Tag: Arábia Saudita

RR pelo mundo

Lula vai à Arábia. E Arábia vem ao Brasil

28/11/2023
  • Share

Lula tem crédito em Riad 

A aproximação entre Brasil e Arábia Saudita se dá na esteira do ingresso daquele país árabe no grupo dos BRICS a partir de 2024. Lula foi um dos principais patrocinadores do ingresso dos árabes no bloco, o que só aumentou seu prestígio junto ao governo saudita. Antes mesmo da chegada do presidente a Riad, a delegação brasileira aterrissou no país no começo desta semana. Alexandre Silveira, Ministro de Minas e Energia, conversou com Abdulaziz bin Salman, Ministro saudita de energia. Além de Silveira, Rui Costa, da Casa Civil; e Sílvio Costa Filho, do Ministério dos Portos e Aeroportos participaram de reunião com o Ministro do Transporte, apresentando projetos de infraestrutura do Brasil, destacando o Novo PAC. Os líderes das duas nações testemunharam a assinatura de um memorando de entendimento entre as partes no que diz respeito ao setor de energia. https://www.arabnews.com/node/2416626/saudi-arabia

 

No radar da Embraer 

A Arabia Saudita, assim como outras nações árabes, é considerada um investidor-chave para o Brasil. Em 2022, o comércio bilateral brasileiro com as 22 nações da Liga Árabe atingiu recorde de US$ 17,74 bilhões. É preciso destacar a reunião com locais em evento promovido pela Embraer. A empresa brasileira disputa a venda de aeronaves militares ao país. No começo de outubro, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a GACA, autoridade de aviação civil da Arábia Saudita, assinaram memorando de entendimento para cooperação e investimentos no setor. https://menafn.com/1107490602/Brazil8217S-Outreach-To-Arab-World-Lula8217S-Key-Agenda

 

Uma viagem dois em um 

Lula estreita os laços com o Oriente Médio. Após a visita à Arabia Saudita, irá ao Catar antes da realização da COP28. Os fundos soberanos das nações árabes redirecionaram os esforços da diplomacia brasileira para o mundo árabe. Para além da captação de investimentos, a influência geopolítica dessas nações no Oriente Médio foi determinante para a estratégia de aproximação de Lula.  https://bnn.network/world/brazil/brazilian-presidents-visit-to-riyadh-a-leap-in-diplomatic-relations/

 

Energia é tema estratégico 

O primeiro diálogo entre autoridades do Brasil e da Arábia Saudita tratou de assuntos de interesse das duas nações, a começar por transição energética. Evolução de questões internacionais de interesse comum foi pauta na reunião entre os dois líderes. A visita de Lula coincidiu com a vitória da Arabia Saudita como sede da Expo 2030. https://saudigazette.com.sa/article/638191/SAUDI-ARABIA/Crown-Prince-Brazilian-president-hold-talks-in-Riyadh

#Arábia Saudita #Diplomacia #Lula #Oriente Médio #Política Externa

Agronegócio

Depois da carne, fundo árabe avança sobre a soja brasileira

23/10/2023
  • Share

O Salic, fundo soberano da Arábia Saudita para o agronegócio, já elegeu sua próxima investida no Brasil. Vai financiar projetos de manejo sustentável do solo para a produção de soja. O ponto de partida será o Centro-Oeste. É mais um movimento do Salic para fazer do Brasil uma grande base de suprimento alimentar para a Arábia Saudita. Na cadeia da proteína animal, os árabes já são acionistas da Minerva Foods e da BRF. Recentemente, fecharam também um acordo com o governo brasileiro para financiar a recuperação de mais de 40 milhões de hectares de pastagens no país.

#Arábia Saudita #Salic #Soja

Destaque

Marfrig entra no cardápio de investimentos da Salic

22/09/2023
  • Share

O aporte conjunto de R$ 4,5 bilhões na BRF foi o primeiro movimento de uma operação ainda maior que vem sendo arquitetada por Marcos Molina e pelo Saudi Agricultural and Livestock Investment Company (Salic). Segundo o RR apurou, o próximo passo deverá ser a entrada do fundo árabe no capital da própria Marfrig, controlada por Molina. De acordo com uma fonte próxima à empresa, as conversam passam pela transferência de algo em torno de 10% das ações – próximo à participação da Salic na BRF (10,8%). Tomando-se como base apenas o market cap do Marfrig (R$ 6,8 bilhões, no fechamento de ontem na B3), a transação envolveria cerca de R$ 700 milhões. A operação junta a fome com a vontade de comer. A dupla participação societária do Salic seria um facilitador para Molina concretizar o que é sabidamente o seu principal objetivo: a fusão entre a Marfrig e a BRF.

