Tag: BC
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Economia
Câmbio sobrevalorizado tem segredos que interessa a poucos desvendar
25/07/2024Dois dos novos diretores indicados por Lula para cadeiras no colegiado no BC nutrem severas discordâncias em relação à política monetária na gestão Campos Neto. Ainda que a política fiscal tenha tido, e teve, algum impacto na inflação, os juros de 14% na média da atual gestão do BC não se justificariam com uma inflação de pouco mais de 3%.
Vale refletir se a Selic monstro teve, do ponto de vista da ancoragem inflacionária, um benefício relativo maior em termos de desinvestimento, piora do saldo da conta de capitais e principalmente um câmbio mais civilizado, com menos irradiações inflacionárias. Ao menos no seu custo marginal.
O que se tem de mais concreto é uma previsão de Campos Neto de que dificilmente conseguiremos reduzir a taxa de juros para um digito até o fim de 2025, diante da expectativa de uma inflação de costas para o centro da meta ao final do próximo ano.
Lula não estava de todo errado ao afirmar que Roberto Campos Neto agia mais a serviço de interesses políticos do que de suas funções técnicas e que o câmbio não poderia se manter tão resiliente no patamar acima de R$ 5,00 durante todo o seu governo, uma vez que há fundamentos para mudar essa correlação de forças. Lula acertou, em tese, nas suas reclamações.
O câmbio tende a ficar acomodado acima de R$ 5,00 mesmo com uma taxa Selic extravagante de 10,25%. Isso já contando com o maior conforto da meta de inflação contínua. Os formadores de expectativa do mercado já vaticinaram que a Selic não pode descer, a inflação não vai cair para o centro da meta e o câmbio vai ficar entre R$ 5,00 e R$ 5,20. Nesse cenário, um target de inflação consistente na casa dos 3% é uma missão hercúlea. Portanto, provavelmente os próximos 17 meses do governo Lula, do ponto de vista da macroeconomia, já viraram um passado medíocre.
Na gestão Campos Neto, iniciada em fevereiro de 2019, a taxa Selic saiu de 6,50% e chegou ao pico de 13,75%. Se Lula acertou no diagnóstico, ainda que de forma intuitiva, errou por dar trela a Roberto Campos Neto, falando do que não entende e dando munição ao tecnocrata bolsonarista. O presidente, com sua parlapatice, piorou as expectativas para a Selic, o fiscal e o câmbio.
Nos jovens ocupantes do BC, há, sim, a compreensão de que existe algo de podre no reino do câmbio. Não descartam que o país está sofrendo um ataque especulativo. E, diante do diagnóstico, queixam-se todos da incipiente comunicação. É realmente um feito espetacular que um país que tenha US$ 1,2 trilhão entre reservas cambiais e recursos de brasileiros legalmente investidos no exterior – e pelo menos uns US$ 150 bilhões mantidos ilegalmente no estrangeiro – não consiga desmontar essa armadilha de captura do Estado e não traga essa dinheirama toda para puxar o dólar pelo menos à casa de R$ 4.
E, além disso, não seja capaz de fazer alguma arbitragem para mitigar o risco fiscal e estimular, mesmo que de forma heterodoxa, que esse dinheiro sem função dos hiperbilionários, parado no exterior, venha para algum projeto de construção nacional. Talvez esteja faltando mesmo o Plano Real do Lula.

Destaque
A fusão entre a CVM e o BC está pronta há duas décadas
19/07/2024Um dos esportes nacionais favoritos é tirar uma casquinha de ideias antigas cujos autores não são sequer citados. A reorganização do arcabouço regulatório e de fiscalização do sistema financeiro, inclusos os mercados de capitais e de valores mobiliários, é uma proposta que data de 21 anos, feita com o apoio do PNUD e com projeto de lei encomendado pelo Banco Central. Aliás, o projeto encontra-se mofando em alguma gaveta do Banco Central. O que está sendo cogitado é um rearranjo do que já está pronto. Só que a nomenclatura era diferente e não incluía o Banco Central.
