Tag: Bolívia
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Infraestrutura
Bolívia despeja energia do lado de cá da fronteira
25/09/2024Informação que corre no Ministério de Minas e Energia: a estatal boliviana Empresa Nacional de Eletricidad fez chegar ao governo Lula uma proposta para a venda do excedente de energia produzido naquele país. A negociação envolveria a transferência de até 1.000 MW. Na prática, seria o primeiro resultado do memorando de entendimentos firmado em julho deste ano para a integração energética entre os dois países. A Bolívia produz hoje cerca de 3.500 MW, o dobro da sua demanda interna. A energia comercializada seria transportada para o Brasil por meio das estações de Epitaciolândia (Acre) e Guajará-Mirim (Rondônia).
Negócios
Vetorial e Siderúrgica de Mutún trocam figurinhas na fronteira entre Brasil e Bolívia
18/07/2024Vetorial e Siderúrgica de Mutún trocam figurinhas na fronteira entre Brasil e Bolívia. A Vetorial Siderurgia, uma das maiores produtoras independentes de ferro-gusa à base de carvão vegetal no Brasil, estaria mantendo tratativas para uma parceria com a boliviana Empresa Siderúrgica de Mutún. Segundo uma fonte próxima à empresa, o acordo contemplaria o fornecimento de gusa para a produção de aço. A proximidade geográfica ajuda. A Vetorial tem unidades nas cidades de Ribas do Rio Pardo, Corumbá, Água Clara, Sonora e Dois Irmãos do Buriti, todas no Mato Grosso do Sul. Por sua vez, Mutún está construindo um complexo industrial – com inauguração prevista para este ano – em Puerto Suárez, a apenas 20 quilômetros da fronteira com o Brasil. A entrega de ferro gusa, no entanto, seria apenas um aquecimento. Há informações de que as duas empresas teriam planos de estender a parceria para a produção conjunta de minério de ferro.
Há quase duas décadas, o Brasil teve um pé em um projeto similar, por meio do então dono da sétima maior fortuna do mundo – ele mesmo: Eike Batista. A MMX chegou a iniciar a construção de uma siderúrgica na região, próxima à cidade de Puerto Quijarro. A usina usaria o minério da jazida de Mutún. No entanto, esse foi um dos tantos megaprojetos de Eike que viraram poeira. À época, por volta de 2006, o governo de Evo Morales suspendeu a licença para a empresa de Eike.
A Vetorial Siderurgia tem capacidade instalada para a produção de mais de 500 mil toneladas de ferro gusa por ano. Na década passada, chegou a analisar sua participação em um projeto da ordem de R$ 11 bilhões, que juntaria mineração e logística ferroviária. O investimento não saiu do papel. Seu controlador, Gustavo Trindade Correia, é tudo como um empresário influente junto a políticos do Mato Grosso do Sul. E carrega alguns fatos controversos no currículo. Em 2019, foi preso pela Interpol, na Itália, acusado de estelionato e fraude no Paraguai.
Política externa
Bolívia tem mais energia para descarregar no acordo com o Brasil
17/07/2024Energia está se tornando uma das mais valiosas moedas de troca na geopolítica da América do Sul. O governo da Bolívia ofereceu ao Brasil a venda de parte do excedente de eletricidade gerada no país. O volume disponível gira em torno de 1.950 MW. A proposta está em análise no Ministério de Minas e Energia. Em linhas gerais, a operação se dividiria em duas partes. Em um primeiro momento, a energia seria entregue em cidades na região de fronteira, a partir principalmente do departamento de Pando. A segunda etapa conectaria Puerto Suárez a Corumbá, com possibilidade de transferência de 1.000 MW, aproximadamente. A venda de energia seria empacotada em uma parceria mais ampla, envolvendo o apoio do Brasil a obras de recuperação de linhas de transmissão em território boliviano. A Bolívia está com algum crédito. Tudo debaixo do grande guarda-chuva do acordo energético assinado recentemente entre os presidentes Lula e Luis Arce, o que permitirá, por exemplo, o aumento da capacidade de geração da hidrelétrica de Jirau.
Política externa
De petróleo a fertilizantes, o cardápio do encontro entre Lula e Luis Arce
9/07/2024Ontem, em Brasília, corria a informação de que, no encontro de hoje em Santa Cruz de La Sierra, os presidentes Lula e Luis Arce deverão assinar um memorando de entendimentos para investimentos conjuntos em exploração e produção de petróleo e gás no país vizinho. Mais do que isso: os dois chefes de governo vão discutir também projetos de infraestrutura e logística e um acordo para a importação de fertilizantes bolivianos. Em paralelo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, vai se reunir com seu congênere boliviano, Franklin Molina. Um dos temas tratados será a possibilidade de o Brasil usar o sistema integrado de gasodutos da Bolívia para o transporte de gás de Vaca Muerta, na Argentina. Seria uma alternativa à construção de um novo pipeline em território paraguaio para trazer o gás argentino ao Brasil.
Destaque
Militares foragidos entram na pauta bilateral entre Brasil e Bolívia
9/07/2024A tentativa de golpe na Bolívia, no último dia 26 de junho, deverá ser um dos temas mais importantes do encontro entre os presidentes Lula e Luis Arce, hoje, em Santa Cruz de La Sierra. O assunto ganhou nova dimensão, e não apenas por questões de ordem política. Em Brasília, há rumores de que o governo da Bolívia solicitou ao Ministério da Justiça do Brasil apoio às investigações e às operações de busca de três militares que participaram da intentona.
