O duplo chapéu de Braga Netto no segundo mandato

  • 11/05/2022
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O presidente Jair Bolsonaro reserva um duplo papel para o general Braga Netto em um eventual segundo mandato. Segundo o RR apurou, Bolsonaro planeja recriar o Ministério da Segurança Pública e nomear Braga Netto para o seu comando – o general acumularia o cargo com a vice-presidência da República. Embora seja um projeto somente para 2023, a intenção é faturar a medida desde já.

No entorno do presidente, há quem defenda que o futuro Ministério e a escolha de Braga Netto para o posto sejam anunciados já no lançamento da chapa – ainda sem data definida. A medida traria algumas mensagens embutidas, a começar pela ideia de que os militares terão um peso ainda maior no segundo mandato. Braga teria sob seu comando a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Força Nacional de Segurança.

Bolsonaro reforçaria também a percepção de que o ex ministro da Defesa não será um vice cenográfico, como o general Hamilton Mourão. Braga Netto, por sinal, é um nome talhado para o Ministério da Segurança Pública. No governo Temer, não custa lembrar, comandou a intervenção federal no Rio. O projeto permitiria também a Bolsonaro resgatar a agenda da segurança pública, que acabou se diluindo durante o governo. Em 2018, ressalte-se, o então candidato prometeu recriar a Pasta, com a cisão do Ministério da Justiça. Em meados de 2020, o Centrão pressionou Bolsonaro a lançar mão da medida – o nome do ex-deputado federal Alberto Fraga, PM de carreira, chegou a ser indicado para o cargo. Mas nada aconteceu.

Caso assuma o Ministério da Segurança Pública, o general Braga Netto terá sob seu comando uma estrutura mais reforçada. Além da convocação de até 1,3 mil concursados para a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária, Jair Bolsonaro também teria determinado ao ministro da Justiça, Anderson Torres, o aumento do efetivo da Força Nacional de Segurança (FNS). Os estudos em curso na Pasta da Justiça indicam uma ampliação do contingente dos atuais 1,2 mil para cerca de 1,6 mil integrantes. Em termos absolutos, não é muito. No entanto, há um valor intangível para Bolsonaro. Ainda que indiretamente, seria um afago nas forças estaduais de segurança, importante território de apoio ao bolsonarismo. A FNS é composta por policiais militares, civis, bombeiros, entre outros agentes recrutados junto às unidades da federação.

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