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Siderúrgicas nacionais acusam chineses de dumping e miram até a OMC

2/02/2024
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A indústria siderúrgica nacional está fazendo dois novos movimentos, sincronizados, em sua ofensiva contra o aço chinês. O primeiro deles é conduzido diretamente pelas próprias companhias. Segundo o RR apurou, Usiminas, ArcelorMittal e Gerdau se articulam para entrar com uma ação conjunta na Secretaria de Comércio Exterior (Secex), mais precisamente no Departamento de Defesa Comercial (Decom). As empresas vão pedir a abertura de uma investigação antidumping contra siderúrgicas chinesas.

O trio se juntará à CSN, que saiu na frente e, no início de janeiro, protocolou duas petições no Decom também com o mesmo objetivo. Segundo informações apuradas pelo RR, há denúncias de que alguns produtos siderúrgicos chineses estariam entrando no Brasil com preços até 40% aos praticados no mercado interno. Em contato com o RR, a Usiminas informou que “a invasão de aço chinês subsidiado prejudica a cadeia de valor e os empregos no Brasil.”.

A empresa disse ainda que “Como forma de buscar a isonomia, sempre avalia as diversas ferramentas disponíveis de defesa comercial.” Gerdau e ArcelorMittal, por sua vez, não se pronunciaram. Também consultado pelo RR, o Instituto Aço Brasil afirmou que “a decisão de entrada com procedimentos antidumping, quando e se ocorrem, cabe às empresas e não há participação do Aço Brasil no processo”.

Em outro front, o setor se dedica a uma articulação mais sensível e intrincada, que passa diretamente pelo governo. As siderúrgicas teriam levado ao ministro do Desenvolvimento e da Indústria e vice-presidente, Geraldo Alckmin, o pleito de que o Brasil acione a OMC, também pela aludida prática de dumping dos fabricantes de aço chineses. A justificativa é de que o país asiático estaria descumprindo acordos e normas antidumping fixados pela própria Organização Mundial do Comércio. Difícil, muito difícil o governo Lula comprar essa briga com o maior parceiro comercial do Brasil, destino de quase 30% das exportações do país, como é o caso da China. Perguntado especificamente sobre eventuais tratativas com o governo para a abertura de um processo na OMC, o Instituto Aço Brasil não quis comentar.

Mais sensato imaginar que tudo não passaria de uma estratégia calculada. Ou seja: as siderúrgicas nacionais estariam pedindo o braço inteiro para conseguir levar a mão, leia-se o aumento das alíquotas de importação de aço. Não é de hoje que as empresas trabalham junto ao governo na tentativa de elevar as tarifas. Pelas mesmas razões de ordem diplomática, não é uma reivindicação simples de ser atendida, sobretudo nas condições almejadas pelo setor. A indústria quer subir o tributo para 25%. Seria mais do que duplicar a barreira contra o aço chinês – hoje, o imposto médio aplicado às importações de produtos siderúrgicos é de 9,6%.

#ArcelorMittal #Geraldo Alckmin #Gerdau #OMC. #Usiminas

Bolsonaro sem açúcar e sem afeto com os usineiro

20/01/2020
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A visita de Jair Bolsonaro à Índia, no fim do mês, poderá azedar ainda mais as relações entre o Capitão e a indústria sucroalcooleira. O governo brasileiro avalia retirar a queixa contra os indianos na OMC por subsídios para o setor açucareiro no encontro com o primeiro-ministro Narendra Modi. Seria a contrapartida para a assinatura de acordos bilaterais de cooperação econômica, entre eles uma parceria para investimentos em biodiesel no Brasil.

Ressalte-se que não é da tradição do Brasil recuar tão facilmente em contendas na OMC. Mas, como já se viu, não há muito espaço para tradição no Itamaraty de Bolsonaro. Os usineiros pressionam o governo a manter o processo contra o país asiático na Organização Mundial do Comércio. O governo da Índia é acusado, não só pelo Brasil, mas também por Austrália e Guatemala, de quebrar acordos firmados no âmbito na OMC ao conceder subsídios para a produção e exportação de açúcar.

No entanto, o governo Bolsonaro não tem sido muito pródigo em defender os interesses da indústria sucroalcooleira nacional. O golpe mais duro veio no ano passado. O Brasil aumentou de 600 milhões para 750 milhões de litros a cota para a importação de etanol dos Estados Unidos isento de imposto. Até agora, o Palácio do Planalto espera por uma resposta da Casa Branca ao pleito de flexibilização das barreiras alfandegárias para a entrada do açúcar brasileiro no mercado norte-americano. Talvez ela nunca chegue.

#Jair Bolsonaro #OMC.

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