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Empresa

Jean Paul Prates busca apoio dos petroleiros para ficar onde está

11/04/2024
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A operação de lobby montada por Jean Paul Prates para seguir no comando da Petrobras mira nas mais diversas direções. Enquanto o próprio Prates tem feito um corpo a corpo com lideranças políticas, entre as quais o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, seu chefe de gabinete, Danilo Ferreira da Silva, foi escalado para cuidar do “chão de fábrica”. Com notória influência na área sindical – foi diretor da FUP (Federação Única dos Petroleiros) -, Silva tem buscado o apoio das entidades de classe dos trabalhadores da estatal à permanência de Prates no cargo. Não é tarefa simples. A gestão Prates tem sido alvo de críticas dos representantes de funcionários da Petrobras. Em recente conversa com o RR, o presidente Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras), Felipe Coutinho, disparou contra a administração de Jean Paul Prates, a começar pelo programa de investimentos da empresa – “muito baixos se comparados ao histórico da companhia e em relação às maiores petrolíferas estatais e privadas estrangeiras”. Na ocasião, Coutinho disse ainda que, até o momento, a gestão Prates mantém “as principais políticas que são contrárias ao interesse nacional, ao crescimento e ao desenvolvimento do Brasil” – (https://relatorioreservado.com.br/noticias/sindicalistas-e-liberais-acirram-divisao-na-petrobras/).

#gestão #Jean Paul Prates #Petrobras

Destaque

“Sindicalistas” e “liberais” acirram divisão na Petrobras

14/03/2024
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Parece que a polarização nacional chegou à Petrobras. O presidente da estatal, Jean Paul Prates, tem sob sua gestão uma companhia com ranhuras como nunca antes ocorreu em sua história. Não que a estatal viva em um clima de “Fla-Flu corporativo”. O funcionalismo da empresa, na sua maioria, permanece sindicalista e estatizante. Mas uma parcela crescente, segundo a fonte do RR, se bandeou para o “lavajatismo” e o liberalismo. Essa rachadura ideológica já extrapolou o campo retórico. O ambiente de polêmicas começa a ter impacto sobre a condução e execução de projetos. E o clima de tititi nas diversas gerências e áreas de negócio somente atrapalha a produtividade da estatal.

De um lado, estão os “sindicalistas”, ala hegemônica que defende redução dos dividendos, aumento dos investimentos, diversificação dos negócios e até a interferência do governo sobre o Conselho, para garantir que a companhia seja uma fomentadora de variados segmentos da economia. Enfim, entre “gerar lucro aos acionistas” ou “servir ao Brasil” – os dois bordões que são brandidos pelos funcionários públicos mais tradicionais -, a prioridade é a segunda hipótese. Por outro lado, os “insurretos” rechaçam intervenções políticas, pregam uma governança pró-shareholders, com autonomia, e defendem que apenas projetos com economicidade comprovada devem ser levados adiante. Há, inclusive, os que concordam que uma das funções da estatal é ser uma “vaca leiteira” do resultado primário das contas públicas, assim como foi o BNDES durante todo o governo de Jair Bolsonaro. Para acentuar ainda mais as diferenças, há até mesmo um grupo simpático à privatização da Petrobras – quem diria? Os “liberais” e os “lavajatistas” convivem em uma fronteira tênue. Os primeiros parecem mesmo ter se convertido as ideias da gestão de Roberto Castello Branco na presidência da estatal. Já os “lavajatistas” misturam gestão profissional e redução da intervenção do governo. Estaria na conta do Estado o desvio de dinheiro feito em gestões do PT. Além das suas convicções mais inclinadas ao mercado, trata-se de uma fração de funcionários que enxerga na retomada de antigas políticas o risco de repetição das práticas criminosas que emporcalharam a reputação da Petrobras.

