulação da mídia

1/06/2018
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Jair Bolsonaro já iniciou seu projeto de “regulação da mídia”. O pré-candidato tem um índex de jornalistas para os quais não dá entrevista e sequer autoriza o envio da sua agenda de campanha.

#Jair Bolsonaro

Tiroteio na base aliada de Bolsonaro

29/05/2018
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Alguns dos principais grupos de apoio de Jair Bolsonaro travam um duelo entre si. Policiais, militares, bombeiros, líderes evangélicos e maçons abrigados no PSL, a casamata partidária de Bolsonaro, disputam o direito de indicar um número maior de candidaturas ao Legislativo. Só em São Paulo há mais de 30 pré-candidatos ligados às Forças Armadas e à PM e outro tanto vinculado a igrejas evangélicas. Vagas até existem, o problema é como financiar toda essa tropa. Com apenas oito deputados federais, incluindo o próprio Bolsonaro, o PSL terá direito a uma fatia bem fininha do fundo partidário. A missão de aplainar as arestas foi entregue ao deputado Major Olímpio, presidente do PSL-SP. A julgar pelo estilo do Major, é mais fácil ele colocar ainda mais pólvora no paiol.

#Jair Bolsonaro #PSL

Bolsonaro atropela seu partido

25/05/2018
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O PSL parece fadado a servir apenas de hospedagem eleitoral para Jair Bolsonaro. Dois meses após a sua filiação, o Capitão ainda não “entrou” no partido. Sua interlocução com os líderes da sigla, incluindo Luciano Bivar, presidente do PSL, é praticamente nula. Tudo que diz respeito a sua campanha passa exclusivamente pelas mãos de seus fi lhos – Flavio, Eduardo e Carlos Bolsonaro – além do economista Paulo Guedes, seu virtual ministro da Fazenda. Será que alguém no PSL esperava algo diferente?

#Jair Bolsonaro #PSL

Bolsonaro abusará do “marketing mata-leão”

17/05/2018
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O que, para qualquer outro candidato, seria um terrível antimarketing, no caso de Jair Bolsonaro se torna uma propaganda valiosa. A fama de brigão será explorada ao máximo possível em sua campanha. Pesquisas recém-chegadas ao seu comitê mostram que a reputação de “durão”, “agressivo” e “pit bull” lhe traz mais bônus do que ônus: não tem só ajudado a galvanizar seu eleitorado fiel como a atrair indecisos numa escala maior do que as intenções de voto eventualmente deixadas pelo caminho. A imagem de Bolsonaro será cada vez mais associada ao combate, de forma a valorizar o seu jeito “brawler” de ser.

Vale tudo para reforçar o “marketing do octagon”, inclusive recorrer aos próprios profissionais do ramo: uma das ideias é atrair famosos lutadores de UFC como garotos-propagandas de Bolsonaro. Os primeiros golpes dessa estratégia de campanha foram ensaiados no último sábado. Eram pouco mais de 23 horas, quando o homem de camisa social azul para fora de calça, escoltado por seguranças e assessores, irrompeu por uma das entradas  laterais e ganhou vagarosamente o piso central da Jeunesse Arena, no Rio. Mal conseguiu andar diante da aglomeração que instantaneamente se formou ao seu redor.

Bastaram poucos segundos para que os urros de “Mito!” e “Uh, é Bolsonaro” revoassem pelo ginásio, abafando as vaias que espocavam aqui e ali. Entre as redes do octagon, Lyoto Machida e Vitor Belfort, que fazia a última luta da sua carreira, viraram mero detalhes, dois engaiolados perdidos na paisagem. Naquele momento, Bolsonaro tornava-se a grande estrela do UFC 224.  Acomodado na quinta fileira de trás pra frente entre as cadeiras dispostas na área VIP, Bolsonaro passou boa parte do tempo acenando para o público e disparando autógrafos. Ali, o capitão estava em casa. Pouco mais de 20 minutos depois, deixou o local para se instalar em um setor reservado. O evento, cuidadosamente organizado nos mínimos detalhes, não suportava duas atrações simultâneas. Bolsonaro já havia ganho o cinturão da noite, além de milhares de posts nas redes sociais e preciosas imagens para seus programas de campanha.

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro não quer saber de Índio

4/05/2018
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Índio da Costa tem buscado o apoio de Jair Bolsonaro a sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro. O Capitão, no entanto, recusa a aproximação. No seu entendimento, tem mais a perder do que a ganhar com a aliança. Qualquer crescimento de Índio de Costa, do PSD, ajudaria a dar fôlego no Rio ao candidato à Presidência apoiado pelo partido – seja ele Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles ou mesmo Michel Temer.