Segundo informações que circulam na Pasta, há suspeitas de que os generais Tomás Peña y Lillo e José Antonio Ágreda Mendivil e o coronel Ramiro Eduardo Calderón De La Riva, todos da reserva, poderiam ter atravessado a fronteira pela região de Puerto Quijarro, localizada a apenas oito quilômetros do Mato Grosso. As autoridades bolivianas investigam se os militares ainda estariam escondidos em território brasileiro ou apenas passaram pelo país em sua rota de fuga.
Procurado pelo RR, o Ministério da Justiça informou que o assunto deveria ser tratado com o Itamaraty. Uma vez consultado, o Ministério das Relações Exteriores não se pronunciou até o fechamento desta matéria. A redobrada dose de cautela do governo brasileiro em tratar de um tema tão sensível como este é mais do que compreensível.
LEIA AINDA HOJE: DE PETRÓLEO A FERTILIZANTES, O CARDÁRIO DO ENCONTRO ENTRE LULA E LUIS ARCE
Destaque
Investimento em projeto de gás na Bolívia perde tração na Petrobras
11/06/2024Dentro da própria Petrobras, existem mais dúvidas do que certezas em relação à continuidade de um de principais projetos da companhia na área internacional: a exploração e produção de gás em San Telmo Norte, na Bolívia, região com reservas avaliadas em mais de US$ 6 bilhões. Há informações de que a empresa estaria reavaliando sua participação no negócio – um investimento superior a US$ 1 bilhão em parceria com a estatal local YPFB. Existe uma conjunção de fatores com potencial para arrefecer o interesse da estatal pela operação.
Para começar, guardadas as devidas proporções, San Telmo Norte é uma espécie de “Margem Equatorial” boliviana. Existe uma forte de pressão de ambientalistas, ONGs e comunidades locais contra o projeto. A área está localizada dentro da Reserva Nacional de Flora e Fauna de Tariquía. Uma amostra das dificuldades enfrentadas pela Petrobras: há cerca de duas semanas, por questões de segurança, a companhia foi forçada a retirar do local equipes que trabalhavam na coleta de informações ambientais e hidrológicas do poço DMO-X3.
A decisão se deu por conta da organização de um protesto contra o empreendimento, com a paralisação de estradas da região. Em conversa com o RR, a Petrobras confirmou que “Considerando os bloqueios realizados por um grupo de membros da comunidade, a Petrobras Bolívia decidiu interromper a atividade de coleta de informações.” Segundo ela, “a atividade será retomada assim que as condições de acesso forem estabelecidas.”
A empresa ressalta ainda que, desde agosto de 2023, mantém “um diálogo permanente com lideranças e moradores das cidades localizadas na área de influência para socializar o projeto e seu escopo, destacando que, em estrito respeito à legislação ambiental boliviana, nenhuma atividade de construção e/ou perfuração será realizada antes da obtenção da Licença Ambiental.”
Perguntada especificamente se os conflitos locais podem pesar na decisão de continuidade ou não do investimento, a Petrobras não se manifestou. Outro fator que pode concorrer para uma eventual saída da Petrobras do projeto é o redirecionamento estratégico da companhia vinculado à chegada de Magda Chambriard à presidência.
A executiva já disse publicamente que a empresa precisa dar prioridade a investimentos no Brasil. Some-se a isso uma variável importante: a reserva de Vaca Muerta, na Argentina, com potencial de reordenar a geoeconomia do gás na América do Sul. A estatal argentina Enarsa já iniciou o processo de licitação para as obras de reversão do fluxo do Gasoduto Norte. A virada de chave permitirá que o gás de Vaca Muerta chegue ao Brasil, o que poderá reduzir significativamente a dependência do país em relação ao combustível boliviano. Com isso, o investimento da Petrobras em San Telmo Norte, uma estratégia pensada em outro momento e outra circunstância, perderia muito do seu sentido. A ver.
Petróleo
Bolívia quer a Petrobras. A Petrobras que a Bolívia?
3/06/2024Lula deverá receber o presidente da Bolívia, Luis Arce, em julho. A julgar pelas informações que circulam no Itamaraty, a agenda deve ser extensiva à nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard. O governo boliviano já sinalizou aos canais diplomáticos brasileiros que pretende incluir na pauta uma possível parceria entre a empresa e a estatal local YPFB para a exploração e produção de óleo e gás no território vizinho. A empresa boliviana tem enfrentado dificuldades de caixa para tocar seus investimentos mais expressivos, notadamente em novos poços no norte do país. Interessa à Bolívia, mas será que interessa à Petrobras? Em sua primeira entrevista no cargo, Magda deixou claro que os investimentos no Brasil são prioritários para a companhia.
Destaque
Lula usa seus créditos com a Bolívia para negociar parceria no lítio
16/02/2024Assim como os constantes afagos a Nicolás Maduro miram o apoio da Venezuela à entrada do Brasil na Opep, o empenho de Lula para o ingresso da Bolívia no Mercosul também está eivado de segundas intenções. Principal articulador da adesão do país andino ao bloco econômico, o presidente quer usar o crédito acumulado para destravar um assunto estratégico: um acordo com os bolivianos na produção de lítio. Segundo o RR apurou, Lula deverá se encontrar com o presidente boliviano, Luis Arce, no mês que vem, em La Paz – o Itamaraty já trabalha nos preparativos da reunião.
