Tag: Anatel

Governo

A linha cruzada entre Fernando Haddad e o presidente da Anatel

18/03/2024
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O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, se pudesse, deporia o mais poderoso ministro do governo, Fernando Haddad. Baigorri tem feito críticas a Haddad e à equipe econômica por conta das restrições orçamentárias da agência reguladora e do ritmo de liberação de novos recursos. As reclamações são abertas, sem preocupação de vazamentos e ofensivas. O entendimento é que a Fazenda não tem se empenhado para compensar a escassez financeira da Anatel, decorrente da suspensão dos pagamentos das teles para o Fistel (Fundo de Fiscalização das Telecomunicações. As operadoras contestam a cobrança e desde 2020 já deixaram de depositar cerca de R$ 12 bilhões na conta do Fundo – uma das atribuições do Fistel é justamente financiar parte do custeio da agência. Em recente entrevista, ao ser perguntado sobre a falta de pagamentos ao Fistel, o presidente da Anatel respondeu de pronto: “Quem tem que estar preocupado é o Haddad. Liga para ele e pergunta o que ele acha de ter quase R$ 12 bilhões faltando no Orçamento”. Consultada pelo RR, a Anatel não se manifestou.

#Anatel #Fernando Haddad #restrições orçamentárias

Destaque

Compartilhamento de postes provoca batalha entre empresas de energia e de telefonia

7/02/2024
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As empresas do setor elétrico e as grandes operadoras de telefonia do país – leia-se Claro, Vivo e TIM – estão travando uma acirrada disputa, com intensas articulações em Brasília e acusações de parte a parte. O pano de fundo é a definição do novo arcabouço regulatório para o compartilhamento de postes com prestadoras de serviços de telecomunicações, um mercado potencial da ordem de R$ 12 bilhões. Em outubro do ano passado, a Anatel aprovou um conjunto de regras, e tudo levava a crer que a Aneel iria pelo mesmo caminho, colocando um ponto final no impasse.

No entanto, há duas semanas, o diretor da Agência de Energia Elétrica Fernando Mosna pediu vista do processo, postergando a definição do assunto. A prorrogação aumentou a tensão e tem alimentado uma guerra de versões. Dirigentes do setor de telefonia atribuem o adiamento à pressão das empresas de energia. Ao mesmo tempo, têm encaminhado à Anatel denúncias de que as distribuidoras – as “donas” dos postes – estariam forçando não apenas o trio Vivo, TIM e Claro, mas também outros prestadores de serviços de banda larga a renovar antecipadamente os contratos de aluguel das estruturas.

Seria uma manobra para impor o aumento das taxas de passagem de cabos antes da Aneel bater o martelo em relação às novas regras. Disparos de um lado, disparos do outro. Por sua vez, as companhias do setor elétrico, representadas pela Abradee (Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica), rebatem e alegam que as empresas de telefonia pagam valores subapreciados pelo compartilhamento dos postes. As distribuidoras reivindicam que o novo arcabouço estabeleça tarifas mais altas pelo uso desses equipamentos.

O duelo não se restringe às empresas. Aneel e Anatel também protagonizam uma queda de braço, que mimetiza o embate entre os players de seus respectivos setores. A agência de energia elétrica faz eco às distribuidoras e prega que as companhias de telecomunicação devem desembolsar um valor maior pela utilização dos postes. Defende que as operadoras paguem um Fator de Utilização (FU) superior a 35%.

Já a Anatel puxa a conta para baixo e trabalha com um índice inferior a 20%. Basicamente, o FU é uma metodologia de cálculo que leva em consideração os custos de construção e/ou manutenção de um poste. Atualmente, as distribuidoras de energia recebem por ano algo em torno de R$ 3 bilhões pelo aluguel dessas estruturas; o setor se apoia em estudos, um deles do BTG, indicando que esse valor deveria ser até quatro vezes superior.

Se, nos bastidores, sobram discordâncias, publicamente as agências reguladoras tratam o assunto com reservas. Ou sequer tratam. Procurada pelo RR, a Aneel não quis se pronunciar. A Anatel, por sua vez, adota um tom protocolar. Diz que “é necessário um alinhamento com a Aneel, o  estabelecimento de um consenso entre os interesses dos atores envolvidos e uma interlocução com a sociedade civil e o controle externo”.

Consultada especificamente sobre as tarifas, a agência informou que “a respeito de preço de referência, as áreas técnicas sugeriram que se mantenha o fixado na Resolução Conjunta nº 4/2014, corrigido pelo IPCA, até que se publique ato próprio pela Aneel. No momento a Anatel aguarda deliberação da Aneel”.

Entre os atores privados envolvidos no imbróglio, as distribuidoras de energia sobem o tom. Em contato com o RR, o diretor executivo de Regulação da Abradee, Ricardo Brandão, vocaliza a insatisfação do setor com os valores praticados hoje pela locação dos postes. “Pela regulação da Aneel, 60% da receita bruta do “aluguel” dos postes vai para a modicidade tarifária, ou seja, abate da tarifa para reduzir a conta dos consumidores de energia elétrica. E isso faz sentido, já que o consumidor pagou e paga na tarifa pelo investimento nos postes e paga pela sua manutenção.

O que sobra para as distribuidoras, após os custos, é um valor residual, e para muitas é até negativo.”. Brandão afirma que “uma minoria dos fios nos postes tem contratos e pagam regularmente o compartilhamento. A grande maioria é de fios clandestinos, lançados no meio da noite, muitas vezes retirando as placas de identificação dos fios regulares e é impossível a distribuidora saber que são os donos”.

Segundo o diretor da Abradee, “É fundamental que aqueles que têm poder de polícia, especialmente a Anatel, atuem mais firmemente para punir o clandestino e inibir essa prática”. Brandão diz que “hoje a empresa de telecom não é obrigada a mostrar para a Anatel que tem contrato com uma distribuidora para passar os seus fios e, por esta razão, não há maiores consequência por este comportamento ilegal destas telecoms com fios clandestinos. Se não houver uma atuação mais firme da Anatel contra estes clandestinos, de nada vai adiantar um processo de regularização, porque na semana seguinte já haverá inúmeros clandestinos.