#Jair Bolsonaro

Nobel de medicina

24/04/2018
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Paulo Guedes quer voltar à PUC-Rio, não exatamente como professor, mas como sócio. O virtual ministro da Fazenda de Jair Bolsonaro fez uma oferta para se associar à universidade na montagem de uma faculdade de medicina. A primeira proposta foi descartada pela direção da PUC-Rio, mas Guedes prepara nova ofensiva. “Paulinho” e o sócio Júlio Bozano uniram-se ao empresário Elie Horn, dono da Cyrela, em um fundo para a área de saúde. Com cerca de R$ 800 milhões em carteira, o trio tem como objetivo criar uma rede de escolas de medicina e comprar ativos no setor hospitalar. No ano passado, adquiriu o Hospital São Lucas, em Ribeirão Preto (SP).

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Molière

23/04/2018
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O apresentador Ratinho tem ajudado Jair Bolsonaro a construir pontes com a classe artística. Padrinho por padrinho, trata-se de upgrade em relação a Alexandre Frota.

#Alexandre Frota #Jair Bolsonaro #Ratinho

Suspense total

13/04/2018
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A pesquisa Datafolha do fim de semana trará respostas a algumas questões chave da disputa presidencial:

. O coeficiente eleitoral de Lula após a prisão;

. As intenções de voto de Ciro Gomes, Jair Bolsonaro e Marina Silva;

. O percentual dos votos em Joaquim Barbosa;

. A mudança ou não do viés de baixa de Geraldo Alckmin.

. Os dados estatísticos de Henrique Meirelles, Rodrigo Maia e Michel Temer não são relevantes.

#Ciro Gomes #Jair Bolsonaro #Lula #Michel Temer

O pito do capitão Bolsonaro

10/04/2018
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O reduzido público na manifestação a favor da prisão de Lula, na última quinta-feira, em Brasília, ainda repercute na campanha de Jair Bolsonaro. O capitão põe a culpa pelo baixo quórum – cerca de 1,5 mil pessoas – na conta do PSL, que não teria conseguido mobilizar filiados e os milhares de seguidores de Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #PSL

Sólidas pontes

28/03/2018
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O construtor Meyer Joseph Nigri, dono da Tecnisa, tem erguido sólidas pontes entre o candidato Jair Bolsonaro e a comunidade judaica.

#Jair Bolsonaro #Tecnisa

Uma cruzada anti-Ciro Gomes

23/03/2018
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Ciro Gomes foi variável decisiva na reaproximação entre Jair Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia. Ambos estavam rompidos desde o ano passado, quando o capitão decidiu deixar o Partido Social Cristão (PSC), o que lhe rendeu, à época, duras críticas do líder religioso. O pragmatismo fechou a cicatriz. Além da chance real de um representante da extrema direta no segundo turno, o potencial de crescimento da candidatura do pedetista contribuiu para amalgamar a coalizão político-religiosa. O “risco Ciro” foi amplamente discutido nas conversas entre Bolsonaro e Malafaia, intermediadas pelo senador Magno Malta. O pedetista pode até não vir a ser o “ungido” por Lula, caso, como tudo indica, o ex-presidente fique alijado da corrida eleitoral. Mas é visto por Bolsonaro e pela bancada
da fé que o cerca, a começar pelo próprio Malta, como o nome do campo da esquerda a ser combatido desde já. Nas conversas entre o candidato e Malafaia, chamou a atenção a ausência do nome de Lula como o outro “anticristo”. Tribuna não faltará a Jair Bolsonaro. Malafaia emprestará ao capitão seu poder de influência e alcance nas redes sociais: são dois milhões de seguidores no Facebook, 1,3 milhão no Twitter e 350 mil em seu canal no YouTube. Há ainda os 112 templos da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Por enquanto. Amanhã, Malafaia inaugura uma nova filial no Rio de Janeiro.

#Ciro Gomes #Jair Bolsonaro

Sem graça

22/03/2018
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O discretíssimo octogenário Julio Bozano, lenda viva da banca nacional, não acha nenhuma graça na agitação do sócio Paulo Guedes com a campanha de Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro

La meme chose

16/03/2018
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A julgar pelo programa de campanha – uma agenda liberal com ênfase em uma ampla privatização – o Partido Novo, de João Amoedo e Gustavo Franco, segue o Partido Social Liberal, de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes.

#Jair Bolsonaro #Partido Novo

#Parabénscapitão

15/03/2018
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A campanha de Jair Bolsonaro quer fazer da próxima quarta-feira, dia 21, quando o candidato completará 63 anos, uma sonora demonstração da sua força junto ao eleitorado. A meta é alcançar um milhão de posts, curtidas e compartilhamentos nas redes sociais alusivos ao aniversário do capitão.

Jair Bolsonaro está burilando com carinho sua estratégia para as eleições ao governo do Rio, seu reduto. Trabalha com dois cenários. O primeiro, uma chapa puro-sangue, , com o lançamento da candidatura de seu filho, Flavio Bolsonaro. A alternativa é o apoio a um candidato de outro partido, sacrificando o rebento em nome de uma aliança nacional. O nome, neste caso, seria o de Índio da Costa, do PSD.

