“Lei do mandante” é a nova jogada de Bolsonaro

  • 18/06/2021
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O RR teve a informação de que o governo Bolsonaro retomou as discussões para modificar as regras de negociação dos direitos de transmissão esportiva no país. O ponto central da proposta é a permissão para o mandante vender suas partidas sem a necessidade de concordância do outro clube. Pela legislação atual, um jogo só pode ser exibido caso a emissora de TV ou plataforma de streaming tenha contrato com as duas agremiações. No ano passado, o Palácio do Planalto chegou a editar uma Medida Provisória sobre o assunto, que caducou sem ser votada na Câmara. Desta vez, a ideia é apresentar um projeto de lei, com o respaldo da base aliada. O ministro das Comunicações, Fabio Faria, já estaria escalado para fazer o meio de campo com a Câmara. A recriação do Ministério do Esporte seria, desde já, uma das contrapartidas ofertadas para garantir o apoio do Centrão ao projeto. O que está em jogo é um mercado que movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão no ano passado, contabilizando-se a receita com TV dos 20 clubes de maior faturamento do Brasil. A mudança promete dar uma chacoalhada no setor, abrindo espaço para novos competidores – de emissoras de televisão a plataformas de streaming. Isso no momento em que o número de players aumenta. Um dos casos mais notórios é o SBT. Segundo o RR apurou, após fechar com a Libertadores e a Copa América, a emissora tem planos de entrar na disputa pelo Campeonato Carioca e por torneios estaduais do Nordeste a partir do ano que vem.

Talvez haja mais do que coincidência no timing do projeto de lei. As discussões no governo ganham corpo justo no momento em que os grandes clubes negociam a criação de uma liga independente, desvinculada da CBF. Um dos principais artífices da “rebelião” é o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim – tido como o idealizador da chamada “MP do Mandante”, no ano passado. Dois experimentados cartolas do futebol ouvidos pelo RR enxergam uma possível armadilha do Flamengo. Na prática, o rubro-negro estaria criando as condições para se desvencilhar não só da CBF, mas também dos demais clubes, passando a negociar isoladamente contratos de TV. Tudo com respaldo da nova lei – e do governo. Nem o ex-técnico do Flamengo Jorge Jesus armaria uma tática tão perfeita.

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