Segundo fontes ouvidas pelo RR, os dividendos têm acirrado as divergências internas. Estão no mesmo balaio da guerra de opiniões a política de preços, investimentos em refino e o retorno a setores como distribuição de combustíveis, fertilizantes e geração renovável. Já é possível verificar os efeitos do debate ideológico no dia a dia da estatal. As discordâncias teriam tornado os processos mais lentos. Projetos vêm ricocheteando por diferentes gerências, por conta de seguidos questionamentos, em uma espécie de “slow track”. O impacto sobre investimentos mais sensíveis ou polêmicos começa a ficar visível. Um exemplo: a retomada da construção da unidade de nitrogenados de Três Lagoas (MS) – a UFN3 – tem sido sucessivamente postergada, na contramão das promessas do próprio presidente Lula do retorno da Petrobras ao setor de fertilizantes. E cada vez mais e mais pareceres são anexados ao andamento de iniciativas já decididas. Para o bem ou para o mal, parece que Paulo Guedes deixou uma semente plantada do seu liberalismo radical na irredutível convicção pró-Estado da Petrobras.

Mesmo com a retenção dos dividendos extraordinários, os “sindicalistas” não poupam críticas à política de distribuição de lucros da Petrobras. O presidente da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras), Felipe Coutinho, classifica os dividendos da empresa em 2023 como “insustentavelmente altos”. Em contato com o RR, quando perguntado se a gestão de Jean Paul Prates tem conduzido a contento o plano de investimentos da Petrobras, Coutinho afirma que os valores “são muito baixos se comparados ao histórico da companhia e em relação às maiores petrolíferas estatais e privadas estrangeiras.” O presidente da Aepet é contundente na vocalização da ala “sindicalista”. Diz que até o momento a administração de Prates mantém “as principais políticas que são contrárias ao interesse nacional, ao crescimento e ao desenvolvimento do Brasil.”

#Jean Paul Prates #Petrobras

Política externa

A “outra” Margem Equatorial no caminho da Petrobras

26/01/2024
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Ainda que o assunto certamente monopolize a pauta, o encontro entre Lula e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, previsto para a primeira semana de março, não ficará circunscrito às tensões com a Venezuela. Segundo informações filtradas do Itamaraty, o governo guianês já comunicou formalmente à diplomacia brasileira que Ali pretende discutir uma possível parceria para investimentos em exploração e produção de petróleo. A Guiana foi o primeiro país a descobrir petróleo na Margem Equatorial. Suas reservas são estimadas em torno de 11 bilhões de barris. Em tempo: em dezembro, quando perguntado sobre a possibilidade de a Petrobras investir no país vizinho, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, disse que não era hora de “apostar na Guiana”. Mas, se Lula quiser, será.

#Jean Paul Prates #Lula #Petrobras

Política

Mesmo longe, Dilma está perto de Jean Paul Prates

23/11/2023
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Um dos esteios do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, no cargo encontra-se do outro lado do mundo: Dilma Rousseff, que está aboletada na cadeira de presidente do Banco dos Brics, na China. Do pouco que existe de Dilma no governo Lula, há muito dela na escolha do ex-senador para o comando da estatal. Apesar de pequenas rusgas, Dilma, então ministra da Casa Civil, tocava de ouvido com Prates, que, à época, comandava a Secretaria de Energia do Rio Grande do Norte. A sintonia permaneceu através dos anos. Há poucos meses, o CEO da Petrobras prestigiou a ex-presidente da República em reunião para troca de informações. Enquanto Dilma toca o Banco dos Brics em Xangai, por aqui, em Terra Brasilis, a oposição a Prates tem usado o expediente de que o presidente da estatal já foi consultor de uma penca de multinacionais petroleiras. Quando se trata do comando da Petrobras, vale tudo: dedo no olho, puxão de cabelo e chutes abaixo da linha de cintura.

#Dilma Rousseff #Jean Paul Prates #Petrobras

Destaque

Petrobras traça seus novos investimentos na Colômbia

20/11/2023
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O RR apurou que a Petrobras negocia com a Ecopetrol novos investimentos conjuntos em exploração e produção na Colômbia. As conversas mais avançadas envolvem uma parceria para a extração de gás no poço Glaucus-1, no Caribe colombiano, considerada uma das maiores reservas do país vizinho. O investimento previsto é da ordem de US$ 1 bilhão.