Sempre será melhor não pagar nada do que ser regular, se não houver nenhuma punição ou consequência.” Procuradas pelo RR, as três grandes operadoras de telefonia, Claro, TIM e Vivo, não se pronunciaram.

#Anatel #Aneel #Claro #TIM #Vivo

Empresa

Contencioso entre empresas de banda larga e Telefônica deve parar na Justiça

30/08/2023
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Entidades como a NEO e a Telcomp, que representam mais de 200 empresas independentes de banda larga, TV paga e telefonia, já preparam uma ofensiva jurídica com o objetivo de barrar o acordo entre a Telefônica e a Winity, leia-se Pátria Investimentos e Blackstone. A operação é objeto de uma disputa no âmbito administrativo, mais precisamente na Anatel. No entanto, entre as associadas da NEO e da Telcomp, há um entendimento de que as chances de vitória na agência reguladora ficaram pequenas após o voto do conselheiro Alexandre Freire, relator do processo.

A leitura é que Freire apontou o caminho das pedras para o Conselho aprovar o negócio, ao se posicionar favoravelmente ao acordo, respeitando-se algumas contrapartidas para “evitar a concentração de mercado”. Em novembro de 2021, a Winity ganhou a licitação para operar a faixa de 700 MHz em 1,1 mil municípios brasileiros. Nove meses depois, a Telefônica fechou uma parceria com a empresa para o compartilhamento da rede.

Ocorre que o edital do leilão proibia que as quatro três operadoras de telefonia celular do país – Vivo/Telefônica, Claro e TIM – disputassem o certame. As empresas independentes de banda larga acusam a Winity de ter servido quase como um laranja dos espanhóis.

#Anatel #Claro #NEO #Pátria Investimentos #Telcomp #TIM #Vivo

Política

Sucessão na Anatel vira um duelo entre Lira e Pacheco

29/08/2023
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Arthur Lira e Rodrigo Pacheco estão travando uma queda de braço nos bastidores do TCU. Em jogo, o processo em curso na Corte que trata do mandato de dirigentes de agências reguladoras e pode decretar mudanças na Anatel. Pacheco trabalha pela permanência de Rodrigo Baigorri à frente da agência. Para isso, tem feito gestões junto ao TCU, especialmente ao ministro Bruno Dantas, para que a Corte entenda que mandatos em cargos diferentes sejam contabilizados separadamente. É o único veredito possível para que Baigorri siga no comando da Agência de Telecomunicações. No entanto, a pressão de Lira na mão contrária é pesada. O PP, do presidente da Câmara, quer fazer o próximo presidente da Anatel. Para isso, o TCU precisa decretar que Baigorri já ultrapassou o período máximo de cinco anos permitido por lei, somando-se o período como conselheiro e como presidente. Os movimentos de Lira dentro do Tribunal de Contas têm endereço certo: o ministro Jhonatan de Jesus, ex-parlamentar do Republicanos. O presidente da Câmara apenas está cobrando os “créditos” que tem junto a Jesus: Lira foi o principal articulador da indicação do ex-deputado a um cargo vitalício no TCU. 

#Anatel #Arthur Lira #Rodrigo Pacheco

Destaque

Palácio do Planalto dá a partida na sucessão na Anatel

16/08/2023
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O presidente da Anatel, Rodrigo Baigorri, está na mira do governo. Há uma movimentação no Palácio do Planalto pela escolha de um novo nome para comandar a agência reguladora. Segundo o RR apurou, o mais cotado é Cezar Alvarez, uma espécie de eminência parda da área de telecomunicações. Alvarez foi assessor direto de Lula em seu primeiro mandato e, posteriormente, secretário executivo do Ministério das Comunicações no governo Dilma. Mas, como sempre, é preciso combinar com o Centrão – o Republicanos, do ex-ministro Marcos Pereira, é quem mais tem se mexido para fisgar a cadeira de Baigorri. O fato é que o governo está disposto a tirar do comando da agência um nome escolhido por Jair Bolsonaro e ligado ao ex-ministro das Comunicações, Fabio Faria. O cargo tende a se tornar ainda mais estratégico com a possível ampliação do escopo de atuação da Anatel. Há estudos para que a agência assuma a regulação de plataformas digitais, especialmente das redes sociais, dentro de um contexto de combate à propagação de fake news.

Há uma peça-chave em toda essa engrenagem: o TCU. O Tribunal de Contas pode ser um facilitador ou entrave às pretensões do governo de mudar o presidente da Anatel. A Corte deve concluir ainda hoje o julgamento do processo nº 001.016/2022-9, que analisa “possíveis irregularidades ocorridas nos procedimentos que culminaram na indicação de membro do Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações ao cargo de presidente do Conselho Diretor da Agência”. Na área técnica do Tribunal, há o entendimento de que nenhum dirigente de agência regulatória pode ficar mais do que cinco anos no órgão, independentemente do cargo que ocupa. É o caso de Baigorri, que já estava no Conselho Diretor da Anatel em 2020 e foi nomeado para a presidência em 2022, com o mandato até 2026 – ou seja, seriam seis anos seguidos na Agência.

LEIA AINDA HOJE: o RR conta os bastidores da disputa pelo comando da Aneel.

#Anatel #Lula #Ministério das Comunicações #TCU

Telecomunicações

Empresas de banda larga na mira da Anatel

19/07/2023
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A diretoria da Anatel está debruçada sobre mais de uma centena de empresas de serviços de telecomunicações, notadamente provedores de internet em banda larga ilegais. Investigações preliminares apontam que boa parte desse contingente está vendendo dados pessoais de clientes para terceiros, o que é vedado pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). O RR apurou que a agência reguladora deverá encaminhar a relação com o nome dessas empresas para o Ministério Público nas próximas semanas. Mas, antes de qualquer avanço na esfera judicial, a própria Anatel deverá suspender as atividades dessas prestadoras de serviço.  

