Tag: Jorge Paulo Lemann

Empresa

Lemann também mira a porta de saída na Salta Educação

16/04/2024
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O Grupo Salta Educação, ex-Eleva, deverá se juntar à Kraft Heinz na lista de desinvestimentos de Jorge Paulo Lemann. Os acionistas da holding de ensino traçam planos de abrir o capital da empresa em bolsa, o que ocorreria ainda neste ano ou, no mais tardar, no primeiro trimestre de 2025. O IPO serviria como porta de saída para a Gera Capital, de Lemann, vender parte ou mesmo a totalidade da sua participação no Salta. Seria o ato final da reestruturação societária do grupo, iniciada em fevereiro, com a entrada das gestoras Atmos e Mission e o aumento da fatia acionária do Warburg Pincus, que passou a dar as cartas como maior sócio individual, com 28%. Na operação, a Gera Capital reduziu sua posição na empresa de 55% para 23%. A saída por meio de um IPO aumentaria o valuation da participação do fundo.

#Grupo Salta Educação #Jorge Paulo Lemann

Mercado

Lemann recua e IPO avança no Grupo Salta

15/02/2024
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É tudo ao mesmo tempo agora no Grupo Salta, ex-Eleva, braço de Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles na área de educação. A empresa deu a partida em seu processo de IPO. O trabalho é conduzido pelo Warburg Pincus, um dos principais acionistas da companhia.

Executivos da gestora já tem feito sondagens no mercado para aferir a demanda pelos papéis. Os preparativos para a abertura de capital estão indexados às mudanças societárias em curso no Salta. Atmos, GIC, o fundo soberano de Cingapura, Mission Co. Siguler Guff negociam a compra de 30% do grupo em poder de Lemann e Telles, avaliados em aproximadamente R$ 1 bilhão.

A entrada no negócio está vinculada ao IPO. O RR tentou contato com o Grupo Salta, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

#Eleva #Grupo Salta #Jorge Paulo Lemann #Warburg Pincus

Empresa

Um “nada consta” para os acionistas de referência das Americanas

1/12/2023
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Há uma razão principal para o Safra não ter aceitado o acordo com o trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que prevê a conversão de dívidas a capitalização da Americanas. Na leitura dos advogados do banco, existe uma sutileza jurídica na proposta. O entendimento é que, mais à frente, o próprio trio poderá usar o acordo como uma espécie de concordância legal dos credores de que os sócios de referência da Americanas não tiveram participação na fraude contábil. Procurado, o banco não se pronunciou.

Os Safra jamais utilizariam publicamente o termo com que tratam os “Lemann Brothers”. Mas, nas internas, o epiteto comum é “fora da lei”. Não obstante a nomenclatura ser forte, os Safra não estão errados. Deixar de enxergar durante 20 anos as fraudes nos balanços da sua própria empresa merecia uma segunda Lava Jato, na versão varejo. Mas o trio calafrio tem um marketing impecável.

Lemann, Telles e Sicupira se tornaram vítimas nesse episódio de referência internacional. By the way: a Americanas não está sozinha. Não faltariam casos para entrar no radar de uma eventual “Lava Jato varejista”. O Magazine Luiza admitiu recentemente que cometeu um “erro contábil” no balanço de março, referente ao reconhecimento das receitas de bonificações a fornecedores.

Em 2019, investigação independente constatou fraudes contábeis nas demonstrações da ViaVarejo relacionadas à “manipulação da provisão para processos trabalhistas”.

#Banco Safra #Carlos Alberto Sicupira #Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas

Destaque

“Operação Lemann washing” avança a pleno vapor

5/10/2023
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No universo particular de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, é como se os crimes contábeis da Americanas jamais tivessem existido. O trio não apenas mantém distanciamento asséptico do escândalo da rede varejista como tem soltado novos balões de ensaio sobre projetos e investimentos, em sua estratégia diversionista. Nas últimas semanas, Lemann despontou no noticiário no figurino de mecenas da educação. A MegaEdu, ONG financiada pela Fundação que leva o nome do empresário, firmou um acordo de cooperação com o MEC para dar “apoio técnico” à conexão de escolas públicas à internet. A parceria levou a ONG de Lemann para dentro do governo: a MegaEdu passou a integrar um Conselho do Ministério das Comunicações com poder decisório sobre R$ 6,6 bilhões em verbas para a conectividade na rede pública de educação. Outro balão lançado aos céus nos últimos dias aponta Lemann como candidato à aquisição da SAF do São Paulo. Na sua historiografia não há registros de que o velho tenista – caso raro de jogador que disputou a Copa Davis por dois países, Suíça e Brasil – tenha apreço pelo esporte bretão e muito menos seja um aficionado do tricolor paulista. Mas, de repente, o sócio de referência da Americanas se revela um apaixonado torcedor. Há poucos terrenos mais férteis do que o futebol para uma operação de greenwashing – seja por parte de um Estado soberano, seja por parte de um empresário no cerne de um escândalo contábil.

As demonstrações de prosperidade e de normalidade no mundo de Jorge Paulo Lemann e, por extensão, de seus sócios só reforçam a capacidade do trio de desviar o foco e higienizar sua imagem permanentemente, graças a uma competente estrutura de lobby e ao trabalho institucional junto às mídias. É o que mostra, inclusive, levantamento publicado recentemente pelo próprio RR, atestado, a partir do monitoramento de veículos jornalísticos, o gradativo descolamento de Lemann, Telles e Sicupira da fraude contábil da Americanas (https://relatorioreservado.com.br/?s=americanas+ferramenta&search-type=normal&post_type=post). Pouco a pouco, os três acionistas de referência foram convenientemente desaparecendo do noticiário sobre o escândalo da rede varejista.

#Americanas #greenwashing #Jorge Paulo Lemann

Destaque

Credores querem exumar balanços da Americanas até 2002

5/10/2023
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O escândalo contábil da Americanas pode ganhar uma proporção ainda maior, com consequências mais graves para a empresa e seus acionistas de referência na esfera criminal. Segundo o RR apurou, Santander e Safra se mobilizam para exigir judicialmente que a rede varejista reapresente suas demonstrações financeiras até 2002. De acordo com a mesma fonte, há indícios de que a Americanas começou a adotar a prática do “risco sacado” a partir desse período, ainda que de forma incipiente.

A exumação das contas da companhia nesse intervalo de duas décadas tornou-se um movimento essencial para atestar ou não a suspeita e, consequentemente, para a estratégia jurídica dos bancos. Os credores trabalham com a tese de que, enquanto não for comprovado o momento exato do início do ilícito – ou seja, quando a Americanas começou a fraudar seus balanços – o crime não prescreve. Guardadas as devidas proporções, é como nos casos em que há ocultação de um corpo.

Na jurisprudência consagrada pelo direito penal brasileiro para alguns desvios cometidos durante o período militar, o crime de ocultação de corpos é considerado permanente, isto é, a prescrição somente começaria a fluir depois que o cadáver fosse encontrado. O direito criminal, ressalte-se, não pode julgar por analogia. Porém, advogados ligados ao caso cogitam lançar mão de tal equivalência. E uma das estratégias jurídicas por trás da exigência é a republicação dos antigos balanços da Americanas.

Em uma livre comparação, enquanto não aparecer o “cadáver” – ou seja, o momento em que a empresa passou a usar o risco sacado e consequentemente a fraudar suas demonstrações financeiras -, o crime não seria passível de prescrição. Ou seja: o caso não acaba enquanto não for resolvida a investigação contábil. O objetivo dos credores é evitar que a Americanas e seus sócios de referência, Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, consigam se livrar dos processos criminais. Procurada, a rede varejista não quis se pronunciar. Santander e Safra também não se manifestaram.

Há uma intrincada construção jurídica que está sendo feita neste momento pelos credores, a partir da investigação das antigas demonstrações contábeis da Americanas. A ofensiva do Santander e do Safra, à qual outros bancos ainda poderão aderir – se deve, em grande parte, à demora da própria empresa em examinar e averiguar suas demonstrações financeiras passadas. Até o momento, passados oito meses da revelação da fraude contábil, a companhia não republicou seu balanço de 2021, conforme havia se comprometido junto aos credores.

Tampouco divulgou seus resultados de 2022. A retificação das demonstrações financeiras é um processo chave, que pode ter grandes consequências no âmbito administrativo (CVM) e nas esferas cível e criminal.

A comprovação de fraude colocaria em xeque as contas aprovadas e, potencialmente, a legitimidade dos dividendos distribuídos a partir de lucros apurados a partir do uso de contabilidade criativa. Ou seja: caso a irregularidade contábil seja identificada, os credores poderão pedir na Justiça que os acionistas que receberam indevidamente dividendos restituam a companhia da participação nos lucros. Cabe enfatizar que a Lei de Recuperação Judicial não possui dispositivo específico determinando a devolução de dividendos distribuídos antes da recuperação judicial, ainda que baseados em lucros artificiais.

De acordo a própria Lei das S/A, em seu artigo 134 §3º, a aprovação sem ressalvas das contas pela Assembleia significa que os acionistas concordaram com as demonstrações apresentadas pelos administradores, dando a eles quitação e exonerando-os de eventual responsabilidade futura. É o chamado quitus, ato irrevogável e irretratável. Há uma única exceção, prevista no mesmo artigo: quando constado “erro, dolo, fraude ou simulação”, o que seria o caso da Americanas. No entanto, de acordo também com a Lei das S/A, em seu artigo 286, a ação para anular deliberações em assembleia geral decairia em dois anos. Ou seja: a rigor, os credores ou mesmo acionistas da Americanas só poderiam pedir a anulação das assembleias – e, consequentemente, da aprovação das demonstrações financeiras – até 2021. É pouco. Os bancos querem ir muito mais longe. Têm evidências de que devem ir muito mais longe.

Segundo o advogado Matheus Sousa Ramalho, especializado em litígios empresariais e presidente da Comissão de Assuntos Legislativos da OAB-RJ, alguns credores já estão se movimentado para anular a aprovação das contas da companhia como forma de viabilizar pedidos de restituição dos dividendos potencialmente distribuídos indevidamente. De acordo com Ramalho, a eventual republicação dos balanços e a consequente confirmação de que a contabilização correta da dívida financeira reverteria o resultado apurado teriam importantes implicações práticas.

Abririam uma brecha para que os credores burlassem o quitus e pleiteassem a devolução de dividendos distribuídos indevidamente referente a exercícios anteriores a 2021.

LEIA AINDA HOJE NO RR: Os balões de ensaio de Lemann e cia. para desviar o foco da Americanas

#Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas #Safra #Santander

Startups

Kovi ganha mais combustível financeiro

2/10/2023
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A Kovi, startup de locação de veículos, realizou uma nova captação interna. Segundo o RR apurou, todos os fundos brasileiros que participam do capital acompanharam o aporte, entre os quais a Maya Capital, de Lara Lemann, filha de Jorge Paulo Lemann – a empresa é um dos maiores investimentos da carteira da gestora. Com os recursos, a Kovi ganha combustível financeiro em uma conjuntura particularmente difícil, diante da marcha a ré global da indústria de venture capital.

A estimativa da empresa, fundada em 2018, é atingir o breakeven no próximo ano, na esteira, principalmente, do aumento de receita. A startup deverá faturar neste ano algo em torno de R$ 450 milhões, contra aproximadamente R$ 300 milhões em 2022. Nos últimos meses, a Kovi atacou um dos principais riscos de corrosão do caixa, levando para dentro de casa os serviços de manutenção da frota.

Antes atendida por mais de 500 oficinas terceirizadas, a empresa montou três grandes centros de reparos de automóveis. Com isso, conseguiu mandar para o acostamento quase 50% dos custos com mecânica. A realidade mudou e a Kovi, também. A startup precisou fazer mudanças de rota em relação a sua estratégia inicial.

O projeto de expansão internacional – havia planos de entrada na Argentina e na Colômbia – foi adiado. A companhia permanece apenas no México, um braço importante da sua operação. Por ora, os planos de aumento do raio de atuação estão concentrados no Brasil – presente em São Paulo e Porto Alegre, a startup avalia sua entrada em outras capitais.

A última capitalização da Kovi, no valor de US$ 100 milhões, havia sido realizada em 2021. No rol de investidores figuram ainda Monashees, Ultra Venture Capital, leia-se Grupo Ultra, Global Founders e Peter Thiel, cofundador do Paypal. A empresa aposta em um segmento, o de subscrição de veículos, notadamente para motoristas profissionais de aplicativo, que tem uma estimativa de crescimento médio em torno de 22% ao ano no período de 2020 a 2030.

#Jorge Paulo Lemann #Kovi #Lara Lemann #Maya Capital

Finanças

BB é mais um a precificar em balanço o possível calote da Americanas

28/08/2023
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A demora na aprovação do plano de recuperação judicial da Americanas está empurrando o Banco do Brasil para a ponta extrema do conservadorismo. O banco deverá provisionar 100% da dívida da rede varejista – R$ 1,6 bilhão – já a partir do balanço do terceiro trimestre. Ou seja: o passivo da Americanas passará a ser grau H, o pior nível de acordo com a classificação de risco de operações de crédito adotada pelo Banco Central. Atualmente, o Banco do Brasil provisiona o equivalente a 70% da dívida da Americanas, aproximadamente R$ 1 bilhão. O BB não será a primeira instituição a considerar a hipótese de não receber um centavo da companhia de Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.  

Ressalte-se que o Itaú e Bradesco já provisionou 100% dos créditos contra a companhia. Procurado pelo RR, o BB não quis comentar o assunto. 

#Banco do Brasil #Carlos Alberto Sicupira #Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas #Marcel Telles

Especial

Os acionistas de referência da Americanas sumiram da “cena do crime”

16/08/2023
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Nem parece que a Americanas tem dono. Gradativamente, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira têm conseguido a façanha de descolar sua imagem do escândalo contábil da rede varejista, praticamente dissipando suspeições quanto a sua responsabilidade por uma das maiores fraudes empresariais da história do país. Parafraseando Sartre, os culpados são os outros. É o que mostra um minucioso levantamento obtido pelo RR. Trata-se de uma varredura nos 75 veículos impressos e online de maior circulação e audiência do país, produzida a partir de ferramenta da Knewin, maior empresa de monitoramento de mídia na América Latina. Os dados mostram com razoável detalhamento o “fade out” dos três acionistas de referência da Americanas ao longo dos meses. Em janeiro, mês em que o escândalo veio à tona, houve 3.062 menções a Lemann, Telles e Sicupira relacionadas à companhia. Em fevereiro, o número caiu para 2.322 citações. Nesse mês, ressalte-se, há um detalhe que fez diferença e, àquela altura, causou certa distorção no noticiário: o fator Lula. Em entrevista, ao ser perguntado sobre a fraude da Americanas, o presidente da República disse que “Lemann era vendido como suprassumo do empresário bem-sucedido no Planeta Terra” e “vai acontecer com ele o que aconteceu com Eike Batista”.

As declarações de Lula, como não poderia ser diferente, impulsionaram a exposição de Jorge Paulo Lemann e consequentemente de seus sócios em fevereiro. Mas, naquele momento, os três investidores já esvaneciam no noticiário. Em março, apenas dois meses após a revelação dos crimes contábeis da Americanas, é possível verificar a primeira queda brusca das menções a Lemann, Sicupira e Telles: foram 919 registros. A partir daí, a vinculação dos três investidores às fraudes da companhia despencou. Em julho, os 75 veículos monitorados fizeram somente 92 citações a Lemann, Telles e Sicupira associadas à Americanas. Ou seja: uma média de três registros por dia ou 1,2 por publicação ao longo de 30 dias. É como se os três investidores tivessem sumido do radar. Mérito da notória estrutura de lobby e de um trabalho institucional de excelência junto às mídias. Por sinal, o talento do trio para desaparecer começa dentro de casa: no próprio site de RI da Americanas, na composição acionária, os investidores sequer são nominalmente mencionados. Lemann e cia. se escondem atrás do termo “acionistas de referência”.

Culpados? 

A julgar pela exposição na mídia, os acionistas de referência da Americanas já estão absolvidos pelos delitos contábeis da companhia. É o que sugere outro indicador do levantamento obtido pelo RR. Quando a busca se deu pelos termos “Jorge Paulo Lemann” E “Marcel Telles” E “Carlos Alberto Sicupira E “culpados”, até houve um momento em que o noticiário trouxe uma percepção de responsabilização dos investidores. Em janeiro e fevereiro, houve, respectivamente, 21 e 20 citações. Logo depois, em março, esse número desabou para cinco, zerando em abril e maio. Em junho, curiosamente, é possível identificar um repique: 51 registros. Algo similar ocorreu quando a pesquisa se deu com base nas expressões “Acionistas de referência” E “culpados”, uma forma de se aferir uma eventual incidência de reportagens em que os sócios da Americanas não fossem aludidos por seus nomes. Nesse caso, foram 70 matérias em junho, o maior indicador mensal do período analisado.

No entanto, nem tudo é o que parece ser. Uma vez que os nomes dos investidores ou a expressão “acionistas de referência” assim como o termo “culpado” estavam no mesmo texto, as matérias foram automaticamente capturadas na busca. Porém, ao se analisar o conteúdo, verifica-se que, não obstante as citações a Lemann, Sicupira e Telles, a expressão “culpado” não aponta na direção do trio. Ela está predominantemente associada a um contexto de responsabilização de ex-executivos da companhia e da dupla PwC e KPMG – as duas prestaram serviços de auditoria à companhia no período das fraudes.

O que chama a atenção neste caso não são as menções a ex-dirigentes ou às duas empresas de auditoria, todas mais do que justificáveis, mas, sim, a considerável assimetria no número de referências em relação à exposição dos acionistas da Americanas. Entre maio e junho, houve um salto nas citações à PwC (de 141 para 1.271) e à KPMG (de 134 para 990). O mesmo se aplica, em proporção ainda maior, ao ex-presidente da Americanas, Miguel Gutierrez. Em maio, os 75 veículos que serviram de base para o levantamento fizeram 79 referências ao executivo. Um mês depois esse número cresceu 16 vezes, chegando a 1.307 registros. Esse aumento pode ser explicado pela convocação de Gutierrez pela CPI que apura a fraude contábil da Americanas – o executivo acabou apresentando um atestado para não prestar depoimento. No mesmo mês de junho, para efeito de comparação, houve 560 menções a Lemann, Sicupira e Telles vinculadas à Americanas, bem abaixo, portanto, do total de citações a KPMG, PwC e Miguel Gutierrez.  Mais uma vez, a leitura é que a máquina de persuasão da Americanas entrou em campo, com um intensivo trabalho de “criminalização” de outros atores. O levantamento, ressalte-se, não joga luz apenas sobre o trabalho de comunicação de Lemann e cia. Muito provavelmente aponta para onde a estratégia jurídica do trio vai caminhar. Os acionistas de referência da Americanas já definiram os “culpados”.

#Americanas #Carlos Alberto Sicupira #Jorge Paulo Lemann #Marcel Telles

Empresa

Quem vai ficar com o Pão de Açúcar?

28/06/2023
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Grupos do setor de varejo se alvoraçaram todos hoje com a notícia de que o Casino vai vender o Grupo Pão de Açúcar. Diversos players foram citados como prováveis compradores. Um nome automaticamente aventado é o de Abílio Diniz, com sua Península Participações. Há contra-argumentos à volta de Diniz ao Pão de Açúcar: sua idade e a própria manifestação do empresário de que não pretende mais imprimir um ritmo de vida similar ao do passado e de que vai se dedicar a sua família, noves fora a sua posição acionária no Carrefour. Um cruzamento societário ou uma fusão envolvendo Pão de Açúcar e Carrefour parece mais do que improvável. Nesse cenário, seria o caso de acabar com o Cade. Em um momento anterior à fraude das Americanas, o nome de Jorge Paulo Lemann surgiria naturalmente, devido às sinergias. Seria criado um gigante do varejo. Absolutamente fora de questão.  

Mas quem, então, vai ficar com o Pão de Açúcar? 

