Tag: Agronegócio


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Agronegócio

Amerra Capital espreita a porta da saída da Fiagril

29/10/2024
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Corre no agronegócio a informação de que a Amerra Capital busca um comprador para a sua participação de 25% na Fiagril, uma das grandes tradings de grãos brasileiras. O fundo norte-americano entrou no capital da empresa há exatamente uma década. Nesse intervalo, a Fiagril mais do que dobrou de tamanho, ainda que a última safra não tenha sido das mais prósperas. Em 2023, o faturamento ficou em R$ 4,9 bilhões, uma queda de 14% em relação ao ciclo anterior. Em tempo: a Amerra, ao que tudo indica, entrou em uma fase de desinvestimento em ativos já maduros no Brasil. Há duas semanas, fechou a venda da sucroalcooleira Salto Botelho Agronenergia, localizada em Lucélia (SP), para o Grupo Zilor.

#Agronegócio #Amerra Capital #Fiagril

Empresa

Entressafra da Agrogalaxy se espalha pelo agronegócio

22/10/2024
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A Agrogalaxy, que entrou em recuperação judicial com um passivo superior a R$ 4 bilhões, deixou um vácuo no agronegócio. Uma das maiores distribuidoras de insumos agrícolas do país, a empresa soma centenas de pedidos atrasados, encomendas feitas antes do pedido de proteção especial à Justiça. No setor, a informação é que, desde então, a companhia reduziu drasticamente o volume de entregas, o que seria um reflexo da sua dificuldade para se financiar e comprar matérias-primas, como sementes e defensivos agrícolas, junto aos fabricantes.

#AgroGalaxy #Agronegócio #recuperação judicial

Agronegócio

Recuperações judiciais acirram fricção entre governo e agronegócio

10/04/2024
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A onda de pedidos de recuperação judicial no campo está provocando mais um tiroteio cruzado entre o agronegócio e o governo Lula. De um lado, os proprietários rurais atiram contra o Ministério da Agricultura e cobram medidas emergenciais de apoio ao setor, como o aumento do subsídio ao crédito rural – proposta já em estudo na Pasta, conforme o RR informou hoje pela manhã. Do outro, o ministro Carlos Fávaro e seu secretário de Política Agrícola, Neri Geller, disparam na direção da Aprosoja, uma das maiores poderosas entidades representativas do agronegócio. Em conversas reservadas com parlamentares, Fávaro e Geller atribuem parte da culpa pelo aumento das recuperações judiciais à falta de uma regulamentação específica para o Fiagro (Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais). A dupla alega que, há três anos, quando da aprovação da Lei do Fiagro, a Aprosoja orientou a bancada ruralista a não votar a regulação do novo instrumento de crédito para agilizar sua entrada em vigor. A própria CVM incluiu o tema na lista de prioridades da sua Agenda Regulatória para 2024.

#Agronegócio #governo Lula #recuperação judicial

Destaque

Subsídio ao seguro rural vira antídoto contra risco de quebradeira no agronegócio

10/04/2024
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O governo está quebrando a cabeça e fazendo conta atrás de conta para aumentar os subsídios ao prêmio do seguro rural. O entendimento é que, sem essa medida, será muito difícil conter a onda de inadimplência no agronegócio e a consequente disparada dos pedidos de recuperação judicial no setor – o número de casos cresceu 535% em 2023. A iniciativa exigirá um contorcionismo fiscal. O orçamento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) para este ano é de aproximadamente R$ 1 bilhão. Cálculos preliminares do Ministério da Agricultura indicam a necessidade de, no mínimo, se triplicar esse valor. Um dos mecanismos em estudo, que tem o apoio do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, seria a transfusão de R$ 2 bilhões em recursos do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Outra ideia discutida é despir parte de um santo para cobrir o outro, tirando o dinheiro do Plano Safra 2024/2025, que deverá ser anunciado até junho.

O mundo caminha inexoravelmente nessa direção. Tanto a Europa quanto, sobretudo, os Estados Unidos têm ampliado significativamente a subvenção ao seguro rural, já prevendo uma maior recorrência de extremos climáticos e o aumento do impacto sobre a produção agrícola. No Brasil, o cenário é saárico. Os subsídios públicos são ínfimos, assim como o próprio mercado de seguro rural. Nos Estados Unidos, na média, mais de 90% da produção agrícola estão cobertos por algum instrumento de securitização. No Brasil, estima-se que apenas 18% da safra de soja – a commodity de maior peso na balança comercial do agro – tenham seguro rural. No setor cafeeiro, esse índice não chega a 1%. Ou seja: dos 55 milhões de sacas produzidas por safra, apenas 550 mil estão protegidas de secas, inundações, pragas ou qualquer outro fenômeno que impeça o cafeicultor de entregar a mercadoria contratada. Haja fé em São Pedro e nos herbicidas!

Há uma série de circunstâncias cruzadas que aumenta a preocupação do governo – e a pressão dos produtores rurais por recursos públicos. Na década passada, o setor saiu de uma crise circular para um período de opulência e de oferta quase desmedida de crédito privado. No ano passado, o patrimônio do Fiagro (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) atingiu a marca de R$ 21,3 bilhões, um salto de 103% em relação a 2022 – conforme o Valor Econômico informou na edição do último dia 2 de abril. Os mecanismos de financiamento correram em velocidade muito maior do que os de garantia e proteção. As mudanças climáticas e a frustração de safra, notadamente no Sul, pegaram o setor em um momento de elevada alavancagem. No governo, o temor é que o aumento da inadimplência nos contratos de financiamento tenha um efeito dominó na cadeia do agronegócio e leve a uma espiral de contenciosos no setor. Há uma preocupação específica com o tamanho da contaminação dos Fiagros. O sinal de alerta veio com os recentes pedidos de recuperação judicial do Grupo Elisa Agro e da Agropecuária Três Irmãos Begarmasco e com o consequente risco de as duas empresas não honrarem o pagamento de seus respectivos CRAs (Certificados de Recebíveis Agrícolas), títulos que compõem a carteira de Fiagros.

As discussões dentro do Ministério da Agricultura levam em consideração outras variáveis preocupantes. Existem sinais no mercado de que gestoras de investimento administradoras de Fiagro já se movimentam para executar os contratos de crédito. Muitos desses financiamentos têm como garantia primária a entrega de produto físico e/ou terras. Com a quebra de safras, o risco de instituições financeiras tomarem propriedades rurais em troca da quitação da dívida aumenta. Este é um campo extremamente sensível. A começar pelo impacto simbólico. O agro no Brasil sempre trabalhou com a tese de que não perderia terras em caso de inadimplência. Até porque boa parte do crédito agrícola sempre esteve pendurada no Banco do Brasil e não faria sentido um agente público sair executando garantias e tomando plantações de agricultores, muitos deles de pequeno porte. Com o Fiagro, essencialmente nas mãos de instituições financeiras privadas, esse tabu tende a cair por terra. Literalmente. O que o governo teme é um efeito cascata, com bancos e gestoras de recursos assumindo propriedades rurais. Essa pode ser a semente de uma safra de litígios, com agricultores entrando na Justiça para evitar a perda de suas terras. Haveria ainda outros desdobramentos jurídicos. Por exemplo: a quem caberia o pagamento de dívidas trabalhistas de uma fazenda? Outra consequência é a ameaça de depreciação desses ativos. O que as instituições financeiras fariam com hectares e mais hectares de terras em suas mãos? Essas propriedades teriam liquidez imediata? Uma fazenda abandonada vira pó, no máximo, em dois anos. No mercado, a proporção do valor de uma terra preparada (ou seja, pronta para o plantio) e de terra nua é de cinco para um.

LEIA AINDA HOJE: Recuperações judiciais acirram fricção entre governo e agronegócio

#Agronegócio

Agronegócio

Governo Lula bate cabeça até para anunciar medidas positivas

18/03/2024
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A apresentação do plano emergencial de apoio ao agronegócio, que será lançado ainda neste mês, está gerando discussões no governo que sequer deveriam existir. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, quer levar o jogo para a casa do “adversário”, organizando um grande evento com a presença de Lula na região de Rondonópolis (MT), uma das maiores produtoras de grãos do Brasil. Seria uma forma de reunir agricultores, proprietários de terras, dirigentes de entidades empresariais do setor e membros da bancada ruralista ao redor do presidente. No entanto, colaboradores no entorno de Lula, a começar pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, defendem que a divulgação seja feita no próprio Palácio do Planalto, pelo temor de protestos contra o presidente.

#Agronegócio #Carlos Fávaro #Lula #ministro da Agricultura

Agronegócio

Cazaquistão quer parceria com a Embrapa para a produção de soja

19/01/2024
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A Embrapa pode mostrar a qualidade do serviço que realiza em um continente bem distante do Brasil. O Governo do Cazaquistão procurou a estatal interessado em investir no cultivo de soja. A ex-República da União Soviética é grande produtora de petróleo, gás natural e urânio. Mas importa praticamente toda a soja que consome, inclusive com aquisições do cereal no Brasil.

O cultivo comercial em larga escala da soja foi uma das primeiras experiências bem sucedidas da Embrapa no Brasil. Em contato com o RR, a estatal confirmou que “foi procurada, entre os anos de 2019 e 2021,  pelo governo do Cazaquistão, que manifestou interesse em parcerias sobre vários temas: recursos naturais e mudanças climáticas; nanotecnologia e biotecnologia; automação, agricultura de precisão, tecnologia da informação; segurança zoofitossanitária; tecnologia agroindustrial e química verde; segurança dos alimentos, nutrição e saúde.”. Segundo a estatal, até o momento não foi efetivado Projeto de Cooperação Técnica específico. O acordo referente a soja pode ser o adubo que falta para uma parceria mais ampla.

#Agronegócio #Embrapa

Agronegócio

Uruguai deve aumentar importações de frango brasileiro

9/01/2024
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O Ministério da Agricultura e grandes grupos frigoríficos brasileiros têm recebido saborosas informações de bastidores da diplomacia brasileira no Uruguai. O relato, em petit comité, é que o governo do país vizinho deverá liberar novas licenças para a importação de carne de frango do Brasil. Há uma pressão do varejo local pelo aumento das compras externas, em reação ao aumento dos preços do produto – 15% desde outubro.

#Agronegócio #frigoríficos #Importações #Ministério da Agricultura #Uruguai

Política externa

Governo Lula tenta abrir uma rota para o agronegócio pelo Paraguai

4/01/2024
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Uma pauta relevante para o agronegócio está na mesa das negociações bilaterais entre Brasil e Paraguai. O governo Lula trabalha para liberar a circulação de caminhões brasileiros do modelo bitrem no país vizinho. As tratativas, digamos assim, ordinárias têm sido conduzidas pelo Itamaraty e pelo Ministério dos Transportes. Mas no próprio Palácio do Planalto, o entendimento é que o assunto exige uma interlocução “extraordinária”, ou seja, gestões diretas do próprio presidente Lula junto ao seu colega paraguaio, Santiago Peña.

Os caminhões bitrem estão proibidos de cruzar a fronteira desde 2019. Com aproximadamente 30 metros de comprimento, sete eixos e peso bruto de até 57 toneladas, os veículos são usados, sobretudo, para o transporte de grãos. A interrupção do fluxo representa um razoável prejuízo para o agro brasileiro, por ter restringido as possibilidades de distribuição de produtos no Mercosul em maior escala. Se os danos aos produtores rurais  são expressivos a valor presente, o tamanho da perda será ainda maior no futuro, caso o Paraguai mantenha a proibição.

Até 2025 deverão ser concluídas as obras de implantação da Rota Bioceânica, que abrirá um corredor logístico para o agronegócio brasileiro até o Pacífico. Serão 3,4 mil quilômetros entre o Porto de Santos e as cidades chilenas de Iquique e Antofogasta. A Rota Bioceânica atravessará o território paraguaio, o que torna fundamental a liberação para a circulação de caminhões bitrem, tanto em termos de custos quanto de tempo. Estima-se que o novo corredor logístico reduzirá em até 15 dias o período necessário para a chegada de grãos brasileiros à Ásia.

#Agronegócio #Lula #Paraguai

Capa

Minas Gerais estuda contribuição sobre o agronegócio

4/12/2023
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Assessores do governador Romeu Zema quebram a cabeça em busca de medidas para aumentar a arrecadação fiscal. Uma das ideias é a cobrança de uma contribuição do agronegócio. Trata-se de uma iniciativa com uma boa dose de risco, a começar pelo desgaste político. No governo federal, por exemplo, a proposta de uma taxa sobre as exportações de commodities agrícolas vai e volta, volta e vai, sem nunca sair do papel. Há ainda uma enorme probabilidade de judicialização. Que o diga o governo de Goiás. Em 2022, o governador Ronaldo Caiado criou uma contribuição de 1,65% sobre produtos agrícolas – com isenção para alimentos da cesta básica e para a agricultura familiar. A CNI chegou a obter uma liminar do ministro do STF Dias Toffoli suspendendo a cobrança. No entanto, o plenário do Supremo derrubou a decisão, embora ainda não tenha julgado o mérito da questão. O próprio Zema tem um case similar a seu favor. No ano passado, o governo de Minas Gerais instituiu uma taxa de fiscalização sobre atividades de mineração. Contestada pela mesma CNI, a cobrança foi igualmente validada pelo STF.

