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Previdência

Governo Lula também recorre ao “Fundo de Amparo ao INSS”

5/04/2024
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Paulo Guedes fez escola. Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, discutem a possibilidade de usar mais uma leva de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para cobrir parte do déficit da Previdência Social. O expediente começou a ser utilizado por Guedes, no governo Bolsonaro, logo após a pandemia. E já foi repetido pela gestão Lula em seu primeiro ano de mandato. Entre 2021 e 2023, os empréstimos do FAT para o INSS somaram R$ 30 bilhões.

#FAT

Política

Centrais sindicais vão a Lula para blindar o caixa do FAT

16/02/2024
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A cúpula do sindicalismo brasileiro, leia-se a direção da CUT, da CTB (Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e da Força Sindical, quer uma audiência com o presidente Lula. Entre outros assuntos, vai levar o pleito de que o governo pare de usar os recursos do FAT para cobrir o déficit da Previdência – prática que começou na gestão Bolsonaro e tem sido mantida. Os sindicalistas já trataram do assunto com Luiz Marinho, ministro do Trabalho, Simone Tebet, do Planejamento, e o próprio Fernando Haddad. Mas nada aconteceu. Resta ir direto ao Olimpo.

#CTB #CUT #FAT #Lula

Governo

FAT não vai gerar mais empregos por culpa do próprio governo

10/01/2024
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O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, vai dirigir, amanhã, reunião do grupo de trabalho criado para potencializar o Fundo de Aval para Geração e Renda. O Banco do Brasil é o gestor do Funproger, cujo objetivo é ajudar potenciais empreendedores sem condições de oferecer todas as garantias exigidas pela rede bancária para que possam implantar suas empresas, aumentando a oferta de emprego na economia.

Dentro do próprio GT é grande a incerteza sobre a real possibilidade do fundo ser turbinado por ora, com dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador. De acordo com um dos participantes da reunião de de amanhã, a falta de lastro do Funproger, deve-se à decisão do governo federal de financiar gastos da Previdência Social com recursos do FAT. O fundo destinou à Previdência R$ 11 bilhões em 2021, R$ 18,6 bilhões em 2022, R$ 22,7 bilhões em 2023 e deve repassar R$ 24 bilhões este ano. “Infelizmente não há margem para avalizar projetos de geração e renda com essa política que suga o caixa do FAT”, desabafou a fonte do RR.

#FAT #Ministro do Trabalho

Governo

Sindicalistas vão a Lula na tentativa de blindar o orçamento do FAT

26/10/2023
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Líderes da CUT, da Força Sindical e da UGT (União Geral dos Trabalhadores) solicitaram uma audiência com o presidente Lula. Entre outras questões, pretendem apresentar um relatório com os efeitos negativos do sistemático repasse de recursos do FAT para cobrir o déficit da Previdência Social. O documento centra suas baterias no impacto nocivo sobre os programas de requalificação e capacitação dos trabalhadores, afetados pela transferência de verbas do Fundo. A prática começou no governo Bolsonaro e foi mantida no Orçamento do FAT para 2024, já elaborado pela gestão Lula. O assunto tem, inclusive, causado fricção entre as centrais sindicais e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Os representantes dos trabalhadores no Codefat, responsável pela gestão do FAT, entendem que Marinho pouco tem se empenhado no governo para zerar ou ao menos reduzir a transfusão de recursos para o INSS.

#CUT #FAT #Lula

Governo

Codefat põe ministro do Trabalho e centrais sindicais em rota de colisão

3/10/2023
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As relações entre o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e seus antigos companheiros de sindicalismo passam por um momento de turbulência. Os representantes das centrais sindicais no Codefat, órgão responsável pela gestão do orçamento do FAT (R$ 115 bilhões neste ano), pressionam o ministro para reduzir os intervalos entre as reuniões do colegiado. O governo Lula já está entrando no seu décimo mês e, até o momento, o colegiado foi convocado apenas duas vezes neste ano.

E, por ora, não há previsão de encontro para outubro. Historicamente, o Codefat sempre teve como padrão se reunir ao menos uma vez a cada dois meses. A estiagem tem postergado a análise de projetos a serem financiados com o dinheiro do FAT.

O mesmo se aplica às propostas levadas pelos representantes dos trabalhadores para ampliar o repasse de recursos a programas de capacitação e requalificação profissional. O calendário rarefeito do Codefat contrasta com as promessas de Marinho de fortalecimento do Conselho.