#Anatel #LGPD

Justiça

Duelo entre Anatel e empresas de telefonia terá novo round

5/05/2023
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A queda de braço – ainda que indireta – entre a Anatel e as operadoras de telefonia sobre planos promocionais promete ser longa. Segundo o RR apuro, a agência reguladora pretende recorrer da recente decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF). A Corte declarou inconstitucional o artigo 46 do Regulamento Geral de Direito dos Consumidores (RGC) da Anatel. A norma em questão obriga as empresas a estender a toda a sua base de clientes preços e pacotes promocionais oferecidos a determinados grupos de assinantes – guardadas as devidas proporções, uma espécie de “tag along” adequado ao direito do consumidor. Mesmo que de forma oblíqua, a sentença foi uma vitória das grandes operadoras, a exemplo de Claro, Vivo, TIM e Oi, que perdem milhões de receita por ano com a amarra imposta pela RGC. Ressalte-se que a decisão do TJ-DF deixou a Anatel em uma posição frágil do ponto de vista jurídico. Mesmo porque o Tribunal baseou-se em uma jurisprudência do STF, quando do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 5399, em junho de 2022. O Supremo declarou inconstitucional uma lei de São Paulo que também obrigava as companhias de telefonia a democratizarem os pacotes promocionais. 

#Anatel #Claro #Oi #TIM #Vivo

Empresa

Oi entra na Justiça para vender V.tal

29/03/2023
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A Oi pretende entrar na Justiça contra a decisão da Anatel, que proibiu a empresa de vender integralmente o restante da sua participação de 42% na V.tal. O presidente da agência reguladora, Carlos Baigorri, já sinalizou que os ativos da empresa de rede de fibra ótica são considerados bens reversíveis. A figura remonta aos primórdios da privatização da telefonia no Brasil. São considerados bens reversíveis equipamentos, infraestrutura ou qualquer outro ativo, móvel ou imóvel, “essenciais e efetivamente empregados para assegurar a continuidade e a atualidade da prestação”. O entendimento da Anatel é que a Oi, pelo contrato de concessão, tem de manter o “controle” sobre esses bens, ou seja, uma participação de pelo menos 20%. Para a companhia, em sua segunda recuperação judicial, a determinação da Anatel é o pior dos mundos. A V.tal, controlada por fundos do BTG, é o último grande ativo da Oi. Sua participação estaria avaliada em aproximadamente R$ 8 bilhões. Procurada pelo RR, a Oi não quis se pronunciar. 

#Anatel #BTG #Oi #V.tal

Política

Futuro governo quer barrar novas indicações para a Anatel

21/11/2022
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O PT foi rápido no gatilho. Os articuladores políticos de Lula foram ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para barrar a nova leva de indicações do presidente Jair Bolsonaro para agências reguladoras. Na semana passada, o Palácio do Planalto apresentou o nome do jurista Alexandre Freire para o Conselho Diretor da Anatel, assim como formalizou o pedido de recondução de Miriam Wimmer para o Conselho da cada vez mais estratégica Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

No total, há mais de uma dezena de indicações de Bolsonaro para órgãos reguladores em tramitação no Senado que PT quer brecar. Um dos exemplos mais relevantes é o pedido de nomeação do contra-almirante da Marinha Wilson Pereira de Lima Filho para a diretoria da Antaq. No que depender do futuro governo, nesse caso a já anunciada “desmilitarização” de órgãos federais vai começar antes mesmo do oficial da Marinha assumir o cargo. Na mesma linha, parlamentares do PT se articulam para derrubar também a indicação de Caio Cesar Farias Leôncio para a Antaq. Neste caso específico, o tiro ricocheteia no ministro Ciro Nogueira, padrinho político de Leôncio. 

#Anatel #Jair Bolsonaro #Lula #PT #Rodrigo Pacheco

Negócios

Operadoras de telefonia antecipam queda de braço com governo Lula

16/11/2022
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As grandes operadoras de telefonia – Claro, Vivo, TIM e Oi – pretendem levar ao futuro governo propostas para a redução das exigências ainda vinculadas à velha telefonia fixa. O ponto central é a obrigatoriedade para que os mais de 210 mil telefones públicos do país tenham de ser mantidos até 2025. As operadoras querem antecipar o fim dessa amarra para o fim de 2023. Em contrapartida, acelerariam os investimentos para levar 4G e fibra óptica em substituição ao serviço de telefonia fixa, dentro do acordo firmado com a Anatel em fevereiro do ano passado. As operadoras consideram a exigência dos “orelhões” um anacronismo do tempo do ronca. Um anacronismo bem caro, ressalte-se, que se junta a outros.   

A probabilidade de o futuro governo recuar e aceitar a reivindicação das operadoras é considerável. Seria uma forma de equacionar um impasse maior e muito mais oneroso que vai cair sobre o seu colo. Claro, TIM, Vivo e Oi cobram da União cerca de R$ 36 bilhões como ressarcimento a investimentos que foram obrigadas a fazer no decadente sistema de telefonia fixa, pela exigência de prestar serviços em localidades pouco rentáveis e pelos gastos com telefones públicos. É o que as empresas consideram o um “ferro velho” das telecomunicações em plena era do digital.  

#Anatel #Claro #Oi #TIM #Vivo

O alto custo da desregulação nos portos

15/09/2022
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Há um contencioso em ebulição nos portos brasileiros. De um lado, os grandes exportadores brasileiros de café; do outro, algumas das maiores companhias globais de navegação, a exemplo da Hamburg Sud, CMA CGM e MSC. Nos últimos meses, armadores passaram a cobrar uma nova tarifa para os embarques de café, que vem sendo informalmente tratada no setor de “taxa de segurança”.

A rigor, o pagamento é justificado por serviços de inspeção da carga e de contêineres. O valor varia de navio para navio, aumentando a barafunda tarifária. De acordo com a fonte do RR, os exportadores têm feito gestões junto à Antaq com o objetivo de barrar a derrama, ao menos até que a tarifa seja normatizada pela agência reguladora. Trata-se de mais uma taxa que desponta em uma zona cinzenta do ponto de vista regulatório, aumentando os chamados “chargers de custo” dos exportadores de café.

