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Destaque

Novonor tenta sair das sombras da Lava Jato também no Peru

8/02/2024
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A, Novonor ex-Odebrecht, oscila entre o inferno e o purgatório. Na primeira categoria, estão a recuperação judicial, dívidas de quase R$ 100 bilhões, o crime ambiental da Braskem em Alagoas e a dificuldade para a venda da própria petroquímica. O outro lado, o da purga dos antigos pecados, encontram-se importantes vitórias nos tribunais – notadamente a decisão do ministro Dias Toffoli de suspender o pagamento de R$ 14 bilhões em multas junto ao MPF – e avanços em países onde até outro dia a empresa parecia estar irremediavelmente criminalizada. É o caso do Peru.

O RR apurou que a Novonor entrou na disputa pelas obras de ampliação da Barragem de Limón, no Rio Huancabamba. Os valores giram em torno dos US$ 250 milhões. A expansão da barragem integra um dos maiores empreendimentos de infraestrutura em execução no Peru: a transposição e irrigação do Vale do Olmos, que já consumiu quase US$ 3 bilhões em investimentos.

O grupo, ressalte-se, participou de uma das fases do megaprojeto, estando à frente das obras para o desvio do Rio Huancabamba. No entanto, em 2016, quando a Lava Jato já chegava ao pescoço da família Odebrecht, o negócio foi repassado à Brookfield. Em contato com o RR, a Novonor confirmou que a “a NPI – Novonor Participações e Investimentos, braço operacional do Novonor no Peru, avalia apresentar ao Governo Regional de Lambayeque uma Iniciativa Privada Autossustentável (IPA) para a ampliação da capacidade de armazenamento da barragem de Limón”.

A negociação com as autoridades do Peru tem um razoável valor simbólico. Há oito anos, a velha Odebrecht não participa de licitações públicas naquele país. Os motivos são sabidos: a empresa também foi duramente atingida pela versão peruana da Lava Jato.

Do ponto de vista político, pode até se dizer que o impacto da corrupção estruturada foi ainda maior do que no Brasil: quatro ex-presidentes da República foram denunciados e presos por receberem propina da Odebrecht. Ainda assim, graças a um carry over pré-criminalização, o Peru concentra 11% da carteira de contratos da OEC, braço de construção pesada da Novonor. No plano internacional, está atrás apenas de Angola, que representa aproximadamente 34% do backlog da empresa.

De acordo com a fonte do RR, o grupo articula com autoridades peruanas sua participação em outros negócios. O que não falta no país é obra para tocar. O PróInversion – uma espécie de “PAC peruano” – prevê a licitação de até 40 projetos de infraestrutura, tanto por meio de concessões quanto PPPs, com investimentos estimados em US$ 8 bilhões.

Consultada sobre outros projetos no radar, a companhia disse que a NPI “está sempre atenta a oportunidades”.

Nesse longo processo de expurgação, a Novonor ainda aguarda pelo maior dos perdões: o da Petrobras. Somente no ano passado, foi autorizada a voltar a participar de licitações da petroleira. Até o momento, não consta que tenha firmado qualquer novo contrato com a companhia. A retomada da prestação de serviços para a estatal consumaria a maior das “absolvições” – a Petrobras se tornou um emblema de todos os pecados da velha Odebrecht.

A Odebrecht ficou marcada pela corrupção sistêmica capitaneada por seus acionistas e executivos. Mas o passado de malfeitos não apaga o que o grupo sempre teve de melhor: um quadro de engenheiros de excelência, o reconhecimento como uma referência em construção pesada e o status de ser a mais competitiva das empresas brasileiras em exportação de serviços. A recuperação da companhia é uma excelente notícia.

#Braskem #Dias Toffoli #MPF #Novonor #Odebrecht #Petrobras

Justiça

O candidato de Dias Toffoli para o STJ

10/02/2023
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De primeira: o ministro Dias Toffoli trabalha nos bastidores pela indicação de Carlos von Adamek, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, para o STJ. Até maio, o presidente Lula nomeará os dois novos integrantes da Corte para as vagas de Jorge Mussi e Félix Fischer. 

#Dias Toffoli

Destaque

STF quer aumentar poderes da Polícia Judicial

9/12/2022
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Ministros do STF, notadamente Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso, têm discutido com assessores do futuro governo e parlamentares ações para reforçar o aparato de segurança dos membros da Suprema Corte. Uma das medidas vistas como prioritárias passa diretamente pelo Legislativo. Segundo uma fonte do próprio STF, há uma articulação com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para que o Congresso vote em caráter de urgência o projeto de lei 2447/22. Trata-se da proposta de regulamentação das atividades da Polícia Judicial, responsável pela segurança dos magistrados e das instalações físicas de tribunais. Na prática, o projeto dá força de lei à Resolução 344 do Conselho Nacional de Justiça, de 2020, assinada pelo ministro Dias Toffoli. Com a medida, o STF passa a ter um órgão policial com atribuições e poderes similares às de outras forças de segurança, ainda que circunscritas apenas ao Judiciário e seus membros. A Resolução do CNJ amplia consideravelmente o escopo de atuação da Polícia Judicial. Entre outras funções, a corporação poderá conduzir “investigações de interesse institucional, operar equipamentos específicos de segurança no desempenho de atividades de inteligência e contrainteligência e interagir com unidades de segurança de outros órgãos públicos”. 

Além da aprovação do projeto de lei, o STF quer ampliar o efetivo da Polícia Judicial. De acordo com a mesma fonte, ministros da Corte articulam, desde já, com o futuro governo a realização de concurso público para a contratação de novos agentes. A interlocução em torno do tema se dá, notadamente, com Flavio Dino, pule de dez para assumir o Ministério da Justiça no governo Lula. Uma das preocupações dos ministros do Supremo é que a proposta em tramitação no Congresso amplia os poderes da Polícia Judicial, o que certamente exigirá a criação de novas áreas e cargos, mas não faz menção ao aumento do efetivo. Consultado, o STF confirmou ao RR que “existe um projeto de lei para regulamentar a atuação da polícia judicial, mas sem previsão de concurso para contratação de novos.”

