Tag: Henrique Meirelles

Negócios

Binance mistura cannabis com criptomoedas

24/01/2023
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A Binance, cujo chairman é o ex-presidente do BC, Henrique Meirelles, estuda criar um fundo misto de cannabis com criptomoedas. Difícil de entender a combinação. Mas em 2023 o fundo estará na vitrine da Binance. Hoje, XP e BTG são os líderes nas aplicações em cannabis. Mas, por enquanto, sem cripto no baseado financeiro.

#Binance #Henrique Meirelles

Política

Um pedacinho de Henrique Meirelles no BNDES

26/12/2022
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A indicação de Alexandre Abreu para uma das diretorias do BNDES deve ser creditada na conta de Henrique Meirelles. Ambos são próximos desde o governo Temer. Foi Meirelles, ex-presidente do Conselho de Administração da J&F Investimentos, quem levou Abreu para ocupar o cargo de CEO do Banco Original, braço financeiro dos irmãos Batista. Antes, quando assumiu o Ministério da Fazenda, Meirelles trabalhou pela permanência do executivo na presidência do Banco do Brasil. Mas, na ocasião, acabou sendo voto vencido: Temer optou pela nomeação de Paulo Rogerio Caffarelli.  

#BNDES #Henrique Meirelles

Política

O ministro da Fazenda sai amanhã?

10/11/2022
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Lula teria mudado de opinião sobre a nomeação do seu ministro da Fazenda somente após a conclusão dos trabalhos do comitê de transição. Há uma enorme probabilidade de indicar o seu novo “Palocci” amanhã. A definição do ministro da Fazenda é considerada uma espécie de âncora das expectativas econômicas. As falas do presidente eleito e do seu coordenador de comunicação, Edinho Araújo, foram consideradas muito ruins mesmo por assessores fãs de carteirinha. Hoje, no fim da tarde, voltaram as especulações de que o ministro deverá ser um banqueiro. E não seria Henrique Meirelles, diga-se de passagem.

#Henrique Meirelles #Lula #Ministério da Fazenda

Negócios

Henrique Meirelles, “ministro das cripto”

9/11/2022
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Curioso: os radares dos assuntos financeiros enviados pelas casas bancárias, a exemplo do Itaú, informando a fusão das “criptomoedeiras” Binance e FTX Token e a desabada desse mercado, ontem, em função dessa operação, não mencionam um aposto quente da notícia. O candidato a ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ingressou no Conselho da Binance há apenas dois meses, onde permanece firme e forte. A Binance, com imagem bastante controversa, é a maior corretora de cripto do mundo. Com a fusão, deixa a concorrência a perder de vista.

#Binance #Criptomoeda #Henrique Meirelles #Itaú

Destaque

Lula embaralha as cartas do seu Ministério

7/11/2022
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Lula pode “quebrar” as casas de apostas. Nos cenários traçados para a montagem do seu futuro gabinete surge a possibilidade de um Ministério de ponta cabeça, uma análise combinatória diferente do que vem sendo especulado até o momento. Em todas as listas de candidato à Fazenda, Henrique Meirelles assumiria o Ministério das Relações Exteriores. Caberia a ele comandar as grandes negociações no exterior, voltadas à captação de recursos internacionais. O ex-ministro e ex-presidente do Banco Central cuidaria também da pauta ambiental, cada vez mais geminada com a agenda econômica. Meirelles teria a missão de destravar, por exemplo, os investimentos de fundos soberanos para grandes projetos vinculados à Amazônia – dinheiro esse que sumiu do mapa devido à, literalmente, devastadora gestão de Bolsonaro no meio ambiente. Os governos da Alemanha e da Noruega já anunciaram a intenção de retomar os aportes no Fundo Amazônia. Ou seja: sob certo ângulo, Meirelles teria um pé na economia, ainda que da fronteira para fora do Brasil. Não custa lembrar que não seria a primeira vez que um banqueiro ocuparia o cargo. O “Barão” do Banco Itaú, Olavo Setúbal, também exerceu a função de ministro das Relações Exteriores, durante o governo Sarney. 

A ida de Henrique Meirelles para o Itamaraty traz a reboque uma espécie de efeito dominó para a montagem novo Ministério, impactando diretamente em outras escolhas. Segundo um graduado assessor de Lula, nesse cenário crescem as probabilidades de Fernando Haddad assumir o Ministério da Fazenda. Sua nomeação atenderia o perfil idealizado por Lula, desde sempre, para o cargo: ter um político à frente da Pasta. Além disso, registre-se que Haddad não é um neófito no tema: o ex-ministro é mestre em Economia pela USP.  

Por sua vez, com a indicação de Meirelles para as Relações Exteriores, Celso Amorim iria para o Palácio do Planalto. De acordo com a fonte do RR, seu nome é especulado dentro do próprio PT para ser um secretário especial de Lula ou até mesmo assumir a Casa Civil. Ainda que a maior expertise de Amorim não seja exatamente a articulação política, o presidente eleito tem profunda confiança em seu ex-chanceler. Mas ressalte-se que são apenas especulações colhidas em meio às feéricas discussões ocorridas no seio do PT.

#Henrique Meirelles #Lula #Ministério da Fazenda #Ministério das Relações Exteriores #PT

Lula vai soltar algum spoiler na economia?

5/10/2022
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O comitê da campanha petista pressiona Lula a antecipar nomes da sua equipe econômica e anunciar propostas concretas, tudo o que o candidato não fez até o momento. Essa mobilização é um reconhecimento de um equívoco. Sob certo aspecto, Lula desdenhou da realidade eleitoral ao não assumir riscos e não dar pistas de sua política econômica na disputa do primeiro turno. Não são discussões em linha reta. Dentro do PT, há estratégias e propostas distintas, defendidas pelas diferentes correntes de pensamento econômico que foram se aninhando na campanha de Lula. A eminência parda da área econômica no partido, Aloizio Mercadante, defende que o candidato anuncie medidas mais afeitas ao ideário histórico do PT. Entrariam nesse rol o aumento do salário-mínimo, a promessa de correção da remuneração do funcionalismo público e a garantia de constitucionalização do Bolsa Família, que Lula promete recriar no lugar do Auxílio Brasil. Ou seja: o benefício passaria a ser uma ação de Estado e não do governo da ocasião. Mercadante entende, inclusive, que Lula deve explorar ao máximo essas propostas nos debates eleitorais do segundo turno. A premissa é que são medidas que Jair Bolsonaro não seria capaz de “bidar”. Ou seja: seriam ativos quase exclusivos do candidato do PT.

Por sua vez, Geraldo Alckmin defende um discurso mais ameno, voltado a crescimento, linha que encontra eco em Andre Lara Resende e Pérsio Arida, colaboradores na formulação do programa econômico petista. O duo “Larida” seria da opinião que Lula deve esmiuçar propostas para estimular investimentos, especialmente na área de infraestrutura, e fomentar a criação de frentes de trabalho.

Lula sempre foi da opinião que nome de ministro e política econômica só se anuncia depois da eleição. Foi o que fez em seu primeiro mandato, divulgando a nomeação de Antonio Palocci somente no dia 12 de dezembro de 2002, portanto um mês e meio após a vitória nas urnas. No entanto, a redução da diferença para Jair Bolsonaro no primeiro turno – bem inferior à apontada pelas pesquisas – joga um fator de pressão para que o petista antecipe fatos. Até como forma de conter especulações que, a essa altura, levam mais tensão à campanha petista. Nos últimos dias, surgiram rumores no mercado de que Lula estaria propenso a indicar um economista “puro-sangue” do PT para o Ministério da Fazenda. Nesse caso, o futuro ministro sairia da “lista tríplice” formada por Aloizio Mercadante, Guilherme Mello e Gabriel Galípolo.

Mercadante é uma espécie de decano dos economistas do PT, colaborador histórico de Lula e, por isso mesmo, talvez o nome com maior suporte político dentro do partido. Mello e Galípolo, por sua vez, são estrelas em ascensão. Com a mesma idade, 39 anos, ambos se destacaram durante a campanha como dois dos principais formuladores do programa econômico de Lula. Mello, da Unicamp, já disse que o governo Lula pretende revogar o teto de gastos e criar um novo arcabouço fiscal. O que isso significa? Pouco ou nada se sabe, o que só ajuda a alimentar tensões no mercado.

Já Galípolo tem uma trajetória, digamos assim, menos convencional para o perfil dos economistas historicamente próximos ao PT – ainda que seja um colaborador de Mercadante há mais de dez anos. Formado pela PUC, foi CEO do Fator, o que, em tese, talvez o coloque em uma situação de vantagem, como um nome um pouco menos rascante para o mercado. Galípolo também é próximo de Luciano Coutinho, o que em parte explicaria as especulações do seu nome para um BNDES vitaminado – ver RR de 5 de setembro.

Em conversas com assessores próximos a Lula, o RR apurou que, apesar de eventuais pressões do partido, Lula pende para a saída mais desejável pelo mercado, leia-se um Ministério “PTucano”. Na prática, a construção desse staff já vem surgindo aos poucos, de forma gradativa – em uma combinação antecipada pelo RR ao longo dos últimos meses. Geraldo Alckmin segue como forte candidato ao Ministério da Fazenda – como informou a newsletter no dia 19 de setembro. Dentro do próprio PT, ressalte-se, há focos de resistência ao nome de Geraldo Alckmin – e, consequentemente à “tucanização” da economia. Um dos argumentos é que o vice-presidente da República não seria um ministro demissível. Tudo tem seu jeito. Alckmin pode até não ser “demissível”, mas seria perfeitamente “deslocável”, caso assim fosse necessário. Por essa linha, Lula formalizaria também a presença de André Lara Resende e Pérsio Arida em sua equipe econômica. É outro movimento que não vem de hoje. Em março de 2021, mais precisamente na edição do dia 16, o RR foi o primeiro veículo a noticiar a aproximação de Lara Resende e Lula e a possibilidade do ex-tucano integrar um eventual governo petista.

O RR não acredita que Lara Resende seja o escolhido para o cargo de ministro. O mercado financeiro se ressentiria da escolha, em razão das suas “novidadeiras” teorias monetárias. Mas ele será um importante colaborador de Lula na formulação da política econômica, o que já foi endossado pelo próprio petista. O mesmo se aplica a Pérsio Arida, outro nome egresso do ninho tucano, que também confirmou sua colaboração com o comitê responsável pelo programa econômico e igualmente se achegou a Lula pelas mãos de Alckmin. A presença de Lara Resende e Arida traz para o governo petista o ativo da maior revolução monetária do país, com o fim da hiperinflação. Ou seja: Lula pode capitalizar o fato de que arregimentou das antigas fileiras tucanas a dobradinha que ajudou a idealizar o Plano Real e a resolver o maior problema do povo: a carestia. Mesmo que o petista não tenha apoiado o Real na sua origem.

O regra três da área econômica de Lula é, como sempre foi, seu ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Seu apoio a Lula não teria sido uma decisão destituída de qualquer acordo ou interesse. Meirelles é quindim do mercado. A newsletter aposta que seu nome está guardado para a saída de Roberto Campos Neto da presidente do BC daqui há dois anos – ver RR de 9 de setembro. Campos Neto já afirmou que não se recandidatará, o que também é o desejo do PT. Meirelles estaria sentado no Conselho da controversa corretora de criptomoedas Binance, aguardando a convocação. Será, então, o mais longevo presidente do BC e joia rara dos três governos Lula. Mas Meirelles não é papo para a campanha eleitoral. Os atores agora são outros.

#Auxílio Brasil #Banco Central #BNDES #Geraldo Alckmin #Henrique Meirelles #Jair Bolsonaro #Lula #Ministério da Fazenda #PT

A caça por apoios

5/10/2022
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Paulo Guedes tem feito acenos ao empresário Flavio Rocha com o objetivo de resgatar seu apoio a Jair Bolsonaro. Há duas semanas, o dono da Lojas Riachuelo jantou com Lula, mas, sempre que perguntado sobre eleições, tem repetido que prefere “ficar na moita”. Guedes quer tirá-lo de lá.

Eduardo Bolsonaro está se mexendo para conseguir que Giorgia Meloni, líder da extrema direita italiana e virtual primeira-ministra do país, grave um vídeo em favor da reeleição de Jair Bolsonaro.

O comitê de campanha de Lula, via Henrique Meirelles, está tentando obter uma declaração de apoio de João Doria. Ainda que tenha perdido força no tabuleiro político, Doria carrega o ativo do confronto com Jair Bolsonaro na pandemia.

#Eduardo Bolsonaro #Flavio Rocha #Henrique Meirelles #Jair Bolsonaro #João Doria #Lojas Riachuelo #Lula #Paulo Guedes

Linha de montagem

22/09/2022
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Depois de Marina Silva e Henrique Meirelles, o nome de Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, lidera a bolsa de apostas como o próximo grande fato político na campanha de Lula.

#Fiesp #Henrique Meirelles #Lula #Marina Silva

O que Meirelles vai fazer na Binance?

9/09/2022
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O movimento de Henrique Meirelles em ingressar no Conselho da corretora de criptomoedas Binance se situa na fronteira entre a desesperança e o reencontro. Mais provável é que esteja mesmo jogando a toalha. A Binance é uma instituição no mínimo controversa, cujos ativos oscilam feito uma montanha russa, noves fora as notícias sobre suas práticas de gestão pouco ortodoxas.

Meirelles é um homem riquíssimo – tem uma fortuna avaliada entre R$ 700 milhões e R$ 1 bilhão – com uma reputação ilibada, além de ser um tecnocrata de notória competência. Não precisa mais trabalhar. O mais provável, portanto, é que esteja indo fazer uma operação cleanner na Binance. Ou seja: emprestar seu capital reputacional para amenizar a fama de periculosa da corretora.

Pode ser, entretanto, que Meirelles esteja apenas fazendo hora para retornar ao BC no governo Lula. Sabe-se que Roberto Campos Neto, garantido como titular do Banco Central independente em um eventual e cada vez mais provável governo do PT, já antecipou que, cumpridos os próximos dois anos do seu mandato, não se recandidatará. Meirelles é um reserva de luxo, já testado e retestado. Conta com o que é mais importante: a confiança de Lula.

#Banco Central #Binance #Criptomoedas #Henrique Meirelles

O golpe não sai da cabeça de José Dirceu

8/07/2022
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José Dirceu só pensa no golpe. Cogita, inclusive, fazer contato com parlamentares democratas norte-americanos com o objetivo de sensibilizá-los evocando a Carta Democrática Interamericana da OEA. Dirceu ressalta que a democracia é, implicitamente, uma cláusula pétrea da Constituição brasileira. O ex-ministro considera que os Estados Unidos, em caso de golpe de Estado, poderiam congelar as reservas cambiais brasileiras, uma iniciativa similar à que foi feita com a Rússia por conta da invasão da Ucrânia. Como se sabe, Dirceu tem algum trânsito com os políticos norte- americanos. Foi ele o responsável pela articulação com o então vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, em torno da nomeação de Henrique Meirelles para o comando do Banco Central. À época, Meirelles era presidente do FleetBoston. Mas nem Dirceu, chamado pelos petistas de “Comandante de Ferro”, resiste aos prosaicos golpes do dia a dia. No momento, encontra-se recolhido em casa com Covid. Mesmo assim, pensando no golpe sem parar.

#Banco Central #Henrique Meirelles #José Dirceu #OEA

Chama o Meirelles

22/06/2022
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Com a saída de João Doria da corrida à Presidência, Henrique Meirelles já pensa em retornar ao setor privado. Dessa vez, com negócio próprio. No momento, dá umas namoradinhas de leve com o PT.

#Henrique Meirelles #João Doria #PT

Revival

22/04/2022
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A quem lhe pergunta sobre a hipótese de uma reaproximação com Lula, o ex-ministro Henrique Meirelles, um dos formuladores do programa econômico de João Doria, não diz nem sim, nem não. Ou seja: diz sim. Porém, tudo indica que Lula diria não.

#Henrique Meirelles #João Doria

Rumo a Goiás

11/02/2022
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Henrique Meirelles sinalizou a Gilberto Kassab, presidente do PSD, que a partir de março passará a ficar alguns dias da semana em Goiânia. É o aquecimento da campanha: em abril, Meirelles deve deixar a Secretaria de Fazenda de São Paulo para concorrer ao Senado por Goiás.

#Henrique Meirelles #PSD

Coalizão anti-Meirelles

21/12/2021
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Wilder Morais costura o duplo apoio do presidente Jair Bolsonaro e do governador Ronaldo Caiado a sua candidatura ao Senado por Goiás. Ganha, assim, munição para enfrentar Henrique Meirelles, que já anunciou que vai disputar a eleição ao Senado.

#Henrique Meirelles #Jair Bolsonaro #Ronaldo Caiado #Wilder Morais

Venda da dívida ativa da União ainda é um tiro no escuro

18/11/2021
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A venda da dívida ativa da União, estados e municípios lembra a independência do Banco Central, que demorou mais de 30 anos para ser aprovada. O projeto de securitização desses passivos e venda ao mercado com deságio começa há mais de uma década com projeto do Senador José Serra. O ex-ministro Joaquim Levy tentou implementar a medida.

Não conseguiu. Henrique Meirelles, na questão do presidente Temer, também buscou junto ao TCU a aprovação da venda da dívida ativa. Desistiu no caminho. Agora, o governo decidiu novamente pela comercialização dos tributos não pagos, ou seja a dívida ativa.

A ideia é boa. Só que não especifica se os passivos poderão ser usados como moeda em privatizações. E caso seja esse o intento, não esclarece se as dívidas adquiridas com altos deságios serão contabilizadas pelo valor de face para efeito da compra de ativos do Estado. Se for essa a intenção, será uma espécie de subsídio à privatização. Parece até que feito sob encomenda para alguns interessados na compra da Eletrobras.

#Banco Central #Eletrobras #Henrique Meirelles #TCU

E olhe que Guedes queria privatizar a Petrobras…

4/10/2021
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Apesar do subsídio para a venda do gás de cozinha reduzir em um dedinho a pressão sobre os gastos fiscais com a política compensatória do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ficou incomodado com a medida. O anúncio de que a Petrobras vai destinar R$ 300 milhões para favorecer a compra do botijão escancarou de vez o uso da companhia como uma “agência de utilidades”. Os recursos parecem pequenos. Mas representam mais de 10% do que o governo pretende arrecadar com o IOF até o final do ano. É a chamada “operação cata caquinho”. No caso da Petrobras, é como se a empresa tivesse deixado de ser uma sociedade de economia mista e se tornado um departamento do Palácio do Planalto. Assim como se refere ao “meu Exército”, Bolsonaro bem que poderia dizer “minha Petrobras”.

Se alguém ainda tinha alguma dúvida, o governo vai usar a empresa como um aríete político-eleitoral. O subsídio para o gás de cozinha – medida que, diga-se de passagem, tem seu mérito social – vai além do papel de intervenção estatal que o governo Dilma Rousseff atribuía à Petrobras. O “desvio de função” da Petrobras já estava dado quando da saída de Roberto Castello Branco da presidência da estatal. Na ocasião, ficou claro que a empresa iria interferir na formação de preços como se fosse uma espécie de “CIP dos combustíveis” – uma alusão ao velho Conselho Interministerial de Preços. Essa postura intervencionista deverá ter efeitos sobre o programa de desmobilização de ativos da companhia. A venda das quase 50 subsidiárias que Castello Branco deixou prontas para a privatização subiu no telhado. Uma das joias da coroa seria a Transpetro, que, no ano passado, teve um de seus maiores resultados operacionais. Tudo mudou. Se a gestão Castello tinha como foco a geração de valor para o acionista, na atual administração o que importa é a vontade do sócio majoritário, o governo.

Ou seja: a Petrobras dificilmente vai desestatizar subsidiárias, deixará de privilegiar o acionista, servirá de “poder moderador” na formação dos preços dos combustíveis e será linha de apoio do governo para mitigar a pobreza. A presença do general Joaquim Silva e Luna no comando da empresa é um facilitador das pretensões do presidente Bolsonaro. Trata-se de um oficial sério e respeitado, mas com muito menos independência do que tinha seu antecessor. Curiosamente, a decisão do governo de subsidiar a venda de gás por intermédio da Petrobras foi tomada um dia após Henrique Meirelles dizer que a solução para os preços dos combustíveis era “muito simples”: bastaria a estatal reduzir sua margem de lucro “extraordinária”. Se o conselho do secretário de Fazenda de São Paulo tinha como intenção cutucar o governo Bolsonaro em prol do candidato João Doria, o tiro saiu pelculatra. A proposta de reduzir a rentabilidade da Petrobras não só calou fundo no Palácio do Planalto como foi bem acolhida. O próprio Silva e Luna correu para dar uma entrevista, afirmando que o subsídio ao gás de cozinha já estava sendo pensado na empresa antes (não é verdade) e que os dividendos da estatal poderiam ser destinados às famílias carentes e/ou caminhoneiros, mas que essa decisão não cabe à Petrobras (é verdade). De realmente crível é que as duas medidas foram e estão sendo urdidas no Palácio do Planalto. Para 2022 – quem sabe? – Bolsonaro não cria também o “Vale diesel”, o “Vale lubrificante” etc.

#Henrique Meirelles #João Doria #Ministério da Economia #Paulo Guedes #Petrobras

As águas vão rolar?

7/01/2021
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Henrique Meirelles e equipe voltaram a estudar alternativas para a Sabesp. O modelo mais cotado seria a criação de uma holding com a posterior abertura de capital. A privatização pura é simples é tida praticamente como carta fora do baralho devido à resistência da Alesp.

#Henrique Meirelles #Sabesp

Um tributo a Meirelles

19/10/2020
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Os secretários da Fazenda pretendem fazer uma homenagem ao titular do cargo em São Paulo, Henrique Meirelles, que é o ancião entre seus pares. Meirelles é mesmo uma referência. Mesmo com a idade avançada, trabalha alucinadamente. O RR acha que ele merece a homenagem com louvor.

#Henrique Meirelles

Afinal, qual é a desoneração da folha de Paulo Guedes?

18/08/2020
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É preciso compreender melhor o que o ministro Paulo Guedes entende como desoneração da folha de trabalho. Uma coisa é desonerar os novos empregos, o que faz sentido em parte, pois o empregador pode trocar mão de obra “cara” por nova mão de obra barata ou “desonerada”. Outra coisa é desonerar os encargos na folha de salários dos trabalhadores de mais baixa renda, o que ajuda os mais pobres. Justo, justíssimo! Finalmente, uma terceira coisa é desonerar toda a folha de salário.

Trata-se de uma experiência já vivida no governo Dilma, um filme que não deu certo. De acordo com o Ipea, a desoneração da folha promovida pela Sra. Rousseff, de 2012 a 2015, não teve impacto no emprego. Já na margem de lucro das empresas a medida teve o efeito de um bombom de cereja com licor. Curioso é que um dos autores do estudo do Ipea que constatou a ineficiência da desoneração da folha foi Adolfo Sachsida, hoje secretário de Política Econômica do Ministério da Economia.

A política de Dilma Rousseff se deu pela substituição dos 20% da contribuição patronal ao regime de Previdência que incide na folha de pagamento por uma contribuição entre 1% e 2% sobre o faturamento das empresas. Para se ter uma ideia da disposição de Dilma em cortar os tributos, de 2011 até o fim do seu governo, em 2016, a tesourada nos gravames foi de cerca de R$ 458 bilhões, ou seja, metade da economia obtida com a reforma da previdência do governo Bolsonaro. Recentemente, Dilma fez um mea culpa e se penitenciou, contrita, pela insistência com a desoneração, uma medida “que não aumentou o investimento nem o emprego e somente contribuiu para encher o bolso dos empresários”.

Com Michel Temer assumindo a presidência, coube ao seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reonerar vários setores da economia. Naqueles idos, Meirelles considerava que a desoneração somente colaborou para a deterioração da situação fiscal do país. Pois bem, estamos de volta para o passado. Mas talvez Paulo Guedes tenha a dosimetria certa para fazer com que esse veneno sob forma de bálsamo se transforme em um lenitivo eficaz para o desemprego no país.

#Dilma Rousseff #Henrique Meirelles #Ipea #Paulo Guedes

Paulo Guedes faz um pot-pourri de reformas tributárias

31/07/2020
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A unificação do PIS/Cofins, coração da reforma tributária, tem origem em um projeto do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Para ser mais fidedigno, ela surge primeiramente na gestão de Pedro Malan à frente da Pasta. A gênese de ambos os casos é um estudo embolorado do Ipea, feito nos anos 90, mas, como se vê, ainda atual. O documento é a inspiração de várias tentativas de revisão tributária, inclusive da atual proposta, enviada ao Congresso pelo ministro Paulo Guedes.

O estudo foi levado a Guedes pelo presidente do Ipea, Carlos Von Doelinger. As alíquotas, nas diversas tentativas de unificação dos impostos, variaram em função de diferentes vetores. Agora, o mais importante é o desajuste fiscal. A proposta da equipe econômica é draconiana para alguns setores e, no saldo final, elevaria a arrecadação tributária. Ou não, dependendo de outro vetor, o crescimento da atividade econômica, que parece, no caso brasileiro, ter se divorciado da macroeconomia e ganhado vontade própria.

A variável que determina o resultado do jogo é a vacina para erradicação do coronavírus. Com a pandemia, a política econômica anda de lado. Por enquanto, a medida de unificação do PIS e da Cofins é o que se tem. Trata-se de uma proposta manca. Está faltando o outro pé, a desoneração da folha de salários.

Guedes quer aprovar também a contribuição sobre transações, para ajudar a fechar a conta. É bom que os economistas da equipe econômica leiam direitinho o estudo matricial do Ipea. Está dito lá que um dos riscos na unificação dos impostos com aumento da carga – a ver a alíquota geral e a incidente sobre cada setor – é causar um aumento da informalidade. Mas o ministro está careca de saber o que é a curva de Lafer. Afinal, leu Keynes três vezes no original antes de ir para Chicago se embriagar com o pensamento neoliberal.

#Henrique Meirelles #Ipea #Paulo Guedes

De volta ao normal?

22/07/2020
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Otimistas, João Doria e o “ministro” da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, querem retomar as concessões de linhas do metrô e de rodovias de São Paulo já no início de 2021. Oxalá!

#Henrique Meirelles #João Doria

Estilo Caoa

20/12/2019
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As declarações do empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade de que não desistiu da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo foram lidas no Palácio Bandeirante como chantagem em praça pública. João Doria e Henrique Meirelles sabem bem o que “Caoa” quer: uma torrente de dinheiro público, via incentivos fiscais. Não terá.

#Caoa #Henrique Meirelles #João Doria

Vendedor de luxo

10/12/2019
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Henrique Meirelles, Secretário de Fazenda de São Paulo, deverá fazer um road show pela Ásia no início de 2020. No provável roteiro, países como China e Cingapura. Meirelles levará no seu mostruário ativos como a Sabesp, as concessões das linhas 8 e 9 do metrô paulistano.