Isso em um momento extremamente delicado para o setor. Boa parte dos exportadores de café tem operado com margens negativas há mais de dois anos. A pandemia virou a logística do produto – e de outras commodities – de pernas para o ar. As restrições para circulação de navios, devido ao lockdown na China, provocaram um déficit de contêineres em todo o mundo – ver RR de 16 de dezembro de 2021.

O custo de aluguel mais  do que duplicou, chegando a US$ 7 mil. Só agora os preços começam a ceder – ainda assim seguem na casa dos US$ 4 mil, acima do valor pré-pandemia. Os exportadores sofrem também com o aumento das taxas de juros, que pesam sobre o financiamento de contratos futuros. No caso do Brasil, não há muito para onde correr quando o assunto é custo de frete. O trio Hamburg Süd, MSC e CMA CGM, por exemplo, concentra quase 80% dos embarques brasileiros de café.

 

O alto custo da desregulação nos postes

A Anatel pretende apresentar até janeiro uma nova regulamentação para o uso de postes pelas empresas de telecomunicações. A iniciativa se dá por pressão das companhias de energia elétrica, donas dessas estruturas. São mais de 50 milhões de postes em todo o país, enroscados em uma gambiarra regulatória. Hoje, não há normas claras para o compartilhamento desses equipamentos e a passagem de cabos de telefonia. Em todas as capitais do país, o que se vê é um emaranhado de fios. As empresas de energia alegam ter sérios prejuízos com o rompimento de cabos de transmissão devido à instalação desordenada de redes de telecomunicações. Segundo estimativa encaminhada à Anatel, o setor elétrico estima que a “limpeza” dos postes em todo o Brasil demandaria um gasto próximo dos R$ 20 bilhões. Procurada, a Anatel confirmou que ela e a Aneel “têm trabalhado conjuntamente na reavaliação da regulamentação sobre compartilhamento de postes entre distribuidoras de energia elétrica e prestadoras de serviços de telecomunicações”.

#Anatel #Antaq #Hamburg Süd

Agendas reguladoras entram no radar de Tebet

6/09/2022
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Há uma bifurcação entre o programa econômico de Simone Tebet e as diversas propostas consideradas no comitê de campanha de Lula. Tebet vai inserir em seu plano de governo medidas para o fortalecimento das agências reguladoras. O ponto central é levar todos os órgãos reguladores para dentro da Constituição – hoje, apenas a Anatel e a ANP têm esse status. A mesma ideia circulou no comitê de campanha de Lula, uma contribuição de Geraldo Alckmin – ver RR edição de 10 de maio. No entanto, no caso do petista, foi apenas uma consideração de uma noite de verão. Já para Tebet, trata-se de uma proposta efetiva, que tem muito mais a ver com o pensamento de seus assessores para a área econômica, a começar por Elena Landau, e com a sua própria trajetória parlamentar. Em 2019, na condição de presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a candidata trabalhou com empenho pela aprovação da Lei Geral das Agências Reguladoras.

#Anatel #Elena Landau #Geraldo Alckmin #Lula #Simone Tebet

A “boiada” das agências vai passar

8/07/2022
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O presidente Jair Bolsonaro prepara a “farra” das agências reguladoras. Bolsonaro quer aumentar o número de vagas na diretoria desses órgãos, a começar por Anatel e Aneel. A iniciativa não ficará restrita aos altos cargos. Segundo o RR apurou, o governo pretende ampliar também o total de funções gratificadas nas agências.

Tudo em uma canetada só, por meio de uma única Medida Provisória. O que é uma ou outra agência reguladora para um governo que está rasurando a Constituição a torto e a direito? A ideia de fortalecimento do arcabouço regulatório nem sequer é mencionada nas conversas entre Jair Bolsonaro e aliados sobre o tema. Pelo contrário. Por uma lógica reversa, ampliar o número de assentos, com o devido aparelhamento, seria uma forma de diluir por dentro o poder dessas instituições.

Desde a campanha, Bolsonaro tem mostrado pouco apreço pelos órgãos reguladores. Mais recentemente, disse que as agências “criam dificuldades para vender facilidades”, o que, inclusive, rendeu uma nota de repúdio da Associação Brasileira de Agências de Regulação (Abar). A proposta surge como um afago ao Centrão. Às vésperas das eleições, o Palácio do Planalto terá um punhado de cargos a mais para distribuir entre partidos da base governista. O ministro Ciro Nogueira já teria sido encarregado de mapear indicações para os novos postos. Há cerca de dois meses, o PP, do próprio Nogueira, e o PL, de Valdemar da Costa Neto, foram os principais contemplados na leva de 21 nomeações feitas para agências reguladoras e autarquias.

#Anatel #Aneel #Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro #Valdemar da Costa Neto

PT usa Eletrobras para animar sua torcida organizada

8/06/2022
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Na prática, a proposta do PT de reestatização da Eletrobras é uma pseudo-ameaça de expropriação, nacionalização ou algo do gênero que somente assusta o mercado. Como se daria essa mágica? Pela via da recompra das ações em bolsa é que não seria, devido aos custos absurdos que a operação teria para o erário. E não fosse isso, como impor ao Conselho de uma empresa privada que aprove a sua reestatização, ainda mais com a determinação vindo de um acionista minoritário? Só se Lula fosse resgatar o encampamento da Companhia de Energia Elétrica (CEE) do Rio Grande do Sul, então pertencente à americana Bond & Share, que tanto maculou a gestão do engenheiro Leonel Brizola em tempos de capa e espada. Se o PT não quiser apenas jogar para a arquibancada, pode discutir medidas factíveis para manter algum tipo de controle sobre a Eletrobras privatizada, notadamente no que diz respeito a políticas públicas. Um exemplo: bastaria dar mais poder de intervenção à Aneel para conter eventuais excessos de autonomia da empresa. A Agência, inclusive, poderia ser incluída na Constituição – a exemplo da ANP e da Anatel.

