Tag: China
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Destaque
Chineses “caçam” insetos no Brasil para garantir sua segurança alimentar
31/10/2024Destaque
Ponte Salvador-Itaparica é um espinho nas relações entre Brasil e China
10/10/2024Um assunto desagradável deverá tangenciar a visita do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil, no fim de novembro. Trata-se do imbróglio bilateral que cerca a construção da ponte Salvador-Itaparica, um dos maiores projetos de mobilidade urbana do Nordeste. Escalado pelo próprio presidente Lula para equacionar o contencioso, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, pouco ou nada avançou nas tratativas com a China Railway Group e a China Communications Construction Company Limited (CCCC), responsáveis pela obra e pela futura operação da via. Costa chegou a ir a Pequim no último mês de junho.
Como foi, voltou: sem solução para o impasse, que se arrasta há mais de três anos. Em conversas reservadas, as duas companhias chinesas já falam até mesmo em submeter o caso a uma câmara de arbitragem internacional. No governo da Bahia, segundo informações filtradas pelo RR, o movimento é interpretado como jogo de cena, um instrumento de pressão, principalmente sobre o Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA).
Há pouco mais de um mês, com a concordância dos próprios chineses e do governador Jerônimo Rodrigues, o TCE instaurou um processo de Solução Consensual de Controvérsias e Prevenção de Conflitos. De fato, há muito blefe nesse enredo. Faz parte do jogo.
Não são 12,4 km de concreto – a distância projetada para a ponte Salvador-Itaparica – que vão congestionar as excelentes relações entre o Brasil e a China, seu maior parceiro comercial. Ainda assim, o ideal é que esse espinho fosse retirado antes do encontro entre Lula e Xi Jinping. Seria bom para todo mundo. Originalmente, o custo do empreendimento foi fixado em R$ 6 bilhões, valor a ser desembolsado por meio da Parceria Público-Privada firmada entre o estado, a China Railway e a CCCC.
No entanto, após a pandemia, as duas companhias passaram a subir o sarrafo sucessivamente. Sob a alegação de que os estudos técnicos do governo baiano continham inconsistências e o preço das matérias-primas subiram, a dupla passou a estimar a obra em R$ 9 bilhões. Depois, mais um reajuste: para a casa dos R$ 12 bilhões. Agora, o que se diz é que a conta colocada sobre à mesa já beira os R$ 14 bilhões.
No entorno do governador Jerônimo Rodrigues, há alguns mais exaltados que chegam até a insinuar que os chineses estariam elevando artificialmente o orçamento para forçar o estado a entrar com mais recursos e, assim, obter vantagens indevidas. Definitivamente, não é um assunto para ser tratado com o fígado.
De acordo com uma fonte do governo da Bahia, Rodrigues chegou a consultar a Procuradoria Geral do Estado sobre a possibilidade de cancelar a licitação, mas foi aconselhado a recuar. Por falar em governador da Bahia, Rui Costa tem um duplo papel nesse script. O agora ministro da Casa Civil tenta buscar uma solução para um problema que nasce na sua gestão. Antecessor de Jerônimo Rodrigues, Costa foi o governador que licitou a concessão da ponte Salvador-Itaparica, em 2019.
Política externa
Brasil negocia um “bem-bolado” para retomar venda de frangos para a China
16/08/2024O governo brasileiro apresentou à China uma proposta intermediária para a retomada das exportações de frango do Rio Grande do Sul para o país asiático. A ideia é criar um perímetro em torno de Anta Gorda – no mês passado, foi registrado um foco da doença de Newcastle em um aviário da cidade. O bloqueio ficaria restrito a uma área delimitada. O Ministério da Agricultura teria, inclusive, sugerido aos chineses o envio ao Brasil de auditores da Administração-Geral de Alfândegas, órgão aduaneiro e responsável pela habilitação de frigoríficos internacionais, para uma inspeção in loco das unidades de abate na região de Anta Gorda. Seria uma forma de destravar as exportações de frango de outras regiões do Rio Grande do Sul para a China, não penalizando todos os avicultores do estado. Desde o mês passado, quando da descoberta do foco da doença de Newcastle, o país asiático suspendeu as compras do produto no Brasil. Conforme o RR antecipou, há cerca de duas semanas, o governo chinês comprometeu-se a liberar as importações de frango, mas sinalizou ao Ministério da Agricultura a disposição de estender o embargo ao Rio Grande do Sul por mais tempo.
Destaque
Brasil esbarra em uma “muralha chinesa” para chegar ao Pacífico
14/08/2024O projeto do governo Lula de criar cinco rotas de integração e comércio na América do Sul, sob a batuta da ministra do Planejamento, Simone Tebet, corre o risco de ficar sem um de seus principais, se não o principal pilar: a abertura de uma saída logística para a Ásia pelo Pacífico.
Segundo informações que circulam em Brasília, as tratativas com as autoridades peruanas para o acesso brasileiro ao megaporto de Chancay, com inauguração prevista para novembro, estão esbarrando em uma muralha chinesa.
No último mês de maio, o Congresso peruano alterou a Lei do Sistema Portuário. Com a nova regra, todos os proprietários de portos privados de uso público passaram a ter direito de “exclusividade automática” no uso da instalação.
O timing da mudança não poderia ser mais conveniente para a chinesa Cosco Shipping Ports, responsável pelo projeto do Porto de Chancay. O grupo, um dos maiores operadores portuários do mundo, terá a prerrogativa de usar 100% do terminal, sem a obrigatoriedade de abri-lo para terceiros. Ou seja: a Cosco poderá determinar que empresas e cargas terão acesso ao porto.
E, nesse caso, Pequim usará de todo o seu poder de influência no Peru, que pode ser medido pelas volumosas cifras, seja em investimentos diretos em logística, mineração, infraestrutura, energia etc, seja na balança comercial, como responsável por um terço das exportações do país sul-americano. É um soft power nem tão soft assim.
O governo brasileiro recebeu informações de que a Cosco já tem diversos contratos amarrados com grandes grupos chineses que atuam no Peru, notadamente da área de mineração. Nos últimos dez anos, a China investiu mais de US$ 15 bilhões em extração de minérios no país sul-americano. Ao que tudo leva a crer, Chancay será uma “República Portuária da China” em território peruano, com espaço reduzido para cargas de “terceiros”, caso do Brasil.
Não foi por outro motivo que a Cosco e um consórcio de bancos chineses liderados pelo Bank of China e pelo China Minsheng Banking Corp. desembolsaram mais de US$ 3,5 bilhões no empreendimento.
O cenário atual contrasta com o discurso otimista de Simone Tebet em março deste ano, quando visitou as obras do Porto de Chancay no Peru. O complexo portuário integra a chamada Rota 3 de integração da América do Sul, entre as cinco traçadas pelo governo brasileiro. Ela envolve os estados do Acre e Rondônia, o norte do Mato Grosso do Sul, além de Bolívia e Peru.
A dificuldade de acesso ao porto peruano desponta, desde já, como um fator de frustração para dois setores da economia brasileira em específico, o agronegócio e a mineração. Não quer dizer que as cargas brasileiras serão banidas de Chancay. No entanto, a prioridade será dos chineses, em função de seus negócios não apenas no Peru, mas em outros países da região.
No Chile, por exemplo, Pequim também tem investido pesado em mineração, notadamente de metais estratégicos para transição energética, como cobre e lítio. É dinheiro na veia para irrigar os interesses geopolíticos e econômicos dos chineses no continente. Mesmo com a ascendência natural do Brasil sobre a vizinhança sul-americana, é complicado competir com Pequim.
Agronegócio
Canaviais brasileiros entram no radar da China
27/06/2024Energia
Brasil é o sol da Shangai FengLing na América Latina
2/05/2024Informação que circula na linha direta entre o Itamaraty e canais diplomáticos da China no Brasil: a Shanghai FengLing Renewables planeja instalar uma fábrica de equipamentos para energia solar no país. A unidade teria um importante papel geoeconômico: atenderia não apenas a demanda interna, mas a outros países da América Latina. Algo similar ao projeto de dois bilhões de euros que a Shanghai FengLing está desenvolvendo na Sérvia, com o intuito de criar um hub de exportação para mercados europeus.
Brasil e China
Uma agenda “diplomática” sob a batuta do Instituto Lula
9/04/2024Ideia que circula no Instituto Lula: transmitir ao vivo uma apresentação conjunta, feita de forma remota, de autoridades do Brasil e da China no seminário sobre os 50 anos das relações diplomáticas e comerciais entre os dois países, que será realizado pelo think tank no dia 23 de abril, no Hotel Pestana, em São Paulo. Se confirmado, Lula estaria criando uma nova forma de diplomacia: conduzindo relacionamentos internacionais de maneira informal por meio da sua fundação.
Empresa
Oakberry leva à China o sabor do açaí brasileiro
11/03/2024O açaí brasileiro está chegando à China. A Oakberry vai abrir neste ano sua primeira loja em Pequim. O copo transborda projetos para a Ásia: a meta é ter 20 pontos de venda na China e no Japão nos primeiros 12 meses. É mais um movimento que faz da Oakberry uma das marcas brasileiras mais internacionais: a companhia já está em 45 países. Dinheiro para a expansão não é problema: no fim do ano, a empresa levantou R$ 325 milhões em uma capitalização liderada por fundos do BTG. Procurada pelo RR, a Oakberry não se pronunciou.
Institucional
Os sucessivos avanços militares da China na América do Sul
20/02/2024Não é à toa que as Forças Armadas brasileiras discutem com os americanos a instalação de uma base militar ampliada. Fala-se pouco por estas bandas, mas o RR passou próximo da base chinesa, uma instalação de concreto branca, no formato de domo de cabeça para baixo, em Neuqen, na Patagônia. Parece até surreal essa geopolítica sino-portenha. Os argentinos cedem a terra e as condições para a construção bélica em troca da liberação da pesca de baleias, praticamente um monopólio.
Os argentinos – e os chineses, é claro – dizem que a instalação não é uma base militar, mas de investigação. Porém o espaço é inteiramente ocupado por soldados. Os portenhos, dizem abertamente que se trata de uma base militar chinesa. Seja o que for, é curiosa a permissão para uma edificação de grande porte ocupada pela soldadania em troca da liberação da pesca de orcas. Se bem que a necessidade de dólares poderia explicar em parte. A ver o que Javier Milei vai fazer com essa estratégica e peculiar cooperação. A voz comum é que o projeto andará para trás, assim como a intenção chinesa de construir uma base naval na Argentina. A maioria das especulações que provêm da difícil conjuntura dos “hermanos” parecem carecer de um senso de realidade.
Negócios
JBS faz um upgrade no Sul e exportações para a China devem crescer
17/01/2024Cerca de dois meses depois de comprar o abatedouro de suínos da Cooperativa Languiru, em Westfália, no Rio Grande do Sul, por cerca de R$ 80 milhões, a JBS conseguiu incluir a unidade na inspeção que a Administração Geral de Alfândegas da China começou essa semana a fazer em 28 frigoríficos brasileiros, por 15 dias. O objetivo é habilitar outros fornecedores para exportação de carnes bovina e suína para aquele país.
