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Governo
“Risco Gleisi” paira sobre o Palácio do Planalto
18/02/2025A pressão de Janja para que Gleisi Hoffmann seja secretária geral da Presidência é maior do que a de todo o PT reunido. O Palácio do Planalto – leia-se principalmente Rui Costa – também torce pela indicação da presidente do partido para o cargo, que pode ser anunciada a qualquer momento, antes mesmo da reforma ministerial. As ideias de Gleisi e Costa se coadunam, notadamente em relação ao aumento do gasto público em programas que tenham impacto eleitoral. Ser secretária geral da Presidência não é pouca coisa. O cargo já foi ocupado pelo professor Luiz Dulci, um dos próceres do PT. Hoje quem auxilia Lula é o ex-deputado Márcio Macedo, de menor relevo na hierarquia do Planalto. No governo FHC 1, o manda-chuva era o economista Eduardo Jorge. Filiado ao PSDB, ele teve forte influência enquanto esteve na função, mas depois se enrolou em uma denúncia de corrupção. Na gestão FHC 2, o poder do secretariado aumentou, com a ocupação do cargo por dois dos mais influentes quadros do PSDB, Aloísio Nunes, seguido por Arthur Virgílio. A referência estelar de um secretário da Presidência – o nome da Secretaria foi alterado algumas vezes – foi a do coronel Heitor de Aquino, no governo do General Ernesto Geisel. Em dueto com o então ministro da Casa Civil, o general Golbery do Couto e Silva – ambos os mais próximos assessores de Geisel -, só não conseguiam fazer chover.
O risco que se corre agora é que Gleisi Hoffmann vire uma “Eduarda Aquina”, contrariando as políticas das demais Pastas do governo de dentro do gabinete da Presidência. Lula faz o que quer. Mas gosta de ouvir versões extremadas, fofocas, narrativas sobre os seus próprios ministro e auxiliares. Gleisi e Janja são boquirrotas e farão a alegria do presidente. Incomodarão, sim, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que pensa mais no país do que nas eleições de 2026. Promoverão um ruído na comunicação da área econômica. É bom não esquecer que Gleisi é conhecida como perita em vazamentos para a imprensa. Não bastasse o inferno anunciado do ministro Haddad, o Planalto ficará suscetível e frequentado por personagens controversos, tais como o seu namorado Lindbergh Faria, que, não raras vezes, atrapalha o governo com declarações na mão inversa das políticas oficiais. Gleisi ainda não foi anunciada para o cargo, mas no próprio Palácio do Planalto ela já está escalada para a Secretaria. Se não for, Janja vai enlouquecer a convivência com o marido presidente.

Governo
Só falta Janja montar uma Secom do B – ou do A – no PT
14/01/2025O que se diz em Brasília é que Janja trabalha para emplacar a cientista social Brunna Rosa Alfaia na comunicação do PT. Nome de confiança da primeira-dama, Brunna deverá deixar a Secretaria de Estratégias e Redes da Secom por decisão do novo ministro, Sidônio Palmeira – conforme informou o Valor Econômico na edição de ontem. Sua saída é um sinal de que Sidônio está disposto a reduzir o notório poder de Janja na comunicação da gestão Lula. Se bem que, no próprio Planalto, há quem interprete que, se Brunna ganhar um cargo no PT, será praticamente como se continuasse com um pé no governo. É… pode ser.