A operação tem ainda um terceiro vértice, a Shell, que já é sócia da Ecopetrol no ativo. As tratativas entre a Petrobras e a estatal colombiana passam também pelo bloco Alqamari-2, na região de Orito. A Ecopetrol confirmou há pouco mais de um mês a existência de petróleo e gás com viabilidade comercial na área.

Segundo informações filtradas da própria Petrobras, executivos da companhia irão à Colômbia ainda neste mês para uma agenda de reuniões com representantes da Ecopetrol. Consultada pelo RR, a companhia informou que “mantemos constantes contatos com a Ecopetrol, no âmbito da parceria, o que inclui visitas de profissionais da Petrobras à Colômbia.”

Petrobras e Ecopetrol discutem o futuro e também o “passado”. As duas empresas vão retomar os investimentos no bloco Tayrona, em águas profundas na Colômbia. No governo Bolsonaro, a direção da estatal chegou a colocar a participação à venda, mas o processo foi suspenso pela gestão de Jean Paul Prates. No contato com o RR, a Petrobras confirmou que “está avaliando a descoberta e realizando atividades exploratórias”.

#Colômbia #Ecopetrol #Jean Paul Prates #Petrobras

Destaque

Petrobras viabiliza fornecimento de gás para retomada de investimentos em fertilizantes

7/11/2023
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Quem pensa que as conversas entre executivos da Petrobras e autoridades bolivianas, há duas semanas, em La Paz, ficaram circunscritas a investimentos no país vizinho, notadamente em E&P, não conhece da missa a metade. Os emissários da estatal cumpriram uma missão tão ou mais importante: obter do governo da Bolívia garantias de fornecimento de gás para a Unidade de Nitrogenados de Três Lagoas (UFN III), no Mato Grosso do Sul. Ao que tudo indica, foram bem-sucedidos. Nos corredores da própria Petrobras, circula a informação de que a empresa deverá anunciar nos próximos dias a retomada da construção da UFN III, projeto que marcará o retorno da estatal ao setor de fertilizantes. Um forte indício nesta direção é a presença de uma estrelada comitiva nesta semana em Três Lagoas. Está prevista para amanhã uma visita ao local do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e da ministra do Planejamento, Simone Tebet, além do próprio presidente da estatal, Jean Paul Prates. Tebet, por sinal, tem a sua cota de contribuição para a retomada do projeto. Ainda que o retorno da Petrobras ao setor de fertilizantes tenha sido uma promessa de campanha do próprio Lula, Tebet tornou-se uma voz de peso dentro do governo para a retomada da construção da UFN III. Procurada pelo RR, a Petrobras não se pronunciou.

#Bolívia #Fertilizantes #Geraldo Alckmin #Jean Paul Prates #Petrobras #Simone Tebet

Destaque

Sindicatos e indústria se unem para frear banimento de produtos plásticos

1/11/2023
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O senador licenciado e atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, conseguiu unir o capital e o trabalho em torno da mesma causa. Grandes representações sindicais estão se juntando a entidades da indústria em uma ofensiva pela reformulação do projeto de lei nº 2524/2022, de autoria de Prates. O PL estabelece o banimento de diversos produtos plásticos de uso único, como canudos, talheres, pratos, copos etc. CUT, Força Sindical e organizações sindicais do setor – notadamente a Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ) – têm feito gestões junto a parlamentares da base aliada para impedir a aprovação do atual texto do projeto. Os sindicalistas reivindicam um tempo maior, de até dez anos, para a retirada dos produtos de circulação e a adequação da indústria à nova legislação – o projeto original de Jean Paul Prates propõe uma transição de apenas dois anos, considerada insuficiente pelos trabalhadores.

As lideranças sindicais pleiteiam ainda que o Ministério do Trabalho seja designado para conduzir a mediação e o planejamento desse período de adaptação. As entidades tentam evitar que, junto com utensílios plásticos, o projeto de lei represente também o banimento de milhares de empregos. De acordo com um estudo que circula entre os sindicatos, as medidas previstas no atual texto do PL colocam sob risco aproximadamente 200 mil dos mais de 340 mil postos de trabalho na cadeia de transformação do plástico, o equivalente a uma massa salarial da ordem de R$ 6,7 bilhões.