A unidade gaúcha é operada pela Seara e os investimentos que serão feitos nela, neste semestre, elevarão o abate para 3,4 mil animais por dia, em dois turnos. Hoje, o volume é menos da metade disso. Os chineses vão avaliar outras oito unidades da Seara no Brasil.
Inovação
À exceção da China, asiáticos andaram sumidos do Brasil em 2023
16/01/2024À exceção da China (7%), salta aos olhos o perfil dos pedidos de proteção de patentes registrados no Brasil no ano passado. Países com reconhecido avanço tecnológico na Ásia, como Japão e Coreia do Sul, não estão em destaque no relatório que o INPI entregou ao ministro Geraldo Alckmin. Os Estados Unidos estão na ponta (30%), vindo a seguir o Brasil (20%), a China e a Alemanha (6%). O jejum asiático é mais fácil de se entender. Nosso país não é conhecido por ser um ferrenho cumpridor de regras, previsível e com uma burocracia eficiente.
Mas e o Brasil? É enrolado entender a sua posição tão elevada no ranking, tendo em vista o que surge de inovações e outras iniciativas para o aumento da produtividade. Talvez no bolo esteja o intento de só proteger o direito sobre marcas e patentes, e não de levar à frente os projetos.
Infraestrutura
A ponte bilionária da Bahia tem semana decisiva
10/01/2024A semana começa com expectativa em torno da construção da Ponte Salvador-Itaparica. O governo da Bahia anunciou para esse período o início da sondagem marítima, que vai confirmar a geologia do terreno, trabalho fundamental para definir a profundidade dos pilares. Não se tem notícias sobre a chegada dos navios especializados no trabalho, vindos da China. Somente esse procedimento está avaliado em R$ 160 milhões.
O investimento previsto na obra, que era de R$ 7,7 bilhões em novembro de 2020, já saltou para cerca de R$ 10 bilhões, sem que tenha sido assinado ainda o aditivo dessa elevação, entre a Secretaria de Infraestrutura da Bahia e o consórcio formado pelas empresas CCCC (China Communications Construction Company) e CRCC/CR20 (China Railway 20 Bureau Group Corporation). A ajuda de Lula e do BNDES parecem ser cruciais nesse momento de incertezas.
Infraestrutura
Conglomerado chinês quer investir nas rodovias brasileiras
11/12/2023Informação que corre no Ministério dos Transportes: a China Energy Engineering Corporation (CEEC) vai debutar nos leilões de concessão rodoviária no Brasil em 2024. Segundo o RR apurou, os chineses estão submersos nos números da BR-153 e da BR-262, que figuram entre as maiores licitações do setor programadas para o próximo ano. O governo pretende leiloar as duas rodovias em um único bloco, com investimentos previstos da ordem de R$ 5,7 bilhões. A CEEC é um dos maiores conglomerados da área de construção pesada da China. Tem também um importante braço no setor de energia, braço este já esticado até o Brasil. Em maio, o grupo estatal assinou um acordo com o governo para investir até US$ 10 bilhões em geração renovável no país.
Siderurgia
Os lobbies e contra-lobbies na cadeia do aço
7/12/2023Enquanto as grandes siderúrgicas nacionais cobram mais restrições ao produto importado, outros elos da cadeia do aço se movimentam na mão contrária. A indústria de processamento de aço do Rio de Janeiro tem feito gestões junto ao governo Claudio Castro pela liberação da entrada no estado de insumos e matérias-primas da China. Não está sozinha. Há um projeto de lei já em tramitação na Assembleia Legislativa (Alerj), de autoria do deputado Rosenverg Reis, que propõe mudanças na Lei Estadual º 8.960/2020. A legislação local veda a entrada no Rio de aço com similar nacional.
Agronegócio
Fávaro vai in loco buscar recursos na China
4/12/2023O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, está articulando uma viagem à China no início de 2024. Fávaro quer voltar de lá com um acordo assinado para investimentos na recuperação e conversão de pastagens em áreas plantáveis. Há ironias no Ministério que Fávaro é capaz de ir a China e ficar por lá mesmo. Aqui seu cargo seria entregue a algum outro postulante do Centrão com uma moeda de troca mais valiosa.
Infraestrutura
Renan Filho quer vender ferrovias brasileiras na China
23/11/2023O ministro dos Transportes, Renan Filho, está costurando uma viagem à China no início de 2024. O objetivo é “vender” alguns dos principais projetos da sua área incluídos no Novo PAC. Um dos alvos de Renan é a China Railway. A estatal chinesa é vista no governo como uma potencial candidata a tocar um dos maiores empreendimentos ferroviários do país: a construção da Fico (Ferrovia de Integração Centro Oeste). O governo estuda licitar o projeto no mesmo pacote da concessão do trecho 3 da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste Leste). Nesse caso, o investimento somado chegaria a R$ 15 bilhões.
Agronegócio
China vai irrigar as lavouras de Goiás
14/11/2023Uma comitiva enviada pelo ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Han Changfu, é aguardada em Goiás na primeira semana de dezembro. Em pauta, um grande projeto de manejo sustentável de lavouras e recuperação de terras para plantio com recursos do governo chinês. Trata-se do primeiro fruto da recente viagem do governador Ronaldo Caiado a Pequim.
Mineração
Enquanto o Brasil boia no minério, a China nada em um oceano de terras raras
9/11/2023Essa fixação por valuation está transformando o valor estratégico futuro em uma sanha por dividendos no presente que pode tirar a empresa de mercados promissores no porvir. É o caso das terras raras, vendidas por uma grana para o Japão, o maior comprador do mundo e carente dos minerais. O país, inclusive, é boicotado pela China, detentora da maior reserva planetária de terras raras. São dois bicudos que não dão uma bitoca nem por muitos bilhões de dólares. Mas deixemos os ricos de lado. Vamos ao Brasil, que joga dinheiro fora obsessivamente. Quem é mais velho se lembra de uma história corrente no Departamento Nacional da Produção Mineral, nos anos 60, que relatava, com tom de blague, a pirataria dos estrangeiros com as terras raras brasileiras. Pouco antes de meados do século passado, os navios paravam no Porto do Espírito Santo, despejavam suas mercadorias e enchiam o barco com o mineral como lastro. Levavam de graça uma riqueza cujo valor estava escrito há quase 100 anos. O que encarecia, à época, as terras raras era a monazita, usada por idosos para passar no corpo e reduzir as dores de artrite. As terras raras são compostas de minérios como lítio, cobalto, tório, ítrio, césio etc. Em tempos de transição energética, são insumos valiosos para a produção de baterias, chips, dispositivos eletrônicos, fabricação de laser etc.
O tempo passou, e o Brasil não aprendeu. Não prospectou, perdeu o segundo lugar no ranking das terras raras para o Vietnã e assiste, como informa hoje o Brazil Journal, a uma companhia brasileira tentar um “Ipozinho, de US$ 50 milhões, na bolsa de valores australiana. Trata-se da Brazilian Rare Warth, que acaba de fazer um IPO das suas maquetes (o caixa da companhia é de US$ 10 milhões) – fisicamente, não existe nada. Não se sabe muito bem se os recursos minerais são inferidos, indicados ou medidos. No Brasil, há registro de quatro empresas que estão buscando o minério em estágio pré-operacional no Brasil. Além Brazilian Rare, outros exemplos são a Meteoric Resource e a Serra Verde.
Esses quase 100 anos de tempo perdido foram resgatados, sem êxito, no governo Dilma, pelo então ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. O economista chamou no Ministério 17 empresas habilitadas para a exploração de terras raras em associação com a Vale. Reza a lenda que a reunião foi boa. Já a joint venture e os financiamentos do BNDES, prometidos à época, ninguém viu, nem nos governos de Dilma, Michel Temer, Jair Bolsonaro e Lula III. Fala-se à boca pequena que a Vale voltou a estudar o investimento na extração de fosfato. Na verdade, não se sabe muito bem o que a empresa vai explorar: se fosfato ou terras raras, que é um minério associado em grande escala ao insumo para fertilizantes – 60% dos fosfatados consumidos no Brasil são importados.
Energia limpa
Gigante chinês da energia solar a caminho do Brasil
26/10/2023Agronegócio
Brasil e China semeiam acordo bilateral para produção e exportação de milho
24/10/2023A estratégia da China de fazer do Brasil o seu grande supridor de alimentos agrícolas vai avançar mais alguns hectares. Os dois países negociam um acordo com o objetivo de aumentar a área de plantio de milho em terras brasileiras e consequentemente as exportações do cereal. As tratativas, conduzidas pelo Ministério da Agricultura, envolvem investimentos chineses em manejo sustentável de lavouras e pesquisas em agrociência, que poderão ser realizadas em conjunto com a Embrapa.
De acordo com a mesma fonte, companhias da China deverão participar do projeto. É o caso da Ningxia Eppen Biotech, uma das maiores empresas locais de agrobiotecnologia. Um importante passo para a parceria será dado nesta semana. O RR apurou que uma comitiva com quatro emissários do governo chinês e representantes de empresas do país asiático está no Brasil para reuniões e visitas técnicas. Hoje, o grupo terá uma agenda em Goiás.
O milho é a semente de um projeto ainda maior, que começou a ser cultivado em abril, quando da visita de Lula a Xi Jinping, em Pequim. Os chineses já sinalizaram o interesse em investir na conversão de grandes extensões de pastagens brasileiras em áreas de plantio de grãos, mediante a garantia de fornecimento de parte da produção. Trata-se de um movimento bastante engenhoso de Pequim em seu projeto de ocupação de espaços no agronegócio brasileiro.
A China não vai se limitar à importação do produto final. O país está literalmente comprando o Brasil na raiz, colocando dinheiro em agrociência, no manejo de terras e na expansão das lavouras, de onde sairão alimentos para a população chinesa.
A China tem fome de Brasil e o milho representa bem esse apetite comercial. Que o diga a balança comercial. Apenas um ano após o início dos embarques, a China já é o maior importador de milho do Brasil, deixando para trás “clientes” que há anos ocupavam as primeiras posições do ranking, como Japão, Vietnã e Coreia do Sul. Neste ano, os chineses deverão comprar algo em torno de sete milhões de toneladas do cereal. Com isso, o Brasil passou a ocupar um lugar privilegiado, deslocando países como Estados Unidos e Ucrânia, que, até o ano passado, lideravam o fornecimento de milho para o país asiático.