Não e de hoje que o STF é o alvo-mor dos “bolsonaristas raiz”. Os crescentes ataques a ministros nas redes sociais e em público, a exemplo do que ocorreu recentemente, com Luis Roberto Barroso e Alexandre de Moraes em Nova York, aguçaram o senso de urgência dos membros da Corte em relação ao fortalecimento da sua estrutura de segurança. No mês passado, o STF abriu licitação para a contratação de uma empresa de segurança privada para atuar na escolta dos ministros. Serão 42 agentes, que deverão “utilizar pistolas calibre 380 e coletes à prova de balas”, segundo reza o edital. 

#Alexandre de Moraes #Dias Toffoli #Rodrigo Pacheco #STF

Nem sempre o STF morde

4/05/2022
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Segundo informações filtradas do STF, o ministro Dias Toffoli deverá postergar mais uma vez o prazo para que o governo federal repasse a estados e municípios cerca de R$ 3,5 bilhões para financiar o acesso de escolas públicas à internet. Dessa vez, o presidente Jair Bolsonaro não tem porque se queixar do Supremo. A Corte está dando a maior colher de chá: o prazo de liberação dos recursos já foi adiado três vezes.

#Dias Toffoli #Jair Bolsonaro

Centrão lança seus candidatos à cadeira de Tarcísio Freitas

21/03/2022
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Está aberta a temporada de caça a um dos cargos mais cobiçados da República, o de sucessor de Tarcísio Freitas no Ministério da Infraestrutura. O Centrão vem com toda a sede ao pote. Segundo o RR apurou, Valdemar da Costa Neto trabalha pelo nome de Antonio Carlos Rodrigues, do próprio PL.

Atual diretor de Planejamento do DER-SP, Rodrigues comandou o Ministério dos Transportes no governo Dilma. Em 2017, foi preso no âmbito da Operação Caixa D ´Água, que investigou crimes eleitorais. Não chega a ser um problema, até porque, no ano seguinte, o ministro Dias Toffoli suspendeu a ação penal contra Rodrigues. Ou seja: trata-se de um “ficha limpa”. Mas Valdemar da Costa Neto não está sozinho.

O Republicanos já indicou ao presidente Jair Bolsonaro o deputado e ex-ministro da Indústria e Comércio, pastor Marcos Pereira. O Republicanos tem jogado mais duro do que o PL na interlocução com Bolsonaro, sinalizando a possibilidade de deixar a base aliada se não ganhar espaço no Ministério.

O que está em jogo é o poder de comandar os mais de 50 leilões de concessões previstos para este ano. No que depender do próprio Tarcisio Freitas, no entanto, o seu sucessor já está dentro de casa: trata-se de Marcelo Sampaio, secretário executivo do Ministério da Infraestrutura. Sampaio é homem de confiança de Freitas e, de alguma forma, representaria uma blindagem da Pasta a pressões políticas.

#Dias Toffoli #Ministério da Infraestrutura #PL #Tarcísio Freitas #Valdemar da Costa

Coffee break

10/11/2021
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Até Gilmar Mendes e Dias Toffoli se cansaram. Nas últimas duas semanas, os dois ministros praticamente interromperam a “campanha” pela indicação de André Mendonça ao STF, suspendendo os assíduos telefonemas para senadores.

#Dias Toffoli #Gilmar Mendes

Xadrez institucional

4/11/2021
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Dias Toffoli se move no tabuleiro. De um lado, tem se afastado do presidente Jair Bolsonaro; do outro, está cada vez mais alinhado com Luiz Fux e Alexandre de Moraes.

#Alexandre de Moraes #Dias Toffoli

Coalizão pró-Mendonça

6/10/2021
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Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Luiz Fux passaram o último fim de semana disparando telefonemas para senadores na tentativa de destravar a indicação de André Mendonça para o STF.

#André Mendonça #Dias Toffoli #Gilmar Mendes #Luiz Fux

Juiz de paz

28/09/2021
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Dias Toffoli chamou para si a missão de tentar apaziguar os ânimos entre Gilmar Mendes e Kassio Marques. Está difícil. A relação entre os dois ministros anda estremecida há tempos, em que pese Gilmar ser conhecido por morder e assoprar.

#Dias Toffoli #Kassio Marques

Cabo eleitoral

5/07/2021
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O ministro Dias Toffoli tem conversado com alguns senadores em busca de apoio à indicação de André Mendonça para a Suprema Corte.

#Dias Toffoli

Controle remoto

10/05/2021
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Línguas ferinas do STF afirmam que o ministro Dias Toffoli tem feito a cabeça de Kassio Nunes em julgamentos relevantes da Corte, a exemplo do recente voto favorável à suspeição de Sergio Moro.

#Dias Toffoli

A velha guarda de jaleco

23/03/2021
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O governo Doria deverá convocar mais médicos e enfermeiros já aposentados para trabalhar na linha de frente contra a Covid-19. A decisão do ministro Dias Toffoli de que os ex-servidores da área de saúde não perderão o direito a aposentadoria e benefícios se voltarem à ativa serve de empurrão para a convocação.

#Dias Toffoli #João Doria

Kassio Nunes é uma “ameaça” a mais para a OAB

21/10/2020
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Antes mesmo de sua posse, o futuro ministro do STF Kassio Nunes já desponta como possível fiel da balança de um dos casos mais polêmicos em tramitação no Supremo: o julgamento que decidirá se a OAB deve ou não prestar contas ao TCU. Segundo informações filtradas pelo RR junto à Corte, Nunes já teria sinalizado ser favorável à tese de que o Tribunal de Contas da União tem, sim, poderes para fiscalizar as finanças da Ordem. Não por acaso, a ala “pró-OAB”, à frente Luis Roberto Barroso e Edson Fachin, trabalha na tentativa de acelerar a votação e concluir o julgamento antes da posse de Nunes.

