Tag: Paulo Guedes

Economia

Paulo Guedes faz eco à extinção do Banco Central argentino

21/11/2023
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O ex-ministro da Economia Paulo Guedes chamou de “bom exemplo” a extinção do Banco Central argentino, reiterada pelo presidente eleito, o ultradireitista Javier Milei. Guedes defende a ideia desde que Roberto Campos Avô iniciou uma campanha em favor do fim da autoridade monetária, nos idos dos anos 80. Guedes concordava com tudo que Roberto Campos Avô dizia. A proposta, no entanto, não foi geneticamente transferida dentro da família Campos. Roberto Campos Neto, presidente do BC nomeado por Guedes, considera a medida delirante. É o conflito monetário de gerações.

#Banco Central argentino #Javier Milei #Paulo Guedes

Economia

FAT seguirá cobrindo o rombo do INSS

23/08/2023
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Apesar da pressão contrária das centrais sindicais, os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) vão ser usados “até 2025 ou 2026” para tapar os buracos do INSS. Palavra do próprio ministro do Trabalho, Luiz Marinho, na reunião fechada do Codefat, que terminou há pouco, em Brasília. Para insatisfação dos sindicalistas presentes, o ministro deixou claro que haverá um período de transição de até três anos até que os repasses sejam zerados. “Não dá para corrigir do dia para a noite o estrago feito pelo governo anterior”, disse um resignado Marinho aos demais membros do colegiado. Por “estrago” leia-se o expediente de transferir dinheiro do FAT para cobrir o pagamento de aposentadorias e benefícios da Previdência Social, prática que se tornou comum na gestão de Paulo Guedes no Ministério da Economia. Só em 2022, foram R$ 17,6 bilhões. Por esse motivo, na reunião de hoje, os representantes das centrais sindicais aprovaram a prestação de contas do FAT no ano passado com ressalvas.

#Codefat #FAT #INSS #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Governo

Governo Lula repete gambiarra orçamentária de Jair Bolsonaro

8/08/2023
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O ministro Fernando Haddad vem demonstrando que no seu íntimo ainda estão guardadas formas de agir do governo Bolsonaro. Difícil se livrar de um tiquinho de tanta malandragem fiscal. A ortodoxia do ex-ministro Paulo Guedes nunca foi impeditiva de manobras para desmoralizar o orçamento em prol do equilíbrio de contas. A medida matricial é quase singela: simplesmente se autoriza o gasto condicionado a uma receita futura. Ou seja: a despesa não tem cobertura; está indexado a um “recebível” que ainda não existe. O recurso pode até surgir por Medida Provisória, mas, na prática, continua sendo um estelionato orçamentário.  

A mensagem modificatória do PLDO enviada pelo governo, evitando um corte de até R$ 40 bilhões com base em uma receita inexistente, é puro Bolsonaro, ou melhor, Paulo Guedes. O governo passado usava o expediente para evitar artificialmente que o teto furasse, assim como jogava para tempos distantes pagamentos, como os precatórios, simplesmente inexequíveis do ponto de vista orçamentário. É verdade que não conseguiu passar a boiada desejada devido à insuficiência de verbas para programas como o Farmácia Popular e o Minha Casa, Minha Vida. Mas passou um outro tanto.  

Pois bem, para cada delito deveria haver uma punição. Mas no caso de desrespeito orçamentário só sobrou a desmoralização. A regra de ouro – ditame constitucional criado para evitar que as operações de crédito não superem as despesas de capital, circunstância em que estavam previstas graves advertências e punições, inclusive ao mandatário da República – virou deboche. Hoje, ela está restrita ao pedido de créditos adicionais suplementares, feitos como um lugar comum e sempre aprovados pelo Poder Legislativo. Não consta que qualquer desses pedidos tenha sido negado ou que o presidente e seu ministro da Fazenda tenham levado carão.  

O expediente do gasto condicionado a receita futura é maroto, porque ele não realiza a ação irregular, ele somente difere a solução. No caso presente, ele permite que Lula não tenha que comprimir as despesas do governo e ajuda também na arquitetura das contas públicas. Em tempo: esse mecanismo, usado pelo chefe da Nação, não estava previsto no projeto do arcabouço fiscal. O argumento é o mesmo de sempre: as despesas do governo não cabem no orçamento. Esse expediente já causou momentos hilários.

Bolsonaro, por exemplo, em medida festejada pelos grileiros, cortou 40% das verbas ambientais no comparativo do PLOA de 2021/2022. A complementação dos recursos ficou condicionada a receitas futuras ou à aprovação de medida provisória. Em 2019, Bolsonaro precisava de R$ 250 bilhões de créditos adicionais para fechar o orçamento, não furar o teto e se livrar da desmoralizada Regra de Ouro, que, a priori, poderia levá-lo à acusação de crime de responsabilidade fiscal e impeachment. Foi uma balinha de jujuba. A Regra seguiu sendo ridicularizada, e foi aprovado um crédito monstro suplementar, sem passar pela Regra de Ouro devido ao coronavírus. Com os precatórios, aposentadorias e pensões deu-se o mesmo.  

O ex-governador Antônio Carlos Magalhaes foi um cruzado do orçamento impositivo. Hoje estaria se regozijando com a festa das emendas parlamentares, calculadas a partir de um buraco sem fundo. O orçamento, pelo jeito, serve só como indicativo. No resto, é uma geleia disforme que pode ser moldada conforme o gosto do freguês.  

#Farmácia Popular #Fernando Haddad #Jair Bolsonaro #Lula #Minha casa #Minha Vida #Paulo Guedes

Destaque

Paulo Guedes e empresas de educação são quase um sinônimo

27/07/2023
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O RR soube por um amigo comum que Paulo Guedes, agora sócio e CEO da Legend Capital – private equity, reestruturação de empresas e administração de fortunas, em associação com o BTG Pactual – já tem três companhias na mira. Guedes é um fazedor de riquezas e na posição em que se encontra é um dos mais argutos e preparados leitores do cenário econômico. Foi assim no Pactual, no JGP e na Bozano Investimentos, sua última parada antes de partir para o Ministério da Economia. O banqueiro Luiz Cezar Fernandes, que levou Guedes para estrear no mercado financeiro como sócio do Banco Pactual, dizia “que todos ganhamos muito dinheiro com o Paulo. Ele enxergava além das muralhas”.  

Segundo a fonte, uma das empresas na mira do ex-ministro é do setor de educação. Guedes gosta dessa área. Já foi um dos sócios do Ibmec, Anima Educação e Abril Educação. Na Bozano, comandou operações de private equity na Estapar, Oba Hortifruti, Hospital  Vera Cruz de Campinas. Sempre soube entrar e sair dos negócios na hora correta. Muitos acreditam que ele está no lugar certo. Mas, fora as peculiaridades do seu estilo muito pessoal, Guedes deixou grandes realizações em sua passagem pelo Ministério: a reforma da Previdência, a Lei de Falências e a privatização da Eletrobras. Se depender do histórico, Guedes vai fazer um arrastão de empresas no mercado.  

#Abril Educação #Anima Educação #BTG Pactual #Ibmec #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Destaque

Paulo Guedes coloca algumas pitadas na reforma tributária

19/07/2023
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Além dos naturais representantes de setores que serão impactados pelos aumentos de impostos – como serviços, comércio, agronegócios e e-commerce – o deputado Aguinaldo Ribeiro, relator da Reforma Tributária, consultou Paulo Guedes sobre alguns pontos polêmicos do projeto. Entram nesse rol, por exemplo, os impostos seletivos e a alíquota básica. Guedes, segundo apurou o RR, defendeu uma ampliação dos tributos junto a alguns segmentos de forma a reduzir a alíquota básica, que atinge toda a economia graúda. O ex-ministro bateu em uma tecla bem conhecida, ou seja, resgatar a ideia do “sin tax”, ou imposto do pecado, que se traduz em tributar alimentos ultraprocessados e com muito teor de açúcar, entre outros que não fariam bem à saúde. O aumento do gravame nos setores de tabaco e bebida também estaria na lista de medidas sugeridas.  

Perguntado se esses últimos setores já não estariam demasiadamente tributados, Guedes saiu-se com a seguinte resposta: “Vejam o balanço deles…” Para aliviar essas medidas duras e politicamente antipáticas, o ex-ministro sacou da mesma receita de sempre: que se resgate a CPMF, modulado conforme o gosto do freguês. É o Paulo Guedes de sempre. Sem o action e o espaço para provocações, tem propostas sensatas. 

#CPMF #Paulo Guedes #Reforma Tributária

Destaque

Como a BAT pretende reagir à mordida do Imposto Seletivo

12/06/2023
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Dessa vez, o medão do Fisco chegou ao topo do termômetro da BAT (British American Tobacco). Os funcionários, o elo frágil da correia, já se organizam para ver o que fazer com a inevitável demissão em massa na companhia. O ministro Fernando Haddad anunciou que o governo vai mesmo lançar o Imposto Seletivo (IS), que grava os produtos prejudiciais à saúde. No balaio do IS cabem baratas e lagartixas. Entre elas, com certeza estarão os cigarros. O RR acompanha de perto essa novela desde 2016, no governo Temer, quando surgiram os primeiros raios de uma tributação mais pesada sobre o tabaco. Posteriormente, na gestão Bolsonaro, o então ministro Paulo Guedes chegou a ensaiar a criação do “Imposto do Pecado”, que incidiria sobre cigarros, cigarros, bebidas alcoólicas e produtos com adição de açúcar. A antiga Souza Cruz conseguiu se safar de todas as investidas. Agora, ao que tudo indica, não há mais rota de escape. O Imposto Seletivo, segundo fonte do RR, levará a três movimentos reativos por parte da BAT Brasil: os dois primeiros, de curto prazo, serão intensificar o lobby – legítimo diga-se de passagem – para combate ao contrabando de cigarros pelo Paraguai (que caiu, por sinal) e sofisticar suas operações de arbitragem nas exportações e importações. Sabe-se que depois de Lula e das falecidas empreiteiras, quem tem mais carinho por Cuba é a BAT. A empresa às vezes importa mais para o Brasil, as vezes exporta, e tem uma joint venture com o governo cubano – à Brascuba Cigarrillos, em associação com a Tabacuba. A Brascuba é uma caixa preta. A empresa também produz os cigarros da mítica marca Cohiba.  

O terceiro movimento, esse mais estratégico e trancado a sete chaves, é como surfar a inexorável disseminação da cultura do cânhamo – leia-se maconha. Não se trata de um pensamento simplório de que a BAT vai fazer o “lobby do baseado”, para produzir e comercializar cigarros da erva. Até pode ser em algum dia, mas não está na mira agora. O que está no foco é o canabidiol, substância extraída da maconha, cujas várias bulas possíveis indicam da cura da isquemia ao calo do pé, entre dois milhões e quinhentas enfermidades. Ironias à parte, o canabidiol tem base científica e vai invadir o mercado. A BAT é que tem a melhor estrutura já montada para plantio, escoamento e logística do insumo do novo super remédio. Pode ficar somente nesta atividade primária como também verticalizar a produção e fabricar o canabidiol, em uma empresa subsidiária ou associada com um dos laboratórios que estão surgindo com vocação de líderes no setor.  Consultada pelo RR, a BAT Brasil não se pronunciou.

Ressalte-se que a BAT já tem feito investidas nessa direção em diversos países. No ano passado, por exemplo, comprou uma participação na empresa alemã Sanity Group, fabricante de produtos à base de cannabis. Em 2021, adquiriu um pedaço da Organigram, uma das líderes do setor no Canadá. É essa combinação de fatores que Aldous Huxley não teve tempo de incluir na sua obra “Admirável Mundo Novo”. Cuba, BAT, maconha, canabidiol e Brasil e uma eventual maresia entorpecedora. Seria cômico se não estivesse próximo de se transformar em real. 

#BAT #Fernando Haddad #Paulo Guedes

Política

Bolsonaro tem o lobista “perfeito” contra a tributação de recursos no exterior

3/05/2023
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Jair Bolsonaro está se preparando para entrar no lobby contra a tributação dos recursos de brasileiros no exterior. O seu ponta de lança junto ao mercado financeiro, como não poderia deixar de ser, será Paulo Guedes. Caberá ao ex-ministro da Economia fazer a cabeça de investidores contra a proposta. Bolsonaro não poderia ter um lobista melhor do que o seu velho “Posto Ipiranga”. Guedes é um expert no assunto, com o estímulo de batalhar em causa própria. O ex-ministro mantém sabidamente uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, em sociedade com a filha. Para quem não se lembra, em depoimento na Câmara dos Deputados, Guedes se recusou a divulgar os dados aos parlamentares, alegando que as aplicações já haviam sido declaradas à Receita Federal. Pois bem, Paulo Guedes não deu disclosure antes à offshore, mas terá de dar agora, caso haja alguma inconsistência nos valores.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Receita Federal

Destaque

Haddad quer para ontem nova regulamentação sobre o uso de precatórios

2/05/2023
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Em um movimento de vai e volta, o Ministério da Fazenda está pressionando a Advocacia-Geral da União para que corra com o prazo de 120 dias previsto para a revisão da Portaria Normativa AGU n°73/2022. Trata-se da instrução que regulamenta a utilização de precatórios na compra de imóveis, quitação de dívidas e pagamento de outorgas. Inicialmente, o governo atual não queria que os precatórios fossem utilizados como moeda para o pagamento do preço de outorga, uma iniciativa praticamente sancionada pelo ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. Voltou atrás. O incomodo da Fazenda é com a enorme burocracia que atrasa os processos. Com certeza, o prazo para a regulamentação não ficará nos 120 dias previstos. Um grupo de trabalho formado por representantes dos principais órgãos de direção da AGU será responsável por apresentar ao advogado-geral da União, Jorge Messias, a proposta de nova portaria para regulamentar o assunto no âmbito das instituições. O texto deverá ser compatível não só com a nova estrutura organizacional da AGU, mas também com normas e procedimentos adotados pelo Conselho Nacional de Justiça, bem como refletir outras previsões já adotadas pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), e, eventualmente, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As agências reguladoras também querem palpitar no assunto. Enfim, o tema pode virar um rolo difícil de desenrolar.  

Na verdade, a regulamentação do uso dos precatórios como pagamento de privatizações, concessões e participação nas PPPs já estava pronta, mas a AGU voltou atrás. Segundo a própria instituição, foi verificado que a “Portaria Normativa AGU nº 73/2022 não oferece densidade normativa suficiente para disciplinar de forma adequada os procedimentos e trâmites internos entre os órgãos da Advocacia-Geral da União e entre órgãos vinculados, uma vez que enfatiza mais as obrigações que o administrado deve observar para utilizar os precatórios como pagamento. A norma não reflete, por exemplo, a atual estrutura interna da AGU, estabelecida pelo Decreto nº 11.328, de 1º de janeiro de 2023, que está vigente desde o dia 24 de janeiro. É aquela história: quem pariu Mateus que o embale. Ou desembale, que é o caso do governo Lula.  

Com parcela expressiva correspondente à herança deixada por Paulo Guedes, a dívida com precatórios para este ano vai passar de R$ 74 bilhões, com uma previsão de pagamento de apenas R$ 17,1 bilhões. Não se sabe muito bem o que levou ao governo vetar o uso dos precatórios em pagamentos diretamente à União para a parceria em serviços públicos ou aquisição de ativos. Talvez uma certa implicância ideológica. Primeiro, a atual gestão considerou inadequado o uso de precatórios para o pagamento da prorrogação de concessões. Depois afirmou que os precatórios seriam somente pagos em projetos de curto prazo. A seguir definiu que somente os projetos prioritários (?) poderiam ser amortizados com as dívidas do Estado junto a cidadãos ou empresas por conta de decisão judicial definitiva. Depois acabou vetando tudo. O saldo é que voltou tudo para o colo da AGU. 

Com a liberação dos precatórios para pagamento junto a órgãos federais, haveria mais espaço para a redução da dívida pública e menos pressão sobre as contas públicas. Hoje já existe um mercado secundário de precatórios, vitaminado recentemente em função da expectativa de quitação dos negócios com os negócios, digamos assim, junto ao governo. O seu uso permitiria a aceleração de muitas concessões e PPPs – as privatizações estão meio fora do radar do governo Lula. Vale lembrar uma historieta. Foram os chamados títulos podres – os “precatórios” dos anos 90 – que viabilizaram a Embraer, o nosso maior orgulho industrial e tecnológico. O artífice da operação e comprador da empresa, cuja saúde era questionada àquela época, foi o banqueiro Júlio Bozano, um dos responsáveis pela definitiva decolagem da companhia. Bozano ficou podre de rico com a privatização, melhor dizer ficou podrérrimo de rico – bilionário ele já era. Mas isso é um outro capítulo. 

#Fernando Haddad #Lula #Ministério da Fazenda #Paulo Guedes #Procuradoria Geral da Fazenda Nacional

Destaque

Fundo da Marinha Mercante vira entrave à revitalização do setor naval

10/04/2023
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Os planos do governo Lula de retomar os investimentos na indústria naval enfrentam um obstáculo logo na partida. O Ministério dos Portos e Aeroportos e a Fazenda têm quebrado a cabeça para recompor o orçamento do Fundo da Marinha Mercante (FMM). Ao longo dos últimos anos, o FMM sofreu seguidas mordidas, que dependem de complexas negociações políticas, notadamente com o Congresso, para serem revertidas. A PEC 187/2019, por exemplo, permitiu ao governo federal usar o dinheiro retido nos fundos infraconstitucionais e vinculado a áreas específicas para outras finalidades que não a destinação original. Por sua vez, a mudança na Lei 10.893 reduziu de 25% para 8% o Adicional ao Frente para a Renovação da Marinha Mercante, a fonte básica de recursos para Fundo. Some-se a isso a estratégia do ex-ministro Paulo Guedes de usar o FMM para gerar resultado fiscal – somente em 2021 cerca de R$ 14 bilhões foram transferidos para o Tesouro Nacional. Resultado: a maré baixou como há muito não se via. O saldo disponível do Fundo para empréstimos gira atualmente em torno dos R$ 6 bilhões. Há cerca de quatro anos, essa cifra era de R$ 25 bilhões. 

O governo Lula pode até reclamar da herança recebida de seu antecessor. No entanto, parte da paralisia do Fundo da Marinha Mercante se deve também a problemas que já levam a assinatura da atual gestão. Ajudaria, e muito, se o governo conseguisse resolver a acefalia de quadros no Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante, instância responsável por analisar os pedidos de empréstimo ao FMM. A reunião do colegiado que estava marcada para 23 de março não ocorreu. A princípio, o encontro seria reagendado para abril, mas o que se diz no setor é que antes de maio nada acontecerá. A Medida Provisória que transferiu o CFMM da Pasta da Infraestrutura para o recém-criado Ministério de Portos e Aeroportos simplesmente ignorou o conjunto de servidores. Do contingente de aproximadamente cem funcionários do Departamento de Navegação e Hidrovias, apenas quatro foram transferidos para o novo Ministério. Entre outras atribuições, o órgão é responsável pela formulação e execução das políticas do Fundo da Marinha Mercante. Ou seja: por onde se olha, o FMM está travado. Sequer lembra o Fundo que contribuiu, ao longo da história, para a construção de mais de 600 embarcações e equipamentos no país. Muitas delas na primeira passagem de Lula pela Presidência, quando a indústria naval viveu um duplo apogeu: de investimentos e escândalos de corrupção. 

#Indústria naval #Lula #Marinha Mercante #Ministério dos Portos e Aeroportos #Pasta da Infraestrutura #Paulo Guedes

Destaque

Por onde anda Paulo Guedes

16/03/2023
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Quem quiser encontrar o “psicanalista das finanças”, Paulo Guedes, pode dar uma passada no Gávea Golf Club, no Rio de Janeiro. Guedes dá suas consultas informalmente em um grande salão. Coisa de rei. Alguém que não esteja à altura dos grandes interesses tratados com o ex-ministro naquele recinto pode simplesmente passar e dar um adeusinho. Guedes adora a ideia de se tornar um economista pop. Enquanto vai cumprindo sua quarentena, o ex-ministro da Economia segue analisando a “alma” dos negócios que passam por seu “divã”. É apenas um rito de passagem. Como já disse o RR. Guedes tem um leque de alternativas onde pode se aboletar. Todos os caminhos levam à fortuna. 

#Ministério da Economia #Paulo Guedes

Economia

O Paulo Guedes de agora tem muito mais bilhões na cachola

2/02/2023
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Para onde vai Paulo Guedes? That´s the question. Segundo fontes ligadas ao ex-ministro, ele esperará o prazo da quarentena e voltará à parceria com o irmão, Gustavo Guedes. A mesma fonte do RR diz que o aconselhamento dado a Guedes é para que ele recauchute a antiga operação, tornando-a mais modesta e menos visível. O ex-ministro e seu irmão foram sócios na BR Investimentos. Ambos foram investigados por supostos crimes contra o sistema financeiro no uso de dinheiro de fundos de pensão estatais: Previ, Funcef, Petros e Postalis. A lambança foi enorme. A Previc, órgão fiscalizador dos fundos de pensão, descascou os investimentos feitos pelos “Guedes” na empresa HSM, que gerou um prejuízo de R$ 16 milhões. À época, Gustavo prestou depoimento ao Ministério Público, envolvendo megaempresas, que seriam partners no FIP BR Educacional. Tudo passou como se nada houvesse havido.    

A nomeação de Paulo Guedes para o Ministério da Economia teve um papel cleaner em relação aos estranhos acontecimentos que envolviam sua ex-empresa e seu irmão. Gustavo continua sendo o porto de referência, mas Paulo pode muito bem dizer: “Sempre terei Serfaty”. O ex-ministro tem uma história de tapas e beijos – mais beijos, para ser verdadeiro – com o ex-sócio no Banco Pactual, Marcelo Serfaty. Foi no Pactual, ícone dos bancos de investimentos na década de 80, que Paulo Guedes converteu a sua murcha exposição na academia (um complexo que o ex-ministro sempre carregou) em um sucesso estelar na área financeira.   

As idas e vindas da trajetória de Guedes como financista daria um filme candidato ao Oscar. O ex-ministro saiu do Pactual, ingressou como sócio na asset JGP – essa, sim, uma história de mais tapas do que beijos. Saiu da empresa e, em um período “de baixa”, foi acolhido pelo “parça” Serfaty. Reza a lenda que foi no escritório do ex-sócio que Paulo, ansioso e sequioso por resultados, perdeu e ganhou uma fortuna. Serfaty foi fundador e CEO da Fidúcia Asset Management. Pouco tempo depois criou o fundo de private equity G5 Partners. Paulo Guedes teria se tornado sócio deste fundo. É nesse ponto que começa um segundo episódio rumoroso. Já em pleno governo Bolsonaro, sem medo de qualquer responsabilização ou dilema ético, o então ministro indicou Serfaty para conselheiro do Banco do Brasil e logo depois para a presidência do Conselho do BNDES. A área de integridade do banco de fomento levantou objeções à nomeação. Mas quem naquele tempo bateria de frente com o todo poderoso ministro da Economia?  

Em paralelo, já corria a investigação sobre as relações do fundo G5 Partners – private equity do qual o ex-ministro teria sido sócio com Serfaty – e o BNDES. Ou seja, o dono de um private equity, sócio ou ex-sócio de um ministro poderoso, conselheiro principal do maior banco de desenvolvimento do país, estaria se locupletando com contratos desse mesmo banco. O atual presidente da Petrobras e então senador, Jean Paul Prates, no dia 1° de agosto de 2020, entrou com requerimento de informações pelo Senado Federal sobre o conflito de interesse envolvendo toda a operação. De acordo com fontes ligadas a Prates, o Comitê de Ética do BNDES teria sentado em cima do processo. Pode-se concluir que interesses mais musculosos do que o tímido pedido do senador se levantaram, matando, juntamente com o auge da pandemia, a demanda por esclarecimentos. Naquele momento, Paulo Guedes mais parecia um foguete decolando em direção ao sol.    

Recuando alguns anos e retornando ao período de parcerias com o mano Gustavo, ocorre mais uma daquelas coincidências que fazem do mercado financeiro um simulacro das famílias aristocráticas do século XVIII e XIX: todo mundo se conhece e os parentes se casam um com os outros. Serfaty tinha sido coordenador das áreas de planejamento estratégico e pesquisa macroeconômica do Banco Bozano Simonsen, um potentado dos anos 80 e 90. Ele teria feito uma ponte entre Paulo Guedes e Júlio Bozano, um verdadeiro mito entre os banqueiros. Bozano, além de ser uma águia, é um charme só. Mas quem conhece o ex-ministro sabe que na primeira hora ele é simplesmente irresistível. Paulo já estava mexendo com projetos de educação além de operações diversificadas de private equity. Apresentou, então, seu pacote a Bozano. Foi a mistura da fome com a vontade de comer.    

Em 2013, faltando pouco mais quatro anos para se tornar o “posto Ipiranga”, Paulo Guedes deixou sua BR Investimentos ser incorporada pelo Grupo Bozano, associando sua grife de enfant terrible à do tradicional banqueiro. A partir daí, já sócio de Bozano, saboreou de tudo um pouco: fundos de ações, multimercados, quantitativos. E mais: operações de private equity nas empresas Estapar, Oba Hortifruti, Hospital Vera Cruz, Ânima Educação, Abril Educação e Amor aos pedaços, só para citar as mais votadas. O resultado desse refogado entre competência e rede de relacionamentos foi que a Bozano, gestora de recursos da qual Paulo era sócio, já administrava recursos da ordem de R$ 2,7 bilhões quando o futuro ministro despontou na aurora da campanha de Bolsonaro. Como há sempre um instrumento desafinado para atrapalhar a orquestra, a Lava Jato entrou no circuito associando o nome da Bozano a compra de dólares no paralelo, através de uma conta no banco Morgan Stanley, em Nova York. Até a Operação ser deflagrada, comprar dólares no black era tão simples como comer um biscoito de polvilho.    

Não chegou a faiscar Paulo Guedes, mas para Bozano, o incomodo foi muito maior devido à prisão de um diretor na Operação “Câmbio, desligo”, que apontou o suposto envolvimento da instituição na compra e entrega das verdinhas. Como sempre, tudo se resolveu com bons advogados. Mas e agora José? – corrija-se para e agora Paulo? Para onde vai o performático ex-czar da economia, tão simbiótico com Jair Bolsonaro, que podia ser considerado praticamente uma costela do ex-presidente. Conforme é sabido, o poder de Guedes era tão grande, mas tão grande, que ele se negou a mostrar sua conta bancária offshore não declarada ao Congresso, e ficou tudo por isso mesmo. Paulo Guedes vale hoje um “pré-sal” em termos de informações guardadas na cachola e acessos acumulados durante o seu reinado no Ministério da Economia. Isso ninguém lhe tira.  

Mesmo que a quarentena virasse uma década, ninguém proibiria o ex-ministro de recorrer ao bordão de Rick Blaine, no eterno Casablanca: “Sempre terei o mano Gustavo”. Um porto seguro onde Paulo Guedes poderá voltar a operar o mercado, agora com uma potência que vai além da sua decantada inteligência. Sim, a força de quem enxergou tudo, aprendeu tudo, conheceu tudo e todos. Em condições normais, vai ser difícil conter o poder de fogo do financista. O mercado que aguente. 

#Paulo Guedes #Previc

Negócios

“Calmante” de Haddad para a Faria Lima é apenas o começo

17/01/2023
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou o “primeiro plano” para o equilíbrio das contas públicas, mas o mercado prosseguiu se descabelando porque queria mais e mais cortes de gastos públicos. Aliás, como sempre. Parece não ter entendido que virão mais medidas em breve, tanto de redução de despesas quanto de aumento da receita, além de uma reforma tributária. Segundo apurou o RR, Haddad apresentou apenas um antidistônico fiscal rápido, para amainar a ansiedade da Faria Lima. Falta muito. 

A redução de despesa será qualitativa e não apenas quantitativa, o chamado “corte burro”, quando se aplica um percentual generalizado sobre todos os gastos. As despesas são diferentes. Mas vai ter cortes de gastos e eles serão pelo menos do mesmo tamanho ou próximos dos R$ 50 bilhões como o ministro anunciou. Por outro lado, estuda-se os impostos diferenciados, algo inspirado em Paulo Guedes, que queria mais tributos sobre bebida, cigarros, alimentos, produtos açucarados e, o mais polêmico, sobre commodities. Haddad ainda não cavou fundo no baú de incentivos fiscais. Ali tem mais de R$ 300 bilhões, com subsídios inaceitáveis, tais como a construção de iates e compra de jatinhos. Vai chegar dinheiro também das concessões que o ex-ministro Tarcísio de Freitas fez acontecer e deixou de presente. E vão ter as novas concessões do atual governo. 

O projeto do ministro é criar um superávit estrutural de no mínimo R$ 20 bilhões. Foi mais ou menos o que ocorreu no governo Lula 1. Por enquanto sonha em conseguir um resultado primário que chegue perto do déficit de R$ 200 bilhões herdados do falso governo fiscalista de Jair Bolsonaro. É difícil.  Está mais para narrativa do que um discurso fundamentado. Haddad ficará feliz se o primário for negativo em R$ 100 bilhões neste primeiro ano do governo Lula. Mas pode surpreender. Há bastante tempo ainda para caçar recursos, inclusive receitas extraordinárias provindas do exterior, a exemplo do Fundo da Noruega. Melhor mesmo, contudo, é apostar em 2024, quando o governo terá condições plenas de mostrar a que veio na área fiscal.

#Fernando Haddad #Ministério da Fazenda #Paulo Guedes #Tarcísio de Freitas

Política

Mais uma aposta errada de Paulo Guedes

16/01/2023
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Mais um projeto de privatização da era Paulo Guedes vai para a gaveta. O governo Lula decidiu suspender o processo de venda das loterias instantâneas da Caixa Econômica, a Lotex. A rigor, a iniciativa foi um rotundo fracasso da gestão Guedes. Em 2020, o governo Bolsonaro chegou a leiloar a Lotex. Mas o bilhete de premiado não tinha nada. A italiana IGT (International Game Technology) e a norte-americana SGI (Scientific Games International), que formaram o consórcio vencedor, devolveram a empresa à Caixa por falta de acordo com o próprio banco para distribuição das loterias. Desde então, a CEF vinha tocando o processo de desestatização quase às escuras. Por duas vezes, o governo passou tentou fazer um novo leião, mas desistiu por falta de candidatos.

#Caixa Econômica #Lotex #Paulo Guedes

Política

Tarcísio Freitas fez um convite a Guedes quase não ser aceito

29/12/2022
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A recusa do quase ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, em assumir a secretaria da Fazenda do governo de São Paulo não é bem o que parece. Guedes foi sutilmente induzido pelo governador eleito, Tarcisio Freitas, a aceitar a função. Freitas nem sequer insistiu quando Guedes aventou com a possibilidade de ser conselheiro ao invés de secretário. Segundo uma fonte do RR, o novo governador conhece bem o ministro. Sabe como ele é espaçoso. Com Bolsonaro, em um mar de radicalismo, Guedes podia nadar de braçadas com discursos repletos de exageros, assumindo um protagonismo muitas vezes maior do que o do presidente. Esse comportamento não funcionaria com Freitas, que vai ter de negociar com o governo federal. Imagine o secretário de Fazenda produzindo quase que diariamente leads agressivos. Melhor foi nomear um dos colaboradores do ministro. De uma maneira salomônica, todos foram contemplados. 

#Paulo Guedes #Tarcísio Freitas

Política

Mais um colaborador de Guedes deve aterrissar no governo de Tarcisio Freitas

21/12/2022
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Na impossibilidade de contar com o próprio Paulo Guedes em sua equipe, Tarcísio Freitas segue garimpando nomes na equipe do ministro. Após a indicação de Samuel Kinoshita, ex-assessor de Guedes, para a Secretaria de Fazenda de São Paulo, o novo alvo é Pedro Capeluppi, atual secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia. Capeluppi teria um chapéu semelhante no governo de Freitas, cuidando das privatizações no estado, a começar pela Sabesp.  

#Ministério da Economia #Paulo Guedes #Tarcísio Freitas

Economia

Até onde irá a coexistencia de Haddad e Campos Neto?

16/12/2022
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A declaração de Fernando Haddad de que há espaço para o estímulo da economia pelo lado monetário e que existem condições de queda das taxas de juros, em vez de fazer espuma do lado fiscal, menos aliviou do que tensionou. Na verdade, trouxe à tona o pavor de que Roberto Campos Neto pegue mala e cuia e deixe a presidência do BC. Campos Neto, como se sabe, é o último bastião da ortodoxia no governo. Leva a sério sua missão. Nunca cedeu sequer a Paulo Guedes, que o colocou no cargo. O BC é independente. Até que o seu presidente jogue a toalha. Nesse caso, Haddad teria caminho aberto para indicar o seu chefão na autoridade monetária. Teríamos, então, um BC independente, mas dominado. Haddad já conversou com Campos Neto. Não se sabe o teor do papo. Para o bem do próprio Haddad, seria bom que Campos Neto dissesse ao povo que fica.

#Fernando Haddad #Paulo Guedes #Roberto Campos Neto

Política

Guedes e Haddad fazem uma transição como deve ser

13/12/2022
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A cordialidade e a cooperação foram a tônica dos encontro entre Fernando Haddad e Paulo Guedes. O ministro da Economia que está saindo tem identificado alguma afinidade com o que está assumindo no assunto que se tornou o centro do universo: a questão fiscal. Guedes, fora da campanha eleitoral e da batalha ideológica do governo Bolsonaro, é de trato bem mais afável. E Haddad, nas conversas por trás dos panos, tem mostrado pendores fiscalistas que não devem ser trombeteados aos quatro ventos. Pelo menos por enquanto. Paulo Guedes sabe que um bom pedaço da exigência de gastos fora do teto é resultante da sua gestão. A começar e principalmente pelo compromisso com o Auxílio Emergencial de R$ 600. Não haverá revanche ou refrega. Mesmo que não permaneça mudo como Bolsonaro – não é a natureza do ministro da Economia -, o compromisso tácito é não sair batendo e, sim, manter a parcimônia. A melhor definição do encontro foram as palavras finais de Paulo Guedes a Fernando Haddad. “Estamos aqui para colaborar”. Sem entusiasmo, mas com aparente sinceridade de propósito.

#Auxílio emergencial #Fernando Haddad #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Política

Presidente da Caixa pode ter cargo no governo de Tarcísio

12/12/2022
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Após a intenção frustrada de ter Paulo Guedes na sua gestão – informação antecipada pelo RR  -, Tarcísio Freitas reduziu sua expectativa e desceu alguns degraus na hierarquia do Ministério da Economia. Freitas sondou a atual presidente da Caixa Econômica, Daniella Marques, para integrar o seu governo. Daniella é próxima de Guedes. Por indicação direta do ministro, ocupou o cargo de secretária especial de Produtividade e Competitividade da Pasta da Economia. De uma forma ou de outra, Freitas continuará namorando Guedes através dos seus prepostos. 

#Caixa Econômica #Ministério da Economia #Paulo Guedes #Tarcísio Freitas

Destaque

Supermercados podem ganhar crédito tributário em troca de manutenção de preços da cesta básica

6/12/2022
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Há uma ideia que passou pelas intenções de Paulo Guedes e anda pipocando na cabeça dos economistas do PT. Trata-se de chamar os supermercados para contribuir na manutenção dos preços da cesta básica até a inflação retornar à meta, iniciativa que o RR antecipou.

As grandes cadeias supermercadistas arcariam com a redução de parte da sua margem, podendo abater desse valor suas dívidas com o fisco. Uma parte seria compensada com crédito tributário, com vencimento diferido no longo prazo. A outra parte retornaria através do aumento das vendas devido a compressão dos preços. Guedes namorou a medida. Chegou a fazer uma reunião com os supermercados, ao lado de Bolsonaro, pedindo que eles colaborassem. O setor, como se sabe, é um oligopólio que cabe em uma sala com 10 cadeiras, no máximo.   

A lógica da medida é a compreensão de que o maior componente da inflação vem de fora. A majoração dos preços dos alimentos, a guerra da Rússia com a Ucrânia, o impacto sobre a cotação do petróleo, o risco do dólar disparatar, a lenta recomposição das cadeias de produção, a carestia internacional, entre outros vetores externos, são responsáveis pela resiliência da inflação. Na nossa praia, permanece o temor de um desatino na gestão das contas públicas. Essa situação levaria o país a um cenário de dominância fiscal, ou seja, quando a elevação da taxa de juros torna-se sem efeito ou mesmo pressiona os preços em geral.  

Desde 2018, os preços dos alimentos sobem mais do que a inflação medida pelo IPCA. No intervalo entre 2018 e 2021 eles cresceram 44% em média, quase o dobro da inflação de 24%. Já a cesta básica, no mesmo período, subiu 66%. Com essa velocidade de remarcação no preço dos alimentos, não há Bolsa Família que aguente. A carestia desidrata o valor do benefício social, que teria de ser corrigido recorrentemente, retroalimentando a espiral inflacionária.  

Para conter esse processo, a futura gestão Lula adotaria uma política de preços da cesta básica com os supermercados, além de voltar a formar estoques reguladores de alimentos. Ajudaria a geringonça funcionar se o governo, por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN), alterasse a meta de inflação de 2023, ampliando-a de 3,25% para 4% ou mesmo 4,25%, com bandas de 1,5% para cima e para baixo. Em 2024, a meta seria mantida – o governo Bolsonaro fixou um target inviável de 3% para esse período. Esse ajuste permitiria o acerto mais rápido com os supermercados, que passariam a ter no retorno da inflação à meta como sua baliza para a normalização da política de preços. 

#Bolsa Família #IPCA #Paulo Guedes #PT

Política

Conclusão do Censo pode cair no colo do governo Lula

30/11/2022
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Assessores do ministro Paulo Guedes e auxiliares da equipe de transição de Lula já discutem a hipótese de prorrogação do Censo até o próximo ano. A princípio, o encerramento do trabalho de campo está previsto para dezembro. No entanto, dentro do próprio IBGE, há um consenso de que o processo de levantamento dos dados tem sido duramente afetado pela falta de verbas, ameaçando a qualidade do resultado final. Um dos problemas mais graves é a fuga de recenseadores, que abandonaram o trabalho devido à baixa remuneração. Há cerca de dez dias, o governo Bolsonaro editou às pressas uma MP autorizando a contratação de novos funcionários sem processo seletivo para ocupar os postos vagos. Até o momento, a menos de um mês das festas de fim de ano, apenas 65% do Censo foram concluídos.

#IBGE #Lula #Paulo Guedes

Política

Paulo Guedes “apoia” Nelson Barbosa no próximo governo

25/11/2022
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O ministro Paulo Guedes, seja qual for sua intenção, tem dito a diversos interlocutores que o ex-ministro Nelson Barbosa, pertencente aos quadros da FGV e hoje integrando o comitê de transição, será ministro de alguma Pasta da Economia no governo Lula. Guedes se encontrou com Barbosa para as primeiras conversas voltadas à transferência de todas as informações consideradas relevantes pelo comitê de transição. O papo entre ambos foi descontraído e afável. Guedes colocou o Ministério da Economia inteiramente à disposição para colaborar em todas as demandas. Guedes considera Barbosa o economista mais bem equipado entre os que estão disputando o rally do Ministério da Fazenda e, em segundo lugar, o do Planejamento. Com relação a Fernando Haddad, acha um despropósito a comparação de que o ex-ministro da Educação poderia ter um papel similar ao de Fernando Henrique Cardoso no Ministério da Fazenda. “Há uma diferença abissal entre ambos”, teria dito.  

Guedes acha que Haddad conhece somente os rudimentos da economia e não tem a dimensão pública de FHC. Quanto a Persio Árida, o ministro da Economia o detesta, como também detesta o economista André Lara Resende. Ele acha ambos despreparados, desatualizados e com formação acadêmica insuficiente. A recíproca também é verdadeira. A “campanha soft” de Guedes pró-Barbosa é o tipo de apoio que ninguém quer. Imagine só, nas atuais circunstâncias, receber a pecha de ser o candidato do “Beato Salu”. 

#FGV #Lula #Nelson Barbosa #Paulo Guedes

Política

Guedes e Mantega fazem do BID a rinha dos seu despautérios

14/11/2022
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O ex-presidente do BC, Ilan Goldfajn, foi sabatinado ontem para a presidência do BID. Deverá ser eleito no próximo domingo. Goldfajn é um quadro altamente qualificado. Esse é o novelo da história. O Valor Econômico de hoje praticamente bate o martelo do assunto. Mas o fio desencapado está no processo de indicação e no comportamento dos atores envolvidos.  A história é tão non sense que vale a pena explorar suas nuances e despautérios. Guardadas as devidas ressalvas, Ilan Goldfajn e Elizabeth Guedes estão no mesmo balaio – o RR noticiou as vergonhosas minisagas de ambos em primeira mãover.

 Assim como no caso da nomeação da própria irmã para o Conselho Nacional de Educação, nos estertores do governo, a mesma corrida para indicação e a insistência no nome de Goldfajn para a presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) só demonstra a gula do ministro Paulo Guedes para a ocupação de cargos ao apagar das luzes da sua gestão. Ressalte-se que essa sofreguidão começou duas semanas antes das eleições. Nesse afã aparelhista, Guedes está atropelando praxes que deveriam ser respeitadas nesse processo, sobretudo tratando-se de um governo já com prazo de validade estabelecido. Primeiramente, o ministro e o presidente Jair Bolsonaro registraram oficialmente a candidatura de Goldfajn sem qualquer consulta à oposição. Há exemplos muito mais civilizados vindos do exterior, em que governantes, em períodos eleitorais, aguardaram o resultado do pleito, combinando devidamente com a agência multilateral, ou consultaram seus oponentes antes de uma indicação dessa natureza. Foi o caso do então presidente Nicolas Sarkozy, de direita, que indicou Dominique Strauss-Kahn, um socialista, para a presidência do FMI.

Em mais um procedimento fora dos padrões, o governo brasileiro indicou Ilan Goldfajn sem consultar outros países da região. Historicamente, candidaturas como essa são construídas em consenso, por meio de costuras diplomáticas. Segundo o RR apurou, o Brasil sequer analisou nomes indicados por outras nações latino-americanas, dentro do critério de analisar a melhor opção para a região como um todo.  

Ressalte-se ainda que a pressa e a teimosia de Paulo Guedes jogam contra o próprio potencial de representatividade do Brasil em grandes organismos multilaterais. Ilan Goldfajn dirige atualmente o departamento do FMI responsável pelos programas do Fundo para todas as Américas. Trata-se de um posto estratégico. Seria mais proveitoso ter indicado ou trabalhado a candidatura de outro nome para o BID, sem abrir mão da presença de Goldfajn no FMI. Diante da oportunidade de fazer o próximo presidente do Banco Interamericano, o país passaria a ter dois representantes em altos postos internacionais. Por outro lado, é inacreditável a participação bizarra e deselegante do ex-ministro Guido Mantega, que sem ter nenhuma representatividade ou função definida no futuro governo – oremos que faça parte só do grupo de transição –  escreveu uma carta de punho próprio à secretaria do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, condenando o nome de Goldfajn, como se tivesse autoridade para tal. Quem é Mantega para proceder dessa maneira?. Como pode isso? O resultado é que a tacanha iniciativa fortaleceu o nome de Ilan Goldfajn junto aos Estados Unidos e demais grandes sócios do BID. 

De qualquer forma, Inês é morta. A eleição será na próxima semana, e, independentemente de trololó ou patati patatá na imprensa, o ex-presidente do BC e atual diretor do FMI, Ilan Goldfajn, já está eleito. Agora é permanecer atento e forte, como cantava Gal Costa, vigiando se Paulo Guedes seguirá loteando os cargos do governo em causa própria e torcendo para que Mantega seja interditado em alguma embaixada distante, no governo do PT.

#BC #BID #Conselho Nacional de Educação #Ilan Goldfajn #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Economia

Seria o caso de uma CPI da herança fiscal?

10/11/2022
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Quem diria que Paulo Guedes deixaria uma herança fiscal maldita. Durante boa parte de sua gestão, o ministro disse que as contas públicas estavam equilibradas. Talvez a questão fiscal e o comportamento do ministro merecessem uma CPI. De qualquer forma as declarações de Guedes são um absurdo.  