Tributação
Governo estuda um sarrafo intermediário para taxação do aço chinês
20/10/2023Nem tanto ao céu, nem tanto à terra. O governo estuda uma saída intermediária para a pressão do setor siderúrgico contra o aço chinês. As discussões no Ministério da Indústria e Comércio, comandado pelo vice Geraldo Alckmin, passam pelo aumento da taxa de importação dos atuais 9,6% para algo em torno de 15%. No mês passado, a direção do Instituto Aço Brasil levou ao próprio Alckmin a proposta de elevação da alíquota para 25%. No entendimento do governo, trata-se de um sarrafo alto demais. O receio é que uma elevação tão expressiva das barreiras alfandegárias provoque uma reação do governo chinês, em um cenário mais danoso até mesmo com retaliações comerciais.
Indústria
Gigante chinês estuda produzir máquinas agrícolas em Goiás
17/10/2023A Xinjiang Boshiran Intelligent Agricultural Machinery, maior produtora de colheitadeiras de algodão da China, tem mantido conversações com assessores do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Em pauta, a instalação de uma fábrica no estado, que atenderia não apenas ao Brasil, mas também ao Peru e à Argentina. No ano passado, a Xinjiang Boshiran asiática fez uma temporada de testes com suas máquinas em lavouras de algodão no Mato Grosso. Na ocasião, a companhia também chegou a conversar com autoridades locais sobre a possibilidade de produzir no estado. No entanto, as conversas não avançaram.
Agronegócio
Fumo ganha mais peso nas relações comerciais entre Brasil e China
3/10/2023O Brasil negocia um acordo com a China para aumentar as exportações de fumo a partir de 2024. As tratativas se dão no âmbito do protocolo bilateral de comércio entre os dois países. Segundo informações filtradas do Ministério da Agricultura, nas últimas três semanas técnicos do governo chinês conduziram uma inspeção das lavouras brasileiras, notadamente no Rio Grande do Sul, que responde por pouco mais da metade da safra brasileira de tabaco. A partir da auditoria, a China deverá habilitar novos produtores. No ano passado, as exportações de fumo para o país asiático totalizaram 62 mil toneladas (ou cerca de US$ 400 milhões), 19% a mais do que em 2021. Na Pasta da Agricultura, a estimativa é de um aumento médio de 30% nos próximos dois anos, o que colocará o Brasil em condições de tirar o lugar do Zimbábue, hoje o maior vendedor de tabaco para os chineses.
O acordo, ressalte-se, não mexe apenas com a balança comercial brasileira. O aumento das vendas para a China pode ter um impacto razoável no mercado interno, com a alta dos preços cobrados pelos agricultores aos dois grandes compradores de fumo no país: a Philip Morris e, sobretudo, a BAT Brasil. Neste ano, os produtores conseguiram, a duras penas, arrancar um reajuste de 6,5% à mesa de negociações com os dois fabricantes. No setor, há projeções de que esse índice pode chegar perto dos 10%, puxado pela maior demanda por parte da China.
Empresa
A China está elétrica: Leapmotor é mais uma montadora a caminho do Brasil
4/09/2023Depois da Great Wall Motors e da BYD, mais uma fabricante de carros elétricos chinesa prepara o terreno para entrar no Brasil: a Leapmotor, sediada na cidade de Hangzhou. Segundo o RR apurou, a própria Embaixada da China em Brasília fez chegar ao vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, o projeto da montadora de ter uma fábrica no país. A partida se daria com a produção de um modelo mais popular, possivelmente o T03, comercializado na China ao valor correspondente a US$ 13 mil. Trata-se de um dos quatro modelos movidos a energia produzidos pela companhia.
Fundada em 2015, a Leapmotor recebeu US$ 1,8 bilhão em aportes de 20 investidores chineses e fundos internacionais. Em setembro do ano passado, levantou US$ 800 milhões com o seu IPO na bolsa de Hong Kong
Empresa
Minerva Foods constrói uma ponte Uruguai-China
25/08/2023A Minerva Foods vive um momento de contrastes no Mercosul. Se, por um lado, estuda paralisar uma fábrica em Rosário, na Argentina, por outro já trabalha no projeto de expansão do frigorífico uruguaio Breeders and Packers, comprado em janeiro. A capacidade de abate deverá subir de 1,2 mil para quase dois mil animais por dia. A empresa foi adquirida por US$ 40 milhões, mas pode valer muito mais caso o Uruguai avance nas tratativas para um acordo bilateral com a China. Seria uma cabeça de ponte perfeita para o Minerva. Ressalte-se que 85% da produção da Breeders são exportados, a maior parte para o país asiático. Procurada pelo RR, a Minerva não se pronunciou.
Empresa
Intelbras expande seus negócios para a América Latina
24/08/2023A Intelbras vai romper as fronteiras do Brasil. O RR apurou que a empresa trabalha em um plano de investimentos no exterior. Ao menos em um primeiro momento, a ideia é expandir as operações na América Latina, com produção própria em outros países. O principal foco é a área de equipamentos de segurança, setor que responde por 58% do faturamento total da companhia. Em contato com o RR, a Intelbras confirmou “os planos de internacionalização, de forma gradual e estruturada, buscando participação na América Latina de nossas linhas de negócio.”
A América Latina é logo ali do lado. Mas a Intelbras tem tudo para ir mais longe. Um caminho natural é a China, onde a empresa tem uma representação há 20 anos. Trata-se de um dos maiores centros de inovação da companhia: são 60 colaboradores envolvidos em atividades de pesquisa e desenvolvimento. Sobre a possibilidade de produzir equipamentos na China, a Intelbras diz que sua estrutura no país asiático “se mantém de acordo com as necessidades dos negócios, sem alteração da forma de trabalho existente atualmente.”
No ano passado, a Intelbras anunciou investimentos de R$ 300 milhões na expansão do parque fabril e em uma nova linha de equipamentos 5G. Também tem aumentado a produção de painéis solares – o faturamento no setor de energia rompeu a barreira de R$ 1 bilhão no ano passado.
Empresa
China entra no mapa da transição energética da WEG
8/08/2023A WEG avança a passos largos na transição energética – tanto no Brasil quando no exterior. A empresa pretende produzir equipamentos de energia solar na China, onde já tem quatro parques fabris. O projeto, ainda guardado a sete chaves, prevê a possibilidade de parceria com um fabricante local. O segmento de energia limpa está no topo das prioridades da WEG, uma das empresas que mais investe em inovação no Brasil. Dentro da companhia, contabilizando-se as unidades no exterior, há uma tropa de mais de quatro mil engenheiros craneando novas soluções em transição energética. São 32 centros de pesquisa e desenvolvimento em todo o mundo, 21 deles no exterior. A WEG já produz instalações fotovoltaicas no Brasil, com foco no segmento residencial e comercial. Os negócios de geração, transmissão e distribuição de energia já respondem por quase 40% do faturamento global do grupo, que, neste ano, deve romper a barreira dos R$ 30 bilhões. Consultada, a empresa não se manifestou.
Energia
Chineses miram participação da Cemig na Taesa
4/08/2023A China Southern Power Grid International (CSG) estaria em conversações com a Cemig para comprar sua participação na Taesa, uma das maiores holdings de transmissão do Brasil. Tomando-se como base apenas o valor de mercado da companhia, a fatia da estatal mineira gira em torno de R$ 4,6 bilhões. A negociação faria da CSG a principal acionista da Taesa, com 36,7%. Há um detalhe importante, talvez mais do que uma simples coincidência: o grupo chinês é um velho conhecido da colombiana ISA, segundo maior acionista da empresa de transmissão, com 26%. Ambos são sócios em uma operação no Chile. Procuradas pelo RR, Cemig e CSG não se pronunciaram
Política externa
O mar não está para peixe nas relações entre Brasil e China
27/07/2023Há uma pauta cheia de escamas nas relações comerciais entre Brasil e China. Nas últimas semanas, as autoridades sanitárias chinesas passaram a fazer testes mais rigorosos e a impor novas exigências para os pescados importados de produtores brasileiros. O Ministério da Agricultura acompanha o caso com razoável dose de preocupação. Existe um receio de que o governo chinês, guardadas as devidas proporções, esteja repetindo uma tática usualmente adotada para pressionar os preços da carne bovina brasileira: criar dificuldades de ordem fitossanitária, incluindo embargos temporários às importações. Não seria a primeira vez. Em setembro de 2020, por exemplo, a China suspendeu as compras da empresa Monteiro Indústria de Pescados Ltda por uma semana, depois que um pacote de peixe congelado testou positivo para o coronavírus.
- O Brasil ainda é um peixinho miúdo no mercado global da psicultura. Mas o setor tem feito crescentes investimentos, muitos deles com apoio do governo, leia-se Embrapa, para aumentar sua inserção nesse oceano global. No ano passado, as exportações chegaram a US$ 24 milhões, recorde histórico. A China representa apenas 10% desse total. Porém, o temor na Pasta da Agricultura e entre as empresas do setor é que eventuais embargos aos pescados brasileiros provoquem um efeito-dominó levando outros países a adotarem o mesmo procedimento. As atenções se concentram, sobretudo, nos Estados Unidos, que absorvem mais de 70% das exportações brasileiras.
Política externa
Brasil e China semeiam uma nova parceria no agronegócio
26/07/2023O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, vem mantendo conversações com o governo chinês para uma parceria na produção de sementes no Brasil. As tratativas se dão no âmbito dos acordos firmados entre os dois países para investimentos conjuntos no agronegócio. O apoio de Pequim poderia se consumar, por exemplo, por meio da LongPing Hitech, uma das maiores produtoras de sementes do mundo. O grupo chinês, que, em 2017 pagou US$ 1 bilhão pelo braço de agroscience da Dow no Brasil, já é um dos grandes players do setor no país. Nos últimos dez anos, o volume total de sementes de soja, milho, algodão, trigo, arroz e feijão saltou de 1,7 milhão para quatro milhões de toneladas por safra. Há estimativas que esse número chegue a seis milhões de toneladas em três anos.
Destaque
Governo Lula quer retomar fabricação de chips. Só não sabe como
26/07/2023A China está gastando mais de US$ 140 bilhões para ser autossuficiente em semicondutores. A União Europeia lançou um programa de investimentos de 43 bilhões de euros para dobrar sua produção de chips até 2030. Enquanto isso, no Brasil… o governo Lula quebra a cabeça em busca de uma saída para o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), fabricante de semicondutores localizada no Rio Grande do Sul. A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos (PC do B), defende a retomada das atividades da Ceitec. Com base em estudos da área técnica da Pasta, prega ainda um upgrade da empresa. Por upgrade entenda-se o desenvolvimento de uma tecnologia mais avançada para a produção de chips de 350 a 180 nanômetros, segmento que atende a um mercado consumidor maior. A estatal foi concebida originalmente para fabricar insumos de 600 a 350 nanômetros. Quanto menor a medida, maior a capacidade de processamento. A mudança exigiria um investimento significativo para a modernização da planta. Um exemplo: os atuais equipamentos da Ceitec não permitem a filtragem de partículas das tecnologias de 350 a 180 nanômetros.
