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Infraestrutura
Mudança na Lei dos Portos provoca um maremoto no Congresso
11/11/2024Economia
Corte de gastos públicos está indexado a Donald Trump
7/11/2024Não há, em todo o mundo, sequer um canto de jardim imune ao efeito Trump. A eleição norte-americana mudou o senso de urgência do governo Lula em relação ao tão aguardado pacote de corte de gastos. O repentino cancelamento da viagem de Fernando Haddad à Europa a pedido do próprio presidente da República levou a crer que as medidas seriam anunciadas na última segunda-feira – ver RR.
E, de fato, o governo ensaiou a divulgação das iniciativas para aquele dia. Mas recuou. Segundo fontes palacianas, na reunião de mais de três horas realizada na tarde da própria segunda-feira, houve um pedido dos ministros presentes, sete ao todo, para que Lula aguardasse o resultado da disputa eleitoral nos Estados Unidos para sacramentar as medidas. Ainda há sensatez nesse mundo.
A julgar pelo impacto já observado da vitória de Trump sobre a economia global, o cenário de curto e médio prazos exigirá do governo Lula um contorcionismo de ginasta chinês para cortar gastos em um ambiente de maior pressão inflacionária. E com uma trava que faz toda a diferença: no salário-mínimo, Lula não aceita mexer de jeito algum.
No D+1 ou “D+T”, leia-se o day after da eleição de Donald Trump, o dólar chegou a bater em R$ 5,72 – fechou o dia em R$ 5,67, praticamente estável em relação a ontem. Nos juros futuros, a taxa DI para os contratos em janeiro de 2025 passou dos 12,95% de ontem para 13,0005%. No mercado, já quem preveja um câmbio acima dos R$ 6,00, para alguns com risco de bater próximo dos R$ 6,50 – em recente entrevista ao InfoMoney, por exemplo, Alfredo Menezes, fundador e CEO da Armor Capital, mencionou a possibilidade de o dólar chegar a R$ 6,40.
Nessa hipótese, automaticamente a inflação dispararia. Maior inflação leva ao aumento da taxa de juros, que leva ao aumento do déficit nominal, que leva ao aumento da dívida pública. Ou seja: um cenário fiscal catastrófico. Some-se a isso o fato de que uma parcela expressiva da economia está indexada à inflação, a começar pelo salário-mínimo, o totem e tabu do corte de gastos. Lula não quer nem ouvir falar na hipótese de mudança nas regras de reajuste do mínimo, com base na inflação do ano anterior e da variação do PIB de dois anos antes.
O mesmo se aplica à ideia de desvinculação da aposentadoria e de outros benefícios do salário-mínimo, resistência que encontra eco no Ministério. Hoje, em entrevista ao jornal O Globo, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, disse textualmente que deixará o governo caso o corte de gastos afete direitos previdenciários adquiridos ou o aumento do salário-mínimo acima da inflação.
A blindagem do salário-mínimo e a previsão de uma pressão inflacionária ainda maior, no rastro do fator Trump, aumentam consideravelmente o desafio da equipe econômica. Em entrevista ao Valor, o economista sênior para Brasil do Itaú BBA, Luiz Cherman, afirma que a eleição de Donald Trump exige que o governo entregue um pacote de cortes superior a R$ 50 bilhões.
Empresa
Banco do Brasil é a pedra no caminho da Intercement
6/11/2024Negócios
Totvs joga pesado para colocar o preço da Linx no chão
23/10/2024Governo
O jogo que mais interessa à CBF é disputado em Brasília
17/10/2024O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, tem se movimentado em Brasília, com a valiosa escolta do PSD, de Gilberto Kassab, na tentativa de empurrar para 2025 o julgamento no STF que definirá sua permanência ou não no cargo. O lobby já chegou até o Palácio do Planalto, por meio do ministro da Articulação Política, Alexandre Padilha. Rodrigues quer ganhar tempo para persuadir os ministros do Supremo. Gilmar Mendes já se posicionou a favor da manutenção de Rodrigues no comando da Confederação. Flavio Dino, o segundo a votar, pediu vista do processo, interrompendo o julgamento.
Mercado
Cosan vai ter de recalibrar a propaganda para o IPO da Moove
14/10/2024“A Cosan tentou vender o que não tinha”. Grosso modo, é como um celebrado gestor de fundos, em conversa com o RR, resume a frustrada tentativa de IPO da Moove, braço de lubrificantes do grupo de Rubens Ometto. Na “venda” da operação, os coordenadores da oferta – uma tropa de alto coturno, formada por Itaú BBA, BTG Pactual, Santander, J.P. Morgan, BofA Securities e Citigroup – usaram e abusaram da mensagem de que a companhia estava em franco processo de internacionalização, o que lhe permitiria ter receita em moeda forte e crédito em condições mais vantajosas. Na melhor das hipóteses, um surto de wishful thinking que o mercado jamais comprou. Nem poderia. Praticamente toda a receita e Ebitda da Moove ainda são gerados no Brasil.
Destaque
Façam suas apostas: após as bets, governo mira na aprovação dos cassinos
8/10/2024Os dados estão rolando: depois das bets esportivas, agora é a vez da roleta e do bacará. Há uma intensa articulação política entre o governo e os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, para destravar a liberação dos cassinos, se não ainda neste ano, no mais tardar nos primeiros meses de 2025.
Ressalte-se que existe um projeto de lei, n° 2.234/2022, o chamado “PL dos Cassinos”, em avançada tramitação no Congresso. A proposta já foi aprovada na Câmara, em 2022, passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e aguarda apenas pela votação em plenário. Além dos cassinos, o PL prevê também a legalização de bingos e do jogo do bicho. Por isso mesmo, está longe de ser o projeto dos sonhos do governo.
No Palácio do Planalto, o entendimento é que esse “liberou geral” serviria apenas para turbinar a resistência à iniciativa, notadamente por parte dos evangélicos, e atrapalhar o que realmente interessa, ou seja, a abertura dos cassinos. Por essa razão, a articulação política do governo trabalha com dois cenários alternativos. Um deles é promover uma cirurgia no PL 2.234/2022, extirpando a menção a bingos e jogo do bicho. Neste caso, devido à mudança do texto, uma vez aprovada no Senado a proposta teria de retornar à Câmara.
Outra possibilidade é a elaboração a toque de caixa de um novo projeto de lei tratando exclusivamente dos cassinos. Nessa hipótese, um acordão com Lira e Pacheco seria mais do que necessário para acelerar a votação na Câmara e no Senado.
No pôquer político e das percepções públicas, esse é um jogo de despistes, blefes e uma boa dose de cinismo. O Palácio do Planalto não se manifesta publicamente, finge que não é com ele, mas, nos bastidores, coloca suas fichas na liberação dos cassinos. E trabalha para isso, mobilizando a base aliada, vide a apreciação do próprio “PL dos Cassinos” na CCJ do Senado: dos quatro senadores do PT, apenas Janaína Farias (CE) foi contrária.
O mesmo ocorreu no fim do ano passado quando da aprovação do projeto de lei que regulamentou as apostas esportivas – o PT votou em peso a favor. Se, no caso das apostas, o governo mirou exclusivamente no aumento da arrecadação, os cassinos vão muito além dado o seu valor adicionado. Combinam benefícios econômicos e sociais. Estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima que a abertura desses estabelecimentos poderá criar cerca de um milhão de postos de trabalho diretos e indiretos. É o equivalente, por exemplo, a 15% da atual mão de obra do setor hoteleiro em todo o país, em torno de 6,5 milhões de pessoas.
Ressalte-se que a gestão Lula não tem nada contra as bets esportivas. Muito pelo contrário. Suas receitas tributárias são muito bem-vindas. Ocorre que a missão do governo é fazer conta com base nas mais diversas variáveis e, nesse caso, a reabertura dos cassinos traz um pacote de vantagens superior ao das apostas digitais. O valor adicionado indireto é quase incalculável tamanha a cadeia de produção dos milhares de objetos necessários para o funcionamento das casas de jogos e espetáculos e o turismo que resultará dessa atividade.
Tudo é consumo nos cassinos. Da toalha de mesa ao copo de uísque; dos equipamentos de cozinha ao material de limpeza. E por aí vai. Ou seja, ao contrário das bets, um mundo virtual populoso de algoritmos e cifras, mas não de trabalhadores, cassino é geração de emprego na veia. Este é o discurso, bem ao seu gosto, que já está na ponta da língua do presidente Lula – e de seus colaboradores – para refutar as notórias resistências à legalização desses espaços no país.
E, mesmo no quesito tributário, o ganho agregado é maior. O mesmo estudo da CNC traz projeções de que a abertura dos cassinos poderá gerar para o governo cerca de R$ 22 bilhões por ano em novas receitas tributárias. No caso das apostas esportivas, as previsões mais otimistas apontam para uma arrecadação de, no máximo, R$ 12 bilhões. O novo arcabouço fiscal não permite que a equipe econômica tenha pruridos exagerados em relação ao jogo. Há uma meta a ser cumprida logo ali na esquina. E Lula, ou quem ele indicar, tem uma eleição para disputar em 2026.
Os cassinos físicos trazem outras vantagens, como a possibilidade de uma fiscalização mais rigorosa do vai e vem de recursos. Eles dificultam o uso da operação como fachada por organizações criminosas para lavagem de dinheiro. O monitoramento é feito de forma mais eficiente nas apostas presenciais, por meio de uma série de medidas – imposição de limites de gastos por CPF, monitoramento de jogadores que apresentem padrões de compulsão e mesmo a proibição de que cassinos aceitem apostas de pessoas comprovadamente adictas em jogos de azar. Não é fácil, porém, mais complicado ainda é fiscalizar as bets digitais, notadamente as plataformas que insistem em operar na penumbra da lei.
Não faltam grandes grupos internacionais da área de hotelaria/cassinos dispostos a desembarcar no Brasil. Alguns dos maiores conglomerados mundiais do setor mantém uma permanente máquina de lobby no parlamento e já demonstraram interesse em operar no Brasil. Entre eles estão o Las Vegas Sands, do falecido Sheldon Adelson, um nome mítico da indústria de jogos, MGM Resorts International e Wynn Resorts.
Política
Bancada ruralista é o benchmarking para parlamentares argentinos
3/10/2024O Brasil está exportando sua expertise na criação de grupos de interesse dentro do Congresso. Ontem, na Câmara, correu a informação de que uma comitiva de mais de 20 deputados argentinos e representantes do agronegócio desembarcará em Brasília nos próximos dias.
Vai se reunir com líderes da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) em busca de uma “consultoria” para replicar, por lá, o modelo da bancada ruralista. Em 2008, houve uma articulação similar que não avançou. A delegação dos hermanos será encabeçada por parlamentares do La Libertad Avanza, do presidente Javier Milei, e do Propuesta Republicana, fundado pelo ex-presidente Maurício Macri – ambos de direita.
O programa de visitas deverá incluir também uma ida ao Instituto Pensar Agropecuária, um híbrido de think tank e braço de lobby do agronegócio.
Advocacia
Um projeto de lei on demand para o atual presidente da OAB
26/09/2024O Projeto de Lei 1.743/24, em tramitação na Câmara, vale mais pelas suas entrelinhas do que exatamente pelo que está escrito. Para todos os efeitos, a proposta do deputado Doutor Luizinho (PP-RJ) estabelece a criação de dois novos cargos no Conselho Federal da OAB – diretor administrativo e diretor executivo. No entanto, dentro da própria entidade, o que se diz é que o projeto tem segundas intenções: abrir uma brecha para a primeira reeleição de um presidente na história da OAB, com a justificativa da nova estrutura organizacional. Ou seja: como se o jogo começasse do zero. O principal lobby para a aprovação do PL vem de aliados do atual no 1 da Ordem, o amazonense Beto Simonetti. O advogado foi eleito em 2022. Ele pertence a um grupo que comanda a OAB desde 2013, quando da gestão de Marcus Vinicius Furtado Coêlho. O estatuto da OAB não proíbe a reeleição do presidente. Mas o rodízio no cargo é um consuetudo consagrado na instituição. Ao que parece, esse costume está prestes a cair.
Destaque
Votorantim pode ser sócio da Vale na Aliança Energia
20/09/2024Mais de 27 anos após o leilão de privatização da Vale – quando Antônio Ermírio foi derrotado por Benjamin Steinbruch -, os caminhos da companhia e dos Ermírio de Moraes voltam a se cruzar. Há informações no mercado de que a Auren, leia-se o Grupo Votorantim e a canadense CPP Investments, entrou no páreo para adquirir uma participação majoritária na Aliança Energia.
A mineradora pretende vender 70% do capital, parcela que estaria avaliada em cerca de R$ 4 bilhões. A concorrência não é pequena. Entre as empresas que mantém conversações com o Itaú BBA e o Morgan Stanley, advisers da Vale, estão a chinesa CTG e a francesa TotalEnergies – conforme informou o Pipeline, do Valor Econômico, no último dia 2.
Executivos do setor ouvidos pelo RR apontam alguns fatores que fariam a Auren avançar com mais sede ao pote da Aliança. Criada há apenas dois anos, a empresa parece disposta a pular etapas e acelerar seu crescimento por meio de M&As. Foi assim com a compra da AES Brasil em março, por R$ 7 bilhões, o maior investimento já realizado pela dobradinha Votorantim/CPP.
A operação permitiu à Auren saltar da 13ª para a 3ª posição entre os maiores grupos de geração do país. O segundo lugar do ranking é logo ali na frente, e a Aliança desponta como um atalho. Com a eventual aquisição, a Auren sairia de 8,8 GW para 10,8 GW, em um empate técnico com a Engie (10,7 MW) – à frente das duas, a inalcançável Eletrobras (44 GW).
E com um benefício adicional: além da venda da energia em mercado, a Aliança carrega um grande potencial de crescimento, na condição de fornecedora do insumo para a própria Vale, um cliente cativo que já está dentro de casa. Procurada pelo RR, a Auren informou que “não comenta rumores sobre eventuais processos de fusões e aquisições”. Também consultada, a Vale não se pronunciou.
Sob certo aspecto, causa até certa surpresa que uma companhia que vinha sendo conduzida em banho-maria pela Vale e pela Cemig atraia um número razoável de pretendentes. Ainda assim, a negociação para a compra da Aliança Energia tem alguns senões.
A começar pelo preço. Em março, quando a Vale comprou os 45% até então pertencentes à estatal mineira, os 100% da Aliança foram avaliados em R$ 6 bilhões. No entanto, o que se diz é que a Auren, assim como a CTG e a TotalEnergies, consideram o valuation elevado. Existe ainda outro complicador.
A informação é que a Vale pretende condicionar o negócio a um acordo de acionistas que lhe permita manter algum grau de participação na gestão, mesmo como minoritária. Talvez seja um pedágio que o comprador da Aliança terá de pagar. A ver.
Negócios
Stone e PagBank juntas? O mercado crava que sim
10/09/2024Nos últimos dias, a informação de que Stone e PagBank negociam sua fusão voltou ao mercado com força redobrada. Há até quem diga que já existe um esboço da estrutura de capital da futura empresa. A Stone pertence a um grupo de investidores, com destaque para André Street, fundador e principal acionista da empresa, com 37% dos papéis com poder de voto. O PagBank, por sua vez, é controlado pelo Grupo UOL. Em julho, o Itaú BBA soltou um relatório afirmando que o M&A seria a melhor solução para as duas companhias. Ambas ainda conduzem um negócio respeitável, com receita combinada na casa dos R$ 22 bilhões. Mas as suas “maquininhas” de cartão, que renderam prósperos resultados nos últimos anos, vêm perdendo espaço para outras modalidades de pagamento digital, sobretudo o PIX. Essa erosão tem levado o mercado a olhar para as duas companhias com enorme desconfiança. Na última quinta-feira, o Morgan Stanley soltou um relatório devastador, cortando o preço-alvo da ação da Stone de US$ 16,50 para US$ 7 e do PagBank de US$ 14 para US$ 6,50. Além disso, previu uma queda de 40% a 50% nos preços dos ativos das duas empresas. No caso da Stone, há ainda um ponto particular que acentuou a piora da sua percepção junto aos agentes financeiros. Em março, Street deixou o cargo de chairman da empresa, o que foi interpretado como um sinal de descrédito do próprio criador em relação a sua criatura.
Destaque
Credores apontam suas baterias para os donos da 123 Milhas
30/08/2024A relação entre a 123 Milhas e seus principais credores atravessa uma zona de turbulência. Há informações de que o Banco do Brasil, o maior deles, avalia entrar na Justiça para pedir o afastamento dos sócios controladores, os irmãos Ramiro e Augusto Madureira, da gestão da companhia. O BB não está sozinho. Outros importantes credores, como Google e Banco Itaucard, também estão dispostos a seguir o mesmo caminho.
Entre bancos e fornecedores de serviços, o entendimento é que os sócios teriam adotado expedientes contábeis que acabaram lesando os credores. Por esta razão, os credores entendem que ambos não poderiam seguir participando do dia a dia da 123 Milhas durante o processo de recuperação judicial. Entre os bancos, alguns executivos mais exaltados chegam a dizer que a empresa tinha sua própria espécie de “risco sacado”, em alusão às fraudes contábeis da Americanas.
Tomara que seja apenas uma mera figura de linguagem. Um laudo elaborado pela KPMG e pela perita Juliana Ferreira Morais, a pedido do desembargador Alexandre Victor de Carvalho, da 21ª Câmara Cível de Belo Horizonte, aponta que a 123 Milhas teria lançado em balanço mais de R$ 1 bilhão em gastos com publicidade como ativo. Segundo o relatório encaminhado à Justiça, a manobra contábil teria permitido à empresa distribuir R$ 44 milhões em dividendos aos seus controladores.
Ressalte-se que, durante dois anos seguidos, 2021 e 2022, a plataforma de viagens foi apontada em rankings como a maior anunciante do Brasil, com gastos somados de R$ 3,5 bilhões. Talvez não tenha sido apenas por uma decisão de marketing.
Entre os protagonistas do enredo, impera o silêncio. O RR enviou perguntas à 123 Milhas. No entanto, a assessoria de imprensa informou que a companhia não está comentando o assunto. O mesmo se aplica ao Banco do Brasil, Banco Itaucard e Google. Todos responderam ao RR que não iriam se pronunciar.
Transição energética
Energia solar pode unir Cemig e Appian Capital
23/08/2024Destaque
Vale e Opportunity querem atracar no Porto Sudeste
23/08/2024Seis anos após seu turbulento desenlace societário, Vale e Opportunity devem ter um novo duelo pela frente. Segundo o adviser de uma das empresas envolvidas na negociação, a mineradora e a gestora de Daniel Dantas estão na disputa pela aquisição do Porto Sudeste, colocado à venda pelo Mubadala e pela Trafigura. As conversas são conduzidas pelo UBS BB e pela Goldman Sachs, contratados pelo fundo árabe e pela trading de Cingapura.
Tanto a Vale quanto o Opportunity jogam o jogo com uma carta em cada mão. De acordo com a mesma fonte, a mineradora poderia entrar diretamente na operação ou “terceirizar” o investimento, por meio da VLI, empresa de logística portuária e ferroviária da qual é uma das maiores acionistas, ao lado da Brookfield.
O mesmo se aplica ao Opportunity, que teria a possibilidade de comprar o Porto Sudeste de forma direta ou por intermédio da Santos Brasil, da qual é um dos principais investidores. Nesta segunda hipótese, o M&A resultaria na consolidação do grande conglomerado do setor portuário brasileiro, que reuniria um dos maiores terminais de contêineres da América Latina, em Santos, e uma importante estrutura logística para exportação de minério de ferro – no ano passado, cerca de 26 milhões de toneladas saíram do Porto Sudeste.
Em tempo: a eventual aquisição do complexo portuário, localizado em Itaguaí (RJ), dissiparia os rumores sobre a saída do Opportunity do setor – no ano passado, circularam notícias de que a instituição financeira de Dantas teria colocado à venda a sua participação na Santos Brasil.
Do lado da Vale, há todo um contexto em torno do seu interesse pelo Porto Sudeste.
A mineradora já controla um porto na região de Itaguaí, a Cia. Portuária Baía de Sepetiba (CPBS), responsável pela exportação de mais de 17 milhões de toneladas de minério de ferro no ano passado. E, no que dependesse da sua vontade, entraria com as garras afiadas no leilão de arrendamento do IGT 02, o novo terminal de minério de Itaguaí. No entanto, conforme o RR antecipou, o edital da Antaq cria restrições à participação tanto da Vale quanto da CSN na disputa – a siderúrgica controla o Tecar, terminal de granéis de Itaguaí.
As duas empresas têm feito lobby em Brasília na tentativa de derrubar os entraves para a sua entrada na licitação. Porém, até o momento, a Antaq segue firme na sua disposição de impedir uma concentração ainda maior dos embarques de minério de ferro na Baía de Sepetiba nas mãos da mineradora e da siderúrgica.
Ou seja: a Vale – assim como a CSN – está em uma espécie de índex da agência reguladora, ao menos quando o assunto é o complexo portuário de Itaguaí. É justamente essa amarra regulatória que justificaria a entrada em cena da VLI, como candidata à compra do Porto Sudeste. Em conversa com o RR, ao ser perguntada sobre a possibilidade de comprar o empreendimento, a empresa de logística afirmou que “não há nada nesse sentido”. Está feito o registro.
No entanto, o que se diz no setor é que, diante do cerco da Antaq, a saída mais plausível para a Vale não perder o negócio seria a VLI se posicionar na linha de frente da operação de compra do Porto Sudeste. Seria, digamos assim, um “outsourcing societário”.
A aquisição daria à Vale, quer dizer, à VLI uma capacidade adicional de exportação de 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano – ainda que atualmente, o Porto Sudeste opere com quase 50% de ociosidade. O mundo roda, gira, capota e, por vezes, volta ao mesmo lugar. Em 2014, quando do início da derrocada do “Império X”, a Vale chegou a sinalizar a Eike Batista o interesse em comprar o Porto Sudeste. E talvez só não tenha levado porque Eike não podia vender o que já não era mais seu. Mubadala e Trafigura assumiram o ativo, em troca de dívidas do empresário.
Empresa
Gigante da ração animal entrega os anéis para não perder os dedos
15/08/2024Há informações de que a mineira Indústria de Rações Patense avalia a venda de ativos na tentativa de amenizar sua delicada situação financeira. Um dos negócios na corda bamba seria a Sebbo Passofundense, de ração animal, comprada em 2021. A aquisição é apontada como uma das razões para a crise do grupo.
A empresa recebeu elevados investimentos que não deram o retorno esperado. Outro ativo que pode ser negociado é a unidade de bioprodutos de pescado de Itajaí (SC), adquirida em 2023 junto à GDC Alimentos, que, entre outros produtos, é dona da marca de enlatados Gomes da Costa. O RR tentou ouvir a Rações Patense, mas não conseguiu contato, nem pelo telefone, nem por outros canais de comunicação até o fechamento desta matéria.
A Rações Patense é uma das maiores processadoras de matéria-prima para a fabricação de ração animal do país. Criada há 53 anos em Pato de Minas (MG), a empresa surgiu para reciclar ossos e restos de carnes do açougue de propriedade do seu fundador, Antônio Gonçalves. Cresceu e chegou a faturar mais de R$ 1 bilhão. Hoje, com um passivo de R$ 2,1 bilhões, tem feito malabarismos para evitar uma recuperação judicial. Em junho, a Patense solicitou à Justiça o bloqueio da execução de dívidas por 60 dias, para negociar um acordo com seus credores.
Judiciário
PGR já se arma contra mudança na eleição dos Tribunais de Justiça
9/08/2024Regulação
Fundos de pensão costeiam o alambrado de um perigoso terreno
9/08/2024Mercado
Banco do Brasil quer engordar seu fundo de venture capital
8/08/2024Energia
Chineses fazem lobby elétrico por subsídios para eólicas offshore e hidrogênio verde
7/08/2024Grandes grupos chineses de energia, entre os quais a SPIC (State Power Investment Corporation Limited) e a Energy China International, têm feito gestões junto ao ministro Alexandre Silveira pela manutenção dos subsídios para geração renovável. Os asiáticos querem, sobretudo, garantias de que o benefício seguirá em vigor para os projetos de eólicas offshore e de hidrogênio verde. O lobby é pesado. Tem a regência direta do próprio governo chinês. Há ainda os governadores do Nordeste, como o cearense Elmano de Freitas e o baiano Jerônimo Rodrigues, que atuam como backing vocal, reforçando o canto junto a Alexandre Silveira. A região é a que mais recebe investimentos em novas fontes de geração e, consequentemente, mais depende da subvenção. O chamado desconto no fio é um subsídio para projetos de energia limpa, com a redução dos valores pagos pelo uso de linhas de transmissão. A diferença sai do bolso dos consumidores, via conta de luz.
Destaque
Zona Franca de Manaus abre guerra conta companhias de navegação
31/07/2024Pesos-pesados da Zona Franca de Manaus (ZFM) – entre as quais Samsung, LG, Honda, Yamaha, Multilaser, entre outras – estão fazendo uma blitzkrieg em Brasília. A operação de lobby tem como objetivo derrubar a cobrança da “Low Water Surcharge”, mais conhecida como “taxa de pouca água”, que passará a incidir sobre o transporte de cargas nos rios da Amazônia.
O sobrepreço custará às empresas da região entre US$ 5 mil e US$ 5,9 mil por contêiner carregado, seja de matérias-primas, seja de produtos finais. Do outro lado da trincheira, estão os “inimigos” a serem abatidos: CMA CGM, Maersk, MSC e Aliança Navegação e Logística, que instituíram a derrama adicional.
O RR apurou que empresas da Zona França já levaram o caso ao vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, pedindo sua intervenção para barrar a taxa extra. Ressalte-se que Alckmin tem sido talvez o maior aliado da ZFM no governo em muitos e muitos anos – Paulo Guedes, por exemplo, nunca escondeu seu desejo de acabar com esse cluster de benefícios tributários.
Os fabricantes da Zona Franca atacam em várias frentes. Além de buscar apoio político, há informações de que pretendem acionar o Cade, acusando CMA CGM, Maersk, MSC e Aliança de abuso de poder econômico. Foram também ao Ministério Público, que já abriu uma investigação sobre a cobrança do valor adicional. E as indústrias da Zona Franca avaliam ainda entrar na Justiça contra as empresas de logística. Procurada, a Aliança Navegação não quis comentar o assunto, dizendo estar em período de silêncio. Também consultadas, MSC, Maersk e CMA CGM não retornaram até o fechamento desta matéria.
As quatro grandes companhias concentram a navegação de cabotagem na região, tanto no que diz respeito à entrega de componentes para as empresas da Zona Franca quanto ao escoamento da produção local. E costumam coabitar os rios da Amazônia em sintonia. Sintonia até demais, dizem as indústrias de Manaus. O quarteto decidiu instituir a taxa quase que simultaneamente – o início da cobrança se dará entre agosto e setembro.
Alegam se tratar de uma compensação pela seca dos rios e a consequente redução das condições de navegabilidade, que aumenta o tempo e o custo do transporte. Garantem ainda que a cobrança será temporária. No entanto, as indústrias da Zona Franca rebatem, dizendo não saber o quanto vai durar esse “temporário”. Ao mesmo tempo, atribuem a CMA CGM, Maersk, MSC e Aliança a imposição de uma taxação irregular, uma vez que os rios da Amazônia, mesmo com a queda dos índices pluviométricos, não apresentam condições de navegação que justifiquem o valor adicional.
Real estate
Iate Clube do Rio de Janeiro pode fazer muito mais dinheiro em terra do que no mar
18/07/2024Sócios influentes do Iate Clube do Rio de Janeiro (ICRJ) estão fazendo um lobby interno para a venda de uma parte do gigantesco terreno onde está localizada sua sede, nas franjas da Baía da Guanabara. Trata-se de uma das áreas mais nobres e uma das vistas mais cobiçadas da cidade, de frente para a Enseada de Botafogo. Não faltariam incorporadoras imobiliárias especializadas em empreendimentos de alto luxo ou mesmo administradoras de shoppings ávidas para se instalar naquele paraíso do real estate. Segundo o estatuto do ICRJ, em seu artigo 7º, “Compete ao Conselho Deliberativo… aprovar a alienação de bens imóveis sempre por proposta da Comodoria”.
Destaque
Imposto Seletivo: lobby do setor de mineração perde a primeira batalha
11/07/2024O lobby do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) para se livrar do Imposto Seletivo (IS) é legítimo, mas enganoso. O Ibram colocou todas as suas escavadeiras no Congresso e na mídia. Por ora, sem sucesso. Já perdeu a primeira batalha, ontem, na Câmara. E será muito difícil virar o jogo no Senado. A entidade diz que, com o IS, o setor terá menos competitividade nas vendas externas. Alega ainda que a indústria da extração mineral não é poluente. Nenhuma das duas afirmações é verdadeira. Em primeiro lugar, as vantagens comparativas do Brasil no mercado internacional se devem muito mais à qualidade do seu minério e à existência de um comprador quase cativo, a China. Além disso, a mineração polui um bocado. Entre os “menores” males causados ao meio ambiente, estão alteração da paisagem, desmatamento e devastação do solo.
Na votação de ontem na Câmara, as mineradoras conseguiram, ao menos, reduzir o teto da alíquota para 0,25% – na proposta original, esse índice chegava a 1%. Ainda assim, saíram derrotadas no “mérito”, que era escapar do imposto. Da parte do ministro Fernando Haddad, não qualquer simpatia pelo lobby da entidade. Antes de tudo, é preciso qualificar o Ibram, que deveria se chamar “Ibref”, algo como o Instituto Brasileiro do Ferro. A Vale é a principal mantenedora da entidade, que, na prática, acaba servindo como uma espécie de biombo para os interesses da empresa. No governo, as manifestações da entidade contra o imposto são lidas, sobretudo, como um protesto da companhia. A exclusão do IS na mineração aumentaria a alíquota integral, prejudicando setores realmente relevantes para a população. É tudo o que Haddad não quer. O Brasil é o maior produtor de minério de ferro do mundo. Suas reservas alcançam cerca de 29 bilhões de toneladas.
Não é a primeira vez que o Ibram faz sua choradeira contra um gravame, reclamando que a tributação vai extinguir o setor. Foi assim com a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), criada para amenizar os problemas criados pela extração dos minérios. A CFEM foi regulamentada e nada do desastre previsto pelo Ibram ocorreu. A Vale, para quem não se lembra – os moradores de Minas Gerais não se esquecem jamais – abriu uma verdadeira cratera nas cercanias de Belo Horizonte. Segundo estudo do Ministério do Meio Ambiente, nas áreas de exploração do ferro, a vegetação é removida para dar lugar à lavra a céu aberto, iniciando também outro impacto ambiental, a exposição dos solos, os quais perdem a sua fertilidade e ficam sujeitos a processos erosivos.
O Ministério do Meio Ambiente também aponta problemas nas áreas de mineração de ferro, como a presença de antigas barragens de contenção, que podem se romper e provocar sérios danos ao local em que se encontram. Não é preciso lembrar das tragedias de Mariana e Brumadinho para ilustrar a advertência da Pasta. Há também o perigo do desmatamento. Parte dos remanescentes da Mata Atlântica pertence às mineradoras. A atividade de mineração contribui para a chamada chuva ácida e o efeito estufa.
Os principais poluentes da extração mineral são óxidos de nitrogênio, de carbono, os hidrocarbonetos e os materiais particulados em dispersão. O último grupo está presente em todas as atividades de mineração. Elas prejudicam a qualidade do ar, favorecendo doenças como a asma, pneumonia e câncer de pulmão. Um estudo feito no Quadrilátero Ferrífero mostra que florestas urbanas na área reduziram em 206,7 o número anual de internações de crianças (de zero a 14 anos) com problemas respiratórios. Ou seja: pode-se afirmar que a extração de todas as substâncias minerais é poluente em algum nível.
Mas a mineração gera riqueza, aliás, muita riqueza. Esse motivo parece ser desconsiderado pelo Ibram, quando praticamente decreta a morte do setor caso não seja isento do IS pelo governo. Aliás, a mineração é um dos principais alvos das multinacionais e fundos de uma maneira em geral dispostos a investir no Brasil. Agora, com a corrida por metais com uso na renovação da matriz energética, como lítio, níquel, cobalto, vanádio e inclusive o grafeno, que tinha o ex-presidente Jair Bolsonaro como seu principal propagandista, será possível afirmar que eles são desinformados em relação ao IS. E os nativos, o que pensam disso na intimidade das suas empresas? Pois bem, segundo Sondagem do setor Mineral da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM), 77% das companhias pretendem investir para aumentar a capacidade produtiva nos próximos 12 meses.
O IS foi criado para reduzir o consumo de bens que fazem mal à saúde, e poluição é um desses males, além de reduzir a alíquota integral que recai sobre todos os demais produtos. Não há nada de injusto, nem de economicamente inapropriado na medida. Espernear é um direito de todos. Mas cabe ao Ibram buscar um pouco mais de fundo de verdade na sua causa. Até para o feitiço não se virar contra o feiticeiro.
Política
Planos de saúde enxergam em Arthur Lira um santo remédio
10/07/2024O presidente da Câmara, Arthur Lira, tornou-se interlocutor de carteirinha dos grandes planos de saúde do país. O lobby é pesado. O setor busca apoio político de alto calibre para derrubar as ações civis públicas movidas contra as operadoras após uma onda de rescisões de contratos que atingiram grupos específicos – pessoas com deficiências, autismo, doenças raras, entre outros. A Secretaria Nacional do Consumidor, vinculada ao Ministério da Justiça, já abriu procedimentos administrativos contra mais de 20 empresas de medicina de grupo.
Arthur Lira provavelmente vai ter de se desdobrar ainda mais. Há propostas bastante convincentes de que os planos de saúde acima de determinado valor não possam mais ser debitados do Imposto de Renda. Hoje, de uma forma não distributivista, os contribuintes podem deduzir integralmente do IR gastos com saúde, independentemente da sua renda mensal. No entendimento do governo, a falta de um teto beneficia os mais bem afortunados.
Empresa
Mitsui e Rubens Ometto já não falam a mesma língua na sucessão da Vale
9/07/2024Em meio ao intenso disse-me-disse nos corredores da Vale, circula a informação de que a Mitsui teria adotado uma posição de neutralidade no processo de sucessão da mineradora. O recuo é uma ducha de água fria para Rubens Ometto, que via no grupo japonês o principal aliado no lobby para a nomeação de Luiz Henrique Guimarães, ex-CEO da Cosan, para a presidência da Vale. A ver como Ometto vai digerir o distanciamento da Mitsui, sua sócia não apenas na mineradora, mas em uma série de distribuidoras de gás. Procurada, a Mitsui não se manifestou.
Mercado
Luiza Helena Trajano não merece a pecha de vira-casaca
5/07/2024Reforma tributária
Qual é o prato do dia no cardápio da cesta básica e do Imposto Seletivo?
3/07/2024A discussão sobre o que vai ser gravado com o Imposto seletivo (IS) e o que será isento e incluído na cesta básica permanece sendo uma batalha de lobbies no Congresso e no Executivo. É um entra e sai danado. Há dúvidas, inclusive, se os impostos e isenções poderão ser alterados em função de preços, mudanças de hábitos alimentar, pressões de determinados setores ou mesmo idiossincrasias do governo da ocasião. Por enquanto, ninguém imagina que Lula pretenda propor uma PEC da Cesta Básica ou dos produtos a serem gravados com uma alíquota superior.]
A ideia é que a isenção de um produto seja custeada pelo aumento de imposto em outro. E a preferência pelos itens vai e vem conforme o lobby vencedor ou a convicção do impacto político, tudo overnight. Quando a carne bovina estava quase pulando fora da cesta básica, com o argumento de que “pobre come mesmo galinha e ovo, o que já é proteína suficiente”, Lula, por exemplo, cismou de incluir a carne na cesta básica, mesmo que seja só um pedaço de músculo. Talvez em função da promessa de campanha de que todos os brasileiros poderiam comer seu churrasquinho de picanha no fim de semana.
Um parlamentar gaiato, ligado ao lobby alimentar dos processados e ultraprocessados, que por enquanto continuam escapando do gravame, criticava ontem os critérios e a falta de explicação dos motivos das escolhas. Por exemplo: o peixe ficou isento do IS, mas o siri, o mexilhão, o camarão sete barbas ou mesmo o linguado, um peixe caro, serão tributados por não constarem da cesta básica. A regra é que a comida do rico paga pela isenção do alimento do pobre. O referido congressista fazia blague com o Imposto Seletivo, justificado pelo governo como uma medida de saúde alimentar, quando sua verdadeira função é reduzir a alíquota integral. E é isso mesmo. A saúde é só um detalhe.
O político questionava também se, além do ovo de galinha, já incluso na cesta básica, os de codorna e pato também seriam desonerados. Foi contestado por um colega, de um grupo de interesse concorrente: “Deixa estar que a batata dos ultraprocessados vai assar”. O fato é que o lobby dos alimentos triturados com corantes e sabe-se lá mais o que, guardados em latas cheia de óleo ou embalagens de plástico suspeito, vai ter de mostrar muita competência para aguentar a pressão para o gravame com o IS. Na própria área tributária do governo ninguém entende a não extensão do imposto a presunto e congêneres, salsicha, atum em lata, mortadela, que estavam na primeira lista dos tributáveis. Vá lá, esta última teria até um defensor simbólico. Lula adora um sanduíche repleto de mortadela.
Negócios
Abbraccio também aguça o apetite do Mubadala
28/06/2024Destaque
Sai a Sabesp e entra a BRK no radar da Aegea Saneamento
28/06/2024A decisão da Aegea de não apresentar oferta pela Sabesp está longe de significar um momento de inapetência de seus controladores – Equipav, GIC, fundo soberano de Cingapura, e Itaúsa. Pelo contrário. No setor, a interpretação é que a companhia guardou munição para outro investimento de grande porte.
Fontes da área de saneamento ouvidas pelo RR apontam a Aegea como a mais forte candidata à compra da participação de 70% da Brookfield na BRK Ambiental. O passo seguinte seria a consolidação dos ativos em uma única holding, um conglomerado com atuação em mais de 600 municípios e uma receita líquida de R$ 19 bilhões e um Ebitda combinado de R$ 8 bilhões, a números do ano passado. Ou seja: um negócio de porte não muito distante ao da Sabesp – a empresa paulista registrou faturamento de R$ 25,5 bilhões e um Ebitda de R$ 9,6 bilhões em 2023.
Com um cenário mais vantajoso, na visão de dirigentes do setor. No caso de um M&A com a BRK, Equipav, GIC e Itaúsa serão os controladores da nova companhia. Na Sabesp, a Aegea seria apenas acionista de referência, com um poder de mando sempre indexado ao governo de São Paulo, que manterá uma participação no capital. Além disso, havia a poison pill.
A Aegea foi sabidamente contrária à cláusula que obrigará o futuro acionista da Sabesp a fazer uma oferta pelas ações em mercado, com ágio de 200%, se atingir uma participação de 30%. Consultadas pelo RR, Brookfield e Aegea não se manifestaram.
A fatia de 70% da BRK Ambiental nas mãos da Brookfield é avaliada em aproximadamente R$ 6,3 bilhões.
O cálculo se baseia no valor lançado pelo FI-FGTS em seu balanço de 2023: sua participação de 30% na empresa de saneamento está marcada a R$ 2,7 bilhões. No mês passado, a Brookfield contratou o BTG, o Itaú BBA e o Santander para avaliar possibilidades de desinvestimento na BRK Ambiental – conforme noticiou o Valor Econômico no dia 27 de maio. Os canadenses trabalham com duas hipóteses sobre a mesa: a venda de ativos operacionais e a negociação do controle da companhia.
O que corre à boca miúda no setor é que este segundo cenário é o preferido da Brookfield. E, ao que tudo indica, da Aegea também.
Análise
Com ou sem Pimenta, a comunicação do governo Lula segue insossa
27/06/2024Destaque
Questionamentos judiciais ameaçam transferência de terras da Jari Celulose para o BTG
24/06/2024A intenção do BTG de incorporar ativos florestais da Jari Celulose como pagamento de uma dívida de aproximadamente R$ 700 milhões da empresa – ver RR tem esbarrado em obstáculos de ordem legal. O principal entrave é o procedimento administrativo contra a companhia aberto pela Corregedoria de Justiça do Amapá (Processo no 088630/2021). O governo do estado e o Instituto de Terras (IMAP), autarquia vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural, reivindicam a área de 296,5 hectares da Fazenda Santo Antonio da Cachoeira, propriedade que faria parte do acordo entre o BTG e Jari. O estado alega que as terras pertencem à Gleba Iratapuru, onde há uma reserva de desenvolvimento sustentável e o território indígena Terena.
O caso é enroscado – se não fosse, não seria Jari. O RR apurou que, a princípio, a companhia apresentou uma matrícula de propriedade regular, o que, em tese, significa dizer que não há qualquer ônus ou impeditivo para a transferência das terras. Sublinhe-se o “em tese”.
Os procuradores estaduais Wellington Bringel de Almeida e Otávio de Santana Neto acusam Jari de ter feito um “puxadinho” para inserção da chamada poligonal do imóvel da fazenda no Sistema de Gestão Fundiária, em 2006, com o objetivo de obter o Certificado de Cadastro da propriedade. Segundo a mesma fonte, essa “esticada” na área teria sobreposto o imóvel em Unidades de Conservação, o que impediria a concessão do Título de Reconhecimento de Domínio. Jari, por sua vez, alega em outra ação, na 6ª Vara Federal Cível do Amapá, que o governo do estado e o IMAP não têm direito à terra.
O acordo envolvendo a transferência de uma fração das terras pertencentes à Jari Celulose desponta como uma solução sob medida para o BTG. Como o RR informou no dia 3 de maio, seria um reforço para um negócio estratégico do banco: o Timberland Investment Group (TIG), seu braço de gestão de ativos florestais, dono de um portfólio de quase US$ 7 bilhões. Mas, tratando-se de Jari, tudo é absolutamente complexo.
No encontro de contas entre o passivo da empresa e o valor das terras, a instituição financeira teria um valor a pagar – estimado em torno de R$ 70 milhões. No entanto, no último dia 19, o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Não-Padronizados Alternativa Assets I – administrado pelo BTG e veículo por meio do qual toda a operação seria feita – protocolou um ofício junto à Vara Distrital de Monte Dourado da Comarca de Almeirim (PA). O fundo afirma que “o pagamento somente deverá ser realizado quando satisfeita a condição suspensiva prevista na Cláusula 10.1.6. (x)1 do PRJ”. Em linhas gerais, significa dizer que o Grupo Jari tem três meses para obter o encerramento do processo na Corregedoria-Geral de Justiça do Amapá, “seja pela modalidade de acordo, desistência ou outra estrutura processual que seja pré-aprovada pelo proponente vencedor do certame — resultando na conservação da atual posse, domínio e propriedade daquela matrícula pela Jari Celulose.”. Trocando em miúdos, o acordo só será consumado se a companhia comprovar a posse das terras. Procurado pelo RR, o BTG não quis se pronunciar.
Ao que parece, essa propriedade tem mais “dono” do que hectares. Além do contencioso com o governo do Amapá, a Fazenda Santo Antonio da Cachoeira teria sido envolvida pela Jari Celulose em outra transação, a venda de créditos de carbono ao Banco do Brasil. A informação é que o contrato com o BB está na mira do próprio administrador judicial da Jari Celulose, o advogado, Mauro Cesar Santos, que deve apurar os termos do acordo.
Análise
BC e Fazenda poderiam ter corrigido o regime de metas de inflação não fosse sua leniência
21/06/2024Destaque
Ex-sócios do KaBuM querem usar irregularidade contábil como munição contra Magazine Luiza
5/06/2024O litígio entre o Magazine Luiza e os ex-controladores do KaBuM deverá ganhar mais pólvora. Desde a semana passada, corre entre acionistas da companhia a informação de que os irmãos Thiago e Leandro Ramos vêm sondando outros minoritários com o objetivo de entrar com uma ação conjunta contra o CEO e herdeiro da rede varejista, Frederico Trajano. Ambos acusam o executivo de ser o responsável por uma fraude contábil que teria resultado em um ajuste de R$ 829,5 milhões no patrimônio líquido do Magazine Luiza. Nos bastidores, espocam relatos de que a dupla estaria munida de documentação e laudos que comprovariam as irregularidades.
Pode ser que sim, pode ser que não. O fato é que a tentativa de articulação com outros minoritários deve ser interpretada como uma reação de Thiago e Leandro, detetores de pouco mais de 1% do Magazine Luiza, à derrota sofrida nos últimos dias.
Em assembleia geral extraordinária realizada no dia 29 de maio, os acionistas da rede varejista, em sua maioria, rechaçaram o pedido da dupla para que que a própria companhia movesse uma ação de responsabilidade contra Trajano. O que está longe de significar que o filho de Luiza Helena Trajano tenha se livrado da explosiva dupla de sócios.
Procurado pelo RR, o Magazine Luiza não se manifestou.
Thiago e Leandro Ramos se valem de um episódio sensível e ainda não devidamente explicado: os erros contábeis reconhecidos pelo próprio Magazine Luiza que inflaram o lucro da empresa em R$ 829,5 milhões entre 2022 e os dois primeiros trimestres de 2023. A tentativa de acusação direta contra Frederico Trajano é vista no mercado como uma estratégia jurídica dos irmãos Ramos para fragilizar o empresário e a rede varejista na contenda contra a companhia.
O Magazine Luiza comprou o KaBuM, uma das maiores plataformas de venda de games e equipamentos de tecnologia do país, em julho de 2021 por R$ 3,5 bilhões. Passados quase três anos, é possível dizer que, mais do que um ativo, a empresa de Luiza Helena Trajano adquiriu um contencioso. As brigas judiciais começaram um ano após o negócio. Primeiro, os irmãos Thiago e Leandro, ex-controladores do KaBuM, entraram na Justiça questionando a atuação do Itaú BBA, que conduziu as tratativas para o M&A. Desde o ano passado, os irmãos tentam também suspender a venda para o Magazine Luiza por meio de um procedimento de arbitragem na Câmara de Comércio Brasil-Canadá.
Economia
Haddad ainda busca um espaço para os ultraprocessados no prato da reforma tributária
24/05/2024Análise
Rio Grande do Sul não pode ser desculpa para o desarranjo de toda a política econômica
21/05/2024Há um risco com indícios razoáveis dos dados projetados no Boletim Focus de ontem, com queda de todos os fundamentos, serem uma singela amostra da piora que ditará a conjuntura do ano de 2025. Passado quase um ano e meio de governo, vai ficando claro que o Lula III está a incontáveis quilômetros do Lula I. O Lula do presente não quer mais arrumar a casa, contradizendo seu discurso histórico em relação à economia no primeiro mandato. Vai tentar elevar à maior potência o dispêndio social; não poupará gastos inúteis; e jogará a conta da tragédia de Porto Alegre na incapacidade de enfrentar os lobbies dos incentivados grupos de interesse (há mais de 170 setores apaniguados, em suas diversas escalas, que mamam na teta fiscal do governo). E mais: empurrará a proposta de tributação dos dividendos para as calendas; assistirá impassível à destruição progressiva do arcabouço fiscal – que nasceu como uma bússola de previsibilidade e vai se tornando o inverso -, e justificará a inflação que tende a crescer como permanente acidentalidade, assim como os juros que deverão subir ou manter-se nas alturas. O Lula III também não parece disposto a liderar uma rediscussão, ainda que fosse apenas do prazo de implementação, da PEC do Quinquênio, a nova regra de aumento dos vencimentos de juízes e promotores que poderá custar aos cofres públicos até R$ 81,6 bilhões entre 2024 e 2026. Tampouco aparenta ter energia para a negociação do valor destinado às emendas parlamentares, uma fortuna de R$ 52 bilhões, exatamente o valor do pacote de medidas já anunciadas pelo governo federal para a reconstrução do Rio Grande do Sul.
O Sul do país, não obstante ser um desastre, com reflexo em toda a economia, poderia ser uma oportunidade para que Lula fizesse da queda um passo de dança. Quem sabe escrevendo uma nova “Carta ao Povo Brasileiro”, na qual dissesse que a reconstrução do estado é uma prioridade, mas que não abriria mão da rearrumação da economia, em 2025. Lula sairia, portanto, da sua inércia em relação às medidas necessárias para corrigir os rumos econômicos no próximo ano, sem invencionices ou trucagens.
A metamorfose do Lula III para o Lula I não pode ser somente jogada na conta do Rio Grande do Sul, mas também nas despesas e reformas que andaram para trás. E vão se acumulando gastos cada vez maiores, que nada têm a ver com o Sul. Exemplo: a deterioração da Previdência Social, que exigirá mais uma reforma, provavelmente já com início em 2025. Lula se fia na janela de oportunidades que as condições ambientais e de energia renovável oferecem ao país. Procede pensar que algum quinhão da grana necessária virá do exterior, quer seja sob a forma de novos negócios, ou mesmo “filantropia climática”. Mas um compromisso firme de que o Sul será passageiro – seja lá o quando durar o passageiro – e as diretrizes da política econômica serão corrigidas em 2025 já seria mais um estímulo às nossas vantagens comparativas nacionais. Basta uma carta. E ela não precisaria negar todo o esforço que será feito para a reconstrução do sul. Pelo contrário. Lula já daria uma forte mensagem se dissesse algo na linha: “Não faltará apoio ao Rio Grande do Sul, mesmo com responsabilidade fiscal, e não faltará responsabilidade fiscal, mesmo com o apoio ao Rio Grande do Sul”.
Lula ignora que a missão exige uma correção de rumo, mesmo que fosse por pragmatismo político – 2025 é a antessala da eleição de 2026. O presidente segue transformando uma plêiade de ministros em uma plateia de autoridades impotentes, dependentes do show off do seu mandarim – e agora também de uma primeira-dama emponderada. Tomara que essas linhas sejam somente um equívoco de um cenário antecedente. O Brasil merece muito mais do que isso. Não somente em 2025, mas daí para frente.
Empresa
Tragédia gaúcha pode ser o segundo “Imposto do Pecado” sobre a BAT
21/05/2024A direção da BAT Brasil está apreensiva com as informações desencontradas sobre o impacto das enchentes nas plantações de tabaco no Rio Grande do Sul. O planejamento da empresa para o próximo ciclo de compra de insumos tornou-se um voo às escuras. Levantamentos ainda preliminares apontam que até um terço das lavouras do Vale do Rio Pardo, uma das principais fronteiras áreas de cultivo do fumo no estado, foram atingidas pelas inundações.
A catástrofe se deu no período em que agricultores entram na reta final dos chamados tratos culturais, ou seja, o preparo da terra para o período de plantio, realizado nos meses de junho e julho. Ressalte-se que o Rio Grande do Sul responde por praticamente 40% da produção nacional de tabaco. Ou seja: qualquer redução razoavelmente significativa na próxima colheita pode ter um efeito considerável sobre o custo da matéria-prima e, consequentemente, o preço final do cigarro para o consumidor.
Em contrapartida, o impacto da crise gaúcha pode gerar uma compensação. No momento, a discussão na BAT é outra: sobre o possível lobby pelo adiamento da entrada em vigor do “Imposto do Pecado”. O novo tributo junto com o eventual aumento dos preços do fumo seria “punição” demais. É tanta flexibilização por conta da tragédia gaúcha, vide a retirada dos gastos extraordinários da meta fiscal, que a BAT também quer um refresco.
Cabe lembrar que a mais recente rodada de negociações entre a BAT e demais fabricantes com os fumicultores gaúchos já foi arrastada, com idas e vindas – conforme o RR informou em janeiro. Imagine se uma parte expressiva da safra gaúcha já tiver virado cinzas…
Mercado
O próximo tijolo da BB Asset no setor de real estate
17/05/2024Corre à boca pequena que a BB Asset deverá aumentar sua aposta no setor de real estate. A informação é que a gestora do Banco do Brasil estuda a emissão de um segundo fundo “de tijolo”. Com base no êxito do primeiro, lançado há cerca de duas semanas, dentro da instituição financeira tem quem fale em uma captação próxima de R$ 1,5 bilhão. O fundo BB Premium Malls (BBIG11) levantou R$ 990 milhões, acima da oferta inicial de R$ 800 milhões. Mas a demanda pelos papéis bateu perto de R$ 1,2 bilhão. Em tempo: a Iguatemi, que prestou consultoria imobiliária para o BBIG11, já está a postos para carregar os próximos tijolos com a BB Asset. Procurada, a instituição não retornou até o fechamento desta matéria.
Governo
Reajuste frustrado da diretoria do BB é um remake da era Paulo Guedes
2/05/2024Há uma razoável dose de memória curta em toda a celeuma causada pela tentativa da atual diretoria do Banco do Brasil de elevar sua remuneração em 57%. Em 2022, no que seria o último ano do governo Bolsonaro, o então presidente do BB, Fausto Ribeiro, propôs um reajuste de 40% nos salários de vice-presidentes, diretores e, claro, dele mesmo. Próximo a Paulo Guedes, Ribeiro articulou o aumento junto ao próprio ministro da Economia, que deu o sinal verde. Diante da repercussão negativa, Paulo Guedes foi Paulo Guedes: “desautorizou” em público o que ele próprio havia autorizado reservadamente. Tanto em 2022 quanto agora, os acionistas do BB barraram a proposta.
Especial
Lula é o grande responsável pela disfuncionalidade do seu governo
30/04/2024Lula pode muita coisa, mas não o que mais gostaria de fazer nesse momento: uma “Constituinte fiscal”. O presidente chegou a soltar um balão de ensaio nessa direção, propondo um Pacto entre os Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, quase um preâmbulo para um sonho almejado e não dito. Foi ignorado. Aliás, recebeu um recado de pouco entusiasmo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, insinuando não ver, por ora, condições de aderência a essa ideia. Sem uma medida que carregue uma ampla reforma fiscal, e por tabela creditícia, para o debate constitucional, Lula experimentará a sua mais graúda concordata na gestão do governo. O presidente está velho, com sinais de fadiga. Não consegue fazer política como nos bons tempos. Há uma sensação de que sua empatia junto ao povo está em franco processo de erosão.
O governo é conduzido hoje por um político conciliador com o mérito de entendimento fácil dos problemas, Fernando Haddad; por uma herança da gestão Bolsonaro, Roberto Campos Neto; e pela cônjuge presidencial, Janja, que assumiu uma função estranha às tradicionais divisões de tarefa do Palácio do Planalto – lê e faz observações sobre os relatórios da Abin, coordena as redes sociais de Lula e os influencers de esquerda e dá pitacos na área de inteligência do governo. Sobram algumas tarefas, ainda que tímidas, para o vice-presidente Geraldo Alckmin, de articulação política e representação junto ao empresariado. E acabou: fora os citados, não há mais ninguém para ajudar a carregar o governo nas costas.
Lula atira, meio que entontecido, para todos os lados. Tenta resgatar o presidencialismo de coalizão, mas as bancadas oposicionistas se tornaram demasiadamente hegemônicas. O presidente da República está queimando sua reserva de prebendas para os políticos, e o Congresso, além de impositivo, descobriu uma equação que lhe é favorável: quanto menos colabora mais ganha. A pedra maior no meio do caminho é que o Executivo está fraco. A tentativa de compensar a ditadura do Congresso vem pelo judicialismo de coalizão. Em alguns casos, o expediente tem ajudado mais a conter a sanha do Parlamento, aprovando liminares e suspendendo medidas legislativas já aprovadas. Mas não falta quem diga que a estratégia mais divide os Poderes do que facilita a gestão.
De janeiro de 2023 até ontem, segundo levantamento realizado pelo RR por meio de ferramentas de busca e de Inteligência Artificial, a palavra “fiscal” apareceu 1.723.200 vezes na mídia citada por integrantes do governo – praticamente todas de forma deletéria. Um dado chama ainda mais atenção: no ano passado, a média mensal girou em torno de 92 mil menções. Nos quatro primeiros meses deste ano, essa média saltou para algo próximo de 154 mil citações. Significa dizer que, a cada dia de 2024, há 5.133 registros na imprensa de membros da gestão Lula associados ao termo “fiscal”. Ou seja: a impotência do governo banalizou o tema. Haddad, quem fala por Lula sobre os assuntos econômicos, mais parece o menino da fábula do dique, que mal conseguia tampar um buraco com o dedo e ao lado já se abria outra fenda imediatamente. Haddad atribui grande parte desses vazamentos na represa a uma herança da disfuncionalidade do Estado, legado incremental de Bolsonaro. Mas, nas internas, confessa que o governo é um Exército de Brancaleone, e Lula não é o mesmo.
Por enquanto, parece fora do mapa que a questão fiscal ache um rumo através do Legislativo. As medidas que sustentariam as metas fiscais são vetadas ou postergadas no Congresso, que exige compensações anuladoras da proposição original. Ficam no limbo das discussões intermináveis medidas como o fim das desonerações dos 17 setores – uma espécie de CPMF reversa, que veio para ser temporária e foi se esticando no tempo. O imposto seletivo, que deveria ser amplo o suficiente para a redução da alíquota integral, ficou anêmico e se tornou retórico, quando o governo diz que ele não foi criado para o aumento da arrecadação – mentira -, mas, sim, para desestimular o uso de determinados produtos. No final, foi parar na seara dos estados, que deverão arrecadar mais e tornar sua regulamentação em insumo para uma guerra fiscal. A ideia do cashback, que a princípio parecia um ovo de Colombo, poderá criar uma enorme confusão, tendo em vista que não haverá simetria na regulamentação de coisa nenhuma, já que as leis ficarão por conta das unidades federativas. O cashback de Roraima não será o mesmo do Rio Grande do Sul.
Mas há muitos mais cacos de vidro para andar com os pés descalços. A desindexação das despesas obrigatórias do orçamento está onde sempre esteve: no balaio das medidas politicamente impossíveis. O orçamento está todo amarrado e os recursos alocados para os gastos discricionários são mínimos. O governo, mesmo que escrevesse uma nova Carta ao Povo Brasileiro dizendo que agora iria cortar os gastos públicos, seria desacreditado, devido ao empoderamento dos lobbies que dominam estruturalmente as alocações orçamentárias. Lula já não consegue credibilidade no seu arcabouço fiscal, porque não corta nada, um benefício, um incentivo, uma facilidade aos apaniguados desonerados. A anomia descumpre, inclusive, o compromisso distributivista de campanha. Verdade seja dita que mais gastos estão sendo realizados junto à população mais pobre. Mas o dinheiro à larga e barato do baronato prossegue carimbado.
Digamos que, no melhor dos mundos, Lula conseguisse a adesão para o seu “Pacto de Moncloa tupiniquim”. Os resultados ficariam para as calendas, pois 2024 é um ano interditado devido às eleições municipais; e 2025 já é um calendário de antecipação da eleição presidencial. No meio Copa de Mundo, e os cada vez mais prolongados Carnavais. Organizar uma Constituinte, ainda que temática, nesse ambiente complexo e confuso é uma missão irrealista e ficcional. O fato é que Lula não tem forças para se impor frente às oligarquias e se ressente de uma bancada pequena no Congresso, que não raro joga contra o próprio governo. E o apoio do povo? O povo de Lula tem o mesmo número do de Bolsonaro. O presidente é obrigado a pedir benção toda hora ao Judiciário, perdeu a batalha com o mercado e assiste, viajando pelo mundo, ao arcabouço fiscal se liquefazendo. E, mesmo mantendo a celebrada intuição política, está nitidamente sem energia para enfrentar a maior crise fiscal da República, pelo menos no nível da percepção pública. Até o maior dos neófitos no termo ajuste fiscal levanta a bandeira da morte precoce do governo Lula, se o bordão das contas públicas se anatematizar ainda mais. Restaria um abraço definitivo no populismo. Ou virar marionete do Congresso. Lula só não topa a segunda. Por ora, mesmo com centralidade do fiscal, os números da economia, pelo menos na epiderme, caminham mais para o razoável do que para o sofrível. O presidente está sentado em uma pedra de gelo. E a sua onírica “constituinte monotemática” virou carvão de churrasco.
Destaque
Governo injeta recursos na Hemobras para estancar a PEC do Plasma
26/04/2024O governo prepara uma transfusão de recursos públicos para viabilizar a conclusão das obras do complexo industrial da Hemobras, em Goiana (PE). Segundo informações apuradas pelo RR, as discussões passam por um financiamento do BNDES para a estatal fabricante de hemoderivados. Estima-se que ainda seja necessário um investimento da ordem de R$ 1 bilhão não apenas para a construção do último dos 19 prédios, mas também para a compra de sofisticados equipamentos, quase todos importados.
Além da sua importância per si – a dependência brasileira dos hemoderivados importados chega a 70% da demanda -, a pressa do governo em colocar a Hemobras em pleno funcionamento tem como pano de fundo uma disputa sanguínea contra o lobby dos fabricantes internacionais dentro do Congresso. Há movimentos no Senado para que Rodrigo Pacheco leve a chamada PEC do Plasma à votação em plenário. Já aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça, a proposta de emenda constitucional prevê a quebra do monopólio estatal sobre a extração e comercialização do plasma sanguíneo e a produção de medicamentos hemoderivados, abrindo as veias e artérias dessa cobiçada atividade para a iniciativa privada. Ou seja: a PEC do Plasma pode destravar para grandes laboratórios internacionais um mercado de, no mínimo, R$ 1,5 bilhão por ano – considerando-se o atual gasto do governo com a importação de remédios provenientes do sangue humano.
Entre os principais interessados estariam a norte-americana CSL Plasma, uma das maiores fabricantes de hemoderivados do mundo, com 325 centros de coleta de plasma nos Estados Unidos, a Prothya Biosolutions Belgium B.V., com sede nos Países Baixos, e a suíça Octapharma AG. A Prothya tem entre seus investidores o laboratório farmacêutico brasileiro Blau. A Octapharma, por sua vez, está em uma posição privilegiada. Nenhuma outra multinacional do setor conhece tão bem as hemácias e leucócitos dos brasileiros.
A companhia é parceira da própria Hemobras na produção de 30% dos medicamentos hemoderivados consumidos no Brasil. A estatal envia plasma para os laboratórios da Octapharma AG, que vende ao país albumina, imunoglobulina, fator VIII e fator IX de coagulação.
A PEC do Plasma é controversa e encontra resistências dentro do governo. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, já declarou algumas vezes que o sangue humano não pode virar “mercadoria” e que a PEC “coloca em risco a segurança do sangue no Brasil”. A objeção do governo à proposta pode ser ouvida, em viva-voz, na edição do “Conversa com o Presidente” do dia 26 de setembro do ano passado: “Que história é essa de que tem alguém querendo fazer projeto para que possa vender o sangue do povo brasileiro?”, perguntou Lula, levantando a bola para que a ministra da Saúde desfiasse suas preocupações e críticas em relação à PEC do Plasma.
Nesse contexto, a plena operação do complexo industrial da Hemobras tem um razoável valor político para esfriar o lobby dos laboratórios internacionais. O atraso na conclusão do empreendimento joga a favor da aprovação da PEC do Plasma. A ineficiência do governo em suprir a rede pública de hemoderivados é um dos principais argumentos usados pelos senadores que apoiam a quebra do monopólio estatal. Mesmo porque, até o momento, a trajetória da Hemobras acaba funcionando como uma propaganda contra a própria Hemobras.
A empresa foi criada no primeiro mandato de Lula, em 2004. O cronograma previa que o complexo de Goiana estaria 100% em funcionamento em 2016. Passou o governo Temer, passou a gestão Bolsonaro, Lula voltou ao Palácio do Planalto, e muitos dos canteiros de obra ainda estão no mesmo lugar. Nesse meio tempo, com o perdão do trocadilho, descobriu-se que a corrupção está no sangue do brasileiro. Literalmente. A Polícia Federal desbaratou um esquema de desvio de recursos na construção dos laboratórios da Hemobras em Pernambuco – dois funcionários da estatal foram condenados.
Economia
“Imposto do pecado”: governo quer mais setores pagando penitência
25/04/2024A lista dos produtos “pecaminosos” não está fechada. A relação que consta do projeto de lei complementar da reforma tributária encaminhada por Fernando Haddad ao Congresso, ontem, é apenas um ponto de partida. O governo pretende incluir o máximo possível de itens no escopo do chamado “Imposto do Pecado”. Para isso, cata caquinho em cada segmento da economia que possa ser considerado um “herege”. Mesmo porque a equipe econômica já antevê a batalha de lobbies que está por vir no Congresso para a retirada de setores desse purgatório tributário. Ou seja: é preciso criar uma folga para compensar os eventuais indultos. Neste momento, o rol de produtos a serem taxados pelo Imposto Seletivo (IS) é composto por veículos, embarcações, aeronaves, fumígenos, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas e minerais (ferro, petróleo e gás natural). Estes ainda poderão ter a companhia, por exemplo, de alimentos processados e açucarados e de outros bens obtidos do extrativismo, como o carvão. A montagem desse mosaico de novos impostos é complexa, pois alguns dos itens cogitados recebem incentivos fiscais. Na reforma tributária não faria sentido trocar um subsídio por um imposto. O cálculo, portanto, poderia ser o quanto de benefício seria retirado para que o diferencial “punisse” o setor em uma proporção maior, porém adequada ao status quo fiscal anterior.
O texto da reforma tributária afirma que os novos impostos não onerariam os itens, mas seria aplicado apenas para desestimular seu consumo e uso. Parece impossível que essa intenção seja cumprida. Até o ultraliberal ex-ministro Paulo Guedes almejava o Imposto Seletivo como uma contribuição para o equilíbrio das contas nacionais. E não faz sentido engessar novamente a Constituição com percentuais fixos de tributação, a exemplo das amarras orçamentárias nos gastos em saúde e educação, cuja regra o governo luta para mudar.
É difícil calcular o tributo que incidirá sobre todos os itens. Ao contrário dos produtos hoje gravados com impostos maiores, seu impacto negativo sobre a saúde é irrefutável e já tem longa tradição. Os novos itens citados têm um número muito maior de marcas, uma variação grande da gravidade de malefício a saúde e de volatilidade natural de preços e consumo. Ou seja: o novo imposto não deveria ignorar o mercado, definir o impacto negativo sobre a população de cada um deles e achar uma regra de não engessamento dos percentuais de cada tributo na Constituição. Há muitos bilhões em jogo. E lobbies gigantescos em ação. A BAT já colocou sua tropa no Congresso, visando, por um lado, a proibição do cigarro eletrônico pela Anvisa, já considerando que sobre o novo produto incidiria um imposto menor do que os atuais, concentrados em nicotina. Vazam da companhia informações de que ela já está pronta para ingressar imediatamente nos cigarros de cannabis, assim que eles forem liberados pelos órgãos competentes, uma tendência mundial considerada inevitável dentro da BAT. Diversos países do mundo já liberaram os “cigarrinhos”. Imaginem só o tamanho da alíquota e a contribuição tributária que essa medida traria. Afinal, o mercado sempre antecipa e se adequa. Consultada pelo RR, a BAT não se manifestou até o fechamento desta matéria. Em tempo: alguns dos produtos pecaminosos atuais e suas respectivas cargas tributárias são os seguintes: cachaça (81,9%); cerveja (42,7%); chope (62,2%); cigarro (83,3%); espumante (59,5%); vinho nacional (44,7%); vinho importado (59,7%); armas de fogo – revólver (71,6%).
Judiciário
BB tenta salvar o seu quinhão no Tribunal de Justiça de São Paulo
24/04/2024O RR teve a informação de que o Banco do Brasil recuou e apresentou ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) uma nova proposta para renovar o contrato de gestão dos depósitos judiciais da Corte, uma montanha de dinheiro de quase R$ 120 bilhões. A oferta envolve taxas de remuneração mais altas. Pode ser tarde. Diante da inflexibilidade do BB nas primeiras rodadas de conversações, o TJ-SP abriu negociações com instituições financeiras privadas.
Destaque
Farmacêuticas nacionais buscam um remédio jurídico contra laboratórios estrangeiros
16/04/2024Há um litígio de razoáveis proporções entre a indústria farmacêutica nacional e fabricantes estrangeiros, que passa diretamente pelo TCU e pelo Supremo Tribunal Federal. O Sindusfarma, que representa 540 laboratórios, entrou com uma ação inibitória contra a União na 16ª Vara Federal do DF (nº 1013543-33.2024.4.01.3400) para impedir a aquisição de medicamentos sem registro na Anvisa. O tema é intrincado e tem colocado diferentes instâncias de poder em posições divergentes. Por meio do Acórdão 44/2024, o Tribunal de Contas da União suspendeu o pregão eletrônico 90014/2024 do Ministério da Saúde para a aquisição do medicamento Alfaepoetina, utilizado no tratamento de anemia e insuficiência renal crônica. A decisão do TCU abria caminho para a participação da chinesa Nanjing Pharmacare Co. na concorrência, mesmo sem o registro do seu medicamento na Anvisa. No início deste mês, no entanto, a partir de um Mandado de Segurança impetrado pela Blau Farmacêutica, o ministro do STF André Mendonça concedeu liminar autorizando a retomada da licitação, restrita a remédios com licença na Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Em sua decisão, o magistrado considerou ”indevida” a ingerência do TCU no âmbito do procedimento licitatório. Com a ação do Sindusfarma, o que começou como um caso isolado passa a ter uma nova dimensão. Significa dizer que, no limite, a indústria farmacêutica como um todo, um setor que movimenta quase R$ 200 bilhões por ano, entrou em peso na Justiça para exigir que a obrigatoriedade de licença na Anvisa valha para todas as licitações da área de saúde pública. O RR fez seguidas tentativas de contato com o Sindusfarma, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
A história ganha uma dosagem ainda maior devido à batalha de versões cruzadas nos bastidores. Dentro do TCU, segundo o RR apurou, haveria o entendimento de que as farmacêuticas nacionais querem criar uma espécie de reserva de mercado, o que permitiria a venda de medicamentos mais caros do que similares importados. Alguns ministros chegam a apontar indícios de monopólio na comercialização de algumas substâncias. Por sua vez, dirigentes do setor ouvidos em off pelo RR afirmam que há um lobby de laboratórios estrangeiros com o objetivo de entrar no Brasil cortando caminho e vendendo medicamentos ao SUS sem passar pelo crivo da Anvisa.
A complexidade do assunto pode ser medida pelo cuidado com que os próprios órgãos públicos abordam a questão. O Ministério da Saúde adota um tom um tanto quanto protocolar, como se fizesse um aceno ao STF e outro ao TCU. Em contato com o RR, a Pasta afirma que “compra apenas medicamentos com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme legislação de referência, salvo nos casos excepcionais permitidos pela própria legislação sanitária ou quando ordenado por órgãos de controle externo.” O TCU também usa de cautela. Consultado pelo RR, o Tribunal de Contas informou que “se manifesta por meio de seus acórdãos, que podem ter seus efeitos afetados por decisão judicial posterior. O STF é a instância máxima da justiça do país e tem o poder de decidir contrariamente às decisões administrativas do TCU. Cabe ao TCU dar cumprimento ao que for decidido pelo Supremo Tribunal Federal.” De fato, após a decisão do ministro André Mendonça, o Tribunal de Contas reviu sua posição inicial, em novo Acórdão (121/2024).
Empresa
Ex-ministro dos Transportes é o trunfo dos chineses para aprovação da “Lei BYD”
12/04/2024A BYD é boa de carro elétrico e de lobby de alta voltagem. O chairman da montadora no Brasil, Alexandre Baldy, tem conversado regularmente com deputados e senadores. Do alto do seu prestígio de ex-ministro dos Transportes, Baldy trabalha para acelerar a votação do projeto de lei do senador Ciro Nogueira (PP-PI) que restringe o alcance e os benefícios do Mover, programa do governo federal de estímulo à produção de veículos híbridos. Seria um revés para montadoras como Volkswagen e Toyota, que têm concentrado seus investimentos em transição energética no país em automóveis movidos tanto a eletricidade quanto a combustão. E seria uma vitória da BYD, dedicada exclusivamente à fabricação de veículos elétricos. Não por acaso, no setor automotivo, o projeto já é chamado ironicamente de “Lei BYD”. Consultada, a empresa não se manifestou.
Destaque
Alto endividamento é um fio desencapado na venda da AES Brasil
12/04/2024A AES encontrou um obstáculo para deixar o Brasil – obstáculo, ressalte-se, que ela própria criou. Segundo o RR apurou, as tratativas para a venda da AES Brasil, conduzidas pelo Itaú BBA, têm esbarrado no alto endividamento da companhia. Os candidatos à compra da empresa estariam se recusando a pagar os R$ 7 bilhões pedidos pela AES, valor considerado elevado vis-à-vis o passivo total da empresa, da ordem de R$ 19 bilhões. Com um agravante: uma dívida com vencimento de curto prazo superior a R$ 9 bilhões, ou 5,3 vezes o Ebitda, um nível de alavancagem mais do que preocupante. Há ainda um segundo agravante: a AES Brasil terá de refinanciar algo em torno de R$ 5,4 bilhões em dívidas até o início de 2025 sob ameaça, caso contrário, de disparar cláusulas de convenants junto a credores. Diante desse cenário, os interessados na compra da AES Brasil, notadamente Auren (Votorantim e a canadense CPPIB) e a China Three Gorges (CTG), têm empurrado os norte-americanos contra as cordas, fazendo pressão por um modelo que reduza os riscos da operação. De acordo com uma fonte que participa das negociações, uma das possibilidades discutidas é atrelar a oferta à repactuação da dívida de curto prazo da AES Brasil. O valor total pago aos norte-americanos seria calculado em cima de metas de alongamento do perfil do passivo. Ou seja: dependendo do êxito da renegociação das dívidas pelo futuro controlador, a AES receberia mais ou menos pelo ativo. Procuradas pelo RR, AES e CTG não se manifestaram. A Auren, por sua vez, disse que “não comenta rumores sobre eventuais processos de fusões e aquisições.”
No mercado, a venda da AES Brasil é considerada uma questão de tempo. E esse tempo será maior ou menor em função da postura da AES. No setor, há um consenso de que os norte-americanos terão de ceder, notadamente em relação ao valuation e à repactuação do passivo, para fechar o negócio. A Auren chegou a apresentar uma primeira proposta à AES – conforme informou o Pineline, do Valor Econômico -, mas a oferta foi rechaçada pelos norte-americanos. Além da joint venture entre os Ermírio de Moraes e a CPPIB e da CTG, a franco-belga Engie e a canadense Brookfield também são apontados no mercado como potenciais candidatos à aquisição da AES Brasil. No entanto, independentemente dos nomes, todos os fios levam ao mesmo problema: o peso da dívida da AES Brasil e o seu potencial de contaminar a estrutura de capital do seu futuro controlador. Por exemplo: no caso da Auren, a relação dívida líquida/Ebitda sairia do nível atual e confortável de 1,8 vez para quatro vezes, com a incorporação da AES Brasil. Já a Engie veria seu nível de alavancagem subir de 2 para 3,5 vezes.
Empresa
Jean Paul Prates busca apoio dos petroleiros para ficar onde está
11/04/2024A operação de lobby montada por Jean Paul Prates para seguir no comando da Petrobras mira nas mais diversas direções. Enquanto o próprio Prates tem feito um corpo a corpo com lideranças políticas, entre as quais o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, seu chefe de gabinete, Danilo Ferreira da Silva, foi escalado para cuidar do “chão de fábrica”. Com notória influência na área sindical – foi diretor da FUP (Federação Única dos Petroleiros) -, Silva tem buscado o apoio das entidades de classe dos trabalhadores da estatal à permanência de Prates no cargo. Não é tarefa simples. A gestão Prates tem sido alvo de críticas dos representantes de funcionários da Petrobras. Em recente conversa com o RR, o presidente Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras), Felipe Coutinho, disparou contra a administração de Jean Paul Prates, a começar pelo programa de investimentos da empresa – “muito baixos se comparados ao histórico da companhia e em relação às maiores petrolíferas estatais e privadas estrangeiras”. Na ocasião, Coutinho disse ainda que, até o momento, a gestão Prates mantém “as principais políticas que são contrárias ao interesse nacional, ao crescimento e ao desenvolvimento do Brasil” – (https://relatorioreservado.com.br/noticias/sindicalistas-e-liberais-acirram-divisao-na-petrobras/).
Destaque
Quem mais quer eletrocutar a Enel em São Paulo?
5/04/2024A ofensiva sobre a Enel em São Paulo não deve ser interpretada apenas como uma questão de ordem regulatória ou mesmo política. Por trás das investidas do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, do governador Tarcísio Freitas e da Aneel contra o grupo italiano, esconde-se um jogo de interesses privados. Sob a penumbra, está em curso uma operação de lobby de alta voltagem que tem como objetivo final a tomada da concessão de distribuição de energia no mais cobiçado mercado do Brasil. CPFL e Equatorial Energia são apontadas como as principais pretendentes a ficar no lugar da Enel. Os dados estão rolando com razoável velocidade. É mais do que sintomático o timing que a State Grid, controladora da CPFL, escolheu para anunciar seu mega plano de investimentos no país. Na última terça-feira, em meio às ameaças faiscantes de Silveira, Tarcísio e Aneel contra a Enel, o gigante chinês revelava ao próprio ministro a intenção de aportar R$ 200 bilhões no Brasil. É dinheiro de sobra para nunca mais faltar luz em São Paulo. A Equatorial Energia, por sua vez, também carrega investidores pesos-pesados. Um deles é o CPPIB (Canada Pension Plan Investment Board), potentado com mais de meio trilhão de dólares sob gestão. Por sinal, este é um fio diretamente conectado ao Grupo Votorantim. O CPPIB é sócio dos Ermírio de Moraes na empresa de energia Auren. Procuradas, CPFL e Equatorial não se manifestaram.
A cada dia que passa, a Enel parece ser a peça mais desprotegida e vulnerável desse tabuleiro. O grupo italiano se agarra a critérios de ordem regulatória. Alega não haver fundamentos técnicos para a cassação do seu contrato em São Paulo. Como se esse fosse o único e determinante fator para decidir o futuro da operação. A composição desse algoritmo é muito mais complexa. Vale lembrar que, por muito menos, a Enel saiu praticamente escorraçada de Goiás, forçada, sobretudo pelo governador Ronaldo Caiado, a vender sua operação no estado. O comprador? A própria Equatorial Energia. Agora, há muito mais gigawatts em jogo.
O que está em disputa é a primazia da venda de energia para o segundo maior PIB do Brasil. A Enel São Paulo atende a capital e outros 23 municípios da Grande São Paulo. São mais de 18 milhões de pessoas – atrás apenas da estatal Cemig (cerca de 19 milhões). Para a CPFL, a incorporação do território da Enel permitiria montar um cinturão e dominar a venda de energia em grande parte do estado de São Paulo. A companhia já detém três concessões locais – CPFL Paulista, CPFL Piratinga e CPFL Santa Cruz. Somando apenas a área de atuação da Enel e a CPFL Paulista, passaria a ter sob seu guarda-chuva 259 municípios e mais de 28 milhões de consumidores. No caso da Equatorial Energia, por sua vez, assumir a concessão que hoje pertence à Enel significaria seu grande salto na área de distribuição. Além de Goiás, o grupo reúne ativos no Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Sul e Amapá.
Destaque
Licitação de novo terminal portuário começa a virar a favor da Vale e da CSN
27/03/2024Uma das principais licitações do setor portuário está provocando uma batalha nos gabinetes de Brasília – e, de quebra, um racha na siderurgia nacional. De um lado, estão Vale e CSN, as grandes operadoras de terminais de minério de ferro do país; do outro, Usiminas, controladora da Musa Mineração, e ArcelorMittal Mineração, do grupo de mesmo nome, coadjuvadas por empresas de menor porte, como J. Mendes, Minerita, Itaminas e Comisa – todas estas chamadas de “mineradoras sem porto”. A disputa envolve as regras para o arrendamento do ITG 02, o novo terminal de granéis do Porto de Itaguaí (RJ), projeto da ordem de R$ 3 bilhões. De acordo com o edital lançado pela Antaq, empresas que já detêm contratos de arrendamento ou autorização de terminais de minério só poderão entrar na licitação caso não haja propostas de outros concorrentes. No setor, essa determinação ganhou a alcunha de “trava anti-Vale e CSN”, por ter endereço certo. Ela parece ter sido feita sob encomenda para brecar a participação da mineradora e da siderúrgica na concorrência. No entanto, há sinais de que a maré começa a virar a favor das duas empresas. Existem movimentos dentro do governo para desatar as amarras que limitam a presença da Vale e da CSN na licitação. O próprio Ministério dos Portos e Aeroportos é favorável à mudança das regras e tenta, digamos assim, a persuadir a Antaq. Os novos ventos vêm também do TCU. Segundo informações apuradas pelo RR, dentro do Tribunal começa a ganhar corpo o entendimento de que as restrições do edital ferem a concorrência e podem trazer prejuízos aos cofres públicos. O assunto é analisado no processo nº 039.355/2023-3, de relatoria do ministro Walton Alencar Rodrigues. Procurado pelo RR, o TCU confirmou a tramitação da ação, limitando-se a dizer que “Não há documentos públicos ou decisão do Tribunal no momento.” O Ministério dos Portos e Aeroportos também informou apenas que o “projeto encontra-se em análise no TCU. Assim, não é possível afirmar quais serão as regras para a licitação.”
Marés não mudam de direção sozinhas. Desde que a Antaq publicou o edital, no ano passado, Vale e CSN colocaram suas estruturas de lobby em campo na tentativa de virar o curso da licitação. Segundo o RR apurou, nos últimos meses, as duas empresas têm feito intensas gestões junto ao Ministério dos Portos e Aeroportos, à Pasta de Minas e Energia e dentro do Congresso, com o auxílio da “Bancada da Mineração” – tida como uma espécie de istmo parlamentar da Vale. Na outra ponta do cabo de guerra, Usiminas, Arcelor e demais mineradoras fazem pressão para que as regras do jogo sejam mantidas. Alegam que a Vale e a CSN já detêm a primazia sobre grande parte do escoamento da produção de minério no Sudeste, mais precisamente Minas Gerais. A primeira é dona da CPBS (Companhia Portuária Baía de Sepetiba); a siderúrgica, por sua vez, opera o Tecar, terminal de grãos de Itaguaí – além do Sepetiba Tecom, de contêineres. Usiminas, Arcelor e congêneres acusam Vale e CSN de impor restrições a movimentação de minério de terceiros nos dois terminais. A queda de braço ameaça inviabilizar o leilão do ITG 02 ainda neste ano. Os dois lados jogam ainda com a carta da judicialização do processo.
Destaque
Corretoras de criptomoedas pintam e bordam com a falta de regulamentação
26/03/2024O Banco Central e a CVM estão batendo cabeça sobre a regulação das criptomoedas. As duas entidades não conseguem chegar a um arcabouço normativo para o mercado de ativos digitais no país. Muito menos têm se mostrado capazes de fiscalizar a movimentação dessas moedas e rastrear os passos dos agentes que atuam nesse segmento. Há duas semanas, ao divulgar a sua lista de prioridades para a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional em 2024, o BC citou “Estudo sobre a necessidade de regulação nos processos de emissão/escrituração e negociação de ativos tokenizados” e “Ajustar o arcabouço prudencial para incorporar o tratamento da exposição a ativos virtuais”. Não poderia ter sido mais genérico e evasivo. Assim como o diretor de regulação da entidade, Otávio Damaso, tem sido em relação ao assunto. Damaso costuma dizer que a regulação das criptomoedas deverá ser concluída ainda no primeiro semestre. Sem data, sem detalhes, sem responder às principais perguntas. A CVM também parece tatear o problema no escuro. Em outubro, anunciou o início de um “mapeamento” do ecossistema de criptoativos no Brasil. Até o momento, pouco ou nada se sabe sobre essa “cartografia”.
No fim de 2022, ao apagar das luzes do seu governo, Jair Bolsonaro sancionou o marco legal das criptomoedas, que entrou em vigor em meados do ano passado. No entanto, na prática, nada mudou. O marco legal praticamente não tem qualquer efetividade sem as devidas regulações. Quando elas virão? Em contato com o RR, o BC informou que o tema “passou por consulta pública” recentemente. De acordo com a instituição, “após o encerramento da consulta pública, a equipe técnica iniciará o processo de análise das contribuições para a construção de um arcabouço regulatório do mercado de prestação de serviços de ativos virtuais (criptoativos), em consonância com as diretrizes estabelecidas na Lei nº 14.478, de 2022.” E o prazo? O Banco Central não dá nenhum. Diz que “Oportunamente, haverá uma segunda consulta pública, na qual serão compartilhadas as minutas de Resolução BCB que regulamentarão esse mercado.” A CVM, por sua vez, afirmou ao RR que vem trabalhando em conjunto com o Banco Central (BC) nesta pauta, “com diálogo e cooperação entre os dirigentes das instituições, reconhecendo que a criptoeconomia demandará atuação tanto do BC quanto da CVM, dentro das suas respectivas esferas de competência.”. A autarquia afirma ainda que o Parecer de Orientação CVM 40 consolida o seu entendimento “sobre as normas aplicáveis aos criptoativos que forem considerados valores mobiliários. Além disso, o documento também apresenta os limites de atuação do regulador, indicando as possíveis formas de normatizar, fiscalizar, supervisionar e disciplinar agentes de mercado.” Mais uma vez, a exemplo do Banco Central, nada de prazos ou detalhes. Apenas generalidades.
Enquanto isso, as criptomoedas se tornaram uma mistura de casino e pseudo-moeda. Com a falta de regulamentação, o mercado brasileiro faz jus ao prefixo “cripto”, do grego kruptós – escondido, secreto, oculto. Plataformas de bitcoins e congêneres agem livres, leves e soltas, sem maiores preocupações com fiscalização e punição de eventuais fraudes. E os crimes se acumulam. Mais de 20 empresas estão sob investigação acusadas de golpes e montagem de esquemas de pirâmides com criptoativos, que teriam movimentado cerca de R$ 100 bilhões.
Não por outro motivo, corretoras do mercado de moedas digitais têm buscado formas de assear sua imagem institucional, com a contratação de estruturas de lobby e de comunicação poderosas. Uma das mais empenhadas nesse processo de higienização é a Binance, que opera no Brasil desde 2019. A instituição carrega um pesado histórico de acusações. No mês passado, para encerrar um processo que se arrastava há anos nos Estados Unidos, o fundador da empresa, Changpeng Zhao, se declarou culpado pelo descumprimento de leis norte-americanas, renunciou ao cargo de CEO e aceitou pagar uma multa de US$ 4,3 bilhões. Mais recentemente, a corretora optou por descontinuar depósitos em moeda nigeriana para estancar o debate sobre os impactos monetários que criptomoedas podem causar em economias nacionais. O naira amarga o menor valor histórico em relação ao dólar. Autoridades nigerianas atribuem o desmoronamento da sua moeda a operações da Binance no país. Na França, a empresa é alvo de investigação por suposta prestação ilegal de serviços e lavagem de dinheiro. No Brasil, à luz do dia, a Binance diz ser a favor da regulamentação. Na penumbra, estaria trabalhando contra a normatização.
Enquanto os órgãos reguladores brasileiros não regulam, o mercado de criptomoedas segue em efervescência. O Bitcoin tem batido recordes sucessivos. E curva é de alta. A liberação de ETFs (exchange-traded fund) de Bitcoins vai colocar para dentro do mercado uma enxurrada de “capital limpo” de grandes investidores globais, com o aval da SEC. Os fundos superam o volume de US$ 10 bilhões, puxados pelo BlackRock. Esses recursos estão se misturando com o estoque de moedas na blockchain e servirão como alvejante. Os agentes do mercado cripto serão embaixadores triple A desse clareamento.
Agronegócio
Produtores de carne suína dos Estados Unidos vasculham aquisições no Brasil
26/03/2024Um grupo de donos de frigoríficos dos Estados Unidos, reunidos sob a égide da National Pork Producers Council (NPPC), tem circulado discretamente no Brasil. Segundo a fonte do RR, já visitou unidades de abate em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A agenda prevê também compromissos com autoridades. O objetivo dos suinocultores é colocar um pé na cadeia da proteína no Brasil, com a aquisição de frigoríficos. A National Pork Producers Council tem um papel importante nessa investida. A entidade é um híbrido de aparelho de lobby e de agência de negócios para os produtores de suínos norte-americanos, tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos. A NPPC administra um fundo de investimentos próprio, com recursos aportados pelos próprios suinocultores, que repassam um percentual do seu faturamento.
Empresa
Banco do Brasil “intervém” na recuperação judicial da 123 Milhas
25/03/2024O Banco do Brasil decretou “intervenção” no processo de recuperação judicial da 123 Milhas. Nos bastidores, a indicação da KPMG para assumir a auditoria da empresa é atribuída a gestões do BB junto ao Judiciário. No início do mês, a Justiça mineira determinou a contratação da auditoria e a troca de um dos escritórios de advocacia à frente do plano de recuperação judicial da 123 Milhas. Há informações de que o BB – maior credor da plataforma de viagens, com mais de R$ 450 milhões a receber – estava insatisfeito com a condução do processo.
Destaque
Alckmin redobra os esforços para aumentar as exportações
21/03/2024Mais um pouco e Geraldo Alckmin acaba ressuscitando o slogan “Exportar é o que importa”, cunhado por Delfim Netto no início dos anos 80. O vice-presidente da República trabalha em duas frentes com o objetivo de turbinar a venda de produtos e serviços no exterior. Com o chapéu de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Alckmin costura uma parceria entre a ApexBrasil, vinculada a sua Pasta, e o Banco do Brasil. A ideia é que a entidade e o BB atuem conjuntamente no exterior com a abertura simultânea de representações na mesma cidade.
Caberá ao banco dar suporte financeiro a novas frentes de negócio abertas pela Apex. Alckmin já mostrou a importância que dá à Agência ao indicar Aloysio Nunes Ferreira, outro quadro histórico do PSDB e amigo de longa data, para chefiar a área de assuntos estratégicos da entidade. Caberá a Ferreira comandar, de Bruxelas, a expansão internacional da Apex.
A “pressão” de Alckmin deve acelerar o cronograma da parceria entre Apex e BB. Segundo o RR apurou, a primeira parada será em Lisboa. No ano passado, o presidente da Apex, Jorge Vianna, anunciou a intenção de instalar um escritório na capital portuguesa. De acordo com a fonte do RR, o projeto vai sair do papel até junho. Nesse mesmo período, o BB deverá abrir uma agência na cidade.
A estação seguinte seria a Arábia Saudita, mais precisamente a capital, Riad. Outro alvo, de acordo com a mesma fonte, é a Tailândia. Em contato com o RR, a Apex confirmou que “vem trabalhando na ampliação de suas representações” e que “Portugal e o Sudeste Asiático estão entre as prioridades.” Segundo a Agência, é possível que a estrutura física em Portugal “venha a ser compartilhada com outros órgãos e parceiros institucionais que também pretendem ter representação no país.” A entidade afirma que “A definição exata de tais parcerias ainda está sob análise e será anunciada em breve.” Também procurado, o Banco do Brasil não quis comentar o assunto.
O segundo movimento de Alckmin para alavancar as exportações passa pelo Congresso. O vice-presidente da República negocia diretamente com o presidente da Câmara, Artur Lira, na tentativa de acelerar a tramitação do Projeto de Lei 5.719/2023, encaminhado pelo governo no fim do ano passado. A proposta cria novas normas para o financiamento de exportações de bens e serviços pelo BNDES.
Mira, sobretudo, a retomada do crédito a obras tocadas por empreiteiras brasileiras no exterior. Até o momento, o projeto não se moveu um centímetro sequer na Câmara. Está parado desde o dia 27 de novembro, à espera de um despacho de Lira para iniciar seu périplo nas comissões da Casa. O desafio do governo é vencer o barulho – com acordes lavajatistas – feito pela oposição, que evoca os casos de corrupção de empreiteiras brasileiras no exterior durante os dois primeiros mandatos de Lula para brecar a proposta.
LEIA AINDA HOJE: Alckmin transforma ABDI no xerife do “Nova Indústria Brasil”
Empresa
O big faturamento da Globo no primeiro trimestre
21/03/2024O que o BBB não faz pela Globo. E o que a Globo não faz pelo BBB. A publicidade da maior emissora de TV do Brasil arrebentou nesses dois meses e meio de 2024. O programa teve um papel fundamental nesse resultado. Mas, nem tudo está na conta do Big Brother Brasil. Segundo fonte da empresa, a publicidade aumentou de uma maneira geral, e bem acima do orçado. As assinaturas dos canais pagos também cresceram. E o caixa permaneceu quase intocado, na faixa de R$ 14 bilhões. A expectativa é que o grupo tenha em 2024 um ano para comemorações.
Economia
Futuro de Roberto Campos Neto alimenta sórdidas insinuações
19/03/2024Começou ontem em Brasília uma “campanha torpe” contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, segundo palavras de um assessor da própria diretoria do BC. As especulações vão todas na mesma direção: qual será o destino de Campos Neto, depois de 2024, prazo do encerramento do seu mandato. As apostas vão da criação de uma fintech nos Estados Unidos, a abertura de uma gestora de fortuna e venture capital, em sociedade com o ex-ministro da Economia Paulo Guedes, até a ida para o Banco Itaú. Mas, com relação a este último, não haveria conflito de interesse? Há precedentes em relação à promiscuidade do banco dos Setúbal com egressos da autoridade monetária. Para quem não se lembra, Fernão Bracher Botelho, que foi presidente do BC, em 1985, ao sair do banco, abriu o BBA Creditanstalt, uma associação com o grupo austríaco homônimo. Posteriormente, fundiu sua instituição financeira com o Itaú, tornando-se o braço de atacado deste último. Dizia-se na época que a associação costurada por Bracher havia sido o melhor negócio feito por um banqueiro no Brasil.
Apesar de ter sido vítima dos maus tratos de Lula, não falta quem diga que Campos Neto poderia renovar seu mandato caso assim quisesse. Desde que começou a baixa dos juros, o presidente da República parece ter esquecido sua pinimba com o titular do BC. E vozes da equipe econômica garantem que Fernando Haddad e Campos Neto hoje se entendem às mil maravilhas. Por outro lado, segundo especulações já antigas, Haddad teria seu candidato para a presidente do BC aguardando a vaga na própria instituição: o diretor de política monetária Gabriel Galípolo. Seja como for, fazer futrica contra Campos Neto, a essa altura, é um desserviço ao país.
Destaque
Questão indígena vira uma lança apontada contra o governo Lula
26/02/2024No Palácio do Planalto há, desde já, uma razoável dose de apreensão com a Assembleia Geral da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), marcada para abril. Segundo informações obtidas por interlocutores do governo junto à Igreja Católica, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), presidido por Dom Leonardo Steiner, vai apresentar um minucioso relatório retratando um cenário crítico para diversas etnias indígenas no país, notadamente na Região Amazônica. Além das invasões de terra, da atuação de garimpos ilegais e dos assassinatos por disputas de ordem fundiária, o documento deverá levantar outras questões sensíveis, como a disseminação de doenças graves em Territórios Indígenas, a exemplo da malária e de infecções respiratórias, e o aumento da desnutrição. Entre os yanomamis, por exemplo, há informações de que os casos de insuficiência alimentar já atingem mais de 60% das crianças.
Trata-se de uma fotografia delicada, com potencial de gerar um significativo desgaste para o governo Lula, notadamente no exterior, colocando em xeque suas políticas para as populações indígenas. Ressalte-se que Dom Leonardo Steiner, Arcebispo Metropolitano de Manaus, é uma das vozes mais respeitadas e influentes, tanto dentro quanto fora do país, em relação à causa indigenista. O RR entrou em contato com o Cimi, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
O governo Lula até tem como álibi a herança recebida da gestão anterior. Durante o período Bolsonaro, houve, por exemplo, 795 assassinatos de indígenas – segundo dados do próximo Cimi -, número 54% superior ao registrado nos quatro anos dos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer. Já os casos de morte por desnutrição entre os yanomamis subiram 331% entre 2019 e 2022 na comparação com o quadriênio anterior. No entanto, a gestão Lula tem sobre si alguns indicadores pouco recomendáveis.
Um dos mais incômodos foi divulgado na semana passada: em 2023, 363 yanomamis morreram, por crime ou doença, 6% a mais do que em 2022, último ano do mandato de Bolsonaro. É sintomático que, em outubro do ano passado, a Secretaria de Saúde Indígena tenha interrompido a divulgação dos relatórios periódicos com indicadores do Território Yanomami.
Destaque
Nippon Steel quer reduzir sua exposição ao “risco Usiminas”
9/02/2024Nova mudança à vista no bloco de controle da Usiminas. O RR apurou que a Nippon Steel avalia reduzir ainda mais sua participação na empresa, hoje de 22,7% do capital total. Em março de 2023, os japoneses venderam o equivalente a 9,7% para a Ternium, maior acionista da siderúrgica mineira. Se, no passado, os dois principais sócios da companhia protagonizaram um dos grandes contenciosos empresariais do país, hoje suas intenções parecem convergir.
De um lado, está a Ternium, com a sua fome de comprar; do outro, a Nippon Steel, com a vontade de vender. Ao que tudo indica, para o grupo asiático, a importância estratégica de ter uma parcela expressiva da Usiminas se tornou relativamente menor vis-à-vis os custos envolvidos. No setor, a empresa mineira é tida como a mais frágil entre as grandes siderúrgicas do país. Sua reduzida diversificação de produtos a torna mais vulnerável a circunstâncias conjunturais adversas.
A companhia é uma das mais afetadas pelo aumento da entrada de aço chinês no Brasil – no mês passado, o CEO, Marcelo Chara, falou publicamente da possibilidade de desligamento do alto-forno 2 de Ipatinga por conta da concorrência com o produto asiático. Das grandes siderúrgicas nacionais, a Usiminas é também a que apresenta seguidamente os menores resultados financeiros – como mostra levantamento publicado recentemente pelo RR (https://relatorioreservado.com.br/noticias/usiminas-e-a-lanterninha-do-aco-brasileiro/). Outro fator que pesa na balança é o risco jurisdicional que a Usiminas carrega – o que, em boa parcela, também pode ser chamado de “Risco Benjamin Steinbruch”. Com 14% das ações ordinárias, o dono da CSN é um enclave societário na companhia mineira basicamente com uma função: criar instabilidade e tensão.
Há anos, Steinbruch cobra o suposto direito de tag along. O imbróglio remonta a 2011, quando a Ternium comprou a participação do Votorantim e da Camargo Corrêa. Em março do ano passado, o STJ decidiu que a operação não configurou troca de controle e, portanto, não disparou a necessidade de Oferta Pública de Aquisição (OPA).
A CSN recorreu e o assunto segue ricocheteando nos tribunais. Na paralela, em novembro a 11ª Vara Cível de Belo Horizonte determinou que a empresa de Benjamin Steinbruch deve vender sua participação na Usiminas em até 12 meses. E ainda tem o Cade, que proibiu a CSN de exercer direitos políticos na siderúrgica mineira.
Empresa
BB quer um pente-fino na contabilidade da 123 Milhas
8/02/2024A recuperação judicial da 123 Milhas está deslizando do noticiário econômico para o policial. O Banco do Brasil pretende pedir judicialmente a realização de uma auditoria externa na contabilidade da plataforma de turismo. O objetivo é revirar o balanço e buscar eventuais irregularidades que tenham causado prejuízo aos credores – o BB é o maior deles, com cerca de R$ 500 milhões a receber.
A ofensiva do banco se deve, em grande parte, às investigações contra a 123 Milhas por suposta prática de lavagem de dinheiro. A empresa foi alvo recentemente da Operação Mapa de Milhas, do MP-MG. Em contato com o RR, a 123 Milhas informou que “sempre se colocou à disposição das autoridades e forneceu documentos sobre suas operações”.
A empresa diz que “disponibilizou toda a sua documentação bancária, fiscal e contábil, assim como a de seus sócios, à Comissão Parlamentar de Inquérito das Pirâmides Financeiras e à juíza responsável pela recuperação judicial do grupo”. A 123 Milhas “reafirma seus preceitos de responsabilidade e transparência com clientes, credores e autoridades e aguarda mais informações do Ministério Público para prestar os esclarecimentos necessários”. Perguntada especificamente sobre a possível ação do Banco do Brasil, a empresa não se pronunciou. Também procurado, o BB não quis comentar o assunto.
Destaque
Fazer ou não o disclosure dos benefícios fiscais? Os prós e contras do governo dar nome aos bois
6/02/2024O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não estão exatamente preocupados com a privatização dos ativos do Estado, mas, sim, com a montanha de benefícios de toda ordem – uma outra forma de privatização do Estado. Há tímidas conversas no governo sobre a conveniência ou não de se consolidar esses números, com a justificativa de alertar a população sobre a insustentável situação das contas públicas. O disclosure das cifras e o tom emocional da comunicação ressoariam no Congresso e bateriam direto nos lobbies e grupos de interesse. São tantas contas, legitimas ou não, que o próprio governo não sabe o tamanho do rombo fiscal decorrente da soma das isenções, incentivos, gastos previdenciários e sociais, entre outros. Até porque na inércia o custo sempre sobe.
Relatório oficial calcula que os gastos com a Previdência, em 2023, serão equivalentes a 3,9% do PIB, ou seja, R$ 395 bilhões. Isso sem esquecer que Paulo Guedes fez uma reforma para aliviar esse custeio. Sem ela, estaríamos vivendo uma hecatombe fiscal. Mas o ex-ministro deixou um bomba de efeito retardado: a reforma da Previdência II, a missão.
O regime previdenciário do Brasil ocupa a 65a posição em um ranking de 70 países. Bem, pelo menos é um gasto legítimo. O que podem ser chamados de “gastos ilegítimos” são subsídios e incentivos, entre outras prebendas, concedidos a quem não precisa ou não tem fundamento justificável. Em 2022, o governo Bolsonaro deixou compromissos com essas rubricas de R$ 581 bilhões, o que corresponde a 5,86% do PIB do exercício fiscal do ano de 2021.
O fato é que somente os incentivos e a Previdência, somados, são superiores a 9% do PIB. Não há orçamento que aguente. Trata-se de um montante maior do que a despesa dos juros da dívida pública, de 7,9% do PIB, que nem sequer amortiza o principal. Voltando aos gastos ilegítimos ou sem sustentação de necessidade de apoio ou fomento, está o setor rural.
O agronegócio, possivelmente o segmento mais capitalizado do país, recebe subsídios. Tudo bem que ele entrega muito e é o que o país tem de mais elogiável. Mas o benefício é injusto e descalibrado, concentrador de renda e foge ao padrão internacional. Ainda mais inaceitáveis são os penduricalhos vergonhosos, tais como a linha de financiamento de crédito incentivado do BNDES para compra de jatinhos, usufruída por um leque de endinheirados, que vai de Luciano Huck a doleiros.
Nos Estados Unidos, existe uma taxa de 3% a 10% sobre a aquisição dessas aeronaves. Bolsonaro também isentou de tributos a compra de veleiros para competição e lazer. O imposto de importação de pistolas e revólveres foi suspenso, à exceção das Forças Armadas. A taxação das armas de fogo não é baixa, da ordem de 55%, mas não faz sentido o estímulo fiscal a esse item, cuja importação triplicou desde 2016.
Um exemplo imbatível das distorções dos critérios de benefícios seria o “neopentecostalismo tributário”, ou seja, a discussão que se dá hoje no governo se pastores devem ser ou não gravados nos seus proventos. A traquitanda parece não ter fim. A questão maior é que o arcabouço fiscal foi feito em função do aumento das receitas. Sim, e o cumprimento das metas depende, em alguma parte, de um pedaço das despesas citadas acima e de outras ainda mais submersas.
A dúvida é se esse rombo deve ser esquartejado caso a caso, sem maiores alardes, com cortes espaçados, ou anunciado em campanha de comunicação à la “Lava Benefício”, mostrando o impasse do Estado devido a uma distribuição de recursos inexplicáveis, herança de governos variados, e, sejamos justos, consequência também de algumas acidentalidades, tais como a pandemia. Seja lá a opção que for escolhida, haja força política para levar essa missão à frente.
Destaque
Jari Celulose cambaleia entre o BNDES e a ameaça de falência
31/01/2024Em meio ao lançamento do “Nova Indústria Brasil”, uma velha, aliás, velhíssima empresa do setor atormenta o BNDES. Há uma pressão de parlamentares da Região Amazônica, liderada pelo senador David Alcolumbre (União-AP), para que a agência de fomento injete recursos na Jari Celulose, em recuperação judicial desde 2019. O apoio financeiro do banco é tratado como a única solução capaz de dar sobrevida a um dos mais conturbados projetos industriais da história do país.
O pleito, no entanto, não encontra eco dentro do BNDES, ao menos não na área de crédito. No ano passado, com o auxílio de uma consultoria externa, o banco fez um estudo sobre a fabricante de celulose encravada na fronteira do Amapá com Pará, às margens do Rio Jari. O trabalho apontou a necessidade de um aporte de R$ 360 milhões apenas assegurar a retomada das operações, interrompidas desde 2022.
De lá para cá, no entanto, o assunto esfriou e está parado dentro do BNDES. A agência de fomento, não custa lembrar, é um dos maiores credores da produtora de celulose, com exatos R$ 932 milhões a receber. Em contato com o RR, o banco informou que “está em fase de discussão com a empresa sobre o seu plano de recuperação judicial e não comenta negociações em curso”.
Perguntado especificamente sobre o pleito de lideranças políticas para um apoio financeiro à companhia, o BNDES não se manifestou. É importante ressaltar que um novo empréstimo do banco à Jari Celulose estaria condicionado à saída da companhia da RJ. As normas internas do BNDES vedam a liberação de recursos para empresas em recuperação judicial, como a própria instituição confirmou ao RR.
Bem, há caminhos e caminhos, alguns diretos; outros, oblíquos. Em 2016, a agência de fomento chegou a criar uma linha de crédito de R$ 5 bilhões específica para financiar a compra de ativos de empresas em recuperação judicial. No ano passado, no auge do escândalo contábil da Americanas, o próprio presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, cogitou a possibilidade de um financiamento especial para fornecedores da rede varejista impactados pelo escândalo contábil da empresa.
Já se vão quase 60 anos desde que o empresário Daniel Ludwig resolveu colocar uma fábrica de celulose inteira em uma balsa e transportá-la do Japão até os confins da Floresta Amazônica. De lá para cá, o empreendimento esteve ameaçado por diversas vezes, mas talvez nunca como agora. O lobby pró-Jari junto ao BNDES é impulsionado por justificativas de ordem social e econômica.
O reinício das operações representaria a salvação de aproximadamente 2,5 mil postos de trabalho. Além disso, mesmo com o estado permanente de crise da Jari Celulose, a economia de municípios da região – como Laranjal e Vitória do Jari, no Amapá, e Monte Dourado e Almeirim, no Pará – é bastante dependente da empresa. A mobilização política em torno de mais um transfusão financeira do BNDES é uma corrida contra o tempo.
Há pouca areia na parte da cima da ampulheta. No próximo dia 7 de fevereiro, às 11 horas, no Hotel Radisson Maiorana, em Belém, haverá uma assembleia de credores para avaliar o novo plano de recuperação judicial da companhia. A reunião ocorrerá sob um clima de tensão, alimentada pelas crescentes dúvidas sobre a continuidade da operação. No último dia 20 de dezembro, o advogado Mauro Cesar Santos, administrador da recuperação judicial de Jari, pediu à Vara Distrital de Monte Dourado (PA) a falência da empresa.
Em conversa com o RR, Santos disse que, se o plano de RJ, nos termos atuais, for aprovado no dia 7 de fevereiro, será uma decisão “surreal”. O advogado aponta alguns fatores, além do passivo total de R$ 1,75 bilhão, que tornam praticamente inviável a retomada das atividades. Um deles é a própria obsolescência do complexo industrial. Segundo Santos, a fábrica precisa ser feita totalmente.
Há outro grave problema: a falta de matéria-prima na região. “A questão do insumo não saltou aos olhos até agora porque Jari produziu muito pouco enquanto esteve operacional – cerca de cinco mil toneladas por mês. Caso fosse uma fábrica de celulose para valer, teria que trazer eucalipto de longe”.
O RR não conseguiu contato com a Jari Celulose até o fechamento desta matéria. Segundo o administrador judicial, há rumores de que na assembleia de credores haverá um movimento forte para alongar o pagamento da dívida por 25 anos, com 36 meses de carência. Seria uma forma dos credores e do atual controlador da companhia, o empresário Sergio Amoroso, fundador do Grupo Orsa, ganharem tempo na tentativa de buscar um novo investidor.
Destaque
Banco do Brasil surge como uma rota de escape para Guido Mantega
23/01/2024A Vale continua sendo a prioridade. No entanto, diante das notórias dificuldades para emplacar Guido Mantega como CEO da mineradora, o governo cogita um Plano B. Ou melhor: um Plano BB. A presidência do Banco do Brasil seria uma alternativa para a obsessão do PT e do próprio Lula em encontrar um cargo de prestígio para o ex-ministro da Fazenda.
O governo teria de fazer muito pouco ou quase nenhum contorcionismo para aninhar Mantega no comando do banco estatal, na cadeira hoje ocupada por Tarciana Medeiros – funcionária de carreira da instituição e ligada ao Sindicato dos Bancários de São Paulo. Formalmente, cabe ao Conselho de Administração do Banco do Brasil aprovar a nomeação do presidente executivo. Conselho este em que cinco dos oito integrantes são indicados pelo acionista majoritário, o próprio governo. Ou seja: na prática, a governança do BB é a seguinte: a escolha do CEO se dá por uma canetada do presidente da República e ponto.
Há demandas do PT – e não são poucas – para as quais Lula costuma fazer ouvidos de mercador. Não é esse o caso. Seja por compromisso partidário, por lealdade, por razões de ordem afetiva ou por algum outro motivo insondável, tudo leva a crer que Guido Mantega não vai ficar ao relento.
Mesmo sendo um estorvo para o governo. Nesse contexto, além da maior flexibilidade para a nomeação, a indicação para o Banco do Brasil seria até mais fácil de justificar. Mantega continuaria sendo um contrabando, mas, ao menos, o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BNDES estaria na sua praia. Não consta que entre as suas expertises esteja o mercado mundial de minério de ferro.
Por essas e outras, fica até difícil entender o fetiche do governo pela Vale, uma manobra que mobiliza da Presidência da República a membros da cúpula petista. A escolha da mineradora parece ser a menos adequada. O que o Palácio do Planalto ganha ao assumir o desgaste político de praticamente takeoverizar o comando de uma empresa privada?
O governo teria de quebrar fortes resistências – na Vale já se fala até na extensão do mandato do atual presidente, Eduardo Bartolomeo, ainda que por um período mais curto, apenas para barrar a ofensiva pró-Mantega. Outra hipótese, a nomeação do ex-ministro para o Conselho, também seria um movimento intrincado. Ele dependeria da renúncia de um dos integrantes do board, cujo mandato vai até 2025.
Destaque
Pragmatismo de Steinbruch visa Mantega na Vale e Samarco no bolso
18/01/2024Tudo certo, tudo em ordem, a política é mesmo uma avenida com sinais trocados, mas é interessante o indiscutível parentesco não sanguíneo entre Benjamin Steinbruch e os petistas. Entenda-se a figura de linguagem como uma metáfora sobre as relações estreitas de importantes quadros dos governos do PT, que privam e frequentam a intimidade e os domínios do Barão do Aço. Mas essa proximidade não significa constância ou fidelidade. Benjamin é daqueles personagens considerados de relação difícil até mesmo para os aliados. Brigou com a família em um processo em que queria destituir todos – ou quase todos – da participação na CSN. Tem 140 processos judiciais de toda ordem e feitio contra ele. Pode-se dizer que é confiável para os seus, pero no tanto. Em um momento em que o presidente da Fiesp, Paulo Skaff, já tinha se tornado persona non grata de metade da Nação e um anátema para seus “amigos” no PT, Steinbruch foi cumprir missão, assumindo uma presidência interina da entidade somente para o “companheiro” fazer sua campanha política.
Na volta à Fiesp, consagrada a terceira era PT, Skaff jogou a toalha e promoveu uma chapa única para presidente, vencida por Josué Gomes, que chegou a ser cogitado para ministro da Indústria e Comércio do Lula. Lá estava Steinbruch virando casaca e apoiando Josué com vigor. Na verdade pode-se usar o termo de que a casaca de Steinbruch tem duas faces que podem ser usadas de um lado ou outro dependendo da circunstância. O Barão do Aço tem no presidente do BNDES, Aloisio Mercadante, um dos seus melhores amigos. Mantém diálogo e recorrente contratação de serviços de Luciano Coutinho e Guido Mantega. Ambos consideram a CSN a natural consolidadora do setor siderúrgico, que virá inexoravelmente em algum momento não muito distante. Já teve como contratado formal o ex-ministro Ciro Gomes, para resolver “assuntos institucionais”. Agora, queira ou não queira, o fato é que emplaca seu diretor financeiro, Manoel Carlos, na Secretaria Executiva do Ministério da Justiça, cargo estratégico que vinha sendo ocupado por Ricardo Capelli, considerado um dos heróis do oito de janeiro. E não é só isso.
O siderúrgico empresário é umas das peças do lobby pró-Guido Mantega, seu chapa, na Presidência da Vale. Um desastre para a companhia, mas que pode ser muito útil para Steinbruch. É sabido que o empresário aguarda o desfecho com bilhões de dólares de indenizações dos desastres de Mariana e Brumadinho, para fazer uma “oferta estupro” a BHP e Vale pela Samarco. A chamada “companhia assassina” virou um estorvo na imagem dos seus acionistas, além da produção da Samarco representar peanuts no mar de minério de ambas. Botar um preço na bacia das almas e incorporar a mineradora as suas reservas de ferro, e a tacada da vez. Para Steinbruch ir se fortalecendo como player do setor de minério de ferro é estratégico. E a presença do chapa Guido Mantega no comando da Vale ajudaria no mínimo para lubrificar o diálogo. Benjamin Steinbruch é considerado um sujeito de um gênio terrível. Mas é uma prova viva de que relacionamentos não exigem coerência ideológica, mas lealdade. E sem dúvida são facilitadores de negócios.
Política
Centrão garante aos práticos liberdade para cobrar o que quiserem nos portos brasileiros
17/01/2024Sancionada, ontem, por Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei 14.813, que dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário no Brasil, reflete o lobby – bem feito – da cabotagem junto ao Legislativo, com total apoio do Centrão. Em um de seus artigos ficou estabelecido que a entrada e a saída de embarcações dos portos continuam livremente negociadas entre as empresas de navegação e a praticagem. Porém, ao determinar, em outro item, que somente os práticos podem exercer o serviço, a legislação não se adequou ao Século XXI – como seria de se esperar. E agride as regras do livre mercado: se o piloto fixar um valor e a companhia não concordar, o navio não atraca.