#Jair Bolsonaro

Temer não consegue tirar a segurança de Bolsonaro

14/03/2018
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Não parece ser nada simples desalojar o capitão Jair Bolsonaro da sua narrativa cativa: a defesa do direito à segurança. Segundo pesquisa qualitativa realizada pelos bolsonaristas, quanto mais se fala no tema, maior a aderência do assunto à candidatura de Bolsonaro. Simples assim. É como se a violência fosse a essência da nossa era, e esse espírito do tempo tivesse sido capturado pelo mais tosco dos candidatos. Um analista de pesquisa de opinião que assessora Bolsonaro considera que Michel Temer foi, no mínimo, precipitado quando disse que a “intervenção militar foi um golpe de mestre”.

À luz das primeiras impressões e mesmo da resiliência dos indicadores eleitorais, ao trazer a insegurança urbana para o centro da galáxia das políticas públicas, Temer acabou fortalecendo a “ideia-força” que diferencia o discurso do capitão. Não seria, portanto, uma questão da medida de emergência no Rio de Janeiro dar certo ou não. Se tiver algum êxito, fizeram o que Bolsonaro dizia. Se for um fracasso, ele teria feito diferente. Como se diz na linguagem do Google, pertencem ao capitão todas as palavras de busca vinculadas à intervenção: insegurança, militares, proteção, presídios etc. Bolsonaro surfa na intervenção de Michel Temer como se ela fosse sua.

Por essa ótica, a maior qualificação do debate sobre segurança não significaria um “take over” no discurso de Bolsonaro. Ao contrário, seu eleitorado entenderia apenas como confirmação de que está onde tudo começou, no lugar certo com a pessoa certa. Vale um registro simbólico: a última pesquisa de opinião CNT/MDA, segundo o analista consultado, identifica, na queda de Lula, a migração, ainda que rasa, de petistas na direção do seu antípoda. O voto da raiva é o voto em Bolsonaro. As próximas pesquisas vão dizer se ele aprisionou de vez o discurso do combate à violência. Aparenta ser mais fácil ganhar do capitão devido à sua fragilidade partidária, parco tempo de propaganda eleitoral, reduzidos recursos de campanha e nanismo intelectual. Entrar no seu campo de batalha é um risco não recomendável para nenhum dos adversários.

#Jair Bolsonaro #Michel Temer

Agora é sério

8/02/2018
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O economista Paulo Guedes agora se reúne semanalmente com o candidato Jair Bolsonaro. Parece que o negócio é sério mesmo.

#Jair Bolsonaro

Os sertões

6/02/2018
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O empresário pernambucano Luciano Bivar, que “arrendou” o Partido Social Liberal (PSL) para Jair Bolsonaro, está organizando um tour do capitão pelo Nordeste para depois do Carnaval. Serão mais de 20  cidades no roteiro.

Por falar em Carnaval, a presença de Jair Bolsonaro na folia já está garantida. A máscara com o rosto do candidato é uma das mais vendidas no país.

#Jair Bolsonaro #PSL

O empresário do capitão

29/01/2018
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Luciano Hang, dono da varejista Havan, está com um pé no PSL. Espécime raro de empresário ligado a Jair Bolsonaro, Hang já foi citado pelo capitão como um possível candidato a vice em sua chapa. O partido, no entanto, prefere que ele dispute o governo de Santa Catarina.

#Jair Bolsonaro #Luciano Hang #PSL

A vez dos fortes

22/01/2018
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Um suelto de caráter antropológico de Eduardo de Alencar, intitulado “Onde os fracos não têm vez”, está fazendo o maior sucesso tanto nas hostes petistas quanto tucanas. O paper, que foi produzido a partir da vivência e pesquisas do autor na favela da Rocinha desmonta as possibilidades de Jair Bolsonaro ganhar as eleições com o voto dos mais pobres. É interessante até porque Bolsonaro se apoderou da bandeira da segurança, que toca fundo justamente os menos favorecidos.

#Jair Bolsonaro

O capitão e o delegado

10/01/2018
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O nome de José Mariano Beltrame, que carrega o goodwill da melhora da segurança pública no Rio durante o governo Cabral, tem sido bastante repetido na equipe do candidato Jair Bolsonaro.

#Jair Bolsonaro #Sérgio Cabral

Lula ensaia o papel de “Donald Trump dos pobres”

8/01/2018
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Lula já cantou a pedra por onde vai perseguir o crescimento da economia caso possa se candidatar e seja eleito presidente: “É a renda familiar, estúpido”. E será principalmente a renda da chamada “classe C ampliada”, uma categoria inventada pela própria gestão Lula, que combina as faixas de renda inferior com a classe média baixa. A recuperação do salário mínimo e a isenção de imposto de renda até cinco salários mínimos são medidas já anunciadas que correm nesta direção. No seu jeito galhofeiro, Lula diz que vai ser o “Trump dos pobres”, em alusão ao corte de impostos aprovado pelo presidente norte-americano, que privilegia os ricos e poderosos.