#Anatel #Aneel #Eletrobras #PT

Pax institucional

18/05/2022
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Nem tudo são espinhos no relacionamento entre o presidente Jair Bolsonaro e o Judiciário: há uma sintonia cada vez maior entre Bolsonaro e o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Emmanoel Pereira. Aliás, parece ser uma prerrogativa da família: o diretor da Anatel, Emmanoel Campelo Pereira, filho do ministro do TST, está cotado para voos mais altos no governo.

#Anatel #Emmanoel Pereira #Jair Bolsonaro

Tem linha cruzada na Anatel

1/04/2022
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A sucessão na presidência da Anatel pode sofrer uma brusca guinada. Segundo o RR apurou, há manobras nos bastidores para que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, suspenda a sabatina de Carlos Baigorri, indicado para o cargo. A princípio, a arguição de Baigorri na Comissão de Infraestrutura da Casa está programada para a próxima terça-feira, dia 5 de abril. Trata-se de uma etapa anterior à votação do seu nome em plenário – ainda sem data marcada. Se é que Baigorri chegará lá.

Forças políticas ligadas ao próprio governo trabalham para ressuscitar a indicação de Emmanoel Campelo – conselheiro da Anatel -, que chegou a ser cotado para o cargo no fim do ano passado. De acordo com a fonte do RR, até o ex-ministro Rogério Marinho mergulhou nas articulações a favor de Campelo. Telecomunicações não é exatamente a jurisdição de Marinho. Mas o Rio Grande do Norte, sim. Assim como o ministro, Campelo é potiguar e ligado a nomes influentes do estado. Além das conexões políticas, é filho de Emmanoel Pereira, ministro do Tribunal Superior do Trabalho. Carlos Baigorri, ressalte-se, conta com o apoio das operadoras de telefonia, que fazem pressão para que a sua nomeação seja confirmada pelo Senado.

É o seu principal trunfo. Ocorre que, do lado do governo, curiosamente nem o Palácio do Planalto, responsável pela sua indicação ao cargo, nem o ministro das Comunicações, Fabio Faria, têm se empenhado muito para acelerar a sabatina. Deliberadamente ou não, essa postura um tanto quanto omissa tem estimulado o lobby pró-Emmanoel Campelo. Como se não bastasse esse enrosco político, o processo de sucessão da Anatel tem sido marcado ainda por sobressaltos inusitados, vide a entrada em cena do TCU na semana passada. No último dia 21 de março, o ministro do Tribunal de Contas Walton de Alencar Rodrigues expediu uma medida cautelar suspendendo a nomeação de Baigorri, por suposta ilegalidade técnica na indicação. Apenas poucas horas depois, Rodrigues voltou atrás.

#Anatel #Rodrigo Pacheco #TCU

Deu boi na linha na sucessão da Anatel

25/02/2022
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As intensas articulações nos bastidores em torno da sucessão na Anatel passam também pelo setor privado. Segundo o RR apurou,  Claro e TIM Brasil estariam na “base de apoio” de Carlos Baigorri e fazem pressão pela sua indicação à presidência da agência reguladora. Os grandes players do setor temem perder influência dentro da Anatel com a eventual nomeação de Emmanuel Campelo, integrante do Conselho Diretor do órgão e filho do ministro do TST Emmanoel Pereira. Até prova em contrário, Baigorri, também conselheiro da agência, ainda é o candidato preferido do Palácio do Planalto. Mas a pressão de políticos do Nordeste pró-Campelo é grande. E o ministro das Comunicações, Fabio Faria? De acordo com a mesma fonte, está em cima do muro.

#Anatel #Claro #Fabio Faria #TIM Brasil

O preferido de Fabio Faria

23/12/2021
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O ministro das Comunicações, Fabio Faria, trabalha com afinco para emplacar o secretário de Radiodifusão, Maximiliano Martinhão, em seu lugar a partir de março, quando deixa o cargo para disputar as eleições ao Senado ou ao governo do Rio Grande do Norte. Faria não está sozinho: o nome de Martinhão conta com a simpatia das operadoras de telefonia. Funcionário de carreira da Anatel, ele se aproximou das empresas do setor sobretudo após sua passagem pela superintendência da Agência e pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil.

#Anatel #Fabio Faria

O nome do ministro

21/10/2021
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No que depender do ministro das Comunicações, Fabio Faria, Carlos Baigorri, atual conselheiro da Anatel, será o próximo presidente da agência. O atual mandatário, Leonardo Euler de Morais, deixa o cargo em 4 de novembro.

#Anatel #Fabio Faria

Salvo conduto

16/09/2021
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No Palácio do Planalto, a repentina decisão da Anatel de adiar a aprovação do edital de 5G foi debitada não só na conta do ministro das Comunicações, Fabio Faria, mas também na de Ciro Nogueira, igualmente responsável pelas gestões junto à Agência. Como Faria está na categoria dos ministros preferidos de Jair Bolsonaro e Nogueira, na dos mais úteis, vai ficar barato.

#Anatel #Ciro Nogueira

TCU coloca novos empecilhos para o leilão de 5G

22/06/2021
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O RR apurou que, nas últimas semanas, o Tribunal de Contas (TCU) fez novas exigências em relação ao processo de licitação do 5G. O TCU está cobrando que o Ministério das Comunicações e a Anatel refaçam boa parte dos estudos balizadores dos preços das licenças das faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e de 26 GHz. Além disso, o Tribunal questiona a legalidade da exigência de que os vencedores dos leilões construam uma rede privativa de telecomunicações de uso exclusivo do governo.

Procurado pelo RR, o TCU informou que “o assunto é objeto do processo TC 000.350/2021-4, de relatoria do ministro Raimundo Carreiro, ainda não apreciado pelo Tribunal.”. Segundo a Corte, “nesta etapa processual, suas peças estão restritas às partes e não há documentos públicos.” A postura do TCU acendeu um sinal de alerta no governo. É cada vez maior o risco de o leilão ser empurrado para 2022, postergando, assim, uma arrecadação estimada em aproximadamente R$ 12 bilhões – contabilizando-se apenas o valor das outorgas.