A Antaq pensou que seria diferente. Como agência especializada, o órgão chegou a acreditar que a regulação econômica dos serviços de praticagem lhe caberia. A tal ponto que contratou a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, para elaborar um manual com especificações técnicas sobre os serviços da praticagem, no qual foi considerado uma série de detalhes como as características dos portos, o tamanho dos navios etc. O trabalho deve ir para o fundo de alguma gaveta na agência.
Como o Centrão de bobo não tem nada, deputados e senadores deixaram um artigo na lei que permite a autoridade marítima, no caso a Marinha, provocada por quaisquer das partes contratantes, fixar, em caráter extraordinário, o preço do serviço de praticagem, “por um período não superior a doze meses, prorrogável igual, se for comprovado o abuso do poder econômico ou defasagem dos valores do serviço”.
Fontes ouvidas pelo RR na Antaq e no Ministério dos Portos e Aeroportos, sob condição de anonimato, asseguram que os militares não vão mergulhar nessa marola. Primeiro porque não têm estrutura; depois falta expertise nessa atividade, atribuição muito mais para o staff da Antaq. Finalmente, o trabalho é extremamente complexo, não se prova da noite para o dia quem tem ou não razão numa discussão de preços – enquanto o navio está parado, esperando para atracar. Não há funcionalidade nisso. O lobby dos práticos venceu. E venceu bem.
Negócios
Japan Tabaco corre para reduzir a enorme distância em relação à BAT
9/01/2024A exemplo do que ocorreu no início de 2022, a Japan Tobacco International (ex-RJ Reynolds), que controla 10% do mercado mundial de cigarros, dá baforadas à frente da concorrência e, em janeiro, deve ser a primeira fabricante a fechar acordo com entidades representativas dos cultivadores de tabaco, para a compra da produção da safra 2023/2024. O reajuste ficará em torno de 9%. Houve uma primeira rodada de negociação em dezembro, com as partes afinando sobre a variação do custo de produção (5,06%). A JTI comercializa no Brasil as marcas Camel e Winston. No Brasil não é vista nem pelo retrovisor da BAT – ex-Souza Cruz – que é praticamente um monopólio do setor. A BAT, que já tem o mercado dos cigarros convencionais, faz agora o lobby dos cigarros eletrônicos. Estima que em três anos uns 20% dos fumantes terão trocado o tabaco enrolado em papel pelos vaporizadores com múltiplos sabores e odores.
Economia
Economia tem tudo para decolar em 2024. E quem diz é a XP
20/12/2023Parece que a elevação do rating pela S&P é só o começo mesmo – a agência aumentou a nota do Brasil de BB- para BB. Com mais dois degraus, o Brasil sobe ao grau de investimento. No governo especula-se que um degrau será superado se o país alcançar realmente o déficit primário zero em 2024. Mas há outros motivos, ao que tudo indica, para sonhar com o investment grade. Um pequeno paper da XP que circulou no início de dezembro virou cult. Ele segue exatamente na direção apontada pelo RR. Ou seja: 2024 promete surpresas positivas. Com a palavra, a XP:
“Uma surpresa positiva para 2024? – Uma coisa que poucos analistas têm colocado no preço é o grande aumento de produção de petróleo que o Brasil vai ter em 2024 e 2025. Nesses dois anos teremos um crescimento de produção de 1 milhão de barris por dia. Logo depois a produção vai continuar a crescer até atingir o pico de 5,5M de barris ao final de 2030. O que isso significa? – Isso vai trazer duas consequências principais para os investimentos. O Brasil não vai aumentar muito seu consumo de petróleo, logo esse aumento de produção será destinado a exportação. Isso vai gerar uma grande quantidade de dólar, mantendo a inflação muito mais controlada do que estaria em outras situações. Inflação controlada Selic mais baixa.
Empresa
Desastre ambiental de Maceió deve ser debitado na conta da Novonor
14/12/2023Se for para ser imputada responsabilidade sobre o desastre com a mina de sal gema na região urbana de Maceió, é melhor dar nome aos bois. O risco da tragédia existe há anos e antecede em muito a associação da Braskem. Quem não deu bola, desde o início, para o colapso anunciado foi a Odebrecht – hoje Novonor -, que há muito tempo cozinhava o desabamento da jazida de sal gema em fogo lento. O patriarca da companhia, Norberto Odebrecht, e já se vão mais de três décadas, visitou o local e demonstrou preocupação com o que viu. O RR acompanhou o assunto de perto. Mas Norberto já havia saído da gestão. O assunto estava na esfera do seu filho, Emílio. O braço da petroquímica da Odebrecht se chamava OPP e seu presidente era o executivo Álvaro Cunha. A Petrobras, é claro, tem sua cota de responsabilidade temporã, por aceitar a associação com uma empresa que carrega um passivo ambiental assassino conhecido por seu sócio e pelos governantes alagoanos que atravessaram diversas gestões – há muito mais culpados do que imagina a vã filosofia do noticiário, o que justifica a abertura da CPI da Braskem, no Senado. A estatal também terá de responder pela calamidade.
Durante todos esses anos, é sabido e temido o custo social do funcionamento da mina. Todo mundo tinha conhecimento. O fechamento da operação foi cogitado inúmeras vezes. Mas quem tocava o empreendimento desde lá de trás era a Odebrecht, seja lá Novonor ou qualquer outro brand que escolha para se esconder de si mesma. A Petrobras deve, juntamente com sua malsinada parceira, seguir o exemplo da Vale, com os escândalos ambientais de Mariana e Brumadinho, e consertar o prejuízo. Depois, sair fora desse péssimo projeto da Braskem, que somente foi levantado para satisfazer o lobby da Odebrecht, manda chuva da Petrobras na época. Em tempo: Lula não vai mais rodar o mundo restrito a sua peroração sobre a exploração ilegal na Amazônia. Agora, terá de carregar nas costas os horrores de Brumadinho e o maior desastre urbano do mundo, em Maceió.
Educação
Irmã de Paulo Guedes sai de cena para não contaminar lobby das universidades
12/12/2023Juliano Griebeler, vice-presidente da ANUP (Associação Nacional de Universidades Particulares), deverá ficar com a missão de negociar com o ministro Camilo Santana e convencê-lo a rever a sua decisão de proibir cursos de licenciatura 100% a distância no país. Em tempos de governo Lula, grupos privados filiados à entidade defendem que o n° 2 da Associação tome à frente das conversas em Brasília. Trata-se de um movimento pragmático. A n° 1 da ANUP, Elizabeth Guedes, irmã do ex-ministro Paulo Guedes, não conta com a simpatia da cúpula do Ministério da Educação, a começar pelo próprio Santana. Quem te viu, quem vê. Em outros tempos, quando o irmão era o czar da economia, Elizabeth chegou a ser cogitada para assumir a própria Pasta da Educação.
Siderurgia
Os lobbies e contra-lobbies na cadeia do aço
7/12/2023Enquanto as grandes siderúrgicas nacionais cobram mais restrições ao produto importado, outros elos da cadeia do aço se movimentam na mão contrária. A indústria de processamento de aço do Rio de Janeiro tem feito gestões junto ao governo Claudio Castro pela liberação da entrada no estado de insumos e matérias-primas da China. Não está sozinha. Há um projeto de lei já em tramitação na Assembleia Legislativa (Alerj), de autoria do deputado Rosenverg Reis, que propõe mudanças na Lei Estadual º 8.960/2020. A legislação local veda a entrada no Rio de aço com similar nacional.
Destaque
Acordo com Argentina mobiliza montadoras brasileiras
7/12/2023Daniel Scioli, embaixador da Argentina em Brasília, tem sido procurado, nos últimos dias, por dirigentes da indústria automobilística. A pergunta é uma só: se o futuro presidente Javier Milei vai manter ou não o acordo automotivo com o Brasil. Scioli, que permanecerá no cargo no próximo governo, vem sinalizando que a resposta é sim. Como abrir mão de um tratado comercial com o país que, neste ano, comprou mais de um terço de toda a produção automobilística argentina, como é o caso do Brasil? Do lado de cá da fronteira, a continuidade do acordo também interessa. É bem verdade que as vendas de veículos para o país vizinho engataram uma preocupante marcha a ré. Entre janeiro e novembro, caíram 15% na comparação com igual período no ano passado. A participação argentina nas exportações brasileiras de automóveis desceu ao menor nível em 30 anos. Ainda assim, no meio de uma crise sem tamanho e com uma brutal escassez de dólares, é um destino que responde por 27% das vendas das montadoras brasileiras no exterior. Ah, e mais: de uma forma sinuosa, Scioli tem feito o lobby pela moeda comercial do Brasil e Argentina. Isso resolveria o problema da falta de dólares. Mas a medida não é um “alakabum, mexicabum”. Ela tem outras implicações, que passam pelo Banco Central.
Dentro da Anfavea, o tema ganha ainda mais importância e premência pela perda de competitividade da indústria automobilística brasileira na América Latina como um todo. No ano passado, o Brasil perdeu para a China a liderança nas exportações de veículos na região. Em dez anos, o share dos asiáticos subiu de 4,6% para 21,2%, enquanto o das montadoras brasileiras caiu de 22,5% para 19,4%. De antemão, já se sabe que a diferença vai crescer neste ano: estimativas da própria Anfavea apontam para uma queda nas exportações de 12% em relação a 2022.
Política
Ruralistas querem novo nome no Banco do Brasil
1/12/2023A bancada ruralista está tentando emplacar João Pinto Rabelo Junior na vice-presidência de agronegócio do Banco do Brasil, hoje ocupada por Luiz Gustavo Lage. Funcionário de carreira do BB, Rabelo já comandou a Pasta no governo Temer. Extremamente cobiçado, o cargo dá ao seu titular poder sobre um dos maiores orçamentos da República: só o Plano Safra 2023/24 soma R$ 240 bilhões.
Destaque
Risco Mantega é um pêndulo entre o Planejamento e a Petrobras
29/11/2023A ameaça Guido Mantega parece não largar o governo Lula. A proposta inicial era empurrá-lo para a presidência da Vale, “esquecendo” que a empresa não é mais estatal. Agora, surgem duas ideias no governo de arrepiar.
A primeira é incluir Mantega em um troca-troca com Simone Tebet: ela iria para a Pasta da Justiça e Mantega reassumiria o Ministério do Planejamento, cargo que já ocupou no Lula I, entre 2003 e 2004. Na segunda, e perigosíssima alternativa, ele ficaria de regra três para a presidência da Petrobras, como potencial substituto de Jean Paul Prates, que balança mais do que bambu em ventania. Mantega chegaria à estatal com o poder de conduzir o recém-anunciado plano de investimentos da companhia, uma montanha de dinheiro de US$ 102 bilhões a ser desembolsada pelos próximos cinco anos.
A essa altura, a hipótese mais suave é encher a árvore de Natal do ex-ministro de vagas em conselhos de administração, como BNDES, Itaipu, BB etc. O fato é que tanto o PT quanto o próprio Lula parecem se sentir na obrigação de recompensar Mantega pela lealdade nos tempos das águas mais profundas da Lava Jato. O ex-ministro chegou a ser foi preso no hospital quando acompanhava um exame médico da sua esposa e não abriu o bico.
Empresa
BB deve pedir à justiça republicação dos balanços da 123 Milhas
29/11/2023Credores da 123 Milhas, à frente o Banco do Brasil, pretendem exigir na Justiça que a empresa republique seus últimos cinco balanços. O objetivo é levantar possíveis irregularidades contábeis no período. Relatório técnico recém-concluído pela KPMG apontou inconsistências nas demonstrações financeiras que teriam permitido a distribuição indevida de R$ 44,4 milhões em dividendos aos acionistas no período entre 2020 e 2023. Procurado pelo RR, o Banco do Brasil disse que não comenta o assunto.
Política externa
Brasil a caminho da Opep?
29/11/2023Há uma certa expectativa no Itamaraty quanto a um eventual convite formal da Arábia Saudita para que o Brasil entre na OPEP, durante a viagem de Lula àquele país. A Arábia é o mais influente integrante da Opep. Sabe-se que a Venezuela faz o lobby do Brasil para o ingresso no cartel. Jair Bolsonaro tentou, tentou, mas não conseguiu. Mas qual a importância de se tornar sócio do clube produtor de energia fóssil? Do ponto de vista das decisões do país sobre sua política para o petróleo, nada de muito significativo. Mas o status e o marketing no exterior mudam. E marketing é com Lula mesmo.
RR pelo mundo
Lula vai à Arábia. E Arábia vem ao Brasil
28/11/2023Lula tem crédito em Riad
A aproximação entre Brasil e Arábia Saudita se dá na esteira do ingresso daquele país árabe no grupo dos BRICS a partir de 2024. Lula foi um dos principais patrocinadores do ingresso dos árabes no bloco, o que só aumentou seu prestígio junto ao governo saudita. Antes mesmo da chegada do presidente a Riad, a delegação brasileira aterrissou no país no começo desta semana. Alexandre Silveira, Ministro de Minas e Energia, conversou com Abdulaziz bin Salman, Ministro saudita de energia. Além de Silveira, Rui Costa, da Casa Civil; e Sílvio Costa Filho, do Ministério dos Portos e Aeroportos participaram de reunião com o Ministro do Transporte, apresentando projetos de infraestrutura do Brasil, destacando o Novo PAC. Os líderes das duas nações testemunharam a assinatura de um memorando de entendimento entre as partes no que diz respeito ao setor de energia. https://www.arabnews.com/node/2416626/saudi-arabia
No radar da Embraer
A Arabia Saudita, assim como outras nações árabes, é considerada um investidor-chave para o Brasil. Em 2022, o comércio bilateral brasileiro com as 22 nações da Liga Árabe atingiu recorde de US$ 17,74 bilhões. É preciso destacar a reunião com locais em evento promovido pela Embraer. A empresa brasileira disputa a venda de aeronaves militares ao país. No começo de outubro, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a GACA, autoridade de aviação civil da Arábia Saudita, assinaram memorando de entendimento para cooperação e investimentos no setor. https://menafn.com/1107490602/Brazil8217S-Outreach-To-Arab-World-Lula8217S-Key-Agenda
Uma viagem dois em um
Lula estreita os laços com o Oriente Médio. Após a visita à Arabia Saudita, irá ao Catar antes da realização da COP28. Os fundos soberanos das nações árabes redirecionaram os esforços da diplomacia brasileira para o mundo árabe. Para além da captação de investimentos, a influência geopolítica dessas nações no Oriente Médio foi determinante para a estratégia de aproximação de Lula. https://bnn.network/world/brazil/brazilian-presidents-visit-to-riyadh-a-leap-in-diplomatic-relations/
Energia é tema estratégico
O primeiro diálogo entre autoridades do Brasil e da Arábia Saudita tratou de assuntos de interesse das duas nações, a começar por transição energética. Evolução de questões internacionais de interesse comum foi pauta na reunião entre os dois líderes. A visita de Lula coincidiu com a vitória da Arabia Saudita como sede da Expo 2030. https://saudigazette.com.sa/article/638191/SAUDI-ARABIA/Crown-Prince-Brazilian-president-hold-talks-in-Riyadh
RR - Pelo Mundo
Como as mudanças climáticas afetam a agricultura
14/11/2023EuroNews
Na Europa, as mudanças climáticas provocaram o agravamento da seca nos países do sul do continente. Os períodos de seca alternam-se aos de grandes enchentes, e ambos os fenômenos são destrutivos para a agricultura. Em relação à Espanha, especialistas preveem que, se o prolongamento da estiagem persistir e se houver um aumento de dois graus Celsius na temperatura, o país perderá o equivalente a 7% de seu PIB. Na escala global, o PIB cairia 17% caso a temperatura aumentasse em três graus Celsius. A seca é a principal ameaça à agricultura do sul europeu. Somente na Espanha, 75% do território são ameaçados pela desertificação.
(https://www.euronews.com/2023/06/02/drought-agriculture-must-adapt-to-climate-change)
Euractiv
O ministro de Alimentação e Agricultura da Alemanha, Cem Özdemir, afirmou que as mudanças climáticas transformaram as colheitas em um jogo de loteria. A declaração se refere à imprevisibilidade do clima, e o aumento da violência com que este age sobre a agricultura. A colheita de cereais foi prejudicada pelas fortes chuvas que o país sofreu durante o verão. De acordo com relatório do Joint Research Centre da União Europeia, as ondas de calor e a seca em países como Bulgária, Romênia, Chéquia e Polônia prejudicaram as safras durante o verão.
(https://www.euractiv.com/section/agriculture-food/news/german-farmers-hit-by-climate-change-impacts-new-data-shows/)
The Wire
Os países do sul global enfrentam um agravante: a insegurança alimentar. Na Índia, a escassez de chuvas em 2022 afetou a colheita do trigo. Estudos do Painel de Mudanças Climáticas (IPCC) alertam que o aumento da temperatura em um grau Celsius poderia prejudicar a colheita de milho em 25%; em quatro graus Celsius, em 70%. O estudo prevê que o impacto das mudanças climáticas afetará o preço do arroz e do trigo (e derivados). Em setembro de 2022, as inundações mais violentas da história do Paquistão deixaram um terço do país submerso, afetando 1,6 milhão de hectares de terras agrícolas.
(https://thewire.in/agriculture/for-second-year-in-succession-indian-agriculture-battles-climate-change)
Universidade de Pequim
Na China, o principal problema também é a insegurança alimentar. As chuvas fortes reduziram a produção de arroz em 8% nas últimas décadas. Esse percentual é bem significativo para um país cuja safra agrícola cresceu 4,5% ao ano entre 1978 e 2022, enquanto a população aumentava em ritmo quatro vezes maior. Além do reforço nos sistemas de irrigação, para contornar os períodos de estiagem, o país ampliou a importação de cereais forrageiros e oleaginosas.
(https://www.eastasiaforum.org/2023/09/02/climate-change-threatens-chinas-food-security/)
Reuters
O El Niño irá durar até o primeiro semestre de 2024. Esta é a previsão das Nações Unidas. O aumento significativo das chuvas na América Latina preocupa os agricultores da região. O El Niño aquece as águas do oceano Pacífico, e, de acordo com relatório das Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), esse aumento de temperatura está mais intenso. Consequentemente, as chuvas vêm em maior quantidade e força. O mesmo vale para as secas, como as que estão acontecendo na América Central, Guiana e no Brasil. O relatório da FAO aponta que a agricultura pode ter 26% de perda econômica durante períodos de condições climáticas extremas e até 82% durante ciclos de estiagem. (https://www.reuters.com/business/environment/el-nino-continue-into-mid-2024-threatening-agriculture-2023-10-19/)
Alimentos
Alimentos açucarados estão saindo do radar do “Imposto do pecado”
31/10/2023Os alimentos açucarados estão sendo silenciosamente tirados da prateleira dos bens nocivos à saúde que seriam tributados por meio do que o governo chama de “imposto do pecado”. São os chocolates, balas, bolos, refrigerantes etc. Eles representam 18% da montanha de glicose disponibilizadas nas gôndolas de supermercados. Quando o assunto começou a ser aventado, pelo ex-ministro Paulo Guedes, os açucarados estavam em quase todas as listas do novo imposto, atrás, é claro de bebida e fumo – campeões dos malefícios à saúde. Hoje, parece que os açucarados foram trocados pelos pesticidas. Parece até que sumiram. É difícil, dificílimo, hiperdifícil o tributo sobre as guloseimas vir a ser aprovado. Tanto os açucarados quanto os alimentos ultraprocessados – outros que saíram de cena – se confundem, em meio ao processo industrial. E ainda têm uma grande variedade de insumos do agrobusiness. Portanto, ambos somam o lobby das suas empresas, praticamente todas grandes multinacionais, com o dos empresários agrícolas, que lideram a maior bancada da Câmara dos Deputados. O RR ouviu um deputado do PT sobre o assunto. O parlamentar, claramente favorável ao imposto, mostrou um descrédito exagerado. Disse: “Eu arranco todos os dentes se ele for aprovado”. Pelo sim, pelo não, o RR fez uma breve pesquisa sobre a tributação dos alimentos açucarados em mais de 50 países do mundo. Em todos, eles são tributados. Um pequeno resumo da sondagem pode ser visto abaixo:
- No México, em 2014 foi implementado um imposto de 8% sobre alimentos não essenciais com alta densidade energética e um imposto de 1 peso por litro sobre todas as bebidas não alcoólicas com adição de açucares, com aumento estimado de 11% nos preços das bebidas carbonatadas.
- A África do Sul passou a adotar, em 2018, 10% de imposto em bebidas açucaradas através da Taxa de Promoção da Saúde.
- Na Colômbia, o imposto para bebidas açucaradas passou a valer em setembro de 2023 e será progressivo, com 15% para 2024 e 20% para 2025. A alíquota do imposto dependerá da quantidade de açúcar contida nas bebidas.
- Na Índia, uma taxa de 28% é aplicada, desde 2017, sobre bebidas carbonatadas açucaradas, águas aromatizadas e outros produtos não saudáveis, como o tabaco, além de um “imposto do pecado” adicional de 12%.
- Os países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) – Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã – introduziram um imposto chamado de SSB (Sugar-Sweetened Beverage Taxation). O preço dos refrigerantes aumentou em 67%.
- Na França, o IVA sobre todos os produtos alimentares é de 5,5%. As exceções estão no álcool, caviar, doces e gorduras vegetais, que são tributados 20%.
- Nos Estados Unidos, a taxação varia de cidade para cidade. Um dos exemplos vem da Philadelphia, com o seu PBT (Philadelphia Bevarage Tax). O tributo é pago pelos distribuidores de bebidas açucaradas. O valor é de 1,5 cent por onça distribuída.
Destaque
Agronegócio bate de frente com governo Lula e União Europeia
31/10/2023O esforço da gestão Lula para lustrar a imagem do Brasil na área ambiental deverá sofrer um incômodo revés. O agronegócio está engajado em duas frentes que têm tudo para despertar reações contrárias da comunidade internacional. Uma delas se cruza com as relações entre o Brasil e a União Europeia: segundo fonte ligada à entidade, a Aprosoja está decidida a liderar um movimento pela continuidade do uso do glifosato nas lavouras brasileiras.
Não está sozinha. Tem ao seu lado representações congêneres do agronegócio da Argentina e do Paraguai. De acordo com a fonte do RR, esse frentão está elaborando um manifesto contra a iminente decisão da UE de banir alimentos agrícolas produzidos com o uso do glifosato. O assunto é extremamente controverso e causa cisão entre as próprias nações do Velho Continente. A Comissão Europeia, braço executivo da UE, recomendou estender a autorização ao agrotóxico até dezembro de 2033.
No último dia 13 de outubro, a proposta foi levada à votação da União Europeia, mas não houve quórum mínimo, um indício de que dificilmente será aprovada. Procurada pelo RR, a Aprosoja não se manifestou.
Os grandes produtores brasileiros correm contra o relógio. Se nada mudar, a partir do próximo dia 15 de dezembro o defensivo agrícola será proibido na Europa. Péssima notícia para o agro brasileiro. O glifosato é o herbicida mais usado no país. Estima-se que esteja presente em cerca de 60% das áreas de plantio. Os efeitos do defensivo são objeto de controvérsia dentro da própria comunidade científica.
Vários países passaram a restringir ou mesmo proibir a substância com base, sobretudo, em um relatório produzido em 2015 pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), que classificou o herbicida como “provável cancerígeno humano”. Há, no entanto, pesquisas na direção oposta. Entre as de maior repercussão está o parecer científico divulgado, em 2022, pela Agência Europeia de Produtos Químicos (ECHA) atestando que não há evidências de relação do glifosato com casos de câncer.
O lobby internacional pelo glifosato se cruza com outro movimento contundente do agronegócio, este no front interno. Há uma ofensiva no Senado pela retomada da tramitação do projeto de lei nº 1.459/2022, mais conhecido como “PL do Veneno”, que flexibiliza regras para a aprovação e distribuição de agrotóxicos no país. A proposta está parada na Comissão de Meio Ambiente (CMA) da Casa desde abril, muito em razão do empenho do próprio governo em barrar a mudança na legislação. Mas a “boiada” pede passagem e está prestes a atravessar a porteira. A ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina negocia diretamente com Rodrigo Pacheco para que o PL seja apreciado e aprovado na CMA, última etapa necessária para a sua votação em plenário.
Em conversa com o RR, um dos líderes da Frente Parlamentar da Agricultura afiançou que a bancada ruralista já teria 46 votos a favor, cinco a mais do que o necessário para a aprovação.
Destaque
Banco do Brasil fecha o cerco aos acionistas da 123 Milhas
30/10/2023O Banco do Brasil, maior credor da 123 Milhas, está adotando uma postura agressiva no que diz respeito à recuperação judicial da empresa. Segundo o RR apurou, o BB vai pedir à Justiça para entrar como parte interessada na ação movida pelo Ministério Público de Minas Gerais que levou a 15ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte a determinar o bloqueio de R$ 900 milhões em bens dos sócios da companhia. Com esse movimento, o banco estatal fecha o cerco aos irmãos Ramiro Julio Soares Madureira e Augusto Julio Soares Madureira, aumentando a pressão no Judiciário para que o patrimônio pessoal de ambos eventualmente venha a ser utilizado para cobrir o passivo da empresa. Procurado, o Banco do Brasil disse que não comenta o assunto. O RR também encaminhou uma série de perguntas à 123 Milhas, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.
Em outro front, de acordo com a mesma fonte, o Banco do Brasil pretende questionar judicialmente a inclusão da recuperação judicial da Maxmilhas, pertencente aos mesmos investidores, no processo da 123 Milhas. O pedido de unificação, aceito pela Justiça, partiu dos próprios acionistas das duas companhias. Trata-se de um expediente previsto desde 2020, quando da mudança na Lei de Falências (nº 11.101). Na ocasião, a legislação tutelou alguns critérios de jurisprudência nas RJs, entre os quais a possibilidade de consolidação de processos distintos quando existe risco de contaminação entre empresas de um mesmo grupo econômico. Esse instrumento é motivo de polêmica entre os próprios juristas. Há companhias que se aproveitariam desse expediente legal para confundir credores. Em alguns casos, o passivo de uma empresa acaba por afetar o da outra, dificultando o pagamento das dívidas.
A posição do Banco do Brasil traz um grau de tensão adicional ao processo de recuperação judicial da 123 Milhas e Maxmilhas, que somam mais de R$ 2,6 bilhões em dívidas. O banco estatal é, ao mesmo tempo, o maior credor individual da 123 Milhas, com R$ 74,3 milhões a receber, e da Maxmilhas, com créditos de R$ 18,9 milhões.
Empresa
Placa de “vende-se” está pendurada na porta da Ri Happy
26/10/2023O Carlyle procura um comprador para a Ri Happy, a maior rede de lojas de brinquedos do Brasil. Segundo o RR apurou, a decisão pela venda da empresa já teria sido levada ao conhecimento dos principais credores, notadamente Santander, Banco do Brasil e BV – o trio concentra 75% do passivo da companhia. De acordo com a mesma fonte, a Starboard Partners, contratada para conduzir a renegociação do passivo da Ri Happy, também assessora o Carlyle na venda da rede varejista. Recentemente, a gestora norte-americana fez dois movimentos fundamentais para arrumar a casa e, ato contínuo, colocá-la à venda.
O primeiro deles foi o aporte de capital de R$ 75 milhões. O segundo, o acordo fechado com os bancos credores para a repactuação de R$ 289 milhões em dívidas. Santander, BB e BV tiveram um papel determinante para aliviar o garrote sobre a Ri Happy, ao aceitar um prazo de carência de um ano para o pagamento dos passivos. Os vencimentos foram postergados para o fim de 2027 e 2028. Consultados pelo RR, Carlyle e Starboard não se pronunciaram.
Em tempo: a crise financeira da Ri Happy – além do passivo, a empresa acumulou prejuízos de R$ 96 milhões nos últimos dois anos – é mais um revés do Carlyle no varejo brasileiro. O script é praticamente uma cópia do que ocorre na Tok & Stok: a gestora norte-americana teve de fazer uma capitalização emergencial de R$ 100 milhões e enfrentou uma dura negociação com os bancos credores para o alongamento da dívida.
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É proibido proibir: Banco do Brasil volta atrás e mantém crédito para o tabaco
20/10/2023A pressão do agronegócio não tardou e tampouco falhou. O Banco do Brasil voltou atrás e reverteu a decisão que havia tomado na última terça-feira, quando homologou um acordo com a ONU em que se comprometia a não liberar crédito para a produção de tabaco – informação antecipada ontem pelo RR. Prevaleceu o argumento de que a medida teria um impacto expressivo sobre a agricultura familiar. Conforme o RR destacou, são mais de 70 mil famílias no Brasil diretamente envolvidas com a cultura do tabaco. O recuo do BB deixa no ar um sinal de fumaça: o episódio só reforça a dificuldade que o governo terá para impor o imposto do pecado, que mira, sobretudo, no cigarro e na bebida. Se o argumento da agricultura familiar vale para o Banco do Brasil por que não valeria também para brecar o novo tributo, um gravame que terá impacto sobre toda a cadeia de produção da indústria tabagista?
Economia
Banco do Brasil cria zonas esfumaçadas no agronegócio e nas armas
19/10/2023O Conselho do Banco do Brasil homologou na última terça-feira um acordo firmado com a ONU que proíbe a liberação de crédito para tabaco e armas e munições. A decisão vai na contramão do mundo inteiro. No caso do fumo, o grande problema é o impacto da medida sobre o Rio Grande do Sul, que responde por mais de 40% da produção nacional. O plantio representa muito para a economia local, para não falar do seu forte aspecto social: são quase 70 mil famílias que atuam na cultura do tabaco. Com relação às armas, o Banco do Brasil ignora as vantagens conjunturais das exportações para a balança comercial. O mar não está para peixe, mas, sim, para munição, pistolas e metralhadoras. Com os conflitos em curso na Europa e no Oriente Médio, o mercado está extremamente comprador desses artefatos. Parece que só o BB não vê.
Finanças
O chairman da “digitalização” no Banco do Brasil
17/10/2023A nomeação do secretário-executivo da Fazenda, Dario Carnevalli Durigan, para a presidência do Conselho do Banco do Brasil vai além da função protocolar de representante da União e do próprio ministro Fernando Haddad no board. Durigan deverá ter um papel relevante na discussão de novas estratégias do BB para a para a área digital. O braço de direito de Haddad entende do riscado. Durigan foi diretor do WhatsApp em 2020, exatamente o ano em que o aplicativo lançou seu sistema de pagamentos e transferências no Brasil. Até o momento, o BB tem apostado mais na tática do “comprar pronto”, leia-se investimentos em startups da área financeira. Em menos de um ano, o banco estatal adquiriu participações na Pagaleve, fintech especializada em soluções de pagamento, na Yorus Bank, banco digital voltado a menores de 18 anos, e na Bitfy, da área de blockchain.
Negócios
Galaxy Entertainment joga suas fichas no ministro Celso Sabino
10/10/2023A Galaxy Entertainment, de Macau, fez chegar ao ministro do Turismo, Celso Sabino, o interesse em operar no Brasil. Representantes da companhia acenam com um investimento da ordem de US$ 200 milhões para a instalação de um resort e de um cassino no Nordeste. É mais um grande grupo internacional a engrossar o lobby pela liberação do jogo no Brasil.
Além do ex-ministro Ciro Nogueira, que recebe todos os emissários do setor de braços abertos e portas escancaradas, um dos interlocutores do grupo no Congresso seria o senador Irajá (PSD-GO). A Galaxy chegou na hora certa: Sabino é reconhecidamente um defensor da proposta e tem um histórico de votações no Congresso a favor de projetos de lei sobre a abertura de cassinos, jogos eletrônicos e apostas esportivas. O grupo pertence a uma figura lendário do setor na Ásia: o empresário chinês Lui Chee Woo, de 94 anos. Dono de uma fortuna estimada em US$ 20 bilhões, Woo é notório por suas ligações com a cúpula do Partido Comunista Chinês (PCC). É membro do comitê permanente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, vinculada ao PCC.
Destaque
“Operação Lemann washing” avança a pleno vapor
5/10/2023No universo particular de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, é como se os crimes contábeis da Americanas jamais tivessem existido. O trio não apenas mantém distanciamento asséptico do escândalo da rede varejista como tem soltado novos balões de ensaio sobre projetos e investimentos, em sua estratégia diversionista. Nas últimas semanas, Lemann despontou no noticiário no figurino de mecenas da educação. A MegaEdu, ONG financiada pela Fundação que leva o nome do empresário, firmou um acordo de cooperação com o MEC para dar “apoio técnico” à conexão de escolas públicas à internet. A parceria levou a ONG de Lemann para dentro do governo: a MegaEdu passou a integrar um Conselho do Ministério das Comunicações com poder decisório sobre R$ 6,6 bilhões em verbas para a conectividade na rede pública de educação. Outro balão lançado aos céus nos últimos dias aponta Lemann como candidato à aquisição da SAF do São Paulo. Na sua historiografia não há registros de que o velho tenista – caso raro de jogador que disputou a Copa Davis por dois países, Suíça e Brasil – tenha apreço pelo esporte bretão e muito menos seja um aficionado do tricolor paulista. Mas, de repente, o sócio de referência da Americanas se revela um apaixonado torcedor. Há poucos terrenos mais férteis do que o futebol para uma operação de greenwashing – seja por parte de um Estado soberano, seja por parte de um empresário no cerne de um escândalo contábil.
As demonstrações de prosperidade e de normalidade no mundo de Jorge Paulo Lemann e, por extensão, de seus sócios só reforçam a capacidade do trio de desviar o foco e higienizar sua imagem permanentemente, graças a uma competente estrutura de lobby e ao trabalho institucional junto às mídias. É o que mostra, inclusive, levantamento publicado recentemente pelo próprio RR, atestado, a partir do monitoramento de veículos jornalísticos, o gradativo descolamento de Lemann, Telles e Sicupira da fraude contábil da Americanas (https://relatorioreservado.com.br/?s=americanas+ferramenta&search-type=normal&post_type=post). Pouco a pouco, os três acionistas de referência foram convenientemente desaparecendo do noticiário sobre o escândalo da rede varejista.
Justiça
STF mergulha nas relações entre o general Lourena Cid e o BB Americas
5/10/2023Segundo uma fonte do STF, o ministro Alexandre de Moraes pretende convocar para depoimento executivos do Banco do Brasil Americas que tiveram quatro reuniões com o general Mauro Cesar de Lourena Cid, quando este chefiava o escritório da Apex em Miami. Entre eles está João Fruet, então CEO da subsidiária do BB, que se encontrou com o militar em dezembro do ano passado. Pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, o general da reserva tem uma conta no BB Americas investigada peplo STF por suspeitas de lavagem de dinheiro.
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Sodexo sai do mercado de home care no Brasil e em mais sete países
29/09/2023O grupo francês Halifax está adquirindo a divisão global de assistência de saúde domiciliar da Sodexo. A notícia foi publicada há poucos minutos pelo site MarketWatch, da Dow Jones Company (https://www.marketwatch.com/story/halifax-to-acquire-sodexo-s-worldwide-home-care-division-f653d66?mod=search_headline). O acordo inclui a operação no Brasil, além de Estados Unidos, França, Irlanda, Reino Unido, Noruega, Suécia e Dinamarca.
Obs RR: A negociação significa uma mudança de rota para a Sodexo, gigante global do mercado de alimentação corporativa. No caso específico do Brasil, a guinada é ainda mais expressiva e – por que não? – abrupta. O grupo entrou no segmento de “home care” no país há apenas cinco anos, com a compra da Pronep. A pandemia transformou o segmento em um bom e mau negócio. Em 2020, ano em que a Covid eclodiu, a Sodexo/Pronep teve um aumento de 36% no número de pacientes atendidos. No entanto, os custos operacionais dispararam, em proporção maior. Com a venda global da divisão de serviço domiciliar, as operações do grupo no Brasil ficarão concentradas em duas áreas: a de tíquetes-alimentação, o negócio tradicional da Sodexo – são mais de seis milhões de clientes no país; e serviços de alimentação corporativa em empresas, por meio da On-Site Brasil.
Mercado
Boticário semeia nova emissão de green bonds
27/09/2023O Boticário prepara uma emissão de bônus atrelados a compromissos de sustentabilidade. Segundo o RR apurou, a empresa já começou as sondagens juntos a grandes bancos e fundos. A meta seria uma colocação superior ao lançamento de SLBs (Sustainability-Linked Bonds) feito pela companhia no fim de 2020, que movimentou aproximadamente R$ 1 bilhão. Parte dos recursos captados deverá ser destinada ao financiamento de fornecedores. Em parceria com o Itaú BBA, o Boticário mantém uma linha de crédito específica a parceiros vinculada ao cumprimento de 16 metas de responsabilidade socioambiental. Procurada pelo RR, a empresa não se manifestou.
Empresa
O e-commerce do TikTok chegou aos EUA. Para o Brasil, será um pulo
14/09/2023O China Daily acaba de noticiar que o TikTok lançou seu serviço de e-commerce nos Estados Unidos (http://www.chinadaily.com.cn/a/202309/14/WS65025a80a310d2dce4bb5a0e.html). O jornal chinês cita o interesse da plataforma de trazer seu braço de comércio eletrônico para o Brasil. O TikTok Shop começou a ser testado em 2021 na Indonésia, Reino Unido, Malásia, Tailândia e Vietnam, e será disponibilizado gradualmente para os usuários norte-americanos. A funcionalidade permite a compra direta de produtos mostrados em transmissões ao vivo e em vídeos curtos. Junto ao serviço, a rede também oferece o programa “Fulfilled by TikTok”, para auxiliar a logística dos vendedores.
OBS RR: Não é de hoje que há especulações sobre o lançamento do TikTok Shop no Brasil. A chegada aos Estados Unidos para ser o primeiro passo nessa direção, uma operação geoeconômica de “conquista” da América. Ou das Américas. A entrada do TikTok no mercado brasileiro de e-commerce colocaria ainda mais combustível no setor, justo no momento em que seus conterrâneos chineses, como Shopee, Shein e AliExpress, fazem pesados investimentos no país. O potencial de alcance da rede social de vídeos é imensurável: o TikTok já partirá de uma base com mais de 80 milhões de usuários ativos no Brasil. É quase 10% do total de inscritos em todo o mundo. Para efeito de comparação, a Shein tem cerca de 45 milhões de clientes cadastrados no mercado brasileiro.
Energia
Déficit de energia na Argentina é um bom negócio para o Brasil
14/09/2023A Edenur, maior distribuidora do setor elétrico na Argentina, está batendo à porta de grandes empresas brasileiras, como CPFL e Engie, para comprar energia. A súbita necessidade decorre de decisão tomada pelo novo governo paraguaio. O presidente Santiago Peña determinou que o Paraguai use 100% da sua cota na usina binacional de Yaciretá, uma associação com a Argentina.
Historicamente, os paraguaios sempre ficaram com apenas 15% da produção, deixando o excedente com o país vizinho. Parte desse volume atende exatamente à Edenur. A empresa busca energia no Brasil para afastar o risco de desabastecimento a seus clientes na Argentina. Em tempo: a necessidade da Argentina serve como combustível ao lobby das grandes geradoras brasileiras para que o governo volte a flexibilizar as regras para exportação de energia.
Em junho, o Ministério de Minas Energia restringiu a venda do insumo ao exterior, por conta da proximidade do período de redução das chuvas no país. Os grandes grupos do setor elétricos classificam a medida como excesso de conservadorismo, dado o elevado nível dos reservatórios das hidrelétricas.
Mercado
Grupo árabe se torna maior acionista da Telefónica. E, por tabela, da Vivo
5/09/2023O jornal espanhol El Mundo acaba de noticiar que a STC (Saudi Telecom Company) fechou a compra de 9,9% da Telefónica, tornando-se a maior acionista individual da companhia (https://www.elmundo.es/economia/2023/09/05/64f77b2de85ece4b058b4592.html). O STC é o maior grupo de telecomunicações da Arábia Saudita e um dos principais do Oriente Médio. Talvez não seja exagero dizer que a Telefónica está deixando de ser uma empresa espanhola. Não obstante o capital pulverizado, até então o Banco BBVA era o maior acionista individual, com 4,8%.
Obs RR: O negócio tem ligação direta com o Brasil. Ainda que por via indireta, a Arábia Saudita passa a ter uma posição estratégica no mercado brasileiro de telecomunicações, por meio da Vivo, controlada pela Telefónica. Isso no momento em que o setor vive a chegada do 5G, o que aumenta significativamente a oportunidade de negócios em banda larga e áreas correlatas, como a produção e distribuição de conteúdo. Há seis anos, outro país árabe ensaiou entrar no setor de telefonia no país. A Orascom, do bilionário egípcio Naguib Sawiris, fez uma oferta para comprar a Oi, então em sua primeira recuperação judicial.
Mercado
Talvez seja hora da Centauro comprar Centauro
31/08/2023Há fortes rumores no mercado de que o Grupo SBF estaria preparando uma oferta de recompra de ações da Centauro. Seria um “circuit breaker particular”, leia-se uma tentativa de frear as seguidas quedas do papel. No ano, a rede varejista acumula uma perda de mais de 40% do seu valor de mercado. E a tendência é de que a cotação siga descendo ladeira depois que a Centauro reportou prejuízo de R$ 33,7 milhões no segundo trimestre, contra um lucro de R$ 32,1 milhões em igual período no ano passado. Em tempo: em 12 de julho, o Itaú BBA soltou um relatório elevando o preço alvo da ação de R$ 19 no fim de 2023 para R$ 22 em dezembro de 2024. A ladeira é íngreme: somente nesse intervalo, o papel caiu de R$ 13,15 para a casa dos R$ 7,30. Consultado, o Grupo SBF afirmou que “não comenta rumores de mercado”.
Política
Indigenistas vão pedir a Lula que interceda junto a Zanin
29/08/2023A cúpula do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), vinculado à CNBB, já solicitou uma reunião com o presidente Lula. O assunto é Cristiano Zanin. No entendimento da ONG, maior referência na representação da causa indígena no país, o governo passou a ter um papel fundamental no trabalho de sensibilização de Zanin em relação ao julgamento do marco temporal. Hoje mesmo, pela manhã, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, se reuniu com o ministro do STF para tratar do tema. Na semana passada, Zanin foi contrário a uma ação contra a Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, acusa de atos de violência contra indígenas da etnia Guarani Kaiowá. Entre os indigenistas, o voto acendeu um alerta. Foi interpretado como um sinal de que Zanin está inclinado a votar a favor do marco temporal, pelo qual os indígenas somente teriam direito de reivindicar terras ocupadas até a Constituição de 1988.
Governo
Paulo Caffarelli é o nome novo na disputa pela presidência da Caixa
28/08/2023Há uma nova carta para embaralhar ainda mais a disputa pela Caixa Econômica: nos últimos dias, o nome de Paulo Caffarelli circula no Palácio do Planalto como um forte candidato a assumir o comando do banco. Caffarelli, funcionário de carreira do Banco do Brasil, tem apoios dentro do PT e do MDB, partidos nos quais sempre circulou com desenvoltura. No primeiro mandato de Dilma Rousseff, ocupou a secretaria executiva do Ministério da Fazenda durante a gestão de Guido Mantega; no governo Temer, foi presidente do BB. Por sinal, línguas ferinas no PT dizem que o próprio Mantega seria o maior interessado em emplacar o ex-colaborador na Caixa Econômica, no lugar de Rita Serrano. Recentemente, o nome do Caffarelli chegou a ser cogitado em Brasília para a presidência da Vale, cargo cobiçado pelo próprio Mantega.
Finanças
BB é mais um a precificar em balanço o possível calote da Americanas
28/08/2023A demora na aprovação do plano de recuperação judicial da Americanas está empurrando o Banco do Brasil para a ponta extrema do conservadorismo. O banco deverá provisionar 100% da dívida da rede varejista – R$ 1,6 bilhão – já a partir do balanço do terceiro trimestre. Ou seja: o passivo da Americanas passará a ser grau H, o pior nível de acordo com a classificação de risco de operações de crédito adotada pelo Banco Central. Atualmente, o Banco do Brasil provisiona o equivalente a 70% da dívida da Americanas, aproximadamente R$ 1 bilhão. O BB não será a primeira instituição a considerar a hipótese de não receber um centavo da companhia de Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.
Ressalte-se que o Itaú e Bradesco já provisionou 100% dos créditos contra a companhia. Procurado pelo RR, o BB não quis comentar o assunto.
Judiciário
As cartas do TST para o Conselho Nacional de Justiça
24/08/2023No Tribunal Superior do Trabalho, o ministro Guilherme Caputo Bastos é considerado pule de dez para ser o representante da Corte no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O martelo será batido em outubro. O TST escolherá ainda outros dois indicados ao CNJ nas vagas que cabem à Justiça Trabalhista – uma destinada ao primeiro grau (juiz) e outra ao segundo grau (desembargador). A disputa nos bastidores é grande. A lista de candidato inscritos para as duas cadeiras tem 33 nomes (13 desembargadores e 20 juízes). Ressalte-se que este não é um processo de sucessão dos mais corriqueiros. Ele se dá em meio a divergências dentro da Justiça do Trabalho. Um grupo de magistrados, notadamente de São Paulo, defendeu que o TST adotasse o instituto da reeleição ao CNJ, o que é permitido pelas regras do Conselho. A mudança abriria caminho para a recondução da desembargadora Jane Granzoto, do TRT-2. No entanto, os ministros do TST brecaram o lobby.
Especial
Os acionistas de referência da Americanas sumiram da “cena do crime”
16/08/2023Nem parece que a Americanas tem dono. Gradativamente, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira têm conseguido a façanha de descolar sua imagem do escândalo contábil da rede varejista, praticamente dissipando suspeições quanto a sua responsabilidade por uma das maiores fraudes empresariais da história do país. Parafraseando Sartre, os culpados são os outros. É o que mostra um minucioso levantamento obtido pelo RR. Trata-se de uma varredura nos 75 veículos impressos e online de maior circulação e audiência do país, produzida a partir de ferramenta da Knewin, maior empresa de monitoramento de mídia na América Latina. Os dados mostram com razoável detalhamento o “fade out” dos três acionistas de referência da Americanas ao longo dos meses. Em janeiro, mês em que o escândalo veio à tona, houve 3.062 menções a Lemann, Telles e Sicupira relacionadas à companhia. Em fevereiro, o número caiu para 2.322 citações. Nesse mês, ressalte-se, há um detalhe que fez diferença e, àquela altura, causou certa distorção no noticiário: o fator Lula. Em entrevista, ao ser perguntado sobre a fraude da Americanas, o presidente da República disse que “Lemann era vendido como suprassumo do empresário bem-sucedido no Planeta Terra” e “vai acontecer com ele o que aconteceu com Eike Batista”.
As declarações de Lula, como não poderia ser diferente, impulsionaram a exposição de Jorge Paulo Lemann e consequentemente de seus sócios em fevereiro. Mas, naquele momento, os três investidores já esvaneciam no noticiário. Em março, apenas dois meses após a revelação dos crimes contábeis da Americanas, é possível verificar a primeira queda brusca das menções a Lemann, Sicupira e Telles: foram 919 registros. A partir daí, a vinculação dos três investidores às fraudes da companhia despencou. Em julho, os 75 veículos monitorados fizeram somente 92 citações a Lemann, Telles e Sicupira associadas à Americanas. Ou seja: uma média de três registros por dia ou 1,2 por publicação ao longo de 30 dias. É como se os três investidores tivessem sumido do radar. Mérito da notória estrutura de lobby e de um trabalho institucional de excelência junto às mídias. Por sinal, o talento do trio para desaparecer começa dentro de casa: no próprio site de RI da Americanas, na composição acionária, os investidores sequer são nominalmente mencionados. Lemann e cia. se escondem atrás do termo “acionistas de referência”.
Culpados?
A julgar pela exposição na mídia, os acionistas de referência da Americanas já estão absolvidos pelos delitos contábeis da companhia. É o que sugere outro indicador do levantamento obtido pelo RR. Quando a busca se deu pelos termos “Jorge Paulo Lemann” E “Marcel Telles” E “Carlos Alberto Sicupira E “culpados”, até houve um momento em que o noticiário trouxe uma percepção de responsabilização dos investidores. Em janeiro e fevereiro, houve, respectivamente, 21 e 20 citações. Logo depois, em março, esse número desabou para cinco, zerando em abril e maio. Em junho, curiosamente, é possível identificar um repique: 51 registros. Algo similar ocorreu quando a pesquisa se deu com base nas expressões “Acionistas de referência” E “culpados”, uma forma de se aferir uma eventual incidência de reportagens em que os sócios da Americanas não fossem aludidos por seus nomes. Nesse caso, foram 70 matérias em junho, o maior indicador mensal do período analisado.
No entanto, nem tudo é o que parece ser. Uma vez que os nomes dos investidores ou a expressão “acionistas de referência” assim como o termo “culpado” estavam no mesmo texto, as matérias foram automaticamente capturadas na busca. Porém, ao se analisar o conteúdo, verifica-se que, não obstante as citações a Lemann, Sicupira e Telles, a expressão “culpado” não aponta na direção do trio. Ela está predominantemente associada a um contexto de responsabilização de ex-executivos da companhia e da dupla PwC e KPMG – as duas prestaram serviços de auditoria à companhia no período das fraudes.
O que chama a atenção neste caso não são as menções a ex-dirigentes ou às duas empresas de auditoria, todas mais do que justificáveis, mas, sim, a considerável assimetria no número de referências em relação à exposição dos acionistas da Americanas. Entre maio e junho, houve um salto nas citações à PwC (de 141 para 1.271) e à KPMG (de 134 para 990). O mesmo se aplica, em proporção ainda maior, ao ex-presidente da Americanas, Miguel Gutierrez. Em maio, os 75 veículos que serviram de base para o levantamento fizeram 79 referências ao executivo. Um mês depois esse número cresceu 16 vezes, chegando a 1.307 registros. Esse aumento pode ser explicado pela convocação de Gutierrez pela CPI que apura a fraude contábil da Americanas – o executivo acabou apresentando um atestado para não prestar depoimento. No mesmo mês de junho, para efeito de comparação, houve 560 menções a Lemann, Sicupira e Telles vinculadas à Americanas, bem abaixo, portanto, do total de citações a KPMG, PwC e Miguel Gutierrez. Mais uma vez, a leitura é que a máquina de persuasão da Americanas entrou em campo, com um intensivo trabalho de “criminalização” de outros atores. O levantamento, ressalte-se, não joga luz apenas sobre o trabalho de comunicação de Lemann e cia. Muito provavelmente aponta para onde a estratégia jurídica do trio vai caminhar. Os acionistas de referência da Americanas já definiram os “culpados”.
Mercado
Nem só de denúncias contra Bolsonaro vive o BB Americas
14/08/2023O Banco do Brasil está fazendo uma reestruturação no BB Americas, sediado em Miami. Os planos incluem a criação de novas diretorias e a abertura de um braço de operações digitais. Outro projeto sobre a mesa é a abertura de escritórios em outras regiões, a começar por Nova York e pela California. Em tempo: a repaginação do BB Americas ocorre justamente no momento em que o braço do Banco do Brasil é tragado pelo noticiário sobre as investigações contra Jair Bolsonaro. Foi lá que Bolsonaro abriu conta ao deixar o governo e por onde passaram movimentações suspeitas. Em todo esse enredo, ressalte-se, há ainda uma incrível coincidência. Conforme já informado pelo Banco do Brasil, o ex-diretor de Marketing e Comunicação da instituição, Delano Valentim, vai assumir presidência do BB Americanas. Em 2019, Valentim renunciou ao comando da área de marketing após pressão direta do então presidente Jair Bolsonaro, que implicou como um anúncio publicitário do BB que falava de diversidade. São as voltas que o mundo dá.
Governo
Rui Costa detona um lobby nuclear por Angra 3
8/08/2023Os sinais do ministro da Casa Civil, Rui Costa, de que Angra 3 não entrará na lista final de projetos do “Novo PAC” provocaram um curto-circuito dentro do governo. O próprio ministro de Minas e Energia, Alexandre da Silveira, e conselheiros da Eletronuclear, à frente Valter Cardeal, têm feito uma pressão atômica para que a usina seja contemplada no programa de infraestrutura. Além da importância do projeto para o crescimento da matriz energética limpa no Brasil, batem na tecla de que a suspensão definitiva das obras de Angra 3, paradas desde 2015, seria um enorme desperdício de dinheiro público. Pelas contas da Eletronuclear, o custo para finalizar a construção da geradora gira em torno de R$ 18 bilhões. Por sua vez, o gasto necessário para o abandono do projeto beira os R$ 14 bilhões. Levantamento da estatal mostra que 65% das obras já estão concluídas e mais de 90% dos equipamentos já foram contratados.
Governo
Jean Wyllis vira um nome tóxico no Planalto. Mas e Janja?
4/08/2023A indicação do ex-deputado Jean Wyllis para um cargo na Secretaria de Comunicação do governo (Secom) virou um problema dentro do Palácio do Planalto. O próprio ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, é contra sua nomeação para o órgão, anunciada há cerca de duas semanas e ainda não formalizada. Alexandre Padilha, ministro de Relações Institucionais e responsável pela articulação política do governo, também meteu a colher no assunto e tem trabalhado para brecar a entrada de Jean Wyllis na Secom. O problema é que a indicação do ex-Big Brother partiu de Janja. E, como se sabe, para Lula um pedido da primeira-dama é quase uma ordem.
A resistência de Pimenta e Padilha a Jean Wyllis é pragmática, de ordem política. Wyllis tornou-se um nome tóxico no governo após atacar publicamente Eduardo Leite pela decisão de manter as escolas cívico-militares no Rio Grande do Sul. O ex-BBB chegou a postar em uma rede social que “Gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo”. O problema para os próceres da área política, mais uma vez, é o fator Janja. Se depender da primeira-dama, mais LGBTQIA+ integrarão o governo
Agronegócio
Queda nas importações de fertilizantes acende alerta na Agricultura
3/08/2023A três meses do início do plantio da safra 2023-2024, um dado preocupante circula entre nos gabinetes do Ministério da Agricultura. Segundo levantamento feito pela Pasta, entre janeiro e junho deste ano houve uma queda de 5% no desembarque de fertilizantes em portos brasileiros na comparação com os primeiros seis meses de 2022. Esse declínio deve pressionar para cima os preços do insumo para o começo do período de plantio.
A principal razão para a queda é a guerra entre Rússia e Ucrânia. Só no primeiro trimestre do ano, a produção russa caiu 8,3%. Na Agricultura, há um receio de que a redução da oferta na Rússia, de onde vem um quarto do fertilizante consumido no Brasil, afete o agronegócio em um momento-chave. O pico das importações brasileiras ocorre justamente entre agosto e outubro. Os números do segundo semestre costumam superar com alguma folga os desembarques dos seis primeiros meses do ano. Tanto que o relatório Visão Agro, do Itaú BBA, divulgado na última segunda-feira, prevê um aumento das importações de adubo de 7% a 10% no acumulado de 2023. Ocorre que há fatores que ameaçam essa estimativa. A Rússia rompeu um acordo com a Ucrânia que permitia o escoamento de insumos agrícolas pelo Mar Negro. O governo Putin acusa a Ucrânia de não ter cumprido termos do tratado que permitiam a exportação de fertilizantes russos, o que pode pressionar ainda mais a oferta global do produto.
Empresa
BAT Brasil faz um ótimo movimento antes do “imposto do pecado”
25/07/2023A BAT Brasil deu um salto à frente. Consciente de que dessa vez dificilmente escapará de um aumento da sua carga tributária, com o propalado “Imposto do Pecado”, está em uma super campanha para transformar os cigarros eletrônicos em um substituto clean do cigarro movido a tabaco. A lógica é que, com o imposto pecaminoso, os cigarros terão de ficar mais caros e, consequentemente, o contrabando aumentará, estimulado pela expansão do diferencial de preços. O “Cigarros Eletrônicos Festival” teve início hoje, nas redes sociais, às 9:30, com diversos especialistas “isentos” falando sobre a alternativa de risco reduzido para os fumantes, como coibir o mercado ilegal, regras para fabricação, fiscalização e comunicação (todas vantajosas à BAT Brasil). O convite para o evento pode ser visto em anúncio publicado em jornais de grande circulação. Enquanto isso, lá fora, o pau come, com a comunidade médica e cientistas colocando em dúvida as tais vantagens do cigarro eletrônico. De qualquer forma, a BAT Brasil merece pelo menos um aplauso. Mais digno fazer o lobby à luz do dia do que através de articulações subterrâneas, com cheiro de nicotina de má qualidade.
Destaque
Alckmin assume a missão de criar o “novo arcabouço industrial” brasileiro
24/07/2023Enquanto Fernando Haddad se concentra nas reformas econômicas, Geraldo Alckmin está imbuído de uma missão tão ou mais relevante: a criação do que pode ser chamado de “novo arcabouço industrial” brasileiro. Não se trata apenas do soerguimento de um setor que já respondeu por 36% do PIB em meados dos anos 80 e hoje derrapa na casa dos 10% – por si só uma tarefa hercúlea. Alckmin pretende se creditar como uma espécie de “reinventor” da indústria no Brasil. A premissa é que não basta jogar dinheiro de helicóptero aleatoriamente. Há escolhas de Sofia a serem feitas, ou seja, é preciso focar em setores em que o país tenha notórias vantagens comparativas. A inovação e a transição energética serão fatores transversais. O “novo arcabouço industrial” deve perseguir três eixos: o rejuvenescimento da indústria, inserção nas cadeias globais de suprimento e descarbonização.
Os pouco mais de R$ 100 bilhões em recursos para a indústria anunciados por Geraldo Alckmin no início deste mês são apenas a primeira tranche. Vai ter mais dinheiro, ainda neste ano. Uma espécie de “Plano Safra da indústria”, expressão cunhada pelo próprio presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Entre os alvos de Alckmin estão áreas correlatas à produção agrícola, como fertilizantes, defensivos, beneficiamento de alimentos, máquinas e equipamentos. Também estão na mira segmentos como o complexo industrial de saúde e o desenvolvimento tecnológico militar. Vai ter dinheiro, sim. Mas para as empresas e setores que se adaptarem às novas exigências. Todos os projetos terão de desaguar na expansão da matriz de energia limpa e na inovação. Ou seja: será um processo quase darwiniano.
Geraldo Alckmin está seguindo a direção dos ventos que sopram nas maiores economias do planeta. Há um resgate do protagonismo do Estado na atividade econômico – um dos ditames do que o RR já chamou de “Novo Consenso de Washington”. O próprio chefe de governo à frente da maior economia do mundo estimula, sanciona e avaliza uma política industrial proativa, a partir de subsídios públicos. Joe Biden vem tentando reviver a era do Estado grande a partir de uma forte concessão de subsídios para o revigoramento da indústria dos Estados Unidos. Somente para a produção de semicondutores, o governo norte-americano reservou um pacote de US$ 52 bilhões, com o objetivo de frear o avanço da China no fornecimento de chips.
O governo terá de encarar alguns dilemas para levar adiante a versão brasileira da política industrial baseada no “Estado grande”. Um deles é o que fazer com os setores intensivos em mão de obra e que perderam a viagem, como têxtil, móveis, calçados? Juntos, esses três segmentos, por exemplo, somam mais de 1,5 milhão de empregos, em sua esmagadora maioria uma força de trabalho de baixa formação. Seria necessário um descomunal esforço em capacitação para que parte dessa mão de obra pudesse migrar para setores mais competitivos da indústria, calcados na inovação. Ressalte-se que o desemprego é a consequência mais dramática da “africanização” da indústria brasileira: entre 2012 e 2022, o setor fechou mais de 758 mil postos de trabalho, segundo dados do IBGE. Outro desafio para o ministro Geraldo Alckmin é enfrentar o lobby de segmentos mais atrasados da indústria, como o automotivo. As montadoras entregam muito pouco vis-à-vis a enxurrada de incentivos que recebe.
Economia
O próximo gol de Haddad (e de Lula): a elevação da nota de crédito do Brasil
20/07/2023O ministro Fernando Haddad teve uma reunião, no finzinho da manhã de ontem, com representantes da Fitch, uma das maiores agências de rating do mundo. Segundo apurou o RR, Haddad só ouviu avaliações positivas, mas não conseguiu extrair nenhuma promessa. Apenas de que uma nova rodada de notas será divulgada antes do fim do ano. Os técnicos da agência se mostraram satisfeitos e elogiaram a demonstração do governo de que vai buscar a disciplina fiscal e simplificará o regime tributário do país. Para Haddad está dado que a Fitch reclassificará a nota do Brasil para melhor. O último movimento da Fitch em relação ao país ocorreu em junho de 2022, quando elevou a nota do crédito soberano do Brasil de negativo para estável, mas manteve o rating em BB-, citando a evolução das contas públicas.
A Standard Poor´s, outra das gigantes do setor, por sua vez também alterou sua perspectiva do rating do país de negativo para estável e reafirmou o rating do crédito soberano de longo prazo de BB- e de curto prazo em B. O ministro da Fazenda tem igualmente informações de que a S&P está de bem com o Brasil. A terceira das Big Three, a Moody’s, para não destoar, manteve a nota de crédito soberano de Ba2, e também a perspectiva de estável para o rating do país. As três empresas detêm 95% do mercado de avaliação de risco dos países.
Haddad comunicou na tarde do mesmo dia a boa nova a Lula. A ideia é jogar um mini royal (sequência das cartas de rei, valete e dama no pôquer) na mesa do presidente, ou seja, a elevação das notas da Fitch, S&P e Moody’s. Seria um sinal inconteste de aprovação da sua própria gestão e um subsídio valioso para o discurso de fim de ano do presidente. Além de um formão afiado para que Lula descasque a oposição, em especial a bolsonarista.
Energia
Um lobby de alta voltagem no Congresso
18/07/2023As distribuidoras de energia abriram guerra contra o projeto de lei nº 373/2023, do deputado Fausto Santos Jr. (União-AM). As empresas do setor, reunidas sob a égide da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), já se mobilizam para acionar o Supremo com o objetivo de derrubar a proposta. O PL estabelece a proibição do Sistema de Medição Centralizada (SMC), tecnologia que permite o monitoramento remoto e em tempo real do consumo de luz. A alegação é de que o sistema impede o consumidor de acompanhar os seus gastos de energia. Ressalte-se que as distribuidoras já conseguiram uma primeira e importante vitória na Suprema Corte. Em março deste ano, o STF declarou a inconstitucionalidade de uma lei no Amazonas que proibia a instalação do SMC. Na esteira da decisão, a Amazonas Energia já anunciou investimentos de R$ 2 bilhões para instalar o sistema em toda a sua área de atuação. Outras distribuidoras ainda maiores vão seguir o mesmo caminho.
Destaque
BC inicia estudos para uso de reservas cambiais em concessões
17/07/2023A pedido de Fernando Haddad, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai realizar diversas simulações para encontrar o ponto ótimo de uso das reservas cambiais no fomento da economia. Serão chamados economistas do Brasil e do exterior para discutir o tema, que há mais de duas décadas vem sendo tratado de “forma irresponsável”, digamos assim. Já se falou, inclusive, em usar as reservas “jogando dinheiro de helicóptero na economia” sem ponderar que isso levaria ao crescimento da dívida pública. O atual projeto, mais precisamente, seria utilizar uma pequena parcela do lastro em moeda forte como garantia cambial para os investimentos em concessões de infraestrutura. A expectativa, ainda na base do “chutômetro”, é que o volume de recursos poderia triplicar, chegando a mais de R$ 300 bilhões – a estimativa para 2024 é que esses valores fiquem na casa de R$ 126 bilhões.
O lobby a favor da medida é forte, dentro e fora do governo. Na quinta-feira, dia 13 de julho – último dado disponibilizado pelo Banco Central -, as reservas cambiais estavam em US$ 346, 7 bilhões. Um pedacinho de 10% significaria, portanto, garantias da ordem de US$ 34,6 bilhões – o equivalente a R$ 166 bilhões. Parece pouco dinheiro frente ao montante de dólares entesourados no cofre do BC. Mas pode ser que não. Não existe na academia um modelo das “reservas ótimas”. O FMI considera que são suficientes recursos correspondentes a seis meses das importações. Mas os economistas mais sofisticados, aqui e no mundo, classificam essa “sacada” como algo desprovida de base científica. A China teria um modelo próprio, com argumentação teórica, mas muito influenciado pela atipicidade do país. As demais nações tocam o assunto ao ritmo de suas próprias orquestrações cambiais. Não têm um modelo científico.
O BC pretende se aprofundar no assunto, antes de dar um passo em falso. Uma das preocupações é o fluxo de recursos financeiros, inclusive de brasileiros com dinheiro no exterior. O investidor externo pode tirar seu capital do país em função da redução dos ganhos com a arbitragem das taxas de juros ou até mesmo por motivos sem uma fundamentação consistente, provocando o chamado efeito manada. Mas será que o uso de um tiquinho das reservas, algo na faixa de 10% ou 7%, até pouco menos, faria essa diferença toda? Qualquer afirmação é um pensar desejante. O BC nas suas gestões desde o primeiro mandato de Lula, quando o caixa de reservas começou a ficar mais cheio, repete que não há um modelo de referência que autorize o uso de um valor específico das reservas em relação ao estoque de dólares.
Sabe-se que Campos Neto não tem apreço pela ideia, até por considerar o mercado de câmbio extremamente arrítmico e sensível a especulações de toda ordem. Foi o atual presidente do BC que segurou insistentes pedidos do então ministro da Fazenda, Paulo Guedes, para meter a colher nas reservas. A discussão do uso ou não uso do lastro em moeda forte, portanto, é matusalêmica e até agora sem nenhuma conclusão. Mas com o argumento de que recursos serão para hedgear as concessões e o setor privado batendo bumbo atrás, pode ser que tenha chegado a hora de descascar um pouquinho do montante. Lula quer. E quer muito.
Economia
Banco do Brasil entra na lista de Arthur Lira
14/07/2023Além da presidência da Caixa Econômica, o PP, de Arthur Lira, quer aterrissar também na diretoria do Banco do Brasil. O partido já teria indicado o nome de Jorge Bastos para a vice-presidência de governo, hoje ocupada por José Ricardo Sasseron, funcionário de carreira do BB e ex-diretor da Previ. Ex-diretor-geral da ANTT, Bastos ocupa atualmente a presidência da Infra S/A, estatal criada a partir da fusão da Valec com a EPL. No governo Bolsonaro, ele esteve próximo do então ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI). Pragmaticamente, deslocou-se dentro do partido, aproximando-se do grupo liderado por Arthur Lira.
O apetite de Arthur Lira, como se sabe, é insaciável. O presidente da Câmara já dá como certa a conquista da presidência da Caixa, com a entrada do ex-ministro Gilberto Occhi no lugar hoje ocupado por Rita Serrano. Quer também esticar seus tentáculos no Banco do Brasil. Vai ser difícil cravar essa dupla vitória. Mesmo tratando-se de uma vice-presidência, no caso do BB, o governo entende que é dar espaço em demasia para Lira e o mando de campo em dois dos maiores bancos federais.
Política
Governadores da Amazônia pressionam Marina por Margem Equatorial
5/07/2023Os governadores que integram o consórcio da Amazônia Legal pretendem agendar uma reunião com a ministra Marina Silva. As tratativas são capitaneadas por Helder Barbalho, do Pará. Os chefes do executivo estadual querem ter mais voz nas discussões que envolvem o bioma amazônico, notadamente nas questões com impacto econômico. Eles se ressentem de maior representatividade junto ao próprio Ministério do Meio Ambiente e ao Ibama. O alvo principal é a Margem Equatorial: os governadores fazem pressão para que o órgão ambiental autorize os projetos de exploração e produção da Petrobras na região. Trata-se do lobby político de sempre. Afinal, enquanto a Petrobras não apresentar seu novo estudo aos órgãos ambientais, reforçando seus argumentos técnicos que a exploração é racional e não predatória, conforme foi considerada pelo Ibama, nada vai andar com Marina. A ministra nem está tão inflexível assim. Mas não vai deixar passar o tal “pré-sal amazônico” sem fortíssimas evidências técnicas de que a exploração de petróleo na região não vai macular sua gestão e imagem.
Justiça
A indústria do tabaco tem seu favorito para o STJ
30/06/2023Não será por falta de acesso qualificado aos principais gabinetes de Brasília que o advogado Marcio Fernandes, um dos votados na lista sêxtupla da OAB, perderá a disputa pela vaga no STJ. Fernandes foi diretor jurídico e de compliance da BAT Brasil, a antiga Souza Cruz, que, historicamente, tem uma das mais ativas e competentes estruturas de lobby empresarial do Brasil – lobby, ressalte-se, no melhor padrão americano. Para a BAT, nada mais oportuno do que ter entre os togados do STJ um nome mais sensível aos pleitos da indústria tabagista – o que, no Brasil, é o mesmo que dizer aos pleitos do próprio grupo. Além da eterna questão do contrabando, há temas iminentes de interesse do setor que poderão passar pelo Judiciário, como o aumento da tributação dos cigarros e liberação de produtos derivados da cannabis.
Finanças
Banco do Brasil amplia sua rede no exterior
29/06/2023Reviravolta no Banco do Brasil. A presidente Tarciana Medeiros não apenas engavetou a venda de subsidiárias e controladas internacionais – como o BB Américas, em Miami, ou o Patagonia, na Argentina -, como pretende ampliar a presença do BB no exterior. Entre os planos estariam a abertura da segunda agência na China e a instalação de um escritório no Oriente Médio. Há estudos também para o aumento da rede de operações na América do Sul, com a possível entrada em países como Colômbia e Peru
Destaque
Governo pretende escancarar a “caixa preta” dos incentivos fiscais
20/06/2023A equipe econômica deu um deadline para si própria: vai anunciar quem perderá seus incentivos fiscais no máximo até outubro. Antes, deverá divulgar uma “listona” dos atuais favorecidos, com o nome das empresas, seu CNPJ e o valor do “bombom” recebido do governo em 2022. Somente depois de abrir essas informações será apresentada a relação de cortes, contratos e prazos necessários, conforme companhias/setores para adequação à nova realidade fiscal. Existirão os benefícios suspensos já para 2024, cuja receita entrará no caixa no próximo exercício – o incentivo é um imposto ao contrário. Espera-se que nesse grupo esteja a maioria dos que serão alvejados. Há outro contingente de setores e empresas, em que os incentivos já estavam programados com diferimento no tempo devido às suas peculiaridades – há renúncias, por exemplo, vinculadas a investimentos cuja supressão das vantagens já previstas no budget das empresas levaria a desequilíbrio econômico e financeiro.
O governo quer evitar ao máximo a judicialização dos cortes. Decidido está é que todas as empresas ou setores escolhidos serão enquadrados em um regime tributário com menos desigualdade, zerando ou reduzindo ou incentivos, até o fim do mandato de Lula. O Ministério da Fazenda acredita que o disclosure da “iniciativa privada que come o orçamento federal pela beirada” é um movimento estratégico. Sua função é minar a resistência dos lobbies e do próprio Congresso Nacional. Constranger primeiro para cortar depois, com os critérios mais técnicos possíveis – sabe-se que a questão tem imenso componente político – é o que está fechado até agora. A ver o quanto o governo consegue colocar no bolso.
No empresariado não falta quem desacredite da firmeza dessa decisão, pelo menos em um horizonte tão curto. À exceção da gestão Sarney, todos os governos, com maior ou menor ênfase, tocaram na questão dos incentivos e subsídios, e, paralelamente, o montante das benesses somente foi aumentando. Segundo o líder de uma associação de classe que será afetada, “o Ministério da Fazenda ainda está beliscando o assunto”. Em primeiro lugar, não sabe muito bem nem o estoque nem quem efetivamente recebe os incentivos e subsídios – tal qual o Bolsa Família, há muitas fraudes e favorecimentos indevidos. É preciso apurar o grupo dos incentivados de araque. Há mais dúvidas. Em entrevista concedida em 23 de abril, Fernando Haddad afirmou que o governo estava abrindo mão de R$ 486 bilhões em perdas tributárias; em 29 de abril, esse número passou para R$ 568 bilhões; e, em 31 de maio, a informação é que as renúncias alcançariam R$ 641 bilhões. Isto significa que em 38 dias o valor variou R$ 155 bilhões. Ou seja: o Ministério da Fazenda não sabe o número exato da maior “caixa preta” das contas públicas.
A fonte do RR diz que Lula quer fazer os cortes, mas tem uma pulga atrás da orelha. Se preocupa com a politização excessiva da iniciativa, que a medida seja encarada como um “plano do nós contra eles” ou uma “cruzada contra os ricos”. Um prato cheio para a oposição mais conservadora. Há também a narrativa de que a divulgação da identidade das empresas aquinhoadas pode ser interpretada como uma invasão de privacidade, ou seja, colocadas as imensas diferenças, seria como se o governo estivesse divulgando o número da conta bancária do cidadão e o valor disponível, o que é proibido. Haddad sensibiliza o presidente com o argumento de que o governo corre um risco ao não se proteger na comunicação: ao não dar nome aos bois e aos seus respectivos CNPJs, está ameaçado de deixar a condição de mocinho para se tornar vilão, mesmo junto a parcela dos seus aliados. E não cortar os incentivos ainda inviabilizaria todo o planejamento na área fiscal, a começar pelo arcabouço. O presidente pode ter todos os defeitos, mas não lhe falta intuição. O assunto certamente será ideologizado.
Alguns cuidados já foram acertados: não serão divulgados nomes de pessoas físicas e haverá toda a discrição possível no trato da questão, após a divulgação dos CNPJs e da lista de cortes. Mas a verdade é que há muitos aspectos a serem resolvidos. Serão divulgados os CNPJs de todas as empresas que recebem incentivos fiscais? As companhias dos setores que continuarão recebendo benefícios – a exemplo da Zona Franca de Manaus e grande parte do setor agrícola – serão colocadas nesse mesmo balaio? Vale divulgar as informações das médias empresas? As pequenas serão poupadas, por motivos políticos e econômicos óbvios? Da mesma forma, empresas ou instituições ligadas a ações sociais serão incluídas na lista?
Sabe-se que o governo quer jogar para debaixo do tapete os subsídios creditícios, até porque pretende utilizar esse expediente durante todo o mandato de Lula. De uma certa forma, o incentivo caracterizaria o lado ruim do sistema e o subsídio, o bom. Se for isso, o governo já começou a desfiar seu enredo de forma equivocada. O incentivo à fabricação de carros populares foi a maior mancada de fato – declarações fora de hora e tom e bravatas foram várias – desses pouco mais de 100 dias do governo Lula.
Governo
Haddad pressiona Banco do Brasil por solução para o Pronampe
13/06/2023O RR apurou que o ministro da Economia, Fernando Haddad, cobrou diretamente da presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, uma solução para o impasse do Pronampe. Em março, o Congresso aprovou Medida Provisória do governo estendendo de 48 para 72 meses o limite para a quitação de financiamentos no âmbito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. No entanto, quase três meses depois, tudo segue como antes: os tomadores de empréstimo não conseguem alongar os prazos de pagamento. Tudo por conta da morosidade do BB, responsável pela gestão do Fundo de Garantia da Operação (FGO) – como o nome sugere um instrumento garantidor de financiamentos para pequenas e médias empresas. Até o momento, o Banco do Brasil não alterou o estatuto do FGO, condição necessária para a prorrogação dos prazos de pagamento do Pronampe.
Destaque
Como a BAT pretende reagir à mordida do Imposto Seletivo
12/06/2023Dessa vez, o medão do Fisco chegou ao topo do termômetro da BAT (British American Tobacco). Os funcionários, o elo frágil da correia, já se organizam para ver o que fazer com a inevitável demissão em massa na companhia. O ministro Fernando Haddad anunciou que o governo vai mesmo lançar o Imposto Seletivo (IS), que grava os produtos prejudiciais à saúde. No balaio do IS cabem baratas e lagartixas. Entre elas, com certeza estarão os cigarros. O RR acompanha de perto essa novela desde 2016, no governo Temer, quando surgiram os primeiros raios de uma tributação mais pesada sobre o tabaco. Posteriormente, na gestão Bolsonaro, o então ministro Paulo Guedes chegou a ensaiar a criação do “Imposto do Pecado”, que incidiria sobre cigarros, cigarros, bebidas alcoólicas e produtos com adição de açúcar. A antiga Souza Cruz conseguiu se safar de todas as investidas. Agora, ao que tudo indica, não há mais rota de escape. O Imposto Seletivo, segundo fonte do RR, levará a três movimentos reativos por parte da BAT Brasil: os dois primeiros, de curto prazo, serão intensificar o lobby – legítimo diga-se de passagem – para combate ao contrabando de cigarros pelo Paraguai (que caiu, por sinal) e sofisticar suas operações de arbitragem nas exportações e importações. Sabe-se que depois de Lula e das falecidas empreiteiras, quem tem mais carinho por Cuba é a BAT. A empresa às vezes importa mais para o Brasil, as vezes exporta, e tem uma joint venture com o governo cubano – à Brascuba Cigarrillos, em associação com a Tabacuba. A Brascuba é uma caixa preta. A empresa também produz os cigarros da mítica marca Cohiba.
O terceiro movimento, esse mais estratégico e trancado a sete chaves, é como surfar a inexorável disseminação da cultura do cânhamo – leia-se maconha. Não se trata de um pensamento simplório de que a BAT vai fazer o “lobby do baseado”, para produzir e comercializar cigarros da erva. Até pode ser em algum dia, mas não está na mira agora. O que está no foco é o canabidiol, substância extraída da maconha, cujas várias bulas possíveis indicam da cura da isquemia ao calo do pé, entre dois milhões e quinhentas enfermidades. Ironias à parte, o canabidiol tem base científica e vai invadir o mercado. A BAT é que tem a melhor estrutura já montada para plantio, escoamento e logística do insumo do novo super remédio. Pode ficar somente nesta atividade primária como também verticalizar a produção e fabricar o canabidiol, em uma empresa subsidiária ou associada com um dos laboratórios que estão surgindo com vocação de líderes no setor. Consultada pelo RR, a BAT Brasil não se pronunciou.
Ressalte-se que a BAT já tem feito investidas nessa direção em diversos países. No ano passado, por exemplo, comprou uma participação na empresa alemã Sanity Group, fabricante de produtos à base de cannabis. Em 2021, adquiriu um pedaço da Organigram, uma das líderes do setor no Canadá. É essa combinação de fatores que Aldous Huxley não teve tempo de incluir na sua obra “Admirável Mundo Novo”. Cuba, BAT, maconha, canabidiol e Brasil e uma eventual maresia entorpecedora. Seria cômico se não estivesse próximo de se transformar em real.
Agronegócio
Bancada ruralista se arma contra possível taxação de commodities agrícolas
9/06/2023O imposto disfarçado sobre a exportação de petróleo – como são chamadas as medidas que a Receita prepara para aumentar a arrecadação do comércio exterior da commodity em R$ 30 bilhões – acendeu a luz vermelha do lobby do agrobusiness – disparado o maior do Congresso. A preocupação dos ruralistas tem motivos de sobra. Não é de hoje que os elevadores da Receita sobem e descem com a proposta de tributar as exportações agrícolas e pecuárias. Não seria nada que reduzisse a competitividade dos nossos campeões. Afinal, a diferença entre o Brasil e seus concorrentes é larga. Mas um pouquinho ali e um pouquinho acolá de imposto poderiam contribuir para o ajuste fiscal com uma soma maior do que os R$ 30 bilhões carreados com as exportações de petróleo.
A medida de gravar as vendas externas da commodity tem sido vista como um potencial destampatório para a tributação do agro, que é pop, mas paga pouco imposto. O argumento do lobby é que a cadeia de valor adicionado do agrobusiness é imensa, portanto haveria um grande imposto pago, indiretamente, pelos fornecedores. Por essa lógica, o agro pode ter o lucro que for que não pagará mais imposto nunca, já que o argumento da cadeia de valor permanece para sempre. O RR tem acompanhado de perto essa discussão. No mundo inteiro há países com vocação agrícola, muito menos competitivos do que o Brasil, que contribuem com um quinhão maior que o nosso. O agro é “popíssimo”, gera divisas, faz crescer o PIB e incrementa a venda de bens de capital (tratores, colheitadeiras etc), mas é avaro como só ele quando se trata de pagar uns trocados para reduzir o buraco fiscal do país.
Negócios
Herdeiros do “Rei dos Cassinos” de Macau apostam no Brasil
1/06/2023A SJM Holdings, proprietária de 14 cassinos em Macau, fez chegar ao Ministério do Turismo o interesse em investir no Brasil. O grupo acena com a construção de um resort no Nordeste, caso o Senado aprove o projeto de lei que libera o jogo no país – já votado na Câmara. A SJM pertence aos herdeiros de Stanley Ho. Morto em 2020, o magnata nascido em Hong Kong era considerado o “rei dos cassinos” de Macau. Não é de hoje que o grupo asiático joga suas fichas pela mudança na legislação brasileira. A SJM é tida em Brasília como uma das principais mantenedoras da estrutura de lobby montada dentro do Congresso brasileiro para a liberação dos cassinos no país.
Negócios
Equatorial Energia avança mais um passo rumo à Enel Ceará
31/05/2023Corre no setor elétrico a informação de que a Equatorial Energia já teria formalizado uma proposta para comprar a Enel Ceará, a antiga Coelce. A empresa é assessorada pelo Itaú BBA. A CPFL, leia-se State Grid, também está na disputa. A italiana Enel avaliou a distribuidora cearense em aproximadamente R$ 8 bilhões. Ao RR, a Equatorial disse que “o grupo está sempre atento a oportunidades nos segmentos que atua, mas não comenta sobre possibilidades específicas de negócios ou aquisições”. A Enel, por sua vez, informou que “não comenta rumores”.
Justiça
Novo presidente do Basa teve disputa judicial contra o BB
22/05/2023Dentro da própria estrutura da Fazenda, a indicação de Luiz Claudio Moreira Lessa para comandar o Banco da Amazônia causou surpresa. Isso porque a longa passagem de Lessa como funcionário da carreira do Banco do Brasil – de 1982 a 2017 – terminou com um processo trabalhista. O executivo acionou o BB, requerendo pagamento das diferenças do FGTS quando atuou no exterior, mais precisamente na subsidiária Banco Brasil Américas Miami, devolução de valores descontados a título de Imposto de Renda sobre auxílio moradia, e férias não quitadas O Banco do Brasil foi condenado pela juíza Margarete Dantas Duque, da 9ª Vara do Trabalho de Brasília. Procurado, o Banco do Brasil não quis comentar o assunto. A Casa Civil, responsável pela checagem do currículo de nomeados para cargos no governo, disse ao RR que “a pesquisa se restringe a processos administrativos, judiciais e de contas relacionados aos indicados.” O Banco da Amazônia não retornou até o fechamento desta matéria.
Economia
Governo calibra o corte das renúncias fiscais para fazer receita “nova”
18/05/2023Finanças
Política de boa vizinhança com a Argentina chega ao BB
16/05/2023O Banco do Brasil não apenas suspendeu o processo de venda da sua participação de 80% no Banco Patagônia como pretende fortalecer sua participação na instituição financeira argentina. Um dos projetos é transformar o Patagônia em ponta de lança para o financiamento de empresas brasileiras que atuam no país vizinho. Outra ideia é que o banco preste serviços a outras províncias argentinas. O Patagônia é o agente financeiro de Río Negro, administrando as contas e a folha de pagamentos de funcionários públicos da região. Em boa parte, a guinada estratégica do BB em relação à instituição financeira deve ser creditada na conta das siderúrgicas relações entre Lula e o presidente da Argentina, Alberto Fernández.
Economia
Binônio juros e inflação deixa equipe econômica em córner
15/05/2023Foi um final de semana animado na Fazenda. Na véspera do anúncio do Boletim Focus, com a manutenção da mediana do IPCA nos mesmos 9% das últimas quatro semanas, a equipe econômica se debruçou em análises e mais análises sobre o que fazer para o PIB andar e a inflação baixar. Há um consenso perverso soprado pelo BC: taxas de juros altas reduzem a carestia, mesmo a inflação não sendo de demanda. É a política monetária de terra arrasada: quanto mais o fiscal empurra o crescimento econômico, mais resiliente se torna a inflação, e mais necessários os juros elevados. E esqueça-se o PIB. Ele cresceria depois, ao sabor das expectativas favoráveis. É a política do BC.
Há um outro consenso, pelo menos entre os próceres da Fazenda: se o PIB subir mais rapidamente e com consistência; e se o fiscal entregar o que promete, mesmo que preponderantemente pelo lado do aumento da receita; os juros poderiam entrar em rota de baixa mais acentuada. O Focus de hoje repete a projeção de 12,5% da Selic no final do ano. Continuaria sendo a maior taxa de juros reais do mundo. Para 2026, a estimativa do Boletim é de uma taxa básica de 8,75%. Em um mero exercício hipotético, a números de hoje, seria o suficiente para o Brasil permanecer no top ten mundial do ranking de juros nominais, em sétimo lugar. Hoje o país é o vice-líder, atrás apenas da Argentina, ou seja, uma vitória de Pirro.
Este cenário não se coaduna com o discurso desenvolvimentista do presidente Lula, com as chantagens do Centrão, com a ausência do empresariado na busca de soluções, com as trapalhadas do PT, com o discurso desconstrutivo da mídia, e, pelo lado da equipe econômica, com a equação que não fecha, ou seja, um ajuste fiscal pelo lado da receita sem aumento da carga tributária.
Talvez seja a hora – quem diria? – de lembrar Paulo Guedes, que, em determinado ponto do final do governo Bolsonaro, chamou o presidente para conversar com os supermercados e pedir sua colaboração para reduzir os preços dos alimentos. Guedes não fez nada além disso. As eleições não deixaram. Mas ele queria fazer, sim. A ideia era entabular uma política de acordo com os varejistas para dividir o custo de manutenção dos preços dos alimentos por determinado período de tempo. A proposta está quicando na frente da gestão Lula. Os supermercadistas entrariam com algum quinhão da medida, tendo em vista que ela geraria um aumento da demanda pelos produtos. A outra parte seria arcada pelo governo, através de algum crédito tributário diferido até o final do mandato de Lula. Seria o tempo para correção de rota das políticas fiscal e monetária.
Em outro front, talvez fosse o caso de o agrobusiness dar também sua contribuição. Mas quem vai dobrar o lobby do mais poderoso setor organizado da economia brasileira, maior até do que o financeiro? Aliás, quem vai convencer ao BC independente que a inflação não é de demanda? E quem vai dizer ao mercado que a solução temporária é uma política de preços com viés distributivista da renda? Parece que tudo empurra para decisões tortuosas, doídas, na contramão das lições que vêm do mundo. De qualquer forma, aguardemos as futuras projeções do Boletim Focus. Provavelmente serão as mesmas de hoje, com eventuais mudanças residuais.
Governo
Máculas do passado criam impasse na sucessão do Banco da Amazônia
12/05/2023A nomeação de Rolf Hackbart para a presidência do Basa (Banco da Amazônia), prevista para este mês, deu uma rateada. Pesam contra Hackbart acusações da época em que ele foi uma espécie de “Henrique Meirelles do Incra”, comandando a autarquia durante os oito anos do governo Lula – assim como Meirelles no Banco Central. As denúncias de irregularidades, investigadas pelo Ministério Público, envolvem convênios firmados à época com a Associação Nacional de Apoio à Reforma Agrária. Nos últimos dias, parlamentares da bancada governista do Amazonas contrários à indicação de Hackbart trataram de ressuscitar as denúncias, pressionando o ministro Fernando Haddad a recuar na escolha. O ex-presidente do Incra ainda é o nome do governo, mas há um lobby – com o apoio, entre outros, do senador Eduardo Braga (MDB) – pela permanência do atual presidente do Basa, Valdecir Tose.
Agronegócio
Prosperidade da agricultura pode ser o pavio para a tributação do setor
8/05/2023O jornal Valor de hoje deu a dica para uma iniciativa que está no gatilho do governo desde a gestão Bolsonaro: gravar o agrobusiness. O jornal divulga estimativas de que a renda agropecuária vai alcançar R$ 1 trilhão neste ano. É um dinheiro que sacode uma economia andando devagar. Mas são recursos que passam praticamente ao largo do Fisco. A estrutura tributária do país no que concerne ao agrobusiness é tremendamente regressiva. O setor é um dos grandes colaboradores para concentração da renda nacional. O ministro Fernando Haddad está de olho na baixa colaboração fiscal do agro, que não é pop para a Receita Federal. Um imposto ou contribuição está sendo estudado pela equipe econômica. A questão é que a resistência é grande. O lobby do agrobusiness é o maior do Congresso. Não é por outro motivo que os gigantes do setor não dão pelota para a Receita. São proporcionalmente poucos e cada vez mais ricos.
Política
Bolsonaro tem o lobista “perfeito” contra a tributação de recursos no exterior
3/05/2023Jair Bolsonaro está se preparando para entrar no lobby contra a tributação dos recursos de brasileiros no exterior. O seu ponta de lança junto ao mercado financeiro, como não poderia deixar de ser, será Paulo Guedes. Caberá ao ex-ministro da Economia fazer a cabeça de investidores contra a proposta. Bolsonaro não poderia ter um lobista melhor do que o seu velho “Posto Ipiranga”. Guedes é um expert no assunto, com o estímulo de batalhar em causa própria. O ex-ministro mantém sabidamente uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, em sociedade com a filha. Para quem não se lembra, em depoimento na Câmara dos Deputados, Guedes se recusou a divulgar os dados aos parlamentares, alegando que as aplicações já haviam sido declaradas à Receita Federal. Pois bem, Paulo Guedes não deu disclosure antes à offshore, mas terá de dar agora, caso haja alguma inconsistência nos valores.
Energia
Brasil entra no mapa de fundo verde norte-americano
27/04/2023Ao mesmo tempo em que a Casa Branca anuncia o aporte de US$ 500 milhões no Fundo Amazônia, o ValueAct Spring Fund estuda entrar no Brasil. Criado pelo gestor Jeff Ubben, o fundo norte-americano investe somente em projetos sustentáveis e empresas fortemente ligadas à temática ESG. Seu portfólio de ativos é da ordem de US$ 1 bilhão. O ValueAct Spring Fund tem como característica participar ativamente da gestão das empresas em que investe.
Empresa
BB e Caixa enxergam além das janelas da Rossi Residencial
20/04/2023A mudança de governo veio a calhar para a Rossi Residencial. Segundo o RR apurou, as novas gestões tanto do Banco do Brasil quanto da Caixa Econômica passaram a adotar uma postura mais flexível na renegociação das dívidas da incorporadora, em recuperação judicial desde o ano passado. Segundo o RR apurou, os dois bancos já se mostraram favoráveis à aprovação do plano apresentado pela companhia, que prevê deságios escalonados de até 75% sobre o passivo. Consultado, o Banco do Brasil disse que “não comenta o assunto”. A Caixa também não quis se manifestar.
O posicionamento da Caixa e do BB sinaliza um receio do governo de que um revés na recuperação judicial da empresa venha a causar abalos sísmicos no setor imobiliário como um todo. A Rossi está majoritariamente focada na classe média, segmento em que a operações de crédito imobiliário não têm, por exemplo, a rede de proteção do Minha Casa, Minha Vida – o financiamento é subsidiado pelo governo e as taxas de juros são fixas. A Caixa é o maior credor da Rossi: a dívida soma cerca de R$ 450 milhões. No caso do BB, o passivo é bem mais miúdo – em torno dos R$ 30 milhões.
Finanças
Estados Unidos “volta” ao mapa do Banco do Brasil
17/04/2023O RR apurou que o Banco do Brasil estuda abrir três escritórios nos Estados Unidos – um deles em Nova York. A ideia é prioritariamente atender brasileiros que moram em território norte-americano. Trata-se de um passo a mais na estratégia de fortalecimento da operação do BB nos EUA. O primeiro movimento nesse sentido foi a recém-anunciada fusão entre o BB Americas e o BB Miami, que funcionavam como duas unidades de negócio distintas e distantes. Curiosamente, a associação, que saiu do papel na gestão da nova presidente do BB, Tarciana Medeiros, era um projeto de seu antecessor, Fausto Ribeiro. Só que com finalidade diferente: Ribeiro queria vender a operação do banco nos Estados Unidos. Só não foi adiante porque não apareceu uma proposta satisfatória.
Negócios
Caixa Econômica entra no game do venture capital
11/04/2023O RR apurou que a diretoria da Caixa Econômica discute a criação de um fundo de venture capital. O passo seguinte seria a montagem de um ecossistema de participações em startups e fintechs. Na mira, soluções inovadoras para a área de crédito habitacional. A Caixa é, sabidamente, a maior financiadora da casa própria no Brasil, com uma carteira de empréstimos imobiliários próxima a R$ 650 bilhões. O banco busca também startups especializadas em sistemas de pagamento e soluções na área de crédito, entre outros segmentos. Seria algo similar ao que fez o Banco do Brasil, por meio do BB Ventures, lançado no ano passado. O fundo já aportou recursos em duas fintechs – a Pagaleve, startup de pagamentos, e na Bitfy, de criptomoedas. Procurada pelo RR, a Caixa não quis se manifestar sobre o assunto.
Destaque
Equipe econômica discute propostas para taxar o agronegócio
5/04/2023Fernando Haddad e os seus assessores estão quebrando a cabeça para achar uma fórmula de tributar o agronegócio. O assunto é extremamente sensível. Haddad vai meter a mão em um vespeiro. A bancada do agronegócio é composta por 210 deputados e 26 senadores. É disparado o maior lobby no Congresso. É duro isentar o agronegócio enquanto o governo passa o pires para levantar os R$ 150 bilhões necessários à equação do arcabouço fiscal. Quando se fala em fazer uma política fiscal e uma reforma tributária distributivista, a desoneração do setor torna-se até ridícula. Em 2020 a venda dos produtos do agronegócio representaram o ingresso de somente R$ 21 mil em impostos de exportação. A soma foi de R$ 16,3 mil, o equivalente a 0,000004% do total das exportações do segmento agropecuário. Não dá nem para chamar isso de imposto.
Para se ter uma ideia de como o setor do agrobusiness é agraciado, adubos e fertilizantes, milho em grão, farejo de soja, sementes, produtos veterinários, agrotóxicos e ração estão entre os itens praticamente isentos de tributação. A questão é que se o setor não for gravado de alguma forma, vai se criar um enclave fiscal, oligopolizado, com baixa capacidade de geração de emprego e tremendamente rico. Jair Bolsonaro lutou ferrenhamente para manter – e até aumentar – as isenções e subsídios do agronegócio. Lula vai ter de chutar esse paralelepípedo. É um acerto na estruturar tributária do país que está pendente há anos.
Destaque
BNDES, BB e Caixa lideram o “frentão” da pequena e média empresa
22/03/2023O governo pretende descarregar um caminhão de recursos para as pequenas e médias empresas (PMEs). A ideia é usar a trinca BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica, de forma conjunta, para aumentar consideravelmente a oferta de crédito para esse segmento. É quase como se o governo estivesse criando um banco específico para as PMEs, a partir da atuação integrada das três instituições federais. O projeto vem sendo tratado pela equipe econômica como prioridade. Um dos objetivos é possibilitar a redução do elevado endividamento dessas empresas, com a concessão de linhas especiais de crédito a custo mais baixo. Nos três últimos anos, esse universo foi duramente penalizado pela pandemia e pela disparada dos juros, que jogou a inadimplência nas alturas. Há cerca de 5,5 milhões de micro, pequenas e médias empresas envidadas, segundo o mais recente levantamento da Serasa, divulgado em outubro do ano passado. Trata-se do maior número desde o início da série histórica, em 2016.
Durante a campanha, não custa lembrar, Lula fez seguidas promessas de medidas para aliviar o endividamento das PMEs. Esse “frentão” da pequena e média empresa, capitaneado pelos bancos federais, é também uma tour de force do governo para a redução do desemprego. Os pequenos e médios negócios representam geração de postos de trabalho na veia. Esse segmento foi responsável por mais de 70% dos novos empregos com carteira assinada criados no país em 2022.
De acordo com os balanços de setembro de 2022, as pequenas e médias empresas respondem por aproximadamente 15% da carteira de crédito dos grandes bancos brasileiros. Trata-se de uma fatia desproporcional ao seu peso na economia: as PMEs têm uma participação de aproximadamente 27% do PIB. Entre os bancos públicos, há um considerável espaço de crescimento. O BNDES é aquele em que os pequenos e médios negócios aparecem com maior representatividade entre os empréstimos totais (23%). No Banco do Brasil e na Caixa, esse índice é bem menor: respectivamente de 10% e 8%. Se serve de alento, todos os três bancos estatais ampliaram o volume de crédito para pequenas e médias empresas no comparativo entre setembro de 2022 e setembro de 2021 – BNDES (7%), Caixa (10%) e BB (18%). Ainda assim, trata-se de um ritmo insuficiente para dar fôlego às PMEs.
A disposição do governo em aumentar o crédito para as pequenas e médias empresas terá razoável impacto na estratégia dos grandes bancos federais, a começar pelo BNDES. O banco, por exemplo, já estuda tomar recursos no exterior para aumentar sua capacidade de concessão de crédito, muito com foco nas PMEs. O próprio presidente da agência de fomento, Aloizio Mercadante, já defendeu publicamente que o BNDES pague menos dividendos à União, passando a ter isonomia com o Banco do Brasil. Atualmente, o banco da Avenida Chile distribui 60% dos seus lucros aos acionistas, contra 40% do BB.
Empresa
Equatorial estuda emissão de títulos para recarregar suas baterias
21/03/2023O RR tem informações de que a Equatorial Energia estuda uma captação em mercado. A principal opção sobre a mesa é uma emissão de títulos no exterior. O principal objetivo é reduzir a pressão da dívida de curto prazo sobre o caixa, potencializada pelas últimas aquisições, como a compra da concessão de saneamento do Amapá e a incorporação da distribuidora goiana Celg D, um dispêndio de R$ 1,5 bilhão. Entre setembro de 2021 e setembro de 2022, o nível de alavancagem medido pela relação entre dívida de curto prazo e Ebitda saltou de 2,1 para 3,4 vezes. E não deve parar por aí. Segundo relatório da Fitch, o balanço do último trimestre do ano passado vai apontar um múltiplo de 4,5 vezes. Isso para não falar que o grupo, ainda que indiretamente, sofrerá os efeitos do elevado endividamento da Celg D. A distribuidora carrega um passivo de curto prazo de altíssima voltagem, da ordem de R$ 6,3 bilhões, o correspondente a quase seis vezes a sua geração de caixa. Ainda assim, ressalte-se, o mercado vê a Equatorial por boas lentes, sobretudo em caso de repactuação do passivo. No mês passado, o Itaú BBA elevou o preço-alvo da ação de R$ 28,50 para R$ 37,10
Destaque
BRF vira um fardo pesado para o Marfrig
20/03/2023A decisão de vender o equivalente a R$ 4 bilhões em ativos – entre os quais, toda a divisão de pet food – é apenas a parte mais visível da reestruturação que o Marfrig planeja fazer na BRF. O corte na carne vai ser profundo. Segundo informações apuradas pelo RR, as medidas incluem o fechamento de frigoríficos no Brasil e de escritórios no exterior, a começar pela Ásia, onde a companhia mantém seis representações. Essa promete ser a parte mais “simples” da história. Difícil mesmo será o próximo passo traçado pelo Marfrig: buscar junto aos credores da BRF uma repactuação do passivo – no mercado já se cogita até mesmo a possibilidade de uma recuperação extrajudicial. O entendimento é que a alienação de ativos, por si só, não será suficiente para abater a dívida da empresa nos níveis necessários. A companhia fechou 2022 com uma dívida líquida de R$ 14,6 bilhões, ou seja, o correspondente a 3,75 vezes o Ebitda. Um ano antes, esse múltiplo era de 3,12. A área de análise da Genial Investimentos já classificou esse patamar como “pouco saudável” e “um grande sinal de alerta” para a BRF. Mais recentemente, o BofA reduziu o preço-alvo da ação da empresa muito em razão da elevada alavancagem. Marcos Molina, dono do Marfrig, e seus executivos não precisam ler relatórios de research para saber que a situação da BRF é preocupante e exige soluções mais drásticas. O RR entrou em contato com o Marfrig, mas a empresa não quis se manifestar.
Valeu a pena Marcos Molina se empenhar tanto no take over da BRF? Esse é o questionamento que vem sendo feito pelos próprios executivos do Marfrig. Na companhia, a reestruturação é vista como uma espécie de “vai ou racha”. As duas empresas de alimentos têm se mostrado peças de difícil encaixe. Um ano após se tornar o maior acionista da BRF, o Marfrig não conseguiu capturar sinergias conforme o previsto, notadamente em relação à cadeia de fornecedores. Por ora, é como misturar água e azeite. Ou melhor: carne bovina, o forte do Marfrig, com frango e suínos, os negócios mais calóricos da BRF. Para piorar, há outros fatores que têm azedado essa feijoada corporativa. Neste momento, parece haver uma conjunção dos astros no mercado global contra esse gigante da proteína idealizado por Marcos Molina. O mercado norte-americano entrou em um ciclo de baixa, que já se reflete nos números da National Beef, braço local do Marfrig. No ano passado, o Ebitda das operações da companhia na América do Norte caiu 50,6% em relação a 2021. Foi uma das principais razões para o Itaú BBA, em recente relatório, reduzir o preço-alvo da ação do Marfrig de R$ 26 para R$ 8. A BRF, por sua vez, amarga números ruins no Oriente Médio. No quarto trimestre do ano passado, o Ebitda da empresa no chamado mercado halal caiu 18% na comparação com os últimos três meses de 2021. Ou seja: um dos melhores negócios da BRF não vive seus melhores dias.
A expectativa de reversão desses números está depositada na joint venture com a Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária do Public Investment Fund (PIF), fundo soberano da Arábia Saudita. No total, a dupla acena com investimentos da ordem de US$ 500 milhões no Oriente Médio. A cifra, no entanto, não parece ser suficiente para abrir o apetite dos investidores. O elevado endividamento e os recorrentes prejuízos – R$ 3,2 bilhões em 2022 – têm feito a ação da BRF virar carne moída. Desde maio do ano passado, quando Marcos Molina assumiu uma posição de mando na empresa, o valor de mercado do frigorífico, caiu de R$ 15,1 bilhões para R$ 7,14 bilhões. Ou seja: dez meses depois, a participação de Molina na companhia vale apenas a metade.
Finanças
Itaú entra na disputa pelo Credit Suisse no Brasil
13/03/2023Agora, no final da tarde, circulou no mercado que o Itaú vai comprar a operação brasileira do Credit Suisse. O banco helvético seria o BBA da vez – uma alusão ao BBA Creditanstalt, adquirido pelos Setúbal em 2002. Pode ser. Mas lembremos que o BTG já andou estudando a mesma operação e estaria no páreo, segundo fonte bem posicionada do RR. E o Credit Suisse não dá demonstrações de que pretende deixar o país. Mas a verdade é que o banco suíço atravessa um momento difícil, no exterior. Consultado pelo RR, o Itaú não quis comentar o assunto. O Credit Suisse, por sua vez, afirmou que “não confirma a informação de que o Itaú está em negociações para comprar a operação brasileira.”
Se for sério o boato de aquisição, a hora seria essa. A investida provocaria mudanças no capital societário de um outro badalado asset: o Credit Suisse detém 25% Fundo Verde, do falante Luis Stuhlberger. Agora, segundo a newsletter Brazil Journal, a Lumina Capital Management, de Daniel Goldberg, estaria comprando um pedaço do Fundo Verde. A aquisição do Credit Suisse, portanto, faria um rolo na consolidação do setor. O RR acha que o negócio estaria mais para o BTG, pois o Itaú já tem uma operação de atacado consolidada. E também pode ser uma fofoca provinda do próprio pessoal do Itaú ou do Credit Suisse. Aguardemos o desenrolar do fio dessa meada.
Energia
O aditivado lobby dos produtores de biodiesel deu certo
9/03/2023O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) vai referendar, na reunião marcada para o próximo dia 17, o aumento do percentual obrigatório de biodiesel acrescido ao diesel. A informação é de uma fonte do próprio Ministério de Minas e Energia. O índice, atualmente de 10%, passará a ser de 15%. Ponto para os produtores de biodiesel, que, desde a reta final do governo Bolsonaro, reivindicam o aumento da mistura para escoar os elevados estoques no país.
A dúvida é se o CNPE vai aplicar o novo índice de 15% de forma gradativa ou integralmente já a partir de abril. Uma pista: a queda dos preços do biodiesel dá margem para que a segunda opção seja a escolhida sem grande impacto sobre o custo do diesel na bomba, justamente no momento em que o governo reonerou o produto. Segundo dados da ANP, nas últimas 12 semanas a cotação médio do biodiesel acumula uma queda de 17%.
Negócios
Agronegócio ganha campo na Caixa Econômica
7/03/2023A presidente da Caixa Econômica, Rita Serrano, estuda criar uma vice-presidência de Agronegócio. A nova área viria acompanhada de uma forte estratégia para ampliar ainda mais a operação do banco no crédito rural. No fim do ano passado, a Caixa chegou à marca de R$ 40 bilhões em financiamento agrícola, um salto de mais de 220% no intervalo de 12 meses. Segundo informações filtradas do próprio banco, a meta é romper a barreira dos R$ 100 bilhões em empréstimos até o fim do ano, acelerando um movimento iniciado na gestão de Pedro Guimarães. Mas sem a empáfia do ex-presidente da instituição, que costumava desafiar publicamente o Banco do Brasil e dizer que a Caixa seria líder do crédito rural – o BB, ressalte-se, tem uma carteira no segmento da ordem de R$ 300 bilhões. De quebra, além do business em si, a criação da vice-Presidência de Agronegócio teria ainda uma serventia política. A área funcionaria como um canal de interlocução com o Congresso, administrando os pleitos da bancada ruralista, o que significa administrar os pleitos dos grandes empresários do agronegócio.
Governo
Neri Geller entra na disputa por vice-presidência do BB
1/03/2023Política
Área fiscal vai dominar reunião de Haddad e assessores
13/02/2023A reunião de Fernando Haddad com todos os seus assessores na primeira hora de amanhã, antes do encontro com o presidente Lula, no Palácio do Planalto, tem por objetivo não só a mudança da meta de inflação. Haddad vai ouvir seus auxiliares sobre os argumentos prós e contra em relação ao target de 3,25%, em 2023, e 3%, em 2024. Mas quer consultá-los mesmo sobre os compromissos que o governo pode assumir na área fiscal, para anunciá-los após a reunião do CMN, na próxima quinta-feira. Haddad tem consciência de que a mudança da meta, em um primeiro momento, servirá de estilingue para que o mercado saia quebrando vidraças. As boas notícias no campo fiscal funcionariam como contrapeso a uma decisão que as instituições financeiras abominam. Até talvez porque as metas de inflação ambiciosas têm um papel implícito: manter as taxas de juros sempre um degrau acima do que o necessário. Os rentistas agradecem felizes. Se tivessem um lobby suficiente forte, faziam o BC puxar a meta para 1%.
Política
Queda de braço pelo comando da Suframa
2/02/2023Parlamentares da base aliada têm feito lobby junto a Geraldo Alckmin pela indicação de um político da região para o comando da Zona Franca de Manaus. O favorito é o ex-deputado Bosco Saraiva, que tem o apoio do senador Omar Aziz. Alckmin resiste à ideia. Quer um economista no cargo. Segundo uma fonte próxima, o vice e ministro do Desenvolvimento chegou a pensar em deslocar Uallace Moreira para a Suframa – a Superintendência da Zona Franca. Mas o economista da Universidade Federal da Bahia acabou sendo nomeado para a Secretaria de Desenvolvimento Industrial, Comércio, Serviços e Inovação da Pasta.
Política
Um nome que vai e volta à beira do cais
26/01/2023Empresas do setor portuário têm feito lobby junto ao ministro Marcio França pela indicação da advogada Jacqueline Wendpap, CEO do Instituto Praticagem, para um cargo no recém-criado Ministério dos Portos. No ano passado, o segmento tentou, sem sucesso, emplacar Jacqueline em uma diretoria da Antaq.
Política
Bancada ruralista quer permanência de vice-presidente do BB
25/01/2023Há uma articulação da bancada ruralista pela permanência de Renato Naegele na vice-presidência de Agronegócio do Banco do Brasil. Sob sua gestão, a carteira de crédito rural do BB chegou à marca de R$ 300 bilhões, com um acréscimo de R$ 100 bilhões em um período de um ano e meio. O lobby pró-Naegele tem algumas curiosidades. Um dos principais articuladores para que o executivo siga no cargo é o senador Wellington Fagundes (PL-MT), até outro dia um bolsonarista de carteirinha, que tem feito tentativas de aproximação com o governo Lula. Além disso, em certo momento da gestão Bolsonaro, a bancada ruralista chegou a ter entreveros com Naegele por dificuldades de ter alguns de seus pleitos junto ao BB atendidos. Pelo jeito, esse problema deixou de existir.
Negócios
BB fica no Banco Patagônia
20/01/2023Circula no Banco do Brasil a informação de que a nova diretoria desistiu de vender a participação da instituição no Banco Patagônia, na Argentina. O que se diz nos corredores do BB é que não se trata exatamente de uma decisão corporativa, mas, sim, uma determinação de cima para baixo, ancorada nas boas relações entre os presidentes Lula e Alberto Fernández. Em contato com o RR, o Banco do Brasil preferiu não comentar.
Política
O nome de Camilo Santana para o Banco do Nordeste
13/01/2023O ministro da Educação, Camilo Santana, está triscando na jurisdição de Fernando Haddad. O ex-governador trabalha pela nomeação da economista cearense Silvana Parente, funcionária de carreira do Banco do Nordeste, para a presidência da instituição. Depois da Caixa e do BB, seria mais um banco federal comandado por uma mulher. Que venham mais.
Política
Fávaro quer esticar seu latifúndio de poder até o BB
3/01/2023O senador Carlos Fávaro (PSD-MT), futuro ministro da Agricultura, tenta avançar mais algumas jardas na estrutura de Poder do governo Lula. Favaro quer emplacar o futuro vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, em substituição a Renato Naegele. O titular do cargo está sentado sobre uma dinheirama, leia-se a carteira de crédito rural do BB, acima dos R$ 300 bilhões.
Política
Vice do BB pode ter sobrevida no governo Lula
28/12/2022Assessores de Fernando Haddad cogitam a permanência do atual vice-presidente corporativo do Banco do Brasil, Ênio Mathias, no cargo. Mathias ganhou pontos entre os petistas durante a transição. Foi o principal interlocutor do BB junto ao próprio Haddad e também Aloizio Mercadante e Gleisi Hoffmann.
Política
Economistas do PT são candidatas ao comando do BB
14/12/2022Os nomes de duas economistas do PT entraram na pauta de especulações para a presidência do Banco do Brasil: Juliane Furno e Laura Carvalho. Ambas pesam como chumbo nas ações do banco. Talvez seja melhor fechar o capital do BB.
Economia
Política econômica: é muito comentarista para um jogo que nem começou
13/12/2022Os membros do comitê de transição da área econômica estão irritadíssimos com a miríade de reuniões, webinares, eventos realizados para que financistas, asset managers e economistas vinculados a bancos deitando falação contra a política econômica que ainda não foi sequer explicitada. A PEC da Transição é tratada como a iniciativa terminal, com a previsão de que após ela nada seja possível. Um exemplo é a declaração do CEO do Verde Asset Management, Luís Stuhlberger, em evento do Itaú BBA, organizado para linchar a política econômica que ninguém viu, ninguém sabe qual é: “Com a PEC de R$ 200 bilhões não vejo chance zero de o país ter um downgrade por uma agência de classificação de risco”. Convenhamos, chance zero é no mínimo uma desonestidade intelectual. Não ver chance zero é sacramentar uma expectativa negativa. Stuhlberger influencia a movimentação de bilhões e bilhões, mexe com a curva de juros futuros e tem algum peso na formação de expectativas. Não é uma voz qualquer para ficar fazendo proselitismo contra uma política econômica cujos fundamentos não foram anunciados. Ele tem ressonância, mas está há quilômetros de estar sozinho.
Marcos Lisboa, que está deixando a presidência do Insper, é considerado outro papagaio de mercado pelo Comitê de Transição. Tem metralhado, junto com seu parceiro Samuel Pessôa, a PEC da Transição, fazendo dela a finitude de todas as possibilidades de melhoria da inflação, juros, endividamento e melhoria da renda dos trabalhadores. Quem quer assistir ao calor das divergências de Lisboa, Pessôa e André Lara Resende, um dos integrantes do Comitê de Transição, basta procurar os debates no YouTube. O economista Marcos Mendes, também do Insper, é um outro economista que identifica brechas fiscais em todos os corredores e esquinas, vai somando o números e os apresenta como favas contadas. Ou seja: é como se o futuro governo não pudesse corrigi-las em momento algum. São oráculos que se revezam com a mesma cantilena. O fato é que todo dia são promovidos eventos por instituições financeiras, invariavelmente cobertos pela mídia, para que os mesmos atores façam suas profecias lúgubres sobre o que será que não será, o que ainda não foi. É um excesso de convicção assustador. Pode ser que estejam certos. E até provável, que em parte, apenas em parte, estejam. Mas raras vezes se viu uma ação tão agressiva de captura da política econômica.
Negócios
Contagem regressiva para troca de comando da Oi
8/12/2022Nos corredores da Oi circula a informação de que Rodrigo Abreu estaria esperando apenas o fim da recuperação judicial para deixar a presidência da empresa. Seria uma espécie de grand finale da sua gestão, após já ter cumprido outras duas missões relevantes: a venda da operação de telefonia móvel para TIM, Claro e Vivo e a negociação de oito mil torres de telefonia fixa para a Highline Brasil. E quando a Oi deixará a recuperação judicial? A direção da companhia apostava que a decisão do juiz Fernando Vianna, da 7ª Vara Empresarial do Rio, sairia ainda neste ano. No entanto, BB e Caixa, credores da operadora, têm feito pressão pela prorrogação do processo.