A ideia do ex-diretor da CVM e ex-superintendente da Susep, Renê Garcia, era a criação de uma Agência Regulatória Única (ARU), um superórgão autônomo, que englobaria todas as funções da CVM, Susep e Secretaria de Previdência Complementar (SPC), atual Previc. A ARU, aliás, virou dissertação de mestrado de Renê Garcia, com agradecimentos especiais a Sérgio Werlang e Arminio Fraga, a dupla que revolucionou o BC no final do governo FHC. Verdade seja dita, Arminio discutiu a implementação do projeto quando estava no BC. Agora, corretamente elogia o que tentou à época, chamando o super-regulador de padrão-ouro. No novo modelo, mesmo com a divisão de tarefas –para simplificar, o BC, fica com os grandes riscos, e a CVM com os médios – é provável que a autoridade monetária jante a CVM, Susep e SPC e acabe se tornando o órgão referencial.
De qualquer forma, o projeto é melhor do que o modelo vigente. E é bem provável que depois de duas décadas de vai não vai, dessa vez saia do limbo. Existem superposições a serem corrigidas e é preciso passar ainda pelo jogo de interesses do Congresso Nacional. Essa trabalheira fica para o virtual futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo. A boa nova, de qualquer maneira, é a forte probabilidade que a reestruturação do aparelho fiscalizador e regulador do mercado financeiro não volte novamente para a gaveta

Economia
Até quando o BC vai ficar de braços cruzados em relação ao câmbio?
2/07/2024
Economia
Nem cara nem coroa: o fim dos tempos da moedinha de R$ 0,05
8/01/2024Atenção, turma do talismã, ou colecionadores que não querem correr risco no futuro. Segundo fonte do RR no BC, deve ter vida curta a moeda de R$ 0,05. Ainda que o prazo para recolhimento da menor unidade monetária não tenha sido decidido, nas internas a informação é que a medida não passará de 2025. Já iria tarde. Hoje não existe nada no país que custe R$ 0,05. O valor não serve nem para troco. Perguntado pelo RR, o BC negou a intenção de retirar “qualquer denominação de moeda de circulação”.

Política
Guedes e Mantega fazem do BID a rinha dos seu despautérios
14/11/2022O ex-presidente do BC, Ilan Goldfajn, foi sabatinado ontem para a presidência do BID. Deverá ser eleito no próximo domingo. Goldfajn é um quadro altamente qualificado. Esse é o novelo da história. O Valor Econômico de hoje praticamente bate o martelo do assunto. Mas o fio desencapado está no processo de indicação e no comportamento dos atores envolvidos. A história é tão non sense que vale a pena explorar suas nuances e despautérios. Guardadas as devidas ressalvas, Ilan Goldfajn e Elizabeth Guedes estão no mesmo balaio – o RR noticiou as vergonhosas minisagas de ambos em primeira mão – ver.
Assim como no caso da nomeação da própria irmã para o Conselho Nacional de Educação, nos estertores do governo, a mesma corrida para indicação e a insistência no nome de Goldfajn para a presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) só demonstra a gula do ministro Paulo Guedes para a ocupação de cargos ao apagar das luzes da sua gestão. Ressalte-se que essa sofreguidão começou duas semanas antes das eleições. Nesse afã aparelhista, Guedes está atropelando praxes que deveriam ser respeitadas nesse processo, sobretudo tratando-se de um governo já com prazo de validade estabelecido. Primeiramente, o ministro e o presidente Jair Bolsonaro registraram oficialmente a candidatura de Goldfajn sem qualquer consulta à oposição. Há exemplos muito mais civilizados vindos do exterior, em que governantes, em períodos eleitorais, aguardaram o resultado do pleito, combinando devidamente com a agência multilateral, ou consultaram seus oponentes antes de uma indicação dessa natureza. Foi o caso do então presidente Nicolas Sarkozy, de direita, que indicou Dominique Strauss-Kahn, um socialista, para a presidência do FMI.