Segundo as fontes do RR, três corredores estariam no grid de largada, todos eles de fora do setor supermercadista: Grupo Ultra, Itaúsa e J&F. Do trio, o que parece ter mais sinergia com o Pão de Açúcar é o Ultra, que mantém uma operação de lojas de conveniência casada à rede de postos Ipiranga. A GPA tem mais de 600 pontos de venda. É dentro desse universo que caberia a reconstituição de uma rede de postos. A Itaúsa, por sua vez, tem feito uma ampla diversificação de seus negócios: está na fabricação de sandálias (Alpargatas) e de painéis de madeira e louças e metais (Dexco), em concessões de infraestrutura (CCR), no saneamento (Aegea), em energia (Copa) e no transporte de gás natural (NTS). Já a J&F, que parece querer comprar o mundo, também tem demonstrado enorme apetite em ampliar seu raio de atuação. Os irmãos Joesley e Wesley Batista, notórios pelo controle da JBS, são donos também do Banco Original, de parte da Eldorado Celulose, da PicPay, de ativos na área de mineração, do Canal Rural, da Âmbar Energia e da Flora, de material de higiene e limpeza. E, neste momento, estudam fazer uma oferta para a compra da Braskem. Grupo Ultra, Itaúsa e J&F têm algo em comum: um nível de alavancagem confortável e caixa para suportar uma aquisição do porte do Pão de Açúcar. O Ultra tem uma relação dívida líquida/Ebitda de 1,7.  O Itaúsa apresenta uma situação ainda mais folgada: um múltiplo de apenas 0,53. Dos três candidatos à compra do Pão do Açúcar, a J&F é quem carrega a maior proporção entre o passivo de curto prazo e o Ebitda (2,7). Mas ninguém tem dúvida sobre o poder de fogo do grupo em levantar crédito no mercado.  

No meio do caminho, certamente vão surgir outros interessados. Por enquanto, o futuro do Pão de Açúcar é pura especulação. 

#Abilio Diniz #Cade #Grupo Pão de Açúcar #Jorge Paulo Lemann

Destaque

Minoritários do Santander querem destrinchar as relações entre o banco, Sergio Rial e Americanas

16/06/2023
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O executivo Sérgio Rial, que já é réu em processo administrativo na CVM, por sua atuação no comando das Americanas, pode se se tornar igualmente réu em um processo bem mais desestabilizador, agora pelo lado do Santander. Um grupo de minoritários do Santander Brasil, segundo fonte do RR, já solicitou à CVM a abertura de outro procedimento para investigar as operações financeiras do banco com a Americanas. Os investidores estudam entrar também na Justiça para solicitar uma auditoria nos empréstimos. Seja no âmbito administrativo, seja na esfera judicial, a intenção dos minoritários, segundo a mesma fonte, é apurar o envolvimento de Rial na aprovação dos financiamentos e responsabilizá-lo por eventuais prejuízos impostos aos acionistas do Santander em razão das linhas de crédito concedidas à rede varejista. Os empréstimos totalizam cerca de R$ 3,6 bilhões.

Sérgio Rial assumiu o cargo de CEO do Santander em 2016. Ficou no comando do banco até 2022, quando subiu para a presidência do Conselho. É nesse intervalo de tempo que moram as suspeições. Os minoritários querem esmiuçar os contratos de empréstimo firmados entre o banco e a rede varejista ao longo da jornada de Rial frente às principais decisões do Santander. Olhando para um período mais recente, os investidores focam no que eles próprios chamam de relações promíscua entre a Americanas e Sergio Rial. Essa é a diferença crucial entre os demais grandes bancos credores, tais como Bradesco e Itaú, e a subsidiária brasileira do banco espanhol: o principal executivo tinha um pé no lado do credor e o outro do lado do devedor, além de manter uma relação “diferenciada” com os sócios de referência das Americanas (Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles), que estão igualmente tentando se livrar de qualquer envolvimento com as operações fraudulentas. Um dos objetivos dos reclamantes, por exemplo, é verificar se eventualmente a instituição financeira concedeu algum crédito à companhia a partir de agosto de 2022, quando já se sabia que Rial iria assumir o comando da rede varejista dali a quatro meses. Na ocasião, o executivo ainda era presidente do Conselho do Santander Brasil.

Conta a favor de Rial que, ao contrário de César, com seu célebre  “veni, vidi e vici”, o executivo veio para as Americanas, viu e perdeu. Tanto não saberia das operações, que, ao se deparar com elas, teria saído batido do banco. É um bom argumento. Mas há outras hipóteses: se o propósito era ajudar por dentro a mitigar as inconsistências e fraudes, sua rápida – e amedrontada – saída da presidência somente serviu para piorar a percepção da crise. Segundo um dos acionistas, o criador teria tremido ao ver sua criatura de perto, o que justificaria a partida da varejista quase ao mesmo tempo da chegada. Talvez os malfeitos pudessem ser escondidos mais uns anos, o que abrandaria a eventual culpabilidade do executivo. De acordo com o acionista do Santander ouvido pelo RR, “simplesmente não dá para desresponsabilizar Rial nesse episódio. Ele controlava de perto tudo que ocorria no banco. Imagina um empréstimo dessa magnitude”.

Em contato com o RR, a CVM informou que acompanha e analisa informações e movimentações no âmbito do mercado de valores mobiliários brasileiro, tomando as medidas cabíveis, sempre que necessário.” Perguntada especificamente sobre o pedido de abertura de processo contra Sergio Rial por parte dos minoritários do Santander, a autarquia disse que “não comenta casos específicos.”. Cabe lembrar que a CVM já tornou o executivo réu ao menos em um dos processos administrativos instaurados para investigar a fraude contábil da Americanas – ao todo são 12 ações. Na condição de CEO da rede varejista, Rial será julgado por supostas irregularidades na forma de divulgação do rombo da companhia, quando ele teria infringido artigos da Lei das S/A. O RR enviou também uma série de perguntas ao Santander, mas o banco não se pronunciou.

#Beto Sicupira #CVM #Jorge Paulo Lemann #Marcel Telles #Santander #Sergio Rial

Destaque

São Carlos “paga” a fatura da fraude da Americanas

2/06/2023
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A São Carlos Empreendimentos – holding que reúne investimentos imobiliários de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles – parece estar pagando parte da conta da fraude contábil da Americanas. Literalmente. Há informações no setor que a empresa estuda se desfazer de alguns dos principais empreendimentos do seu portfólio, notadamente em São Paulo. Um dos ativos sobre o balcão seria o Edifício Corporate Plaza, um edifício de 17 andares na Chácara Santo Antônio. Corre também à boca miúda que a São Carlos estaria disposta a se desfazer da EZ Towers – Torre A, uma mega torre de escritórios na região da Berrini, com 31 pavimentos. Trata-se de um dos pingentes mais valiosos no colar de ativos da companhia – o edifício representa cerca de 14% da ABL (Área Bruta Locável) do portfólio de escritórios da companhia.   

Coincidência ou não – muito provavelmente, não -, desde que o escândalo da Americanas estourou, a São Carlos tem vendido ativos da sua carteira em um ritmo sem precedentes. Em março, se desfez do Edifício Leblon Green, na Zona Sul do Rio, por R$ 91 milhões. Em abril, negociou, por R$ 90 milhões o Edifício Itaim Center. No mesmo mês, vendeu o edifício João Brícola, que sediou a loja de departamentos Mappin por mais de 60 anos, ao valor de R$ 71,5 milhões. A eventual venda do Corporate Plaza e da EZ Towers teria um impacto maior e daria uma outra ordem de grandeza à alienação de ativos da empresa de Lemann, Telles e Sicupira. Para efeito de comparação, há cerca de três anos, o BTG comprou a Torre B da EZ Towers por quase R$ 1 bilhão. Não que o trio precise. Mas, apenas a título ilustrativo: esse valor já cobriria pouco mais de 8% do aporte de capital da Americana prometido por Lemann e cia. – da ordem de R$ 12 bilhões.

No setor de real estate, a redução no portfólio da São Carlos tem alimentado rumores até mesmo sobre a continuidade de Lemann, Sicupira e Telles no negócio. Em conversa com o RR, a companhia afirmou que “a reciclagem de ativos faz parte do modelo de negócio da companhia que c/tem como objetivo comprar, realiza retrofit, alugar e vender os imóveis com ganho de valor sobre o valor pago”. Perguntada sobre a possibilidade de venda do próprio controle da companhia, a São Carlos garantiu que “Não há nenhum movimento dos acionistas nesse sentido.”   

A São Carlos Empreendimentos e a Americanas estão historicamente imbricadas. A empresa de real estate nasceu nos anos 80 exatamente para administrar os imóveis da rede varejista. Cresceu e se tornou dona de uma das mais valiosas carteiras de ativos imobiliários, notadamente corporativos, do país. Ao longo do tempo, Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles foram pulverizando suas participações acionárias na companhia entre os herdeiros. A composição societária da São Carlos é uma galeria dos três afortunados sobrenomes: ao todo, dez filhos de Lemann, Sicupira e Telles dividem o controle da empresa. Na prática, porém, todo o mercado sabe que é o trio que dá as cartas na São Carlos.  

#Beto Sicupira #Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas #Marcel Telles #São Carlos Empreendimentos

Empresa

Pátria Investimentos entra na fila do caixa do Hortifruti

30/05/2023
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Há informações no mercado de que o Pátria Investimentos abriu conversações com a Americanas para a compra do Hortifruti Natural da Terra. A empresa de Jorge Paulo Lemann e cia. está pedindo cerca de R$ 2 bilhões pelo ativo, basicamente o que pagou para comprar a rede de supermercados há menos de dois anos. O Pátria tem enfileirado aquisições na área de varejo. A gestora já controla quatro cadeias supermercadistas – a Boa Supermercados, de Jundiaí (SP), Superpão, do Paraná, Germânia, em Santa Catarina, e a Avenida, no interior de São Paulo. No setor, há relatos também do interesse do Pátria na CSD (Companhia Sulamericana de Distribuição), rede de lojas do Paraná, controlada pelas famílias Nogaroli e Cardoso e pela inglesa Actis. Consultados, Pátria e Americanas não quiseram se manifestar.  

Com 80 lojas, o Hortifruti tem um faturamento anual da ordem de R$ 1,6 bilhão. A eventual venda para o Pátria Investimentos engrossaria a lista dos controladores pesos-pesados da companhia. Antes de pertencer a Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, a rede varejista foi da gestora suíça Partners Group. E, uma etapa antes, foi controlada pela dobradinha Paulo Guedes e Julio Bozano.

#Hortifruti Natural da Terra #Jorge Paulo Lemann #Pátria Investimentos

Política

Oi pode jogar no mesmo balaio todas as gestões do PT

9/05/2023
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No que depender da oposição, a CPI da Americanas vai ser uma quitanda de secos e molhados, onde caberão as mais diversas mercadorias. Segundo informações que circulam a boca miúda no Congresso, além da já manifesta intenção de escarafunchar outras empresas de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, o PL e parte do PP enxergam a Comissão como um trampolim para investigar, ou melhor, requentar eventuais irregularidades em companhias identificadas com gestões petistas. Um dos nomes recorrentemente citados nas conversas é o da Oi, que está em sua segunda recuperação judicial. A empresa carrega no seu DNA alguns genes do primeiro governo Lula: a Oi nasce do projeto de criação da “supertele” brasileira, que teve no então ministro da Casa Civil, José Dirceu, um de seus principais artífices.     

A princípio, o estratagema pode soar até com algo nom sense. Mas a história está cansada de reforçar uma máxima referente a CPIs: sabe-se como começam, mas nunca se sabe como vão terminar. Assessores do senador e ex-ministro Ciro Nogueira já estariam, inclusive, garimpando eventuais dados de ordem contábil para justificar uma possível investigação da Oi. De acordo com uma fonte do PP ouvida pelo RR, um desses fatos seria a descoberta, em 2018, de cerca de R$ 6,3 bilhões em depósitos judiciais que estavam indevidamente lançados no balanço da operadora. Nogueira, ressalte-se, é desde já um dos personagens mais fortes da CPI. É dele, por exemplo, a indicação do deputado Júlio Arcoverde (PP-PI) para presidir a Comissão.    

#Beto Sicupira #CPI da Americanas #Jorge Paulo Lemann #Lula #Marcel Telles #Oi #PL #PP

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Venda da Kraft Heinz entra no radar de Lemann e seus sócios

13/03/2023
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O escândalo da Americanas pode levar a uma rearrumação na prateleira mais alta dos negócios de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. Entre os cenários traçados pelo trio a partir da grave crise financeira da rede varejista está a venda da participação na Kraft Heinz – segundo informações apuradas pelo RR junto a duas fontes próximas à 3G Capital. A operação ajudaria a reduzir o impacto que a inexorável capitalização da Americanas terá no bolso de Lemann, Telles e Sicupira. O caminho mais provável, de acordo com as mesmas fontes consultadas pelo RR, seria uma negociação em bloco das ações da gigante global da área de alimentos, o que permitiria aos três investidores capturar um prêmio sobre o preço da ação em bolsa. A 3G detém 7,9% do capital da Kraft Heinz. Com base no valor de mercado da companhia, trata-se de algo equivalente a US$ 3,7 bilhões ou o correspondente a R$ 19 bilhões, quase duas vezes o aumento de capital de R$ 10 bilhões que os acionistas de referência da Americanas negociam com os credores. Em tempo: ao que tudo indica, o mercado ainda não acusou a possibilidade de venda da Kraft Heinz, dada a acomodação dos preços do papel. Desde meados de janeiro, a cotação tem oscilado em um intervalo pequeno, entre US$ 38 e US$ 41. 

A fraude contábil na Americanas, ao que tudo indica, já começou a mexer no mosaico de ativos de Lemann, Sicupira e Telles. No início de março, a 3G Capital negociou em bolsa cerca de 2,2 milhões da Restaurant Brands International, dona do Burger King, amealhando US$ 143 milhões. Difícil dissociar a venda da Kraft da crise na rede varejista e da necessidade de um aporte emergencial na companhia. A negociação de ambas as empresas seria o desmonte da dobradinha entre hambúrguer e ketchup, que, ao lado da cerveja, leia-se AmBev, formou a tríade de alimentos nada saudáveis que fez de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles os mais transnacionais entre todos os empresários brasileiros.  

Sob certo aspecto, talvez a hecatombe da Americanas esteja apenas precipitando decisões e acelerando passos que já vinham sendo dados, ainda que em uma cadência mais lenta. Em novembro de 2021, a 3G vendeu em mercado 30,6 milhões de ações da Kraft Heinz. Poucos meses depois, em maio de 2022, aumentou a dose, repassando a outros investidores mais 88 milhões de ações. Sua participação, que chegou a ser de 24%, caiu para os atuais 7,9%. Ou seja: a inapetência de Lemann, Sicupira e Telles pela companhia não vem de hoje. Não custa lembrar que, a exemplo da Americanas, a Kraft também carrega a mácula de uma fraude contábil. Em 2021, a empresa fechou um acordo com a SEC e pagou uma multa de US$ 62 milhões para encerrar uma investigação sobre a assinatura de contratos falsos com fornecedores.  

O fato é que a fusão entre as antigas Kraft e Heinz não surtiu as sinergias e ganhos na proporção idealizada por seus acionistas. Que o diga Warren Buffett, sócio do trio na empresa. Há pouco mais de um mês, Charles Munger, vice-presidente do Conselho da Berkshire Hathaway, fundo de Buffett, e um dos principais vocalizadores do megainvestidor, disse que “a parceria da empresa com a 3G Capital para a formação da Kraft Heinz não funcionou bem”. E 2019, o próprio Buffett afirmou que “pagou caro demais pela Kraft”. Talvez a Americanas seja apenas o acelerador de um desmanche mais do que anunciado. Ou o trio Lemann, Sicupira e Telles esteja mesmo fazendo uma inflexão com o objetivo de partir para outros negócios. 

#Beto Sicupira #Jorge Paulo Lemann #Kraft Heinz #Lojas Americanas #Marcel Telles

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Fraude da Americanas vira argumento para a reestatização da Eletrobras

15/02/2023
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O episódio da fraude da contabilidade das Americanas será usado como um dos motes da campanha do governo para a revisão do limite de participação acionária na Eletrobras. Lula já iniciou os trabalhos, afirmando que vai defender com unhas e dentes o direito da União aumentar sua participação no capital votante da antiga estatal. O Estado soma uma montanha de recursos esterilizados, mas não tem poder de decisão. E é proibido de comprar uma única ação em mercado além do teto estatutário. Hoje, a União detém cerca de 40% do capital da empresa, mas apenas 10% das ações com direito a voto.   

O modelo de capitalização adotado para a privatização da Eletrobras incluiu uma pílula de veneno, que restringe exatamente a 10% o total de ações com direito a voto que cada investidor pode deter. As decisões sobre a gestão da empresa são tomadas no Conselho de Administração, constituído pelos “acionistas de referência”. A 3G Radar, que tem entre seus controladores Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, através da associação com a 3G Capital, é acionista de referência da Eletrobras. Trata-se do maior detentor de ações preferenciais, com 10,8%. Ou seja, no atual modelo, hipoteticamente, caso firmasse parceria com o Banco Clássico, controlado pela controversa família Abdalla – uma instituição que possui patrimônio avaliado em pouco mais de R$ 5 bilhões e possui 5% das ações ordinárias preferenciais da ex-estatal –, e mais alguns fundos estrangeiros, a 3G Radar mandaria na Eletrobras.   

Não há nada que impeça o trio de operar na compra e venda das ações, estando em posição privilegiada. Um exemplo de como funcionam essas operações se deu pouco depois da privatização. No dia 13 de fevereiro de 2021, Lemann e seus sócios venderam ações da companhia. No dia 25 de junho, recompraram. Nesse jogo de estica e encolhe, que se repetiu várias vezes, os “acionistas preferenciais”, hoje sob suspeição do mercado, reduzem um pouco sua quantidade de ações, e aumentam depois, e vice-versa, buscando sempre manter no mesmo patamar sua participação no capital votante. Um jogo simples, conhecido por iniciantes em operações com valores mobiliários. Questionada, a 3G informa “que não há qualquer acordo ou contrato regulando o exercício do direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários de emissão da companhia da qual a signatária seja parte”.   

Lula, pelo que já disse, não concorda com o modelo em que o poder de decisão do Estado permanece diluído, independentemente da sua disposição em aumentar sua participação no capital da empresa. Uma solução para desbloquear a pílula de veneno está sendo pensada no BNDES. Lembrai-nos que foi no banco, sob o governo Lula, que o falecido Carlos Lessa, então presidente da instituição, montou uma engenharia de compra, através da BNDESPar, das ações da Vale. À época, com esse movimento, impediu a venda da mineradora para investidores externos. Por enquanto, o 3G, seja Capital seja Radar, de uma forma esperta, é quem dá as cartas.  

#3G Capital #Americanas #Beto Sicupira #BNDES #Eletrobras #estatal #família Abdalla #fraude #Jorge Paulo Lemann #Lula #Marcel Telles #privatização #Vale

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Justiça norte-americana é a maior ameaça a Lemann, Telles e Sicupira

10/02/2023
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Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira estão chorando migalhas para capitalizar as Lojas Americanas. Não querem colocar um “bilhãozinho” sequer da sua fortuna pessoal – o patrimônio somado do trio, segundo a Forbes, é de R$ 160 bilhões. Mas, se forem acionados na Justiça norte-americana, os mais festejados capitalistas do Brasil talvez tenham de pagar muito mais caro. Segundo juristas ouvidos pelo RR, um dos maiores fatores de risco é como a Corte dos Estados Unidos vai encarar a responsabilidade da Americanas e de seus principais sócios à luz da Absolute Priority Rule. Em linhas gerais, trata-se do regramento do direito norte-americano que estabelece a ordem de pagamento dos credores nos processos falimentares, segmentando cada classe da maior para a menor preferência no recebimento de valores. Em seu fato relevante, a própria Americanas admitiu que suas demonstrações financeiras divulgadas nos últimos anos partiram de premissas equivocadas. Mais do que isso: os erros contábeis colocam em xeque os resultados positivos apurados pela companhia. Ou seja: muito provavelmente, a rede varejista distribuiu dividendos e bônus em cima de lucros imaginários, para não dizer ganhos maquiados. Esses pagamentos pregressos podem ser interpretados pela Justiça norte-americana como uma violação à Absolute Priority Rule. Se as demonstrações financeiras retificadas da Americanas trouxerem uma reversão do resultado, isto é, lucro virar prejuízo, a companhia estará “confessando” à Justiça dos Estados Unidos que gastou ontem o dinheiro que deveria ser usado hoje para o pagamento de credores. Nessa hipótese, ficará configurado que acionistas e executivos “furaram” a fila de credores – no direito falimentar norte-americano, ambos são considerados “residual owners”, na prática aqueles que somente podem receber depois que todos os credores forem pagos.  