Política
A “via crucis” de Jonathan de Jesus até o TCU
8/12/2022Arthur Lira tem sido pressionado por aliados para recuar na indicação do deputado Jonathan de Jesus (Republicanos-RR) ao TCU, na vaga que cabe à Câmara. O lobby mais forte vem do PL, de Valdemar da Costa Neto, que trabalha pela nomeação de Soraya Santos, deputada do Rio de Janeiro. A tentativa de crucificação de Jonathan de Jesus vem ganhando força nos últimos dias. O parlamentar é citado nas investigações deflagradas pela Polícia Federal na semana passada para apurar desvios de medicamentos no Distrito Sanitário Especial Indígena em Yanomami (DSEI-Y), em Roraima. O atual administrador do DSEI-Y, Mucajaí Ramsés Almeida, foi indicado para o cargo por Jonathan e seu pai, o senador Mecias de Jesus. Os “Jesus” também haviam sido responsáveis pela nomeação de Rômulo Pinheiro, antecessor de Ramsés. Pinheiro foi exonerado do cargo em janeiro deste ano, igualmente por suspeitas de irregularidades.
Política
O mundo quer ouvir o que Lula tem a dizer
3/11/2022O prestígio internacional de Lula pode ser medido pelo frisson da mídia estrangeira. Desde a segunda-feira, o staff de comunicação do presidente eleito já contabiliza 21 pedidos de entrevista de veículos do exterior, entre os quais CNN, BBC e a revista Time.
Negócios
Vizinhos apostam no Brasil
25/10/2022Nem só de Las Vegas, Hong Kong e Macau vem o lobby pela legalização do jogo no Brasil. Representantes do grupo peruano Corporación Meier, da família Fuentealba Meier, têm feito gestões junto a parlamentares pela aprovação da abertura de cassinos no país.
Negócios
Saúde digital
24/10/2022A healthtech mexicana Sofia, de venda de planos de saúde, estuda entrar no Brasil. A empresa recebeu um aporte de US$ 25 milhões para expandir sua operação na América Latina. Entre os investidores figuram a anglo-americana Index Ventures e a Ribbit Capital, dos Estados Unidos.
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Praça de pedágio
13/10/2022O governador reeleito do Mato Grosso, Mauro Mendes, bateu à porta da Caixa Econômica e do Banco do Brasil em busca de um acordo para a renegociação das dívidas da Rota do Oeste, operadora da BR-163. Em conversa com o RR, o governo mato-grossense confirmou as tratativas com os dois bancos federais. O passivo da empresa junto ao BB e à CEF soma R$ 458 milhões. O governador Mauro Mendes aposta na proximidade com o presidente Jair Bolsonaro para fechar a repactuação das dívidas ainda neste ano. O acordo é de suma importância para o governo do estado, que está assumindo a concessão da BR-163, por meio da MTPar. Na semana passada, o TCU deu o sinal verde para a transferência da Rota da Oeste, leia-se Odebrecht Transport (OTP), ao estado pelo valor simbólico de R$ 1. No pacote, o governo herdará uma dívida de quase R$ 2 bilhões. Mendes, ressalte-se, já prometeu investimentos de aproximadamente R$ 1,2 bilhão na rodovia
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Aegea em busca de dinheiro
10/10/2022Corre no mercado que a Aegea Saneamento prepara uma substancial captação no exterior. O sarrafo subiu demais para a empresa. Com a vitória no leilão de saneamento do Ceará na semana passada, a Aegea assumiu mais R$ 6 bilhões em obras. Some-se a isso os R$ 24 bilhões que terá de desembolsar nas duas concessões da Cedae arrematadas no ano passado. Tudo isso em meio à desconfiança dos agentes financeiros em relação à operação no Ceará. Em relatório, o Itaú BBA afirmou que “os retornos serão muito baixos”. Consultada pelo RR, a Aegea informou que “estuda de modo contínuo eventuais captações e projetos que agreguem ao seu modelo de negócios”.
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A cautela consignada do BB e da Caixa
2/09/2022Há ruídos entre o Palácio do Planalto e o Banco do Brasil e a Caixa. O motivo é a demora dos dois bancos em iniciar a oferta de crédito consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil. As duas instituições ainda parecem tratar o assunto com prudência. Em contato com o RR, o BB disse que “avalia condições técnicas e negociais com base na regulamentação definida pelo governo federal.” A Caixa, por sua vez. informou que “as condições do crédito consignado, destinado aos beneficiários do Auxílio Brasil, serão divulgadas e oferecidas após a publicação de portaria do Ministério da Cidadania, com as normas complementares sobre a operação.”
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Lobby de jaleco
17/08/2022O Ministério do Trabalho já estuda remendos na Portaria 673/2022, que autorizou o INSS a fazer perícias remotas para atestar aposentadorias por invalidez. A medida causou um rebuliço na comunidade médica. O Conselho Federal de Medicina solicitou ao Ministério a volta da obrigatoriedade do exame presencial. Para além de questões de ordem técnica, há uma boa dose de espírito de corpo no pleito: a tele perícia ameaça trazer a reboque um enxugamento da rede de médicos do trabalho credenciados pelo INSS.
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Vai dar namoro?
14/07/2022Há rumores que o Nubank e o Banco do Brasil conversam sobre o futuro da BB DTVM. Se rolar o namoro, será um susto para todo o mercado.
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Cesta de três
6/07/2022Um grande banco de investimentos está buscando um fundo para comprar o NBB, a liga brasileira de basquete.
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Milho esmagado
30/06/2022O que era para ser um dos maiores investimentos do agronegócio no Mato Grosso do Sul virou caso de Justiça. O governo do estado vai acionar a chinesa BBCA. A empresa recebeu incentivos fiscais em contrapartida à construção de um complexo industrial de processamento de milho em Maracaju, investimento orçado em R$ 1 bilhão. O projeto, no entanto, virou fumaça. As obras estão praticamente paradas há seis anos.
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Nova roupagem
23/06/2022Após desistir da venda do BB Americas, o Banco do Brasil pretende dar uma guinada na operação, com foco na área de private banking e alta renda. Além disso, a controlada deixará de ser um negócio insular e será absorvida pelo próprio BB, em Miami.
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Os bons pagadores
15/06/2022Um indicador alvissareiro: o Banco do Brasil – administrador do Fundo de Garantia de Operações do Pronampe – projeta novas quedas no nível de inadimplência do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. O BB, segundo o RR apurou, já trabalha com uma estimativa para os pagamentos em atraso próxima dos 3% em agosto. Ressalte-se que, entre janeiro e abril, o índice de inadimplência do Pronampe já recuou de 5,3% para 4%.
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Cofres abertos 2
14/06/2022A entrada no capital do Banco Neon foi apenas o ponto de partida. O espanhol BBVA pretende comprar participações em outras fintechs no Brasil. A área de crédito é o alvo.
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Fundo de reconstrução de Guedes é só a ponta do iceberg
17/05/2022O fundo de reconstrução nacional para investimentos em infraestrutura, prometido ontem pelo ministro Paulo Guedes, é o primeiro movimento no tabuleiro após o encaminhamento dos estudos para a privatização da Petrobras. Guedes anunciou que o fundo será constituído das participações que a União detém em diversas companhias. Não especificou em quais. Apenas adiantou que a carteira do BNDES será vendida para geração do funding inicial.
Imagina-se que o fundo de reconstrução não será um segundo BNDESpar e também não terá o mesmo papel de banco de fomento do BNDES. O segundo movimento será a inclusão de outros ativos politicamente mais sensíveis. E o terceiro será adocicar a operação com a venda de uma fração das ações aos funcionários das estatais caso elas realmente venham a ser incluídas no fundo. A título de exemplo, algo similar ao modelo de privatização da Vale, quando o equivalente a 5,1% do capital total foi reservado para os trabalhadores da mineradora. Trata-se de uma engenharia híbrida.
As participações da BNDES-Par em empresas privadas seriam vendidas e os recursos diretamente aportados no fundo. No caso das estatais icônicas, o caminho seria outro: as ações da União nessas empresas seriam transferidas para o fundo. A privatização – seja da Petrobras, do BB ou da Caixa – poderia vir, portanto, por uma via oblíqua, com os devidos cuidados para não parecer uma desestatização lato sensu. Até porque vender uma dessas empresas na atual conjuntura seria um convite ao ingresso em um Vietnã político em plena campanha eleitoral. Curioso é pensar que, de certa forma, Guedes, neoliberal elevado à enésima potência, está adotando uma ideia de um ícone da esquerda: Ignácio Rangel.
O economista defendia a venda das estatais maduras para a criação de novas estatais ou frentes geradoras de emprego, ao invés do abatimento direto da dívida pública. Como se sabe, investimentos em infraestrutura geram uma enxurrada de postos de trabalho. Verdade seja dita, Paulo Guedes sempre defendeu a criação de um instrumento similar, mas insistia com a tese de que os imóveis da União seriam os ativos aportados no fundo. A ver se o ministro fará todos os movimentos, guardando uma quarta jogada para o xeque-mate: a adoção de uma golden share e uma pílula de veneno, se realmente o fundo vier a ser securitizado, carregar as estatais “sagradas” e tiver maiores pretensões de buscar dinheiro em mercado.
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Cesta de três
10/05/2022A XP Investimentos não avança somente nos gramados. O banco estaria em busca de um sócio internacional para o NBB, a liga brasileira de basquete.
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Passos gradativos
2/05/2022Segundo uma fonte próxima ao Banco Neon, o BBVA já teria acordado com os controladores da fintech um aumento da sua participação no capital. Hoje, os espanhóis detêm cerca de 29%.
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Será que vai?
28/04/2022A chinesa BBCA Group sinalizou a autoridades do Mato Grosso interesse em investir em armazenamento de grãos no estado. Ocorre que o track records dos asiáticos no Centro-Oeste não é dos mais animadores: o projeto de instalação de um complexo de esmagamento de milho em Maracaju (MS), no valor de R$ 1 bilhão, se arrasta há sete anos.
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Índios cobram indenização
12/04/2022Em meio ao polêmico projeto que libera a mineração em terras indígenas, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) pressiona o governo. A entidade, vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cobra que a Funai e o Ministério do Meio Ambiente assumam a recuperação de territórios demarcados atingidos pelo garimpo ilegal e pela exploração de madeira irregular. O Cimi já enviou à Funai um relatório com um minucioso mapeamento dos danos ambientais nas principais reservas indígenas do país, notadamente na Amazônia.
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Tem linha cruzada na Anatel
1/04/2022A sucessão na presidência da Anatel pode sofrer uma brusca guinada. Segundo o RR apurou, há manobras nos bastidores para que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, suspenda a sabatina de Carlos Baigorri, indicado para o cargo. A princípio, a arguição de Baigorri na Comissão de Infraestrutura da Casa está programada para a próxima terça-feira, dia 5 de abril. Trata-se de uma etapa anterior à votação do seu nome em plenário – ainda sem data marcada. Se é que Baigorri chegará lá.
Forças políticas ligadas ao próprio governo trabalham para ressuscitar a indicação de Emmanoel Campelo – conselheiro da Anatel -, que chegou a ser cotado para o cargo no fim do ano passado. De acordo com a fonte do RR, até o ex-ministro Rogério Marinho mergulhou nas articulações a favor de Campelo. Telecomunicações não é exatamente a jurisdição de Marinho. Mas o Rio Grande do Norte, sim. Assim como o ministro, Campelo é potiguar e ligado a nomes influentes do estado. Além das conexões políticas, é filho de Emmanoel Pereira, ministro do Tribunal Superior do Trabalho. Carlos Baigorri, ressalte-se, conta com o apoio das operadoras de telefonia, que fazem pressão para que a sua nomeação seja confirmada pelo Senado.
É o seu principal trunfo. Ocorre que, do lado do governo, curiosamente nem o Palácio do Planalto, responsável pela sua indicação ao cargo, nem o ministro das Comunicações, Fabio Faria, têm se empenhado muito para acelerar a sabatina. Deliberadamente ou não, essa postura um tanto quanto omissa tem estimulado o lobby pró-Emmanoel Campelo. Como se não bastasse esse enrosco político, o processo de sucessão da Anatel tem sido marcado ainda por sobressaltos inusitados, vide a entrada em cena do TCU na semana passada. No último dia 21 de março, o ministro do Tribunal de Contas Walton de Alencar Rodrigues expediu uma medida cautelar suspendendo a nomeação de Baigorri, por suposta ilegalidade técnica na indicação. Apenas poucas horas depois, Rodrigues voltou atrás.
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Tá tudo dominado
24/03/2022Valdemar da Costa Neto ganhou mais uma. Conseguiu brecar os estudos que vinham sendo feitos no governo para a possível transferência do Crediamigo para a Caixa ou o BB. O programa de microcrédito e os recursos – R$ 7,5 bilhões – seguirão integralmente no Banco do Nordeste. Onde Valdemar manda e desmanda.
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Nova roupagem
23/03/2022Dentro do Banco do Brasil, começa a ganhar força a ideia de transformar o BB Americas em um banco digital. Seria uma forma de pedalar o crescimento do negócio, seja para permanecer sob o guarda-chuva do BB, seja para finalmente deslanchar a sua venda. O BB Americas, sediado em Miami, está sobre o balcão há mais de três anos.
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Passa a boiada e passam os equinos
17/03/2022Há um lobby galopante no Congresso para que o Ibama afrouxe as rédeas na fiscalização em festas de peão, vaquejadas e eventos congêneres. Integrantes da Frente Parlamentar do Rodeio, comandada pelo deputado Capitão Augusto (PL-SP), têm feito chegar ao próprio presidente Jair Bolsonaro queixas contra os “excessos” do Instituto. Há relatos de que fiscais do Ibama têm aplicado multas em demasia em criadores de cavalos e organizadores de rodeios, por supostos maus tratos aos animais.
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Gigante dos cassinos de Macau joga suas fichas no Brasil
15/03/2022A julgar pela operação de lobby montada em Brasília, há um forte candidato a puxar os investimentos em cassinos no Brasil: a SJM Resorts, um dos “Big Six” de Macau – leia-se os seis grandes grupos autorizados pelo governo da China a operar apostas na região. Nas últimas semanas, segundo o RR apurou, representantes do conglomerado asiático têm mantido uma agenda de contatos com autoridades brasileiras. De acordo com a mesma fonte, entre os interlocutores estariam o ministro Ciro Nogueira e o “02 Eduardo Bolsonaro, dois dos principais defensores da liberação do jogo o Brasil.
A SJM já teria manifestado o interesse de instalar um resort/ cassino no Nordeste, na esteira da aprovação, pela Câmara, do projeto de lei que legaliza jogos de azar no país – falta ainda o Senado cacifar a proposta, e Bolsonaro não vetar. Em tempo: nas conversas que têm mantido em Brasília, os asiáticos acenam também com patrocínios a clubes de futebol, em uma estratégia similar à adotada por sites de apostas eletrônicas. A SJM é comandada por Daisy Ho, uma das herdeiras de Stanley Ho Hung-Sun.
Morto em 2020, aos 99 anos, Ho foi um dos maiores e mais influentes empresários do ramo de apostas na Ásia. O Brasil desponta como um oportuno mercado especialmente para os grupos de apostas de Macau, que vivem um período turbulento do ponto de vista regulatório. O governo local estuda uma série de normas para apertar a fiscalização sobre os jogos de azar. Não por acaso, as ações dos grandes conglomerados de resorts e cassinos da região têm caído seguidamente. O valor de mercado da SJM, por exemplo, despencou 40% somente nos últimos seis meses.
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Os olhos de Eike Batista ainda brilham feito ouro
14/03/2022Ao contrário do seu estilo feérico, discretamente Eike Batista tem feito lobby junto a parlamentares em favor do projeto de lei que libera a mineração em áreas indígenas. Suas pretensões passam por um velho e reluzente conhecido: ouro. O PL 191 abre uma possibilidade de retorno do empresário ao setor onde praticamente tudo começou. Eike pode ser descrito com uma paráfrase do aforismo bíblico: “Do ouro viemos e ao ouro retornaremos”.
As operações em garimpos do metal na Amazônia estão na origem do que um dia chegou a ser a oitava maior fortuna do mundo. Entre tantos outros episódios, as peripécias amazônicas de Eike lhe custaram um tiro nas costas após discutir com um garimpeiro em Alta Floresta (MT). Em Brasília, tornou-se célebre a sua história de litígio com os indígenas na região de Pitinga, no Amazonas.
Nessa área havia uma das maiores jazidas de cassiterita do mundo, pertencente a Otavio Lacombe, então dono da Paranapanema e sócio de Eike em empreitadas auríferas. Nos idos dos governos do PT, Eike Batista tentou desmontar a legislação que protege as áreas indígenas, muito provavelmente com o seu então fiel escudeiro Rodolfo Landim a tiracolo. Agora, as circunstâncias são ainda mais favoráveis. A celeridade da votação do PL 191, que tramitará na Câmara em regime de urgência, e a corrida por jazidas em reservas indígenas estão ligadas à guerra entre Rússia e Ucrânia.
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Sistema presidencialista
23/02/2022Em conversas com assessores, Jair Bolsonaro tem feito rasgados elogios ao presidente do BB, Fausto Ribeiro: “Nada acontece no banco sem que eu saiba antes”, costuma repetir Bolsonaro.
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Paulo Guedes tenta manter o último dos seus moicanos
11/02/2022O ministro da Economia, Paulo Guedes, está gastando toda sua lábia para manter seu chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos, Adolfo Sachsida, no cargo. A importância da sua presença no governo vai além da sua competência. Sachsida é o colaborador mais ligado a Guedes.
Depois do próprio ministro, é o quadro que mais se pronuncia, publicamente, sobre a política econômica, inclusive em bolas divididas com o Congresso. A permanência de Sachsida tem um caráter simbólico. Sua deserção sinalizará que Guedes está ficando inteiramente solitário. O êxodo do Ministério da Economia chama realmente a atenção.
Desde o início do governo, 12 assessores de Guedes já deixaram seus cargos, entre os quais colaboradores de primeira hora e “Chicago ´s Olds” puro-sangue, como Rubem Novaes, ex-presidente do BB, e Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobras. No entanto, a saída que mais doeu para o ministro foi a do ex-secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal.
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Banco do Brasil e Votorantim discutem seu divórcio societário
9/02/2022O RR apurou que os Ermírio de Moraes e o Banco do Brasil retomaram conversações para o IPO do BV (ex-Banco Votorantim). Segundo uma fonte do próprio BB, o banco estatal pretende aproveitar a oferta pública para reduzir substancialmente sua participação acionária, de 49,99%. Seria um primeiro movimento rumo à porta de saída. Posteriormente, de acordo com a mesma fonte, o BB colocaria o restante das ações em mercado, ou os papéis seriam recomprados pelo próprio Grupo Votorantim. Procurados pelo RR, o Banco do Brasil e o BV não quiseram se manifestar.
O fato é que o desenlace entre os Ermírio de Moraes e o BB tornou-se o caminho natural, tanto para um lado quanto para o outro. Para o BB, essa operação paralela não significa uma vantagem competitiva. Pelo contrário. Banco do Brasil e BV concorrem em diversas áreas, como, por exemplo, na concessão crédito para a compra de veículos. Não há nada que o antigo Banco Votorantim faça que o BB não possa fazer sozinho e com uma escala muito superior.
Por sua vez, os Ermírio de Moraes também têm motivos para aumentar sua participação no BV. O que antes era um patinho feio hoje se consolidou como um ativo estratégico no leque de operações do Grupo Votorantim. Mais do que isso: o banco virou um negócio bem azeitado e rentável. No ano passado, o BV teve lucro de R$ 1,5 bilhão – entre setembro e dezembro, registrou o maior ganho trimestral da sua história (R$ 421 milhões).
Nos três anos anteriores, o banco manteve um resultado médio sempre superior a R$ 1 bilhão, com um retorno sobre patrimônio também médio de 12%. Em nada lembra o BV do início da década: entre 2011 e 2013, a instituição teve um prejuízo acumulado de R$ 2,7 bilhões. Guardadas as devidas proporções, a associação entre o Banco do Brasil e o BV se assemelha ao ingresso da Caixa no Banco PanAmericano, ambas no governo Lula. Foram operações de ajuda. O BB entrou no capital do então Banco Votorantim, em 2009, em um momento em que a instituição passava por um delicado momento, no rastro da crise dos subprime. São águas passadas. Hoje, o divórcio societário é um jogo de ganha e ganha para o BB e para a Votorantim.
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Mudança de rota
26/01/2022Há uma articulação para que Jair Renan Bolsonaro dispute a eleição para a Câmara pelo Distrito Federal. Inicialmente, o clã Bolsonaro cogitou lançar o nome do “04” por Goiás. No entanto, a principal atividade de Jair Renan, o lobby da indústria de games, está concentrada em Brasília.
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Visto negado
21/01/2022A equipe econômica já trabalha para derrubar a proposta do ministro do Turismo, Gilson Machado, de reduzir a alíquota de Imposto de Renda sobre os pagamentos de agências turísticas no exterior. O lobby do setor é para cortar o gravame de 25% para 6%.
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UBS aposta suas fichas na privatização do Banco do Brasil
4/01/2022A missão é difícil, mas não impossível. É o que pensa o UBS sobre a privatização do Banco do Brasil. O lobby do banco suíço em Brasília é feito à luz do sol, quer seja no Congresso, quer seja no Ministério da Economia. Neste último, conta com um aliado declarado: o ministro Paulo Guedes, que, na aurora do governo Bolsonaro, anunciou sua intenção de que o BB fosse desestatizado e que seu futuro dono fosse o UBS.
O banco helvético já está com um pé dentro da estatal. É sócio majoritário (50,01%) do banco de investimento e de uma corretora de valores, que operará em cinco países latino-americanos – Argentina, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai -, conforme comunicado feito à CVM. Com a associação, o UBS passa a dividir com o BB a administração de grandes fortunas, além das operações no mercado de capitais.
Procurados, o UBS e o Ministério da Economia não quiseram se pronunciar. O UBS tem usado essa “cabeça de ponte” para convencer o próprio funcionalismo do BB. Os suíços têm ainda no deputado Eduardo Bolsonaro seu maior aliado no Palácio do Planalto. Eduardo meio que comanda o lobby dos helvéticos no Congresso. Mas mesmo que seu pai, Jair Bolsonaro, se torne carta fora do baralho em 2023, o UBS acredita que poderá sensibilizar Lula, caso o candidato petista seja eleito, com uma “privatização meia bomba”, ou seja, com golden share, diferença mínima no controle acionário e restrição à venda para outra empresa.
Um dos argumentos usados pelos defensores da venda da instituição é matusalênico. Com a Caixa Econômica cada vez mais ingressando em áreas que eram circunscritas ao BB, como o crédito agrícola, não faria sentido a União controlar duas instituições financeiras. A privatização do BB, portanto, seria diferente da Petrobras. A questão é tirar do imaginário brasileiro o simbolismo de um Banco do Brasil estatal. Provavelmente, nem Lula consegue.
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Privalia entra no carrinho de compras do Mercado Livre
29/12/2021O RR apurou que o Mercado Livre está em negociações para a compra da Privalia, maior outlet virtual de moda do Brasil. As cifras giram em torno de R$ 1,2 bilhão. As tratativas são conduzidas pelo Itaú BBA. O plano inicial da francesa Veepe, controladora da Privalia, era sair do negócio gradativamente. No entanto, a frustrada tentativa de IPO da companhia, em julho, precipitou a decisão de deixar o Brasil. Procurados, Mercado Livre e Privalia não quiseram se pronunciar. Com a aquisição, o faturamento anual do Mercado Livre no Brasil passaria de R$ 11 bilhões para cerca de R$ 12,5 bilhões. O ganho maior, no entanto, viria com a expansão dos negócios na área de moda, que hoje está longe de ser a principal operação da plataforma de e-commerce. O Mercado Livre quer avançar, por exemplo, sobre o território de grandes grupos de varejo com atuação híbrida – ou seja, vendas físicas e online -, casos da Renner e da Riachuelo.
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Banco do Brasil Power
16/11/2021O Banco do Brasil pretende chegar ao fim de 2024 com nove usinas solares “próprias”, construídas em parcerias com grupos do setor elétrico – segundo informação confirmada pelo próprio BB. Hoje, são sete geradoras fotovoltaicas que abastecem as próprias agências da instituição. A meta fixada pelo banco é atingir, até 2024, 90% do seu consumo de energia provenientes de fontes renováveis.
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Mais um no time
5/11/2021A aprovação do clube-empresa no Brasil tem atraído uma série de instituições financeiras para o mercado da bola. Depois do BTG e da XP Investimentos, agora é o Itaú BBA que está entrando em campo para assessorar clubes no processo de abertura de capital e na busca por investidores.
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Mudança de rota
7/10/2021O RR apurou que o Banco do Brasil estuda o IPO da BB DTVM. Seria uma inflexão em relação à venda de parte do capital para um sócio, notadamente estrangeiro, proposta sobre a mesa desde o início da gestão Jair Bolsonaro/Paulo Guedes.
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O banquete das víboras na pauliceia desvairada
21/09/2021Em outros idos, quando ainda era somente deputado, Jair Bolsonaro experimentou das delícias da cozinha de Naji Nahas. Trata-se da mais afamada culinária de São Paulo. Concorria somente com o restaurante privado da diretoria da Bovespa, na década de 80, quando Horácio Mendonça era superintendente da instituição.
Um absurdo de bom. Mário Henrique Simonsen, quando falava com o especulador, se autoconvidava para frequentar a casa dos melhores acepipes. Nem precisava, pois Nahas adorava Simonsen e vice-versa. Temer, também de origem libanesa, é freguês da cozinha de Nahas. Paulo Marinho, companheiro de lobbies, idem. Quando, então, chegava Paulo Maluf com os vinhos, o regabofe atingia o ápice. Maluf é dono da mais valiosa adega do país.
Pois bem, do jantar da semana passada vazaram as imitações, os nomes presentes e o cardápio. O que não foi dito foram as brincadeiras sobre a capacidade do ex-presidente de criar canais próprios na política. Lula seria o próximo. Temer estaria escalado para escrever do próprio punho a segunda carta ao povo brasileiro. Tudo blague. Mas nem tão esotérico assim. Como disse Nahas, enquanto Teme se deliciava com garfadas da mais fina ambrosia, só ele pilota todos os carros da política brasileira. E ao mesmo tempo. O ex-presidente ria, ria… Voltou ao topo das articulações. Será consultado por todos.
Disse que tem o condão de acalmar Bolsonaro e Lula. A vice-presidência seria hipótese remota. Temer prefere ajudar da Planície em vez do Planalto. Em determinado momento, Temer comentou que, se o presidente visse as imitações, ficaria fulo da vida. Mal sabia ele. Ainda que algumas cartas já fossem marcadas, a exemplo de Paulo Marinho, as consequências do ilustre jantar parecem ser tímidas. No final, ficou tudo barato. De certo, somente a difícil possibilidade do presidente voltar a sentar na disputada mesa de Nahas. Perdeu Jair. Ou não.
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Kepler Weber na mira da AGCO
21/09/2021Corre no mercado que a norte -americana AGCO, uma das grandes fabricantes mundiais de implementos agrícolas, está fazendo uma nova investida para a compra da Kepler Weber. Em 2017, o grupo lançou uma oferta para a aquisição das participações do BB e da Previ, à época acionistas da fabricante de silos. No entanto, a operação foi questionada pela CVM, e a AGCO acabou retirando a proposta. Hoje, qualquer tratativa para a compra da Kepler Weber passa obrigatoriamente pela Tarpon, dona de 25,8% das ações. Outros acionistas de peso são a família Heller e o BNDES, respectivamente, com 11,4% e 6,5%. Procuradas, Kepler Weber, Tarpon e AGCO não se pronunciaram.
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Fundos norte-americanos jogam suas fichas no Brasil
20/09/2021A liberação dos cassinos no Brasil voltou à pauta do governo, impulsionada pela entrada em cena de novos “apostadores”. Segundo o RR apurou, fundos internacionais com negócios no setor têm demonstrado interesse em investir no binômio hotelaria/jogo no país. É o caso do norte-americano Flamingo All Weather Fund, especializado na gestão de cassinos. Outro nome que gira na roleta é o Apollo Management, também dos Estados Unidos, que tem feito pesados investimentos nesse mercado. No momento, o Apollo está perto de fechar a compra do resort Venetian, em Las Vegas, por US$ 6 bilhões. Estes fundos, de acordo com a fonte do RR, têm se unido a grupos do setor, como o Las Vegas Sands e o Macau Legend, no lobby junto a parlamentares brasileiros pela abertura de cassinos no Brasil. No Congresso, uma das figuras mais sensíveis ao tema é o “01” Flavio Bolsonaro. No início de 2020, Flavio chegou a se reunir, nos Estados Unidos, com o fundador do Las Vegas Sands, Sheldon Adelson, que faleceu em janeiro deste ano. O assunto passa também pela Casa Civil. O ministro Ciro Nogueira chamou para si as articulações para acelerar a aprovação do jogo no Brasil. Nem poderia ser diferente. Como senador, Nogueira sempre foi um dos parlamentares mais atuantes da “bancada do jogo”. Procurada, a Casa Civil não quis se manifestar sobre o assunto. Segundo a fonte do RR, uma das ideias discutidas no Ministério é a fusão de dois projetos de lei sobre o tema que tramitam no Senado. Um deles, o PL 186/2014, é de autoria do próprio Nogueira; o outro, o PL 2648/2019, foi apresentado pelo senador Roberto Rocha (PSDB/MA). O novo projeto incorporaria pleitos dos grupos do setor. Um exemplo: o fim da vinculação obrigatória da abertura de cassinos à construção de novos hotéis do zero, como consta do PL de Rocha. A medida abriria caminho para que fundos comprassem resorts já em operação, acelerando a entrada desses investidores no Brasil.
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Uma fatura previdenciária para o BB
10/09/2021A federalização de bancos estaduais, a maioria dos fim dos anos 1990, traz ônus ao governo até hoje. A Primeira Turma do TST reconheceu a competência da Justiça do Trabalho para julgar a ação civil pública em que funcionários do Banco do Brasil egressos dos antigos Banco do Estado do Piauí, Nossa Caixa e Banco do Estado de Santa Catarina reivindicam o direito de associação retroativa aos planos da Previ. Segundo fontes do TST, seriam grandes as chances de que a Corte dê ganho de causa aos trabalhadores. Com isso, o Banco do Brasil teria de arcar com parte da contribuição previdenciária desses funcionários. O prejuízo chegaria a algumas centenas de milhões de reais. Procurado, o BB disse ter conhecimento da posição do TST “por meio de publicação oficial” e que “está recorrendo da decisão.”
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Bancada da fuligem
9/09/2021Vem aí um novo leilão de térmicas a carvão. O lobby é patrocinado pelos parlamentares de Santa Catarina.
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Será que agora vai?
2/09/2021O Banco do Brasil estaria em conversações com o UBS para a venda do controle do Banco Patagônia, na Argentina. A instituição argentina mofa sobre o balcão há pelo menos três anos. Até agora, as poucas propostas apresentadas teriam ficado abaixo do esperado pelo BB. Os suíços, ao menos, já conhecem razoavelmente o negócio. O UBS tem uma parceria comercial com o Patagônia. Procurados, Banco do Brasil e UBS não se pronunciaram.
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Chineses a caminho do Brasil
31/08/2021Segundo o RR apurou, a BBK, uma das maiores fabricantes de celulares da China, estuda sua entrada no Brasil. Os planos dos asiáticos envolveriam, inclusive, a abertura de lojas próprias, a exemplo da conterrânea Xiaomi.
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Tiro de festim
27/08/2021Com a proximidade do leilão de 5G, a Huawei teria planos de organizar uma comitiva de parlamentares brasileiros à China. Pouco provável que o lobby turístico quebre as resistências do governo Bolsonaro ao seu nome.
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O milho esmagado do BBCA Group
27/08/2021Há um conflito entre autoridades do Mato Grosso do Sul e o BBCA Group, conglomerado chinês com negócios que vão do agribusiness à indústria farmacêutica. O motivo é a promessa dos asiáticos de construir um complexo industrial de processamento de milho na cidade de Maracaju, investimento orçado em R$ 1 bilhão. Segundo o próprio secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar do estado, Jaime Verruck, em conversa com o RR, a Prefeitura de Maracaju já notificou o BBCA Group que vai retomar o terreno de 70 hectares cedido para o projeto caso as obras não sejam reiniciadas imediatamente. O investimento é cheio de idas e vindas. Nos últimos seis anos, praticamente não houve avanços nas obras. No terreno em questão, segundo Verruck, há apenas duas unidades de armazenamento arrendadas para terceiros. Procurado, o BBCA Group não se manifestou até o fechamento desta edição.
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Novos sócios a caminho
26/08/2021A fintech Onze, especializada no segmento de previdência privada, estaria conversando com dois fundos de investimento estrangeiros dispostos a entrar no seu capital. Ressalte-se que, recentemente, a empresa recebeu um aporte de R$ 50 milhões da gestora Ribbit.
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Cantando pneu
25/08/2021O “lobby dos recauchutados” bateu à porta de Ciro Nogueira. Empresas de remoldados tentam angariar o apoio do ministro da Casa Civil à proposta de uso de pneus reformados em motocicletas, triciclos e motonetas. Pouco provável que Nogueira compre essa briga com o colega Tarcísio Freitas. Desde 2004, o Denatran/Contran, vinculado à Pasta da Infraestrutura, proíbe o uso de recapados nesses veículos.
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Rota de escape
13/08/2021O Banco do Brasil pressiona pela retomada do IPO do Banco Votorantim. O BB enxerga a operação como trampolim para a venda, ao menos, de uma parcela da sua participação de 49,99% das ações ordinárias. Mas, os Emírio de Moraes dão pinta de que não têm a menor pressa para abrir o capital. Consultados, BB e Votorantim não se manifestaram.
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Ponto final
6/08/2021Não retornaram ou não comentaram o assunto: Ministério das Relações Exteriores, JSL, Tegma, Ministério da Economia, Nubank, BB, Precisa Medicamentos, XP, Carlyle, Arezzo e Armadillo.
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Combustível ao liberalismo
13/07/2021Ao menos a ANP parece estar em sintonia com o discurso liberal do ministro Paulo Guedes. Na agência, só se fala em aumentar a concorrência no mercado de combustíveis. A diretoria do órgão regulador tem se empenhado em aprovar a proposta que permite aos postos com bandeira terem ao menos duas bombas de outra fornecedora. O problema é o lobby na mão contrária das grandes distribuidoras de combustíveis. Consultada, a ANP informou “não ter posição regulatória definitiva” e que “até agosto tornará públicas suas análises sobre o assunto”.
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“Governança”
13/07/2021O presidente do BB, Fausto Ribeiro, aprendeu a lição com o tombo de seu antecessor, André Brandão. Antes de qualquer decisão, tem compartilhado todos os projetos mais sensíveis com Paulo Guedes – consequentemente, com o Palácio do Planalto.
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Uma história cada vez mais enrolada
8/07/2021A enroscada saga da Usina São Fernando – ver RR de 25 de junho – teve um novo capítulo. Funcionários da sucroalcooleira vêm fazendo gestões junto ao BNDES e ao Banco do Brasil, os dois maiores credores da empresa, na tentativa de aprovar a venda do controle à Millenium Holdings. Esta última teria se comprometido a contratar parte dos 1,2 mil trabalhadores demitidos da usina. Ocorre que a Millenium venceu o leilão judicial, mas não levou. Foi desclassificada pela Justiça, que aceitou a oferta da segunda colocada, a Energética Santa Helena – pelo que se diz nos bastidores, com o apoio do BNDES e do BB.
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Imprimatur
7/07/2021Todos os nomes dos novos vice-presidentes do BB e de presidentes de subsidiárias do banco têm passado pela peneira da Casa Civil. O governo Bolsonaro quase teve o constrangimento de nomear um aliado de Cid e Ciro Gomes, Amauri Aguiar de Vasconcelos, para o comando da BB Seguridade.
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Saída em bloco
5/07/2021Previ, Petros e Funcef reabriram conversações para a venda conjunta das suas participações na Invepar. Segundo o RR apurou, a maior pressão pelo negócio vem do fundo de pensão do BB.
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A nova fritura de Waldery Rodrigues
16/06/2021Há uma pressão dos senadores da base governista – a exemplo de Ciro Nogueira e Eduardo Girão – pela saída de Waldery Rodrigues Junior do Conselho de Administração do Banco do Brasil. Rebaixado de secretário especial da Fazenda para assessor de Paulo Guedes, Rodrigues fez desafetos no Senado durante a conturbada negociação do Orçamento. Ressalte-se que o Centrão está mandando e desmandando no BB: sancionou a nomeação de Fausto Ribeiro para a presidência do banco e emplacou Renato Naegele na vice presidência de agronegócio – indicação atribuída ao senador Wellington Fagundes (PL-MT).
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Aposta grega
8/06/2021A grega Kaizen Gaming é a mais nova integrante da pesada operação de lobby que pressiona o Ministério da Economia a regularizar as apostas eletrônicas no Brasil. O grupo pretende entrar no país, com suas diferentes plataformas de jogos. Uma delas, a Betano, já começou a gastar por conta no país: na semana passada, fechou um contrato de patrocínio com o Fluminense no valor de R$ 15 milhões.
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O lobby aditivado do etanol
4/06/2021Grandes grupos do setor sucroalcooleiro, a exemplo de Cosan, Copesucar e São Martinho, pressionam o governo a rever a recente decisão de reduzir o percentual de mistura de biodiesel ao diesel de 13% para 10%. Para isso, o setor conta com o peso do seu braço no Congresso, a Frente Parlamentar do Biodiesel, comandada pelo deputado federal Pedro Lupion (DEM-PR). Sua influência no Palácio do Planalto não deve ser desprezada. O parlamentar é filho de Abelardo Lupion, ex-deputado e ex-assessor de Onyx Lorenzoni durante a sua passagem pela Casa Civil.
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Os corpos que caem
2/06/2021Além da iminente mudança no comando da BB Seguridade, o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, deverá
estender à dança das cadeiras à Brasilprev. Ressalte-se que a atual presidente da empresa, Angela de Assis, está no cargo há apenas seis meses.
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Ponto final
2/06/2021Não retornaram ou não comentaram o assunto: Ministério da Ciência e Tecnologia, Cemig, BB, GetNet, Vinci e Cosan.
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Mais cargos no BB
28/05/2021Nos corredores do BB, circula a informação de que o presidente do banco, Fausto Ribeiro, pretende criar uma nova vice-presidência, voltada à área de crédito. Ribeiro, ressalte-se, já desmembrou a VP de governo e agronegócios em duas, abrindo uma nova vaga para um indicado do governo.
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Só resta pedir a Tupã
28/05/2021É duro ser índio no Brasil, sobretudo no Brasil de Jair Bolsonaro. O RR teve a informação de que o número de casos de disputas por terras em áreas indígenas dobrou em 2020 no comparativo com o ano anterior. Mais do que isso: cerca de 70% dos confrontos com mortes registrados em áreas rurais no ano passado envolveram índios. Os indicadores serão divulgados pela Comissão Pastora da Terra, ligada à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na próxima segunda-feira.
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Ponto final
28/05/2021Não retornaram ou não comentaram o assunto: Governo do Maranhão, Vale, Carrefour, Falabella e BB.
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“Petrobolso”, o petrolão às avessas
24/05/2021A declaração de Jair Bolsonaro de que “gente de dentro da Petrobras ganhou dinheiro” em Bolsa com a mudança no comando da empresa faz parecer que o presidente tem um arsenal de denúncias para a criação de diversas CPIs. A afirmação mereceria, no mínimo, uma investigação da CVM, uma vez que a fala de Bolsonaro coloca sob suspeição do Conselho de Administração aos vários escalões executivos da companhia. Para os observadores mais íntimos do estilo de Bolsonaro, o próximo da fila é o Banco do Brasil. Não há motivo para desacreditar que, a qualquer momento, o presidente saque do bolso alguma acusação similar referente ao banco. Na última quinta-feira, em sua live, quando falou da Petrobras, Bolsonaro voltou a mencionar o fechamento de agências do BB. No fundo, no fundo, é tudo estratégia diversionista.
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Mais adubo financeiro para o Plano Safra
21/05/2021A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, está fazendo gestões junto ao Banco do Brasil para garantir que a instituição aumente o volume de recursos para o próximo Plano Safra – no ano passado, o BB liberou R$ 103 bilhões.
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A força do etanol… e dos usineiros
20/05/2021O Ministério de Minas e Energia deverá negar o pedido da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis pela redução da mistura de etanol na gasolina. A própria área técnica da Pasta já teria se posicionado contra a medida, por entender que não há escassez de oferta de álcool, como alegam os distribuidores. Dados coletados pelo Ministério mostram que quase 80% do suprimento de etanol anidro programado para os próximos 12 meses já estão contratados pelos revendedores. Como se não bastasse toda a questão técnica, há um fator adicional: o lobby dos usineiros é mais forte do que o dos distribuidores de combustíveis.
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Uma “comissão da verdade” sob medida para Bolsonaro
5/05/2021Uma ideia delicada circula entre lideranças do PT: acusar Jair Bolsonaro por crime contra a humanidade. Em caso de vitória na eleição presidencial de 2022, o partido estuda abrir uma espécie de Comissão Nacional da Verdade para a pandemia – internamente já chamada de “Comissão da Verdade do Bolsonaro”. Como o nome sugere, o objetivo seria investigar o quanto o governo de Jair Bolsonaro contribuiu para o alastramento da doença e a escalada de mortes – até o momento, o Brasil é o segundo país com maior número de óbitos por milhão de habitantes, atrás apenas da Itália. A Comissão teria ampla participação da sociedade civil, com representantes de entidades como OAB e CNBB, entre outros.
Trata-se, no entanto, de um assunto dos mais sensíveis. Por um lado, um governo petista encontraria forte respaldo internacional para conduzir as investigações; por outro, não se sabe que impacto a medida teria sobre as Forças Armadas. Qualquer investigação sobre a gestão da pandemia no governo Bolsonaro atingiria também os generais do Palácio do Planalto e o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Para não falar dos 25 militares que ocuparam cargos na Pasta. Não é questão de fazer ou não a Comissão, mas, sim, se ela for criada, que seja com muito juízo.
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Quem atira em Gabbardo acerta Doria
29/04/2021No Palácio Bandeirantes, há uma preocupação com a possibilidade de João Gabbardo, coordenador do centro de contingência da pandemia de São Paulo, ser convocado pela CPI da Covid. O receio é que aliados de Jair Bolsonaro explorem contradições da época em que Gabbardo ocupava a secretaria executiva do Ministério da Saúde para, mesmo que por tabela, atingir politicamente o governador João Doria. No início da pandemia, Gabbardo flertou com a ideia de isolamento vertical, defendida por Bolsonaro, e foi complacente com o uso da cloroquina.
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Válvula de escape
27/04/2021Governadores do Nordeste teriam aberto conversações com a chinesa Sinopharm para a compra de um lote da vacina BBIBP-CorV. Seria uma alternativa à demora no acordo para a aquisição da Sputnik. O problema é que tanto uma quanto outra ainda não foram aprovadas pela Anvisa.
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Faxina de ativos no Banco do Brasil
15/04/2021O presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, está decidido a levar adiante duas operações que seu antecessor, André Brandão, deixou em banho-maria: as vendas da participação no Banco Patagonia e do BB Américas, em Miami. O que se diz no banco é que Ribeiro pretende selar os dois negócios até outubro. Nada que faça muita diferença: os dois ativos têm baixo valor ou relevância para o BB.
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“Operação casada”
9/04/2021Após a Caixa Econômica fechar a venda da sua participação no Banco Pan, agora é a vez do Banco do Brasil botar pressão para acelerar o IPO do Banco Votorantim. Se não será uma porta de saída em definitivo, a oferta de capital ao menos permitirá ao BB reduzir significativamente a sua fatia na instituição financeira dos Ermírio de Moraes. O Banco do Brasil estima arrecadar até R$ 2 bilhões com a venda de parte de suas ações no Votorantim.
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Primeira baixa
7/04/2021O que se diz no Banco do Brasil é que o novo presidente da instituição, Fausto Ribeiro, já procura um nome para substituir o vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores, Carlos da Costa André. Com quase 40 anos de banco, o executivo chegou ao cargo em novembro pelas mão do ex-presidente do BB, André Brandão.
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Desgosto pessoal
31/03/2021Segundo uma fonte próxima a Helio Magalhães, sua renúncia à presidência do Conselho do Banco do Brasil teria menos a ver com uma reação à interferência de Jair Bolsonaro na instituição e mais com uma decepção particular. Magalhães era um dos cotados para assumir o comando do BB com a saída de André Brandão. Tinha, inclusive, o apoio de Paulo Guedes.
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Escolhido a dedo 2
24/03/2021Uma fonte do RR que conversou com o novo presidente do BB, Fausto de Andrade Ribeiro, garante que dessa vez Jair Bolsonaro não terá problemas. No que depender do executivo, todas as decisões fulcrais passarão pelo Palácio do Planalto.
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Operação-abafa
12/03/2021Paulo Guedes tem procurado asserenar os ânimos entre os conselheiros do Banco do Brasil para evitar uma “Petrobras 2”, leia-se a renúncia de integrantes do board após as ingerências de Jair Bolsonaro na instituição.
…
André Brandão está disposto a deixar a presidência do BB antes do governo definir seu substituto. Virou uma questão de honra.
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Sai Paulo, fica Pedro
10/03/2021Paulo Guedes tirou o corpo fora e abandonou o lobby pela indicação de Eduardo Dacache, atual presidente da Caixa Seguridade, para o comando do Banco do Brasil. Pedro Guimarães, presidente da Caixa, ficou sozinho na campanha pela nomeação de Dacache.
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“Fica, Wajngarten”
9/03/2021Eduardo e Flavio Bolsonaro têm feito lobby junto a Bolsonaro pai pela manutenção de Fabio Wajngarten na chefia da Secretaria de Comunicação. Do outro lado, está o ministro Fabio Farias, principal voz a favor da saída de Wajngarten do cargo.
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“O BB é meu”
5/03/2021O recado já está com Paulo Guedes: Jair Bolsonaro quer que o novo presidente do Banco do Brasil, seja ele quem for, reavalie o plano de fechamento de 300 agências em todo o país. Qualquer corte razoável nesse número já será uma festa para Bolsonaro.
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Corrida sucessória
4/03/2021Além do presidente da Caixa Seguridade, Eduardo Dacache, outro nome corre por fora, ou melhor, por dentro para assumir a presidência do Banco do Brasil: Hélio Magalhães, ex-no 1 do Citi no Brasil e atual presidente do Conselho do BB.
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Alçapão
4/03/2021A própria Tereza Cristina desarticulou o lobby que vinha sendo feito em Brasília pela sua nomeação para o Ministério das Relações Exteriores. Aos olhos de Tereza, era coisa de quem queria vê-la longe do Ministério da Agricultura e não necessariamente no Itamaraty.
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O múltiplo Daniel Silveira
23/02/2021O notório deputado Daniel Silveira tem chamado a atenção na Câmara pela biodiversidade de interesses. De um lado, faz lobby, por exemplo, para o setor de material de construção; do outro, tenta arrancar R$ 3 milhões em emendas orçamentárias “para projetos de apoio ao esporte, educação e lazer”.
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Usina encalhada
22/02/2021Segundo o RR apurou, até o momento não apareceu qualquer comprador para a Usina São Fernando, em Dourados (MS) – o prazo dado pela Justiça do Mato Grosso do Sul para a apresentação de ofertas termina no dia 26. Má notícia para BNDES e BB, dois dos maiores credores da usina que pertenceu ao empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula e condenado pela Lava Jato.
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Fotocópia
12/02/2021Na esteira do sucesso do BBB, tanto na audiência quanto no faturamento com publicidade, o SBT faz planos de ressuscitar a Casa dos Artistas. A última edição do reality foi em 2004.
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Adeus China
22/01/2021Depois de quase ser degolado, o presidente do Banco do Brasil, Andre Brandão, parece querer agradar Jair Bolsonaro. O BB está ultimando os preparativos para fechar seu escritório em Xangai. Curiosamente, mesmo com a patrulha bolsonarista, seu antecessor, Rubem Novaes, ampliou as atividades do BB na China.
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Escolha ou falta de escolha?
20/01/2021Mantido no cargo – ao menos, por ora -, o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, pretende manter a operação do BB Americas, nos Estados Unidos. Não se sabe se é por convicção no negócio ou pela falta de comprador – o ativo está sobre o balcão há mais de um ano.
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Ponto final
20/01/2021Não retornaram ou não comentaram o assunto: BB, Archy, Queiroz Galvão, OAS e Odebrecht.
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Um xerife de olhos vendados
19/01/2021A CVM foi no mínimo omissa no caso do Banco do Brasil. Como pode haver interferência externa na decisão de fechamento de agências e cortes de pessoal já aprovada pelo Conselho de Administração? Assim como não é permitida a presença de ministros no board do BB, não cabe a ingerência do acionista controlador para criar embaraços à gestão. Se André Brandão, presidente da instituição, tivesse um pouco de juízo, pegava seu banquinho e saia de mansinho, como diria Raul Gil.
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Prestigiado
16/12/2020Rubem Novaes segue prestigiado como se ainda fosse o presidente do BB. Diversos vice-presidentes o consultam antes, inclusive, de despachar com o atual no 1, André Brandão.
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Bacará
4/12/2020Assim que a pandemia der uma trégua, parlamentares da bancada do jogo, à frente o deputado João Carlos Bacelar, vão a Macau para conhecer novos empreendimentos de Sheldon Adelson. Um dos principais donos de cassinos em Las Vegas e na Ásia, Adelson é um dos mecenas do lobby pela liberação do jogo no Brasil.
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Au revoir, Paris
1/12/2020Uma fonte do Banco do Brasil cravou com todas as letras: após desativar os escritórios de Milão e Madri, o BB vai fechar sua representação em Paris. Segundo o informante do RR, funcionários da filial já teriam sido comunicados da decisão. O motivo da medida é a baixa performance da operação. Consultado especificamente sobre o encerramento das suas atividades na capital francesa, o banco não se pronunciou. O Banco do Brasil informou que “promove, desde o início do ano, processo de reestruturação de suas unidades no exterior com o objetivo de ganhar mais eficiência para sua atuação internacional”.
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Me dá um dinheiro aí
19/11/20202021 será o ano do lobby. Com a promessa de grana curta, as empresas estão se articulando para pressionar o governo a soltar mais dinheiro. Como sempre, os maiores pedintes serão a indústria. Comenta-se que o IEDI está ressuscitando o epíteto “Classes produtoras” para juntar em um único movimento companhias de diversos segmentos. Nos idos dos anos setenta esse expediente funcionou. Perguntado sobre a iniciativa, O IEDI disse que não participa de nenhum movimento desse tipo. A ver.
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BB Digital
9/11/2020Projeto tocado pelo novo presidente do Banco do Brasil, André Brandão, e ainda guardado a sete chaves: a cisão da carteira digital do BB e a criação de um novo a banco a partir dessa costela.
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Legado Novaes
29/10/2020Rubem Novaes ainda “manda” no Banco do Brasil. A nomeação de Marcio Hamilton Ferreira para a presidência da BB Seguridade deve ser creditada na conta do ex-presidente do banco. Ferreira foi um dos executivos mais próximos de Novaes durante a sua gestão. Também por indicação do ex-presidente do BB, comandou antes a Brasilprev.
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ANPD é mais um braço do Leviatã dos dados pessoais
23/10/2020No que depender da ala militar do governo, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), autarquia criada pelo presidente Jair Bolsonaro no rastro da Lei Geral de Proteção de Dados, ficará vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A ideia é moldar a ANPD como um órgão do aparelho de Inteligência do Estado, uma espécie de istmo da Abin. Segundo fonte do RR, a proposta teria a simpatia do general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI.
A ANPD, ressalte-se, vai se juntar ao que pode ser chamado do “Grande Irmão” da identidade do brasileiro, uma fraternidade que congrega ainda o Pix, Dataprev, Serpros, entre outros. Ou seja: um Leviatã dos dados pessoais. Trata-se de um princípio de monopólio que traz a reboque efeitos colaterais preocupante. Qualquer invasão de uma base tão concentrada como essa daria acesso a uma imensidão de dados dos cidadãos brasileiros.
O Pix é um exemplo didático dos riscos envolvidos. Celebrado por proporcionar redução do custo e ampliar a velocidade das transações, o sistema de pagamentos do Banco Central já exibe algumas porosidades. Vide as acusações de que instituições financeiras, como o Nubank e o Mercado Pago, estariam cadastrando indevidamente informações pessoais de seus usuários como chaves de identificação no Pix. A título de esclarecimento, o GSI ressaltou ao RR que, “por dispositivo legal”, a ANPD não trata de dados do Estado brasileiro, “uma vez que sua competência restringe-se a dados pessoais”.
O Gabinete de Segurança Institucional nega também que o general Augusto Heleno defenda a transferência da ANPD para o âmbito do GSI. O fato é que já existe uma notória ascendência militar sobre a autarquia. Três dos nomes escolhidos para o Conselho da ANPD são egressos das Forças Armadas: o coronel reformado do Exército e atual presidente da Telebras, Oswaldo Ortunho Junior; o tenente coronel da reserva Joacil Basilio Rael e o coronel Arthur Sabbat, diretor do Departamento de Segurança da Informação do GSI. Segundo informações filtradas pelo RR do Palácio do Planalto, Sabbat teria sido indicado pelo próprio general Heleno. Consultado pelo RR, o GSI informou que o “General Heleno não indicou ninguém. O Cel Sabbat, como os demais escolhidos pelo Presidente, tem vasto currículo nessa área e é reconhecido em âmbito nacional e internacional como autoridade em segurança cibernética, em especial, segurança de dados pessoais
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Pires na mão
22/10/2020O governador Romeu Zema recorreu ao próprio presidente Jair Bolsonaro na tentativa de fechar, ainda neste ano, um empréstimo conjunto do BB e da Caixa da ordem de R$ 7 bilhões. Sobre a mesa uma proposta de securitização dos royalties que o governo mineiro tem a receber das vendas de nióbio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) até 2032. Zema tentou vender os recebíveis em mercado, mas a pandemia acabou com a operação. Zema está convicto de que Paulo Guedes, com quem vinha negociando, sentou em cima do assunto.
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Qualcomm x Huawei
21/10/2020A norte-americana Qualcomm desponta como candidata para o fornecimento da tecnologia 5G no Brasil. Vai concorrer, sobretudo, com a Huawei, que já há algum tempo tem feito forte lobby junto ao governo brasileiro. Um dos principais “cabos eleitorais” dos chineses em Brasília é Eduardo Bolsonaro.
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Aposta mais alta
20/10/2020A International Game Technology (IGT) engrossou o lobby no Congresso Nacional pela liberação dos cassinos no Brasil. Controlada pela italiana GTech, a IGT é uma das maiores fabricantes mundiais de máquinas de jogos eletrônicos. No início do mês, ressalte-se, a empresa devolveu a concessão das “raspadinhas” da Caixa após divergências com o banco. O que a IGT quer mesmo no Brasil é cassino.
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Bolsonaro pede bênção para indicar ministro do Supremo
13/10/2020Há uma corrente de fé em torno da indicação do juiz federal William Douglas dos Santos para a próxima vaga do STF, em 2021, em substituição a Marco Aurelio de Mello. Nos últimos dias, segundo fonte do Palácio do Planalto, seu nome foi fervorosamente defendido junto a Jair Bolsonaro pelo bispo Edir Macedo e pelo missionário RR Soares, líderes, respectivamente, da Igreja Universal do Reino de Deus e da Igreja Internacional da Graça de Deus. Significa dizer que o nome de Santos tem a bênção de dois dos principais pilares da base de Bolsonaro entre os evangélicos. Ambos têm crédito junto ao presidente. Exercem, inclusive, um papel estratégico de defesa permanente do “bolsonarismo” em contraste, por exemplo, com o pastor Silas Malafaia, que, desde o início do governo, mantém uma relação de tapas e beijos com Bolsonaro. William Douglas dos Santos, membro da Igreja Batista, é bem próximo de RR Soares. No ano passado, esteve junto com ele em um encontro com Bolsonaro e a chamada bancada da Bíblia, quando se discutiu a possibilidade de extinção total de tributos para as organizações religiosas. Não por coincidência, este é um dos fatores que alimentam o lobby pró-Santos entre os evangélicos. Sua presença no STF aumentaria a possibilidade da Corte analisar a isenção tributária plena para as Igrejas, tema juridicamente controverso.
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Próxima atração
9/10/2020Consumada a sociedade entre o BB-Banco de Investimentos e o UBS, a ideia fixa de Paulo Guedes passa a ser a associação da BB DTVM com um parceiro internacional.
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Huawei traz um arsenal de alto calibre
7/10/2020Informação que circula no Ministério das Comunicações: executivos da Huawei são aguardados em Brasília no mês de novembro para encontros com autoridades do governo. Em pauta, o fornecimento da tecnologia 5G no país. Em seu pesado lobby para assumir o negócio, a companhia tem prometido mundos e fundos: de financiamento do Eximbank chinês à instalação de um data center no país. Para provar o seu interesse de investir no Brasil, os asiáticos têm evocado até mesmo o número de pedidos de patente ao INPI. A Huawei foi a segunda empresa estrangeira sem filial no país com mais depósitos registrados no Instituto em 2019: 569 solicitações. À frente dela somente a norte-americana Qualcomm, com 622 pedidos.
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Forças ocultas
30/09/2020Ainda que tenha sido demitida da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Sandra Terena parece ter o corpo fechado dentro do governo. Além do lobby para que ela assuma um cargo na Secretaria de Cultura, seu nome também está cotado para uma das secretarias do Ministério da Cidadania, de Onyx Lorenzoni. Sandra é mulher do blogueiro Oswaldo Eustáquio, investigado pelo STF no inquérito das fake news. Ela é própria é citada em um dos relatórios da PF sobre o apoio do governo federal a sites acusados de disseminar informações contra o Congresso e o STF.
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Caiu no colo de Tarcisio Freitas
31/08/2020O ministro Tarcísio Freitas, está atuando diretamente junto ao TCU para equacionar um imbróglio portuário de razoável calado. Freitas tenta convencer o Tribunal de que a Marimex, operadora de cargas no Porto de Santos, não tem direito a renovar automaticamente o contrato de arrendamento de uma área de 100 mil m2, utilizada para o armazenamento de contêineres. Por ora, o placar está um a zero para a empresa: o TCU concedeu medida cautelar a favor da Marimex. O temor de Freitas é que o impasse tenha impacto sobre os leilões dos terminais S14 e S14A do Porto de Santos. Os projetos preveem a construção de uma área de manobras para trens exatamente no espaço reclamado pela Marimex. O lobby da empresa não é de marinheiro de primeira viagem. Parlamentares graúdos de São Paulo vêm tentando interceder a seu favor junto ao TCU.
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Porta de saída
26/08/2020O Banco do Brasil espera apenas a pandemia dar uma trégua para vender sua participação de 17% na Kepler Weber. Procurado, o BB informa que “avalia periodicamente seu portfólio, na premissa de estudar todas as opções disponíveis”. Para bom entendedor…
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Alforria para os aeroportos privados
11/08/2020O lobby das concessionárias privadas venceu. As novas versões do Gerenciamento de Ruído Aeronáutico (GCRA) do Plano de Zoneamento de Ruído (PZR), que define as normas para a ocupação de áreas no entorno dos terminais, valerá apenas para os aeroportos estatais. Ou seja: os investidores privados do setor, que já não são muitos, estão livres de multas e outras punições por descumprimento das regras.
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Banco do Brasil na malha fina do TCU
7/08/2020A compra de carteiras de crédito do Banco Votorantim pelo Banco do Brasil está na mira do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo informações filtradas do TCU, a Corte deverá questionar os critérios utilizados pelo BB, sócio do Votorantim, para fechar a operação, no valor de R$ 395 milhões. O negócio, ressalte-se, foi sacramentado no apagar das luzes da gestão de Rubem Novaes à frente do banco estatal. Procurado, o BB informa que não recebeu “até o momento, notificação do TCU para o assunto mencionado”.
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Mr. Rabbit
7/08/2020O ex-controlador do Multiplic Ronaldo Cezar Coelho, segundo uma antiga fonte da diretoria do banco, está comprando meia bolsa
de valores. Para isso, tem usado sete instituições financeiras, entre bancos e corretoras.
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Stakeholders
4/08/2020No rastro da pandemia e da crise nos clubes, a CBF tem feito lobby junto à Fifa pela autorização de que investidores voltem a ter participações nos direitos econômicos de jogadores. A prática está proibida desde 2014. Ao menos formalmente…
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Filme de terror
31/07/2020Multiplan, BR Malls e congêneres têm pressionado os governos do Rio e de São Paulo pela reabertura dos cinemas. As salas de exibição são um tradicional chamariz de consumidores para os shoppings – sabe-se lá em tempos de pandemia. Os empresários do setor têm ainda outro motivo para fazer lobby: sem receita, as grandes redes de cinema vêm atrasando sistematicamente o pagamento de aluguel das salas.
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O sinal de alerta que vem do STF
28/07/2020É grande a apreensão na área de marketing do Banco do Brasil, comandada por Ana Kakinoff. O pedido de demissão de Rubem Novaes no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes notificou o banco a prestar esclarecimentos sobre anúncios em sites acusados de disseminar fake news alimentou a percepção de que algo mais grave está por vir. O temor na cúpula do marketing do BB é pagar com o CPF por eventuais erros no CNPJ.
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Bíblia vs. roleta
17/07/2020A bancada evangélica tem usado a recente quebra de cassinos em Punta del Leste, a começar pelo Enjoy – o maior do Uruguai-, como argumento para barrar o projeto da liberação do jogo no Brasil. Não será suficiente para conter o lobby dentro do Congresso a favor dos cassinos.
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Vermelho 23
15/07/2020O lobby do jogo não descansa nem com o coronavírus. Empresários asiáticos estão organizando uma “visita técnica” de parlamentares brasileiros a cassinos de Macau e Hong Kong para o pós-pandemia. Nem precisa tanto. Como se sabe, a liberação do jogo conta com um apoiador de peso no governo, o ministro Paulo Guedes.
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Capital de giro que não gira
2/07/2020O Proger Urbano/Capital de Giro, programa do Banco do Brasil para pequenas e médias empresas, está devagar, quase parando, mesmo com o funding adicional de R$ 2 bilhões em recursos do FAT. Em pouco mais de duas semanas, apenas oito operações foram fechadas, totalizando R$ 508 mil. Seis outros empréstimos deverão ser formalizados nos próximos dias, somando algo como R$ 864 mil. Em tempos de pandemia e morticídio de empresas, é pouco. Talvez seja o caso de o BB rever as condições para a concessão do empréstimo: a maioria das empresas não estaria conseguindo atender as exigências fixadas.
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Rei do jogo de Macau mostra suas fichas no Brasil
15/06/2020A ala pró-cassinos do governo, encabeçada pelos ministros Paulo Guedes e Marcelo Alvaro Antonio, ganhou uma motivação adicional, que atende pelo nome de David Chow. Considerado o rei da jogatina em Macau, Chow já colocou suas fichas sobre a mesa do ministro do Turismo: seu grupo, o Macau Legend, acena com um investimento de US$ 300 milhões para a construção de um resort e de um cassino no Nordeste. Como disse Paulo Guedes na reunião ministerial de 22 de abril, “Não é projeto para “brasileirinho desprotegido, mas para o cara que “entra e deixa a grana lá que ganhou anteontem”. O Macau Legend já gasta por conta no Brasil. O grupo é um dos principais patrocinadores do aparelho de lobby pela reabertura dos cassinos. Além do corpo a corpo no Congresso feito por seus emissários, é também financiador de sites criados para defender a liberação do jogo e dar voz a parlamentares aliados da causa. Há ainda trocas de olhares com cartolas do futebol. Assim como sites de apostas, os cassinos seriam potenciais patrocinadores de grandes clubes. Com faturamento anual de US$ 2,5 bilhões, o Macau Legend controla quatro dos maiores cassinos do país asiático. Seus hotéis ostentam uma taxa média de ocupação de 94%. Nascido em Hong Kong, Chow é conhecido por manter um pé na iniciativa privada e outro na política: foi, inclusive, integrante da Assembleia Legislativa de Macau.
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O novo tiro de Eduardo Bolsonaro
8/06/2020O deputado Eduardo Bolsonaro tornou-se o embaixador da Sig Sauer no Brasil. O “03” estaria atuando com empenho para viabilizar o desembarque da indústria de armamentos de origem suíça no país. A porta de entrada seria uma joint venture com a Imbel, devidamente acompanhada por incentivos fiscais para a instalação de uma fábrica. Do ponto de vista tecnológico, a parceria talvez até faça sentido para a estatal brasileira, vinculada ao Exército.
É uma associação que carrega certas inconveniências: as duas empresas apresentam consideráveis problemas financeiros. Conforme ressaltado no próprio balanço da companhia em 2019, a Imbel vem apresentando prejuízos operacionais em sequência e depende de recursos provenientes do Orçamento federal para fechar suas contas e sobreviver. Somente no ano passado a União teve de desembolsar R$ 152,2 milhões para cobrir os custos da estatal. A Sig Sauer, por sua vez, também está longe de seus melhores dias, não obstante a tradição e a participação em mercados importantes, notadamente o norte-americano.
Na última quinta-feira, dia 4, o diretor-geral da empresa, Tim Castagne, comunicou aos funcionários o encerramento da produção na Alemanha, com o fechamento da fábrica localizada na cidade de Eckernförde. A combinação entre a pandemia e as restrições do governo alemão à venda de armas esportivas foi um tiro na femoral da empresa. Talvez seja a primeira vez que um parlamentar faça lobby pela indústria armamentista estrangeira.
Eduardo Bolsonaro nem se preocupa em esconder o affair: o namoro com a Sig Sauer é público. No YouTube há dois vídeos datados de 13 de março em que o deputado aparece no Clube de Tiro Camuflagem, de Brasília, treinando a pontaria com as pistolas P226 e P320, produzidas pela empresa. Não há ninguém mais indicado do que o “03” para abrir as portas à Sig Sauer tanto no Palácio do Planalto quanto junto às Forças Armadas.
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Capital sem giro
4/06/2020A direção do Banco do Brasil tem sido alvo de críticas dos conselheiros do Codefat. Em março, o colegiado autorizou o repasse ao banco de aproximadamente R$ 2 bilhões em recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para socorro às empresas de médio porte. O dinheiro foi destinado a engordar o orçamento do Proger Urbano Capital de Giro – programa de crédito para empresas com faturamento de até R$ 10 milhões por ano. Só que até agora o capital não girou: mais de dois meses depois, o BB ainda não disponibilizou um centavo desse dinheiro.
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Ponto final
4/06/2020Não retornaram ou não comentaram o assunto: PF, Minas e Energia, BB e ViaVarejo.
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O onipresente Gabbardo
2/06/2020João Gabbardo, ex-braço direito de Henrique Mandetta, virou praticamente uma Organização Social (OS) da área da saúde. Além de assumir a secretaria executiva do Centro de Combate ao Coronavírus da Prefeitura de São Paulo, Gabbardo tem atuado como uma espécie de consultor informal dos governos de Goiás, Pará e Rio Grande do Sul.
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Uma porta de entrada para o Wells Fargo?
26/05/2020O quarto maior banco norte-americano, o Wells Fargo, poderia estrear no Brasil caso o governo decidisse privatizar o Banco do Brasil. O rumor circulou no próprio BB, imerso em uma epidemia de boatos desde a divulgação do juízo de valor e das intenções privatistas do ministro Paulo Guedes em relação à instituição financeira. Guedes já declarou que sua preferência é o Bank of America, segundo maior no ranking dos EUA. O líder é o JP Morgan Chase, que não consta ter interesse em se tornar um banco varejista no Brasil. O Citigroup, que já teve uma operação até expressiva como banco de varejo, foi vendido para o Itaú afoito para deixar o mercado brasileiro. Difícil que voltasse.
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Reforma patrimonialista pode ser o respirador da economia no pós-coronavírus
25/05/2020Há razões e mais razões para que o governo se dedique à montagem de uma reforma patrimonialista. O lançamento de um amplo programa de desmobilização de ativos da União seria o pé de apoio para a retomada econômica no pós-pandemia. A medida seria acompanhada de soluções engenhosas. O governo poderia criar um orçamento específico para investimentos, notadamente em infraestrutura, a partir do funding obtido com concessões, privatizações e venda de imóveis.
Os recursos ficariam circunscritos ao financiamento de projetos novos. Outro ponto importante seria a modelagem do plano, que ganha ainda mais relevância no momento em que o mercado pode até estar líquido, mas com pouco apetite e uma dose maior de aversão ao risco. O êxito do programa dependeria da utilização de sofisticados instrumentos financeiros, como recebíveis e debentures com garantias públicas, combinados com a garantia de participação nos leilões de agentes indutores ligados ao próprio Estado, como BNDESPar e os fundos de pensão.
Em algum momento, a ideia de uma reforma patrimonialista já transitou pelas cabeças da equipe econômica, mas, assim como o imposto sobre transações financeiras, ficou pra trás, em alguma esquina. A pandemia e a grave crise econômica colocam o assunto mais uma vez sobre a mesa, com novas possibilidades. A medida, vinculada a investimentos e geração de empregos, abriria caminho, por exemplo, para a venda de uma grande estatal, trazendo para o game empresas cuja simples menção nesse contexto já costuma ser um anátema. Não custa relembrar que, no início do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a mencionar estudos para a privatização do Banco do Brasil. O rompante de Guedes em relação ao BB, flagrado no vídeo da polêmica reunião ministerial do dia 22 de abril, deixa claro que seus planos em relação ao banco não mudaram.
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Chave da cadeia
11/05/2020O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Gustavo Torres, está cotado para assumir o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça. Delegado da Polícia Federal, Torres tem a seu favor o lobby do governador do DF, Ibaneis Rocha, aliado de Jair Bolsonaro.
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Gripezinha F.C.
7/05/2020O presidente Jair Bolsonaro tem mantido contato direto com “bolsonaristas” da bola, como Renato Gaúcho e Felipe Mello, para fazer lobby pelo retorno imediato do futebol.
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A república das fake news fervilha
4/05/2020- Dado intrigante sob investigação da CPMI das Fake News: mais de um terço dos ataques a Sergio Moro nas redes sociais tem se concentrado de forma sistemática entre três e cinco da manhã. O mesmo se dá nas postagens contra Rodrigo Maia e a quarentena, outros “inimigos” do bolsonarismo. Outro indício de que tem robô debaixo desse angu: a CPMI verificou, em um único dia, cerca de 30 mil tweets com o mesmo erro de digitação: “bolsolnaristas”.
- Rodrigo Maia está empenhado em fortalecer à CPMI das Fake News. O presidente da Câmara vai encaminhar à Comissão, assim como à Polícia Federal, centenas de e-mails e mensagens de celular que recebeu nos últimos dias, sempre em tom ameaçador. O presidente da Câmara é um campeão dos ataques digitais. Na semana passada, em um único dia, foram registrados mais de 800 mil tweets com a hashtag #foraMaia.
- João Gabbardo, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde e ex-braço direito de Mandetta, também virou alvo das milícias digitais. Circulam pelo WhatsApp reproduções de supostas matérias, atribuídas a veículos como G1 e Veja, acusando-o de fraudes quando era secretário de Saúde no Rio Grande do Sul. Não há registro das referidas acusações e muito menos de reportagens com esse teor. Mas “se está no Zap, é verdade…”
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Fé e ciência
4/05/2020Nos próximos dias, a CNBB vai renovar a recomendação aos bispos e arcebispos pela continuidade das missas online em todo o Brasil, ao menos até o fim de maio. A medida se aplica também a estados onde já existe um relaxamento da quarentena, notadamente para fins religiosos, como é o caso de Santa Catarina. O governador Carlos Moisés autorizou a abertura de igrejas e templos, limitados a até 30% da sua capacidade.
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Três em um
29/04/2020O coronavírus infectou, de uma só vez, três operações que estavam no radar do Banco do Brasil: a venda da participação no Banco Patagonia, a negociação do BB Americas e a saída do capital do Banco Votorantim, vinculada ao seu IPO, já cancelado. São os uns R$ 4 bilhões que, por ora, viraram poeira.
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Fogo cruzado
29/04/2020O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, tenta influenciar na escolha do futuro diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Tem ao seu lado no lobby o governador do Amazonas, Wilson Lima. Ambos contestavam duramente a gestão do ex diretor do Depen, Fabio Bordignon, homem de confiança de Sergio Moro. Bordignon era questionado devido ao reduzido repasse de recursos para os sistemas prisionais e aos critérios para a concentração de líderes do crime organizado em determinados estados. O segundo problema pode até ser resolvido; já o primeiro…
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Lobby amazônico
27/04/2020Parlamentares da Amazônia, à frente o senador Eduardo Braga (MDB-AM), vão levar ao presidente Jair Bolsonaro propostas de redução de alíquota para diversos setores industriais da Zona Franca de Manaus. Vão ter de pegar senha e entrar no fim da fila.
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O “censo” da violência no campo
23/04/2020A Comissão Pastoral da Terra, órgão da CNBB, está revisando minuciosamente todos as estatísticas sobre conflitos fundiários e mortes no campo. Os dados serão encaminhados ao Ministério da Justiça. Em tempo: recentemente, o governador do Maranhão, Flavio Dino, celebrou a queda do número de assassinatos por disputas de terras no estado e foi prontamente contestado pela Comissão.
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Agricultura cobra supersafra de benefícios dos bancos públicos
14/04/2020A bancada ruralista, uma das principais bases de apoio de Jair Bolsonaro, cobra do governo medidas mais contundentes de ajuda aos produtores agrícolas. A principal reivindicação é um waiver amplo, geral e irrestrito dos bancos públicos, com a suspensão da cobrança de todos os empréstimos contraídos para a compra de sementes, defensivos e máquinas. O agronegócio classifica como tímidas as ações anunciadas até o momento, notadamente no âmbito do Banco do Brasil e da Caixa. Os dois bancos prorrogaram por 60 dias o pagamento de operações de crédito por parte dos pequenos e médios produtores rurais. No entanto, o benefício é restrito aos agricultores que estavam em dia. Os inadimplentes ficaram de fora. A Frente Parlamentar da Agropecuária e entidades representativas do setor alertam que o “apartheid” vai provocar um efeito bola de neve sobre os produtores que já enfrentavam dificuldades financeiras. O agronegócio também pressiona o governo por uma maior liberação de recursos novos pelos bancos públicos – o BB já anunciou que vai destinar R$ 25 bilhões para o setor. Os pleitos estão sobre a mesa dos ministros Tereza Cristina, sensível às reivindicações, e Paulo Guedes, nem tanto.
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Compasso de espera
31/03/2020As negociações para a venda do Banco do Brasil Americas, em Miami, travaram. A pandemia da Covid-19, associada ao fato de que a operação está longe de ser um ativo de primeira linha, jogaram os valores sobre a mesa lá para baixo. Entre os interessados que mantém conversações com o BB está a XP Investimentos – ver RR edição de 6 de fevereiro.
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Homilia
23/03/2020Na reunião entre a ministra Damares Alves e representantes de 17 congregações religiosas, na última segunda-feira, houve um momento de constrangimento. O secretário geral da CNBB, Dom Joel Amado, pediu a palavra e criticou enfaticamente a postura
de Jair Bolsonaro diante do novo coronavírus. Damares ficou em silêncio durante toda a “pregação”.
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Falando sozinho
20/03/2020Com a precoce morte de Gustavo Bebianno, Alexandre Frota chegou a ensaiar um auto-lobby para ser o candidato do PSDB à Prefeitura do Rio. Suas pretensões foram rapidamente pulverizadas por João Doria, que bateu o martelo a favor do empresário Paulo Marinho, presidente da legenda no estado.
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Coronavírus derruba pleito do MPF
17/03/2020O novo coronavírus jogou por terra o lobby que vinha sendo feito pelos procuradores federais para engordar seu contracheque. O PGR Augusto Aras brecou o pleito da categoria de gratificação por acúmulo de função. O tema estava prestes a ser encaminhado ao Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF). Para todos os efeitos, Aras jogou uma pedra sobre o assunto com a alegação de que ele não está disciplinado no Regimento Interno do MPF.
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Governo de Jair Bolsonaro vai à Igreja
10/03/2020O Itamaraty articula uma visita da ministra Damares Alves ao Papa Francisco, no Vaticano. De acordo com informações filtradas do Ministério das Relações Exteriores, o mais provável é que a audiência ocorra no mês de maio. A rigor, Damares pretende apresentar ao sumo pontífice resultados dos programas sociais da Pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, notadamente no combate à violência contra crianças e adolescentes.
No entanto, mais importante do que o tema abordado será o simbolismo do encontro. O governo Bolsonaro, visceralmente identificado com o eleitorado pentecostal, vem ensaiando uma lenta e gradual aproximação com a Igreja Católica. Damares – curiosamente, ela própria uma pastora evangélica – tem se notabilizado na conexão entre as duas pontas.
No último dia 19 de fevereiro, por exemplo, foi a primeira integrante da gestão Bolsonaro a ter uma reunião com a cúpula da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Não bastasse o fato de os evangélicos serem um dos principais grupos de apoio do presidente Bolsonaro, a relação entre o governo e a Igreja Católica tem sido marcada desde o início por ruídos. Como não poderia deixar de ser, a histórica proximidade entre setores mais progressistas do clero e o campo da esquerda, sobretudo o PT, pesa na balança. Um caso bastante emblemático foi a decisão do Palácio do Planalto, mais precisamente do Gabinete de Segurança Institucional, de monitorar o Sínodo da Amazônia, que discutiu pautas como desmatamento, a questão indígena, quilombolas etc.
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(In) segurança nacional
5/03/2020Com base na área técnica da Pasta da Ciência e Tecnologia, o ministro Marcos Pontes tem defendido dentro do governo que a infraestrutura do 5G seja dividida ao menos entre três grandes fornecedores de tecnologia. Trata-se de um vespeiro. Na mão contrária, está o poderoso lobby da Huawei, que tem como um de seus principais “embaixadores” o deputado Eduardo Bolsonaro. Os chineses buscam o monopólio da nova frequência.
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Apartheid
3/03/2020A cúpula da BB DTVM – incluindo o presidente, Carlos André – foi praticamente alijada do processo de venda da instituição. Todas as tratativas são conduzidas diretamente no Olimpo do BB, pelo presidente Rubem Novaes. O percentual do capital da DTVM que será vendido é um dos segredos guardados a sete chaves dos “reles mortais” do andar de baixo.
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Ponto final
3/03/2020Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: BB, Petrobras e Uralkali.
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O dia em que o BC tratou os bancos como inimigos
21/02/2020A divulgação pelo Banco Central de estudo sobre a estratégia “atraia e extraia”, por meio da qual os grandes bancos usam a fidelização do cliente para aumentar o spread, incomodou a gregos e troianos. Aos bancos, essencialmente, por serem acusados formalmente de vilões, que usam seu poder de mercado para encurralar os tomadores de crédito. As instituições financeiras estranharam que o BC não tivesse realizado uma reunião prévia com a banca, o que seria mais eficaz para promover uma queda do spread, caso confirmada a tese dos economistas do BC.
Historicamente a autoridade monetária trata com os bancos previamente sobre assuntos que podem afetar a imagem coletiva das instituições financeiras. Mas, dessa vez, preferiu divulgar o estudo, meio que criminalizando os bancos. Uma parte da equipe econômica, na qual se inclui especialmente o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, também desgostou da divulgação. O motivo, porém, é exatamente o inverso dos grandes bancos privados. Ao informar que BB e Caixa Econômica atraem os clientes para baixar o spread na medida em que as operações de empréstimo se sucedem, o BC proporcionou uma forte argumentação antiprivatista.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, está entre aqueles que acreditam ser possível privatizar pelo menos um dos bancos públicos. Após a divulgação do documento, a autoridade monetária correu para dizer que o pensamento dos autores não representa necessariamente a sua opinião. Mas a atitude com o vazamento do “atraia e extraia” não significa um caso isolado. Faz parte de uma tendência. O Banco Central não perde oportunidade para demonstrar que agora tem um lado.
A velocidade com que são facilitadas as regras de acesso das fintechs ao mercado é muito maior do que a da regulação das startups bancárias. Os grandes bancos estão vivendo em um limbo, como se a regulação só valesse para eles. A Febraban, a quem caberia um papel de proeminência nesse debate, junto ao BC e à opinião pública, tem sido recorrentemente surpreendida com a vinda à tona das alterações no sistema, tais como a portabilidade dos créditos para fintechs. Em meio à dificuldade de nadar em um oceano regulatório na maior escuridão, os bancos têm pela frente ainda o open banking, que o próprio Banco Central considera uma obra aberta. Além da devassa nos números bancários, não se sabe que coelho pode sair daquela cartola.
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Quanto pesa cada integrante do time de Paulo Guedes?
19/02/2020Os Chicago´s Oldies e afins que gravitam em torno do ministro Paulo Guedes têm pesos diferentes no ranking de prestígio e aprovação no governo. Guedes universalizou ideologicamente sua equipe. São todos ortodoxos, egressos da universidade de Milton Friedman, mercado financeiro, Ibmec e Instituto Millenium. Destes dois últimos participam, respectivamente, o secretário geral de Produtividade e Competitividade, Carlos Costa, que privou com o ministro na unidade do Ibmec-SP quando ele era o dono da universidade, e Paulo Uebel, secretário geral de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, oriundo do Millenium. Também do Instituto é egresso o secretário de Comércio Exterior e Relações Internacionais, Marcos Troyjo. Com perfil de diplomata, trabalhou com Mario Garnero e Nelson Tanure, empresários que caracterizaram sua trajetória por operações ousadas.
Costa, Uebel e Troyjo mostram serviço e são prestigiados. No ranking da aprovação poderiam estar em um 3° lugar todos os três. O secretario do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, que já estava no governo antes da gestão Bolsonaro e chegou a aspirar a pole position nas categorias de prestígio e aprovação, teve uma queda drástica nos últimos cinco meses. Por pouco escapou a uma
fritura. Deixaria o Tesouro, por qualidade claudicante dos serviços, e cairia para cima, assumindo a diretoria executiva do Conselho Fiscal da República. Guedes, contudo, estancou a saída, brindando-o com a acumulação dos dois cargos. Mansueto poderia muito bem se situar no 5° lugar, com viés de baixa. Na gangorra do ranking estão o secretário de Desestatização e Desmobilização, Salim Mattar, e o Secretário Adjunto da Secretaria Especial de Fazenda, Esteves Colnago.
Mattar desceu para um 6° lugar, sem louvor. Era uma das novidades de Guedes: colocar um empresário para tocar a desestatização. Colnago, ao contrário, tinha pouca visibilidade, imerso na burocracia, mas mostrou grande proficiência e tomou conta do gabinete. Sai de um 7° para um 5°, com viés de alta. Empatados no 2° posto estão o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, e o secretário geral de Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior. Os dois são os mastins de Guedes. Autorizadíssimos a falar com a imprensa, são os reis das planilhas com os dados macroeconômicos e de finanças públicas. Defendem o governo com unhas e dentes. Em franco descenso está o presidente do BNDES, Gustavo Montezano. Não acerta uma. Por pouco não foi demitido pelo próprio Bolsonaro, que o conhece desde criança.
Montezano também tem o coração de Guedes. Mas entregar o serviço, que é o que interessa, até agora não se viu. O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, é um quadro anódino. Parceiro de Guedes desde os tempos do Pactual e Chicago Old puro sangue, foi investigado pelo MP no caso Marka – e absolvido, diga-se de passagem – e se especializou em dar declarações defendendo a venda do BB e maltratando seu corpo de funcionários. Mas parece ter aprendido que o silêncio vale ouro, principalmente para quem não sabe lidar com as palavras. Leva um 6° lugar e olhe lá. O presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, é exatamente o contrário de Novaes. Tirou a CEF da condição de instituição abúlica e injetou eletricidade na gestão. Baixou os juros mais do que todos os bancos, demonstrando que é possível adotar a medida com sustentabilidade. Usa das palavras com grande eficiência. Um craque. Vai para o “2,5°” lugar. Empatados na mais alta posição estão os presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto, e da Petrobras, Roberto Castello Branco. Ambos são sacerdotes do silêncio. Falam pouco, erram pouco. BC e Petrobras não têm mesmo que ficar na ribalta. Castello toca a empresa que nem um violino e conseguiu um feito raro: lidar com a corporação se opondo ao que ela pensa. Campos Neto desabou com os juros e tem se comunicado com o mercado de forma cristalina e na medida certa. Os dois vão para o “1,5º” lugar. A 1ª posição ninguém leva.
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Operação congelada
19/02/2020O presidente do BB, Rubem Novaes, determinou a suspensão temporária das negociações para a venda da participação da instituição no Banco Patagonia. Os valores oferecidos ficaram bem abaixo da pedida do BB. Somam-se a troca de governo e a crise econômica na Argentina
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Combate ao contrabando é a obsessão da Souza Cruz
13/02/2020O presidente da Souza Cruz, Liel Miranda, recebeu da BAT, controladora da empresa, uma missão tão ou mais importante do que vender cigarro. A companhia está se transformando em uma espécie de Departamento de Inteligência, voltado a dar suporte às autoridades no trabalho de repressão ao contrabando. A Souza Cruz é hoje uma empresa bastante focada em assuntos poli-ciais e fiscais, quer seja através de informações, quer seja por meio de lobby ou facilitações para lubrificar o processo de caça aos contrabandistas.
Miranda é o homem certo, no lugar certo e, principalmente, na hora certa. Executivo da empresa há 25 anos, é um quadro de absoluta confiança da inglesa BAT. Talvez nenhuma outra corporação no país se empenhe tanto no apoio ao combate ao crime. A Souza Cruz é uma espécie de agência paraestatal no enfrentamento ao ingresso ilegal de tabaco pelas fronteiras brasileiras. A gestão de uma empresa tão peculiar, não raras vezes, deixa ruídos pelo caminho. Ainda hoje, nos corredores da Souza Cruz, há algo além de vãs baforadas de nicotina em relação ao abandono da presidência da companhia pelo italiano Andrea Martini.
Na crônica mais recente, a versão é que ele começou a enxergar bem mais do que imaginava por entre as nuvens que encobrem as operações da gigante monopólica empresa tabagista. Como Martini estava havia cinco anos na companhia – deixou o cargo em 2017 – ou foi algum fato que não recebeu sua concordância ou foi por medo mesmo de algo que estivesse fugindo ao seu controle. À época, a empresa, não custa lembrar, foi lacônica no anúncio da sua saída.
É sabido que Martini vinha reclamando com a matriz da contenção de investimentos, que vinham sendo retidos sob o argudo aumento do contrabando e das projeções baixas de crescimento do PIB do país. Consultada, a Souza Cruz não quis se pronunciar. O certo é que foi Martini que deixou a Souza Cruz e não saído por ela. Mas como tende a ser com os executivos demasiadamente informados sobre os intestinos da empresa, sua quarentena está se dando dentro do próprio grupo. Martini ocupa um cargo pomposo – Chefe Global de Ativação de Consumidor e Trade Marketing da British American Tobacco –, mas tem sua capacidade de decisão bem mais tolhida do que gostaria. Está cumprindo etapa.
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Santander é uma estrela na Justiça do Trabalho
10/02/2020Das 20 empresas com o maior número de reclamações no TST nos últimos 12 meses, nove são do poder público. Quase sempre foi assim, dado o gigantismo de corporações como Petrobras, Caixa e BB. A novidade do período é o Banco Santander, sexto no ranking geral e primeríssimo entre as empresas privadas.
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BB Americas na mira da XP
6/02/2020A XP Investimentos avalia a compra do BB Americas, filial do Banco do Brasil em Miami. As tratativas são conduzidas pelo Citi, adviser do banco estatal – segundo o RR apurou, os norte-americanos mantém ainda conversações com outros dois candidatos ao negócio. O BB Americas tem cerca de US$ 600 milhões em ativos e uma rentabilidade baixinha. É quase um farelo para quem tem do lado a operação do Itaú em Miami, com seus mais de US$ 12 bilhões em ativos. Tem mesmo? De qualquer forma, a XP parece ter aberto sua temporada de aquisições – nesta semana anunciou a compra de um terço da gestora Augme, especializada em fundos de crédito de alto risco.
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Pedra cantada
28/01/2020A julgar pelo vaivém de emissários na sede da BB DTVM, no antigo prédio da Bolsa, no Rio, o Bank of America é favoritíssimo na disputa para ser sócio da asset. Que surpresa… Antes mesmo de assumir o Ministério da Economia, Paulo Guedes já dava spoiler sobre o final do filme.
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Ponto final
28/01/2020Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: BB DTVM, Vivo, Invepar e Banco Itaú.
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2019 foi um ano de acertos dobrados no RR
30/12/20194 de janeiro. O ano de 2019 e a era Bolsonaro nem bem tinham raiado quando o RR cravou não apenas a decisão do novo governo de privatizar a Eletrobras, mas também os movimentos de Jorge Lemann para comprar a empresa, por meio do 3G Radar. Poucas semanas depois, as duas informações estavam em toda a mídia. Foi o primeiro dos incontáveis furos aos quais o assinante do Relatório Reservado teve acesso, com exclusividade, ao longo deste ano – boa parte deles antecipando passos do Poder, notadamente do presidente Jair Bolsonaro e de sua equipe. Na edição de 8 de janeiro, a newsletter destrinchou o projeto da gestão Bolsonaro para murchar o Ibama e demais órgãos da área ambiental por dentro.
Não deu outra: o meio ambiente se tornaria um nervo exposto no primeiro ano de seu governo, como se veria mais à frente, em um dos episódios de maior repercussão de 2019. Em 21 de agosto, o RR informou, em primeira mão, que o Itamaraty tinha a informação de que governos da Europa preparavam um forte ataque à política ambiental do presidente Bolsonaro, com ênfase no desmatamento da Amazônia. A matéria do RR informava, inclusive, o Dia D e o lócus da ofensiva: 24 de setembro, data de abertura dos chamados debates de alto nível da 74ª Assembleia Geral da ONU. Dito e feito. O Brasil sofreu um bombardeio sem precedentes de grandes líderes globais por conta das queimadas na Amazônia, e o tema ditou o discurso de Bolsonaro nas Nações Unidas. Em 4 de setembro, o RR também foi o primeiro veículo a noticiar a coalizão entre a bancada ruralista e grandes tradings para evitar a moratória da soja, assunto que estouraria na imprensa duas semanas depois.
Nos primeiros dias de mandato do Capitão, precisamente em 9 de janeiro, o RR trouxe em primeira mão a determinação do Planalto de abrir a “caixa-preta” da Previdência, com uma devassa nos bancos de dados da Dataprev e nos pagamentos de benefício do INSS, que seria formalmente anunciada semanas depois. Em 17 de janeiro, a publicação revelou os planos de Bolsonaro de espalhar escolas cívico-militares pelo país – projeto que só seria formalmente divulgado em setembro, com o anúncio da construção de 216 colégios até o fim do atual mandato. Ainda em janeiro, no dia 21, o RR informou sobre a disposição de Paulo Guedes em rasgar a camisa de força do Orçamento, com a desvinculação das receitas. O ministro abriu essa guerra, ainda que, até o momento, sem vitória. Por dever de ofício, auscultar os gabinetes de Paulo Guedes e da equipe econômica foi um exercício quase diário do RR, o que permitiu antecipar decisões ou projetos ainda que no seu nascedouro.
Em 15 de fevereiro, o RR foi o primeiro veículo a colocar sobre a mesa que o Ministério da Economia cogitava um shutdown, ou seja, a suspensão geral dos pagamentos dos gastos públicos. O risco estava diretamente vinculado à não aprovação da reforma da Previdência e chegou a ser tratado em conversas entre Guedes e o presidente Jair Bolsonaro, conforme revelou a newsletter. O tema somente começou a aparecer na mídia em maio. Em novembro, o próprio ministro viria a falar na possibilidade de um “shutdown à brasileira”, com a adoção de medidas combinadas para “estancar a sangria de despesas até que o equilíbrio fiscal seja restabelecido”, como suspensão de reajustes para o funcionalismo, reestruturação de carreiras no serviço público etc etc.
Em 13 de junho, o RR noticiou a intenção de Paulo Guedes de soltar recursos pingados para adoçar a boca dos brasileiros e injetar uns trocados na economia – no que a newsletter chamou de uma estratégia “rouba montinho”, ou seja, tira um pouquinho de moedas daqui e empurra para ali. Pouco tempo depois, as migalhas começaram a cair sobre a mesa, com a liberação de dinheiro do FGTS, um pequeno puxadinho no orçamento do Minha Casa, Minha Vida e até um cata-cata de grana para honrar o pagamento de bolsas do CNPq. O drama fiscal foi acompanhado no detalhe do detalhe pelos assinantes do RR, a partir de informações exclusivas e análises argutas. O RR seguiu cada pegada do Copom, especialmente a sua intenção de acelerar a redução da Selic, tendo como meta juros reais de 1% neste ano, conforme a newsletter informou em 17 de setembro. Por falar em juros, o Relatório Reservado foi o primeiro veículo a chamar a atenção para a dissintonia entre os dois grandes bancos estatais diante da forte queda da Selic.
No dia 7 de outubro, a publicação abordou a posição do Banco do Brasil, de Rubem Novaes, nome historicamente vinculado a Paulo Guedes, de não reduzir suas taxas de juros, diferentemente da Caixa Econômica. Poucos dias depois, o restante da mídia abriu os olhos para o assunto e o próprio BB acabaria por anunciar um corte em suas taxas. Ainda percorrendo os bastidores das grandes decisões da economia, o assinante do RR soube antes, no dia 19 de agosto, que o governo estava prestes a lançar um programa de privatizações como o “país nunca viu”. Dois depois, a notícia se confirmava – ainda que sem fazer jus à expressão hiperbólica cunhada dentro do próprio Ministério da Economia. Em 21 de agosto, o secretário especial de Desestatização, Salim Mattar, divulgava oficialmente o plano de venda de nove estatais – à exceção dos Correios, e olhe lá, nenhuma de fechar o comércio. Por ora, o explosivo programa de privatizações anunciado por Bolsonaro e Guedes não passa de um estalinho.
Ainda na seara das concessões públicas, nos estertores de 2019, mais precisamente em 4 de dezembro, o RR noticiou um mutirão interministerial do governo para aprovar o marco regulatório do saneamento – condição sine qua nom para destravar a venda de estatais do setor. Cinco dias depois o próprio ministro Paulo Guedes confirmava que o governo havia intensificado a articulação política para acelerar a aprovação da lei no Congresso. Seguindo na agenda econômica, o RR foi o primeiro a puxar uma questão que somente dias depois seria fisgada pela mídia de um modo geral. Na edição de 8 de novembro, após consultar importantes juristas, a newsletter trouxe a informação de que o Conselho Fiscal da República – o ornitorrinco criado por Paulo Guedes juntando partes do Executivo, Legislativo e Judiciário – é inconstitucional. Do fiscal para o câmbio, em 22 de novembro o RR trouxe à tona a crescente preocupação do Banco Central com a escalada do dólar.
Quatro dias depois, a autoridade monetária entrou no mercado vendendo a moeda americana para segurar as cotações, expediente que ainda se repetiria mais algumas vezes. Em 20 de fevereiro, o RR esmiuçou o grande projeto do “governo digital” que começava a ser engendrado no Ministério da Economia, mais precisamente na área comandada pelo Secretário Paulo Uebel, com o objetivo de arrumar a máquina pública tanto para dentro quanto para fora, leia-se o atendimento à população. Somente mais para o fim do ano, o tema cairia no radar da mídia, com direito a capa de revista semanal. Ainda no âmbito da economia, em 11 de fevereiro, a newsletter informou sobre o convite do então presidente do BNDES, Joaquim Levy, a Gustavo Franco para assumir a presidência do Conselho de Administração, formalizado apenas no fim daquele mês.
Da mesma forma, em 19 de junho, o RR antecipou que o economista deixaria de ser o chairman da agência de fomento antes mesmo de assumir o cargo. Àquela altura, oficialmente Gustavo Franco e o próprio BNDES negavam o meia volta, volver, garantindo que o processo de indicação transcorria normalmente e a demora na posse se devia à burocracia do rito. Pois bem… Somente no fim de julho, mais de um mês após a notícia do RR, o economista e o banco admitiram o desenlace antes mesmo do casório. Em 16 de dezembro, o RR colocou foco sobre o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida, antecipando os preparativos para a sua saída do governo.
Uma semana depois, Paulo Guedes e toda a equipe econômica fizeram um desagravo público a Mansueto. Chamou a atenção do empenho do ministro em garantir a permanência do economista no cargo por “pelo menos mais um ano”. Mais sintomático, impossível. Guedes desmentiu e o RR reafirmou e reafirma o que disse: Mansueto vai deixar o governo em breve. Ao longo de 2019, o RR manteve a tradição de acompanhar amiúde a área de Defesa, que, não bastasse sua importância per si, ganhou um destaque ainda maior no noticiário devido ao notório imbricamento entre o estamento militar e o governo Bolsonaro.
Em 25 de fevereiro e 13 de março, período marcado pelo agravamento da crise institucional na Venezuela e por forte tensão na fronteira, a newsletter revelou a preocupação das Forças Armadas com a fragilidade do sistema brasileiro de defesa, resultado da contínua asfixia orçamentária comum a todos os últimos governos brasileiros. Em 5 de abril, o RR abordou a tensão entre militares, ainda que da reserva, e o Judiciário. A publicação destacou o editorial da Revista do Clube Militar, por meio do qual o presidente da instituição, General de Divisão Eduardo José Barbosa, fez duras críticas ao STF. Na ocasião, o oficial da reserva classificou como uma “evidente ofensiva contra a Lava Jato” a decisão do Supremo de que processos de “caixa 2” migrem para a Justiça Eleitoral. Nos dias a seguir, o assunto ganharia evidência na mídia.
O RR também foi um intérprete das tensões institucionais que cercam o governo Bolsonaro. Em 2 de maio, em matéria intitulada “FHC é o maior conspirador da República”, a newsletter desvendou as movimentações do ex-presidente junto aos principais grupos de poder do país em um período de efervescência por conta dos seguidos episódios de quebra de decoro protagonizados por Jair Bolsonaro. Menos de duas semanas depois, FHC não se fez de rogado e verbalizou publicamente a palavra que tanto vinha sussurrando na penumbra: “O impeachment às vezes é inevitável”. Entre as várias “guerras” abertas por Bolsonaro em seu primeiro ano de mandato, está o embate com a própria mídia. Em 9 de agosto, o RR trouxe a informação de que o presidente da República determinaria o corte de assinaturas de grandes jornais e revistas nos órgãos federais. Bingo! Em 31 de outubro, o governo anunciava o cancelamento da assinatura da Folha de S. Paulo.
O ministro Sergio Moro e, por extensão, o Judiciário estiveram no centro de outros importantes furos do RR ao longo de 2019. Em 1 de abril, a newsletter divulgou a movimentação de Moro para aumentar o orçamento da sua Pasta e aumentar o efetivo da Polícia Federal. Um mês depois, Paulo Guedes soltou a grana, e o ministro da Justiça anunciou a convocação de 1.200 aprovados em concurso para a PF realizado no ano passado. Em 11 de junho, o RR antecipou uma grande ação da Justiça, notadamente da Polícia Federal, para combater a atuação do crime organizado, sobretudo do PCC, no contrabando de ouro. Sete dias depois, a PF deflagrava a Operação Ouro Perdido, desbaratando uma quadrilha que havia movimentado cerca de R$ 145 milhões. No agitado ano de Sergio Moro, talvez nenhuma outra agenda supere o vazamento dos seus diálogos com os procuradores da Lava Jato, iniciado pelo The Intercept Brasil. O assinante do RR soube, com exclusividade, das movimentações de Moro nos bastidores para administrar o escândalo.
Em 29 de julho, por exemplo, a publicação antecipou que o ministro, em uma ardilosa estratégia, ligou para uma relação de 26 autoridades dos Três Poderes para informar e “tranquilizá-los” sobre o hackeamento de seus celulares e computadores. Por falar em Lava Jato, ao longo de 2019, por diversas vezes o RR chamou a atenção para o desmonte do setor de construção pesada com a insistência do aparelho de Justiça em punir as empresas e não apenas seus controladores. Em 10 de outubro, na esteira da criação do Instituto Brasileiro de Autorregulação do Setor de Infraestrutura, o RR enfatizou que a redenção das empreiteiras e a salvaguarda de seus milhares de empregos – os que ainda restaram – deveriam ser tratadas como assunto de Estado. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Em 26 de dezembro, a imprensa divulgou um relatório da CGU levantando o risco de calote em acordos de inadimplência devido à falta de retomada da atividade no setor de construção pesada. Eureka!
No âmbito do Judiciário, o RR revelou a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de criar varas especializadas para o julgamento de integrantes do crime organizado, informação que somente seria divulgada pelos grandes jornais em 1 de julho. Em 23 de agosto, a newsletter antecipou a união entre os Ministérios Públicos do Brasil e do Paraguai para investigar o doleiro Dario Messer e sua abastada clientela nos dois países. Em 11 de outubro, o RR divulgou que os dois MPs tinham à mão uma lista de 36 clientes do doleiro. Mais uma vez, no alvo: em 20 de dezembro, o Ministério Público do Brasil indiciou 18 pessoas ligadas a Messer, entre elas o ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes. Os outros 18 que esperem. A sua hora vai chegar… Como não poderia deixar de ser, não obstante o peso do noticiário político institucional, a seleta rede de informantes do RR no ambiente corporativo permitiu à newsletter antecipar importantes fatos do universo empresarial em 2019.
Em 14 de fevereiro, a publicação noticiou os preparativos para a saída de Fabio Schvartsman da presidência da Vale, na esteira da tragédia de Brumadinho. No dia 2 de março, a mineradora anunciava o afastamento “temporário” de Schvartsman do cargo. Mero jogo de palavras: o executivo deixava o posto em definitivo, carregando no currículo 270 mortes. Em 29 de maio, o RR informou, com exclusividade, da parceria entre Starboard e Apollo para a compra da ViaVarejo. Dois dias depois o assunto estava estampado nos principais jornais do país. No fim, a dupla de gestoras perdeu o negócio. Michael Klein foi mais rápido no gatilho e ficou com a ViaVarejo. Em 30 de maio, o Relatório Reservado publicou, em primeira mão, a condenação da Volkswagen pelo TJ-RJ pelo escândalo da adulteração de resultados de emissão de poluentes em veículos a diesel. Outros veículos só noticiaram o veredito, no valor total de R$ 460 milhões, quatro dias depois.
Na edição de 24 de junho, o RR antecipou um movimento decisivo no processo de recuperação judicial da Saraiva: uma “rebelião” dos credores, condicionando a aprovação do plano ao afastamento da família da gestão da empresa. Mais um tiro certeiro: em 29 de agosto, a saída de Jorge Saraiva Neto do comando da companhia foi confirmada. Em 14 de agosto, o RR publicou, com exclusividade, a retomada dos planos da JBS de abrir o capital nos Estados Unidos. No apagar das luzes de 2019, o RR levantou ainda um caso inusitado: sete donos de embarcações incendiadas na Marina de Angra dos Reis (RJ) aguardam há meses pelo pagamento de seus seguros. Por ora, nem a BR Marinas, concessionária do atracadouro, nem a Tokyo Marine, responsável pela apólice coletiva do local, pagaram um centavo pelo sinistro.
Dez dias depois, o assunto estava em coluna de prestígio de uma revista semanal. Essa seleta de acertos foi apenas uma pequena amostra do número elevado de furos e análises premonitórias com que a newsletter brindou seus assinantes durante 2019. O leitor do RR não tem dúvida de que em nossas páginas pode enxergar o noticiário mais à frente. Em 2020, esperamos ter a honra de que nossos assinantes permaneçam nos prestigiando. Ainda em 2019, o Relatório Reservado adensou o volume de informações disponibilizadas ao seu assinante com o lançamento do Observatório RR – uma nota técnica diária sobre assunto específico e relevante – e o Termômetro RR, que antecipa a temperatura da agenda política e econômica do dia seguinte. Em 2020, podem esperar, teremos muito mais. Que venham novos acertos e muito mais assinantes!
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Lobby em força máxima
17/12/2019A Enel recorreu ao Olimpo. Tem feito gestões junto ao Palácio do Planalto e ao ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, para que ambos intervenham no imbróglio com o governo de Goiás. O governador Ronaldo Caiado quer tomar a concessão da distribuidora no estado alegando falta de investimentos e péssima prestação de serviços.
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O “regulador” da agência reguladora
12/12/2019O imbróglio da concessão de Viracopos aterrissou no Palácio do Planalto, levando junto sua intrincada teia de lobbies e interesses corporativos. Os acionistas da Aeroportos Brasil (ABV) – Grupo Triunfo e UTC, ambos criminalizados pela Lava Jato – pediram à Casa Civil que intervenha na contenda entre a empresa e a Anac. A companhia quer passar a concessão adiante – tem sobre uma oferta da Zurich AG – ou, no limite, devolver a licença. Mas, nos bastidores, acusa a agência reguladora de agir para prejudicar a venda, com decisões administrativas arbitrárias e cobranças indevidas. Um extenso dossiê foi deixado no Ministério, no qual os acionistas da ABV descrevem os entreveros dos sete anos em que a empresa assumiu o negócio.
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Assunto encerrado
12/12/2019Nas palavras de Rubem Novaes, a privatização do Banco do Brasil é “assunto encerrado”. Só não disse que a venda do BBBanco de Investimentos é assunto aberto…
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Bye, bye, Votorantim
11/12/2019Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, bateu o martelo. O IPO do Banco Votorantim, previsto para o início de 2020, será a porta de saída do BB do Banco Votorantim.
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Nova aposta
10/12/2019O lobby dos cassinos no Brasil – liderado por Stanley Ho, o magnata do jogo em Macau – trocou de posição. Está apostando suas fichas na interlocução com o presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, visto como um defensor da causa mais clean e de melhor reputação. O contraponto é com o ministro do Turismo, Marcelo Antonio, cuja imagem está em frangalhos com o caso dos “laranjas do PSL”.
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Vai dar ibope
2/12/2019Alexandre Frota estaria se dedicando a novo “hobby”: monitorar tintim por tintim o tempo de menções negativas que lhe é dedicado em veículos como SBT e Record. É o tipo de coisa que o parlamentar não costuma deixar barato.
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Lobby com gostinho de Coca-Cola
22/11/2019A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Brasileira de Bebidas – conhecida no Congresso como “Bancada da Coca-Cola” – pressiona o governo a manter em 10% a alíquota do IPI para concentrados de refrigerantes na Zona Franca. A equipe econômica, que enviará, em breve, o decreto à Câmara, estuda reduzir alíquota para 8%. À primeira vista, pode soar como um paradoxo que a indústria exija um índice maior e o Ministério da Economia defenda um corte da taxa. Ocorre que, por uma dessas aberrações do sistema tributário brasileiro, o mais representa menos para a Coca-Cola e outras fabricantes instaladas na Zona Franca. O IPI é um tributo não cumulativo, que prevê a apropriação de créditos na entrada de insumos, neste caso, o xarope. Créditos estes que beneficiam a indústria. Não custa lembrar que, no ano passado, a Coca-Cola encostou o governo Temer contra a parede e ameaçou fechar sua fábrica na Zona Franca por conta da tributação local – a Pepsico, por sinal, não ficou só na palavra e encerrou suas atividades em Manaus. A multinacional de Atlanta poderia cumprir a ameaça agora caso o IPI reivindicado não venha? Consultada, a Coca-Cola diz que “continua produzindo o concentrado utilizado em suas bebidas na Zona Franca e não há, até o momento, decisão em outro sentido.”
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“Bancada da Vale” tenta implodir novo tributo do minério
6/11/2019A PEC 42/2019, que revoga a velha Lei Kandir, parece condenada à morte antes mesmo de ser votada. Depois dos ruralistas conseguirem excluir o agronegócio do texto final, com a participação decisiva da própria ministra Teresa Cristina, agora é a “bancada da Vale” que lidera um pesado lobby contra o projeto. O objetivo é tirar também o setor de mineração da alça de mira da nova PEC, garantindo, assim, a continuidade da isenção do ICMS para as exportações de minério de ferro. A Proposta de Emenda Constitucional, de autoria do senador Vital do Rego (PSB-PB) estabelece uma alíquota de 9% na venda ao exterior de produtos não-industrializados e semielaborados. Se a pressão dos parlamentares vingar – o que é mais provável –, ainda que siga adiante, a PEC vai virar uma “PECzinha”. Os dois setores responsáveis por mais de 60% das exportações brasileiras estariam fora da principal mudança proposta no projeto. Criada há menos de quatro meses, a Frente Parlamentar da Mineração, que logo ganhou dentro do próprio Congresso a alcunha de “Bancada da Vale”, tem a sua primeira grande missão. À frente estão os deputados Ricardo Izar (PP-SP) e os mineiros Domingos Sávio e Rodrigo de Castro, ambos do PSDB.
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Os senhores do destino
1/11/2019Congressistas baianos – capitaneados pela deputada Dayanne Pimentel (PSL), presidente da Frente Parlamentar da Indústria Marítima – têm feito uma romaria junto aos presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes, e da Caixa, Pedro Guimarães. Buscam um acordo que contemple a redução da dívida do estaleiro Enseada. A empresa, pertencente à Odebrecht e à OAS, entrou em recuperação judicial com um passivo de R$ 2,3 bilhões. Juntos, BB e Caixa são credores de quase 70% desse montante.
Acervo RR
Zona morta
25/10/2019A Caixa Econômica bateu o martelo: este será o último ano de patrocínio ao Novo Basquete Brasil (NBB). O contrato em vigor, da ordem de R$ 9 milhões por temporada, vence em março de 2020. Pensando bem: um ano e três meses de governo Bolsonaro? Durou até demais.
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Lobby da Souza Cruz também faz mal à saúde
23/10/2019A julgar pela centimetragem, número de inserções e nobreza do espaço nos principais jornais do país, o contrabando de cigarros do Paraguai é mais importante para a mídia do que o combate à miséria. O RR fez uma vistoria nos principais veículos impressos do país muito na diagonal. Encontrou 56 inserções desde janeiro. Deve ter mais do que isso. O noticiário sobre fome chega a 50 publicações no ano, se muito. O RR não contabilizou programas de TV e reitera que o levantamento foi feito bem por cima. Mas algumas conclusões são possíveis: a Receita Federal perde um caminhão de dinheiro com o contrabando tabagístico; o Ministério da Saúde se preocupa com o consumo maior de nicotina devido aos preços menores desses cigarros no mercado informal; destruímos empregos no Brasil para gerar no Paraguai; e o lobby da Souza Cruz é magnífico, consegue ocupar todas as mídias e abrir portas junto às autoridades em todos os escalões. Todas as respostas são verdadeiras, mas somente a última diz respeito ao interesse puramente privado. A Souza Cruz não admite concorrência na “indústria do câncer”.
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Denúncias e eleições racham os lobistas brasileiros
18/10/2019A disputa eleitoral cindiu a cúpula da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig), entidade responsável pelo lobby do lobby no país. O presidente, Guilherme Cunha Costa, pretende fazer como sucessor Luis Henrique Bezerra Campelo, da Volkswagen. Ele é filho de Valmir Campelo, ex-senador e ex-ministro do TCU.
No entanto, uma chapa de oposição está ganhando corpo dentro da própria diretoria. Os dissidentes chegaram a lançar a candidatura da atual vice-presidente Ângela Rehem, ex-Editora Abril. No entanto, uma semana depois ela se desfiliou da Associação tamanho o grau de divergência com a direção da entidade. A batalha eleitoral é quente, com denúncias contra o atual no 1 da Abrig. Os dissidentes acusam Guilherme Costa de usar a entidade para fazer lobby, sim, mas de seus negócios.
Há denúncias na Associação de que ele chegou a registrar uma de suas empresas no endereço da Abrig. Diretor de Relações com o Governo da Paper Excellence, Costa é o lobista do controlador da companhia, o controverso empresário indonésio Jackson Widjaya. A Paper Excellence se encontra no meio de um contencioso com a família Batista, sua sócia na Eldorado Celulose. Foi Costa quem costurou a polêmica viagem de Eduardo Bolsonaro a Jacarta, em julho, quando o “03” posou ao lado de Widjaya, segurando um “cheque” de US$ 31 bilhões. O RR tentou ouvir Guilherme Cunha Costa sobre o racha na entidade e as acusações contra a sua gestão. No entanto, ele não quis se pronunciar. Apenas a Abrig se manifestou, por meio de sua assessoria. A entidade disse que “toda disputa eleitoral é tensa”. Sobre as acusações contra Guilherme Cunha, a Abrig afirmou “não tem qualquer informação sobre duplicidade de endereço e garante que as atividades desenvolvidas em seu escritório são, exclusivamente, de interesse da Associação. “
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Redenção das empreiteiras deveria ser assunto de Estado
10/10/2019O Instituto Brasileiro de Autorregulação do Setor de Infraestrutura, que nasce hoje sob a égide da melhor prática do compliance, configura na verdade uma instituição de lobby. O bom lobby, no estilo norte-americano, diga-se de passagem. Só que ele nasce no lugar errado. Melhor seria se surgisse no meio do aparelho de Estado, com a função de desbastar a cerca de arame que impede o investimento público em obras com as empreiteiras envolvidas na Lava Jato, responsáveis pela maioria dos grandes projetos de infraestrutura. TCU, AGU, PGR, Ministério Público, empresas estatais, Tribunais de Justiça, eventualmente departamentos no próprio Ministério da Infraestrutura… Todos beberam do caldo servido pelo ministro Sergio Moro; um caldo feito à base do macarthismo contra a indústria da construção pesada.
Essas instituições, mesmo com recomendações de alívio em relação às medidas mais draconianas – por exemplo, não contratar ou financiar as grandes empreiteiras –, permanecem embriagadas com a cultura da Lava Jato, assim como engessadas em seus procedimentos proibitivos. É dentro do governo, portanto, que se há de caminhar. Seria uma missão para alguém como o ministro Tarcísio Freitas, prestigiado no Palácio do Planalto, a quem caberia como uma luva a função de desembaraçar os óbices empresariais na infraestrutura. O Instituto de Autorregulação é composto de forma desabrida pelas grandes empreiteiras, que estão ali para defender o próprio umbigo.
