Tag: ESG

Governo

Caixa pretende criar nova Vice-Presidência. Arthur Lira agradece

11/12/2023
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Circula nos corredores da Caixa a informação de que o novo presidente, Carlos Antonio Fernandes, pretende criar uma vice-presidência na área de ESG. Seria a reestruturação da reestruturação. No início do ano, a gestão de sua antecessora, Rita Serrano, extinguiu a área de Sustentabilidade e Empreendedorismo e criou  a VP de Pessoas. Esta última seria mantida, focada em recursos humanos.

#Caixa #Carlos Antonio Fernandes #ESG

Agronegócio

Brasil fecha um arco de investimentos soberanos para ampliar sua área agrícola

21/11/2023
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O governo Lula quer aproveitar a COP 28, entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro, em Dubai, para anunciar um cinturão de parcerias bilaterais voltadas à recuperação e conversão de pastagens no Brasil. Segundo o RR apurou, além do acordo já engatilhado com o Salic (Saudi Agricultural and Livestock Investment Company), fundo da família real da Arábia Saudita, há negociações avançadas com os Emirados Árabes e a China. No primeiro caso, os aportes serão feitos pelo ADQ (Abu Dhabi Developmental Holding Company).

O fundo soberano, que administra aproximadamente US$ 170 bilhões em ativos, tem sido o veículo usado pelos Emirados Árabes para investimentos globais em projetos vinculados a metas ESG. Nos últimos dois anos, o ADQ vem se notabilizando por aportes em empresas e iniciativas da cadeia de abastecimento alimentar. Do lado chinês, de acordo com informações que circulam no Ministério da Agricultura, o projeto deverá ter a participação da Cofco.

Maior processador e fabricante de alimentos da China, a companhia estatal tem expressivos investimentos no Brasil na produção de grãos. No Ministério da Agricultura, a estimativa é que os acordos com Arábia Saudita, Emirados e China permitirão a recuperação e conversão de até 30 milhões de hectares para a agricultura, o equivalente à metade de toda a área plantada do país. Ressalte-se que Lula chegará à Dubai, para a COP 28, na crista da onda.

Um ano após a sua participação na COP 27 como presidente eleito, quando assumiu uma série de compromissos ambientais, vai capitalizar aos olhos do mundo a queda de 22% do desmatamento na Amazônia Legal.  

#Agricultura #Amazônia legal #Cofco #COP 28 #ESG #Lula

Mercado

CTG Brasil estuda emissão de títulos ESG

7/11/2023
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A CTG Brasil, subsidiária da chinesa Three Gorges, estuda uma emissão de green bonds. Segundo o RR apurou, a empresa já tem feito sondagens junto a fundos e bancos de investimento internacionais. O lançamento de títulos verdes funcionaria como uma alternativa ao IPO. Desde o início do ano, o grupo de geração de energia já adiou por duas vezes a abertura de capital na B3.

##CTG Brasil #ESG

ESG

Fundo chileno chega ao Brasil para investir em startups ESG

10/10/2023
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O fundo chileno NESsT, que investe em projetos com impacto social e ambiental, vai entrar no Brasil até o fim do ano. A informação foi divulgada há pouco pelo site Diario Financiero. O NESsT, fundado em 1997, em foco na América Latina e Europa Central. Por dez anos, operou um modelo voltado ao financiamento de ONGs. Mais recentemente, passou a dar prioridade a aportes em startups vinculadas à temática ESG. A organização possui dois braços de investimento. O Programa de Aceleração de Empresas Sociais é voltado para empresas para menor porte com doações recuperáveis, entre US$ 25 mil e US$ 100 mil, com recursos fornecidos por grandes grupos internacionais, como a varejista sueca Ikea, o JP Morgan e a Cisco.  Já a segunda linha é o capital de risco. É por onde o NESsT vai desembarcar no Brasil. O Fundo Lírio na América Latina e o Fundo Violet na Europa Central são destinados a startups mais maduras com valores entre US$50 mil e US$500 mil.

Observação RR: Além da retomada de investimentos soberanos, leia-se, sobretudo, aportes da Alemanha e da Noruega, o Brasil tem atraído fundos dedicados a projetos com impacto ambiental e social. Na última semana, por exemplo, a 3M anunciou o Brasil como seu novo hub de ESG e inovação, com a construção de um centro de pesquisas em Manaus. Em 2022, mais de 50 companhias do brasileiras entraram no ranking ‘Best for the World’, da B Lab Global. Entre os principais pilares de avaliação estão o impacto na comunidade e meio ambiente. Houve um aumentou de 38% em relação ao ano passado. Nos últimos treze anos, as startups brasileiras de ESG levantaram um total de US$2,43 bilhões.