Em contato com o RR, a CNQ confirmou que “nós instamos aos legisladores a considerarem essas preocupações e a trabalharem em conjunto com as partes interessadas para suavizar o impacto do PL 2524/2023.” A entidade ressalta “a importância de garantir uma transição justa para os trabalhadores da indústria química”. A Abiplast, por sua vez, defende “a necessidade da reformulação do PL 2524/2022, destacando os impactos econômicos que a supressão de uma gama de produtos pode acarretar para a economia e para toda a sociedade.”.

#CUT #Jean Paul Prates #Ministério do Trabalho #Petrobras #Plástico

Destaque

Ipiranga e Liquigás são as “surpresas” de Jean Paul Prates?

6/10/2023
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O termo “surpresas” usado publicamente pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, não foi uma mera força de expressão. Segundo o RR apurou, a estatal pretende retornar não apenas à distribuição de combustíveis, mas também ao setor de GLP. A dupla investida é tratada no governo Lula como um movimento carregado de forte simbolismo, uma vez que representaria a reversão de duas decisões da gestão Bolsonaro, marcada por uma política de desinvestimentos na estatal.

A alta direção da Petrobras está discutindo possíveis caminhos para levar os dois projetos adiante. O primeiro movimento não chega a ser surpreendente, já que o próprio Lula repetiu algumas vezes a intenção de recomprar a antiga BR Distribuidora. “Surpresa” mesmo seria a estratégia adotada para o retorno da Petrobras à comercialização de combustíveis. Em vez da reestatização da Vibra Energia, em voga desde a campanha eleitoral, a Petrobras partiria para a compra da Ipiranga, do Grupo Ultra.

 Segundo informações filtradas da própria companhia, o próprio Prates é um entusiasta da ideia de uma proposta para a aquisição da companhia. O entendimento é que as circunstâncias podem favorecer o movimento. Não obstante a histórica gestão de excelência do Ultra, a Ipiranga vem apresentando seguidos engasgos na sua operação. A empresa tem sofrido com o binômio perda de margens e aumento das despesas. No segundo trimestre deste ano, o Ebitda caiu 43% em relação a igual período em 2022.

A queda da rentabilidade levou a empresa a cortar na própria carne, com o fechamento de mais de 400 postos no primeiro semestre.  

Ao comprar a Ipiranga, a Petrobras voltaria ao setor com seis mil postos. Uma vez mantido o atual contrato de cessão do brand à Vibra Energia – um tema também em discussão na estatal -, a bandeira BR passaria a estar presente em mais de 14 mil unidades, o equivalente a um terço de todos os pontos de venda de combustível do país. Ou seja: a Petrobras multiplicaria consideravelmente a exposição da marca com uma dimensão superior até mesmo ao número de postos da antiga BR Distribuidora em seus tempos de estatal. A ofensiva sobre a rede do Grupo Ultra seria também uma forma de contornar as notórias dificuldades para a aquisição da própria Vibra.

O estatuto da empresa tem uma série de barreiras erguidas exatamente para impedir ou ao menos dificultar a reestatização da empresa. A principal delas é a pílula de veneno imposta a qualquer investidor que atingir 25% do capital. A título de exercício: tomando-se como base apenas a cotação em bolsa, ou seja, sem qualquer prêmio, o valuation para 100% da Vibra é R$ 22 bilhões.  

No caso do GLP, segundo uma fonte da própria estatal, entre as cartas colocadas sobre a mesa, a principal delas seria a recompra da Liquigás. A empresa pertence à Copa Energia, mas ainda carrega grande associação com a Petrobras, sobretudo pela manutenção da antiga marca dos tempos de estatal. Além do investimento estratégico per si, a operação seria vital para posicionar a Petrobras na direção da sustentabilidade. O GLP é um combustível mais limpo e alternativa natural de transição para uma matriz de baixo carbono. 