#Agronegócio #Minas Gerais #Romeu Zema #STF

Destaque

Vai ter água para o agronegócio? Extremos climáticos levam governo a se debruçar sobre a questão

17/11/2023
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É a água, estúpido! A ficha começa a cair em setores estratégicos do governo, que têm se dedicado a estudar os impactos dos eventos climáticos extremos sobre o agronegócio. Um grupo de trabalho informal, que reúne os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente e órgãos como Embrapa e Inep, vem trocando informações sobre as reservas aquíferas brasileiras e os níveis de utilização de recursos hídricos nas principais fronteiras agrícolas do país. Sobre a mesa estão também estudos relacionados à gestão sustentável da água nas maiores regiões produtoras de grãos do Brasil. Essa é a variável chave. A premissa é que o maior ou menor efeito das intempéries climáticas sobre a agropecuária nos próximos anos estará indexado, sobretudo, a um elemento: água. A capacidade do país manter seus níveis de produtividade vis-à-vis as previsões de agravamento das secas está diretamente atrelada à disponibilidade do insumo. Os estudos levam em consideração as particularidades entre as diferentes regiões agrícolas brasileiras. Há uma atenção especial em relação ao Cerrado, que tem forte contribuição hídrica para oito das 12 grandes bacias hidrográficas do país. O bioma é responsável, por exemplo, por 94% da vazão na foz do rio São Francisco.

Os números são dispersos, mas as estimativas mais recentes indicam que a agropecuária é responsável por mais de 80% do consumo de água no Brasil. Por consumo entende-se a parcela de recursos hídricos que é incorporada ao alimento e, portanto, não retorna ao meio ambiente. O agronegócio é intensivo no uso do insumo. Para produzir um quilo de carne bovina, são utilizados, em média, mais de 15 mil litros de água. Para cada quilo de soja, são necessários 1,8 mil litros.

As discussões dentro do governo têm sido alimentadas, sobretudo, pelo agravamento da instabilidade climática e suas consequências daninhas sobre o agronegócio. Só neste ano, os agricultores e pecuaristas brasileiros perderam mais de R$ 33 bilhões por conta de fenômenos meteorológicos extremos. É como se 10% do Plano Safra, um dos maiores programas de financiamento agrícola do mundo, tivessem virado poeira. Se esse recorte de tempo for ampliado para o período entre 2013 e 2022, o prejuízo bate nos R$ 287 bilhões, segundo dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

A situação de momento é razoavelmente tranquilizadora, conforme alguns indicadores: a vazão da Foz do Iguaçu está dez vezes acima do normal; os reservatórios, segundo o ONS, registram o maior nível de água dos últimos 14 anos. Para não falar de uma jazida de “ouro” a ser explorada: o aquífero Guarani, maior reserva de água doce transfronteiriça do mundo. Mais de 70% da sua extensão total, de 1,2 milhão de quilômetros quadrados, estão em território brasileiro, sob os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, todos grandes produtores agrícolas. O Guarani pode fornecer até 45 mil km3 de água por ano, suficiente para abastecer 500 milhões de habitantes, ou seja, dois Brasis. No entanto, ainda não se sabe ao certo que Brasil vai surgir – ou desaparecer – ali na frente. Até porque os estudos climáticos indicam que os períodos de estabilidade serão cada vez mais a exceção e não a regra. A tendência é de constantes movimentos pendulares para os extremos: ora, chuvas fortes e inundações; ora, temperatura altíssimas e secas devastadoras. No Brasil, há pesquisas inquietantes. Segundo um estudo publicado em fevereiro na revista científica Sustainability, o Cerrado pode perder 34% de seu volume de água até 2050. Trata-se de um manancial equivalente a oito rios Nilo. Por sua vez, a ANA (Agência Nacional de Águas) projeta que o consumo hídrico no Brasil crescerá 24% até 2030. No caso específico da agropecuária, a demanda por água para irrigação vai crescer 20% nos próximos sete anos.

 

LEIA AINDA HOJE: Afetados pelo El Niño, produtores de trigo pedem ajuda ao governo

#Agronegócio #ANA #Ministério da Agricultura

Agronegócio

China vai irrigar as lavouras de Goiás

14/11/2023
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Uma comitiva enviada pelo ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Han Changfu, é aguardada em Goiás na primeira semana de dezembro. Em pauta, um grande projeto de manejo sustentável de lavouras e recuperação de terras para plantio com recursos do governo chinês. Trata-se do primeiro fruto da recente viagem do governador Ronaldo Caiado a Pequim.

#Agronegócio #China #Han Changfu #Ronaldo Caiado

Agronegócio

Produtores brasileiros de óleo de soja acirram disputa pelo mercado indiano

6/11/2023
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O agronegócio brasileiro fez um movimento pontual, mas absolutamente estratégico. Segundo informação publicada há pouco pelo veículo indiano The Economic Times (https://economictimes.indiatimes.com/industry/cons-products/food/indias-sea-sign-mou-with-brazils-abiove-for-soyabean-oil-imports/articleshow/105014585.cms), a Solvent Extractor’s Association of India (SEA) assinou um memorando de entendimento com a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) para a importação do óleo de soja. A SEA é a principal entidade representativa do segmento de óleos vegetais da Índia, respondendo por mais de 800 empresas locais. O país asiático é o maior comprador de óleos comestíveis do mundo – 15 milhões de toneladas por ano. Em 2022, o Brasil exportou 1,4 milhão de toneladas do óleo para a Índia, número que deverá ser suplantado neste ano. Até setembro, as vendas somam a 1,2 milhão de toneladas. 

 

Obs RR: O acordo com os indianos é um importante movimento defensivo da agroindústria brasileira. O objetivo é proteger seu mercado, que começa a ser ameaçado por outros grandes produtores globais. Players como Malásia, Indonésia e Tailândia têm comercializado volumes cada vez maiores de óleo de palma na Índia, o que, no médio prazo, pode afetar significativamente as vendas de óleo de soja do Brasil. Trata-se de uma disputa razoavelmente acirrada. Os produtores da Malásia e da Indonésia costumam adotar uma política agressiva de descontos, quase um dumping, para ganhar mercado na Índia. Para não falar dos custos logísticos mais competitivos, em razão das menores distâncias. 

#Agronegócio #Brasil #Índia #Óleo de Soja

Destaque

Agronegócio bate de frente com governo Lula e União Europeia

31/10/2023
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O esforço da gestão Lula para lustrar a imagem do Brasil na área ambiental deverá sofrer um incômodo revés. O agronegócio está engajado em duas frentes que têm tudo para despertar reações contrárias da comunidade internacional. Uma delas se cruza com as relações entre o Brasil e a União Europeia: segundo fonte ligada à entidade, a Aprosoja está decidida a liderar um movimento pela continuidade do uso do glifosato nas lavouras brasileiras.

Não está sozinha. Tem ao seu lado representações congêneres do agronegócio da Argentina e do Paraguai. De acordo com a fonte do RR, esse frentão está elaborando um manifesto contra a iminente decisão da UE de banir alimentos agrícolas produzidos com o uso do glifosato. O assunto é extremamente controverso e causa cisão entre as próprias nações do Velho Continente. A Comissão Europeia, braço executivo da UE, recomendou estender a autorização ao agrotóxico até dezembro de 2033.

No último dia 13 de outubro, a proposta foi levada à votação da União Europeia, mas não houve quórum mínimo, um indício de que dificilmente será aprovada. Procurada pelo RR, a Aprosoja não se manifestou.

Os grandes produtores brasileiros correm contra o relógio. Se nada mudar, a partir do próximo dia 15 de dezembro o defensivo agrícola será proibido na Europa. Péssima notícia para o agro brasileiro. O glifosato é o herbicida mais usado no país. Estima-se que esteja presente em cerca de 60% das áreas de plantio. Os efeitos do defensivo são objeto de controvérsia dentro da própria comunidade científica.

Vários países passaram a restringir ou mesmo proibir a substância com base, sobretudo, em um relatório produzido em 2015 pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), que classificou o herbicida como “provável cancerígeno humano”. Há, no entanto, pesquisas na direção oposta. Entre as de maior repercussão está o parecer científico divulgado, em 2022, pela Agência Europeia de Produtos Químicos (ECHA) atestando que não há evidências de relação do glifosato com casos de câncer.  

O lobby internacional pelo glifosato se cruza com outro movimento contundente do agronegócio, este no front interno. Há uma ofensiva no Senado pela retomada da tramitação do projeto de lei nº 1.459/2022, mais conhecido como “PL do Veneno”, que flexibiliza regras para a aprovação e distribuição de agrotóxicos no país. A proposta está parada na Comissão de Meio Ambiente (CMA) da Casa desde abril, muito em razão do empenho do próprio governo em barrar a mudança na legislação. Mas a “boiada” pede passagem e está prestes a atravessar a porteira. A ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina negocia diretamente com Rodrigo Pacheco para que o PL seja apreciado e aprovado na CMA, última etapa necessária para a sua votação em plenário.

Em conversa com o RR, um dos líderes da Frente Parlamentar da Agricultura afiançou que a bancada ruralista já teria 46 votos a favor, cinco a mais do que o necessário para a aprovação. 

#Agronegócio #Lula #União Europeia

Economia

Banco do Brasil cria zonas esfumaçadas no agronegócio e nas armas

19/10/2023
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O Conselho do Banco do Brasil homologou na última terça-feira um acordo firmado com a ONU que proíbe a liberação de crédito para tabaco e armas e munições. A decisão vai na contramão do mundo inteiro. No caso do fumo, o grande problema é o impacto da medida sobre o Rio Grande do Sul, que responde por mais de 40% da produção nacional. O plantio representa muito para a economia local, para não falar do seu forte aspecto social: são quase 70 mil famílias que atuam na cultura do tabaco. Com relação às armas, o Banco do Brasil ignora as vantagens conjunturais das exportações para a balança comercial. O mar não está para peixe, mas, sim, para munição, pistolas e metralhadoras. Com os conflitos em curso na Europa e no Oriente Médio, o mercado está extremamente comprador desses artefatos. Parece que só o BB não vê.

#Agronegócio #Armas #Banco do Brasil #BB

Destaque

Dragagem do Rio Paraguai é o novo ponto de tensão entre Marina Silva e o agronegócio

16/10/2023
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A ministra Marina Silva está no centro da mais nova queda de braço entre o agronegócio e o governo Lula. A bancada ruralista tem feito pressão em Brasília pela concessão da licença ambiental para a dragagem do chamado tramo sul do Rio Paraguai, um trecho de 592 quilômetros entre Corumbá e a foz do Rio Apa. Segundo o RR apurou, integrantes da Frente Parlamentar da Agricultura solicitaram uma audiência com o ministro dos Transportes, Renan Filho, para tratar do assunto.

Querem também uma reunião com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, e o Coordenador-Geral de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Fluviais e Pontuais Terrestre do Instituto, Regis Fontana Pinto. Os grandes produtores rurais do Centro-Oeste e companhias de navegação tratam a limpeza como fundamental para aumentar o escoamento de grãos pela Hidrovia do Paraguai. No entanto, há uma Marina Silva no meio desse rio.

No Ministério do Meio Ambiente e do Ibama há fortes restrições à obra. Aos olhos do aparelho ambiental do Estado, o projeto conduzido pelo DNIT descumpre uma série de requisitos. Segundo o RR apurou, o Ibama levantou riscos de danos à qualidade da água para o abastecimento público, notadamente às populações ribeirinhas. De acordo com informações filtradas do Ministério, um minucioso estudo assinado por cientistas da Embrapa Pantanal, ICMBio, Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e Panthera, organização global de conservação de felinos selvagens, aumentou ainda mais a resistência da ministra Marina Silva e de sua equipe.

Os pesquisadores apontam os potenciais impactos da dragagem para o Pantanal, com declínio nos sedimentos e nutrientes e diminuição dos habitats dos peixes, com severos efeitos sobre a subsistência e a atividade econômica da pesca na região. Um exemplo: a ruptura das termoclinas (camadas de oxigênio dissolvido), com a consequente mistura de faixas distintas da água, é uma ameaça à fauna local. Consultado pelo RR, o Ibama não se manifestou até o fechamento desta matéria.

Guardadas as devidas proporções, a dragagem do Rio Paraguai virou uma espécie de “Margem Equatorial” do agronegócio para a gestão Lula, em referência à rígida posição da ministra Marina Silva. Se, no caso da Foz do Amazonas, a pressão maior vem do próprio Estado – a Petrobras -, o impasse em relação à hidrovia é mais uma zona de fricção entre o governo e um setor da economia que já é naturalmente hostil ao presidente Lula. O ciclo das secas, que vai até o início de dezembro, aumenta os decibéis das cobranças do agronegócio em Brasília. O período potencializa os prejuízos causados pelo assoreamento de diversos trechos do Rio Paraguai.

As interrupções no fluxo de navios carregados são constantes. Estima-se que seja necessária a retirada de até dois milhões de metros cúbicos de sedimentos do manancial, trabalho previsto para quase três anos. Mesmo com as condições adversas de navegabilidade, a Hidrovia do Paraguai tem sido uma rota crescente não apenas para o agro, mas também para o setor de mineração. No primeiro semestre deste ano, o transporte de grãos cresceu 258% em comparação a igual período do ano passado. No caso do minério de ferro, o aumento beirou os 60%.

