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Destaque

Jari Celulose cambaleia entre o BNDES e a ameaça de falência

31/01/2024
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Em meio ao lançamento do “Nova Indústria Brasil”, uma velha, aliás, velhíssima empresa do setor atormenta o BNDES. Há uma pressão de parlamentares da Região Amazônica, liderada pelo senador David Alcolumbre (União-AP), para que a agência de fomento injete recursos na Jari Celulose, em recuperação judicial desde 2019. O apoio financeiro do banco é tratado como a única solução capaz de dar sobrevida a um dos mais conturbados projetos industriais da história do país.

O pleito, no entanto, não encontra eco dentro do BNDES, ao menos não na área de crédito. No ano passado, com o auxílio de uma consultoria externa, o banco fez um estudo sobre a fabricante de celulose encravada na fronteira do Amapá com Pará, às margens do Rio Jari. O trabalho apontou a necessidade de um aporte de R$ 360 milhões apenas assegurar a retomada das operações, interrompidas desde 2022.

De lá para cá, no entanto, o assunto esfriou e está parado dentro do BNDES. A agência de fomento, não custa lembrar, é um dos maiores credores da produtora de celulose, com exatos R$ 932 milhões a receber. Em contato com o RR, o banco informou que “está em fase de discussão com a empresa sobre o seu plano de recuperação judicial e não comenta negociações em curso”.

Perguntado especificamente sobre o pleito de lideranças políticas para um apoio financeiro à companhia, o BNDES não se manifestou. É importante ressaltar que um novo empréstimo do banco à Jari Celulose estaria condicionado à saída da companhia da RJ. As normas internas do BNDES vedam a liberação de recursos para empresas em recuperação judicial, como a própria instituição confirmou ao RR.

Bem, há caminhos e caminhos, alguns diretos; outros, oblíquos. Em 2016, a agência de fomento chegou a criar uma linha de crédito de R$ 5 bilhões específica para financiar a compra de ativos de empresas em recuperação judicial. No ano passado, no auge do escândalo contábil da Americanas, o próprio presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, cogitou a possibilidade de um financiamento especial para fornecedores da rede varejista impactados pelo escândalo contábil da empresa.

Já se vão quase 60 anos desde que o empresário Daniel Ludwig resolveu colocar uma fábrica de celulose inteira em uma balsa e transportá-la do Japão até os confins da Floresta Amazônica. De lá para cá, o empreendimento esteve ameaçado por diversas vezes, mas talvez nunca como agora. O lobby pró-Jari junto ao BNDES é impulsionado por justificativas de ordem social e econômica.

O reinício das operações representaria a salvação de aproximadamente 2,5 mil postos de trabalho. Além disso, mesmo com o estado permanente de crise da Jari Celulose, a economia de municípios da região – como Laranjal e Vitória do Jari, no Amapá, e Monte Dourado e Almeirim, no Pará – é bastante dependente da empresa. A mobilização política em torno de mais um transfusão financeira do BNDES é uma corrida contra o tempo.

Há pouca areia na parte da cima da ampulheta. No próximo dia 7 de fevereiro, às 11 horas, no Hotel Radisson Maiorana, em Belém, haverá uma assembleia de credores para avaliar o novo plano de recuperação judicial da companhia. A reunião ocorrerá sob um clima de tensão, alimentada pelas crescentes dúvidas sobre a continuidade da operação. No último dia 20 de dezembro, o advogado Mauro Cesar Santos, administrador da recuperação judicial de Jari, pediu à Vara Distrital de Monte Dourado (PA) a falência da empresa.

Em conversa com o RR, Santos disse que, se o plano de RJ, nos termos atuais, for aprovado no dia 7 de fevereiro, será uma decisão “surreal”. O advogado aponta alguns fatores, além do passivo total de R$ 1,75 bilhão, que tornam praticamente inviável a retomada das atividades. Um deles é a própria obsolescência do complexo industrial. Segundo Santos, a fábrica precisa ser feita totalmente.

Há outro grave problema: a falta de matéria-prima na região. “A questão do insumo não saltou aos olhos até agora porque Jari produziu muito pouco enquanto esteve operacional – cerca de cinco mil toneladas por mês. Caso fosse uma fábrica de celulose para valer, teria que trazer eucalipto de longe”.

