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Regulação
Minas e Energia e Aneel impõem amarra para renovação de contratos das distribuidoras
11/11/2024Um raro momento de convergência entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a Aneel. Silveira tem defendido que a renovação das concessões de distribuidoras fique condicionada à renúncia de ações judiciais contra o Poder concedente, proposta já discutida no âmbito da agência reguladora. Ou seja: para estender os contratos, as empresas teriam de abrir mão de contenciosos contra a União ou estados. A possibilidade já está provocando um curto-circuito entre a Aneel e as empresas de energia. E, ironia das ironias, ameaça aumentar ainda mais o nível de judicialização do setor. Há informações de que a Abradee (Abradee (Associação dos Distribuidores de Energia Elétrica) cogita entrar na Justiça para brecar o projeto.
Destaque
Aqua Capital tenta evitar o contágio pela crise da Agrogalaxy
11/11/2024Empresa
Entressafra da Agrogalaxy se espalha pelo agronegócio
22/10/2024Empresa
Colombiana Promigas prepara seu desembarque no Brasil
4/10/2024Destaque
Troca de comando da ANP opõe Minas e Energia e Petrobras
1/10/2024A sucessão no comando da ANP está colocando em lados opostos o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard. Silveira, como se sabe, quer emplacar no cargo Pietro Mendes, secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis e presidente do Conselho da Petrobras. Ocorre que, os últimos dias, outro nome passou a aparecer muito bem cotado na bolsa de apostas em Brasília: Allan Kardec, atual presidente da Gasmar, distribuidora de gás do Maranhão.
Discretamente, como é do seu estilo, Magda tem atuado nos bastidores em favor da indicação de Kardec. Ambos tocam de ouvido. Se Pietro Mendes é o homem de confiança de Silveira no board da Petrobras, Magda e Kardec sempre demonstraram sintonia na própria ANP – ambos foram colegas na diretoria do órgão regulador entre 2008 e 2012.
Além disso, o maranhense Kardec conta também com o apoio do “sumo pontífice” e de um dos cardeais da política no estado, respectivamente José Sarney e Edison Lobão, ex-ministro de Minas e Energia. São personagens de peso que Lula costuma ouvir e incensar. Em junho, por exemplo, em entrevista a uma rádio maranhense, o petista referiu-se a Lobão como uma “figura excepcional” do seu primeiro governo, “um quadro político refinado para discutir qualquer assunto, em qualquer área”.
No caso de José Sarney, então, nem se fala. No ano passado, por conta da inauguração da Ferrovia Norte-Sul, Lula fez questão de gravar um vídeo ao lado de Sarney rasgando elogios ao ex-presidente da República pela “ideia” de construir a linha férrea. No entorno do petista, ressalte-se, há quem veja a escolha de Allan Kardec também como um hedge político. Seria uma forma de evitar um excesso de poder nas mãos de Alexandre Silveira, do PSD, um partido que “está” na base aliada, algo muito diferente de “ser” da base aliada. Mesmo porque a mesma legenda, por meio do senador baiano Otto Alencar, tenta também emplacar um nome em uma das diretorias da ANP.
O sucessor de Rodolfo Saboia, que deixa a diretoria-geral da ANP em dezembro, terá um dos maiores desafios da história recente da agência: o imbróglio da Margem Equatorial passará obrigatoriamente por suas mãos. Isso inclui não apenas o impasse em relação ao início ou não das atividades da Petrobras na bacia da Foz do Amazonas, no Amapá, mas os futuros leilões.
A ANP já incluiu novas bacias na região entre as prioridades do calendário de estudos geológicos e econômicos de 2025. No setor há quem diga até que o movimento foi um aceno de Saboia ao governo, na tentativa de ser reconduzido à diretoria-geral da ANP, por ora a menos provável das hipóteses. Nesse quesito em especial, Pietro Mendes e Allan Kardec estão tecnicamente empatados: ambos são enfaticamente favoráveis à exploração da Margem Equatorial.
Em contato com o RR, a Petrobras negou que a presidente da companhia esteja “agindo para indicar o novo diretor-geral da agência reguladora”. Ainda de acordo com a estatal, “Magda Chambriard tem total respeito pela governança interna da ANP e por qualquer que seja a escolha feita pelo governo federal, a quem cabe a decisão.”
Mercado
IPO serve de trampolim para CVC Capital vender participação na Moove
27/09/2024O CVC Capital Partners deverá se aproveitar da abertura de capital da Moove na Bolsa de Nova York, para vender integralmente a sua participação na empresa. O fundo norte-americano detém 30% da distribuidora de lubrificantes da Cosan. Estima-se que o valuation da companhia de Rubens Ometto possa chegar a US$ 2 bilhões, o que precificaria a parte do CVC em aproximadamente US$ 600 milhões. Por essas e outras, a operação vem sendo chamada no mercado de IPO do ano no “Brasil”. Só que em Nova York.
Empresa
Advent olha a porta de saída na Fortbras
18/09/2024O Advent, controlador da Fortbras, pretende reduzir sua posição na empresa – uma das maiores distribuidoras de autopeças da América Latina, com receita anual em torno de R$ 3 bilhões. A informação é que os norte-americanos vêm sondando fundos de investimentos. A intenção original do Advent sempre foi a abertura de capital da Fortbras, o que lhe permitiria diminuir gradativamente a sua participação. No entanto, a estiagem de IPOs no Brasil mandou o projeto para o acostamento. Procurado pelo RR, o Advent não se pronunciou.
Destaque
General Atlantic avança sobre ativos da Enel em transição energética
16/09/2024Segundo informações que circulam na “corrente elétrica” do setor de energia, a General Atlantic está rondando a Enel. A gestora norte-americana tem feito sondagens com o objetivo de se associar ou mesmo adquirir ativos em geração renovável dos italianos no Brasil. Um dos mais cobiçados é o complexo Lagoa dos Ventos, no Piauí, maior parque eólico da América do Sul, um investimento da ordem de R$ 9 bilhões.
Os contatos entre General Atlantic e Enel dizem muito sobre o atual momento de uma e de outra no país. Em conversas reservadas com investidores do setor, representantes da gestora afirmam categoricamente que ela será um serial buyer de projetos em desenvolvimento e de usinas eólicas e fotovoltaicas já em operação no Brasil. A primeira grande sinalização veio em janeiro, quando os norte-americanos adquiriram o fundo de investimento inglês Actis.
Com o negócio, assumiram todo o portfólio dos britânicos em energia no mercado brasileiro, incluindo um pacote de linhas de transmissão compradas anteriormente junto à EDP e uma participação de 26% na Serena, a antiga Omega Energia – a empresa soma uma capacidade instalada de 2,7 GW em geração solar e eólica, além de outros 6 GW em projetos no pipeline. Do lado da Enel, por sua vez, o presente é sabidamente conturbado. Os italianos têm sido forçados a concentrar esforços na Enel São Paulo, distribuidora que vem sendo duramente pressionada por autoridades e pela própria população paulista pelos recorrentes apagões no estado.
A necessidade de aumentar os investimentos na empresa tem levado o grupo a cogitar a venda de ativos no Brasil. Ao menos uma das possibilidades aventadas já está no radar dos italianos há pelo menos dois anos: a negociação do controle da Enel Ceará. Além dos problemas no Brasil, a Enel também tem feito uma rearrumação do seu portfólio em transição energética na América do Sul. Em maio, vendeu, por um total de US$ 1,3 bilhão, suas participações de 87% na Enel Generación Peru e de 100% na também peruana Compania Energetica Veracruz. O comprador? Fundos de investimentos da Actis, que agora atende pelo nome de General Atlantic. Que mundo pequeno… Procurada pelo RR, a Enel não quis comentar o assunto. A General Atlantic, por sua vez, não retornou.
Agronegócio
Alto endividamento é uma erva daninha no solo da AgroGalaxy
23/08/2024A AgroGalaxy – uma das maiores distribuidoras de insumos agrícolas do Brasil, com faturamento de quase R$ 10 bilhões por ano – teria iniciado conversações com os bancos credores para a renegociação do seu passivo de curto prazo, da ordem de R$ 1,5 bilhão.
O nível de alavancagem da companhia está se tornando um fardo difícil de carregar. A relação dívida líquida/Ebitda bateu em 8,5 vezes no segundo trimestre deste ano. A situação já está passando do “desconfortável” para o preocupante.
A AgroGalaxy tem contratos de financiamento e empréstimos com covenants que preveem um endividamento de curto prazo igual ou inferior a 2,8 vezes o Ebitda. Ou seja: tecnicamente, esses credores já poderiam executar a dívida antecipadamente. Em tempo: o mercado vem punindo a AgroGalaxy da forma que melhor sabe fazer.
Somente neste ano, a companhia perdeu cerca de 65% do seu market cap. Consultada pelo RR, a AgroGalaxy disse que “os efeitos das mudanças que fez nos últimos meses, em busca de mais eficiência e agilidade, se tornaram mais evidentes no 2T24”.
A empresa afirmou ainda que “permanece dedicada em melhorar diariamente sua produtividade e eficiência operacional. Tais medidas são essenciais para enfrentar a volatilidade e os desafios do mercado.” Sobre a dívida e a negociação com os credores, nenhuma palavra
Destaque
É possível transição energética no Brasil sem a Petrobras?
12/08/2024Qual será o rosto da Petrobras do amanhã: uma face virada para o passado, com o olhar fixo exclusivamente na exploração e produção de combustíveis fósseis, ou uma face voltada para o porvir, mirando a construção da grande empresa de energia lato sensu do Brasil? É o “Dilema de Janus” da estatal, uma complexa discussão que vem sendo travada no governo e no alto-comando da companhia e ainda longe de um consenso. No próprio Palácio do Planalto, há visões dissonantes em relação ao tema.
Mesmo porque qualquer movimento mais agudo da Petrobras gera forte impacto regulatório, competitivo, regional e, last but not least, político. O fato é que não há nenhuma outra empresa mais capacitada para liderar o processo de transição energética da matriz brasileira. A estatal tem fôlego financeiro, um corpo técnico altamente qualificado, presença em grande parte do território nacional e peso institucional, além de estar localizada em um país pródigo em sol, vento e água.
Falta, essencialmente, vontade política para a guinada. Com o reposicionamento estratégico da Petrobras, o Brasil passaria a ter uma grande indutora de investimentos em geração solar, eólica – inclusive offshore, vocação natural para uma empresa com mais de cem plataformas marítimas – e hidrogênio verde. Mais do que isso: a estatal funcionaria como uma espécie de “semi-reguladora” desse mercado. Na posição de maior player, a Petrobras teria condições de arbitrar o setor de energia renovável, guardadas as devidas proporções a exemplo do que historicamente sempre fez no óleo e gás.
No governo, uma das principais vozes a favor desse redirecionamento da Petrobras é o próprio Alexandre Silveira. O ministro de Minas e Energia defende que a estatal deve, a um só tempo, diversificar suas áreas de atuação e investir pesadamente em geração renovável – basta lembrar da sua queda de braço com o então presidente da empresa, Jean Paul Prates, que não fez nem uma coisa, nem outra. Uma das ideias já aventadas na Pasta de Minas e Energia seria a criação de uma companhia à parte, controlada pela Petrobras, que concentraria todas as suas operações em energia limpa.
Essa “Renovabras” poderia buscar recursos no mercado individualmente e emitir ações, sem impacto sobre a estrutura de capital da holding. Isso não quer dizer que a Petrobras tiraria o pé de exploração e produção. Pelo contrário. É o que a estatal sempre fez, faz e fará de melhor ainda por muito tempo. Até porque, goste-se ou não, é o próprio petróleo que financiará a transição energética da companhia. Hoje, a taxa de retorno médio real dos investimentos da empresa em exploração e produção é de 23%; nas fontes de baixo carbono, não passa de 8%.
O entendimento na Pasta de Minas e Energia é que a Petrobras do presente precisa começar a construir, desde já, a Petrobras do futuro. É inexorável que a estatal reduza o grande gap entre o seu portfólio de fontes fósseis e de energia limpa, um abismo que fica patente no próprio programa de investimentos da companhia. Em seu Plano Estratégico 2024-2028, a Petrobras prevê desembolsar US$ 11,5 bilhões em descarbonização das operações, biorrefino e energias eólica e solar. Ou seja: o equivalente a 11% do seu Capex. Para o mesmo período, os recursos destinados à exploração e produção somam US$ 73 bilhões, algo em torno de 71% do Capex.
Ressalte-se que, pouco a pouco, as grandes petroleiras internacionais têm ampliado o volume de recursos em projetos de baixo carbono. A média global ainda é relativamente pequena. No ano passado, segundo a Agência Internacional de Energia, as empresas de petróleo e gás destinaram cerca de US$ 30 bilhões à geração renovável, algo como 4% do seus investimentos totais. É pouco?
É. Mas cabe lembrar que, em 2019, esse índice sequer chegava a 1%. O CEO da Saudi Aramco, Amin Nasser, já disse publicamente que “a transição energética está fracassando” e “os formuladores de políticas deveriam abandonar a fantasia de eliminar petróleo e gás”. Ainda assim, a empresa destina 10% do seu plano de investimentos para fontes de baixo carbono – uma proporção ainda pequena, mas bem superior à média global, por exemplo. O governo da Arábia Saudita determinou, inclusive, que a companhia reduzisse sua produção de petróleo de 12 milhões para nove milhões de barris por dia para se adequar a acordos feitos pelos membros da Opep+. Outro exemplo é a BP, que está bem mais à frente: entre 2019 e o ano passado, a fatia de seus investimentos reservada para projetos de energia renovável saiu de 3% para 30%.
Essa é uma discussão que não fica restrita às muralhas do governo e à cúpula da Petrobras. Ela passa também por quem tem poder corporativo, ou seja, os funcionários da empresa e consequentemente suas entidades representativas. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), por exemplo, toca de ouvido com o ministro Alexandre Silveira. Em conversa com o RR, a FUP deixou claro que considera a Petrobras a companhia mais apta para ser o grande player em transição energética no Brasil.
Para a Federação, a empresa “tem ampla expertise e know how no setor de óleo e gás e, agora, deve caminhar cada vez mais no sentido de se tornar uma empresa integrada de energia e servir como importante instrumento para viabilizar investimentos, pesquisa e inovação visando novas rotas tecnológicas que possam colocar o Brasil em uma melhor posição na nova divisão internacional do trabalho que se forma a partir das transições tecnológica e energética.” A FUP reforça que “a tendência das majors de petróleo e gás é tornarem-se grandes empresas de energia. Na realidade brasileira, com o nosso potencial para energias limpas e novas rotas tecnológicas, nos parece que, quanto maior e mais integrada for a Petrobras, e mais envolvida com o segmento de renováveis, maior será sua capacidade de captação no mercado financeiro.”
A Federação dos Petroleiros concorda com a premissa de que os investimentos em energia limpa e em combustíveis fósseis não são excludentes. A FUP lembra que “tem se manifestado em diversas oportunidades, como em audiências públicas, que parte da renda petroleira deve ser destinada a investimentos em transição energética. Ou seja, é preciso contar com os recursos oriundos da produção de óleo e gás no presente para não mais depender dessa renda no futuro.” A entidade, inclusive, faz coro ao ministro Alexandre Silveira, que propôs a criação de um fundo para a transição energética a partir dos recursos do petróleo.
Dentro da imensidão corporativa da Petrobras, com seus mais de 45 mil funcionários, inúmeros níveis hierárquicos e diferenças ideológicas, tudo temperado por uma compreensível defesa do próprio quadrado, há visões distintas sobre o futuro e o papel da companhia. O RR conversou também com colaboradores da estatal na tentativa de aferir o estado de animus da “tropa” em relação ao tema.
Não é difícil verificar o quanto a “limpeza” da matriz energética da empresa provoca divisões intramuros. Os trabalhadores em exploração, produção, refino e logística defendem que a companhia continue sendo “apenas” o que sempre foi: uma petroleira. Algo na linha do “não me venham com novidades…”. O argumento é que o diferencial da empresa está na sua tecnologia, expertise e capital humano voltadas para exploração, produção e refino. Basicamente o que ela já provou ser capaz de fazer. Com maestria, diga-se de passagem. O “chão de fábrica” não quer saber nem de vento ou de sol; o futuro da Petrobras está na Margem Equatorial, a única fronteira petrolífera do país capaz de compensar o declínio da produção no pré-sal.
Na mão contrária, um grupo de funcionários de níveis hierárquicos mais altos entende que a Petrobras deve se tornar, sim, uma grande empresa de energia integrada, com um pé em geração limpa e outro em E&P. Estão nesse recorte colaboradores que atuam em pesquisa, projetos e a área corporativa, possuem um olhar mais panorâmico sobre a estatal e são menos focados na operação em si.
Ainda que reconheçam que, a curto e médio prazos, o maior retorno financeiro da estatal virá dos ‘velhos negócios” em E&P e refino. Em algumas áreas da Petrobras, há uma crença na diversificação de riscos como solução para o futuro incerto dos combustíveis fósseis, com a entrada em negócios como biocombustíveis, eólicas e usinas solar. Há quem defenda, inclusive, que os colaboradores poderiam ser distribuídos em células variadas de projetos. Seria uma forma de transformar a Petrobras em uma “incubadora de energia”, com o desenvolvimento de empresas e startups. As “energytechs” promissoras poderiam tornar-se subsidiárias ou coligadas da holding. Esse modelo permitiria a entrada de investidores privados e futuramente até a abertura de capital das sociedades em mercado.
Existe ainda um terceiro agrupamento, que já foi o mais forte na Petrobras e agora vem recuperando seu poder de influência com a presença de Lula no governo. São colaboradores que acreditam no modelo de empresa “do poço ao posto”, com uma maior diversificação dos negócios. De forma sintetizada, defendem a visão dos sindicatos, muito focada na soberania nacional.
A compreensão é que a companhia deve ser um braço do governo para acelerar investimentos, controlar preços, gerar emprego e produzir e distribuir renda. Ou seja, a empresa deveria verticalizar suas operações, inclusive com a reestatização da BR Distribuidora, atual Vibra, e dos gasodutos e refinarias vendidos na gestão Bolsonaro. Esses funcionários defendem que a companhia tem de entrar em setores afins a suas atividades e necessários para o desenvolvimento do país, como energia renovável e fertilizantes. Em linhas gerais, é uma fração da companhia que deseja uma “estatização” ainda maior da Petrobras.
Destaque
Sem privatização, EDP e Lírio Parisotto espreitam a porta de saída da Celesc
16/07/2024É tempo de transição na Celesc. Não apenas energética, mas societária. Há quase um consenso no setor que a EDP e o Geração L Par, fundo do investidor Lírio Parisotto, vão reduzir ou até mesmo vender integralmente as suas participações na distribuidora catarinense – respectivamente de 33,11% e de 2,91% do capital votante (ou 29,9% e 8,5% do capital total).
A razão é o resfriamento – para não dizer congelamento – dos planos de privatização da Celesc. Em recente entrevista ao Valor Econômico, em 8 de junho, o próprio presidente da companhia, Tarcísio Estefano Rosa, disse que a venda do controle “está descartada enquanto os serviços prestados à população forem adequados”. Com isso, a principal motivação da dupla, montar uma posição privilegiada no capital mirando a posterior privatização, perdeu sentido.
É uma ducha de água fria. Cabe lembrar que a Celesc é uma das duas últimas distribuidora de energia ainda sob controle do estado – ao lado da Cemig. Em contato com o RR, a EDP informou que não comenta o assunto. Também consultado, o Geração L Par não se pronunciou.
No caso específico de Lírio Parisotto, um dos maiores ativistas do mercado de capitais brasileiro, o revés tem um peso ainda maior. Parisotto teria se envolvido diretamente em articulações para a privatização da Celesc. Em dezembro de 2022, por exemplo, reuniu-se com o então governador eleito de Santa Catarina, Jorginho Mello, para tratar do assunto.
Consta que Parisotto tentou, inclusive, influenciar na gestão da companhia, com a manutenção de Cleicio Poleto Martins, que comandava a Celesc na ocasião. Martins era favorável à privatização. Curiosamente, Parisotto acabou batendo de frente com o próprio governador Jorginho Mello, contrário à permanência de um executivo indicado por seu antecessor, Carlos Moisés.
Ao indicar Tarcísio Stefano para o cargo de CEO, o governo catarinense neutralizou possíveis ingerências de Parisotto e da própria EDP sobre a gestão executiva. E Stefano, por sua vez, distanciou a Celesc da privatização. Ou seja, nada saiu de acordo com o script idealizado pelos dois acionistas privados da distribuidora.
Nesse cenário, talvez não reste mesmo outra alternativa à dupla do que olhar para a porta de saída. Em tempo: tomando-se como base apenas o market cap da Celesc, a participações da EDP e de Parisotto valem, respectivamente, cerca de R$ 880 milhões e R$ 250 milhões.
Empresa
Eletrobras deixa um pé na porta de saída da Celesc
19/06/2024Destaque
Tarcísio Freitas enxerga mais do que gás em polêmico terminal da Cosan
29/05/2024Destaque
Cemig e ISA se enroscam nas linhas de transmissão da Taesa
27/05/2024De um lado, a Taesa tem sobre si o peso de uma alavancagem razoavelmente alta – a relação dívida líquida/Ebitda é de quase quatro vezes, índice que tende a crescer neste ano por conta dos projetos em desenvolvimento; de outro, a empresa vive uma espécie de “vai ou racha” em relação ao seu planejamento de mais longo prazo. Muito em razão das limitações de caixa, a Taesa não participou dos últimos dois leilões de transmissão da Aneel, o que cria um vácuo no “rejuvenescimento” da sua carteira de ativos. O tempo médio restante das suas concessões é o menor entre as grandes empresas de transmissão do país – 14 anos. Das 43 licenças de transmissão, 13 vencem em oito anos, sendo quatro delas em apenas seis anos. Ou seja: se não houver uma ampliação do portfólio, a Taesa corre o risco de ter uma “barriga” em sua receita já a partir de 2030. Mas, até lá, é possível que isso não seja mais um problema da Cemig.
Empresa
Itaú também tem a sua “Americanas” no Chile
23/05/2024Destaque
Governo quer aumentar importação de energia para abastecer o Rio Grande do Sul
20/05/2024O governo pretende aumentar a importação de energia em caráter emergencial com o objetivo de normalizar o fornecimento ao Rio Grande do Sul. Há duas preocupações: a primeira, mais imediata, é acelerar a religação dos mais de 230 mil pontos ainda sem luz no estado; a segunda é garantir o suprimento do insumo para os serviços de reconstrução de instalações de infraestrutura já em curso, na maior parte dos casos obras viárias conduzidas pelo Exército. Aliás, ressalte-se, o general Tomás Paiva, Comandante da Força, tem sido um dos grandes colaboradores no trabalho de recuperação do Rio Grande do Sul e no atendimento à população local. Silenciosamente, o Exército vem disponibilizando suas tropas para resgate de desabrigados, construção de pontes temporárias, consertos de estrada, transporte de doações, entre outras missões. Feita essa ressalva, há informações em Brasília de que o ministro Alexandre Silveira vem mantendo conversações com a ministra de Indústria, Energia e Mineração do Uruguai, Elisa Facio, para ampliar a compra de energia do país vizinho, iniciada em 3 de maio. O volume atual enviado ao Rio Grande do Sul tem variado entre 120 MW e 390 MW. A intenção do governo seria subir esse teto para 500 MW, o que ajudaria as duas distribuidoras gaúchas, CEEE e RGE, a acelerar a regularização do abastecimento. Em outro front, fala-se também no Ministério de Minas e Energia de movimentações para a importação de energia da Argentina.
Em relação ao Uruguai, há um obstáculo a ser superado. No momento, além do mercado interno e do Brasil, os uruguaios também estão fornecendo energia para a própria Argentina. Ou seja: é provável que o país vizinho tenha de aumentar sua produção para gerar mais excedente, o que certamente se refletirá no preço do insumo comprado pelo governo brasileiro. Paciência. Não é hora de se fazer muita conta. É mais um custo que irá para o metaverso orçamentário das despesas com a recuperação do Rio Grande do Sul, à margem de amarras fiscais.
Neste momento de tragédia no Rio Grande do Sul, a interligação elétrica entre os três países se torna fundamental para garantir o suprimento de energia ao estado. Em relação ao Uruguai, o transporte do insumo se dá por meio da linha de transmissão que conecta a subestação de Melo, do outro lado da fronteira, à subestação de Candiota (RS). Existe também uma segunda linha, entre Rivera, no Uruguai, e Santana do Livramento (RS). Em relação à Argentina, a distribuição ocorre por uma linha de transmissão entre Rincón Santa Maria, na província de Corrientes, e as subestações Garabi I e Garabi II, em Garruchos (RS). Se necessário, o Ministério de Minas e Energia ainda pode recorrer a uma linha que conecta Paso de Los Libres a Uruguaiana, que não é usada há algum tempo.
Destaque
Venda de ativos é o caminho para Enel concentrar sua energia em São Paulo
10/05/2024A grave crise da Enel em São Paulo tem alimentado diversas conjecturas em relação ao futuro do grupo no Brasil. Algumas com maior voltagem. Nos últimos dias, circula na corrente elétrica do setor a informação de que os italianos avaliam uma reorganização de seus negócios no país. As mudanças atingiriam suas duas principais áreas de atuação.
No segmento de geração, o caminho aventado seria a busca de um sócio para a Enel Green Power, seu braço de energia renovável. Trata-se de um portfólio com 94 usinas hidrelétricas, eólicas e solares, além de outros 16 projetos em desenvolvimento. No entanto, os movimentos mais agudos estariam reservados para o setor de distribuição, justamente o calcanhar de aquiles da companhia no Brasil.
E que movimentos seriam esses? De um lado, a alienação da Enel Rio, a antiga Ampla; do outro, a retomada do processo de venda da Enel Ceará, ex-Coelce, suspenso em novembro do ano passado. Procurada, a Enel não quis se pronunciar.
O enredo tem gigawatts de lógica. O grupo passaria a concentrar grande parte da sua energia, metafórica e literalmente, em seu maior e, ao mesmo tempo, mais problemático negócio no Brasil: a Enel São Paulo. Com quase R$ 20 bilhões em receita, a distribuidora paulista responde por quase metade do faturamento total do conglomerado no Brasil.
É também a operação mais lucrativa dos italianos no país. Às vezes, não se pode ter tudo. E talvez a Enel esteja exatamente no momento de fazer escolhas e renúncias no mercado brasileiro. A venda de parte da Enel Green Power e a negociação das distribuidoras do Rio e do Ceará dariam ao grupo fôlego extra e permitiriam destinar a São Paulo a maior parte dos investimentos já anunciados no país, de R$ 18 bilhões.
A essa altura, seria quase um “seguro concessão”, uma forma de a Enel debelar os riscos regulatórios e políticos que cercam a distribuidora em razão dos seguidos apagões na capital paulista.
A Enel Rio é um ativo considerado de mais fácil liquidez, digamos assim. Está encravada em um mercado importante – atende a 66 municípios do estado do Rio de Janeiro, ou mais de 2,5 milhões de consumidores. No caso da Enel Ceará, há um fio solto.
A venda da distribuidora está condicionada a uma negociação política com o governo federal para a renovação antecipada da concessão, que vence em 2028. Ninguém vai se aventurar a comprar uma empresa cujo contrato expira logo ali na esquina, em pouco menos de quatro anos.
Destaque
O que está mais perto de Itaipu: as ruas de Belém ou as vítimas da catástrofe gaúcha?
9/05/2024A tragédia do Rio Grande do Sul pode provocar uma reviravolta na liberação de R$ 1,3 bilhão de Itaipu Binacional para a COP 30, em Belém. Há uma forte pressão da bancada gaúcha sobre o governo, a começar pela própria base aliada, para que os recursos da estatal sejam redirecionados à reconstrução de Porto Alegre e das demais cidades devastadas pelas chuvas. Alguns parlamentares do Sul têm, inclusive, discutido uma ida conjunta ao presidente Lula para solicitar a transferência das verbas de Itaipu.
A premissa é que, neste momento, não há nada mais prioritário no país: a questão humanitária se sobrepõe a qualquer outro projeto ou iniciativa, por mais importante que venha a ser. Mesmo porque ainda existe uma grande desorientação das autoridades em relação às consequências da tragédia. Não se sabe ao certo o número de vítimas fatais, a quantidade de desabrigados e muito menos a extensão dos danos materiais e o quanto de recursos financeiros terão de ser empregados na restauração de ruas, bairros e mesmo cidades inteiras.
O governo terá de redefinir rubricas, seja diretamente do orçamento da União, seja de estatais federais, com o objetivo de canalizar o maior volume possível de verbas para o Rio Grande do Sul. Nesse contexto, o “resto” talvez tenha de esperar, nem que o “resto” seja um evento global da maior relevância para tratar de uma das agendas mais fulcrais para a humanidade, como as mudanças climáticas. Entre salvar vidas agora e rediscutir mais à frente outras formas de apoio financeiro à COP 30, que só acontece em novembro de 2025, não há discussão. Ou, pelo menos, não deveria haver.
A coincidência de timing entre a assinatura do convênio com a Prefeitura de Belém, firmado na última segunda-feira, e a tragédia no Sul acabou colocando um foco político maior sobre Itaipu e os critérios para o uso de recursos da estatal. Prova disso que é que ontem o deputado federal Danilo Forte (União-CE) apresentou um Projeto de Lei propondo a destinação de R$ 400 milhões das receitas de Itaipu para abater a conta de luz dos consumidores rurais e residenciais no Rio Grande do Sul. É só o começo. Parece realmente um contrassenso: destinar R$ 1,3 bilhão da hidrelétrica para a rede de saneamento e a pavimentação de ruas de Belém, uma cidade a 3,4 mil km de distância que não usa e muito menos paga pela energia de Itaipu.
No próprio setor elétrico, há questionamentos ao acordo com a capital paraense. O ex-diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e atual presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia, Luiz Eduardo Barata, classificou o repasse de verbas da usina binacional a Belém como um “escândalo” e uma “usurpação do dinheiro pago pelos consumidores de energia do Sul, Sudeste e Centro-Oeste em suas contas de luz”. A questão é um exemplo didático do desnorteamento em geral em torno da catástrofe no Rio Grande do Sul. A RGE, leia-se CPFL, distribuidora que atende 381 municípios do estado, informou a suspensão da cobrança da conta de luz… nas casas que estão sem energia.
Mercado
Advent dá ignição no IPO da Fortbras
18/04/2024A Fortbras, uma das maiores distribuidoras de autopeças da América Latina, como receita acima dos R$ 3 bilhões por ano, tirou seu IPO da gaveta. A abertura de capital servirá como janela para o Advent, acionista controlador, reduzir sua participação no negócio, iniciando seu processo de desinvestimento. A primeira tentativa de oferta de ações, em 2021, virou monóxido de carbono diante da falta de liquidez nos mercados internacionais. Consultado, o Advent não se pronunciou.
Regulação
Aneel deve aumentar a lista de punições à Equatorial Energia
16/04/2024Em meio à crise da Enel em São Paulo, longe dos holofotes a Equatorial Energia também está na mira do Ministério de Minas e Energia e da Aneel. O grupo tem acumulado uma sequências de multas por irregularidades em diferentes estados. E a ficha corrida pode aumentar. Segundo o RR apurou, a agência reguladora vai julgar hoje o processo nº 48500.006802/2022-32, contra a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), controlada pela Equatorial. A ofensiva do órgão regulador se deve a um “apagão” contratual. A CEA não teria realizado investimentos obrigatórios em pesquisa e desenvolvimento e em eficiência energética no período entre 2013 e 2020 – exigência, ressalte-se, que se aplica a todas as concessionárias e permissionária de distribuição de energia. A rigor, a Equatorial não tem responsabilidade direta pelo eventual calote. A inadimplência da CEA se deu antes da concessão ser arrematada pelo grupo, em junho de 2021. No entanto, é a Equatorial que trava uma queda de braço com a Aneel para escapar da punição. Em dezembro de 2022 (Despacho no 3.542/2022), a diretoria colegiada da Agência aplicou uma primeira multa contra a CEA por não honrar com os investimentos. A empresa, já sob gestão da Equatorial, entrou com recurso administrativo contestando a cobrança. De acordo com uma fonte da própria Aneel, a tendência é que a diretoria colegiada confirme a punição, da ordem de R$ 41 milhões. Em contato com o RR, a Aneel confirmou que o julgamento recurso está pautado para a sessão de hoje. Também consultada, a Equatorial Energia não quis comentar o assunto.
Isoladamente, a eventual multa contra a CEA não teria tanto peso para a Equatorial Energia. No entanto, o processo se soma a outros episódios recentes que têm contaminado a reputação do grupo junto às autoridades do setor elétrico. Em outubro do ano passado, a AGERGS, agência reguladora do Rio Grande do Sul, aplicou uma multa de R$ 24,3 milhões contra a CEEE Equatorial pelo descumprimento de metas e pela precariedade da manutenção de suas instalações. Em dois anos e meio à frente da distribuidora gaúcha, o grupo acumulou sanções de R$ 69 milhões. Até agora, não pagou um centavo sequer, graças a um emaranhado de recursos administrativos. Em maio do ano passado, a Equatorial levou uma multa de R$ 10 milhões do Procon por má prestação de serviços na região de Jaraguá, em Goiás Em outubro, recebeu outra punição, de R$ 11 milhões, por conta das constantes queda de energia no estado. Na ocasião, o governador Ronaldo Caiado convocou uma reunião com o presidente da empresa, Lener Jayme, a quem fez duras cobranças por investimentos.
Negócios
Mitsui quer exercer opção de compra de distribuidoras da Commit
2/04/2024O RR apurou que a Mitsui pretende exercer o direito de preferência sobre a participação da Commit (ex-Gaspetro) sobre cinco distribuidoras de gás do Nordeste – Algás (AL), Cegás (CE), Copergás (PE), Potigás (RN) e Sergas (SE). O grupo japonês tem buscado pareceres jurídicos para dar respaldo à operação. Paralelamente, discute com a Compass, leia-se Cosan, a precificação dos ativos. Trata-se de uma negociação delicada, que tem de ser conduzida com razoável dose de cuidado. O caso é polêmico, com elevado risco de judicialização. A Commit pertence à Compass (51%) e à própria Mitsui (49%). Em 2021, ao fechar a compra da participação da Petrobras na Gaspetro, a Compass/Cosan se comprometeu com o Cade a se desfazer de um pacote de ativos para que a operação fosse aprovada. Sete participações foram vendidas em 2022. Faltam as cinco distribuidoras nordestinas. A Mitsui já está no capital de todas elas e tem a opção de compra das demais ações. Ou “teria”. Outras concessionárias de gás questionam a transferência das empresas para os japoneses por entender que o acordo com o Cade não permite ao grupo exercer o direito de preferência. Na prática, as cinco distribuidoras estariam saindo de uma mão para a outra da Mitsui, pelo fato de o grupo ser acionista da Commit. A maior contestação vem da Infra Gás e Energia. No ano passado, a empresa fechou a compra da participação da Commit na Algás, Cegás, Copergás, Potigás e Sergas. Fechou, mas não levou. Na condição de sócia da Commit, a Mitsui precisa dar seu aval para o negócio, o que até hoje não aconteceu. A Infra já formalizou uma queixa ao Cade. Nos bastidores, insinua que a dobradinha Compass e Mitsui teria montado um teatro e estaria agindo deliberadamente para forçar a transferência das cinco distribuidoras aos japoneses. O RR fez seguidas tentativas de contato com a Mitsui, mas não obteve retorno.
Destaque
Prorrogação do contrato da Necta é antessala para fusão com a Comgás
2/04/2024A Cosan embala com cuidado um projeto que pode criar uma megadistribuidora de gás. Segundo o RR apurou, a Necta (ex-Gas Brasiliano) mantém conversações com o governo de São Paulo para a renovação antecipada da sua concessão, que vence em 2029. As tratativas envolvem a extensão do contrato até 2049. A data não é aleatória. Trata-se exatamente do prazo de concessão da Comgás, a maior distribuidora de São Paulo, que, ao lado da Necta, compõe a intrincada malha societária da Cosan no setor. No tabuleiro do grupo, a unificação da vigência dos dois contratos pode ser a peça que falta para um importante movimento: a fusão entre a Comgás e a Necta. O projeto é discutido dentro do grupo há dois anos, mas esbarra principalmente na diferença do “tempo de vida” de cada companhia. Entre outros problemas, esse descasamento de datas impede, por exemplo, a negociação, com a Petrobras, de um único contrato de fornecimento de gás por longo prazo. Da fusão emergiria a maior distribuidora de gás do Brasil, com receita superior a R$ 11 bilhões, uma geração de caixa próxima dos R$ 5 bilhões e abrangência sobre 85% dos municípios de São Paulo, uma área correspondente a quase 25% do PIB nacional.
A operação permitiria também uma rearrumação da própria teia de participações da Cosan no setor. A Comgás, por exemplo, é controlada diretamente pela Compass, uma espécie de subholding do grupo para a área de gás. Já a Necta está “pendurada” na Commit (antiga Gaspetro), por sua vez pertencente à Compass, leia-se Cosan, com 51%, e à Mitsui, com 49%. A Commit reúne ainda outras dez distribuidoras estaduais, das quais cinco estão à venda. Procurada pelo RR, a Compass não quis se manifestar.
Esta é uma operação que vem sendo cuidadosamente construída pela Cosan. Dois dos principais tijolos foram colocados em 2021. No mês de julho daquele ano, a Compass fechou a compra dos 51% da Petrobras na Gaspetro (rebatizada de Commit), assumindo um colar de distribuidoras, entre as quais a cobiçada Gas Brasiliano. Apenas quatro meses depois, em outubro, a Cosan conseguiu junto ao governo de João Doria a prorrogação do contrato da Comgás, que também venceria em 2029.
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Destaque
Equatorial Energia enfrenta uma crise de alta voltagem
15/02/2024Há um razoável nível de tensão nas tratativas entre o governo do Rio Grande do Sul e Equatorial Energia, controladora da CEEE. Segundo o RR apurou, o governador Eduardo Leite está exigindo que a companhia apresente, em caráter emergencial, um novo plano de investimentos na distribuidora gaúcha. As conversas têm como pano de fundo a possibilidade de medidas mais duras contra a empresa, no limite incluindo até mesmo uma requisição à Aneel para a cassação da sua licença.
As cobranças do governo gaúcho são decorrentes das interrupções no fornecimento de energia no estado. As seguidas falhas colocaram a Equatorial na berlinda, com pressões vindas de diferentes esferas do Poder Público. Há pouco mais de duas semanas, o próprio diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, foi a Porto Alegre para discutir o problema com representantes da CEEE e autoridades locais.
Na Assembleia gaúcha, os deputados estaduais articulam a criação de uma CPI para investigar a CEEE e também a RGE, outra distribuidora que atua no estado – esta última controlada pela CPFL.
Em contato com o RR, a Equatorial informou que “desde a sua chegada, em julho de 2021, vem realizando um conjunto de obras e investimentos estruturantes no sistema elétrico do Rio Grande do Sul, com o objetivo de trazer maior robustez e qualidade dos serviços prestados à população. Ao assumir o controle da CEEE, o Grupo Equatorial diz ter se deparado “com mais de 70% das subestações em situação de sobrecarga, mais de 570 mil postes de madeira em final de vida útil, por exemplo.” A companhia afirma ainda que “prezando pela transparência, vem mantendo uma agenda aberta ao diálogo com as autoridades, a fim de continuar avançando na melhoria da prestação de serviços no Rio Grande do Sul, fazendo isso cada vez mais rápido e com mais qualidade.”
Destaque
Compartilhamento de postes provoca batalha entre empresas de energia e de telefonia
7/02/2024As empresas do setor elétrico e as grandes operadoras de telefonia do país – leia-se Claro, Vivo e TIM – estão travando uma acirrada disputa, com intensas articulações em Brasília e acusações de parte a parte. O pano de fundo é a definição do novo arcabouço regulatório para o compartilhamento de postes com prestadoras de serviços de telecomunicações, um mercado potencial da ordem de R$ 12 bilhões. Em outubro do ano passado, a Anatel aprovou um conjunto de regras, e tudo levava a crer que a Aneel iria pelo mesmo caminho, colocando um ponto final no impasse.
No entanto, há duas semanas, o diretor da Agência de Energia Elétrica Fernando Mosna pediu vista do processo, postergando a definição do assunto. A prorrogação aumentou a tensão e tem alimentado uma guerra de versões. Dirigentes do setor de telefonia atribuem o adiamento à pressão das empresas de energia. Ao mesmo tempo, têm encaminhado à Anatel denúncias de que as distribuidoras – as “donas” dos postes – estariam forçando não apenas o trio Vivo, TIM e Claro, mas também outros prestadores de serviços de banda larga a renovar antecipadamente os contratos de aluguel das estruturas.
Seria uma manobra para impor o aumento das taxas de passagem de cabos antes da Aneel bater o martelo em relação às novas regras. Disparos de um lado, disparos do outro. Por sua vez, as companhias do setor elétrico, representadas pela Abradee (Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica), rebatem e alegam que as empresas de telefonia pagam valores subapreciados pelo compartilhamento dos postes. As distribuidoras reivindicam que o novo arcabouço estabeleça tarifas mais altas pelo uso desses equipamentos.
O duelo não se restringe às empresas. Aneel e Anatel também protagonizam uma queda de braço, que mimetiza o embate entre os players de seus respectivos setores. A agência de energia elétrica faz eco às distribuidoras e prega que as companhias de telecomunicação devem desembolsar um valor maior pela utilização dos postes. Defende que as operadoras paguem um Fator de Utilização (FU) superior a 35%.
Já a Anatel puxa a conta para baixo e trabalha com um índice inferior a 20%. Basicamente, o FU é uma metodologia de cálculo que leva em consideração os custos de construção e/ou manutenção de um poste. Atualmente, as distribuidoras de energia recebem por ano algo em torno de R$ 3 bilhões pelo aluguel dessas estruturas; o setor se apoia em estudos, um deles do BTG, indicando que esse valor deveria ser até quatro vezes superior.
Se, nos bastidores, sobram discordâncias, publicamente as agências reguladoras tratam o assunto com reservas. Ou sequer tratam. Procurada pelo RR, a Aneel não quis se pronunciar. A Anatel, por sua vez, adota um tom protocolar. Diz que “é necessário um alinhamento com a Aneel, o estabelecimento de um consenso entre os interesses dos atores envolvidos e uma interlocução com a sociedade civil e o controle externo”.
Consultada especificamente sobre as tarifas, a agência informou que “a respeito de preço de referência, as áreas técnicas sugeriram que se mantenha o fixado na Resolução Conjunta nº 4/2014, corrigido pelo IPCA, até que se publique ato próprio pela Aneel. No momento a Anatel aguarda deliberação da Aneel”.
Entre os atores privados envolvidos no imbróglio, as distribuidoras de energia sobem o tom. Em contato com o RR, o diretor executivo de Regulação da Abradee, Ricardo Brandão, vocaliza a insatisfação do setor com os valores praticados hoje pela locação dos postes. “Pela regulação da Aneel, 60% da receita bruta do “aluguel” dos postes vai para a modicidade tarifária, ou seja, abate da tarifa para reduzir a conta dos consumidores de energia elétrica. E isso faz sentido, já que o consumidor pagou e paga na tarifa pelo investimento nos postes e paga pela sua manutenção.
O que sobra para as distribuidoras, após os custos, é um valor residual, e para muitas é até negativo.”. Brandão afirma que “uma minoria dos fios nos postes tem contratos e pagam regularmente o compartilhamento. A grande maioria é de fios clandestinos, lançados no meio da noite, muitas vezes retirando as placas de identificação dos fios regulares e é impossível a distribuidora saber que são os donos”.
Segundo o diretor da Abradee, “É fundamental que aqueles que têm poder de polícia, especialmente a Anatel, atuem mais firmemente para punir o clandestino e inibir essa prática”. Brandão diz que “hoje a empresa de telecom não é obrigada a mostrar para a Anatel que tem contrato com uma distribuidora para passar os seus fios e, por esta razão, não há maiores consequência por este comportamento ilegal destas telecoms com fios clandestinos. Se não houver uma atuação mais firme da Anatel contra estes clandestinos, de nada vai adiantar um processo de regularização, porque na semana seguinte já haverá inúmeros clandestinos.
Sempre será melhor não pagar nada do que ser regular, se não houver nenhuma punição ou consequência.” Procuradas pelo RR, as três grandes operadoras de telefonia, Claro, TIM e Vivo, não se pronunciaram.
Energia
O apagar das luzes da Amazonas Energia
23/01/2024A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) vai se reunir daqui a pouco para decidir o futuro da Amazonas Energia. Segundo o RR apurou, o órgão regulador deverá referendar a recomendação de que o Ministério de Minas e Energia decrete a caducidade e a consequente extinção do contrato de concessão. O entendimento é que não há muito a fazer. De acordo com informações filtradas da própria Aneel, em trecho do voto que lerá na reunião de hoje, o relator do processo, Ricardo Tili, destacará que foram dadas “oportunidades” nos últimos anos para que a companhia fizesse a troca de controle. No entanto, a avaliação é que faltou “eficiência na gestão econômica e financeira da concessão”.
