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Negócios
Será mesmo que Benjamin Steinbruch vai realizar esse prejuízo?
18/09/2024Caso mantenha a intenção de, enfim, reduzir sua participação na Usiminas até o início de 2025 – conforme informou o Pipeline, do Valor Econômico, no dia 27 de agosto, a CSN realizará um respeitável prejuízo. A título de ilustração: em abril de 2011, quando a empresa de Benjamin Steinbruch montou grande parte da sua posição no capital, a ação da siderúrgica mineira estava cotada ao equivalente a US$ 10,01. Hoje, o papel vale o correspondente a US$ 1,11. Ou seja: a Usiminas perdeu quase 90% do seu valor de mercado em moeda forte.
Mesmo neste ano, a CSN teve momentos muito mais propícios para diminuir sua participação na Usiminas de 12,9% para 5%, conforme determinação do Cade. Em fevereiro, o papel chegou a ser negociado na casa dos R$ 10. Hoje, está parado nos R$ 6. E a probabilidade de um salto até o começo de 2025, o tal deadline da CSN, é ínfima. Resumo da ópera: a não ser que Benjamin Steinbruch tenha alguma carta na manga – o que tratando-se de quem se trata até seria possível -, esse é um caso em que o fígado do empresário tem tudo para fazer mal ao seu próprio bolso. É o preço do fel trocado entre Steinbruch e a Ternium, controladora da Usiminas.
Destaque
Quanto vale a escória da Usiminas para Benjamin Steinbruch?
22/08/2024As tratativas para a redução da fatia de Benjamin Steinbruch no capital da Usiminas seguem uma desgastante dinâmica há quase dez anos: para cada metro de avanço, um quilômetro de retrocesso. Neste momento, em meio às hostilidades de sempre entre a CSN e a Ternium, controladora da siderúrgica mineira, surge uma possível moeda de troca, capaz – quem sabe? – de fazer com que as conversas engatassem.
A moeda em questão é a escória de aciaria produzida pela Usiminas a partir da fabricação de aço – cerca de 600 mil toneladas por ano. Trata-se de um insumo de razoável valor, que poderia entrar em uma composição para a venda de parte das ações de Benjamin na siderúrgica. Nesse caso, o acordo envolveria não apenas pagamento em dinheiro, mas também a garantia de entrega de escória à CSN.
Procurada pelo RR, a empresa não se pronunciou. Ao menos em tese, essa equação parece fazer sentido. A escória é um dos principais insumos para a fabricação de certos tipos de cimento. No caso do cimento Portland Pozolânico, a proporção varia de 15% a 50%. Já na produção do Portland de Alto-Forno, a escória tem um peso ainda maior na composição, de 35% a 75%.
A CSN não divulga publicamente os dados, mas sabe-se que a maior parte da escória usada pelo grupo em suas fábricas de cimento sai da usina siderúrgica de Volta Redonda. No entanto, sua demanda pelo produto tende a aumentar caso feche a compra da Intercement, o braço cimenteiro na Mover Participações, ex-Camargo Corrêa. Com a eventual aquisição, a CSN dobraria de tamanho na indústria cimenteira, pulando de 17 milhões para mais de 34 milhões de toneladas por ano.
Seriam ao todo 23 plantas industriais, já contando as 15 da Intercement no Brasil que seriam incorporadas. Ao contrário da CSN, a empresa das herdeiras de Sebastião Camargo depende de terceiros para assegurar o suprimento de escória. Entre seus fornecedores estão a própria Usiminas, ArcelorMittal e Gerdau, além de usinas siderúrgicas de menor porte.
Ou seja: é uma permanente briga no mercado. A Intercement está mais sujeita a variações de preço e de oferta da matéria-prima. Não custa lembrar que a garantia de suprimento de escória para a produção de cimento foi uma das razões que, no passado, levaram a Camargo Corrêa e a Votorantim a entrarem no capital da Usiminas – ambas acabariam vendendo suas participações para a Ternium em 2011.
Amistosidade e diálogo não são exatamente componentes predominantes na convivência entre os acionistas da Usiminas. Por mais que esse modelo possa destravar o imbróglio societário, não se trata de uma costura simples. Há uma década, o Benjamin Steinbruch dribla a decisão do Cade e da própria Justiça, que o obrigaram a reduzir sua participação na Usiminas de 12,9% a menos de 5%.
Benjamin é vidraça, mas, como todos sabem, se sente muito mais confortável no papel de pedra. O empresário cobra da Ternium uma indenização de R$ 5 bilhões, sob a acusação de que o grupo ítalo-argentino descumpriu a lei ao entrar no capital da Usiminas e não realizar uma oferta para aquisição das demais ações da empresa. Recentemente, Benjamin teve uma vitória de peso: a Terceira Turma do STJ concedeu uma decisão favorável ao seu pleito de ressarcimento, o que só acirrou o clima entre os sócios da Usiminas. A Ternium ameaça rever seu investimento no Brasil caso perca a disputa para a CSN.
Paralelamente à questão da Usiminas, neste momento Benjamin Steinbruch joga um jogo da maior relevância para o futuro da CSN. Com a compra da Intercement, o market share da empresa no setor cimenteiro saltaria de 20% para algo em torno de 35%. O mundo e suas voltas…
Quase três décadas depois de Benjamin Steinbruch impor uma dura derrota a Antônio Ermírio de Moraes na privatização da Vale, o empresário e o clã travam uma nova disputa. A Votorantim nunca correu tanto risco de ser desbancada do topo da indústria de cimento no Brasil. Se a CSN incorporar a Intercement, a distância entre ambas ficaria no photochart. Hoje, a empresa dos Ermírio de Moraes soma aproximadamente 37% do mercado.
Há ainda um componente de ordem conjuntural capaz de acirrar ainda mais esse
embate pela pole position do setor cimenteiro. Não obstante a queda de 1,7% nas vendas em 2023, quando comparado ao ano anterior, esse é um mercado que tem tudo para crescer em um ritmo significativo nos próximos anos. O PAC, com suas quase dez mil obras, tem tudo para ser um “devorador” de cimento. Para não falar das mais de cinco mil obras públicas inacabadas em todo o país, que, segundo o presidente Lula, são prioridade do seu governo.
Empresa
Enquanto Ternium e Benjamin Steinbruch duelam, Nippon Steel contabiliza suas perdas
2/08/2024Está difícil segurar a irritação dos japoneses da Nipon Steel com os rumos da Usiminas. Nem poderia ser diferente. Enquanto Ternium e Benjamin Steinbruch se digladiam, a empresa derrete em seu próprio alto-forno, com seguidos prejuízos e queda de receita. Nesse ritmo, os ítalo-argentinos e Steinbruch vão acabar brigando por um pedaço de tarugo. O que se diz no setor é que a Nippon Steel está insatisfeita também com a gestão do CEO da Usiminas, Marcelo Chara, homem de confiança da Ternium – o executivo foi presidente da subsidiária do grupo no Brasil. Por essas e outras, os japoneses já diminuíram sua fatia societária na Usiminas, com a venda de 9,3% para os próprios ítalo-argentinos, em março de 2023. E flertam com a ideia de reduzir ainda mais a sua posição na companhia – vide RR. Cabe lembrar que das quatro grandes siderúrgicas que atuam no Brasil, a Usiminas é aquela que apresenta os piores resultados financeiros da última década, quando comparada com CSN, ArcelorMittal e Gerdau – conforme levantamento feito pelo RR.
Destaque
BTG é o mágico das Arábias que vai transformar o “podre” em ouro
24/07/2024Há uma equação não linear cujos vetores são o BTG Pactual e seu caminhão de títulos podres, os sauditas, projetos de energia renovável e as concessões de infraestrutura. Grande parte dos títulos em questão foi comprada na xepa do Proer (Programa de Reestruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro), que evitou, nos anos 90, uma crise sistêmica do setor.
O BTG é o dono dessa montanha de precatórios e arquiteto das variáveis da equação. Dependendo das combinações aritméticas, as respostas de X valem para Y. Mas há uma incógnita que pode fazer toda a diferença: a aprovação do pagamento de parte das dívidas dos entes subnacionais com patrimônio público.
Trata-se de um pequeno item no projeto de refinanciamento dos passivos estaduais, em discussão nas áreas do Congresso e do Executivo. Um pequeno grande item nessa complexa construção matemática. Há coeficientes algébricos adicionais na fórmula: o BTG planejaria ser o grande banco atacadista dos investimentos públicos. É ele quem está ciceroneando os sauditas nas visitas a grandes sites em condições de suportar empreendimentos de maior porte, nas áreas de infraestrutura e energia verde, buscando quem dá mais incentivos fiscais.
Essa parte do enredo o Brazil Journal já divulgou com riqueza de detalhes.
O que não foi dito é o que pode entrar nessa fórmula: a construção de estaleiros. Há estimativas de que até 2030 serão encomendados 80 navios. Adivinhe quem é a contratante. Sim, é ela mesmo, a boa e velha Petrobras. No passado, muito antes dos bancos atacadistas assumirem a enorme sofisticação atual, o banqueiro Júlio Bozano comprou um oceano de precatórios da Siderbras e da Sunamam, que foram parar na privatização da Usiminas e na aquisição da Embraer. Mais recentemente, Paulo Guedes tentou transformar os precatórios em lides de privatização. Tentou, tentou, mas foi mais fácil fazer uma moratória. O governo Lula pede a benção de Alá e de Esteves. Os sauditas, por sua vez, não poderiam estar mais bem acompanhados.
O BTG sabe de tudo nessa área. E não é preciso dizer sobre o enorme trânsito que Esteves tem no stablishment. Agora também junto a sheiks e príncipes árabes.
Destaque
Licitação de novo terminal portuário começa a virar a favor da Vale e da CSN
27/03/2024Uma das principais licitações do setor portuário está provocando uma batalha nos gabinetes de Brasília – e, de quebra, um racha na siderurgia nacional. De um lado, estão Vale e CSN, as grandes operadoras de terminais de minério de ferro do país; do outro, Usiminas, controladora da Musa Mineração, e ArcelorMittal Mineração, do grupo de mesmo nome, coadjuvadas por empresas de menor porte, como J. Mendes, Minerita, Itaminas e Comisa – todas estas chamadas de “mineradoras sem porto”. A disputa envolve as regras para o arrendamento do ITG 02, o novo terminal de granéis do Porto de Itaguaí (RJ), projeto da ordem de R$ 3 bilhões. De acordo com o edital lançado pela Antaq, empresas que já detêm contratos de arrendamento ou autorização de terminais de minério só poderão entrar na licitação caso não haja propostas de outros concorrentes. No setor, essa determinação ganhou a alcunha de “trava anti-Vale e CSN”, por ter endereço certo. Ela parece ter sido feita sob encomenda para brecar a participação da mineradora e da siderúrgica na concorrência. No entanto, há sinais de que a maré começa a virar a favor das duas empresas. Existem movimentos dentro do governo para desatar as amarras que limitam a presença da Vale e da CSN na licitação. O próprio Ministério dos Portos e Aeroportos é favorável à mudança das regras e tenta, digamos assim, a persuadir a Antaq. Os novos ventos vêm também do TCU. Segundo informações apuradas pelo RR, dentro do Tribunal começa a ganhar corpo o entendimento de que as restrições do edital ferem a concorrência e podem trazer prejuízos aos cofres públicos. O assunto é analisado no processo nº 039.355/2023-3, de relatoria do ministro Walton Alencar Rodrigues. Procurado pelo RR, o TCU confirmou a tramitação da ação, limitando-se a dizer que “Não há documentos públicos ou decisão do Tribunal no momento.” O Ministério dos Portos e Aeroportos também informou apenas que o “projeto encontra-se em análise no TCU. Assim, não é possível afirmar quais serão as regras para a licitação.”
Marés não mudam de direção sozinhas. Desde que a Antaq publicou o edital, no ano passado, Vale e CSN colocaram suas estruturas de lobby em campo na tentativa de virar o curso da licitação. Segundo o RR apurou, nos últimos meses, as duas empresas têm feito intensas gestões junto ao Ministério dos Portos e Aeroportos, à Pasta de Minas e Energia e dentro do Congresso, com o auxílio da “Bancada da Mineração” – tida como uma espécie de istmo parlamentar da Vale. Na outra ponta do cabo de guerra, Usiminas, Arcelor e demais mineradoras fazem pressão para que as regras do jogo sejam mantidas. Alegam que a Vale e a CSN já detêm a primazia sobre grande parte do escoamento da produção de minério no Sudeste, mais precisamente Minas Gerais. A primeira é dona da CPBS (Companhia Portuária Baía de Sepetiba); a siderúrgica, por sua vez, opera o Tecar, terminal de grãos de Itaguaí – além do Sepetiba Tecom, de contêineres. Usiminas, Arcelor e congêneres acusam Vale e CSN de impor restrições a movimentação de minério de terceiros nos dois terminais. A queda de braço ameaça inviabilizar o leilão do ITG 02 ainda neste ano. Os dois lados jogam ainda com a carta da judicialização do processo.
Empresa
Plataformas da Petrobras “encalham” sobre o balcão
25/03/2024Por uma via oblíqua, a entrada de aço chinês no Brasil está ricocheteando na Petrobras. A estatal tem encontrado dificuldades para se desfazer de 40 plataformas já em desuso, equipamento normalmente comprado por siderúrgicas para virar sucata e alimentar altos-fornos. Até o momento, a Petrobras conseguiu vender uma unidade para a Gerdau. A ArcelorMittal demonstrou interesse, mas as conversas não andaram. O mesmo vale para a Usiminas. O recuo está ligado aos cortes de produção do setor devido ao ingresso do aço chinês no mercado brasileiro a preços mais baixos. Recentemente, tanto Arcelor quanto Usiminas reduziram atividades e desligaram altos-fornos.
Destaque
Nippon Steel quer reduzir sua exposição ao “risco Usiminas”
9/02/2024Nova mudança à vista no bloco de controle da Usiminas. O RR apurou que a Nippon Steel avalia reduzir ainda mais sua participação na empresa, hoje de 22,7% do capital total. Em março de 2023, os japoneses venderam o equivalente a 9,7% para a Ternium, maior acionista da siderúrgica mineira. Se, no passado, os dois principais sócios da companhia protagonizaram um dos grandes contenciosos empresariais do país, hoje suas intenções parecem convergir.
De um lado, está a Ternium, com a sua fome de comprar; do outro, a Nippon Steel, com a vontade de vender. Ao que tudo indica, para o grupo asiático, a importância estratégica de ter uma parcela expressiva da Usiminas se tornou relativamente menor vis-à-vis os custos envolvidos. No setor, a empresa mineira é tida como a mais frágil entre as grandes siderúrgicas do país. Sua reduzida diversificação de produtos a torna mais vulnerável a circunstâncias conjunturais adversas.
A companhia é uma das mais afetadas pelo aumento da entrada de aço chinês no Brasil – no mês passado, o CEO, Marcelo Chara, falou publicamente da possibilidade de desligamento do alto-forno 2 de Ipatinga por conta da concorrência com o produto asiático. Das grandes siderúrgicas nacionais, a Usiminas é também a que apresenta seguidamente os menores resultados financeiros – como mostra levantamento publicado recentemente pelo RR (https://relatorioreservado.com.br/noticias/usiminas-e-a-lanterninha-do-aco-brasileiro/). Outro fator que pesa na balança é o risco jurisdicional que a Usiminas carrega – o que, em boa parcela, também pode ser chamado de “Risco Benjamin Steinbruch”. Com 14% das ações ordinárias, o dono da CSN é um enclave societário na companhia mineira basicamente com uma função: criar instabilidade e tensão.
Há anos, Steinbruch cobra o suposto direito de tag along. O imbróglio remonta a 2011, quando a Ternium comprou a participação do Votorantim e da Camargo Corrêa. Em março do ano passado, o STJ decidiu que a operação não configurou troca de controle e, portanto, não disparou a necessidade de Oferta Pública de Aquisição (OPA).
A CSN recorreu e o assunto segue ricocheteando nos tribunais. Na paralela, em novembro a 11ª Vara Cível de Belo Horizonte determinou que a empresa de Benjamin Steinbruch deve vender sua participação na Usiminas em até 12 meses. E ainda tem o Cade, que proibiu a CSN de exercer direitos políticos na siderúrgica mineira.
Destaque
Siderúrgicas nacionais acusam chineses de dumping e miram até a OMC
2/02/2024A indústria siderúrgica nacional está fazendo dois novos movimentos, sincronizados, em sua ofensiva contra o aço chinês. O primeiro deles é conduzido diretamente pelas próprias companhias. Segundo o RR apurou, Usiminas, ArcelorMittal e Gerdau se articulam para entrar com uma ação conjunta na Secretaria de Comércio Exterior (Secex), mais precisamente no Departamento de Defesa Comercial (Decom). As empresas vão pedir a abertura de uma investigação antidumping contra siderúrgicas chinesas.
O trio se juntará à CSN, que saiu na frente e, no início de janeiro, protocolou duas petições no Decom também com o mesmo objetivo. Segundo informações apuradas pelo RR, há denúncias de que alguns produtos siderúrgicos chineses estariam entrando no Brasil com preços até 40% aos praticados no mercado interno. Em contato com o RR, a Usiminas informou que “a invasão de aço chinês subsidiado prejudica a cadeia de valor e os empregos no Brasil.”.
A empresa disse ainda que “Como forma de buscar a isonomia, sempre avalia as diversas ferramentas disponíveis de defesa comercial.” Gerdau e ArcelorMittal, por sua vez, não se pronunciaram. Também consultado pelo RR, o Instituto Aço Brasil afirmou que “a decisão de entrada com procedimentos antidumping, quando e se ocorrem, cabe às empresas e não há participação do Aço Brasil no processo”.
Em outro front, o setor se dedica a uma articulação mais sensível e intrincada, que passa diretamente pelo governo. As siderúrgicas teriam levado ao ministro do Desenvolvimento e da Indústria e vice-presidente, Geraldo Alckmin, o pleito de que o Brasil acione a OMC, também pela aludida prática de dumping dos fabricantes de aço chineses. A justificativa é de que o país asiático estaria descumprindo acordos e normas antidumping fixados pela própria Organização Mundial do Comércio. Difícil, muito difícil o governo Lula comprar essa briga com o maior parceiro comercial do Brasil, destino de quase 30% das exportações do país, como é o caso da China. Perguntado especificamente sobre eventuais tratativas com o governo para a abertura de um processo na OMC, o Instituto Aço Brasil não quis comentar.
Mais sensato imaginar que tudo não passaria de uma estratégia calculada. Ou seja: as siderúrgicas nacionais estariam pedindo o braço inteiro para conseguir levar a mão, leia-se o aumento das alíquotas de importação de aço. Não é de hoje que as empresas trabalham junto ao governo na tentativa de elevar as tarifas. Pelas mesmas razões de ordem diplomática, não é uma reivindicação simples de ser atendida, sobretudo nas condições almejadas pelo setor. A indústria quer subir o tributo para 25%. Seria mais do que duplicar a barreira contra o aço chinês – hoje, o imposto médio aplicado às importações de produtos siderúrgicos é de 9,6%.