Diante desse cenário, o Palácio do Planalto montou uma espécie de força-tarefa do 5G. Além de Fabio Faria, à frente da Pasta das Comunicações, os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, têm feito gestões junto ao TCU para destravar o processo de privatização. O principal interlocutor da tríade Faria/Guedes/Ramos no TCU é o ministro da Corte Jorge Oliveira. No Palácio do Planalto, ele é considerado “da casa”. Ex-secretário geral da Presidência e indicado para o Tribunal pelo presidente Jair Bolsonaro, Oliveira tem se dedicado a aparar as pontiagudas arestas em torno do 5G. No lado posto,  no entanto, o maior problema é exatamente Raimundo Carreiro, relator do processo. Entre valor de outorga e previsão de investimento, o ministro já teria apontado inconsistências no edital de privatização superiores a R$ 30 bilhões.

#Anatel #Ministério das Comunicações #TCU

5G provoca linha cruzada entre operadoras e Anatel

8/02/2021
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A instalação obrigatória de uma rede de uso exclusivo do governo está longe de ser o único ponto de discórdia no modelo de licitação do 5G. As operadoras se opõem a outra exigência imposta pela Anatel: a adoção do chamado “5G puro”, ou standalone. Significa dizer que os vencedores do leilão terão de montar uma rede inteiramente do zero, sem a possibilidade de aproveitamento das estruturas e sistemas já em operação. Ou seja: investimentos realizados e, em muitos casos, amortizados irão para o lixo.

Para não falar do custo maior para a implantação do 5G: com o standalone, a estimativa das empresas do setor é que os gastos serão até 30% maiores. As operadoras defendem a alternativa de utilização do core das redes LTE 4G já existentes, por ora rechaçada pela Anatel. A agência reguladora defende que o “5G puro” permitirá uma democratização na escolha dos fabricantes de equipamentos.

Coincidência ou não, provavelmente não, a Huawei é a fornecedora responsável por uma parte expressiva das redes já em funcionamento no país. A minuta do edital de 5G em discussão na Anatel carrega outras polêmicas imposições. É o caso da exigência de que as operadoras financiem a implementação do PAIS (Programa Amazônia Integrada e Sustentável), leia-se a instalação de cabos de fibra óptica nos leitos dos rios da Amazônia. O projeto é considerado inexequível, pelo seu alto custo de implantação e manutenção. No passado, o governo chegou a cabear alguns trechos na região, mas suspendeu a operação por falta de recursos e pelas dificuldades técnicas.

#Anatel

Efeito colateral

5/05/2020
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A chinesa Meizu, uma das maiores fabricantes de celulares do mundo, congelou seus planos de entrar no Brasil ainda em 2020 por conta do coronavírus. Até há celulares da marca vendidos no país, mas nenhum homologado pela Anatel.

#Anatel

Telefone sem fio na Anatel

24/01/2020
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A disputa pelo Conselho Diretor da Anatel tem sido marcada por golpes abaixo da linha da cintura. Que o diga a superintendente de relações com consumidores do órgão regulador, Elisa Leonel. Nos últimos dias, circulou entre funcionários da Agência um texto atribuindo a Elisa denúncias de favorecimento a empresas de telefonia que estariam enganando o consumidor com a oferta de serviços de internet abaixo da velocidade cobrada. A “matéria” menciona até suspeita de propina. Ocorre que não há na Anatel, na PF e muito menos no noticiário qualquer denúncia nesse sentido. O link com a referida “reportagem” leva, na verdade, a um site de abaixo-assinados digitais, no qual um perfil com todo o aspecto de fake pede assinaturas para que a PF investigue dirigentes da Anatel. Coincidência ou não, Elisa, a mais antiga entre os superintendentes e tida como nome certo na relação, acabou preterida na lista tríplice de candidatos ao Conselho da Anatel.

#Anatel

Chamada a cobrar

17/01/2020
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O Palácio do Planalto pressiona o presidente da Anatel, Leonardo Euler, a acelerar os estudos para a concessão das frequências de 5G. No ritmo que a coisa vai, é melhor já pular logo para o 6G.

#Anatel

Questão de timing

6/11/2019
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Na Anatel, predomina o entendimento que, por ora, as operadoras de telefonia vão cozinhar em água branda a transferência do regime de concessão para autorização – possibilidade aberta com a atualização do marco legal do setor. Dificilmente, as empresas vão desembolsar os investimentos exigidos pela nova lei para a migração – algo em torno de R$ 25 bilhões – antes do aguardado leilão de 5G.

#Anatel

O cabo de guerra do 5G

18/09/2019
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O timing do leilão das licenças de 5G virou motivo de uma queda de braço. De um lado, a área técnica da Anatel, que considera inexequível realizar a licitação antes de junho de 2020; do outro, o Ministério da Economia, que quer colocar essa receita na conta (fala-se em até R$ 20 bilhões) já no primeiro trimestre do ano. Adivinhe quem vai levar… Procurada pelo RR, a Anatel não se pronunciou quanto às divergências com a equipe econômica. Informou que a “data do certame depende de outros atores, como o TCU.”

#Anatel

Quem regula as agências reguladoras?

3/09/2019
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O Palácio do Planalto identificou uma significativa e indesejável influência do ex-presidente do Senado Eunício de Oliveira na Anatel e na Agência Nacional de Mineração. Na primeira, por meio do conselheiro Vicente Aquino Neto; na segunda, pela voz do diretor geral Tomás Albuquerque Filho. Ambos têm mandato a cumprir. Mas isso não quer dizer muita coisa, tá ok… Tá ok?

Na contramão, há uma mobilização dos parlamentares para reduzir a ingerência do presidente Jair Bolsonaro sobre o novo marco regulatório das agências. O próprio Rodrigo Maia trabalha na coxia para derrubar alguns dos vetos de Bolsonaro ao projeto de lei, a começar pela proibição de que os diretores dos órgãos reguladores sejam reconduzidos para um novo mandato.

#Anatel #Palácio do Planalto

Recusa presidencial

13/12/2018
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O governo vai chegando ao fim e nada do presidente Michel Temer nomear Moisés Moreira para a diretoria da Anatel, como tanto quer o ministro Gilberto Kassab.