Em novembro, a Aneel já havia determinado a caducidade do contrato. No entanto, o assunto voltou ao colegiado da Aneel após recurso interposto pelo Grupo Oliveira Energia, atual concessionário. O apagar das luzes da Amazonas Energia tem sido um processo lento e melancólico. Em dificuldades, o Grupo Oliveira tentou transferir o controle da empresa para a Green Energy Soluções em Energia. No entanto, a operação foi vetada pela própria Aneel. No entendimento da agência, a Green não comprovou capacidade técnica e econômico-financeira para assumir a distribuidora.
Caso o Ministério de Minas e Energia acate a recomendação da Aneel, o mais provável é que o próprio governo federal assuma a operação de distribuição no Amazonas até encontrar um novo concessionário. Não vai ser fácil. Com receita líquida negativa e dívida da ordem de R$ 9,6 bilhões, a Amazonas Energia não consegue mais garantir a qualidade dos serviços e muito menos realizar investimentos na rede. A companhia foi federalizada em 2001, com a sua transferência para a Eletronorte, então subsidiária da Eletrobras. Em 2016, a estatal não participou do processo de renovação do contrato. Posteriormente, a Amazonas Energia foi parar nas mãos do Grupo Oliveira. Hoje, há problemas em praticamente todos os 62 municípios amazonenses sob sua jurisdição.
Empresa
Eneva II, a missão: vem aí uma nova oferta de fusão com a Vibra
8/01/2024Há fortes rumores no mercado de que, ainda nesta semana, a Eneva vai apresentar à Vibra uma nova proposta de fusão. A principal mudança em relação à primeira oferta seria uma maior participação da antiga BR Distribuidora no capital da nova empresa. Pelo menos é o que Andre Esteves, dono do BTG, um dos maiores acionistas da Eneva, teria sinalizado nas frequentes conversas que vem mantendo com Ronaldo Cezar Coelho, dono de 15% da Vibra.
Destaque
Apagão em São Paulo deixa venda da Coelce às escuras
4/01/2024A crise da Enel em São Paulo está irradiando por outros negócios dos italianos no Brasil. As graves falhas operacionais na distribuição de energia na capital paulista tornaram-se um óbice à renovação antecipada da concessão da Coelce, também controlada pelo grupo. Segundo o RR apurou, a Aneel recuou nas tratativas para a prorrogação do contrato da distribuidora cearense, que vence em 2028. A resistência é ainda maior no Ministério de Minas e Energia. O ministro Alexandre Silveira não quer jogar na sua conta o desgaste político de negociar a extensão da concessão da Enel no Ceará. Na atual circunstância, seria como dar um “presente” a um grupo que foi responsável por um apagão na maior cidade do país e é alvo de uma CPI na Alesp. Consultada pelo RR, a Enel informou que “não comenta rumores”.
O efeito em cascata causado pelo blecaute em São Paulo atinge também os planos da Enel de vender o controle da Coelce. A operação está diretamente condicionada à prorrogação do contrato de concessão. A falta de qualquer garantia nesse sentido travou as negociações com a CPFL e a Equatorial, as duas principais candidatas à aquisição. Nenhuma das duas vai gastar aproximadamente R$ 8 bilhões na compra de um ativo cuja licença expira em quatro anos.
Real estate
Petros coloca à venda antiga sede da BR Distribuidora
5/12/2023A Petros procura um comprador para o Edifício General Horta Barbosa, localizado no Maracanã, na Zona Norte do Rio. Há um certo simbolismo na negociação. Por décadas, o imóvel foi a sede da antiga e ex-estatal BR Distribuidora. Hoje, abriga áreas da Petrobras, como TI. O ativo está marcado no balanço da Petros ao valor de R$ 95 milhões. Procurada, a Petros não se pronunciou.
Destaque
Reajuste da energia no Amapá vira um fio desencapado para a Equatorial
5/12/2023A Equatorial Energia está no meio de um curto-circuito em que se misturam faíscas regulatórias, institucionais e jurídicas. O RR apurou que o grupo, controlador da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), pretende entrar na Justiça para assegurar o reajuste de 44% nas tarifas de energia no estado. Há informações de que a Equatorial já teria sinalizado a autoridades do setor a possibilidade até mesmo de devolver a concessão da CEA, arrematada em 2021. O aumento foi concedido pela Aneel em setembro, com previsão de entrada em vigor no próximo dia 13 de dezembro. No entanto, há forte pressão política sobre a agência reguladora para que o índice seja revisto. O senador Davi Alcolumbre (União-AP) e o governador do Amapá, Clécio Luis, foram ao próprio presidente Lula e ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pedindo que intercedessem para brecar o aumento. Poucos dias depois, a partir de uma ação popular movida pelo senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, a Justiça Federal concedeu uma liminar suspendendo o aumento da tarifa. Procurada pelo RR, a Equatorial não quis comentar o assunto.
O tema é sensível e até de difícil condução para a Equatorial Energia do ponto de vista institucional. Do outro lado, estão personagens de peso na política nacional como o próprio Alcolumbre, candidatíssimo a presidente do Senado no ano que vem. A alegação do senador e de outros membros da bancada do Amapá é que o reajuste da CEA ficou muito acima da média aplicada às demais distribuidoras de energia do país, entre 15% e 25% dependendo do segmento. A Aneel, por sua vez, seguiu uma cesta de critérios e índices que costumam balizar a revisão tarifária das concessionárias. E a Equatorial afirma que, sem um reajuste nesse patamar, a conta não fecha. Entram nesse cálculo, principalmente, os mais de R$ 500 milhões que o grupo já investiu na distribuidora ao longo de dois anos.
Mercado
Advent prepara desinvestimento na Fortbras
4/12/2023Há tempo de plantar e tempo de colher: o Advent está se preparando para vender a sua participação na Fortbras, uma das maiores distribuidoras de autopeças do país. Os norte-americanos estão no negócio desde 2016. Chegaram em uma empresa com faturamento na casa dos R$ 400 milhões. Sete anos e cinco aquisições depois, vão deixá-la com uma receita superior a R$ 1,5 bilhão. Procurado, o Advent não se pronunciou.
Justiça
Controlada da Nestlé terá de pagar R$ 3 milhões a transportadora
8/11/2023A Nestlé sofreu uma dura derrota judicial, que vai doer no seu caixa, mas, sobretudo, na sua reputação. O revés se deu por meio da Froneri, joint venture criada pelo grupo suíço em sociedade com a inglesa R&R para produzir e comercializar suas marcas globais de sorvete. A empresa foi condenada pela juíza Andréia Florêncio Berto, da 7ª Vara Cível do TJ-RJ, a pagar uma indenização de R$ 3 milhões à Disbravo Transporte e Distribuidora, em processo por perdas e danos movido por Amaral & Rocha Advogados. Trata-se de uma das companhias responsáveis pela distribuição de sorvetes Kibon no Rio de Janeiro. Na sentença, a magistrada considerou que a controlada da Nestlé “no intuito de obter lucros cada vez maiores, impôs, de forma ilegal, abusiva e fora do contrato, modificações comerciais manifestamente prejudiciais ao fornecedor”. Há risco de a sentença criar jurisprudência. Ressalte-se que a Froneri mantém contratos similares com outros 19 distribuidoras de sorvete. Procuradas pelo RR, Nestlé e Froneri não quiseram se pronunciar.
Empresa
Livraria Cultura deixa um rastro de dívidas na Avenida Paulista
1/11/2023De primeira: como se não bastassem as dívidas de mais R$ 280 milhões incluídas na recuperação judicial, a Livraria Cultura está sendo cobrada pelos proprietários de sua antiga loja na Avenida Paulista. O imbróglio envolve o imóvel do Condomínio Nacional, onde funcionava um dos maiores e mais conhecidos pontos de venda da rede. A Cultura fechou um acordo com a Paisagem, distribuidora de livros que vende títulos de grandes editoras. Esta última passou a ocupar o espaço de quatro mil metros quadrados. Em troca, a Cultura estaria recebendo 10% de todas as vendas da Paisagem no local. É como se a companhia tivesse sublocado o imóvel. Ocorre que os proprietários da loja já teriam denunciado à Justiça que não estão recebendo um centavo pelo uso da loja. A história é ainda mais enrolada: a Cultura chegou a ser despejada do imóvel, mas conseguiu suspender a decisão no TJ-SP. Procurada pelo RR, a empresa não respondeu até o fechamento desta matéria.
Mercado
Fundo soberano de Abu Dhabi investe em startups de saúde no Brasil
24/10/2023O ADQ, um dos três grandes fundos soberanos de Abu Dhabi, está prospectando startups da área de saúde no Brasil. Há informações no mercado de que a instituição pretende montar um ecossistema de operações nesse setor no país. O primeiro passo nesse sentido foi dado em setembro: a farmacêutica suíça Acino, controlada pelo ADQ, comprou a distribuidora de medicamentos M8. Com esse movimento, passou a ter uma fatia nada desprezível da venda de remédios no Brasil. Entre outros negócios, a M8 detém a exclusividade para a distribuição do Lexotan e Valium no país.
A ADQ tem feito crescentes investimentos no Brasil. Há cerca de dois meses, aportou cerca de US$ 100 milhões na Loft, startup do setor imobiliário. Ressalte-se que o fundo soberano tem um privilegiado consultor sobre o país no primeiríssimo escalão do seu management: o brasileiro Marcos de Quadros, ex-Merrill Lynch e ABN Amro, que ocupa o cargo de CFO do ADQ.
Nos últimos meses, o fundo soberano, que administra mais de US$ 150 bilhões em ativos, tem se notabilizado por grandes investimentos globais em saúde: em março deste ano, por exemplo, costurou a fusão da própria Acino com outros três laboratórios internacionais – Pharmax, dos Emirados Árabes, Amoun Pharmaceutical, do Egito, a Acino da Suíça, e Birgi Mefar Group, da Turquia.
Destaque
Ipiranga e Liquigás são as “surpresas” de Jean Paul Prates?
6/10/2023O termo “surpresas” usado publicamente pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, não foi uma mera força de expressão. Segundo o RR apurou, a estatal pretende retornar não apenas à distribuição de combustíveis, mas também ao setor de GLP. A dupla investida é tratada no governo Lula como um movimento carregado de forte simbolismo, uma vez que representaria a reversão de duas decisões da gestão Bolsonaro, marcada por uma política de desinvestimentos na estatal.
A alta direção da Petrobras está discutindo possíveis caminhos para levar os dois projetos adiante. O primeiro movimento não chega a ser surpreendente, já que o próprio Lula repetiu algumas vezes a intenção de recomprar a antiga BR Distribuidora. “Surpresa” mesmo seria a estratégia adotada para o retorno da Petrobras à comercialização de combustíveis. Em vez da reestatização da Vibra Energia, em voga desde a campanha eleitoral, a Petrobras partiria para a compra da Ipiranga, do Grupo Ultra.
Segundo informações filtradas da própria companhia, o próprio Prates é um entusiasta da ideia de uma proposta para a aquisição da companhia. O entendimento é que as circunstâncias podem favorecer o movimento. Não obstante a histórica gestão de excelência do Ultra, a Ipiranga vem apresentando seguidos engasgos na sua operação. A empresa tem sofrido com o binômio perda de margens e aumento das despesas. No segundo trimestre deste ano, o Ebitda caiu 43% em relação a igual período em 2022.
A queda da rentabilidade levou a empresa a cortar na própria carne, com o fechamento de mais de 400 postos no primeiro semestre.
Ao comprar a Ipiranga, a Petrobras voltaria ao setor com seis mil postos. Uma vez mantido o atual contrato de cessão do brand à Vibra Energia – um tema também em discussão na estatal -, a bandeira BR passaria a estar presente em mais de 14 mil unidades, o equivalente a um terço de todos os pontos de venda de combustível do país. Ou seja: a Petrobras multiplicaria consideravelmente a exposição da marca com uma dimensão superior até mesmo ao número de postos da antiga BR Distribuidora em seus tempos de estatal. A ofensiva sobre a rede do Grupo Ultra seria também uma forma de contornar as notórias dificuldades para a aquisição da própria Vibra.
O estatuto da empresa tem uma série de barreiras erguidas exatamente para impedir ou ao menos dificultar a reestatização da empresa. A principal delas é a pílula de veneno imposta a qualquer investidor que atingir 25% do capital. A título de exercício: tomando-se como base apenas a cotação em bolsa, ou seja, sem qualquer prêmio, o valuation para 100% da Vibra é R$ 22 bilhões.
No caso do GLP, segundo uma fonte da própria estatal, entre as cartas colocadas sobre a mesa, a principal delas seria a recompra da Liquigás. A empresa pertence à Copa Energia, mas ainda carrega grande associação com a Petrobras, sobretudo pela manutenção da antiga marca dos tempos de estatal. Além do investimento estratégico per si, a operação seria vital para posicionar a Petrobras na direção da sustentabilidade. O GLP é um combustível mais limpo e alternativa natural de transição para uma matriz de baixo carbono.
O regresso da Petrobras ao segmento de gás de cozinha permitiria, ainda, a ampliação do relacionamento da estatal com as camadas mais baixas da população, importante e histórica base de apoio a Lula. Não por outro motivo, Jair Bolsonaro instituiu o Auxílio Gás no apagar das luzes de 2021, ano anterior às eleições presidenciais – o que, inclusive, lhe valeu uma investigação no Tribunal de Contas, conforme informou o RR.
Empresa
Governo de Minas avança mais alguns passos no IPO da Gasmig
5/10/2023O projeto de IPO da Gasmig está ganhando tração. Nas últimas semanas, a Cemig tem sondado bancos e investidores sobre o interesse na possível abertura de capital da distribuidora de gás. Segundo o RR apurou, a ideia é fechar ainda neste ano com a instituição financeira que será adviser da operação. A Cemig e consequentemente o governo mineiro trabalham com a ideia de ofertar até 25% da Gasmig. Seria uma forma de destravar valor e iniciar um processo gradativo de privatização da empresa. Por ora, a colocação em mercado de uma parte das ações, se não é o ideal, seria o possível, diante das resistências na Assembleia Legislativa de Minas Gerais à desestatização da companhia de gás.
Destaque
Preço da energia de Itaipu provoca faíscas entre Brasil e Paraguai
21/09/2023As tratativas diplomáticas entre o Brasil e o Paraguai em torno da renovação do Tratado de Itaipu tiveram uma reviravolta nos últimos dias, com o surgimento de uma zona de atrito. De acordo com uma fonte do Itamaraty, no início da semana, o presidente paraguaio, Santiago Peña, fez chegar ao governo brasileiro que voltou atrás na decisão de usar integralmente a cota de 50% da produção da hidrelétrica a que o país tem direito. Segundo a informação que circula no Ministério das Relações Exteriores, o Paraguai pretende absorver apenas 20% da energia, vendendo o excedente para o seu sócio na hidrelétrica binacional.
Até aí, não seria exatamente um problema para o Brasil, que historicamente sempre consumiu mais da capacidade de Itaipu do que o país vizinho. O fio desencapado está no impasse em relação ao preço já colocado sobre a mesa. Os paraguaios pretendem elevar a chamada tarifa de serviços de Itaipu para a casa dos US$ 20 por quilowatt. Hoje, ela está em US$ 16,71. A taxa é um balizador dos contratos de compra e venda de energia entre os dois países sócios da hidrelétrica.
Há uma forte pressão política no Paraguai, sobretudo do Congresso local, para que o recém-empossado Peña arranque o aumento do valor pago pelo governo brasileiro. Um dos argumentos é que o Brasil ganha dinheiro em cima da compra de parte da cota dos paraguaios e da revenda dessa energia no mercado interno. A tarifa de repasse, ou seja, o valor pago pelas distribuidoras brasileiras à Itaipu está hoje em US$ 20,23 kW/mês. Ou seja: quase 20% acima do que o Paraguai arrecada com a venda do insumo ao Brasil.
A questão é que o eventual reajuste da tarifa no contrato com os paraguaios vai provocar um inevitável efeito cascata, com o aumento do valor cobrado às distribuidoras e, na última linha, aos consumidores. Em contato com o RR, o Ministério de Minas e Energia informou que “no atual momento, tem realizado estudos e avaliações, bem como participado de reuniões com outros órgãos com o objetivo de definir a posição do governo brasileiro quanto à revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu.” Segundo a Pasta. apenas após essa etapa, “é que podem ser iniciadas as negociações sobre o tema com o Paraguai”. Consultado especificamente sobre as exigências do governo paraguaio e a possibilidade de aumento da tarifa paga pelo Brasil, o Ministério não se manifestou.
As tratativas diplomáticas, abertas há pelo menos dois meses, são uma primeira etapa de um longo processo – que já começou com faíscas. O Itamaraty prepara o terreno para que, em um segundo momento, o Ministério de Minas e Energia entre em cena. A renovação do Tratado de Itaipu é hoje uma das principais agendas do governo brasileiro na área de política externa, notadamente no mosaico das relações regionais. Como se não bastasse a importância per si da usina, o tema pode ter desdobramentos sobre outras negociações delicadas no âmbito do Mercosul. O Paraguai é um aliado do Brasil no esforço para isolar o Uruguai e barrar suas pretensões de fechar acordos bilaterais à margem do bloco econômico. Não por acaso, o próprio Lula já se encontrou duas vezes com Santiago Peña para tratar do assunto Itaipu, uma delas, em julho, antes mesmo do presidente paraguaio tomar posse. Há cerca de duas semanas, Lula se reuniu também com o presidente de Itaipu, Enio Verri.
Há um razoável componente de incerteza e, mais do que isso, insegurança nas tratativas diplomáticas entre os dois países. O Paraguai vem se notabilizando por um comportamento um tanto quanto mercurial, o que tem contribuído para os impasses na renovação do Tratado. A repentina mudança em relação ao aproveitamento da energia de Itaipu se deve um enrosco tripartite, que envolve também a Argentina. Na semana passada, o governo de Santiago Peña decidiu usar integralmente a sua cota na produção da hidrelétrica de Yacyretá, usina binacional controlada por paraguaios e argentinos. Até o mês passado, os paraguaios ficavam com 15%. Trata-se de uma resposta à dívida que a Argentina tem com o Paraguai de quase US$ 150 milhões referente à compra da própria energia da usina. Com esse excesso do insumo, não há mais razão do Paraguai ficar integralmente com a sua parte de Itaipu.
Energia
Déficit de energia na Argentina é um bom negócio para o Brasil
14/09/2023A Edenur, maior distribuidora do setor elétrico na Argentina, está batendo à porta de grandes empresas brasileiras, como CPFL e Engie, para comprar energia. A súbita necessidade decorre de decisão tomada pelo novo governo paraguaio. O presidente Santiago Peña determinou que o Paraguai use 100% da sua cota na usina binacional de Yaciretá, uma associação com a Argentina.
Historicamente, os paraguaios sempre ficaram com apenas 15% da produção, deixando o excedente com o país vizinho. Parte desse volume atende exatamente à Edenur. A empresa busca energia no Brasil para afastar o risco de desabastecimento a seus clientes na Argentina. Em tempo: a necessidade da Argentina serve como combustível ao lobby das grandes geradoras brasileiras para que o governo volte a flexibilizar as regras para exportação de energia.
Em junho, o Ministério de Minas Energia restringiu a venda do insumo ao exterior, por conta da proximidade do período de redução das chuvas no país. Os grandes grupos do setor elétricos classificam a medida como excesso de conservadorismo, dado o elevado nível dos reservatórios das hidrelétricas.
Energia
Enel cerca governo por todos os lados para estender concessão da Coelce
5/09/2023A alta direção da Enel está mobilizada em torno da renovação antecipada da concessão da Coelce, que vence em 2028. Segundo o RR apurou, o próprio CEO global do grupo italiano, Flavio Cattaneo, tem mantido interlocução direta com o governo brasileiro, mais precisamente com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Cattaneo engrossa o coro que já conta com as vozes do CEO e do chairman da companhia no Brasil, respectivamente Nicola Cotugno e Guilherme Lancastre, na linha de frente das conversações com o próprio Ministério e também com a diretoria da Enel.
A tour de force do grupo italiano é mais do que justificável. A extensão do contrato de concessão da Coelce é tida como condição sine qua non para a negociação do controle da distribuidora cearense. E quem o diz não é a parte vendedora, ou seja a Enel, mas os próprios candidatos à aquisição. CPFL e Equatorial Energia, os dois principais interessados no negócio, só aceitam levar as negociações adiante com a garantia de que a licença da empresa será estendida por mais 15 ou 20 anos.
A venda da Coelce, avaliada em aproximadamente R$ 8 bilhões, é mais um movimento chave na reestruturação dos negócios da Enel no Brasil. Os italianos já se desfizeram da operação de distribuição de energia em Goiás.
Energia
Prazo de concessão vira entrave para a venda da Coelce
15/08/2023A direção da Enel abriu tratativas com a Aneel e o Ministério de Minas e Energia com o objetivo de antecipar a renovação da licença da Coelce, que vence em 2028. Segundo o RR apurou, o ministro Alexandre da Silveira tem se mostrado mais flexível ao pleito, ao contrário da agência reguladora, que condiciona a extensão do contrato a uma série de exigências, especialmente em relação a investimentos. São garantias que a Enel não pode dar. Os italianos estão de saída do negócio e tentam a renovação antecipada justamente como forma de destravar a venda da distribuidora cearense. A CPFL e a Equatorial, principais candidatas à aquisição da Coelce, estariam condicionando o negócio à prorrogação da concessão. Entre outras questões, o fim da concessão em 2028 é um óbice à tomada de crédito por prazos mais longos.
Negócios
Impasse na venda de ativos da antiga Gaspetro deve parar nos tribunais
11/08/2023A Infra Gás e Energia vai partir para a briga. Segundo o RR apurou, a empresa pretende levar à Justiça o imbróglio com a Commit, a antiga Gaspetro. O caso se arrasta há meses na esfera administrativa, mais exatamente no Cade. A Infra fechou a compra de cinco distribuidoras de gás da Commit – Cegás (Ceará), Sergás (Sergipe), Copergás (Pernambuco), Potigás (Rio Grande do Norte) e Algás (Alagoas). Fechou, mas até agora não levou. A venda depende da cisão de ativos da Commit, operação que precisa ser aprovada pelos seus acionistas. A Compass, leia-se Cosan, acionista majoritário, já deu sinal verde. Só que a Mitsui, sócia da empresa, pediu “vista” do processo. Os japoneses solicitaram um prazo maior para analisar os termos do negócio. Na Infra Gás e Energia, a interpretação é que Cosan e Mitsui estariam agindo de mãos dadas e deliberadamente empurrando a decisão à espera de um momento mais favorável para se desfazer dos ativos. Ressalte-se que a dupla não está negociando as cinco distribuidoras de gás nordestinas necessariamente por livre e espontânea vontade. Foi uma imposição do Cade para aprovar a venda da antiga Gaspetro à Compass e à Mitsui. O RR tentou contato com a Commit e a Infra, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Energia
Um lobby de alta voltagem no Congresso
18/07/2023As distribuidoras de energia abriram guerra contra o projeto de lei nº 373/2023, do deputado Fausto Santos Jr. (União-AM). As empresas do setor, reunidas sob a égide da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), já se mobilizam para acionar o Supremo com o objetivo de derrubar a proposta. O PL estabelece a proibição do Sistema de Medição Centralizada (SMC), tecnologia que permite o monitoramento remoto e em tempo real do consumo de luz. A alegação é de que o sistema impede o consumidor de acompanhar os seus gastos de energia. Ressalte-se que as distribuidoras já conseguiram uma primeira e importante vitória na Suprema Corte. Em março deste ano, o STF declarou a inconstitucionalidade de uma lei no Amazonas que proibia a instalação do SMC. Na esteira da decisão, a Amazonas Energia já anunciou investimentos de R$ 2 bilhões para instalar o sistema em toda a sua área de atuação. Outras distribuidoras ainda maiores vão seguir o mesmo caminho.
Destaque
Lula quer entregar imóveis mobiliados no Minha Casa, Minha Vida
14/07/2023A declaração de Lula sobre um possível programa de incentivos à compra de eletrodomésticos é apenas o sopro de um projeto maior. A ideia é anabolizar o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), com a entrega de imóveis mobiliados. A proposta já foi discutida com os ministros da área econômica, Fernando Haddad e Simone Tebet. As residências financiadas pelo programa habitacional incorporariam eletrodomésticos da linha branca, notadamente geladeira e fogão, e móveis básicos, como armários, camas, além de mesas e cadeiras. A medida teria como alvo a Faixa 1 do MCMV, recriada pelo presidente Lula e voltada a famílias com renda mensal de até R$ 2.640. Ou seja: seria uma iniciativa feita sob medida para uma camada da população com maiores dificuldades de acesso ao crédito no sistema financeiro.
Ressalte-se que a estratégia do governo de ampliar os benefícios do Minha Casa, Minha Vida inclui também a universalização da energia solar para todo o programa, com a instalação de placas fotovoltaicas nos imóveis. Ontem, ao sancionar a lei que recriou o MCMV, Lula vetou o artigo que previa a instalação dos painéis solares. Foi um recuo calculado. O trecho foi cortado porque estabelecia a obrigatoriedade de as distribuidoras comprarem o excedente de energia elétrica produzida por meio das placas de geração solar, proposta rechaçada pelas próprias empresas do setor elétrico. O governo pretende restabelecer o benefício em um segundo momento, não muito distante. Com isso, os compradores de imóveis pelo MCMV poderão ter uma economia de até 95% nos gastos com o consumo de energia.
A medida carrega, sim, genes populistas em seu cromossoma. Lula, um eterno morador dos palanques, poderá dizer que entrega não apenas a casa própria, mas a “casa pronta”. Noves fora o uso político, o impacto social da medida é inegável. Some-se a isso a possibilidade de aquecer setores da economia que vêm de seguidos invernos. Em 2022, as vendas de móveis e eletrodomésticos caíram 6,7% em relação ao ano anterior. Em 2021, por sua vez, a retração chegou a 7%. Na esteira da recriação do Minha Casa, Minha Vida, a própria Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos) sugeriu que o programa poderia incluir subsídios para a venda de equipamentos da linha branca. Levantou uma bola que Lula já carregava com carinho debaixo do braço.
A ideia de Lula não chega a merecer um “Eureka”. A rigor, não se trata de uma iniciativa nova, mas de uma colagem de tentativas similares feitas no passado. Em 2013, o governo Dilma lançou uma linha de crédito especial de R$ 18,7 bilhões para que os beneficiários do Minha Casa, Minha Vida comprassem móveis e eletrodomésticos. Os equipamentos, ressalte-se, não vinham integrados aos imóveis, diferentemente da proposta acalentada por Lula – o que, do ponto de vista simbólico, tem um impacto ainda maior quando da entrega da residência. O Minha Casa Melhor, como foi chamado à época, era um programa dentro do programa, acoplado ao MCMV. O incentivo durou pouco, menos de um ano e meio. A própria ideia de instalação dos painéis solares também não vem de hoje. Surgiu no governo Bolsonaro, dentro do Casa Verde e Amarela, sua versão do Minha Casa, Minha Vida.
Política
PT engrossa a ofensiva do governo Lula contra a Eletrobras
19/06/2023Diretamente ou indiretamente, a investida do governo Lula sobre a Eletrobras se dá pelos mais diversos lados. Segundo um prócer do PT disse ao RR, o partido estuda entrar com ações cruzadas em diferentes instâncias questionando a privatização da empresa. Uma das ideias é ingressar com uma representação no TCU. Ao mesmo tempo, o partido planeja acionar Secretária de Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça, alegando que a venda da Eletrobras trouxe prejuízos ao consumidor. Um exemplo, neste caso: ao ser privatizada, a empresa foi obrigada a contratar oito mil MW de usinas termelétricas a gás, que vão entrar em operação entre 2026 e 2030. Esse custo será compartilhado com distribuidoras e, na última linha, vai bater na conta de luz.
Negócios
Equatorial Energia avança mais um passo rumo à Enel Ceará
31/05/2023Corre no setor elétrico a informação de que a Equatorial Energia já teria formalizado uma proposta para comprar a Enel Ceará, a antiga Coelce. A empresa é assessorada pelo Itaú BBA. A CPFL, leia-se State Grid, também está na disputa. A italiana Enel avaliou a distribuidora cearense em aproximadamente R$ 8 bilhões. Ao RR, a Equatorial disse que “o grupo está sempre atento a oportunidades nos segmentos que atua, mas não comenta sobre possibilidades específicas de negócios ou aquisições”. A Enel, por sua vez, informou que “não comenta rumores”.
Empresa
Cade quer respostas sobre os desinvestimentos da Compass
31/05/2023O Cade vai cobrar da Compass, leia-se Cosan, um prazo para a venda de parte dos seus ativos em distribuição de gás no Nordeste. Entre os conselheiros do órgão antitruste, há um entendimento de que a empresa está postergando deliberadamente o cumprimento do acordo firmado com o órgão para a aquisição da Gaspetro junto à Petrobras, no ano passado. Como condicionante à aprovação do negócio, a Compass se comprometeu a vender 12 das 18 distribuidoras. Já negociou, mas, na semana passada, ao responder consulta do próprio Cade, saiu pela tangente e não definiu um prazo para a alienação das cinco restantes. A história é ainda mais enroscada. A insatisfação dos conselheiros do órgão com a postura da empresa de Rubens Ometto é alimentada também pela tortuosa negociação para a venda das participações nas distribuidoras de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. A Compass firmou um acordo de venda com a Infra Gás e Energia, mas, sem qualquer explicação, tem postergado indefinidamente a conclusão do negócio. A ponto da própria Infra tem entrado com uma representação junto ao Cade. Consultada, a Compass não quis comentar o assunto.
Empresa
Energisa desponta como candidata à compra da Coelce
24/04/2023O RR apurou que a Energisa, da família Botelho, entrou no páreo para a aquisição da Coelce, colocada à venda pela italiana Enel. A distribuidora de energia do Ceará está avaliada em aproximadamente R$ 6 bilhões. A operação tem mobilizado alguns dos grandes grupos do setor. A Equatorial também está na disputa. A Neoenergia chegou a abrir conversas com a Enel, mas recuou. A compra da Coelce colocaria um pingente a mais no colar de ativos da Energisa na área de distribuição, que já reúne concessões em dez estados. A companhia capitaneada por Ivan Botelho e seu filho, Maurício, sairia de uma receita líquida de R$ 21 bilhões para algo próximo dos R$ 30 bilhões por ano, além de um Ebitda combinado em torno de R$ 7,5 bilhões – a números de 2022. Talvez o mercado já esteja precificando o avanço da Energisa sobre a Coelce: nas últimas três semanas, o papel acumula uma alta de 16%. No mesmo período, o índice de energia elétrica da B3, que reflete o comportamento de 18 empresas do setor, subiu pouco mais da metade (algo como 9%). Procurada, pelo RR, a Energisa informou que “está sempre atenta em relação às oportunidades de mercado, mas não comenta aquisições ou possível interesse em ativos.”. A Enel, por sua vez, não se manifestou.
Empresa
A guilhotina está afiada na diretoria da Vibra
6/04/2023Dois meses após assumir o cargo, o CEO da Vibra Energia, Ernesto Pousada, começa a moldar a diretoria da empresa à sua imagem e semelhança. Segundo o RR apurou, dois executivos estão de saída: Leonardo de Castro Burgos, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios e Marketing, e Ricardo Moraes, que comandava a área de Corporate Venture Capital. De acordo com a mesma fonte, a degola não terminou. Haverá mais mudanças na gestão da Vibra. Procurada, a empresa não quis se pronunciar. O troca-troca se dá em um momento de queda dos resultados da antiga BR Distribuidora. No ano passado, a empresa teve um lucro de R$ 1,5 bilhão, um número ainda expressivo, mas 38,4% abaixo do ganho obtido em 2021. Olhando-se apenas para o quarto trimestre de 2022, o recuo foi ainda mais expressivo: a Vibra registrou lucro de R$ 566 milhões, uma perda de 44,8% em comparação com igual período em 2021.
Atualização (19h45): A executiva Vanessa Gordilho, com passagens por GetNet/Santander, QSaúde e a startup Raketo, será a substituta de Leonardo Burgos e assumirá a vice-presidência de Desenvolvimento de Negócios e Marketing da Vibra na próxima semana.
Empresa
Americanas e Vibra a caminho dos tribunais
6/04/2023O desenlace forçado entre a Americanas e a Vibra Energia pode parar na Justiça. O RR apurou que a área jurídica da rede varejista estuda acionar a ex-parceira exigindo o pagamento de uma indenização pelo rompimento da joint venture mantida entre as duas empresas no negócio de lojas de conveniência. A Americanas alega ter direito ao ressarcimento pela decisão unilateral da Vibra de encerrar a associação. De acordo com a mesma fonte, até agora as gestões feitas junto à empresa de energia deram em nada. A antiga BR Distribuidora não reconhece qualquer dívida. Nos bastidores, o clima entre as duas ex-parceiras é tenso. De acordo com a mesma fonte, executivos da Vibra dizem, em conversas reservadas, que a Americanas estaria agindo de má fé, com o objetivo de acenar aos seus credores e acionistas com uma suposta receita adicional. Procuradas pelo RR, as duas empresas não quiseram se manifestar.
Empresa
Light busca uma porta de saída de Belo Monte
21/03/2023A Light busca um comprador para a sua participação na Usina de Belo Monte. Ao lado da Cemig, a distribuidora detém 9,7% da Norte Energia – a holding controladora da hidrelétrica, da qual a Eletrobras é a maior acionista. A Light tem pressa. A fatia acionária em Belo Monte é um dos ativos que a empresa pretende vender. A distribuidora fluminense vai catar tudo que é caquinho para fazer caixa frente a sua delicada situação financeira.
No último balanço divulgado, em setembro de 2022, a dívida líquida estava em R$ 8,7 bilhões, o equivalente a três vezes o Ebitda. No terceiro trimestre do ano anterior, esse múltiplo era de 2,4. Além da excessiva alavancagem, a Light enfrenta notórios problemas de fluxo de caixa devido à erosão do seu faturamento. Entre janeiro e setembro de 2022, a companhia reportou receita líquida de R$ 9,4 bilhões, uma queda de 6,6% no comparativo com igual período em 2021. As ligações clandestinas de energia são um grave problema, com forte efeito corrosivo sobre o faturamento. Estima-se que o nível de perda de energia no que é fornecido a comunidades chegue a 80%, trocando em miúdos algo como R$ 600 milhões em prejuízo – conforme o RR já informou.
Empresa
Compass busca uma rota de escape da Petrobras
21/03/2023A Compass, leia-se Cosan, quer reduzir sua dependência do gás boliviano e, consequentemente, da Petrobras. A estratégia da companhia criar alternativas às amarras de preço impostas pela estatal, que concentra a maior parte das importações do insumo da Bolívia. A Compass pretende aumentar gradativamente a compra de gás da Argentina. A Sulgás, uma das controladas do grupo, já tem feito gestões neste sentido. Segundo a mesma fonte, há projetos, inclusive, de investimentos no porto de Rio Grande (RS) para o armazenamento do combustível.
Trata-se de um movimento de razoável peso no tabuleiro do setor. A Compass, de Rubens Ometto, reúne o maior portfólio de distribuidoras de gás do país. Além da Sulgás, controla a Comgás e a Gas Brasiliano, gigantes do mercado paulista, e tem participações em outras nove empresas por meio da Commit, a antiga Gaspetro, comprada junto à própria Petrobras.
Empresa
Equatorial estuda emissão de títulos para recarregar suas baterias
21/03/2023O RR tem informações de que a Equatorial Energia estuda uma captação em mercado. A principal opção sobre a mesa é uma emissão de títulos no exterior. O principal objetivo é reduzir a pressão da dívida de curto prazo sobre o caixa, potencializada pelas últimas aquisições, como a compra da concessão de saneamento do Amapá e a incorporação da distribuidora goiana Celg D, um dispêndio de R$ 1,5 bilhão. Entre setembro de 2021 e setembro de 2022, o nível de alavancagem medido pela relação entre dívida de curto prazo e Ebitda saltou de 2,1 para 3,4 vezes. E não deve parar por aí. Segundo relatório da Fitch, o balanço do último trimestre do ano passado vai apontar um múltiplo de 4,5 vezes. Isso para não falar que o grupo, ainda que indiretamente, sofrerá os efeitos do elevado endividamento da Celg D. A distribuidora carrega um passivo de curto prazo de altíssima voltagem, da ordem de R$ 6,3 bilhões, o correspondente a quase seis vezes a sua geração de caixa. Ainda assim, ressalte-se, o mercado vê a Equatorial por boas lentes, sobretudo em caso de repactuação do passivo. No mês passado, o Itaú BBA elevou o preço-alvo da ação de R$ 28,50 para R$ 37,10
Empresa
Raízen e Femsa avançam no mercado de conveniência
20/03/2023Segundo o RR apurou, a Raízen e a mexicana Femsa – sócias na joint venture Grupo Nós – planejam abrir mais de 200 lojas de conveniência da bandeira Shell Select ao longo deste ano. De acordo com a mesma fonte, a meta é chegar a dois mil pontos de venda em três anos – hoje são aproximadamente 1,2 mil unidades espalhadas pelos postos de combustíveis da Raízen. Ressalte-se que a principal concorrente da Shell Select, a BR Mania, vive um momento de incertezas. Na esteira da fraude contábil da Americanas, a Vibra Energia rompeu a joint venture que mantinha com a rede varejista para a gestão do seu negócio de conveniência. A antiga BR Distribuidora está no mercado em busca de um novo sócio para a operação – conforme o RR antecipou.
Justiça
PF avança sobre esquema criminoso nos combustíveis
3/03/2023A Polícia Federal prepara uma grande operação para combater a venda de combustíveis ilegais na Amazônia. De acordo com uma fonte da corporação, as diligências vão se concentrar no Pará e em Roraima. Investigações da área da Inteligência da PF indicam que a atuação de distribuidoras clandestinas no território dos Yanomami, alvo de uma operação conjunta da PF, Ibama e ANP há cerca de três semanas, é apenas a ponta do iceberg. Além de revendedoras sem certificação e da venda de combustível adulterado, facções criminosas têm atuado sobretudo na distribuição de querosene de aviação. A rigor, trata-se de uma verticalização dos negócios do crime na região, uma vez que essas organizações já operam pistas clandestinas e usam aviões para o transporte de drogas e armas, além do contrabando de minério.
A Receita Federal deve entrar na operação de mãos dadas com a PF. Há indícios de que os combustíveis, em muitas ocasiões, podem ter sido pagos com ouro extraído ilegalmente não só de reservas indígenas, mas de outras áreas. As investigações indicam ainda a entrada de gasolina e diesel de forma irregular no Brasil, provenientes da Venezuela, Guiana, Bolívia e Peru. É um mercado, digamos assim, alheio a desonerações e reonerações dos combustíveis, que faz e impõe as suas regras e o seu próprio preço
Empresa
Mais uma renúncia à vista no comando da Light?
2/03/2023Circula de forma elétrica nos corredores da Light a informação de que Octavio Pereira Lopes poderá deixar a presidência da companhia. Sua saída se daria em um momento crítico: a distribuidora fluminense atravessa uma delicada situação financeira, com um passivo de R$ 12 bilhões. Todos os caminhos apontam para um pedido de recuperação judicial. Consultada sobre a possível saída de Pereira Lopes da presidência, a Light não quis se pronunciar. Não seria o primeiro executivo a deixar abruptamente a empresa nos últimos meses no meio de uma tentativa de reestruturação. No ano passado, Firmino Sampaio e Raimundo Nonato de Castro abandonaram, respectivamente, os cargos de chairman e de CEO da distribuidora. Substituto de Nonato de Castro, Pereira Lopes está no cargo há apenas sete meses. Justamente os piores da história da Light.
Empresa
Equatorial Energia negocia compra da Coelce
24/02/2023De primeira: a Equatorial Energia está na disputa pela compra da Coelce, a distribuidora de energia elétrica do Ceará. A empresa foi colocada à venda pela italiana Enel. As conversações são intermediadas pelo BTG. A Coelce está avaliada em aproximadamente R$ 6 bilhões. Coincidentemente, ou não, os dois grupos protagonizaram uma das principais operações de M&A do setor elétrico realizadas recentemente no Brasil: no fim do ano passado, a Equatorial comprou da Enel a concessão de distribuição de energia em Goiás, por aproximadamente R$ 1,6 bilhão. Consultada pelo RR, a Equatorial informou que “não comenta sobre possibilidades específicas de negócios ou aquisições”. A Enel disse também que “não comenta o tema”.
Negócios
Vibra não vê a hora de sair da ES Gás
19/01/2023Uma das primeiras missões de Ernesto Pousada, que assume a presidência da Vibra Energia em 1º de fevereiro, será acelerar as tratativas com o governo do Espírito Santo e o BNDES para a privatização da ES Gás. O processo, coordenado pelo banco de fomento, se arrasta há mais de um ano, com sucessivos adiamentos. A Vibra quer virar essa página ainda neste semestre, tirando a ES Gás do seu portfólio – a distribuidora capixaba é tratada pelo grupo como um negócio menor e não estratégico. A empresa tem 49% da ES Gás, herdada da antiga BR Distribuidora. Os 51% restantes estão nas mãos do governo do Espírito Santo. Consultada pelo RR, a Vibra afirmou que não se manifestará sobre o tema.
Negócios
Leilão da Corsan entra na mira da Equatorial Energia
1/12/2022A Equatorial Energia pretende disputar o leilão da Corsan – a empresa de saneamento do Rio Grande do Sul. A princípio, a licitação está marcada para dezembro, mas assessores do governador eleito Eduardo Leite já cogitam o adiamento da concorrência para 2023, teoricamente em um cenário mais favorável. Ressalte-se que a Equatorial, leia-se um concílio de investidores peso-pesado, como BlackRock e a canadense CPPIB, já tem um pé no Rio Grande do Sul: controla a distribuidora de energia CEEE.
A eventual aquisição da Corsan seria um forte recado de que o grupo chegou no setor de saneamento para ficar. A Equatorial entrou na área com um negócio proporcionalmente bem menor: a compra da concessão de Amapá, em 2021. Em conversa com o RR, a Equatorial afirmou que “acompanha todas as oportunidades de mercado e tem interesse em manter sua estratégia de investimentos no segmento de saneamento, sempre dentro de uma lógica de disciplina financeira e melhor alocação de capital”. Sobre a Corsan, o grupo disse que “não comenta operações específicas ou que estejam em curso.”
Negócios
Uma bola dividida entre Petraglia e Landim
17/11/2022Hoje, às 7h, o RR informou que a proposta do Mubadala por 20% da Libra, a nova liga de clubes do Brasil, esbarra na dificuldade nas dificuldades para a fusão desta última com a LFF (Liga Forte Futebol). A publicação apurou novas informações. Do lado da LFF, a principal resistência à unificação das duas ligas tem nome e sobrenome: Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico-PR e um dos mais influentes – e polêmicos – dirigentes do país. Maior liderança política da LFF, Petraglia enxerga o negócio, costurado pelo BTG e pela Codajas Sports Kapital (CSK), como feito sob medida para beneficiar os grandes clubes que coabitam a Libra, sobretudo o Flamengo. O dirigente mira não apenas no possível acordo com o Mubadala, mas também na divisão de futuras receitas, da venda de direitos de transmissão de TV a inúmeras outras parcerias comerciais – produção de conteúdos exclusivos, transações com NFTs (Non Fugible Tokens) etc. Além da própria possibilidade de negociação de outro take do capital da liga.
Para o Mubadala – ou qualquer outro investidor -, o negócio só é economicamente viável com a existência de uma única “holding”, que congregue os 40 maiores clubes do Brasil – o Bahia ainda não aderiu a nenhuma das duas ligas. Não faz sentido dividir o bolo da receita entre duas ligas. Até porque essa polarização levará a conflitos comerciais inevitáveis, a começar pelos contratos de transmissão. Com a chamada Lei do Mandante, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em setembro do ano passado, todos os clubes ganharam o direito de vender as partidas das quais são anfitriões, mesmo que eventualmente seu adversário tenha acordo com outra emissora de TV ou plataforma de streaming. A coexistência de duas ligas inviabilizará a negociação dos direitos em um único bloco, reduzindo o retorno dos clubes e consequentemente do acionista investidor. Essa variável ganha ainda mais importância pelo fato de que o atual contrato de transmissão do Brasileiro vence logo ali na frente, em 2024.
Além de um duelo entre clubes, a fissura entre as ligas pode ser interpretada também como uma disputa particular de poder entre dois dos mais prestigiosos “cartolas” do Brasil: de um lado, o já citado Mario Celso Petraglia, pela LFF, e, do outro, Rodolfo Landim, presidente do Flamengo e homem forte da Libra. Trata-se, ressalte-se, de uma “guerra fria”, uma disputa não declarada, travada nos bastidores. Uma batalha por espaço e prominência que vai além das fronteiras do futebol e do business em si. Tanto Petraglia, ex-acionista da Inepar, quanto Landim, ex-BR Distribuidora, e ex-EBX, se notabilizaram nos últimos anos como os dois dirigentes mais próximos e influentes junto ao presidente Jair Bolsonaro. Landim chegou a recusar convite para ser presidente do Conselho da Petrobras. Petraglia, por sua vez, declarou publicamente voto em Bolsonaro, quase obrigando os próprios perfis institucionais do Athletico-PR nas redes sociais a fazer o mesmo. Em 2018, às vésperas do segundo turno, mandou que a Arena da Baixada, estádio do clube, fosse iluminado de amarelo, publicando nas redes sociais uma mensagem com o slogan “Brasil acima de todos”. Nesse cenário, o Mubadala não quer nem terceira, nem segunda via. O cheque de R$ 4,7 bilhões está condicionado à aliança entre os dois dirigentes e suas respectivas ligas.
