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RR Destaques

O cálculo do Planalto

20/02/2024
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Movimentos como o apoio do presidente da Colômbia, Gustavo Pedro, e a forte mobilização da base lulista nas redes, hoje, diminuem a percepção de que as declarações de Lula acerca de Israel foram um improviso ou um deslize. Tal linha  parece ainda mais clara porque o Planalto, em vez de evitar, abraçou o tema, por meio de diversas manifestações e da comunicação oficial – ainda que sem reiterar a comparação entre as ações de Israel e do Nazismo.

Ao mesmo tempo, ocorre uma curiosa inversão de papéis. A oposição reage com força e organização no Congresso, contando com novo aceno do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que cobra retratação de Lula além de dominar a grande mídia. Enquanto isso, a defesa e construção de narrativa “governistas” invadem as redes sociais.

Trata-se de um dos mais fortes engajamentos conquistados pelo Planalto em muito tempo, praticamente revertendo a “decepção” com diversas ações recentes de Lula, como a escolha dos ministros do STF.

Parecem ser essas, justamente, as apostas do Planalto, ao não recuar:

1) A “descoberta” de um tema capaz de energizar e engajar seus apoiadores, algo típico da polarização dos últimos anos, mas que ainda parece passar ao largo da compreensão da grande mídia;

2) A imagem de Lula como a liderança que capitaneia a reação às ações militares de Israel, dizendo o que EUA e Europa não seriam capazes de dizer e assumindo a frente da América do Sul e dos países em desenvolvimento. Uma forma de ganhar protagonismo no “sul global”, mas sem qualquer tipo de alinhamento com Rússia e China – o que, aí sim, incomodaria os norte americanos.

Ou seja, por um lado, haveria pouco ou nada a perder nas relações com o “Ocidente” (ainda mais com o acordo entre Mercosul e União Europeia praticamente enterrado). Por outro, bastante a ganhar com a ideia de que Lula tenta impedir uma nova ofensiva em Gaza, “puxando” outros países no processo. Ou, caso ela ocorra e gere novas mortes e condenações humanitárias, que o país teve a coragem de denunciá-la, previamente.

Não é à toa que essa narrativa está sendo construída nas redes, como uma teia, por meio de diferentes fontes, interlocutores e conteúdos.

3) A avaliação de que, tendo sempre na manga a carta não de uma retratação, mas de algum tipo de retificação, o tema, por polêmico e desgastante que seja, não estaria entre as prioridades do mundo político (Centrão a frente) nem dos agentes econômicos (o que parece corroborado pelas duas altas consecutivas da bolsa, ontem e hoje).

Não se está aqui avaliando, de forma alguma, o teor das declarações. Nem que a “estratégia” será bem-sucedida. O governo, por exemplo, não parece ter intenção de implementar qualquer tipo de “boicote” econômico, o que pode até ocorrer, da parte de Israel, onde Netanyahu usa a questão como arma de política interna.

Mas trata-se, aí sim, de um sinal contundente de algo que o Destaques vem salientando: Lula buscará, a seu modo, uma comunicação mais ofensiva e mais polarizada em 2024. Seja porque avalia que o governo terá mais a entregar e está mais “seguro”, seja porque calcula que esse será o mote das eleições.

A conclusão? Não se trata de um erro ou de um ponto fora da curva e, sim, de uma tendencia.

Já o grau de pragmatismo envolvido no processo se dará na decisão de como e quando “baixar a fervura” (ainda que indiretamente e com a possibilidade de resposta a postagens do chanceler israelense nas redes sociais). A oportunidade mais óbvia já está na mesa: a visita do secretário de estado dos EUAAntony Blinken, que chegou hoje ao Brasil.

 

Indicadores

Ainda sobre os EUA, mas na economia, destaque para a divulgação, amanhã, da Ata da reunião do FOMC, que definiu a manutenção da taxa de juros.

#Israel #Lula #Mercosul #Rodrigo Pacheco #Senado #União Europeia

Política

Nome de Tereza Cristina surge na mesa de pôquer das eleições no Senado

24/01/2024
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Há uma “terceira via” despontando na eleição para a presidência do Senado. Ciro Nogueira, o ex-todo-poderoso ministro do governo Bolsonaro, tem consultado reservadamente líderes partidários da oposição sobre a ideia de lançar o nome de Tereza Cristina para concorrer ao cargo. Respeitadíssima entre seus pares, a ex-ministra da Agricultura poderia atrair senadores da bancada ruralista até o momento fechados com a candidatura de David Alcolumbre. Seria também um nome mais palatável do que o do senador Rogério Marinho, até o momento o preferido da oposição para o comando do Senado. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas alguns senadores mais tarimbados enxergam uma possível matreirice de Ciro Nogueira. O “lançamento” da candidatura de Tereza Cristina não passaria de um balão de ensaio, uma forma de Ciro criar “dificuldades” para logo depois entregar “facilidades” a Alcolumbre e, consequentemente, ao próprio Palácio do Planalto, que apoia o senador do Amapá.