Além do fator Mercosul, o presidente brasileiro tem outras moedas de troca para colocar sobre a mesa. Desde dezembro, a Petrobras tem ampliado gradativamente o volume de gás da Bolívia, flexibilizando o limite de 20 milhões de metros cúbicos diários previstos no contrato com a YPFB. Na conversa com Arce, Lula deverá também reafirmar o compromisso do Brasil em financiar projetos bilaterais na área de infraestrutura, a começar pela Ponte Internacional Guajará-Mirim.
Até o momento, o lítio é sinônimo de insucesso na política externa do governo Lula. Nem mesmo o “soft power pessoal” do presidente junto aos países da América do Sul tem sido suficiente para dar ao Brasil uma posição privilegiada nesse jogo. Muito pelo contrário. Outras nações têm ocupado esse espaço geoeconômico na região, notadamente em território boliviano, onde estão quase 30% das reservas globais de lítio.
Em dezembro, a estatal russa Uranium One Group fechou um acordo com o governo da Bolívia para a exploração do mineral. Poucos meses antes, a Citic Guoan, da China, já havia firmado parceria semelhante com a gestão de Luis Arce. Ao todo, russos e chineses vão investir cerca de US$ 1,4 bilhão na construção de duas fábricas para a produção e exportação de 50 mil toneladas anuais de lítio a partir de 2025.
Energia
Cemig e Eneva na rota do gás boliviano
23/01/2024A Bolívia está despejando seu gás no Brasil por tudo que é lado. Após fechar um novo contrato com a Petrobras, que prevê o fornecimento de 20 milhões de metros cúbicos por dia, a YPFB tem batido à porta de grandes grupos brasileiros da área de geração de energia. Segundo o RR apurou há conversas com Cemig e Eneva. Esta última, ressalte-se, produz gás natural no Brasil. No entanto, o consumo do combustível deve aumentar significativamente diante dos seus planos de expansão. Além das negociações para uma fusão com a Vibra, a Eneva – leia-se BTG e a Cambuhy, de Pedro Moreira Salles – é apontada no setor como uma forte candidata à compra de térmicas a gás da Eletrobras.
Política externa
Alckmin corre países vizinhos para negociar acordos na área de energia
23/01/2024Geraldo Alckmin é mesmo um vice-presidente para toda obra. Lula pretende enviar Alckmin para uma viagem à Bolívia e Equador em fevereiro. Em pauta, a negociação de acordos no setor de energia com os dois países. O assunto envolve diretamente a Petrobras e a possibilidade de parcerias para investimentos em exploração e produção de óleo e gás nos dois países. A visita de Alckmin aos países vizinhos corrobora a ideia de que o vice-presidente deverá ter, a partir deste ano, um papel mais relevante na área de relações internacionais. Até pela necessidade de Lula se concentrar mais na política interna.
Infraestrutura
Bolívia quer Brasil no Corredor Bioceânico
16/01/2024O presidente da Bolívia, Luis Arce, e Lula terão um encontro em breve para discutir a eventual participação do Brasil no Corredor Bioceânico. A linha férrea, com custo estimado em US$ 14 bilhões, ganhará celeridade e importância se os trilhos partirem da costa do Brasil, cruzarem a selva amazônica e a Cordilheira dos Antes, terminando no litoral peruano, depois de cortar a Bolívia. O Porto de Chancay, no Peru, que entrará em operação em novembro, pode catapultar sua importância econômica, caso venha a ser utilizado por empresas brasileiras. A Corporação Andina de Fomento, o BID e instituições financeiras da Alemanha e da Suíça estão dispostas a bancar parte do financiamento da obra de integração.
Energia
Brasil e Bolívia estudam “costurar” suas linhas de transmissão
2/01/2024Os governos do Brasil e da Bolívia têm mantido conversações em torno de uma cooperação na área de energia elétrica, inclusive com a possibilidade de interligação entre sistemas de transmissão. Isto possibilitaria a venda de eletricidade, tal como ocorre com o gás, de parte a parte. Se o presidente Lula tiver um momento de saudosismo, pode até ressuscitar um projeto que chegou a ser discutido com os bolivianos em seu segundo mandato, pelos idos de 2007 e 2008: a construção de uma hidrelétrica binacional no Rio Madeira.
Política externa
Brasil e Bolívia avançam em discussões na área de fertilizantes
8/12/2023Informação que circulava ontem, em petit comité, no Ministério de Minas e Energia: o governo da Bolívia e a diretoria da estatal YPFB deverão enviar ainda neste ano um esboço de proposta de parceria com a Petrobras na produção de fertilizantes. No mês passado, executivos da companhia brasileira estiveram no país vizinho para tratar do assunto.
