Tag: Joe Biden

Política externa

Brasil costura apoio da Europa e dos EUA para novo fundo global

29/11/2023
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O Itamaraty e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, têm feito uma série de contatos internacionais em busca de apoio à proposta de criação de um fundo global para preservação de florestas tropicais, que será apresentada por Lula na COP28. Segundo o RR apurou, o Brasil já teria o sinal verde da Noruega e da Alemanha, dois tradicionais investidores do Fundo Amazônia, e da França. O que, na prática, significa dizer o sinal verde da União Europeia. Outro alvo prioritário são os Estados Unidos. O trabalho da diplomacia brasileira se concentra em garantir junto à Casa Branca uma declaração formal de apoio à iniciativa do presidente Joe Biden.

#COP28 #Joe Biden #Lula #Marina Silva

Política

Jair Bolsonaro quer grudar em Donald Trump mais uma vez

13/11/2023
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De primeira: Eduardo Bolsonaro articula um encontro de Jair Bolsonaro com Donald Trump. As conversas são conduzidas junto a Jason Miller, ex-assessor de Trump e fundador da rede social Gettr, identificada com a extrema direita norte-americana. Para o “03”, as circunstâncias são as melhores para Bolsonaro voltar a colar sua imagem à de Trump, no embalo das últimas pesquisas presidenciais nos Estados Unidos, que colocam o ex-presidente à frente de Joe Biden.

#Donald Trump #Eduardo Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Joe Biden

Política externa

A cirúrgica mensagem de Joe Biden a Lula

29/09/2023
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Lula está em lua-de-mel com o presidente norte-americano, Joe Biden. O RR apurou que Biden escreveu ao presidente brasileiro para que ele tenha sucesso na cirurgia no quadril e sua recuperação seja rápida. Segundo a mesma fonte, um prestigiado diplomata, a velocidade com o que o presidente dos Estados Unidos se pronunciou é incomum. A preocupação quase imediata com Lula é uma deferência cheia de significado político e importância estratégica, ainda que o presidente brasileiro tenha recebido cartas de apoio de outros chefes de Estado. A mensagem de Biden deflagrou, inclusive, uma discussão nas Relações Exteriores e no Planalto. A cúpula do governo quer divulgar a missiva. Mas a diplomacia acha que dar exposição à manifestação de Biden, isoladamente, será cabotinismo puro. O Itamaraty aceita a publicização desde que todas as demais mensagens também sejam divulgadas. O Planalto é contra. Argumenta que soltar uma lista dilui o peso geopolítico da relação. E coloca Biden no mesmo saco de outros chefes de Estado. Certo é que todas as correspondências serão respondidas com a assinatura pessoal do próprio Lula. O presidente deve aproveitar a ocasião para criar alguma situação de encontro presencial no Brasil ou no país do destinatário. Lula não vai deixar passar essa oportunidade de transformar sua intercorrência médica em uma operação de política externa.

#Joe Biden

Destaque

Imigração ilegal vira uma prioridade na agenda entre Estados Unidos e Brasil

11/05/2023
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A imigração tornou-se uma pauta razoavelmente sensível na agenda entre os governos Lula e Joe Biden. Segundo uma fonte do Itamaraty, Brasil e Estados Unidos têm discutido medidas conjuntas para apertar o cerco à entrada ilegal de cidadãos brasileiros em território norte-americano. Washington tem solicitado das autoridades do Brasil maior agilidade na identificação e no processo de deportação dos imigrantes clandestinos. O governo Lula, por sua vez, já emitiu sinais de cooperação. Um dos principais gestos nesse sentido tem sido a manutenção dos procedimentos mais severos implantados pela gestão Bolsonaro a partir de 2019. Um exemplo: contra todas as apostas de que a medida seria rapidamente derrubada, o consulado brasileiro permanece encaminhando ao governo norte-americano documentos de brasileiros deportáveis à revelia. Imigrantes clandestinos costumam destruir passaporte ou mesmo carteira de identidade para retardar o processo de deportação.  