#CPI #Paulo Guedes

Política

Irmã de Paulo Guedes é um caso similar ao quase ministro Decotelli

9/11/2022
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A nomeação, por Jair Bolsonaro, de Elizabeth Guedes, irmã do ministro Paulo Guedes, como integrante do Conselho Nacional de Educação, a 52 dias do fim do governo, deveria constar em uma CPI. Elizabeth terá um mandato de quatro anos. Ela ascende ao cargo representando a Associação Nacional das Universidades Privadas, da qual era presidente. A ANUP é constituída de entidades de ensino que precisam mais de dinheiro. A PUC, por exemplo, não participa.

Portanto, Elizabeth vai ser uma sindicalista no CNE, órgão que define verdadeiramente a grade curricular do ensino superior nacional. A irmã do ministro poderá fazer determinadas exigências a uma faculdade e não fazer a outras congêneres, a exemplo de cursos, dificultando sua sobrevivência. Antes da ANUP, Elizabeth foi reitora do IBMR. Ela não tem formação acadêmica. Passou à frente de gente da maior respeitabilidade, como a professora titular da Unicamp,  Maria Helena, que se dedica ao Conselho há 20 anos e não foi reconduzida.

O mesmo se aplica ao educador Mozart Ramos, também ejetado pelo presidente Bolsonaro. É um caso que deveria ser tratado, no mínimo, como foi o do quase ministro da Educação Carlos Alberto Decotelli, a quem foi exigido que apresentasse suas credenciais acadêmicas, mesmo tendo sido ungido pelo Planalto. Deu no que deu: Decotelli não conseguiu apresentar o que não tinha. Mostre seus diplomas, Elizabeth!

#IBMR #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Negócios

Paulo Guedes vai seguir os passos de Meirelles?

8/11/2022
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Se Paulo Guedes repetisse Henrique Meirelles, poderia parar na Secretaria da Fazenda de São Paulo, sob o comando do governador eleito Tarcísio Freitas. Seria exatamente a travessia feita por Meirelles, que pulou direto do governo Temer para a gestão Doria, ou seja, do primeiro para o segundo maior PIB do Brasil. É aquela história: cada um fala o que quer. Mas o mais provável é que Paulo Guedes retorne ao mercado financeiro para ganhar milhões de reais, bem mais informado do que estava antes de sair do governo. 

#Paulo Guedes

Política

Agenda Lira

4/11/2022
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O presidente da Câmara, Arthur Lira, quer tirar uma casquinha de uma das últimas medidas da equipe de Paulo Guedes. Lira trabalha para acelerar a votação da MP 1139/22, que amplia os prazos das linhas de crédito do Pronampe. Se não for votada até dezembro, a proposta terá de ser empurrada para a próxima legislatura. Nesse caso, Lira corre o risco de não estar mais na cadeira de presidente da Câmara e não receber os louros da aprovação.

#Arthur Lira #Paulo Guedes #Pronampe

Destaque

A diferença cívica que separa o Forte Apache do bunker de Bolsonaro

3/11/2022
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Desde o último domingo, há linhas bem demarcadas a separar o presidente Jair Bolsonaro e seu grupo mais próximo e o Alto Comando das Forças Armadas. Entre os militares, o consenso em relação às manifestações em várias rodovias e cidades do país é se manter o mais distante possível dos fatos. Uma das frases repetidas mais de uma vez durante as reuniões, segundo uma das fontes, foi: “Não queremos estar nessa foto”. A tônica entre os generais era o sangue frio frente às mobilizações na porta de quartéis realizadas ontem em vários estados do país. Todos os quatro estrelas estão sendo importantes nessa crise, a começar pelo próprio Comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, e pelo chefe do Estado Maior do Exército, general Valério Stumpf. Ambos foram fundamentais na vigília dos generais, acompanhando toda a movimentação dos manifestantes. Freire Gomes é conhecido pelo seu baixo perfil político e parcimônia na tomada de decisões. O mesmo se aplica a Stumpf. Os dois oficiais têm se destacado com uma posição inequívoca contra qualquer envolvimento dos militares nos protestos realizados desde domingo. O entendimento é que a arruaça nas ruas e estradas é um convite com endereço certo para que as Forças Armadas entrem em cena. Outro personagem importante nesse momento histórico é o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, Comandante Militar do Sudeste. O oficial é ligado ao ex-presidente Fernando Henrique, de quem foi ajudante de ordens. Consta que o general Tomás costuma ter internamente uma postura mais crítica ao presidente Bolsonaro.  

O general Paulo Sergio Nogueira vem cumprindo um papel de influência nos bastidores da maior importância. Mesmo como ministro da Defesa do comandante em chefe Jair Bolsonaro e antes que alguns alvoroçados viessem estimular excitação dentro dos quartéis, mantém firme seu posicionamento de que em nenhum momento as Forças Armadas devem ser conclamadas a atuar para conter a baderna. Tanto Nogueira quanto os generais do Alto Comando têm a clareza de que bastaria um tanque nas ruas para que a imagem fosse interpretada no Brasil e no mundo como um golpe militar. Procurados pelo RR, o Ministério da Defesa e o Exército não se pronunciaram até o fechamento desta edição.  

As maiores preocupações reinantes no alto oficialato estão vinculadas a eventuais declarações do próprio presidente Jair Bolsonaro e ao mar de fake news registrando antigas imagens de tanques saindo de quartéis como se fossem atuais. Não se sabe se foi por coincidência ou por antecipação dos fatos. Mas, segundo o RR apurou, algumas manobras militares de rotina foram antecipadas para as semanas anteriores ao segundo turno.  

As tensões benignas no Forte Apache contrastam com as que ocorrem no Palácio do Planalto. Na última terça-feira, quando se pronunciou rapidamente à Nação, o presidente da República, Jair Bolsonaro, cercado pelos assessores mais próximos, ouvia interpretações furiosas de que o aprofundamento dos protestos poderia levar a um desfecho em que o “povo” exigisse a sua recondução. Em volta de Bolsonaro, o clima era de estímulo às piores manifestações por parte do presidente.  

Os mais exaltados, conforme um auxiliar de Bolsonaro, eram o general Augusto Heleno, ministro do GSI, e Paulo Guedes, ministro da Economia. Heleno, como é do seu feitio, soltava frases como “Vamos pro pau”. Já Guedes, que acompanhou Bolsonaro em diversos momentos, posando como se fosse chefe do gabinete militar, por um raciocínio tortuoso defendia o avanço das manifestações. Sua tese é que elas fortaleceriam politicamente Bolsonaro daqui em diante. Segundo a mesma fonte, o ministro da Economia vociferava que a marcha para a próxima eleição se daria a cada dia dos próximos quatro anos. O Brasil está realmente cindido: de um lado, nada mais cívico do que o posicionamento das Forças Armadas; do outro, nada tão pusilânime quanto o comportamento no bunker de Bolsonaro.

#Exército #Forças Armadas #General Augusto Heleno #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Política

Qual será a política econômica de Bolsonaro se reeleito?

28/10/2022
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Por enquanto é tudo achismo. Mas há probabilidades nas quais vale a pena apostar. A mais óbvia é a continuidade de Paulo Guedes no cargo. Menos dito é o tempo de permanência na função. O RR conversou com uma fonte frequentadora do gabinete de Guedes sobre essa questão central de um futuro governo Bolsonaro. O prazo cravado é de dois anos. Um biênio seria o período para que Guedes implementasse algo mais do que os rudimentos do seu projeto liberal para o país. O ministro, apesar de toda campanha em favor do teto de gastos, mudaria o expediente de controle. Trocaria, contudo, por limitadores ainda mais rigorosos das despesas públicas. O primeiro ano seria de um waiver em relação ao teto (ver RR de 20 de outubro), até para recompor as despesas excepcionais do ano eleitoral. No segundo ano, a agenda seria do aperto nas contas fiscais.

Antes, as reformas voltariam com toda força. As escolhidas para ficarem como legado seriam a administrativa e a tributária. Mas Guedes tentaria também uma II Reforma da Previdência. O ganho de receita da reforma anterior já foi em parte consumido pela pandemia. O ministro sonha com o regime de capitalização da previdência. Com a força de um primeiro ano de segundo mandato de Bolsonaro e o apoio do Centrão vitaminado, Guedes acha que passa no Congresso. A reforma tributária já está meio que dada. Talvez não seja na extensão do programa que vem sendo dito ou vazado a conta gotas pela equipe econômica.

A reforma mais eficaz e almejada por Guedes seria a administrativa. Do ponto de vista fiscal esta última reforma seria a cereja do bolo. As mudanças seriam bem temperadas, focadas no direito de demissão, regulamentação restritiva dos grandes salários e tratamento diferenciado aos novos contratados. Guedes também mexeria no vespeiro da remuneração e férias dos juízes. O enquadramento do Judiciário seria feito pelo Legislativo, por meio de um acordo com o Centrão. O ministro mudaria o centro da meta de inflação, ampliando para 4,5%, com bandas de 1,5%. Guedes sabe da dificuldade de manter o sopro de crescimento dos três trimestres deste ano com uma taxa real de 8,5% – a taxa básica nos EUA é negativa: -1,2%. Já neste quarto trimestre a economia vai acender o sinal amarelo. Se a economia embicar para baixo, puxando o PIB para menos de 0,5%, todas as correlações fiscais irão piorando.

O projeto das grandes privatizações também já está precificado. Paulo Guedes jogará pesado nesse campo, com absoluto apoio de Bolsonaro. Daí espera-se muito dinheiro. O ministro vai dedicar-se ainda a medidas microeconômicas, notadamente aprovar marcos regulatórios na área de economia. Guedes não mexerá nas regras do salário-mínimo. Dará um aumento real nas primeiras horas do novo governo. O pepino de eventuais mudanças na regulamentação do mínimo ficaria para o futuro ministro da Economia, na segunda metade do mandato. A solução mais provável? Roberto Campos Neto, no final de do seu mandato no BC, em 2024, assumiria o Ministério da Economia. Neto é próximo de Bolsonaro. Tem o aval de Guedes. O presidente do BC pensa parecido com o ministro da Economia, com a diferença de que não sofre de destemperos. O cenário da política econômica com a reeleição de Bolsonaro pode se alterar, é claro. Mas o RR acredita que pouca coisa muda além do que foi dito. Se mudar.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Política

Paulo Guedes faz ato de campanha com o “Dia do Fico”

26/10/2022
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O ministro Paulo Guedes pretende conceder uma coletiva até sexta-feira para divulgar de forma consolidada todos os projetos que o governo planeja realizar no próximo ano em caso de reeleição. Seria uma espécie de “Diga aos empresários que fico”, sem subtextos e falando diretamente ao PIB. Entrariam no pacote iniciativas novas e medidas requentadas. Quanto mais, melhor. Uma das principais motivações seria justamente mostrar uma profusão de propostas em contraposição à ausência de programa econômico do candidato Lula.

Ao mesmo tempo, seria uma oportunidade de expor os planos de Bolsonaro de uma maneira compreensível e palatável ao povo, ou seja, em linguagem eleitoreira. Entre outros pontos, o ministro pretende tonitruar a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 e da redução da alíquota do ICMS para os combustíveis. Guedes aproveitaria o show off para ressoar também a ideia do Fundo Brasil. Trata-se do projeto mais estrondoso que a equipe econômica de Bolsonaro tem para colocar na mesa nesta reta final da disputa eleitoral.

Ao menos pelas cifras já sopradas pelo ministro. Guedes mencionou a possibilidade da União arrecadar R$ 1 trilhão com a venda de imóveis e outro tanto com privatizações. Cerca de 25% seriam destinados ao com- bate à pobreza e outros 25% para obras públicas, ou seja, geração de empregos na veia. A ideia da entrevista está em sintonia com boa parte da coordenação política da campanha de Jair Bolsonaro. Assessores do presidente entendem que a economia pode vir a ter um papel decisivo na disputa eleitoral. A apresentação de Paulo Guedes teria ainda a serventia de dar ao presidente subsídios e “deixas” para o último debate eleitoral, na próxima sexta-feira. Ainda assim, no QG de campanha existem vozes contrárias à apresentação.

Há quem pondere que as últimas manifestações de Paulo Guedes foram trágicas para os planos de reeleição de Bolsonaro. O entendimento é que o ministro demorou e não foi suficientemente assertivo ao responder às notícias de que o governo estuda, em um eventual segundo mandato, desvincular a correção do salário-mínimo e das aposentadorias da inflação. Some-se a isso o novo vazamento sobre planos da equipe econômica para retirar do Imposto de Renda as deduções com saúde e educação. São temas espinhosos dos quais Guedes não conseguiria escapar em um evento aberto a perguntas da imprensa.

#ICMS #Jair Bolsonaro #Lula #Paulo Guedes

Bolsonaro e Lula miram na redução do câmbio

17/10/2022
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Um refresco cambial é o que os arautos da área econômica de ambos os candidatos à Presidência pretendem usufruir no início do seu governo. Todos preconizam uma inflexão no valor da moeda. Um dólar cotado na faixa de R$ 4,00 seria a meta. Mas ninguém pensa em mexer no tripé macroeconômico. Nem apreciar o real artificialmente, vendendo um pouquinho das reservas cambiais, usando de operações de swap, ou coisas assim. Não é disso que se trata. O governante que vier vai vender Brasil. Na equipe econômica de Lula há o entendimento de que o anúncio de medidas ambientais fortes – inclusive, com projetos de investimentos “limpos” na Amazônia – e um pacote vultoso de empreendimentos voltados à área de energia renovável, tendo a Petrobras e o BNDES como parceiros, trarão um caminhão de dinheiro.

Ainda mais se o petista for o garoto propaganda das medidas no exterior. Lula vende bem. A lógica virtuosa é a mesma de sempre: dólar entrando, real valorizando e inflação caindo. Bolsonaro já iniciou o mesmo movimento. Paulo Guedes aproveitou a reunião do FMI, em Nova York, para vender o Brasil. Apresentou, em diversos encontros com os bancos, a “espetacular” agenda de resultados macroeconômicos do governo: PIB subindo, desemprego e inflação caindo, superavit primário e dívida bruta sob controle.

Se o câmbio cair, melhoram todas as variáveis. Guedes quer que o governo faça marketing no exterior, que trate com ufanismo nossos triunfos: energia renovável e commodities agrícolas, principalmente – o ministro já pisou e repisou que o Brasil é o garantidor da segurança alimentar do mundo. Mas o tiro de maior calibre que Paulo Guedes pretende dar é a privatização da Petrobras. A equipe econômica considera que a operação amassaria o câmbio. O combo inclui também um número de concessões superior ao do “primeiro” governo Bolsonaro. Guedes sempre repete que tem muito dinheiro voando no mundo e que o Brasil, além de ter feito seu MBA em concessões na gestão do coronel Tarcísio Freitas no Ministério da Infraestrutura, reúne os ativos naturais que todos querem. Boas intenções, ideias animadoras, mas de complexa execução. Um real comportadamente apreciado todo mundo quer. A ver quem saca do coldre a tão difícil previsibilidade.

#BNDES #Lula #Ministério da Infraestrutura #Paulo Guedes #Petrobras #PIB

Café brasileiro esfria no ICO

17/10/2022
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A postura do governo Bolsonaro em relação à recente reunião do Conselho Internacional do Café (ICO) gerou insatisfação entre os grandes exportadores brasileiros. Segundo o RR apurou, o setor reivindicou ao governo para que o Brasil fosse representado pelo próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, ou pelo titular da Pasta da Agricultura, Marcos Montes. Nem um nem outro. O governo brasileiro despachou para Bogotá o embaixador em Londres, Marco Farani. O diplomata não é exatamente um estranho no tema. Tem, inclusive, atuado à frente de pautas do interesse do CNC (Conselho Nacional do Café), como a nova legislação da União Europeia, que impõe restrições à compra de produtos agrícolas sem a devida rastreabilidade. No entanto, os exportadores entendem que o governo brasileiro não deu a devida relevância ao momento. Desde fevereiro, o ICO é comandado pela brasileira Vanúsia Nogueira. Os exportadores defendem que a circunstância é favorável à costura de pautas comerciais de interesse do Brasil.

#Conselho Nacional do Café #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

A nova aposta da equipe econômica

14/10/2022
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Antes mesmo de Jair Bolsonaro virar o jogo da reeleição, Paulo Guedes já está catando caquinho para fechar as contas fiscais a partir de 2023. Vale tudo, até soluções aparentemente pouco ortodoxas. A equipe econômica estuda uma nova proposta em torno da liberação dos jogos de azar no país.

A ideia seria vincular a abertura de cassinos à destinação de parte da arrecadação tributária para custear o Auxílio Brasil de R$ 600 durante os quatro anos de mandato. O caráter social do projeto seria uma forma de quebrar resistências à liberação do jogo no Brasil, que vêm, sobretudo, da comunidade evangélica. Não é pouco dinheiro que está em jogo.

Há estimativas de que a permissão para a abertura de cassinos no Brasil poderia gerar uma arrecadação da ordem de R$ 50 bilhões por ano. Ressalte-se que essa cifra ainda poderia ser aumentada com a regulamentação das apostas eletrônicas, leia-se a permissão para que sites internacionais se instalem formalmente no país. O projeto foi aprovado em 2018, mas até hoje o Ministério da Economia não concluiu a regulação da atividade.

#Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Paulo Guedes

FMI e os maus modos de Paulo Guedes

14/10/2022
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“O FMI pode muito bem soltar um posicionamento sobre as declarações desabonadoras de Paulo Guedes em relação à agência. Se o Fundo colocar em dúvida os números apresentados pelo ministro da Economia, será bem pior do que se Guedes acatasse respeitosamente os dados divulgados pela instituição, ainda que discordando deles. Críticas aos critérios das contas do FMI se discutem internamente com a equipe técnica do Fundo.

A lavação de roupa do Guedes é pura campanha eleitoral”. A declaração acima foi dada ao RR por um ex-diretor do Brasil no FMI, ao ser perguntado sobre matéria publicada ontem pelo Valor Econômico abordando os números equivocados da macroeconomia nacional usados por Paulo Guedes para contestar o Fundo, em evento patrocinado pelo J.P. Morgan. Não fosse uma discussão fora do lugar apropriado, os termos deselegantes por si só já seriam suficientes para desautorizar o ministro.

Grosseria gera reações. Caso o problema ficasse apenas na esfera pessoal do ministro, as consequências recairiam em cima dele. Porém, no exterior, Guedes fala em nome do Brasil. Uma manifestação do FMI atrapalha a economia, o país e a própria credibilidade do governo. Pena que Guedes insista em modos de quem não está à altura do cargo.

#FMI #Paulo Guedes

Sabesp no tabuleiro eleitoral

13/10/2022
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Os formuladores do programa econômico de Tarcísio Freitas – à frente economista Samuel Kinoshita, ex-assessor de Paulo Guedes – defendem que o candidato faça uma declaração mais firme sobre a intenção de privatizar a Sabesp. Seria música para os ouvidos do mercado. Desde a passagem de Freitas para o segundo turno das eleições, a ação da empresa de saneamento já acumula uma alta de 16%.

#Paulo Guedes #Sabesp #Tarcísio Freitas

A caça por apoios

5/10/2022
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Paulo Guedes tem feito acenos ao empresário Flavio Rocha com o objetivo de resgatar seu apoio a Jair Bolsonaro. Há duas semanas, o dono da Lojas Riachuelo jantou com Lula, mas, sempre que perguntado sobre eleições, tem repetido que prefere “ficar na moita”. Guedes quer tirá-lo de lá.

Eduardo Bolsonaro está se mexendo para conseguir que Giorgia Meloni, líder da extrema direita italiana e virtual primeira-ministra do país, grave um vídeo em favor da reeleição de Jair Bolsonaro.

O comitê de campanha de Lula, via Henrique Meirelles, está tentando obter uma declaração de apoio de João Doria. Ainda que tenha perdido força no tabuleiro político, Doria carrega o ativo do confronto com Jair Bolsonaro na pandemia.

#Eduardo Bolsonaro #Flavio Rocha #Henrique Meirelles #Jair Bolsonaro #João Doria #Lojas Riachuelo #Lula #Paulo Guedes

O rating de Paulo Guedes caiu

29/09/2022
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A ala política do governo e os próprios filhos de Jair Bolsonaro debitam na conta de Paulo Guedes um erro de timing grosseiro. O entorno de Bolsonaro atribui a Guedes a excessiva demora para a fixação do teto de juros dos empréstimos consignados a beneficiários do Auxílio Brasil. O entendimento é que o ministro da Economia e sua equipe dormiram no ponto e cometeram uma falha grave, tanto do ponto de vista da política econômica quanto, sobretudo, da política-política. A Portaria, com o limite de juros de 3,5%, foi publicada somente na terça-feira, a apenas cinco dias das eleições. Ou seja: Bolsonaro praticamente não terá tempo algum para capitalizar a medida, tratada no comitê de campanha como um valioso ativo eleitoral – ver RR do dia 16 de agosto. Nessa mesma edição, a newsletter já alertava que os bancos não emprestariam dinheiro sem a definição de um teto de juros. E não emprestaram mesmo. O teto veio. Mas, para Bolsonaro, talvez tarde demais.

#Auxílio Brasil #Economia #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Ronaldo busca um parceiro de ataque

26/09/2022
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Ronaldo vai intensificar a busca de um novo sócio para a SAF do Cruzeiro. O “Fenômeno” tem conversas em andamento com investidores do Oriente Médio. Em pauta, a venda de até 20% da sociedade – o ex-jogador detém 90% das ações. Em um exercício meramente hipotético, com base no valuation utilizado para a venda da SAF a Ronaldo, essa fatia estaria avaliada em aproximadamente R$ 90 milhões. A busca por capital novo parte da premissa de que o Cruzeiro terá de aumentar seus investimentos em 2023, com a volta à Série A. O ano de 2022 foi marcado por um “ajuste fiscal” de dar gosto a Paulo Guedes. Em sua primeira temporada como controlador, Ronaldo cortou investimentos, reduziu salários e deu prioridade ao pagamento de dívidas.

#Cruzeiro #Paulo Guedes #SAF

Bolsonaro tem mais combustível pré-eleitoral

2/09/2022
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A maré de boas notícias capazes de aditivar a candidatura de Jair Bolsonaro não ficará restrita à nova queda dos preços dos combustíveis, divulgada ontem pela Petrobras. O comitê de campanha do presidente aposta nas profecias de Paulo Guedes e já trabalha com o surgimento de mais um fato positivo antes das eleições. O ministro segue na contramão dos economistas e analistas e prevê uma taxas de desemprego em agosto na faixa dos 8%. O índice a ser anunciado em setembro cairia como uma luva no discurso eleitoral às vésperas da escolha do futuro presidente. Guedes desdenha das projeções de desaceleração do mercado de trabalho daqui por diante. O que interessa é a fotografia do desemprego agora e não as apostas no porvir, até porque, diz o ministro, o futuro está por ser corrigido e não conta como insumo para o discurso de campanha.

A incansável equipe econômica de Paulo Guedes jogou às favas os pruridos em relação ao compromisso com a ortodoxia. A não inclusão de um benefício médio de R$ 600 do Auxílio Brasil no Orçamento de 2023 já antevê uma PEC ampliada, que livre o governo da discussão repetida, anualmente, sobre a busca de fonte de recursos para custeio do benefício. A futura PEC, a ser anunciada no âmbito da campanha eleitoral, garantirá um Auxílio Brasil de R$ 500 por três anos, menos R$ 100 do que o atual, mas com prazo de duração assegurado por um pedido mais longo.

“E de onde sairá essa dinheirama?”, perguntaria o Conselheiro Acácio, fazendo ouvidos moucos em relação à ferida na Constituição. A PEC do novo Auxílio Brasil permite, assim como foi feito com os precatórios, que os recursos não saiam, plunct, plact, zum, de lugar nenhum. Cairão do firmamento das contas públicas.

Mas Guedes acredita que, mesmo com a PEC garantindo alforria fiscal, é possível buscar financiamento em outras paragens, como uma nova rodada de antecipação de dividendos das estatais, privatizações, venda de ativos imobilizados da União, tributação de dividendos e leilões do pré-sal, só para citar as medidas mais votadas. Para Bolsonaro, o que interessa é o anúncio da sua “bondade” durante a campanha. Melhor três anos de Auxílio Brasil a R$ 500 do que um ano de R$ 600 fadados a sumir na poeira do calendário do próximo ajuste fiscal.

#Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Petrobras

O redemoinho da Petrobras

1/09/2022
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É um crime o que estão fazendo com a Petrobras. Intervenção na política de preços dos combustíveis, indicação para a diretoria fora das exigências estatutárias, desmanche do parque de refino, antecipação e ampliação dos dividendos distribuídos para reduzir o furo do teto de gastos, postergação sem limite de prazos dos investimentos em energia renováveis, descaso em relação à agenda. Esta é a empresa que Paulo Guedes quer privatizar.

#ESG #Paulo Guedes #Petrobras

Esbarrões nada diplomáticos

1/09/2022
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Como se não bastasse o recente entrevero diplomático com o Chile, a Embaixada da China estuda uma manifestação formal ao Itamaraty contra o recente pronunciamento de Paulo Guedes. Na semana passada, em encontro com empresários do agronegócio, o ministro disse “Não queremos a chinesada entrando aqui e acabando com nossas fábricas”.

#Embaixada da China #Paulo Guedes

Quanto vale um ministro na mesa das eleições?

30/08/2022
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A entrevista ao Jornal Nacional e o debate do último domingo deram um gás à terceira via. A candidata Simone Tebet pretende queimar a largada e anunciar nos próximos dias nome chaves que participarão de seu eventual governo. Tebet parte de duas premissas. Como franco atiradora, tem menos a perder do que seus adversários com a imediata divulgação de seus colaboradores. Além disso, é quem mais tem garrafa vazia para vender, ou seja, nomes capazes de fazer diferença na corrida eleitoral. Tebet deverá confirmar Elena Landau como sua ministra da Economia. Não chega a ser exatamente uma grande revelação, já que Elena é coordenadora do programa econômico da candidata.

O fator “novidade” ficaria por conta do anúncio de Armínio Fraga. Tebet teria planos de criar um cargo sob medida para Fraga, uma espécie de ministro da “desconcentração de renda”, que açambarcaria a agenda ESG, na qual o ex-presidente do BC está submerso. No núcleo duro de campanha, comenta-se também uma possível volta de Edmar Bacha ao BNDES. Ele jogaria de tabelinha com Claudio Frischtak, que seria o preferido de Tebet para tocar o Ministério da Infraestrutura. Seria o dueto responsável por tocar o plano de concessões e um programa de retomada de obras públicas.

Por sinal, no que depender de Simone Tebet, o “tucanato” vai aterrissar em peso no seu governo. Outros nomes pretendidos pela candidata são Gustavo Franco, Samuel Pessôa e Rubens Barbosa. Ao anunciar sua “equipe de governo”, Simone Tebet aposta que esse gesto forçará seus adversários a fazer o mesmo, tirando-os de uma confortável zona de silêncio. Até agora, os candidatos mais têm escondido do que revelado seus colaboradores mais próximos. É o caso de Lula: o líder das pesquisas guarda a sete chaves os nomes de potenciais ocupantes de cargos em seu governo. A única informação que o PT deixa vazar é a presença de Aloizio Mercadante como coordenador econômico da campanha.

Não há, no entanto, qualquer garantia de que Mercadante terá alguma função em um eventual mandato de Lula. No entorno do petista, surgem alguns possíveis candidatos para o Ministério da Fazenda, que Lula pretende recriar: os mais notórios são Fernando Haddad e Persio Arida. Haddad só ganha se perder, ou seja, só assumirá a Fazenda se for derrotado nas eleições para o governo de São Paulo, o que hoje parece difícil. Arida, por sua vez, viria na conta de Geraldo Alckmin. Nas hostes petistas, há ainda um terceiro nome que tem sido citado para comandar a Fazenda: o próprio Alckmin. Guardadas as devidas proporções, seria o “FHC de Lula”. O fato é que praticamente todas as especulações sobre o ministro da Fazenda empurram o petista para o centro ou o centro-direita, afastando-o da suas bases eleitorais, o que, de certa forma, explica a sua resistência radical em dar pistas sobre os futuros colaboradores.

A estratégia de Simone Tebet de antecipar parte da sua Esplanada dos Ministérios mira também em Ciro Gomes. Nesse quesito, Ciro talvez esteja mais ao relento do que Lula. O pedetista conta com dois colaboradores na área econômica que estão com ele há mais tempo, Nelson Marconi e Mauro Benevides Filho. Mas não são exatamente nomes que funcionem como ativos eleitorais. Ciro já não tem mais a seu lado personagens como José Alexandre Scheinkman e Marcos Lisboa. Devido às circunstâncias eleitorais, dificilmente voltará a ter. Mesmo Roberto Mangabeira Unger, historicamente ligado ao pedetista, não está tão ativo na campanha como outrora. No caso de Jair Bolsonaro, a expectativa pelos colaboradores em um segundo mandato é compreensivelmente menor. Tudo indica que o eventual Bolsonaro II será um replay do Bolsonaro I, ao menos em cargos chave. Dois exemplos: Paulo Guedes permaneceria onde está; e Tarcísio Freitas tem uma cadeira a sua espera. Segundo fonte da campanha de Bolsonaro, ele voltará ao Ministério da Infraestrutura caso perca as eleições ao governo de São Paulo.

#Armínio Fraga #Ciro Gomes #Elena Landau #Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro #Lula #Ministério da Economia #Paulo Guedes #Simone Tebet

Triângulo

18/08/2022
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O ex-presidente José Sarney está comemorando por antecipação as eleições. De qual candidato? Lula ou Jair Bolsonaro, tanto faz. O MDB será um dos fiéis da balança. Agora e lá na frente.

Paulo Guedes é o termômetro das possibilidades de reeleição de Jair Bolsonaro. Se permanecer ativista, é porque “Bolso” tem boas chances. Caso contrário, o presidente já terá perdido a parada. Melhor pingar uma ficha em cada casa.

Acreditem: Jair Bolsonaro sondou uma visita a FHC. Não é momento para isso. Nem de receber Bolsonaro nem nenhum ex-presidente. O “príncipe” precisa de paz. Só isso.

#Jair Bolsonaro #José Sarney #Lula #MDB #Paulo Guedes

O falso dilema de Bolsonaro entre o bem e o mal

18/08/2022
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Se o cineasta Luis Buñuel vivo fosse, em vez de filmar o roteiro de “O Discreto Charme da Burguesia”, produziria a “Indiscreta Radicalidade da Hipocrisia”. O script seria baseado na guinada de Jair Bolsonaro, mimetizando sua própria antítese: o candidato da candura, do social, do respeito às leis e da pacificação. Esse avatar do Bolsonaro ensaiou seus primeiros passos às vésperas da posse de Alexandre de Moraes à presidência do TSE, na última terça-feira, com o singelo presente de uma camiseta do Corinthians ao príncipe togado.

O comparecimento à cerimônia de coroação seria mais um ingrediente no figurino desse “parcimonioso e legalista” chefe de Estado. Jair Bolsonaro antevia, com certeza, o que iria ouvir no evento sobre urnas e ódio. Foi discreto e até amigável. O “bom” Bolsonaro tem menos de dois meses para reduzir uma elevada rejeição de 45% e recuperar os votos perdidos que o elegeram. É gente com um pé no discurso liberal do ministro Paulo Guedes e o outro fora do discurso grosseirão e da falta de decoro do presidente. Bolsonaro pode mudar o roteiro de suspeição das urnas eletrônicas, aguardando o fim da auditoria militar e afirmando que tudo foi feito com o objetivo da máxima segurança para salvaguardar a democracia.

Aliás, democracia será repetida “ad nauseam” pelo “bom” Bolsonaro, assim como a importância civilizatória do combate à corrupção, bandeira esta que, como todos sabem, tem outro motivo além da boa fé. A democracia servirá até para justificar o aumento da posse de armas, que, de uma forma ou de outra, foi sancionada pela população em referendo bem anterior ao seu governo. Levantar crianças no colo e posar com a família serão fotografias fáceis nesses pouco mais de 40 dias de campanha eleitoral. A “maior vacinação do planeta” será contraposta às críticas ao seu comportamento durante a pandemia. Há números sociais bons na área do emprego e políticas compensatórias.

A equipe econômica do governo procura freneticamente espremer indicadores que reflitam o bom mocismo de Bolsonaro junto aos pobres e miseráveis. Há quem diga que haverá lugar para ministros negros e mais ministras em um eventual segundo mandato, disposição que seria anunciada durante esse período final de campanha. Menções aos LGBTQIA+ é demais até mesmo para o “bom” Bolsonaro. Essa suavização do discurso virá acompanhada de uma enxurra- da de medidas voltadas a ajudar os menos favorecidos.

Há um arsenal de possibilidades – os RRs de 4 e 16 de agosto anteciparam algumas das iniciativas em estudo – inclusive favorecidas por um espaço fiscal maior do que o imaginado. O presidente tem condições de fazer o “bem” nesta resta final da campanha eleitoral. E isto sem maiores críticas dos adversários. Afinal, quem questiona o “bem”? Lembrai-vos da votação maciça pela aprovação do Auxílio Brasil no valor de R$ 600. Bolsonaro jamais acreditou na memória dos brasileiros. Sua existência política é escrita em paralelo com as suas contradições. Nunca foi tão fácil se desdizer. O tempo parece curto. Mas seja como for o “bom” Bolsonaro vem aí.

#Alexandre de Moraes #Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Bolsonaro quer destravar consignado para o Auxílio Brasil

16/08/2022
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A bondade de Jair Bolsonaro não acaba. No rol das propostas em estudo, a equipe econômica discute a construção de uma fórmula que viabilize o crédito consignado aos participantes do Auxílio Brasil utilizando-se uma combinação até então inédita: a criação de um teto de juros vinculado à garantia de um benefício mensal de R$ 500 pelos próximos quatro anos – tempo do “futuro” mandato do atual presidente. Ressalte-se que tanto Lula quanto Bolsonaro já prometeram a manutenção do valor de R$ 600 até o fim de 2023.

O presidente triplicaria a aposta, trocando 12 parcelas de R$ 600 por 48 meses de R$ 500. A conta dos assessores de Paulo Guedes leva em consideração uma redução dos benefícios fiscais, de forma a compensar os gastos adicionais com o Auxílio. Na verdade, a equipe econômica encontraria uma justificativa social e de forte apoio popular para cortar uma parcela das renúncias fiscais – são mais de R$ 300 bilhões por ano distribuídos àqueles que menos precisam.

Ao mesmo tempo, o governo usaria a medida para mitigar a resistência da banca privada em conceder crédito consignado aos que recebem o Auxílio Brasil. Os bancos não querem emprestar sem um teto de juros, com o risco de corrosão da assistência à pobreza. Com a proposta, Bolsonaro condicionaria o discurso de Lula à sua promessa de melhoria do padrão de renda dos mais pobres. Restaria ao petista aumentar a dose ou imitar o adversário. Seria a maior das “bondades” apresentadas por Bolsonaro no seu pacotão eleitoral. Difícil para a oposição criticar a concessão de dinheiro adicional aos mais pobres. Já que “Bolso” estaria dando os recursos e dizendo de onde eles vão sair, não haveria, a priori, comprometimento de ordem fiscal. Além de o governo garantir quatro anos de Auxílio Brasil na casa de R$ 500 e dar uma solução para o “microcrédito emergencial”. Seria um presentão para o 7 de setembro. Menos para Lula, Ciro Gomes e Simone Tebet.

#Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro #Lula #Paulo Guedes

Lula e Bolsonaro flertam com o controle de preços

12/08/2022
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A política de preços, estigmatizada desde o regime militar, ressurgiu no radar dos candidatos à Presidência. Tanto Lula quanto Jair Bolsonaro – leia-se Paulo Guedes – já aceitam que a medida pode ser adotada em casos distintos, quer seja em relação a oligopólios, quer seja em relação a empresas públicas ou privadas que pratiquem preços elevados e resilientes, com grande impacto social. Bolsonaro já cantou essa pedra na área da energia, ameaçando tabelar os preços da Petrobras se a estatal permanecesse elevando os valores dos combustíveis.

O presidente assustou criticando margens elevadas de lucros. A própria redução da alíquota do ICMS nos estados foi uma forma de segurar os preços por uma via oblíqua. Guedes chegou a entabular uma participação dos supermercados na contenção do custo da cesta básica até que a inflação chegue na meta. A operação seria feita por meio da compensação dos represamentos dos preços com um bônus tributário diferido no tempo (ver RR de 13 de junho).

No comitê de formulação do programa econômico do PT, por sua vez, estão sendo discutidas três frentes: um plano de transferência de renda de maior alcance; incentivo e financiamento à infraestrutura, incluindo treinamento de mão de obra e investimento no entorno dos empreendimentos; e uma política ambiental rigorosa, mas em consonância com o mercado. A política de preços estaria contida no item das preocupações sociais. Na verdade, as especulações em relação a “cipagem” relativa da economia – uma alusão ao CIP (Conselho Interministerial de Preços), criado em 1968 e extinto em 1990 – se devem, em boa parte, à perspectiva da inflação estar sendo impulsionada por variáveis de difícil controle.

Entram nesse rol guerra na Rússia, crise na China, preços das commodities e dos combustíveis e histerese – todas com maior ou menor impacto na formação de preços. Há um certo consenso que oligopólios e grandes empresas têm conseguido reduzir vendas e aumentar preços, mantendo suas margens. É como se a política monetária não atingisse o repasse para o consumidor dos seus custos e queda de vendas. Há resistências de toda ordem em relação a essa política, que interfere diretamente no mercado, como se separando o joio do trigo e fazendo com que o governo assuma um papel punitivo em relação à formação de preços. Mas os motivos que levam à inflação alta são cada vez mais exógenos e há ainda a promessa de uma herança fiscal que impede a funcionalidade da política monetária. Por enquanto, os grandes potentados conseguem driblar a redução dos seus preços. Resta saber se vão resistir aos remédios anti-inflacionários do BC e da própria conjuntura econômica. Ou acabarão por ressuscitar o animal pré-histórico do controle de preços.

#BC #China #ICMS #Jair Bolsonaro #Lula #Paulo Guedes #PT #Rússia

O melhor cabo eleitoral de Jair Bolsonaro

11/08/2022
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O comitê de campanha de Jair Bolsonaro está trabalhando com foco em Paulo Guedes. O ministro é considerado o melhor comunicador do governo. E tem “garrafas para vender” ou bons números para mostrar. E mesmo quando os resultados estão aquém do esperado, Guedes tem uma capacidade rara de entortá-los de forma a que eles saiam bem na foto.

Guedes consegue até driblar o tempo em suas falas. Exemplo: a condenação da conjunção adversativa. O ministro rebate o “mas” usado pelos adversários, dizendo que os críticos não querem ver o valor presente da política econômica. Eles procuram sempre o passado – marcados por eventos atípicos, feito a pandemia – ou o futuro, que não aconteceu e está sujeito as correções de rota feitas pelo governo.

O gendarme mais atuante de Bolsonaro aponta sua lança para a fotografia do momento. Neste ano, a inflação cairá, o crescimento da atividade produtiva será maior do que o projetado e a dívida pública em relação ao PIB será reduzida ainda mais. Os investimentos, por sua vez, subirão puxados basicamente pelo setor privado. O resultado fiscal primário também será melhor do que o previsto, o desemprego caiu e continuará caindo, os pobres foram atendidos com auxílios generosos, o preço dos combustíveis está em queda e a agricultura bateu recordes.

Em síntese: 2022 seria o ano da redenção. Para o ministro, o que interessa é o fotograma do presente e não a terra arrasada do porvir. Guedes vai pular de entidade patronal em entidade patronal, levando sua mensagem. A epopeia do ministro parece uma versão adaptada do case de sucesso da celebridade Anderson Franco, vendedor de picolés em Itapetininga, Minas Gerais. Franco construiu uma mansão de 6.600 metros quadrados de puro luxo. Guedes é um vendedor de picolés. Sua mansão é a reeleição do presidente.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #PIB

Assim é se lhe parece

4/08/2022
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No Palácio do Planalto, a avaliação é de que Jair Bolsonaro conseguiu se desvencilhar do caso Pedro Guimarães, demitido da presidência da Caixa Econômica sob a acusação de assédio. Ainda mais depois do conveniente vazamento da informação de que Paulo Guedes vetou o reajuste de 44% do salário de Guimarães, proposto pelo próprio executivo poucos meses antes de deixar o cargo.

#Caixa Econômica #Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Paulo Guedes #Pedro Guimarães

Promessa eleitoral?

27/07/2022
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O ministro Paulo Guedes confidenciou a um banqueiro das antigas que Jair Bolsonaro, caso seja reeleito, surpreenderá muita gente, criando um “Ministério ESG”. Parece mais conversa de Guedes para LGBTQIA+ dormir.

#ESG #Paulo Guedes

Triplex fiscal

27/07/2022
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Paulo Guedes estuda o “teto do teto do teto”. O primeiro foi o teto idealizado; o segundo, o rompido; o novo seria uma âncora fiscal com alguma mobilidade. Tudo depende de Jair Bolsonaro emplacar 2023.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

E o teto?

22/07/2022
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O general Braga Neto, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, costura uma medida que deverá ser o ápice da convenção do PL, neste domingo: a manutenção do valor de R$ 600 para o Auxílio Brasil caso o Presidente seja reeleito. O sofrido Paulo Guedes digere somente mais um ano com a atual cifra do benefício. E olhe lá.

#Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Bye bye Petrobras?

15/07/2022
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O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, com ajuda de ex-companheiros do Ministério da Economia, toca celeremente o projeto de privatização da Petrobras. O prazo para apresentação da Emenda Constitucional encomendada pelo ministro Paulo Guedes é até o final de agosto.

#Adolfo Sachsida #Ministério da Economia #Ministério de Minas e Energia #Paulo Guedes #Petrobras

Pacificador

15/07/2022
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O ministro Paulo Guedes acrescentou uma nova sacada ao seu repertório. Quando seus assessores se dizem indignados com o noticiário a respeito do seu desequilíbrio e agressividade, Guedes mostra a medalha de “pacificador” com a qual foi condecorado pelo Exército, devido a sua atuação na reforma da Previdência. Santo Guedes!

#Paulo Guedes

Privatização universal

14/07/2022
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Paulo Guedes nutre um desejo para o segundo mandato de Bolsonaro: privatizar tudo, sem dó nem piedade. No pacotaço de desestatização entrariam inclusive a Embrapa e a Fiocruz. As duas instituições abririam capital e teriam parte das suas ações vendidas ao setor privado em um modelo public company, mantendo o Estado como o maior acionista individual. O Ministério da Economia informa que não recebeu demanda nesse sentido.

#Embrapa #Fiocruz #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Emprego temporário?

1/07/2022
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Paulo Guedes, que tanto tem reclamado da falta de assessores, quer levar Eduardo Zimmer Sampaio de volta para o governo. Sampaio presidiu a Casa da Moeda nos dois primeiros anos de mandato de Jair Bolsonaro. Deixou o cargo após as frustradas tentativas de privatização da empresa. Hoje está no governo mineiro, mais precisamente na Codemge (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais).

#Casa da Moeda #Eduardo Zimmer Sampaio #Paulo Guedes

Falta cilindrada no consumo

29/06/2022
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Segundo o RR apurou, no primeiro semestre deste ano as vendas de automóveis 1.0 representaram mais de 50% do total de veículos comercializados no Brasil. O dado, que será divulgado pelas montadoras nos próximos dias, chama a atenção: é a primeira em vez em mais de uma década que o volume de carros de mil cilindradas, portanto mais baratos, supera a soma de todos os demais veículos vendidos no país. Em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, os automóveis 1.0 representavam aproximadamente 39% do mercado brasileiro. A tal recuperação em “V” de Paulo Guedes foi parar no acostamento.