Em seus dois mandatos, o crescimento econômico foi soprado pelo aumento do poder de compra das famílias, bafejado pelo Bolsa Família, aumento do mínimo e crédito consignado. O ex-presidente não falou ainda, mas a cereja do bolo seria a criação da renda mínima, que cumpriria um papel unificador das políticas assistencialistas, além de ser um novo elo da reforma da previdência e definir um conceito inovador para o piso salarial do país. O assunto ainda vem sendo burilado pelos assessores de Lula, que está ansioso para anunciar o projeto nas ruas. O seu temor é que algum aventureiro lhe roube a bandeira e lance a proposta antes.

A renda mínima cabe em um espectro ideológico amplo, que vai de Jair Bolsonaro a Ciro Gomes. Lula tem no farnel a ideia de tributar os dividendos das pessoas jurídicas, que são praticamente isentos e funcionam como uma forma de burla fiscal para a acumulação das pessoas físicas mais ricas. Vai fazer o discurso do ajuste fiscal sem dizer de onde vai tirar. Fica para depois das eleições. Até lá segue na conversa que aprendeu muito bem com D. Marisa, que sabia economizar quando o orçamento da casa estava apertado.

O tirambaço de Lula está na área fiscal. Vai prometer uma redução da carga tributária total até o fim do seu governo, que se iniciaria com a isenção de impostos para os mais pobres. Acha que se for um bom animador e a economia crescer 6%, dá para baixar o estoque de tributos entre 3% a 5%. Lula quer afinar o discurso econômico para que, na hipótese do impedimento, ele possa servir de base programática para o entendimento com outros partidos e, quiçá, com um candidato a presidente de fora do PT. Apesar da pinta de zangado, é o programa mais liberal e comportado de Lula. Só vai ser ruim para a Rede Globo. Mas essa vendeta já está prometida não é de hoje.

#Ciro Gomes #Jair Bolsonaro #Lula

Bolsonaro vai ou fica?

5/01/2018
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Embora Jair Bolsonaro garanta que vai mesmo mudar de casa, a cúpula do PSC, a começar pelo Pastor Everaldo, passou a tratar como factível sua permanência na sigla. A dificuldade de Bolsonaro para se acertar com o Patriota e com outras legendas que lhe ofereceram a candidatura à Presidência da República o forçaria a continuar no partido. Nessa hipótese, o pré-pré-candidato Paulo Rabello de Castro, presidente do BNDES, teria de buscar outra sigla para concorrer ao Palácio do Planalto.

#Jair Bolsonaro #PSC

Sondagem revela que Lula tem o maior número de empresários fiéis; Bolsonaro passa em branco

20/12/2017
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Lula, por mais paradoxal que possa parecer, é o candidato vinculado ao maior número de nomes do empresariado. Por sua vez, Jair Bolsonaro está no extremo oposto: não consta sua ligação com os donos das grandes corporações privadas. Estas são algumas das constatações da sondagem realizada pelo Relatório Reservado junto a uma parcela da sua base de assinantes – no total, 128 pessoas, predominantemente empresários, executivos, analistas de mercado e advogados, entre outros. A verificação ocorreu entre 12 e 15 de dezembro. O RR indagou: “Quais são os empresários mais identificados com os seguintes pré-candidatos à Presidência da República?”

O levantamento indicou que há uma razoável confusão na vinculação entre empresário e presidenciável, dado o elevado grau de dispersão, a associação dos mesmos nomes a diferentes postulantes ou mesmo a ausências de indicações – na média entre todos os candidatos, 37% dos assinantes não souberam responder. O RR citará apenas as três primeiras colocações, quando houver. Ressalte-se ainda que os votos conferidos a empresários réus ou condenados na Lava Jato não foram contabilizados, devido a sua natureza eminentemente de ataque à imagem do candidato. Lula foi quem teve o maior número de empresários mencionados, 23. Segundo os consultados, Josué Gomes da Silva é o mais associado ao petista, com 7%. Certamente, a ligação entre o ex-presidente e o pai de Josué, José de Alencar, seu vice por oito anos, impulsionou as respostas.

A seguir, Jorge Gerdau, Katia Abreu, Luiza Helena Trajano e Walfrido Mares Guia, ministro do governo Lula, empatados com 4%. No terceiro lugar, com 2%, aparecem David Feffer e Armando Monteiro, ex-presidente da CNI. O oposto de Lula é Bolsonaro. Talvez o resultado que mais chama a atenção na sondagem, nenhum dos entrevistados conseguiu citar um empresário próximo ao candidato representante da extrema direita. Assim como a inexistência de identificação com um pensamento econômico, esta é outra lacuna de Bolsonaro. Ciro Gomes não chega a ter uma falta de aderência tão radical, mas também ficou clara a dificuldade dos assinantes do RR em apontar empresários ligados ao pré-candidato do PDT. Só dois nomes foram citados, por 5% e 3%, respectivamente, dos consultados: o de Carlos Jereissati, dono do Iguatemi, e o do presidente da CSN, Benjamin Steinbruch.

