Tag: Donald Trump
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Política
Eduardo Bolsonaro, o embaixador de Trump na América do Sul? Era só o que faltava
19/11/2024O clã Bolsonaro saiu vazando ontem que o convite a Eduardo Bolsonaro para…
Política
Sempre cabe mais um na excursão bolsonarista à posse de Trump
14/11/2024A “vovó” Stella Barros, simpática decana das agências de turismo no Brasil, orgulhava-se, nos áureos tempos, de levar mais de 25 mil brasileiros a Orlando por ano. Eduardo Bolsonaro não almeja chegar a tanto, mas não para de “vender” pacotes para a “Disney da extrema direita”, a posse de Donald Trump, em janeiro. Além de parlamentares, a maior parte do PL, Eduardo está arregimentando governadores, como Jorginho Mello, de Santa Catarina, prefeitos recém-eleitos e outros “parças”. Ernesto Araújo, ex-chanceler no governo de Jair Bolsonaro, também já teria confirmado presença. Atualmente, Araújo presta consultoria para a Fundação Disenso, vinculada ao partido de extrema direta espanhola Vox. Eduardo quer fazer da posse de Trump uma demonstração de força do bolsonarismo raiz, que saiu chamuscado das últimas eleições municipais.
Telecomunicações
Com Trump de volta, Brasil vira peça ainda mais importante para a Huawei
8/11/2024Corre no setor de telecomunicações a informação de que a Huawei avalia instalar mais um data center no Brasil. Os chineses já têm três zonas de disponibilidade (como são chamados os clusters de data center) no país. Trata-se de um movimento importante do ponto de vista geoeconômico. A Huawei está concentrando na América Latina uma parcela importante da sua estrutura de armazenamento na nuvem.
No início deste ano, anunciou a implantação de outros três data centers na região, mais precisamente no Chile e no México. O novo investimento no Brasil funcionaria também como mais um afago ao governo Lula, com quem os asiáticos estabeleceram uma relação bastante fluida. A multinacional já carrega uma expressiva carteira de contratos de prestação de serviços para órgãos da gestão federal.
O maior volume de investimentos no Brasil e na América Latina como um todo ganha ainda maior relevância com o retorno de Donald Trump à Casa Branca. Em seu primeiro mandato, Trump elegeu a chinesa Huawei como um dos grandes inimigos da América, impondo pesadas restrições a sua atuação nos Estados Unidos, posteriormente ampliadas por Joe Biden.
Economia
Corte de gastos públicos está indexado a Donald Trump
7/11/2024Não há, em todo o mundo, sequer um canto de jardim imune ao efeito Trump. A eleição norte-americana mudou o senso de urgência do governo Lula em relação ao tão aguardado pacote de corte de gastos. O repentino cancelamento da viagem de Fernando Haddad à Europa a pedido do próprio presidente da República levou a crer que as medidas seriam anunciadas na última segunda-feira – ver RR.
E, de fato, o governo ensaiou a divulgação das iniciativas para aquele dia. Mas recuou. Segundo fontes palacianas, na reunião de mais de três horas realizada na tarde da própria segunda-feira, houve um pedido dos ministros presentes, sete ao todo, para que Lula aguardasse o resultado da disputa eleitoral nos Estados Unidos para sacramentar as medidas. Ainda há sensatez nesse mundo.
A julgar pelo impacto já observado da vitória de Trump sobre a economia global, o cenário de curto e médio prazos exigirá do governo Lula um contorcionismo de ginasta chinês para cortar gastos em um ambiente de maior pressão inflacionária. E com uma trava que faz toda a diferença: no salário-mínimo, Lula não aceita mexer de jeito algum.
No D+1 ou “D+T”, leia-se o day after da eleição de Donald Trump, o dólar chegou a bater em R$ 5,72 – fechou o dia em R$ 5,67, praticamente estável em relação a ontem. Nos juros futuros, a taxa DI para os contratos em janeiro de 2025 passou dos 12,95% de ontem para 13,0005%. No mercado, já quem preveja um câmbio acima dos R$ 6,00, para alguns com risco de bater próximo dos R$ 6,50 – em recente entrevista ao InfoMoney, por exemplo, Alfredo Menezes, fundador e CEO da Armor Capital, mencionou a possibilidade de o dólar chegar a R$ 6,40.
Nessa hipótese, automaticamente a inflação dispararia. Maior inflação leva ao aumento da taxa de juros, que leva ao aumento do déficit nominal, que leva ao aumento da dívida pública. Ou seja: um cenário fiscal catastrófico. Some-se a isso o fato de que uma parcela expressiva da economia está indexada à inflação, a começar pelo salário-mínimo, o totem e tabu do corte de gastos. Lula não quer nem ouvir falar na hipótese de mudança nas regras de reajuste do mínimo, com base na inflação do ano anterior e da variação do PIB de dois anos antes.
O mesmo se aplica à ideia de desvinculação da aposentadoria e de outros benefícios do salário-mínimo, resistência que encontra eco no Ministério. Hoje, em entrevista ao jornal O Globo, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, disse textualmente que deixará o governo caso o corte de gastos afete direitos previdenciários adquiridos ou o aumento do salário-mínimo acima da inflação.
A blindagem do salário-mínimo e a previsão de uma pressão inflacionária ainda maior, no rastro do fator Trump, aumentam consideravelmente o desafio da equipe econômica. Em entrevista ao Valor, o economista sênior para Brasil do Itaú BBA, Luiz Cherman, afirma que a eleição de Donald Trump exige que o governo entregue um pacote de cortes superior a R$ 50 bilhões.
Destaque
Soft power ou “no power” ? O dilema do governo brasileiro na eleição da OEA
23/09/2024A sucessão no comando da OEA (Organização dos Estados Americanos), no início de 2025, já mobiliza o governo brasileiro. Antes dela há outra eleição, ou melhor, a eleição, nos Estados Unidos, que deverá ser determinante para a posição do Brasil no tabuleiro geopolítico das Américas.
Por ora, segundo o RR apurou, o Itamaraty trabalha com dois cenários. Um deles, mais “simples”, é apoiar a candidatura do atual ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rúben Lezcano, ao cargo de secretário-geral da OEA. Na mais recente reunião de cúpula do Mercosul, em Assunção, Lezcano cumpriu uma agenda de conversas reservadas com o objetivo de articular e viabilizar sua participação no pleito.
Mas o Itamaraty também considera a hipótese de um Plano B, que pode virar Plano A dependendo das circunstâncias. Seria o lançamento de uma candidatura própria para o lugar hoje ocupado pelo uruguaio Luis Almagro. Esta possibilidade teria em Celso Amorim, assessor direto do presidente Lula na área de política externa, o seu principal mentor. Amorim é sabidamente defensor da ideia de que o país deve buscar uma maior representatividade nas organizações multilaterais.
No caso de uma candidatura made in Brazil, dois nomes despontam nos meios diplomáticos. Um deles é o da embaixadora Maria Laura da Rocha, atual secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores. Maria Laura é próxima do próprio Celso Amorim – foi chefe de gabinete do então chanceler entre 2008 e 2011. A diplomata tem um razoável track records em organismos multilaterais: foi representante do Brasil na Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e na FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).
Outra indicação cogitada é do embaixador Benoni Belli, que atualmente chefia a representação do Brasil na própria OEA. Ou seja: sob certo aspecto, Belli teria a possibilidade de trabalhar sua candidatura por dentro da entidade. No fim de semana, em entrevista à CNN, Belli disse que a OEA “vive uma crise de legitimidade”.
O lançamento de uma candidatura própria para a OEA depende de delicadas costuras, transversais a uma série de outros interesses cruzados e agendas diplomáticas de relevância ainda maior. O soft power do Brasil, ou, no limite, do próprio Lula sobre a vizinhança seria um handicap para angariar apoios na América do Sul e Central.
No entanto, esta é uma disputa que, basicamente, passa por um único grande eleitor. Na prática, a votação na OEA é decidida a pouco menos de uma milha do edifício-sede da entidade, mais precisamente na 1600 Pennsylvania Avenue NW. O secretário-geral da Organização é aquele que a Casa Branca escolher. A questão é saber quem estará no salão oval em 2025: Donald Trump ou Kamala Harris.
Política
Jair Bolsonaro quer grudar em Donald Trump mais uma vez
13/11/2023De primeira: Eduardo Bolsonaro articula um encontro de Jair Bolsonaro com Donald Trump. As conversas são conduzidas junto a Jason Miller, ex-assessor de Trump e fundador da rede social Gettr, identificada com a extrema direita norte-americana. Para o “03”, as circunstâncias são as melhores para Bolsonaro voltar a colar sua imagem à de Trump, no embalo das últimas pesquisas presidenciais nos Estados Unidos, que colocam o ex-presidente à frente de Joe Biden.