As discussões diplomáticas vêm ganhando mais tração nos últimos meses, à luz de fatos novos. De acordo com as informações apuradas pelo RR, é o caso do “fator Belize”. Autoridades norte-americanas identificaram um novo esquema de “tráfico” de imigrantes a partir do país da América Central. Segundo as investigações, compartilhadas com o Ministério das Relações Exteriores, cerca de 80 brasileiros foram presos pelo serviço de imigração dos Estados Unidos nos últimos três meses após usarem essa nova rota, que parte de Belize, atravessa o México pela faixa leste e chega ao Texas, em regiões próximas à cidade de Laredo. Segundo um diplomata em conversa com o RR, o grupo em questão partiu de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. A logística é complexa e envolve múltiplas conexões. Além de mexicanos e de belizenhos, há indícios da participação de haitianos no esquema, que se valeriam das ligações com parentes no Brasil. Estima-se que mais de 130 mil cidadãos do Haiti vivam em território brasileiro.  

Em 2021, já sob a presidência de Joe Biden, os Estados Unidos solicitaram ao governo Bolsonaro ajuda para conter a entrada de brasileiros clandestinos em território norte-americano. Na ocasião, o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, chegou a tratar diretamente do assunto com o então ministro das Relações Exteriores, Carlos França. Naquele momento, por conta da grave crise econômica decorrente da pandemia, o fluxo de imigrantes bateu recordes históricos. Em 12 meses, mais de 47 mil brasileiros foram presos pela guarda de fronteira norte-americana. 

#Estados Unidos #Joe Biden #Lula

Internacional

Brasil vota com Joe Biden na eleição do Banco Mundial

23/03/2023
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Segundo fonte do Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro deverá formalizar nos próximos dias o apoio à candidatura de Ajay Banga para a presidência do Banco Mundial. De acordo com informações apuradas pelo RR, o Itamaraty já tem, inclusive, trabalhado junto a outros países da América do Sul angariando votos para Banga. Trata-se de mais um sinal do alinhamento entre o presidente Lula e a Casa Branca. O empresário de origem indiana, que comandou a Mastercard entre 2010 e 2022, foi indicado para o cargo pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.  Os países membros do Banco Mundial têm até o próximo dia 29 para apresentar outras candidaturas. Os Estados Unidos concentram o maior poder de voto na entidade, seguido por Japão, China, Alemanha e Reino Unido.

#Banco Mundial #Joe Biden #Ministério das Relações Exteriores

Destaque

Brasil vai pleitear aos EUA reabertura de regime especial para importações

3/03/2023
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O RR apurou que o governo Lula pretende liderar uma negociação junto aos Estados Unidos para a reabertura do Sistema Geral de Preferências (SPG). Trata-se do regime tributário especial que permite o acesso de produtos de nações em desenvolvimento ao mercado norte-americano com isenção tarifária. De acordo com informações filtradas do Itamaraty, o Brasil estará à frente de um bloco composto por mais de 20 países da América Latina, mobilizados em torno do tema. Segundo a mesma fonte, há cerca de dez dias a Embaixada Argentina em Washington chegou a promover uma teleconferência com diplomatas não apenas da região, mas de outras economias em desenvolvimento – como Filipinas, Paquistão, Tunísia e Tailândia – em torno da questão. O SPG, que precisa ser renovado anualmente pelo Congresso dos Estados Unidos, está suspenso desde 2020. Naquele ano, o Brasil foi um dos três maiores beneficiados pelo regime especial, atrás apenas da Tailândia e da Indonésia. Na ocasião, as exportações brasileiras pelo SPG atingiram US$ 2,2 bilhões. Essa cifra, ressalte-se, foi achatada pelo impacto da pandemia e o consequente colapso na economia mundial. Estimativas do Ministério das Relações Exteriores e da Camex indicam um potencial para que esse valor chegue a US$ 5 bilhões a partir de 2024.

O governo Lula pretende usar do seu prestígio junto à gestão de Joe Biden para vocalizar o interesse desse bloco latino-americano. Trata-se, no entanto, de uma missão intrincada. As negociação passam não apenas pela Casa Branca, mas, sobretudo, pelo Congresso dos Estados Unidos. Mais precisamente pela Câmara dos Representantes, hoje de maioria republicana, sabidamente mais protecionista e hostil à flexibilização de barreiras comerciais. Em contrapartida, a reativação do SPG pode ser uma moeda de troca dos Estados Unidos para impor aos países beneficiados uma redução do comércio com a China.  