Empresa
Usiminas pega carona na construção do gasoduto Nestor Kirchner
26/01/2024A Usiminas tem tudo para participar da construção da fase 2 do gasoduto Nestor Kirchner, na Argentina. Segundo o RR apurou, a Techint, controladora da siderúrgica mineira, planeja encomendar à empresa parte do aço que será usado na produção dos tubos fornecidos ao pipeline. A não ser que haja uma reviravolta no processo, o grupo argentino será o responsável pelo serviço. A Techint foi a única empresa que formalizou interesse no fornecimento de tubos ao projeto – o prazo para entrega das propostas se encerrou na última segunda-feira, dia 22.
Empresa
Usiminas é a lanterninha do aço brasileiro
27/11/2023A indústria siderúrgica brasileira sofre. Mas ninguém sofre mais do que a Usiminas. A partir de um recorte da última década, todos os principais indicadores financeiros apontam a empresa minera atrás de suas companheiras de “quadruopólio”, leia-se o quarteto que regula e comanda toda a cadeia produtiva do aço no Brasil. Para exercício de comparação – os números a seguir não estão deflacionados -, a Usiminas teve uma receita acumulada de R$ 175 bilhões de 2013 a setembro deste ano. Esse número corresponde a apenas 60% do faturamento da terceira colocada, a CSN, com um total de R$ R$ 288 bilhões no mesmo intervalo de tempo. Um pouco acima aparece a ArcelorMittal. Entre 2013 e 2022 (a empresa não divulga resultados trimestrais no Brasil), sua receita somada no país foi de R$ 331 bilhões. A líder do ranking, disparada, é a Gerdau. O grupo registrou uma receita de R$ 544 bilhões de 2013 a setembro deste ano, impulsionado pelo seu bem-sucedido projeto de internacionalização – a operação norte-americana, já responde por quase 40% das vendas.
Em termos de rentabilidade, mais uma vez a Usiminas surge no fim da fila. O lucro acumulado ao longo da última década foi de R$ 11,6 bilhões. A cifra corresponde a apenas um quarto do ganho somado da Gerdau no mesmo intervalo, de 2013 a setembro deste ano – R$ 43,8 bilhões. Por sinal, no terceiro semestre, a Usiminas foi a única integrante do top four da siderurgia nacional a fechar seu balanço no vermelho, com prejuízo de R$ 166 milhões. No quesito retorno financeiro, a segunda colocada do período é a Arcelor Brasil, com lucro somado de R$ 31,3 bilhões de 2013 a 2022 (lembrando, mais uma vez, que os resultados trimestrais de 2023 não estão disponíveis). A CSN, por sua vez, teve um ganho total de R$ 29,8 bilhões de janeiro de 2013 a setembro de 2023.
Em relação à geração de caixa, adivinhem quem ficou em último? No período analisado, a Usiminas teve um Ebitda acumulado de R$ 29,8 bilhões. Ficou a léguas de distância da terceira colocada, a Arcelor Brasil, com R$ 64,2 bilhões, entre 2013 e 2022. Há método na hierarquia financeira do setor siderúrgico no Brasil. Mais uma vez, a Gerdau desponta na primeira posição. A siderúrgica do kaiser do aço Jorge Gerdau teve um Ebitda somado de R$ 98,7 bilhões de 2013 a setembro deste ano. Neste quesito, foi seguida razoavelmente de perto pela CSN. A companhia de Benjamin Steinbruch registrou um Ebitda acumulado de R$ 90,5 bilhões em igual período.
Tributação
Siderúrgicas querem subir o sarrafo contra o aço chinês
20/04/2023Em meio aos movimentos de aproximação entre Lula e Xi Jinping, CSN, ArcelorMittal e Usiminas estão reivindicando ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Geraldo Alckmin, que a Camex não apenas renove como aumente as tarifas antidumping para o aço chinês. Hoje, as alíquotas impostas do produto variam de 30,8% a 62%. Mesmo com a sobretaxa, as grandes siderúrgicas do país temem um aumento das importações do aço chinês devido ao excedente da produção local. Neste ano, a China deverá consumir apenas 75% do aço fabricado no país. Os outros 25% vão inundar o mercado global.
Economia
Siderúrgicas vão a Alckmin por manutenção de barreiras antidumping
30/03/2023CSN, ArcelorMittal e Usiminas têm cercado o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, por todos os lados. Reivindicam a prorrogação das barreiras antidumping às importações de aço da China, Coréia do Sul e Taiwan. A medida vem sendo aplicada há cerca de uma década, em intervalos de cinco em cinco anos. O prazo atual termina no próximo mês de maio. As siderúrgicas temem que o governo Lula possa baixar a guarda tarifária como um sinal de aceno sobretudo à China. Apenas no campo das hipóteses, seria uma moeda de troca, por exemplo, para a renegociação do acordo para exportações de carne, uma cobrança dos grandes frigoríficos brasileiros – ver RR.
Negócios
Usiminas não é mais a mesma
24/01/2023Energia
Dobradinha solar
31/10/2022A usina solar em construção na cidade de Luziânia (GO) é só o ponto de partida. Usiminas e Canadian Solar já estudam a instalação de mais dois parques geradores. Em conversa com o RR, a Usiminas confirmou que “segue avaliando várias novas possibilidades de ampliar a autogeração de energia renovável.”
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Chapa de aço
21/06/2022A diretoria da Usiminas pretende fazer um novo reajuste nos preços do aço. A empresa surfa na onda dos desdobramentos da guerra entra Rússia e Ucrânia. Os dois países, responsáveis por mais de 5% da produção mundial de placas, praticamente suspenderam as vendas internacionais.
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Inflação de aço
30/03/2022A exemplo da CSN, a Usiminas vai anunciar ao longo do mês de abril um novo reajuste dos preços do aço. A alta deve ficar acima de 18%.
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Benjamin Steinbruch, perdeu, playboy
21/03/2022O setor de siderurgia no Brasil parece uma fênix: morre para renascer e renasce para morrer. Há coisa de uma década, dizia-se à boca comum que a indústria nacional ia acabar. Foi naquele momento que se chegou a cogitar uma onda de consolidações, na qual o líder natural seria o “Barão do Aço”, Benjamin Steinbruch. A verdade é que Steinbruch foi bem além da intenção e buscou movimentos consistentes para ampliar os seus domínios, mais precisamente o que seria uma fusão CSN-Usiminas.
O empresário entabulou diversas conversas com a siderúrgica mineira e chegou a comprar um naco expressivo de ações da companhia. O negócio não prosperou devido à resistência da Nippon Steel e da Ternium, os dois maiores acionistas da Usiminas. Além da consolidação das usinas, havia ainda um negócio de razoável interesse para ambas as companhias: as suas respectivas operações de minério de ferro, então mantidas à margem e que devidamente reunidas poderiam dar uma origem a uma “Valezinha”, para não citar os ativos portuários próprios, entre outros negócios. Mas não deu.
Se esse projeto tivesse sido levado adiante, hoje a CSN-Usiminas seria um mastodonte, com uma competitividade brutal. As duas juntas somam 16 milhões de toneladas de capacidade instalada na siderurgia, uma receita anual superior a R$ 60 bilhões e Ebitda em torno de R$ 17 bilhões – a números de 2021. Não seria nada incomum, não fossem o Cade e óbices regulatórios, que esse tiranossauro rex passasse a comprador da Gerdau e da Arcelor Brasil.
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Disputa de festim
21/01/2022A sucessão de Wilson Brumer e Flavio Penido, que deixaram, respectivamente, o comando do Conselho e a presidência executiva do Ibram, tem causado algumas trepidações na entidade. Um grupo de associadas, à frente CSN e Usiminas, está tentando reduzir o poder da Vale na escolha dos substitutos. Tarefa difícil.
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Aço derretido
7/06/2021O projeto de Benjamin Steinbruch de unir a CSN e a Usiminas ficou mesmo no passado. O empresário já prepara a venda do restante de ações da siderúrgica mineira que ainda lhe pertencem – cerca de 10% das preferenciais. Em maio, Benjamin vendeu outro naco.
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O aço disparou
4/12/2020Usiminas e CSN estão convictas de que ainda há espaço para um último reajuste nos preços do aço em 2020, durante o mês de dezembro. Ao longo deste ano, o aumento acumulado do produto já está próximo dos 50%. Só nos últimos quatro meses, as siderúrgicas promoveram três reajustes.
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Ponto final
4/12/2020Não retornaram ou não comentaram o assunto: CSN, Usiminas, Heringer e Governo do Rio.
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Aço forte
19/10/2020A indústria siderúrgica está com a corda toda. Além da CSN, o RR teve a informação de que a Usiminas fará um novo reajuste dos preços do aço para novembro. Será o terceiro aumento do ano. Imaginem sem a pandemia…
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Ponto final
19/10/2020Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Usiminas e Advent.
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Coreografia bem ensaiada
18/08/2020A Usiminas deverá reajustar os preços dos aços planos em setembro, a exemplo da Gerdau. Entre montadoras e fabricantes de eletrodomésticos, não será nenhuma surpresa se CSN e ArcelorMittal também anunciarem aumentos para a mesma época. A indústria siderúrgica no Brasil é um coro afinadíssimo. Parece até o preço do coco vendido nas barracas de praia.
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Ponto final
18/08/2020Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: BRF, Raízen, Usiminas, CSN e ArcelorMittal.
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Ponto final
17/08/2020Não retornaram ou não comentaram o assunto: Santander, Usiminas, CSN, ArcelorMittal, Itaú e XP.
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Minoritários da Usiminas são só um detalhe
27/02/2020A reeleição de Sergio Leite para a presidência da Usiminas tornou-se um case de “desgovernança” corporativa. Nippon Steel e Ternium, que dividem o controle da siderúrgica, teriam anunciado a recondução de Leite ao cargo sem referendo do Conselho e sem comunicação prévia aos empregados da empresa, também acionistas e com dois representantes no board. Foi por esta razão que, dois dias depois, a companhia correu para desdizer o que havia dito, informando que a indicação de Leite ainda não foi aprovada. Consultada pelo RR, a Usiminas limitou-se a dizer que “as informações sobre o tema constam dos comunicados divulgados”.
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Cabo de guerra
31/10/2019Está aberta a temporada de queda de braço entre siderúrgicas e o setor automotivo. Usiminas e Arcelor Mittal já colocaram sobre a mesa um reajuste do preço do aço para 2020 na casa dos 25%. As montadoras, por sua vez, abriram as conversas em 18%.
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Ponto final
31/10/2019Os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Arcelor Mittal, Usiminas e Klabin.
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João Doria equilibra-se entre o público e o privado
21/10/2019Notório workaholic, João Doria quer abraçar o mundo. Mesmo no Palácio dos Bandeirantes, no comando do maior PIB do Brasil, não consegue se desvencilhar de todo de seus negócios pessoais. Ainda que, formalmente, não ocupe mais qualquer cargo no Grupo Lide, o governador mantém uma relação de sístoles e diástoles com a empresa, que não dispensa seus aconselhamentos, sua visão estratégica e sua reconhecida capacidade de unir pontos. Um exemplo do zelo que o criador tem pela criatura: um importante empresário relatou ao RR ter recebido, recentemente, um telefonema do governador que, lá pelas tantas, pediu sutilmente ao interlocutor que prestigiasse um evento do Lide.
Talvez seja responsabilidade demais sobre os ombros do jovem João Doria Neto, filho do governador. Hoje com 25 anos, o rebento se viu obrigado a assumir o controle acionário do Grupo em 2016, quando o pai foi eleito prefeito de São Paulo. Doria deixou o “príncipe regente” sob a tutela do ex-ministro Luiz Fernando Furlan, chairman do Lide. Ainda assim, o próprio Furlan presta contas rotineiramente a Doria. A agenda de João Doria mostra a sua dificuldade de se manter longe das suas empresas. Em 5 de abril, acolchoado pela presença de outros governadores, participou de um evento do Grupo Lide, em Campos do Jordão, sobre segurança e capitalização dos estados. BTG, CSN e Volkswagen, entre outras, estampavam suas logomarcas pelo ambiente.
Em 15 de maio, com o secretário Henrique Meirelles a tiracolo, Doria foi uma das estrelas do Lide Brazilian Investment Forum, em Nova York, sob os auspícios de grandes grupos empresariais, como Caoa e Cosan. Em 12 de agosto, lá estava o governador nos salões do Grand Hyatt, em São Paulo, dedicando tempo e energia ao seu empreendimento. Na ocasião, prestigiou almoço-debate entre o presidente do STF, Dias Toffoli, e empresários promovido pelo Lide.
Tudo com o devido apoio da XP Investimentos, Grupo Jereissati e Usiminas, entre outros. A dificuldade de João Doria em cortar o cordão umbilical com o grupo que fundou é tamanha, que, quando ele não está presente, é possível ver seu lugar-tenente, o vice-governador Rodrigo Garcia, nos convescotes do Lide. A partir desta semana, por exemplo, Garcia integrará a comitiva do Lide Business Trip China. Até o dia 28 de outubro, um carrossel de interesses públicos e privados rodará pelas cidades de Pequim, Xangai e Hangzhou. Compulsivo, como só ele, certamente Doria acompanhará tudo a distância, nos seus menores detalhes.
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Usiminas em compasso de espera
20/02/2019A venda da Mineração Usiminas (Musa) está em banho-maria. Adviser da operação, o BTG segue no encalço de potenciais compradores há quase seis meses. Até o momento, no entanto, não surgiu qualquer investidor disposto a pagar o valor almejado pela Usiminas – algo em torno de R$ 1,2 bilhão pela sua participação de 70% da mineradora. Procurada, a Usiminas garante que o “processo de avaliação estratégica do ativo com o BTG Pactual segue em andamento e que não há, neste momento, qualquer estimativa sobre valor para a possível venda da Musa”.
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General Heleno amplia o raio de ação do GSI
8/11/2018A julgar pelas missões desempenhadas pelo general Augusto Heleno na equipe de transição, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) terá um perímetro mais amplo de atuação e representatividade no governo Bolsonaro. Na última quinta-feira, Heleno teve uma reunião a portas fechadas com executivos da indústria siderúrgica no Hotel Hilton, no Rio de Janeiro. Segundo o RR apurou, a questão China dominou o encontro. Representantes da CSN, Gerdau, Arcelor Mittal e Usiminas, entre outras menos votadas, bateram na tecla dos estragos que a crescente entrada do aço chinês no Brasil tem causado à indústria nacional.
Ao longo de 2017, a participação do insumo importado no mercado brasileiro subiu de 8% para 13%. Estima-se que este índice feche 2018 acima dos 15%. O produto oriundo do país asiático responde por mais de 50% das importações. Resultado: a ociosidade do parque siderúrgico brasileiro já passa dos 30%: são 34 milhões de toneladas de aço produzido para uma capacidade instalada próxima dos 52 milhões de toneladas. O general Heleno saiu do encontro devidamente municiado de números e mais números. Os executivos chamaram especial atenção para os mais de 12 mil postos de trabalho fechados nos últimos quatro anos.
De acordo com a fonte do RR, as palavras “protecionismo” e “barreiras” não foram pronunciadas durante a reunião reservada. Nem seria preciso. No discurso dos siderurgistas está mais do que subtendido de que vai ser difícil segurar a concorrência com o aço chinês sem sobretaxas. Até porque a China deve intensificar sua investida sobre o mercado brasileiro diante das crescentes restrições alfandegárias impostas pela Europa e, sobretudo, por Donald Trump, nos Estados Unidos. A questão tributária tem sido alvo de embates entre a siderurgia e o governo Temer. Em maio, a Camex adiou por um ano a imposição de tarifas ao aço chinês por considerar o atual regime de “interesse público”, tendo em vista o aumento dos preços e a crise econômica no país.
Em parte, significa dizer que o lobby das montadoras e da indústria de eletrodomésticos, entre outros setores intensivos em aço, foi mais bem-sucedido. Os siderurgistas sabem que o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, é contrário, por definição, a tarifas protecionistas a qualquer setor da economia. Portanto, as barreiras alfandegárias serão poucas para muitos pedintes. Os empresários do aço sabem que o general Heleno será o contraponto de Guedes no Palácio do Planalto.
Trata-se de um oficial especializado em assuntos estratégicos, cuja visão dos interesses do Estado vai além da simples aritmética sobre as vantagens de um setor ou outro da indústria. Seu horizonte de atuação institucional alcançará o aconselhamento sobre os países-chaves nas relações comerciais e de segurança. A China é um deles. Há poucos dias, Heleno pediu a Bolsonaro que fosse mais manso em suas declarações sobre o país asiático. Pequim também está atenta a essa movimentação. O em-baixador da China no Brasil fez uma visita em caráter extraordinário ao Capitão Bolsonaro, em sua residência, na Barra da Tijuca. Ou seja: bem antes de se aproximar o quinto mês do governo Bolsonaro, data prevista para a Camex reavaliar a questão, as reivindicações da indústria siderúrgica estão subindo de decibéis.
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Justiça do Trabalho fecha o cerco à indústria siderúrgica
12/09/2018A indústria siderúrgica nacional está na mira da Justiça Trabalhista. Há uma mobilização por parte do Ministério Público do Trabalho (MPT) para a realização de uma devassa nas grandes usinas do setor. O objetivo é averiguar as condições de segurança oferecidas aos trabalhadores, a começar por CSN e Usiminas. Trata-se de uma resposta do MPT aos seguidos acidentes, com vítimas fatais, na siderurgia. Em pouco mais de uma semana, a Usiminas contabilizou a explosão de um gasômetro nas instalações em Ipatinga (MG), com 34 feridos, e a morte de um funcionário em uma de suas aciarias. Quase no mesmo dia, um trabalhador da usina da CSN em Volta Redonda sofreu fortes queimaduras ao ser atingido por um curto circuito. A indústria siderúrgica tenta se blindar de uma investida do MPT com números. Segundo o Instituto Aço Brasil, o setor investiu de 2008 a 2017 US$ 25 bilhões em suas operações,“prioritariamente em modernização tecnológica, meio ambiente e segurança no trabalho”. Ainda de acordo com a entidade, “100% das empresas associadas mantinham comitês formais de saúde e segurança no biênio 2016/2017”. Sobre os episódios na CSN e na Usiminas, o Instituto afirma que “os acidentes mencionados estão sendo investigados, sendo prematura qualquer consideração a respeito”.