Política
Governo Lula planeja acionar Steve Bannon na Justiça
17/01/2023O governo brasileiro pretende processar na Justiça norte-americana o ideólogo, estrategista e guru da extrema direita, Steve Bannon. Conversações já estão sendo realizadas pela área de relações externas do governo Lula com o Departamento de Estado norte-americano. O GSI, comandado pelo general Gonçalves Dias, também participa dos entendimentos, buscando colaboração do FBI para rastreamento das comunicações de Bannon com Bolsonaro, seus filhos e bolsonaristas de proa. O estrategista estaria por trás da rede de blogs internacionais responsável pela produção maciça de fake news sobre o episódio de vandalismo em Brasília. O “noticiário” das mídias de Bannon subverte os fatos. As “informações” são de que o governo brasileiro está fazendo prisões em massa à margem da Justiça, criando campos de concentração, cerceando a liberdade de ir e vir e manipulando e censurando a imprensa.
Bannon, como se sabe, foi condenado por desacato ao Congresso dos Estados Unidos. O “bruxo” foi uma espécie de eminência parda de Donald Trump, responsável, entre outras traquinagens, pela criação da rede trumpista na internet. No auge do governo Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente, era o responsável pelos contatos e aconselhamento estratégico com Bannon e o falecido filósofo Olavo de Carvalho. O “03” organizou, inclusive, um jantar de Bolsonaro, em Washington, com sua cúpula estratégica internacional, digamos assim, juntando Olavo e Bannon. O evento teve, propositalmente, uma publicidade ampla.
Steve Bannon nomina Jair Bolsonaro como líder da extrema direita mundial. Ou seja, não há nenhum “político” no mundo que tenha poder de comando ou convocação sobre 20 milhões de cidadãos, no mínimo. Um verdadeiro exército. É atribuído a ele a frase de que os atentados em Brasília somam o equivalente a dezenas de invasões do Capitólio, fichinha perto do ocorrido na capital do país. O projeto do governo brasileiro é somar esforços com o governo Biden para colocar o “bruxo de Donald Trump” no xilindró. Já vai tarde para a prisão.
Política
Clube da direita
26/10/2022A campanha de Jair Bolsonaro está tentando obter um vídeo de Matteo Salvini, um dos líderes da extrema direita italiana, em apoio à reeleição do presidente. O expediente já foi usado no primeiro turno, com gravações feitas pelo ex-presidente norte- americano Donald Trump e pelo primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.
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Jair Bolsonaro quer ter a sua própria rede social
27/07/2022Carlos Bolsonaro foi beber mais uma vez na fonte de Donald Trump. Responsável pela comunicação da campanha de Jair Bolsonaro, “Carluxo” está debruçado sobre o projeto de criação de uma rede social própria, voltada majoritariamente a eleitores da direita. Qualquer semelhança não é mera coincidência: o “benchmarking” é a Truth Social,
plataforma criada por Donald Trump.
A própria Trump Media Media & Technology Group, empresa de tecnologia do ex-presidente norte -americano, estaria sendo buscada para auxiliar no desenvolvimento de um aplicativo congênere. Elasticidade eleitoral não é exatamente o objetivo prioritário: a princípio, Bolsonaro circularia entre um público que já predominantemente é seu. No entanto, a plataforma on demand permitiria municiar a militância digital com in- formações e mensagens de interesse, especialmente ataques a adversários, que poderiam ser replicadas posteriormente em outras plataformas.
Tudo sem que as postagens originais tenham de passar pelo crivo das redes sociais do mainstream, leia-se Twitter, WhatsApp, Instagram etc. Todas essas utilizam instrumentos cada vez mais rigorosos de controle e checagem de fake news. Em outras palavras: no mundo ideal do bolsonarismo, seria uma rede à prova de STF e TSE.
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Fundo americano recua alguns hectares em terras brasileiras
24/03/2022Segundo o RR apurou, o TIAA, o fundo de pensão dos professores universitários norte-americanos, estaria vendendo terras na região do Cerrado. Um dos candidatos ao negócio seria a Radar, companhia de propriedades agrícolas controlada pela Cosan. Não é de hoje que os caminhos da dupla se cruzam em solo brasileiro.
Em setembro do ano passado, o grupo de Rubens Ometto recomprou uma participação de 47% na própria Radar, fatia essa que havia sido vendida pela Cosan, em 2016, à Mansilla Participações, veículo de investimento do TIAA. Ambos também teriam mantido negócios conjuntos no setor por meio da Tellus Brasil Participações. Procurados pelo RR, Cosan e TIAA não se pronunciaram.
Tão ou mais importante do que os personagens da operação e esse vai-e-vem societário é o histórico de suspeições lançadas sobre os negócios da TIAA com terras no Brasil. O fundo de pensão chegou a ser acusado de ter comprado propriedades agrícolas no país de forma irregular, driblando as restrições à presença de capital estrangeiro no setor. As denúncias foram alvo de investigação por parte de órgãos públicos. No fim de 2020, um relatório preliminar do próprio Incra apontou indícios de que o TIAA violou a legislação brasileira.
De lá para cá, no entanto, parece terem jogado terra em cima do assunto. Consultado, o Incra não quis se manifestar. Segundo o RR apurou, à época, a questão chegou a provocar mal-estar junto ao governo norte-americano. Na ocasião, Donald Trump ainda estava na Casa Branca. O que não quer dizer que, do ponto de vista diplomático, o tema possa ter perdido peso com a chegada de Joe Biden ao poder. Pelo contrário. Roger Ferguson Jr., que até maio do ano passado ocupava o cargo de CEO do TIAA, é ligado ao Partido Democrata e bastante próximo de Biden. Ex-vice-presidente do FED, Ferguson esteve cotado para assumir a Secretaria do Tesouro.
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Chumbo grosso
22/11/2021Eduardo Bolsonaro estaria costurando com Steve Bannon, o marqueteiro de Donald Trump, uma consultoria formal para a campanha de Jair Bolsonaro em 2022. O jogo ficou mais duro: além de bater no “comunista” Lula, Bolsonaro terá de desconstruir o “conservador” Sergio Moro.
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Governo Biden quer cortar na raiz imigração ilegal de brasileiros
18/10/2021A gestão Biden está colocando a imigração ilegal no centro das relações diplomáticas com o Brasil. Segundo uma fonte do Itamaraty, os Estados Unidos costuram um acordo de cooperação com o governo brasileiro. O objetivo é combater quadrilhas especializadas no tráfico de pessoas que agem dentro do Brasil e, com isso, conter o fluxo de imigrantes clandestinos nos Estados Unidos.
Os norte americanos deverão dar apoio às investigações em território brasileiro, possivelmente com o envio de agentes do Homeland Security Investigations (HSI), braço do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos. Consultado pelo RR, o Ministério das Relações Exteriores não se pronunciou. De certa forma, chama a atenção que uma negociação diplomática desta natureza entre Brasil e Estados Unidos se desenrole agora, com Joe Biden na Casa Branca.
Em tese, esta seria uma agenda mais afeita a Donald Trump, o presidente do muro na fronteira com o México. Ocorre que o problema ganhou novas proporções nos últimos meses. De outubro de 2020 a setembro deste ano, 46 mil brasileiros foram detidos nos Estados Unidos ao tentarem entrar de forma clandestina no país.
Trata-se de um número seis vezes maior do que o registrado no período entre outubro de 2019 e setembro de 2020. O governo Biden está tentando matar o “mal” pela raiz. O acordo de cooperação pode ser interpretado como uma forma sutil – ou nem tanto – dos Estados Unidos pressionarem o governo Bolsonaro a combater as quadrilhas que atuam no tráfico de pessoas dentro do território brasileiro.
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Bolsonaro recorre à “internacional direitista”
16/09/2021O presidente Jair Bolsonaro fará viagens oficiais à Hungria e à Polônia no início do próximo ano, assegurou ao RR uma fonte próxima a Eduardo Bolsonaro. O “03” é quem estaria articulando os encontros com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e o presidente polonês, Andrzej Duda – dois dos mais notórios representantes da extrema direta internacional. Consultada pelo RR, a Presidência da República preferiu não se pronunciar sobre o assunto. A programação das visitas demonstra a convicção do presidente Bolsonaro de que o apoio da extrema direita internacional tem importância simbólica para a sua reeleição. É um contraponto às relações que o ex-presidente Lula mantém com líderes da esquerda mundial. Não por coincidência, as tratativas para os encontros com Viktor Orbán e Andrzej Duda surgem poucas semanas depois de Eduardo Bolsonaro se reunir nos Estados Unidos com Steve Bannon – estrategista do ex-presidente norte-americano Donald Trump e uma espécie de elo entre diversos líderes e governos da extrema direita. Em tempo: Bannon deverá acompanhar o presidente Bolsonaro nas visitas.