Estão também entidades empresariais, como a CBIC e o Sinicon, ambos com interesses sabidos. A confluência dos desejos pode acabar confundindo-os como um instituto criado para acabar com a Lava Jato. Há boa intenção em cada parágrafo do estatuto, mas o exagero no tom do arrependimento chama mais a atenção pelo que foi feito do que pelo que não se pretende mais fazer. Por enquanto, não passa de uma sopa de letras. O maior acerto está na escolha do general Sergio Etchegoyen para a presidência executiva do Instituto de Autorregulação. Com reputação ilibada e currículo exemplar, o general poderia ter se mantido no governo. Talvez ali pudesse ter feito bem mais pela construção pesada. Corre certo risco associando sua imagem a causas ambíguas e a empresa de relações públicas também ligada às empreiteiras.
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Banco do Brasil e Caixa ainda têm o mesmo dono?
7/10/2019Se não houver um alinhamento entre Caixa Econômica e Banco do Brasil no que diz respeito à redução das taxas de juros, muito provavelmente o divórcio será motivado pelas diferenças de perfil entre seus respectivos presidentes, sobretudo em relação a políticas do próprio governo. As semelhanças entre Pedro Guimarães e Rubem Novaes se limitam à proximidade com o ministro Paulo Guedes, patrocinador da indicação de ambos ao governo. Se Guimarães é, digamos assim, permeável a ordens superiores, Novaes é um muro de resistência. O “Chicago Old” tem voz própria e reduzida maleabilidade política, como já ficou patente em episódios nos quais bateu de frente com o próprio Palácio do Planalto. Em abril, por exemplo, Jair Bolsonaro pediu publicamente que o BB reduzisse os juros do crédito rural.
Novaes desconversou, classificou o puxão de orelhas como “brincadeira” e ficou o dito pelo não dito. Ao que tudo indica, Rubem Novaes está levando a ortodoxia ao pé da letra, ainda que a postura possa lhe custar caro. Segundo o RR apurou, ele vem sofrendo pressões dentro do governo para anunciar ainda no início desta semana a redução dos juros do Banco do Brasil. Por ora, segue como a antítese de Pedro Guimarães. Ao contrário do que disse o próprio presidente da Caixa, é difícil imaginar que a agressiva mudança do banco tenha se dado por uma decisão estratégica com “base na matemática” e não por uma política de governo.
Nada justifica uma mudança solitária da CEF nas taxas oferecidas ao cliente se não uma determinação vinda de cima para baixo. Independentemente do motivo, caso o Banco do Brasil mantenha a atual postura, vai se abrir uma inexplicável fenda concorrencial entre os bancos federais. Para além da questão política, a Caixa Econômica se tornará mais competitiva e atraente do que o BB, algo inusitado. Não se tem notícia de um diferencial tão largo de taxas de juros entre as duas instituições.
Neste momento, por exemplo, a taxa média anual praticada pela Caixa para o crédito pessoal não consignado é de 37,7%, ao passo que, no caso do BB, esse custo chega a 54%. No cheque especial para pessoa física, o Canyon é ainda maior: a CEF cobra 194%; o Banco do Brasil, 300%! Este hiato teria o Banco do Brasil e Caixa ainda têm o mesmo dono? beneplácito do governo? O objetivo é cindir os bancos públicos do ponto de vista da sua capacidade financeira? Hipótese ainda mais desnorteante seria o Banco do Brasil se perfilar ao lado do oligopólio privado.
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Autorização para pouso
1/10/2019A companhia aérea argentina de low cost FlyBondi está fazendo o maior lobby junto à Secretaria de Aviação e à Anac para operar no aeroporto de Congonhas. A operação exige a interferências das autoridades e uma intrincada manobra para a redivisão de slots. Por ora, os argentinos começarão a atuar no país a partir do Galeão.
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Igreja é mais um obstáculo para a construção da Transnordestina
20/09/2019Benjamin Steinbruch deve estar erguendo as mãos ao firmamento. Quem dera houvesse outros clérigos como o arcebispo de Recife e Olinda, Dom Fernando Saburido, que, indiretamente, está dando ao empresário um conveniente pretexto para atrasar ainda mais as obras da Transnordestina. Dom Fernando chamou para si a defesa das mais de 4,5 mil famílias da Zona da Mata pernambucana que
serão removidas de suas casas para a passagem da ferrovia.
Ao lado de outras autoridades eclesiásticas da região, criou uma comissão para tratar do assunto e tem conduzido seguidas reuniões com a população local para impedir a passagem dos trilhos da Transnordestina por oito municípios. O que para a CSN, responsável pelo projeto, é uma dádiva dos céus, para o governo é motivo de razoável preocupação. Neste caso, não está em jogo apenas o atraso atávico na construção da Transnordestina, que, originalmente, deveria ter sido inaugurada em 2010 – as últimas previsões apontam para 2027. Os ministros da Infraestrutura, Tarcisio Freitas, e do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, já trabalham a quatro mãos em um novo plano para a retirada de moradores de cidades da Zona da Mata de Pernambuco.
O objetivo é abrandar a mobilização social liderada pela Igreja Católica. Dom Fernando, ressalte-se, é um dos clérigos mais respeitados e influentes da região. Foi presidente do Regional Nordeste 2 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e integrante do Conselho Permanente da entidade. A proposta que está sendo elaborada pelos Ministérios da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional prevê um cronograma escalonado para as desapropriações. Há estudos para que os moradores afetados possam ter acesso a benefícios específicos no âmbito do Minha Casa, Minha Vida.
O trecho em questão, o Recife Sul, atravessa eminentemente áreas urbanas. Proporcionalmente, é uma das pernas da Transnordestina como maior impacto sobre a população. A mobilização na Zona da Mata pernambucana desponta justo no momento em que a Transnordestina dá sinais de sair da inércia. Pressionada pelo Ministério da Infraestrutura e pela ANTT, a CSN acenou ao governo federal que, nas próximas semanas, retomará as obras paralisadas desde 2017. A companhia já encaminhou à agência reguladora uma série de projetos executivos, condição imposta pelo TCU para desbloquear o repasse de recursos públicos ao empreendimento. Mas, a essa altura, se houver novos contratempos, Benjamin Steinbruch agradece.
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Bancos públicos deixam a proa do FMM
12/09/2019O governo Bolsonaro pretende reduzir o peso dos bancos públicos na gestão do Fundo de Marinha Mercante (FMM). A proposta tem como defensores os ministros Paulo Guedes e Tarcisio Freitas. A ideia é que Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES passem a ter, cada um, apenas um representante no Conselho do FMM – atualmente, são duas cadeiras. A medida seria mais um movimento do governo Bolsonaro para se distanciar dos governos do PT. BB, Caixa e BNDES passaram a ter maior interferência na gestão do FMM na era Lula, por ocasião dos grandes projetos para a indústria naval que surgiram no rastro da descoberta do pré-sal. Dali saíram mais de R$ 5 bilhões para estaleiros denunciados na Lava Jato, além do empréstimo para a malfadada Sete Brasil. É até surpreendente que Bolsonaro ainda não tenha falado em “abrir a caixa-preta” do FMM, que tem um orçamento para 2020 de R$ 6,3 bilhões.
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Las Vegas é logo ali
9/09/2019O lobby internacional da jogatina, encabeçado notadamente pelo Grupo Caesars, voltou à carga no Congresso com as mesuras de praxe. Integrantes da Comissão de Turismo da Câmara, à frente do presidente do colegiado Newton Cardoso (MDB-MG), desembarcaram em Las Vegas para uma “visita técnica”. A missão oficial quebra a pasmaceira em torno do projeto de lei do deputado José Airton Cirilo, que prevê a liberação do jogo no Brasil. Feito uma roleta quebrada, o PL está parado na Câmara.
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Campo minado
6/09/2019Em meio à sucessão da Embrapa, a ministra Teresa Cristina trabalha para que Francisco Basílio ganhe um assento no Conselho da estatal. Assessor especial da Pasta da Agricultura, Basílio é visto com ressalvas no Ministério. No início do ano, teve seu nome vetado para a vice-presidência de agronegócio do BB. Ele é investigado pelo MPF por suspeitas de irregularidades em um projeto do Ministério de 2014.
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“MP das armas”
4/09/2019Empresas de transporte de valores pressionam o Ministério da Justiça e autoridades do setor aéreo a autorizarem procedimentos mais rígidos de segurança nos aeroportos. A principal reivindicação é o uso de armamentos pesados em terminais de carga – hoje, as normas oscilam de aeroporto para aeroporto. Uma das líderes do lobby da pólvora é a Brink ´s. Em julho, 720 quilos de ouro sob responsabilidade da empresa foram roubados em Guarulhos.
…
Em tempo: o setor conta com a escolta do ex-senador e agora consultor Eunício de Oliveira. O emedebista é do ramo. Recentemente, vendeu uma transportadora de valores, a Transfederal, para a espanhola Prosegur.
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A “guerra verde” de Jair Bolsonaro em nome da soberania nacional
28/08/2019Há uma elipse que liga os pontos do estado da Virgínia, nos EUA, o Palácio Itamaraty e o Palácio do Planalto, em Brasília. A conspiração do “grupo das relações exteriores”, chamemos por ora assim, assim, estimula Jair Bolsonaro a se inspirar nas atitudes “viris” do ex-presidente argentino Leopoldo Galtieri. Mas calma a todos os leitores. Por enquanto, pelo menos, Bolsonaro não teria intenção de ter suas próprias Malvinas. Nem de fazer ameaças bélicas. Em que pese que o morador da Virgínia aposta no apoio do morador da Casa Branca a um “enfrentamento teatral”, bem ao seu estilo.
As ações mais agressivas seriam feitas na esfera da comunicação institucional. Bolsonaro reduziria bastante o intervalo das suas aparições na TV e demonstraria em detalhes como os números disponíveis no governo são muito melhores do que os apresentados no exterior, inclusive pelo G7. Além de anunciar medidas, como policiamento militar contra as queimadas, que demonstram sua proatividade, não obstante representarem uma contradição para quem diz que está fazendo tudo certo. Bolsonaro criaria um fato político enorme montando a sua própria versão da guerra fria, a “guerra verde”. Um dos pontos que mais incomoda o presidente e – por que não dizer? – os militares são “grupos independentes” que estão aderindo à causa amazônica e, com isso, dando suporte para a intromissão de Estados nacionais.
O governo está atento à formação do que pode vir a ser o maior fundo privado civil não governamental de todos os tempos, conforme publicidade soprada do exterior. Trata-se da constituição de um instrumento financeiro em defesa da Amazônia, aberto a todos os cidadãos do mundo. As Forças Armadas consideram que a simples articulação de um fundo privado com objetivo de intervir no espaço nacional já significa um atentado à soberania. A eventual e posterior participação de governos capitalizando o fundo transformaria a operação financeira em uma forçatarefa multinacional híbrida.
Trata-se também de um inaceitável gesto de antidiplomacia, pois representa uma reprimenda pública ao Brasil, com base em dados discutíveis. No mais, a Amazônia não está à venda e nem pertence à humanidade, como insiste em dizer o morador do Palácio dos Campos Elísios. Mas o que incomoda mesmo os militares é a bravata. O que farão os militantes “pró-Amazônia” com toda a dinheirama? Gastarão fazendo lobby no Congresso? Contratarão milícias para tomar conta da Amazônia e reprimir as queimadas? Financiarão as próprias Forças Armadas, deixando explícito que estão descapitalizadas e desaparelhadas para a missão? Essa é a pergunta que deve ser feita a Leonardo di Caprio, Sting, Bill Gates, Madonna, George Soros, entre vários outros endinheirados militantes, que estão aportando, no mínimo, US$ 5 milhões per capita em um fundo amazônico de utilidade desconhecida. Se se juntarem a eles, com dinheiro público, chefes de Estado como Angela Merkel e Emmanuel Macron, criam-se as condições de extrair o pior de Bolsonaro e seus paneleiros. Além, é claro, do big brother do Norte. Parece que não estão entendendo que a coisa pode ficar muito tensa. Ruim para verdes e não verdes.
…
No último sábado, o Planalto despachou dois emissários para percorrer trechos da BR-163 no Pará. A ideia era selecionar grandes extensões de floresta preservada, e, então, convidar jornalistas brasileiros e estrangeiros para cruzar a rodovia ao longo desta semana. No dia seguinte, no entanto, prudentemente o governo recuou da ideia. No próprio domingo, novos relatórios divulgados pelo Inpe mostraram que os focos de incêndio registrados, neste mês, na região já superam a média histórica de agosto nos últimos 21 anos.
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Subsídios para o milho
27/08/2019O Ministério da Agricultura trabalha em um pacote de medidas para estimular a produção de etanol de milho no Brasil. O alvo são grupos norte-americanos, a exemplo da Summit Agricultural, que já tem duas plantas no país. Estima-se que, na próxima safra, a produção nacional romperá, pela primeira vez, a barreira de um bilhão de litros. Isso tudo, claro, se o lobby da Única e dos usineiros permitir.
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Venda casada
26/08/2019O Banco do Brasil articula com a Previ uma oferta para a venda conjunta de suas participações na Kepler Weber. Está longe de ser um movimento arrasa-quarteirão no plano de desmobilização de ativos do BB. A valor de mercado, sua fatia gira em torno dos R$ 80 milhões.
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Questão de timing
22/08/2019A venda da participação de 80% no Banco Patagonia voltou à pauta no BB. Mesmo com a crise na Argentina, a ação subiu 30% nos últimos quatro meses. O valor de mercado atingiu o segundo maior patamar em cinco anos.
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Turbulência
21/08/2019
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Mattar embala um plano de privatizações superlativo
19/08/2019O secretário especial de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados, José Salim Mattar, está insone, obsessivo com uma única missão: apresentar um pacote de desmobilização de ativos e privatizações “como o país nunca viu” – palavras do próprio. O plano é anunciar as medidas nos próximos dias. A pressão de Bolsonaro para privatização de ao menos uma “estatal pequenininha” é um sinal combinado. Mattar vai entregar bem mais do que isso. Mas que não se espere a venda de nenhuma big company.
É consenso no governo que não há ainda amadurecimento político para a privatização da Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica. Mas as subsidiárias e coligadas do BB e da CEF devem seguir o mesmo caminho das empresas satélites da Petrobras, a exemplo da BR Distribuidora. A privatização da Eletrobras são favas contadas. A data da venda da estatal, em 2020, será anunciada ainda neste mês. Por sua vez, o Correios é considerado um estorvo – vai para o pregão das empresas indesejáveis. As novidades virão através dos mercados de valores mobiliários e capitais.
Mattar estuda com carinho formas de securitização de terras e imóveis. A ideia é constituir fundos lastreados pelo menos em parte nos ativos imobiliários, e ofertar cotas a fundos de pensão do Brasil e exterior. Os grandes imóveis e terrenos – existem, inclusive, alguns das Forças Armadas – seriam vendidos em leilões. Está em estudos um surpreendente fundo da Amazônia. Paulo Guedes pediu ao seu secretário inovações. Não quer ficar preso ao modelo clássico de editais e leilões. A ideia é dar agilidade e trazer para o balcão ativos cuja venda nunca foi cogitada. Não custa lembrar, a título de chiste, que o ministro da Economia propôs recentemente a securitização do oxigênio da Amazônia. Virão novidades na área da desestatização, podem apostar.
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Não há democracia que misture Bolsonaro, Santa Cruz e Maia no mesmo balaio
16/08/2019No dia 19 de agosto, próxima segunda-feira, quando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, atravessar a linha demarcatória entre a calçada e o prédio localizado na Quadra 5, Lote 1, Bloco M, para participar como convidado especial da reunião do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), estará sendo firmada uma ponte entre o presente e o passado, que liga assuntos desconfortáveis a assuntos desconfortáveis. Maia não fará um desagravo somente a Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, militante da Ação Popular (AP) desaparecido em 22 de fevereiro de 1974 sem ter tocado em uma arma de fogo. Fernando é pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, que protagoniza uma batalha campal com Jair Bolsonaro.
O presidente da OAB repudia a tortura, e o presidente da República acata a prática em “situações de guerra”. Ainda que silenciosamente, Maia estará fazendo um desagravo também às origens do seu pai, Cesar Maia, nascido em 28 de fevereiro de 1948, militante da organização Corrente, ligado a Carlos Marighela, participante da luta armada e considerado um “perigoso subversivo” pelo regime militar. Se Cesar não tivesse escapado para o exílio, não é improvável que Rodrigo, então com dois anos, tivesse apenas memórias distantes do pai. Rodrigo Maia vai à OAB falar em nome dos mortos e dos desaparecidos, dos exilados, contra os apologistas da tortura e em favor dele mesmo. O presidente da Câmara, que vem sendo chamado de “Sr. Democracia” nos corredores do Congresso, encontrou seu mote de campanha: uma improvável bandeira dos direitos humanos, em uma luta ainda mais improvável pelas causas humanistas que dispensa a presença da esquerda. Rodrigo Maia vs. Jair Bolsonaro.
Trata-se de um embate entre conservadores, com participação especial dos grupos progressistas. Junto com a OAB naturalmente se perfilam a ABI, a CNBB e, possivelmente, o Clube de Engenharia, entre outras organizações da sociedade civil. No lado da direita anti-bolsonarista, o “novo democrata” do DEM, Rodrigo, e todos seus bluecaps. E na extrema da extrema, a força de um presidente da República, a maior parte dos seus colaboradores – notadamente os militares da reserva – e os conservadores da bala, ruralistas e outros grupos de reconhecida afinidade. Se for procedente a frase atribuída ao general Eduardo Villas Bôas, Bolsonaro poderia contar ainda com 300 mil homens armados.
Melhor desconfiar da veracidade da declaração. Em um determinado momento, Rodrigo Maia até tentou colocar panos quentes na situação. Articulou com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, uma distensão através do Congresso. Ninguém teria de estender a bandeira branca. Bastava somente os parlamentares serem convencidos. O primeiro seria a deputada Joice Hasselmann. Ela teria de ser dissuadida a levar adiante a ideia do projeto de lei propondo a extinção da contribuição anual obrigatória dos advogados à Ordem. Em outro front, o governo deveria frear o PL do deputado José Medeiros (Pode/MT), que prevê o fim do Exame da Ordem como exigência para inscrição na OAB. O cenário, porém, foi se radicalizando, e Rodrigo foi enxergando ali uma jazida. O confronto entre a Ordem e a extrema direita, digamos assim, é um desserviço à Nação. Mas atende de alguma forma a interesses múltiplos. A OAB de Felipe Santa Cruz ressurge pontificando a resistência aos ventos fortes do autoritarismo. Rodrigo Maia vai poder fazer um pêndulo entre o DEM e as forças progressistas, um enredo que nem nos seus mais distantes sonhos foi possível. O real, real mesmo, sem viés, nu e cru, pode ser traduzido na curta frase ao RR do ex-presidente da OAB Roberto Busato: “O ataque é um dos mais graves que a instituição passou, fruto do radicalismo exacerbado, tanto da esquerda como da direita”. No ponto.
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CastleLake não passa pela agulha do BB
9/08/2019A área de crédito do Banco do Brasil teria travado a renegociação de um passivo de aproximadamente R$ 800 milhões do fundo CastleLake. A pendência se refere a um empréstimo contraído originalmente pela Queiroz Galvão Energia, que vendeu a dívida aos norte-americanos. A sinuosa proposta do CastleLake para o banco previa um desconto de 40% sobre o valor de face e o pagamento de R$ 240 milhões mediante cotas de fundos de terceiros. Não passou pelo funil do BB.
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Dívida sem remédio
23/07/2019O Banco do Brasil vai fazer o write off do crédito de cerca R$ 50 milhões contra a BR Pharma. Com a decisão da Justiça de decretar a falência da rede de drogarias, o BB não acredita nem na possibilidade de venda de algum ativo para cobrir a dívida. O rombo total da empresa é de R$ 1,5 bilhão.
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Bancada do barril
17/07/2019Após conseguir do governo a criação de um fundo de R$ 150 milhões para os produtores de vinho, a Frente Parlamentar da Agricultura trabalha para tirar os rubiáceos do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. O lobby mais borbulhante vem dos fabricantes de espumante, que temem perder mercado com a alíquota zero para os importados.
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Caixa aposta suas fichas na venda de loterias online
15/07/2019Após o quarto adiamento do leilão da Lotex, a popular “raspadinha”, a diretoria da Caixa Econômica coloca suas fichas na privatização das demais loterias do banco. Para isso, prepara medidas com o objetivo de alavancar a plataforma de apostas online. O projeto mais importante é o desenvolvimento de um aplicativo para celular – tanto para o sistema Android (Google) ou iOS (Apple). Hoje, as apostas online estão restritas ao site da Caixa. O banco estuda ainda reduzir o piso fixado para as apostas online, de R$ 30.
Esse valor é visto na Caixa como um muro para os apostadores de baixa renda e o público jovem. A cifra é seis vezes superior à média do montante gasto pelos brasileiros nas casas lotéricas. Consultada sobre a privatização, a Caixa informou que “estuda oportunidades quanto à monetização de ativos, dentre eles loterias.” Para bom entendedor… O modelo de venda das demais loterias ainda não está definido. Além dos produtos tradicionais, como a Mega-Sena, o pacote poderá incluir também um novo braço de apostas esportivas, informalmente chamado no banco de “SportBeting”.
A criação deste último ainda depende da aprovação do projeto de lei que libera esse tipo de jogo no Brasil – atualmente o brasileiro pode apostar nessa modalidade apenas em sites registrados no exterior. Certo mesmo é que a venda desses ativos depende de uma chacoalhada na atual plataforma de apostas online da Caixa. Pouco mais de sete meses após o seu lançamento, a operação está longe de ser um atrativo para os potenciais investidores do setor.
Pelo contrário. Segundo o RR apurou, o volume gerado pelo site estacionou na marca dos 3% da receita total arrecadada pela Caixa com as apostas. Ou seja: loteria no Brasil ainda é um negócio para ser feito no balcão físico – na Europa e nos Estados Unidos, a média de apostas eletrônicas é superior a 60%. No banco, a leitura é que a diretoria anterior sucumbiu à pressão das casas lotéricas ao lançar uma operação online meia-sola. Durante o governo Temer, a Federação Brasileira das Empresas Lotéricas, que representa mais de 13 mil correspondentes da Caixa, notabilizou-se por um intenso lobby para restringir os investimentos do banco no ambiente digital.
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BB Tecnologia abre a venda de ativos do Banco do Brasil
8/07/2019A venda da BB Tecnologia e Serviços, braço de TI do Banco do Brasil, começa a sair do papel. De acordo com informações filtradas do próprio banco, grupos do setor já vêm sendo contatados pelo BB, a exemplo das norte-americanas Diebold e Unisys. A ideia é realizar a operação ainda neste ano. A principal isca para o negócio é a garantia de manutenção do contrato cativo com o BB, responsável por 95% das receitas da empresa, no valor aproximado de R$ 1 bilhão. O novo controlador teria ainda a possibilidade de oferecer serviços no mercado para terceiros. Hoje, a BB Tecnologia está integralmente indexada ao grupo: o restante do faturamento vem de contratos menores com Brasilprev, BB Previdência, Previ etc.
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Os “carbonários”
5/07/2019A bancada do carvão, capitaneada pelo senador Lasier Martins (Pode -RS), pressiona o Ministério de Minas e Energia a fomentar projetos para a construção de térmicas no Sul do país. Não por coincidência, o lobby se dá no momento em que o governo gaúcho prepara a privatização da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), dona da mina de carvão de Candiota, com reservas estimadas em um bilhão de toneladas.
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Ponto final
27/06/2019Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Grêmio, OAS, Santander, BB, Banrisul, Copersucar e Paquetá.
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“New tucanato”
19/06/2019O PSDB vai se firmando como a nova casa dos ex-bolsonaristasna Cidade Maravilhosa. Na esteira do amigo Paulo Marinho, o ex-ministro Gustavo Bebbiano também deverá aterrissar no partido.
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Souza Cruz pressiona Anvisa por tabaco eletrônico
4/06/2019O objetivo é evitar que o duopólio da Souza Cruz e da Philip Morris, donas de 95% das vendas do país, use todo o seu poder de fogo para reverter a curva de queda do tabagismo, atraindo novos fumantes e ex-praticantes do hábito. O RR apurou que também a esfera econômica do governo está cindida sobre a liberação do mercado a Souza Cruz e Philip Morris. São duas as posições: uma favorável, justifi cando a maior concentração com o aumento da receita com os impostos do setor; outra contrária ao duopólio em toda a cadeia do tabaco, amplificando o que já existe no mercado de cigarros convencionais.
Esta ala defende que a produção e comercialização dos dispositivos eletrônicos, uma vez autorizadas, deveriam ficar a cargo de empresas menores e até startups, permitindo, o surgimento de uma nova indústria no país. Nos Estados Unidos, por exemplo, esse mercado não está concentrado nas mãos dos tradicionais gigantes do tabaco. Somente no fim do ano passado a Altria, leia-se Philip Morris, conseguiu, indiretamente, uma posição mais competitiva no setor ao comprar 30% da Juul Labs. A startup surgiu em São Francisco há menos de quatro anos exclusivamente voltada à produção do dispositivo. Foi o tempo suficiente para se tornar a líder do mercado, com mais de 60%, deixando para trás a British American Tobacco (BAT), controladora da Souza Cruz, e a própria Altria. Hoje está avaliada em mais de US$ 15 bilhões.
O cigarro eletrônico está longe de ser um consenso, não apenas na Anvisa, mas em toda a comunidade médica internacional. Há dúvidas em relação à eficácia do seu propósito precípuo: reduzir o consumo de tabaco. Estudos comprovam que, de fato, um contingente razoável de fumantes vem trocando o cigarro convencional pelo eletrônico. No entanto, há um efeito colateral: pesquisas atestam que o dispositivo tem sido responsável por atrair jovens que, inicialmente, não se sentiam estimulados a consumir cigarros convencionais. Ou seja: do ponto de vista econômico, o menor poder de letalidade do modelo eletrônico está criando um novo mercado consumidor; sob o ângulo médico, surge um grupo de risco, que potencialmente pode estar apenas diferindo em um tempo maior as sequelas nocivas do cigarro.
Consultada, a Anvisa informa que “há carência de estudos conclusivos que avaliem o potencial de segurança e toxicidade do cigarro eletrônico”. A Agência diz que “não há certeza sobre os benefícios e riscos da substituição do cigarro tradicional pelos eletrônicos”. Afirma ainda que “vem conduzindo discussões técnicas com parcimônia sobre essa temática”. Perguntada especificamente sobre a possibilidade de liberação deste mercado com restrições aos grandes fabricantes de cigarros, a Anvisa não se pronunciou. Assim como não informou qualquer prazo para a conclusão dos estudos. Por trás de todas estas questões, há o pesado lobby da indústria do tabaco, notadamente da Souza Cruz, que pressiona a Anvisa a autorizar a produção e venda de cigarros eletrônicos no Brasil.
Um executivo da agência confidenciou ao RR que, no ano passado, a subsidiária da BAT tentou aproveitar a atualização dos registros de produtos fumígenos para jogar dentro da nova regulação a permissão do início das vendas do dispositivo. A diretoria da agência não cedeu, considerando que o tema exige regulamentação específica, à parte das normas para cigarros convencionais. A Souza Cruz não quis se pronunciar. Para Souza Cruz e, na esteira, Philip Morris, o embate em torno do cigarro eletrônico pode ser a prévia para outra batalha no Brasil: o cannabusiness. A eventual descriminalização da maconha surge como um promissor e potencial mercado para as tabagistas. A Altria, por exemplo, desembolsou quase US$ 2 bilhões no fim do ano passado para ficar com 45% da Cronos, fabricante canadense de maconha legalizada.
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Ingerência institucionalizada
27/05/2019Após dizimar os patrocínios da Caixa no futebol e determinar que a Petrobras rompa a parceria com a McLaren na Fórmula 1, o Palácio do Planalto mira no Banco do Brasil. O alvo é o contrato com a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), de aproximadamente R$ 55 milhões por ano. O acordo vai até o fim de 2020. Mas, no que depender do Planalto, a CBV deverá levar uma cortada antes disso. Não custa lembrar que o presidente Jair Bolsonaro já meteu a colher no marketing do BB ao vetar uma recente campanha publicitária.
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“Lobby da malhação” chega ao Congresso
20/05/2019Enquanto o país pega fogo, o baixo clero do Parlamento encontra tempo para suas pautas sui generis. Nesta semana, começou a circular na Câmara dos Deputados um projeto de lei que garante o livre acesso de personal trainer nas academias. A justificativa é acabar com a cobrança de um valor adicional quando os alunos levam o seu próprio preparador. O autor da proposta é o deputado Gil Cutrim (PDT-MA). Quem sabe não é o início de uma “bancada da malhação”?
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Souza Cruz costura “PPP” com o governo para voltar à era dos grandes lucros
17/05/2019No biênio de 2016/2017 o lobby da indústria tabagista no Brasil chegou perto de R$ 150 milhões, segundo uma fonte do RR que pertenceu aos quadros da Souza Cruz, empresa responsável por 90% desses gastos. A companhia é uma máquina de lobby. Deixa a indústria armamentista, por exemplo, a ver navios. A decisão de partir para o jogo pesado foi tomada devido ao explosivo descontentamento da British American Tobacco (BAT) com o fechamento de capital da subsidiária brasileira, em 2015.
A direção da empresa no Brasil foi responsabilizada pelo equívoco. A Souza Cruz tinha lucros espetaculares. Em um ano, crescia 40%; no outro, 50%. Era a ação mais rentável do mercado brasileiro. Quase concomitantemente ao fechamento de capital, explodiu o contrabando de cigarros, combinado ao aumento da concorrência na praça de São Paulo e a mais e mais impostos – a recompra de ações se deu justamente em meio à escalada tributária, iniciada em 2013. Em 2017, a invasão do mercado brasileiro pelos cigarros paraguaios bateu recorde – pela primeira vez, o produto contrabandeado chegou a mais de 50% do mercado brasileiro. O fechamento de capital foi avalizado como injustificável pela matriz.
Para pagar o prejuízo somente por meio da parceria com o governo brasileiro. Um jogo ganhaganha. Na Souza Cruz montou-se uma operação internamente chamada “o cigarro é nosso”. O RR enviou uma série de perguntas à companhia, que não quis se pronunciar. Embaixadores dessa “cigarrolândia” foram despachados para convencimento das áreas fiscal, política, fazendária, policial etc. O então ministro da Agricultura, Blairo Maggi, foi atraído para o lobby, no segundo trimestre de 2016, tornando-se um dos principais interlocutores da empresa. Ações de divulgação e seminários foram realizados com o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, que tem a subsidiária da BAT como um dos principais financiadores.
O ministro do Desenvolvimento Social do governo Temer, Osmar Terra, foi atraído para palestra contra a legalização das drogas, patrocinada pela companhia. Um encontro liderado pela empresa com a senadora Ana Amelia e todas as entidades do setor – Ampro Tabaco, SindiTabaco, Abifumo, Afubras – reuniu diversos parlamentares para discutir o contrabando no mercado de cigarros. A Souza Cruz é apontada também como “campeã de contribuições ocultas” para o Instituto de Direito Público (IDP), que tem como sócio o ministro do STF Gilmar Mendes. O contrabando do cigarro tornouse um inimigo nacional.
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, que agora analisa a criação de um grupo de estudos sobre a vantagem da redução dos impostos da indústria tabagista, esteve entre as autoridades cortejadas pela Souza Cruz. Se os números especulados sobre a redução tributária estiverem na direção certa, o setor veria de volta perdas da ordem de R$ 7,5 bilhões. Tomando-se como base a sua participação no mercado, na faixa de 80%, a “restituição” à Souza Cruz seria de aproximadamente R$ 6 bilhões, equivalente ao lucro líquido da empresa no último quadriênio. Nesta “Parceria Público Privada” com o objetivo de resgatar os polpudos lucros que ficaram no passado, a BAT responderia generosamente à decisão do governo anunciando a disposição de investir em uma fábrica de cigarros eletrônicos no Brasil, uma das suas apostas no mundo. O pleito ainda está em estudos na Anvisa. Provavelmente a empresa vai usar sua máquina de lobby para que esse investimento, tão benéfico à saúde do brasileiro, mereça incentivos fiscais. O fato é que muita fumaça ainda vai rolar.
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Transfusão de sangue na Cassi
15/05/2019Os funcionários e aposentados do Banco do Brasil vão às urnas. A partir da sexta-feira, começarão a decidir se aprovam ou não a proposta de mudança do custeio do Plano de Associados da Cassi, a empresa de medicina de grupo da instituição. Vai doer no bolso de todos: no caso dos beneficiários, a cobrança passará dos 3% para 4%; o banco, por sua vez, contribuirá com 4,5%. Com mais de 600 mil participantes, a Cassi tem um déficit de R$ 377 milhões, número confirmado pelo BB. Sobre o risco de intervenção que paira sobre a empresa há algum tempo, o banco diz que “a ANS acompanha a situação financeira da Cassi e cabe à agência analisar os procedimentos a serem adotados”.
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Campanha do BB deixa uma cicatriz em Rubem Novaes
3/05/2019O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, balançou no cargo. Não fosse pela intervenção do ministro Paulo Guedes, Novaes poderia até ter deixado o banco. A primeira reação do Palácio do Planalto contra a já famosa campanha de marketing do BB para o público jovem levou em consideração uma reprimenda pública ao melhor estilo Jair Bolsonaro. Novaes seria chamado ao Planalto para dar explicações. A medida evoluiu na direção da ideia de afastamento do presidente do BB. O grupo palaciano não é de hoje implica com Novaes. Guedes, porém, tratou da questão em um âmbito mais amplo: o presidente do BB foi nomeado não só por ter a sua confiança, como também pelo perfil talhado para a gestão privatizante do banco. Sim, o BB seria a estatal que, nas palavras do ministro, ninguém fala, ninguém pensa, ninguém imagina que será privatizada. Segundo informações filtradas do BB, a malfadada peça publicitária foi aprovada em reunião de diretoria com a presença de Novaes e dos nove vice-presidentes da instituição. Nada, portanto, foi decidido à revelia do alto-comando. Feitos os reparos e pedidos, ficou para o diretor de marketing, Delano de Andrade, pagar o pato sozinho. Na quinta-feira da semana passada, quando o caso estourou, sua cabeça já estava em um cesto ao lado da guilhotina. O RR enviou uma série de perguntas ao BB, que não quis se pronunciar.
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Governo Bolsonaro ajoelha no milho
29/04/2019Como se não bastassem os iminentes cortes no crédito agrícola por parte do BB e os atritos diplomáticos com os países árabes, surge mais um ponto de tensão entre a gestão Bolsonaro e os ruralistas. Produtores de milho, escoltados pela Frente Parlamentar da Agricultura, pressionam o governo a adotar medidas emergenciais para compensar o que se anuncia como uma das maiores quedas dos preços da commodity dos últimos cinco anos. Segundo a fonte do RR, as reivindicações vão de um pacote de subsídios para o segmento e incentivos fiscais para o aumento da fabricação de etanol de milho. Os produtores cobram também garantias de compra de parte da próxima safra. Procurado, o Ministério da Agricultura diz “desconhecer as reivindicações”. A Pasta informa que a produção de etanol “de milho ou de cana já possui forte apoio do governo federal, com a mistura obrigatória de 27% na gasolina”. O Ministério disse que “tem a responsabilidade de garantir o preço mínimo, mas não necessariamente pela de compra do produto, mas preferencialmente por equalização de preços”. Curiosamente, no momento, há falta de milho em algumas regiões. É o caso do Mato Grosso, onde a Conab tem feito leilões de estoques públicos. No entanto, o cenário tende a mudar significativamente nos próximos meses. Estudos do Ministério da Agricultura apontam que a colheita de milho na safra 2018-19 será recorde, com mais de 94 milhões de toneladas. Caso a projeção se confirme, serão 14 milhões de toneladas a mais do que no ano passado. Há estimativas de que os preços possam cair até 20% ainda neste ano.
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Lemann assume o “Ministério da Produtividade”
24/04/2019Jorge Paulo Lemann, que já tem o seu Endeavor para estimular o empreendedorismo nos jovens e participa de ações empresariais voltadas à capacitação de futuros homens públicos, arrumou outro brinquedo. Vai liderar uma fundação de big bosses para subsidiar o governo com medidas que aumentem a produtividade e melhorem o ambiente dos negócios. Ao lado de Lemann estão nomes como Daniel Klabin, Jorge Gerdau e o indefectível Vicente Falconi, além, é claro, do seu time de futebol: Beto Sicupira, Carlos Brito, Marcel Telles e Alexandre Behring. Seu escrete terceirizará conhecimento com o qual pretende brindar o governo.
O leque de empresários tem a função de injetar combustível financeiro e emoldurar as propostas com seu prestígio. A novidade é a sugestão para que o grupo funcione também como se fosse um comitê de arbitragem das sugestões apresentadas. Assim, quando houver dúvidas entre a adoção das medidas ofertadas ou do governo, o “Comitê Lemann” daria seu veredito. O proselitismo do empresário sob a forma de filantropia não pode ser tachado como algo negativo ou prejudicial à sociedade.
Seu pecado é ser monotônico, tendendo à neurolinguística e à autoajuda. Não bastasse, o discurso de Lemann traz implícito um permanente desconforto com o Brasil, uma senzala administrativa a exigir os processos e práticas que levaram ao sucesso os países e grupos empresariais mais desenvolvidos. Um bom exemplo do que Lemann não é e nem quer ser – por isso o define melhor ainda – foi o grupo dos 14, uma pequena tropa empresarial, extremamente politizada, que assinou um dos mais notáveis capítulos da burguesia nacional, nos anos 80.
Nomes como Luiz Eulálio Bueno Vidigal, Antônio Ermírio de Moraes, Paulo Francine, Cláudio Bardella, José Mindlin e Paulo Vellinho, entre outros, lutaram contra a ditadura, pressionaram o governo para o desenvolvimento da indústria nacional – o setor na década de 80 alcançou 30% do PIB contra os atuais 12% – e fizeram o maior lobby empresarial por investimentos na infraestrutura. Todos eram ligados à economia física, ao contrário da hegemonia financista dos novos vencedores. A nova Fundação de Lemann, noves fora as novidades já mencionadas, deve apresentar mais do mesmo: orçamento base zero, envolvimento do dono da empresa na contratação de capital humano e uma meritocracia radical. O museu de grandes novidades do líder cervejeiro servirá de script para mais um show de narcisismo do dono da Ambev. Lemann tem um ego ciclópico e é campeão de vaidade nas redes, impulsionando seus milhões de aparições. No meio de toda a bizarrice que assola o país, até que não chega a ser mau.
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Rebelião ruralista
10/04/2019A ministra Teresa Cristina foi escalada pelo Planalto para debelar um motim. A bancada ruralista ameaça votar em bloco contra a reforma da Previdência caso o Banco do Brasil leve adiante o projeto de reduzir substancialmente sua carteira de crédito agrícola. Mais de 60% do financiamento rural vêm do BB.
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Críticas e desagravos opõem togados e ex-fardados
5/04/2019Há uma óbvia relação entre o ato de desagravo ao Supremo Tribunal Federal na última quarta-feira e o editorial da nova edição da Revista do Clube Militar. O manifesto de apoio da “sociedade civil” ao STF – que uniu da OAB à CNBB e ao Conselho de Pastores, passando por Fiesp e Força Sindical – ocorreu poucos dias após a publicação entrar em circulação com o editorial intitulado “Ditadura da Toga?”. No texto, o presidente do Clube Militar, General de Divisão Eduardo José Barbosa, faz duras críticas à decisão do STF de que processos de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à prática do “caixa 2” devem migrar para a Justiça Eleitoral.
O General afirma que “fica evidente uma ofensiva contra a Operação Lava Jato, deixando a suspeição de haver uma disputa pelo poder no âmbito do próprio Judiciário ou uma tentativa de ‘favorecer a defesa dos corruptos’”. No editorial, o presidente do CM classifica como “uma atitude presunçosa, arrogante e, mesmo, raivosa” a decisão do presidente do STF, Dias Toffoli, que determinou a abertura de inquérito “para apurar contestação, ofensa, crítica ou ameaça” contra os ministros da Corte e seus familiares. “Por que não se pode criticar ou contestar?”, questiona o General Barbosa. Por sua vez, segundo informações correntes, o ato “espontâneo” de desagravo ao STF teria sido organizado pelos ministros Dias Toffoli e Luiz Fux. O cenário é de uma “guerra fria”.
É importante que se faça algumas ressalvas. O STF não representa o Judiciário, em que pese ser a mais alta Corte do país. O Clube Militar, por sua vez, não vocaliza os militares da ativa, não obstante representar todos os oficiais que passaram pelo Exército, o que não é pouca coisa. Consultado pelo RR se o editorial em questão configura uma crítica a um episódio específico, o chamado julgamento do “caixa 2”, ou se trata de uma avaliação negativa do comportamento recente do STF, o CM respondeu que “Ambos”. Perguntado se planeja outras manifestações publicas neste sentido, o Clube Militar disse “Talvez”.
O RR também entrou em contato com o STF, que não quis se pronunciar sobre o episódio. Pode ser que seja apenas um jogo de cena, mas uma fonte do Supremo disse à newsletter que não reconhecia qualquer importância na manifestação do General Barbosa. Ao se referir à posição do Clube Militar, em tom irônico o interlocutor chegou a se utilizar da frase proferida pelo ministro Ricardo Vélez ao mencionar o “guru” Olavo de Carvalho e suas seguidas interferências na Pasta da Educação: “Não passam de fenômenos meteorológicos.
Acervo RR
Troca de guarda
5/04/2019Nos corredores da Previ circula a informação de que o presidente da fundação, José Mauricio Coelho, está com os dias contados. O favorito para o posto seria o atual presidente da BB DDTVM, Carlos André, que caiu no gosto do presidente do BB, Rubem Novaes;
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Cassinos buscam um novo “cabo eleitoral”
25/03/2019O lobby dos cassinos procura um novo “porta-voz” no governo. Acusado de comandar o “laranjal” do PSL, o ministro do Turismo, Marcelo Alvaro Antonio, tornou-se o anti-garoto propaganda. A cada declaração do ministro favorável à proposta, o projeto que libera o jogo no país volta uma casa no tabuleiro.
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Sérgio Moro aperta o cerco a abusos sexuais por religiosos
22/03/2019Os escândalos protagonizados por João de Deus e Prem Baba, apenas para citar casos mais recentes e emblemáticos, viraram assunto de Estado. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, trabalha para aumentar a punição contra crimes de abuso sexual praticados por religiosos. As discussões envolvem também o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. As duas Pastas pretendem encaminhar ao Congresso projeto de lei tornando as penas ainda mais rigorosas, notadamente a partir da tipificação de agravante – por definição, o autor de um crime desta natureza aproveita-se de uma condição de ascendência e de certo mando sobre a vítima. A Pasta da Justiça confirmou ao RR que Moro “conversou com a ministra Damares Alves sobre o projeto” e que ela “encaminhará o texto para avaliação do Ministério”. Segundo o RR apurou, na próxima semana Moro e Damares deverão ter uma nova reunião, desta vez com a presença de promotores do Ministério Público de Goiás que atuam nas investigações das denúncias contra o médium João de Deus. Como qualquer assunto que envolva religião e suas instituições, o tema é delicado. Para além dos casos que ganharam notoriedade mais recentemente, passa também pelas denúncias de abuso sexual que pairam sobre a Igreja Católica, Por sinal, a investida de Moro se dá no momento em que a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) anuncia que ampliará sua Comissão de Proteção a Menores, com o intuito de coibir e punir crimes de abusos contra crianças e adolescentes cometidos por clérigos.
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Igreja Católica tenta reconstruir as pontes com o Poder
15/03/2019A Igreja Católica está voltando ao game devagarinho. Tem feito movimentos ainda tímidos, porém perceptíveis, no intuito de reagir à perda de representatividade institucional junto ao Poder. O contraponto é o crescente espaço de influência política dos evangélicos, que ganhou tonalidades mais fortes com a ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência. Um gesto emblemático dos católicos foi o Banquetaço Nacional do último dia 27 de fevereiro, organizado pela Cáritas, braço social da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O evento em 27 cidades brasileiras surgiu como uma resposta à edição da MP 870 e à consequente extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, entidade civil que prestava consultoria à Presidência da República. Perguntada se o Banquetaço Nacional foi um ato de caráter político, a CNBB não se pronunciou. A cúpula da Igreja Católica tem emitido outros sinais que apontam para um projeto de resgate do seu espaço no cenário institucional e político. Desde já, as atenções se voltam para o Sínodo da Amazônia, reunião do episcopado católico marcada para outubro, no Vaticano.
O próprio governo deu sua contribuição para colocar foco sobre o encontro, transformando-o praticamente em questão de segurança nacional. Recentemente, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) publicou nota confirmando que “existe a preocupação funcional com alguns pontos da pauta do Sínodo”. Na ocasião, o general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI, negou que a Igreja Católica seja “objeto de qualquer tipo de ação da Abin”, mas deu a entender que a reunião de outubro está no radar do aparelho de Inteligência. A reação mais contundente da Igreja Católica veio na voz do bispo da Prelazia de Marajó, dom Evaristo Spengler, que classificou a movimentação do governo como “um retrocesso que só vimos na ditadura militar”.
Consultada, a CNBB também não quis comentar a declaração de dom Evaristo. Talvez a Igreja Católica jamais tenha enfrentado uma circunstância tão inóspita do ponto de vista institucional. O Estado é laico, mas o governo Bolsonaro sabidamente tem suas preferências. Os evangélicos formam uma das bases de sustentação eleitoral do Capitão. A Bancada da Bíblia, um istmo das congregações pentecostais no Legislativo, é um dos principais esteios de Bolsonaro no Congresso. O discurso moralista e a agenda dos costumes galvanizam essa relação de fé e pragmatismo.
O presidente e os seus enxergam a Igreja Católica como antiga aliada do PT e de causas identificadas com o campo da esquerda. A bandeira dos direitos humanos e a defesa de grupos específicos de interesse, como ambientalistas e indígenas, são vistas pelas hostes bolsonaristas como pontos de simbiose entre católicos e o esquerdismo. No governo, há um receio de que o episcopado brasileiro aproveite a visibilidade internacional em torno do Sínodo da Amazônia para desfiar um rosário de críticas às políticas da gestão Bolsonaro nas áreas social e ambiental. Por esta razão, há, desde já, movimentos no sentido de desconstruir o encontro no Vaticano. O presidente Bolsonaro e sua claque evangélica tentam impingir ao Sínodo uma imagem depreciativa, comparando-o, inclusive, ao Foro de São Paulo.
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“Reforma” da Previdência chega ao campo
13/03/2019Empresas como Bunge, ADM, Cargill etc sofreram uma derrota inesperada na última segunda-feira, com uma decisão proferida por Edson Fachin. O ministro do STF declarou a Associação Brasileira dos Produtores de Soja e a União da Agroindústria Canavieira (Única) como “amicus curiae” na ação que discute a constitucionalidade da tributação previdenciária sobre exportações indiretas de produtos agrícolas. Na prática, os agricultores passaram a ser parte interessada no processo, não obstante o forte lobby das tradings na direção contrária. A decisão sugere uma reviravolta na ação, aumentando o risco de que, nesses casos, o pagamento do INSS de agricultores recaia sobre as tradings exportadoras de grãos. A conta pode chegar a R$ 10 bilhões por ano.
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CPI da Vale a passos de cágado
1/03/2019As assinaturas de todos os 74 deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) parecem ter sido feitas a lápis. O presidente da ALMG, Agostinho Patrus (PV), tem postergado a abertura da CPI para investigar a tragédia de Brumadinho. Havia a promessa de que a Comissão seria instaurada ainda nesta semana, o que não ocorreu. O novo horizonte é a semana depois do Carnaval. Ao que tudo indica, o lobby da Vale está funcionando.
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Os dados ainda rolam
25/02/2019A Wynn Resorts, dona de cassinos em Las Vegas e Macau, engrossou a tropa do lobby no Congresso, para a aprovação do projeto que libera o jogo no Brasil.
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Patagonia
12/02/2019O presidente do BB, Rubem Novaes, bateu o martelo: vai vender a participação de 80% no Banco Patagonia. A saída deverá se dar por meio de oferta na Bolsa de Buenos Aires. Procurado, o BB não se pronunciou alegando estar em período de silêncio.
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BB vs. BR Pharma
23/01/2019O Banco do Brasil deverá entrar na Justiça para suspender o plano de recuperação judicial da BR Pharma, holding do varejo farmacêutico que soma uma dívida de R$ 1 bilhão. A área jurídica do BB elencou uma série de irregularidades na proposta apresentada pela companhia.
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Os jalecos nem tão brancos do Ministério da Saúde
21/01/2019O Ministério da Saúde desponta, desde já, como um dos principais flancos de questionamentos às indicações do governo Bolsonaro. Escolhido para ocupar o cargo de secretário-executivo da Pasta, o médico João Gabbardo dos Reis responde a uma ação de improbidade administrativa no Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT). O Ministério Público acusa Gabbardo e o Instituto de Cardiologia do DF (ICDF), do qual ele foi superintendente entre 2010 e 2014, de utilizarem R$ 6 milhões em recursos públicos indevidamente para a reforma de um hospital privado.
Consultado, o Ministério da Saúde informou que “o processo aguarda análise da Justiça Federal, inclusive quanto à competência e demais aspectos apresentados pela defesa na ação.” A Pasta disse ainda que “a denúncia não trata de superfaturamento ou desvio dos recursos, mas, sim, no entendimento de onde os recursos foram aplicados: ou em entidade sem fins lucrativos com atendimento ao SUS ou em prédio da União.” O Ministério esclarece que os “os recursos públicos foram aplicados, conforme já apresentado pela defesa no processo, em leitos de UTI para cardiologia, para cirurgia cardíaca e para o centro de transplantes, com funcionamento em um prédio da União”.
Que tudo seja esclarecido a tempo. Gabbardo não está sozinho. O ministro Luiz Henrique Mandetta é investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 da época em que ocupou o cargo de secretário de Saúde de Campo Grande (MS). As acusações se referem à implementação do Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde (Gisa). Mesmo após o repasse de R$ 16 milhões em verbas da União, o projeto não saiu do papel. O Ministério esclarece que “o ministro Luiz Henrique Mandetta não é réu em nenhum processo”. Afirma ainda que “a gestão posterior a de Mandetta decidiu pelo encerramento do convênio e os recursos estão sendo restituídos à Pasta”.
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BB e Previ ensaiam saída da Kepler Weber
15/01/2019O Banco do Brasil já mantém conversações com a Previ para a venda conjunta de suas ações da Kepler Weber. O banco e o fundo de pensão detêm 35% do capital da empresa, maior fabricante de silos da América Latina. Em um mero exercício, tomando-se como base apenas o atual valor de mercado da Kepler, o quinhão da dupla vale algo como R$ 130 milhões. A operação poderá se dar por meio de uma venda direta ou por intermédio de um leilão em bolsa. Ressalte-se que no ano passado a norte-americana AGCO – uma das maiores fabricantes de implementos agrícolas do mundo – lançou uma oferta para comprar as participações do BB e da Previ. No entanto, a operação foi suspensa pela CVM.
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Ponto final
15/01/2019Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: BB, Previ, Volkswagen, Ministério da Agricultura e Rumo.
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BB DTVM e Caixa Asset podem ser embrulhadas no mesmo pacote
14/01/2019O governo cogita a fusão das gestoras BB DTVM e Caixa Asset. Não faria, portanto. o IPO de cada uma delas isoladamente, mas, sim, da nova e musculosa empresa, que já viria ao mundo com uma carteira total de ativos superior a R$ 1,5 trilhão. Se antes a abertura de capital das duas empresas era considerada um negócio de retorno discutível, devido à baixa escala do mercado e ajustes internos que precisam ser feitos em ambas, a BB/CEF Asset torna o cenário para o IPO bastante positivo. A expectativa é que a joint venture seja um grande originador de operações.
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Banco do Brasil busca uma cura para seu plano de saúde
10/01/2019A nova gestão do Banco do Brasil, comandada por Rubem Novaes, está convicta de que terá de lançar mão de medidas duras e impopulares se quiser conter o crescente rombo financeiro da Cassi (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil). Uma das principais ações discutidas é a equiparação das contribuições entre os participantes e o mantenedor. Hoje, trabalhadores e aposentados do BB arcam com o equivalente a 4% do que recebem; já o banco entra com 5,85%.
A ideia em estudo é uniformizar as contribuições pelo índice mais alto. A maior derrama junto aos beneficiários aumentaria a arrecadação em algo próximo a R$ 100 milhões por ano. A premissa é que o sacrifício deve ser de todos – guardadas as devidas proporções, uma mensagem que guarda semelhanças com o discurso adotado pelo governo para a reforma da Previdência. A medida tiraria do BB a responsabilidade de bancar solitariamente o déficit do plano de saúde.
Em fevereiro do ano passado, o banco fez um aporte emergencial de R$ 324 milhões na Caixa de Assistência. Quatro meses depois, a entidade já acumulava um novo prejuízo de R$ 385 milhões. Procurado pelo RR, o BB não se pronunciou. Outra medida sobre a mesa promete ser tão ou mais inflamável do que o aumento da contribuição dos participantes. A nova direção do Banco do Brasil estaria disposta a ressuscitar uma agenda que causou razoável desgaste entre a gestão anterior e os beneficiários ao longo do segundo semestre do ano passado.
Trata-se da mudança do estatuto da Cassi, de forma a aumentar o poder de voto de veto do próprio BB na gestão executiva e nos Conselhos do plano de saúde. Em setembro, a diretoria do banco, à época ainda presidido por Paulo Rogério Caffarelli, levou à votação uma proposta de reforma do estatuto. No entanto, as mudanças não alcançaram os dois terços necessários entre os associados da Caixa de Assistência.
Neste momento, há um ingrediente a mais: a manifesta intenção do governo Bolsonaro de vender subsidiárias do BB traz a reboque o fantasma da terceirização da carteira da Cassi, com a contratação de uma administradora independente. Por mais amargas que sejam as medidas a caminho, a nova direção do BB não tem muita margem de manobra. A Cassi é uma bomba-relógio amarrada ao banco. Opera no vermelho desde 2011. No ano passado, o déficit teria batido na marca de R$ 1 bilhão. O descasamento entre receitas e despesas é cada vez mais grave, entre outros motivos devido ao envelhecimento da carteira. Em 2013, a fatia de participantes com mais de 59 anos era de 19%. Em 2017, esse índice chegou a 24%.
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Super vice-presidente
21/12/2018Na equipe de transição de Jair Bolsonaro, o economista Carlos Hamilton já é tratado como uma espécie de “super vice presidente” da gestão de Rubens Novaes no BB. O cargo de Hamilton, cotado para a vice presidência de Finanças, ainda não foi oficialmente confirmado, mas quase todos os assuntos do banco têm passado por ele.
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Caixa Econômica na mira do privatista Paulo Guedes
13/12/2018O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, está disposto a relançar pela enésima vez a tese de que o país não precisa ter duas mega instituições financeiras estatais; e que pode muito bem privatizar uma delas. Estamos falando da Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, primeiro e segundo lugar no ranking de maiores instituições pelo critério de ativos financeiros. Desde o governo Collor, vai e volta, a ideia surge em algum lugar. Passou por FHC, por Lula e, mais recentemente, foi defendida por Henrique Meirelles.
Agora mesmo, na era Jair Bolsonaro, já surgiu algumas vezes com colorações diferentes. Primeiro, foi no afã privatista de Guedes, que queria se desfazer da Petrobras, CEF, Eletrobras e tudo mais o que estivesse pela frente. Bolsonaro fechou a porta para os excessos do ministro. As principais estatais não seriam privatizadas. Depois, Guedes cometeu uma inconfidência: comentou com um amigo e dirigente do sistema financeiro que queria ver o Bank of América Merrill Lynch associado ao Banco do Brasil. Ou seja: o Estado brasileiro venderia a sua parte. Ninguém mais sério quis comentar o desvario.
Agora, Guedes voltaria a mirar o seu alvo. A bola da vez seria a CEF. Qual o motivo? A União tem 100% do capital da instituição. Portanto seria mais dinheiro para redução da dívida pública bruta. Uma lufada de ares privatistas colaboraria para higienizar a CEF, uma instituição cercada de interesses políticos por todos os lados. Guedes também quer se livrar da coleção de riscos bancários. Prefere ficar, na área comercial, com o BB – se pudesse não ficava com nenhum. A CEF volta e meia precisa de injeções de capitalização do governo. Seu maior ativo é a vasta rede bancária. A proposta de vitaminar o BB em paralelo com a venda da CEF pode ser um estímulo para sensibilizar Bolsonaro que, no caso das instituições financeiras, reduzir é aumentar, mesmo que por via transversa. Se Guedes emplacar essa, vai para a galeria dos ministros que quebraram paradigmas.
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Kepler Weber rodopia nas bolas
5/12/2018A roleta gira freneticamente no cassino da bolsa. Desde o início de novembro, quando o superministro Paulo Guedes sinalizou a venda de participações societárias do Banco do Brasil em empresas, a ação da Kepler Weber já subiu mais de 35%. Segundo o RR apurou, um grande banco norte-americano tem atuado freneticamente nas duas pontas do balcão. O BB tem 17,4% do capital ordinário da fabricante de silos. A Previ, outro tanto
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Um tiro pela culatra na concentração bancária
28/11/2018Se uma das justificativas de Paulo Guedes para esquartejar e vender pedaços do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal é reduzir a concentração bancária, como ele próprio afirma, a medida deve ter exatamente o efeito contrário. Diante da histórica dificuldade dos bancos estrangeiros, notadamente do segmento de varejo, de entrar e permanecer no mercado brasileiro, tudo leva a crer que os três maiores grupos privados do país – Bradesco, Itaú e Santander – serão os grandes absorvedores das operações da Caixa e do BB. Hoje, os cinco grandes bancos do país somam cerca de R$ 6,2 trilhões em ativos, ou mais de 80% do total do sistema financeiro – há pouco mais de uma década esse índice era de aproximadamente 60%.
Reúnem ainda 80% dos empréstimos e depósitos, 50% do mercado de seguros e 70% da área de cartões de crédito/débito. Com a venda de ativos do BB e da Caixa Econômica, estes percentuais provavelmente passariam a ser condensados nas mãos dos três maiores bancos privados. Em um exercício meramente especulativo, mas factível, caso o governo decida se desfazer integralmente das carteiras das seguradoras ligadas ao Banco do Brasil e à Caixa, a participação de Bradesco, Itaú e Santander poderia chegar a 70% do ramo de automóveis e a 80% no segmento de vida e previdência. No mercado de crédito, esta simulação é mais complexa, pois dependeria da extensão que a venda da carteira comercial da Caixa alcançaria.
De antemão, é possível dizer que a disposição da equipe econômica é tirar a CEF de todos os setores que possam representar risco para o governo e não sejam relevantes para as políticas públicas. Sob certo ângulo, o avanço dos grandes grupos financeiros não foi necessariamente de todo mal. Pelo contrário. Essa concentração sempre foi um fator de proteção do sistema financeiro nacional, permitindo que o país saísse ileso de grandes crises bancárias internacionais, notadamente a hecatombe dos subprimes, em 2008.
De qualquer forma, assim como há uma boa dose de exagero na manutenção pétrea de US$ 380 bilhões em reservas cambiais, talvez a concentração bancária não precisasse ser tanta. Existiria uma hipótese não mais tão remota de atração de banco estrangeiro para o mercado brasileiro por meio de privatizações. O próprio ministro Paulo Guedes deixou vazar que uma futura fusão entre o Bank of America Merrill Lynch e o Banco do Brasil seria benéfica para o setor financeiro nacional. Ocorre que a medida pode levar ao mesmo dilema, ou seja, mais concentrar do que elevar a competição bancária.
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Está chegando a hora da onça beber água
26/11/2018O grande desafio do governo Jair Bolsonaro no ano da graça de 2019 não será a reforma da Previdência, que representará, sem dúvida, um tento, mas já está dada como pré-condição para o ajuste fiscal. O teste de força será a apresentação, nos primeiros seis meses do ano, da “agenda do incômodo”. São as medidas que baterão de frente com os grupos de interesse e lobbies mais poderosos do país. O RR considera que são três os maiores espinheiros: a desregulamentação, que envolve cortes de subsídios, renúncias fiscais, barreiras tarifárias e desonerações tributárias; o choque anticorporativista, que prevê alterações no fim da estabilidade dos cargos do funcionalismo público, demissões, um pacto pela produtividade, mudanças no Sistema S, entre outras medidas dolorosas; e o ajuste fiscal dos estados e municípios. É no interior desse mosaico que será capturado o complemento para zerar estruturalmente o déficit primário. As privatizações maciças são mais um discurso de campanha, já que a equipe econômica sabe que não é simples a venda de estatais a granel. Mas empresas vinculadas às estatais poderão ser vendidas sem a burocracia das licitações clássicas, tais como os ativos de distribuição e refino da Petrobras e subsidiárias do Banco do Brasil. Os grupos de interesse já estão se movendo para defender os seus territórios. Algumas federações de indústria já buscaram dar o seu apoio de praxe, para depois negociar alguns pontos. Isso teria provocado, inclusive, algumas rachaduras entre essas entidades. Espera-se que os cortes e fim das tarifas alfandegárias estejam vinculados, em alguns casos, a contrapartidas do aumento da produtividade. Haveria métricas próprias e prazos para que fossem cobrados os compromissos, algo que nunca foi feito nesses de distribuição farta de benefícios.
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Sonhos de uma noite de dizimação
22/11/2018No mundo perfeito idealizado por Paulo Guedes, o sistema bancário público sofreria uma semi-extinção. O Banco do Brasil perderia o seu sobrenome e seria associado a um grupo estrangeiro. A Caixa Econômica, por sua vez, deixaria de ser uma instituição bancária para se transformar em uma certificadora e garantidora de empréstimos imobiliários, uma espécie de Fannie May tropicalizada – em alusão a uma das maiores empresas de hipoteca dos Estados Unidos. Mesmo com a inexorável concentração bancária decorrente da eventual fusão do BB com um estrangeiro, o argumento é que ela pelo menos se daria entre entes privados. Nesse universo lúdico ultraliberal, o Banco da Amazônia (Basa) seria incorporado pelo Banco do Brasil. Já o Banco do Nordeste e a Finep seriam agregados
ao BNDES. Nos prováveis devaneios do ministro da Economia, tudo são possibilidades. A única certeza é que o BNDES será desidratado. Esta dimensão paralela que permeia as divagações de Paulo Guedes buscaria tirar totalmente o governo do risco da atividade financeira, vista como uma potencial fonte de perdas de recursos. Isso incluiria alguns pingentes pendurados no sistema bancário estatal. Em tese, a gestão do FGTS e do FAT, a cargo da Caixa Econômica, e o financiamento agrícola, cujo repasse é de responsabilidade do BB, seriam licitados para a banca privada. O Fundo de Garantia, por sinal, seria gradativamente transferido para uma carteira de previdência complementar.
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O conveniente trade off de Bolsonaro
14/11/2018Jair Bolsonaro está aprendendo a jogar o jogo contra as oligarquias. Quando os lobbies pela restauração ou ampliação de benefícios fiscais o emparedam, lança mão de um programa social de última geração. É um ou é outro. Foi assim com o programa creche universal. Colocou na mesa o trade off: menos dinheiro barato do governo para os empresários e sua acumulação de capital em troca de atendimento de crianças até três anos em creches públicas. Com a reforma da Previdência, já pretende lançar como contrapartida do empresariado o décimo terceiro do Bolsa Família, renda mínima, isenção do salário mínimo para faixas mais baixas. Bolsonaro tem dado um nó em muita cobra velha.
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Decolagem forçada
14/11/2018Os bancos credores de Viracopos – à frente Banco do Brasil e Itaú BBA – vêm intercedendo junto a autoridades do setor na tentativa de acelerar a transferência da concessão à dobradinha Zurich Airport e IG 4 Capital. A dívida bancária da operadora do aeroporto de Campinas passa de R$ 1 bilhão.
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Ponto final
14/11/2018As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil, Itaú BBA e Nordeex-Acciona.
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“MP da Sede” deixa prefeitos e governadores de garganta seca
12/11/2018A manifesta decisão de Jair Bolsonaro de extinguir o Ministério das Cidades serve como pano de fundo para uma disputa pelos recursos destinados à área de saneamento. O ponto central é a possível mudança no marco legal do setor. Segundo o RR apurou, um grupo de prefeitos e governadores – entre os quais os petistas Rui Costa (Bahia) e Camilo Santana (Ceará) – solicitou a Bolsonaro que ele e sua equipe de transição trabalhem para derrubar a Medida Provisória 744. Do lado oposto, investidores privados desaguaram na Câmara e no Senado com uma intensa operação de lobby a favor da medida. O duelo é apimentado justamente pelo fim da Pasta das Cidades, hoje responsável pela gestão e liberação de recursos para o setor. A proposta – apelidada de “MP da Sede” – estipula que os municípios assumam as licitações para projetos de saneamento, esvaziando o poder das concessões estaduais. Dito desta maneira, até soa estranho que os alcaides estejam contra a medida. No entanto, as prefeituras fazem coro com os governadores por enxergar uma pegadinha no texto, que teria sido feito sob medida para os grandes grupos privados. O entendimento é que apenas as maiores cidades serão beneficiadas com o novo marco legal, justamente as que despertam o interesse dos investidores. Governadores e prefeitos fazem pressão para que o projeto não seja votado antes de 19 de novembro. A partir desse dia, a MP perde validade e o assunto volta à estaca zero.
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General Heleno amplia o raio de ação do GSI
8/11/2018A julgar pelas missões desempenhadas pelo general Augusto Heleno na equipe de transição, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) terá um perímetro mais amplo de atuação e representatividade no governo Bolsonaro. Na última quinta-feira, Heleno teve uma reunião a portas fechadas com executivos da indústria siderúrgica no Hotel Hilton, no Rio de Janeiro. Segundo o RR apurou, a questão China dominou o encontro. Representantes da CSN, Gerdau, Arcelor Mittal e Usiminas, entre outras menos votadas, bateram na tecla dos estragos que a crescente entrada do aço chinês no Brasil tem causado à indústria nacional.
Ao longo de 2017, a participação do insumo importado no mercado brasileiro subiu de 8% para 13%. Estima-se que este índice feche 2018 acima dos 15%. O produto oriundo do país asiático responde por mais de 50% das importações. Resultado: a ociosidade do parque siderúrgico brasileiro já passa dos 30%: são 34 milhões de toneladas de aço produzido para uma capacidade instalada próxima dos 52 milhões de toneladas. O general Heleno saiu do encontro devidamente municiado de números e mais números. Os executivos chamaram especial atenção para os mais de 12 mil postos de trabalho fechados nos últimos quatro anos.
De acordo com a fonte do RR, as palavras “protecionismo” e “barreiras” não foram pronunciadas durante a reunião reservada. Nem seria preciso. No discurso dos siderurgistas está mais do que subtendido de que vai ser difícil segurar a concorrência com o aço chinês sem sobretaxas. Até porque a China deve intensificar sua investida sobre o mercado brasileiro diante das crescentes restrições alfandegárias impostas pela Europa e, sobretudo, por Donald Trump, nos Estados Unidos. A questão tributária tem sido alvo de embates entre a siderurgia e o governo Temer. Em maio, a Camex adiou por um ano a imposição de tarifas ao aço chinês por considerar o atual regime de “interesse público”, tendo em vista o aumento dos preços e a crise econômica no país.
Em parte, significa dizer que o lobby das montadoras e da indústria de eletrodomésticos, entre outros setores intensivos em aço, foi mais bem-sucedido. Os siderurgistas sabem que o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, é contrário, por definição, a tarifas protecionistas a qualquer setor da economia. Portanto, as barreiras alfandegárias serão poucas para muitos pedintes. Os empresários do aço sabem que o general Heleno será o contraponto de Guedes no Palácio do Planalto.
Trata-se de um oficial especializado em assuntos estratégicos, cuja visão dos interesses do Estado vai além da simples aritmética sobre as vantagens de um setor ou outro da indústria. Seu horizonte de atuação institucional alcançará o aconselhamento sobre os países-chaves nas relações comerciais e de segurança. A China é um deles. Há poucos dias, Heleno pediu a Bolsonaro que fosse mais manso em suas declarações sobre o país asiático. Pequim também está atenta a essa movimentação. O em-baixador da China no Brasil fez uma visita em caráter extraordinário ao Capitão Bolsonaro, em sua residência, na Barra da Tijuca. Ou seja: bem antes de se aproximar o quinto mês do governo Bolsonaro, data prevista para a Camex reavaliar a questão, as reivindicações da indústria siderúrgica estão subindo de decibéis.
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Cessão onerosa ganha seu “fast track”
6/11/2018O ministro extraordinário Onyx Lorenzoni, futuro responsável pela Casa Civil, passou o dia de ontem em tratativas com o presidente do Senado, Eunício de Oliveira, para garantir que a Casa vote ainda nesta semana o Projeto de Lei 78/20180. Trata-se da proposta que permite à Petrobras negociar até 70% dos cinco bilhões de barris de petróleo a que tem direito de explorar no pré-sal, por meio da chamada cessão onerosa. Paulo Guedes conta com os recursos que jorrarão da operação para abater o déficit fiscal. Por ora, a previsão de arrecadação ainda é dispersa: vai de R$ 30 bilhões até R$ 100 bilhões. O novo governo tem importantes aliados na causa. Grupos estrangeiros de óleo e gás também fincaram suas plataformas de lobby no Senado para acelerar a votação do PL. Os líderes dos partidos da base aliada já aprovaram um requerimento de urgência para a matéria entrar em pauta.
…
Por falar em cessão onerosa, Onyx Lorenzoni tem usado de todo o seu prestígio junto a Jair Bolsonaro para que o deputado José Carlos Aleluia, autor do PL 78/2018, assuma o Ministério de Minas e Energia. Correligionário de Lorenzoni no DEM, Aleluia não conseguiu se reeleger para a Câmara dos Deputados. Pesa contra ele a manifesta disposição de Bolsonaro de montar um Ministério higienizado, sem condenações ou mesmo suspeitas de atos ilícitos. Aleluia foi citado na Lava Jato pelo suposto recebimento de R$ 300 mil, via Caixa 2, para a sua campanha eleitoral em 2010.
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BB vs. BR Pharma
5/11/2018Um dos principais credores da BR Pharma, o Banco do Brasil está entrando na Justiça para derrubar o plano de recuperação judicial da rede de drogarias aprovado pelos credores. Deverá ser acompanhado por pesos-pesados da indústria farmacêutica, que apontam irregularidades no plano. Sobre a mesa um passivo da ordem de R$ 1,2 bilhão.
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Bancada ruralista e lobby privado duelam pela Pasta da Agricultura
31/10/2018O Ministério da Agricultura – dono de um orçamento de R$ 12 bilhões e por onde passam quase 24% do PIB – desponta como uma das esferas de Poder mais disputadas do governo Bolsonaro. A novidade é a entrada na arena da indústria da agrociência, que duela com a bancada ruralista pela indicação do futuro titular da Pasta. Segundo o RR apurou, grandes companhias do setor teriam feito chegar a Bolsonaro os nomes de Laércio Giampani e Rodrigo Santos.
O primeiro deixou a presidência da subsidiária brasileira da Syngenta, uma das maiores fabricantes mundiais de sementes, em julho deste ano. Santos, por sua vez, é o todo poderoso CEO da divisão de CropScience da Bayer-Monsanto na América Latina. De acordo com a fonte do RR, as indicações teriam chegado por intermédio do deputado estadual eleito Frederico D ´Avila (PSL-SP), que durante a campanha serviu de ponte entre o Capitão e empresários e grupos da cadeia do agronegócio.
A eventual escolha de um destes dois nomes seria um sinal de que o governo Bolsonaro pretende dar ênfase à agrotecnologia em suas políticas para a área da Agricultura. Em contrapartida, poderia ser encarada também como uma influência excessiva de grandes multinacionais da cadeia do agronegócio na futura gestão da Pasta. Não custa lembrar que embaixo do Ministério da Agricultura estão a Embrapa e seu cobiçado banco de patentes estimado em mais de US$ 1 bilhão – noves fora seu valor intangível.
Do lado da bancada do agronegócio, o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan, que chegou a ser tido como favorito para o cargo, perdeu fôlego. De domingo para cá surgiram à mesa os nomes de Antonio Galvan, vice-presidente da Aprosoja, e do deputado Valdir Colatto (MDB-SC). Por sua vez, a Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) intensificou o lobby pela escolha de Luiz Carlos Heinze, eleito para o Senado pelo Rio Grande do Sul.
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Derrota anunciada
30/10/2018Vanderbergue Machado, “embaixador” da CBF nos corredores do Congresso, já iniciou as tabelinhas com os deputados eleitos para a próxima legislatura. O ponto de interesse é a votação da Lei Geral do Futebol, conhecida como a “reforma trabalhista da bola”. A analogia não é à toa: é grande o lobby para jogar alguns direitos dos jogadores para escanteio.
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Temer se despede com uma derrama nas compras pela internet
19/10/2018Ao apagar das luzes, a gestão Temer prepara uma desagradável surpresa para os milhões de brasileiros que despacham divisas para fora do país, entupindo os sites internacionais de e-commerce de pedidos. O governo planeja aumentar a taxação para as compras no exterior feitas pela internet. A principal medida a caminho seria o fim da isenção para remessas abaixo de US$ 50 feitas de pessoa física para pessoa física – há decisões da Justiça que sobem esse piso para US$ 100 com base em um Decreto-Lei, mas a Receita Federal considera o valor de US$ 50. Com isso, o Fisco tentaria coibir a versão cibernética do “jeitinho brasileiro”.
A Receita já mapeou, não é de hoje, os ardis utilizados pelos consumidores, com a conivência de grandes empresas internacionais de e-commerce, para ludibriar o Leão. Há serviços na internet que simulam caixas postais ou pessoas físicas. Os brasileiros são useiros e vezeiros em se utilizar da artimanha de triangular compras de produtos com esses perfis fake para descaracterizar que o remetente original da mercadoria é um site de e-commerce. As plataformas digitais chinesas são consideradas as campeãs de cumplicidade no quesito. Uma medida ainda mais dura considerada pelo governo é o aumento da própria alíquota sobre as encomendas internacionais – hoje o imposto é de 60% sobre o valor total (preço de face do produto, mais frete e eventual custo de seguro).
Neste caso, Michel Temer aproveitaria seus últimos momentos no Palácio do Planalto para “fazer o bem” vendo a quem. O lobby neste sentido vem dos grandes grupos da área de varejo e das maiores administradoras de shopping centers do país, todos atingidos pelo deslocamento de uma parcela importante de vendas para o comércio online internacional. Mesmo com o câmbio nas alturas e o desemprego na casa dos 14%, estima-se que, neste ano, os brasileiros gastarão mais de US$ 3,3 bilhões na compra de bens de consumo em sites estrangeiros, o que significará uma alta de mais de 20% em relação a 2017. No ano passado, essa cifra já havia crescido 15%.
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Vai dar na BBC de Londres
18/10/2018Duas equipes da BBC de Londres estão no Brasil colhendo farto material para produzir um documentário sobre as eleições. O roteiro começa com as manifestações de junho de 2013, segue pela derrubada do governo petista e o consequente crescimento da extrema direita no país até o pleito deste ano. O impeachment de Dilma Rousseff terá um capítulo à parte. Alguns personagens centrais do episódio já foram ouvidos pela emissora britânica, entre os quais o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Os ingleses ainda aguardam a resposta do Palácio do Planalto para um pedido de entrevista com Michel Temer. Jair Bolsonaro também foi procurado pela BBC.
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Aposta redobrada
9/10/2018A texana Win Systems, uma das grandes fornecedoras mundiais de tecnologia para cassinos, engrossou a operação de lobby no Congresso Nacional pela liberação do jogo no Brasil. Os norte-americanos apostam que o timing é favorável à votação do projeto de lei que permite a abertura de cassinos associados a empreendimentos hoteleiros. O trunfo é a renovação do Legislativo. Mais de metade da Câmara dos Deputados e 46 dos atuais 81 senadores não estarão no jogo em 2019. A hora de espalhar as fichas sobre a mesa é agora.
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IPO congelado no BB
4/10/2018A grave crise da economia argentina levou o Banco do Brasil a engavetar o plano de IPO do Banco Patagónia, do qual tem mais de 80% do capital. A operação fica para 2019 e, consequentemente, para o sucessor de Paulo Rogério Caffarelli no comando do BB.
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Ponto final
4/10/2018As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Cosan (Rubens Ometto), Gafisa, Alphaville, BB e Tarpon.
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Lobby inflamável
3/10/2018Promete ser quente a disputa pela presidência da Frente Parlamentar de Biocombustíveis para a próxima legislatura – o atual líder, o deputado Evandro Gussi (PV-SP), não concorre à reeleição. Os dois candidatos mais fortes são Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do Capitão, e Baleia Rossi (MDB-SP), unha e carne de Michel Temer e citado na delação premiada do marqueteiro Duda Mendonça. A Frente Parlamentar tem uma agenda para 2019 que, digamos assim, deve valorizar o papel de seus integrantes: aprovar na Câmara a autorização para que as próprias usinas sucroalcooleiras vendam etanol diretamente ao consumidor final, sem a necessidade de um distribuidor.
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Cemig limpa balanço
1/10/2018Além do empréstimo de R$ 740 milhões pago ao BB, que venceria em 2021, a Cemig planeja quitar antecipadamente ainda neste ano cerca de R$ 1 bilhão em dívidas. Consultada, a empresa diz que “sempre considera a possibilidade de pré-pagar dívidas, se em condições satisfatórias”. Líder nas pesquisas ao governo de Minas, Antonio Anastasia agradece.
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Banco do Brasil é Multishow
18/09/2018O Banco do Brasil – dono da maior verba publicitária do governo Temer – vai ser um dos astros do Prêmio Multishow de Música, no próximo dia 25. O BB patrocinará a performance de dois influenciadores digitais, que serão desafiados a realizar uma coreografia. A ativação será o mote para uma agressiva campanha nas mídias digitais, vinculada ao perfil do Multishow. E assim o BB vai tentando construir a imagem de uma instituição financeira mais descolada, com um toque de fintech aqui e outro acolá. Não falta verba de marketing para isso – cerca de R$ 500 milhões/ano.
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A intrigante sucessão na Kepler Weber
3/09/2018A escolha do novo CEO da Kepler Weber, Piero Abbondi, deixou os fundos de investimento que coabitam o capital da companhia bastante intrigados. Os minoritários da fabricante de silos se perguntam se o Conselho de Administração não poderia ter tido o cuidado de optar por outro nome, nem que fosse para evitar as interpretações enviesadas que agora circulam entre os investidores. Até o início deste mês, Abbondi comandava a operação sul-americana daGSI, controlada pela AGCO – gigante mundial do setor de máquinas e equipamentos agrícolas.
Trata-se exatamente do mesmo que grupo que, no ano passado, lançou uma oferta pública para comprar os 34% da Kepler Weber pertencentes ao Banco do Brasil e à Previ. A proposta seria posteriormente estendida aos demais acionistas, mas não deu tempo. A operação foi questionada pela CVM, e a AGCO retirou a proposta, no fim de 2017.
O enredo, no entanto, não se encerraria neste ponto. Nos meses seguintes, a ação da Kepler Weber passou a ser alvo de inusitadas negociações. Fundos de investimento iniciaram sucessivas operações cruzadas de compra e venda que derrubaram a cotação – ver RR edição 10 de maio. Desde janeiro a Kepler Weber perdeu mais de 50% do seu valor de mercado, tornando-se uma presa vulnerável para um take over hostil. Os minoritários esperam que o Cavalo de Troia já não esteja dentro de casa.
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Lobby químico
16/08/2018A Abiquim cerca Rodrigo Maia por todos os lados na tentativa de convencê-lo a adiar a votação da Medida Provisória 836/2018. Já aprovada na Comissão Mista da Câmara, a MP extingue o Regime Especial da Indústria Química, tirando do setor benefícios fiscais da ordem de R$ 3 bilhões. A esperança da Abiquim é evitar que a proposta seja levada ao plenário da Câmara durante o chamado “esforço concentrado”, uma espécie de fast track parlamentar acordado entre Maia e o presidente do Senado, Eunício de Oliveira, para
acelerar a aprovação de projetos no período eleitoral. Com isso, provavelmente a MP seria empurrada para 2019, com possibilidade até mesmo de caducar
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A difícil reconstrução da PDG
10/08/2018Após resolver parte do seu passado, com a aprovação do plano de recuperação judicial, o problema maior da PDG é equacionar o futuro. A incorporadora reabriu conversações com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, entre outras instituições, em busca de financiamento para retomar as obras que estão paralisadas. Há mais de uma dezena de empreendimentos que dependem de dinheiro novo. As tratativas com a alta direção dos bancos são conduzidas pelo próprio presidente da companhia, Vladimir Ranevsky. No entanto, BB e Caixa, dois dos maiores credores da PDG, resistem a reabrir as torneiras para a incorporadora.
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Ponto final
10/08/2018As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Amazon, PDG, BB, Caixa, Polenghi e BNP Paribas.
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Jogo pesado da CAM-CCBC não tem árbitro
18/07/2018Procura-se quem vai arbitrar o mal -estar criado pelo Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM CCBC) junto aos seus congêneres. Os canadenses estão em campanha para “re-regulamentar” a arbitragem no Brasil. Segundo a fonte do RR, muito ligada à entidade, as gestões estariam sendo feitas no âmbito do Comitê Brasileiro de Arbitragem (CBAr). A ambição vai longe. A CAM-CCBC tem lobista no Congresso. O projeto seria colocar alguma forma de diferenciação favorável aos canadenses. A legislação vem sendo discutida permanentemente, inclusive com a revisão da Lei 13.139 em 2015. Consultada, a CAM-CCBC garante “que novas alterações à lei de arbitragem brasileira não se fazem necessárias.” Por esta razão, diz não confirmar gestões junto ao CBAr para “alterar a lei que regulamenta a arbitragem no Brasil.” Está feito o registro. A concorrência da CAM-CCBC reage afirmando que os canadenses querem colonizar o mercado brasileiro de arbitragem. A maior bronca é com o lobby junto à Aneel e à Eletrobras para ganhar a arbitragem do setor elétrico no país. Caberia até o slogan “a volta do polvo canadense”. A CAM-CCBC joga pesado e montou uma máquina de captação de arbitragens, além de uma diplomacia intensa junto a escritórios de advocacia, agências regulatórias e empresas. Os canadenses operam com competência sua imagem no setor. Segundo o Leaders League – grupo independente de mídia e notação com sede em Paris – a CAM-CCBC é o único player de arbitragem no Brasil classificado no ranking do setor como de excelência. Os demais são de boa reputação ou reconhecidos. Os critérios de rankeamento não são divulgados. A performance dos canadenses explica sua fúria pantagruélica para abocanhar o mercado de qualquer maneira. O número de arbitragens iniciadas no CAM-CCBC foi recorde e alcançou 141 no ano passado, salto de 43,9% em relação a 2016.
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Fator Caffarelli
6/07/2018A indicação de José Mauricio Coelho para o comando da Previ foi uma demonstração de força de Paulo Rogério Caffarelli, presidente do BB. Caffarelli dobrou a resistência do ministro Eliseu Padilha, inicialmente favorável à permanência de Gueitiro Guenso na fundação.
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BB e Mapfre passam por teste de fogo
30/05/2018A sociedade entre o Banco do Brasil e a Mapfre enfrenta o que talvez seja o seu momento de maior tensão em oito anos. Divergências em relação ao novo modelo societário e aos valores que os espanhóis terão de pagar para recomprar parte da antiga operação vêm atrasando sucessivamente a renovação da parceria. Outro ponto de fricção são os limites que cada um terá para fechar associações com outras companhias de seguro.
O contrato venceu em fevereiro, sob a promessa de que um novo acordo seria sacramentado até abril. Maio já foi para as calendas e até agora as partes ainda estão debruçadas sobre a mesa de negociações. Procurada pelo RR, a BB Seguridade não se manifestou sobre o assunto. Já a Mapfre informou ter assinado com o Banco do Brasil “um acordo de intenções, de caráter não vinculante”.
Ainda segundo os espanhóis, “esse documento se desdobrará em um contrato, que será aprovado por todos os envolvidos, Cade e Susep”. A Mapfre diz, no entanto, que “não há um prazo estipulado para essas ações.” Em vez das duas subsidiárias existentes desde o início da aliança, a nova estrutura prevê a existência de apenas uma joint venture com 75% nas mãos do Banco do Brasil e o restante pertencente à Mapfre.
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Segue o tango no Banco do Brasil
23/05/2018Em meio à crise argentina, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, foi pessoalmente a Buenos Aires dissipar os rumores sobre uma possível venda do Banco Patagonia. Há cerca de duas semanas, participou de um evento com mais de 280 executivos e funcionários para afirmar que o BB mantém os planos de uma oferta de ações do banco, mas mantendo sua posição de acionista controlador. Hoje, sua participação é de 59%. Consultado, o Banco do Brasil informou que “a operação é rentável e o Banco Patagonia, promissor, e o que se avalia é a possibilidade do re-IPO.”
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Remédios em todas as prateleiras
14/05/2018O lobby em doses alopáticas dos laboratórios farmacêuticos e, sobretudo, das redes varejistas surtiu efeito: há uma mobilização no Congresso para acelerar a tramitação do Projeto de Lei 9.482/2018, do deputado Ronaldo Martins (PRB/CE), que libera da venda de medicamentos isentos de prescrição em supermercados. Graças a uma articulação da base aliada, não foram apresentadas emendas ao projeto – o prazo se encerrou na última sexta-feira -, o que permitirá sua votação na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara ainda neste mês. O passo seguinte é o plenário da Casa.
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Aumento de capital racha a Kepler Weber
10/05/2018A Assembleia Geral Extraordinária da Kepler Weber marcada para hoje será realizada sob um clima de tensão. Um grupo de acionistas – entre os quais o Banco Clássico, de Juca Abdalla – contesta o novo estatuto proposto pela administração. O ponto de fricção é o possível aumento do capital social da Kepler Weber, que tem como principais acionistas Previ e Banco do Brasil. O valor poderá chegar a R$ 1,8 bilhão, mais de sete vezes o atual (R$ 234 milhões).
Para os minoritários, a direção da companhia, presidida por Anastácio Fernandes Filho, estaria preparando o terreno para uma chamada de capital com o objetivo de diluir a participação dos atuais acionistas e permitir que um novo investidor assumisse uma posição majoritária. Desde já um dos investidores que possivelmente não acompanharia o aumento de capital é Fernando Heller Brochado, dono de 13% da empresa. O BC declarou seus bens indisponíveis após a liquidação da TOV Corretora. E Previ e BB? Atenderão à possível chamada ou terão suas participações diluídas? Consultados, ambos não se pronunciaram.
A Kepler Weber e o Banco Clássico também não se manifestaram. A história recente da Kepler Weber tem sido marcada por guinadas bruscas e suspeitas operações no mercado. No fim do ano passado, a AGCO, um dos maiores fabricantes de máquinas agrícolas do mundo, fez uma oferta pelos 34% da companhia pertencentes à Previ e ao BB – que seria estendida aos demais acionistas. A CVM, no entanto, questionou a operação e os norte-americanos desistiram do negócio. Pouco depois, a partir do mês de novembro, fundos de investimentos passaram a realizar negociações cruzadas com as ações da Kepler Weber em bolsa, o que fez o preço do papel desabar – ver RR edição de 21 de março. De lá para cá, a ação caiu de R$ 21 para R$ 11. Parece o cenário propício para o bote de um forasteiro.
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Credores da CSN cobram venda de ativos
27/04/2018Em meio ao contencioso com os primos Leo e Clarice Steinbruch, que exigem na Justiça uma nova partilha e a venda de bens do clã, Benjamin Steinbruch enfrenta ainda um pico de pressão dos credores da CSN. Os bancos – à frente BB e Caixa Econômica – têm condicionado um novo alongamento da dívida e também a concessão de empréstimos futuros à venda de ativos da companhia. Segundo o RR apurou, estimativas dos próprios credores indicam que a CSN teria de levantar entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões ainda neste ano apenas para honrar a amortização das dívidas com vencimento até 2020. A subida do tom dos bancos nas últimas semanas parece estar sincronizada com a alta das ações da Usiminas – entre os ativos “vendáveis” da CSN, de longe o que pode ter maior impacto para a redução da dívida da empresa. O papel da siderúrgica mineira tem sido negociado a R$ 12, o maior patamar em quatro anos. Tomando-se como base o atual valor de mercado, a venda da participação renderia à CSN algo em torno de R$ 2,8 bilhões, o que possibilitaria a amortização de 10% do seu passivo. Por ora, no entanto, Benjamin se esquiva e não dá nem sinal de que vai se desfazer das suas ações na Usiminas. No máximo, fez chegar aos credores de que já abriu negociações para a venda da LLC Laminadora, nos Estados Unidos.
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Ponto final
27/04/2018As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Amazon, Saraiva, Cultura, BNDES, CSN, BB e Caixa Econômica.
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Novo aliado
25/04/2018O lobby dos cassinos ganhou um importante aliado. O novo ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, tem se empenhado junto à base aliada pela aprovação do projeto de lei que libera o jogo no Brasil.
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Lava Jato testa os anticorpos de Walter Faria
16/04/2018O RR recebeu informações de que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal estariam preparando uma nova investida sobre Walter Faria e a cervejaria Petrópolis. A ação seria um desdobramento das investigações contra o ex-governador Sergio Cabral e o presidente afastado da Alerj, Jorge Picciani. Segundo a fonte do RR, o caso teria relação com benefícios fiscais recebidos pela cervejeira no Rio de Janeiro durante o governo Cabral, da ordem de R$ 280 milhões. Como contrapartida, a empresa teria feito doações ilegais para candidatos aliados a Cabral em 2014.
Diante da gravidade das informações, a newsletter procurou ouvir os personagens envolvidos. A Polícia Federal disse que “não se manifesta sobre eventuais investigações em curso”. O RR fez seguidos contatos com a Petrópolis, que não quis se pronunciar sobre o assunto, assim como o Ministério Público. As suspeitas remetem ao relacionamento entre Faria e Picciani, que já é alvo da Operação Cadeia Velha, um derivativo da Lava Jato no Rio. Faria é sócio da Tamoio Mineradora, que tem o parlamentar com um de seus acionistas.
O dono da Petrópolis também seria comprador de gado nos leilões realizados pela família Picciani. Faria, no entanto, tem demonstrado uma resiliência que faz lembrar o Paulo Maluf dos bons tempos. Montou um esquadrão de advogados, instalou um bunker de acompanhamento e lobby no Congresso e vem driblando as seguidas denúncias criminais. A Petrópolis aparece na Operação Caixa 3. A Polícia Federal investiga empréstimos no total de R$ 827 milhões concedidos pelo Banco do Nordeste à empresa entre 2013 e 2014 para a construção de duas fábricas – uma na Bahia e outra em Pernambuco.
Faria está citado também na Operação Zelotes. Segundo investigações, a Petrópolis teria sido uma das empresas beneficiadas com o esquema de propinas dentro do Carf. Em outubro do ano passado, inclusive, o próprio Conselho anulou julgamento anterior que havia revertido uma autuação da Receita Federal contra a cervejeira no valor de R$ 8,6 milhões. O Fisco, aliás, é um caso à parte na trajetória da Petrópolis. Em 2005, Faria chegou a ser preso na Operação Cevada, sob a acusação de sonegação de tributos estaduais e federais.
Em 2012, a fábrica da empresa em Boituva (SP) foi alvo de uma operação de busca e apreensão. A cervejeira foi acusada pela Secretaria de Fazenda do estado de sonegar cerca de R$ 600 milhões em impostos entre 2006 e 2011. Em janeiro deste ano, o Conselho de Contribuintes do Estado do Rio de Janeiro confirmou multas da ordem de R$ 1 bilhão contra a companhia. Segundo o relator do processo, “a Petrópolis agiu com “dolo, fraude ou simulação” ao fazer operações triangulares para evitar o recolhimento do ICMS devido. Walter Faria, no entanto, parece imune a tudo e a todos. O próprio crescimento da Petrópolis – imprensada entre o “monopólio” da Ambev e o avanço da Heineken – é um sinal da sua capacidade de sobrevivência em condições adversas. Contra todas as apostas, que a classificavam como presa fácil, a companhia tem resistido ao processo de consolidação do setor cervejeiro. Faria é praticamente intocável.
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Reputação é tudo
13/04/2018Mais até do que da própria M. Dias Branco, partiu do Itaú BBA a voz de comando para a suspensão do lançamento de R$ 600 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) da companhia, formalizada ontem. Tudo o que banco dos Setúbal menos queria neste momento era liderar a emissão de um papel contaminado pela Operação Tira-Teima, da Polícia Federal, que nesta semana realizou busca e apreensão nos escritórios do grupo cearense.
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13/04/2018As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: BNDES, M. Dias Branco e Itaú BBA.
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O vertiginoso ziguezague da Intermédica
12/04/2018Entre tantas idas e vindas, o Bain Capital suspendeu, mais uma vez, o processo de venda da Intermédica. A melhor oferta recebida teria avaliado a empresa de plano de saúde em aproximadamente R$ 6 bilhões, bem abaixo da expectativa dos norte-americanos. E dizer que, no ano passado, o fundo recusou uma proposta da ordem de R$ 8 bilhões e decidiu partir para o IPO da companhia. Na ocasião, o consórcio de bancos liderado pelo Itaú BBA acenou com uma oferta pública de quase R$ 9 bilhões. Nada feito. Agora, os norte-americanos, que giram feito biruta de aeroporto, vão fazer uma nova tentativa de abertura de capital, mas o valor não deve passar de R$ 7 bilhões.
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O modus operandi de Marcelo Odebrecht
4/04/2018Marcelo Odebrecht tem se valido de um “dispositivo de imprensa” para vazar ali e acolá notas desabonadoras contra seu desafeto Newton de Souza, futuro presidente do Conselho de Administração da Odebrecht. Marcelo diz que tem um baú de e-mails, e seus verdugos da imprensa apelidaram a estratégia de “Operação Morte a Conta Gota”. A inspiração parece vir do ideólogo da propaganda nazista, Joseph Goebbels, que considerava a disseminação e a persistência a alma da comunicação. É de Goebbels a expressão “Uma mentira repetida muitas vezes vira uma verdade” – máxima que, na atual conjuntura, poderia ser apropriada por Marcelo.
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BB e Previ sofrem ataque especulativo na Kepler Weber
20/03/2018Banco do Brasil e Previ, os dois principais acionistas da Kepler Weber, têm fortes motivos para acreditar que estão no meio de um bombardeio especulativo. Nos últimos dois meses, fundos de investimento têm feito seguidas negociações cruzadas com os papéis da fabricante de silos, derrubando o preço da ação. Coincidência ou não, a blitzkrieg começou pouco mais de um mês depois da abrupta desistência da norte-americana AGCO em comprar o controle da Kepler Weber.
Segundo o RR apurou, um grande banco norte americano e uma importante gestora de recursos brasileira estão entre os operadores mais agressivos do papel. De meados de janeiro para cá, a cotação já caiu 40% – no mesmo intervalo, o Ibovespa subiu em torno de 6%. Tomando-se como referência o valor de mercado da Kepler Weber e suas respectivas participações acionárias, BB e Previ já perderam R$ 80 milhões nesse período. Segundo o RR apurou, BB e Previ já teriam acionado a CVM.
A velocidade de compra e venda das ações da Kepler Weber caracteriza operações atípicas com o papel, com considerável impacto sobre as cotações. O título da empresa é negociado ao menor preço dos últimos dois anos – ou o segundo menor desde 2013. Esse valor, ressalte-se, pode cair ainda mais por conta de outra variável que se entrelaça com as recentes operações em bolsa. No mercado circula a informação de que o liquidante da massa falida da corretora TOV deverá vender em leilão as ações pertencentes ao dono da instituição, Fernando Heller Brochado: trata-se de 12% do capital da fabricante de silos, um volume considerável, que, ao chegar à bolsa, muito provavelmente pressionará ainda mais as cotações.
Tudo parece conspirar para um bote sobre o capital da Kepler Weber. Procurado, o BB disse “não confirmar as informações”. Já a Previ não se pronunciou. Por sua vez, a CVM afirmou que “não comenta casos específicos, inclusive para não afetar trabalhos de análise ou apuração que entenda pertinentes.” No ano passado, quando a ação estava cotada na casa dos R$ 17, a AGCO, um dos maiores fabricantes de máquinas e implementos agrícolas do mundo, fez uma oferta de R$ 22 pelos papéis da Previ e do BB – que seria estendida aos demais acionistas. A CVM, no entanto, questionou a operação, uma vez que a proposta de recompra do restante dos papéis só poderia ser feita pela própria Kepler Weber ou por um acionista majoritário, o que, àquela altura, não era o caso dos norte-americanos. Sem conseguir dobrar o órgão regulador, a AGCO desistiu do negócio. Será que desistiu mesmo? Consultada, a empresa reafirma que sim.
Negócios
Buracos no asfalto
7/03/2018O ex-governador baiano Cesar Borges, que agora usa o chapéu de presidente da associação das concessões rodoviárias, tem feito intenso lobby em Brasília para derrubar uma cláusula dos contratos das operações licitadas em 2013 e 2014. O objetivo é destravar a venda do controle destas concessionárias sem a exigência de duplicação das estradas. A negociação da MGO Rodovias para a EcoRodovias depende de um alívio nesse garrote.
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Cassi faz mal à “saúde” dos funcionários do Banco do Brasil
1/03/2018A reestruturação da Cassi, o deficitário plano de saúde do Banco do Brasil, tem provocado um tiroteio de informações desencontradas dentro da instituição. A questão que causa maior rebuliço envolve a possível mudança no modelo de contribuição para o caixa de assistência médica. A direção do BB estaria fazendo estudos e simulações para a equiparação dos percentuais pagos pelos trabalhadores e pelo banco.
Hoje, cada funcionário recolhe um adicional de 3% sobre o salário. A instituição financeira, por sua vez, entra com 4,5%. Procurado, o BB nega alteração das regras. Está feito o registro. No entanto, segundo o RR apurou, proposta nessa linha consta do plano de ações apresentado pela consultoria Accenture à diretoria do BB. O próprio tamanho do rombo da Cassi é uma incógnita. No ano passado, estava na casa dos R$ 150 milhões. Em poucos meses, no entanto, já teria superado os R$ 220 milhões.
O banco informa que os dados estão sendo apurados e serão divulgados até 31 de março. Até lá, o assunto deverá ganhar ainda mais decibéis dentro do BB, amplificado pelo clima eleitoral na Cassi. Entre os dias 16 e 28 de março, os funcionários do banco vão escolher
dois diretores, quatro integrantes para o Conselho Deliberativo e outros dois para o Conselho Fiscal da entidade. A direção do BB conseguiu amalgamar uma coalizão integral: todas as quatro chapas que disputam o pleito bombardeiam a má gestão gestão da Cassi e
o déficit acumulado.
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Lembranças de um debate sem fim
22/02/2018Já se dobram os anos, quando em um drink ao cair da tarde, no bar do restaurante Alcaparra no Rio, o então presidente da Susep, Renê Garcia, e o ex-ministro Raphael de Almeira Magalhães travaram um ríspido debate sobre as diferenças entre o FED e o nosso BC ao levar em consideração a taxa de desemprego para implementação da política monetária. Raphael diza que o FED explicitava a taxa de desemprego e lhe dava prioridade em relação aos preços. Garcia argumentava que não era bem assim e que o BC, de certa forma, também levava em consideração o desemprego, só que implícito. Defendia que em determinadas circunstâncias um objetivo poderia se sobrepor ao outro. Henrique Meirelles era presidente do BC. O tempo passou, Raphael de Almeida Magalhães se foi e Renê Garcia continua acalorando debates. O projeto de BC Independente que está sendo elaborado pelo Congresso prevê uma meta para o emprego. Meirelles não gosta da ideia. Hoje, longe e tão perto, os dois amigos concordariam que o relevante é se a medida é pra valer ou para o boi dormir. Nos governos Dilma II e Temer, o BBC tem tratado o emprego como Judas em dia de malhação.
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Corretores de seguros mandam DPVAT para o acostamento
7/02/2018Os corretores de seguros estão fundando uma república dentro do Brasil. A categoria não apenas tomou a Susep para si – ao emplacar o superintendente, Joaquim Mendanha de Ataídes, e três dos quatro diretores – como tem se valido de um pesado lobby no Congresso para moldar o mercado segurador de acordo com os seus interesses. No setor, já se dá como favas contadas a aprovação, ainda neste semestre, do projeto de lei 3139/2015 do deputado federal Lucas Vergílio (SD-GO) que extingue o DPVAT, substituindo-o pelo Seguro Obrigatório de Acidentes de Trânsito (SOAT).
A nova regulamentação é amparada no discurso da defesa da “livre iniciativa”. Ela prevê que os preços das apólices e os valores das indenizações sejam definidos pelas seguradoras, o que, em tese, reduziria o custo para o contribuinte. No entanto, o discurso da competitividade seria uma camada de verniz sobre a real motivação do projeto de lei: trazer uma receita adicional para os corretores de seguros, em virtude da exigência legal da presença da comissão de corretagem, mesmo no caso de um seguro obrigatório. Trata-se um mercado bilionário.
Na prática, o projeto de lei significará não só o fim do DPVAT, na forma atual, mas também da própria Seguradora Líder, formada a partir da associação das grandes companhias do setor no país. Criada em 2007, a empresa é a responsável pela gestão e cobrança do Seguro DPVAT, assim como pelo pagamento das indenizações a vítimas de acidente de trânsito. A Líder foi formada com o intuito principal de acabar com fraudes na emissão da apólice do DPVAT sobre ônibus, caminhões e vans, feitas por seguradoras pequenas e sem tradição na área. Entre as grandes companhias nacionais do setor, o iminente desmanche da Líder é visto como um grave retrocesso ao jogar no lixo mais de uma década de experiência acumulada na gestão do seguro. No entanto, para algumas seguradoras de menor porte a devolução das reservas vinculadas junto à Líder pode significar uma expectativa de um ganho adicional. Estima-se um estoque de R$ 1 bilhão. Assim é se lhe parece.
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Itaú canta um fado à brasileira
29/01/2018Na contramão do BB, que cerrou as portas na terrinha, o Itaú pretende ampliar sua atuação em Portugal, inclusive com a abertura de um terceiro escritório do Itaú BBA. A ideia é fisgar a multidão de brasileiros além-mar.
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Leilão da São Fernando na corda bamba
12/01/2018Em vez do aguardado epílogo, o leilão da Usina São Fernando programado para 22 de fevereiro tem tudo para ser um capítulo a mais no folhetim protagonizado pela empresa da família Bumlai. Credores da companhia, entre os quais figura, por exemplo, o BB, se mobilizam para suspender o certame. O motivo é a decisão da Justiça de não fixar um valor mínimo para a unidade. O receio é que o único ativo capaz de cobrir parcela expressiva da dívida seja entregue a preço de banana. Na primeira tentativa de leilão, em setembro do ano passado, a 5a Vara Cível de Dourados (MS) fixou o piso em R$ 716 milhões, já àquela altura contrariando os credores. A usina estaria avaliada em R$ 1,2 bilhão. Consta que, em dezembro, um grupo de investidores encabeçado por Winston Fritsch, ex-presidente do Dresdner Bank no Brasil, ofereceu R$ 890 milhões pela unidade de moagem, mas a proposta teria sido recusada pelos credores.
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Na esteira
2/01/2018
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Segunda chance
28/12/2017
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A hora é agora
13/12/2017A direção do Banco do Brasil avalia uma nova emissão de títulos no exterior. Os ventos sopram a favor das instituições bancárias brasileiras. Nas últimas semanas, Itaú e BTG captaram, respectivamente, US$ 1,25 bilhão e US$ 500 milhões. O próprio BB emitiu em outubro cerca de US$ 1 bilhão em bônus. Foi pouco vis-à-vis à demanda de investidores por papéis, que passou de US$ 5,5 bilhões. Procurado, o banco informou que “analisa regularmente oportunidades de captação em mercado”.
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Questão delicada
11/12/2017A bancada evangélica ficou atiçada com a decisão de Donald Trump de transferir a Embaixada norte-americana para Jerusalém. Não é de hoje que os parlamentares da fé reivindicam ao Itamaraty que o Brasil tenha uma representação diplomática na Cidade-Santa. Com o controverso movimento dos Estados Unidos, o lobby deve ganhar ainda mais fervor.
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Kepler Weber entra no radar dos chineses
28/11/2017A fila andou e a chinesa Zeng Chang surge no caminho da Kepler Weber. Segundo o RR apurou, dentro da própria Previ e do Banco do Brasil, acionistas da fabricante de silos, o grupo asiático é apontado como forte candidato à compra da companhia. A bola está quicando à sua frente depois que a norte-americana AGCO supreendentemente desistiu de adquirir as participações do fundo de pensão e do Banco do Brasil – Banco de Investimentos (BBBI) na Kepler Weber – a operação já havia sido, inclusive, aprovada pelo Cade. Uma das grandes indústrias de equipamentos de armazenagem da China, a Zeng Chang já tem uma fábrica em Curitiba, na qual investiu pouco mais de R$ 100 milhões. A compra da Kepler Weber daria outra dimensão à operação dos asiáticos, que passariam a ter massa crítica para atender a toda a América do Sul.
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BB busca uma cura para o seu enfermo plano de saúde
24/11/2017O presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, prepara duras medidas na tentativa de sanear as finanças da Cassi, plano de saúde dos funcionários do BB, e, com isso, afastar o fantasma de uma intervenção por parte da ANS. Segundo o RR apurou, a proposta mais aguda e que certamente provocará maior celeuma no banco prevê um novo reajuste na contribuição obrigatória feita por funcionários e aposentados para a empresa de medicina de grupo. O remédio é amargo, sobretudo pela reincidência da dose.
No ano passado, o BB aumentou em 1% o repasse para a Cassi. A medida resultou em um valor adicional de aproximadamente R$ 40 milhões mensais – R$ 17 milhões egressos dos participantes e o restante, do caixa do próprio banco. A transfusão financeira, no entanto, não deu nem para a saída. A Cassi não consegue garantir sequer sua própria saúde. Nos últimos anos, tem acumulado déficit atrás de déficit.
Somente em 2015 e 2016, a hemorragia beirou os R$ 400 milhões. O descompasso atuarial é flagrante. No ano passado, o Plano de Associados, o maior da operadora, arrecadou R$ 1,7 bilhão e gastou R$ 2,1 bilhão. A reestruturação da Cassi prevê outras ações impopulares, como regras mais rígidas para a autorização de exames e demais procedimentos médicos.
Segundo informações filtradas do próprio BB, todas as medidas deverão ser levadas ao Conselho de Administração do banco ainda neste ano, tão logo a consultoria Accenture conclua a tomografia que está realizando nas contas do plano de saúde – o que está previsto para as próximas duas semanas. Consultado, o BB confirmou que o estudo está prestes a ser apresentado, mas disse que “não é possível falar sobre as conclusões e nem sobre medidas a serem implementadas.” Sobre o risco de intervenção da ANS na Cassi, o banco afirmou que “não vislumbra essa situação”.
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Um concorrente a mais para Apple e Samsung
17/11/2017A chinesa BBK Electronics, uma das maiores fabricantes de celulares do mundo, ensaia sua entrada no Brasil. Representantes do grupo têm mantido conversações com uma grande operadora de telefonia. Curiosamente, uma de suas marcas mais populares na Ásia leva o nome Vivo. Por ano, a BBK vende mais de 200 milhões de smartphones no mundo.
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BB Tecnologia é candidata a puxar o segundo time das privatizações
14/11/2017O governo discute a venda da BB Tecnologia e Serviços (BBTS), mais conhecida por seu nome de batismo: Cobra Computadores. A privatização da subsidiária do Banco do Brasil seria o pontapé inicial em um processo de alienação de estatais de médio porte, que formam uma espécie de segundo grupo da infraestrutura nacional, a exemplo da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O projeto está a cargo da Casa Civil.
Os estudos para a venda da BBTS ainda se encontram em fase de gestação, mas há um ponto pacífico no governo: qualquer que venha a ser o modelo, ele terá de contemplar a garantia de manutenção do contrato com a própria instituição financeira. O BB evitaria, assim, qualquer risco de continuidade na sua plataforma tecnológica; por sua vez, o futuro controlador da empresa teria assegurada a permanência de um cliente âncora, responsável por mais de 80% do faturamento da BBTS. Por um paradoxo, a dependência do BB seria um colchão que daria tempo ao novo dono da empresa de TI para pedalar o negócio, buscar clientes no mercado e justamente reduzir a dependência do banco estatal.
Procurado, o BB informou “que não há estudo no banco para a venda da BBTS.” Está feito o registro. Nos últimos anos, a negociação do braço de tecnologia do Banco do Brasil é um assunto que já foi e voltou no governo algumas vezes. A BBTS está longe de ser um primor em termos de resultado para o grupo. Nos últimos dois anos, deu um retorno médio de apenas 2% sobre o seu faturamento total (próximo de R$ 1 bilhão).
Além disso, desde os tempos da Cobra, a companhia de TI sempre foi terreno fértil para malfeitos. A BBTS não passou incólume à Lava Jato. A subsidiária do Banco do Brasil já foi citada em investigações sobre suposta fraude em licitações e desvio de recursos em contratos com empresas de TI, como a CTIS. Consultado sobre o tema, o BB disse que colabora “com qualquer investigação que envolva fatos relacionados às suas atividades.”
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Natal da roleta
14/11/2017Parlamentares de todos os matizes estão sendo “intimados” para o Black Casino, evento marcado para o dia 23 de dezembro, no Hotel Grand Mercure, no Rio. Os organizadores do bacará pré-natalino prometem recriar o ambiente de um cassino em Las Vegas. A grande aposta da noite, claro, será o lobby pela liberação do jogo no Brasil.
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MP 795 deflagra uma batalha naval
8/11/2017As empresas de navegação de cabotagem – leia-se Aliança, Mercosul Line e Norsul – atracaram no Congresso Nacional e na Casa Civil com uma forte operação de lobby. O objetivo é garantir o fim do imposto de importação sobre embarcações destinadas à navegação interna. O pano de fundo é uma batalha naval entre armadores e estaleiros.
A extinção do tributo constava no texto original da Medida Provisória 795, editada pela Presidência da República. No mês passado, no entanto, a Comissão Mista do Senado aprovou a MP com uma emenda de última hora apresentada pela indústria naval, estabelecendo a manutenção da taxação – o texto ainda irá à votação nos plenários da Casa e da Câmara dos Deputados. No Congresso, a mudança ao apagar das luzes na Comissão do Senado ganhou o apelido de “Emenda Atlântico Sul”, em referência ao estaleiro da Camargo Corrêa e da Queiroz Galvão.
A combalida empresa é a maior interessada em evitar, a todo o custo, a isenção para a compra de embarcações estrangeiras. O Atlântico Sul tem engatilhada uma encomenda de mais de R$ 2 bilhões para a entrega de cinco navios à Satco, empresa de Cingapura que atua na navegação de cabotagem no Brasil. Se a barreira fiscal cair, fatalmente os asiáticos vão deixar o estaleiro a ver navios e entregar a encomenda a um parceiro internacional.
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Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa se unem contra Odebrecht
17/10/2017O oligopólio das empreiteiras vai ruir de vez. Agora, com um confronto aberto no setor de exportação de serviços de engenharia. De um lado do ringue, acusando golpes violentos, encontra-se a Odebrecht, até 2016 disparado o maior player brasileiro deste mercado; do outro, competindo em dupla estão Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. As duas empreiteiras – por sinal, sócias na CCR – pretendem concorrer nesse segmento, agora sem o apoio do BNDES, por meio de consórcio, uma forma de otimizar as condições de financiamento.
Um dos alvos de Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez é Angola, historicamente um importante mercado da Odebrecht. Na semana passada, inclusive, surgiu na imprensa a informação de que a companhia baiana está fechando um pacote de obras no país africano da ordem de US$ 1,8 bilhão, sem detalhes sobre os projetos e, muito menos, a fonte de financiamento. Procuradas pelo RR, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez negaram a parceria para a exportação de serviços de engenharia. Está feito o registro.
A direção da Camargo Corrêa tem feito um lobby descarado, no Brasil e no exterior, para piorar ainda mais a imagem da Odebrecht. O slogan vai na linha “A reputação é fundamental nos quatro cantos do mundo”. Não é preciso explicar a quem se dirige. Já a Andrade Gutierrez divulgou que em até três anos os contratos no exterior deverão responder por metade do volume de negócios de sua construtora.
A novidade é a combinação entre ambas para isolar a Odebrecht, que teve seu nome mais danificado do que as rivais no mercado internacional. No fim do ano passado, por exemplo, autoridades do Panamá suspenderam um contrato de US$ 1 bilhão com a empreiteira baiana. O governo do Peru, por sua vez, proibiu a construtora de participar de licitações para obras públicas no país. Na teia dos acordos de leniência com os órgãos de controle, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez se encontram em estágio mais avançado – não obstante o recente recall de suas delações.
A Odebrecht tem a desvantagem de ser a única com o dono preso. Em contraposição, quando o assunto é o ranking das exportações de serviços de engenharia, os baianos sempre estiveram a léguas de distância de vantagem. Segundo estudo do Ipea, entre 2012 e 2016, antes, portanto, do banco praticamente zerar os empréstimos neste segmento, o BNDES financiou um volume de contratos de empreiteiras brasileiras no exterior da ordem de US$ 14 bilhões. A Odebrecht somou US$ 9 bilhões. A Andrade Gutierrez veio bem atrás, com US$ 2,8 bilhões. A Camargo Corrêa, então, comeu poeira, com US$ 441 milhões.
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Letrinhas miúdas
11/10/2017Cabe tudo no Banco do Brasil. O Conselho de Administração da instituição foi remexer caixas, pastas e escaninhos eletrônicos a achou novidades do arco da velha. O BB tem uma academia brasileira de letras e ninguém sabia. Com acadêmicos eleitos, e ninguém sabia. Quanto custa? Ninguém sabe.