Destaque
Petrobras viabiliza fornecimento de gás para retomada de investimentos em fertilizantes
7/11/2023Quem pensa que as conversas entre executivos da Petrobras e autoridades bolivianas, há duas semanas, em La Paz, ficaram circunscritas a investimentos no país vizinho, notadamente em E&P, não conhece da missa a metade. Os emissários da estatal cumpriram uma missão tão ou mais importante: obter do governo da Bolívia garantias de fornecimento de gás para a Unidade de Nitrogenados de Três Lagoas (UFN III), no Mato Grosso do Sul. Ao que tudo indica, foram bem-sucedidos. Nos corredores da própria Petrobras, circula a informação de que a empresa deverá anunciar nos próximos dias a retomada da construção da UFN III, projeto que marcará o retorno da estatal ao setor de fertilizantes. Um forte indício nesta direção é a presença de uma estrelada comitiva nesta semana em Três Lagoas. Está prevista para amanhã uma visita ao local do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e da ministra do Planejamento, Simone Tebet, além do próprio presidente da estatal, Jean Paul Prates. Tebet, por sinal, tem a sua cota de contribuição para a retomada do projeto. Ainda que o retorno da Petrobras ao setor de fertilizantes tenha sido uma promessa de campanha do próprio Lula, Tebet tornou-se uma voz de peso dentro do governo para a retomada da construção da UFN III. Procurada pelo RR, a Petrobras não se pronunciou.
Energia
As aproximações sucessivas entre Brasil e Bolívia
25/10/2023O presidente Lula vai enviar o próprio ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à La Paz para conduzir as negociações sobre a retomada dos investimentos da Petrobras na Bolívia. A visita de Silveira deverá resultar em uma espécie de memorando de entendimentos com a YPFB. O terreno para a viagem do ministro de Minas e Energia está sendo preparado pelos executivos da Petrobras que desembarcaram na capital boliviana no fim da semana passada. Os representantes da estatal manterão uma agenda de reuniões com a direção da YPFB para possíveis investimentos conjuntos na extração de óleo e gás e também na produção de lítio – – conforme o RR antecipou.
Política externa
Lula e Luiz Arce conversam sobre investimentos da Petrobras na Bolívia
9/10/2023Segundo uma fonte do Itamaraty, Lula terá, nesta semana, uma conversa por telefone com o presidente da Bolívia, Luiz Arce. Vai tratar da retomada dos investimentos da Petrobras na exploração de gás natural no país vizinho. E do interesse do Brasil em estender o atual contrato de fornecimento do insumo, que vence em 2025. Os preparativos para a conversa entre os dois presidentes começaram na semana passada, quando o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reuniu com o seu congênere boliviano, o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Franklin Molina Ortiz. Na segunda quinzena de outubro, representantes da Pasta de Minas e Energia e da própria Petrobras são aguardados na Bolívia, mais precisamente em Santa Cruz de La Sierra, para encontros com autoridades locais. A ideia é que sejam discutidos projetos para as reservas de San Alberto, Sábalo, Itaú e San Telmo Norte, no departamento de Tarija.
Infraestrutura
Ponte entre Brasil e Bolívia tem tudo para ficar no papel
26/09/2023Está entrando água no projeto de construção de uma ponte entre Guajará-Mirim, em Rondônia, e Guayaramerín, na Bolívia. Segundo informações filtradas do Ministério dos Transportes, o governo boliviano tem feito novas exigências, como o aumento do vão livre para a passagem de embarcações no Rio Mamoré e a previsão de mais uma pista. Técnicos da Pasta estimam que tais mudanças vão atrasar o início das obras em pelo menos um ano e meio. A ponte é o principal projeto bilateral da área de infraestrutura na Região Norte do Brasil. Sua construção está orçada em torno de US$ 60 milhões. Entre idas e vindas, o projeto perambula pela pauta diplomática de Brasil e Bolívia há mais de um século: o empreendimento está previsto desde o Tratado de Petrópolis, de 1903, como uma das compensações pela compra do Acre pelo Brasil.
Política externa
O Brasil ganha ainda mais gás nas relações com Argentina e Bolívia
4/09/2023Economía Negócios, tradicional publicação chilena, trouxe agora uma notícia que mexe consideravelmente com o tabuleiro geoeconômica da área de energia na América do Sul. O presidente da estatal YPFB, Armin Dorgathen, afirmou que, ao longo dos anos, a Bolívia deixará de exportar gás natural à Argentina. A declaração parte de uma premissa razoavelmente óbvia: a produção no campo de Vaca Muerta, que reduzirá gradativamente a necessidade de a Argentina importar gás boliviano. No entanto, o que mais chama a atenção é a declaração mais enfática e de viva-voz de Dorgathen sobre um assunto que tem sido tratado com certo cuidado, quando não através de um jogo de dissimulações cruzadas entre Bolívia e Brasil. Parece até que o executivo quis dar um recado a outro país da América do Sul…
Obs RR: Os desdobramentos de Vaca Muerta sobre o mercado sul-americano não serão imediatos. Mas, olhando-se para o médio prazo, o Brasil começa a ficar em uma posição mais confortável em relação ao gás sul-americano. Ao reduzir as exportações para a Argentina, a Bolívia terá de vender esse volume em outro mercado. E que outro mercado seria se não a maior economia da América Latina? Os movimentos da Petrobras para retomar investimentos em óleo e gás em território boliviano aumentam o poder de negociação do Brasil em relação aos bolivianos. E ainda Vaca Muerta. A possibilidade de o BNDES financiar a construção do gasoduto, vinculada a uma extensão do pipeline ao Rio Grande do Sul, colocam o país em uma posição privilegiada para negociar com a Argentina o fornecimento de gás de Vaca Muerta. E se a Margem Equatorial sair, aí, então, o Brasil fica em uma situação ainda mais positiva à mesa de negociações com seus vizinhos.