#Automóveis #Paulo Guedes

A bonança econômica que antecede a tempestade

29/06/2022
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O presidente Jair Bolsonaro vai surfar em números positivos neste período pré-eleitoral, e possivelmente até o fim do ano, ao contrário do que previu o RR. Em 2023, no entanto, a batata vai queimar a mão de quem segurar o manche do governo. A bomba relógio está na contagem regressiva. Tic tac tic tac… Senão vejamos:

  • Para quem dizia que o desemprego não desceria de dois dígitos – o RR, inclusive – a taxa bateu em 9,5% em maio. Está caindo. Pode descer a 8,5%. Como dizia Keynes, se a realidade muda, nós mudamos.
  • Não bastasse a melhoria do emprego neste ano, o fato é que ela está se dando de forma consistente: praticamente todos os setores vem reduzindo demissões e aumentando a absorção de mão-de-obra.
  • O fim da pandemia, com a reabertura da economia, está tendo seus efeitos positivos além do aguardado.
  • O consumo está aumentando, porque o governo vem soltando recursos não só por meio da ampliação das políticas compensatórias e desonerações – um subsídio ao contrário -, mas também da injeção de grana a conta-gotas.
  • O câmbio apreciado ajuda a indústria, por um lado; por outro, permanece o boom de commodities, que ajudou Lula e Bolsonaro a surfarem nessa onda de riqueza. Commodity não tem ideologia.
  • O PIB pode chegar neste ano aos 2,5% de Paulo Guedes. E mais: pode bater em 3%, em parte pelos arranjos para segurar ou até reduzir os preços dos combustíveis.
  • Portanto, o Natal deve ser bom. Mas também não vai ser um festão. Os consumidores estão poupando ao invés de irem às compras. As comemorações natalinas antecedem o furacão de 2023.
  • Os juros, segundo fontes do próprio BC, mesmo com uma subida da Selic para 13,75%, tendem a caminhar com certa inércia, até porque essa singela recuperação econômica deverá postergar os efeitos restritivos e anti-inflacionário das taxas elevadas. E vice-versa.
  • Os juros deste ano não movem uma palha a inflação de 2022, mas detonam com a economia em 2023.
  • Roberto Campos Neto, conforme aposta do RR, não vai mudar a meta, o que seria recompensador do ponto de vista da política monetária do próximo governo. Sem alterar o target, o presidente do BC vai forçar o futuro ministro da Economia a fazê-lo. Como se espera um make-up do teto, as duas medidas juntas e ao mesmo tempo vão criar uma tensão indesejável nos mercados.
  • Em 2023, podemos colocar uma coroa de espinhos. Um PIB entre -1% e -2,5% (se não der 3% negativos); um desemprego de volta a 12,5% (segundo um banco mais conservador).
  • Vento que venta lá, venta cá. A brisa de 2022 deve se transformar em uma tempestade para a gestão de 2023. Não esquecer que iniciando neste final de ano, e com impacto pleno em 2023, o cenário internacional começa a assumir dimensão imprevisível, com estagflação, eclosão de novas guerras, e o aperto de liquidez no mundo devido à elevação dos juros e do QE do FED e dos BCs europeus, noves fora as crescentes expectativas de default de países  como Rússia e Sri Lanka.

#Economia #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Brasil e Uruguai ensaiam coalizão anti-Mercosul

22/06/2022
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O ministro da Economia, Paulo Guedes tem mantido conversas com seu congênere uruguaio, Danilo Astori, traçando novos cenários para o comércio exterior no segundo semestre. Guedes aposta suas fichas na ascensão do Uruguai à presidência pró tempore do Mercosul para a flexibilização das regras impostas aos países membros em relação a acordos bilaterais. O ministro vê no governo uruguaio um parceiro a favor de tratados individuais, a latere do bloco econômico. O país vizinho tem total interesse na alforria: o Uruguai negocia um acordo com a China, apesar das pressões contrárias do Paraguai e, sobretudo, da Argentina. De qualquer forma, Guedes corre contra o tempo.

#Danilo Astori #Mercosul #Paulo Guedes #Uruguai

Com Bolsonaro a fome tem mais pressa

13/06/2022
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A call do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes com dirigentes de supermercados, na última quinta-feira, é apenas o primeiro ato do projeto de congelamento dos preços da cesta básica. Seria ingênuo, até infantil, que o episódio se concluísse com um pedido singelo de Guedes aos varejistas para não remarcar nas gôndolas os preços dos alimentos essenciais. O segundo ato vem sob a forma de uma proposta sob medida para os supermercados: a contrapartida mediante um crédito tributário, com o resgate diferido no tempo e condicionado à permanência do valor dos alimentos da cesta básica até a inflação convergir para a meta.

Uma segunda alternativa seria um programa de desoneração simples dos alimentos da cesta básica que mais pressionaram a inflação no período. Os supermercados deixariam de faturar alguma parcela da sua margem, que o próprio Guedes reconheceu ser baixa. Como disse o RR na edição de 18 de abril, esse era para ser um item do programa econômico do PT. Pelo jeito, Paulo Guedes foi mais rápido. A newsletter informou que a equipe econômica estava debruçada sobre a análise de diversas propostas para mitigar o efeito da inflação junto aos mais pobres.

A segurança alimentar da população de menor renda está no centro do debate. Os assessores de Guedes pensaram em um vale-alimentação. Mas essa opção carrega contraindicações, tais como o dispêndio ser imediato, e não um precatório, além do fato de a inflação ir comendo no dia seguinte o valor do tíquete. A medida mais provável é a anunciada pelo RR. Bolsonaro, que deu com a sua presença na call um ar de gravidade institucional, pressiona o ministro da Economia para que tome uma decisão urgente. Comida é a palavra-chave.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #PT

Para Paulo Guedes bastava dizer a verdade

31/05/2022
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Paulo Guedes mentiu em Davos. Disse que pela “primeira vez, em 15 anos, o governo zerou o déficit em todos os níveis da federação”. E mais: “Fizemos em 15 meses o que eles fizeram em 15 anos”, referindo-se ao tempo necessário para zerar o déficit. Uma lorota tola e eleitoreira solta feito uma lagartixa no Fórum Econômico. Não foi a primeira vez em 15 anos. E “os outros” fizeram, inclusive, um dever de casa melhor. A verdade é que o governo Lula conseguiu um resultado fiscal superior ao saldo do primário inflado pelo discurso de Guedes.

O ministro não precisava disso. As contas públicas apresentaram um excelente resultado em 2021, com um superavit primário de 2,37% do PIB, o primeiro desde 2013 e o melhor saldo desde 2008. São números do próprio boletim do Ministério da Economia sobre o Resultado Fiscal Estrutural, que confirmam o excesso verbal, digamos assim, de Guedes. Vale registrar que ficaram fora do cálculo das contas públicas o “pepinódromo” dos precatórios e as despesas não recorrentes com a pandemia. Mas tudo bem. Há mérito na performance do ministro.

Entretanto, segundo a Secretaria de Política Econômica (SPE), o resultado fiscal estrutural mais robusto foi observado entre 2003 e 2008, intervalo do governo Lula, atingindo, na média, um patamar de quase 4% do PIB. Obra e graça de Antônio Palocci, não custa rememorar. Com Dilma Rousseff, o resultado do primário ingressou no campo negativo. É difícil entender por que Paulo Guedes insiste em interpretar o Barão de Münchausen.

Não existe motivo para logro. O resultado de janeiro, por exemplo, foi espetacular, com o maior superavit primário (R$ 76,5 bilhões) desde o início da série histórica, em 1997. Guedes não é menos capacitado intelectualmente do que os ministros da Economia do PT. E sua gestão das contas públicas merece louvor. Mas é preciso acabar com a farsa de que o desempenho fiscal no governo Lula foi ruim. Por enquanto, é o melhor em 15 anos.

#Dilma Rousseff #Ministério da Economia #Paulo Guedes #PIB #Resultado Fiscal Estrutural

Apostas

30/05/2022
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Seguem as apostas mais conservadoras de Paulo Guedes: IPCA, 7% a 7,5%; PIB, 2,7%; Selic, 13,25%; dívida/PIB, 79%; desemprego, 9,5%. As mais otimistas ficam entre Urano e Saturno.

#Economia #Paulo Guedes #PIB

Vira casaca nos preços

27/05/2022
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O bochicho de que Paulo Guedes defende um aumento nos preços dos combustíveis de seis em seis meses gerou um novo chiste junto aos companheiros de Pasta. Guedes criaria seu próprio CIP (Conselho Interministerial de Preços), com o nome de CPG (Conselho de Preços do Guedes). Mas há quem defenda um alcance mais restrito, com o “CPG” tornando-se o “CIPP” (Conselho Interministerial de Preços da Petrobras). O CIP foi um dos órgãos mais fortes do regime militar, comandado com mão de ferro pelo poderoso ministro Delfim Netto. Com ou sem “CPG” ou “CIPP”, mais parece que Guedes quer estatizar a Petrobras em vez de privatizá-la.

#Paulo Guedes #Petrobras

A dura costura fiscal do Rio

25/05/2022
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O senador Flavio Bolsonaro mergulhou de cabeça no processo de adesão do Rio de Janeiro ao Regime de Recuperação Fiscal. De um lado, trabalha junto a Paulo Guedes e equipe para aparar arestas nas negociações; do outro, tem feito gestões junto à Alerj, sua antiga Casa. Exigências feitas pelo Ministério da Economia – como o novo teto de gastos no estado e ajustes nas regras do triênio, leia-se o adicional pago a cada três anos aos servidores públicos – precisam ser aprovadas pela Assembleia Legislativa. A dívida do Rio junto à União beira os R$ 100 bilhões.

O economista Paulo Rabello de Castro, coordenador do plano de governo de Claudio Castro, é forte candidato a assumir a Secretaria de Fazenda do Rio em caso de reeleição. No cargo há apenas um mês, o atual secretário, Leonardo Lobo, já virou fósforo queimado, desgastado pela dificuldade na condução das negociações com o Ministério da Economia.

#Alerj #Claudio Castro #Flavio Bolsonaro #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Fundo de reconstrução de Guedes é só a ponta do iceberg

17/05/2022
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O fundo de reconstrução nacional para investimentos em infraestrutura, prometido ontem pelo ministro Paulo Guedes, é o primeiro movimento no tabuleiro após o encaminhamento dos estudos para a privatização da Petrobras. Guedes anunciou que o fundo será constituído das participações que a União detém em diversas companhias. Não especificou em quais. Apenas adiantou que a carteira do BNDES será vendida para geração do funding inicial.

Imagina-se que o fundo de reconstrução não será um segundo BNDESpar e também não terá o mesmo papel de banco de fomento do BNDES. O segundo movimento será a inclusão de outros ativos politicamente mais sensíveis. E o terceiro será adocicar a operação com a venda de uma fração das ações aos funcionários das estatais caso elas realmente venham a ser incluídas no fundo. A título de exemplo, algo similar ao modelo de privatização da Vale, quando o equivalente a 5,1% do capital total foi reservado para os trabalhadores da mineradora. Trata-se de uma engenharia híbrida.

As participações da BNDES-Par em empresas privadas seriam vendidas e os recursos diretamente aportados no fundo. No caso das estatais icônicas, o caminho seria outro: as ações da União nessas empresas seriam transferidas para o fundo. A privatização – seja da Petrobras, do BB ou da Caixa – poderia vir, portanto, por uma via oblíqua, com os devidos cuidados para não parecer uma desestatização lato sensu. Até porque vender uma dessas empresas na atual conjuntura seria um convite ao ingresso em um Vietnã político em plena campanha eleitoral. Curioso é pensar que, de certa forma, Guedes, neoliberal elevado à enésima  potência, está adotando uma ideia de um ícone da esquerda: Ignácio Rangel.

O economista defendia a venda das estatais maduras para a criação de novas estatais ou frentes geradoras de emprego, ao invés do abatimento direto da dívida pública. Como se sabe, investimentos em infraestrutura geram uma enxurrada de postos de trabalho. Verdade seja dita, Paulo Guedes sempre defendeu a criação de um instrumento similar, mas insistia com a tese de que os imóveis da União seriam os ativos aportados no fundo. A ver se o ministro fará todos os movimentos, guardando uma quarta jogada para o xeque-mate: a adoção de uma golden share e uma pílula de veneno, se  realmente o fundo vier a ser securitizado, carregar as estatais “sagradas” e tiver maiores pretensões de buscar dinheiro em mercado.

#BNDES #Paulo Guedes #Petrobras

Vigor e energia

13/05/2022
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A escolha de Adolfo Sachsida para o Ministério das Minas e Energia foi tomada antes de Paulo Guedes ser consultado. O Palácio do Planalto adora o vigor e energia de Sachsida.

#Ministério das Minas e Energia #Paulo Guedes

Empurrando para a frente

13/05/2022
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Em suas simulações fiscais, a equipe econômica cogita postergar para 2024 o início do pagamento de R$ 8,8 bilhões a fundos de pensão – a indenização é referente a perdas por aplicações no Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND), na década de 80. Ainda que forçada pelas circunstâncias, seria uma quebra do acordo firmado com as fundações, que prevê o começo do desembolso para janeiro de 2023. Se bem que, dependendo do que acontecer nas eleições de outubro, 2023 ou 2024 pode não ser mais um problema de Paulo Guedes e cia. Procurado pelo RR, o Ministério da Economia não se pronunciou.

#Ministério da Economia #Paulo Guedes

“Vale adubo”

12/05/2022
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A bancada ruralista se mobiliza para arrancar do Palácio do Planalto mais R$ 500 milhões para o Plano Safra, além do valor adicional de R$ 1,5 bilhão aprovado recentemente. Os recursos seriam destinados a compensar a disparada dos preços dos fertilizantes. De onde sairiam os recursos desse “Vale adubo”? Paulo Guedes que se vire.

#Palácio do Planalto #Paulo Guedes #Plano Safra

Universidade Burger

10/05/2022
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Jorge Paulo Lemann voltou a ser o velho Jorge Paulo com a venda da Eleva, uma escola para príncipes, com mensalidades de até R$ 10 mil? Nada. Jorge Paulo é o mesmo Lemann de sempre, o que compra, junta, reestrutura e vende. No caso do setor de educação, há vantagens adicionais: entre a aquisição e a desmobilização, o bilionário ainda deu uma “marketada” em sua imagem, um lustro ESG colateral aos seus empreendimentos centrais. Seus ativos para valer são os que ora embriagam (Ambev), ora levam à obesidade (Heinz e Burger King). É provável que o empresário compre uma escola para criar um instituto das diversidades ou uma universidade ESG. São bons hedges para quem vem se equilibrando no fio do imposto do pecado, ou seja, o tributo sobre alimentos com açúcares e bebidas alcoólicas que Paulo Guedes ensaia criar desde o início do governo. De  qualquer forma, é melhor um “Jorge Paulo green”, a despeito de intenções marqueteiras.

#Ambev #Eleva #ESG #Jorge Paulo Lemann #Paulo Guedes

“Decreto do dedo duro”

4/05/2022
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O Centrão trabalha para derrubar a proposta apresentada por Paulo Guedes à CGU, que prevê a divulgação dos nomes dos responsáveis por indicações para cargos no Executivo Federal – chamada nos corredores do Congresso de “decreto do dedo duro”. O Centrão já levou essa também.

#CGU #Paulo Guedes

Ação e reação

4/05/2022
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Líderes da bancada do Amazonas no Congresso, como o senador Eduardo Braga, articulam a boca miúda a convocação do ministro Paulo Guedes. O ministro seria chamado para esclarecer os critérios da redução do IPI, que tem sério impacto sobre as indústrias da Zona Franca.

#Amazonas #Eduardo Braga #Paulo Guedes

Cordão amazônico

29/04/2022
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O governo do Amazonas está tentando angariar a adesão de instituições, como a CNI e a OAB, à Ação Direta de Inconstitucionalidade movida no STF contra o decreto que reduziu o IPI em 25% em todo o país. Essas entidades entrariam no processo na condição de “amicus curiae”. Ressalte-se que pode piorar: Paulo Guedes já fala em um corte do imposto de 35%.

#Amazonas #CNI #OAB #Paulo Guedes

Na soleira

19/04/2022
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O private equity Partners Group está rondando uma das maiores redes de varejo da Região Sul. Os suíços já têm um case de sucesso no setor: o Hortifruti, comprado da dupla Julio Bozano e Paulo Guedes em 2015 e vendido à Americanas no ano passado.

#Hortifruti #Lojas Americanas #Paulo Guedes #Private equity Partners Group

O corta e cola de Pastore

13/04/2022
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O economista Affonso Celso Pastore, uma referência no século passado, já foi chefe de Paulo Guedes. Agora parece ter se tornado seu aluno. O programa econômico de governo idealizado por Pastore, por encomenda de Sérgio Moro, é uma cópia deslavada da política econômica de Guedes. Na realidade, há uma sutil diferença: o nome Desenvolvimento, Inclusivo, Sustentável é Ético. As quatro palavras não cabem no governo Bolsonaro.

#Affonso Celso Pastore #Paulo Guedes #Sérgio Moro

Empresários ganham uma fresta no programa de Bolsonaro

6/04/2022
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O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tem feito pressão junto a Paulo Guedes pela realização de um grande evento junto às classes empresariais. O objetivo é a apresentação de um amplo programa de governo que contemple não somente as mudanças estruturais, mas também as demandas específicas de cada setor. Uma das ideias seria a solicitação às diversas entidades empresariais de uma lista das suas sugestões de forma a absorver alguma delas no programa de ações do segundo mandato.

Nogueira acha que há uma janela de oportunidade para que Jair Bolsonaro atenda às necessidades do empresariado, enfatizando, através do diálogo, a sua diferença em relação a Lula, que não tem programa nem interlocução com os dirigentes do setor privado. O script do evento já estaria pronto: Bolsonaro seria responsável pela abertura, Paulo Guedes faria seu show off e alguns dos mais representativos mandatários de entidades empresariais, escolhidos a dedo, teriam seus minutos para considerações sobre a iniciativa.

Nogueira imagina que seria possível colocar centenas de empresários no evento, que provavelmente ocorreria em Brasília. A ideia é trazer a narrativa de um programa econômico participativo para a campanha eleitoral de Bolsonaro. Aparentemente, tendo em vista a sua governança pretérita, só cola se o empresariado tiver muito medo de Lula.

#Ciro Nogueira #Jair Bolsonaro #Lula #Paulo Guedes

Muito barulho por nada

25/03/2022
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Os US$ 9,5 milhões de Paulo Guedes depositados em uma offshore no Caribe correspondem a míseros 0,0017% do total de recursos de brasileiros no exterior – cerca de US$ 558 bilhões. Isso, claro, levando-se em consideração apenas a conta revelada nos Pandora Papers. Cabe lembrar que, inicialmente, o ministro se recusou a apresentar os números de seus investimentos ao Congresso, com a alegação de que já tinha declarado toda a documentação à Receita e ao Banco Central. No final da história, foi muita palha queimada à toa.

#Banco Central #Pandora Papers #Paulo Guedes

Palavra do ministro da Economia

24/03/2022
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Paulo Guedes tem dito, em suas conversas com interlocutores do mercado, que quem apostar em um dólar acima de R$ 5,10 a R$ 5,20 vai perder dinheiro. Segundo o ministro da Economia, com mais de US$ 350 bilhões em reservas e a tropa de choque de operadores da mesa de câmbio do Banco Central, pilotados por Roberto Campos Neto, pode vir a terceira guerra mundial que o dólar não dispara.

#Banco Central #Paulo Guedes #Roberto Campos Neto

Mais um espinho diplomático de Paulo Guedes

23/03/2022
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O repúdio do governo do Paraguai à recente declaração de Paulo Guedes em relação ao país não se restringiu à nota publicada no Twitter no fim de semana. Segundo uma fonte do Itamaraty, na última segunda-feira o Ministério das Relações Exteriores fez chegar à Embaixada do Brasil em Assunção, mais precisamente ao diplomata João Carlos Storti, encarregado de Negócios, um protesto contra a fala do ministro da Economia. Na sexta-feira passada, Guedes disse que o “Paraguai se tornou praticamente um estado brasileiro com impostos baixos, atraindo de plantadores de soja a fabricantes de chicote elétrico”. O timing para a rusga diplomática não poderia ser mais inconveniente. Nos próximos dias, José Antônio Marcondes de Carvalho assumirá a Embaixada do Brasil em Assunção. Some-se a isso o fato de que nos próximos meses os governos dos dois países iniciarão formalmente as tratativas para a renovação do Tratado de Itaipu.

#Ministério das Relações Exteriores #Paraguai #Paulo Guedes #Tratado de Itaipu

A banalização do estado de calamidade

16/03/2022
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À luz do dia, o governo e o Congresso Nacional – leia-se os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco – tentam empurrar a decretação do estado de calamidade para baixo do tapete. Mas, na penumbra da noite, em conversas internas, o projeto ainda permanece como uma das soluções mais cogitadas pelas partes envolvidas para mitigar o estrago provocado pelo aumento dos preços dos combustíveis. A motivação para o decreto poderia vir do risco de crise na mobilidade interna. O custo dos combustíveis, além do impacto inflacionário direto e da fragmentação das cadeias de suprimento, poderia atingir o direito de ir e vir.

Ou seja: faltaria transporte para a população. Na verdade, a decretação do estado de calamidade teria como objetivo subliminar equacionar a questão da Lei da Responsabilidade Fiscal. As propostas para diluir o aumento do preço dos combustíveis que estão à mesa – redução do ICMS ou uso dos dividendos da Petrobras – ferem a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), conforme disse o RR. O auxílio emergencial complementar, uma ideia da área política do governo, viria também para se contrapor ao inevitável aumento das passagens de ônibus. O problema de ordem impeditiva seria a dificuldade de encontrar fundos para compensação do gasto ou subsídio, conforme reza a LRF.

Paulo Guedes gosta da ideia do Decreto de Calamidade, e não está nem aí para a sua banalização – o expediente foi usado na pandemia e cogitado outras vezes. É a forma mais simples para não mexer na arquitetura fiscal. A medida teria também benefício eleitoral. A narrativa é que o decreto responde à preocupação com a mobilidade do povo, que precisa ir ao trabalho, aos hospitais e levar seus filhos na escola. E a guerra entre Rússia e Ucrânia pode levar a qualquer momento a um novo aumento de preços.

O discurso inteiro, na realidade, deixa atrás da cortina um fator sobrepujante: a LRF continua em vigor, e seu descumprimento pode levar as autoridades à cadeia. Paulo Guedes entende bem a dimensão do problema. Tanto que em outras vezes, em situação de dilema no cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, disse com todas as letras que “não queria ser preso”. O Decreto de Calamidade resolve de pronto esse temor.

#Arthur Lira #ICMS #Paulo Guedes #Rodrigo Pacheco

IPO a caminho

11/03/2022
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O RR apurou que o IPO do Caixa Tem, o banco digital da CEF, será realizado até junho. A oferta deverá chegar a 20% do capital. O valuation? O Paulo Guedes já andou falando publicamente que o banco vale “uns R$ 100 bilhões”. A ver.

#Caixa Tem #Paulo Guedes

Lula vai furar o teto para reduzir preço dos combustíveis

18/02/2022
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A declaração de Lula de que pretende “abrasileirar” os preços dos combustíveis derivados de petróleo é apenas a ponta do iceberg de um projeto para a criação de diversos fundos dirigidos. O petista guarda enorme simpatia pela ideia, que permitiria a distribuição de receitas extraorçamentárias não somente para a “desinternacionalização” dos preços do petróleo, assim como para a erradicação da pobreza e o investimento em infraestrutura. Lula, é claro, sinaliza que o teto de gastos vai para o espaço. O ministro da Economia, Paulo Guedes, pensou uma coisa parecida, mas restrita ao combate à miséria. Guedes nominou a iniciativa de Fundo Distribuidor de Riqueza e disse que ia jogar dinheiro de helicóptero para os pobres. Não saiu do blá blá blá.

#Lula #Paulo Guedes #Petróleo

Lula namora a “Reforma da Desigualdade”

14/02/2022
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Lula continua Lula no que diz respeito à política econômica de seu eventual governo: estimula assessores a fazer pronunciamentos ou vazar ideias para depois ignorá-los ou desautorizá-los, como ocorreu recentemente com Guido Mantega. No entanto, o petista tem suas preferências. No momento, entre as cartas na mesa, o que mais enche os olhos de Lula é a chamada “Reforma da Desigualdade”, como informa a edição de fevereiro do boletim Prospectiva produzido pela Insight Comunicação, que circula desde a última semana. Na prática, trata-se de um colar no qual o petista planeja pendurar uma série de ações, entre as quais iniciativas contidas nas reformas do próprio ministro Paulo Guedes.

A “Reforma da Desigualdade” enfeixaria a tributação de dividendos, ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para a população de menor rendimento (assessores do candidato citam a linha de corte de R$ 6 mil) e aumento da tributação sobre herança e sobre o lucro. No pacotão entrariam ainda a redução de incentivos fiscais, com a extinção ou remanejamento de alguns benefícios. Ainda de acordo com informações apuradas junto a auxiliares de Lula, a tributação do patrimônio ou de grandes fortunas, fetiche da esquerda, não figuraria no rol de medidas fiscais.

Lula é um pragmático. Noves fora diferenças ideológicas, sabe que diversas das medidas contidas nas reformas estruturais de Paulo Guedes são inexoráveis. Nesse sentido, a “Reforma da Desigualdade” permitirá empacotar muitas das propostas do atual ministro em uma nova embalagem e um novo discurso. Seria uma agenda com um pé no fiscal e outro no social. Ou seja: o objetivo é reduzir a diferença de renda sem causar desequilíbrio nas contas públicas.

Para isso, as medidas englobariam também o funcionalismo federal. Uma das ações seria reduzir a distância na remuneração entre algumas esferas dos Poderes da República e o setor privado. Assessores de Lula citam também a criação de uma regra para a correção do salário dos servidores. O petista pretende brandir a “Reforma da Desigualdade” ao lado do meio ambiente e de políticas sociais como um emblema do seu governo no exterior.

#Guido Mantega #Imposto de Renda #Lula #Paulo Guedes

Paulo Guedes tenta manter o último dos seus moicanos

11/02/2022
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, está gastando toda sua lábia para manter seu chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos, Adolfo Sachsida, no cargo. A importância da sua presença no governo vai além da sua competência. Sachsida é o colaborador mais ligado a Guedes.

Depois do próprio ministro, é o quadro que mais se pronuncia, publicamente, sobre a política econômica, inclusive em bolas divididas com o Congresso. A permanência de Sachsida tem um caráter simbólico. Sua deserção sinalizará que Guedes está ficando inteiramente solitário. O êxodo do Ministério da Economia chama realmente a atenção.

Desde o início do governo, 12 assessores de Guedes já deixaram seus cargos, entre os quais colaboradores de primeira hora e “Chicago ´s Olds” puro-sangue, como Rubem Novaes, ex-presidente do BB, e Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobras. No entanto, a saída que mais doeu para o ministro foi a do ex-secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal.

#Adolfo Sachsida #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Oráculo

3/02/2022
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Paulo Guedes, só para não variar, falou demais. A “revelação” de que o ministro do TCU Vital do Rego apoia a privatização da Eletrobras, feita por Guedes na semana passada, caiu muito mal dentro da Corte. Quem sabe, na próxima, ele não antecipa o voto de um ministro do STF?

#Eletrobras #Paulo Guedes

Negociação azeda

26/01/2022
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Romeu Zema recebeu um duro recado da equipe do ministro Paulo Guedes. Entre outras condicionantes, a adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal só sai se Zema declinar da promessa de reajuste do funcionalismo público neste semestre, notadamente dos agentes de segurança pública.

#Paulo Guedes #Romeu Zema

Picuinhas da quinta série

25/01/2022
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Como a Ciência e Tecnologia vão de vento em popa no Brasil – para não dizer o contrário -, Marcos Pontes tem encontrado tempo de sobra para fazer troça de Paulo Guedes. Esse é o clima das visitas que ele tem realizado a institutos vinculados a sua Pasta para entregar um certificado de “100% de execução orçamentária” em 2021. Nos encontros, sobram gracejos e piadas contra Guedes. Em outubro, o ministro da Economia referiu-se a Pontes como “astronauta burro”, por supostamente não saber gerir as verbas do seu Ministério.

#Marcos Pontes #Paulo Guedes

Algodão entre cristais

24/01/2022
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Flavio Bolsonaro tem participado ativamente das negociações para a inclusão do Rio de Janeiro no Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Mais do que isso: está empenhado em aparar as arestas entre o governador Claudio Castro e Paulo Guedes. O ministro está intransigente, a ponto de Castro perguntar a ele: “Onde é mesmo que o senhor mora?”

#Claudio Castro #Flavio Bolsonaro #Paulo Guedes

O teto de Doria

20/01/2022
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João Doria vem tentando atrair para a sua “equipe econômica” Bruno Funchal, ex-secretário do Tesouro e Orçamento de Paulo Guedes e defensor intransigente do teto de gastos.

#João Doria #Paulo Guedes

Prole de Bolsonaro “assume” o orçamento ao lado de Guedes

19/01/2022
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Os filhos do presidente Jair Bolsonaro, notadamente Eduardo e Flavio Bolsonaro, têm se reunido constantemente nos últimos dias com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir o tamanho do  espaço fiscal para gastos eleitorais e as medidas de apelo popular que cabem no Orçamento. Junto com Guedes, a prole de Bolsonaro está passando um pente fino nas diversas possibilidades de prebendas e projetos assistencialistas que podem ser realizadas desde o início da campanha. Há de tudo um pouco: desde subsídio aos passageiros no transporte urbano até o aumento de algumas castas do funcionalismo público, tais como os auditores da Receita Federal.

Sobrarão iniciativas para afagar o eleitorado do Rio e de São Paulo, estados onde os filhos de Bolsonaro mantêm sua base política. o ministro da Economia está sensível às demandas, porém quer encaixá-las direitinho dentro dos limites. Mesmo com o decreto que dá poderes à Casa Civil para a execução dos gastos previstos no Orçamento, Guedes considera que a proximidade com os filhos do presidente pode ser um hedge no caso de pressões que possam ameaçar o teto de gastos.

O ministro não quer concluir seu mandato – em caso de derrota de Bolsonaro -, levando novamente a pecha de “fura-teto”. No momento, o Centrão, que foi um salva-vidas, pode se tornar a nova “âncora fiscal”, arrastando Guedes para as profundezas dos seus próprios temores.

#Casa Civil #Eduardo Bolsonaro #Flavio Bolsonaro #Paulo Guedes

Choro de vencedor

7/01/2022
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Cid Gomes levou, mas, ainda assim, continua disparando flechadas contra Paulo Guedes. Nos bastidores do Congresso, o senador acusa Guedes e equipe de terem trabalhado contra a autorização para o Ceará obter um empréstimo de US$ 52 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), liberado ao apagar das luzes de 2021. Sob a ótica do irmão de Ciro, o Ministério da Economia teria retido o pedido de aprovação por mais de dois meses, por motivações de ordem política. Assim é se lhe parece.

#Cid Gomes #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Que venham 2022 e o “furos” nossos de cada dia

30/12/2021
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Ao longo de 2021, o RR foi a dose de reforço contra a desinformação. Ao todo foram 273 edições, com 3.986 notas e matérias. A newsletter levou seus assinantes para os bastidores do Poder, antecipando as notícias mais relevantes dos meios político e empresarial. A seguir, elencamos alguns dos principais acertos em 2021 – não caberiam todos aqui. No que talvez seja o grande fato macroeconômico do ano, o RR antecipou o desmoronamento do teto fiscal.

A publicação tratou do tema de forma mais aguda nas edições de 2 de setembro e de 20 de outubro. Nesta última, na matéria “Auxílio Brasil abre caminho para nova régua fiscal”, antecipamos uma guinada na política econômica, com a relativização do teto. Em 16 de novembro, o RR revelou também os estudos da equipe econômica para liberar um espaço de até R$ 150 bilhões nos gastos orçamentários – R$ 90 bilhões exatamente com a mudança na regra do teto, com a PEC dos Precatórios e a acomodação do Auxílio Brasil. Apenas três dias depois, o relatório final do Orçamento de 2022 era apresentado, com uma folga fiscal da ordem de R$ 113 bilhões.

O Auxílio Brasil, por sinal, é peça fundamental de toda essa reengenharia fiscal. Em 3 de março, o RR divulgou, com exclusividade, as discussões no Palácio do Planalto e no Ministério da Economia para que o benefício fosse estendido até o fim de 2021 ou transformado em benefício permanente, com valor entre R$ 250 e R$ 300. Dito e feito! O programa de transferência de renda perdurou até o final do ano e serviu de proxy para o Auxílio Brasil, com o pagamento fixo de R$ 400.

O assinante do RR soube também com exclusividade dos estudos de Paulo Guedes e cia. para a criação de uma espécie de fundo patrimonial, composto por imóveis da União, ações e dividendos de estatais, entre outros ativos. O RR tratou do assunto nas edições de 19 de agosto e 25 de outubro. No início de dezembro, Guedes falaria publicamente da medida, anunciando, inclusive, a intenção do governo de criar um Ministério do Patrimônio. Em 27 de julho, mais uma informação de primeira: a newsletter divulgou que o Ministério da Economia havia retomado os estudos para a fusão do IBGE e do IPEA. O “IBGEPea” tardou, mas não falhou: em dezembro, Paulo Guedes anunciava os planos de criação de uma Supersecretaria, juntando os dois institutos.

O fim do “golpe”

O RR acompanhou de perto – para não dizer de dentro – as tensões e distensões no relacionamento entre o presidente Jair Bolsonaro e as Forças Armadas. Em 6 de abril, poucos dias após a inédita saída conjunta dos três Comandantes das Forças Armadas, maquiada sob a forma de demissão, a newsletter já relatava articulações nos bastidores para o desmantelamento do “blefe do golpe” – leia-se a fantasia de uma ruptura institucional, com o apoio do Exército, alimentada por Bolsonaro. Ao longo do tempo, o esfriamento das relações entre os militares e o presidente se confirmaria.

À mercê dos hackers

O RR foi pioneiro em descortinar a fragilidade da defesa cibernética do Estado brasileiro, agravada pela concentração de dados pessoais nas mãos do governo. Em 12 de fevereiro, a publicação revelou a preocupação do GSI e da Secretária de Assuntos Estratégicos com possíveis ataques a sistemas de órgãos públicos. Em 8 de outubro, o RR divulgou, com exclusividade, que o TCU faria uma auditoria na estrutura de TI do Ministério da Saúde após detectar 24 “riscos significativos” de invasão da plataforma da Pasta. Estava escrito: no dia 10 de dezembro, cibercriminosos invadiram os sistemas da Saúde, tirando o Conect SUS do ar.

Pária nos direitos humanos

Além da catástrofe da Covid-19, com seus mais de 600 mil mortos, o presidente Bolsonaro também colocou o país na contramão das grandes nações e entidades multilaterais na agenda dos direitos humanos. Em 21 de setembro, a newsletter revelou que o Conselho de Direitos Humanos da ONU estava preparando um relatório com duras críticas às políticas do governo brasileiro para as populações indígenas. Assim foi: o documento viria à tona uma semana depois. Outras flechadas se seguiram. Em 27 de outubro, a publicação informou que a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira estava preparando um manifesto contra o presidente Bolsonaro a ser apresentado na COP 26. Somente dois dias depois, a notícia seria divulgada por outros veículos.

Roleta de cargos

A capacidade do RR de antever os movimentos do Poder permitiu também aos assinantes saber, com exclusividade, de mudanças em cargos importantes do governo. Em 27 de janeiro, a newsletter já tratava das articulações feitas pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, para defenestrar o presidente do Banco do Nordeste, Romildo Rolim. Custou até que Costa Neto conseguisse seu intento, mas Rolim acabaria afastado do cargo em setembro. Em 5 de fevereiro, o RR noticiou que Jair Bolsonaro estava prestes a dar um “cartão vermelho” ao presidente do Banco Brasil, André Brandão. O executivo deixaria o posto em meados de março. Na edição de 15 de setembro, o assinante da newsletter soube, em primeira mão, que o destino de Leonardo Rolim, então presidente do INSS, estava selado: ele seria demitido pelo ministro Onyx Lorenzoni. Bingo! A exoneração foi oficializada em 5 de novembro. Em 19 de outubro, o RR informou que mais dois auxiliares de Paulo Guedes estavam prestes a deixar seus cargos, apesar do apelo do ministro para que permanecessem. O fato se consumaria de forma ainda pior: dois dias depois, não apenas dois, mas quatro assessores diretos de Guedes deixaram o governo.

Por dentro das empresas

Como de hábito, o RR destacou-se também por antecipar algumas das principais informações do universo corporativo de 2021. Em 19 de janeiro, a newsletter cravou que o IPO da Caixa Seguridade seria realizado em abril, o que se confirmou três meses depois. Em 10 de fevereiro, a newsletter revelou o interesse da cearense Pague Menos em comprar a rede de drogarias Extrafarma, até então pertencente ao Grupo Ultra.

O negócio se consumaria em 18 de maio. Em 25 de março, o assinante do RR soube que a Equatorial Energia entraria na disputa pela Companhia Energética do Amapá. Não só entrou como arrematou a empresa. Em 14 de maio, a publicação revelou não apenas o interesse da CSN em comprar as operações da LafargeHolcim no Brasil, mas também as tratativas entre Votorantim e InterCement, leia-se o Grupo Mover (antiga Camargo Corrêa) para adquirir os ativos de forma fatiada. Em 30 de junho, outros veículos confirmariam as gestões entre Votorantim e Mover.

No fim das contas, a CSN sairia vencedora na disputa pelos negócios da LafargeHolcim. Em 13 de agosto, o RR publicou, de forma exclusiva, as negociações para a venda da fabricante de fertilizantes Heringer à russa Eurochem. Não deu outra: a operação seria fechada pouco antes do Natal. Em 8 de setembro, a newsletter antecipou que dificilmente o IPO da Unigel seria realizado em razão das condições financeiras da empresa.

Dois meses depois, a abertura de capital foi suspensa. Ao apagar das luzes de 2021, mais um furo. Em 22 de dezembro, o RR informou que a Petrobras estava prestes a fechar a venda de mais um ativo ainda neste ano. No dia seguinte, a estatal anunciou a alienação de um pacote de participações no Polo Carmópolis, em Sergipe, por US$ 1,1 bilhão. Por razões óbvias, 2022 promete ser um ano de fortes emoções. Mas, com o RR, não há polarizações. O único lado da newsletter é o compromisso de levar a seus assinantes informações e análises exclusivas. A todos, um Feliz Ano Novo!

#Auxílio Brasil #Equatorial Energia #Extrafarma #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Onyx Lorenzoni #Paulo Guedes #TCU #Votorantim

Um cargo sob medida para o amigo de Guedes

28/12/2021
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A indicação do economista Carlos da Costa, ex-secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, como uma espécie de attaché da Pasta, em Washington, demonstra que Paulo Guedes é realmente amigo dos amigos. O ministro sabe que não há motivo para ingressar na seara do Itamaraty, que sempre teve seus expoentes na embaixada local. Querer fazer “diplomacia empresarial”, a essa altura, é uma provocação desnecessária e uma humilhação besta em relação ao chanceler Carlos França.

Além do mais, Carlos da Costa é conhecido por criar antipatias e animosidades. Isso já foi registrado em vários veículos de comunicação. Não é um profissional “gostável”, digamos assim. Além disso, montar mais uma estrutura em Washington, custa dinheiro.

Costa ainda levará um assessor particular. Para um liberal ortodoxo como Guedes isso deveria soar mal, mesmo que a monta seja pequena e a alma não valha a pena. Costa foi braço direito do ministro quando ele era o dono do IBMEC. Tocava a instituição em São Paulo. Era o craque do management e do marketing dos MBA. É um bom profissional e um Guedes boy que jamais trairia o patrão. Recebeu o quinhão pela sua lealdade. Ser amigo sempre vale a pena.

#Carlos da Costa #Ibmec #MBA #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Jantar entre Lula e Alckmin foi só um aperitivo

21/12/2021
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Má notícia para as esquerdas. O primeiro governo, digamos assim, do novo governo Lula, será de centro, mais para centro-direita, em alguns pontos até de direita. A provável indicação de Geraldo Alckmin para compor a chapa que disputará as eleições de 2022 é só uma pitada da inflexão de Lula. O ex-presidente, caso seja eleito – o que deverá ocorrer se as pesquisas não estiverem todas erradas -, terá de fazer as reformas estruturais administrativa, tributária e federativa, além de prosseguir criando os marcos regulatórios.

Mas não é a política econômica de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes? Mais ou menos. Podem ser retiradas do pacote algumas privatizações mais sensíveis e a abertura econômica. O resto cabe todo. O diagnóstico de Guedes sempre esteve certo, como disse inúmeras vezes o RR. As medidas é que sempre carregaram excessos ou equívocos de formulação. Lula será o seu próprio ministro da Economia, ou seja, dosará os excessos e ditará a dosimetria correta na orientação da política econômica. Tudo o que Bolsonaro não foi. A inclinação para a direita tem outro objetivo.

O petista quer pacificar o país. Se as eleições fossem hoje, o presidente deixaria entre 20% e 25% do seu eleitorado órfão. E furioso. É nesse público que Lula mira, além do sempre presente mercado. É preciso acalmar a tropa bolsonarista, que, como todos sabem, é extremista e capaz de desatinos. As medidas de “direita” serão tomadas logo na primeira hora. Sendo eleito, Lula aproveitará a circunstância positiva para passar as reformas, as suas reformas. Pode ser que dê uma refitada, inclusive, na reforma da Previdência, que foi meio carcomida pelos gastos com a pandemia. O ex-presidente acredita que consegue conciliar essas medidas com as políticas sociais prometidas. Portanto, o saco de Papai Noel que Lula pretende trazer ano que vem não será pintado de vermelho. Nele caberão presentes para todos os gostos, em alguns casos principalmente os da direita.

#Geraldo Alckmin #Jair Bolsonaro #Lula #Paulo Guedes

Crônica do desamor entre gigantes – Parte I

15/12/2021
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As críticas do ministro Paulo Guedes ao professor Affonso Celso Pastore, porque ele serviu ao regime militar – foi presidente do BC no governo do general Figueiredo -, são desonestas. Guedes tinha em Pastore sua referência intelectual quando jovem. Trabalhou na Funcef à época em que a instituição era dirigida pelo seu atual desafeto.

De lá pulou para o IBMEC – sob a direção geral de Roberto Castello Branco e a presidência de João Paulo dos Reis Velloso. Muitos ouviram Guedes se rasgar em elogios a Pastore nas aulas e conversas com os professores da antiga instituição, quando ela se situava bem em frente ao Museu de Arte Moderna (MAM), lá pela década de 80. O atual ministro metia o malho em Mario Henrique Simonsen e afagava seu então dileto economista.

Depois virou casaca e passou a achar Simonsen “o maior de todos os tempos no Brasil”. O folclórico e falecido economista Augusto Bragança – uma espécie de “Roniquito” do setor (Quem conheceu Ronald Russel Wallace de Chevalier, irmão de Scarlet Moon e amigo de Simonsen vai entender a comparação) – implicou com os exagerados elogios. Um dia, Bragança, que também era pesquisador do IBMEC, cismou que daria “uma porrada” em Guedes se ouvisse ele repetir a cantilena de novo. A ameaça foi testemunhada por muitos pesquisadores da casa. E assustou uns e outros. Afinal, Bragança tinha um pé fora da casinha. Mas, ficou nisso. “Bragunça”, como era chamado, no fundo até gostava de Guedes. Achava ele engraçado. Pois é.

 

Um triângulo entre notáveis economistas – Parte II

O triângulo Affonso Celso Pastore, Mario Henrique Simonsen e Paulo Guedes, ainda que este último fosse à época apenas um coadjuvante, teve seus outros momentos de estranheza, no qual a dubiedade do atual ministro da Economia se fez presente. Em um deles, o general Golbery do Couto e Silva é quem pontifica. Guedes não gostava de Simonsen, que desdenhava de Guedes, que gostava de Pastore, que era do time de Delfim, que tinha pinimba com Simonsen.

Um episódio do qual o RR tem certeza foi o da participação do general Golbery em uma “fofocalhada”. Durante evento fechado para empresários, Guedes e Pastore meteram o malho em Simonsen, que era então ministro da Fazenda. Golbery, que adorava Simonsen, fez chegar a ele uma fita gravada pelo SNI, registrando as frases nada airosas de Pastore e Guedes. Pouco depois, Pastore e Simonsen teriam se encontrado no Aeroporto Santos Dumont, ambos indo para SP.