#Codefat #FAT #Luiz Marinho #Lula

Economia

FAT seguirá cobrindo o rombo do INSS

23/08/2023
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Apesar da pressão contrária das centrais sindicais, os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) vão ser usados “até 2025 ou 2026” para tapar os buracos do INSS. Palavra do próprio ministro do Trabalho, Luiz Marinho, na reunião fechada do Codefat, que terminou há pouco, em Brasília. Para insatisfação dos sindicalistas presentes, o ministro deixou claro que haverá um período de transição de até três anos até que os repasses sejam zerados. “Não dá para corrigir do dia para a noite o estrago feito pelo governo anterior”, disse um resignado Marinho aos demais membros do colegiado. Por “estrago” leia-se o expediente de transferir dinheiro do FAT para cobrir o pagamento de aposentadorias e benefícios da Previdência Social, prática que se tornou comum na gestão de Paulo Guedes no Ministério da Economia. Só em 2022, foram R$ 17,6 bilhões. Por esse motivo, na reunião de hoje, os representantes das centrais sindicais aprovaram a prestação de contas do FAT no ano passado com ressalvas.

#Codefat #FAT #INSS #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Política

Sindicalistas pedem a Tebet para estancar sangria de recursos do FAT

7/08/2023
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Os representantes dos trabalhadores no Codefat, conselho responsável pela gestão do FAT, já pediram a confirmação de agenda para uma reunião, nos próximos dias, com a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Em pauta, o uso de recursos do Fundo do Amparo do Trabalhador para cobrir os buracos da Previdência Social. Os líderes das centrais sindicais com assento no Codefat vão pleitear à ministra que o Orçamento da União de 2024 não contemple o repasse de dinheiro do FAT para essa finalidade. A alegação é que o expediente tem reduzido o volume de recursos do Fundo disponíveis para programas de apoio ao trabalhador. A transferência é uma gambiarra que se intensificou no governo Bolsonaro. O orçamento deste ano, por exemplo, aprovado ainda na gestão Paulo Guedes, prevê o repasse de R$ 21 bilhões ao INSS – desse total, já foram empenhados R$ 14 bilhões.  

#Codefat #FAT #Simone Tebet

Economia

Mercadante apara arestas com as grandes centrais sindicais

26/04/2023
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O RR apurou que o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, está articulando um encontro com representantes dos trabalhadores no Conselho Deliberativo do FAT e com presidentes de centrais sindicais. A reunião deverá ser realizada no dia 12 de maio. Mercadante pretende apresentar seus planos para o uso de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador, principal fonte de financiamento do banco. O presidente do BNDES já aventou a hipótese de utilizar o FAT para a concessão de subsídios a setores como energia renovável, fabricação de veículos elétricos, empresas de inovação, entre outros. De quebra, Mercadante deverá usar o encontrar para tentar reverter o climão com os representantes das centrais de trabalhadores. Nenhum deles foi convidado para a sua posse na presidência do BNDES. 

#Aloizio Mercadante #BNDES #FAT

Mudança de rumo

28/07/2022
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O BNDES decidiu não operar, a partir do ano que vem, a linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador. O banco vai seguir com empréstimos às atividades agropecuárias do pequeno produtor rural, mas utilizará dinheiro próprio. Com a decisão, o R$ 1,5 bilhão da rubrica Depósitos Especiais do FAT, a ser aplicado em 2023, que o BNDES utilizaria nos financiamentos, estará nas mãos de outra instituição financeira federal, talvez o Banco do Brasil ou o Banco do Nordeste.

#BNDES #FAT

Não tem FAT para todo mundo

22/06/2021
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Conforme o RR antecipou na edição de 9 de junho, a votação do orçamento do FAT para 2022, na última terça-feira, terminou em impasse. Entre outras divergências, os conselheiros ligados às centrais sindicais não aceitaram a proposta do Ministério da Economia para os gastos com programas de qualificação de mão-de-obra (R$ 30 milhões) e com o Sistema Nacional de Emprego – SINE (R$ 60 milhões). A diferença é considerável. As centrais sindicais reivindicam ao menos R$ 150 milhões para o Sine. No caso dos programas de qualificação profissional, o abismo é ainda maior: os trabalhadores querem R$ 300 milhões.

#FAT #Ministério da Economia

Orçamento do FAT é uma interrogação

9/06/2021
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Entre os conselheiros do Codefat há um crescente receio de que não será possível apresentar a proposta de orçamento do FAT para 2022 dentro do prazo. A reunião do Conselho está marcada para o dia 15, apenas duas semanas antes do dead line para o envio da peça orçamentária ao Ministério da Economia. Ocorre que ainda existem impasses entre os representantes das centrais sindicais e do governo. Além disso, há o desafio de se fazer um orçamento às cegas, sem saber o impacto de uma eventual reforma tributária sobre o PIS/Pasep, que corresponde à metade da arrecadação dos recursos do FAT. Seria mais uma trapalhada orçamentária do governo, forçando o Codefat refazer todas as contas.