Negócios
Commit avança na venda de ativos
7/11/2022A Commit (antiga Gaspetro) estuda a venda das suas participações na Algás e na Cegás, respectivamente as distribuidoras de gás de Alagoas e do Ceará. Nos dois casos, a fatia acionária é de 29,4%. O Mubadala já teria sinalizado interesse pelo negócio. A decisão de venda vem, sobretudo, da Compass, leia-se Cosan, acionista controladora da Commit, com 51% – o restante pertence à Mitsui. A empresa já negociou cerca de R$ 700 milhões com a alienação de participações em distribuidoras estaduais. A tendência é que o grupo de Rubens Ometto concentre seus investimentos no setor em São Paulo, onde controla a Comgás e a Gás Brasiliano. A Compass estuda, inclusive, a fusão entre as duas distribuidoras paulista – ver RR de 6 de setembro. Procurada pelo RR, a Commit não quis se manifestar.
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Maranhão busca o seu “vale gás”
14/10/2022A equipe do governador reeleito do Maranhão, Carlos Brandão, estuda comprar gás diretamente da estatal boliviana YPFB a partir de janeiro de 2024. Exatamente nessa data, a Gasmar começará a fornecer gás natural à usina de pelotização da Vale no estado. Trata-se de um contrato estratégico para a distribuidora maranhense. O volume previsto é expressivo: cerca de 250 mil metros cúbicos por dia. O acordo com a YPFB seria um hedge. No cálculo do governo do Maranhão, a Petrobras não terá capacidade para suprir a demanda adicional da Gasmar já no início de 2024. A petroleira ainda não iniciou a perfuração da chamada Margem Equatorial Brasileira, cinco bacias sedimentares que se estendem da costa do Rio Grande do Norte ao Amapá.
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O alto custo da desregulação nos portos
15/09/2022Há um contencioso em ebulição nos portos brasileiros. De um lado, os grandes exportadores brasileiros de café; do outro, algumas das maiores companhias globais de navegação, a exemplo da Hamburg Sud, CMA CGM e MSC. Nos últimos meses, armadores passaram a cobrar uma nova tarifa para os embarques de café, que vem sendo informalmente tratada no setor de “taxa de segurança”.
A rigor, o pagamento é justificado por serviços de inspeção da carga e de contêineres. O valor varia de navio para navio, aumentando a barafunda tarifária. De acordo com a fonte do RR, os exportadores têm feito gestões junto à Antaq com o objetivo de barrar a derrama, ao menos até que a tarifa seja normatizada pela agência reguladora. Trata-se de mais uma taxa que desponta em uma zona cinzenta do ponto de vista regulatório, aumentando os chamados “chargers de custo” dos exportadores de café.
Isso em um momento extremamente delicado para o setor. Boa parte dos exportadores de café tem operado com margens negativas há mais de dois anos. A pandemia virou a logística do produto – e de outras commodities – de pernas para o ar. As restrições para circulação de navios, devido ao lockdown na China, provocaram um déficit de contêineres em todo o mundo – ver RR de 16 de dezembro de 2021.
O custo de aluguel mais do que duplicou, chegando a US$ 7 mil. Só agora os preços começam a ceder – ainda assim seguem na casa dos US$ 4 mil, acima do valor pré-pandemia. Os exportadores sofrem também com o aumento das taxas de juros, que pesam sobre o financiamento de contratos futuros. No caso do Brasil, não há muito para onde correr quando o assunto é custo de frete. O trio Hamburg Süd, MSC e CMA CGM, por exemplo, concentra quase 80% dos embarques brasileiros de café.
O alto custo da desregulação nos postes
A Anatel pretende apresentar até janeiro uma nova regulamentação para o uso de postes pelas empresas de telecomunicações. A iniciativa se dá por pressão das companhias de energia elétrica, donas dessas estruturas. São mais de 50 milhões de postes em todo o país, enroscados em uma gambiarra regulatória. Hoje, não há normas claras para o compartilhamento desses equipamentos e a passagem de cabos de telefonia. Em todas as capitais do país, o que se vê é um emaranhado de fios. As empresas de energia alegam ter sérios prejuízos com o rompimento de cabos de transmissão devido à instalação desordenada de redes de telecomunicações. Segundo estimativa encaminhada à Anatel, o setor elétrico estima que a “limpeza” dos postes em todo o Brasil demandaria um gasto próximo dos R$ 20 bilhões. Procurada, a Anatel confirmou que ela e a Aneel “têm trabalhado conjuntamente na reavaliação da regulamentação sobre compartilhamento de postes entre distribuidoras de energia elétrica e prestadoras de serviços de telecomunicações”.
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Uma gigante do gás em São Paulo
6/09/2022Há um forte burburinho no setor de que a Compass, de Rubens Ometto, pretende promover a fusão da Gás Brasiliano e da Comgás. O grupo está com a faca e o queijo na mão para unir as duas distribuidoras. Dona da Comgás, a empresa assumiu o controle da Gas Brasiliano com a aquisição dos 51% da Gaspetro que pertenciam à Petrobras.
Há outras peças que se encaixam nesse mosaico. A fusão e o consequente aumento dos investimentos na rede de distribuição de São Paulo serviriam como uma valiosa moeda de troca para a Compass negociar com as autoridades do estado a prorrogação do contrato de concessão da Gas Brasiliano, que vai até 2029. Seria um movimento fundamental para sincronizar toda a operação em território paulista.
No fim do ano passado, ressalte-se, a empresa de Ometto conseguiu estender o contrato da própria Comgás até 2049. A associação entre Comgás e Gas Brasiliano daria origem a um player dominante no maior PIB do país. Juntas, as duas empresas atendem a 552 dos 645 municípios de São Paulo, somando 12 milhões de consumidores. A Compass mira em um segmento especial: dos grandes consumidores. O novo grupo teria um peso ainda maior para competir na venda de gás a indústrias, na concorrência direta com a Naturgy, leia-se a espanhola Gas Natural, que hoje divide esse mercado com a Comgás e a Gas Brasiliano.
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Questão de timing
26/08/2022A Vibra Energia e o governo do Espírito Santo, sócios na ESGás, cogitam postergar a venda da distribuidora capixaba. O receio é que a super oferta de ativos no setor achate o valuation da empresa. Por super oferta, entenda-se a movimentação da Compass, leia-se Cosan. O grupo está vendendo suas participações em 12 das 18 distribuidoras de gás que herdou com a aquisição da Gaspetro.
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Preparando o bote
15/08/2022De primeira: a Equatorial Energia está na disputa para comprar a ES Gás, a distribuidora de gás do Espírito pertencente ao governo do estado (51%) e à Vibra (49%).
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Verticalização
28/07/2022O grupo chinês Dakang vai para a compra de fabricantes de sementes no Brasil. Está rondando uma empresa do Mato Grosso, um dos grandes produtores do país. A Dakang, ressalte-se, já tem raízes fincadas no agronegócio brasileiro: é dona da Belagrícola uma das maiores distribuidoras de insumos agrícolas do país.
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Um pool de investidores verdes
6/06/2022A BSBios, de Erasmo Batistella, está em conversações com dois fundos europeus, candidatos a se associar ao projeto de instalação de uma biorrefinaria no Paraguai. Estima-se que a dupla poderá aportar até US$ 200 milhões no negócio. O meio de campo está a cargo do Santander. Batistella já tem outros dos sócios para dividir a conta do empreendimento, orçado em mais de US$ 1 bilhão: a espanhola Cobra e a paraguaia Copetrol. Esta última, uma das maiores distribuidoras de combustíveis do país vizinho, terá um papel importante na comercialização do diesel verde e do bioquerosene que serão produzidos na
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Mais gás
9/05/2022A Shell estuda a construção de dois terminais de gás natural liquefeito (GNL) no Nordeste. Com a decisão da Petrobras de reduzir a oferta do insumo às distribuidoras locais, há uma crescente disputa entre grupos privados na região.
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PT ronda reestatização de ativos da Petrobras
18/03/2022O balão de ensaio soprado por Lula na semana passada, associando os altos preços dos combustíveis à privatização da BR Distribuidora, ecoou o pensamento do núcleo duro do PT. Segundo o RR apurou, determinadas lideranças do partido próximas ao ex-presidente, a começar por Gleisi Hoffmann, têm defendido internamente a reestatização de alguns dos ativos vendidos pela Petrobras. Há quem pregue, inclusive, que a proposta conste do programa econômico de Lula. A medida seria embalada pelo discurso de que o retorno de operações estratégicas para as mãos da estatal contribuiria para a redução do custo dos combustíveis.
Alguns petistas chegam a mencionar ativos que deveriam ser reestatizados de forma prioritária. Entre eles figuram exatamente a Vibra Energia, antiga BR Distribuidora, a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, e a Nova Transportadora do Sudeste (NTS), leia-se a malha de dutos que liga Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo ao gasoduto Bolívia-Brasil. Nas hostes petistas, há quem acredite que essas recompras seriam facilitadas por pressões políticas e pelo peso leviatânico da Petrobras e do próprio governo.
Assim é se lhe parece. Na semana passada, além de vincular os sucessivos aumentos dos combustíveis à privatização da BR Distribuidora, Lula ainda soltou uma frase de efeito relacionada ao tema: “Se preparem, porque vamos ganhar as eleições e vamos recuperar a Petrobras para o povo brasileiro”. Ao que tudo indica, é o velho jogo de Lula: a declaração foi um afago para os seus, ou seja, muito mais um recado para dentro do partido do que exatamente para o eleitorado. Interlocutores que conhecem bem o petista sabem que a ideia de reestatização de operações da Petrobras nem passa pela cabeça do ex-presidente.
Ainda assim, ao que parece, Lula deixou uma pulga atrás da orelha do mercado. Pelo sim, pelo não, o zunzunzum em torno do assunto já provoca mobilizações no meio empresarial. Segundo o RR apurou, o investidor Ronaldo Cezar Coelho, principal acionista da Vibra Energia, acionou o ex-senador Aloysio Nunes Ferreira, solicitando sua interveniência junto a Lula e a formuladores do programa econômico do PT com o objetivo de dissuadi-los da proposta.
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Na mira da ANP
11/03/2022A ANP investiga denúncias de que distribuidoras de combustíveis vêm retendo deliberadamente gasolina e, sobretudo, diesel. De acordo com fonte da própria agência, essas empresas estariam fornecendo produtos apenas a postos com os quais mantém acordo de exclusividade, mesmo com disponibilidade de estoques para suprir outras redes. O expediente teria como objetivo forçar o aumento do preço de venda dos combustíveis, notadamente para os postos bandeira branca. Consultada pelo RR, a ANP não se pronunciou.
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Intervenção de Jair Bolsonaro pode provocar renúncia de conselheiros da Petrobras
9/03/2022Nos corredores da Petrobras circula a informação de que conselheiros da companhia cogitam uma renúncia de seus cargos. A medida seria uma reação às seguidas intervenções do presidente Jair Bolsonaro na gestão da companhia, que caminham para o seu ápice com o possível congelamento dos preços dos combustíveis durante a guerra entre Rússia e Ucrânia. Tudo tem limite. Uma coisa é engolir um capricho aqui ou acolá de Bolsonaro; a outra é ser cúmplice de uma medida que deverá provocar uma tunga nos acionistas da empresa, incluindo grandes fundos internacionais. Procurada, a Petrobras não quis se pronunciar.
A PEC que reduziria o ICMS sobre os combustíveis, até outro dia um fetiche de Bolsonaro, atingiria a receita dos estados. A proposta de uso dos dividendos da Petrobras pagos à União para subsidiar os preços dos derivados de petróleo afetaria notadamente o Tesouro, além de ir contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, conforme algumas interpretações. O congelamento, por sua vez, não fere as contas públicas. No entanto, bate direto nos minoritários da Petrobras, trazendo o risco de possíveis punições aos dirigentes da empresa.
Os membros do board temem ser responsabilizados, tanto no âmbito administrativo, leia-se SEC e CVM, quanto na esfera judicial, pelo inevitável impacto da medida sobre os lucros da estatal e consequentemente os ganhos dos acionistas. O passado recente serve de alerta. Em 2017, o Ministério Público Federal moveu ação por improbidade administrativa contra sete conselheiros da companhia nos anos de 2013 e 2014, entre os quais Guido Mantega, Graça Foster e Luciano Coutinho. À época, o governo Dilma manteve uma política de preços dos combustíveis defasados, abaixo dos valores do mercado internacional.
Calcula-se que, na ocasião, as perdas da Petrobras chegaram a R$ 100 bilhões. De Dilma a Bolsonaro, há um personagem em comum: Rodolfo Landim, recém-indicado para o comando do Conselho da Petrobras. Landim foi presidente da BR Distribuidora entre 2003 e 2006, quando Dilma Rousseff era ministra de Minas e Energia. Respondia diretamente a ela, com quem tinha enorme simbiose. Agora, o empresário retorna à Petrobras efetivamente em uma condição de vassalagem em relação ao presidente da República que não se verifica na gestão do atual chairman, o almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, também indicado por Bolsonaro.
Landim será um feitor do Palácio do Planalto na Petrobras. Além do risco de responsabilização civil, os conselheiros estariam reagindo também à própria indicação de Landim para a presidência do board. Hoje, o entendimento entre eles é que, na prática, a Petrobras não pertence à União, mas, sim, ao Palácio do Planalto. Bolsonaro mandou o compliance às favas e “takeoverizou” a gestão da estatal, transformando-a em um istmo do seu gabinete e de suas políticas de governo. Não custa lembrar que esta não seria a primeira “rebelião” de conselheiros da estatal causada por interferências de Bolsonaro. Em março de 2021, quatro integrantes do board pediram para não ser reconduzidos ao cargo logo após a demissão de Roberto Castello Branco da presidência da companhia.
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Shell está com todo o gás
7/02/2022Segundo uma fonte da própria Shell, a empresa negocia um acordo para a venda de gás à Cegás, distribuidora do Ceará. O RR apurou ainda que há conversas com outras concessionárias do Nordeste. A Shell tem avançado a passos largos no mercado brasileiro de gás: fechou recentemente contratos com a Unigel e a Bahiagás e já é a segunda maior produtora do insumo no país, atrás apenas da Petrobras. Procurada, a companhia não se pronunciou, alegando estar em período de silêncio.
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Previ vai apagando a luz em etapas
24/11/2021A Previ estuda a venda de uma parcela da sua participação acionária na Neoenergia (30,2% do capital total). Recentemente, não custa lembrar, o fundo de pensão já reduziu sua exposure em empresas controladas pelo grupo. Em um só pacote, a Previ vendeu para a própria Neoenergia ações das distribuidoras Coelba e Cosern e da transmissora Afluente, embolsando aproximadamente R$ 220 milhões. Procurada, a fundação não se pronunciou.
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Os próximos “divórcios” entre a Vibra Energia e a Petrobras
22/09/2021Não bastam a venda integral do controle e a mudança de nome. A Vibra Energia (ex-BR Distribuidora) pretende, aos poucos, desvincular também seus produtos e serviços da Petrobras. Trata-se de um processo intrincado, que passa pela renegociação ou mesmo a rescisão de contratos de licenciamento com a estatal. Segundo a fonte do RR, a cúpula da antiga BR já estaria discutindo cenários para dois de seus brands mais relevantes, as linhas de combustíveis Podium e Grid.
As duas marcas pertencem à Petrobras e estão cedidas à Vibra por um contrato com vigência até 2031. Do ponto de vista do marketing, ambas estão demasiadamente associadas ao antigo controlador – suas logos, inclusive, trazem os nomes “Petrobras Podium” e “Petrobras Grid”. É o que a “nova BR” menos quer. A direção da empresa, a começar pelo presidente, Wilson Ferreira Junior, não estaria disposta a esperar o fim do acordo, ou seja, mais dez anos, para apagar o nome da Petrobras desses produtos.
Uma solução de médio prazo seria a Vibra adicionar seu nome às duas marcas, em um modelo de cobranding. A título de exemplo, algo similar ao que o ABN Amro fez ao comprar o Banco Real: por alguns anos, os holandeses mantiveram o nome ABN Real e gradativamente a menção ao antigo banco foi sumindo das peças de marketing, até desaparecer em definitivo. No entanto, segundo a mesma fonte, o acordo de licenciamento com a Petrobras teria amarras que dificultariam a supressão do nome da estatal.
Uma hipótese mais imediata seria a Vibra negociar a compra em definitivo das marcas Podium e Grid, o que lhe daria autonomia, inclusive, para sumir com os dois brands. Essa saída dependeria de uma negociação com a Petrobras, antes do fim do contrato. A marca dos postos é um caso à parte. Por mais que a Vibra queira desvincular sua imagem da Petrobras, a bandeira BR ainda é o seu principal ativo. Nesse caso, a pressão do tempo é até maior do que em relação às linhas de combustíveis.
O contrato com a Petrobras para uso da marca BR se encerra em 2029. São oito anos para a Vibra tentar negociar a compra do nome ou construir um brand do zero. O RR enviou uma série de perguntas à Vibra, mas a empresa foi sucinta, limitando-se a tratar das linhas Podium e Grid. Informou que “tem um contrato de licenciamento de dez anos com a Petrobras, com perspectiva de renovação por mais dez e não há expectativa ou planos de mudança para isso”. Especificamente sobre a marca BR, nenhuma palavra. Também procurada, a Petrobras não se pronunciou.
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O combustível da Cofco
22/09/2021O RR apurou que a chinesa Cofco tem planos de construir mais duas usinas de biodiesel no Brasil, provavelmente no Centro-Oeste. O investimento seria da ordem de R$ 400 milhões. Ressalte-se que o grupo tem ampliado seus aportes no setor. Recentemente, anunciou a construção de um duto de três quilômetros para levar biodiesel da sua usina em Rondonópolis (MT) a distribuidoras de combustíveis da região. Consultada pelo RR, a Cofco não se manifestou.
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Mais gás para a Compass
8/09/2021A Compass, leia-se Cosan, abriu conversações com a YPFB para aumentar substancialmente o volume de gás contratado da estatal boliviana. Trata-se de um movimento estratégico para a empresa de Rubens Ometto. Dona da Comgás, a Compass acaba de comprar o controle da Gaspetro, herdando participações em 19 distribuidoras estaduais de gás.
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Uma operação gasosa
1/09/2021A venda da participação da Petrobras na Gaspetro para a Compass, leia-se Cosan, corre o risco de parar nos tribunais. Governadores, notadamente do Nordeste, têm discutido a possibilidade de entrar na Justiça para brecar a operação até que os estados exerçam o direito de preferência para a compra da participação da holding em suas respectivas concessionárias. A Gaspetro está no capital de 18 distribuidoras estaduais de gás. Ressalte-se que os governos da Bahia e da Paraíba já confirmaram que pretendem recomprar as ações da BahiaGás e da PBGás.
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Compass rumo ao sul
12/08/2021Rubens Ometto está com todo gás. O RR apurou que a Compass, leia-se Cosan, vai disputar a privatização d gaúcha Sulgás, prevista ainda para este ano. Pode ser o ativo de número 20 no portfólio da empresa. Com a compra do controle da Gaspetro junto à Petrobras, por R$ 2 bilhões, a Compass herdou participações em 19 distribuidoras do setor.
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Combustível ao liberalismo
13/07/2021Ao menos a ANP parece estar em sintonia com o discurso liberal do ministro Paulo Guedes. Na agência, só se fala em aumentar a concorrência no mercado de combustíveis. A diretoria do órgão regulador tem se empenhado em aprovar a proposta que permite aos postos com bandeira terem ao menos duas bombas de outra fornecedora. O problema é o lobby na mão contrária das grandes distribuidoras de combustíveis. Consultada, a ANP informou “não ter posição regulatória definitiva” e que “até agosto tornará públicas suas análises sobre o assunto”.
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Investidor verde
13/07/2021O empresário Ronaldo Cezar Coelho, acionista relevante da Light e da BR Distribuidora, pretende ser a referência quando se trata de padrão ESG nas duas empresas. Cezar Coelho quer ser o “Mr. Sustentabilidade”.
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Ferreira Junior mostra que o governo ficou para trás
8/07/2021Há duas versões para a decisão da BR Distribuidora de entrar na Justiça contra a União por supostas perdas decorrentes da greve dos caminhoneiros, em 2018. A primeira delas é que a medida causou surpresa nos ministros da Economia, Paulo Guedes, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Os dois foram os principais apoiadores do atual presidente da BR, Wilson Ferreira Junior, enquanto ele esteve à frente da Eletrobras.
Mas, o jogo mudou: agora, é cada um por si. Guedes e Bento teriam, inclusive, reagido mal ao fato de Ferreira Junior sequer ter sinalizado a disposição da BR em judicializar o caso. A postura do executivo teria sido ainda objeto de comentário ácido do presidente Jair Bolsonaro junto ao seu ministro da Economia. Na segunda versão, Paulo Guedes teria conversado preliminarmente com Ferreira Junior e dito que a decisão do Conselho de Administração da BR era correta e, se estivesse no board, também votaria da mesma forma.
Nas duas versões, Bolsonaro, que já tinha sua implicância com Ferreira Junior desde os tempos da Eletrobras, não gostou do comportamento do executivo. O presidente não entende muito bem essas coisas de governança. Em tempo: partindo-se do princípio de que a BR teve mesmo prejuízos, não deixa de ser curioso que a Petrobras não tenha levado o caso à Justiça. Até outro dia, a estatal era dona de 37,5% do capital da empresa e exercia notória influência nas decisões do Conselho. Procurados pelo RR, a BR e os Ministérios da Economia e de Minas e Energia não quiseram se pronunciar. A AGU, por sua vez, informou que “a União ainda não foi intimada”.
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Um pé fora da BR Distribuidora
25/05/2021Após reduzir sua participação em Vale, Ambev e Petrobras, entre outras, a Previ estaria se preparando para zerar sua participação na BR Distribuidora, de pouco mais de 3%.
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Ou vai ou racha
27/04/2021A Equatorial Energia, que arrematou o controle da CEEE-D, prepara um plano agressivo de renegociação das dívidas da distribuidora de energia. Segundo o RR apurou, em alguns casos, a proposta de deságio pode passar dos 60%. A CEEE-D carrega uma dívida a ordem de R$ 4 bilhões. Procurada, a Equatorial disse que “não irá se manifestar nesse momento sobre quaisquer assuntos envolvendo a CEEE-D”, uma vez que o processo de transferência do controle ainda está em andamento.
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Educação é o novo alvo
27/04/2021O Centrão voltou a fazer carga pela saída de Milton Ribeiro do Ministério da Educação. O nome indicado seria o do ex-deputado Mendonça Filho, do DEM, que comandou a Pasta no governo Temer. Atualmente, Mendonça é consultor da Fundação Lemann, pertencente a Jorge Paulo Lemann. Aliás, Lemann é candidato à compra da participação da Petrobras na BR Distribuidora.
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Governo Bolsonaro lança dúvidas sobre o futuro da BR
23/03/2021A BR Distribuidora virou uma bola de pingue-pongue, rebatida de um lado para o outro da rede entre estratégias e interesses conflitantes entre si. Do Palácio do Planalto, surgem vazamentos sobre a ideia de reestatização da companhia. Nesse caso, a Petrobras, que mantém uma participação de 37,5% na distribuidora de combustíveis, seria usada pelo governo para a recompra de ações da BR em mercado. Essa hipótese quica sobre a mesa como um rebote da raquetada do presidente Jair Bolsonaro na governança da
petroleira.
Se é possível interferir na Petrobras, por que não na BR, ainda que a participação do governo na companhia se dê de forma indireta? Pelo silogismo bolsonarista, se a Petrobras é sócia da empresa, está resolvido: “La BR c ´est moi” No sentido contrário, está o projeto de privatização completa da BR, com a venda do restante das ações ainda em poder da Petrobras. Os fundos que coabitam o capital da empresa pressionam por esta solução. Esta, inclusive, seria a principal missão de Wilson Ferreira Junior, que as-
sumiu a presidência da distribuidora de combustíveis na semana passada. Ferreira tem o perfil de embalador de empresas para a privatização, ainda que não tenha alcançado sucesso na Eletrobras.
Na estatal, ele perdeu a viagem. Já na BR, o executivo vem calejado pela arritmia decisória do governo Bolsonaro. No meio dessa troca de bolas de um lado para o outro, o RR recebeu também a informação do interesse da Americanas em ter uma participação expressiva na BR. A rede varejista, ressalte-se, já enxerga o negócio por dentro: firmou recentemente um acordo operacional com a distribuidora no segmento de lojas de conveniência. A compra das ações da Petrobras faria da Americanas o principal acionista individual da BR. A operação significaria o ingresso do trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira em um setor extremamente disputado.
Além do varejo per si, com a gestão das lojas de conveniência, Lemann e cia. passariam a competir com Raízen, Ultra/Ipiranga, entre outros menos votados. No mercado especula-se também que a ida de Marcos Lutz para o conselho do Grupo Ultra teria como objetivo a aquisição da BR. Lutz, enquanto esteva na Cosan, era o executivo dedicado a uma operação de compra da estatal. Mas tudo ainda está no campo das conjecturas. Os 37,5% do capital nas mãos da Petrobras indexam o destino da BR aos humores de Jair Bolsonaro.
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“Frentão do gás”
24/02/2021Governadores como Romeu Zema, de Minas Gerais, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, articulam com as respectivas bancadas estaduais no Congresso uma espécie de frentão para a aprovação do marco regulatório do gás natural. A Lei do Gás recebeu uma série de emendas no Senado, exigindo nova votação na Câmara. Arthur Lira já disse que o tema é prioridade, mas sem se comprometer com uma data para a votação do projeto. Submersos em uma grave crise fiscal, os governadores querem a Lei do Gás para ontem. A quebra do monopólio da Petrobras na compra e distribuição de insumo é tida como condição sine qua non para a privatização das distribuidoras estaduais.
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Estilhaços da intervenção de Bolsonaro na Petrobras
23/02/2021- Até o fechamento desta edição (ontem, às 20h) Paulo Guedes completou 72 horas sem se pronunciar sobre a demissão de Roberto Castello Branco. Muy amigo…
- Depois do que fez na Petrobras, Jair Bolsonaro não deve estar mais querendo a aprovação da autonomia do Banco Central. Seria a única instância da República em que ele não poderia demitir o subordinado.
- Ontem, circulou a informação de que Jair Bolsonaro está consultando seu conselho militar em busca do nome de um oficial para a Eletrobras. Não é difícil de entender que a privatização foi para a o espaço.
- Também ontem, correu no mercado a informação de uma substituição da substituição na BR. Wilson Ferreira Junior, que deixou a Eletrobras e ganhou como prêmio de consolação a presidência da distribuidora, não assumiria mais o cargo. O novo indicado seria o ministro Bento Albuquerque. Sua missão seria tocar uma “nova BR”, com a reestatização da empresa. Segundo informação que circulou em uma grande corretora, a Petrobras compraria, até junho, 15% das ações da distribuidora que pertencem a fundos e bancos internacionais, reassumindo o controle.
- A possível indicação do almirante Bento Albuquerque para a BR enseja ainda duas interpretações. A primeira é que Bolsonaro quer colocar alguém seu na empresa para fazer política de preços e tarifas dos combustíveis. A segunda é que o presidente pretende abrir espaço no Ministério de Minas e Energia para o Centrão.
- A explosão de Jair Bolsonaro deverá atingir, ainda que de leve, a cota de Paulo Guedes. O secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues Junior, está na linha de tiro do presidente.
- O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, já está espanando a cadeira. Sabe que sua demissão pode não ser agora. Mas será mais à frente, conforme já sinalizou Bolsonaro.
- Ontem era tido como certo no mercado que o programa de privatização do governo vai ficar restrito à xepa das estatais. A insegurança jurídica alimentada por Bolsonaro é um repelente para os investidores.
- O que se considerava, ontem, em Brasília é até que ponto a aprovação da PEC Emergencial será suficiente para mitigar o estrago feito com as mexidas conduzidas por Bolsonaro. Tá tudo dominado, mas não por Paulo Guedes…
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Biodiesel demais para mercado de menos
11/01/2021Os produtores de biodiesel vivem um momento preocupante. As retiradas do produto pelas distribuidoras estariam abaixo dos 85% do volume previsto para janeiro, segundo as regras contratuais do leilão feito em outubro de 2020. É o segundo mês seguido que a produção encalha, impondo para as usinas um custo com manutenção de estoque que não estava no script.
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Naturgy na disputa pela Gaspetro
14/12/2020A espanhola Naturgy reabriu conversações com a Petrobras para a compra da sua fatia de 51% na Gaspetro, holding com participações em 18 distribuidoras de gás. A estatal esteve perto de fechar negócio com a Compass, leia-se Cosan, mas a operação micou após restrições impostas pelo Cade. Em tempo: são grandes as chances de que a Mitsui, dona dos 49% restantes da Gaspetro, também se desfaça das suas ações.
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Derrota sob medida
7/12/2020A derrota da CPFL no leilão da CEB, na última sexta-feira, foi celebrada pelo governo gaúcho. A aposta é que agora a empresa, controlada pela State Grid, vai entrar com a faca nos dentes na privatização da distribuidora gaúcha CEEE, também marcada para este mês.
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Amapá vs. Brasília
12/11/2020O governador do Amapá, Waldez Góes, pretende acionar o governo federal na Justiça, cobrando uma indenização milionária pelos caos no fornecimento de energia no estado. Segundo fonte próxima a Góes, o governador quer responsabilizar a Aneel pelo acidente, alegando negligência na fiscalização dos serviços da espanhola Isolux, responsável pela subestação que pegou fogo. Procurada, a agência informou que “realiza periodicamente fiscalizações nas geradoras, distribuidoras e transmissoras de todo o país”.
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Alívio no preço da energia
28/10/2020O RR apurou que a tarifa da energia produzida em Itaipu deverá ser mantida em US$ 22,60/quilowatt para 2021. O Conselho da hidrelétrica vai se reunir na próxima sexta-feira para discutir o assunto. Procurada, a empresa confirmou o encontro e também a proposta de manutenção do valor, que posteriormente terá de ser referendado pela própria agência reguladora. Será um alívio para as distribuidoras. No mercado, havia um temor de que Itaipu reajustasse a tarifa para compensar aumentos das despesas também em dólar. A manutenção será possível, em grande parte, graças ao saldo financeiro positivo da conta de comercialização da energia da hidrelétrica, a cargo da Eletrobras.
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Luz verde
5/10/2020Na semana passada, em encontro reservado com deputados distritais, o governador Ibaneis Rocha praticamente acertou os ponteiros para a privatização da CEB. A ideia é que a distribuidora de energia seja leiloada ainda neste ano. Parlamentares ameaçavam brecar a operação. Mas, segundo um dos deputados presentes ao encontro confidenciou ao RR, uma nova rearrumação de cargos no governo do DF deverá selar o armistício.
…
Em tempo: no Palácio do Buriti, sede do governo do DF, corre a informação de que a chinesa Three Gorges, dona da EDP, tem interesse em disputar a privatização da CEB.
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Acordo de paz?
5/10/2020O presidente da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, negocia com o governador Ronaldo Caiado uma voltagem maior no plano de investimentos da empresa em Goiás. Os italianos esperam que seja o cessar-fogo definitivo com Caiado, que esteve perto de cassar a concessão da distribuidora.
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Efeito colateral positivo
14/09/2020Ainda que por vias transversas, a Covid-19 tornou-se aliada da Enel. A dificuldade em realizar uma nova licitação no breu da pandemia esfriou o ímpeto do governador Ronaldo Caiado de cassar a concessão da distribuidora de energia de Goiás, sob a alegação de graves falhas no fornecimento de energia. As rusgas prosseguem, mas surgiram canais de interlocução que passam pelo aumento dos investimentos dos italianos no estado. A ver.
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Bolsonaro e Landim têm nova jogada ensaiada
30/07/2020A tabelinha entre Jair Bolsonaro e Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, não se limita à polêmica MP 984, que alterou as regras para a venda de direitos de transmissão do futebol. Landim tem feito gestões junto a Bolsonaro pela mudança da Lei de Acesso Condicionado (SeAC), que regula a TV paga no país. A medida pode virar pelo avesso o concorrido mercado de aquisição de eventos esportivos no país. A principal guinada seria a permissão para que empresas de telefonia celular e operadoras de TV por assinatura possam comprar os direitos de exibição de partidas de futebol.
Aprovada em 2011, a Lei de Acesso Condicionado proíbe a participação cruzada de um mesmo player na produção e na distribuição de conteúdo. Pouco depois, diante da impossibilidade de atuar nas duas pontas, entre outros motivos, a Globo foi forçada a vender sua participação na NET. Se a MP 984 embaralhou o mercado e lançou insegurança jurídica sobre contratos em vigor, ao dar ao mandante a prerrogativa de negociar suas partidas, a alteração da SeAC poderá provocar um rebuliço ainda maior. A mudança abriria as portas desse setor para fortes players estrangeiros que hoje estão fora do game.
Vivo e Claro, por exemplo, poderiam entrar pesado na aquisição dos direitos de transmissão dos principais campeonatos de futebol do país, algo atualmente restrito às emissoras de TV e às plataformas de streaming – estas, por sinal, ainda vivem em um limbo regulatório. Com a alteração da lei, quem também poderia entrar no jogo é a Sky. Ressalte-se que o ex-presidente da operadora de TV por assinatura no país Luiz Eduardo Baptista, o BAP, é o atual vice-presidente de Relações Externas do Flamengo e um dos principais conselheiros de Landim nos assuntos referentes ao tema. À frente da Sky, BAP, muitas vezes, foi um antagonista de interesses comerciais do Grupo Globo. Jair Bolsonaro e Rodolfo Landim vivem uma conveniente simbiose.
Bolsonaro tem o poder de manejar as regras do jogo e, com isso, atender a pleitos do Flamengo; Landim, por sua vez, franqueou ao presidente da República o apoio do clube mais popular do país. O cartola rubro-negro, por sinal, é um expert em se pendurar em personagens dos quais pode obter benefícios imediatos. Foi assim com Dilma Rousseff, quando ele era presidente da BR Distribuidora e ela, ministra de Minas e Energia; foi assim com Eike Batista, de quem foi um dos “cavaleiros da távola do sol eterno”. No jogo atual, a MP 984 e a mudança na SeAC são faces da mesma moeda. Nos dois casos, a possibilidade de contrariar interesses corporativos da Globo parece galvanizar a relação entre Bolsonaro e Landim. O presidente do Flamengo, ressalte-se, recusou-se a vender à emissora os direitos de transmissão dos jogos do clube no Campeonato Carioca. E ainda levou a final da competição para o SBT, hoje uma espécie de “Sistema Bolsonaro de Televisão”. Foi tudo um jogo de cartas marcadas.
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Curto circuito
23/07/2020Deputados e senadores da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica vão solicitar à Aneel que breque qualquer pedido de aumento da conta de luz até o fim do ano. A alegação é que, além dos R$ 16 bilhões liberados pelo governo no âmbito da “Conta Covid”, as concessionárias já serão favorecidas pela decisão do STF, que excluiu o ICMS da base de cálculo do Cofins e do Pasep das faturas de energia emitidas entre 2008 e 2013. A sentença já transitada em julgado obrigará a União a repassar vultosa quantia às distribuidoras nos próximos meses
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Geradoras de energia cobram sua “Conta Covid”
10/07/2020A “Conta Covid” está longe de resolver o curto-circuito no setor elétrico, causado pela pandemia. Os grandes grupos de geração – a exemplo de State Grid, Engie, Three Gorges/EDP, entre outros – estão pleiteando ao governo um pacote de ajuda específico para o segmento, similar ao concedido às distribuidoras no valor de R$ 16 bilhões. No modelo elaborado pelo Ministério de Minas e Energia e pela Aneel e anunciado na semana passada, em tese caberá às empresas de distribuição receber os empréstimos da União e fazer com que esses recursos irriguem toda a cadeia do setor elétrico. Em tese. Na prática, as geradoras alegam que não vão ver a cor desse dinheiro. O argumento é que a maior parte do empréstimo será tragada na “fonte”, cobrindo os prejuízos das próprias distribuidoras. Até agora, das 53 concessionárias do segmento, 50 já solicitaram sua adesão à “Conta-Covid”.
As empresas de geração pressionam o governo valendo-se do principal trunfo que têm à mão: acenam com o risco de um apagão de investimentos no setor caso não recebam recursos públicos para atravessar a pandemia. O estoque de projetos do segmento soma mais de R$ 310 bilhões, contabilizando-se os leilões promovidos pela Aneel até o fim de 2019. A questão é de onde o Ministério de Minas e Energia vai tirar o dinheiro para uma eventual ajuda às geradoras? A cúpula do setor elétrico levou quase
quatro meses da pandemia para fechar o modelo da “Conta Covid” com a equipe econômica.
Em 16 de abril, a Aneel soltou uma nota técnica recomendando uma renegociação entre agentes de geração e distribuição para a “modulação de pagamentos relativos à compra de energia”. Para hidrelétricas, térmicas e congêneres foi o popular “resolvam vocês aí”. Além do risco de suspensão de investimentos na área de geração, em um cenário mais radical o Ministério de Minas e Energia já vislumbra uma nova onda de ações na Justiça. Como se o passivo judicial do setor elétrico no Brasil, da ordem de R$ 40 bilhões, já não fosse o suficiente.
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Fundo da gaveta
5/06/2020Segundo fonte próxima a Ibaneis Rocha, a privatização do Metrô do DF e a Companhia de Saneamento de Brasília foram para o congelador, com ou sem pandemia. Só deve sair mesmo a venda da distribuidora elétrica CEB.
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Mudanças
24/04/2020Parece que Jair Bolsonaro mudou a bandeira da distribuidora (de ideias) do seu “Posto”. Aderiu à Petrobras. Mas a escolha é por aquela estatal de antes do governo Lula.
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Mudança de paradigma no gás boliviano
3/04/2020O governo da Bolívia tem procurado distribuidoras de gás brasileiras e grandes clientes corporativos com intenção de mudar os critérios de precificação do combustível. Os contratos de venda deixariam de ser indexados ao petróleo e seguiriam uma média mensal do valor internacional do gás. As conversas, no entanto, engatinham, seja pela crise econômica, que reduzirá a demanda pelo combustível, seja porque a atual cotação do petróleo (na casa dos US$ 20) está longe de pressionar os consumidores por uma mudança às pressas dos contratos.
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Curto-circuito
2/04/2020O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Bruno de Carvalho, foi escalado para negociar com os estados a unificação das medidas adotadas em relação ao setor elétrico. Vários governadores proibiram cortes no abastecimento de luz com prazos e punições distintos. Distribuidoras se negam a cumprir as determinações, alegando que tal competência é da União.
Acervo RR
Curto-circuito
2/04/2020O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Bruno de Carvalho, foi escalado para negociar com os estados a unificação das medidas adotadas em relação ao setor elétrico. Vários governadores proibiram cortes no abastecimento de luz com prazos e punições distintos. Distribuidoras se negam a cumprir as determinações, alegando que tal competência é da União.
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Transporte de carga vira questão de segurança nacional
27/03/2020O governo discute medidas emergenciais para assegurar a continuidade do processo de transporte de cargas no Brasil, ameaçado pelas restrições de circulação impostas por estados e municípios. A preocupação é evitar um colapso em toda a cadeia de abastecimento do país, de insumos básicos, como alimentos industrializados, remédios ou artigos de higiene, a commodities agrícolas – risco que, neste caso em particular, se aplica tanto ao mercado interno quanto às exportações. A questão foi delegada ao ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas. O assunto chegou a ser abordado na teleconferência realizada na última terça-feira entre Bolsonaro e governadores do Centro-Oeste e do Sul – não por coincidência, áreas que concentram majoritariamente a produção agrícola do país.
Uma das ideias é convocar as polícias militares para auxiliar a Polícia Rodoviária Federal. Além das limitações de circulação, há questões aparentemente prosaicas que têm forte impacto sobre o setor. Boa parte dos postos de gasolina em estradas está fechada: ou seja, os caminhoneiros não têm onde pernoitar e muito menos onde se alimentar. No limite, talvez seja o caso de chamar as Forças Armadas para auxiliar no ir e vir do transporte de cargas no país. Na atual circunstância, em que grande parte da população está em quarentena, o fluxo de mercadorias se torna uma questão de segurança nacional.
Ressalte-se que mais de 60% da distribuição de cargas no Brasil são feitos por rodovias. Parar as estradas é congelar o país– vide o que ocorreu durante a greve dos caminhoneiros no governo Temer, em 2018. Tarcísio Freitas tem a missão de amarrar todas as pontas em torno do problema. Trata-se de uma questão transversal que engloba vários segmentos da economia e diversas esferas de Poder. O agronegócio é um exemplo crasso da barafunda. A falta de regulação específica e o bate-cabeças entre governo federal, estados e municípios estão provocando um nó na cadeia logística do setor.
Tradings, empresas privadas de armazenagem e sindicatos dos caminhoneiros têm cobrado da ministra da Agricultura, Teresa Cristina, regras claras para o funcionamento de centros de distribuição e o transporte de produtos agropecuários. Além do temor de um apagão no fornecimento de medicamentos e outros artigos de primeira necessidade, é natural que haja um foco prioritário de Tarcísio Freitas sobre a distribuição de insumos agrícolas, leia-se comida. A queda no ritmo de escoamento é inexorável. No setor, já se trabalha com uma redução média dos despachos diários da ordem de 30%. Centenas de armazéns de soja, milho e trigo no interior do país estão fechando as portas preventivamente, de acordo com a imposição das prefeituras locais.
Outras companhias seguem operando à meia-bomba, cada uma adotando suas próprias medidas sanitárias, o que tem provocado grandes atrasos no despacho de mercadorias. Os problemas se concentram, sobretudo, no Centro-Oeste, São Paulo e Minas, responsáveis por quase 70% da produção agrícola nacional. O segmento de café ilustra a confusão reinante no momento. A italiana Pacorini – uma das maiores distribuidoras do produto no país, com atuação concentrada em Minas Gerais – mantêm suas atividades, mas teria colocado em casa todos os funcionários com mais de 60 anos.
A Pereira Alta, também de Minas, chegou a fechar seus armazéns, mas, nesta semana, tem retomado as operações de forma lenta e gradual. Há, no entanto, silos com mais de 500 mil sacas estocadas que interromperam integralmente seu funcionamento, sem previsão de despacho do produto. Estes armazéns, diga-se de passagem, mandaram para casa, em média, 150 funcionários – todos sem garantia de manutenção do emprego. Em tempo: a falta de um padrão estabelecido pelo governo federal vai até a ponta final da logística, atingindo as operações portuárias – área que já está naturalmente sob o guarda-chuva de Tarcísio Freitas. Na semana passada, não custa lembrar, houve uma paralisação temporária dos funcionários do Porto de Santos. A retomada das atividades só ocorreu após uma reunião emergencial entre os operadores locais e o sindicato dos estivadores.
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Corrida contra o relógio
10/03/2020O governador gaúcho Eduardo Leite considera não ter mais outra opção se não acelerar a privatização da Sulgás. A Petrobras já anunciou a venda da sua participação de 51% na Gaspetro, por sua vez dona de 49% da distribuidora gaúcha de gás. Ou seja: por via indireta, um novo investidor privado passará a ser sócio da empresa. O temor do governo gaúcho é que a operação comandada pela Petrobras esvazie a venda do controle da Sulgás.
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Previ vende ativos
21/02/2020O novo diretor de Investimentos da Previ, Marcelo Wagner, vai acelerar a venda de participações societárias. Deve começar pela BRF e pela BR Distribuidora, nas quais o fundo de pensão detém, respectivamente, 9,4% e 3,5% do capital total.
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Em busca de energia
29/01/2020O empréstimo de R$ 94 milhões do Banco Regional de Brasília para a CEB é apenas um balão de oxigênio. O governo do Distrito Federal calcula que, por baixo, seriam necessários mais R$ 250 milhões para a distribuidora de energia arrumar a casa antes da sua privatização.
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A “nova BR”
10/01/2020A BR Distribuidora teria planos de abrir um novo Plano de Demissões Voluntárias ainda neste semestre. As pouco mais de mil adesões ao PDV encerrado no fim de 2019 ficaram aquém do desejado pela empresa. Nos cálculos dos novos gestores, a companhia precisa chegar a 1,5 mil cortes – ou metade da força de trabalho pré-pulverização do capital – para começar a ficar redonda.
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Lobby em força máxima
17/12/2019A Enel recorreu ao Olimpo. Tem feito gestões junto ao Palácio do Planalto e ao ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, para que ambos intervenham no imbróglio com o governo de Goiás. O governador Ronaldo Caiado quer tomar a concessão da distribuidora no estado alegando falta de investimentos e péssima prestação de serviços.
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Privatização possível
19/11/2019Ideia que começa a ganhar corpo no governo de Romeu Zema: privatizar primeiro o braço de geração e transmissão da Cemig, deixando a complexa venda da distribuidora para depois.
