Tag: Agricultura
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Destaque
Governo aumenta crédito para turbinar venda de máquinas agrícolas
8/03/2024O governo discute medidas para frear a queda nas vendas de máquinas agrícolas no país. Uma das propostas sobre a mesa é a criação de um programa de descontos para a compra de tratores de pequeno porte, para a agricultura familiar, em moldes similares aos incentivos concedidos pelo governo em 2023 para a aquisição de veículos leves. O benefício se consumaria por meio de descontos em tributos futuros para os fabricantes de máquinas agrícolas, a exemplo da contrapartida oferecida às montadoras no ano passado.
Segundo o RR apurou, o próprio ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, teria discutido a proposta com o presidente Lula em reunião na semana passada.
Na paralela, o governo vai ampliar os recursos para a compra de maquinário no âmbito do Plano Safra 2024/2025. O montante disponibilizado por meio do Moderfrota e do Moderfrota Pronamp – este último voltado ao médio produtor rural – deverá somar R$ 15 bilhões. A cifra está a léguas de distância do valor pleiteado pela indústria: em documento enviado ao Ministério da Agricultura no ano passado, a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) cravou em R$ 34 bilhões o montante necessário para a modernização do maquinário agrícola no Brasil.
Ainda assim, representará um aumento de aproximadamente 25% em comparação ao crédito disponibilizado no Plano Safra 2023/24 por meio dos dois programas – R$ 11,86 bilhões. De certa forma, o governo tenta corrigir o que talvez tenha sido um erro de cálculo no Plano Safra anterior, quando o volume do Moderfrota teve um corte de 6% em comparação a 2022/23, o último anunciado pela gestão Bolsonaro.
A preocupação do governo é amenizar o impacto dos extremos climáticos, que atingem não apenas a produção de grãos per si, mas outros elos da cadeia do agronegócio. É o caso da indústria de máquinas agrícolas. No ano passado, as vendas de tratores, colheitadeiras e outros equipamentos caíram 13,2% na comparação com 2022.
E a entressafra do setor não se limitou ao mercado interno: as exportações, que poderiam ser uma rota de escape para a queda da demanda doméstica, recuaram 17,8%. O futuro de curto prazo também promete ser de estiagem. A projeção da Anfavea é que a comercialização de máquinas agrícolas em 2024 seja 11% inferior à do ano passado.
Agronegócio
Fávaro vai in loco buscar recursos na China
4/12/2023O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, está articulando uma viagem à China no início de 2024. Fávaro quer voltar de lá com um acordo assinado para investimentos na recuperação e conversão de pastagens em áreas plantáveis. Há ironias no Ministério que Fávaro é capaz de ir a China e ficar por lá mesmo. Aqui seu cargo seria entregue a algum outro postulante do Centrão com uma moeda de troca mais valiosa.
Agronegócio
Brasil fecha um arco de investimentos soberanos para ampliar sua área agrícola
21/11/2023O governo Lula quer aproveitar a COP 28, entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro, em Dubai, para anunciar um cinturão de parcerias bilaterais voltadas à recuperação e conversão de pastagens no Brasil. Segundo o RR apurou, além do acordo já engatilhado com o Salic (Saudi Agricultural and Livestock Investment Company), fundo da família real da Arábia Saudita, há negociações avançadas com os Emirados Árabes e a China. No primeiro caso, os aportes serão feitos pelo ADQ (Abu Dhabi Developmental Holding Company).
O fundo soberano, que administra aproximadamente US$ 170 bilhões em ativos, tem sido o veículo usado pelos Emirados Árabes para investimentos globais em projetos vinculados a metas ESG. Nos últimos dois anos, o ADQ vem se notabilizando por aportes em empresas e iniciativas da cadeia de abastecimento alimentar. Do lado chinês, de acordo com informações que circulam no Ministério da Agricultura, o projeto deverá ter a participação da Cofco.
Maior processador e fabricante de alimentos da China, a companhia estatal tem expressivos investimentos no Brasil na produção de grãos. No Ministério da Agricultura, a estimativa é que os acordos com Arábia Saudita, Emirados e China permitirão a recuperação e conversão de até 30 milhões de hectares para a agricultura, o equivalente à metade de toda a área plantada do país. Ressalte-se que Lula chegará à Dubai, para a COP 28, na crista da onda.
Um ano após a sua participação na COP 27 como presidente eleito, quando assumiu uma série de compromissos ambientais, vai capitalizar aos olhos do mundo a queda de 22% do desmatamento na Amazônia Legal.