Na outra ponta, estão Marco Aurelio Mello e Gilmar Mendes, os mais empenhados em protelar a decisão até que o novo ministro assuma sua cadeira, trazendo junto seu voto. Trata-se de um processo com fortes pitadas políticas. O que está em jogo é uma possível fragilização da OAB, com a perda da autonomia financeira da entidade.

Em 2018, o TCU decidiu que a Ordem se submeter às suas regras de fiscalização a partir de 2021. A OAB entrou com um mandado de segurança e o caso foi parar no Supremo. O voto de Nunes pode fazer diferença no resultado final, tamanha a divisão que o tema provoca na Corte. O assunto é tão controverso e delicado que o processo foi tirado da pauta virtual do STF. O julgamento será concluído no plenário, com votação presencial. Por ora, o placar está um a um: Marco Aurelio Mello já declarou voto favorável à fiscalização do TCU sobre a OAB; Fachin foi na mão oposta. Segundo informações auscultadas pelo RR junto a um dos gabinetes do Supremo, além de Luis Roberto Barroso, Carmen Lucia e Rosa Weber também seriam partidários da ideia de que a independência da OAB deve ser preservada. Já Dias Toffoli e Luiz Fux estariam no lado contrário.

#Dias Toffoli #Kassio Nunes #Luiz Fux #OAB #STF

Dosimetria

6/10/2020
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O RR apurou junto a um interlocutor privilegiado de Gilmar Mendes que, a princípio, o ministro também participaria do controverso encontro entre Jair Bolsonaro e Dias Toffoli na noite do último sábado. Sua aguçada sensibilidade política o fez desistir pouco antes. Mesmo se tratando de Gilmar, seria holofote demais para uma semana só. Foi na sua casa, quatro dias antes, que Bolsonaro bateu o martelo pela indicação de Kassio Nunes para o Supremo.

#Dias Toffoli #Gilmar Mendes

Programa de índio

4/09/2020
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Procuradores da República em Mato Grosso do Sul estão intensificando as ações junto à 1ª Vara Federal de Dourados e de Ponta Porã para desapropriar as fazendas Nossa Senhora Aparecida e Água Branca, nos municípios de Caarapó e Aral Moreira. Segundo o Ministério Público, as duas propriedades estão instaladas ilegalmente na reserva indígena dos guaranis-caiovás. O ministro Dias Toffoli já negou liminar pedida pelos advogados dos fazendeiros, manteve as etnias nas terras e determinou que as ações de reintegração de posse retornem para Dourados e Ponta Porã. Como o governo federal errou ao permitir a ocupação das terras nos anos 80, inclusive avalizando escrituras públicas, os fazendeiros serão indenizados pelas melhorias feitas

#Dias Toffoli #Mato Grosso do Sul

O que está havendo?

12/08/2020
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O que está havendo com a saúde do ministro Dias Toffoli, além dos ácaros expelidos pelo ar condicionado do STF?

#Dias Toffoli

Literalmente sub Judice

26/06/2020
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Sob a condução do presidente Dias Toffoli, o Conselho Nacional de Justiça vai julgar um processo rumoroso na próxima terça-feira. Aposentado compulsoriamente do TRF-2, em 2015, sob a acusação de participar de um esquema de venda de sentenças, o juiz Macário Ramos Júdice pede a anulação do ato e o recebimento de todos os benefícios decorrentes da revogação – uma soma que deve passar dos R$ 2 milhões. Júdice alega que a sessão do CNJ que o condenou não teve o quórum necessário. Argumenta ainda que foi absolvido no processo criminal. Se tiver êxito, seu caso poderá abrir a porteira para outros magistrados em situação similar.

#Dias Toffoli

Cadeados abertos

14/05/2020
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O ministro Dias Toffoli tem se amparado em estatísticas da própria área de segurança pública para rebater a pressão dos secretários estaduais contra a libertação provisória de presos. Até o momento, o receio de aumento imediato da criminalidade não se consumou. Em São Paulo, por exemplo, desde o início da quarentena, o número de homicídios caiu 31% e o de roubos, 43%. Presidente do CNJ, Dias Toffoli foi o artífice da recomendação do Conselho pela soltura de detentos do grupo de risco do coronavírus.

#Dias Toffoli

Medida sem volta

30/04/2020
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A pressão dos secretários de segurança pública vai ser em vão. O ministro Dias Toffoli, presidente do Conselho Nacional de Justiça, já sinalizou que o colegiado não vai rever a recomendação para a transferência, ao regime de prisão domiciliar, de detentos do grupo de risco do coronavírus.

Por sinal, um dos últimos atos de Sergio Moro no Ministério da Justiça foi um ofício (no 361/2020GM) encaminhado a Dias Toffoli, na semana passada, solicitando que o CNJ reavaliasse a medida. Já deve ter virado papel de rascunho.

#Dias Toffoli

TRF4 é um “tribunal de exceção”

23/03/2020
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OAB vai recorrer ao ministro Dias Toffoli, presidente do Conselho Nacional de Justiça, para que ele determine o fechamento do Tribunal Regional Federal da 4a Região. Trata-se do único TRF do país que ainda mantém audiências presenciais mesmo com o alastramento do novo coronavírus. A Ordem dos Advogados solicitou a suspensão das atividades ao próprio presidente do TRF4, desembargador Victor Laus, mas ele decidiu manter as sessões para “evitar o risco de prescrições de processos”. Ressalte-se que a Corte é responsável pelo julgamento dos recursos da Lava Jato.

#Dias Toffoli #OAB

Veredito

17/03/2020
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O presidente do STF, Dias Toffoli, conteve a “intentona” dos tribunais que se recusavam a aderir ao Sistema Eletrônico de Execução Unificada de Pena. O TJ-SC e o TRF4, que julga os recursos da Lava Jato, devem anunciar sua integração à plataforma nos próximos dias. Eram os últimos insurretos, que alegavam já ter sistemas similares. Um ultimato do CNJ, também presidido por Toffoli, pôs ordem na casa.