#Agronegócio #Ibama #Lula #Marina Silva #Renan Filho #Rio Paraguai

Agronegócio

A Índia está trocando de óleo. O que pode ser uma má notícia para o agro brasileiro

4/09/2023
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Segundo notícia publicada há pouco pelo The Times of India, um dos grandes jornais locais, o país asiático importou em agosto cerca de 1,12 milhão de óleo de palma, o maior volume em nove meses. O produto veio, sobretudo, de Indonésia, Malásia e Tailândia. O número tende a crescer nos próximos meses, em razão dos preços globais mais baixos se comparados aos “concorrentes” óleo de soja e óleo de girassol. Some-se o fato de que a Índia teve o agosto mais seco em um século, com 36% a menos do que a média histórica de chuvas no mês. A seca afetou a produção local de soja, aumentando a necessidade de importações.

Obs RR: As notícias que vêm da Índia são um alerta para o agronegócio brasileiro. Os preços mais baixos e a alta oferta de óleo de palma nos países asiáticos podem levar os indianos a reduzirem as importações globais de óleo de soja, com impacto direto sobre o Brasil. Seria um revés justo no momento em que a agroindústria brasileira vive – ou vivia – um momento bastante favorável nas vendas da commodity para aquele país. No ano passado, as exportações de óleo de soja do Brasil para a Índia duplicaram em relação a 2021 – saindo de 642 toneladas para 1,2 mil toneladas. Na comparação com 2020, o salto chega a 235%. O Brasil é o quinto maior fornecedor de óleo vegetal comestível para os indianos. Agora, no entanto, corre o risco de ser deslocado pelos grandes produtores asiáticos de óleo de palma. Com os valores mais baixos, Indonésia, Malásia e Tailândia tendem a se beneficiar da decisão do governo indiano de reduzir as alíquotas para a importação de óleo de 24,5% para 5,5%, tomada no ano passado. O Brasil se aproveitou muito bem dessa janela em 2022. Agora são os asiáticos que começam a ocupar esse espaço.

#Agronegócio #Indonésia #Malásia #Tailândia

Política

Uma agenda sob medida para estreitar a distância entre Lula e o agro

16/08/2023
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Os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e da Fazenda, Fernando Haddad, têm discutido medidas emergenciais de apoio aos produtores de leite, que atravessam uma forte crise. É tudo a toque de caixa. A ideia é que Lula capitalize o “pacote” de ajuda. O anúncio seria feito pelo próprio presidente no próximo dia 26 de agosto, em Esteio (RS), na abertura da Expointer, um dos maiores eventos do agro no Brasil. Uma das propostas sobre a mesa é a criação de uma linha de crédito especial do BNDES, algo similar aos R$ 2 bilhões que o banco de fomento deverá liberar para financiar o setor de proteína animal. Fávaro também busca junto à equipe econômica verba suplementar que permita à Conab retomar os estoques oficiais de leite – conforme o RR já informou. O ministro da Agricultura tem pressa. Além da delicada situação enfrentada pela pecuária leiteira, devido ao boom das importações e à forte queda dos preços no mercado interno, Fávaro enxerga uma oportunidade política.

No cálculo tanto de Fávaro quanto do próprio Palácio do Planalto, seria um gesto importante de aproximação com o agronegócio. A Frente Parlamentar da Agricultura tem feito seguidas reivindicações para que o governo restrinja as importações de leite e libere recursos para o setor. Hoje mesmo, segundo o RR apurou, produtores vão se reunir com o presidente da Câmara, Arthur Lira. Vai ter mais pressão sobre Carlos Fávaro.

Em tempo: à medida em que a Expointer se aproxima, maior a preocupação de Fávaro e seus assessores com os movimentos do MST. Uma eventual escalada de invasões nas próximas duas semanas criaria uma ambiência inamistosa para a participação de Lula no evento.

#Agronegócio #Carlos Fávaro #Fernando Haddad #Lula

Política externa

Brasil e China semeiam uma nova parceria no agronegócio

26/07/2023
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O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, vem mantendo conversações com o governo chinês para uma parceria na produção de sementes no Brasil. As tratativas se dão no âmbito dos acordos firmados entre os dois países para investimentos conjuntos no agronegócio. O apoio de Pequim poderia se consumar, por exemplo, por meio da LongPing Hitech, uma das maiores produtoras de sementes do mundo. O grupo chinês, que, em 2017 pagou US$ 1 bilhão pelo braço de agroscience da Dow no Brasil, já é um dos grandes players do setor no país. Nos últimos dez anos, o volume total de sementes de soja, milho, algodão, trigo, arroz e feijão saltou de 1,7 milhão para quatro milhões de toneladas por safra. Há estimativas que esse número chegue a seis milhões de toneladas em três anos.

#Agronegócio #Brasil #China

Negócios

Agronegócio ganha campo na Caixa Econômica

7/03/2023
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A presidente da Caixa Econômica, Rita Serrano, estuda criar uma vice-presidência de Agronegócio. A nova área viria acompanhada de uma forte estratégia para ampliar ainda mais a operação do banco no crédito rural. No fim do ano passado, a Caixa chegou à marca de R$ 40 bilhões em financiamento agrícola, um salto de mais de 220% no intervalo de 12 meses. Segundo informações filtradas do próprio banco, a meta é romper a barreira dos R$ 100 bilhões em empréstimos até o fim do ano, acelerando um movimento iniciado na gestão de Pedro Guimarães. Mas sem a empáfia do ex-presidente da instituição, que costumava desafiar publicamente o Banco do Brasil e dizer que a Caixa seria líder do crédito rural – o BB, ressalte-se, tem uma carteira no segmento da ordem de R$ 300 bilhões. De quebra, além do business em si, a criação da vice-Presidência de Agronegócio teria ainda uma serventia política. A área funcionaria como um canal de interlocução com o Congresso, administrando os pleitos da bancada ruralista, o que significa administrar os pleitos dos grandes empresários do agronegócio. 

#Agronegócio #Banco do Brasil #Caixa Econômica

Negócios

Sucessão em família na agricultura paulista

22/12/2022
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Uma das mais longevas dinastias de uma entidade de classe no Brasil está prestes a ter um novo capítulo. O que se diz nos corredores da Federação de Agricultura do Estado de São Paulo é que Fabio de Salles Meireles, presidente da instituição desde 1975, pretende passar o bastão a seu filho, o pecuarista Tirso de Salles Meireles.

#Agronegócio #Federação de Agricultura do Estado de São Paulo

Internacional

Exportadores de arroz reivindicam prorrogação de acordo comercial com México

8/12/2022
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Grandes produtores de arroz têm mantido conversações com Neri Geller e Carlos Fávaro, dois dos principais assessores de Lula para o agronegócio. Em pauta, o pleito para que o futuro governo negocie a renovação do acordo tarifário com o México para a exportação do cereal. O tempo é curto: o tratado vence em fevereiro, já no segundo mês da gestão do petista. Graças ao acordo, que dá isenção ao arroz em casca brasileiro, as exportações do produto para o México saltaram de 32 mil toneladas em 2021 para 60 mil toneladas, volume estimado para este ano. Geller e Fávaro já sinalizaram aos ruralistas a possibilidade de Lula viajar ao México em janeiro, para uma visita oficial ao presidente Manoel Lopez Obrador. O agronegócio brasileiro torce para a conversa acabar com um bom risoto tributário.

#Agronegócio #Lula #México #Neri Geller

Destaque

Agronegócio ergue uma barricada contra novos tributos

30/11/2022
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O agronegócio já se mobiliza para ceifar pela raiz diferentes propostas de aumento da tributação do setor que começam a brotar tanto no âmbito estadual quanto na esfera federal. Segundo o RR apurou, grandes ruralistas do Mato Grosso pressionam o governo local para derrubar o projeto de implantação do Fundo de Infraestrutura do Estado, a partir da criação de uma nova taxa sobre produtos agropecuários. Curiosamente, a iniciativa foi desenhada para trazer benefícios ao próprio agronegócio. Parte dos recursos do fundo serão destinados não apenas à construção ou reforma de rodovias vitais para o escoamento da produção agrícola do estado – caso da BR-163 -, mas também para a melhoria da estrutura de armazenamento de grãos no estado. Trata-se de um problema grave: Mato Grosso tem um déficit de estocagem equivalente a mais de 50% da sua safra, notadamente de soja. Ainda assim, o setor quer barrar a criação do Fundo de Infraestrutura, a exemplo do que já acontece em outros estados. É o caso de Goiás, onde a criação de um mecanismo similar – o Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra) – enfrenta forte pressão contrária dos grandes empresários do agronegócio. A proposta de taxação de 1,65% sobre produtos agrícolas já foi aprovada em 1º turno na Assembleia Legislativa. No entanto, a votação em segundo turno teve de ser adiada após protestos de agricultores.

Além da ofensiva contra o Fundo de Infraestrutura, o sistema “imuno-tributário” do agronegócio já começa a criar anticorpos contra uma proposta que circula aqui e ali na equipe de transição do governo Lula: a criação de um imposto sobre a exportação de produtos agrícolas. A ideia não é nova: mais recentemente, chegou a ser estudada pela equipe de Paulo Guedes. O agronegócio chiou, como chia também agora. De acordo com informações apuradas pelo RR, o setor – por intermédio de Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura do próprio Lula – já fez chegar a assessores do petista sua objeção ao projeto. 

O agronegócio parece viver em um mundo próprio, como se fosse uma República aparteada do Brasil. Não há contribuinte que goste de mais imposto. Até aí, morreu Neves. No entanto, se há um setor da economia que poderia contribuir um pouco mais para iniciativas específicas, como o aumento da taxação atrelado a investimentos em infraestrutura, por exemplo, é o agronegócio. Há uma percepção de que, proporcionalmente, o segmento paga menos tributos do que poderia, vis-à-vis sua pujança. 

No ano passado, as exportações agropecuárias somaram mais de US$ 120 bilhões. O argumento de que a competitividade das exportações seria afetada por um novo gravame, como o imposto sobre exportações, por exemplo, não encontra eco na realidade. Mesmo em período de fortes turbulências na economia global, o volume de venda das seis principais commodities comercializadas pelo Brasil (responsáveis por mais de 50% dos embarques para o exterior) segue sempre crescente há mais de uma década.

#Agronegócio #Fundo de Infraestrutura #Lula

Negócios

Agritech peruana finca raízes no Brasil

22/11/2022
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A agritech peruana Space AG planeja entrar no agronegócio no Brasil. Especializada no monitoramento de lavouras, especialmente no cultivo de frutas, a startup recebeu no ano passado aportes de fundos norte-americanos, entre os quais o The Yeld Lab Latam. O ingresso no Brasil é uma peça fundamental no projeto de expansão da Space AG na América Latina – recentemente, a empresa entrou no México e no Chile. 

#Agronegócio #Space AG


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Novos mercados

20/05/2022
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Efeito colateral da guerra: nas últimas semanas, o agronegócio brasileiro aumentou as vendas de grãos para Argélia, Cabo Verde e Tunísia, todos abastecidos pela Ucrânia.

#Agronegócio #Ucrânia


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O agronegócio pode fazer ainda mais pelo Brasil

20/04/2022
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O “imposto da proteína” está caindo de maduro. O RR teve acesso a um estudo com base em dados oficiais que reforça a ideia  de criação de um gravame sobre as exportações do agronegócio, proposta que vai e vem de tempos em tempos. As condições nunca foram tão propícias para o governo instituir uma nova fonte de arrecadação sem arranhar a competitividade da indústria agrícola nacional. Esses recursos poderiam ser destinados para a área social, para um fundo compensatório dos preços dos combustíveis ou até mesmo para reduzir a insegurança do próprio setor, com o financiamento de projetos no âmbito do Plano Nacional de Fertilizantes. Todos os principais segmentos de produção do agronegócio atravessam um ciclo de fartura, que deve se sustentar ainda por longo tempo. A soja é um bom exemplo.

Os estoques globais estão nos níveis mais baixos desde a safra de 2015/16, em razão, sobretudo, dos efeitos do fenômeno La Niña na América do Sul. Com isso, o preço da saca já está triscando nos R$ 220, 175% acima do valor negociado em abril de 2019. A cotação na Bolsa de Chicago caminha para bater no maior patamar dos últimos 20 anos, rompendo a barreira dos US$ 17/bushel. O aumento dos preços tem compensado, com sobras, a quebra da produção brasileira de soja, a menor desde a safra 2018/19, e a consequente previsão de queda dos embarques: a estimativa para este ano é de 78 milhões de toneladas, contra 86,1 milhões em 2021. Algo similar ocorre em relação ao milho: os estoques mundiais os são menores desde 2015/16, ao passo que o preço da saca praticamente triplicou nos últimos três anos.

O agribusiness tem gerado riquezas de forma contínua e exponencial, ganhos estes cada vez mais concentrados nas mãos de um seleto baronato, boa parte composta por grandes tradings internacionais. A renda do produtor rural cresceu 27% nos últimos cinco anos, impulsionada pelos seguidos recordes de exportação. No ano passado, a balança do agronegócio superou o patamar dos US$ 100 bilhões em vendas para o exterior – US$ 104,8 bilhões, mais precisamente -, com um superávit de US$ 92 bilhões. Aos seguidos saltos das exportações e ao câmbio favorável – não obstante a recente valorização do real -, some-se ainda o aumento da produtividade e da rentabilidade do agronegócio.