#Henrique Meirelles #Sabesp

Repatriação entra no radar da equipe econômica

28/11/2019
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Era só o que faltava, o câmbio virar um problema. A carreira desabalada do dólar e a falta de atenção do governo ao fato de que os fundamentos da economia não são favoráveis ao câmbio no curto prazo – que pode se tornar longo a depender do cenário internacional – estão levando a equipe econômica a revirar o baú de velhas ideias e projetos nessa área. Uma dessas medidas seria a realização de uma nova e urgente repatriação do dólar, em condições mais atrativas do que a efetuada em 2016, na gestão do então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

À época, a repatriação gerou uma atração de R$ 169 bilhões, com uma arrecadação fiscal para o governo de R$ 59 bilhões. Essa dinheirama não existe mais no exterior. Mas estima-se que algo equivalente a 30% desse valor ainda resistam bravamente nos paraísos fiscais. É bem verdade que a segunda fase de repatriação feita também na gestão Temer/Meirelles frustrou o governo, com a arrecadação de apenas R$ 1,6 bilhão. Agora, além do aperto dos órgãos de controle e fiscalização financeira internacionais, haveria outro estímulo para o retorno do vil metal ao Brasil.

Para a nova repatriação, caso ocorra, estuda-se imposto e multa bem abaixo dos 30% cobrados no governo Temer ou mesmo um parcelamento generoso do pagamento. Acredita-se que o simples anúncio da medida teria algum impacto de baixa sobre a cotação do dólar. A repatriação, entretanto, está longe de resolver o problema do câmbio, que depende do manejo das políticas fiscal e monetária; da atitude firme do governo na busca de capital estrangeiro; da ousadia de irrigar a economia física com recursos extraorçamentários – inclusive como isca para o investidor externo –; e da moderação, ou melhor, do silêncio do ministro da Economia. A equipe econômica tem que trabalhar com afinco para não ser obrigada a obrar uma das bravatas mais arriscadas de Paulo Guedes: vender um caminhão de reservas. Um dos dilemas do lastro cambial é se ele existe para ser usado ou para ser guardado. Tirar a teima agora não parece ser um bom negócio.

#Henrique Meirelles #Paulo Guedes #Repatriação

Para 2022

10/10/2019
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O secretário de Fazenda do governo de São Paulo, Henrique Meirelles, tem colhido colaborações para um programa econômico amplo, geral e irrestrito. Coisa para 2022.

#Henrique Meirelles

Rodovia São Paulo-Pequim

4/09/2019
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Em sua recente viagem a Pequim, no início de agosto, Henrique Meirelles conversou amiúde com representantes da China Communications Construction Company. Voltou convicto de que o grupo disputará a privatização do Rodoanel de São Paulo. A desestatização de quase mil quilômetros do arco rodoviário deverá ocorrer no início de 2020. O investimento gira em torno de R$ 10 bilhões.

#China Communications Construction Company (CCCC) #Henrique Meirelles

Meirelles é a “Câmara de Arbitragem” da guerra fiscal

1/08/2019
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O secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, tornou-se uma espécie de embaixador do governador João Doria junto aos demais guardiões do Tesouro estadual. Transformou sua sala em uma passarela dos secretários da Fazenda do Sul-Sudeste. As discussões sobre guerra fiscal correm em um ambiente aristocrático. Mas a postura de Meirelles, ainda que marcial, é de contemporização com as autoridades congêneres. Parece até que está em campanha para ser ministro. Um dos participantes que comparece invariavelmente às reuniões disse que o ex-presidente do BC sempre traz para as conversas o nome de Doria. É como se fosse um gesto ensaiado. A mesma fonte falou que, em um dos encontros, provocou o secretário de São Paulo, afirmando que ele estava a 1.241 dias de se tornar o substituto de Paulo Guedes. Ao que Meirelles respondeu: “Aos 74 anos já prestei minha contribuição na área federal do governo. Mas nunca se diz nunca a um chamamento da pátria”.

#Henrique Meirelles #João Doria

Combustível

17/04/2019
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A indústria sucroalcooleira de São Paulo vai encaminhar ao secretário Henrique Meirelles propostas para dar fôlego ao setor. Se o pedido for de renúncia fiscal, é certo que o pacote vai parar no triturador de papel de Meirelles.

#Henrique Meirelles

Chama o Meirelles

14/02/2019
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A direção da GM no Brasil intensificou as conversas com Henrique Meirelles, secretário de Fazenda de São Paulo, na tentativa de antecipar créditos de ICMS das fábricas de São Caetano e São José dos Campos. Na narrativa dos norte-americanos, os recursos são fundamentais para a manutenção das duas unidades. Por ora, a GM tem encontrado a guarida que não teve no governo federal, vide a notória reunião com o secretário especial de Produtividade do Ministério da Economia, Carlos Costa, no início de janeiro. Ao ouvir dos norte-americanos que as fábricas poderiam ser fechadas por falta de incentivo fiscal, Costa mandou na lata: “Se precisar fechar, fecha”.

#Henrique Meirelles

Chanceler da Economia

7/11/2018
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Talvez Henrique Meirelles, cotado para a Embaixada do Brasil em Washington, tenha ainda mais serventia se assumir diretamente o Ministério das Relações Exteriores. Para quem fica cheio de dedos com o Itamaraty, lembrai-vos de FHC e José Serra. A ideia é que Meirelles fique mais lá fora do que aqui dentro, o que seria bom, tendo em vista quem será o ministro da Economia.

#Henrique Meirelles

Meirelles tira visto para a campanha de Haddad

25/09/2018
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O presidenciável de araque Henrique Meirelles está verificando o prazo de validade do seu passaporte para uma eventual flutuação em direção à banda petista. Seria uma decisão individual. Meirelles acredita que os préstimos a Lula o imunizam dos serviços a Temer. A palavra de ordem seria “Na disputa contra Bolsonaro somos todos Haddad.”

Por sinal, curiosamente, entre os respectivos marqueteiros a aliança entre Fernando Haddad e Henrique Meirelles já começou. A relação entre as duas equipes de comunicação é a mais harmônica e colaboracionista possível. Ambas têm trocado informações e compartilhado dados sobre trackings diários. Tudo na maior fidalguia.

#Fernando Haddad #Henrique Meirelles

Meirelles é o próprio fundo partidário

24/09/2018
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Henrique Meirelles deverá torrar algo em torno de R$ 15 milhões nas duas últimas semanas da campanha eleitoral. Ele já gastou R$ 45 milhões, um recorde nas doações eleitorais de pessoa física. Com o acréscimo, Meirelles terá desembolsado R$ 60 milhões na sua campanha, ou seja, mais de 60% do patrimônio de R$ 90 milhões declarado à Justiça Eleitoral. Mas só R$ 90 milhões? Isso é apenas a riqueza confessada no Brasil. O ex-ministro da Fazenda tem uma fortuna declarada somente nos EUA, com valores muito superiores. Contudo, mesmo que haja grana de sobra, a pergunta permanece: para que isso tudo, Meirelles?

#Henrique Meirelles

Esquece o Meirelles

19/09/2018
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O MDB do Nordeste não chamou o Meirelles. Todos os quatro candidatos do partido a governos da região têm ignorado o presidenciável. Renan Filho (Alagoas) e Roseana Sarney (Maranhão) são os mais radicais: não há vestígio de Henrique Meirelles no material de campanha de ambos. O mais incrível é que, ainda assim, Meirelles aparece nas pesquisas com 3% das intenções de voto no Nordeste, o mesmo índice da sua performance nacional.

Justiça seja feita, o eclipse eleitoral no Nordeste não é privilégio de Meirelles. Os candidatos aos governos do Ceará, o tucano General Teophilo, e da Bahia, o aliado do PSDB Zé Ronaldo, do DEM, só faltam dizer que não conhecem Geraldo Alckmin nem de nome.

#Henrique Meirelles #MDB

Henrique Meirelles cola em Temer para propagandear seu “governo de transição”

17/09/2018
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Os vídeos de Michel Temer nas redes sociais com críticas a Geraldo Alckmin e Fernando Haddad são apenas as primeiras cenas da colaboração velada entre o Palácio do Planalto e a campanha de Henrique Meirelles. Há um esforço conjunto e coordenado no sentido de alavancar a candidatura do emedebista. A priori, Temer continua sendo uma presença infectocontagiosa para a imagem de qualquer candidato e, para todos os efeitos, seguirá a léguas de distância de Meirelles. No entanto, o ex-ministro da Fazenda acredita ter encontrado um veio na relação com o presidente que só ele pode explorar.

Meirelles é o único dos concorrentes ao Planalto capaz de trazer para si a negociação com o governo de soluções antecipadas para alguns dos dramáticos problemas a serem enfrentados pelo futuro presidente. Mais do que qualquer outro candidato, Meirelles pode dizer com autoridade que o “governo de transição” começa antes mesmo da eleição. É sintomático, por exemplo, que o atual titular da Fazenda, Eduardo Guardia, uma extensão de Meirelles no cargo, tenha surgido em cena na semana passada resgatando a reforma da Previdência, com a proposta de um mutirão no Congresso para a aprovação do projeto logo após as eleições.

Quase que simultaneamente chama a atenção também a movimentação do ministro em torno da elaboração de proposta para a redução do Imposto de Renda para Pessoa Jurídica (IRPJ). Ninguém, a bem da verdade, acredita que o Congresso Nacional aprove qualquer medida polêmica ou impopular nesse período. Mas Henrique Meirelles poderia trazer para si a resolução do problema orçamentário do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), programas sociais que tiveram parcela expressiva de verbas diferidas para aprovação futura pelos congressistas. A saída está dada – ver RR edição de 13 de setembro – e tem sido objeto de discussão entre o candidato emedebista e seus ex-companheiros de equipe econômica.

O expediente não passa pelo Congresso. Os recursos seriam providos do lucro do Banco Central, uma artimanha fiscalmonetária condenada à extinção, que transfere para a instituição a rentabilidade das reservas cambiais sem que elas tenham sido vendidas. Conseguindo ou não êxito em suas demandas, o importante na campanha é o discurso e o espaço no noticiário. A reaproximação do governo e do presidente da República que o próprio Henrique Meirelles renega em sua campanha eleitoral é uma desesperada tentativa de içar uma candidatura pregada no chão. Com 3% nas últimas pesquisas do Ibope e do Datafolha, o solitário emedebista tem de inventar algo diferente, mesmo correndo o risco de levar um tombo.

Michel Temer é um chapéu de dois bicos: tanto atrapalha quanto ajuda. A estratégia de usar o próprio Temer para satanizar Geraldo Alckmin nas redes sociais foi elaborada a partir de uma “joint venture” entre Elsinho Mouco, o marqueteiro da Presidência da República, e os publicitários Chico Mendez e Paulo Vasconcellos, responsáveis pela comunicação de Meirelles. Outras peças deverão ser produzidas e disseminadas nos próximos dias. Enquanto isso, Meirelles analisa se vale a pena posar como o “candidato-estadista” que convenceu o presidente da necessidade de resolver parte dos graves problemas do futuro governante, seja ele quem for.

#Fernando Haddad #Geraldo Alckmin #Henrique Meirelles #Michel Temer

Palco vazio

31/08/2018
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A campanha de Henrique Meirelles está tentando garimpar artistas dispostos a declarar apoio ao candidato, notadamente entre duplas sertanejas de Goiás, seu estado natal. Até agora, no entanto, não encontrou ninguém de renome disposto a “chamar o Meirelles”.

#Henrique Meirelles

R$ 15 milhões

30/08/2018
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Além da autodoação de R$ 20 milhões já realizada, Henrique Meirelles calcula que ainda gastará mais R$ 15 milhões do próprio bolso até o fim da campanha. Se chegar ao fim da campanha.

#Henrique Meirelles

Meirelles, o mutante

27/08/2018
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O marketing de campanha de Henrique Meirelles parece não ter medo do ridículo. Depois de caracterizar o vetusto ex-ministro como um integrante da Star Trek em uma peça nas redes sociais, está em pauta fundir sua imagem a de personagens de X-Men. É sério!

#Henrique Meirelles

Ignorando

16/08/2018
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O clã dos Sarney se aliou aos emedebistas purosangue que ignoram a candidatura de Henrique Meirelles. A campanha de Roseana Sarney sequer cita o presidenciável.

#Henrique Meirelles #José Sarney

Fundo partidário

13/08/2018
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Henrique Meirelles não faz economia em sua candidatura. Contratou o publicitário Daniel Braga, ex-João Doria, para cuidar de sua campanha nas redes sociais. A bolada deve ter sido boa: o marqueteiro abriu mão de quase todos os demais clientes.

#Henrique Meirelles

Freelancer

13/08/2018
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O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, tem falado a torto e a direito como um dos articuladores políticos da campanha de Henrique Meirelles, que, por sua vez, dispensa a colaboração.

#Henrique Meirelles

Paradoxo

10/08/2018
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Paradoxo do cinismo: a campanha de Henrique Meirelles está reunindo farto acervo de imagens de Lula e Dilma Rousseff junto a Michel Temer.

#Henrique Meirelles

Usucapião

3/08/2018
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Em seus próximos filmetes publicitários, Henrique Meirelles vai bater bumbo sobre as habitações populares entregues durante sua passagem pelo governo Temer. Meirelles vai praticamente posar de pai do “Minha Casa, Minha Vida”.

#Henrique Meirelles

Meirelles quer blindagem

1/08/2018
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Henrique Meirelles não quer a presença de líderes do MDB do Rio de Janeiro, dos que sobraram, em seus eventos no estado. Não deixa de ter sua razão. Mas é por essas e outras que o MDB não quer nem saber de Meirelles.

#Henrique Meirelles

O mapa de Henrique Meirelles

31/07/2018
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O bunker de campanha de Henrique Meirelles avalia os prós (poucos) e contras (muitos) de uma visita do ex-ministro, antes da convenção de agosto, aos estados que lhe são mais refratários na cartografia do MDB. A rota do fogo amigo passa por Ceará (Eunício de Oliveira), Maranhão (José Sarney), Alagoas (Renan Calheiros) e Paraná (Roberto Requião). Hoje, entre os assessores do candidato, predomina a tese de que será muito desgaste por nada. Mesmo que leve seu sorriso metálico a essas latitudes, será muito difícil Meirelles virar o jogo nesses territórios hostis.

#Henrique Meirelles

Quindins de Iaiá

26/07/2018
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O publicitário Eduardo Fisher é a noiva da vez dos políticos. Pelo menos três pré-candidatos ao Palácio do Planalto em busca de marqueteiro de campanha o sondaram: Henrique Meirelles, Jair Bolsonaro e Álvaro Dias.

#Henrique Meirelles #Jair Bolsonaro

Acervo RR

Mão aberta

26/07/2018
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A campanha presidencial ainda nem começou e o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (MDB), já gastou, em um só dia, R$250 mil com a sua estrutura de pré-campanha. O valor representa 0,025% da sua fortuna de R$ 1 bilhão.

#Henrique Meirelles #MDB

Bebendo conselhos

25/07/2018
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O candidato Henrique Meirelles foi beber dos conselhos de Naji Nahas e Delfim Netto. Recomendação expressa do presidente Michel Temer, interlocutor permanente de ambos. Como se fosse adiantar de algo.

#Henrique Meirelles

Meirelles ataca o Centrão

24/07/2018
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Henrique Meirelles ainda acredita ser possível cindir o Centrão pelas bordas. No fim de semana, conversou longamente com Roberto Jefferson, do PTB, e Marcos Pereira, do PRB. Para esta semana, está prevista nova ofensiva sobre os dois partidos.

#Henrique Meirelles

O disruptivo Meirelles

23/07/2018
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A afortunada campanha de Henrique Meirelles deverá lançar um aplicativo próprio para os aficionados acompanharem todos os passos do ex-ministro.

#Henrique Meirelles

Meirelles quer fazer do governo Lula seu avalista eleitoral

20/07/2018
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O marqueteiro de Henrique Meirelles, Chico Mendez, já definiu uma linha para a campanha do candidato. A ideia é usar ao máximo possível a imagem de Lula, com o propósito de pegar carona na bonança econômica do seu governo e vinculá-la à gestão de Meirelles no Banco Central. Desta forma, o ex-ministro tentaria surfar nas boas lembranças da gestão do petista ainda resilientes na memória de um terço do eleitorado. O “Chame o Meirelles”, slogan bombardeado desde a semana passada na TV e nas redes sociais, ganharia, então, uma segunda linha: ao chamar Meirelles, o eleitor traria de volta a estabilidade econômica, distribuição de renda, emprego.

A iniciativa, é bom que se diga, tem prazo de duração: Lula não vai ficar calado até as eleições. Mas, ao menos, funcionaria como um ponto de partida para a campanha de Meirelles. No mundo paralelo concebido pelos publicitários do pré-candidato emedebista, o discurso implícito será na seguinte linha: o governo Lula só foi o que foi porque Meirelles fez parte dele durante cada um dos seus 2.921 dias. E os seus 694 dias à frente do Ministério da Fazenda de Michel Temer, com o desemprego na casa dos 13%? Será apenas um detalhe.

Não obstante o risco de soar como um cinismo escancarado, chega-se a dizer, entre os estrategistas de Meirelles, que ele poderia explorar sua saída da Fazenda, tratando-a como um sinal de discordância e oposição ao governo Temer. Conciliador como só ele, Meirelles teria adiado ao máximo seu desligamentdo Ministério para não aumentar a instabilidade política e institucional. A lógica é que a propaganda eleitoral suportaria o photoshop na realidade.

Segundo informações filtradas do comitê de campanha do emedebista, uma das peças de comunicação mais contundentes, que deverá ser veiculada antes da convenção do partido e da eventual homologação da cambaleante candidatura Meirelles, tem como base um discurso feito por Lula em 2010. A fala seu deu em Anápolis (GO), terra natal do ex-ministro da Fazenda. “Vocês já ouviram muitas pessoas falarem mal do Meirelles, porque os juros estão altos. Eu quero dizer ao povo de Anápolis que sou agradecido a este companheiro e à equipe econômica pela estabilidade e pelo respeito que o Brasil tem hoje no mundo”.

#Henrique Meirelles #Lula

Novidade

18/07/2018
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Eva Missine é a novidade na campanha de Henrique Meirelles. Ele tem sido acompanhado da esposa em algumas viagens, ainda que Eva permaneça discretamente nos bastidores.

#Henrique Meirelles

A “onda” Meirelles

17/07/2018
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Henrique Meirelles chegará todo prosa para o almoço com empresários que terá hoje no Rio, sob os auspícios do Grupo Lide, de João Doria. Além da pesquisa da XP anunciada no fim de semana, que lhe dá 3% das intenções de votos, maior patamar alcançado até o momento, Meirelles deverá anunciar que já conta com o apoio de 433 dos 629 delegados do MDB para a convenção do partido, no dia 2 de agosto.

#Henrique Meirelles #João Doria #XP Investimentos

Temer não ajuda ninguém

10/07/2018
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Michel Temer criou um problema a mais para a eventual candidatura de Henrique Meirelles. Na avaliação dos assessores de Meirelles, a decisão de Temer de tirar o Ministério do Trabalho do PTB sepultou as últimas esperanças do ex-ministro de contar com o apoio do partido de Roberto Jefferson

#Henrique Meirelles #Michel Temer

A tropa de Meirelles

5/07/2018
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Henrique Meirelles, o mais bem afortunado dos presidenciáveis, fechou a contratação do publicitário Paulo Vasconcellos, marqueteiro de Aécio Neves em 2014. Vasconcellos é conhecido por “ouvir a alma” da Classe C.

#Henrique Meirelles

Um padrinho para Meirelles

4/07/2018
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Henrique Meirelles busca dentro do MDB um “padrinho” para a sua candidatura no Nordeste. José Sarney e Jarbas Vasconcelos já recusaram o convite para o batizado.

#Henrique Meirelles #José Sarney #MDB

Peregrinação

28/06/2018
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A recente peregrinação de Henrique Meirelles por diretórios do MDB em sete estados foi desanimadora. Meirelles viu que o partido trabalha, sem cerimônia, contra a sua candidatura. O fogo amigo mais potente se concentra em Minas Gerais e no Paraná.

#Henrique Meirelles #MDB

Culto eleitoral

27/06/2018
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Henrique Meirelles e Flavio Rocha vão pedir a bênção do eleitorado evangélico. Os dois presidenciáveis confirmaram presença na caravana gospel do bispo Robson Rodovalho, da Igreja Sara Nossa Terra, que se apresentará na Paraíba neste fim de semana.

#Henrique Meirelles

Assim é se lhe parece

25/06/2018
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Moreira Franco é um dos poucos no MDB que ainda leva fé na candidatura de Henrique Meirelles. Tanto que está empenhado em empurrar a convenção do MDB de julho para o início de agosto. Acha que qualquer dia a mais pode ajudar Meirelles a subir um degrauzinho nas pesquisas.

#Henrique Meirelles #Moreira Franco

Homens do Baú

20/06/2018
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Com apenas 1% nas pesquisas, Henrique Meirelles costura sua participação no programa de Silvio Santos. Além de se apresentar a um público que praticamente desconhece sua existência, Meirelles pretende gerar “clipping” ao lado de figuras populares para exibir no seu programa eleitoral.

#Henrique Meirelles

Chapa kamikaze com Meirelles e Jobim bombardeia Alckmin

15/06/2018
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A candidatura de Henrique Meirelles entrou em uma espiral de delírio. O núcleo de coordenação da campanha defende que o ex-ministro do STF e da Defesa Nelson Jobim seja sondado para a vice-presidência. Jobim traria uma articulação privilegiada com o PSDB, acesso mais estreito junto aos militares e fortalecimento dos laços com o mercado financeiro. Seria a “chapa gold” das eleições de 2018. Ocorre que parte do tucanato pensa o contrário. Ou seja: Jobim é quem deveria ser o cabeça da chapa, até por possuir todos os predicados citados. Em tempo: a dobradinha Henrique Meirelles-Nelson Jobim seria a chapa BTG-JBS. Jobim é conselheiro do banco. E Meirelles foi um empoado chairman do Banco Original, braço financeiro do grupo campeão da cadeia de proteína. Qualquer que seja o resultado das articulações, há uma certeza prévia: Geraldo Alckmin está sendo flambado à luz do dia. A conspiração vem por todas as latitudes, em um movimento sincronizado e liderado pelo próprio PSDB e pelo MDB, exatamente o vitro onde é fertilizada a dobradinha MeirellesJobim. O jogo de intriga está a pleno vapor. Os tucanos atribuem o vazamento das articulações para uma chapa Meirelles-Jobim ao próprio Alckmin, como forma de queimar a eventual candidatura da dupla. A toda conspiração corresponde uma contra conspiração em força igual e contrária.

#Geraldo Alckmin #Henrique Meirelles #Nelson Jobim

Venda da Cedae vira água

14/06/2018
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O governo federal parece ter jogado a toalha em relação à privatização da Cedae ainda neste ano. Diferentemente de seu antecessor, Henrique Meirelles, o próprio ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, tirou a operação do seu radar. As conversações com o governo do Rio de Janeiro praticamente cessaram nos últimos dois meses. O estado cedeu as ações da Cedae ao governo federal como lastro da garantia dada pela União a um empréstimo de R$ 2,9 bilhões do BNP Paribas.

#Cedae #Henrique Meirelles

Adiando aparição

6/06/2018
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Henrique Meirelles, o candidato do governo que não é candidato do governo, vai adiar ao máximo sua aparição em eventos públicos ao lado de Michel Temer.

#Henrique Meirelles #Michel Temer

A tropa de Meirelles

5/06/2018
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Henrique Meirelles, o mais abastado dos candidatos à Presidência, não para de reforçar sua equipe de campanha. O novo contratado é o jornalista Luiz Fernando Rilla, ex-editor executivo do Estadão e ex-assessor de José Dirceu

#Henrique Meirelles

O “dono” da Fazenda

30/05/2018
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Henrique Meirelles “reassumiu” a Fazenda ao longo do último fim de semana. Temer esmiuçou com o ex-ministro e pré-candidato do MDB à Presidência o impacto fiscal de todas as medidas que seriam anunciadas na tentativa de encerrar a greve dos caminhoneiros. Coube a Eduardo Guardia fazer um dueto com Meirelles e se contentar em fazer a segunda voz.

#Henrique Meirelles #MDB

Traição assumida

28/05/2018
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Mesmo com a candidatura de Henrique Meirelles, ou talvez por causa dela, o flerte entre MDB e PSDB ganha fôlego. O RR apurou que está previsto para esta semana um encontro entre Michel Temer e Geraldo Alckmin. O tête-à-tête é costurado por Romero Jucá e Aloysio Nunes Ferreira – com a devida bênção de FHC. A última conversa entre Temer e Alckmin, por telefone, se deu em 5 de maio.

O senador tucano Cássio Cunha Lima levou uma carraspana de Geraldo Alckmin e Tasso Jereissati após pedir publicamente a demissão de Pedro Parente da Petrobras. Mais um sinal do armistício entre o PSDB e o Planalto.

#Henrique Meirelles #MDB #PSDB

Recomendação

25/05/2018
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Os estrategistas de Henrique Meirelles têm recomendado a contratação de um afinador de piano para colocar sua voz no lugar. Pesquisas mostram que sua dicção mais afasta do que atrai o ouvinte.

#Henrique Meirelles

Um escorpião destila a chapa Alckmin-Meirelles

21/05/2018
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Fernando Henrique Cardoso já emplacou a equipe econômica; agora quer fazer o vice de Geraldo Alckmin. Mentor do movimento feito por Alckmin na semana passada, colando sua campanha ao dream team do Plano Real, à frente Pérsio Arida e Edmar Bacha, FHC dedica-se a costurar a aliança entre o PSDB e o MDB e consequente indicação de Henrique Meirelles como companheiro de chapa do candidato tucano. Pelo menos é o que se espera entre os próceres tucanos. Sabe-se que FHC é ambíguo por natureza. Mas, a priori, o rito será cuidadosamente cumprido.

Nesta semana, FHC deverá se reunir com Michel Temer, detentor da caneta do orçamento do governo e um dos árbitros do MDB. Além da costura política, trata-se do cumprimento do protocolo, pois Temer ainda não anunciou a inevitável retirada da sua pré-candidatura à Presidência. Há informações de que a desistência poderá ser formalizada amanhã, durante o lançamento do documento “Encontro com o Futuro”, do MDB.

Na ocasião, o partido anunciaria a candidatura de Meirelles. Ainda que isso ocorra, os dados continuarão rolando até o início oficial da campanha. O fato é que FHC parece disposto a usar seu poder de sedução para convencer Meirelles a ser a peça que falta na chapa de Geraldo Alckmin. A dobradinha “Alckmin-Meirelles” teria a sonoridade capaz de atrair DEM, PP, PTB, PSD etc. Ao mesmo tempo, poderia, enfim, colocar um brilho nos olhos opacos da Av. Paulista e da Faria Lima, por ora, desanimados com a abulia daquele que seria sua imagem e tradução eleitoral.

