Governo Bolsonaro entrega farelos aos produtores de soja

  • 6/07/2021
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O apoio à gestão Bolsonaro começa a provocar fissuras em uma das mais representativas entidades do agronegócio, a Aprosoja Brasil. O presidente da Associação, Antônio Galvan, um dos maiores ruralistas do Mato Grosso, estaria sendo cobrado internamente pela baixa receptividade do governo a algumas das principais pautas de interesse dos grandes produtores de soja do país. Há uma razoável lista de maus tratos, a começar pelo Plano Safra 2021/22.

Os ruralistas pleiteavam que o programa destinasse cerca de R$ 15 bilhões para a subvenção de financiamentos agropecuários. O valor, no entanto, parou nos R$ 13 bilhões. Em outro front, a Aprosoja também tem perdido a batalha da soja transgênica. A entidade tentou brecar o lançamento no Brasil da Intacta 2 Xtend, a nova semente geneticamente modificada da Bayer. Em vão. Procurada, a Aprosoja não se pronunciou.

Outro exemplo de desprestígio dos produtores de soja: a pressão para que o Ministério da Agricultura acelere o processo de privatização de armazéns da Conab, muitos deles fechados e dependentes de investimentos privados, não tem surtido efeito. O déficit de estocagem é um dos graves problemas do agronegócio. O Mato Grosso, por exemplo, produz mais de 70 milhões de toneladas de grãos e possui uma estrutura de armazenagem para apenas 46 milhões de toneladas.

Em tempo: segundo a fonte do RR, começam a surgir questionamentos dentro da Aprosoja em relação à própria postura de Antonio Galvan. Algumas vozes dentro da entidade apontam que Galvan estaria mais preocupado em pavimentar uma futura carreira política do que defender as pautas de interesse da entidade. Há informações de que o ruralista teria planos de se candidatar ao Senado pelo Mato Grosso em 2020 e, para isso, contaria desde já com o apoio de Bolsonaro.

#Galvan #Jair Bolsonaro #Ministério da Agricultura

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