Em mais um procedimento fora dos padrões, o governo brasileiro indicou Ilan Goldfajn sem consultar outros países da região. Historicamente, candidaturas como essa são construídas em consenso, por meio de costuras diplomáticas. Segundo o RR apurou, o Brasil sequer analisou nomes indicados por outras nações latino-americanas, dentro do critério de analisar a melhor opção para a região como um todo.
Ressalte-se ainda que a pressa e a teimosia de Paulo Guedes jogam contra o próprio potencial de representatividade do Brasil em grandes organismos multilaterais. Ilan Goldfajn dirige atualmente o departamento do FMI responsável pelos programas do Fundo para todas as Américas. Trata-se de um posto estratégico. Seria mais proveitoso ter indicado ou trabalhado a candidatura de outro nome para o BID, sem abrir mão da presença de Goldfajn no FMI. Diante da oportunidade de fazer o próximo presidente do Banco Interamericano, o país passaria a ter dois representantes em altos postos internacionais. Por outro lado, é inacreditável a participação bizarra e deselegante do ex-ministro Guido Mantega, que sem ter nenhuma representatividade ou função definida no futuro governo – oremos que faça parte só do grupo de transição – escreveu uma carta de punho próprio à secretaria do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, condenando o nome de Goldfajn, como se tivesse autoridade para tal. Quem é Mantega para proceder dessa maneira?. Como pode isso? O resultado é que a tacanha iniciativa fortaleceu o nome de Ilan Goldfajn junto aos Estados Unidos e demais grandes sócios do BID.
De qualquer forma, Inês é morta. A eleição será na próxima semana, e, independentemente de trololó ou patati patatá na imprensa, o ex-presidente do BC e atual diretor do FMI, Ilan Goldfajn, já está eleito. Agora é permanecer atento e forte, como cantava Gal Costa, vigiando se Paulo Guedes seguirá loteando os cargos do governo em causa própria e torcendo para que Mantega seja interditado em alguma embaixada distante, no governo do PT.

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Lula e Bolsonaro flertam com o controle de preços
12/08/2022A política de preços, estigmatizada desde o regime militar, ressurgiu no radar dos candidatos à Presidência. Tanto Lula quanto Jair Bolsonaro – leia-se Paulo Guedes – já aceitam que a medida pode ser adotada em casos distintos, quer seja em relação a oligopólios, quer seja em relação a empresas públicas ou privadas que pratiquem preços elevados e resilientes, com grande impacto social. Bolsonaro já cantou essa pedra na área da energia, ameaçando tabelar os preços da Petrobras se a estatal permanecesse elevando os valores dos combustíveis.
O presidente assustou criticando margens elevadas de lucros. A própria redução da alíquota do ICMS nos estados foi uma forma de segurar os preços por uma via oblíqua. Guedes chegou a entabular uma participação dos supermercados na contenção do custo da cesta básica até que a inflação chegue na meta. A operação seria feita por meio da compensação dos represamentos dos preços com um bônus tributário diferido no tempo (ver RR de 13 de junho).
No comitê de formulação do programa econômico do PT, por sua vez, estão sendo discutidas três frentes: um plano de transferência de renda de maior alcance; incentivo e financiamento à infraestrutura, incluindo treinamento de mão de obra e investimento no entorno dos empreendimentos; e uma política ambiental rigorosa, mas em consonância com o mercado. A política de preços estaria contida no item das preocupações sociais. Na verdade, as especulações em relação a “cipagem” relativa da economia – uma alusão ao CIP (Conselho Interministerial de Preços), criado em 1968 e extinto em 1990 – se devem, em boa parte, à perspectiva da inflação estar sendo impulsionada por variáveis de difícil controle.