Certamente, a lembrança do empresário cearense foi motivada pela relação histórica de Ciro com Tasso Jereissati, irmão de Carlos. Já Benjamin até recentemente era patrão de Ciro. Segundo os entrevistados, os empresários mais identificados com Geraldo Alckmin são Roberto Setubal e Jorge Gerdau, empatados com 6%. Com 3% dos votos, vieram Abílio Diniz, Rubens Ometto e Beto Sicupira. Juntos, no terceiro lugar, com 1%, Nizan Guanaes, o presidente da Anavea, Antonio Megale, e o presidente da Fecomercio-SP, Abram Szajman. No caso de Marina Silva, deu o óbvio. Para 11%, Neca Setubal, herdeira do Itaú e fiel aliada, é a empresária com o maior grau de aderência a Marina. Em seguida, Guilherme Leal, da Natura, e Artur Grynbaum, do Boticário.

Candidato a vice na chapa de Marina em 2010, Leal foi lembrado por 7%. Grynbaum, recebeu 5% das indicações. Os entrevistados apontaram um total de seis nomes associados a Marina. Por fim, o mais “novo” candidato na praça: Michel Temer. Para 14% dos entrevistados, o presidente da Fiesp e correligionário Paulo Skaf é o empresário que apresenta a maior coesão com Temer. Quase que por atração gravitacional, o vice da Fiesp, Benjamin Steinbruch, ressurge em outra extremidade, chamado de “temerista” por 7% dos consultados. Jorge Gerdau, uma espécie de “PMDB do empresariado”, foi novamente citado, empatado com o ministro Blairo Maggi, ambos com 5%. Temer foi associado diretamente a 10 empresários. À exceção de Marina, Ciro e, obviamente, Bolsonaro, todos os demais candidatos foram vinculados a dirigentes condenados ou investigados na Lava Jato.

#Jair Bolsonaro #Lula

Quem dá mais pela candidatura de Henrique Meirelles?

15/12/2017
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Mesmo antes de decidir se será pré-candidato à presidência e por qual partido disputaria as eleições, Henrique Meirelles vem sendo cortejado por todos os principais concorrentes de direita e centro-direita. Em várias das vezes a sedução é para que Meirelles assuma os dois cargos ao mesmo tempo: vice-presidência e Ministério da Fazenda. O ex-banqueiro é multiuso. O presidente Michel Temer, com o ar de distanciamento brechtiano, tratou da sua hipotética candidatura sondando en passant seu ministro. Repetiriam a dobradinha, que tanto tem encantado o empresariado.

Meirelles continuaria com seu papel de âncora fiscal e inflacionária. Mas subiria um degrau: seria o vice-presidente. Tudo depende da aprovação da reforma da Previdência, é claro. O candidato Jair Bolsonaro, que está apalavrado com o economista Paulo Guedes para o Ministério da Fazenda, tem em Meirelles o seu ideal de vice-presidente. Com ele, atrairia eleitores do centro-direita que duvidam do preparo do candidato e seus quadros, assim como do seu comprometimento com um programa liberal. Meirelles opera como se fosse uma hidra, com seus tentáculos espalhados pelo mercado financeiro internacional, e empresta cosmopolitismo a candidatos suburbanos. Ele já tem sua base aliada no Congresso. E se preciso for tem interlocução até com a outra extrema, o PT.

Bolsonaro o usaria como garantia da sua agenda liberal. Meirelles assumiria a posição de uma espécie de chairman do Ministério da Fazenda. O governador Geraldo Alckmin, candidatíssimo à Presidência, por sua vez, faz suas conjecturas sobre Meirelles vir a comandar o Novo Plano Real, proposta símbolo da sua campanha- ver RR edição de 6 de dezembro. Não haveria restrições para que ele acumulasse a vice-presidência caso fosse essa a exigência. Mas, como se disse, por enquanto são só conjecturas. Finalmente, o deputado Rodrigo Maia, cuja candidatura é a mais encruada, vê em Henrique Meirelles alguém que agregue uma dimensão maior a sua pretensão política.

Por enquanto, Maia é candidato dele mesmo e da sua trupe no Congresso. Se o ministro da Fazenda topasse ser vice, a sua postulação ganharia peso político e a mensagem de um ideário nítido. Para tudo e para todos, é preciso que Meirelles abdique da sua intenção presidencial. O deadline é dia 6 de abril. O ministro só assume a candidatura se a economia estiver voando em céu de brigadeiro. Caso contrário, estará na prateleira à disposição para ofertas. Quem dá mais? Quem dá mais?

#Henrique Meirelles #Jair Bolsonaro #Michel Temer

Na fé

11/12/2017
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Gilberto Kassab tem fé que consegue unir Henrique Meirelles e Silas Malafaia. O ministro tem circulado com desenvoltura entre os evangélicos e Malafaia está “órfão” desde a saída de Jair Bolsonaro do PSC.