O primeiro estendeu a mão ao segundo, que não levantou a sua para cumprimentar o “melhor Chicago boy do Brasil” – título que disputava com outro presidente do  BC durante o regime militar, Carlos Geraldo Langoni. Pastore, que não era de levar desaforo para casa, baixou as mãos e deu de costas a Simonsen. E esfriaram relações durante um bom tempo. Porém, a animosidade não foi eterna. Pastore nunca entendeu o episódio, pois não sabia da fita do SNI. A partir daí aumentou o descaso de Simonsen por Guedes. É só uma historieta do desamor cruzado entre três grandes economistas.

#Affonso Celso Pastore #Ibmec #Mario Henrique Simonsen #Museu de Arte Moderna #Paulo Guedes #Roberto Castello Branco

Banco Central e Ministério da Economia batem cabeça

10/12/2021
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O Banco Central e o Ministério da Economia estão dançando um minueto com os pés trocados. Trata-se de uma inovadora comédia entre a razão fiscal e a monetária. Em seus comunicados, o BC tem apontado o desequilíbrio das contas do governo como a principal razão para a atual política de juros altos. A disparada da Selic, portanto, seria uma consequência da frouxidão do governo no controle dos gastos públicos. Ou seja: Inflação? Baixo crescimento? Desemprego? Juros nas alturas? Culpa do desajuste fiscal.

Em última instância, culpa de Paulo Guedes e cia. Como se diz no BC, “não fomos nós que não fizemos uma política fiscal sólida ou fracassamos na agenda de reformas”. Chumbo de lá, chumbo de cá. O que se comenta na equipe econômica é que o Banco Central tenta varrer a sujeira de uma política de juros asfixiante para debaixo do tapete alheio. Na verdade, a inflação elevada decorre da quebra das cadeias de produção globais, das cotações elevadas das commodities internacionais, da crise hídrica e da subida dos preços dos combustíveis, além, é claro, da tensão provocada pela polarização eleitoral entre Lula e Jair Bolsonaro.

Ou seja: todos fatores exógenos ao Ministério da Economia. Guedes e cia. contam em sua defesa com a expressiva redução do déficit primário em relação ao PIB. Em 2020, o buraco nas contas públicas foi o equivalente a 10,5% do Produto Interno Bruto. Para este ano, a previsão é de que esse índice possa cair até a 1% do PIB. Pode ser até que o déficit venha a ser zerado em 2022. E a dívida interna bruta deve descer para 80% do PIB – há dois anos, esperava-se que essa relação passasse dos 100%. Ou seja: “Que lassidão é essa de que tanto o BC reclama?”, questionam assessores de Paulo Guedes.

#Banco Central #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Ajuste fiscal

8/12/2021
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Paulo Guedes pressiona o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) a acelerar sua pauta de julgamentos. Guedes e cia. enxergam na miríade de processos do Carf a possibilidade de aumentar a arrecadação, com recursos que estão indexados à morosidade do Conselho. O estoque de ações pendentes no órgão beira R$ 1 trilhão.

#Conselho Administrativo de Recursos Fiscais #Paulo Guedes

Os efeitos colaterais do “IBGEPEA”

7/12/2021
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O embolamento do IBGE e do Ipea sob o guarda-chuva de uma secretaria especial do Ministério da Economia, com a consequente criação de uma espécie de “think thank Brasil”, pode até fazer sentido. Mas é importante observar os riscos da iniciativa. Ela vai aumentar, em alguma medida, o controle político das duas instituições. Paulo Guedes detesta o IBGE e afaga o IPEA. E a nova Secretaria Especial de Estudos Econômicos será comandada por Adolfo Sachsida, que, notoriamente, não tem o nível acadêmico aguardado para comandar a superestrutura de dados e pesquisas dos dois órgãos. Mas Sachsida é hoje o braço direito de Guedes e opera com desenvoltura na área política. Mais o RR não diz. Mas já disse, antecipando essa “fusão” e suas consequências nas edições de 26 de agosto de 2019 e, mais recen[1]temente, 27 de julho de 2021.

#IBGE #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Ministro Paulo Guedes reinventa a roda fiscal

6/12/2021
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Pode ser que o RR esteja enxergando além da realidade, mas o teto de gastos não será mais um problema em 2022. Igualmente não serão problema os gastos sociais do próximo ano. Estava bem à frente do nariz a criação de um fundo composto por patrimônio do governo – o ministro da Economia, inclusive, vai instituir uma Pasta com o mesmo nome. O fundo será formado, entre outros ativos, por ações e dividendos de estatais e imóveis da União – e discute-se até a inclusão de terras.

O governo não considerou necessário inserir a securitização da dívida ativa na PEC dos Precatórios porque este instrumento poderia atrasar a aprovação da proposta. Mas a dívida ativa da União, ressalte-se, será um dos componentes do futuro fundo. O novo instrumento funcionará em paralelo ao orçamento da União. Será um mecanismo para distribuição de recursos aos mais pobres. Com securitizações e o carreamento dos recursos de vendas das estatais, vinculados à redução da miséria e outras medidas compensatórias circunstancialmente necessárias, o governo poderá dizer que também está cumprindo seu compromisso com a privatização, uma meia-verdade já que o fundo ficará sob a alçada do novo Ministério.

Essa Pasta será justamente a responsável por levantar os ativos que poderão ser incluídos no fundo patrimonial da União. O governo ainda estuda como vai chamar o fundo. As ideias recaem sobre “Fundo de Distribuição da Riqueza” ou “Fundo de Erradicação da Pobreza”. De toda a forma, o segredo é acabar com o discurso fura-teto e contraditar a afirmação de que os gastos de 2022 serão eleitoreiros. O fundo será permanente, assim como o compromisso com as despesas sociais, ainda que algumas delas sejam temporárias, tais como o auxílio a caminhoneiros e eventualmente o subsídio aos passageiros do transporte urbano. “Eureka!”, poderia dizer Paulo Guedes. O fundo é um achado que estava previsto desde o início de campanha. Só não aconteceu antes porque a pandemia não permitiu.

Portanto, os quase R$ 50 bilhões necessários para atender ao desejo de Bolsonaro de novos gastos sociais, que não caberiam no orçamento, não serão problema. Esse dinheiro virá do novo fundo, que permitirá um pacote de bondades ainda maior. Ou seja: a PEC dos Precatórios passou, já foi precificada e fez o mal nas expectativas fiscais que teria de ser feito. É página virada. Mais à frente, o ministro Paulo Guedes poderá dizer que será fiel ao teto até que a morte os separe. Parece que ninguém estava enxergando essas medidas. Talvez só o RR – vide, mais recentemente, as edições de 19 de agosto e 25 de outubro deste ano ou, mais para trás, as edições de 26 de agosto, 17 de setembro e 1 de outubro de 2020. O ano de 2022 vai ser de “práticas do bem”, que, sem dúvida, ajudarão Bolsonaro e não poderão ser atribuídas à lassidão fiscal nem a ações eleitoreiras, pois permanecerão para o próximo governo, seja lá quem for. O pobre ganhará e a organização dos gastos públicos, por sua vez, será melhor. São os grandes vencedores. Se a ideia fosse do PT, a esquerda toda estaria soltando fogos.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Paulo Guedes #PT

A indelicadeza de um economista que “está” ministro

30/11/2021
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Historieta contada por um investidor participante de seminário do Banco Itaú, onde Paulo Guedes era conferencista. Diz o fabulador que Guedes, em meio a uma palestra para potentados offshore, cismou de falar, sem motivo algum, que deu “bomba”, ou seja, reprovou a economista Elena Landau em um curso ministrado por ele na PUC-RJ. Guedes foi além: falou que ela não tinha privatizado nada e que Elena apenas pegou carona na turma dos economistas do Plano Real.

Os investidores teriam ficado perplexos, perguntando-se entre si: “Quem é Elena Landau? Deve ser uma pessoa importantíssima no Brasil para o palestrante abrir uma lacuna na sua apresentação e incluir menções a ela”. É por essas e outras que Pérsio Arida jogaria um paralelepípedo em Paulo Guedes. Elena Landau foi esposa de Pérsio, o que dá uma ideia da raiva do economista em relação ao ministro.

É difícil que Pérsio Arida não tenha sabido da deselegância cometida por Guedes. Ele tem relações próximas com o Itaú – inclusive, já presidiu o Conselho de Administração do banco. A bronca já rendeu alguns cascudos. Pérsio, que juntamente com André Lara Resende foi o autor do Plano Larida, embrião do Plano Real, já disse que Guedes “nunca escreveu um artigo acadêmico de relevo e tornou-se um pregador liberal que só fala, fala…”. Afirmou ainda que o ministro é “mitômano e cria falsas narrativas”. Chumbo de lá, chumbo de cá. Não é de hoje que Guedes faz suas piadinhas sobre o ex-casal Pérsio e Elena ou sobre cada um deles, individualmente. Essa é a crônica não dita de dois policy makers aclamados no país, vá lá, com toda a justiça.

#Elena Landau #Itaú #Paulo Guedes

Aumento da CFEM traz o fantasma do imposto sobre commodities

29/11/2021
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Há uma articulação no Senado para derrubar do texto da reforma do Imposto de Renda a proposta da alíquota adicional de 1,5% para a CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral). Um dos principais artífices da resistência seria o próprio presidente da Casa, Rodrigo Pacheco. O assunto mobiliza não apenas a “bancada da mineração”, mas também a Frente Parlamentar da Agricultura. O agronegócio quer matar um possível ovo da serpente ainda no ninho. O receio é que o aumento da CFEM seja apenas um ensaio para um projeto ainda maior: a criação do imposto sobre commodities. O tributo ronda as caraminholas de Paulo Guedes. Apenas a título de exercício: no ano passado, o Brasil exportou aproximadamente US$ 118 bilhões em itens básicos. Uma eventual taxação de 1,5% representaria uma arrecadação extra de US$ 1,7 bilhão, ou algo em torno de R$ 9,5 bilhões.

#CFEM #Paulo Guedes #Rodrigo Pacheco

Quanto vale uma conta offshore para Paulo Guedes?

25/11/2021
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“Péssimo momento para essa história da offshore… Vai atrapalhar as negociações no Congresso”. A frase teria sido proferida por Arthur Lira, na última terça-feira, logo após a tensa audiência de Paulo Guedes na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara. A relutância do ministro em revelar o valor depositado em uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas não poderia vir em pior hora para Jair Bolsonaro e seus aliados.

A performance de Guedes só serve para lançar suspeições desnecessárias sobre ele próprio e o governo, justo no momento em que o Palácio do Planalto mais precisa de apoio na Câmara e no Senado para aprovar medidas de seu interesse. Mais do que isso: o episódio coincide com a antecipação do calendário eleitoral, criando um fato para ser explorado pela oposição. Em certo momento, notadamente no primeiro ano de mandato, Paulo Guedes foi o principal negociador do governo junto a deputados e senadores.

O ministro entrava no Parlamento como um czar da economia. Isso mudou. A sua postura reativa, quando não arrogante – na última terça, ameaçou abandonar a audiência após ser chamado de “sonegador” – turvou a relação com políticos. O custo para o governo é alto, a começar de R$ 60 bilhões por ano. Esse era o valor que o Ministério da Economia estimava arrecadar, já em 2022, com a recriação da CPMF, por iniciativa do Congresso, a pedido do próprio Paulo Guedes.

Essa receita adicional permitiria custear a desoneração da folha de salário, além de outros gastos do governo em 2022, ano eleitoral. Aparentemente, essa articulação foi para o espaço. Há muito de injustiça nessa orquestração política contra Paulo Guedes. Ninguém pergunta ou questiona se algum dos 594 parlamentares tem conta offshore, ainda que devidamente declarada à Receita, como a de Guedes. O que falta ao ministro é jogo de cintura, ao afirmar que não declararia seus bens no exterior em nome dele, da mulher e da filha, porque isso o deixaria, inclusive, sob o risco de ações criminosas. Guedes falou uma platitude. Todo mundo sabe que ele é rico. Uma cifra a mais ou a menos não vai fazer diferença. Com isso, o ministro deixou a descoberto suspeições desnecessárias, a despeito das fontes legítimas de originação da sua fortuna. O fato é que a conta offshore de Guedes e a sua indisposição para um disclosure maior prejudicam a ele e ao governo extremamente.

#Arthur Lira #CPMF #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Cada qual com a sua vocação

22/11/2021
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Se o ministro Paulo Guedes tem uma empresa offshore, o vereador Carlos Bolsonaro estuda criar um escritório especializado em “marketing digital”. Mas se licenciaria da empresa, ato contínuo, para não criar um conflito de interesse. A pressa em tomar a decisão se deve ao fato de que Carluxo está na crista da onda como operador de redes sociais. O momento do ponto de vista do business seria esse. Até existem as demais considerações de ordem técnica. Mas e daí?

#Carlos Bolsonaro #Paulo Guedes

Voo às cegas

22/11/2021
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Paulo Guedes tem um dever de casa atrasado: revelar em detalhes o cronograma dos investimentos para o ano que vem. Guedes diz que já tem compromissados R$ 500 bilhões. Tudo bem. Mas é preciso saber o quanto entra na economia em 2022 e se são realmente aplicações firmes. Sem essas informações, parece que as promessas de investimento são declarações eleitoreiras. Bolas furadas. Que nem o teto.

#Paulo Guedes

Governo patrocina uma “pandemia fiscal” em 2022

16/11/2021
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O governo não quer revelar essa conta, mas os seus arranjos e desarranjos fiscais buscam um espaço para gastos orçamentários e extraorçamentários da ordem de R$ 150 bilhões em 2022, segundo uma fonte do RR. É dinheiro que não acaba mais e um reforço enorme para o interesse declarado do presidente Jair Bolsonaro de se candidatar à reeleição. Uma parcela de R$ 90 bilhões surgirá com a sabida mágica da mudança na regra do teto, onde serão acomodados os passivos transitados em julgado e o Auxílio Brasil.

O espaço fiscal será preenchido também com algumas estranhezas, tais como o auxílio aos caminhoneiros e as emendas do “orçamento secreto”, esta última sob a fuzilaria do STF. Mas há a PEC do Imposto de Renda – que ainda repousa no Congresso – e o pedido para que os parlamentares relancem a CPMF. A nova contribuição, que desagrada o presidente Bolsonaro, mas tem o aval de Paulo Guedes, traria R$ 60 bilhões de novos recursos e seria a fonte financiadora da desoneração da folha de salários, que está prestes a ser aprovada sem que ninguém saiba de onde sairão as verbas pagadoras. Inicialmente os congressistas são contrários à CPMF, mas como tudo reverte para os seus interesses, leia-se o Centrão, a exemplo do “orçamento secreto” e aumento do fundo partidário, não há nada mais plástico do que a convicção dos políticos.

Quanto à defesa da velha contribuição por Paulo Guedes, trata-se de uma trucagem. O ministro diz que somente seria uma troca: o tributo entra pela porta da CPMF e sai pela da desoneração. Há também a tentativa de aprovar, no apagar das luzes de 2022, a reforma administrativa, que contribuiria para o fechamento da conta de gastos no nível esperado pelo Palácio do Planalto, e, é claro, pela equipe econômica, noves fora o mérito da iniciativa em si mesmo. O governo tem ainda no seu arsenal o Imposto do Pecado (açúcar, álcool e tabaco). E não custa rememorar que uma mordidinha já foi dada com o Imposto sobre Operações Financeira (IOF) e o aumento temporário da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido dos Bancos (CSLL). Ambos podem ser relançados no próximo ano. Sim, vai ter mais tributo, gasto e farra. Ah, e um aumento de juros indigesto e provavelmente muito maior do que o necessário para dar conta da carestia. Não há nada de neoliberal nessa geringonça fiscal.

#Auxílio Brasil #CPMF #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

A velha história da mulher de Cesar

12/11/2021
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Existem certas condições para evitar uma relação de promiscuidade entre o setor público e a iniciativa privada que deveriam ser repensadas para o bem da ética. Seria o mínimo. Mesmo o período de quarentena imposto a influentes assessores do Ministério da Economia e do Banco Central parece ser insuficiente. O caso do ex-secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, detentor de todas as informações fiscais do governo, é um exemplo didático. Em um momento em que o BC, em suas diversas atas, diz que a formação da taxa de juros dependerá da equação fiscal, o passe de Mansueto foi às alturas. O BTG entendeu isso desde a primeira hora. O economista chegou a ser sondado para ser o “Posto Ipiranga II”. Um convite sem autorização do presidente Jair Bolsonaro, segundo o Posto Ipiranga titular, Paulo Guedes. Em tempo: André Esteves, que virou “secretário do Tesouro”, por alguns minutos, devido a um ato falho de Guedes, está satisfeitíssimo com Mansueto. Poderia ser de outra forma?

#Banco Central #BTG #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Revoada

12/11/2021
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Mais um desfalque à vista no time de Paulo Guedes: Martha Seillier, secretária especial do Programa de Parceiras de Investimentos (PPI), voltou a ser convidada para um cargo no BID e, segundo uma fonte próxima, está propensa a aceitar.

#BID #Paulo Guedes

A falta que o general Geisel faz à Petrobras

12/11/2021
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Se o tempo desse uma meia cambalhota para trás e voltasse, metade da laranja, para os idos de 1969, quando o general Ernesto Geisel era presidente da Petrobras, permanecendo a outra metade da laranja nos dias de hoje, com a barbárie de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, teríamos, como diz o cantor Lobão, “sangue e porrada, na madrugada”. O “Alemão” considerava a Petrobras mais do que uma petrolífera; para ele, era um símbolo do Brasil. O escárnio que está sendo feito com a companhia não ia sair barato. Geisel achava que Bolsonaro “era um mau militar, que vivia pedindo golpe. Um caso completamente fora do normal”.

As declarações estão contidas em um longo depoimento dado ao CPDOC, da Fundação Getúlio Vargas, em 1993. Quanto a Paulo Guedes, não consta que o velho general tenha lhe dado qualquer atenção. Talvez um pouquinho, quando Guedes faltou, sem avisar aos organizadores, a um evento no Centro de Estudos Antônio Carlos Magalhaes, em Salvador – criado para suprir o interregno entre as participações de ACM no Congresso e no governo da Bahia. O atual ministro da Economia seria um dos palestrantes. Mário Henrique Simonsen estava presente como um dos conferencistas, e Geisel, então presidente da Norquisa, como convidado especial.

Se, no passado, Guedes não era nem uma pulga para o “Alemão”, se encontrasse o ministro nesse tempo híbrido de duas eras, daria uns cascudos no “Chicago Boy”. Imagine só tratar a Petrobras como se fosse a “casa da mãe Joana”. Geisel se foi. A Petrobras ficou. Mas está sendo enxovalhada e se tornando um exemplo de uma época sem lei. Pelo menos no que diz respeito à decência em relação ao Estado brasileiro e suas empresas. Bolsonaro antecipou a correção dos preços dos combustíveis quando essa iniciativa deveria ter sido primeiro aprovada pelo Conselho de Administração da estatal. Não recebeu uma advertência da CVM por antecipar informação relevante ao mercado. Nem um comunicado da B3 estranhando o fato do presidente tratar a empresa como uma casa de maus costumes. Em tempo: se Geisel estivesse convivendo com o general Joaquim Silva e Luna, nesse tempo de encontros impossíveis, enquadraria o oficial devido a sua gestão leniente e submissa ao “mau militar”.

Bolsonaro disse diversas vezes que a estatal não seria privatizada. Agora, com a birutice que lhe é peculiar, disparou que encomendou um estudo a Guedes sobre a venda da empresa. O ministro confirmou, piorando a situação, uma vez que a estatal é uma sociedade de economia mista. A CVM, mesmo que timidamente, chamou o ministro às falas. Não adianta. Guedes disse que a empresa não valerá nada daqui há 30 anos. Afirmou que a estatal é lerda em tirar petróleo do fundo da terra ou do mar, quando, sabidamente, a Petrobras é considerada uma petroleira de indiscutível eficácia – com o avanço da exploração para as áreas offshore, então, virou referência no setor.

Paulo Guedes fala ainda que os preços elevados da gasolina não seriam os mesmos se o controle da estatal fosse privado. Falsidade. Guedes sabe como ninguém que o preço do combustível está fora do lugar devido ao câmbio, cuja disparada diz muito mais respeito aos seus insucessos fiscais, à crise hídrica e às diatribes do seu chefe destrambelhado. Se o governo quiser que subsidie os preços dos combustíveis com recursos fiscais. O pior é que Guedes sempre apoiou uma política de correção dos derivados do petróleo com base na paridade dos preços internacionais.

Para o ministro, vender a Petrobras traria investimentos, distribuição de riqueza para os pobres e um fundo de estabilização do preço dos combustíveis, reduziria a dívida bruta e conteria a inflação. Ficaria faltando somente arrumar um pouco de juízo na cabeça dos mandantes da República. Às vezes dá até uma tentação de torcer para que uma autoridade, dessas que impõem respeito, estilo Geisel, surgisse para colocar a pior representação que tivemos nessa República no seu devido lugar. Mas esse tempo bizarro de situações impossíveis não existe. Hoje temos Bolsonaro, Guedes e o general Silva e Luna dirigindo a Petrobras. Resta torcer pelo efeito higiênico da democracia. É o que temos.

#CVM #Ernesto Geisel #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Petrobras

Ao menos os diplomatas se entendem

11/11/2021
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Enquanto Jair Bolsonaro e Paulo Guedes vivem às turras com o governo de Alberto Fernández, o chanceler Carlos Alberto França tem
se empenhado em aparar as arestas diplomáticas com os argentinos. De acordo com uma fonte do Itamaraty, durante sua passagem por Roma para a reunião do G-20, França teve um encontro reservado com o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Santiago Cafiero. Foi a segunda conversa tête-à-tête entre ambos em quatro semanas. Em ambos os encontros, o assunto foi um só: Mercosul.

#Jair Bolsonaro #Mercosul #Paulo Guedes

Para o Banco Central, a recessão faz parte do jogo

9/11/2021
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No Banco Central, há o consenso do colegiado de que os juros devem subir “significativamente”. Mas os modelos econométricos que rodam nas internas acusam a possibilidade das taxas chegarem a um patamar indutor de uma recessão no último trimestre de 2022. O recuo do PIB somente não coincidiria com o período agudo eleitoral porque são necessários três meses consecutivos de crescimento negativo para se configurar uma recessão técnica. Os modelos projetam a queda da atividade econômica para um trimestre seguido somente para depois das eleições. O cenário de recessão não é o mais provável. E como se sabe a econometria entrega mais hipóteses do que certezas. Por enquanto, a variável mais importante é saber até onde vai o “significativamente”. A ameaça severa do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de colocar os juros na lua ecoa nas palavras de Paulo Guedes: “O que interessa é a inflação e não o PIB”.

#Banco Central #Paulo Guedes #PIB

Assim é se lhe parece

8/11/2021
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Paulo Guedes tem dito a interlocutores que o cavalo de pau na economia vale somente para 2022. É só uma cabeça de ponte para 2023. Chegando lá, volta a luta pelas reformas, privatizações e abertura da economia.

#Paulo Guedes

Os “Brasis” chegam a Glasgow

28/10/2021
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A acusação da ONU de que o Brasil cometeu “pedalada ambiental” aumentou a pressão sobre praticamente todos os ministérios para trabalhar em uma agenda ESG. A contribuição será levada sob a forma de documentos para os ministros Joaquim Leite e Bento Albuquerque e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, participantes da COP26.

O ministro Paulo Guedes ainda não sabe se vai a Glasgow. O próprio Ministério da Economia disse ao RR não ter confirmação sobre a ida ou não de Guedes à COP26. O ministro ficou tão indexado ao chefe que só vai aonde Jair Bolsonaro está. A missão de representar o Brasil ficou para o já citado trio. Campos Neto comparecerá para dar pinceladas sobre o BC-ESG, que está sendo construído sem alarde. Bento Albuquerque terá a dura missão de falar sobre seca e desastre climático. Joaquim Leite, bem, esse ainda é uma incógnita. Mas, a princípio, caberá ao novato a missão mais espinhosa: defender as metas climáticas do país, uma das menos ambiciosas do mundo.

Os governadores da Região Amazônica atropelaram o poder central. Por meio do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, vêm mantendo interlocução direta com os governos dos Estados Unidos, Reino Unido e Noruega. São os integrantes da coalizão LEAF (Lowering Emissions by Accelerating Forest Finance), lançada neste ano. O grupo pretende disponibilizar US$ 1 bilhão, em recursos públicos e privados, para projetos voltados à redução do desmatamento. As tratativas vêm sendo capitaneadas por Flavio Dino. Há reuniões com líderes do LEAF entabuladas para Glasgow.

#ESG #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #ONU #Paulo Guedes

Por que tanta histeria com um teto que já tinha caído?

25/10/2021
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A tentativa do mercado de capturar o governo é o óbvio ululante, como diria Nelson Rodrigues. As discussões sobre a busca de recursos adicionais para financiar o Auxílio Brasil – extensão do Auxílio Emergencial, Bolsa Família ampliada ou coisa que valha – vêm sendo feitas publicamente desde o início do ano. Portanto, ninguém deveria ter sido surpreendido com o pedido de waiver ao Congresso para liberação dos recursos fora do teto. Ainda mais com o advento dos precatórios. O fato é que o teto sempre esteve jurado de morte desde que nasceu. Era só uma questão de tempo.

E o valor de R$ 30 bilhões para pagar a assistência aos mais pobres está a milhões de anos luz de arranhar o equilíbrio fiscal. Talvez a medida fosse mais bem aceita se estivesse associada a algum lastro com realização futura, incluindo na conta os precatórios que ficarão fora do espaço aberto no teto. No lugar do condicionamento à aprovação da reforma do IR, que não vingou, o funding estaria vinculado, por exemplo, à securitização da dúvida ativa. A medida exigiria uma nova Emenda Constitucional para evitar judicialização futura.

Mas, a aprovação dessa PEC seria bem mais fácil, pois estados e municípios têm interesse em transformar sua dívida ativa em moeda de pagamento. De qualquer forma, o mercado rugiria. Como dizia o saudoso engenheiro Eliezer Batista, não contem com a compreensão do capital financeiro para uma política econômica soberana porque ele é covarde, apátrida e cruel. Não é bem a questão dele ser bom ou mal. É a sua natureza. O mercado interpreta os fundamentos da economia. O ponto é quando ele se manifesta em função de análises racionais ou quando seu posicionamento carrega fortes dosagens de manipulação.

Na última sexta-feira, alguns celerados de instituições financeira previam que já na próxima reunião do Copom (dias 26 e 27 de outubro), o BC vai dobrar a aposta em relação ao aumento da taxa Selic. A majoração da taxa de juros saltaria de um ponto para dois pontos percentuais, atravessando a já ousada projeção de 1,5 ponto percentual que algumas casas bancárias vinham praticando. A Selic dispararia, portanto, de 6,25% para 8,25% em uma única reunião do Copom.

As candinhas do mercado buzinam que cresceu muito a percepção de insolvência. Ora, insolvência de quem? Do Estado brasileiro? Com mais de US$ 320 bilhões de reservas cambiais? Além de ativos físicos com qualidade internacional, no valor de mais de R$ 1 trilhão. Coisa de louco. A circunstância exige parcimônia e coragem do presidente do BC, Roberto Campos Neto. Os próximos dias serão histéricos. Se a área econômica se deixar ser conduzida, aí, sim, a herança de Paulo Guedes será a condescendência. Mesmo que tenha feito apenas uma migração suave do regime fiscal de forma a atender gastos emergenciais.

#Auxílio Brasil #BC #Bolsa Família #Paulo Guedes

Mudança no regime fiscal será o legado de Guedes

22/10/2021
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A condução do debate sobre a mudança do regime fiscal está torta. As discussões não têm levado em consideração os impactos positivos que gastos públicos bem alocados geram para a economia. O auxílio emergencial – gatilho para a desconstrução do teto de gastos – não é apenas uma “camada de proteção” (Apud Paulo Guedes). Além do seu propósito “primário” – ajudar os excluídos -, a medida tem outros efeitos benéficos. Que o diga o ano de 2020.

Segundo cálculos do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da UFMG, se o auxílio emergencial não tivesse sido concedido no ano passado, o PIB teria uma queda adicional de 2,4 pontos percentuais. Ou seja: a retração aumentaria de 4,1% para 6,5%. O mesmo estuda aponta também que a medida compensatória impediu um desvio negativo de quase 6% do PIB até 2040. O Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da FEA-USP foi ainda mais longe. De acordo com a instituição, sem o benefício, o recuo do PIB em 2020 poderia ter chegado a 14,8% no pior cenário.

Nessa hipótese, imagine como ficaria a relação dívida/PIB. Além disso, a redução no consumo das famílias teria saltado para um intervalo entre 11% e 14,7%, muito além dos 6% registrados. Agradeça-se esse índice aos mais de R$ 103 bilhões em recursos do auxílio emergencial que irrigaram a economia via consumo – estimativa da Confederação Nacional do Comércio. A concessão do benefício em 2020 teve ainda um efeito colateral positivo sobre o emprego.

Conforme estudo da Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas e Sociedade, sem o auxílio, a taxa de desocupação teria batido nos 17%, ou seja, 3,5 pontos percentuais acima do índice registrado (13,5% – o maior da série histórica iniciada em 2012). O ministro Paulo Guedes pode ter acertado por uma via transversa. A mudança do regime fiscal e o fim da algema do teto de gastos já estão em curso, só não vê quem não quer – ler RR de 20 de outubro.

Há medidas nessa direção em estudo pela equipe econômica, como disse a newsletter na mesma edição. Uma delas, já anunciada pelo próprio ministro, é a possível antecipação da revisão da regra para a sincronização entre os índices que corrigem o teto para o ano subsequente (IPCA) e as despesas com Previdência, seguro-desemprego e abono (INPC) – originalmente prevista apenas 2026. No caso, a iniciativa até colabora com a preservação do teto. Mas não adianta: tudo o que for divulgado sobre o assunto será interpretado pelo mercado como lassidão fiscal.

Por isso, os estudos estão sendo citados publicamente a conta-gotas. A extensão do Auxílio Brasil, no valor de R$ 400, até o fim de 2022, compromete o próximo presidente, seja ele quem for, inclusive o próprio Jair Bolsonaro. O governo estará intimado a manter o benefício a partir de 2023, da mesma forma como ocorreu com o Bolsa Família – ao fim da era PT, nem Michel Temer nem Bolsonaro ousaram extinguir o programa. É uma boa notícia.

#Auxílio Brasil #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

A coisa na equipe econômica era pior do que parecia

22/10/2021
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A fonte do RR que informou sobre o pedido de desligamento de assessores do Ministério da Economia – ver edição da última terça -feira – poupou em demasia o ambiente na Pasta de Paulo Guedes. Segundo o informante da newsletter, sairiam dois colaboradores em função de convites do setor privado. Como se viu, era mais do que isso. Ontem veio à tona que são quatro e não só dois os desertores. O motivo não seria simplesmente a perspectiva de novos empregos, mas, sim, um descontentamento em relação à condução da política econômica. Está feito o registro.

#Ministério da Economia #Paulo Guedes

Palácio do Planalto semeia nova “intervenção” na Petrobras

21/10/2021
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Enquanto Jair Bolsonaro e Paulo Guedes insistem em dizer que gostariam de privatizar a Petrobras, dentro do Palácio do Planalto  estaria sendo urdida uma nova intervenção na estatal. A ingerência da vez seria usar a empresa na tentativa de reduzir o déficit de fertilizantes no país. Ou seja: a Petrobras seria forçada a voltar ao passado e retornar ao setor, na contramão de todo o seu planejamento estratégico.

A manobra do governo Bolsonaro se daria no âmbito do novo Plano Nacional de Fertilizantes, que está sendo elaborado sob coordenação da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência e deve ser apresentado até o fim do ano. Em termos práticos, nesse contexto muito provavelmente a Petrobras seria obrigada a retomar a construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), em Três Lagoas (MS), paralisada desde 2014, e a reabrir a fábrica de nitrogenados de Araucária (PR), em hibernação desde o início de 2020. Ambos os ativos estão à venda há mais de um ano. Procurados, a Presidência da República e a própria Petrobras não quiseram se pronunciar. A recriação dessa espécie de Petrofértil não interessa ao núcleo técnico da Petrobras.

Mesmo o presidente da estatal, o general Joaquim Silva e Luna, sabidamente alinhado com Bolsonaro, já teria se manifestado internamente contrário à ideia. A proposta seria uma extravagância além do compreensível até mesmo para os padrões do governo Bolsonaro. Uma coisa é a empresa ser utilizada pelo Palácio do Planalto para disponibilizar R$ 300 milhões em subsídio para a população de baixa renda comprar gás. Ainda que esta tenha sido uma decisão imposta de fora para dentro, ao arrepio da governança da empresa, trata-se de uma ação que pode ser justificada pelo seu mérito social.

Não seria o caso do anacrônico regresso da estatal à área de fertilizantes. Pelo contrário. Um movimento como este só causaria dispersão em relação a outros assuntos de real interesse estratégico para a Petrobras, a começar por energia renovável, segmento no qual a empresa está perdendo a corrida para suas congêneres. A única razão para a medida seria uma visão militar paranoica, quase de guerra, sobre o tema. É como se certos setores do governo estivessem temerosos quanto ao risco de um eventual boicote internacional ao Brasil, por questões de ordem ambiental, com a consequente suspensão do suprimento de adubo. O próprio Bolsonaro já falou publicamente “que vamos ter problemas de abastecimento de fertilizantes no ano que vem”, sem explicar muito bem ao que estava se referindo.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Petrobras

Auxílio Brasil abre caminho para nova régua fiscal

20/10/2021
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O atraso no anúncio do valor do Auxílio Brasil – uma combinação do Bolsa Família com o auxílio emergencial, em R$ 400, até o final de 2022 – posterga a decisão de empurrar parte dos recursos para fora do teto de gastos. A medida assistencialista e “fura teto” não significa somente uma decisão eleitoreira, conforme parte do mercado interpretou. Mas, sim, uma provável guinada na política econômica, com a relativização do teto, foco no crescimento da relação dívida pública/PIB e um diferimento da meta do primário com acompanhamento bianual.

A equipe econômica quebrou a cabeça na frente do próprio presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, para chegar à conclusão de que é preciso corrigir a arquitetura da política econômica, dando brecha para a redução do protagonismo fiscalista. No novo modelo, algumas das metas fiscais teriam um período de apuração mais longo. O tempo para aferição seria o biênio ou o triênio. Paulo Guedes tem piscado o olho para a estratégia de recuar um pouco para depois avançar novamente.

Uma fresta no teto de gastos, mesmo contrariando a lógica do ajuste fiscal, seria um exemplo de como dois passos atrás às vezes se revelam dois passos para frente. Em meio a esse recuo tático, Guedes prossegue sua cruzada pela privatização da Petrobras, uma medida que, a seu ver, teria um impacto positivo em todas as ramificações e capilares do ajuste econômico. A relativização do teto já estaria no radar das instituições financeiras há algum tempo. Elas já tinham pescado a moratória seletiva dos precatórios. Enxergaram agora o Auxílio Brasil no valor de R$ 400. A conta fiscal não fecha.

Pelo menos segundo os critérios vigentes. O Itaú, que tem um departamento de research prestigiado, preconiza que os riscos em torno da manutenção da disciplina fiscal estão elevados, “principalmente no que tange a possibilidade das despesas excederem a regra do teto de gastos”. Ontem, o mercado enlouqueceu com saltos no câmbio, queda das bolsas, tudo em função de um vácuo na narrativa do governo. Ou seja: a proposta que a equipe econômica anunciaria para suportar o auxílio de R$ 400 não foi apresentada. O cenário macroeconômico do Itaú foi preparado antes do anúncio do novo valor do Auxílio Brasil, bem mais elevado do que a expectativa.

O banco dá um bom subsídio para refletir sobre a vantagem de transformar a relação dívida bruta/PIB em novo target da política econômica. Mesmo com uma projeção de câmbio de R$ 5,25 até 2021 e 2022, uma taxa Selic no alto, na faixa de 9%, e crescimento medíocre de 0,5%, a dívida bruta alcançaria 81,8% do PIB, em 2021, e 83,2%, em 2022. Com um pouco mais de crescimento do PIB e aumento dos recursos extraordinários que possam abater a dívida interna (privatizações, venda de imóveis, tributação de dividendos e seja mais o que for), essa nova referência para a política fiscal torna-se inteiramente exequível.

Não se pode esquecer que a meta do primário, para 2022, deve atingir irrisório 0,7% na comparação com uma previsão que já chegou a 2%. Imagine se esse resultado é progressivo. O primário diferido em dois anos permitiria com muito mais facilidade o planejamento de um superávit fiscal. Isso mesmo com um suave relax no que diz respeito ao torniquete nos gastos públicos.

#Auxílio Brasil #Bolsa Família #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Mais deserções à vista na equipe econômica?

20/10/2021
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Dois dos secretários mais próximos do ministro Paulo Guedes, dois técnicos “mão na massa”, fizeram menção de deixar o governo. O motivo são convites do setor privado. Guedes pediu a ambos que permaneçam pelo menos até a aprovação das reformas. Os assessores vão ficar. Pelo menos dizem. Ou seja, Guedes e sua equipe acreditam mesmo que as reformas passarão. Coisa das internas. Em tempo: já foram oito os colaboradores do ministro da Economia que deixaram o governo.

#Ministério da Economia #Paulo Guedes

Madeira de lei

19/10/2021
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Pode soar até como uma manobra voltada para a COP-26. Mas, os ministros da Economia, Paulo Guedes, e do Meio Ambiente, Joaquim Leite, parecem trabalhar conjuntamente para reter as exportações de madeira, diga-se de passagem extraída legalmente. As cargas chegam a ficar 20 dias paradas em contêineres nos portos à espera da permissão do Ibama para embarque. Tem pinta de medida sob encomenda para Glasgow.

#Ibama #Joaquim Leite #Paulo Guedes

Afinal, qual foi o crime de Paulo Guedes?

14/10/2021
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Paulo Guedes não cometeu qualquer crime ao manter sua offshore aberta em um paraíso fiscal. Mas parece que cometeu. Guedes não é versado em literatura e História. Não deve ter lido sobre o desfecho da festa na casa de Pompéia, esposa de Júlio Cesar, pretor máximo romano. O evento foi feito exclusivamente para mulheres em homenagem a “Bona Dea”.

Pois bem, na ocasião Públio Clódio Pulcro, o tribuno da plebe, invadiu o festival disfarçado de mulher, e assediou Pompéia. Cesar, ao saber do assunto criou o aforismo: “à mulher de Cesar não basta ser honesta, deve parecer honesta”. Logo a seguir, se divorciou da esposa. Esse é o erro principal de Guedes não ter fechado a offshore: a ideia de ilegalidade. Qual o motivo para uma pessoa manter seu dinheiro aplicado no exterior em um paraíso fiscal? Essa é a pergunta que o ministro não quer responder.

Ao que consta, a prática de evadir a grana serve para escondê-la ou não pagar impostos. Guedes declarou a Receita que tinha o depósito no estrangeiro quando entrou no governo. Portanto a primeira hipótese está anulada. Quanto à segunda, ela não configura delito algum. Além do mais, o dinheiro tinha origem comprovada, o que descaracteriza qualquer suspeita de lavagem. Ficou faltando responder se houve movimentações na conta no período em que Guedes está no governo. Não deve ter havido. Talvez o principal motivo para a negligência em manter os recursos aplicados no estrangeiro seja o style d’être do ministro. Ou quem sabe seja o fato de Guedes parecer boderline, com suas obsessões e descasos que beiram o paroxismo. O RR acha que ele não é criminoso, mas apenas um irresponsável. E daí? Todo mundo sabia disso.

#Paulo Guedes

Ministério da Economia cogita usar reservas para abater dívida

13/10/2021
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O ministro Paulo Guedes não deixou de namorar o uso de parte das reservas cambiais para abater a dívida interna bruta. Os estudos estão em curso na equipe econômica. Não é uma medida simples. O gasto das reservas para a redução da dívida carece de uma fundamentação mais rigorosa sobre a quantidade de moeda que poderia ser destinada sem impactar a percepção de segurança cambial do país.

Por exemplo: se os critérios adotados fossem os do Fundo Monetário Internacional (FMI), somente seria necessário o montante referente a quatro meses de importações. Pela média mensal deste ano no acumulado até a segunda semana de outubro (US$ 17 bilhões/mês), esse sarrafo equivaleria a aproximadamente US$ 68 bilhões. Na data da última segunda-feira, as reservas cambiais do Brasil correspondiam a US$ 368 bilhões. Portanto, os quatro meses sugeridos pelo FMI representam algo como 18% das reservas totais brasileiras, ou seja, nada que abale o lastro cambial do país.

Mesmo com o cenário do real pressionado (na última segunda-feira, o dólar bateu em R$ 5,54), os economistas consideram que é possível gastar um pouco mais do que o teto sugerido pelo Fundo Monetário. A título de exercício: se US$ 100 bilhões das reservas, ou seja, algo como R$ 550 bilhões, fossem utilizados para esse fim, o país abateria aproximadamente 8% da sua dívida bruta atual (hoje em R$ 6,85 trilhões). Com isso, a dívida ficaria abaixo do patamar de 80% do PIB. Mas há ônus e bônus.

O conturbado ambiente econômico internacional, a elevação das taxas de juros globais e o aumento das incertezas em relação ao balanço de riscos do Brasil tornam a medida arriscada. O Ministério da Economia tem que caprichar nas contas caso venha a se decidir pela ideia. Em tempo: há ainda um grupo de economistas keynesianos que prega o uso das reservas cambiais diretamente para o aquecimento da economia. A medida, contudo, exigiria a emissão de títulos públicos para esterilização dos reais emitidos e, portanto, aumento da dívida bruta interna. Tudo o que Paulo Guedes não deseja.

#FMI #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Uma operação casada contra Paulo Guedes

11/10/2021
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Ao que parece, o Congresso lançou, em dobradinha, uma espécie de “Operação Paulo Guedes”. O RR apurou que a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado planeja convocar o ministro da Economia para explicar a venda da carteira de créditos do antigo Banco Econômico para o BTG, de André Esteves, seu antigo sócio. Ressalte-se que Guedes já foi chamado pela Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre seus depósitos de US$ 9,5 milhões em uma offshore. Há muito de vendetta contra o ministro, que, verdade seja dita, tem se sacrificado na relação com o Congresso e o STF.

#BTG #Paulo Guedes

Mudança de rota

7/10/2021
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O RR apurou que o Banco do Brasil estuda o IPO da BB DTVM. Seria uma inflexão em relação à venda de parte do capital para um sócio, notadamente estrangeiro, proposta sobre a mesa desde o início da gestão Jair Bolsonaro/Paulo Guedes.

#Banco do Brasil #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

A errática agenda do ministro Paulo Guedes

7/10/2021
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Nos últimos dias, Paulo Guedes tem chamado mais atenção por suas ausências do que por suas aparições. Anteontem, por exemplo, não participou da coletiva de imprensa em que foi anunciado o projeto de unificação do PIS com a Cofins e do ICMS com o ISS, tema do maior interesse do Ministério da Economia. Na sexta-feira passada, outro forfait: após confirmar presença, Guedes não compareceu a um encontro com empresários catarinenses, em Florianópolis, organizado pelo senador  Jorginho Mello. Durante a reunião, o ministro surgiu, de repente, por meio de videoconferência.

Corre no Palácio do Planalto que ele só entrou de forma remota no encontro após um puxão de orelhas de Jair Bolsonaro, que teria sido informado da “desfeita” de Guedes ainda durante o evento. Ressalte-se que Jorginho Mello é forte aliado do presidente. Em relação a esse episódio, o Ministério da Economia disse ao RR que Guedes não viajou a Santa Catarina em virtude de compromissos com Artur Lira.