Entram nesse rol guerra na Rússia, crise na China, preços das commodities e dos combustíveis e histerese – todas com maior ou menor impacto na formação de preços. Há um certo consenso que oligopólios e grandes empresas têm conseguido reduzir vendas e aumentar preços, mantendo suas margens. É como se a política monetária não atingisse o repasse para o consumidor dos seus custos e queda de vendas. Há resistências de toda ordem em relação a essa política, que interfere diretamente no mercado, como se separando o joio do trigo e fazendo com que o governo assuma um papel punitivo em relação à formação de preços. Mas os motivos que levam à inflação alta são cada vez mais exógenos e há ainda a promessa de uma herança fiscal que impede a funcionalidade da política monetária. Por enquanto, os grandes potentados conseguem driblar a redução dos seus preços. Resta saber se vão resistir aos remédios anti-inflacionários do BC e da própria conjuntura econômica. Ou acabarão por ressuscitar o animal pré-histórico do controle de preços.

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Quem lucra com um boato bem plantado?
1/06/2022O boato sobre a fusão entre a XP e o Nubank despertou o sinal vermelho no BC. Não pela operação, mas pela circulação agressiva do rumor – verdade seja dita, cabalmente refutado por Guilherme Benchimol, donatário da XP. Na prática,o zunzunzum já trouxe benefícios para seus protagonistas. Na última semana, uma leva de clientes de outros bancos migraram para a XP e o Nubank, frente à iminência de poder ser atendido por um “tiranossauro do mercado financeiro”. O BC e a CVM vão fazer o seu papel, com investigações e cruzamento de dados. Boatos do gênero só nascem de quem tem interesse ou credibilidade para fazer circular sua notícia. Não é tão difícil cercar os “Lourenços” e aproveitar para checar os sistemas de compliance das instituições financeiras mais visadas. Em tempo: o RR apurou que, na véspera dos “vazamentos”, um tradicional banco de investimentos recomendou a seus clientes a venda de ações do Nubank.

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Lula põe o “Vale Comida” na mesa do brasileiro
18/04/2022Em meio à partida da campanha eleitoral, Lula quer arrancar um benefício social do governo Bolsonaro. O candidato do PT vai defender um “Vale Comida” urgente. Com o brutal encarecimento da maior parte dos alimentos da cesta básica, os salários dos mais pobres e da classe média e o próprio Auxílio Emergencial estão sendo corroídos. A inflação parece mais resiliente do que o previsto pelo governo. Ela vem de fora para dentro, movida pelos altos preços internacionais dos alimentos. Com isso, a remarcação nas gôndolas dos supermercados retornou, furiosa. A maioria dos analistas considera que a tendência é de continuidade das elevadas cotações dessas mercadorias no exterior.
O BC, por sua vez, enxerga uma inflação de demanda e usa o receituário clássico de taxas de juros nas alturas e sangria desatada da economia. Mas a carestia parece ser de outra origem. Portanto, o remédio pode matar o paciente. No momento, a família brasileira quer ouvir uma única frase: comida mais barata. A oposição pretende bater bumbo propondo que o governo institua algum subsídio para reduzir o impacto da inflação no preço da comida. A bandeira é boa e pode pegar. O governo, se não for insensível e tiver bom senso, poderia se antecipar às intenções de Lula e do PT e implementar rapidamente alguma medida que incluísse uma redução dos preços de itens da cesta básica, como galinha, feijão, açúcar, macarrão etc.
Ou fazer a seleção em função daqueles alimentos que tiveram maiores aumentos. Há controvérsias na medida. O dinheiro dado direto ao cidadão não resolve o problema da corrosão da renda, pois os preços dos alimentos continuarão subindo. Outra hipótese, conceder um subsídio direto para o congelamento dos preços mais estapafúrdios, em combinação com os supermercados, não seria aceita por Paulo Guedes. Além do mais, as experiências anteriores com os supermercados nunca deram certo.
Lembrai-vos dos fiscais do Sarney. Mas a racionalidade de pensar na compensação do descalabro dos alimentos é grande. O ganho popular seria enorme. Nesse momento, o povo não quer outra coisa. A lentidão de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes poderá permitir que Lula e o PT tenham o tempo necessário para fazer um fuzuê capaz de “takeoverizar”, ainda no ventre das boas intenções, um bem-vindo “Vale Alimento”. Em linhas gerais, é factível fazer chegar o pão à boca homem com política de rendas, pelo menos até que a inflação arrefeça. E nunca foi tão elementar tirar o pão da boca de um governo que corre para sanar problemas depois que o mal já está feito. Deixem estar, que o PT vai fazer o barulho e comer o pão sozinho.