O setor vem registrando margens bastante altas. Segundo o estudo, o saldo de toda a cadeia agroindustrial brasileira foi de US$ 64,9 bilhões em 2021, mesmo com o peso das importações de fertilizantes e defensivos agrícolas, que somara US$ 26,7 bilhões. Os produtores de soja, por exemplo, têm operado na safra 2021/22 com uma margem de R$ 4,4 mil por hectare. Essa rentabilidade até tende a cair no próximo ciclo, 2022/23, recuando para R$ 3,16 mil. Ainda assim, trata-se de um valor muito superior à rentabilidade média registrada entre 2015/16 e 2020/21 – R$ 455 por hectare.

#Agronegócio #Economia


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Está faltando trator

4/02/2022
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O agronegócio não tem crise: segundo relato de um executivo do setor ao RR, a indústria de máquinas agrícolas está com fila de espera para alguns modelos de tratores e colheitadeiras até abril. A escassez fez os preços de equipamentos usados subir 20% desde novembro do ano passado.

#Agronegócio


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Gargalo logístico global atinge o agronegócio na raiz

16/12/2021
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Ao contrário do que muitos pensam, o agronegócio está longe de ser uma festa permanente. A pandemia e o consequente rompimento de cadeias de suprimento mundo afora têm provocado um efeito cascata sobre a logística marítima internacional, com expressivo impacto sobre as commodities no Brasil. A piora do cenário na logística combina operações portuárias travadas nos principais terminais brasileiros e um grande volume de mercadorias retidas, devido à falta de contêineres e de embarcações.

Somente no Porto de Santos e nos armazéns há neste momento cerca de cinco milhões de sacas de café paradas, algo equivalente a US$ 1,2 bilhão, gerando perdas elevadas para exportadores. O destravamento está nas mãos das companhias de navegação mais importantes, como MSC, Hapag-Lloyd, Hamburg Sud/Aliança e CMA CGM. No caso específico do café, a questão é ainda mais severa: além das restrições logísticas, o Brasil vem de três geadas e de uma seca nas principais regiões produtoras. O nó nos transportes atinge também os embarques de carne, já prejudicados pelo recente embargo chinês e pelas restrições impostas por outros países, como a China.

Os efeitos são menores sobre as exportações de grãos. Mas essas também não estão totalmente livres. Têm sido afetadas pelo aumento do tempo de trânsito dos navios. O enrosco pode ser resumido da seguinte maneira: acumulação de produtos nos países exportadores; navios disponíveis operando com lotação máxima, inclusive com riscos de segurança; e congestionamento nos portos de importação. Armadores já encomendaram novos contêineres, mas essa entrega leva tempo. Especialistas em comércio exterior traçam um panorama inquietante: o fluxo marítimo internacional só deve se normalizar no segundo semestre de 2023. Ou seja: os problemas de circulação de navios e contêineres tendem a se arrastar por um ano e meio pelo menos.

O impacto sobre os custos logísticos atingem grandes cifras: desde o início da pandemia, por exemplo, o valor do frete marítimo aumentou dez vezes. Exportadores e importadores sofrem ainda com a cobrança de armazenagem do produto nos portos e os efeitos das vendas não embarcadas, portanto sem pagamento, o que significa linhas de financiamento esterilizadas. Diante de um gargalo dessa magnitude, que gera pressão inflacionária, cria entraves à concessão de linhas de crédito e embaralha todo o comércio global, causa estranheza que até o momento a Organização Marítima Internacional (IMO) não tenha entrado em cena. Braço da ONU, a IMO foi criada em 1948 para, entre outras atribuições, equacionar óbices ao tráfego marítimo. O Brasil é signatário do acordo, ao lado de outros 168 países. O ambiente de piora, contudo, tisna, mas não macula o agronegócio brasileiro, devido aos elevados preços internacionais e ao dólar apreciado.

#Agronegócio #CMA #Hapag-Lloyd #IMO #MSC #Porto de Santos


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Cruzando a fronteira

16/11/2021
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Um dos maiores conglomerados do agronegócio na Argentina, o Los Grobo ensaia seu retorno ao Brasil. Na mira, a produção de soja, de preferência em parceria com um grupo local.

#Agronegócio #Los Grobo


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O agronegócio em três atos

5/01/2021
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A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, estuda a criação de uma cota mínima para a venda de carne bovina no front doméstico, que teria de ser cumprida pelos pecuaristas. Trata-se de uma medida polêmica, devido ao seu caráter intervencionista. Mas, seria uma trava de segurança. No ano passado, as exportações de carne subiram quase 20%, puxadas principalmente pela demanda chinesa. Resultado: redução da oferta interna e aumentos de preços de até 30%.

O Ministério da Agricultura cogita a retomada dos estoques oficiais de grãos, política abandonada pelo governo Bolsonaro. A proposta sobre a mesa passa pela concessão de subsídios a agricultores que venderem uma parcela da sua produção para o Ministério. Os estoques passariam a ter um papel importante para regular os preços dos produtos agrícolas, amortecendo, por exemplo, o impacto de variáveis climáticas. É o que está acontecendo com o milho. Os preços ao consumidor subiram quase 50% ao longo de 2020 por conta da forte estiagem na Região Sul, que provocou a quebra de aproximadamente 20% da safra.

Em tempo: a ministra Tereza Cristina tenta arrancar do Ministério da Economia crédito suplementar para repassar aos produtores de milho do sul do país, atingidos pelas secas. Tarefa difícil. A equipe econômica entende que já irrigou suficientemente o agronegócio com a prorrogação do pagamento das operações de crédito rural de custeio.

#Agronegócio #Ministério da Agricultura #Ministério da Economia #Tereza Cristina


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Recuperação judicial

1/12/2020
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A bancada ruralista trabalha na criação de uma lei específica para recuperações judiciais no agronegócio. Na falta de uma legislação própria, multiplicam-se as denúncias de que produtores rurais pessoas físicas estão usando de empresas fantasmas para entrar em recuperação judicial.

#Agronegócio


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Governo Bolsonaro engasga com as tarifas do arroz

2/10/2020
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No que seria uma súbita confissão de fracasso, o governo já cogita dar meia volta, volver e suspender a isenção temporária das tarifas para a importação de arroz – a princípio idealizada para durar até dezembro. No Palácio do Planalto, a avaliação é de que a medida foi um tiro no pé. Gerou forte insatisfação dos produtores nacionais, colocou a bancada ruralista na contramão do governo e tudo isso sem entregar o principal: frear a alta dos preços do cereal no mercado interno.

As razões fogem ao controle dos tecnocratas de Brasília. Os estoques mundiais de arroz estão baixos. Até o momento as cargas importadas, notadamente dos Estados Unidos, Guiana e Índia foram pequenas e não tiveram impacto no mercado brasileiro. A solução natural seria buscar arroz no mercado asiático – maior produtor global.

No entanto, a grande parcela da safra local está sendo literalmente devorada pela China, que, de janeiro a agosto, aumentou as compras da commodity em 60% na comparação com igual período em 2019. Em tempo: se os preços do arroz não subiram ainda mais, o consumidor pode agradecer principalmente ao contrabando vindo da Argentina, Uruguai e Paraguai. No próprio Ministério da Agricultura esse comércio paralelo já ganhou o apelido de “passeio noturno”. Normalmente, a mercadoria entra no país durante a madrugada, sobretudo por meio de barcaças. No mesmo dia, na parte da tarde, já está no pátio de alguma indústria brasileira.

#Agronegócio #Arroz #Economia #Ministério da Agricultura


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Agronegócio brasileiro fica ainda mais dependente dos chineses

25/08/2020
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Um motivo a mais para Jair Bolsonaro rever sua postura belicosa em relação à China: a indexação do agronegócio brasileiro aos chineses tende a crescer consideravelmente nos próximos meses. A Ásia, de um modo geral, desponta como a única grande alternativa ao vazio que a Europa começa a deixar no mercado global de commodities agrícolas. Importantes bancos europeus, a exemplo do ABN
Amro, BNP Paribas e Société Generale, já anunciaram o fade out de seus financiamentos para contratos de compra e venda de açúcar, grãos, café, entre outros, tanto a futuro quanto à vista.

Essas instituições respeitarão acordos em vigor, mas não vão disponibilizar novas linhas de crédito. A decisão afeta, sobretudo, as principais tradings europeias, como Louis Dreyfus, Glencore e EDF Man, todas com significativa exposição no Brasil. ABN, BNP e Société respondem por quase 30% de todo o credit finance – o mecanismo que faz a roda do agronegócio global girar. O movimento dos europeus aumenta a sino-dependência do agronegócio brasileiro. Somente uma maior participação dos asiáticos, tanto na concessão de financiamentos quanto na ponta compradora, será capaz de amortecer o impacto da escassez de crédito europeu sobre a cadeia agrícola.

A expectativa no setor é que parte desse vazio venha a ser ocupada pela chinesa Cofco, que traz a reboque dinheiro a perder de vista de bancos conterrâneos e do próprio Estado chinês. O mesmo se aplica a outros mercados players asiáticos, que não apenas a China. É o caso da Olam, maior trading de commodities agrícolas de Cingapura, vinculada ao GIC, o fundo soberano daquele país. O recuo das instituições financeiras da Europa já começa a provocar soluções na liquidez do mercado de commodities agrícolas.

Na semana passada, a própria EDF Man recorreu à Justiça para refinanciar créditos da ordem de US$ 1 bilhão, alegando que seu plano de venda de ativos para reduzir o endividamento foi dizimado pela pandemia e pela consequente depreciação do valor de seu patrimônio. O grupo inglês opera no Brasil principalmente em contratos de açúcar e de café, neste último com a marca Volcafé. A cadeia cafeeira, por sinal, é um dos setores que mais deverá acusar o golpe do movimento feito pelas instituições financeiras europeias. O Brasil já estava vendendo contrato de café a futuro para o prazo de três anos. Esses prazos deverão encurtar drasticamente até o mercado global encaixar o novo cenário e recalibrar suas taxas de juros.

#ABN #Agronegócio #China #Cofco #GIC #Jair Bolsonaro


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Mourão é o novo “embaixador” do Brasil na China

13/08/2020
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As relações entre Brasil e China tornaram-se um item relevante da pauta de assuntos estratégicos do Alto Comando do Exército. Até então, via-se protagonistas do governo, tresloucados, tratando a China como inimigo n°1. Eram os donos da narrativa. E conduziam a questão estratégica conforme suas idiossincrasias, na maioria das vezes à revelia do interesse nacional. A definição do vice-presidente Hamilton Mourão como responsável sobre esse tema no governo é uma mudança fundamental para que o assunto possa ser tratado com lucidez. No caso, Mourão é a ponte palaciana com os militares para tratar da questão sino-brasileira.

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, também faz parte dessa força tarefa. A ideia dos militares é serem mais proativos no debate sobre os prós e contras de uma maior ou menor aproximação com os chineses, incluindo a eventual costura de um acordo bilateral. Sempre, é claro, tratando da questão intramuros. Em outras palavras, vão fazer o contraponto do Itamaraty, que tem na gestão do chanceler Ernesto Araújo uma visão radical contrária à ampliação da agenda de interesses com a China. Ou seja: espera-se dos generais mais isenção, subsídios técnicos e um compromisso com a visão estratégica nacional.

Os militares sabem que há vantagens estratégicas na melhoria da qualidade do relacionamento com os chineses, tais como a absorção de novas tecnologias – os setores digital e de defesa são alguns exemplos – e mais investimentos na área de infraestrutura. A área de logística, particularmente, sensibiliza os chineses, devido à sinergia com o agrobusiness, segmento que os orientais prezam como estratégico. Quanto maior a produtividade nesse setor, maior a abundância a preços baratos dos alimentos made in Brazil. Os generais, contudo, colocam na balança questões delicadas, tais como o risco do país ser capturado na rede do “novo imperialismo sino asiático”.

Alguns pontos lembram os tempos da guerra fria, a exemplo da espionagem, ocupação de território e outras afrontas à soberania. Seja qual for o desfecho, o fato é que a transmissão para o general Mourão da responsabilidade sobre esse tema é um alento. E também é extremamente positiva a maior atenção do Exército ao assunto, dando um chega para lá no inacreditável Ernesto Araújo. A conjugação das duas situações sopra como um vento de esperança para todos aqueles de bom senso, que sabem que o futuro do Brasil está indexado à China. O que o vice -presidente, os senhores generais e coadjuvantes precisam definir é até onde vai essa aderência.

#Agronegócio #China #Hamilton Mourão


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Os novos “incêndios” da Amazônia

27/11/2019
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A moratória da soja está se transformando em um contencioso corporativo de razoável proporção no agronegócio brasileiro, insuflado pelo próprio governo Bolsonaro. Com o apoio do Palácio do Planalto e do Ministério da Agricultura, a Aprosoja (Associação Brasileira de Produtores de Soja) vai descarregar munição de grosso calibre nos tribunais. De acordo com a fonte do RR, um cardeal da bancada ruralista no Senado, a entidade acionará a Justiça para derrubar as restrições à compra de soja produzida em áreas de desmatamento na Amazônia.

Do outro lado da mesa, estão grandes tradings agrícolas como ADM, Cargill e Louis Dreyfus, reunidas sob a égide da Abiove (Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais). Segundo a mesma fonte, os produtores acusam as tradings internacionais de distorcer deliberadamente indicadores do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) utilizados como base para classificar áreas de cultivo na Amazônia. Os ruralistas defendem o uso como parâmetro do Cadastro Ambiental Rural (CRA).