#Estados Unidos #Joe Biden #Lula

Política

Cúpula da América Latina fará desagravo ao governo Lula

16/01/2023
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Depois de Joe Biden, será a vez de líderes da América Latina expressarem seu apoio a Lula. Segundo informações que circulam no Itamaraty, a Comunidade de Estados Latino-Americanos (Celac) vai aproveitar a reunião de cúpula dos próximos dias 23 e 24 de janeiro para fazer uma manifestação em defesa da democracia e das instituições brasileiras e em desagravo ao presidente recém-empossado.

#Joe Biden #Lula

O doce avanço do açúcar brasileiro nos Estados Unidos

26/08/2022
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O Itamaraty e o Ministério da Agricultura negociam com o governo Biden a liberação de mais duas cotas extras para as exportações de açúcar brasileiro aos Estados Unidos com tarifas reduzidas. A medida beneficiaria usinas das Regiões Norte e do Nordeste, que fariam dois novos embarques com imposto diferenciado até o fim de outubro. Seria um ponto a mais para o governo brasileiro. No atual ciclo 2021/22, os Estados Unidos já concederam duas cotas adicionais para o açúcar importado do Brasil, dentro do regime de baixa tarifa conhecido pela sigla TRQ.

Com o volume extra, as usinas do Norte e Nordeste fecharam, até o momento, embarques 36% acima da chamada cota preferencial, de 139,28 mil toneladas. Caso a ex- tensão do acordo seja confirmada, a estimativa é que o volume de açúcar exportado para os Estados Unidos em condições tributárias mais vantajosas supere em 50% a quantidade inicialmente prevista. Os Estados Unidos não figuram entre os dez maiores importadores do açúcar brasileiro – China, Argélia, Nigéria, Bangladesh e Malásia despontam nas cinco primeiras posições.

Os embarques para o mercado norte-americano representam algo em torno de 2% do total. Ainda assim, as tratativas do governo têm um significado especial diante das circunstâncias comerciais. Mesmo que um processo lento, o gradativo avanço do açúcar brasileiro no mercado norte-americano se dá no momento em que os Estados Unidos têm aumentado sucessivamente as importações do produto. O mais recente relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ampliou de três milhões para 3,5 milhões de toneladas a estimativa de compra do produto no mercado internacional ao longo do ciclo 2022/23.

As doces notícias para o agronegócio não se restringem ao açúcar. A  China não só liberou as importações de milho brasileiro como deve credenciar em breve uma nova leva de exportadores do cereal. Os primeiros embarques estão previstos para outubro. Trata-se de mais uma importante vitória do Ministério da Agricultura, a partir de intensas articulações iniciadas ainda na gestão de Tereza Cristina. A China é o maior importador global de milho, com mais de 30 milhões de toneladas por ano.

#Joe Biden #Ministério da Agricultura #Tereza Cristina #TRQ

Linha direta com a Casa Branca

30/05/2022
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O assessor especial da Casa Branca Chris Dodd tem sido visto como um híbrido do ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil Lincoln Gordon e do adido militar norte-americano no país Vernon Walters – ambos cozinheiros do golpe militar de 1964. Dodd vem conversando com desenvoltura com diplomatas e militares. Antes que alguém pense o que não deve, o RR não está enxergando o deslocamento de uma frota americana para a fronteira marítima brasileira ou coisa que o valha. Dodd tem até colaborado para o estreitamento das relações do país com a Casa Branca. Prova da sua eficiência: já está sendo costurado um encontro entre Jair Bolsonaro e Joe Biden para o mês que vem. Isso apesar de Biden detestar Bolsonaro.