…
Por falar em política externa: Filipe Martins perdeu. O assessor especial de Jair Bolsonaro para a área de política externa tentou emplacar Roberto Goidanich, ex-presidente da Fundação Alexandre de Gusmão – think tank do Itamaraty -, em uma embaixada de primeira linha, notadamente na Europa. Não dobrou o chanceler Carlos Alberto França, responsável direto pela nomeação de Goidanich para o Departamento de Índia, Sul e Sudeste da Ásia do Ministério das Relações Exteriores. Com isso, França garantiu o “exílio” do “olavista” em um posto de menor relevância na diplomacia internacional. Se fosse na era Ernesto Araújo, Martins e Goidanich ganhavam a parada.
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O reverso da diplomacia
30/08/2021Eduardo Bolsonaro estaria articulando um encontro de Jair Bolsonaro com Donald Trump ainda neste ano. A ideia teria sido discutida na conversa que o “02” teve com o próprio Trump no início de agosto. Eduardo também tratou do assunto no recente encontro com Steve Bannon, estrategista do ex-presidente norte- americano. Trump viria ao Brasil na condição de convidado por um grupo de empresários para realizar duas palestras. Em tempo: no caso de Bolsonaro, seria um movimento na contramão da praxe diplomática. Ele se reuniria com o ex-presidente dos Estados Unidos sem ter se encontrado com seu sucessor, Joe Biden. E daí?
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O “melhor” aliado de Bolsonaro
21/01/2021Ontem, durante a posse de Joe Biden, um diplomata de quatro costados do Itamaraty lembrava ao RR da proeza conseguida por Jair Bolsonaro. Donald Trump foi o primeiro presidente dos Estados Unidos a não visitar o Brasil desde desde Gerald Ford, que ocupou o cargo entre 1974 e 1977.
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Espelho, espelho meu
14/01/2021Em conversa com um político de quatro costados, fonte do RR, o ex-presidente José Sarney defendeu enfaticamente o impeachment de Donald Trump. A justificativa foi sucinta: “Bolsonaro precisa de um susto”.
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Diplomacia dos sinais trocados
13/01/2021Circula no Itamaraty a informação de que Ernesto Araújo sugeriu a Jair Bolsonaro convidar Donald Trump para uma visita ao Brasil após sua saída da Casa Branca. Possivelmente seria a primeira vez que um chefe de governo brasileiro se encontraria com um candidato derrotado sem sequer um telefonema ou mensagem oficial ao presidente eleito e empossado. Sentido, não faz. Mas, tratando-se de Bolsonaro e Araújo, pode se esperar qualquer coisa.
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Não consigo fazer nada
7/01/2021O presidente Jair Bolsonaro cogitou telefonar para Donald Trump ontem, no final do dia. Seria mais uma situação em que caberia a máxima de Bolsonaro: “Não consigo fazer nada”.
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Cabo eleitoral
29/09/2020Abraham Weintraub tem causado constrangimentos no Banco Mundial. Sua atividade principal é fazer campanha pró-Donald Trump. Pelo menos é o que se diz no Ministério da Economia.
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“Ameaça” Biden chacoalha o tabuleiro do Itamaraty
25/09/2020O RR apurou no epicentro do governo que já estão sendo debatidas as hipóteses de reconstrução da política externa com os Estados Unidos caso o democrata Joe Biden seja eleito. Ela começa por mudanças nos “móveis” da própria casa, ou seja, o Ministério das Relações Exteriores. A premissa é que a permanência de Ernesto Araújo à frente da Pasta será incompatível com o retorno dos democratas à Casa Branca. Segundo fontes ligadas ao Itamaraty, três diplomatas despontam na linha de frente dos candidatos à sucessão de Araújo.
Todos têm um traço em comum: combinam experiência, tamanho para o cargo de chanceler e guardam alguma proximidade com o clã Bolsonaro. Ou seja: emprestariam ao Ministério o pragmatismo necessário para o novo cenário, permitiriam que o Brasil azeitasse suas relações com um eventual governo democrata nos Estados Unidos sem que, para isso, Bolsonaro precisasse promover uma mudança de rota mais brusca. Um dos candidatos tidos como mais fortes é Luis Fernando Serra, ex -embaixador brasileiro em Paris.
Serra ganhou muitos pontos no Palácio do Planalto quando foi à TV francesa defender Bolsonaro, com fervor patriótico, dos ataques do presidente Emmanuel Macron ao governo brasileiro por conta das queimadas na Amazônia. O embaixador chama a atenção de seus colegas pela flexibilidade retórica em agradar Bolsonaro sem necessariamente ferir posições históricas da diplomacia brasileira. Serra é conhecido também pela boa articulação junto a diplomatas mais antigos.
Pela sua experiência, é visto como alguém capaz de dar um tom mais sereno nas relações com os Estados Unidos sem desagradar Bolsonaro e os seus. Outro nome forte é o da diplomata Maria Nazareth Farani Azevedo, esposa do ex-diretor-geral da OMC, Roberto Azevedo. Há algum tempo Maria Nazareth é cotada em Brasília para algum alto cargo no Itamaraty. Assim como Luis Fernando Serra, ela tem demonstrado habilidade para combinar um discurso pró-Bolsonaro com a defesa de posições mais pragmáticas nas Relações Exteriores. Um nome que corre por fora é o de Pompeu Andreucci Neto, ex-embaixador do Brasil em Madri.
Andreucci não tem a mesma conexão direta com Bolsonaro que Serra e Maria Nazareth. Mas dispõe de um trunfo político: é ligado ao ex-presidente Michel Temer, hoje cada vez mais próximo de Bolsonaro. Uma solução menos natural seria a escolha de um “forasteiro”, ou seja, não necessariamente de um diplomata de carreira. Trata-se de uma hipótese menos provável, mas dois nomes são ventilados: o vice-presidente Hamilton Mourão e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Nesse caso, tanto um quanto o outro acumulariam funções no governo. A gestão de Tereza Cristina é um dos principais cases de sucesso desse governo. Tirá-la da Agricultura seria despir um santo para vestir o outro.
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In Donald Trump we trust
11/09/2020Segundo fontes ligadas ao Itamaraty, nos últimos dias Ernesto Araújo manteve contatos com chanceleres de países da América Central em busca de apoio à eleição do norte-americano Maurício Claver-Carone para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – o pleito ocorrerá neste fim de semana. Puro jogo de cena de Araújo. Claver-Carone já tem o número de eleitores necessários – a começar pelos próprios EUA, que, no sistema proporcional do BID, controlam 30% dos votos. Além disso, Araújo não tem punch na comunidade diplomática internacional para influenciar a votação. Mas, o teatro interessa a Jair Bolsonaro, que aproveita mais uma oportunidade para demonstrar sua devoção a Donald Trump. A sucessão do BID, ressalte-se, é cercada de polêmicas: Trump quebrou uma tradição de 60 anos ao lançar um candidato norte-americano para o comando do banco, que, por um acordo tácito, sempre coube a um país latino-americano.
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Bilateralismo de mão única
2/09/2020Segundo informações auscultadas do Itamaraty, há tratativas diplomáticas para que Jair Bolsonaro e Donald Trump mantenham contato telefônico nos próximos dias. É um forte indício de que Bolsonaro poderá prorrogar por mais 90 dias o prazo para o etanol norte-americano entrar no Brasil livre de tarifa. O problema é a contrapartida reivindicada pela indústria sucroalcooleira nacional: a disposição da Casa Branca de reduzir as taxas para o açúcar brasileiro é proporcional ao seu empenho em trabalhar pelo ingresso do Brasil na OCDE.
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BID é de Trump e ninguém tira
20/07/2020O Brasil jogou a toalha em relação à possível candidatura de Rodrigo Xavier, ex-UBS, para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Primeiro porque o governo Bolsonaro não vai bater de frente com Donald Trump: os Estados Unidos quebraram a tradição e indicaram um candidato próprio ao cargo, Maurício Claver-Carone, diretor sênior do Conselho de Segurança Nacional para Assuntos do Hemisfério Ocidental. Além disso, segundo fonte do Itamaraty, o Brasil ficou isolado na América do Sul. Argentina e Chile, que poderiam liderar um apoio do continente à candidatura brasileira, não vão se aliar à indicação de Xavier.
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Prêmio de consolação
9/06/2020Além do pedido de ajuda ao presidente Jair Bolsonaro contra as cotas impostas pelos Estados Unidos – como se Donald Trump o escutasse – os siderurgistas brasileiros reivindicam ao governo a elevação das alíquotas de importação para o aço chinês. Em 2019, a entrada do produto no Brasil subiu 35%.
