O mundo vai ser importante no 2 de outubro

  • 29/09/2022
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O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, articula que as diversas instituições internacionais observadoras do processo eleitoral no Brasil se manifestem logo nas primeiras horas após o anúncio do resultado oficial. A ideia é que todas avalizem formalmente a segurança das urnas eletrônicas e a lisura da apuração. Moraes quer usar o peso de algumas dessas organizações para contra por eventuais suspeições de fraude eleitoral que poderão ser levantadas já na noite de domingo, dependendo do placar final da disputa pela Presidência da República.

A voz de maior força nesse sentido viria da OEA (Organização dos Estados Americanos). A delegação da entidade que acompanhará in loco a votação de domingo será chefiada pelo diplomata Rubén Ramírez Lescano, ex-chanceler do Paraguai. No TSE, outro aval visto como importante é o da União Interamericana de Organismo Eleitorais (Uniore). A entidade é composta por órgãos eleitorais de 30 países das Américas.

As tratativas com a OEA e outras organizações internacionais são cercadas de cuidados no TSE, mais precisamente no gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Em contato com o RR, a Corte não se pronunciou especificamente sobre as conversações que vêm sendo conduzidas para o pronto aval dessas entidades ao resultado do pleito e à segurança do processo. Em nota, o TSE apenas confirmou que sete instituições externas atuarão como observadores nas eleições.

O próprio número já dá uma dimensão do espectro de articulações conduzidas por Alexandre de Moraes no exterior. As eleições presidenciais de 2018 contaram com apenas um observador internacional: a própria OEA. Além da Organização dos Estados Americanos, em nota o TSE informou ao RR que o Parlamento do Mercosul (Parlasul) e a Rede Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) também atuarão no pleito. De acordo com a Corte, há ainda “tratativas finais para a vinda de representantes das organizações norte-americanas Carter Center e International Foundation for Electoral Systems (Ifes); da Unión Interamericana de Organismos Electorales (Uniore); e da Rede Mundial de Justiça Eleitoral.”

 

Assessores de Lula na área de política externa, notadamente o ex-chanceler Celso Amorim, têm mantido conversações com representantes diplomáticos da União Europeia. A interlocução se dá, principalmente, por intermédio do embaixador da UE no Brasil, Ignacio Ybáñez. A exemplo do recente contato com representantes do Departamento de Estado norte-americano, as tratativas passam por um ponto central: assegurar o imediato reconhecimento da União Europeia ao resultado das eleições no próximo domingo, notadamente caso Lula encerre a disputa já no primeiro turno. Ybáñez já fez declarações públicas enfatizando que o resultado do pleito no Brasil deve ser respeitado.

Lula tem feito alguns contatos pessoais com sua rede de estadistas e personalidades internacionais para que se manifestem após a apuração, caso o petista confirme a vitória em primeiro turno. A preocupação do ex-presidente é construir um leque de apoios de forte repercussão, para dissuadir a sempre temida resistência de Jair Bolsonaro aos resultados das urnas.

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