Destaque
Petrobras pode ser o ponto de fusão entre Brasil e Bolívia no lítio
30/08/2023A retomada dos investimentos da Petrobras em terras bolivianas vai além da exploração de petróleo e gás. A estatal poderá ser uma ponte entre Brasil e Bolívia para uma parceria na produção de lítio. Ainda que incipientes, já existem alguns passos nessa direção.
Segundo o RR apurou, uma comitiva da Petrobras viajará ao país vizinho no mês que vem para visitar reservas do mineral pertencentes à estatal YLB (Yacimientos de Lítio Bolivianos). A delegação deverá percorrer as jazidas de Uyuni, Coipasa e Pastos Grandes, que somam cerca de 23 milhões de toneladas de lítio já comprovadas. De acordo com a mesma fonte, a agenda incluiria também encontros com representantes da chinesa Citic Guoan Corporation e da russa Uranium One Group.
Ao lado da YLB, ambas estão construindo dois complexos industriais opara a extração e processamento do mineral nas reservas de Uyuni e Coipasa, um investimento da ordem de US$ 1,5 bilhão. Em contato com o RR, a Petrobras informou que “está, no momento, desenvolvendo estudos sobre os investimentos para seu Plano Estratégico 2024-2028.” Segundo a companhia, “o direcionador estratégico para a área de gás e energia e renováveis é atuar de forma competitiva e integrada, otimizando o portfólio e atuando na inserção de fontes renováveis, com um indicativo de investir entre 6% e 15% do total previsto em projetos de baixo carbono.
” A Petrobras lembra que “baterias e outras tecnologias de armazenamento de energia fazem parte do contexto da transição energética”. Mas é cautelosa e diz que “atualmente não há nenhuma definição quanto a investimentos ou parcerias neste segmento nem acerca de seu posicionamento no segmento de extração de lítio.”
O próprio ministro de Energia da Bolívia, Franklin Molina, já andou dando spoiler sobre o assunto. Há pouco mais de um mês, em entrevista a uma TV local, deixou escapar a possibilidade de a Petrobras investir em lítio no país. O script idealizado pelo Brasil vai ainda mais longe. O governo brasileiro vislumbra a oportunidade de trazer parceiros internacionais para a produção do mineral do lado de cá da fronteira. Mais do que isso: a parceria com a Bolívia seria o passaporte para um movimento multilateral sabidamente almejado pela gestão Lula: a entrada do Brasil na “Opep do Lítio”, o bloco que está sendo costurado por bolivianos, chilenos e argentinos, detentores de quase 70% das reservas globais do insumo. O governo brasileiro acreditar estar empilhando créditos para que isso aconteça: além da retomada dos projetos da Petrobras na Bolívia, há conversações para o aumento dos volumes de gás adquiridos do país vizinho.
Destaque
Fator Mantega provoca forte mal-estar no comando da Vale
10/08/2023As sinalizações de que o governo Lula quer emplacar Guido Mantega na presidência da Vale têm provocado um grande mal-estar no comando da companhia. O mais incomodado é o atual CEO da mineradora, Eduardo Bartolomeo, que seria “sacrificado” para dar lugar ao ex-ministro. Segundo o RR apurou, conselheiros da empresa também já se manifestaram, intramuros, contra a possível mudança – em tese, a eventual indicação de um novo presidente da Vale teria de ser submetida ao board. Como se não bastasse a tentativa de ingerência do governo em uma empresa privada, a reação adversa é alimentada por outras informações que chegaram ao conhecimento de dirigentes da mineradora. Mantega já teria falado a terceiros de pelo menos dois nomes que levaria para as vice-presidências da Vale. O ex-ministro é boquirroto. Ele também teria dito que, se estivesse à frente da companhia, não faria agora a venda de parte da operação de metais básicos, leia-se a Vale Base Metals (VBM). Há cerca de duas semanas, a empresa anunciou a transferência de 13% do negócio para a Manara Minerals, joint-venture entre o fundo soberano da Arábia Saudita e a companhia de mineração estatal Ma’adene, e o fundo californiano Engine No.1. Ressalte-se que o mercado considerou o acordo bastante positivo para a Vale. A companhia amealhou US$ 3,4 bilhões, o que significou um valuation de US$ 26 bilhões para 100% da VBM. O RR enviou uma série de perguntas à Vale, mas a empresa não se manifestou.
Mantega prega a ideia de que a Vale Base Metals tem um valor ainda não mensurado de seus ativos, que permitiria uma precificação maior. Mais uma do ex-ministro: Mantega defende que a VBM ou a própria Vale seja um agente do Brasil para a costura de acordos multilaterais, a começar pela entrada do país na “Opep do Lítio”. Trata-se do grupo que está sendo criado por Bolívia, Argentina e Chile, detentores de quase 70% das reservas globais do metal. Até o momento, o Brasil, dono de algo em torno de 8% das jazidas já comprovadas, está fora da mesa de negociações. Hoje, por sinal, já haveria tentativas do governador Romeu Zema para que a Vale se tornasse um dos investidores no Vale do Jequitinhonha, onde estão concentrados cerca de 85% do lítio brasileiro. Ressalte-se que a VBM tem ainda outro ativo estratégico e com potencial de grandes reservas, o cobalto, também valioso para a transição energética.