A questão é: de onde virá o dinheiro para a conversão da fábrica da Ceitec se não há orçamento previsto sequer para a retomada das atividades da estatal? Esse é um ponto central das discussões travadas dentro da comissão interministerial criado com o objetivo de estudar soluções para a estatal. Esse grupo de trabalho tem até o dia 14 de agosto para apresentar um relatório. Mas as conversas comumente esbarram nas cifras. Estima-se que a empresa precise de algo em torno de R$ 1 bilhão para se tornar um centro de produção competitivo – praticamente o mesmo valor que recebeu entre 2008 e 2020, quando o governo Bolsonaro freou os aportes e incluiu a empresa no programa de privatizações. A estatal, ressalte-se, é historicamente deficitária. Seu primeiro lucro foi registrado apenas em 2021 – R$ 1,7 milhão, resultante em sua maior parte devido aos cortes draconianos que Bolsonaro fez no seu orçamento. Seu recorde de faturamento foi registrado em 2019 – R$ 155 milhões.
O Brasil, diga-se de passagem, simplesmente não fabrica semicondutores avançados. Existem 11 empresas produzindo chips, mas todas concentradas no chamada backend, que é algo parecido com as “maquilas” ou montadoras – que fazem teste, afinamento e corte de componentes e não livram o país de uma dependência quase absoluta das importações. O país não atua no frontend, etapa que compreende a fabricação do componente. Como há um déficit global de chips, o Brasil fica refém da escassez global dos semicondutores. Recentemente, a Volkswagen anunciou que ia parar suas fábricas no país por falta de chips.
Segundo informação apurada pelo RR, dentro do grupo interministerial, uma das propostas discutidas para aumentar a receita da Ceitec é ampliar seu escopo de atuação. Uma das ideias é entrar no desenvolvimento de tecnologias e equipamentos para a médica. Não é necessariamente um segmento estranho para a Ceitec. A empresa desenvolveu projetos de7 pesquisa no setor de saúde, para a detecção precoce de câncer.
Outra hipótese sobre a mesa é buscar parcerias internacionais para financiar o “grande salto” da Ceitec. Pelas circunstâncias, o caminho mais óbvio é a China. Em abril, os presidentes Lula e Xi Jinping assinaram um acordo de cooperação para pesquisas e transferência de tecnologia na área de semicondutores. Na ocasião, em entrevista à Reuters, Celso Amorim, principal assessor de política externa do governo Lula, disse textualmente que o Brasil não se oporia “à instalação de uma fábrica chinesa de chips em solo nacional”. Talvez ela já exista e fique no Rio Grande do Sul.
De toda a forma, a retomada da Ceitec é um trabalho hercúleo. Nos dois últimos anos do governo Bolsonaro, a estatal perdeu mais de 90% dos seus projetistas de chips – exatamente a alma do negócio. Projetos e pesquisas foram suspensos por falta de verbas
Infraestrutura
Mato Grosso vai vender suas ferrovias na China
17/07/2023O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, pretende viajar a China até setembro. O objetivo é realizar um road show do programa de concessões ferroviárias no estado, que engloba um pacote de investimentos da ordem de R$ 15 bilhões. O principal alvo é a China Railway. A empresa, ressalte-se, é um osso duro de roer. Já analisou uma série de projetos ferroviários no Brasil, sempre impondo condicionalidades para investir. Em 2016, chegou a assinar um memorando de entendimentos com o próprio governo do Mato Grosso para a construção da Fico (Ferrovia de Integração Centro-Oeste). Mas pulou fora por falta de garantias.
Destaque
Receita investiga suspeitas de fraude fiscal na importação de produtos têxteis
4/07/2023A Receita Federal está puxando o fio de um esquema milionário de evasão fiscal na área têxtil. As investigações, segundo a fonte do RR, apontam para a existência de uma suposta operação triangular com o objetivo de ludibriar o Fisco. Indústrias têxteis e confecções brasileiras estariam importando matéria-prima da China por meio de empresas de fachada com endereços no Paraguai. No país vizinho, as peças ganhariam nota fiscal fria e etiqueta, como se tivessem sido fabricadas localmente. Na última etapa, as mercadorias entrariam no Brasil beneficiadas pelas tarifas reduzidas de exportação do Mercosul, valendo-se do fato de serem “fabricadas” no Paraguai. Sob o guarda-chuva dos acordos tarifários do Mercosul, alguns produtos são isentos de tributação. Já as importações de têxteis provenientes da China pagam uma sobretaxa de 35%. Consultado pelo RR, a Receita Federal informou que “vem aperfeiçoando as suas ferramentas de combate às fraudes aduaneiras e que não comenta sobre possíveis fiscalizações em andamento.”
Algumas circunstâncias têm aumentado a complexidade do trabalho de fiscalização da Receita nessa área. Nos últimos anos, houve um boom na indústria têxtil paraguaia por conta de benefícios fiscais, a começar pela chamada “Lei da Maquila”. Com isso, as importações brasileiras oriundas do país vizinho aumentaram significativamente, o que torna ainda mais difícil separar o joio do trigo. São grandes volumes de encomendas, o que permite aos importadores ocultar peças chinesas em meio a remessas de produtos efetivamente fabricados no Paraguai. Nos últimos dois anos, ressalte-se, a participação de roupas e insumos têxteis no total de exportações paraguaias para o Brasil subiu de 45% para quase 60%. Por debaixo desses panos, tem muito fio solto.
Empresa
Marcopolo quer internacionalizar produção de ônibus elétricos
14/06/2023A Marcopolo trabalha em um projeto para produção de ônibus elétricos no exterior. O alvo prioritário é a China, onde a empresa já tem uma fábrica. Segundo informações apuradas pelo RR, a investida poderia se dar em parceria com a chinesa BYD, uma das maiores fabricantes de veículos movidos a energia elétrica do mundo. O passo seguinte seria o México, onde a Marcopolo também tem um complexo industrial. A operação mexicana funcionaria como cabeça de ponte para a venda de ônibus elétricos nos Estados Unidos. Por ora, a atuação da empresa no segmento está restrita ao Brasil: a meta da Marcopolo é entregar aproximadamente 130 veículos dessa categoria no mercado interno. Procurada, a empresa não se manifestou.
Destaque
Governo negocia acordo com a China para reduzir déficit de estocagem de grãos do Brasil
24/05/2023Cofco e Sinograin, dois gigantes do agronegócio chinês, sinalizaram o interesse de intensificar investimentos na ampliação da estrutura de armazenagem de grãos no Brasil. As tratativas envolvem tanto a construção de estruturas próprias de estocagem como uma parceria para a reforma e gestão de armazéns da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), subordinada à própria Pasta da Agricultura. Mais de 20 unidades armazenadoras da estatal estão fechadas por falta de investimentos. O governo Bolsonaro chegou a ensaiar um processo de venda dessas instalações, mas o projeto não andou. A notória escassez de estruturas de estocagem é um dos mais graves problemas do agronegócio brasileiro. Somente no Mato Grosso, o déficit de armazenagem equivale à metade de toda a safra do estado: são mais de 40 milhões de toneladas de grãos sem teto. Só para não variar, o cobertor dos recursos públicos é curtíssimo. Do Plano Safra 2023-2024, que totaliza mais de R$ 340 bilhões, apenas R$ 5 bilhões, ou algo como 1,5%, estão reservados para financiar a construção de silos e armazéns.
Por ora, os investimentos da Cofco e da Sinograin estão na categoria das intenções. Trata-se de uma operação que depende de um acordo entre os governos do Brasil e da China, a partir de uma semente plantada durante a recente passagem de Lula por Pequim. A possível parceria junta a fome com a vontade de comer. O Brasil precisa de dinheiro: estudos indicam a necessidade de mais de R$ 15 bilhões de investimentos em estocagem para acompanhar o ritmo de crescimento da produção agrícola. A China, por sua vez, tem tratado a gestão de estoques agrícolas com algo estratégico, tanto dentro quanto fora de suas fronteiras.
No ano passado, a Cofco e a Sinograin, ambas estatais, criaram uma joint venture para administrar todas as reservas locais de commodities agrícolas. No caso específico do Brasil, além de motivações de ordem geoeconômica, a China precisa resolver um problema que atinge diretamente a atuação da própria Cofco no país. O grupo já investiu entre 2019 e 2021 cerca de US$ 200 milhões na construção de estruturas próprias de armazenagem. Com uma crescente atuação na originação de grãos no Brasil, vai precisar de mais. Muito mais.
Infraestrutura
Governadores do Nordeste vão à China buscar financiamento para infraestrutura
9/05/2023O Consórcio do Nordeste – notadamente os governadores da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e do Ceará, Elmano de Freitas – estão articulando uma viagem conjunta à China. O objetivo é buscar investidores para concessões de infraestrutura, notadamente rodoviárias e no setor de saneamento. As articulações têm sido conduzidas com o apoio do embaixador chinês em Brasília, Zhu Qingqiao. Rodrigues é hoje uma das autoridades brasileiras com maior interlocução junto ao diplomata, por conta das tratativas para a instalação da montadora chinesa BYD na antiga fábrica da Ford em Camaçari.
A busca conjunta por investidores na área de infraestrutura é mais um sinal da ressurreição do Consórcio Nordeste, que esteve quase nas últimas entre 2020 e 2021, abalado pelas denúncias de desvios de recursos destinados à gestão da pandemia. Conforme o RR antecipou, os governadores têm discutido também projetos em parceria na geração de energia limpa, notadamente hidrogênio verde. Na última sexta-feira, os chefes de governo da região se reuniram em Fortaleza para tratar do tema.
Internacional
China quer uma cabeça de ponte portuária para escoar proteína brasileira
25/04/2023Ecos da recente visita de Lula a Pequim: a estatal chinesa Sino-Lac Supply Chain retomou o projeto de investir no setor portuário brasileiro. O RR apurou que há conversas com os governos do Maranhão e do Pará. O que está por trás do negócio é mais um movimento do governo chinês para assegurar o suprimento de proteína para a população do país. O objetivo central da Sino-Lac é a montagem de uma estrutural transversal de logística, envolvendo armazenamento, desembaraço aduaneiro, atestação fitossanitária e transporte de grãos e carne para o mercado chinês. Pela posição geográfica, os portos de Barcarena, no Pará, e de São Luís, no Maranhão, despontam como os principais candidatos a receber os investimentos.
Destaque
China vira fator de risco para a venda de blindados Guarani à Argentina
20/04/2023Há várias peças se movimentando de forma cruzada no tabuleiro da geopolítica global. A China que se aproxima do governo Lula é a mesma que pode deslocar interesses brasileiros na área de defesa. O Ministério das Relações Exteriores monitora, com alguma dose de preocupação, as tratativas entre Pequim e o governo argentino em torno de um acordo comercial para a negociação de equipamentos militares. Segundo uma fonte da própria Pasta, o Itamaraty tem informações de que os chineses estariam tentando atravessar a venda de 156 blindados Guarani, produzidos pela Iveco em Sete Lagoas (MG), para o Exército argentino. Trata-se, a um só tempo, de um negócio estratégico tanto para a indústria de defesa brasileira quanto para a política externa do governo Lula. Melhor dizendo: para o próprio Lula. Em janeiro, durante sua visita a Buenos Aires, o presidente tratou diretamente do assunto com Alberto Fernández. Na ocasião, ambos assinaram um acordo para destravar a venda dos blindados da Iveco, um negócio que se arrasta há mais de quatro anos. O que está em jogo é um contrato que pode chegar a R$ 1,8 bilhão.