No Brasil, o mea culpa da Americanas em relação aos erros das suas demonstrações financeiras não produz efeitos adversos na recuperação judicial. O mesmo não pode ser dito no caso dos Estados Unidos. O direito norte-americano prevê a figura do claw back, que se aplica tanto à falência quanto aos procedimentos de reestruturação judicial. Por esse mecanismo, os beneficiados indevidamente pela distribuição de dividendos e bônus podem ser obrigados a devolver os valores recebidos, para que os recursos sejam redistribuídos entre os credores, seguindo a ordem rígida imposta pela Absolute Priority Rule. E, em caso de irregularidades, quem mais teria se locupletado de dividendos gerados artificialmente se não o trio Lemann, Sicupira e Telles, maiores acionistas da companhia? 

O claw back é um afiado bisturi que corta fundo empresas fora da lei e seus gestores. O mecanismo permite também que transações fraudulentas deliberadamente preparadas pelo devedor para dilapidar o patrimônio antes do pedido de reorganização sejam objeto de impugnação. Pode ser aplicado também para suspender operações financeiras ou societárias realizadas dentro de um período considerado “suspeito”. Nesse caso a Justiça costuma perseguir medidas realizadas por acionistas que poderiam configurar algum tipo de proteção já antevendo que uma bomba está prestes a explodir. Apenas a título ilustrativo: a Corte dos Estados Unidos pode, por exemplo, colocar foco sobre a reestruturação societária das Americanas em 2021, quando Lemann, Sicupira e Telles deixaram de exercer a figura de controladores para se tornar “apenas” acionistas de referência, reduzindo sua participação acionária de 53,3% para 29,2%. 

Um exemplo do rigor com que a Justiça norte-americana costuma tratar violações à Absolute Priority Rule e determinar o claw back: no caso Madoff, uma das maiores fraudes financeiras da história, o Tribunal de Apelações dos Estados Unidos permitiu que algumas vítimas que investiram de boa-fé na pirâmide devolvessem parcela dos recursos recebidos. A medida foi adotada exatamente para assegurar que a divisão dos ganhos e prejuízos entre os credores fosse feita de maneira homogênea. Outro episódio que mostra a enrascada jurídica de Lemann e cia.: no recente caso de fraude da FTX, Sam Bankman-Fried, fundador da empresa, teve a sua prisão decretada pouco tempo depois do recebimento do pedido de falência, com base no Chapter 11, e da rápida proliferação de solicitações de claw back. Acusado de envolvimento nas fraudes que levaram ao colapso da exchange de criptomoedas, Bankman-Fried só deixou a cadeia, para acompanhar o processo em liberdade, após pagar uma fiança de US$ 250 milhões. A imagem de Fried escoltado por policiais e com uma tornozeleira eletrônica certamente não se coaduna ao que um dia Lemann, Sicupira e Telles convencionaram chamar de o “sonho grande”.  

No arcabouço jurídico norte-americano sobram previsões legais que tornam a situação não só da Americanas como de Lemann, Telles e Sicupira bem mais delicada. Nos Estados Unidos existem as chamadas Punitive Damages, ou “danos punitivos”, também conhecidas como “danos exemplares”, que pode multiplicar dezenas de vezes o valor das indenizações devidas aos credores lesados. O espírito das Punitive Damages é exatamente fazer com que o ilícito saia muito mais caro para o fraudador do que os lucros auferidos com as irregularidades. Na legislação brasileira, não existe punição equivalente. “No direito norte-americano existe uma série de standards jurisprudenciais e doutrinários aplicáveis aos casos de securities litigation com enredo semelhante ao da Americanas. Portanto, é mais fácil antever a consequência de alguns atos do que no direito brasileiro”, afirma ao RR o advogado Matheus Sousa Ramalho, especializado em direito empresarial e litígios falimentares e presidente da Comissão de Assuntos Legislativos da OAB-RJ. Ramalho ressalta que no direito norte-americano “o tipo de prova separa o joio do trigo, isto é, distingue as hipóteses de erro grosseiro da cegueira deliberada, que imputa o conhecimento do ilícito ao beneficiário, e, principalmente, da fraude ou conduta equiparável. Essa mistura de normas substanciais e processuais facilita a aplicação do regime indenizatório a ser aplicado em cada caso, fazendo com que exista maior clareza no cálculo da dosimetria das penas e liquidação dos danos”.  

Segundo Ramalho, “algumas particularidades do modelo processual praticado nos Estados Unidos facilita a reunião de elementos probatórios para a construção de teses jurídicas mais certeiras, por meio dos procedimentos de Discovery”. Por Discovery entenda-se uma série de mecanismos do direito norte-americano que permitirão à Justiça dissecar as entranhas contábeis da Americanas, desvendar o modus operandi ilícito e eventualmente comprovar a participação dos acionistas de referência. Por este instrumento, antes mesmo do início formal do processo, o juiz pode permitir que as partes façam uma varredura cruzada em busca das melhores provas para a construção do caso. É que os juristas chamam de “busca da verdade real”. “Poucos países dispõem de um instrumento similar e tão contundente para investigar o cometimento de um eventual ilícito. Os mecanismos assegurados pelo procedimento de Discovery poderiam trazer maior transparência sobre as informações contábeis da Americanas, o que possibilitaria a realização de perícia contábil-econômica com base em informações bastante próximas da realidade. Além disso, o Discovery possibilitaria quebra do sigilo de comunicações entre os investigados, assim como a acesso à amplo acervo documental para além da contabilidade,”, explica Matheus Ramalho.  

É irônico constatar que foi a própria Americanas que trouxe a Justiça dos Estados Unidos para o caso ao evocar o Chapter 15, pedido já deferido pelo juiz Michael E. Wiles, do Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York. Em busca de um movimento preventivo, os advogados da empresa teriam acionado os mecanismos de proteção previstos na referida seção do Bankruptcy Code com um objetivo principal: obter os efeitos advindos do Automatic Stay, ou seja, o poder de paralisar a realização de medidas expropriatórias contra a companhia. Trata-se de um hedge que vai além das fronteiras dos Estados Unidos: diversos países atribuem ao Automatic Stay reconhecido pelas Bankruptcy Courts norte-americanas eficácia global. No entanto, o movimento feito pelos advogados da Americanas traz um risco embutido, ao abrir brecha para que a própria Justiça dos Estados Unidos americana chame para si um protagonismo maior na investigação e responsabilização de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. 

#Absolute Priority Rule #Beto Sicupira #Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas #Marcel Telles

Negócios

Lemann, Sicupira e Telles jogam a PwC na lama

25/01/2023
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Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles já escolheram o seu “Judas”. O comunicado divulgado pelo trio no último domingo culpabiliza explicitamente a PwC pela fraude contábil na Americanas. O texto não deixa dúvidas de que Lemann, Sicupira e Telles estão decididos a transformar um parceiro de longa data no “criminoso” responsável por um dos maiores escândalos da história do mercado de capitais no Brasil. A PwC tornou-se praticamente uma espécie de “auditoria in house” tamanho vínculo global com as empresas de Lemann, Sicupira e Telles. A companhia é responsável por auditar o balanço da Ambev, da AB Inbev e da Kraft Heinz. Neste último caso, a dobradinha entre a tríade de investidores e a PwC já carrega uma nódoa. Em a Kraft Heinz aceitou pagar US$ 62 milhões para encerrar uma investigação na SEC, a Comissão de Valores Mobiliários norte-americana, em razão de irregularidades contábeis por três anos seguidos. No Brasil, a PwC é também o auditor independente da Zamp, holding que controla as operações do Burger King no país. Ou seja: onde há Lemann e cia., há também a antiga PriceWaterhouseCoopers.  

O tempo dirá se a PwC tem ou não culpa no cartório em relação à Americanas. No entanto, a postura covarde de Lemann, Telles e Sicupira de empurrar para a firma de auditoria a responsabilidade pelas fraudes contábeis na rede varejista coloca a antiga parceria em uma posição extremamente delicada. Desde já, a PwC pode perder um caminhão de dinheiro com a “condenação prévia” dos acionistas de referência da Americanas, para não falar do forte impacto sobre o seu capital reputacional. A empresa de auditoria vive disparadamente a maior crise em seus mais de cem anos no Brasil. O comunicado de Lemann, Telles e Sicupira lança ainda uma pergunta que não quer calar: a PwC será mantida como a auditora independente das demais empresas pertencentes à trinca?  

#Beto Sicupira #Jorge Paulo Lemann #Marcel Telles #PwC

Negócios

A estranha relação entre Sergio Rial e os “Lemann brothers”

18/01/2023
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Esquisitas ou, no mínimo contraditórias, as declarações do ex-presidente do Santander  um dos grandes credores da Americanas  e ex-CEO desta última, Sérgio Rial, sobre o episódio de inconsistências (ou fraudes) contábeis na empresa varejista. Rial disse que “jamais transigiria com sua biografia”, mas se posiciona como quem, sim, está transigindo com sua imagem e profissionalismo. O histórico é mais ou menos o seguinte: Rial era o titular do Santander  portanto, o fato de o banco ser grande credor da empresa deve ter de alguma forma influenciado na sua escolha pelos donos da bola, Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles; até por que, imagina-se, ele estaria bem informado sobre a empresa.

Em 10 dias, Rial pede para sair do cargo, em meio à denúncia de um escândalo de R$ 20 bilhões, e os sócios de referência, que o convidaram (Lemann e seus principais acólitos), não sabiam de nada, é claro. Pois bem, os donos das Americanas, frios e conhecidos pelo mergulho nas contas das suas empresas, não só ignoravam todos os problemas contábeis, como quando a bomba explode e Rial pula fora do barco, o convidam para assessorá-los. Rial aceita, mesmo que de alguma forma e ainda que sendo “rápido no gatilho” do seu pedido de demissão, o episódio tenha tingido sua trajetória profissional.

Quando Rial concorda em permanecer no mesmo time dos “Lemann Brothers” ele indulta os acionistas de referência e recebe deles um indulto cruzado. Estão todos juntos e sem responsabilidade pelos desatinos contábeis ocorridos nas Americanas. Em seu comunicado ao mercado, Rial afirma que “essa correção de rota” partiu da “transparência e apoio incondicional que recebeu do Conselho e dos acionistas de referência”. Ou seja, o ex-CEO agradece, por quesitos ausentes no processo (tais como “transparência”), e isenta aqueles que, em qualquer lista de credores e acionistas, estão no andar mais alto da cadeia de responsabilidade sobre os “prováveis crimes” ocorridos: Jorge Paulo Lemann, Beto Sucupira e Marcel Telles. Um dado sobre o qual não se falou foi o acordo de rescisão de Rial. Não que haja suspeição direta sobre o executivo, mas somente para cumprir com atributo da transparência que ele tanto preza. Parece razoável que em condições normais o executivo deveria querer a maior distância possível dos acionistas de referência e não ficar agradecendo o seu apoio. Mas apoio a que? De que? A quem? No mercado dizia-se, ontem, que  Rial sofre de uma “síndrome de Estocolmo versão Faria Lima”. De qualquer forma, tudo é muito, muito estranho.

 

#Beto Sicupira #Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas #Marcel Telles #Sergio Rial

Negócios

Fundação Zerrener teme que a cerveja da Ambev fique choca devido as estrepolias de Lemann e seus associados

17/01/2023
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O estado de abalo no ecossistema empresarial criado pelo trio Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles avança trepidante. Agora quem tem mostrado tensão nas reuniões internas é a Fundação Zerrener, antigamente vinculada à Companhia Antártica Paulista, que, posteriormente, já sob os auspícios de Lemann, viria a se fundir com a Brahma, constituindo a Ambev. Pois bem, a Fundação Zerrener, também chamada de Fundação Ambev,  possui 10% das ações da cervejeira. Os episódios de compliance duvidoso nas empresas do trio (Garantia, ALL, Kraft e Americanas), no decorrer da história, deixaram dúvidas inevitáveis se as mesmas práticas não poderiam estar sendo usadas em outras companhias de Lemann e seu grupo. 

A Ambev seria uma dessas galinhas gordas que poderiam estar sendo depenadas há muitos anos, a exemplo das Americanas. A cervejeira já valeu ouro. Há cerca de pouco mais de década, o ADR chegou perto de US$ 10; hoje na bolsa estava cotado a US$ 2,70. Uma fantástica destruição de valor para quem se anunciava como um Midas. Certamente não era esse case de gestão que Lemann e sua turma queriam ensinar na Eleva, empresa de ensino já vendida pelo trio, cuja proposta era uma educação de excelência para a formação de futuros homens públicos e empresários. Mas a Eleva é um capítulo passado. No momento é a Fundação Zerrener que se contorce em interrogações com o risco que cerca seu principal patrimônio  a instituição também é dona de 3% da Itaúsa. 

Lemann sempre teve um escudeiro na companhia, o conselheiro e co-presidente do Conselho de Administração, Victorio De Marchi. Reza a lenda que foi De Marchi, então diretor-presidente da Antártica, o maior articulador, junto aos funcionários da empresa, da fusão, com pele de aquisição, entre a Brahma e a Antártica. Consta também que De Marchi tem conversado internamente sobre o assunto com os ares de quem já deixou para trás o papel de escudeiro dos “Lemann Brothers”. Talvez surja algum escriba para produzir um livro sobre a “A solidão da queda”, um derivado do que foi feito com Eike Batista. Mas, de qualquer forma, é melhor não subestimar a frieza e capacidade do trio em dar a volta por cima. Afinal, como tem sido demonstrado, auditoria independente, Conselhos de Administração e Fiscal, xerife do mercado de capitais, agências de rating e bancos que ficam escarafunchando as empresas para avaliar a compra das suas ações, no Brasil, são facilmente dribláveis. Que o digam os sócios de referência.

#Ambev #Carlos Alberto Sicupira #Jorge Paulo Lemann #Marcel Telles

Destaque

Mais Credit Suisse nas Americanas?

17/01/2023
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Se procurar acha. Era esse o rumor que corria ontem no mercado sobre a relação entre a 3G Capital e o Credit Suisse nos negócios do private equity de Jorge Paulo Lemann e seus acólitos, Beto Sicupira e Marcel Telles. O boato pode ser uma operação dos credores das Americanas para fragilizar o trio e assim conseguir uma mordida maior em cima da 3G. Como se sabe, o banco não anda muito bem das pernas. No momento, a associação é ruim para ambos. De qualquer forma, é impossível não verificar que o namoro entre os “suíços” – Lemann também é de origem helvética – existe e vem de muito tempo.

Tudo pode ser coincidência, mas o Credit Suisse já chegou a deter mais de 5% das ações ordinárias das Americanas – até o fechamento desta edição, o RR não conseguiu levantar qual a posição acionária atual do banco. Fato é que nunca esteve longe. Foi ele o escolhido pelo trio para estruturar a operação de aumento de capital das Americanas. À época o follow on teria como objetivo levantar recursos – quem diria – para a realização de aquisições. O banco suiço sempre avaliou as Americanas como se fosse uma joia. E foi quem salvou Lemann com a compra do Banco Garantia, que estava com a língua de fora.

Em um determinado momento chegou mesmo a ser cogitado que o trio voltaria ao setor bancário comprando o Credit Suisse, que já ia de mal a pior. O banco ganhou fama de negligente após tomar prejuízos bilionários com as empresas Archegos e Greensil. Em 2022, teve uma saída líquida de US$ 88 bilhões em ativos e investimentos nele depositados. Quase quebrou. A informação de que haveria mais de Credit Suisse nas Americanas, através da triangulação de fundos envolvendo as duas empresas, chegou ao mercado no final da tarde. O RR registra tão somente.

#Beto Sicupira #Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas #Marcel Telles

Negócios

De Alex Haegler à Americanas, as várias peças no mosaico de Lemann

12/01/2023
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Há várias mitologias sobre a construção da “lenda viva” Jorge Paulo Lemann. O “superherói” das finanças”, envolvido no megaescândalo das Lojas Americanas, entre outras barbeiragens contábeis e financeiras, teria recebido um empurrão inicial do também operador financeiro e trader de armas, Alex Haegler, que faleceu no ano passado. O controverso empresário, de origem suíça tal como Lemann e também seu primo, tinha o pupilo como uma espécie de afilhado. Haegler foi responsável pelo aporte inicial para a construção do que viria a ser o império financeiro de Lemann. Foi um dos primeiros sócios do Garantia, que quebrou e foi vendido ao Credit Suisse em 1998. O controverso empresário era onipresente no jet set carioca. Abriu as portas do Country Club, de Ipanema, para que Lemann desfilasse seu sucesso no jogo de tênis. No Brasil, Alex Haegler e sua filha caçula Bianca, se tonaram distribuidores dos fundos Madoff. Teria sido graças a Lemann que Haegler se aproximou do império de Madoff, responsável pela montagem do maior esquema Ponzi do mundo. O meliante norte-americano provocou perdas de US$ 50 bilhões para investidores de diversas partes do mundo – certamente entre eles não estava Jorge Paulo Lemann. Não faltam narrativas sobre o empresário que controla as companhias responsáveis por alguns dois grandes escândalos das finanças mundiais. Se o leitor quiser uma leitura de maior densidade pode conferir a tese de pós-graduação de Danillo Marchesano Ramos Alves, na Universidade Federal de Juiz de Fora: “Da economia política a educação – análise do projeto da Fundação Lemann” .

#Credit Suisse #Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas

Negócios

Americanas cria um efeito dominó sobre os demais negócios de Lemann

12/01/2023
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O escândalo contábil da Americanas já não pertence apenas à Americanas. A “inconsistência” de R$ 20 bilhões no balanço da rede varejista desencadeia uma crise em cascata, de proporções ainda imensuráveis, colocando em xeque a lisura e a credibilidade das demais empresas pertencentes a Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. É possível confiar na gestão e, mais especificamente, nas demonstrações contábeis dessas companhias? Esta é a pergunta que grandes investidores internacionais têm feito nas últimas horas, desde o anúncio do “desaparecimento” de um passivo descomunal no balanço da Americanas. As primeiras consequências mais graves já começam a despontar. Desde cedo, corre no mercado que a Altria, dona de 10% da AB Inbev, vai pedir uma auditoria especial na contabilidade do grupo. 

Além de inevitavelmente lançar dúvidas e suspeições sobre os demais negócios de Lemann, Sicupira e Telles, o rombo da Americanas dispara uma série de questionamentos e alimenta ilações que só aumentam o nervosismo nos mercados. Recentemente, o trio de investidores vendeu oito escolas do Grupo Eleva para a inglesa Inspired Education por R$ 2 bilhões. A erupção da possível fraude fiscal da Americanas suscita as interpretações mais perturbadoras. Há relação entre um fato e outro? Não obstante sua notória capacidade financeira, Lemann e seus sócios teriam negociado os ativos para gerar liquidez? Ou haveria a intenção de criar uma reserva com o objetivo de cobrir o rombo em suas empresas? Outras vendas de ativos estariam engatilhadas? 