Elaborado com base em dados do Ministério da Agricultura, o Cadastro é tido, digamos assim, como mais benevolente no tratamento de informações ambientais. Procurada, a Aprosoja não quis se pronunciar. Por sua vez, a Abiove não comentou sobre o possível enfrentamento na Justiça. Disse que “defende a moratória com objetivo de preservar os mercados consumidores da soja brasileira conquistados ao longo de uma década”.

A confirmação da presença do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (CoP-25), em Madri, está longe de tranquilizar os governadores da Amazônia, principais interessados no assunto. Pelo contrário. Salles recebeu do Palácio do Planalto a missão de, mais uma vez, bater duro contra as tentativas de interferência de governos internacionais e ambientalistas na Região Amazônica. Guardadas as devidas proporções, os governadores temem uma reedição do discurso de Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU. O receio é que o Brasil receba apenas farelos da partilha dos US$ 100 bilhões que a CoP-25 promete dividir entre os países em desenvolvimento.

#Agronegócio #Aprosoja #INPE #Jair Bolsonaro #Soja


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Proposta de tributação da água traz risco à competitividade do agronegócio brasileiro

25/10/2018
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Um dos principais fatores de competitividade do agronegócio brasileiro está na mira de Fernando Haddad. Segundo o RR apurou, se eleito o petista pretende instituir um imposto sobre o uso da água. A ideia seria taxar as exportações de commodities agrícolas entre 2,5% a 3%, com a reversão dos recursos arrecadados para um fundo voltado ao setor de saneamento. A premissa do candidato petista é que a cadeia do agribusiness não paga pelo uso do seu mais importante insumo.

Seria uma forma de “devolver” para a sociedade a parcela expressiva das reservas aquíferas nacionais usadas sem custo na agricultura, mediante o financiamento de políticas públicas para a área de saneamento. Hoje, o Brasil é um dos cinco maiores exportadores de “água virtual” do mundo, conceito que mede a quantidade de recursos hídricos utilizada e absorvida na produção de commodities agrícolas. Segundo dados da Unesco, o país envia para o exterior mais de 112 trilhões de litros, ou algo como 45 milhões de piscinas olímpicas, por ano sob a forma de proteína animal ou vegetal. A tarifação das commodities agrícolas seria uma maneira indireta de promover uma redistribuição dos recursos hídricos. A agricultura é responsável por quase 70% do consumo de água no Brasil.

A indústria responde por pouco menos de 20%. Já o consumo doméstico mal chega aos 10%. A produção de uma tonelada de milho, por exemplo, requer 917 metros cúbicos de água. Uma tonelada de soja exige mais: 2,2 mil metros cúbicos. No caso da proteína animal, o consumo é ainda mais expressivo. Para cada tonelada de carne bovina, por exemplo, são necessários quase 20 mil metros cúbicos de água. A folgada liderança de Jair Bolsonaro nas pesquisas eleitorais não é o suficiente para o agronegócio respirar aliviado. Mesmo com a iminente eleição do Capitão, o risco não some de vez.

Nesta campanha, não foram poucas as propostas que atravessaram a avenida que separa Bolsonaro de Haddad e migraram do programa de governo de um candidato para o outro. A proposta é uma ameaça à competividade do agribusiness brasileiro e carrega em si um razoável potencial de prejudicar as exportações e consequentemente a balança comercial. Vide o caso da Argentina. A tarifação das exportações de soja levou à redução da área plantada do produto em detrimento do milho e do trigo, que eram livres de tributação, mas também passaram a ser taxados pelo novo regime instituído em setembro pelo governo Macri.

Segundo estimativas da Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), entre as safras 2015/16 e 2017/18 a soja perdeu 2,1 milhões de hectares na Argentina, uma queda de cerca de 10,4%. Ao mesmo tempo, a instituição de um gravame sobre a água provavelmente chamaria a atenção dos órgãos internacionais da área de comércio para algo que não precisa de ribalta: a abundância aquífera do Brasil e seu uso sem qualquer tarifação não deixam de ser uma espécie de subsídio indireto à cadeia do agronegócio no país. Para se ter uma ideia de como o insumo é uma vantagem competitiva – e gratuita – do agronegócio brasileiro, basta dizer que o país detém 12% das reservas de água doce do Planeta. Trata-se do dobro do que tem a China.

O país asiático é justamente um dos maiores importadores da “água virtual” brasileira, com mais de 70 bilhões de metros cúbicos por ano. A proposta de Haddad baseia-se também no que pode ser chamado de um déficit aquífero gerado pelo agronegócio. O setor retira mais água do que consegue devolver ao solo. O resultado é o avanço da seca em algumas regiões do país. Um dos exemplos mais usados por especialistas são as áreas de plantio de eucalipto no norte do Espírito Santo e no sul da Bahia, responsáveis por exaurir muitos mananciais de água que atendiam pequenos produtores rurais.

#Agronegócio #Fernando Haddad


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Cofco transforma o Brasil em epicentro da sua operação global

29/09/2016
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 O mercado brasileiro será o centro das operações da Cofco International, o braço agrícola do grupo chinês que arrematou os ativos da Noble Group e assumiu o controle integral da trading holandesa Nidera. Apesar de a Bovespa estar fora da lista de bolsas que o grupo estuda para abrir o capital da controlada, o Brasil deverá ser a sede mundial da Cofco International e beneficiário de 40% dos investimentos de US$ 3 bilhões previstos para serem feitos até 2017 no mundo. Segundo a fonte do RR, que conhece bem o plano, a maior parte dos recursos será direcionada à instalação de plantas industriais da Cofco. Nada de aquisições. Na ponta do lápis, sai mais barato importar os equipamentos da China do que comprar ativos prontos.  Será construída uma unidade de processamento de soja no Mato Grosso, a segunda no estado, o que aumentará em 60% a capacidade produtiva da companhia no país. Serão 30 milhões de toneladas de grãos por ano, um terço do que o grupo processa no mundo. A Cofco vai ainda ampliar de 15 milhões para 20 milhões de toneladas a moagem de cana de açúcar no mercado brasileiro com a instalação de sua quinta usina sucroalcooleira no estado de São Paulo.  Ainda neste ano, a operação brasileira passará a representar 15% da receita mundial de US$ 40 bilhões da Cofco International. Será um aumento de 40% no faturamento da filial. É o melhor resultado entre os 29 países onde a companhia asiática atua. Por essas e outras que os chineses escolheram Matt Jansen para ser o CEO da Cofco International. O executivo atuou aqui por sete anos e foi o principal defensor da ideia de que o Brasil se tornasse quartel general do grupo chinês. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Cofco.

#Agronegócio #Bovespa #Cofco #Noble Group #usinas sucroalcooleiras


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Maggi transforma a Conab em abobrinha

15/09/2016
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 O ministro Blairo Maggi, da Agricultura, decidiu esquartejar a Conab e restringir ao mínimo sua atuação como reguladora de estoques de safras agrícolas. O plano desenhado por Maggi prevê a privatização de metade dos 92 armazéns da estatal e ainda zera os investimentos na construção de novas unidades. A Conab ficaria apenas com os armazéns em pontos considerados estratégicos.  A decisão tem enfrentado uma renhida oposição do titular da pasta do Desenvolvimento Agrário, Osmar Terra, que vocaliza interesses de pequenos e médios agricultores, preocupados com a perda de poder da Conab e a participação privada na regulação dos estoques. Blairo deverá levar a melhor na disputa porque conta com o apoio do ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil.

#Agronegócio #Blairo Maggi #Conab #Eliseu Padilha


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Baixa caloria

9/09/2016
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 A Aurora Alimentos decidiu jogar suas fichas nas exportações para salvar a lavoura. O grupo, um dos maiores da área agrícola do país, deverá fechar o ano com US$ 500 milhões em vendas externas, um aumento de 25% sobre o resultado de 2015. Mesmo assim, a receita total tem crescido apenas 3% neste ano, bem abaixo dos 12% de 2015. Caminha para ser o pior resultado dos últimos quatro anos.

#Agronegócio #Aurora Alimentos


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Blairo Maggi veste o figurino de vendedor da Embrapatec

20/07/2016
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 Entre os “produtos” agropecuários brasileiros que o ministro Blairo Maggi pretende vender em seu tour pelo exterior, previsto para os meses de julho e agosto, há um em especial: a Embrapatec, a futura subsidiária da Embrapa voltada à comercialização de biotecnologias desenvolvidas pela estatal. A missão de Maggi é atrair grandes grupos internacionais da área de agrociência para se associar à nova empresa. Na mira, grupos como Bayer, Basf e a suíça Syngenta. O governo ainda estuda o melhor modelo para o acasalamento entre a Embrapatec e o capital privado, mas, a princípio, a intenção é oferecer ao mercado uma participação superior a 51%. Até porque esta é uma das premissas para a criação da subsidiária: permitir a “privatização” da Embrapa, por meio do seu braço comercial, sem que seja necessária a privatização da Embrapa.  O ministro Blairo Maggi tem se empenhado pessoalmente para acelerar a votação do projeto de lei que autoriza a criação da Embrapatec, encaminhado ao Congresso no último mês de maio, ainda no governo de Dilma Rousseff. Maggi articula com os líderes da bancada ruralista, em especial o deputado gaúcho Luiz Carlos Heinze, a tramitação da proposta em caráter de urgência urgentíssima. Para o governo, o grande ganho não virá da privatização em si da Embrapatec, mas, sim, da expectativa de que a própria Embrapa dependa cada vez menos do orçamento federal. Estima-se que a abertura da subsidiária e a montagem de uma estrutura comercial no exterior sejam capazes, já no primeiro ano, de triplicar o faturamento da estatal com a venda de tecnologias. Hoje, a Embrapa tem uma receita própria de apenas R$ 120 milhões por ano, que não cobre sequer 5% do seu orçamento, em torno de R$ 3 bilhões.

#Agronegócio #Basf #Bayer #Blairo Maggi #Embrapa #Embrapatec #Maggi #Syngenta


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Uma esperança chinesa para os credores do Grupo João Lyra

5/07/2016
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 Surge um fiapo de esperança para os fornecedores, credores financeiros e os mais de dez mil funcionários do Grupo João Lyra, vítimas da má gestão e dos escândalos que culminaram na falência da companhia. A possível solução vem da China. Um dos maiores produtores de açúcar e etanol da Ásia e ainda sem negócios no Brasil, o Rui Feng Group tem interesse em assumir as cinco usinas do conglomerado alagoano. Para tanto, negocia com os bancos e os administradores da massa falida uma considerável redução na dívida do João Lyra, que totaliza cerca de R$ 2 bilhões – mais de metade do valor se refere aos passivos financeiros. A relação das instituições bancárias chama a atenção pela biodiversidade: entre os principais credores estão o Banco do Nordeste, o inglês Calyon, o belga Alcotra e o francês Natixis. A venda de boa parte dos 40 mil hectares em terras em Alagoas e Minas Gerais, avaliados em aproximadamente R$ 500 milhões, permitiria o pagamento dos funcionários com alguma folga. Estima-se que as dívidas trabalhistas estejam na casa dos R$ 200 milhões.  O próprio processo de falência do Grupo João Lyra é tão nebuloso quanto a trajetória final da companhia. Desde 2012, dois juízes e dois desembargadores já passaram pelo caso e se afastaram posteriormente. Três administradores da massa falida também renunciaram ao posto, em todos os casos sem maiores justificativas para a decisão. Nesse intervalo, a dívida, que começou em R$ 1 bilhão, duplicou. No mesmo período, multiplicaram-se também as denúncias contra o usineiro e ex-deputado João Lyra. O empresário está citado na Lava Jato. A Justiça investiga as sinuosas relações entre o grupo e a BR Distribuidora, sempre costuradas por Fernando Collor. As denúncias envolvem ainda um empréstimo do Banco do Brasil ao usineiro, no valor de R$ 50 milhões, que só teria se consumado graças à intervenção do ex-presidente da República. • As seguintes empresas não se pronunciaram ou não comentaram o assunto: João Lyra.

#Agronegócio #Alcotra #Banco do Brasil #Banco do Nordeste #BR Distribuidora #Calyon #Grupo João Lyra #Natixis #Rui Feng Group


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4/07/2016
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 O Tiaa-Cref está gastando US$ 50 milhões na compra de propriedades rurais no Mato Grosso. O fundo norte-americano já foi acusado de adquirir terras no país de forma irregular.

#Agronegócio #Tiaa-Cref


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4/07/2016
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 O Tiaa-Cref está gastando US$ 50 milhões na compra de propriedades rurais no Mato Grosso. O fundo norte-americano já foi acusado de adquirir terras no país de forma irregular.

#Agronegócio #Tiaa-Cref


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4/07/2016
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 O Tiaa-Cref está gastando US$ 50 milhões na compra de propriedades rurais no Mato Grosso. O fundo norte-americano já foi acusado de adquirir terras no país de forma irregular.

#Agronegócio #Tiaa-Cref


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4/07/2016
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 O Tiaa-Cref está gastando US$ 50 milhões na compra de propriedades rurais no Mato Grosso. O fundo norte-americano já foi acusado de adquirir terras no país de forma irregular.