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Monopólio da BM&F Bovespa é atropelado pela CGU
3/10/2017A BM&F Bovespa sofreu um duro revés. A nova regulamentação do Registro Nacional de Gravames (Renagrav), aprovada na semana passada, significará a quebra do monopólio da Bolsa em um segmento que movimenta cerca de R$ 700 milhões por ano. A medida abre caminho para a entrada de outros concorrentes no mercado de registros de contratos de financiamento de veículos. Segundo o RR apurou, o objetivo do Departamento Nacional de Trânsito é credenciar pelo menos uma dezena de empresas em um ano, incluindo grupos estrangeiros. De nada adiantou o pesado lobby em Brasília pilotado por Gilson Finkelsztain, presidente da B3, a holding criada a partir da fusão da BM&F Bovespa com a Cetip. Na contramão havia um fenemê de três letras: CGU. A Controladoria Geral da União constatou restrições à competitividade, com a existência de um “monopólio privado na operação do Sistema Nacional de Gravames (SNG)” – onde as operações de crédito auto-motivo são registradas. O tiro da CGU teve alvo certo: a dobradinha BM&F Bovespa/Cetip tem 70% do market share nacional. O segmento representa uma fatia nada desprezível de 15% da receita total da B3, da ordem de R$ 4 bi/ano.
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Aposentadoria de Bendine na berlinda
3/10/2017A direção do Banco do Brasil e o Conselho Deliberativo da Previ têm sido pressionados por associações de funcionários e aposentados a rever o pagamento da chamada aposentadoria “cheia” a Aldemir Bendine. O assunto sempre causou incômodo dentro do BB. Ocorre que a Lava Jato e as graves denúncias contra a gestão de Bendine amplificaram os questionamentos à legitimidade dos valores recebidos pelo hoje hóspede da carceragem da PF em Curitiba. Foi justamente durante a sua administração que o BB alterou as regras de aposentadoria e permitiu a incorporação de benefícios (como férias e vale-alimentação) ao salário-base. A alteração favoreceu diretamente o ex-n. 1 do banco, além de aproximadamente 30 outros executivos que conseguiram pendurar uma série de pingentes na sua aposentadoria. Calcula-se que Bendine receba hoje algo próximo dos R$ 65 mil. Por falar em benefícios indiretos, consta que o ex-presidente do BB solicitou à instituição que custeasse a sua defesa na Lava Jato, alegando que as acusações contra ele se referem a atos administrativos no exercício da presidência da instituição – seus advogados negam o pedido.
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O bonde da Ferrogrão
26/09/2017O comboio de tradings agrícolas montado para disputar a concessão da Ferrogrão – à frente ADM, Cargill, Louis Dreyfus e Amaggi – abriu as portas do trem para fabricantes de equipamentos ferroviários. Estaria em conversações com GE, Alstom e ABB. Apesar de pilotar o consórcio, a turma do agribusiness quer ter, no máximo, 40% do capital.
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Caixa Econômica é a estatal mais “privatizável”, dizem assinantes do RR
6/09/2017A Caixa Econômica Federal é a primeira da fila entre as grandes estatais que deveriam ser imediatamente privatizadas, segundo enquete realizada pelo RR junto a uma parcela dos seus assinantes. A amostragem atingiu 269 nomes, distribuídos entre empresários, executivos, advogados, parlamentares, militares e dirigentes de variadas entidades de classe. Foram escolhidas as quatro estatais que não constam de qualquer programa de privatização e são consideradas as mais cobiçadas pelo mercado.
Os assinantes receberam um breve questionário com as seguintes perguntas: “Que estatal deveria ser imediatamente privatizada?”; “De acordo com sua resposta, qual o principal motivo para a privatização?”; “Que empresa teria mercado comprador mais fácil?” A sondagem foi feita no modelo de respostas fechadas – cabe enfatizar que a Eletrobras não foi incluída na relação, uma vez que sua venda já foi anunciada pelo governo. A CEF despontou com 41% das preferências, seguida da Embrapa, 26%; Petrobras, 24%; e Banco do Brasil, 9%. O principal motivo apontado pelos assinantes do RR para a privatização da CEF foi o fisiologismo, com 38% – ou seja, aos olhos dos entrevistados, o banco tem sido um “cabide de emprego”.
A geração de caixa para o governo surgiu a seguir, com 20%. Logo depois, vieram ganhos de eficiência, 12%; e aumento de competitividade (8%). A corrupção foi votada por 5%. Na opção “outros”, quando o entrevistado pode citar um fator não apresentado nas respostas, chamou a atenção o expressivo número dos que indicaram a superposição de funções como razão para a venda da Caixa (12%). Ressalte-se ainda o índice residual de 3% que mencionaram a irrelevância estratégica da instituição.
No caso do BB, o quesito “ganhos de eficiência” foi o mais votado, com 52%. O item “geração de caixa para o governo” foi apontado como a razão maior por 18%. O aumento de competitividade somou 11%. Ressalte-se que o fisiologismo recebeu só 9% dos votos, um número muito inferior ao atribuído à Caixa. A corrupção teve 4%. Curiosamente, 2% dos entrevistados descartaram a privatização do banco, sugerindo, no item “outros”, a fusão do BB com a CEF.
Na Embrapa, considerada uma das joias do setor público, o motivo disparado para sua privatização foram os ganhos de eficiência, com 85% das respostas. A concentração nesse quesito é tamanha que os entrevistados parecem ignorar o fato da empresa ser um case de eficiência mundial – ou consideram que, mesmo sendo referência, a Embrapa poderia ser muito melhor caso estivesse sob controle privado. Um dado chama a atenção: juntos, fisiologismo e corrupção não somaram 1%.
No caso da Petrobras, para 41% dos entrevistados, a razão para uma venda imediata também seriam os ganhos de eficiência, livrando a estatal da burocracia e demais amarras do Estado. Em segundo lugar, ficou a corrupção, com 23% – certamente um reflexo dos fatos recentes. O critério do aumento de competitividade foi indicado por 12%. Ao contrário do esperado, o item venda imediata da Petrobras visando geração de caixa para o Estado somente foi assinalado por 7% dos consultados. Provavelmente, os assinantes consideram que o momento não é o melhor para a privatização, estando a empresa em processo de reestruturação e seu valor de mercado bem abaixo dos preços históricos.
O fisiologismo teve 6% das indicações. Quando consultados sobre que empresa teria mercado comprador mais fácil, a Embrapa surgiu como o bombom da enquete, com 34% de interesse na aquisição, seguida da Petrobras (29%). Depois aparecem Caixa (21%) e BB (15%). A fusão BB e CEF surge novamente nessa questão, com 1% dos consultados sugerindo que um banco resultante das duas estatais teria o maior mercado comprador entre todos os demais. Faltaria combinar a junção com o Cade, o que parece uma hipótese fora de consideração.
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Os “herdeiros” de Bendine
5/09/2017A eventual delação de Aldemir Bendine é um risco que paira sobre alguns dos atuais dirigentes do Banco do Brasil ligados ao executivo. A começar pelo próprio presidente da instituição, Paulo Rogerio Caffarelli, que quase chegou ao comando da Previ com a ajuda de Bendine. Sintomaticamente, Caffarelli tem se esforçado para se distanciar da figura do ex-presidente do BB. Entre seus pares, não se cansa de repetir que rompeu com Bendine antes mesmo de ele trocar o banco pela Petrobras. Outro executivo que tinha uma relação estreita com o agora detento é o atual vice-presidente de Negócios de Atacado do BB, Antônio Maurício Maurano. Consta que, mesmo já estando na Petrobras, Bendine também tentou emplacar o nome de Maurano no comando da Previ. Mas, pelo jeito, fazer presidentes do fundo de pensão não era o seu forte.
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A nau dos afogados na volta à Petrobras
28/08/2017O empresário Rubens Botteri, sócio da Great Oil Perfurações Brasil, está em jornada para retornar sua posição de fornecedor relevante da Petrobras. A estratégia envolve um trabalho de aproximação intensa com a diretoria
da estatal, além de lobby em todas as frentes. De 2009, quando ainda atendia pelo nome de Tuscany, a 2017, a companhia embolsou mais de R$ 200 milhões em contratos de aluguel e operação de sondas terrestres para a estatal.
O declínio da parceria comercial com a Petrobras acentuou a trajetória cadente da empresa. O enredo é rocambolesco. A antiga Tuscany entrou em processo de falência nos Estados Unidos. Seus ativos foram esquartejados e vendidos. Antes de ser arrematada por Botteri e dar origem à Great Oil, a operação brasileira da Tuscany foi comprada pela Oil M&S, do empresário argentino Cristóbal López, outro personagem que teve seu momento na Petrobras.
Dono de cassinos e com múltiplos interesses no setor de óleo e gás, López cultivou a amizade dos Kirchner, o que, segundo fontes ouvidas pelo RR, foi fundamental para a aquisição da refinaria da estatal brasileira em San Lorenzo, na Argentina. A operação gerou um inquérito da Polícia Federal no início da Lava Jato. López sumiu do mapa da Petrobras. Já Botteri tenta voltar. Seu foco são os campos onshore da estatal no Nordeste.
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Dedo de prosa sobre o bazar das estatais
25/08/2017Se o governo está fazendo piruetas para misturar concessão com privatização e obter uma receita extra orçamentária de R$ 30 bilhões com a Eletrobras, só resta uma conclusão: o déficit primário projetado para o próximo ano não é de R$ 159 bilhões, mas, sim, de R$ 189 bilhões. Privatizações feitas a toque de caixa são a tradução perfeita para um buraco orçamentário maior do que o previsto. E o estouro dos fogos de artifício no céu do mercado leva a crer que o governo deu somente a sua primeira estocada mortal no triângulo das grandes estatais.
As 49 empresas elencadas no PPI têm um efeito mais confeiteiro. Várias delas já tiveram sua venda anunciada anteriormente inúmeras vezes. Mas a inclusão da Eletrobras muda o enredo completamente. O mencionado expediente da golden share tem mil utilidades, inclusive a de eventualmente não ter utilidade alguma ou ser uma trucagem eficaz. Sua insuficiência imunológica já forçou o BNDES a ingressar no capital de ex-estatal para evitar que fosse descumprido o escrito e o combinado.
Fica acertado, portanto, que a golden share funciona como uma apólice de segurança junto à sociedade para a venda de ativos com maior sensibilidade política. Alguém aí falou Petrobras? O Banco do Brasil e a Caixa Econômica já podem ir para a prateleira. A engenharia de privatização da Eletrobrás tem serventia para todo o triângulo das grandes estatais.
A Petrobras, sem dúvida, seria a missão mais difícil, pois necessitaria de negociação complexa no Congresso para a mudança constitucional que veda sua alienação. BB e CEF estão à disposição. A transferência de empresas públicas para a iniciativa privada é sempre desejável em termos de ganho de eficiência. Mas vender monopólios ou quase monopólios é uma contradição do capitalismo.
Em qualquer hipótese, a desmobilização deve ser feita com o maior retorno para a sociedade. Vender na baixa é condenável segundo cláusula pétrea das leis do mercado. O ex-ministro Mário Henrique Simonsen dizia: se por acaso privatizar, a receita tem de ir para abater dívida pública e não para saldar o gasto corrente. Ou seja: não é boa medida vender as estatais e esterilizar os recursos cobrindo o déficit primário.
O decano das privatizações, o economista Ignacio Rangel, pregava que o retorno das vendas de ativos maduros deveria ser aplicado em setores nos quais o país estivesse demasiadamente atrasado. Que tal tecnologia hospitalar, inovações, para não dizer da velha senhora, a infraestrutura? Há quem diga ainda que a privatização contribuiria para reduzir a cultura de corrupção no país. Mais ou menos.
A criação de empresas monumentais aumentaria a capacidade de corrompimento e captura do Estado por esses agentes. Ah, mas a urgência do ajuste fiscal justificaria atos de coragem. Pode ser. Mas, quando se trata de patrimônio público, é um despropósito fazer da correria uma estratégia para a alienação dos ativos. Para quem já chegou até aqui, melhor seria menos açodamento
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Lobby do cimento
22/08/2017A mobilização do Sindicato Nacional da Indústria Cimenteira, que tem enviado ao Cade estudos para mostrar a perda de competitividade das empresas do setor, colocou uma pulga atrás da orelha dos conselheiros do órgão antitruste. A leitura é que as cimenteiras estariam preparando o terreno para justificar alguma grande operação de M&A e a consequente concentração de mercado. Pode ser apenas uma cisma. Ou não. Não custa lembrar que, em 2014, o Cade multou Votorantim, Camargo Corrêa, Cimpor e cia. em R$ 3,1 bilhões por formação de cartel. E tem sido extremamente rigoroso ao analisar o impacto de fusões globais no mercado brasileiro, vide a operação Lafarge Holcim.
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BB faz mutirão anti-inadimplência
18/08/2017O Banco do Brasil prepara um mutirão para reduzir os atrasos em sua carteira de crédito imobiliário. A ideia é convocar clientes de todo o país para renegociar os pagamentos em aberto em condições especiais, válidas apenas por um determinado período. O chamamento deverá ser feito por meio de campanha publicitária e nas redes sociais. Será uma versão ampliada de ações pontuais que o BB tem realizado em cidades específicas para saldar pagamentos em atraso. Os números mais recentes da carteira de crédito imobiliário dispararam o alarme dentro do banco e convenceram a direção do BB da necessidade de medidas de maior calibre. No trimestre passado, o índice de inadimplência bateu em 3,4% – há dois anos, estava em 2%. Consultado, o banco não se pronunciou.
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Exumação
15/08/2017A Lava Jato está revirando as vísceras da gestão de Aldemir Bendine no Banco do Brasil. O BB já encaminhou aos procuradores documentação sobre as maiores operações de empréstimo fechadas entre abril de 2009 e fevereiro de 2015, período em que Bendine estava na presidência. Consultado, o BB disse “reafirmar seu compromisso de colaborar com as investigações.”
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“Emenda Embraer” sobrevoa reforma da Previdência
4/08/2017A reforma da Previdência é assunto prioritário para a Embraer. O aparato de lobby da companhia no Congresso está trabalhando em expediente integral para mudar a PEC 287/16. O ponto nevrálgico é o fim da isenção da contribuição previdenciária sobre receitas provenientes de exportação, previsto na emenda constitucional. A Embraer reivindica que as corporações enquadradas como Empresa Estratégica de Defesa (EED), como é o seu caso, não sejam atingidas pela nova regra, mantendo o benefício. A Embraer dá rasantes por gabinetes de parlamentares das mais diversas siglas e matizes. Segundo o RR apurou, a companhia já teria contatado aproximadamente 370 congressistas nos últimos dois meses. Alega que a desoneração previdenciária é uma contrapartida aos altos investimentos em tecnologia e inovação e que o fim da isenção poderá desencadear uma onda de demissões. O setor mantém cerca de 40 mil empregos diretos e 150 mil indiretos. Por esse critério, então, o agronegócio, que também será atingido pelo fim da isenção, tem de ser disparado o primeiro da fila: são 19 milhões de trabalhadores em toda a cadeia do setor.
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O Brasil sem crise
2/08/2017Nem tudo está perdido. A grife de luxo Dolce & Gabbana tem planos de abrir mais uma loja em São Paulo.
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Fresta aberta
1/08/2017O BB já enxerga a iminente oferta de ações da NeoEnergia como uma janela para reduzir sua participação ou mesmo deixar a empresa. A conferir.
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Risco Bendine paira sobre a WTorre
28/07/2017A prisão de Aldemir Bendine ameaça empurrar um pouco mais a Lava Jato na direção da WTorre. Entre as operações de Bendine no radar da República de Curitiba, os procuradores investigam em que circunstâncias se deu o empréstimo de aproximadamente R$ 150 milhões do Banco do Brasil para a empresa, feito em 2010. Os recursos se destinaram à construção do Allianz Parque, o estádio do Palmeiras.
À época, Bendine – por sinal, palmeirense – estava na presidência do BB. O RR apurou que o financiamento à WTorre já teria sido objeto de auditoria interna no Banco do Brasil. O BB teria identificado indícios de irregularidades no empréstimo. Consultado, o banco disse que “as operações de clientes estão protegidas por sigilo bancário”. Afirmou ainda que “irá colaborar com qualquer investigação que envolva sua atuação”.
Consultado sobre a auditoria, o BB não quis se pronunciar. A WTorre, por sua vez, informou ao RR que “não há qualquer processo relacionado a empréstimos tomados junto a bancos e que não está envolvida na Operação Lava Jato, não tendo sido incluída em qualquer denúncia.” A empresa, no entanto, já foi citada no “petrolão“. Segundo o empreiteiro Ricardo Pernambuco Junior, da Carioca Engenharia, a empresa teria recebido propina de R$ 18 milhões para deixar de participar de uma licitação do Cenpes, o Centro de Pesquisas da Petrobras. Há cerca de um ano o empresário Walter Torre chegou a ser alvo de um mandado de condução coercitiva expedido por Sérgio Moro.
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BB e Caixa pegam PDG no contrapé
26/07/2017A PDG enfrenta resistências de onde menos esperava. Banco do Brasil e Caixa Econômica têm se mostrado mais refratários do que as próprias instituições financeiras privadas ao pedido feito pela incorporadora para adiar a entrega do plano de reestruturação do seu passivo. Em recuperação judicial, a PDG carrega mais de R$ 5,75 bilhões em dívidas.
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Natura espalha o verde pelas capitais
24/07/2017A Natura é inovação pura. O laboratório de bolações sustentáveis da empresa estaria idealizando um projeto que vai dar o que falar: a adoção de parques urbanos para transformação das áreas em ambiente seguros, com cultura ambientalista e abertos a esporte e lazer. Algo assim como os “parques temáticos Natura”. O projeto seria compartilhado com o Banco do Brasil e o Sebrae. A grande novidade, contudo, é o convite de um grande clube de futebol local como parceiro. As quadras de futebol do Rio, por exemplo, teriam a assinatura do Flamengo. As de São Paulo seriam assinadas pelo Corinthians. E assim por diante. A ideia parece boa demais para ser verdade. Procurado, o Sebrae disse “não ter informações” sobre o assunto. O Flamengo, por sua vez, afirmou que “não há nenhuma negociação com a Natura”. A empresa, o Corinthians e o BB não se pronunciaram.
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Lobby inflamável
14/07/2017Executivos e lobistas de grupos sucroalcooleiros têm cercado a ANP por todos os lados. São insistentes contatos com a diretoria, seguidos telefonemas a funcionários e pedidos a políticos aliados, tudo na tentativa de prorrogar o prazo para a entrega de uma batelada de documentos (licenças ambientais, alvarás, liberação do Corpo de Bombeiros etc) necessários para a renovação das autorizações das usinas de etanol. A data limite é 31 de agosto. Parece uma questão prosaica, no entanto, a pouco mais de um mês do dead line, cerca de 200 usinas ainda não teriam conseguido enviar as informações. Entre elas, figuram grandes empresas, como São Martinho, Cofco e Biosev. A rigor, a partir de 1 de setembro a ANP pode suspender as operações de todas as usinas que não cumprirem a resolução. Procurada, a agência nega o lobby das empresas e afirma que não vai estender o prazo. A Biosev diz que está empregando os “melhores esforços para cumprir com o prazo”.
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Lobista, profissão de fé
11/07/2017As razões para o timing são insondáveis. O fato é que o cada vez mais presidenciável Rodrigo Maia (DEM-RJ) está desencavando o projeto de lei do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) que regulamenta o lobby no Brasil. Maia confidenciou a uma fonte do RR que pretende colocar a proposta em votação no plenário logo após o recesso parlamentar – isso, claro, se já não tiver pulado da cadeira de presidente da Câmara para a de presidente da República. O texto estabelece quarentena de quatro anos para os ex-presidentes, ex-governadores e ex-prefeitos que decidirem exercer a atividade de lobista, ou melhor, de “Agente de Representação Governamental”. Condenados por corrupção, tráfico de influência ou improbidade não poderão atuar na função. Menos mal.
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A casa caiu no BTG e no Banco do Brasil
11/07/2017O desmoronamento do mercado imobiliário não poupa ninguém, do mais modesto senhorio a algumas das maiores instituições financeiras do país. Que o digam o BTG Pactual e o Banco do Brasil, também inquilinos da crise, como mostram as informações abaixo:
Maior fundo imobiliário listado em bolsa do país, o BC Fund, do BTG, acaba de sofrer duas baixas em sua carteira. Uma delas, doméstica, inclusive. O Banco Pan, associação do BTG com a Caixa Econômica, encerrou antecipadamente o contrato de locação de um andar inteiro do Edifício BFC, torre de escritórios triple A encravada na Avenida Paulista. Não foi o pior. A BV Financeira devolveu quatro dos cinco andares que ocupava no prédio. No início do ano, o BC Fund já havia sofrido um baque com a decisão da Petrobras de entregar toda a Torre do Almirante, no Centro do Rio. Por essas e outras, a vacância financeira do portfólio do fundo quase duplicou nos últimos 12 meses, saltando de 15% para 28,8% do portfólio.
O BB FII Progressivo, fundo imobiliário lastreado em contratos assinados com o Banco do Brasil, caminha para o seu epílogo. O banco decidiu não renovar a locação dos dois imóveis que compõem a carteira: o prédio do Centro Administrativo do BB no bairro do Andaraí, no Rio de Janeiro, e o Edifício Sede I, em Brasília. Nesse segundo caso, o BB FII negocia a venda de parte do imóvel para a norte-americana Tishman Speyer. Procurado pelo RR, o BB passou a bola para a Caixa Econômica, gestora do fundo, que também não se pronunciou.
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Temer avança
26/06/2017O Banco do Brasil vai aumentar o volume de recursos disponíveis para o financiamento habitacional, em todas as faixas do mercado. Seguirá, assim, os passos da Caixa Econômica – ver RR de 13 de junho. Consultado, o BB não se pronunciou sobre o assunto.
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Por falar em banco público, a Caixa Econômica deverá se juntar ao BNDES no apoio à privatização de concessionárias de saneamento.
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Compra casada
23/06/2017
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Coelho da cartola
9/06/2017Apenas três meses após assumir, o diretor de relações institucionais da Brasilcap, Alberto Pinto Coelho, balança no cargo. Não deve resistir ao desmoronamento de Aécio Neves, que o indicou para o braço de capitalização do BB.
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Assim é se lhe parece
9/06/2017A JBS, que atribui a suspensão de um empréstimo da CEF a “represálias políticas”, não está sozinha. Mauricio e Fernando Bumlai, filhos do pecuarista José Carlos Bumlai e donos da Usina São Fernando, estão convictos de que o veto do BB e do BNDES ao plano de recuperação judicial da empresa passou ao largo de critérios técnicos.
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Milonga bancária
5/06/2017O Itaú já teria feito uma oferta pela parte do BB e da família Stuart Milne no Banco Patagonia. A dupla aquisição lhe daria 78% da instituição argentina. Consultado, o BB afirma que “continua estudando oportunidades que agreguem valor ao acionista”. Já o Itaú disse que “sempre avalia oportunidades, com foco na geração de valor ao acionista”. Quanta sintonia…
?? ?? ?
Por falar em Itaú, o bancão assumiu o papel de grande expatriador de capitais. Seu private bank e a área de asset são pródigos na recomendação de remessas bancárias para o exterior. A agência do Itaú em Miami se tornou um ponto de encontro dos brasileiros nos EUA.
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Pé na porta da PDG
2/06/2017Os grandes credores da PDG –notadamente BB, Caixa e Itaú – fecham o cerco. Exigem que os acionistas aportem dinheiro na construtora. Sem isso, não aprovam o plano de recuperação judicial.
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A propósito: a PDG promete apresentar seu plano de recuperação, no máximo, em até dez dias – o prazo inicial era a primeira semana de maio.
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Aécio Neves “vendeu” a Vale que não tinha
26/05/2017Em sua primeira reunião com o Conselho de Administração da Vale, na quarta feira (24), por volta de 9h30, na sede da companhia, Fabio Schvartsman, despiu-se dos constrangimentos que o acometeram no decorrer dos últimos oito dias, e disse, firme, a que veio. As diretrizes da sua gestão são: desempenho, estratégia, governança e sustentabilidade. Também não houve meias palavras em relação às prioridades.
Elas são duas: integridade das barragens e transformação da empresa em uma public company. Schvartsman foi atingido por um estilhaço da delinquência de Aécio Neves. Para alguém que, nos últimos cinco anos, esteve nos rankings dos 20 melhores executivos do país, frequentou todas as listas dos mais bem sucedidos dirigentes empresariais, conforme a avaliação da nata dos head hunters, e somente deu sete entrevistas no período (quase uma por ano), é possível imaginar a violência do impacto da notícia. A serena explanação de Schvartsman no Conselho é um ponto de partida para que o RR relate mais um capítulo da criminosa tentativa do ex-governador de Minas de usar a Vale como uma de suas falsas moedas de troca.
As primeiras conversas sobre a substituição de Murilo Ferreira da presidência da Vale começaram entre os acionistas-chave da companhia, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli. O assunto nunca foi tratado com Michel Temer, mas com o seu “entorno” no Palácio do Planalto. As “pressões” sempre se resumiram a assuntar como o processo estava sendo conduzido. As menções a influências de políticos mineiros, Aécio à frente, vinham de meados de 2016, antes da decisão de Ferreira de abdicar do cargo, antecipando-se, inclusive, ao próprio Conselho.
Em ordem decrescente de grandeza, o deputado Fabio Ramalho (o popular “Fabinho Liderança”), o deputado Newton Cardoso Jr., e Aécio fizeram chegar aos acionistas o interesse da “mineirada” que a solução para a presidência da Vale passasse pelo estado. Até então, Aécio falava com o “entorno do Planalto” e por meio da imprensa. Com a ampliação da Lava Jato e o aumento de operações da Polícia Federal, todos os sócios da Vale (os supracitados, mais BNDESPAR e Mitsui) entenderam que a nomeação do novo presidente deveria ser inteiramente blindada. A decisão foi levada ao “entorno do Planalto” há pouco mais de 60 dias.
O gabinete do Palácio, então, “autorizou” que fosse formado um comitê, presidido por Caffarelli, para definir a sucessão. Foi escolhida a Spencer Stuart, por consenso entre os sócios. A empresa de head hunter foi encarregada de apresentar diversas opções com um perfil desejado. A Spencer levantou 20 nomes. A lista, posteriormente, foi afunilada para cinco candidatos, entre os quais o presidente da Suzano Papel e Celulose, Walter Schalka, e o presidente da Nissan, Carlos Ghosn. O nome de preferência de Joesley Batista, o ex-presidente da Petrobras e do BB, Aldemir Bendine, sequer constou da relação inicial de 20 executivos.
A escolha de Schvartsman foi feita por unanimidade entre os acionistas. O processo estava sacramentado, por assim dizer, em 22 de março. No dia 23 de março, Aécio procurou os acionistas da Vale, pedindo uma reunião urgente, tendo em vista a “importância da decisão para Minas”. O encontro foi marcado para o dia seguinte. Na sexta-feira, 24 de março, às 10 horas, o senador foi ao encontro de Trabuco e Caffarelli, nasede do Banco do Brasil, no quarto andar do prédio localizado na Av. Paulista, n° 1.200.
A reunião durou pouco mais de uma hora. Aécio somente queria assuntar como estava o processo da sucessão na Vale. Não arriscou qualquer sugestão de nome. Sabia que os dados já tinham sido jogados. De lá seguiu para o Hotel Unique, onde foi gravado por Joesley Batista, bravateando que “tinha feito o presidente da Vale”. Levou os R$ 2 milhões que queria sem entregar a moeda que não tinha. No dia 27 de março foi anunciada a escolha de Fabio Schvartsman para a presidência e, ao que tudo indica, o bem da Vale.
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Bastante citado
17/05/2017O ex-presidente do BB e da Petrobras Aldemir Bendine está bastante citado na delação de Leo Pinheiro, da OAS.
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BB com um pé fora do Banco Patagonia
15/05/2017A expectativa do BB é anunciar a venda dos 58,9% do Banco Patagônia até meados de junho, no lugar da oferta de ações em Bolsa que chegou a ser cogitada. BBVA e Banco Macro já apresentaram propostas. O BB informou ao RR que “novos fatos sobre o assunto serão prontamente comunicados ao mercado.”
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Novo regime automotivo causa um racha entre as montadoras
8/05/2017Às vésperas da publicação do Inovar – Auto 2, regime automotivo que deverá ser anunciado no início do segundo semestre, há um racha sendo disputado nos gabinetes de Brasília. As fabricantes de veículos de luxo, à frente Jaguar Land Rover, BMW e Audi, têm feito uma carreata nos Ministérios da Indústria e da Fazenda na inglória tentativa de sensibilizar o governo a afrouxar o torniquete fiscal. O objetivo é eliminar ou, ao menos, reduzir consideravelmente a alíquota extra de 30% cobrada sobre os veículos importados que excedem a cota à que cada montadora tem direito.
Por ainda terem uma produção incipiente, restrita a poucos modelos, estas empresas dependem mais das importações do que suas concorrentes. Na contramão, ouve-se o ronco dos motores de Volkswagen, GM, Ford e Fiat, que fazem o lobby pela manutenção e – se possível – aumento dos impostos sobre os importados. No setor, a aposta é que as “big four” vencem a disputa, não só pela força da sua representação política, mas pelas circunstâncias. Difícil convencer a Fazenda de que um imposto não faz sentido quando o “que não faz sentido” é um déficit primário de R$ 147 bilhões.
De toda a forma, as montadoras de luxo argumentam que o imposto extra perdeu sua razão de ser. A alíquota foi criada para frear as importações e punir as montadoras que não investiam em produção local. De 2011 para cá, Jaguar e BMW instalaram fábricas no Brasil; a Audi retomou a montagem de automóveis em São José dos Pinhais (PR) após um hiato de nove anos. As empresas, portanto, cobram a conta dos investimentos recentes no país. Procurada, a Jaguar informou que as tratativas da nova política automotiva estão sendo conduzidas pela Anfavea. Audi e BMW não quiseram comentar o assunto.
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O quarto de despejo de Michel Temer na economia
2/05/2017Michel Temer não quer saber do povo – e a recíproca é verdadeira. Ponto final. Vai governar de forma impopular junto aos ministros que sobrarem e os novos colaboradores que estão por vir, enfurnado com políticos da base aliada e enfeitando fóruns, seminários e eventos festivos do empresariado. É o que tem. As reformas serão à meia bomba. É o que pode.
Agora que alguns cortes de subsídios foram realizados, removeu-se o marco do conteúdo local – notadamente no setor de óleo e gás – e flexibilizaram-se algumas tarifas de importação, além da vitoriosa mudança das leis trabalhistas, é hora dos ajustes microeconômicos. Temer fará a rearrumação da malha de benefícios creditícios e incentivos fiscais, impondo contrapartidas em pesquisa e tecnologia. O mesmo será exigido para a manutenção da desoneração das folhas de salários de alguns setores acarinhados.
No automotivo, o rearranjo dos benefícios contemplaria a produção de carros elétricos, mas é amplo o ceticismo sobre o êxito da medida. A Lei de Falência terá uma nova atualização – a bilionésima primeira. Um dos empresários paparicados por Temer sugeriu que ele criasse uma zona de esforço compartilhado entre as estatais – Petrobras, BNDES, BB, Eletrobras etc. – para puxar o investimento em algumas áreas onde a geração de emprego fosse emergencial.
Uma espécie de “Sudene das estatais”. Temer aquiesceu, naquele seu estilo de quem concorda discordando profundamente. Mexer com estatais nesse momento, nem morto! O presidente vai entregar a simplificação do sistema tributário e a agilização das licenças obrigatórias para novos investimentos, mas ninguém acredita muito que os pequenos consertos despertem o espírito animal do empresariado. De qualquer forma, pretende chamar tudo de reforma. Já encomendou a entrega de um pacotão de pequenas correções e aperfeiçoamentos na engrenagem da economia. É preciso dar na vista.
A novidade é que serão terceirizados profissionais da academia e tecnocratas do setor privado para participar desse mutirão econômico. Uma leva desses luminares de fora do governo irá para a conta da Fazenda. Seus nomes já foram, inclusive, publicados no Diário Oficial. Diversas medidas vão na direção certa, mas significam o mesmo que lustrar os móveis de uma casa soturna, empoeirada e assombrada por uma legião de larápios de dentro e de fora do governo; um desemprego que teima em aumentar; um crescimento que, não fosse a revisão das contas pelo IBGE, beiraria o negativo neste ano, e uma nada redentora taxa de expansão do PIB entre 0,5% e 1%, em 2018. Tudo miúdo. A gestão Temer na economia cabe em uma quitinete. Melhor, cabe em um quarto de despejo.
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Ponto final
28/04/2017Empresas que não retornaram ou não comentaram o assunto: Raízen, OAS, Grêmio, Santander, BB, Americanas, Kinea e Falabella.
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Caixa e BB no caminho de Benjamin
12/04/2017Como se não bastasse a Transnordestina, com seus atrasos e processos no TCU, Benjamin Steinbruch tem outra aresta pontiaguda com o governo. Trata-se da complexa e arrastada renegociação do endividamento de curto prazo da CSN com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica. Neste momento, a siderúrgica tenta alongar os passivos com vencimento em 2017 e 2018, que somam R$ 4,9 bilhões. É a menor parte do problema. A chapa esquenta ainda mais quando o assunto são as dívidas que vencem em 2019 e 2020, em torno de R$ 15 bilhões. No caso específico do BB, não custa lembrar, Benjamin tem do outro lado da mesa um ex-colaborador: o atual presidente do banco, Paulo Rogério Caffarelli, que foi diretor executivo da própria CSN. O que isso quer dizer? Até agora, nada!
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Forças Armadas são a instituição mais confiável do país; Congresso, a mais corruptível
6/04/2017Parece até que o Brasil voltou no tempo: as Forças Armadas são a instituição mais confiável do país, enquanto o Congresso Nacional é visto como a mais propensa de todas a corrupção. É o que revela sondagem realizada pelo Relatório Reservado junto a uma parcela da sua base de assinantes. A enquete, no modelo de respostas espontâneas, foi feita entre 27 e 31 de março.
Entre os 142 assinantes que participaram do levantamento, 67% apontaram a tríade Exército, Marinha e Aeronáutica como o estamento de maior credibilidade. A boa imagem das Forças Armadas não chega a ser uma novidade. O que chama a atenção é a diferença para os demais. A segunda instituição mais lembrada foi o MP, com distantes 10%. STF e Polícia Federal ficaram em terceiro e quarto, respectivamente com 7% e 5%. A seguir, a Igreja (4%), a imprensa (3%) e o TCU, com 2%. Por fim, apareceram o governo federal e o Congresso, cada um com apenas 1%. A reputação do Parlamento está mesma em baixa.
O Congresso foi citado por 36% dos entrevistados como a instituição mais propensa a atos de corrupção. O governo do Rio ficou em um nada honroso segundo lugar, com 13%. A Petrobras veio logo a seguir, com 10%, um indício de que a estatal ainda terá de trabalhar muito para recuperar sua imagem. Receita Federal e Polícia Militar empataram, cada uma com 6% dos votos. Ressalte-se a presença da própria Presidência da República na relação das instituições mais suscetíveis a corrupção, com 5%, mesmo percentual de citações ao Judiciário.
Na sequência, apareceram o Detran, a Polícia Civil e o governo de Minas Gerais, cada um com 4%. Com 3% surgiu o BNDES, possivelmente por conta das ilações que cercaram algumas operações do banco no governo do PT. Foram votados ainda a Fazenda, 2%, e o BB e a Polícia Federal, cada um com 1%. O RR também perguntou: “Qual é a autoridade que mais honra seu cargo?” Pule de dez: deu Sérgio Moro na cabeça, com 34%. Cármen Lucia ficou em segundo, com 17%. João Doria recebeu 15%; Jair Bolsonaro, 9%. Logo a seguir, Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato (7%).
O top five é uma evidência de que o Brasil está cada vez menos “político” e mais “judicializado”. Se não vinculados ao Judiciário, Doria e Bolsonaro personificam em seus discursos o “político que não é político”. Os assinantes do RR mencionaram ainda o presidente da Petrobras, Pedro Parente, com 5%, e ACM Neto (4%). Apenas 2% citaram Henrique Meirelles como um personagem que honra seu cargo público, certamente um reflexo da crise econômica.
Os entrevistados mencionaram ainda Rodrigo Janot e Geraldo Alckmin, com 2% cada um, além da presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, e de Gilmar Mendes, cada um com 1%. E Michel Temer? Ele aparece no rodapé da enquete, também com 1%. Michel Temer “brilhou” também na quarta e última pergunta: “Se possível, quem você tiraria de um cargo público?”. Entre os entrevistados, 38% cravaram o nome de Temer, mais do que o dobro do segundo colocado, Eliseu Padilha (15%).
Aliás, o Planalto pontificou nos três lugares mais altos do indesejável pódio: Moreira Franco chegou em terceiro, com 11%. Logo atrás, Luiz Fernando Pezão, com 10%. A relação dos “impeacháveis” seguiu com Romero Jucá e Aécio Neves, cada um com 5%. Henrique Meirelles recebeu 4% das respostas. Certamente por outros motivos, o presidente do Senado, Eunício de Oliveira, também foi citado por 4%. Entre os assinantes, 3% disseram que gostariam de ver Maria Silvia fora da presidência do BNDES. Rodrigo Maia foi outro lembrado por 3% dos consultados. Por fim, um fato curioso. Para 2% dos entrevistados, Sérgio Moro é que deveria ser afastado de suas funções. Devem ter lá seus motivos.
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Capitalização em série
4/04/2017
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CCR vai para o acostamento no leilão de rodovias paulistas
22/03/2017A dois dias do leilão de concessões rodoviárias em São Paulo, os investidores ainda pressionam o governo Alckmin a fazer ajustes de última hora nas regras do jogo. O lobby mais agudo vem da CCR. A companhia ameaça ficar de fora da disputa pelos lotes da Rodovia dos Calçados (Itaporanga-Franca) – concessão que exigirá investimentos da ordem de R$ 5 bilhões. A empresa alega que a taxa referencial de retorno prevista, de 9,8%, não é factível com as estimativas de receita da concessão. Este, aliás, é outro ponto de divergência. Segundo a CCR, há um hiato de mais de 10% entre as suas projeções de tráfego na rodovia e os números que balizaram o edital elaborado pelo governo paulista. O histórico recente da CCR não recomenda classificar sua pressão como bravata. Na semana passada, a empresa ficou de fora do leilão de aeroportos por não concordar com os estudos do governo federal e a taxa de retorno. Em fevereiro, deixou de participar em cima da hora da disputa pela Rodovia do Centro-Oeste Paulista, cuja licitação foi vencida por um fundo da Pátria Investimentos.
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Prudential e Chubb avançam sobre participação do BTG
10/03/2017O frustrado acordo com a francesa CNP Assurances é página virada. O BTG Pactual já teria retomado as negociações para a venda da sua participação de 51% na Pan Seguros e na Pan Corretora. Segundo o RR apurou, o banco estaria em conversações com as norte-americanas Prudential e Chubb, que recentemente se uniu à suíça Ace. A operação gira em torno dos R$ 700 milhões.
O BTG já teria também acertado os ponteiros com a sócia Caixa Econômica, dona dos 49% restantes nas duas instituições. Os dois bancos deverão vender conjuntamente suas ações na seguradora e na corretora. Procurados, BTG e Prudential negaram as negociações. Já a Chubb não quis comentar o assunto.
A exigência de tag along feita pela Caixa Econômica teria inviabilizado o acerto entre o BTG Pactual e a CNP Assurances, que se recusou a comprar os 49% do banco estatal na Pan Seguros e na Pan Corretora. Neste caso, tudo leva a crer que o BTG pagou o preço pela conturbada relação entre os franceses e a própria Caixa. A CNP é controladora da Caixa Seguridade, com 51,75% do capital.
Desde o ano passado, tenta antecipar a renovação do contrato que lhe dá exclusividade na venda de seguros nas agências da CEF – o atual vence em 2021. Consta que a Caixa Econômica pediu mais do que os R$ 10 bilhões oferecidos pelos franceses para a renovação do contrato, R$ 2 bilhões a mais do que o valor do acordo em vigor. O banco estatal teria exigido ainda o pagamento antecipado de metade da cifra. A CNP discordou das condições impostas pela Caixa e interrompeu as tratativas.
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Usiminas declara guerra à Sumitomo
2/03/2017Em um raro momento de sintonia entre Nippon Steel e Ternium, a Usiminas vai entrar na Justiça contra a Sumitomo. O contencioso tem origem na Mineração Usiminas (Musa), joint venture entre a siderúrgica e a trading japonesa. Dona de 30% da mineradora, a Sumitomo vetou a proposta de redução em R$ 1 bilhão do capital da empresa apresentada pela Usiminas – detentora dos 70% restantes.
A siderúrgica mineira acusa a sócia de abuso de poder. A Sumitomo, por sua vez, alega que a operação só pode ser realizada com a anuência dos dois acionistas. Os japoneses já deixaram claro que não estão dispostos a financiar, por via indireta, as dívidas da Usiminas. Na prática, a redução do capital da Musa geraria R$ 700 milhões de caixa para a siderúrgica mineira.
Procurada, a Usiminas nem confirmou nem negou a ação judicial. Limitou-se a informar que “acredita que terá acesso aos recursos de sua subsidiária Musa no prazo acordado com os credores”. O pragmatismo falou mais alto. Em permanente estado de conflito, Nippon Steel e Ternium identificaram na Sumitomo um oponente em comum. O veto à redução do capital social da Musa é um duro revés.
Os recursos são fundamentais para o esforço de repactuação do passivo da Usiminas. A companhia pretende usar os recursos para amortizar débitos bancários, notadamente com BNDES, BB e Itaú Unibanco. Inicialmente, a direção da Usiminas cogitou entrar com um processo de arbitragem. Mas a intransigência da Sumitomo fez com que a siderúrgica se decidisse por levar o caso diretamente à Justiça.
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Um tiro no Lobo mau
22/02/2017
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Segurança nacional dá lugar ao “entregou geral”
21/02/2017O governo Michel Temer, com movimentos sinuosos e sempre em nome da necessidade de estimular os investimentos, vai mudar ou extinguir diversas leis que um dia foram consideradas medidas de segurança nacional. À frente dessa desconstrução regulatória estão os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha. Atrás, se posicionam lobbies privados ferrenhos, alguns deles em atuação desde meados do século passado. Observando em prudente expectativa se encontra o general Sergio Etchegoyen, ministro chefe do GSI. Etchegoyen tem uma visão crítica de alguns penduricalhos que permaneceram associados à segurança nacional, mas não concorda com o conteúdo e a condução de diversas mudanças que estão sendo cogitadas. Cabe a Moreira, um ex-maoísta, a ação mais destemida entre os palacianos.
A orientação do ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência é clara: o país precisa de novos marcos regulatórios para que o capital volte a empreender. Em outras palavras, é hora de abrir, privatizar e entregar o que puder. As medidas são a venda de terras para estrangeiros, a permissão para mineração em faixa de fronteira, a extinção da Reserva Nacional do Cobre – um cluster polimetálico no Pará, controlado pela União, que foi preservado como estratégico – e a exploração e comercialização privada em larga escala do urânio in natura. Ficam guardadas no pipeline a permissão para o capital estrangeiro na geração nuclear e a regulamentação para as empresas explorarem minérios em terra indígena.
Há um pouco de bom e um pouco de ruim em cada uma dessas iniciativas. A preocupação para que somente mineradoras 100% nacionais operem em faixa de fronteira é boa. É preciso também evitar que pequenas e médias empresas, as “mineradoras vagalume”, possam operar na região, pois tornam mais difícil o controle da operação. A venda de terra para estrangeiros também pode ser boa ou ruim. São necessários cuidados para que não seja semeado um “laranjal”, transferindo uma extensão do solo pátrio para o estrangeiro superior aos 25% que estão sendo discutidos pelo governo.
Existe ainda o risco de que haja um estímulo ao surgimento de gigantescos latifúndios improdutivos. O governo justifica o enterro das leis de segurança nacional pela premência da atração dos investidores. Uma das intenções é fazer com que a indústria extrativa mineral passe dos atuais 4% para 7% do PIB. De resto sobram adjetivos para as medidas, tachadas de anacrônicas e atrasadas. Espera-se que este discurso esteja alinhado com os militares. Afinal, foram eles que criaram esses mecanismos de proteção e guarda, prestes a serem detonados para o gáudio do capital estrangeiro – e, vá lá, algum aporte de recursos externos na economia do país.
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Meta de inflação é um rio que divide o BC
3/02/2017O Banco Central é um coração partido quando se trata da redução da meta de inflação. Dois diretores defendem radicalmente a manutenção da meta de 4,5% pelo menos durante os próximos três anos. Um deles, inclusive, é autor de paper acadêmico sobre o assunto em parceria com ilustre professor, na qual se posiciona abertamente pró manutenção da meta. Os demais se dividem entre os hawkish (os “falcões”, radicais da política monetária) e os dovish.
O presidente do BC, Ilan Goldfajn, tateia com cuidado a questão. É dele a opinião de maior peso na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) programada para junho deste ano, quando será decidido, entre outros temas, o inflation target para 2019 – ou 2018, se os “falcões” atraírem Ilan para o lado negro da força. Ilan é o divisor de águas do CMN. Primeiramente, porque o BC será o operador da meta; segundo, porque os demais membros do Conselho, os ministros Henrique Meirelles e Dyogo Oliveira, reconhecem que Ilan entende muito mais do assunto. Até por dever de ofício, quando a reunião se aproximar ele já terá estressado o tema com os técnicos do BC, no ambiente mais abalizado para discutir o inflation target.
O lobby que ganha corpo, como sempre, é o do mercado financeiro, o mais beneficiado com a redução da meta. Mas, mesmo os “piranhas” do mercado, como diz a professora Maria da Conceição Tavares, estão parcimoniosos em relação ao target. Pedem 3% para ganhar 3,5%, com a manutenção dos intervalos de segurança. O BC projeta uma taxa de inflação de 3,4% em 2018. Uma das ideias discutidas pela autoridade monetária é reduzir em meio ponto percentual a meta, com base nas projeções de junho para a taxa de dezembro de 2017.
Se o cálculo fosse feito neste mês, quando as projeções de inflação convergem para 4,4%, o novo target seria de 3,9%. A meta mais baixa traz um potencial efeito colateral: o BC, por cautela, tenderia a reduzir o ritmo de queda da taxa de juros. As instituições financeiras agradecem. Mas do que a economia precisa no momento é exatamente de queda dos juros. Além do mais, uma diminuição brusca da meta, para 3% em 2019, ou mesmo antecipada para 2018, por exemplo, deixaria sua sustentabilidade mais frágil, na medida em que qualquer imprevisto externo ou choque nas variáveis de preços jogaria a inflação para fora do centro, suscitando nova elevação dos juros. Há ainda a questão da dominância fiscal.
Seria recomendável concluir o ajuste para, aí sim, ancorar a expectativa inflacionária em outro patamar mais consistente. E como lidar com uma inflação mais baixa do que a meta? Afinal, meta é algo a ser superado. Os agentes econômicos teriam o intervalo mais baixo, com gosto de meta, traduzindo igualmente o sucesso da política monetária. E uma oscilação pequena em torno do target não chega a ser um desarranjo, nem desancora as expectativas. O mais provável é que Ilan tope um aumento suave da meta para 3,9%, mas só a partir de 2019, conforme o calendário original do CMN. E redirecione o BC para o foco na atividade econômica e, por conseguinte, para a redução do desemprego. O lado solar da força, onde o BC há muito tempo não se faz presente.
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A usina sem dono e o dono sem dinheiro
3/02/2017A decisão da Justiça de bloquear os bens do pecuarista José Carlos Bumlai ricocheteia nos credores da Usina São Fernando. Os bancos, entre eles, BB e BNP Paribas, fornecedores e plantadores de cana tentam provar judicialmente que Bumlai é o acionista controlador da sucroalcooleira pra cobrar dele, na física, uma dívida superior a R$ 1 bilhão. A São Fernando sempre negou pertencer a Bumlai, garantindo que o controle está nas mãos de seus filhos, Mauricio e Guilherme
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Cemig acelera venda de ativos com a privatização da Gasmig
24/01/2017A Cemig está em negociações para a venda integral da sua participação na Gasmig, de 99%. A operação, conduzida pelo Itaú BBA, gira em torno de R$ 1,6 bilhão. Os dois principais candidatos à compra da concessionária mineira vêm da Ásia: a Mitsui e a Beijing Gas. A Comgás, leia-se o Grupo Cosan, corre por fora.
A intenção da nova diretoria da Cemig é sacramentar o negócio até março, junto com a já engatilhada venda da participação de 20% na Hidrelétrica de Santo Antônio para a chinesa Three Gorges. O duplo anúncio servirá como um categórico cartão de visitas de Bernardo Salomão, que assumiu a presidência da Cemig em dezembro. Ao embalar em um só pacote duas operações que poderão render à estatal mais de R$ 4,5 bilhões, Salomão pretende mostrar ao mercado que o plano de desmobilização de ativos da empresa será intensificado.
Não custa lembrar que seu antecessor, Mauro Borges, deixou o cargo bastante criticado pelo timing na venda de participações da Cemig vis-à-vis às necessidades de caixa da companhia. No caso da Gasmig, os estudos para a privatização da empresa sofrem idas e vindas desde o início do mandato de Fernando Pimentel. A Gasmig vale quanto pesa. Trata-se da maior concessionária do setor ainda sob controle estatal. Sua receita passa de R$ 1,8 bilhão por ano. Em 2015, seu Ebitda foi de R$ 148 milhões, o equivalente a 15% do faturamento – índice expressivo para uma empresa que atua em um setor com preços regulados. Para efeito de comparação, o ebitda da Comgás no mesmo ano correspondeu a menos de 5% da receita.
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Revival no BB
23/01/2017O presidente do BB, Paulo Rogério Caffarelli, tem se empenhado para que Dan Conrado volte para a instituição financeira. Parece até que o PT segue no governo: o retorno de Conrado, ex-no 1 da Previ, significaria o “regresso” de Aldemir Bendine.
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Ambev capricha no colarinho para encobrir seus seguidos fracassos
10/01/2017A ordem na Ambev é seguir o modelo Temer/Meirelles e embalar algumas boas iniciativas de marketing com intenções de investimentos cacarecos para ter o maior volume de informações otimistas e sair espumando pela imprensa. Nos últimos dias, a companhia anunciou uma fábrica de cervejas especiais em BH que será aberta à visitação, deu visibilidade à sua participação no Fórum das Empresas e Direitos LGBT, lançou uma nova linha de bebidas para o público jovem (é preciso garantir o consumidor do futuro) e divulgou sua entrada no segmento de água mineral. Diriam os inebriados pela inocência: a Ambev está imbuída da sua missão de praticar a transparência como toda boa companhia aberta que se preze.
A explicação enche apenas um terço do copo. O restante estaria ligado à estratégia de comunicação, no que a cervejeira, como notória e intensa produtora de malefícios à sociedade, tornou-se uma mestra. A Ambev mimetiza os males à saúde que provoca. É para parecer coincidência, mas as good news divulgadas em série enevoam uma caravana de insucessos no ano passado.
Os resultados de junho a setembro tiveram gosto de cicuta. A geração de caixa no Brasil despencou 31,3%, a maior queda da história da companhia para um único trimestre. A margem Ebitda escorreu pia abaixo, caindo 13,3%. Seu market share cai seguidamente. A linha de montagem de notícias positivas tem como objetivo sinalizar um 2017 mais próspero. Mais do que isso: busca fazer com que a bateria de novos projetos cumpra o seu papel de lobby, desestimulando a ideia da Fazenda de cobrar uma contribuição tributária maior da empresa.
Nesse toma lá, dá cá, a boa vontade dos novos investimentos não combinaria com mais impostos. São bons os motivos, portanto, para os cervejeiros emudecerem sobre a queda de market share, resultados fi nanceiros cadentes, os questionamentos à até então deificada gestão da companhia e o mau momento do ambiente social-trabalhista por que atravessa a empresa. Que tempo ruim,que nada! Se depender do marketing da Ambev, até o sol inclemente que torra a cabeça dos brasileiros nesse verão severino foi produzido para que o consumo da “loura” aumente. A cervejeira elevou a máxima de Ricúpero ao paroxismo: “O que é bom a gente fatura; o que é ruim a gente esconde.”
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BB dança seu último tango no Banco Patagonia
3/01/2017O Banco do Brasil pretende vender integralmente a sua participação de 58% no bloco de controle do argentino Banco Patagonia. A direção do BB trabalha com dois modelos para a operação. O primeiro deles é uma oferta de ações na Bolsa de Buenos Aires em conjunto com os demais sócios relevantes, notadamente a família Stuart Milne, dona de aproximadamente 21% do capital.
A segunda possibilidade sobre a mesa é a venda direta da sua participação. Os espanhóis do Santander e BBVA, que têm uma expressiva presença no mercado bancário argentino, surgem como potenciais candidatos ao negócio. Procurado, o BB confirmou que, “em conjunto com alguns acionistas, avalia a possibilidade de, eventualmente, propor a realização de uma oferta pública de ações” do Banco Patagonia. Consultado sobre eventuais tratativas com o Santander e o BBVA, o banco não se pronunciou.
A venda da participação no Banco Patagonia está relacionada à necessidade do BB de melhorar os níveis de capitalização para atender às novas regras de Basileia 3. Seu índice de capital próprio é de 9,07%, segundo o balanço do terceiro trimestre. A partir de 2019, o Banco Central exigirá um patamar mínimo de 10,5%. Se não partir para a desmobilização de ativos, dificilmente o BB conseguirá atingir este piso sem um aporte do Tesouro, fato, inclusive, asseverado por recente avaliação da Fitch Ratings.
Tomando-se como base o atual valor de mercado da instituição, a participação total do Banco do Brasil equivale a algo em torno de R$ 3 bilhões. O Banco Patagonia tem o correspondente a R$ 13,2 bilhões em ativos e uma rentabilidade bastante expressiva. Os números de janeiro a setembro indicam um retorno anualizado sobre o patrimônio da ordem de 38%. Para efeito de comparação, o índice de rentabilidade do BB projetado para 2016 é de 15%.
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Ecovix aguarda por uma boia de salvação da Petrobras
27/12/2016O futuro de quase 10% dos empregos no setor de construção naval dependerá, em grande parte, da boa vontade da Petrobras. Caberá à estatal o papel de árbitro da sobrevivência ou não da Ecovix, que teve seu pedido de recuperação judicial aprovado pela 2a Vara Federal de Rio Grande na semana passada. O estaleiro tenta convencer a Petrobras a retomar o pedido de três cascos para navios-plataforma, suspenso recentemente. Neste caldeirão entra também a pressão do ambiente psicossocial. Segundo o RR apurou, os metalúrgicos de Rio Grande, sede do estaleiro, preparam uma série de manifestações na tentativa de sensibilizar a Petrobras.
Se a investida der certo, a Ecovix ganha um sopro de vida e um contrato da ordem de US$ 800 milhões, uma garantia de fluxo de caixa pelo menos para os próximos dois anos – prazo estimado para a entrega das estruturas. No entanto, se a Petrobras fizer jogo duro, provavelmente o estaleiro gaúcho afundará de vez, levando consigo mais de 3,5 mil trabalhadores. Haja metalúrgico nas ruas para convencer a Petrobras a retroceder de sua decisão. Os três benditos cascos fazem parte de uma encomenda originalmente de oito unidades, feita em 2010.
Destas, apenas três foram efetivamente entregues. Por decisão da Petrobras, a construção das duas restantes foi transferida para estaleiros da China quando a crise financeira da empresa gaúcha se acentuou. Procurada, a estatal alega que, no passado recente, manteve várias negociações com a Ecovix com o objetivo de concluir o contrato. “Contudo, devido à grave situação financeira enfrentada pela empresa e a situação deficitária dos contratos”, as tratativas resultaram em um “distrato amigável”. Para não dizer que o peso sobre o destino da Ecovix recai apenas sobre a Petrobras, há ainda o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, coadjuvantes de luxo deste folhetim naval.
Os dois bancos são considerados o fiel da balança para a renegociação das dívidas bancárias do estaleiro. Ambos concentram cerca de R$ 700 milhões, metade do passivo financeiro da companhia. Se BB e Caixa concordarem com uma expressiva renegociação deste valor, no âmbito da recuperação judicial, o entendimento é que as demais instituições financeiras seguirão o mesmo caminho. Mas até lá a Ecovix precisa continuar com as escotilhas acima do nível do mar.
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Henrique Meirelles mira nos juros sobre capital próprio. Será que consegue?
26/12/2016O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, promete que não haverá aumento de impostos. Conversa fiada! O que Meirelles não diz é que deverá tesourar grandes incentivos tributários. Seus dois principais braços na área fiscal, os secretários do Tesouro, Ana Paula Vescovi, e da Receita Federal, Jorge Rachid, estão debruçados sobre dois projetos que causam arrepios na esmagadora parcela do PIB empresarial do país.
Ambos penalizam o uso de pitoresco instrumento de distribuição de lucros e capitalização das empresas, bastante regressivo do ponto de vista tributário. Um deles é a revisão da tributação de juros sobre capital próprio (JCP) das empresas, com o aumento da alíquota de 15% para 18% previsto pela MP 694/2015. O segundo é uma herança arrepiante do PT: a extinção do JCP como prevê o PLS no 45/2016, de autoria da senadora Gleisi Hoffmann, atualmente em estudo pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
No primeiro caso, mais soft, a mudança representaria um aumento na arrecadação de 20%, o que em relação ao exercício fiscal de 2015 equivaleria a R$ 1,48 bilhão a mais sobre o montante de R$ 7.455. 283.173,00. O capital estrangeiro escapa dessa mordida – ou redução da regalia fiscal. O aumento da alíquota não seria aplicável no caso das empresas de origem no exterior. Acordos internacionais referentes à bitributação estabelecidos no âmbito da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) limitam a 15% o gravame sobre os valores referentes a juros ou dividendos pagos a holding situada em outro país. A medida de extinção do JCP, por sua vez, seria uma pancada no lombo do empresariado.
É difícil imaginar que um governo como o de Michel Temer e um ministro da Fazenda com o perfil de Henrique Meirelles coloquem a mão nessa colmeia. Do ponto de vista da arrecadação, contudo, a medida seria tiro e queda, já que ampliaria a base de arrecadação sobre todas as empresas que operam sob regime do lucro real (as maiores sem exceção). O JCP é uma espécie de “jabuticaba”. Foi criado no governo FHC justamente para atrair capital e viabilizar o investimento. Para fins tributários, o JCP é tratado pela Fazenda como diz o nome (juros), embora alguns doutrinadores, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central o classifiquem como dividendos. São irmãos gêmeos.
Desde o primeiro governo Lula, as autoridades fazendárias vêm realizando uma corrida de gato e rato contra o lobby do setor privado – leia-se as maiores fortunas do país – contrário a reduzir ou exterminar o JCP. O empresário, como não poderia deixar de ser, condena a medida por considerá-la um desincentivo à captação de recursos através do mercado de capitais – e uma mordida no dinheiro que entra isento no seu bolso.
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Literatura policial
23/12/2016O sistema penitenciário brasileiro ainda vai acabar formando uma nova geração de escritores. A exemplo de Eduardo Cunha, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado no julgamento do mensalão, aproveita o cárcere para rascunhar suas memórias. Antes do BB, Pizzolato passou pela Previ e trabalhou na campanha de Lula em 2002.
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Votorantim Corretora é uma interrogação no mercado
21/12/2016A forte concorrência no mercado financeiro, mais precisamente na corretagem de valores, não poupa sequer a dobradinha dos Ermírio de Moraes com o Banco do Brasil. A Votorantim Corretora, braço do Banco Votorantim, teria desativado sua área de research, com a dispensa de todos os analistas. Segundo o RR apurou, desde o início da semana os profissionais que trabalhavam na unidade vêm comunicando informalmente aos clientes sua saída da empresa. Ressalte-se que, em fevereiro deste ano, a corretora do Banco Votorantim já havia fechado seu home broker, o “Sagaz”, encerrando o atendimento a clientes pessoa física. Não por acaso, esta sequência de fatos tem alimentado especulações sobre o próprio futuro da instituição.
No mercado, é voz corrente que os Ermírio de Moraes e o BB estariam preparando o terreno para o fechamento em definitivo da Votorantim Corretora. Procurado, o Banco Votorantim garantiu que seu braço de corretagem “segue operando normalmente”. Questionado especificamente sobre o fechamento da área de research, não se pronunciou. Hoje, praticamente todas as principais instituições em volume financeiro estão ligadas a grandes bancos, casos de Bradesco, Itaú, BTG e JP Morgan.
A exceção fica por conta das corretoras independentes que operam com agressivas estratégias comerciais e estruturas enxutíssimas, como a XP Investimentos. Para completar há a concorrência do mercado eletrônico, no qual o investidor opera diretamente, sem a necessidade de corretagem. O próprio BB migrou suas operações com títulos públicos para o ambiente eletrônico. Os números da Votorantim Corretora comprovam o quanto este mercado ficou difícil. No primeiro semestre deste ano, ela teve uma receita com intermediação financeira de apenas R$ 20 milhões. Em 2013, o faturamento total chegou a R$ 170 milhões.
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Um infeliz Natal para a AmBev e todo o lobby da indústria cervejeira
15/12/2016O Ministério da Fazenda e a Receita Federal estão embrulhando um presente de grego para a indústria de bebidas frias. A intenção é passar a sacola no setor, ampliando consideravelmente a carga tributária, leia-se IPI e PIS/Cofins. A proposta em estudo é criar um diferencial ainda maior entre os impostos cobrados sobre refrigerantes, isotônicos e afins e sobre cervejas. A iniciativa vai contra a expectativa dos próprios fabricantes, que contavam com uma trégua após o reajuste de maio do ano passado, quando os tributos sobre bebidas frias cresceram, em média, 10%.
A estimativa do Fisco é arrecadar até 2018 um adicional entre R$ 3,5 bilhões e R$ 5 bilhões sobre os valores projetados para 2016, ou seja, o equivalente a quase 10% do total de recursos que foram repatriados neste ano. A AmBev, com cerca de 67% de market share e R$ 26,3 bilhões de receita líquida no país, será inexoravelmente a mais atingida, contribuindo com algo em torno de dois terços da arrecadação tributária almejada. O aumento dos impostos deixa a líder do setor em uma sinuca de bico. Se não majorar o preço das cervejas e repassar o repique tributário para o consumidor, a AmBev perderá rentabilidade, que já é cadente. Se soltar os preços, perde mercado, uma vez que a concorrência tem corrigido seus valores em patamares inferiores.
O governo vem buscando à lupa os setores que têm possibilidade de aumentar sua participação no total de impostos. A indústria do tabaco, tradicionalmente gravada nessas circunstâncias em que é necessário reforço do caixa fiscal, deve escapar ilesa, ao menos por enquanto, devido à ineficácia do reajuste sobre a arrecadação. Explica-se: devido à confessa falência da Receita e da Polícia Federal em coibir o contrabando dos cigarros pela fronteira, a situação levou a um paradoxo, ou seja, quanto maior a mordida do Leão, maior o comércio ilegal e, consequentemente, menor o bolo tributário. Neste caso, o papel que a AmBev desempenha no setor cervejeiro é representado pela Souza Cruz, com sobras: a empresa tem 78% de participação nas vendas de cigarros. Se quisesse confrontar à vera o mais do que provável lobby das cervejeiras contra o aumento de impostos, o governo teria argumentos a granel.
A participação da cerveja nos índices de alcoolismo tem crescido exponencialmente. Entre 2000 e 2013, a população brasileira aumentou cerca de 30%, segundo dados do IBGE. Nesse período, a produção da bebida subiu 200%, passando de cinco bilhões para 15 bilhões de litros/ano. Os efeitos maléficos não ficam restritos ao fígado. O consumo de cerveja é o principal causador da Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que rivaliza com a microcefalia. A cada hora nascem no Brasil três crianças portadoras da enfermidade, ou 30 mil por ano. A SAF provoca déficit de crescimento, alterações faciais e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. É considerada a maior causa de déficit intelectual prevenível no mundo. E pensar que uma lata de cerveja no Brasil chega a custar mais barato do que um refrigerante.
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Arroz de pato
8/12/2016O pato de Paulo Skaf virou codorna. A Fiesp decidiu se jogar de corpo, alma e bolso no lobby pró-Refi s.
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“Lei da RJ” do setor público bate direto nos bancos estatais
5/12/2016A “lei de recuperação judicial” dos estados e municípios que está sendo estudada pelo governo federal representa, na prática, uma moratória no pagamento das dividas junto com os bancos estatais – Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES. Antes que o leitor do RR se espante com a ousadia da proposta, trata-se de uma moratória com hedge. O projeto prevê a restituição dos recursos às instituições financeiras, após a conclusão da recuperação, em qualquer circunstância.
Uma novidade é que o projeto deverá ser abençoado pelo Supremo Tribunal Federal para dar garantia legal à implementação da medida. O Congresso e a Secretaria do Tesouro também participarão do processo. A lei está sendo construída desde a reunião dos governadores com o presidente Michel Temer, no último dia 22 de novembro. Desde então, foi guardada a sete chaves e sob o manto do teatro encenado por Henrique Meirelles et caterva. As metas que os estados terão de cumprir serão rigorosas, à semelhança da própria lei de recuperação judicial de companhias. Comparativamente, a PEC do Teto soará como brincadeira. Procurados, o Banco do Brasil e a Caixa informaram que não comentam projetos ou estudos em discussão. Já o BNDES não se pronunciou.
Tudo indica que os cortes radicais que estão sendo feitos por Banco do Brasil e Caixa, com fechamento de agências e planos de demissão voluntária, não são apenas para atender à Basileia. Ambos já estariam se preparando para o pior, tamanha a exposição ao setor público. Os dois bancos negam que exista relação entre as medidas adotadas e a eventual moratória de estados e municípios. O débito do setor público com bancos estatais é de R$ 120 bilhões – ou cerca de um quarto de todo o estoque da dívida das províncias e das cidades com a União, em torno dos R$ 480 bilhões.
O maior credor é o BNDES, com R$ 49,6 bilhões – para efeito de comparação, praticamente a metade dos R$ 100 bilhões que a agência de fomento está devolvendo ao Tesouro Nacional. Seguem Banco do Brasil (R$ 38 bilhões) e Caixa Econômica (R$ 33 bilhões). Esses valores aumentaram razoavelmente desde o ano passado, quando as finanças dos estados e municípios já derretiam a olhos vistos. A maior parcela dessas faturas recentes caiu no colo da Caixa. Entre setembro de 2015 e setembro de 2016, seus empréstimos para o setor público subiram 22,1%.
No caso do BNDES, a alta foi de 11%. Só o BB puxou o freio de mão. Sua carteira de crédito a estados e municípios ficou praticamente congelada nesse período, crescendo apenas 1,7%. O estrago, no entanto, já estava feito. Os fatos e dados revelam que a crise dos estados é muito mais grave do que as partes envolvidas deixam transparecer.
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Venda do Banrisul é o botão de emergência do governo gaúcho
23/11/2016Com o Rio Grande do Sul em estado de calamidade financeira, o governador José Ivo Sartori vem mantendo conversações preliminares com o ministro Henrique Meirelles em torno da venda do Banrisul. A operação se daria no modelo de leilão. Banco do Brasil e Caixa Econômica seriam o fiel da balança na operação. Em tese, a presença dos bancos estatais aumentaria a disputa e a probabilidade de um ágio maior sobre o valor mínimo de venda do Banrisul. Parte dos recursos arrecadados estaria previamente vinculada à amortização da dívida com a União. No ranking da penúria das províncias, o Rio Grande do Sul ocupa o quarto lugar (atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), com um endividamento total de R$ 53 bilhões junto ao Tesouro Federal.
O governo gaúcho nega a venda do Banrisul. É assim desde que Sartori assumiu, em 2015. No Palácio Piratini, a hipótese de abrir mão do banco sempre foi tratada como a última linha, uma espécie de “Bomba H” na hierarquia das medidas contra a crise fiscal. As circunstâncias se encarregaram de aproximar o indicador de Sartori do botão vermelho. Se o decreto de estado de calamidade anunciado ontem permite a adoção de “medidas excepcionais”, a venda do Banrisul talvez seja a maior delas. O rombo fiscal do Rio Grande do Sul neste ano deverá superar os R$ 6,5 bilhões. O sistema de previdência pública do estado tem o pior resultado entre todas as unidades da federação: a estimativa para este ano é de um déficit de R$ 9 bilhões, que se somarão às perdas de R$ 7,5 bilhões em 2015. Os salários do funcionalismo têm sido pagos de forma parcelada desde fevereiro. Nas ruas, o caos na segurança pública: os índices de criminalidade dispararam. Diante deste cenário, o governo gaúcho está convencido de que não dá mais para guardar o Banrisul em uma redoma.
A venda do Banrisul não provocará mudanças significativas no topo do ranking bancário. Seus R$ 68 bilhões em ativos são insuficientes para mexer com as posições tanto dos três maiores bancos privados – Itaú, Bradesco e Santander – quanto dos próprios BB e Caixa Econômica. Ressalte-se ainda que a instituição está longe de seus melhores dias. No ano passado, a rentabilidade sobre o patrimônio foi de 13,5%, um pouco melhor do que os 12,1% de 2014, mas ainda longe dos 20,3% registrados em 2011. Ainda assim, o Banrisul tem seus atrativos, a começar pelo fato de se tratar do último grande banco estadual. Outro aspecto importante é o fator geoeconômico, leia-se a capilaridade na segunda região mais rica do país: são 525 agências nos três estados do Sul. À exceção talvez do BB, que já conta com 1.057 unidades de atendimento, o Banrisul faria uma razoável diferença para a operação dos outros quatro grandes bancos nos três estados do Sul – Bradesco (716 agências), Caixa (646), Itaú (586) e Santander (376).
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Uma missão para Elcio Jorge dos Santos
21/11/2016?• O Banco Votorantim alardeou, e com toda a razão, ter chegado ao 12º seguido trimestre seguido no azul, intervalo no qual amealhou um lucro de R$ 1,4 bilhão. Significa dizer que agora falta “apenas” R$ 1,9 bilhão para igualar os R$ 3,3 bilhões de prejuízos acumulados entre os terceiros trimestres de 2011 e 2013. Ou seja: mantida a média de lucro dos últimos 12 demonstrativos (R$ 116 milhões), daqui a 16 trimestres o Votorantim, enfim, conseguirá devolver aos Ermírio de Moraes e ao BB, seus acionistas, as perdas sofridas entre 2011 e 2013. É uma missão para Elcio Jorge dos Santos, novo presidente do banco.
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Faltam poucos grãos para o Brasil importar café
4/11/2016O Brasil caminha para um “estado de sítio cafeeiro”. Os estoques públicos de café conilon, utilizado na fabricação do produto solúvel, estão praticamente esgotados: hoje, somam apenas 750 mil sacas, o menor patamar dos últimos seis anos. Com a decisão da Conab de realizar leilões quinzenais na tentativa de regular a oferta, muito provavelmente esse volume se esgotará antes do Natal. Por esta razão, é grande a probabilidade de o Brasil ter de importar café – o que, colocadas as devidas ressalvas, tem o mesmo simbolismo da imagem do país comprando banana ou melaço de cana. Essa situa- ção-limite é resultado de um blend cruel: a ação divina com a imprevidência dos homens. O Brasil vem de uma quebra de safra causada pela severa estiagem no Espírito Santo, onde se concentram as principais áreas de plantio do conilon. A colheita, encerrada em agosto, foi quase 50% inferior à do ano passado. Junte-se às condições climáticas a ausência de uma política de formação de estoques reguladores no Brasil, problema que começou no governo Lula e se acentuou na era Dilma. O Ministério da Fazenda, por meio da Conab, praticamente abriu mão de comprar café e formar estoques para períodos de fortes oscilações na produção e no preço. Para completar a tempestade perfeita, nos últimos anos o Brasil passou a ser um exportador de conilon, estimulado pelo aumento da produção interna e pelos convidativos preços no mercado internacional. Em 2014, exportou 3,4 milhões de sacas. Em 2015, 4,5 milhões. Mais uma vez, o governo deixou o mercado correr solto, talvez fiando-se na generosidade do terroir. Àquela altura, estimativas apontavam que o Brasil alcançaria uma produção anual superior a 20 milhões de sacas por ano. Mas havia uma intempérie no meio do caminho: segundo estimativas da Conab, o Brasil produzirá na safra 2016/ 17 apenas 8,35 milhões de sacas de conilon. É exatamente a metade da demanda interna anual. Ironia das ironias: hoje há mais de um milhão de sacas de café brasileiro estocadas em Antuérpia e em armazéns ingleses. Ou seja: se bobear, o Brasil importará seu próprio grão, a preços bem mais altos. A questão da importação divide o setor, como aponta o paper de autoria do especialista em comércio exterior Francisco Ourique, que circula no mercado. Há lobbies contra e a favor. A indústria de café solúvel é a maior interessada na compra de conilon no mercado internacional. O setor está estrangulado: seus concorrentes globais têm conseguido adquirir matéria-prima a preços até 35% mais baixos. Por outro lado, os produtores, que sempre temeram o uso das importações como fator de regulação dos preços internos, apresentam uma série de óbices à compra do produto no exterior. Alegam o risco de entrada de sementes contaminadas no país, o que, a rigor, só faria algum sentido se o Brasil abrisse a porteira para uma quantidade descomunal de café – algo que não ocorrerá. A batata, ou melhor, a xícara quente está nas mãos de Blairo Maggi. Caberá ao ministro da Agricultura decidir se vai ou não faltar café.
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Banco do Brasil e Caixa são o chão e o teto da PDG
1/11/2016Ainda que indiretamente, o futuro da PDG Realty virou assunto de governo. Está nas mãos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal a decisão de dar um fôlego extra à maior incorporadora imobiliária do país ou lançá-la de vez no alçapão de uma recuperação judicial. É grande a pressão para que o BB e a Caixa acolham o pedido de um empréstimo emergencial feito pela companhia aos seus bancos credores, no valor aproximado de R$ 400 milhões. As duas instituições são vistas pela própria PDG como o fiel da balança na operação. Ambas respondem por mais de 30% da dívida de curto prazo da companhia, da ordem de R$ 5,5 bilhões. Se BB e Caixa concordarem com a proposta de refinanciamento, a expectativa da incorporadora é que os bancos privados – mais de uma dezena, entre eles Itaú e BTG – sigam em bloco o mesmo caminho. Assim tem sido durante as seguidas etapas de repactuação do passivo da PDG. A mais recente se deu em junho, quando a incorporadora conseguiu alongar por quatro anos o vencimento de R$ 2,3 bilhões em dívidas financeiras. Procurada, a Caixa não quis se manifestar, alegando que as “operações envolvendo a PDG são protegidas por sigilo bancário”. A incorporadora e o BB também não se pronunciaram. O risco de uma iminente recuperação judicial é exatamente o maior – e único – instrumento de pressão da própria PDG sobre o BB e a CEF. Não há muito tempo para uma decisão dos dois bancos e, por extensão, dos demais credores. A contagem regressiva para a RJ é breve, talvez questões de dias – consta que a PDG já mantém conversações com a Alvarez & Marsal, especialista no assunto. O processo colocaria um ponto de interrogação sobre a capacidade da incorporadora de entregar os imóveis aos seus compradores. A companhia tem 35 projetos em andamento, o equivalente a mais de seis mil unidades. No entanto, a PDG teria em caixa pouco mais de R$ 200 milhões, recursos que não cobririam seus compromissos sequer até dezembro. O empréstimo emergencial dos bancos permitiria à incorporadora chegar até o primeiro trimestre de 2017, contando ainda com os recebíveis previstos até março do ano que vem – algo em torno de R$ 700 milhões. Ainda assim, à luz dos números, fica a sensação de que a PDG tenta tratar de uma fratura exposta com arnica e band-aid. No mercado, a percepção é que mesmo um eventual acordo com os bancos para um novo aporte apenas adiará o inevitável: a recuperação judicial. Se o balanço do terceiro trimestre trouxer um prejuízo superior a R$ 1 bilhão – no primeiro semestre, as perdas foram de R$ 1,2 bilhão –, a empresa passará a ter patrimônio líquido negativo.
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Uma borboleta azul sobrevoa o Planejamento
27/10/2016Quando não acerta na bucha, o RR passa bem perto. Na edição de 1º de junho, publicou que Monica de Bolle queria a presidência do BNDES. Prontamente a economista desmentiu a informação nas redes sociais, desejando sucesso a Maria Silvia Bastos. Vá lá! Passaram-se alguns meses e a fúria da “Borboleta” não arrefeceu – a menção ao lepidóptero é uma referência ao seu mais recente livro, “Como matar a Borboleta Azul”. Monica está novamente na disputa por um cargo no governo: desta vez, o alvo é o Ministério do Planejamento, ocupado por Dyogo Oliveira, que se sente interino desde que assumiu o posto. Mônica conta com um timaço fazendo o seu lobby. Armínio Fraga e Gustavo Franco são dois puxadores de voto. Mas ela não está sozinha no desejo de amanhecer na Esplanada dos Ministérios apreciando o sol nascer com cor de pancake. O outro candidato ao Planejamento é o economista Paulo Rabello de Castro, hoje na presidência do IBGE. Ele vem com a bem querência da Fiesp e da banda de música das entidades empresariais do setor agrícola. Rabello de Castro é o chamado “ortodoxo vaselinoso”. Da mesma forma que é capaz de pedir a palavra em um almoço de empresários e burocratas para elogiar o movimento militar de 1964 pela sua capacidade de dar sustentação na marra a reformas modernizantes mais amplas, tem um software implantado no córtex cerebral que o impede de entrar em qualquer confronto. Ele engraxa previamente cada frase com que tateia o diálogo. Provavelmente, a melhor definição seja a de que o economista procura usar Jean Valjean (personagem com caráter irreprochável criado por Victor Hugo) como fachada do ego para mitigar o espectro de Milton Friedman que domina, absoluto, seu self. Monica de Bolle e Rabello são tecnicamente muito bons. A primeira traz um sopro de modernidade, frescor e provocação, que, às vezes, batem cabeça naquilo que Karl Popper separa como o campo do domínio do ideológico sobre o saber empírico. A economista considera suas boutades como ciência saindo quentinha do forno. Rabello é ideológico até o fio do cabelo. É um dos fundadores e proprietários do Instituto Atlântico, que, a exemplo do Instituto Millenium e do Instituto Liberal, tem um pé na cozinha do Bispo Crivella – não chegam a ser uma Igreja ou a professar religião stricto sensu, mas se dedicam à doutrina e à pregação. Quando se perguntava a Roberto Campos quem ele indicava para uma palestra ou entrevista sobre conjuntura econômica, ele sacava de prima: “Chama o Paulo”. O interlocutor fazia a pertinente pergunta: “Mas qual dos dois”? E Bob Fields respondia: “Qualquer um. A ordem dos fatores não altera os Paulos”. Antes que se esqueça, o segundo Paulo é o Guedes, um dos fundadores do Pactual. De qualquer forma, de Bolle jamais será confundida com Rabello de Castro. Ela tem diferenças de sobra para melhor do que seu concorrente. O RR gostaria de ver a moça no Planejamento, dando trabalho a Henrique Meirelles e sacudindo o coro dos que querem esperar para ver como é que fica. Vai logo para o governo de Bolle, vai.
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Em nome do pai
26/10/2016Mesmo alvejado pela Lava Jato, Edison Lobão trabalha para demover o Planalto da ideia de trocar a direção da Brasilcap. A subsidiária de capitalização do BB é comandada, desde 2008, por Marcio Lobão, filho do ex-senador.
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Sede de Brasil
25/10/2016O investimento de R$ 580 milhões na compra da Ebba , dona das marcas Maguary e Da Fruta, foi apenas o primeiro gole da Britvic no Brasil. Além do segmento de sucos concentrados, o grupo britânico vai investir pesado nos mercados de refrigerante e energéticos.
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Montadoras duelam por algum combustível fiscal
17/10/2016A grave crise na indústria automobilística acentuou o racha entre as montadoras com e sem fábrica no Brasil. Na tentativa de melhorar suas respectivas vendas à custa de mudanças no regime tributário, os dois lados travam uma queda de braço nos gabinetes de Brasília. A Anfavea colocou sua poderosa estrutura de lobby em ação para convencer o governo a aumentar as alíquotas de importação de veículos com a justificativa de salvaguardar as empresas que fizeram pesados investimentos na construção de plantas industriais no Brasil. A mobilização atende não apenas aos interesses das quatro grandes irmãs do setor – Volkswagen, General Motors, Fiat e Ford –, mas também de montadoras que passaram a produzir no país de um ano pra cá, a exemplo da Jaguar Land Rover e da Mercedes-Benz. Trata-se de uma contraofensiva às manobras feitas pelas concorrentes sem produção local – como Kia Motors , JAC Motors e Lifan. Estas companhias reivindicam a extinção da sobretaxa para os automóveis importados da China e da Coreia do Sul, origem das principais companhias que atuam no país sem uma fábrica in loco. Estes veículos sofrem uma cobrança extra de 30 pontos percentuais sobre o IPI. Faz bastante diferença: cada ponto percentual significa até 0,9% a mais no preço final – na maioria dos casos, modelos que custam acima dos R$ 100 mil. Em junho, dirigentes da Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores) se reuniram com o ministro Henrique Meirelles para tratar do assunto. Até o momento, não obtiveram qualquer resposta sobre o seu pleito. Se houver um vencedor neste duelo, todas as circunstâncias apontam para as montadoras com produção nacional. Ainda que a Anfavea não ostente o prestígio e o poder de outros tempos, os grandes fabricantes sempre carregam a seu favor o fato de terem investido bilhões de reais em capital fixo – muito embora tenham tirado outro tanto do país com agressivas políticas de remessas de lucro para a matriz nos recentes anos de bonança do setor. Ao mesmo tempo, diante das seguidas quedas na arrecadação federal, o lobby da Anfavea pelo aumento do IPI para os importados parece bem mais adequado ao momento. Além do efeito fiscal de curto prazo, muitos no governo também defendem a maior taxação como forma de pressionar os “sem fábrica” a investir na montagem de uma estrutura industrial no Brasil. Na década passada, os importados chegaram a ter mais de 4,5% do mercado nacional. Hoje, este número está em 3,7% e a estimativa é que chegue a 3% em 2017. A diferenciação tributária já é uma desvantagem competitiva para as marcas sem fábrica no Brasil. No caso destes veículos, estima-se que a tributação represente até 90% do preço final ao consumidor. Nos automóveis made in Brazil, essa incidência varia de 39% a 78%. Neste momento especificamente, o aumento das alíquotas seria um golpe ainda mais duro para os “forasteiros”. As vendas de importados entre janeiro e agosto caíram 43% no comparativo com o mesmo período de 2015. Trata-se de uma situação ainda mais dramática do que a vivida pelas montadoras com fábrica no Brasil. Volks, Ford, GM, Fiat e cia. acumulam uma queda de 23% na comercialização de automóveis de passeio no mesmo intervalo. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Anfavea e Abeifa.
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Nome para a Prev
10/10/2016O presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, articula a indicação de Ricardo Oliveira para o comando da Previ. O executivo ocupou a vice-presidência de Governo do BB até maio de 2012, quando foi afastado após uma suposta manobra para derrubar o então nº 1 da fundação, Ricardo Flores. Do ponto de vista político, Oliveira é o que se pode chamar de uma fonte bivolt: consegue a proeza de transitar do PSDB ao PT.
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Óleo na pista
6/10/2016Parlamentares brasileiros – entre eles José Carlos Aleluia, relator do projeto que desobriga a Petrobras a participar dos campos do pré-sal – têm sido cortejados para participar de eventos promovidos pela Albright Stonebridge Group nos Estados Unidos. Trata-se da empresa de lobby da ex-secretaria de Estado norte-americano Madeline Albright, que representa grandes petroleiras dos Estados Unidos na América Latina.
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BB envia para os funcionários a conta do déficit da Cassi
28/09/2016A conta da crise financeira da Cassi, o plano de saúde do Banco do Brasil , vai cair no colo dos próprios funcionários e aposentados da instituição. O novo presidente do BB, Paulo Rogério Caffarelli, recebeu carta branca do governo para adotar um amargo remédio e, assim, afastar qualquer risco de insolvência da operadora de medicina de grupo. Por amargo remédio entenda-se a cobrança de uma taxa adicional de 1% sobre os salários ou benefícios dos 400 mil participantes do deficitário Plano de Associados para cobrir os buracos financeiros na carteira. Na ponta do lápis, significa que os funcionários e aposentados do BB pagarão um terço a mais em relação ao atual desembolso – a contribuição regular é de 3% sobre os proventos. Pela proposta, a cota extra vai vigorar entre janeiro de 2017 e dezembro de 2019. A medida representará uma receita adicional de quase R$ 20 milhões por mês, ou de aproximadamente R$ 720 milhões no acumulado dos 36 meses. Segundo o RR apurou, a proposta já foi encaminhada aos associados e a decisão deverá ser anunciada até o fim de outubro. Como seria de se esperar, o plano de reestruturação foi mal recebido pelos beneficiários. Os associados da Cassi ainda tentam uma última cartada, pleiteando que o próprio Banco do Brasil participe do rateio da cota extra na mesma proporção das contribuições ordinárias, prevista no estatuto da Cassi: 40% para os funcionários e aposentados e 60% para a instituição. No entanto, segundo o RR apurou, são reduzidas as chances de que a diretoria do banco acolha a reivindicação. O BB não pretende comprometer seus próprios resultados para tirar o plano de saúde da UTI. Segundo estudos realizados pela área financeira, cada ponto percentual de aumento na contribuição do banco exigiria uma provisão adicional de quase R$ 1,5 bilhão em balanço. Há cerca dois anos, o fantasma de uma intervenção por parte da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) paira sobre a Cassi. Sistematicamente, o braço de medicina de grupo do BB gasta mais do que arrecada, mesmo com critérios cada vez rigorosos para a aprovação de exames e outros procedimentos médicos. O déficit acumulado já estaria na casa dos R$ 400 milhões, ou seja, no mesmo patamar das reservas livres do plano de saú- de. Os problemas, ressalte-se, concentram-se no Plano de Associados. Há ainda outra carteira, o Cassi Família, com cerca de 450 mil beneficiários, que está com a situação financeira razoavelmente equilibrada. Menos mal. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil.
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Tudo a seu tempo
22/09/2016Uma das prioridades do presidente do BB, Paulo Sergio Caffarelli, é vender a participação no Banco Patagônia até dezembro. O mundo dá voltas. Há quatro anos, quando ocupava a vice-presidência de internacionalização do BB, Caffarelli comandou o projeto de expansão da instituição argentina e defendia veementemente a compra de outros bancos no Mercosul.
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Temer mete a colher na sopa de letras do setor elétrico
21/09/2016O presidente Michel Temer autorizou seu ministro-chefe do Gabinete Civil, Eliseu Padilha, a mexer em toda a estrutura decisória do setor elétrico. O motivo é mais do mesmo, ou seja, a fragilidade do governo federal frente à própria burocracia do Estado, que paralisa quando bem entende as obras das grandes usinas hidrelétricas – o último exemplo foi o arquivamento da licença ambiental da usina de São Luiz do Tapajós. A primeira mudança será no perfil de atuação da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), até então restrita à realização de estudos sobre o setor. A EPE agora vai planejar e entregar o pacote de medidas pronto para ser aprovado. A principal atividade da estatal, a confecção do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), não terá mais um caráter sugestivo e indicativo de novas usinas. Ele passará a ter a força de uma decisão governamental do que deverá ser feito para expandir o parque gerador do país. Padilha terá de tourear um lobby intragovernamental dos outros órgãos, a exemplo do Ibama e do ONS, que pretendem indicar representantes no futuro conselho consultivo da EPE. A preocupação é não contaminar a decisão com a diversidade de participantes, alguns deles os principais criadores de caso do setor elétrico, como o Ibama. Dessa forma, haverá menos arestas para aparar na aprovação final do Plano Decenal pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). O CNPE também será alvo de mudanças. É a instância maior das políticas do setor, constituído por uma miríade de 14 membros, sendo nove ministros. Atualmente os membros do Conselho têm a prerrogativa de alterar os estudos da EPE e até mesmo retirar empreendimentos. No novo formato, o CNPE terá um poder menor de ingerência, na medida em que suas decisões serão tomadas em relação ao bloco de medidas, e não uma intervenção pontual, o que atrasa as decisões, transformando a instituição em uma espécie de assembleia. As alterações visam reduzir drasticamente o tempo entre a elaboração do projeto e a licitação das usinas. O CNPE deverá ter ainda a sua composição ampliada com um representante da sociedade civil especialista em meio ambiente, escolhido a dedo pelo Gabinete Civil. O que está em jogo é a construção encruada de dez usinas hidrelétricas na Amazônia, com potencial de geração de 30 mil megawatts e investimentos de R$ 35 bilhões, suficientes para garantir a expansão da oferta por quatro anos, sem contar com qualquer outra fonte de energia elétrica.
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Por que Lemann diz que não faz política?
1/09/2016Se estivesse em um tribunal, Jorge Paulo Lemann poderia até ser acusado de perjúrio devido à declaração de que passou a vida “fugindo da política”. Assim é se lhe parece, diria Pirandello. A escolinha de marketing do professor Lemann, especializada em autopropaganda, construiu uma interpretação de interesse pessoal para a expressão “fugir da política”. Ela está restrita a não disputar eleição ou ocupar cargo público, evitar aparições ao lado de prefeitos, governadores e parlamentares e passar ao largo de convescotes partidários. Não consta da cartilha a interferência no processo eleitoral por meio de financiamento de campanha, a articulação de uma bancada parlamentar defensora dos seus interesses e o uso do processo eleitoral como ferramenta do fortalecimento do lobby empresarial. Se o quesito ao qual não queria se referir for este último, Lemann provou mais uma vez que o sucesso e a hipocrisia caminham lado a lado em sua trajetória. Desde que foi criada, a AmBev sempre se destacou como uma peça influente no xadrez eleitoral, ao despejar ao longo do tempo centenas de milhões de reais em doações de campanha. A presença da companhia no jogo político só não é maior do que o seu empenho em encobrir tamanha participação. Ao menos é o que se depreende ao pesquisar o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Vasculhar os números relativos às doações de campanha da cervejeira exige algum contorcionismo. No sistema eletrônico de prestação das contas eleitorais de 2014, do TSE, não há menções nominais à AmBev. O RR também pesquisou por outros termos que poderiam remeter à companhia, como “American”, “Beverage”, “Distribuidora”, “Logística”, “Cervejaria”, mas os resultados passaram longe da empresa. Consta, conforme registros na mídia, que o grupo se vale de outras razões sociais – a exemplo das subsidiárias Londrina Bebidas e CRBS S/A. Procurada pelo RR, a AmBev não se pronunciou até o fechamento da edição. Se o objetivo da AmBev era a discrição, o uso desses biombos jamais surtiu o efeito desejado. É público que, nas eleições de 2014, a cervejeira ocupou um notável quarto lugar no ranking das doações corporativas, com R$ 41 milhões. Conforme amplamente noticiado à época, a empresa repassou aproximadamente R$ 6,7 milhões às três principais chapas que concorreram à Presidência da República. Sabe-se ainda que a AmBev desembolsou cerca de R$ 11,7 milhões que ajudaram a eleger 76 deputados federais de 19 partidos. Nem é preciso se dar a tanto trabalho. A declaração de Lemann não resiste a uma rápida consulta no Google. Ontem, por volta das 19h30, o site de buscas listava aproximadamente 173 mil resultados vinculando a AmBev ao termo “financiamento de campanha”. Lemann “foge da política”, mas se empenha em eleger a bancada do funil. Só falta dizer que os seus interesses e os de suas empresas caminham em direções distintas. Hipocrisia!
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Questão de target
22/08/2016O governo vai usar os bancos públicos para alavancar o crédito imobiliário, de olho notadamente na classe média. O próximo passo neste sentido é o aumento dos limites de financiamento habitacional do Banco do Brasil, a exemplo do que já fez a Caixa Econômica. A meta é subir o teto dos empréstimos no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) de R$ 750 mil para R$ 2 milhões. Consultado, o BB nega a mudança.
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BB Seguridade
16/08/2016O Banco do Brasil estuda a venda de parte de suas ações na BB Seguridade. O banco calcula que poderá arrecadar até R$ 3 bilhões com a negociação de aproximadamente 15% da seguradora. Consultado, o BB negou a venda.
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Tempos de crise
9/08/2016Maior fabricante de silos da América Latina, a Kepler Weber mandou seu programa de investimentos para o espaço. O valor previsto para este ano é de R$ 25 milhões, quase metade da cifra de 2015. A ordem dos dois maiores acionistas, Previ e BB, é voltar ao azul a qualquer custo. • A seguinte empresa não se pronunciou ou não comentou o assunto: Kepler Weber.
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Ordem dos fatores
27/07/2016A venda do banco argentino Patagônia pode esperar um pouco mais. Neste momento, a prioridade do Banco do Brasil é a negociação da participação no Votorantim. A direção do BB está convicta de que os resultados positivos da instituição são passageiros. • Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: BB.
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BNDES tem uma bomba dentro de casa
25/07/2016Como se não bastassem todos os problemas decorrentes do trôpego modelo de atuação do BNDES nos últimos anos, a nova gestão do banco tem outra herança maldita para administrar, esta na esfera previdenciária. Na última quinta-feira, a Fapes, o fundo de pensão do BNDES, entrou na Justiça contra a própria agência de fomento. A entidade garante que o banco tem uma dívida de mais de R$ 4,5 bilhões com o Plano Básico de Benefícios (PBB), que congrega cerca de 5,2 mil beneficiá- rios, entre funcionários da ativa e aposentados. O impasse remete ao início da década passada. Na ocasião, decisões dos patrocinadores elevaram as reservas matemáticas do PBB. À época, esses impactos, segundo alega a direção do Fapes, não foram integralizados pelos mantenedores da funda- ção. Com isso, o próprio patrimônio do plano absorveu esses valores. A partir de outubro de 2012, o comando do fundo de pensão passou a cobrar do banco a restituição do montante que, no seu entendimento, foi assumido indevidamente pelo PBB. A Fapes, inclusive, usa como argumento que ela própria, na condição de uma das mantenedoras do fundo de previdência do Sistema BNDES, honrou uma dívida de R$ 104 milhões com o Plano Básico. Ao longo de quase quatro anos, a pendência ricocheteia pelas paredes do BNDES sem solução. Em dezembro de 2013, os patrocinadores do Sistema aprovaram o “reconhecimento de uma parcela da integralização”. Diante da decisão, a direção da Fapes fez várias tentativas de cobrança do valor devido pelo banco, sem obter resposta. A agência de fomento só teria se manifestado formalmente em 12 de fevereiro do ano passado. Na ocasião – mediante a carta (DIR6 002/ 2015) –, a diretoria do banco confirmou que, dois meses antes, o Sistema BNDES havia aprovado o “reconhecimento condicionado do montante complementar da dívida dos referidos patrocinadores para com o PBB”. Na mensagem, o banco chegou a prometer empenho para a “formalização do equacionamento das dívidas”. O BNDES teria se comprometido, então, a se posicionar quanto ao pagamento do passivo até 30 de julho de 2015. No entanto, segundo a Fapes, o prazo não foi cumprido. A alegada dívida superior a R$ 4,5 bilhões é composta por uma série de rubricas, cada uma referente a um compromisso não honrado pelos patrocinadores. Entram neste cesto incorporações de gratificações (R$ 1,8 bilhão), pagamentos de bônus anuais (R$ 909 milhões), ausência de previsão de ajuste atuarial do saldo devedor de dívidas (R$ 972 milhões). Como pano de fundo do litígio envolvendo o PBB, há o crescente déficit atuarial da Fapes. A perda no ano passado foi de R$ 2,5 bilhões. No último dia 7 de julho, inclusive, a diretoria do BNDES soltou um comunicado interno no qual informou ter aprovado um conjunto de medidas visando à reformulação do PBB. • Procuradas pelo RR, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: BNDES.
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Atropelamento
12/07/2016A aprovação da Lei de Responsabilidade das Estatais, que veda a presença de políticos nas empresas públicas, começa a fazer suas vítimas. É o caso do deputado federal Sergio Souza (PMDB-PR). Indicado pelo governador do Paraná, Beto Richa, ele estava com um pé na vice-presidência de Agronegócio do BB. Estava.
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Quinta marcha
28/06/2016O novo presidente da Anfavea, Antonio Megale, já tem sua primeira grande missão: usar a ainda potente máquina de lobby da entidade para convencer o governo a aumentar as alíquotas para a importação de veículos. A medida seria uma pancada para as empresas do setor sem produção no Brasil, a começar pela Kia Motors.
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Hora da verdade
23/06/2016A diretoria do Banco do Brasil está disposta a fazer a baixa contábil de boa parte dos créditos contra a Sete Brasil, que totalizam R$ 3,5 bilhões. Seguiria, assim, os passos do BTG e da Petrobras, que já lançaram em balanço, respectivamente, R$ 1 bilhão e R$ 900 milhões em dívidas da companhia. Procurado, o BB não quis se pronunciar, alegando sigilo comercial e financeiro.
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ABB em stand by
22/06/2016O bilionário sueco Marcus Wallenberg, dono de um colar de empresas que inclui, entre outras, Ericsson, AstraZeneca e Saab, está deixando a pão e água a ABB no Brasil. A controlada, líder mundial em tecnologia para energia e automação, não fará um único investimento nesse ano em novos produtos e expansão da produção. A medida é uma reviravolta na atuação da companhia, que estava investindo R$ 200 milhões ao ano no país desde 2011. Procurada, a ABB disse “não confirmar as informações”.
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Capital estrangeiro
8/06/2016Paulo Kakinoff, presidente da Gol, tem gasto mais tempo fazendo lobby pelo aumento do capital estrangeiro nas aéreas do que à frente da gestão da empresa. A Gol tem uma turbina pinada que só muito dinheiro de fora pode resolver.
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Ruralistas mandam a conta do impeachment
27/05/2016O setor agrícola começa a despachar para o gabinete de Michel Temer as faturas pelo apoio ao impeachment de Dilma Rousseff. A bancada ruralista do Nordeste – à frente os senadores Eunício de Oliveira (PMDB-CE) e Benedito de Lira (PP-AL) – pressiona o presidente Temer com o objetivo de arrancar a imediata sanção da Medida Provisória 707, aprovada no plenário do Senado na última semana. A MP permitirá o abatimento de grande parte das dívidas contraídas por agricultores da região da Sudene junto a bancos públicos – notadamente BB e Banco do Nordeste. Eles poderão quitar os passivos, que totalizam cerca de R$ 6 bilhões, com deságios de até 95%. A medida beneficiará, sim, pequenos e médios produtores, mas, no meio da multidão, aliviará o calo de grandes agricultores, especialmente empresas e cooperativas de maior porte que tomaram recursos no BNDES para a compra de caminhões. O Nordeste, ressalte-se, é apenas o começo. Dois dos mais influentes representantes do setor agrícola no Congresso, os deputados Jovair Arantes (PTB-GO) e Luiz Carlos Heinze (PPRS), já articulam para que a Presidência da República encaminhe uma nova MP ao Congresso estendendo os benefícios aos ruralistas do Centro-Oeste e da Região Sul.
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Aporte nas estatais está no topo da agenda Temer
12/05/2016As capitalizações da Petrobras e da Eletrobras, com recursos do governo, já está contratada junto ao futuro ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. É consenso entre os próceres de Michel Temer que o nível de endividamento das duas empresas superou a instância corporativa e beira a irresponsabilidade cívica. Ambas as estatais têm uma participação no crescimento econômico insubstituível. E encontram-se aos frangalhos devido a um passivo que não tem solução fora da injeção de recursos públicos. A estimativa é que a Petrobras não sai do ponto em que se encontra se não for capitalizada em R$ 100 bilhões. Essa ordem de grandeza não dispensa corte de despesas e de investimentos e venda de ativos. É uma medida indispensável, conforme Armínio Fraga, que vem sendo cogitado para a presidência da Petrobras. Quando o economista se manifesta publicamente a favor de um aporte de capital na estatal, existem pelo menos três hipóteses: ou ele está com a carteira da sua gestora de recursos abarrotada de papéis da dita cuja; ou faz o seu próprio lobby para o cargo; ou exerce o hábito de ser palpiteiro. O RR considera a terceira hipótese como a mais provável. O modelo que está sendo cogitado é um derivativo da proposta do BTG de conversão da dívida da Petrobras junto aos bancos públicos. Em um novo ambiente econômico, com um dólar na faixa de R$ 3,20, previsão da própria estatal, a regulamentação das leis que retiram a obrigatoriedade de participação em 30% nos campos do pré-sal e o fim da exigência do similar nacional, é razoável esperar que a capitalização da empresa seja acompanhada pelo acionista minoritário. No final do ano passado, ainda com Joaquim Levy na Fazenda, e no início deste ano, com Nelson Barbosa na Pasta, Aldemir Bendine bateu na porta de ambos com o mesmo pedido. Não foi atendido. A perspectiva agora é a de que a dívida pública bruta é um problema consumado, para se resolver apenas mais à frente. O débito das estatais não pode mais ser ignorado. A capitalização da Eletrobras será menos espetaculosa, mas não menos relevante do que a da Petrobras. Há engenhosidades sendo preparadas no laboratório de Minas e Energia de Michel Temer. Elas passam fundamentalmente pela área de transmissão. As participações da Chesf, Furnas, Eletronorte e Eletrosul no setor seriam transferidas para a própria holding, mais precisamente para um novo braço da estatal: a Eletrobras Transmissão. Esta empresa já nasceria como dona do maior colar de ativos no transporte de energia elétrica do país, com participação em quase metade das linhas transmissoras em operação e em fase de implantação. Ou seja: em uma das mãos, ativos maduros, já amortizados; na outra, a garantia de receitas futuras com a entrada em cena das novas concessões. Um mix que seria ofertado ao mercado numa bandeja de prata com a abertura de capital da Eletrobras Transmissão. Por vias oblíquas, o governo captaria recursos para a empresa-mãe tocar projetos prioritários, notadamente na área de geração – a começar pela construção das usinas do Tapajós. Nesse caso, aliás, Temer já vai receber de herança o modelo e o edital para a concessão das hidrelétricas.
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Opinião
11/05/2016É preciso combater energicamente o lobby para substituir o presidente da Vale, Murilo Ferreira. A mineradora é uma empresa privada e não um joguete nas mãos de políticos de notória folha corrida. E Ferreira é um craque no que faz.
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Lobby atômico
9/05/2016A francesa Areva não perdeu tempo. Montou uma operação de lobby para cima de parlamentares próximos a Michel Temer. O objetivo é emplacar a emenda constitucional que libera a participação de capital privado na exploração, comercialização e processamento de urânio. A proposta hiberna na Comissão de Infraestrutura do Senado.
Acervo RR
Lobby atômico
9/05/2016A francesa Areva não perdeu tempo. Montou uma operação de lobby para cima de parlamentares próximos a Michel Temer. O objetivo é emplacar a emenda constitucional que libera a participação de capital privado na exploração, comercialização e processamento de urânio. A proposta hiberna na Comissão de Infraestrutura do Senado.
Acervo RR
Fora de hora
5/05/2016Primeira bobagem do autodeclarado presidente Michel Temer: anunciar que trocará os presidentes do BC, do BB e da Petrobras, “um daqui a um mês, outro um pouquinho mais”. Com a declaração, ele desautoriza os atuais executivos e deixa a gestão meio acéfala. E fica sempre a dúvida se um mês pode virar dois meses, e um pouquinho mais um tempinho.
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Meirelles vale por uma orquestra na Fazenda
29/04/2016Henrique Meirelles é o candidato a ministro da Fazenda com o maior número de utilidades entre os disponíveis no mercado. Não se trata de fazer campanha em seu nome. Mas, sob qualquer critério, Meirelles tem mais serventia na pasta. Vamos aos fatos. Ele não fez lobby em causa própria, ao contrário de Armínio Fraga, que, por diversas vezes, só faltou se esfregar na cadeira da Fazenda. Apesar de ser um banqueiro de estirpe, fez uma passagem estratégica pelo setor do agribusiness se descolando assim da pecha de representante strictu sensu do sistema financeiro no governo. Fala com políticos, faz política e é político. Para se ter uma ideia da sua versatilidade, migrou de um mandato de deputado federal pelo PSDB – logo pelo PSDB – direto para a presidência do BC no primeiro governo Lula. Lá permaneceu intocável durante oito anos. Por pouco não saiu um pouquinho antes – ficou a pedido de Lula – para disputar as eleições ao governo de Goiás pelo PMDB, e, veja só, logo pelo PMDB. Não é preciso, portanto, explicar por que Meirelles exercerá também o cargo de embaixador junto ao PT em um eventual governo Temer. No BC, é considerado o arquétipo da autoridade monetária, até pelo biotipo, timbre de voz, cerimônia e cálculo das palavras. É o mais bem-sucedido dirigente financeiro brasileiro no exterior. Comandou o FleetBoston Financial, um potentado no final da década de 1990. Era figurinha fácil na corte de Bill Clinton. Foi convidado para ser presidente do Banco Barclays e do Goldman Sachs no Brasil. No Fórum Econômico Mundial, em Davos, só é menos incensado entre os brasileiros do que Paulo Coelho. Antes de Dilma Rousseff virar a bola da vez no processo do impeachment, era tido como nome certo na cota de Lula para o ministério. Reza a lenda que a nomeação de Meirelles para a Fazenda, em qualquer governo, garante na entrada uma razoável apreciação da moeda e valorização das bolsas. Se Meirelles não emplacar no probabilíssimo governo Temer, ainda assim permanecerá candidato a ministro da Fazenda no pós-2018. Seja qual for o partido e seja quem for o presidente da República. Isso se não for ele mesmo o indicado pelo PMDB para a disputa ao Planalto.
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Invepar é um risco para os fundos de pensão
23/03/2016A venda de parte da Invepar deverá deflagrar uma sangrenta batalha nos tribunais. Segundo o RR apurou, as principais entidades que representam os participantes dos três maiores fundos de pensão do Brasil – Associação de Mantenedores-Beneficiários da Petros (Ambep), Associação de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil (AAPBB) e Associação Nacional Independente dos Participantes e Assistidos da Funcef (Anipa) – pretendem entrar na Justiça. O objetivo é impedir que as fundações exerçam o direito de preferência sobre a participação da OAS e aumentem sua fatia no capital da Invepar. Procurada, a Ambep confirmou que “está participando de ações que defendem o patrimônio do Petros e mantém contatos para mobilizar os participantes da Previ e da Funcef”. A Anipa, por sua vez, disse “não participar da referida articulação”. Já a AAPBB não quis se pronunciar. No caso de um novo aporte de capital na Invepar, a conta a ser compartilhada pelos três fundos de pensão seria de R$ 1,3 bilhão. Entre os beneficiários das fundações, o temor é que Previ, Petros e Funcef sejam quase que obrigadas a engolir esse batráquio pelas mais variadas motivações. Uma delas: por vias oblíquas, a compra da participação da OAS na Invepar permitiria à construtora honrar uma dívida de R$ 330 milhões com o FIFGTS, administrado pela própria Caixa Econômica. A probabilidade de a batata quente da Invepar cair no colo dos três fundos de pensão aumentou consideravelmente nos últimos dias, após uma sequência de frustradas negociações. Primeiro, a Brookfield desistiu de assumir a participação da OAS. As ações foram a leilão na semana passada, mas não apareceu um só candidato. O plano de recuperação judicial da OAS prevê a hipótese de transferência do ativo para os credores da empreiteira. Antes, no entanto, as ações terão de ser oferecidas a Previ, Petros e Funcef, que possuem direito de preferência. As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Previ, Petros e Funcef.
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Oito cenários à procura da realidade
21/03/2016As fichas estão sendo apostadas no impeachment de Dilma Rousseff e na prisão de Lula. Mas a ambiência institucional e a volatilidade dos fatos suportam as mais variadas hipóteses, algumas indesejáveis e outras até extravagantes. O RR desenhou seus cenários e deu suas respectivas notas. Escolha o seu. Mas não espere encontrar uma opção tranquilizadora. CENÁRIO 1: São cumpridos os ritos do impeachment na Câmara e no Senado, e Dilma Rousseff já está pré-condenada por todos. É possível, bem razoável, que Sergio Moro tenha mais alguma gravação “fortuita” para dar o xeque-mate na presidente. Tudo muito rápido. A esquerda patrocina a ideia do exílio de Dilma. Ela vira uma versão grosseira e mal educada de Zélia Cardoso de Mello. Ficará eternamente lembrada como a pior presidente da República de todos os tempos. Nota AAA CENÁRIO 2: Lula não assume a Casa Civil devido à interpretação condenatória do STF, é preso e, logo a seguir, é sentenciado – no melhor estilo Sergio Moro, a toque de caixa. Pega de 20 a 30 anos de prisão. Algo similar à condenação de Marcelo Odebrecht. A militância do PT desiste de reagir diante do massacre da mídia e da maioria crescente da população, que coloca em dúvida a lisura do ex-presidente. Lula fica engradado e solitário. Esse é o seu pior pesadelo, o do “Esqueceram de mim”. Nota AAa CENÁRIO 3: Lula consegue assumir o ministério. Faz um discurso seminal em horário nobre. Chama todos à militância. Faz anúncios irresistíveis, a exemplo de um programa de recuperação social e econômica. Lula quebra a espinha dorsal da mídia ao usar à exaustão o horário pago de televisão. Falaria por volta de 10 minutos no horário do Jornal Nacional ou no intervalo da novela das 21 horas. O ex-presidente, com esse show off, reduz a animação dos “coxinhas”. Ainda nesse cenário, Dilma surfa no desarmamento dos espíritos patrocinado por Lula. O impeachment é postergado. Lula e Dilma determinam uma devassa fiscal seletiva e um levantamento de todos os passivos trabalhistas e previdenciários de veículos de comunicação escolhidos a dedo. Nota Bbb CENÁRIO 4: Lula é preso. Dedica-se a escrever seus diários. Relata como foi perseguido por Sergio Moro, na lenta transformação do regime em um macarthismo verde e amarelo. Com dois ou três anos de cárcere, vai se tornando um ícone, um Nelson Mandela tupiniquim. Nota BBb CENÁRIO 5: Dilma Rousseff não aguenta a onda e renuncia antes do término da abertura da sessão de impeachment. Lula vence a batalha das liminares no STF e permanece no Gabinete Civil da Presidência. Com um pedido público emocionado de Dilma, segue no cargo mesmo com a renúncia da presidente. Michel Temer assume. Vai governar com Lula. O ex-presidente fica mais à vontade, na medida em que Temer passa a ser investigado no esquema de arbitragem dos preços do etanol na BR Distribuidora e, em segundo plano, do feudo na Companhia Docas de Santos. Nota BBB CENÁRIO 6: O TSE encontra provas do uso da grana do petrolão para o financiamento de campanha da chapa Dilma/Temer. Game over. Lula é preso. Dilma e Temer rolam o despenhadeiro. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, assume a presidência da República, com o compromisso de realizar eleições em 90 dias. Moro alveja Cunha frontalmente. Assume o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, que carrega um portfólio de denúncias de documento falso, peculato e falsidade ideológica. Renan também cai na rede de Moro. Ascende, então, um togado. O presidente do Supremo – Ricardo Lewandowsky ou, a partir de setembro, Carmem Lucia – cai de paraquedas na Presidência da República. A partir de 2017, portanto na segunda metade do mandato, a eleição do presidente se dará por voto indireto. Os atores que sobem no proscênio da envergonhada política nacional, concorrendo no voto direto ou indireto, são Aécio Neves e Nove cenários à procura da realidade Geraldo Alckmin, Eduardo Paes, José Serra, Ciro Gomes, todos sabidamente patos para Sergio Moro. Sim, restam Marina Silva e Jair Bolsonaro. A julgar pela ausência no momento mais crucial da República, Marina trocaria as eleições no Brasil pelas do Tibet. E Bolsonaro, mesmo que concorra conforme as mais rigorosas normas democráticas, será golpe de qualquer maneira. Nota aaa CENÁRIO 7: A tensão cresce no país. A nação corre o risco de se transformar em uma praça de guerra. A primeira bala perdida, um número maior de feridos, um confronto corpo a corpo com as forças da ordem e pronto: terão extraído o magma fumegante que assopraram com convicção. Sangue e porrada na madrugada. Dilma, na condição de comandante em chefe, convoca o Conselho Nacional de Defesa, dentro dos estritos ditames constitucionais. Sentados no Conselho, o ministro da Defesa, os três comandantes militares e o chefe da Casa Civil – Lula or not Lula. Juntos, analisam a exigência de se lançar mão do estado de emergência, instituto cabível na situação citada. Golpe? Nenhum, pois a iniciativa está prevista na Constituição. Na excepcionalidade da circunstância, a ordem tem de ser mantida. As negociações com o Congresso e o Judiciário mudam muito! Nota BB+ CENÁRIO 8: O onipresente Sergio Moro avança no seu projeto de dizimar a classe política e refundar o Brasil. Todas as lideranças estão ameaçadas para valer: Lula e Dilma, é claro, mas também FHC, Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Michel Temer et caterva. Os políticos se reúnem para firmar um pacto, um governo de coalizão nacional, compartilhado entre os partidos. Todos acolhem que esta é a melhor solução não somente para a sobrevivência jurídica, mas para tirar o Brasil do atoleiro. Os líderes acordam que a fórmula para estabilizar a economia brasileira é promover um ajuste relâmpago no estilo Campos-Bulhões. Com o Congresso dominado, é pau na máquina. Nota CCC
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Gol contra
3/03/2016A família Constantino, dona da Gol, deve ter reagido com os piores impropérios à assinatura pela presidente Dilma Rousseff da medida provisória aumentando de 20% para 49% o limite do capital estrangeiro nas empresas aéreas. Os “caminhoneiros do ar”, conforme são chamados os Constantino, fizeram forte lobby para que a participação chegasse a 100%.
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Dinheiro na mão
24/02/2016A Cemig deverá fechar nos próximos dias um empréstimo com um pool de bancos, entre eles BB e CEF, para financiar as concessões arrematadas no leilão de geração da Aneel. Melhor assim. O mercado estava reticente quanto à possibilidade da estatal fechar captação dos R$ 2,3 bilhões em tempo hábil.
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Rat Pack
16/02/2016O grupo norte-americano Las Vegas Sands é o principal financiador do lobby no Congresso Nacional para aprovação do jogo no país.
Acervo RR
Espelho
15/01/2016Jean-Marc Etlin, que deixou o Itaú BBA para asssumir o comando da CVC Capital na América Latina, teria recomendado aos norte-americanos a contratação do ex-colega Alberto Fernandes. Curiosamente, Fernandes, vice-presidente comercial do banco de investimentos do Itaú, assumiu provisoriamente as antigas fun- ções de Etlin na instituição.