O regresso da Petrobras ao segmento de gás de cozinha permitiria, ainda, a ampliação do relacionamento da estatal com as camadas mais baixas da população, importante e histórica base de apoio a Lula. Não por outro motivo, Jair Bolsonaro instituiu o Auxílio Gás no apagar das luzes de 2021, ano anterior às eleições presidenciais – o que, inclusive, lhe valeu uma investigação no Tribunal de Contas, conforme informou o RR.

#GLP #Jean Paul Prates #Lula #Petrobras #Vibra Energia

Destaque

Petrobras estuda manter um pé na petroquímica com ressurreição da antiga Rio Polímeros

9/05/2023
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A Petrobras pode sair integralmente da Braskem, mas não da petroquímica. Entre os diferentes cenários contemplados pela direção da companhia está a ressurreição da Rio Polímeros – ou RioPol. Neste caso, a venda da participação da Petrobras na Braskem seria atrelada a um spin off das instalações do antigo Polo Gás Químico, localizado em Duque de Caixas (RJ). A estatal não apenas assumiria as instalações como voltaria a desenvolver a segunda geração a partir do site da velha RioPol, com capacidade instalada de 540 mil toneladas de polietileno por ano. Esse movimento poderia provocar uma guinada nos planos da Petrobras para a petroquímica, notadamente com o congelamento do Polo Gaslub, nada mais do que o rebrand do Comperj – um nome e um projeto que remetem a tempos escabrosos no compliance da estatal.     

Em março deste ano, a empresa anunciou a assinatura de contrato com a Toyo Setal Empreendimentos para a conclusão das obras da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do complexo, instalado em Itaboraí (RJ). Ainda assim, os movimentos da gestão de Jean Paul Prates em relação ao Gaslub não têm sido assertivos. Trazem mais dúvidas do que certezas. Em fevereiro, durante reunião com lideranças do PT no Rio, entre quais os deputados Lindbergh Farias e Washington Quaquá, Prates acenou com a conclusão integral das obras, incluindo a implantação de unidades de produção de combustíveis e lubrificantes. O “anúncio” chegou a ser celebrado por Quaquá em um vídeo postado em suas redes sociais, no qual aparece ao lado do presidente da Petrobras. Mais recentemente, no entanto, em meados de abril, a Petrobras informou ao mercado que avalia mudar o escopo do Polo Gaslub, concentrando-se apenas na produção de insumos petroquímicos de segunda geração. Estima-se que somente esse projeto demandaria mais de US$ 2 bilhões em investimentos. Na ponta do lápis, faria mais sentido apostar e impulsionar um negócio já pronto e em operação, como o site da antiga Rio Polímeros – ainda que isso venha custar à Petrobras um deságio no valor de venda da sua participação na Braskem. Importante ressaltar que, do ponto de vista geográfico e político, o resultado seria o mesmo: a Petrobras garantiria investimentos e geração de emprego no Rio de Janeiro.    

Há poucos projetos com tamanha capacidade de contar a história recente da indústria petroquímica brasileira quanto a antiga Rio Polímeros. Tal qual uma bola de fliperama, o projeto ricocheteou entre as diversas idas e vindas societárias do setor ao longo das últimas duas décadas. Quando inaugurada, em 2005, a RioPol tinha como sócios Unipar, Suzano, Petrobras/Petroquisa e BNDES. Em 2007, a estatal comprou a Suzano Petroquímica, automaticamente aumentando sua participação no empreendimento. Em 2008, a Rio Polímeros passou ao guarda-chuva da Quattor, criada a partir da associação entre a Unipar e a Petrobras. Essa configuração durou não mais do que dois anos. Em 2010, a Quattor foi comprada pela Braskem. Naquele mesmo ano, a Rio Polímeros acabaria incorporada pela própria Braskem, desaparecendo definitivamente como empresa para ser um site a mais entre os ativos da companhia. 

