O ocaso do general Heleno

  • 3/03/2022
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A nota sobre o general Augusto Heleno publicada pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo, no último dia 27, diz da missa a metade. De fato, o ministro do GSI considera não permanecer no governo em um eventual segundo mandato de Jair Bolsonaro. O general cansou de falar, falar, mas ninguém ouvi-lo. Heleno queimou caravelas, dando declarações intempestivas, consideradas fora do tom até mesmo por Bolsonaro.

Relembre-se que o presidente tem a maior estima pelo general. Heleno prossegue prestando seus serviços no Palácio do Planalto. Mantém a estrutura do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) nas mãos. É o responsável por levar as informações mais reservadas ao presidente; toma conta da sua segurança e organiza suas viagens internacionais. Agora mesmo, segundo uma fonte palaciana, o GSI ocupa-se de uma missão sensível. Tem monitorado os passos de Ernesto Araújo.

O entorno de Jair Bolsonaro está preocupado com os seguidos ataques do ex-chanceler ao próprio presidente e a membros do governo, como o ministro das Comunicações, Fabio Faria. Mas há mais carinho do que espionagem nessa história toda. Um exemplo da deferência de Jair Bolsonaro ao chefe do GSI é a sua presença nas comitivas presidenciais no exterior.

Agora mesmo, na recente viagem à Rússia, o ministro estava sentado atrás de Bolsonaro como se fosse um anjo da guarda. O destempero de Augusto Heleno é conhecido desde a campanha de 2018. Mas os tempos mudaram: o núcleo político do governo quer o general fora das discussões eleitorais. O general Heleno só não coloca o pijama porque o presidente gosta de tê-lo ao lado. O ministro do GSI é um “companheiro de viagem” e Bolsonaro o considera o mais leal dos seus colaboradores.

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