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Brasil está ameaçado de isolamento internacional
22/05/2020O Brasil corre o risco de sofrer um lockout internacional. Há indícios de que o país poderá ser colocado em isolamento pelas grandes nações e blocos econômicos. Por isolamento entenda-se a adoção de medidas restritivas, tanto na circulação de pessoas quanto de mercadorias. A quarentena englobaria, entre outras punições, a suspensão de voos provenientes do Brasil, a proibição do tráfego marítimo e o bloqueio à entrada de produtos brasileiros em importantes mercados, como Estados Unidos, China e União Europeia. As sanções seriam uma resposta à perversa combinação da escalada de casos de coronavírus no país com a desconexa política externa do governo Bolsonaro.
Entre diplomatas e especialistas em comércio exterior, corre, inclusive, a versão de que a decisão de Roberto Azevedo de renunciar à direção da OMC teria sido motivada pela incapacidade de domar os desvarios do governo brasileiro na área de relações exteriores e pela iminência de sanções contra o país. Na comunidade internacional, há um entendimento de que o país está se consolidando como o novo epicentro do coronavírus, percepção acentuada pelo desgoverno do presidente Jair Bolsonaro na gestão da pandemia. Cresce o temor de que o Brasil possa vir a ser o irradiador de uma segunda onda de contaminação em países que já deixaram para trás o pico da curva, sobretudo na Europa e na Ásia.
A insistência de Bolsonaro em confrontar a ciência e contrariar protocolos globais tem sido vista como um fator de risco a mais. Um dos sinais de que o país pode enfrentar uma quarentena internacional veio do “aliado” Donald Trump. Na última terça-feira, o presidente dos Estados Unidos citou a possibilidade de proibir o transporte aéreo de passageiros entre os dois países – “Não gostaria dessas pessoas vindo contaminar os americanos”. Se os países estão isolando o próprio povo, por que não iriam isolar o povo alheio? Outra evidência de um possível isolamento do Brasil partiu da China. Desde a semana passada circula a informação de que o governo chinês sugeriu ao seu parque industrial antecipar as compras de soja e formar estoques.
Em certa medida, a preocupação global em frear o ir e vir do coronavírus transforma o Brasil na nova China. Um exemplo: somente as exportações brasileiras de café movimentam por ano cerca de 120 mil contêineres. Não há um estudo científico definitivo sobre o risco ou não de contaminação com o manuseio desses equipamentos. Mas, é importante lembrar, que, no pico da pandemia na China, mais de um terço dos contêineres de todo o mundo ficou retido no país asiático pelo receio de que eles espalhassem o coronavírus pelo mundo. A mesma preocupação se aplica a produtos agrícolas. Por quanto tempo o coronavírus sobrevive em um grão de café ou de soja? Não se sabe. No caso do setor cafeeiro, a ameaça é ainda maior devido ao calendário agrícola.
O Brasil está no meio da colheita de café. São mais de 800 mil trabalhadores no setor, a maioria esmagadora oriunda dos estratos mais baixos de renda e exposta a condições sanitárias de risco. Em algumas regiões produtoras do país, a colheita ainda é majoritariamente humana, aumentando o risco de eventual contaminação do café. No Espírito Santo, por exemplo, mais de 70% dos grãos passam pelas mãos dos trabalhadores. Nesse contexto, outro ponto preocupante é o enfraquecimento do Brasil no grande jogo das relações internacionais.
O país tem perdido representatividade nos organismos multilaterais. Com a saída de Roberto Azevedo da OMC, a rigor, o Brasil tem apenas uma posição de liderança entre entidades do primeiro time: José Sette, na direção da Organização Internacional do Café. No ano passado, José Graziano deixou a FAO. Da mesma forma, praticamente toda a geração de diplomas que acompanhou Rubens Ricúpero na Unctad já se aposentou. Some-se a isso o fato de que o Itamaraty, hoje, sob o comando de Ernesto Araújo, se notabiliza mais pela defesa do presidente Bolsonaro do que por sua capacidade de fazer diplomacia.
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Pingo nos is
30/04/2020O RR, na edição da última terça-feira, deu uma de Donald Trump, recomendando a ingestão de desinfetante para tratar o novo corona-vírus. Foi induzido por uma fonte equivocada a dar uma informação desencontrada. A afirmação de que Jair Bolsonaro interveio junto ao Comando Logístico do Exército para a revogação de portarias sobre o controle de munições e armas com o intuito de aumentar os dispositivos de fiscalização não procede. O pedido de Bolsonaro foi exatamente o contrário: permitir o ingresso dos artefatos bélicos sem numeração, o que dificulta tremendamente a fiscalização. Está certíssimo o Ministério Público em investigar a gestão do presidente em decisão do Exército Brasileiro. Pedimos desculpas a nossos leitores.
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Onde os fracos não têm vez…
17/04/2020É avançar ou avançar: pesquisa de opinião encomendada pelo Palácio do Planalto identificou uma melhora na avaliação da performance do presidente Jair Bolsonaro na gestão da crise do novo coronavírus. Pois é…
…
Depois da Áustria, Dinamarca e Espanha anunciarem o relaxamento de algumas medidas de contingência contra a Covid-19, ontem foi a vez de Donald Trump divulgar diretrizes para reabertura da economia norte-americana. O presidente Jair Bolsonaro assiste a tudo fazendo figa. Vai lá que sua desacreditada peroração em prol da liberação parcial da quarentena esteja em linha com o mundo. Ciência para que, não é?
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O replicante
16/04/2020O embate entre Jair Bolsonaro e Luiz Henrique Mandetta parece mimetizar a conflitante relação entre Donald Trump e o imunologista Anthony Fauci, médico conselheiro da Casa Branca. Fauci tem sido um defensor ferrenho do isolamento social, além de um crítico ao uso indiscriminado da hidroxicloroquina no tratamento de infectados com o coronavírus. Nos últimos dias, Trump chegou a retuitar nas redes sociais mensagens de apoio à demissão do cientista.
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Os “coronafilhos” alertas e vigilantes
6/04/2020O deputado Eduardo Bolsonaro tem insistido com o pai para que o libere em uma ação diplomática junto aos Estados Unidos. A proposta é costurar um encontro com o governo norte-americano em Brasília. Os assuntos a serem tratados seriam uma colaboração entre os países para o combate da pandemia do novo coronavírus e soerguimento da economia. O verdadeiro objetivo, já que ninguém acredita na efetividade dessa troca de apoios, é reafirmar o alinhamento entre as duas nações.
Eduardo seria o embaixador excepcional do Brasil. O chanceler Eugênio Araújo permaneceria dormitando no Ministério das Relações Exteriores. Antes que alguém imagine o envolvimento direto de Donald Trump nessa história, o convite seria feito a uma autoridade do Departamento de Estado norte-americano. Quem vier, é jogo. Ainda com relação ao “03”, Eduardo fala permanentemente com Olavo de Carvalho, pedindo sugestões e prestando contas das estratégias do Palácio do Planalto.
Bolsonaro, seja lá por qual protocolo informal ou acordo feito com o filho, não conversa com o guru. É informado diretamente pelo caçula sobre as reflexões e dicas do Rasputin da Virgínia. Por essas e por outras, pode se dizer que Olavo está confinado virtualmente no epicentro do governo. É um ministro sem pasta, que responde unicamente ao filho do presidente. O ódio não tem, nem terá fim. O
presidente Jair Bolsonaro não aceita pressão para que o filho Carlos, o “02”, seja deslocado do Planalto, onde encontra-se lotado por sua própria vontade.
Carlos comanda um grupo de operadores de internet, chamado de “gabinete do ódio”. É quem está por trás das campanhas mais pestilentas destiladas nas redes sociais contra os adversários de Bolsonaro. O ministro chefe do GSI, general Augusto Heleno, considerado o “militar do Planalto” com maior influência sobre o presidente, tentou apeá-lo do Palácio pelo menos duas vezes. Em ambas, ouviu defesa radical da atual importância de “02” e da sua lealdade absoluta. Para quem não lembra, a influência de “Carluxo” pode ser medida pela presença no Rolls Royce que levou Bolsonaro ao Planalto, na posse do presidente.
Não há precedente para tamanha manifestação de prestígio. O filho Flavio Bolsonaro, o “01”, tem passado os seus dias bastante dividido. Flávio é o mais apavorado com a pandemia e, ao contrário do pai, não dá apertos de mão ou entabula conversas a menos de um metro de distância. Se, por um lado, o coronavírus lhe causa pavor, por outro colabora para esfriar os seus rolos no Judiciário. Flávio ganha tempo e acredita que a sociedade não voltará a ser a mesma depois que a epidemia passar. O senador quer ficar recluso um bom tempo ainda. É distanciamento social do STF, do Legislativo, Polícia Federal etc. Melhor em casa do que na prisão.