#FAT

FAT é que precisa de amparo

1/12/2020
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Há um crescente receio na equipe econômica quanto à necessidade de um novo aporte do Tesouro no Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O RR apurou, com exclusividade, que o Ministério da Economia estima para este ano um déficit do FAT da ordem de R$ 8,9 bilhões. A previsão para 2021 é de outro rombo, em torno de R$ 3,2 bilhões. De acordo com a mesma fonte, estes números fazem parte de um relatório de 28 páginas que será apresentado, amanhã, pelo Ministério ao Codefat, o conselho gestor do Fundo. Entre 2012 e 2018, na média, o Tesouro repassou ao FAT R$ 9,2 bilhões por ano. Em 2019, por conta do aperto fiscal, o governo Bolsonaro suspendeu os aportes. Ocorre que a pandemia e o consequente pagamento de parcelas extras do seguro desemprego contaminaram ainda mais as contas do FAT. Seria pior se o governo não tivesse brecado a proposta de prorrogação do benefício extra por mais dois meses. A medida representaria um custo adicional de R$ 7,3 bilhões.

#Codefat #FAT #Ministério da Economia

O dinheiro evaporou

11/09/2020
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A capacitação do trabalhador brasileiro corre sério risco de sofre um forte baque em 2021. O Conselho Deliberativo do FAT encaminhou documento ao Ministério da Economia apontando a necessidade de liberação de R$ 1,6 bilhão no ano que vem – informação passada ao RR por um dos próprios integrantes do Codefat. Sem esses recursos, os principais programas de qualificação social e profissional de trabalhadores mantidos com recursos do FAT estão ameaçados. A proposta de Lei Orçamentária Anual enviada pelo governo ao Congresso prevê apenas R$ 30 milhões, menos de 2% dos recursos solicitados pelo Codefat.

#Codefat #FAT

Capital de giro que não gira

2/07/2020
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O Proger Urbano/Capital de Giro, programa do Banco do Brasil para pequenas e médias empresas, está devagar, quase parando, mesmo com o funding adicional de R$ 2 bilhões em recursos do FAT. Em pouco mais de duas semanas, apenas oito operações foram fechadas, totalizando R$ 508 mil. Seis outros empréstimos deverão ser formalizados nos próximos dias, somando algo como R$ 864 mil. Em tempos de pandemia e morticídio de empresas, é pouco. Talvez seja o caso de o BB rever as condições para a concessão do empréstimo: a maioria das empresas não estaria conseguindo atender as exigências fixadas.

#Banco do Brasil #FAT

A nova aritmética do FAT

6/12/2019
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O Conselho Curador do FAT terá um fim de ano sobrecarregado. O colegiado precisará rever integralmente o Orçamento do Fundo para 2020, originalmente de R$ 80,1 bilhões. A cifra levou em consideração o pagamento de abono para quem ganhava até 1,5 salário mínimo. Com a decisão do Congresso de manter o benefício para quem recebe até dois salários, toda a matemática anterior caiu por terra.

#FAT

Prévias sindicais

22/07/2019
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CUT, Força Sindical e congêneres estão costurando um acordão para a eleição do presidente do Conselho Deliberativo do FAT, amanhã, em Brasília. O nome que deverá ser apresentado é o de Francisco Pegado, secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores. Pegado é o decano do Conselho: integra o colegiado que decide os rumos dos recursos do FAT desde a sua criação, em 1990. há um rodízio entre as três bancadas que compõe o órgão: empresariado, governo e trabalhadores. É a vez do representante do “chão de fábrica”.

#CUT #FAT

Uma mordida dupla no abono

19/07/2019
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O governo quer dar não só uma, mas, sim, duas mordidas no abono salarial. A primeira veio no pacote da reforma da Previdência, com a proposta de pagamento do benefício apenas para trabalhadores que ganham até R$ 988 – hoje essa faixa se estende a dois salários-mínimos. A segunda vai ocorrer na próxima terça-feira, dia 23, na reunião do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). O Ministério da Economia deverá oficializar a decisão de que as “sobras” dos recursos do abono sejam utilizadas para abater a dívida do próprio FAT com o Tesouro Nacional – somente entre 2013 e 2017, os repasses para cobrir o rombo do Fundo chegaram a R$ 53 bilhões. Não é pouca grana. Com as novas regras previstas na reforma da Previdência, cerca de R$ 9 bilhões que seriam distribuídos aos trabalhadores ficarão retidos anualmente no FAT. A medida vai na contramão da proposta defendida pelas centrais sindicais: a de utilizar os recursos em programas de recapacitação de trabalhadores e na ampliação da rede de postos do Sine (Sistema Nacional de Emprego).