#ESG #NESsT

Destaque

Governo estuda usar BNDES e Petrobras como “avalistas” dos green bonds brasileiros

9/10/2023
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O governo reserva um papel importante para o BNDES e a Petrobras no lançamento de títulos verdes já anunciado pelo ministro Fernando Haddad. A ideia em discussão na equipe econômica é usar o banco de fomento e a petroleira para garantir a emissão na Bolsa de Nova York, estimada em R$ 10 bilhões pela própria Pasta da Fazenda. BNDES e Petrobras entrariam comprando parte dos títulos, como forma de estimular a demanda e assegurar a colocação dos green bonds.

Seria quase uma operação de tesouraria soberana. As duas estatais funcionariam como uma espécie de avalistas do lançamento, em um gesto eivado de simbolismo. Ao investir nos papéis, as duas estatais, ou seja, o próprio governo afiançaria os títulos soberanos com selo ESG. Seria a União comprando a União. De quebra, BNDES e Petrobras colocariam em sua carteira papéis com um razoável potencial de rentabilidade.

A petroleira, ressalte-se, tem em tesouraria cerca de R$ 4,7 bilhões em títulos públicos. Já o BNDES é um tradicional financiador da União: carrega em carteira aproximadamente R$ 66 bilhões em papéis emitidos pelo Tesouro.

A medida é vista na equipe econômico como um “seguro emissão” ou algo que o valha. A necessidade do BNDES e da Petrobras entrarem ou não na operação e o volume de títulos adquiridos por ambos dependeriam da procura pelos papéis. O cuidado é mais do que justificável. Haddad e seus assessores tratam esse primeiro lançamento de green bonds do Tesouro fundamental, quando não determinante para o êxito de futuras operações similares. Conforme o RR já informou, a equipe econômica já tem planos de lançar outras duas tranches de títulos ESG: uma voltada à Europa e outra especificamente para o que seria um sindicato de fundos soberanos do Oriente Médio. A equipe econômica considera o lançamento dos bônus verdes como uma de suas iniciativas mais relevantes, algo capaz de mudar o patamar do Brasil na captação de recursos internacionais. O objetivo é engendrar um mercado permanente, com potencial de resiliência, que permita emissões com alguma regularidade.

#BNDES #ESG #Fernando Haddad #Petrobras

ESG

Starbucks faz nova emissão atrelada a metas ESG

17/08/2023
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O RR apurou que o Starbucks Brasil estaria preparando uma nova captação vinculada a metas de sustentabilidade. A operação seria fechada até outubro, com um valor superior à emissão de R$ 20 milhões realizada em novembro do ano passado. Uma tacada pioneira, diga-se de passagem: na ocasião, a empresa lançou a primeira nota comercial privada verde, em parceria com o Banco Votorantim. Mais uma vez, a Starbucks pretende lançar mão de Unidades de Crédito de Sustentabilidade (UCS), uma espécie de commodity ambiental ESG, com representação digital (em blockchain), que financia a conservação de florestas. Entre outras metas, a companhia se compromete a reduzir as emissões de suas operações direitas e de sua cadeia de fornecedores em 50% até 2030.

#Banco Votorantim #ESG #Starbucks

ESG

Brasil é peça central no plano de descarbonização da RHI Magnesita

30/06/2023
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A RHI Magnesita, um dos maiores fabricantes mundiais de refratários, está desenvolvendo estudos para a produção de hidrogênio verde. O grupo pretende utilizar gradativamente novas fontes de energia limpa nas fábricas de Contagem (MG) e Brumadinho (BA), dentro de um plano global que se estende ainda às demais 26 plantas industriais em dez países. O Brasil é peça fundamental no processo de transição energética da RHI. Aliás, é peça importante em tudo que diz respeito à RHI: o país responde, sozinho, por mais 20% do faturamento da companhia em todo o mundo. O conglomerado de origem austríaco tem como meta reduzir as emissões de carbono de escopo 1, 2 e 3 em 15% até 2025. 

#Energia #ESG #RHI Magnesita

Energia

Brasil entra no mapa de fundo verde norte-americano

27/04/2023
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Ao mesmo tempo em que a Casa Branca anuncia o aporte de US$ 500 milhões no Fundo Amazônia, o ValueAct Spring Fund estuda entrar no Brasil. Criado pelo gestor Jeff Ubben, o fundo norte-americano investe somente em projetos sustentáveis e empresas fortemente ligadas à temática ESG. Seu portfólio de ativos é da ordem de US$ 1 bilhão.  O ValueAct Spring Fund tem como característica participar ativamente da gestão das empresas em que investe.

#ESG #Fundo Amazônia #ValueAct Spring Fund

ESG

Cedae entra firme na agenda ESG

18/11/2022
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O novo diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Cedae, Antônio Carlos dos Santos, iniciou suas atividades com o plano de fazer da empresa uma referência em governança ESG no espaço de um ano. É uma revolução tendo em vista as práticas das empresas congêneres. A ver. Com os recentes leilões de saneamento do Rio, a estatal passou a concentrar sua atividade na operação dos grandes sistemas produtores da Região Metropolitana (Guandu, Imunana-Laranjal, Ribeirão das Lajes e Acari), com a captação e tratamento da água distribuída pelas concessionárias do estado.  