Acervo RR
Equatorial
28/10/2019No BNDES, a Equatorial Energia é considerada pule de dez na disputa pela Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). O modelo de privatização da distribuidora está a cargo do banco e deverá ser anunciado até o fim de novembro. Se não ocorrer um curto-circuito no caminho, o leilão sai no primeiro trimestre de 2020.
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Monteiro em dose dupla
28/08/2019O ex-presidente da Petrobras Ivan Monteiro recebeu um convite casado para assumir um assento não apenas no Conselho de Administração da Light, mas também da Cemig, sua controladora. Não custa lembrar que, como diretor financeiro da estatal, Monteiro esteve à frente do processo que culminou com a privatização da BR Distribuidora.
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Último ato
27/08/2019O governo do Tocantins vai vender a participação de 23% que ainda lhe resta na Energisa Tocantins, distribuidora de energia do estado. A ideia é ofertar as ações por meio de um leilão na Bolsa. Procurado, o governo confirmou os “estudos para efetivar a venda de suas ações”.
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Mattar embala um plano de privatizações superlativo
19/08/2019O secretário especial de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados, José Salim Mattar, está insone, obsessivo com uma única missão: apresentar um pacote de desmobilização de ativos e privatizações “como o país nunca viu” – palavras do próprio. O plano é anunciar as medidas nos próximos dias. A pressão de Bolsonaro para privatização de ao menos uma “estatal pequenininha” é um sinal combinado. Mattar vai entregar bem mais do que isso. Mas que não se espere a venda de nenhuma big company.
É consenso no governo que não há ainda amadurecimento político para a privatização da Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica. Mas as subsidiárias e coligadas do BB e da CEF devem seguir o mesmo caminho das empresas satélites da Petrobras, a exemplo da BR Distribuidora. A privatização da Eletrobras são favas contadas. A data da venda da estatal, em 2020, será anunciada ainda neste mês. Por sua vez, o Correios é considerado um estorvo – vai para o pregão das empresas indesejáveis. As novidades virão através dos mercados de valores mobiliários e capitais.
Mattar estuda com carinho formas de securitização de terras e imóveis. A ideia é constituir fundos lastreados pelo menos em parte nos ativos imobiliários, e ofertar cotas a fundos de pensão do Brasil e exterior. Os grandes imóveis e terrenos – existem, inclusive, alguns das Forças Armadas – seriam vendidos em leilões. Está em estudos um surpreendente fundo da Amazônia. Paulo Guedes pediu ao seu secretário inovações. Não quer ficar preso ao modelo clássico de editais e leilões. A ideia é dar agilidade e trazer para o balcão ativos cuja venda nunca foi cogitada. Não custa lembrar, a título de chiste, que o ministro da Economia propôs recentemente a securitização do oxigênio da Amazônia. Virão novidades na área da desestatização, podem apostar.
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Tratamento de choque na Ceal
12/08/2019A Equatorial Energia já descarregou R$ 500 milhões na Ceal e ainda deverá aportar mais R$ 200 milhões até o fim do ano. O dinheiro entra por uma porta e os trabalhadores saem por outra: desde que assumiu o controle da distribuidora alagoana, há pouco mais de três meses, a Equatorial já eletrocutou mais de 500 funcionários.
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Benchmarking
1/08/2019O modelo de venda da BR Distribuidora, com a pulverização do controle, deverá ser replicado na capitalização da Eletrobras. A proposta será levada a Jair Bolsonaro na primeira quinzena de agosto.
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Descarga elétrica
11/07/2019Premido por uma previsão de déficit fiscal de R$ 7 bilhões em 2019, o governador Eduardo Leite corre para iniciar o road show da CEEE até setembro. Nos cálculos do governo gaúcho, é o timing para que o leilão da distribuidora elétrica seja realizado até dezembro. A venda vale não só pela receita a ser arrecadada, mas pelo peso que o estado vai tirar dos ombros: a CEEE tem uma dívida de R$ 5 bilhões.
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Licitação da CEB está marcada
3/07/2019O governo do Distrito Federal vai marcar o leilão da CEB para a segunda quinzena de setembro. Na semana passada, o secretário de Desenvolvimento do DF, Ruy Coutinho, reuniu-se, em Nova York, com fundos de investimento interessados em entrar na operação em parcerias com empresas do setor elétrico. Estudos da área técnica do governo indicam que o preço mínimo para a venda da distribuidora de energia oscilará entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões. Uma das principais candidatas ao negócio seria a italiana Enel, controladora da “vizinha” Celg, a companhia elétrica de Goiás.
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Adocicado IPO
27/06/2019A Copersucar estuda a abertura de capital da Eco-Energy, sua controlada. Trata-se da maior distribuidora de etanol de açúcar dos Estados Unidos e hoje responsável por quase 60% do faturamento do grupo.
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CEEE sobre o balcão
13/06/2019Em conversas reservadas com empresários do setor elétrico, o governador Eduardo Leite tem confidenciado que a decisão de privatizar a CEEE está tomada. A venda da distribuidora se daria no primeiro trimestre de 2020.
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Conto do falastrão
13/05/2019Era uma vez um paladino cantante das mazelas da Petrobras. Representante das maiores distribuidoras de combustíveis do país, o diretor de planejamento da Plural, Helvio Rebeschini, tomou como sua missão a crítica permanente à estatal. Bate no refino, endividamento, excesso de pessoal, intervencionismo, insegurança jurídica, bate até na alma do ex-presidente Ernesto Geisel. Virou folclore esse “Roniquito Chevalier” do setor de distribuição de soprando marimbondos contra a Petrobras. Mas tudo tem seu limite. O diretor da Plural desatinou de defender um corte de 30% dos funcionários da estatal, excedente de pessoal que não faria a menor diferença, segundo suas contas. A história passou a ser contada nos corredores da empresa, passando de algo desimportante a um fato gerador de revolta. Rebeschini ganhou seus minutos de fama. Se ousar uma incursão pela Av. Chile encontrará um monte de petroleiros dispostos a sangrar o combustível da sua garganta matraqueira.
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Custo Eletropaulo
30/04/2019Aos 48 do segundo tempo, a Enel Americas, braço do grupo italiano Enel, reduziu de US$ 3,5 bilhões para US$ 3 bilhões o valor total da subscrição de ações ordinárias prevista para hoje. O corte se deu por pressão dos minoritários, notadamente fundos internacionais, receosos com o grau de diluição da sua participação societária na companhia. A Enel Americas é a controladora da Enel Brasil. O aporte de capital tem como objetivo pagar empréstimos contraídos pelo grupo para a aquisição da Eletropaulo, no ano passado. A conta é salgada: além dos R$ 5,5 bilhões pagos pelo controle da distribuidora paulista, os italianos já anunciaram investimentos de R$ 17 bilhões até 2021.
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Combustível chinês
30/04/2019A PetroChina avança no mercado brasileiro de combustíveis. Donos de 30% da distribuidora TTWorks, os chineses estariam negociando a compra do controle da empresa, pertencente ao grupo pernambucano Total.
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Valor intangível
26/04/2019O iminente retorno de Ana Marta Veloso à presidência da Light é um movimento eivado de simbolismo. Nas entrelinhas, pode ser interpretado como uma forma de o governador Romeu Zema mostrar que não há mais ingerência da Andrade Gutierrez sobre a Cemig, controladora da distribuidora fluminense – algo que ocorreu mesmo após a empreiteira vender sua participação na empresa, em dezembro de 2017. Em sua primeira passagem pelo comando da Light, Ana Marta deixou o cargo após desentendimentos com a construtora de Sergio Andrade. Ressalte-se que a Polícia Federal acaba de abrir um novo front de investigação com foco na Cemig e na Andrade Gutierrez, no âmbito da Operação “E o vento levou”.
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Wizard avança sobre a BR Distribuidora
23/04/2019Carlos Wizard, novo acionista da International Meal Company (IMC), já apresentou seu cartão de visitas: pretende fazer um novo aporte na empresa para viabilizar a compra de uma participação na BR Distribuidora. A IMC concorre ao negócio. Tem como adversários Pão de Açúcar e Americanas.
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Risco Avianca
12/04/2019A BR Distribuidora vem exigindo pagamento à vista na venda de combustível para a Avianca. A empresa de German Efromovich deve R$ 35 milhões à estatal.
Acervo RR
Tanque cheio
10/04/2019O fundo Advent entrou no páreo para se associar à BR Mania, a rede de lojas de conveniência da BR Distribuidora.
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Tanque cheio
10/04/2019O fundo Advent entrou no páreo para se associar à BR Mania, a rede de lojas de conveniência da BR Distribuidora.
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Ponto final
10/04/2019Procurados, os seguintes citados não retornaram ou não comentaram o assunto: Advent e BR Distribuidora.
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Descarga financeira na Ceal
18/03/2019Além dos mais de R$ 500 milhões pagos pela concessão, a Equatorial Energia prepara um aumento de capital na Ceal. O valor deve passar dos R$ 400 milhões. A distribuidora alagoana, arrematada em dezembro, carrega um patrimônio líquido negativo de quase R$ 600 milhões e uma dívida na casa de R$ 1,5 bilhão.
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Bolsonaro deve quebrar cartel das distribuidoras na venda de etanol
18/02/2019No que depender das recomendações do Ministério de Minas e Energia, do Cade e da ANP, o presidente Jair Bolsonaro deverá aprovar a proposta de que as usinas passem a comercializar etanol diretamente aos postos revendedores, sem a necessidade de intermediários. Uma vez confirmada, a medida representará um duro revés para as grandes distribuidorasde combustíveis do país, notadamente BR, Raízen (Cosan e Shell) e Ipiranga (Grupo Ultra) – o trio concentra mais de 50% das vendas de etanol hidratado no país. No governo, a proposta é vista como uma saída para dar fôlego à indústria sucroalcooleira nacional, sem a necessidade de renúncia fiscal ou outros combustíveis do gênero.
Há hoje mais de 80 usinas em recuperação judicial no país. Isso para não falar da possibilidade de redução do preço final do etanol na bomba. O assunto está concentrado na ANP, que já se posicionou favoravelmente àmudança. Consultada, a agência confirmou que “não há óbices regulatórios para a venda direta de etanol das usinas”. Mais do que isso: informou também que está “alinhada ao Cade”. O órgão antitruste emitiu parecer técnico apontando que a norma vigente “produz ineficiências econômicas, à medida que impede o livre comércio e dificulta a possibilidade de concorrência que poderia existir entre produtor de etanol e distribuidor de combustível”. O Cade sabe bem do que está falando.
No momento, há seis procedimentos abertos no Conselho para investigar a formação de cartel entre as grandes distribuidoras de combustíveis. A questão opõe dois importantes setores da economia. De um lado, a indústria do etanol; do outro, as grandes distribuidoras de combustíveis. A situação deste último grupo é complicada. Além dos aspectos de ordem econômica que sustentam a mudança das regras, há outro fator que potencializa a frágil posição das distribuidoras de combustíveis nesta contenda: o crescente grau de criminalização do setor.
Em 2017, o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu à Justiça o cancelamento do registro da Raízen, da Ipiranga e da BR no estado por venda de etanol adulterado. A trinca também é investigada pela Polícia Civil do Paraná por suspeita de formação de quadrilha. No Distrito Federal, por sua vez, investigação conjunta do próprio Cade, da Gaeco – a Coordenadoria de Controle Externo da Atividade Policial e dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público – e da Polícia Federal desbaratou um cartel formado por 13 redes de postos locais. A indústria sucroalcooleira aproveita para descarregar sua munição contra as grandes distribuidoras de combustíveis. Elas são acusadas de inibir a venda de etanol e privilegiar a comercialização de gasolina, que oferece maiores margens.
Acervo RR
Edson Queiroz
31/01/2019Donos de distribuidora de gás, universidade e empresas de comunicação, os herdeiros do Grupo Edson Queiroz estão olhando startups do Nordeste. Procurado, o grupo disse que “está sempre atento a oportunidades, mas não responde pelas atividades individuais de seus herdeiros”.
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Pátria acima de todos
26/01/2019O Pátria Investimentos já comprou três distribuidoras de insumos agrícolas e deverá anunciar mais uma aquisição no mês que vem. Depois é misturar todos os ingredientes em uma única empresa e adubar o IPO na bolsa.
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Bolsonaro ataca a judicialização do setor elétrico
11/12/2018O governo Bolsonaro pretende atacar, logo na partida, o excessivo grau de judicialização do setor elétrico. A principal proposta discutida na equipe de transição é a publicação, logo nos primeiros 60 dias de gestão, de uma Medida Provisória com o objetivo de revogar parte dos efeitos da MP 579/2012, posteriormente convertida na Lei 12.873/2013, e da Lei 13.203/15. Um dos maiores nós a serem desatados é o chamado risco hidrológico – medido pelo fator GSF, que corresponde à relação entre o volume de energia gerado pelas usinas e a garantia física total delas.
A diferença gera uma conta de compensação que é cobrada às distribuidoras e, na última linha, aos consumidores. Descontentes com os valores recebidos, as geradoras dispararam uma guerra de liminares contra a Aneel e a União. A MP teria como intuito uma repactuação dessas cifras repassadas às hidrelétricas, oferecendo, em contrapartida, uma extensão dos respectivos prazos de concessão. Outro impasse que deságua nos tribunais é a dívida de mais de R$ 60 bilhões referente à RBSE (Rede Básica de Sistemas Existentes) indenização paga a concessionárias de transmissão.
A equipe de transição, com anuência do futuro ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Lima Leite, já desenha um modelo de parcelamento do valor. Mais de metade desse montante devido pela União, algo como R$ 35 bilhões, tem como credor a própria Eletrobras. Resolver a judicialização do setor elétrico é um desafio somente comparável à reforma da Previdência, com permissão para o exagero. Michel Temer chegou a tatear a questão, mas deu meia volta quando mediu as dificuldades e o tamanho do barulho. O emaranhado de ações judiciais é considerado condição sine qua non para destravar os investimentos no mercado de energia. Somente o estoque de ações contra a União envolve cerca de R$ 110 bilhões.
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Copel Telecom à venda
7/12/2018O governador eleito do Paraná, Ratinho Junior, autorizou sua equipe a iniciar os estudos para a venda da Copel Telecom, o braço de telecomunicações da distribuidora de energia. E quanto à própria Copel? Essa ficará exatamente onde está.
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Energisa com força total
4/12/2018
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Combustível aditivado
3/12/2018Nem a ANP consegue entender a razão pela qual o preço médio da gasolina nas refinarias da Petrobras caiu quase 20% em novembro, ao passo que nos postos a redução foi de apenas 3,3%. BR, Raízen e Ipiranga, que controlam 70% do mercado, já foram cobradas pela agência a dar uma explicação. No entanto, andam a passos de cágado, como se não tivessem como justificar a discrepância entre os índices. Procurada, a BR “confirma que recebeu o pedido de informações da ANP e responderá no prazo”. Raízen e Ipiranga não quiseram se pronunciar.
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Enigma de “Bob Neto” ameaça devorar o mercado
19/11/2018Apesar das saudações protocolares de primeira hora, o mercado ainda não decifrou o que vem sendo chamado de “enigma Roberto Campos Neto”. Ou, para os mais íntimos, enigma “Bob Neto”. Ou, para os ainda mais íntimos, “ROC Jr” – uma alusão à distribuidora de valores com o mesmo nome, pertencente ao pai do novo presidente do BC. Até então, a gestão Ilan Goldfajn buscava a sinalização dos juros dentro do sistema de metas. Era um BC que dava informações tendo por objetivo minimizar as distorções e ruídos provenientes do mercado para reduzir as flutuações do PIB. Um BC clássico do modelo inflation target. Há suspeita de que os planos da dupla Bob Neto e Paulo Guedes passem pela mudança da política operacional do BC. O perfil de Bob Neto é de treasury, ou seja, de alguém que é especialista em arbitragem; que opera as lacunas de informações diárias. Esse modelo seria o mais compatível com o maneira “PG de ser”. O ministro da Economia gosta de ser o formulador para que seu sniper no BC execute. A fórmula não é nada nova, pelo contrário. A maior parte dos presidentes do BC sempre operou em dobradinha com os ministros da Fazenda. O que não quer dizer que tenha dado certo.
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Chineses no refino
22/10/2018A PetroChina vai investir em refino no Brasil. Segundo o RR apurou, a empresa mantém conversas com os governos de Pernambuco e do Maranhão em torno da instalação de uma refinaria em um dos dois estados. A PetroChina já está na outra ponta do balcão: comprou 30% da distribuidora de combustíveis TTWorks.
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Benjamin Steinbruch é alvo de um golpe de aço
5/10/2018Como se já não tivesse problemas de sobra – como a disputa judicial com os primos Clarice e Leo Steinbruch e a dívida de R$ 28 bilhões da CSN– Benjamin Steinbruch tornou-se vítima indireta do mais novo golpe na praça. A Polícia Federal investiga um esquema de fraude fiscal baseado na “venda” de aço. Supostas distribuidoras de produtos siderúrgicos estariam usando o nome da CSN para emitir notas frias e ludibriar incautos com contratos fantasma de fornecimento de aço. Procurada, a siderúrgica não quis se pronunciar. Já a PF informou que “não comenta eventuais investigações em andamento”. Segundo o RR apurou, há quatro empresas sob investigação da PF – entre as quais estariam as companhias denominadas Distribuidora Esfera e Nacional Siderúrgica. O RR tentou contato por meio de números de telefone apresentados por essas distribuidoras a clientes, mas nenhum deles permitiu completar a chamada. Ainda que, a princípio, a tramoia não venha gerando prejuízos financeiros diretos para a CSN, a siderúrgica tem sido obrigada a fazer um trabalho de chancelaria junto a clientes para alertar sobre o golpe e evitar respingos na sua reputação.
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Chineses juntam os fios da maior distribuidora de energia do Brasil
3/10/2018State Grid e Three Gorges estariam costurando uma negociação de alta voltagem, com expressivo impacto sobre o setor de energia no Brasil. A operação envolveria a fusão da CPFL, controlada pela primeira, com os ativos de distribuição da EDP, pertencente à segunda. Segundo o RR apurou, a State Grid ficaria com uma participação majoritária no capital, em razão da diferença de tamanho entre as respectivas controladas.
O acordo daria origem a um grupo com quase R$ 45 bilhões em receita, um Ebitda combinado superior a R$ 5 bilhões e quase 11 milhões de clientes, sendo mais de 80% em São Paulo. State Grid e Three Gorges passariam a controlar a maior distribuidora de energia do país, ultrapassando a Eletropaulo. Consultadas pelo RR, as duas companhias chinesas não quiseram comentar o assunto. A eventual fusão entre CPFL e EDP vale não apenas pelo seu peso per si, mas, sobretudo, pelo que ela aponta. Juntas, State Grid e Three Gorges passariam a ter um poder de fogo ainda maior no mercado brasileiro.
Somando-se os valores de parte a parte, as duas empresas já investiram mais de US$ 15 bilhões no país. A State Grid já anunciou que vai desembolsar o equivalente a R$ 140 bilhões no Brasil nos próximos cinco anos. Desde já, a dupla chinesa surge como forte candidata, por exemplo, à privatização da Eletrobras, pule de dez caso Paulo Guedes esteja no Ministério da Fazenda a partir de janeiro.
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Postes da discórdia
2/10/2018O poste está se revelando um grande problema nacional. Antes que alguém pense em Fernando Haddad, não há metáfora na afirmação. As operadoras de telecomunicações reunidas sob a égide da Telcomp – Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas – preparam-se para entrar na Justiça contra as distribuidoras de energia. As empresas estariam cortando indiscriminadamente cabos de telefonia que passam em seus postes. A Eletropaulo, por exemplo, já anunciou a retirada de fios alegadamente irregulares em mais de 2,1 mil instalações nas ruas de São Paulo. A questão é objeto de um impasse que envolve companhias dos dois setores e os respectivos órgãos reguladores. A Anatel e a Aneel abriram processo para a criação de uma nova regulamentação do uso de postes pelas empresas de telecomunicações. Segundo dados das duas agências, há nove milhões deles em todo o Brasil saturados. As empresas de energia, no entanto, apontam que o objetivo das distribuidoras é colocar pressão para aumentar os valores cobrados pelo direito de passagem de fios em seus postes e alegam perda de competitividade. Segundo as operadoras, o uso de dutos subterrâneos, que seria a alternativa, é 25% mais dispendiosa.
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O trator Caiado
18/09/2018Ronaldo Caiado, líder das pesquisas ao governo de Goiás, tem falado nos bastidores em fazer uma devassa na operação de venda da distribuidora de energia Celg, conduzida pela Eletrobras. No fundo, não passa de um jogo de cena para enquadrar os novos controladores da empresa.
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Eleição apaga a venda da Light
4/09/2018O Conselho da Cemig defende que a venda integral da participação na Light seja empurrada para 2019. O quadro de incerteza eleitoral tem achatado as propostas que chegam à estatal. Até porque o “chefe” da Cemig, Fernando Pimentel, poderá deixar a cadeira de governador no dia 1o de janeiro. No máximo, a empresa deverá vender um excedente de 2% para evitar a reestatização da Light, caso um pool de bancos exerça a opção de venda de ações da distribuidora, que dará aos mineiros mais de 50% do capital.
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Conveniência
4/09/2018Além da Americanas, a GP entrou na disputa pela BR Mania. Trata-se da segunda investida da gestora sobre as lojas de conveniência da BR Distribuidora em dois anos.
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Tropa de choque
24/08/2018Mais de uma dezena de advogados da AGU foi destacada para garantir a realização do leilão de três das distribuidoras de energia da Eletrobras, marcado para o próximo dia 30. O governo espera uma última e pesada ofensiva de entidades sindicais para barrar a licitação da Boa Vista Energia, de Roraima, da Ceron, de Rondônia, e da Eletroacre. A União, ressalte-se, já conseguiu suspender uma liminar da Justiça do Trabalho contra o leilão.
Política
Imagem e semelhança
15/08/2018Tão ou mais insondável do que o pensamento econômico de Jair Bolsonaro é o posicionamento de seu partido, o PSL, sobre questões fulcrais. Os deputados da sigla não fecharam questão sobre os projetos de lei da cessão onerosa da Petrobras e da privatização das distribuidoras de energia administradas pela Eletrobras, ambos em tramitação no Congresso.
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Oferta da BR
14/08/2018Além da possível venda de uma fatia da rede de conveniência BR Mania, a Petrobras estuda a oferta de um novo lote de ações da BR Distribuidora. Na primeira tranche, realizada no fim do ano passado, a nave-mãe se desfez de 28% da subsidiária. De lá para cá, o valor de mercado da BR subiu aproximadamente 25%.
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Choque de realidade
7/08/2018Não obstante o otimismo do BNDES, que marcou o leilão da Amazônia Energia, Eletroacre, Ceron e Boa Vista Energia para o próximo dia 30, a Eletrobras tem uma expectativa mais modesta. A tendência é que apenas uma das distribuidoras seja privatizada ainda neste mês. Em tempo: a Equatorial Energia, que levou a Cepisa, teria interesse na empresa amazonense.
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Um leilão marcado para morrer
24/07/2018A venda das distribuidoras da Eletrobras virou o “samba do leilão doido”. Ainda é considerável a ameaça de novo adiamento das licitações – a primeira delas, da Cepisa, está prevista para a próxima quinta-feira, dia 26, e as outras cinco, para 30 de agosto. A área técnica do Ministério de Minas e Energia considera de alto risco a decisão de ofertar as empresas sem a votação do projeto de lei que equaciona dívidas bilionárias da empresa, na prática dividindo a conta com os consumidores de energia.
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Editora Abril busca uma plataforma para o futuro
23/07/2018A Editora Abril caminha para um processo de recuperação judicial, segundo incontestável fonte do setor. A empresa tem problemas operacionais e financeiros agudos. A própria chegada da Alvarez & Marsal indica esta direção: não há outra justificativa para a contratação da consultoria, praticamente sinônimo do expediente. À primeira vista, a medida assusta, até porque é inevitável uma sangria no corpo de funcionários. Mas, em alguns casos, a recuperação pode ser literalmente a redenção.
A Abril, que, ao contrário da Globo, se atrasou em demasia na migração do conteúdo impresso para o meio digital, apostou suas fichas no papel e não se desenvolveu nas redes ou em novos modelos de negócios, como o streaming, está sendo obrigada a se reestruturar e virar a mesa de toda a operação. Está previsto o enxugamento da carteira de publicações. Com garantia de continuidade, somente os cavalos geradores de caixa: Exame, Claudia e Veja. A janela para o futuro passa pela adequação do parque gráfico, da distribuidora de publicações próprias e de terceiros, a mudança de perfil do profissional com cortes e vendas.
No melhor dos cenários, a Abril passaria a ser a primeira “editora de magazines digital puro sangue” do Brasil e quiçá das Américas. O conteúdo permaneceria com alta qualidade, mas as imagens passariam por uma verdadeira revolução, com a adoção da tecnologia de animação. Um exemplo: os álbuns de figurinha, que já foram uma tradição da Abril, poderiam ser adaptadas para a animação. As revistas em quadrinho – a Abril acabou com a linha Disney – poderiam retornar seguindo o mesmo caminho. Procurada pelo RR, a Editora Abril não quis se pronunciar. A Editora se tornaria disruptiva no mercado, mantendo-se como uma mídia influente e revalorizando o seu conteúdo. O segredo seria o uso do meio digital com movimento, animação, interatividade. O primeiro passo, e o mais difícil, é assumir que a Abril não é uma companhia de papel, não obstante tenha se preparado desde sempre para ser uma revisteira. Se não mudar vai dançar. A boa nova é que a metamorfose está em curso.
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Nas contas da Cemig
20/07/2018Segundo o RR apurou, a Cemig estima arrecadar ao menos R$ 500 milhões com a venda da Cemig Telecom. A meta significa um ágio da ordem de 35% sobre o preço mínimo dos dois lotes da subsidiária que serão ofertados. Daria para a distribuidora mineira cobrir uns 4% da sua dívida de curto prazo…
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Contencioso entre Eletropaulo e Eletrobras ganha nova voltagem
19/07/2018O que parecia ser a resolução de um contencioso de três décadas entre a Eletropaulo e a Eletrobras está se revelando, na prática, fator para um imbróglio talvez ainda maior. A Companhia Paulista de Transmissão de Energia Elétrica (CTEEP), o terceiro protagonista deste enredo, já está se preparando para contestar a fatura de R$ 1,5 bilhão que as outras duas empresas tentam empurrar na sua direção. Controlada pela colombiana ISA, a CTEEP concluiu uma perícia contábil constatando que o passivo em questão não é de sua responsabilidade.
O laudo será o seu trunfo para enfrentar a disputa judicial que se avizinha e, consequentemente, colocar em xeque o acordo firmado entre a Eletropaulo e a Eletrobras há apenas quatro meses. O caso é complexo, cheio de ziguezagues. Começa em 1986, quando a então estatal Eletropaulo contraiu um empréstimo junto à Eletrobras. Após a cisão da empresa paulista em diferentes subsidiárias e a sua privatização em fatias, a responsabilidade pelo financiamento ficou no limbo por todos esses anos, ricocheteando entre cobranças judiciais. Em março deste ano, enfim, a distribuidora Eletropaulo aceitou arcar com o passivo junto à holding federal – informação antecipada pelo RR na edição de 8 de fevereiro.
Mas condicionou o pagamento da dívida à posterior cobrança do valor à CTEEP, também nascida da fragmentação da antiga estatal paulista. Ou seja: um inusitado acordo, pelo qual Eletropaulo e Eletrobras se “livraram” do pepino empurrando a conta para um terceiro que não estava à mesa de negociações. Consultada sobre o caso, a CTEEP diz que “não há sentido na tese de uma parte assumir a responsabilidade de uma dívida e depois cobrá-la de uma terceira parte”, em referência à Eletropaulo. A empresa de transmissão afirma ainda que “não cabe sequer a informação de que ela se nega a assumir a dívida de R$ 1,5 bilhão”, uma vez que, “após perícia contábil realizada, foi constatado que o empréstimo em questão não é de sua responsabilidade”. Eletrobras e Eletropaulo não quiseram se pronunciar.
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Que surpresas ainda existem no balanço da Copel?
19/07/2018A direção da Copel discute a revisão de todos os seus balanços dos últimos cinco anos. Sabe-se lá o que poderá sair dessa Caixa de Pandora. A distribuidora paranaense está na berlinda do mercado após “descobrir”, em uma investigação interna, que havia investido cerca de R$ 150 milhões em um empreendimento imobiliário em Osasco (SP). O desembolso, realizado em 2014, não constava dos balanços da empresa em 2015 e 2016.
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Liquigás tem novo rumo
6/07/2018
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Ratinho Jr. é um fator de risco para a Copel?
3/07/2018No mercado, a queda das ações da Copel é diretamente vinculada à ascensão de Ratinho Jr. nas pesquisas para o governo do Paraná. O filho do apresentador Ratinho e deputado estadual requereu à Assembleia Legislativa a suspensão do reajuste de 15% nas contas de luz já concedido à distribuidora. Resultado: em pouco mais de um mês, o valor de mercado da Copel caiu cerca de 15%. Nesse mesmo intervalo, Ratinho Jr. abriu seis pontos percentuais de vantagem para o segundo colocado Ratinho Jr. é um fator de risco para a Copel?nas pesquisas, Osmar Dias (32% a 26%).
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“Feriadão” eletrocuta leilão de distribuidoras
25/06/2018O Palácio do Planalto já perdeu as esperanças de o Congresso votar, nos próximos dias, o projeto de lei que viabiliza a venda das distribuidoras de energia da Eletrobras da Região Norte. A semana legislativa será curtíssima. Na última sexta-feira, em grupos de WhatsApp, deputados e senadores falavam abertamente em encerrar os trabalhos amanhã, por conta do jogo da seleção brasileira contra a Sérvia, na quarta-feira. O governo corre contra a má vontade do Congresso e o relógio. O primeiro leilão, da Amazônia Energia, está previsto para 26 de julho. No entanto, sem o projeto de lei, que prevê o pagamento de parte das dívidas das empresas com a criação de fundos setoriais, a licitação corre sério risco de ser cancelada por falta de candidatos.
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O lusco-fusco de Temer
22/06/2018Michel Temer, o presidente que “dominava” o Legislativo, corre sério risco de sofrer mais uma derrota no Congresso. A própria bancada do MDB, à frente o presidente do Senado, Eunício de Oliveira, trabalha para derrubar o projeto de lei que prevê o pagamento das dívidas das distribuidoras da Eletrobras no Norte com a criação de fundos setoriais e o repasse de parte dos valores para as contas de luz.
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Advent e Lojas Americanas disputam aquisição da BR Mania
20/06/2018Advent e Jorge Paulo Lemann, que concorreram à compra do Walmart Brasil, têm um novo duelo marcado no varejo brasileiro. Segundo o RR apurou, a gestora de private equity entrou na disputa pela aquisição da BR Mania, a rede de lojas de conveniência da BR Distribuidora. Seu principal oponente é a Lojas Americanas, do trio Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, que, segundo a mesma fonte, mantém conversações com a estatal há aproximadamente dois meses. A BR Mania é avalia- da em cerca de R$ 800 milhões. As negociações envolvem o spinoff da operação e a transferência de uma participação majoritária.
A BR Distribuidora permaneceria com parte do capital, além de assegurar, em contrato, a exclusividade na “hospedagem” da rede de conveniência: ou seja, o futuro controlador só poderá abrir novas lojas com a bandeira BR Mania em postos da estatal. O Advent ganhou o primeiro round, ao fechar a aquisição de 80% do Walmart Brasil, uma disputa que, a rigor, se encerrou antes do capitulo final. O 3G Capital – de Lemann e cia. – desistiu do negócio antes mesmo de apresentar uma proposta ao grupo varejista. Desta vez, no entanto, tudo indica que o duelo irá até o fim.
Advent e Americanas acenam com projetos distintos para a BR. A rede varejista mira a expansão da operação física, apostando na similitude de conceito com suas lojas compactas – a BR Mania seria uma espécie de Americanas Express dos postos de gasolina. Já o Advent teria como ponto cardeal do seu projeto a entrada da BR Mania no e-commerce. Os cortes de investimento da Petrobras e a demora da estatal em decidir o que faria com a BR – venda do controle ou IPO, como de fato ocorreu – afetaram o negócio de conveniência do grupo. A BR Mania perdeu musculatura. O desafio do novo controlador é reduzir a desproporcional diferença que a separa da am/pm, a marca de conveniência da Ipiranga. Mesmo com os dois mil postos de combustíveis a mais, a estatal tem cerca de 1,3 mil lojas em todo o país. São quase mil pontos de venda a menos do que a rede da Ipiranga – a am/pm ultrapassa a marca de 2,2 mil lojas.
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Ponto final
20/06/2018As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: CCR, Advent, Americanas, BR Distribuidora e Fleury.
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Privatização meia sola
14/06/2018No Palácio do Planalto, já se fala na hipótese de se licitar apenas duas das seis distribuidoras de energia penduradas na Eletrobras, a começar pela Cepisa, do Piauí. As demais ficariam para o futuro presidente, como mais um “legado” da era Temer.
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State Power descarrega bilhões para ser nº 1 do setor de geração
7/06/2018A venda da Eletropaulo para a Enel ainda reluz nas manchetes e já existe outra grande operação de M&A em gestação no setor elétrico. O RR apurou que a chinesa State Power Investment Corporation (SPIC) costura sua entrada no capital das usinas de Santo Antônio e de Jirau, dois dos maiores projetos hidrelétricos da Amazônia. No primeiro caso, o ingresso se daria com a compra da participação da Cemig (10%) e de parte das ações em poder de Furnas, detentora de 39%. A Eletrobras, por sinal, é o ponto de interseção entre as duas operações. A porta de entrada da SPIC em Jirau seria a aquisição de um naco das ações pertencentes à Chesf e à Eletrosul, que, juntas, detêm 40% da Energia Sustentável do Brasil, consórcio controlador da hidrelétrica.
Para atar todos esses fios societários, estima-se que o desembolso dos chineses ultrapasse os R$ 12 bilhões. Procuradas pelo RR, SPIC, Eletrobras e Cemig não quiseram se pronunciar. A operação parece feita sob medida para as circunstâncias e as pretensões de seus três protagonistas. A SPIC, que recentemente pagou R$ 7 bilhões para comprar a hidrelétrica de São Simão junto à Cemig, se tornaria o maior grupo privado de geração de energia do Brasil. A empresa passaria a ter em sua carteira um colar de usinas com capacidade de produção de mais nove mil MW, superando a franco-belga Engie e a conterrânea Three Gorges – hoje as duas principais empresas do segmento.
A Cemig, por sua vez, está no meio de uma tour de force para alienar ativos e reduzir sua alavancagem financeira. Desde o ano passado, busca um comprador para a sua participação na Usina de Santo Antônio. A operação também aliviaria o torniquete da Eletrobras. A venda de uma parcela das respectivas participações de Chesf, Eletrosul e Furnas nas duas hidrelétricas geraria caixa em um momento de notória fragilidade financeira do grupo.
O próprio governo enxerga a operação com bons olhos, mesmo porque, a esta altura, ninguém mais em Brasília acredita na venda das distribuidoras federalizadas e muito menos na privatização da Eletrobras. Ressalte-se ainda que não é de hoje que a Eletrobras tem reduzido gradativamente sua participação no segmento de geração de energia elétrica. Em 2011, a companhia era responsável por 36% da capacidade instalada no país; hoje, esse índice beira os 30%. E tende a cair. Na década passada, a Eletrobrás respondeu por 28% da expansão da geração no Brasil. De 2011 para cá, entrou apenas com 15% dos novos projetos.
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Casa de ferreiro
29/05/2018Segundo o RR apurou, as perdas acumuladas pela BR Distribuidora nos últimos dias devido à falta de combustível em seus postos já estariam na casa dos R$ 200 milhões. Isso para não falar do impacto da greve dos caminhoneiros sobre o seu valor de mercado: em sete dias, a ação caiu 15%.
Acervo RR
Casa de ferreiro
29/05/2018Segundo o RR apurou, as perdas acumuladas pela BR Distribuidora nos últimos dias devido à falta de combustível em seus postos já estariam na casa dos R$ 200 milhões. Isso para não falar do impacto da greve dos caminhoneiros sobre o seu valor de mercado: em sete dias, a ação caiu 15%.
Acervo RR
Blecaute
14/05/2018O alerta está aceso no Ministério de Minas e Energia: as audiências públicas para a venda das seis distribuidoras de energia já terminaram há dois meses e até agora nem sinal de anuência do TCU para os leilões.
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Blecaute
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State Grid põe mais voltagem na disputa pela Eletropaulo
30/04/2018O duelo pelo controle da Eletropaulo está prestes a sofrer uma reviravolta. O RR apurou que a State Grid entrou no páreo e prepara uma proposta de alta voltagem pela participação da AES na distribuidora paulista. Segundo uma fonte que participa das negociações, dirigentes dos dois grupos se reuniram na semana passada, em São Paulo.
Os chineses estão dispostos a oferecer, como ponto de partida, o equivalente a R$ 40 por ação. A se confirmar, a State Grid empurrará o duelo para um novo patamar. A cifra representa um considerável salto em relação ao lance mais alto colocado sobre a mesa até o momento: os R$ 32,20 por ação ofertados pela italiana Enel. A Neoenergia, outra candidata ao negócio, chegou a R$ 32,10. Significa dizer que, para efeito de tag along e posterior oferta pelo restante das ações da Eletropaulo em bolsa, os chineses estariam partindo de um valuation da ordem de R$ 6,8 bilhões.
A cifra é 23% superior ao valor de mercado da Eletropaulo no fechamento da última sexta-feira. Procuradas pelo RR, State Grid e AES Eletropaulo não quiseram se pronunciar. A iminente entrada em cena da State Grid esquenta o duelo pela Eletropaulo a pouco mais de duas semanas do leilão da participação da AES – previsto para 18 de maio, na B3. Ressalte-se que novas ofertas poderão ser apresentadas ao longo desse período. Até lá a CVM promete anunciar as regras para a competição. Há diversos questionamentos e interpretações cruzadas sobre as normas para uma competição desta natureza.
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Descarga elétrica
26/04/2018Segundo o RR apurou, a área jurídica da Eletrobras já recomendou à direção da estatal o lançamento contábil de quase R$ 2 bilhões em provisões por conta de um processo de arbitragem contra sócios de Belo Monte. A se confirmar, será um peso a mais no balanço da empresa, já pressionado pelo risco de perdas de R$ 20 bilhões em caso de liquidação das distribuidoras federalizadas.
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Lava Jato investiga as elétricas relações entre Aécio Neves e Sergio Andrade
19/04/2018Aécio Neves tem os dois pés muito bem fincados no setor elétrico. A Polícia Federal, que já vasculhou as relações heterodoxas entre Aécio e Furnas, agora está investigando denúncias do envolvimento não convencional do senador com a Cemig. As apurações passam obrigatoriamente pelo empresário Sérgio Andrade e pela associação entre a Andrade Gutierrez e a estatal mineira. A operação é a peça-chave do quebra-cabeças.
Há suspeitas de transferência de recursos da Cemig em benefício de Aécio a partir justamente da entrada da empreiteira no capital da distribuidora. Uma parcela do dinheiro teria sido destinada para financiar, irregularmente, campanhas eleitorais do senador e de aliados do PSDB. A Polícia Federal garimpa contratos com fornecedores e parcerias com terceiros realizadas pela Cemig entre 2009 e 2011 – não por coincidência, um ano antes e um depois do ingresso da construtora no seu capital. A PF investiga também outras pontas no relacionamento entre Aécio e Sergio Andrade.
É o caso da participação da Andrade Gutierrez no consórcio que ganhou a licitação para a construção da Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, em 2007. Delatores da Lava Jato já relataram o pagamento de propina a Aécio referente ao contrato de R$ 2 bilhões. No fim de 2009, a Andrade Gutierrez assumiu uma dívida de R$ 2,11 bilhões da AES com o BNDES. Em troca, recebeu dos norte-americanos o equivalente a 32,96% do capital votante da Cemig, ações que haviam sido dadas como garantia ao banco de fomento.
À época, Aécio Neves foi mais do que um entusiasta da associação. Usou toda a sua influência como governador de Minas Gerais para garantir o intrincado acordo e a presença da construtora no capital da distribuidora de energia. Para Aécio, tinha de ser a Andrade e ponto. A rigor, ressalte-se, o negócio só viria a se consumar efetivamente em junho de 2010, quando ele já havia se desincompatibilizado do cargo de governador para concorrer ao Senado.
No entanto, o acordo entre Andrade Gutierrez, AES e BNDES foi fechado em 22 de dezembro de 2009, quando Aécio ainda estava no governo. A operação transformou Sergio Andrade em um minoritário peso-pesado da distribuidora. Ele passou a ter voz não só na condução da estratégia de negócios da Cemig, mas em questões capitais como política de distribuição de dividendos, parcerias operacionais, contratos com terceiros. A dobradinha Aécio/Sergio Andrade se espraiava também sobre a Light, controlada pela estatal mineira. Uma fonte da distribuidora fluminense ligada a Jerson Kelman, que comandou a empresa entre março de 2010 e agosto de 2012, afirma que era perceptível a influência de Aécio junto a acionistas da companhia.
Kelman,B por sinal, deixou a presidência da Light por conta de divergências com executivos indicados pela Cemig e pelas tentativas da companhia mineira de interferir na gestão da controlada. O RR entrou em contato com os citados. A Polícia Federal informou que “não se manifesta sobre investigações em andamento”. A assessoria de Aécio Neves diz que “a entrada da Andrade Gutierrez como sócia da Cemig não guarda nenhuma relação com o governo de Minas e, por extensão, não guarda nenhuma relação com o senador”.
Ressalta também que “a Andrade Gutierrez comprou as ações da Cemig diretamente do BNDES. Foi, portanto, uma negociação com o governo federal, à época administrado pelo PT”. Ainda de acordo com a assessoria de Aécio, “Quando a Andrade Gutierrez se tornou sócia da Cemig (em junho de 2010), o senador não era mais sequer governador do estado (março de 2010). Portanto, não poderia ter qualquer relação com a operação”. A Cemig não quis se manifestar sobre o assunto. O RR fez também seguidas tentativas de contato com a Andrade Gutierrez até depois do horário estipulado para o fechamento desta edição. O último e-mail para a assessoria da construtora foi enviado às 19h08, seguido de um recado telefônico. No entanto, a empresa não retornou.
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Baixa voltagem
19/04/2018Não tem tempo bom para nenhuma das seis distribuidoras federalizadas pela Eletrobras. Mas, no governo, há um consenso de que a Ceron, de Rondônia, não sobrevive se a privatização não sair até o fi m do ano. A empresa carrega um passivo de quase R$ 2 bilhões. Só com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), sua dívida é de R$ 700 milhões. O curto-circuito da Ceron seria um desastre para a Eletrobras. Segundo o próprio balanço da holding, o custo de liquidação da distribuidora é superior a R$ 3,5 bilhões.
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O cabo de guerra da Eletropaulo
18/04/2018O leilão da Eletropaulo está frenético. Segunda maior acionista, atrás da BNDESPar, a AES passou o dia de ontem tentando elevar a oferta para a casa dos R$ 32 por ação, o que jogaria o valuation da empresa para próximo dos R$ 7 bilhões – até o fim da tarde, a proposta mais alta era da italiana Enel (R$ 28). Como forma de aditivar os lances, os norte-americanos garantem que a Eletropaulo tem um crédito de R$ 1,5 bilhão a receber da CTEEP, controlada pela colombiana Isa. No entanto, a Enel, assim como NeoEnergia e Energisa, também na disputa pela distribuidora, consideram o montante de difícil recebimento. A cobrança é um desdobramento do acordo firmado entre a Eletropaulo e a Eletrobras para o pagamento de uma dívida de R$ 1,5 bilhão – antecipado pelo RR na edição de 8 de fevereiro.
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Disputa pela Eletropaulo
9/04/2018A EDP Energia, leia-se a chinesa Three Gorges, promete botar fogo na disputa pela AES Eletropaulo. Segundo o RR apurou, a empresa prepara uma oferta superior à apresentada pela Energisa, da família Botelho, ou seja, acima de R$ 19,38 por ação. A avaliação da distribuidora paulista chegaria a R$ 2,5 bilhões. Consultada sobre a venda, a Eletropaulo diz que “não há decisão sobre o tema”.
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Ação em curto-circuito
4/04/2018Os investidores, ao que tudo indica, não estão levando muita fé na privatização das seis distribuidoras de energia penduradas na Eletrobras. Desde o início do mês, quando o governo anunciou a data do leilão(4 de maio), as ações da holding acumulam queda de 18%.
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Solução de emergência
28/03/2018Além de responsável pela modelagem do leilão, o BNDES poderá ter um segundo chapéu na venda das seis distribuidoras de energia federalizadas: financiador da operação. O clima no governo é de vai ou racha. O “racha”, neste caso, é um prejuízo de aproximadamente R$ 21 bilhões no balanço da Eletrobras caso o leilão fracasse e as distribuidoras sejam liquidadas.