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Desembarque
25/03/2022No momento em que o BC finalmente exige mais garantias das fintechs, a colombiana D ´Una, voltada à área de crédito, ensaia sua entrada no Brasil.

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Por que tanta histeria com um teto que já tinha caído?
25/10/2021A tentativa do mercado de capturar o governo é o óbvio ululante, como diria Nelson Rodrigues. As discussões sobre a busca de recursos adicionais para financiar o Auxílio Brasil – extensão do Auxílio Emergencial, Bolsa Família ampliada ou coisa que valha – vêm sendo feitas publicamente desde o início do ano. Portanto, ninguém deveria ter sido surpreendido com o pedido de waiver ao Congresso para liberação dos recursos fora do teto. Ainda mais com o advento dos precatórios. O fato é que o teto sempre esteve jurado de morte desde que nasceu. Era só uma questão de tempo.
E o valor de R$ 30 bilhões para pagar a assistência aos mais pobres está a milhões de anos luz de arranhar o equilíbrio fiscal. Talvez a medida fosse mais bem aceita se estivesse associada a algum lastro com realização futura, incluindo na conta os precatórios que ficarão fora do espaço aberto no teto. No lugar do condicionamento à aprovação da reforma do IR, que não vingou, o funding estaria vinculado, por exemplo, à securitização da dúvida ativa. A medida exigiria uma nova Emenda Constitucional para evitar judicialização futura.
Mas, a aprovação dessa PEC seria bem mais fácil, pois estados e municípios têm interesse em transformar sua dívida ativa em moeda de pagamento. De qualquer forma, o mercado rugiria. Como dizia o saudoso engenheiro Eliezer Batista, não contem com a compreensão do capital financeiro para uma política econômica soberana porque ele é covarde, apátrida e cruel. Não é bem a questão dele ser bom ou mal. É a sua natureza. O mercado interpreta os fundamentos da economia. O ponto é quando ele se manifesta em função de análises racionais ou quando seu posicionamento carrega fortes dosagens de manipulação.
Na última sexta-feira, alguns celerados de instituições financeira previam que já na próxima reunião do Copom (dias 26 e 27 de outubro), o BC vai dobrar a aposta em relação ao aumento da taxa Selic. A majoração da taxa de juros saltaria de um ponto para dois pontos percentuais, atravessando a já ousada projeção de 1,5 ponto percentual que algumas casas bancárias vinham praticando. A Selic dispararia, portanto, de 6,25% para 8,25% em uma única reunião do Copom.
As candinhas do mercado buzinam que cresceu muito a percepção de insolvência. Ora, insolvência de quem? Do Estado brasileiro? Com mais de US$ 320 bilhões de reservas cambiais? Além de ativos físicos com qualidade internacional, no valor de mais de R$ 1 trilhão. Coisa de louco. A circunstância exige parcimônia e coragem do presidente do BC, Roberto Campos Neto. Os próximos dias serão histéricos. Se a área econômica se deixar ser conduzida, aí, sim, a herança de Paulo Guedes será a condescendência. Mesmo que tenha feito apenas uma migração suave do regime fiscal de forma a atender gastos emergenciais.

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Chico Lopes já calcula mais de 1.000.000 de mortes
30/06/2021O ex-dirigente do BC Francisco Lopes, exímio econometrista, tem dito aos clientes da sua consultoria que o número de óbitos de Covid-19 corre o risco de passar de 1.000.000 até o primeiro trimestre do ano que vem, quando a vacinação dos adultos deve, enfim, se encerrar (projeção também do economista). Lopes chocou a todos quando previu que a tragédia levaria a “até” um milhão de mortes. Está indo além. Em tempo: o ex-presidente do BC foi o autor da banda diagonal endógena, uma fórmula excêntrica de flutuação do câmbio em um espaço delimitado, que não deu nada certo. Espera-se que sua previsão sobre o número de funéreos seja igualmente diagonal e endógena.