 

#Cedae #ESG

Fundo ESG

28/09/2022
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Em meio à profunda reestruturação conduzida por Fabio Barbosa, a Natura estuda uma nova emissão de títulos verdes. Em 2021, a empresa captou cerca de US$ 1 bilhão em papéis vinculados a metas ESG. Na ocasião, a demanda foi quatro vezes maior.

#ESG #Natura

O ESG do Credit Suisse

22/09/2022
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O Credit Suisse está montando um novo fundo ESG para o Brasil. Em todo o mundo, o banco tem mais de 50 veículos de investimentos em projetos de sustentabilidades, três deles voltados ao mercado brasileiro.

#Credit Suisse #ESG

Brasil é a pedra de toque na sustentabilidade da Cofco

16/09/2022
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A Cofco vai intensificar os investimentos para monitorar sua cadeia de fornecedores no Brasil. A intenção dos chineses é  antecipar a meta de rastreamento de 100% da soja comprada no país – inicialmente prevista para dezembro de 2023. O impulso vem, como em boa parte dos casos, de fora para dentro, do mercado. O Brasil é uma peça fundamental no empréstimo de US$ 1,6 bilhão obtido recentemente pela Cofco International junto a um pool de 19 bancos da China, Austrália, Europa, Japão, Cingapura e Estados Unidos. O financiamento está atrelado a metas de sustentabilidade, por sua vez relacionadas a três indicadores: nota de gestão ESG, medida pela agência de classificação Sustainalytics, a rastreabilidade e a análise socioambiental de seus fornecimentos diretos de soja brasileira.

#Cofco #ESG

A diplomacia de Luiz Inácio

9/09/2022
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A recomendação de Celso Amorim é que, uma vez eleito, Lula faça um road show pelo mundo para vender ativos ESG do Brasil. Uma das intenções é reduzir a vantagem em relação ao governo de Jair Bolsonaro no quesito concessões. O presidente já montou uma carteira de R$ 800 bilhões em 30 anos. Pelo menos é o que seu ministro da Economia diz.

Celso Amorim manteve contato com o ex-embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. Sinalizou a disposição de Lula de viajar a Pequim logo no início de seu eventual mandato. A visita ao presidente Xi Jinping representaria, já na partida, uma virada em comparação à política externa de Jair Bolsonaro e às relações conflituosas com a China. Wanming deixou a Embaixada em Brasília em fevereiro deste ano, mas, informalmente, segue como um dos principais canais diplomáticos entre Brasil e China. Mesmo porque o cargo de embaixador segue vago. Pequim estaria aguardando as eleições brasileiras para definir seu substituto.

#Celso Amorim #China #ESG #Jair Bolsonaro #Lula

BNDES será o “Ministério da Indústria” de Lula

5/09/2022
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O governo Lula já tem definido que voltará a fazer política industrial. O comitê de assuntos econômicos do candidato do PT, contudo, tem outros planos para a instância responsável pela indústria. Quem receberá esta competência não fica em Brasília nem é sequer um ministério. O dono da bola, ou para ser preciso, da indústria é um banco de fomento e está situado na Av. Chile, no Rio de Janeiro, quase em frente à Petrobras.

Trata-se do BNDES, que receberá uma verdadeira reparação do estrago cometido na gestão Bolsonaro e voltará a gerir a política do setor secundário da economia. A missão deixa de ser do Ministério da Economia – coisa que nunca foi mesmo -, e o antigo Ministério da Indústria e Comércio permanece extinto. É uma missão hercúlea para o banco: reduzir o hiato entre o crescimento do Produto Industrial de pouco mais de 30% do PIB, há cerca de 40 anos, para 11% do PIB, na atual gestão.

Apesar de Lula insistir em afirmar que o BNDES financiará primordialmente as pequenas e médias empresas – declaração comum a todos os candidatos porque dá voto – nas internas do comitê econômico do PT o programa para ressureição da indústria já ganhou os retoques finais. O banco vai financiar, sim, as PMEs, com a transferências dos Sebraes nacional e regionais e mais foco e aportes nessa operação. Mas não são as PMEs a pedra de toque do BNDES idealizado pelos petistas. A divisão de funções é bem mais ampla.

O BNDES voltará a atuar na substituição de importações – adubo, chips, aparelhos eletrônicos sofisticados, satélites aeroespaciais, complexo industrial de saúde, entre outros (ver RRs de 28 de janeiro e 28 de julho) – com financiamento ou cofinanciamento a empresas que se dispuserem a ingressar nesses setores. O banco se dedicará também às concessões, tocando o mesmo diapasão que permitiu a Paulo Guedes amealhar centenas de bilhões de compromissos de investimentos até 2030. Todos os projetos deverão estar em linha com a agenda ESG e a renovação da matriz energética. A ideia é que a combinação desses vetores potencialize a indústria e inverta a rota de “africanização” do setor. O BNDES é o órgão de governo mais abalizado para cumprir essa tarefa. Se vai conseguir, somente o futuro dirá.