#CNJ #Dias Toffoli #STF

Caçada no escuro

5/03/2020
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Além do reforço na segurança dos ministros do STF, Dias Toffoli pretende contratar uma empresa especializada para varrer a deepweb. A missão é identificar, com o auxílio da PF, a origem de ameaças a integrantes da Corte. Vale mais para criar um fato. Achar um “rosto” na deepweb é quase impossível

#Dias Toffoli #STF

“In Fux, we don’t trust”

12/02/2020
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Dias Toffoli e Luiz Roberto Barroso são os ministros mais empenhados em pressionar Luiz Fux, relator da matéria,  a antecipar o julgamento do juiz de garantias. Graças a uma liminar de Fux, a criação da nova função no Judiciário está congelada. Sergio Moro agradece.

#Dias Toffoli #Luiz Fux #Sérgio Moro

Calendário Toffoli

17/01/2020
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Além do polêmico juiz de garantias, o presidente do STF, Dias Toffoli, vai prorrogar o prazo para o início da vigência de outras  medidas do pacote anticrime de Sergio Moro – a essa altura, muito mais o ex-pacote anticrime de Moro, desfigurado pelo Congresso. Uma preocupação de Toffoli é o tempo necessário para a adaptação do Sistema Eletrônico de Execução Unificada (SEEU), ferramenta virtual para o controle do cumprimento de penas que consolidada dados de todos os tribunais de justiça. Os 1.530 crimes previstos no Código do Processo Penal terão de ser adequados às novas tipificações previstas no Pacotão.

#Dias Toffoli #Sérgio Moro #STF

“Democratização” dos TJs provoca fissuras no Judiciário

7/01/2020
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O presidente do STF, Dias Toffoli, decidiu mexer em um vespeiro do próprio Judiciário. Segundo fonte do Supremo, o ministro vai pautar ainda para este semestre o julgamento de uma regra que pode alterar todo o jogo de forças nas Cortes brasileiras. Trata-se da proposta de mudança na Lei Orgânica da Magistratura com o objetivo de permitir que qualquer desembargador concorra à presidência dos respectivos Tribunais de Justiça dos estados.

A legislação em vigor fecha a disputa a um seletíssimo grupo. Apenas os cinco desembargadores mais antigos podem se candidatar ao cargo, o que transforma a eleição em um rodízio restrito a uma pequena irmandade. A questão é controversa, devido a sua capacidade de deslocar poder e embaralhar grupos de interesse dentro do Judiciário. Como seria de se esperar, tem como pano de fundo uma queda de braço interna corporis.

Os cardeais dos TJs trabalham para derrubar a medida. Do lado oposto, há uma pressão de alas mais progressistas do Judiciário pela mudança na regra do jogo e consequentemente pela democratização da escolha entre os magistrados. De acordo com a fonte do RR, o próprio Toffoli vê a mudança com bons olhos. Há ainda uma polêmica dentro da polêmica: se a Lei Orgânica da Magistratura for alterada, as novas regras passariam a valer já para 2020? Neste ano, haverá eleições em estados de peso, como o Rio de Janeiro. O mandato do desembargador Claudio de Mello Tavares à frente do TJ-Rio se encerrará em dezembro.

O RR apurou que o corregedor-geral da Justiça, desembargador Bernardo Garcez Neto, saiu para o recesso de final de ano se declarando candidato. Foi além, ao adiantar que em julho apresentará o seu programa de gestão. Deverá ter como concorrente o primeiro vice-presidente, desembargador Reynaldo Pinto Alberto Filho. Ambos estão numa mesma faixa etária. Porém, se o STF mudar a legislação e abrir o espectro de elegíveis, um nome que desponta como forte candidato à sucessão de Claudio de Mello Tavares é o desembargador Henrique Andrade Figueira, presidente da 5ª Câmara Cível.

#Dias Toffoli #STF

Um cartório de interesses cruzados em jogo no CNJ

20/12/2019
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Há uma fissura de consequências ainda insondáveis no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Na última terça-feira, o plenário do colegiado anulou decisão monocrática do conselheiro e corregedor nacional de Justiça substituto, ministro Emmanoel Pereira, sobre um polêmico concurso público para novas concessões de cartórios em Alagoas. De acordo com a fonte do RR, o próprio presidente do CNJ, o ministro Dias Toffoli, teve participação decisiva, atuando junto a seus pares para garantir a revogação da determinação anterior proferida por Pereira. No mar de pautas do Conselho, decidir sobre um cartório a mais ou a menos em Alagoas soa como algo provinciano, periférico. No entanto, a questão de fundo é mais ampla e delicada. Envolve um enredo de suspeições e até mesmo inamistosidades dentro do CNJ.

O concurso público em questão se arrasta desde 2014 em um processo eivado de estranhezas. Naquele ano, o CNJ autorizou o TJ-AL a realizar a licitação para trocar a titularidade de cartórios, algo tão cobiçado neste país como uma capitania hereditária nos idos de 1500. Em um lance inusitado, de uma só vez 15 desembargadores do TJ-AL se declararam impedidos de presidir a comissão de seleção por serem parentes de candidatos inscritos a receber as licenças. Se o objetivo do mutirão era procrastinar o processo e assegurar a manutenção dos status quo dos tabeliões, deu certo.

A licitação empacou e o CNJ decretou uma espécie de intervenção branca: nomeou um “estrangeiro”, o desembargador Marcelo Berthe, de São Paulo, para conduzir a concorrência. Outra reação em cadeia: um grupo de 13 donatários de cartórios e ofícios de Alagoas entrou com recurso para interromper todo o processo e, com isso, manter seu latifúndio cartorial. O então corregedor substituto do CNJ, Aloysio Corrêa da Veiga, negou o pedido. Eleito para o CNJ em setembro, em um de seus primeiros atos, Emmanoel Pereira derrubou a decisão de Veiga. O mais inusitado: Pereira sequer levou o caso a plenário, como prevê o Regimento Interno do Conselho. Toffoli mandou parar o baile.

