O melhor cabo eleitoral de Jair Bolsonaro

  • 11/08/2022
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O comitê de campanha de Jair Bolsonaro está trabalhando com foco em Paulo Guedes. O ministro é considerado o melhor comunicador do governo. E tem “garrafas para vender” ou bons números para mostrar. E mesmo quando os resultados estão aquém do esperado, Guedes tem uma capacidade rara de entortá-los de forma a que eles saiam bem na foto.

Guedes consegue até driblar o tempo em suas falas. Exemplo: a condenação da conjunção adversativa. O ministro rebate o “mas” usado pelos adversários, dizendo que os críticos não querem ver o valor presente da política econômica. Eles procuram sempre o passado – marcados por eventos atípicos, feito a pandemia – ou o futuro, que não aconteceu e está sujeito as correções de rota feitas pelo governo.

O gendarme mais atuante de Bolsonaro aponta sua lança para a fotografia do momento. Neste ano, a inflação cairá, o crescimento da atividade produtiva será maior do que o projetado e a dívida pública em relação ao PIB será reduzida ainda mais. Os investimentos, por sua vez, subirão puxados basicamente pelo setor privado. O resultado fiscal primário também será melhor do que o previsto, o desemprego caiu e continuará caindo, os pobres foram atendidos com auxílios generosos, o preço dos combustíveis está em queda e a agricultura bateu recordes.

Em síntese: 2022 seria o ano da redenção. Para o ministro, o que interessa é o fotograma do presente e não a terra arrasada do porvir. Guedes vai pular de entidade patronal em entidade patronal, levando sua mensagem. A epopeia do ministro parece uma versão adaptada do case de sucesso da celebridade Anderson Franco, vendedor de picolés em Itapetininga, Minas Gerais. Franco construiu uma mansão de 6.600 metros quadrados de puro luxo. Guedes é um vendedor de picolés. Sua mansão é a reeleição do presidente.

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