O RR não conseguiu contato com a Jari Celulose até o fechamento desta matéria. Segundo o administrador judicial, há rumores de que na assembleia de credores haverá um movimento forte para alongar o pagamento da dívida por 25 anos, com 36 meses de carência. Seria uma forma dos credores e do atual controlador da companhia, o empresário Sergio Amoroso, fundador do Grupo Orsa, ganharem tempo na tentativa de buscar um novo investidor.

#BNDES #Daniel Ludwig #David Alcolumbre #Jari Celulose

Judiciário

Disputa por vaga no TRF-1 reúne até antípodas políticos

20/12/2023
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O advogado Eduardo Martins, filho do ministro do STJ, Humberto Martins, conseguiu uma proeza: colocar Arthur Lira e Renan Calheiros do mesmo lado. Os dois desafetos da política alagoana trabalham pela indicação do conterrâneo para desembargador do TRF-1, em Brasília. Essa união entre adversários é apenas parte da “frente ampla” que se empenha pela nomeação de Martins. O advogado tem também o apoio do senador David Alcolumbre. E, nos gabinetes do Congresso, corre que até o senador Flavio Bolsonaro está dando sua forcinha. Durante o governo Bolsonaro, Humberto Martins manteve uma relação de proximidade com o clã.

#Arthur Lira #David Alcolumbre #Renan Calheiros #STJ

Política

David Alcolumbre coloca um braço no Conselho do Ministério Público

30/10/2023
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David Alcolumbre levou mais uma. A nomeação da procuradora de Justiça do Amapá Ivana Cei para o Conselho Nacional do Ministério Público deve ser creditada na conta de Alcolumbre. O senador costurou a indicação diretamente com o ministro da Articulação Política, Alexandre Padilha – os nomes dos CNMP são aprovados pelo presidente da República. Com isso, passou a ter uma aliada estratégica em um órgão central do Ministério Público, responsável, entre outras atribuições, por sanções disciplinares aos procuradores. Ressalte-se que Alcolumbre é alvo do MP, que investiga denúncias de um suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do senador.

#David Alcolumbre #Ministério Público #MP

Política

Alcolumbre garimpa votos entre os pragmáticos do PL

17/10/2023
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David Alcolumbre está acendendo vela para todos os santos. Na semana passada, conversou com Valdemar da Costa Neto em busca do apoio do PL à sua candidatura à presidência do Senado. Com 11 parlamentares, o partido tem a segunda maior bancada da Casa, empatado com o MDB – à frente, o PSD, com 14. Nos cálculos de Alcolumbre e de Costa Neto, seria possível dobrar ao menos oito dos senadores da sigla. As exceções ficam por conta dos bolsonaristas raiz, a exemplo de Flavio Bolsonaro, Magno Malta e Jorge Seif. Enquanto isso, Alcolumbre segue emplacando quase tudo no Palácio do Planalto, de Celso Sabino no Ministério do Turismo ao seu primo Aharon Alcolumbre numa diretoria da Sudam.

#David Alcolumbre #PL #Valdemar da Costa Neto

Auxílio emergencial para a terceira idade

28/10/2020
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A ministra Damares Alves recorreu diretamente ao presidente do Senado, David Alcolumbre, na tentativa de acelerar a votação do projeto que libera um crédito extraordinário de R$ 160 milhões para a Pasta da Mulher e da Família. O recurso emergencial será destinado a casas de repouso para idosos. Segundo a fonte do RR ouviu da própria Damares, Alcolumbre garantiu que de novembro não passa. A ver.

#Damares Alves #David Alcolumbre

Just in time

3/08/2020
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Nem bem o Congresso aprovou a inclusão do Amapá na área de atuação da Codevasf, o estado de David Alcolumbre já está pleiteando cerca de R$ 100 milhões à estatal em projetos para a área de saneamento.

#Codevasf #David Alcolumbre

Sinal de alerta na equipe econômica

18/06/2020
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Em conversa reservada com David Alcolumbre no início da semana, lideranças do Senado firmaram um acordo para acelerar a votação da lei complementar que prevê o pagamento de perdas de arrecadação provocadas pela Lei Kandir. É tudo o que Paulo Guedes não  quer ouvir neste momento. A proposta em tramitação no Senado prevê a transferência para estados e municípios de R$ 61,6 bilhões até 2037. A primeira parcela, de R$ 1,2 bilhão, teria de ser desembolsada até dezembro.