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Credores da CSN cobram venda de ativos
27/04/2018Em meio ao contencioso com os primos Leo e Clarice Steinbruch, que exigem na Justiça uma nova partilha e a venda de bens do clã, Benjamin Steinbruch enfrenta ainda um pico de pressão dos credores da CSN. Os bancos – à frente BB e Caixa Econômica – têm condicionado um novo alongamento da dívida e também a concessão de empréstimos futuros à venda de ativos da companhia. Segundo o RR apurou, estimativas dos próprios credores indicam que a CSN teria de levantar entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões ainda neste ano apenas para honrar a amortização das dívidas com vencimento até 2020. A subida do tom dos bancos nas últimas semanas parece estar sincronizada com a alta das ações da Usiminas – entre os ativos “vendáveis” da CSN, de longe o que pode ter maior impacto para a redução da dívida da empresa. O papel da siderúrgica mineira tem sido negociado a R$ 12, o maior patamar em quatro anos. Tomando-se como base o atual valor de mercado, a venda da participação renderia à CSN algo em torno de R$ 2,8 bilhões, o que possibilitaria a amortização de 10% do seu passivo. Por ora, no entanto, Benjamin se esquiva e não dá nem sinal de que vai se desfazer das suas ações na Usiminas. No máximo, fez chegar aos credores de que já abriu negociações para a venda da LLC Laminadora, nos Estados Unidos.
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Anglo American joga detritos do Minas-Rio no colo da Techint
3/04/2018O quase permanente estado de litígio com a Nippon Steel na Usiminas periga se tornar o menor dos problemas da Techint no Brasil. O grupo ítalo-argentino está às portas de um contencioso com a Anglo American, tendo como pano de fundo o acidente ambiental nas instalações da mineradora em Santo Antonio do Grama, na Zona da Mata mineira. Os anglo-australianos já encontraram o “culpado” pelo sinistro: segundo o RR apurou, deverão acionar judicialmente a Tenaris, controlada pela Techint, responsabilizando-a pelos dois vazamentos de polpa de minério ocorridos no intervalo de apenas 20 dias.
A Anglo American teria identificado uma trinca no mineroduto supostamente em razão de uma falha no processo de fabricação do tubo, fornecido pela Tenaris. Nos bastidores, o “duto” entre as duas empresas já estourou. De acordo com a fonte do RR, na semana passada teria ocorrido uma série de reuniões entre executivos e engenheiros da Anglo American e da Tenaris, marcadas pelo tom beligerante e por mútuas acusações. Consultada pelo RR, a mineradora informou que “as causas dos vazamentos ainda estão sendo investigadas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas e Universidade Federal de Minas Gerais”.
Disse ainda que, “neste momento não há estimativa dos impactos financeiros decorrentes dos incidentes.” Já a Tenaris não quis se pronunciar. A Justiça determinou o bloqueio preliminar de R$ 10 milhões da Anglo American para cobrir as primeiras ações de contenção do acidente. Por ora, no entanto, as consequências do duplo vazamento são incalculáveis, seja do ponto de vista ambiental, financeiro ou reputacional. Anglo American e Tenaris travam uma queda de braço não apenas para mitigar o risco jurídico e os custos econômicos, mas também para reduzir as fissuras sobre a sua imagem institucional.
Herança da MMX, de Eike Batista, o mineroduto Minas-Rio é o maior do mundo, com seus 530 quilômetros. Trata-se de um “cartão postal” tanto da Anglo American quanto da Tenaris, agora manchado pelos mais de 500 m3 de polpa de minério despejados, até o momento, na corrente fluvial da região de Santo Antônio do Grama. Os herdeiros do mítico industrialista italiano Agostino Rocca – o aliado de Mussolini que fugiu para a Argentina após a Segunda Guerra Mundial e lá criou a Techint – parecem viver seu inferno astral no Brasil. O acidente no Minas-Rio, o iminente contencioso com a Anglo American e a pecha de sujismunda do meio ambiente ameaçam aumentar o grau de criminalização dos ítalo-argentinos no país. A Techint, não custa lembrar, está envolvida na Lava Jato. O grupo foi declarado inidôneo pelo TCU por participar do esquema de propinas na construção da usina nuclear de Angra 3.
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Os anéis de Benjamin Steinbruch
23/02/2018O RR apurou que a CSN abriu o processo de venda da LLC, laminadora de aços planos localizada nos Estados Unidos, mais precisamente no estado de Indiana. Segundo informações filtradas da própria companhia, o ativo já teria sido oferecido à ArcelorMittal. A usina é avaliada em aproximadamente US$ 500 milhões. Trata-se apenas de um aquecimento no plano de desmobilização de ativos da siderúrgica de Benjamin Steinbruch, às voltas com um passivo de quase R$ 30 bilhões. O lance mais aguardado é a venda da participação de 16% na Usiminas. Os anéis de Benjamin Steinbruch
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Gerdau bate em retirada do Canadá e do México
26/12/2017Os Gerdau estão desmontando o seu “Nafta da siderurgia”. Segundo o RR apurou, o Grupo Gerdau abriu conversações para a venda de suas duas usinas de aços longos no Canadá. Em outra raia, avançam as negociações para a transferência das duas fábricas no México. Neste caso, o principal candidato seria a Ternium, leia-se a ítalo-argentina Techint, sócia da Usiminas. Estima-se que a alienação das quatro unidades possa gerar mais de US$ 500 milhões. Depois da venda da espanhola Sidenor, a operação é o ponto mais agudo do processo de desmobilização de ativos da Gerdau no exterior. O eixo Estados Unidos/Canadá/México sempre foi o núcleo duro da operação internacional do grupo. Sobrarão os Estados Unidos – se bem que até por lá a Gerdau já vendeu cinco minimills.
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CSN e Usiminas batem de frente com montadoras
11/12/2017As negociações entre o setor automotivo e a indústria siderúrgica em torno do reajuste dos preços do aço para 2018 têm sido mais duras do que o habitual. As montadoras – leia-se, notadamente, Volkswagen, Fiat, General Motors e Ford – ameaçam reduzir encomendas no mercado interno e aumentar as importações do insumo caso os fabricantes da matéria-prima não recuem em suas exigências. Na outra ponta deste cabo de guerra estão Usiminas e CSN, as duas principais fornecedoras para o segmento automotivo.
A siderúrgica mineira tenta impor um aumento da ordem de 25%. Já a companhia de Benjamin Steinbruch teria colocado sobre a mesa um reajuste entre 30% e 35%. Na média, os fabricantes de veículos consideram que o limite do razoável é um índice de 20%. Procurada, a Usiminas confirmou o pedido de 25% e garantiu que “as negociações com cada cliente seguem normalmente.” CSN, Fiat, Volkswagen, GM, Ford e Anfavea não se pronunciaram.
Nos bastidores, as montadoras acusam as siderúrgicas de pressionar o governo a aumentar as alíquotas de importação do aço. Uma vez adotada. a medida enfraqueceria o principal trunfo da indústria automobilística na queda de braço com os fornecedores. Consultado, o Instituto Aço Brasil diz não ter conhecimento sobre “pleito de elevação de imposto de importação”. Haveria ainda outro fator de colisão entre as duas partes: o prazo de vigência dos contratos. As siderúrgicas querem fechar acordos com validade de seis meses, um indício de que tentarão mais um reajuste em junho. As montadoras exigem contratos de um ano. Insistem que a lenta recuperação do mercado não suporta o aumento exigido pelos fabricantes de aço e muito menos um bis no meio do ano.
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Uma no cravo…
28/11/2017A CSN está “empobrecendo” Benjamin Steinbruch. Desde janeiro, a companhia já perdeu um quarto do valor de mercado. Menos mal que a Usiminas, da qual Benjamin também é acionista, acumula alta de 125% no ano.
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Pax mineira
14/11/2017Para o lamento de dirigentes sindicais, concorrente e alguns acionistas – a exemplo de Benjamin Steinbruch – nos últimos dois meses tem reinado a paz entre a Techint e a Nippon Steel na Usiminas. Vai ver é a proximidade do Natal.
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Benjamin Steinbruch volta?
13/09/2017Benjamin Steinbruch está lustrando suas armas para investir na aquisição de ações da Vale em Bolsa. O empresário pretende montar uma participação expressiva na mineradora. O espelho é o modelo Usiminas, na qual ele é um investidor relevante com interesses em sinergias futuras com a CSN. A própria reestruturação societária da Vale criou condições mais propícias para uma investida desta natureza. A pulverização do capital aumenta a flexibilidade para que ele faça suas operações de aquisição no mercado. A engenharia montada por Benjamin Steinbruch pode envolver também a Congonhas Minérios, controlada pela CSN. Há motivações cruzadas nesta direção. Sabe-se que a Vale tem interesse no ativo; Benjamin, por sua vez, precisa gerar caixa para reduzir o a alavancagem de sua siderúrgica.
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Barreiras de aço
20/07/2017A Secretaria de Comércio Exterior deverá apresentar até o dia 31 o resultado da investigação de prática de dumping nas exportações de aços planos laminados a quente da Rússia e da China para o Brasil. Entre as siderúrgicas nacionais, a expectativa é que a Secretaria vai recomendar ao governo a aplicação de restrições à importação do produto dos dois países – Rússia e China respondem por mais de 80% dos laminados a quente que entram no país (algo como 72 mil toneladas por ano). Coincidência ou não, na semana passada a Usiminas anunciou um aumento de 10,7% nos preços do produto. Nos últimos dois anos, a indústria siderúrgica nacional se viu forçada a praticar descontos expressivos para não perder mercado para o aço importado.
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Os pesos e medidas de Benjamin
2/06/2017Benjamin Steinbruch é o alvo da vez de Lírio Parisotto, híbrido de empresário, investidor ativista e máquina de contenciosos societários. Parisotto entrou com um recurso na Justiça com o objetivo de nomear um representante para o Conselho de Administração da CSN. Em abril, a siderúrgica conseguiu barrar a participação do investidor na eleição dos novos conselheiros, sob a alegação de conflito de interesse. Parisotto também é acionista da Usiminas. Assim como o próprio Benjamin…
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Fator S11D dá um Norte à siderurgia brasileira
17/05/2017Enquanto as grandes produtoras de aços planos agonizam no Sudeste, há uma chamada para novos investimentos siderúrgicos no Norte no país. O chamado Fator S11D – maior empreendimento de exploração de ferro a céu aberto do mundo – tem as condições excepcionais para resgatar a antiga ideia de um polo siderúrgico na região. O projeto de extração mineral foi batizado com o nome do engenheiro Eliezer Batista, presidente icônico da companhia. Há um acerto de contas do destino com o personagem e aquela região: há cerca de 35 anos, Batista mostrava a dezenas de grandes empresários o “Projeto Grande Amazônia Oriental”, em evento patrocinado pelo banqueiro do Itaú Eudoro Vilella.
Sobravam engenhosidade e ambição nas maquinações do então presidente da Vale. Mas se ele tinha a escala de produção mineral e logística afiada, faltava o milagre da natureza. O teor de ferro contido no minério de S11D (66,7%), o maior do mundo, é a materialização desse milagre. Ele tem o potencial de reduzir expressivamente os custos da siderurgia nacional, segundo relatório produzido por um player internacional do setor, ao qual o RR teve acesso.
A proposta de um corredor de exportação de aços planos no Pará, mais especificamente no percurso que vai da S11D até o Maranhão é irmã gêmea do grandioso empreendimento na Amazônia Oriental, mais conhecido como “Carajazão”. A principal diferença é que a nova versão propõe um beneficiamento mais sofisticado, enquanto o “Carajazão” se concentrava na produção de ferro gusa. A alta pureza da matéria-prima de S11D é considerada uma espécie de artefato nuclear na competição pelo mercado de minério de ferro.Pode gerar muito mais riqueza para a Vale e o Brasil do que o primeiro Carajás.
Na lógica geoeconômica do projeto, o aço para exportação subiria de elevador para o Norte, aproveitando-se do Fator S11D e das condições logísticas e de suprimento de energia. Seriam construídas siderúrgicas de 20 milhões de toneladas – uma unidade representa praticamente dois terços da produção total brasileira de 30,2 milhões de toneladas – em sua grande parte com capitais chineses, sul-coreanos e japoneses. E a siderurgia do Sudeste? Teria de se reinventar, com uma inevitável consolidação e ingresso em aços siliciosos e outros especiais.
Usiminas, CSN, ArcelorMittal – à exceção da Aperam, ex-Acesita – caducam às vistas do mercado, exigindo subsídios e barreiras alfandegárias para continuarem a se manter de pé com alguma integridade. A Vale trouxe o novo e a redenção. Infelizmente, é necessária alguma destruição criativa para que a siderurgia brasileira se erga novamente. Em outros idos, o BNDES estaria estudando a oportunidade com afinco.
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Fato raro na Usiminas
17/04/2017Entre um round e outro da disputa entre Techint e Nippon Steel, uma boa notícia para a Usiminas. Segundo projeções da companhia, o Ebitda do primeiro trimestre poderá bater nos R$ 350 milhões, contra R$ 50 milhões em março de 2016. Obra e graça do aumento dos preços do aço.
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Ponto final
17/04/2017As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Rumo, Avianca, Avibras, BNDES e Usiminas.
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Usiminas declara guerra à Sumitomo
2/03/2017Em um raro momento de sintonia entre Nippon Steel e Ternium, a Usiminas vai entrar na Justiça contra a Sumitomo. O contencioso tem origem na Mineração Usiminas (Musa), joint venture entre a siderúrgica e a trading japonesa. Dona de 30% da mineradora, a Sumitomo vetou a proposta de redução em R$ 1 bilhão do capital da empresa apresentada pela Usiminas – detentora dos 70% restantes.
A siderúrgica mineira acusa a sócia de abuso de poder. A Sumitomo, por sua vez, alega que a operação só pode ser realizada com a anuência dos dois acionistas. Os japoneses já deixaram claro que não estão dispostos a financiar, por via indireta, as dívidas da Usiminas. Na prática, a redução do capital da Musa geraria R$ 700 milhões de caixa para a siderúrgica mineira.
Procurada, a Usiminas nem confirmou nem negou a ação judicial. Limitou-se a informar que “acredita que terá acesso aos recursos de sua subsidiária Musa no prazo acordado com os credores”. O pragmatismo falou mais alto. Em permanente estado de conflito, Nippon Steel e Ternium identificaram na Sumitomo um oponente em comum. O veto à redução do capital social da Musa é um duro revés.
Os recursos são fundamentais para o esforço de repactuação do passivo da Usiminas. A companhia pretende usar os recursos para amortizar débitos bancários, notadamente com BNDES, BB e Itaú Unibanco. Inicialmente, a direção da Usiminas cogitou entrar com um processo de arbitragem. Mas a intransigência da Sumitomo fez com que a siderúrgica se decidisse por levar o caso diretamente à Justiça.
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ArcelorMittal quer o aço dos Ermírio de Moraes
20/02/2017A ArcelorMittal estaria negociando a compra das usinas de aços longos da Votorantim Siderurgia em Resende e Barra Mansa, no sul fluminense. Segundo o RR apurou, a operação poderá envolver ainda as unidades internacionais da companhia, localizadas em Bragado, na Grande Buenos Aires, e em Boyacá, na Colômbia. O pacote estaria avaliado em aproximadamente US$ 500 milhões.
Caso seja sacramentada, a negociação lançará dúvidas sobre o próprio futuro dos Ermírio de Moraes na siderurgia. As quatro usinas somam uma capacidade da ordem de 2,4 milhões de toneladas, ou o equivalente a mais de 80% da produção da Votorantim Siderurgia. A princípio, a empresa ficaria apenas com uma usina, a Sitrel, joint venture com o empresário gaúcho Alexandre Grendene. Instalada em Três Lagoas (MS), ela tem capacidade para produzir 400 mil toneladas de aços longos.
Em 2011, os Ermírio de Moraes se desfizeram do seu principal e mais estratégico ativo na siderurgia: a participação de quase 13% no bloco de controle da Usiminas. Desde então, a permanência da Votorantim no setor tem sido alvo de especulações, alimentadas pelas seguidas sinalizações de que o grupo venderá ativos para fazer caixa e também pelos resultados cadentes da operação. Entre janeiro e setembro de 2016, a receita líquida da Votorantim Siderurgia caiu 20% em relação a igual período no ano anterior.
O prejuízo de R$ 10 milhões se transformou em uma perda de R$ 120 milhões. Ao comprar as usinas da Votorantim, a ArcelorMittal, por sua vez, aumentará ainda mais seu poder de fogo na precificação do aço longo no mercado brasileiro – primazia que já divide com a Gerdau. Isso em um momento curioso: historicamente o sobrepreço interno em relação às cotações internacionais sempre foi maior no segmento de produtos longos do que aços planos.
No ano passado, a situação se inverteu. Com a crise no setor de construção, principal destino do aço longo, as siderúrgicas tiveram de pisar no freio e sacrificar margens. Arcelor e Gerdau chegaram a oferecer descontos de até 20% sobre o preço de produtos importados para não perder mercado.
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Usiminas
15/02/2017Em breve, mais um capítulo inédito da novela “A perseguição da Techint a Rômel de Souza”. O episódio promete fortes emoções.
Acervo RR
Usiminas
15/02/2017Em breve, mais um capítulo inédito da novela “A perseguição da Techint a Rômel de Souza”. O episódio promete fortes emoções.
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Divisão panzer
2/01/2017O investidor e minoritário Lírio Parisotto está decidido a retornar ao Conselho da Usiminas. Promessa de mais lenha na fogueira da Ternium e da Nippon Steel. A balança de Parisotto pende para o lado dos japoneses.
Acervo RR
Divisão panzer
2/01/2017O investidor e minoritário Lírio Parisotto está decidido a retornar ao Conselho da Usiminas. Promessa de mais lenha na fogueira da Ternium e da Nippon Steel. A balança de Parisotto pende para o lado dos japoneses.
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Grampo de aço
21/12/2016O espírito de Bernardo Cerveró baixou na Usiminas. Na companhia corre a informação de que alguns dos principais executivos adquiriram o hábito de gravar conversas e reuniões de trabalho. Todos desconfiam de todos.
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Ponto final
21/12/2016Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Sindicom, Petrobras e Usiminas.
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Projeto maior
28/11/2016Da lista de ativos negociáveis da CSN, aquele que Benjamin Steinbruch mais reluta em se desfazer é a participação de 17% na Usiminas. O empresário não desiste da ideia de um dia mandar naquele pedaço.
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Bullets
30/09/2016“Pedro”, conforme Parente é formalmente chamado na Petrobras, tem pedido que todos os funcionários leiam os recortes do noticiário. O clipping tem sido ótimo para “Pedro”. ••• O “maior lobista do Brasil”, Jorge Serpa, está fora de combate. Como dizia o poeta austríaco Karl Kraus, a idade é a maior doença da vida. ••• Se vender parte da Congonhas Minérios para a CB Steel, Benjamin Steinbruch vai abater um bocado da dívida da CSN e comprar um outro tanto de ações da Usiminas. Ele só pensa naquilo.