#BNDES #ESG #Lula #Ministério da Indústria e Comércio #PT

ESG pela metade

1/09/2022
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Vem aí a Associação das Empresas ESG. A futura entidade congregará as corporações que adotam as práticas do novo paradigma. Não estão claras, contudo, as exigências para o ingresso na nova associação. Tudo indica que o passaporte de entrada será mesmo boas ações realizadas pelas empresas sem a necessidade que elas cumpram todos os pilares do acrônimo ESG – ambiental, social e governança.

#Associação das Empresas ESG #ESG

O redemoinho da Petrobras

1/09/2022
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É um crime o que estão fazendo com a Petrobras. Intervenção na política de preços dos combustíveis, indicação para a diretoria fora das exigências estatutárias, desmanche do parque de refino, antecipação e ampliação dos dividendos distribuídos para reduzir o furo do teto de gastos, postergação sem limite de prazos dos investimentos em energia renováveis, descaso em relação à agenda. Esta é a empresa que Paulo Guedes quer privatizar.

#ESG #Paulo Guedes #Petrobras

Promessa eleitoral?

27/07/2022
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O ministro Paulo Guedes confidenciou a um banqueiro das antigas que Jair Bolsonaro, caso seja reeleito, surpreenderá muita gente, criando um “Ministério ESG”. Parece mais conversa de Guedes para LGBTQIA+ dormir.

#ESG #Paulo Guedes

Fundo verde

4/07/2022
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Fundo ligado à finlandesa Nordea Asset Management está selecionando projetos sustentáveis no Brasil, notadamente na Amazônia. A gestora europeia tem uma forte pegada na agenda ESG. Há cerca de dois anos, por exemplo, decidiu retirar a JBS de todos os fundos que administra por questões de ordem ambiental e governança.

#ESG #JBS #Nordea Asset Management

Militares enxergam “Risco Lula” por todos os lados

27/05/2022
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Mesmo quando refletem sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, os militares não esquecem de Lula. A preocupação com a eleição do ex-presidente consta, ainda que de forma sutil, de um documento reservado da Escola Superior de Guerra (ESG), produzido em abril e intitulado “A crise Russo-Ucraniana: Percepções Brasileiras”. O candidato do PT não é citado explicitamente. Muito bem feito, ainda que de difícil interpretação para não iniciados, o relatório da ESG fala por eufemismos. Menciona o “risco de envolvimento de potências extrarregionais em eventos domésticos no Brasil, no sentido de gerar internamente apoio a opções político-sociais que sejam favoráveis a essas potências (Rússia e China), comprometendo a estabilidade interna”.

Nas entrelinhas está se referindo a possíveis influências externas no processo eleitoral em prol de Lula. Afinal, que outro candidato ou partido se não o PT estaria mais alinhado a “potências extrarregionais” como Rússia e China? É a velha ameaça comunista que ainda paira sobre o pensamento de parcela das Forças Armadas. As análises da ESG a partir da guerra entre Rússia e Ucrânia revelam uma especial atenção à questão da soberania nacional, notadamente do ponto de vista da Defesa do território. O estudo cita que o “uso da força continua a ser um recurso utilizado para solucionar divergências, materializando a importância de se desenvolver uma cultura estratégica de defesa como forma de dissuadir possíveis agressores”.

Em um cenário mais agudo, o paper classifica como “grande a possibilidade de emprego do Poder Militar Brasileiro no Entorno Estratégico, na medida que as crises que estão ocorrendo em várias áreas supridoras aguçam os interesses de países de outras regiões, podendo ocorrer disputas de poder”. Ressalte-se que os militares costumam se referir ao “Entorno Estratégico” como América do Sul, Atlântico Sul, costa Ocidental da África e a Antártica. Ainda que de forma sinuosa, o documento perpassa questões internas que ganham ainda mais relevância à medida que o calendário eleitoral avança. Usando a guerra na Europa e seus impactos geoeconômicos como pano de fundo, o estudo da ESG revela textualmente preocupações com o ambiente psicossocial nos próximos meses. “Os efeitos do desabastecimento e do aumento de preços  (inflação)” são apontados como fatores “com elevado potencial para gerar insatisfação popular e distúrbios”.

Não deixa de ser uma preocupação velada com uma conjuntura psicossocial que potencialmente venha a favorecer Lula. O paper volta ao tema em outro trecho: “A redução da escala da produção mundial dos vários setores, como ocorre no Brasil, aliada ao aumento contínuo nos índices de inflação, indicam a possibilidade de ocorrência de estagflação. Neste caso, é provável a ocorrência de crises internas ligadas à insatisfação popular.” Em outra questão que também resvala na ambiência psicossocial, o relatório cita a possibilidade de o Brasil receber “levas de refugiados ucranianos”. A ESG chega a traçar um paralelo com Revolução Russa de 1917, responsável por um expressivo fluxo de imigrantes para o território brasileiro. A ESG vislumbra também perspectivas positivas a partir da própria vinda de refugiados, notadamente no que diz respeito à atração de capital huma- no altamente qualificado: “Seria uma janela de oportunidade para o Brasil conceder refúgio a mão de obra especializada ucraniana, como professores e cientistas das mais diversas áreas”.