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Figuração
13/03/2020O ministro Ernesto Araújo e o novo embaixador brasileiro em Washington, Nestor Forster, fizeram apenas backing vocal no encontro
entre Jair Bolsonaro e Donald Trump no último fim de semana. Só para não variar, os diplomatas foram eclipsados pelo “chanceler” Eduardo Bolsonaro.
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À espera da OCDE
28/02/2020Informação de fonte do Itamaraty: a primeira missão da OCDE para avaliar o ingresso do Brasil desembarcará no país em abril. Vem para produzir um diagnóstico sobre a política de direitos humanos e de meio ambiente do governo Bolsonaro. Por ora, é tudo meio jogo de cena. Enquanto Trump não der o sinal – se é que vai dar -, o Brasil continuará enxergando a OCDE de binóculos.
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O novo e o velho Itamaraty
30/01/2020A recente deportação de 80 brasileiros que viviam nos Estados Unidos, sem qualquer reação contrária do governo Bolsonaro, remete a um episódio similar na gestão Lula. Em 2008, após duras negociações diplomáticas, o então presidente conseguiu impedir que os norte-americanos despachassem um grupo de cidadãos brasileiros. Segundo relato de um ex-ministro de Lula ao RR, o nível de tensão, à época, chegou a tal ponto que o petista informou ao então presidente George W. Bush que não autorizaria o sobrevoo da aeronave dos Estados Unidos em território nacional. A Casa Branca, então, recuou. Os ventos mudaram de direção. Na gestão Bolsonaro, esta foi a segunda vez em que o país aceitou receber um avião fretado pelo governo Trump trazendo brasileiros deportados.
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O presidente e o ídolo
14/01/2020O Itamaraty solicitou, mas a Casa Branca ainda não respondeu ao pedido de um novo encontro entre Jair Bolsonaro e Donald Trump no fim de fevereiro. O Capitão vai aos Estados Unidos para reuniões com investidores, notadamente do setor de energia. Mas o que ele quer mesmo é mais um aperto de mão com Trump.
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Diálogo de mão única
12/12/2019A cúpula do Instituto Aço Brasil está colérica com o silêncio do governo Bolsonaro diante das barreiras ao aço brasileiro anunciadas por Donald Trump. As seguidas consultas ao Ministério da Economia e ao Itamaraty sobre o assunto encontram apenas o silêncio. Os siderurgistas estão saudosos de quando a interlocução se dava com o vicepresidente Hamilton Mourão.
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Usineiros tentam erguer uma barricada contra etanol de Trump
27/09/2019Escancarar de vez as portas para o etanol norte-americano ou atender aos apelos da indústria sucroalcooleira nacional, com as insondáveis consequências de um raríssimo “não” a Donald Trump? Com a palavra, o governo Bolsonaro, em especial o virtual embaixador brasileiro em Washington, Eduardo Bolsonaro. Grandes usineiros do país têm buscado uma interlocução mais próxima com o “03” na tentativa de conter o avanço do combustível norte-americano no mercado brasileiro. Reunidos sobre a égide da Única, empresários do setor vêm municiando Eduardo com estudos que apontam para o risco de uma nova quebradeira de usinas e demissões em massa caso o governo brasileiro faça ainda mais concessões ao etanol produzido nos Estados Unidos, sobretudo nas condições de baixa reciprocidade colocadas sobre à mesa.
Há pouco mais de um mês, o governo Bolsonaro cedeu algumas jardas. Ampliou a cota a que os Estados Unidos têm direito sem cobrança do tributo de 20%. O teto para a venda de etanol ao Brasil isento de tarifa subiu dos 600 milhões, limite fixado no governo Temer, para 750 milhões por ano. A nova cota corresponde a mais de 60% do total de exportações norte-americanas para o Brasil, em torno de 1,2 bilhão de litros por ano. O Tio Sam, como de hábito, quer mais.
Os Estados Unidos têm feito crescente pressão para garantir plena isenção alfandegária, como era até 2017. A julgar pelo poder de persuasão de Trump sobre os Bolsonaro, esta se anuncia como uma batalha perdida para os usineiros. Para a indústria sucroalcooleira nacional, a única contrapartida razoavelmente palatável à perda de mercado local para o etanol norte-americano seria a possibilidade de aumentar as vendas de açúcar aos Estados Unidos. Para isso, no entanto, é necessário que Trump aceite reduzir as draconianas barreiras tributárias para a entrada do produto brasileiro no país.
Hoje, a tonelada do açúcar fabricado no Brasil chega aos Estados Unidos em torno de US$ 270. Mas cada tonelada que supera a cota anual a que o Brasil tem direito é sobretaxada em US$ 339. Não há qualquer sinal de que Trump esteja disposto a baixar esse sarrafo . Segundo fonte do Palácio do Planalto, os norte-americanos acenam com um “troco” de duvidosa valia para o Brasil: investimentos de grandes grupos norte-americanos para fomentar a produção de etanol de milho em território brasileiro. Para a indústria sucroalcooleira, a proposta não passa de um cavalo de troia dentro do cavalo de troia, uma vez que estas empresas também chegariam para deslocar mercado das usinas nacionais.
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Capítulo automotivo
12/09/2019Na troca de interesses entre Donald Trump e Eduardo Bolsonaro há um capítulo automotivo.
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Menos médicos
23/08/2019Jair Bolsonaro e Donald Trump têm mais um ponto de afinidade: Brasil e Estados Unidos são os dois maiores “caloteiros” da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). O governo brasileiro já deve cerca de US$ 25 milhões ao coletivo multilateral. A dívida dos EUA, por sua vez, soma mais de US$ 100 milhões. Com carência de recursos, a entidade, que reúne 35 países, sangra. Segundo uma fonte da própria OPAS, a direção da instituição já discute a demissão de três mil dos mais de dez mil contratados da área médica. No Brasil, um dos órgãos mais afetados deverá ser o Centro Latino-Americano de Informações em Ciências da Saúde (Bireme), em São Paulo.
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Subsolo brasileiro será a moeda de troca do embaixador Eduardo Bolsonaro
5/08/2019Uma missão prioritária está reservada para Eduardo Bolsonaro, futuro Embaixador em Washington e chanceler in pectore do governo Bolsonaro. Caberá ao “03” colocar em marcha uma política de troca de recursos minerais estratégicos por acordos comerciais bilaterais. O projeto nasce da premissa de que o Brasil não tem outra moeda de negociação com o mundo: o subsolo é o único grande ativo que sobrou para ser colocado sobre o tabuleiro das relações internacionais. A ideia explica a ênfase com que Bolsonaro tem se referido à abertura de reservas indígenas e de áreas de proteção ambiental para investidores privados, assim como sua insistência em nomear Eduardo para a Embaixada do Brasil em Washington.
Os Estados Unidos despontam como parceiros preferenciais. Para além da relação de proximidade ideológica entre Donald Trump e Bolsonaro, razões de ordem geoeconômica empurram os norte americanos para o negócio. O governo Trump teria todo o interesse de reduzir o espaço para a entrada dos chineses na extração de minerais estratégicos no Brasil. À exceção de minério de ferro, manganês, nióbio e cobre, abundantes nestas terras, um acordo com o Brasil faria da China um monopsônio das importações dos demais minerais do país. Ela poderia se tornar o único ou, ao menos, o principal comprador, transformando as reservas nacionais em enclaves orientais em solo brasileiro. Seria uma guerra fria polimetálica se o Tio Sam já não fosse o eleito.
No que depender das motivações de parte a parte, a Amazônia tem tudo para virar uma espécie de 51º segundo estado norte-americano. O projeto envolveria dois grandes perímetros territoriais da Região Amazônica: a Reserva Nacional do Cobre (Renca) e a Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Jair Bolsonaro quer dar sequência ao que Michel Temer ensaiou, mas não fez, notadamente no caso da Renca. Em agosto de 2017, Temer assinou decreto extinguindo a Renca e liberando a área para a exploração privada. Um mês depois, diante da pressão que sofreu, revogou a decisão. Guardadas as devidas proporções, a Reserva Nacional do Cobre é uma espécie de pré-sal da mineração. Trata-se de uma próspera província metalogenética.
No subsolo de seus mais de 46 mil quilômetros quadrados espalhados pelo Pará e Amapá, repousam, além do metal que lhe dá nome, ouro, titânio, fósforo, estanho, tântalo e grafita, segundo dados da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). Há ainda registros de bauxita, manganês e diamante. A Reserva Raposa Serra do Sol, por sua vez, ocupa uma extensão de 17 mil quilômetros em Roraima. O governo Bolsonaro oferecerá aos investidores internacionais, de acordo com estudos da CPRM, seu subsolo cravejado de diamante e ouro. Nesse grande projeto de entrada de investidores internacionais nos “santuários” minerais do Brasil, ficariam faltando apenas os nódulos polimetálicos. São depósitos de minerais no fundo do oceano.