#BNDES #Braskem #Comperj #Jean Paul Prates #Petrobras #Polo Gaslub #PT #RioPol

Destaque

Petroleiros cobram de Jean Paul Prates a “desbolsonarização” da Petrobras

4/05/2023
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Há uma intentona em curso na Petrobras. Os petroleiros estão cobrando do presidente da companhia, Jean Paul Prates, a “desbolsonarização” da diretoria da estatal, leia-se a saída de executivos identificados como apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o RR apurou, o movimento, liderado pela FUP (Federação Única dos Petroleiros), exige a cabeça do diretor executivo de Exploração e Produção, Joelson Falcão Mendes. Cobra também a demissão de Carlos José Travassos, que comanda a diretoria de Desenvolvimento da Produção. Ambos estariam abrigando em suas respectivas diretorias executivos que teriam feito campanha internamente a favor da reeleição de Bolsonaro. Mais do que isso: os representantes dos petroleiros acusam alguns desses gestores de terem perseguido funcionários apoiadores do presidente Lula. Nos corredores da Petrobras circula, inclusive, uma lista com dez nomes, notadamente de gerente executivos, classificados como “bolsonaristas”. Em contato com o RR, a Petrobras disse, como não poderia deixar de ser, que “Não há qualquer intenção da companhia ou do presidente Jean Paul Prates de substituir os diretores executivos de Exploração e Produção, Joelson Falcão Mendes, e de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos José Travassos.”. Garante também que não foi entregue “à companhia uma suposta lista de gerentes executivos, com base em seus posicionamentos políticos.” Pode até ser que a relação não tenha chegado formalmente à direção da empresa. O RR, no entanto, teve acesso à lista de dez nomes de gerentes executivos apontados como “bolsonaristas” e compartilhada no último fim de semana em grupos de WhatsApp de gestores da empresa. O RR fez também seguidas tentativas de contato com a FUP, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.  

A pressão maior recai sobre Joelson Mendes, que praticamente já assumiu o cargo com o status de “persona non grata” junto ao “chão de fábrica” da Petrobras. Mendes foi escolhido à revelia das lideranças sindicais. O nome de preferência dos petroleiros para a diretoria de Exploração e Produção sempre foi o do geólogo Guilherme Estrella, que ocupou o cargo nos governos de Lula e Dilma Rousseff. Os petroleiros não desistem: exigem de Jean Paul Prates a substituição de Mendes por Estrella. A ofensiva contra o atual diretor de Exploração e Produção cresceu, sobretudo, nos últimos dez dias. De acordo com uma das fontes ouvidas pelo RR, representantes da FUP foram cobrar de Mendes a saída de gerentes apoiadores de Bolsonaro. Teriam ouvido, como resposta, que não haverá caça às bruxas. Em alguns setores da empresa já é dada como certa a queda de Mendes “para o lado”. Ou seja: a direção da empresa já estaria avaliando uma “missão” para ele em uma subsidiária da Petrobras. 

Independentemente das consequências, por si só a mobilização dos petroleiros contra os bolsões pró-Bolsonaro na estatal já refletem o aumento da força dos sindicatos com a volta do PT ao governo. Essa onda tem chegado às mais diversas praias. O sindicalista João Fukunaga, funcionário de carreira do Banco do Brasil, assumiu a presidência da Previ; o ex-deputado Decio Lima, também de origem sindical, foi o escolhido para comandar o Sebrae Nacional; o ex-presidente da CUT Vagner Freitas aterrissou na presidência do Conselho de Administração do Sesi. Na Petrobras, a FUP já cravou uma vitória que denota poder. A Federação teve um papel importante para brecar o aumento da remuneração da diretoria da Petrobras. A primeira proposta levada ao Conselho de Administração previa um reajuste de 44%. A repercussão negativa, potencializada pelas gestões políticas feitas por petroleiros, levou o governo a interferir e barrar o aumento. No fim, o índice ficou em apenas 9%.  