Política
Janja vai acumulando “cargos” no governo Lula
19/12/2024O mercado – como disse o RR (https://relatorioreservado.com.br/noticias/mercado-ja-precificou-um-futuro-sem-o-governo-lula/) – não teve o menor prurido em precificar os riscos à saúde de Lula, vide a queda do dólar e dos juros futuros nos dias de UTI. No entanto, o que talvez os agentes financeiros ainda não tenham aquilatado é a apreciação do “fator Janja”. A primeira-dama, que já atuava como chefe informal da Secom, “assumiu” também funções da Secretária Geral da Presidência ou algo equivalente. Janja tem participado ativamente de uma série de decisões de ordem política e administrativa. Sua rotina passou a incluir despachos com ministros e assessores palacianos. Para quem priva da rotina do Planalto, sua ascensão dentro do governo já estava mais do que anunciada. No entanto, a internação de Lula não apenas precipitou como potencializou responsabilidades que possivelmente seriam incorporadas por Janja de forma gradual, diferidas ao longo do tempo. Desde a semana passada, é a primeira-dama quem filtra os assuntos que circulam entre ministros e o presidente.
Aqueles que acompanharam in loco a internação de Lula no Sírio Libanês puderam testemunhar ocasiões em que a ascendência de Janja se pronunciou. Todo o trabalho de divulgação das informações clínicas do petista passou por ela, assim como a aprovação dos conteúdos veículos nos canais oficiais da Presidência nas redes. A primeira-dama também defendeu que Lula deveria conceder um depoimento à imprensa ainda no hospital. Dito e feito. O presidente irrompeu “de surpresa” durante a coletiva de imprensa da equipe médica. Janja participou também dos preparativos para a entrevista exclusiva que Lula concedeu no próprio domingo ao Fantástico, da Rede Globo, além de ter prestado seu depoimento ao programa. Por sinal, a exposição na mídia é um bom termômetro da sua influência no governo. Desde o início do terceiro mandato de Lula, portanto em 1 de janeiro de 2023, Janja soma 23.101 menções nos 80 veículos jornalísticos de maior audiência e alcance no Brasil – segundo pesquisa feita pelo RR com o uso de ferramenta da Knewin, maior empresa de monitoramento das mídias da América Latina. Ou seja: a primeira-dama tem uma 0.

Política
Será que Paulo Pimenta ainda vai fazer falta?
13/12/2024No Palácio do Planalto, é voz corrente que a iminente nomeação de Sidônio Palmeira para a chefia da Secom vai reforçar o poder de Janja na comunicação do governo Lula, especialmente nas redes sociais. Durante a campanha, a futura primeira-dama já interferia na produção dos programas para o horário eleitoral e na elaboração de conteúdos para as mídias digitais, sempre com a parcimônia do marqueteiro. Em quase todos os debates, Janja juntava-se a Sidônio na preparação do roteiro para Lula e também nas intervenções durante os intervalos. Ou seja: a chegada do publicitário, se confirmada, parece feita sob medida para a primeira-dama.

Política
Nunca houve uma primeira-dama como Janja
17/07/2024É consenso na alta corte do governo que Janja está mandando demais e atrapalhando a governança no Palácio do Planalto. É unanimidade também que ninguém sabe o que fazer com o empoderamento da primeira-dama. Talvez só reste relaxar e deixar para lá.
Janja, por exemplo, tem ampliado o uso de dependências do governo em diferentes estados para conversas com influencers. No início, o proselitismo era com os influencers de esquerda. E em poucas ocasiões. Mas os encontros se multiplicaram e essa distinção ideológica já virou coisa do passado. Janja agora fala com quem tem audiência, seja de que tribo for. E faz o maior sucesso.

Governo
A tênue fronteira entre fazer o bem e fazer política
9/05/2024Ideia que circula no Palácio do Planalto, atribuída a Janja: a realização de uma live com influencers e artistas com o objetivo de arrecadar fundos para as vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul. Seria mais uma iniciativa louvável da primeira-dama, que ontem desembarcou no estado para auxiliar na distribuição de 25 toneladas de doações. A não ser que a porção “ministra das redes sociais” fale mais alto e Janja decida transformar a apresentação em evento-exaltação do presidente Lula. Como o RR já informou, a primeira-dama chamou para si a missão de coordenar a comunicação do governo nas mídias digitais, mantendo uma agenda de reuniões com influenciadores da esquerda no Palácio do Planalto (https://relatorioreservado.com.br/noticias/lula-tambem-tem-o-seu-carluxo-nas-redes-sociais/).

Governo
Lula também tem o seu “Carluxo” nas redes sociais
30/04/2024Janja tem feito reuniões com influenciadores da esquerda no Palácio do Planalto. Como se comandasse uma Secom paralela, chamou para si a missão de coordenar a comunicação do governo nas mídias digitais. A primeira-dama já tem ascendência na gestão das contas pessoais de Lula e da própria Presidência nas redes sociais. É uma espécie de “Carluxo do Lula”.