#Gilberto Kassab #Henrique Meirelles #Jair Bolsonaro #Silas Malafaia

Paulo Guedes monta Ministério à sua imagem e semelhança

29/11/2017
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O economista Paulo Guedes faz forfait quando afirma que ainda não respondeu ao convite para se tornar ministro da Fazenda em um eventual governo de Jair Bolsonaro. Guedes não só aceitou como já começou a montar sua equipe. Um dos escalados é o econometrista João Luiz Mascolo, que trabalhou com Guedes no Ibmec. Mascolo é sócio da SM Managed Futures, professor do Insper e ex-marido de Maria Silvia Bastos Marques.

Ele e o eventual futuro chefe formam a dupla mais radical de extrema direita entre os economistas do país. Bolsonaro estará bem acompanhado. Em um debate com a professora Maria da Conceição Tavares, na Anbid, nos idos da década de 80, o então jovem economista Paulo Guedes afirmou que, se fosse preciso colocar fogo nas favelas para obter o ajuste econômico, não hesitaria. Os favelados desceriam e a estabilidade os alocaria no mercado de trabalho. Ninguém morreria, é claro. Ou ficaria transtornado pela perda de detalhes tão insignificantes da sua vida. O mercado funciona. Por pouco, Conceição não mordeu sua jugular.

Paulo Guedes é assim mesmo; combina brilhantismo com disparates. É como se fosse um “Glauber Rocha de extrema direita entre os economistas”, com visões barrocas e alucinadas. Seu maior desejo sempre foi o de ter uma passagem pela vida pública. Quem o conhece sabe que ele trocaria os milhões de reais ganhos no mercado financeiro por essa experiência de manda-chuva da Fazenda. Passo a passo, o possível governo Bolsonaro vai se tornando uma antiobra assustadora.

#Jair Bolsonaro #Maria da Conceição Tavares #Paulo Guedes

Road show

9/11/2017
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Jair Bolsonaro vai se apresentar ao mundo da política e dos negócios internacionais. Seu staff está costurando uma agenda de entrevistas à mídia estrangeira.

#Jair Bolsonaro

Diretrizes de Bolsonaro

3/11/2017
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Jair Bolsonaro tem sido aconselhado por aliados a apresentar um esboço das suas diretrizes para a economia. Como? Diretrizes? Economia?

#Jair Bolsonaro

Bolsonaro vale quanto pesa

23/10/2017
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O Patriotas melhorou sua “oferta” para ter Jair Bolsonaro em suas fileiras. Ele terá a prerrogativa de escolher os candidatos do partido aos governos do Rio e de São Paulo – dois estados sob influência política do clã Bolsonaro. Vale tudo para ter o “capitão”. Além do seu maior ativo -quase 20% das intenções de voto para a Presidência nas pesquisas mais recentes –, estima-se que Bolsonaro arraste com ele cerca de 20 deputados federais. Ou seja: tempo de TV e cotas do fundo de partidário.

#Jair Bolsonaro

Em nome do pai

17/10/2017
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Jair Bolsonaro não tem pressa. Vai esperar até o início de 2018 para definir a missão eleitoral de seus filhos, Flávio e Carlos. Um pode sair candidato ao Senado; o outro, ao governo do Rio. Isso se o patriarca Jair não sacrificar um dos rebentos no estado em troca de apoio de partidos de maior fôlego a sua candidatura à Presidência da República.

#Jair Bolsonaro

Arrastão

9/10/2017
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Jair Bolsonaro, de saída do PSC, sequer definiu seu novo partido. Ainda, assim, tem trabalhado dentro do Congresso para montar uma coalizão de pequenas e médias siglas em torno da sua candidatura à Presidência. As conversas passam pelo PRP, PROS e o PEN – o mais cotado para encabeçar a chapa. Quanto mais partidos, mais tempo na TV.

#Jair Bolsonaro #PSC

O círio do capitão

5/10/2017
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Grupos de direita se organizam nas redes sociais para acompanhar Jair Bolsonaro em suas viagens pelo Brasil. Um teste da capacidade de mobilização dos “Bolsomaníacos” está previsto para hoje, em Belém, onde o pré-candidato desembarca para participar do Círio de Nazaré.

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Em tempo: nas mídias sociais, os seguidores se dão ao cuidado de pedir que os paraenses não usem cartazes com dizeres na linha “Bolsonaro presidente” para evitar problemas com a Justiça Eleitoral. Coisa de profissional.

#Jair Bolsonaro

Votos e ex-votos

3/10/2017
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O Círio de Nazaré terá uma procissão de presidenciáveis. Jair Bolsonaro e João Doria já confirmaram presença – o
prefeito de São Paulo terá como anfitriã a cantora Fafá de Belém. Ciro Gomes também deverá participar do evento religioso.

#Ciro Gomes #Jair Bolsonaro #João Doria

Bolsonaro no SBT

29/09/2017
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Depois de João Doria, agora é Jair Bolsonaro que costura sua participação no programa de Silvio Santos. O apresentador Ratinho tem ajudado na intermediação.

#Jair Bolsonaro #João Doria #SBT

Silas Malafaia – 2018

27/09/2017
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O pastor Silas Malafaia foi sondado pelo PSC para concorrer à Presidência. Seria um nome à altura de Jair Bolsonaro, que acaba de deixar a sigla.