Procurado, o CNJ informou que “a decisão do conselheiro ministro Emmanoel Pereira suprimiu a competência do plenário para dirimir em caráter definitivo a controvérsia e também gerou insegurança jurídica para o certame, razões pelas quais foi anulada pelo colegiado.” A fonte do RR, encravada no CNJ, garante que Dias Toffoli e Emmanoel Pereira, ministro do Tribunal Superior do Trabalho, não se bicam. O presidente do STF não estaria sozinho. Uma parte do colegiado não teria visto com bons olhos a indicação de Pereira para o CNJ, na vaga que cabe ao TST.

Ex-procurador-geral da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, ele carrega algumas nódoas em sua trajetória como magistrado. Em 2014, o STF investigou denúncia de que Pereira empregava um funcionário fantasma em seu gabinete no TST. O caso acabou arquivado – curiosamente, o relator foi o próprio ministro Dias Toffoli. Mais recentemente, o MPF abriu investigação de suposta prática de tráfico de influência envolvendo o advogado Erick Pereira, filho do ministro. Há indícios de que Pereira, filho, atuou informalmente em processos no TST, valendo-se do prestígio do pai.

#CNJ #Dias Toffoli

Dias Toffoli enfrenta uma “intentona” no Judiciário

5/12/2019
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O ministro Dias Toffoli tem menos de uma semana para debelar um “motim” no Judiciário. Por motim, entenda-se a recusa de tribunais estaduais em adotar o Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU). Trata-se da ferramenta virtual para o controle do cumprimento de penas e de dados carcerários desenvolvido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), comandado pelo presidente do Supremo. Os Tribunais de Santa Catarina e de São Paulo já entraram com mandado de segurança para não instalar o novo sistema – o prazo limite é o próximo dia 12. Informação filtrada junto ao CNJ indica que o TRF da 4ª Região e outros três tribunais estaduais devem seguir o mesmo caminho. De acordo com uma fonte próxima a Dias Toffoli, o ministro estaria disposto a punir os insurretos no âmbito financeiro, com a paralisação do repasse de recursos federais para as cortes estaduais que não aderirem ao SEEU. Esse caminho permitiria ao presidente do CNJ dividir o peso do veredito com o TCU, que já teria recomendado a suspensão das transferências de verbas. Outra hipótese alimentaria labaredas dentro do próprio Judiciário: em casos desta natureza, passíveis de serem enquadrados como infração administrativa, o código do CNJ dá poder a Dias Toffoli de aplicar uma pena de advertência ou até mesmo determinar o afastamento do cargo de presidentes dos tribunais de Justiça de Santa Catarina e São Paulo. Procurado, o CNJ informou que “como o caso está sob análise do Conselho, a Presidência não vai se manifestar”. As Cortes estaduais contrárias ao SEEU alegam que já usam plataformas próprias de controle das penas e informações do sistema carcerário. Afirmam ainda que foram surpreendidas pelo CNJ, com a obrigação de adoção da ferramenta em um prazo exíguo. O curioso é que, do ponto de vista orçamentário, não há custa extra para os tribunais. Toda a implantação do SEEU será bancada pelo CNJ.

#CNJ #Dias Toffoli

Um “habeas corpus” para Moro

28/10/2019
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Um importante interlocutor do ministro Dias Toffoli informou ao RR que há uma movimentação no tabuleiro da Suprema Corte para que o processo de suspeição do ex-juiz Sergio Moro seja empurrado para 2020. Além do próprio Toffoli, o adiamento teria o apoio dos ministros Luiz Roberto Barroso e Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. Com esta medida, o Supremo esfriaria a temperatura, evitando a apreciação em sequência de duas pautas-bomba diretamente vinculadas e identificadas aos interesses de Lula, contando-se a prisão em segunda instância. A contra-indicação, ressalte-se seria deslizar esta agenda contra Moro para 2020, um ano eleitoral. Mas, por se tratar de um pleito municipal e a julgar pelas novas e enfáticas declarações do Ministro da Justiça dizendo que jamais será candidato, o efeito colateral seria menor. O pedido de suspeição de Sergio Moro impetrado pela defesa de Lula, que pode abrir caminho para a anulação de sentenças do ex-magistrado, já teve dois votos contrários na Segunda Turma do STF – do próprio Fachin e de Carmén Lucia. Depois disso, o processo foi retirado da pauta. Faltam ainda três votos a serem proferidos na Turma – Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

#Dias Toffoli #Sérgio Moro

Inimigo dentro de casa

21/10/2019
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O início do julgamento da prisão em segunda instância, na última quinta-feira, teve um momento constrangedor. Foi quando o advogado Marco Carvalho, presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos, subiu ao púlpito da Suprema Corte para defender o encarceramento após a dupla condenação. Gilmar Mendes não conseguiu esconder os olhares de sarcasmo na direção de Dias Toffoli. Este, por sua vez, ouviu toda a explanação do jurista sem mexer um músculo do rosto. Para o presidente do STF, Carvalho é persona non grata naquela tribuna. No ano passado, o jurista promoveu intensa campanha para que o Senado levasse adiante o pedido de impeachment do presidente do STF.

#Dias Toffoli #Gilmar Mendes #Marco Carvalho

Nos corredores do STF

15/10/2019
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Relato de fonte cinco estrelas do STF: Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski foram as vozes que convenceram Dias Toffoli a marcar para esta semana o julgamento da prisão em segunda instância. O fim de semana foi de intensas articulações, notadamente entre Gilmar e o presidente do STF.