Além da relação entre Lula e Alberto Fernández, é importante dizer que o Brasil e a Iveco têm alguns handicaps em uma eventual disputa com a China: o motor e alguns dos componentes mecânicos já são fabricados em uma unidade da companhia na Argentina, o que ajudaria a reduzir o custo de produção dos veículos militares. Some-se ainda o fato de que o embaixador argentino em Brasília, Daniel Scioli, é um incentivador do acordo. Em contrapartida, o risco é o governo de Pequim jogar o fornecimento de blindados dentro de um pacote maior de cooperação, que envolveria a venda de outros equipamentos bélicos, além da transferência de tecnologias. Nesse caso, o Brasil teria menor poder de barganha à mesa de negociações.
Fatos recentes aumentaram o estado de alerta do governo brasileiro em relação ao assunto. Na semana passada, uma delegação da Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa Nacional da China (SASTIND), chefiada pelo vice-ministro Zhan Bin Xu, esteve em Buenos Aires. Entre outras autoridades, a comitiva se reuniu com o ministro da Defesa da Argentina, Jorge Taiana. Desde janeiro, quando Lula e Alberto Fernández apertaram as mãos em Buenos Aires, algumas nuvens mudaram de lugar. Como se não bastasse a aproximação entre chineses e argentinos, há ainda um fator de risco que vem do atual jogo de tensões na geopolítica global, agravado pelos conflitos entre Rússia e Ucrânia. Em fevereiro, o Federal Office for Economic Affairs and Export Control, escritório governamental que controla as exportações da Alemanha, embargou a venda de 28 blindados Guarani para as Filipinas. Os veículos possuem sistemas e peças de origem alemã, sujeitas ao controle de exportação da agência. No Itamaraty, o veto da Alemanha foi interpretado como uma retaliação a negativa do governo brasileiro – tanto na gestão de Jair Bolsonaro quanto de Lula – de fornecer equipamentos militares à Ucrânia.
Destaque
Brasil busca parceiros internacionais para aumentar produção de fertilizantes
12/04/2023O governo pretende fazer movimentos mais contundentes no mapa geopolítico para reduzir o déficit de fertilizantes no Brasil. A estrada principal leva à Rússia. Lula tem feito aproximações sucessivas com Vladimir Putin no intuito de aumentar os investimentos de empresas russas na produção de adubo no país. Nenhuma outra nação tem uma posição tão expressiva na indústria brasileira de fertilizantes quanto a Rússia. O principal player é a Eurochem, que já comprou a Tocantins e Heringer e, segundo o RR apurou, está em busca de novas aquisições no país. Isso para não falar dos projetos greenfield da companhia, como o aumento da produção de concentrado fosfático no Complexo Mineroindustrial de Serra do Salitre (MG) – a meta é saltar de 400 mil toneladas para um milhão de toneladas por ano. No governo, há, inclusive, quem enxergue a Eurochem como um potencial parceiro da própria Petrobras, que, conforme o próprio Lula já declarou reiteradamente, voltará a ter um papel estratégico no aumento da produção interna de fertilizantes. A estatal, ressalte-se, tem importantes empreendimentos no pipeline. O maior deles é a conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN III), de Três Lagoas (MS). A companhia também planeja desengavetar a instalação da UFN V, em Uberaba. No caso da UFN III, não custa lembrar que outra empresa russa, a Acron, esteve perto de comprar a unidade em 2021.
A Rússia é o principal, mas não o único caminho. Na cartografia dos fertilizantes, o governo Lula pretende pegar também uma estrada vicinal. A China surge como uma alternativa de parceria para aumentar a produção de adubo no Brasil. De acordo com informações filtradas do Itamaraty, autoridades diplomáticas dos dois países vêm discutindo a possibilidade de investimentos conjuntos no setor. O tema, inclusive, poderá ser incluído na pauta do encontro entre Lula e o presidente Xi Jinping, nesta semana. Ainda que não seja um grande player global da área de fertilizantes, a China teria interesses específicos para investir nesse segmento em solo brasileiro. Uma das motivações seria garantir o suprimento da Cofco International, um gigante do agronegócio. A estatal chinesa já investiu mais de US$ 1 bilhão na produção de grãos no Brasil. A empresa é hoje a sexta maior exportadora de soja do país. Não custa lembrar também que a China fez recentemente um movimento importante no tabuleiro sul-americano: a mineradora Shaanxi Coal Group anunciou investimentos de US$ 1,2 bilhão na instalação de uma fábrica de amônia e ureia na Argentina.
A aproximação com a China seria uma forma de o governo brasileiro equilibrar a balança dos acordos internacionais de forma a não ficar excessivamente indexada à Rússia. Ou melhor: mais indexado à Rússia. O Brasil importa 85% dos fertilizantes que consome. Dessa montanha de adubo, mais de um terço vem do país de Vladimir Putin.
Internacional
Contencioso da Three Gorges vai para a pauta de Lula e Xi Jinping
4/04/2023A China Three Gorges (CTG) terá um lugar de destaque nas conversas entre Lula e o presidente da China, Xi Jinping, na visita a Pequim, remarcada para o dia 11. Segundo fonte do Itamaraty, o governo chinês já sinalizou que pretende discutir uma solução para o contencioso entre a CTG Brasil, subsidiária do grupo, e a União. A companhia entrou na Justiça contra uma medida do Ministério de Minas e Energia. No ano passado, a Pasta reduziu em 4,9% a garantia física das hidrelétricas Capivara, Chavantes, Taquaruçu e Rosana, pertencentes aos chineses. Ou seja: reduziu a quantidade de energia que as três usinas podem entregar ao sistema. A medida provocou um curto-circuito que vai além da Justiça. A CTG estaria condicionando a realização do seu já anunciado IPO no Brasil à reversão da medida.
Agronegócio
Uma semente chinesa em solo brasileiro
28/03/2023A estatal Hope Full Grain, um dos grandes grupos agroindustriais da China, estaria em busca de terras no Centro-Oeste. A prioridade da empresa é o cultivo de soja, de olho no abastecimento do seu mercado doméstico. Há também a possibilidade da companhia investir em logística de armazenagem de grãos. Há cerca uma década, a Hope Full ensaiou se instalar em Goiás e no Mato Grosso, mas o projeto não andou. De lá para cá, a demanda chinesa por grãos cresceu mais de 50%.
Destaque
Brasil quer renegociar acordo com a China para as exportações de carne
9/03/2023Segundo o RR apurou, Lula pretende aproveitar a viagem a Pequim, no fim do mês, para iniciar uma discussão complexa com o presidente Xi Jinping: a revisão do protocolo assinado entre Brasil e China em 2015, referente às exportações de carne. A intenção do governo brasileiro é costurar um novo acordo, menos draconiano e punitivo para os frigoríficos nacionais. Na prática, Lula levará na bagagem a pressão para consertar o que os grandes grupos do setor classificam como uma herança maldita da gestão de Dilma Rousseff e um péssimo tratado comercial para os interesses brasileiros. O acordo em vigor há oito anos prevê o auto-embargo automático, ou seja, a suspensão imediata dos embarques, assim que detectado um único caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) – a popular doença da “vaca louca”. E independentemente do local do registro. Ou seja: um diagnóstico de EEB no Oiapoque é o suficiente para brecar as exportações de um frigorífico no Chuí. A rigor é o que está acontecendo neste momento: todos os embarques de carne bovina brasileira para a China estão paralisados desde o dia 23 de fevereiro devido à identificação de um caso de “vaca louca” no Pará. Até o momento, não há uma data confirmada para a retomada das vendas. O prejuízo para os frigoríficos brasileiros – e para a balança comercial – já está na casa dos US$ 500 milhões.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que deverá acompanhar Lula na viagem a Pequim, já começou a entabular conversas prévias com autoridades chinesas. Nos últimos dias, tem mantido um canal direito de interlocução com o embaixador da China em Brasília, Zhu Qingqiao. Vai ser preciso muita diplomacia para remodelar um protocolo tão confortável para os chineses. O atual acordo, firmado na gestão de Katia Abreu à frente do Ministério da Agricultura, se deu em um momento de fragilidade do Brasil à mesa de negociações. Além disso, à época foi a moeda de troca aceita pelo governo brasileiro para a habilitação de quase duas dezenas de frigoríficos pelas autoridades chinesas. O problema é que o protocolo foi mal costurado. No entendimento dos exportadores, o maior pecado é a falta de dosimetria. Ainda que temporária, a pena para o Brasil é a mesma, seja na ocorrência de uma endemia, seja no registro de um caso atípico e isolado da doença.
Internacional
O milagre dos peixes vem da China
18/01/2023O fim da restrição ao embarque de produtos pesqueiros perecíveis para a China, que acaba de ser tomada, vai impulsionar a cadeia da produção de peixes no Brasil. Em 2021, o setor alcançou receita da ordem de R$ 8 bilhões e o número do ano passado está sendo finalizado. As medidas de limitação foram decorrentes da pandemia de Covid-19 naquele país. A tilápia, que tem o Brasil entre os cinco maiores produtores do mundo, deve ser uma das espécies mais favorecidas. O grande desafio para alavancar as exportações é o frete dos produtos refrigerados, que se mantém elevado.
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Novos frigoríficos brasileiros devem receber sinal verde da China
2/12/2022No Ministério da Agricultura circula a informação de que a China deverá anunciar, ainda neste ano, o fim do embargo a mais três frigoríficos brasileiros. No início do mês, Pequim retirou a suspensão de um abatedouro da Aurora em Xaxim (SC) e outro da Minuano em Lajeado (RS). No entanto, ainda há sete frigoríficos impedidos de exportar para os chineses, a maior parte embargos decorrentes de suspeitas de contaminação de carne, bovina ou de frango, pelo coronavírus. A punição mais longa recai sobre a BRF: a unidade de aves de Marau (RS) está proibida de vender para a China há um ano.