#ESG #Forças Armadas #Lula #PT

Universidade Burger

10/05/2022
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Jorge Paulo Lemann voltou a ser o velho Jorge Paulo com a venda da Eleva, uma escola para príncipes, com mensalidades de até R$ 10 mil? Nada. Jorge Paulo é o mesmo Lemann de sempre, o que compra, junta, reestrutura e vende. No caso do setor de educação, há vantagens adicionais: entre a aquisição e a desmobilização, o bilionário ainda deu uma “marketada” em sua imagem, um lustro ESG colateral aos seus empreendimentos centrais. Seus ativos para valer são os que ora embriagam (Ambev), ora levam à obesidade (Heinz e Burger King). É provável que o empresário compre uma escola para criar um instituto das diversidades ou uma universidade ESG. São bons hedges para quem vem se equilibrando no fio do imposto do pecado, ou seja, o tributo sobre alimentos com açúcares e bebidas alcoólicas que Paulo Guedes ensaia criar desde o início do governo. De  qualquer forma, é melhor um “Jorge Paulo green”, a despeito de intenções marqueteiras.

#Ambev #Eleva #ESG #Jorge Paulo Lemann #Paulo Guedes

Universos paralelos

5/05/2022
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Todos os acionistas controladores e membros do Conselho do Itaú estão pisando nos dois lados da fronteira ao mesmo tempo: um é a agenda ESG para valer; o outra, o greenwashing a ver…

#ESG #Itaú

O “Conselhão” de Josué

15/03/2022
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Josué Gomes da Silva quer fazer da agenda ESG uma das principais bandeiras da sua gestão na Fiesp. Entre outras ações, planeja criar um grande conselho, com nomes da sociedade civil representativos do “E” (Environment), do “S” (Social) e do “G” (Governança). Guardadas as devidas proporções, do ponto de vista da sua amplitude seria algo com um quê do antigo Conselhão dos governos do PT – leia-se o CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), do qual seu pai, o então vice-presidente José de Alencar, fez parte. Dentro da estrutura da Fiesp, caberia a este “CDES da Avenida Paulista” aglutinar as funções dos Comitês de Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável, já existentes na entidade.

#ESG #Fiesp #PT

Agenda ESG

9/03/2022
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A Previ vai concentrar seus investimentos no exterior na compra de bônus de sustentabilidade. Ou seja: a agenda ESG vai ditar o aumento das aplicações internacionais do fundo, que deverão passar de 3% para 8% dos ativos totais neste ano.

#ESG #Previ

O ESG do Banco Itaú vira piada nas redes sociais

15/02/2022
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Cada vez mais as empresas que estão marqueteando suas iniciativas na área ESG precisam tomar cuidado. Em um tema tão sensível, no qual estão inclusos milhares de pessoas que participam direta ou indiretamente das ações corporativas, o efeito pode ser o inverso. Ou seja: o marketing ESG acabar sendo triturado e desmoralizado nas redes sociais como uma medida greenwashing.

A publicidade do Itaú é um bom exemplo. Ontem, às 14h17, o humorista Gregorio Duvivier postou no Twitter um “comercial” satirizando anúncios do banco. A instituição financeira dos Setúbal e dos Moreira Salles foi ridicularizada. O texto da paródia é todo em “primeira pessoa”, como se o Itaú estivesse tendo um rompante de sinceridade em relação à agenda ESG.

Entre outros trechos, cita que o banco gasta “dezenas de milhões de reais em anúncios para te convencer que a gente tem um compromisso com um mundo melhor”. Diz ainda que “na hora de usar nossa influência para proteger a natureza, aí deixa quieto”. Menciona que “nós seguimos lucrando e emprestando dinheiro para quem vai fazer do seu futuro um lugar pior, mas muito pior” (nessa parte, surge na tela o ganho da instituição em 2021 – R$ 27 bilhões). A sátira termina com um “slogan”: “Comercial do Itaú, feito para você achar que a gente se importa com você”. Até às 19 horas de ontem, a postagem tinha mais de 135 mil visualizações.

#ESG #Gregorio Duvivier #Itaú

A volta de Joaquim Levy?

26/11/2021
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O ex-titular do Ministério da Economia no governo Dilma, Joaquim Levy, passou a ser cotado a ocupar o mesmo cargo na gestão Lula. Levy tem as bênçãos do mercado. E ainda dispõe de outro atrativo: intensificou-se tremendamente com a agenda ESG. Em tempo: Levy saiu do governo Bolsonaro, mais precisamente da presidência do BNDES, chamuscado. O que conta ponto junto a Lula e seu grupo mais próximo.

