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Banco do Brasil em clima de reeleição presidencial

  • 16/07/2010
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O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, está em campanha. O executivo tem se empenhado em criar uma ambiência favorável a  sua permanência no cargo em um eventual governo Dilma Rousseff. De um lado, vem buscando apoio político junto a figuraschave do governo e do próprio PT, ainda que as peças no quebra-cabeça só se juntem após a indicação do ministro da Fazenda; do outro, trabalha para deixar um testamento que fortaleça suas pretensões. A gestão de Bendine, notadamente na área de crédito, talvez seja o seu principal cabo eleitoral. A estratégia do Banco do Brasil joga a favor das pretensões de Aldemir Bendine. O BB prepara uma série de medidas que serão lançadas no segundo semestre com o objetivo de alavancar a carteira de crédito. Os principais projetos estão reservados para o financiamento habitacional. O banco vai intensificar as parcerias operacionais com construtoras e incorporadoras, na linha dos acordos fechados recentemente com a Rodobens Negócios Imobiliários e a paulista MBigucci, entre outras empresas. Vai também ampliar contratos de financiamento já firmados, notadamente dentro do programa Minha Casa, Minha Vida. Um dos candidatos ao puxadinho é a Living Construtora, braço de habitação popular da Cyrela. O banco vai apostar também em empresas de pequeno e médio porte que já estão dentro de casa. São mais de três mil construtoras e incorporadoras que são clientes do BB e surgem como potenciais parceiros para a expansão da carteira de empréstimos habitacionais. Estes próximos passos são tratados dentro do banco do Brasil como um aquecimento. O principal projeto de Aldemir Bendine, que poderá surgir como uma das grandes marcas da sua gestão, é a criação de uma joint venture com uma grande imobiliária que traga como dote uma vasta capilaridade no território nacional. A musa inspiradora é a Credipronto, financeira criada a partir da associação entre o Itaú e a Lopes Consultoria Imobiliária. Um forte candidato ao negócio é a Brasil Brokers, que briga com a própria Lopes pela posição de maior rede de imobiliárias do país. Outro alvo do BB é a Fernandez Mera. Neste caso, no entanto, há um entrave. A imobiliária já tem uma parceria operacional com o Citibank. Não custa lembrar que Bendine assumiu o cargo justamente após uma crise que culminou na saída de seu antecessor, Roberto Lima Netto. a€ época, o próprio presidente Lula fez pesadas críticas a  oferta de crédito e, sobretudo, a s taxas de juros praticadas pelo banco, episódio que respingou na Fazenda. Ao que tudo indica, a gestão Bendine não padece deste mal. O BB tem mais de R$ 7 bilhões em recursos disponíveis apenas para o crédito imobiliário.

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