Destaque
China manifesta interesse em investir em energia nuclear no Brasil
29/11/2022O RR apurou que a China já fez chegar a auxiliares do presidente eleito Lula o interesse em participar de projetos para a expansão do parque nuclear brasileiro. Por meio da estatal CNCC (China National Nuclear Corporation), os chineses estariam dispostos a firmar parceria tanto para a conclusão das obras de Angra 3 quanto para a construção de novas usinas atômicas no país. Ainda que, por ora, sejam apenas acenos preliminares, não é de hoje que a China vem tentando se posicionar como parceira do governo brasileiro na área de energia nuclear. Em 2019, emissários da CNCC abriram tratativas com o então ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, e com a direção da Eletronuclear. À época, uma comitiva da estatal chinesa chegou a visitar as instalações de Angra 3, cujas obras estão paradas desde 2015. No entanto, as conversações ficaram pelo caminho, muito em razão da inclinação do governo Bolsonaro pró-Rússia. Em setembro do ano passado, a Eletronuclear e a estatal russa Rosatom firmaram um memorando de entendimentos para transferência de tecnologia nuclear e gestão e construção de usinas. Desde então, a Rússia tornou-se o mais próximo de um parceiro estratégico do Brasil em geração nuclear. Ao menos no papel, já que na prática o acordo com a Eletrobras não rendeu qualquer consequência efetiva até o momento.
Qualquer iniciativa do futuro governo Lula no sentido de expandir a produção de energia nuclear no Brasil seria uma revisita ao passado do próprio PT. Durante seu primeiro mandato, a presidente Dilma Rousseff anunciou o plano de construir quatro novas geradoras atômicas até 2030 – ao menos duas das novas plantas ficariam no Nordeste. Agora o tema volta à baila. Mauricio Tolmasquim, um dos principais formuladores do programa de Lula para a área de energia, já disse publicamente da intenção do futuro governo de investir em energia nuclear e de buscar parceiros privados. Nesse caso, as circunstâncias podem favorecer tratativas com Pequim para eventuais investimentos conjuntos. Neste momento, em função da guerra contra a Ucrânia, qualquer parceria com a Rússia, de Vladimir Putin, traz inevitavelmente uma carga de desgaste e de pressões contrárias. Sobretudo tratando-se de uma área tão sensível, como a energia atômica, visceralmente imbricada com a própria segurança nacional. A guerra entre Rússia e Ucrânia e as tensões entre China e Taiwan aumentaram as preocupações internacionais em relação a novos projetos que envolvam energia atômica. O próprio Brasil, por exemplo, não tem conseguido aval da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) para a construção de seu primeiro submarino de propulsão nuclear.
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Fumacê
29/09/2022A balança comercial agradece: o Brasil deve fechar o ano com um recorde histórico de quase US$ 2 bilhões em exportações de tabaco – em 2021, a cifra foi de US$ 1,4 bilhões. Bélgica e China serão os maiores compradores.
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A diplomacia de Luiz Inácio
9/09/2022A recomendação de Celso Amorim é que, uma vez eleito, Lula faça um road show pelo mundo para vender ativos ESG do Brasil. Uma das intenções é reduzir a vantagem em relação ao governo de Jair Bolsonaro no quesito concessões. O presidente já montou uma carteira de R$ 800 bilhões em 30 anos. Pelo menos é o que seu ministro da Economia diz.
…
Celso Amorim manteve contato com o ex-embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. Sinalizou a disposição de Lula de viajar a Pequim logo no início de seu eventual mandato. A visita ao presidente Xi Jinping representaria, já na partida, uma virada em comparação à política externa de Jair Bolsonaro e às relações conflituosas com a China. Wanming deixou a Embaixada em Brasília em fevereiro deste ano, mas, informalmente, segue como um dos principais canais diplomáticos entre Brasil e China. Mesmo porque o cargo de embaixador segue vago. Pequim estaria aguardando as eleições brasileiras para definir seu substituto.
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Um muralha contra a China
5/09/2022Os fabricantes de equipamentos ferroviários, reunidos sob a égide da Abifer, vão encaminhar aos candidatos à Presidência um estudo com propostas para tentar ressuscitar o setor. Os pleitos passam, sobretudo, por salvaguardas tarifárias contra a concorrência com a China. Ou seja: tudo o que o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, não fez: os cortes nos impostos de importação estimularam a entrada de equipamentos chineses e pioraram o que já estava ruim. No segmento de vagões de cargas, por exemplo, a ociosidade da indústria nacional hoje é superior a 95%.
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Lula e Bolsonaro flertam com o controle de preços
12/08/2022A política de preços, estigmatizada desde o regime militar, ressurgiu no radar dos candidatos à Presidência. Tanto Lula quanto Jair Bolsonaro – leia-se Paulo Guedes – já aceitam que a medida pode ser adotada em casos distintos, quer seja em relação a oligopólios, quer seja em relação a empresas públicas ou privadas que pratiquem preços elevados e resilientes, com grande impacto social. Bolsonaro já cantou essa pedra na área da energia, ameaçando tabelar os preços da Petrobras se a estatal permanecesse elevando os valores dos combustíveis.
O presidente assustou criticando margens elevadas de lucros. A própria redução da alíquota do ICMS nos estados foi uma forma de segurar os preços por uma via oblíqua. Guedes chegou a entabular uma participação dos supermercados na contenção do custo da cesta básica até que a inflação chegue na meta. A operação seria feita por meio da compensação dos represamentos dos preços com um bônus tributário diferido no tempo (ver RR de 13 de junho).
No comitê de formulação do programa econômico do PT, por sua vez, estão sendo discutidas três frentes: um plano de transferência de renda de maior alcance; incentivo e financiamento à infraestrutura, incluindo treinamento de mão de obra e investimento no entorno dos empreendimentos; e uma política ambiental rigorosa, mas em consonância com o mercado. A política de preços estaria contida no item das preocupações sociais. Na verdade, as especulações em relação a “cipagem” relativa da economia – uma alusão ao CIP (Conselho Interministerial de Preços), criado em 1968 e extinto em 1990 – se devem, em boa parte, à perspectiva da inflação estar sendo impulsionada por variáveis de difícil controle.
Entram nesse rol guerra na Rússia, crise na China, preços das commodities e dos combustíveis e histerese – todas com maior ou menor impacto na formação de preços. Há um certo consenso que oligopólios e grandes empresas têm conseguido reduzir vendas e aumentar preços, mantendo suas margens. É como se a política monetária não atingisse o repasse para o consumidor dos seus custos e queda de vendas. Há resistências de toda ordem em relação a essa política, que interfere diretamente no mercado, como se separando o joio do trigo e fazendo com que o governo assuma um papel punitivo em relação à formação de preços. Mas os motivos que levam à inflação alta são cada vez mais exógenos e há ainda a promessa de uma herança fiscal que impede a funcionalidade da política monetária. Por enquanto, os grandes potentados conseguem driblar a redução dos seus preços. Resta saber se vão resistir aos remédios anti-inflacionários do BC e da própria conjuntura econômica. Ou acabarão por ressuscitar o animal pré-histórico do controle de preços.
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A lenta e complexa ressurreição da construção pesada
13/07/2022O comitê de economistas do PT responsável pelo programa econômico do Lula, Aloizio Mercadante à frente, tem quebrado a cabeça para encaixar o setor de exportação de serviços no texto. Em princípio, Lula não abriria mão dessa inclusão, pois ela faz parte do seu roteiro diplomático, caso seja eleito. Ou seja, China, África e América do Sul, para início de conversa. O assunto é delicado. Foi pela via da exportação de serviços de engenharia que a Lava Jato se cristalizou. A proximidade com as empreiteiras, de certa forma, foi responsável pela sua prisão.
O fato é que, independentemente dos passivos de outrora, Lula sabe que é preciso descontaminar essas operações. O tema é também examinado, internamente, pela área militar. As Forças Armadas reconhecem que a inanição do Brasil junto aos países demandadores de serviços de arquitetura, engenharia e construção, enfraquece um dos pilares geopolíticos da Nação. No caso específico, África e América do Sul, que estão sendo disputados palmo a palmo pela China e Chile, principalmente, e Coreia e Índia correndo em uma segunda fila. Talvez os militares e suas preocupações legítimas sejam um caminho para o resgate para exportações de serviços.
Eles sabem, por exemplo, que nos países africanos se encontram os maiores depósitos minerais do mundo, algumas das maiores riquezas inexploradas em energia fósseis e oportunidades de participação em obras de infraestrutura gigantescas. Mas há complicadores de toda ordem. Primeiramente seria preciso resgatar a construção pesada, que foi Deus e o diabo na terra arrasada por petistas de goela larga. Esse segmento esteve próximo da dizimação com Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e cia. Há um outro enfoque: o setor, juntamente com as áreas de arquitetura, seguros e financeiro) foi responsável pela geração direta e indireta de R$ 170 bilhões em cinco anos (2008 a 2012), segundo um dos últimos estudos antes do fenecimento da indústria da construção pesada.
Nesse saco cabem propinas pagas a estatais, governantes de outros países e em toda a cadeia de venda do serviço. Lula não pode dizer, mas a China e o Chile, fazem igualzinho, porque somente assim se fecham contratos dessas operações, noves fora a corrupção dentro do país. Mas atrás desses US$ 170 bilhões vem gente. Está se falando da indústria de trans- formação e de bens de capital, que exportam seus produtos em função da venda de serviços no exterior. Se o Brasil fizer forfait, vai ficar de fora de investimentos na infraestrutura global da ordem de US$ 60 trilhões. O PT sabe que vai ter que colocar o BNDES para trabalhar no assunto com urgência. Só que agora de forma limpa e transparente.
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Bolsonaro quer (e precisa) pousar em Pequim
13/07/2022A diplomacia brasileira tenta uma visita à China para ontem. É o país que completaria o cinturão de viagens recentes de Jair Bolsonaro a grandes nações, tais como Rússia e Estados Unidos. É coisa para antes das eleições. Rapidinho, a exemplo do encontro com Biden. O objetivo da reunião com o presidente Xi Jinping é óbvio: marcar a imagem de Bolsonaro como estadista, aproveitando a conjuntura, na qual a questão da segurança alimentar é premente. Só que Lula também tem a mesma intenção, além de mostrar a Xi Jinping que é o parceiro mais confiável na geopolítica dos chineses. Desde o início do governo, Bolsonaro tem mantido uma política de tapas (muitos) e beijos (poucos) com Pequim.
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Carne moída
7/07/2022Há um zunzunzum no setor de que a China vai anunciar a suspensão das importações de carne outros três frigoríficos brasileiros. Há pouco mais de um mês, os chineses interromperam as compras de duas plantas da JBS e outras duas da Marfrig.
Acervo RR
Fertilidade
24/06/2022A chinesa Longping High Tech está adubando o projeto de instalar mais uma fábrica de sementes no Brasil. O grupo está no país desde 2017, quando comprou os ativos da Dow no setor.
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Insegurança alimentar que apedreja é a mesma que afaga
18/05/2022A crise de insegurança alimentar, provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, o lockdown na China e a reposição de estoques em boa parte do mundo, invadiu o calendário de 2022. Ela afetará de forma negativa os indicadores macroeconômicos do país: o IPCA pode chegar a 9,5%; a Selic, a 14,5%; e o dólar, a R$ 5,40. As estimativas foram calculadas, ontem, a partir do modelo econométrico de uma startup financeira paulista, conduzida só por matemáticos. A exceção seria o PIB, que deverá crescer ao surpreendente patamar de 2,5%. Trata-se do cenário básico obtido pelo modelo.
