BB envia para os funcionários a conta do déficit da Cassi

  • 28/09/2016
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 A conta da crise financeira da Cassi, o plano de saúde do Banco do Brasil , vai cair no colo dos próprios funcionários e aposentados da instituição. O novo presidente do BB, Paulo Rogério Caffarelli, recebeu carta branca do governo para adotar um amargo remédio e, assim, afastar qualquer risco de insolvência da operadora de medicina de grupo. Por amargo remédio entenda-se a cobrança de uma taxa adicional de 1% sobre os salários ou benefícios dos 400 mil participantes do deficitário Plano de Associados para cobrir os buracos financeiros na carteira. Na ponta do lápis, significa que os funcionários e aposentados do BB pagarão um terço a mais em relação ao atual desembolso – a contribuição regular é de 3% sobre os proventos. Pela proposta, a cota extra vai vigorar entre janeiro de 2017 e dezembro de 2019. A medida representará uma receita adicional de quase R$ 20 milhões por mês, ou de aproximadamente R$ 720 milhões no acumulado dos 36 meses. Segundo o RR apurou, a proposta já foi encaminhada aos associados e a decisão deverá ser anunciada até o fim de outubro.  Como seria de se esperar, o plano de reestruturação foi mal recebido pelos beneficiários. Os associados da Cassi ainda tentam uma última cartada, pleiteando que o próprio Banco do Brasil participe do rateio da cota extra na mesma proporção das contribuições ordinárias, prevista no estatuto da Cassi: 40% para os funcionários e aposentados e 60% para a instituição. No entanto, segundo o RR apurou, são reduzidas as chances de que a diretoria do banco acolha a reivindicação. O BB não pretende comprometer seus próprios resultados para tirar o plano de saúde da UTI. Segundo estudos realizados pela área financeira, cada ponto percentual de aumento na contribuição do banco exigiria uma provisão adicional de quase R$ 1,5 bilhão em balanço.  Há cerca dois anos, o fantasma de uma intervenção por parte da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) paira sobre a Cassi. Sistematicamente, o braço de medicina de grupo do BB gasta mais do que arrecada, mesmo com critérios cada vez rigorosos para a aprovação de exames e outros procedimentos médicos. O déficit acumulado já estaria na casa dos R$ 400 milhões, ou seja, no mesmo patamar das reservas livres do plano de saú- de. Os problemas, ressalte-se, concentram-se no Plano de Associados. Há ainda outra carteira, o Cassi Família, com cerca de 450 mil beneficiários, que está com a situação financeira razoavelmente equilibrada. Menos mal. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Banco do Brasil.

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