Sobre a interferência de Bolsonaro, nenhuma palavra. O momento, digamos assim, mais recôndito de Paulo Guedes atingiu também sua agenda internacional. Nesta semana, Guedes cancelou sua viagem a Paris, onde participaria da reunião de ministros do conselho da OCDE. As ausências de Paulo Guedes podem ser interpretadas de duas formas. Talvez seja um incômodo do ministro com o andar da carruagem: o descarrilamento da economia, a morosidade das reformas, a intervenção do governo na Petrobras e mesmo o noticiário sobre seus investimentos offshore. Mas, pode ser também apenas uma recaída do bom e velho Paulo Guedes, com o seu hábito de não cumprir compromissos ou simplesmente arbitrar sua presença ou não conforme o seu humor.

#Cofins #ICMS #ISS #Paulo Guedes #Petrobras

Chateação…

5/10/2021
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O almirante Bento Albuquerque está bastante chateado com Paulo Guedes. O ministro da Economia não atende às ligações de Bento, mesmo aquelas que são urgentes

#Ministério da Economia #Paulo Guedes

Barreira de contenção

5/10/2021
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O ministro Paulo Guedes tem sido um osso duro de roer para a indústria do biodiesel. O motivo é o pleito do setor para que o governo reconsidere a decisão de reduzir de 13% para 10% o índice do combustível misturado ao diesel. Os produtores pedem o retorno ao percentual anterior nos próximos leilões de biodiesel. Guedes, no entanto, acha que ainda não é hora de soltar as rédeas, por conta do impacto que a medida teria sobre os preços do diesel.

#Paulo Guedes

E olhe que Guedes queria privatizar a Petrobras…

4/10/2021
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Apesar do subsídio para a venda do gás de cozinha reduzir em um dedinho a pressão sobre os gastos fiscais com a política compensatória do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ficou incomodado com a medida. O anúncio de que a Petrobras vai destinar R$ 300 milhões para favorecer a compra do botijão escancarou de vez o uso da companhia como uma “agência de utilidades”. Os recursos parecem pequenos. Mas representam mais de 10% do que o governo pretende arrecadar com o IOF até o final do ano. É a chamada “operação cata caquinho”. No caso da Petrobras, é como se a empresa tivesse deixado de ser uma sociedade de economia mista e se tornado um departamento do Palácio do Planalto. Assim como se refere ao “meu Exército”, Bolsonaro bem que poderia dizer “minha Petrobras”.

Se alguém ainda tinha alguma dúvida, o governo vai usar a empresa como um aríete político-eleitoral. O subsídio para o gás de cozinha – medida que, diga-se de passagem, tem seu mérito social – vai além do papel de intervenção estatal que o governo Dilma Rousseff atribuía à Petrobras. O “desvio de função” da Petrobras já estava dado quando da saída de Roberto Castello Branco da presidência da estatal. Na ocasião, ficou claro que a empresa iria interferir na formação de preços como se fosse uma espécie de “CIP dos combustíveis” – uma alusão ao velho Conselho Interministerial de Preços. Essa postura intervencionista deverá ter efeitos sobre o programa de desmobilização de ativos da companhia. A venda das quase 50 subsidiárias que Castello Branco deixou prontas para a privatização subiu no telhado. Uma das joias da coroa seria a Transpetro, que, no ano passado, teve um de seus maiores resultados operacionais. Tudo mudou. Se a gestão Castello tinha como foco a geração de valor para o acionista, na atual administração o que importa é a vontade do sócio majoritário, o governo.

Ou seja: a Petrobras dificilmente vai desestatizar subsidiárias, deixará de privilegiar o acionista, servirá de “poder moderador” na formação dos preços dos combustíveis e será linha de apoio do governo para mitigar a pobreza. A presença do general Joaquim Silva e Luna no comando da empresa é um facilitador das pretensões do presidente Bolsonaro. Trata-se de um oficial sério e respeitado, mas com muito menos independência do que tinha seu antecessor. Curiosamente, a decisão do governo de subsidiar a venda de gás por intermédio da Petrobras foi tomada um dia após Henrique Meirelles dizer que a solução para os preços dos combustíveis era “muito simples”: bastaria a estatal reduzir sua margem de lucro “extraordinária”. Se o conselho do secretário de Fazenda de São Paulo tinha como intenção cutucar o governo Bolsonaro em prol do candidato João Doria, o tiro saiu pelculatra. A proposta de reduzir a rentabilidade da Petrobras não só calou fundo no Palácio do Planalto como foi bem acolhida. O próprio Silva e Luna correu para dar uma entrevista, afirmando que o subsídio ao gás de cozinha já estava sendo pensado na empresa antes (não é verdade) e que os dividendos da estatal poderiam ser destinados às famílias carentes e/ou caminhoneiros, mas que essa decisão não cabe à Petrobras (é verdade). De realmente crível é que as duas medidas foram e estão sendo urdidas no Palácio do Planalto. Para 2022 – quem sabe? – Bolsonaro não cria também o “Vale diesel”, o “Vale lubrificante” etc.

#Henrique Meirelles #João Doria #Ministério da Economia #Paulo Guedes #Petrobras

Uma trava elétrica nos concursos públicos

1/10/2021
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O Ministério da Economia foi radicalmente contra a criação da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar). Perdeu. O RR apurou que agora o ministro Paulo Guedes está vestido com todas as armas contra a realização de concurso público para a contratação de funcionários da nova estatal. No que depender da equipe econômica, a nova empresa carregará apenas servidores de Itaipu e de Eletronuclear, as duas companhias que comporão a ENBPar. Por uma coisinha tão pequena, esse pessoal se desgasta tanto.

#ENBPar #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Cabo eleitoral

29/09/2021
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Em tom de blague, FHC soltou uma boutade, mais ou menos assim: “Lula permanece calado e agradece em silêncio se Paulo Guedes anunciar também a privatização do BNDES, do Banco Central e até o Palácio do Alvorada”.

#Banco Central #BNDES #Fernando Henrique Cardoso #Lula #Paulo Guedes

A derrama criptoliberal do ministro Paulo Guedes

28/09/2021
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A derrama iniciada pelo ministro Paulo Guedes não ficará restrita ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e nem – caso haja a boa vontade do Congresso – ao retorno da CPMF. A equipe econômica trabalha com outras hipóteses de expansão da arrecadação tributária tal como o aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre outros setores, além das instituições financeiras. Quem pensou no segmento de commodities ganha um pellet de minério de ferro.

O ministro tem se esmerado em justificar os gravames através de trucagens. Por exemplo: no caso da CPMF, diz que não haverá a ampliação da carga tributária, pois a mudança significará apenas uma troca, ou seja, o dinheiro que entra seguiria automaticamente para a desoneração das empresas – uma antiga obsessão de Guedes. O argumento, porém, só faz sentido se 100% dos recursos arrecadados forem carreados para a finalidade apresentada em vez de repousarem no caixa do Tesouro. O ministro justifica o pedido ao Congresso para que aprove a CPMF “porque Bolsonaro é contra a medida”.

Não custa lembrar que o presidente também era contra o IOF. Com a fúria arrecadadora depositada até o momento sobre movimentações financeiras, Guedes vai fazer uma enorme confusão no mercado de crédito. É mais do que previsível que os tributos serão repassados sob a forma de juros. Em parte, o ministro da Economia poderá argumentar que as medidas se devem à resistência do Congresso em colocar em votação a reforma do Imposto de Renda. É provável que a proposta não seja nem votada neste ano e muito provável que não será votada em 2022, ano eleitoral.

Porém, não se pode apostar em nada. O Senado sinaliza com a autorização de gastos públicos sem que a Lei de Diretrizes Orçamentárias esteja aprovada. Na realidade, mesmo que passasse no Congresso, a nova fórmula do IR também levaria a um aumento da carga tributária, segundo parcela considerável dos especialistas na matéria. O que fazer? De um lado, Guedes precisa resolver a necessidade premente de recursos para financiamento do Auxílio Brasil; de outro, é preciso esquentar a atividade econômica.

Toda essa engenharia é indispensável para o enquadramento no teto de gastos e o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Não esquecendo que a equipe econômica trabalha com uma correção fantasiosa do orçamento devido a um IPCA já defasado e a uma estimativa de arrecadação dificilmente realizável, uma vez que as previsões para o crescimento do PIB desabaram. É uma equação que não fecha e revela o desespero e a agonia do ministro.

#CPMF #Imposto de Renda #Paulo Guedes

Seria André Esteves o Julio Bozano da vez?

24/09/2021
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A intenção do ministro Paulo Guedes de transformar parcela dos precatórios em moeda de privatização remonta aos primórdios das vendas das grandes estatais (Caraíba Metais, Vale). À época, foi autorizado o uso de “moedas podres” para aquisição das empresas, notoriamente a Embraer, que ainda não tinha virado o foguete da aviação internacional. Os privatistas de raiz, inclusive, diziam que a empresa ia acabar só produzindo bicicletas devido à defasagem tecnológica.

Era preciso passar o elefante branco voador sob pena dele ficar desmilinguido nas mãos dos Estado. Muita gente mordeu a língua, como se viu depois. A maior parte das “moedas podres” eram títulos da Sunaman. Foi, então, que o superbanqueiro de investimentos Julio Bozano raspou as moedas desconsideradas pelo mercado para trocá-las pelo orgulho da indústria aérea nacional. Sabe Deus o tamanho do deságio que Bozano conseguiu nos títulos da Sunaman.

Ao que se sabe, agora quem está carregado de “moedas podres” é o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, ex-sócio do ministro Paulo Guedes e que o teve como “mentor”. Com a sinalização para que os precatórios sirvam de moeda de privatização, não se sabe se serão abertas, no mesmo percurso, novas janelas para abatimento da dívida ativa ou mesmo títulos como os do Banco Econômico, quebrado e que ficou com sua carteira pendurada entre o BC e uma carcaça do próprio banco baiano. Esteves comprou um caminhão desses ativos podres do Econômico a deságios de fazer corar as maiores piranhas do mercado.

E, criou uma empresa só para adquirir os “títulos-Zumbi”, a Enforce. O RR não está sugerindo que Paulo Guedes tenha interesses ou qualquer conexão entre precatórios, moeda podre e privatizações. Mas, somente apresentando fatos. Aliás, como é fato que o último sócio de Guedes, antes de ingressar em sua aventura junto com Bolsonaro, foi exatamente o eterno banqueiro d’affaire, Julio Bozano. O que pode não dizer nada. Ou muito, dependendo qual for a solução com os precatórios.

#André Esteves #BTG Pactual #Júlio Bozano #Paulo Guedes

Calendário eleitoral 2

21/09/2021
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Ninguém acredita que Ciro Nogueira vá fazer como Pedro, que negou Jesus por três vezes. O ministro da Casa Civil já prometeu a Paulo Guedes um número maior de vezes que a reforma administrativa será aprovada. Não se trata de agrado ao ministro, mas, sim, porque Ciro quer uma reforma para chamar de sua.

#Casa Civil #Ciro Nogueira #Paulo Guedes

Pacto social é a única saída para Bolsonaro

15/09/2021
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Se o presidente Jair Bolsonaro tivesse a aura de um estadista, deveria estar costurando, junto com o seu principal ministro, Paulo Guedes, a articulação de um pacto social com o Judiciário e o Legislativo em nome da aprovação das reformas e das privatizações, assim como dos programas sociais, que permanecem suspensos absurdamente. O acordo envolveria uma solução para o pagamento dos precatórios que não fosse parcelada em vários meses, mas, sim, nos orçamentos de 2021 a 2023. O “abraço no social” seria dado com a garantia e a responsabilidade dos Três Poderes.

A motivação para o pacto é o Brasil e sua viabilidade. Devido ao comportamento recente do presidente da República, que amplificou as péssimas condições sanitárias e ambientais, o país está sofrendo um ataque triplo dos governos centrais, da mídia internacional e dos grandes fundos estrangeiros. Há uma enorme possibilidade de fuga de capitais, cancelamentos ou adiamento de investimentos e medidas contracionistas das empresas, o que levaria ao desemprego.

Esse cenário incluiria uma recessão já em 2022. Não se trata de apoiar ou não o presidente Bolsonaro, mas, sim, as medidas estruturantes possíveis, assim como a organização das contas para equacionar os precatórios e criar o espaço para os gastos sociais. O pacto entre os Três Poderes é exatamente para isso: aprovar rapidamente soluções já existentes e lubrificar a passagem de outras medidas para o enfrentamento da crise. A situação do Brasil ficou grave demais. O que fazer com Bolsonaro está em segundo lugar. Com um impeachment, o cenário talvez se torne ainda pior. O melhor seria o presidente baixar o facho, mostrar tenência e procurar a costura do pacto. Com urgência.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

O inimigo número 1 do Mercosul ataca novamente

14/09/2021
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A conversa entre Paulo Guedes e a ministra da Economia do Uruguai, Azucena Arbeleche, na semana passada, ainda ecoa nos meios diplomáticos. Segundo a fonte do RR, Guedes passou toda a reunião estimulando o acordo bilateral entre o Uruguai e a China – na contramão do que prega o Itamaraty. Se é contra o Mercosul, o ministro está a favor.

#Mercosul #Paulo Guedes #Uruguai

Trancos e barrancos

14/09/2021
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As relações entre o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da reforma tributária, e Paulo Guedes estão em ponto de ebulição. Ribeiro joga na conta da inflexibilidade de Guedes parte expressiva da culpa pelo interminável vai-e-vem no texto da proposta.

#Paulo Guedes #PB #PP

Contramão

8/09/2021
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A equipe econômica é mais ortodoxa do que o próprio ministro Paulo Guedes. Não suporta a ideia de um novo imposto, coisa que Guedes namora não é de hoje. Se depender dos “Sachsidas” do Ministério da Economia, não sai tributo nenhum.

#Ministério da Economia #Paulo Guedes

“Fundo da Seca” é mais um aceno de Bolsonaro ao Nordeste

6/09/2021
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O Palácio do Planalto está mobilizando a base aliada para garantir a aprovação do projeto de lei 8894/2017, que institui o Fundo de Atendimento às Situações de Emergência e de Calamidade Pública Decorrentes de Secas (Fasec) – ou o “Fundo da Seca”, como é chamado no Congresso. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, foi encarregado de articular com o presidente da Câmara, Artur Lira, a votação do projeto, possivelmente até o fim de outubro. Na partida, o Fasec deverá disponibilizar algo em torno de R$ 2 bilhões para o enfrentamento das secas.

Procurada, a Presidência da República informou ao RR que o assunto deveria ser tratado com o Ministério do Desenvolvimento Regional. Este, no entanto, não se pronunciou. Não faltam motivos para o esforço do governo em aprovar em dois meses um projeto de lei que dormita no Congresso há cerca de quatro anos.

Para começar, há uma razão emergencial: o país vive sua mais grave crise hídrica das últimas duas décadas. Para além disso, aliados de Bolsonaro enxergam uma mais-valia política na proposta. A maior parte dos recursos do fundo será destinada ao Nordeste, onde, sabidamente, Bolsonaro tem se empenhado em despejar verbas. E de onde virá o dinheiro para o “Fundo da Seca”? Paulo Guedes e cia. que se virem para achar água no saárico orçamento. Vai ser assim até outubro de 2022.

#Fasec #Palácio do Planalto #Paulo Guedes

É “caro” demais ser um BRIC?

3/09/2021
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Um dos fiscalistas de plantão da equipe de Paulo Guedes fez as contas e chegou à conclusão de que, do ponto de vista dos gastos públicos, seria melhor se o Brasil deixasse o Banco dos Brics. À luz da sua planilha, o país economizaria nas obrigações financeiras que tem como sócio da instituição multilateral – onde se senta em condições paritárias com Rússia, China, Índia e África do Sul. Essa é a cabeça do time de Paulo Guedes.

#Banco dos Brics #Paulo Guedes

A conta é maior

3/09/2021
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Há mais bilhões de precatórios voando sobre o governo do que a vã ortodoxia do Ministério da Economia consegue captar – ou quer anunciar. Mas, basta Paulo Guedes consultar o ministro Luís Fux, que deve saber sobre os precatórios que estão aterrissando.

#Ministério da Economia #Paulo Guedes

É a natureza

2/09/2021
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A interlocução entre Paulo Guedes e o deputado Celso Sabino, relator da reforma do Imposto de Renda, vai de mal a pior. Qual a novidade? Guedes não tem a menor paciência para fazer política.

#Paulo Guedes

Silêncio calculado

27/08/2021
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Os ministros do STF evitarão comentar a declaração de Paulo Guedes, pedindo, em outras palavras, que o Judiciário ande devagarinho. Essa foi a conversa que rolou ontem entre os togados. Mas, sabe como é, a língua coça.

#Paulo Guedes

Classificados do Rio

27/08/2021
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O governo do Rio está fazendo uma avaliação patrimonial dos imóveis pertencentes ao estado, entre terrenos, prédios e salas comerciais, a maioria na capital. Na maior parte dos casos, trata-se de um estoque que hoje representa muito custo e pouca ou nenhuma receita para os cofres públicos. Na Secretaria de Fazenda do Rio, há vozes favoráveis à criação de um fundo de ativos imobiliários do estado, mais ou menos sob a inspiração do projeto de Paulo Guedes de lançar um fundo de prédios e terrenos da União. Consultado pelo RR, o governo do Rio confirmou que a Secretaria de Planejamento e Gestão está realizando uma “avaliação e organização de todos os prédios estaduais para analisar a necessidade de mantê-los ou não. Após o resultado, será feita a modelagem para um futuro projeto”. O governo garante ainda que “até o momento, não existe qualquer projeto que envolva a formação de um fundo imobiliário ou a alienação dos imóveis”.

#Governo do Rio de janeiro #Paulo Guedes #Secretaria de Fazenda

S de “salvação”

27/08/2021
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O ex-deputado Sandro Mabel, presidente da Federação das Indústrias de Goiás, está numa cruzada para evitar cortes nas verbas do Sistema S. Tem conversado dia sim e o outro também sobre o assunto com presidente da Câmara, Artur Lira. E tome pedrada em Paulo Guedes. Procurado, Mabel confirmou as tratativas com Lira sobre o tema.

#Artur Lira #Paulo Guedes

Vai ser muito difícil o Copom resistir

24/08/2021
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O governo está sendo vítima de um ataque especulativo. O mercado tem pressionado de todas as formas para elevar a taxa de juros a níveis não previstos pelo Copom ou pelo próprio boletim Focus. As previsões de que a Selic terá um aumento de 0,75 ponto percentual ou de um ponto percentual na próxima reunião do Comitê, em 21 e 22 de setembro, estão sofrendo uma verdadeira avalanche de avaliações negativas da conjuntura, que indicam o objetivo de uma correção da taxa básica em 1,25 ou 1,5 ponto percentual. Os números da economia pioraram, mas nem tanto assim.

O déficit fiscal no próximo ano será bem menor e ficará em pouco menos da metade da meta original. A arrecadação vai continuar subindo ou, pelo menos, se manterá em níveis altos. Apesar das variantes do coronavírus e dos temores de uma nova onda de contágios, a pandemia vai arrefecer até o fim de 2021 ou no mínimo o início de 2022. Os ventos lá de fora podem não ser os melhores, mas a economia mundial continua crescendo. A sinalização do BC é de que ele recolocará o IPCA na meta em 2022. As instituições financeiras não acreditam na autoridade monetária, cuja gestão era considerada próxima do estado da arte. E enxergam o IPCA fora da meta neste e no próximo ano.

O PIB vai cair um pouco em relação ao previsto. Mas, no máximo, encolhe para 2% em 2022, um número que já era tolerado pelas casas bancárias antes do pequeno apocalipse. Quanto às reformas, as dificuldades já eram previstas. E não existe nada tão horroroso quanto o auge da pandemia. O que pode se argumentar é que os precatórios de Paulo Guedes, as diatribes de Jair Bolsonaro e a percepção de crescimento eleitoral de Lula estão excitando o mercado. Tudo bem. Mas, esses fatos não sustentam um cenário desastroso para os fundamentos econômicos. Barbeiragem foi lá atrás, quando o BC reduziu as metas de inflação, dificultando seu alcance em um previsível ambiente conturbado. Agora, o neoliberalismo engaiolado pelo mercado vai sofrer com a histeria por juros lá nas alturas. Até a próxima reunião do Copom, os vocalizadores das instituições financeiras falarão sem parar sobre a falta de fôlego fiscal, inflação fora de controle e a “política monetária dovish” do Banco Central. Na prática, é bem menos do que dizem.

#Copom #Paulo Guedes #PIB #Selic

O velho mercado de Paulo Guedes

20/08/2021
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Paulo Guedes deve se arrepender amargamente de ter vendido, em 2016, sua participação no Hortifruti, do qual era sócio ao lado da Bozano Investimentos. Como ministro da Economia, imagina-se que seria no mínimo desconfortável, senão proibitivo, ele manter qualquer ingerência em companhia aberta. Ainda que Paulo Guedes saiba como contornar essas situações. Poderia, por exemplo, deixar o ativo nas mãos da própria Bozano. A verdade é que, àquela altura, mesmo Guedes, com toda a sua onisciência, não conseguiria imaginar que o IPO passaria na sua frente trazendo possibilidades de lucro inesperadas.

Por falar em Hortifruti, a empresa pode ganhar companhia na fila do IPO. Os controladores do Zona Sul, outra tradicional rede de supermercados do Rio, estudam a abertura de capital da empresa.

#Hortifruti #Paulo Guedes

PEC dos precatórios é um eufemismo para calote

19/08/2021
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Em meio à barafunda fiscal, o RR considera que vale a pena destacar trecho da edição de agosto do boletim Prospectiva Econômica, produzido pela Insight Comunicação, sobre a questão dos precatórios. As informações não chegam a ser novas, mas o que elas revelam chama a atenção:

  • Do ponto de vista fiscal, o governo tem de lidar com R$ 90 bilhões em precatórios, a pagar já em 2022, o que bagunça o orçamento e o teto de gastos. A decisão já foi transitada em julgado no Supremo. Parece um passivo saído de uma caixa de pandora. Mas, não, o passivo sempre esteve nas previsões da Secretaria do Tesouro, que esperava postergar sua saída da toca do Judiciário. O que faltou, conforme confissão do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi o acompanhamento da questão pelo governo.

 

  • Agora, o governo pode se ver obrigado a adotar medidas contrárias ao seu ideário, quer seja uma “pedalada fiscal”, com a proposta de Emenda Constitucional que cria um fundo com receitas de privatizações, ou a venda de imóveis e dividendos de estatais remanescentes, fora do teto de gastos. Mesmo que a iniciativa seja constitucional, Paulo Guedes passa a sofrer do dilema da mulher de Júlio Cesar: não basta ser honesta, é preciso parecer honesta. Guedes deixou de parecer o neoliberal autêntico ou o fiscalista de quatro costados, conforme sempre se autodefiniu. No fundo, ao dizer que preferiu adotar essa medida ao não cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal ou a Regra de Ouro, comunicou, com outras palavras, que preferia jogar às favas os escrúpulos a ser preso.

 

  • Os pedaços da PEC que vazam do Palácio do Planalto são confusos. Em uma versão, a Emenda prevê a transferência obrigatória de 20% desse fundo para pagar as dívidas com os precatórios; outros 20% dos recursos serão pagos permanentemente aos mais pobres; além da destinação, até 2029, de 2,6% da Receita Corrente Líquida da União. Essa não é a única narrativa. Não se sabe se a tal “fundação” englobará a receita de concessões, os ativos das estatais enquanto não forem privatizadas ou somente as receitas de privatização. Tampouco se tem conhecimento se os imóveis serão vendidos preferencialmente aos novos controladores das empresas privatizadas e o quanto vai se abater da dívida bruta interna da União. Também não está claro se algum repasse será feito para contenção dos débitos de estados e municípios.

 

  • O teto de gastos formalmente  não será mexido. A medida de criar orçamentos extraordinários criativos vem sendo defendida por Insight Prospectiva desde sua primeira edição. A predição foi cumprida da pior maneira: um “jeitinho” para o parcelamento unilateral de uma dívida com a qual o Ministério da Economia admite, sem pruridos, não poder arcar. É como se o governo diferisse, arbitrariamente, o pagamento dos títulos públicos. Há um lado bom, que é a destinação de parte dos recursos à população excluída. Faltou, no entanto, carimbar o quanto iria para as despesas públicas com investimentos. O governo, porém, não pensa nesse assunto. O fato é que um ato soberano, que deveria se tornar uma válvula de escape para os gastos na infraestrutura e a mitigação da dor e da pobreza, surgiu como uma ação covarde para driblar o nome de moratória do que, evidentemente, é um calote.

 

  • O fato é que o fôlego fiscal foi reduzido. O mercado, conforme já se viu, não perdoa. É consenso que até as eleições a racionalidade econômica cederá à demanda política pelos recursos escassos. Mas, se pensar bem, o “grande atraso” pode até significar um pequeno avanço, na medida em que quebra um dogma da política econômica: a de que não é possível arrumar dinheiro para despesas essenciais ao país fora do teto de gastos. Por enquanto, o que sobressai no fundo do calote institucionalizado é o dito de Paulo Guedes: devo, não nego e pago quando puder.

#Ministério da Economia #Paulo Guedes #Secretaria do Tesouro

Devo, não nego…

12/08/2021
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Com a semi-moratória dos precatórios, Milton Friedman, lá no céu, deu as costas de vez para o Brasil. Aqui é a praia de Paulo Guedes. Não a dele.

#Paulo Guedes

Sem combustível

6/08/2021
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No que depender de Paulo Guedes, o pleito das montadoras de redução das alíquotas para a importação de semicondutores vai para o acostamento. O ministro é contra a medida mesmo diante da escassez da matéria-prima no setor.

#Paulo Guedes

Um ministro no mundo da lua

5/08/2021
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Os ministros Marcos Pontes e Paulo Guedes foram autores de uma lambança com a testagem do Covid. A ideia compartilhada entre ambos era ampliar de forma expressiva o número de testes. Foi motivo de reunião, incluindo 14 cientistas, em meados do ano passado – evento similar foi realizado há dois meses, mais uma vez com efeito nulo. O assunto, depois de combinado, ficou na dependência dos recursos orçamentários. Merreca, coisa inferior a uma centena de milhões de reais. Como se sabe, o Ministério da Ciência e Tecnologia é o primo pobre entre as Pastas do governo. Sobrou, então, para o Ministério da Economia. Só que no meio de caminho, as verbas previstas foram parar em lugar algum ou nenhum. O dinheiro não saiu nem das despesas discricionárias do orçamento nem da brecha aberta pelo estado de calamidade. Com o avanço da variante delta no país, os testes ganharam ainda mais importância. Ainda assim, a testagem em massa, que chegou a ser anunciada pelo ministro Marcelo Queiroga, não saiu do papel. Moral da história: uns caraminguás a mais e astronautas de menos, e poderia ter morrido menos gente. Um ministro no mundo da lua

Por falar em Marcos Pontes: de acordo com uma fonte da própria Pasta da Ciência e Tecnologia, desde o início do ano o ministro vinha sendo alertado por sua equipe dos riscos de interrupção dos sistemas do CNPq. Segundo o RR apurou, a atualização tecnológica da plataforma deveria ter sido concluída no ano passado, mas atrasou por falta de verbas. Apesar dos avisos, o dinheiro não saiu. Não deu outra: o resultado foi o apagão digital do CNPq, que, entre outras consequências, deixou a comunidade científica sem acesso à base de dados do currículo Lattes por mais de uma semana. Marcos Pontes tem sido seguidamente cobrado por dirigentes dos institutos e unidades de pesquisa vinculados à Pasta por conta da escassez orçamentária que atinge todos esses órgãos. O astronauta costuma reagir às reivindicações com evasivas e soluções de “outro mundo”. Um exemplo: segundo a mesma fonte, em recente reunião, Pontes teria dedicado boa parte do tempo explicando como as diversas áreas do Ministério deveriam preencher propostas de parceria com investidores privados, “sem excessos ou termos científicos”. O caso virou motivo de chacota nos corredores do Ministério.

#Marcos Pontes #Ministério da Ciência e Tecnologia #Paulo Guedes

Economia deve perder mais de quatro mil servidores

2/08/2021
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Nas contas de assessores de Onyx Lorenzoni, o novo Ministério do Trabalho e da Previdência deverá carregar cerca de 4,5 mil servidores da Pasta da Economia. Ou seja: na ponta do lápis, Paulo Guedes perderá algo como 5% dos quadros do seu ministério. Consultado pelo RR, o Ministério da Economia recusou-se a falar em números. De forma evasiva, disse que “está realizando o levantamento dos servidores para a efetivação da redistribuição do quadro”. Para quem sempre reclamou de excesso de funcionários públicos, Paulo Guedes vai sentir na pele o que significa uma redução de efetivo.

#Ministério do Trabalho e da Previdência #Onyx Lorenzoni #Paulo Guedes

O corta e cola de Paulo Guedes

27/07/2021
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A ideia de juntar o IBGE ao Ipea é que nem o iô iô: vai e volta, volta e vai. A proposta voltou a ser discutida no Ministério da Economia, desta vez com uma novidade: as duas instituições seriam reunidas e agregadas a uma parte da Receita Federal, que não tem nada a ver com a auditoria fiscal. O novo órgão ficaria debaixo da Secretaria de Política Econômica (SPE). Resumo da história: Guedes vai assistir à Pasta do Trabalho bater asas em troca de um Frankenstein de dados e estatísticas, cujas partes já estavam distribuídas no próprio Ministério da Economia. Perdeu playboy.

A secretária do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, virou a menina dos olhos de Jair Bolsonaro. A ponto do presidente cogitar dar status de Ministério à Secretaria. Não custa nadinha Bolsonaro ordenar um reforço de verbas para o órgão Seria mais uma mordida no que um dia já foi o Super-Ministério de Paulo Guedes.

#IBGE #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Só falta a Petros…

27/07/2021
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Após as trocas de comando na Previ e na Funcef, o novo alvo do governo é o presidente da Petros, Bruno Dias. O assunto já estaria sobre a mesa do ministro da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, que, em breve, passará a ser de Ciro Nogueira. Dias é próximo da superintendente da Susep, Solange Vieira. O que, ainda que indiretamente, significa ser próximo de Paulo Guedes.

 

#Ciro Nogueira #Funcef #Paulo Guedes #Petros #Previ

Uma ideia de bandeja para Lorenzoni

26/07/2021
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A proposta de Paulo Guedes de criação de um fundo de dividendos das estatais para o combate à pobreza extrema deve não apenas migrar da sua Pasta como também mudar de objetivo. A dinheirama passaria para o novo Ministério do Trabalho, sob controle de Onyx Lorenzoni. Em vez de serem destinados ao miseráveis, os recursos seriam alocados para um programa de apoio ao emprego. Não tão bom, mas bom. Pelo menos é o que se comenta no próprio Ministério da Economia

#Ministério do Trabalho #Onyx Lorenzoni #Paulo Guedes

Pólvora seca

20/07/2021
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O Ministério da Economia estuda alternativas para subsidiar a nova linha de crédito imobiliário voltada a policiais, anunciada por Jair Bolsonaro. Paulo Guedes seria contrário à proposta de uso de recursos do FNSP (Fundo Nacional de Segurança Pública), portanto do Orçamento do Ministério da Justiça. Tudo filigrana: Bolsonaro já determinou que o projeto saia do papel, venha de onde vier o dinheiro.

#Ministério da Economia #Paulo Guedes

Hortifruti sobe de prateleira

15/07/2021
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O Hortifruti, rede de supermercados do Rio, já olha para 2022: seu plano estratégico prevê a abertura de 20 lojas, no que será a maior expansão da história da empresa em um só ano. E pode ser mais se o IPO sair. No controle do negócio está o suíço Partners Group, hoje no lugar que um dia já foi da dupla Julio Bozano e Paulo Guedes. Consultado sobre a expansão, o Hortifruti disse que “está em constante avaliação para oportunidades de mercado”.

#Hortifruti #Paulo Guedes

Combustível ao liberalismo

13/07/2021
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Ao menos a ANP parece estar em sintonia com o discurso liberal do ministro Paulo Guedes. Na agência, só se fala em aumentar a concorrência no mercado de combustíveis. A diretoria do órgão regulador tem se empenhado em aprovar a proposta que permite aos postos com bandeira terem ao menos duas bombas de outra fornecedora. O problema é o lobby na mão contrária das grandes distribuidoras de combustíveis. Consultada, a ANP informou “não ter posição regulatória definitiva” e que “até agosto tornará públicas suas análises sobre o assunto”.

#ANP #Paulo Guedes

“Governança”

13/07/2021
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O presidente do BB, Fausto Ribeiro, aprendeu a lição com o tombo de seu antecessor, André Brandão. Antes de qualquer decisão, tem compartilhado todos os projetos mais sensíveis com Paulo Guedes – consequentemente, com o Palácio do Planalto.

#Banco do Brasil #Paulo Guedes

Ferreira Junior mostra que o governo ficou para trás

8/07/2021
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Há duas versões para a decisão da BR Distribuidora de entrar na Justiça contra a União por supostas perdas decorrentes da greve dos caminhoneiros, em 2018. A primeira delas é que a medida causou surpresa nos ministros da Economia, Paulo Guedes, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Os dois foram os principais apoiadores do atual presidente da BR, Wilson Ferreira Junior, enquanto ele esteve à frente da Eletrobras.

Mas, o jogo mudou: agora, é cada um por si. Guedes e Bento teriam, inclusive, reagido mal ao fato de Ferreira Junior sequer ter sinalizado a disposição da BR em judicializar o caso. A postura do executivo teria sido ainda objeto de comentário ácido do presidente Jair Bolsonaro junto ao seu ministro da Economia. Na segunda versão, Paulo Guedes teria conversado preliminarmente com Ferreira Junior e dito que a decisão do Conselho de Administração da BR era correta e, se estivesse no board, também votaria da mesma forma.

Nas duas versões, Bolsonaro, que já tinha sua implicância com Ferreira Junior desde os tempos da Eletrobras, não gostou do comportamento do executivo. O presidente não entende muito bem essas coisas de governança. Em tempo: partindo-se do princípio de que a BR teve mesmo prejuízos, não deixa de ser curioso que a Petrobras não tenha levado o caso à Justiça. Até outro dia, a estatal era dona de 37,5% do capital da empresa e exercia notória influência nas decisões do Conselho. Procurados pelo RR, a BR e os Ministérios da Economia e de Minas e Energia não quiseram se pronunciar. A AGU, por sua vez, informou que “a União ainda não foi intimada”.

#BR Distribuidora #Eletrobras #Paulo Guedes

Operação sincronizada

2/07/2021
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Ao mesmo tempo em que os empresários da construção civil pressionam o ministro Paulo Guedes a zerar o imposto sobre o aço importado, o “braço político” do setor também se movimenta. Jader Barbalho costura um acordão no Senado para destravar o projeto de lei 1.498/2021, de sua autoria, que propõe isenção das alíquotas para a importação do insumo enquanto durar o estado de emergência na saúde pública. O que a indústria siderúrgica nacional pensa sobre o assunto? Perguntado, o Instituto Aço Brasil não se pronunciou.

Noves fora a atávica antipatia do ministro por renúncia fiscal de qualquer natureza, Guedes e cia. acham a discussão inócua. Com o reaquecimento da economia na China, o excedente de chapas e vergalhões no país para atender ao mercado externo reduziu drasticamente nos últimos meses. Consultado, o Ministério da Economia informou que “em relação ao setor mencionado, há pleitos pontuais que se encontram sob análise”.

#Jader Barbalho #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Promessa indexada

25/06/2021
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Jair Bolsonaro decidiu terceirizar uma parte da sua escancarada campanha pela reeleição. O escalado para levar as boas novas ao empresariado foi Paulo Guedes, já condicionando as medidas a um segundo governo do “mito”. Pelo menos é o que se depreende da postura de Guedes na Fiesp, em reunião no último dia 23. Na ocasião, frente a dirigentes ávidos por um refresco tributário, o ministro afirmou que o IR da pessoa jurídica terá dois cortes de 2,5%: uma redução do tributo neste mandato, e a outra se Bolsonaro for reeleito. É, pois é… O presidente incomodou o Ministério Público com suas “motociatas”. Afinal, é uma propaganda explícita sobre duas rodas. A ver se Guedes está liberado para fazer suas “fiespizadas”.

#Fiesp #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Tem coisa que é melhor nem mexer

23/06/2021
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O Ministério da Economia não para de catar caquinho na tentativa de reduzir os gastos da máquina púbica. Neste momento, por exemplo, tem gente no time de Paulo Guedes dedicada a mapear os custos de representações militares no exterior. A título de ilustração, um dos casos que teria caído na “malha fina” do Ministério da Economia é o da Comissão Aeronáutica brasileira em Washington. O escritório reúne sete militares, entre os quais três coronéis da Força Aérea, e quatro civis, um efetivo que seria visto como exagerado pela “turma da planilha”. Será que vale a pena mesmo tanto desgaste por tão pouco?

#Ministério da Economia #Paulo Guedes

A marca de Guedes

14/06/2021
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A Afya, grupo de educação da área de medicina, estaria preparando uma nova oferta de ações na Nasdaq. A empresa é um legado de Paulo Guedes, que idealizou o negócio quando era sócio de Julio Bozano. Recentemente, por sinal, Bozano vendeu sua participação para a alemã Bertelsmann.

#Júlio Bozano #Paulo Guedes

Time de Guedes esconde o remédio da recuperação econômica

14/06/2021
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Uma boa parte dos mastins de Paulo Guedes acha que é preciso fazer um esforço de comunicação para evitar que se confunda os bons resultados da economia com uma inflexão da ortodoxia. As excelentes projeções para os índices econômicos deste ano – sobretudo o salto da estimativa do PIB de 3,6% para 5,5% a 6% e a redução da dívida bruta/PIB para 82%, conforme o RR antecipou na edição de 10 de junho – não seriam “atribuíveis aos gastos públicos compensatórios”, iniciados em 2020. Os assessores de Guedes almejam os direitos autorais pela melhora do cenário. Ou seja: querem que os indicadores sejam vinculados ao cumprimento do teto de gastos e à manutenção da austeridade fiscal. Na realidade, nenhum dos dois ocorreu de fato nessa pandemia. As ações mais visíveis foram os orçamentos paralelos e as despesas assistencialistas. Neste ano, tem mais, mesmo que os gastos sejam bem inferiores aos de 2020. E no ano que vem prosseguem, já descolados da pandemia. Pelo menos, espera-se.

#Paulo Guedes

Apólice de seguro

9/06/2021
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Após seis perdas no Alto-Comando do Ministério da Economia, Paulo Guedes acertou uma: por ora, tem conseguido manter Solange Paiva no comando da Susep. O Solidariedade, mais precisamente o deputado Lucas Vergílio, faz pressão para abocanhar o cargo.

#Paulo Guedes

Argumento infalível

2/06/2021
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Por trás da sanha do presidente Jair Bolsonaro contra as medidas de isolamento social, está o impregnador mor Paulo Guedes. O ministro sinaliza com um PIB acima de 5% neste ano se Bolsonaro segurar os governadores que querem fazer lockdown e deixar o povo mais um tempo em casa. Os riscos são aqueles sabidos. E daí?

#Paulo Guedes

Linha direta

28/05/2021
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Segundo o RR apurou, a decisão do governo de adiar de seis para nove meses o prazo de carência dos empréstimos concedidos a hospitais filantrópicos passou ao largo do ministro Paulo Guedes. A medida teria sido acertada diretamente entre Jair Bolsonaro e Pedro Guimarães, presidente da Caixa, responsável pela concessão do crédito especial.

#Paulo Guedes

Os ventos da economia sopram pró-Bolsonaro

27/05/2021
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Paulo Guedes sabe muito bem o que está falando quando diz “Agora vem a eleição? Nós vamos para o ataque”. Com base nas mais recentes projeções da equipe econômica, Jair Bolsonaro e Guedes começam a trabalhar com um cenário muito melhor do que boa parte dos analistas está enxergando. A previsão de crescimento do PIB para este ano está em torno de 4%, contra os 3% iniciais. A turma de Guedes já vislumbra 5%. Para 2022, as estimativas mais modestas apontam para alta de 2,4%. Intramuros, Guedes aposta em 3%. No biênio 2020 e 2021 – mesmo com a projeção de queda do PIB de 9% no ano passado (que acabou não se confirmando) -, o resultado não será necessariamente negativo. A conta do PIB nesses dois anos vai ficar em torno de 0% ou pouco mais. Em 2019, ressalte-se, no primeiro ano de mandato, a economia cresceu 1,1%.

O avanço da vacinação é uma variável fundamental na equação do PIB. O retorno dos trabalhadores e a crescente retomada da atividade produtiva vão acelerar o ritmo de recuperação da economia, provocando um efeito cascata sobre outros indicadores. Por exemplo, o aumento da arrecadação fiscal tende a se acentuar. A receita com impostos e contribuições federais vem de três recordes mensais consecutivos. O mês de abril atingiu a maior marca da série histórica com crescimento de 45,2% em relação a igual período em 2020. Além da alta da arrecadação, o aumento do PIB também vai aliviar o garrote fiscal pelo lado do endividamento público. A relação dívida bruta/PIB já baixou a 89,2% e pode chegar a 85% no fim deste ano, ou seja, longe das estimativas mais alarmistas, na casa dos 100%.

Por outro lado, Bolsonaro e Paulo Guedes também esfregam as mãos com a perspectiva de um resultado da balança comercial nas alturas, impulsionado pelo forte ciclo de commodities. Em abril, o país registrou o maior superávit em um único mês desde o início da série histórica, em 1997. O saldo positivo de US$ 10,35 bilhões nas transações comerciais representa uma alta de 46,8% em comparação a abril de 2020.

No entanto, o grande trunfo de Jair Bolsonaro é o forte arsenal de políticas compensatórias que começará a ser despejado ainda neste ano ou no início de 2022, quando a campanha eleitoral já estará posta. Uma nova rodada do auxílio emergencial deverá ser anunciada antes mesmo da atual acabar, em setembro. Mesmo que o valor vigente seja inferior aos R$ 600 reais do ano passado, essa injeção de recursos vai fomentar o aumento do consumo e fazer a economia rodar.

Para completar, até o fim do ano o governo ainda deverá tirar do forno um dos benefícios que estão sendo burilados
pela equipe econômica, seja o Bolsa Família ampliado, o renda mínima, a carteira verde amarela ou qualquer outra coisa do gênero. Some-se a isso a expectativa de redução, ainda que tímida, do desemprego: a previsão é de que o índice de desocupação ceda dos atuais 14% para algo próximo dos 12%, ou seja, ao nível pré-pandemia. É claro que várias dessas melhorias podem ser produto de circunstâncias efêmeras que o RR não vai comentar. Mas o fato é que, mesmo com a CPI da Covid e com os quase 500 mil mortos, Jair Bolsonaro tem muita lenha para queimar. Parafraseando Paulo Guedes, Bolsonaro vai para o ataque.

#Paulo Guedes

Melhor que nem vá

20/05/2021
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Paulo Guedes cogita sequer comparecer à reunião entre os ministros da Economia do Mercosul, convocada para o dia 8 de junho, em Buenos Aires. Guedes não esconde sua irritação com a postura da Argentina. O governo Alberto Fernández tenta derrubar a proposta do Brasil de redução da Tarifa Externa Comum do bloco em 20%. Melhor assim. Se estiver presente, Guedes corre o risco de falar alguma inconveniência.

#Paulo Guedes

Palavras ao vento

18/05/2021
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Martha Seillier só recusou o convite do Banco Mundial e aceitou seguir à frente da Secretaria do PPI após Paulo Guedes garantir que o Programa permanecerá sob o guarda-chuva do Ministério da Economia. Como se isso dependesse apenas dele…

#Paulo Guedes

Lusco-fusco

7/05/2021
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Paulo Guedes está convicto de que o presidente da Câmara, Arthur Lira, tem se empenhado muito pouco para acelerar a votação da Medida Provisória 1.031/21, que trata da privatização da Eletrobras. Guedes está incomodado com Lira por diversas outras pendências, inclusive a suspensão da comissão da reforma tributária.

#Arthur Lira #Eletrobras #Paulo Guedes

O nome de Jefferson vs. o sobrenome de Guedes

6/05/2021
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Roberto Jefferson, aliado de Jair Bolsonaro, trabalha para derrubar o ministro da Educação, Milton Ribeiro. Jefferson carrega no bolso do colete um nome para o cargo: o do ex-deputado federal Alex Canziani. O petebista já tentou emplacar Canziani na Pasta em duas ocasiões, uma ainda no governo Temer e outra no ano passado. Vai ter uma disputa dura. Jefferson encontrará outro peso-pesado pela frente. Paulo Guedes também tem sua candidata para a Educação, que, por sinal, atende pelo próprio sobrenome do ministro.