#CUT #Jair Bolsonaro #Jean Paul Prates #Lula #Petrobras #PT

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Petrobras desata mais uma “amarra” herdada do governo Bolsonaro

26/04/2023
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A Petrobras está desmontando, peça por peça, o arcabouço liberal que ditou sua estratégia de negócios nos últimos quatro anos. Além da revisão dos Termos de Compromisso de Cessação (TCC) firmados com o Cade em 2019 – o que, na prática, significará a manutenção do monopólio da estatal no transporte de gás –, a direção da estatal pretende esvaziar o indicador Delta EVA (Economic Value Added). De 2019 para cá, a ferramenta de gestão tem sido usada pela Petrobras como balizador para a aprovação ou não de novos investimentos, e até mesmo para a decisão de abandonar projetos e hibernar plantas industriais. Mais do que uma mera medida administrativa, o EVA serve como instrumento de apoio ao compliance, pois obriga que a diretoria executiva ou o conselho de administração registre em ata a aprovação de um projeto não rentável de acordo com o indicador.

O fim da utilização desse instrumento permitirá à nova diretoria da empresa a retomada de projetos que foram deixados de lado pelo governo Bolsonaro por não se enquadrarem nos índices de geração de valor apontados pelo EVA. A Petrobras poderá, por exemplo, voltar ao setor de fertilizantes e resgatar antigos empreendimentos, como a construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III) – algo tratado pelo governo Lula como prioridade estratégica.

Ao mesmo tempo, a quebra desse “teto de gastos” da estatal abre brecha também para movimentos com alguma dose de motivação política. Entram neste rol a exploração de campos terrestres na Bahia, o Comperj, no Rio de Janeiro, e as refinarias Abreu Lima e Clara Camarão, respectivamente em Pernambuco e Rio Grande do Norte – por sinal, terra do presidente da empresa, Jean Paul Prates.

O EVA começou a ser utilizado na gestão de Roberto Castello Branco para calcular o valor adicionado das operações da Petrobras, buscando mensurar a lucratividade real dos negócios para seus acionistas. Deste então, o indicador passou a fazer parte das métricas de topo da companhia, foi inserido como meta no Balanced Scorecard (BSC) das gerências e passou a ser critério para o pagamento de bônus a executivos e empregados.  

Guardadas as devidas proporções, para as últimas gestões da Petrobras, o EVA teve serventia similar ao próprio acordo com o Cade. O TCC com o órgão antitruste acabou se transformando em uma conveniente justificativa para a petroleira acelerar a venda de ativos de refino e da participação na TBG, a transportadora do Gasoduto Bolívia-Brasil. Da mesma forma, o EVA tornou-se uma cômoda muleta para embasar internamente a desmobilização de ativos e a reprovação de projetos com a motivação da baixa rentabilidade para os acionistas.  

Jean Paul Prates sabe que terá desgaste junto ao mercado para implementar essa mudança e já avalia maneiras de substituir um indicador por outro de natureza semelhante. Internamente, também haverá desconforto com o quadro gerencial da estatal, que já está matriculado no EVA. Dentro da Petrobras já se sabe que os responsáveis por administrar o incômodo gerencial serão os executivos de Estratégia e Planejamento, Maurício Tolmasquim, e de Desempenho Empresarial, Eduardo de Nardi Ros.  Procurada pelo RR, a empresa não se manifestou.

#Cade #Comperj #Jean Paul Prates #Petrobras #UFN III

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Petrobras avança na venda do Polo Potiguar

6/04/2023
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De acordo com informações filtradas da Petrobras, a estatal deverá concluir até maio a transferência dos 22 campos onshore e offshore do Polo Potiguar à 3R Petroleum, um negócio de US$ 1,3 bilhão. Segundo o RR apurou, a direção da 3R teria sido comunicada sobre o prazo para o fechamento do contrato. Trata-se de uma operação sensível, com potencial de provocar mais faíscas na já chamuscada relação de Jean Paul Prates, presidente da companhia, com o Ministério de Minas e Energia e o próprio Palácio do Planalto. Faíscas que eventualmente podem vir a se tornar labaredas caso a Petrobras adote o mesmo procedimento com os demais ativos negociados na reta final do governo Bolsonaro – as vendas da refinaria Lubnor para a Grepar Participações; dos campos terrestres do Norte Capixaba para a Seacrest; e dos campos marítimos dos polos Golfinho e Camarupim para a BW. São os campos minados da gestão Prates.