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Espelho
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Cruzeiros marítimos passam longe do Brasil
6/01/2016A depreciação do real afundou um segmento do mercado de turismo que vinha crescendo, em média, 15% ao ano no Brasil. MSC e Royal Caribbean começam 2016 amargando uma queda de quase 40% nas vendas de pacotes marítimos internacionais no país em comparação com o estoque de reservas fechadas em janeiro do ano passado. A perspectiva de um 2016 sombrio já se reflete na estratégia das duas grandes operadoras mundiais do setor. A MSC reduziu consideravelmente sua oferta na temporada 2016/2017, o que é confirmado pela empresa. A Royal Caribbean tomou uma decisão mais drástica: suspendeu a operação de navios no país para destinos internacionais a partir de maio. Consultada, a empresa confirmou a medida e disse que ela está relacionada aos altos custos operacionais no país. As vendas no Brasil ficarão restritas aos chamados minicruzeiros, que se restringem à costa da América do Sul. Ou seja: em abril, os transatlânticos Splendour of the Seas e Rhapsody of the Seas – os últimos para os quais a Royal Caribbean vendeu pacotes de longa distância – vão zarpar dos portos brasileiros sem data para retornar.
Acervo RR
Receituário
21/12/2015Um dos maiores laboratórios farmacêuticos do mundo, a norte-americana Abbott está conseguindo atravessar a crise na economia brasileira sem enxaquecas. Vai fechar 2015 com um aumento da receita da ordem de 15%. Repetirá, assim, o desempenho do ano passado, quando o PIB ainda estava no zero a zero.
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Postos à venda
21/12/2015A Raízen procura um comprador para a Petróleo Sabbá, distribuidora de combustíveis do grupo no Amazonas. A companhia prefere entregar os 200 postos para um concorrente e reduzir sua presença naquela região a ter de engolir os seguidos prejuízos da rede. Já são quatro anos seguidos no vermelho. Procurada pelo RR, a Raízen não retornou e não comentou o assunto.
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Diesel de sobra
17/12/2015A recessão atingiu a Petrobras até na Zona Franca de Manaus. A companhia pretende suspender por até 30 dias as atividades da Refinaria Isaac Sabbá (Renam), no Amazonas. Os estoques estão bem acima do aceitável, notadamente os de óleo diesel, em função da queda da atividade das indústrias locais.
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Mundo BTG
8/12/2015O Banco Safra tem sido uma das instituições mais agressivas na captura de clientes do BTG, notadamente na área de gestão de fortunas. Os sócios do BTG temem um novo rebaixamento da nota de crédito pela S&P ainda neste ano. Na semana passada, a agência rebaixou o rating do banco de BB para BB-, retirando o grau de investimento. A Bravante, empresa de logística marítima da qual o BTG é acionista, estaria atrasando o pagamento de fornecedores. Procuradas pelo RR, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: BTG e Bravante
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?Copo duplo
7/12/2015Empenhada em impulsionar sua presença no Nordeste, a CBBP, dona da cerveja Proibida, tem interesse na fábrica da Brasil Kirin em Alagoinhas (BA). A unidade funciona em marcha lenta e, recentemente, cerca de 200 funcionários foram demitidos. A seguinte empresa não retornou ou não comentou o assunto: CBBP
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CVM apura insider em operação da Estácio
23/11/2015Em matéria de governança corporativa, a Estácio vai fechar o ano letivo em segunda época. A CVM averigua denúncias de insider information na aquisição da Faculdade de Castanhal, anunciada pelo grupo na última terça-feira, dia 17. Segundo o RR apurou, a autarquia já solicitou esclarecimentos ao diretor financeiro e de RI da Estácio, Virgílio Capobianco Gibbon – de acordo com a liturgia do órgão regulador do mercado de capitais, o procedimento costuma preceder a abertura de um processo administrativo. Aos olhos da CVM, a compra da universidade paraense é uma lição de casa cheia de rasuras. Na tarde do dia 17, poucas horas antes de ser oficialmente protocolado na Bolsa, como manda o figurino, o Fato Relevante da Estácio sobre a aquisição da Castanhal chegou às mãos do diretor de outra empresa da área de educação. Surpreso, o executivo relatou o caso à própria CVM. Naquela mesma tarde, o comunicado teria circulado também em um grupo de WhatsApp que reúne seletos investidores do mercado de capitais. Coincidência ou não, a ação da Estácio pulou feito pipoca no pregão da Bovespa do dia 17. Ao todo, foram 8,5 mil negócios com os títulos da empresa, 35% a mais do que a média diária do mês de outubro – o Morgan Stanley e o Citi teriam sido os dois maiores compradores. A cotação, que até então acumulava uma queda de 31% no ano, subiu 10% em um único dia. São números que certamente não passaram despercebidos à CVM. Procurada, a autarquia disse que “não comenta casos específicos, para não afetar trabalhos de análise ou apuração que entenda necessários”. Já a Estácio não quis se pronunciar.
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Menos é mais
11/11/2015Henrique Meirelles tem procurado seus fãs pedindo que reduzam a intensidade das manifestações de apoio a sua nomeação para a Fazenda. O lobby só aumenta a objeção de Dilma Rousseff.
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Reajuste dos combustíveis se evapora no ar
29/10/2015Melou o lobby petrobrasiano pela concessão de um aumento de preços dos combustíveis (ver RR edição de 21 de outubro). Aldemir Bendine e seus legionários queriam começar a negociação a partir de 14%, usando essa margem como hedge contra uma eventual aprovação da Cide – as duas medidas colidem: a que sair primeira inviabiliza a outra devido ao impacto inflacionário. Mas, neste ano, ponto final: não haverá aumento dos preços do diesel e da gasolina. O recado veio do Planalto – Bendine tem interlocução direta com a presidente Dilma Rousseff. O que deverá sair é um reajuste para o gás de cozinha, que continua com uma grande defasagem. E olhe lá! O aventado caixa negativo da Petrobras em 2016 não foi considerado um argumento suficiente para a correção dos preços dos combustíveis. Afinal, trata-se somente de uma simulação, que dependeria de um zilhão de variáveis, entre as quais preço do petróleo, venda dos ativos, redução de custos, cotação do dólar etc. Em defesa de Bendine e da diretoria da Petrobras, fica o registro de que a tal história do caixa negativo foi vazada por um muy amigo diretor de uma associação de funcionários da estatal.
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Petrobras faz lobby para gasolina ir à Lua
21/10/2015O presidente da Petrobras , Aldemir Bendine, e o Conselho de Administração da estatal em peso estão pressionando a alta cúpula do governo para que aceite um reajuste dos combustíveis entre 15% e 19% este ano. A linha de raciocínio é que a pancada nos preços bem acima das expectativas – o mercado e o BC trabalham com um percentual entre 7% e 9% – tem mil e uma utilidades para a companhia e para o próprio governo. A mais óbvia é permitir uma injeção direta de recursos no caixa da empresa, corrigindo a defasagem de 17% na gasolina e de 21% no diesel. O reajuste evita ainda que seja necessária alguma capitalização mágica com o dinheiro do Tesouro, algo que vem sendo dado como favas contadas por muitos analistas, não obstante as recomendações contrárias à medida na atual circunstância política, quando tudo pode virar uma pedalada fiscal. O argumento dos dirigentes da Petrobras é que o trade off entre o reajuste dos preços dos combustíveis e o aumento da inflação será mitigado se a correção for feita ainda este ano, deixando 2016 “limpo” de pressões inflacionárias da gasolina e do diesel e resgatando as condições da empresa recorrer ao mercado de capitais. A banca tem exigido taxas acima do que oferece a Petrobras devido à empresa ter uma dívida em dólar que custa 10% ao ano e endividamento total equivalente a cinco vezes a sua geração de caixa. Apenas com reajustes de combustíveis, a estatal conseguirá reverter a projeção de um fluxo de caixa negativo no ano que vem. As demais alternativas – venda antecipada de barris do pré-sal, transferência de recursos do Tesouro etc. – são vistas como trucagens, que podem piorar a percepção sobre a companhia. O que tem incentivado a Petrobras a seguir nessa rota é a multiplicação dos ganhos que a alteração nos preços proporcionará, com um significado mais amplo do que o benefício para o caixa da estatal. Em um contexto de arrocho fiscal e déficits orçamentários, com perdas de rating soberano, o alívio do caixa e redução dos custos de captação da Petrobras afeta não apenas a percepção de risco da estatal, mas também das grandes companhias instaladas no país. A corrida de Bendine e Cia. se justifica também como uma forma de dar um xeque-mate na Cide. Apesar de a equipe econômica descartar sempre o uso da contribuição, sabe-se que ela é regra três para a hipótese, nada improvável, de o Congresso vetar a CPMF. Se por acaso for necessária a Cide, o aumento cobiçado dos preços dos combustíveis iria para a cucuia, pois a combina- ção de ambos é explosiva para a carestia. A Cide vai direto para o cofre do Tesouro, o aumento dos combustíveis, para o cofre da estatal. Se a Petrobras vender seu peixe antes, a Cide fica fora do cardápio. É disso que se trata. Os dirigentes da Petrobras batem na tecla que a elevação dos preços do diesel e da gasolina, neste ano e em percentuais elevados, é boa para todo mundo. Produzirá ganhos sinérgicos de arrecadação tributária, beneficiando diretamente os estados, através do maior recolhimento do ICMS. Contribuirá também para tornar o etanol competitivo, reduzindo a situação de penúria das usinas sucroalcooleiras. A mudança no patamar de preço dos combustíveis é vista na Petrobras como fundamental para equilibrar o tripé sobre o qual está montado o plano de recuperação, juntamente com a venda de ativos e o corte de custos. A BR , por exemplo, teria uma mudança imediata nas projeções do seu fluxo de caixa, aumentando de valor e tornando-se mais apetitosa para o mercado.
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CSN e Usiminas fazem duelo de perdedoras
20/10/2015Por mais de uma década, CSN e Usiminas disputaram o rali do protagonismo no setor de aços planos. No caminho, Benjamin Steinbruch chegou a cogitar a aquisição da concorrente – ficou com 17% fora do bloco de controle, que acabou se tornando parte do problema e não da solução. As duas empresas mantêm a sina de concorrer entre si, mas agora competem em outra modalidade, o enduro das desgraçadas, uma corrida às avessas na qual o objetivo é chegar em segundo, ou melhor, jamais cruzar a linha fatal. O cronômetro também gira na contramão, numa contagem regressiva que entra em seu momento crucial. No curto prazo, CSN e Usiminas terão de enfrentar situações decisivas para o seu futuro, como endividamento, redefinições estratégicas, venda de ativos e mudanças societárias. A premissa para o reequilíbrio financeiro das duas empresas é a repactuação de seus massacrantes passivos. A Usiminas tem um caminho menos pedregoso; claro, no comparativo com a CSN. A dívida líquida chegou a R$ 4,8 bilhões em agosto – 3,7 vezes o Ebitda. Esse índice ultrapassou os covenants acordados com os credores (3,5 vezes). Por ora, os bancos concederam um waver à Usiminas e não vão pedir a liquidação antecipada das dívidas ou executar as garantias. Ou seja: a siderúrgica está nas mãos dos credores como nunca esteve. Mas não tanto quanto a CSN. O endividamento líquido da CSN é de R$ 22 bilhões, ou 5,6 vezes o Ebitda. Vai piorar. Bancos de investimentos ja soltaram relatórios indicando que esse índice deverá chegar a sete vezes até o fim do ano. A recente renegociação dos débitos com BB e Caixa apenas descomprimiu o curto prazo, empurrando vários pagamentos para o período entre 2018 e 2022. Há quem questione se a CSN saiu mesmo ganhando, pois já tinha R$ 17 bilhões em compromissos que vencem nesse intervalo. Para os males causados pelo alto endividamento, a dupla do aço derretido só tem o remédio da venda de ativos. A CSN tem mais lenha para queimar, incluindo a Usiminas. Avaliações preliminares apontam que a venda dos 17% da siderúrgica mineira, do excedente de ações na MRS , do Tecon Sepetiba e de duas hidrelétricas, além de outros ativos, poderia render cerca de R$ 5 bilhões. Ainda restaria a Steinbruch a hipótese de se desfazer de sua pedra mais preciosa: os ativos de mineração. O problema é o timing: essas participações estão muito depreciadas, a começar pela Usiminas – no ano, suas ações caíram 30%. Se, nesse aspecto está ruim para a CSN, imaginem para a Usiminas que praticamente só tem a si própria como ativo. A CSN tem outra vantagem: é empresa de um dono só. O que Steinbruch decidir está decidido. Já Minas Gerais é um território conflagrado. A Usiminas é uma empresa rachada ao meio entre Nippon Steel e Techint, inimigas, o que torna praticamente impossível qualquer decisão corporativa de maior peso. Não por acaso, muitos defendem que o soerguimento da companhia depende da mudança do controle. O fato é que as diferenças entre Usiminas e CSN mais aproximam do que afastam. Quanto mais aceleram maior a sensação de que uma está acorrentada à outra e suas raias se cruzarão definitivamente em algum ponto. Neste pega ao reverso, é grande a probabilidade de que o vencedor, na verdade o perdedor, caia na rede do perdedor, neste caso o real vencedor, viabilizando, por uma via invertida, a mais lógica e esperada fusão da siderurgia nacional. Seria uma associação de aleijados, em que um se escoraria no outro. Que outra solução?
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Dilma já não sabe o que é um “ajuste de esquerda”
4/09/2015É noite de segunda para terça-feira no Palácio da Alvorada e a secura do Planalto Central faz com que a garganta da presidente se pareça com o deserto dos tártaros. Insone, Dilma Rousseff deixa o quarto, desce um lance de escadas e caminha até a biblioteca, onde se posta diante da tapeçaria de Di Cavalcanti atrás de sua mesa. No fim de semana anterior, ela chegou a pensar que teria direito a alguns instantes de alívio e poderia postergar decisões fulcrais por conta dos feriados geminados da segunda – Independência, no Brasil, e Labor Day, nos Estados Unidos. Puro autoengano. Dilma só consegue pensar que, em pouco mais de 24 horas, a Standard & Poor’s vai divulgar sua nova avaliação de rating para o Brasil. O eventual rebaixamento da nota (hoje, BBB-) e a consequente perda do grau de investimento vão transformar sua governança em farrapo. A protagonista se pergunta como deixou as coisas ficarem assim. Em sua cabeça um turbilhão se abate sobre suas convicções ideológicas. “Afinal, o que o meu governo tem de esquerda?” A presidente mira sobre a mesa a pilha de relatórios que recebeu ao longo da tarde. Os dados e números saltam à frente de seus olhos. Dilma se questiona se ainda tem nexo 96 milhões de brasileiros usufruírem de algum tipo de benefício do governo – não estão inclusos nesse número os funcionários públicos municipais, estaduais e federais. Lembra que, mantida a progressão de crescimento dessa benemerência, até o fim de seu mandato cerca de 150 milhões de pessoas serão, de alguma forma, passageiras e dependentes do trem-pagador do Estado. Indaga-se também se faz sentido aumentar impostos para não cortar gastos que são concentradores de renda e favorecem determinados segmentos. Questiona por que não avançar ainda mais na reoneração das folhas de pagamentos. Dilma toma a direção do Salão de Estado. As interrogações a perseguem pelo corredor. Não seria possível retirar a política de apoio à aquisição pelos estados de compras de mercadorias nacionais? Na maioria dos produtos, a preferência doméstica custa até 30% a mais. Ao se lembrar dos gastos não mandatários, Dilma se pergunta também se não seria o caso de diminuir os R$ 8 bilhões em despesas vinculadas a grupos específicos, como repasses ao MST ou mesmo os benefícios da Lei Rouanet? E mais: por que não mexer nos 4,97% do PIB que correspondem a subsídios diversos, que vão de transferências para a Zona Franca de Manaus até a dedução do IR com gastos de saúde? E por que não acabar com as alíquotas de importação, mesmo que alguns setores sofram na partida? Próxima ao Salão Nobre, a presidente reflete: “Se tivéssemos um mercado de capitais de verdade que reduzisse a dependência do Estado, poderíamos abrir mão de boa parte do crédito direcionado”. As horas passam e o Alvorada faz jus ao nome. Um pensamento veloz a assalta de repente: “Será que ser de esquerda não é democratizar os benefícios concedidos a grupos de interesse, transformando-os em estabilidade, produção e emprego?” Os primeiros raios de sol iluminam em Dilma a convicção de que é necessário o anúncio de um conjunto de medidas críveis e imediatas. A receita adicional poderia chegar a R$ 220 bilhões – pouco mais de três vezes o superávit original de Joaquim Levy. Dilma respira fundo e segue em direção às escadas para voltar ao seu quarto. A garganta ainda queima e a terça-feira promete ser longa.
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Depois de Washington, as línguas viperinas de Brasília
25/08/2015A viagem de Joaquim Levy a Washington, no último fim de semana, desencadeou um pipocar de ruidosos boatos. Tudo foi dito, a começar pela sua própria saída do cargo, passando por uma crise de estresse e uma missão secreta junto ao Banco Mundial para a negociação de uma linha especial de financiamento às concessões de obras públicas. Todos os tiros passaram longe do alvo. As motivações reais foram bem mais prosaicas. A ida aos Estados Unidos teve um objetivo regenerativo. Levy é disparadamente o ministro mais sacrificado do governo, seja pela agenda extensa e pressões políticas, seja por se manter afastado da família, que reside na capital norte-americana. Espera-se que a breve passagem por Washington tenha sido revigorante. Ao regressar ao Brasil, não restará outra alternativa ao ministro da Fazenda se não se reencontrar com a realidade que tanto tem lhe nauseado. A cada tentativa de avanço em direção ao equilíbrio fiscal, tome uma saraivada de metralhadora. Para cada pequena redução de despesa, parte integrante do grande mosaico da política fiscal, há um Mansueto de Almeida ou um Armínio Fraga reclamando a sua insuficiência – mesmo sabendo seu valor no somatório. A medida pontual de criação de uma linha de crédito do BB para o destroçado setor automobilístico é destratada como um subsídio inspirado na nova matriz econômica, quando os recursos foram captados no mercado e não houve sequer o repasse de um grão do Tesouro. A reoneração, por sua vez, é vilipendiada como novo gravame, quando, na verdade, é simplesmente o retorno às condições anteriores à efeméride de Guido Mantega. De todas as agruras, contudo, não são as aleivosias e trapaças o que mais incomoda o ministro. Joaquim Levy detesta quando lhe põem o epíteto de “ministro da derrama”. É dez milhões de vezes melhor ser chamado de “mãos de tesoura”. Até porque este último apelido é verdadeiro. O ministro é disparado o mais ortodoxo do governo e só não desbasta mais os gastos por saber que um superávit estrutural exigirá mudanças constitucionais. Agora, como é notório, a política econômica tem de pedir bênção ao estamento parlamentar. Nesse ambiente ardido, Levy dá sua permissão para que duvidem de qualquer afirmação de que ele planeja aumentar a carga tributária nacional. A bola da vez são medidas que aumentem a produtividade do país e a desmobilização de ativos do Estado. Imposto mesmo só na sua massacrante rotina. É por essas e por outras que Levy foi a Washington adoçar um pouco a vida.
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Santander e OAS duelam no tapetão
14/08/2015O Grenal do momento, o clássico que realmente está mexendo com o Rio Grande opõe a OAS e o Santander. Trata-se de um duelo desigual prestes a parar no tapetão. Calçados com suas chuteiras de travas mais altas, os espanhóis preparamse para entrar na Justiça contra a empreiteira de Cesar Mata Pires. Da canela para cima, é tudo cifrão. O motivo do iminente contencioso é a dívida da OAS Arenas de R$ 190 milhões referente ao empréstimo para a construção do novo estádio do Grêmio. No mesmo time do Santander por sinal, colorado , estão o Banco do Brasil e o Banrisul, que também integram o pool de bancos financiadores do projeto. Procurado, o Santander não quis comentar o assunto, por conta do “sigilo na relação com os clientes”. Já a OAS informou que “as negociações com os bancos e o clube avançam”. Santander, BB e Banrisul ouvem apenas um grito vindo das arquibancadas: “Calote! Calote! Calote!” Até agora, o trio não tem a menor ideia de onde virá o dinheiro para o pagamento do empréstimo. Dona de 100% do empreendimento, a OAS quer empurrar a arena para o Grêmio. Só que com a dívida dentro. Para o clube, tão ruim ou até pior do que engolir o passivo é o pesadelo de não ter casa. A direção do clube já cogita, inclusive, convocar torcedores ilustres e afortunados para arcar com a dívida e afastar o fantasma do despejo. Seria o caso, por exemplo, de Alexandre Grendene, gremista absolutamente doente e dono de uma fortuna superior a US$ 2,5 bilhões.
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A quem Roberto Setubal quer enganar?
21/07/2015Eram idos de 2013. Restava pouca areia na parte superior daquele primitivo instrumento de métrica do tempo, quando Roberto Setubal chacoalhou a ampulheta, interferiu no curso dos fatos e alterou a contagem regressiva para a sucessão no Itaú. Ao mudar o estatuto do banco e estender seu mandato na presidência até 2017, Setubal ganhou tempo para azeitar o modelo de transição, fatiando a gestão entre uma tríade de executivos. Passados dois anos, o banqueiro está mais para um ator de teatro do que um homem corroído pela incerteza. Que a dúvida persiga os demais acionistas e a família corporativa do Itaú. Perguntam eles: “Quem será o próximo Roberto Setubal?” O dilema não se refere propriamente à administração executiva. Os três copilotos sentados ao lado de Setubal -Marcio Schettini, nº 1 de tecnologia e operações, Marco Bonomi, responsável por varejo, seguros e cartões, e Candido Bracher, tutor das áreas de atacado e de gestão de fortunas -já estão carecas de conhecer o banco. A equação aberta não é a do Itaú do batente, mas, sim, a do Itaú institucional. Quem vai falar pelo banco? Quem terá contato com os principais stakeholders? Alguém vai se contentar com a opinião da troika ou do líder eleito, sem procurar saber o que o dono pensa? Até parece a reprise de um filme em preto e branco, no qual o operário se chamava José Carlos de Moraes Abreu, presidente contratado, e o banqueiro de quatro costados, Olavo Setubal. Essa é fácil! Ganha um VGBL do Itaú quem acertar o nome do novo Dr. Olavo na versão atualizada da história. O senso comum é que o presidente do Itaú a partir de 2017 atenderá pelo nome de Candido Bracher, Marcio Schettini ou Marco Bonomi. Os três são parte da solução, e também do problema. O que se diz no banco é que nenhum dos príncipes regentes tem o physique du rôle para assumir plenamente o papel que desde 1994 cabe ao quarto dos sete filhos do Dr. Olavo. Bonomi e Schettini são vistos como personagens de perfil essencialmente operacional -executivos na essência da palavra. O segundo, egresso do Unibanco, ainda carrega o estigma de não ser um Itaú puro-sangue. Bracher, por sua vez, também é um “cristão novo”, embora se saiba que a conversão de seu antigo banco se deu em condições distintas das do Unibanco -o BBA não foi incorporado pelo Itaú levando a pecha de “derrotado”. Além disso, também é dono, o que, na hora H, pode fazer toda a diferença. E o próprio Roberto Setubal? Nas raras vezes em que o assunto vem à tona e se discute as limitações de seu sucessor, a visão do engenheiro prevalece, de forma pragmática. Ele diz que tudo depende da prática. Tá bom! Nas salas onde realmente se decide o destino do banco, ninguém acredita que Setubal vá pescar trutas na Serra da Bocaina. A aposta é que ele continuará mandando do alto do Conselho de Administração. Os escolhidos serão títeres, nada muito diferente do que ocorre hoje; apenas uma mudança de fachada no organograma para que tudo continue como está. E a história, então, se repetirá sob forma de farsa. Com Dr. Olavo Setubal, uma vez barão sempre declaradamente barão. Com Roberto, um despiste: “Vou ser barão pela metade”. Ora, bem se sabe que isso não existe.
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Clonagem
20/07/2015No que depender de Aldemir Bendine, um executivo de fora da Petrobras – portanto, à sua imagem e semelhança – assume a presidência da BR Distribuidora e a missão de conduzir o processo de IPO. Indicado pelo ex-ministro Edison Lobão, o atual nº 1 da BR, José Andrade de Lima Neto, está por um fio. *** Bendine, aliás, lamenta com seus botões que Paulo Rogério Caffarelli não esteja mais no mercado. Recentemente contratado pela CSN, Caffarelli foi um dos principais colaboradores da gestão Bendine no BB.
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Casino diz “très bien” ao desemprego na ViaVarejo
16/07/2015A economista inglesa Beatrice Webb dizia que o desemprego é um dos termômetros do caráter social do empresário. Se a medição fosse aplicada nos empresários e figadais concorrentes Abilio Diniz e Jean-Charles Naouri, com base no passado recente o ex-dono do Pão de Açúcar e atual mandachuva do Carrefour estaria ganhando com alguns corpos de vantagem. Por ora, seus respectivos conglomerados empresariais têm se portado de maneira distinta diante dos graves efeitos da crise econômica sobre o varejo. à‰ o que mostram os dados do obituário trabalhista no setor. Se, até ontem à noite, o Carrefour continuava invicto, sem anunciar cortes no Brasil, o Grupo Pão de Açúcar dispara nessa corrida antissocial. No varejo de alimentos, leia-se super e hipermercados, não há previsão de demissões em massa nas operações do Casino no país, mas, sim, de cortes pingados em determinadas regiões, que podem atingir até 200 trabalhadores. Na ViaVarejo, no entanto, os números saltam de escala. Entre maio e junho, a holding que reúne Casas Bahia e Ponto Frio colocou na rua cerca de três mil funcionários. Essa é a má notícia; a péssima é que a conta vai aumentar. De acordo com uma fonte próxima ao Pão de Açúcar, a ViaVarejo prepara mais uma leva de demissões. Segundo o RR apurou, há uma régua sobre a mesa dos franceses que dá a medida do novo esmagamento: o grupo calcula que Casas Bahia e Ponto Frio só conseguirão reequilibrar seus custos com o fechamento de mais duas mil vagas de emprego até outubro. à‰ sintomático, portanto, que, nos últimos 12 meses, o Grupo Pão de Açúcar tenha elevado de R$ 323 milhões para R$ 540 milhões o volume de provisões para eventuais perdas com ações trabalhistas. Não cabe qualquer juízo de valor na comparação direta e – por que não? – inevitável entre Abilio Diniz e Jean-Charles Naouri. Até porque ambos são unidos pelo pragmatismo que está na essência de qualquer empresário: quando o cinto aperta, o social deixa de ser um fator prioritário. Além disso, como se sabe, a cadeia alimentar só é de todo ruim para quem está na base dela. Em Paris, deve ter muito acionista do Casino encantado com os cortes do grupo no Brasil. De qualquer forma, neste momento, o nome de Naouri está indissociavelmente vinculado a cortes e mais cortes. A se confirmar a nova fornada de demissões, em menos de seis meses o Pão de Açúcar, especialmente a Via- Varejo, terá extinguido cerca de cinco mil postos de trabalho. O número corresponderia também a um terço de todas as vagas de emprego fechadas no varejo de móveis e eletrodomésticos desde janeiro. Ressalte-se que os dois arquirrivais franceses vivem momentos distintos no mercado brasileiro, muito em função da própria natureza de suas operações. A atuação do Carrefour/ Atacadão está predominantemente concentrada no ramo de alimentos, um dos últimos a sentir o amargo paladar da crise. Não por acaso, segundo o RR apurou, a rede pretende aumentar o número de contratações. Já o Grupo Pão de Açúcar, por conta da ViaVarejo, está indexado também à área de eletroeletrônicos, duramente afetada pela queda de 5% na renda média do trabalhador. As vendas de aparelhos de TV, por exemplo, caíram quase 30% entre janeiro e junho se comparadas ao primeiro semestre do ano passado.
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Ajuste fiscal está intacto nos neurônios de Levy
10/07/2015O cenário econômico mudou, é bem verdade – Grécia, China, escalada do desemprego, arrecadação cadente, impacto da crise política etc. Mas o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, permanece firme em sua disposição de elevar o superávit primário o mais próximo possível da meta de 1,1% do PIB. Levy se sente jogando um Candy Crush macroeconômico, onde as frutas deletadas ressurgem ou se multiplicam de forma caótica. Nada parece ter sentido nesse universo. Exemplo: as instituições de mercado apostam em uma revisão da meta entre 0,8% e 0,6% do PIB, propondo, inclusive, uma banda para o marco fiscal do calendário; Dilma Rousseff, trasanteontem, rebate os ímpios e declara que perseguirá a meta com rigor; meia dúzia de horas após o embarque da presidente para a Rússia, o senador Romero Jucá, um dos porta vozes do governo, anuncia que apresentará ao Congresso projeto de lei com o objetivo de reduzir a meta para 0,4% do PIB. É como se qualquer um dos movimentos no tabuleiro fiscal fosse neutralizado, quer seja pela oposição, quer seja pelo fogo amigo, quer seja pelos grupos de interesse, quer seja pelo mercado e, finalmente, pelo próprio Congresso. Levy sabe que parte da sabotagem vem de bolsões radicais, porém sinceros – apud presidente Ernesto Geisel. A maioria tem como objetivo a desestabilização pura e simples do governo com vistas a 2018. Não são majoritários, pelo menos ainda, os lobbies dos perdedores circunstanciais com o ajuste: empresários e trabalhadores. Levy vai perseguir a meta como um cavaleiro errante, não admitindo que a batalha foi perdida: caso seja aprovada a redução do superávit primário, tudo bem, essa é uma decisão de governo. Mas o ministro vai continuar no encalço da meta original, sem caracterizar esse compromisso como uma bravata ou um recado de abandono do cargo. A perseverança é o discurso para as entrevistas, encontros empresariais e, principalmente, para as agências de rating. Levy tem conhecimento de que, nesse momento, sua credibilidade é um ativo importante para as classificadoras de risco. É preciso transparecer convicção. O ministro da Fazenda acredita sinceramente que, mesmo não sendo possível entregar um superávit alvissareiro, dá para ir além das raspas previstas pelo mercado. Por isso, a palavra de ordem é a extração de riquezas – quem leu o RR nas últimas semanas está por dentro do assunto. É nesse contexto que se enquadra o Refis, incluindo processos administrativos – Carf -, o que permitirá o abatimento das dívidas por créditos tributários e a repatriação de recursos. A Fazenda acha que, se pedalar, no bom sentido, pode chegar até a R$ 64 bilhões em receitas extraordinárias (captação de recursos não previstos, desmobilizações, anistias), o que significaria um aumento de R$ 20 bilhões em relação a previsão original. Até ontem, esse era o cenário. Mas, para mudar, não custa. Afinal, Levy continua jogando o bizarro Candy Crush com os vampiros da desestabilização econômica.
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Adviser
3/07/2015Dan Conrado e Aldemir Bendine, que sempre foram bem próximos na época do BB, reeditaram o dueto. Além de sua nomeação como conselheiro suplente da Petrobras, o ex-presidente da Previ tem sido uma espécie de assessor informal de Bendine para a venda de ativos da estatal.
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O rating dos cenários pós-Odebrecht e Andrade
22/06/2015Os fatos da última sexta-feira já pertencem ao Google – o guardião do passado de tudo e de todos. A questão é o porvir. Potencialmente, quais são as consequências mais graves dos acontecimentos que chocalharam todas as grandes empreiteiras e estressaram as expectativas em relação ao destino nacional? O Relatório Reservado se veste de agência de rating e se propõe a classificar o risco de cenários possíveis. Quanto maior a nota maior a probabilidade da ocorrência. Em alguns dos casos, oxalá o RR incorpore para valer esses oráculos e erre o máximo possível. * A Lava Jato esterilizou os grandes grupos nacionais, historicamente, os grandes investidores em infraestrutura. O cenário é de terra arrasada. Sem saída, o governo cancela todos os leilões. Rating: CCC- * Diante das circunstâncias, o governo salva o que é possível dos leilões de infraestrutura, recorrendo a empreiteiras do segundo grupo e a empresas estrangeiras. Temos um plano de concessões padrão “banco de reserva”. É o que dá para o momento. Rating: BBB+ * A paralisia das grandes empreiteiras afeta não apenas as futuras concessões, mas também as obras já em andamento. Os pagamentos atrasam; tratores param e operários cruzam os braços a beira de estradas que começam, mas não terminam! Rating: BB+ * A discussão volta a baila com força total: até quando o governo assistirá, inerte, a débâcle de um setor que responde por 7% do PIB e por oito milhões de empregos? A indústria da construção pesada não é grande demais para quebrar? Rating: AAA+ * O setor de construção pesada enverga, mas não quebra e volta a sua normalidade, afinal o capital, uma vez mutilado, se regenera como os répteis. Rating: DDD- ? Todos se dão conta de que, para o bem do próprio Brasil, é preciso conter esse macarthismo “tucano-juridicano”. O caso sai da esfera jurídica e um grande pacto político-institucional surge a mesa: as grandes empreiteiras assinam um acordo de leniência coletiva, purgam seus excessos e voltam ao game. Rating: CC * A seleção natural entra em cena: grandes empreiteiras quebram e levam consigo toda uma cadeia de fornecedores. Algumas espécies se transmutam e sobrevivem por meio de fusões. Concentração de mercado em estado puro, com o que ela tem de mais cruel: perda da competitividade e desemprego. Rating: B * Cresce a percepção de insegurança no que diz respeito a s relações de parceria no Brasil. Afinal, ser preso torna-se um fato comum, que pode acontecer a qualquer momento. A gringalhada, que não é boba, se retrai. O investimento direto estrangeiro despenca. Rating: BB+ * O cerco se fecha; peças da Operação 2018 se juntam num quebra cabeças de encaixes marcados. A Lava Jato, enfim, cumpre seu desígnio e chega ao cume do Everest: Lula está na cadeia. Rating: A+ Obs: Se alguém perguntar, não confirmamos essa nota. * Um dos mais populares líderes políticos da história do Brasil está preso. O tecido social se esgarça rapidamente e o risco de ruptura é iminente. As tensões de classe chegam a níveis intoleráveis, levando a um quadro de conflagração política e social. O asfalto ferve e o RR pergunta: e o ajuste fiscal? Rating: b+ (a mais paradoxal nota do rating, tão alta quanto minúscula e acanhada).
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Petrobras luta contra a Petrobras na venda da Gaspetro
18/06/2015A Petrobras garante que fará tudo para negociar a Gaspetro, dentro do seu programa de desmobilização de ativos. Mas, seja por inércia, seja pela falta de cacoete vendedor, a estatal avança na direção contrária dos seus planos. Ainda que por vias indiretas, a Petrobras tem sido a principal adversária da Petrobras na negociação de até 49% da Gaspetro, dona de participações em 19 distribuidoras de gás. O motivo são as recentes medidas adotadas pela própria companhia, que afetam a rentabilidade das concessionárias e, consequentemente, desestimulam os investimentos no setor. Em maio, a estatal anunciou o segundo aumento dos preços do gás em um intervalo de apenas dois meses, achatando ainda mais as margens de lucro das distribuidoras. Quase que simultaneamente, anunciou o corte de outro importante benefício para as empresas do segmento. Até o fim do ano, estará extinta a chamada Nova Política de Preços (NPP), que concedia, desde 2011, 36% de desconto sobre o preço do produto fornecido a s distribuidoras. Mais uma pancada na contabilidade dessas empresas. A Abegás, que reúne as distribuidoras, já entrou com uma representação contra a Petrobras no Cade, alegando que a extinção da NPP configura abuso de poder econômico. No setor, também já se dá como certa uma briga na Justiça pela manutenção dos descontos. A Petrobras, aliás, já enfrenta uma enxurrada de ações movidas por concessionárias de estados onde a própria companhia tem termelétricas, refinarias e fábricas de fertilizantes nitrogenados. A estatal vem fornecendo gás diretamente a essa plêiade de clientes sem passar pelas distribuidoras. As companhias alegam ter exclusividade no suprimento do insumo em suas áreas de concessão. Outro ponto de atrito é que não existe contrato firme de fornecimento de gás pela Petrobras no longo prazo, com preços e reajustes definidos. A incerteza quanto a entrega do combustível pela empresa, única supridora do gás natural no país, provoca dúvidas quanto ao retorno do investimento para os distribuidores. Na própria Petrobras, a ficha começa a cair. A percepção é que ou a companhia revê certas decisões e cria um cenário mais favorável aos investimentos na distribuição de gás – ainda que isso lhe custe uma perda de receita no curto prazo – ou, então, continuará brigando consigo mesma na venda da Gaspetro. Hoje, aos olhos dos investidores, o setor não é atrativo. Que o diga o Itaú BBA, adviser do “Projeto Belém” – codinome pelo qual a negociação da Gaspetro é tratada dentro da própria estatal. Os primeiros resultados do road show promovido pelo banco ao longo de 30 dias não foram nem um pouco empolgantes. Entre as mais de 20 empresas da área de energia e fundos de private equity contatados, ninguém chegou a abrir um canal de negociação direto com a própria Petrobras.
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O quintal privativo dos donos da transparência
11/06/2015O homem é o lobo do homem, já dizia o romano Plauto, em frase popularizada por Hobbes. E as empresas, filosofa o RR, são os cordeiros das grandes auditoras independentes, um oligopólio com demanda obrigatória. PwC, KPMG, Deloitte e E&Y são as big four que sobraram -já foram big six. Embaixo delas sobrevivem centenas de pequenos auditores microbacteriológicos. Estes só sobem um andar se os quatro de cima deixarem ou recusarem o serviço. Puro gigantismo, que pode ser mais bem traduzido como abuso de poder econômico. As auditoras chefonas mandam também no Instituto Brasileiro de Contabilidade (Ibracon), um apêndice acadêmico do setor, que, na realidade, serve para fazer o lobby das manda-chuvas em assuntos regulatórios e ditar a norma culta em “contabilês”. Alguém lembra qual foi a posição do Ibracon por ocasião das discussões com a CVM para instituir o rodízio de clientes nas auditoras? Ganha um terno cinza, o preferido dos auditores, quem respondeu que os universitários do Instituto entregaram cérebro e alma a serviço do seu patronato. A verdade é que, colocada as devidas diferenças, as mega-auditoras são iguais a s superempreiteiras como estrutura de organização: gigantes pela própria natureza, vendedores de serviço únicos, indispensáveis. As empreiteiras tomam whisky com o dono da empresa; as auditoras, cafezinho com o terceiro escalão. Ainda recentemente, as auditoras menores e o governo desperdiçaram uma rara oportunidade de quebrar o monólito. A ideia era instituir uma coauditoria, que funcionaria como a segunda opinião funciona na medicina. Assim, o serviço dos chefões estaria condicionado a contratação de uma empresa de porte menor para passar o seu trabalho a limpo. O trabalho ganharia uma chancela de qualidade. Seria lido e relido. Pois bem, a medida foi implementada compulsoriamente na França. Veio para cá ser objeto de estudo. Adivinhem onde foi parar? No Ibracon. Entrou para morrer. E a CVM sequer tomou conhecimento do cadáver. A francesa Mazars, uma das dez maiores auditoras europeias, mas uma empresa fora do clube das bambambãs no Brasil, também tentou defender a coauditoria. Nem chegou a balbuciar a tese, e o discurso foi engolido. Moral da história: auditor prefere que não se corrija o seu trabalho, mesmo correndo o risco de que o resultado seja um escândalo de dimensões internacionais. Os auditores são fundamentais para a democracia do país, fiadores que são da transparência, tanto quanto os empreiteiros são relevantes para a construção pesada. Mas os últimos acontecimentos revelam que há algo apodrecido no sistema de coordenação, funcionamento e comercialização dessas organizações. A questão é como extrair o quisto do sistema que é, ao mesmo tempo, parturiente e nutriente dessas empresas, sem necessariamente ferir com gravidade as lendárias dominadoras do setor. Sugestões a redação.
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Por que o BNDES esconde sua última letra?
3/06/2015O cavalo encilhado da transparência social está passando, mais uma vez, a frente de Luciano Coutinho, sem que este aproveite a oportunidade para montálo. A demonstração de que o “S” não é apenas um apêndice fora de lugar no acrônimo BNDES mataria dois coelhos com uma só cajadada. O banco entregaria, com sobras, o disclosure exigido e criaria uma nova metrificação para a análise do retorno das suas operações para a sociedade. É consenso entre os de boafé que não cabe a agência de fomento revelar detalhes dos projetos e pedidos de financiamento que lhe são encaminhados, sob pena de instituir uma assimetria de informações em relação a concorrência. O custo de pedir dinheiro ao BNDES seria a fragilização da capacidade de competição do tomador de recursos. A hipocrisia é preconizar que, em nome da transparência e da condenação do subsídio, seriam entregues somente alguns ovos, quando, na realidade, não só os ovos, mas também a galinha, o galinheiro e toda a cadeia de geração de valor seriam dizimados. O que Luciano Coutinho poderia fazer para calar os fariseus seria surfar mais alto na onda do disclosure. Não consta que o BNDES tenha qualquer relatório de prestação de contas do impacto social dos projetos financiados individualizados. A proposta seria o banco ir além e divulgar o compromisso das empresas com a produção de resultados, nos mais diversos segmentos de interesse da sociedade. Entram neste baralho geração de empregos, impostos, divisas, investimentos em inovação, controle de emissão de gases poluentes, benefícios a comunidade, desenvolvimento regional, melhorias de infraestrutura etc. Quanto maior o número de indicadores melhor a capacidade de avaliação do retorno social de cada projeto. Esses seriam os verdadeiros “cavalos vencedores”. O banco deve estar repleto deles. É elogiável a iniciativa do balanço social made in BNDES, anunciado ontem por Luciano Coutinho. Melhor seria, no entanto, se a instituição divulgasse o valor agregado de cada projeto, timtim por tim-tim. O maior equívoco do banco é não permitir que os benefícios da sua atuação possam ser julgados conforme os melhores critérios. Parece até que o BNDES não quer desmontar o lobby favorável a sua desconstrução.
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Réquiem para o herói da Avenida Chile
20/05/2015“A verdade é um estranho que não nos olha nos olhos. É mais difícil de entender, mais complicada de se aceitar. Mais difícil de acreditar, e mais ainda de se dizer.” A tirada filosófica é da pouco divulgada Jéssica F., “pensadora” do segundo time para muitos. Pois saiba que os dizeres rasos bem poderiam dar a medida do calvário do BNDES. Sim, é difícil de dizer e mais complicado de se aceitar. O banco sofre, solitário, o maior atentado a sua integridade desde o nascedouro. E os empresários, a quem cabe o seu usufruto, são os estranhos que não lhe olham nos olhos. A burguesia – aquela que o bardo Cazuza dizia “feder” -, inebriada pela tentação de afogar o capitalismo de Estado, quer apagar da memória coletiva o banco do fomento, do desenvolvimento da indústria de base, da inserção competitiva internacional, do “S” do social, da privatização, da criação da empresa brasileira de porte global e do financiamento a s concessões de obras públicas. Restaria a lembrança ingrata do BNDES representante do populismo da era Vargas, da megalomania do regime militar, da corrupção da venda das estatais, da transferência de renda para a iniciativa privada e, agora, do repasse das pedaladas do Tesouro. Sim, a burguesia nacional prefere se despir das vantagens concorrenciais em troca da morte da sua ama de leite. Há diversas formas de matar uma agência de renome internacional: asfixia financeira; legiferação predatória; e o insuperável estupro moral. O BNDES sofre das três. Terá seu orçamento drasticamente cortado, afinal serviu de agente da União para injetar dinheiro na veia da economia fragilizada; purgará os financiamentos a grandes empresas – um contraditório, pois a estigmatizada JBS, o mais emblemático “cavalo vencedor”, apresentou um espetacular resultado de R$ 1,4 bilhão no primeiro trimestre; se transformará em uma agência recalcada de suporte do mercado de capitais e, finalmente, será o único banco do país a abrir compulsoriamente suas vísceras para Deus e o diabo. No que depender dos liberais de má cepa, o BNDES, ao contrário do BB, da CEF, do Basa e do BNB, estará em breve publicando detalhes dos contratos de financiamentos. É difícil de acreditar e complicado de aceitar. A prioridade a capacidade de competição da empresa nacional, assim como a constitucionalidade do sigilo bancário, vão escorrer como água suja. Qualquer empresa que tomar recursos no BNDES terá que informar detalhes sobre o seu projeto. A concorrência que se locuplete. Se vivos estivessem, Ignácio Rangel, Roberto Campos, José Luiz Bulhões Pedreira, Marcos Vianna, Arthur Candal, Rômulo Almeida e outros tantos maestros da supliciante agência diriam perplexos: é mais difícil de entender, mais complicada de aceitar. “A verdade é um estranho que não nos olha nos olhos”.
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Aldemir Bendine é o artilheiro dos sonhos da Camargo Corrêa
6/05/2015Aldemir Bendine pode muito bem ficar na Petrobras – na avaliação do Planalto, sua performance na divulgação do balanço foi impecável. Pode também ir para o BNDES, intenção inicial da presidente Dilma Rousseff, conforme informou o RR. Mas, talvez, o porvir de Bendine não esteja nem de um lado nem de outro da Avenida Chile e muito menos no próprio governo. O executivo do momento teria uma proposta da iniciativa privada para um ponto futuro: Bendine iria para a Camargo Corrêa com a tarefa de comandar a reconstrução de um dos maiores grupos empresariais do país. Guardadas as devidas proporções, após conduzir o processo de higienização da Petrobras, ele replicaria a missão na outra face da Lava Jato, dedicando- se a reestruturação de uma das empreiteiras protagonistas do escândalo. Aldemir Bendine é um craque sob os mais diversos aspectos. Em quase cinco anos na presidência do Banco do Brasil, enfrentou dois episódios espinhosos que poderiam ter lhe custado o cargo. Em 2010, Bendine foi questionado pela aquisição de um imóvel no interior de São Paulo, no valor de R$ 150 mil, pagos em dinheiro vivo. No ano passado, num caso ainda mais rumoroso, veio a tona o empréstimo de R$ 2,7 milhões do BB a socialite e empresária Val Marchiori, amiga pessoal do executivo. Em ambos os casos, Bendine mostrou ter o corpo fechado. O placar de momento na Petrobras marca dois a zero a favor de Bendine. Em apenas um bimestre a frente da estatal, o executivo conseguiu fechar o valor da baixa contábil decorrente dos episódios de corrupção e apresentar o balanço de 2014. O artilheiro Bendine já prepara o próximo chute, leia-se o anúncio de um programa de investimentos mais enxuto, adequado a s circunstâncias e ao próprio processo de desmobilização de ativos da estatal. Sai de cena a versão anterior, marcada por cifras demasiadamente anabolizadas e inexequíveis, e surge, em seu lugar, um plano de negócios factível, em linha com a realidade e com o choque de gestão em curso na estatal. Trata-se de mais um movimento que tem tudo para cair no gosto do mercado. E, no placar da Petrobras, lá estará: três a zero para Bendine. Não é a toa que a Camargo Corrêa teria uma camisa a sua espera.
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Com o perdão do infame trocadilho
13/04/2015Com o perdão do infame trocadilho, o sobrenome do presidente da ABB no Brasil, Rafael Paniagua, parece ter sido feito sob medida para o momento da empresa. Os suecos suspenderam novos aportes na subsidiária e estariam revendo os projetos de expansão no país. Consultada, a ABB garantiu que está cumprindo o plano de investimentos para o período 2011- 2015, no valor de US$ 200 milhões. Perguntada sobre a suspensão dos aportes pela matriz, a companhia não se manifestou
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Brasil fecha a porta aos cadeados made in China
10/04/2015Os grandes fabricantes nacionais de fechaduras e cadeados querem passar mais uma tranca no mercado brasileiro. Os líderes do setor – leia-se, principalmente, Papaiz, Pado e Stam – negociam com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) novas medidas antidumping contra os produtos chineses. Os asiáticos, ressalte- se, já respondem por mais de 10% das vendas de cadeados e fechaduras no país, o dobro da participação que tinham há uma década. Além do aumento da sobretaxa, hoje em torno de U$ 3,60, os fabricantes reivindicam a extensão das barreiras alfandegárias a outros países asiáticos, como Taiwan e Malásia. Há grandes chances de que o pleito seja atendido. O lobby da indústria nacional se justifica pelas notórias artimanhas usadas pelos concorrentes que chegam do outro lado do mundo. A própria Secretaria de Comércio Exterior (Secex) constatou que fabricantes chineses de cadeados têm emitido declarações de origem em nações vizinhas na tentativa de burlar as regras antidumping e entrar no mercado brasileiro por debaixo da porta. Só no ano passado, três empresas malaias foram impedidas de exportar para o Brasil.
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Mais uma sobre a Petrobras
26/03/2015Mais uma sobre a Petrobras: o argumento de que Murilo Ferreira não pode assumir o Conselho de Administração da companhia porque ela e a Vale têm investimentos em comum – leia-se um projeto de potássio e um terminal portuário em Sergipe – parece lobby de gente contrária a higienização da estatal. Em todas as grandes corporações mundiais, quando surge um conflito de interesses dessa natureza, o conselheiro se declara impedido e não vota na matéria em específico. Se derem ouvido a essa xaropada, só quem sai perdendo é a própria Petrobras.
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Enfim, um substituto para Cerveró na BR
20/03/2015Na reunião prevista para a próxima quinta-feira, dia 26 de março, o Conselho de Administração da BR Distribuidora deverá anunciar o nome de Carlos Alberto Barra Tessarollo como novo diretor financeiro da estatal. Já não era sem tempo. O cargo está vago há exatamente um ano, desde que Nestor Cerveró foi afastado por conta das investigações na Lava Jato. De lá para cá, a área financeira foi acumulada pelo próprio presidente da BR, José Lima de Andrade Neto. A escolha de Carlos Alberto Tessarollo é uma evidência de que o poder de Aldemir Bendine já começa a se espraiar pelas subsidiárias da Petrobras. Atual gerente de seguros da estatal, Tessarollo é ligado a Ivan Monteiro, executivo que Bendine trouxe consigo do BB para assumir a diretoria financeira da Petrobras. Em tempo: o novo responsável pelas finanças da BR integra também o corpo técnico da Associação Brasileira de Gerência de Riscos. Faz sentido!
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Lobby nuclear
16/03/2015Parece até que o Brasil montou um bazar de usinas nucleares. Agora é a vez da China National Nuclear Corporation. Escoltada por bancos de fomento conterrâneos, a estatal chinesa entrou na disputa pelo fornecimento de reatores para a nova usina. Concorre, entre outros nomes, com a russa Rosatom e a velha Westinghouse, que ficou célebre por entregar equipamentos defeituosos para Angra 1.
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Katia Abreu não teme pecha de “Mrs. Agrotóxico”
12/02/2015A ministra Katia Abreu vai mexer num vespeiro, ou melhor, numa imensa nuvem de gafanhotos. Katia promete mover montanhas para reduzir os prazos de análise dos pedidos para a produção de agrotóxicos no Brasil. Em média, a liberação de uma licença no país demora sete anos. Na Europa, o tempo de espera não chega a três anos; nos Estados Unidos, é ainda menor: dois anos. O problema é que a ministra da Agricultura terá de tirar leite de uma pedra que sequer lhe pertence. Qualquer ação neste sentido dependerá de uma intrincada negociação política com a Anvisa, responsável pelos estudos técnicos e pela concessão das licenças. Katia Abreu terá ainda de enfrentar a reação dos ambientalistas e a acusação, líquida e certa, de que está agindo para atender ao lobby de Bayer, Basf, Syngenta, entre outros grandes grupos internacionais do setor. A ministra da Agricultura, que um dia recebeu o nada honroso título de “Motosserra de ouro”, não teme o epíteto de “Mrs. Agrotóxico”. Ela já tem um pragmático contra-argumento na ponta da língua: a importância econômica de um setor que movimenta cerca de US$ 9 bilhões, cresceu mais de 200% em uma década e fez do Brasil o maior consumidor mundial de defensivos agrícolas, a frente dos Estados Unidos. Para Katia Abreu, tais fatos mais do que justificam a inclusão do tema em sua lista de prioridades. E quem não gostar que saia da frente do trator.
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Bendine é um rito de transição na Petrobras
9/02/2015Para início de conversa, Aldemir Bendine não veio para ficar. O ex-presidente do BB assume o comando da Petrobras em caráter provisório. Dilma Rousseff estava dividida entre ele e Luciano Coutinho para ocupar temporariamente a direção da estatal. No fim, escolheu o primeiro, dado o entendimento de que Coutinho deverá ficar mais um tempo a frente do BNDES – por sinal, em um segundo movimento, o mais provável é que o próprio Bendine seja deslocado para a presidência do banco. O substituto de Maria das Graças Foster entra em campo ciente de que não é o titular e que Dilma continuará procurando o nome certo. A princípio, o tempo de Bendine será apenas o tempo necessário para varrer as gambiarras contábeis e limpar o balanço da empresa. Sua missão é desacreditar o que já está desacreditado e reverter a lambança feita por Graça Foster ao divulgar, a revelia do próprio governo, um arremedo de demonstrações financeiras. Caberá a Bendine apresentar um novo balanço, com critérios contábeis mais claros e dados que expressem a real situação financeira da Petrobras. Segundo informações filtradas pelo RR junto ao epicentro das decisões, o mais grave dos erros contidos no arrazoado de números apresentado por Graça Foster foi o índice adotado para a revisão do valor contábil dos ativos da estatal. Os escritórios a serviço da Petrobras identificaram 52 ativos que podem ter sido contaminados pelos malfeitos na companhia. Segundo os números divulgados, 21 desses projetos estavam subavaliados e, uma vez redimensionados, devem gerar um lucro de R$ 27 bilhões. Em contrapartida, outros 31 ativos teriam sido superapreciados, gerando um prejuízo de R$ 88 bilhões. Deste encontro de contas, a companhia chegou a baixa potencial de R$ 61 bilhões. O mercado, no entanto, não consegue entender por que a estatal adotou o conceito de Capital Asset Pricing Model, que não leva em consideração eventuais sinergias entre os diferentes projetos e é mais comumente aplicado em processos de venda de ativos – o que, até prova em contrário, não é o caso. O RR ouviu três consultores integrantes do conselho fiscal de grandes estatais. O trio foi unânime em afirmar que a Petrobras deveria ter adotado o conceito do Custo Médio Ponderado de Capital (WAAC, na sigla em inglês). Neste caso, a taxa de desconto sobre o fluxo de caixa seria de 6,5% e não de 12%, como ocorreu. A pedido do RR, os três refizeram as contas e chegaram a mesma conclusão: se a Petrobras tivesse usado o WAAC, o alardeado prejuízo de R$ 61 bilhões se transformaria em um lucro de R$ 46 bilhões. O índice de 12% aplicado pela Petrobras chama mais atenção se comparado aos padrões contábeis da própria estatal. A companhia costuma usar uma taxa média de 6,5% para calcular o nível de depreciação de suas instalações. O número é bem superior também ao custo médio da dívida da empresa em moeda estrangeira, 4,9% ao ano. Não é por acaso, portanto, que os indicadores divulgados por Graça tenham causado tanto assombro no governo. O próprio ministro Joaquim Levy não conseguiu esconder a perplexidade ao ser comunicado dos números. Segundo uma fonte da Fazenda, Levy teria dito a um de seus assessores: “Só se a Graça aplicou uma taxa de desconto com um ‘custo-propina’ que está apenas na cabeça dela”. Bendine terá a missão de decantar a contabilidade da estatal e mostrar ao mercado a Petrobras como ela é. Se cumprir tal missão, quem sabe o “interino” não se transforma em “permanente”?
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Há cura para as enfermidades do Orygen?
19/01/2015Até o momento, o projeto do BNDES de criar um superlaboratório farmacêutico só teve uma serventia: estimular o apetite dos críticos a antiga política dos cavalos vencedores. A exemplo do Bionovis (ver RR edi- ção nº 4.968), o Orygen , também criado nos tubos de ensaio do banco de fomento, não ata nem desata. Dois sócios já se fora – o Libbs e o Cristália; e os que ficaram, Eurofarma e Biolab, não se entendem quanto a construção da fábrica de São Carlos (SP). O próprio BNDES se compromete a financiar quase 80% do empreendimento, orçado em R$ 500 milhões. No entanto, os dois laboratórios ainda discutem em relação a cota que cabe a cada um no restante do orçamento. Ou seja, brigam por uma conta de R$ 100 milhões – uma ninharia se comparado a dimensão do projeto. No BNDES, cresce a percepção de que Biolab e Eurofarma estão arrumando um pretexto para também pular fora do barco. A indefinição e os atrasos na construção da planta de São Carlos trazem um efeito colateral para o Orygen. Mesmo que a fábrica saia do chão, o laboratório corre o risco de perder um de seus primeiros e importantes acordos de parceria. A companhia fechou um contrato com a Pfizer para assumir a produção de cinco biossimilares da farmacêutica norte-americana – Rituximabe, Trastuzumabe, Bevacizumabe, Infliximabe e Adalimumabe. No entanto, a planta de São Carlos terá de entrar em operação até o fim de 2017, caso contrário o acordo será automaticamente rescindido.
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Correios montam fundo imobiliário em casa
13/01/2015Revoluções por minuto nos Correios. Além dos planos de entrar em telefonia e de fazer um spinoff de suas operações de logística – ver RR, respectivamente, edições nºs 5.022 e 4.998 -, a estatal estuda reunir seus ativos imobiliários em uma nova empresa. Formalmente, a companhia nega o projeto. Mas, segundo o RR apurou, os Correios pretendem criar um fundo lastreado nessa carteira de imóveis, avaliados em torno de R$ 1,5 bilhão. A operação já nasce como um dos arranha- céus do segmento. A nova subsidiária dos Correios terá 50% das cotas do fundo – o restante será oferecido a investidores. Contabilizando-se apenas os imóveis próprios da estatal, o novo fundo será um dos cinco maiores do país, atrás apenas de gigantes como o BB Progressivo II, lastreado em agências e prédios comerciais do Banco do Brasil, e o BTG Pactual Corporate Office Fund. Para efeito de comparação, o fundo dos Correios representará quase metade da carteira do BTG, com patrimônio em torno de R$ 3,5 bilhões.
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A provável confirmação do vice-presidente de varejo do BB
8/01/2015A provável confirmação do vice-presidente de varejo do BB, Alexandre Abreu, para o comando do BNDES representa um downgrade, sem dúvida. Luciano Coutinho tem vida própria e agregou valor a imagem do banco. Para o seu lugar, esperava-se um profissional de igual calibre. O que explicaria a indicação de Abreu é a influência que Nelson Barbosa pretende ter sobre o banco. Este ficará sob a alçada do Ministério do Desenvolvimento por direito, mas, de fato, estará sob o controle do Planejamento. Barbosa quer que o BNDES, na prática, atue com a sigla alterada para “bndeS”, com um big “S” de social. Quer também que esses números tenham uma grande transparência. Abreu é peixe de Barbosa.
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Próxima parada
2/01/2015Prestes a deixar o cargo, o presidente do BB, Aldemir Bendine, quer sumir do mapa para, depois, se aninhar discretamente em uma das empresas ligadas ao grupo. Se a candidatura a Cielo não emplacar, sua segunda opção é desembarcar em uma das seguradoras do BB em associação com a Mapfre .
Acervo RR
Mão do dono
10/12/2014Uma comitiva de executivos da Shree Renuka, capitaneada pelo próprio CEO e acionista controlador, Narendra Murkumbi, deverá desembarcar no Brasil no início de 2015. A viagem tem um quê de intervenção. Os indianos vão tentar os que os dirigentes do grupo sucroalcooleiro no Brasil ainda não conseguiram: fechar um acordo com os credores, entre eles BB e Santander. A Shree Renuka tem uma dívida de R$ 1 bilhão no país.
Acervo RR
Netshoes
10/11/2014Cassio Casseb, ex-presidente do BB e do Pão de Açúcar, teria se tornado uma espécie de interventor do Netshoes. Nomeado para o Conselho pelo fundo Temasek, um dos acionistas da empresa de e-commerce, Casseb vem dando as cartas na gestão.
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Netshoes
10/11/2014Cassio Casseb, ex-presidente do BB e do Pão de Açúcar, teria se tornado uma espécie de interventor do Netshoes. Nomeado para o Conselho pelo fundo Temasek, um dos acionistas da empresa de e-commerce, Casseb vem dando as cartas na gestão.
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Ação em alta
5/11/2014Ao que tudo indica, o resultado das eleições fez bem ao Banco do Brasil. Do primeiro turno para cá, o valor de mercado do BB acumula uma alta em torno de 12%. No mesmo período, o Ibovespa está no zero a zero.
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Dilma Rousseff vai por montadoras nos eixos
30/10/2014A presidente Dilma Rousseff deverá criar um grupo de acompanhamento da indústria automobilística com o objetivo de planejar o desenvolvimento do setor e promover mudanças estratégicas já a partir de 2015. A medida vem sendo acalentada no Palácio do Planalto desde março deste ano, portanto muito antes do início da campanha eleitoral. A coordenação dos debates internos sobre o projeto está a cargo do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que, por sinal, demonstra não se sentir muito a vontade com a missão. Mercadante é uma espécie de Deus e Diabo na terra das montadoras. Se, por um lado, considera que é inevitável intervir no setor automotivo, por outro tem ligações históricas com o setor – o PT nasceu nos parques das montadoras. A nomenclatura adotada pelo governo é propositalmente dúbia. Não se trata apenas de um grupo para acompanhar o desempenho da indústria automobilística, mas também para adequar a produção a s necessidades de um novo modelo de mobilidade urbana. As montadoras estão cuspindo muito mais carros nas cidades do que o crescimento das taxas demográficas. Automóveis, que já foram sinônimo de solução, tornaram- se eufemismo de problema, seja pelo efeito nocivo sobre a circulação nos grandes centros, seja pelo seu elevado impacto ambiental. Ao mesmo tempo, a indústria automobilística tem contribuído menos na arrecadação de tributos. Talvez seja o setor com maior poder de chantagem fiscal sobre os governos. Ano sim, outro também, arranca uma desoneração por motivos igualmente invariáveis: elevação do custo de financiamento, aumento excessivo da folha de salário, mudanças drásticas do câmbio. Só que as montadoras são favorecidas por uma redistribuição de renda perversa. Nadam em subsídios e incentivos doados pelo Tesouro. Se, por um lado, a indústria automobilística economiza em tributos, por outro exporta mais capital. É um dos segmentos que realiza a maior repatriação de lucro entre as empresas estrangeiras. No ano passado, as fabricantes de automóveis instaladas no país remeteram a matriz cerca de US$ 3,3 bilhões. No entanto, nem tudo são espinhos. O setor é intensivo em mão de obra – entre vagas diretas e indiretas, soma mais de 1,5 milhão de postos de trabalho -, emprega pessoal especializado, ou seja, com remuneração salarial mais alta, está entre os segmentos com maior coeficiente de inovação e tem um papel razoável na pauta de exportações brasileiras, além de responder por algo em torno de 18% do PIB industrial. Ressalte-se ainda que o segmento fez uma espécie de ocupação geoeconômica. Em algumas localidades do país, fábricas de automóveis são o próprio município em que estão. Em razão das tantas variáveis positivas e negativas que pesam na balança, a indústria automobilística tem um pé no paraíso e outro no inferno. Esta ambígua combinação torna ainda mais complexo qualquer movimento de reorientação do setor. Dobrar o lobby das montadoras é uma tarefa nuclear. Mas Dilma Rousseff está convencida de que é necessário confrontar o segmento e caminhar progressivamente para outras soluções de transporte. O governo não vai se furtar a apoiar essa transição. De antemão, até que alguma decisão seja tomada, pode se esperar que o oligopólio das quatro rodas se dirija em carreata para Brasília com a faca entre os dentes.
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MSC navega entre abrolhos e recifes
27/10/2014A temporada 2014-2015 de cruzeiros na costa brasileira, que começa em novembro e se estende até abril, promete mares revoltos para a MSC. A operadora turística zarpa para um novo ano fiscal com a obrigação de compensar os decepcionantes resultados colhidos ao longo do último ciclo. O grupo fechou a temporada – excepcionalmente esticada até o meio do ano por causa da Copa do Mundo – com 290 mil leitos comercializados, um aumento de 12%. O número teria ficado aquém das projeções – o que, oficialmente, a MSC nega. Segundo fontes próximas a empresa, o desempenho teria, inclusive, gerado cobranças por parte dos italianos sobre a área comercial da operadora no Brasil. As águas da MSC andam ainda mais turvas por conta do desempenho de sua maior concorrente no país, a Pullmantur, pertencente a norte-americana Royal Caribbean Cruises. Com uma política de preços bastante agressiva, a empresa tem conseguido ampliar suas vendas em 20% por ano desde o início da década. O que antes era apenas um ponto no radar dos italianos hoje já pode ser visto a olho nu, na popa do barco. A Pullmantur já tem quase 35% das vendas de cruzeiros marítimos na costa brasileira, contra 50% da MSC.
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IPO da Caixa Econômica entra na agenda de 2015
24/10/2014Guido Mantega já está arrumando os seus pertences, mas vai deixar sobre a mesa, a espera do próximo titular do Ministério da Fazenda, um projeto já devidamente apreciado pela presidente Dilma Rousseff: a abertura de capital da Caixa Econômica Federal. A inspiração da iniciativa vem do BTG Pactual, candidatíssimo a assumir a modelagem da operação. Aliás, o banqueiro André Esteves já tem um pé na Caixa, sua sócia no Pan Americano. Trata-se de um projeto que cabe tanto em um segundo mandato de Dilma Rousseff, que naturalmente ampliará os programas sociais pendurados no banco, quanto em um governo de Aécio Neves, levando-se em consideração o gene privatista dos tucanos – ainda que, a rigor, não seja exatamente este o caso. Independentemente do resultado das urnas, não faltam motivações para o IPO da CEF. O governo precisará de funding para tocar os pesados investimentos em infraestrutura. Para 2015, a estimativa é de que o banco financie quase R$ 40 bilhões em projetos estruturantes. A capitalização da Caixa via mercado contribuiria também no amealhamento de recursos para a redução do passivo para-fiscal produzido pelas operações do Tesouro com o BNDES. Ressalte- se ainda que o custo dos programas sociais bancados pelo banco tende a subir, a medida que o governo avance nessa área. Um exemplo é o “Minha Casa Minha Vida”. Neste ano, os empréstimos no âmbito do programa somarão cerca de R$ 16 bilhões. Para o próximo ano, a conta prevista passa dos R$ 19,3 bilhões. O desafio seria conjuminar as duas “Caixas” que sempre coabitaram sob o mesmo teto – o banco comercial e a agência de fomento social – dentro de um novo ambiente societário, que traria a reboque exigências ainda maiores em relação a governança corporativa. Não chega a ser uma hidra de sete cabeças. O exemplo mora ao lado. Historicamente, salvo um ou outro encontrão mais brusco, o Banco do Brasil sempre conseguiu harmonizar os interesses do acionista majoritário, a União, e dos investidores minoritários. Seu próprio figurino acionário serve de referência para um eventual IPO da CEF. O governo manteve a participação mínima necessária para seguir no mando do BB: 50,73% – ainda que muitos incluam nesta conta os 10% do banco pertencentes a Previ. Em tempo: sob a ótica do mercado de capitais, o que todo investidor cobiça a Caixa tem de sobra, ou seja, lucro. Se quisesse, a CEF poderia até adotar o slogan “O banco social mais rentável do mundo”. Na última década, o retorno sobre o patrimônio marcou uma média anual de 26,1%, com pico de 30,6% em 2008.
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Após uma frustrada incursão, no início de 2013
24/10/2014Após uma frustrada incursão, no início de 2013, a norte- americana Abbott teria voltado a carga na tentativa de comprar o laboratório Aché. Trata-se de um negócio complexo. Primeiro porque não há um consenso entre as famílias Syaulis, Baptista e Depiere, controladoras da empresa, em relação a permanência ou não no negócio. Além disso, os acionistas favoráveis a venda do controle jamais aceitaram negociar um valor inferior a US$ 6 bilhões – visto como exagerado pelos pretendentes.
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Pane seca
14/10/2014Por falar em Ometto, a Petróleo Sabbá, distribuidora de combustíveis da Raízen, é hoje um dos negócios menos rentáveis do grupo. Se fosse pela vontade da Shell, a empresa já teria sido vendida há tempos. Mas a Cosan segura a Sabbá o quanto pode.
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Excelsior Seguros é uma ilha Á espera de novos habitantes
23/09/2014Os dias da pernambucana Excelsior como uma operação insular no mercado brasileiro de seguros estão contados. É o que sugerem os movimentos atribuídos ao híbrido de político, empresário e dirigente esportivo Luciano Bivar, dono da única seguradora fora do Sudeste a figurar entre as 40 primeiras do ranking do setor. a€ luz do dia, Bivar rechaça peremptoriamente a venda da companhia; mas, quando o sol se vai, começaria o flerte com os norte-americanos da Ace e da Chubb, dois fortes candidatos a compra da Excelsior. Segundo interlocutores próximos a Bivar, o empresário teria cansado de habitar uma ilha cercada de gigantes por todos os lados. Com R$ 240 milhões em ativos, há anos que a companhia pernambucana está praticamente inerte no mesmo lugar do ranking. Procuradas pelo RR, Excelsior e Chubb negaram qualquer negociação. Os dois pretendentes a compra da Excelsior são guiados por motivações estratégicas distintas. A Ace, que acaba de comprar a carteira de seguros de risco do Itaú, enxerga a possibilidade de aumentar sua fatia nos ramos vida e habitacional, dois dos principais negócios da companhia pernambucana. Já a Chubb, excessivamente focada nos seguros massificados, mira nos produtos da Excelsior para o mercado corporativo. Embora nadem em raias diferentes, as duas companhias norte-americanas têm algo em comum: suas operações no Brasil são apenas retratos três por quatro do porte que ambas ostentam nos Estados Unidos. Com R$ 900 milhões em prêmios, Chubb e Ace brigam somente pela longínqua 15ª posição no ranking do setor. Línguas ferinas do setor afirmam que, independentemente do desfecho das conversas, os norte-americanos é que vão precisar de uma apólice, pelo simples fato de sentar a mesa com Luciano Bivar. O risco, neste caso, se deve ao temperamento de Bivar, visto por seus próprios parceiros e aliados como um personagem mercurial, afeito a ziguezagues e rompantes – características que se unem aos atributos de competente gestor e hábil negociador. Que o diga Marina Silva. Fundador do Partido Social Liberal (PSL), pelo qual se candidatou a presidência da República em 2006, e muito próximo de Eduardo Campos, Bivar recebeu a indicação de Marina com uma pedra em cada mão. Assim que a senadora acreana foi confirmada como substituta de Campos, o empresário anunciou que seu partido estava fora da coligação e ainda deu entrevistas dizendo que “Confiar em Marina era dar um tiro no escuro”. No dia seguinte, já era visto em fotografias ao lado do tsunami da Amazônia. É por essas e outras que empresários nordestinos costumam dizer que, em se tratando de Luciano Bivar, só uma coisa é certa: sua torcida pelo Sport. O empresário, aliás, é presidente do clube pernambucano, posto que lhe valeu a alcunha de “Eurico Miranda do Nordeste”. Não parece coisa de amigo.
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Boas novas
27/08/2014Marcus Wallenberg, presidente da holding sueca Investor AB, deverá desembarcar no Brasil até o fim do ano. Virá para anunciar um novo pacote de investimentos do grupo, dono, entre outros negócios, das marcas ABB, Saab e Electrolux. Soma daqui, acrescenta dali, os aportes para o biênio 2015-2016 devem passar de US$ 1 bilhão. A maior parte dos recursos vai para a área de defesa e o setor de energia.
Acervo RR
Boas novas
27/08/2014Marcus Wallenberg, presidente da holding sueca Investor AB, deverá desembarcar no Brasil até o fim do ano. Virá para anunciar um novo pacote de investimentos do grupo, dono, entre outros negócios, das marcas ABB, Saab e Electrolux. Soma daqui, acrescenta dali, os aportes para o biênio 2015-2016 devem passar de US$ 1 bilhão. A maior parte dos recursos vai para a área de defesa e o setor de energia.
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O presidente do Banco Votorantim
28/05/2014O presidente do Banco Votorantim, João Roberto Teixeira, contratado pelos Ermírio de Moraes, se reporta agora primeiramente ao BB. Enxerga longe o moço…
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Bancos criam um bazar de profecias
27/05/2014Eleitores, olho vivo no BTG Pactual, Itaú-BBA e Credit Suisse! Como a calculeira econométrica dessa turma não é revelada, os relatórios elegendo presidentes podem muito bem ser mais produto de vontade do dono do banco do que rigor técnico do seu staff. Outra hipótese igualmente pouco abonadora é que os prognósticos tenham sido financiados pelo vil metal de um algum grupo político poderoso. É melhor que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enquadre esse povo, audite os modelos e organize a divulgação conforme a média de projeções do Focus do Banco Central. Se, junto aos bancos, forem incluídos também os institutos de pesquisa, pode ser que a concorrência e uma regulação séria esvaziem um pouco a mamata desse segmento, que, mesmo com a erosão da credibilidade, continua formando expectativas, muito bem remuneradas por sinal. O Focus eleitoral talvez tivesse de ser acompanhado também pela CVM, pois, nos últimos tempos, a gangorra dos votos tem provocado altos e baixos no mercado de ações. A regra seria essa: quem usa placa institucional para dar uma de pitonisa pode fazer o seu marketinho, mas vai ter de se enquadrar nas regras, e poderá tomar multas dantescas se não se comportar direitinho. Eleição não é um bazar de profecias.
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Société Générale olha fixo para a porta de saída
14/05/2014O Société Générale está reavaliando sua atuação no Brasil. Segundo fontes próximas a instituição, os franceses estariam trabalhando com dois cenários: a negociação do Banco Cacique ou, numa hipótese mais drástica, a venda de todas as suas operações e a consequente saída do mercado brasileiro. Nos últimos anos, a subsidiária tornou-se um intenso gerador de prejuízos para a matriz. As perdas acumuladas desde 2008 superam a marca de R$ 1,2 bilhão – somente no biênio 2011/12, o resultado negativo somou mais de R$ 900 milhões. Em 2013, graças a uma política de custos espartana e a reestruturação da carteira de crédito para pessoa física, o Société Générale conseguiu fechar o exercício com um prejuízo de apenas R$ 29 milhões. Ainda assim, foi o sexto balanço consecutivo no vermelho. Desde 2008, o Société Générale mais do que dobrou de tamanho no Brasil, passando de R$ 6 bilhões para quase R$ 13 bilhões em ativos. No entanto, falhou na alquimia e, ao menos até o momento, não conseguiu transformar o aumento das operações em lucro. Há cerca de dois anos, os franceses tentaram virar o jogo com a troca de comando da subsidiária brasileira: Francis Repka foi convocado para o lugar de François Dossa – hoje nº 1 da Nissan no país. Por ora, a doença está derrotando o remédio. Os maus resultados do banco começam a minar o próprio prestígio de Repka, executivo com quase 30 anos de Société Générale e ótimos serviços prestados ao grupo, notadamente na Alemanha, onde também ocupou o cargo de CEO. Com presença historicamente discreta no mercado brasileiro, o Société Générale decidiu dar um salto no país a partir de 2007, quando comprou os bancos Cacique e Pecúnia. Talvez tivesse feito melhor se ficasse quietinho onde estava. Desde então, os franceses vêm apanhando um bocado na tentativa de aprumar as operações de crédito a pessoa física – segmento no qual o grupo tem reduzida experiência. Nos últimos dois anos, o Banco Cacique somou mais de R$ 220 milhões em prejuízos. Não faltam, portanto, motivos e cifras para o Société Générale remoer a ideia de pegar o boné e deixar o país. Desta forma, se juntaria a outros importantes bancos internacionais que sucumbiram no mercado brasileiro, como BankBoston, BBVA, Dresdner….
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Volta ao passado
25/04/2014A Bristol-Meyers Squibb estuda retomar a produção de medicamentos no Brasil, interrompida em 2011. Os custos com a importação dos produtos se revelaram mais altos do que o previsto. A farmacêutica norte-americana teria planos de construir uma fábrica em São Paulo, que abasteceria também outros mercados na América do Sul. Procurada, a empresa negou o projeto.
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A direção da BlackBerry no Brasil
17/04/2014A direção da BlackBerry no Brasil teme que o episódio André Vargas respingue na sua reputação junto a um consumidor extremamente fiel: políticos. A Polícia Federal só conseguiu escarafunchar as relações entre o deputado federal e o doleiro Alberto Yousseff após ter acesso a s missivas trocadas por ambos a partir do BBM, sistema de mensagens da companhia canadense. O aplicativo sempre teve a aura de inexpugnável. Não por acaso, o BlackBerry é o smartphone preferido de nove entre dez congressistas.
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Orygen e fim
4/04/2014A Orygen, uma das duas empresas de biotecnologia criadas sob a batuta do BNDES, deve ir para o mausoléu das boas intenções. No próprio banco de fomento, circula a informação de que o Eurofarma e o Biolab estão deixando o negócio – os outros dois sócios originais, Libbs e Cristália, já abandonaram o barco. Procurados, Eurofarma e Biolab negam a saída do projeto.
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Cartão da Caixa
10/03/2014Assim como o BB, um dos sócios da Cielo, a Caixa Econômica também teria planos de ter sua própria credenciadora de cartões de crédito. Segundo informações filtradas junto a CEF, um dos caminhos cogitados seria uma associação com a norte-americana Elavon, que já é sua parceira. Procurada, a Caixa negou o interesse em montar uma credenciadora.
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Candido Bracher dispara na sucessão do Banco Itaú
28/02/2014Candido Botelho Bracher, o “Candinho”, se autodesignou sucessor de Roberto Setúbal na presidência do Itaú – o apêndice Unibanco da marca sempre foi um artificialismo. A candidatura patrocinada por ele mesmo não chega a fugir aos cânones. “Candinho” vem de uma linhagem nobre de banqueiros – é filho de Fernão Bracher, ex-presidente do Banco Central – e comanda o Itaú BBA, um dos negócios mais celebrados da holding dos Setúbal. Não tem o sangue azul dos donos, mas sobra-lhe determinação, predicado que ajudaria a demover o patriarca da ideia de adiar um pouco mais sua aposentadoria compulsória. No ano passado, Setúbal alterou os estatutos do banco, alongando o deadline dos 60 para os 62 anos hoje, ele tem 59. A mudança, ressalte-se, se deu na linha do “partido do eu sozinho”; valeu apenas e tão somente para o cargo de presidente do Itaú. Se depender da ala mais jovem do banco, “Candinho” é bem-vindo. Ganha de goleada do candidato Ricardo Villela Marino, neto de um dos fundadores e, então, principal acionista do banco, Eudoro Villela, um dos anjos negros do grupo de empresários que derrubou a democracia e provavelmente o homenageado com o lançamento de uma agenda-brinde do Itaú saudando a Revolução de 1964 – ver RR edição nº 4.814. Se destronar Roberto Setúbal, “Candinho”, que é bem mais agressivo, empurrará ainda mais para o ostracismo o outro acionista principal do Itaú, Pedro Moreira Salles. Este último poderá exercer um talento temporão para ganhar milhões de reais no anonimato. Por enquanto, no banco as conspirações estão em suspenso. Foram abaladas pelo ato falho dos dizeres na agenda: a revelação de antigas preferências ideológicas, nem tão secretas assim, pois sempre foi de comum conhecimento que, depois de Dr. Gastão Bueno Vidigal, potentado do Banco Mercantil de São Paulo, os senhores controladores do Itaú eram o bolso do golpe militar. Os aristocratas radicais, porém sinceros, do sistema bancário hoje mudaram de foco. Fazem campanha aberta contra o”governo do Lula”. Assim são chamados, no quartel da Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha, todos os mandatos do PT. A exemplo do que fizeram tanto no autêntico governo do “operário” quanto no de Dilma Rousseff, o departamento econômico do Itaú dispara, sem piedade, seus mosquetões contra as políticas do Ministério da Fazenda e do Banco Central. Mas março, mês da “Redentora”, há de chegar e com ele retornam as articulações nos bastidores. Ao que tudo indica, somente Roberto Setúbal poderá abortar o destino pertencido de “Candinho”, promovendo um golpe branco capaz de adiar a sua aposentadoria compulsória. Não será a primeira vez. Induzido pelo desespero das crises premonitórias de um ócio desolador – segundo uma fonte próxima, atravessou dois momentos de melancolia, recentemente – voltaria a virar a mesa, protelando a saída do banco. Mas não parece aconselhável, contudo, apostar em uma quartelada bancária em meio ao arrastado processo sucessório. Aliás, para quê? O Itaú já gasta suas energias fazendo revoluções através da sua folheteria de mau gosto. É “Candinho” na cabeça!
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Irmãos Grimm
28/02/2014É mais fácil o BTG Pactual comprar o BB e a Caixa Econômica do que o BC aprovar a estranha operação costurada com os ex-controladores do BVA. André Esteves quer montar uma empresa para vender na praça supostos créditos fiscais de R$ 1 bilhão do finado BVA, condicionado a um acordo com os credores. A liquidação seria suspensa, algo inédito na história do mercado financeiro, e os antigos donos chegariam ao fim da fábula com seus patrimônios limpinhos. Melhor contar outra.
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Banco do Brasil
14/02/2014O BB teria voltado a carga para assumir o controle do Banestes, um sonho antigo por conta da folha de pagamentos do funcionalismo capixaba. No entanto, é pouco provável que o negócio saia em ano eleitoral.
Acervo RR
Banco do Brasil
14/02/2014O BB teria voltado a carga para assumir o controle do Banestes, um sonho antigo por conta da folha de pagamentos do funcionalismo capixaba. No entanto, é pouco provável que o negócio saia em ano eleitoral.
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ABB aponta suas turbinas na direção da Weg Motores
13/02/2014O epíteto de “empresa 100% nacional” que sempre acompanhou a Weg Motores pode estar com os dias contados. Ao menos no que depender do apetite da ABB. Um dos maiores fabricantes de equipamentos do mundo, o grupo suíço estaria disposto a desembolsar uma fortuna pelo controle da companhia catarinense. O que mais aguça o apetite da ABB é a unidade de energia elétrica da Weg, hoje responsável pelas maiores taxas de crescimento da empresa. No ano passado, a receita com a venda de equipamentos para geradoras subiu 23%, contra 18% do aumento da receita global. Neste ano, o avanço da carteira deve chegar aos 30%. A ABB olha para o fim da década e além. A expectativa é de que até 2020 a demanda por equipamentos elétricos no Brasil cresça 40% na esteira dos grandes empreendimentos hidrelétricos na Amazônia. Se o prazo for esticado para 2024, esse índice sobe para 60%. Com a compra da Weg, a ABB montaria uma máquina de guerra para disputar estes contratos: passaria a ter 13 complexos industriais no país, sete deles herdados da empresa catarinense. E o exterior? Bem, tratando-se do grupo suíço, presente em mais de 100 mercados, as operações da Weg em duas dezenas de países entre fábricas e escritórios comerciais viria quase como um brinde. A ABB sabe que está jogando suas fichas em uma aposta complicada. A Weg está longe de ser uma presa frágil. Trata-se de uma companhia lucrativa, com uma gestão eficiente, uma marca forte e notória inserção internacional. Aparentemente, não tem problemas de sucessão. Os acionistas fundadores Werner Ricardo Voigt e Eggon João da Silva já estão afastados da gestão executiva desde o início dos anos 90. Por sua vez, Décio da Silva, filho de Eggon, conduziu o processo de profissionalização administrativa até 2007, quando também deixou o dia a dia para assumir o comando do Conselho de Administração no lugar do pai. São fatos que tornam a Weg ainda mais valiosa e jogam lá para cima um eventual dote pelo controle.
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GE faz do inimigo de amanhã o aliado de hoje
10/02/2014O soro antiofídico tem como objetivo a manutenção da liderança na produção de equipamentos para usinas eólicas no Brasil, sob risco diante da crescente chegada de fabricantes chineses. Por meio da subsidiária GE Power & Water, planeja unir suas armas a s de um destes grupos. Os norte-americanos não fazem por menos: o alvo seria a Goldwin, a maior produtora de turbinas para geradoras eólicas da China. A operação envolveria a formação de uma joint venture no Brasil. Oficialmente, a GE nega a parceria com a Goldwin. Está feito o registro. No entanto, a associação faz todo o sentido. Dona de uma fábrica em Campinas, a GE daria aos chineses o que eles ainda não têm: uma plataforma industrial no Brasil. Já os asiáticos entrariam no negócio com o que costumam ter de melhor: tecnologia competitiva dentro de uma estrutura de custos bem seca. Com o eventual acordo, a GE transformaria um potencial adversário em aliado. Não é de hoje que a Goldwin estuda sua entrada no Brasil: na esteira dos diversos projetos de parques eólicos, sobretudo no Nordeste e no Sul do país, o segmento tem crescido, em média, 30% ao ano. Além do combate a concorrência chinesa, os norte- americanos se defendem também do crescimento de outros fabricantes já instalados no país, como a argentina Impsa, a dinamarquesa Vestas e a brasileira Wobben Windpower.
Acervo RR
Dolce & Gabbana
6/02/2014A Dolce & Gabbana procura um sócio local para abrir lojas e montar um centro de distribuição no Brasil.
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Dolce & Gabbana
6/02/2014A Dolce & Gabbana procura um sócio local para abrir lojas e montar um centro de distribuição no Brasil.
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Fiesp Á a‚ espera de um “barão”de verdade
31/01/2014Benjamin Steinbruch terá a possibilidade, nos próximos meses, de ressuscitar a influência da Fiesp nos destinos da política econômica. A frase está no condicional porque quem conhece o “Barão do Aço” sabe que ele se enjoa rapidamente dos seus feitos e não tem a tradição de levar a frente pleitos e interesses que não sejam os seus. Mas, de qualquer forma, com o afastamento de Paulo Skaf, pré- candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, a oportunidade está dada. Como vice-presidente da entidade, Steinbruch assume automaticamente o mandato. Verdade seja dita, trata-se do maior industrialista do país, carente de lideranças no setor desde os idos de Antônio Ermírio de Moraes, Mario Amato, Luís Eulálio Bueno Vidigal e Claudio Bardella, somente para citar alguns. Também pelos lados do capital estrangeiro na indústria, a acefalia é geral. O que sobrou foram saudades do tempo de Hermann Wever, Wolfgang Sauer, Rudolf Hohn, Carlos Salles, Felix Bulhões e outros, que se notabilizaram por participar da discussão de propostas para o desenvolvimento do setor. Era gente ouvida entre seus pares e pelo governo. Hoje, quem restou? Benjamin Steinbruch é o ilustre sobrevivente. Se tiver gás e interesse, poderá conduzir a Fiesp aos gloriosos tempos de Roberto Simonsen, quando a entidade era bem mais do que mero instrumento de lobby empresarial e, sim, uma academia de formulação de políticas para o desenvolvimento nacional. Hoje, a entidade está tolhida por um provincianismo despropositado, na contramão das necessidades da indústria, que vem perdendo crescentemente participação no produto interno do país. A verdade é que a Fiesp não só se apequenou, mas ficou cafona. Cabe a Benjamin Steinbruch dar o toque de modernidade que urge na Avenida Paulista.
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Suelto sobre o bom vinho e a borra esmagadora
20/01/2014Da cor da turmalina é a excepcional safra do vinho raro decantada por alguns bons brasileiros nos últimos dias. A reflexão servida por essa esquadra antialarmismo é um néctar da maior qualidade. Destaque para o professor Francisco Lopes, ex-diretor do Banco Central, que orquestrou a mais lúcida análise da política econômica do governo Lula/Dilma. Sem a mesma exposição, regeram magnificamente suas partituras o embaixador Jorio Dauster, o presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal, e o professor da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE), Aloisio Araújo, todos pensadores não alinhados com o PT. Esses enólogos da economia têm contribuído mais do que toda a inteligência de esquerda para demonstrar que não existe motivo para o terrorismo que vem sendo praticado por economistas financistas e acadêmicos a soldo, cujas opiniões hegemônicas vêm sendo disseminadas pela mídia comprometida. Mesmo que a maior parcela da résistance contra o pensamento econômico ideológico ou desonesto somente sirva sua iguaria em nichos pouco audíveis, o importante é que habbemos inteligência. Em linhas bem gerais, vocalizam que não crescemos o desejado porque, entre outras variáveis, optamos preferencialmente pela distribuição de renda a ampliar o bolo do PIB. Este, por sua vez, tende a crescer menos porque o pleno emprego diminui o exército de contingência recrutável para expandir a riqueza nacional. Desde o primeiro ano do governo Lula, essa acabou se tornando uma escolha da democracia. Informam que a manutenção do consumo, a elevação dos salário e a redução da miséria têm um custo inflacionário, ainda residual em relação aos benefícios citados. Elucidam que a dívida líquida é um Chateau Talbot, mas, vá lá, se quiserem um Petrus, deduzam da tão decantada dívida bruta as reservas líquidas em reais. Ainda assim, o paladar é magnífico. Em outras palavras, a nossa situação fiscal está tão boa ou melhor do que estrilam os locutores do mercado financeiro. Explicam ainda que a crise financeira internacional, as manifestações de rua e a queda do crescimento chinês são externalidades que influenciaram o afrouxamento fiscal, a carestia, os juros e a conta corrente. Lembram que o maior programa de concessões/privatizações do mundo está começando e tem potencial para ser extremamente ampliado. Ponderam que mais ou menos 2,5% a 3,5% é o nosso PIB estrutural ? o que não é motivo de vergonha ?, pois decidimos por um experimento de combinação de razoável flutuação cambial, Banco Central autônomo e rédeas fiscais sob controle em sintonia com a absoluta prioridade ao social. Informam que todos os ajustes necessários não são dolorosos e sim correções de rota simples, noves fora as reformas estruturais há muito aguardadas. O país tem do que se orgulhar. Portanto, recomenda-se a presidente Dilma que se dispa desse estilo cleopátrico, pare de cultivar áspides a quente em seu peito e acalente esses ainda escassos intérpretes lúcidos da realidade. Eles são a boa nova que surgiu nessa terra onde o vinho de uma extensa margem a direita do rio é avinagrado.
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Pedágio
13/01/2014Adviser do IPO do Cruzeiro do Sul, o Itaú BBA teria se comprometido a ficar com uma parcela de ações do grupo educacional caso não consiga colocar todos os papéis em mercado.
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Cristália rascunha a bula do
6/12/2013O Cristália, ao que parece, se impregnou com as teses do BNDES e quer virar um “cavalo vencedor”. A companhia tem se dedicado ao projeto de criação de um “superlaboratório” nacional, que surgiria da associação com outros fabricantes do setor. Segundo um executivo que participa das gestões, as conversas envolvem mais três farmacêuticas. De acordo com a mesma fonte, o principal candidato a entrar no frasco é o Libbs, dono de uma fábrica na cidade de Embu (SP). Num exercício hipotético, pegando-se apenas o Cristália e o Libbs, a nova empresa nasceria com um faturamento anual próximo de R$ 2,5 bilhões. Ou seja: a companhia já sairia da pipeta sendo um dos cinco maiores fabricantes de medicamentos do país, com aproximadamente 5% das vendas totais do setor. Procurado, o Libbs informou “desconhecer o assunto”. Querer tornar-se uma consolidador é um direito, mas fazê-lo é uma danação. Ogari Pacheco, dono do Cristália, não é bem quisto no BNDES. Os dirigentes da agência de fomento têm bem guardada na memória a desfeita do empresário. Após meses de duras negociações e com o projeto publicamente anunciado, Pacheco abandonou o capital do Orygen, uma das duas grandes fabricantes de biossimilares criadas sob os auspícios do BNDES. Aliás, a carapuça de desertor também veste o Libbs, que participava da operação e, assim com o Cristália, esperou o barco zarpar para pular fora. No BNDES, que já jogou para escanteio a tal política dos cavalos vencedores, os propósitos de Ogari Pacheco são vistos como um desejo fora da linha do tempo. Além, é claro, das intenções duvidosas com as quais o empresário é identificado. A tentativa de montagem de um “superlaboratório” nacional não passaria de um blefe para valorizar o passe do Cristália e vender o controle da companhia. Pacheco, 75 anos, não tem herdeiros com perfil para tocar o negócio, embora um de seus quatro filhos, Ricardo Pacheco, integre o Conselho de Administração. O empresário também não tem sócios participativos na gestão.
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Grupo Impsa vira-casaca e se veste de verde e amarelo
5/12/2013Nesse ritmo, o empresário Enrique Pescarmona ainda vai acabar se tornando pivô de um entrevero diplomático. Um dos homens mais ricos e poderosos da Argentina, Pescarmona vem transferindo para o Brasil uma parte cada vez maior de seus negócios, o que tem provocado um sério desgaste em seu relacionamento com a presidente Cristina Kirchner. Mais de 50% do faturamento do Grupo Impsa, de sua propriedade, já são decorrentes das operações do lado de cá da fronteira. A expectativa da companhia é que este índice chegue aos 60% até o fim de 2014, número que poderá ser superado se Pescarmona conseguir tirar do papel seu próximo grande projeto no Brasil: a criação de um fabricante de equipamentos de energia com porte suficiente para concorrer com os gigantes do setor leia-se Alstom, Siemens, ABB e GE, entre outros não apenas no mercado brasileiro como em outros países da América Latina. A Impsa pretende atrair um sócio brasileiro para o projeto. Um forte candidato é o InfraBrasil, capitaneado pela Previ. O fundo de investimento em infraestrutura tem participações em projetos de geração e usaria esta inserção como forma de baratear a construção de usinas. Os argentinos, por sua vez, já produzem componentes para o setor elétrico no país, mais precisamente em Pernambuco, onde têm uma fábrica de turbinas para grandes hidrelétricas e usinas eólicas. O vira-casaca de Enrique Pescarmona suscita reações diferentes em cada lado da fronteira. No Brasil, o empresário é incensado pelos governos do Rio Grande do Sul e de Pernambuco, que oferecem mil e uma contrapartidas para receber os investimentos da Impsa; na Argentina, passou a ser visto por alguns setores do governo como uma Quinta Coluna. Na Casa Rosada, a indisposição em relação a Pescarmona é cada vez maior. Além da exportação de divisas, com a concentração de seus aportes no país, a Impsa tem reinvestido seus lucros no Brasil. Ou seja: é um dinheiro que não volta para a Argentina. A situação tende a se agravar; já há algum tempo a própria imprensa portenha especula a possibilidade de o Grupo Impsa transferir seu centro de decisões para o Brasil. Além do aumento das operações em terras brasileiras, o movimento se justificaria também por razões fiscais e pelo acesso a financiamentos em condições bem mais vantajosas do que na Argentina. Neste contexto, a montagem de uma grande operação na área industrial seria a peça que falta para que a mudança da sede se consumasse. Se é que, na prática, isso já não ocorreu. Dois dos quatro filhos de Enrique Pescarmona moram no Brasil e o próprio empresário tem vindo ao país de forma cada vez menos espaçada. Enquanto o projeto maior não sai do papel, a Impsa acelera a expansão de seu complexo industrial em Suape. A fábrica de turbinas vai passar por mais uma fase de ampliação. Para 2014, os argentinos preveem ainda a construção de sua segunda unidade de produção de aerogeradores para usinas eólicas no país a primeira está instalada no Rio Grande do Sul.
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Esteves acha um atalho para o Banco Votorantim
22/11/2013É impressionante como Eike Batista, ou melhor, como a débâcle de Eike Batista faz bem a André Esteves. O banqueiro foi muito bem remunerado para ser adviser de uma reestruturação que sequer chegou a entregar. Só na venda da MPX, teria embolsado aproximadamente R$ 50 milhões, isso para não falar do valor intangível do acesso a s mais intestinas informações do Grupo EBX – um conhecimento que pode ter mil e uma serventias. No entanto, nessa curiosa e bem recompensada convivência, o maior dos ganhos obtidos por Esteves não deverá vir pelo seu figurino de conselheiro. Por vias transversas, Eike tem tudo para ser o responsável pela consumação do maior e mais cobiçado projeto do banqueiro: ser sócio, a um só tempo, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. O “X” da questão é a execução da garantia dada pelo Banco Votorantim ao empréstimo de US$ 228 milhões do BNDES a OSX. Ao que tudo indica, o pagamento da carta-fiança, anunciado nesta semana, foi a gota d’água na conflituosa sociedade entre o BB e os Ermírio de Moraes, sócios no Votorantim. O desembolso dos US$ 228 milhões praticamente aniquilou qualquer possibilidade de o banco fechar o último trimestre do ano no azul e interromper a longa sequência de prejuízos. Somando-se os balanços de 2011 e de 2012, as perdas chegam a impressionantes R$ 2,2 bilhões. Nos noves primeiros meses deste ano, o déficit acumulado é de R$ 633 milhões. Ressalte-se que a direção do Votorantim teria aprovado a concessão da carta-fiança sem a anuência do BB. O resultado não poderia ser outro. Segundo fontes ligadas a instituição, a situação acicatou de tal forma o relacionamento entre as partes que já se dá como certo o rompimento – leia-se a saída dos Ermírio de Moraes, que, aliás, querem deixar esse barco não é de hoje. Neste caso, todos os caminhos levam na direção do BTG Pactual. Há tempos que André Esteves se movimenta para fincar sua bandeira no Votorantim – ver RR edição nº 4.374. Desta forma, o dono do BTG fecharia seu tão sonhado Grand Slam bancário, tornando- se parceiro da Caixa, por meio do Banco Pan (o antigo PanAmericano), e do BB, no Votorantim. A partir daí, as derivações não têm limite. Esteves poderia, por exemplo, criar uma holding onde penduraria suas participações nos dois bancos. O passo seguinte? Bem ao estilo do BTG, que tal um IPO desta futura empresa? O disfarçado incesto da banca pública – o banqueiro privado fecha os vértices do triângulo com o BB e a CEF – deixará André Esteves em posição privilegiadíssima no setor. A interseção societária com o BB e a Caixa significará o acesso a dois dos maiores canais de distribuição do varejo bancário no Brasil: a dupla soma mais de oito mil agências. A operação, diga-se de passagem, viria em um momento oportuno. O Pan não é o sofrido Banco Votorantim, mas o BTG também tem suado para colocar a casa em ordem. Um caso emblemático é área de crédito imobiliário. Nem mesmo a coabitação societária com a Caixa tem sido suficiente para alavancar o negócio. Muito pelo contrário. Nos últimos meses, o Banco Pan reduziu a oferta de recursos e adotou critérios mais rigorosos para a concessão de empréstimos, inclusive com a suspensão de uma leva de contratos que já estavam pré-aprovados.
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Guerrilha
7/11/2013As norte-americanas Liberty e Chubb começam a despertar a ira da concorrência. Ambas estariam liderando uma guerra de preços na oferta de seguros-garantia, notadamente para a indústria de petróleo. Segundo as más línguas do setor, a dupla norteamericana vem desferindo golpes abaixo da linha de cintura. Procuradas, ambas negam em coro qualquer prática comercial mais agressiva. Melhor assim!
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Avibras é uma fênix voando na direção da Rosoboronexport
1/11/2013Quantas vidas tem a Avibras? Depois de atravessar uma gravíssima crise financeira, que praticamente paralisou sua produção, passar por uma complexa recuperação judicial e, no meio do caminho, ainda perder seu acionista fundador, João Verdi, morto em 2008, a fênix da indústria bélica parece estar renascendo. Mais uma vez. Poucos meses após fechar a compra de 9% da Harpia, fabricante de equipamentos e sistemas controlada pela Embraer e pela israelense Elbit, a companhia está envolvida em um negócio de proporções ainda maiores. Costura uma parceria com a Rosoboronexport, um dos grandes players internacionais da área de defesa. Um grupo de executivos da estatal russa deverá vir ao Brasil até dezembro para acertar os últimos detalhes do acordo. O contrato prevê a transferência de tecnologia para a Avibras e a montagem, no Brasil, de equipamentos desenvolvidos pela Rosoboronexport, notadamente mísseis portáteis, foguetes guiados e simuladores. A parceria combina os interesses de ocupação geoeconômica de parte a parte. A Avibras terá o acesso facilitado ao mercado internacional, a começar pelo Leste Europeu. Já a Rosoboronexport pretende montar uma cabeça de ponte na América Latina e, a partir do Brasil, prospectar negócios na região. Os russos também vislumbram no acordo uma oportunidade ímpar de se aproximar das Forças Armadas brasileiras e conquistar futuros contratos. Historicamente, a Avibras mantém um relacionamento estreito com a área militar e o governo como um todo. Ressaltese que o Banco do Brasil foi personagem central no soerguimento da companhia. Há cerca de três anos, a Avibras conseguiu uma garantia do BB que lhe possibilitou fechar um contrato de exportação de US$ 250 milhões, fundamental para o encerramento da recuperação judicial. Na esteira do acordo com a Rosoboronexport, a Avibras espera triplicar seu faturamento até 2017 – em 2013, a receita deve bater nos R$ 300 milhões. Em tempo: iminente acordo com um grande grupo internacional, dívidas renegociadas, faturamento em alta: quer dizer, então, que a Avibras navega em céu de brigadeiro, certo? Errado. No momento, a companhia está a s voltas com uma disputa societária. Um grupo de minoritários contesta uma conversão de dívidas em ações feita em abril do ano passado, que permitiu ao acionista controlador, João Brasil Carvalho Leite, aumentar sua participação para 94%.
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Josué Gomes da Silva já está fardado para 2014
29/10/2013A que vem Josué? A pergunta, em tom quase bíblico, começará a ser respondida no início de 2014, quando Josué Gomes da Silva deverá deixar o comando da Coteminas para se dedicar ao que se anuncia como o grande projeto da sua vida. Recém-filiado ao PMDB, prepara-se para zarpar de vez em direção a política. Josué não é exatamente um vestibulando na matéria. Afinidade com o poder não lhe falta. Ele talvez seja hoje o empresário mais próximo de Lula, notadamente no que diz respeito a discussão da economia nacional. O herdeiro de José Alencar tem participado do grupo de avaliação de conjuntura que se reúne regularmente com o expresidente, no qual se notabilizam Antonio Palocci, Paulo Okamoto, Aloizio Mercadante – Delfim Netto e Luiz Gonzaga Belluzzo costumam aparecer, embora com menos assiduidade. O passe político de Josué, ressalte-se, foi disputado a peso de ouro. Todos os partidos de maior expressão conversaram com ele. O empresário foi para onde Lula o aconselhou a ir. O próprio ex-presidente esteve presente ao seu ato de filiação ao PMDB, uma efeméride, aliás, repleta de simbolismos. A cerimônia foi conduzida por Michel Temer, sucessor de seu pai na vice-presidência da República. E por onde Josué Gomes da Silva caminhará na política? Uma das possibilidades aventadas não lhe apetece muito. a€ boca pequena, ele tem dito que não se vê como o vice do PMDB na chapa de Fernando Pimentel ao governo de Minas Gerais. A candidatura ao Senado seria o caminho natural e, a priori, com grandes chances de vitória. No entanto, a hipótese do coração de Josué e do cérebro de Lula seria o seu début no governo em 2014. Neste caso, ele assumiria a vaga deixada pelo próprio Pimentel no Ministério do Desenvolvimento, herdando uma Pasta ainda mais forte, com poderes sobre o BNDES e autoridade sobre o BB e a CEF. Josué, então, ganharia musculatura para assumir a Fazenda no segundo mandato de Dilma Rousseff, com a missão de galvanizar o apoio empresarial com vistas ao crescimento médio do PIB da ordem de 3,5% no próximo governo. A partir daí, o céu seria o limite. No seu firmamento político, Josué poderia ser o candidato da situação – não pelo PT, mas pelo PMDB – a sucessão de Dilma. Mas cada coisa a seu tempo. Neste momento, Josué deve ser visto como é: um soldado a disposição para 2014. Josué Gomes da Silva já teria um nome no bolso do colete para assumir a presidência da Coteminas. No entanto, essa talvez seja a parte menos complexa da operação. Ele próprio tem feito questão de dizer a alguns empresários que hoje, após a reestruturação deflagrada com a compra da Springs, a Coteminas anda sozinha. Josué foi um dos primeiros do setor a não apenas assimilar como colocar em prática a tese de que a indústria precisa de um canal de serviço. Saiu comprando redes varejistas para verticalizar a operação, isso antes do célebre estudo da McKinsey, segundo o qual os serviços representam 23% do valor adicionado da indústria. Cabe ressaltar também que o empresário Josué Gomes da Silva sempre procurou deixar o caminho pavimentado para o político Josué Gomes da Silva, a começar pelo grau de independência em relação ao governo. Hoje, a Coteminas praticamente não tem dívida com o BNDES, um conselho de José Alencar que o rebento seguiu a risca.
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Passarela 1
29/10/2013Os planos de expansão da Dolce & Gabbana no Brasil estão desfiando feito um tecido de chita. Com uma única loja, em São Paulo, a grife enfiou no fundo da gaveta o projeto de quatro inaugurações em 2014. Por ora, os italianos estão dispostos a abrir apenas uma loja, provavelmente no Rio de Janeiro.
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Passarela 2
29/10/2013Se as roupas da Dolce & Gabbana encolhem, a conterrânea Valentino promete seguir o caminho contrário no Brasil. Os novos controladores da grife, pertencentes a família Real do Catar, estabeleceram como prioridade o crescimento da marca nos mercados emergentes. A filial brasileira será, inclusive, responsável pela distribuição na América do Sul.
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Cantando pneu
17/10/2013Recém-chegada ao Brasil, a fabricante de pneus Sumitomo Rubber aponta suas armas para a Goodyear. Além da aposta no varejo, principal negócio dos norte-americanos no país, os japoneses estariam oferecendo mundos e fundos para cooptar revendedores da adversária. Consultadas, a Goodyear afirmou que “toda a concorrência é saudável” e a Sumitomo não confirma.
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Morte anunciada
7/10/2013O Orygen, “superlaboratório” criado sob os auspícios do BNDES, está derretendo feito um Redoxon num copo d’água. Após a deserção da Libbs e do Cristália, os sócios remanescentes, Eurofarma e Biolab, também estariam se preparando para deixar o barco. Consultada, a Eurofarma afirmou que continua no projeto. Sem qualquer comparação, Libbs e Cristália também diziam o mesmo.
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Oportunidade
16/09/2013A GE planeja investir R$ 100 milhões para aumentar a produção de equipamentos para o setor de energia. Os norte-americanos enxergam carniça na desgraça alheia. Na GE, a operação vem sendo chamada de “papa-cartel”. Alguns de seus maiores concorrentes no setor, como Siemens e ABB, têm sido investigados pelos órgãos de defesa da economia por suspeita de formação de cartel e podem perder importantes contratos.
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BB e CEF salvam seus arquivos na mesma pasta
12/09/2013A captura de sinergia entre o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal na área de processamento de dados pode gerar a maior empresa nacional de tecnologia. O projeto em questão passa pela integração operacional e societária de toda a estrutura de TI da dupla, incluindo a rede de atendimento ? só de caixas eletrônicos, são quase cem mil. Durante o governo Lula, as duas instituições financeiras chegaram a ensaiar um movimento semelhante. Na ocasião, a operação se daria por meio da entrada da CEF, mais precisamente da Caixa- Par, no capital da Cobra, braço de tecnologia do BB. No entanto, a tecla “enter” jamais foi apertada. Desta vez, o que está sobre a mesa é a criação de uma nova companhia, com o controle repartido diretamente pelos dois bancos federais. O projeto é um software livre, aberto a outros informatas. A princípio, BB e CEF ficariam com 50% da nova empresa. O restante das ações seria oferecido a um parceiro estratégico ou a um sócio investidor. Neste caso, um dos nomes que aparece na tela do computador é do BTG Pactual. Os motivos são óbvios: é banco, pode virar cliente, e ainda seria um valioso adviser para a eventual atração de outros parceiros. Seguindo a mesma linha, a nova empresa não serviria somente a otimização das redes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica. Seria também uma plataforma para a prestação de serviços a outras instituições financeiras, a começar por Basa e Banco do Nordeste, apenas para citar os potenciais clientes mais a mão. O mesmo poderia se aplicar aos bancos Votorantim e PanAmericano, que, de certa forma, também estão dentro de casa, por conta das participações, respectivamente, do BB e da Caixa Econômica. Ressalte-se que, na prática, o BB e a CEF já deram um passo importante para consumar este amálgama cibernético. Recentemente, montaram, em Brasília, um grande centro de dados, com mais de 25 mil metros quadrados e cerca de 120 quilômetros de rede de fibra óptica. Os ganhos de escala com a associação seriam brutais. Cálculos preliminares indicam que a aglutinação das respectivas áreas de TI em uma só empresa poderá gerar uma economia de até R$ 1 bilhão para as duas instituições financeiras. Em tempo: de quebra, o Banco do Brasil ainda resolveria um problema doméstico. No modelo idealizado para a operação, a Cobra Tecnologia seria incorporada a nova companhia, levando a reboque uma carteira de contratos da ordem de R$ 600 milhões/ano. Este movimento abriria espaço para a extinção da marca, que remete aos tempos de reserva de mercado. BB e CEF e muito provavelmente o BTG se dedicariam, então, a pavimentar o porvir. O futuro, nesse caso, atende por três letras: IPO.
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Lojas Riachuelo cresce na contramão dos indicadores
5/09/2013A economia andando de lado e o forte lobby para que se altere o modelo de crédito farto e a propulsão do consumo de massa, que caracterizaram os governos do PT, não arrefeceram os planos de Nevaldo Rocha e do rebento, Flavio, comandantes da Guararapes Confecções. Rocha pai e Rocha filho estão decididos a acelerar o ritmo de expansão da rede varejista Riachuelo, um dos principais negócios da família. A meta é abrir 100 lojas até o fim de 2014 – hoje são aproximadamente 150 pontos de venda. O clã estuda também a construção de uma nova fábrica – o braço têxtil do grupo é um dos principais fornecedores da Riachuelo. Consultada, a empresa não retornou. O investimento na abertura das novas lojas está avaliado em aproximadamente R$ 300 milhões. Os Rocha apostam algumas moedas de ouro neste projeto. A expansão varejista, aliada ao aumento da produção têxtil, poderá incrementar o faturamento total do grupo de R$ 1,7 bilhão para R$ 3 bilhões em até três anos. Para efeito de comparação, com a ampliação de sua rede, a Riachuelo não apenas ultrapassaria como abriria razoável vantagem em relação a Lojas Renner, que hoje tem cerca de 200 pontos de venda. A referência, aliás, não é casual. No passado recente, surgiram no mercado informações de que a Renner estaria interessada no controle da Riachuelo. A investida nunca teria se confirmado, mas ninguém conseguiu tirar dos Rocha a convicção de que o próprio grupo gaúcho disseminou o disse-me-disse sobre a “suposta” negociação. O slogan da Riachuelo é “fofoca e intriga a gente combate com abertura de loja”.
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O empresariado e a banalidade do mal
26/08/2013A política econômica do governo está sofrendo um ataque ideológico que tem duplo objetivo: impor a matriz de câmbio flutuante e o cumprimento das metas de inflação e do superávit primário que vigoraram até a metade da gestão Dilma Rousseff e levar seu impacto restritivo para o próximo ano, ampliando o risco eleitoral. A conjectura é do principal interlocutor da presidenta da República entre os economistas do governo, uma espécie de Rasputin da equipe econômica. Ele chama a atenção para o grosso calibre da munição que vem sendo utilizada: impregnação cognitiva, proselitismo, publicidade, cursos, palestras, conscientização direta através de institutos de estudos, disseminação política, lobby no Congresso Nacional e alinhamento incondicional das grandes mídias. O discurso provém basicamente do meio empresarial e se ampara em uma pedra fundamental: o governo jamais foi vítima de circunstâncias, mas, sim, errou o tempo inteiro. Não são variáveis amenizadoras, portanto, fatores exógenos e endógenos imprevisíveis, tais como a crise financeira internacional, a derrapada da China, a posição dos Estados Unidos como aspirador da liquidez internacional, as manifestações de rua, o efeito Eike Batista, entre outros. O governo teria errado sempre por ter privilegiado, através do modelo de fortalecimento do consumo, a preservação do emprego, as políticas sociais e a correção do salário acima da correção monetária, todos em detrimento dos investimentos. Só que os investimentos, segue o “Rasputin”, não viriam de jeito nenhum. E não vieram mesmo, nem com as desonerações, juros subsidiados e montanhas de recursos transferidos do Tesouro para o BNDES. Isto porque a acusação de risco jurisdicional, taxas de retorno baixas e ativismo na gestão pública dos negócios é uma “doutrina permanente” e impede o rugido do “espírito animal” do empresário. Nada motivará os investimentos. As demandas históricas dos dirigentes privados, a exemplo da redução da tarifa de energia elétrica e redução do custo fiscal sobre a folha de salários, foram criticadas, ou por terem representado uma quebra de regras ou por terem sido tímidas demais. O programa amplo geral e irrestrito de concessões do governo, o maior projeto de privatizações da história, é merecedor de menos aplausos do que de críticas, em função da sua morosidade e algaravia regulatória, ignorando-se que a infraestrutura é a maior colmeia de monopólios, lobbies e grupos de interesse distribuídos dentro do Executivo e do Congresso. Todas as previsões do boletim Focus sobre os diversos índices da economia feitas por analistas do mercado financeiro são invariavelmente negativas em relação a s projeções do governo. O economista Chico Lopes, em cruzada solitária, considera vivermos um caso de “viés de confirmação” (confirmation bias), que ocorre quando “as pessoas só são sensibilizadas por informações que pareçam confirmar suas crenças ou hipóteses, ignorando evidências em sentido contrário”. Pessimismo é a palavra-chave. “Rasputin” enxerga a constituição de uma massa crítica, que congregaria em um roldão liberais puros e autênticos e conspiradores ideológicos natos. Eles estariam beirando o limite da sua responsabilidade no uso das self-fulfilling prophecy (profecias autorrealizáveis) desestabilizadoras. “Rasputin” é radical: o governo tem de perseverar até outubro de 2014, ainda que o empresariado já tenha condenado Dilma sem provas.
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Gás boliviano
22/08/2013A chinesa BBK, que já fornece celulares para a Vivo, planeja fabricar aparelhos no Brasil. A produção deverá ser terceirizada a um grupo local.