#Alex Canziani #Milton Ribeiro #Paulo Guedes #Roberto Jefferson

Me dá um dinheiro aí

30/04/2021
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Os sete governadores reunidos no Consórcio Brasil Central, à frente o mato-grossense Mauro Mendes, articulam a criação de uma frente parlamentar em apoio ao desenvolvimento da região. Trocando em miúdos: será mais pressão por verbas para cima de Paulo Guedes.

#Mauro Mendes #Paulo Guedes

Reforma tributária passa a ser a no 1

29/04/2021
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Paulo Guedes mudou. Segundo o RR apurou, o ministro da Economia quer colocar a reforma tributária em primeiro lugar na fila, deixando a reforma administrativa para um segundo tempo. O motivo é óbvio: aprovada ainda em 2020, a tributária pode aumentar a arrecadação e render recursos já no ano que vem. A reforma administrativa, assim como a PEC Emergencial, é uma medida de arrumação da casa. Traz recursos apenas a longo prazo. Mas Guedes vai ter de se desdizer, pois afirmou o tempo todo que não aumentaria a carga fiscal do país. O discurso de que a arrecadação vai crescer em função da eficiência das empresas provocada pela reforma tributária não cola.

#Paulo Guedes

Guedes na corda bamba da CPI

23/04/2021
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Paulo Guedes decidiu se antecipar a uma possível convocação pela CPI da Pandemia. O ministro orientou a equipe econômica a iniciar um detalhado trabalho de argumentação para justificar o atraso de programas essenciais, como auxílio emergencial, BEM, Pronampe etc. Guedes tem a seu favor a aprovação, em 2020, de um dos maiores pacotes de ajuda do mundo. Pode se aproveitar também do argumento de que até fevereiro deste ano a economia estava crescendo em V, conforme diz obsessivamente, o que explicaria a demora até abril da alocação de verbas para os programas emergenciais.

Guedes encomendou também a sua equipe um balanço detalhado sobre questões como transferência de verbas aos estados, alocação de recursos no combate à Covid-19 e cumprimento das despesas e restos a pagar. O ministro atribui parte dos contratempos ao próprio Congresso, mas certamente não apontará a Presidência da República como agente relevante da demora na implantação dos benefícios.

É verdade que Guedes não é protagonista direto das lambanças realizadas pela área da Saúde. Mas, indiretamente, contribuiu no processo e, portanto, tem o que dizer. Por enquanto, não há nenhuma confirmação de que o ministro será chamado a depor na CPI, mas a turma já está trabalhando feericamente para livrar o chefe de qualquer responsabilização.

#Paulo Guedes

Paulo Guedes quer vincular o Censo aos gastos com a pandemia

20/04/2021
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, estuda uma forma de juntar a verba para a pesquisa do Censo Demográfico ao bolo dos créditos orçamentários para os programas de Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEM) e Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). O governo tenta encaixar cerca de R$ 1 bilhão no meio dos R$ 15 bilhões que serão destinados aos dois programas. O montante adicional de recursos para o IBGE caberá, é claro, dentro teto de gastos. O arranjo visa recompor, ainda que não integralmente, a redução da verba do Censo Demográfico de R$ 2 bilhões para R$ 71 milhões. A irrisória cifra inviabiliza o Censo e, com ele, toda a memória estatística detalhada da pandemia. Haveria ainda um segundo movimento vinculado a essa engenharia orçamentária. Paulo Guedes aproveitaria a medida para resgatar uma velha obsessão (ver RR de 26 de agosto de 2019): ter um grande centro de pesquisas ao seus pés. Para isso, juntaria o IBGE ao IPEA, subordinando o primeiro ao segundo.

Trata-se de uma medida de ordem política, já que, na realidade, as duas instituições não têm tanta sinergia assim. O IBGE sempre foi um cluster do funcionalismo de esquerda no governo. São comuns greves e manifestações na autarquia. Guedes diz que “amansaria” o IBGE com a fusão. Se acontecesse hoje, a mega instituição seria dirigida por um dos seus mais fiéis “Chicago old”, Carlos Von Doellinger, que ocupa a presidência do IPEA.

O objetivo do novo “IPGE” parece óbvio. Ou seja: colocar a mão pesada do governo sobre as estatísticas, contas nacionais e pesquisas multidisciplinares. Os recursos para o Censo seriam alocados no orçamento como uma iniciativa necessária à Saúde. A medida, se não reconstrói a imagem de Paulo Guedes na academia, algo que ele tanto preza, mitigaria a ideia de que o cancelamento do Censo não mirou o fiscal. Foi, sim, uma vilania, não só cívica, como intelectual.

#Paulo Guedes

Penúria dos estados vira arma contra o lockdown

14/04/2021
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Há “maquiáveis” de plantão no Ministério da Economia. Segundo uma fonte pertencente à Secretaria de Fazenda de um grande estado, o governo estaria propondo uma espécie de toma lá dá cá para barrar o lockdown e, ao mesmo tempo, criar condições para acelerar a retomada econômica. A operação consiste em uma chantagem bem ao estilo do ministro Paulo Guedes: o “bom comportamento” na gestão da pandemia seria premiado com condições favoráveis de refinanciamento da dívida. Ou seja: os estados que flexibilizarem as regras de isolamento teriam facilidades para a sua recuperação fiscal. Como se faz isso, fora conversas de pé de ouvido, é difícil de entender. O argumento central é retirar o entrave à recuperação da atividade produtiva e, consequentemente, um potencial gerador de mais desemprego, o que exigirá a extensão do auxílio emergencial. A situação de penúria da maior parte dos entes federativos aumenta o poder de pressão do governo federal.

Este é um jogo de dados. O timing da retomada econômica depende fundamentalmente do ritmo de imunização da população. Não por acaso, nos últimos dias Guedes desandou a falar compulsivamente de vacinação. Esse ritmo é uma incógnita: há milhões de imunizantes que estão nas contas do Ministério da Saúde e podem não chegar ao Brasil no prazo previsto ou sequer chegar, caso da indiana Covaxin, ainda não aprovada pela Anvisa. Essa interrogação joga o país em um círculo vicioso: menos vacina potencializa a possibilidade do lockdown, que, por sua vez, é gerador de baixa atividade econômica, mais desempregados e um tempo bem mais longo para a recuperação da curva de crescimento. Nesse cenário, a única moeda de troca – ou de pressão – de Guedes e do governo junto aos estados seria o regime de recuperação fiscal contra o lockdown. As duas palavras até rimam. A questão é saber se fazem sentido politicamente.

#Paulo Guedes

O nome de Paulo Guedes para o PPI

14/04/2021
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Pedro Capeluppi, secretário adjunto de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, está cotado para assumir a Secretaria do PPI – a atual titular, Martha Seillier, deve ir para o BID. A preocupação de Paulo Guedes, neste momento, é ter alguém seu na função e desarmar as articulações para que o Programa seja transferido para a alçada de Onyx Lorenzoni, na Secretaria-Geral da Presidência.

#Paulo Guedes

Pressão sobre Guedes 1

13/04/2021
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As centrais trabalhistas representadas no Conselho Deliberativo do FAT pressionam o Ministério da Economia a pagar o abono salarial aos trabalhadores com juros e correção monetária. Seria uma compensação pela decisão do governo de adiar o pagamento do benefício de 2021 para 2022. Por ora, Paulo Guedes e equipe fazem ouvidos de mercador.

#Paulo Guedes

Pressão sobre Guedes 2

13/04/2021
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O ministro Paulo Guedes tem sido pressionado pela bancada ruralista e por cooperativas e associações de produtores agrícolas a suspender o corte de R$ 1,35 bilhão previsto para o Pronaf em 2021. Ressalte-se que a aprovação de Guedes no setor anda em baixa por outras medidas, como ter impedido a redução dos juros no Plano Safra.

#Paulo Guedes

Era só o que faltava…

8/04/2021
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A carta de Paulo Guedes ao FMI pedindo financiamento para a compra de vacinas é mais uma demonstração da falta de “semancol” do ministro. Pedir financiamento? Pode o ministro da Economia do décimo segundo maior PIB do mundo virar caça níquel? É como se fosse um país africano. Se quiser dinheiro para gastos com a pandemia, o que beira o desprezo pela soberania, estão à disposição as cotas do país no FMI. É só sacar. Mas para que isso? Ah, é o ajuste fiscal. “Tá” bom… Todos os países que interessam no mundo estão gastando o necessário no combate ao coronavírus. Todos pioraram sua situação fiscal. Guedes deve querer controlar os gastos públicos em plena pandemia. Ou fazer uma graçola para cima de Lula, que tem se apropriado da franquia dos pedidos aos chefes de estado, entre os quais o presidente dos EUA, Joe Biden, mas para distribuição de vacina aos países que realmente precisam. Essa falta de bom senso e noção do ridículo é bem do estilo Guedes. O ministro está querendo furar o teto do FMI.

#Paulo Guedes

Mourão quer mais Estado na Amazônia

29/03/2021
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Para o desgosto de Paulo Guedes, que brecou concursos e tenta enxugar a máquina pública, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, tem defendido dentro do governo a contratação de pessoal para o Ibama e o Instituto Chico Mendes (ICMBio). O aumento expressivo do contingente de fiscais na Região é um dos pilares do Plano Amazônia 21/22, o programa criado por Mourão e equipe em substituição à Operação Verde Brasil 2. Se nada mudar, os militares deixam a Amazônia em 30 de abril. O temor de Mourão é que, sem a presença das Forças Armadas, o Estado volte a ser um síndico ausente na Região.

#Hamilton Mourão #Paulo Guedes

Bancada ruralista x Paulo Guedes

29/03/2021
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, ganhou a batalha maior contra os ruralistas ao brecar a redução dos juros do Plano Safra. Mas, provavelmente, terá de entregar alguns anéis. É grande a pressão da Frente Parlamentar do Agronegócio sobre o governo pela diminuição das taxas para os empréstimos destinados à agricultura familiar. A cobrança dos ruralistas é maior devido à tendência de alta da Selic para os próximos meses, o que vai dificultar ainda mais a tomada de recursos junto a bancos privados.

#Paulo Guedes #Plano Safra #Selic

“Fundo partidário”

29/03/2021
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Em viagem ao Rio Grande do Norte, seu estado, na semana passada, o ministro Rogério Marinho levou boas novas. Garantiu a autoridades locais que não faltarão recursos federais para a construção da linha branca do sistema de trens de Natal. Cerca de R$ 60 milhões sairão do orçamento da Codevasf e da CBTU. Seus desafetos políticos dizem que o “ministro gastador” (Apud Paulo Guedes) já está em campanha: Marinho é apontado como possível candidato ao Senado pelo Rio Grande do Norte em 2022.

#CBTU #Codevasf #Paulo Guedes

Guedes encontra brecha para criar “CPMF digital”

26/03/2021
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Paulo Guedes pretende pegar uma carona tributária no projeto de lei que estabelece tipos penais e aumenta a punição para fraudes eletrônicas. O ministro da Economia estuda incluir no texto do PL a proposta de criação de uma contribuição sobre transações digitais. Seria uma forma de Guedes fazer a sua própria CPMF, apenas trocando a origem dos recursos – saem as movimentações financeiras e entram as compras online.

A engenharia idealizada pela equipe econômica tem algumas vantagens. Por se tratar de uma contribuição e não de um imposto, não seria necessário esperar pelo ano seguinte: a nova derrama passaria a valer já em 2021. Além disso, Guedes acredita ter encontrado outra saída política para acelerar a implantação da contribuição sobre transações digitais.  O Congresso aprovou o regime de urgência para o projeto de lei sobre fraudes eletrônicas.

“Urgência”, diga-se de passagem, para os padrões do Congresso: estima-se que a votação plenário ocorra em até 180 dias. Ainda assim, essa alquimia é uma solução complexa. Dependerá de uma intrincada costura política no Congresso para alterar o projeto de lei. Desde que assumiu o Ministério, Paulo Guedes tentou colocar de pé a recriação da CPMF ou a instituição de um imposto sobre transações digitais, que açambarcaria movimentações financeiras e pagamentos feitos por aplicativos.

Guedes levou “bomba” na proposta da CPMF. O aproveitamento do projeto das fraudes eletrônicas seria uma forma do ministro driblar essa recusa e aumentar a arrecadação em cima de um segmento da economia que cresce a passos muito largos. Com a pandemia, o e-commerce vem batendo todos os recordes de receita. O varejo online movimentou cerca de R$ 126 bilhões em 2020, 68% a mais do que no ano anterior. No total foram mais de 300 milhões de operações. Para este ano, as projeções indicam uma alta no volume financeiro da ordem de 18% – índice, ressalte-se, que tende a subir caso as restrições ao comércio físico por conta da pandemia se estendam por mais tempo.

#CPMF #Paulo Guedes #PL

A façanha de Pazuello

25/03/2021
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Eduardo Pazuello conseguiu algo pouco provável: pôs Paulo Guedes e Rogério Marinho do mesmo lado. A exemplo de Guedes, Marinho trabalha para “desconvencer” Bolsonaro da ideia de colocar Pazuello à frente das PPIs. O que se diz em Brasília é que Marinho age em causa própria: ele almeja levar o programa para o Desenvolvimento Regional.

#Eduardo Pazuello #Paulo Guedes #Rogério Marinho

A vez do setor privado no esforço de vacinação

22/03/2021
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O governo planeja um aumento expressivo da rede de vacinação contra a Covid-19. Além do SUS, com sua celebrada estrutura, o Sistema S, escolas e até supermercados seriam conclamados a participar do esforço de imunização. O assunto está sendo discutido entre o Palácio do Planalto, mais especificamente o general Braga Netto e o almirante Flavio Rocha, o ministro Paulo Guedes e a tecnocracia da Pasta da Saúde – o rodízio de ministros atrapalha as conversações com o titular do cargo. Guedes, com o delay de sempre, é o “Zé Gotinha” da operação. O ministro é o maior entusiasta da vacinação rápida dos trabalhadores.

Além de acelerar a imunização, por si só o objetivo maior, a medida é vista no governo como fundamental para antecipar o retorno ao trabalho da População Economicamente Ativa (PEA) e, assim, fazer girar a economia mais rapidamente. A operação seria toda conduzida pela União, e não por estados e municípios. A expansão dos locais de vacinação se daria depois de concluída a imunização da população acima de 60 anos, um dos principais grupos de risco da Covid-19. O andamento da vacinação varia conforme a cidade. No Rio, por exemplo, o último calendário divulgado prevê datas apenas até 70 anos (3 de abril).

Na Grande São Paulo, está programado que idosos de 70 e 71 anos sejam vacinados a partir de 29 de março. É preciso antecipar esses prazos. A grande questão é se o governo terá a quantidade de vacinas para colocar em curso uma logística tão complexa para a imunização em massa. Há uma força-tarefa com o objetivo de caçar vacinas pelo mundo. O ministro Paulo Guedes foi “alugado” para comandar a missão. Tudo com a maior discrição. Os episódios em que a compra de imunizante chegou a ser anunciada e depois não se confirmou foram muito desgastantes para o governo. A ideia é que a vacinação em massa seja colocada em curso no mês de setembro. Não é preciso dizer da importância política da iniciativa para Jair Bolsonaro. E da relevância absoluta que tem para Paulo Guedes. O ministro condiciona o futuro da economia ao esforço de vacinação.

#Covid-19 #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Não interessa a cor do gato se o inimigo é o rato

22/03/2021
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Nem Paulo Guedes, nem Artur Lira, com os quais já tratou do assunto. O governador do Rio, Claudio Castro, está apostando todas as suas fichas em Flavio Bolsonaro para persuadir o presidente Jair Bolsonaro a recuar em um ponto fundamental do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Devido a um veto do próprio Bolsonaro, os estados que aderirem ao RRF estão proibidos de contratar servidores públicos por três anos. O estado do Rio tem sérios problemas de vacância de quadros em áreas como saúde, educação e segurança e quer evitar essa camisa de força.

#Artur Lira #Claudio Castro #Flavio Bolsonaro #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Acervo RR

Terra infértil

19/03/2021
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Os parlamentares da bancada ruralista que se reuniram com Paulo Guedes na semana passada deixaram o encontro borocoxôs. Eles foram pedir o apoio de Guedes junto a Jair Bolsonaro para evitar o veto presidencial ao projeto que cria os Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro). No entanto, saíram da reunião com a impressão de que o ministro não vai comprar o barulho.

#Fiagro #Paulo Guedes

Operação-abafa

12/03/2021
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Paulo Guedes tem procurado asserenar os ânimos entre os conselheiros do Banco do Brasil para evitar uma “Petrobras 2”, leia-se a renúncia de integrantes do board após as ingerências de Jair Bolsonaro na instituição.

André Brandão está disposto a deixar a presidência do BB antes do governo definir seu substituto. Virou uma questão de honra.

#Banco do Brasil #Paulo Guedes

Paulo Guedes x Congresso. Outra vez

10/03/2021
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Mais uma queda de braço à vista entre Paulo Guedes e o Congresso. O motivo é o projeto apresentado pelo senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), propondo um waiver de seis meses para os empréstimos contraídos no Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Pronampe). Nos corredores do Senado, Heinze garante já ter os votos necessários para a aprovação. Ocorre que a equipe econômica até concorda com a moratória, mas, no máximo, por quatro meses. Somente no ano passado, o total de financiamentos liberados no âmbito do Pronampe chegou a R$ 37,5 bilhões.

#Paulo Guedes #Pronampe

Voto de desempate

10/03/2021
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Nem Paulo Guedes, nem Onyx Lorenzoni. O que se diz no Palácio do Planalto é que Jair Bolsonaro poderá transferir o PPI para o Desenvolvimento Regional, de Rogério Marinho. Seria a forma de acabar com as disputas entre Guedes e Lorenzoni.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Rogério Marinho

Sai Paulo, fica Pedro

10/03/2021
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Paulo Guedes tirou o corpo fora e abandonou o lobby pela indicação de Eduardo Dacache, atual presidente da Caixa Seguridade, para o comando do Banco do Brasil. Pedro Guimarães, presidente da Caixa, ficou sozinho na campanha pela nomeação de Dacache.

#Banco do Brasil #Paulo Guedes

Nem tudo é crise…

10/03/2021
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Com a pandemia, as vendas de piscinas para uso doméstico cresceram cinco vezes em 2020. Em algum lugar, o crescimento em V tão decantado por Paulo Guedes aconteceu.

#Paulo Guedes

SOS caminhoneiro

8/03/2021
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A equipe econômica quebra a cabeça em busca de medidas para baixar a temperatura entre os caminhoneiros. Uma ação na ponta da agulha é a prorrogação dos contratos de financiamento de veículos pesados no âmbito do BNDES. É Tarcisio Freitas prevalecendo sobre Paulo Guedes.

#BNDES #Paulo Guedes #Tarcísio Freitas

Extinção de municípios ganha força no governo

5/03/2021
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Assim como a desvinculação dos gastos com educação e saúde entrou na PEC Emergencial para sair, a proposta de extinção de municípios com menos de cinco mil habitantes também está de passagem na PEC do Pacto Federativo (PEC 188). Ela será retirada desta última e incluída na PEC Emergencial (186), mas sem estar explicitada no texto. Se, antes, a medida se daria de forma direta e transparente, desta vez a intenção do governo é conduzir esse processo darwiniano de maneira oblíqua e gradual. Ações que discriminam a distribuição de recursos, como extinção de fundos públicos e remanejamento de verbas, além da supressão da garantia de créditos de estados e municípios, seriam instrumentos capazes de estimular a fusão de cidades.

De certa forma, nesse modelo, o governo passaria a arbitrar o “cavalo vencedor”, leia-se o município escolhido para incorporar outros no seu entorno, através do seu adensamento financeiro. A manobra, ressalte-se, é complexa. Trata-se de uma tarefa que exige força política, tamanho o desgaste que trará para o governo Bolsonaro. O “M&A” entre municípios promete deslocar interesses regionais, eliminar ou, ao menos, reduzir pequenos feudos de lideranças locais, enfim redesenhar o eixo de poder na base da pirâmide político-partidária. Terá ainda um notório impacto na diminuição de cargos públicos à disposição do pantagruélico apetite das 33 legendas registradas no país.

Prefeituras, secretarias e câmaras de vereadores serão varridas do mapa. É justamente a principal razão que motiva Paulo Guedes e seus auxiliares a levar a medida adiante. Essa engrenagem composta por centenas de autoridades e seu respectivo séquito de assessores – muitas vezes desproporcional à cidade em questão – leva a um inchaço de gastos. Nos cálculos e projeções feitos pela equipe de Paulo Guedes, a economia seria maior do que inúmeros programas do Bolsa Família. Levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta 1.217 municípios no “corredor da morte”.

São cidades com menos de cinco mil habitantes ou com arrecadação própria menor do que 10% da sua receita total – a linha de corte para a extinção prevista no texto original da PEC 188. A ideia de fusão de cidades não é nova. Ela esteve em pauta no governo Collor, por meio de Eliezer Batista, então ministro de Assuntos Estratégicos. A  proposta, no entanto, se perdeu junto com o impeachment do presidente. Eliezer, que, por décadas, dedicou-se a estudar a geoeconomia nacional com base em todas as variáveis possíveis – recursos naturais, logística, vocação econômica, densidade demográfica etc – dizia que a federação brasileira era um “pé de galinha”.

O ex-presidente da Vale considerava as fronteiras internas do país um tracejado disforme, torto, que pouco privilegiava o potencial econômico de cada região. Ressalte-se que a proposta de redefinição das divisas municipais não é uma jabuticaba. Portugal, por exemplo, adotou a medida – nas últimas décadas, cidadelas foram sendo incorporadas umas às outras. O próprio Brasil tem um exemplo doméstico. Infelizmente um case às avessas, no qual o adensamento foi uma tragédia. Ao deixar de ser capital para ser anexada ao estado, a cidade do Rio se desmilinguiu. Espera-se, seja a exceção que confirma a regra.

#Paulo Guedes #PEC Emergencial

Picuinhas diplomáticas

5/03/2021
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Segundo o RR apurou, o embaixador Daniel Scioli fez chegar ao Itamaraty a insatisfação do governo argentino com recentes declarações de Paulo Guedes. Em entrevista ao yotuber Thiago Nigri, Guedes disse que o Brasil pode “virar a Argentina em seis meses” se tomar decisões erradas na política econômica. Soa a briga de condomínio. Ainda assim, no métier da diplomacia, a questão ganha alguma importância pelo timing: o primeiro encontro entre os presidentes Jair Bolsonaro e Alberto Fernández está marcado para o próximo dia 26.

#Daniel Scioli #Paulo Guedes

“O BB é meu”

5/03/2021
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O recado já está com Paulo Guedes: Jair Bolsonaro quer que o novo presidente do Banco do Brasil, seja ele quem for, reavalie o plano de fechamento de 300 agências em todo o país. Qualquer corte razoável nesse número já será uma festa para Bolsonaro.

#Banco do Brasil #Paulo Guedes

Auxílio emergencial a um passo de virar definitivo

3/03/2021
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Uma das discussões que estão a pleno vapor dentro do Palácio do Planalto e do Ministério da Economia é a transformação do auxílio emergencial em benefício concedido até o fim de 2021 ou mesmo permanente, com valor entre R$ 250 e R$ 300. Segundo o RR apurou, na manhã de ontem auxiliares de Jair Bolsonaro cogitaram a possibilidade de o presidente anunciar a mudança no pronunciamento que faria à nação à noite e acabou cancelado. A Secretaria de Comunicação chegou a discutir se a boa nova deveria ser divulgada de forma isolada ou dentro de um pacote de ações, com o risco de as demais medidas acabarem eclipsando o anúncio do auxílio.

No entanto, Bolsonaro deu tempo ao tempo para a equipe econômica fechar uma série de cálculos, um “joga pra lá, joga pra cá” até que Paulo Guedes e cia. definam o que financia o que e com que limite. O Brasil vive a tempestade perfeita: a pandemia recrudesce em velocidade ainda maior; a economia está quebrada e o país caminha para um quadro de recessão técnica. Essa terrível combinação exige a adoção imediata de medidas de proteção mais agudas, com impacto relevante na área econômica, a exemplo do BEM (Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda).

O auxílio permanente poderia sustentar algum crescimento via consumo, repetindo, agora de forma continuada, o que já aconteceu no segundo semestre do ano passado. Além disso, não obstante seu caráter humanitário e essencial, a medida também favoreceria politicamente Jair Bolsonaro. Basta lembrar o aumento dos índices de aprovação do presidente nos meses de pagamento do auxílio emergencial. A velocidade da pandemia quebra a espinha dorsal da PEC Emergencial. O governo provavelmente terá de suprimir diversas medidas restritivas e mesmo do que sobrar do conjunto da obra será difícil aprovar no Congresso nessa circunstância de terror. Em apenas dois dias após seu envio, a MP da privatização da Eletrobras foi objeto de 570 emendas parlamentares.

#Auxílio emergencial #Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Paulo Guedes não passa recibo

24/02/2021
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Nada abala a disposição de Paulo Guedes. Ontem, no decorrer do dia, o ministro teve reuniões com 39 pessoas, entre integrantes do seu staff, consultores, o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro da Casa Civil, general Braga Neto. O último compromisso, às 17h30, foi com a presidente da Susep, Solange Vieira. Uma brisa fresca. Guedes adora a moça. Obs: em nenhum momento, o ministro acusou a devassa no seu quintal neoliberal.

#Arthur Lira #Paulo Guedes

Estilhaços da intervenção de Bolsonaro na Petrobras

23/02/2021
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  • Até o fechamento desta edição (ontem, às 20h) Paulo Guedes completou 72 horas sem se pronunciar sobre a demissão de Roberto Castello Branco. Muy amigo…
  • Depois do que fez na Petrobras, Jair Bolsonaro não deve estar mais querendo a aprovação da autonomia do Banco Central. Seria a única instância da República em que ele não poderia demitir o subordinado.
  • Ontem, circulou a informação de que Jair Bolsonaro está consultando seu conselho militar em busca do nome de um oficial para a Eletrobras. Não é difícil de entender que a privatização foi para a o espaço.
  • Também ontem, correu no mercado a informação de uma substituição da substituição na BR. Wilson Ferreira Junior, que deixou a Eletrobras e ganhou como prêmio de consolação a presidência da distribuidora, não assumiria mais o cargo. O novo indicado seria o ministro Bento Albuquerque. Sua missão seria tocar uma “nova BR”, com a reestatização da empresa. Segundo informação que circulou em uma grande corretora, a Petrobras compraria, até junho, 15% das ações da distribuidora que pertencem a fundos e bancos internacionais, reassumindo o controle.
  • A possível indicação do almirante Bento Albuquerque para a BR enseja ainda duas interpretações. A primeira é que Bolsonaro quer colocar alguém seu na empresa para fazer política de preços e tarifas dos combustíveis. A segunda é que o presidente pretende abrir espaço no Ministério de Minas e Energia para o Centrão.
  • A explosão de Jair Bolsonaro deverá atingir, ainda que de leve, a cota de Paulo Guedes. O secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues Junior, está na linha de tiro do presidente.
  • O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, já está espanando a cadeira. Sabe que sua demissão pode não ser agora. Mas será mais à frente, conforme já sinalizou Bolsonaro.
  • Ontem era tido como certo no mercado que o programa de privatização do governo vai ficar restrito à xepa das estatais. A insegurança jurídica alimentada por Bolsonaro é um repelente para os investidores.
  • O que se considerava, ontem, em Brasília é até que ponto a aprovação da PEC Emergencial será suficiente para mitigar o estrago feito com as mexidas conduzidas por Bolsonaro. Tá tudo dominado, mas não por Paulo Guedes…

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Petrobras

Ao Deus dará

18/02/2021
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Assessores mais próximos de Paulo Guedes apostam que ele não vai mover um dedo para salvar a pele do presidente do Banco do Brasil, André Brandão, das garras do Centrão. Já bastou o desgaste que Guedes teve ao segurar Brandão no banco depois do recente anúncio das cinco mil demissões.

#Banco do Brasil #Paulo Guedes

Hábito abandonado

3/02/2021
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, abandonou as caminhadas no calçadão da Praia do Leblon. Guedes manteve o hábito até o penúltimo trimestre do ano passado.

#Paulo Guedes

Um ministro de aparências

2/02/2021
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A permanência de Wilson Ferreira Junior no Conselho da Eletrobras teria se dado por um pedido direto de Paulo Guedes. O “Posto Ipiranga” tenta, ao menos, manter as aparências de que a companhia será privatizada

#Eletrobras #Paulo Guedes

Ninguém enxerga que a indústria está morrendo?

1/02/2021
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O RR apurou que a Secretaria do Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia monitora, com preocupação, a situação da Audi no país. O receio é que a montadora alemã seja a próxima a encerrar sua produção no Brasil. Os movimentos recentes reforçam essa percepção. Em dezembro passado, a empresa suspendeu a fabricação do A3 Sedan, único modelo que era montado na unidade de São José dos Pinhais (PR). Ouvida pelo RR, a Audi foi diplomática. Afirmou que estuda um novo modelo para ser produzido no Brasil. Diz ainda que “boa parte dessa decisão passa pela definição do que irá ocorrer com os créditos de IPI acumulados durante os anos de Inovar Auto, que não foram integralmente devolvidos”.

O RR, contudo, reitera que a empresa estuda cair fora do país. Caso atravesse a porta de saída, a Audi se juntará a Ford, Ford Caminhões, Roche, Eli Lilly, Sony, Mercedes-Benz e Nikon, empresas que encerraram suas atividades industriais no Brasil desde o início do governo Bolsonaro. Diante do crescente êxodo de multinacionais, talvez tenha chegado a hora de rever o “super” Ministério da Economia. A “sub-pasta” da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, colocada sob o guarda-chuva de Paulo Guedes tornou-se um apêndice menor e ineficaz, com graves reflexos para a economia, geração de empregos, retenção de talentos e mesmo estímulo à educação mais sofisticada no país. Com Guedes não vai haver policy para o segmento. O ministro despreza qualquer tipo de política industrial. Há uma bifurcação de motivos para esse “bye, bye, Brazil”.

De um lado, existe uma variável estrutural: o elevado Custo Brasil, uma questão que exige tempo para ser equacionada. Por outro, há um forte componente conjuntural. A gestão Bolsonaro não acena com PIB crescente, aumento de investimentos e muito menos incentivos – que não precisam, necessariamente, ser fiscais. O Chile, por exemplo, exige o compromisso de permanência de uma empresa por 10 anos para a concessão de benefícios. Por aqui, o governo Bolsonaro adota a política do “cada um por si”.

O BNDES hoje é tudo: estruturador de operações financeiras, adviser de privatizações, trem pagador do Tesouro, menos banco de fomento. Paulo Guedes diz que a indústria está crescendo. Como de hábito, ergue suas verdades sobre um terreno arenoso. Esse crescimento ao qual ele se refere se deve a três variáveis. Em primeiro lugar, a base de comparação usada – o mês imediatamente anterior – é baixa. Em novembro de 2020, a atividade industrial avançou 1,2% em relação a outubro. Por esse critério, foi a sétima alta consecutiva. No entanto, quando a comparação se dá com o mesmo período em 2019, foram 10 meses seguidos de baixa. Apenas em outubro e novembro de 2020 a indústria voltou a crescer frente aos mesmos meses no ano anterior.

Além disso, o auxílio emergencial e as políticas de cobertura de pagamento de salários dos trabalhadores durante a pandemia tiveram um impacto positivo circunstancial. Ressalte-se ainda o divórcio de boa parte dos brasileiros com as regras sanitárias: mais da metade da população determinou, com o apoio do presidente Bolsonaro, que o isolamento não precisava ser cumprido, o que antecipou a retomada da economia – ao custo de milhares de mortos a mais. Hoje, a indústria de transformação responde por 11% do PIB, o menor nível desde 1947. Há estimativa que chegue a 9% em 2024.

Segmentos vitais vão recuar ainda mais. A formação bruta de capital fixo deve cair 2,3% no quarto trimestre de 2020 em comparação com o terceiro, segundo projeção do Boletim Macro do Ibre-FGV. A construção civil, que tem peso no cálculo do PIB industrial, deu um piparote em dezembro, com a maior utilização de capacidade operacional desde 2014. Mas, a previsão da Câmara Brasileira da Indústria da Construção é de uma queda de 2,8% do PIB do setor em 2020. Esse cenário provoca efeitos colaterais que podem demorar anos para serem curados. Há uma crescente exportação de talentos no país, notadamente para países como Estados Unidos, Alemanha e Suécia. São profissionais de alta formação que potencialmente teriam de ser absorvidos pela indústria nacional. E daí.

#Audi #BNDES #Ford #Mercedes-Benz #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Auxílio emergencial ameaça rachar o Brasil

26/01/2021
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A divisão entre os estados no que diz respeito à continuidade do auxílio emergencial pode influenciar não somente as unidades federativas, mas também a escolha do presidente da Câmara, o maior ou menor fortalecimento do ministro Paulo Guedes e, em última instância, a reeleição de Jair Bolsonaro. A questão que interliga todos esses pontos é o risco de uma disputa fratricida entre as regiões ricas e pobres do país e também dentro dos próprios estados. A ameaça de ruptura é horizontal e vertical. As unidades da federação contrárias à prorrogação do benefício – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal – vocalizam os Secretários de Fazenda, que, por sua vez, dublam seus respectivos governadores.

Mas, essa posição anti-auxílio está longe de representar a população local, majoritariamente favorável à extensão do pagamento emergencial. Segundo o último levantamento Exame/Ideia, na média nacional 70% dos brasileiros apoiam a medida. Ressalte-se que há outro indicador nevrálgico que começa a andar paripassu a esse. De acordo com a pesquisa mais recente do Datafolha, 53% da população são contrários ao impeachment de Jair Bolsonaro. Certamente, boa parte deste contingente é formado por pessoas que recebem o auxílio-emergencial. Caso o governo engavete a prorrogação do benefício, uma parcela considerável dos brasileiros tende a
migrar automaticamente para o lado pró-impeachment.

Por ora, essa questão está sob brumas. Jair Bolsonaro não entregou se vai ou não renovar a concessão do auxílio emergencial. Em certa medida, essa postura tem servido de combustível para a disputa “ricos x pobres” – um duelo, ressalte-se, travado entre governos, não entre a população. Segundo o RR apurou, os estados favoráveis ao benefício já discutem algum tipo de manifestação pública para demarcar território e, ao mesmo tempo, dar uma mensagem para os seus eleitores. São as mesmas unidades da federação que, na sexta-feira passada, enviaram carta a Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre pedindo pela extensão do auxílio emergencial – os 16 estados do Norte e do Nordeste, mais Paraná e Mato Grosso do Sul. A prorrogação ou não do benefício mexe com tudo: renda, consumo, serviços, segurança pública, cenário eleitoral etc.

Do lado oposto, estão os mais abastados. Os estados “anti-auxílio” reúnem o equivalente a 72% do PIB nacional. São também os piores pagadores da federação. Somente São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais carregam quase 95% de toda a dívida dos estados junto à União. Este grupo quer furar a fila da “vacinação fiscal”, isto é pular na frente dos demais estados e antecipar seu processo de recuperação ainda que à custa dos mais de 60 milhões de brasileiros que encontraram no auxílio emergencial sua única fonte de recursos. Entre distribuir renda para a população por meio do benefício ou defender a retomada do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), os secretários de Fazenda desses estados não pensam duas vezes.

“Farinha pouca, meu pirão primeiro”. Como se atraso na vacinação, mortes, milhares de internados em UTIs, desemprego, queda do poder de compra, retração da economia etc não fossem uma ameaça ainda maior. O árbitro desse embate federativo não poderá tardar a se manifestar. Há muito em jogo para Jair Bolsonaro. Difícil imaginar que ele se negue a renovar o auxílio-emergencial no momento em que a vacina atrasa, a pandemia recrudesce e o número de mortos aumenta. Além disso, esse racha entre os estados pode se refletir dentro da Câmara, com a formação de um bloco não por partidos, mas por região, em que os estados mais prejudicados com a suspensão do benefício se voltariam contra qualquer projeto de interesse do Palácio do Planalto, engessando o governo. 2022 é logo ali.

#Auxílio emergencial #Davi Alcolumbre #Economia #Paulo Guedes #Rodrigo Maia

Paulo Guedes cobra do Supremo um veredito para o ICMS

15/01/2021
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Como se não bastassem os embates com o Congresso, notadamente com Rodrigo Maia, Paulo Guedes anda se bicando também com o presidente do Supremo, Luiz Fux. O motivo é a demora do STF em apreciar uma questão de vital interesse da área econômica, notadamente da Receita Federal. Trata-se do julgamento dos embargos de declaração do Recurso Extraordinário (RE) 574.706, processo que pode virar de ponta cabeça as regras de recolhimento do ICMS.

Em 2017, o Supremo determinou que o tributo não deve entrar na base de cálculo do PIS e da Cofins. Até aí, morreu Neves. No entanto, até hoje, a Corte não modulou os efeitos da decisão, criando uma enorme insegurança jurídica em torno do assunto. Não está claro, por exemplo, se o ICMS a ser excluído da base do PIS e Cofins é o destacado na nota fiscal ou o efetivamente pago. Neste último caso, o montante seria menor.

Enquanto o STF não modula sua própria decisão e estabelece um balizador, os tribunais inferiores têm julgado processos relacionados a recolhimento do ICMS quase às cegas, com critérios diferentes. Paulo Guedes e sua equipe temem que a lentidão do Supremo resulte em uma enxurrada de ações contra a União, notadamente de contribuintes pessoa jurídica reclamando a restituição de tributos indevidamente recolhidos. Apesar das gestões de Paulo Guedes junto ao STF na tentativa de equacionar a questão, não há qualquer sinal de que a Corte julgará o caso no curto prazo. Até o momento, Fux não incluiu o RE 574.706 na pauta do STF para o primeiro semestre – embora, curiosamente, tenha programado o julgamento de outros sete processos que envolvem questões tributárias.

#Paulo Guedes #PIS #Rodrigo Maia

Bolsonaro vai distribuir mais cargos do que vacinas

14/01/2021
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O Palácio do Planalto iniciou sua campanha de vacinação contra a “Coalizão Baleia”. A ordem é inocular o Centrão com cargos e verbas para barrar a aliança montada em torno de Baleia Rossi, garantir a eleição de Arthur Lira à presidência da Câmara e, consequentemente, assegurar a própria governabilidade de Jair Bolsonaro. Possibilidades de nomeações vêm sendo mapeadas nas conversas entre o ministro Luiz Eduardo Ramos, Lira e os principais articuladores de sua campanha, a exemplo dos deputados Hugo Motta (Republicanos) e Fausto Pinato (PP).

Segundo o RR apurou, ontem havia sobre a mesa 56 postos de todos os escalões do governo federal que poderão ser preenchidos pelo Centrão, inclusive os Ministério da Infraestrutura, de Minas e Energia e do Desenvolvimento Regional. Tudo temperado com cifrões. Paulo Guedes, por sua vez, foi incumbido de encontrar espaço dentro do sofrido orçamento onde possa encaixar o apetite pantagruélico do Centrão. A mobilização do Planalto é mais do que justificável: se fosse produzida uma peça literária sobre o enredo em torno da eleição na Câmara, ela poderia se chamar “Morte e vida, Bolsonaro”.

O governo trata a sucessão de Rodrigo Maia como um evento que não apenas antecipa, mas que, no limite, pode ser determinante para a reeleição ou não de Jair Bolsonaro em 2022. Se Baleia Rossi vencer a disputa, com o apoio da “bancada Rodrigo Maia” e dos partidos de esquerda, a Câmara passará a ser o maior “partido” de oposição do Brasil. Aí, sim, é que Bolsonaro vai poder dizer “eu não consigo fazer nada”. Governar com uma coalizão tão ampla e tão ferrenhamente contrária passaria a ser o maior teste do presidente Bolsonaro. A gestão Paulo Guedes, por exemplo, enfrentaria poucas e boas.

Se já foi difícil passar uma agenda de reformas durante o mandato de Maia, que em alguns momentos se fez de aliado do Planalto, com a eleição de Baleia vai ser pau puro. Entre outras pautas, está mais do que dado que a Câmara fará pressão pela decretação de um novo estado de calamidade e pelo retorno do auxílio emergencial. Se a proposta já encontra eco em representantes da ala mais conservadora do Congresso, imagine, então, entre os partidos de esquerda, base importante de apoio à candidatura de Baleia Rossi. A oposição terá a faca e o queijo na mão para minar, de dentro da Câmara, a gestão Bolsonaro e as suas chances de reeleição. É serviço que pode ser feito de maneira lenta, em suaves prestações até novembro de 2022, ou de forma mais radical. Já são 60 os pedidos de impeachment de Bolsonaro protocolados na Câmara. Maia cozinhou todos eles em banho-maria. Baleia Rossi pode não ter a mesma parcimônia.

#Baleia Rossi #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Rodrigo Maia

Ford deixa vários corpos pelo caminho

12/01/2021
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Ao encerrar sua produção no Brasil, a Ford provocou um atropelamento coletivo. A companhia criou um problema para todas as montadoras instaladas no país, dando combustível de sobra àqueles que defendem o corte de incentivos para o setor – a começar pelo ministro Paulo Guedes, atavicamente contrário a renúncias fiscais. A própria Ford recebeu aproximadamente R$ 20 bilhões em benefícios tributários no país desde 1999, ou seja, uma média de quase R$ 1 bilhão por ano. Em troca, vai deixar cinco mil trabalhadores sem emprego. Como toda tragédia embute seu próprio humor, com a Ford não poderia ser diferente. O anúncio dos norte-americanos ridicularizou a Anfavea. A Ford divulgou o fechamento de suas fábricas no país no mesmo dia em que o presidente da entidade, Luiz Carlos de Moraes, estampou a página do jornal Valor Econômico, com a previsão de aumento de 15% nas vendas de automóveis em 2021. Ficou parecendo que Moraes foi o último a saber da drástica decisão de uma das associadas da Anfavea. A decisão da Ford terá desdobramentos sobre todos os setores da economia, devido à capilaridade da sua cadeia de produção. Poderá
impactar também nos juros e no câmbio. Foi um strike.

#Anfavea #Ford #Paulo Guedes

Isso já virou caso de divã

7/01/2021
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Rogério Marinho identificou as digitais de Paulo Guedes nos boatos de que poderá ser demitido do Ministério do Desenvolvimento Regional para dar lugar a uma indicação do Centrão. “Vamos aguardar o segundo tempo”, é o que Marinho tem dito a assessores próximos.

#Ministério do Desenvolvimento #Paulo Guedes

Muito barulho por nada

6/01/2021
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Paulo Guedes tenta convencer Jair Bolsonaro a reincluir a Ceagesp no programa de privatizações do governo. A venda ocorreria em 2022. A empresa de abastecimento de produtos agrícolas é a “estatal da roubalheira”, nas palavras do próprio Bolsonaro.

#Ceagesp #Paulo Guedes

Segunda tentativa

5/01/2021
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O RR apurou que as centrais sindicais vão apresentar novamente no Codefat o pedido de pagamento de duas parcelas adicionais do seguro-desemprego aos trabalhadores demitidos durante a pandemia. Parece até que não sabem quem é Paulo Guedes.

#Codefat #Paulo Guedes

Contramão

4/01/2021
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As seguidas declarações do novo presidente do Banco do Brasil, André Brandão, tratando a venda de subsidiárias como algo não prioritário, têm provocado um crescente incômodo no ministro Paulo Guedes.

#Banco do Brasil #Paulo Guedes

Receita de Natal para Paulo Guedes não ser detestado

22/12/2020
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O RR quer dar um presente de Natal a Paulo Guedes, que empreendeu uma enérgica batalha pela aprovação de medidas econômicas necessárias ao ajuste econômico e à retomada do crescimento. Decidiu por ofertar um decálogo de ações facilitadoras do diálogo com os diversos públicos. Bobagem isso que ministros da Economia têm de ser naturalmente odiados. Ao contrário, Guedes tem de tentar ser amado e não se manter como o sujeito intolerável que aparece nas mídias. Vamos às propostas:

I. O ministro deve ser reportar mais à população e não somente aos empresários , quando trata das dificuldades com o Congresso para aprovação das reformas estruturais. As reformas são do povo. É isso que Guedes têm de conseguir expressar.