Agronegócio
Governo avalia propostas para mitigar prejuízos dos produtores de trigo
17/11/2023A Frente Parlamentar da Agricultura pressiona o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para que o governo lance medidas de apoio aos produtores de trigo, notadamente do Rio Grande do Sul. Após as secas do ano passado, a safra atual foi duramente atingida pelas chuvas provocadas pelo El Niño. O principal pleito da bancada ruralista é para que a Conab faça leilões públicos para a compra do trigo tipo exportação. Seria uma forma de conter a queda dos preços e cobrir parte das perdas impostas aos agricultores. Nos últimos 12 meses, o valor do trigo acumula uma redução em torno de 25% no mercado interno. Estimativas da própria Conab indicam uma queda de 30% na produção no comparativo com a safra anterior. O El Niño é duplamente danoso: além de afetar o desenvolvimento das plantas, as fortes chuvas impedem o acesso de máquinas às lavouras, atrasando o cronograma de colheita.
Agronegócio
Brasil e China semeiam acordo bilateral para produção e exportação de milho
24/10/2023A estratégia da China de fazer do Brasil o seu grande supridor de alimentos agrícolas vai avançar mais alguns hectares. Os dois países negociam um acordo com o objetivo de aumentar a área de plantio de milho em terras brasileiras e consequentemente as exportações do cereal. As tratativas, conduzidas pelo Ministério da Agricultura, envolvem investimentos chineses em manejo sustentável de lavouras e pesquisas em agrociência, que poderão ser realizadas em conjunto com a Embrapa.
De acordo com a mesma fonte, companhias da China deverão participar do projeto. É o caso da Ningxia Eppen Biotech, uma das maiores empresas locais de agrobiotecnologia. Um importante passo para a parceria será dado nesta semana. O RR apurou que uma comitiva com quatro emissários do governo chinês e representantes de empresas do país asiático está no Brasil para reuniões e visitas técnicas. Hoje, o grupo terá uma agenda em Goiás.
O milho é a semente de um projeto ainda maior, que começou a ser cultivado em abril, quando da visita de Lula a Xi Jinping, em Pequim. Os chineses já sinalizaram o interesse em investir na conversão de grandes extensões de pastagens brasileiras em áreas de plantio de grãos, mediante a garantia de fornecimento de parte da produção. Trata-se de um movimento bastante engenhoso de Pequim em seu projeto de ocupação de espaços no agronegócio brasileiro.
A China não vai se limitar à importação do produto final. O país está literalmente comprando o Brasil na raiz, colocando dinheiro em agrociência, no manejo de terras e na expansão das lavouras, de onde sairão alimentos para a população chinesa.
A China tem fome de Brasil e o milho representa bem esse apetite comercial. Que o diga a balança comercial. Apenas um ano após o início dos embarques, a China já é o maior importador de milho do Brasil, deixando para trás “clientes” que há anos ocupavam as primeiras posições do ranking, como Japão, Vietnã e Coreia do Sul. Neste ano, os chineses deverão comprar algo em torno de sete milhões de toneladas do cereal. Com isso, o Brasil passou a ocupar um lugar privilegiado, deslocando países como Estados Unidos e Ucrânia, que, até o ano passado, lideravam o fornecimento de milho para o país asiático.
Agronegócio
Bancada ruralista se arma contra possível taxação de commodities agrícolas
9/06/2023O imposto disfarçado sobre a exportação de petróleo – como são chamadas as medidas que a Receita prepara para aumentar a arrecadação do comércio exterior da commodity em R$ 30 bilhões – acendeu a luz vermelha do lobby do agrobusiness – disparado o maior do Congresso. A preocupação dos ruralistas tem motivos de sobra. Não é de hoje que os elevadores da Receita sobem e descem com a proposta de tributar as exportações agrícolas e pecuárias. Não seria nada que reduzisse a competitividade dos nossos campeões. Afinal, a diferença entre o Brasil e seus concorrentes é larga. Mas um pouquinho ali e um pouquinho acolá de imposto poderiam contribuir para o ajuste fiscal com uma soma maior do que os R$ 30 bilhões carreados com as exportações de petróleo.
A medida de gravar as vendas externas da commodity tem sido vista como um potencial destampatório para a tributação do agro, que é pop, mas paga pouco imposto. O argumento do lobby é que a cadeia de valor adicionado do agrobusiness é imensa, portanto haveria um grande imposto pago, indiretamente, pelos fornecedores. Por essa lógica, o agro pode ter o lucro que for que não pagará mais imposto nunca, já que o argumento da cadeia de valor permanece para sempre. O RR tem acompanhado de perto essa discussão. No mundo inteiro há países com vocação agrícola, muito menos competitivos do que o Brasil, que contribuem com um quinhão maior que o nosso. O agro é “popíssimo”, gera divisas, faz crescer o PIB e incrementa a venda de bens de capital (tratores, colheitadeiras etc), mas é avaro como só ele quando se trata de pagar uns trocados para reduzir o buraco fiscal do país.