Na Vale, a leitura é que as “confidências” de Guido Mantega foram feitas sob medida para serem vazadas. Elas quase que configuram um programa de campanha de Mantega na tentativa de emplacar seu nome na presidência da mineradora com o apoio ou talvez seja mais adequado dizer a intervenção direta de Lula. É como se o ex-ministro já estivesse atropelando o Conselho da companhia de antemão. Além disso, as afirmações atribuídas a Mantega foram interpretadas dentro da Vale como mais uma evidência da disposição do governo de “reestatizar” a empresa, sem necessariamente mexer na sua composição societária, mas, sim, com um take over da sua gestão. Desde 2020 a Vale deixou de ter um bloco de controle com a pulverização do seu capital. Ainda assim, o governo tem um certo peso decisório. A Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, é o maior acionista individual, com 8,72%. Não seria nada improvável que o fundo de pensão tivesse capacidade de aglutinar outros sócios relevantes para a construção de um bloco de influência, capaz, entre outras decisões, de impor mudanças na gestão da empresa.
Política externa
Bolívia pede apoio do Brasil para construir fábrica de fertilizantes
25/07/2023A Bolívia tem feito sondagens junto ao governo Lula sobre o eventual interesse do Brasil em participar do projeto de construção de uma fábrica de amônia e ureia na região de Cochabamba. Os dois insumos são fertilizantes nitrogenados – a dependência brasileira do nitrogênio é de 95,7% da demanda interna. O empreendimento, a cargo da estatal boliviana YPFB, está orçado em aproximadamente US$ 1,3 bilhão. O governo do presidente Luiz Arce mira, sobretudo, na Petrobras. Ressalte-se que a companhia já anunciou o plano de retomar investimentos nos países vizinhos. Assim como sinalizou o seu retorno ao setor de fertilizantes. O projeto da YPFB juntaria uma coisa com a outra. A questão é como o governo Lula justificaria um investimento como esse em território boliviano com o Brasil tendo que importar 85% do fertilizante que consome.
Internacional
Petrobras acelera conversas com YPFB para investimentos na Bolívia
6/06/2023A retomada dos projetos da Petrobras em países vizinhos é para ontem. O RR apurou que executivos da diretoria de Exploração e Produção deverão viajar à Bolívia ainda neste mês. Na agenda, conversas com a diretoria da YPFB para discutir projetos conjuntos de exploração de gás. O próprio no1 da estatal, Jean Paul Prates, conversou sobre o assunto com o presidente da Bolívia, Luiz Arce, na semana passada, em Brasília.
Mercado
BTG coloca concessões no Chile e na Bolívia sobre o balcão
9/05/2023O BTG colocou à venda suas participações em concessões de infraestrutura no Chile e na Bolívia. No primeiro caso, o pacote engloba quatro rodovias, que somam aproximadamente 500 quilômetros: 40% da Valles del Desierto; 25% da Los Rios; e 50% na Autopista Interportuaria e na Variante Melipilla. Em território boliviano, por sua vez, o banco de André Esteves busca comprador para a sua fatia de 25% na Trenes Continentales, controladora da Red Oriental, uma das principais ferrovias do país, com cerca de 1,5 mil km. Todas essas participações estão penduradas em um fundo administrado pelo BTG Pactual Chile desde 2015. Procurado, o BTG não se pronunciou.
Nos últimos anos, as cinco concessões passaram por solavancos. Seus resultados foram afetados pela pandemia e pela alta dos preços dos combustíveis. Como se não bastasse, a decisão do BTG de sair do negócio pode ser atribuída também ao momento de certa instabilidade institucional tanto no Chile quanto na Bolívia, ambas sob os governos de esquerda, respectivamente, de Gabriel Boric e Luiz Arce. Nos últimos meses, protestos da população com paralisação de meios de transporte têm se repetido nos dois países. No último mês de novembro, em um dos períodos de maior tensão no Chile, caminhoneiros bloquearam algumas das principais rodovias locais por dez dias. Na Bolívia, as maiores paralisações ocorreram em janeiro passado, notadamente na região de Santa Cruz de La Sierra.
Empresa
Petrobras e estatal boliviana ensaiam parceria na transição energética
10/04/2023Os governos do Brasil e da Bolívia têm mantido tratativas em torno de investimentos conjuntos na área de transição energética. As conversas envolvem a Petrobras. Segundo informações filtradas do Ministério de Minas e Energia, uma das ideias sobre a mesa é uma parceria entre a companhia e a estatal boliviana Empresa Nacional de Electricidad (Ende) para projetos conjuntos em energia limpa nos dois países. Ressalte-se que a Ende está construindo a linha de transmissão Puerto Quijarro-San Juan del Mutún-Puerto Busch, esta última na fronteira com o Brasil. A estrutura pode ser envolvida na operação – por exemplo, na distribuição de energia na Região Centro-Oeste.