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Todos os fios levam à State Grid
16/03/2018O interesse da GP na participação da AES na Eletropaulo não desperta simpatia no governo. A “torcida” em Brasília e – por que não dizer? – no BNDES, acionista da empresa, é toda pró-State Grid. Os chineses são fortes candidatos a entrar no capital da distribuidora paulista por meio do aumento de capital previsto para o fim deste mês, conforme antecipou o RR na edição de 8 de fevereiro. O governo vislumbra a operação como um prelúdio para a fusão entre a Eletropaulo e a CPFL, controlada pela State Grid, com um considerável reforço dos investimentos chineses no Brasil.
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O chinês da vez no setor elétrico
15/03/2018A privatização das distribuidoras federalizadas poderá ser a porta de entrada de mais um grande grupo chinês do setor elétrico no Brasil: a China Southern Power Grid. A empresa já atende a um “Brasil” inteiro: é responsável pela distribuição de energia a cerca de 230 milhões de chineses
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TCU é o fio desencapado na licitação das distribuidoras
13/03/2018O responsável pela área de desestatização do BNDES, Rodolfo Torres dos Santos, que trabalha diretamente vinculado a Paulo Rabello de Castro, não esconde sua apreensão nas reuniões de diretoria do banco. O motivo tem três letras: TCU. Na agência de fomento, há uma crescente percepção de que o Tribunal de Contas da União será um óbice à privatização das seis distribuidoras de energia federalizadas dentro do cronograma estabelecido pelo BNDES – a intenção do banco é lançar o edital ainda nesta semana e realizar o leilão em abril. Segundo o RR apurou, o TCU já teria sinalizado que exigirá mudanças no modelo de venda das concessionárias do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Piauí e Alagoas – o relator do processo é o ministro José Mucio Monteiro. A licitação das distribuidoras se enrosca com a privatização da própria holding. Há duas semanas, outro ministro do TCU, Vital do Rêgo, determinou a abertura de auditoria para avaliar a diluição do controle da estatal e também a decisão da assembleia de acionistas que autorizou a Eletrobras a assumir cerca de R$ 19 bilhões em dívidas das distribuidoras de energia. O temor do BNDES é que o TCU amarre de tal forma os dois processos que a licitação das seis concessionárias só seja permitida após autorização para a venda da Eletrobras. Qualquer engarrafamento no cronograma pode significar a própria implosão das empresas. Se não forem licitadas até julho, as distribuidoras serão liquidadas, o que obrigaria o governo a abrir uma concorrência apenas pelas concessões da distribuição de energia nos seis estados.
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Fio desencapado
7/03/2018O BNDES corre para deslanchar a venda das distribuidoras federalizadas até abril. Todos os editais foram aprovados pela diretoria do banco nesta semana. O próximo passo será uma apresentação a investidores, prevista para 19 de março.
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Um passivo a menos para a Eletrobras
22/02/2018O RR apurou que a Chesf vai abrir mão do direito de preferência sobre a participação da Abengoa na Manaus Transmissão, responsável pelo linhão de 600 km entre Amazonas e Pará. A Eletrobras quer distância dos espanhóis e dos seus papagaios financeiros. A estatal considera altíssimo o risco de ter de assumir dívidas das concessões dos espanhóis, que somam mais de R$ 1 bilhão. Consultada, a Chesf diz que ainda tem 60 dias para decidir se fica ou não na Manaus Transmissão. A Eletronorte, também acionista da empresa, já repassou seus diretos societários para a Eletrobras. Recentemente, a própria Eletronorte, por determinação da diretoria da Eletrobras, desistiu de ficar com 51% da Abengoa em outra concessionária, a Norte Brasil. Os minoritários da holding, já obrigados a engolir R$ 20 bilhões em dívidas das distribuidoras federalizadas, agradecem.
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Minoritários da Eletrobras abrem guerra contra a União
15/02/2018O samba da Eletrobras atravessou. O Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e seus assessores tiveram uma série de reuniões ao longo do Carnaval preparando-se para uma inevitável batalha jurídica. O governo tem informações de que minoritários da Eletrobras vão entrar na Justiça com o objetivo de anular a assembleia de acionistas realizada na última quinta-feira – quando foram aprovadas deliberações fundamentais para a privatização da empresa. Segundo o RR apurou, o grupo de insurretos é encabeçado pelo Banco Clássico, de Juca Abdalla, dono de 6,2% das ordinárias da companhia, e conta com a adesão de fundos internacionais.
Procurados, Eletrobras e Clássico não retornaram até o fechamento desta edição. O curto circuito gira em torno da decisão de que a Eletrobras assuma R$ 11 bilhões em dívidas das seis distribuidoras de energia federalizadas – valor, ressalte-se, que poderá pular para R$ 19 bilhões por conta de outras obrigações financeiras. Os minoritários alegam que a União não poderia ter votado na Assembleia, notadamente na matéria relacionada à transferência do passivo, por se tratar de parte interessada na questão.
No entendimento dos investidores, o acionista-mor, a União, empurrou para os minoritários dívidas de sua responsabilidade. O RR teve acesso à manifestação de voto do Fundo de Investimento em Ações Dinâmica Energia, administrado pelo Banco Clássico, contrário à transferência da dívida. O Fundo alerta que o passivo representa um valor “demasiadamente alto para que a Companhia dê continuidade às suas operações, ou seja, põe em risco a Eletrobras”.
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State Grid costura os fios da Eletropaulo e da CPFL
8/02/2018Imaginem uma corporação com um mercado praticamente cativo de 25 milhões de clientes, primazia em uma área equivalente a um terço do PIB nacional e um Ebitda de R$ 5 bilhões/ano… A State Grid está diante da oportunidade de criar um colosso do setor elétrico a partir da fusão da Eletropaulo com a CPFL, já controlada pelos chineses. A coreografia da operação vem sendo ensaiada cuidadosamente, em um balé que envolve outros protagonistas. A negociação passaria pelo pagamento da dívida da Eletropaulo com a Eletrobras, no valor aproximado de R$ 2,8 bilhões. A AES, dona da distribuidora paulista, reconheceria o passivo em balanço e convocaria um aumento de capital para recompor o patrimônio da empresa. Os norte-americanos e o BNDES, acionista da Eletropaulo com 16%, não atenderiam à chamada. Seria a deixa para os chineses saírem da coxia.
A State Grid subiria ao palco para subscrever os papéis e assumir o controle da Eletropaulo. O ato seguinte seria o fechamento de capital da empresa e a posterior fusão com a CPFL. Segundo o RR apurou, o primeiro movimento já foi dado. A AES apresentou uma proposta à Eletrobras para o pagamento da dívida com deságio de 50%. Do total de R$ 1,4 bilhão, R$ 700 milhões seriam quitados à vista e o restante dividido em 10 parcelas de R$ 70 milhões, corrigidos por CDI mais 1,5%. Uma vez fechado o acordo, toda a sequência de passos seria executada.
A operação permitiria ao BNDES e à AES deixar a Eletropaulo sem ter de aportar mais capital na empresa, condição sine qua non para o pagamento do passivo com a Eletrobras. Não é de hoje que os norte-americanos emitem sinais de que seu futuro no Brasil passa ao largo da Eletropaulo. Em demonstrações financeiras publicadas no ano passado, a matriz mencionou a hipótese de reduzir sua exposição em distribuição de energia no Brasil. Consultada, a AES Eletropaulo não se pronunciou sobre a possibilidade de venda do controle.
Em relação à Eletrobras, disse que ainda está discutindo um acordo, conforme divulgado em Fato Relevante. A State Grid não quis se manifestar. A operação já teria as bênçãos do Olimpo. O avanço da State Grid sobre a Eletropaulo é visto com bons olhos no Palácio do Planalto. Os planos do grupo para o país extrapolam o setor elétrico e se cruzam com as próprias relações bilaterais entre Brasil e China. A State Grid já investiu mais de R$ 40 bilhões no país – R$ 25 bilhões apenas na compra da CPFL, entre o valor pago aos controladores e a recompra das ações em mercado. O projeto do grupo para o Brasil passa não só pela expansão dos ativos nas áreas de geração e distribuição. A State Grid pretende trazer de arrasto para o país toda uma cadeia de fornecedores de equipamentos e serviços.
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Credores caçam as contas de João Lyra no exterior
5/02/2018Os credores da Laginha Agro Industrial, a finada holding de João Lyra, estão com a faca entre os dentes diante da revelação da Justiça de que o usineiro mantém contas secretas naquele país. Bancos e fornecedores vão solicitar à Justiça brasileira o bloqueio de recursos do empresário no exterior para cobrir as dívidas deixadas pela Laginha. O passivo total é de mais de R$ 2 bilhões. Lyra, não custa lembrar, também está na mira da Lava Jato, que investiga possíveis irregularidades em empréstimos feitos pela BR Distribuidora às suas usinas, com a intermediação do senador Fernando Collor.
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Raízen abastece em pequenos postos
2/02/2018A Raízen pretende comer market share no setor de combustíveis pelas bordas do prato. A dobradinha Cosan e Shell vai partir para aquisição de rede de postos regionais. O principal nome na alça de mira é a gaúcha Charrua, que reúne cerca de 250 estabelecimentos no Sul do país. A empresa tem uma participação modesta no bolo nacional – algo como 0,7% da venda de combustíveis. No entanto, concentra uma fatia nada desprezível de quase 10% do mercado gaúcho. A Raízen considera o timing favorável para a investida, pelas circunstâncias que cercam seus concorrentes. A BR Distribuidora reorganiza a casa após seu IPO; e a Ipiranga apruma sua estratégia após a frustrada tentativa de aquisição da Ale. Em tempo: ao olhar para a Charrua, a Raízen talvez não esteja enxergando apenas uma, mas três portas entreabertas. A companhia gaúcha é um istmo que leva a outras duas redes, a também gaúcha Megapetro e a paranaense Potencial, com as quais montou uma joint venture na área de logística de combustíveis.
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Legado
1/02/2018Antes de sair do cargo, em abril, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, pretende deixar engatilhada a privatização de pelo menos duas das seis distribuidoras federalizadas pela Eletrobras. Cepisa (Piauí) e Ceal (Alagoas) são consideradas as mais arrumadinhas – ou as menos bagunçadas – para a venda.
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Imbróglio com Eletrobras ameaça redução da dívida da Eletropaulo
1/02/2018A direção da Eletropaulo já trabalha com o pior cenário. Por “pior cenário” entenda-se o adiamento da emissão de ações para o segundo semestre e, consequentemente, uma recaída no processo de redução do nível de alavancagem. Segundo o RR apurou, sem a oferta de capital, destinada, sobretudo, à amortização do passivo, a relação dívida líquida/ebitda poderá se reaproximar do patamar de três para um, onde estava há pouco mais de um ano.
Esse índice se encontra hoje na faixa de 2,5 vezes. As cláusulas de emissão de seus bonds estipulam como teto um nível de alavancagem de 3,5 vezes. Caso esse limite seja rompido por dois trimestres seguidos, os credores podem solicitar o pagamento antecipado da dívida. Consultada sobre o passivo, a Eletrobras diz não “comentar dados prospectivos”. Com relação à emissão de ações, afirmou, em Fato Relevante, que “avalia a possibilidade”, sem “definição sobre estrutura e volume”.
O nó górdio da Eletropaulo é o contencioso com a Eletrobras, responsável pelo adiamento da oferta de ações que estava engatilhada. Intramuros, os norte-americanos da AES, controladora da distribuidora paulista, consideram pouco provável que o im- passe com a estatal seja equacionado antes de junho. As negociações voltaram praticamente à estaca zero devido a discordâncias quanto ao valor do passivo, que oscila entre R$ 2 bilhões, nas contas da Eletropaulo, e R$ 2,8 bilhões, nos cálculos da Eletrobras.
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BR Distribuidora desperta de sua hibernação
16/01/2018Após virar a página do IPO da BR Distribuidora, Pedro Parente tem duas preocupações mais agudas em relação à estatal: recuperar o terreno perdido na distribuição de combustíveis e reforçar a blindagem na estrutura de compliance da subsidiária, tantas vezes vazada no passado recente. Contra a primeira moléstia, o receituário prescreve cerca de R$ 2,5 bilhões. É o volume de investimentos previstos para a BR ao longo dos próximos quatros anos. A meta é chegar a dez mil postos até 2021 – o número hoje gira em torno dos oito mil. As medidas incluem ainda um banho de loja na BR Mania, com mudanças no layout e no portfólio de serviços.
Consultada, a BR informou que não pode passar informações “que não constam do formulário de referência registrado na CVM“. Seja devido à Lava Jato e ao seu impacto sobre a capacidade de investimento da Petrobras, seja por conta das idas e vindas que cercaram o IPO da BR, a empresa entrou em hibernação nos últimos anos. O prejuízo a ser tirado não é pequeno. De 2012 para cá, a participação da estatal nas vendas de derivados de petróleo caiu de 40% para cerca de 35%.
Cada ponto percentual significa algo como R$ 2,5 bilhões em receita. A concorrência, notadamente Ipiranga e Raízen, agradece. Ao mesmo tempo, Parente carrega a ideia fixa de que a BR precisa apertar ainda mais as porcas e parafusos do compliance, sobretudo agora que responde às liturgias de uma empresa de capital aberto. Assim como a nave-mãe, a subsidiária serviu de esconderijo para ratos e insetos das mais diversas espécies. O episódio mais controverso envolve o suposto esquema para a compra irregular de etanol comandado pelo diretor da BR nos anos 90 João Augusto Henriques, apontado pela Justiça como operador do PMDB. Segundo as investigações, o próprio presidente Michel Temer, à época congressista, teria sido o responsável pela ida de Henriques para a BR, beneficiando-se posteriormente dos dividendos gerados por tal nomeação.
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“Rebelião societária” atrasa planos da Cemig
16/01/2018A direção da Cemig está com os nervos à flor da pele. A estatal mineira teme que a ofensiva dos acionistas minoritários da Renova Energia inviabilize a venda da sua participação na empresa – operação visceral para a redução de sua dívida. A Brookfield já se dispôs a fazer um aporte de capital de R$ 1,4 bilhão, que diluiria a participação da Cemig. No entanto, fundos acionistas da Renova entendem que o modelo seria uma aquisição direta da participação da distribuidora mineira travestida de capitalização. Por isso, exigem o tag along, com a extensão da proposta a todos os acionistas. Investidores ameaçam, inclusive, entrar na Justiça para barrar a operação. A Brookfield tem todo o interesse em fechar o negócio o quanto antes, mas desde que não tenha de pagar mais pelo ativo. A Cemig, dona de casa, que trate de conter os insatisfeitos para garantir o acordo.
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Pule de dez
8/01/2018Na própria Eletrobras, a Equatorial Energia é tratada como candidata n. 1 à compra das distribuidoras Cepisa (Piauí) e Ceal (Alagoas). A companhia monitora minuto a minuto os números das duas estatais.
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Nos labirintos societários da Cemig
4/01/2018Dez entre dez mesas de operação do mercado apostam que o Banco Clássico, de Juca Abdalla, teria sido um dos principais compradores das ações da Cemig leiloadas pela Andrade Gutierrez ao apagar das luzes de 2017. No total, a empreiteira vendeu 12,6% da distribuidora mineira, o último quinhão de uma participação que chegou a ser de 33% – época em que Sergio Andrade e Aécio Neves fizeram a Cemig de gato e sapato. Em outubro, surgiram rumores de que o Clássico também havia adquirido papéis da estatal em poder da Andrade Gutierrez. A última informação oficial dá conta que o banco detém 8,27% da empresa. Ressalte-se que o banqueiro Juca Abdalla é também um dos maiores acionistas individuais da Eletrobras.
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Baixa voltagem
4/01/2018Após deixar a Celesc, a Previ planeja se desfazer das suas participações nas distribuidoras Coelba e Cosern. Permaneceria apenas no capital da controladora das duas empresas, a NeoEnergia. Por enquanto…
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Cabe mais
3/01/2018A direção da Petrobras já discute uma oferta adicional de ações da BR Distribuidora para o primeiro semestre de 2018. Os ventos sopram a favor. A demanda no IPO da estatal, em dezembro, chegou a duas vezes e meia o total de papéis negociados. Além disso, ainda há um bom lastro para a Petrobras vender ações da subsidiária sem mexer no controle: mesmo após o IPO, a holding manteve 71% do capital.
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Total quer abastecer a operação brasileira nos postos da Ale
19/12/2017No momento em que a BR Distribuidora retorna à bolsa, outra chama reacende no mercado de distribuição de combustíveis. Segundo o RR apurou, a francesa Total retomou, com interesse redobrado, o projeto de entrar no comércio retalhista no Brasil, por meio de aquisições. Neste caso, todos os caminhos parecem apontar numa só direção: a Ale. A empresa tornou-se um balão solto nos céus depois que o Cade vetou sua venda para o Ultra/Ipiranga. Um cobiçado balão, ressalte-se. Graças ao órgão antitruste, a Ale segue como a última distribuidora de combustíveis de porte nacional ainda não fisgada pelas big three do setor – BR, Ipiranga e Raízen. A companhia detém cerca de dois mil postos e aproximadamente 5% das vendas de combustíveis no país, o suficiente para lhe dar uma receita de R$ 12 bilhões no ano passado. Nos idos de 2013, a Total chegou a manter tratativas com a Ale, mas as conversas ficaram pelo acostamento. A entrada no setor retalhista daria aos franceses uma operação integrada no Brasil, da exploração e produção à distribuição de combustíveis, passando pela área de refino e pelo desenvolvimento de derivados, notadamente lubrificantes. Consultada sobre uma eventual negociação, a Ale não disse nem que sim nem que não. Declarou que “segue focada em seu novo plano de crescimento”. A Total não se pronunciou.
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Drones sob vigilância
14/12/2017O anunciado desembarque no Brasil da chinesa DJI, uma das maiores fabricantes e distribuidoras de drones do mundo, tem sido acompanhado de perto pelas Forças Armadas. Há uma especial mobilização na área de Defesa para se evitar a venda indiscriminada deste tipo de equipamento. O motivo é o crescente uso do aparelho pelo crime organizado, notadamente no tráfi co e no contrabando. Ressalte-se que o Brasil demorou a ter uma regulamentação para a comercialização e utilização de drones, só aprovada pela Anac em maio deste ano – ver RR edição de 19 de abril.
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Luz acesa
11/12/2017
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De olho na Copergás
1/12/2017
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Privatização da Cesp ganha nova voltagem
24/11/2017Geraldo Alckmin estaria perto de selar um acordo com o governo federal para estender o prazo de concessão da hidrelétrica de Porto Primavera, de 2028 para 2048. Trata-se de uma medida determinante para deslanchar a privatização da Cesp – a usina é o grande ativo da estatal. A prorrogação da licença é tratada como um bom negócio para as duas partes. Pelo acordo que está sendo alinhavado, em caso de venda da distribuidora, o governo federal receberá uma parcela do valor de outorga proporcional aos 20 anos adicionais da concessão. Por sua vez, ao emplacar a privatização, o pré-candidato à Presidência Geraldo Alckmin reforçará seu prestígio com o empresariado paulista, com quem tem um amálgama natural.
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Parente prepara o descarrego da Braskem
22/11/2017O presidente da Petrobras, Pedro Parente, bate todo o dia na madeira e repete a ladainha: pé de pato, mangalô, três vezes. Parente pensa na umbanda, na Bahia e na petroquímica. Pensa, sobretudo, em como se livrar da Braskem. O executivo tem dez milhões de motivos para querer bem longe a companhia monopolista da petroquímica brasileira: as enroscadas negociações do preço da nafta, nas quais a estatal, sócia da Braskem, acaba quase sempre se dando mal; o risco Odebrecht, intrínseco ao negócio; a expectativa de resultados financeiros cadentes da empresa; e, principalmente, a necessária desmobilização de ativos da Petrobras. Os 47% que a estatal detém na Braskem podem valer mais do que a abertura de capital da BR Distribuidora.
Há ainda outra vantagem em relação ao underwriting da subsidiária: a companhia pularia fora por inteiro da petroquímica, que tem um histórico repleto de nebulosas transações. O Ministério Público denunciou perdas de R$ 6 bilhões da Petrobras em tenebrosos contratos de venda da nafta para a Braskem, no período de 2009 a 2014. O presidente da petroquímica, Carlos Fadigas, disse que se tratava de uma alucinação. Não fosse por uma delação premiada, estaria mofando na prisão. Eparrei, minha mãe Yansã. O medo, contudo, generalizou-se.
A Itaúsa, holding da família Setubal, e a Dow Chemical, grupos que demonstraram interesse, pularam fora antes mesmo das controladoras, Petrobras e Odebrecht, definirem a modelagem da venda. A Shell também foi cogitada e fingiu-se de morta. Os sócios da petroquímica depositam sua esperança em uma operação complexa de abertura do capital na NYSE e transferência da sede para os EUA.
A engenhosa tacada, a cargo do Santander, permitiria a redução dos riscos Brasil e Odebrecht, com consequente destravamento do preço da companhia, dando porta de saída para os controladores – pelo menos a Petrobras – com a pulverização das ações. Mas até mesmo o banco espanhol, bastante empenhado em faturar sua comissão, sabe que é uma pedreira exportar o centro de decisão de um monopólio, cuja existência se deve em grande parte a largos favorecimentos estatais. Some-se a isso o fato de a Braskem sofrer as agruras de um acordo de leniência que pode ser suspenso a qualquer momento pela miríade de órgãos fiscalizadores e reguladores envolvidos, Ministério Público, TCU, AGU, PGR. Por enquanto, Parente, com seus rasos e ouriçados fios de cabelos, faz até mais do que pode. Resta observar o horizonte, de onde provem o tam-tam dos atabaques no terreiro da Odebrecht. Valei-me, meu santo Atotô Obaluaê.
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MP mapeia os caminhos entre Andrade Gutierrez e Regis Fichtner
8/11/2017A delação do marqueteiro Renato Pereira ainda vai render. Virão à tona as relações perigosas da Andrade Gutierrez com Regis Fichtner, secretário da Casa Civil do Rio de Janeiro durante o governo de Sérgio Cabral. A colaboração entre ambos ia além das prebendas para lá, caixa dois para cá.
De acordo com a delação de Pereira, sua prestação de serviços a Sergio Andrade era interestadual, com uma ponte para Minas Gerais. Do lado das Alterosas estavam Aécio Neves e Andrea Neves, fregueses contumazes da Andrade Gutierrez. Nessa trama, entram, por exemplo, as investigações sobre o suposto pagamento de propina à empreiteira na construção da Cidade Administrativa, uma das obras mais caras do governo de Aécio – aproximadamente R$ 2 bilhões.
Na procuradoria Sergio Andrade e Regis Fichtner são apontados como pertencentes à “turma do teflon”. Até agora pouca coisa grudou nos dois. Não é por falta de gordura na frigideira. A Andrade Gutierrez já fechou acordo de leniência. Fichtner, por sua vez, foi citado em depoimento de Luiz Carlos Bezerra, apontado como um dos operadores do esquema de Cabral.
Ele afirmou à Justiça ter levado pessoalmente ao ex-secretário dinheiro vivo fruto de propina. A imprensa já noticiou, inclusive, que o próprio Fichtner estaria negociando sua delação, o que, por ora, não se confirmou. Fichtner estava na Casa Civil quando a Andrade Gutierrez participou das obras do Maracanã.
No mesmo período, em 2010, a Cemig, da qual a empreiteira é sócia, aumentou sua participação na Light. Inicialmente, Sérgio Cabral era contrário à hipótese da estatal mineira amplificar seu poder na distribuidora fluminense. Fichtner foi convocado para aparar as arestas. A conta do acerto teria ido para a Andrade Gutierrez. A companhia agiu ainda em consórcio com duas empreiteiras carimbadas no governo Cabral: Carioca e Delta. Segundo o RR apurou, Renato Pereira disse que a articulação e montagem jurídica dos consórcios ficava, na surdina, a cargo de Fichtner. Procurados pelo RR, a Andrade Gutierrez, Regis Fichtner e o Ministério Público Federal não se pronunciaram.
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Plano de saúde
23/10/2017Em negociações com o Ministério Público Federal para fechar um acordo de delação, o ex-secretário de Saúde do governo Cabral, Sérgio Côrtes, promete escancarar as vísceras do PMDB no Rio de Janeiro. Côrtes tem revelado detalhes de um esquema para a compra de vacinas, medicamentos e próteses, com capilaridade em dezenas de municípios do Rio de Janeiro. A operação envolveria distribuidoras de artigos hospitalares no Brasil e no exterior e, não poderia faltar, doleiros – espécie onipresente no ecossistema da Lava Jato. Segundo investigações do MPF, parte dos recursos públicos desviados teria sido utilizada para financiar a reeleição de Sérgio Cabral ao governo do Rio, em 2010, e candidaturas do PMDB a prefeituras no estado do Rio em 2012. Além, claro, de deixar muita gente rica.
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Rubens Ometto empurra a Comgás na direção da Gas Brasiliano
20/10/2017Rubens Ometto enxerga a compra da participação da Shell na Comgás, sacramentada na última semana, como um rito de passagem para um projeto maior. Após assumir, sozinho, o controle da distribuidora, até então compartilhado entre a Cosan e os anglo-holandeses, Ometto está empenhado em costurar a fusão da empresa com a Gas Brasiliano. A operação passa pela Petrobras e pela Mitsui, donas, respectivamente, de 51% e 49% da Gaspetro.
Esta, por sua vez, é a controladora da Gas Brasiliano. A condução do negócio requer dois requisitos que Ometto tem de sobra: musculatura financeira e boa circulação entre as veias e artérias do Poder, neste caso não apenas no governo federal, por conta da Petrobras, mas, sobretudo, na esfera estadual. A associação entre as duas distribuidoras de gás teria de passar pelo crivo da Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo (Artesp). Trata-se de um projeto acalentado por Rubens Ometto desde 2012, quando a Cosan, sua empresa, entrou no capital da Comgás. No entanto, a Shell sempre foi um entrave a qualquer investida neste sentido. Como já havia sido em relação a sua sócia anterior na Comgás, a BG, que também chegou a estudar a associação com a Gas Brasiliano.
Para os três protagonistas da operação, a associação entre as duas concessionárias faz todo o sentido estratégico. Cosan, Petrobras e Mitsui passariam a dividir o controle do maior cinturão de distribuição de gás do país, uma empresa que teria sob o seu guarda-chuva mais de 40 milhões de consumidores, ou quase 90% da população de São Paulo. A dobradinha Comgás e Gas Brasiliano seria responsável pela distribuição de quase 50% do gás natural comercializado no país. Juntas, formariam ainda uma companhia com mais de R$ 6 bilhões em receita e um Ebitda da ordem de R$ 2 bilhões, a números de 2016. No seu caso específico, a Petrobras liberaria ainda mais recursos de seu apertado orçamento para investir em atividades do seu core business.
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Baixa voltagem
20/10/2017Uma medida do curto circuito financeiro das distribuidoras que serão vendidas pela Eletrobras por um valor simbólico: só a Amazonas Energia e a Ceron, de Rondônia, precisam de aportes próximos de R$ 1 bilhão.
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Fantasmas do passado despertam na BR
19/10/2017A abertura dos guardados da BR Distribuidora vai revelar pequenas e grandes pilantragens. Uma delas chega a ser divertida. Uma companhia aérea, a Pop Airlines, procurou a BR para obter querosene de aviação. A empresa foi devidamente analisada e seu pleito autorizado. A BR, então, aprovou uma linha de financiamento de R$ 10 milhões no Bradesco para a Pop. Passado um tempo verificou-se que a empresa aérea não existia. E os recursos liberados haviam sido sacados, sabe-se lá por quem. O processo ainda se encontra em aberto na BR. E a Pop deve andar voando por aí.
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Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa
19/10/2017Se é por estratégia comercial, excesso de rigor ou , pouco importa, o fato é que a decisão da Petrobras de não vender gás para a Âmbar, térmica da J&F Investimentos, está custando caro ao consumidor. Na semana passada, a Aneel, autorizou a entrada em operação da térmica de Araucária ao custo de R$ 636 o megawatt/hora (MWh) – a petroleira, por sinal, é sócia da usina, com 20%. Está longe de ser o pior dos casos.
O Custo Marginal de Operação (CMO) do sistema chegou a R$ 860,84 o MWh. Ou seja: todas as termelétricas que trabalhem até este preço podem ser ligadas. Enquanto isso, a térmica da Âmbar em Cuiabá, que tem um custo de produção bem inferior, de R$ 511, está parada por falta de gás desde que a Petrobras rompeu unilateralmente o contrato de fornecimento do insumo, em junho. Procurada, a estatal reafirmou a versão de que suspendeu o acordo por “violação de cláusula contratual que trata da legislação anticorrupção”.
Estima-se que a interrupção da usina custe cerca de R$ 60 milhões por semana ao Sistema Interligado Nacional. Ou 1% a menos nos reservatórios de água das hidrelétricas do Sudeste – o que não é pouca coisa. A conta já começa a parar onde sempre para. Na última terça-feira, quatro distribuidoras de energia anunciaram em bloco o reajuste de suas tarifas. Os maiores aumentos médios vieram da EDP São Paulo e CPFL Piratininga, respectivamente, de 24,3% e 17,2%.
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Acerto de contas
18/10/2017O relatório do UBS avaliando a BR Distribuidora em R$ 29 bilhões foi uma ducha de água fria para a Petrobras. Por ora, as simulações feitas pela companhia projetam um valuation superior a R$ 35 milhões. Não chega a ser uma diferença abissal, mas talvez, a contragosto, a estatal tenha de calibrar suas pretensões.
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Pneu queimado
18/10/2017O empresário Eduardo Souza Ramos, sócio da Mitsubishi no Brasil, quer ter a própria montadora japonesa no capital da MMC Automóveis, fabricante e distribuidora da marca no país. A porta de entrada seria a compra da participação de André Esteves e outros acionistas do BTG, em torno de 25%. O problema é convencer os japoneses a embarcar no negócio no momento em que a empresa está maculada pela Operação Zelotes – dois de seus executivos foram condenados por pagamento de propina a conselheiros do Carf.
Acervo RR
Pneu queimado
18/10/2017O empresário Eduardo Souza Ramos, sócio da Mitsubishi no Brasil, quer ter a própria montadora japonesa no capital da MMC Automóveis, fabricante e distribuidora da marca no país. A porta de entrada seria a compra da participação de André Esteves e outros acionistas do BTG, em torno de 25%. O problema é convencer os japoneses a embarcar no negócio no momento em que a empresa está maculada pela Operação Zelotes – dois de seus executivos foram condenados por pagamento de propina a conselheiros do Carf.
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BR Insurance luta para evitar o próprio sinistro
5/10/2017A BR Insurance nasceu com a pretensão de ser uma das maiores distribuidoras de seguros do Brasil. Hoje, tenta garantir uma apólice de vida para si própria. Os principais acionistas, à frente Edgar Safdié, filho do banqueiro Edmond Safdié, estariam à procura de um comprador para a companhia – criada em 2010 a partir da fusão de quase três dezenas de corretoras de seguros. Segundo o RR apurou, Pátria Investimentos e o norte-americano Carlyle chegaram a manter interlocução com os acionistas da empresa. No entanto, as conversas não avançaram. E como haveriam de avançar em meio à atual situação da companhia?
A BR Insurance chacoalha entre disputas societárias e as graves denúncias que pesam contra Safdié. No final de agosto, minoritários da BR Insurance, entre os quais fundos de pensão canadenses e uma gestora britânica, registraram uma denúncia judicial contra os acionistas controladores, acusando-os de gestão fraudulenta e estelionato. Não vão parar no primeiro tiro. De acordo com a fonte do RR, pretendem pedir à Justiça e à CVM o afastamento dos administradores indicados por Safdié e seu sócio Marcelo Faria de Lima – ambos detêm 35% da BR Insurance. Para isso contam com o apoio de uma parcela dos corretores que participam do capital, com 26%. Procurada pelo RR, a empresa não se pronunciou.
As acusações contra Edgar Safdié se cruzam com o escândalo que abalou o governo Temer. A Polícia Federal investiga a suposta participação do empresário no esquema de propina envolvendo a JBS e o deputado Rodrigo Rocha Loures. Seria ele o personagem citado no questionário de 82 perguntas enviado pela PF ao presidente Michel Temer em junho, – “Vossa Excelência tem alguém chamado ‘Edgard’ no universo de pessoas com quem se relaciona com certa proximidade?”
Edgar Safdié nega ser o “Edgard” a quem Rocha Loures se referia, nos grampos da JBS, como “homem de confiança do presidente”. O que o filho de Edmond Safdié não pode negar é a crise que ameaça o futuro da BR Insurance. A empresa, que captou R$ 645 milhões em seu IPO, em 2010, desandou. Nos últimos dois anos, teve um prejuízo acumulado de mais de R$ 200 milhões. A receita caiu 30% em 2016. A ação da BR Insurance chegou a valer R$ 477; hoje, não passa dos R$ 16. Fosse em outros tempos, Edgar daria uma passadinha na sala do general Golbery do Couto e Silva, diretor do Banco Cidade de São Paulo, do seu “papi”. Se Golbery não quisesse dar uma mão, andaria um pouquinho mais até a sala do Brigadeiro Delio Jardim de Matos, também diretor. E assim por diante. Época boa.
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Contagem regressiva
5/09/2017A Petrobras trabalha para lançar o prospecto do IPO da BR Distribuidora na primeira semana de outubro.
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Fio desencapado
16/08/2017A inadimplência corrói o valuation da Light. Segundo om RR apurou, a italiana Enel está recalculando a proposta que pretende encaminhar à Cemig, com base no salto das contas em atraso da distribuidora fluminense. No último trimestre, o nível de inadimplência chegou a 3,1%, o dobro do índice registrado em junho de 2016.
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Ipiranga vs. Ministério Público
14/08/2017Na semana passada, a Ipiranga rejeitou a proposta de multa apresentada pelo Ministério Público do Rio como compensação de danos causados pela adição indevida de metanol em etanol em postos da empresa – a irregularidade foi flagrada pela ANP no fim de 2016. Ao recusar o acordo e o pagamento de aproximadamente R$ 300 milhões, a companhia apostou na tese de que é grande demais para ser cassada. Em suas alegações, afirmou que a suspensão do seu cadastro estadual, solicitado pelo MP-RJ, provocaria o desabastecimento de combustíveis no Rio. O Ministério Público, no entanto, não deve engolir a argumentação. A Ipiranga responde por aproximadamente 20% do fornecimento do estado, algo que, numa situação extrema, poderia ser suprido pelas oito distribuidoras que operam no Rio.
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Cinturão nordestino
10/08/2017A Equatorial Energia surge como um forte candidato à compra das distribuidoras do Piauí (Cepisa) e de Alagoas (Ceal), que deverão ser privatizadas pela Eletrobras ainda neste ano. Logo ali “ao lado”, a Equatorial controla a maranhense Cemar.
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João Lyra duela com credores, herdeiros e a Lava Jato
2/08/2017Aos 86 anos, o usineiro e ex-deputado João Lyra mostra fôlego para evitar as armadilhas que surgem em seu caminho – venham elas de Curitiba, onde sua relação com Fernando Collor e a BR Distribuidora é escarafunchada, ou da Comarca de Coruripe (AL). É lá que se arrasta o processo de falência de seu antigo império sucroalcooleiro, que vive novos e decisivos capítulos nesta semana. Lyra e seus herdeiros tentam brecar na Justiça o leilão de ativos da massa falida da Laginha Agro Industrial, que teve início no último dia 26 e se estende até a próxima sexta-feira. Trata-se de um momento chave desta epopeia “sucro-judicial”.
Nove anos após o pedido de recuperação, os 14 mil funcionários e centenas de fornecedores e bancos credores não receberam um centavo sequer. O leilão é a primeira possibilidade concreta de pagamento de parte dos R$ 2 bilhões em dívidas. O primeiro tiro contra os credores errou o alvo: na última quarta-feira, um dos filhos do empresário, Antonio José Pereira Lyra, entrou com um pedido de suspensão do leilão, negado pelo desembargador Tutmés Airan de Albuquerque Melo, do TJ-AL.
Os Lyra, no entanto, não desistem tão facilmente. Segundo o RR apurou, os advogados do próprio patriarca também estariam se movimentando para suspender os efeitos do leilão, no qual são ofertados o terreno e o imóvel onde funcionava a sede do grupo, em Maceió, além de um apartamento e um imóvel comercial. Ressalte-se que João Lyra e seus herdeiros correm em raias separadas. Duelam com os credores tanto quanto digladiam entre si. Os filhos já entraram na Justiça com um pedido de interdição do pai.
O expediente lhes daria a possibilidade de assumir o mando dos ativos no caso de uma eventual transformação da falência em recuperação judicial – em fevereiro, Lyra impetrou recurso no STJ pleiteando esta reversão. Não obstante a dívida da Laginha, sempre dá para extrair algum caldo de um patrimônio avaliado em R$ 1,9 bilhão. Curiosamente, por mais dolorosa que seja, sob certo aspecto esta disputa consanguínea é conveniente para o clã. A família deve, não nega, mas, enquanto briga, ganha tempo e preserva o patrimônio congelado.
O RR fez seguidas tentativas de contato com os advogados de João Lyra, por telefone e e-mail, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. João Lyra centra suas atenções na Justiça alagoana, sem tirar o olho da Lava Jato, uma ameaça cada vez mais presente. Em março, a Polícia Federal concluiu as investigações em torno de pagamentos e empréstimos de R$ 7,2 milhões feitos pela BR à Laginha, com a suposta interferência do senador Fernando Collor. Segundo a PF, há indícios de irregularidades no repasse dos recursos. O caso agora está na PGR
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Ipiranga de tanque cheio
1/08/2017O aumento do PIS/Cofins poderá funcionar como um combustível extra para os resultados da Ipiranga no terceiro trimestre. Segundo o RR apurou, a empresa do Grupo Ultra tem fôlego para segurar seus preços até outubro, sem o repasse do reajuste tributário ao consumidor. A folga se deve aos elevados estoques acumulados pela Ipiranga nos últimos três meses por meio de uma intensa política de importações. Má notícia especialmente para a BR Distribuidora, que trabalha com estoques baixos e, nos últimos meses, perdeu mercado para a bandeira do Ultra.
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Um novo CFO para a BR
31/07/2017A Petrobras vai anunciar nos próximos dias a contratação de um novo CFO para a BR Distribuidora, que chegará com a missão de conduzir a oferta de ações da empresa.
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Governo do Rio afasta o risco de “pane seca” na segurança pública
27/07/2017Uma notícia positiva em meio ao caos da segurança pública no Rio: não vai faltar gasolina para patrulhinhas e camburões. O governo do estado firmou um acordo com a BR Distribuidora para quitar uma dívida de R$ 27 milhões referente ao fornecimento de combustível para viaturas e aeronaves das Polícias Militar e Civil. De acordo com uma fonte da Secretaria de Fazenda do Rio, o pagamento se dará por meio de compensação fiscal, leia-se o abatimento de ICMS, no âmbito da Lei no 7.267/17. O passivo será saldado em 18 parcelas mensais até dezembro de 2018. Consultado pelo RR, o governo do Rio confirmou o acordo.
A BR, por sua vez, não quis comentar o assunto. O acordo afasta a ameaça de uma pane seca nos órgãos de segurança pública do Rio. No ano passado, o estado chegou a ficar mais de três meses sem pagar pelo combustível fornecido pela BR – como informou o RR na edição de 21 de outubro de 2016. Conforme prevê a Lei no 8.666, a companhia tem a prerrogativa de suspender a distribuição após 90 dias de inadimplência.
Ressalte-se que o acerto entre a subsidiária da Petrobras e o governo do Rio vai zerar as dívidas em aberto até 31 de maio. A partir de 1 de junho, as Polícias Militar e Civil passaram a comprar combustível da BR comprometendo-se a pagar no prazo de 30 dias. Com a catástrofe fiscal do estado, a questão agora é como evitar uma nova bola de neve.
Por falar em segurança pública e Rio de Janeiro, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, parece mais empenhado em conseguir um suplemento orçamentário para a Força Nacional de Segurança (FNS) do que o próprio colega da Justiça, Torquato Jardim, a quem a FNS está subordinada. Na última semana, tratou do assunto com o presidente Michel Temer, além do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. A Força Nacional solicitou ao governo a liberação de R$ 120 milhões. Caso contrário, corre o risco de ter de dispensar mais de 1.500 homens por falta de recursos para viagens e diárias. Justo no momento que o próprio Temer comprometeu-se a deslocar mais 420 integrantes da FNS para o Rio de Janeiro.
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Raízen e Cade travam duelo na Justiça
25/07/2017A expectativa no Cade é que, ainda neste ano, a Justiça dê um desfecho a uma novela que se arrasta desde 2015. Naquele ano, o órgão antitruste condenou a Raízen a pagar uma multa de R$ 31 milhões por prática anticoncorrencial. Segundo o Cade, a distribuidora coagiu postos da bandeira Shell de São Carlos (SP) a praticarem preços predefinidos. Desde então, a Raízen tenta derrubar a decisão na Justiça. Até agora, em vão. A 29a Vara Federal do Rio de Janeiro ratificou o entendimento do colegiado do Cade. A questão agora está no Tribunal Regional Federal da 2a Região. O recurso, inclusive, já poderia ter sido julgado. No entanto, em 6 de março deste ano, o desembargador Aluisio Castro Mendes declarou sua suspeição para atuar no caso, por “motivo de foro íntimo”, o que forçou a redistribuição do processo. As provas contra a companhia colhidas pelo Cade são contundentes. No melhor estilo Joesley, o dono de um posto da bandeira Shell gravou conversa com um representante da distribuidora tentando impedi-lo de fazer promoções e baixar o preço dos combustíveis. Procurado pelo RR, o Cade confirmou a condenação e os recursos impetrados pela companhia na Justiça. A Raízen, por sua vez, não quis se pronunciar.
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Novo marco regulatório causa curto-circuito no setor elétrico
20/07/2017Nem bem foi anunciado, o modelo do novo marco regulatório do setor elétrico já deverá sofrer uma recauchutagem. No próprio governo, o entendimento é que algumas das mudanças apresentadas pelo ministro Fernando Coelho Filho no início do mês passaram do ponto. Desde já, o objetivo é aplanar as arestas com as geradoras e distribuidoras. As empresas têm torpedeado Coelho Filho com duras críticas ao texto da Medida Provisória, por entender que, como está, ele favorece em demasia os comercializadores e os grandes consumidores.
A percepção é que as mudanças criarão um desequilíbrio ainda maior no mercado, beneficiando alguns dos maiores grupos industriais do país que, nos últimos anos, praticamente transformaram a produção e comercialização de energia em seu core business, a exemplo de Gerdau, ArcelorMittal, Votorantim etc. Não por acaso, a proposta já está sendo chamada ironicamente no setor de “MP da Abraceel” – uma referência à Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia. O ponto nevrálgico é a redução da barreira de entrada no mercado livre. Hoje, apenas os consumidores com demanda a partir de três megawatts podem comprar energia no segmento. O novo marco deixa o sarrafo bem perto do chão, baixando essa exigência para 0,5 MW. Ou seja: um espectro ainda maior de consumidores poderá acessar o mercado livre, deixando de adquirir energia das distribuidoras.
Outra questão que tem gerado controvérsia e deverá ser revista pelo governo é a ampliação do limite de contratação livre nos leilões de energia de 50% para 75%. Ou seja: a demanda para o mercado cativo assegurada por lei passaria a ser de apenas 25%. Ao soltar as amarras do mercado livre e achatar o mercado cativo, o governo aplicará um duro golpe nos grupos que investiram na ampliação do seu parque gerador com base no atual arcabouço regulatório, além do potencial impacto negativo sobre projetos futuros no segmento.
Na avaliação das empresas de geração, as consequências serão ainda mais graves no caso das companhias que apostaram em fontes alternativas, casos, por exemplo, de CPFL, Brookfield e Enel. Isso para não falar do aumento das tarifas, já admitido pelo próprio ministro Coelho Filho. Consultado pelo RR, o Ministério de Minas e Energia disse que é “precipitado falar em alterações” e só avaliará a necessidade de mudanças após a fase de contribuições do setor. A Abraceel, por sua vez, afirmou que o texto é positivo e “beneficia todo o setor elétrico e não especialmente as comercializadoras”.
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Fora do Espírito Santo
19/07/2017A Petrobras bateu o martelo: vai vender a concessão de gás natural no Espírito Santo. A estatal é dona de 100% da distribuidora. Quer dizer, é e não é. O governo capixaba reclama a divisão do controle com a Petrobras. No ano passado, a Justiça considerou irregular o contrato firmado em 1993, que deu à estatal a concessão por 50 anos.
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Governo busca uma saída para os passivos judiciais do setor elétrico
30/06/2017O governo trata como uma das condições sine qua nom para a retomada dos investimentos na área de energia a “desjudicialização” do setor elétrico, leia-se a redução do emaranhado de contenciosos que opõem o Estado e a iniciativa privada. O estoque de ações contra a União soma quase R$ 100 bilhões. O mais agudo movimento do governo para reverter esse cenário se dará nos próximos dias, quando o Ministério de Minas e Energia deverá apresentar uma nova proposta para o pagamento da dívida de R$ 62,2 bilhões referente à RBSE – Rede Básica de Sistemas Existentes, indenização paga a concessionárias de transmissão.