#Agronegócio #Tiaa-Cref


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Ministério da Agricultura espalha o gene da burocracia

28/06/2016
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 Blairo Maggi terá de desatar um nó com a maior brevidade possível, sob risco de assistir a uma fuga de recursos em um segmento do agronegócio que vem recebendo cada vez mais capital estrangeiro: a área de melhoramento genético do rebanho. As grandes empresas do setor com atuação no país – como Alta Genetics e CRV Lagoa, ambas de origem holandesa, e ABS Pecplan, de controle inglês – vêm pressionando o ministro da Agricultura para agilizar a liberação dos registros dos animais reprodutores. Caso contrário, ameaçam suspender investimentos e até rever a sua operação no mercado brasileiro. O trio Alta Genetics, CRV e ABS, por exemplo, já desembolsou mais de R$ 150 milhões no país, mas vai demorar bem mais do que o previsto para recuperar o capital investido. As empresas se tornaram as principais reféns da burocracia do Ministério da Agricultura. Uma autorização para a venda de material genético não sai com menos de quatro meses. A comparação com o mercado internacional é cruel. Nos Estados Unidos e na Europa, o tempo de “gestação” do pedido não dura mais do que 15 dias. Não por outro motivo, temendo enfrentar a mesma via crucis da Alta Genetics, da CRV Lagoa e da ABS, outros grandes grupos internacionais do setor frearam seus planos de entrar no mercado brasileiro. Entre eles, a norte-americana Genex Cooperative e a indiana Redhu Breeders.  Se as grandes multinacionais do setor, com maior poder de fogo, padecem com o infecundo Ministério da Agricultura, o que dizer, então, dos investidores nacionais. Tome-se como referência o caso do premiadíssimo touro “Relevo da Água Boa”, pertencente ao empresário Otoni Verdi, do Mato Grosso, um dos maiores criadores de gado reprodutor do Brasil. Somente na semana passada, seis meses após o protocolo do pedido, o Ministério autorizou a venda de sêmen do animal. Nesse período, cerca de 10 mil doses já coletadas e contratadas ficaram na geladeira, à espera do sinal verde das autoridades. Significa dizer que uma quantia de aproximadamente R$ 1,5 milhão mofou no freezer da burocracia.  O mercado brasileiro de melhoramento genético do rebanho deverá movimentar neste ano mais de R$ 200 milhões. À primeira vista, pode parecer pouco. Mas, há cerca de cinco anos, esse valor não chegava sequer à metade. Além disso, trata-se de um segmento que tem se mostrado imune à crise. Mesmo com o PIB ladeira abaixo, a expectativa é que o setor cresça, em média, 6% ao ano até 2020. Somente em 2016, os fazendeiros brasileiros comprarão mais de 10 milhões de doses de sêmen geneticamente melhorado.

#ABS #Agronegócio #Alta Genetics #CRV Lagoa #Genex Cooperative #indiana Redhu


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Ruralistas mandam a conta do impeachment

27/05/2016
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 O setor agrícola começa a despachar para o gabinete de Michel Temer as faturas pelo apoio ao impeachment de Dilma Rousseff. A bancada ruralista do Nordeste – à frente os senadores Eunício de Oliveira (PMDB-CE) e Benedito de Lira (PP-AL) – pressiona o presidente Temer com o objetivo de arrancar a imediata sanção da Medida Provisória 707, aprovada no plenário do Senado na última semana. A MP permitirá o abatimento de grande parte das dívidas contraídas por agricultores da região da Sudene junto a bancos públicos – notadamente BB e Banco do Nordeste. Eles poderão quitar os passivos, que totalizam cerca de R$ 6 bilhões, com deságios de até 95%.  A medida beneficiará, sim, pequenos e médios produtores, mas, no meio da multidão, aliviará o calo de grandes agricultores, especialmente empresas e cooperativas de maior porte que tomaram recursos no BNDES para a compra de caminhões. O Nordeste, ressalte-se, é apenas o começo. Dois dos mais influentes representantes do setor agrícola no Congresso, os deputados Jovair Arantes (PTB-GO) e Luiz Carlos Heinze (PPRS), já articulam para que a Presidência da República encaminhe uma nova MP ao Congresso estendendo os benefícios aos ruralistas do Centro-Oeste e da Região Sul.

#Agronegócio #Banco do Brasil #Banco do Nordeste #BNDES


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Bloco do campo

29/04/2016
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 Líder da Frente Parlamentar da Agricultura, o deputado Luis Carlos Heinze espera anunciar nos próximos dias a adesão de um grupo de 20 parlamentares ao bloco. Com isso, a bancada ruralista passará dos 200 integrantes, superando a Frente Parlamentar da Saúde, hoje a maior do Congresso. O que está em jogo é maior poder sobre a distribuição de verbas e a agenda de votação da Câmara.

#Agronegócio


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Temer corre para apagar o nome de Caiado

27/04/2016
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 A possível indicação de Marcos Pereira, presidente do PRB, para o Ministério da Agricultura de Michel Temer atende a dois propósitos: quitar o apoio do partido ao impeachment de Dilma Rousseff e debelar um princípio de incêndio junto ao agronegócio, importante aliado da “candidatura Temer”. O incêndio em questão tem nome e sobrenome: Ronaldo Caiado. Segundo o RR apurou, em 14 de abril, dois dias antes da votação do impeachment na Câmara, Temer convidou Caiado para ocupar um super Ministério da Agricultura, unificado à Pasta do Desenvolvimento Agrário. A escolha provocou uma forte reação no setor, que se uniu contra o nome de Caiado e, tudo indica, alcançou seu intento, obrigando Temer a mudar de direção.  De acordo com uma fonte ligada à Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o presidente em exercício da entidade, João Martins, teria conversado com Temer na última quarta-feira para manifestar o descontentamento do setor com a então iminente indicação de Caiado. Fundamental na votação do impeachment de Dilma Rousseff, a bancada ruralista também já atirou suas lanças contra a ida do senador para o Ministério da Agricultura. Neste caso, a insatisfação teria chegado ao pé do ouvido de Temer na voz dos deputados do PP gaúcho Luiz Carlos Heinze e Jerônimo Goergen.  Ronaldo Caiado é dose até mesmo para os grandes proprietários rurais. Há um consenso de que sua eventual indicação para o Ministério, caso Temer volte uma casa e insista no seu nome, poderá se voltar contra o próprio setor, dada a forte resistência que o senador encontra junto à mídia e mesmo a pequenos e médios agricultores. Estes últimos sempre acusaram a UDR, a casa de Caiado, de defender os interesses do andar de cima do campo. Além disso, o senador carrega a pecha de explorador de mão de obra rural. Ressalte-se, que, em 2013, quando era deputado federal, votou contra a chamada PEC do Trabalho Escravo.

#Agronegócio #PRB


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Passaporte

27/04/2016
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A Coamo, maior cooperativa agropecuária da América Latina, com receita de R$ 11 bilhões, começa a dar forma a seu plano de internacionalização. Está criando uma trading para atuar no exterior. A japonesa Toyota Tsusho Corporation deverá se associar ao projeto.

#Agronegócio #Coamo #Toyota


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Trampolim

25/04/2016
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 Dona de 40% do capital da mato-grossense SinAgro, a United Phosphorus (UPL) estaria em negociações para a compra do controle da fabricante de agroquímicos. O objetivo dos indianos seria transformar a empresa em plataforma para novas aquisições no Brasil. Procurada, a UPL nega a operação. Já a SinAgro não se pronunciou.

#Agronegócio #SinAgro #UPL


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“Aviancas” se encontram à espera do embarque da Advent

18/04/2016
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 José e German Efromovich têm muitas dúvidas sobre o futuro da Avianca e uma certeza. A convicção custou caro. Foram necessários muitos milhões em perdas financeiras para finalmente concluírem que operar separadamente a Avianca Holdings e a Avianca Brasil é rasgar dinheiro. A primeira companhia tem sob o seu radar toda a América Latina, enquanto a Avianca Brasil é uma estrela isolada da constelação. Juntas deram um prejuízo líquido de US$ 150 milhões em 2015 ao grupo Sinergy. Os resultados previstos para este ano não são muito diferentes. Os irmãos Efromovich, famosos pela sagacidade nos negócios, demoraram para entender o significado da palavra sinergia. Além dos ganhos operacionais e financeiros, a fusão das duas empresas está relacionada a uma negociação de José e German com a gestora Advent para o ingresso no capital da Avianca Holdings. Os norte-americanos querem um aumento da escala da empresa para tornar-se sócia. O ponto de maior fricção entre as partes é justamente a separação dos ativos. Com a inclusão da operação brasileira, a companhia, com sede em Bogotá, aumentaria em 15% a sua receita líquida de aproximadamente US$ 5 bilhões.  Segundo a fonte do RR, a gestora de recursos argumenta que a fusão também serviria para compensar o rombo no caixa provocado pelas perdas da operação venezuelana da Avianca. A empresa reconheceu perdas de US$ 240 milhões em função da política cambial restritiva do governo de Nicolás Maduro. Até agora, as tratativas com a Advent seguem bem. A gestora entrou em 2015 no capital da LifeMiles, empresa de milhagem da Avianca, por intermédio de um fundo regional lançado há pouco mais de um ano. Essa associação é vista pelos Efromovich como o primeiro passo de uma estratégia maior de ter a Advent como sócia da companhia aérea. A parceria abriria portas para que novos investidores entrem no negócio. Em função das restrições da lei brasileira, a Avianca Holdings deverá ter 49% do capital da empresa brasileira. O restante permanecerá com José e German. Procurada pelo RR, a Avianca não comentou o assunto.

#Advent #Agronegócio #Avianca #LifeMiles #Sinergy


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Amaggi troca o Brasil por outros campos

13/04/2016
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 Menos Brasil e mais mundo. Esta é a estratégia do Grupo Amaggi. O conglomerado agroindustrial comandado pelo senador Blairo Maggi e suas quatro irmãs pretende reduzir sua exposição ao risco Brasil com a venda de ativos locais e a gradativa transferência de investimentos para o exterior. Os planos do Amaggi passam pela construção de uma unidade de esmagamento de soja nos Estados Unidos e outra na Ásia, principais mercados internacionais do grupo. Hoje, a companhia tem apenas um ativo industrial fora do Brasil – uma planta de processamento na Noruega. A aposta internacional prevê também a expansão da atividade de trading, com a abertura de escritórios comerciais em locais estratégicos.  Do outro lado desta balança, a Amaggi pretende sair do negócio de energia, desfazendo-se de suas cinco usinas térmicas. Planeja também vender algumas de suas fazendas, reduzindo a produção própria de grãos. Segundo o RR apurou, com a alienação das termelétricas e de propriedades rurais, a família espera amealhar algo em torno de R$ 500 milhões, recursos que serão usados para financiar a expansão das operações internacionais. E lá se vai mais um grande grupo nacional a exportar divisas e postos de trabalho muito compreensivelmente em busca de hedge em moeda forte, acesso a crédito mais barato, busca de uma carga tributária mais palatável e redução dos custos de logística. Procurado pelo RR, o Grupo Amaggi não comentou o assunto.

#Agronegócio #Grupo Amaggi


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Carne à moda árabe

12/04/2016
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 O fundo Saudi Agricultural and Liverstock (Salic), ligado à família real da Arábia Saudita, vai investir em negócios agropecuários no país atrelados a projetos de recuperação ambiental. Já há parcerias engatilhadas no Centro-Oeste. O Salic desembarcou no Brasil no fim do ano passado, ao comprar 20% do frigorífico Minerva.

#Agronegócio #Minerva #Salic


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Novo pasto

5/04/2016
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 Com o máximo de sigilo que o assunto exige, Daniel Dantas estaria providenciando a transferência do domicílio fiscal da Agropecuária Santa Bárbara para o exterior. É menos custo e menor risco. Procurada, a empresa nega. Nem poderia ser diferente.

#Agronegócio #Daniel Dantas


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Galho seco

10/03/2016
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 Mais uma notícia negativa para a Embrapa, que convive com seguidos cortes de verba. Dilma Rousseff determinou que a ministra Kátia Abreu congele a inclusão na nova lei agrícola de aumentos anuais do orçamento da estatal. A medida era prioridade da ministra da Agricultura.

#Agronegócio #Dilma Rousseff #Embrapa #Katia Abreu


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Um sócio daninho na SLC Agrícola

28/01/2016
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  Há uma “erva daninha” na SLC Agrícola, dona de uma das maiores carteiras de propriedades rurais do país. É assim que o fundo inglês Valiance Asset Management tem sido visto pelo empresário Eduardo Longemann, acionista majoritário, e pelos bancos de investimento que coabitam o capital da companhia, entre eles Credit Suisse e Deutsche Bank. Detentor de 20% da SLC Landco , veículo responsável pelas principais aquisições do grupo, o private equity resolveu driblar o acordo que selou quando entrou no negócio, há três anos. Na ocasião, ficou previsto que o Valiance desembolsaria US$ 238 milhões até 2014 para ficar com 49% da SLC Landco. Até agora, investiu US$ 53 milhões, o que é confirmado pela SLC Agrícola. Segundo fontes próximas à SLC, Eduardo Longemann e os demais acionistas estariam dispostos a comprar a participação da Valiance, informação não confirmada pela empresa. O que está em jogo são os próximos passos de um dos maiores grupos agrícolas do país, com faturamento próximo de R$ 2 bilhões. O objetivo dos acionistas é evitar que o impasse engesse futuros investimentos do grupo. Ressalte-se que o momento é propício para novas investidas na compra de terras. No ano passado, o preço do hectare caiu mais de 20%.