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Alstom negocia aquisição em meio ao escândalo do metrô
20/08/2013O escândalo da Alstom, acusada pela Siemens de integrar um cartel formado para a venda de equipamentos ao Metrô de São Paulo com preços superfaturados, é motivo de grande aflição para Robson Andrade, presidente da CNI. Para desgosto do empresário, não poderia haver hora mais imprópria para o caso vir a tona. O episódio estoura justo no momento em que os franceses negociam a compra da Orteng, fabricante de componentes eletrônicos e elétricos controlada por Andrade. Há tempos o empresário procura um sócio para a companhia, em nome da própria longevidade do negócio. A Orteng tem sido empurrada para um cantinho da sala pelos grandes grupos internacionais que dominam o setor no Brasil, como ABB, Areva, Schneider, Siemens e a própria Alstom. Não vai ser Andrade que conseguirá sozinho concorrer com esses pesos-pesados. Hoje, a Orteng fatura por ano cerca de R$ 600 milhões. O empresário está convicto de que é possível duplicar este valor em apenas dois anos, desde que tenha um sócio anabolizado disposto a bancar o plano de investimentos da companhia. Procurada, a Alstom disse “desconhecer a negociação”. Já a Orteng não se manifestou. As tratativas entre Alstom e Robson Andrade têm sido marcadas por alguns desencontros. Incialmente, o empresário teria se mostrado disposto a vender o controle da Orteng. Depois voltou atrás, limitando a operação a uma fatia de 49% do capital. Para os franceses, o negócio só faz sentido se puderem ter uma participação majoritária e a gestão da empresa. Para contornar o impasse, Andrade acena com uma solução no meio do caminho. A Alstom levaria agora 49% e ficaria com a opção de compra de um novo lote de ações em até três anos. É até difícil imaginar a Alstom empenhada em fechar uma aquisição no Brasil no momento em que afunda em uma grave crise institucional e jurídica. No entanto, os franceses consideram prioritária a compra de ativos no setor de equipamentos elétricos e eletrônicos. Eles próprios vêm perdendo espaço não apenas para os grandes players europeus presentes no país, mas também para concorrentes recém-chegados do Oriente. Fabricantes chineses têm desembarcado no Brasil com sua tradicional agressividade na formação de preços. Em tempo: Robson Andrade confia que seu reinado na CNI é suficientemente cleaner para evitar que a malfeitoria da Alstom respingue na negociação da Orteng.
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A construção de um tumor
12/08/2013Os estrategistas do Palácio do Planalto já identificaram um malefício nuclear que a oposição acalenta, não sem receio. Trata-se de uma bomba capaz de afetar qualquer governo e deixar sequelas graves para o país em mandatos presidenciais futuros. Em síntese, um assunto além da política, que atinge a própria segurança nacional. Levantar esse balão é, no mínimo, uma irresponsabilidade, mas o governo já vivenciou outras sandices e sabe com quem lida. A expectativa é que a comunicação do Planalto e toda a sua rede estejam preparando o arsenal de contraataque, articulando, inclusive, as instituições envolvidas. Os jornais e revistas já se arriscam a elucubrar em torno da insanidade potencialmente desestabilizadora da gestão Dilma Rousseff. A palavra-chave pode ser traduzida em outras línguas: burbuja, bubble, bulle…
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Carro estrangeiro
26/07/2013Uma das condutoras do megalobby pelo aumento dos impostos sobre os veículos importados, a General Motors é adepta do “faça o que eu digo, mas não o que eu faço”. Alguns dos seus modelos mais recentes, como o Cruze, têm quase 50% montados lá fora.
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Ato III
24/07/2013A B&A Mineração, joint venture formada entre o ex-presidente da Vale Roger Agnelli e o BTG Pactual, surgiria como compradora da MMX. André Esteves detém a mais-valia de ser o reestruturador das empresas de Eike Batista. Em um passado não distante, o banqueiro foi o principal articulador da tentativa de Eike de adquirir um assento no controle da Vale. De posse do Porto do Sudeste, a dupla Esteves/Agnelli poderia tentar diversas formas de consolidação no setor. Há quem diga que uma das hipóteses seria uma associação com o braço de mineração da descadeirada Usiminas; outra, a onipresente aquisição da Ferrous. Nos dois casos, falta um porto para o escoamento da sua produção. Probabilidade: BB+
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Usina de lixo
19/07/2013A construção de uma subestação de energia elétrica em Belém estaria virando dor de cabeça sem fim para a suíça ABB. A companhia teria descoberto durante os trabalhos de escavação que o terreno do empreendimento esconde um lixão subterrâneo. Os suíços teriam batido na porta da Eletronorte, contratante do projeto. Mas a estatal teria se fingido de morta. Procuradas, a ABB e a Eletronorte informaram desconhecer o problema.
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Bertin nega serem suas as digitais na Blessed
17/07/2013Se Roman Polansky filmasse o contencioso entre o grupo Bertin e a Blessed LLC, com sede no estado de Delaware (EUA), a fita já teria um nome certo: “A dança dos peritos”. No lugar dos vampiros, que co-protagonizam o filme de Polansky estaria uma dívida exangue de R$ 100 milhões com o Banco do Brasil. Antes dos peritos entrarem em cena, há uma dança anterior: uma transferência de cotas do fundo Bertin-FIP para a Blessed , que seria supostamente ilícita, mas seria lícita, podendo ser ilícita ou não. Em síntese, um minueto entre aquilo que existe e o que nunca existiu. Os irmãos Bertin são sócios minoritários da JBS através do Fundo Bertin-FIP. As cotas do fundo teriam sido dadas em garantia de um empréstimo do BB para o Grupo Bertin. O processo começou no último dia 10 de junho, quando o duo resolveu questionar na Justiça a transferência dessas cotas para a Blessed. A disputa está sendo travada entre os peritos contratados de lado a lado para constatar a veracidade das assinaturas que validaram a transferência das cotas para a Blessed. O Bertin grita como se a Blessed tivesse cravado os dois caninos na sua jugular. Há diferenças de approach entre as partes. A empresa norteamericana chamou quatro especialistas em grafodocumentoscopia, que analisaram as assinaturas dos contratos, tanto o bilateral quanto o que foi chancelado pelo Citibank, gestor do Bertin- FIP, além das atas das últimas três assembleias dos cotistas do fundo. Na contramão de tanto rigor, o grupo Bertin contratou um único perito, Celso Mauro Ribeiro Del Picchia. A moviola não para de rodar nesse trecho. Enquanto os peritos da Blessed afirmam categoricamente que as assinaturas são verdadeiras, Del Picchia faz uma série de ressalvas para dizer o contrário. Para sangrar ainda mais a situação do grupo Bertin, há um inquérito sendo aberto por fraude em uma perícia feita por Del Picchia na 3ª Vara Criminal de Barueri (SP). O perito chegou a impetrar um habeas corpus para que fosse suspenso o processo, mas a medida não foi aceita pelo juiz. Procurado, o Instituto Del Picchia informou que o perito ainda não foi indiciado. Sobre a perícia do fundo, alegou sigilo profissional para não falar. Há detalhes nos autos que somente deveriam ser revelados em noite de lua cheia. Por exemplo: a transferência das cotas do Bertin-FIP para a Blessed ocorreu antes da incorporação do frigorífico Bertin pela JBS, o que afastaria o envolvimento desta, apesar da insistência do grupo Bertin de envolver a sócia no contencioso. Sobram elementos para inferir que se trata de uma atitude ardilosae vampiresca para desviar a atenção da dívida. O enredo tem como um dos coadjuvantes o Citibank. O banco tem se fingido de morto porque fez a transferência em duas tranches das cotas do Bertin- FIP para a Blessed. Uma de 1,2 milhão de cotas e outra de 348 mil cotas. A pergunta que não quer calar é por que o Citi não conferiu as assinaturas dos contratos de venda das participações. Ou será que conferiu? O Banco do Brasil, por sua vez, tem sido implacável na cobrança do débito devido a quebra de confiança provocada pela venda das cotas do Bertin-FIP, que servem de garantia do empréstimo bancário.Essa semana a Blessed deverá recorrer da decisão da 5ª Vara Cível de São Paulo de bloquear a comercialização das cotas. A expectativa é que o Tribunal de Justiça determine a realização de uma terceira perícia para constatar a veracidade das assinaturas. Procurados, o BB e o Citi não quiseram comentar e Bertin e Blessed não se pronunciaram.
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Voo próprio
9/07/2013A amazonense Petróleo Sabbá planeja montar uma rede de postos com bandeira própria. A medida seria um chega pra lá na Raizen, com quem mantém uma parceria no setor.
Acervo RR
Halliburton
11/06/2013A Halliburton está se valendo de suas costas quentes. O aparato de Estado norte-americano tem feito forte lobby junto ao governo brasileiro e, por extensão, a Petrobras com o objetivo de garantir para a empresa contratos de venda de equipamentos e serviços. A Halliburton tenta compensar no Brasil as perdas de receita que vem amargando no México, com a decisão da Pemex de adiar uma série de investimentos em exploração e produção. Como se a Petrobras vivesse dias muito melhores…
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Rating Fernando
3/06/2013Terni está recebendo o downgrade do downgrade em sua passagem como presidente da Alliar Medicina Diagnóstica. O executivo está balançando feito vara verde. Imaginar que ele já dirigiu corporações do porte de ABB, Intelig, Nokia e Schincariol. Consultada, a Alliar disse que “confirma a permanência de Terni na presidência”. Por que? Estava para sair?
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“Agripar” do BB
17/05/2013O Planalto usará o Banco do Brasil para adubar ainda mais o agronegócio. Além do financiamento direto a produção agrícola, o BB vai colocar o chapéu de investidor e entrar no capital de empresas do segmento. Já existem conversas com o Grupo AMaggi, do senador Blairo Maggi. Caberia ao BB apoiar a internacionalização da companhia. Entre outros projetos, o Amaggi pretende montar uma empresa para produzir e comercializar soja.
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Lobby atômico
14/05/2013A EDF – aliás, quem falou em EDF? O governo francês tem feito contínuas gestões junto ao Planalto para a retomada do programa nuclear brasileiro – leia-se a construção das quatro usinas que estão na geladeira. Os franceses garantem financiamento de longo prazo e um acordo de transferência tecnológica de muitos e muitos quilotons.
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“Bartô Rabbit”
13/05/2013Por ora, ainda é um fiapo de fala, que surge, vez por outra, nas reuniões de diretoria. Mas, ainda que tênue, enfim começa a surgir na Unimed-Rio uma voz de contraponto ao presidente da empresa, o todo-poderoso Celso Barros. Trata-se do diretor administrativo Bartholomeu Penteado Coelho.
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Quem vai pagar o pato da indústria?
8/05/2013Por trás dessa avassaladora discussão sobre produtividade da indústria, existe um lobby ribombante pela recuperação das margens do setor, quer seja por meio do aumento do câmbio real (pau na moleira do assalariado), quer seja por uma majoração dos juros reais. O argumento brandido para a elevação das taxas é o temor de um recrudescimento da inflação. Mas o que a turma quer mesmo é um pouquinho a mais de juros para a recomposição da sua receita financeira. Tem gente no governo que namora um Plano Real III, ou seja, a adoção de uma maxidesvalorização do real – de forma a cobrir as perdas históricas da indústria -, a contenção dos ganhos salariais nominais e a elevação da taxa de juros para segurar a inflação baixinha, compensando o trabalho com uma renda real maior em função do declínio da carestia. São muitas combinações ao gosto de cada freguês, mas, no fundo, é tudo uma questão de preço. A indústria quer remarcar seus produtos na vitrine, seja lá qual for a composição dos expedientes. Um lobby dessa proporção removeria montanhas, não fossem as eleições de 2014 e as convicções de Dilma Rousseff. Talvez fosse o caso da indústria dividir o custo dos ganhos de produtividade com o trabalhador, reduzindo suas margens. Mas essa proposta é quase uma distopia para os nossos briosos empresários fabris.
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Banestes
22/04/2013a€ luz do dia, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, rechaça qualquer possibilidade de venda do Banestes; quando o sol se põe, desandaria a conversar com a direção do BB. Procurado, o Banestes negou a transferência do controle. Já o BB disse que “não comenta boatos de mercado”.
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Caixa e Espírito Santo marcam encontro na gestão de fundos
18/04/2013O Banco Espírito Santo (BES) e a Caixa Econômica Federal (CEF) estariam perto de selar uma parceria para a criação e gestão de Fundos de Investimentos em Participações (FIPs) – um dos principais instrumentos usados pelo banco estatal para financiar projetos de infraestrutura. Segundo informações obtidas junto a CEF, o acordo incluiria o lançamento de quatro FIPs. Procurado, o Espírito Santo não quis se pronunciar. Já a Caixa negou o acordo com os portugueses. Entende- se até porque ela queira negar, já que a escolha do BES é um tanto quanto controversa. No entanto, segundo uma fonte próxima aos lusitanos, o contrato para a criação do primeiro fundo já estaria alinhavado. O lançamento ocorreria até junho. Segundo a mesma fonte, outro fundo sairia ainda nesse ano – os dois restantes ficariam para o primeiro semestre de 2014. A meta seria captar cerca de R$ 5 bilhões. O BES teria se comprometido a mergulhar de cabeça na derrama e arrancar uma parcela expressiva dos recursos junto a investidores europeus. Tomara! Até para afastar o mau agouro ao seu redor. A iminência do acordo entre a Caixa e o Espírito Santo vem causando perplexidade no mercado. Algumas cassandras chegam até a duvidar que um banco com uma operação tão restrita no país e com raízes fincadas em uma economia aos frangalhos tenha pernas para acompanhar a CEF em uma caminhada mais longa. No entanto, por mais paradoxal que possa parecer, talvez a fragilidade do Banco Espírito Santo seja o seu maior handcap para uma parceria com a Caixa. Para a instituição brasileira, o acordo com os portugueses traria a reboque a garantia de baixo risco de fricção e de mando absoluto na administração dos recursos. É pouco provável que o BES queira ser mais realista do que o rei e dividir a curva na gestão dos futuros fundos. Dificilmente isso ocorreria com um banco de maior porte e com expressivo poder de fogo no mercado nacional. É sintomático que, até hoje, a Caixa só tenha se associado a “bancos da família”, leia-se BB e BNDES, em operações congêneres. A própria direção da CEF teria questionado a viabilidade de uma parceria com um investidor privado na gestão dos FIPs, em razão das dificuldades para casar os interesses de parte a parte ? a começar pelo timing e pela expectativa de retorno dos projetos. No entanto, a promessa firme de captação de recursos no Velho Mundo, por um lado, e a possibilidade de colocar um pé no segundo maior banco do Brasil, de outro, são motivos para aplainar estas dúvidas.
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ABB planta uma jabuticaba elétrica
18/04/2013O Brasil poderá ser uma avis rara na operação mundial da ABB. O grupo suíço pretende adotar uma estratégia inédita para alavancar seus negócios no país. A investida passa pela entrada no capital de projetos na área de energia, notadamente a construção de hidrelétricas e de parques eólicos, sempre com fatias minoritárias. Procurada, a ABB negou a compra de participações. Fica respeitosamente registrada a sua negativa. No entanto, fontes ligadas a empresa garantem que o assunto tem sido discutido pela diretoria. O objetivo seria garantir cadeira cativa para a venda de máquinas e equipamentos. Trata-se de uma aposta com boa dose de risco. A ABB não tem qualquer experiência similar. No entanto, os suíços teriam avaliado que, no caso específico do Brasil, a presença no capital de geradoras funcionará praticamente como um bilhete premiado. A ABB vai se comprometer a injetar dinheiro em empreendimentos, sobretudo de novos investidores, para viabilizar sua instalação, engendrar mercado e garantir contratos para a venda de equipamentos. A ABB Brasil vai bem, obrigado! Neste ano, deverá faturar mais de R$ 2,6 bilhões. Significa dizer que a empresa conseguirá manter o crescimento médio superior a 25% registrado desde 2007. Não é pouca coisa. Ainda assim, o grupo enxerga a participação societária em futuros projetos como uma forma de exponencializar seus negócios no país, sobretudo diante do alto custo que a compra de equipamentos significa para as geradoras. Na expectativa de garantir uma boa fornada de contratos, a ABB já tem engatilhada a expansão de sua fábrica em Guarulhos.
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Fim da picada
2/04/2013Quem avisa amigo é. Se o BB adquirir um novo lote de ações do Banco Votorantim, será uma “operação hospital” desavergonhada. O BB já deu dinheiro de graça uma vez. Chega! Os Ermírio de Moraes, do alto da sua soberba de araque, que se virem com os astronômicos endividamentos e prejuízos do grupo.
Acervo RR
BB DTVM
26/03/2013BB DTVM está suando para manter a hegemonia na gestão de fundos extramercado, que abrigam recursos de estatais e autarquias. A CEF, que entrou no negócio em 2011, já ameaça a liderança do BB.
Acervo RR
“PMDBB”
21/03/2013O PMDB não pode receber a mão, que já tenta arrancar os dois braços. O partido quer incluir no pacote da minirreforma ministerial uma vice-presidência do Banco do Brasil. Um dos alvos é a área de agronegócio, hoje ocupada pelo pedetista Osmar Dias.
Acervo RR
Orygem reserva uma prateleira para os remédios da Libbs
18/03/2013Difícil precisar onde termina a decisão estratégica e começam as questões pessoais e uma certa pitada de vendetta. O fato é que a Orygen Biotecnologia, formada a partir da associação entre Eurofarma, Biolab e Cristália, promete usar de alta dosagem financeira para comprar o controle da Libbs. Por alta dosagem financeira, entenda-se o apoio do BNDES, idealizador e padrinho do superlaboratório nacional. De acordo com fontes do setor, a Libbs estaria avaliada em cerca de R$ 500 milhões. Controlada pelo empresário Alcebíades de Mendonça Athayde, a companhia participou de todas as negociações e esteve com um pé na Orygen até as vésperas do fechamento do acordo. Sua saída teria se dado em decorrência de desentendimentos em relação a participação societária de cada empresa e a partilha de cargos da nova companhia. Procuradas, Orygen e Libbs negaram a negociação. Nesta bula de interesses cruzados e letras miúdas, há uma pergunta que não quer calar: por que Alcebíades Athayde aceitaria vender a Libbs justamente para a Orygen Biotecnologia após ter tido, e rechaçado, a oportunidade de ser acionista da nova companhia? A realidade vista pelo microscópio da Eurofarma, do Biolab e do Cristália não é exatamente uma linha reta. Aos olhos do trio, a recusa de Athayde estaria eivada de segundas intenções. O empresário teria desistido de integrar a nova empresa já pensando na possibilidade de dourar a pílula, valorizar seu laboratório e vendê-lo em condições extremamente vantajosas. E por que os acionistas do Orygen aceitariam tal manobra? Aí sim entram a racionalidade corporativa e o pensamento estratégico. A aquisição seria um importante movimento de defesa, com o objetivo de impedir a associação da Libbs com um grande grupo internacional. Este enredo é tão desconcertante quanto o vai e vem de seus protagonistas. Que o diga o BNDES, que, mesmo sendo o BNDES, penou até conseguir unir todas as pontas da nova companhia. Assim como Alcebíades Athayde, os demais personagens da operação – Ogari Pacheco (Cristália), Maurizio Billi (Eurofarma) e os irmãos Cleiton e Paulo Marques (donos do Biolab) – são conhecidos no setor pelo absolutismo com que dirigem seus laboratórios e por suas idiossincrasias. O que se diz no BNDES é que o trio de acionistas da Orygen não engoliu a postura de Athayde, que, mesmo depois de uma série de exigências atendidas, deu para trás e quase colocou em risco a própria criação do super-laboratório. Daí a percepção de que, além da importância per si do negócio – o Libbs é uma das empresas nacionais mais fortes da área de biotecnologia e fatura por ano cerca de R$ 600 milhões -, alguns miligramas de vingança também movem a investida da tríade Eurofarma/Cristália/Biolab.
Acervo RR
BB preenche o cheque para a compra do GNB Sudameris
12/03/2013O Banco do Brasil está retomando seu projeto de internacionalização. E, desta vez, nada de fisgar peixe miúdo, como o argentino Banco da Patagônia e o norteamericano Eurobank, este com apenas três agências – comprados, respectivamente em 2010 e 2011. O BB negocia a aquisição do GNB Sudameris, controlado pelo grupo colombiano Gilinski. A instituição tem cerca de US$ 6 bilhões em ativos e pouco mais de 100 agências na América do Sul. No ano passado, o GNB incorporou todas as operações do HSBC na Colômbia, Peru, Paraguai e Uruguai, por aproximadamente US$ 400 milhões. A proposta do BB envolveria a compra de 51% do GNB – o banqueiro colombiano Jaime Gilinski Bacal e seus herdeiros permaneceriam com o restante das ações. Segundo informações obtidas junto ao Banco do Brasil, as conversas com os Gilinski já contemplam até mesmo uma futura expansão do GNB, com a duplicação de sua rede até 2015. De acordo com a mesma fonte, somando-se a aquisição da instituição e a ampliação das agências, o desembolso do BB deverá passar de US$ 1 bilhão. Procurada, a instituição informou que “não comenta boatos de mercado”. Uma vez concretizado, o negócio representará uma dupla vitória de Aldemir Bendine. Os investimentos do BB no exterior estavam congelados há mais de seis meses, o que, inclusive, gerou atritos entre Bendine e parte do Conselho de Administração refratária a novas aquisições – ver RR nº 4.393. Além das resistências internas, o executivo vem minando também uma muralha chamada Jaime Gilinski. Os primeiros contatos com o banqueiro colombiano teriam ocorrido há mais de dois anos. Desde então, as conversas passaram por várias idas e vindas, sobretudo depois que a instituição colombiana comprou os ativos do HSBC, o que valorizou substancialmente o seu passe. Uma das razões para a postura mais flexível de Gilinski teria sido o aceno do BB de usar o GNB como ponta de lança para expandir sua presença na América do Sul.
Acervo RR
Outubro
19/02/2013Outubro. Esta é a data com o qual o Banco do Brasil trabalha para o IPO da BB Seguridade. A expectativa é levantar mais de R$ 5 bilhões com a oferta de capital.
Acervo RR
MRV bate de frente com seu “sócio majoritário”
6/02/2013Talvez seja exagero dizer que a casa começou a cair. Mas Rubem Menin, dono da MRV, terá de recorrer a uma enorme engenharia institucional para evitar o desmoronamento da viga mestra de seus negócios: o relacionamento com o governo, notadamente a Caixa Econômica Federal, que se tornou uma espécie de sócia majoritária sem ações da empresa. A recente decisão da Caixa, acompanhada pelo BB, de suspender temporariamente os empréstimos a companhia por conta das denúncias de trabalho escravo é apenas a parte mais visível deste processo de erosão. No altocomando da Caixa, a começar pelo próprio presidente, Jorge Hereda, há uma crescente dose de irritação e má vontade em relação a Menin e a MRV. A ordem é não facilitar a vida da construtora. O motivo são os constantes atrasos na entrega de imóveis financiados no âmbito do “Minha Casa, Minha Vida”, potencializados pelas críticas do empresário ao governo. O desgaste nas relações entre a Caixa e a MRV teriam se acentuado desde meados do ano passado, quando o número de projetos em atraso começou a crescer. Há obras vinculadas ao “Minha Casa, Minha Vida” que já teriam excedido o cronograma em mais de dois anos. O problema se alastra por diversas regiões. Em São Paulo, a MRV se tornou uma das três construtoras com maior número de queixas registradas no Procon. No Rio Grande do Norte, a companhia foi condenada a pagar uma indenização de R$ 21 milhões a cerca de 700 clientes por atrasos na entrega de dois condomínios residenciais em Nova Parnamirim. A direção da Caixa tem feito pressão para que a MRV apresente um plano de medidas capaz de amenizar os atrasos e ajustar o cronograma das obras. Mas, até agora, nada. A insatisfação do comando da Caixa Econômica é proporcional ao peso da MRV no “Minha Casa, Minha Vida”. A empresa mineira é uma espécie de Atlas do projeto. Carrega sobre os ombros quase 400 empreendimentos. São R$ 6 bilhões em carteira. Significa dizer que, sozinha, a MRV responde por quase metade da soma dos contratos firmados pelas dez maiores construtoras participantes do programa habitacional. Mérito de Rubem Menin, que, além de sua competência técnica, soube se aproveitar das muitas estradas que pavimentou junto ao governo federal, especialmente a Caixa. Estradas que, agora, estão bastante esburacadas. Os atrasos no “Minha Casa, Minha Vida” não são exclusividade da MRV. Há construtoras participantes do programa em situação bem mais delicada. No entanto, além do peso da companhia no programa, outro fator tem ajudado a inflar o estado de exasperação da Caixa: a postura de Rubem Menin. Há meses, o empresário vem cobrando, em praça pública, a revisão da tabela de preços dos imóveis do “Minha Casa, Minha Vida”. Diante do seu comportamento, há uma pergunta que não quer calar em Brasília: “Logo ele, dono de uma construtora que, em alguns meses, chega a ter quase 90% da receita lastreados em obras com financiamento público, sobretudo no âmbito do “Minha Casa, Minha Vida”? Em tempos em que a memória da Delta vai tão recente, performance como essa da MRV, sem querer fazer comparações, merece uma lupa; justamente o que o governo está fazendo. Consultada pelo RR, a MRV informou que mantém “boa e longínqua relação com os órgãos do governo, sobretudo a Caixa Econômica”.Garantiu que “os atrasos que porventura ocorrem são pontuais e já estão todos endereçados”.
Acervo RR
BTG vs. UBS
5/02/2013Há algo de vingança na incursão do UBS no mercado bancário brasileiro. Se puderem, os suíços atropelam André Esteves. Mas pode ser mais fácil que ocorra o contrário. Esteves já teve o UBS ao alcance de seu garfo e faca. Se fechar o “BBTG” – um acintoso banco de investimento em parceria com o Banco do Brasil (ver RR edição nº 4.539) – a instituição suíça vira fondue, para ser comido, não com garfinhos, mas com maionese e pão francês.
Acervo RR
Operação-trato
4/02/2013O governo está semeando uma nova safra de crédito para estimular a venda de máquinas agrícolas. O adubo financeiro sairá dos cofres do BNDES e do BB.
Acervo RR
Acordo de acionistas aumenta a voltagem na NeoEnergia
1/02/2013Os espanhóis não perdem a pompa. Apesar de fragilizados por uma situação econômica nacional que não recomenda voluntarismos, executivos da Iberdrola desembarcarão no Brasil logo após o Carnaval querendo, no mínimo, o máximo. A Iberdrola pretende simplesmente tomar a gestão da NeoEnergia, tirando a Previ e o Banco do Brasil do gramado e os jogando para o alto da arquibancada. Quer também, a fórceps, empurrar para dentro da holding a Elektro, distribuidora paulista pertencente ao grupo ibérico. É neste tom que os espanhóis vão começar as conversas para a elaboração do novo acordo de acionistas da NeoEnergia, motivo de sua vinda ao Brasil. O que se anuncia é um quadro de pinceladas nervosas. Os espanhóis querem pintar o fundo de pensão e o BB no melhor estilo El Greco, transformando-os em personagens esquálidos. Ainda que aos trancos e barrancos, Previ e BB mantêm um pé na administração da NeoEnergia. No entanto, a Iberdrola entende que tem o direito de assumir com plenos poderes a gestão da companhia em contrapartida a sua “boa-vontade”. Por “boavontade” entenda-se a decisão do grupo de recolher os flaps e desistir da pressão que vinha fazendo para comprar parte das ações em poder da Previ e do BB, permanecendo com 39% do capital. No modelo idealizado pelos espanhóis, o fundo de pensão e o BB passarão a ter poder de veto e de voto apenas em decisões estratégicas, seja lá o que isso quer dizer. Procurada, a Neo- Energia informou que “não comenta assuntos relacionados a seus acionistas”. Outra questão polêmica diz respeito a Elektro, comprada pelos espanhóis em 2011. A Iberdrola defende sua incorporação pela Neo- Energia. Alega ganhos fiscais e vantagens de escala para justificar a operação. a€ priori, o negócio soa como vantajoso para a Previ e o BB. Ambos passariam a ser sócios de uma NeoEnergia ainda mais encorpada e com um pé no mercado paulista. Seu faturamento pularia dos R$ 16 bilhões para mais de R$ 22 bilhões. No entanto, a fundação e o banco enxergam mais ônus do que bônus nessa operação. Neste caso, o slogan da Iberdrola poderia ser algo como “a paella é minha e as azeitonas são suas”. Aos olhos da Previ e do BB, a maior motivação dos espanhóis para jogar a Elektro dentro da NeoEnergia é dividir a conta referente ao programa de investimentos da empresa. Para os padrões do setor elétrico, os aportes não chegam a ser uma fortuna. O plano estratégico da Elektro prevê o desembolso de R$ 650 milhões no biênio 2013/2014. No entanto, duramente afetada pela grave crise espanhola, a Iberdrola tem feito enorme esforço para enxugar seus investimentos no exterior e compensar as perdas em sua terra natal. Tal qual um miúra, os espanhóis enxergam a Previ e o BB como sócios bons de sangrar. A crônica dos fundos de pensão e do banco, contudo, mostra que muitos touros já viraram churrasco
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Carro-forte
30/01/2013Cledorvino Bellini, presidente da Fiat, está prestes a fechar sua trinca de ases. Depois do BNDES e do Banco do Nordeste, o BB também deverá financiar a construção da fábrica da montadora em Pernambuco. O dote da vez beira R$ 2 bilhões.
Acervo RR
GraalBio é um cálice sem uma gota de álcool
28/01/2013O Grupo Graal, heresia cometida pela família Gradin, tem teor alcoólico suficiente para embebedar o BNDES, independentemente das suas intenções. Bernardo e Miguel Gradin decidiram que uma empresa homônima do cálice sagrado – com o qual Jesus Cristo teria celebrado a última ceia – pode tudo. Pode até transformar uma companhia de papel em um dos cavalos vencedores do maior banco de fomento do mundo. Não é nada, não é nada, o controverso Bernardo e o seu ofuscado irmão Miguel conseguiram envolver o BNDES na aquisição de 15% da empresa ainda pré-operacional, ao custo de R$ 600 milhões. Essa foi apenas a primeira tranche “papai com mamãe”. O segundo passo é um volume de financiamentos que poderão chegar a R$ 1 bilhão. Por enquanto, segundo informações obtidas junto ao banco, a GraalBio ainda não aportou ativos no projeto. Entre os milagres da Graal está o de fisgar o BNDES para investir em um setor que vem se arrastando. Nos últimos três anos, mais de 40 usinas entraram em recuperação judicial ou decretaram falência. Nas safras de 2011 e 2012, quase 50 empresas chegaram a paralisar a moagem de cana. Segundo relatório do Itaú BBA, somente entre as companhias instaladas no Centro-Sul do país, a dívida do setor sucroalcooleiro chegou aos R$ 48 bilhões na última safra. A justificativa do controverso Bernardo é a atração de tecnologia para a produção de etanol. Na linha da verticalização, o grupo produziria também biocombustíveis e bioquímicos de segunda geração. Outro mistério repousa no fundo do cálice da Graal. São raríssimos os projetos congêneres no mundo que já tenham sido testados com sucesso, tanto do ponto de vista da escala quanto financeiro. Por outro lado, é muito nobre a decisão do banco em aportar recursos para a importação e o desenvolvimento de tecnologias mais avançadas na área de bioenergia, apelidada pelos seus tecnocratas de “química verde”. A questão é o montante e as dúvidas em relação ao resultado da operação. Mas parece que a gestão de Luciano Coutinho gosta de fortes emoções. Não fosse a preferência pela aventura na escolha dos seus campeões, seria difícil compreender tamanha aposta do banco em um project finance que hoje não passa de uma maquete. Em suas demais incursões para estimular a formação de grandes grupos nacionais, o BNDES sempre se associou, em processos de fusão e aquisição, a empresas lastreadas em ativos próprios e reais. A GraalBio, do controverso Bernardo e do ofuscado Miguel, ainda é uma ficção. Ela pode ser considerada um companhia em estágio prépré- operacional, que nem sequer passou pelo crivo do mercado de capitais e, mesmo assim, recebeu as bênçãos do BNDES. Os Gradin garantem que vão fazer e acontecer, investirão R$ 4 bilhões, produzirão em 20 anos um bilhão de litros de etanol e erguerão dez fábricas de biocombustíveis. Por enquanto, contudo, só possuem memorandos de intenção. Para o bem do contribuinte, a torcida é que o BNDES saiba o que faz com os recursos da Viúva. Já o controverso Bernardo e o ofuscado Miguel não têm a menor dúvida do que fazer com essa dinheirama.
Acervo RR
Delta
24/01/2013Fernando Cavendish já começa a colher os dividendos do efeito Eduardo Cunha. Está convicto de que, logo, logo, conseguirá a aprovação do BB ao plano de recuperação da Delta. O banco foi um dos poucos grandes credores da construtora a votar contra.
Acervo RR
Pregão eletrônico
23/01/2013A BM&F Bovespa e o BB costuram uma associação. O projeto sobre a mesa é a montagem de um novo sistema de pregão eletrônico. O negócio será controlado meio a meio. Os planos são ambiciosos: além de oferecer o serviço a órgãos públicos e empresas privadas, a BM&F e o BB vislumbram a possibilidade de vender o produto em outros países.
Acervo RR
“BBTG” é a próxima parada de André Esteves
11/01/2013O banqueiro André Esteves atravessou o dia de ontem ainda mais irrequieto do que de costume. Quem conhece Esteves sabe que isso quer dizer, no mínimo, trepidante. O motivo de tanta excitação não é tão óbvio quanto parece, ou seja, a derrubada da ação do BTG Pactual na Bovespa. O frenesi deve-se ao prenúncio de mais uma tarefa épica: levar seu banco de investimento a figurar no top five das maiores instituições financeiras privadas antes do final da década. Hoje, este é um panteão restrito a bancos comerciais. Para uma missão colossal como essa, somente um parceiro igualmente colossal. A disposição manifesta do Banco do Brasil em criar um braço atacadista bifronte para concorrer com os grandes do mercado, na visão de Esteves, é uma correspondência acordada, recebida e aceita. Tamborilando seus dedos sobre o joelho e empurrando a cadeira para a frente e para trás, o hipertímico banqueiro idealiza os passos do porvir. O BTG Pactual teria, por exemplo, 51% – ou, no mínimo, 50% – de um futuro “BBTG”.A nova placa operando conjuntamente com o BTG se tornaria imbatível em um mercado no qual as instituições nacionais já fazem frente a banca estrangeira. Para Esteves, o “BBTG” teria mil e uma utilidades. Uma delas seria fechar o cerco na área financeira do governo. O BTG já é sócio da Caixa Econômica Federal no PanAmericano, que funciona como uma espécie de “ação entre amigos” feita pelo banqueiro. a€ guisa de blague, só faltaria o BTG tornar-se sócio do BNDES. Nos seus frenéticos devaneios, Esteves bem poderia estar pensando: depois do “BBTG”, compraremos, finalmente, o UBS. No comando desse banco idílico, um perfil sob medida seria o do sócio Pérsio Arida. Aliás, não custa reparar que Arida parou de participar das tertúlias dos mosqueteiros da Casa das Garças. Esteves tira e põe, tira e põe seus óculos de aro no melhor estilo Jerry Lewis em “O Professor Aloprado” e cantarola baixinho, com a sua voz metálica: “O “BBTG” vem aí”, “O ?BBTG” vem aí”. No meio do caminho, existirão muitas pedras, mas, também, agradáveis afazeres, tais como os jantares com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no cada vez menos frequentado restaurante do Maksoud Plaza. É bom ressaltar que, embora Esteves e Mantega sejam unha e carne, de antemão, este não é um fato decisivo para o enlace bancário. De jeito nenhum. Quem foi que disse isso? O que o “BBTG” tem, sim, de sobra é o manequim correto, único e hoje indiscutível no governo para a parceria. O BTG se encaixa nos objetivos e planos traçados pelo BB para a nova instituição. A maior e mais ousada das metas é fazer do futuro banco líder na área de mercado de capitais. No segmento de emissão de títulos no exterior, por exemplo, o BB já figurava na ponta do ranking da Anbima em novembro do ano passado. Somando- se seus valores aos do BTG Pactual, a cifra chega a US$ 35 bilhões em operações, US$ 10 bilhões a mais do que o então segundo colocado, o JP Morgan. No que diz respeito ao lançamento de ações no mercado interno, o “BBTG” dispararia na dianteira. Curiosamente, até novembro de 2012, BTG e BB ocupavam, respectivamente, o primeiro e segundo postos do ranking. Dentro das metas do BB, a associação também permitiria ao banco ter, enfim, uma posição de destaque na área de fusões e aquisições – muito embora o ano de 2012 não tenha sido dos melhores para o próprio BTG: até novembro, a instituição não figurava nem entre as seis primeiras deste segmento.
Acervo RR
Sem Triunfo nos novos aeroportos
2/01/2013A Triunfo vai ter que caprichar no lobby em Brasília para voltar a ter boas relações com o governo federal. A recente declaração do presidente da companhia, Carlos Alberto Botarelli, de que a Secretaria de Aviação Civil (SAC) está mudando as regras do jogo ao impedir os atuais concessionários de aeroportos de participar dos leilões do Galeão e de Confins, foi muito mal vista no Palácio do Planalto. Botarelli foi o único dos concessionários que questionou a decisão, dizendo que as grandes construtoras teriam sido privilegiadas. A declaração não causou por si só desconforto. O momento escolhido por Botarelli – antes do anúncio das regras dos próximos leilões, que foram feitas nos últimos dias – deram a impressão ao ministro- chefe da SAC, Wagner Bittencourt, de que a Triunfo estava apostando abertamente no confronto. Na SAC, o consenso é de que Botarelli estaria querendo melar o jogo. A raiva maior do empresário seriam as críticas sobre a sua capacidade de gestão e de investimento.Consultadas, a Triunfo não se posicionou e a SAC não retornou o contato. É bom a Triunfo caprichar ainda mais na administração do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). A ordem na SAC é apertar ainda mais o cerco a partir deste ano sobre os grandes aeroportos privatizados. A Secretaria estuda ainda sugerir a presidente Dilma que as licitações mantenham a proibição de participação dos atuais concessionários. Botarelli, pelo jeito, ainda terá muitas surpresas.
Acervo RR
Águas do BB
28/12/2012O Banco do Brasil vai atuar como uma parabólica capaz de atrair investimentos para o setor de saneamento. O cardápio prevê desde o financiamento de projetos até a compra de participações em concessões. A avaliação é que a presença do BB será um chamariz para grupos privados.
Acervo RR
BB e Mapfre são dois países separados pela mesma língua
18/12/2012Há uma Faixa de Gaza na associação entre a Mapfre e o Banco do Brasil. A zona de conflito envolve a tropa de corretores que trabalha para as duas instituições. A responsabilidade sobre a criação deste explosivo território vai para a conta de Marcos Eduardo Ferreira, presidente da divisão de seguros gerais e ramo de veículos, uma das duas holdings geradas a partir do acordo entre o BB e os espanhóis. Ferreira estaria arrochando cada vez mais as taxas de corretagem na venda de seguros com a marca Mapfre. Estas apólices são distribuídas exclusivamente por corretores e por redes de varejo com as quais a seguradora espanhola mantém parceria. O procedimento provocou uma resposta imediata e de grosso calibre dos corretores, classe tinhosa, que costuma reagir impetuosamente ao menor esbarrão em seu calo. O contra-ataque veio por meio de um boicote. Muitos destes profissionais estariam fazendo campanha contra as apólices com a marca da Mapfre e orientando seus clientes a comprar seguros com a bandeira do BB, que, historicamente, está habituada a tratar sua força de vendas com mais afago. O RR conversou com três grandes empresas de corretagem de seguros, que confirmaram, em off the records, o apartheid na venda dos produtos. Procurada, a Mapfre não se pronunciou. Em termos financeiros, nada muda. Pouco importa a marca da apólice. A receita com a venda dos produtos das duas holdings criadas por Banco do Brasil e Mapfre vai para o mesmo cesto e é dividida praticamente fifty to fifty – os espanhóis detêm 50,01% da sociedade apenas para caracterizar a empresa como de controle privado. No entanto, quando o assunto é o valor intangível e a reputação, o sinistro vai para a conta da Mapfre. Os corretores ainda são importantes formadores de opinião entre os clientes da área de seguros e podem envernizar ou arranhar a imagem da empresa. Não é de hoje que Marcos Eduardo Ferreira e os corretores de seguros se estranham. No fim do ano passado, o executivo teria estipulado taxas de comissionamento bastante apertadas, além de pré-requisitos fora dos padrões do mercado. Teria agido com o deliberado objetivo de desestimular os corretores a venderem os produtos mais sofisticados da Mapfre, caso, por exemplo, do seguro de vida Bien Vivir – ver RR – Negócios & Finanças edição nº 4.277
Acervo RR
Volks, GM, Fiat e Ford jogam óleo na pista dos sem-fábrica
17/12/2012Os big four da indústria automobilística nacional deram a partida no lobby do lobby. Não saciadas com o novo regime tributário do setor automotivo, feito sob medida para frear o crescimento das empresas sem fábrica no Brasil, Volkswagen, Ford, General Motors e Fiat já articulam com o governo novas mudanças nas regras do jogo. Nas últimas semanas, Cledorvino Bellini, presidente da Fiat e da Anfavea, teria mantido sucessivos contatos com autoridades em Brasília, notadamente com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. Desta vez, o objetivo dos blockbuster do setor é alterar as normas do Processo Produtivo Básico (PPB). Hoje, para configurar a fabricação nacional, as montadoras precisam cumprir no país ao menos seis das etapas de produção do veículo. Volks, GM, Ford e Fiat querem elevar este número para 10. A mudança, se consumada, terá forte impacto negativo sobre as empresas que se preparam para construir fábricas próprias no Brasil. Elas serão obrigadas a refazer seus projetos, redimensionar as instalações industriais e, na última linha, investir mais do que o previsto. Segundo estimativas das próprias montadoras, em alguns casos, o custo para se erguer uma fábrica no país pode crescer até 30%. Consultada, a Anfavea não se manifestou. A movimentação de GM, Volkswagen, Ford e Fiat tem um quê de mea culpa. O quarteto começa a achar que, em parte, deu um tiro nos próprios pneus ao arrancar do governo o novo regime tributário. A mudança pode até ter beneficiado escancaradamente as top four da indústria automobilística no curto e médios prazos. No entanto, olhando a uma distância mais longa, tem tudo para voltar como um bumerangue no para-brisa das grandes montadoras. O novo regime fiscal acabou por despertar grupos internacionais que se encontravam em uma zona de conforto no mercado brasileiro, operando apenas por meio de importações, e se viram obrigados a antecipar projetos fabris até então em banho-maria. Premidas pelo apartheid fiscal, JAC Motors, Land Rover e BMW, entre outras, estão acelerando os preparativos para montar unidades industriais no país. Ou seja: a alteração do sistema tributário atiçou gente que estava dormindo. Não por acaso, as top four sentiram o golpe e já partiram para uma rápida reação. Talvez não fosse necessário nada disso. Há quem diga que Volks, Fiat, Ford e GM usaram uma bazuca para acertar uma borboleta. As empresas sem fábrica no Brasil, que já chegaram a ter mais de 5% das vendas totais de automóveis, há algum tempo estacionaram na casa dos 3%.
Acervo RR
“BB Fighting”
10/12/2012Ricardo Flores deixou a Previ, exilou-se na Brasil- Prev e, ainda assim, continua se bicando feio com o presidente do BB, Aldemir Bendine. Só colocando os dois em galáxias diferentes.
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"BB Fighting"
10/12/2012Ricardo Flores deixou a Previ, exilou-se na Brasil- Prev e, ainda assim, continua se bicando feio com o presidente do BB, Aldemir Bendine. Só colocando os dois em galáxias diferentes.
Acervo RR
BB marcha para cima do Banese
23/11/2012Após um período de hibernação, o Banco do Brasil despertou para a estratégia de crescimento por meio da incorporação de instituições estaduais. Não, ainda não se trata do Banestes, há tempos cobiçado pelo BB. O alvo da vez é o Banco de Sergipe (Banese), que tem quase 90% do capital nas mãos do estado. A direção do BB vem mantendo conversações com o govenador de Sergipe, o petista Marcelo Deda. Como de praxe, o que mais atiça o interesse do BB é o acesso a folha de pagamentos do funcionalismo estadual – são cerca de 40 mil servidores ativos e inativos. Procurado, o BB informou que “não comenta rumores de mercado”. Já o Banese negou a venda do controle. O Banese soma cerca de R$ 3 bilhões em ativos. Sua carteira de crédito está na casa de R$ 1,6 bilhão, metade em operações para pessoa física. O Banco do Brasil olha também para a possibilidade de ocupação geográfica do estado. O Banese tem 61 agências em Sergipe. A rede do próprio BB no estado está na casa das 50 agências.
Acervo RR
Lockheed Martin faz chover desaforos nos céus brasileiros
19/11/2012Logo no início do segundo mandato de Barack Obama, o governo Dilma Rousseff terá de enfrentar uma delicadíssima agenda diplomática, militar e comercial com os Estados Unidos. A pauta, ou melhor, o problema em questão atende pelo nome e sobrenome de Lockheed Martin. Não há mais camuflagem capaz de esconder as animosidades entre o governo brasileiro e a companhia norte-americana. Uma das maiores fabricantes de equipamentos militares do mundo, a Lockheed Martin é considerada hoje “empresa non grata” no Brasil. No Itamaraty e no Ministério da Defesa, há um consenso de que o grupo foi o principal responsável pelo cancelamento da licitação de US$ 355 milhões voltada a compra de caças para a Força Aérea dos Estados Unidos, vencida pela Embraer. Para suspender a operação, o governo norte-americano alegou divergências na documentação. As autoridades brasileiras estão convictas de que tudo não passou de um teatro, ensaiado com o propósito de reeditar o grand finale da licitação, desta vez com o protagonismo da Lockheed Martin. A questão vem sendo cuidadosamente conduzida pela diplomacia brasileira. Primeiro, porque qualquer esbarrão na fuselagem da Lockheed Martin significa automaticamente uma mossa nas relações com o governo norte-americano. Além disso, o problema ganha mais altitude pelo seu inevitável entrelaçamento com a licitação dos caças da Força Aérea Brasileira. Apesar de nunca ter decolado, oficialmente a concorrência está mantida pelo governo. Os próprios candidatos tratam de mantê-la viva, combinando loopings e rasantes. Após o cancelamento da licitação da Força Aérea norte-americana, o governo de Barack Obama tem reforçado o lobby da Lockheed Martin do lado debaixo do Equador. Segundo uma fonte do Itamaraty, a empresa pretende enviar uma comitiva de executivos ao Brasil ainda neste ano. Bem, não chega a ser uma grande novidade. Toda vez que sofrem ameaças, eles aterrissam nestas paragens. No entanto, também neste caso, a possibilidade de entendimento entre a empresa e o governo brasileiro parece estar cada vez mais próxima do chão. A Lockheed Martin insiste em não oferecer o seu principal fato, o F-35 Joint Strike Fighter. O modelo na vitrine é o F- 16BR, uma versão do F-16 adequada ao padrão exigido pela FAB. A aeronave, no entanto, é vista pela Força Aérea brasileira como ultrapassada e de qualidade inferior a dos equipamentos das demais participantes da licitação, a francesa Rafale e a sueca Saab. Os norte-americanos admitem, no máximo, chegar a uma espécie de Frankstein dos ares, no caso, um F-16 com recursos do F-35. Mas nada de transferência tecnológica. Haja diplomacia!
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Argamassa
30/10/2012O governo estuda novas medidas para estimular o setor de material de construção. Novas é força de expressão. De uma das mãos, as empresas do setor devem ganhar mais incentivos fiscais: da outra, um aumento das linhas de crédito do BB e da Caixa.
Acervo RR
BB
29/10/2012O dote de R$ 500 milhões é só o pontapé inicial. O BB deverá esticar para R$ 1 bilhão a oferta de crédito para pequenas e médias empresas em projetos relacionados a Copa de 2014. O difícil vai ser fixar os critérios de relacionamento com a Copa e fiscalizar o cumprimento das exigências. No limite, tudo tem a ver.
Acervo RR
Suzlon sopra o vento da discórdia entre Brasil e Ándia
26/10/2012Há um grave contencioso nas relações entre Brasil e andia. No centro da pendenga está a Suzlon, entre as cinco maiores produtoras de turbinas eólicas do mundo e uma das principais fornecedoras de equipamentos para geradoras no Brasil. O governo da andia transformou a decisão do BNDES de expurgar a empresa da lista de credenciados do Finame em assunto de Estado. Tem feito gestões junto a s autoridades brasileiras, leia-se, sobretudo, Casa Civil e Ministério do Desenvolvimento, para reverter a determinação do banco. A alegação é que a sanção vai significar um duro baque na operação da Suzlon no Brasil, com perda de competitividade, aumento dos custos e consequente repasse para os preços finais e, sobretudo, cancelamento de investimentos. Os indianos estariam insinuando que a decisão teria sido resultado de um exitoso lobby feito por alguns dos principais fabricantes do setor instalados no Brasil, como GE e Wobben Windpower. Não obstante a entrada em cena do próprio governo da andia, é pouco provável que o BNDES volte atrás, sob pena de ele próprio desmoralizar as regras do jogo. A Suzlon foi defenestrada do Finame por não cumprir o índice de nacionalização de seus serviços e produtos entre 62% e 65% – condição sine qua non para assegurar o direito a linha especial de crédito. Parte expressiva da carteira de pedidos da Suzlon no Brasil – que soma cerca de R$ 1,3 bilhão – está vinculada ao Finame. Mas o problema, claro, não é o passado, mas o presente. Segundo uma fonte da Pasta do Desenvolvimento, os indianos fizeram chegar ao governo a informacão de que teriam perdido dois contratos já engatilhados por conta do descredenciamento do Finame. O governo brasileiro tem optado por tourear a Suzlon, na expectativa de vencer o duelo por cansaço. A empresa, no entanto, garante que, se precisar assumir ela própria parte do financiamento de seus contratos no país, terá de cortar na carne. Vai rever a estrutura de custos para compensar a perda de rentabilidade E pior: com a bola preta no Finame, os indianos já teriam sinalizado que vão rever o plano de investimentos no Brasil, orçado em US$ 1 bilhão para os próximos três anos. Com isso, estariam na corda bamba a ampliação de seus dois complexos industriais no Ceará e a intenção da companhia de entrar como sócia de parques eólicos para garantir a venda de equipamentos. Procurada pelo RR, a Suzlon informou que “ainda aguarda um posicionamento do BNDES quanto ao descredenciamento”. Garante ainda que não haverá qualquer ” alteração em seu plano de investimentos no Brasil. Já o BNDES confirmou que a empresa foi descredenciada por não atingir os índices de nacionalização. O banco comunicou ainda que a Suzlon poderá voltar ao cadastro desde que “seu processo produtivo esteja dentro das exigências”.
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Dois em um
19/10/2012Na Previ, há um espanto com a sintonia entre o presidente da fundação, Dan Conrado, e o nº 1 do BB, Aldemir Bendine. Parecem até uma só pessoa. Depois da inflamável convivência entre Bendine e Ricardo Flores, os executivos da Previ já nem se lembravam mais como era viver em harmonia com o banco.
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BB
15/10/2012Seguro morreu de velho. O PDT já está se articulando com o objetivo de garantir um novo teto para o ex-senador Osmar Dias, possivelmente no Ministério da Agricultura. Sinal de que seus dias na vicepresidência de Agronegócio do BB estão contados.
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Ferrovia
11/10/2012Segundo informações filtradas junto a própria ABB, a empresa estuda a possibilidade de instalar uma fábrica de equipamentos ferroviários no complexo industrial de Sorocaba (SP). Procurada, a empresa negou o projeto.
Acervo RR
Quem é o dono?
10/10/2012O Banco do Brasil e os Ermírio de Moraes estão travando uma queda de braço para ver quem é o dono de fato do Banco Votorantim. As maiores apostas são de que o BB, minoritário na instituição, evitará a venda da BV Financeira, como seria da vontade dos Ermírio de Moraes. Procurado, o Votorantim negou a operação. Já o BB não quis comentar a informação.
Acervo RR
Roriz Coelho é um plástico derretido
28/09/2012A trajetória de José Ricardo Roriz Coelho na indústria petroquímica praticamente chegou ao fim. Esta é o vaticínio dos seus próprios pares no setor. Roriz Coelho foi o protagonista de um episódio que, a um só tempo, lhe valeu a ira eterna dos acionistas e diretores da Vitopel, sua última empregadora, a antipatia generalizada das empresas da área petroquímica e o status de persona non grata no governo. No dia 16 de setembro, Roriz Coelho, ex-presidente da Suzano e da própria Vitopel, assinou um artigo na Folha de S. Paulo com severas críticas ao governo por conta das novas restrições a importação de resinas plásticas. O executivo fez da Braskem o seu alvo dizendo que a decisão da Camex beneficiaria uma concentração de mercado. Além do crachá de presidente da Abiplast, Roriz Coelho assinou o artigo como conselheiro da Vitopel – cargo que existe apenas no pretérito do seu currículo vitae. No próprio dia 16, em sua versão online, a Folha corrigiu a informação, dizendo que ele não fazia mais parte do Conselho da empresa. Mas, a essa altura, o estrago já estava feito. A reação da companhia foi proporcional ao estado de cólera com que seus executivos receberam o artigo. Três dias depois, a Vitopel soltou um comunicado constrangedor, arrasador, negando que Roriz Coelho faça parte de seu Conselho de Administração e desautorizando-o a emitir qualquer opinião na imprensa usando o nome da empresa. Na fabricante de plásticos, a percepção é que ele utilizouse deliberadamente do antigo posto e da marca da Vitopel para dar credibilidade a sua operação de lobby.
Acervo RR
Refresco
26/09/2012No Banco do Brasil, discute-se a possibilidade de renegociação de dívidas agrícolas, notadamente de pequenos e médios produtores. Não seria a primeira vez. E, provavelmente, não será a última. Consultado, o BB não se pronunciou.
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Espelho meu…
25/09/2012Se alguém quer ver o presidente do BB, Aldemir Bendine, espumar de raiva, basta repetir o elogio que teria sido feito por Dilma Rousseff em recente encontro com o nº 1 da Caixa Econômica, Jorge Hereda: “Falta alguém como você no Banco do Brasil”.
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Mãos de tesoura
31/08/2012O presidente do BB, Aldemir Bendine, parece ser daqueles homens que não sobrevivem sem um bom desafeto. Bendine estaria articulando com Guido Mantega a saída de Osmar Dias, vice de Agronegócio e Micro e Pequenas Empresas do banco.
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BB
27/08/2012O BB vai lançar uma série de medidas para aumentar sua carteira de crédito imobiliário. Uma das principais ações será o fechamento de parcerias com construtoras
Acervo RR
BB Mobile
24/08/2012Além dos Correios, mais uma estatal pretende vestir o figurino de empresa de telefonia. O Banco do Brasil estuda usar sua vasta capilaridade para vender celulares como operadora virtual. De acordo com o modelo autorizado pela Anatel, o BB poderá alugar a rede de terceiros e comercializar produtos com sua marca. Procurado, o banco não quis se manifestar.
Acervo RR
Banco Máxima
20/08/2012Depois do Pine, a bola da vez é o Banco Máxima. Fontes graúdas do setor garantem que o banqueiro Saul Sabbá busca um sócio para a instituição. Consultado, o Máxima manteve o silêncio.
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Vale-transporte
16/08/2012As maiores companhias de transporte rodoviário de passageiros – a frente do comboio, Itapemirim e Viação 1001 – têm queimado gasolina em Brasília. Fazem lobby para que o governo renove automaticamente concessões de linhas interestaduais que já venceram. Apelam até para o risco de um apagão rodoviário durante a Copa. O Ministério dos Transportes, por sua vez, defende a realização de novos leilões. Procuradas, Itapemirim e Viação 1001 não se pronunciaram.
Acervo RR
Cobra destila seu veneno dentro de casa
6/08/2012A Cobra Tecnologia está picando sua própria gente. Nos últimos quatro meses, a empresa teria dispensado cerca de 50 funcionários, boa parte na Região Nordeste. Nos corredores da companhia, circulam informações de que novas demissões estão previstas para os próximos dois meses. Coincidência ou não, a razia ocorre simultaneamente a campanha por aumento salarial deflagrada pelos trabalhadores da Cobra. Como seria de se esperar, os cortes atiçaram os líderes sindicais. A CUT e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Processamento de Dados têm infernizado a direção da Cobra. Já houve manifestações em três estados do Nordeste e no Rio de Janeiro. Procurada pelo RR, a Cobra não retornou. O episódio vai além da agenda trabalhista. Ele se entrelaça com a complexa reestruturação da Cobra, o drástico processo de corte de custos iniciado no ano passado e a recente e turbulenta troca no comando da companhia. Em fevereiro, Adriano Ricci deixou a presidência da empresa de TI. Para todos os efeitos, ganhou uma estrela em sua farda, sendo promovido a diretoria de reestruturação de ativos operacionais do BB. Sua saída, no entanto, teria sido precipitada por atritos com seus pares na direção da Cobra. A parte mais intrincada e impopular do enxugamento acabou caindo no colo de seu substituto, Luís Aniceto Silva Cavicchioli. Sua gestão tornou-se sinônimo de demissões.
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Bote calculado
3/08/2012O próprio Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil, não tem pressa para fechar a compra do Banestes. Acha que, se esperar até o fim do ano, o negócio sairá bem mais em conta para o BB.
Acervo RR
Ericsson e Nokia Siemens usam 4G como aríete
27/07/2012Nas últimas semanas, representantes da Nokia Siemens e da Ericsson fizeram uma romaria nos gabinetes dos ministros Paulo Bernardo e Fernando Pimentel. O motivo da procissão foi amaciar o governo e convencê- lo a liberar um pacote de benefícios fiscais para estimular a produção de equipamentos de telecomunicações no país. Quem achar que é oportunismo associar o pleito a pressão do governo para que as teles façam novos investimentos é, no mínimo, muito esperto e danadinho. As operadoras vão precisar de novos equipamentos. Os subsídios induzem a ideia de preço mais baixo, mas a experiência mostra que entre o balcão e a caixa registradora há um percurso grande. Mas, como diria o poeta, o lobby é infinito enquanto dura. Na esteira das incontáveis solicitações, os porta-vozes da indústria estão usando as instalações das futuras redes de 4G como um arpão para arrancar mais benefícios fiscais. Se as dotações vierem a ser aprovadas, é capaz de que o orçamento da União não dê conta de tanto incentivo. Segundo uma fonte do Ministério das Comunicações, o receio do governo é que, além dos preços não declinarem conforme o prometido, as empresas façam uma nacionalização meia-sola, importando peças e componentes fabricados no exterior. Ao Brasil, ficaria reservado o velho papel de “maquila”, ou seja, montador de equipamentos. Procurada, a Nokia Siemens divulgou que “tem discutido no âmbito de entidades como ABINEE e Telebrasil diversos assuntos que visam fomentar uma sustentabilidade duradoura para a indústria brasileira”. A Ericsson, por sua vez, informou que “entende que o Congresso Nacional, ao transformar em lei a MP 563, já definiu um pacote de incentivos a indústria de equipamentos de telecomunicações”.
Acervo RR
Grupo RBS vira uma novela de traição e mágoa
17/07/2012A saga da RBS poderia ser escrita sob forma de uma novela no melhor estilo de Érico Veríssimo. O primeiro tomo se chamaria “A origem”, contando os passos iniciais do fundador, Mauricio Sirotsky, para a montagem do grupo. O segundo fascículo receberia o título de “A construção”, com o relato da trajetória de Nelson Sirotsky e sua importância para a consolidação do conglomerado. O terceiro e atualíssimo compêndio seria conhecido pelo nome de “A traição”. Ele reportaria a ascensão de Eduardo Melzer ao comando da RBS e sua iniciativa de afastar da empresa a família e seus homens de confiança e cortar os laços com o gauchismo. “Duda” ratificou as informações publicadas pelo RR na edição nº 4.405, ao anunciar sua intenção de transferir, pedaço por pedaço, a RBS para São Paulo. O passado parece incomodar profundamente o príncipe desgarrado dos pampas. A crônica da humilhação de Geraldo Corrêa, um herdeiro do grupo quase demitido, é emblemática. Tudo começa nos idos dos anos 70, quando Mauricio Sirotsky levou a s telas da TV Gaúcha um desfile de monoquíni. O regime militar quis cassar a concessão da emissora. Mauricio chamou, então, o brilhante advogado Fernando Ernesto Corrêa para defendê-lo. Corrêa conseguiu salvar a TV. Como retribuição, Maurício convidou o advogado para ser seu sócio, dando-lhe 8% da RBS. Corrêa, então, ficou tratando da parte de lobby e assuntos jurídicos. Anos depois, quando Nelson Sirotsky assumiu, sucedendo Jaime Sirotsky, este último e Fernando Corrêa ocuparam as funções de presidente e vice-presidente do Conselho de Administração. Como vice-presidente na gestão Nelson Sirotsky, assumiu, então, o filho de Fernando, Geraldo Corrêa. O vento levou o tempo para mais adiante e “Duda” despontou como novo comandante. Enquanto foi se acomodando na cadeira do dragão, o jovem Sirotsky começou seu processo de desbastamento dos gaúchos na gestão da empresa. Maquinou a retirada de Geraldo Corrêa da vice-presidência e o empurrou para a chefia do Canal Rural, o negócio mais desimportante do grupo – boa parte da programação da emissora é dedicada ao leilão de joias. Requinte da crueldade: no dia em que Geraldo foi transferido, foi feita apenas uma nota de comunicação e imediatamente seu nome foi tirado do expediente do Zero Hora, onde estão perfiladas todas as funções executivas do grupo. Na primeira semana de julho, quando “Duda” assumiu definitivamente a presidência e trouxe executivos egressos da Telefônica para cargos de comando, em uma manobra conciliatória Geraldo Corrêa voltou ao expediente como vice-presidente do segmento rural. Na RBS, tem-se como certo que o escanteado herdeiro caiu para cima e o ato final da tortura será a degola do gaúcho. Mesmo em um cargo de menor importância, “Duda” quer o pessoal de fora. Sua gente, ele quer bem longe
Acervo RR
BB faz pescaria no mercado de seguros
10/07/2012Se um Banco do Brasil incomoda muita gente, um Banco do Brasil seguradora incomoda muito mais. Guardadas as devidas proporções, o BB prepara uma operação-arrastão no mercado de seguros similar a que fez com a incorporação em série de bancos estaduais. O objetivo da instituição é jogar a rede ao mar e comprar participações em seguradoras de médio porte, que, isoladas, pouco pesam na balança, mas, uma vez reunidas, poderão fazer diferença e alavancar a posição do banco neste mercado. A instituição já tem alguns alvos em seu radar. Segundo informações filtradas junto ao próprio BB, dois nomes têm sido repetidos com mais recorrência dentro do banco: Alfa Seguradora e Excelsior. O RR apurou que o BB já teria mantido contatos preliminares com a Alfa. Seu objetivo é comprar 49% da seguradora de Aloysio Faria. Este modelo de participação minoritária, aliás, deverá ser replicado nas demais aquisições para evitar que as empresas sofram com as amarras intrínsecas a estatais. A Alfa exemplifica o perfil de companhia que o Banco do Brasil pretende fisgar. No entendimento da estatal, trata-se de uma seguradora com potencial de crescimento, mas sem musculatura suficiente para competir, sozinha, com o andar de cima do setor. Com foco em produtos para pessoa física, notadamente nos ramos residencial e autos, a Alfa fechou 2011 com cerca de R$ 270 milhões em prêmios, alta de apenas 8% em relação ao ano anterior, e patrimônio líquido em torno de R$ 90 milhões. Para efeito de comparação, o patrimônio de apenas uma das seguradoras do Grupo BB, a Aliança do Brasil, é superior a R$ 1 bilhão. A pernambucana Excelsior, por sua vez, tem um cardápio de negócios bem mais sortido do que o da Alfa. Uma parte razoável de sua carteira está ancorada no ramo vida. No entanto, a empresa oferece seguros garantia, aeronáutica, habitacional, responsabilidade civil, entre outros. Controlada pelo empresário Luciano Bivar, ela registrou cerca de R$ 130 milhões em prêmios ganhos em 2011. Seu patrimônio líquido está na casa dos R$ 40 milhões. O que mais atrai o Banco do Brasil é o fator geoeconômico. Com a compra da Excelsior, o banco ampliaria sua operação no Nordeste, região considerada estratégica pelas expressivas taxas de crescimento nas vendas de seguros nos últimos anos. Procurado pelo RR, o BB comunicou que “não comenta boatos de mercado”. A Alfa, por sua vez, informou “desconhecer o assunto em questão”. A Excelsior negou qualquer negociação com o BB. Além de pedalar seu crescimento no setor, o Banco do Brasil está disposto a aproveitar a eventual temporada de aquisições como fator motivador de uma organização de seus ativos na área de seguros. Hoje, sua operação neste mercado é composta por uma ampla teia de subsidiárias específicas para cada segmento. A reestruturação destas empresas é uma missão complexa, até pelas diferenças na composição societária – embora, hoje, ao contrário do que ocorria no passado, o BB tenha basicamente um só parceiro: a espanhola Mapfre. Uma das ideias seria pendurar todas as empresas embaixo da Aliança do Brasil. A direção do banco entende que a reestruturação permitiria um melhor aproveitamento das sinergias entre as seguradoras do grupo. Em tempo: antes que alguém faça alguma ilação precipitada, ressalte- se que as seguradoras cobiçadas pelo BB vão muito bem, obrigado.
Acervo RR
Sem estilo
3/07/2012Aldemir Bendine prepara uma chacoalhada na bandeira Estilo, braço do Banco do Brasil voltado a clientes de alta renda. Segundo informações filtradas junto a própria instituição, as medidas incluem mudanças na gestão e revisão do portfólio de produtos. Procurado pelo RR, o BB negou a reestruturação.
Acervo RR
Votorantim 1
25/06/2012O presidente do Banco Votorantim, João Roberto Teixeira, recebeu uma boa dose de autonomia por parte dos Ermírio de Moraes para tocar a reestruturação da instituição. Já não se pode dizer o mesmo do BB, que não o deixa dar um passo sozinho.
Acervo RR
Ivo viu a uva
21/06/2012Mais uma descoberta de Robson Andrade: “Nossas empresas sofrem com a alta carga tributária, precário sistema de logística de transporte e qualidade da educação”. É vero. Mas, óbvio, raso, desprovido de qualquer proposição. Um lobby de quinta que um papagaio faria. É para isso que serve a presidência da CNI?
Acervo RR
Moura Dubeux reforça suas estruturas
18/06/2012A pernambucana Moura Dubeux, uma das maiores construtoras do Nordeste, procura um sócio. Sua intenção é vender uma participação minoritária na Convida, subsidiária especializada na construção de condomínios e cidades planejadas. Segundo informações filtradas junto a própria empresa, há conversações com o Itaú BBA, que entraria no negócio por meio de um fundo de investimento ainda em fase de constituição. Uma gestora de recursos de São Paulo, parceira de um grande private equity norte-americano, também está no páreo. Nos últimos meses, a Moura Dubeux tem se dedicado a refazer seus cálculos e integrais. Entre os próprios controladores, a percepção é de que a empresa acabou dando alguns passos maiores do que a perna em meio ao boom do setor imobiliário. Agora, é hora de acertar o ritmo e evitar futuras cãibras financeiras. A Convida reúne alguns dos mais vultosos empreendimentos do grupo. O maior deles é o projeto de construção de um grande condomínio em Cabo de Santo Agostinho, avaliado em R$ 7 bilhões. Procurada, a Moura Dubeux informou que está procurando parceiros especificamente para este projeto, “no entanto, não há nada fechado oficialmente”.
Acervo RR
Banco do Brasil a dois passos do Banestes
13/06/2012É grande o frenesi na sede do Banestes. A próxima sexta-feira é considerada o Dia D para o futuro societário do banco capixaba. Essa é a data limite para os acionistas confirmarem ou não sua adesão a proposta de split dos papéis da instituição na proporção de uma para mil ações. Segundo um executivo ligado ao Banestes, o Banco do Brasil aguarda apenas o desfecho da operação para oficializar sua oferta. As negociações vêm sendo mantidas desde o início do ano – ver RR Negócios & Finanças edição nº 4.295. Procurado, o Banco do Brasil informou que “não comenta boatos”. O Banestes, por sua vez, negou a venda do controle. Segundo informações filtradas junto ao próprio Banestes, a Fazenda e o Governo do Espírito Santo já teriam acordado um valor aproximado para a operação. O BB pagaria algo em torno de R$ 11 por ação, o que significaria um prêmio de controle superior a 70% sobre a atual cotação das ONs na Bolsa. Entre os executivos do Banestes, a convicção da venda é tão grande que, inclusive, há até quem tenha visto a interferência do Banco do Brasil na recémanunciada reformulação da identidade visual do banco. Neste caso, a nova logomarca do banco capixaba sugeriria duas letras “B” entrelaçadas.
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Votorantim
12/06/2012Além dos ajustes finais no aumento de capital do Banco Votorantim, o BB e os Ermírio de Moraes têm discutido várias medidas para reduzir o prejuízo da instituição. Segundo um executivo que acompanha as tratativas, a proposta mais drástica sobre a mesa é a venda da BV Financeira. Procurado, o Banco Votorantim negou a operação.
Acervo RR
Cizânia atrasa internacionalização do BB
11/06/2012A temporada de UFC na diretoria do Banco do Brasil, comandada por Aldemir “Shogun” Bendine, já teve um efeito colateral sobre a estratégia da instituição. Por conta das recentes disputas internas e do intenso jogo de intrigas, que, inclusive, custou a cabeça do vice-presidente de Governo, Ricardo Oliveira, o BB praticamente paralisou as negociações para a compra de mais um banco nos Estados Unidos. O próprio Bendine teria cancelado uma viagem ao país, onde se reuniria com acionistas da instituição. Não iria se ausentar do Brasil justamente no momento em que o vulcão no banco entrava em erupção – a mesma lava que atingiu Oliveira carregou também o presidente da Previ, Ricardo Flores. Consultado, o BB negou uma nova aquisição nos Estados Unidos. Garantiu ainda que não existe qualquer desavença na diretoria. No entanto, de acordo com uma fonte ligada ao banco, as negociações vêm sendo travadas há cerca de quatro meses. O alvo é uma instituição de pequeno porte, com volume de ativos na casa dos US$ 200 milhões. Tratase do dobro do tamanho do EuroBank, adquirido pelo Banco do Brasil em abril do ano passado. O congelamento momentâneo das negociações é uma pedra no caminho do processo de internacionalização do BB. No caso específico dos Estados Unidos, a percepção dentro do próprio banco é que a instituição não tem conseguido ampliar sua massa crítica no ritmo esperado.
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BB
30/05/2012Ivan de Souza Monteiro, vice-presidente de Finanças do BB, teria ouvido de diferentes fontes da Fazenda a versão de que Aldemir Bendine trabalhou contra a sua indicação a presidência da Previ. Por ora, Monteiro se recusa a acreditar em tamanha intriga.
Acervo RR
Banca brasileira avança nos IPOs internacionais
30/05/2012Após conquistar território no mercado doméstico de emissões de títulos, a banca brasileira está avançando gradativamente seus pelotões no front internacional. A recente abertura de capital do Facebook completou uma trilogia. Os três maiores IPOs dos Estados Unidos contaram com a presença de instituições financeiras made in Brazil. Caçula deste segmento, o Bradesco BBI começa a ganhar musculatura e entrar no jogo de forma mais aguda. Na oferta de ações da Visa, em 2008, o banco foi responsável pela colocação do equivalente a 0,14% dos papéis. Dois anos depois, subiu alguns degraus na emissão de títulos da GM. Na operação, o Bradesco BBI recebeu mandato para a oferta de uma fatia correspondente a 2,55% do total de ações. O Itaú BBA também participou do lançamento, embora com um quinhão bem menor: 0,875%. Com o IPO do Facebook, o Brasil retornou ao palco das grandes operações internacionais, embora, desta vez, com uma boa dose de bipolaridade. O Itaú BBA experimentou as duas faces da moeda. Por um lado, voltou a garantir o mandato para uma grande e badalada colocação externa; por outro, teve de se contentar com um papel que beirou a figuração. O banco assumiu o lançamento de apenas 0,05% das ações do Facebook, não obstante os Setúbal terem feito um estardalhaço na mídia. Nesse ritmo, qualquer dia desses, o Itaú BBA ainda manda publicar um tombstone em todos os grandes jornais do país para anunciar a emissão de 0,0001% dos títulos de uma empresa.
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Flores e espinhos
29/05/2012Ideli Salvatti chamou para si a responsabilidade de encontrar um novo cargo para Ricardo Flores. Para ela, entretanto, seria tão ou mais importante dar um troco ao presidente do BB, Aldemir Bendine. Será? Há quem garanta que esta última versão é da lavra do próprio Flores.
Acervo RR
Taboão da Serra
25/05/2012Cada um na sua. Enquanto a Toll Brothers só quer saber de grãfinos, o BB olha para as castas mais baixas. Trabalha em uma nova estratégia para ampliar sua oferta de crédito imobiliário para a classe C. O pulo do gato é o fechamento de parcerias com construtoras.
Acervo RR
Chubb
23/05/2012A Chubb estaria em busca de um comprador para a sua carteira de veículos no Brasil. Segundo informações filtradas junto a seguradora, é crescente a insatisfação dos norte-americanos com a operação. Consultada, a empresa negou a venda.
Acervo RR
Guido Mantega quer ser o senhor dos anéis do BB e da CEF
21/05/2012O balão de ensaio de que o governo poderá transferir créditos podres dos bancos públicos – principalmente da dobradinha BB/Caixa Econômica Federal – para a Empresa Gestora de Ativos (Emgea) acendeu a luz vermelha na banca privada. A iniciativa, ainda sob forma de intenção da Fazenda, representa uma espécie de centauro financeiro, ou seja, um monstrengo metade banco estatal, metade Tesouro Nacional. Na prática, a Emgea vai ser um sócio com usufruto apenas dos dividendos negativos. O que também chama a atenção é o fato de que Guido Mantega acabará se tornando um árbitro da lucratividade do BB, da Caixa, do BNDES, do Banco do Nordeste, só para falar dos mais votados. Na medida em que a Empresa Gestora absorver os créditos putrefatos dessas instituições – por deliberação do Ministério da Fazenda -, o resultado negativo em balanço poderá sumir da noite para o dia. Os burocratas da Pasta argumentam, sob brumas, que a medida permitiria a capitalização desses bancos que têm concedido empréstimos mais baratos e sua consequente adequação a s regras da Basileia III. De uma certa forma, a operação não deixaria de ser uma injeção de capital pela porta dos fundos. Pela lógica dos seus autores, a operação possibilitaria estender por um tempo prolongado a política de crescimento econômico baseada no aumento da renda familiar em decorrência da ampliação do crédito a juros mais baixos. Como proposta, parece justificável. Em termos econômicos, é quase obsceno. Leva o abuso de poder econômico ao paroxismo. E transforma um ministro morno e modorrento em czar do Tesouro Nacional e senhor dos destinos da rentabilidade da banca pública. Seria a hora de se fazer um plebiscito para a criação de um Cade exclusivo do sistema financeiro, blindado contra as diatribes do governo. Só com a força da Constituição é possível banir do mapa uma aberração como essa.
Acervo RR
Espalha brasa
15/05/2012Não é mesmo fácil dividir o teto com Aldemir Bendine. Em um momento complexo, de mudanças no BB, ele estaria se desentendendo com o vice de Agronegócio e Micro e Pequenas Empresas da instituição, Osmar Dias. Bendine deve saber onde pisa, mas não custa lembrar que o exsenador do PDT foi indicado pela própria Dilma Rousseff.
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Esteves junta BB e CEF em uma "PPP bancária"
14/05/2012O laboratório de inovações, favores ao governo e “PPPs bancárias” de André Esteves está mais uma vez manipulando seus tubos de ensaio. A alquimia idealizada pelo jovem Midas das finanças busca juntar o BTG Pactual ao Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, criando uma espécie de Hidra de Lerna do setor. A operação passaria pela aquisição do controle do Banco Votorantim, pertencente a família Ermírio de Moraes. Com aquisição dos 50,01% nas mãos do clã, o BTG passaria a ser sócio do BB, dono do restante das ações. O Banco Votorantim está na prateleira das liquidações. Apesar do esforço da nova gestão, as previsões do mercado são de que, nos próximos três anos, a instituição ainda realize prejuízos. Os Ermírio de Moraes preferem abrir uma fábrica de óleo de rícino a permanecer no segmento bancário, sobretudo com os pés atolados na areia movediça. Só no primeiro trimestre deste ano, o Votorantim amargou prejuízo de R$ 597 milhões. Para André Esteves, não chega a ser um bicho de sete cabeças. Ele tem know how de sobra em adquirir um banco pelas tabelas. O PanAmericano estava bem pior das pernas quando foi comprado pelo BTG. Ou seja: mais uma vez, o banqueiro colocaria sua expertise a serviço do governo. a€ época, a compra do PanAmericano teve um inestimável retorno intangível, elevando Esteves ao posto de um dos principais interlocutores do Palácio do Planalto. Antes que alguém anteveja uma potencial consolidação do Votorantim com o Pan- Americano, criando um banco mais corpulento no varejo, esta equação não fecha. Existem dispositivos, inclusive constitucionais, que não permitem a associação simultânea do BB e da Caixa com um banco privado. Uma das fórmulas estudadas no laboratório do BTG é a criação de uma holding, na qual o controle de ambos os bancos – PanAmericano e Votorantim – seria aportado, permitindo, assim, uma sociedade com os dois mega bancos estatais por vias paralelas. Quem pensou num futuro IPO dessa holding está em fina sintonia com o que vislumbram os engenheiros de operações avançadas do BTG. Mesmo que a abertura de capital seja uma ambição desmedida, esta empresa-mãe serviria, posteriormente, de porta de entrada de uma instituição estrangeira ou, quiçá, fundos de investimento no varejo bancário brasileiro através de aquisição de parte da holding. Não seria nada mal para algum forasteiro que nunca passeou nestas plagas desembarcar no país escoltado pela Caixa Econômica e o Banco do Brasil. André Esteves teria ainda outro benefício com a operação: entrelaçar os canais bancários do Votorantim e do PanAmericano com os do BB e da Caixa, de forma a que o BTG possa desovar seus produtos também por essa vasta capilaridade. Não custa lembrar que o banco de Esteves acabou de criar uma seguradora. O mais irônico de tudo isso é que ele reproduziu, anos depois, a fórmula que o fez se distanciar e, mais a frente, tornar-se inimigo de Luiz Cezar Fernandes, ex-dono do Pactual. Ou seja: adquirir bancos de varejo de forma a usá-los também como marca distintiva. Como se sabe, para o grupo hegemônico no governo, os bancos de atacado não estão muito longe de serem visto como predadores. É um preconceito que vem de longa data.
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Porta de saída
14/05/2012O espanhol BBVA, que hoje mantém uma esquálida operação por estas bandas, estaria preparando o terreno para deixar o Brasil. Consultado, o BBVA negou a saída do país. Também, se ficar mais um pouco, ninguém vai notar.
Acervo RR
Esteves junta BB e CEF em uma “PPP bancária”
14/05/2012O laboratório de inovações, favores ao governo e “PPPs bancárias” de André Esteves está mais uma vez manipulando seus tubos de ensaio. A alquimia idealizada pelo jovem Midas das finanças busca juntar o BTG Pactual ao Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, criando uma espécie de Hidra de Lerna do setor. A operação passaria pela aquisição do controle do Banco Votorantim, pertencente a família Ermírio de Moraes. Com aquisição dos 50,01% nas mãos do clã, o BTG passaria a ser sócio do BB, dono do restante das ações. O Banco Votorantim está na prateleira das liquidações. Apesar do esforço da nova gestão, as previsões do mercado são de que, nos próximos três anos, a instituição ainda realize prejuízos. Os Ermírio de Moraes preferem abrir uma fábrica de óleo de rícino a permanecer no segmento bancário, sobretudo com os pés atolados na areia movediça. Só no primeiro trimestre deste ano, o Votorantim amargou prejuízo de R$ 597 milhões. Para André Esteves, não chega a ser um bicho de sete cabeças. Ele tem know how de sobra em adquirir um banco pelas tabelas. O PanAmericano estava bem pior das pernas quando foi comprado pelo BTG. Ou seja: mais uma vez, o banqueiro colocaria sua expertise a serviço do governo. a€ época, a compra do PanAmericano teve um inestimável retorno intangível, elevando Esteves ao posto de um dos principais interlocutores do Palácio do Planalto. Antes que alguém anteveja uma potencial consolidação do Votorantim com o Pan- Americano, criando um banco mais corpulento no varejo, esta equação não fecha. Existem dispositivos, inclusive constitucionais, que não permitem a associação simultânea do BB e da Caixa com um banco privado. Uma das fórmulas estudadas no laboratório do BTG é a criação de uma holding, na qual o controle de ambos os bancos – PanAmericano e Votorantim – seria aportado, permitindo, assim, uma sociedade com os dois mega bancos estatais por vias paralelas. Quem pensou num futuro IPO dessa holding está em fina sintonia com o que vislumbram os engenheiros de operações avançadas do BTG. Mesmo que a abertura de capital seja uma ambição desmedida, esta empresa-mãe serviria, posteriormente, de porta de entrada de uma instituição estrangeira ou, quiçá, fundos de investimento no varejo bancário brasileiro através de aquisição de parte da holding. Não seria nada mal para algum forasteiro que nunca passeou nestas plagas desembarcar no país escoltado pela Caixa Econômica e o Banco do Brasil. André Esteves teria ainda outro benefício com a operação: entrelaçar os canais bancários do Votorantim e do PanAmericano com os do BB e da Caixa, de forma a que o BTG possa desovar seus produtos também por essa vasta capilaridade. Não custa lembrar que o banco de Esteves acabou de criar uma seguradora. O mais irônico de tudo isso é que ele reproduziu, anos depois, a fórmula que o fez se distanciar e, mais a frente, tornar-se inimigo de Luiz Cezar Fernandes, ex-dono do Pactual. Ou seja: adquirir bancos de varejo de forma a usá-los também como marca distintiva. Como se sabe, para o grupo hegemônico no governo, os bancos de atacado não estão muito longe de serem visto como predadores. É um preconceito que vem de longa data.
Acervo RR
Juros do BB e da CEF envenenam relações de governo
11/05/2012A taxa Selic baixou e isso ninguém mais discute. Mas, apesar de todo o obaoba com a redução dos juros do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, a verdade é que os fatos estão aquém da versão. E mais: o custo dos empréstimos do BB e da CEF estão levando as autoridades do Ministério da Fazenda, Banco Central e os próprios diretores das duas instituições a se alfinetarem nos bastidores do governo. O projeto vendido por Guido Mantega a presidente Dilma Rousseff foi trazer a taxa dos empréstimos dos dois bancos federais ao emblemático piso do mercado. Ou seja, no melhor estilo Lula, Dilma poderia dizer, com base nos juros do BB e da CEF, que nunca antes na história deste país os financiamentos foram tão baratos. O marketing vinha funcionando muito bem e colocou sob pressão da opinião pública a banca privada, que ficou com a pecha de vilã da história. Mas os dias que antecederam a divulgação pelo Banco Central do tradicional ranking com as taxas médias praticadas no mercado viraram de pontacabeça o clima de euforia até então predominante no governo. O BC sofreu calafrios para colocar os números na vitrine. Telefonemas teriam cruzado inúmeras vezes as linhas da Fazenda e da autoridade monetária, sem uma solução para atenuar os dados do ranking. O Banco do Brasil apresentou a trigésima melhor taxa entre 38 instituições. A CEF, por sua vez, ficou na vigésima- terceira posição. São dois orgulhos da nação, para os quais estava prevista a missão de ostentar os juros mais baixos do país. A celeuma dos juros, entretanto, não fica por aí. Apesar dos discursos empolgados de que juro baixo traz mais clientes e, portanto, mais lucro para os bancos, nas entranhas do sistema a engrenagem não funciona exatamente desta maneira. Os juros não caíram tanto assim, mas o suficiente para transtornar o ambiente. As direções do BB e da CEF já começaram a abrir suas trincheiras em volta do Ministério da Fazenda. O presidente da Caixa, Jorge Hereda, tem cumprido uma função de retaguarda, até porque vocaliza uma corporação bem mais acostumada a registrar prejuízos bancários. Já o presidente do BB, Aldemir Bendine, apesar de estar na linha de fogo do Planalto, vem partindo para a ofensiva com a desenvoltura de quem tem o cargo garantido. O discurso de Bendine está numericamente embasado. Só nos últimos 30 dias, seis mil operações de empréstimos no valor aproximado de R$ 400 milhões foram feitas por pequenas empresas junto ao BB. Parece bom, mas não é. São aqueles tomadores de crédito dos bancos privados com maior risco de inadimplência que estão pegando financiamentos novos do BB para amortizar os débitos anteriores. Se isso aumenta exponencialmente, o Banco do Brasil carrega uma bomba-relógio no ventre.
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Imóveis
8/05/2012De acordo com uma fonte próxima de Saul Sabbá, o dono do Banco Máxima está colecionando imóvel atrás de imóvel na Zona Portuária do Rio. Seu projeto prevê parcerias com construtoras para erguer empreendimentos residenciais e corporativos. Procurados, o Máxima e Sabbá negaram a aquisição dos imóveis.
Acervo RR
Gido Mantega
3/05/2012De acordo com uma alta fonte da Fazenda, Guido Mantega deverá selar a demissão do vice-presidente de Governo do BB, Ricardo Oliveira, até o fim do mês. A conferir.
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Mantega faz lipoaspiração nos recursos do BNB e do Basa
2/05/2012A possível mudança das regras do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNDE) e do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) acendeu um rastilho de pólvora no relacionamento entre o ministro Guido Mantega e um grupo de governadores. O motivo é a proposta de que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil passem a conceder empréstimos com recursos das duas carteiras, prerrogativa que sempre foi exclusividade dos bancos de fomento regionais, leia-se Basa e Banco do Nordeste. Uma tropa de choque de governadores do Norte e do Nordeste, capitaneados por Eduardo Campos (PE) e Simão Jatene (PA), tem feito pressão em Brasília para evitar a dispersão dos recursos. Um de seus principais interlocutores e aliados é o titular da Pasta da Integração Nacional, Fernando Bezerra, que, diga-se de passagem, está longe de ser um dos nomes mais fortes da Esplanada dos Ministérios. Para todos os efeitos, Mantega argumenta que a medida se deve a necessidade de enquadramento do Basa e do BNB no índice da Basileia. No entanto, os governadores acham que tudo não passa de uma manobra da Fazenda com o deliberado objetivo de esvaziar os dois bancos regionais. Até porque Mantega já teria sinalizado a intenção de aumentar gradativamente o volume de recursos repassados a CEF e ao BB. Qualquer tiro na direção do Basa e do BNB atinge em cheio os governadores do Norte e do Nordeste. Significa automaticamente uma perda de poder, seja no que diz respeito a obtenção de recursos, seja em relação a influência política sobre as duas instituições. Eduardo Campos, Simão Jatene e cia. temem ainda que a lipoaspiração do Basa e do BNB se estenda para a Sudam e a Sudene, que também usam recursos provenientes dos dois fundos. No entanto, os fantasmas que rondam os políticos nordestinos arrastam correntes ainda mais pesadas. Há um receio de que Guido Mantega nutra a maior simpatia pela ideia de extinção do Basa e do Banco do Nordeste.
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Mordaça
2/05/2012O presidente do BB, Aldemir Bendine, foi, digamos assim, orientado pelo Planalto a evitar aparições públicas e, sobretudo, contatos com a imprensa enquanto o jogo de intrigas com a Previ não for devidamente exterminado.
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Eclusa fechada
26/04/2012Lideradas por Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, as grandes empreiteiras têm feito um lobby de alta voltagem em Brasília. O objetivo é derrubar a proposta do governo que obriga os construtores de hidrelétricas em rios navegáveis a instalar eclusas. Segundo as empresas, os custos aumentarão cerca de 20%, incluindo projetos já em andamento.
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Garupa 1
17/04/2012Depois da indústria automobilística, chegou a vez do lobby sobre duas rodas. Os fabricantes de motos com fábrica no Brasil têm cobrado do governo o aumento do IPI para os produtos importados, notadamente no segmento de baixa cilindrada.
Acervo RR
BB e Banestes
9/04/2012Nas últimas semanas, as negociações para a venda do Banestes ao Banco do Brasil (ver RR edição nº 4.295) avançaram centenas de jardas. O BB estaria aguardando apenas o Banco Central aprovar a reestruturação estatutária da instituição capixaba para selar o negócio.
Acervo RR
Olho do “dono”
4/04/2012O presidente do BB, Aldemir Bendine, tem feito pressão por uma mudança na diretoria do Banco Votorantim.
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Olho do "dono"
4/04/2012O presidente do BB, Aldemir Bendine, tem feito pressão por uma mudança na diretoria do Banco Votorantim.
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Vaga certa
3/04/2012Perto de encerrar seu mandato, o diretor de seguridade da Previ, Ricardo Sasseron, não vai ficar ao relento. Filiado ao PT, o executivo já teria assegurada uma vaga na diretoria do Banco do Brasil. O governo só não avisou ainda ao presidente do BB, Aldemir Bendine.
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Passarela
22/03/2012A grife italiana Dolce & Gabbana está a procura de sócios para se instalar no Brasil.
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Caixa Econômica
22/03/2012Enigma brasiliense: para quem tem o BB e a Caixa Econômica de que servem o Banco do Nordeste e o Basa? O governo responderá em breve.
Acervo RR
Furacão Bendine
22/03/2012Aldemir Bendine resolveu quebrar lanças em toda a direção. Quando não está esbravejando contra o presidente da Previ, Ricardo Flores, o nº 1 do BB tem sido ouvido fazendo críticas aos Ermírio de Moraes, seus “sócios” no Banco Votorantim.
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Carona
20/03/2012Uma das missões do novo presidente da Citroa«n no Brasil, o italiano Francesco Abbruzzesi, é enquadrar Sergio Habib, dono da maior rede de concessionárias da empresa no mundo. Aos olhos da matriz, Habib acha que pode mandar mais na subsidiária brasileira do que os próprios franceses. Para a Citroa«n, está na hora de esvaziar um pouco os seus pneus.
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Espinhos
20/03/2012O presidente da Previ, Ricardo Flores, está convicto de que a informação sobre a compra de uma casa em Brasília com dinheiro vivo foi vazada a imprensa por um alto dirigente do BB, que, aliás, está prestes a ser ejetado do cargo.
Acervo RR
BB no etanol
16/03/2012Segundo uma fonte ligada a instituição, o Banco do Brasil foi convocado pelo governo para estimular a construção de usinas de álcool e açúcar. Por meio do BBI, seu braço de investimentos, vai entrar como acionista minoritário de projetos greenfield no setor. Procurado, o BB negou a operação.
Acervo RR
ABB amplia seu cardápio no Brasil
14/03/2012A suíça ABB vai abrir duas novas frentes de negócio no Brasil. Mais conhecida no país pela montagem de equipamentos para grandes usinas de energia elétrica, a empresa decidiu instalar uma fábrica de produtos de baixa tensão e automação e motores em Sorocaba (SP). Quase simultaneamente, construirá uma planta industrial no Rio de Janeiro voltada ao segmento de exploração e produção de petróleo offshore. No total, o investimento deve girar em torno dos R$ 600 milhões. Procurada a ABB, não se pronunciou. Um dos objetivos da ABB é reduzir sua dependência em relação ao setor elétrico no Brasil, mais precisamente a construção de geradoras e linhas de transmissão de grande porte. Até porque as margens neste segmento são cada vez menores, sobretudo por causa da concorrência com os fabricantes chineses. A aposta no setor de petróleo, por exemplo, vai além da nova fábrica no Rio de Janeiro. O grupo pretende ampliar a linha de produção da unidade de Guarulhos (SP). Hoje, a presença da ABB neste mercado é praticamente um samba de um cliente só: a Petrobras. A empresa tem contratos com a estatal que somam cerca de US$ 100 milhões, mais de dois terços da sua carteira de pedidos no setor. Com o aumento da produção, a ABB quer ampliar a fatia da Petrobras no seu market share e se credenciar a disputar o fornecimento para outras petroleiras.
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Banco do Brasil
5/03/2012O BB vai entrar em peso no financiamento para a produção de cana-de-açúcar e etanol e o lançamento de produtos financeiros relacionados ao mercado de futuros. O banco pretende desembolsar R$ 1,5 bilhão no negócio. Consultado, o BB não quis se pronunciar.
Acervo RR
Caçada
2/03/2012A sueca Saab está fazendo turbinado lobby na tentativa de reabrir a licitação para a compra dos novos caças da Força Aérea. Segundo alta fonte da Casa Civil, teria convidado, de uma só tacada, os ministros Gleisi Hoffmann e Celso Amorim para conhecer suas fábricas. Procurada pelo RR, a Saab negou o convite.
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Cidade partida
24/02/2012Há poucos meses no cargo, o presidente do Banco Votorantim, João Roberto Teixeira, vem causando mal-estar na instituição. Na visão dos Ermírio de Moraes, Teixeira estaria agindo como se o BB fosse o acionista majoritário e o Votorantim, um minoritário de passagem pelo negócio. Bem, não deixa de ser isso.
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Lobby atômico
14/02/2012Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann, Miriam Belchior e Edison Lobão. O governador Cid Gomes já bateu nas mais importantes portas de Brasília na tentativa de garantir que o Ceará fique com uma das cinco usinas nucleares que serão construídas no país até 2017.
Acervo RR
Gleisi arranca o combustível das montadoras
14/02/2012Com Gleisi Hoffmann, fazer lobby custa caro. Que o digam as montadoras sem fábrica no país, leia-se, Kia Motors, Mercedes-Benz e a sul-coreana Ssangyong, entre outras. Estas empresas podem até emplacar o pleito de uma flexibilização do novo regime tributário para o setor automotivo, mas, em troca, terão de pagar um ágio alto demais. Habilmente, a ministra da Casa Civil está prestes a tirar leite de pedra e arrancar dessa turma um pacote de investimentos no Brasil que não estava no script. O governo admite trocar um pedacinho de coeficiente nacional por aumento de receita tributária e, sobretudo, geração de empregos. Proporcionalmente a importância do cargo, Gleisi Hoffmann talvez seja o personagem mais low profile em todo o Ministério de Dilma Rousseff. Ela costuma agir de uma forma diferente de seus antecessores no cargo, incluindo a própria Dilma. As montadoras, por exemplo, já perceberam que bateram em uma porta que não range e pouco se abre. A margem de negociação com a ministra da Casa Civil tem sido estreitíssima. Gleisi oferece com uma mão e cobra o dobro com a outra. Ela admite liberar as montadoras da exigência de 65% de componentes nacionais para pagarem o IPI mais baixo. Para isso, exige que seja cumprido um cronograma gradativo. Elas teriam até dois anos e meio para chegar a esta meta. No entanto, o benefício vai custar caro. Terá de ser obrigatoriamente associado a apresentação do projeto de construção de uma fábrica no Brasil, com o devido aval das respectivas matrizes e garantias de financiamento. Estas montadoras precisarão ainda detalhar o cronograma de implantação da planta industrial, ao qual seria atrelada a graduação das alíquotas de IPI.
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Banpará
13/02/2012O governador do Pará, Adib Jatene, é uma biruta que roda para todos os lados quando o assunto é o futuro do Banpará. Além de cogitar a venda da instituição para o BB – ver RR edição nº 4.295 -, o governo paraense avalia a hipótese de abertura de capital do banco estadual.
Acervo RR
BB vs. Itaú
8/02/2012BB e Itaú bateram na porta da Casa & Vídeo dispostos a vender seguros na rede varejista. Procurado pelo RR, o BB não quis se pronunciar. Já o Itaú não se manifestou até o fechamento desta edição.
Acervo RR
BB e Caixa se enroscam na Cobra Tecnologia
1/02/2012Banco do Brasil e Caixa Econômica acreditam que, ao contrário do que dizia Marx, a história pode, sim, se repetir e não necessariamente sob a forma de farsa. Segundo uma fonte do BB, os dois bancos federais reabriram discussões em torno do projeto de associação na área de tecnologia da informação, avaliado originalmente há cerca de dois anos. Mais uma vez, o epicentro da operação é a Cobra Tecnologia, um réptil que, ao longo do tempo, jamais se cansou de envenenar as finanças de seu controlador, o BB. O RR apurou que as conversas passam pela entrada da Caixa no capital da Cobra. O controle seria dividido fifty to fifty entre os dois bancos, que se tornariam os principais clientes da empresa de tecnologia. Procurado, o Banco do Brasil não quis se pronunciar. A Caixa, por sua vez, negou estar em conversações com o BB. Em 2010, quando foi avaliado pela primeira vez, o projeto encontrou resistências dentro da Caixa Econômica, a começar pela então presidente da instituição, Maria Fernanda Coelho. Já o atual no 1 do banco, Jorge Hereda, veria a operação com bons olhos. Ele defende que a Caixa tenha um braço próprio de automação bancária. Do lado do presidente do BB, Aldemir Bendine, nem é preciso dizer o quanto ele fez força pela ressurreição do projeto. Nos últimos dois anos, as perdas da Cobra passaram dos R$ 60 milhões.
Acervo RR
Itaú BBA
31/01/2012O Itaú BBA está preparando uma emissão de títulos no exterior ainda para este semestre. Procurado pelo RR, o banco não se pronunciou por estar em período de silêncio.
Acervo RR
ANP demarca a construção de alcooldutos
24/01/2012A ANP vai tentar colocar melodia e rima no samba do crioulo doido em que se transformou a construção de alcooldutos no país. A agência pretende lançar ainda neste semestre uma série de regras para normatizar a implantação de novos projetos no setor. A principal mudança diz respeito ao modelo legal para a execução de futuros empreendimentos. Hoje, os critérios são absolutamente difusos. Os projetos de construção são, caso a caso, avaliados e aprovados ou não pela ANP. A entidade pretende instituir leilões de concessão para a implantação de novos dutos. Além disso, a ANP quer replicar o direito de passagem adotado no transporte de gás. Ou seja: os investidores serão obrigados a abrir o duto para terceiros em caso de subutilização do pipeline. A percepção da ANP é que o atual modelo de autorização caducou e não atende mais a s necessidades logísticas do país para o transporte de etanol. Com o sistema de concessão, a agência pretende estipular critérios geoeconômicos para a construção dos pipelines. O objetivo é evitar sobreposições de traçados, o que aumenta o risco de subaproveitamento dos dutos. Em tempo: ciente das intenções da ANP, a Petrobras não perdeu tempo. Tem feito lobby para que o seu projeto de construção de um alcoolduto entre Goiás e o Porto de Santos, um investimento de US$ 2 bilhões tocado em parceria com Cosan, Copersucar, Camargo Corrêa, OTP e Uniduto, seja totalmente aprovado pela agência antes da entrada em vigor das novas regras .
Acervo RR
BV Financeira perde o crédito entre seus controladores
18/01/2012Há agonia por todos os poros, mas nem um pingo de êxtase nos corredores da BV Financeira. Os executivos têm chegado para trabalhar pela manhã sem saber se, ao fim do dia, ainda estarão em seus cargos. A direção do BB e os Ermírio de Moraes preparam uma drástica reestruturação na empresa, controlada pelo Banco Votorantim. O motivo é a insatisfação com a performance da financeira. A maior parte do descontentamento pesa sobre as costas de Dídimo Santana Fernandez Junior, diretor comercial de veículos. Responsável pela principal área de atuação da BV, o executivo é o mais forte candidato a puxar a fila dos guilhotinados. A lâmina que ora resvala em seu pescoço já fez miséria em seu bolso. Na esteira do mau desempenho da financeira, sua Participação nos Lucros e Resultados (PLR) referente ao exercício de 2011 teria sido cortada em 90% na comparação com o ano anterior. Dídimo também caiu em desgraça junto ao BB e ao Votorantim por conta do aumento da inadimplência da financeira. Os acionistas da BV entendem que o executivo adotou uma política frouxa na concessão de crédito para a venda de veículos e tardou a reagir ao crescimento dos contratos não cumpridos. Apenas no terceiro trimestre de 2011, a empresa reduziu o percentual de propostas aprovadas. O Banco do Brasil quer indicar o substituto de Dídimo Fernandez. Faz pressão também por mudanças em outros cargos na BV Financeira. Aliás, no que depender do banco federal, o troca-troca vai respingar no próprio Votorantim. A diretoria do BB entende que houve um cochilo no comando na instituição diante das sucessivas perdas de resultado da financeira. Fontes ligadas ao Votorantim garantem que a empresa fechou 2011 muito longe do lucro alcançado no ano anterior (R$ 507 milhões). Basta uma olhada no balanço do primeiro semestre para se imaginar o tamanho da distância. Entre janeiro e junho do ano passado, o ganho foi de R$ 98 milhões, bem abaixo dos R$ 241 milhões apurados no mesmo período em 2010. No mesmo intervalo, a provisão para créditos de liquidação duvidosa aumentou de R$ 753 milhões para mais de R$ 1 bilhão. Procurado pelo RR, o Votorantim informou que não se pronuncia sobre resultados financeiros não divulgados previamente pelo BB. Em relação a s mudanças na diretoria da BV, o banco divulgou que não “comenta boatos de mercado”. Além disso, classificou como especulação a informação sobre o corte no PLR de Dídimo Fernandez. Por uma questão de boa fé, o RR torce para que suas informações estejam erradas. Mas é difícil.
Acervo RR
Banco do Brasil avança na direção do Banestes
17/01/2012O Banco do Brasil decidiu retomar a estratégia de compra de instituições financeiras estaduais. O primeiro nome da lista é o Banestes. O RR apurou junto a uma alta fonte do BB que existem conversações entre a direção do banco, o Ministério da Fazenda e o governo do Espírito Santo. Na semana passada, houve duas reuniões na instituição para tratar do tema. O banco aguarda apenas a reestruturação acionária do Banestes para formatar uma oferta pela instituição capixaba – hoje haverá uma assembleia de acionistas para analisar a proposta de grupamento dos papéis na proporção de cem para um. Com a aquisição, o BB assumiria a folha de pagamento dos servidores estaduais e do funcionalismo público dos 78 municípios do Espírito Santo. Com base na atual cotação do papel em bolsa – noves fora o prêmio de controle – a participação do estado no Banestes está avaliada em quase R$ 690 milhões. Procurado, o BB não quis comentar o assunto. Já o Banestes não se pronunciou até o fechamento desta edição. Esta é a segunda investida do BB sobre o Banestes. Na primeira, no início de 2009, o banco federal chegou a iniciar o processo de due diligence. No entanto, o então governador Paulo Hartung brecou a operação. Desta vez, no entanto, o cenário é diferente. O atual governador, Renato Casagrande, tem um fator de pressão que não pesava sobre as costas de seu antecessor: a portabilidade da conta-salário dos servidores. Os clientes do Banestes vêm sendo assediados por todos os lados pelos grandes bancos do país para virar a casaca. O BB tem uma carapaça mais do que curtida para reter os correntistas, algo que não se poder dizer em relação a instituição capixaba. Esta vulnerabilidade deixou o governo do Espírito Santo diante de um córner: manter o controle do banco sob o risco de ver sua base de clientes definhar ou negociá-lo agora enquanto seu principal ativo está intacto e a instituição ainda é objeto de cobiça? É um daqueles enigmas que praticamente já vêm com uma solução compulsória. Além do Banestes, tratado como prioridade, outros bancos têm sido mencionados dentro do BB. É o caso do Banpará e do sergipano Banese. O banco paraense mantém sob o guarda-chuva a conta dos mais de 100 mil servidores ativos e inativos do estado. No caso da instituição sergipana, seriam mais 45 mil correntistas na rede do BB.
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Bons ventos
4/01/2012O Brasil receberá boa parte dos investimentos da ABB no segmento de energia eólica. Os aportes para o aumento da produção de equipamentos serão de US$ 100 milhões. Procurada pelo RR, a ABB não retornou até o fechamento desta edição.
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NeoEnergia
2/01/2012Tão logo desate o nó societário com a Previ e o BB, a Iberdrola vai transformar a NeoEnergia em quartel-general de todas as suas operações na América Latina. No momento, a primazia pertence a subsidiária mexicana, a qual, inclusive, a NeoEnergia respondia há até dois meses.
Acervo RR
Banrisul X BB
29/12/2011Tarso Genro deverá virar concorrente do Banco do Brasil na disputa pelos brasileiros que vivem em países vizinhos. O Banrisul prepara-se para abrir agências em Buenos Aires, Montevidéu e Santiago. Das três cidades, o BB só não está presente na capital uruguaia, mas tem planos de desembarcar por lá em 2012.
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NeoEnergia
26/12/2011No comando do BB há poucas dúvidas de que o próprio presidente da NeoEnergia, Marcelo Correa, tem vazado a informação de que o banco venderá suas ações na empresa. Como se adiantasse de algo. Corrêa é um sobrevivente eterno, assim como as baratas, que resistem a explosões nucleares. É quase certo que sua gestão não será deletada.
Acervo RR
HSBC embala um ano novo melhor
23/12/2011O HSBC rompe o ano de 2012 vivendo seu momento de decisão no Brasil. O banco tem a oportunidade de fazer do limão, a crise europeia, uma limonada, com a reversão do seu baixo desempenho histórico no país. Para isso, precisa resolver qual o caminho tomar em um turbilhão de interrogações. Optar pelo crescimento orgânico? Comprar um banco com expertise complementar? Vender ativos para melhorar a performance? Fazer uma grande aquisição que lhe permita criar massa crítica no Brasil? Nenhuma das opções exclui as demais e todas estão em estudo pelo banco. Mas as duas escolhas que parecem já ter sido feitas no silêncio do HSBC são a venda da Losango e a compra da operação bancária do Santander no Brasil – ver RR nº 4.267. A primeira iniciativa serviria para fazer caixa para a segunda. Em outra circunstância, o HSBC até esperaria mais para se desfazer do ativo, tendo em vista as condições de preço do mercado. No entanto, o custo de oportunidade para a aquisição do Santander exige que ele monte este cavalo antes que outro o faça. O assessor de imprensa do HSBC, Antonio Carlos Seidl, considera que o RR deveria ser nomeado para o – Oscar de ficção jornalística – devido a s menções a compra das operações do Santander no Brasil. É dura a tarefa, sempre em ambiente hostil, de antecipar informações no mundo das fusões e aquisições. Seria bom que Seidl não fizesse como o finado Banco Nacional, que publicou um anúncio de primeira página para desmentir a fusão com o Unibanco, divulgada pelo RR – fato que se consumou cinco dias depois. O que a assessoria de comunicação do HSBC não pode desmentir em hipótese alguma são os pífios resultados no Brasil, por qualquer métrica que se utilize. Entre os grandes da banca nacional, a instituição segura a lanterninha. Seu lucro no primeiro semestre projeta uma rentabilidade anualizada em torno de 14%. Não dá nem para a saída em relação a concorrência. No Bradesco, a estimativa de retorno sobre o patrimônio para este ano gira em torno de 22,5%. O Itaú está no mesmo patamar. O lucro do primeiro semestre aponta para uma rentabilidade de 22,4% em 2011. O Banco do Brasil vai além. A projeção é de um ganho sobre o patrimônio líquido superior a 25%. Esta goleada da concorrência não se restringe a 2011. Nos últimos dois anos, o HSBC ficou atrás de seus maiores oponentes. Em 2009 e 2010, teve uma rentabilidade média de 12,9%. No Bradesco, este índice foi de aproximadamente 21%. O Itaú, por sua vez, registrou um ganho sobre patrimônio de 22,7% na média dos dois últimos balanços. Neste período, o BB também ficou a frente, com um retorno médio de 28,8%. Dependendo do critério contábil adotado, até o próprio Santander, duramente ferido pela crise financeira na Europa, vem apresentando um desempenho superior ao do HSBC. Excluindo-se o ágio pago na compra do Real, o banco espanhol teve uma rentabilidade sobre patrimônio de 17,8% na média dos últimos dois exercícios. Utilizando-se o mesmo padrão, o resultado da instituição no primeiro semestre deste ano projeta um retorno de 18% em 2011. Os resultados do HSBC só podem ser atribuídos a incompetência de gestão ou a falta de musculatura para concorrer no mercado bancário brasileiro. As evidências apontam para a segunda hipótese.
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BB in USA
16/12/2011O Banco do Brasil vai aumentar sua teia nos Estados Unidos. Seis meses após a compra do Eurobank, prepara- se para abrir sua primeira agência, com a bandeira BB, na Califórnia, mais precisamente em Los Angeles. No pacote, ainda será inaugurado um escritório para a negociação de títulos agrícolas no mercado futuro do país.
Acervo RR
Montadoras correm para emplacar novo IPI
12/12/2011A cada nova denúncia contra Fernando Pimentel, um calafrio percorre a espinha dos executivos da Volkswagen, General Motors, Ford e Fiat. As big four da indústria automobilística nacional estão cada vez mais apreensivas com o futuro do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. As montadoras temem que uma eventual demissão de Pimentel ameace a entrada em vigor ainda neste ano do novo regime tributário para o setor automotivo. Para todos os efeitos, a publicação do decreto está prevista para o dia 15 de dezembro. O problema é que o quarteto fantástico auscultou entre as paredes dos gabinetes de Brasília que, devido a questões burocráticas, a medida pode sofrer mais um adiamento, desta vez para o fim do mês. O receio de Volkswagen, Fiat, GM e Ford é que até lá novas denúncias passem debaixo da ponte de vidro em que Pimentel vem tentando se sustentar. Para as quatro maiores empresas, ao menos neste momento é impossível dissociar a assinatura do decreto do destino de Fernando Pimentel. Uma eventual queda do ministro antes da publicação das novas regras seria uma ducha de água fria para Volkswagen, GM, Fiat e Ford, que capitanearam uma das maiores operações de lobby da história recente da República. Pimentel foi um grande aliado das companhias para a alteração do sistema tributário no setor, que aumentará em 30% o IPI dos veículos com índice de nacionalização inferior a 65%. O maior temor do quarteto é que uma troca de ministro neste momento acabe empurrando a entrada em vigor das novas regras para 2012, o que daria tempo e fôlego para as montadoras sem fábrica no Brasil buscarem novas cartadas jurídicas contra a mudança do regime fiscal. Não por acaso, na última semana, foi grande o alvoroço em Brasília. Lobistas de Volkswagen, Fiat, GM e Ford mantiveram uma frenética movimentação na tentativa de garantir que o decreto entre em vigor na próxima quinta-feira.
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Batendo ponto
18/11/2011O Bispo Macedo acordou. A Rede Record tem feito um pesado lobby entre parlamentares tanto da base aliada quanto da oposição. A emissora, que, ao contrário de suas congêneres, andava distante da causa, entrou na luta para que a participação estrangeira na chamada WebTV fique restrita a 30%.
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Alcooldutos
8/11/2011Grandes usineiros estão fazendo um lobby inflamável junto a ANP. Querem incinerar a proposta da agência de tornar obrigatória a licitação para a construção de alcooldutos no país. Contam com o discreto, mas sempre decisivo, apoio da Petrobras.
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Blau é o remédio para a impotência aquisitiva da Teva
8/11/2011Após as frustradas investidas sobre a BioSintética, a EMS e o Mantecorp, a israelense Teva escolheu um novo medicamento na tentativa de curar sua crônica dor de cotovelo no Brasil. Partiu com tudo na direção do Blau, antiga Blausiegel, laboratório pertencente ao empresário Marcelo Hahn. Se não é um dos primos ricos da indústria farmacêutica nacional, a companhia está longe de ser um ativo desprezível. Deverá fechar este ano com uma receita de aproximadamente R$ 350 milhões. Seu principal negócio é a produção de medicamentos biotecnológicos. Com a eventual aquisição, os israelenses incorporarão três fábricas no Brasil. Desta forma, iniciarão a produção no país ? até o momento, a presença da Teva no Brasil está circunscrita a distribuição de remédios importados. O grupo herdará ainda uma carteira de contratos de exportação para mais de 20 países, a maioria na América Latina. A direção da Teva no Brasil tem sofrido crescentes cobranças da matriz devido a demora em emplacar uma aquisição. Até o momento, esta fatura vai inapelavelmente para a conta da subsidiária, sem direito a deságio. As conversações com BioSintética, EMS e Mantecorp foram conduzidas diretamente pela filial. O desgaste com os israelenses teria sido a principal razão para a recente saída de Nelson Libbos da presidência do laboratório no Brasil. A investida sobre a Blau é mais uma tentativa de encerrar esta invencibilidade a s avessas. Os israelenses têm pressa, até porque, com o avanço da consolidação societária no setor, há cada vez menos ativos de peso na prateleira. Enquanto grandes concorrentes mundiais, como Sanofi-Aventis e Pfizer, já fizeram aquisições no país, a Teva ainda tem uma presença tímida no mercado brasileiro, incompatível com sua presença mundial. Com faturamento anual na casa dos US$ 15 bilhões, o grupo tem operações em 60 países. Nos últimos dois anos, tem concentrado seus investimentos internacionais na Europa e na América Latina. Em fevereiro deste ano, comprou o laboratório peruano Infarmasa. Procurados pelo RR, o Blau negou que esteja a venda e a Teva não retornou o contato até o fechamento desta edição.
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Dolce & Gabbana
3/11/2011Os estilistas Domenico Dolce e Stefano Gabbana estão a procura de um sócio para abrir lojas da Dolce & Gabbana no Brasil. A grife tem apenas um ponto de venda no país, na Daslu. Os italianos, no entanto, acham que a parceria já deu o que tinha de dar.