A solução prevê o parcelamento do valor devido – a área técnica do ministério e a Aneel ainda vão definir o prazo e os critérios para o cálculo das prestações. Metade do passivo da RBSE está “dentro de casa”: o governo federal deve à Eletrobras, sua controlada, R$ 36,5 bilhões. O equacionamento passa ainda pelas distribuidoras. O governo vai propor descontos graduais no repasse dessa dívida para as tarifas de energia.
Será uma tentativa de solucionar um imbróglio jurídico paralelo, criado no início deste ano, quando um percentual da RBSE passou a ser cobrado nas taxas de consumo. Conforme o RR antecipou na edição de 3 de abril, a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace) entrou na Justiça contra a transferência do passivo para os preços da energia. O governo quebra a cabeça para resolver outros passivos judiciais do setor elétrico.
É o caso da dívida de R$ 10 bilhões das distribuidoras da Eletrobras com a Petrobras, referente à compra de gás. Nada, no entanto, se compara à extensão e às cifras da RBSE. Em valores, esta é a maior fatura decorrente do desarranjo regulatório que o governo Dilma provocou no setor elétrico. O instrumento funciona como uma indenização às companhias de transmissão por investimentos não amortizados realizados antes de maio de 2000. Estas concessionárias aceitaram renovar antecipadamente suas licenças em 2012, com base na MP 579. A partir daí, governo e empresas entraram em um quarto escuro, sem regras definidas para a valoração dos ativos e a quitação da RBSE.
Política
Valuation
29/06/2017Segundo o RR apurou, os novos estudos para o IPO da BR Distribuidora têm como base um valuation da companhia da ordem de R$ 40 bilhões.
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Sercomtel entre o aporte ou a guilhotina
26/06/2017A grave crise financeira da Sercomtel, operadora de telefonia de Londrina, deverá bater no cofre do Tesouro paranaense. Uma fonte do governo do estado informou ao RR que há discussões para um aporte emergencial da Copel na companhia. A distribuidora de energia detém 44% do capital – o restante pertence à própria Prefeitura de Londrina. Um anacrônico enclave estatal no meio de um setor totalmente privado, a Sercomtel carrega uma dívida de R$ 140 milhões, o dobro do seu patrimônio. Na última semana, a Anatel deu um ultimato: se, em um mês, a empresa não apresentar um plano de saneamento das suas finanças e garantias de continuidade das operações, a Agência deverá decretar a caducidade da concessão.
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Da BR a Manguinhos
19/06/2017A trading suíça Vitol tem interesse em adquirir ativos de armazenagem da complexa Refinaria de Manguinhos. Não deixa de ser estranho: é pouco, muito pouco para um grupo que, no ano passado, apresentou uma oferta para comprar parte da BR Distribuidora. Procurada, Manguinhos confirmou ter assinado um termo de confidencialidade com a Vitol, sem entrar em detalhes.
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Fábula da corrupção inebriada
19/06/2017Era o início do segundo quartil da década de 90. O magnífico Príncipe governava o país, após um bem-sucedido plano econômico. As geniais inovações, contudo, não acharam continuidade no amadurecimento do plano. O magnífico Príncipe mandou às favas os escrúpulos e lançou mão do estelionato cambial.
Havia uma eleição a ser vencida. Crescer e segurar a tão prometida inflação baixa eram compromissos assumidos no seu reinado. Levaria a política de apreciação da moeda à frente, mesmo que ela custasse o sucateamento da indústria, a explosão do déficit externo e o salto da dívida pública interna. O magnífico Príncipe tinha o suporte do maior partido do Congresso Nacional, que trocava o seu apoio por cargos estratégicos na maior estatal do país, a Poderoso bras. A gigantesca empresa já vinha sendo roída por dentro havia algum tempo.
A holding era comandada por um quadro do regime anterior, muito ligado à bancada da base aliada do magnífico Príncipe em um dos três maiores estados da federação. Reza a lenda que a área de gás da mega-companhia começou naqueles idos a sua escalada na corrupção nacional. O maior partido do país exigiu um cargo na diretoria da Poderoso bras Distribuidora, subsidiária da estatal, como moeda de troca pelo seu apoio.
A empresa subsidiária era praticamente monopólica na comercialização do etanol. Seu diretor da área internacional – posteriormente preso – tinha sido escolhido a dedo para desenvolver um plano sinistro: embriagar a formação de preços do etanol. Contrariando toda a literatura econômica e o bom senso que a conjuntura exigia, o diretor da área internacional decidiu indexar o preço do etanol ao dólar. O supracitado diretor, é bom que se diga, respondia tão somente ao líder do partido hegemônico no Congresso. O acerto do preço foi feito com a influente entidade do setor de etanol sediada na maior unidade federativa.
A entidade era uma das maiores sustentações na área empresarial do líder do partido, que depois viria a se tornar presidente da Câmara dos Deputados. O desnorteante acordo de preços teria como contrapartida a transferência de propina para a campanha eleitoral de diversos políticos do mesmo partido, quando não para o próprio bolso deles. A decisão, tomada nas barbas dos presidentes da holding e da subsidiária, ia na contramão de todas as recomendações. O mercado apostava contra o câmbio sobrevalorizado e o FMI – a quem o governo recorreria desesperado – exigia a desvalorização da moeda. Pois correndo o risco mais do que certo, o diretor internacional fechou o contrato que pagaria a compra do etanol somente com a moeda forte.
A própria entidade empresarial surpreendeu-se com o acordo que envolvia todas as vendas da companhia. O magnífico Príncipe, que se reelegera com a “pedalada cambial”, realizou, então, a desvalorização monetária que estava prevista havia dois mil anos. Os preços do etanol foram aos píncaros. As perdas da Poderoso bras Distribuidora superaram R$ 1,2 bilhão, ganhos que foram engordar os balanços das empresas penduradas na influente entidade. Estas, por sua vez, regaram as campanhas dos políticos da grande unidade federativa. E jamais se viu um silêncio tão grande frente a um roubo tão gritante dos cofres públicos.
Na Poderoso bras até os auxiliares administrativos sabem o nome do líder político que embriagou os preços do etanol e transformou a subsidiária em um propinoduto. Hoje, a Poderoso bras Distribuidora usa uma fórmula de correção chamada Esalq (preço referenciado) combinada com a compra de 20% do combustível no mercado spot. É proibido falar em indexação dos preços ao câmbio na empresa.
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Rubens Ometto só colhe ingratidão do governo
14/06/2017Rubens Ometto, dono da Cosan, é um dos raros empresários que apoia publicamente o governo – vide sua presença em jantar de desagravo ao presidente Michel Temer, há cerca de duas semanas em São Paulo. No entanto, seu sentimento é que tem colhido muito pouco para o tanto que semeia. Os mais importantes projetos da Rumo Logística, uma de suas empresas, estão parados nos escaninhos do Poder à espera de respostas que não chegam. Ometto comprometeu-se a investir quase R$ 5 bilhões na expansão e modernização da malha ferroviária da companhia.
Há poucas semanas, também acenou ao governo com o interesse em participar do leilão de concessão da Ferrovia Norte-Sul no trecho que cortará São Paulo, Minas, Goiás e Tocantins – um dos empreendimentos incluídos na PPI. Estes dois movimentos, no entanto, estão condicionados à renovação antecipada, por mais 30 anos, da licença da Malha Paulista, uma das principais operações da Rumo. Ocorre que o pedido hiberna na ANTT há mais de um ano. Nem mesmo as insistentes gestões de Ometto junto aos ministros palacianos, Moreira Franco e Eliseu Padilha, têm ajudado a desatar o nó. Curiosamente, não é apenas na esfera federal que Rubens Ometto vem se deparando com a falta de carinho dos governantes que apoia.
Pulando de Brasília para São Paulo e da área de logística para o setor de energia, o empresário tem motivos de sobra para estar decepcionado com Geraldo Alckmin. Ometto não vê qualquer esforço do governo Alckmin para resolver o impasse entre a Comgás, outra de suas empresas, e a Arsesp. Desde o fim do ano passado, a distribuidora está em um embate com a agência reguladora de serviços públicos de São Paulo por conta da revisão das tarifas do gás.
É mais um enrosco que engessa os planos empresariais de Ometto. Enquanto não houver uma definição para os preços do insumo em São Paulo, a Comgás não vai se arriscar a levar adiante o plano de consolidar outras distribuidoras do setor – um dos alvos seria a participação de 49% da Cemig na Gasmig. Consta, aliás, que Ometto abordou o assunto com o governador Alckmin no próprio jantar oferecido ao presidente Temer. Saiu de lá sem a sobremesa que tanto queria.
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Choque elétrico
14/06/2017A CEB, distribuidora de energia elétrica do Distrito Federal, está vendendo ativos na área de geração. Pretende fechar a negociação de duas de suas usinas até o fim de julho. Consultada, a empresa confirmou a venda de participações para investir na área de distribuição.
Acervo RR
Choque elétrico
14/06/2017A CEB, distribuidora de energia elétrica do Distrito Federal, está vendendo ativos na área de geração. Pretende fechar a negociação de duas de suas usinas até o fim de julho. Consultada, a empresa confirmou a venda de participações para investir na área de distribuição.
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Arrastão elétrico
9/06/2017A italiana Enel está fazendo um cata-cata de ativos de distribuição de energia no Brasil. O grupo tem interesse em participar do leilão da Ceal, de Alagoas, e da Cepisa, do Piauí, hoje sob gestão da Eletrobras. Ambas fazem parte do embrulho de distribuidoras federalizadas que serão ofertadas no PPI – a essa altura, sabe Deus quando. No ano passado, a Enel arrematou o controle da goiana Celg, que também estava pendurada na Eletrobras. Consultada, a empresa diz “que está atenta a oportunidades, mas não comenta sobre ativos específicos”.
______________
Além da busca por novos ativos, a Enel vai investir ao longo deste ano US$ 285 milhões na Ampla, uma de suas distribuidoras no Brasil.
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Arquivo Temer
6/06/2017Apareceu o Porto de Santos na conta de Michel Temer, conforme antecipou o RR nas edições de 22 de março de 2016 e 21 de março de 2017. Agora falta o álcool da BR Distribuidora, pedra cantada pelo RR nos dias 28 de setembro de 2015 e 21 e 22 de março de 2016.
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EDP vira um satélite da Three Gorges
6/06/2017A portuguesa EDP – ou, para sermos mais exatos, a chinesa Three Gorges, sua maior acionista – avalia a venda de uma de suas distribuidoras no Brasil, a paulista Bandeirante ou, o que é mais provável, a capixaba Escelsa. Segundo informações filtradas da empresa, os planos de desmobilização devem avançar também pela geração, com a venda das participações na hidrelétrica de Santo Antonio e na usina de Cachoeira do Caldeirão, no Amapá. As mudanças sugerem uma inflexão estratégica da EDP, cada vez mais um apêndice da Three Gorges. A tendência é que os próprios chineses passem a concentrar sob o seu guarda-chuva investimentos em distribuição e geração no país, deslizando gradativamente a EDP para a área de transmissão. A empresa, por sinal, arrematou quatro lotes no leilão realizado pela Aneel em abril, ao valor total de R$ 3 bilhões.
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Luz amarela na Copel
2/06/2017A Copel tem se mostrado uma boa cobradora e uma “má pagadora”. De março de 2016 para cá, o valor das contas de luz classificadas como de pagamento duvidoso caiu 30%. Por outro lado, a distribuidora paranaense não tem conseguido abater seu passivo. No mesmo período, a relação dívida líquida/ebitda subiu mais um pouco, passando de 3,3 para 3,5 vezes, como mostra o balanço divulgado companhia.
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ISA faz contrapeso à State Grid na transmissão de energia
1/06/2017Há poucos anos se o CEO da colombiana ISA, Bernardo Vargas Gibsone, quisesse fazer negócios com a Cemig teria de passar por um ritual de iniciação. Uma das etapas, invariavelmente, seria uma conversa com Aécio Neves, uma espécie de chanceler da estatal. Sem o “Mineirinho” – Apud planilha da Odebrecht – Gibsone poderá ir direto a quem de direito e tratar sem rodeios do seu objeto de interesse: a compra da parte da Cemig na Taesa.
A fatia da distribuidora mineira está avaliada em aproximadamente R$ 1,8 bilhão. Com a aquisição, a ISA assumiria o controle da companhia de transmissão, pulando de 26% para 68% do capital votante – no início do ano, o grupo comprou as participações dos fundos Coliseu e Taurus. Seria uma antessala para o grande projeto dos colombianos no Brasil: costurar a fusão da Taesa com a CTEEP – já controlada pela ISA.
A ofensiva da ISA conta com a simpatia do governo – ainda que, a esta altura, já não se saiba se isso joga a favor ou contra os colombianos. A área de Minas e Energia e, mais especificamente, a própria Eletrobras consideram fundamental o surgimento de uma terceira força no segmento de transmissão, capaz de contrabalançar com o célere avanço da State Grid. O objetivo é evitar que os chineses tenham um peso excessivo na precificação do custo de transporte de energia no país.
Esta preocupação foi compartilhada com o próprio Gibsone, que, em fevereiro deste ano, cumpriu uma agenda de encontros com autoridades brasileiras. Na prática, a consolidação entre a CTEEP e a Taesa já começou – não obstante o fato de a ISA ainda manter uma participação minoritária nesta última. No leilão de transmissão realizado pela Aneel em abril, as duas empresas arremataram em conjunto o lote 1 de concessões.
É apenas a parte mais visível do amálgama. Segundo o RR apurou, desde o início do ano CTEEP e Taesa mantêm grupos de trabalho integrados em diversas áreas – financeiro, análise técnica de projetos e compras, entre outras. Já existem também negociações conjuntas para a contratação de empresas de engenharia e compra de equipamentos.
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Inadimplência é um fio solto na Equatorial
17/05/2017A Equatorial Energia está cortando um dobrado para conter o aumento da inadimplência de suas distribuidoras. Na maranhense Cemar, a taxa de “calote” bateu nos 3,5% da receita; na Celpa, do Pará, o blecaute é ainda maior: o equivalente a 6,7% do faturamento. Ambas estão acima da sua média histórica, em torno de 2,5%.
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As contas da Americanas
11/05/2017Do recente aumento de capital de R$ 2,4 bilhões, a Americanas vai separar R$ 1,3 bilhão para a expansão da rede. Tudo crescimento orgânico, ressalte-se. Se houver uma aquisição pelo caminho – algo como uma Via Varejo ou, vá lá, uma BR Distribuidora – o calibre do tiro terá de ser bem maior.
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Grupos chineses avançam sobre distribuidoras de gás
9/05/2017O novo alvo dos chineses no mercado brasileiro de energia é a distribuição de gás natural. Executivos da China Gas e da Beijing Gas têm mantido uma rotina de apresentações e contatos com governos estaduais que deverão privatizar suas respectivas concessionárias, como contrapartida ao pacote de ajuda da União. No caso específico da Beijing, há um interesse maior pela gaúcha Sulgás e pela Bahiagás. Não custa lembrar que, no ano passado, o grupo disputou a compra da Gaspetro, mas perdeu o duelo para Mitsui.
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O lusco-fusco financeiro da Copel
9/05/2017Entre analistas e minoritários, há quem considere a frustrada participação da Copel no recente leilão de transmissão – quando não arrematou uma licença sequer – como um mal que veio para o bem. Existem dúvidas quanto ao fôlego da companhia para assumir, neste momento, investimentos de maior porte diante da queda dos seus resultados. O curto-circuito atinge, sobretudo, os negócios da distribuidora paranaense no segmento de grandes clientes industriais. A queda na venda de energia acumulada nos últimos 12 meses teria chegado à casa dos 50% – os resultados serão divulgados na próxima segunda-feira. Este número é reflexo da recessão econômica e da crescente migração das indústrias do mercado cativo para o mercado livre. Ressalte-se que a Copel tem registrado seguidas perdas de receita: em 2016, a retração no faturamento foi de 12%.
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Vitória de Pirro
25/04/2017A Light ganhou, mas corre o risco de não levar. Segundo informações filtradas da própria Aneel, o aumento da tarifa anunciado pela distribuidora no mês passado poderá ser revisado caso a Justiça confirme a suspensão da cobrança da indenização paga às transmissoras de energia — o RBSE (Rede Básica do Sistema Existente). O reajuste médio de 10% foi concedido pela Aneel exatamente com base no RBSE.
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CPFL dá um alento ao balanço da Petros
24/04/2017A CPFL tem ajudado a Petros a reduzir um pouquinho o seu déficit atuarial, da ordem de R$ 16 bilhões. Além dos R$ 668 milhões que amealhou com a venda da sua participação no bloco de controle da distribuidora paulista para a State Grid, o fundo de pensão ainda deverá embolsar algo em torno de R$ 210 milhões com a oferta pública lançada pelos chineses. A cifra corresponde à sua proporção no valor que será pago ao fundo Energia Brasil, dono de 3,8% das ações da CPFL.
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Ipiranga vive um momento de alta combustão
7/04/2017Onde tem uma distribuidora de combustíveis que vem perdendo market share, enfrenta percalços com seus revendedores e, ainda por cima, corre o risco de ver seu maior investimento barrado pelo Cade? Pergunta lá no posto Ipiranga. Por trás do bordão publicitário mais conhecido do Brasil, encontra-se uma companhia fora da sua zona de conforto. Enquanto o órgão antitruste não dá seu veredito em relação à compra da Ale, a Ipiranga está no meio de uma dura rodada de negociações com os postos que usam sua bandeira – estima-se que um quinto dos contratos vença neste ano.
A companhia controlada pelo Grupo Ultra tem sido inflexível na negociação dos preços dos combustíveis e dos prazos de pagamento. A postura pode ter um efeito colateral: não são poucos os postos assediados por concorrentes, notadamente a Raízen, que tem colocado sobre a mesa luvas razoavelmente generosas para convencê-los a trocar de bandeira. Este, aliás, é um ponto nevrálgico que a Ipiranga terá de distensionar caso a compra da Ale seja aprovada pelo Cade.
Há uma considerável diferença na composição das duas redes de revenda. Cerca de 30% da base de distribuição da Ale são postos de bandeira branca, para os quais o preço fala muito mais alto do que qualquer acordo de fidelidade. No caso da Ipiranga, esse índice é de apenas 5%. A empresa terá dificuldade de segurar os “infiéis”, uma vez que os seus preços, hoje, são mais altos do que os praticados pela Ale.
A rígida posição da Ipiranga na negociação com os revendedores tem uma premissa: preservar as margens de lucro a qualquer custo, nem que para isso o preço seja deixar alguns postos menos rentáveis pelo acostamento. A companhia tem uma perfomance a zelar: em 2016, seu Ebitda cresceu 11%. Só os executivos da Ipiranga sabem o quanto tiveram de suar para entregar este resultado em um ambiente econômico tão desfavorável.
Não fosse o notório padrão Ultra de gestão, dificilmente esse número teria sido atingido. Até porque a empresa passa por um raro momento de estiagem, com perda de participação em alguns segmentos. Nas vendas da gasolina, seu market share caiu de 20,7% para 20% ao longo do último ano – a BR Distribuidora, mesmo com o seu “vende, não vende”, recuperou dois pontos percentuais. Na comercialização de etanol, a fatia da Ipiranga caiu de 19% para 17%.
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Luz verde
3/03/2017Após desembolsar R$ 3,1 bilhões pelo controle da Geração Paranapanema, a chinesa Three Gorges vai investir neste ano mais de R$ 1,5 bilhão na distribuidora de energia.
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Venda de refinarias entra no radar da Petrobras
24/02/2017Ganha corpo na diretoria da Petrobras a proposta de incluir a área de refino no plano de desmobilização de ativos da companhia. Entre os simpatizantes da medida despontam o próprio presidente da estatal, Pedro Parente, e o diretor financeiro, Ivan Monteiro, este último certamente estimulado pelo impacto que a operação teria na redução da dívida da empresa e no enxugamento da estrutura de custos. Apenas como um mero exercício, simulações preliminares feitas pela Petrobras indicam que a venda de 51% do negócio de refino – um modelo à la BR Distribuidora – poderia representar uma receita da ordem de US$ 42 bilhões, ou algo em torno de um terço da dívida total da empresa, de aproximadamente US$ 120 bilhões. Mas, como se disse, são apenas simulações.
A negociação das refinarias é considerada um tema incandescente dentro da corporação, envolvendo questões de ordem estratégica e política. A direção da Petrobras ainda está longe de uma posição fechada quanto à venda dos ativos ou mesmo sobre o melhor modelo para a operação. Há alguns rascunhos sobre a mesa. Um deles envolveria a transferência de todas as refinarias para uma nova empresa, que teria parte do seu capital ofertado em mercado.
Outra hipótese, mais moderada, seria a criação de “combos”, com a venda conjunta de uma refinaria específica e sua logística, notadamente terminal portuário. Neste caso, a Petrobras também poderia abrir mão do controle de uma determinada unidade, permanecendo como acionista minoritária. O desafio, neste formato da venda separada, é como seccionar custos logísticos que hoje estão amortizados entre diversas refinarias sem ceifar os ganhos de escala do negócio. Não há dúvidas de que uma operação deste calibre daria à Petrobras um fôlego financeiro bem maior, praticamente equacionando o problema do seu endividamento.
Mas há decisões dramáticas a serem enfrentadas, todas com prós e contras. Se, por um lado, a companhia deixaria de ser refém do governo na formação de preços, por outro perderia o status de monopolista e teria que rebolar para concorrer com as “refinarias de mercado”, com uma estrutura de custos sabidamente menor e sua habitual agilidade para automatizar processos, demitir pessoas e racionalizar as despesas em rubricas como segurança operacional. Ao mesmo tempo em que reduziria seus gastos, a Petrobras teria de fazer escolhas difíceis do ponto de vista político e social.
Não raro, a economia de municípios inteiros gira em torno de refinarias da estatal. A venda das unidades traria a reboque uma inexorável onda de demissões, que seria debitada na conta de um governo já altamente impopular. Imaginem protestos em várias cidades brasileiras, caminhões de distribuidores obstruindo estradas, romaria de prefeitos a Brasília… Basta dizer que, até agora, a Petrobras não conseguiu vender uma só unidade de fertilizantes, que gera muito menos empregos do que uma refinaria.
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A âncora de Lemann para a BR
20/02/2017A Lojas Americanas não enterrou seu interesse pela BR Distribuidora. Pelo contrário. A ideia com a aquisição não é pendurar uma loja da varejista em cada um dos postos. Quem pensou em algo tão simples subestimou as artes de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles – exibidas, mais uma vez, com a megaoferta pela Unilever. O projeto passa por implementar minishoppings em diversos postos, tendo a Americanas como loja âncora. Adquirida a rede de postos, o trio calafrio abriria negociações para atrair players complementares como parceiros ou mesmo sócios. Paralelamente seria necessário um choque de gestão no core business de distribuição de combustível, cujas margens são as mais baixas do setor. Mas tudo isso ao mesmo tempo e agora somente se a Petrobras topar ser minoritária e abrir mão da gestão. Por enquanto está difícil.
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BR, Raízen e Ipiranga deixam Fazenda paulista de tanque seco
15/02/2017Com as devidas ressalvas, as grandes distribuidoras de combustíveis talvez sejam o que existe de mais próximo do setor de construção pesada no Brasil. Operam em oligopólio, massacram concorrentes menores, passam por cima dos órgãos antitruste e atropelam até mesmo o Fisco. É o caso da BR Distribuidora, Raízen e Ipiranga, ases do volante na arte de desviar da Secretaria de Fazenda de São Paulo.
O trio acumula cerca de R$ 570 milhões em autuações pelo não recolhimento de impostos estaduais, segundo dados disponibilizados no site (http://www.dividaativa.pge.sp.gov.br/ da-ic-web/inicio.do). Dever ao Fisco, como bem se sabe, não é crime. Muito menos contestar a cobrança de tributos, seja na esfera administrativa ou judicial. No entanto, aos olhos da Fazenda de São Paulo, BR, Raízen e Ipiranga têm se utilizado de uma série de chicanas não só para não recolher os impostos, mas também para não serem inscritas no Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados (CADIN) – quem está na lista não pode fazer negócios com governos, por exemplo.
Consultada, a Secretaria de Fazenda preferiu não se pronunciar, alegando que “informações relativas a autuações são protegidas por sigilo fiscal”. BR, Raízen e Ipiranga não quiseram comentar o assunto. O RR também entrou em contato com o Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes), que representa as distribuidoras. A entidade declarou que “só responde sobre temas comuns a todas as associadas”. Curiosamente, em novembro do ano passado o próprio Sindicom lançou, nas mídias impressa e digital e nas redes sociais, uma alentada campanha publicitária contra fraudes e sonegação de impostos. Casa de ferreiro, espeto de pau. Alguns dias depois, a ANP multou postos da BR Distribuidora, Raízen e Ipiranga no Rio de Janeiro ao encontrar combustível adulterado.
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Pêndulo
3/02/2017O governo ainda quebra a cabeça na busca por uma fórmula para a venda das seis distribuidoras de energia penduradas na Eletrobras. Ora, pende para a negociação conjunta do sexteto; ora, para a divisão do pacote em dois grupos de três.
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Downsizing antecipado
1/02/2017Os trabalhadores da BR Distribuidora não parecem dispostos a esperar pelo futuro controlador – isso se a empresa for mesmo privatizada. Cerca de 1,1 mil funcionários se inscreveram no PDV da companhia, quase um terço do efetivo total, em torno de 3,5 mil empregados. Procurada, a BR confirmou o número e informou que os desligamentos ocorrerão de forma escalonada até julho.
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“Gatos” salvam os números da Light
1/02/2017Enquanto o Rio de Janeiro persegue seus ratos, a Light corre atrás dos “gatos”. Com o perdão do infame trocadilho, é o que resta à presidente da companhia, Ana Marta Horta Veloso. Sem resultados mais lustrosos para apresentar, o grande feito de sua gestão tem sido o combate à “gatunagem” das ligações clandestinas.
Segundo o RR apurou, no ano passado a distribuidora fluminense conseguiu recuperar 683 GWh, contra 256 GWh em 2015. Na ponta do lápis, isso significará uma receita adicional da ordem de R$ 450 milhões para a Light – os números serão divulgados junto com o balanço da companhia, em 24 de março. Trata-se de um raro dado positivo em um ano de penumbra para a Light.
Entre janeiro e setembro de 2016, a receita líquida caiu 12,8% em relação a igual período em 2015. O lucro de R$ 109 milhões transformou-se em um prejuízo de R$ 119 milhões no mesmo intervalo de comparação. E o Ebitda despencou 22%. Estes indicadores aumentam a pressão sobre a presidente Ana Marta Horta Veloso, que convive com o fantasma da demissão desde a recente troca de comando na acionista controladora, a Cemig.
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Diesel fervente
24/01/2017Segundo cálculos mais recentes, já chega a R$ 12 bilhões a soma que a BR Distribuidora tem a receber das usinas térmicas pelo fornecimento de combustível. Há quatro anos, essa bola de neve era de “apenas” R$ 3 bilhões.
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RR escreve certo em um ano de linhas tortas
30/12/2016No dia 4 de julho, o Relatório Reservado foi a primeira publicação a cravar que haveria uma segunda rodada de repatriação de recursos. Na ocasião, quando as estimativas mais otimistas giravam em torno dos R$ 30 bilhões, o RR informou também que Henrique Meirelles trabalhava com uma projeção acima de R$ 50 bilhões para o total arrecadado com a tributação dos recursos trazidos de volta ao país. Dito e feito! Estas foram apenas algumas das inúmeras informações que o assinante do RR soube na frente ao longo de 2016.
Durante o ano, em 247 edições, a newsletter publicou 2.584 notas e matérias. Desse total, 81% das notícias veiculadas se consumaram ou, ao menos, foram alvo de especulação na mídia. As informações que não se confirmaram posteriormente podem ser atribuídas, em grande parte, ao espírito agressivo da publicação e à busca da informação exclusiva na sua gênese, por vezes no limiar entre o fato e a boa especulação. O Relatório Reservado é adepto da máxima de Samuel Beckett: “Tente de novo, erre de novo, erre melhor”. Este foi o ano em que a política obscureceu a economia, o que se refletiu no noticiário do Relatório Reservado. Em 2016, a newsletter acompanhou amiúde o processo de impeachment de Dilma Rousseff, a chegada ao Poder de Michel Temer e de seu governo sub judice, as delações da Lava Jato que fizeram Brasília tremer.
Ainda nas raias da macroeconomia, o RR antecipou uma série de medidas que viriam a ser anunciadas ou, ao menos, estudadas pelo governo, como desonerações fiscais, securitização da dívida ativa, suspensão temporária do pagamento das dívidas das unidades federativas com os bancos públicos federais no âmbito de uma “Lei de Recuperação Judicial” para os estados – esta última tema de reportagem na edição de 5 de dezembro. Na edição de 2 de março, ainda no governo Dilma Rousseff, o RR informou que o Congresso aprovaria o projeto de lei do senador José Serra desobrigando a Petrobras de participar de todas as concessões no pré-sal. A estatal, aliás, foi a companhia mais mencionada na publicação em 2016, com 145 citações.
O RR publicou, com exclusividade, algumas das primeiras medidas adotadas por Pedro Parente na empresa, inclusive com a criação de novos instrumentos de compliance. No dia 16 de junho, a newsletter antecipou que GP Investimentos, Advent e a suíça Vitol haviam apresentado propostas para comprar uma participação minoritária na BR Distribuidora. Menos de uma semana depois, o próprio Parente confirmaria o recebimento das ofertas. Ficou o dito pelo não dito. O modelo de venda da BR foi revisto, o processo, reaberto e, até agora, nem sinal de que a operação vá sair do papel. Em 2016, apesar da abulia generalizada do empresariado, o RR seguiu de perto Jorge Paulo Lemann, Abilio Diniz, Benjamin Steinbruch, Roberto Setubal, entre outros nomes que comandam, do lado privado, a economia nacional. Cobriu no detalhe do detalhe a área de infraestrutura, as concessões e “desconcessões” do setor, o desmonte da indústria da construção pesada e a desmobilização de ativos da Camargo Corrêa.
Em um ano pautado por estratégias defensivas, suspensão de investimentos e seguidos passos para trás, é sintomático que algumas operações de M&A antecipadas pelo Relatório Reservado e posteriormente tratadas pela mídia tenham, ao menos por ora, ficado no quase, casos da venda da participação da OAS na Invepar para a Brookfield e da negociação dos ativos da japonesa Kirin no Brasil. A etapa que se encerra, no entanto, não foi feita apenas de recuos. Pelo menos não no caso do próprio Relatório Reservado. 2016 foi o ano em que o RR intensificou sua presença nas redes sociais, reformulou seu site e lançou um novo layout em sua versão newsletter, agora com duas páginas e mais informações diárias. Que venha 2017!
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O eterno preço da Lava Jato
26/12/2016Os funcionários da BR Distribuidora foram submetidos a um processo de background check, uma espécie de tomografia das suas práticas profissionais, incluindo uma auditoria em e-mails e celulares funcionais. Em parte, o processo pode ser atribuído aos preparativos para a venda da companhia; em parte, claro, às rígidas regras de compliance implantadas na estatal após a Lava Jato.
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Ponto final
26/12/2016Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: BR Distribuidora, Petros e Technip.
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Gasoduto de Alckmin evapora
21/12/2016As seguidas sinalizações da Petrobras de que pretende suspender a garantia firme de compra do gás a ser transportado pelo gasoduto Bacia de Santos-Cubatão está tirando do sério o tradicionalmente sereno Geraldo Alckmin. Há poucos meses era líquido e certo que a Gas Brasiliano, distribuidora controlada integralmente pela estatal, ficaria com uma parcela do insumo. Sem a participação da Petrobras, o empreendimento de R$ 2 bilhões será cancelado.
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Muralhas da China
16/12/2016- A State Grid vai disputar a compra de quatro distribuidoras de energia que serão leiloadas pela Eletrobras na Amazônia. A vontade de aquisição é grande. O plano dos chineses é reunir as concessionárias do Acre, Rondônia, Amazonas e Boa Vista (RR) em uma subholding. A fonte do RR informou que a State Grid prevê gastar em torno de R$ 5 bilhões para raspar o tacho amazônico.
- A CNOOC já definiu os parceiros para dar sustentação em suas novas incursões na compra de blocos de exploração e produção de petróleo: o Bank of America e o conterrâneo Industrial and Commercial Bank of China (ICBC). O foco será o pré-sal. A boa nova é que a CNOOC decidiu participar das próximas licitações com ou sem a Petrobras, com quem tinha um acordo de investimento.
- A Camargo Corrêa está vendo escorrer entre os dedos o maior interessado na compra da construtora, a China Communications Construction Company (CCCC). O grupo chinês, que adquiriu recentemente a Concremat, teria deixado a mesa de negociações sem dar muitas explicações. Procurada pelo RR, a Camargo Corrêa evitou, de todas as formas, se pronunciar sobre o assunto.
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Nas entrelinhas do Cade
16/12/2016Os seguidos empecilhos lançados pelo Cade para aprovar a venda dos postos Ale à Ipiranga começam a ser vistos no mercado de combustíveis como uma “jurisprudência” para a futura negociação da BR Distribuidora. A interpretação é que o órgão antitruste está sinalizando, desde já, que dificilmente autorizará a transferência do controle da estatal para um grupo do setor. Menos mal que a alardeada lista de candidatos à compra da BR está repleta de private equities.
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Curriculum vitae
12/12/2016Ivan de Sá, presidente da BR Distribuidora, tem um fio de esperança de permanecer na companhia, mesmo após a sua eventual privatização. Na companhia, o que se diz é que a tarefa de convencer o futuro sócio privado está a cargo de seu principal padrinho, o diretor de Refi no e Gás da Petrobras, Jorge Celestino. O que ninguém sabe é que moeda de troca Celestino tem na mão.
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Dentro do possível
1/12/2016A título de registro: a cifra de R$ 1,1 bilhão que a Eletrobras arrecadou com o leilão da Celg D, realizado ontem, mal cobre os cerca de R$ 960 milhões de prejuízos que a distribuidora goiana gerou para a holding federal apenas em 2015. Mas foi o possível.
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A falta que faz o marco regulatório do saneamento
28/11/2016A privatização das companhias de saneamento como contrapartida à renegociação das dívidas dos estados com a União é uma boa intenção que corre o risco de ficar apenas no papel. A inexistência de um marco regulatório para o setor e a consequente insegurança jurídica que cerca as concessões ameaçam inviabilizar a operação. Essa água barrenta começa pela própria titularidade do serviço de saneamento. As empresas sob o balcão são de controle estadual, mas, à luz da lei, a propriedade é mais embaixo. É ponto pacífico no direito brasileiro que a concessão do abastecimento de água e tratamento de esgoto pertence ao município. Na prática, boa parte das cidades brasileiras está amarrada às empresas estaduais de saneamento por contratos com prazo de vigência superior a 30 anos. Mera filigrana. No entendimento de juristas, são acordos extremamente frágeis, passíveis de serem rompidos a qualquer momento.
Os potenciais candidatos à compra das distribuidoras estaduais temem dar um mergulho no escuro. Não há qualquer garantia de manutenção das concessões arrematadas no longo prazo. Uma parte expressiva do negócio pode desidratar de uma hora para outra, seja por ações judiciais movidas por prefeituras dispostas a romper o contrato e retomar a operação, seja simplesmente pela caducidade automática dos acordos. Tomemos como exemplo a Sabesp. Ao longo dos últimos meses, a empresa está penando para renovar 53 concessões municipais que venceram no ano passado. A números de 2015, esse contingente representa um faturamento de R$ 1,589 bilhão, ou 12,94% da receita total da companhia. Corresponde ainda a 21% dos ativos intangíveis da Sabesp. Essa ameaça é uma dízima periódica. Até 2030, outros 36 contratos expirarão, um grupo de municípios que responde por quase 8% do faturamento e 7,4% dos ativos da estatal.
Outro fator de imprevisibilidade é a falta de regras claras para o reajuste das tarifas de saneamento, o que impede projeções minimamente confiáveis sobre a remuneração do capital aplicado. Os investidores privados receiam ainda herdar amarras que hoje limitam a formação de preços e restringem a rentabilidade das concessionárias estaduais. Mais uma vez, a Sabesp serve de exemplo. A tarifa média nos municípios sob sua concessão é de R$ 40 – diga-se de passagem, um tíquete bem inferior ao que os grupos estrangeiros estão acostumados. Há, no entanto, um universo de aproximadamente 300 mil famílias que pagam cerca de R$ 15 por mês por conta de subsídios cruzados para a população de baixa renda. Com a privatização, caberá ao novo acionista manter o “Bolsa Água”?
A rigor, o setor é regido pela Lei 11.445/2007, um arcabouço legal anacrônico que está para as empresas de tratamento de água e esgoto como a Lei Geral de Telecomunicações para as operadoras de telefonia. Ambas cheiram a naftalina. Outra peça de antiquário é o próprio modelo das concessionárias estaduais, criadas no âmbito do Plano Nacional de Saneamento (Planasa), da década de 70. Para completar, o Brasil ainda não tem uma agência para o setor. A elaboração do marco legal e a concomitante criação do órgão regulador são desafios para ontem. Caso contrário, a privatização das concessionárias, fundamental na engrenagem da repactuação da dívida dos estados, está ameaçada de escorrer ralo abaixo.
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A maior fatia
25/11/2016Além dos US$ 800 milhões que receberá da Three Gorges pela venda da Geração Paranapanema, a Duke Energy ainda vai colocar um trocado no bolso antes de deixar o Brasil. Os acionistas da distribuidora aprovaram o pagamento de dividendos de R$ 178 milhões até o fim do ano. Por acionistas, leia-se basicamente a própria Duke Energy, que tem direito a 95% do bolo.
Acervo RR
Sinopec
25/11/2016A Sinopec entrou em cena como a mais nova candidata à compra da BR Distribuidora. O grupo, que atua no Brasil na área de exploração e produção, tem mais de 30 mil postos de combustíveis na China.
• Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Sinopec e Petrobras.
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Sinopec
25/11/2016A Sinopec entrou em cena como a mais nova candidata à compra da BR Distribuidora. O grupo, que atua no Brasil na área de exploração e produção, tem mais de 30 mil postos de combustíveis na China.
• Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Sinopec e Petrobras.
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Petrobras deixa funcionários da BR Distribuidora no escuro
16/11/2016Até parece que a BR Distribuidora já não pertence mais à Petrobras. Quatro meses após divulgar o novo modelo de privatização, a direção da holding ainda não se pronunciou sobre o futuro dos empregados da subsidiária após a venda de 51% do capital. O representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da BR, Bruno César de Paiva e Silva, tem feito reiteradas consultas ao alto comando da estatal, mas, por ora, predomina o silêncio. O mesmo se aplica aos questionamentos encaminhados pelos empregados à diretoria da Petrobras por meio dos canais internos de comunicação. No próprio site “Fatos e Dados”, mantido pela estatal para divulgar informações do seu interesse tanto para o público interno quanto externo, não há menção ao tema – tampouco a outros detalhes sobre o modelo de venda da BR. Na área dedicada aos comentários, é possível ler seguidas perguntas de funcionários da distribuidora sobre o aproveitamento ou não do atual efetivo após a privatização da companhia. Diante dessa cortina de fumaça, o clima na distribuidora de combustíveis é pesado. Os funcionários já organizam novos protestos e paralisações. Em agosto, não custa lembrar, os trabalhadores da BR promoveram uma greve de cinco dias, que atingiu as operações da empresa em dez estados. Procuradas, tanto a Petrobras quanto a BR não quiseram se pronunciar.
Assim que chegou à Petrobras, Pedro Parente conquistou os funcionários pela transparência e capacidade de interlocução com todos os escalões. Tanto em apresentações aos empregados quanto nos canais de comunicação interna, como o “Fale com o presidente”, não costuma deixar perguntas sem respostas. Pois é exatamente o que os trabalhadores da BR mais têm neste momento: dúvidas à espera de esclarecimentos: os funcionários da BR serão integralmente transferidos para a “Nova BR”, de controle privado? A holding tem algum plano de absorver parte do atual efetivo da subsidiária – o que exigiria complexas mudanças nas regras atuais, uma vez que cada empresa do Sistema tem seu próprio concurso público? O futuro acordo de acionistas com o sócio privado terá alguma cláusula de preservação dos empregos da distribuidora por algum período após a sua privatização? Como ficarão os aprovados no último concurso da BR que ainda não foram convocados, lembrando que a seletiva expira em maio de 2017? Entre os empregados, o maior temor é que, dependendo do resultado do PDV em curso na companhia neste momento, haja demissões em massa antes da venda do controle – nessa hipótese, a Petrobras limparia a casa e os “excessos” no quadro de funcionários, tirando esse ônus do futuro acionista.
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Restam dois
27/10/2016O governo conta com a participação da Energisa e da State Grid no leilão da distribuidora goiana Celg , marcado para novembro.
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Segurança pública do Rio corre o risco de uma pane seca
21/10/2016A direção da BR Distribuidora – e, em última instância, da própria Petrobras – tem uma delicada situação para resolver que vai muito além da esfera comercial. Há quatro meses, a estatal não recebe pelo combustível de aviação fornecido aos helicópteros da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Como a inadimplência já passa dos 90 dias, a companhia tem a prerrogativa de suspender o abastecimento – conforme prevê a Lei nº 8.666. O fornecimento de gasolina, álcool e diesel para as viaturas da PM e da Polícia Civil vai pelo mesmo caminho: os atrasos já somam dois meses e meio. Ou seja: se os débitos não forem quitados até o fim deste mês, a BR também poderá interromper a entrega. Procurada, a Polícia Civil confirmou “os atrasos nos pagamentos à fornecedora de combustível”, mas informou “que sua frota de veículos continua sendo abastecida”. Disse ainda que “tem envidado esforços junto ao Governo e à Secretaria de Estado de Segurança para liberação dos recursos necessários”. Também consultadas, a BR Distribuidora e a Polícia Militar não quiseram se pronunciar. Se estivesse diante da inadimplência de um cliente convencional, muito provavelmente a estatal não hesitaria em tomar uma atitude drástica. Mas esta é uma situação sui generis. A suspensão do fornecimento de combustível para as forças policiais do Rio provocará um caos na segurança pública, que já se encontra em situação dramática. O orçamento da Secretaria de Segurança do Rio foi ceifado em mais de 30% neste ano. Significa dizer que mais de R$ 2 bilhões dos R$ 7 bilhões previstos inicialmente viraram pólvora queimada. O efeito dominó sobre a cadeia de fornecedores das polícias foi inevitável. O impasse com a BR se arrasta desde o início do ano, quando o governo do estado passou a atrasar sistematicamente os pagamentos à companhia. Desde março, as Polícias Militar e Civil do estado instituíram uma espécie de sistema de cotas para as suas respectivas frotas. De lá para cá, delegacias e batalhões não podem mais abastecer o tanque de seus veículos no limite máximo. A cota diária seria de aproximadamente 20 litros para os carros da Polícia Civil e de 30 litros para a Polícia Militar.
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Disputada
10/10/2016Além do Itaú e do Ultra, as gestoras norte-americanas KKR e Blackstone estão entre os investidores que conversam com o Citi, adviser da venda da BR Distribuidora.
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Aneel fecha o cerco ao lusco-fusco da AES Eletropaulo
4/10/2016A performance operacional da AES Eletropaulo acendeu o sinal de alerta na Aneel. A distribuidora tem sido duramente cobrada pela agência por conta das seguidas falhas em seus serviços e dos problemas de qualidade registrados nos 24 municípios paulistas sob sua concessão, onde estão mais de 20 milhões de clientes e uma parcela importante da indústria. Segundo o RR apurou, a Aneel já teria exigido da companhia a apresentação de um plano de contingência capaz de reduzir consideravelmente o número de ocorrências, especialmente no que diz respeito à interrupção no fornecimento de energia. Caso contrário, dificilmente a empresa escapará de pesadas punições, leia-se multas ou até mesmo uma redução das tarifas de energia, medida que teria grave impacto contábil no curto e médio prazos. Procurada pelo RR, a AES Eletropaulo não negou os problemas operacionais. A companhia informou que “está destinando mais de R$ 500 milhões para melhorias na rede e no atendimento”. Disse ainda que “está instalando o cabeamento de rede compacta, mais resistente aos impactos externos.”. Segundo a Eletropaulo, neste ano serão trocados 161 km de fiação e, em 2017, mais 115 km. O desempenho da AES Eletropaulo no primeiro semestre deste ano acentuou ainda mais a preocupação da Aneel. Segundo o RR apurou, a companhia figura entre as três piores distribuidoras do país em quase todos os indicadores usados pela agência para medir a qualidade dos serviços – um cardápio que vai do número de reclamações nos órgãos de defesa do consumidor aos registros de queda na distribuição de energia e ao tempo de persistência do problema. De janeiro a junho, a companhia não conseguiu melhorar sua performance em nenhum dos quesitos avaliados. Trata-se de um quadro que vem se agravando especialmente desde o ano passado, quando a Eletropaulo despencou no ranking da Aneel. De 36 distribuidoras avaliadas pela agência, a empresa ficou no 34º lugar, 20 posições abaixo em relação ao ano anterior. Pior do que ela apenas a goiana Celg e a CEA, do Amapá. De acordo com os critérios de medição adotados pela Aneel, em um intervalo de pontuação que variou entre 0,65 para a primeira colocada (a maranhense Cemar) e 2,33 para a última (exatamente a CEA), a Eletropaulo teve a nota 2,01. Não por acaso, nos últimos anos, a distribuidora paulista tornou-se useira e vezeira em receber corretivos da Aneel. Só em 2014 e 2015, as multas aplicadas pela agência devido a falhas na operação somaram R$ 109 milhões.