O ex-ministro detém ainda um ativo único, capaz de levar a candidatura Alckmin para um terreno do eleitorado que o PSDB não consegue alcançar. Por ser politicamente bipolar (PT e MDB), Meirelles pode reduzir a contaminação da impopularidade do governo Temer e afirmar que, sob sua gestão no BC, o país viveu um período de distribuição de renda e ascensão social sem precedentes na história – será papel dos marqueteiros fazer a parte maior do que o todo, leia-se o governo Lula. A entrada em cena de FHC é uma boa e uma má notícia para Geraldo Alckmin. Ela traz a reboque toda a sinuosidade característica do semi-deus dos tucanos.

Ao mesmo tempo em que a presença de FHC dá maior senioridade política e poder de articulação à campanha de Alckmin, pode ser também o seu alçapão. Da mesma forma como se encantou com Luciano Huck e sutilmente estimulou sua candidatura, FHC não titubearia em atravessar a rua caso surgisse outro nome capaz de empolgar o eleitorado e amalgamar os partidos de centro, algo que Alckmin não conseguiu até o momento. É da natureza do escorpião.

#Fernando Henrique Cardoso #Henrique Meirelles #MDB #Michel Temer

Decoupling

16/05/2018
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Henrique Meirelles quer se descolar da gastança que será realizada pelo presidente Michel Temer. O discurso será o de que, enquanto permaneceu na Fazenda, o orçamento esteve equilibrado. Tá bem… Equilibrado, com déficits superiores a R$ 100 bilhões.

#Henrique Meirelles #Michel Temer

Regra de ouro, pero no mucho

14/05/2018
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O ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o seu sucessor, Eduardo Guardia, defendem uma flexibilização dos limites constitucionais da “Regra de Ouro”. Caso ela fosse descumprida, automaticamente alguns cortes de despesas seriam realizados. O exemplo mais agudo são as restrições aos salários dos funcionários públicos. Faltou esclarecer se os rendimentos dos ministros e suas respectivas equipes estão inclusos no sacrifício geral.

#Henrique Meirelles

Cabo eleitoral de luxo

7/05/2018
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A direção do MDB já discute um Plano C para Henrique Meirelles. Caso ele não saia candidato à Presidência e tampouco seja o vice de Geraldo Alckmin, o presidente do partido, Romero Jucá, defende que Meirelles dispute uma vaga no Senado por São Paulo. Seria uma maneira de fortalecer a candidatura de Paulo Skaf ao governo. Falta só combinar com Meirelles

#Henrique Meirelles

Dobradinha

2/05/2018
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Gilberto Kassab tornou-se um dos principais articuladores da aliança entre PSDB-MDB para as eleições presidenciais. Mas não com Geraldo Alckmin na cabeça e, sim, com a dobradinha João Doria e Henrique Meirelles.

#Gilberto Kassab #Henrique Meirelles #João Doria #PSDB

“Ministro Laranja” já merece legislação específica

5/04/2018
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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deveria regulamentar o uso de títeres em cargos ministeriais com objetivo de burlar a desvinculação obrigatória do posto para disputa eleitoral. O caso de Henrique Meirelles é modelar. Plantou um laranja escancarado, mascarando a legislação. Ele combinou com o presidente Michel Temer que indicaria seu substituto no Ministério da Fazenda. O acordo fez parte de pacto entre ambos: quem dos dois estiver mais mal avaliado nas pesquisas, no mês de maio, abdicará do pleito em favor do “rival-parceiro”. Como não podia ser ministro e ao mesmo tempo concorrer à Presidência, Meirelles pré-definiu seu sucessor na Fazenda antes da Páscoa. Ganhou, assim, uma folga para articular com calma a transição até amanhã, data limite para a sua desincompatibilização do cargo. Meirelles não pensou duas vezes: olhou na direção do espelho e, pronto, estava criada a criatura. O novo ministro seria o seu preposto mais óbvio, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia.  Considerado o faz tudo de Meirelles, Guardia é o segundo na hierarquia e seu braço direito. O sucessor ficou ainda com a recomendação de manter a equipe. E que nem um cinzeiro seja mudado de lugar. Só falta deixar a cadeira do “ministro de fato” vaga para quando Meirelles for na Fazenda dar suas instruções e baforar um bom charuto. Recomenda-se que o TSE regulamente logo esse laranjal, antes que a falsa desincompatibilização deixe de ser hilária e soe a patrimonialismo às claras, com parentes, sócios, advogados e outros personagens da “patota” sendo indicados para ser ministro fake em ano eleitoral.

#Henrique Meirelles #TSE

Mudança de rota

4/04/2018
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De “cabo eleitoral” de Henrique Meirelles, Gilberto Kassab passou a trabalhar intensamente nos últimos dias para ser vice na chapa de Geraldo Alckmin.

#Gilberto Kassab #Henrique Meirelles

A Selic agora é de Temer

23/03/2018
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O ministro Henrique Meirelles faturou a última queda de juros com ele no cargo. Vai para a campanha eleitoral – decisão hoje mais provável – com uma Selic de 6,5%. A partir de 16 de maio – próxima reunião do Copom -, o aproveitamento político solitário é de Michel Temer. Se não houver um terremoto, a Selic desce para 6,25% e estará findo o ciclo de flexibilização monetária. Estará? Para algumas consultoras, a exemplo da LCA, a taxa pode cair ainda mais depois de maio, indo a 6%. Se Temer tentar a reeleição, esse será um dos seus bordões com toda a certeza.

#Henrique Meirelles #Selic

Redução da meta de inflação pode ser o grand finale de Henrique Meirelles na Fazenda

21/03/2018
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A reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no próximo dia 31 de março, que caminhava para ser mais um encontro enfadonho, poderá ser tornar um assunto econômico de grande repercussão. O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, vão discutir a redução das metas de inflação, incluindo o target deste ano. Em 29 de junho de 2017, o CMN fixou as metas em 4,5%, em 2018; 4,25%, em 2019; e 4%, em 2020.

Segundo fonte ligada à Fazenda, uma hipótese estudada é que esses números sejam alterados para 4,25%, neste ano; 4%, em 2019; e 3,75%, em 2020. Mas a probabilidade maior é que a redução se dê a partir do percentual de 2019. As bandas de tolerância seriam mantidas. A julgar pelo boletim Focus desta semana, as novas metas não seriam nenhum desafio de Hércules, pelo contrário. A previsão da inflação oficial, medida pelo IPCA, para 2018 é de 3,63%, caminhando para romper o limite de um ponto percentual de tolerância para baixo da meta.

Para 2019, a inflação projetada é de 4,20%, um pouco abaixo da meta de 4,25%. A inflação tem se comportado de forma surpreendentemente cadente até mesmo em relação ao esperado pela equipe econômica. Para Henrique Meirelles, a medida teria significado simbólico de forte apelo eleitoral. O ministro da Fazenda estaria participando de sua última reunião no CMN, caso se desincompatibilize no dia 7 de abril para disputar a Presidência da República – a próxima reunião do CMN será no dia 27 de abril. Esse seria o seu maior legado.

Há outros fatores favoráveis à redução do target inflacionário. Mesmo com a expectativa de que os juros Selic cairão de 6,75% para 6,50% na reunião do Copom que se encerra hoje, os preços permanecem ancorados em todas as projeções. O câmbio também segue comportadíssimo, com previsão do dólar a R$ 3,30 no final de 2018. Não bastasse o cenário macroeconômico favorável, o governo pretende aprovar no Congresso a autonomia do Banco Central, o que reforçaria sua autoridade para o cumprimento do objetivo inflacionário. A redução da meta estaria dada se o governo tivesse feito o dever de casa fiscal.

A não aprovação da reforma da Previdência fragiliza os instrumentos de política monetária e desperta o fantasma da dominância fiscal – cenário de desequilíbrio acentuado das contas públicas em que os juros têm de ficar elevados por mais tempo, sem que haja necessariamente eficácia na medida. O presidente do BC, Ilan Goldfajn, tem confidenciado que os eventuais solavancos preocupam, apesar de concordar que uma compressão das metas teria o efeito de forçar a aprovação das reformas estruturais. Tanto ele quanto o ministro da Fazenda têm reiterado que as metas serão cumpridas independentemente das reformas. Na atual circunstância, será difícil saber até que ponto a motivação política não se antepõe aos fundamentos técnicos exigidos para a queda sustentável da inflação.

#CMN #Henrique Meirelles

Sem Meirelles, sem candidato

8/03/2018
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Há uma corrente no PSD, liderada pelos senadores Omar Aziz e Otto Alencar, defendendo que o partido não lance candidato à Presidência caso Henrique Meirelles pule para o barco do MDB, como tudo indica. A tese é que a sigla deve aproveitar parte expressiva dos recursos do fundo partidário para investir nas candidaturas proporcionais e inflar sua bancada no Congresso. O PSD soma 41 deputados e quatro senadores. Pelo menos até hoje, data de abertura da janela partidária.

#Henrique Meirelles #PSD

House organ

6/03/2018
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O programa de Ratinho virou “Diário Oficial” do governo. Depois de Michel Temer e de Henrique Meirelles, o ministro da Segurança, Raul Jungmann, será a próxima atração.

#Henrique Meirelles #Michel Temer #Raul Jungmann

Temer e Meirelles fazem um acordo pré-eleitoral

5/03/2018
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Michel Temer e Henrique Meirelles estão irmanados em um acordo pré-eleitoral. O RR confirmou com duas fontes muito próximas do presidente que Temer e Meirelles chegaram a um entendimento em torno da candidatura à Presidência da República. A conversa se deu em encontro no último dia 24 de fevereiro, um sábado, no Palácio do Jaburu. O roteiro acordado se desdobra em dois momentos.

O primeiro deles em abril, quando o ministro da Fazenda deverá deixar o cargo para se lançar como pré-candidato à Presidência, não pelo PSD, ao qual ainda é filiado, mas pelo próprio MDB. A esta altura, no entanto, não terá qualquer manifestação de apoio da parte de Temer. O jogo continuará sendo jogado até maio, o tempo necessário para o presidente avaliar as suas chances. Se os seus índices de popularidade mostrarem uma reação – como todos no Palácio do Planalto esperam, no embalo da intervenção no Rio –, Temer será o candidato de si próprio.

Neste caso, automaticamente a candidatura Meirelles sairia de cena. Por outro lado, se a sua aceitação permanecer em níveis rasantes, prenunciando um fracasso eleitoral, o presidente é que abandonará o game, dando passagem para a campanha do seu atual ministro da Fazenda. Meirelles assumiria, então, a posição de candidato do governo. A convenção do MDB seria uma mera formalidade com o propósito de sancionar o nome já previamente erigido por Temer. Por essa lógica, Rodrigo Maia vira o Plano C do Planalto. Mantido o script, o candidato formal da situação virá do MDB. Muito em função do constrangimento causado pela suspensão da reforma da Previdência, Henrique Meirelles estava inclinado a abdicar da corrida eleitoral e permanecer na Fazenda até o fim do governo – ver RR de 21 de fevereiro.

No dia 22, despistou a galera, afirmando que sua etapa à frente da Pasta estava concluída. Esperava ouvir pedidos de permanência. Segundo uma das fontes do RR, Meirelles foi para a reunião com Michel Temer, no dia 24, disposto a dizer que abria mão de sua candidatura. O estímulo de Temer para que entrasse na disputa reabriu seu apetite. Meirelles terá ainda a prerrogativa de fazer seu sucessor na Fazenda, mantendo, assim, boa dose de influência sobre a condução da política econômica, um considerável handicap para um presidenciável.

Isso para não falar de outro de seus grandes atributos competitivos: se Temer é o dono da caneta mais carregada de tinta da República, Meirelles é o pré-candidato com maior volume de recursos próprios para financiar sua campanha. Seu patrimônio pessoal é estimado em mais de R$ 1 bilhão. O xeque-mate para o entendimento entre Michel Temer e Henrique Meirelles foi o condicionamento da candidatura, de um ou de outro, à performance nas pesquisas.

Por sinal, a confiança de Temer em relação a este quesito tem crescido seguidamente. Segundo o RR apurou, o presidente ficou especialmente entusiasmado com sondagem encomendada pelo ministro Moreira Franco que chegou recentemente as suas mãos. Em uma enquete sem o nome de Lula, Temer apareceu com 2%, à frente de nomes como João Amoedo, Manoela D ´Ávila, Paulo Rabello de Castro, Guilherme Boulos, Fernando Collor e do próprio Meirelles. Pode parecer pouco, mas trata-se de um salto de 100% sobre a base anterior, quando o presidente apareceu com algo em torno de 1%. A expectativa no Planalto é de um novo avanço até maio.

#Henrique Meirelles #MBD #Michel Temer

Candidato de festim

26/02/2018
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Frase atribuída ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sobre a declaração de Henrique Meirelles de que ainda avalia sua candidatura à Presidência da República: “Só se ele for candidato de si mesmo, com a bandeira de fazer o que não fez e corrigir parte do que foi feito”. A candidatura de Meirelles não é sequer um estalinho de Festa Junina.

#Henrique Meirelles #Rodrigo Maia

Uso das reservas cambiais vira coquetel antimonotonia

23/02/2018
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A proposta de utilização de parte das reservas cambiais voltou à tona no governo. A medida teria dupla missão: contribuir para o equacionamento da regra de ouro em 2019 e permitir, ainda neste ano, a realização de investimentos em programas que impliquem maior absorção de mão de obra. O governo reconhece que o pacote de “15 medidas microeconômicas” anunciado na última segunda-feira foi uma colcha de retalhos demasiadamente esfarrapada. Quer colocar algumas iniciativas em pauta, mas nada que passe pelo Congresso, cuja agenda já está cheia e contaminada pelas eleições.

O uso das reservas seria em um montante proporcionalmente pequeno, não superior a 12% do estoque. Esse cuidado busca manter estável a percepção de risco cambial do país, que deve fechar o ano com um lastro de US$ 400 bilhões. Do ponto de vista da regra de ouro, o ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, já disse que, como está, a conta não fecha em 2019.

O dinheiro das reservas seria uma forma de evitar o envio de uma PEC ao Congresso ou mesmo um pedido de perdão formal e a liberação de recursos extraordinários em meio ao tiroteio eleitoral. Cabe lembrar que o presidente Michel Temer e seus ministros serão responsabilizados, conforme a lei, pelo abacaxi da regra de ouro no próximo ano. Para efeito do regime de competência que rege a legislação, quem pariu o buraco de 2019 em 2018 que o embale, com todas as suas consequências.

Entre as múltiplas utilidades do uso das reservas, uma delas seria psicológica: reduzir o desconforto de Meirelles com o episódio de cancelamento da reforma da Previdência e do pacote dos 14 cacarecos, subtraída, pelo critério de maior importância, a privatização da Eletrobras. O ministro, hipoteticamente, sairia do estado de moral em baixa e teria algo de novo para mostrar na praça. Ocorre que Meirelles sempre foi contrário à utilização das reservas. Considera que somente algum tipo de pedalada permitiria que os recursos em dólares fossem internalizados sem que houvesse um aumento da dívida interna bruta.

Pode ser. O fato é que esse governo parece ter gostado da contabilidade criativa e da captura de recursos com expedientes discutíveis, a exemplo dos precatórios não reclamados pelos credores vitoriosos passados dois anos. O uso das reservas também tiraria uma das bandeiras da oposição, que defende a iniciativa basicamente para estimular o investimento e reduzir o desemprego. E Meirelles mudar de ideia, a essa altura do campeonato, não parece algo tão sofrido. O governo precisa de uma nova história para contar. E um pouco de aumento de emprego não seria nada mau.

#Henrique Meirelles #Michel Temer

Construção de presídios entra na conta da intervenção no Rio

22/02/2018
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Mais cárceres, menos crime.  A combinação parece simplória. Mas não é. Trata-se de um modelo defendido por prêmios Nobel de Economia, tais como Gary Becker e James Hackman. Ela é estudada pelos militares como medida de suporte na intervenção federal no Rio de Janeiro. A montagem das novas unidades prisionais poderia ficar a cargo dos Batalhões de Engenharia de Construção do Exército. Não fosse a emergência, a iniciativa caberia como uma luva no conceito de Parceria Público Privada (PPPs), que adormece nas gavetas do governo. A experiência dos Estados Unidos estimula a acreditar que o aumento das prisões tem impacto direto na redução da criminalidade. Recursos não vão faltar, conforme garantiu o próprio Henrique Meirelles. O ministro da Fazenda já anunciou que o governo federal vai repassar ao Rio cerca de R$ 1 bilhão, a partir de empréstimo lastreado em royalties do petróleo.

#Exército #Forças Armadas #Henrique Meirelles

Meirelles será ministro da Fazenda até o fim do governo

21/02/2018
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Se prevalecer o senso comum, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, não é mas pré-candidato à Presidência da República. É convicção desta newsletter que Meirelles anunciará a desistência por volta do mês de abril, data limite da desincompatibilização para as eleições, e comunicará sua disposição de permanecer no ministério até o fim do mandato do presidente Michel Temer. Pesam na decisão a pá de cal na reforma da Previdência, os números do desemprego, o fracasso na política do ajuste fiscal e o papelão de ter de anunciar um pacote de 15 medidas mofadas e desconjuntadas entre si como compensação pela derrocada da votação no Congresso.

O RR cercou o ministro através da opinião de colaboradores íntimos. Ninguém aposta um centavo no avanço da candidatura Meirelles. O consenso é de que sua gestão fracassou. O déficit primário acumulado na era Meirelles é de apocalípticos R$ 440 bilhões – já contabilizando – se a meta para este ano -, muitas vezes superior ao acumulado nas duas gestões de Lula e uma e meia de Dilma Rousseff. A Previdência foi para a lata do lixo. Sem ela, a PEC do Teto está ameaçada.

Quanto às medidas microeconômicas divulgadas como novidade, a média de tempo de existência dessas propostas  é de 312 dias, ou seja, elas estão na estufa sem geminar faz muito tempo. O cadastro positivo detém o recorde e foi inventado pela primeira vez há 870 dias. Em relação ao desemprego, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Serviço de Proteção ao Crédito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, o tempo médio de desocupação já chega a 14 meses.

No final de 2016, estava em 12 meses. Um contingente de 62% acredita que o desemprego irá aumentar ou permanecerá o mesmo. A resiliência é fortíssima. A taxa média de desemprego cai a conta-gotas – deve concluir este ano em 11,9% segundo as projeções, contra 12,7$ em 2017. Um dado doloroso: 28% dos desempregados tiveram algum conflito familiar. Meirelles não tem mais uma narrativa. Michel Temer, pelo menos tem a sua nova bandeira de segurança.

#Henrique Meirelles #Michel Temer #PEC do Teto

Imprevidência

20/02/2018
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O ministro Henrique Meirelles estava um caco durante o anúncio do refogado de 15 medidas econômicas para amenizar o baque pela suspensão da reforma da Previdência. Para um interlocutor próximo, Meirelles sussurrou: “Vamos ver o que a Fitch e a Moody’s acham…”

#Henrique Meirelles #Reforma da Previdência

Uma “superagência” sem superpoderes

8/02/2018
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Na queda de braço entre Henrique Meirelles e Blairo Maggi, nem precisa dizer quem ganhou a parada. O projeto de criação de uma “superagência” na área de Defesa Agropecuária que será levado à votação na Câmara em março foi esquartejado. O novo órgão terá muitos poderes na fiscalização agropecuária. Mas, ao contrário do que queria Maggi, pouca ascendência sobre arrecadação e gestão de multas, que seguirá a cargo da Receita Federal.

#Blairo Maggi #Henrique Meirelles

O hedge de Kassab

25/01/2018
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Em conversa com Geraldo Alckmin na semana passada, Gilberto Kassab tratou da possibilidade de ser o vice da sua chapa. Seria o hedge de Kassab e do PSD caso a candidatura de Henrique Meirelles não decole.

#Geraldo Alckmin #Gilberto Kassab #Henrique Meirelles

Governo arma uma arapuca com as golden share

24/01/2018
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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pretende fazer o Congresso comer da farinha do engodo, constituída de pedacinhos da golden share. Essas ações de classe especial permitem ao governo intervir na gestão das empresas em casos de liquidação, modificação de objetos, das sedes e da denominação. A função mais enaltecida da golden share é a de que ela pode evitar a desnacionalização das companhias privatizadas. O governo tem uma penca dessas ações na Vale, na Embraer e no IRB. Quer socá-las todas no pilão de forma que cheguem a uma consistência tão fina que um simples sopro as empurre para o esquecimento.

A ideia é se desfazer delas todas, especialmente as que serão criadas com a futura venda da Eletrobras. O embuste do governo é usar as golden share para aprovar a privatização da Eletrobras no Congresso, enquanto, simultaneamente, se prepara para transformá-las em títulos negociáveis, reduzir o seu poder de interferência ou simplesmente sumir com elas. Há precisamente 94 dias, o governo encaminhou consulta ao Tribunal de Contas da União sobre a probabilidade de venda das ações ou até o extermínio delas. Consultado, o TCU informa que “não há, até o momento, deliberação em relação à consulta realizada pelo Ministério da Fazenda sobre a extinção dos direitos conferidos pelas golden share”. Esclarece ainda que “o processo recebeu instrução na unidade técnica incumbida e atualmente está em análise no âmbito do Ministério Público junto ao TCU”.

Neste caso, cabe ressaltar que as negociações entre a Embraer e a Boeing colocaram em banho-maria as tratativas entre o governo e o Tribunal de Contas. Outra questão, noves fora  fator soberania, é o retorno financeiro da União, já que essa classe especial de ações possui prerrogativas que exigem uma valoração diferenciada. Desde a privatização da Vale, os diversos governos tentam exterminar as golden share, medida que lubrificaria a venda das estatais. Meirelles está levando ao Congresso um discurso que prevê a manutenção desta modalidade de ação. Para convencer os parlamentares de que a Eletrobras precisa ser privatizada com urgência, dá-se como garantia as ações especiais que mantêm o controle das decisões estratégicas nas mãos do Estado.

Nada contra a venda da Eletrobras, mas tudo contra o logro. São as golden share que garantem a ingerência sobre as companhias públicas desestatizadas, evitando que seu controle seja desnacionalizado e o seu centro de decisões, transferido para o exterior. A ação é um hedge do país contra um neocolonialismo. Mas, como se vê, também pode servir a um governo que tem a intenção prévia de inutilizá-la ao mesmo tempo que faz uso da sua existência para ludibriar o país e gerar caixa a qualquer custo.

#Embraer #Golden Share #Henrique Meirelles #Vale

Lula e Meirelles: quem disse que não tem mais jogo aí?

22/01/2018
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Engana-se quem pensa que Luiz Inácio Lula da Silva e Henrique Meirelles são desafetos, nutrem antipatia mútua ou são incapazes de pequenas colaborações, até mesmo em tempos de guerra. Dois meses antes do fim do ano, o ministro da Fazenda, em meio ao tiroteio político, fez chegar ao ex-presidente, por intermédio de um advogado e amigo em comum, um breve arrazoado com medidas que considera relevantes para que o país reencontre uma trajetória de desenvolvimento duradouro, além da próxima década. Para efeito de formalidade, apenas uma gentileza.

Mas o subtexto é de que se tratava de uma contribuição sobre pontos limítrofes além dos quais os acordos seriam impossíveis. Meirelles esteve no grupo que originou a Carta ao Povo Brasileiro. Não há qualquer comparação entre aquela circunstância e a atual. Lula e Meirelles são adversários políticos e poderão vir a ser concorrentes na eleição presidencial. Ambos, contudo, são pragmáticos. Trocam mesuras através de terceiros.

E se poupam claramente em seus pronunciamentos públicos. É improvável que voltem a despachar juntos. Mas é bem possível que, caso Lula retorne ao governo ou mesmo eleja um dos seus “postes”, Meirelles venha a ser recrutado para um posto “distante e perto”. Algo como a Embaixada brasileira em Washington. Meirelles adoraria. E não custa recordar que nem Lula nem o PT têm mais a oferta de quadros de que dispunham no passado. Vão ter mesmo de recorrer àqueles que não estão tão longe, mas também não estão tão próximos. São poucos.

#Henrique Meirelles #Lula

Pedro Parente, o “Meirelles” da vez

19/01/2018
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Se Henrique Meirelles realmente se desincompatibilizar do cargo para disputar a Presidência, o governo já tem um nome para o posto de ministro da Fazenda: o curinga Pedro Parente. O problema vai ser conseguir dobrá-lo. Parente já foi sondado informalmente e respondeu que de jeito nenhum volta para Brasília. Nos últimos tempos, talvez tenha sido o presidente da Petrobras menos questionado e, certamente, com menos problemas com o corporativismo da empresa. Mas há quem diga que, se Parente é bom na Petrobras, seria ainda melhor na Fazenda. Melhor até do que Meirelles.

#Henrique Meirelles #Pedro Parente #Petrobras

O apelo de Meirelles às “pitonisas” do rating

15/01/2018
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A equipe econômica passou a última sexta-feira conversando com a Moody’s e Fitch, as outras duas principais agências de avaliação de risco, tentando evitar que seguissem a S&P Global Ratings e rebaixassem o rating do país. Evitar a unanimidade é considerado essencial por Henrique Meirelles e sua área técnica. A piora em bloco da nota de longo prazo do Brasil pode ter efeito negativo sobre toda a estratégia planejada pelo governo para a gestão da economia, com impacto sobre câmbio, inflação e juros. A preocupação maior, contudo, é com a percepção de solvência do país.

Apesar da melhora de todos os indicadores econômicos, há um consenso de que a situação fiscal se agravou. Apesar de ter sido tratada como uma decisão surpreendente, a pedra da queda no rating já estava cantada no final do ano passado. No dia 20 de dezembro, frente aos rumores de que a nota do Brasil seria rebaixada, Meirelles encontrou-se com as três “pitonisas”, S&P, Moody’s e Fitch. A seguir, anunciou em entrevista que “não procedia a informação de que teria havido uma antecipação de qualquer movimento de rating”. Verdade ou mentira, no dia 22 de dezembro, quase véspera do Natal, o mercado foi inundado pelos rumores de que a S&P rebaixaria a nota do Brasil ainda no final do ano ou no princípio de 2018.

O resultado foi um novo corre-corre para desqualificar a versão como boato. O temor do governo é que a discussão sobre a capacidade de pagamento do país alcance decibéis mais altos. Segundo Insight Prospectiva, informativo exclusivo para assinantes editado pela Insight Comunicação, à exceção da área externa – com um superávit comercial recorde da ordem de US$ 60 bilhões, um reduzido déficit de transações correntes de 0,45% do PIB (US$ 16 bilhões), US$ 75 bilhões de investimentos diretos e reservas cambiais de US$ 380,4 bilhões –, os números da deterioração fiscal são gritantes. Há problemas de fluxo e de estoque da dívida bruta interna, que deverá atingir o limite informal de 80% do PIB, considerado pelas agências como o sinal amarelo para o risco de solvência, em 2018.