A costa brasileira está cheia deles. O maior e mais cobiçado é a Elevação do Rio Grande, na altura do Rio Grande do Sul. Essa Atlântida multimineral está localizada além das 200 milhas náuticas. Mas existe uma possibilidade do país ampliar seu mar territorial caso fique comprovado que a área é uma extensão geológica de terras brasileiras quando da separação da América do Sul da África.O governo já solicitou permissão à Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos para fazer pesquisas no local. É mais fácil dizer o que não há naquelas profundezas. Já foram comprovadas as presenças de cobalto, níquel, cobre e manganês, além de zincônio, tântalo, telúrio, tungstênio, nióbio, tório, bismuto, platina, cério, európio, molibdênio e lítio. Vão para o portfólio com que Eduardo Bolsonaro correrá o mundo.
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Que Guedes é esse?
29/07/2019Intrigante a forma como a Amcham Brasil está promovendo a palestra do secretário de Comércio Exterior dos EUA, Wilber Ross, amanhã, em São Paulo. Ele é chamado pela Câmara de “Paulo Guedes do governo Trump”. Longe disso. Ross tem sido criticado por Trump e está com a cabeça a prêmio.
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Política interna será o termômetro para o “Itamaraty de Jair Bolsonaro”
18/12/2018O incomum desconvite aos chefes de estado e de governo de Cuba e da Venezuela para a posse de Jair Bolsonaro foi uma decisão de fora para dentro do Itamaraty. Não houve qualquer tipo de recomendação do ministério das Relações Exteriores nessa direção; nem agora, nem em nenhum momento anterior. A medida partiu do próprio núcleo duro de Bolsonaro e, mais do que qualquer outro significado no âmbito internacional, teve como objetivo principal atender as bases eleitorais domésticas. Com a decisão, o presidente eleito corrobora o discurso de campanha e avança no processo de “vilanização” dos governos socialistas dos dois países. Trata-se de um gesto que pode ser interpretado, desde já, como uma avant première da condução da área de Relações Exteriores no governo Bolsonaro.
Mesmo antes de Ernesto Araújo assumir o Ministério, a linha já está sendo ditada e imposta ao Itamaraty: tudo leva a crer que a política externa brasileira será, em grande parte, indexada e condicionada à política interna. A partir deste entendimento de que as relações internacionais do Brasil serão guiadas com um olho na opinião pública, já existem preocupações no corpo diplomático do Itamaraty quanto aos possíveis desdobramentos desse primeiro movimento de agravo a Cuba e Venezuela. Não são pequenas as chances de que a medida descambe para atos ainda mais contundentes como a retirada do embaixador brasileiro de Havana e Caracas ou, em um caso mais extremo, no rompimento das relações diplomáticas com os dois países.
Ressalte-se que a eventual ruptura diplomática não precisaria ser automaticamente acompanhada de um rompimento das relações comerciais, não obstante os dois países terem participação pouco relevante na balança brasileira. Há antecedentes nesta direção na própria história brasileira. Durante o governo de Juscelino Kubitschek, mais precisamente em 1958, o Brasil retomou os negócios com a União Soviética embora o Senado tenha vetado o reatamento das relações diplomáticas com o país, suspensas em 1947 pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra. Em um primeiro momento, o atípico movimento em relação a Venezuela e Cuba poderia soar como uma espécie de oferenda ao governo Trump, um ponto de alinhamento extremo à política diplomática norte-americana.
Não que inexistam sinais nesta direção. Muito pelo contrário. Mas, segundo informações auscultadas do próprio Itamaraty, eles não passam pelos dois países latino americanos. Basta lembrar que representações diplomáticas de ambas as nações socialistas estiveram presentes à própria posse de Trump, em janeiro de 2017. O governo de Donald Trump certamente veria com bons olhos sinais de distanciamento do Brasil em relação ao Irã, que tem sido alvo de seguidas e pesadas sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos.
Do ponto de vista pragmático, no entanto, trata-se de um afago mais custoso de ser feito pela gestão Bolsonaro. O Brasil tem um superávit comercial alto com os iranianos. Entre janeiro e setembro deste ano, por exemplo o saldo foi de aproximadamente US$ 4,5 bilhões, impulsionado, sobretudo, pelo aumento de mais de 520% nas exportações de milho. No mesmo período, este número só foi superado pelo superávit com a China (US$ 20 bilhões). Em outro front, existe a já notória questão de Israel. Tudo indica que Jair Bolsonaro cumprirá a promessa de transferir a Embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém, seguindo os passos do governo Trump. Um gesto ainda mais bem-visto pelos Estados Unidos seria o reconhecimento pelo Brasil da cidade santa como a capital de Israel, algo que dependeria de um ato executivo da Presidência da República.
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ESPECIAL – Christian Lynch, jurista e cientista político – Jair Bolsonaro: candidato a “Trumputin”
9/10/2018Ouço sempre comparações entre Jair Bolsonaro e Donald Trump. Não gosto muito desse tipo de análise porque presume que o que acontece na vida política brasileira é mero eco do que chega lá de fora, quando na verdade o que há é uma interação com o que existe de preexistente na cultura política brasileira. Aqui dentro, há uma tradição de conservadorismo estatista em versão militar, que, pela doutrina do “cidadão fardado”, atribui ao Exército a função de guardião da República em última instância, diante da ameaça da “anarquia”, especialmente a comunista.
Essa ideologia está aqui misturada com o culturalismo (a cultura brasileira é cristã e conservadora; liberalismo e socialismo são ideologias “alienígenas”) e, pela primeira vez, com o “liberalismo judiciarista” e o liberalismo de mercado. É a mesma coalizão em torno de Carlos Lacerda que derrubou Jango em 1964. Por tudo isso, acho que a melhor comparação em termos do que acontece lá fora não é com Trump, mas com Vladimir Putin.
Ambos ex-agentes e símbolos de um antigo regime autoritário e militarista, percebido depois idilicamente como uma época de ordem e paz desfeita pela anarquia liberal e pela corrupção. São símbolos patrióticos “restauradores”, que poderão governar “democraticamente” através da exploração de um populismo de direita auxiliado pela burocracia do Estado, na forma de um “Estado forte de direito” (seja lá o que isso signifique). Por outro lado, tendo em vista nosso notório gosto por macaquear os irmãos do Norte, o Brasil oferece uma alternativa média: nem Trump, nem Putin: Bolsonaro é candidato a ser o nosso “Trumputin”.
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O pato manco e a águia doida
19/09/2018O Itamaraty ainda tenta confirmar um encontro reservado entre Michel Temer e Donald Trump no próximo fim de semana, quando o presidente brasileiro estará em Nova York para participar da assembleia geral da ONU. Por ora, no entanto, não tem encontrado reciprocidade da parte da diplomacia norte-americana.
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Google se arma contra a eleição do fake news
5/04/2018O escândalo do vazamento e do uso de dados do Facebook na campanha de Donald Trump acendeu todos os sinais de alerta no Google. O site de buscas vai adotar políticas rigorosas nas eleições brasileiras, que servirão de laboratório para operações da empresa em outros países. Segundo o RR apurou, parte do cardápio de medidas profiláticas foi apresentada por executivos do Google Brasil ao então presidente do TSE, Gilmar Mendes, em reunião no fim de janeiro. A venda de mailings e informações de usuários para terceiros está fora de questão – foi nessa que Mark Zuckerberg mergulhou na maior crise da história do Facebook. O Google vai testar um novo sistema para brecar a proliferação de fake news, com base na ferramenta conhecida como “Snippsets”. A empresa pretende também trazer para o Brasil um modelo similar ao First Draft, desenvolvido nos Estados Unidos em parceria com a Harvard Kennedy School, que combina mecanismos de checagem de informações e de rastreamento de notícias falsas nas redes sociais. O site vai ainda restringir a comercialização de anúncios políticos por meio da ferramenta Google Adwords, na tentativa de evitar a associação de nomes de candidatos a determinadas palavras chave, notadamente aquelas que claramente ataquem a imagem de adversários.
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Trump dá uma nova direção à Gerdau
15/03/2018A Gerdau está reavaliando o processo de venda de ativos nos Estados Unidos na esteira da decisão do governo Trump de taxar o aço importado. Segundo o RR apurou, negociações já em andamento para a transferência de duas usinas, uma no Michigan e a outra no Tennessee, foram colocadas em banho-maria. A medida restritiva do governo norte-americano trouxe um novo cenário para a Gerdau, com mais benefícios do que perdas. As exportações das suas usinas brasileiras para os Estados Unidos são residuais, em torno de cem mil toneladas ano. Por sua vez, a subsidiária norte-americana responde por mais de 40% das receitas da companhia. Em relatório divulgado na semana passada, o BTG estima um aumento no Ebitda do grupo de até 18% em razão da barreira alfandegária. Ou seja: os ativos na América ganharam mais valor, nem que seja, por puro pragmatismo dos Gerdau, para serem vendidos mais à frente a preços melhores.