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Baú aberto
4/10/2016Além de mencionar o suposto envolvimento do senador Valdir Raupp em um esquema de corrupção na BR Distribuidora, a delação de Nestor Cerveró também descortina sinuosas relações do peemedebista com a Eletronorte .
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Cosan e Petronas misturam seus lubrificantes
19/09/2016A Cosan, de Rubens Ometto, vem mantendo tratativas com a malaia Petronas para uma associação no mercado brasileiro de lubrificantes – a exemplo do que fizeram recentemente Ultra/Ipiranga e Chevron. O enlace daria origem a uma distribuidora com faturamento perto de R$ 2,5 bilhões e algo em torno de 24% das vendas de lubrificantes no Brasil. A nova empresa ultrapassaria a recém-criada dobradinha Ipiranga e Chevron (22,5%) e encostaria na própria BR (25%). Cosan Lubrificantes e Petronas têm duas fábricas no Brasil – respectivamente, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais – com capacidade somada de aproximadamente 500 milhões de litros por ano. O grupo de Rubens Ometto mantém ainda uma unidade de produção de lubrificantes na cidade inglesa de Kent, herdada com a compra da Comma Oil & Chemicals Limited, em 2012. A princípio, este ativo não deverá entrar na associação com a Petronas. Mesmo com a queda nas vendas de lubrificantes em todo o país (6% em 2015), esta ainda é uma das operações mais rentáveis da Cosan. No ano passado, o Ebitda da Cosan Lubrificantes somou R$ 125 milhões, 21% superior ao apurado em 2014. Um parceiro como a Petronas é tudo o que Ometto quer para aditivar ainda mais o negócio. Com faturamento anual de US$ 70 bilhões, o grupo malaio tem feito seguidos investimentos no mercado brasileiro de lubrificantes. Os asiáticos estão instalando um centro de tecnologia e desenvolvimento de produtos para uso industrial em Contagem (MG), onde já têm uma fábrica. • As seguintes empresas não se pronunciaram ou não comentaram o assunto: Cosan, Petronas.
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Evaporação
15/09/2016A compra da Ale tem se mostrado um mau negócio para o Grupo Ultra /Ipiranga ao menos no quesito venda de diesel. A distribuidora comprada teve uma queda de 16% na comercialização do combustível em 2015 e esse ano já está perto disso, contra uma média de 4% de recuo da BR e da Raízen. • As seguintes empresas não se pronunciaram ou não comentaram o assunto: Ultra.
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Operação Decantação avança sobre a Celg
12/09/2016Em meio a um turbulento processo de privatização, a Celg ainda enfrenta o risco de um escândalo policial. Segundo o RR apurou, a Polícia Federal apura o envolvimento da empresa no esquema de corrupção investigado na Operação Decantação, que levou à recente prisão do presidente do PSDB de Goiás, Afreni Gonçalves, e do ex-secretário de Fazenda de Marconi Perillo e atual número 1 da Saneago, José Taveira Rocha. Há indícios de que a distribuidora de energia goiana também teria sido usada para desviar recursos públicos por meio de licitações fraudulentas. As irregularidades teriam ocorrido entre 2010 e 2012, quando, então, a Celg, em grave crise financeira, foi federalizada. Neste momento, a empresa passou à gestão da Eletrobras, e a fonte secou. Com isso, o esquema de corrupção teria se mudado de mala e cuia para a Saneago. Em Goiás, o caso já é chamado de “Lava Jatinho tucana”. Segundo cálculos preliminares da PF, cerca de R$ 4,5 milhões em recursos públicos teriam sido desviados da Saneago para beneficiar políticos do PSDB. Esta cifra, no entanto, tende a se multiplicar caso fique comprovado que o esquema também agiu na Celg. No último dia 24 de agosto, a Operação Decantação cumpriu 120 mandados judiciais. Trata-se de um fato a mais a tumultuar a vida da Celg, justo no momento em que o governo federal tenta se desfazer do seu controle. O leilão marcado para o último dia 16 de agosto foi suspenso por falta de candidatos. Nova tentativa está prevista para o dia 25 de novembro.
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Bilhete premiado
8/09/2016A Bonaire – que reúne Sistel, Petros, Sabesprev e Funcesp – já teria acertado com a State Grid a venda da sua participação na CPFL ao preço de R$ 25 por ação. Procurada, a empresa informa que ainda vai se reunir para deliberar sobre a operação. O valor é o mesmo que os chineses pagaram à Camargo Corrêa. A Bonaire tem 15,1% da distribuidora paulista.
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Por que Lemann diz que não faz política?
1/09/2016Se estivesse em um tribunal, Jorge Paulo Lemann poderia até ser acusado de perjúrio devido à declaração de que passou a vida “fugindo da política”. Assim é se lhe parece, diria Pirandello. A escolinha de marketing do professor Lemann, especializada em autopropaganda, construiu uma interpretação de interesse pessoal para a expressão “fugir da política”. Ela está restrita a não disputar eleição ou ocupar cargo público, evitar aparições ao lado de prefeitos, governadores e parlamentares e passar ao largo de convescotes partidários. Não consta da cartilha a interferência no processo eleitoral por meio de financiamento de campanha, a articulação de uma bancada parlamentar defensora dos seus interesses e o uso do processo eleitoral como ferramenta do fortalecimento do lobby empresarial. Se o quesito ao qual não queria se referir for este último, Lemann provou mais uma vez que o sucesso e a hipocrisia caminham lado a lado em sua trajetória. Desde que foi criada, a AmBev sempre se destacou como uma peça influente no xadrez eleitoral, ao despejar ao longo do tempo centenas de milhões de reais em doações de campanha. A presença da companhia no jogo político só não é maior do que o seu empenho em encobrir tamanha participação. Ao menos é o que se depreende ao pesquisar o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Vasculhar os números relativos às doações de campanha da cervejeira exige algum contorcionismo. No sistema eletrônico de prestação das contas eleitorais de 2014, do TSE, não há menções nominais à AmBev. O RR também pesquisou por outros termos que poderiam remeter à companhia, como “American”, “Beverage”, “Distribuidora”, “Logística”, “Cervejaria”, mas os resultados passaram longe da empresa. Consta, conforme registros na mídia, que o grupo se vale de outras razões sociais – a exemplo das subsidiárias Londrina Bebidas e CRBS S/A. Procurada pelo RR, a AmBev não se pronunciou até o fechamento da edição. Se o objetivo da AmBev era a discrição, o uso desses biombos jamais surtiu o efeito desejado. É público que, nas eleições de 2014, a cervejeira ocupou um notável quarto lugar no ranking das doações corporativas, com R$ 41 milhões. Conforme amplamente noticiado à época, a empresa repassou aproximadamente R$ 6,7 milhões às três principais chapas que concorreram à Presidência da República. Sabe-se ainda que a AmBev desembolsou cerca de R$ 11,7 milhões que ajudaram a eleger 76 deputados federais de 19 partidos. Nem é preciso se dar a tanto trabalho. A declaração de Lemann não resiste a uma rápida consulta no Google. Ontem, por volta das 19h30, o site de buscas listava aproximadamente 173 mil resultados vinculando a AmBev ao termo “financiamento de campanha”. Lemann “foge da política”, mas se empenha em eleger a bancada do funil. Só falta dizer que os seus interesses e os de suas empresas caminham em direções distintas. Hipocrisia!
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Excesso de peso
30/08/2016A diretoria da Petrobras já trata como inevitável um corte adicional no quadro de funcionários antes da venda da BR Distribuidora e das controladas na área de transporte. Conforme estimativas da própria estatal, o PDV em curso na companhia deverá atingir algo em torno de sete mil inscritos, abaixo da expectativa de 12 mil trabalhadores.
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CTG assedia AES Eletropaulo para tomar liderança da CPFL
26/08/2016A China Three Gorges (CTG) prepara uma oferta de compra da Eletropaulo. O negócio será feito por intermédio da EDP – Energias do Brasil, controladora da EDP Bandeirante, de São Paulo, e da capixaba EDP Escelsa. Segundo a fonte do RR, muito próxima das negociações, a CTG está tratando do assunto há uma semana com a AES, controladora da Eletropaulo. No lado vendedor do balcão está Charles Lenzi, que foi o responsável pela venda da AES Sul para a CPFL. O executivo comanda a Eletropaulo desde o início do ano, quando foi feita uma separação dos negócios nas áreas de geração e distribuição. O objetivo do grupo norte-americano é focar sua atuação no Brasil em geração. Procuradas, CTG e AES não se pronunciaram. A aquisição é vista pelos chineses da CTG como a grande chance para ter escala e disputar a liderança do segmento de distribuição no país, ultrapassando a CPFL. Com a compra da Eletropaulo, a EDP pulará da sexta para a segunda posição no ranking do segmento, com 13% de participação contra 14% da CPFL. Os chineses terão algumas vantagens em relação à concorrente com a aquisição. A Eletropaulo sozinha tem receita de R$ 14 bilhões, equivalente a 70% do faturamento da CPFL. Juntando a distribuidora paulista, a Bandeirante e a Escelsa, a EDP terá receita de R$ 23 bilhões e o maior mercado consumidor de energia do país. O outro lado da moeda é que a CTG terá de resolver uma equação que a AES não conseguiu solucionar nos últimos anos. Apesar do aumento do faturamento da Eletropaulo, que subiu de R$ 9 bilhões em 2013 para R$ 14 bilhões no ano passado, a companhia paulista viu o lucro cair em dez vezes desde 2011. Hoje está apenas em R$ 100 milhões. O nível de endividamento ainda é alto e a qualidade do passivo também piorou. A dívida líquida esse ano é de R$ 3,9 bilhões contra R$ 3,5 bilhões em 2015. O custo, que era de CDI mais 1,43% a.a., está em CDI mais 1,85% a.a. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado subiu de 2,7 no primeiro trimestre de 2015 para 3,1 no mesmo período desse ano. Para completar, o prazo médio de amortização do endividamento caiu de 5,05 anos para 4,48 anos. A CTG tem pressa nas negociações porque sabe que quanto mais o tempo passar maior será o risco de enfrentar concorrentes. A própria CPFL tem interesse na Eletropaulo, apesar da grande probabilidade de sofrer o veto ou ao menos restrições do Cade devido à participação quase monopólica no estado de São Paulo.
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Sulgás puxa a fila da privatização nos Pampas
8/08/2016O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, está decidido a privatizar a Sulgás, no âmbito do programa de renegociação das dívidas estaduais com a União. Por ora, o assunto é cuidadosamente tratado a portas fechadas no Palácio Piratini. Além da negociação com o BNDES, responsável por estruturar a venda das estatais, a operação depende ainda uma articulação política razoavelmente intrincada: a venda da distribuidora de gás precisa ser autorizada pela Assembleia Legislativa. Cálculos preliminares do próprio governo gaúcho indicam que a Sulgás está avaliada em aproximadamente R$ 600 milhões. Significa dizer que o Tesouro gaúcho poderá arrecadar até R$ 300 milhões com a alienação da sua participação de 51% na Sulgás. José Ivo Sartori sabem muito bem onde o calo fiscal lhe aperta. O Rio Grande do Sul carrega a quarta maior dívida entre as unidades federativas, na casa dos R$ 53 bilhões. Para asfixiar ainda mais as contas públicas, o déficit do estado projetado para 2016 já beira os R$ 7 bilhões. Por isso, Sartori vai usar de todo o seu poder político para garantir o apoio do Legislativo à privatização da Sulgás. O que está em jogo, neste caso, não é apenas a venda da distribuidora de gás. A aprovação da Assembleia deverá abrir as portas para outras privatizações que estão no radar do governo gaúcho, como a da empresa de saneamento Corsan e, sobretudo, a da distribuidora de energia CEEE. • As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Governo do RS.
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Renova Energia é mais uma lâmpada queimada na Cemig
5/08/2016O colar de ativos da Cemig nas áreas de distribuição, transmissão e geração está se desmanchando na velocidade da luz. Além da Light e da Taesa , que já estão na prateleira, a companhia também colocou à venda sua participação na Renova Energia. A Cemig é a maior acionista individual, com 44% do capital ordinário. Segundo o RR apurou, o negócio já foi oferecido à canadense Brookfield e à chinesa Three Gorges . Ressalte-se que os asiáticos são apontados também como fortes candidatos à aquisição da parte da própria Light na Renova (20,8%). A operação é conduzida paralelamente e deve ser concluída antes mesmo de uma eventual venda do controle da distribuidora fluminense. A Cemig quer não apenas fazer caixa com a venda da participação na Renova Energia, mas, sobretudo, se livrar das futuras obrigações financeiras com a empresa. Estima-se que apenas as 25 usinas eólicas na Bahia exijam dos sócios um desembolso da ordem de R$ 3,5 bilhões pelos próximos 12 meses. A Renova Energia se tornou uma máquina de moer dinheiro, notadamente dinheiro do Tesouro de Minas Gerais. No início deste ano, a Cemig foi a única acionista a subscrever a chamada de capital na Renova Energia de aproximadamente R$ 700 milhões, sendo obrigada a aumentar a fórceps a sua fatia no capital. Dois anos antes, os sócios já haviam aportado outros R$ 3,5 bilhões na empresa. No meio do caminho, mais precisamente em maio de 2015, a Renova ainda vendeu um pacote de usinas eólicas por cerca de R$ 1,6 bilhão. Não deu nem para a saída. Os recursos foram rapidamente tragados por projetos, àquela altura, ainda em fase de implantação. • As seguintes empresas não se pronunciaram ou não comentaram o assunto: Cemig, Brookfield e Three Gorges.
Acervo RR
Novo alvo
1/08/2016O fundo Advent, que chegou a fazer uma oferta pela BR Distribuidora, tem interesse também nos ativos de transporte de gás da Petrobras.
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Novo alvo
1/08/2016O fundo Advent, que chegou a fazer uma oferta pela BR Distribuidora, tem interesse também nos ativos de transporte de gás da Petrobras.
Acervo RR
Cadeira cativa
29/07/2016A Energisa, da família Botelho, é vista na própria Eletrobras como a mais forte candidata à compra da Celg. O leilão da distribuidora goiana está marcado para o próximo dia 19.
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Adeus, monopólio
20/07/2016O fim anunciado do monopólio da Petrobras no mercado de gás, com a venda de ativos de transporte e distribuição, vai provocar um redesenho radical no segmento. A mais importante medida será entregar a operação de transporte do insumo a um órgão semelhante ao ONS, controlado por entes privados. Dessa forma, a estatal perderá de vez o poder sobre o despacho do gás às distribuidoras.
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Uma esperança chinesa para os credores do Grupo João Lyra
5/07/2016Surge um fiapo de esperança para os fornecedores, credores financeiros e os mais de dez mil funcionários do Grupo João Lyra, vítimas da má gestão e dos escândalos que culminaram na falência da companhia. A possível solução vem da China. Um dos maiores produtores de açúcar e etanol da Ásia e ainda sem negócios no Brasil, o Rui Feng Group tem interesse em assumir as cinco usinas do conglomerado alagoano. Para tanto, negocia com os bancos e os administradores da massa falida uma considerável redução na dívida do João Lyra, que totaliza cerca de R$ 2 bilhões – mais de metade do valor se refere aos passivos financeiros. A relação das instituições bancárias chama a atenção pela biodiversidade: entre os principais credores estão o Banco do Nordeste, o inglês Calyon, o belga Alcotra e o francês Natixis. A venda de boa parte dos 40 mil hectares em terras em Alagoas e Minas Gerais, avaliados em aproximadamente R$ 500 milhões, permitiria o pagamento dos funcionários com alguma folga. Estima-se que as dívidas trabalhistas estejam na casa dos R$ 200 milhões. O próprio processo de falência do Grupo João Lyra é tão nebuloso quanto a trajetória final da companhia. Desde 2012, dois juízes e dois desembargadores já passaram pelo caso e se afastaram posteriormente. Três administradores da massa falida também renunciaram ao posto, em todos os casos sem maiores justificativas para a decisão. Nesse intervalo, a dívida, que começou em R$ 1 bilhão, duplicou. No mesmo período, multiplicaram-se também as denúncias contra o usineiro e ex-deputado João Lyra. O empresário está citado na Lava Jato. A Justiça investiga as sinuosas relações entre o grupo e a BR Distribuidora, sempre costuradas por Fernando Collor. As denúncias envolvem ainda um empréstimo do Banco do Brasil ao usineiro, no valor de R$ 50 milhões, que só teria se consumado graças à intervenção do ex-presidente da República. • As seguintes empresas não se pronunciaram ou não comentaram o assunto: João Lyra.
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Venda da BR Distribuidora fica no meio tanque
1/07/2016A opção pela coluna do meio – dividir o controle da BR Distribuidora irmãmente com um investidor – é a saída pela tangente hoje majoritária entre os membros do Conselho de Administração da Petrobras. Ela acomoda a disposição privatista do presidente da estatal, Pedro Parente, que sairia perdedor caso tentasse, a exemplo do antecessor Aldemir Bendine, vender a maior parte ou mesmo a totalidade do capital da companhia. E também vai ao encontro das ponderações do ex-presidente do Conselho da estatal e nº 1 da Vale , Murilo Ferreira, contrário à venda da empresa já, ou seja, antes de um choque de gestão capaz de valorizar o preço do ativo. No novo modelo de associação mano a mano, a gestão seria profissionalizada, o que permitiria em um valuation futuro vender parte do capital em mãos da Petrobras com um elevado prêmio pelo controle, lançando mão da golden share para algumas funções estratégicas da distribuidora. Abrir mão de 50% das ações da BR é um caminho intermediário: a “mãe” será capitalizada sem perder a ingerência sobre uma companhia que tem, digamos assim, outros deveres relevantes além de gerar lucro na boca da mangueira de gasolina. A BR cumpre uma série de atribuições estratégicas, que vão além das suas fronteiras corporativas e muito provavelmente não seriam seguidas à risca por um investidor privado. A empresa garante o escoamento dos derivados produzidos pela Petrobras, evitando a asfixia das refinarias estatais. Abastece regiões ermas do país, das quais as concorrentes nem chegam perto devido à baixa escala. Garante o fornecimento aos governos federal, estaduais e municipais de asfalto e emulsões para rodovias de todo o país. A importância da BR chega ainda à área de defesa: a companhia integra o Sistema de Segurança Nacional, sendo responsável pelo abastecimento de combustível de todas as Forças Armadas. Antes de mexer nesse vespeiro, o presidente da Petrobras tem muita coisa para arrumar na frente. Quer trazer profissionais gabaritados do mercado para tocar a BR, mas o primeiro passo é iniciar já a mudança de todos os processos da companhia. Vai contratar o onipresente consultor Vicente Falconi, que dará o ar da sua graça em conferência na Petrobras neste fim de semana. O cartão de visita de Falconi não é uma navalha, mas uma nota fiscal.
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Custo BR
28/06/2016Um dos passivos da Lava Jato que serão herdados pelo novo sócio ou – quem sabe? – futuro controlador da BR Distribuidora: neste momento, há 36 funcionários da estatal sob investigação interna. Seus e-mails, ligações telefônicas e negociações comerciais de que participaram estão sendo escarafunchados de cima a baixo. • As seguintes empresas não se pronunciaram ou não comentaram o assunto: BR Distribuidora.
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Pimentel recorre à venda da Light para acender a luz na Cemig
24/06/2016O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, quer fazer da Cemig a sua agenda positiva. Busca uma solução a jato para os péssimos resultados financeiros da estatal mineira. Pimentel foi denunciado por prática de corrupção na Operação Acrônimo e seu afastamento do cargo está sendo analisado pelo Superior Tribunal de Justiça. Dificilmente a Cemig conseguirá se livrar da desmobilização de ativos como saída para reduzir o passivo. O endividamento tem uma relação dívida líquida/Ebitda de quatro vezes. Segundo projeções da própria empresa, deverá bater em cinco vezes até o fim do ano. O resultado é exatamente o dobro do limite estipulado nos estatutos da Cemig, que é de 2,5 vezes. O prato principal do programa de venda de controladas da companhia deverá ser a Light, da qual a Cemig tem 26%. Somente com essa transação, a estatal projeta receber em torno de R$ 1,5 bilhão – valor baseado na cotação média dos últimos dois anos, mais um prêmio de controle da distribuidora de energia elétrica carioca. O valor é equivalente a 10% do total do endividamento da companhia mineira. A opção pela venda da Light ganhou força após a aquisição esse mês da gaúcha AES Sul pela CPFL por R$ 1,7 bilhão. O acordo no Rio Grande do Sul é visto no mercado como o ponto de partida de um intenso processo de consolidação no setor de energia elétrica. Esse cenário torna a venda da Light muito mais atraente para investidores, já que a empresa ocupa o quinto lugar no ranking de distribuição do país, com receita de R$ 11 bilhões e área de concessão no segundo maior mercado consumidor de energia do país. A CPFL é vista pela Cemig como uma candidata natural ao negócio em função de sua estratégia de se consolidar como líder no segmento – tem 15% de mercado, à frente da Eletropaulo e da Cemig. A Enel, dona da Ampla, já teria sido procurada pela estatal. A Light e a Ampla têm áreas de concessão contíguas no Rio de Janeiro. Com a transação, a Enel terá ganhos operacionais e ainda passará a ter 8% de participação na distribuição de energia, do mesmo tamanho da Cemig. As seguintes empresas não se pronunciaram: Cemig.
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Venda da BR esbarra no espírito de corpo
20/06/2016Obter o sinal verde do governo, atrair o interesse dos investidores e conquistar o apoio dos stakeholders externos da Petrobras promete ser a parte mais simples do processo de venda do controle da BR Distribuidora. A maior dificuldade de Pedro Parente será dobrar a própria corporação. A resistência começa no Conselho de Administração. A matéria publicada pelo RR na última quinta-feira, revelando que GP e Advent apresentaram propostas pelo controle da companhia, causou um alvoroço na estatal. No mesmo dia, o representante dos trabalhadores no Conselho, Bruno Paiva, enviou uma mensagem aos funcionários questionando a hipótese de venda do controle. O tom foi de conclamação do espírito de corpo: “Lembrem, meus caros, que a BR é uma empresa comercial e estatal. São muitos os interessados em dominar nosso negócio, de políticos a empresários. E uma força de trabalho desmotivada, sem concentração, sem foco em nossos objetivos empresariais, será alvo fácil para nossos algozes.” Paiva falou também ao bolso dos trabalhadores: “É óbvio que uma eventual privatização vai impactar a vida de todos, assim como já impactou o não pagamento de PLR”. Segundo o RR apurou, Bruno Paiva foi cobrado pelos funcionários por conta da notícia sobre as ofertas pelo controle da BR. Não por acaso, em sua mensagem o conselheiro esforçou-se para desconstruir a informação: “Qualquer um de nós pode apresentar uma proposta pela BR. Se a Petrobras vai aceitar ou não, é o que realmente importa. Não há novidade no material publicado.” No dia seguinte, era desmentido pelo próprio Pedro Parente. Em entrevista, o presidente da Petrobras confirmou ter recebido no início da semana as propostas de compra da BR. A batalha está só começando.
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Novo capítulo
20/06/2016A Petrobras, que já cobra judicialmente quase R$ 2 bilhões em dívidas da Eletrobras relacionadas ao fornecimento de combustíveis para distribuidoras do grupo, deverá acrescentar mais alguns valores no contencioso. A companhia estuda levar para os tribunais uma dívida de R$ 5 bilhões que a Eletrobras tem com a Cigás. Procurada, a Eletrobras diz que negociou a dívida. Faltou combinar com a Petrobras: segundo ela, o assunto ainda está pendente.
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Cepisa
17/06/2016Os planos do governo de privatizar ainda neste ano a Cepisa, uma das distribuidoras federalizadas pela Eletrobras, podem esbarrar na Aneel. Na agência, já se discute a possibilidade de intervenção na distribuidora piauiense. A decisão seria motivada pela piora dos indicadores técnicos e operacionais e pela preocupante situação financeira da companhia. A Cepisa tem um passivo a descoberto da ordem de R$ 700 milhões. Ou seja: se a Aneel nada fizer, a questão é saber que investidor se candidata a pegar essa lâmpada incandescente.
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BR Distribuidora dá a ignição no programa de privatizações
16/06/2016A volta do governo Michel Temer ao passado já tem endereço certo: a BR Distribuidora. A venda da companhia marcará a retomada do processo de privatização encerrado junto com a gestão FHC. Das três propostas recebidas pela Petrobras no início desta semana, a preferência da diretoria da estatal recai sobre as ofertas apresentadas pela GP Investimentos e pela Advent. Nos dois casos, segundo o RR apurou, a negociação envolve a transferência do controle da BR. A exceção é a Vitol, uma das maiores tradings de petróleo e derivados do mundo, com sede na Suíça, O grupo teria formalizado seu interesse em ficar com uma participação inferior a 49% da distribuidora. Ressalte-se que dentro da Petrobras ainda não há um consenso em relação ao desfecho da operação. Representantes dos trabalhadores no Conselho ainda consideram a distribuição de combustíveis um negócio estratégico para a companhia e discordam da venda do controle da BR. No entanto, a vontade de Pedro Parente e, portanto, do governo deverá prevalecer. Até prova em contrário, o executivo chegou à estatal com carta branca para tudo. Dói à alta direção da Petrobras que, no atual cenário, a companhia seja forçada a engolir a venda da BR a um preço subavaliado. Em outro momento, a operação representaria um reforço de caixa substancial para a empresa. Mas, em outro momento, talvez nem fosse necessário se desfazer da distribuidora. Engessada pelas limitações financeiras da sua nave-mãe, a BR tem visto a concorrência encostar nos seus calcanhares, algo que parecia inimaginável há alguns anos. A pressão ficou ainda maior com o anúncio da venda da Ale para o Grupo Ultra. Com a operação, a bandeira Ipiranga ultrapassará a estatal em número de postos: 9,2 mil contra 8,1 mil. Na venda de gasolina, a disputa irá para o photochart: o Ultra atingirá uma participação de mercado de 25,3%, milímetros atrás da BR (25,8%). No segmento de etanol, a ultrapassagem já está consumada. Com a Ale, a rede Ipiranga passará a ter quase 21% das vendas de álcool no país, contra 20% da BR. Procurada pelo RR, a Petrobras não comentou o assunto.
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Petrobras já conta com o dinheiro das elétricas no caixa
3/06/2016O novo comandante da Petrobras, Pedro Parente, conta como líquido e certo que Michel Temer vai sancionar nos próximos dias a Medida Provisória 706, aprovada pelo Senado na última terça-feira, véspera da posse do executivo. Parente já ganhou do governo federal a promessa de que os reajustes dos preços dos combustíveis não mais estarão subordinados à política econômica. Conta agora com o apoio do governo federal para obter um reforço no caixa da companhia. Se a MP for sancionada, a Petrobras conseguirá receber ainda nesse ano a totalidade ou a maior parte do pagamento de uma dívida de aproximadamente R$ 10 bilhões da Eletrobras com a companhia. O débito está relacionado à compra de combustível para o abastecimento de termelétricas que fornecem energia a distribuidoras da holding de eletricidade na Região Norte. É o maior crédito da petroleira no mercado brasileiro, cujo valor chega bem perto do que a companhia pretende arrecadar com o plano de vendas de ativos em 2016 – aproximadamente R$ 14 bilhões. O caso mais grave está localizado no Amazonas. A Eletrobras tem se valido de seguidas liminares na Justiça para impedir que a Petrobras venda combustível à distribuidora amazonense apenas mediante pagamento à vista. A MP 706 não apenas autoriza que as dívidas das distribuidoras de Rondônia, Roraima, Amapá e Amazonas sejam pagas parcialmente com o aumento das tarifas de energia elétrica em todo o país como também autoriza que o restante seja quitado com repasses do Tesouro para o grupo Eletrobras. Joga a favor do pleito de Parente o fato de que, se não houver repasse das dívidas para as tarifas, o Tesouro terá de arcar com tudo ou, no limite, deixar o endividamento contaminar cada vez mais o caixa dessas distribuidoras até o limite da insolvência. A situação impediria a privatização das companhias e ainda abriria espaço para uma – há bem pouco tempo impensável – intervenção da Aneel nas quatro distribuidoras. — Na cerimônia de posse da presidência da Petrobras, Pedro Parente deu a entender que não conta com um aporte do Tesouro na Petrobras. Bulhufas! Parente estava na frente de Henrique Meirelles, que projetou um déficit primário de R$ 170 bilhões; um déficit que pode ser ainda maior. Se dissesse o contrário, abriria uma crise no governo logo após a conclusão da sua posse. Mas todos sabem que cortar gastos e vender ativos não é suficiente frente ao tamanho do passivo da empresa. Uma forma mimética de capitalizar a estatal seria fazer um encontro de contas entre a Petrobras, BNDES e Tesouro Nacional. Em vez de repassar R$ 40 bilhões à União, conforme está previsto, os recursos seriam destinados à Petrobras. A capitalização, de uma forma ou de outra, não tarda. A não ser que haja intenções inconfessáveis em relação à estatal.
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Enel Brasil busca ativos para não virar uma lâmpada queimada
2/06/2016O novo presidente da Enel Brasil, Carlo Zorzoli, chegou à empresa como um salvador da pátria. Das duas uma: ou o executivo consegue impor seu plano de negócios e inaugurar uma temporada de aquisições ou a companhia está fadada a virar uma mera produtora de fagulhas ou algo que valha, em razão do progressivo processo de esvaziamento da operação brasileira. Zorzoli está empenhado em transformar a primeira hipótese em realidade e já saiu a campo em busca de ativos para engordar a operação da Enel no Brasil. No topo da lista está a AES Sul. A norte-americana AES já decidiu vender a distribuidora para se concentrar no Sudeste, por meio da Eletropaulo. A intenção de Zorzoli é não apenas avançar em um mercado de razoável proporção, como o gaúcho, como também transformar a AES Sul em plataforma para a compra de outras distribuidoras na região. Com a empresa gaúcha, os italianos ficariam bem posicionados, por exemplo, para participar da privatização da área de distribuição da CEEE, que tem área de concessão contígua à da AES Sul. Muito provavelmente terá como adversária a CPFL, que já tem uma distribuidora no estado, a RGE. O cardápio de oportunidades para a Enel se estende ainda a outros estados, diante do desejo manifesto do governo em privatizar as nove concessões de distribuição penduradas na Eletrobras. Zorzoli chegou ao país em circunstância hostil e acabou se transformando na grande esperança de uma subsidiária que, gradativamente, vem perdendo poder na operação da Enel na América Latina. Os italianos estão transferindo o centro de decisões do grupo na região para o Chile, mais precisamente para a controlada Enersis. Neste momento, a companhia está passando por um processo de cisão, que dará origem a duas empresas, a Enersis Chile e a Enersis América – , ambas com ações na Bolsa de Santiago. A subsidiária brasileira ficará subordinada à segunda. Zorzoli se esforça para evitar que estas mudanças reduzam ainda mais a importância relativa da Enel Brasil e inviabilize seus planos para a companhia, que, além de aquisições, incluem uma reorganização societária. O executivo pretende juntar os ativos de geração e distribuição da antiga Endesa Brasil – incluindo a Ampla e a Coelce –, com os da Enel Green Power, de energias renováveis. Esta nova estrutura transformaria a Enel em um grande grupo integrado da área de energia elétrica, algo bem diferente do atual condomínio de empresas que operam praticamente uma de costas para as outras. * Citada, a Enel não retornou o nosso contato.
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Venda da Celg
31/05/2016O Ministério de Minas e Energia corre para lançar até o fim de junho o edital de privatização da Celg, uma das distribuidoras federalizadas. É parte do esforço de capitalização da Eletrobras.
Acervo RR
Venda da Celg
31/05/2016O Ministério de Minas e Energia corre para lançar até o fim de junho o edital de privatização da Celg, uma das distribuidoras federalizadas. É parte do esforço de capitalização da Eletrobras.
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Tropa de choque
23/05/2016O Planalto escalou uma tropa de choque para garantir que o Senado aprove a polêmica Medida Provisória 706. Na linha de frente, estão os ministros Romero Jucá e Geddel Vieira Lima, que têm notória influência sobre o Congresso. Entre os senadores, o trabalho de convencimento é conduzido pelos peemedebistas Eduardo Braga e Edison Lobão – não por coincidência, dois ex-ministros de Minas e Energia. A MP 706 prevê o repasse aos consumidores de energia de R$ 3,5 bilhões relativos a perdas das distribuidoras federalizadas pela Eletrobras. A proposta passou sem problemas pela Câmara dos Deputados. Mas, devido à forte reação contrária das empresas de energia e da própria Aneel, o governo colocou seus centuriões em campo para evitar uma reviravolta no Senado.
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Light espalha suas geradoras sobre o balcão
20/05/2016A Light prepara um plano emergencial de desmobilização de ativos, notadamente na área de geração, para fazer frente a sua delicada situação financeira. Segundo o RR apurou, a proposta deverá ser submetida ao Conselho de Administração na reunião prevista para a próxima semana. A companhia pretende se desfazer da sua participação na Renova Energia, maior geradora de fontes renováveis do país, e na usina de Belo Monte . Também seriam colocadas à venda cinco usinas hidrelétricas no Rio e em São Paulo, com capacidade total de 855 MW. Segundo o RR apurou, a empresa espera arrecadar algo em torno de R$ 3 bilhões com a alienação dos ativos e, assim, ganhar fôlego para atravessar sua maior crise desde a privatização, há exatos 20 anos. A Light está no meio da tempestade perfeita. A queda no consumo de energia, o avanço da inadimplência, o rombo fiscal de R$ 9 bilhões em Minas Gerais – o que inviabiliza qualquer novo aporte de capital da Cemig, seu controlador – e a escalada do passivo têm formado uma combinação explosiva para a distribuidora fluminense. Nos últimos 12 meses, a relação dívida líquida/Ebitda pulou de 3,7 para 4,3 vezes e a situação tende a se agravar. Segundo o RR apurou, as projeções da própria Light indicam que esse índice vai romper o patamar de cinco para um até o fim do ano. Um dos casos mais delicados – não exatamente pelo montante, mas pelo potencial impacto sobre a própria operação da companhia – é o passivo com Itaipu. Há cerca de dois meses, a Light abriu uma nova rodada de negociações na tentativa de repactuar o pagamento da dívida de US$ 80 milhões referente à compra de energia. No entanto, segundo fontes próximas à empresa, as conversações fracassaram e a geradora exige a imediata quitação dos valores atrasados. A dívida com Itaipu é um fio desencapado que se estende até a Aneel. A presidente da Light, Ana Horta Veloso, solicitou à agência reguladora uma revisão tarifária extraordinária, dois anos antes do previsto. A justificativa da companhia é que ela fez uma série de investimentos adicionais, sobretudo por conta dos Jogos Olímpicos no Rio. No entanto, a direção da Aneel já deixou claro que qualquer discussão está condicionada à quitação dos pagamentos atrasados à Itaipu. Por falar em inadimplência, na outra ponta a Light sofre com o crescente atraso no pagamento das contas de luz. No primeiro trimestre deste ano, a companhia registrou em balanço cerca de R$ 50 milhões em provisões para recebíveis de liquidação duvidosa. Ou seja: em apenas três meses, a empresa provisionou mais de 60% do valor lançado ao longo de todo o ano de 2015 (R$ 80 milhões). Procurada pelo RR, a Light não comentou o assunto.
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Liquigás
20/05/2016Além do Ultra e da holandesa SHV/Supergasbras, há dois novos interessados na Liquigás. A mexicana Pemex e o fundo Canada Pension Plan costuram uma oferta conjunta pela distribuidora de GLP da Petrobras. A empresa estaria avaliada em aproximadamente R$ 1,5 bilhão. Procurada pelo RR, a Petrobras não comentou o assunto.
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Gas Brasiliano
29/04/2016Após comprar 49% da Gaspetro, a Mitsui tem um novo alvo entre os ativos da Petrobras: a aquisição do controle da Gas Brasiliano, uma das distribuidoras de gás em São Paulo. Os japoneses entrariam na operação de mãos dadas com a chinesa Beijing Gas – curiosamente derrotada pela própria Mitsui na disputa pela Gaspetro. Procurada, a Mistui não comentou o assunto.
Acervo RR
Gas Brasiliano
29/04/2016Após comprar 49% da Gaspetro, a Mitsui tem um novo alvo entre os ativos da Petrobras: a aquisição do controle da Gas Brasiliano, uma das distribuidoras de gás em São Paulo. Os japoneses entrariam na operação de mãos dadas com a chinesa Beijing Gas – curiosamente derrotada pela própria Mitsui na disputa pela Gaspetro. Procurada, a Mistui não comentou o assunto.
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Total acelera no mercado de combustíveis
25/04/2016A Total vai fincar bandeira no mercado brasileiro de distribuição de combustíveis. Segundo o RR apurou, o grupo francês contratou a consultoria Estáter para vasculhar o setor em busca de ativos. Na mira, redes com forte atuação regional e, no mínimo, 100 postos. Vestem esse figurino, por exemplo, a Petrobahia e a paranaense CiaPetro, que, juntas, somam aproximadamente 330 pontos de atendimento. De acordo com informações filtradas junto à própria Total, a meta da empresa é chegar ao patamar de 600 postos até o próximo ano, o que a transformaria na quinta maior distribuidora do país, atrás de BR, Ipiranga, Raízen e Ale. Em outro front, a Total surge também como um potencial candidato a fisgar postos da própria BR Distribuidora. Diversos revendedores da estatal têm virado a casaca insatisfeitos com a política de royalties da companhia. Quem mais tem cooptado distribuidores da BR é a Ipiranga/Grupo Ultra – ver RR de 10 de julho de 2015. Há cerca de três anos, não custa lembrar, a Total ensaiou sua entrada no setor. Eram outros tempos: com o barril acima dos US$ 100, toda a aposta dos franceses estava concentrada na exploração e produção de petróleo e gás – o grupo é sócio da Petrobras no megacampo de Libra e de outros 15 blocos de exploração e produção no país. Na ocasião, a Total chegou a assinar um contrato de exclusividade para negociar a compra do controle da rede de postos Ale, mas não houve acordo em relação ao preço. Se, por um lado, o fracasso nas tratativas com a Ale impediu que a Total comprasse a quarta maior distribuidora de combustíveis do país, por outro os franceses voltam ao jogo em condições bastante favoráveis, por conta do câmbio e da depreciação dos ativos. Procurada pelo RR, a Total não comentou o assunto.
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Bovespa e Cetip levam monopólio às bolsas
19/04/2016A fusão entre a BM&F e a Cetip, um negócio da ordem de R$ 12 bilhões, terá de enfrentar uma dura resistência no mercado de capitais. Agentes do setor – incluindo grandes corretoras de valores, traders autônomos e empresas e investidores dispostos a criar uma nova bolsa eletrônica – estão se mobilizando contra a operação. Segundo o RR apurou, a Ancord (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos) já protocolou um ofício na CVM e no BC, por conta do poder da nova empresa de tomar decisões unilaterais sobre o funcionamento do mercado. A pressão maior se dará no Cade. Juntas, BM& Bovespa e Cetip terão o monopólio no registro e negociação de ativos no mercado brasileiro de capitais. A dupla vai controlar 100% das operações, o que lhes permitirá arbitrar as taxas que quiser por serviços como custódia e liquidação de compra e venda de títulos mobiliários. O objetivo das instituições do mercado é pressionar o Cade a só aprovar a operação mediante uma série de restrições. Neste caso, BM&F e Cetip seriam forçadas a manter alguns de seus serviços separadamente, como, por exemplo, a custódia dos contratos de compra e venda e atividade de central depositá- ria de títulos privados. O que corretoras e agentes autônomos querem evitar é o último capítulo da crônica do monopólio mais do que anunciado. A associação com a Cetip é a culminância de uma série de movimentos nesta direção, notadamente a compra da Bolsa do Rio pela de São Paulo e a posterior fusão entre a BM&F e a Bovespa. Procurada pelo Relatório Reservado, a BM&F Bovespa não comentou o assunto.
Infraestrutura
Acefalia
18/04/2016A título de curiosidade: exatamente hoje a BR Distribuidora completa sete meses sem um presidente efetivo.
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Vagões vazios
14/04/2016A temperatura societária esquentou no Grupo Randon. Previ e Guepardo Investimentos, donos de 10% do capital, pressionam o presidente do grupo, David Randon, por mudanças na estratégia de negócio. Questionam, por exemplo, a exposição ao setor ferroviário e a decisão da companhia de construir uma fábrica de vagões em Araraquara (SP) diante da forte queda da demanda. Entende-se a insatisfação dos acionistas e sua preocupação com o curtíssimo prazo. A Randon, que sempre foi uma pródiga distribuidora de dividendos, fechou 2015 no vermelho e caminha para um novo prejuízo neste ano. Procuradas, as seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Previ e Randon.
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Risco sistêmico
4/04/2016As empresas de energia foram em coro ao governo pedir mudanças nas regras tarifárias e a flexibilização dos investimentos compulsórios. Palavra do presidente de uma das maiores distribuidoras do país ao RR: “Se nada mudar, teremos uma quebradeira em série”.
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Impeachment de Dilma lava as mazelas de Temer
22/03/2016Michel Temer reza todos os dias pelo impeachment de Dilma Rousseff. A mudança do Palácio do Jaburu para o Alvorada representa bem mais do que um projeto de poder. Significa também a conquista de um salvo-conduto, ainda que simbólico. Colocar a faixa de Presidente da República seria o mais convincente aceno a Sergio Moro e seus procuradores para que deixassem suas denúncias em banho-maria, pois o país não suportaria outro processo de impedimento. Temer é citado na Lava Jato por uma suposta participação em um esquema de propina vinculado à compra irregular de etanol pela BR Distribuidora. A história de que o vice-presidente recebeu por muitos anos uma mesada informal da estatal já virou lugar-comum, mas essa não seria sua única travessura. Ele teria reinado na Cia. Docas de Santos, uma informação igualmente requentada, não constasse da delação de Delcídio do Amaral. Por meio de sua assessoria, o vice-presidente Michel Temer nega as acusações. Temer está convicto de que a Presidência da República é um antibiótico de largo espectro. Mesmo porque ele deverá se deparar com um quadro bem mais favorável, marcado pelo arrefecimento da crise política e por um Congresso novamente domável. Na economia, ele herdaria um momento de melhorias já contratadas no governo Dilma, em razão do aumento dos investimentos estrangeiros, do crescimento das exportações e da queda da inflação. Com relação à mídia, por sua vez, a expectativa é de um noticiário igualmente mais ameno. Sem a queda de Dilma, entretanto, Temer é candidato a um distúrbio neurovegetativo. Fica difícil imaginar que o vice sairá ileso caso a Lava Jato siga no trilho atual. Segundo o RR apurou, a delação de Delcídio do Amaral avançou muitas jardas em relação às denúncias feitas pelo exdiretor da BR João Augusto Henriques, preso desde setembro – vide RR edição 28/ 9. De acordo com uma fonte, Delcidio revelou em novos depoimentos que Temer teria se beneficiado do esquema da BR por mais de uma década. Os pagamentos teriam se iniciado antes da nomeação de Henriques para a diretoria da estatal e perdurado mesmo após a sua saída do cargo. Ainda segundo o informante do RR, Delcídio informou que os recursos repassados a Temer giravam em torno de R$ 70 mil por mês. A princípio, se comparado aos valores bilionários que caracterizam a Lava Jato, a cifra soa como modesta. Mas, partindo-se da denúncia de que o esquema durou mais de 10 anos, uma conta matemática simples mostra que o vice-presidente teria recebido algo superior a R$ 8 milhões. Ainda segundo a fonte do RR, Temer não seria o único figurão alvejado pela revelação do propinoduto da BR. De acordo com Delcídio, Eduardo Cunha e o então presidente do PMDB em Minas Gerais, o deputado federal Fernando Diniz, já falecido, também se favoreciam do esquema do etanol.
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Bota fora
22/03/2016Além da venda das nove distribuidoras federalizadas, a Eletrobras estuda reduzir sua participação em outras empresas para fazer caixa. A derrama começaria pela Celesc.