#Casa Branca #Jair Bolsonaro #Joe Biden

União Europeia reforça imagem do Brasil como pária ambiental

16/05/2022
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Vem aí mais um abacaxi ambiental para o governo Bolsonaro descascar. Trata-se do relatório que está sendo produzido pelo comissário de Meio Ambiente, Oceanos e Pescas da União Europeia, Virginijus Sinkevicius. O documento será apresentado à Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP15), programada para o segundo semestre, na China. Segundo um diplomata que esteve com Sinkevicius, o comissário não terá o menor comedimento nas críticas à política ambiental do Brasil.

O governo ajudou na péssima impressão. Em sua recente visita ao país, Sinkevicius tentou audiências com o presidente Jair Bolsonaro e o vice-presidente e presidente do Conselho da Amazônia, Hamilton Mourão, sem êxito. Desceu vários degraus e se encontrou com o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque – que pouco tinha a ver com meio ambiente e muito menos com oceano e pesca – e com parlamentares.

Se voltasse hoje, talvez não fosse nem recebido pelo novo ministro, Adolfo Sachsida. A repercussão do relatório pode ser ainda mais negativa na medida da intenção da União Europeia de realizar uma discussão bilateral sobre o assunto com o governo do presidente norte-americano, Joe Biden. Para piorar o ambiente de desagradáveis coincidências, isso ocorre no momento em que um grupo de empresários e organizações brasileiras tem feito gestões junto ao presidente Biden pedindo a aprovação de um fundo de US$ 9 bilhões para a conservação de florestas tropicais.

#Conselho da Amazônia #Hamilton Mourão #Jair Bolsonaro #Joe Biden #União Europeia

Governo Bolsonaro vira as costas para o lítio boliviano

10/01/2022
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O governo Bolsonaro não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Segundo o RR apurou, até o momento o Palácio do Planalto tem ignorado recomendações do Itamaraty para que o Brasil abra conversações com a Bolívia para uma parceria voltada à extração de lítio naquele país. A postura contraria também interesses de empresas privadas do setor que atuam em território brasileiro, a exemplo da canadense Sigma Lithium e AMG, potenciais candidatas a montar operações integradas nos dois países.

O presidente da Bolívia, Luiz Arce, tem buscado apoio internacional para um grande projeto de extração do minério. Países como China, Estados Unidos, Rússia e Argentina já manifestaram a intenção de associar à empreitada – o presidente Joe Biden chegou a ligar diretamente a Arce para conversar sobre o assunto. Ou seja: trata-se de uma importante disputa geoeconômica nas franjas do território brasileiro. No entanto, o governo Bolsonaro finge que não é com ele.

Em parte, o desprezo pelo projeto pode ser debitado no viés ideológico que costuma conduzir a política externa brasileira na gestão Bolsonaro. Por esse prisma, aproximações com o governo de esquerda de Luiz Arce são quase um anátema, não obstante as sinergias com o projeto e os interesses estratégicos cruzados. O Brasil seria um candidato natural a uma parceria com a Bolívia. O subsolo brasileiro abriga 8% da reservas mundiais de lítio, matéria-prima altamente cobiçada, usada na fabricação, entre outros, de baterias de automóveis e telefones celulares.

#Bolívia #Jair Bolsonaro #Joe Biden #Palácio do Planalto

Cacique Juruna

23/11/2021
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O PSOL abriu suas portas para a ativista indígena Txai Suruí, célebre por discursar na abertura da CP26, ao lado de Joe Biden e Boris Johnson. Quer lançar seu nome à Câmara.

#Boris Johnson #Joe Biden #PSOL

Governo Biden quer cortar na raiz imigração ilegal de brasileiros

18/10/2021
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A gestão Biden está colocando a imigração ilegal no centro das relações diplomáticas com o Brasil. Segundo uma fonte do Itamaraty, os Estados Unidos costuram um acordo de cooperação com o governo brasileiro. O objetivo é combater quadrilhas especializadas no tráfico de pessoas que agem dentro do Brasil e, com isso, conter o fluxo de imigrantes clandestinos nos Estados Unidos.