#BNDES #ESG #Lula #Ministério da Economia

On demand

18/11/2021
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O Movimento Brasil Competitivo, uma congregação de pouco mais de 60 empresas capitaneada por Jorge Gerdau, está elaborando uma agenda ESG para o Brasil. Ou melhor: para o candidato da terceira via.

#ESG #Jorge Gerdau

O sarrafo do custo ESG subiu

9/11/2021
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É caro ser ESG. As projeções são de que o mundo gaste até o final de 2022 mais de US$ 8 trilhões com a conversão de empresas e países às melhores práticas. No Brasil, vai bater na casa de um dígito em bilhões de reais. Mas o mercado de ativos ESG já chega a US$ 32 trilhões em circulação nos fundos de investimento. Os fundos de private equity que investem apenas em ativos de energia renovável levantaram cerca de US$ 52 trilhões somente no ano passado. E o mercado de carbono sequer foi regulado no mundo, e muito menos no Brasil. Por enquanto, é um bom negócio ser ESG. Parece até ser inevitável e irreversível. A ver no futuro.

#ESG

Os “Brasis” chegam a Glasgow

28/10/2021
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A acusação da ONU de que o Brasil cometeu “pedalada ambiental” aumentou a pressão sobre praticamente todos os ministérios para trabalhar em uma agenda ESG. A contribuição será levada sob a forma de documentos para os ministros Joaquim Leite e Bento Albuquerque e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, participantes da COP26.

O ministro Paulo Guedes ainda não sabe se vai a Glasgow. O próprio Ministério da Economia disse ao RR não ter confirmação sobre a ida ou não de Guedes à COP26. O ministro ficou tão indexado ao chefe que só vai aonde Jair Bolsonaro está. A missão de representar o Brasil ficou para o já citado trio. Campos Neto comparecerá para dar pinceladas sobre o BC-ESG, que está sendo construído sem alarde. Bento Albuquerque terá a dura missão de falar sobre seca e desastre climático. Joaquim Leite, bem, esse ainda é uma incógnita. Mas, a princípio, caberá ao novato a missão mais espinhosa: defender as metas climáticas do país, uma das menos ambiciosas do mundo.

Os governadores da Região Amazônica atropelaram o poder central. Por meio do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, vêm mantendo interlocução direta com os governos dos Estados Unidos, Reino Unido e Noruega. São os integrantes da coalizão LEAF (Lowering Emissions by Accelerating Forest Finance), lançada neste ano. O grupo pretende disponibilizar US$ 1 bilhão, em recursos públicos e privados, para projetos voltados à redução do desmatamento. As tratativas vêm sendo capitaneadas por Flavio Dino. Há reuniões com líderes do LEAF entabuladas para Glasgow.

#ESG #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #ONU #Paulo Guedes

Padrão ESG

28/10/2021
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Sergio Rial, que deixa a presidência do Santander Brasil para assumir o board em janeiro, está submerso em projetos na área socioambiental e em conversas com ONGs. Rial quer ser o chairman mais ESG da história do banco no país.

#ESG #Santander #Sergio Rial

Compensação de carbono às avessas

4/10/2021
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Inaugurada na semana passada, com a presença de Jair Bolsonaro, a térmica Jaguatirica II em Boa Vista (RR) não será exatamente um primor de padrão ESG. Parte da redução de emissões de CO2 decorrente do uso de gás será “compensada” às avessas com a intrincada operação de abastecimento da usina, pertencente à Eneva. Cerca de 20 carretas a diesel terão de percorrer diariamente 980 km para garantir o suprimento de gás.

#ESG #Jair Bolsonaro

Trabalhadores padrão ESG

29/09/2021
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Os 14 sindicatos que representam os 58 mil empregados da Vale discu-  tem a criação de um fundo para ações solidárias. Cada funcionário doaria algo em torno de R$ 10 mensais para contribuir com projetos sociais em parceria com a mineradora. A proposta foi colocada sob a mesa em meio às negociações para o reajuste salarial da categoria.

#ESG

Total recarrega os investimentos em energia limpa no Brasil

2/09/2021
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A francesa Total prepara um pacote de investimentos em energia renovável no Brasil. Um dos projetos mais ambiciosos em estudo seria a entrada no segmento de geração eólica em alto-mar. O grupo teria planos de construir um cinturão de energia em torno de suas plataformas offshore. Os franceses detêm participação em 18 blocos de petróleo e gás em sete bacias da costa brasileira, em 10 dessas áreas como operadores.

Procurada, a Total não quis se pronunciar. O Brasil é peça importante no tabuleiro do padrão ESG da Total. O grupo se compromete a zerar suas emissões de carbono até 2050. A meta dos franceses é chegar a essa data com 40% do seu faturamento provenientes da geração de energia elétrica, notadamente de fontes renováveis. Hoje, a empresa já tem uma capacidade instalada de 12 GW, sendo 7 GW oriundos de usinas eólicas e solares.