Acervo RR
Dilma promove um bazar hidrelétrico no exterior
3/11/2011Dilma Rousseff chegou a conclusão de que o Brasil -vende- mal suas hidrelétricas no exterior. Até o fim de novembro, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, vai fazer um road show junto a investidores da Europa, Estados Unidos e asia. Contará com o suporte do Banco do Brasil – Banco de Investimentos (BB-BI). Lobão fará uma minuciosa apresentação dos futuros projetos hidrelétricos inseridos no Plano Decenal de Expansão da Oferta de Energia, a começar pelas usinas do rio Tapajós, com licitação prevista para 2012. O Ministério de Minas e Energia vai se comprometer com o leilão do equivalente a 10 mil megawatts durante o próximo ano. Com esta operação-arrastão, o governo pretende pescar na mesma rede private equities, fundos soberanos e financiamentos de bancos internacionais para os leilões das geradoras. Ainda que as estatais, como a própria Eletrobras e o BNDES, continuem sendo figuras obrigatórias na indução de investimentos do setor elétrico e na formação dos consórcios, a intenção do Planalto é ao menos reduzir a dependência de recursos públicos para a construção das futuras usinas. Em seu giro internacional, Edison Lobão vai também fazer paradas estratégicas no Conselho de Meio Ambiente da Comunidade Europeia e se reunir com dirigentes do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A intenção é desconstruir o lobby internacional encabeçado pela OEA, que levantou a possibilidade de sérios impactos ambientais causados, principalmente pelas geradoras da Região Amazônica. A cantilena da OEA atingiu seu ponto máximo nos meses que antecederam o leilão da usina de Belo Monte. Na ocasião, o governo constatou uma queda do volume de consultas de bancos financiadores internacionais, o que foi diretamente atribuído a s denúncias feitas pelo organismo multilateral .
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Energia eólica
27/10/2011A alemã Wobben Windpower quer levar a vida na brisa. Sócia de um parque eólico gaúcho, negocia a construção de um empreendimento similar no Nordeste, provavelmente no Ceará.
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Injeção eletrônica
13/10/2011Sergio Habib, sócio da JAC Motors, assumiu a operação de contra-lobby das montadoras sem fábrica no Brasil na tentativa de flexibilizar as novas regras tributárias do setor. Habib está apostando todas as suas fichas na velha amizade com Michel Temer.
Acervo RR
Bala no BB
13/10/2011Gleisi Hoffmann defende a entrada do BB no pool de financiadores do trembala. Como se trata de projeto que só andará a base de subsídio, os milhões de acionistas do banco devem estar se perguntando o que farão entulhados no vagão dessa Maria-Fumaça.
Acervo RR
Meu pirão
6/10/2011Viva a crise europeia! O pensamento nada altruísta é compartilhado pelos executivos da ABB no Brasil. Em razão da crise local, o grupo suíço está transferindo para a subsidiária brasileira cerca de US$ 300 milhões que seriam investidos no Velho Continente.
Acervo RR
Petrobras põe sal no refresco tributário da Mossi & Ghisolfi
5/10/2011O tempo dirá se a Mossi & Ghisolfi (M&G) vai mesmo tirar o time de campo ou está apenas protagonizando uma ópera bufa de quinta categoria. O grupo petroquímico italiano sinalizou ao governo que vai desativar sua fábrica em Suape (PE) caso perca o benefício de importar ácido tereftálico purificado (PTA) a tarifa zero – o PTA é usado como matéria- prima para a produção de resinas PET. Bravata ou não, os italianos fazem pressão apoiados por uma escolta de luxo. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, vem tentando usar seu prestígio junto ao Planalto para garantir a manutenção da isenção fiscal. Alega que o eventual fechamento da fábrica de PET da M&G terá razoável impacto sobre o complexo industrial portuário de Suape e sobre a própria economia pernambucana, além do efeito social por conta das demissões. Procurada pelo RR, a M&G não se pronunciou até o fechamento desta edição. Mesmo com a ameaça de fechamento da fábrica e com o lobby das autoridades pernambucanas, a tarefa da M&G é dificílima. O governo tem fortes razões para acabar com o refresco tributário de que os italianos dispõem desde 2002, quando herdaram as operações da Rhodia- ster no Brasil com a compra da companhia francesa. O motivo maior atende pelo nome de Petrobras . No primeiro trimestre de 2012, a estatal vai iniciar a produção de PTA, também em Suape. Nos meses seguintes, avançará uma casa na cadeia petroquímica e partirá para a fabricação de resinas PET. Por que cargas d’água o governo manterá uma isenção fiscal que garante uma notória vantagem competitiva para a M&G justo no momento em que a Petrobras acaba de gastar US$ 2,5 bilhões na montagem do complexo petroquímico de Suape? Ressalte-se ainda que o benefício tributário perderá muito da sua razão de ser uma vez que a própria estatal passará a atender boa parte da demanda interna por PTA. E, no fim das contas, pressão por pressão, a Petrobras é a Petrobras. O governo não apenas acha que a história de fechamento da fábrica de Suape é conversa para boi dormir como também não tem a menor boa vontade com a M&G. O conceito da empresa em Brasília é o pior possível. A percepção é de que o grupo italiano deu uma rasteira no governo. Ao receber a isenção fiscal para a importação de PTA, a M&G garantiu que montaria uma fábrica do produto no Brasil. Ou seja: o bom-bocado tributário seria provisório. No entanto, o tempo passou, os italianos se deitaram na rede e o projeto nunca saiu do papel .
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Raízen
5/10/2011A Raízen deverá perder de uma só leva cerca de 50 postos na Região Norte. A amazonense Petróleo Sabbá, hoje parceira da Shell, está a procura de uma nova bandeira para hastear em seus estabelecimentos. A Texaco/ Ultra é candidata.
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Petrobras põe sal no refresco tributário da Mossi & Ghisolfi
5/10/2011O tempo dirá se a Mossi & Ghisolfi (M&G) vai mesmo tirar o time de campo ou está apenas protagonizando uma ópera bufa de quinta categoria. O grupo petroquímico italiano sinalizou ao governo que vai desativar sua fábrica em Suape (PE) caso perca o benefício de importar ácido tereftálico purificado (PTA) a tarifa zero – o PTA é usado como matéria- prima para a produção de resinas PET. Bravata ou não, os italianos fazem pressão apoiados por uma escolta de luxo. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, vem tentando usar seu prestígio junto ao Planalto para garantir a manutenção da isenção fiscal. Alega que o eventual fechamento da fábrica de PET da M&G terá razoável impacto sobre o complexo industrial portuário de Suape e sobre a própria economia pernambucana, além do efeito social por conta das demissões. Procurada pelo RR, a M&G não se pronunciou até o fechamento desta edição. Mesmo com a ameaça de fechamento da fábrica e com o lobby das autoridades pernambucanas, a tarefa da M&G é dificílima. O governo tem fortes razões para acabar com o refresco tributário de que os italianos dispõem desde 2002, quando herdaram as operações da Rhodia- ster no Brasil com a compra da companhia francesa. O motivo maior atende pelo nome de Petrobras . No primeiro trimestre de 2012, a estatal vai iniciar a produção de PTA, também em Suape. Nos meses seguintes, avançará uma casa na cadeia petroquímica e partirá para a fabricação de resinas PET. Por que cargas d’água o governo manterá uma isenção fiscal que garante uma notória vantagem competitiva para a M&G justo no momento em que a Petrobras acaba de gastar US$ 2,5 bilhões na montagem do complexo petroquímico de Suape? Ressalte-se ainda que o benefício tributário perderá muito da sua razão de ser uma vez que a própria estatal passará a atender boa parte da demanda interna por PTA. E, no fim das contas, pressão por pressão, a Petrobras é a Petrobras. O governo não apenas acha que a história de fechamento da fábrica de Suape é conversa para boi dormir como também não tem a menor boa vontade com a M&G. O conceito da empresa em Brasília é o pior possível. A percepção é de que o grupo italiano deu uma rasteira no governo. Ao receber a isenção fiscal para a importação de PTA, a M&G garantiu que montaria uma fábrica do produto no Brasil. Ou seja: o bom-bocado tributário seria provisório. No entanto, o tempo passou, os italianos se deitaram na rede e o projeto nunca saiu do papel .
Acervo RR
BB conjuga o público e o privado no crédito imobiliário
3/10/2011O Banco do Brasil vai aumentar substancialmente sua oferta de crédito imobiliário em 2012. O projeto une a fome com a vontade de comer. De um lado, o governo Dilma Rousseff pretende intensificar a atuação do BB no financiamento habitacional, considerada modesta vis-a -vis o patrimônio e o potencial de crescimento da instituição neste mercado; do outro, de olho na multiplicação dos resultados, a direção do banco considera fundamental ampliar a participação do BB no segmento, que tem se mostrado, ano a ano, cada vez mais rentável. Segundo uma fonte do RR incrustrada no Banco do Brasil, a meta é atingir a marca de R$ 20 bilhões de créditos em carteira no fim de 2012. Se alcançada, esta cifra representará um salto de quase 170% em relação ao valor projetado para este ano em torno de R$ 8 bilhões. Este índice equivale a quase o dobro do crescimento médio da carteira de financiamento habitacional do BB nos últimos dois anos. Historicamente, o BB sempre viveu o dilema de ser banco ou ser do Brasil. Não foram poucas as vezes em que o governo passou por cima da governança corporativa, virou as costas para os acionistas minoritários e usou a instituição como indutora de políticas públicas. Desta vez, no entanto, existe uma simbiose entre interesses políticos e corporativos. A própria presidente Dilma Rousseff considera que o BB ainda tem uma atuação subapreciada no financiamento habitacional, notadamente para as classes mais baixas. Na área econômica do governo, há um consenso de que o Banco do Brasil é um canhão capaz de impulsionar ainda mais o programa Minha Casa, Minha Vida e, guardadas as devidas proporções, dividir com a Caixa Econômica Federal o papel de fomentador do crédito imobiliário. Por sua vez, a diretoria do BB elegeu o financiamento imobiliário como uma das prioridades para 2012. Os resultados recentes são alvissareiros. Entre janeiro e agosto deste ano, a carteira de crédito habitacional cresceu 75% em relação a igual período em 2010. A estratégia do banco para o próximo ano prevê uma aposta maior nas parcerias com construtoras e incorporadoras. O BB pretende ainda fechar acordos com redes varejistas para instalar quiosques voltados exclusivamente a oferta de empréstimos imobiliários. Nem mesmo a ameaça de uma eventual bolha de crédito parece frear o ímpeto do banco. O mínimo que se imagina é que a diretoria do BB é suficientemente responsável e sabe muito bem o que está fazendo. Se não for factível pensar isso do Banco do Brasil, nada mais é possível.
Acervo RR
Bolsa de Chicago
30/09/2011O BB estuda criar uma subsidiária para negociar contratos futuros de commodities agrícolas de empresas brasileiras na Bolsa de Chicago. Em tempo: há uma disputa pela paternidade do projeto. Os candidatos ao teste de DNA são o presidente Aldemir Bendine e o vice de agronegócios, Osmar Dias.
Acervo RR
BB na Flórida 1
23/09/2011Depois do Eurobank, o Banco do Brasil está negociando a compra de mais uma instituição de pequeno porte na Flórida. É negócio para cerca de US$ 30 milhões, uma fortuna se comparado aos US$ 6 milhões pagos pelo Eurobank.
Acervo RR
BB na Flórida 2
23/09/2011Por falar em Eurobank, as relações entre o BB e os funcionários do banco norte-americano estão soltando faíscas. O sindicato local cobra um reajuste e equiparação salarial com trabalhadores de instituições do mesmo porte no estado.
Acervo RR
As big four e a nacionalização Á meia-sola
21/09/2011A conta que levou o governo a lançar um novo modelo tributário para a indústria automotiva não fecha. Por detrás do inflamável lobby comandado por Volkswagen, Fiat, General Motors e Ford, há números que colocam em xeque o tão alardeado índice nacionalização das big four do mercado brasileiro. Segundo informações obtidas junto a uma alta fonte da Camex, mesmo com todo o cinturão de fornecedores ao redor de suas fábricas, Fiat e Ford estariam trabalhando, desde o início do ano, com uma taxa média de nacionalização da ordem de 20%. De acordo com a mesma fonte, Volkswagen e GM, por sua vez, teriam índices de 25% a 30%. Ou seja: muito abaixo dos 65% que garantirão a s empresas isenção do aumento de 30 pontos percentuais do IPI. Procurada pelo RR, a Ford garantiu que – está dentro dos 65% de itens nacionalizados exigidos pelo governo no novo regime automotivo – . A Fiat informou que opera – entre 70% e 80% – . Já a GM esclareceu que – cumpre rigorosamente o programa de conteúdo local de 65% de peças nacionais na fabricação de veículos – . A Volkswagen, por sua vez, não se pronunciou até o fechamento desta edição. Não obstante a garantia quase coletiva de cumprimento das regras de nacionalização, há um ponto nebuloso nesta história. As big four do setor estariam inflando o volume de contratações no mercado interno com serviços que nada têm a ver com a compra de equipamentos, principal justificativa do governo para o novo regime fiscal. As montadoras estariam contabilizando gastos em ações de marketing, publicidade e investimentos na área de vendas como custos desembolsados junto a fornecedores nacionais. Se comprovados, estes números deverão servir de munição para o contragolpe das empresas afetadas pela decisão do governo, leia-se as montadoras sem fábrica no Brasil. Na próxima sexta-feira, a diretoria da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) vai se reunir para decidir sua posição oficial em relação a tunda tributária. Uma saída quase natural seria entrar com um ato de inconstitucionalidade. De acordo com a emenda constitucional de 19 de dezembro de 2003, qualquer mudança no IPI só pode entrar em vigor 90 dias após sua publicação no Diário Oficial. No entanto, a alteração do regime tributário para a indústria automotiva passou a valer imediatamente após o anúncio do governo.
Acervo RR
Bonde do etanol
19/09/2011Sob a égide da Unica, os principais usineiros do país tentam pegar carona no encontro que Dilma Rousseff terá com Barack Obama amanhã. Em cima do laço, fazem lobby para que Dilma discuta os subsídios do governo norte- americano a produção de etanol a base de milho.
Acervo RR
Indusval dá últimos retoques em sua reestruturação
2/09/2011Tudo como dantes no quartel do Indusval. Palavra de Jair Ribeiro, um dos principais sócios da instituição. O banqueiro procurou o RR para informar que não há mudança societária em curso no banco. O próprio Warburg Pincus – que, segundo fontes ligadas ao Indusval, estaria disposto a aumentar sua participação – garante que não tem feito qualquer movimentação para a compra de ações em poder de outros acionistas. Jair Ribeiro afirma que, neste momento, os sócios estão concentrados nos retoques finais do processo de reestruturação deflagrado em março deste ano, quando ele próprio e o Warburg entraram no capital do Indusval. Uma das medidas mais importantes foi a nomeação dos três novos vice-presidentes, feita há menos de um mês. Francisco Cote Gil, ex- Citibank e Itaú BBA, assumiu a área comercial. Gilberto Faiwichow, com passagens pelo ING e pelo Banco Cargill, tornou-se responsável pela tesouraria. Já André Mesquita ficou com a vicepresidência de produtos de corporate finance. Além da nova estrutura administrativa, os acionistas do Indusval fecharam também a estratégia do banco para esta nova fase. Os dois alvos principais serão o segmento de crédito corporativo e o mercado de títulos de renda fixa.
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Terra fértil
22/08/2011Previ e BB, sócios da Kepler Weber, descobriram um maná além das nossas fronteiras. Nos últimos seis meses, a demanda por silos e equipamentos para armazenagem de produtos agrícolas na América do Sul, sobretudo Argentina e Uruguai, cresceu 40%.
Acervo RR
Azul reserva uma poltrona para o Actis na primeira classe
17/08/2011O fundo inglês Actis deve ter argumentos muito convincentes para levar David Neeleman a mudar o plano de voo societário da Azul. O empresário está disposto a cancelar o IPO da companhia aérea, inicialmente programado ainda para este ano, e virar o manche em outra direção. No lugar da oferta primária de ações, Neeleman venderia parte de suas ações na empresa para o private equity. Detentor de 20% das ações da Azul, o empresário deverá negociar até metade deste quinhão, o que acentuará ainda mais a pulverização do capital da empresa. Não obstante a significativa redução da sua fatia acionária, a operação com o Actis só será sacramentada se não houver significativa alteração no acordo de acionistas da companhia, que garante a Neeleman o equivalente a 80% dos votos. O interesse do Actis junta a fome com a vontade de comer. Verdade seja dita, Neeleman já não andava muito entusiasmado com a realização da oferta primária de ações. As sondagens feitas junto a investidores nacionais e estrangeiros pelos bancos contratados para a operação ? Goldman Sachs, Itaú BBA, Morgan Stanley e Santander ? foram decepcionantes. Os bancos advisers saíram da cruzada aérea convictos de que dificilmente a companhia conseguiria captar o valor esperado ? de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão. Logo depois, para piorar a situação, o mercado desabou. No entanto, apesar da estiagem de liquidez, Neeleman está convicto de que há ainda espaço para a venda direta de uma parte da empresa a um investidor institucional. Até porque, além do Actis, a empresa também teria sido procurada recentemente pelo Temasek, companhia de investimentos controlada pelo governo de Cingapura. Não é de hoje que Neeleman procura mais um sócio para a Azul. Antes da ideia de IPO, tentou se associar a outras companhias aéreas. Teria conversado com a Trip, que posteriormente se associou a TAM, e com a própria Gol. Agora, a biruta aponta na direção do Actis. O desembarque do fundo na Azul ocorreria por meio de um aumento de capital. A injeção financeira daria fôlego para a companhia aérea tocar seu plano de expansão. A empresa, que opera com jatos regionais da Embraer e turboélices ATR, pretende comprar aeronaves de maior porte. O modelo mais cotado é o A-320 Neo, avião com capacidade entre 150 e 180 passageiros fabricado pela Airbus. Enquanto um novo sócio não aterrissa em seu capital, a Azul segue com a sua política de aquisição de aeronaves menores. Já encomendou a própria ATR 10 unidades do modelo 72-600, que comporta até 74 lugares.
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Blackberry
16/08/2011A Abin está negociando a compra de uma tecnologia internacional capaz de descriptografar mensagens trocadas via BBM, sistema de comunicação do Blackberry
Acervo RR
IPO da discórdia
11/08/2011a€ revelia dos Ermírio de Moraes, o presidente do BB, Aldemir Bendine, passou os últimos meses defendendo abertamente o IPO do Banco Votorantim. Só recuou diante da nova crise de liquidez nos mercados.
Acervo RR
Petrobras vira o carro-tanque do mercado de etanol
5/08/2011A importação de um bilhão de litros de álcool anidro é apenas a ponta do iceberg no feérico processo de intervenção do governo no mercado de etanol. A presidente Dilma Rousseff determinou que a Petrobras Biocombustível acelere as negociações para a compra de usinas. A empresa corre contra o relógio para cravar três aquisições de relativo peso até outubro, quando está previsto o fim da colheita da safra de cana-de-açúcar 2010/2011 e os grupos do setor começam a decidir o percentual da matéria-prima que será destinado a produção de açúcar ou de álcool. Se antes o avanço da estatal tinha como objetivo prioritário brecar a expansão de investidores estrangeiros no setor, desta vez o alvo é toda e qualquer empresa, seja ela controlada por capital nacional ou externo. O Planalto pretende usar os canhões da Petrobras para evitar uma crise no abastecimento de etanol no mercado interno e, consequentemente, um aumento do preço final ao consumidor. Hoje, contabilizando-se todas as suas participações no setor, a Petrobras Combustível soma uma capacidade de refino de aproximadamente 26 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano. O governo entende que a estatal precisa chegar rapidamente a marca de 50 milhões de toneladas por safra para ter poder de influência sobre a oferta e a formação de preços do etanol. Com direito a abocanhar uma fatia de US$ 4 bilhões no plano estratégico da holding para o período 2011- 2014, a Petrobras Biocombustível está em negociações com três grupos sucroalcooleiros. Um deles é a paulista Clealco, dona de duas usinas com capacidade total de moagem em torno de 10 milhões de toneladas por safra. O adviser da operação é o Banco Itaú BBA. Inicialmente, a principal candidata a compra da Clealco era francesa Tereos, dona da Açúcar Guarani e sócia da Petrobras em uma joint venture. No entanto, a própria estatal tomou a dianteira e assumiu as tratativas com os controladores da usina paulista. Em outro front, a estatal vem mantendo entendimentos com a paranaense Santa Terezinha desde o início do ano – ver RR – Negócios & Finanças edição nº 4.118. Maior produtor de açúcar e álcool da Região Sul, o grupo tem capacidade instalada para refinar cerca de 18 milhões de toneladas de cana por safra. O terceiro alvo da Petrobras Biocombustível seria o Virgolino de Oliveira, um dos maiores produtores de álcool e açúcar de São Paulo. Associada a Copersucar, a empresa fatura cerca de R$ 1,2 bilhão por ano e processa por safra pouco mais de 12 milhões de toneladas de cana.
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Cid, o guloso
4/08/2011O governador Cid Gomes quer fazer uma nomeação no estilo ?pague uma e leve duas?. Há cerca de três meses, indicou o ex-superintendente do BB no Ceará Miguel Cícero Terra Lima para a presidência do Banco do Nordeste (BNB). Logo depois, voltou atrás e sacou do colete o nome do ex-presidente da Cagece, Jurandir Vieira Santiago, que acabou efetivado no comando do BNB. Agora, Gomes tenta encontrar um lugar para o órfão Terra Lima em uma das diretorias da Chesf.
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Roleta-russa
2/08/2011O presidente do BB, Aldemir Bendine, está tirando o sono dos gerentes gerais da instituição. Bendine criou um rating para classificar a performance de cada agência. Os pontos de atendimento que receberem um downgrade poderão ser fechados.
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Eurobank
25/07/2011O Eurobank saiu mais caro do que a encomenda. O BB, que pagou US$ 6 milhões no negócio, vai gastar US$ 30 milhões para colocar o banco norte-americano em ordem.
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Vice pela metade
20/07/2011O presidente do BB, Aldemir Bendine, que engoliu a seco a indicação de Osmar Dias para a vice-presidência de Agronegócios e Pequenas Empresas, está insatisfeito com a gestão do ex-senador. Acha que Dias até tem sido um razoável VP de agronegócios, mas, na área de pequenas empresas, não tem mexido nem uma palha
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Le Lis Blanc
14/07/2011O BB não está sozinho. A Artesia Gestão de Recursos, que já comprou dois bancos na Flórida, está em negociações para sua terceira aquisição no estado. Entre outros negócios, a empresa é dona da Metalfrio e da grife Le Lis Blanc.
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Centauro e By Tennis apertam o passo em direção Á Bolsa
14/07/2011O empresário Sebastião Bonfim Filho – dono do Grupo SBF, o maior conglomerado de lojas de material esportivo do país – está esgrimindo contra a sua própria natureza. Bonfim, que fundou e sempre dirigiu de forma centralizadora as redes Centauro e By Tennis, vai deixar para trás o absolutismo societário e abrir as portas do grupo para a entrada de novos acionistas. Ainda que a muito custo, o empresário está convencido de que não conseguirá dar o salto projetado para seus negócios sem ir ao mercado captar novos recursos. Apesar do constante assédio de fundos de private equity, a preferência de Bonfim pende para a abertura do capital em Bolsa. Desde o ano passado, suas empresas estão passando por um pente-fino contábil para se ajustar ao figurino das companhias de capital aberto. Quatro bancos de investimento, entre eles o Credit Suisse e o Itaú BBA, já se perfilaram na porta do grupo disputando o posto de coordenador da operação. A ideia de Bonfim é realizar a emissão de ações no primeiro semestre de 2012. A empresa chegará a Bolsa com alguns atrativos. Neste ano, vai romper a marca de R$ 1,7 bilhão de faturamento, quase 20% a mais do que no ano passado. Ao mesmo tempo, a SBF tem feito uma enorme ginástica para aumentar suas margens de lucro, que, ao longo deste ano, devem passar de 15% para 20%. Sebastião Bonfim, que fundou a SBF há mais de três décadas, sabe melhor do que ninguém até onde suas pernas alcançam. Está seguro de que não poderá disputar sozinho a maratona que terá pela frente, sob risco de colocar em xeque o programa de investimentos do grupo. Até o fim de 2012, está prevista a abertura de 80 lojas, o que exigirá um desembolso de R$ 80 milhões ? isso sem contar os investimentos em distribuição e marketing. Hoje, são 214 pontos de venda, entre as bandeiras Centauro e By Tennis. Ao longo do último um ano e meio, o grupo inaugurou mais de 60 estabelecimentos. A maior parte dos recursos veio de empréstimos do BNDES e do Banco do Nordeste. O esforço rendeu algumas cãibras para a companhia, que viu sua dívida passar dos R$ 280 milhões.
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Tramontina lidera um panelaço em Brasília
14/07/2011Os chineses estão no centro de mais uma denúncia de dumping no Brasil, desta vez no mercado de utensílios domésticos. A Tramontina, maior fabricante de panelas e talheres do Brasil, montou uma afiada operação de lobby em Brasília com o objetivo de brecar as importações de produtos de aço inox da China. Escoltado por outras empresas do setor – entre elas estaria a Rochedo – , o grupo gaúcho tem feito pressão junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio pelo aumento das alíquotas para a entrada no país de panelas e outros utensílios domésticos provenientes do país asiático. As empresas nacionais alegam que determinados produtos chineses têm chegado ao varejo a preços até 30% inferiores aos praticados pela indústria local. Segundo estas companhias, a conta não fecha e os valores configuram prática de dumping. Na tentativa de erguer uma barricada contra os produtos chineses, a Tramontina e seus pares têm apelado para um discurso que costuma calar fundo no governo. As empresas alegam que a indústria de aço inoxidável brasileira entrará em um inexorável ciclo de demissões, inclusive com o risco de fechamento de fabricantes com menor musculatura, caso as alíquotas de importação não sejam elevadas. O mercado brasileiro tem sido um banquete de mil talheres para os fabricantes chineses. No primeiro trimestre deste ano, as importações de panelas e outros utensílios da China cresceram quase 80%.
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Bradesco se joga por inteiro nos braços do povo
11/07/2011A estratégia do Bradesco para recuperar a liderança do varejo bancário está sendo implementada sem pressa, gradativamente. E é simples como o sorriso de um correntista. Ela se resume em três palavras: povo, povo e povo. O Bradesco trabalha para ser o banco de cada brasileiro, mesmo aquele que já seja cliente da concorrência. Parece pretensão, né? Mas os fundamentos são sólidos. O Bradesco é a única instituição financeira que está em todos os municípios do Brasil. Na Amazônia, por exemplo, há agência bancária em barcaças, atendendo a população ribeirinha. Para quem pensava que era o Banco do Brasil o verdadeiro banco do Brasil, uma curiosidade: o BB botou lá em cima o preço pela concessão do Banco Postal ? disputado justamente com o Bradesco, então parceiro da instituição ? para estender sua malha junto a municípios em que estava ausente. E continua sem fincar sua bandeira em outros tantos. Mas de que vale tanta presença física se no próprio Bradesco é o internet banking quem mais cresce? As unidades federativas são só a metade da laranja. A outra, de gomos tão saborosos quanto, é a chegada em todos os lares até o final do ano com o aplicativo do internet banking do Bradesco nos aparelhos de televisão a serem fabricados no país. A invasão da Cidade de Deus já começou, com um acordo pioneiro com a Samsung, que está produzindo suas novas TVs com os serviços do banco disponibilizados pela internet. As demais marcas seguem em fila indiana Se municípios e lares são uma métrica respeitável, o Bradesco quer fechar o circuito com uma agressiva política de abertura de agências. Também até o fim do ano, ele ultrapassa o seu principal concorrente, o Itaú. Hoje, o forte apache de Osasco contabiliza pouco mais de 3,4 mil agências. Esse número vai subir muito, mas precisamente quanto é uma informação bem guardada. Um dado novo dessa torrente de agências é que todas terão o chamado “espaço Prime” ? que vem a ser uma operação congênere a do Personnalité, do Itaú ? dividindo a área de atendimento com o varejão bancário. A ideia é captar as sinergias dos diversos correntistas, democratizando o acesso e agilizando a mudança de patamar dos clientes. E tome de pôr cliente para dentro. Ainda recentemente, o Bradesco comprou a folha dos servidores do estado de Pernambuco. São 200 mil correntistas que deverão migrar para o banco. Para se ter ideia da representatividade desse número na operação da instituição naquela unidade federativa, a atual base soma 700 mil clientes. No Rio de Janeiro, o Bradesco também adquiriu a folha do estado. O contingente é ainda maior, com 440 mil correntistas, que, a partir de janeiro, deverão abrir suas contas no banco. Gente, gente, gente e mais gente. Na Cidade de Deus ninguém lambe os lábios quando se fala em aquisições ou internacionalização. O Bradesco quer fazer como o artista, e dedicar- se a ir aonde o povo está.
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Volante para todos
6/07/2011Há tratativas para que os debenturistas da Unidas – entre eles BB, Itaú e HSBC – entrem no capital da locadora de veículos. Recentemente, a portuguesa SAG vendeu 47% da empresa para os fundos Gávea, Vinci e Kinea.
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BB na América
5/07/2011Depois de comprar o Eurobank, o Banco do Brasil está em negociações com mais dois bancos de pequeno porte da Flórida. Somadas, as duas instituições têm dez agências.
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BB triple A
13/06/2011A BB DTVM vai criar um braço voltado exclusivamente a gestão de fortunas.
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BB aterrissa na privatização de aeroportos
8/06/2011Aldemir Bendine tem passado os dias a cantarolar o Samba do Avião. O Banco do Brasil vai entrar na disputa pela privatização de concessões aeroportuárias. A direção do BB vem mantendo tratativas com Previ e Petros para a criação de um fundo voltado exclusivamente para participar das licitações. A operação será feita por meio do BB ? Banco de Investimentos (BBI), nos moldes do InfraBrasil, fundo de investimento para o setor de infraestrutura, que congrega o banco, o BNDES e as principais fundações de previdência privada do país. A intenção do BB e dos fundos de pensão é captar cerca de R$ 1 bilhão. O trio pretende ter uma participação de até 25% nos consórcios que serão formados para a licitação. Além dos 49% que deverão ficar com a Infraero, o restante das ações será dividido entre outros investidores que se juntarem ao negócio. A Previ, por exemplo, está tentando arrastar para a operação a Andrade Gutierrez. Há conversas também com a espanhola OHL. Os principais alvos são os aeroportos de Guarulhos e o Tom Jobim, cuja privatização deverá ser oficialmente anunciada nos próximos dias.
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TV na telinha
2/06/2011O lobby das operadoras de telefonia parece ter surtido efeito. A Anatel está inclinada a autorizar a entrada destas empresas na transmissão de Web TV.
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Apagão
27/05/2011Há um forte cheiro de fritura na sala do presidente da NeoEnergia, Marcelo Corrêa. Se conseguir fechar um acordo com Previ e BB e assumir o controle da empresa, a Iberdrola convocará um executivo espanhol para comandar o negócio.
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Sistema S
20/05/2011A Confederação Nacional da Indústria (CNI) montou uma parruda operação de lobby no Congresso. O objetivo é brecar o projeto de lei que prevê mudanças no modelo de repasse de recursos para o Sistema S (Senai e Senac). A proposta em tramitação reduz em mais de 30% o orçamento destas entidades.
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Dois em um
20/05/2011Está prestes a surgir mais uma boquinha para o insaciável apetite dos partidos da base aliada. O governo tem planos de cindir em duas a vice-presidência de agronegócios e micro e pequenas empresas do BB. O atual titular do cargo, o ex-senador Osmar Dias, ficaria responsável apenas pela área agrícola.
Acervo RR
Enlace
13/05/2011O BTG quer casar com um bancaço, com um contrato pré-nupcial de divisão parcial dos bens. O modelo dos sonhos é uma versão pôs- moderna dos cônjuges Itaú e BBA.
Acervo RR
BB marcha na direção do Galícia e do Itaú Argentina
12/05/2011Um ano após a compra do Patagônia, o Banco do Brasil prepara um novo bote na Argentina. Desta vez, a presa é mais parruda: o Galícia, uma das quatro maiores instituições financeiras do país. O BB já teria iniciado as conversações para a compra do controle do banco, pertencente ao grupo financeiro Galícia. Tomandose como base o atual valor de mercado, a fatia de 51% das ações da instituição corresponderia a aproximadamente US$ 850 milhões. Já seria mais do que o dobro do que o BB pagou por igual participação no Patagônia, em abril de 2010. Com o prêmio de controle, o valor do banco poderia chegar a US$ 1,3 bilhão. Em termos de ativos, o Galícia é três vezes maior do que o Patagônia, com aproximadamente US$ 6 bilhões. Tem um total de US$ 4 bilhões em depósitos e um patrimônio líquido correspondente a US$ 500 milhões. Nos últimos três anos, o volume de ativos tem crescido em média 10% ao ano. O retorno sobre patrimônio, no entanto, está bem abaixo da média brasileira, que oscila entre 20% e 25%. Em 2009, o Patagônia fechou com rentabilidade de 8,41%, contra 10,5% no ano anterior. Parte da queda se deveu a retração nas operações de crédito, que cresceram apenas 3,8%. Um dos principais objetivos do BB é utilizar a plataforma do Galícia ? mais de 250 agências ? para a oferta de empréstimos consignados, segmento que propiciou ao banco um grande salto em sua carteira de crédito no Brasil. A investida sobre o Galícia, ressalte- se, não deverá saciar o banco, que vislumbra a possibilidade de montar um cinturão de aquisições na Argentina e se tornar um dos três maiores grupos bancários do país. A depreciação dos ativos financeiros locais joga a favor. Outros bancos estão no radar da instituição. Na própria diretoria do BB, um dos nomes vistos como uma possível presa é o Itaú Argentina, que tem ativos de aproximadamente US$ 1,3 bilhão e quase US$ 1 bilhão em depósitos. A operação está longe de ser os quindins da família Setúbal. Há algum tempo que a subsidiária do Itaú opera no vermelho. No ano passado, teve um prejuízo acumulado equivalente a US$ 7 milhões. No ano anterior, fechou com um resultado modesto, de US$ 4 milhões, o que correspondeu a uma rentabilidade de apenas 3,7% sobre o patrimônio. Devido a s suas motivações geoeconômicas, o BB teria muito mais estômago para suportar os baixos resultados do Itaú Argentina e, mais a frente, pedalar o crescimento da operação.
Acervo RR
Edir Macedo leva a maior fé no setor de telefonia
11/05/2011Quem quiser -falar- com Deus poderá usar o celular de Edir Macedo. O híbrido de líder religioso e empresário prepara um projeto arrasa quarteirão para entrar no mercado de telefonia móvel. A investida passa pela criação de uma operadora virtual, a partir da resolução aprovada pela Anatel em novembro do ano passado. A medida abriu a porteira para que empresas de diversos setores ofereçam serviços de telefonia valendo- se do aluguel das redes das grandes companhias do setor, leia-se Vivo, Oi, Claro e Telefônica. Macedo ainda estuda em qual das suas empresas o novo negócio ficará pendurado. A possibilidade mais forte é usar a própria Rede Record. Outra hipótese sobre a mesa é que a operadora seja vinculada ao Banco Renner, do qual Macedo tem 40% do capital. Neste caso, no entanto, ele teria de dividir os bônus com a família Renner, acionista controladora da instituição financeira. Pela decisão da Anatel, as operadoras virtuais só podem ser criadas por empresas do setor comercial ou financeiro, o que, para todos os efeitos, não é o caso da Igreja Universal. Mas é de olho em seus fiéis que Macedo pretende mergulhar na nova investida. O bispo/empresário olha para os seus milhões de seguidores em todo Brasil e enxerga em cada um deles um potencial usuário dos serviços de telefonia. A Igreja Universal seria um potencial canal de vendas, maior do que muita rede de atendimento bancário. São mais de cinco mil templos em todo o país e uma legião de mais de 13 milhões de fieis. Macedo terá ainda a seu dispor o canhão da Rede Record, seja para a veiculação de comerciais sobre a nova operadora, seja na distribuição de conteúdo. Além dos serviços tradicionais de telefonia, a oferta de programas da emissora, notadamente os de caráter religioso, seria um dos grandes apelos comerciais da empresa. A Anatel calcula que, em até três anos, de 20% a 30% do mercado de telefonia poderão estar nas mãos de operadoras virtuais. Noves fora o número aparentemente inflado, o fato é que diversas empresas já manifestaram interesse em oferecer serviços de telefonia. A seguradora Porto Seguro fechou uma parceria com a TIM. Redes varejistas, como Carrefour e Pão de Açúcar, e grandes bancos, a começar pelo BB e pela Caixa Econômica Federal, sinalizaram a disposição de criar suas próprias operadoras com o objetivo de aproveitar sua vasta capilaridade de vendas e seu elevado número de clientes.
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Votorantim
4/05/2011Com o apoio entusiástico do BB, o Banco Votorantim tem analisado a compra de financeiras ou carteiras de crédito do segmento de veículos, principal negócio da instituição. Um dos nomes mais falados dentro do banco é o da Omni, financeira com 80 lojas e cerca de R$ 600 milhões em operações de empréstimos.
Acervo RR
Banco da terrinha
26/04/2011Tão logo conclua a compra do norte-americano Eurobank, o BB vai partir para a aquisição de bancos em outros países com forte presença de brasileiros. O próximo alvo é Portugal, onde os ativos estão a precinhos bem camaradas.
Acervo RR
Itaú na soja
14/04/2011Os Setúbal pretendem fazer sombra ao quase monopólio do BB no financiamento a produção de soja. O Itaú está caprichando no adubo de suas linhas de crédito para o setor agrícola. Espera fechar o ano com cerca de 15% dos empréstimos para os produtores de soja do país ? o mercado, no total, deverá atingir a cifra de R$ 5 bilhões. ??Benjamin Steinbruch não quer nem ouvir falar a palavra banco.
Acervo RR
Soja estratégica
31/03/2011Motivado por questões geoeconômicas, o governo vai financiar grupos brasileiros interessados na compra de terras na Argentina destinadas ao plantio de soja. Os recursos sairão do BNDES e do BB. O objetivo é ocupar espaço diante da crescente presença de investidores chineses no país vizinho. Ogovernoquerevitar que a China ganhe um poder extra na formação de preços da soja, para não falar do risco de queda das exportações para o país asiático
Acervo RR
Cadeira dupla
25/03/2011Djalma Moraes, presidente da Cemig, faz lobby a futuro. Tem se articulado para assumir também a presidência da Light dentro de um ano, quando Jerson Kelman deverá deixar o comando da empresa. Moraes já está treinando. Praticamente em todas as segundas-feiras, despacha da sede da Light, no Rio.
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BB DTVM
17/03/2011Na Fazenda e no altocomando do Banco do Brasil, há uma corrente favorável a que a BB DTVM parta para a aquisição de gestoras de recursos. Como efeito colateral, ela passaria a funcionar como um balizador das taxas de corretagem no mercado.
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Banco do Brasil
2/03/2011Orlando Pessuti, exgovernador do Paraná, já pode encomendar o terno da posse. Dilma Rousseff e Guido Mantega bateram o martelo quanto a sua nomeação para a diretoria de agronegócio do BB.
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Banco Máxima
1/03/2011O Banco Máxima, tradicional instituição carioca controlada por Saul Sabbá, vazou que vem sendo assediado por um grupo financeiro de origem asiática. Pode até ser. Mas que é um pessoal boquirroto é.
Acervo RR
BB lança sua rede sobre Banestes e Banpará
28/02/2011O Ministério da Fazenda está namorando a federalização dos bancos estaduais, leia-se a incorporação destas instituições pelo Banco do Brasil. As discussões vêm sendo travadas pelo ministro Guido Mantega, pelo secretário executivo Nelson Barbosa e pelo próprio presidente do BB, Aldemir Bendine, responsável pelos estudos técnicos. A ideia é fisgar os poucos bancos estaduais que ficaram de fora do arrastão feito pelo BB nos últimos três anos. Há dois alvos prioritários na mira: o Banestes, do Espírito Santo, e o Banco do Estado do Pará (Banpará). A operação, no entanto, está longe de ser uma unanimidade no governo. as voltas com duras medidas políticas, como o corte de gastos e o aumento mais contido do salário mínimo, Dilma Rousseff ainda não se pronunciou a respeito do assunto. Mas sabe-se que gente muito próxima do núcleo duro do governo tem restrições a federalização dos bancos estaduais, a começar pelo ministro Antonio Palocci e por Alexandre Tombini, que, em pouco tempo no BC, já mostrou ter trânsito livre no gabinete presidencial. Ambos são contra a medida, Entendem que partir para a federalização de bancos renderia a Dilma um desgaste político com os governadores, além de colocar graxa no propósito de um maior controle da liquidez almejado pelo Banco Central. Ressaltese ainda que nem o Banestes nem o Banpará estão sequer próximos da situação de instabilidade financeira que levou outros bancos estaduais a serem incorporados pelo BB. bate político, a Fazenda é entusiasta do projeto e do seu impacto sobre o mercado bancário. Mantega sempre defendeu a engorda do Banco do Brasil como forma de fortalecer sua posição na arbitragem de taxas de juros e tarifas bancárias, obrigando o restante da banca a seguir os mesmos padrões. O próprio BB, por sua vez, enxerga a medida como um maneira oblíqua de crescimento orgânico, uma espécie de greenfield alheio. Não obstante a reação adversa dos grupos financeiros privados, o BB entende que nada mais natural do que uma institiuição federal assumir o controle de bancos estaduais. O Banco do Brasil mira no kit de benefícios que costuma vir acompanhado de incorporações como esta: gestão da folha de pagamentos do funcionalismo estadual, carteiras de operação de crédito, notadamente consignado, e rede de agências, além do aumento da base de correntistas. No caso específico do Banestes e do Banpará, este pacote de vantagens é multiplicado pelo bom desempenho recente das duas instituições. No banco capixaba, a carteira de crédito mais do que dobrou em 2010, chegando a marca de R$ 3 bilhões. Do total de operações de crédito do Banestes, mais de R$ 500 milhões são empréstimos aos servidores públicos do Espírito Santo, um maná que o Banco do Brasil quer para si. Embora de menor envergadura, o Banpará também teve um 2010 de resultados expressivos. Em relação ao ano anterior, a carteira de crédito subiu mais de 40%. O banco fechou o ano com cerca de R$ 1,5 bilhão em empréstimos. Deste total, 65% correspondem a financiamentos com desconto em folha. Na ponta do lápis, o Banco do Brasil agregaria cerca de R$ 11 bilhões de ativos com a incorporação das duas instituições ? R$ 9 bilhões provenientes apenas do Banestes. Herdaria ainda quase R$ 7 bilhões em depósitos.
Acervo RR
Divórcio
21/02/2011Não bastasse a extinção da antiga marca Esso, a ExxonMobbil vive um momento de divórcio com o Brasil. Os norte-americanos encerraram as negociações com a Petrobras com vistas a formação de um consórcio para a compra de participações em blocos de exploração de petróleo. Ao mesmo tempo, estudam a venda de sua fábrica de produtos químicos em Paulínia (SP).
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Banco Votorantim
17/02/2011O Banco Votorantim deu uma meia-trava nos prazos e nas condições de pagamento dos financiamentos para a venda de automóveis. O BB, que é bastante ajuizado, assinou embaixo.
Acervo RR
Seguro UPP
15/02/2011O BB e a Mapfre estão montando uma tropa de elite para vender seguros em comunidades carentes de São Paulo e do Rio de Janeiro. Os prospectos de venda das apólices vão falar até em bala perdida.
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Banco do Brasil
11/02/2011O BB corre contra o relógio para, enfim, anunciar a compra de um banco na Costa Leste dos Estados Unidos até o dia 20 de fevereir
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Na palma do BB
8/02/2011Aloysio Faria deverá encostar no ombro amigo do Banco do Brasil. Nada a ver com o Banco Alfa, Deus que nos livre! O BB, por decisão do governo, prepara um pacote para financiar produtores e exportadores de biodiesel. Uma das primeiras beneficiadas será a Agropalma, produtora de biodiesel a base de palma. A empresa, queridinha de Faria, andou passando por alguns percalços financeiros.
Acervo RR
Dilma abre energia nuclear ao capital privado
27/01/2011O governo Dilma Rousseff encampou o lobby das empresas privadas pela abertura do setor de energia nuclear a investidores não-estatais. O Planalto vai usar de toda a sua força no Congresso para aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permite a participação de grupos privados na construção e operação de usinas atômicas e na comercialização da energia. A PEC foi elaborada pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento das Atividades Nucleares em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica. Trata-se de um movimento complexo, uma vez que este assunto sempre foi tratado como uma questão de Estado e de segurança nacional, notadamente a venda de urânio enriquecido. Na Câmara, a principal barreira a votação é a oposição da bancada militar, capitaneada pelo deputado federal Jair Bolsonaro. O governo, no entanto, trabalha com a ideia de que conseguirá aprovar a PEC até junho, a tempo de que os investidores privados já possam participar da licitação da usina de Angra 3, prevista para ocorrer ainda neste ano. Além de contar com a maioria no Congresso, o Planalto tem como trunfo uma solução meio-termo, que, no seu entendimento, será capaz de contemplar os diversos interesses em jogo e, principalmente, aplacar a resistência militar. O governo pretende adotar um formato misto, similar aos modelos norte-americano e inglês. As usinas serão licitadas sob regime de concessão, a exemplo do que já ocorre com as geradoras. A operação ficará nas mãos do consórcio vencedor do leilão, sob o sistema de gestão compartilhada. Para evitar a privatização ou até mesmo desnacionalização de uma atividade delicada como esta, com impacto, inclusive, na política externa, a presença do capital privado nos consórcios será restrita a participações minoritárias. O controle das futuras usinas permanecerá obrigatoriamente nas mãos da Eletronuclear e de outros agentes estatais. O Brasil é um dos seis ou sete países que podem verticalizar toda a produção de energia nuclear, por dispor de fartas reservas de urânio e dominar a tecnologia de enriquecimento do minério. Dilma Rousseff, contudo, está convencida de que só conseguirá deslanchar a construção das quatro novas usinas nucleares já aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética e estimular a expansão desta modalidade na matriz energética em parceria com grupos privados, inclusive internacionais. O BNDES, por sua vez, terá participação ativa no financiamento para a construção das novas geradoras. O Ministério de Minas Energia trabalha com a estimativa de que a abertura do setor poderá atrair até US$ 10 bilhões em investimentos para a constituição de um parque gerador de energia nuclear no país. Grupos privados já demonstraram ao governo a disposição em se associar a Eletronuclear para a construção e operação das novas usinas. Entre os candidatos estão a francesa Areva e a Iberdrola. O projeto também está no radar de grandes empreiteiras, como Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, interessadas em aproveitar o investimento como bilhete para participar da construção das geradoras. O projeto pode atrair ainda empresas em vias de atravessar a fronteira do autosuprimento para a venda de energia, como a Vale.
Acervo RR
Banco do Bendine
24/01/2011Em alguns dos corredores do Banco do Brasil, funcionários engraçadinhos colaram uma caricaturas de Aldemir Bendine sentado em um colchão com milhares de reais saindo por todos os lados. Em todos os desenhos, a mesma pergunta: por que não depositar o seu dinheiro no BB, Bendine?
Acervo RR
HSBC procura um cartão para resistir Á concorrência
20/01/2011O HSBC prepara uma reação ao rolo-compressor da Companhia Brasileira de Soluções e Serviços (CBSS), joint venture controlada por Banco do Brasil/Nossa Caixa, Bradesco e Santander e responsável pela administração da Visa Vale. Negocia sua associação a Edenred, antiga Accor Services. O objetivo do banco é fincar sua bandeira no segmento de cartões-benefício. A Edenred controla a Ticket Refeição e a Ticket Alimentação. O HSBC negocia a compra de até 20% da empresa que os franceses estão criando para tocar a distribuição dos cartões Ticket Refeição e Ticket Alimentação. Ressalte-se que Edenred e HSBC se conhecem de outros carnavais. O banco já comercializa os cartões da empresa em sua rede de agências. A aliança junta a fome de comprar com a vontade de vender. O HSBC passará a ter sob seu guarda-chuva uma operação própria na área de cartões-benefício, o que lhe permitirá reduzir a desvantagem comparativa em relação a alguns de seus principais concorrentes. A parceria se encaixa ao esforço que a instituição tem feito para aumentar seu leque de produtos no país. A Edenred, por sua vez, procura já há algum tempo soluções para ampliar o balcão de distribuição do Ticket Alimentação e do Ticket Refeição no Brasil, ainda que o tamanho do HSBC seja um décimo da estrutura que a Visa Vale tem no seu costado. O banco de origem inglesa tem cerca de 900 agências no país. Já BB/Nossa Caixa, Bradesco e antander reúnem mais de 10.800 unidades. As temperaturas só tendem a crescer neste setor.Os grandes bancos do país se digladiam por um mercado em ebulição em razão do crescimento do emprego formal no Brasil. As administradoras de cartões-benefício se agarram a s projeções de que neste ano deverão ser criados até um milhão de novos postos de trabalho com carteira assinada, trazendo a reboque um enorme mercado em potencial. Não por acaso, os franceses já aprovaram um investimento de R$ 70 milhões no Brasil nos próximos dois anos para alavancar a oferta de produtos.
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Ego de aço
19/01/2011Desde o governo Collor, o respeitadíssimo empresário Jorge Gerdau é o guru de presidentes, eterno candidato a ministro e auto-nomeado especialista em gestão de produtividade. Agora, Gerdau está fazendo lobby explícito para liderar o conselho de gestão da Presidência da República e, ainda por cima, quer contar sua experiência em livro. Melhor quando estava só no aço.
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Muro de aço
7/01/2011Apesar das estimativas de queda da importação de aço para este ano, Jorge Gerdau não dorme. O siderurgista intensificou o lobby pelo aumento das alíquotas para a entrada do produto no país. Sabe melhor do que ninguém onde lhe aperta o calo. No ano passado, o Brasil respondeu por 4% das importações mundiais de aços longos. Há dois anos, não passava de 1%.
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Agulha afiada
5/01/2011O novo ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, prepara sua primeira alfinetada no cargo. O alvo é o empresário Josué Gomes da Silva, que veste o duplo chapéu de nº 1 da Coteminas e presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria Têxtil. Pimentel já sinalizou ser favorável a decisão da Camex de encerrar em maio o período de isenção da taxa de importação de algodão. Gomes da Silva montou uma forte operação de lobby em Brasília com o objetivo de estender o refresco fiscal até o segundo semestre.
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Casa própria
4/01/2011O orçamento do BB para 2011 prevê a concessão de R$ 11 bilhões em crédito imobiliário. O valor supera em quase 60% o desembolso de 2010.
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NA
4/01/2011Há um forte lobby em Brasília _ a frente o presidente da CNI, Robson Andrade _ para que a Camex vá do Ministério do Desenvolvimento para a Casa Civil. Antonio Palocci agradece.
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BB e Previ reescrevem a venda da Kepler Weber
28/12/2010Banco do Brasil, Previ e o empresário Fernando Francisco Heller entabulam conversas para a venda de suas participações na Kepler Weber, uma das maiores fabricantes de silos do mundo. Entre idas e vindas, o assunto está na mesa há nove anos. Historicamente, trata-se de um jogo não-cooperativo. No fundo, todos sempre quiseram sair da Kepler Weber, a começar por Previ e BB, mas nunca ninguém ajudou. Desta vez, no entanto, há alguns avanços no front. O quadro evoluiu com a saída do bloco de controle dos fundos de pensão Serpros e Aerus, o que diminuiu as arestas para a negociação. Tanto o BB Investimentos, braço de participações do Banco do Brasil, quanto a Previ já concordaram em um ponto fundamental: é chegada a hora de pularem fora e abrirem espaço para a entrada de um sócio relevante no mercado de fabricação de equipamentos industriais. Uma candidata de primeira a compra das ações é a norte-americana GSI. Apesar da aparente convergência entre os sócios, ainda há ao menos um óbice a venda da Kepler Weber. A operação passa pela miríade de acionistas minoritários, que reunidos têm mais de 50% do capital ordinário. O novo controlador terá de fazer uma oferta para a compra destas ações. Se serve de combustível, tanto quanto Previ e BB, os minoritários da Kepler Weber também devem estar ávidos por encerrar esta novela. O momento parece ser propício para a retomada das discussões sobre a venda da Kepler Weber. A empresa reverteu as perdas do ano passado. Entre janeiro e setembro, o lucro líquido foi de R$ 8 milhões, contra um prejuízo de R$ 6 milhões em igual período em 2009. A receita, por sua vez, mais do que duplicou. Outro quesito importante é a redução do passivo. Desde o ano passado, a Kepler Weber conseguiu cortar sua dívida líquida em 21%.
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Sobreposição
23/12/2010O BB vem conversando com alguns bancos de investimento para parcerias, que vão desde a montagem de um departamento de research em comum até a captação conjunta para fundos e a oferta integrada de produtos. Dito isso, a pergunta que não quer calar: e o Banco Votorantim?
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Lance maior
22/12/2010O BB e a CEF estão acertando uma parceria para a organização de leilões de compra eletrônicos. Trata-se de uma tentativa de se criar uma reserva de mercado. O receio do BB é perder mercado para grupos privados, como a BM&F Bovespa.
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Cyrela mira na Even de olho na liderança do mercado
13/12/2010O empresário Elie Horn, controlador da Cyrela, prepara o troco para cima da PDG Realty, que o despejou da liderança do mercado imobiliário após a compra da Agra. Horn está em negociações para a aquisição da construtora e incorporadora paulista Even. As conversas vêm sendo conduzidas pelo Itaú BBA. Nos últimos meses, a Even passou por uma reestruturação que foi determinante para a melhoria dos resultados. Entre janeiro e setembro, o faturamento da Even chegou a R$ 1,4 bilhão, quase o dobro no comparativo com igual período no ano passado. No mesmo intervalo, o lucro saltou de R$ 84 milhões para mais de R$ 180 milhões Para a Cyrela, tão ou mais importante do que estes números é o valor simbólico da operação. A aquisição da Even vale a passagem de volta para o topo do ranking do setor. Juntas, as duas empresas devem fechar o ano com Valor Geral de Vendas (VGV) próximo dos R$ 7 bilhões, contra algo em torno dos R$ 6 bilhões da PDG Realty. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Even negou a negociação. A Cyrela, por sua vez, não se pronunciou até o fechamento desta edição. Horn está com a faca entre os dentes. Em sua perseguição a liderança do setor, tem se empenhado pessoalmente na busca de ativos. Nos últimos meses, além da Tecnisa ver RR Negócios & Finanças edição nº 3.941 , teria mantido conversações com a Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI). A compra da Even permitirá a Cyrela dar um salto nas vendas para a classe A. São imóveis com valor de mercado acima dos R$ 500 mil e, portanto, com margens operacionais mais altas. Trata-se de um segmento que a Cyrela acabou relegando a segundo plano, devido a aposta maciça na habitação popular. Diga-se de passagem, aposta esta que segue em alta. Neste momento, a companhia está envolvida no projeto de criação de uma grande incorporadora e construtora voltada exclusivamente a venda de imóveis para a população de baixa renda. A operação passa pela fusão entre a Living, subsidiária da Cyrela, e a paulista Cury, controlada pelo empresário Fabio Cury.
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BB in Africa
10/12/2010O Banco do Brasil está negociando a compra de um banco em Moçambique.
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Gás da Previ
9/12/2010O processo de fusão da CEG com a Ceg Rio ganhou um novo e importante personagem: a Previ. O fundo de pensão quer aproveitar a operação para entrar no capital da nova empresa, provavelmente com a compra de parte das ações pertencentes a BNDESPar. De quebra, a Previ tenta arrastar para o negócio o BB-Banco de Investimentos.
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Samsung atira contra o colchão fiscal da Nokia
2/12/2010Dois dos principais fabricantes de celulares do Brasil estão a s portas de um contencioso. A Samsung está se armando até os dentes para questionar na Justiça o latifúndio tributário conquistado pela Nokia na Zona Franca de Manaus há mais de uma década. Com base em benefício estipulado pela Suframa no fim dos anos 90, a companhia finlandesa detém isenção de 88% na importação dos componentes usados em sua fábrica de handsets em Manaus. Desfruta ainda de vantagens fiscais no recolhimento de IPI e ICMS. Trata-se de um bom-bocado que tornou a Nokia praticamente imbatível na Zona Franca e, nos últimos anos, obrigou concorrentes a transferir sua produção de aparelhos para outros estados a começar pela própria Samsung. A empresa sul-coreana questiona, na raiz, o benefício concedido aos finlandeses. Ao comprar a então divisão de celulares da Gradiente, no fim da década de 90, a Nokia teria se aproveitado _ aos olhos dos concorrentes, indevidamente _ de um regime tributário especial obtido pela fabricante brasileira, do qual se vale até hoje. Além da iminente batalha jurídica, a Samsung já iniciou uma intensa operação de lobby político entre autoridades do governo do Amazonas e Ministério do Desenvolvimento. A missão está nas mãos do vice-presidente Benjamin Sicsú, que tem bom trânsito em Brasília. No governo de FHC, Sicsú ocupou a secretaria executiva na Pasta do Desenvolvimento. A disputa entre a Nokia e a Samsung estava adormecida desde 2004, quando os sul-coreanos decidiram transferir a fabricação de celulares para São Paulo na tentativa de equilibrar o jogo tributário com a concorrente o governo paulista cobra um ICMS mais baixo para os handsets montados no próprio estado. Agora, o imbróglio volta a tona com força redobrada por conta da decisão da empresa asiática de retomar a produção de aparelhos na Zona Franca. O reinício das operações está previsto para o primeiro semestre de 2011. A Samsung planeja montar em Manaus entre 20% e 25% da sua produção nacional de celulares. Dessa maneira, desafogará a fábrica de Campinas para o desenvolvimento do tablet Galaxy Tab, que concorrerá com o iPad. O movimento da Samsung pega a Nokia em um momento complexo. Não obstante ainda manter a liderança do setor, a empresa vem perdendo fôlego no estratégico segmento de smartphones, no qual as margens de lucro são maiores. Desde o início do ano, sua participação nas vendas totais caiu de 39% para aproximadamente 32%. Adivinhem quem mais cresceu? Proporcionalmente, a maior alta foi alcançada pela Samsung, que, no mesmo período, passou de 4,8% para 9%.
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Leite tipo BB
2/12/2010O empresário Adhemar de Barros Neto, dono da Leite Nilza, passou os últimos dias tentando convencer a direção do Banco do Brasil a aprovar a venda da empresa para a Airex. Credor da Nilza, que está em recuperação judicial, o BB votou contra a operação.
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Muro político
30/11/2010A indicação de Paulo Caffarelli, vice-presidente de Novos Negócios do Banco do Brasil, para a presidência da instituição tem um adversário de peso: Ricardo Berzoini. Em sua gestão, Caffarelli afastou do BB aliados de Berzoini ligados ao movimento sindical. O caso mais traumático foi o da saída de Alencar Rodrigues Ferreira Jr. da presidência da Companhia de Seguros Aliança do Brasil.
Acervo RR
Alpargatas pisa firme na China
16/11/2010Primeiro, a Alpargatas guarneceu suas fronteiras, comandando o lobby que resultou na sobretaxa para a importação de calçados chineses. Agora, vai invadir o território inimigo. A controlada da Camargo Corrêa instalará uma fábrica e um centro de distribuição na China. Pretende ainda abrir lojas com a marca Havaianas no país asiático. Pelas semelhanças com o mercado brasileiro, a operação servirá de tubo de ensaio para a expansão da rede varejista em outros países, a começar por Europa. A meta da Alpargatas é chegar a 2015 com 100 lojas próprias no exterior. Com a fábrica na China, a Alpargatas poderá exportar calçados para a Europa e os Estados Unidos valendo-se de condições muito próximas das usufruídas por seus concorrentes locais, sobretudo no que diz respeito ao baixo custo da mão de obra. Vale também como ensaio para o próprio mercado brasileiro. A sobretaxa aplicada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) vai vigorar até 2015. A partir desse ano, a Alpargatas pretende exportar da sua fábrica da China para o Brasil, uma forma de reduzir o prejuízo que sofre atualmente com os calçados chineses usando as mesmas armas do adversário.
Acervo RR
Caça da Assurant
12/11/2010A Assurant, um dos gigantes do mercado de seguros massificados nos Estados Unidos, procura um novo nome para comandar suas operações no Brasil. Os norte-americanos dariam uma apólice em branco para ter em suas fileiras o executivo Acácio Queiroz, presidente da Chubb Brasil e um dos principais connoisseurs deste mercado.
Acervo RR
Mau presságio
3/11/2010O vice-presidente de Negócios e Varejo do BB, Paulo Rogério Caffarelli, tem sido apontado dentro do banco como nome forte para assumir o comando da instituição no governo de Dilma Rousseff. Caffarelli, no entanto, está preocupado. O zunzunzum nos corredores do BB é tão grande que ele próprio já desconfia que há “queimação” por trás do falatório.
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Banco do Brasil
22/10/2010O Banco do Brasil corre contra o relógio para fechar ainda neste ano um acordo de concessão de crédito com uma grande construtora e uma imobiliária presente em todo o país. No segundo caso, a parceira de preferência é a Lopes Consultoria Imobiliária. Ressalte-se que o BB já vai entrar na disputa em desvantagem em relação a um concorrente. Na semana passada, o HSBC fechou acordo similar com a BrasilBrokers.
Acervo RR
Barreira anti-China
19/10/2010Valendo-se do chapéu de vice-presidente da Fiemg, o ex-número 1 da Usiminas, Marco Antonio Castello Branco, mergulhou de corpo e alma no lobby da entidade junto ao governo federal com o objetivo de restringir a entrada de grupos chineses na mineração e em siderurgia no país.
Acervo RR
BB no México
14/10/2010Além dos Estados Unidos, Chile e Uruguai, o Banco do Brasil está negociando a compra de um banco de médio porte no México. Não é para agora. No BB, a expectativa é de que a aquisição seja fechada no primeiro trimestre de 2011.
Acervo RR
Usineiros fazem buzinaço contra o carro elétrico
1/10/2010O carro elétrico made in Brazil nem sequer saiu da prancheta e já existe um pelotão de fuzilamento a sua espera. A indústria sucroalcooleira montou uma agressiva operação de lobby em Brasília. O objetivo é frear o projeto do governo, que pretende financiar a produção deste tipo de veículo no país. a€ frente da tropa estão Rubens Ometto, da Cosan, e empresários associados a Copersucar. O kit pressão envolve a mobilização da bancada ruralista no Congresso, o envio de dossiês a autoridades enumerando desvantagens tecnológicas do carro elétrico e um discurso convenientemente alarmista. Os usineiros alegam que a produção do veículo afetará a consolidação do etanol como combustível alternativo a gasolina e ao diesel, trazendo a reboque o risco de suspensão de investimentos e de demissões em larga escala no setor. Batem também na tecla de que a medida enfraquecerá os grupos nacionais, abrindo espaço para uma participação ainda maior do capital estrangeiro no setor. A pressão dos usineiros cresce a medida que avança o estudo encomendado pelo Ministério de Minas e Energia para o desenvolvimento de um carro movido a energia elétrica. Segundo informações de uma alta fonte do ministério, o esboço apresentado pela área técnica a Marcio Zimmermann prevê, a partir de 2015, a fabricação de 200 mil veículos por ano, com sucessivos aumentos de produção. A projeção é de que em até dez anos o carro elétrico poderia representar até 15% da frota nacional de automóveis novos. O projeto do governo se baseia na associação entre montadoras e distribuidoras de energia, com financiamento do BNDES. CPFL, Light e Eletropaulo partem na frente como candidatas a empreitada. As três já estão fazendo testes com protótipos de veículos.
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Camuflagem
24/09/2010Aldemir Bendine, o presidente do Banco do Brasil que guarda R$ 150 mil no colchão, foi orientado pelo ministro Franklin Martins a tomar chá de sumiço até as eleições. Caso se comporte, pode até parar no Banco Votorantim no governo de Dilma Rousseff. Pelo menos, é o que se diz no BB.
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NA
9/09/2010De olho na Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016, o Banco do Brasil vai dar um gás na BB Turismo. O projeto prevê a compra de agências de viagem regionais.
Acervo RR
Alstom vira suas turbinas na direção da energia eólica
8/09/2010O risco vai para a conta do presidente da Alstom no Brasil, Phillippe Delleur. O executivo, que passou o ano de 2009 na corda bamba os franceses chegaram a convidar dois brasileiros para assumir o comando da subsidiária , convenceu a matriz a investir no ainda incerto segmento de energia eólica. O projeto elaborado pela Alstom do Brasil e já submetido ao board em Paris prevê um investimento de quase US$ 300 milhões na construção de parques eólicos. O plano envolve ainda a instalação de uma fábrica de equipamentos em Camaçari (BA), orçada em aproximadamente US$ 60 milhões. A demanda pela produção industrial será garantida dentro de casa, com as usinas que Alstom vai instalar, provavelmente na Regiões Sul e Nordeste. Inicialmente, os franceses mostraram-se arredios ao projeto, não obstante sua experiência com energia eólica na Europa, por meio da subsidiária Alstom Wind. A resistência foi vencida, em parte, pela expectativa de que fundos de investimento se juntem ao projeto, reduzindo o risco da operação. Além disso, o próprio Phillippe Delleur defendeu a tese de que seria complicado o grupo alavancar a produção de equipamentos de energia eólica no país sem criar seu próprio mercado, investindo diretamente na instalação de usinas. Trata-se de uma estratégia que deve ser usada pelos seus principais concorrentes, leia-se GE, Siemens e Wobben, para não falar de fabricantes asiáticos que estão chegando ao país. O que chama a atenção é que um projeto similar chegou a ser analisado pela Alstom na gestão do ex-presidente da Eletrobrás, Aloisio Vasconcellos, antecessor de Phillippe Delleur. a€ época, a própria subsidiária não teria recomendado o investimento. Há também conversas preliminares com a EDF e a Suez para uma associação em uma das usinas. O número de geradoras ainda não está definido. A Alstom já tem um pré-contrato assinado com a Desenvix para a construção de três parques eólicos. Todos ficarão na Bahia, mais precisamente nas cidades de Seabra, Novo Horizonte e Macaúbas. No total, a capacidade instalada será de 90 megawatts.
Acervo RR
Haga se afasta alguns centímetros do precipício
8/09/2010A Haga, tradicional fabricante de fechaduras, deu um novo alento aos minoritários, bancos e fornecedores que estão agarrados a chave da empresa há mais de três anos. Há cerca de duas semanas, quitou a segunda parcela de R$ 1 milhão do acordo firmado com o Banco do Brasil há pouco mais de um ano. O pagamento era requisito para um acerto ainda maior com o BB: o parcelamento de uma dívida de R$ 48 milhões em 120 meses. A renegociação vai tirar um peso dos ombros da Haga. O valor representa mais de 40% da sua dívida de longo prazo aproximadamente R$ 113 milhões para um patrimônio negativo em torno de R$ 100 milhões. Logo de cara, a empresa vai se livrar do custo de TJLP mais 6% ao ano que incidia sobre um quinto do passivo com o banco. O impacto, contudo, vai além dos demonstrativos financeiros. O acerto com o BB faz renascer entre os credores e acionistas a expectativa de que a Haga saia da recuperação judicial, o que abriria caminho para a venda do controle. Um dos candidatos é a Stam ver RR Negócios & Finanças de 1 de julho. A possibilidade de negociação também representa um alívio para os próprios empregados da Haga, hoje donos da companhia. A Associação dos Funcionários detém 72% do capital. Se o futuro da Haga ainda é uma incógnita, no presente a empresa se tornou um prato cheio para o cassino das Bolsas. O zigue-zague das cotações é frenético. Desde o início de agosto, a ação PN caiu mais de 20%. Em julho, havia subido 60%. Nesse mesmo mês, em um único dia, chegaram a ser registradas quase duas mil negociações, sete vezes mais do que a média nos 20 pregões anteriores.
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Banco Central
27/08/2010Quatro nomes para o Banco Central e três balas de prata: Nelson Barbosa, José Alexandre Scheinkman, Paulo Leme e Marcos Lisboa. Aliás, Marcos Lisboa, ao receber o prêmio de economista do ano, já começou um discreto lobby pró-governo, dizendo que não interessa se os ingressos vêm ou não do BNDES, desde que ocorram os investimentos. —– O RR – Negócios & Finanças, contudo, continua firme em sua aposta em Henrique Meirelles.
Acervo RR
Carlyle adocica a boca da InterOdonto
27/08/2010Há uma articulação em andamento que junta a segunda operadora de planos odontológicos do país e um dos maiores gestores de fundos de private equity do mundo. Os protagonistas deste enredo são a InterOdonto, do grupo Intermédica, e o fundo Carlyle. A aproximação entre as duas empresas mira na conquista da liderança do mercado de planos odontológicos, uma tarefa complexa. A primeira do ranking, a OdontoPrev, tem 5,2 milhões de vidas, contra 1,2 milhão de vidas da InterOdonto. Para tirar a diferença, a empresa conta com o vigor financeiro do Carlyle. O private equity negocia a compra de 50% do capital da InterOdonto, em uma operação que deve chegar a R$ 200 milhões. Há ainda um aumento de capital no horizonte para rechear o caixa da companhia com, pelo menos, mais R$ 200 milhões até o próximo ano. Boa parte dos recursos será usada para ampliar a rede de revenda e o número de representantes e também para comprar concorrentes. Esta é a segunda tentativa do Carlyle de se associar a Intermédica. A diferença é que agora não terá o controle sozinho e a entrada será no capital da InterOdonto e não no da holding. O acordo, que está sendo negociado há mais de três meses, ganhou combustível extra depois da operação selada entre a BB Seguros e a OdontoPrev. Para a Intermédica, a associação é uma forma preventiva de não virar presa da própria OdontoPrev.
Acervo RR
Retratos sem retoques dos apóstolos de Dilma
25/08/2010Que sai Lula e entra Dilma – Serra? Que Serra? – não há novidade. A bolsa de apostas agora está concentrada nos primeiros dias do futuro governo. Os dados estão rolando primeiramente sobre o seu ministério. Os principais nomes já estão previstos. Mas as combinações dos cargos a serem ocupados são múltiplas. Antônio Palocci, por exemplo, pode vir a ser ministro-chefe do Gabinete Civil, com responsabilidade pela articulação política, ou ministro da Saúde, em uma reedição do modelo FHC/Serra. No entanto, as hipóteses para as funções de Palocci não se encerram em Brasília. Os franco atiradores do PT, que têm no futuro ministro sem pasta José Dirceu seu expoente principal, gostariam de vê-lo na Petrobras, até por motivos estratégicos. A estatal, símbolo máximo de poder nesses tempos de pré-sal, estará no centro de uma encarniçada disputa política, sendo difícil para a presidente definir o novo titular mesmo trazendo o cargo para sua cota pessoal. Palocci mataria dois coelhos com uma só cajadada, colocando a Petrobras na antessala do Planalto. E quem faria a coordenação política do governo Dilma? O ministro Paulo Bernardo divide as preferências com a ministra Erenice Guerra para a Casa Civil, ressaltando-se sempre que o pole position é de Antônio Palocci. Mais provável é que, se a disputa for entre os dois, Erenice seja a Dilma da Dilma. Paulo Bernardo seria mantido no Planejamento, que deixaria de ser ministério e voltaria a ser uma secretaria ligada ao Planalto. Há quem diga também que Bernardo tem vaga garantida no Banco do Brasil, mas aí pode ser mais desejo do que evidência. Comenta-se que é no BB que Sérgio Rosa gostaria de saltar de bancário a banqueiro. Mais um do time do “gostaria”. Erenice poderia ainda assumir a Secretaria da Presidência, tornando-se uma espécie de Gilberto Carvalho de Dilma. As maiores apostas, entretanto, cravam que esse cargo será ocupado por Miriam Belchior, atual coordenadora das obras do PAC. Ou seja: as dilmetes, Erenice e Miriam, permaneceriam no Planalto mais ou menos onde estão. O Ministério da Fazenda, que sempre esteve entre os maiores cacifes da bolsa de apostas ministerial, desceu para um segundo degrau. Isto porque a previsão de um superministro Luciano Coutinho está sendo desinflada pelo próprio. Luciano preferiria continuar onde está. No BNDES, tem o apoio absoluto da corporação e projetos para implementar por pelo menos duas décadas. Já Guido Mantega trabalha 25 horas por dia para sequer se levantar da cadeira. Será, contudo, um ministro mais fosco ainda do que é na atual gestão. Em cima da sua cabeça estarão Dilma, Palocci, Paulo Bernardo e Erenice, todos com disposição de apitar na economia. E do lado, existe o plano de criação de um ministério tonificado para o comércio exterior e indústria, no qual se imagina assentar o atual presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que passou a ser, digamos assim, da cota do próprio Lula. Mantega deverá continuar privando da companhia querida de Henrique Meirelles no BC. É muito provável, entretanto, que Meirelles somente faça a transição, saindo em agosto, quando ocorre a eleição para a presidência do BIS, o Banco Central dos Bancos Centrais. Este, por enquanto, é seu plano de voo. O núcleo duro ministerial de Dilma Rousseff seria finalizado com a presença de Aloizio Mercadante, que saltaria direto da derrota pela disputa do governo de SP para o Ministério da Educação. Bem, pode ser que o desenho final seja diferente. Mas não será muito. Façam suas apostas.
Acervo RR
BB DTVM 1
25/08/2010O recém-inaugurado escritório em Dublin foi apenas a partida. O presidente da BB DTVM, Carlos Takahashi está debruçado sobre o projeto de criação de uma rede de subsidiárias no exterior. Estados Unidos e Japão, pela presença de brasileiros, vão puxar a fila.
Acervo RR
BB DTVM 2
25/08/2010Aliás, o nome BB DTVM está com os dias contados. Em até dois meses, a gestora do Banco do Brasil vai apresentar ao mercado uma nova marca.
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Caixa Econômica
9/08/2010Concluída a oferta de ações do BB, o governo estuda agora um novo aumento de capital na Caixa Econômica Federal. O reforço do Tesouro teria como principal objetivo garantir os aportes previstos no setor imobiliário e na área de infraestrutura.
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NA
5/08/2010Uma das principais redes de venda de medicamentos da Europa, a suíça Alliance Boots teria feito uma oferta pelo controle da Athos Farma. A empresa, que figura entre as cinco maiores distribuidoras de remédios do país, se encontra em recuperação judicial. As negociações com a Alliance Boots passam diretamente pelos credores, uma lista que inclui Santander, HSBC, Itaú BBA, entre outros.
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Banco Votorantim
2/08/2010O Banco Votorantim prepara sua entrada no crédito habitacional. A medida leva a assinatura do Banco do Brasil. Sócio dos Ermírio de Moraes, o BB vai usar o Votorantim em seu tour de force para alavancar a carteira de empréstimos imobiliários.
Acervo RR
Trem-bala 1
30/07/2010Há um fumegante lobby em Brasília para que o BNDES financie até 80% do custo de implantação do trem-bala entre Rio e São Paulo ? e não apenas 60%, como está previsto. O comboio é conduzida por Alstom e Siemens. .
Acervo RR
BB e Mapfre
26/07/2010O acordo anunciado pelo Banco do Brasil e pela Mapfre, que prevê a criação de duas holdings na área de seguros, está esbarrando em entraves. Há pendências em relação a definição da carteira de produtos e, principalmente, a indicação dos executivos para as duas empresas, a BB Mapfre SH1 e a BB Mapfre SH 2. Procurados pelo RR – Negócios & Finanças, BB e Mapfre informaram que o processo segue o curso normal.
Acervo RR
Faria Lima
19/07/2010O Itaú e a norte-americana Tishman Speyers estão fechando um acordo para a construção de um grande empreendimento imobiliário na Faria Lima. Parte do imóvel será usada pelo Itaú BBA.
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Previ
19/07/2010O presidente da Previ, Ricardo Flores, pretende apresentar em até dois meses uma proposta ao Banco do Brasil para equacionar o imbróglio sobre o uso do superávit financeiro da fundação. O BB entende que os recursos devem ser partilhados. No entanto, há uma corrente na Previ contrária a divisão do superávit com o mantenedor.
Acervo RR
Banco do Brasil em clima de reeleição presidencial
16/07/2010O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, está em campanha. O executivo tem se empenhado em criar uma ambiência favorável a sua permanência no cargo em um eventual governo Dilma Rousseff. De um lado, vem buscando apoio político junto a figuraschave do governo e do próprio PT, ainda que as peças no quebra-cabeça só se juntem após a indicação do ministro da Fazenda; do outro, trabalha para deixar um testamento que fortaleça suas pretensões. A gestão de Bendine, notadamente na área de crédito, talvez seja o seu principal cabo eleitoral. A estratégia do Banco do Brasil joga a favor das pretensões de Aldemir Bendine. O BB prepara uma série de medidas que serão lançadas no segundo semestre com o objetivo de alavancar a carteira de crédito. Os principais projetos estão reservados para o financiamento habitacional. O banco vai intensificar as parcerias operacionais com construtoras e incorporadoras, na linha dos acordos fechados recentemente com a Rodobens Negócios Imobiliários e a paulista MBigucci, entre outras empresas. Vai também ampliar contratos de financiamento já firmados, notadamente dentro do programa Minha Casa, Minha Vida. Um dos candidatos ao puxadinho é a Living Construtora, braço de habitação popular da Cyrela. O banco vai apostar também em empresas de pequeno e médio porte que já estão dentro de casa. São mais de três mil construtoras e incorporadoras que são clientes do BB e surgem como potenciais parceiros para a expansão da carteira de empréstimos habitacionais. Estes próximos passos são tratados dentro do banco do Brasil como um aquecimento. O principal projeto de Aldemir Bendine, que poderá surgir como uma das grandes marcas da sua gestão, é a criação de uma joint venture com uma grande imobiliária que traga como dote uma vasta capilaridade no território nacional. A musa inspiradora é a Credipronto, financeira criada a partir da associação entre o Itaú e a Lopes Consultoria Imobiliária. Um forte candidato ao negócio é a Brasil Brokers, que briga com a própria Lopes pela posição de maior rede de imobiliárias do país. Outro alvo do BB é a Fernandez Mera. Neste caso, no entanto, há um entrave. A imobiliária já tem uma parceria operacional com o Citibank. Não custa lembrar que Bendine assumiu o cargo justamente após uma crise que culminou na saída de seu antecessor, Roberto Lima Netto. a€ época, o próprio presidente Lula fez pesadas críticas a oferta de crédito e, sobretudo, a s taxas de juros praticadas pelo banco, episódio que respingou na Fazenda. Ao que tudo indica, a gestão Bendine não padece deste mal. O BB tem mais de R$ 7 bilhões em recursos disponíveis apenas para o crédito imobiliário.
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Pai da criança
14/07/2010Nos bastidores da indústria automobilística, há uma intensa disputa pela paternidade do lobby que resultou na prorrogação do IPI reduzido para a venda de caminhões até dezembro. De um lado, o presidente da Anfavea e nº 1 da Fiat Brasil, Cledorvino Belini; do outro, o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sergio Reze. Para desempatar o duelo, a Anfavea pretende fazer uma campanha institucional, alardeando o ?feito?. Belini, inclusive, identifica no episódio uma oportunidade para recuperar parte do prestígio da entidade.
Acervo RR
Dá-lhe porco!
12/07/2010O economista e presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, quer aproveitar seu trânsito bipolar com José Serra, aliás, também palmeirense, e Dilma Rousseff, para fazer um lobby a favor da futura arena do clube como substituta do Morumbi nos jogos da Copa de 2014.
Acervo RR
AES busca uma brecha entre os muros do BNDES
9/07/2010A AES está disposta a queimar a energia que for necessária para equacionar, ou, ao menos, minimizar, o que considera o seu mais grave problema institucional no Brasil: a historicamente tortuosa, complexa, quase beligerante relação com o BNDES. O principal motivo para este trabalho de reaproximação é o novo planejamento estratégico do grupo para os próximos cinco anos. Os norteamericanos querem transformar a AES Brasil em uma empresa integrada de energia, com negócios em geração, distribuição, transmissão e até mesmo na produção de combustíveis renováveis, notadamente etanol. Pragmáticos como sempre, os norte-americanos estão tecendo uma ardilosa teia política com o objetivo de reconstruir sua capacidade de diálogo e entrada no BNDES. O lobby vai ser centrado em peças-chave de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. A AES busca interlocutores em comum, notadamente no próprio governo e no Congresso, capazes de atuar neste trabalho de reaproximação com o banco. Parte da premissa de que, direta ou indiretamente, todos os seus passos no Brasil estão amarrados ao BNDES. O epicentro é a Brasiliana, conturbada associação entre o banco e os norte-americanos que controla a AES Eletropaulo, maior distribuidora de energia da América Latina. A estratégia da AES para o país coloca novos ingredientes neste caldeirão. No cenário ideal, o grupo adoraria pendurar parte de seus futuros investimentos na própria Brasiliana, dividindo o risco com o BNDES. Os planos incluem a compra de concessões na área de transmissão e de usinas sucroalcooleiras ? um dos objetivos da AES é exportar etanol para o mercado norte- americano. O grande senão a todos estes projetos é a péssima imagem da AES dentro do BNDES, o que transforma qualquer tentativa de aproximação em um dos 12 trabalhos de Hércules. O problema não é nem o presidente do banco, Luciano Coutinho. Está na área técnica do banco, que nutre verdadeira aversão ao grupo. Os norte-americanos carregam a pecha de arrogantes, dissimulados e de sanguessugas do BNDES. A repulsa cresceu durante a gestão de Carlos Lessa, alimentada pela inadimplência da AES na rumorosa operação de financiamento para a compra de uma participação na Cemig. As tensas negociações em torno da Brasiliana só servem para colocar ainda mais pimenta na relação entre a AES e o banco. O pensamento hegemônico dentro do BNDES é que os norte-americanos devem sair da holding, abrindo caminho para a criação de uma grande empresa de energia de capital nacional.
Acervo RR
Mary Rabbit
8/07/2010A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, não é uma ?Dilmete?. Mas está muito bem cotada para seguir em um eventual governo de Dilma Rousseff, na Caixa ou não.
Acervo RR
Discórdia
2/07/2010A suspensão da oferta de ações da M. Dias Branco deixou rusgas no relacionamento entre a empresa e o Itaú BBA, coordenador da operação. A companhia, que já tinha desistido da emissão no primeiro trimestre, foi convencida pelo banco a retomar a operação com a garantia de que havia demanda pelos papéis.
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NA
30/06/2010A estreita relação entre a Rodobens Negócios Imobiliários e os bancos federais começa a despertar ciúmes entre as grandes incorporadoras. A companhia negocia um novo financiamento do Banco do Brasil, superior aos R$ 230 milhões obtidos há dois meses. O BB estuda ainda conceder crédito diretamente para os compradores de imóveis da Rodobens. Em outro front, a empresa também tem recebido os maiores afagos da Caixa Econômica Federal. Na semana passada, a CEF comprou cerca de R$ 300 milhões em debêntures da Rodobens.
Acervo RR
Monsanto duela com o Ministério da Agricultura
24/06/2010A passagem de Wagner Rossi pelo Ministério da Agricultura promete ser curta, porém marcante. Ao menos para a Monsanto. Rossi, que assumiu o cargo com a desincompatibilização de Reinhold Stephanes, está transformando sua gestão em uma trincheira contra a empresa norte-americana. Poucas vezes a multinacional se deparou com um Ministério tão hostil aos seus interesses. Rossi vem trabalhando para reverter a decisão da Camex, que, maio, estipulou uma sobretaxa de US$ 3,60 o quilo para o glifosato importado da China ? trata-se de uma importante matéria-prima para a produção de defensivos agrícolas. A Monsanto, que tem uma fábrica do insumo em Camaçari (BA), capitaneou um forte lobby para o aumento do imposto, contando, inclusive, com a ajuda do ex-governador Jacques Wagner. Entre os sete ministros que compuseram o colegiado da Camex, Rossi foi o único que votou contra a sobretaxa. Derrotado no primeiro round, tem defendido dentro do governo novas regras para a tributação do glifosato chinês, leia-se o escalonamento da alíquota ou a postergação da decisão para a próxima safra. A justificativa é que a barreira alfandegária vai impor aos agricultores um aumento de custos na compra de defensivos que não estava no script. Isso porque a produção nacional não consegue atender a toda a demanda e a compra do produto chinês é inevitável. O choque entre a Monsanto e o ministro da Agricultura não se restringe a tributação do glifosato. Produtor rural por mais de três décadas, Wagner Rossi também tem se mostrado sensível a mobilização do setor contra os royalties cobrados pelos norte-americanos na venda de sementes transgênicas, notadamente de soja. Um grupo de agricultores, reunidos sob a égide da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), entrou com uma representação no Cade denunciando a Monsanto por supostas práticas de cobrança abusiva de royalties, manipulação e imposição de preços ao mercado. Rossi vem angariando o apoio da bancada ruralista, notadamente do Centro-Oeste, com o objetivo de pressionar o grupo norte-americano a rever as taxas cobradas pelo uso de suas sementes geneticamente modificadas. Trata-se de uma das mais importantes fontes de receita da multinacional no país. Wagner Rossi, ministro-tampão que, a princípio, assumiu o cargo com dia e hora para deixar a cadeira, é um franco atirador. Nada tem a perder na queda de braço contra a Monsanto. Mesmo que seja derrotado tanto na questão do glifosato quanto dos royalties das sementes transgênicas, só aumentará seu cartaz junto a uma fatia importante do seu eleitorado por ter contestado a Monsanto. Se vencer qualquer um dos duelos, periga ser carregado nos braços pelos agricultores na Esplanada dos Ministérios.
Acervo RR
Cobra Tecnologia espalha seu veneno no Banco do Brasil
16/06/2010A Cobra Tecnologia destila um veneno mortal para os executivos do Banco do Brasil. Maiores detalhes podem ser obtidos com Luiz Carlos de Azevedo, que deixou a diretoria de reestruturação de ativos do BB para assumir o comando da empresa. Bastaram oito meses para a gestão de Azevedo cair em desgraça no grupo. Dentro do banco, já se fala até em novas mudanças na gestão. Um dos candidatos a assumir a presidência da ofídica subsidiária do BB seria Marcos Antonio Moser, diretor da estatal. Precipitada ou não, a pressão vem do andar mais alto do BB. O próprio presidente do banco, Aldemir Bendine, responsável pela indicação de Azevedo, é o insatisfeito-mor com os números da sua administração. Quem também seria favorável a troca é o vice-presidente de finanças do BB, Ivan de Souza Monteiro. O executivo tem forte ascendência sobre os destinos da Cobra, aproveitando-se do vácuo de poder deixado por José Luis Salinas, vice de Tecnologia e Logística do banco. Formalmente, a subsidiária está no raio de ação da área de TI do BB, mas Salinas sempre manteve prudente distância da empresa. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Cobra não se pronunciou sobre a possível troca no comando. Azevedo assumiu o comando da Cobra com a missão de fazer o que seu antecessor, Jorge Wilson, não conseguiu: fechar o balanço anual no azul. Mas, pelo andar da carruagem, o traiçoeiro réptil será letal para mais um dirigente do BB. No primeiro trimestre do ano, a Cobra teve um prejuízo operacional de R$ 30 milhões, contra R$ 3,4 milhões de perdas entre janeiro e março de 2009. É bem verdade que o resultado de janeiro deste ano ainda entra na conta de Jorge Wilson. No entanto, as perspectivas para os próximos meses não são nada animadoras. A performance do primeiro trimestre foi uma catarata de água fria. Projeções do banco apontam para um prejuízo próximo ao do ano passado, em torno dos R$ 85 milhões. A sucessão de perdas ganha ainda mais dimensão pelo momento decisivo por que passa a Cobra Tecnologia. O alto-comando do Banco do Brasil retomou os planos de venda de uma parte do capital da empresa. Há conversas com grupos internacionais da área de automação bancária. Um deles é a norte-americana Diebold. Outra possibilidade é uma solução “caseira”, envolvendo a Caixa Econômica Federal. Há cerca de quatro meses, o BB e a CEF assinaram um memorando de entendimentos para uma parceria na área de TI, um eufemismo para uma associação no capital da Cobra. Esta hipótese ganhou força com o recente movimento feito pelos dois bancos, que integraram seus serviços de atendimento nos caixas eletrônicos.
Acervo RR
Nike, Adidas e Alpargatas lideram diáspora na indústria calçadista
14/06/2010Milton Cardoso, que veste o duplo figurino de nº 1 da Vulcabrás e presidente da Associação da Indústria Brasileira de Calçados (Abicalçados), é hoje o executivo mais querido do setor. E o mais odiado, também. Cardoso está no centro de um acirrado duelo envolvendo os grandes fabricantes de calçados do país. A disputa gira em torno da decisão da Camex, que estabeleceu uma sobretaxa para tênis, sapatos e congêneres importados da China. A barreira alfandegária deve ser creditada na conta de Cardoso, que comandou uma operação de lobby tamanho 45 junto ao governo. Fabricantes de pequeno e médio porte, pisados pela concorrência chinesa, agradecem. No entanto, Cardoso despertou a fúria de grandes empresas do setor. Contrárias a criação da sobretaxa, Adidas, Nike e São Paulo Alpargatas, leia-se Camargo Corrêa, estão tentando defenestrar o executivo do comando da Abicalçados. Fortalecido, Cardoso dá de ombros, no melhor estilo “os incomodados que se mudem”. E talvez se mudem mesmo. Adidas, Nike e São Paulo Alpargatas estão se aninhando na Associação Brasileira de Mercado Esportivo (Abramesp). O trio tem usado a placa da entidade para organizar um contra-lobby, com o objetivo de convencer o governo a rever sua decisão ou, pelo menos, reduzir a alíquota imposta aos calçados chineses. No limite, querem que o novo imposto seja aplicado de forma seletiva e gradativa. Paralelamente, a tríade calçadista arquiteta uma diáspora no setor. Com a finalidade de enfraquecer o poder de Milton Cardoso e da Abicalçados, tenta arrastar outros associados para a Abramesp. Adidas, Nike e São Paulo Alpargatas argumentam que a sobretaxa de US$ 13,85 o par fixada pela Camex inviabilizará a importação de tênis de alta tecnologia que, em sua maioria, são produzidos na China. As três empresas internalizam aproximadamente cinco milhões de pares por ano. Este número representa 40% das suas vendas no país. A justificativa do trio é que a decisão da Camex favorece empresas nacionais que comercializam calçados de menor valor agregado. Coincidência ou não, é o caso da própria Vulcabrás, coincidência ou não comandada por Cardoso, coincidência ou não, entre os grandes executivos do setor um dos poucos que trabalharam a favor da sobretaxa. Não por acaso, os desafetos do executivo já apelidaram a entidade setorial de “Abicalçado”, no singular. Para muitos, os interesses defendidos pela instituição cabem apenas no pé da Vulcabrás.
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BB DTVM
11/06/2010A BB DTVM vai tirar do forno um fundo de renda variável voltado aos afortunados clientes do Estilo, o braço de alta renda do Banco do Brasil. A cota mínima será de R$ 1 milhão. A carteira terá aplicações no Brasil e no exterior, neste caso dentro da parceria firmada recentemente entre o BB, a Alliance Bernstein e a Principal Financial Group.
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NA
8/06/2010Já há uma aresta no caminho do novo presidente da Previ, Ricardo Flores. O motivo é o acordo com o Banco do Brasil para a distribuição do superávit acumulado pela fundação nos últimos três anos. Flores já se mostrou favorável ao pagamento em 36 parcelas, hipótese que não desperta simpatia nem na fundação nem entre seus antigos pares no BB.
Acervo RR
BNP Paribas ensaia sua despedida do Brasil
2/06/2010A negociação da Cetelem – ver RR Negócios & Finanças nº 3.860 – é apenas o pelo do coelho. O BNP Paribas estuda a venda de todas as suas operações no Brasil, que, além da financeira, incluem o Banco BGN, comprado a Queiroz Galvão em 2007. Segundo uma alta fonte da autoridade monetária, o BNP já teria comunicado ao Banco Central sua disposição de deixar o país. Há duas hipóteses sobre a mesa. Uma delas é a venda pura e simples do BNP Brasil, no qual estão pendurados os demais ativos. Outro caminho aventado pelos franceses é a negociação do controle vinculada a uma troca de ações, que permitiria ao BNP manter um pé no mercado brasileiro com uma participação minoritária em uma instituição financeira local. No entanto, no que depender do apetite dos bancos estatais, o destino do BNP Paribas no Brasil é a venda e ponto final. O BB está interessado na compra da Cetelem, conforme informou o RR na edição nº 3.860, mas a operação esbarra na intenção do BNP em vender seus ativos no país embrulhados em um só pacote. Candidato (quase) morto, candidato posto. Quem surge no cenário, com força redobrada é a Caixa Econômica Federal. Nas últimas duas semanas, teriam ocorrido dois encontros entre executivos da CEF e do BNP. Procurado pelo RR – Negócios & Finanças, o BNP Paribas Brasil informou, por meio de sua assessoria, que “sempre demonstrou seu amplo e consistente compromisso com o Brasil e tem projetos de investir ainda mais no país em diversas áreas.” O ativo que mais atiça o interesse da CEF é a processadora de cartões Aura, controlada pela Cetelem. A Caixa tem uma presença proporcionalmente modesta neste segmento se comparada a atuação dos grandes bancos privados e do próprio BB. Com a eventual aquisição do BNP Brasil e a incorporação da Aura, a CEF adicionará cerca de três milhões de clientes a sua base de cartões. Ampliará também sua carteira de consignados, principal negócio do BGN, e sua operação no crédito direto ao consumidor ? o ponto forte da Cetelem é a participação no capital do Banco Carrefour. A operação do BNP Paribas no Brasil jamais alcançou o patamar idealizado pelos franceses. Noves fora a associação com o Carrefour, a Cetelem não foi capaz de ampliar a capilaridade do grupo no varejo no ritmo esperado. O BGN, por sua vez, não decolou. O banco vem ampliando suas operações de empréstimo ? entre 2008 e 2009, a cifra pulou de R$ 900 milhões para R$ 1,5 bilhão. No entanto, este salto não teve efeito na última linha do balanço. No ano passado, o prejuízo ficou em torno de R$ 20 milhões. Além disso, o BNP não conseguiu potencializar a rede de atendimento do BGN para a venda de outros produtos financeiros.
Acervo RR
O cérebro
28/05/2010O maior lobby em andamento hoje na República é o do Brain (Brasil Investimentos & Negócios), leia-se a criação de um enclave financeiro internacional no país. Antonio Palocci gosta da ideia encabeçada por Febraban, BM&F Bovespa e outras entidades. Mais até do que Henrique Meirelles.
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Advent
26/05/2010O Credit Suisse vem tentando convencer a Advent a retomar o processo de IPO da IMC, holding que reúne os investimentos do private equity no setor de gastronomia. A abertura de capital, prevista para o fim do ano passado, foi suspensa por baixa demanda dos investidores. O Credit Suisse, claro, quer ficar com o posto do Itaú BBA, coordenador da operação original.
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NA
26/05/2010A Basf tem feito um bem azeitado lobby para convencer o governo a aumentar de 4% para 5% a mistura de biodiesel ao óleo diesel. Seu interesse é ampliar o mercado para o metilato de sódio, insumo químico usado na produção do biocombustível.
Acervo RR
Cartão Ouro
19/05/2010Aldemir Bendine reserva uma importante missão na área de cartões para o vice-presidente de Negócios de Varejo do BB, Paulo Rogério Caffarelli. O executivo, por sinal, era o preferido de Bendine para assumir a Previ, mas teve seu nome vetado pelo governo.
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Pré-sal
19/05/2010O presidente do Conselho da Camargo Corrêa, Vitor Hallack, tem dito que se sente em uma camisa de força no episódio da Polícia Federal. Se pudesse, reestruturaria tudo: área de comunicações, relações com autoridades, lobby, suporte em Brasília etc. Mas os sócios, conservadores, não deixam.
Acervo RR
PanAmericano e CEF aceleram no crédito de veículos
17/05/2010O PanAmericano e a Caixa Econômica Federal estão colocando as últimas vírgulas em sua estratégia de atuação conjunta. As operações seguirão um script comum: a CEF entra com a rede de atendimento e, principalmente, funding; o banco de Silvio Santos, com a sua carteira de clientes e, sobretudo, sua expertise em produtos não oferecidos pela instituição federal. Uma das maiores apostas da dupla é o financiamento de veículos. A parceria significará um salto da Caixa Econômica neste cobiçado mercado. Guardadas as devidas proporções, o PanAmericano será para a CEF o que o Banco Votorantim é para o BB. Ou seja: será a ponta de lança para a oferta de crédito automotivo aos mais de 33 milhões de clientes da Caixa. Cerca de 60% da carteira de crédito do PanAmericano (de R$ 11 bilhões no total) estão concentrados no financiamento de veículos. Com o reforço de funding da Caixa Econômica, o banco vai entrar na venda de automóveis novos, leia-se modelos zero quilômetro a até três anos de uso ? sua operação neste segmento estava limitada a veículos usados. Um dos seus objetivos é fechar parcerias com grandes redes de concessionárias. O PanAmericano vai também ampliar a oferta de crédito para a venda de motocicletas, hoje um dos segmentos que mais crescem dentro da instituição. Por mês, o banco tem gerado cerca de R$ 150 milhões em financiamento. O PanAmericano vai ainda operar leasing para os clientes da Caixa ? trata-se de um segmento em que o banco federal não atua. Em outro front, a CEF pretende oferecer os produtos da PanAmericano Seguros em suas agências. Além da própria Caixa Seguros, será a segunda companhia a vender apólices no balcão da instituição. Uma das maiores apostas é o seguro prestamista. Outro alvo da dupla é o segmento de crédito consignado, com a entrada em novos estados. Além do aporte da CEF, que, em dezembro, pagou R$ 740 milhões por 49% do capital votante, o PanAmericano vem reforçando o caixa no mercado. Nos últimos dias, concluiu a captação de US$ 500 milhões por meio de emissão de dívida. No que depender do apetite dos investidores, o banco não vai demorar a fazer outra operação semelhante. A meta inicial era captar US$ 350 milhões, mas a demanda pelos papéis chegou a US$ 2,5 bilhões.
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Barricada
5/05/2010A possível nomeação de Robson Rocha, vice-presidente do BB, para o comando da Previ deflagrou uma reação em cadeia de grupos políticos da fundação ligados ao sindicato dos bancários. Nos últimos dias, cartas e e-mails têm sido disparados para a diretoria do Banco do Brasil e associados da Previ classificando Rocha como persona non grata entre os sindicalistas. O executivo teve participação decisiva para abafar recentes greves dos bancários.
Acervo RR
Banco da América
3/05/2010Depois do Patagônia, o nome de outros dois bancos sul-americanos têm sido insistentemente repetidos no alto-comando do BB: o uruguaio Surinvest e o colombiano Occidente Credencial.
Acervo RR
GP é alvo de rebelião dos credores da San Antonio
27/04/2010A San Antonio International está prestes a se tornar uma mancha na biografia de fortuna e prosperidade da GP Investimentos. Os bancos credores se movimentam para tomar, por via judicial, o controle da empresa, algo que não combina com a história da gestora de private equity. O objetivo é assumir a participação da GP, dona de 55,3% do capital, reestruturar a companhia e buscar um novo controlador. É provável também que os bancos avancem sobre a fatia dos minoritários ? a Amber Investment e o Temasek, fundo soberano de Cingapura. O principal artífice da intentona seria o Citibank, maior credor individual da prestadora de serviços para a indústria petroleira. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a GP não quis se pronunciar. Do passivo da San Antonio, superior a US$ 700 milhões, quase US$ 600 milhões se referem a um empréstimo-ponte liderado pelo Citi. Em uma operação de compra alavancada, ainda pouco usual no Brasil, os recursos foram usados para financiar a própria venda da companhia para a GP. Além do Citi, a lista de credores da San Antonio é formada por Credit Agricole, Standard Bank, Itaú BBA e Deutsche Bank. Estes dois últimos emprestaram cerca de US$ 100 milhões a San Antonio como adiantamento ao IPO da empresa, que ocorreria em 2008. Veio a crise mundial e a emissão de ações foi para o espaço. Desde então, os dois bancos, que coordenariam a abertura de capital, tentam, sem sucesso, reaver o dinheiro. Para os bancos credores, assumir o controle da San Antonio significa arrancar do pescoço da GP todo o colar de participações que a gestora de private equity montou no setor a partir de 2007. A lista de aquisições inclui Prest, HK, Unap e, a maior de todas, a Sotep, que custou aproximadamente US$ 110 milhões. Desde o início, a GP apostou alto no pré-sal, não por acaso enfeixando na San Antonio empresas com uma significativa carteira de encomendas junto a Petrobras. Na teoria, tudo indicava mais um investimento blockbuster da gestora de private equity. No entanto, o timing não ajudou. O pré-sal ainda é um ponto futuro. Além disso, a San Antonio foi afetada pela crise mundial e a consequente redução dos investimentos no setor petroleiro. Desde 2008, estaria operando com uma capacidade ociosa perto de 40%.
Acervo RR
Banco do Brasil aponta seu canhão para a Cetelem
23/04/2010Se a concorrência já tinha motivos de sobra para se preocupar com o célere avanço do Banco do Brasil no mercado de crédito consignado, agora, então, vai se descabelar por completo. A direção do BB estuda uma proposta para a compra de uma participação ou até mesmo do controle da Cetelem, financeira do BNP Paribas. Nas últimas duas semanas, o nº 1 do banco, Aldemir Bendine, teria feito duas reuniões com seus vice-presidentes para tratar do assunto. Bendine também conversou com o próprio ministro Guido Mantega a respeito da possível investida. Recebeu sinal verde para seguir adiante. Os franceses estariam dispostos a reduzir sua participação até 30%, mas a prioridade é manter o controle. Publicamente, executivos do grupo francês têm negado a intenção de vender parte ou o controle da Cetelem. No entanto, segundo informações filtradas junto ao próprio BNP Paribas, além do Banco do Brasil outras três instituições vêm mantendo conversações com os franceses. Um dos candidatos seria o Itaú. A Cetelem é vista pela direção do Banco do Brasil como uma boa oportunidade para alavancar ainda mais as operações de crédito para pessoa física. Com a aquisição, o banco adicionaria cerca de R$ 1,3 bilhão a sua carteira de empréstimos consignados, ? além de outros R$ 2,3 bilhões em operações de crédito direto ao consumidor. Na comparação com o próprio BB, os números são relativamente modestos. Graças aos acordos com prefeituras e governos estaduais, o banco federal já tem uma carteira de consignado acima de R$ 37 bilhões, praticamente um terço deste mercado. No entanto, o que mais atiça o BB é a possibilidade de esticar seus tentáculos até o Carrefour, um dos mais cobiçados balcões do varejo nacional. A Cetelem é dona de 40% do Banco Carrefour, responsável pelas operações de financiamento da rede de supermercados e hipermercados.
Acervo RR
BB Filmes
22/04/2010O Banco do Brasil planeja recriar um fundo de investimentos para financiar a produção de filmes, notadamente documentários. Em 2004, o banco lançou o BB Cine, que teve a duração de um curta-metragem. Apoiou três produções cinematográficas e foi extinto em 2006.
Acervo RR
BB e Patagônia
14/04/2010As negociações entre o BB e o Banco da Patagônia vão além da compra da participação da família Stuart Milne, dona de 49,9%. Há uma costura, de governo para governo, para que o banco brasileiro assuma também os 15% em poder da Anses, o INSS argentino. Com isso, o valor da operação poderá passar de US$ 500 milhões para US$ 650 milhões.
Acervo RR
Brasil Foods prepara o abate do Independência
5/04/2010Ainda a s voltas com os despojos cambiais da Sadia, a Brasil Foods prepara sua primeira grande aquisição. Estão adiantadas as negociações para a compra do frigorífico Independência, em recuperação judicial desde o início de 2009. As duas empresas já teriam assinado um acordo de exclusividade. As gestões são travadas paralelamente em dois fronts: com a família Russo, acionista majoritária, e com os credores, entre eles JP Morgan, Banco Votorantim e Itaú BBA, todos personagens fundamentais para a venda do frigorífico. A operação depende de um acordo para a repactuação do passivo, com um deságio sobre o valor de face. Não será o primeiro abate no endividamento da companhia. Originalmente, a dívida do Independência era de R$ 3 bilhões. No fim do ano passado, as instituições financeiras aceitaram reduzir este valor em 50% dentro do plano de recuperação judicial da empresa. Em contrapartida, os bancos asseguraram o direito de um bônus para subscrever ações do Independência em caso de venda do controle. Entre as instituições financeiras, boa parte do esforço da Brasil Foods e do Independência está concentrada nas negociações com o JP Morgan. O banco norte-americano tem sido a carne de pescoço no processo de recuperação judicial do frigorífico. Há pouco mais de um mês, entrou com uma ação na Justiça de Nova York pedindo a execução de bens pessoais da família Russo que foram dados como garantia a empréstimos bancários. Os advogados do Independência alegam que o patrimônio dos controladores foi reinvestido na própria empresa e, portanto, estaria protegido pelo próprio plano de recuperação judicial. Caso chegue a um acordo com os credores do Independência, a Brasil Foods vai aumentar consideravelmente sua atuação no segmento de carne bovina. Trata-se de um negócio de menor peso no grupo, principalmente se comparada ao porte das grandes empresas do setor. A BRF é responsável por menos de 10% dos abates no país. Não por acaso, no fim do ano passado, a empresa solicitou ao Cade que acelerasse a análise da fusão dos ativos de Sadia e Perdigão na área de bovinos, já de olho na possível compra do Independência. Com a aquisição, a BRF herdará unidades de abate em Rolim de Moura (RO) e Janaúba (MG), as duas únicas fábricas do Independência em operação. Vai incorporar também outras nove fábricas localizadas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás, desativadas.
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BB agrícola
1/04/2010O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, ressuscitou o projeto de compra de participações em empresas de agribusiness, que chegou a ser discutido no auge da crise econômica. Desta vez, a operação não teria como principal motivador a salvação de grupos agrícolas em dificuldades financeiras, como no nascedouro da ideia, há cerca de dois anos. O objetivo é fomentar investimentos e, em um segundo passo, estimular a consolidação entre empresas, com foco em grandes cooperativas agrícolas.
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Fator Á€mega
11/03/2010Antes que alguém fantasie que o lobby bancário por trás do Projeto a”mega é uma hidra monocéfala, é bom que se saiba que o grande patrocinador dessa reforma engessadora é o presidente do BC, Henrique Meirelles.
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Votorantim
1/03/2010É intenso o corre-corre entre os executivos do BB e do Banco Votorantim. A dupla vai anunciar até abril uma série de medidas para ampliar a carteira de financiamento de veículos. O carro chefe será um acordo com uma das maiores redes concessionárias do país.
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NCR passa no caixa eletrônico e sai Á s compras no Brasil
23/02/2010O frenesi no mercado de auto-atendimento bancário não se resume a uma eventual diáspora societária na TecBan, que seria protagonizada por Banco do Brasil, Santander e Bradesco. A norte-americana NCR saiu a s compras, disposta a liderar um movimento de consolidação entre os fabricantes de caixas eletrônicos. Na mira da empresa estariam a Perto, controlada pelo grupo gaúcho Digicon, e a Cobra Tecnologia, pertencente ao BB. Existem motivações diferentes em cada uma destas investidas. A NCR vislumbra na eventual aquisição da Perto a possibilidade de reduzir a oceânica distância que a separa da também norte-americana Diebold, líder entre os fabricantes de terminais bancários no Brasil. A empresa passaria a ter quase 50 mil caixas eletrônicos em operação, algo em torno de 30% do mercado. Ainda ficaria bem atrás da Diebold, dona de mais de 50% de market share, mas seria o suficiente para superar a Itautec. O faturamento da NCR no país quase duplicaria, passando dos US$ 300 milhões. No caso da Cobra Tecnologia, o alvo da NCR é a prestação de serviços de TI, notadamente para o mercado bancário. A estatal, eterno motivo de dor de cabeça para o BB, está a s voltas com mais uma reestruturação. Desde o início do ano, trocou de presidente ? Luiz Carlos Azevedo substituiu Jorge Wilson ? e adotou uma nova estratégia comercial. Apesar dos sucessivos prejuízos, dos problemas de gestão e da marca desgastada, a NCR enxerga alguns atrativos na Cobra. O maior deles é a consanga¼inidade com o Banco do Brasil. Para os norte-americanos, o modelo ideal seria a compra de uma participação majoritária, com a permanência do BB no capital. É impossível dissociar o projeto da NCR do virtual redesenho do mercado de terminais bancários (ATMs). Há notícias de que o trio BB/Bradesco/Santander estuda deixar a Tecban e criar uma nova operadora de caixas eletrônicos. Uma vez sócia do BB na Cobra, a NCR entende que teria uma posição privilegiada no fornecimento de equipamentos a esta nova companhia.
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BB imóveis
22/02/2010O Banco do Brasil está ercando a Brasil Brokers por todos os lados. O objetivo é fechar um acordo para a concessão de crédito imobiliário. Seria uma jogada de mestre do BB para alavancar sua carteirahabitacional. O banco passaria a ser parceiro de uma rede com mais de 800 imobiliárias em todo o país e Valor Geral de Vendas de R$ 10 bilhões por ano.
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Atalho do BB
19/02/2010O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, tem uma carta-trunfo para acelerar o crescimento da carteira de crédito imobiliário. O BB vai criar uma linha diferenciada para o exército de funcionários públicos que recebem seus salários pelo banco.
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Grupo Martins tem encontro marcado com a Bolsa de Valores
18/02/2010Os próximos meses prometem ser intensos no Grupo Martins, uma das maiores redes atacadistas do país. A família Martins estuda uma série de medidas com o objetivo de aumentar o fôlego financeiro da companhia e transformá-la em forte candidata a aquisições tanto no segmento atacadista como na própria área de logística, que se tornou uma espécie de core business paralelo do grupo. O principal projeto em gestação é a abertura de capital da empresa. O caminho natural aponta para o IPO em Bolsa ? os onipresentes Credit Suisse e BTG Pactual já teriam se apresentado como candidatos a coordenar a operação. Fundos de private equity também têm batido a porta do Martins, mas a família, que sempre conduziu o negócio com mãos de ferro, resiste a ideia de ter um sócio-palpiteiro do lado. Paralelamente aos planos de abertura de capital, a família Martins está empenhada em fortalecer sua operação bancária, passo visto como fundamental para acelerar a expansão da rede atacadista. O Tribanco, braço financeiro do Grupo Martins, está passando por uma reestruturação comandada pelo executivo João Ayres Rabello Filho, ex-Sadia e BB DTVM. Além de aumentar a carteira de crédito para o setor de varejo, o banco vai aproveitar seu balcão para oferecer outros produtos financeiros. Na mira, desde operações estruturadas para empresas como a venda de seguros e títulos de capitalização.
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Uma pedra no sapato da São Paulo Alpargatas
4/02/2010Milton Cardoso, presidente da Vulcabrás e da Associação da Indústria Brasileira de Calçados (Abicalçados), não é da Polícia Federal, mas está dando trabalho a Camargo Corrêa. Cardoso comanda uma operação de guerra nos bastidores do setor com o objetivo de isolar a São Paulo Alpargatas na contenda fiscal contra os calçados chineses. As pegadas do executivo apontam na direção da Paquetá. Cardoso está tentando atrair a fabricante gaúcha para a cruzada da Abicalçados a favor da sobretaxa para a importação de calçados produzidos na China. Seu esforço é mais do que justificável. A Paquetá pode ser o fiel da balança em um imbróglio que rachou a indústria de calçados brasileira e colocou em lados opostos a Abicalçados e a São Paulo Alpargatas. Se a Paquetá virar a casaca e apoiar o lobby da Abicalçados, a São Paulo Alpargatas ficará em uma posição frágil. Entre as grandes fabricantes nacionais, a subsidiária da Camargo Corrêa será praticamente a única voz contrária a barreira tarifária. Sem aliados de porte, a empresa terá de buscar o apoio de fabricantes internacionais presentes no país, como Adidas e Nike, que não têm o mesmo trânsito junto ao governo.
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Saionara
3/02/2010O Banco do Brasil estuda fechar agências nas cidades de Nagoya e Nagano. Trata-se de um reflexo da crise econômica que afeta o Japão e tem provocado, nos últimos meses, o retorno ao Brasil de centenas de decasseguis, grande alvo comercial do BB no país asiático.
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Baixa pressão
26/01/2010O laboratório Bristol-Meyers Squibb está disposto a vender sua fábrica de medicamentos em Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo. A unidade é motivo de fortes enxaquecas financeiras: opera a apenas 20% da sua capacidade. Em tempo: se não encontrar um comprador em um prazo razoável, a empresa estuda, no limite, fechar a fábrica.
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Monsanto busca defensivo fiscal contra os chineses
14/01/2010A Monsanto está a s voltas com um imbróglio comercial, envolvendo Brasil e China. O epicentro do problema é a importação de glifosato, importante matéria-prima utilizada na fabricação de defensivos agrícolas. O Ministério do Desenvolvimento tem feito ouvidos de mercador ao pleito da empresa norte-americana, que reivindica o aumento da alíquota para a entrada do produto no Brasil. A Monsanto tenta conter a crescente importação do insumo proveniente da China, que tem lhe causado severos prejuízos. A empresa tem uma fábrica de glifosato em Camaçari (BA), que vem perdendo dinheiro diante da concorrência com o produto chinês. As vendas em 2009 teriam caído quase 40% em relação ao ano anterior, o equivalente a algo em torno de US$ 150 milhões. A Monsanto já sinalizou ao Ministério do Desenvolvimento a intenção de fechar a planta industrial na Bahia caso não consiga o aumento da alíquota. No governo, a disposição da empresa tem sido vista como bravata. O temor da Monsanto é de que a crescente entrada de glifosato no Brasil estimule o comércio de outras matérias-primas para defensivos provenientes da China. Os fabricantes do país asiático contam com um diferencial de peso: os subsídios do governo local. No Brasil, a Monsanto tem contra si o forte lobby da bancada ruralista no Congresso Nacional. Nos últimos anos, o país abriu as porteiras a importação de matérias-primas para o setor. O glifosato é o caso clássico. De 2004 para cá, a alíquota caiu de 35,8% para 2,1%. Os parlamentares ligados a área agrícola não se dão por satisfeitos. Existe uma pressão junto ao governo para que a taxa seja zerada. O argumento é que a produção nacional não consegue atender a demanda, sobretudo a custos competitivos. Há também a movimentação do próprio governo chinês, que tem feito gestões junto ao Itamaraty para que a entrada do produto no Brasil fique isenta do imposto. Existe um outro componente que não pode ser desprezado nesta história. A bancada ruralista não morre de amores pela Monsanto. O motivo são os recorrentes entreveros entre a companhia e os agricultores por conta do aumento dos preços de seus produtos, notadamente as sementes de soja transgênicas.