O track records de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles mais impulsiona do que aplaca a apreensão dos investidores e do mercado. Há estranhas coincidências ou aproximações entre o case Americanas e outros negócios do trio. Em 2021, a Kraft Heinz – também pertencente a Lemann e seus sócios – e dois ex-executivos da companhia aceitaram pagar US$ 62 milhões para encerrar uma investigação na SEC, a Comissão de Valores Mobiliários norte-americana. A gigante mundial da área de alimentos foi acusada de irregularidades contábeis por três anos seguidos, envolvendo a falsificação de contratos com fornecedores. Curiosamente, o possível rombo fiscal da Americanas também passa pela conta de fornecedores.  

Bem antes disso, o Banco Garantia, que ajudou a construir a fama de Lemann, Sicupira e Telles, foi para o vinagre devido a operações perigosas. A instituição foi investigada e multada pela CVM devido à prática de fraude cambial e remessa ilegal de dinheiro para o exterior. Uma sucessão de operações heterodoxas levou à debacle do Garantia, vendido na bacia das almas para o Credit Suisse em 1998. Quase 25 anos depois, Lemann, Sicupira e Telles estão novamente na berlinda, como protagonistas do que pode vir a ser a maior fraude contábil de uma companhia aberta na história do mercado de capitais brasileiro. O festejado trio de investidores, tal como Midas, toca com uma mão os ativos e eles viram ouro. Com a outra, faz com que eles se tornem escândalos financeiros. Quem paga o pato são os acionistas, a credibilidade dos auditores independentes e a fé pública no mercado de capitais.  O poder destrutivo dos “Lemann´s Brothers” é incalculável. 

#Beto Sicupira #Grupo Eleva #Inspired Education #Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas

Negócios

International Schools Partnership reforça invasão estrangeira na educação

6/12/2022
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A britânica International Schools Partnership está em busca de ativos na área de educação no Brasil. O grupo já tem negócios na América do Sul – atua no Chile, Equador e Peru. O interesse dos ingleses corrobora a tendência de forte presença de investidores estrangeiros no setor de educação do Brasil. Há poucas semanas, a também inglesa adquiriu a rede Eleva junto ao fundo Gera, de Jorge Paulo Lemann. Por sua vez, a alemã Klett comprou a tradicional Escola Nova, do Rio de Janeiro.

#International Schools Partnership #Jorge Paulo Lemann

Negócios

Depois do Eleva, Inspired Education mira em São Paulo

30/11/2022
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O grupo inglês Inspired Education quer entrar em São Paulo. Os britânicos pretendem comprar uma rede de escolas do segmento premium. Em maio do ano passado, a Inspired adquiriu a rede de escolas Eleva junto ao fundo Gera de Educação, de Jorge Paulo Lemann. Por trás do conglomerado está o investidor Nadim Nsouli, que tem cidadania inglesa e libanesa. 

#Gera de Educação #Inspired Education #Jorge Paulo Lemann

Negócios

Para o Mubadala, é Burger King no almoço e IMC no jantar

25/11/2022
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O Mubadala tem fome de Brasil. O RR apurou que o fundo de Abu Dhabi pretende apresentar uma nova oferta para a compra da Zamp, holding controladora do Burger King e do Popeyes no Brasil. O valor poderá chegar à casa de R$ 8,50 por ação. Ou seja: na prática, embutiria um prêmio de aproximadamente 35% sobre a cotação em Bolsa – o papel foi negociado ontem a R$ 6,30. O Mubadala já fez duas propostas pela empresa – respectivamente de R$ 7,55 e R$ 8,31. Ambas foram recusadas pelos acionistas da Zamp, entre os quais a 3G Capital, de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. A segunda investida, no último mês de setembro, acabou em troca de “gentilezas” públicas. O Mubadala retirou a oferta alegando falta de transparência da Restaurant Brands International (RBI), dono das duas bandeiras de restaurantes. O maior acionista da RBI é exatamente a 3G Capital. Segundo a fonte do RR, envolvida nas negociações, o recuo não teria passado de um blefe dos árabes à mesa de negociações. Por ora, os protagonistas desse enredo se fecham em copas: consultados, tanto o Mubadala quanto o Burger King não se pronunciaram. 

A insistente investida sobre o Burger King é apenas uma espécie de hors d’oeuvres para um projeto maior. O Mubadala quer ser um consolidador de ativos no setor de fast food no Brasil. Outro alvo na mira do fundo de Abu Dhabi é a IMC (International Meal Company), cujo capital está fragmentado nas mãos de investidores como a UV Gestora, o empresário Carlos Wizard e seus filhos e a Pizza Hut International, entre outros. O grupo opera algumas das maiores cadeias de restaurantes do país, entre as quais Viena, Pizza Hut, Frango Assado e KFC. Em março deste ano, os acionistas da IMC retiraram do estatuto a pílula de veneno, que obrigava qualquer sócio a fazer uma oferta pública pelo restante das ações em caso de compra de 30% do capital. Ou seja: a mudança escancarou uma porta para que um investidor monte uma posição expressiva e até mesmo majoritária no capital da empresa.  

O Mubadala olha, com apetite redobrado, para um negócio de expressivas somas. A aquisição da Zamp/Burger King e da IMC colocaria os árabes à frente de um conglomerado com mais de 1,5 mil restaurantes, um faturamento próximo dos R$ 3 bilhões e um Ebitda em torno de R$ 450 milhões – a números de 2021.

#Burger King #Jorge Paulo Lemann #Mubadala #Popeyes

Matrículas abertas

17/06/2022
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A inglesa Inspired Education, que comprou o Eleva de Jorge Paulo Lemann, não está sozinha. A igualmente britânica International Schools Partnership também busca ativos na área de educação no Brasil. O grupo, que já atua no Chile, Equador e Peru, é controlado pela gestora suíça Partners Group.

#Eleva #Inspired Education #Jorge Paulo Lemann

Investidores não engolem derrota na Kraft Heinz

8/06/2022
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A “rebelião do ketchup” está apenas começando. Segundo uma das fontes que se sente lesada, um grupo de acionistas da Kraft Heinz contratou dois grandes escritórios de advocacia norte-americanos para tentar reaver parte das perdas sofridas com o mico da década. Os investidores reclamam de má gestão por parte de Bernardo Hess e Alexandre Behring, respectivamente ex-CEO e ex-chairman da companhia.

Não é difícil imaginar que algo saiu da rota com uma perda pela empresa de mais de US$ 60 bilhões em valor de mercado. Hess e Behring carregavam ainda outro chapéu: eram gestores dos fundos da 3G Capital – de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles – responsáveis pelos investimentos na Kraft Heinz. Ou seja: são responsáveis em dose dupla pelo fracasso da companhia, talvez o maior vexame da vitoriosa trajetória de Lemann. No fim das contas, a 3G repassou a maior parte do prejuízo para os acionistas: há cerca de duas semanas, transferiu metade da sua participação direta – cerca de 88 milhões de ações, ou US$ 3,5 bilhões – aos investidores.

Hess e Behring não têm do que reclamar. Ganharam sucessivos fees como administradores dos fundos da 3G. Isso inclui o fundo V. Criado em 2016, o veículo de investimento captou US$ 10 bilhões para o deal da Unilever, que acabou não ocorrendo. O fundo só viria a comprar uma empresa – a fabricante de persianas Hunter Douglas – em 2021. Nesse intervalo de cinco anos, Hess e Behring ganharam fees supermilionários pela gestão dos recursos.

A eventual ação dos investidores na Securities and Exchange Commission (SEC) contra atuais e ex-gestores da Kraft Heinz já vai encontrar a companhia em uma posição de fragilidade no órgão regulador norte-americano. No ano passado, a SEC moveu um processo contra a empresa sob a acusação de má conduta contábil entre o último trimestre de 2015 e o fim de 2018. Segundo a SEC, a Kraft Heinz tinha como prática o reconhecimento de descontos não ganhos de fornecedores e a manutenção de contratos de fornecedores falsos e enganosos. A empresa teve de pagar uma indenização de US$ 62 milhões para encerrar a ação. E Jorge Paulo Lemann, como ficou nisso? Entrou mudo, saiu calado e com menos dinheiro no bolso.

#Beto Sicupira #Jorge Paulo Lemann #Kraft Heinz #Unilever

Duelo de gigantes pela Eletrobras

1/06/2022
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A privatização da Eletrobras poderá se tornar um duelo de titãs: de um lado André Esteves; do outro, Jorge Paulo Lemann. Esteves entrou na lista de candidatos a uma posição de destaque entre os futuros acionistas da companhia. O banqueiro leva munição extra para a disputa: está carregado de moedas podres. Pretende, portanto, fazer algo parecido com o que Julio Bozano fez com a privatização da Embraer e os títulos da Sunaman. A briga vai ser boa. Há alguns anos, a 3G Radar – braço da 3G Capital, que reúne os investimentos do trio Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles – mantém uma posição cativa e privilegiada na Eletrobras. Sua fatia beira os 2% do capital total da empresa. Graças a esse cluster societário, Lemann acompanhou por dentro toda a elaboração do plano de capitalização da Eletrobras. Leva, portanto, um corpo de vantagem em relação a Esteves.

#André Esteves #Eletrobras #Jorge Paulo Lemann

A última gota de ketchup

30/05/2022
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O processo dos minoritários da Kraft Heinz contra 16 executivos e conselheiros da 3G Capital está acelerando uma decisão que, na realidade, já está tomada há algum tempo: Jorge Paulo Lemann vai vender sua participação na companhia.

#Jorge Paulo Lemann #Kraft Heinz

Universidade Burger

10/05/2022
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Jorge Paulo Lemann voltou a ser o velho Jorge Paulo com a venda da Eleva, uma escola para príncipes, com mensalidades de até R$ 10 mil? Nada. Jorge Paulo é o mesmo Lemann de sempre, o que compra, junta, reestrutura e vende. No caso do setor de educação, há vantagens adicionais: entre a aquisição e a desmobilização, o bilionário ainda deu uma “marketada” em sua imagem, um lustro ESG colateral aos seus empreendimentos centrais. Seus ativos para valer são os que ora embriagam (Ambev), ora levam à obesidade (Heinz e Burger King). É provável que o empresário compre uma escola para criar um instituto das diversidades ou uma universidade ESG. São bons hedges para quem vem se equilibrando no fio do imposto do pecado, ou seja, o tributo sobre alimentos com açúcares e bebidas alcoólicas que Paulo Guedes ensaia criar desde o início do governo. De  qualquer forma, é melhor um “Jorge Paulo green”, a despeito de intenções marqueteiras.

#Ambev #Eleva #ESG #Jorge Paulo Lemann #Paulo Guedes

Mesa para dois

22/04/2022
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A Vinci Partners procura um sócio para a operação brasileira da Domino ´s. No ano passado, a gestora tentou vender a rede de pizzarias para o Burger King, de Jorge Paulo Lemann e cia.

#Jorge Paulo Lemann #Vinci Partners

Fundos de pensão abrem nova frente de batalha contra a Ambev

7/04/2022
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Previ, Funcef e Economus, fundo de pensão da antiga Nossa Caixa, vão voltar à carga contra a Ambev. Segundo o RR apurou, o trio estuda entrar na CVM com uma nova ação contra a cervejeira de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. As três fundações, que detinham bônus de subscrição emitidos pela antiga Brahma em 1996, alegam ter direito a convertê-los em ações da própria Ambev.

Somente Previ e Funcef calculam o seu prejuízo em R$ 4 bilhões. Cabe lembrar que o colegiado da CVM já se posicionou favoravelmente à fabricante de bebidas por duas vezes, a última em 2004. Os fundos de pensão, no entanto, acreditam que desta vez têm munição de maior calibre contra a Ambev.

De acordo com a fonte do RR, nos últimos anos a cervejeira teria firmado acordos sigilosos com outros detentores de bônus da Brahma, entre os quais um grande banco, para encerrar ações administrativas e judiciais. No entendimento das fundações, seria uma “confissão de culpa” da companhia. Procurada pelo RR, a Ambev não quis se pronunciar.

Previ, Funcef e Economus também não se manifestaram. A CVM, por sua vez, informou que “até o momento, não recebeu reclamação com o teor objeto da demanda”. Além do front regulatório, a batalha se desenrola nos tribunais, onde a AmBev também saiu em vantagem. O STJ deu ganho de causa à cervejeira, entendendo que os bônus não deveriam ser convertidos em ação. Agora, os fundos de pensão tentam reverter essa decisão no STF.

#Ambev #CVM #Economus #Funcef #Jorge Paulo Lemann #Previ #STJ

Uma pizza cada vez mais fria

25/01/2022
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A Vinci Partners pretende reabrir as conversações com a BK Brasil, leia-se Jorge Paulo Lemann e cia., para a venda da operação brasileira da Domino ´s. A negociação, desta vez, se daria em novos termos: a gestora de recursos receberia um percentual de ações da BK inferior a 16,4% – fatia que chegou a ser colocada sobre a mesa na primeira rodada de conversações, no ano passado. O problema é que o negócio enfrenta resistência entre os minoritários da BK Brasil, dona do Burger King. Em novembro de 2021, as ações da empresa despencaram diante da iminência de compra da Domino ´s.

#BK Brasil #Burger King #Domino ´s #Jorge Paulo Lemann

Bate-bola

7/01/2022
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Marc Lemann, filho de Jorge Paulo Lemann e sócio da agência de marketing esportivo Go4It/ Adventures, tem sido procurado por outros investidores para entrar na onda das SAFs (Sociedades Anônimas de Futebol).

Em tempo: se papai quisesse, poderia comprar Flamengo, Corinthians e Atlético-MG de uma só tacada. Se o valuation somado dos três fosse de R$ 3 bilhões, ou algo como US$ 550 milhões, isso representaria apenas 3% da fortuna de Lemann, estimada em aproximadamente US$ 19 bilhões.

#Atlético-MG #Corinthians #Flamengo #Jorge Paulo Lemann

Ensino exportação

5/10/2021
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O Grupo Eleva, de Jorge Paulo Lemann, planeja internacionalizar sua operação, a começar pela compra de ativos de educação em países da América do Sul. Procurado pelo RR, o Eleva não quis se manifestar

#Grupo Eleva #Jorge Paulo Lemann

Corrente elétrica

27/09/2021
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Corre no mercado que a 3G Radar, leia-se Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, estaria aumentando sua posição na Eletrobras, com a compra de ações em Bolsa. Já teria algo próximo dos 11% das preferenciais. Pode ser uma aposta de que a privatização vai mesmo sair do papel. Ou não.

#Eletrobras #Jorge Paulo Lemann

Café quente

27/08/2021
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Além de hambúrguer e ketchup, o café deverá entrar no cardápio de Jorge Paulo Lemann e cia. no Brasil. O RR apurou que a rede de cafeterias canadense Tim Hortons, pertencente a Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, estaria preparando sua entrada no país.

#Jorge Paulo Lemann

Lemann prepara uma guinada rumo ao padrão ESG

28/07/2021
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O RR acompanha com lupa o que pode vir a ser uma reviravolta na atuação de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. Segundo uma fonte encrustada nas conversações, o trio discute uma guinada na direção de negócios padrão ESG. O que se avalia intramuros é vincular praticamente todos os futuros investimentos a atividades econômicas e empresas com notório compromisso socioambiental. Seria uma forma de adequação ao novo cenário global, em que os mercados estão cada vez mais punitivos a negócios prejudiciais ao meio ambiente e ao social. De acordo com a mesma fonte, Lemann, Sicupira e Telles partiriam para um processo de higienização do seu portfólio, medida que poderia levar à diluição de participações societárias ou mesmo à saída do capital de algumas de suas empresas.

Na linha de tiro, estariam negócios como Burger King e Kraft Heinz – há poucas coisas menos saudáveis do que um hambúrguer encharcado de ketchup. Ressalte-se que, em março, Lemann deixou o Conselho de Administração da Kraft Heinz. Em sua origem, a montagem dos negócios em cerveja/refrigerante, hambúrguer e ketchup foi considerada um primor de sinergia. Hoje, esse mosaico é tido como o “padrão podre” do meio empresarial. E vai piorar. Esses setores podem até não figurar entre os grandes emissores de carbono. Mas, do ponto de vista da letra “S” de ESG – ou seja, do social -, são imbatíveis em produzir o mal. Até porque não há compensação dos danos causados à saúde humana.

O mal que se faz é o mal que fica. De alguma forma, os negócios e o perfil de investimentos da tríade já passam por um processo de reinvenção. O caso mais representativo talvez seja a entrada de Jorge Paulo Lemann e de Marcel Telles no setor de educação, por meio do Gera Venture Capital. A Eleva, controlada pelo fundo, se tornou um dos maiores consolidadores do setor. Neste momento, de acordo com a fonte do RR, Lemann, Sicupira e Telles analisam negócios pautados por uma pegada de responsabilidade socioambiental. Um exemplo: os três investidores teriam interesse em participar da privatização da Eletrobras. Ressalte-se que eles já mantêm uma posição acionária na estatal (10% das preferenciais), por meio da gestora 3G Radar.

Cabe lembrar ainda que Sicupira é dono também de 9,9% da Light. Como se sabe, quando um dos “Lemann Brothers” finca sua bandeira em algum negócio, os outros também estão presentes, ainda que não de forma explícita. Com um pé na Eletrobras e outro na Light, Lemann e cia. poderiam criar um cinturão verde, com foco na produção de energia limpa, o que incluiria a construção de uma série de Pequenas Centrais Hidrelétricas. Em outro front, os três investidores estudam também projetos de produção de gás metano a partir da decomposição de resíduos orgânicos. O RR enviou uma série de perguntas para a 3G Capital, holding que reúne os negócios do trio, mas a empresa não se pronunciou.

Nesse puzzle de ativos padrão ESG que Jorge Paulo Lemann e seus sócios podem vir a montar, há uma peça de difícil encaixe: a InBev, cujos produtos causam ainda mais estragos à saúde do que os da Kraft Heinz ou do Burger King. A cervejeira tem feito esforços para se tornar uma empresa menos maléfica. Já anunciou a meta de reduzir suas emissões de carbono em 25% até o ano de 2025. Nesse mesmo intervalo, vai investir cerca de US$ 1 bilhão em campanhas para reduzir o consumo nocivo de álcool. Contudo, é difícil remover a pecha de “não saudável” de uma corporação com mais de 80% de sua receita proveniente da venda de bebidas alcoólicas.

Trata-se de um “passivo” que talvez tenha de ser carregado por Lemann devido ao tamanho a que InBev chegou. No entanto, em um esforço de “descontaminação” da sua carteira de investimentos, o empresário e seus sócios poderiam, por exemplo, buscar alguma fórmula de diluição da sua participação societária entre fundos. Seria um dos últimos negócios “pecaminosos” de Lemann e cia. em meio a um colar de investimentos balizados pelo padrão ESG.

#Eletrobras #ESG #Jorge Paulo Lemann

Lemann pode ter um sócio nota 10 na Eleva Educação

25/06/2021
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A britânica International Schools Partnership estaria em conversações para se associar à Eleva Educação. Os nomes por trás das duas empresas dão uma ideia da dimensão que o negócio pode alcançar. De um lado, está Jorge Paulo Lemann; do outro, Marcel Erni, Urs Wietlisbach, Alfred Gantner, fundadores do suíço Partners Group e listados entre os 25 maiores gestores de private equity do mundo.

A partir desse enlace, o Brasil pode se tornar o laboratório para um grande projeto de educação voltado à população de alta renda, com ramificações no exterior. De acordo com a fonte do RR, International Schools Partnership e Eleva seriam sócias em escolas não só no Brasil, mas em outros países do mercado latino-americano. Ressalte-se o grupo britânico já atua no Chile, Equador e Peru.

É apenas um pedaço da ampla cartografia de negócios da empresa. O International Schools Partnership está presente na Europa, Europa, no Oriente Médio, nos Estados Unidos e no Canadá, com escolas voltadas a “clientes” triple A. Trata-se da essência da Eleva Educação, ainda que, mais recentemente, a empresa tenha ampliado seu portfólio de ativos – entre outros negócios, com a compra de 51 escolas da Cogna. Mas, a marca Eleva está reservada para enricados alunos. Procurada pelo RR, a empresa não quis se pronunciar, assim como a International Schools Partnership.