Os norte americanos deverão dar apoio às investigações em território brasileiro, possivelmente com o envio de agentes do Homeland Security Investigations (HSI), braço do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos. Consultado pelo RR, o Ministério das Relações Exteriores não se pronunciou. De certa forma, chama a atenção que uma negociação diplomática desta natureza entre Brasil e Estados Unidos se desenrole agora, com Joe Biden na Casa Branca.

Em tese, esta seria uma agenda mais afeita a Donald Trump, o presidente do muro na fronteira com o México. Ocorre que o problema ganhou novas proporções nos últimos meses. De outubro de 2020 a setembro deste ano, 46 mil brasileiros foram detidos nos Estados Unidos ao tentarem entrar de forma clandestina no país.

Trata-se de um número seis vezes maior do que o registrado no período entre outubro de 2019 e setembro de 2020. O governo Biden está tentando matar o “mal” pela raiz. O acordo de cooperação pode ser interpretado como uma forma sutil – ou nem tanto – dos Estados Unidos pressionarem o governo Bolsonaro a combater as quadrilhas que atuam no tráfico de pessoas dentro do território brasileiro.

#Donald Trump #Joe Biden #Ministério das Relações Exteriores

Diplomacia verde

29/06/2021
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A já anunciada aposentadoria do embaixador Todd Chapman não deve ser a única mudança na representação norte-americana em Brasília. O RR tem informação de que os Estados Unidos devem enviar para o Brasil o diplomata Glenn Fedzer, atualmente na Embaixada norte-americana em Serra Leoa. Sua chegada gera razoável expectativa nos meios diplomáticos. Ele assumiria a nevrálgica função de conselheiro da Embaixada para a área de meio ambiente, um dos maiores pontos de divergência entre os governos Glenn Fedzer e Bolsonaro. Ao menos não terá Ricardo Salles pela frente.

#Glenn Fedzer #Joe Biden #Todd Chapman

Um algodão entre os cristais nas relações entre Brasil e EUA

1/03/2021
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O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, tem se revelado um personagem fundamental no distensionamento das relações entre os governos Bolsonaro e Biden. Segundo informações filtradas junto ao Itamaraty, Chapman costura um encontro, em Washington, entre o chanceler Ernesto Araújo e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. O diplomata já esteve reunido com Araújo no início do mês, quando, inclusive, intermediou um primeiro contato telefônico entre o ministro e Blinken.

Poucos dias antes, encontrou-se com o general Hamilton Mourão em uma audiência dominada por um assunto espinhoso: meio ambiente. De certa forma, Chapman tem sido correspondido em sua cruzada diplomática. Bravatas ideológicas à parte, o governo Bolsonaro vem, pragmaticamente, se aproximando da gestão Biden. Há temas fulcrais sobre a mesa. Na conversa entre Araújo e Blinken, devem ser abordados assuntos comerciais de interesse dos Estados Unidos, a exemplo da venda de etanol, e do Brasil, como a redução das alíquotas para a entrada do aço nacional no mercado americano.

Há ainda uma questão delicada que paira no ar após a saída de Donald Trump do poder: qual será o futuro do acordo estratégico para o uso da Base de Alcantara pelos norte-americanos? Há uma pressão de ONGs e do meio acadêmico nos EUA para que a Casa Branca rompa a parceria. Entidades do terceiro setor e um grupo de 10 universidades enviaram um documento à Casa Branca contra a manutenção do acordo e com pesadas críticas ao governo Bolsonaro, notadamente nas áreas de meio ambiente e direitos humanos.

#Jair Bolsonaro #Joe Biden #Todd Chapman

Nem vacina cura má fama de Bolsonaro no exterior

20/01/2021
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Entre bolsões mais responsáveis do governo, é crescente a preocupação de que toda a celeuma criada por Jair Bolsonaro e o atraso no início da vacinação contra a Covid-19 contaminem ainda mais a imagem do Brasil no exterior. Autoridades de alto calibre temem manifestações de líderes internacionais e da mídia estrangeira contra o bate-cabeças da gestão Bolsonaro no momento em que o país enfileira recordes de infectados e mortos.

