Liberação de armas é um estampido pré-eleitoral

  • 12/09/2022
    • Share

A expectativa dos analistas da área de defesa é que tem prazo de validade a decisão do Exército de abrir o mercado para a indústria bélica estrangeira desde que as armas tenham certificação internacional. A medida foi tomada por influência dos generais da reserva que circulam no entorno do presidente. Seu objetivo é somente afagar o segmento de colecionadores e atiradores, uma das bases mais fiéis a Jair Bolsonaro.

Não há outro motivo. É uma iniciativa eleitoreira que pode ser suspensa já em dezembro. Além de agradar o presidente, ela não tem nenhum significado relevante para o mercado nacional dos artefatos de defesa. Em primeiro lugar, para se vender armas são necessários muitos pontos de venda. As estrangeiras não têm nenhum. A Taurus, por exemplo, soma mais de três mil pontos. Segundo, imagine que a Glock abra um ponto de venda.

O virtual comprador chegará na loja querendo adquirir a arma, mas não encontrará munição. As balas não estão permitidas no mesmo pacote facilitador das armas que viriam de fora. Não bastassem as barreiras naturais do mercado, as empresas nacionais hoje são extremamente internacionalizadas. A Taurus, por exemplo, vende somente 20% da sua produção no país. O mais curioso é que uma das empresas que podem ser prejudicadas é a Imbel, pertencente ao próprio Exército.

O generalato da ativa pode até ter algum motivo para dificultar as vendas das armas nacionais, mas a medida anunciada somente vai na direção de desprestigiar o capital intelectual da Força. Não faz sentido algum. Ainda mais em um momento em que as empresas brasileiras estão se tornando grandes consolidadoras e comprando fabricantes no exterior. Já fomos melhores na área militar. Aliás, muito melhores.

#Exército #Imbel #Jair Bolsonaro #Taurus

Leia Também

Todos os direitos reservados 1966-2024.