#Eleva Educação #International Schools Partnership #Jorge Paulo Lemann

Minoritários no caminho da Americanas e da B2W

7/05/2021
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Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles terão de enfrentar alguns percalços para concluir a fusão entre a B2W e a Lojas Americanas. Minoritários pesos-pesados da Americanas, a exemplo do BlackRock – uma das maiores gestoras do mundo, com quase US$ 9 trilhões em ativos -, estariam se mobilizando para entrar com um recurso junto à CVM com questionamentos à operação. Segundo fonte de mercado, o ponto central da contestação seria a relação de troca das ações vis-à-vis o esvaziamento da empresa. Pelo acordo, para cada papel que detêm da Americanas, os atuais acionistas da companhia receberão 0,18 ação da B2W. O entendimento é que essa proporção não compensaria as perdas impostas pela transferência de todos os ativos da Americanas para a B2W – o chamado “acervo cindido”, no valor de R$ 6,2 bilhões. Na avaliação dos minoritários, também não se trata de uma relação de troca justa considerando-se a redução do capital social da rede varejista, de R$ 12,5 bilhões para R$ 7,3 bilhões. Bom mesmo só para o trio Lemann/Sicupira/Telles, que manterá o controle da B2W, inflada pelos ativos da Americanas, somando 53,4% entre participações diretas e indiretas.

Procurada pelo RR, a CVM comunicou que, “até o presente momento, não recebeu denúncia ou reclamação a respeito do tema”. E aos olhos do órgão regulador, a engenhosa arquitetura societária é prejudicial aos minoritários? A CVM diz que a operação “está sendo analisada no âmbito do processo 19957.003703/2021-51″. Também consultado, o BlackRock disse que não comenta sobre casos específicos. A Americanas não quis se pronunciar. Ressalte-se que a contestação ao órgão regulador poderá se estender aos Estados Unidos após a já anunciada listagem da nova companhia no mercado norte-americano.

#Beto Sicupira #Jorge Paulo Lemann #Marcel Telles

Aportes em série

30/04/2021
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Os acionistas do aplicativo esportivo Strava estariam preparando um novo aporte na empresa. Na última capitalização, em novembro de 2020, foram injetados US$ 100 milhões. A startup reúne um condomínio de investidores, entre os quais a Go4It, de Marc Lemann, filho de Jorge Paulo Lemann.

#Go4It #Jorge Paulo Lemann #Strava

Educação é o novo alvo

27/04/2021
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O Centrão voltou a fazer carga pela saída de Milton Ribeiro do Ministério da Educação. O nome indicado seria o do ex-deputado Mendonça Filho, do DEM, que comandou a Pasta no governo Temer. Atualmente, Mendonça é consultor da Fundação Lemann, pertencente a Jorge Paulo Lemann. Aliás, Lemann é candidato à compra da participação da Petrobras na BR Distribuidora.

#Jorge Paulo Lemann #Milton Ribeiro

Governo Bolsonaro lança dúvidas sobre o futuro da BR

23/03/2021
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A BR Distribuidora virou uma bola de pingue-pongue, rebatida de um lado para o outro da rede entre estratégias e interesses conflitantes entre si. Do Palácio do Planalto, surgem vazamentos sobre a ideia de reestatização da companhia. Nesse caso, a Petrobras, que mantém uma participação de 37,5% na distribuidora de combustíveis, seria usada pelo governo para a recompra de ações da BR em mercado. Essa hipótese quica sobre a mesa como um rebote da raquetada do presidente Jair Bolsonaro na governança da
petroleira.

Se é possível interferir na Petrobras, por que não na BR, ainda que a participação do governo na companhia se dê de forma indireta? Pelo silogismo bolsonarista, se a Petrobras é sócia da empresa, está resolvido: “La BR c ´est moi” No sentido contrário, está o projeto de privatização completa da BR, com a venda do restante das ações ainda em poder da Petrobras. Os fundos que coabitam o capital da empresa pressionam por esta solução. Esta, inclusive, seria a principal missão de Wilson Ferreira Junior, que as-
sumiu a presidência da distribuidora de combustíveis na semana passada. Ferreira tem o perfil de embalador de empresas para a privatização, ainda que não tenha alcançado sucesso na Eletrobras.

Na estatal, ele perdeu a viagem. Já na BR, o executivo vem calejado pela arritmia decisória do governo Bolsonaro. No meio dessa troca de bolas de um lado para o outro, o RR recebeu também a informação do interesse da Americanas em ter uma participação expressiva na BR. A rede varejista, ressalte-se, já enxerga o negócio por dentro: firmou recentemente um acordo operacional com a distribuidora no segmento de lojas de conveniência. A compra das ações da Petrobras faria da Americanas o principal acionista individual da BR. A operação significaria o ingresso do trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira em um setor extremamente disputado.

Além do varejo per si, com a gestão das lojas de conveniência, Lemann e cia. passariam a competir com Raízen, Ultra/Ipiranga, entre outros menos votados. No mercado especula-se também que a ida de Marcos Lutz para o conselho do Grupo Ultra teria como objetivo a aquisição da BR. Lutz, enquanto esteva na Cosan, era o executivo dedicado a uma operação de compra da estatal. Mas tudo ainda está no campo das conjecturas. Os 37,5% do capital nas mãos da Petrobras indexam o destino da BR aos humores de Jair Bolsonaro.

#BR Distribuidora #Eletrobras #Jorge Paulo Lemann #Petrobras

Eleva não para

16/03/2021
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O RR tem a informação de que a Eleva, de Jorge Paulo Lemann, está em negociações para a compra de mais duas empresas de educação básica. O grupo adquiriu recentemente 51 colégios da Cogna, um negócio de R$ 1 bilhão.

#Eleva #Jorge Paulo Lemann

Abertura de capital 1

4/02/2021
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R$ 2 bilhões. É este o valor que a Eleva Educação, controlada por Jorge Paulo Lemann, planeja levantar com o seu IPO. A operação deve ocorrer até maio.

#Eleva Educação #Jorge Paulo Lemann

As lojas das Americanas

25/09/2020
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Mesmo com o investimento intensivo no e-commerce, a Americanas aposta alto no comércio físico. A rede varejista de Jorge Paulo Lemann e cia. estuda abrir cerca de 200 lojas em 2021. Vai servir para tirar o atraso provocado pela pandemia: no primeiro semestre deste ano, a Americanas abriu apenas nove pontos de venda, contra 41 no mesmo período em 2019.

#Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas

Fintech da Americanas

13/08/2020
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Após lançar a plataforma de pagamentos AME, a Americanas estuda criar sua moeda eletrônica. Não demora muito e Jorge Paulo Lemann e cia. criam o próprio banco digital da rede varejista.

#Jorge Paulo Lemann

Nem a elite escapa

6/08/2020
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A inadimplência na Eleva, a escola triple A de Jorge Paulo Lemann, subiu 15% desde o início da pandemia. As mensalidades chegam a R$ 10 mil.

#Jorge Paulo Lemann

Geni da rede social

7/07/2020
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A InBev, de Jorge Paulo Lemann, deverá ser a próxima big company a aderir ao boicote contra o Facebook, suspendendo a veiculação de anúncios na rede social. A cervejeira está tirando uma onda de empresa politicamente correta. É o caso típico do roto falando do
esfarrapado.

#Jorge Paulo Lemann

Para a InBev, cerveja é substantivo masculino

20/01/2020
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Recomenda-se a Jorge Paulo Lemann prestar mais atenção às políticas afirmativas que não estão sendo praticadas nas suas empresas. A Brahma, que integra o conglomerado cervejeiro de Lemann, enfrenta uma crise de imagem na Argentina. A marca teve de tirar do ar, às pressas, a campanha publicitária da “Brahma Lime”. No filmete, uma moça na praia é puxada por um grupo de banhistas, predominantemente homens, levada para o mar e forçada a tomar um gole da cerveja. A reação foi imediata.

A cervejeira passou a ser atacada nas redes sociais e criticada por entidades de defesa dos direitos femininos devido ao tom sexista do anúncio. “Misógina”, “ginecófoba” “violenta”, “machista” foram alguns dos termos usados em referência à Brahma. A repercussão chegou a tal ponto que, no último dia 12, a ministra de las Mujeres, Géneros y Diversidad da Argentina, Elizabeth Gómez Alcorta, se manifestou sobre o assunto no Twitter. Ainda que indiretamente, o episódio respinga na reputação das empresas de Jorge Paulo Lemann no setor de bebidas. Lemann é consagrado como o mais influente acionista da AB InBev, maior fabricante de cervejas do mundo. Esta, por sua vez, controla a Cervecería y Maltería Quilmes, fabricante da Brahma na Argentina, e a brasileira AmBev.

Não é a primeira vez que uma das cervejeiras de Lemann é acusada de misoginia. Em 2015, a AmBev lançou uma campanha da Skol com o mote “Esqueci o não em casa”. A frase ressoou como um debochado contraponto ao “Não é não”, palavra de ordem usada por mulheres contra o assédio sexual. À época, as redes sociais foram invadidas por fotos de mulheres protestando em frente a cartazes da Skol com o dedo médio em riste. A AmBev suspendeu a campanha.

O RR consultou a AmBev, braço da holding AB InBev no Brasil. A companhia ressaltou que “a campanha em questão não é da Cervejaria Ambev, mas da Brahma na Argentina”. Mas repassou um posicionamento da cervejaria argentina. Por meio de nota, a Brahma diz que se desculpa pelo comercial da Brahma Lime e informa que já retirou a campanha  do ar. Já a AmBev afirma “que é reconhecida atualmente por fazer campanhas que valorizam a diversidade e o respeito às pessoas”. Só o tempo vai dizer se a nova postura politicamente correta da AmBev não vai ser efêmera como no passado.

#Ambev #Jorge Paulo Lemann

“Americanas pay”

27/12/2019
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Vem aí a fintech das Americanas. A rede varejista de Jorge Paulo Lemann trabalha na criação de uma plataforma própria voltada a pagamentos eletrônicos e concessão de crédito.

#Jorge Paulo Lemann

“Plano Lemann” de privatizações mira nos Correios e na Eletrobras

14/11/2019
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Jorge Paulo Lemann pretende fazer um arrastão nas privatizações do governo Bolsonaro. A investida sobre a Eletrobras já estava escrita nas estrelas, ou melhor, no RR, que antecipou na edição de 4 de janeiro deste ano a intenção do 3G Radar de participar do leilão da companhia – desde então, o fundo de Lemann já ampliou sua participação de 5% para 9,8%. Pois agora o 3G estaria debruçado também sobre os Correios. O plano de Lemann é transformá-los em uma grande companhia de logística, voltada ao e- commerce. A empresa se tornaria uma multiplataforma de distribuição, com a terceirização de sua megaestrutura de armazenagem e entrega para grupos que desejam entrar no varejo online no Brasil.

Os números são superlativos. Além de mais de 11 mil agências em 1.725 municípios, os Correios somam 115 centros de entrega, 49 centros logísticos integrados e 41 centros de transporte operacional. A compra dos Correios teria também, como plus, uma notória sinergia com a Americanas.com e demais operações de Lemann no varejo online, reunidas sob o guarda-chuva da B2W – Submarino, Shoptime e Sou Barato. Ao mesmo tempo, carregaria um componente de defesa do território. Seria um movimento profilático do 3G Radar para impedir que toda a estrutura da estatal caísse de bandeja nas mãos de um forasteiro, a exemplo de Amazon e Alibaba.

O grupo de Jeff Bezos já tem uma atuação razoavelmente significativa no país. O gigante chinês, por sua vez, mantém uma plataforma de varejo online em língua portuguesa e prepara seu desembarque no mercado brasileiro. Ambos são potenciais contratantes da nova empresa que Lemann idealiza para os Correios. Mais: o empresário teria uma valiosa moeda de troca para – por que não? – negociar mais à frente um M&A com a Amazon, o Alibaba ou outro grande grupo de e-commerce disposto a aportar por estas bandas. Ao melhor estilo Lemann, o roteiro poderia incluir ainda um IPO da nova companhia. Até lá, seria o tempo sufi ciente para o empresário arrumar a casa e moldar a estatal ao seu feitio. Nada que um Falconi da vida com seu kit tradicional – orçamento base zero, corte de 30% do pessoal etc – já não tenha feito inúmeras vezes a mando do próprio Lemann.

#Correios #Eletrobras #Jorge Paulo Lemann

Clones

31/10/2019
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Jorge Paulo Lemann não é partido, mas vai usar todos os seus trunfos para montar uma bancada de mais de 100 vereadores em 2020. São todos clones da deputada Tabata Amaral.

#Jorge Paulo Lemann

Lemann é um old school

19/08/2019
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A Lojas Americanas já mira 2020. De acordo com informações filtradas da própria empresa, a rede varejista planeja abrir 180 lojas no ano que vem, 60 a mais do que a marca prevista para este ano. A tecnologia avança, os algoritmos mandam na economia, mas Jorge Paulo Lemann e cia. não abrem mão da velha cerveja, do ketchup e do varejo físico.

#Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas

Bilionários brasileiros também vão pedir maior tributação sobre sua fortuna

7/08/2019
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Reconheçamos: os americanos representam boa parte da alegria existente neste mundo (apud Caetano Veloso). Contudo, se depender de alguns notórios magnatas norte-americanos, os yankees vão exportar muito mais do que diversão e arte, e, sim, cases hiperbólicos de distributivismo tributário e de sua régia filantropia imperialista. O “tubaronato” de boutique dos EUA quer pagar mais imposto. O desejo dos plutocratas é de contribuir mais com o Fisco. Ele serve também ao interesse de publicizar uma elite hegemônica que, pelos sinais de desprendimento, “deve ser melhor do que as congêneres internacionais” – é batata que vão dizer isso no devido tempo.

Mas mentiras sinceras nos interessam. Os americanos revelam compreensão de que o caro sai barato quando se trata de conter futuras erupções sociais. Sim, alguma coisa se quebrou ou está se quebrando na engrenagem da acumulação primária de capital. Mas quebrando para melhor. Os 19 bilionários do Tio Sam, que querem porque querem ser taxados, são em sua maioria de segunda geração. Os sobrenomes são reluzentes: Soros, Hughes e Disney. A jovem Liesel Pritzker Simmons, uma das bilionárias dedicadas à causa, pretende inaugurar uma diplomacia distributivista na Europa. Pois saibam que uma fonte do RR no Itaú Unibanco confidenciou a boa nova: um grupo de empresários graúdos tupiniquins estaria seguindo o exemplo e arregimentando signatários para uma carta ao governo brasileiro. O quanto a decisão é firme, porém, ainda se trata de uma incógnita.

Por ora, devido à concentração geográfica da riqueza brasileira, o documento pode ser chamado de “Carta da Av. Paulista”. O informante revela que o Itaú Unibanco é o hub dos ricaços dispostos a ceder parte da sua fortuna. Mas nem todos os biliardários têm convicções tão profundas sobre a importância de uma distribuição de renda mais aguda entre os segmentos polares da sociedade. O RR fez uma leitura diagonal do perfil de cada um. O médico José Luiz Setúbal, um dos donos da instituição financeira, prega a doação como uma obrigatória medida de consciência. Atualmente, o médico já doa cerca de um terço dos seus rendimentos. Faz ainda filantropia nas áreas hospitalar e de startups para o setor de saúde. Se depender dele, o Leão da Receita pode rasgar os seus bolsos com garras afi adas e levar boa parte da grana.

Neca Setúbal está bem próxima do irmão em sensibilidade para a pobreza e a tributação regressiva do Brasil. Os irmãos Walter Moreira Salles Jr., João Moreira Salles, Pedro Moreira Salles e Fernando Moreira Salles são todos príncipes, habitués no exercício da cidadania empresarial. Sua eventual disposição de apoiar uma maior justiça nos impostos estaria perfeitamente em linha com sua postura na vida pública. A mais aristocrática representante da casa bancária fundada por Eudoro Villela e Olavo Setúbal, a socialite Milu Villela, não está perto de configurar um modelo de ricaça preocupada com o social. A filantropia da Sra. Villela é a das bienais e do Museu de Arte Moderna de São Paulo, contribuições tão importantes quanto estereotipadas, que cabem à perfeição em seus vestidos de grife da Av. Champs Élysées. Guilherme Leal, da Natura, veste as medidas certas da visão corporativa social. A uma segunda vista, porém, Leal pende mais para o lado corporativo do que o social.

Digamos que mais para o ambiental. Sócios da Península, Abilio Diniz e Ana Maria Diniz estariam fracionadamente, em menor e maior condição, prontos para abrir a carteira. Abílio não exibe, em sua história empresarial, qualquer atitude que mostre coerência com a decisão de se imolar frente ao Fisco com o objetivo de ser mais justo. Se confirmada sua intenção, estaria surpreendendo mesmo os parentes mais próximos. Que Abílio é esse? Bem ao contrário da filha, Ana Maria, cuja dedicação à área de ensino e compreensão da diferença abissal que separa as classes abastadas e as mais sofridas tornam naturalmente crível sua opção por uma tributação social. A empresária Luiza Trajano tem uma physique du rôle dúbia para fazer parte do time. É conhecida pelo estilo de gestão humanitária, já perfilou do lado do PT e por pouco não foi ministra de Dilma Rousseff.

Suas características tendem mais para uma colecionadora de coletivos identitários, a exemplo do Grupo Mulheres do Brasil, que lidera desde 2012. Mas fica o benefício da dúvida para Luiza. Miguel Krigsner e Artur Grynbaum, sócios da Boticário, se enxergam em um espelho e veem Guilherme Leal. Não se sabe bem quem é a cópia, quem é o original. Jaime Garfinkel e Bruno Garfinkel são pai e filho, controladores da Porto Seguros. O clã não tem lá grande empatia com o social. Espanta sua presença na lista. Além da associação com o Itaú Unibanco, não há muito mais que os vincule aos empresários elencados. Quem os conhece afirma que ambos estão na ponta adversa, ou seja, querem pagar menos à Receita. O RR, frente ao inusitado da informação, procurou, é claro, cada um dos nomes citados na lista dos bilionários dispostos a contribuir mais junto ao governo.

Fez seguidas tentativas de contato, por telefone e e-mail, com todos. Nenhum deles quis comentar o assunto. Tampouco negou a iniciativa. Ao que parece, os afortunados preferem manter discrição sobre a tour de force distributivista. Ao menos, espera-se que o silêncio não seja sinal de recuo. Na ponta dos dedos, a carta prótributo dos brazucas tem somente cinco signatários a menos do que a dos norte-americanos, ou seja, 14 bilionários. Segundo a consultoria PwC, os abastados brasileiros pagam menos tributos do que os seus congêneres no G-20. Os seis maiores biliardários do país, com patrimônio de R$ 280 bilhões e fortuna equivalente à soma de 100 milhões de brasileiros, não constam da lista dos defensores da justiça tributária.

Na ordem decrescente são eles: Jorge Paulo Lemann, Joseph Safra, Marcel Telles, Carlos Alberto Sicupira, Eduardo Saverin e Ermírio Pereira de Moraes. Desde que a direita trumpista e a bolsonarista transformaram qualquer ato de solidariedade fiscal na ameaça de um comunismo degenerado, Brasil e Estados Unidos não se viam alinhados em uma boa causa. Talvez nunca tenham se alinhado em boa causa nenhuma. Mesmo que as conversas fi quem restritas a gatos gordos pingados do andar de cima, vale a torcida para que o desprendimento seja convicto e se irradie em todas as direções. E que ele não se repita em nossas plagas sob a forma de fraude. A verdade é que a newsletter ficou cheia de orgulho com a simples hipótese de uma depurada parcela da  nossa elite, porta bandeira secular do atraso, estar pensando em uma atitude tão bacana.

#Economia #Jorge Paulo Lemann

Fundo de Lemann aumenta a aposta em fintechs

25/06/2019
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O RR apurou que Jorge Paulo Lemann vai fazer um novo aporte na plataforma de empréstimos Bom pra Crédito. O valor deve chegar a US$ 30 milhões. No ano passado, o Innova Capital, fundo capitaneado por Lemann para a área de startups, já havia injetado cerca de US$ 5 milhões no negócio. Não se trata de um mergulho isolado do investidor no mercado de fintechs.