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DEM que não tem II
20/11/2020A equipe econômica está irritadíssima com o forfait que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, está fazendo para aprovação da autonomia do BC. Trata-se de um projeto que está mofando no Congresso há quase duas décadas. E já foi inclusive aprovado pelo Senado. A acusação mais suave é de que Maia só está pensando em 2022.
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Os recados do Fed para o Banco Central
1/09/2020O posicionamento do Federal Reserve (Fed) em relação à fantasia de uma “inflação ótima” emitiu um sinal para o BC de que não há uma política monetária ortodoxa única. Ou seja: a ortodoxia tem também suas subdivisões. A posição do Fed é de que a autoridade monetária deve buscar não somente a queda da taxa de inflação, mas também o pleno emprego, além de suportar uma carestia mais alta se essa variável for uma condicionante para o alcance da meta dupla (o índice dos preços controlado e a taxa de ocupação de mão de obra elevada). Um recado sob medida para o BC de Roberto Campos Neto, que não fala uma vírgula sobre desemprego no seu forward guindance.
Campos Neto está pensando dentro de uma caixinha: meta de inflação mais baixa, juros mais baixos, curva de juros longos represada e o resto entregue a Deus e ao ajuste fiscal. Não é que o conjunto da obra esteja errado. Mas não quer dizer que não haja outra forma de pensar a política monetária. A meta de inflação poderia estar mais alta, na faixa de 4,75%, conforme defende o “pai do sistema de metas”, Sérgio Werlang, ex-diretor do BC. Hoje a meta se encontra em 4%, mas, irá cair para 3,75% no próximo ano, estreitando o espaço para o manejo da política monetária.
Outra lição do Fed: se há meta para inflação, tem de se ter também uma meta explícita para o emprego, e são ambos que devem regular a política da autoridade monetária. Apesar de toda a sofisticação dos modelos econométricos, há muito do “assim é se lhe parece” na política de metas. Um exemplo é o cálculo da inflação que interessa ao sistema de metas. Em agosto, por exemplo, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGPM) voltou a ganhar tração, subindo no mês 2,74%.
Passou a acumular alta de 13,02% em 12 meses e de 9,64% em 2020. O IPCA de agosto ainda não foi divulgado, mas os números conhecidos apontam um índice de 0,36% para o mês de julho, com um acumulado de 2,31% em 12 meses. Em julho de 2019, a taxa havia ficado em 0,19%. Há índice para todos os gostos. Como diria Max Planck, “tudo é relativo”. Não é o caso de se dizer que o BC esteja errado. Mas nada impossibilita que ele siga o exemplo das autoridades monetárias de países centrais. É provável que acerte mais. Afinal, se juros baixos não estimulam investimento em nações desenvolvidas, que venha a pressão pela demanda com pleno emprego e pelo aumento de salários, o que pode ajudar a puxar a inflação e colaborar com o fiscal.

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O case às avessas de Ilan Goldfajn
6/08/2019O ex-presidente do BC Ilan Goldfajn encabeça a lista de palestrantes coroados do seminário “Futuro do Trabalho”. O evento será realizado pelo Massachusetts Intitute of Technology (MIT), no dia 29 de agosto, em São Paulo. A esfinge, ávida leitora de dilemas cognitivos, apresentaria de bate pronto enigma: o que faz Goldfajn palpitando sobre uma categoria que, muito antes do porvir, sofreu seus golpes de foice enquanto autoridade monetária. O ex-presidente do BC sempre digladiou contra a tese de que o banco deveria ter uma dupla meta: a emissão de moeda e a geração do emprego. Com sua política de juros desnecessariamente altos, a taxa de desocupação da mão de obra escorreu como água do balde de roupa suja chamado Brasil.