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Innova vira a página da Petrobras
20/09/2016Após uma intensa exposição no noticiário policial – por conta das acusações de agressão à ex-namorada Luíza Brunet –, Lírio Parisotto quer retornar às páginas de economia. O bilhete de volta será o anúncio em sequência de novos projetos de expansão da Innova, comprada junto à Petrobras em 2014. A petroquímica iniciou entendimentos com o governo gaúcho para a ampliação da fábrica de monômero de estireno localizada no polo de Triunfo. Vai também tirar do papel o projeto de conversão da unidade de poliestireno cristal em uma planta de ABS, matéria-prima destina às indústrias de plásticos e de eletroeletrônicos, entre outras. Os investimentos somarão cerca de R$ 500 milhões. Nos dois casos, a Innova espera contar com financiamento público por meio do Fundo Operação Empresa do Estado (Fundopem), que prevê regras especiais para o diferimento do ICMS. Aliás, o que não falta entre Parisotto e o governador gaúcho José Ivo Sartori é uma boa química. Ambos são amigos de infância. Mais conhecido pelas brigas societárias que costuma comprar vestindo o figurino de investidor ativista – entre outros exemplos, assim foi na Usiminas e na Eternit – Parisotto tem sido forçado a abrir o caixa para tirar o atraso de investimentos da Innova. Nos últimos anos sob a gestão da Petrobras, os aportes secaram. No total, o plano estratégico de Parisotto para a empresa soma R$ 1,2 bilhão. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Innova.
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Redenção siderúrgica
7/04/2016Benjamin Steinbruch dá como favas contadas seu ingresso no bloco de controle da Usiminas se a cisão entre a Ternium e a Nippon Steel se confirmar. Esse movimento pode significar a redenção da siderúrgica mineira e da CSN.
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Gerdau prepara sua saída da Espanha e da Índia
17/03/2016Ao contrário do tom evasivo que marcou as declarações de André Gerdau Johannpeter a analistas de mercado, a venda de ativos da Gerdau não é uma possibilidade em estudo, mas, sim, um fato decidido e já em curso. Segundo o RR apurou, o grupo procura um comprador para suas operações de aços especiais na Espanha e na Índia, reunidas, respectivamente, sob as controladas Sidenor e SJK Steel. O pacote inclui três usinas nas cidades espanholas de Reinosa, Basauri e Vitoria e uma planta industrial em Tadipatri, próximo a Bangalore. As quatro unidades somam uma produção de aproximadamente um milhão de toneladas/ano. Significa dizer que a Gerdau está se desfazendo de quase 20% de sua capacidade instalada no segmento, em torno de 4,5 milhões de toneladas. Uma vez sacramentada, a venda da Sidenor e da SJK representará ainda uma guinada do ponto de vista geoeconômico: o grupo passará a concentrar todas as suas operações de aços especiais no Brasil e nos Estados Unidos. Consultada, a Gerdau afirma que ainda não há decisão “sobre a venda desses ativos”. A combinação de fatores que obriga a Gerdau a se desfazer de ativos vai além do prejuízo recorde de R$ 4,6 bilhões registrado no ano passado. Um dos pontos mais delicados é a escalada da dívida do grupo. A Gerdau não é a Usiminas e tampouco a CSN, mas seu nível de alavancagem avança em um ritmo preocupante. Nos últimos 12 meses, a relação dívida líquida/Ebitda saltou de 2,7 vezes para 4,2 vezes. Acima de todas as demais motivações, há quem veja na medida uma ação profilática dos Gerdau contra o “Risco Carf”. O grupo tem pendências fiscais de R$ 1,5 bilhão, objeto de recursos que deverão ser julgados pelo Conselho Administrativo ainda neste ano – processos estes que, como se sabe, tragaram a siderúrgica para dentro da Operação Zelotes. Ressalte-se que a própria empresa admitiu não ter feito qualquer provisão para o eventual débito fiscal. E este não é o único risco. Além da dívida tributária em si, há a ameaça de que a Gerdau tenha de arcar com uma pesada multa caso seja comprovado seu envolvimento no esquema de compra de sentenças no Carf. A cifra que atormenta os Gerdau chega a R$ 5 bilhões – número soprado pelo próprio Procurador da República Frederico Paiva, responsável pelas investigações no âmbito da Zelotes.
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Techint
22/02/2016Discórdia, soberba, animosidade societária, recusa de capitalização. A Techint, fundada pelo fascista Agostino Rocca, foi a pior coisa que aconteceu na vida da Usiminas.
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Usiminas
12/01/2016Os acionistas da Usiminas encontram problemas em todas as áreas. Além da grave crise na atividade siderúrgica, Techint e Nippon Steel ainda não receberam qualquer oferta pela Usiminas Mecânica, à venda há quase um ano. Sobre o assunto a Usiminas diz apenas que “está atenta às oportunidades de mercado”.
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Em 2016, vem aí a Operação “Furo Certo”
30/12/2015Millôr Fernandes costumava dizer “Viva o Brasil, onde o ano inteiro é primeiro de abril”. Pois o ano de 2015 foi ainda mais desafiador para aqueles que se dedicam a separar a verdade da burla e o fato da ficção. O Relatório Reservado está convicto de que realizou esta decantação com êxito em suas 246 edições de 2015. Aliás, foi exatamente em abril, não no dia 1º, mas no dia 30, que o RR abordou pela primeira vez a regularização dos recursos de brasileiros no exterior. Àquela altura, o assunto sequer estava na ordem do dia. Ninguém apostava também na substituição de Joaquim Levy no seu período de apogeu. O RR cantou a bola que o novo ministro da Fazenda seria Nelson Barbosa. Dito e feito. O RR acompanhou de perto o esforço de Joaquim Levy para tocar o ajuste fiscal. Ao mesmo tempo, trouxe à tona uma série de ideias discutidas pela equipe econômica que sequer chegaram a ser colocadas em prática, como o ajuste patrimonial (privatizações, leilões de concessão em marcha forçada e securitização de ativos dispersos), o limite para o gasto público e a implantação de um regime de bandas fiscais, tema de matéria na edição de 5 de março e que viria a ser alvo de intenso debate nos meses seguintes. Há outras propostas que o RR antecipou e, por ora, deixa de bandeja para que se concretizem em 2016.Uma delas é a securitização da dívida ativa da União. Outras medidas são a ampliação da capacidade de solvência, com a liberação de cheques em branco do FMI, Bird, Banco dos Brics e CAF, e a utilização das reservas na suspensão da rolagem de swaps cambiais e abatimento da dívida pública bruta. O uso do lastro em moeda forte poderia também ser usado para o reequilíbrio da Petrobras por meio da criação de uma SPE no exterior capitalizada com recursos da União, o que permitiria a compra dos passivos de curto prazo da estatal, reduzindo seu custo financeiro. Por falar em Petrobras, entre as 2.180 matérias e notas veiculadas pelo Relatório Reservado em 2015, nenhuma outra empresa foi mais citada do que a estatal – 185 menções. Em muitas das vezes, o RR trouxe notícias que não gostaria de dar. Foi o caso da edição de 16 de junho, quando antecipou o draconiano programa de cortes da estatal, com a previsão de redução de 70 mil a 100 mil postos de trabalho. Em contrapartida, os leitores do RR puderam acompanhar de perto o processo de higienização da companhia. Em 23 de setembro, informamos com exclusividade as novas medidas implantadas pela estatal para melhorar sua estrutura de compliance. Além disso, o RR antecipou, na edição de 20 de julho, a saída de José Andrade de Lima Neto da presidência da BR Distribuidora. Ainda que a política econômica tenha espremido o noticiário corporativo, o Relatório manteve seu compromisso de perscrutar os passos dos maiores grupos empresariais brasileiros. Apenas para refrescar a memória, alguns exemplos de notícias que chegaram primeiro no RR. Em 9 de março, a newsletter antecipou mudanças na gestão da Telefônica Brasil, com o afastamento do então diretor geral, Paulo Cesar Teixeira. Em 2 de junho, informamos que Abilio Diniz compraria mais 2% do Carrefour Brasil, o que se confirmou logo à frente. Em 16 de outubro, o RR cravou que o governo derrubaria a participação obrigatória da Infraero nas licitações aeroportuárias. Na edição de 24 de novembro, dissemos que a situação do então presidente da Light, Paulo Roberto Pinto era insustentável. Seis dias depois, o executivo deixou o comando da distribuidora. Em 11 de dezembro, o Relatório revelou a necessidade da Rumo ALL vender ativos para honrar compromissos financeiros, fato que ganharia os jornais uma semana depois. Nas edições de 26 de maio e 28 de outubro, a publicação tratou das perdas do Walmart no Brasil e do risco de fechamento de mais lojas. Ao longo do ano, o RR contou em detalhes a saga da saída do HSBC do Brasil, com sua venda para o Bradesco. No dia 15 de setembro, o RR antecipou a assembleia de credores da OAS que abriria caminho para a iminente venda de sua participação na Invepar à Brookfield. O Relatório também saiu na frente contando detalhes do derretimento da indústria siderúrgica nacional, notadamente da CSN e da Usiminas. Da mesma forma, a publicação desvendou os planos da Camargo Corrêa de liquidação de seus ativos. Falta fôlego aos autores do RR para elencar o total de acertos em 2015. Seria preciso muitas edições como esta. A Lava Jato, como não poderia deixar de ser, mereceu um RR dentro do RR. Nos últimos 12 meses, foram 159 notícias, esquadrinhando a operação pelo ângulo das empresas e dos personagens envolvidos. Em 2015, o RR citou mais de 450 nomes entre corporações, empresários, executivos e autoridades. Não faltou, no entanto, quem quisesse silenciar o Relatório Reservado, a começar pelo ex-maior banqueiro de investimentos do Brasil. André Esteves tentou constranger o RR das mais diversas maneiras. Chegou a entrar na Justiça com o claro propósito de evitar a divulgação de informações contrárias aos seus interesses, como a mal explicada compra de blocos da Petrobras na África e a não menos polêmica aquisição de postos da BR Distribuidora. O tempo mostrou de que lado estava a verdade. Que assim seja em 2016. O RR renova o compromisso de levar até o seu assinante informações exclusivas com base em seus três princípios basilares: independência, destemor e isenção. O RR voltará a circular na próxima segunda-feira, dia 4 de janeiro. A todos os assinantes, um Feliz 2016!
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Só Miguel Rossetto para salvar os empregos do ERG
6/11/2015Os empregados da Usiminas criaram jurisprudência. O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul também se mobiliza para reivindicar ao ministro do Trabalho, Miguel Rossetto, a intervenção do governo federal na grave crise do Estaleiro Rio Grande (ERG). O objetivo é estancar a sangria de demissões em curso desde o início do ano e salvar o pescoço dos mais de seis mil trabalhadores da empresa, controlada pela Ecovix – leia-se Engevix. Uma a uma, todas as tentativas de garantir a sobrevivência da empresa e dos postos de trabalho estão fazendo água. No momento, mais uma dessas “soluções” caminha sobre a corda bamba, com poucas chances de se equilibrar lá no alto. As negociações em torno do arrendamento do estaleiro para um consórcio de companhias japonesas liderado pela Mitsubishi Heavy Industries recuaram algumas casas. A operação depende de um complexo acordo entre os asiáticos e os credores da empresa em relação ao passivo do ERG. Do ponto de vista jurídico, as dívidas da companhia se encontram numa zona cinzenta em que ninguém quer pisar. Os bancos, entre eles o China Construction Bank, se opõem ao arrendamento do estaleiro por entender que ele mais dificulta do que facilita o recebimento dos cré- ditos. O temor é que a encalacrada Engevix se aproveite deliberadamente da operação para se esquivar da responsabilidade legal pelas dívidas da empresa, empurrando o caso para uma conveniente – e interminável – batalha jurídica. Os credores do ERG sabem bem com quem estão lidando. A Mitsubishi também está com os dois pés atrás em relação ao arrendamento do estaleiro. Os japoneses sabem que os credores do ERG esperam apenas a assinatura do contrato para saltar na sua jugular. Segundo o RR apurou, dois renomados escritórios de advocacia contratados pela Mitsubishi desaconselharam o fechamento do negócio. De acordo com o parecer dos advogados, ainda que a operação não contemple a transferência efetiva do controle acionário e, sim, o arrendamento das instala- ções, são grandes as probabilidades de que o pool de investidores japoneses – formado ainda pelos estaleiros Imabari, Namura e Oshima Shipbuilding – seja obrigado pela Justiça a assumir os passivos do ERG. A herança em questão é uma dívida de quase R$ 100 milhões, número que não leva em consideração o passivo trabalhista, por ora uma caixa preta. No caso específico da Mitsubishi, a ameaça é ainda maior pelo fato de o grupo ter uma participação direta de 30% na Ecovix, – os 70% restantes pertencem à Engevix. Enquanto isso, os empregados do ERG seguem entre o rochedo e o mar. Desde abril, o estaleiro teria demitido mais de 800 funcionários. Boa parte destes trabalhadores ainda não teria recebido integralmente as verbas rescisórias. O desfecho desta história é previsível: no fim das contas são eles, e mais ninguém, que ficarão boiando em alto-mar.
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CSN e Usiminas fazem duelo de perdedoras
20/10/2015Por mais de uma década, CSN e Usiminas disputaram o rali do protagonismo no setor de aços planos. No caminho, Benjamin Steinbruch chegou a cogitar a aquisição da concorrente – ficou com 17% fora do bloco de controle, que acabou se tornando parte do problema e não da solução. As duas empresas mantêm a sina de concorrer entre si, mas agora competem em outra modalidade, o enduro das desgraçadas, uma corrida às avessas na qual o objetivo é chegar em segundo, ou melhor, jamais cruzar a linha fatal. O cronômetro também gira na contramão, numa contagem regressiva que entra em seu momento crucial. No curto prazo, CSN e Usiminas terão de enfrentar situações decisivas para o seu futuro, como endividamento, redefinições estratégicas, venda de ativos e mudanças societárias. A premissa para o reequilíbrio financeiro das duas empresas é a repactuação de seus massacrantes passivos. A Usiminas tem um caminho menos pedregoso; claro, no comparativo com a CSN. A dívida líquida chegou a R$ 4,8 bilhões em agosto – 3,7 vezes o Ebitda. Esse índice ultrapassou os covenants acordados com os credores (3,5 vezes). Por ora, os bancos concederam um waver à Usiminas e não vão pedir a liquidação antecipada das dívidas ou executar as garantias. Ou seja: a siderúrgica está nas mãos dos credores como nunca esteve. Mas não tanto quanto a CSN. O endividamento líquido da CSN é de R$ 22 bilhões, ou 5,6 vezes o Ebitda. Vai piorar. Bancos de investimentos ja soltaram relatórios indicando que esse índice deverá chegar a sete vezes até o fim do ano. A recente renegociação dos débitos com BB e Caixa apenas descomprimiu o curto prazo, empurrando vários pagamentos para o período entre 2018 e 2022. Há quem questione se a CSN saiu mesmo ganhando, pois já tinha R$ 17 bilhões em compromissos que vencem nesse intervalo. Para os males causados pelo alto endividamento, a dupla do aço derretido só tem o remédio da venda de ativos. A CSN tem mais lenha para queimar, incluindo a Usiminas. Avaliações preliminares apontam que a venda dos 17% da siderúrgica mineira, do excedente de ações na MRS , do Tecon Sepetiba e de duas hidrelétricas, além de outros ativos, poderia render cerca de R$ 5 bilhões. Ainda restaria a Steinbruch a hipótese de se desfazer de sua pedra mais preciosa: os ativos de mineração. O problema é o timing: essas participações estão muito depreciadas, a começar pela Usiminas – no ano, suas ações caíram 30%. Se, nesse aspecto está ruim para a CSN, imaginem para a Usiminas que praticamente só tem a si própria como ativo. A CSN tem outra vantagem: é empresa de um dono só. O que Steinbruch decidir está decidido. Já Minas Gerais é um território conflagrado. A Usiminas é uma empresa rachada ao meio entre Nippon Steel e Techint, inimigas, o que torna praticamente impossível qualquer decisão corporativa de maior peso. Não por acaso, muitos defendem que o soerguimento da companhia depende da mudança do controle. O fato é que as diferenças entre Usiminas e CSN mais aproximam do que afastam. Quanto mais aceleram maior a sensação de que uma está acorrentada à outra e suas raias se cruzarão definitivamente em algum ponto. Neste pega ao reverso, é grande a probabilidade de que o vencedor, na verdade o perdedor, caia na rede do perdedor, neste caso o real vencedor, viabilizando, por uma via invertida, a mais lógica e esperada fusão da siderurgia nacional. Seria uma associação de aleijados, em que um se escoraria no outro. Que outra solução?
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Aço derretido
24/08/2015Não há dúvidas de que Benjamin Steinbruch precisa fazer caixa o quanto antes, mas será mesmo a hora de vender a participação da CSN na Usiminas? Nos últimos dois meses, tomando-se como base o preço da ação, o valor do ativo caiu de R$ 1,7 bilhão para algo em torno de R$ 850 milhões. Sair agora é confissão de desespero.
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ArcelorMittal concentra o lucro e democratiza a crise
21/08/2015A ArcelorMittal tornou-se a malévola da siderurgia brasileira. Suspensão de investimentos, fechamento de unidades, cortes de produção, desemprego? Para os indianos, tudo isso é apenas um detalhe, uma poeira a ser varrida na estrada que leva ao lucro. No afã de remeter o maior volume possível de dividendos para a matriz e resgatar as perdas impostas pelo câmbio, a companhia está abrindo sua caixa de perversidades numa proporção que tem causado espécie até mesmo entre seus congêneres no setor. Neste mês, conforme já anunciado, a siderúrgica está desativando por tempo indeterminado uma de suas linhas de aços longos em Piracicaba (SP). É só o início. De acordo com fontes ligadas à empresa, para o mês que vem já estaria programada a interrupção da produção na usina de João Monlevade (MG). Quase simultaneamente a ArcelorMittal deverá desligar também um laminador na unidade de Juiz de Fora. Com estes cortes, a produção anual de aços longos do grupo no país cairia de 3,6 milhões para algo em torno de 2,8 milhões de toneladas. Como de hábito, medidas contracionistas trazem de arrasto a sua dose de maldade social. Segundo o RR apurou, em todas as usinas, as interrupções seriam acompanhadas da suspensão temporária de uma parcela dos contratos de trabalho e/ou demissões. No ano passado, a ArcelorMittal Brasil teve um lucro de R$ 1,4 bilhão, quatro vezes mais do que no exercício anterior. Para este ano, mesmo com a retração da demanda por aço, o resultado deverá permanecer na casa do bilhão. No quesito transferência de lucros, o confronto com a Usiminas chega a ser uma covardia. A companhia mineira não tem remetido um centavo sequer para a Mitsui e a Techint. Pelo contrário: trata-se de um sugadouro de recursos. No ano passado, ainda lucrou R$ 208 milhões. Mas, no primeiro semestre deste ano, já perdeu tudo isso e mais um pouco, com o prejuízo de R$ 850 milhões. A ArcelorMittal mantém o número guardado a sete chaves e mais algumas trancas, mas estima-se que, nos últimos dois anos, a subsidiária tenha mandado para a matriz mais de US$ 300 milhões.
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Ferro e fogo
19/08/2015O impacto do dólar sobre o passivo está triturando ainda mais as contas da Usiminas. De janeiro para cá, as perdas financeiras da siderúrgica já são cinco vezes maiores do que os valores registrados nos oito primeiros meses de 2014.