#Anatel #Gilberto Kassab #Michel Temer

Acervo RR

Fora de área

15/05/2018
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A relação entre o ministro Gilberto Kassab e o presidente da Anatel, Juarez Quadros, está por um fiapo. O motivo são as promessas não cumpridas de Kassab de aumentar o repasse de verbas para a agência.

#Anatel

Fora de área

15/05/2018
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A relação entre o ministro Gilberto Kassab e o presidente da Anatel, Juarez Quadros, está por um fiapo. O motivo são as promessas não cumpridas de Kassab de aumentar o repasse de verbas para a agência.

#Anatel

Uma frequência exclusiva contra o crime organizado

5/04/2018
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Em meio à intervenção federal no Rio, está em gestação um projeto visto pelas Forças Armadas como peça importante no mosaico de ações para o combate ao crime organizado. O pano de fundo é a concessão da faixa de 700 MHz programada pela Anatel para o segundo semestre deste ano. Há estudos, ainda preliminares, para que parte da frequência seja reservada para uso das forças de segurança federais e estaduais. As conversações envolvem o Exército, o Ministério da Segurança Pública e o Ministério das Comunicações, além do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Na prática, a iniciativa daria aos órgãos da área de Defesa um novo espectro de comunicação na faixa 4G, com tecnologia mais avançada e principalmente, um grau ainda maior de segurança na troca de informações, sobretudo entre os serviços de Inteligência do Exército e das polícias estaduais. Para além da questão específica e premente do Rio de Janeiro, a medida permitiria o aperfeiçoamento do sistema de defesa contra crimes cibernéticos. Os estudos apontam para a possibilidade de que o projeto seja implantado por meio de acordo com uma operadora privada de telefonia. No entanto, o modelo visto com melhores olhos pelo Exército passa por uma parceria com a Telebras, o que evitaria o compartilhamento de informações extremamente sensíveis e estratégicas fora da estrutura de governo.

#Anatel #Forças Armadas

Meio milhão pelos ares

11/01/2018
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Número fresquinho levantado pela Anatel: nos últimos 12 meses, o mercado brasileiro de TV por assinatura perdeu mais de 500 mil assinantes. O maior culpado, claro, é a crise da economia. No entanto, uma parcela razoável do declínio pode ser debitada na conta dos novos serviços de streaming.

#Anatel

Linha cruzada

20/12/2017
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Os advogados da Telefónica estão temerosos quanto à segurança jurídica do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) prestes a ser firmado com a Anatel. Embora a agência tenha feito uma série de mudanças solicitadas pelo TCU, o receio da companhia é que, mais à frente, o próprio Tribunal faça novas exigências e breque o acordo. O TAC prevê a conversão de R$ 3,3 bilhões em investimentos de R$ 5,5 bilhões.

#Anatel

Cenário radical

11/12/2017
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A Anatel está preocupada com a hipótese de a Sercomtel, operadora de telefonia de Londrina, dobrar o joelho e cai no chão antes mesmo da conclusão do processo de caducidade, previsto para 12 meses.

#Anatel #Sercomtel

Ponto de abrasão

13/09/2017
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O plano nacional de banda larga é mais um ponto de abrasão entre Gilberto Kassab e o presidente da Anatel, Juarez Quadros. Na agência, a percepção é que o ministro virou as costas para o projeto.

#Anatel #Gilberto Kassab #Juarez Quadros

Caladão da Anatel

22/08/2017
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Com o orçamento no osso e um efetivo insuficiente, a Anatel tem penado para cumprir seus planos. No início do ano, por exemplo, apresentou uma agenda com 50 medidas prioritárias na área regulatória para o biênio 2017/18. Oito meses depois, o número de itens consumados pode ser contado nos dedos de uma mão. Isso quando o TCU não lhe quebrou o mindinho, como no caso dos TACs de R$ 2,2 bilhões com a Telefônica, posteriormente cancelados pelo Tribunal.

#Anatel #TCU

Sercomtel entre o aporte ou a guilhotina

26/06/2017
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A grave crise financeira da Sercomtel, operadora de telefonia de Londrina, deverá bater no cofre do Tesouro paranaense. Uma fonte do governo do estado informou ao RR que há discussões para um aporte emergencial da Copel na companhia. A distribuidora de energia detém 44% do capital – o restante pertence à própria Prefeitura de Londrina. Um anacrônico enclave estatal no meio de um setor totalmente privado, a Sercomtel carrega uma dívida de R$ 140 milhões, o dobro do seu patrimônio. Na última semana, a Anatel deu um ultimato: se, em um mês, a empresa não apresentar um plano de saneamento das suas finanças e garantias de continuidade das operações, a Agência deverá decretar a caducidade da concessão.

#Anatel #Copel #Sercomtel

Telefônica entra em linha cruzada com o TCU e a Anatel

5/06/2017
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Nem mesmo a intimidade com o Poder tem ajudado o CEO da Telefônica no Brasil, Eduardo Navarro, a desatar o nó das multas da operadora com a Anatel. Integrante do “Conselhão” e bastante próximo do ministro da Comunicação, Gilberto Kassab – a quem, inclusive, ciceroneou em visita à sede do grupo em Madri no último mês de fevereiro –, Navarro vem ricocheteando entre diversas esferas do governo sem encontrar uma saída para o passivo de R$ 2,2 bilhões. Os espanhóis lhe cobram uma saída que passem longe do pagamento das multas, mas dificilmente o executivo conseguirá cumprir a missão.

A operadora chegou a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Anatel para transformar as dívidas em investimentos. No entanto, foi abalroada pelo TCU, que suspendeu o acordo no início de maio. Na Telefônica, a causa já é dada como perdida. As gestões junto ao TCU conduzidas pelo próprio Navarro e pelo diretor jurídico Breno Pacheco de Oliveira foram infrutíferas.

O TCU fez um strike para cima da operadora e da Anatel. Não apenas suspendeu o acordo como ainda responsabilizou os conselheiros da agência, incluindo o ex-presidente João Rezende e o ex-conselheiro Rodrigo Zerbone, por perdas decorrentes da assinatura do TAC. Segundo o Tribunal de Contas, o Termo de Ajustamento causou um suposto prejuízo de R$ 137,7 milhões à União. O órgão identificou uma série de irregularidades, notadamente na metodologia do cálculo das multas aplicadas pela Anatel contra a Telefônica.