A Total deverá buscar parceiros para os seus investimentos no Brasil. Quem sabe não poderia ser a senha para os franceses reabrirem conversações com a Petrobras? Em 2019, as duas companhias romperam uma joint venture para investimentos conjuntos em geração eólica e solar. De lá para cá, cada um tomou um rumo diferente. A Total avançou em energia verde no Brasil: hoje, soma cerca de 300 MW, contabilizando-se projetos já em operação e em construção. A estatal, por sua vez, vive um curioso stop and go and stop no segmento de renováveis. Nos últimos meses, a fase é de “stop”. A Petrobras vendeu participações em usinas eólicas e praticamente restringiu seus investimentos em novas fontes de geração à área de pesquisa e desenvolvimento – ver RR edição de 19 de maio.

#ESG #Petrobras #Total

Carrefour mais ESG do que nunca

3/08/2021
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O novo presidente do Carrefour no país, Stéphane Maquaire, chega com a missão de colocar a operação brasileira de vez na rota do padrão ESG. Além do já anunciado rastreamento do gado desde o nascimento, a rede varejista vai impor regras mais rígidas a sua cadeia de fornecedores. Muitos ficarão pelo caminho. Outra prioridade da empresa será estimular a presença de negros em cargos de liderança. O Carrefour precisa mesmo dar respostas nessa área. No fim do ano passado, a companhia foi excluída do índice ESG da B3, após um cliente negro ser assassinado por seguranças em uma loja de Porto Alegre.

#Carrefour #ESG

Lemann prepara uma guinada rumo ao padrão ESG

28/07/2021
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O RR acompanha com lupa o que pode vir a ser uma reviravolta na atuação de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. Segundo uma fonte encrustada nas conversações, o trio discute uma guinada na direção de negócios padrão ESG. O que se avalia intramuros é vincular praticamente todos os futuros investimentos a atividades econômicas e empresas com notório compromisso socioambiental. Seria uma forma de adequação ao novo cenário global, em que os mercados estão cada vez mais punitivos a negócios prejudiciais ao meio ambiente e ao social. De acordo com a mesma fonte, Lemann, Sicupira e Telles partiriam para um processo de higienização do seu portfólio, medida que poderia levar à diluição de participações societárias ou mesmo à saída do capital de algumas de suas empresas.

Na linha de tiro, estariam negócios como Burger King e Kraft Heinz – há poucas coisas menos saudáveis do que um hambúrguer encharcado de ketchup. Ressalte-se que, em março, Lemann deixou o Conselho de Administração da Kraft Heinz. Em sua origem, a montagem dos negócios em cerveja/refrigerante, hambúrguer e ketchup foi considerada um primor de sinergia. Hoje, esse mosaico é tido como o “padrão podre” do meio empresarial. E vai piorar. Esses setores podem até não figurar entre os grandes emissores de carbono. Mas, do ponto de vista da letra “S” de ESG – ou seja, do social -, são imbatíveis em produzir o mal. Até porque não há compensação dos danos causados à saúde humana.

O mal que se faz é o mal que fica. De alguma forma, os negócios e o perfil de investimentos da tríade já passam por um processo de reinvenção. O caso mais representativo talvez seja a entrada de Jorge Paulo Lemann e de Marcel Telles no setor de educação, por meio do Gera Venture Capital. A Eleva, controlada pelo fundo, se tornou um dos maiores consolidadores do setor. Neste momento, de acordo com a fonte do RR, Lemann, Sicupira e Telles analisam negócios pautados por uma pegada de responsabilidade socioambiental. Um exemplo: os três investidores teriam interesse em participar da privatização da Eletrobras. Ressalte-se que eles já mantêm uma posição acionária na estatal (10% das preferenciais), por meio da gestora 3G Radar.

Cabe lembrar ainda que Sicupira é dono também de 9,9% da Light. Como se sabe, quando um dos “Lemann Brothers” finca sua bandeira em algum negócio, os outros também estão presentes, ainda que não de forma explícita. Com um pé na Eletrobras e outro na Light, Lemann e cia. poderiam criar um cinturão verde, com foco na produção de energia limpa, o que incluiria a construção de uma série de Pequenas Centrais Hidrelétricas. Em outro front, os três investidores estudam também projetos de produção de gás metano a partir da decomposição de resíduos orgânicos. O RR enviou uma série de perguntas para a 3G Capital, holding que reúne os negócios do trio, mas a empresa não se pronunciou.

Nesse puzzle de ativos padrão ESG que Jorge Paulo Lemann e seus sócios podem vir a montar, há uma peça de difícil encaixe: a InBev, cujos produtos causam ainda mais estragos à saúde do que os da Kraft Heinz ou do Burger King. A cervejeira tem feito esforços para se tornar uma empresa menos maléfica. Já anunciou a meta de reduzir suas emissões de carbono em 25% até o ano de 2025. Nesse mesmo intervalo, vai investir cerca de US$ 1 bilhão em campanhas para reduzir o consumo nocivo de álcool. Contudo, é difícil remover a pecha de “não saudável” de uma corporação com mais de 80% de sua receita proveniente da venda de bebidas alcoólicas.