#FAT #Reforma da Previdência

O trabalhismo na corda bamba

21/06/2019
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Representante do Brasil na assembleia da Organização Mundial do Trabalho (OIT), em Genebra, o presidente do Conselho Deliberativo do FAT, Bruno Dalcomo, passou os últimos dias em “missão diplomática”. Manteve intensa interlocução com membros da OIT apresentando planos do governo Bolsonaro e a promessa de manutenção do Conselho Nacional do Trabalho. Ao que parece, não surtiu efeito, uma vez que a OIT incluiu o Brasil no índex dos 24 países que serão examinados pela Organização, suspeitos de violar as convenções internacionais do trabalho.

#Bruno Dalcomo #FAT #OIT

A classe operária vai a Genebra

14/06/2019
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O presidente do Conselho Deliberativo do FAT, Bruno Dalcomo, se reunirá com representantes de centrais sindicais brasileiras na próxima segunda-feira, em Genebra. Por certo deseja afinar o discurso que fará na reunião que marca o centenário da Organização Internacional do Trabalho, da qual participará como representante do governo brasileiro. A missão de Dalcomo é atenuar o impacto da inclusão do Brasil na “lista suja” de 40 países suspeitos de violarem as convenções internacionais do trabalho. Pelos sindicalistas brasileiros falará Miguel Pires, presidente da Força Sindical. A orelha de Jair Bolsonaro vai arder. Em seu discurso, Pires deverá bater na tecla que a gestão Bolsonaro se dedica a promover o fim do diálogo tripartite entre governo, empresários e trabalhadores.

#FAT

Quem ampara o cambaleante FAT?

21/05/2019
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Os novos números do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) vão dar mais munição ao ministro Paulo Guedes e à proposta de redução do abono salarial – uma das propostas penduradas na PEC da Previdência. Relatório elaborado pelos técnicos do Ministério da Economia, ao qual o RR teve acesso, aponta uma projeção de défi cit no FAT superior a R$ 60 bilhões nos próximos quatros anos. Os números serão apresentados hoje, na reunião do Conselho Deliberativo do Fundo (Codefat). O mesmo estudo indica que o Fundo precisará de uma receita da ordem de R$ 339 bilhões no mesmo período – ou seja, aproximadamente R$ 85 bilhões por ano – para cobrir o rombo projetado. Somente uma guinada na economia e um salto no número de empregos formais permitiriam alcançar essa meta de arrecadação sem qualquer novo aporte do Tesouro – os repasses, ressalte-se, estão suspensos desde 2017. No ano passado, as entradas do FAT somaram R$ 64,4 bilhões, para uma despesa de R$ 72,2 bilhões. O equilíbrio financeiro do FAT depende de uma série de medicamentos cruzados. As novas regras propostas para o abono salarial – o benefício ficaria restrito a trabalhadores que recebem um salário mínimo e não dois, como atualmente – gerariam uma economia de aproximadamente R$ 8 bilhões por ano. Para efeito de comparação, um pouco acima do déficit do FAT no ano passado (R$ 7,8 bilhões). Além da recuperação da economia, o saneamento do Fundo passa também pelo BNDES. O FAT aguarda a devolução de R$ 54 bilhões retidos no banco.

#FAT #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Governo “privatiza” o desemprego?

20/03/2019
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A primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento do FAT (Codefat) do governo Bolsonaro, prevista para o próximo dia 26, promete ser tensa. O ponto de discórdia é a proposta de compartilhamento do banco de dados do SINE (Sistema Nacional de Emprego) com empresas privadas de recolocação da mão de obra, incluída na pauta pelo Ministério da Economia. Segundo a fonte do RR, que integra o Conselho, as centrais de trabalhadores vão se unir na tentativa de barrar o projeto. Na avaliação dos sindicalistas, o governo pretende promover uma espécie de “privatização branca” do SINE. O temor é que gradativamente empresas privadas se apropriem do cadastro do Sistema e passem a cobrar pela recolocação, criando um mercado paralelo em cima de um serviço hoje administrado pelo governo federal. Consultado, o Ministério da Economia confirmou a proposta, mas negou que se trate de uma “privatização” do SINE. A Pasta informou que “no texto da proposta há um dispositivo que proíbe qualquer tipo de cobrança para o trabalhador”. Está feito o registro. Ressalte-se, no entanto, que a própria redação da resolução ainda está em aberto. Segundo a mesma fonte, em reunião realizada no último dia 13 de março, o grupo técnico do Codefat não chegou a um consenso em relação ao texto final. É uma batalha a mais para o dia 26.