#Agronegócio #Credit Suisse #Deutsche Bank #SLC Agrícola #SLC Landco #Valiance Asset Management


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Intentona

29/12/2015
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 Um grupo de empresários do setor agropecuário ligado à ministra Katia Abreu se articula para tirar Nabhan Garcia da presidência da UDR. Na prática, os dissidentes miram em Garcia para atingir seu padrinho, o senador Ronaldo Caiado.

#Agronegócio #Katia Abreu

Acervo RR

Agronegócio

22/12/2015
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 O fundo de investimento francês Althelia, focado no agribusiness, desembarcou no Brasil. Em parceria com 12 proprietários rurais do Mato Grosso, está investindo cerca de R$ 50 milhões em projetos agropecuários livres de desmatamento. Trata-se da primeira investida do Althelia em toda a América Latina.

#Agronegócio #Althelia


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Agronegócio

22/12/2015
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 O fundo de investimento francês Althelia, focado no agribusiness, desembarcou no Brasil. Em parceria com 12 proprietários rurais do Mato Grosso, está investindo cerca de R$ 50 milhões em projetos agropecuários livres de desmatamento. Trata-se da primeira investida do Althelia em toda a América Latina.

#Agronegócio #Althelia


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Terra fértil

15/12/2015
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 A operação de agribusiness descolou de vez dos demais negócios da Bayer no Brasil, incluindo a tradicional área farmacêutica. A divisão de CropScience vai fechar o ano com um crescimento de 20% em relação a 2014, rompendo, pela primeira vez, a marca dos R$ 7 bilhões. Em cinco anos, a participação do agronegócio na receita do grupo saltou de 50% para 65%. A Bayer não nos retornou.

#Agronegócio #Bayer


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Boi da cara preta

13/11/2015
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Guilherme Bumlai, filho de José Carlos Bumlai, afastou-se da Nelore MS, entidade que reúne os grandes pecuaristas do Mato Grosso do Sul e que ele próprio comandou em 2010. Talvez tenha apenas atendido à recomendação do pai de evitar qualquer exposição; talvez já não se considere um grande pecuarista – nos últimos dois anos, os Bumlai venderam mais de dois terços de seu rebanho.

#Agronegócio #José Carlos Bumlai


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Toyota expande seus domínios no agronegócio brasileiro

12/11/2015
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  Não por acaso, o agronegócio será um dos temas fulcrais da visita que a presidente Dilma Rousseff fará ao primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, na primeira semana de dezembro. Com uma produção agrícola local incapaz de atender à demanda interna, as grandes tradings japonesas têm investido cada vez mais no Brasil em busca do grão de cada dia. Que o diga a Toyota, certamente um nome que estará sobre a mesa de negociações durante a passagem de Dilma Rousseff por Tóquio. Um ano após pagar US$ 900 milhões pela NovaAgri, a Toyota Tsusho Corporation, divisão agrícola do grupo, semeia mais uma aquisição no Brasil: o nome da vez é a Cantagalo General Grains (CGG), controlada por Josué Gomes da Silva e demais herdeiros de José de Alencar. A negociação envolve a compra não apenas dos 48,5% pertencentes aos acionistas da Coteminas, mas também dos 46% compartilhados entre outros três investidores, o fundo americano Valor Grais e as brasileiras Agrícola Estreito e GFN Agrícola. Dos sócios atuais, permaneceria apenas a também nipônica Sojitz.  O que está por trás da investida é o firme propósito da Toyota de montar uma grande operação verticalizada no Brasil, aproveitando-se dos incentivos que virão dos bancos de fomento do Japão. Segundo uma fonte familiarizada com os números e movimentos do grupo no país, os japoneses estão dispostos a investir mais de US$ 1,5 bilhão em um projeto integrado que combina propriedade de terras, produção e distribuição de grãos e logística portuária. Caso a compra da Cantagalo seja sacramentada, a Toyota adicionará mais 150 mil hectares à sua base de produção no país, em sua maioria áreas utilizadas no plantio de soja, milho e algodão. Herdará também a CGG Trading, subsidiária da empresa que movimenta mais de US$ 1,2 bilhão por ano em contratos de exportação de grãos – a Sojitz responde por mais de um terço dessas operações, o que justifica a sua permanência no negócio. Além disso, os japoneses reforçarão sua posição societária no consórcio que controla o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no Porto de Itaqui, onde desembarcaram no ano passado com a compra da NovaAgri. As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Cantagalo e NovaAgri.

#Agrícola Estreito #Agronegócio #CGG #Coteminas #Dilma Rousseff #GFN Agrícola #Nova Agri #Sojitz #Toyota


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Aviso prévio

10/11/2015
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 Os funcionários da Monsanto terão um fim de ano angustiante. É esperado para janeiro o anúncio da cota que caberá à subsidiária brasileira no pacote global de demissões da companhia, que prevê o fechamento de 2,6 mil postos de trabalho. Os eleitos vão se juntar aos 150 já degolados no mês passado, com o fechamento da CanaVialis, braço sucroalcooleiro da Monsanto no Brasil.

#Agronegócio #CanaVialis #Monsanto

Acervo RR

Hora errada

10/11/2015
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 Enquanto o senador Blairo Maggi pula do PR para o PMDB, o Grupo Amaggi decidiu permanecer no PSE, o “Partido dos Sem Etanol”. O Conselho vetou a construção de uma usina à base de milho no Mato Grosso. Não é hora de imobilizar US$ 150 milhões em um investimento de retorno tão incerto. A empresa não se pronunciou.

#Agronegócio #Grupo Amaggi


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Hora errada

10/11/2015
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 Enquanto o senador Blairo Maggi pula do PR para o PMDB, o Grupo Amaggi decidiu permanecer no PSE, o “Partido dos Sem Etanol”. O Conselho vetou a construção de uma usina à base de milho no Mato Grosso. Não é hora de imobilizar US$ 150 milhões em um investimento de retorno tão incerto. A empresa não se pronunciou.

#Agronegócio #Grupo Amaggi


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Bumlai se veste de Nero e taca fogo por onde passa

29/10/2015
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  No sentido figurado, já se sabe que José Carlos Bumlai, o amigo de Lula, é um personagem “incendiário”. No entanto, para um grupo de produtores de cana de açúcar do Mato Grosso do Sul, o adjetivo também pode ser aplicado sem as aspas. Agricultores da região de Dourados estão se unindo para acionar o empresário na Justiça. A Usina São Fernando, controlada por Bumlai, é acusada de ter provocado deliberadamente o incêndio ocorrido em julho de 2013 que devastou mais de 22 mil hectares de plantações de cana no município, nas proximidades da BR-463 e da MS-279. A área em questão equivale a 3% de todos os canaviais do estado. A queimada é considerada a maior da história da cidade.  Agricultores da região cobram do grupo sucroalcooleiro uma indenização pelos prejuízos. Tomando-se como base a área atingida e o preço da matéria-prima à época, as perdas são calculadas em mais de R$ 50 milhões – diga-se de passagem, um copo de caldo de cana se comparadas à dívida total da São Fernando, estimada em aproximadamente R$ 1,2 bilhão. Segundo proprietários de terras da região, a Usina São Fernando, à época já em crise financeira, teria ateado fogo em seus próprios canaviais por não ter recursos em caixa para moer a matéria-prima. As chamas, no entanto, alastraram-se por fazendas de terceiros. A Polícia Civil abriu um inquérito criminal para investigar o caso. As autoridades ambientais foram mais rápidas no gatilho: o Instituto de Meio Ambiente de Dourados (Imam) multou a Usina São Fernando em R$ 490 mil.  Consultada pelo RR, a São Fernando informa que desconhece qualquer pedido de indenização. A empresa diz que, segundo “informações preliminares da Polícia Ambiental”, o incêndio “teria se originado em uma trilha de motocross, o que, confirmado, isentará a usina de responsabilidade”. A São Fernando nega também que tenha recebido uma multa do Imam e diz que não reconhece o “referido instituto como órgão fiscalizador ambiental”. A companhia afirma ainda que José Carlos Bumlai não é acionista da Usina São Fernando, ao contrário do que dizem toda a mídia e empresários do setor ouvidos pelo RR. Segundo a empresa, o controle pertence aos quatro filhos de Bumlai.

#Agronegócio #José Carlos Bumlai #Usina São Fernando


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Embrapa sofre com a falta de irrigação

23/09/2015
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 Nem mesmo a proximidade entre a ministra da Agricultura, Katia Abreu, e a presidente Dilma Rousseff tem sido suficiente para amortecer o impacto do ajuste fiscal sobre a Embrapa. Um dos maiores centros de inovação do país, a estatal foi atingida em cheio pelos cortes no orçamento federal. A crise nas contas públicas já ceifou mais de 30% das verbas previstas para este ano, da ordem de R$ 3 bilhões. Para 2016, o ancinho vai cavar ainda mais fundo: o orçamento da Embrapa deve ficar abaixo de R$ 1,5 bilhão.  A aridez financeira já resseca alguns dos principais planos da Embrapa. O projeto de montar centros de pesquisa e representações no exterior se transformou numa semente plantada no cimento. O Centro de Estudos Estratégicos e Capacitação em Agricultura Tropical (Cecat), desenvolvido no governo Lula com o objetivo de capacitar profissionais da área de agrociência, murchou. Os investimentos na distribuição e comercialização da Cultivance, soja transgênica desenvolvida com a Basf, também estão sob risco. Na Embrapa, já se fala até mesmo na interrupção de outras parcerias com multinacionais, como Dow e Syngenta.

#Agronegócio #Basf #Embrapa #Katia Abreu #Syngenta


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Herdeiros da Coteminas querem distância do agronegócio

5/06/2015
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 Houve um momento em que Josué Gomes da Silva esteve com um pé no Ministério do Desenvolvimento, foi apontado por muitos como o nome mais adequado para comandar o BNDES e chegou até mesmo a flertar com a Pasta da Fazenda. No entanto, as portas do governo não se abriram e Josué segue vestindo o figurino de empresário, mais precisamente o de empresário aflito e pressionado por seus próprios familiares. Ao mesmo tempo em que toureia os sucessivos prejuízos da Coteminas – R$ 250 milhões nos últimos três anos -, cabe a ele a missão de estancar de uma vez por todas as perdas do clã no agronegócio, uma infeliz inflexão estratégica dos herdeiros de José Alencar. Neste caso, ao que tudo indica, não há mesmo outra solução se não a porta de saída. Josué já estaria negociando a venda da participação da família na Cantagalo General Grains, que atua na produção e comercialização de grãos. Do outro lado da mesa, está a japonesa Sojitz. A intenção dos Alencar é vender integralmente sua participação tanto na Cantagalo quanto na subsidiária CGC Trading. Os asiáticos, ressalte-se, já são sócios minoritários das duas empresas. Na primeira, detêm apenas 5%; na trading, sua fatia é bem mais expressiva: 43%.  Josué Gomes da Silva foi o principal artífice da entrada dos Alencar no agronegócio, a partir da associação com a Agrícola Estreito, do ex-Glencore Paulo Garcez. Em tese uma decisão mais do que acertada, em função dos resultados declinantes da Coteminas e da indústria têxtil como um todo. Na prática, porém, a Cantagalo jamais teve a performance esperada: no ano passado, o prejuízo bateu nos R$ 155 milhões. Diante das seguidas perdas, a operação tem sido cada vez mais questionada dentro da própria família. Em setembro, Josué Gomes, presidente do Conselho de Administração da Cantagalo, tentou esfriar o caldeirão com uma mudança na gestão. Numa manobra interna, convenceu o próprio Paulo Garcez a deixar a presidência da companhia, dando lugar ao ex-Previ e ex-Embraer Luiz Carlos Aguiar. Dentro da empresa, o troca-troca foi interpretado como um movimento diversionista, uma tentativa de Josué de ganhar tempo para negociar a venda da participação da família para a Sojitz. A essa altura, nem o próprio empresário quer ficar no negócio. Sua prioridade absoluta neste momento é colocar a Coteminas nos trilhos. Mas essa é outra história…

#Agrícola Estreito #Agronegócio #BNDES #CGC #Coteminas


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Soros troca etanol por energia elétrica

11/03/2015
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 A Adecoagro, companhia de investimentos agrícolas controlada por George Soros, cansou de moer cana-de-açúcar e transformar seu caixa em bagaço. Com perdas em torno de US$ 100 milhões nos últimos três anos, os norte- americanos ensaiam uma drástica guinada em sua operação no Brasil. Aos poucos, a companhia vai se afastando do setor sucroalcooleiro e se aproximando cada vez mais da área de energia elétrica. Desde o ano passado, a Adecoagro procura um comprador para as suas três usinas de álcool e açúcar no país, duas no Mato Grosso do Sul e uma em Minas Gerais. Em contrapartida, planeja a construção de mais duas unidades de cogeração de energia no país – um contrato de longo prazo com o novo controlador das destilarias asseguraria o fornecimento do bagaço de cana utilizado como matéria- prima. As próprias circunstâncias empurram a Adecoagro para uma reestruturação de seus negócios no Brasil. Ocorre com a companhia fenômeno semelhante ao registrado em outros setores da indústria – o caso mais emblemático é o segmento de alumínio. Hoje, a empresa ganha muito mais dinheiro com a venda de energia do que em seu próprio core business. No ano passado, a Adecoagro comercializou o insumo ao preço médio de R$ 680 o megawatt/ hora, uma alta de quase 170% em relação ao valor médio praticado em 2013. Enquanto a receita com etanol cresceu parcos 4%, o faturamento com a comercialização de energia avançou 90%.

