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BB conjuga o público e o privado no crédito imobiliário

  • 3/10/2011
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O Banco do Brasil vai aumentar substancialmente sua oferta de crédito imobiliário em 2012. O projeto une a fome com a vontade de comer. De um lado, o governo Dilma Rousseff pretende intensificar a atuação do BB no financiamento habitacional, considerada modesta vis-a -vis o patrimônio e o potencial de crescimento da instituição neste mercado; do outro, de olho na multiplicação dos resultados, a direção do banco considera fundamental ampliar a participação do BB no segmento, que tem se mostrado, ano a ano, cada vez mais rentável. Segundo uma fonte do RR incrustrada no Banco do Brasil, a meta é atingir a marca de R$ 20 bilhões de créditos em carteira no fim de 2012. Se alcançada, esta cifra representará um salto de quase 170% em relação ao valor projetado para este ano em torno de R$ 8 bilhões. Este índice equivale a quase o dobro do crescimento médio da carteira de financiamento habitacional do BB nos últimos dois anos. Historicamente, o BB sempre viveu o dilema de ser banco ou ser do Brasil. Não foram poucas as vezes em que o governo passou por cima da governança corporativa, virou as costas para os acionistas minoritários e usou a instituição como indutora de políticas públicas. Desta vez, no entanto, existe uma simbiose entre interesses políticos e corporativos. A própria presidente Dilma Rousseff considera que o BB ainda tem uma atuação subapreciada no financiamento habitacional, notadamente para as classes mais baixas. Na área econômica do governo, há um consenso de que o Banco do Brasil é um canhão capaz de impulsionar ainda mais o programa Minha Casa, Minha Vida e, guardadas as devidas proporções, dividir com a Caixa Econômica Federal o papel de fomentador do crédito imobiliário. Por sua vez, a diretoria do BB elegeu o financiamento imobiliário como uma das prioridades para 2012. Os resultados recentes são alvissareiros. Entre janeiro e agosto deste ano, a carteira de crédito habitacional cresceu 75% em relação a igual período em 2010. A estratégia do banco para o próximo ano prevê uma aposta maior nas parcerias com construtoras e incorporadoras. O BB pretende ainda fechar acordos com redes varejistas para instalar quiosques voltados exclusivamente a  oferta de empréstimos imobiliários. Nem mesmo a ameaça de uma eventual bolha de crédito parece frear o ímpeto do banco. O mínimo que se imagina é que a diretoria do BB é suficientemente responsável e sabe muito bem o que está fazendo. Se não for factível pensar isso do Banco do Brasil, nada mais é possível.

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