O imbróglio da regra de ouro também só piora o cenário, notadamente quando o próprio governo anuncia que a situação em 2019 será ainda bem mais séria. A contabilidade do passivo público é fantasmagórica, seja qual for o ângulo que se observe. Por exemplo: a relação entre dívida corrente líquida e receita corrente líquida, um dos principais indicadores de solvência, atingiu o maior nível dos últimos 10 anos. O governo e sua base aliada estão frente a uma situação limítrofe. Ou aprovam a reforma da Previdência até março ou, então, terão de aumentar impostos (a exemplo da Cide), medida que o ministro da Fazenda nunca descartou. É possível que, na sua avaliação do próprio risco, Meirelles calcule já não estar no cargo quando o gravame for feito. Não faria sentido uma candidatura à Presidência da República lançada imediatamente após uma ampliação da carga tributária.

#Henrique Meirelles #S&P Global Ratings

Maia vs. Meirelles

9/01/2018
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Rodrigo Maia e Henrique Meirelles não estão se bicando. Maia acha que Meirelles está jogando para a plateia, misturando suas pretensões políticas com o discurso de ministro da Fazenda. Não concorda também com pontos do ajuste fiscal. O deputado tem uma assessoria competente. De economia, seu pai Cesar Maia entende mais do que Meirelles.

#Henrique Meirelles #Rodrigo Maia

Mea culpa

4/01/2018
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O RR publicou ontem que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, flerta com uma triangulação entre o BNDES e um pedaço das reservas cambiais para honrar a “regra de ouro” em tempo hábil. Fica mantida a informação. O registro esquecido é que o governo pode se livrar de todos esses percalços se decidir ir ao Congresso, confessar o default, pedir um waiver, obter a aprovação para uma tranche excepcional da maioria do Legislativo, o que teria gosto acentuado de fracasso na política fiscal. Todo esse sarapatel em ano de eleições. Vixe!

#BNDES #Henrique Meirelles

Uso das reservas cambiais entra no cardápio de Henrique Meirelles

3/01/2018
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O ministro Henrique Meirelles diz que não, desmente, faz beicinho, mas, na verdade, flerta em usar um pedaço das reservas cambiais para se livrar dos riscos do ser enquadrado na “regra de ouro”. Trata-se de um dispositivo constitucional que impede o governo de emitir dívida para financiar despesa corrente. O não cumprimento do ditame é considerado no artigo 167 da Constituição como crime de responsabilidade e atinge diretamente o presidente da República e a equipe econômica. O Tribunal de Contas da União tem fiscalizado com atenção o buraco que existe e prevê a necessidade de um aporte de R$ 182 bilhões.

Segundo uma fonte do TCU, fala-se muito em reforma da Previdência, mas, no curto prazo, a regra de ouro é um problema bem  premente. A equipe econômica já dá como certo que o BNDES fará um pagamento dos empréstimos concedidos pelo Tesouro
em valor bem inferior aos R$ 130 bilhões com que o governo contava para reduzir o passivo. O banco já tem financiamentos contratados e deverá transferir um montante de cerca de R$ 59 bilhões, mais ou menos a mesma quantia paga no ano passado. A ideia em estudo é criar um fundo no exterior com US$ 40 bilhões das reservas cambiais, pouco mais de 10% do lastro em moeda forte do país, da ordem de US$ 380 bilhões.

Com esses recursos, o governo capitalizaria o BNDES com um aporte de aproximadamente R$ 80 bilhões. O banco, então, teria funding para chegar próximo ou até superar o valor de R$ 130 bilhões, que seria sua contribuição esperada para zerar a “regra de ouro” em 2018. A operação seria uma semi-pedalada, porque o governo não emitiria dívida nem faria empréstimo, mas usaria seus ativos, o que no final, contabilmente, dá mais ou menos no mesmo. A questão é como desatar o nó do aumento da dívida bruta em função da internalização das reservas.

O governo teria de esterilizar esses recursos por meio da emissão de títulos. Também nessa hipótese, ele superaria os 80% da relação dívida bruta/PIB, considerado o limite informal para o risco de solvência pelas agências de rating. O único aspecto mais confortável nessa equação é a provável reposição das reservas que seriam usadas em 2018. O governo trabalha com um nível de US$ 400 bilhões de lastro cambial para este ano. Ou seja: caso fossem utilizados os US$ 40 bilhões, esse aumento de US$ 20 bilhões projetado permitiria que as reservas permanecessem em torno de US$ 360 bilhões. Portanto, próximo da média de US$ 370 bilhões mantida em 2017. O certo mesmo é que o dinheiro para a regra de ouro vai ter de sair de algum lugar, seja lá qual for o expediente a ser usado. Nas palavras do secretário de Acompanhamento Econômico, Man-sueto de Almeida, “O que não pode é sermos todos presos”.

#BNDES #Henrique Meirelles #TCU

“Furo certo” é o candidato do RR para 2018

29/12/2017
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No 12 de maio, quando ainda vigorava a projeção de R$ 139 bilhões, o Relatório Reservado informou que o déficit primário em 2017 ficaria acima dos R$ 154 bilhões do ano passado. Bingo! Deu R$ 159 bilhões na cabeça. Esta foi uma das mais reveladoras bolas de cristal do RR no ano. Ao longo de 2017, a newsletter deu, em primeira mão, 2.582 informações; citou 298 corporações dos mais diversos setores, mencionou 1.122 personagens centrais na cena brasileira, entre dirigentes empresariais, políticos e autoridades. Os oráculos do RR estão sempre em alerta!

Ao longo do ano, o RR antecipou várias das fórmulas que compuseram o receituário de Michel Temer e Henrique Meirelles, seja entre medidas efetivamente adotadas, seja entre propostas que não saíram do papel: da segunda perna da repatriação à securitização de imóveis e outros ativos da União, passando pelo uso de precatórios – leia-se depósitos judiciais não sacados pelos credores há mais de dois anos – para o equilíbrio fiscal. O RR foi também a primeira publicação a revelar, em 21 de fevereiro, a disposição do presidente Temer em extinguir a Reserva Nacional do Cobre (Renca). Temer assinou embaixo o furo do RR, só que a lápis: anunciou o fim da Renca, mas não suportou as manifestações contrárias e voltou atrás em sua decisão.

Por falar em sístoles e diástoles presidenciais, em 16 de janeiro o RR informou que Michel Temer empurraria para seu sucessor a reforma da Previdência dos militares. Aliás, em algumas ocasiões ao longo de 2017, as Forças Armadas, notadamente o Exército, foram empurradas, por “aproximações sucessivas”, para o centro das crepitações político-institucionais. A Corporação, no entanto, não arredou um só milímetro do seu ponto de equilíbrio muito em função da capacidade de liderança do Comandante Eduardo Villas Bôas, não obstante suas notórias limitações decorrentes de uma doença degenerativa – informação, aliás, divulgada com exclusividade pelo RR em 13 de março.

A Lava Jato parece ter entrado em processo de fade out. Ainda assim, em 2017, o RR perscrutou os passos de seus principais protagonistas. O reino de crimes de Sérgio Cabral foi virado e revirado pelo Ministério Público, pelo Judiciário e pelas fontes da publicação. Em 1 de fevereiro, a newsletter antecipou a investida da Lava Jato e de sua consorte Calicute sobre Regis Fichtner, secretário da Casa Civil durante do governo Cabral. No dia 20 do mesmo mês, o Relatório noticiou que o MPF exumava os benefícios fiscais concedidos em sua gestão. Em 23 de outubro informou que o ex-secretário de Saúde do Rio Sergio Cortes havia revelado aos procuradores um esquema para a compra de vacinas, medicamentos e próteses, o que viria a ser amplamente divulgado pela mídia na primeira semana de novembro.

No noticiário corporativo, a publicação antecipou, em 20 de fevereiro, uma das maiores operações de M&A do país em 2017 – e, convenhamos, não foram muitas: a venda da Votorantim Siderurgia para a ArcelorMittal. A negociação seria oficialmente anunciada três dias depois. Ainda em fevereiro, o RR informou que a área de refino também entraria no plano de desmobilização de ativos da Petrobras, decisão confirmada pelo presidente da estatal, Pedro Parente, em abril. A newsletter revelou também o cheiro do ralo da AmBev: na edição de 18 de janeiro, trouxe à tona o relatório, àquela altura inédito, do analista do HSBC Carlos Laboy, listando 15 graves problemas da cervejeira: do uso de caixas sujas com odor de cerveja podre no assoalho à falta de uma estratégia para as bebidas alcoólicas.

A fama de “pé sujo” custou muito em marketing e propaganda para a empresa de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. Da economia real para a “virtualíssima”, o RR acertou em cheio, mais uma vez, na edição de 15 de setembro, quando informou que o BC e a CVM haviam criado grupos de  trabalho para acompanhar o crescimento do mercado de bitcoins no país. Ao apagar das luzes de 2017, só para não variar, mais um furo se consuma: a venda da Unidas à Locamerica, noticiada em junho. Por fim, um furo de reportagem, que vale mais pela admiração da newsletter em relação ao personagem: em 27 de janeiro, o RR informou sobre o lançamento da biografia do então presidente do Conselho do Bradesco, Lázaro Brandão.

#Henrique Meirelles #Jorge Paulo Lemann #Michel Temer #Pedro Parente

Um governador em busca de cacife

28/12/2017
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Paulo Hartung, que esteve com meio corpo fora do rebatizado MDB, agora calcula as análises combinatórias possíveis para voar mais alto dentro do próprio partido. Hartung tem estimulado aliados a usar seu nome como um curinga no tabuleiro de 2018. O governador capixaba é “vendido” como um candidato a vice de Geraldo Alckmin, em uma eventual aliança com o PSDB, ou de Henrique Meirelles, caso Michel Temer resolva apoiar seu ministro da Fazenda. Hartung, por ora, é uma bala que ricocheteia nas paredes do MDB sem acertar alvo algum. Nos últimos meses, negociou sua transferência para o DEM e o PSDB; conversou com Joaquim Barbosa sobre uma eventual dobradinha no PSB; e tricotou com Luciano Huck e Armínio Fraga. Só faltou propor uma chapa tríplice com Trump e Macron.

#Geraldo Alckmin #Henrique Meirelles #Paulo Hartung #PSDB

Pax brasiliense

26/12/2017
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Ficou tudo bem no Natal de Michel Temer e Henrique Meirelles depois da entrevista “espontânea” do ministro da Fazenda atribuindo a excessos editoriais o teor do programa do PSD exibido no último dia 21 de dezembro. Conforme antecipou o RR na edição de 18 de dezembro, o filmete foi uma rasgação de seda a Meirelles, dando a ele todo o mérito pela retomada da economia.

#Henrique Meirelles #Michel Temer #PSD

Desconstruindo Meirelles

22/12/2017
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O candidato Ciro Gomes está trabalhando discursos específicos para desconstrução dos seus opositores. Para Henrique Meirelles, que considera com razoável chance de ser o seu principal adversário, guarda uma múltipla escolha: 1) Meirelles se diz o cão de guarda do orçamento apenas porque conseguiu identificar o buraco nas contas públicas deixado pelo governo passado; 2) Meirelles projeta todos os anos déficits fiscais maiores porque busca esse artifício para atingir as metas; 3) Meirelles somente cumpriu as metas fiscais porque se valeu de receitas extraorçamentárias, não alterando o componente estrutural do déficit público; 4) Meirelles é um gabola despropositado, porque produziu o maior déficit público da história, na casa dos R$ 400 bilhões, considerando-se a projeção para 2018; 5) Todas as respostas acima e mais uma: Meirelles não tem apoio para promover um ajuste fiscal para valer, que não seja apenas um programa assimétrico e classista de corte de gastos, mas que também penalize os segmentos que nunca foram atingidos.

#Ciro Gomes #Henrique Meirelles

Temer deixa Meirelles livre e solto

18/12/2017
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O roteiro do programa eleitoral do PSD, que será exibido no próximo dia 21 e protagonizado pelo ministro Henrique Meirelles, causou trepidações no Palácio do Planalto. De acordo com informações que chegaram aos ministros palacianos, em uma de suas falas, Meirelles se apresenta como o grande responsável pelo ajuste econômico do governo Temer – ainda não se sabe se o trecho será usado na edição final. A princípio, a corte de intriguentos tentou convencer Temer de que a situação era mais séria e Meirelles merecia uma chamada às falas. O presidente, no entanto, não se deixou levar pelo ofidiário palaciano. Considerou que o episódio não passava de mais uma derrapada do ministro, empurrado pelo seu monumental ego. Mesmo porque não é hora de se indispor com o presidenciável Meirelles. O jogo das parcerias ainda está longe de ser resolvido.

#Henrique Meirelles #Michel Temer #PSD

Quem dá mais pela candidatura de Henrique Meirelles?

15/12/2017
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Mesmo antes de decidir se será pré-candidato à presidência e por qual partido disputaria as eleições, Henrique Meirelles vem sendo cortejado por todos os principais concorrentes de direita e centro-direita. Em várias das vezes a sedução é para que Meirelles assuma os dois cargos ao mesmo tempo: vice-presidência e Ministério da Fazenda. O ex-banqueiro é multiuso. O presidente Michel Temer, com o ar de distanciamento brechtiano, tratou da sua hipotética candidatura sondando en passant seu ministro. Repetiriam a dobradinha, que tanto tem encantado o empresariado.

Meirelles continuaria com seu papel de âncora fiscal e inflacionária. Mas subiria um degrau: seria o vice-presidente. Tudo depende da aprovação da reforma da Previdência, é claro. O candidato Jair Bolsonaro, que está apalavrado com o economista Paulo Guedes para o Ministério da Fazenda, tem em Meirelles o seu ideal de vice-presidente. Com ele, atrairia eleitores do centro-direita que duvidam do preparo do candidato e seus quadros, assim como do seu comprometimento com um programa liberal. Meirelles opera como se fosse uma hidra, com seus tentáculos espalhados pelo mercado financeiro internacional, e empresta cosmopolitismo a candidatos suburbanos. Ele já tem sua base aliada no Congresso. E se preciso for tem interlocução até com a outra extrema, o PT.

Bolsonaro o usaria como garantia da sua agenda liberal. Meirelles assumiria a posição de uma espécie de chairman do Ministério da Fazenda. O governador Geraldo Alckmin, candidatíssimo à Presidência, por sua vez, faz suas conjecturas sobre Meirelles vir a comandar o Novo Plano Real, proposta símbolo da sua campanha- ver RR edição de 6 de dezembro. Não haveria restrições para que ele acumulasse a vice-presidência caso fosse essa a exigência. Mas, como se disse, por enquanto são só conjecturas. Finalmente, o deputado Rodrigo Maia, cuja candidatura é a mais encruada, vê em Henrique Meirelles alguém que agregue uma dimensão maior a sua pretensão política.

Por enquanto, Maia é candidato dele mesmo e da sua trupe no Congresso. Se o ministro da Fazenda topasse ser vice, a sua postulação ganharia peso político e a mensagem de um ideário nítido. Para tudo e para todos, é preciso que Meirelles abdique da sua intenção presidencial. O deadline é dia 6 de abril. O ministro só assume a candidatura se a economia estiver voando em céu de brigadeiro. Caso contrário, estará na prateleira à disposição para ofertas. Quem dá mais? Quem dá mais?

#Henrique Meirelles #Jair Bolsonaro #Michel Temer

Na fé

11/12/2017
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Gilberto Kassab tem fé que consegue unir Henrique Meirelles e Silas Malafaia. O ministro tem circulado com desenvoltura entre os evangélicos e Malafaia está “órfão” desde a saída de Jair Bolsonaro do PSC.

#Gilberto Kassab #Henrique Meirelles #Jair Bolsonaro #Silas Malafaia

Economia é o cacife eleitoral de Temer para 2018

1/12/2017
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O presidente Michel Temer está se autocoroando como peça central da eleição de 2018. Ou para ser mais preciso: de vetor decisivo na campanha para impedir o “Lula lá”. Temer tem certeza de que será um cabo eleitoral fortíssimo, esgrimindo a caneta mais cheia de tinta da República. Acha que tem bons candidatos em cada uma das mãos, ou seja, Rodrigo Maia e Henrique Meirelles – com preferência para este último, mais identificado com sua gestão. E arrisca afirmar que estão germinando as condições para a sua reeleição, uma hipótese implausível até então. Ou seja: Temer estaria em todas. Mas como pode um presidente com uma popularidade de somente 3% almejar a manutenção do cargo?

Os entusiastas do “Fica Temer” acreditam que os bons resultados da política econômica ainda não foram percebidos pela população. Os preços caíram tremendamente, mas é preciso uma permanência mais longa nesse patamar para que os consumidores acreditem que eles estão sob controle. A equipe econômica acredita que os juros mais baixos da Selic surtirão efeito maior sobre a economia por volta de março. É a inércia sempre aludida pelos monetaristas. Os laboratoristas eleitorais do Planalto, por sua vez, acreditam que a taxa de ocupação terá uma alta progressiva durante todo o ano de 2018.

O target dos“temeristas” seria um desemprego na faixa de 10%, gatilho para o lançamento da sua candidatura. Para efeito do discurso eleitoral, o presidente teria vencido todos os principais inimigos da economia popular – inflação, juros e desemprego –, herança do lulopetismo. O segundo round seria costurar uma grande aliança com o DEM e os partidos fisiológicos da sua base aliada, parte mais fácil da empreitada.

Nas contas dos “temeristas”, conforme divulgado na imprensa, se o presidente chegar a 12% do eleitorado em meados do próximo ano, dá para entrar firme no certame. A claque de Temer também desconsidera os problemas do presidente com a Lava Jato. Os adversários também estão no mesmo barco.

Pesa ainda uma pesquisa recente que revela o pouco caso do eleitor com a pecha de corrupto dos políticos. “Afinal, qual deles não é?”, seria a conclusão da sondagem. Para os lulistas e tucanos, esse desfecho, com a glorificação de Michel Temer, é uma obra de Stephen King, na qual haveria mais desejo do que inspiração na realidade. De qualquer forma, a despolarização da contenda clássica PT versus PSDB pode vir a ser a grande novidade da disputa presidencial, com uma inesperada vitória do patrimonialismo hiperprofissional pela via do voto democrático.

#Henrique Meirelles #Michel Temer #Rodrigo Maia

As novas frentes do “Sr. Natura”

29/11/2017
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No dia 9 de dezembro, o empresário Guilherme Leal e outros líderes do RAPS – Rede de Ação Política pela Sustentabilidade – vão se reunir com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Na mesma semana, deverão se encontrar também com o ex-ministro do STF Carlos Ayres Britto, que recentemente chegou a ser apontado como um possível candidato à Presidência da República. Não custa lembrar que Leal, fundador da Natura, e o próprio RAPS têm se distanciado gradativamente de Marina Silva, conforme o RR informou na edição de 30 de outubro.

#Henrique Meirelles #RAPS

Ao pé do ouvido

17/11/2017
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No feriado da última quarta-feira, durante voo entre Brasília e São Paulo, Michel Temer conversou bastante com Henrique Meirelles sobre sua candidatura à Presidência da República.

#Henrique Meirelles #Michel Temer

A estrela

14/11/2017
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No que depender de Gilberto Kassab, Henrique Meirelles será a estrela do último programa eleitoral do PSD em 2017, que vai ao ar em 21 de dezembro.

#Giberto Kassab #Henrique Meirelles #PSD

Mais fácil o Paulo Rabello

10/11/2017
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Entre os diversos sopradores no ouvido de Michel Temer, um deles mandou essa: Alain Belda tem o perfil para ser o substituto de Henrique Meirelles, caso ele deixe a Fazenda para disputar a Presidência. Belda é único executivo brasileiro que rivaliza com Meirelles em prestígio internacional. Foi presidente da gigante do alumínio Alcoa. Atualmente, aos 74 anos, desfruta da calmaria da fortuna de centenas de milhões de dólares no escritório da Warburg Pincus, em São Paulo. O RR consultou três fontes que conhecem o mega executivo. A chance de ele ser o Rubens Ricupero de Meirelles é ínfima. Para quem gosta de estatísticas, na média das opiniões, a probabilidade de Belda aceitar a missão ficou em 3%. Na atual circunstância, o percentual pode até ser considerado alto.

#Henrique Meirelles #Michel Temer

Meirelles diz que não é o que não pode ser que não é

7/11/2017
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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi se aconselhar com dois especialistas em comunicação um deles com passagem no governo anterior – sobre a melhor estratégia para sua emaranhada situação. Meirelles é candidato a presidente da República desde sempre, mas a sua condição de titular da Fazenda o impede de confirmar o óbvio. A
sua candidatura já não lhe pertence, conforme análise do RR na edição de 22 de setembro.

A dúvida é como agir nessa encruzilhada. O ministro, um notório pavão, caiu na tentação de dar tratos ao assunto em entrevistas à imprensa. Confirmou sua pré-candidatura em praça pública. Como é de praxe nessas situações foi aconselhado a desmentir o que disse. Meirelles ainda teria quatro meses para dar a reveladora entrevista, prazo máximo para desincompatibilização do cargo caso confirme que disputará as eleições. Só não devia ter soltado o verbo agora, quando o governo atravessa uma tormenta para aprovar a reforma da Previdência.

Se a empreitada para o ajuste fiscal der certo, Meirelles fatura politicamente. Se der errado, terá dado um tiro no próprio pé. O fato é que suas declarações tendem a dividir a base aliada e dificultar a passagem da reforma no Congresso. O ministro foi aconselhado a dar entrevista enfática em horário nobre de telejornal, quer seja confirmando, quer seja desmentindo sua candidatura.

Se Meirelles estiver convicto de que o posto de ministro da Fazenda não é um rito de passagem, vai à TV. O RR ouviu de uma fonte triple A que Meirelles vai optar pela ambiguidade, reduzindo sua exposição ao assunto sucessão. O RR concorda inteiramente e faz a aposta em um único desfecho: Meirelles responderá com seu sorriso do gato de Alice, que não diz nada e diz tudo, toda vez que a pergunta for feita. É a sua marca de campanha, sua melhor tradução.

#Henrique Meirelles

Provisão

31/10/2017
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Eliseu Padilha e Moreira Franco informaram a Henrique Meirelles que a compra de votos da Reforma da Previdência vai sair caro. Na votação do processo contra Michel Temer, cada “sim” dos deputados custou, em média, R$ 5 milhões.

#Eliseu Padilha #Henrique Meirelles #Michel Temer #Moreira Franco

Pastor da economia

30/10/2017
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A Assembleia de Deus de São Paulo conta com a ilustre presença de Henrique Meirelles na celebração de seus 90 anos, no próximo dia 15 de novembro. Será mais uma etapa nas aproximações sucessivas de Meirelles com a comunidade evangélica. Em agosto, o ministro participou de convenção da própria Assembleia de Deus em Juiz de Fora. Pouco depois, em um vídeo encaminhado à Igreja, pediu uma oração pela economia.

#Assembleia de Deus #Henrique Meirelles

Árabes na saudade

30/10/2017
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Henrique Meirelles frustrou um grupo de 12 investidores dos Emirados Árabes que têm feito um tour pelo Brasil em busca de projetos no agribusiness. A delegação, reunida sob a placa do Food Security Center, de Abu Dhabi, tinha encontro agendado com o ministro da Fazenda na última quarta-feira. Na Hora H, no entanto, foram recebidos pelo secretário de Política Econômica, Fabio Kanczuc. De fato, não era o melhor dia para bater ponto em Brasília. A votação da denúncia contra Michel Temer empurrou tudo para o segundo plano, até a missão de arrancar alguns milhões de dólares dos árabes.

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Por falar em árabes, agricultura e negócios afins, o Brasil já está vendendo terras por conta. A participação do ministro Blairo Maggi na Sial Oriente Médio, feira mundial do agronegócio programada para dezembro, em Abu Dhabi, terá como um dos focos principais a atração de investidores para a aquisição de propriedades rurais no Brasil. Até lá o governo já espera ter votado no Senado o projeto de lei que libera a área para o capital estrangeiro.

#Blairo Maggi #Henrique Meirelles #Michel Temer

As regras do rotativo

27/10/2017
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O ministro Henrique Meirelles prefere beijar um cactos a falar sobre as novas e festejadas regras do rotativo do cartão. A medida foi um fiasco e as taxas de juros continuam 360% acima da Selic.

#Henrique Meirelles

Pedalada salomônica

16/10/2017
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O recuo estratégico do ministro Henrique Meirelles na discussão com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, sobre o valor da devolução dos empréstimos do Tesouro ao banco indica que a Fazenda já pensa em um mix de soluções para compensar a redução do repasse previsto de R$ 130 bilhões, em 2018. É provável que uma complementação tenha de ser pedida ao Congresso para evitar que o governo quebre a “regra de ouro”. À margem do ajuste fiscal, o arranjo permitiria que nem Meirelles nem Rabello de Castro saíssem como o perdedor na disputa pelos recursos. A coluna do meio atende os anseios políticos de ambos.

#BNDES #Henrique Meirelles #Paulo Rabello de Castro

Chão de fábrica

9/10/2017
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Gilberto Kassab tem se empenhado em aproximar Henrique Meirelles, pré-pré-candidato do PSD à Presidência da República, dos movimentos sindicais. Na empreitada, tem o auxílio do presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, também fi liado ao partido. Se é que Patah ainda é visto por seus pares como líder sindical. Durante a votação da reforma trabalhista, ele foi bastante criticado dentro da própria UGT pela posição dúbia em relação ao governo Temer.

#Gilberto Kassab #Henrique Meirelles

Meirelles blindado

29/09/2017
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O governo armou uma barricada para evitar a constrangedora presença de Henrique Meirelles na CPI da JBS. Parlamentares da base aliada na Comissão, à frente o senador Romero Jucá e o deputado Carlos Marun, garantem já ter os votos suficientes para barrar a convocação do ministro da Fazenda, requerida pelo senador Randolfe Rodrigues.

#Henrique Meirelles #JBS #Romero Jucá

Operação desmonte

28/09/2017
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Se depender do Ministério da Fazenda, o BNDES fica só com o prédio da Av. Chile, uma parcela diminuta de funcionários para a manutenção e mesas, cadeiras e computadores. Além da devolução de R$ 180 bilhões em empréstimos do Tesouro Nacional, Meirelles estuda outras hipóteses para sangrar o banco: a venda de parte das carteiras do BNDESPar e de créditos bons junto a grandes empresas.

