Ministério da Saúde?

  • 23/04/2019
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Está faltando talidomida no Brasil. O medicamento, controverso pelas alterações produzidas em fetos, é utilizado para fins diferentes, quer sejam as doenças de lúpus, lepra e Aids, além de sangramentos assintomáticos. Quem precisa do remédio tem de buscá-lo no exterior. Ocorre que mesmo essa alternativa está prejudicada, pois os pedidos exigem o cadastramento dos médicos nas Secretarias de Saúde, que, por sua vez, retêm as solicitações na burocracia. A saída para os enfermos é buscar um dos aeroportos e se mandar para o exterior. Se tiverem grana, melhor que fiquem por lá.

Há uma grande pressão da comunidade médica e de entidades do terceiro setor, notadamente o Instituto Nacional da Atrofia Muscular Espinhal (Iname), para que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reveja as regras de distribuição do Spinraza. Trata-se do único remédio para o tratamento da rara doença. Hoje, o medicamento só é disponibilizado para os casos em que a enfermidade é diagnosticada nos primeiros sete meses de vida. A cláusula de barreira é conveniente para o governo, mas não para os doentes. Dos 852 pacientes mapeados pelo Iname, apenas cinco se encaixariam nesse perfil. Um grupo de pacientes tem recebido o Spinraza amparado em decisões judiciais – em 2018, foram 90 ações, segundo a própria Pasta. Perguntada especificamente sobre possíveis mudanças nas regras de distribuição do Spinraza, o Ministério não se manifestou.

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