De acordo com a mesma fonte, o Innova também está envolvido na montagem de uma fintech de pagamentos eletrônicos, que deverá operar no cobiçado mercado de adquirência. Ou seja: além dos grandes bancos, vai concorrer com empresas como Stone e PagSeguro. Ao todo, o Innova deverá desembolsar cerca de US$ 100 milhões para investimentos em startups da área financeira.

Desde que o Innova entrou no negócio, em outubro de 2018, a Bom Pra Crédito já teria ampliado sua carteira em cerca de 30%. A plataforma soma aproximadamente seis milhões de clientes cadastrados e algo em torno de R$ 400 milhões em intermediação de empréstimos juntos a bancos. Ressalte-se que o sobrenome Lemann já está há algum tempo vinculado a startups do setor fi nanceiro. Paulo Lemann, um dos rebentos de Jorge Paulo, é sócio da Fiduc, uma das primeiras fintechs do país dedicada à gestão de fortunas.

#Innova Capita #Jorge Paulo Lemann #PagSeguro #Stone

O apetite de Lemann

17/06/2019
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Jorge Paulo Lemann e a sul-africano Naspers têm fome. O Grupo Movile, no qual a dupla já aportou mais de US$ 400 milhões, vai anunciar nos próximos dias uma nova rodada de investimentos em suas empresas de tecnologia. O aplicativo de entregas iFood, a mais badalada delas, receberá cerca de R$ 80 milhões ainda neste ano. O plano de expansão da Movile prevê ainda cerca de 2,5 mil contratações até o fim de 2020. Com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão, o grupo controla outros aplicativos, como a plataforma online de eventos Sympla.

#Grupo Movile #Jorge Paulo Lemann #Naspers Ventures

Lemann assume o “Ministério da Produtividade”

24/04/2019
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Jorge Paulo Lemann, que já tem o seu Endeavor para estimular o empreendedorismo nos jovens e participa de ações empresariais voltadas à capacitação de futuros homens públicos, arrumou outro brinquedo. Vai liderar uma fundação de big bosses para subsidiar o governo com medidas que aumentem a produtividade e melhorem o ambiente dos negócios. Ao lado de Lemann estão nomes como Daniel Klabin, Jorge Gerdau e o indefectível Vicente Falconi, além, é claro, do seu time de futebol: Beto Sicupira, Carlos Brito, Marcel Telles e Alexandre Behring. Seu escrete terceirizará conhecimento com o qual pretende brindar o governo.

O leque de empresários tem a função de injetar combustível financeiro e emoldurar as propostas com seu prestígio. A novidade é a sugestão para que o grupo funcione também como se fosse um comitê de arbitragem das sugestões apresentadas. Assim, quando houver dúvidas entre a adoção das medidas ofertadas ou do governo, o “Comitê Lemann” daria seu veredito. O proselitismo do empresário sob a forma de filantropia não pode ser tachado como algo negativo ou prejudicial à sociedade.

Seu pecado é ser monotônico, tendendo à neurolinguística e à autoajuda. Não bastasse, o discurso de Lemann traz implícito um permanente desconforto com o Brasil, uma senzala administrativa a exigir os processos e práticas que levaram ao sucesso os países e grupos empresariais mais desenvolvidos. Um bom exemplo do que Lemann não é e nem quer ser – por isso o define melhor ainda – foi o grupo dos 14, uma pequena tropa empresarial, extremamente politizada, que assinou um dos mais notáveis capítulos da burguesia nacional, nos anos 80.

Nomes como Luiz Eulálio Bueno Vidigal, Antônio Ermírio de Moraes, Paulo Francine, Cláudio Bardella, José Mindlin e Paulo Vellinho, entre outros, lutaram contra a ditadura, pressionaram o governo para o desenvolvimento da indústria nacional – o setor na década de 80 alcançou 30% do PIB contra os atuais 12% – e fizeram o maior lobby empresarial por investimentos na infraestrutura. Todos eram ligados à economia física, ao contrário da hegemonia financista dos novos vencedores. A nova Fundação de Lemann, noves fora as novidades já mencionadas, deve apresentar mais do mesmo: orçamento base zero, envolvimento do dono da empresa na contratação de capital humano e uma meritocracia radical. O museu de grandes novidades do líder cervejeiro servirá de script para mais um show de narcisismo do dono da Ambev. Lemann tem um ego ciclópico e é campeão de vaidade nas redes, impulsionando seus milhões de aparições. No meio de toda a bizarrice que assola o país, até que não chega a ser mau.

#Ambev #Gerdau #Jorge Gerdau #Jorge Paulo Lemann

Universo Lemann

8/03/2019
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A Americanas deverá investir cerca de R$ 2 bilhões no biênio 2019/20. De acordo com informações filtradas da empresa, a maior  parte dos recursos será destinada à abertura de lojas no modelo express e à plataforma de e-commerce. O RR acredita que não há paralelo com a Kraft Heinz, também controlada por Jorge Paulo Lemann e cia. No mês passado, antes da crise, o CEO da empresa, Bernardo Hess, deu declarações à imprensa de que a companhia aumentaria os investimentos. Dois dias depois, a Kraft iniciava seu inferno astral. Dois raios não caem no mesmo lugar. A Americanas deve estar muito bem, obrigado.

#Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas

Caso Kraft Heinz pode contaminar a 3G Capital

22/02/2019
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A notícia da investigação da SEC sobre políticas contábeis suspeitas na Kraft Heinz, publicada ontem à noite no site norte-americano CNBC, traz uma miríade de questões que podem alterar a imagem olímpica do mítico trio de investidores Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira – reunidos na empresa de private equity 3G Capital. O inquérito foi divulgado depois de uma entrevista atípica dada há três dias, ao Financial Times, pelo CEO da Kraft Heinz, Bernardo Hees. O executivo traça uma estratégia de um otimismo incomum. Saberia Hees do que estava por vir? Nesta semana circulou também a notícia de que Marcel Telles pediu para sair do board da Kraft Heinz. Os fatos estão relacionados? Warren Buffett, parceiro fiel de Lemann, deixou o Conselho da empresa no ano passado sem maiores explicações. Há conexão entre a saída de Buffett e o problema identificado pela SEC – as investigações podem vir de longe? A trama contábil pode se estender à Anheuser-Busch? Desde o episódio da compra do títulos da dívida russa que levou à quebra do Banco Garantia, o trio de sócios-amigos nunca sofreu um revés tão grande. Para Lemann o incidente é um machucado maior. Interfere no seu legado. A Eleva Educação, criada pelo empresário, está assentada em um discurso ético rigoroso. É um projeto lindo. O RR torce para que tudo seja esclarecido e não haja contaminação.

#3G Capital #Jorge Paulo Lemann #Kraft Heinz #SEC

The money is on the table

7/02/2019
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Por meio do Gera Venture, Jorge Paulo Lemann estaria aportando mais R$ 30 milhões na Cultura Inglesa. Sua menina dos olhos é a parceria com o Google, que ele próprio ajudou a costurar.

#Jorge Paulo Lemann

Castelo de dívidas

27/06/2018
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Os financistas da GP estão mobilizados para equacionar o preocupante grau de alavancagem da BR Properties, empresa de investimentos imobiliários controlada pelos “herdeiros” de Jorge Paulo Lemann. A companhia deverá realizar uma emissão de bônus no exterior com o objetivo de alongar o perfil do passivo. A dívida de curto prazo, de R$ 2,3 bilhões, já equivale a sete vezes o ebitda – há 12 meses, a relação era de seis para um. A alta do dólar aumentou a pressão sobre a BR Properties. Parte expressiva da dívida da companhia é em moeda estrangeira: são US$ 185 milhões em bônus perpétuos, com hedge cambial apenas sobre os juros e não sobre o principal. Consultada sobre a emissão de bônus, a BR Properties não quis se pronunciar.

#BR Properties #GP Investimentos #Jorge Paulo Lemann

Eleva em São Paulo

26/06/2018
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O Eleva, o colégio triple A de Jorge Paulo Lemann, vai desembarcar em São Paulo em 2019.

#Eleva #Jorge Paulo Lemann

Bola de cristal

8/06/2018
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O que a 3G Radar viu que os outros investidores ainda não conseguiram enxergar? Esta é a pergunta que ricocheteia no mercado. Nos últimos dias, o fundo de Jorge Paulo Lemann tem aumentado consideravelmente sua posição na Eletrobras. Sempre comprando ações preferenciais.

#3G Radar #Jorge Paulo Lemann

Lemann & Falconi

4/06/2018
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Jorge Paulo Lemann deverá ser um importante parceiro da Falconi Capital, empresa de private equity criada por Vicente Falconi. Ambos são velhos conhecidos: o consultor Falconi tem extensa lista de serviços prestados à Ambev e a outras empresas de Lemann.

#Falconi Capital #Jorge Paulo Lemann

Lemann vai dar aula de M&A no setor de educação

9/05/2018
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Jorge Paulo Lemann vai entrar na dança da consolidação no setor educacional. Segundo o RR apurou, o Gera Venture Capital, braço de Lemann para a área de ensino, prepara uma captação de alto calibre junto a investidores nacionais e internacionais. De acordo com informações filtradas de um dos bancos de investimento envolvidos na operação, a derrama pode chegar a R$ 400 milhões.

Os recursos serão integralmente destinados a aquisições por meio da Eleva Educação, a holding controlada pelo Gera Venture. Diferentemente do movimento feito pela maioria de seus concorrentes, o fundo de Lemann não deverá focar na aquisição de escolas, mas, sim, de sistemas de ensino. O modelo é mais afeito à natureza de um fundo de investimento.

O potencial de rentabilidade das unidades físicas é considerado limitado, ainda que ofereça o benefício da geração de receita corrente. Ao mesmo tempo em que finca o pé de apoio e prepara o salto para novas aquisições, a Eleva cresce pelo greenfield. Para 2019, está prevista a abertura de sua segunda escola no Rio, na Barra da Tijuca. No próximo ano deve ocorrer também o tão aguardado desembarque do grupo em São Paulo. Como se não bastasse o notável arsenal financeiro de Lemann, o grupo ainda tem conseguido munição extra para alavancar sua expansão. No ano passado, o Warburg Pincus aportou cerca de R$ 300 milhões para ficar com 25% da Eleva. Além disso, os dois fundos já criados pelo Gera Venture – o Eleva Educação I e o Eleva Educação II – somam cerca de R$ 560 milhões de patrimônio.

#Eleva Educação #Gera Venture Capital #Jorge Paulo Lemann

Fast food

12/04/2018
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Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupura e Marcel Telles vão caprichar na primeira fornada: a 3G Capital planeja abrir em até um ano 3o restaurantes da bandeira norte-americana Popeys no Brasil. A operação ficará a cargo do Burger King, também controlada por Lemann e cia.

#Jorge Paulo Lemann

Fileira de startups

3/04/2018
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Marc Lemann, filho de Jorge Paulo Lemann, está enfileirando startups e aplicativos de eSports um atrás do outro. Daqui a pouco embrulha tudo e faz um IPO na Nasdaq.

#Jorge Paulo Lemann #Marc Lemann

Aquisição a caminho…

21/03/2018
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O Grupo Eleva, de Jorge Paulo Lemann, prepara-se para entrar no segmento de escolas de idiomas. Uma aquisição está a caminho.

#Grupo Eleva #Jorge Paulo Lemann

Brincadeira sem graça

19/03/2018
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O RR apurou que a 3G Capital, de Jorge Paulo Lemann, chegou a estudar a aquisição da rede de lojas Toys R Us. Desistiu da brincadeira diante do altíssimo endividamento, mais de US$ 5 bilhões, e do iminente fechamento das mais de 700 lojas nos Estados Unidos.

#Jorge Paulo Lemann

Lemann tempera a consolidação no setor de fast food

7/03/2018
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Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles caminham para criar a maior holding de fast food do Brasil. O RR apurou que o 3G Capital entrou na disputa pela International Meal Company (IMC), dona, entre outras, das redes Viena, Frango Assado e Batata Inglesa. As conversações passariam pela compra das fatias do Advent e da Kabouter Management, que, juntos, detêm, 18% da empresa. Tomando-se como base a cotação em bolsa, as participações estariam avaliadas em aproximadamente R$ 300 milhões.Seria o suficiente para o 3G desembarcar na IMC como maior acionista e, gradativamente, engolir os papéis em poder de outros fundos. Somando a IMC ao Burger King, o trio Lemann, Sicupira e Telles passaria a ter uma operação com faturamento de R$ 2 bilhões e um Ebitda combinado de R$ 250 milhões. Teria ainda sob seu guarda-chuva algo próximo de 900 restaurantes no Brasil, praticamente empatado com o McDonald ´s (950 lojas). Como o ritmo de expansão do próprio Burger King tem sido bem superior ao seu maior concorrente, a ultrapassagem se daria ainda neste ano.

#Burguer King #Jorge Paulo Lemann

Escola de fazer dinheiro

1/03/2018
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A Escola Eleva, de Jorge Paulo Lemann, está se preparando para abrir o capital em bolsa. Simulações indicam que a empresa vai chegar ao mercado valendo mais de R$ 1 bilhão.

#Escola Eleva #Jorge Paulo Lemann

Jorge Paulo Lemann joga a rede sobre um cardume de fintechs

23/02/2018
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Os caminhos da tecnologia estão levando Jorge Paulo Lemann de volta aonde tudo começou: o setor financeiro. O Innova Capital, fundo criado por Lemann para o financiamento de startups, vai partir para a consolidação de fintechs. O objetivo é criar uma hidra digital, uma multiplataforma de soluções e aplicativos voltados à prestação de serviços financeiros.

Segundo o RR apurou, após uma pré-seleção, o Innova Capital trabalha com uma lista de oito empresas, candidatíssimas a receber um aporte de Lemann. De acordo com informações filtradas do próprio fundo, os cabeças de chave da lista são o Banco Neon, do investidor Pedro Conrade, e o Banco Inter, do empresário Rubens Menin,dono da MRV Engenharia. Este último, o antigo Banco Intermedium, lançou sua operação digital há cerca de um ano e já soma mais de 300 mil clientes.

Segundo a mesma fonte, outras duas eleitas seriam o PJ Bank, que desenvolveu uma solução digital para boletos eletrônicos, e a Nexoos, plataforma de empréstimos para pequenas e médias empresas. Consultados pelo RR, Innova Capital, Neon, Banco Inter e Nexoos não se pronunciaram. O PJ Bank afirma não ter sido procurado. O caminho natural aponta para a posterior integração não apenas entre as fintechs fisgadas pelo Innova, mas também com outros aplicativos que já caíram na rede do venture capital de Lemann. É o caso do iFood e do PlayKids, serviço de streaming para o público infantil, ambos pendurados na Movile, uma espécie de hub tecnológico. Ao lado do grupo sul-africano Naspers, Lemann “pingou” cerca de US$ 80 milhões na empresa.

#Innova #Jorge Paulo Lemann #MRV

Cosquinha

7/02/2018
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O minicrash das bolsas abriu um rombo no bolso dos biliardários. Jorge Paulo Lemann, 22o no ranking dos mais ricos do mundo, teria perdido cerca de R$ 1 bilhão. É muita grana. Mas nem tanto se comparado às perdas de Warren Buffett, US$ 5,1 bilhões, e Mark Zuckerberg, US$ 3,6 bilhões. Pobrezinhos, né?

#Jorge Paulo Lemann

Walmart põe Jorge Paulo Lemann e GP em lados opostos

29/01/2018
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O que parecia inimaginável pode ocorrer: um duelo entre GP Investimentos e Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. O objeto de disputa é o Walmart Brasil, que busca um comprador para até 50% do seu capital. Cria e criador entrariam nesta corrida com pretensões e linhas de chegada distintas. Os planos da GP seriam mais “modestos”, limitando- se a dividir com os norte americanos uma operação que, mesmo aos trancos e barrancos, fatura mais de R$ 30 bilhões por ano.

Já Lemann teria um olho cá e outro lá, almejando não apenas se associar ao Walmart Brasil como também fincar bandeira no capital da matriz e ter um assento no board mundial – guardadas as devidas proporções, uma repetição do dueto entre Abilio Diniz e Carrefour. A compra de um pedaço do Walmart Brasil seria o maior e mais impactante investimento da GP nos últimos anos. Hoje, a gestora comandada por Fersen Lambranho e Antonio Bonchristiano detém participações em empresas como BR Properties, RHI Magnesita, Centauro e Beleza Natural. Vento que venta lá venta cá. No caso da aquisição de um pedaço do Walmart mundial, em números absolutos a rede varejista passaria a ser a maior corporação na reluzente carteira de ativos de Lemann, Telles e Sicupira.

O grupo norte-americano tem um valor de mercado da ordem de US$ 320 bilhões, superando com alguma folga os US$ 190 bilhões da InBev. Em termos de faturamento global, a distância chega a ser impressionante: US$ 480 bilhões, contra US$ 50 bilhões. Em tempo: a entrada no capital do Walmart teria um forte valor simbólico para Lemann. O investidor nunca escondeu a admiração por Sam Walton, fundador do conglomerado varejista.

#Jorge Paulo Lemann #Walmart

Escola do trilhão

19/01/2018
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A rede de educação Eleva é uma constelação de trilhardários. Além da chegada do Warburg Pincus, Jorge Paulo Lemann pretende vender mais um pedaço do capital.

#Eleva #Jorge Paulo Lemann

Dafiti no alvo

12/01/2018
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A B2W, condomínio de empresas de e-commerce de Jorge Paulo Lemann, mira na aquisição de um grande marketplace da área de moda. O alvo prioritário é a Dafiti.

#B2W #Dafiti #Jorge Paulo Lemann

“Furo certo” é o candidato do RR para 2018

29/12/2017
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No 12 de maio, quando ainda vigorava a projeção de R$ 139 bilhões, o Relatório Reservado informou que o déficit primário em 2017 ficaria acima dos R$ 154 bilhões do ano passado. Bingo! Deu R$ 159 bilhões na cabeça. Esta foi uma das mais reveladoras bolas de cristal do RR no ano. Ao longo de 2017, a newsletter deu, em primeira mão, 2.582 informações; citou 298 corporações dos mais diversos setores, mencionou 1.122 personagens centrais na cena brasileira, entre dirigentes empresariais, políticos e autoridades. Os oráculos do RR estão sempre em alerta!

Ao longo do ano, o RR antecipou várias das fórmulas que compuseram o receituário de Michel Temer e Henrique Meirelles, seja entre medidas efetivamente adotadas, seja entre propostas que não saíram do papel: da segunda perna da repatriação à securitização de imóveis e outros ativos da União, passando pelo uso de precatórios – leia-se depósitos judiciais não sacados pelos credores há mais de dois anos – para o equilíbrio fiscal. O RR foi também a primeira publicação a revelar, em 21 de fevereiro, a disposição do presidente Temer em extinguir a Reserva Nacional do Cobre (Renca). Temer assinou embaixo o furo do RR, só que a lápis: anunciou o fim da Renca, mas não suportou as manifestações contrárias e voltou atrás em sua decisão.

Por falar em sístoles e diástoles presidenciais, em 16 de janeiro o RR informou que Michel Temer empurraria para seu sucessor a reforma da Previdência dos militares. Aliás, em algumas ocasiões ao longo de 2017, as Forças Armadas, notadamente o Exército, foram empurradas, por “aproximações sucessivas”, para o centro das crepitações político-institucionais. A Corporação, no entanto, não arredou um só milímetro do seu ponto de equilíbrio muito em função da capacidade de liderança do Comandante Eduardo Villas Bôas, não obstante suas notórias limitações decorrentes de uma doença degenerativa – informação, aliás, divulgada com exclusividade pelo RR em 13 de março.