A gestão Lula enxerga duas serventias no possível acordo entre a Petrobras e a Ende. Em primeiro lugar, seria um passo a mais no projeto recolocar a estatal nos trilhos da geração renovável. Nesse caso específico, a Petrobras não apenas cumpriria o desígnio traçado pelo atual governo – ser a principal propulsora de investimentos em transição energética no país – como também ampliaria sua influência no segmento dentro da América do Sul. Além disso, o acordo poderia funcionar com uma moeda de troca para a entrada do Brasil na “Opep do Lítio”, como vem sendo chamado o bloco organizado pela Bolívia, Argentina e Chile – ver RR.
Internacional
As águas do Rio Paraguai estão turbulentas
31/03/2023De acordo com informações apuradas pelo RR, representantes dos governos do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia deverão se reunir na próxima semana, em Montevidéu, na tentativa de equacionar um imbróglio multilateral. O alvo é a tarifa extra cobrada de forma unilateral pela Argentina para os navios que circulam pelo Rio Paraguai, no trecho entre Santa Fé-Confluência. O governo Lula já fez chegar às autoridades argentinas que é contra o “pedágio”. Uruguai e Paraguai também exigem a suspensão da taxa. Segundo o RR apurou, os paraguaios já subiram o tom: prometem recorrer a uma corte de arbitragem internacional caso a Argentina insista na cobrança. Do lado brasileiro, a tarifa de US$ 1,47 por tonelada de carga afeta, sobretudo, o agronegócio e o setor de mineração, notadamente a Vale. A hidrovia do Rio Paraguai tem sido uma rota importante para as exportações de minério de ferro, além de grãos.
Agronegócio
Agricultura sofre com a falta de fertilizantes da Bolívia
20/03/2023O RR apurou que o Ministério da Agricultura e o Itamaraty têm feito gestões junto ao governo da Bolívia na tentativa de equacionar um gargalo no fornecimento de fertilizantes para o Brasil. Segundo informações filtradas da Pasta da Agricultura, a estatal Depósitos de Lítio da Bolívia vem atrasando os embarques de cloreto de potássio, notadamente para a região Centro-Oeste. A companhia vem tendo sistemáticas interrupções na sua produção devido aos protestos da população da região de Potosí, onde fica sua fábrica. Os manifestantes têm feito bloqueios em estradas próximas, atrapalhando a chegada de matérias-primas e o escoamento da produção. O Brasil é um dos cinco maiores importadores de cloreto de potássio da Bolívia. No Ministério da Agricultura, já se discute um Plano B, com a importação do fertilizante de outros países, notadamente do Canadá.
Internacional
Bolívia também quer dinheiro do BNDES
14/02/2023Além do gasoduto Nestor Kirchner, na Argentina, outro projeto da “vizinhança” poderá cair no colo do BNDES. Segundo fonte do Itamaraty, o governo da Bolívia já fez uma primeira consulta ao Brasil sobre a possibilidade de o banco de fomento financiar a construção de usinas de biodiesel no país. A primeira leva envolveria a instalação de três plantas, um investimento previsto da ordem de US$ 150 milhões. A ideia dos bolivianos é que a primeira planta, com capacidade de produção de 1.500 barris de biodiesel/dia, entre em operação ainda neste ano. No Ministério das Relações Exteriores, há informações de que o próprio presidente da Bolívia, Luiz Arce, pretende se reunir com Lula para tratar do assunto.
Internacional
Brasil e Bolívia em uma caçada a quatro mãos
14/11/2022O RR apurou que o governo da Bolívia já encaminhou a assessores de Lula na área de política externa um amplo dossiê sobre as investigações contra o ex-ministro da Defesa Luis Fernando López. Segundo os órgãos policiais bolivianos, López está foragido no Brasil. Conforme o RR antecipou, o presidente Luiz Arce vai pedir apoio ao futuro governo Lula na caçada ao ex-ministro, acusado de corrupção e crimes de terrorismo em seu país.
Energia
Brasil e Bolívia retomam projeto de hidrelétrica binacional
10/11/2022Segundo o RR apurou, o futuro governo Lula pretende abrir conversações com o governo do presidente da Bolívia, Luiz Arce, para a retomada de projetos de infraestrutura entre os dos países. O principal empreendimento em questão seria a construção de uma hidrelétrica binacional no Rio Mamoré, em Rondônia. É quase uma volta no tempo: as primeiras conversações em torno do projeto datam de 2007, exatamente no segundo mandato de Lula. Curiosamente, as negociações foram suspensas na gestão de Dilma Rousseff e só seriam retomadas em 2020, já na presidência de Jair Bolsonaro e na gestão do almirante Bento Albuquerque nas Minas e Energia. Mas, nos últimos meses, o assunto foi engavetado.
O projeto original prevê a instalação de uma hidrelétrica com capacidade de 3 mil MW – para efeito de comparação, um quinto de Itaipu – a um custo estimado em US$ 5 bilhões. Outro empreendimento que também deverá ganhar tração é a construção de uma ponte entre as cidades de Guajará-Mirim (RO) e Guayaramérin. O investimento também chegou a ser discutido durante o governo Bolsonaro, mas ficou pelo caminho. Justiça seja feita, o atual governo foi apenas mais um a não tirar o projeto do papel. Entre idas e vindas, a ideia de instalação de uma ponte entre as duas cidades se arrasta há mais de um século. O projeto foi discutido pela primeira vez no âmbito do Tratado de Petrópolis, em 1903, quando da transferência do território onde hoje é o Acre da Bolívia para o Brasil.