O exterior não tem perdoado o negacionismo e a ridicularização da ciência feitos por Bolsonaro. O governo recebeu sinais de que a Organização Mundial da Saúde (OMS) monitora o Brasil com especial interesse e cogita emitir algum tipo de comunicado contra as falhas na campanha de vacinação. Ressalte-se que já há precedente em manifestações de organismos multilaterais contra o governo Bolsonaro. Em dezembro passado, em uma mensagem nitidamente endereçada ao presidente brasileiro, o secretário geral da ONU, Antonio Guterres, criticou os países que “insistem em ignorar os alertas da OMS sobre a pandemia”. O próprio diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, já rebateu declarações de Bolsonaro contra o isolamento social.

O Brasil já é visto como um pária pela comunidade internacional graças, sobretudo, a sua política para o meio ambiente. O descaso demonstrado por Bolsonaro durante a pandemia e, mais recentemente, o seu duelo contra a vacina só reforçam essa pecha. Sua postura tem sido alvo de críticas vindas desde líderes globais, como o presidente francês Emmanuel Macron, à própria mídia estrangeira. Em março, o New York Times classificou Jair Bolsonaro como “um risco à saúde dos brasileiros e da democracia”. No mesmo mês, o espanhol El País tachou Bolsonaro como o “pior entre todos os líderes sul-americanos”. O Le Parisien chamou o presidente brasileiro de “um ditador incompetente que estimula aglomerações de seus apoiadores”.

Ressalte-se que o tom tende a subir a partir de hoje, com a posse de Joe Biden e de Kamala Harris na Casa Branca. Chama a atenção o nome escolhido por Biden para o cargo de diretor-sênior do Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança: Juan Gonzales. Crítico do governo brasileiro, caberá a ele conduzir as negociações e assuntos ligados à América Latina. Se a reação internacional ficasse restrita ao escaninho da luta política e ideológica, vá lá. Há, no entanto, crescentes riscos de duras sanções contra o país. Reino Unido e Itália já proibiram voos provenientes do Brasil.

A própria Inglaterra, a exemplo da União Europeia, acena também com a suspensão de compra de produtos agropecuários brasileiros. Os colaboradores mais sensatos do governo brasileiro temem pelo presente e pelo futuro. A chiadeira internacional poderá ter impactos imprevisíveis sobre 2022. Em alguma medida, o exterior também é um eleitor da Presidência da República. Será o mundo contra Bolsonaro? Pode ser que sim.

#Covid-19 #Jair Bolsonaro #Joe Biden #OMS

Às favas com a diplomacia

20/01/2021
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Segundo fonte palaciana, até ontem, 21h30, não havia qualquer pronunciamento formal do presidente Jair Bolsonaro programado para hoje, data da posse de Joe Biden. Pensando bem, talvez seja até melhor.

Em tempo: um diplomata de quatro costados, fonte do RR, lembra que, em 2009, o chanceler Celso Amorim fez questão de acompanhar a posse de Barack Obama pela TV ao lado do presidente Lula. Já se sabe que nada similar acontecerá neste ano: convenientemente, Ernesto Araújo tirou férias nesta semana..

#Jair Bolsonaro #Joe Biden #Lula

Ensaio da cegueira

7/01/2021
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O ministro Ernesto Araújo tem dito dentro do Itamaraty que “ainda não é o momento” de uma aproximação com a equipe de governo de Joe Biden. Na verdade, no que depender do chanceler, esse momento nunca chegará.

#Ernesto Araújo #Joe Biden

O primeiro esbarrão entre Bolsonaro e Biden

10/11/2020
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A recusa brasileira em reconhecer a vitória de Joe Biden e a aparição de Hamilton Mourão dizendo que isso será feito na hora certa levaram o embaixador norte-americano no Brasil, Todd Chapman, a sinalizar ao chanceler Ernesto Araújo o desconforto do futuro presidente dos EUA. Por ironia, a falta de sensibilidade do Itamaraty acaba aproximando o Brasil da Rússia e da China, sem que seja isso o projeto bolsonarista. O resultado da geleia geral é que Jair Bolsonaro vai angariar uma antipatia maior do governo Biden, sem que Vladimir Putin e Xi Jinping deem a menor bola para isso.

#Hamilton Mourão #Joe Biden

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