Governo
A primeira-dama do social
2/01/2024O presidente Lula teria autorizado Janja a organizar uma viagem por diversos países – um de cada continente – para reuniões com organizações sociais. A primeira-dama pernoitaria nas embaixadas brasileiras em cada capital. A ideia por trás da iniciativa é Lula se empoderar com o empoderamento da Janja, ou seja, dar a ela uma roupagem de Michelle Obama dos trópicos. Será o “casal S” global – “S” de social. Mas parece tudo meio esquisito.

Governo
Fator Janja entra em campo na disputa pela PGR
22/08/2023Estava faltando o fator Janja na sucessão da PGR. Não está mais. Segundo o RR apurou, a primeira-dama tem feito campanha junto a Lula pela indicação da subprocuradora-geral da República, Luiza Frischeisen. Luiza tem uma trajetória dentro do MPF ligada à defesa dos direitos humanos e, em especial, das mulheres. Entre outros postos, liderou o Grupo de Trabalho de Combate à Violência Doméstica e Defesa dos Direitos Sexuais e Reprodutivos do Conselho Nacional do Ministério Público. A subprocuradora foi a primeira e a segunda mulher a liderar uma lista tríplice votada entre seus pares: chegou à frente em 2021 e repetiu a dose neste ano. Trata-se de uma desvantagem, a julgar pelas recorrentes declarações de Lula praticamente descartando a escolha de um nome votado pelos procuradores. Isso, claro, se Janja não virar esse jogo. Nesse caso, a primeira-dama provocaria um strike de candidatos mais cotados, a começar pelo próprio Augusto Aras, que conquistou setores importantes dentro do PT para permanecer onde está.
Governo
Jean Wyllis vira um nome tóxico no Planalto. Mas e Janja?
4/08/2023A indicação do ex-deputado Jean Wyllis para um cargo na Secretaria de Comunicação do governo (Secom) virou um problema dentro do Palácio do Planalto. O próprio ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, é contra sua nomeação para o órgão, anunciada há cerca de duas semanas e ainda não formalizada. Alexandre Padilha, ministro de Relações Institucionais e responsável pela articulação política do governo, também meteu a colher no assunto e tem trabalhado para brecar a entrada de Jean Wyllis na Secom. O problema é que a indicação do ex-Big Brother partiu de Janja. E, como se sabe, para Lula um pedido da primeira-dama é quase uma ordem.
A resistência de Pimenta e Padilha a Jean Wyllis é pragmática, de ordem política. Wyllis tornou-se um nome tóxico no governo após atacar publicamente Eduardo Leite pela decisão de manter as escolas cívico-militares no Rio Grande do Sul. O ex-BBB chegou a postar em uma rede social que “Gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo”. O problema para os próceres da área política, mais uma vez, é o fator Janja. Se depender da primeira-dama, mais LGBTQIA+ integrarão o governo