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Darwin dita o futuro da siderurgia nacional
20/07/2015O BNDES anda meio por baixo, mas, se pudesse fazer política industrial como em outros tempos, partiria para estimular a consolidação do setor siderúrgico. Pelo que se diz na área técnica do banco, o encolhimento do mercado brasileiro de aço é estrutural: veio para ficar. Portanto, pode tirar o cavalinho da chuva quem pensa se tratar apenas de um ciclo de retração da indústria siderúrgica condizente com o quadro de demanda internacional reduzida, ou mesmo com a recessão que assola o Brasil. O problema é sério, de tirar o sono. Os analgésicos que a siderurgia quer tomar nessa hora são os mesmos de sempre: câmbio e incentivos fiscais. Mas o momento não é bom sequer para obter esses paliativos. A percepção é de que não há mais lugar para tantos protagonistas na indústria do aço. Teria chegado a hora da seleção natural: entre Gerdau, ArcelorMittal, CSN e Usiminas, uns e outros teriam de ser incorporados. A racionalidade neste setor, contudo, é mais difícil. Há um clash de culturas empresariais e um desfile de personalidades de impossível combinação. Imagine misturar no tubo de ensaio Benjamin Steinbruch, Jorge e André Gerdau e os visigodos da Techint, só para mencionar os mais idiossincráticos. Esses barões do aço terão de conviver entre si ou, então, pular fora do barco – sempre existe a possibilidade de um investidor externo olhar para o negócio à medida que o Brasil vai ficando mais barato. Ainda que a produção brasileira de aço tenha subido um bocadinho no primeiro semestre (2%), no geral os indicadores da indústria são desalentadores. O parque siderúrgico nacional opera com uma ociosidade da ordem de 30%: no momento, há 20 usinas completamente paradas no país, número que não pode ser dissociado da retração do mercado interno. No primeiro semestre, as vendas de aço no Brasil caíram 12,9% em relação a igual período no ano passado. Não surpreende que o setor tenha se tornado um laminador de empregos: foram mais de 11 mil demissões nos últimos 12 meses. Essa conta vai aumentar. E a má notícia vem de fonte insuspeita. O próprio Instituto Aço Brasil prevê que mais 3,9 mil postos de trabalho irão para o altoforno até dezembro. As condições que levaram a siderurgia a vicejar não existem mais. O preço da energia é alto demais. O câmbio dificilmente voltará a ficar desvalorizado como no tempo da corrida do aço – na relação com o salário, então, é melhor esquecer. E mesmo as injeções de dinheiro barato do BNDES parecem coisa do passado. Estão mesmo se materializando as catastróficas projeções do legendário economista industrialista Arthur Candal. No início dos anos 90, ele dizia: “A indústria brasileira africanizou. Setores como a petroquímica e a siderurgia estão derretendo. Vamos voltar à extração primitiva primária.” Parecem hoje sentenças bem razoáveis.
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Ternium já está com um pé na porta da Usiminas
25/05/2015A Ternium está prestes a se tornar o HSBC da siderurgia. O grupo já não consegue mais manter entre quatro paredes as discussões em relação ao seu futuro no Brasil. Por uma fresta da Usiminas vaza a informação de que os ítalo-argentinos amadurecem a ideia de vender sua participação e deixar o país. As semelhanças com o banco inglês, é bom ressaltar, param por aí. Se o maior adversário do HSBC no Brasil sempre foi o próprio HSBC e sua impressionante letargia, no caso da Ternium o inferno são mesmo os outros. Poucas vezes uma corporação conseguiu reunir contra si um exército de inimigos tão poderoso: Nippon Steel, Benjamin Steinbruch, minoritários e empregados da Usiminas e o governo. Cada um a seu modo, todos odeiam a Ternium e trabalham para ejetá-la da companhia mineira. Por maior que sejam a musculatura financeira e a disposição para o embate dos herdeiros do mítico siderurgista Agostino Rocca, como duelar com uma conjunção de forças dessa magnitude? Para os ítaloargentinos, está difícil encontrar uma solução que não seja uma honrosa saída do front. Os ataques a Ternium vêm de todos os lados. A Nippon Steel usa farta munição para fazer valer a sua histórica posição na Usiminas. Trata-se de um negócio absolutamente estratégico, que transcende as fronteiras corporativas e carrega forte simbolismo. O desembarque na empresa, ainda na década de 50, foi um dos primeiros grandes investimentos do Japão na área de siderurgia após a Segunda Guerra Mundial. A associação é tratada por Tóquio como um assunto de Estado. O primeiro-ministro Shinzo Abe tem feito intensas gestões junto ao governo brasileiro para salvaguardar os interesses da Nippon Steel na Usiminas. Além do apoio de importantes minoritários da Usiminas, como Lírio Parisotto, a Nippon Steel tem a seu lado Benjamin Steinbruch. O empresário manobra de um lado para o outro da pista com o objetivo de driblar os obstáculos impostos pelo Cade. Dona de 12% das ONs da companhia mineira, a CSN está impedida de exercer seu voto no bloco de controle e ainda terá de se desfazer da sua participação até 2018. Seria um impeditivo intransponível não fossem as pressões que vêm do Olimpo. O governo também não morre de amores pela Ternium. Até porque a contrapartida para a desafeição é das mais convenientes: a saída do grupo ítaloargentino e o aumento da participação de Steinbruch abririam espaço para a associação entre a CSN e a Usiminas e a criação de uma grande produtora de aços planos. Seria um cavalo vencedor a feição das políticas praticadas pelo BNDES. Não satisfeita em ter tantos rivais, a Ternium também arruma os seus próprios problemas. Os sucessores de Agostino Rocca, um homem forjado na Itália de Mussolini, não são os anjos da Capela Sistina. A imagem do grupo ítalo-argentino no Brasil está vinculada ao que há mais de reprovável na história recente da Usiminas: manobras jurídicas abaixo da linha da cintura, gastos demasiadamente altos com gestores que ela própria indicou, denúncias de superfaturamento na venda de aço. Há quem diga que a própria tática da Ternium de estressar ao máximo a contenda com os demais acionistas teria como objetivo aumentar o problema para valorizar o preço da solução, ou seja, a venda de suas ações na companhia. A convivência se tornaria tão insuportável que o ágio a ser cobrado compensaria, e muito, a redução do valor patrimonial. A conferir.
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Mais um round no MMA da siderurgia
5/03/2015Mais um round no MMA da siderurgia: se a Nippon Steel exige que os três executivos indicados pela Ternium e afastados da gestão – Julián Eguren, Paolo Bassetti e Marcelo Chara – devolvam os bônus que receberam de forma supostamente irregular, os ítalo-argentinos cobram o retorno de parte dos valores pagos pela siderúrgica mineira aos japoneses a título de transferência de tecnologia. A Usiminas desembolsava cerca de R$ 50 milhões por ano até 2013.
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Batalha de aço
4/02/2015Usiminas e CSN caminhando lado a lado, amistosamente? Meu Deus! Não pode ser verdade! Mas saibam que é. Ambas vão duelar em conjunto com a indústria automobilística por conta da renovação dos contratos de venda de aço. De um lado, as siderúrgicas tentarão empurrar uma variação do câmbio da ordem de 20% em 2014; do outro, as montadoras vão contra-golpear com a queda de 7,5% na venda de veículos no ano passado.
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Sob o comando de Marco Antonio Castello Branco
26/01/2015Sob o comando de Marco Antonio Castello Branco, a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) terá seu espectro de atuação ampliado. O ex-presidente da Usiminas recebeu a missão de formatar um novo plano de incentivos ao setor industrial e um programa de investimentos na área de habitação popular. O upgrade concedido pelo governador Fernando Pimentel tem um quê de compensação. Castello Branco queria assumir a Cemig, mas foi preterido por Mauro Borges.
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Show de mímica
2/01/2015Pergunta que não quer calar na Usiminas: os três ex-dirigentes – Julián Eguren, Marcelo Chara e Paolo Bassetti – que entraram na Justiça contra o atual presidente do Conselho de Administração, Paulo Penido, falam por conta própria ou apenas dublam a voz da Ternium em mais um ataque contra a Nippon Steel, responsável pela nomeação de Penido?
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Usiminas
18/12/2014A erosão dos preços do minério e a guerra societária entre Nippon Steel e Ternium mandaram o Projeto Compactos para a geladeira. Na Usiminas, não se ouve sequer um sussurro sobre a empreitada, que previa o aumento da produção própria de minério de 10 milhões para 17 milhões de toneladas/ano. Oficialmente, a empresa garante estar “aprofundando os estudos de engenharia” para definir a viabilidade do projeto.
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Brasil e Japão abençoam união de CSN e Usiminas
9/12/2014A mais esperada consolidação do setor siderúrgico nacional está se tornando uma questão de Estado. Aliás, uma dupla questão de Estado. A fusão entre a CSN e a Usiminas entrou na agenda bilateral dos governos do Brasil e do Japão – que recentemente, aliás, elevaram suas relações ao status de “parceria estratégica global”. Na esteira de uma série de outros investimentos conjuntos, em áreas como infraestrutura e construção naval, o primeiro ministro Shinzo Abe já manifestou seu apoio a associação entre as duas siderúrgicas. A operação é vista pelos japoneses como a melhor forma de salvaguardar os históricos interesses da Nippon Steel no Brasil. Neste caso, Benjamin Steinbruch é o homem certo no lugar certo. O ponto de partida seria a compra pelo empresário da participação da Ternium na Usiminas. Não custa lembrar que Benjamin já tem um pé fincado na siderúrgica mineira, com 14% das ações ordinárias e 20% das preferenciais. A saída dos ítalo-argentinos não apenas significaria o fim da sanguinolenta disputa societária na Usiminas – hoje na fronteira entre o noticiário econômico e o policial – como abriria caminho para a posterior fusão com a CSN. Neste caso, Benjamin e Nippon Steel passariam a controlar um grupo com capacidade de produção anual de 14 milhões de toneladas de aços planos, o equivalente a quase um terço do parque siderúrgico nacional. A rigor, a aproximação entre Benjamin Steinbruch e Nippon Steel poderá resultar não apenas em uma, mas em duas fusões. O acordo entre ambos abriria espaço também para uma combinação entre os ativos de minério de ferro da CSN e da Usiminas. Na prática, esta associação representaria um avanço em relação a reorganização societária da Namisa, em curso neste momento, e a retomada de uma parceria interrompida em 2011. Na ocasião, a Nippon Steel deixou o braço de mineração da CSN, um prenúncio da longa temporada de divergências entre Benjamin e seus sócios que viria nos anos seguintes e somente agora parece estar sendo debelada. Há menos de um mês, a CSN anunciou um acordo com o pool de siderúrgicas e tradings do Japão, Coreia do Sul e Taiwan que detém 40% da Namisa. O retorno da Nippon Steel ao palco daria um gás ao projeto de fusão entre a Namisa e a Casa de Pedra, o grande ativo mineral de Benjamin. O caminho natural seria a posterior associação desta nova empresa com a Usiminas Mineração, subsidiária que congrega as quatro jazidas da empresa mineira. Peneira daqui, peneira dali, esta tríplice associação daria origem a uma companhia com capacidade de produção de 70 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Todos estes movimentos passam pelos gabinetes de Tóquio e de Brasília. Se, do lado japonês, há todo o empenho do governo Shinzo Abe em desatar o imbróglio societário da Usiminas e fortalecer a presença da Nippon Steel no Brasil, do lado brasileiro estas operações poderão selar a reaproximação entre Benjamin Steinbruch e o Planalto. As relações esfriaram consideravelmente depois que o empresário adotou uma postura dúbia e sinuosa durante a campanha eleitoral. Agora, o momento pede pragmatismo, até pela necessidade do governo de reconstruir suas pontes com o empresariado. O apoio do BNDES a Benjamin para a compra da participação da Ternium na Usiminas permitiria a criação de um grande grupo siderúrgico e o fortalecimento do capital nacional no setor.
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Paridade
13/11/2014Ao câmbio do dia, será que o apoio de Benjamin Steinbruch a Nippon Steel na contenda societária da Usiminas não vale um aporte de capital dos japoneses na Namisa, o braço de mineração da CSN?
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Elo perdido
31/10/2014O presidente interino da Usiminas, Rômel de Souza, é uma estrela que sobe em meio ao caos societário da empresa. Ele tem sido um importante interlocutor entre a Nippon Steel e a Techint. É o único que consegue colocar panos molhados sobre a incandescente sociedade.
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Usiminas
16/10/2014No meio da roupa suja que está sendo lavada publicamente entre a Nippon Steel e a Techint, controladoras da Usiminas, surgiram agora denúncias de superfaturamento na venda de aço. Se forem confirmadas, é como se a Usiminas também tivesse seu Paulo Roberto Costa.
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Baixa audiência,
5/09/2014Comentário uníssono ouvido ontem nos corredores da CSN, Usiminas e Gerdau, empresas que, segundo relatório divulgado pelo Citi, perderão muito num eventual governo de Marina Silva: -Ainda bem que foi o Citi. Atualmente, eles não são ouvidos nem nos Estados Unidos.”
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Usiminas
8/05/2014O presidente da Usiminas, Julián Eguren, é hoje o mais afiado laminador da companhia. Até junho, a empresa deverá atingir uma redução dos custos operacionais da ordem de 40%.
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A Petrobras e o inevitável estupro
30/04/2014Quem disse que somente as pessoas físicas são torturadas e o anfiteatro da ignomínia está restrito aos porões da ditadura. A Petrobras está sendo seviciada em pleno exercício da democracia. Nos últimos 10 dias, o noticiário que achincalha a estatal dividiu-se da seguinte maneira: 32% de inserções ou citações sobre os diretores da estatal envolvidos diretamente com o “mau” negócio de Passadena ou com seu doleiro predileto; e 68% enxovalhando a Petrobras. O movimento dessa gangorra na mídia, onde as eventuais malfeitorias na compra da refinaria se tornariam aos poucos um ataque generalizado a empresa, foi previsto pelo RR edição 4847.O objetivo óbvio é a associação das gestões da Petrobras nos governos Lula e Dilma com a dilapidação da companhia e queima da riqueza nacional. Entre o objetivo eleitoral e a destruição da imagem corporativa existe um hímen delicado, cujo rompimento pode contaminar a própria imagem do país no exterior. Com a iminência de uma CPI da Petrobras, a estatal está a beira do precipício. Todos os documentos apreciados em reuniões do Conselho estarão a disposição, legalmente ou por vazamento, dos parlamentares com interesses adicionais ao da legítima apuração dos fatos. Aliás, de posse dos documentos, os fatos passarão a existir, pois basta que os papéis sejam esmiuçados para ganarem vida própria. Não existe empresa desse porte no país, e estamos falando na Vale, Odebrecht, Usiminas, Votorantim e todos as demais, que não tenham realizado “maus” negócios, que no momento da sua decisão eram considerados “bons” negócios. A interpretação viciada é o combustível que destrói reputações. A bola da vez, segundo informações que chegaram ao RR, é o Comperj. Em breve surgirão dúvidas sobre a formação de preço do projeto e os gastos na sua implementação. É dramático, mas a Petrobras está aprisionada em um Gulag psicossocial. Todos os brasileiros irão pagar por isso.
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CSN surge como antídoto para o cartel do cimento
14/03/2014Dois pensamentos assolaram Benjamin Steinbruch enquanto lia os jornais na manhã da última quarta-feira, misturando- se como se fosse uma única história. Divagava sobre o que diria seu pai, Mendel Steinbruch, em relação a sucessão de eventos entrecruzados que se prenuncia: a saída do comando da CSN para assumir a presidência da Fiesp, os planos de marcar o calendário de 2014 com um investimento expressivo para o grupo e a ascensão ao papel de principal interlocutor da indústria com o governo. Enquanto cofiava seus cabelos cada vez mais ralos, refletia também sobre a imbricação da sua trajetória empresarial com a dos Ermírio de Moraes. Pensou na privatização da Vale, no seu ingresso no setor cimenteiro, nas pelejas pelo controle da Usiminas e outros desencontros menos marcantes. Agora, a decisão inédita do Cade de punir o Votorantim e os demais integrantes do cartel cimenteiro rebobina o filme e reinicia a saga. Benjamin Steinbruch surge como candidato natural a compra dos ativos de produção de cimento e concreto que, por determinação do órgão antitruste, terão de ser vendidos pelos cinco maiores grupos do setor. Em jogo, uma fatia correspondente a quase 25% de todo o parque fabril do país – hoje em torno dos 80 milhões de toneladas. Benjamin Steinbruch está diante de uma oportunidade sem precedentes para alçar a CSN ao Olimpo do mercado cimenteiro. A empresa, que entrou no setor em 2009, produz cerca de 2,5 milhões de toneladas por ano. Na hipótese de a punição do Cade ser plenamente cumprida, a CSN poderia colocar para dentro, de uma só vez, cerca de 20 milhões de toneladas, superando, portanto, a marca de 22 milhões de toneladas. Neste caso, o grupo passaria a disputar com o próprio clã dos Ermírio de Moraes a liderança do setor. Se efetivamente o Votorantim tiver de se desfazer de 35% de sua capacidade instalada, como determinou o Cade, sua produção anual cairia de 32 milhões para algo perto de 21 milhões de toneladas. Em um exercício meramente hipotético, ainda que a condenação do órgão antitruste sofresse um deságio e fosse cumprida pela metade – leia-se a venda de aproximadamente 12,5% do parque cimenteiro nacional – a CSN poderia chegar aos 12 milhões de toneladas de capacidade instalada. Seria o suficiente para desalojar da vice-liderança do setor a Camargo Corrêa – essa é justamente a produção atual da companhia, sem contar com o facão do Cade. Uma conjunção de fatores faz de Benjamin Steinbruch o mais forte candidato a ser o algodão entre o Cade e o cartel do cimento, notadamente o Votorantim. A CSN é uma das empresas mais capitalizadas do país: tem em caixa mais de R$ 15 bilhões. A solução Benjamin permitiria também a fragmentação do cartel do cimento sem o risco de diluição do capital nacional no setor. Este, aliás, seria um argumento mais do que justificável para um apoio do BNDES a operação de transferência dos ativos para a CSN. Por falar no banco de fomento, deve-se ressaltar ainda o excelente relacionamento de Benjamin Steinbruch com dois dos personagens mais poderosos da República: o presidente da instituição, Luciano Coutinho, e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.
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Vida dura
9/12/2013No início de 2014, a Usiminas deverá lançar nova oferta para a compra de títulos de sua dívida. Os tempos já foram mais bicudos.
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Techint
2/10/2013A Techint está comemorando a valer a derrota do sócio Benjamin Steinbruch, que pedia o pagamento de tag along pelo ingresso dos ítalo-portenhos no bloco de controle da Usiminas. A missão do grupo agora é isolar Benjamin, de forma que Ipatinga, onde fica localizada a usina, suma do seu mapa mundi. Um informante mais chegado ao barão do aço, contudo, diz que ele recebeu a notícia com frieza, espanando alguns quase imperceptíveis grãos de caspa do paletó. A partir de agora, a disputa é na segunda instância. E o jogo ainda não foi jogado.