#David Alcolumbre #Paulo Guedes

Blitzkrieg contra o Congresso

4/03/2020
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Como se não bastasse o estímulo do próprio Jair Bolsonaro, via WhatsApp, às manifestações contra o Congresso, David Alcolumbre e Rodrigo Maia têm sido bombardeados em seus e-mails. São centenas de mensagens, algumas delas em tom ameaçador – uma das montagens mostra Maia numa forca. Há método na loucura: boa parte dos e-mails cobra o fim do orçamento impositivo, a aprovação da PEC da segunda instância e a reforma administrativa, pautas de total interesse do Palácio do Planalto.

#David Alcolumbre #Jair Bolsonaro #Rodrigo Maia

A guerra fria entre Bolsonaro e Davi Alcolumbre

18/06/2019
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Se não for devidamente acalmado, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, poderá se tornar um grave problema para o governo. Em vez de abrandar a temperatura, a conversa entre Alcolumbre e Jair Bolsonaro há cerca de duas semanas aumentou o grau de animosidade entre as partes. Segundo uma fonte muito próxima ao presidente do Senado, o parlamentar foi levar as manifestações de incômodo de seus pares com o modus operandi de Bolsonaro. Alcolumbre questionou o expediente do presidente da República de usar as redes sociais para constranger e pressionar os parlamentares a votar a favor de propostas de interesse do governo.

Disse que a estratégia tem gerado consequências delicadas para os senadores. De acordo com a fonte do RR, Alcolumbre citou, inclusive, que ele e seus colegas têm recebido telefonemas e e-mails com ameaças de morte caso não aprovem projetos da agenda governista. Como seria de se esperar, Bolsonaro não deixou por menos. Sem mesuras ou meias palavras, bem ao seu estilo, teria reagido a Alcolumbre dizendo: “Vocês que não me pressionem. Quem tem o povo na mão sou eu”. O RR tentou contato com o presidente do Senado por meio de sua assessoria, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

A julgar por movimentos recentes de parte a parte, nem Jair Bolsonaro nem Davi Alcolumbre parecem dispostos a recuar. No último sábado, o presidente Bolsonaro deu uma nova reprimenda em praça pública no Senado, por meio do seguinte post no Twitter: “A CCJ do Senado decidiu revogar nossos decretos sobre CACs e posse de armas de fogo. Na terça (18), o PL será votado no plenário. Caso aprovado, perdem os CACs e os bons cidadãos, que dificilmente terão direito de comprar legalmente suas armas.

Cobrem os senadores do seu Estado.” A última frase parece ter sido feito sob medida. Por sua vez, o disparo de Davi Alcolumbre já tinha ocorrido três dias antes. Na quarta-feira passada, subitamente Alcolumbre ressuscitou o chamado projeto do abuso de autoridade, parado desde 2017. A proposta prevê punições mais duras a excessos cometidos por magistrados e procuradores – a título de exemplo, entre os casos passíveis de punição constam obter provas por meios ilícitos e divulgar gravação sem relação com a prova que se pretendia produzir. Há, inclusive, uma articulação para que o tema seja votado na sessão de hoje da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A essa altura, se o projeto vai ou andar no Senado, é quase um detalhe. Para Alcolumbre, talvez baste a vinculação entre a proposta e a revelação, pelo The Intercept, das mensagens trocadas entre o então juiz Sergio Moro e Deltan Dallagnol. Não basta ter uma arma. Às vezes, é preciso colocá-la sobre a mesa. Quem aponta para Moro mira na Lava Jato, mas também enxerga Bolsonaro no visor.

#David Alcolumbre #Jair Bolsonaro

O “PDF” de Alcolumbre

11/06/2019
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A julgar pela dança das cadeiras, Renan Calheiros é o grande desafeto do presidente do Senado, David Alcolumbre. Desde fevereiro, quando assumiu o comando do Senado, Alcolumbre já afastou mais de 40 funcionários ligados a Renan em seu “PDF” – Plano de Demissões Forçadas –, a maioria apeada de cargos comissionados.

#David Alcolumbre #Renan Calheiros

Águas de maio

23/05/2019
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Regida por João Doria, a bancada do PSDB paulista pressiona Rodrigo Maia e David Alcolumbre a votarem a MP do Saneamento. Sem ela, a venda da Sabesp vai por água abaixo.

#David Alcolumbre #João Doria #PSDB #Rodrigo Maia

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