Política
Janja, Dilma, Tebet e Dweck podem formar um conselho particular do presidente Lula
8/02/2023Se Lula fosse o general Macbeth, da tragedia do dramaturgo inglês William Shakespeare, já teria encontrado suas três “bruxas”. Hécate, a feiticeira chefe, seria a primeira-dama, Janja, que, nessa versão palaciana da peça, não necessita do exercício da profecia. Janja simplesmente faz acontecer. As demais “bruxas” seriam Esther Dweck e Dilma Rousseff – ressalte-se que o uso do termo “bruxa” é somente uma estilização, para compor o relato shakespeareano do governo Lula. Dweck, nomeada ministra da Gestão e Inovação dos Serviços Públicos é notória encrenqueira. Agora mesmo, arrumou uma rusga com a ministra Simone Tebet, tirando colaboradores do seu gabinete. Dilma Rousseff dispensa apresentações. A ex-presidente, hoje uma espécie de ministra sem mandato, é o elo entre Janja e Dweck. A primeira-dama foi funcionária de Itaipu por indicação de Dilma – desconhece-se se Lula teve alguma influência na iniciativa. Quem assistiu à posse de Aloizio Mercadante na presidência do BNDES pode testemunhar a deferência de Janja a Dilma. Ela colou na ex-presidente, cheia de mesuras, e a conduziu para ficar próxima a Lula. As duas tricotam quase todo o dia.
Dweck, por sua vez, foi secretaria do Ministério do Planejamento e subchefe de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil durante o mandato de Dilma Rousseff. As duas pensam igual, mas a ex-presidente mantém a ascendência sobre sua ex-colaboradora. Dweck é uma das organizadoras do livro “Economia Pós-Pandemia: Desmontando os mitos da austeridade fiscal e construindo um novo paradigma econômico”. O pessoal do “tal mercado” que correu para ler as propostas contidas na obra se arrepiou todo. A poderosa ministra da Gestão participou do grupo de transição e esteve presente, juntamente com o diretor de Planejamento Estratégico, de Saneamento, Transporte e Logística do BNDES, Nelson Barbosa, em reuniões com a equipe econômica de Bolsonaro, inclusive com o então ministro da Economia, Paulo Guedes.
Janja vem tentando convencer Lula sobre a conveniência de criação de um conselho, vinculado ao Palácio do Planalto, composto pelas “feiticeiras”. De quebra, haveria uma concessão à presença da ministra do Planejamento e Orçamento, sanando a fricção entre Tebet e Dweck. Caso se confirme a formalização dessa instância de aconselhamento, ela será o mais emponderado conselho da República. Tem potencial para atrapalhar muito as decisões palacianas e infernizar a vida de vários ministros. Mas vamos dar o benefício da dúvida: também pode ajudar, de preferência se os assuntos não envolverem política econômica. Por enquanto, Lula vai escrevendo sua versão da peça teatral anglófona, trocando o regicídio de Duncan, o rei da Escócia, pelo linchamento do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Certamente, tem o apoio do trio Janja, Dilma e Dweck. Durante anos, Macbeth foi chamada de “peça amaldiçoada”. Posteriormente, foi considerada uma das mais notáveis obras do bardo inglês. Tomara que assim seja com o enredo construído pelo “Macbeth de Garanhuns”. Ao contrário da tragédia original, seja uma peça reconhecida pelo seu sucesso. Neste caso, para a governança do país.

Política
Janja demarca suas posses no futuro governo
20/12/2022Janja começa a assustar o entorno do presidente. A futura primeira-dama está criando suas cotas dentro do governo como se fosse uma vice-presidente particular de Lula. Enquanto sorri e dança para o presidente, vai fazendo suas exigências: quer indicar a futura titular do Ministério das Mulheres e abocanhar dois cargos: um no segundo escalão dos Ministérios das Cidades; e outro, no Desenvolvimento Social. Lula deve aquiescer.

Política
Janja pode ter um duplo papel na posse de Lula
25/11/2022A colunista Malu Gaspar, de O Globo, trouxe uma das possibilidades de quem poderia substituir Jair Bolsonaro na passagem da faixa presidencial a Lula: um grupo de pessoas que representaria a diversidade do povo brasileiro, ou seja, um indígena, um negro, uma mulher, um trabalhador urbano e outro rural, além de um estudante. Pode ser que role. Mas há um detalhe nessa hipótese que cala fundo no coração de Lula. Trata-se da sugestão de Gleisi Hoffmann de que a mulher do grupo seja a primeira dama Janja. Gleisi é amicíssima de Janja.
Lula quer emponderar a esposa o máximo possível. A participação de Janja no governo e em eventos simbólicos seria a forma de demonstrar respeito, reconhecimento e admiração pelas mulheres. Afinal, elas foram suas principais eleitoras. Em tempo: Janja já está incumbida da organização de toda a cerimônia de posse. O que dizer? Amor, distinção do papel da mulher e empoderamento da companheira do lar são boas mensagens para o início de mandato. Bem melhor do que a simbologia da passagem da faixa por um carrancudo e raivoso Jair Bolsonaro