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Benjamin Steinbruch é o Kill Bill da Techint
24/09/2013Benjamin Steinbruch deve se olhar no espelho e dizer: “O Rocca aqui sou eu”. Para os não versados, a imagem refletida é a de Milanesi Agostino Rocca, fundador do Grupo Techint, mais conhecido no Brasil por controlar a Usiminas. Todos os principais negócios dos ítalo-portenhos no país têm esbarrado em Benjamin. É o caso da investida sobre a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). O grupo, que tratava a compra da CSA como a sua grande aposta de crescimento no Brasil, foi jogado para fora da estrada pelo barão do aço, hoje o principal candidato a aquisição da usina fluminense. Benjamin parece uma assombração perseguindo os descendentes dos Rocca com um fino estilete de aço forjado na CSN. Nas últimas semanas, os ítalo-portenhos tentaram negociar um cessar fogo com o empresário no bilionário contencioso envolvendo a Usiminas. O litígio envolve a posição de Benjamin na siderúrgica, leia-se a participação de 12% no capital ordinário, e o ingresso da Techint no bloco de controle da empresa, no início de 2012. O empresário entrou na Usiminas para ser dono, mas foi preterido pelos japoneses da Nippon Steel, também sócia da siderúrgica, em favor da Techint. Na ocasião, o coro mundial dos analistas perguntava: “Oh, o que Benjamin vai fazer com uma operação de portfólio?”. Pouco mais de um ano depois, a resposta está dada: o dono da CSN alega que o desembarque da Techint na Usiminas configurou mudança de controle. Portanto, exige dos ítalo-argentinos o pagamento do tag along. Com base no valor que o grupo desembolsou pelas suas ações, o espeto pode chegar a R$ 5,3 bilhões – só Benjamin ficaria com aproximadamente R$ 1,8 bilhão. Até aí, grande parte da história já foi contada, de uma forma ou de outra. Mas o RR apurou, de primeiríssima mão, que a Techint acenou com o pagamento de até 40% do valor exigido por Benjamin e pelos demais minoritários. O barão não quis nem saber. A mesma fonte garante que ele fará a última geração dos Rocca sangrar aço líquido fervente. Ou seja: nada de acordo. A Techint vai ter de pagar a cifra reclamada, a não ser que aceite uma convivência bem mais próxima com Benjamin. Restaria convencer os japoneses de que uma consolidação CSN/Usiminas, com minério de ferro saindo pela janela, seria um bom negócio para todos. Tanto a Techint quanto os nipônicos sabem que essa associação não só agradaria ao governo brasileiro como permitiria ganhos de sinergia de toda ordem. E, principalmente, tiraria Benjamin Steinbruch de cima do seu cangote. O empresário opera dentro da Usiminas como se fosse uma versão da NSA voltada ao setor siderúrgico. Em tempo: em pelo menos um front, Techint e Benjamin Steinbruch estão empatados: ambos figuram no índex do governo do Rio de Janeiro. A transferência da sede da CSN de Volta Redonda para São Paulo nunca foi perdoada pelas autoridades do estado. Assim como é provável que o governo fluminense jamais perdoe a decisão da Techint de abandonar o projeto de instalação de uma siderúrgica no Porto do Açu. Não há empresa que saia ilesa após uma desfeita como essa, sobretudo em ano pré-eleitoral. Esse empate, no entanto, pode ser efêmero. Se levar a CSA, Benjamin volta a ser queridinho pelo governo do Rio. Já a Techint dificilmente conseguirá virar esse jogo.
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Total marcha para a Videolar com um pé atrás
5/09/2013A francesa Total tem se aproximado a passos largos da Videolar, fabricante de produtos químicos com quatro plantas industriais em Manaus. De parcerias operacionais até mesmo a compra de uma participação societária, são várias as possibilidades que povoam o imaginário dos gauleses. Ressalte-se que todas as hipóteses aventadas pela Total trazem embutido o receio em relação a uma eventual convivência com Lírio Parisotto, controlador da Videolar. Por quê? A pergunta deve ser endereçada aos demais acionistas da Usiminas e da Celesc, que vivem a s turras com Parisotto, minoritário tanto da siderúrgica quanto da distribuidora de energia. Procurada, a Total disse “desconhecer a informação”. A Videolar, por sua vez, não se manifestou.
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Usiminas
4/09/2013A venda de ativos da Usiminas não está nem perto do que a Techint imaginou. Os ítalo-argentinos esperavam arrecadar US$ 2,5 bilhões até o fim do ano. Preto no branco, embolsaram R$ 210 milhões. Consultada, a Usiminas não quis se pronunciar.
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Usiminas
23/08/2013Como se não bastassem as fragilidades financeiras e operacionais, a Usiminas deve enfrentar uma intentona trabalhista. Um grupo de quase 40 funcionários pretende entrar na Justiça contra a empresa, alegando não ter acesso a seus dados no banco de horas. Todos pegam carona em recente decisão do TRT-MG que condenou a Usiminas em processo movido por outro empregado pelo mesmo motivo. Procurada, a empresa não quis se manifestar.
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ATO II
24/07/2013Se a MRS comprar a MMX, a Vale e a CSN perdem menos. Mas quem ganha mais são a Usiminas e a Gerdau, que não tem uma boa logística para o minério de ferro. Para a Vale e a CSN o biscoito ficaria mais apetitoso se a compra da MMX fosse o embrião para a consolidação dos ativos minerais das duas siderúrgicas, mais os da MMX e da Ferrous de lambuja. Não é nada, não é nada, daria para se chegar de 70 milhões a 100 milhões de toneladas ao ano. A Vale, inclusive, poderia diluir sua participação de 40% na MRS e garantir a compra firme de um lote do minério. Ela tem motivos para isso durante algum tempo. Probabilidade: A
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Ato III
24/07/2013A B&A Mineração, joint venture formada entre o ex-presidente da Vale Roger Agnelli e o BTG Pactual, surgiria como compradora da MMX. André Esteves detém a mais-valia de ser o reestruturador das empresas de Eike Batista. Em um passado não distante, o banqueiro foi o principal articulador da tentativa de Eike de adquirir um assento no controle da Vale. De posse do Porto do Sudeste, a dupla Esteves/Agnelli poderia tentar diversas formas de consolidação no setor. Há quem diga que uma das hipóteses seria uma associação com o braço de mineração da descadeirada Usiminas; outra, a onipresente aquisição da Ferrous. Nos dois casos, falta um porto para o escoamento da sua produção. Probabilidade: BB+
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Usiminas
11/07/2013O “dividômetro” da Usiminas marca: o passivo da siderúrgica deve romper a marca dos R$ 9 bilhões até o fim de 2013. Era de R$ 8,3 bilhões no início do ano. Haja ativos para vender!
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Siderúrgicas
4/07/2013Benjamin Steinbruch voltou a pensar na Usiminas. A Ternium também voltou a pensar no “Beinja”. E os dois estão parando de pensar na CSA. Em tempo: qualquer uma dessas combinações, na primeira hora, é dolorosa como extrair um dente siso.
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Usiminas
17/06/2013Um Leonardo da Vinci siderúrgico, integrante de um dos conselhos da Usiminas, acha que uma saída para o inferno astral da empresa seria a Ternium escancarar a porta para a entrada do governo do estado no capital. Ou seja: fazer algo como uma “Cemig do aço”.
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Aço derretido
24/05/2013O investidor Lírio Parisotto, considerado por muitos o minoritário mais cricri do Brasil, estaria comprando gradativamente novos lotes de ações da Usiminas. Promessa de dias ainda mais difíceis para a Techint, controladora da siderúrgica, com quem Parisotto vive a s turras.
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Benjamin gostaria de ter Nildemar em casa
15/04/2013O que pensar de Benjamin Steinbruch? Dizem que é um dos maiores, senão o maior empresário do Brasil. O que pensar de Nildemar Secches? Afirmam que é simplesmente o Messi da gestão corporativa. E o que pensar dos dois juntos? Pois bem, seria uma das mais explosivas duplas do setor privado brasileiro. Steinbruch, segundo uma fonte do RR, flerta com a ideia de se restringir ao papel de chairman, profissionalizando a gestão das suas diversas empresas. Para isso, o executivo principal teria de ser um craque, respeitado pelos seus pares e com amplo trânsito no governo. No fundo, no fundo, Steinbruch não acreditava muito na hipótese. Isso até que o processo de desligamento de Secches da BRF começou a amadurecer. O executivo seria o homem certo, no local certo, na hora certa. As empresas de Steinbruch, exceção ao complexo CSN/Casa de Pedra, estão todas de costas umas para outras. Hoje, são companhias separadas pelo mesmo controlador, satélites que se distanciam cada vez mais da holding. Todas elas têm problemas organizacionais, muito em razão da própria estrutura corporativa do grupo, que mistura alhos com bugalhos, tecidos com placas de aço, cimento com financiamento para compra de geladeiras, e assim por diante. São companhias a procura de upgrade administrativo, reestruturação nas suas diversas áreas e um banho de loja, por assim dizer. O passaporte de Nildemar Secches seria carimbado por Benjamin Steinbruch não somente para equacionar esses problemas mais “comezinhos”, mas, sobretudo, para enfrentar os megadesafios, criar uma identidade para o grupo e preparar sua expansão. Soa até estranho que Steinbruch deixasse outro, que não ele, exercer a missão. Mas o fato é que o “Barão do Aço” não conseguiu dar conta de carregar todos esses dólmens sozinho. A CSN tem de resolver o problema da Transnordestina; o grupo precisa expandir a operação de Casa de Pedra para se tornar uma grande mineradora; o crescimento da produção de cimento continua na gaveta; o Banco Fibria não para de dar maus resultados; a CSA, cuja aquisição é uma incógnita, exigirá um trabalho hercúleo para se colocar a casa em ordem. E existem planos para empreender na área de combustíveis renováveis, tecnologia e até mídia. Isso para não falar na disposição de Steinbruch de azucrinar os ítalo-argentinos da Ternium na Usiminas e prosseguir buscando ativos no exterior para consolidar seu plano de internacionalização da siderurgia. O ex-presidente da Perdigão e da BRF é a outra metade desses desafios. Nildemar Secches, egresso do BNDES, passeia pelo banco como se fosse o corredor da sua casa. E talvez seja hoje o executivo com melhor relacionamento junto aos maiores fundos de pensão do país. São dois predicados que Benjamin Steinbruch perdeu em sua trajetória errática entre sucessos e contenciosos. Querer Secches o empresário ainda nem sabe se quer. Ele pensa em voz alta, flerta solitariamente. Mas é provável, segundo o RR apurou, que nos próximos dias o convite seja feito. Daqueles ainda para pegar na mão, sem juras de amor. Quem conhece Nildemar Secches sabe que ele também é difícil. O executivo costuma exigir autonomia para tocar os negócios. Como Steinbruch é um problemão, resta saber se esse será um daqueles raros casos em que dois bicudos se beijam.
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Energia limpa
13/03/2013O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais vai abrir o cofre para financiar projetos de geração renovável. A Omega, que tem entre seus investidores o ex-presidente da Usiminas Wilson Brumer, está na fila do gargarejo. A empresa já participa da construção de diversas PCHs em Minas Gerais.
Acervo RR
Ternium fixa residência no Brasil se levar a CSA
21/01/2013O cenário é árido e a temperatura, tórrida, tal qual a de um alto-forno de aciaria. Os dois oponentes se observam com um olhar gélido e injetado de sangue. De um lado da pista, o vulto suscita a imagem de Giuliano Gemma com um poncho com as cores da bandeira portenha caído sobre os ombros. Na direção inversa, postado como um vergalhão, um clone barroco de Clint Eastwood com traços tipicamente judaicos aquece sua mão na coronha do Colt 45. A cena do bizarro western ?siderúrgico- espaguete? é uma metáfora burlesca do duelo pela aquisição do controle da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), que deve ser concluído até o Carnaval. O Giuliano Gemma da vida real é a Ternium, que remonta ao lendário siderurgista ítalo-argentino Agostino Rocca – velho camarada do Duce. O Clint Eastwood de nervos de aço atende pelo nome de Benjamin Steinbruch, considerado por muitos o maior empresário do Brasil, não obstante o estilo espalha- brasa que o notabilizou. Cada um tem seus trunfos no coldre. Benjamin carrega a bandeira do nacional-siderurgismo. Sabe que, se perder essa contenda, a CSN ficará isolada, cercada de gringos por todos os lados. E a indústria siderúrgica praticamente inteira se tornará um sangrador de divisas. Benjamin conta com o BNDES para se tornar o grande player nacional do setor. Um ponto a favor é sua relação estreita com Luciano Coutinho. Sabe como é… É sempre melhor ter amigos. Desconfortável seria apenas a participação da Vale em 30% do projeto. Não que incomode a presença da mineradora no capital, mas, sim, o acordo de reserva de mercado para a venda de minério de ferro. A CSN teria vantagens em se livrar dessa camisa de força devido a autossuficiência nesse insumo. No entanto, é bom lembrar que o BNDES, virtual sócio na empreitada, é também controlador da Vale. Noves fora essa inevitável equação mineral, a aquisição alçaria a CSN a um novo patamar. Com a CSA, ela praticamente duplicará de tamanho, passando de 5,6 milhões para 10,6 milhões de toneladas de capacidade instalada. Deixará para trás a ArcelorMittal, que produz cerca de dez milhões de toneladas de aço por ano e é a primeira no ranking brasileiro. A Ternium, por sua vez, adoraria passear com a Vale em uma gôndola de Veneza. A empresa até tem minério de ferro, por meio da Usiminas, porém se trata de uma matéria-prima de qualidade inferior e logística complexa. Os ítalo-portenhos têm a siderurgia no sangue e são considerados excepcionais gestores, vide o exemplo da própria empresa mineira, que chegou a ser tida como um ativo de segunda classe e está sendo tocada com maestria e precisão. Mas a bala de prata que a Ternium guarda para vencer o duelo ao por do sol da CSA é o anúncio da transferência de sua sede da Argentina para o Brasil. Em tese, o grupo viraria empresa nacional. E passaria a ter uma capacidade instalada no país da ordem de 14 milhões de toneladas. Correndo por fora, como um Lee Van Cleef de turbante, os indianos da ArcelorMittal. São conversas ainda nebulosas, já que as tratativas com a Thyssen envolvem a aquisição de uma usina no Alabama. Segundo o Wall Street Journal, a negociação poderia incluir a CSA. O RR acha que o jornalão norteamericano está por fora. Se o pistoleiro outsider vencer a rodada de fogo, aí a coisa fica séria. A ArcelorMittal faria uma festa, disparando no setor, com 15 milhões de toneladas de capacidade. Nesse caso, o western “siderúrgico-espaguete” seria filmado em Bollywood.
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Ferrugem
1/10/2012Forçada a se desfazer de ativos para abater sua dívida, na casa dos R$ 5 bilhões, a Usiminas tomou um choque de realidade. Começou pedindo mais de R$ 400 milhões por sua divisão automotiva, fabricante de peças e cabines de caminhões e ônibus. Agora, quem chegar com algo em torno R$ 250 milhões leva. O RR procurou a Usiminas, que não quis se pronunciar.
Acervo RR
Valério de aço
28/09/2012A Techint não tem culpa disso. Mas todo mundo se esqueceu de que Marcos Valério tinha um escritório cativo dentro da Usiminas.
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Graça ergue a bandeira da "nacionalização possível"
13/09/2012Querer não é exatamente poder – embora ela possa, e muito. Mas Maria das Graças Foster decidiu encampar uma causa polêmica, extremamente impopular entre o empresariado nacional e, acima de tudo, conflitante com o momento de desindustrialização que atravessa o país. Graça tem feito desabrida campanha pela redução do índice de nacionalização de máquinas e equipamentos para a área de petróleo e gás. É bom ressaltar que a medida não tem qualquer familiaridade com o seu ideário. Graça, nacionalista de carteirinha, defende a proposta como se estivesse se impingindo um autoflagelo, quase uma mutilação. Mas, entre o apego a s suas mais arraigadas convicções e o cumprimento do cronograma de investimentos da Petrobras, o pragmatismo falou mais alto. Graça está convencida de que será impossível entregar no prazo os projetos da estatal na área de E&P com o atual coeficiente de nacionalização – que prevê uma cota média de 65% de produtos e serviços made in Brazil. E, dessa vez, nem dá para culpar José Sergio Gabrielli. Até pelo cargo que ocupa, é natural que Graça Foster esteja na linha de frente da mobilização junto ao governo. Esta, no entanto, é uma bandeira hasteada tanto pela Petrobras quanto por outras grandes petroleiras. Há um consenso de que a política de nacionalização pode até ter se alinhado ao pleito de muitos setores da indústria, mas caminhou de costas para os interesses da área de E&P. As empresas de petróleo comungam também a aversão ao trabalho da ANP. A agência reguladora teria se baseado em dados equivocados, que acabaram servindo como referência para o cálculo do coeficiente de nacionalização. Além disso, existe a sensação de que a ANP olhou muito mais para o próprio umbigo do que para o interesse nacional. A entidade teria enxergado na nova política um caminho para aumentar sua influência sobre o setor. A equação é simples: regulação é igual a poder. Quanto mais amarras, mais a ANP mandará. As petroleiras alegam ainda que a medida gerou benefícios a uma miríade de interessados que contribuirão pouco ou nada para a nacionalização do setor. São estaleiros que nunca foram estaleiros, produtores de bens de capital que nunca foram produtores de bens de capital e outras empresas que querem apenas o bem-bom da reserva de mercado, mas não se comprometem com prazos. Há ainda uma leva de fundos de private equity que atuam em toda a cadeia de suprimento para a produção do petróleo, na maioria dos casos apoiando-se em recursos do governo. Para Graça Foster e outros dirigentes do setor, a conta não fecha e ponto final. Segundo cálculos da Petrobras, hoje a indústria nacional não teria condições de atender sequer a 40% da demanda por máquinas e equipamentos. A situação tende a se agravar em 2013, com os leilões do pré-sal. No caso da indústria naval, o cenário é mais dramático. O maior exemplo são as encomendas da Transpetro no âmbito do Promef. No médio prazo, é quase impossível que os estaleiros nacionais garantam o coeficiente de 70%. O gargalo, aliás, começa na base da pirâmide de produção. A Usiminas, que detém praticamente o monopólio no fornecimento de chapas de aço para o setor naval, está longe de suprir a demanda. Isso para não citar a falta de competitividade do produto nacional, até 40% mais caro do que no exterior. Resultado: o que Graça e seus pares querem é a nacionalização possível no horizonte. O coeficiente ótimo, seja lá qual for, fica depois.
