Acervo RR

BB e Mapfre são dois países separados pela mesma língua

  • 18/12/2012
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Há uma Faixa de Gaza na associação entre a Mapfre e o Banco do Brasil. A zona de conflito envolve a tropa de corretores que trabalha para as duas instituições. A responsabilidade sobre a criação deste explosivo território vai para a conta de Marcos Eduardo Ferreira, presidente da divisão de seguros gerais e ramo de veículos, uma das duas holdings geradas a partir do acordo entre o BB e os espanhóis. Ferreira estaria arrochando cada vez mais as taxas de corretagem na venda de seguros com a marca Mapfre. Estas apólices são distribuídas exclusivamente por corretores e por redes de varejo com as quais a seguradora espanhola mantém parceria. O procedimento provocou uma resposta imediata e de grosso calibre dos corretores, classe tinhosa, que costuma reagir impetuosamente ao menor esbarrão em seu calo. O contra-ataque veio por meio de um boicote. Muitos destes profissionais estariam fazendo campanha contra as apólices com a marca da Mapfre e orientando seus clientes a comprar seguros com a bandeira do BB, que, historicamente, está habituada a tratar sua força de vendas com mais afago. O RR conversou com três grandes empresas de corretagem de seguros, que confirmaram, em off the records, o apartheid na venda dos produtos. Procurada, a Mapfre não se pronunciou. Em termos financeiros, nada muda. Pouco importa a marca da apólice. A receita com a venda dos produtos das duas holdings criadas por Banco do Brasil e Mapfre vai para o mesmo cesto e é dividida praticamente fifty to fifty – os espanhóis detêm 50,01% da sociedade apenas para caracterizar a empresa como de controle privado. No entanto, quando o assunto é o valor intangível e a reputação, o sinistro vai para a conta da Mapfre. Os corretores ainda são importantes formadores de opinião entre os clientes da área de seguros e podem envernizar ou arranhar a imagem da empresa. Não é de hoje que Marcos Eduardo Ferreira e os corretores de seguros se estranham. No fim do ano passado, o executivo teria estipulado taxas de comissionamento bastante apertadas, além de pré-requisitos fora dos padrões do mercado. Teria agido com o deliberado objetivo de desestimular os corretores a venderem os produtos mais sofisticados da Mapfre, caso, por exemplo, do seguro de vida Bien Vivir – ver RR – Negócios & Finanças edição nº 4.277

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