Jair Bolsonaro renova os votos de fé nos evangélicos

  • 4/03/2022
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Vem aí uma espécie de “Pacotão da fé”. O Palácio do Planalto articula com o Centrão uma tour de force para acelerar a aprovação de pautas de interesse dos evangélicos. Uma das prioridades é a chamada Lei Geral das Religiões, que assegura às organizações pentecostais isonomia jurídica em relação à Igreja Católica.

Em meio a idas e vindas, a discussão se arrasta há mais de uma década. Entre outros benefícios, o projeto garante acesso a recurso públicos para reforma, reestruturação e construção de templos. Em tese, favorece a todas as entidades religiosas; na prática, trata-se de um pleito, sobretudo, das grandes igrejas evangélicas do país. O governo trabalha ainda pela aprovação do projeto de lei 4936/20.

A proposta isenta organizações religiosas do pagamento de Imposto de Renda e IOF nas remessas de recursos ao exterior para cobrir gastos pessoais de seus representantes. O Palácio do Planalto pretende botar pressão também na aprovação do novo Código Eleitoral. Em meio a 902 artigos, há um jabuti cuidadosamente incluído pela bancada da Bíblia. O texto impede que pastores e padres candidatos sejam enquadrados por abuso de poder religioso.

Na prática, libera as campanhas eleitorais em igrejas e templos com a justificativa de proteger a liberdade de expressão. Na articulação política do presidente Bolsonaro há um consenso de que são necessários movimentos mais agudos de reaproximação com os evangélicos. Nos últimos meses, surgiram fissuras na relação entre Bolsonaro e uma de suas mais importantes bases de apoio. Alguns dos principais líderes evangélicos, como Silas Malafaia e RR Soares, têm se distanciado do presidente, ao mesmo tempo em que flertam com a candidatura de Sergio Moro.

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