Acervo RR
Graça ergue a bandeira da “nacionalização possível”
13/09/2012Querer não é exatamente poder – embora ela possa, e muito. Mas Maria das Graças Foster decidiu encampar uma causa polêmica, extremamente impopular entre o empresariado nacional e, acima de tudo, conflitante com o momento de desindustrialização que atravessa o país. Graça tem feito desabrida campanha pela redução do índice de nacionalização de máquinas e equipamentos para a área de petróleo e gás. É bom ressaltar que a medida não tem qualquer familiaridade com o seu ideário. Graça, nacionalista de carteirinha, defende a proposta como se estivesse se impingindo um autoflagelo, quase uma mutilação. Mas, entre o apego a s suas mais arraigadas convicções e o cumprimento do cronograma de investimentos da Petrobras, o pragmatismo falou mais alto. Graça está convencida de que será impossível entregar no prazo os projetos da estatal na área de E&P com o atual coeficiente de nacionalização – que prevê uma cota média de 65% de produtos e serviços made in Brazil. E, dessa vez, nem dá para culpar José Sergio Gabrielli. Até pelo cargo que ocupa, é natural que Graça Foster esteja na linha de frente da mobilização junto ao governo. Esta, no entanto, é uma bandeira hasteada tanto pela Petrobras quanto por outras grandes petroleiras. Há um consenso de que a política de nacionalização pode até ter se alinhado ao pleito de muitos setores da indústria, mas caminhou de costas para os interesses da área de E&P. As empresas de petróleo comungam também a aversão ao trabalho da ANP. A agência reguladora teria se baseado em dados equivocados, que acabaram servindo como referência para o cálculo do coeficiente de nacionalização. Além disso, existe a sensação de que a ANP olhou muito mais para o próprio umbigo do que para o interesse nacional. A entidade teria enxergado na nova política um caminho para aumentar sua influência sobre o setor. A equação é simples: regulação é igual a poder. Quanto mais amarras, mais a ANP mandará. As petroleiras alegam ainda que a medida gerou benefícios a uma miríade de interessados que contribuirão pouco ou nada para a nacionalização do setor. São estaleiros que nunca foram estaleiros, produtores de bens de capital que nunca foram produtores de bens de capital e outras empresas que querem apenas o bem-bom da reserva de mercado, mas não se comprometem com prazos. Há ainda uma leva de fundos de private equity que atuam em toda a cadeia de suprimento para a produção do petróleo, na maioria dos casos apoiando-se em recursos do governo. Para Graça Foster e outros dirigentes do setor, a conta não fecha e ponto final. Segundo cálculos da Petrobras, hoje a indústria nacional não teria condições de atender sequer a 40% da demanda por máquinas e equipamentos. A situação tende a se agravar em 2013, com os leilões do pré-sal. No caso da indústria naval, o cenário é mais dramático. O maior exemplo são as encomendas da Transpetro no âmbito do Promef. No médio prazo, é quase impossível que os estaleiros nacionais garantam o coeficiente de 70%. O gargalo, aliás, começa na base da pirâmide de produção. A Usiminas, que detém praticamente o monopólio no fornecimento de chapas de aço para o setor naval, está longe de suprir a demanda. Isso para não citar a falta de competitividade do produto nacional, até 40% mais caro do que no exterior. Resultado: o que Graça e seus pares querem é a nacionalização possível no horizonte. O coeficiente ótimo, seja lá qual for, fica depois.
Acervo RR
CSA e Usiminas puxam as peças do xadrez siderúrgico
26/07/2012A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) pode ser o pivô do redesenho da indústria siderúrgica nacional, que hoje vive o risco de ficar povoada de mausoléus ? leia-se usinas obsoletas, com baixa escala e reduzida perspectiva de investimento. A Usiminas é o melhor exemplo das siderúrgicas que estão virando sucata e cujo futuro depende de uma rearrumação das peças do setor. A companhia mineira é um buquê de ineficiências. Tem problemas de defasagem tecnológica, abriu frentes em demasia, sofre com a baixa capacidade de comercialização e tropeça em um esquema de logística fragmentado, com dificuldades junto a parceiros. A lista de corrosivas limitações da Usiminas inclui ainda a reduzida escala para os atuais padrões de competitividade do mercado e uma rentabilidade minguante e inferior a da concorrência. No ano passado, seu lucro já havia despencado 74% em relação a 2010. Nos primeiros três meses deste ano, sua performance degringolou. Entre janeiro e março, a empresa amargou prejuízo de R$ 70 milhões, contra perdas de R$ 26 milhões em igual período em 2011. Para efeito de comparação, a CSN também teve um declínio em seu desempenho, mas, ao menos, conseguiu ficar no azul no primeiro trimestre – o lucro caiu de R$ 617 milhões para R$ 110 milhões. Não bastassem esses atributos negativos, a grande aposta da Usiminas – a compra da J. Mendes, que permitiria o autossuprimento de minério de ferro – revelou-se muito aquém da expectativa. O minério é de baixo teor e seu custo de frete, um despropósito. Para se ter uma ideia, a Vale paga cerca de US$ 3 por tonelada no transporte da commodity. A Usiminas gasta dez vezes mais, algo próximo dos US$ 30 a tonelada. Quem chora pitangas com essa operação siderúrgica é a Ternium, que comprou caro uma siderúrgica enferma. O melhor dos mundos para o grupo ítalo-argentino seria voltar no tempo, mas, como este pacto com Cronos não é possível, a segunda boa hipótese é deixar o controle da Usiminas. Uma alternativa idealizada para a Ternium e a Usiminas seria uma dança das cadeiras envolvendo CSN e CSA. O grupo ítalo-argentino venderia sua participação na siderúrgica mineira a Benjamin Steinbruch, que já está apinhado de ações da empresa, mas não conseguiu entrar no bloco de controle. Ressalte-se que a CSN preenche as principais lacunas da Usiminas. Tem minério de boa qualidade e logística inteiramente equacionada. O ônus de quem fica, notadamente a Nippon Steel, seria conviver com Benjamin no Conselho. A incorporação da CSA, por sua vez, permitiria a Ternium criar o grande bloco de empresas siderúrgicas do Sudeste, partindo- se da premissa de que os ítalo-argentinos têm o compromisso e vão construir um smelter com capacidade para oito milhões de toneladas no Porto do Açu, no Norte Fluminense. Não faltariam ao grupo nem minério – leia-se a Vale, sócia da CSA – nem logística, nem escala. A montagem dessa engenharia é complexa. E, como toda a negociação de grande porte na indústria brasileira, passaria pelo BNDES. De qualquer forma, parece fazer mais sentido do que a hipótese de compra da CSA pela Ternium e pela Nippon Steel, trazendo a reboque no consórcio a enferrujada Usiminas. Se as partes se guiassem pela lógica, o que não necessariamente é intrínseco ao mundo dos negócios, o troca-troca começava já. Em tempo: neste tabuleiro, haveria, sim, a hipótese Jorge Gerdau. Mas, como se sabe, ele sempre quer levar tudo de graça.
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Usiminas
27/06/2012A Usiminas Automotiva, braço da siderúrgica mineira responsável pela produção de cabines de caminhões e ônibus, foi oferecida ao Grupo Randon. Faz parte da liquidação de ativos que a companhia vai promover na tentativa de amenizar sua grave crise financeira. Procuradas, Usiminas e Randon não se pronunciaram.
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Tubo de ensaio
22/03/2012Um grupo de minoritários peso-pesado da Confab vem questionando a operação triangular comandada pela Techint. O grupo ítalo-argentino está usando a fabricante de tubos para a obtenção de um empréstimo sindicalizado que será usado no pagamento da compra do controle da Usiminas. Consultada pelo RR, a Confab não quis se manifestar.
Acervo RR
Benjamin 2
14/03/2012Em tempo: Benjamin Steinbruch tem sorrido a toa com os resultados carbonizados da Usiminas. Se fosse entrar na disputa pela aquisição da usina hoje, pagaria apenas pouco mais de um terço do que o concorrente desembolsou.
Acervo RR
Benjamin sonha em juntar CSN e CSA no mesmo alfabeto
9/02/2012Acendeu uma lâmpada na mente de Benjamin Steinbruch. O empresário teve um momento Arquimedes, mas, em vez de sair pelos corredores da CSN gritando “Eureka”, o brado ouvido dentro da companhia foi “CSA! CSA!”. Segundo um interlocutor muito próximo a Benjamin, o empresário tem acompanhado com grande interesse o desenrolar do desencanto societário em torno da Companhia Siderúrgica do Atlântico. A disposição da ThyssenKrupp de vender sua participação na empresa despertou o dono da CSN. Cenários, possibilidades e números crepitam em sua cabeça. O custo oportunidade solta faíscas como um alto-forno siderúrgico. Pela condição de vendedora quase confessa e em razão da crise econômica na Europa, a ThyssenKrupp já entraria na negociação fragilizada. Dificilmente teria poder de barganha para cobrar um ágio expressivo pelo controle da CSA. Ressalte-se ainda o fato de que a Thyssen tem interesse em acelerar sua saída da CSA devido ao seu reposicionamento estratégico. O grupo pretende focar em projetos de alta tecnologia. Em uma só leva, Benjamin poderia também fisgar as ações pertencentes a Vale, assumindo integralmente o controle da CSA. A mineradora só se associou a ThyssenKrupp para viabilizar o projeto, mas nunca teve interesse em manter um smelter no Rio e, muito menos, comprar a parte dos alemães, como chegou a ser aventado. E o tempo dos projetos siderúrgicos como estratégia empresarial parece ter passado na Vale. Ao comprar as participações da ThyssenKrupp e da Vale, Benjamin Steinbruch poderia criar uma espécie de “Companhia Siderúrgica Nacional do Atlântico”. Ele passaria a ser não só o barão, mas o imperador do aço no Rio de Janeiro. A CSN praticamente dobraria de escala, saltando de 5,6 milhões de toneladas para aproximadamente 10,5 milhões de toneladas de aço por ano. Benjamin ultrapassaria Gerdau e Usiminas, com capacidade instalada, respectivamente, de dez e nove milhões de toneladas ao ano. Ficaria atrás apenas da Arcelor, com 15 milhões de toneladas. Com este conglomerado, Benjamin entraria de vez na disputa para formar a grande siderúrgica do país, movimento iniciado com a venda da Usiminas para a Techint. Sem dúvida é bem mais apetitoso do que comprar usinas dispersas, pequenas e sem competitividade, que estavam mofando nas prateleiras dos Estados Unidos e do Velho Mundo.
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PT
19/01/2012Engraçado, né? Imaginem só o que o PT faria se, no governo tucano, a Usiminas fosse desnacionalizada de bandeja.
Acervo RR
Steinbruch puxa a Argos das mãos dos Ermírio de Moraes
9/12/2011Para Benjamin Steinbruch, vingança é um prato que se serve ainda pelando. Que o digam os Ermírio de Moraes. Ao menos no caso da Votorantim, o Barão do Aço já sabe como dar o troco, mesmo que em cifras mais modestas, pela frustrada tentativa de compra da Usiminas. A vendetta virá sob a forma de cimento. A CSN prepara o bote sobre a Argos, uma das maiores cimenteiras da América Latina, com faturamento anual na casa de US$ 1,5 bilhão. Não é a primeira vez que a empresa colombiana aparece no radar da siderúrgica. Há cerca de dois anos, houve conversas com os controladores da Argos, mas Steinbruch nem chegou a fazer uma oferta pela companhia. Desta vez, no entanto, tudo leva a crer que o empresário irá com toda a sede ao pote. Motivação não lhe falta. A operação é uma alquimia entre o planejamento estratégico da CSN e o fel que corre nas veias de Steinbruch. A aquisição representaria um grande salto para a CSN, que deixaria de ser uma fabricante de cimento tupiniquim, dona de apenas uma planta industrial, em Volta Redonda (RJ), para se tornar um grupo com sólida presença internacional – leiase 11 unidades de produção na Colômbia e nos Estados Unidos. Este movimento se casa a perfeição com a estratégia da CSN para o setor. Embora suas promessas de investimento não sejam exatamente uma carta-fiança, vale lembrar que Steinbruch anunciou um desembolso superior a US$ 2 bilhões com o intuito de montar um cinturão de fábricas na América Latina. Ao mesmo tempo, o empresário teria o prazer, quase sádico, de atravessar o caminho dos Ermírio de Moraes. Recentemente, a própria Votorantim manteve contato com os acionistas da Argos para a compra de uma participação na companhia. Os desafetos de Benjamin Steinbruch certamente dirão que a eventual compra da Argos será uma espécie de vingança de Pirro. A importância da empresa colombiana no xadrez do cimento não chega nem perto do que a aquisição da Usiminas representaria para a CSN no tabuleiro da siderurgia. De fato, pode até não ser o contraataque que Steinbruch idealizou em seus sonhos mais maquiavélicos e rancorosos. Ainda assim, mesmo que em proporção menor, a perda da Argos representará um baque nos planos expansionistas da Votorantim. Do ponto de vista geoeconômico, os Ermírio de Moraes consideram fundamental criar um colar de ativos na área cimenteira em toda a América Latina. Não por acaso, o grupo, dono de 39% da argentina Avellaneda, está tentando comprar o restante das ações – ver RR nº 4.236. Com a incorporação da Argos, Steinbruch tiraria da vitrine uma das fabricantes mais cobiçadas da região, fechando a porta nos dedos de seus desafetos
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CSN
7/12/2011Um grande fundo de investimento norte-americano vendeu um significativo lote de ações da CSN poucos dias antes de a Techint comprar a participação de Camargo Corrêa e Votorantim na Usiminas – operação que frustrou os planos expansionistas de Benjamin Steinbruch. O mesmo fundo, por uma dessas coincidências da vida, também é acionista da siderúrgica mineira. a”, xente, que sorte, hein!
Acervo RR
Benjamin aduba CSN com a antipatia alheia
18/10/2011Pergunta que atormenta dez entre dez empresários que conhecem bem o empresário Benjamin Steinbruch: como um personagem tão intragável e reconhecidamente de inamistosa convivência consegue alcançar tamanho sucesso empresarial? É claro que o enigma tem resposta. Como se ouve em vários corredores do grande capital -Bradesco, entre eles – Benjamin é hoje o maior empresário do Brasil, só rivalizando, talvez,com Marcelo Odebrecht, que,pela sua juventude, ainda é um Neymar da seleção do big business. O fato é que Benjamin está apostando fichas cada vez mais altas no processo de diversificação da CSN. Após consolidar sua posição nas áreas de mineração e de cimento, o grupo prepara sua entrada na produção de fertilizantes. Benjamin não vai começar o trabalho de aragem do zero. Pretende partir para aquisições. Dentro da CSN, o nome mais falado é o da Copebras, fabricante de matérias-primas para a indústria de fertilizantes controlada pela Anglo American.Com faturamento anual na casa de R$ 1,5 bilhão, a Copebras talvez tenha se tornado o ativo mais cobiçado do setor no Brasil após a venda das operações da Bunge para a Vale.Com fábricas em Catalão (GO)e em Cubatão (SP), tem capacidade anual de 1,35 milhão de toneladas. Há anos, a Anglo American caminha sobre a corda bamba, sempre hesitante entre vender ou não vender a empresa. Talvez ainda não tenha recebido a oferta certa na hora certa. Os ingleses estariam pedindo cerca de US$ 1,2bilhão. É bom lembrar que Benjamin tem um baú de ouro chamado Casa de Pedra. Um pedacinho da sua mina de ferro vale para a Anglo American uma penca de empresas de fertilizantes. Mas o mundo não é tão linear assim. Outras empresas, ainda que de menor porte, aparecem no radar da CSN, como Heringer e Nutriplant.Pouco a pouco, Benjamin Steinbruch está reestruturando o grupo sem recuar um milímetro na siderurgia, seu core business.Recursos não lhe faltam.A CSN tem dinheiro em caixa que se acumula desde a tentativa de compra da Corus, há quatro anos. Sua disponibilidade de recursos próprios beira os R$ 12bilhões, com potencial de alavancagem de dar calafrio. Esta condição tem permitido ao empresário avançar simultaneamente em fronts distintos. De um lado, ele estica o elástico e força a barra para uma potencial aquisição da Usiminas – convicto deque a CSN, empresa mais rentável do setor, é a melhor solução para o grupo mineiro; do outro, intensifica um processo de diversificação operacional no qual muitos não acreditavam, dada a sua incompatibilidade com ativos -diferentes- vide as frustradas experiências na Light e na Vale, onde se enrolou com problemas de alavancagem financeira e pela dificuldade de adotar uma governança compartilhada.Coincidência ou não, ainda que por vias transversas,Benjamin volta a esbarrar com a Vale por conta do processo de multiplicação dos seus negócios. Primeiro, os investimento sem mineração. Agora, a área de fertilizantes, setor no qual a Vale tem feito pesados a portes. Nos sonhos de Benjamin Steinbruch, existe uma quarta e inusitada área de iversificação: TV a cabo e negócios na internet. Tem conversado cada vez mais amiúde sobre o assunto com um ex-executivo da Oi e da Net. Difícil mesmo vai ser ele fazer o greenfield nessa área. Promessa de mais um novo capítulo de caneladas, cotoveladas e cascudos de Benjamin em quem quer que venha pela frente. É um craque, mas botocudo.
Acervo RR
Minério da CSN
14/09/2011Paralelamente ao movimento de ocupação do capital da Usiminas, Benjamin Steinbruch decidiu deflagrar outro projeto estratégico: a expansão do braço de mineração da CSN para o exterior. A siderúrgica está negociando a compra de jazidas de minério de ferro no Peru.
Acervo RR
Warren Buffett busca um lugar Á mesa na Brasil Foods
31/08/2011Warren Buffett não é Benjamin Steinbruch nem tampouco a Brasil Foods (BRF) é a Usiminas. No entanto, guardadas as devidas proporções, o megainvestidor norte-americano e a indústria de alimentos estão protagonizando uma história similar a que une Benjamin e a siderúrgica mineira. A Berkshire Hathaway, empresa de investimentos de Buffett, tem comprado sucessivamente ações da BRF na Bovespa e ADRs na Bolsa de Nova York. Já tem quase 5% do capital total e, neste momento, está em negociações com dois fundos de investimento de origem norte- americana para a compra de um lote de ações que soma quase 3%. A fonte do RR ? Negócios & Finanças está encastelada em um destes private equities, dono de aproximadamente 2% dos papéis da BRF. Se concretizar esta operação, Buffett se tornará um dos principais acionistas individuais da BRF com aproximadamente 8%. Vai, portanto, se igualar a Tarpon Investimentos e ficar bem próximo da Previ e da Petros, detentoras, respectivamente, de 12% e 10% do capital. O movimento da Berkshire vai além de uma simples operação de portfólio. A compra de ações da BRF é apenas a ponta do iceberg de um projeto bem maior. A gestora de recursos pretende montar um colar de participações expressivas em empresas brasileiras, inclusive com presença na gestão destas companhias. A BRF seria exatamente a ponta de lança deste projeto. Com uma fatia significativa do capital, a Berkshire abriria espaço, inclusive, para participar do acordo de acionistas da empresa, capitaneado pelos fundos de pensão. Com mais de US$ 250 bilhões em ativos, a Berkshire Hathaway vem ampliando seus investimentos em países emergentes. Tem participação em diversas empresas chinesas. Agora, chegou a vez do Brasil, mercado que os norte-americanos consideram absolutamente estratégico. Além da indústria de alimentos, a empresa mira nos setores de varejo, tecnologia e saúde. Só falta agora Buffett desembarcar no Brasil pedindo impostos mais altos para os ricos.