A Petrobras se encontra sob forte pressão política. O Ministério de Minas e Energia solicitou formalmente a suspensão da venda dos ativos por meio de dois ofícios, que chegaram ao Gabinete da Presidência e foram direcionados internamente à diretora executiva de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade, Clarice Coppetti – um nome, por sinal, que suscita fagulhas políticas dentro da própria empresa. Ordem similar veio ainda mais de cima: o próprio presidente Lula declarou textualmente em entrevista ter determinado ao “companheiro Jean Paul” que interrompesse todas as operações em curso. Consultada pelo RR, a Petrobras não se manifestou especificamente sobre o timing para a conclusão da venda do Polo Potiguar e de outros ativos. A companhia limitou-se a replicar comunicados divulgados nos últimos dias. Na segunda-feira, dia 3, por meio de nota, a estatal reafirmou que a revisão dos processos de alienação de ativos “não deverá incluir desinvestimentos já em fase de assinatura e fechamento de contratos, de forma a cumprir plenamente os direitos e as obrigações já assumidas pela companhia e não causar qualquer dano às partes envolvidas nas negociações, em especial à Petrobras”. 

#3R Petroleum #Grepar Participações #Jean Paul Prates #Lula #Ministério de Minas e Energia #Petrobras #Polo Potiguar

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Prates trabalha em busca de licença do Ibama para a Margem Equatorial

17/02/2023
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O próprio presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, está conduzindo diretamente as tratativas com a Ibama para destravar o licenciamento ambiental da Margem Equatorial. O ex-senador Prates tem bom trânsito junto ao novo presidente do Instituto, Rodrigo Agostinho, um handicap que carrega dos tempos de Parlamento. O atual presidente da Petrobras integrou a Comissão de Meio Ambiente do Senado no mesmo período em que Agostinho, então deputado federal, não apenas participava da Comissão congênere na Câmara como liderava a Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso.  

Resolver o imbróglio da Margem Equatorial é uma das mais intrincadas missões de Prates neste início de gestão. O impasse se arrasta desde antes da Petrobras assumir a operação de campos na região. A francesa Total, antiga acionista majoritária e operadora dos blocos FZA-M-57, FZA-M-86, FZA-M-88, FZA-M-125 e FZA-M-12, tentou por quatro vezes receber a licença do Ibama. Levou bomba atrás de bomba: em todas as ocasiões, o estudo de impacto ambiental apresentado pelos franceses foi rejeitado pelo órgão. A Margem Equatorial é um dos grandes projetos na área de E&P em curso na companhia. O plano de negócios da empresa para 2023-2027 prevê investimentos de US$ 2,94 bilhões na região, considerada a nova fronteira do pré-sal no Brasil. 

#Câmara #Comissão de Meio Ambiente do Senado #Ibama #Jean Paul Prates #licenciamento ambiental #Margem Equatorial #Petrobras #Pré-Sal #Rodrigo Agostinho

Energia

Petrobras impulsiona novos investimentos em energia no Nordeste

16/02/2023
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A Petrobras, sob a gestão de Jean Paul Prates, terá um papel importante no desenvolvimento de projetos na área de energia no Nordeste. O governador do Ceará, Elmano de Freitas, negocia com a direção da estatal o fornecimento de gás para a instalação de quatro térmicas na Zona de Processamento de Exportação do estado. Não é o único. O governador da Paraíba, João Azevedo, também costura com a empresa a garantia de entrega do combustível para a construção de duas termelétricas. As tratativas com a Petrobras envolvem o uso de instalações flutuantes no litoral dos dois estados com unidades de liquefação e armazenamento de gás natural.   

#Ceará #Elmano de Freitas #Energia #gás #governador #Jean Paul Prates #João Azevedo #Nordeste #Paraíba #Petrobras #térmicas

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