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Bolsonaro pretende contra-atacar o escândalo das joias na mesma moeda

  • 7/03/2023
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Olho por olho, dente por dente. Assim o clã Bolsonaro planeja contra-atacar o escândalo das joias. O RR apurou junto a fontes próximas à família de que o ex-presidente e seus filhos pretendem lançar um pedido de auditoria dos bens valiosos ofertados a Lula durante os seus dois primeiros mandatos. Por intermédio de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, parlamentares aliados já teriam sido acionados para requisitar formalmente no Congresso uma devassa dos presentes recebidos pelo petista de outros chefes de governo entre 2003 e 2010. A ideia é atribuída, principalmente, a Carlos Bolsonaro, a quem caberia a missão de inflamar a militância “bolsonarista” nas redes sociais em torno da investigação. O objetivo não é apenas criar um fato diversionista, para eclipsar a denúncia de que Jair Bolsonaro supostamente tentou trazer irregularmente para o país joias doadas à ex-primeira-dama, Michele Bolsonaro, no valor de aproximadamente R$ 16 milhões. Os filhos do ex-presidente entendem que é possível enredar Lula na teia que seus próprios assessores lançaram ao vazar informações da Receita Federal contra Bolsonaro.  

No fim de semana, segundo as fontes ouvidas pelo RR, os filhos de Bolsonaro já começaram a levantar munição contra Lula. A premissa é que o telhado do atual presidente é de vidro. Em março de 2016, por exemplo, a Lava Jato determinou a busca e apreensão de itens ofertados ao petista que estavam guardados em um cofre do Banco do Brasil em São Paulo. Os bens teriam sido indevidamente incorporados ao acervo pessoal de Lula e não ao da Presidência da República. Não consta entre esses itens a presença de joias ou de bens de notório valor. A parte não é necessariamente o todo. O entorno de Bolsonaro aposta que uma auditoria pode trazer à tona fatos ainda não devidamente apurados. Um exemplo: até hoje não ficou claro o papel da OAS nessa história. Tão logo Lula deixou o governo, a empreiteira teria ajudado a bancar o armazenamento de algumas das doações ao petista. Há ainda uma questão de escala que pode ajudar na vendeta dos Bolsonaro: estima-se que Lula tenha recebido cerca de 1,4 mil objetos de chefes de estado classificados como de “cunho pessoal” ao longo de oito anos.   

Está claro que o governo Lula decidiu garimpar fatos e cifras para criminalizar Jair Bolsonaro. Foi assim, logo no início de mandato, com o vazamento de dados do cartão corporativo do ex-presidente. A família Bolsonaro quer pagar na mesma moeda, ainda que a sua esteja um pouco “depreciada”. 

#Jair Bolsonaro #Lula #PL #Valdemar da Costa Neto

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