#FAT #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #SINE

Holofotes sobre o FAT

30/10/2018
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O orçamento do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) em 2019 vai monopolizar a próxima reunião do Conselho de Desenvolvimento do FAT, marcada 5 de novembro. O tema ganhou ainda mais relevância com as declarações de Paulo Guedes, futuro ministro do Fazenda de Jair Bolsonaro. Ao pregar a desoneração da folha de pagamento, Guedes admitiu mexer no abono salarial, hoje pago a 23,6 milhões de pessoas. Por sinal, no dia seguinte à reunião, o BNDES fará um seminário em sua sede para comemorar os 30 anos da Constituição Federal e seu artigo 239, que destinou a arrecadação do PIS-PASEP para o financiamento do seguro-desemprego e do abono salarial.

#FAT #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Construção é o coração das trevas do desemprego

8/07/2015
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 Se todos os demais setores da economia tivessem direito ao seu próprio programa de manutenção dos postos de trabalho, ainda assim seria praticamente impossível segurar a taxa de emprego neste ano. Não há FAT ou política de desoneração da folha capaz de compensar o esfarelamento da área de construção civil no país. Nenhuma outra atividade tem deixado um número tão expressivo de trabalhadores pelo caminho. Os dados são assustadores; só não vê quem não quer. Entre maio de 2014 e maio de 2015, o Brasil registrou, no total, um decréscimo de aproximadamente 593 mil postos de trabalho. Sozinho, o segmento de construção entrou com 56% dessa estatística macabra. Significa dizer que mais de 334 mil vagas viraram pó em 12 meses, o equivalente a quase mil carteiras de trabalho a menos por dia nos canteiros de obra do país. Há pouco mais de um ano, o setor representava 6,4% de todos os empregos do país. Hoje, este índice já está em 5,8%. E que ninguém pense que a devastação está restrita a  indústria da construção pesada, duramente afetada pela paralisia de investimentos em infraestrutura. Este nicho do mercado, de melhor remuneração, perdeu mais, é verdade: 174 mil postos de trabalho em 12 meses, o correspondente a 29,4% de todas as vagas fechadas no Brasil. No entanto, o segmento de construção civil não ficou muito atrás: a degola atingiu 160 mil empregos, ou 27% do total. A deterioração do setor de construção tem um enorme efeito corrosivo sobre a economia como um todo. Cada R$ 1 milhão que deixa de ser investido em obras significa um corte de R$ 1,6 milhão em termos de valor adicionado. Se convertida em gente, a perda é ainda mais dolorosa: 56 postos de trabalho a menos. Este quadro é consequência direta de uma trágica combinação. De um lado, a Lava Jato, que criminalizou quase um setor inteiro e atinge o futuro das empreiteiras, por praticamente inviabilizar sua entrada em novos projetos na área de infraestrutura; do outro, a grave crise financeira do Dnit, um explosivo de efeito imediato, que espalha estilhaços por obras já em andamento. Some-se a isso os cortes de investimento decorrentes da política de ajuste fiscal do governo. É como se as bombas de Hiroshima e Nagasaki caíssem no mesmo lugar e na mesma hora, num catastrófico sincronismo. O mais estranho é que um setor com tamanho impacto econômico e social como a da construção civil tenha sido colocado a  margem dos seguidos programas de manutenção dos postos de trabalho. Parece até que o esquecimento tem como segundas intenções reduzir o salário real do trabalhador com o objetivo de colaborar no ajuste fiscal e no combate fiscal. O governo joga uma roleta russa, que salva, sim, alguns segmentos da economia intensivos em mão de obra, mas atinge a femoral do maior de todos os empregadores do país. Curiosa seleção nem tão natural assim. Mecanismos como a desoneração da folha de pagamentos e o recém- anunciado Programa de Proteção ao Emprego têm servido para eleger uma elite do trabalho. Alguns setores vêm merecendo uma deferência negada a outros. No fim das contas, a quem é essa deferência: ao trabalhador ou ao empregador?

#Ajuste fiscal #Dilma Rousseff #FAT

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