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Questão delicada
11/12/2017A bancada evangélica ficou atiçada com a decisão de Donald Trump de transferir a Embaixada norte-americana para Jerusalém. Não é de hoje que os parlamentares da fé reivindicam ao Itamaraty que o Brasil tenha uma representação diplomática na Cidade-Santa. Com o controverso movimento dos Estados Unidos, o lobby deve ganhar ainda mais fervor.
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Mexicano GAP tira seu bilhete para as licitações do PPI
8/02/2017O Grupo Aeroportuario del Pacífico(GAP) está aterrissando no Brasil em busca de uma espécie de seguro para a “Era Trump”. A companhia mexicana vai disputar o leilão de licenças aeroportuárias previsto para março. Deverá chegar de braços dados com um grande operador europeu do setor já presente no país.
Segundo o RR apurou, representantes do GAP estiveram reunidos recentemente com o agora ministro Moreira Franco, controlador de voo das PPIs. Os “destinos” preferidos dos mexicanos são os terminais de Salvador e de Porto Alegre – também estão sobre o balcão as licenças de Fortaleza e Florianópolis. A aposta do GAP no Brasil é um hedge à perda de altitude do mercado aeroportuário no México, que deverá se acentuar com as restrições econômicas e as barreiras imigratórias impostas por Donald Trump.
Em 2016, o fluxo de passageiros no país cresceu 13%. Para este ano, a estimativa é que a taxa chegue a 9%, caindo para perto de 5% até 2020. Hoje, o GAP está inteiramente indexada aos altos e, neste momento, baixos da economia mexicana. Todas as 12 concessões sob o seu guarda chuva estão localizadas no país, com destaque para as duas maiores: os aeroportos de Guadalajara e Tijuana.
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Lemann vs. Trump
2/02/2017Jorge Paulo Lemann não está entendendo nada, ou está entendendo tudo. A decisão da Budweiser de exibir um comercial exaltando a imigração no intervalo do Superbowl, no próximo domingo, associada ao seu passado recente de demissões em massa nos Estados Unidos faz o empresário colidir de frente com Donald Trump. Lemann é um destruidor de empregos, mas, vai ver, enxergou alguma vantagem nessa súbita aparição como democrata radical”.
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Um Delfim para cada ocasião
19/12/2016O ex-ministro Delfim Neto hoje critica duramente os métodos do big stick de Donald Trump para despertar o espírito animal dos empresários. Delfim meteu o malho na bravata de Trump – o futuro presidente norte-americano disse que ligaria para cada um dos empresários que estivesse ameaçando deixar o país e produzir desemprego, resolvendo o assunto no grito.
No entanto, nos idos do regime militar, o então ministro usava de um procedimento similar e ainda se gabava disso. Dizia que bastava juntar os grandalhões em uma mesma sala e anunciar o que ganhariam e o que perderiam se caminhassem “contra o interesse nacional”. O “gordo” costuma rebater quem o acusa de incoerência citando Ortega y Gasset: “O homem é o homem e suas circunstâncias”. Delfim parece ter vivido mais circunstâncias do que a maioria dos homens públicos.
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Trump não é Reagan. Pena!
9/12/2016O diretor do Centro de Estudos FGV – Crescimento e Desenvolvimento, Roberto Castello Branco, bateu um papinho rápido com o RR sobre a “Trumpmania”. Ele colocou no lugar certo as elucubrações que o RR insistia em fazer sobre pontos em comum entre Donald Trump e Ronald Reagan. São palavras do economista:
“Reagan, antes de ser presidente, foi governador da Califórnia por oito anos, onde fez uma boa gestão. Apesar de muito firme em suas ideias, era um conciliador. A evidência disso é que atraia simpatizantes do Partido Democrata. Uma arma para ganhar eleições se constituía nos chamados ‘Reagan Democrats’.
Trump, por sua vez, não tem qualquer experiência política ou na gestão pública. Mesmo sua trajetória como homem de negócios é no mínimo controvertida e, como sabemos, desperta ódio até mesmo no Partido Republicano. Trump é protecionista; Reagan era a favor do livre comércio. Quando Reagan e Gorbachev se encontraram pela primeira vez, Reagan chamou o russo para um bate papo informal. Disse que ambos haviam nascido em cidadezinhas cujos nomes não se sabia e que, na juventude, ninguém daria nada pelos dois. No entanto, naquele instante estavam ali como homens com poder para destruir o mundo. Então, propôs Reagan, era hora de ambos voltarem a serem homens simples e chegarem a um acordo razoável para seus países.
Faço essas miúdas reflexões, relembrando o almoço de que participei em 1990 no The Plaza, em Nova York, com a presença de Fernando Collor e Trump. Ele já era um empresário famoso, mas nunca pensei que fosse dar tanto o que falar…”
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Mr. Dados
28/11/2016Eike Batista pretende estrear como dono de cassino no Brasil trazendo um grupo sul-coreano a tiracolo. Kid Megalô Batista vem dizendo que, se Donald Trump tivesse perdido a eleição, chamaria o magnata para ser seu sócio. Mr. Batista aposta um outro Grupo EBX como a lei que libera o jogo será aprovada.
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Uma tradução diferente do governo Trump
22/11/2016Nem tudo que vem de Mario Garnero merece crédito. Mas se há um assunto que ele domina com autoridade é geopolítica, especialmente a norte-americana. O empresário brasileiro com mais acesso a ex-presidentes dos Estados Unidos joga água fria nas previsões catastróficas que pululam no mercado a reboque da eleição de Donald Trump. Para Garnero, o candidato das promessas polêmicas dará lugar a um presidente pragmático, um caçador de resultados. Diferentemente do que muitos pregam, o empresário não espera mudanças substanciais nas relações econômicas com os Estados Unidos. Ele acredita que a manutenção e até mesmo a expansão dos acordos comerciais entre os dois países dependerá mais da solução da grave crise econômica brasileira do que de questões exógenas.
Mario Garnero tem especial habilidade em psicografar governos republicanos. Coincidência ou não, seus principais relacionamentos políticos e empresariais na América se aninham no partido, um naipe que vai de George Schultz, ex-secretário de Estado e do Tesouro, a Ronald Reagan e, sobretudo, o clã dos Bush – houve um tempo em que George Bush era figurinha carimbada dos convescotes empresariais que a Brasilinvest, de Garnero, costuma organizar mundo afora. Acredite quem quiser: foi ele que fez a aproximação do governo Lula com George W. Bush a pedido de José Dirceu. Garnero também tocava de ouvido com o vice-presidente Dick Cheney. Não se pode, portanto, desprezar seu feeling em relação à política externa do novo governo norte-americano. Garnero aposta suas fichas que Trump não adotará medidas excessivamente protecionistas capazes de causar estrago no tabuleiro do comércio internacional. Em outras palavras: candidato é candidato e presidente é presidente. Até parece que fala em nome do departamento de estado norte-americano.
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Cenário “urubulino”
17/11/2016• ? Donald Trump deixou o ambiente sob medida para os analistas “urubulinos”. Um hiper festejado gestor de fundo, que já foi tido como Midas do mercado, coloca entre as suas apostas uma boa probabilidade do BC paralisar a queda da taxa de juros em uma Selic de 14% e voltar a vender carradas de swaps cambiais. O sinal para esses dois movimentos é o dólar disparar em direção aos R$ 4,00. É ruim para o fiscal, para a inflação e para a atividade econômica. Mas, do jeito que o tal gestor do fundo mega rentável tem “acertado” nos últimos tempos, dificilmente esse cenário “urubulino” se confirmará.