#Dias Toffoli #Gilmar Mendes #Ricardo Lewandowski

Nota de desagravo

2/10/2019
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Gilmar Mendes não digeriu o fato de Dias Toffoli não ter soltado uma nota de desagravo, em nome do STF, condenando as declarações de Rodrigo Janot. Vai ter troco.

#Dias Toffoli #Gilmar Medes #Rodrigo Janot

Agenda popular

26/09/2019
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O ministro Dias Toffoli, presidente do CNJ, discute com seus pares propostas para reduzir o tempo do julgamento de pedidos de indenização judicial no país. Segundo estudo recém concluído pelo próprio Conselho, processos dessa natureza se arrastam, em média, por seis anos nos tribunais federais.

#Dias Toffoli

Classe econômica

13/08/2019
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Autoridades de alta patente não escondem a insatisfação com as normas mais rígidas que vêm sendo adotadas pela FAB para o uso de suas aeronaves. Rodrigo Maia e Dias Toffoli, entre outros, já foram obrigados a submeter sua bagagem a vistoria.

#Dias Toffoli #FAB #Rodrigo Maia

A Justiça no “banco dos réus”

6/08/2019
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O STF e a OAB têm um duelo marcado para setembro, provavelmente com a derrota da Ordem. Segundo fonte do próprio Supremo, o ministro Dias Toffoli deverá pautar para o mês que vem o julgamento da ação impetrada pela entidade questionando a legalidade da Vara coletiva criada do Tribunal de Justiça de Sergipe para processos contra o crime organizado. De acordo com a fonte do RR, a tendência é que o STF corrobore a constitucionalidade do modelo adotado pelo TJ-SE, confirmando decisão anterior da própria Corte.

O caso, ressalte-se, vai além das fronteiras do Judiciário sergipano. O que está em jogo é a legalidade da atuação de outros tribunais estaduais que instituíram ou pretendem instituir Vara coletiva. O TJ do Ceará tem um colegiado nos mesmos moldes. Os TJs do Pará, Rondônia, Sergipe e do DF já editaram resoluções prevendo a criação de varas coletivas.

A controvérsia jurídica não vem de hoje. Em 2012, o STF declarou a constitucionalidade da própria Vara coletiva do TJSE, mas impôs restrições a sua atuação, notadamente em crimes de homicídio. A OAB alega que o colegiado de três juízes, instituído por questões de segurança do magistrado, contraria lei federal. Neste caso, apenas o juiz que se sentir em risco poderia requerer auxílio de colegas para um veredito em conjunto, diluindo a responsabilidade individual sobre a pena.

#Dias Toffoli #OAB #STF

Pacote Toffoli

24/07/2019
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O breque do ministro Dias Toffoli nas investigações amparadas em relatórios do Coaf pode dar uma sobrevida ao diretor-geral da ANTT, Mario Rodrigues Junior. Rodrigues é suspeito de ter recebido supostos pagamentos irregulares da Triunfo Iesa Infraestrutura, que presta serviços à estatal Valec. Os depósitos teriam sido feitos em uma empresa pertencente a ele e sua esposa. Ocorre que as apurações se baseiam em dados sigilosos do Coaf. Ou seja: voltou tudo à estaca zero.

#ANTT #Coaf #Dias Toffoli

Olhos de Toffoli no CNJ

13/06/2019
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Flavia Pessoa, juíza do TRT da 20ª Região, desponta como favorita a um assento no Conselho Nacional de Justiça. Seu maior cabo eleitoral é Dias Toffoli. Flávia trabalha no gabinete do presidente do STF, como juíza auxiliar.

#Dias Toffoli #STF

Pacto dos Três Poderes tem uma única função: salvar o presidente Bolsonaro

31/05/2019
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O Pacto Social entre os Três Poderes deverá render seu primeiro dividendo na próxima segunda-feira, com a apresentação do parecer do deputado Hildo Rocha (MDB-BA), contendo a PEC para alteração no inciso III do art. 167 da Constituição de 1988, que regulamenta a chamada “regra de ouro”. Nesta mesma data terá início a blitzkrieg para que a emenda seja votada, na segunda semana de junho, com pedido de tramitação em regime de urgência urgentíssima. A “regra de ouro” veda que as operações de crédito excedam o montante das despesas de capital. Jair Bolsonaro e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Supremo, Dias Toffoli, não fizeram o Pacto no vazio.

A meta de curto prazo – se é que há outro objetivo programático – é, em nome da ética da responsabilidade, aprovar o crédito extraordinário solicitado pelo governo, retirando o risco de impeachment resultante do descumprimento das obrigações fiscais. A possibilidade de afastamento do presidente, por menor que seja, tem potencial explosivo em uma conjuntura de derretimento da economia e busca pela aprovação de reformas estruturais impopulares. O estouro do orçamento, em 2019, já era dado como certo antes da eleição de Jair Bolsonaro. O presidente Michel Temer viveu, em parte, essa agonia. No dia 4 de janeiro de 2018, achando que teria de se ajoelhar como pedinte a um Congresso que ainda debulhava suas “parcerias pessoais público-privadas”, solicitou uma reunião de urgência para tratar do tema. Participaram das discussões Rodrigo Maia, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira e o ministro das Cidades, Alexandre Baldy.

Mesmo assim, os técnicos da Consultoria Legislativa e de Orçamento da Câmara trabalharam com afinco para a preparação de uma PEC (423/18) que tiraria Temer e Meirelles da linha de tiro. A proposta foi apresentada em junho do ano passado pelo deputado Pedro Paulo (DEM-RJ). Mas as transferências de recursos do BNDES equacionaram a iminente desobediência da “regra de ouro”. Na semana retrasada, o Ministério da Economia informou à Câmara dos Deputados a existência de um rombo de R$ 248 bilhões, que foi revisto, na última terça-feira, para R$ 110,6 bilhões, e, ontem, novamente corrigido, subindo para R$ 146 bilhões. O deputado Hildo Rocha, relator da PEC, defende o repasse em duas tranches, devido à falta de clareza quanto ao montante solicitado para o crédito adicional.

