Brasil caminha para ser uma ilha na certificação florestal

  • 2/12/2021
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Uma das primeiras respostas do Brasil à COP26 vem ao melhor estilo de Jair Bolsonaro, na contramão do mundo. O Inmetro pretende abdicar do status de representante brasileiro do Programme for the Endorsement of Forest Certification (PEFC). Trata-se do maior programa de certificação de ativos florestais do mundo, adotado em quase toda a Europa.

O Instituto passará a usar o Programa Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor), um selo made in Brazil, por ora não referendado por nenhuma grande potência internacional. Entre os exportadores de madeira, existe uma preocupação de que, sem o selo PEFC, o produto brasileiro tenha dificuldade de inserção nos principais mercados globais. Pária na saúde, no meio ambiente, nos direitos humanos, o Brasil corre o risco de se tornar também um excluído no setor madeireiro.

Ressalte-se que o país tem hoje uma posição de destaque nesse mercado. Em uma década, as exportações de madeira saltaram de apenas dez mil toneladas para mais de um milhão de toneladas/ano. Entre os principais compradores figuram Estados Unidos, França, China e Holanda. Consultado pelo RR, o Instituto informou que “aguarda o posicionamento do Ministério do Meio Ambiente, a quem consultou prioritariamente, sobre a substituição como representante brasileiro no PEFC. Somente depois da análise e avaliação do Ministério sobre os impactos dessa medida, o Inmetro tomará as providências necessárias sobre o assunto.” E o que pensa o Ministério do Meio Ambiente sobre o assunto? Por ora, silêncio: procurada pela RR, a Pasta não se pronunciou.

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