A vez do setor privado no esforço de vacinação

  • 22/03/2021
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O governo planeja um aumento expressivo da rede de vacinação contra a Covid-19. Além do SUS, com sua celebrada estrutura, o Sistema S, escolas e até supermercados seriam conclamados a participar do esforço de imunização. O assunto está sendo discutido entre o Palácio do Planalto, mais especificamente o general Braga Netto e o almirante Flavio Rocha, o ministro Paulo Guedes e a tecnocracia da Pasta da Saúde – o rodízio de ministros atrapalha as conversações com o titular do cargo. Guedes, com o delay de sempre, é o “Zé Gotinha” da operação. O ministro é o maior entusiasta da vacinação rápida dos trabalhadores.

Além de acelerar a imunização, por si só o objetivo maior, a medida é vista no governo como fundamental para antecipar o retorno ao trabalho da População Economicamente Ativa (PEA) e, assim, fazer girar a economia mais rapidamente. A operação seria toda conduzida pela União, e não por estados e municípios. A expansão dos locais de vacinação se daria depois de concluída a imunização da população acima de 60 anos, um dos principais grupos de risco da Covid-19. O andamento da vacinação varia conforme a cidade. No Rio, por exemplo, o último calendário divulgado prevê datas apenas até 70 anos (3 de abril).

Na Grande São Paulo, está programado que idosos de 70 e 71 anos sejam vacinados a partir de 29 de março. É preciso antecipar esses prazos. A grande questão é se o governo terá a quantidade de vacinas para colocar em curso uma logística tão complexa para a imunização em massa. Há uma força-tarefa com o objetivo de caçar vacinas pelo mundo. O ministro Paulo Guedes foi “alugado” para comandar a missão. Tudo com a maior discrição. Os episódios em que a compra de imunizante chegou a ser anunciada e depois não se confirmou foram muito desgastantes para o governo. A ideia é que a vacinação em massa seja colocada em curso no mês de setembro. Não é preciso dizer da importância política da iniciativa para Jair Bolsonaro. E da relevância absoluta que tem para Paulo Guedes. O ministro condiciona o futuro da economia ao esforço de vacinação.

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