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Ericsson e Nokia Siemens usam 4G como aríete

  • 27/07/2012
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Nas últimas semanas, representantes da Nokia Siemens e da Ericsson fizeram uma romaria nos gabinetes dos ministros Paulo Bernardo e Fernando Pimentel. O motivo da procissão foi amaciar o governo e convencê- lo a liberar um pacote de benefícios fiscais para estimular a produção de equipamentos de telecomunicações no país. Quem achar que é oportunismo associar o pleito a  pressão do governo para que as teles façam novos investimentos é, no mínimo, muito esperto e danadinho. As operadoras vão precisar de novos equipamentos. Os subsídios induzem a  ideia de preço mais baixo, mas a experiência mostra que entre o balcão e a caixa registradora há um percurso grande. Mas, como diria o poeta, o lobby é infinito enquanto dura. Na esteira das incontáveis solicitações, os porta-vozes da indústria estão usando as instalações das futuras redes de 4G como um arpão para arrancar mais benefícios fiscais. Se as dotações vierem a ser aprovadas, é capaz de que o orçamento da União não dê conta de tanto incentivo. Segundo uma fonte do Ministério das Comunicações, o receio do governo é que, além dos preços não declinarem conforme o prometido, as empresas façam uma nacionalização meia-sola, importando peças e componentes fabricados no exterior. Ao Brasil, ficaria reservado o velho papel de “maquila”, ou seja, montador de equipamentos. Procurada, a Nokia Siemens divulgou que “tem discutido no âmbito de entidades como ABINEE e Telebrasil diversos assuntos que visam fomentar uma sustentabilidade duradoura para a indústria brasileira”. A Ericsson, por sua vez, informou que “entende que o Congresso Nacional, ao transformar em lei a MP 563, já definiu um pacote de incentivos a  indústria de equipamentos de telecomunicações”.

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