Paulo Guedes dá um trégua no terrorismo fiscal

  • 26/08/2020
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A ideia de criação de um fundo de retificação da pobreza a partir da venda de empresas estatais e outros ativos públicos merece uma saudação a Paulo Guedes. É um movimento em direção inversa ao terrorismo fiscal que caracteriza sua gestão. O fundo, apesar de não ter sido dito com essas palavras, correrá por fora do teto. Ele é constituído de receitas extraorçamentárias, e, portanto, são recursos em que o governo pode escolher a área de alocação: dentro ou fora do orçamento da União.

É extremamente positivo em um ambiente de desemprego, miséria e lumpesinato o governo dar meia volta e não direcionar esse dinheiro que vem da desmobilização de ativos para a redução do déficit primário ou abatimento da dívida interna bruta. A professora Maria da Conceição Tavares é autora de uma ideia parecida, porém de maior amplitude. Conceição não faria somente um fundo de retificação da pobreza, mas um fundo do desenvolvimento, que contemplaria também o financiamento dos investimentos.

Segundo a professora, não há nada de novo nisso. A proposta é do mestre Ignacio Rangel, que defendia a venda dos ativos maduros para investimentos nos ativos greenfield. Hoje, ao se deparar com mais 14 mil obras paralisadas em todo o país, talvez Rangel substituísse greenfield por “projetos a concluir”. Mas quem merece palmas é Paulo Guedes. A continuar assim, acaba se tornando um economista heterodoxo.

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