#BNDES #Henrique Meirelles

Meirelles já está com um pé fora da Fazenda

22/09/2017
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Henrique Meirelles está morto! Viva Henrique Meirelles! Ou vice-versa. O enigma tem prazo de validade: dia 1° de abril de 2018, data limite para que o ministro da Fazenda se desincompatibilize do cargo com o objetivo de disputar as eleições para a Presidência da República. Meirelles não solta um pio sobre o assunto. Um interlocutor bastante próximo do ministro disse ao RR que a balança estava equilibrada sobre a decisão de deixar a pasta e subir nos palanques. Por ora, Meirelles mantém um pé cá e outro acolá. Mas o risco de contaminação com o mar de lama da Lava Jato tem pesado a favor da aventura.

Na contramão, não o temor da derrota, mas o ônus de deixar ao abandono o mercado, esse senhor de todos os oceanos, e ser a peça central da desintegração de um governo do qual representa rara reserva de valor moral e tecnocrático. A economia pode reagir mal a sua saída e ele ser acusado, em sua decisão frívola, da desancoragem das expectativas. A questão é ambígua, pois a mudança de humor da economia também pode ser interpretada como um trunfo da sua importância presente e futura. Henrique Meirelles ronda os palanques não é de hoje: esteve cotado para ser o vice da chapa de Dilma Rousseff em 2010 e flertou com a ideia de disputar o governo de Goiás.

Na semana passada, Gilberto Kassab se adiantou aos fatos e “lançou” sua candidatura à Presidência pelo PSD. Meirelles agradeceu afirmando que está concentrado na sua atual missão, e abriu um sorriso metálico cheio de dentes. Em nenhum momento, disse que não será candidato. Para todos os efeitos, o suspense permanece. O RR consultou uma pequenina amostra de um segmento do eleitorado bastante afinado com o ministro da Fazenda. Fez uma sondagem com 28 empresários e perguntou se, em sua opinião, Meirelles será ou não candidato. O “não” ganhou com alguma vantagem: 71% a 29%.

Questionados sobre as chances de vitória do “guardião da economia”, 83% afirmaram que Meirelles não será eleito caso entre na disputa. Não por falta de atributos. O RR perguntou aos entrevistados quem era mais habilitado para o exercício da Presidência da República, num confronto direto entre o ministro da Fazenda e todos os principais candidatáveis citados nas pesquisas eleitoras. Meirelles venceu todos eles, com índice acima de 70% das respostas. Seus três resultados mais baixos se deram na comparação com João Doria (78%), Geraldo Alckmin (76%) e Lula (71%).

Nas comparações com Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, Marina Silva e o próprio Michel Temer, Meirelles disparou na sondagem. Se Henrique Meirelles, de fato, embarcar na viagem eleitoral, é razoável que leve um bilhete de volta cuidadosamente guardado no bolso do paletó. Esta segunda perna seria um eventual retorno à cadeira de ministro da Fazenda. Ou seja: Meirelles entraria na disputa à Presidência jogando por dois resultados. Mesmo perdendo nas urnas, seu segundo turno particular seria a recondução ao posto de maestro e fiador da economia.

Não é uma hipótese improvável. Sabidamente, o titular da Fazenda tem excelente trânsito entre correntes político-partidárias distintas. Tem o handicap de ser sócio de inegável impacto eleitoral: com Lula, entregou distribuição de renda; com Temer, assegurou a queda da inflação. Leva ainda consigo a marca de recordista de tempo na cabine de comando da economia – até ontem, contabilizando-se o período na presidência do Banco Central e na cadeira de Ministro da Fazenda, somava 3.420 dias ou 82.080 horas de horas de voo.

Henrique Meirelles é um homem abastado – sua fortuna pessoal se aproxima da casa de R$ 1 bilhão – e pode tranquilamente financiar sua campanha. Enricou acima de qualquer suspeita. Se ficar parado no mesmo lugar, corre o risco de ver seus ternos de corte bem talhados respingados pelos fluidos pútridos do entorno político. Cabe monitorar os bastidores. Faltam 4.608 horas para, no mais tardar, o Brasil saber se terá mais um candidato à Presidência e um novo ministro da Fazenda

#Gilberto Kassab #Henrique Meirelles #Lava Jato

Deus no Céu e Meirelles na terra

19/09/2017
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O vídeo que circulou ontem em grupos de WhatsApp de deputados e senadores, no qual Henrique Meirelles aparece pedindo uma “oração pela economia”, teve como autor intelectual Gilberto Kassab. O ministro das Comunicações, que, na semana passada, lançou “inadvertidamente”, a pré-candidatura do colega à Presidência da República, vem costurando a interlocução de Meirelles com líderes evangélicos. Já propôs, inclusive, que ele visite alguns templos para falar sobre os “ajustes na economia”. Em tempo: o vídeo em questão foi endereçado à Assembleia de Deus Ministério Madureira, no Rio. Por uma dessas coincidências, trata-se da igreja que era frequentada por Eduardo Cunha.

#Gilberto Kassab #Henrique Meirelles

Meirelles é seu próprio marqueteiro

14/09/2017
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Henrique Meirelles e Gilberto Kassab deram uma aula ontem de como esquentar o noticiário. Por volta das 15h30, logo após o encontro entre Meirelles e parlamentares do PSD, Kassab anunciou à imprensa à pré-candidatura do ministro da Fazenda à Presidência da República. Chegou a dizer que o vice da chapa não sairia de São Paulo, mas “de outra região”. Em menos de meia hora, Meirelles postou em sua conta oficial no Twitter quatro mensagens em sequência negando a candidatura – ao mesmo tempo em que agradecia aos integrantes do PSD pelas palavras de apoio. O típico desmentido que só faz bem. O jogral garantiu a presença de Meirelles nos highlights do noticiário durante toda a tarde, sempre colado às palavras “candidato” e “presidência”. Em tempo: Meirelles e os líderes do DEM, à frente Rodrigo Maia e ACM Neto, articulam um encontro para a próxima semana. Promessa de mais dendê no caldeirão das especulações eleitorais.

#DEM #Gilberto Kassab #Henrique Meirelles #PSD

Questão de prioridade

14/09/2017
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Ontem, o governador do Sergipe, Jackson Barreto, passou o dia em Brasília tentando uma audiência com Henrique Meirelles, em busca de ajuda financeira para o seu estado. Não escolheu um bom dia. O máximo que conseguiu foi ser recebido pela Secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi.

#Henrique Meirelles #Jackson Barreto

Michel Temer se sente menos impopular e pode reduzir ritmo do ajuste fiscal

12/09/2017
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O presidente Michel Temer passou a nutrir dúvidas em relação à intensidade do ajuste fiscal em 2018 – já que 2017 são favas contadas. Temer tem usufruído da brisa da redução do desconforto popular. O quadro econômico para a população melhorou, e quando não melhorou, estagnou, o que, frente ao longo período de índices negativos, pode ser celebrado como uma vitória.

A inquietude de Temer encontra mais eco em Eliseu Padilha do que em Moreira Franco e Henrique Meirelles, defensores da tese de que o sucesso desse governo não pode ser medido por satisfação ou empatia com o povo. Segundo a fonte do RR, a percepção de Temer é que, se reduzir sua impopularidade e continuar na sua toada, governando para a sua bancada no Congresso e a Avenida Paulista, poderá atingir uma inesperada força como cabo eleitoral em 2018, para dizer o mínimo. Relatório do Credit Suisse que circulou ontem nos meios financeiros canta algumas pedras animadoras para o presidente.

No cenário projetado pelo banco – um crescimento médio de 2% do PIB por um período superior a um quinquênio – as taxas de desemprego estimadas são 13%, em 2017; 12%, 2018; 11%, 2019; e 10%, 2020. Não chega a ser uma Brastemp, mas, comparando-se com o desemprego de 13,7% em março passado, os números são alvissareiros. A favor das expectativas do governo pesa o fato de que o banco suíço sempre foi pouco otimista em relação aos resultados da política econômica. Mas Temer já está saboreando outros frutos da boa safra na economia. A inflação é a menor em 37 anos na faixa do salário mínimo.

Os preços da cesta básica desabaram devido à deflação sobre alimentos decorrente da hipersafra agrícola. A renda da família aumentou, ainda por conta da queda da inflação, e é ela que vem puxando o Pibinho. O aluguéis em média estão mais baixos 20%. Pode dizer que nunca dantes a carestia tomou um tombo tão grande na história deste país. Mas, como acender uma vela aos pobres e outra ao empresariado? A inércia agora trabalha a favor.

O cenário favorável é de melhoria da conjuntura. Para manter as expectativas empresariais aquecidas, Temer vai prosseguir com os anúncios e ações de impacto nas privatizações e concessões e iniciar uma agenda de reformas microeconômicas. Como metas fiscais mais largas para 2017 e 2018, o governo prosseguirá no seu paradoxo de sucesso, que é confessar a falência no ajuste orçamentário, rever as contas para depois, então, atingir o compromisso
e vangloriar-se do seu feito.

Há também receitas não tipificadas que ajudarão a fechar o buraco, como o pagamento de R$ 180 bilhões devidos pelo BNDES ao Tesouro, junto com o repasse da economia do custo de carregamento das reservas cambiais na medida em que se reduz o diferencial entre a Selic e o juro de remuneração do lastro em moeda forte. Esses recursos irão todos para abater o déficit primário. E o fiscal estaria resolvido? Fica faltando a reforma da Previdência, que não só é aritmeticamente necessária, como tornou-se simbólica.

Mas se ela não sair até novembro, fica na conta do próximo governo. Na equação desse upgrade do presidente não é incorporada a variável da Lava Jato. Ela é imponderável e pode atingir a todos indistintamente. Se Temer avançar no ajuste, tomando novas medidas impopulares para a “modernização” da economia, se tornará em uma espécie de “Getulio Vargas da burguesia”, dando cabo das encomendas reformistas que trouxe para o centro do governo desde o impeachment de Dilma Rousseff. Se contiver o andor, pode ser que sua impopularidade caia e sua força eleitoral surpreenda.

#Eliseu Padilha #Henrique Meirelles #Michel Temer #Moreira Franco

Imposto sobre commodities ferve no tubo de ensaio de Temer

24/08/2017
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Há um balão de ensaio prestes a subir do Ministério da Fazenda na contramão da Pasta da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Trata-se de mais uma engenhosidade tributária com o objetivo salvacionista da pátria fiscal. A proposta de ativar alíquotas do imposto de exportação sobre commodities não chega a ser um ornitorrinco, mas consegue a façanha de unir ovíparos e lepidópteros. Exemplo: o casamento pontual das ideias de Henrique Meirelles e Luiz Carlos Bresser Pereira. O abraço entre os dois seria de tamanduá, é claro.

Meirelles topa qualquer parada para equacionar o fiscal ou, no mínimo, dar a dimensão da sua gravidade. Bresser tem um projeto de equidade fiscal e ênfase na reindustrialização. A mesma medida serviria a ambos com motivações distintas, mas levaria, muito provavelmente, o ministro Blairo Maggi a deixar o governo em pé de guerra. Maggi representa o setor na forma absoluta: ele mesmo é um enclave latifundiário na Esplanada dos Ministérios.

O agribusiness tem tido o melhor desempenho da economia, o que não é pouco em um cenário de queda da atividade produtiva e desemprego nas alturas. O seu gravame é baixo em relação aos demais segmentos. Diversos países que têm uma contribuição expressiva das exportações de produtos primários (minerais e agropecuários) utilizam esse expediente. E o argumento de que a competitividade das exportações cairia é considerado balela: as séries históricas demonstram que em longos períodos de preços em alta ou em queda, o volume das seis principais commodities comercializadas pelo Brasil (representam quase 50% do total das vendas ao estrangeiro) permaneceu sempre crescente.

Em um governo quase histérico com o eventual atraso da reforma da Previdência chama a atenção de que até agora a medida não tenha sido aventada, até porque é uma decisão administrativa e, portanto, muito distante das complexas negociações para a aprovação de uma PEC. Segundo a fonte do RR, a bandeira do imposto sobre exportação das commodities será desfraldada a qualquer momento. É só esperar. A dúvida é se quem vai levantá-la não pretende apenas o logro de uma “medida calção”, que serviria somente como ameaça ou justiceirismo bufo. Melhor seria a boa luta pelo fim das renúncias fiscais e subsídios que não favorecem os miseráveis e o fim da obrigatoriedade das despesas, que permitiria a alocação racional dos recursos. A privatização fall front the sky da Eletrobras e a bexiga inchada do imposto sobre commodities são arremedos de ajuste fiscal. Fuga para trás.

#Blairo Maggi #Henrique Meirelles #Ministério da Fazenda

A última bala de Meirelles

16/08/2017
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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, rodou ontem o tambor da roleta russa fiscal. Bateu o pé em uma nova meta de R$ 159 bilhões de déficit primário enquanto a trupe do Planalto e os czares da base aliada defendiam R$ 170 bilhões. A folga era para zerar a possibilidade de modificar novamente a previsão de déficit neste ano. Meirelles fincou posição que um afrouxamento maior da meta acabaria por fomentar as resistências aos novos cortes. Curioso que em 2016 o ministro da Fazenda tenha pensado justamente o contrário: botou uma meta lá em cima para conseguir um resultado primário sem muito sufoco. Mas os dados estão jogados: se não cumprir o déficit ou buscar uma derrama para compensar um novo rombo fiscal, Meirelles destrói sua reputação. Vai para o lixo da Historia.

#Henrique Meirelles #Ministério da Fazenda

“É alguém que me bate à porta de mansinho”

11/08/2017
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Há um corvo soprando com seu hálito álgido uma mensagem para Henrique Meirelles: Que fazes meu senhor, perdendo-te do teu destino nobre e tornando-te parceiro do infortúnio e do equívoco? A permanência no Ministério da Fazenda será teu sinete, com o qual assinará com o lacre da soberba um fracasso há tempos anunciado. E desde já tu serás aquele mais conhecido pelo que poderia ter feito do que pelo que fez.

A insistência na associação de tua imagem com o atual governo contamina o seu projeto político. Sabes, meu senhor, que não fostes acostumado a viver sem o incenso e a mirra dos aduladores. Não cabe nos teus anais a comédia de erros da elevação do imposto de renda. Terá sido o ápice do desencontro ou apenas mais um degrau da barafunda fiscal? Vossa Senhoria corre o risco de gerir o maior desastre das contas públicas do Brasil.

Aceitastes, meu senhor, a missão de reconstituir a economia em um governo sob suspeição porque confiavas na promessa de que terias o protagonismo absoluto. E assim o foi durante sete dias e sete noites. No despertar do oitavo dia, contudo, sua voz mal se ouvia em meio à cacofonia dos embusteiros. E o trinado do corvo emite com agudeza seu recado fatídico: deixai essa cadeira e buscai o teu trono.

Abandonai essa embaixada agora em que mais de 70% da população brasileira convivem com a menor inflação dos últimos 37 anos. É o teu trunfo, talvez o único. Lembrai que o sacerdócio das finanças públicas neste governo sempre foi um rito de passagem. Daqui em diante começarão a ver-te como culpado e não mais como a solução prometida.

Melhor sair com o pouco que restou, mas com a cruz da dignidade encrustada na testa, o que permitirá prosseguir em seus planos de poder ainda intactos. Epílogo: Enquanto isso, num castelo das finanças públicas, perto e longe de Brasília, um cavaleiro de indomável ambição já se encontra trajado com as vestes e as armas do Ministério da Fazenda. O corvo sopra o seu nome aos quatro ventos.

#Henrique Meirelles #Ministério da Fazenda

Meirelles quer distância de “gambiarra fiscal”

4/08/2017
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A algaravia que está sendo feita nos mercados e no meio acadêmico para arrumar um “jeitinho” de mudar a meta do déficit primário sem que pareça que ela foi mudada não tem o aval do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. A proposta de criar uma nova meta – o complexo resultado fiscal estrutural –, que levaria em conta os efeitos do ciclo econômico ou zunir de vez o cálculo do resultado primário, adotando somente a meta das despesas conforme a PEC do Teto, podem criar dúvidas sobre as boas intenções da equipe econômica. Mexer na atual métrica da execução orçamentária com base na contabilidade reconhecida mundialmente é um atestado de suspeição junto aos organismos financeiros internacionais, agências de rating e instituições multilaterais.

O Brasil, com suas dezenas de cartas de intenção negociadas com credores estrangeiros, não tem uma tradição de rigor contábil indiscutível. O abandono do sistema de avaliação da performance fiscal a esta altura do campeonato pareceria tudo menos preciosismo isento e tentativa de aprimoramento. Meirelles sabe que a meta dos déficits de 2017 e 2018, anos inscritos no calendário eleitoral, não evaporarão no ar apenas porque alguns ourives da teoria econômica decidiram que lé soma com cré, ou o contrário.

A percepção será a de que Lula e Dilma cumpriram seus compromissos fiscais, e Henrique Meirelles, posto no cargo justamente para consertar o desarranjo nas contas públicas, fugiu da raia e jogou os saldos negativos para debaixo do tapete. É mais fácil reconhecer que a previsão do déficit primário não vai fechar devido a variáveis endógenas (arrecadação mais fraca devido à recessão) ou “exógenas” (crise da Lava Jato) do que passar uma borracha no resultado ou aprovar uma sangria tributária. A boa regra – já diziam Simonsen, Delfim, Pastore, José Serra e quem mais vier – seria trocar a meta do déficit primário pelo déficit nominal, que permite verificar também o impacto dos juros nas contas públicas.

Ninguém nunca topou, mas é o que recomenda a boa praxe internacional. O injustiçado Joaquim Levy bem que tentou, em uma surpreendente tabelinha com Serra, aprovar uma PEC do Teto que propunha o controle das despesas com base no limite para a dívida bruta do governo. Precisamente no dia 18 de novembro de 2015, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, Levy propôs que a medida fosse adotada. Levou bomba. A iniciativa permitiria que o fator juros fosse levado em consideração nos cálculos do desajuste fiscal, possibilitando uma regência cíclica da despesa financeira e do resultado primário quando fosse o caso, desde que a dívida bruta, verdadeiro comprovante da solvência do país,
estivesse controlada.

#Henrique Meirelles #PEC do Teto

Pato manco

25/07/2017
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Se alguém do governo foi pego no contrapé pela ressurreição do “pato da Fiesp“, certamente não foi Michel Temer. O presidente teria tomado conhecimento, de véspera, do protesto feito pela entidade na última sexta-feira contra o aumento de impostos. Paulo Skaf não pregaria uma peça dessas em Temer – avalista da sua candidatura ao governo de São Paulo. Em relação a Henrique Meirelles, talvez já não se possa dizer o mesmo.

#Fiesp #Henrique Meirelles #Michel Temer #Paulo Skaf

Assim falou o RR

20/07/2017
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O aumento de impostos que deverá ser anunciado hoje pelo governo estava escrito nas estrelas, ou melhor, no Relatório Reservado. Na edição de 15 de março, o RR antecipou que Henrique Meirelles já contemplava a medida – àquela altura, ainda negada pelo governo. Voltou ao assunto em 12 de maio, 23 de junho e no último dia 14. Infelizmente, estava certo.

#Henrique Meirelles

Reajuste dos militares opõe Jugmann e equipe econômica

19/07/2017
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Há um agastamento nas relações entre o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e seus colegas da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira. O motivo é uma questão bastante delicada: o reajuste salarial das Forças Armadas. O assunto está parado na área econômica, onde enfrenta resistências. Meirelles, principalmente, tem a sensibilidade do todo, mas não abre mão da parte.

Na Fazenda, não se discute o mérito da questão e muito menos sua importância para o governo, sobretudo pelo seu valor intangível no atual cenário político e institucional. No entanto, Meirelles olha o orçamento com lupa e tem dificuldade em encontrar uma fresta para encaixar o reajuste salarial dos militares. Os estudos preliminares do Ministério da Defesa envolveriam um aumento médio de 15%. Tomando-se como base os gastos com pessoal e encargos sociais previstos no Orçamento das Forças Armadas para este ano, o reajuste implicará um custo adicional de R$ 10,5 bilhões por ano.

Na aritmética que mais sensibiliza Meirelles, essa cifra equivale a algo como 8% do déficit primário previsto para 2018 (R$ 131 bilhões). Consultado sobre o reajuste dos militares, o Ministério da Defesa confirmou que “tem atuado junto à Fazenda e ao Planejamento para que ocorra um nivelamento com as demais carreiras de estado”. Disse ainda que “não é possível afirmar quando os estudos estarão concluídos e qual o espaço fiscal a ser concedido.”

A Fazenda, por sua vez, não quis se pronunciar. A indefinição sobre o aumento dos salários dos militares pesa nas costas de Raul Jungmann. Há pouco mais de um mês, em entrevista ao programa Forças do Brasil, da Rádio Nacional, o ministro da Defesa garantiu o reajuste. Talvez estivesse trabalhando com a fotografia de uma cena anterior.

Segundo o RR apurou, as discussões sobre o tema haviam avançado razoavelmente em março e abril, na mesma época que o governo começou a esboçar propostas para a reforma da Previdência dos militares. Desde então, no entanto, a Fazenda e o Planejamento pisaram no breque. Há uma defasagem nos salários dos militares em relação a outras carreiras de Estado na área de segurança.

Um agente da Polícia Federal, por exemplo, recebe o mesmo do que um coronel das Forças Armadas, sem ter responsabilidade de comando. Como não poderia deixar de ser, o problema aperta, sobretudo, as patentes mais baixas. Não por acaso, de acordo com uma fonte do próprio Ministério da Defesa, o modelo delineado pela Pasta prevê justamente uma redução do gap salarial entre os diferentes níveis na hierarquia militar.

#Henrique Meirelles #Raul Jungmann

Henrique Meirelles já não consegue nem ser âncora de si próprio

14/07/2017
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A lua de mel de Henrique Meirelles com Michel Temer, os empresários e próceres da base aliada, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, eclipsou, ou, melhor, tornou-se pontilhada de fel. O ministro da Fazenda tem feito exigências, dificultado a liberação de verbas e mostrado soberba, inclusive nas reuniões com o grupo palaciano. A estratégia de Meirelles é capciosa: mantém sua palavra de permanecer no governo desde que suas diretrizes na economia sejam mantidas e ninguém o ofusque na sua esfera de atuação. O que em outras palavras quer dizer: “Não me contrariem que eu me mando”. Ocorre que a intocabilidade do ministro não é mais a mesma.

Meirelles é uma âncora em processo de corrosão e imersa em um chão viscoso. As reformas estruturais, sustentáculo do governo, já deixaram há muito de ser “As reformas que dependem do Meirelles”. A julgar pela velocidade dos fatos, caminham para serem as reformas de Rodrigo Maia ou de qualquer um que se apresente. O ministro reduziu bastante sua agenda de encontros com políticos – que já foi intensa quando a parte técnica da reforma da Previdência estava sob sua alçada. Sua presença no Congresso era algo de marcial.

Hoje a maior interlocução com os parlamentares é realizada pelo Secretário de Acompanhamento Econômico, Mansueto Almeida. Os políticos acham chato o papo com Meirelles. O sucesso na política anti-inflacionária e na redução dos juros já foi depositado na conta do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Na área fiscal, os números obtidos na gestão do ministro são os piores da história republicana. O Brasil vai acumular um déficit primário de cerca de R$ 500 bilhões no triênio que se encerra em 2018, o maior já registrado no país.

A dívida pública interna alcançará cerca de 90% do PIB. De âncora fiscal, portanto, o ministro não tem nada. Desemprego, recessão, atraso nas concessões, não há nada para ser mostrado na vitrine. Há ainda a presença de Paulo Rabello de Castro no BNDES, avaliada por Temer e pela Fiesp. Há o aconselhamento de José Marcio Camargo e Marcos Lisboa a Rodrigo Maia. Existe também a expectativa de respingo da delação de Antônio Palocci. E mais: foi iniciada a safra despudorada de Medidas Provisórias para compensar os parlamentares que votarem atendendo aos interesses palacianos.

A torrente de MPs corresponde a algo como “Não me enche o saco com política fiscal”. Finalmente, há o recurso ao aumento de impostos, que, na linguagem do mercado, pode ser traduzido como “Vai para casa, Meirelles”. Aos poucos, portanto, o ministro vai se transformando em uma cópia enrugada de Joaquim Levy, que, pelo menos, podia atribuir a calamidade a Dilma Rousseff. Meirelles é um busto encrostado em praça pública em homenagem ao ministro que ele foi um dia, sobrevoado por passarinhos prontos para fazer xixi na sua cabeça.

#Henrique Meirelles #Ilan Goldfajn #Michel Temer

Desconfortável

12/07/2017
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Henrique Meirelles já esteve mais confortável. Confidenciou que as recorrentes declarações de que ele está garantido na Fazenda mais incomodam do que tranquilizam.

#Henrique Meirelles

Rodrigo Maia já rascunha o seu Ministério

10/07/2017
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já está montando sua equipe de governo. Do time atual, somente Henrique Meirelles tem vaga garantida. No mais, Maia vai mudar um monte de nome nas demais pastas e praticamente todos os ministros palacianos, incluindo seu sogro Moreira Franco.

A exceção seria feita ao ministro chefe do GSI, General Sergio Etchegoyen, que, posteriormente, poderia ser promovido aos cargos de ministro da Defesa ou comandante do Exército. Seu pai, Cesar Maia, não integrará o governo. O “papi” permanecerá aconselhando de casa. A novidade, segundo a fonte do RR, é a criação de uma secretaria de assuntos microecômicos ligada diretamente à Presidência da República.

O convidado para o posto é o presidente do Insper, Marcos Lisboa, uma espécie de guru econômico de Maia. Lisboa fez o mesmo trabalho, sem tanta pompa e recursos, no primeiro governo Lula. Antes disso, o eclético economista havia sido um dos autores da “agenda perdida”, um conjunto de propostas – a maior parte microeconômicas – feito por solicitação do então candidato à presidência Ciro Gomes. Lisboa foi convidado por Antonio Palocci para participar da equipe econômica de Lula.

Vem daí sua convivência com Henrique Meirelles, então presidente do Banco Central. Como nos dizeres de Darcy Ribeiro, Marcos Lisboa vai ser o “fazedor de fazimentos” gostosos para o empresariado, que Maia tanto quer agradar. Meirelles continuaria pegando no pesado e tocando as reformas. No entanto, mesmo com a garantia dada por Maia, passaria a ser “meia âncora” da economia. Afinal, teria um regra três tinindo, sentado no banco do Palácio em condições de jogo, coisa que nunca aconteceu neste cada vez mais passageiro governo Michel Temer.

#Henrique Meirelles #Moreira Franco #Rodrigo Maia

Meirelles é o estraga-prazer do governo Temer

23/06/2017
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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está mostrando que “pau que dá em Chico bate em Francisco”. Meirelles tem dificultado todas as ações solicitadas por Michel Temer e o grupo palaciano para reanimar a economia. Ele condiciona os gastos à obtenção das receitas extraordinárias. E as receitas andam a passos de cágado. O ministro simplesmente se recusa a usar o expediente de empurrar despesas para o ano que vem usando a rubrica orçamentária dos restos a pagar.