II. As reformas têm de ser mostradas em bloco para a sociedade. Na TV, no cinemas e todas as mídias do país, em um movimento simultâneo de guerra e paz. Querer fazer uma mudança estrutural nos hábitos e direitos da população sem dar explicações convincentes parece um contrassenso.

III. A pedra de toque é a expressão “melhoria geral para todos”. Ou algo assim. Recomenda-se que o ministro foque seu discurso nos pontos centrais da reforma. Nada de diversionismo, como falar de imposto do pecado ou de fundo das estatais.

IV. E onde estão os gráficos, estatísticas e simulações do que essa gestão reformista vai trazer de benefícios ao povo? E cadê o material de divulgação que explique bem explicadinho o que todos vão ganhar?

V. Eficiência, eficácia, controle, ajuste, racionalização são termos para um publico que não precisa de carinho. Estamos falando de banqueiros e afins. Mas, o país não é compostos só pelos donos do capital. Vale a pena pensar em frases diferentes para aqueles que querem e precisam ser bem tratados. Que tal: “Eu estou com você e não abro mão de lhe dar um emprego” ou “Eu coloco minha honra em jogo se não viveremos muito melhor”.

VI. Guedes deve parar de dar entrevistas destemperadas ao fim de palestras ou na porta do Ministério e organizar o contato com  imprensa para encontros permanentes e amigáveis. Se não, ficará refém de entrevistas no calor de hora e depois do achincalhe nos jornais.

VII. O ministro é inteligente, uma força viva, por isso não precisa se vangloriar dos seus feitos ou da sua capacidade intelectual. O que era para ser reconhecido como mérito acaba sendo pedantismo e bravata. “Li Keynes no original, três vezes”, nunca mais.

VIII. Guedes não vai fazer tudo o quer, mesmo que essa seja a sua intenção. Valeria reforçar a mensagem sobre a importância de colaboração do Congresso. O ministro não conseguirá realizar as reformas se não tiver a “cumplicidade dos políticos”. Parece uma platitude, mas é umas melhores recomendações.

XIX. Recomenda-se variar as abordagens nas dezenas de apresentações que o ministro dá. O mercado financeiro sabe de cor o que Guedes vai dizer. O que sobra é a graça dos chistes e o mal estar das grosserias. É preciso pautar todos os públicos. Caso contrário, Guedes posa de tribuno “de uma nota só para um público só”. É chato.

X. Recomenda-se também ao ministro não sair batendo, sem limite, nas entidades corporativas. O exemplo mais recente foi o da Febraban. Guedes deveria lembrar de uma das suas referências, o professor Octávio Gouvêa de Bulhões, que recusava pedidos de empresários e não alterava um músculo do rosto quando tinha de anunciar medidas restritivas. Tinha a maior autoridade, mas não brigava com ninguém. A beatitude de Bulhões pode ser muito para Guedes. Mas, seu comportamento regrado poderia ser uma boa inspiração.

#Economia #Paulo Guedes

Caixinha de Natal

18/12/2020
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Boa parte dos 18 institutos vinculados ao Ministério da Ciência e Tecnologia vive um fim de ano incomum. Que Paulo Guedes não escute, mas todos estão com sobras orçamentárias, que serão prioritariamente usadas para a compra de equipamentos. Efeitos da pandemia e do home office, que reduziram, por exemplo, os custos de manutenção de instalações e os gastos com viagens de servidores.

#Ministério da Ciência e Tecnologia #Paulo Guedes

Alcolumbre vai dar o troco?

18/12/2020
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O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes temem que Davi Alcolumbre coloque em votação ainda neste ano o projeto de lei do senador Alessandro Vieira, que propõe a prorrogação do auxílio emergencial até março de 2021. A medida teria ares de vendeta. Alcolumbre acha que o governo se empenhou pouco em relação ao julgamento do STF, que acabou barrando a possibilidade de reeleição para a presidência do Senado.

#Davi Alcolumbre #Paulo Guedes

Sony recebe o troco pelo seu “game over” no Brasil

16/12/2020
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A Sony virou uma companhia “non grata” no governo. Segundo o RR auscultou no Palácio do Planalto, o próprio presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes estão irritados com a decisão da empresa de encerrar sua produção no Brasil, com o fechamento da fábrica de TVs e equipamentos de áudio em Manaus. No Ministério da Economia, já se cogita uma reação “olho por olho, dente por dente”: voltar atrás na redução do IPI para aparelhos de vídeos games, anunciada em outubro. Em boa parte, a decisão foi alimentada pela expectativa de que a Sony iniciasse a produção do console Playstation 5 no Brasil. No entanto, a companhia japonesa não fez qualquer movimento neste sentido e, não satisfeita, desativou uma fábrica que funcionava há 48 anos, demitindo 200 trabalhadores. Uma questão central aumenta a rejeição à Sony dentro do Palácio do Planalto. O setor de jogos eletrônicos tornou-se menina dos olhos de Jair Bolsonaro, por conta do rebento Jair Renan. Guardadas as devidas proporções, a área de games está para o “04” assim como a indústria de armas para Eduardo Bolsonaro. Jair Renan tem atuado mezzo como lobista mezzo como uma espécie de secretário informal do governo para o setor de jogos. Em Brasília, a própria redução da tributação de vídeo games e acessórios é atribuída a um pedido de Jair Renan ao pai.

#Paulo Guedes #Sony

Não toma partido

16/12/2020
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  • O ministro Paulo Guedes foi sondado por BTG e XP para que assuma um lado no contencioso sangrento entre as duas instituições. Já mandou avisar que não toma partido, mesmo com todo o carinho que nutre pela antiga casa.

#BTG #Paulo Guedes #XP Investimentos

A “reforma administrativa” do TCU

15/12/2020
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O TCU tem um presente de Natal às avessas para os servidores federais. O Tribunal vai realizar fiscalizações especiais nas folhas de pagamento de estatais e órgãos do serviço público. O objetivo é identificar e brecar casos de incorporação de gratificações e de funções comissionadas aos salários sem dotação orçamentária específica e autorização do Ministério da Economia. Paulo Guedes agradece. O próprio TCU criou jurisprudência ao proibir a prática na Conab, vinculada ao Ministério da Agricultura. Os critérios para gratificações e funções no serviço público são uma barafunda. Nem mesmo a proposta de reforma administrativa em tramitação no Congresso é clara sobre o tema. Caso ela seja aprovada, será necessário um projeto de lei específico para regular esse tipo de pagamento.

#Ministério da Economia #Paulo Guedes #TCU

Freitas é o “ministro da insegurança jurídica”

14/12/2020
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O ministro Paulo Guedes está colecionando deslizes do seu adversário Tarcisio Freitas, ministro da Infraestrutura. O Ministério da Economia tornou-se um pote até aqui de mágoas de concessionárias dos mais diversos modais. As queixas têm levado Guedes, em conversas reservadas com sua equipe, a se referir a Freitas como o “ministro da insegurança jurídica”. Algumas das suas performances constam da galeria de barbeiragens da infraestrutura.

Na área portuária, a omissão da Pasta é apontada como o principal motivo para um imbróglio tarifário que ameaça travar as privatizações do setor. O Ministério de Freitas, que deveria ser o principal interessado no assunto, pouco ou nada se empenhou para criar uma regulação específica para a cobrança da THC2 (Terminal Handling Charge), taxa referente ao serviço de agregação e entrega de contêineres. Os importadores questionam não só os valores, mas a forma como a cobrança é feita pelo agente marítimo da companhia de navegação – responsável por posteriormente repassar o valor ao operador portuário. Hoje, eles recebem uma fatura fechada, sem discriminação do THC2 e das demais taxas.

Importadores acusam os armadores de inflar o valor da tarifa e criar gastos artificiais. A indefinição quanto aos critérios de cobrança da THC2 transforma a composição de custos dos terminais portuários em uma área cinzenta. Esse limbo regulatório pode não apenas gerar questionamentos aos estudos de viabilidade econômico-financeira dos portos a serem leiloados, a começar por Santos e Vitória, como desencadear uma onda de ações judiciais pós-privatização. Enquanto Freitas vira as costas para o problema, ações sobre a legalidade da THC2 se acumulam na Justiça e no Cade. No setor aeroportuário, Tarcisio Freitas é criticado por Guedes pela demora em resolver pendências como a da licença de Viracopos.

Há quase dois anos, a atual operadora negocia a devolução da concessão, mas tem esbarrado em um labirinto burocrático. Ao mesmo tempo chama a atenção a morosidade do Ministério da Infraestrutura em definir o modelo de relicitação de Viracopos. A Justiça, por exemplo, foi muito mais célere e eficiente do que a Pasta. Na última sexta-feira encerrou o processo de recuperação judicial da concessionária Aeroportos Brasil Viracopos (ABV). Ainda assim, não há qualquer sinal de quando será formalizada a entrega da licença e, muito menos, em relação à data para o novo leilão.

No setor rodoviário, pesa contra Tarcisio Freitas a insegurança imposta à Nova Dutra e à CRT, cujos contratos vencem, respectivamente, em fevereiro e março de 2021. As duas empresas não conseguem ter uma resposta de Freitas quanto ao timing de relicitação das duas concessões. Ambas trafegam no escuro, sem uma definição do ministro, nem que seja para ficarem apenas mais seis meses com as licenças. Parece um governo anti-privatista. Outro equívoco de Freitas diz respeito à Concer. O ministro é enfático em relação ao término do contrato de concessão. Ressalte-se que a companhia tem obras importantes a concluir – uma delas, a Nova Subida da Serra, já está com 50% executados. Ainda assim, Freitas apoia a reestatização da concessão e a sua transferência para o DNIT. Com um detalhe que certamente nada tem a ver com o ministro: o órgão é um poço de corrupção.

#Cade #Ministério da Economia #Paulo Guedes #Tarcísio Freitas

Dinheiro doméstico

14/12/2020
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Paulo Guedes não vê com bons olhos a proposta da Previc de aumentar o limite para investimentos dos fundos de pensão no exterior, de 1% para até 10%. Principalmente na hora em que o país mais precisará de recursos para deslanchar o programa de privatizações.

#Paulo Guedes #Previc

Assembleia

10/12/2020
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Para que a declaração do presidente da Febraban, Isaac Sidney, trazendo Paulo Guedes às falas saísse, foi necessária praticamente uma assembleia entre os associados da entidade.

#Febraban #Paulo Guedes

Caça as bruxas

9/12/2020
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Paulo Guedes está fazendo uma caça aos colunistas que o desagradam. Juntem os pontinhos.

#Paulo Guedes

Paulo-Guedes

Quando a pandemia e as privatizações dão as mãos

3/12/2020
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O presidente Jair Bolsonaro nega. O ministro Paulo Guedes, também. Mas a possibilidade de prorrogação do estado de calamidade – que, a princípio, se encerra no dia 31 de dezembro – cresce à medida que os casos de Covid-19 voltam a disparar. Diante dessa hipótese, uma das soluções que se encontram nos tubos de ensaio da equipe econômica seria aproveitar a “oportunidade” e associar o regime de urgência à venda das estatais já carimbadas como privatizáveis, casos dos Correios, Casa da Moeda, Eletrobras, PPSA e Porto de Santos – além de outras empresas que, nessas circunstâncias, poderiam ser trazidas para esse rol.

Os recursos arrecadados não entrariam na receita primária. Eles seriam utilizados para abater a dívida fiscal, indiretamente gerando folga para o aumento do gasto público, notadamente na área de saúde, e para o financiamento de uma possível prorrogação do auxílio emergencial. A essa altura, com a curva da Covid-19 embicando para cima, não se trata de uma discussão ideológica ou dogmática, mas, sim, de uma questão salvacionista do ajuste fiscal. A possibilidade de trazer as privatizações para próximo do estado de calamidade permitiria uma geração de receita capaz de evitar que uma segunda onda da pandemia tenha um efeito absolutamente implosivo sobre a economia brasileira.

Ao mesmo tempo, poderia ser uma redenção para o programa de desestatizações, até o momento um dos maiores fracassos do governo Bolsonaro e da gestão Paulo Guedes. No ano passado, o STF decidiu que privatizações devem ser aprovadas caso a caso pelo Congresso – a exceção à regra é a venda de subsidiárias, caso, por exemplo, das refinarias da Petrobras. No entanto, situações excepcionais exigem soluções excepcionais. Uma saída poderia ser uma lei ordinária nos moldes do que fez, por exemplo, o governo Collor. Na ocasião, a lei no 8.031, de 12 de abril de 1990, criou o Plano Nacional de Desestatizações, autorizando de uma só vez um pacote de privatizações.

Seria uma forma de evitar a necessidade de aprovação do Legislativo estatal por estatal. Caberia ao governo uma articulação com o próprio STF para dar respaldo jurídico à engenharia e evitar questionamentos posteriores. A própria lógica do estado de calamidade cria as situações de exceção para que essas medidas geradoras de recursos para a União possam ser adotadas. Em tempo: PT e PSOL parecem já ter rastreado as intenções do governo. Os dois partidos tentam acelerar a tramitação na Câmara do Projeto de Lei no 2085/2020, de autoria dos deputados Enio Verri (PT-PR) e Fernanda Melchionna (PSOL-RS). O PL em questão propõe suspender qualquer privatização no país por 12 meses após o fim do estado de calamidade.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #STF

Boa nova

1/12/2020
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A Apple tem planos de abrir sua segunda loja em São Paulo em 2021. Dois shoppings triple A da cidade são candidatos a receber o empreendimento. O ministro Paulo Guedes agradece: não deixa de ser uma aposta da Apple no reaquecimento da economia brasileira.

#Apple #Paulo Guedes

Vírus da discórdia contamina permanência de Guedes

30/11/2020
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Após a declaração de Jair Bolsonaro de que Paulo Guedes continua sendo seu Posto Ipiranga e é insubstituível, o ministro da Economia chorou suas pitangas junto ao presidente da República. Guedes reclamou do que chama de uma fritura universal, da qual participam integrantes do próprio governo, membros do Legislativo e até alguns generais de quatro estrelas. Esse ambiente de permanente sabotagem acaba por levar Bolsonaro a declarar apoio ao seu ministro quase semana sim, semana não.

É o caso em que o suporte presidencial acaba por tornar Guedes mais frágil. Quem precisa de respaldo toda hora fica parecendo mais vulnerável do que realmente é. O ministro se queixa da turma “fura teto” da Esplanada dos Ministérios e dos “militares desenvolvimentistas” do Palácio do Planalto. Mas, seu maior incômodo é com a falta de empenho do governo em pressionar o Legislativo pela aprovação das reformas. Guedes sabe que não tem a simpatia do Congresso e sequer do Centrão, base aliada de Bolsonaro.

Ele gostaria também que outros componentes do governo – a exemplo dos presidentes da Caixa, Pedro Guimarães, e do BC, Roberto Campos Neto, ambos considerados virtuais candidatos ao seu cargo – fossem mais efusivos nas suas declarações de apoio. Com relação ao ministro Do Desenvolvimento Regional, Rogerio Marinho, Paulo Guedes gostaria que o presidente Bolsonaro o desautorizasse nas vezes em que ele dá declarações contrárias à política econômica adotada. Guedes sabe que, mais do que nunca, precisa da aprovação de alguma reforma. Aliás, é o que vem propalando infrutiferamente desde antes da posse de Bolsonaro. Seus opositores consideram que o tempo de aprovação das medidas é o melhor termômetro da permanência ou não de Guedes. A cada traço de aumento no medidor cresce a febre da desp dida do ministro. A qualquer hora, o termômetro estoura.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Olavo II

30/11/2020
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Paulo Guedes foi avisado de que entrou na alça de mira de Olavo de Carvalho. Motivo: a recente reunião com dirigentes da Huawei.

#Olavo de Carvalho #Paulo Guedes

“Nostradamus” não acerta uma

27/11/2020
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A cada hora o ministro Paulo Guedes fala que uma das reformas vai sair esse neste ano. Puro chutômetro. Guedes e as torcidas do Flamengo e do Corinthians sabem que alguma medida vai ser aprovada. Só que não têm ideia de qual será. Nem o Congresso, ou melhor, a Câmara dos Deputados tem a resposta. O RR torce para que seja a tributária, que dará maior celeridade à economia, assim como para que ela saia logo em dezembro. Mas isto provavelmente não vai acontecer.

Quando o governo fala que vai passar isso ou aquilo no Congresso até tal período, vale rememorar as palavras do ex senador Antônio Carlos Magalhães: “O Congresso só aprova o que ele quer”. Parece platitude, mas é uma profunda filosofia política.

#Corinthians #Flamengo #Paulo Guedes

Carrefour 2

26/11/2020
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Um dos ex-colaboradores de Paulo Guedes disse em um grupo na internet que não há racismo no Brasil e que o massacre do Carrefour não passou de um acidente.

#Carrefour #Paulo Guedes

Tarcísio é o Dr. Pangloss da Infraestrutura

24/11/2020
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O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, está aproveitando o apagão ocorrido no Amapá para defender, dentro do Palácio do Planalto, a desestatização completa da Eletrobras. O desastre é a pedra de toque para desmontar o projeto de capitalização da estatal e colocar no lugar sua venda em bloco. Freitas tem como aliado o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. O lema do ministro é “agora ou nunca”.

Segundo a fonte do RR, nesse assunto, caminharão juntos a ele, Rogério Marinho e Paulo Guedes. Uma trinca inédita em se tratando de consenso. Os generais palacianos, como se sabe, seguem com Freitas. O ministro da Infraestrutura está em modo de otimismo. Antes de dar posse, no último dia 18, ao novo diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, Freitas revelou que o projeto da BR do Mar (programa de incentivo à cabotagem) está na agulha para ser votado na Câmara, na semana que vem.

Aposta que a aprovação da medida sairá na íntegra. E lacra que no Senado a votação acontecerá em dezembro. Tudo nos. Porém, algumas lideranças no Congresso, com quem o RR conversou sobre a matéria, consideram que o ministro está animado demais em relação ao prazo. É preciso ainda debater com os agentes do setor sobre as mudanças propostas pelo governo. Coisa que não foi feita. Mas Freitas continua firme na sua encarnação do Dr. Pangloss, a personificação do otimismo na sátira de Voltaire, para quem “tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis”.

#Davi Alcolumbre #Eletrobras #Paulo Guedes #Tarcísio Freitas

Entreouvido

24/11/2020
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Entreouvido na Febraban: “Se fosse o Murilo Portugal na presidência da entidade, ele metia o pau no Paulo Guedes”. Pano rápido.

#Febraban #Paulo Guedes

Garganta de ouro

23/11/2020
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Dessa vez, Paulo Guedes não cascateou. A economia, no biênio 2020/2019, cairá somente -1% do PIB. Para isso, é necessário que o PIB não caia além das projeções de -4,5%. Mesmo assim, o resultado é refrescante. Se cravar os 4% do PIB projetados para 2021, retornamos à situação de 2019. Mas não tem nada de decolagem da economia ainda.

#Paulo Guedes #PIB

Parece mas não é?

23/11/2020
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Uma coisa pode não ter a ver com a outra, mas o Pix parece ter sido feito sob encomenda para o imposto sobre transações do ministro Paulo Guedes.

#Paulo Guedes #Pix

Ofegante

20/11/2020
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Tem jeito de notícia velha, mas a esposa de Paulo Guedes, Maria Cristina, continua bastante preocupada com o estresse do marido. Guedes, inclusive, anda muito ofegante.

#Paulo Guedes

Empréstimo compulsório é uma esquina antes da CPMF de Paulo Guedes

19/11/2020
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O ministro Paulo Guedes estuda a aplicação de um empréstimo compulsório caso o país venha a sofrer uma segunda onda de Covid-19. A ideia é mitigar ao máximo os gastos orçamentários. Mesmo que seja reaberto o estado de calamidade e volte a ser liberado algum auxílio emergencial, a ideia é buscar diretamente junto à sociedade parcela do financiamento da pandemia.

O propósito é reduzir o gasto primário e conter a bola de neve da dívida pública. O ministro não tem mais de onde tirar o dinheiro, caso seja mantido o modelo do teto dos gastos. A reforma tributária não deve sair neste ano. E as privatizações mais relevantes sabe-se lá quando ocorrerão. Não há muito onde se socorrer para conter o desarranjo fiscal. Se houvesse tempo, Guedes lançava mão da sua CMPF. Não para desonerar a folha de salário, mas para gastar mesmo com a pandemia.

Não custa lembrar que o Brasil é careca de experimentar o expediente do compulsório. Já foram mais de dezena de vezes. Para criar o empréstimo compulsório é necessário a edição de uma lei complementar, que deverá ser votada duas vezes em cada casa legislativa (Senado e Câmara). Como é um gravame de exceção, ele pode ser cobrado imediatamente, não respeitando o princípio da anualidade. Bem, pelo menos é melhor do que um tributo, que já nasce para ser permanente. No Congresso, já há quem defenda que o compulsório somente valesse para as grandes fortunas. Mais à frente, os ricos dificilmente escaparão de uma facada nos seus dividendos. Seria a estreia do inimaginável “Paulo, o vermelho”. Questionado sobre o imposto, o Ministério da Economia disse que informação não procede. Fica o registro.

#Covid-19 #Paulo Guedes

Fila indiana

16/11/2020
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Paulo Guedes entrou em divergência com mais um ministro: o almirante Bento Albuquerque, de Minas e Energia. Guedes faz pressão pela privatização da PPSA, que, entre outras missões, administra o petróleo obtido pela União sob o regime de partilha. Albuquerque é contra.

#Paulo Guedes

Tudo contra o “ministro gastador”

12/11/2020
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Paulo Guedes tem detonado dentro do governo a proposta de “privatização” dos fundos de desenvolvimento do Nordeste (FDNE), da Amazônia (FDA) e do Centro-Oeste (FDCO). Não porque desgoste da medida. Muito pelo contrário. Mas, entre defender seu próprio ideário e bater no desafeto Rogério Marinho, pai da proposição, Guedes não tem a menor dúvida.

#Paulo Guedes

Mercado futuro

10/11/2020
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Paulo Guedes é um kryptoliberal. Está promovendo na marra a estatização do sistema bancário. Dizem as más línguas que, quando
deixar o governo, vai abrir sua própria fintech. Pode ser. Seria uma “Operação Arrasa Bancos” para, depois, entrar no mercado
numa boa. Para o RR, não passa de maledicência pura.

#Paulo Guedes

Leite quente

6/11/2020
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Grandes produtores de leite estão pressionando Paulo Guedes a elevar a tarifa de importação de lácteos. O RR teve a informação de que um manifesto do setor chegará nos próximos dias à mesa do ministro. As importações de leite e derivados dispararam nos últimos meses: em agosto, o volume foi 56% superior ao registrado no mesmo mês em 2019. Não custa lembrar que a relação entre o setor e Paulo Guedes azedou no ano passado, quando o ministro decidiu zerar as alíquotas para a importação de leite. Acabou desautorizado pelo próprio Bolsonaro.

#Paulo Guedes

Banco Central cogita um PIX para transações internacionais

5/11/2020
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Nos corredores do Banco Central há quem defenda um PIX em camadas. O próximo passo seria a adoção do sistema de pagamentos eletrônicos na área de transações internacionais. A medida teria impacto positivo para o comércio exterior. Hoje, toda a movimentação financeira em torno das exportações é uma barafunda. Da emissão do “conhecimento de embarque”, documento feito pelo comandante do navio, até a cobrança e o pagamento internacional, a média é de quatro dias para companhias de navegação estrangeira. No caso de uma empresa brasileira, esse prazo pode chegar a 10 dias. Isso para não falar da burocracia e dos custos que ela traz a reboque. Um exemplo: um armador relatou ao RR a via crucis que teve de atravessar no mês passado, ao embarcar três contêineres para o Porto de Hamburgo. O Bill of Landing (BL) – o “conhecimento de embarque” emitido pelo transportador – só foi expedido um dia antes da chegada do navio à Alemanha. Resultado: o armador teve de arcar com um gasto extra de 700 euros para bancar a estadia da carga no terminal até que toda a documentação fosse liberada e o pagamento, concluído. Com o “PIX das transações internacionais”, toda a operação financeira poderia ser feita em questões de minutos, sem a necessidade de qualquer documento físico. O sistema poderia ainda reduzir os custos bancários que incidem sobre o comércio exterior. Essa despesa é debitada diretamente no valor da fatura do exportador. Chega a custar até 1% do valor da carga.

Por falar em comércio exterior: grandes exportadores brasileiros têm cobrado do ministro Paulo Guedes que o Ministério da Economia entre em campo para solucionar a lentidão do governo argentino na expedição de guias de importação para produtos brasileiros. Em alguns casos, um procedimento que levava menos de uma semana tem demorado cerca de um mês. O governo Alberto Fernández estaria conduzindo uma espécie de operação tartaruga na autorização das importações para frear a escassez de dólares no país.

#Banco Central #Ministério da Economia #Paulo Guedes #Pix

Banco Central cogita um PIX para transações internacionais

5/11/2020
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Nos corredores do Banco Central há quem defenda um PIX em camadas. O próximo passo seria a adoção do sistema de pagamentos eletrônicos na área de transações internacionais. A medida teria impacto positivo para o comércio exterior. Hoje, toda a movimentação financeira em torno das exportações é uma barafunda. Da emissão do “conhecimento de embarque”, documento feito pelo comandante do navio, até a cobrança e o pagamento internacional, a média é de quatro dias para companhias de navegação estrangeira. No caso de uma empresa brasileira, esse prazo pode chegar a 10 dias. Isso para não falar da burocracia e dos custos que ela traz a reboque. Um exemplo: um armador relatou ao RR a via crucis que teve de atravessar no mês passado, ao embarcar três contêineres para o Porto de Hamburgo. O Bill of Landing (BL) – o “conhecimento de embarque” emitido pelo transportador – só foi expedido um dia antes da chegada do navio à Alemanha. Resultado: o armador teve de arcar com um gasto extra de 700 euros para bancar a estadia da carga no terminal até que toda a documentação fosse liberada e o pagamento, concluído. Com o “PIX das transações internacionais”, toda a operação financeira poderia ser feita em questões de minutos, sem a necessidade de qualquer documento físico. O sistema poderia ainda reduzir os custos bancários que incidem sobre o comércio exterior. Essa despesa é debitada diretamente no valor da fatura do exportador. Chega a custar até 1% do valor da carga.

Por falar em comércio exterior: grandes exportadores brasileiros têm cobrado do ministro Paulo Guedes que o Ministério da Economia entre em campo para solucionar a lentidão do governo argentino na expedição de guias de importação para produtos brasileiros. Em alguns casos, um procedimento que levava menos de uma semana tem demorado cerca de um mês. O governo Alberto Fernández estaria conduzindo uma espécie de operação tartaruga na autorização das importações para frear a escassez de dólares no país.

#Banco Central #Ministério da Economia #Paulo Guedes #Pix

General Kuster

5/11/2020
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Paulo Guedes é o maior entusiasta no governo da proposta de eliminar a meta de proteção de 100% das terras indígenas do país. Guedes prega que o Estado gasta muito dinheiro para cumprir uma obrigação inexequível. Como se sabe, para o ministro, “essa história de matar índios e queimar florestas é um exagero”.

#Paulo Guedes

Rebaixamento

5/11/2020
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Depois de Jair Bolsonaro, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, é hoje o principal interlocutor do governo com o senador Marcio Bittar, relator da proposta orçamentária para 2021. Paulo Guedes? No máximo, pega o terceiro lugar do ranking.

#Paulo Guedes #Rogério Marinho

Uma vez Paulo Guedes, sempre Paulo Guedes

30/10/2020
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Paulo Guedes quer fritar os bancos comerciais e privatizar o SUS. Em relação aos grandes bancos, é possível que o ministro tenha criado algum trauma – diz-se que era um apostador contumaz no mercado de ações, o que o teria levado a perder uma pequena fortuna. O fato é que Guedes se empapuçou de ganhar dinheiro em um desses bancos – o Pactual, hoje chamado de BTG – que, segundo ele, “enganam 200 milhões de trouxas”. Agora se sente à vontade de escarnecer com a antiga casa e moradias vizinhas. Quanto ao SUS, Paulo Guedes nunca foi e nem irá mesmo. By the way: a Febraban pode usar sua milionária tropa de choque – Nizan Guanaes, Ana Tavares e Antonio Lavareda – para enfrentar a falta de limites de Paulo Guedes.

#Paulo Guedes #SUS

Manda quem pode…

30/10/2020
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A decisão do governo de aumentar os incentivos à Zona Franca de Manaus partiu do próprio presidente Jair Bolsonaro, a pedido do governador do Amazonas, Wilson Lima. Paulo Guedes foi apenas “comunicado”.

#Paulo Guedes

Paulo Guedes topa ser o ministro do anti-racismo?

28/10/2020
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As agências de pesquisas de tendência Box1824 e a consultoria Indique uma Preta identificaram dados relevantes sobre a ocupação pelo negro no mercado de trabalho. A amostragem foi de 1.000 mulheres negras e pardas. No andar de baixo, 54% não têm trabalho remunerado atualmente.

No andar mais alto, simplesmente não existem negros CEO ou vice-presidente. A dúvida entre os institutos é como dar densidade política e identificar o speaker no governo para entregar formalmente o estudo. A preferência, por enquanto, seria o ministro Paulo Guedes, que ainda carrega a pasta do Trabalho, e precisaria de uma causa mais amigável para desopilar o discurso de malévolo destilado em todas as áreas.

Se há alguém que fala com autoridade junto aos CEOs é Guedes. Seria uma bela bandeira social para quem só tem uma bandeira – preta, com uma caveira branca – para sacudir frente aos orçamentos, principalmente no que tange os grupos menos favorecidos – as mulheres mais atingidas entre eles, é claro. Na verdade, com Guedes ou sem Guedes, a causa permanece, antes de tudo porque é justa. São os passivos históricos do Brasil que persistem até hoje.

#Paulo Guedes

Fla-Flu

26/10/2020
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O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, está convicto de que o entorno de Paulo Guedes ajudou a vazar e amplificar a informação de que ele é o ministro que mais infla seus proventos com jetons, especialmente do Sistema S. Como diria Ancelmo Gois, “Paulo Sempre Ele Guedes”.

#Paulo Guedes

O plebiscito de Paulo Guedes

19/10/2020
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O ministro de Economia, Paulo Guedes, na saída de evento para advogados mostrou o quanto está exasperado com as dificuldades de aprovação das reformas e a deterioração das contas fiscais. Guedes soltou para os interlocutores que os “atrasa-reformas e os fura teto” deviam ser submetidos a um plebiscito. De um lado, os cortes de mamatas fiscais, salários espetaculares do setor público  manutenção de empresas públicas e deficitárias; de outro, simplesmente o Renda Brasil, beneficiando 60 milhões de pessoas. Guedes teria dito em estado de júbilo: “Aí eles veriam o que o povo quer”. Cutucado por um dos presentes que o plebiscito teria de ser aprovado pelo Congresso, o ministro falou: “E eles não aprovaram as armas?”. Concluindo: “Essa seria uma missão para o nosso presidente Bolsonaro”.

#Paulo Guedes #Renda Brasil

Metamorfose

16/10/2020
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Paulo Guedes já foi o beato Salu. Agora virou o Dr. Pangloss, personagem do Candide, de Voltaire, que professava um otimismo religioso. Guedes diz que o “Brasil está muito bem visto lá fora”, “respondeu fulminantemente à crise” e “voltou a crescer em velocidade alucinante”. Menos Guedes, menos.

#Paulo Guedes

Boa sorte, Guedes

13/10/2020
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É a sexta vez que Paulo Guedes consegue reverter uma situação de fragilidade no governo Bolsonaro, repetindo o que ninguém acredita. A ver até quando. Boa sorte, Guedes.

#Paulo Guedes

Na boca do povo

9/10/2020
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Onyx Lorenzoni é mais um ministro a falar poucas e boas de Paulo Guedes. O motivo é o risco de cortes no orçamento do Programa de Aquisição de Alimentos Federal, que tem impacto direto sobre a agricultura familiar.

#Onyx Lorenzoni #Paulo Guedes

Tombo do PIB não vai ser tão feio quanto se imaginava

8/10/2020
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Apesar das tonterias de Paulo Guedes, a economia está reagindo mais positivamente do que o próprio ministro previa alguns meses atrás. Segundo fontes do RR, Ministério da Economia e BC já teriam sinalizações de recuperação do PIB em suas projeções para este ano, com os números caminhando para as casas de -3% e -4% respectivamente. Os indicadores da crise estão todos bem abaixo das expectativas tétricas do seu início. O PIB começou com projeções que iam até -14%.

O FMI estimava uma contração de -9%. Agora, projeta 5,8%, alinhado com JP Morgan, Safra e Banco Inter, somente para citar alguns. Em seu último anúncio, o Banco Central previa 5% de queda do Produto. O Ministério da Economia, por sua vez, projetava uma redução pouco superior a 4%, em linha com o UBS, que rebaixou sua estimativa para -4,5%. O viés do PIB é de alta para o terceiro trimestre, segundo praticamente todas as instituições consultadas. Para 2021, o FMI projeta um crescimento de 2,8%, na contramão do mercado. Mas, como se viu, o Fundo erra muito.

A grande maioria das projeções para o PIB sinalizou um aumento entre 3% e 4%. Há quem acredite que chegará até 5%. É verdade que esse crescimento é em grande parte contábil, devido à base baixa de cálculo. E como o governo está inerte, não passaria de um voo de galinha. No entanto, é também irretorquível que a melhora das projeções do PIB ajudará no ambiente de negócios e trará a sensação de distanciamento da crise. Outro número ruim e bom é o do desemprego. Ruim porque aumentou para 13,8%, o maior índice em 25 anos. Bom, porque é expressivamente mais baixo do que a previsão em até 19% do início da pandemia.

Além do fato de que, mesmo com toda a tragédia, a taxa de desocupação é pouco superior à que tivemos em diversos meses do biênio 2017/2018, quando o indicador de desemprego esteve na faixa superior aos -13%. No mês de agosto, a criação de vagas também surpreendeu: segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o número de postos de trabalho criados atingiu 249.388 vagas. Foi o maior resultado para o mês de agosto dos últimos 10 anos. Os incentivos para geração de empregos, e, por via transversa, o auxílio emergencial, tiveram peso expressivo no aumento dos números.

#Ministério da Economia #Paulo Guedes #PIB

Maia chuta MP para escanteio

7/10/2020
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Ao mesmo tempo em que digladia com Paulo Guedes, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tem dado uma canseira nos dirigentes dos grandes clubes brasileiros. Os cartolas tentam marcar uma reunião com Maia para pedir a votação da Medida Provisória 984, a MP do Mandante, que regula a compra de direitos de transmissão esportiva no Brasil. Em vão. A tática de Maia já está mais do que explícita: deixar a MP caducar – ela expira no próximo dia 18.

#Paulo Guedes #Rodrigo Maia

Vai cair do céu?

7/10/2020
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O governador do Mato Grosso do Sul, Reynaldo Azambuja, bateu à porta do ministro Paulo Guedes. Está solicitando a liberação emergencial de cerca de R$ 100 milhões para as ações de combate aos incêndios no Pantanal. Talvez seja melhor esperar sentado.

#Pantanal #Paulo Guedes

Expectativa x realidade

2/10/2020
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IPOs em queda. Investimentos estrangeiros diretos descendo a ladeira. Câmbio em alta. Capacidade ociosa resiliente. Curva de juros
futuro em alta. Rolagem mais onerosa da dívida interna. É tudo muito desagradável. E, ao contrário do que diz Paulo Guedes, não parece que a economia esteja decolando.

#Paulo Guedes

Sai o precatório e entra a dívida ativa da União

1/10/2020
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Em meio aos delírios e ao desordenado ziguezague da equipe econômica na busca por recursos para financiar o Renda Cidadã, uma ideia que parecia morta voltou à ribalta. Trata-se da criação de um fundo especial de créditos inadimplidos da dívida ativa da União. O projeto permitiria a securitização ou mesmo a venda para terceiros, com alguma taxa de deságio predefinida, de parte dos recebíveis de contribuintes cadastrados na dívida ativa.

Ou seja: o governo poderia trocar “dinheiro ruim” (de recebimento duvidoso e de prazo incalculável) por “dinheiro bom”, leia-se liquidez imediata. A escala da operação mais do que justificaria essa arquitetura. O total da dívida ativa da União gira em torno de R$ 2,2 trilhões. Significa dizer que se o governo conseguisse recuperar uma parcela ínfima de não mais do que 2%, colocaria para dentro do Tesouro algo em torno de R$ 40 bilhões, mais do que o orçamento do Bolsa Família previsto para 2021. A ideia não é nova – aliás, este é um governo de poucas composições inéditas e muitas regravações.

Este é um projeto antigo de José Serra. No passado recente, Henrique Meirelles também levantou a bola algumas vezes. Trata-se de uma proposta bem mais sensata do que  o uso de recursos de precatórios, o balão de ensaio que não durou sequer um dia. É a mão inversa: em vez de dar um calote e fazer uma gestão esperta de seus passivos, o governo buscaria dinheiro entre os seus créditos. É muito mais razoável, para dizer o mínimo. Não faltam alternativas para a viabilização desse fundo lastreado nas dívidas ativas da União. Parte desses créditos poderia ser comprada por fundos de pensão e bancos públicos, a começar pelo BNDES.

Também seria possível testar o próprio mercado, com a venda desses passivos securitizado a bancos e investidores privados. Seriam títulos com risco zero, uma vez que o próprio governo daria a garantia de recompra em um determinado prazo, a despeito do crédito ser ou não recuperado. Em tempo: ontem, o desatino de Paulo Guedes com a questão dos precatórios e do Fundeb levou auxiliares do presidente Jair Bolsonaro a fazer gozação com o ministro da Economia. Houve quem perguntasse, ironicamente, por que Guedes não desloca verbas de fora do teto de gastos para o pagamento do Renda Cidadã, tais como os recursos alocados para a construção das novas fragatas da Marinha. O RR não falou que foi o ministro Rogério Marinho o autor da pilhéria.

#Bolsa Família #Economia #Paulo Guedes

Imposto sobre commodities entra no menu de Guedes

30/09/2020
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Entre a miríade de ideias e estudos para a construção de uma nova arquitetura tributária, uma proposta voltou à tona: a criação de um imposto sobre as exportações de commodities. Tomando-se como base números de 2019, o novo gravame incidiria sobre um manancial da ordem de US$ 118 bilhões – o total de itens básicos exportados pelo país no ano passado. Ainda que a taxação atinja também minério de ferro, petróleo, entre outros, o foco maior de Paulo Guedes e cia. é mesmo o agribusiness. Desde já é de se imaginar que o governo teria de domar a reação contrária de toda a cadeia do agronegócio e da bancada ruralista, importante pilar da base de sustentação de Bolsonaro no Congresso. Dentro de casa, seria necessário enfrentar ainda a discordância da ministra Tereza Cristina, hoje uma das mais influentes figuras do governo. Mas seria um custo marginal diante do ganho que a medida teria: essa espécie de “CPMAgro” seria uma tributação mais justa, por exemplo, do que a CPMF, um imposto em cascata e de impacto desigual que atinge toda a população.

O argumento de que a competitividade das exportações seria afetada pelo novo tributo é visto pela equipe econômica como conversa para boi dormir. Mesmo em longos períodos de preços em alta ou em queda, o volume de vendas das seis principais commodities comercializadas pelo Brasil (responsáveis por 52% das exportações do país no ano passado) permaneceu sempre crescente. Ao mesmo tempo, nenhuma outra atividade econômica do país está ganhando mais dinheiro do que o setor agropecuário.

Nem a pandemia tem sido capaz de frear esse avanço: no primeiro semestre do ano, o PIB do agronegócio cresceu 5,26% em relação a igual período em 2019. No mesmo intervalo, o PIB brasileiro despencou 5,9%. Não é exagero dizer que o campo assumiu o lugar dos bancos em ternos de rentabilidade. Ainda que indiretamente, não deixaria de ser uma forma de o governo Bolsonaro taxar grandes fortunas. Um indicador curioso da riqueza do campo: no embalo do agronegócio, o Paraná é o estado onde a Porsche mais vende seus automóveis de luxo no Brasil.

Nos últimos anos, vez por outra a proposta de taxação das exportações de commodities pulula por estas bandas. Em 2017, o governo Temer estudou o assunto – ver RR edição de 24 de agosto de 2017. O tema também foi discutido na campanha de Ciro Gomes, sob a batuta de Luis Carlos Bresser Pereira e Roberto Mangabeira Unger (edição de 5/9/18). Ao contrário do que muitos possam pensar, a medida está longe de ser uma jabuticaba. Vários países do mundo adotam a tributação sobre exportação de commodities. Os Estados Unidos taxam as vendas de trigo; a Argentina tributa todos os grãos que exporta desde 2018; países como China, Índia, Rússia, e Ucrânia aplicam tarifas de até 30% sobre produtos minerais; a tributação de arroz é uma importante fonte de arrecadação fiscal da Tailândia.

#Ciro Gomes #Paulo Guedes #PIB #Porsche

Simbiose

29/09/2020
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Os momentos de fritura do ministro Paulo Guedes fragilizam os secretários de Fazenda. Estão todos pendurados na agenda fiscal de Guedes. Se for feita uma sondagem com os secretários, a resposta será unânime: “Todos guedearam”.

#Paulo Guedes

Crônica sobre as Termópilas de Paulo Guedes

29/09/2020
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Ao contrário que Paulo Guedes pensa, ele não é um ateniense. Não tem as luzes do pensamento democrático e dialético, a exemplo dos estadistas Sólon, Clístenes e Péricles. O ministro mais parece um hoplita, legionário espartano que partia na fileira de frente na guerra contra os centenas de milhares de persas, na Batalha dos Termópilas, pronto para morrer. Guedes é o líder dos “300” guerreiros da equipe econômica.

Queira-se ou não, o ministro deixará um legado: seu diagnóstico dos problemas econômicos ficará para quem sucedê-lo, sujeito, obviamente, às adequações do futuro ocupante da Pasta. O receituário de Paulo Guedes não sairá de cena. Ele inclui a já realizada – e ainda por completar – reforma da Previdência, e mais as reformas tributária, administrativa, do Pacto Federativo, além das medidas pró-produtividade, marcos regulatórios e privatizações. A busca pelo equacionamento da questão fiscal seguirá, seja com a esquerda, o centro ou a direita.

O problema do conserto do Estado se manterá prioritário. Afinal, ninguém discute que a rearrumação profunda da máquina estatal é inevitável. Nesse ponto, o ministro está mais para o éforo Estelenides, cuja palavra de ordem era “vamos à guerra”, no caso com o aposto neoliberal, ou, como se diz hoje, fiscalista. São 300 espartanos com lanças longas, mas com suas xiphos, espadas curtas, insuficientes para o enfrentamento. Caminham para a morte, tendo à frente seu general, disposto a tudo. Podem fritar Paulo Guedes, mas o resíduo, aquele bem queimado, que permanece no fundo da frigideira, ficará incrustado por muito tempo ainda.

#Paulo Guedes

Conexão direta

25/09/2020
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O banqueiro André Esteves tem falado recorrentemente com Paulo Guedes. Parece até que ainda estão convivendo no bom e velho Banco Pactual. Esteves é sócio da Caixa Econômica no Banco Pan. Façam suas apostas…

#Banco Pactual #Paulo Guedes

Acervo RR

Rota de colisão

25/09/2020
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A direção da Volkswagen fez chegar ao governo a informação de que, caso a situação do setor automotivo se agrave ainda mais, poderá demitir até seis mil trabalhadores no Brasil – e não “apenas” os 3,5 mil já anunciados. De acordo com a fonte do RR, Paulo Guedes e cia. acham que é blefe e pressão barata da companhia para arrancar um pacote de ajuda maior do BNDES. Procurada, a montadora informa que “uma negociação sindical está sendo feita pela Volkswagen do Brasil, que tem fábricas em São Paulo e no Paraná.”