O ministro Paulo Guedes, entretanto, considera que, mesmo sem o valor definido com maior precisão, o crédito suplementar deveria ser aprovado em uma única parcela, ou seja, a estimativa mais alta apresentada pelo governo. Guedes diz se preocupar com as dificuldades de tramitação do crédito suplementar em dois tempos, mas sabe também que ter de pedir uma nova bênção lá na frente trará o assunto “impeachment” novamente à ribalta. O Legislativo, como diria Guimarães Rosa, participa da “pactância”, garantindo a aprovação do crédito suplementar e da PEC da “regra de ouro”, e, com ela, a governança e a ilibação fiscal do presidente e de seus ministros. O STF jogaria recuado como defensor da última linha, cobrindo a retaguarda contra liminares e outros expedientes de reclame jurídico, que certamente virão.

Unidos, os Poderes montariam uma barricada contra o veto ao pedido de recursos adicionais e a responsabilização criminal de Bolsonaro, Guedes e cia. Todos os cuidados são extremamente necessários, até porque a ameaça do governo de suspender o pagamento de despesas essenciais e obrigatórias (o ministro Paulo Guedes, conforme o seu livre arbítrrio, determinaria onde contingenciar os gastos, quer seja com saúde, educação, Bolsa-Família, Previdência e funcionalismo) não só é um haraquiri político como também não dissolve uma eventual interpretação sobre a permanência da criminalização do chefe de Estado mesmo em caso do governo estripar os gastos sociais e as despesas obrigatórias. Também não faz sentido proteger o presidente com uma lei somente compatível com a realeza.

“Suamajestade”, que já não é sujeita à condenação penal por atos ilícitos anteriores ao seu mandato, passaria a desfrutar de isenção absoluta contra as aberrações fiscais da sua gestão. Talvez faça mais sentido os autores da PEC manterem as exigências da “regra de ouro” – que desde 1988 é religiosamente cumprida – alterando o ditame de responsabilização criminal do presidente no seu primeiro ano de governo. Explica-se: o desequilíbrio fiscal na aurora da governança é sempre uma herança da gestão anterior. É comum a irresponsabilidade nas despesas no último ano de governo, quando os mandantes se esmeram em gastos com fins eleitorais. Essa “regra de platina”, de proteção contra o legado de estouro orçamentário, prazo de um ano para que o governo se aprume na área fiscal, e manutenção da punibilidade do mau gestor do orçamento do Estado, corrigiria uma responsabilidade injusta atribuída ao presidente na primeira hora sem que lhe seja concedida a graça da “inimputabilidade papal”, conforme vem sendo chamada a emenda que isenta Jair Bolsonaro para todo o seu mandato.

Como não é possível fazer uma criminalização retroativa de Michel Temer, Bolsonaro teria o waiver do excesso de gastos de custeio em 2019. Se a PEC da “regra de ouro” desonerar o presidente de qualquer responsabilidade fiscal, esse “habeas corpus permanente” representará um estímulo à lassidão nos gastos. Em 2022, a recauchutada proposta de “regra de ouro” estrearia o novo ditame, pelo qual Bolsonaro seria obrigado a entregar o equilíbrio das contas ao seu sucessor – ainda que ele próprio seja reeleito. Caso contrário, ele seria responsabilizado criminalmente pela herança transferida pelo seu governo, no último ano de mandato, para a gestão seguinte.

Certamente a premência de solução da “regra de ouro” coloca esta pauta na frente de todas as demais, inclusive da reforma da Previdência, agenda-mor do atual governo. Seria, contudo, altamente promissor se os pactantes, a começar pelo Executivo, também buscassem uma acomodação para três normas de incompatível convivência: a meta do resultado primário, a “regra de ouro” e a PEC do Teto. O governo, com tantos econometristas e matemáticos, criou a trindade impossível. Que os Poderes busquem blindar a Presidência nesse momento em que o país se decompõe é um ato de responsabilidade. Mas que também protejam os gastos sociais, na hipótese de descumprimento da “regra de ouro” e não aprovação do crédito adicional pelo Congresso. É recomendável que os pactantes coloquem uma racionalidade nos freios fiscais, que, até o presente, têm funcionado como contrafreios. Na atual circunstância, o conjunto da obra vai mal com Bolsonaro, mas o risco é ir péssimo sem ele. Se fosse com Dilma Rousseff, o assunto nem sequer chegava ao Congresso.

#Dias Toffoli #Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia

O incrível causo do cônsul honorário de Guiné-Bissau

23/05/2019
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Era uma vez a história de Adailton Maturino dos Santos e suas ligações perigosas com o Judiciário da Bahia… No dia 21, o RR recebeu uma brochura, apócrifa, de 50 páginas, diga-se de passagem de excelente acabamento. O libreto trazia um cartão informando que a obra foi encaminhada também ao ministro Sérgio Moro e ao presidente do, STF  Dias Toffoli. A peça relata como Maturino, tido como cônsul honorário de Guiné Bissau, teria comandado a “maior extorsão judiciária do Brasil” com a cumplicidade de integrantes do TJ -BA. O enredo gira em torno de uma disputa judicial por fartas extensões de terra no município de Formosado Rio Preto.

Há mais de 30 anos, o borracheiro José Valter Dias reclama na Justiça da Bahia a propriedade de uma área. Valendo-se de relações com magistrados baianos, Maturino teria iniciado uma série de manobras dentro do TJ-BA para garantir um “final feliz” ao processo. Em um dos capítulos mais rumorosos, em julho de 2015, a então corregedora do interior do Tribunal, Vilma Costa Veiga, baixou uma portaria administrativa ampliando a área reivindicada de 43 mil para descomunais 366 mil hectares. Do dia para a noite, Dias e outros 12 réus do processo que ocupavam as terras passaram a ser “donos” de uma extensão equivalente a cinco vezes a cidade de Salvador.