Meirelles tem restringido o voo do novo darling do governo, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, solicitando que o banco devolva recursos devidos para que o buraco do déficit primário seja contido e a Fazenda fique mais confortável para liberar novos gastos. Só que o dinheiro do BNDES está sendo guardado para mimosear os empresários e não sanar o caixa do governo, o que tem significado fiscal, mas nenhuma valia política. Meirelles sentou em cima do Refis o quanto pode, mesmo ele representando uma ajuda ao equilíbrio nas contas no curto prazo. E não libera a correção da tabela do Imposto de Renda.

O argumento do ministro da Fazenda é que o alívio no torniquete deve ser precedido pela aprovação das reformas, o que terá um efeito de transmissão para o fiscal por meio das mudanças das expectativas. Só que também não se sabe quando as reformas passarão. Henrique Meirelles continua sendo a âncora do presidente Temer na economia. E não consta que ele tenha ido para o governo para se desdizer e fazer o que o seu mestre mandar. Portanto, quem pariu Mateus que o embale. Se depender do termômetro do ministro da Fazenda, o clima será seco, quente, quase asfixiante, em todo o país.

#BNDES #Henrique Meirelles #Michel Temer

A “novíssima” matriz econômica de Henrique Meirelles

9/06/2017
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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, retorna de Paris com a missão de irradiar boas notícias para a economia. O governo acha que sobrevive ao tormento político e aprova as reformas, ainda que aos trancos e barrancos. Mas precisa de alimento para os empresários e para a base aliada no Congresso, noves fora a população, órfã de novidades favoráveis.

Portanto, pelo menos por um tempo, sai o “Meirelles lobo mau”, entra o “Meirelles vovozinha”. A razão principal dessa guinada na política e na postura do ministro da Fazenda é a certeza de que a economia vai abortar sua tênue recuperação. Os cenários para o crescimento e o desemprego – efetivamente o que interessa – estão nublados.

O investimento em formação de capital fixo deve cair, assim como o consumo das famílias. E não adianta o governo ficar falando que “o país está saindo da recessão” – porque não está. Tampouco adiante dizer que o “PIB vai crescer 1%” – porque não vai. É preciso contrabalançar esse ambiente econômico ruim com boas novas, a exemplo do que foi o saque antecipado do FGTS para as contas inativas.

Henrique Meirelles é o “cara limpa” do governo Temer – pelo menos até agora. Servirá de anteparo para a presença espectral do presidente. Seria bom se as concessões pudessem ser agilizadas, sem dúvida. Algumas sairão até o fim do ano, mas bem menos do que o esperado. Há travas estruturais para que se chegue ao ritmo adequado dos leilões. Meirelles tem basicamente os instrumentos de crédito na mão. E é com eles que vai a animar a economia na medida do restrito possível. Vai ter BNDES para os empresários – o banco tem um caixa livre ainda razoável.

Vai ter recurso para as pequenas e médias empresas. Vai ter Caixa Econômica e Banco do Brasil para os consumidores. Vai ter financiamento para habitação e construção civil. Algo de parecido com o que fez o desesperado governo de Dilma Rousseff pouco antes do impeachment. Sem o disparate fiscal, é claro. Henrique Meirelles vai jogar um “rouba montinho” dos orçamentos. Talvez deixe algum esqueleto para ser somado ao déficit primário de R$ 122 bilhões já projetado para 2018. Talvez antecipe um recurso ali e dê acesso a outro acolá. O certo é que o ministro da Fazenda vai entregar algum alívio. Do jeito que está, não dá! O país está insuportável!

#Henrique Meirelles

Henrique Meirelles e PMDB

2/06/2017
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Eliseu Padilha e Moreira Franco aceitaram ser as madrinhas das segundas núpcias de Henrique Meirelles com o PMDB. Hoje, o ministro-candidato está filiado ao PSD.

#Eliseu Padilha #Henrique Meirelles #Moreira Franco #PMDB

Focus da verdade

24/05/2017
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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, aguarda ansiosamente o próximo Boletim Focus. Meirelles gastou saliva com os analistas do mercado financeiro nos últimos dias, buscando tranquilizá-los. No Focus da última sexta-feira, os efeitos do escândalo Temer não haviam sido plenamente captados.

#Henrique Meirelles

Nada consta

22/05/2017
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Para o conforto da Nação, é bom que se saiba que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é absolutamente paranoico com telefonemas, reuniões e até correspondências. Meirelles é liso feito um sabonete e conhecido por sua preocupação com os detalhes e a ética.

#Henrique Meirelles

Todas as concessões a Meirelles, antes que o investimento vire pó

19/05/2017
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Cabe ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, assumir imediatamente a condução de todo o programa de concessões de infraestrutura do governo. Ontem mesmo, grandes empresários do país iniciaram articulações nesta direção, inclusive com pedidos ao próprio ministro. A premissa é que não há no entorno do presidente Michel Temer nenhum outro nome com a dimensão e a credibilidade necessárias, interna e externamente, para garantir a continuidade do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) e de outras licitações fundamentais para reduzir o rombo nas contas públicas e colocar a economia em marcha.

É preciso assegurar, inclusive, que as agências do fomento na área da infraestrutura, a exemplo do BNDES – hoje pendurada na esfera de decisão de Moreira Franco, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência – sejam transferidas para a alçada de Meirelles. A delação do empresário Joesley Batista fragilizou ainda mais a figura de Temer e, por osmose, dos ministros do Palácio do Planalto. Na visão do empresariado, a presença de Moreira Franco à frente das PPIs contamina os leilões previstos para 2017 e 2018.

Assim como inviabiliza as negociações em curso para a renovação prévia de licenças ferroviárias e portuárias, com a contrapartida de novos investimentos, e a licitação antecipada de concessões rodoviárias que vencem apenas em 2021, além de deixar em stand by uma parcela imprevisível de investimentos associados aos financiamentos ou decisões do Estado brasileiro. Na visão dos empresários, o programa de concessões de infraestrutura será inevitavelmente politizado e não há como viabilizar sua execução sem um condutor incólume ao emporcalhamento do governo Temer. Se Henrique Meirelles já era o avalista do ajuste fiscal (o que nunca foi pouco), o pleito é para que acumule esse papel com o de fiador do PPI e das demais licitações.

O entendimento é que o capital estrangeiro não virá para os leilões se não tiver garantias firmes em relação às regras e, sobretudo, à legitimidade do processo. Ou, na atual circunstância, alguém consegue enxergar o ministro Moreira Franco, vulgo “Gato Angorá” nas delações dos executivos da Odebrecht, falando para uma plateia de investidores internacionais? O que está em jogo é uma cifra potencial da ordem de R$ 1,19 trilhão até 2018, envolvendo a arrecadação com novas concessões e extensão do prazo de antigas, rodadas de leilões do pré-sal e aportes financeiros públicos e privados previstos para as áreas de transporte, logística, energia, saneamento básico e habitação. Há risco real de que seja feito um write off de centenas de bilhões, ampliando a crise para um patamar até então inimaginável e comprometendo gerações de brasileiros com a mediocridade nacional. Meirelles tem um papel épico nesse momento histórico. Deus queira que não tenha nada a ver com a Lava Jato.

#Henrique Meirelles #JBS #Moreira Franco #PPI

Novos cortes ou déficit primário maior? Eis a aflição

12/05/2017
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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, vive um dos seus momentos de “Escolha de Sofia”. Precisa decidir se corta mais recursos na carne, notadamente nas renúncias fiscais do Estado, ou confessa um déficit primário superior em R$ 40 bilhões à previsão original de R$ 139 bilhões. Nessa hipótese, o déficit primário deste ano seria maior do que os R$ 154 bilhões de 2016.

O novo rombo de R$ 40 bilhões seria adicional ao buraco de cerca de R$ 50 bilhões anunciado por Meirelles no fim do primeiro trimestre juntamente com as respectivas medidas saneadoras. Conta dali, conta de lá, o déficit primário de 2017, não fossem contabilizados os cortes e receitas extraordinárias na primeira correção de rota, superaria os R$ 200 bilhões. Entra na projeção do novo déficit a conclusão de que há um componente estrutural na rigidez da arrecadação, que responde a uma renovada composição dos setores da economia no PIB (a indústria em franco descenso e o setor terciário em alta) e à resiliência do binômio desemprego e baixa recuperação da absorção doméstica.

Se quiser cortar, Meirelles terá de reduzir a conta de benefícios. Não se sabe se é esta medida ou se novos impostos o que mais afeta negativamente a popularidade do governo. Se não ceifar as renúncias fiscais – despesas com pessoal e custeio já não há mais para tesourar – e confessar que o déficit é maior e o governo não tem como resolver o desequilíbrio das contas públicas neste ano, Meirelles pode até pedir o boné.

No mínimo, perde os poucos cabelos que lhe restam. Há ainda uma variável esquizofrênica em meio à discussão do ajuste fiscal. Um vazamento da Secretaria Geral da Presidência da República prenuncia um gasto com investimentos públicos da ordem de R$ 59 bilhões. O “krypto New Deal” do Planalto é chamado de Plano Avançar. Os recursos não estão previstos no orçamento e ninguém imagina de onde podem sair. Meirelles não usa cartola, mas tem de tirar vários coelhos de algum lugar.

#Henrique Meirelles #PIB

A reforma da reforma da Previdência

5/05/2017
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As mudanças no texto da reforma da Previdência negociadas na semana passada não foram tão insignificantes assim. As novas concessões incorporadas no projeto aprovado pela comissão especial levaram a uma perda de R$ 210 bilhões em relação à economia de R$ 800 bilhões em 10 anos contida no texto original. Ou seja: em uma semana o governo cedeu em R$ 40 bilhões além da perda de R$ 170 bilhões com a qual já trabalhava até então. O ministro Henrique Meirelles faz pouco das concessões e diz que a perda fiscal está na margem de erro. Pode ser. Mais provável que após 2018 haja uma nova PEC da PEC da Previdência.

#Henrique Meirelles #Reforma da Previdência

Otimismo pré-datado

3/05/2017
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O RR assiste a uma reversão de expectativas edulcoradas pelos economistas nas páginas dos jornais. Mas, estranho, as previsões de agora são as mesmas das primeiras entrevistas de Henrique Meirelles em 2016: crescimento rodando em 2,5% do PIB no último trimestre de 2017 e uma expansão de 4% do PIB em 2018, tudo por causa das reformas, dos estoques baixos da economia no fundo do poço, dos sagues das contas inativas do FGTS etc. etc. etc. Ninguém fala nos efeitos de uma provável empinada do desemprego – pelo menos neste ano -, impacto da Lava Jato, aumento do risco Brasil em função do ambiente político conturbado em 2018, “Efeito Trump” na economia internacional, queda dos investimentos devido à incerteza eleitoral etc. etc. etc. Os economistas já mudaram suas previsões diversas vezes nesse período. Afinal de contas, o que são previsões se não bolhas de sabão. Tomara que estejam certos.

#FGTS #Henrique Meirelles #PIB

O silencioso “ajuste fiscal” do general Villas Bôas

3/05/2017
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Quando pensar em aumento de impostos ou tiver o ímpeto de confessar falência no ajuste fiscal, recomenda-se ao ministro Henrique Meirelles ler a “Diretriz do Comandante do Exército”. Trata-se de um exemplo de como controlar gastos sem fazer marola. No documento distribuído à corporação no início de abril, o general Eduardo Villas Bôas apresentou uma série de propostas para adequar o Plano Estratégico do Exército (PEEx) ao Orçamento da União para a área de Defesa.

Entre as medidas, não faltam sacrifícios e cortes na própria carne, a começar pela redução do efetivo do Exército em, no mínimo, 10%. O enxugamento virá com a diminuição da admissão de militares de carreira e o aumento do número de militares temporários, cujo tempo máximo de permanência na corporação é de oito anos. Menos mal que este papel de “general do ajuste” esteja sendo desempenhado por um comandante do Exército com tamanho respeito entre o oficialato e a tropa.

O general Villas Bôas é o personagem certo na hora certa para conduzir o que ele mesmo chama de “racionalização do orçamento em todos os níveis”. Entre as demais propostas constam, por exemplo, o compromisso em não criar novas Organizações Militares (OMs) ou estruturas adicionais. Conforme descrito na “Diretriz do Comandante do Exército”, “qualquer necessidade deve ser atendida por transformação de OM e/ou de estruturas já existentes”.

#Eduardo Villas Bôas #Henrique Meirelles

Ilan Goldfajn vira a âncora de Henrique Meirelles

10/04/2017
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Os cérebros dos luminares do BC crepitam em um dilema “shakespearmonetário”: Selic em queda de 1,25 ponto (quiçá 1,50 ponto percentual) e manutenção da meta de inflação em 2018 ou queda de um ponto e redução do inflation target no próximo ano? Quem lê o RR antecipou esse dilema, que se tornou um “trilema” com o pedido tácito ao BC para dar uma mãozinha à Fazenda devido à disenteria fiscal. Então, ficamos assim na bolsa da política econômica: Henrique Meirelles em baixa; Ilan Goldfajn em alta.

A previsão de um PIB mais baixo neste ano – a Fazenda cortou sua projeção de 1% para 0,5%, mas o mercado já acha que 0,3% será uma dádiva – encurralou a relação dívida pública/produto interno, que deverá receber mais sal grosso com o provável estouro do teto de R$ 139 bilhões para o déficit primário. O próprio Meirelles já admitiu elevar a estimativa do buraco orçamentário de 2017. Como se sabe é a relação dívida/PIB que as agências de rating enxergam. A Moody’s já tinha manifestado sua simpatia. Isto foi antes da lassidão fiscal – mimetizada como baixa arrecadação – ser revelada. Para as agências de rating, por tanto, o que interessa é o déficit nominal, tratado nessas plagas como mercadoria de segunda classe.

Caso o fiscal estivesse dentro do programado, a dívida pública bruta subiria dos atuais 70% para 77% do PIB. Agora vai a 79%, 80%, 81% do PIB e Deus for realmente brasileiro. Ou se o presidente do BC for “dovish”, conforme o jargão estereotipado do mercado. Ilan, depois uma maré de excessos, com juros altos por mais tempo do que o necessário (quem diz é a maioria dos analistas), criou um novo padrão de confiabilidade. “Ancorou”, como se diz. É ele, em última instância, quem decide a taxa Selic na reunião do Copom.

As instituições financeiras, estimuladas pelo próprio relatório de inflação do BC, começaram a projetar uma taxa mais baixa no final do ano, que, para os mais ousados, poderia chegar a 8%, contra as previsões majoritárias de 8,5%. A título de referência: cada queda de um ponto na Selic significa uma economia de R$ 26 bilhões nos juros. E cada redução de três pontos percentuais representa um encolhimento de 1% no resultado nominal.

Os três pontos já estão superados, pois 70% das instituições baixaram para a faixa de 8% a 8,75% a Selic de dezembro, contra os 9,25% que reinaram a maior parte do ano. Se cravar 8% de Selic no final do ano, isso significará uma redução de quatro pontos na taxa, ou seja, uma compensação do fracasso fiscal de Meirelles e seu efeito na relação dívida/PIB. Ilan tem bons motivos para puxar a Selic mais para baixo – 1,25 a 1,50 ponto – e outros igualmente respeitáveis para ir devagar com o andor.

A favor da queda acentuada estão as previsões de inflação na faixa de 3%, abaixo do piso da meta, a recessão econômica e um acerto de contas com os bancos, que, mesmo com as recorrentes reduções da Selic, não estão baixando os spreads. Com a Selic bem comprimida, a banca ficaria em corner. Essa alternativa ensejaria uma meta de inflação mais baixa para 2018, até para compensar a eventual interpretação de um BC moleirão.

Os riscos parecem baixos já que a inflação está mergulhando para o reino abissal (as apostas chegam a um IPCA de 3%, transformando o target de 4,5%, em uma espécie de objeto de desejo ultrapassado). A correção da Selic em módico um ponto, por sua vez, poderia ser interpretada por um BC insensível ao desemprego, sinalizando um recrudescimento da inflação e indisposto a alterar a meta e ser obrigado a uma política monetária errática caso haja qualquer repique da carestia. Nesse caso, a dívida pública que espere a sua vez. Nos dias 11 e 12, datas do Copom, e 27 de abril, quando o Conselho Monetário Nacional se reúne, parte do “trilema” será respondida.

#Henrique Meirelles #Ilan Goldfajn #PIB

Planalto troca a reforma da Previdência “ideal” pela possível

5/04/2017
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O governo decidiu aceitar uma reforma da Previdência mais light. A mudança de rota, que vinha sendo defendida pelos ministros políticos do Planalto, ganhou a concordância de Henrique Meirelles e a bênção de Michel Temer. A concepção de que a reforma era um fato consumado pelo impeachment deu muitos passos atrás. Mesmo a publicização da tragédia econômica decorrente da fórmula atual da Previdência não resistiu à versão tupiniquim da célebre frase do marqueteiro norte-americano James Carville: “É a voz do bolso do povo, estúpido!”.

O argumento é que é preciso passar a reforma já nesse primeiro semestre, pois a partir daí o calendário estará contaminado pelas eleições de 2018. Há ainda o risco do texto da PEC ser tão mutilado a ponto de transformar o projeto em um Frankenstein indefensável. Ou pior ainda: sequer haver votação. O governo precisa de 308 votos. Chegou a considerar que tinha 246 praticamente certos. Ou seja: faltavam 62 deputados para “trabalhar”.

Ontem, esse número subiu para 78. Portanto, caíram votos considerados garantidos. Há preocupação com o excesso de emendas parlamentares apresentadas (147) e a probabilidade de diversas delas obterem as 171 assinaturas necessárias para a alteração do texto enviado ao Congresso. Na verdade, não é mais o texto, mas sim os “textos”, que o próprio governo enviou offline. A ideia é encaminhar em off outras propostas.

São essas “alternativas”, a exemplo da idade da aposentadoria das mulheres, o busílis da reforma light. Uma proposta esperada é a alteração da emenda mais perversa de todas, a que estabelece um teto abaixo do mínimo para o auxílio a idosos deficientes. E todos os cálculos atuariais que foram feitos visando reordenar as contas públicas? Continuam valendo – em parte. A fórmula de acomodação do retalhamento do texto original com o projeto de longo prazo é tão singela quanto óbvia: incluir na PEC a previsão de que alguns pontos serão rediscutidos em um prazo posterior com objetivo de que as metas sejam atingidas. O governo ainda ganha muito aprovando uma reforma meia-bomba. E acaba, de fato, se a Previdência não sofrer modificações.

#Henrique Meirelles #Michel Temer #Reforma da Previdência

“Paternidade”

4/04/2017
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Paulo Skaf vem se vangloriando de que o encontro que teve com Henrique Meirelles no último dia 27 – 48 horas antes de o governo anunciar as novas medidas para reduzir o rombo do orçamento – foi decisivo para o ministro da Fazenda desistir da ideia de aumentar impostos.

#Henrique Meirelles #Paulo Skaf

Meirelles se equilibra entre o aumento de impostos e novo corte no orçamento

15/03/2017
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O recado de Henrique Meirelles é que poderá, sim, aumentar os impostos. Ponto final! O ministro da Fazenda não tem nada de kamikaze. Afinal, já negou a medida até com as mãos estendidas a Deus. Mas, na sua avaliação, bem mais deletério aos seus objetivos políticos é estourar a meta do superávit primário da União de R$ 139 bilhões, o que seria uma confissão de falência na gestão do orçamento fiscal, prioridade desde o seu primeiro dia no governo.

Se a arrecadação não melhorar, sendo travada pelo endividamento das famílias e empresas, capacidade ociosa, crise dos estados, desemprego, atraso do programa de concessões, etc., Meirelles partiria para o contingenciamento do orçamento. Informações filtradas da Fazenda indicam que ele poderia contingenciar um caminhão de R$ 60 bilhões. Mas do que isso somente com um garrote sobre o pescoço do setor público. A partir daí, Henrique Meirelles lançaria mão do derradeiro expediente tributário.

São duas as propostas: a unificação do PIS/Confins – de alguma forma, os benefícios teriam de ser transferidos para 2017 – ou uma contribuição e/ou imposto extraordinário para erradicação urgente do déficit fiscal. Esse último gravame de pomposa nomenclatura seria cobrado uma única vez, pelo menos no discurso. Seria algo vizinho à CPMF. Meirelles suou para não confessar essa tentação.

Em várias oportunidades, firme, desmentiu Eliseu Padilha e o próprio Michel Temer, que candidamente admitiam o aumento temporário de impostos se não houvesse outra alternativa para fechar as contas. Afinal, “a culpa era da Dilma”. Meirelles bateu o pé e negou uma nova mordida do Leão. O ministro da Fazenda conduziu sua presença na vida pública de forma a tornar-se o fiador da previsibilidade. Seria essa marca a sua receita de sucesso para debelar a crise econômica e também o nome de batismo da sua identidade política.

Uma nova derrama não estava nos planos. E sempre há a possibilidade de espremer aqui e ali, a exemplo da repatriação, para fechar as contas. Mas Meirelles é um pragmático. Joga o jogo jogado. Se aventou a expansão da carga tributária, é que uma leva de impostos já está na bica. Até os anjos e as crianças sabem disso. Em tempo: plana no ar a revogação das desonerações da folha de salariais. A medida não passa de um tributo fantasiado. Mas também pode ser uma opção, devido aos dividendos metalinguísticos tão caros ao interesse político de Meirelles, assim como fórmula para evitar o princípio da anualidade.

#Henrique Meirelles #Ministério da Fazenda #PIS

A Meirelles, a maré mansa da economia; a Temer, as bombas da Lava Jato

7/03/2017
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Michel Temer, ao mesmo tempo em que se enrola no arame farpado da Lava Jato, começa a colher bons resultados na economia. Corre o risco, contudo, de ver diluída sua autoria no conjunto da obra. No momento, a visibilidade está toda voltada para Henrique Meirelles, tornado primeiro-ministro pelas circunstâncias. É ele quem decide tudo. Mas digamos que Temer, por direito, foi quem semeou melhorias nos fundamentals, aumentando a previsibilidade das políticas monetária e fiscal.

Não resta dúvida de que colaborou. Se bem que, pelo menos nessa fase, a conjuntura melhoraria por suas próprias pernas – e quem acompanha o RR já sabia – em decorrência da “teoria perversa da economia”, a mesma tese do fundo do poço que apregoa a recuperação estatística após um declínio profundo. A boa novidade, entretanto, é a brisa que sopra os preços das commodities, pressionando em favor da desvalorização do dólar, a melhoria dos termos de troca e um saldo bem mais favorável na balança comercial. Ou seja: um ambiente externo mais amigável para o Brasil. No mais, a inflação desce abaixo da meta de 4,5% – na previsão mais otimista chega a 4% em dezembro – e a Selic cai entre 9% e 9,5% no final do ano.

Por sua vez, o PIB encerra 2017 também em perspectiva mais alvissareira, na faixa de 1%, mas com a expansão da atividade produtiva rodando entre 2,5% e 3% no último trimestre. A aprovação das reformas da Previdência e trabalhista altera pouco o cenário do curtíssimo prazo. Ambas já estão precificadas. No entanto, uma eventual votação contrária no Congresso, especialmente no caso da Previdência, teria um forte impacto sobre as expectativas. Os investidores continuam regidos pela insegurança decorrente da Lava Jato, que voltou a subir elevados decibéis, e pela mais do que provável desmontagem do carry trade devido à queda dos juros.

As empresas e as famílias continuam padecendo as agruras da desalavancagem, depois de baterem o recorde de endividamento da história do país. As bolsas permanecem com tendência de alta ao sabor dos ventos das commodities, aguardando, entretanto, uma sinalização mais firme da política monetária norte-americana. E o desemprego? Ele desafina a maré de números positivos de 2017.

Por uma lógica inercial própria, a taxa de desocupação é a última a se recuperar com um atraso de quatro a cinco meses. Antes disso pode subir, ultrapassando os 14%. A percepção da melhoria do cenário econômico, portanto, fica nublada sem uma queda nítida do nível de desemprego. Vale anotar que o ministro Henrique Meirelles assumiu uma posição confortável no xadrez político: fatura o que der certo na política econômica e deixa deslizar por gravidade para Temer tudo aquilo que der errado. Hoje, Meirelles posa de âncora e o presidente de goma arábica. O que colar em Temer colou.

#Henrique Meirelles #Lava Jato #Michel Temer

Meirelles faz das chagas do Rio seu trampolim

16/02/2017
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“O Meirelles quer pavimentar sua candidatura à presidência em cima da desgraça do Rio de Janeiro”. A frase é atribuída ao ex-senador Roberto Saturnino Braga, um especialista em falência de unidades federativas – ele mesmo quebrou a cidade do Rio. A observação se ampara na inflexibilidade do ministro nas negociações.

Meirelles quer ser o FMI dos estados. Primeiro, exigiu uma submissão inaceitável para apoiar o governo do Rio. Depois sentou em cima da Lei de Recuperação Fiscal dos Estados. O projeto (ver RR edição de 24 de janeiro) era considerado como de aprovação urgente, não só por ser um importante elemento organizador das contas nas unidades federativas, regulamentando as condições de auxílio aos estados, como também uma peça de reforço estrutural ao ajuste fiscal, agindo sobre as expectativas.

Anteontem, Meirelles sinalizou o envio do projeto até amanhã , mas com contrapartidas draconianas, que o manteriam à frente de uma negociação duríssima com o governo do Rio. Segundo a versão Saturnino, Meirelles se credita como um estadista, capaz de tomar as medidas fortes e necessárias em situação de crise. No caso do Rio, nem sequer o presidente Michel Temer lhe faz sombra. Se fosse nas décadas de 30 a 50, acabava em guerra civil.

#Governo do Rio de janeiro #Henrique Meirelles

Meirelles monitora o troca-troca das reformas

15/02/2017
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Henrique Meirelles já identificou movimentos subterrâneos para mudar a ordem de votação das reformas no Congresso. A reforma do Trabalho iria para a pauta antes da Previdência. O troca-troca seria amparado pela confusão nos estados, ou seja, a nova regulamentação do trabalho se misturaria com um novo ordenamento constitucional para o instituto da greve. A reforma da Previdência, mais complicada, ficaria para o segundo tempo. Meirelles já cantou para suas hostes que, se a novidade prosperar, não fica no governo.

#Henrique Meirelles #Reforma da Previdência

Ela merece

13/02/2017
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Maria Sílvia Bastos Marques foi paparicada por ministros, na última sexta-feira, na sede do BNDES. Até Henrique Meirelles foi afagar a moça. Ela merece.