#Jair Bolsonaro #Silas Malafaia

Bolsonaro e economia

29/08/2017
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Jair Bolsonaro tem sido aconselhado por seu staff a arriscar algumas propostas para a economia. O discurso rarefeito sobre o assunto é um empecilho nas tentativas de aproximação com o empresariado.

#Jair Bolsonaro

Candidato de fé

24/08/2017
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Jair Bolsonaro, que está deixando o Partido Socialista Cristão, já é página virada. Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, anda encantado com os valores de João Doria.

#Jair Bolsonaro #João Doria #Silas Malafaia

Alckmin celebra noivado com o PTB

23/08/2017
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Em conversa com o presidente do PTB-SP, o deputado Campos Machado, Geraldo Alckmin recebeu a garantia de que o partido apoiará sua candidatura à Presidência da República. O curioso é que a aliança valeria para o Brasil, mas não para a eleição ao governo de São Paulo. O PTB tem pretensões de lançar um candidato próprio. Nem que seja para cobrar caro pela saída da disputa.


Por falar em PTB, enquanto Jair Bolsonaro está de mudança para o PEN, o filho Flavio Bolsonaro, também do PSC, conversa com o partido de Roberto Jefferson. Para trocar de sigla, quer a garantia de que será candidato ao governo do Rio. A princípio, o PTB está comprometido com Eduardo Paes, mas com a Lava Jato tudo pode mudar.

#Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro #PTB

“Bolsonarinho”

16/08/2017
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Meio de brincadeira, meio a sério, Jair Bolsonaro tem falado com assessores em lançar seu próprio boneco em miniatura. As vendas do “Bolsonarinho” ajudariam a financiar sua campanha à Presidência da República. Periga virar coqueluche no Dia das Crianças.

#Jair Bolsonaro

Bola alta na ponta

15/08/2017
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Deve ser o efeito Bernardinho. Ou Bolsonaro… A ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei Ana Paula, que mora nos Estados Unidos, tem sido sondada por partidos para voltar ao Brasil e se candidatar ao Congresso em 2018. A ex-atleta, que acaba de estrear um blog no Estadão, é uma das coqueluches das redes sociais, onde costuma fazer a alegria de “coxinhas” e matar “petralhas” de raiva. No ano passado, declarou seu voto em Donald Trump.

#Bernardinho #Jair Bolsonaro

O cast de Bolsonaro

10/08/2017
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Jair Bolsonaro quer reunir em um evento os artistas que o apoiam. Sim, eles existem, ainda que não sejam muitos: o cast é liderado pelo cantor Amado Batista e pelo ator Alexandre Frota.

#Alexandre Frota #Jair Bolsonaro

Um novo nome para Bolsonaro

7/08/2017
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Jair Bolsonaro busca um novo nome capaz de abençoar sua candidatura entre o eleitorado evangélico. Sua decisão de abandonar o PSC esfriou a histórica relação com Silas Malafaia.

#Jair Bolsonaro #PSC #Silas Malafaia

Alguém de peso para apoiar Bolsonaro

1/08/2017
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Jair Bolsonaro busca um nome de peso da área de segurança para ter ao seu lado na campanha eleitoral. Um nome como o do ex-secretário do governo Cabral, José Mariano Beltrame.

#Jair Bolsonaro

O capitão e o “mensaleiro”

2/06/2017
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O ex-deputado Valdemar Costa Neto vem conduzindo pessoalmente as conversas com Jair Bolsonaro para a entrada do pré-candidato à presidência no partido “Muda Brasil”. Essa relação nascente preocupa os aliados mais próximos de Bolsonaro, que olham para 2018 e já enxergam o “mensaleiro” Costa Neto no palanque do candidato da “moralização”.

#Jair Bolsonaro

Guia turístico

19/05/2017
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Após ciceronear Jair Bolsonaro em jantar com 15 empresários paulistas, o apresentador Otávio Mesquita dedica-se agora a aproximar o candidato de donos de emissoras de TV, a exemplo de Johnny Saad, da Band, e Amilcare Dallevo e Marcelo de Carvalho, da Rede TV.

#Jair Bolsonaro #RedeTV

Bolsonaro foge do pastor como o diabo da cruz

24/04/2017
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A citação ao Pastor Everaldo nas delações da Odebrecht foi o fim da linha para Jair Bolsonaro. O presidenciável deverá acelerar sua saída da PSC, levando consigo uma parte da bancada. A última coisa que Bolsonaro precisa neste momento é que as denúncias contra o correligionário respinguem na sua candidatura ao Planalto. Já bastam os pingos d ´água do Rio Jordão, onde Bolsonaro foi batizado pelo próprio Pastor Everaldo em maio de 2016, quando ambos eram amigos de fé e irmãos camaradas.