As projeções levam em consideração a seguinte combinação: aumento da atividade produtiva até meados do terceiro trimestre; preços das commodities subindo a níveis recordes; arrecadação crescente; condições piores de recomposição das cadeias produtivas; e superávit da balança comercial em patamar superior. O percentual do PIB, que parece demasiadamente embicado para cima, já vem sendo afagado pelo mercado. Segundo o Ministério da Economia, a projeção supera os 2%. Tudo bem, projeção chapa branca não conta. Mas o boletim Focus, até ser paralisado devido à greve de funcionários do BC, já vinha corrigindo o PIB para o alto há cinco semanas.
A Goldman Sachs revisou sua previsão de 0,6% para 1,5%. A XP dobrou a aposta de 0,6% para 1,1%. O PIB pode muito bem disparar devido ao já citado efeito do preço das commodities, mas também em função da boa performance do setor de serviços, que vinha sendo reprimido pela pandemia. E o desaquecimento da atividade decorrente dos juros elevados? As medidas ex-pansionistas de gastos sociais e a adoção de renúncias fiscais, praticadas por Paulo Guedes, vêm esterilizando a política monetária do BC. O relaxamento do ajuste fiscal de Guedes posterga a inércia natural de nove meses para que os juros comecem a impactar de forma depressiva a atividade produtiva. Assim, a inflação cai menos do que se esperava. A boa notícia é que o desemprego, atualmente na faixa de 11%, recua para 9,5% a 10% neste cenário. Jair Bolsonaro agradece essa parte final.
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Embraer traça seu plano de voo para voltar à China
4/04/2022O RR apurou que a Embraer planeja retomar a produção de aeronaves na China. O projeto sobre a mesa passa pela fabricação do jato comercial E2, uma evolução do E-190, por meio de uma joint venture com um parceiro local. De acordo com uma fonte ligada à empresa, o principal candidato é a Comac (Commercial Aircraft Corporation of China), que chegou a ser cogitada como eventual compradora da própria Embraer após o rompimento da associação com a Boeing, em 2020.
Segundo informações apuradas pelo RR nos meios militares, a operação conta com a simpatia das Forças Armadas. Do ponto de vista geoeconômico, há uma oportunidade de ocupação de espaço, potencializada pelos conflitos entre Rússia e Ucrânia e suas consequências sobre o setor.
No rastro do ataque à Ucrânia, as sanções internacionais impostas à Rússia podem deixar um vácuo comercial no mercado de aviões na Ásia. A região é um dos principais compradores do Sukhoi Superjet 100 (SSJ100), aeronave regional de até 100 passageiros produzida pela russa Sukhoi. Ressalte-se que, nos próximos anos, nenhum outro país do mundo vai adquirir mais aviões do que a própria China. Estimativas do setor apontam que, até 2040, os chineses vão demandar mais de 1,5 mil jatos de até 150 lugares.
Retomar a produção no país asiático devolveria à fabricante brasileira uma posição estratégica nesse jogo, perdida há cerca de cinco anos, com a hibernação da Harbin Embraer Aircraft Industry, joint venture criada com a Avic (Aviation Industry Corporation of China). Vento que sopra lá, sopra cá. Do lado da Comac, por sua vez, a aliança com a Embraer permitiria mitigar um grave problema: a dificuldade de certificação internacional das suas aeronaves.
A indústria aérea chinesa enfrenta notórios percalços na homologação de seus projetos, ao contrário da Embraer, conhecida no mercado pela capacidade de adequação de suas aeronaves a padrões internacionais. Consultada sobre os planos de voltar a produzir na China, a Embraer não quis se manifestar. O fato é que o projeto, de certa forma, marcaria o fim de um complexo período de transição da companhia.
Ou melhor, de “destransição”. A empresa ficou praticamente parada por quatro anos: passou dois anos se preparando para ser Boeing e outros dois para deixar de ser. Vários funcionários deslocados para os Estados Unidos tiveram de ser reinternalizados. Havia projetos conjuntos sendo desenvolvidos em Eugenio de Melo, distrito de São José dos Campos, aos quais pouquíssimos engenheiros do lado brasileiro tinham acesso; a primazia era quase toda de profissionais da Boeing. Como se diz dentro da própria fabricante brasileira, só agora a Embraer está voltando a ser Embraer.
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Pomar chinês
31/03/2022Um grupo de investidores chineses do agronegócio tem mantido conversas com o governo do Ceará para implantar um polo de produção de frutas. O foco principal é o mercado asiático. O estado já é um razoável exportador de frutas para a China. Só a venda de melão movimentou aproximadamente US$ 100 milhões no ano passado.
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Todos querem Yang
10/02/2021O embaixador da China, Yang Wanming, é o diplomata mais requisitado do Brasil. Um grupo de governadores solicitou uma reunião virtual com Wanming ainda nesta semana. Vai pedir o que todos estão pedindo: que o governo chinês acelere a liberação de matéria-prima para a produção da Coronavac.
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Um aceno diplomático à Argentina
9/02/2021A diplomacia bolsonarista parece viver um raro momento em que a ideologia abre brechas para o pragmatismo. Além dos acenos à China, motivados pela necessidade de importação da Coronavac, o governo brasileiro tem feito movimentos de aproximação com a Argentina. Há dois interesses prioritários sobre a mesa. O mais premente é garantir a continuidade do acordo de fornecimento de energia da Compañía Administradora del Mercado Mayorista Eléctrico (Cammesa) para o Brasil. Nos últimos dias, a Cammesa vem reduzido o suprimento do insumo para o lado de cá da fronteira por conta do aumento da demanda doméstica na Argentina. Em outro front, o governo brasileiro vislumbra espaço para a exportação de veículos militares blindados produzidos pela Iveco. No vácuo deixado por Ernesto Araújo, o chanceler invisível, quem vem ganhando espaço na interlocução com a Argentina é o almirante Flavio Rocha, secretário de Assuntos Estratégicos do Palácio do Planalto. Rocha esteve recentemente com o presidente Alberto Fernández. Tem mantido também contato regular com o embaixador argentino em Brasília, Daniel Sciol.
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Em tempo: num sinal de boa vizinhança, nos últimos dias o governo brasileiro liberou a exportação para a Argentina de 1,5 milhão de doses do medicamento Midazolam, usado como indutor de sono em pacientes com Covid-19.
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Carne de primeira
26/01/2021Segundo informação filtrada junto ao Ministério da Agricultura, Rio Grande do Sul e Paraná receberão, até maio, o certificado de “Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação” da Organização Mundial de Saúde Animal. O selo deverá abrir novos mercados para frigoríficos dos dois estados. Entre ameaças de embargos a produtos agropecuários e bloqueios aéreos, trata-se de um raro sinal verde do mundo ao Brasil de Bolsonaro.
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Sabia dessa, Ernesto Araújo? Com a crescente demanda da China, os frigoríficos brasileiros têm reduzido as vendas para outros mercados para privilegiar o país asiático. Nos 20 primeiros dias de janeiro, por exemplo, as exportações de carne bovina para a América do Sul caíram 10% na comparação com igual período em 2020.
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De bobeira em bobeira o Brasil vai acabar perdendo a China
20/11/2020Nas entrelinhas do acordo de comércio fechado no último domingo entre os dez países membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático com a Austrália, China, Japão, Nova Zelândia e Coreia do Sul está inclusa uma rasteira no agrobusiness brasileiro. Por ora, conforme os termos acordados, temos um passo político gigante, com a formação de um mercado potencial de 2,2 bilhões de pessoas e um PIB agregado da ordem de U$ 26 trilhões. Fora as rotinas de ratificação e ações de natureza burocrática, a primeira cláusula do agreement já mostra as garras do que vem pela frente.
Trata-se da regra de origem. Quando em vigor, tal dispositivo significará que qualquer produto originado em país membro do novo acordo – Parceria Regional Econômica Abrangente – será tratado como produto do RCEP. Parece uma redundância, mas não é. Quem lida com comércio exterior sabe que isso representa uma teia de possibilidades para contornar qualquer regulamentação tarifária ou não tarifária que um país importador do mundo resolva aplicar a qualquer país membro do RCEP.
A batata do Brasil vai assar na área agrícola. Mais precisamente na soja e no café, considerando que na primeira commodity a dependência do Brasil com as importações chinesas é considerável. No café, alguns dos membros do RCEP são produtores importantes, como o Vietnã e Indonésia. Portanto, não teremos refresco com a Associação do Sudeste Asiático. Alguns países do RCEP já olham estrategicamente para a China, grande ganhadora com o acordo, na expectativa de contarem com áreas disponíveis e apoio para incrementarem, ou mesmo iniciarem, suas produções tanto de soja como de café. É melhor Bolsonaro correr para se “alinhar” com a China, e deixar o Biden para lá.
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Brasil toma um frango diplomático
18/09/2020Um motivo a mais de preocupação para o Ministério da Agricultura: a China tem dado sinais de que poderá ampliar o embargo ao frango brasileiro – um dos itens mais importantes da nossa balança comercial (US$ 7 bilhões por ano em divisas). Os chineses insistem ter encontrado o novo coronavírus em lotes de produtos recebidos em agosto, na cidade de Shenzeng. O embargo atingiria de modo indiscriminado frigoríficos de Santa Catarina, de onde saiu a carga de frangos supostamente contaminados. Segundo informações filtradas do Ministério da Agricultura, as autoridades brasileiras vêm tendo dificuldades de acesso às investigações conduzidas por laboratórios ligados ao governo chinês. A interpretação no Ministério da Agricultura é que a China está se aproveitando deliberadamente do episódio para pressionar os frigoríficos brasileiros e impor uma redução nos preços do frango, assim como já tentou fazer na carne bovina. A diplomacia de tapas e beijos do governo Bolsonaro com os chineses não ajuda em nada.
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Enquanto a ministra Tereza Cristina se vira com os chineses, o chanceler Ernesto Araújo fez chegar ao novo presidente do BID, o americano Mauricio Claver-Carone, um convite para que ele visite o Brasil até o fim do ano. Um afago em Trump. Podia bem esperar o resultado das eleições norte-americanas.