#BNDES #Henrique Meirelles #Maria Sílvia Bastos

Reforma da Previdência

6/02/2017
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A Fazenda ressuscitou o projeto de fusão da Dataprev e do Serpro. Henrique Meirelles, que puxou a Previdência para a sua alçada, é o principal entusiasta da aglutinação. Serpro e Dataprev dizem não participar de qualquer discussão sobre o assunto. É provável mesmo.

#Dataprev #Henrique Meirelles #Serpro

Looking forward

30/01/2017
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O ministro Henrique Meirelles afirmou a um empresário paulista que está mirando uma inflação de 3% em 2018.

#Henrique Meirelles

Meirelles mira nas reformas microeconômicas

24/01/2017
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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está convencido de que a PEC do Teto e a Reforma da Previdência foram os golpes mais fortes que poderia dar na lassidão fiscal do país. Foram fortes, mas não o suficiente para abater a percepção de insolvência que ainda cerca o Estado. Meirelles sabe que os efeitos de ambas as medidas sobre o endividamento público demorarão quatro ou cinco anos para serem percebidos. É por causa disso que pretende seguir golpeando sucessivamente no rim do adversário. Se pudesse, faria a desindexação geral da economia. Mas é uma parada demasiadamente indigesta, mesmo contando com a excepcionalidade da janela política aberta no governo Temer. Uma coisa de cada vez.

A regulamentação de uma Lei das Falências para estados e municípios e o seu amplo debate no Congresso e nas mídias são os próximos movimentos no ringue. Não confundir o ambicioso projeto do ministro da Fazenda com o Regime de Recuperação Fiscal levado às pressas ao Congresso como boia salva-vidas para os estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Meirelles sabe o quanto são potentes e eficazes os ataques na linha de cintura da esfera microeconômica. Ele estava no BC, no governo Lula, quando a Lei de Falências foi regulamentada, tornando-se um novo paradigma na redução do risco bancário.

O governo quer estender a legislação circunscrita às empresas até as unidades federativas, desferindo um jab no “too big to fail”. A ideia é uma regulamentação preventiva das finanças e contra-partidas dos estados e municípios para mitigar o efeito nocivo que a simples hipótese da inadimplência produz no risco implícito da dívida bruta. Um dos propósitos é aproveitar o ensejo e também recalibrar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que foi ovacionada por ocasião da sua implementação e, passados os anos, transformou-se em um queijo suíço cheio de furos, por onde passam gastos perdulários e gestões temerárias.

Meirelles acha que não basta tapar as frestas, segurando o orçamento com o limite de um teto para a correção das despesas e contendo o gasto previdenciário. O segredo seria combinar o ajuste clássico com a psicologia do convencimento e da dissuasão. Ou seja, mudar a percepção de que o país é uma peneira onde os desmandos financeiros vazam por todos os lados. O caminho seria a regulamentação preventiva, que protege contra a recidiva da irresponsabilidade fiscal, esvaziando o risco de longo prazo. Se puder, Meirelles prolonga sua cruzada para a instância federal, isenta dos tentáculos já flácidos da LRF. Mas aí a parada vai ser mais dura. Melhor começar pelo início, como dizem os chineses.

#Henrique Meirelles #Ministério da Fazenda #PEC do Teto

Menino do Rio

12/01/2017
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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, negocia a compra de uma cobertura no final da Av. Delfim Moreira, na Praia do Leblon, Rio de Janeiro, metro quadrado mais caro do Brasil. Os agentes do ministro estão tentando puxar para baixo o preço de quase R$ 100 milhões pedido pelo imóvel.

#Henrique Meirelles

Meirelles chacoalha no elevador

27/12/2016
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A orientação de Henrique Meirelles é acelerar a liberalização do comércio exterior. A bola da vez é o mercado de elevadores. A Fazenda estuda reduzir alíquotas e barreiras alfandegárias. Quem aperta o botão para o andar de cima são os fabricantes chineses, candidatos a abocanhar um pedaço das importações do setor, na faixa de 5% do mercado. Quem desce em direção ao fosso é o oligopólio da Atlas Schindler, Otis e Thyssen que domina 90% do comércio geral de elevadores. Se Meirelles não for devagar com o andor, daqui a pouco o “trio do sobe e desce” começa a querer importar também e reduz sua produção local.

#Atlas Schindler #Henrique Meirelles

Henrique Meirelles mira nos juros sobre capital próprio. Será que consegue?

26/12/2016
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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, promete que não haverá aumento de impostos. Conversa fiada! O que Meirelles não diz é que deverá tesourar grandes incentivos tributários. Seus dois principais braços na área fiscal, os secretários do Tesouro, Ana Paula Vescovi, e da Receita Federal, Jorge Rachid, estão debruçados sobre dois projetos que causam arrepios na esmagadora parcela do PIB empresarial do país.

Ambos penalizam o uso de pitoresco instrumento de distribuição de lucros e capitalização das empresas, bastante regressivo do ponto de vista tributário. Um deles é a revisão da tributação de juros sobre capital próprio (JCP) das empresas, com o aumento da alíquota de 15% para 18% previsto pela MP 694/2015. O segundo é uma herança arrepiante do PT: a extinção do JCP como prevê o PLS no 45/2016, de autoria da senadora Gleisi Hoffmann, atualmente em estudo pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

No primeiro caso, mais soft, a mudança representaria um aumento na arrecadação de 20%, o que em relação ao exercício fiscal de 2015 equivaleria a R$ 1,48 bilhão a mais sobre o montante de R$ 7.455. 283.173,00. O capital estrangeiro escapa dessa mordida – ou redução da regalia fiscal. O aumento da alíquota não seria aplicável no caso das empresas de origem no exterior. Acordos internacionais referentes à bitributação estabelecidos no âmbito da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) limitam a 15% o gravame sobre os valores referentes a juros ou dividendos pagos a holding situada em outro país. A medida de extinção do JCP, por sua vez, seria uma pancada no lombo do empresariado.

É difícil imaginar que um governo como o de Michel Temer e um ministro da Fazenda com o perfil de Henrique Meirelles coloquem a mão nessa colmeia. Do ponto de vista da arrecadação, contudo, a medida seria tiro e queda, já que ampliaria a base de arrecadação sobre todas as empresas que operam sob regime do lucro real (as maiores sem exceção). O JCP é uma espécie de “jabuticaba”. Foi criado no governo FHC justamente para atrair capital e viabilizar o investimento. Para fins tributários, o JCP é tratado pela Fazenda como diz o nome (juros), embora alguns doutrinadores, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central o classifiquem como dividendos. São irmãos gêmeos.

Desde o primeiro governo Lula, as autoridades fazendárias vêm realizando uma corrida de gato e rato contra o lobby do setor privado – leia-se as maiores fortunas do país – contrário a reduzir ou exterminar o JCP. O empresário, como não poderia deixar de ser, condena a medida por considerá-la um desincentivo à captação de recursos através do mercado de capitais – e uma mordida no dinheiro que entra isento no seu bolso.

#Henrique Meirelles #PIB

FGTS, uma questão de fundo

26/12/2016
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Até o fechamento da edição da última sexta-feira, o RR não tinha tido acesso à mudança da mudança do saque no FGTS, que tanto irritou Henrique Meirelles. O RR publicou a primeira versão, de que o saque não poderia ser superior a R$ 1 mil por trabalhador apud Meirelles. Influenciado pelos ministros da casa, Moreira Franco e Eliseu Padilha, Temer liberou o saque do FGTS, mas restrito às contas inativas.

O presidente foi convencido pelo argumento de que, se não tomasse uma decisão mais otimizante contemplando o trabalhador, ficaria marcado como o comandante-em-chefe do pior Natal do povo brasileiro. Em tempo: os empresários da construção chiaram porque terão menos recursos para financiar as obras – e menos construção pesada é menos emprego. Os banqueiros não falaram nada, mas adoraram, pois as medidas parecem ter sido feitas sob medida para reduzir a inadimplência. O dinheiro começa a pingar só a partir de fevereiro.

#FGTS #Henrique Meirelles #Michel Temer #Moreira Franco

Os pacotes e pacotinhos de papelão de Michel Temer

23/12/2016
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Nas duas últimas semanas, Michel Temer lançou mão do velho expediente de anunciar pacotes de medidas econômicas com objetivo de mudar a impressão de que só sentou na cadeira da presidência para fazer da bela Marcela a Primeira Dama. Não conseguiu. Foram dois pacotes e um pacotinho, fora o projeto com as exigências para que os governos estaduais tenham acesso às bondades do Tesouro e a Lei de Recuperação dos Estados, devidamente detonado pela Câmara. A ver agora como os estados se enquadram na PEC do Teto.

Temer gastou munição em cerca de 50 medidas: as já prontas, vocalizadas por um esgoelado e nitidamente cansado Henrique Meireles; as inacabadas, que ajudaram a adensar o pacote; e as no terreno das intenções, voltadas, sobretudo, a polir as expectativas. Todas as iniciativas são de cunho microeconômico e, de uma maneira geral, estão na direção correta. Mas são medidas “meia bomba”, de impacto somente no médio e longo prazos, com forte potencial de rejeição pelo trabalhador (a desconstrução mimetizada da CLT) e que nem sequer arranham a recessão.

O governo procurou focar em novos mecanismos para refinanciamento ou renegociação de dívidas. Na direção certa, repita-se. Mas em escala insignificante para o elevadíssimo nível de endividamento da história desse país. É bem verdade que na véspera do Natal o governo anunciou um refresco de até R$ 1 mil nos saques do FGTS. O alívio maior do débito do consumidor parece ter ficado para 2017, em outro pacote ou pacotinho. Com o desemprego crescente – as projeções já apontam uma taxa de 13,5% –, o investimento em queda, os pátios da indústria repletos de estoques e a retração do consumo atingindo também fortemente o comércio, a volta do cidadão às compras, assim como o futuro, parafraseando Althus-ser, pode demorar muito ainda. Sem querer fritar ninguém, talvez fosse a hora de experimentar o receituário de Armínio Fraga, que, em essência, é 90% da fórmula de Joaquim Levy com 10% do pernosticismo tucano. Se, no momento, não há alternativa à ortodoxia econômica, ao menos que seja uma “ortodoxia de resultados”.

#FGTS #Henrique Meirelles #Michel Temer #PEC do Teto

Pacote vazio

19/12/2016
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O pacote de alívio tributário lançado na semana passada alivia o ambiente de negócios, mas não tem punch para atenuar a recessão. Foi pensado para ser um conjunto de medidas intermediário que desobrigasse Henrique Meirelles a contradizer o seu discurso econômico até agora. Os “cacarecos” econômicos, pelo menos alguns, com dinheiro direto do Estado ou renúncia fiscal foram somente adiados. Ficam guardados para quando a recessão esquentar.

#Henrique Meirelles

E a carga tributária, ministro?

14/12/2016
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Se Henrique Meirelles quiser subsídios para discutir o pleito que fez aos associados da Febraban na última segunda-feira, pode pedir a colaboração da Insight Comunicação, que edita o Relatório Reservado. O “Documento Setorial Bancos”, minucioso paper sobre o setor produzido pela empresa por encomenda de instituições ?nanceiras e concluído em outubro, mostra que é necessário muito mais do que o dedo em riste de um ministro da Fazenda para a redução das taxas de juros. Sondagem realizada junto a 14 especialistas indica que os spreads bancários são, sim, um dos principais ingredientes do indigesto bolo, mas estão longe de ser o único fermento dos altos juros.

Convidados a classi?car cada uma das variáveis determinantes para a formação das taxas em uma escala que ia de “Muito baixo” a “Muito alto”, o risco de inadimplência foi citado como o fator de maior peso. Para 92% dos entrevistados, o impacto dos maus pagadores na composição dos juros é “Alto” ou “Muito Alto”. Um índice maior do que o conferido pelos consultados aos spreads bancários: 85,8%. Os bancos podem reduzir o tamanho da mordida? Claro que podem. Mas seria bom se o próprio governo ?zesse o mesmo. Para 82,8% dos entrevistados, a tributação tem um impacto “Alto” ou “Muito alto” nos juros cobrados pelas instituições ?nanceiras. Os consultados citaram ainda o risco jurisdicional, que, na opinião de 57,2% dos especialistas, tem uma influência “Alta” ou “Muito alta” na formação das taxas. Por fim, aparece o crédito score, com apenas 50% das respostas.

A propósito: se Meireles entregar a redução do recolhimento compulsório dos bancos – o que Ilan Goldfajn chama de “simpli?cação” – as instituições ?nanceiras topam reduzir o spread bancário. Por que? Porque a liberação, qualquer que seja, dos recursos retidos é altamente rentável para a banca. A questão é saber o quantum de queda do recolhimento e redução dos spreads.

#Febraban #Henrique Meirelles

O decálogo de “cacarecos” de Henrique Meirelles

7/12/2016
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O embrulho de medidas contra a recessão em fase de finalização na Fazenda é constituído pelo que Henrique Meirelles chama de “cacarecos”. Até a marketada de lançá-lo como um decálogo para o resgate do crescimento econômico remonta à época dos pacotes, quando os governos em desespero despejavam, emergencialmente, um toró de medidas salvacionistas. As ações pré-natalinas pretendidas, à exceção de uma ou duas, são uma colcha remendada com retalhos do passado e sugestões de terceiros.

Para quem assumiu a Pasta da Fazenda como um esteio para a credibilidade tíbia de Michel Temer, as derrotas dos últimos dois meses são mesmo de aumentar a calvície. Mas é o que se tem. E Meireles é um pragmático. O decálogo de medidas milagrosas em linhas gerais seria o seguinte:

  1. Redução do compulsório sobre os depósitos bancários para refinanciamento da dívida de empresas e pessoas físicas. Sugestão de Roberto Setubal, que vai contra a contenção da liquidez planejada por Henrique Meirelles como núcleo do ajuste.

 

  1. Queda mais acentuada da Selic. Sugestão de Deus e o mundo. Pressupõe uma série de reduções de 0,5% na Selic a partir do próximo Copom.

 

  1. Recuo progressivo das altas na TJLP. Uma taxa mais baixa estimularia os empresários a buscarem o dinheiro empoçado no banco. Sugestão de Paulo Skaf.

 

  1. Desonerações tributárias seletivas. O objetivo seria atrelar as bondades aos novos investimentos e aumento de empregos. A medida seria financiada com a extinção das “más desonerações” e parte dos impostos e multas da segunda parte da repatriação. Sugestão do IEDI e do pessoal da indústria.

 

  1. Utilização dos recursos do FGTS no financiamento de obras de infraestrutura. Sugestão de Guido Mantega, ontem, hoje e sempre.

 

  1. Emissão de títulos públicos para garantia cambial dos investimentos. Não se sabe ainda quem emitiria esses títulos, se o BNDES, Banco do Brasil etc. Sugestão da Câmara de Comércio Americana e de 10 entre 10 investidores estrangeiros.

 

  1. Novas facilidades para o crédito consignado. O governo quer aumentar o crédito popular. O FGTS, via Caixa Econômica Federal, seria usado como hedge do trabalhador. Há quem diga que a medida pode levar o trabalhador a trocar poupança por consignado.

 

  1. Lei de Recuperação Judicial dos Estados. Algo na linha, devo, não nego, pago quando puder, o que faria o dinheiro fluir nas unidades federativas. Tem de ser feita, não é um retalho. Sugestão de Pezão, em primeiro, e dos demais governadores, em segundo.

 

  1. Securitização da dívida ativa. Trata-se de uma iniciativa para ontem, pois seus recursos podem financiar algumas das outras medidas já citadas. Sugestão de Joaquim Levy, na sua gestão na Fazenda.

 

  1. Rodada de investimentos sociais (habitação popular, energia para todos, bolsa família etc.). Algum recurso seria pescado do orçamento deste ano (como se sabe, Henrique Meirelles inflou a projeção de déficit primário para ter alguma sobra para os restos a pagar e os “cacarecos”). A medida seria anunciada com pompa e um reforço do compliance, ou seja, na gestão anterior era dado e desviado, agora é dado, fiscalizado e usufruído. Sugestão de Geddel Vieira Lima.

Obs: As medidas microeconômicas em gestação no governo – ajustes regulatórios, extinção da obrigatoriedade da compra de equipamentos de fabricação doméstica, desapropriação de imóveis, revisão de incentivos fiscais etc – são corretas e podem mexer positivamente nas expectativas, ainda que não tenham maior impacto antirrecessivo no curto prazo. O risco é o governo incorrer na quebra de contratos. Se depender de opiniões como a do economista Marcos Lisboa, o governo deve ir com tudo porque não há recursos. Mas devagar com o andor. Não há receita de ajuste fiscal nem monetário que rearrume uma economia ferida pela quebra de contratos juridicamente perfeitos.

#Henrique Meirelles

Temer ensaia um esbarrão de leve no topo da renda nacional

1/12/2016
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 Com a popularidade em queda livre, o presidente Michel Temer tem se debruçado sobre conselhos até então inimagináveis, tudo para se livrar da pecha de “vampiro do social”. Nas salas mais fechadas do Planalto, são ponderadas todas as combinações possíveis assim como as perdas e ganhos do impacto sobre públicos essenciais de um imposto sobre fortunas e o aumento da taxação sobre heranças e doações. A medida, que era tratada como uma agenda intocável, tem sido discutida pelo staff presidencial e, ainda que com uma certa azia, pelo Ministério da Fazenda. Seria uma reação aos declinantes índices de aprovação da gestão Temer e ao insucesso predominante na comunicação do governo. A rigor, a mexida na alíquota do imposto sobre heranças e a criação do tributo sobre fortunas farão cócegas no andar de cima da renda nacional. Os gravames não chegarão a ter um efeito redistributivo para valer. Mas, no aspecto simbólico, seria uma maneira de o Planalto lançar um contraponto a medidas que, à primeira, segunda e terceira vistas, vão contra o social, notadamente a reforma da Previdência e a PEC do Teto. Seria também uma sinalização de que a conta do ajuste não ficará restrita a idosos, mulheres e, sobretudo, ao pé da pirâmide social. Temer daria uma demonstração de que também consegue ir contra a sua base de apoio e não tem receio de ser odiado por ninguém, conforme reza a cartilha de definição do verdadeiro estadista.

 Ressalte-se que o imposto sobre fortunas é um dos sete tributos federais previstos na Constituição brasileira, mas nunca foi regulamentado. Especialistas em tributação estimam que uma taxação de 1% sobre patrimônios superiores a R$ 1 milhão poderia gerar uma arrecadação de até R$ 100 bilhões por ano. No caso do imposto sobre heranças, a alíquota atual é de 3,86%. Um aumento residual ainda manteria esta taxa longe dos patamares praticados, por exemplo, na França (32,5%), na Inglaterra (40%) ou mesmo no Chile (13%).

 De todo o modo, a medida tem seus inconvenientes. Há quem diga que a tributação de fortunas e o imposto adicional sobre as heranças poderiam afetar o espírito animal do capital – espírito animal esse que não anda lá muito arisco. A combinação da medida com a presença de Henrique Meirelles na Fazenda também é complicada. Tratando-se de um ministro que representa os bancos no poder – ainda que ele jure de pés juntos o contrário –, seria como se Meirelles estivesse traindo a sua gente. Entre os prós e os contras, o prato da balança parece pesar um pouco mais para o segundo lado. Nem tanto pelos possíveis óbices à medida, mas pela natureza do governo. No que depender da vocação de Michel Temer para tomar medidas mais agudas com celeridade, o RR tem todos os motivos para acreditar que nada ocorrerá.

#Henrique Meirelles #Michel Temer #PEC do Teto

Está faltando ajuste na lenga-lenga da economia

3/11/2016
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 “Está faltando algo aí, meu sinhô”, cantaria Nelson Sargento, resumindo a política econômica na letra do samba. Apesar do ajuste fiscal progressivo – previsto para 20 anos – ter sido celebrado como um avanço, dadas às circunstâncias, a percepção de insolvência continua firme e forte. A contenção de despesas prevista na PEC 241 é condição necessária, mas insuficiente para a estabilização. Os ganhos com a reforma da Previdência e a esterilização de gastos com a PEC só se farão sentir no resultado primário seis a sete anos após sua aprovação. 2016 é um ano já falecido. Em 2017, a dívida bruta aumentará de 72,5% para 75,8% do PIB – alta de R$ 69 bilhões. Hoje a dívida bruta vale R$ 3,04 trilhões; em dezembro, vai a R$ 3,3 trilhões. Com o ajuste diferido no tempo, a relação dívida bruta/PIB cairá a passos de cágado – isso após escalar uma montanha. Com muita sorte descerá a 77%, segundo estimativas do Tesouro Nacional – pouco menos que os 75,8% projetados para 2018. Está faltando algo aí.  Sim, está faltando a dívida bruta nesse samba. Digamos que Michel Temer seja o que fala e, destemido, decida cortar 18% (o número é aleatório) da dívida bruta em 2017. Sem contar com os efeitos favoráveis que virão de lambuja, como a queda do custo de carregamento da dívida com a redução dos juros, a relação dívida bruta/PIB desabaria. Para isso seriam necessários R$ 600 bilhões redondos. Os recursos poderiam ser amealhados por uma nova rodada de repatriação, securitização da dívida ativa, redução expressiva das desonerações e subsídios, novos tributos (Cide, bebidas, fumo, fortunas) ou mesmo empréstimo compulsório, para tirar o estigma do imposto (impressão de caráter permanente), concessões, PPPs, dividendos das estatais, alienação de parte da carteira da BNDESPar, uma venda modesta entre US$ 30 bilhões e US$ 50 bilhões de reservas cambiais etc. A queda da dívida bruta daria um tiro de morte na percepção de insolvência, melhoraria a nota do Brasil dada pelas agências, reduziria o custo de captação no exterior e tornaria irrefutável a compreensão de que o país atacou a raiz da sua doença. 2017 seria ano do choque de expectativas, da virada da economia.  Por ora, as previsões dos organismos multilaterais e instituições financeiras internacionais, além das agências de rating, refletem a mesma sensação de fastio do empresariado. Imagine um setor privado, cuja indústria automobilística se afoga em capacidade ociosa, a indústria de bens de capital não consegue receber o devido e não tem perspectivas de novas obras, a indústria de construção pesada derreteu, a indústria de bens de consumo não duráveis é atingida pela queda da absorção doméstica, a indústria de produtos intermediários não vê obra no horizonte, o comércio exterior dá saltos de 20 centímetros etc. E a contribuição do Estado é pífia.  O desemprego de 11%, a inadimplência recorde das famílias e o maior número de recuperações judiciais demonstram que a conta da retomada tem algarismos de menos. Henrique Meirelles parece ter esquecido que o único indicador macroeconômico compreendido como um sinal de juízo na política econômica é o déficit nominal, irmão xifópago da relação dívida publica bruta/PIB. O déficit nominal, que anda na casa de 9,4% do PIB, será de R$ 340 bilhões em 2016 – o primário, um pouco acima de R$ 150 bilhões. Daí para frente, o primário começa a cair e o nominal segue subindo. Está faltando algo aí, mô irmão.

#Henrique Meirelles #PEC do Teto

Bom menino

25/10/2016
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 Henrique Meirelles trata o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, como se fosse do seu staff. Meirelles agradece todo o dia a substituição de Romero Jucá na Pasta.

#Henrique Meirelles #Romero Jucá

Bullets

6/10/2016
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 Henrique Meirelles e Ilan Goldfajn mantêm a relação de chefe e subordinado que tinham no Banco Central, no governo Lula. Melhor não mexer: talvez seja assim que as coisas funcionam bem. •••  Joseph Safra, que se mudou para Mônaco há cerca de seis meses, não tem planos de voltar tão cedo para o Brasil. •••  Comentário de um tucano de alta plumagem sobre a promessa de João Doria de não disputar a reeleição: “Ele vai repetir o Serra e deixar a Prefeitura em 2018 para disputar o governo do estado.” Vale o dito e o desdito. •••  Derrotado nas eleições, Pedro Paulo deve retomar seu mandato na Câmara dos Deputados antes mesmo do fim do governo de Eduardo Paes.

#Eduardo Paes #Eleição Estadual SP -2018 #Eleição Municipal RJ -2016 #Eleições #Henrique Meirelles #Ilan Goldfajn #João Doria #Pedro Paulo

Privatizações e Lava Jato têm encontro marcado no PPI

13/09/2016
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 A segunda-feira foi de bate-cabeças no Palácio do Planalto. Muitas ideias, poucas decisões. Ontem à noite, a poucas horas da primeira reunião do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), ainda não havia uma definição dos projetos e do pacote de benefícios aos futuros investidores que serão levados para o encontro de hoje, em Brasília. O secretário Moreira Franco passou o dia catando pedacinhos de programas anteriores. Até raspas e restos do velho PAC foram usados para dar um toque sinfônico, digamos assim, à apresentação. Colocar vértebras no projeto talvez seja o menor dos problemas. O núcleo duro do Planalto – leia-se o próprio Moreira, Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha – está ciente de que o governo perdeu o que seria o grande ativo para a realização de um programa de privatizações em larga escala: uma espécie de leniência coletiva, ou seja, um grande acordão que permitisse às maiores empreiteiras do país – tanto as já condenadas quanto aquelas ainda sob investigação – além dos grandes investidores, a exemplo dos fundos de pensão, purgar seus malfeitos, quitar seus débitos com a Justiça e, assim, voltar ao game das concessões.  Esta hipótese parecia ter sustentação em Michel Temer e seu grupo político. Puro desejo. O próprio presidente da República e alguns de seus mais próximos colaboradores – a começar exatamente pelo trio Moreira, Geddel e Padilha – são alvos de investigações da Lava Jato, o que automaticamente lhes tira a autoridade para articular uma solução dessa natureza. Um movimento neste sentido vindo dos lados do PMDB será visto como uma tentativa de abafar Curitiba. Ao mesmo tempo, qualquer facilidade ou benfeitoria no programa de desmobilização patrimonial teria a fragrância da suspeição. Ou seja: com o governo Temer, a Lava Jato tornou-se uma “doença” auto-imune.  As aflições do Planalto passam ainda pela crise econômica e pela tensão das ruas. O projeto de ajuste fiscal tem um delay entre a produção de mal estar e bem estar. Enquanto a sensação é de usurpação de direitos, piora da renda e do desemprego – em parte carry over do governo Dilma –, o ambiente de indignação ganha novos decibéis a cada dia. A maneira de mitigar o bordão “Fora Temer” seria entregar parte do que os movimentos sociais querem, entre outras ações suspendendo as reformas trabalhista e da previdência. Mas seu nome não seria Michel se lá estivesse para repetir o governo anterior.  Os ativos de Michel Temer começam a se queimar rapidamente. De maior avalista do seu governo e potencial candidato em 2018, Henrique Meirelles periga se transformar em um ministro insípido, silenciado pelo seu próprio e repetitivo discurso. Só o próprio Temer poderia salvar seu governo de se tornar cada vez mais ralo, com vigor, decisões enérgicas, capacidade de comunicação e carisma. Alguém viu esse Michel Temer por aí?