#Bancada Ruralista #Ciro Nogueira #Senado #Tereza Cristina

Política

Palácio do Planalto quer evitar penduricalhos na votação da LDO

12/12/2023
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No fim de semana, o Palácio do Planalto manteve intensas conversas com Rodrigo Pacheco sobre a possibilidade de desmembramento da pauta do Senado prevista para a próxima quinta-feira. Integrantes do governo, a começar pelo próprio ministro Fernando Haddad, defendem que a votação dos vetos do presidente Lula, entre os quais o do marco temporal, seja empurrada para a próxima semana. Há um temor de que essas matérias contaminem a votação do que mais interessa, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, também programada para o dia 14.

#Lei de Diretrizes Orçamentárias #Palácio do Planalto #Senado

Política

Fator Alcolumbre pode precipitar reforma ministerial

7/12/2023
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Assessores mais próximos de Lula defendem que ele se livre logo, ainda neste ano, do ministro das Comunicações, Juscelino Filho. A partir do ano que vem, o maior padrinho político de Juscelino, Davi Alcolumbre, poderá estar na presidência do Senado. Aí tudo será mais difícil.

#Davi Alcolumbre #Juscelino Filho #Lula #Senado

Política

Romário pode trocar de time, ou melhor, de partido

15/02/2023
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Corre a boca miúda dentro do Senado que o PSD, de Rodrigo Pacheco, já abriu as portas para a filiação de Romário. O Baixinho passou a ser visto como adversário pela ala bolsonarista do PL, seu partido. Ainda que Romário não tenha revelado publicamente sua escolha, todos dão como certo que ele votou no próprio Pacheco na eleição para a Presidência do Senado, preterindo o ex-ministro Rogério Marinho, candidato do PL e do ex-presidente Jair Bolsonaro. O eventual vira-casaca do ex-jogador teria um peso razoável na divisão de forças no Senado, consolidando o PSD como a maior bancada da Casa. O partido de Pacheco passaria a ter 17 senadores, contra 11 do PSL – por uma dessas ironias, o número da camisa que consagrou o Baixinho.  

#bolsonarista #Presidência do Senado #PSD #Rodrigo Pacheco #Rogério Marinho #Romário #Senado

Política

Tem pimenta demais no vatapá de Rui Costa e Jaques Wagner

13/02/2023
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Uma disputa provinciana está respingando na relação entre um dos ministros mais próximos de Lula e o líder do governo no Senado. Rui Costa, titular da Pasta Civil, e Jaques Wagner têm travado uma queda de braço pelo preenchimento de cargos políticos na Bahia. A divergência mais recente se deu com a indicação de Aline Peixoto para o Tribunal de Contas de Salvador, patrocinada por Costa. Wagner trabalhou intensamente para emplacar um nome da sua cota, mas perdeu a parada para o ministro da Casa Civil. Segundo informações que circulam dentro do PT, as desavenças envolvem também indicações para a diretoria da Embasa e da Bahiagás. O impasse está deixando um terceiro petista em maus lençóis, o governador baiano Jerônimo Rodrigues, que não quer desagradar nem a Costa e nem a Wagner.

#Aline Peixoto #Bahia #Bahiagás #Embasa #Jaques Wagner #Jerônimo Rodrigues #Lula #PT #Rui Costa #Senado #Tribunal de Contas de Salvador

Ataque em várias frentes

17/03/2022
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Como se não bastasse a mineração, a base aliada trabalha no Senado para acelerar a aprovação do projeto de lei 275/2019, que flexibiliza as regras para a instalação de linhas transmissoras em terras indígenas.

#Senado

Pauta travada

17/07/2020
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Efeitos da pandemia: 15 indicações de diplomatas para chefiar embaixadas brasileiras no exterior estão paradas no Senado à espera de votação. O mesmo se aplica a cinco nomes para diretorias de agências reguladoras.

#Senado

Garimpo de cargos

26/01/2019
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A medida provisória que traz as alterações na estrutura administrativa do governo ganhará paternidade logo na primeira semana de fevereiro. Para iniciar os trâmites burocráticos é preciso aguardar as indicações de membros e a instalação de Comissão Mista, dia 4
de fevereiro. Há muitos políticos interessados em integrar esse colegiado,afinal, pode significar uma brecha para garimpar algum cargo para aliado dentro do governo. Os membros da comissão terão até 11 de fevereiro para apresentar emendas ao texto do Executivo.

#Senado

Senado às moscas

7/12/2018
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O Senado virou uma cidade-fantasma. Diante da maior renovação da sua história – das 54 vagas em disputa, 46 foram conquistados por novatos –, os senadores já não estão nem aí com a hora do Brasil. Na última quarta-feira, por exemplo, após a chamada nominal cinco integrantes da Comissão de Ciência e Tecnologia ficaram por mais de uma hora esperando a chegada de ao menos quatro companheiros – o regimento exige a presença mínima de nove componentes para o início dos trabalhos. Ninguém mais apareceu.

#Senado

A Casa de poucos

22/11/2018
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O Senado terá de fazer uma reforma às pressas para receber Mara Gabrilli. A Casa não está preparada para atender à primeira senadora tetraplégica da história.

#Senado

Country club eleitoral

16/10/2018
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O fundo partidário público é privilégio para poucos: dos 54 eleitos para o Senado apenas nove tiveram acesso aos recursos.

#Senado

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