Diplomacia com a Venezuela divide o governo Bolsonaro

  • 2/01/2020
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O futuro da relação diplomática com a Venezuela divide o governo brasileiro. No núcleo duro da gestão Bolsonaro há um racha no que diz respeito à posição que o país deverá adotar a partir a partir deste ano caso o líder oposicionista e autoproclamado presidente Juan Guaidó perca o comando da Assembleia Nacional da Venezuela. O potencial divisor de águas é a reunião do órgão legislativo marcada para 5 de janeiro. Há um razoável risco de Guaidó não ser reconduzido à presidência da Assembleia na esteira das crescentes denúncias de corrupção contra ele. Ainda assim, o grupo mais ideológico do Ministério das Relações Exteriores, a começar pelo “olavista” de carteirinha Ernesto Araújo, defende que o Brasil mantenha-se entre as 50 nações que reconhecem o líder da oposição como presidente da Venezuela

. Trata-se da mesma postura da ala militar do Palácio do Planalto, notadamente do ministro do GSI, General Augusto Heleno. Na contramão está a equipe econômica, sobretudo o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Marcos Troyjo, que tem, sim, sua dose de ideologia, mas, neste caso, não superior ao seu pragmatismo.

A Pasta da Economia defende que o Brasil se descole gradativamente de Juan Guaidó e faça aproximações sucessivas com o governo de Nicolás Maduro, a despeito das convicções mais atávicas de Jair Bolsonaro. O apoio a Guaidó não rendeu qualquer dividendo comercial ao país, mesmo porque o líder oposicionista tem perdido fôlego a passos largos nos últimos meses. Entre janeiro e novembro deste ano, o Brasil registrou um superávit nas relações de troca com a Venezuela de US$ 269 milhões, cerca de US$ 108 milhões abaixo do valor registrado no mesmo período em 2018.

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