Política
Ruralistas e indígenas têm um “conflito” marcado no Congresso
5/04/2023A bancada ruralista está plantando uma semente polêmica no Congresso. A Frente Parlamentar da Agricultura pretende apresentar um projeto de lei que obrigue a União a indenizar fazendeiros que tiverem suas terras invadidas por indígenas. A ideia não é exatamente inédita. Em 2013, houve discussões no Congresso em torno do assunto. De lá para cá, essa agenda se tornou ainda mais complexa, pelo aumento do número de conflitos entre proprietários de terras e etnias indígenas em várias regiões do país, notadamente no Norte e Centro-Oeste. Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o número de assassinatos por disputas fundiárias na Amazônia Legal cresceu 150% em 2022, na comparação com o ano anterior.
O debate acontece num momento em que o Governo Lula prometeu que a Funai vai retomar os estudos antropológicos sobre terras em disputas no país, em paralelo às demarcações praticamente suspensas na gestão de Jair Bolsonaro. O Conselho Indigenista Missionário fez chegar ao Congresso pedido para que qualquer decisão seja tomada somente depois da realização de audiências públicas. Não se sabe se a Frente Parlamentar da Agricultura terá essa paciência.
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Espírito de porco
29/03/2021Sim, há boas notícias no meio do caos. O RR teve a informação de que grandes frigoríficos já planejam aumentos da produção de carne suína para os próximos meses. Há uma expectativa de uma forte demanda do mercado asiático por conta do agravamento dos casos de peste suína africana na China.
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Assim é se lhe parece
19/08/2020Produtores rurais vão se valer de um detalhe desonesto na narrativa da campanha que pretendem lançar para propagandear o crescimento do emprego no agronegócio. É verdade que os postos de trabalho no agribusiness subiram tendo em vista o ótimo desempenho do setor – o saldo positivo no primeiro semestre foi de 62 mil novas vagas. Mas, qualquer comparação com os dados gerais do Brasil será uma forçação de barra, mesmo porque o país já está na faixa dos 14% de desemprego. De toda a forma, o autoelogio deverá servir como álibi para o agronegócio pleitear mais recursos públicos, notadamente por meio do Plano Safra.
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O melão que a China amassou
5/06/2020Seis meses após o governo chinês autorizar a compra de melão brasileiro, como resultado de demoradas negociações bilaterais, as exportações não decolaram. Primeiro teve a pandemia lá; depois, a pandemia, aqui. Trata-se de um motivo de razoável preocupação para os governos dos dois maiores estados produtores do país, Ceará e Rio Grande do Norte, onde o cultivo do melão tem forte peso especialmente na agricultura familiar.
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Seca é a “Covid-19” do agronegócio
23/03/2020A ministra Tereza Cristina tenta obter junto à equipe econômica recursos adicionais para o crédito rural, no âmbito do Plano Agrícola e Pecuário 2019/20. O objetivo é cobrir os prejuízos por conta da seca no Rio Grande do Sul, a pior em oito anos. Produtores de carne bovina, soja, leite e milho relatam perdas de 30%. Os agricultores têm outras reivindicações. Além de maior celeridade no pagamento do seguro agrícola – já acionado por cerca de 5 mil pessoas – querem rolar os empréstimos contratados em bancos públicos para a compra de sementes, defensivos e equipamentos. Vai ser difícil concorrer com a Covid-19 na disputa por verbas públicas.
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Café brasileiro deve desperdiçar o “melhor” do coronavírus
11/03/2020Ainda que por um motivo nada desejável, a indústria brasileira do café tinha tudo para ser um raro setor da economia beneficiado pelo coronavírus. No entanto, os produtores nacionais correm o risco de perder milhões de dólares devido à bactéria do Custo Brasil e das limitações logísticas do país. Os agricultores já projetam para os próximos meses um repique na demanda pelo produto, notadamente da Europa.
O impulso virá das mudanças de hábito dos consumidores impostas pela disseminação da doença. A tendência é que as pessoas passem a evitar cada vez mais locais públicos e permaneçam um tempo maior em casa – na Itália, por exemplo, 16 milhões de pessoas estão proibidas de saírem de suas cidades. Há uma curiosa racionalidade técnica: estatísticas mostram que, no preparo doméstico de um cafezinho, o consumidor esbanja, em média, 20% a mais do que a quantidade necessária de pó. Algo que não ocorre em estabelecimentos comerciais, que, em sua maioria, utilizam cápsulas com a dosagem certa.
