Mais um desencontro entre o traidor e o destemperado

  • 9/03/2021
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Ciro Gomes teve uma série de conversas com aliados ontem à tarde tão logo saiu a decisão do ministro Edson Fachin anulando as condenações de Lula. O teor das discussões pode ser resumido em uma frase: é bater ou bater. Ciro deixou claro que vai subir o tom contra o ex-presidente. As circunstâncias exigem uma agenda de combate ainda mais vigorosa.

O waiver do STF fortalece Lula sob os mais variados aspectos: reaquece seu eleitorado, traz a hipótese de crescimento nas pesquisas eleitorais e alimenta o discurso do ex-presidente de que ele foi injustiçado e perseguido por Sergio Moro. Ciro só tem uma certeza em relação a 2022: Jair Bolsonaro já está no segundo turno. Portanto, o seu mata-mata é com Lula. Trata-se do adversário a ser batido no primeiro turno.

Seria um acerto de contas com o “traidor”, como Ciro costuma se referir a Lula. Ciro Gomes foi cuidadoso em sua primeira manifestação pública sobre a decisão do STF. Até como forma de não se desdizer, republicou no Twitter uma sucessão de declarações dadas por ele entre 2016 e 2019 atacando a Lava Jato e o juiz Sergio Moro. Mas que ninguém se deixe enganar por esse Ciro ponderado.

A mão vai pesar e muito contra Lula. Uma amostra veio ontem mesmo, na parte da manhã, poucas horas antes do anúncio da decisão de Fachin. Em uma entrevista, ao ser perguntado sobre a possibilidade de candidatura de Lula em 2022, o pedetista rebateu: “Não contem comigo para esse circo”. Ciro Gomes mantém um pé na Faria Lima e outro em Paraisópolis. As conversas com a esquerda permanecem – ele pretende se encontrar com Guilherme Boulos. Ainda que Ciro e Lula sejam antípodas, sempre haverá a possibilidade de uma aliança da esquerda em um segundo turno.

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