#Eliseu Padilha #Geddel #Henrique Meirelles #Lava Jato #Michel Temer #Moreira Franco #PMDB #PPI

Meirelles rima fama de mau com ajuste fiscal

6/09/2016
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 O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem tentado convencer Michel Temer que o timing do anúncio das maldades fiscais é agora, na primeira semana do presidente oficialmente no cargo. O clichê de Meirelles vai além da máxima de Maquiavel – a maldade se faz de uma vez só; a bondade, aos poucos. Ele considera que uma medida fiscal de forte impacto, ainda que impopular, sinalizaria positivamente junto aos agentes formadores de expectativas. Bons exemplos seriam a recusa do pleito de aumento do reajuste dos salários do Judiciário em R$ 4 bilhões, mexer na política de indexação do salário mínimo e suspender a estabilidade do funcionalismo publico, além de promover o congelamento dos seus salários por tempo determinado. Eles teriam efeito de ampliação do fluxo de capital, essencial para atrair os investimentos, principal catalisador da nova matriz de crescimento econômico. O ministro da Fazenda sabe que a PEC do teto tem eficiência relativa e até agora somente a reforma da Previdência, apesar da sua antipatia intrínseca et por cause, tem o poder de sacudir as expectativas. O risco da Previdência é ela tornar-se um anticlímax fiscal durante todo o governo Temer, com impacto bem menor do que o esperado na redução do déficit primário. Meirelles acha que o governo tem de enviar dois projetos contundentes de reformas para o Congresso. Podem ser as mudanças tributárias e trabalhistas herdadas do governo Dilma Rousseff. Mesmo que a batalha campal para sua aprovação no Congresso seja longa, o efeito sobre as expectativas, a começar pelos juros futuros, seria positivo. O ministro conta com cenário animador nessa área. Na semana passada, o Itaú projetou uma queda na taxa Selic para 10% no final de 2017.  Outro movimento favorável depende do leiloeiro Moreira Franco. Caso a venda do patrimônio público fique muito abaixo dos R$ 50 bilhões ficará descortinado que o déficit primário de 2017 é maior do que o estimado. Para convencer os aliados a endurecer sem perder a ternura, Meirelles ameaça todo mundo com uma nova rodada de impostos. É só gogó. A medida é maldita para Eliseu Padilha, Moreira e Geddel Vieira Lima. E Temer já declarou que não mete a mão nesse vespeiro. Meirelles quer dureza, virilidade na política econômica. Na vida real, fechou o corpo com uma estratégia de ajuste fiscal gradualista, um fantástico hedge contra a hipótese de fracasso rápido, algo como o sucedido com o ex-ministro Joaquim Levy. Ou seja, Meirelles não pode mais ser cobrado no curto prazo; a previsão do seu plano de ajuste fiscal é que o efeito surja nas calendas do governo Temer. Quer ser visto como o granítico e incorruptível ex-ministro Octávio Gouvêa de Bulhões. Uma comparação difícil de um santo com um banqueiro. Bem, toda essa ortodoxia pode não dar certo. Meirelles aposta seu futuro político que dará.

#Ajuste fiscal #Henrique Meirelles #Michel Temer

Cabo de guerra

18/08/2016
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 Romero Jucá tem usado de toda a sua influência sobre Michel Temer para brecar a transferência da Secretaria de Orçamento do Planejamento para a Fazenda, como quer Henrique Meirelles. Como se sabe, Jucá deixou o Ministério do Planejamento, mas a Pasta não deixou Jucá.

#Henrique Meirelles #Michel Temer #Romero Jucá

Ilan Goldfajn tira uma onda com Meirelles

4/08/2016
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 Henrique Meirelles é o primeiro ministro da Fazenda em décadas a colocar o galho dentro diante do presidente do Banco Central. Ilan Goldfajn deixou claro, na ata da última reunião do Copom, que é ele quem manda na política monetária. Já na política fiscal? Grosso modo, o titular do BC disse que Meirelles fizesse o seu dever de casa, pois não se sentia confortável em sinalizar com a redução da taxa de juros enquanto medidas mais robustas não forem adotadas na direção do ajuste fiscal. Meirelles já esteve sentado na cadeira de Ilan e pertenceu à dinastia rara dos comandantes do BC que tiveram status de ministro. Ele sabe o que significa o recado de “segura que o filho é teu, que o meu filho está sob meus cuidados”.  Meirelles voltou ao governo para enfeixar toda a administração da política econômica. Agora mesmo pediu para que a Secretaria do Orçamento seja transferida para sua alçada. Colocou debaixo da asa, inclusive, a gestão da Previdência Social. Quando achava que iria fazer barba, cabelo e bigode na área sob seu domínio, defrontou-se com a dura realidade: promessas poderia fazer as pencas, mas a aprovação que são elas. A PEC do Teto, tirada da cartola como solução universal, já está prevista para o primeiro trimestre de 2017, podendo ser votada apenas no segundo trimestre. A reforma da previdência é uma incógnita, até para o próprio governo. As concessões e privatizações carecem de resposta às perguntas iniciais do jornalista iniciante: O que? Onde? Quando? Como? Por que? A repatriação deve dar um caraminguá, devido a intransigências em não fazer mudanças no texto legislativo e uma comunicação inspirada nos tempos de Dilma Rousseff.  Ilan Goldfajn é um sujeito dócil. Meirelles, não. De repente pode estar enxergando que o presidente do BC é a âncora, sentado em juros absolutamente absurdos, que são vendidos como mercadoria de combate à inflação. O mercado aplaude a coerência. A outra face dos juros siderais é a insolvência do país, devido ao inchaço da dívida bruta interna que cresce na velocidade da luz – aliás, na velocidade dos juros. Para Ilan, fica fácil dizer que a insolvência à brasileira não se deve à Selic, mas, sim, aos déficits primários monumentais sob gestão da Fazenda. Meirelles diria o mesmo. Os juros não seriam causa, mas consequência. Aliás, alguém explique, neste caso, o que é causa e o que é consequência.  Dizem as najas do Planalto que a estranha intervenção do presidente interino, Michel Temer, na política do BC, afirmando que iria defender a queda dos juros, foi feita frente ao rosto escanhoado de Meirelles. Em condições de clima e temperatura diferente, o ministro da Fazenda corre o risco de encarnar um Guido Mantega soft em sua relação com Alexandre Tombini. A comparação é maldosa, pois tanto Meirelles quanto Ilan pensam muito diferente. Mas, na selva da política econômica, só há lugar para vitorioso.

#Banco Central #Dilma Rousseff #Henrique Meirelles

O jeito Serra de ser contra tudo e todos

11/07/2016
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 Extra! Extra! O chanceler José Serra tem fritado em banha fervente o ministro da Educação, José Mendonça Bezerra Filho, aquele que recebeu propostas de Alexandre Frota para melhoria do setor. Diz que Bezerra ignora a potencial contribuição da iniciativa privada e defende que as universidades deixem de ser caixa preta e tenham governança e transparência igual à das companhias abertas em bolsa.  Extra! Extra! Serra tem feito campanha junto a Michel Temer para que ele se empenhe na obstrução do projeto que regulariza os jogos de azar. Engajar o presidente da República contra o jogo é complicado, basta ver a sua vizinhança de muro. Entre os favoráveis à jogatina estão os pesos-pesados Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha e Blairo Maggi. O chanceler, com seu cabedal de ex-ministro da Saúde, acha que as doenças, vícios e casos de morte provocados pela indústria do jogo não compensam os ganhos de arrecadação. Até porque a receita para o Estado será baixa. Pelo menos é o que diz ele.  Extra! Extra! José Serra faz intriga que Henrique Meirelles entende tanto de ajuste econômico quanto o louro José, papagaio da apresentadora Ana Maria Braga. O ministro da Fazenda não estaria buscando receitas extraordinárias para redução do déficit durante o gap até a PEC do teto produzir seus efeitos. Vocifera que Meirelles trouxe a Previdência Social para debaixo da asa da Fazenda para simplesmente não fazer nada, quando essa é a mãe de todas as reformas. E envenena o ministro-banqueiro criticando como tolice o seu desdém público sobre o aumento de impostos, principalmente a Cide, que é transitória e ele vai ter de acabar usando mesmo.  Extra! Extra! O elétrico Serra confronta o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. O chanceler resolveu trazer para si um projeto por ora engavetado pelo colega de Esplanada dos Ministérios: a construção de uma hidrelétrica binacional com a Bolívia. O empreendimento, avaliado em R$ 15 bilhões, recebeu ressalvas do ministro Fernando Coelho por conta das exigências de Evo Morales de compartilhamento do controle da usina, mas com funding composto por recursos de financiamento público e privado brasileiros. Serra, no entanto, defende que o projeto seja tratado como política de Estado e inserido nos planos de integração com países vizinhos. Ele olha para o tabuleiro “diplomático energético” de forma mais ampla.  O ministro das Relações Exteriores pretende usar a usina como moeda de troca para garantir o sinal verde da Bolívia à expansão da hidrelétrica de Jirau. A ampliação depende do aumento do reservatório e do alagamento das margens do Rio Madeira no lado boliviano. Por isso, Serra já atropelou Fernando Coelho e recentemente tratou do assunto com o embaixador do Brasil em La Paz, Raymundo Magno. A estratégia é levar o projeto para ser discutido diretamente com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e levado por ele para o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

#Blairo Maggi #Eliseu Padilha #Fernando Coelho Filho #Geddel #Henrique Meirelles #José Mendonça Bezerra Filho #José Serra #Michel Temer #Usina hidrelétrica

Discurso fiscal

30/06/2016
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 Henrique Meirelles e Ilan Goldfajn precisam combinar o discurso. Ilan diz que o fiscal antecede a queda dos juros, que permanecerão onde estão. Meirelles prevê um déficit fiscal de R$ 140 bilhões para 2017. Isso se houver calmaria com as contas dos estados e municípios. Se os juros não caírem, o Brasil ostentará o título de figurar, invariavelmente, durante 31 anos, entre os três primeiros lugares – mais para o primeiro – no rol dos países com maiores juros reais do mundo. Atualmente o país tem a mais alta taxa real do mundo. Na taxa nominal, disputa ferozmente com a Ucrânia.

#Henrique Meirelles #Ilan Goldfajn

Uma história que já estava impressa

23/06/2016
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 A novidade no libreto da renegociação das dívidas dos governos estaduais foi a atitude corajosa do governador em exercício Francisco Dornelles ao precipitar o processo com a decretação do estado de emergência econômica. O resto estava escrito. Tudo o mais, incluindo o teto de despesas e a privatização como contrapartida – ver RR na edição de 6 de abril –, podia ser encontrado nos alfarrábios de Joaquim Levy e Nelson Barbosa. Lancetar o tumor, contudo, faz toda a diferença. Se o abscesso não fosse exposto por Dornelles, permaneceria encruado, assim como o roteiro para o alongamento do passivo bem guardado na gaveta da Fazenda.  Reconhecimento seja feito ao barítono Henrique Meirelles por conduzir com sutileza a liturgia operística da dívida estadual. Não obstante sua vocação nata para dar um caráter marcial a qualquer anúncio, o ministro retirou da medida acentos adicionais de tragicidade macroeconômica. Ficou o dito pelo não dito que os R$ 50 bilhões parcelados até 2018 com seis meses de carência nem sequer resvalarão no déficit primário previsto para o mesmo período. O crédito pela diástole nas contas dos governos estaduais vai para o ministro da Fazenda. Ninguém interpreta Henrique Meirelles como Henrique Meirelles.

#Francisco Dornelles #Henrique Meirelles #Joaquim Levy

Scheinkman pode ser a nova estrela na bandeira de Temer

6/06/2016
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 O ministro Henrique Meirelles tem recomendado ao presidente Michel Temer que ele prossiga fortalecendo o seu dream team de colaboradores na área econômica. Segundo uma fonte do RR, Meirelles teria feito uma sugestão específica: o convite ao medalhão José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de Princeton, para coordenar a pauta de reformas microeconômicas do governo. Scheinkman cumpriu uma missão idêntica a pedido de Ciro Gomes, organizando a elaboração do emblemático documento “Agenda perdida”. O economista não somente traria uma contribuição técnica efetiva, como representaria mais bolinha pendurada na árvore de luminares da gestão Temer. A “Agenda reencontrada” não seria muito diferente da anterior, com propostas para redução e simplificação tributária, desburocratização, desobstrução dos entraves aos investimentos, aperfeiçoamento regulatório etc. Parece uma agenda embolorada, repetitiva, mas os problemas elencados permanecem como de extrema importância.  Caso a ideia prospere, Scheinkman provavelmente convocará o seu exército de plantão, constituído de economistas festejados pelo mercado, a exemplo de Afonso Celso Pastore, Samuel Pessoa, Armando Castellar e José Márcio Camargo, entre outros. Na construção da “Agenda perdida”, participaram 17 especialistas, com Marcos Lisboa na liderança. “Zé Alexandre” é um ortodoxo notório e confesso. Foi chefe, muito jovem, do departamento de economia da Universidade de Chicago, altar do lendário Milton Friedman. Mas mesmo essas fortes dosagens de conservadorismo não impediram o economista de assinar embaixo da proposta de extensão do Bolsa-Escola para adolescentes, como uma forma de evitar seu ingresso na criminalidade. Tudo bem, sempre há espaço para mais uma agenda microeconômica. A contribuição indiscutível de Scheinkman para Michel Temer será somar mais uma estrela ao pastiche da bandeira brasileira, que o presidente interino adotou como emblema de governo.

#Henrique Meirelles #Michel Temer

Acervo RR

Peneira

30/05/2016
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 A alardeada blindagem dos bancos públicos contra indicações políticas é cheia de porosidades. Depois de o PP emplacar Gilberto Occhi na presidência da Caixa – a contragosto do ministro Henrique Meirelles –, agora é José Sarney que pressiona o governo pela permanência de Fabio Lenza no banco. Lenza ocupa a vice-presidência de Mercados Emergentes desde 2007.

#Caixa Econômica #Henrique Meirelles #José Sarney

Peneira

30/05/2016
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 A alardeada blindagem dos bancos públicos contra indicações políticas é cheia de porosidades. Depois de o PP emplacar Gilberto Occhi na presidência da Caixa – a contragosto do ministro Henrique Meirelles –, agora é José Sarney que pressiona o governo pela permanência de Fabio Lenza no banco. Lenza ocupa a vice-presidência de Mercados Emergentes desde 2007.

#Caixa Econômica #Henrique Meirelles #José Sarney

Aporte nas estatais está no topo da agenda Temer

12/05/2016
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 As capitalizações da Petrobras e da Eletrobras, com recursos do governo, já está contratada junto ao futuro ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. É consenso entre os próceres de Michel Temer que o nível de endividamento das duas empresas superou a instância corporativa e beira a irresponsabilidade cívica. Ambas as estatais têm uma participação no crescimento econômico insubstituível. E encontram-se aos frangalhos devido a um passivo que não tem solução fora da injeção de recursos públicos. A estimativa é que a Petrobras não sai do ponto em que se encontra se não for capitalizada em R$ 100 bilhões. Essa ordem de grandeza não dispensa corte de despesas e de investimentos e venda de ativos. É uma medida indispensável, conforme Armínio Fraga, que vem sendo cogitado para a presidência da Petrobras. Quando o economista se manifesta publicamente a favor de um aporte de capital na estatal, existem pelo menos três hipóteses: ou ele está com a carteira da sua gestora de recursos abarrotada de papéis da dita cuja; ou faz o seu próprio lobby para o cargo; ou exerce o hábito de ser palpiteiro. O RR considera a terceira hipótese como a mais provável.  O modelo que está sendo cogitado é um derivativo da proposta do BTG de conversão da dívida da Petrobras junto aos bancos públicos. Em um novo ambiente econômico, com um dólar na faixa de R$ 3,20, previsão da própria estatal, a regulamentação das leis que retiram a obrigatoriedade de participação em 30% nos campos do pré-sal e o fim da exigência do similar nacional, é razoável esperar que a capitalização da empresa seja acompanhada pelo acionista minoritário. No final do ano passado, ainda com Joaquim Levy na Fazenda, e no início deste ano, com Nelson Barbosa na Pasta, Aldemir Bendine bateu na porta de ambos com o mesmo pedido. Não foi atendido. A perspectiva agora é a de que a dívida pública bruta é um problema consumado, para se resolver apenas mais à frente. O débito das estatais não pode mais ser ignorado.  A capitalização da Eletrobras será menos espetaculosa, mas não menos relevante do que a da Petrobras. Há engenhosidades sendo preparadas no laboratório de Minas e Energia de Michel Temer. Elas passam fundamentalmente pela área de transmissão. As participações da Chesf, Furnas, Eletronorte e Eletrosul no setor seriam transferidas para a própria holding, mais precisamente para um novo braço da estatal: a Eletrobras Transmissão. Esta empresa já nasceria como dona do maior colar de ativos no transporte de energia elétrica do país, com participação em quase metade das linhas transmissoras em operação e em fase de implantação. Ou seja: em uma das mãos, ativos maduros, já amortizados; na outra, a garantia de receitas futuras com a entrada em cena das novas concessões. Um mix que seria ofertado ao mercado numa bandeja de prata com a abertura de capital da Eletrobras Transmissão. Por vias oblíquas, o governo captaria recursos para a empresa-mãe tocar projetos prioritários, notadamente na área de geração – a começar pela construção das usinas do Tapajós. Nesse caso, aliás, Temer já vai receber de herança o modelo e o edital para a concessão das hidrelétricas.

#Aldemir Bendine #BTG Pactual #Chesf #Eletrobras #Eletronorte #Eletrosul #Furnas #Henrique Meirelles #Petrobras

Meirelles vale por uma orquestra na Fazenda

29/04/2016
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 Henrique Meirelles é o candidato a ministro da Fazenda com o maior número de utilidades entre os disponíveis no mercado. Não se trata de fazer campanha em seu nome. Mas, sob qualquer critério, Meirelles tem mais serventia na pasta. Vamos aos fatos.  Ele não fez lobby em causa própria, ao contrário de Armínio Fraga, que, por diversas vezes, só faltou se esfregar na cadeira da Fazenda. Apesar de ser um banqueiro de estirpe, fez uma passagem estratégica pelo setor do agribusiness se descolando assim da pecha de representante strictu sensu do sistema financeiro no governo. Fala com políticos, faz política e é político. Para se ter uma ideia da sua versatilidade, migrou de um mandato de deputado federal pelo PSDB – logo pelo PSDB – direto para a presidência do BC no primeiro governo Lula. Lá permaneceu intocável durante oito anos. Por pouco não saiu um pouquinho antes – ficou a pedido de Lula – para disputar as eleições ao governo de Goiás pelo PMDB, e, veja só, logo pelo PMDB. Não é preciso, portanto, explicar por que Meirelles exercerá também o cargo de embaixador junto ao PT em um eventual governo Temer. No BC, é considerado o arquétipo da autoridade monetária, até pelo biotipo, timbre de voz, cerimônia e cálculo das palavras. É o mais bem-sucedido dirigente financeiro brasileiro no exterior. Comandou o FleetBoston Financial, um potentado no final da década de 1990. Era figurinha fácil na corte de Bill Clinton. Foi convidado para ser presidente do Banco Barclays e do Goldman Sachs no Brasil. No Fórum Econômico Mundial, em Davos, só é menos incensado entre os brasileiros do que Paulo Coelho. Antes de Dilma Rousseff virar a bola da vez no processo do impeachment, era tido como nome certo na cota de Lula para o ministério. Reza a lenda que a nomeação de Meirelles para a Fazenda, em qualquer governo, garante na entrada uma razoável apreciação da moeda e valorização das bolsas. Se Meirelles não emplacar no probabilíssimo governo Temer, ainda assim permanecerá candidato a ministro da Fazenda no pós-2018. Seja qual for o partido e seja quem for o presidente da República. Isso se não for ele mesmo o indicado pelo PMDB para a disputa ao Planalto.

#Banco #Banco Barclays #Dilma Rousseff #FleetBoston Financial #Goldman Sachs #Henrique Meirelles

Bola de cristal

20/10/2015
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 O ex-presidente do BC Henrique Meirelles tem dado algumas pistas do que faria se fosse ministro da Fazenda em suas colunas semanais. Mas não é louco de contar que tentaria aprovar uma emenda constitucional, com validade de dois anos, em caráter de urgência, não permitindo que os gastos do orçamento da República superem os recursos arrecadados pela União. Os cortes valeriam inclusive para as despesas de pessoal.

#Henrique Meirelles

O orixá que habita o Palácio do Planalto

19/10/2015
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 Diz-se na Bahia que o ministro chefe do Gabinete Civil, Jaques Wagner é filho de Xangô, orixá do trovão e ligado à justiça. Que seja, mas ele também reza pela benção do profeta Davi. É preciso mesmo estar ungido para desenrolar as missões que lhe foram incumbidas. Wagner foi despachado para o Planalto com o múnus de rabiscar a minuta de uma II Carta ao Povo Brasileiro, bala de prata para enfrentamento da incredibilidade econômica, a ser usada após a superação do round golpista. Paralelamente vai afinar, dentro do Palácio, o jogo de espelhos, especialidade do chefe Lula. Algo mais ou menos como simular que o ex-presidente não pensa aquilo que disse, mas que o que disse está combinado com a presidenta e que Dilma vocaliza e governa diferente do que Lula supostamente deseja, mas no fundo, pasmem, é tudo a mesma coisa. Dessa tradução do realismo fantástico dependeria o futuro do PT e, é claro, sua performance nas eleições de 2018.   Assim, em suas articulações no núcleo duro do governo e nas entranhas do Congresso, Wagner garante, por exemplo, que o ex-presidente é a favor do ajuste fiscal, enquanto “o chefe” manda brasas no palanque contra a recessão, queda do salário real e no próprio Joaquim Levy. Tido como o mais manhoso dos petistas, cabe a Wagner negociar com o ministro da Fazenda. A diferença em relação à difícil conversa com Aloizio Mercadante é abissal. O baiano é bom de bico, fala mansa. Mal sabe Levy que Wagner vem fazendo sua cama para que, já já, venha, então, o messias Henrique Meirelles. Por enquanto, nesse finzinho de crepúsculo, o titular da Casa Civil vai acertando com seu companheiro da Fazenda os detalhes para encerrar, de uma vez por todas, a novela das empreiteiras, que está empatada há meses no mesmo capítulo, congelando a infraestrutura do país no período pré-cambriano. Wagner tem negociado com as construtoras o acordo de leniência engendrado por Levy para o desembargo das construtoras.   Nos préstimos do bom baiano pode também ser creditada a recente e indigesta rodada de conversações com Eduardo Cunha, reabrindo um canal de diálogo com o presidente da Câmara. Wagner assumiu o lugar de Temer na negociação política com suavidade, deixou Renan plácido como as águas da praia de Itacimirim, e, pasmem, conseguiu que Dilma ficasse restrita a suas aptidões, fazendo conferências sobre como estocar o vento. Wagner fala ao telefone com Lula todos os dias. Diz que gosta mesmo é de ficar em casa, um apartamento de classe média alta, no bairro da Federação, em Salvador, com vista para o mar ao fundo. Do lado, se encontra a Igreja de São Lázaro. Um conhecido médico baiano, considerado o maior parceiro de Wagner, conta que ele toma cervejinha com o pior desafeto da mesma forma que bebe com os amigos. O cabra é protegido.

#Dilma Rousseff #Eduardo Cunha #Henrique Meirelles #Jaques Wagner #Joaquim Levy #Lula

Uma ficção na fronteira de uma realidade repetida

22/09/2015
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Era noite aberta quando o engenheiro Henrique Meirelles adentrou no seu closet. A sua frente dezenas de ternos de fino corte luzidios, praticamente todos da cor cinza-chumbo, sua marca registrada. Queria escolher com calma qual deles iria vestir em sua posse. Em meio ao passar de vista, deparou-se com o costume que usou ao entrar pela primeira vez no Banco Central como presidente da instituição. Alisou a manga do paletó repleto de pensamentos. O desafio agora seria bem maior. Meirelles assumiria o Ministério da Fazenda com a responsabilidade de ancorar as expectativas de toda a nação. Tinha a palavra da presidente Dilma Rousseff de que receberia carta-branca para tomar as decisões necessárias ao ajuste. A fricção mais grave entre ambos, ocorrida no fim do governo Lula em função de um telefonema não respondido, tinha sido superada pela gravidade das circunstâncias. Meirelles gesticulou como se estivesse com uma batuta entre os dedos, regendo uma orquestra. Parte do receituário já tinha sido proposta por seu antecessor, Joaquim Levy. Outra parcela encontrava-se nos escaninhos da Fazenda pronta para ser implementada. Levy havia cumprido a tarefa de elaborar e anunciar as medidas mais desgastantes e vê-las serem torpedeadas pelos grupos de interesse e pelo Congresso Nacional. Em nove meses, tornara-se titular da “Pasta do Sacrifício”. Renunciara ao Ministério por vontade própria. Tinha chegado ao seu limite. O ex-presidente do BC se tornaria ministro com o waver das metas descumpridas em 2015. Isso também ficaria na conta de Levy. A extensão da crise econômica chegara a um ponto em que medidas antes politicamente inviáveis passaram a ser palatáveis. Todas as reformas – da Previdência, tributária, administrativa – ingressaram na agenda da estabilização. Meirelles lembrou-se da voz roufenha do padrinho. Lula tinha indicado alguns atalhos, tais como os impostos sobre heranças e doações e sobre fortunas. O futuro ministro sorriu com a ideia de que um banqueiro anunciaria medidas para taxar os ricos. Dos pobres, Levy e Alexandre Tombini já tinham se encarregado. Quanto às futuras decisões para o aumento da austeridade, que deixassem com ele. A crise engendraria uma maior tolerância dos empresários e dos políticos com Meirelles. E a mídia? Como se sabe, ele tiraria de letra. O novo ministro da Fazenda antecipava em suas elucubrações o roteiro da mudança de expectativas. Após cumprir a liturgia da posse no novo cargo e desfilar com sua voz de barítono velhas medidas como se fossem novas, Meirelles partiria para Nova York. Na Meca dos banqueiros, reuniria financistas de todas as estirpes para ser celebrado como filho pródigo e arauto da mudança. Sorriu ainda mais largo ao imaginar as manchetes do Wall Street Journal, The Economist, Financial Times, entre outros, saudando sua nomeação. Pelo menos naquele salão do Plaza Hotel o Brasil já tinha recuperado seu investment grade.

#Ajuste fiscal #Banco Central #Henrique Meirelles #Joaquim Levy

Acervo RR

Menino do Rio

22/10/2014
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Em caso de vitória no domingo, a cúpula do PSDB quer que os festejos sejam em São Paulo. Aécio Neves prefere BH. Ou o apê de Alexandre Accioly, na Vieira Souto.

#Henrique Meirelles

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