A Lava Jato parece ter entrado em processo de fade out. Ainda assim, em 2017, o RR perscrutou os passos de seus principais protagonistas. O reino de crimes de Sérgio Cabral foi virado e revirado pelo Ministério Público, pelo Judiciário e pelas fontes da publicação. Em 1 de fevereiro, a newsletter antecipou a investida da Lava Jato e de sua consorte Calicute sobre Regis Fichtner, secretário da Casa Civil durante do governo Cabral. No dia 20 do mesmo mês, o Relatório noticiou que o MPF exumava os benefícios fiscais concedidos em sua gestão. Em 23 de outubro informou que o ex-secretário de Saúde do Rio Sergio Cortes havia revelado aos procuradores um esquema para a compra de vacinas, medicamentos e próteses, o que viria a ser amplamente divulgado pela mídia na primeira semana de novembro.

No noticiário corporativo, a publicação antecipou, em 20 de fevereiro, uma das maiores operações de M&A do país em 2017 – e, convenhamos, não foram muitas: a venda da Votorantim Siderurgia para a ArcelorMittal. A negociação seria oficialmente anunciada três dias depois. Ainda em fevereiro, o RR informou que a área de refino também entraria no plano de desmobilização de ativos da Petrobras, decisão confirmada pelo presidente da estatal, Pedro Parente, em abril. A newsletter revelou também o cheiro do ralo da AmBev: na edição de 18 de janeiro, trouxe à tona o relatório, àquela altura inédito, do analista do HSBC Carlos Laboy, listando 15 graves problemas da cervejeira: do uso de caixas sujas com odor de cerveja podre no assoalho à falta de uma estratégia para as bebidas alcoólicas.

A fama de “pé sujo” custou muito em marketing e propaganda para a empresa de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. Da economia real para a “virtualíssima”, o RR acertou em cheio, mais uma vez, na edição de 15 de setembro, quando informou que o BC e a CVM haviam criado grupos de  trabalho para acompanhar o crescimento do mercado de bitcoins no país. Ao apagar das luzes de 2017, só para não variar, mais um furo se consuma: a venda da Unidas à Locamerica, noticiada em junho. Por fim, um furo de reportagem, que vale mais pela admiração da newsletter em relação ao personagem: em 27 de janeiro, o RR informou sobre o lançamento da biografia do então presidente do Conselho do Bradesco, Lázaro Brandão.

#Henrique Meirelles #Jorge Paulo Lemann #Michel Temer #Pedro Parente

To buy

11/12/2017
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To buy, to buy, to buy… Jorge Paulo Lemann vai conjugar seu verbo preferido na escola de idiomas Cultura Inglesa.

#Jorge Paulo Lemann

Reserva

30/11/2017
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A Eleva teria mais de R$ 600 milhões em caixa reservados para aquisições na área de educação. Fora o “Fort Knox” de Jorge Paulo Lemann e do acionista minoritário, a norte-americana Warburg Pincus.

#Eleva #Jorge Paulo Lemann

Burger King parte no encalço do McDonald’s

17/11/2017
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O trio Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles quer deixar o McDonald ´s comendo poeira no Brasil. Segundo o RR apurou, o plano de expansão do Burger King traçado com os sócios da operação local – à frente, a Vinci Partners, de Gilberto Sayão – tem como meta atingir a marca de mil restaurantes em dois anos. Hoje, são aproximadamente 640 lojas, contra pouco mais de 900 do McDonald ´s.

O ritmo em slow motion da concorrente favorece os planos do Burger King de assumir a dianteira do setor. Nos últimos dois anos, o McDonald ´s puxou o freio de mão e abriu, em média, apenas 17 restaurantes no Brasil. Mantida esta toada, a troca de liderança no mercado brasileiro de fast food se dará até o fim de 2019.

O condimento financeiro para o projeto de expansão do Burger King virá do IPO previsto para dezembro. De acordo com informações filtradas do Burger King, a expectativa dos acionistas é colocar em mercado todo o volume de papéis ofertado, alcançando pouco mais de R$ 4 bilhões. Em tempo: não obstante tantos números superlativos, os financistas que comandam a cozinha do Burger King ainda quebram a cabeça para colocar o negócio no azul. Provavelmente não será neste ano: a subsidiária brasileira acumulou um prejuízo de R$ 18 milhões entre janeiro e setembro.

#Beto Sicupira #Burger King #Jorge Paulo Lemann #Mc Donald's

Novos moradores

7/11/2017
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A São Carlos, incorporadora controlada pelos herdeiros de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles prepara uma oferta de ações para 2018.

#Beto Sicupira #Jorge Paulo Lemann #Marcel Telles

“Juca Abdalla” atende de primeira à chamada da Eletrobras

18/10/2017
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O banqueiro José João Abdalla Filho, o “Juca Abdalla”, está decidido a ser personagem-chave na “descotização” da Eletrobras. O dono do Banco Clássico não esconde de ninguém que pretende aumentar sua participação na companhia, hoje em torno de 12% das ações ordinárias – somando-se os papéis em poder do banco e do fundo de investimento Dinâmica Energia. Mesmo sem uma data prevista para a privatização, Abdalla já está se preparando para a operação. Tem feito seguidas reuniões sobre o assunto com seus executivos mais próximos, notadamente José Pais Rangel, vice-presidente do Clássico e sua voz no Conselho da Eletrobras.

O próximo passo de Abdalla, segundo a fonte do RR, é a contratação de um banco de investimentos para ser o adviser da operação. “Juca Abdalla” parte de uma posição privilegiada. Sua fatia acionária é superior, por exemplo, à do 3g Radar, que tem como sócio Jorge Paulo Lemann. O fundo, tido como forte interessado na privatização da Eletrobras, detém apenas 5,1% das preferenciais.

Abdalla e seus executivos dedicam-se a desenhar possíveis cenários decorrentes da sua maior participação acionária, desde uma presença mais ativa na administração da Eletrobras – hoje ele tem apenas uma cadeira no Conselho – a eventuais oportunidades de parceria com outras empresas de energia. “Juca Abdalla”, cabe ressaltar, é um ponto de interseção entre grandes grupos do setor. Além da Eletrobras, tem participações relevantes na Cemig, Engie (antiga Tractebel), Eneva e Equatorial Energia.

#Eletrobras #Jorge Paulo Lemann

Crônica da elite minúscula e ausente

11/10/2017
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Deu nas mídias, em pesquisa divulgada pela Oxfam, que 50% da riqueza da população brasileira são concentrados por seis brasileiros. Chama mais a atenção o envolvimento raso e fugaz dos biliardários com o Brasil. Os magnatas e suas respectivas empresas atendem por Jorge Paulo Lemann (AB Inbev), Joseph Safra (Banco Safra), Marcel Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB Inbev), Eduardo Saverin (Facebook) e Ermírio Pereira de Moraes (Votorantim).

O que une quase todos os biliardários é o desconforto com o Brasil. Em vários casos em sua origem, amadurecimento e ápice da acumulação o país foi plataforma ou rito de passagem. Melhor sem o epíteto nacional, diriam, pelo menos cinco deles. O mais emblemático, Jorge Paulo, é cidadão suíço, mora no exterior, seus negócios foram conduzidos para uma migração global, e certamente mais transferem divisas do que as remetem na mão inversa.

No momento se dedica a uma escola para superdotados, no Brasil. Pode ser seu reencontro com a função social, ainda que em benefício de poucos. A ver se não será uma cervejaria do ensino com capital aberto em bolsa. Os demais “AB Inbevnianos”, Marcel e Carlos Alberto, não enxergam além do perímetro que seu chefe alcança. Torcem para o Brasil como vaca leiteira, aliás, cervejeira. O banqueiro Joseph vem de uma família de linhagem no setor financeiro. Foram financiadores do mercado da seda há aproximadamente 200 anos. Uma parte da família, a menos próspera, veio para cá.

O manda-chuva, Edmond, foi tratar dos negócios pelo mundo. Morreu tragicamente em um incêndio em Monte Carlo. As joias dos Safras são bancos espalhados pelos Estados Unidos, Suíça e Mônaco. São cosmopolitas e estão de passagem onde quer que estejam. Não se sentem muito bem nessa terra. Saverin, por sua vez, é um ilustre desconhecido da torcida brasileira, até porque nunca esteve presente por estas bandas. Tornou-se biliardário ajudando no funding de Mark Zuckerberg, nos primórdios da criação do Facebook; brigou com o parceiro; ganhou uma bolada e foi viver em Cingapura. Exceção à regra é Ermírio.

Todos os donos do Votorantim podem ostentar as três estrelas de empresários nacionais. Nunca fugiram da raia, o capital é originado aqui, o ativo físico se encontra aqui e o lucro é reinvestido aqui. O máximo que se pode dizer é que sugaram em demasia as divinas tetas do Estado. Mas quem não o fez? A pesquisa da Oxfam inclui, correndo fora do páreo, em sétimo lugar na constelação dos endinheirados, o empresário João Roberto Marinho. O dono da Globo, junto com seus irmãos Roberto Irineu e José Roberto, milita em uma faixa de risco, dividida entre entreter a malta e cimentar uma ideologia. Deve ser difícil ser João Roberto Marinho. Mas, pelo menos, não foi morar em Mônaco e bate ponto no Rio de Janeiro todos os dias.

#Jorge Paulo Lemann #Oxfam

O Lemann do século XXI

5/09/2017
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Se Jorge Paulo Lemann não esconde a preferência pela “velha economia”, o rebento Marc Lemann só pensa em tecnologia. O jovem Lemann pretende consolidar startups e aplicativos, notadamente voltados à pratica de esportes. Quer aproveitar as sinergias com outro de seus negócios, a Go4it, agência de marketing e gerenciamento de atletas, que tem em seu cast Neymar, Thiago Silva, o surfista Gabriel Medina, entre outros.

#Jorge Paulo Lemann

Eletrobras reluz aos olhos de Jorge Paulo Lemann

1/09/2017
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Não é novidade nos corredores da Eletrobras o interesse da trinca Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira na privatização da companhia. Trata-se de um casamento de interesses quase perfeito, a despeito do mérito da venda da empresa e do modelo a ser escolhido. Lemann está para a Eletrobras assim como um ketchup para um hambúrguer. A holding de energia elétrica seria um monopólio sob medida para os seus atributos e sua consagração como empresário do setor real da economia.

A gestora 3G Radar, associada da 3G Capital, do trio Lemann/Telles/ Sicupira, já é acionista minoritária da Eletrobras. Ela está vasculhando informações sobre a estatal, produzindo relatórios e colaborando informalmente com a modelagem da operação. Um dos quadros da 3G Radar é um interlocutor constante do Ministério de Minas e Energia.

Para o governo, a atração de Jorge Paulo Lemann vai ao encontro do seu cronograma prioritário: a privatização da Eletrobras tem de sair em 2018. O megaempresário traz a grife do sucesso internacional, carrega a bandeira verde amarela, é altamente capitalizado, tem crédito no mercado, é um gerador de ebitda, tem uma tradição de reestruturação de custos e ganhos de eficiência e será bem precificado pelas bolsas. Para Lemann, quanto maior for a barafunda nos passivos, contingências, contratos etc., mais atrativo torna-se o negócio.

A contradição em termos explica-se pela assimetria de competências: o que é um problema para uns é a oportunidade para o notório desbravador de complicados M&As. E a política? E a exposição da Eletrobras nesse universo de interesses locais? Não seria nada do outro mundo.

A Ambev deu a Jorge Paulo Lemann a experiência de lidar com as bancadas regionais de parlamentares do Brasil inteiro. E a disposição do governo em criar uma corporation com controle pulverizado? Moleza para Lemann montar uma engenharia que lhe permita ter o “controle sem ter o controle”. Basta lembrar do nascimento da Imbev, a associação entre a Ambev e a belga Interbrew.

#3G Capital #Eletrobras #Jorge Paulo Lemann

Será que Lemann volta aos trilhos?

7/08/2017
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A 3G Capital, de Jorge Paulo Leman, Beto Sicupira e Marcel Telles, tem sido cortejada por fundos internacionais para parcerias em concessões de infraestrutura no Brasil. As consultas chegam por meio de Bernardo Hess e Paulo Basílio, sócios da gestora e ambos com passagem pela direção da antiga América Latina Logística (ALL). Na época, o próprio Lemann e cia. estavam no bloco de controle da empresa. De lá para cá, no entanto, o trio se distanciou da área de infraestrutura para vender suas cervejas, catchups e hambúrgueres.

#3G Capital #ALL #Jorge Paulo Lemann

Grana e tecnologia

31/07/2017
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Além do aporte de R$ 300 milhões na Eleva, o fundo norte-americano Warburg Pincus está trazendo para a rede de ensino de Jorge Paulo Lemann parceiros tecnológicos que prometem chacoalhar a plataforma digital de ensino da empresa.

#Eleva #Jorge Paulo Lemann

Velha fórmula

28/07/2017
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Claudio Haddad anda saudoso do Banco Garantia. Ou pelo menos do modelo de associação adotado por Jorge Paulo Lemann. Tem falado em criar um partnership no Insper. Curioso! Será que a instituição de ensino está com algum problema?

#Claudio Haddad #Insper #Jorge Paulo Lemann

Preparando a próxima lição

7/07/2017
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Prestes a receber um aporte de R$ 300 milhões do Warburg Pincus, a Eleva, de Jorge Paulo Lemann, já prepara sua próxima lição: a compra de escolas de idiomas.

#Eleva Educação #Jorge Paulo Lemann

AmBev segura preço com rédea curta

5/04/2017
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Nada como a concorrência. Segundo relatório recém-elaborado pelo Bradesco, ao longo de 2016 a AmBev reajustou seus preços em apenas 1%. O índice ficou abaixou do aumento promovido pela Heineken (2%) – ambos bem inferiores à inflação de 2016 (6,29%). Como se não bastasse este confronto direto, que ganhou mais levedura com a venda da Brasil Kirin para os holandeses, a empresa de Jorge Paulo Lemann está segurando seus preços na tentativa de recuperar o terreno perdido em 2016. No ano passado, a AmBev amargou uma redução das vendas de 6,6% e uma queda de market share de 67,5% para 66,3%. Parte do mercado que deixou pelo caminho foi absorvida pela própria Brasil Kirin, que aumentou o volume de cerveja comercializado em 1,3%. Vale lembrar que cada pontinho percentual perdido representa mais de R$ 800 milhões de receita anual que escorrem pelo ralo.

#Ambev #Brasil Kirin #Heineken #Jorge Paulo Lemann

Startups

27/03/2017
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Acionista da Abril, a sul-africana Naspers pretende montar um colar de startups no Brasil. O primeiro pingente é a Movile, desenvolvedora de aplicativos na qual é sócia de Jorge Paulo Lemann.

#Jorge Paulo Lemann #Naspers Ventures

Americanas traça um novo roteiro para a B2W

23/03/2017
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O anunciado aporte de R$ 1,2 bilhão na B2W é apenas a ponta do iceberg de uma operação ainda maior. A Lojas Americanas estaria preparando o fechamento de capital de sua empresa de e-commerce. A reestruturação acionária, por sua vez, abriria caminho para a entrada de um investidor institucional ou mesmo uma futura associação com outra companhia do setor. Para isso, a Americanas planeja subscrever a totalidade dos 110 milhões de ações que serão emitidas pela controlada. Dessa forma, ampliará sua participação societária de 62% para 71%.

Posteriormente, deverá lançar uma oferta pública para comprar os títulos da B2W ainda em mercado. Em um exercício meramente hipotético, tomando-se como base o valor estimado para a subscrição em andamento – em torno de R$ 13,30 por ação –, a Americanas desembolsaria pouco mais de R$ 1,3 bilhão para raspar o tacho dos papéis da controlada em bolsa e ficar com 100% do capital. Seria o último ato de uma operação que vem se desenhando há cinco anos, período no qual a holding já fez outros quatro aportes na B2W, aumentando sua fatia de 51% para os atuais 62%.

Ao dispor integralmente do capital da B2W, Jorge Paulo Lemann e cia. terão toda a margem de manobra para repensar o modelo societário da companhia entre as opções que estão sobre a mesa. Recentemente, surgiram no mercado especulações sobre uma possível fusão com o braço de comércio eletrônico do Casino no Brasil. Não custa lembrar que a Lojas Americanas é citada como uma das candidatas à compra da própria ViaVarejo. Independentemente do caminho escolhido, a Americanas está empenhada em dar um novo rumo à sua operação de e-commerce, na qual já injetou mais de R$ 2 bilhões nos últimos cinco anos sem interromper sua escalada de prejuízos. Somente nos últimos dois anos, a B2W teve uma perda em torno de R$ 900 milhões.

#B2W #Jorge Paulo Lemann #Lojas Americanas

Heineken sobe a temperatura do mercado cervejeiro

9/03/2017
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A aquisição da Brasil Kirin é o ponto de partida do grande projeto de expansão da Heineken no mercado brasileiro, que passa por expressivos investimentos em distribuição, expansão da rede de re-venda e consolidação de ativos. A companhia adotará uma estratégia de marketing mais agressiva, focada nos pontos de venda, com o intuito de disputar espaço consumidor a consumidor. Não é para menos: cada ponto a mais de market share no setor significa uma receita anual próxima dos R$ 800 milhões.

No entanto, para matar a sede dos holandeses no mercado brasileiro só mesmo com novas aquisições. Neste caso, todos os caminhos apontam na direção da Petrópolis. A companhia é vista como uma presa enfraquecida por uma conjunção de fatores. Habituada a disputar a vice-liderança do setor, a fabricante da Itaipava ficou em uma posição difícil. Com aproximadamente 13% de share, viu a Heineken abrir uma boa distância ao saltar de 9% para 17%. Outro ingrediente nessa levedura é a Lava Jato.

O avanço das investigações sobre Walter Faria e a Petrópolis fragiliza a companhia e pressiona o empresário a deixar o negócio. Ressalte-se que os problemas fiscais de Faria vão muito além da Lava Jato. Uma eventual aquisição da Petrópolis pela Heineken criaria uma circunstância até pouco tempo inimaginável, com o surgimento de um concorrente capaz de arranhar a condição de quase monopolista da Ambev.

Até porque a cervejeira de Jorge Paulo Lemann e cia. tem contribuído para esse cenário com seus próprios erros estratégicos. Há sete anos, segundo a Nielsen, a Ambev dominava 70% das vendas de cerveja no Brasil. De lá para cá, seu market share caiu para 66%. Há controvérsias. De acordo com os dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal, sua participação não passa de 58%. No caso de compra da Petrópolis, a Heineken passaria a ser uma “Meia Ambev”, com 30% do mercado.

A Ambev corre sério risco de ver essa diferença cair ainda mais caso não resolva problemas crônicos. Segundo relatório do analista Carlos Laboy, do HSBC Securities, divulgado no dia 2 de março, a “estratégia de marketing adotada pela companhia nos últimos anos fracassou no sentido de convencer os consumidores sobre o valor e a diferença das marcas”. Na sua avaliação, a “empresa se recusa a admitir as falhas mercadológicas, se limitando a classificar a situação como temporária”.

#Ambev #Brasil Kirin #Cervejaria Petrópolis #Heineken #Jorge Paulo Lemann #Walter Faria

Lemann says Yes

2/03/2017
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A máquina de aquisições de Jorge Paulo Lemann não dá trégua. O novo alvo seria o Yes, tradicional escola de idiomas do Rio de Janeiro. No ano passado, não custa lembrar, o fundo Gera, de Lemann, comprou a Cultura Inglesa. Procurado, o Yes nega a venda do controle.

#Cultura Inglesa #Gera #Jorge Paulo Lemann #Yes

Lemann vs. Trump

2/02/2017
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Jorge Paulo Lemann não está entendendo nada, ou está entendendo tudo. A decisão da Budweiser de exibir um comercial exaltando a imigração no intervalo do Superbowl, no próximo domingo, associada ao seu passado recente de demissões em massa nos Estados Unidos faz o empresário colidir de frente com Donald Trump. Lemann é um destruidor de empregos, mas, vai ver, enxergou alguma vantagem nessa súbita aparição como democrata radical”.

