Avibras é uma fênix voando na direção da Rosoboronexport

  • 1/11/2013
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Quantas vidas tem a Avibras? Depois de atravessar uma gravíssima crise financeira, que praticamente paralisou sua produção, passar por uma complexa recuperação judicial e, no meio do caminho, ainda perder seu acionista fundador, João Verdi, morto em 2008, a fênix da indústria bélica parece estar renascendo. Mais uma vez. Poucos meses após fechar a compra de 9% da Harpia, fabricante de equipamentos e sistemas controlada pela Embraer e pela israelense Elbit, a companhia está envolvida em um negócio de proporções ainda maiores. Costura uma parceria com a Rosoboronexport, um dos grandes players internacionais da área de defesa. Um grupo de executivos da estatal russa deverá vir ao Brasil até dezembro para acertar os últimos detalhes do acordo. O contrato prevê a transferência de tecnologia para a Avibras e a montagem, no Brasil, de equipamentos desenvolvidos pela Rosoboronexport, notadamente mísseis portáteis, foguetes guiados e simuladores. A parceria combina os interesses de ocupação geoeconômica de parte a parte. A Avibras terá o acesso facilitado ao mercado internacional, a começar pelo Leste Europeu. Já a Rosoboronexport pretende montar uma cabeça de ponte na América Latina e, a partir do Brasil, prospectar negócios na região. Os russos também vislumbram no acordo uma oportunidade ímpar de se aproximar das Forças Armadas brasileiras e conquistar futuros contratos. Historicamente, a Avibras mantém um relacionamento estreito com a área militar e o governo como um todo. Ressaltese que o Banco do Brasil foi personagem central no soerguimento da companhia. Há cerca de três anos, a Avibras conseguiu uma garantia do BB que lhe possibilitou fechar um contrato de exportação de US$ 250 milhões, fundamental para o encerramento da recuperação judicial. Na esteira do acordo com a Rosoboronexport, a Avibras espera triplicar seu faturamento até 2017 – em 2013, a receita deve bater nos R$ 300 milhões. Em tempo: iminente acordo com um grande grupo internacional, dívidas renegociadas, faturamento em alta: quer dizer, então, que a Avibras navega em céu de brigadeiro, certo? Errado. No momento, a companhia está a s voltas com uma disputa societária. Um grupo de minoritários contesta uma conversão de dívidas em ações feita em abril do ano passado, que permitiu ao acionista controlador, João Brasil Carvalho Leite, aumentar sua participação para 94%.

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