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Fiscais agropecuários cruzam os braços contra “privatização”
1/09/2020Há um “motim” em curso no Ministério da Agricultura. Os auditores federais agropecuários discutem realizar uma paralisação nacional. Seria uma reação ao decreto 10.419, de 7 de julho deste ano, que permite a contratação de fiscais terceirizados para os serviços de inspeção tanto do gado no pasto quanto das unidades de abate. Entre os servidores, o receio é que a medida seja apenas um primeiro passo do governo para privatizar boa parte da atividade de fiscalização sanitária no país. O temor faz bastante sentido. A ideia da terceirização conta com a simpatia da equipe econômica, que sempre olha atravessado para a ampliação do funcionalismo público. Um exemplo: desde o ano passado, o Ministério da Agricultura aguarda, sem sucesso, autorização da Pasta da Economia para a contratação de 140 médicos veterinários aprovados no mais recente concurso para auditor agropecuário. Ressalte-se que a ameaça de paralisação dos serviços de inspeção se dá em um momento crítico para o setor. Frigoríficos brasileiros têm enfrentado seguidos embargos internacionais, notadamente da China
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Agronegócio brasileiro fica ainda mais dependente dos chineses
25/08/2020Um motivo a mais para Jair Bolsonaro rever sua postura belicosa em relação à China: a indexação do agronegócio brasileiro aos chineses tende a crescer consideravelmente nos próximos meses. A Ásia, de um modo geral, desponta como a única grande alternativa ao vazio que a Europa começa a deixar no mercado global de commodities agrícolas. Importantes bancos europeus, a exemplo do ABN
Amro, BNP Paribas e Société Generale, já anunciaram o fade out de seus financiamentos para contratos de compra e venda de açúcar, grãos, café, entre outros, tanto a futuro quanto à vista.
Essas instituições respeitarão acordos em vigor, mas não vão disponibilizar novas linhas de crédito. A decisão afeta, sobretudo, as principais tradings europeias, como Louis Dreyfus, Glencore e EDF Man, todas com significativa exposição no Brasil. ABN, BNP e Société respondem por quase 30% de todo o credit finance – o mecanismo que faz a roda do agronegócio global girar. O movimento dos europeus aumenta a sino-dependência do agronegócio brasileiro. Somente uma maior participação dos asiáticos, tanto na concessão de financiamentos quanto na ponta compradora, será capaz de amortecer o impacto da escassez de crédito europeu sobre a cadeia agrícola.
A expectativa no setor é que parte desse vazio venha a ser ocupada pela chinesa Cofco, que traz a reboque dinheiro a perder de vista de bancos conterrâneos e do próprio Estado chinês. O mesmo se aplica a outros mercados players asiáticos, que não apenas a China. É o caso da Olam, maior trading de commodities agrícolas de Cingapura, vinculada ao GIC, o fundo soberano daquele país. O recuo das instituições financeiras da Europa já começa a provocar soluções na liquidez do mercado de commodities agrícolas.
Na semana passada, a própria EDF Man recorreu à Justiça para refinanciar créditos da ordem de US$ 1 bilhão, alegando que seu plano de venda de ativos para reduzir o endividamento foi dizimado pela pandemia e pela consequente depreciação do valor de seu patrimônio. O grupo inglês opera no Brasil principalmente em contratos de açúcar e de café, neste último com a marca Volcafé. A cadeia cafeeira, por sinal, é um dos setores que mais deverá acusar o golpe do movimento feito pelas instituições financeiras europeias. O Brasil já estava vendendo contrato de café a futuro para o prazo de três anos. Esses prazos deverão encurtar drasticamente até o mercado global encaixar o novo cenário e recalibrar suas taxas de juros.
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Itamaraty deixa frigoríficos brasileiros ao relento
21/08/2020A ministra Tereza Cristina e grandes frigoríficos brasileiros têm cobrado do Ministério das Relações Exteriores uma participação mais ativa no imbroglio com a China. Até o momento o Itamaraty e a Embaixada brasileira em Pequim pouco ou nada fizeram para reverter o que, na visão da Pasta da Agricultura e de empresários do setor, é um ataque deliberado dos chineses contra a indústria brasileira de abate. No entendimento de Tereza e dos produtores nacionais, já está passando da hora da Pasta das Relações Exteriores apoiar o lançamento de uma campanha internacional para defender os players da cadeia da proteína animal no Brasil. A alta dose de ideologia da política externa brasileira e a notória “sinofobia” do chanceler Ernesto Araújo são vistas como os fatores para a indiferença do Ministério das Relações Exteriores em relação ao caso. Pior: as seguidas provocações de Araújo contra os chineses contribuem para aumentar o impasse geoeconômico. Nos últimos dois meses, a China suspendeu as importações de carne bovina de sete frigoríficos do Brasil. Nos últimos dias, os asiáticos também decidiram voltar suas baterias contra a carne de frango, anunciando supostamente ter
encontrado traços do coronavírus em embalagem que teria saído de uma fábrica da Aurora Alimentos.
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Mourão é o novo “embaixador” do Brasil na China
13/08/2020As relações entre Brasil e China tornaram-se um item relevante da pauta de assuntos estratégicos do Alto Comando do Exército. Até então, via-se protagonistas do governo, tresloucados, tratando a China como inimigo n°1. Eram os donos da narrativa. E conduziam a questão estratégica conforme suas idiossincrasias, na maioria das vezes à revelia do interesse nacional. A definição do vice-presidente Hamilton Mourão como responsável sobre esse tema no governo é uma mudança fundamental para que o assunto possa ser tratado com lucidez. No caso, Mourão é a ponte palaciana com os militares para tratar da questão sino-brasileira.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, também faz parte dessa força tarefa. A ideia dos militares é serem mais proativos no debate sobre os prós e contras de uma maior ou menor aproximação com os chineses, incluindo a eventual costura de um acordo bilateral. Sempre, é claro, tratando da questão intramuros. Em outras palavras, vão fazer o contraponto do Itamaraty, que tem na gestão do chanceler Ernesto Araújo uma visão radical contrária à ampliação da agenda de interesses com a China. Ou seja: espera-se dos generais mais isenção, subsídios técnicos e um compromisso com a visão estratégica nacional.
Os militares sabem que há vantagens estratégicas na melhoria da qualidade do relacionamento com os chineses, tais como a absorção de novas tecnologias – os setores digital e de defesa são alguns exemplos – e mais investimentos na área de infraestrutura. A área de logística, particularmente, sensibiliza os chineses, devido à sinergia com o agrobusiness, segmento que os orientais prezam como estratégico. Quanto maior a produtividade nesse setor, maior a abundância a preços baratos dos alimentos made in Brazil. Os generais, contudo, colocam na balança questões delicadas, tais como o risco do país ser capturado na rede do “novo imperialismo sino asiático”.
Alguns pontos lembram os tempos da guerra fria, a exemplo da espionagem, ocupação de território e outras afrontas à soberania. Seja qual for o desfecho, o fato é que a transmissão para o general Mourão da responsabilidade sobre esse tema é um alento. E também é extremamente positiva a maior atenção do Exército ao assunto, dando um chega para lá no inacreditável Ernesto Araújo. A conjugação das duas situações sopra como um vento de esperança para todos aqueles de bom senso, que sabem que o futuro do Brasil está indexado à China. O que o vice -presidente, os senhores generais e coadjuvantes precisam definir é até onde vai essa aderência.
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Paraguai desponta como uma ameaça aos frigoríficos brasileiros
27/05/2020Em meio à pandemia surge uma ameaça a mais ao agronegócio brasileiro. Corre no Ministério das Relações Exteriores a informação de que o Paraguai poderá romper relações diplomáticas com Taiwan, abrindo caminho para o consequente restabelecimento dos laços com a China. A medida seria motivada pela pressão do agronegócio local, notadamente dos grandes frigoríficos, que querem retomar as exportações para o mercado chinês.
Uma vez consumado, trata-se de um movimento que teria razoável impacto comercial para o Brasil. O Paraguai voltaria ao game para disputar uma fatia da demanda chinesa por proteína animal. A questão é ainda mais preocupante na atual circunstância, com a disparada dos casos de coronavírus e o risco do Brasil sofrer um lockout internacional – vide RR edição do dia 22 de maio.
Ressalte-se que a China duplicou, em abril, as compras de carne bovina, um indício de que os asiáticos estariam antecipando a formação de estoques para o caso de uma eventual interrupção das importações do Brasil. Some-se a isso o fato de que o Paraguai poderia se aproveitar dessa brecha para reduzir o preço da commodity. Não custa lembrar que, no início do ano, pouco antes do estouro da pandemia, a China iniciou uma pressão sobre os frigoríficos brasileiros para diminuir o valor do produto: no fim de 2019, os preços da carne atingiram o maior nível em 30 anos.
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SOS à China
1/04/2020Cerca de três mil kits de EPIs (equipamento de proteção individual) para médicos da região: esse foi o primeiro
pedido de ajuda encaminhado pela Frente de Governadores do Nordeste à China, por intermédio do embaixador Yang Wanming – o “desafeto” de Eduardo Bolsonaro.
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Procura-se contêiner
28/02/2020Está faltando contêiner no Brasil. Por conta do coronavírus, milhares de unidades estão retidas em portos da China sem previsão de retorno ao país. Para agravar o quadro, muitos navios que estão em direção ao país asiático tiveram de diminuir a velocidade e atrasar a chegada por conta da epidemia. Consequentemente, não há expectativa da data de retorno dessas embarcações.
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Tour de force contra o Coronavírus
4/02/2020O Ministério da Saúde está mapeando junto ao Itamaraty e a entidades empresariais o roteiro de missões oficiais da China que visitaram o Brasil nos últimos dois meses. Há registros de viagens de delegações chinesas por São Paulo, Bahia, Goiás e Ceará. As Secretarias de Saúde desses estados já foram alertadas pelo governo federal.
…
Além do Acre, o governador do Amazonas, Wilson Miranda, também consultou o governo federal sobre a hipótese de fechamento da fronteira com o Peru, onde quatro possíveis casos de Coronavírus estão sob investigação. Por ora, a chance é zero.
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A China de Mourão…
15/05/2019O vice-presidente, Hamilton Mourão, pretende fazer um acordo de Estado com o governo chinês com tratamento diferenciado aos investimentos. As facilities dependem do tamanho do aporte e do compromisso firme. O ministro Paulo Guedes garante concessões, privatizações, terras, imóveis e tantos outros ativos. A China tem também que apresentar suas garantias. Não custa lembrar que Dilma Rousseff, em visita à China, assinou um protocolo de investimentos de R$ 53 bilhões. Se vieram 10% desse montante, foi muito. A visita de Mourão tem potencial de criar uma disputa ímpar na geopolítica mundial. O Brasil vem elegendo os EUA como seu parceiro preferencial. A China pode virar esse jogo. Para os dois gigantes, o Brasil é o melhor candidato disponível a namoradinha. O general Mourão também pode voltar da Ásia como um Marco Polo tupiniquim da contemporaneidade. Bom para o Brasil. Talvez não tão bom para Jair Bolsonaro.
…E a América de Bolsonaro
Ao contrário da sua última visita aos Estados Unidos, Jair Bolsonaro não estenderá o tapete vermelho ao seu guru, Olavo de Carvalho. Não só não está previsto como não é desejável o deslocamento do “filósofo” da Virgínia, onde reside, para Dallas, cidade na qual o presidente estará. A circunstância pede menos exposição da amizade. Mas o prestígio de Carvalho não foi trincado. O deputado Eduardo Bolsonaro irá ao encontro da eminência parda em um dos dois dias em que o pai e sua comitiva desfilarem por Dallas.