#Adecoagro #Agronegócio


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Katia Abreu não teme pecha de “Mrs. Agrotóxico”

12/02/2015
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 A ministra Katia Abreu vai mexer num vespeiro, ou melhor, numa imensa nuvem de gafanhotos. Katia promete mover montanhas para reduzir os prazos de análise dos pedidos para a produção de agrotóxicos no Brasil. Em média, a liberação de uma licença no país demora sete anos. Na Europa, o tempo de espera não chega a três anos; nos Estados Unidos, é ainda menor: dois anos. O problema é que a ministra da Agricultura terá de tirar leite de uma pedra que sequer lhe pertence. Qualquer ação neste sentido dependerá de uma intrincada negociação política com a Anvisa, responsável pelos estudos técnicos e pela concessão das licenças. Katia Abreu terá ainda de enfrentar a reação dos ambientalistas e a acusação, líquida e certa, de que está agindo para atender ao lobby de Bayer, Basf, Syngenta, entre outros grandes grupos internacionais do setor. A ministra da Agricultura, que um dia recebeu o nada honroso título de “Motosserra de ouro”, não teme o epíteto de “Mrs. Agrotóxico”. Ela já tem um pragmático contra-argumento na ponta da língua: a importância econômica de um setor que movimenta cerca de US$ 9 bilhões, cresceu mais de 200% em uma década e fez do Brasil o maior consumidor mundial de defensivos agrícolas, a  frente dos Estados Unidos. Para Katia Abreu, tais fatos mais do que justificam a inclusão do tema em sua lista de prioridades. E quem não gostar que saia da frente do trator.

#Agronegócio #Anvisa #Basf #Bayer #Katia Abreu #Syngenta


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IPO da Embrapa ressurge do fundo da terra

24/11/2014
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 O governo pretende desencavar um projeto que já criou raízes profundas no Congresso: o IPO da Embrapa. O assunto volta a  tona com novas nuances. A abertura de capital contemplaria a oferta de apenas 30% do capital, e não mais 49%, como prevê o projeto de lei do senador Delcídio Amaral, em hibernação no Congresso Nacional desde 2008. A redução da fatia ofertada ao mercado seria uma forma de aplacar a resistência da bancada ruralista a  operação. Líderes do agronegócio sempre consideraram excessiva a possibilidade de venda de quase metade da companhia. Desde o início, o projeto de Delcídio carregou a pecha de que levaria a uma “desnacionalização branca” da Embrapa, ao abrir tamanho espaço para a participação de grupos estrangeiros na empresa. A nova proposta para a abertura de capital da Embrapa já foi objeto de conversas entre Dilma Rousseff e a senadora Kátia Abreu, virtualmente escolhida para assumir o Ministério da Agricultura. A oferta de ações da estatal viria em um momento de grande pressão sobre a Embrapa. Empresários do agronegócio e parlamentares ligados ao setor têm cobrado do governo maiores investimentos na estatal. Mesmo internamente, há pesadas críticas a medidas adotadas durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff. Um dos motivos de insatisfação é o desmantelamento do Centro de Estudos Estratégicos e Capacitação em Agricultura Tropical (Cecat). O projeto foi desenvolvido durante o governo Lula com o objetivo de capacitar profissionais da área de agrociência, inclusive especialistas de outros países.

#Agronegócio #Delcídio do Amaral #Dilma Rousseff #Embrapa #Katia Abreu


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Agroceres cultiva uma conveniente solidão societária

23/06/2014
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 São insondáveis os caminhos percorridos pela Agroceres. Os próprios executivos da fabricante de sementes se perguntam o que está por trás dos frenéticos movimentos em curso na companhia. Em fevereiro deste ano, a empresa comprou os 50% restantes da produtora de palmito Inaceres, que pertenciam a  equatoriana Inaexpo. Neste momento, negocia a aquisição do controle integral da Agroceres PIC – 49% da companhia especializada em genética suína estão nas mãos da britânica Pig Improvement Company (PIC). Esta operação é ainda mais emblemática: os dois grupos são sócios há quase 40 anos e recentemente fecharam a compra da empresa de biotecnologia Génétiporc Internacional. A princípio, a temporada de aquisições da Agroceres poderia sugerir uma forte política expansionista. No entanto, na própria companhia as apostas vão na direção contrária, algo na linha do “comprar para vender”. A família Bittencourt, proprietária da Agroceres, estaria preparando o terreno para a posterior negociação do grupo. A aquisição das participações alheias seria uma forma de evitar que eventuais arestas societárias pudessem a atrapalhar a transferência do controle. Até porque, no que diz respeito a atritos societários, já bastam os desentendimentos entre os próprios integrantes da família Bittencourt. A Agroceres é uma empresa marcada por uma tragédia familiar. É impossível falar da companhia e de seus acionistas sem citar a perda do empresário Ney Bittencourt de Araújo, encontrado morto em seu apartamento em 1996. Na ocasião, um de seus filhos chegou a ser suspeito de assassinar o pai. O clã conseguiu superar o trauma e aprumar a gestão do grupo. Tanto conseguiu que a Agroceres, dona de um faturamento anual na casa de R$ 1 bilhão, é cobiçada por alguns dos grandes players mundiais da área de agrotecnologia. A Basf e a suíça Syngenta acompanham com lupa cada movimento feito pelos controladores da companhia. Recentemente, os herdeiros de Ney de Araújo chegaram a flertar com a ideia de IPO da Agroceres, mas recuaram diante das condições adversas do mercado. Segundo interlocutores da família, entre as incógnitas que cercam o futuro da companhia, existe uma certeza: a venda do controle deixou de ser um tabu, como era nos tempos do saudoso Ney Bittencourt de Araújo.

#Agroceres #Agronegócio #Basf


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Sucessão na Bayer reforça o foco no agronegócio

23/05/2014
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 Na Bayer, só se fala em sucessão presidencial. Não exatamente a de Dilma Rousseff, mas a do nº 1 do grupo no Brasil, Theo van der Loo. O clima eleitoral eclodiu com a recente indicação de Eduardo Estrada Whipple para o comando da Bayer CropScience no país. A nomeação foi interpretada na companhia como um forte indício de que o destino de van der Loo já está selado e sacramentado, assim como o de Whipple. A presidência da divisão de agronegócio seria apenas um rito de passagem para o posto mais alto do grupo no Brasil, mudança que deverá se consumar no início de 2015. Oficialmente, a Bayer nega a troca de comando no Brasil. Estranho seria o contrário. É importante ressaltar que, se permanecer no cargo ao menos até janeiro, Theo van der Loo terá cumprido quatro anos de mandato – coincidência ou não, praticamente o mesmo período que coube aos últimos presidentes da Bayer no Brasil, Horstfried Laepple e, anteriormente, Armin Burmeister. No entanto, a percepção na empresa é que este não é um processo sucessório qualquer. A dança das cadeiras deverá levar a importantes mudanças na própria estratégia de negócios do grupo no Brasil. A provável escolha de Eduardo Whipple é vista como uma sinalização de que os alemães vão aumentar sua aposta no segmento de agribusiness, em detrimento de outras áreas de atuação no país, algumas extremamente tradicionais, como a divisão de saúde. Whipple parece ser o nome talhado para comandar uma empresa cada vez mais voltada ao agronegócio. O executivo construiu boa parte de sua trajetória dentro da Bayer na divisão CropScience. Passou por operações da subsidiária nos Estados Unidos, na Colômbia e na América Central. Até o início do ano, era o diretor de marketing da unidade no Brasil. Pragmáticos, os alemães apenas dançam conforme a música. Os acordes em questão são os números de sua operação no Brasil. Na última década, a unidade de agrociência disparou como o principal negócio do grupo no país. No início dos anos 2000, a Bayer CropScience respondia por pouco mais da metade do faturamento do conglomerado. Ao fim de 2014, deverá contribuir com mais de 70% da receita da Bayer no país, estimada em R$ 7,5 bilhões. No ranking interno, quem mais tem perdido espaço é a divisão HealthCare. No intervalo de dois anos, o braço de saúde perdeu cinco pontos percentuais de participação no faturamento total da Bayer no Brasil. Coincidentemente – ou não -, a área de HealthCare é comandada diretamente pelo próprio Theo van der Loo, que acumula o cargo com a direção geral do grupo.

#Agronegócio #Bayer


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Chineses invadem as terras da Bayer no Brasil

13/03/2014
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 Há uma nuvem de gafanhotos chineses sobrevoando as lavouras da Bayer no Brasil. Os asiáticos têm se revelado uma praga para os planos de expansão do grupo no mercado brasileiro de defensivos agrícolas. A Chongqing Huapont Pharm atravessou o caminho da Bayer e está perto de fechar a compra da Biagro, fabricante de inoculantes líquidos para uso em lavouras. Os alemães vinham mantendo negociações com a empresa desde meados do ano passado. No entanto, a Chongqing teria entrado em cena com uma oferta arrasa-quarteirão. Caso a operação se confirme, será a segunda vez em um curto espaço de tempo que a Bayer perderá um ativo no Brasil para um concorrente asiático. No início deste ano, as também chinesas Langfeng e Tide Group, acompanhadas da italiana Agroventure, fecharam a aquisição da Prentiss, fabricante de defensivos sediada no Paraná. O enredo foi similar: os alemães correram, correram, mas, nos últimos metros, acabaram superados. A iminente perda da Biagro para a Chongqing Huapont vai doer fundo na Bayer. Neste caso, o que está em jogo não é apenas a operação em si, mas o que ela representa na disputa por cada hectare do mercado brasileiro de defensivos agrícolas – setor que movimenta mais de US$ 10 bilhões e cresce, na média, 14% por ano. A investida sobre a Biagro é apenas a ponta do iceberg de um projeto maior. A Chongqing promete deslanchar uma agressiva estratégia de aquisições no Brasil. Embora dominado por grandes players internacionais, como Basf, Dupont Syngenta e a própria Bayer, o setor é povoado de fabricantes de médio porte com razoável presença regional. Ressalte-se que os chineses já têm sua raiz fincada no Brasil. São sócios da Nutrichem e da CCAB Agro, neste caso em parceria com a francesa Louis Dreyfus e com um consórcio de produtores agrícolas do Centro-Oeste, de Minas Gerais e da Bahia.

#Agronegócio #Basf #Bayer #Louis Dreyfus

Acervo RR

Agrobank

21/09/2011
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 A vice-presidência de agronegócio que o novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, quer ver criada no BNDES tem na verdade a função de emplacar um correligionário na estrutura do banco. É bem provável que vingue. Luciano Coutinho é um bom moço. Mas só para recordar, Fibria, BR Foods, Marfrig, JBS, Maggi, Copersucar…O BNDES já é quase um banco de agronegócio.

#Agronegócio #BNDES #BR Foods #JBS #Maggi #Marfrig

Acervo RR

Embrapa vira aríete contra sementes das multinacionais

4/03/2011
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 O governo trabalha em um projeto que pega pela raiz as grandes multinacionais da área de agrociência presentes no país, a começar por Monsanto, Bayer e Syngenta. Em jogo, a criação de uma empresa 100% nacional voltada ao desenvolvimento e a  produção de sementes, convencionais e transgênicas. O objetivo é criar uma alternativa ao oligopólio que as empresas internacionais estabeleceram no país. A companhia ficaria pendurada na Embrapa. Estão debruçados sobre o projeto o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, e da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. A proposta tem o apoio da bancada ruralista e de políticos ligados ao setor. Um dos principais interlocutores do governo tem sido o senador Blairo Maggi. O exgovernador do Mato Grosso se compromete a retomar no Congresso a antiga proposta do senador Delcídio do Amaral para a abertura de capital da Embrapa. A entrada de novos sócios, preferencialmente fundos de pensão e outros grandes investidores de capital nacional ? financiaria a criação da nova subsidiária.  Este é um daqueles projetos nos quais o governo só enxerga benefícios para todos os envolvidos. O principal objetivo é criar uma empresa capaz de concorrer e minar a primazia das multinacionais no desenvolvimento e venda de sementes, notadamente transgênicas. Hoje mais de 70% dos pedidos de patentes apreciadas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) são enviados por empresas internacionais. O maior beneficiado seriam os agricultores, que passariam a ter uma nova opção para a compra de sementes. Hoje, estão praticamente na mão de três ou quatro companhias estrangeiras que estabelecem os preços do insumo e impõem draconianos reajustes anuais. O caso mais emblemático é o da Monsanto, que vive a s turras com os agricultores, principalmente nos períodos de aumento dos royalties das sementes de soja geneticamente modificadas. Entidades representativas do setor, como a Aprosoja, regularmente acionam o Ministério da Agricultura por conta da truculência com que a Monsanto conduz as negociações.  A expectativa do governo é que a nova empresa passe a arbitrar os preços das sementes transgênicas, forçando as multinacionais do setor a rever o valor dos seus royalties. Além disso, o projeto daria um novo status a  própria Embrapa, que ganharia um braço de trader com musculatura suficiente para desenvolver e comercializar sementes em outros países da América do Sul

#Agronegócio #Aloizio Mercadante #Bayer #Blairo Maggi #Embrapa #Monsanto #Syngenta

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