Vírus da discórdia contamina permanência de Guedes

  • 30/11/2020
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Após a declaração de Jair Bolsonaro de que Paulo Guedes continua sendo seu Posto Ipiranga e é insubstituível, o ministro da Economia chorou suas pitangas junto ao presidente da República. Guedes reclamou do que chama de uma fritura universal, da qual participam integrantes do próprio governo, membros do Legislativo e até alguns generais de quatro estrelas. Esse ambiente de permanente sabotagem acaba por levar Bolsonaro a declarar apoio ao seu ministro quase semana sim, semana não.

É o caso em que o suporte presidencial acaba por tornar Guedes mais frágil. Quem precisa de respaldo toda hora fica parecendo mais vulnerável do que realmente é. O ministro se queixa da turma “fura teto” da Esplanada dos Ministérios e dos “militares desenvolvimentistas” do Palácio do Planalto. Mas, seu maior incômodo é com a falta de empenho do governo em pressionar o Legislativo pela aprovação das reformas. Guedes sabe que não tem a simpatia do Congresso e sequer do Centrão, base aliada de Bolsonaro.

Ele gostaria também que outros componentes do governo – a exemplo dos presidentes da Caixa, Pedro Guimarães, e do BC, Roberto Campos Neto, ambos considerados virtuais candidatos ao seu cargo – fossem mais efusivos nas suas declarações de apoio. Com relação ao ministro Do Desenvolvimento Regional, Rogerio Marinho, Paulo Guedes gostaria que o presidente Bolsonaro o desautorizasse nas vezes em que ele dá declarações contrárias à política econômica adotada. Guedes sabe que, mais do que nunca, precisa da aprovação de alguma reforma. Aliás, é o que vem propalando infrutiferamente desde antes da posse de Bolsonaro. Seus opositores consideram que o tempo de aprovação das medidas é o melhor termômetro da permanência ou não de Guedes. A cada traço de aumento no medidor cresce a febre da desp dida do ministro. A qualquer hora, o termômetro estoura.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

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