#BNDES #Paulo Guedes #Volkswagen

Rota de colisão

25/09/2020
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A direção da Volkswagen fez chegar ao governo a informação de que, caso a situação do setor automotivo se agrave ainda mais, poderá demitir até seis mil trabalhadores no Brasil – e não “apenas” os 3,5 mil já anunciados. De acordo com a fonte do RR, Paulo Guedes e cia. acham que é blefe e pressão barata da companhia para arrancar um pacote de ajuda maior do BNDES. Procurada, a montadora informa que “uma negociação sindical está sendo feita pela Volkswagen do Brasil, que tem fábricas em São Paulo e no Paraná.”

#BNDES #Paulo Guedes #Volkswagen

Taxação de dividendos entra na conta do Bolsa Família

17/09/2020
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Se, de um lado, o Renda Brasil entrou em hibernação após o rompante de Jair Bolsonaro, do outro o governo começa a despertar para uma nova proposta que permitiria ampliar substancialmente o funding e o alcance do Bolsa Família. O modelo em questão passaria pela criação de uma espécie de fundo social no âmbito da reforma tributária. Neste contexto, a bandeira da distribuição de renda justificaria duas medidas mais agudas: a taxação de dividendos e juros sobre capital próprio de empresas privadas e a obrigatoriedade para que todas as companhias a partir de um determinado número de faturamento, empregados e patrimônio líquido abrissem seu capital.

Esta segunda mudança permitiria aumentar consideravelmente a escala de arrecadação uma vez que, pela Lei das SAs, as companhias abertas têm condições de transparência facilitadoras da distribuição de dividendos. Seria um aumento da carga tributária? Seria. Só que embalado por um forte apelo social, sem mexer com aposentadoria e o salário mínimo, além de garantir a manutenção do teto dos gastos. Todo o montante amealhado seria carreado para um fundo destinado a financiar o Bolsa Família e – por que não? – um parcela da desoneração. Esse funding seria lastreado também nos dividendos de empresas estatais e em recursos provenientes da incorporação, venda ou securitização de ativos imobiliários de propriedade da União.

Apenas para efeito de referência, já existe um projeto de lei na Câmara (2015/2019), que prevê a taxação de dividendos em 15%. Na hipótese deste percentual vir a ser adotado, o potencial de arrecadação anual da União seria da ordem de R$ 59,7 bilhões, segundo estudo feito pela Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil). Essa cifra, por si só, já seria 71% maior do que o orçamento do Bolsa Família previsto para 2021 – de R$ 34,8 bilhões. Esse valor, ressalte-se, ainda seria ampliado consideravelmente com a obrigatoriedade das empresas de capital fechado a partir de um determinado porte se tornarem sociedades anônimas, consequentemente passando a distribuir participação sobre seus lucros.

Ainda que por vias tortas, a implosão do Renda Brasil acabou dando tempo a Paulo Guedes e cia. de discutir, sem açodamento, um novo modelo capaz de aumentar o colchão de benefícios para a população de baixa renda. Em seu impulsivo discurso da última terça-feira, ao mesmo tempo em que colocou o programa da renda mínima em “modo soneca”, Bolsonaro deixou uma brecha para que o Bolsa Família seja retrabalhado e ganhe uma amplitude maior. Essa “geringonça social” vinculada à reforma tributária seria um híbrido de medidas estudadas pela equipe econômica com proposições encaminhadas pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que já teria hoje mudado sua posição em relação à tributação dos dividendos.

Ou seja: trata-se de uma solução que uniria da Zona Norte à Zona Sul, sincronizando ideias que pululam não apenas no Executivo, mas também no Legislativo. Esse novo modelo carrega em si um mix de vantagens. O governo poderia alargar o Bolsa Família sem mexer no teto de gastos. Além disso, haveria a possibilidade desse “fundo social” ou parcela dele ser administrado como uma carteira de investimentos, a exemplo do portfólio da BNDES-Par, ou como carregador de títulos do Tesouro, cuja rentabilidade também seria revertida para o financiamento dos programas sociais. Paulo Guedes já rezou meia missa, com o balão de ensaio sobre o fundo de pensão de dividendos de empresas estatais.

É até divertido ver o ministro se esforçando para fazer políticas de renda, iniciativa que caberia melhor nos governos Lula e Dilma, ou mesmo FHC. Agora que descobriu o caminho para as classes sociais mais pobres, Bolsonaro não quer outro mundo. O aumento do Bolsa Família – assim como já ocorreu com o auxílio emergencial – permitirá ao Capitão avançar ainda mais em um território que lhe era hostil e, o que é ainda mais útil, tirando das mãos da esquerda uma das poucas bandeiras que lhe restaram. Uma engenharia política engendrada na morte do Renda Brasil, iniciativa idealizado dentro do próprio Palácio do Planalto.

#BNDES-Par #Bolsa Família #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Renda Brasil

A morte cai bem ao Renda Brasil

16/09/2020
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O estapafúrdio filmete de ontem em que Jair Bolsonaro anuncia a implosão do Renda Brasil foi menos um rompante individual do presidente e mais um movimento articulado com os ministros militares. A insistência com propostas de congelamento de aposentadorias e pensões para financiamento do auxílio emergencial ou do novo programa social tocou fundo na corporação mais sensível a esses temas. Diga-se de passagem que os militares são igualmente contrários ao congelamento do salário mínimo, seja por que prazo for. Não custa registrar que, no vídeo, Jair Bolsonaro apontou inicialmente para as aposentadorias e pensões como cláusulas pétreas do seu governo. Constatese que Bolsonaro não se referiu ao “Desonera Brasil”, o programa de geração de emprego menina dos olhos de Paulo Guedes, que seria financiado com a recriação da CPMF. A julgar pelo tiro no peito da renda mínima, o cartão vermelho vai para os desassistidos do país e não para o “Posto Ipiranga”. Em tempo: até parece que o vazamento dos estudos sobre congelamento de aposentadorias e pensões foi obra de quem não queria o Renda Brasil.

#Auxílio emergencial #Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Renda Brasil

Só falta uma “PEC do Peso”…

10/09/2020
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As interpretações desastradas sobre o aumento dos preços dos alimentos, que levou alguns alucinados no em torno do presidente a defenderem a criação dos “fiscais do Bolsonaro”, simplesmente ignoram a lei basilar da economia: a da oferta e da procura. Com o confinamento, o brasileiro passou a comer mais. Some-se a essa predisposição, o impacto do auxílio emergencial no orçamento dos mais pobres, que destinam uma parcela expressiva dos recursos para alimentação. Nos gabinetes da área econômica já teriam sido feitas simulações que estimam o aumento de peso do brasileiro em média em um quilo durante esse período da pandemia. Na linha da gozação, ontem, no Congresso, propunha-se que Paulo Guedes estipulasse um teto para as refeições. Os preços cairiam.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes

Roda a roleta

8/09/2020
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A Frente Parlamentar pela Legalização dos Jogos encaminhou a Paulo Guedes o enésimo estudo sobre o impacto positivo da regularização de cassinos e bingos sobre a arrecadação fiscal. A novidade é que a bancada da jogatina tenta vincular a legalização das apostas à reforma tributária. Uma das ideias sobre a mesa seria a concessão de benefícios fiscais a grupos hoteleiros que fizessem investimentos vultosos na construção de cassinos. Guedes até é um entusiasta da liberação do jogo, como ficou claro na notória reunião ministerial de 22 de abril, mas “renúncia fiscal” já não é a dele.

#Paulo Guedes

E se Paulo Guedes sair do governo? E daí?

28/08/2020
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As cotoveladas de Jair Bolsonaro em Paulo Guedes não vêm de hoje. Em vários momentos desse governo que parece ser interminável, o Capitão enquadrou o seu subordinado. O que não quer dizer que o Capitão não voltou atrás. Águas passadas, diria algum marinheiro. Mas, com o correr do tempo, comportamentos não mudaram e as cicatrizes foram se abrindo. Diga o que quiser Bolsonaro nunca se encantou pelas teses de Guedes. Não bastasse isso, o presidente parece ter uma necessidade permanente de reafirmar sua autoridade.

A forma com que Bolsonaro vem se dirigindo a Guedes assusta o mercado. Mas o presidente não está nem aí. Bolsonaro dá diversas pistas de que já não pensa como antes em relação à preservação do teto dos gastos. Parece se mostrar simpático à ideia de um orçamento paralelo somente para acolher o Renda Brasil, um programa no qual, segundo ele, não cabem despesas miseráveis para atender os miseráveis do país. Paulo Guedes, ao contrário dos tempos de príncipe solitário na corte de Bolsonaro, disputa espaço com outros dois preferidos do rei: o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimaraes – ver RR edição de 18 de agosto.

Marinho é a antítese de Guedes e força permanentemente o noticiário a dizer que ambos fizeram as pazes. Um velho truque caiapó para que a atitude cordial tenha uma interpretação contrária. No momento, é Marinho quem toca aos sentimentos do presidente, oferecendo farto cardápio de iniciativas, entre obras e projetos populares, que permitem a Bolsonaro se jogar nos braços do povo. O RR apurou também que é Marinho quem sussurra ao presidente que, se Guedes sair, não vai acontecer simplesmente nada. A tal história de rebelião do mercado seria uma chantagem do próprio merca- do, que, aliás, acontece em todos os governos. Os juros, câmbio e índices mostram um nervosismo, e depois se acatam. Até porque nenhum substituto fará algo extremamente diferente de Guedes. Bolsonaro, a seu jeito pouco respeitoso, brinca, nas internas, com a destituição de Guedes.

Como quem não quer dizer nada, quando aparenta obviamente que quer dizer tudo, chama o presidente da CEF, Pedro Guimaraes, de “PG2”, ou seja, o segundo Paulo Guedes. Uma alusão que, em outra oportunidade, poderia ser um elogio, sendo associada à notória inteligência do ministro da Economia. Mas a situação é outra. Guedes está sendo comido pelas bordas pelos ministros Marinho e Tarcisio Freitas, da Infraestrutura, que se tornaram a “ala desenvolvimentista” do Planalto, junto a militares que sempre mostraram desconforto com o prato feito da política econômica e a extensão do poder de Guedes.

Essa fritura vem sendo feita em um caldeirão do tamanho de Brasília. Em outro percurso, Pedro Guimaraes faz de tudo para parecer ministro da Economia. Fala longamente sobre a conjuntura, deixando entrever que faria as coisas diferentes do chefe. E diz aos Bolsonaro o que eles querem ouvir. Aliás, se especializou nesta matéria. Até por isso é chamado pelo clã de “05”, uma distinção afetiva ao “quinto irmão” da família – como também informou o RR em 18 de agosto. Guedes já até se acostumou a ouvir as desrespeitosas desautorizações públicas dos seus projetos. Como se o presidente não quisesse tratar dos assuntos da economia com discrição. E ele não quer mesmo. De vez quando Bolsonaro afaga Guedes. Antes era como um ente querido, agora como um cachorro felpudo. O fato é que Guedes aguentará todos os maus tratos desde que não mexam no teto. Nessa hipótese pega o boné e se manda. Vai conferir a distância de Brasília se o país vai ruir conforme sua crença e previsão.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Pedro Guimarães #Rogério Marinho

Paulo Guedes dá um trégua no terrorismo fiscal

26/08/2020
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A ideia de criação de um fundo de retificação da pobreza a partir da venda de empresas estatais e outros ativos públicos merece uma saudação a Paulo Guedes. É um movimento em direção inversa ao terrorismo fiscal que caracteriza sua gestão. O fundo, apesar de não ter sido dito com essas palavras, correrá por fora do teto. Ele é constituído de receitas extraorçamentárias, e, portanto, são recursos em que o governo pode escolher a área de alocação: dentro ou fora do orçamento da União.

É extremamente positivo em um ambiente de desemprego, miséria e lumpesinato o governo dar meia volta e não direcionar esse dinheiro que vem da desmobilização de ativos para a redução do déficit primário ou abatimento da dívida interna bruta. A professora Maria da Conceição Tavares é autora de uma ideia parecida, porém de maior amplitude. Conceição não faria somente um fundo de retificação da pobreza, mas um fundo do desenvolvimento, que contemplaria também o financiamento dos investimentos.

Segundo a professora, não há nada de novo nisso. A proposta é do mestre Ignacio Rangel, que defendia a venda dos ativos maduros para investimentos nos ativos greenfield. Hoje, ao se deparar com mais 14 mil obras paralisadas em todo o país, talvez Rangel substituísse greenfield por “projetos a concluir”. Mas quem merece palmas é Paulo Guedes. A continuar assim, acaba se tornando um economista heterodoxo.

#Greenfield #Paulo Guedes

Pró-Brasil já nasce manco de uma perna

24/08/2020
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O programa Pró-Brasil ou Renda Brasil é um saco de políticas compensatórias que deverá ser lançado nesta ou na próxima semana, mas já enrolado em fita de Natal. O RR não é contra subsidiar o emprego da população de baixa de renda, desde que as novas contratações não sejam vítimas de engenharia criativa para troca de um ou dois trabalhares mais caros por um mais barato. Mas, ficou faltando um item nesse sacolão: as obras de infraestrutura.

Os investimentos, que receberão o mísero quinhão de R$ 5 bilhões, são essenciais para gerar novos empregos e resgatar o dinamismo da economia. Por enquanto, sobram as dúvidas de sempre: o governo vai ter disponível a contribuição sobre transações – a CPMF do Imposto Paulo Guedes – para financiar o assistencialismo, mesmo com a aversão ao novo tributo no Congresso (lembrai-vos que a proposta é de que o novo gravame seja permanente)? Como vai distribuir os recursos sem furar o teto – se tiver o gatilho sobre o descumprimento orçamentário, ele será um fura-gatilho?

O governo vai deslocar despesas “obrigatórias” para financiar sua política compensatória? O novo auxílio do Renda Brasil será incluso na Constituição, conforme se pretendia com o Bolsa Família? O fato é que, concorde-se ou não com o seu pensamento, Paulo Guedes venceu, com algum mérito. Não vai ter o Estado se intrometendo na atividade privada, dando dinheiro a quem tem ou pode alavancar no mercado de capitais, mas vai ter o Estado prestando assistência a quem não tem grana para viver. Mais Chicago University impossível.

#Paulo Guedes #Pró-Brasil

BC passeia com o Tesouro por labirintos cambiais

21/08/2020
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O Banco Central propôs. Paulo Guedes adotou. O Tribunal de Contas da União aprovou. O Secretário do Tesouro Nacional vibrou. Tudo bem! Tudo ótimo! Mas não deixa de ser esquisito surgirem do nada R$ 520 bilhões aportados pela autoridade monetária no Tesouro Nacional para pagar o equivalente a 10% da dívida bruta interna. O RR aceita que “surgir do nada” é meia verdade.

O dinheiro surgiu do lucro obtido com as reservas cambiais devido à desvalorização do real. Uma estranha geringonça contábil que suportaria a seguinte extrapolação: uma boa maxidesvalorização do câmbio seria uma medida heterodoxa para pagar metade da dívida interna. Nesse momento, com a inflação mergulhando em queda livre, o BC poderia operar um aumento do câmbio que faria a festa dos exportadores e a alegria dos privatistas.

São conclusões incompletas de uma operação que já foi chamada no governo Temer de  “pedalada cambial”, uma insinuação ao passeio de recursos entre o Tesouro e o BNDES, que levou ao impeachment de Dilma Rousseff. O senador José Serra, um fiscalista de carteirinha, foi um dos que se levantaram para combater a contabilidade criativa da operação cambial. Como tudo no tempo muda, a começar pela pandemia e pela consistência técnica do presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi achada uma nova ou não aparente função para as reservas cambiais. Que venham, então, novas desvalorizações.

#Banco Central #BNDES #Paulo Guedes

A pax de fachada entre Guedes e Marinho

20/08/2020
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Há uma força-tarefa no Palácio do Planalto na tentativa de garantir a reconciliação entre Paulo Guedes e Rogério Marinho. Por “reconciliação” entenda-se um armistício cenográfico, para a mídia e a opinião pública verem. É quase impossível. Jair Bolsonaro e seu entorno sabem que entre ambos há muita bílis destilada de parte a parte.

Nos bastidores do governo, notadamente em conversas com os ministros Tarcísio Freitas e Braga Netto, e junto à imprensa, Marinho não poupa ataques a Guedes. Segundo uma fonte comum a ambos, o ministro do Desenvolvimento Regional se refere a Guedes como um economista defasado e hoje um estorvo ao governo. Por sua vez, de acordo com a mesma fonte, Paulo Guedes trata Marinho, o “ministro fura teto”, como “oportunista” e um bajulador do presidente Bolsonaro, cada vez mais encantado pelo feitiço da reeleição. O general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, desponta como o principal articulador da “pacificação”.

Até o momento, esse trabalho tem pesado exclusivamente sobre os ombros do próprio Bolsonaro. Em algumas ocasiões, o presidente praticamente chegou a obrigar que Guedes e Marinho comparecessem a eventos públicos para aparentar um mínimo de sintonia. Bolsonaro vem usando do expediente de declarar que a proposta de um dos lados tem razão para logo depois desconfirmar. Não deixa de ser uma estratégia salomônica.

Se alguém tinha alguma dúvida sobre a incompatibilidade entre Paulo Guedes e Rogério Marinho, a notória reunião ministerial de 22 de abril escancarou as diferenças em  rede nacional. De lá para cá, muita coisa aconteceu, sobretudo o franco crescimento de Marinho dentro do governo. Nesse tempo, ele se consolidou como o antípoda de Guedes, o que é para poucos, virou uma espécie de ministro do “Desenvolvimento Nacional” e, principalmente, transformou-se no “Mr. Reeleição”, carregando Bolsonaro para cima e para baixo pelo Nordeste. Ainda assim, mesmo com todo esse cartaz, o presidente não tem dúvida: entre Paulo Guedes e Rogério Marinho, o melhor para o governo é ter o dois.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Rogério Marinho

Afinal, qual é a desoneração da folha de Paulo Guedes?

18/08/2020
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É preciso compreender melhor o que o ministro Paulo Guedes entende como desoneração da folha de trabalho. Uma coisa é desonerar os novos empregos, o que faz sentido em parte, pois o empregador pode trocar mão de obra “cara” por nova mão de obra barata ou “desonerada”. Outra coisa é desonerar os encargos na folha de salários dos trabalhadores de mais baixa renda, o que ajuda os mais pobres. Justo, justíssimo! Finalmente, uma terceira coisa é desonerar toda a folha de salário.

Trata-se de uma experiência já vivida no governo Dilma, um filme que não deu certo. De acordo com o Ipea, a desoneração da folha promovida pela Sra. Rousseff, de 2012 a 2015, não teve impacto no emprego. Já na margem de lucro das empresas a medida teve o efeito de um bombom de cereja com licor. Curioso é que um dos autores do estudo do Ipea que constatou a ineficiência da desoneração da folha foi Adolfo Sachsida, hoje secretário de Política Econômica do Ministério da Economia.

A política de Dilma Rousseff se deu pela substituição dos 20% da contribuição patronal ao regime de Previdência que incide na folha de pagamento por uma contribuição entre 1% e 2% sobre o faturamento das empresas. Para se ter uma ideia da disposição de Dilma em cortar os tributos, de 2011 até o fim do seu governo, em 2016, a tesourada nos gravames foi de cerca de R$ 458 bilhões, ou seja, metade da economia obtida com a reforma da previdência do governo Bolsonaro. Recentemente, Dilma fez um mea culpa e se penitenciou, contrita, pela insistência com a desoneração, uma medida “que não aumentou o investimento nem o emprego e somente contribuiu para encher o bolso dos empresários”.

Com Michel Temer assumindo a presidência, coube ao seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reonerar vários setores da economia. Naqueles idos, Meirelles considerava que a desoneração somente colaborou para a deterioração da situação fiscal do país. Pois bem, estamos de volta para o passado. Mas talvez Paulo Guedes tenha a dosimetria certa para fazer com que esse veneno sob forma de bálsamo se transforme em um lenitivo eficaz para o desemprego no país.

#Dilma Rousseff #Henrique Meirelles #Ipea #Paulo Guedes

Cartão fidelidade

18/08/2020
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Em meio a tantas deserções na equipe econômica, o presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, tem repetido que seguirá com Paulo Guedes até o fim. Vá lá que a mocidade de Guimarães ajuda, mas também era o que Rubem Novaes, de saída da presidência do Banco do Brasil, costumava dizer.

#Caixa Econômica #Paulo Guedes

Acervo RR

Pano para manga

18/08/2020
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A puída indústria têxtil brasileira está reivindicando ao ministro Paulo Guedes um aumento das alíquotas de importação. O setor alega que, com a Covid-19, fabricantes chineses entraram no Brasil praticando dumping de forma agressiva para recuperar o nível de vendas e compensar o tempo em que a produção no país asiático ficou paralisada.

#Paulo Guedes

Pano para manga

18/08/2020
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A puída indústria têxtil brasileira está reivindicando ao ministro Paulo Guedes um aumento das alíquotas de importação. O setor alega que, com a Covid-19, fabricantes chineses entraram no Brasil praticando dumping de forma agressiva para recuperar o nível de vendas e compensar o tempo em que a produção no país asiático ficou paralisada.

#Paulo Guedes

Exterminador do futuro

17/08/2020
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A proposta de Paulo Guedes e cia. de criar um gatilho com medidas de punição draconianas para conter as despesas obrigatórias primárias, sempre que elas crescerem 95% do previsto, transforma o teto dos gastos em algo perfunctório, torna a Lei de Responsabilidade Fiscal irrelevante, abole a Regra de Ouro, permite extinguir a obrigatoriedade dos gastos em saúde e educação e extermina a capacidade do Estado brasileiro de participar ativamente do desenvolvimento nacional. Parabéns!

#Paulo Guedes

O novo superministro de Jair Bolsonaro

14/08/2020
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Paulo Guedes tem no ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, um sério oponente à sua permanência no governo. Marinho é privatista, reconhece a importância das reformas e do ajuste fiscal, mas, ao contrário de Guedes, acredita em planejamento e considera que um gasto público maior em investimentos ajudará no ajuste fiscal. Marinho é um articulador nato, pensa o tempo inteiro na reeleição de Jair Bolsonaro e aboletou-se de forma espaçosa no Palácio do Planalto. Faz dupla com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e quer passear com o presidente por todo o Brasil. O tour começa pelo Nordeste – como antecipou o RR na edição de 3 de julho -, anunciando obras com forte impacto social.

Diz-se de Marinho que ele é o ministro solar do investimento e do emprego, enquanto Guedes seria o ministro noturno que se recusa a ter metas de crescimento do PIB e dos postos de trabalho. Na prática, Marinho tem assumido o papel de Ministro de Planejamento. Paulo Guedes já identificou há muito tempo a sabotagem ao seu programa econômico, que vem sendo corroído pelo “establishment” e pela ação permanente e persuasiva de Rogério Marinho junto ao presidente e, principalmente, aos ministros da ala militar. O ministro do Desenvolvimento Regional bate na tecla de que não existe só uma política econômica, referindo-se à inflexibilidade de Paulo Guedes. O ministro da Economia, no seu estilo bateu levou, partiu para guerra aberta.

É para Marinho o seguinte recado: “Os conselheiros do presidente que o estão orientando a pular a cerca e furar o teto vão levá-lo para uma zona sombria, uma zona de impeachment, de irresponsabilidade fiscal”, disse. Bolsonaro correu para apoiar o seu ministro com um posicionamento público firme. Ocorre que a assistência passou a percepção de que Paulo Guedes está de saída, e não contrário. Marinho costura por dentro e acha que quanto mais Guedes espernear, melhor. Aposta que se o ministro sair, não acontecerá nada nos mercados. O ministro do Desenvolvimento Regional pensa em um plano até 2035 – por coincidência a mesma data do plano do Comitê do Partido Comunista chinês.

A proposta inclui o diferimento do ajuste fiscal por três anos (mesmo assim com metas fiscais ainda que mais largas controladas durante esse período). O development target exigiria um orçamento paralelo por um triênio, tempo do waiver no teto dos gastos. O modelo prevê metas para o PIB e para o emprego. A dívida pública bruta em relação ao PIB subiria? Sem dúvida, mas, conforme o modelo proposto, voltaria a cair quando o crescimento desse o ar da sua graça. Esse seria o momento de retornar o aperto fiscal. Com a economia embicada para cima. Um programa com sístole e diástole. Cheio de obras. Toda essa geringonça teria de será validada no exterior, com um road show para apresentação do Plano Brasil. Paulo Guedes não aguenta isso. O ministro da Economia está cada vez mais cinza, cor de carvão carbonizado. Mas a hulha de Guedes ainda queima, com chamas fortes.

#Palácio do Planalto #Paulo Guedes #Rogério Marinho

Nova alcunha

14/08/2020
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By the way: parlamentares da própria base aliada têm se referido ironicamente a Paulo Guedes com uma nova alcunha: “Deposto Ipiranga”. Isso é uma palhaçada!

#Paulo Guedes

Paulo-Guedes

General Custer

13/08/2020
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Depois do meio ambiente e dos povos indígenas, o próximo alvo do ministro da Economia, Paulo Guedes, será os quilombolas. Guedes acha um absurdo os povos ciganos, indígenas e quilombolas receberem auxílio do governo. Há quem não concorde com essa visão pragmática. A ministra da Família, Damares Alves, será a primeira a espernear. Todos esses povos ficam debaixo sua da aba. A ver o que vai sair desse sopão antropológico e fiscal.

#Ministério da Economia #Paulo Guedes

Superssafra

7/08/2020
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A performance do Hortifruti, ex-feirão de luxo de Paulo Guedes (sócio da rede varejista entre 2010 e 2018), foi tão excepcional na pandemia que já se fala em um IPO para o primeiro semestre do ano que vem.

#Paulo Guedes

Acervo RR

Fora dos trilhos

6/08/2020
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Apesar do pedido de urgência, Rodrigo Maia só vai votar o projeto de lei que prevê uma ajuda de R$ 4 bilhões a concessionárias de transporte público se houver acordo prévio com a equipe econômica. Paulo Guedes e cia. torcem o nariz para a proposta, e, até agora, não se sabe de onde sairá o dinheiro.

#Paulo Guedes #Rodrigo Maia

Fora dos trilhos

6/08/2020
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Apesar do pedido de urgência, Rodrigo Maia só vai votar o projeto de lei que prevê uma ajuda de R$ 4 bilhões a concessionárias de transporte público se houver acordo prévio com a equipe econômica. Paulo Guedes e cia. torcem o nariz para a proposta, e, até agora, não se sabe de onde sairá o dinheiro.

#Paulo Guedes #Rodrigo Maia

Preparado para a guerra

5/08/2020
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O ministro Paulo Guedes preparou-se com afinco para a sua apresentação de hoje na Comissão Especial da Reforma Tributária, no Congresso. Chegou, inclusive, a passar por um media training no Ministério da Economia, na última segunda-feira. Na sessão de hoje, espera-se um tiroteio de parlamentares da oposição contra a proposta da reforma tributária encaminhada por Guedes ao Congresso. O ministro é um tribuno nato, mas, sabidamente, de pavio curto.

#Ministério da Economia #Paulo Guedes

“Seguro” anti-seguro desemprego

3/08/2020
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Os representantes das centrais sindicais no Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) acusam o ministro Paulo Guedes e cia. de fazer corpo mole para esvaziar a proposta de pagamento de duas parcelas extras do seguro desemprego aos demitidos sem justa causa na pandemia. O projeto não foi votado na reunião do Conselho na semana passada, porque o Ministério da Economia não encaminhou a tempo seu parecer jurídico sobre a questão. Estima-se que cinco milhões de trabalhadores perderam seu emprego desde março.

#Codefat #Ministério da Economia #Paulo Guedes

…outra na ferradura

3/08/2020
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Desde o início da pandemia, as vendas do Hortifruti cresceram 20% em relação ao período março-junho de 2019. A rede de supermercados carioca já teve como sócio ilustre Paulo Guedes.

#Paulo Guedes

Paulo Guedes faz um pot-pourri de reformas tributárias

31/07/2020
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A unificação do PIS/Cofins, coração da reforma tributária, tem origem em um projeto do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Para ser mais fidedigno, ela surge primeiramente na gestão de Pedro Malan à frente da Pasta. A gênese de ambos os casos é um estudo embolorado do Ipea, feito nos anos 90, mas, como se vê, ainda atual. O documento é a inspiração de várias tentativas de revisão tributária, inclusive da atual proposta, enviada ao Congresso pelo ministro Paulo Guedes.

O estudo foi levado a Guedes pelo presidente do Ipea, Carlos Von Doelinger. As alíquotas, nas diversas tentativas de unificação dos impostos, variaram em função de diferentes vetores. Agora, o mais importante é o desajuste fiscal. A proposta da equipe econômica é draconiana para alguns setores e, no saldo final, elevaria a arrecadação tributária. Ou não, dependendo de outro vetor, o crescimento da atividade econômica, que parece, no caso brasileiro, ter se divorciado da macroeconomia e ganhado vontade própria.

A variável que determina o resultado do jogo é a vacina para erradicação do coronavírus. Com a pandemia, a política econômica anda de lado. Por enquanto, a medida de unificação do PIS e da Cofins é o que se tem. Trata-se de uma proposta manca. Está faltando o outro pé, a desoneração da folha de salários.

Guedes quer aprovar também a contribuição sobre transações, para ajudar a fechar a conta. É bom que os economistas da equipe econômica leiam direitinho o estudo matricial do Ipea. Está dito lá que um dos riscos na unificação dos impostos com aumento da carga – a ver a alíquota geral e a incidente sobre cada setor – é causar um aumento da informalidade. Mas o ministro está careca de saber o que é a curva de Lafer. Afinal, leu Keynes três vezes no original antes de ir para Chicago se embriagar com o pensamento neoliberal.

#Henrique Meirelles #Ipea #Paulo Guedes

Há alguma coisa aí

29/07/2020
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Se Salim Mattar, secretário de Desestatização, der baixa no governo, será mais um da equipe de Paulo Guedes que provocava engulhos no presidente Jair Bolsonaro. Há alguma coisa aí.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Salim Mattar

Paulo Guedes blefa com as cartas da reforma tributária

24/07/2020
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O RR cantou a pedra da reforma (do aumento da carga) tributária, que ocorrerá em duas ou três fases – vide edição da última segunda-feira. O que o RR não disse é o óbvio ululante: Paulo Guedes vai enlouquecer os agentes econômicos com o jogo de blefe no Congresso. O início da enganação começou na última terça-feira, com a alíquota de 12% do PIS e Cofins unificado, que aumenta explosivamente a carga do imposto – triplica, por exemplo, para o setor de serviços.

A grita foi geral. Ela já era esperada pelo Ministério da Economia. Foi para isso mesmo que as alíquotas estapafúrdias foram apresentadas. Guedes vai usar sua reforma em camadas para negociar um modelo que não são as primeiras violências apresentadas. Até chegar nele vai ser um “põe e tira” de propostas após apreciação no Congresso Nacional. A técnica é velha: apresentar primeiro o aumento de impostos inaceitável para negociar um aumento menor da carga tributária.

O ministro tem cartas de todos os naipes (novos impostos, mudanças de alíquotas e extinção de renúncias fiscais) para lançar na mesa. E o jogo é bruto. O social será a moeda de troca. Ela virá provavelmente na segunda fase, que não vai demorar, acompanhada dos chamados impostos redistributivos, tais como aumento da alíquota de IR para os contribuintes de renda mais alta, tributação de dividendos e o imposto sobre transações.

Este último já foi praticamente sancionado pelo vice -presidente Hamilton Mourão, que afirmou ser correto e justo o gravame desde que associado ao projeto de renda básica ou Renda Brasil, conforme marketeia o governo. Não há muita alternativa para o aumento da carga tributária. O impacto fiscal da pandemia foi brutal e ele engendrou a demanda de novos gastos sociais. Tudo certo. São coisas que acontecem. Mas não precisava do uso de engodo para fazer passar a “reforma” pelo Congresso.

#Hamilton Mourão #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Guedes ´s Brothers

24/07/2020
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A presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares, Beth Guedes, das três uma: ou rachou com o irmão Paulo Guedes, ou assuntou com ele antes e recebeu algum spoiler, ou sequer se falam. Beth está liderando uma campanha contra o aumento do PIS Cofins, que é um tiro de morte no Prouni. Difícil que não tenha falado com o irmão sobre o tema. A “mana” foi seu braço direito no Ibmec quando Paulo Guedes era o manda-chuva na instituição. Caso a segunda das hipóteses acima seja a verdadeira, Beth é uma boa fonte sobre a reforma tributária em discussão no governo.

#Beth Guedes #Ibmec #Paulo Guedes #ProUni

Reforma (do aumento da carga) tributária será dividida em até três fases

20/07/2020
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A reforma tributária que está sendo engendrada pela equipe econômica segue cinco vetores: simplificação dos impostos, a pandemia, desoneração das empresas, eleição presidencial de 2020 e a redistribuição de renda entre os mais pobres. Conforme o RR já tinha antecipado, o Ministério da Economia condicionaria a criação de uma renda básica permanente – a Renda Brasil – a um aumento da carga tributária. Várias hipóteses de impostos e término de renúncias fiscais estão sendo estudadas para fazer com que o novo auxílio, entre outros objetivos, caiba na conta.

As diversas propostas de novos gravames e extinção de subsídios vêm sendo reveladas na mídia. O protótipo de reforma será levado, amanhã, pelo ministro Paulo Guedes, ao Congresso. A proposta de criação de novos gravames é politicamente cabeluda. E é bem provável que as mudanças sejam discutidas com os parlamentares em duas fases. Ou até mesmo três. O condicionamento da nova política compensatória à aprovação de “impostos de última geração” (Ex: imposto sobre transações digitais) visa também aplainar a contrariedade do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do próprio presidente Jair Bolsonaro – só para dar dois exemplos de fôlego – com o aumento da carga tributária.

Sem a majoração da receita com impostos o governo estará amarrado à armadilha da ausência de recursos para novas alocações. A reeleição presidencial está indexada, entre outras variáveis, à  possibilidade de novas despesas. E o teto dos gastos? Como se faz para furar esse bloqueio e distribuir recursos para a população mais necessitada? Essa é outra batalha política. Fica para depois da reforma tributária.

#Jair Bolsonaro #Ministério da Economia #Paulo Guedes

Renunciar é preciso

17/07/2020
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Enquanto o governo Bolsonaro, ou melhor, Paulo Guedes quer decepar as renúncias fiscais, Minas Gerais caminha na direção contrária. O governo Zema estuda conceder benefícios tributários para atrair startups e empresas de tecnologia. É parte de um pacote maior que está sendo elaborado por assessores de Romeu Zema para compensar a queda de arrecadação fiscal com a pandemia. Estima-se que, desde o início da quarentena, os cofres mineiros tenham perdido cerca de R$ 6,5 bilhões.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Romeu Zema

Um forte candidato aos cortes de renúncia fiscal

16/07/2020
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Em meio à cruzada de Paulo Guedes para reduzir a renúncia fiscal, talvez o Ministério da Economia já tenha extinguido o Ex-Tarifário e apenas esqueceu de avisar. Só isso explica o apagão no processo de concessão do benefício, que prevê isenção para a importação de máquinas e equipamentos sem similar nacional. Desde 22 de abril, já foram encerradas nove etapas de consultas públicas para pedidos de adesão ao regime tributário especial sem que os resultados tenham sido divulgados pelo Ministério. No primeiro semestre, a Pasta chegou a acumular mais de cem solicitações de enquadramento no Ex-Tarifário sem resposta – ver RR edição de 14 de maio.

#Ministério da Economia #Paulo Guedes

Vermelho 23

15/07/2020
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O lobby do jogo não descansa nem com o coronavírus. Empresários asiáticos estão organizando uma “visita técnica” de parlamentares brasileiros a cassinos de Macau e Hong Kong para o pós-pandemia. Nem precisa tanto. Como se sabe, a liberação do jogo conta com um apoiador de peso no governo, o ministro Paulo Guedes.

#Paulo Guedes

Ciência à míngua

13/07/2020
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O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, bateu à porta de Paulo Guedes. Pede a liberação de uma tranche de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico (FNDTC). Dos R$ 5,2 bilhões previstos no Orçamento, apenas R$ 600 milhões escaparam dos seguidos contingenciamentos. Pior: até agora, só R$ 30 milhões foram destinados a projetos científicos de combate à Covid-19. Não faz nem cosquinha no vírus.

#Marcos Pontes #Ministério da da Ciência e Tecnologia #Paulo Guedes

Rogério Marinho guia Jair Bolsonaro pelo Nordeste

3/07/2020
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O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, quer ser o grande condutor da cruzada de Jair Bolsonaro em direção ao Nordeste. Marinho é o principal canal de interlocução entre o Palácio do Planalto e os governadores nordestinos. O ministro é defensor de que o presidente faça uma caravana pela Região, salpicada por inaugurações de obras. É agenda para o curtíssimo prazo: a ideia é surfar no período que ainda resta de concessão do “coronavoucher”. Rogério Marinho se antecipou, criando um calendário de participação em todas as cerimônias de inaugurações de obras e entregas de máquinas para estados. O ministro virou os quindins de Bolsonaro devido a sua capacidade de solucionar problemas econômicos e políticos imbricados. Ele tinha um espinho no governo: o ministro da Economia, Paulo Guedes, em última instância o dono da chave do cofre. Mas o presidente agiu como pacificador. Ao melhor estilo Bolsonaro, disse a ambos: “Vocês dois, deixem essa frescura pra lá”.

#Jair Bolsonaro #Paulo Guedes #Rogério Marinho

Rezando

2/07/2020
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, vai rezar a Ave Maria até o fim do governo.

#Ministério da Economia #Paulo Guedes

Calça curta

2/07/2020
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A combalida indústria têxtil nacional está pedindo ao ministro Paulo Guedes ajuda do BNDES, além de outros pleitos. Não custa tentar.

#BNDES #Paulo Guedes

O FMI não está à altura de Guedes

30/06/2020
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Segundo o RR apurou, o Brasil foi convidado a participar da teleconferência realizada na última quarta-feira entre países da América Latina, Espanha, FMI e Banco Mundial para discutir os impactos econômicos da pandemia. Mas, Paulo Guedes preferiu ficar de fora. No que diz respeito ao FMI, Guedes acha que seus economistas “chutam demais” e “vão errar” na previsão de queda do PIB brasileiro de 9% em 2020. Quem conhece bem o ministro garante que, em outras circunstâncias, ele iria a Washington dar uma aula magna aos “meninos” do FMI.

#Banco Mundial #Paulo Guedes

OCDE é a nova obsessão do governo Bolsonaro

30/06/2020
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O governo Bolsonaro tem um novo fetiche, conforme ficou revelado na reunião ministerial de 22 de abril: o ingresso na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na visão das autoridades, a participação na OCDE trará uma série de benefícios – como informa o boletim Insight Prospectiva na edição de junho: da mitigação das críticas ao péssimo comportamento ambiental da gestão Bolsonaro até a atração de investidores para a construção de cassinos, além das facilidades de obtenção de recursos externos e o destravamento do comércio exterior. O dado de realidade é que o Brasil não adota as “boas práticas” exigidas pelo clube da OCDE, o que leva a considerar que o ingresso na agremiação estaria mais vinculado à possibilidade do governo fazer política econômica de “fora para dentro”.

A célebre reunião dos ministros deixou claro que estão todos alinhados com Jair Bolsonaro em torno do tema OCDE, a começar, em ordem hierárquica de entusiasmo, por Paulo Guedes, Eugênio Araújo, Braga Netto, além de Marcelo Álvaro Antônio e Damares Alvares. A entrada na OCDE pode ser considerada a única “condecoração” internacional que resta ao Brasil. O país está em quarentena moral, ambiental, sanitária e econômica. Há alguns bônus no ingresso no “Clube dos Ricos”, tais como o acesso a estudos e comitês de debates avançados, ainda que o Brasil já participe da maior parte desses foros para troca e cooperação. Há questões também de ordem geopolítica.

O país entraria na OCDE de braços dados com os EUA, voz isolada no apoio formal à adesão do Brasil ao bloco, muito embora, na prática, até o momento os norte-americanos tenham feito muito pouco ou nada nessa direção. Em 2019, em visita ao Brasil, o secretário de comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, se encarregou das palavras de estímulo protocolares e os clichês de sempre. E nada mais ocorreu, além de encontros entre burocratas de ambos os lados. A indexação aos Estados Unidos no jogo político do organismo multilateral coloca o Brasil naturalmente alinhado aos interesses norte-americanos nas questões da diplomacia econômica contra a China.

O chanceler Eugênio Araujo ignora ruídos e possíveis rusgas. Diz que “a OCDE é importante para o Brasil, mas o Brasil é importante para a OCDE.” É quase um mantra. Donald Trump exige submissão e reconhecimento da supremacia do seu país. Um exemplo: Trump condicionou seu apoio à renúncia brasileira da condição de país em desenvolvimento junto à Organização Internacional do Comércio (OMC). Abrir mão desse status significaria perder o tratamento especial e diferenciado. Uma das implicações mais evidente é a eliminação da redução tarifária cobrada pelos países desenvolvidos membros da OMC na importação de uma constelação de itens – particularmente industrializados.

#Jair Bolsonaro #Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico #Paulo Guedes

Moderação de Bolsonaro tem prazo de validade

29/06/2020
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A versão “Jairzinho paz e amor”, conforme o epíteto criado pelo blogueiro Tales Faria, tem prazo de validade. Por enquanto, o presidente está enquadrado pelos seus generais, obedecendo à estratégia militar de que na guerra há momentos de avançar e recuar. Bolsonaro ficou tão bonzinho que gravou uma live tendo ao lado o seu principal mastim, o ministro Paulo Guedes, ouvindo uma Ave Maria tocada em um acordeão.

A questão para os bolsonaristas de raiz é que o mimetismo do presidente não satisfaz as suas hostes, acostumadas às pancadas que ele distribui para todos os lados. Falta uma narrativa que justifique a atual mudança do self de Bolsonaro. Particularmente os filhos do presidente consideram que a versão “Jairzinho” precisa ser controlada no relógio, seguindo um planejamento que resgate o verdadeiro Jair na medida em que vai se aproximando a conjuntura eleitoral.

O atual Bolsonaro é um homem “sensível e comedido”, incapaz das baixarias do passado recente. Não foi nessa versão que os 30% do seu eleitorado cativo votaram. Para fazer a ponte entre o Bolsonaro circunstancial e o Bolsonaro de sempre, há quem proponha, no Palácio do Planalto, uma reedição do Pró-Brasil, com ênfase no social. O objetivo seria enganchar no programa a ideia de um pacto político em nome do soerguimento do país. Com o novo estilo delicado, o presidente se dirigiria à população, em pronunciamento ao lado dos ministros militares e do ministro da Economia, ressaltando sua disposição ao diálogo.

O pacto daria “legitimidade” ao surgimento do “Jairzinho”. O presidente boiaria na superfície dessa tentativa de acordo com o tempo necessário até que a iniciativa seja detonada pelos adversários. Esse seria o momento para a volta do Jair, indignado com a oposição que se recusou apertar sua mão estendida. Seria, então, a hora, conforme os dizeres do cantor Lobão, do “sangue e porrada na madrugada”. Nada que já não se tenha visto.

#Jair Bolsonaro #Palácio do Planalto #Paulo Guedes

Ornitorrinco fiscal

29/06/2020
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, está fazendo contas milagrosas para ver se chega a uma reforma tributária híbrida que aumente a carga de impostos sem que a majoração fique tão explícita. Nesses cálculos, estão contidos os cortes de incentivos e renúncias, que, na verdade, são impostos ao contrário.

#Ministério da Economia #Paulo Guedes

Sinal de alerta na equipe econômica

18/06/2020
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Em conversa reservada com David Alcolumbre no início da semana, lideranças do Senado firmaram um acordo para acelerar a votação da lei complementar que prevê o pagamento de perdas de arrecadação provocadas pela Lei Kandir. É tudo o que Paulo Guedes não  quer ouvir neste momento. A proposta em tramitação no Senado prevê a transferência para estados e municípios de R$ 61,6 bilhões até 2037. A primeira parcela, de R$ 1,2 bilhão, teria de ser desembolsada até dezembro.

#David Alcolumbre #Paulo Guedes