Diante do iminente fracasso, o que restará à Telefônica é a alternativa da Medida Provisória 780, editada na semana passada, que permite o parcelamento de dívidas não tributárias com a União. Está longe, muito longe do ideal. Mais do que uma confissão de dívida, a adesão à MP será uma confissão de fracasso da Telefônica.

#Anatel #Telefônica

Cortes de orçamento deixam Anatel à beira de um “caladão”

30/05/2017
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A Anatel caminha para um estado de paralisia funcional se não receber uma injeção extraordinária de recursos. O alerta foi feito na última semana pelo presidente da Agência, Juarez Quadros, aos ministros da Comunicação, Gilberto Kassab, e do Planejamento, Dyogo Oliveira. O mais recente corte de 33% achatou o orçamento do órgão regulador para aproximadamente R$ 320 milhões. A cifra não cobre sequer as despesas com pessoal da agência, da ordem de R$ 360 milhões. Receita a Anatel tem.

No entanto, do total de R$ 2,3 bilhões que ela deverá arrecadar neste ano, R$ 2,164 bilhões foram contingenciados. A secura orçamentária praticamente engessa algumas das atividades mais relevantes da agência, a começar pela área de fiscalização. Há pouco mais de 400 agentes, número distante do efetivo de mil fiscais tido como o minimamente necessário para desafogar os processos em andamento.

Some-se a isso o fato de que metade desse pessoal está concentrada em Brasília. São 11 gerências de suporte, algumas delas respondendo por quatro estados. Para este ano, o número de atos de fiscalização não deverá passar de sete mil. Em 2016, foram 8.050. No ano anterior, 9,4 mil.

A agência reduziu drasticamente as verbas para viagens. Os agentes de fiscalização têm deixado de fazer vistorias in loco. Consultada, a Anatel não quis comentar o assunto. A Anatel, neste momento, é um barril de pólvora. Em meio a questões de relevância nacional, como a recuperação judicial da Oi, o presidente da Anatel tem sido obrigado a administrar o descontentamento de seus pares com as amarras orçamentárias.

Segundo o RR apurou, o superintendente de Fiscalização, Juliano Stanzani, já manifestou a Juarez Quadros a intenção de deixar o cargo. Quadros tem reportado a gravidade da situação ao ministro Gilberto Kassab. Há, inclusive, um esgarçamento na relação entre ambos por conta da falta de uma solução para os problemas financeiros da Anatel. O agravamento da conjuntura política e seu impacto sobre a economia e a arrecadação fiscal só pioram a situação, à medida que reduzem a possibilidade de um repasse extra de verbas para o órgão regulador.

#Anatel #Oi

Protestos terão esquema de segurança da Rio-2016

10/03/2016
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 Do ponto de vista do Alto-Comando militar, o 13 de março significará a antecipação do esquema de segurança previsto para os Jogos Olímpicos. Essa medida reflete o grau de preocupação das Forças Armadas com as manifestações convocadas para o próximo domingo. O planejamento, notadamente do Exército, prevê a utilização de estratégias, tecnologias e dispositivos que serão empregados na Rio-2016. Os protestos, muito a contragosto, servirão de “evento-teste”, sobretudo, para o trabalho de inteligência e monitoramento das redes digitais e das comunicações. Em janeiro, a Anatel autorizou as Forças Armadas a usar bloqueadores de sinais de radiocomunicações nos Jogos Olímpicos. O texto do decreto publicado pela agência reguladora contém uma sutileza que vem a calhar para este domingo: permite também a interferência em redes celulares durantes as chamadas Operações de Garantia de Lei e da Ordem (Op GLO). O Exército dispõe de aparelhos portáteis e de equipamentos instalados em viaturas capazes de bloquear comunicações telefônicas em situações que coloquem em risco a ordem pública.  Nos últimos dias, as Forças Armadas acentuaram o monitoramento de redes sociais e outros canais de comunicação, trabalho este que será intensificado durante o fim de semana. Esta missão está a cargo do Centro de Inteligência do Exército (CIE) e do Centro de Defesa Cibernética (CD Ciber), localizados em Brasília. Ambos vêm produzindo contínuos relatórios de acompanhamento remetidos imediatamente ao Comandante do Exército, General Eduardo Villas Boas, e ao chefe do Estado Maior do Exército, General Sergio Etchegoyen. A vigilância digital é considerada uma peça-chave no esquema de segurança dos Jogos Olímpicos. Os terroristas responsáveis pelos ataques a Paris em novembro do ano passado, por exemplo, utilizaram a rede de comunicação de jogos online de um PlayStation para organizar as ações. No dia 13, todo o cuidado é necessário.  Em relação aos protestos de domingo, o maior motivo de preocupação dos comandantes militares é Brasília, seja pelo seu valor simbólico, seja por questões cronológicas. As manifestações na capital federal estão marcadas para às nove da manhã, antes, portanto, das mobilizações nas grandes cidades, especialmente Rio e São Paulo. Nas Forças Armadas, a percepção é que Brasília funcionará como um termômetro para as demais praças do país no que diz respeito ao estado de espírito dos manifestantes e ao êxito no esquema de segurança.  Consultado, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que “não há previsão do emprego de militares da Força Terrestre durante as manifestações de 13 de março”. Segundo o RR apurou, ao longo do domingo as Forças Armadas atuarão no sentido de dar respaldo às polícias militar e civil, ainda assim em circunstâncias pontuais. Um exemplo: tropas poderão ser deslocadas para o apoio na proteção de instalações vitais, como usinas geradoras, redes de energia elétrica, estações de tratamento de água, caso seja necessário liberar um número maior de PMs para o policiamento ostensivo nas cidades. Ou seja: a priori, militares nas ruas apenas em condições extremamente excepcionais, que escapem ao controle das forças de segurança estaduais.

#Anatel #Forças Armadas #Jogos Olímpicos

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