Trata-se de uma operação que tem sido cuidadosa e milimetricamente calculada pelo empresário, passo a passo. Nesta semana, o Marfrig anunciou mais um pequeno aumento no capital da BRF, passando de 33,3% para 35,7%. Ressalte-se que, já na sua chegada, o Salic foi um importante aliado de Molina. O aporte do fundo árabe foi condicionado à retirada da pílula de veneno do estatuto da BRF, que obrigava qualquer investidor a fazer uma oferta por todas as ações caso superasse a barreira de 33,33%, exatamente o perímetro que o Marfrig acaba de ultrapassar.

Para a Arábia Saudita, por sua vez, o que está sobre a mesa é um grande projeto de Estado. O Brasil é peça chave para os árabes – também para os árabes – na geoeconomia da proteína animal. Por meio do Salic – a companhia de investimentos da família real saudita -, a Arábia passaria a ter um pé tanto na BRF, segunda maior produtora global de carne de frango, quanto na Marfrig, segunda maior processadora de carne bovina do mundo – a JBS está no topo dos dois rankings. Ou seja: uma dupla garantia de suprimento. Nesse cardápio das grandes relações de troca internacionais, cabe lembrar que os árabes firmaram um acordo com o governo brasileiro para a recuperação de mais de 40 milhões de hectares de pastos no país.

A entrada do Salic no capital da Marfrig reforçaria a mistura entre os interesses soberanos da Arábia Saudita e corporativos da empresa de Marcos Molina e da BRF. Os laços societários colocam as duas companhias em uma posição privilegiada no Oriente Médio. A BRF, ressalte-se, já é líder mundial do mercado halal, com quase 40% das vendas de frango para os países de religião islâmica, que impõem especificações próprias para o consumo de alimentos. Some-se a isso a joint venture firmada entre a empresa e a Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária do Public Investment Fund (PIF), fundo soberano da Arábia Saudita, para a construção de frigoríficos naquele país. Ainda que não com o mesmo peso da BRF, a Marfrig também tem feito avanços expressivos na região. Em 2021, as vendas para o Oriente Médio representaram apenas 1% da receita da empresa. Um ano depois, essa participação saltou para 6%. Procurada pelo RR, a Marfrig não quis se manifestar.

#Arábia Saudita #BRF #Marcos Molina #Marfrig

Empresa

Embraer negocia venda de aviões militares para a Arábia

22/09/2023
  • Share

A Embraer teria aberto negociações para a venda de aeronaves militares KC-390 para a Arábia Saudita. A Força Aérea local pretende substituir seus aviões de transporte Lockheed C-130 Hercules, produzidos no fim da década de 1970. As tratativas são um desdobramento da aproximação entre os dois países e do recente encontro entre Lula e o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.

Por sinal, o itinerário diplomático do presidente tem sido uma boa bússola das investidas comerciais da Embraer. A companhia negocia a venda de quatro KC-390 para a Angola, onde Lula também esteve recentemente. Consultada, a companhia não se manifestou. 

#Arábia Saudita #Embraer #Lula

Destaque

Petrobras e Saudi Aramco têm um encontro marcado na energia renovável

18/09/2023
  • Share

O governo Lula reserva um papel relevante para a Petrobras nas relações bilaterais entre Brasil e Arábia Saudita. Há articulações para uma parceria entre a estatal e a Saudi Aramco na área de transição energética. A ideia é que as duas companhias façam investimentos conjuntos em geração eólica e na produção de hidrogênio verde no Brasil.

O acordo poderá ser turbinado com aportes do PIF (Public Investment Fund), fundo soberano saudita, que já anunciou um mega plano de desembolsar globalmente US$ 1 trilhão ao longo da próxima década em setores estratégicos, como energia limpa e cadeia de alimentos. O acordo reforçaria a estratégia do governo de impulsionar a atuação da Petrobras em geração renovável por meio da associação com grandes grupos internacionais, vide a Equinor. A estatal já firmou um memorando de intenções com a petroleira norueguesa para a construção de até sete usinas eólicas offshore no litoral brasileiro. Procurada pelo RR, a Petrobras não quis comentar o assunto.

