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Banco do Brasil surge como uma rota de escape para Guido Mantega

  • 23/01/2024
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A Vale continua sendo a prioridade. No entanto, diante das notórias dificuldades para emplacar Guido Mantega como CEO da mineradora, o governo cogita um Plano B. Ou melhor: um Plano BB. A presidência do Banco do Brasil seria uma alternativa para a obsessão do PT e do próprio Lula em encontrar um cargo de prestígio para o ex-ministro da Fazenda.

O governo teria de fazer muito pouco ou quase nenhum contorcionismo para aninhar Mantega no comando do banco estatal, na cadeira hoje ocupada por Tarciana Medeiros – funcionária de carreira da instituição e ligada ao Sindicato dos Bancários de São Paulo. Formalmente, cabe ao Conselho de Administração do Banco do Brasil aprovar a nomeação do presidente executivo. Conselho este em que cinco dos oito integrantes são indicados pelo acionista majoritário, o próprio governo. Ou seja: na prática, a governança do BB é a seguinte: a escolha do CEO se dá por uma canetada do presidente da República e ponto.

Há demandas do PT – e não são poucas – para as quais Lula costuma fazer ouvidos de mercador. Não é esse o caso. Seja por compromisso partidário, por lealdade, por razões de ordem afetiva ou por algum outro motivo insondável, tudo leva a crer que Guido Mantega não vai ficar ao relento.

Mesmo sendo um estorvo para o governo. Nesse contexto, além da maior flexibilidade para a nomeação, a indicação para o Banco do Brasil seria até mais fácil de justificar. Mantega continuaria sendo um contrabando, mas, ao menos, o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BNDES estaria na sua praia. Não consta que entre as suas expertises esteja o mercado mundial de minério de ferro.

Por essas e outras, fica até difícil entender o fetiche do governo pela Vale, uma manobra que mobiliza da Presidência da República a membros da cúpula petista. A escolha da mineradora parece ser a menos adequada. O que o Palácio do Planalto ganha ao assumir o desgaste político de praticamente takeoverizar o comando de uma empresa privada?

O governo teria de quebrar fortes resistências – na Vale já se fala até na extensão do mandato do atual presidente, Eduardo Bartolomeo, ainda que por um período mais curto, apenas para barrar a ofensiva pró-Mantega. Outra hipótese, a nomeação do ex-ministro para o Conselho, também seria um movimento intrincado. Ele dependeria da renúncia de um dos integrantes do board, cujo mandato vai até 2025.

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