Um bunker bolsonarista na Inteligência da Petrobras

  • 14/06/2021
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O capitão-tenente da reserva da Marinha Carlos Victor Guerra Nagem é um enclave de Jair Bolsonaro na presidência da Petrobras. Para ser mais preciso, ele seria uma espécie de espião de Bolsonaro junto à diretoria da estatal. Figura de menor expressão na gestão de Roberto Castello Branco, Nagem ganhou espaço na companhia desde a chegada do general Joaquim Silva e Luna à presidência. Tem trabalhado lado a lado com o coronel da reserva Ricardo Silva Marques, gerente executivo da nevrálgica área de Inteligência e Segurança Corporativa. Trata-se do departamento que mais detém dados sigilosos da Petrobras. Entre os próprios funcionários da estatal, o entendimento é que a Gerência virou um aparelho de informações a serviço direto do Palácio do Planalto.

Esta rede chama ainda mais atenção pelos laços que unem Carlos Victor Nagem e Ricardo Silva Marques a Jair Bolsonaro. Originalmente, Nagem estava designado para assumir exatamente a Gerência Executiva de Inteligência e Segurança Corporativa. À época, sua nomeação foi anunciada pelo próprio Bolsonaro através de um tweet no dia 10 de janeiro de 2019. Ocorre que o militar não cumpriu os requisitos necessários para assumir uma gerência executiva da Petrobras. Restou-lhe ser nomeado como assessor direto da presidência, sempre tendo um papel discreto e de poucas atribuições, ao menos até recentemente. Marques, por sua vez, foi colega de turma de Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras. Além disso, é pai de Alexandre Marques, auditor do TCU. Alexandre é investigado pela elaboração do suposto documento citado por Bolsonaro colocando em dúvida o número de mortos por Covid. Segundo ele, o próprio pai teria vazado o pretenso relatório ao presidente.

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