Ocorre que os próprios cafeicultores nacionais temem não ter como atender a esse aumento da demanda fora da curva por conta do custo do frete e da falta de contêineres. O Brasil utiliza por ano cerca de 110 mil dessas unidades de armazenamento, mas os transportadores não estão conseguindo contratá-las tanto interna quanto externamente. O país depende excessivamente da chegada de contêineres do exterior. Milhares deles estão parados em terminais chineses e norte-americanos, impedidos de sair de lá por conta da interrupção das atividades operacionais em diversos portos.
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Trigo pode virar pimenta nas relações entre Brasil e Argentina
3/12/2019Pode ser até coincidência… Mas no momento em que os “comunistas” Alberto Fernández e Cristina Kirchner estão prestes a assumir o Poder na Argentina, o governo Bolsonaro planeja facilitar o aumento da participação de outros países nas importações brasileiras de trigo – quase um mercado cativo dos hermanos. O primeiro da lista são os Estados Unidos. Segundo fonte do Ministério da Agricultura, a cota de 750 mil toneladas isenta de taxação oferecida aos norte-americanos é apenas o hors d’oeuvres. A ideia é aumentar gradativamente esse volume a partir de 2020, independentemente de contrapartidas. De Trump para Putin, a Rússia é outro país que poderá ser paulatinamente beneficiado por cortes nas barreiras alfandegárias. Competitividade para isso não lhe falta. Nos últimos três meses, o trigo russo tem chegado aos portos brasileiros a um preço médio de US$ 252 a tonelada, contra US$ 260 do argentino. O movimento do governo brasileiro pode acicatar as relações bilaterais, na esteira do seu efeito potencial sobre a balança comercial argentina. O trigo da Argentina é quase hegemônico entre as importações do cereal. Do volume total que chega ao Brasil, 83% vêm dos vizinhos – de janeiro a setembro, foram 5,1 milhões de toneladas.
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Agronegócio está prestes a receber uma supersafra de investimentos estrangeiros
26/02/2018O Brasil-potência já era. Mas o Brasil líder absoluto do agronegócio está próximo de se consumar. A rota é saltar das supersafras seguidas para se tornar o megaceleiro do mundo. O adubo viria de um upgrade na legislação para venda de terras a estrangeiros. A proposta deixaria de ser um projeto de aquisição pura e simples para se transformar em um bilionário estímulo à produção. Na nova concepção, as vendas de terras ao estrangeiro estarão subordinadas ao investimento no agrobusiness.
À frente dessa cruzada estaria a deputada federal Teresa Cristina (DEM-MT), que assumiu na semana passada o comando da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), com mais de 220 parlamentares. Cristina conhece profundamente a questão rural e toca de ouvido com o deputado Rodrigo Maia. A probabilidade de a lei ser aprovada nunca foi tão grande. A verdade é que proliferaram projetos no Congresso para a venda das terras aos gringos, e diversos deles tinham motivos de sobra para serem questionados.
Uma parte, portanto, satanizou a totalidade. Um exemplo desses interesses individuais que se travestiram de razão pública foi a movimentação do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, contrária à aprovação da lei. Ao que parece, o empresário falou mais alto do que o ministro de Estado. Maggi tinha interesses na aquisição de terras e evitar a aprovação do projeto, coincidência ou não, estava em sintonia com a sua disposição de comprar hectares e mais hectares na baixa. Com a aprovação da venda aos estrangeiros, os preços subiriam. Maggi depois ficou a favor, desde que as compras não fossem de terras produtoras de grãos e soja, “pois o Brasil perderia a autonomia para os concorrentes externos”.
O Grupo Amaggi, da família do ministro Blairo Maggi, aproveitou para comprar na bacia das almas a Fazenda Itamarati, que pertenceu ao folclórico empresário Olacyr de Moraes. São 100 mil hectares de terras. Agora que está abarrotado, Maggi provavelmente reverá sua posição em relação às terras de grãos e soja. O ministro permanecerá no governo até o fim. Vai continuar viajando e fazendo contato com os maiores players mundiais do agronegócio, além de articulações de alto nível com as autoridades do setor dos principais países produtores. É bom ser um ministro-fazendeiro.
Acervo RR
Compensação
28/11/2016No momento em que o câmbio dá uma leve repicada, os fabricantes de máquinas agrícolas estão salvando um pouquinho da lavoura. As exportações neste mês devem ficar 10% acima das registradas em novembro do ano passado, índice quase igual ao registrado em outubro.