#Jair Bolsonaro #Odebrecht

Bolsonaro cola ainda mais sua candidatura no eleitorado de farda

20/03/2017
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Jair Bolsonaro irá menos aonde o povo está do que aonde a soldadesca se reúne. A decisão não é oriunda de uma estratégia rasa: como Bolsonaro tem o contingente das forças nacionais de segurança como sua base de sustentação eleitoral, nada mais natural do que fortalecer sua candidatura junto a esse segmento. O raciocínio é um pouco mais sofisticado.

Bolsonaro identifica dois pontos críticos para galvanização do eleitorado de massa: a vacância de autoridade e a brutal crise de credibilidade. Quanto mais o parlamentar se aproxima do seu grupo de apoio mais a sociedade tende a identificá-lo como detentor da franquia. A lógica do capitão-candidato é intensificar sua programação de viagens por diversos estados para participar de encontros, eventos e ações organizadas por policiais militares e civis, bombeiros e guardas municipais.

A prioridade, é claro, serão as Forças Armadas, consideradas hoje o estamento mais confiável pela sociedade. No último dia 13, durante a audiência entre representantes da Polícia Civil do Rio, em greve desde 20 de janeiro, e a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Flavio Bolsonaro, um dos filhos de Jair Bolsonaro, portou-se como se fosse um dos líderes da greve da Polícia Civil. Em vários momentos, chegou a defender a continuidade da paralisação. No momento oportuno, Bolsonaro espera que esse engajamento resulte em manifestações de apoio e crescimento nas pesquisas eleitorais. Suas bandeiras são o desenvolvimento, a moralização e o resgate da autoridade, através da presença democrática do representante das forças de segurança como comandante em chefe da Nação.

Em 2016, Bolsonaro esteve presente ou foi mencionado em diversos dos movimentos e protestos da área de segurança, tais como o da PM e bombeiros de Pernambuco; bombeiros, policiais civis e militares na área de desembarque do Aeroporto do Galeão, onde foi estendida uma faixa com os dizeres “Welcome to hell”; e PM de Minas Gerais. Neste ano, pontificou na greve da PM no Espírito Santo e no protesto de mulheres de policiais militares, que atingiu 27 dos 39 batalhões do Rio de Janeiro. Em conversa com o RR, Flavio Bolsonaro negou que o pai fará uma campanha de uma nota só, voltada prioritariamente ao eleitor de farda.

No clã, o entendimento é que hoje a candidatura de Bolsonaro tem representatividade e eco nos mais diversos segmentos da sociedade. Se as redes sociais são o palanque do século XXI, talvez essa observação não esteja de todo errada. Com 3.927.748 seguidores até a noite de ontem, o capitão Bolsonaro está a apenas 400 mil pessoas de se tornar o político brasileiro com a maior comunidade no Facebook, superando Aécio Neves. Para se ter uma ideia do seu poder de alcance nas mídias sociais, uma publicação postada pelo deputado federal no último dia 12 de fevereiro saudando a passagem do Exército pela cidade de Vitória teve quase dois milhões de visualizações.

#Eleições #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro

Bolso trip

24/02/2017
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Logo após o Carnaval, Jair Bolsonaro pretende iniciar uma agenda de viagens pelo Brasil.

#Jair Bolsonaro

Apoio

28/01/2016
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 Está passando do tempo de a presidente Dilma dar uma declaração de apoio a Alexandre Tombini.

#Jair Bolsonaro

Visões opostas

14/05/2015
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A usina São Luiz do Tapajós tem provocado reações bipolares no governo. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim, acredita que o leilão ocorre ainda neste ano. Já o ministro Eduardo Braga é puro ceticismo. Para ele, o negócio só sai em 2016, devido a s dificuldades para a obtenção do licenciamento ambiental e da autorização da Funai – a construção terá impacto sobre comunidades indígenas na região.

#Jair Bolsonaro #Rogério Marinho

Inimigo comum

2/03/2015
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Gleisi Hoffmann conseguiu unir petistas e tucanos. Fernando Pimentel e Geraldo Alckmin lideram a frente de governadores que trabalham ativamente para derrubar a proposta da senadora de redução do ICMS da banda larga para 10% – a alíquota varia de estado para estado. Pimentel e Alckmin são solidários em sua dor fiscal: juntos, Minas Gerais e São Paulo poderão perder mais de R$ 1,5 bilhão em arrecadação caso o projeto de lei seja aprovada no Congresso.

#Jair Bolsonaro #João Doria

Linha direta

16/09/2014
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A Samsung também deverá anunciar uma redução nos preços de seus smartphone no Brasil. Isso poucos dias depois de a Apple baixar o valor do iPhone 5. Para alguns, são os benefícios da competição de mercado; para outros, passos de uma coreografia muito bem ensaiada.

#Jair Bolsonaro #Secom #Tecnisa

Lula lá

6/05/2014
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Do ex-ministro Delfim Netto, discreto (nem tanto) defensor da candidatura de Lula a  presidência: “Quem diz que o Lula fala uma coisa e depois diz outra em contrário por confusão mental não entende a geometria da política, na qual um triângulo tem quatro vértices”. Lula, aliás, dispensa régua e compasso.

#Jair Bolsonaro #Lula

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