As tratativas envolvendo Petrobras e Saudi Aramco se dão em um contexto diplomático mais amplo e favorável ao Brasil. O presidente Lula foi um dos principais articuladores da entrada da Arábia Saudita, assim como de outros países, no bloco dos BRICs. Seu prestígio junto aos sauditas pode ser medido pelo recente encontro reservado com o príncipe Mohammed bin Salman por ocasião da reunião de cúpula do G20 na Índia.

O Brasil tem a oportunidade surfar na enxurrada de investimentos que a Arábia Saudita está fazendo para renovar sua matriz energética e econômica – baseada em petróleo, petróleo e petróleo. Recentemente, a própria Saudi Aramco anunciou investimentos de US$ 2,5 bilhões na instalação de duas usinas solares no país. Nos planos sauditas cabem projetos colossais, como The Line, a cidade futurista que está sendo construída no deserto e será toda abastecida com energia limpa. A associação com a Petrobras em transição energética tem correlação também com outros investimentos já feitos pelos árabes no Brasil, como a recente aquisição de 13% da Vale Metals pela Manara Minerals, leia-se o próprio PIF. Com o acordo, a Arábia passou a ter em território brasileiro uma privilegiada fonte de suprimento de níquel e cobre, essenciais para a produção de baterias elétricas.

#Arábia Saudita #Brics #Lula #Petrobras #Saudi Aramco

Infraestrutura

Arábia Saudita pode ser a locomotiva do Trem Intercidades

8/09/2023
  • Share

São Paulo-Campinas-Arábia Saudita. Este é o “trajeto” traçado pelo governador Tarcísio Freitas para o Trem Intercidades, um dos maiores projetos de infraestrutura do estado e recém-integrado ao PAC. Freitas e seus assessores vêm mantendo conversações com o governo árabe para a entrada da Saudi Arabia Railways (SAR) na disputa pela construção e gestão da linha ferroviária. O assunto teria sido tratado diretamente pelo governador paulista no encontro com o ministro de Investimentos da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, no início de agosto.

As negociações bilaterais passam também pelo embaixador do país asiático em Brasília, Faisal bin Ibrahim Ghulam.

O Trem Intercidades pode ser a primeira estação do acordo de cooperação firmado recentemente entre a InvestSP, agência vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, e a Saudi Invest, ligada ao governo árabe. Orçada em mais de R$ 12 bilhões, a linha com 101 km de extensão prevê a ligação ferroviária entre São Paulo e Campinas, atendendo ainda a outras oito cidades. A Saudi Arabia Railways é a estatal responsável pela gestão da maior parte da malha ferroviária do país. É controlada diretamente pelo PIF (Public Investment Fund).

A empresa administra mais de 4,4 mil km de linhas férreas na Arábia Saudita, somando transporte de cargas e de passageiros.

#Arábia Saudita #PAC #Saudi Arabia Railways #Tarcísio Freitas

Alimentos

Arábia Saudita espraia seus interesses no agronegócio brasileiro

13/07/2023
  • Share

Os interesses geoeconômicos da Arábia Saudita no agronegócio brasileiro vão além da proteína animal. O Salic, fundo soberano do país, pretende investir na originação de grãos, notadamente em lavouras de soja. Os árabes já têm feito movimentos de aproximação com uma das maiores empresas de propriedades agrícolas do país. Esse movimento sinaliza a intenção do governo de Arábia Saudita de montar no Brasil uma cadeia integrada de suprimento de proteínas, tendo o Salic como ponta de lança. O fundo soberano já é acionista da Minerva Foods e está no meio do processo de aporte de capital na BRF em parceria com a Marfrig, em uma operação da ordem de R$ 4,5 bilhões.