Trata-se de um “passivo” que talvez tenha de ser carregado por Lemann devido ao tamanho a que InBev chegou. No entanto, em um esforço de “descontaminação” da sua carteira de investimentos, o empresário e seus sócios poderiam, por exemplo, buscar alguma fórmula de diluição da sua participação societária entre fundos. Seria um dos últimos negócios “pecaminosos” de Lemann e cia. em meio a um colar de investimentos balizados pelo padrão ESG.

#Eletrobras #ESG #Jorge Paulo Lemann

Nestlé precisa ter mais cuidado com o que vende

7/07/2021
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A ideia de que a Nestlé é uma empresa padrão ESG é pura farinha láctea, ao menos do ponto de vista do respeito ao consumidor. A fabricante suíça tem sido alvo de uma sucessão de denúncias que colocam em xeque o controle de qualidade e a propaganda de seus produtos – práticas nocivas que não encontram eco no “S” de social. O caso mais recente veio à tona na semana passada: o Procon-SP vai abrir investigação contra a Nestlé por publicidade enganosa em três marcas de biscoito e um cereal matinal da linha Nesfit.

Segundo denúncia do Observatório de Publicidade e Alimentos (OPA) do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), os produtos dessa linha têm mel no nome, há imagem de mel na embalagem de todos eles, mas nenhum deles contém o ingrediente em sua composição. Procurado, o Procon-SP confirmou que “o processo da Nestlé está em análise”. Ainda segundo o órgão de defesa do consumidor, “a empresa responderá a um processo administrativo. Ao final, poderá ser multada”. O valor da punição, segundo o Procon-SP, “depende da gravidade da infração, da vantagem auferida e da condição econômica do fornecedor”. No que depender deste último critério, uma eventual sanção não deve ser pequena: a Nestlé fatura por ano mais de R$ 15 bilhões no Brasil.

A multinacional, ressalte-se, já está na mira do próprio IDEC, por um caso ainda mais delicado. Segundo o Instituto informou ao RR, estudo recente da entidade detectou a presença de resíduos de agrotóxicos em alimentos ultraprocessados da Nestlé e de outras sete empresas. Mais uma vez, o cereal matinal Nesfit aparece na lista. Ou seja: a julgar pelo trabalho do IDEC, quando não é vítima de propaganda enganosa, o comprador do produto está fadado a ingerir pesticida. A Nestlé tem feito um enorme esforço para se consolidar como uma corporação ESG.

Em outubro do ano passado, anunciou o plantio de um milhão de árvores no Brasil, mais precisamente na Mata Atlântica. Mas não basta plantar árvores; é preciso também ter cuidado com a saúde do consumidor. A empresa divulgou ainda investimentos em tecnologias de geomonitoramento e rastreabilidade para garantir que as matérias-primas utilizadas na fabricação de seus alimentos sejam de origem ambiental e socialmente responsável. No entanto, ainda há uma distância entre a teoria e a prática. A própria Nestlé reconheceu em documento interno, vazado no último mês de maio ao Financial Times, que 60% de seus produtos não atendem aos critérios de alimentos saudáveis.

No mesmo material, a empresa admite ainda que algumas das suas categorias de bebidas e alimentos “nunca serão saudáveis, por mais que sejam renovadas”. O RR enviou uma série de perguntas à assessoria da Nestlé, por e-mail, mas a empresa não se pronunciou. Propaganda enganosa e falta de transparência certamente não fazem parte das melhores práticas sociocorporativas. No Brasil, a Nestlé carrega um rosário de acusações. Em outubro do ano passado, foi multada pelo Procon-SP em R$ 10 milhões por descumprir regras de rotulagem estabelecidas pela Anvisa na embalagem do cereal matinal Crunch.

Em setembro de 2018, a 5a Turma do TRF-1 condenou a companhia a pagar uma multa de R$ 500 mil aplicada pela Secretaria de Direito Econômico (SDE). A punição se deu após a Nestlé alterar os nutrientes de sua farinha láctea sem informar aos consumidores. A prática da Nestlé de ocultar ingredientes utilizados já gerou casos graves. Em março de 2016, a companhia chegou a ser condenada pelo TJ-SP a pagar R$ 90 mil de indenização a uma família paulista por não discriminar na embalagem a presença de leite na composição de dois de seus biscoitos.

O caso se deu depois que uma criança teve uma forte reação alérgica ao ingerir os alimentos sem que os pais soubessem da presença de matéria-prima de origem láctea. A menina sofre de hemossiderose pulmonar, quando sangue dos vasos capilares extravasa para o interior dos pulmões em decorrência da ingestão de proteínas do leite de vaca. Dessa forma, o ESG da Nestlé vai derreter feito uma barra de Kit Kat exposta ao sol.

#ESG #Nestlé

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