#Budweiser #Donald Trump #Jorge Paulo Lemann

Just in time

29/12/2016
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Para Jorge Paulo Lemann, chegou a hora da Eleva Educação entrar em São Paulo.

#Eleva Educação #Jorge Paulo Lemann

Próxima aula

20/10/2016
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 A Eleva Educação, de Jorge Paulo Lemann, vai partir para a compra de escolas de idiomas. • Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Eleva Educação.

#Eleva Educação #Jorge Paulo Lemann

São Carlos Empreendimentos

19/10/2016
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 A crise no setor imobiliário não poupa nem Jorge Paulo Lemann. A São Carlos Empreendimentos, braço de Lemann na área de real estate, abriu negociações para a venda da Torre A da EZ Towers, na Chucri Zaidan. Em julho, a empresa se desfez de outro centro empresarial em São Paulo, o Top Center Offices, por R$ 152 milhões. A negociação de ativos é uma maneira de compensar a queda dos resultados com a locação de imóveis. No primeiro semestre, a receita da São Carlos caiu 2% em relação a igual período em 2015. Já a margem NOI (Net Operating Income), que mede a rentabilidade da carteira, recuou de 93,8% para 91,3%. • A seguinte empresa não comentou o assunto: São Carlos Empreendimentos.

#Jorge Paulo Lemann #São Carlos Empreendimentos

Sob encomenda

5/10/2016
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 A Emporium São Paulo, rede de supermercados para o público triple A fundada pelo empresário Juliano Hannud, estaria em busca de novos sócios. Com seis lojas, a varejista fatura cerca de R$ 250 milhões por ano. Trata-se de um negócio com a cara da dupla Jorge Paulo Lemann e Abílio Diniz, que, no ano passado, comprou a rede de padarias Benjamin Abrahão.

#Abilio Diniz #Benjamin Abrahão #Emporium São Paulo #Jorge Paulo Lemann

Por que Lemann diz que não faz política?

1/09/2016
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 Se estivesse em um tribunal, Jorge Paulo Lemann poderia até ser acusado de perjúrio devido à declaração de que passou a vida “fugindo da política”. Assim é se lhe parece, diria Pirandello. A escolinha de marketing do professor Lemann, especializada em autopropaganda, construiu uma interpretação de interesse pessoal para a expressão “fugir da política”. Ela está restrita a não disputar eleição ou ocupar cargo público, evitar aparições ao lado de prefeitos, governadores e parlamentares e passar ao largo de convescotes partidários. Não consta da cartilha a interferência no processo eleitoral por meio de financiamento de campanha, a articulação de uma bancada parlamentar defensora dos seus interesses e o uso do processo eleitoral como ferramenta do fortalecimento do lobby empresarial. Se o quesito ao qual não queria se referir for este último, Lemann provou mais uma vez que o sucesso e a hipocrisia caminham lado a lado em sua trajetória. Desde que foi criada, a AmBev sempre se destacou como uma peça influente no xadrez eleitoral, ao despejar ao longo do tempo centenas de milhões de reais em doações de campanha. A presença da companhia no jogo político só não é maior do que o seu empenho em encobrir tamanha participação. Ao menos é o que se depreende ao pesquisar o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  Vasculhar os números relativos às doações de campanha da cervejeira exige algum contorcionismo. No sistema eletrônico de prestação das contas eleitorais de 2014, do TSE, não há menções nominais à AmBev. O RR também pesquisou por outros termos que poderiam remeter à companhia, como “American”, “Beverage”, “Distribuidora”, “Logística”, “Cervejaria”, mas os resultados passaram longe da empresa. Consta, conforme registros na mídia, que o grupo se vale de outras razões sociais – a exemplo das subsidiárias Londrina Bebidas e CRBS S/A. Procurada pelo RR, a AmBev não se pronunciou até o fechamento da edição.  Se o objetivo da AmBev era a discrição, o uso desses biombos jamais surtiu o efeito desejado. É público que, nas eleições de 2014, a cervejeira ocupou um notável quarto lugar no ranking das doações corporativas, com R$ 41 milhões. Conforme amplamente noticiado à época, a empresa repassou aproximadamente R$ 6,7 milhões às três principais chapas que concorreram à Presidência da República. Sabe-se ainda que a AmBev desembolsou cerca de R$ 11,7 milhões que ajudaram a eleger 76 deputados federais de 19 partidos. Nem é preciso se dar a tanto trabalho. A declaração de Lemann não resiste a uma rápida consulta no Google. Ontem, por volta das 19h30, o site de buscas listava aproximadamente 173 mil resultados vinculando a AmBev ao termo “financiamento de campanha”. Lemann “foge da política”, mas se empenha em eleger a bancada do funil. Só falta dizer que os seus interesses e os de suas empresas caminham em direções distintas. Hipocrisia!

#Ambev #CRBS #Jorge Paulo Lemann #Londrina Bebidas

Lemann e Abilio Diniz dividem uma casquinha dupla

22/06/2016
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 O que une o fundo Innova Capital, de Jorge Paulo Lemann, e a Península, de Abilio Diniz, não é apenas uma rede de padarias batizada de Benjamin, com nove unidades em São Paulo e comprada no ano passado por R$ 20 milhões. O próximo ponto de encontro dos dois empresários deverá ser no capital da Diletto, fabricante de sorvetes. Nesse caso, Lemann entrou no negócio primeiro – comprou 20% do capital da companhia por R$ 100 milhões – e agora acerta a entrada de Diniz. A proposta, para variar, é ambiciosa: colocar a Diletto nos calcanhares da maior fabricante de sorvetes depois das líderes Unilever, dona da Kibon com 21% do mercado nacional e da Nestlé – 7% de participação de mercado.  A operação cai como uma luva na estratégia da dupla de montar um colar de participações em empresas de pequeno e médio portes, vide o desembarque de Abilio Diniz no capital da Wine.com, anunciado ontem. O plano de Lemann e Abilio é aportar R$ 200 milhões na Diletto, passar a ter o controle da companhia e deixar os empresários Leandro Scabin, Fábio Meneghini e Fábio Pinheiro como minoritários. O capital será usado na expansão da capacidade de produção da Diletto para que até 2017 chegue a 40 milhões de litros de sorvete por ano, o que fará com que ultrapasse a norte-americana General Mills – proprietária da marca Häagen-Dazs –, a Creme Mel, de Goiânia, e a paulista Jundiá, respectivamente terceira, quarta e quinta colocadas no ranking do setor.  Com o plano de expansão, a Diletto deverá dar um pulo na receita, alcançando a marca de R$ 300 milhões contra um sexto disso atualmente. Lemann, que tem furor megalomaníaco em aumentar as margens de lucro celeremente, parece estar aprendendo, com a idade, a lidar melhor com o tempo mais longo de realização dos resultados dessas empresas adolescentes. Trouxe pelas mãos um Abilio igualmente bem mais amaciado. Tratam as companhias como se fossem moças debutantes. São administrações sem orçamento base zero ou demissões saindo pela porta e janela da empresa. Parecem estar ficando mais humanos. As seguintes empresas não se pronunciaram ou não comentaram o assunto: Península, Innova e Diletto.

#Abilio Diniz #Creme Mel #General Mills #Innova #Jorge Paulo Lemann #Jundiá #Nestlé #Padaria Benjamin #Península #Unilever

Startups

23/03/2016
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 Novo passatempo de Jorge Paulo Lemann e cia.: a 3G Capital está criando uma venture capital para financiar startups brasileiras especializadas em tecnologias para meios digitais, notadamente aplicativos para smartphones.

#3G Capital #Jorge Paulo Lemann #startups

Elite

21/10/2015
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 Aloizio Mercadante deverá tirar a azeitona da empada do grupo Eleva, de Jorge Paulo Lemann. Está em estudo no Ministério da Educação proposta para acabar com a farra do ranking do Enem. Hoje, basta ter 10 alunos e que 50% façam a prova para que a unidade seja pontuada. A ideia é subir o percentual para 70% e separar as escolas por tamanho. A Eleva é campeã no marketing do ranking, com salas repletas de “gênios” do Enem.

#Aloizio Mercadante #Eleva Educação #Jorge Paulo Lemann

Katia Abreu sai em busca de mercado para o leite brasileiro

16/10/2015
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 Katia Abreu tornou-se “garota-propaganda” da indústria láctea nacional. A ministra da Agricultura iniciou uma cruzada para vender o leite e derivados made in Brazil e aumentar o peso destes produtos na pauta de exportações. Trata-se de um dos raros segmentos da cadeia do agronegócio em que o país acumula seguidos déficits comerciais. Com seu habitual estilo trator, na linha do “me dá aqui que eu faço”, Katia chamou para a si a responsabilidade de bater à porta dos grandes compradores mundiais de lácteos, leia-se as maiores empresas varejistas do mundo. Recentemente, conversou com Jorge Paulo Lemann, a quem solicitou, sem rodeios, que a rede de restaurantes Burger King aumentasse a compra de leite produzido no Brasil. É só o início. Segundo o RR apurou, a via láctea de Katia Abreu incluirá também encontros com dirigentes dos grandes conglomerados de varejo internacionais presentes no país, como Carrefour, Casino, Walmart e Cencosud, com o objetivo de sensibilizar estes grupos a elevar as importações de lácteos junto à indústria brasileira.  Há seis anos, não sobra nem um restinho de requeijão no fundo da balança comercial. Nesse período, o saldo entre as exportações e importações de lácteos acumulou um resultado negativo de quase US$ 2 bilhões. Em 2014, é bem verdade, o país registrou o menor déficit do período (US$ 101 milhões). No entanto, tudo indica que o número voltará a subir neste ano – no primeiro semestre, as importações superaram as exportações em US$ 60 milhões.  Katia Abreu está convicta de que o problema não será resolvido distribuindo caquinhos de verba do ministério para os laticínios nacionais montarem estandes em feiras no exterior. Para ela, o país terá realmente de arrancar mercado na unha, sensibilizando grandes compradores das mais variadas latitudes. Por se tratar de um mercado de escalas colossais, qualquer gota a mais no copo faz diferença. Em um exercício meramente hipotético, se cada uma das 11 mil lojas do Walmart em todo o mundo vender por dia uma caixinha a mais de leite brasileiro, ao fim do ano isso representará mais de quatro milhões de litros, ou o equivalente a quase 3% do déficit comercial do setor no ano passado.

#Burger King #Carrefour #Casino #Cencosud #Jorge Paulo Lemann #Katia Abreu #Walmart

Abilio e Lemann querem comprar deus e o mundo

27/08/2015
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Das salas de aula para os balcões de padaria, e destes para as prateleiras de biscoito e as bandejas de esfihas pode ser apenas um passo. A parceria entre Jorge Paulo Lemann e Abilio Diniz está somente esquentando os motores. Os dois maiores empreendedores da área de consumo do país pretendem transformar negócios e setores aparentemente prosaicos em mega operações. As palavras-chave são escala e marca. Esse é o perfil das aquisições estudadas. Quem pensou em nomes como Piraquê e Habib’s não estará de todo errado. Aliás, não estará nada errado. As duas empresas atiçam o apetite de Lemann e Abilio. São brands conhecidos – começar do zero não é do estilo nem de um nem de outro –, estão em todas as esquinas e vendem milhões e milhões de unidades. A fabricante de biscoitos fatura R$ 800 milhões por ano e está presente em mais de 60 mil pontos de venda só no estado do Rio. O Habib’s, por sua vez, reúne quase 400 restaurantes e soma uma receita de R$ 1 bilhão. As duas companhias têm ainda outro ponto em comum que as transforma em potenciais presas: não foram abduzidas pelo processo de consolidação em seus respectivos mercados. Ambas ainda estão nas mãos de seus fundadores, leia-se a família Colombo (Piraquê) e Alberto Saraiva (Habib’s). Jorge Paulo Lemann e Abilio Diniz são empresários da mesma espécie. Passam ao largo da área de concessões, da infraestrutura, da indústria pesada e, sobretudo, de negócios que tenham qualquer tipo de imbricamento com o setor público. Os dois nasceram também para consolidar. Assim será nos novos mercados em que ingressarão, na recém-descoberta área de panificação, com a compra da rede de padarias Benjamin Abrahão, ou no segmento de ensino. Os investimentos comuns neste setor devem ser creditados a Ana Maria Diniz, que deu os primeiros passos da associação – Lemann e seu sócio Beto Sicupira têm especial empatia pela filha de Abilio, que há anos milita na área de educação. Boa parte do ervanário está reservada exatamente para este mercado: os dois empresários pretendem avançar na compra de instituições de ensino médio e transformá-las em academias de excelência. Guardadas as devidas proporções, Abilio poderá se tornar uma espécie de Warren Buffett em versão doméstica, acompanhando Lemann em diversos negócios no país. Não poderia haver momento mais propício para o encontro entre estes dois potentados. Ambos sabem que o Brasil está barato e o que não falta na prateleira são ativos depreciados, ambiência sob medida para uma dupla tão líquida como essa – só na Península Abilio tem mais de R$ 10 bilhões. Consultada sobre novas aquisições, a Península limita-se a dizer que comprou a Benjamin Abrahão para expandir suas operações. Já a 3G, de Lemann, não se pronunciou. Lemann e Abilio enxergam também uma oportunidade de ouro para consolidar uma posição de liderança entre o empresariado nacional. A hora sorri para esta combinação entre a frieza de um e a vaidade de outro. Os investimentos da dupla seriam acompanhados de um discurso motivacional, elevado ao nível do marketing cívico corporativo. Lemann conhece bem do assunto, pois usou a receita com a Ambev. Seria uma sonora demonstração de confiança no Brasil no momento em que a maior parte dos empreendedores está reclusa. Ou seja: além do impacto econômico, tal injeção de ânimo teria também um bônus psicossocial.

#3G Capital #Abilio Diniz #Ambev #Benjamin Abrahão #Habib´s #Jorge Paulo Lemann #Península #Piraquê #Sicupira

Clube dos cem

24/08/2015
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Uma medida do império de Jorge Paulo Lemann e cia: todas as empresas reunidas sob o teto da 3G Capital deverão romper neste ano a barreira dos US$ 100 bilhões em faturamento.

#3G Capital #Jorge Paulo Lemann

Dilma em foco

31/07/2015
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vai gastar seu latim em Parati. Seu nome é dado como certo na reunião anual da 3G Capital – o private de equity de Jorge Paulo Lemann et caterva – que ocorre neste fim de semana na cidade fluminense. FHC será o palestrante do evento. O RR fez vários contatos com o Instituto FHC, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.

#3G Capital #FHC #Jorge Paulo Lemann

Dilma põe fim ao reinado de “Samek I” na Itaipu Binacional

15/06/2015
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 O pontificado de Jorge Samek está chegando ao fim. Após 12 anos no cargo, o mais longevo diretor-geral da história de Itaipu Binacional vai deixar a empresa até agosto. Segundo fonte do Palácio do Planalto, sua saída já teria sido acertada com a própria presidente Dilma Rousseff. Nomeado para o comando da hidrelétrica no primeiro mandato de Lula, Samek notabilizou-se como um dos mais influentes conselheiros de Dilma para o setor elétrico, desde os tempos em que ela ocupava o Ministério de Minas e Energia. Nos últimos meses, no entanto, a relação perdeu voltagem. Samek já não desfruta de tanto prestígio. No início do ano, o expresidente Lula chegou a trabalhar pela sua indicação para a Pasta de Minas e Energia, mas Dilma rechaçou a indicação. Quadro histórico do PT paranaense, Jorge Samek talvez tenha apenas cometido o pecadilho de estar no lugar errado na hora errada, mas o fato é que o seu esvaziamento coincide com a Lava Jato. Para todos os efeitos, ele segue imune ao petrolão: seu nome não aparece em qualquer depoimento. No entanto, uma a uma, todas as cartas mais altas ao seu redor têm caído sobre a mesa. O ex-deputado André Vargas e o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, estão presos. Já a senadora Gleisi Hoffmann e seu marido, Paulo Bernardo, são citados nos depoimentos do doleiro Alberto Youssef. Ou seja: o PT do Paraná é uma lâmpada incandescente do qual Dilma pretende manter prudente distância. Isso vale para Samek. Caso se confirme a sua saída, a última impressão que ficará da longa gestão de Jorge Samek é um ajuste a  la Joaquim Levy. Nos últimos três anos, Samek tem feito uma série de cortes na companhia. O número de funcionários caiu 15%, índice que só não foi maior devido a  resistência do governo paraguaio, sócio e cogestor da companhia, em acompanhar o congelamento de postos de trabalho feito do lado de cá da fronteira. Hoje, a porção brasileira tem 1.390 trabalhadores, contra 1.783 no país vizinho. No ano passado, as despesas operacionais caíram 10%. Se estivesse numa empresa de Jorge Paulo Lemann, a navalhada valeria a Samek um polpudo bônus de fim de ano, fora os tapinhas nas costas. Numa estatal, no entanto, tais números cobram um certo preço – mesmo em época de constrição orçamentária. A gestão contracionista dos últimos anos, potencializada pela inevitável fadiga de relacionamento após tantos anos no mesmo cargo, acentuou o desgaste de Samek dentro de Itaipu Binacional, criando um cenário mais desfavorável a  sua permanência no cargo.

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Esteves avança na direção do Carrefour

23/08/2013
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 Nem o ego atrofiado o impede de confessar: André Esteves, maior acionista do BTG, sonha acordar no corpo de Jorge Paulo Lemann quando se tornar adulto. A maturidade de Esteves, digamos assim, chama- se Carrefour. Não a operação brasileira, mas, sim, a rede varejista global. Não custa lembrar que o banqueiro esteve com um pé dentro do supermercado aqui no Brasil, quando foi adviser da tentativa de aquisição do Carrefour pelo Pão de Açúcar. Era ele também que traria o funding complementar ao merger. aguas passadas.  O tempo curou feridas e permitiu que Esteves fosse montando o chamado quebra-cabeça Carrefour. Trata-se da maior aquisição internacional já realizada por brasileiros. Isso, é claro, se a engenharia der certo. O banqueiro já teria conversado com o ministro Guido Mantega, de quem é próximo. Um argumento que vai além do negócio é a importância da renacionalização do setor supermercadista, que arranha a conta- corrente do país com unhas cada vez mais longas. Hoje, falar no grande varejo do país, significa citar três nomes: Casino, Walmart e o suprarreferido Carrefour. A missão exige diplomacia no nível do assunto de Estado, até porque o governo francês costuma encrencar quando se trata da venda dos seus ícones empresariais. Basta recordar a indignada reação gaulesa quando, há alguns anos, surgiram especulações de que o Walmart faria uma oferta pelo controle global do Carrefour – se bem que, talvez, um brasileiro com ares de investidor do mundo cause menos afronta ao orgulho francês do que uma família saída da América profunda. De qualquer forma, trata-se de uma missão para um empresário do porte de Jorge Paulo. Esteves pretende juntar várias pontas de um novelo complexo para dar cabo da empreitada: fundos de pensão, investidores estrangeiros, governo e um trunfo guardado a sete chaves. É nessa tacada não visível e nada convencional que o empresário aposta suas fichas. O modelo de negócio tem um irmão gêmeo mais velho: o banqueiro e seus partners ficariam com uma participação majoritária, ao menos no início, mas a gestão seria entregue a grupo brasileiro. Bem parecido com a InBev, não? Esteves adoraria essa comparação. Aliás, por falar em comparação, dependendo de onde se olhe, o Carrefour é uma espécie maior do que a própria InBev. É verdade que existe uma galáxia de distância entre os valores de mercado dos dois grupos: aproximadamente US$ 118 bilhões no caso da cervejeira, e pouco mais de US$ 20 bilhões para a rede varejista. No entanto, em termos de faturamento, o placar vira. No ano passado, o Carrefour teve uma receita de US$ 100 bilhões, contra US$ 40 bilhões da InBev. No caso de uma operação bem-sucedida, Esteves laçaria uma hidra com quase 10 mil lojas (metade delas na França) e 365 mil empregados em 33 países. É um trabalho de Hércules, atenda ele pelo nome de Jorge ou de André? Ou André e Jorge

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