#agronegócio brasileiro #Arábia Saudita

Destaque

Arábia Saudita surge como uma peça valiosa na política externa de Lula

10/05/2023
  • Share

Depois dos Estados Unidos e da China o RR apurou que o Ministério das Relações Exteriores articula uma viagem do presidente Lula à Arábia Saudita. O país é visto como uma peça cada vez mais importante no tabuleiro da política externa brasileira. Um dos temas principais da agenda que Lula vai abordar em Riad é um possível acordo na área de fertilizantes. A Arábia Saudita pode vir a ser um parceiro importante para o Brasil reduzir sua notória dependência da Rússia, de onde vêm aproximadamente 25% do total de importações do insumo. A negociação envolveria a SABIC (Saudi Basic Industries Corporation) e a Maaden (Saudi Arabian Mining Company), as duas maiores empresas locais do setor. O país árabe figura entre os maiores produtores e exportadores de adubo do mundo, ocupando o sexto lugar no ranking do comércio internacional do produto. Ainda assim, responde por apenas 3% do volume de fertilizantes importado pelo Brasil.  

Outra área de interesse do Brasil é a energia limpa. Segunda maior produtora mundial de petróleo, a Arábia Saudita tem feito uma lenta e calculada caminhada rumo à transição energética. As cifras sobre a mesa são hiperbólicas: o país promete investir mais de US$ 266 bilhões em fontes renováveis até 2030 – a meta é neutralizar suas emissões de carbono até 2060. O Brasil surge como forte candidato a receber um bocadinho dessa dinheirama

Na mão contrária, o Brasil vislumbra a possibilidade de diversificar sua pauta de exportações para a Arábia, esmagadoramente concentrada em commodities – proteína animal e açúcar, por exemplo, somaram 43% das vendas totais no ano passado. Entre outros setores, o governo Lula poderá entrar em cena para dar um empurrão na venda de aeronaves da Embraer. O governo saudita já sinalizou o interesse em comprar um lote do KC-390, o cargueiro militar fabricado pela companhia brasileira.

#Arábia Saudita #Lula #Maaden #Ministério das Relações Exteriores #SABIC

Política externa

Uma tabelinha geopolítica entre Brasil e Arábia Saudita

10/05/2023
  • Share

Entre os assessores de Lula para a área de política externa há quem enxergue possibilidades de negócio entre Brasil e Arábia Saudita em áreas menos convencionais. É o caso da geopolítica da bola. Vez por outra surgem especulações sobre o interesse dos árabes de investir no futebol brasileiro, com a compra de participações nas recém-surgidas SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol). A Arábia Saudita tem feito movimentos que sinalizam sua disposição de usar o esporte como objeto de afirmação do seu poderio geopolítico. Em 2021, o Public Investment Fund (PIF) – uma espécie de “family office” da realeza árabe, com mais de US$ 500 bilhões em ativos – comprou o Newcastle, da Inglaterra. Não custa lembrar que o Brasil já entrou na rota de outro investidor soberano do futebol, o City Football Group, pertencente ao Abu Dhabi United Group, leia-se o sheik Mansour bin Zayed. Dono do Manchester City, entre outros ativos, o grupo comprou recentemente a SAF do Bahia. Seria um estímulo para a Arábia Saudita trazer para o Brasil, guardadas, claro, todas as diferenças, a disputa geopolítica travada com Abu Dhabi no futebol inglês. 

#Arábia Saudita #Lula #SAFs

Prato principal

23/03/2022
  • Share

A BRF e o Public Investment Fund (PIF), fundo soberano da Arábia Saudita, já discutem a compra conjunta de empresas de alimentos no Oriente Médio. A empresa e o PIF assinaram recentemente um memorando de entendimentos para a formação de uma joint venture. Os investimentos previstos chegam a US$ 350 milhões.

#Arábia Saudita #BRF #Public Investment Fund

Negócio das Arábias?

18/02/2022
  • Share

O Itamaraty costura uma nova viagem de Jair Bolsonaro ao Oriente Médio, provavelmente para abril. Um dos países visitados deve ser a Arábia Saudita. Na primeira vez em que Bolsonaro esteve por lá, em 2019, voltou com a promessa de que o fundo soberano árabe investiria US$ 10 bilhões no Brasil. Até agora, nada.

#Arábia Saudita #Jair Bolsonaro

Negócio das Arábias?

15/02/2022
  • Share

O Itamaraty costura uma nova viagem de Jair Bolsonaro ao Oriente Médio, provavelmente para abril. Um dos países visitados deve ser a Arábia Saudita. Na primeira vez em que Bolsonaro esteve lá, em 2019, voltou com a promessa de US$ 10 bilhões de que o fundo soberano árabe investiria US$ 10 bilhões no Brasil. Até agora, nada.

#Arábia Saudita #Jair Bolsonaro

Todos os direitos reservados 1966-2024.