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Uma caçada bilateral em meio às eleições brasileiras
6/10/2022Um assunto razoavelmente delicado no âmbito da diplomacia sul-americana ganha corpo em meio às eleições brasileiras. A gestão do presidente boliviano Luiz Arce não esperou pelo segundo turno: tem mantido tratativas tanto com o Itamaraty quanto com assessores de Lula para a área de política ex-terna, buscando apoio do governo brasileiro – seja quem for a partir de 2023 – na caçada ao ex-ministro da Defesa Luis Fernando López. Investigações recentes dos órgãos da Inteligência boliviana indicam que López estaria vivendo no Mato Grosso do Sul sob identidade falsa.
De acordo com informações das autoridades da Bolívia, ele teria o apoio de agricultores locais para se esconder. Foragido desde 2020, o ex-ministro é acusado em seu país de crimes de terrorismo pelo golpe de Estado que levou à deposição de Evo Morales em 2019. López é suspeito também de ter participado de um esquema de corrupção em compras da Pasta de Defesa. O Ministério Público da Bolívia pede a sua extradição e a sua condenação por até 20 anos.
O tema tem uma natural imbricação com as eleições no Brasil. Caso López não seja encontrado até janeiro, em tese a eventual volta de Lula ao Poder aumentaria as chances de um maior suporte do governo brasileiro nas operações de busca. Facilitaria também um acordo para a consequente extradição do ex-ministro. Nesse jogo, há uma variável de ordem ideológica. López comandou a Pasta da Defesa durante a gestão da líder de direita boliviana, Jeanine Añez, que assumiu a presidência após a deposição de Evo Morales, notório aliado de Lula.
O atual presidente boliviano, Luiz Arce, também é próximo do petista. Portanto, para quem está ligando este episódio ao rumoroso caso do terrorista italiano Cesare Battisti, há uma diferença. Ao contrário de López, Battisti era um ativista da esquerda – não custa lembrar que, em seu último dia na Presidência, 31 de dezembro de 2010, Lula vetou a extradição do italiano. Exatamente por questões de natureza ideológica, nos meios diplomáticos os bolivianos não escondem a baixa expectativa em relação aos esforços do governo Bolsonaro nas buscas a López. O presidente Jair Bolsonaro era aliado de Jeanine Añez. O Brasil foi um dos raros países latino-americanos a reconhecer a legitimidade do governo de Jeanine, em 2019.
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Lavanderia Brasil
16/02/2022O Grupo de Ação Financeira da América Latina (Gafilat) está cobrando do governo brasileiro maior rigor no combate à lavagem de dinheiro. Investigações apontam que facções criminosas de países vizinhos, como Colômbia e Bolívia, estão pintando e bordando com investimentos de fachada no agronegócio, notadamente no Centro-Oeste.
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PCC e máfia russa fecham uma joint venture do crime organizado
10/02/2022A área de Inteligência da Polícia Federal identificou a intensificação da presença da máfia russa, mais conhecida como Bratva, na fronteira entre o Brasil e a Bolívia, notadamente na região do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A facção firmou uma espécie de joint venture do crime organizado com o PCC. Os dois grupos estão em guerra aberta contra o Comando Vermelho pela primazia do tráfico de drogas e do contrabando de armas naquela área. Ainda de acordo com uma fonte da própria PF, essa disputa está por trás da onda de violência e assassinatos registrada nas últimas semanas em território boliviano. Os ataques cruzados entre as facções criminosas têm se concentrado nos departamentos de Pando, Beni e Santa Cruz de La Sierra, todos fronteiriços ao Brasil e importantes rotas de passagem de drogas e armamentos. Procurado pelo RR, o Ministério da Justiça não se pronunciou.
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Governo Bolsonaro vira as costas para o lítio boliviano
10/01/2022O governo Bolsonaro não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Segundo o RR apurou, até o momento o Palácio do Planalto tem ignorado recomendações do Itamaraty para que o Brasil abra conversações com a Bolívia para uma parceria voltada à extração de lítio naquele país. A postura contraria também interesses de empresas privadas do setor que atuam em território brasileiro, a exemplo da canadense Sigma Lithium e AMG, potenciais candidatas a montar operações integradas nos dois países.
O presidente da Bolívia, Luiz Arce, tem buscado apoio internacional para um grande projeto de extração do minério. Países como China, Estados Unidos, Rússia e Argentina já manifestaram a intenção de associar à empreitada – o presidente Joe Biden chegou a ligar diretamente a Arce para conversar sobre o assunto. Ou seja: trata-se de uma importante disputa geoeconômica nas franjas do território brasileiro. No entanto, o governo Bolsonaro finge que não é com ele.
Em parte, o desprezo pelo projeto pode ser debitado no viés ideológico que costuma conduzir a política externa brasileira na gestão Bolsonaro. Por esse prisma, aproximações com o governo de esquerda de Luiz Arce são quase um anátema, não obstante as sinergias com o projeto e os interesses estratégicos cruzados. O Brasil seria um candidato natural a uma parceria com a Bolívia. O subsolo brasileiro abriga 8% da reservas mundiais de lítio, matéria-prima altamente cobiçada, usada na fabricação, entre outros, de baterias de automóveis e telefones celulares.