Coincidência ou não, foi o ato final de Vilma como corregedora do interior. No dia seguinte, ela se aposentou. A história parece não ter fim. É repleta de ziguezagues, sempre marcada pela proximidade de Adailton Maturino com membros do Judiciário baiano. Em 2017, o juiz Sérgio Humberto Sampaio concedeu liminar determinando a reintegração das terras a favor de Dias – a essa altura um mero passageiro das manobras de Maturino. Outra protagonista do enredo é a presidente do TJ-BA, desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago. Ela criou o “Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflitos Possessórios da Região Oeste”, órgão instituído quase que exclusivamente para tratar do caso de Formosa do Rio Preto.

Concomitantemente aos sinuosos movimentos no TJ-BA, Maturino trata de dar “economicidade” às terras de José Valter Dias. Ou seriam suas próprias terras? Sua mulher, Geciane Souza Maturino, é dona de 46% da JFF Holding. A empresa reúne 23 propriedades agrícolas ou um total de 252 mil hectares em Formosa do Rio Preto. Maturino e seus sócios estariam cobrando taxas aos agricultores que produzem soja na região. Estima-se que possam arrecadar quase R$ 1 bilhão com os “royalties”. Apesar do detalhamento e da abundância de dados, o TJ-BA disse que “desconhece oficialmente qualquer notícia desse teor”. Para ler a íntegra do material, Clique aqui.

#Dias Toffoli #Governo da Bahia #JFF Holding #Sérgio Moro #STF #TJ

Fora!

25/04/2019
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Há um novo grito de guerra nas ruas da internet. Após o “Fora Temer”, é o “Fora Toffoli”.

#Dias Toffoli

República dos manifestos

8/04/2019
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Entidades como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências estão mobilizando comunidade científica para um protesto contra o governo, em Brasília. O motivo é o decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 29 de março, contingenciando 42,7% nas despesas de investimento do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Na semana passada, algumas dessas entidades já enviaram uma carta a Bolsonaro criticando os cortes.

Das ciências para o Judiciário: procuradores da força-tarefa da Lava Jato discutem a divulgação de um manifesto contra o Supremo nos próximos dias. O agravo se deve ao julgamento de Deltan Dallagnol no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que será retomado amanhã. O pedido de processo partiu do presidente do STF, Dias Toffoli, em razão de uma entrevista de Dallagnol. O coordenador da Lava Jato disse que “Os três mesmos ministros de sempre do Supremo tiram tudo de Curitiba e mandam para a Justiça Eleitoral e dão sempre os habeas corpus”. Referia-se a Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e ao próprio Toffoli.

#Dias Toffoli #Jair Bolsonaro #SBPC

Exemplo de mau comportamento

13/02/2019
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Um vídeo de 2014 protagonizado pelo ministro Dias Toffoli, que circula nas redes sociais (https://www.youtube.com/watchv=pYxyImReb28), é um exemplo de como um magistrado não deve se comportar. Mas, como diz a personagem de Mariel Hemingway no fim do filme Manhattan, “é preciso acreditar nas pessoas”.

#Dias Toffoli

Suprema produtividade

11/01/2019
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Meta razoavelmente ousada do ministro Dias Toffoli: fechar 2019 com mais de 160 mil processos julgados no STF. Nos dois últimos anos, a média da Corte foi de 120 mil ações aproximadamente, entre decisões monocráticas e colegiadas.

#Dias Toffoli

Toffoli estraga a ceia da “santíssima trindade” do PT

20/12/2018
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Alegria de petista dura pouco. O ministro Dias Toffoli derrubou uma animada confabulação que não sobreviveu mais do que algumas horas na tarde de ontem. Logo após a decisão de Marco Aurelio Mello de soltar prisioneiros condenados em segunda instância, o ex ministro Gilberto Carvalho iniciou consultas para o que seria um réveillon conjunto de Lula, José Dirceu e Dilma Rousseff. A premissa é que não poderia haver fato político mais emblemático para a esquerda do que a reunião das três maiores lideranças do PT, afastadas à sua revelia desde a prisão de Dirceu. Na visão do grande amigo de Lula, o encontro dos três remontaria, simbolicamente, à formação da Frente Ampla, que uniu Carlos Lacerda, Jango e JK contra a ditadura – ainda que “ampla” de um partido só. Mas Gilberto Carvalho não teve tempo sequer de engatar a terceira marcha nas conversas dentro do PT. Toffoli acabou com o devaneio de um Natal com a “santíssima trindade” petista.

#Dias Toffoli #Lula #Marco Aurelio Mello #PT

Agenda “selecionada”

30/11/2018
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Após receber parlamentares do PSOL, o presidente do STF, Dias Toffoli, vai se reunir na próxima semana com líderes do PSB e do PDT. No caso deste último, “líderes” é força de expressão: não consta que Ciro Gomes vá ao encontro.

#Dias Toffoli

Catarata de gastos

27/11/2018
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Ao que parece, a gestão do ministro Dias Toffoli na presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) será, digamos assim, um pouco mais “mão aberta” do que a de seus antecessores. O CNJ levou para o Recanto Cataratas – Thermas, Resort & Convention, em Foz do Iguaçu, a edição deste ano do Encontro Nacional do Poder Judiciário. A reunião, que ocorrerá nos dias 3 e 4 de dezembro, tem como objetivo definir o plano de ações e metas do Poder Judiciário para o ano seguinte. Tanto Ricardo Lewandowski quanto Cármen Lucia, os dois últimos presidentes do CNJ antes de Dias Toffoli, mantiveram o encontro em Brasília por contenção de custos. Caberá às respectivas Cortes – STF, STF e tribunais de primeira instância – arcar com as despesas do séquito de magistrados e servidores que invadirá a cidade das cataratas na próxima semana. Apenas como referência, a diária mais baixa do resort – um apartamento standard – gira em torno dos R$ 600.

#Dias Toffoli

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