Acervo RR
O aggiornamento da sustentabilidade
15/08/2011Eliezer Batista é a própria sustentabilidade. Fonte renovável de contribuições para o Brasil, o expresidente da Vale é um dos artífices de uma inovação no conceito de desenvolvimento sustentável que começa a ser adotada por grandes grupos empresariais brasileiros. Açominas, Usiminas e V&M são algumas das empresas que já estão guiando seus futuros investimentos com base neste novo paradigma. Para simplificar, este aggiornamento da sustentabilidade atende pelo nome de Sistema de Gestão Integrada. Trata-se da última fronteira, um passo adiante em relação ao conceito original de desenvolvimento sustentável formulado pelo próprio Eliezer Batista e pelo empresário suíço Stephan Schmidheiny no início dos anos 90. O BNDES está apoiando a implementação destes novos parâmetros, Não é de hoje, o banco tem usado a avaliação das ações de sustentabilidade como critério para a concessão de empréstimos a projetos de economia física. Dentro deste processo darwiniano de evolução natural, variáveis como transversalidade da cultura e logística de integração ampla se juntam aos três vértices sobre os quais se equilibrou o conceito inicial de sustentabilidade ? econômico, social e ambiental. O Sistema de Gestão Integrada busca a simbiose da prosperidade dos empreendimentos com o seu entorno. O ensino das pessoas, por exemplo, está voltado para a combinação do interesse local e da tecnologia mais avançada. Outra questão fundamental: todos os projetos corporativos passam a ser certificados periodicamente, com o objetivo de atestar o cumprimento das diversas premissas.
Acervo RR
Abílio, Adriano, Benjamin e Silvio
3/08/2011Há um pouco de Abílio em Schincariol e de Adriano em Diniz. Porém, existem exceções. Se, por um lado, Abílio conseguiu detonar antes a família para só então se arriscar em ousadas operações com o Pão de Açúcar, por outro Adriano vendeu seu quinhão sem ser exposto em praça pública, não obstante seguir com a parentada da oposição dentro de casa. Diferença fundamental pró- Adriano: ele negociou o que era seu, e não espuma com colarinho grosso, o que o supermercadista tem para dar e vender. —Benjamin Steinbruch avança na Usiminas. Dono de 10,8% das ordinárias, está prestes a fisgar, de uma só vez, um lote de 3% pertencente a um fundo de investimentos. Se os japoneses da Nippon Steel enxergassem um pouco além do Pacífico, compravam quilos de antidistônico para consumo próprio, aceitavam Benjamin em núpcias e saiam gritando “Tora, Tora, Tora!”. Essa aparente lisergia valeria nada mais, nada menos do que o prêmio de ver a ArcelorMittal bem longe nos espelho retrovisor. — Diante das câmeras, Silvio Santos abre o tradicional sorriso e insiste em dizer que não vende a fabricante de cosméticos Jequiti. Na coxia, no entanto, conversa, entredentes, com Avon e Hypermarcas. As duas empresas já manifestaram, inclusive, o interesse de que o empresário permaneça no capital da empresa como minoritário. Ao manter o cordão umbilical com Silvio Santos, Avon e Hypermarcas entendem que será mais fácil garantir que o apresentador siga como garoto-propaganda da Jequiti em seus programas no SBT.
Acervo RR
Gerdau Mineração já vem ao mundo a caminho do IPO
18/07/2011Jorge Gerdau prepara um movimento estratégico para consolidar suas operações na área de mineração. A Gerdau – que, nos últimos anos, intensificou seus investimentos na compra de jazidas de minério de ferro – vai fazer um spin off destes ativos e criar uma nova empresa. A subsidiária, já chamada dentro do grupo de Gerdau Mineração, englobará as reservas de Miguel Burnier, Várzea do Lopes, Gongo Soco e Dom Bosco, todas em Minas Gerais. O passo seguinte será o mercado de capitais. O objetivo dos Gerdau é promover o IPO da companhia em 2012. A ideia é ofertar em Bolsa até 40% das ações. Antes, o grupo siderúrgico pretende arrematar novas jazidas de minério de ferro, o que permitirá a nova empresa chegar com a musculatura ainda mais reforçada a vitrine da BM&F Bovespa. A subsidiária deverá atingir no próximo ano uma capacidade de produção em torno de 6,5 milhões de toneladas. As quatro minas somam quase três bilhões de toneladas. A criação de uma nova empresa e seu consequente IPO significam um desvio de rota nos planos originalmente traçados pela Gerdau. Inicialmente, a ideia era vender participações isoladas em cada uma das minas para tradings internacionais. O interesse da Gerdau permanece de pé, mas agora sob novo formato. A abertura de capital em Bolsa será a porta de entrada de tradings no capital da subsidiária. Ao amarrar todos os ativos em uma espécie de subholding, a siderúrgica espera aumentar significativamente o valuation de suas operações em mineração. Já existem conversas preliminares com as japonesas Marubeni e Sumitomo. Esta última, não custa lembrar, é acionista da Usiminas Mineração e da Namisa, empresa que reúne os ativos de minério de ferro da CSN. A Gerdau não pretende fazer economia em seu programa de investimentos. Ao longo dos próximos dois anos, vai desembolsar cerca de R$ 400 milhões, seja para o aumento da produção nas minas já existentes, seja na aquisição de novos ativos. Contando apenas as reservas atualmente em seu poder, o grupo prevê alcançar uma produção anual de 25 milhões de toneladas dentro de quatro anos. Além de atender a s próprias usinas, a Gerdau vai vender o excedente da produção tanto para siderúrgicas nacionais quanto internacionais.
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Usiminas
9/05/2011Benjamin Steinbruch vem assediando a Mitsubishi Corporation, dona de 1,5% das ações ordinárias da Usiminas.
Acervo RR
O – Plano C- na estratégia de Benjamin Steinbruch
11/04/2011Diante da complexa investida sobre a Usiminas ? não obstante a tentativa de comprar 10% da empresa mineira, a CSN está longe de ser a preferida do governo para a associação ? Benjamin Steinbruch já tem a mão não um plano B, mas sim um plano C. -C-de cimento. Ao contrário do que ocorre na siderurgia, notadamente no que diz respeito a tentativa de entrada forçada na Usiminas, a CSN tem uma janela aberta para crescer na indústria cimenteira. A alternativa vem sendo discutida nas reuniões de diretoria da empresa. A expansão no setor tem notória sinergia com a operação siderúrgica do grupo, em razão do uso da escória para a produção de cimento. Os investimentos da CSN no setor inicialmente estavam focados no crescimento pelo greenfield. Mas, na empresa, há um consenso de que o grande salto no setor só virá por meio de aquisições. Neste caso, as atenções de Benjamin Steinbruch se voltam na direção da João Santos, segunda maior produtora de cimento do país e alvo constante do assédio de grupos internacionais, como a Lafarge ? ver RR – Negócios & Finanças edição nº 4.098. Com a aquisição, a CSN herdaria um conglomerado de 11 fábricas, sete delas no Nordeste, região com altas taxas de crescimento no setor de construção civil. Os planos de Benjamin Steinbruch para o setor de cimento são sinuosos. O apetite da CSN não para na João Santos. Uma vez fortalecida pela compra do grupo pernambucano, a empresa partiria para uma aquisição de mais fôlego, capaz de lhe dar maior envergadura e poder de fogo diante da inevitável concorrência com os Ermírio de Moraes. O barão da CSN sonha alto. Informações filtradas da própria companhia indicam que o ?Plano C? contemplaria a aquisição dos ativos de um grande grupo internacional no Brasil. Dinheiro é o que não falta. Os olhos de Benjamin brilham quando são mencionados os nomes da própria Lafarge ou da suíça Holcim. Cada uma delas tem uma participação próxima dos 7% no mercado nacional de cimento. Significa dizer que, eventualmente, ao engolir a João Santos e as operações brasileiras de uma das multinacionais, a CSN sairia de uma posição ainda pequena no setor para um market share superior a 19%. A companhia abriria uma razoável distância em relação a Camargo Corrêa e a Cimpor, detentoras, respectivamente, de 10% e 9% das vendas de cimento no país. Partir para cima da Holcim ou da Lafarge ? que acena com investimentos de peso no país, ver também RR nº 4.098 ? é uma ideia que encantaria o BNDES por estar em linha com a política industrial praticada pelo banco, ou seja, a consolidação de grandes grupos nacionais. Por um capricho do destino, Steinbruch voltaria a se bicar com os Ermírio de Moraes, embate que deu a tônica na privatização da Vale. Com as aquisições, a CSN passaria a brigar em condições bem menos desiguais em relação ao Votorantim, dono de mais de 40% de market share. O crescimento pelo greenfield seria a cereja no sundae. A companhia ainda poderia se dar ao luxo de prosseguir com os investimentos programados na área de cimento, leia-se a duplicação da unidade de Volta Redonda e a construção de três fábricas, que serão localizadas no Nordeste, Centro-Oeste e Sul. O investimento previsto apenas na instalação das três novas unidades é de aproximadamente US$ 700 milhões
Acervo RR
Gerdau e Usiminas é aço forjado no próprio Planalto
25/03/2011Jorge Gerdau está cumprindo missão. A investida da Gerdau sobre as ações dos funcionários da Usiminas e os planos de fusão com a Açominas são apenas da missa a metade. Por trás deste enredo, há um chamamento do Planalto para uma operação muito maior. Para aqueles que se arrepiam com a estratégia do BNDES em criar conglomerados com inserção competitiva no exterior, vem aí mais um capítulo. O projeto do governo é fomentar a associação entre a Gerdau e a Usiminas e criar um agente consolidador do setor siderúrgico não apenas no Brasil, mas, sobretudo, com perspectiva internacional. Juntas, as duas empresas poderiam disputar a compra de empresas no exterior. Um dos alvos seria a Ternium, braço siderúrgico do grupo ítalo- argentino Techint, que também chegou a se candidatar a aquisição das ações dos funcionários da Usiminas. Juntas, as três empresas formariam um conglomerado com produção anual de 35 milhões de toneladas de aço, plantas no Brasil, Estados Unidos, México, Argentina e Colômbia, e faturamento equivalente a R$ 60 bilhões. Curiosamente, há pouco mais de um mês, a própria Usiminas vendeu sua participação de 14,2% no capital da Ternium. . Para que a associação com a Usiminas seja concretizada, a Gerdau terá de avançar também sobre as ações da Camargo Corrêa e dos Ermírio de Moraes no bloco de controle da Usiminas. No entanto, esta operação não será apenas um acordo entre compadres do baronato empresarial. Toda esta engrenagem tem ainda duas peças fundamentais: o BNDES e a Nippon Steel. O banco entraria na operação com duplo chapéu: como acionista, ingres sando no bloco de controle da Usiminas, e como financiador da própria compra da Ternium ou de outras siderúrgicas no exterior. Os japoneses, por sua vez, cederiam parte de suas ações para o desembarque da Gerdau e do BNDES no controle da siderúrgica mineira. Guardadas as devidas proporções, a Nippon teria uma condição semelhante a da Mitsui na Vale. A siderúrgica japonesa permaneceria com uma posição estratégica na empresa mineira. A redução da sua fatia societária seria amplamente compensada pela participação em um grupo de porte ainda maior. Mal comparando, seria uma negociação a la Oi, em que todos cederiam um pouco daqui e dali em nome de uma operação de grande envergadura. Para Jorge Gerdau, este projeto seria a concretização de um sonho. O empresário, que sempre teve complexo por ser chamado de fabricante de vergalhão e arame, entraria no segmento de aços planos. Seria uma promoção de tenente para marechal. Se, na visão do Planalto, a Gerdau deve ser o cavalo vencedor, o páreo já começa com um grande perdedor. A intenção do governo de estimular a associação entre a Gerdau e a Usiminas é um tiro na femoral de Benjamin Steinbruch, que também alimenta a pretensão de comprar a siderúrgica mineira. Como de hábito, o empresário pecou pelo estilo. Benjamin entrou no negócio dando uma tesoura voadora. Comprou participações da companhia em mercado, soltou um comunicado sobre o seu interesse em ingressar no bloco de controle da Usiminas e desdenhou conversar com os japoneses. Não bastasse a ausência de tato, faltou ainda o principal: contar com a simpatia do governo.
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Blindagem
22/03/2011Nos dois últimos trimestre de 2010, as vendas da Usiminas caíram, em média, 12%. A pedra no sapato foi a concorrência com o aço importado, sobretudo da China. Wilson Brumer, que é um craque, já iniciou um périplo em Brasília na tentativa de aumentar as alíquotas para a entrada do insumo no país.
Acervo RR
Benjamin Steinbruch reencontra o óbvio perdido
3/02/2011A investida da CSN sobre a Usiminas é uma operação capaz de mover placas tectônicas não apenas na siderurgia, mas também em outros três importantes setores da economia: as áreas de cimento, de mineração e de energia. Tudo em razão dos personagens e do modelo emvolvidos na negociação. Benjamin Steinbruch estaria disposto até a abrir mão de seus ativos na área cimenteira para ingressar no bloco de controle da Usiminas e se transformar no maior player siderúrgico do país. Steinbruch aceita colocar suas usinas de cimento sobre a mesa em uma negociação para a compra das participações da Camargo Corrêa e da Votorantim, as únicas portas de entrada no controle da companhia mineira ? uma vez que a Nippon Steel não tem qualquer interesse em se desfazer de sua posição estratégica na siderúrgica. Os ativos da CSN dariam liga a formatos híbridos de negócio. Um deles envolveria parte do pagamento cash e parte com a transferência das fábricas de cimento. Em outro modelo, a Camargo Corrêa e o Votorantim teriam acesso a escória gerada na aciaria da Usiminas, garantindo matéria-prima para a produção de cimento. CSN e Usiminas protagonizam uma crônica da fusão anunciada há mais de uma década. O namoro começou na época das privatizações. Posteriormente, quando ainda estavam no bloco de controle da usina mineira, Bradesco e Vale passaram a ser vistos como janela para o ingresso da CSN no capital da empresa. Mais recentemente, a frente do BNDES, Carlos Lessa tentou emplacar a fusão entre as duas siderúrgicas, também sem sucesso. Steinbruch tem moeda de troca e dinheiro em caixa para ressuscitar o projeto. Em jogo, a possibilidade de se tornar o maior siderurgista do país. Juntas, CSN e Usiminas produzem 10,5 milhões de toneladas por ano. Com os planos de expansão da siderúrgica mineira e o projeto de duplicação da usina de Volta Redonda, a nova empresa atingiria uma capacidade superior a 16 milhões de toneladas em até quatro anos. Deixaria para trás a ArcelorMittal, cuja produção está na casa dos 13 milhões de toneladas. Para completar, Benjamin estaria sentado sobre uma significativa reserva de minério de ferro, juntando-se Casa de Pedra com as quatro jazidas da siderúrgica mineira em Serra Azul (MG). Além de redesenhar o equilíbrio de forças no setor siderúrgico, a operação teria impacto na área cimenteira. Ao herdar os ativos da CSN, incluindo os projetos para a construção de três novas fábricas, o Votorantim ficaria ainda mais folgado na liderança do setor. A Camargo Corrêa, por sua vez, teria um trunfo na disputa que trava com o Grupo João Santos e a Holcim pelo segundo lugar no ranking. Completando o seu múltiplo efeito, o movimento da CSN teria o poder ainda de rearrumar as peças no tabuleiro da energia elétrica, criando mais um grande grupo no setor. Com os recursos amealhados com a venda de suas ações na Usiminas, a Camargo Corrêa ganharia ainda mais musculatura para disputar a compra da Neonergia, abrindo caminho para a sua posterior fusão com a CPFL. Estima-se que os herdeiros de Sebastião Camargo precisariam de quase R$ 9 bilhões para consumar a operação. Ressalte-se ainda que a associação entre a CSN e a Usiminas conta com a simpatia do governo, notadamente do BNDES. Além de permitir a criação de um grande grupo siderúrgico de controle nacional, a negociação possibilitaria a redução das importações de aço, assunto que tem mobilizado o governo.
Acervo RR
Amsted Maxion embarca no trem da Usiminas
24/01/2011A Amsted Maxion está interessada na compra da divisão de equipamentos ferroviários da Usiminas Mecânica, controlada pela Usiminas. A aquisição significaria a incorporação de uma fábrica de vagões no distrito de Santana do Paraíso, em Ipatinga (MG). A Amsted Maxion herdaria ainda uma cobiçada carteira de pedidos, além de um acordo já fechado entre a Usiminas Mecânica e a norte-americana Standard Car Truck (SCT) para a produção de truques ferroviários ? conjunto de componentes fundidos, como rodas, eixos e molas, responsável pela suspensão e movimento dos vagões. O início da fabricação do equipamento está previsto para o segundo semestre. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Usiminas negou a operação. Já a Amsted-Maxion não se pronunciou até o fechamento desta edição. Trata-se de uma operação complexa, que pode ir parar na cancela do Cade. Com a aquisição, a Amsted Maxion passaria a ter quase 70% das vendas de equipamentos ferroviários no país, abrindo larga vantagem para o seu principal concorrente, o Grupo Randon. As previsões de crescimento do setor inflam o interesse da empresa. A demanda por vagões e outros equipamentos vem crescendo, em média, 30% ao ano. Parte do aumento dos pedidos se deve ao Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do BNDES, que garante condições especiais de crédito para a compra de componentes ferroviários. A previsão é de que as vendas de vagões no Brasil atinjam a marca de cinco mil unidades neste ano e seis mil em 2012, contra 1,3 mil em 2009.
Acervo RR
Barreira anti-China
19/10/2010Valendo-se do chapéu de vice-presidente da Fiemg, o ex-número 1 da Usiminas, Marco Antonio Castello Branco, mergulhou de corpo e alma no lobby da entidade junto ao governo federal com o objetivo de restringir a entrada de grupos chineses na mineração e em siderurgia no país.
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Usiminas
26/03/2010Só a milenar paciência oriental contém os japoneses da Nippon Steel de transformar a Usiminas em uma Pearl Harbor siderúrgica. Aquilo está uma bagunça só.
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Usiminas
10/02/2010Os ataques que o presidente da Usiminas, Marco Antonio Castello Branco, vem sofrendo dentro da própria empresa envolvem até ameaças a sua integridade física. O estranho é que o sujeito é um respeitado quadro técnico e sua gestão é digna de elogio.
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Rastros de ódio
3/02/2010Rinaldo Soares é, disparado, o melhor intérprete de Iago nos bastidores da disputa pelo poder na Usiminas.