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Trump é um sobrenome maldito na contabilidade do Serpros
11/11/2016Para os mais de 25 mil funcionários e aposentados do Serpro, a empresa de processamento de dados do governo federal, o sobrenome Trump é sinônimo de escândalos, farto noticiário policial e, na última linha, prejuízos. Sob intervenção da Previc, o Serpros, fundo de pensão da estatal, deverá lançar no balanço deste ano uma provisão de aproximadamente R$ 40 milhões. A cifra equivale a pouco mais da metade do aporte de R$ 77 milhões feito pela entidade no FIP LSH, fundo constituído para financiar a construção do Trump Rio de Janeiro – hotel localizado na Barra da Tijuca, no Rio. A participa- ção do Serpros no negócio é investigada no âmbito da Operação Greenfield. O Ministério Público Federal tem fortes indícios de que o projeto foi superfaturado e parte dos recursos desembolsados pela fundação foi desviada para o pagamento de propinas. O projeto nasceu de uma parceria entre uma empresa carioca chamada LSH Barra Empreendimentos Imobiliários e a The Trump Organization, grupo do futuro presidente norte-americano – mais do que um sobrenome uma marca que cobra alto para batizar ativos de real estate mundo afora. Procurado pelo RR, o Serpros não se pronunciou. A trajetória recente do Serpros é repleta de solavancos. Esta é a segunda vez em pouco mais de um ano que a Previc decreta intervenção no Serpros. A primeira se deu em maio do ano passado, quando o órgão regulador bloqueou os bens de 17 ex-executivos da fundação. Há cerca de cinco meses, em meio a suspeitas de irregularidades, Claudio Albuquerque Nascimento renunciou à presidência. No caso específico do aporte no FIP LSH, a provisão no balanço é vista no próprio Serpros apenas como uma mera formalidade, um rito de passagem para o inevitável: o write off de pelo menos metade do valor investido. Para se ter uma ideia do peso da operação, basta dizer que, individualmente, o aporte no Trump Rio de Janeiro é o hoje o segundo maior investimento em participações na carteira do fundo de pensão – o total de ativos é de R$ 5,1 bilhões. Trata-se de mais uma conta que os beneficiários da fundação serão chamados a pagar devido às estripulias cometidas pelas últimas gestões da entidade.
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Todos os homens do presidente Trump
10/11/2016A eleição de Donald Trump já pertence aos livros de história. A partir da agora, a pergunta é outra: quais serão os homens mais poderosos do mais poderoso dos homens? Blogs norte-americanos, como o Politico.com, já começam a montar o quebra-cabeças do futuro secretariado. Alguns nomes são tratados como pule de dez; outros como fortes probabilidades, sempre com as devidas ressalvas – não custa lembrar que o próprio Trump, há poucos dias, tinha 30% de chance de ser eleito. As maiores expectativas se concentram na escolha dos secretários de Estado e de Defesa. No primeiro caso, o mais cotado é o ex-presidente da Câmara dos Representantes, Newt Gingrich. Em comum com Trump, o estilo agressivo e o gosto por declarações polêmicas. No ano passado, disse que a ONU é um órgão ineficiente e corrupto. Outro postulante é o presidente do Comitê das Relações Exteriores do Senado, Bob Corker. Para a Defesa, as apostas recaem sobre o senador Jeff Sessions, ex-conselheiro para a segurança nacional, e o ex-senador Jim Talent. A Secretaria do Tesouro deverá manter a tradição, especialmente entre os republicanos, da porta giratória entre o mercado financeiro e Washington. O favorito é o diretor financeiro da campanha de Trump, Steven Mnuchin, que passou pela Goldman Sachs e recentemente comandava a Dune Capital Management. Para o posto de secretário do Interior, o mais cotado também vem da iniciativa privada: Forrest Lucas, fundador da petrolífera Lucas Oil. Corre por fora Robert Grady, ex-oficial da Casa Branca no governo George Bush. Para a nevrálgica Secretaria de Comércio, quem é apontado como principal candidato é Wilbur Ross, que guarda alguma familiaridade com o discurso de Trump de proteção às corporações nacionais e de recuperação de empregos. Investidor agressivo, conhecido por aquisições alavancadas de empresas em dificuldade, Ross tem um longo histórico de reestruturações corporativas. Uma personagem cercada de polêmica, bem ao estilo Trump, é Myron Bell, cotada para o comando da Agência de Proteção do Ambiente. Bell é conhecida por ruborizar os verdes. Já insinuou que o aquecimento global é uma fraude da União Europeia para prejudicar a economia norte-americana. Outra peça controversa é Boris Epshteyn, um jovem de 34 anos. Nos Estados Unidos não há muita clareza de que função ele poderá ocupar, embora sua influência no futuro governo independa de cargo. Republicano de carteirinha, banqueiro e advogado, foi um dos estrategistas políticos da campanha de Trump. Como o nome sugere, Boris nasceu na antiga União Soviética e vive nos Estados Unidos desde os 11 anos. Um de seus ativos é a boa relação com o Kremlin. Organiza um evento chamado “Invista em Moscou”, um convescote por onde circulam empresas russas e norte-americanas. Há dois anos, foi preso acusado de agressão em um bar de Scottsdale, no Arizona. Não há registro se bebia um bourbon ou vodka.
Política
Donos da bola
18/05/2016Um grupo de investidores de Nova York ligados ao candidato republicano Donald Trump tem circulado pelos gramados tupiniquins. Em jogo o interesse de associar a um grande clube brasileiro. Recentemente, estes mesmos investidores tentaram, sem sucesso, comprar o San Lorenzo, de Buenos Aires, e o Atlético Nacional de Medellín.
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Búlgaros tiram Trump Towers da prancheta
9/04/2015Depois de muitas idas e vindas, tudo indica que o Trump Towers, um dos maiores projetos imobiliários do Rio de Janeiro, enfim, vai sair do chão. Ao contrário do que o nome possa sugerir, a solução não passa pelo magnata Donald Trump, um dos idealizadores das torres comerciais na região do Porto Maravilha. A argamassa que dará liga ao empreendimento vem da Bulgária, terra dos Rousseff. A MRP International, companhia de investimentos imobiliários com sede em Sofia, será a responsável pela construção dos cinco prédios de escritórios orçados em R$ 5 bilhões. O nome original, Trump Towers, será mantido, mais pelo apelo comercial do que por qualquer participação do investidor norte-americano. Donald Trump não passará nem na porta dos edifícios. Apenas sublocará, digamos assim, seu sobrenome para a marca fantasia do empreendimento. Os parceiros da MRP serão a construtora paulista Even e a inglesa Salamanca Group.
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“Trump Towers” balançam antes mesmo de sair do chão
10/04/2014Um a um, todos os projetos imobiliários de Donald Trump no Brasil têm virado ruína sem sequer sair do papel. O exibido personagem nunca desmorona sozinho; a cada fracasso, leva consigo uma fieira de parceiros. Que o digam a construtora paulista Even, a espanhola Salamanca Group e a incorporadora búlgara MRP International. O trio está tentando sair dos escombros e salvar o projeto de construção de cinco torres comerciais na Avenida Francisco Bicalho, próximas a região portuária do Rio de Janeiro. Na semana passada, Trump teria comunicado aos sócios sua saída do negócio, colocando em risco a continuidade do projeto. O investidor norte-americano era o principal fiador do empreendimento, orçado em R$ 2 bilhões. Dizia, inclusive, estar trazendo para o projeto um grande fundo de pensão dos Estados Unidos. Even, Salamanca Group e MRP já saíram em busca de um novo parceiro capaz de garantir a construção dos cinco edifícios – por ironia, batizados de “Trump Towers”. Correm contra o relógio: o início das obras estava originalmente previsto para o segundo semestre deste ano. A desistência de Donald Trump é fator de apreensão para os próprios investidores do mercado imobiliário. No setor, há um receio de que um eventual cancelamento do projeto cause um efeito dominó, desestimulando outros investimentos programados para a região. O Porto Maravilha, área que passa por um grande processo de reurbanização a reboque dos Jogos Olímpicos de 2016, concentra alguns dos maiores empreendimentos imobiliários em andamento no Rio. Even, Salamanca Group e MRP tentam escapar do obituário de parcerias que acompanha as frustradas investidas de Donald Trump no Brasil. Entre outros investidores, figuram nesta lista a família Depieri, uma das acionistas do laboratório Aché, e os Meyerfreund, antigos controladores da fabricante de chocolates Garoto. No início da década passada, ambos embarcaram em projetos capitaneados por Trump no Brasil, acreditando estar a bordo de um transatlântico. Quando deram por si, eram passageiros de uma canoa furada. a€ época, foram sócios da Trump Realty Brazil, criada em 2003 e pouco depois desativada. Entre os fracassos do magnata norte-americano no país, o mais retumbante foi o Villa Trump – o Narciso do real estate só acha bonito o que leva o seu nome. O projeto previa a construção de um condomínio de luxo em Itatiba (SP), ao custo de US$ 100 milhões. Os 500 lotes, cada um com cinco mil metros quadrados, o hotel de luxo e o campo de golfe assinado pelo ex-jogador norte-americano Jack Niklaus – uma das lendas da modalidade – nunca saíram da maquete.
Acervo RR
Trump in Rio
21/08/2013Donald Trump, que já espalhou muita espuma e pouco concreto no Brasil, estaria comprando dois grandes terrenos na Zona Portuária do Rio. Trump, ressalte-se, já anunciou um grande empreendimento imobiliário na área do Porto Maravilha.