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O orgulho falou mais alto
4/07/2019O ex-presidente do BC Gustavo Franco voltou atrás em sua desistência em assumir o comando do Conselho do BNDES, decisão antecipada pelo RR na edição de 19 de junho. Franco continua inelegível por diversos fatores, inclusive conflito de interesses. Uma das exigências, contudo, incomoda o pai do Plano Real por ser descabida: a cobrança de pagamentos atrasados à instituição. Franco considerou que abdicar da candidatura antes da burocracia terminar seu serviço faria com que a emenda se tornasse pior do que o soneto. A desistência evidenciaria o medo do resultado das averiguações. Portanto, Franco fica candidato até o fim. Se for o caso, pede para sair depois de tomar posse. Parece bem pensado.

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Paulo Guedes apela aos remédios que sua medicina proíbe
28/06/2019O ministro Paulo Guedes decidiu seguir as lições do mundo e adotar estímulos monetários. Anunciou que aumentará a liquidez do mercado de crédito em R$ 100 bilhões, diminuindo a alíquota do recolhimento compulsório dos depósitos bancários. O próximo passo será a redução da taxa Selic na reunião do Copom, de julho, provavelmente em um ponto percentual – e não haverá BC autônomo que diga o contrário. Boas notícias? Sim e não.
As medidas são favoráveis pela ótica de que, sob severa austeridade fiscal, o caminho dos juros e do crédito é a alternativa restante para propiciar algum refresco na economia. O BC e o Ministério da Economia já trabalham, internamente, com a hipótese de uma recessão neste ano. O BC, que projetava quase 3% de crescimento do PIB, no início do ano, já despencou suas estimativas para 0,8%. No mercado, várias instituições projetam taxas na faixa de 0,5%. Nesse ritmo, cair para – 0,1%, digamos assim, é bastante crível. Detalhe: em todas as previsões sobre o PIB é tida como certa a aprovação da reforma da Previdência.
O relaxamento da liquidez, portanto, é uma receita padrão para a circunstância. Por outro lado, talvez não haja tantos tomadores assim para os recursos disponibilizados ao setor bancário. O principal motivo são os spreads escorchantes da ordem de 19,2 pontos percentuais, que subiram mais de dois pontos percentuais em relação a 2018, mesmo com a taxa básica de juros descendo a ladeira. A projeção da LC Consultores é de que o saldo total de crédito cresça 6,6% em 2019 para um aumento do PIB de 1%. É bom, mas é pouco. Na margem, a redução do compulsório ajuda. Mas o RR mantém a sua aposta de que Paulo Guedes “vai ter de aprovar algum gasto”. Ordens do andar de cima. É o que se diz nas internas.
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Copom cenográfico
18/09/2018A diretoria do BC pode combinar de fazer um piquenique no Lago Sul ou bater uma bola no Brasília Tênis Clube, hoje e amanhã. Nessas datas ocorrerá a reunião do Copom, que o mercado está chamando de “não evento”. Em meio aos folguedos poderiam liberar mais uma fatia dos depósitos compulsórios para mitigar a inadimplência.
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Inflação e desemprego
12/04/2018
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Lembranças de um debate sem fim
22/02/2018Já se dobram os anos, quando em um drink ao cair da tarde, no bar do restaurante Alcaparra no Rio, o então presidente da Susep, Renê Garcia, e o ex-ministro Raphael de Almeira Magalhães travaram um ríspido debate sobre as diferenças entre o FED e o nosso BC ao levar em consideração a taxa de desemprego para implementação da política monetária. Raphael diza que o FED explicitava a taxa de desemprego e lhe dava prioridade em relação aos preços. Garcia argumentava que não era bem assim e que o BC, de certa forma, também levava em consideração o desemprego, só que implícito. Defendia que em determinadas circunstâncias um objetivo poderia se sobrepor ao outro. Henrique Meirelles era presidente do BC. O tempo passou, Raphael de Almeida Magalhães se foi e Renê Garcia continua acalorando debates. O projeto de BC Independente que está sendo elaborado pelo Congresso prevê uma meta para o emprego. Meirelles não gosta da ideia. Hoje, longe e tão perto, os dois amigos concordariam que o relevante é se a medida é pra valer ou para o boi dormir. Nos governos Dilma II e Temer, o BBC tem tratado o emprego como Judas em dia de malhação.