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Oito cenários à procura da realidade
21/03/2016As fichas estão sendo apostadas no impeachment de Dilma Rousseff e na prisão de Lula. Mas a ambiência institucional e a volatilidade dos fatos suportam as mais variadas hipóteses, algumas indesejáveis e outras até extravagantes. O RR desenhou seus cenários e deu suas respectivas notas. Escolha o seu. Mas não espere encontrar uma opção tranquilizadora. CENÁRIO 1: São cumpridos os ritos do impeachment na Câmara e no Senado, e Dilma Rousseff já está pré-condenada por todos. É possível, bem razoável, que Sergio Moro tenha mais alguma gravação “fortuita” para dar o xeque-mate na presidente. Tudo muito rápido. A esquerda patrocina a ideia do exílio de Dilma. Ela vira uma versão grosseira e mal educada de Zélia Cardoso de Mello. Ficará eternamente lembrada como a pior presidente da República de todos os tempos. Nota AAA CENÁRIO 2: Lula não assume a Casa Civil devido à interpretação condenatória do STF, é preso e, logo a seguir, é sentenciado – no melhor estilo Sergio Moro, a toque de caixa. Pega de 20 a 30 anos de prisão. Algo similar à condenação de Marcelo Odebrecht. A militância do PT desiste de reagir diante do massacre da mídia e da maioria crescente da população, que coloca em dúvida a lisura do ex-presidente. Lula fica engradado e solitário. Esse é o seu pior pesadelo, o do “Esqueceram de mim”. Nota AAa CENÁRIO 3: Lula consegue assumir o ministério. Faz um discurso seminal em horário nobre. Chama todos à militância. Faz anúncios irresistíveis, a exemplo de um programa de recuperação social e econômica. Lula quebra a espinha dorsal da mídia ao usar à exaustão o horário pago de televisão. Falaria por volta de 10 minutos no horário do Jornal Nacional ou no intervalo da novela das 21 horas. O ex-presidente, com esse show off, reduz a animação dos “coxinhas”. Ainda nesse cenário, Dilma surfa no desarmamento dos espíritos patrocinado por Lula. O impeachment é postergado. Lula e Dilma determinam uma devassa fiscal seletiva e um levantamento de todos os passivos trabalhistas e previdenciários de veículos de comunicação escolhidos a dedo. Nota Bbb CENÁRIO 4: Lula é preso. Dedica-se a escrever seus diários. Relata como foi perseguido por Sergio Moro, na lenta transformação do regime em um macarthismo verde e amarelo. Com dois ou três anos de cárcere, vai se tornando um ícone, um Nelson Mandela tupiniquim. Nota BBb CENÁRIO 5: Dilma Rousseff não aguenta a onda e renuncia antes do término da abertura da sessão de impeachment. Lula vence a batalha das liminares no STF e permanece no Gabinete Civil da Presidência. Com um pedido público emocionado de Dilma, segue no cargo mesmo com a renúncia da presidente. Michel Temer assume. Vai governar com Lula. O ex-presidente fica mais à vontade, na medida em que Temer passa a ser investigado no esquema de arbitragem dos preços do etanol na BR Distribuidora e, em segundo plano, do feudo na Companhia Docas de Santos. Nota BBB CENÁRIO 6: O TSE encontra provas do uso da grana do petrolão para o financiamento de campanha da chapa Dilma/Temer. Game over. Lula é preso. Dilma e Temer rolam o despenhadeiro. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, assume a presidência da República, com o compromisso de realizar eleições em 90 dias. Moro alveja Cunha frontalmente. Assume o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, que carrega um portfólio de denúncias de documento falso, peculato e falsidade ideológica. Renan também cai na rede de Moro. Ascende, então, um togado. O presidente do Supremo – Ricardo Lewandowsky ou, a partir de setembro, Carmem Lucia – cai de paraquedas na Presidência da República. A partir de 2017, portanto na segunda metade do mandato, a eleição do presidente se dará por voto indireto. Os atores que sobem no proscênio da envergonhada política nacional, concorrendo no voto direto ou indireto, são Aécio Neves e Nove cenários à procura da realidade Geraldo Alckmin, Eduardo Paes, José Serra, Ciro Gomes, todos sabidamente patos para Sergio Moro. Sim, restam Marina Silva e Jair Bolsonaro. A julgar pela ausência no momento mais crucial da República, Marina trocaria as eleições no Brasil pelas do Tibet. E Bolsonaro, mesmo que concorra conforme as mais rigorosas normas democráticas, será golpe de qualquer maneira. Nota aaa CENÁRIO 7: A tensão cresce no país. A nação corre o risco de se transformar em uma praça de guerra. A primeira bala perdida, um número maior de feridos, um confronto corpo a corpo com as forças da ordem e pronto: terão extraído o magma fumegante que assopraram com convicção. Sangue e porrada na madrugada. Dilma, na condição de comandante em chefe, convoca o Conselho Nacional de Defesa, dentro dos estritos ditames constitucionais. Sentados no Conselho, o ministro da Defesa, os três comandantes militares e o chefe da Casa Civil – Lula or not Lula. Juntos, analisam a exigência de se lançar mão do estado de emergência, instituto cabível na situação citada. Golpe? Nenhum, pois a iniciativa está prevista na Constituição. Na excepcionalidade da circunstância, a ordem tem de ser mantida. As negociações com o Congresso e o Judiciário mudam muito! Nota BB+ CENÁRIO 8: O onipresente Sergio Moro avança no seu projeto de dizimar a classe política e refundar o Brasil. Todas as lideranças estão ameaçadas para valer: Lula e Dilma, é claro, mas também FHC, Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Michel Temer et caterva. Os políticos se reúnem para firmar um pacto, um governo de coalizão nacional, compartilhado entre os partidos. Todos acolhem que esta é a melhor solução não somente para a sobrevivência jurídica, mas para tirar o Brasil do atoleiro. Os líderes acordam que a fórmula para estabilizar a economia brasileira é promover um ajuste relâmpago no estilo Campos-Bulhões. Com o Congresso dominado, é pau na máquina. Nota CCC
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Collor na BR
16/03/2016O delator premiado Eduardo Musa, ex-gerente da Petrobras, teria escancarado detalhes sobre a relação entre o senador Fernando Collor de Mello e o antigo presidente da BR Distribuidora, José Lima Neto. A conferir.
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Perdão elétrico
11/03/2016A direção da Aneel discute um waver para as distribuidoras de energia, com a renegociação dos investimentos obrigatórios e dos prazos para o aporte. A agência reguladora considera alto o risco de que algumas empresas de menor porte não aguentem o tranco e entrem em recuperação judicial.
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Venda da Celg
8/03/2016O Ministério de Minas e Energia deverá divulgar ainda neste mês o edital de privatização da goiana Celg, uma das distribuidoras sob gestão emergencial da Eletrobras.
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Ruptura à vista
7/03/2016A BR Distribuidora estuda devolver a concessão da distribuição de gás no Espírito Santo, um negócio marcado por prejuízos, atritos políticos e disputas jurídicas com o governo local – ver RR edição de 4 de dezembro de 2015.
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CCEE provoca curto circuito financeiro no mercado de energia
26/02/2016O governo vai acabar causando um blecaute financeiro no mercado de energia. A situação crítica é motivada pela retenção dos pagamentos de termelétricas que entraram em operação ou aumentaram sua produção ao longo do ano passado para compensar a crise hídrica. A dívida já chega à casa dos R$ 4 bilhões. Em janeiro, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) – “paraestatal” que funciona como clearing de todos os acordos de compra e venda do insumo e é responsável pela compensação financeira dos contratos – não liberou um centavo sequer para as térmicas. Em fevereiro, quitou apenas 12% do valor devido. A próxima compensação de contratos está marcada para o dia 8 de março. Mas, entre as empresas do setor, a percepção é que a CCEE não vai realizar qualquer pagamento. Com isso, a bola de neve da inadimplência deverá subir para R$ 6 bilhões. Esta situação afeta 14 grupos da área geração, privados e estatais. Em termos absolutos, a maior prejudicada é a Petrobras, que tem a receber aproximadamente R$ 2,5 bilhões da CCEE. A estatal, aliás, é duplamente atingida, pois o passivo se transforma em um complicador aos planos de desmobilização de ativos da companhia, que busca sócios ou compradores para suas térmicas. O impasse entre os agentes e a CCEE é resultado do imbróglio jurídico que se arrasta desde o ano passado. Na outra extremidade deste fio desencapado estão as usinas hidrelétricas. Elas vêm obtendo seguidas liminares para não pagar integralmente a energia comprada a pre- ços mais altos no mercado livre. A motivação da exigência foi a necessidade de honrar os acordos de fornecimento com as distribuidoras. As hidrelétricas alegam que não podem ser penalizadas por terem cumprido uma determinação do ONS para reduzir sua geração própria e, assim, preservar o nível dos reservatórios. Estão cobertas de razão, tanto quanto as térmicas, que compraram combustível, arcaram com os custos de ativação das usinas e agora não recebem pela energia despachada. O fato é que a reação das hidrelétricas provocou um efeito dominó. Sem receber destas empresas, a CCEE decidiu brecar o pagamento das térmicas com a justificativa de que não há recursos suficientes para compensar os contratos. O curto-circuito no mercado de energia é o que poderia se chamar de um episódio kafkniano: o ONS que ordenou às hidrelétricas a redução da sua produção pró- pria e a compra de energia no mercado livre é o mesmo que autorizou o despacho das térmicas. Por sua vez, a CCEE que cobra o calote parcial das hidrelétricas é a mesma que não paga às térmicas. No centro, o governo, que adotou um modelo tarifário prejudicial a todos os geradores, tenta convencer térmicas e hidrelétricas a engolir as perdas com a promessa de uma eventual compensação mais à frente. Já se sabe onde essa conta corre o risco de parar: debaixo da porta do consumidor.
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Ativos nacionais em tempos de Black Friday
23/02/2016O governo federal vai incluir no seu esforço para atrair investidores internacionais um pacote de mudanças em áreas em que ainda há restrições ao capital estrangeiro ou, ao menos, obrigatoriedade de associação com estatais. O cenário não poderia ser mais propício. Misturando-se o dólar valorizado e a depreciação das empresas com uma demanda reprimida do capital estrangeiro em alguns setores, o negócio vai ser uma verdadeira Black Friday dos ativos nacionais. A missão foi delegada a um grupo interministerial coordenado pela Fazenda. O projeto será inserido no plano que está sendo desenhado pelo secretário de Acompanhamento Econômico da Fazenda, Paulo Corrêa, com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Banco Mundial e da Global Infrastructure Facility, criada pelo G-20 para desenvolver projetos de infraestrutura. O Ministério da Justiça, com o auxílio do Cade, fez um mapeamento de setores em que há limitações à participação de grupos internacionais, mas restringiu o grupo a áreas prioritárias em que haja condições políticas de mudanças na legislação. Ficaram de fora, por ora, os setores nuclear e aeroespacial, afinal não é momento de melindrar os quartéis. Do que sobrou, o governo federal vai priorizar imóveis rurais, serviços postais, radiodifusão e aviação. As tratativas do grupo interministerial estão mais avançadas na questão dos imóveis rurais, que não exige mudança constitucional ou mesmo na legislação específica. O que há mais precisamente é um imbróglio jurídico a partir de uma revisão do posicionamento da Advocacia Geral da União (AGU) sobre a aplicação da Lei 5.709/71, que estabelece restrições à compra de terras por empresas sediadas no exterior. O parecer da AGU é mais restritivo porque classifica a empresa estrangeira pelo critério do efetivo poder de controle, mesmo que não detenha a maioria do capital social e, para piorar, a análise deve ser estendida a toda a cadeia societária. A proposta em estudo pelo grupo interministerial é que a AGU simplesmente reconsidere seu posicionamento e deixe o assunto a cargo do Supremo Tribunal Federal (STF), que julga uma ação sobre o assunto apresentada pela Sociedade Rural Brasileira. Nos setores de serviços postais, radiodifusão e aviação, por sua vez, que exigem alterações na legislação ou na Constituição, o que está em estudo no Ministério da Justiça é embalar tudo em um mesmo pacote de propostas de emenda à Constituição (PEC) e projetos de lei que deverão ser apresentados no Congresso no segundo semestre desse ano. Cada situação está sendo estudada separadamente porque existem diferenças jurídicas e regulatórias, mas a ideia é que em todos esses setores haja um aumento expressivo da participação do capital estrangeiro, inclusive com a desnacionalização integral, como é o caso da aviação civil. Do grupo liderado pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) partiu a ideia de retirar a obrigatoriedade da participação da Infraero em concessões privadas aeroportuárias, o fim da proibição à fusão entre distribuidoras de energia elétrica – o que está em análise na Aneel – e a abertura do segmento hospitalar.
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Descarga elétrica
19/02/2016A Amazônia Energia , uma das distribuidoras federalizadas, deverá receber um aporte emergencial da Eletrobras, da ordem de R$ 500 milhões. Consultada, a Eletrobras confirmou que marcará uma AGE para tratar do assunto.
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GásLocal é um palco de discórdia
11/02/2016A GásLocal, comercializadora e distribuidora de Gás Natural Liquefeito (GNL), corre risco de paralisar as suas atividades. A Petrobras, que é sócia da White Martins no negócio, ameaça suspender o fornecimento de gás natural à empresa se a White Martins se mantiver irredutível em reajustar imediatamente os valores do combustível comprado da estatal. A Petrobras se baseia em uma decisão do Cade, que determinou a revisão do contrato entre a Petrobras, a White Martins e a GásLocal para acabar com qualquer tipo de subsídio nos preços do gás, que estariam prejudicando a concorrência. A White Martins, por sua vez, tentou barrar a decisão na Justiça, mas recentemente o STJ revogou liminar que suspendia a decisão do Cade. Já houve diversas reuniões entre os sócios da GásLocal, mas não se chegou ainda a um acordo de preço. A White Martins alega que a proposta de reajuste da Petrobras inviabiliza a GásLocal. A estatal contra-argumenta que já teve quase R$ 350 milhões de prejuízo com os subsídios. Não aceita mais nem garantir o preço até 2024, como previa o contrato original, mas apenas até 2019 em função das volatilidades no mercado de gás natural. Se o impasse persistir, a White Martins, que tem 60% da GásLocal, pretende vender a planta de liquefação de Paulínia (SP), única unidade da GásLocal. As seguintes empresas não retornaram ou não comentaram o assunto: Petrobras e White Martins.
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Minas e Energia e Aneel se desentendem no leilão A-5
5/02/2016O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, bem que tem tentado acertar os ponteiros com o Ministério de Minas e Energia e com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) do calendário de leilões de energia em 2016, mas a tarefa tem se mostrado inglória. O leilão A-5 – com entrega da energia em 2021 – é o mais problemático. Inicialmente marcado para 29 de janeiro desse ano, foi adiado para 5 de fevereiro e novamente adiado para 31 de março. Agora o ministro Eduardo Braga estuda empurrar o certame para abril. Consultado, o Ministério informou que não há nenhum indicativo de alteração de data. A indefinição sobre o leilão deixa um buraco no planejamento do setor, pois está prevista a comercialização da energia de 1.055 empreendimentos, com capacidade instalada total de quase 50 mil MW, ou cinco Itaipus. Tem um peso ainda maior porque cerca de 70% do total são projetos de usinas eólicas. Os seguidos adiamentos têm gerado um jogo de empurra-empurra. O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, em reunião recente com o ministro Eduardo Braga, garantiu que, apesar da greve que paralisou a empresa por quase um mês, os empreendimentos estão sendo analisados. Só não deu um prazo final para acabar o processo. Romeu Rufino, por sua vez, informou ao Ministério na semana passada que está cumprindo o cronograma e já fez inclusive audiência pública para tratar do assunto. Nos bastidores, as maiores preocupações do ministro são mesmo quanto à demanda de energia das distribuidoras e ao licenciamento ambiental. Com o desaquecimento da economia, as distribuidoras pretendem comprar menos energia em leilão. Diante do quadro, a estimativa mais otimista do Ministério de Minas e Energia aponta que o leilão deverá vender 50% do estoque ofertado. No vale tudo para que o leilão ocorra em março ou no máximo em abril, o ministro Eduardo Braga autorizou que seja comercializada a energia de usinas em construção, como Belo Monte, e de outras em operação a preços mais alinhados com o mercado. Apesar de não ser energia nova, portanto fora da estatística da expansão da oferta nos próximos dez anos, a participação dessas usinas reduz a chance de fracasso do leilão A-5. O interesse maior do ministro Eduardo Braga é destravar os outros quatro leilões programados pelo Ministério este ano, com tempo de entrega menor da energia a ser produzida.
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Custo marginal
1/02/2016Além do custo direto, cobrado na “fonte”, os desvios de conduta dos ex-diretores da Petrobras já sugaram cerca de R$ 420 milhões do caixa da estatal. Este é o valor que foi gasto pela companhia em um ano e meio para investigar denúncias de fraudes e remodelar a estrutura de compliance. O maior dos contratos, com o escritório Trench, Rossi e Watanabe, no valor de R$ 106 milhões, vence em março. Por falar em compliance, já passa de 30 o número de funcionários da BR Distribuidora que são alvo de investigações internas por suspeitas de corrupção. O trabalho é conduzido diretamente pelo presidente interino da estatal, Carlos Alberto Tessarolo. Procurada, a BR não informou o número de investigados, mas confirmou que estão em “curso comissões internas de apuração”.
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Moto contínuo
26/01/2016Nestor Cerveró está descarregando sua metralhadora em cima da BR Distribuidora . Além das menções a José Zonis e Luis Claudio Caseira Sanches, seus recentes depoimentos avançam sobre outros dois ex-diretores da estatal também indicados por Fernando Collor: Vilson Reichemback e Luis Alves de Lima Filho, justamente os sucessores de Zonis e Sanches na empresa.
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Sumitomo lança sua pesada âncora sobre a Triunfo
15/01/2016De um lado da mesa, o poderio da Sumitomo, que, em condições normais, já faria toda a diferença na negociação; do outro, as fragilidades do Grupo Triunfo, acentuadas pelas circunstâncias. Os japoneses estão se valendo do seu braço forte para se associar, em condições extremamente vantajosas, ao projeto de construção de um terminal portuário entre as ilhas Bagres e Barnabé – fora da área de concessão do porto de Santos. Trata-se de um dos poucos investimentos de maior vulto em curso na área de logística portuária no Brasil: o valor previsto é de R$ 3 bilhões. Para atracar no empreendimento, a Sumitomo quer dividir o controle acionário meio a meio, indicar o diretor financeiro e ter preferência sobre o uso do terminal para a movimentação de carga própria. Deve levar tudo. Que outro remédio resta à Triunfo? Com a conjuntura econômica adversa, o grupo depende da chegada de um sócio para viabilizar o terminal portuário. Procurada, a Triunfo nega a venda de uma participação do projeto para a Sumitomo. Está feito o registro. Mas, segundo o RR apurou, limitada pela necessidade de fazer pesados investimentos em outras áreas, notadamente no Aeroporto de Viracopos, a empresa busca um parceiro para o empreendimento em Santos há mais de um ano. A Sumitomo, por sua vez, não quis se pronunciar. O projeto prevê a construção de um terminal com capacidade para movimentar 15 milhões de toneladas de granéis e contêineres – para efeito de comparação o equivalente a 15% da capacidade do porto de Santos. O empreendimento se encaixa nos planos da Sumitomo de ter uma operação verticalizada no país, que enfeixe a produção, comercialização e toda a logística de transporte e exportação de grãos, notadamente para o mercado asiático. Os recentes investimentos dos japoneses no Brasil caminham nessa direção. No ano passado, o grupo comprou a Agro Amazônia, uma das maiores distribuidoras de insumos agropecuários no mercado brasileiro. A Sumitomo já divulgou a meta de triplicar o faturamento da empresa (na casa dos R$ 500 milhões) em até dois anos. Os japoneses planejam ainda investir em concessões ferroviárias – tanto no Sudeste, para acessar o Porto de Santos, quanto no corredor logístico amazônico – neste caso, a “estação final” é o porto de Belém. O projeto do terminal entre as ilhas de Bagres e Barnabé remonta a 2012. Inicialmente ele foi concebido para ser um terminal de minério de ferro da Vetria Mineração , sociedade entre a própria Triunfo, a ALL e a Vetorial, dona de minas em Corumbá (MS). Aos poucos, os demais sócios foram ficando pelo caminho. Para não perder a autorização obtida junto à Secretaria dos Portos (SEP) no fim de 2015, a Triunfo resolveu mudar o perfil do terminal para graneleiro e correr atrás de um novo parceiro.
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Desligado
15/01/2016O projeto da Aneel que permite a fusão de distribuidoras mesmo de estados diferentes enfrenta fortes resistências entre os governadores. O mais insatisfeito é Geraldo Alckmin, preocupado com a perda de ICMS em caso de venda das empresas que atuam no interior de São Paulo. A Aneel já fez a primeira audiência pública sobre o assunto no mês passado. No que depender dos governadores, não haverá a segunda.
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Ultra fisga um cardume de postos bandeiras branca
6/01/2016O sonho de consumo do Grupo Ultra em 2016 não é segredo para ninguém: em 10 de agosto de 2015, o empresário Paulo Cunha afirmou que, se a BR Distribuidora fosse vendida em pedaços, ele garantiria a compra de uma leva de postos da companhia. Mas dificilmente a modelagem de venda da estatal passará pelo fatiamento da rede. Resta ao Ultra encher o tanque com a incorporação de estabelecimentos de bandeira branca. Neste momento, o conglomerado mantém em seu radar cerca de 200 unidades, a maioria nas Regiões Norte e Nordeste. Grande parte das negociações já foi iniciada e deverá ser concluída no primeiro trimestre deste ano. O garimpo custará algo entre R$ 220 milhões e R$ 250 milhões. Segundo o RR apurou, alguns destes estabelecimentos estão também na mira da Raízen. Mas o Ultra tem adotado uma política agressiva para fisgar os postos sem bandeira e, desta forma, comprar mercado. As iscas incluem o pagamento mais generoso de luvas – até 20% acima da concorrência – e a cobrança de royalties mais baixos. O orçamento do Ultra para este ano prevê R$ 880 milhões para a abertura de unidades com a marca Ipiranga ou a incorporação de postos bandeira branca. Trata-se de uma cifra 25% superior ao montante gasto ao longo de 2015 – cerca de R$ 700 milhões. A escalada dos investimentos é proporcional ao peso do negócio para o conglomerado como um todo. Hoje, a distribuição de combustíveis responde por 85% do faturamento do Ultra, que fechou 2015 com mais de R$ 70 bilhões em vendas. Por qualquer ângulo que se olhe, a BR é a referência a ser perseguida pelo Grupo Ultra, notadamente na disputa pelo ranking do setor. Nos últimos anos, a combinação entre os expressivos investimentos do Ultra e a estagnação da subsidiária da Petrobras reduziu consideravelmente a distância entre ambos. A BR tem cerca de oito mil postos, contra 7,2 mil da Ipiranga. Há três anos, essa diferença era superior a dois mil pontos de venda.
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Em 2016, vem aí a Operação “Furo Certo”
30/12/2015Millôr Fernandes costumava dizer “Viva o Brasil, onde o ano inteiro é primeiro de abril”. Pois o ano de 2015 foi ainda mais desafiador para aqueles que se dedicam a separar a verdade da burla e o fato da ficção. O Relatório Reservado está convicto de que realizou esta decantação com êxito em suas 246 edições de 2015. Aliás, foi exatamente em abril, não no dia 1º, mas no dia 30, que o RR abordou pela primeira vez a regularização dos recursos de brasileiros no exterior. Àquela altura, o assunto sequer estava na ordem do dia. Ninguém apostava também na substituição de Joaquim Levy no seu período de apogeu. O RR cantou a bola que o novo ministro da Fazenda seria Nelson Barbosa. Dito e feito. O RR acompanhou de perto o esforço de Joaquim Levy para tocar o ajuste fiscal. Ao mesmo tempo, trouxe à tona uma série de ideias discutidas pela equipe econômica que sequer chegaram a ser colocadas em prática, como o ajuste patrimonial (privatizações, leilões de concessão em marcha forçada e securitização de ativos dispersos), o limite para o gasto público e a implantação de um regime de bandas fiscais, tema de matéria na edição de 5 de março e que viria a ser alvo de intenso debate nos meses seguintes. Há outras propostas que o RR antecipou e, por ora, deixa de bandeja para que se concretizem em 2016.Uma delas é a securitização da dívida ativa da União. Outras medidas são a ampliação da capacidade de solvência, com a liberação de cheques em branco do FMI, Bird, Banco dos Brics e CAF, e a utilização das reservas na suspensão da rolagem de swaps cambiais e abatimento da dívida pública bruta. O uso do lastro em moeda forte poderia também ser usado para o reequilíbrio da Petrobras por meio da criação de uma SPE no exterior capitalizada com recursos da União, o que permitiria a compra dos passivos de curto prazo da estatal, reduzindo seu custo financeiro. Por falar em Petrobras, entre as 2.180 matérias e notas veiculadas pelo Relatório Reservado em 2015, nenhuma outra empresa foi mais citada do que a estatal – 185 menções. Em muitas das vezes, o RR trouxe notícias que não gostaria de dar. Foi o caso da edição de 16 de junho, quando antecipou o draconiano programa de cortes da estatal, com a previsão de redução de 70 mil a 100 mil postos de trabalho. Em contrapartida, os leitores do RR puderam acompanhar de perto o processo de higienização da companhia. Em 23 de setembro, informamos com exclusividade as novas medidas implantadas pela estatal para melhorar sua estrutura de compliance. Além disso, o RR antecipou, na edição de 20 de julho, a saída de José Andrade de Lima Neto da presidência da BR Distribuidora. Ainda que a política econômica tenha espremido o noticiário corporativo, o Relatório manteve seu compromisso de perscrutar os passos dos maiores grupos empresariais brasileiros. Apenas para refrescar a memória, alguns exemplos de notícias que chegaram primeiro no RR. Em 9 de março, a newsletter antecipou mudanças na gestão da Telefônica Brasil, com o afastamento do então diretor geral, Paulo Cesar Teixeira. Em 2 de junho, informamos que Abilio Diniz compraria mais 2% do Carrefour Brasil, o que se confirmou logo à frente. Em 16 de outubro, o RR cravou que o governo derrubaria a participação obrigatória da Infraero nas licitações aeroportuárias. Na edição de 24 de novembro, dissemos que a situação do então presidente da Light, Paulo Roberto Pinto era insustentável. Seis dias depois, o executivo deixou o comando da distribuidora. Em 11 de dezembro, o Relatório revelou a necessidade da Rumo ALL vender ativos para honrar compromissos financeiros, fato que ganharia os jornais uma semana depois. Nas edições de 26 de maio e 28 de outubro, a publicação tratou das perdas do Walmart no Brasil e do risco de fechamento de mais lojas. Ao longo do ano, o RR contou em detalhes a saga da saída do HSBC do Brasil, com sua venda para o Bradesco. No dia 15 de setembro, o RR antecipou a assembleia de credores da OAS que abriria caminho para a iminente venda de sua participação na Invepar à Brookfield. O Relatório também saiu na frente contando detalhes do derretimento da indústria siderúrgica nacional, notadamente da CSN e da Usiminas. Da mesma forma, a publicação desvendou os planos da Camargo Corrêa de liquidação de seus ativos. Falta fôlego aos autores do RR para elencar o total de acertos em 2015. Seria preciso muitas edições como esta. A Lava Jato, como não poderia deixar de ser, mereceu um RR dentro do RR. Nos últimos 12 meses, foram 159 notícias, esquadrinhando a operação pelo ângulo das empresas e dos personagens envolvidos. Em 2015, o RR citou mais de 450 nomes entre corporações, empresários, executivos e autoridades. Não faltou, no entanto, quem quisesse silenciar o Relatório Reservado, a começar pelo ex-maior banqueiro de investimentos do Brasil. André Esteves tentou constranger o RR das mais diversas maneiras. Chegou a entrar na Justiça com o claro propósito de evitar a divulgação de informações contrárias aos seus interesses, como a mal explicada compra de blocos da Petrobras na África e a não menos polêmica aquisição de postos da BR Distribuidora. O tempo mostrou de que lado estava a verdade. Que assim seja em 2016. O RR renova o compromisso de levar até o seu assinante informações exclusivas com base em seus três princípios basilares: independência, destemor e isenção. O RR voltará a circular na próxima segunda-feira, dia 4 de janeiro. A todos os assinantes, um Feliz 2016!
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Bazar elétrico
14/12/2015A Eletrobras está contando dinheiro no fundo da gaveta. Além da venda das distribuidoras federalizadas, vai se desfazer de suas participações na Celesc e na CEEE. Tomando-se como base o valor de mercado das duas empresas, não dá mais do que R$ 100 milhões. Uma merreca. Eletrobras não comentou o assunto.
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Alta voltagem
10/12/2015A CPFL vai surpreender pelo tamanho do seu apetite. É candidata à aquisição de praticamente todas as distribuidoras federalizadas que serão negociadas pela Eletrobras nos próximos meses.
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Cemig provoca mais um curto circuito na Light
9/12/2015A conturbada saída de Paulo Roberto Pinto do comando da Light é apenas a ponta mais visível do fio desencapado que se estica entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais. A distribuidora fluminense está rachada ao meio pelas disputas de poder entre os governos dos dois estados. O mais novo round passa pela composição societária da empresa. À revelia do governo do Rio, Fernando Pimentel decidiu vender uma parcela da participação da Cemig na Light. Dona de 26% do capital, a estatal mineira pretende se desfazer de até 10% da companhia. A operação poderá envolver também uma parte das ações da Cemig alocadas na Parati, veículo de investimento criado com o único objetivo de diluir a presença da empresa mineira e, assim, evitar a estatização do controle da Light. Segundo o RR apurou, há três candidatos ao negócio: a Endesa , dona da Ampla, a canadense Brookfield e a Equatorial Energia – não por coincidência de onde saiu a executiva Ana Marta Horta Veloso, que ocupa interinamente a presidência da Light e deverá ser nomeada em definitivo para o cargo na reunião do Conselho de Administração marcada para a próxima sexta-feira. Consultada sobre a venda de ações, a Cemig disse que “não confirma a informação”. O temor do governo do Rio é que o novo acionista da Light não assuma, na devida proporção, os aportes financeiros que hoje cabem à Cemig. O plano de investimentos da distribuidora fluminense para 2016 soma cerca de R$ 1,2 bilhão. Quase um terço deste valor sai da conta da estatal mineira. Há ainda uma questão em particular: se o governo do Rio já não simpatiza com a chegada de um novo sócio tem ainda menos motivos para simpatizar com o ingresso da Endesa no capital da Light. As autoridades do estado têm cobrado permanentemente da empresa a melhoria dos serviços prestados. No ano passado, a Ampla foi considerada pela Aneel a pior distribuidora de energia da Região Sudeste e a quinta pior do Brasil. Em tese, esta é uma corrida em que Luiz Fernando Pezão já sai alguns corpos atrás de Fernando Pimentel. O governo do Rio tem poder político sobre a Light, mas não societário, uma vez que vendeu integralmente suas ações. Para brecar a venda de um naco das ações da Cemig, Pezão precisa buscar o apoio de outros sócios da distribuidora, como, por exemplo, o BNDES, dono de 9% do capital.
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Petrobras e Espírito Santo a um passo do rompimento
4/12/2015A conturbada relação entre o governo do Espírito Santo e a Petrobras chegou ao seu limite. O governador Paulo Hartung prepara-se para entrar na Justiça com o objetivo de romper definitivamente o contrato com a estatal e reassumir a concessão da distribuição de gás no estado, a cargo da BR. Com a operação novamente sob o controle do governo estadual, Hartung pretende buscar um sócio privado. Segundo o RR apurou, ele já teria mantido contatos com representantes da Mitsui, que está fechando a compra de 49% da Gaspetro e tem interesse em associar a outras distribuidoras estaduais. O embate entre o governo capixaba e a Petrobras não vem de hoje e só se acentuou com a grave crise financeira da estatal. No ano passado, o estado chegou a entrar com outra ação contra a companhia cobrando a execução dos investimentos previstos em contrato – informação confirmada ao RR pelo governo do Espírito Santo. De lá para cá, no entanto, praticamente nada mudou. A Petrobras teria se comprometido a investir ao longo deste ano cerca de R$ 300 milhões na concessão de gás do estado. Mas, até o momento, honrou apenas a metade. Para 2016, a situação promete ficar ainda mais caótica. A estatal ainda não definiu se e quanto investirá na concessionária no próximo ano. Procurada, a BR não se pronunciou sobre o assunto. A acefalia da BR tem contribuído para aumentar a fricção com o governo do Espírito Santo. As recentes conversas entre Paulo Hartung e o presidente interino da BR, Carlos Alberto Tessarollo se mostraram infrutíferas. De passagem pelo cargo, Tessarollo empurra o problema para cima da Petrobras; esta, por sua vez, devolve para a controlada. Enquanto isso, todas as metas traçadas para a operação se evaporam. Até o fim deste ano 25 cidades capixabas deveriam ter gás encanado. No entanto, até o momento, a rede de gás só atinge 13 localidades, o equivalente a 16% de todos os municípios do estado.
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Eletrobras
2/12/2015A Eletrobras trabalha com o prazo de fevereiro para concluir a venda de sua participação de 50,3% na Celg, uma das nove distribuidoras de energia federalizadas. Para a estatal, já vai tarde.
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Lava Jato assusta
27/11/2015Na última terça-feira, por volta das 7h, os funcionários que chegavam à sede da BR Distribuidora, na Cidade Nova, no Centro do Rio, foram surpreendidos com uma diligência da Polícia Federal. Cerca de 20 agentes se espalharam pela portaria principal e pela garagem, bloqueando todas as saídas. Em poucos minutos, correu pelo prédio a informação de que a companhia estava sendo alvo de mais uma operação da Lava Jato. Para alívio geral, todo o esquema tinha por objetivo “apenas” a prisão do gerente da BR em Brasília, Adão Pereira, suspeito de participar de um cartel de distribuição de combustíveis no Distrito Federal.
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Como Esteves tentou forçar o silêncio do RR
26/11/2015André Esteves sempre foi um vencedor, mas não necessariamente um bom desportista. Quando contrariado, o banqueiro tentou invariavelmente pressionar o RR. Em abril deste ano, entrou com uma ação na Justiça com o claro propósito de coagir, da pior maneira, a publicação e evitar a divulgação de novas informações eventualmente avessas aos seus interesses. No processo, além de um pedido de indenização na casa dos seis dígitos, Esteves evocou a figura do crime contra o Sistema Financeiro Nacional, com menção à possível reclusão de dois a seis anos, o que tornou ainda mais flagrante o objetivo de constranger a newsletter. O RR jamais fez menção ou levantou qualquer dúvida em relação à saúde financeira do BTG. Muito pelo contrário. Uma busca no site da publicação revela uma série de notas e matérias vinculando o banco a importantes negociações de M&A ou a investimentos na área de private equity. Em todos os casos, ressalte-se, o RR abriu espaço para o posicionamento da instituição, que, na maioria das vezes, optou por não se pronunciar. Agora, sabe-se por quê. No processo, André Esteves faz menção fundamentalmente à matéria veiculada na edição de 27 de março, com o título “Esteves mergulha nas águas viscosas da Petrobras”. O banqueiro questionou a veracidade de informações que, hoje, à luz dos fatos, no mínimo são objeto de averiguação da força-tarefa da Lava Jato, como a compra de 50% de uma série de blocos de óleo e gás da Petrobras na África. Em sua defesa, Esteves afirmou que pagou o “nada módico” preço de US$ 1,525 bilhão. Depende do ponto de vista. Há fartas evidências de que os ativos foram subapreciados – inicialmente, os blocos estavam avaliados em US$ 7 bilhões. Curiosamente, deve-se dizer, tais operações estavam sob a esfera da diretoria internacional da Petrobras, no passado recente ocupada por Nestor Cerveró, personagem central dos fatos que levaram a Justiça a decretar a prisão de André Esteves. A operação lembra, por vias tortas, o caso da refinaria de Pasadena, pois o contrato permitia a Esteves abandonar o negócio sem aportar os investimentos acordados. André Esteves contestou também informações relacionadas à compra de postos da BR Distribuidora pela Derivados do Brasil (DVBR). Como não poderia negar a existência da operação, o banqueiro procurou o expediente do diversionismo ao dizer que a DVBR “não integra o Grupo BTG” e é controlada pela “BTG Alpha, companhia de um grupo de acionistas do BTG Pactual”. Neste ponto, o banqueiro tentou fazer crer que a publicação creditava ao BTG Pactual a participação no episódio, como se tal associação colocasse em risco a credibilidade da instituição financeira. Só que em nenhum momento o RR atribuiu o negócio ao banco, mas, sim, ao próprio Esteves. O banqueiro negou também qualquer relação com o doleiro Alberto Youssef, desmentindo todos os veículos de comunicação do país. Nota O RR não se jacta do desenrolar dos fatos e, como todos, espera que as denúncias relacionadas à Lava Jato sejam investigadas a fundo. Diante das circunstâncias, apenas se sente no dever de esclarecer algumas questões, em respeito aos seus leitores e a sua própria história, prestes a completar meio século. André Esteves não precisa constranger um veículo jornalístico cuja função é produzir subsídios para analistas argutos, a exemplo do que dizia o saudoso ex-ministro Mario Henrique Simonsen. O banqueiro sempre foi um vencedor. Ao menos até ontem.
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Postos da BR Distribuidora são “saqueados” pela concorrência
7/10/2015Que BR Distribuidora será ofertada ao mercado? A líder absoluta na venda de combustíveis no país, notabilizada por sua portentosa estrutura logística e uma rede com mais de 7,5 mil postos, ou uma empresa em célere processo de erosão, saqueada por seus competidores? Quanto mais o IPO demorar em razão das circunstâncias adversas do mercado, maiores as chances de os investidores se depararem com a segunda opção. A BR encontra-se sob forte ataque da concorrência: alguns dos principais grupos do setor estão se aproveitando do momento de fragilidade da estatal – e, em última instância, de todo o Sistema Petrobras – para arrancar um pedacinho da companhia, avançando sobre seus revendedores. As tentativas de pilhagem do market share da empresa vêm dos mais diversos lados. Rubens Ometto e Shell estão entre os mais agressivos: apenas nos meses de julho e agosto, a Raízen abriu conversações com cerca de 150 proprietários de postos de combustíveis que usam a bandeira da BR. Já a Ale , da Marcelo Alecrim, avança sobre revendedores da estatal em São Paulo, Minas Gerais e Ceará. A expectativa da empresa é fisgar algo perto de 70 estabelecimentos até dezembro. O avanço dos predadores reflete a vulnerabilidade da presa. A BR é hoje um gigante alquebrado, que, assim como todas as subsidiárias da Petrobras, purga os efeitos da Lava Jato e sofre com a asfixia financeira da companhia. É também uma empresa acéfala, sem presidente há mais de um mês. Ou um pouco mais, numa conta rigorosa: antes mesmo de deixar o cargo, o ex-presidente José Lima Neto, citado no “petrolão”, já era um dirigente enfraquecido, pálido, sem voz de comando. Ao mesmo tempo, a BR vive um situação de esgarçamento na relação com seus revendedores. No afã de aumentar sua arrecadação, a estatal vem espremendo os distribuidores com uma política de cobrança de royalties cada vez mais sufocante. A inevitável insatisfação da tropa serve de combustível para o avanço dos concorrentes, que têm oferecido condições vantajosas para comprar o passe destes revendedores e embandeirar os postos com sua logomarca. Para se ter uma ideia do apetite com que a concorrência avança sobre a BR, a possibilidade de abduzir distribuidores da estatal teria sido uma das razões para a Ale suspender o processo de venda do seu controle. Neste momento de notória depreciação dos ativos, o empresário Marcelo Alecrim trocou de lado no balcão, vislumbrando a possibilidade de engordar sua companhia com os postos da BR e, posteriormente, retornar para a vitrine com um melhor valuation. Procurada pelo RR, a Ale disse que está investindo R$ 133 milhões em 2015 para ampliar sua rede, sem fazer menção específica aos postos da BR.
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Muito a temer
28/09/2015Há simplesmente pavor com a prisão do empresário João Augusto Rezende Henriques. Teme-se que ele traga à tona, em sua delação, uns esqueletos enterrados na BR Distribuidora. O destaque entre as ossadas são gigantescos contratos para a compra de etanol e uma participação especial do vice-presidente Michel Temer.
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Manobrista
24/09/2015A própria General Motors estaria estimulando suas maiores redes de revenda no país, como a Viamar, a comprar concessionárias de menor porte. O objetivo é evitar o fechamento de distribuidoras em meio à crise no setor.
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Three Gorges deixa EDP Energias do Brasil à meia luz
25/08/2015O próprio presidente da EDP Energias do Brasil, Miguel Setas, já começa a se perguntar até quando terá uma cadeira para se sentar e uma empresa para trabalhar? Todas as decisões da China Three Gorges (CTG), que assumiu o controle da EDP em 2011, apontam para o encolhimento das operações do grupo no mercado brasileiro. Os asiáticos procuram um comprador para a capixaba Escelsa, uma das distribuidoras da EDP no país – a outra é a paulista Bandeirante. Segundo o RR apurou, Miguel Setas vem mantendo conversações com a canadense Brookfield e a Equatorial Energia. A inapetência chinesa em relação ao Brasil não se restringe à área de distribuição. Os investimentos em geração foram cortados praticamente a zero. A medida atingiu não apenas os projetos hidrelétricos e termelétricos, mas também de energia eólica, até outro dia a grande aposta da EDP no Brasil. Na própria EDP do Brasil, ninguém se arrisca a dizer até onde vai a disposição dos chineses para enxugar a operação do grupo no país – e é melhor nem perguntar. O fato é que a Three Gorges está particularmente preocupada com o nível de alavancagem da subsidiária. Nos últimos 12 meses, a dívida líquida dobrou de tamanho, chegando perto dos R$ 5 bilhões. A relação endividamento/ patrimônio líquido, que, historicamente, sempre girou em torno de 50%, já está perto do um para um. Consultada, a EDP não confirma as informações. * Equatorial e Brookfield preferiram não responder ao RR.
Acervo RR
BR Distribuidora
25/08/2015Promete ser tensa a reunião do Conselho de Administração da BR Distribuidora, marcada para amanhã. Entre outros assuntos, os conselheiros deverão discutir uma drástica redução no número de funcionários terceirizados da estatal. *** Por falar em BR, o presidente da companhia, José Lima de Andrade Neto, saiu de férias na semana passada. Antes, portanto, de receber o cartão vermelho. * A BR Distribuidora não quis se aprofundar sobre os temas.
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BR Distribuidora
25/08/2015Promete ser tensa a reunião do Conselho de Administração da BR Distribuidora, marcada para amanhã. Entre outros assuntos, os conselheiros deverão discutir uma drástica redução no número de funcionários terceirizados da estatal. *** Por falar em BR, o presidente da companhia, José Lima de Andrade Neto, saiu de férias na semana passada. Antes, portanto, de receber o cartão vermelho. * A BR Distribuidora não quis se aprofundar sobre os temas.
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Venda em série
24/08/2015Se conseguir emplacar a privatização da Celg neste ano, a intenção da Eletrobras é vender as distribuidoras do Piauí e de Roraima no primeiro trimestre de 2016.
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Petrobras
20/08/2015A chilena Copec teria apresentado uma oferta pelos 230 postos de combustíveis da Petrobras no país andino. A proposta envolve também a aquisição das operações da companhia em 11 aeroportos chilenos. *** Há um fósforo aceso em meio à venda dos ativos da Petrobras na área de gás. Um grupo de investidores, que reúne sócios da estatal em uma dezena de distribuidoras, ameaça entrar na Justiça caso a companhia ofereça em mercado parte de suas ações nestas concessionárias. Estes investidores alegam ter direito de preferência.
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Bendine dedetiza cada cantinho da BR Distribuidora
19/08/2015Antes que algumas baratas e escorpiões do passado comecem a subir pelos ralos e infestem o IPO da BR Distribuidora, Aldemir Bendine vai dedetizar todas as tubulações e canos da companhia. Ainda nesta semana, o presidente da Petrobras anunciará um rigoroso projeto de higienização das práticas de governança na controlada. O ponto alto será a criação de uma gerência executiva de compliance, tendo como coadjuvante o fortalecimento da ouvidoria-geral da empresa. O timing para a implantação das novas medidas não está relacionado apenas aos preparativos para a abertura de capital. A pressa de Bendine em colocar o projeto na rua e divorciar a BR da gestão anterior na Petrobras é profilática. A julgar pelos fatos recentes, as chances de a Lava Jato se espalhar pela subsidiária são cada vez maiores. Há cerca de um mês, na mesma semana em que foi alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal, a companhia afastou dois diretores supostamente envolvidos em irregularidades – um indicado pelo PT e outro ligado ao senador Fernando Collor. O próprio presidente da BR, José Lima de Andrade Neto, está na berlinda. O executivo foi acusado por um gerente da estatal de ter favorecido a UTC Engenharia, do delator Ricardo Pessoa, em três contratos no valor total de R$ 650 milhões. Por razões mais do que óbvias, a BR Distribuidora puxará a fila, mas as medidas aplicadas na companhia serão gradativamente estendidas às demais controladas do Sistema Petrobras. Atualmente, algumas das subsidiárias já dispõem de uma área própria de compliance, que também ganharão o status de gerência executiva – no organograma da companhia, um andar que só fica abaixo das diretorias. Em todos os casos, o novo gerente responderá diretamente ao presidente e ao Conselho de Administração da respectiva subsidiária. Significa dizer que cada empresa replicará o modelo adotado na própria Petrobras, onde o diretor de Governança, Risco e Conformidade da holding, João Adalberto Elek Junior, se reporta a Bendine e ao Conselho. Se, por ventura, há outros malfeitos escondidos nos escaninhos da companhia, quanto antes aparecerem e forem devidamente debelados melhor para todos. *A Petrobras não retornou ao nosso contato.
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Pato manco
18/08/2015O presidente da BR Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, é carta fora do baralho. Já não vem sequer participando das discussões relacionadas ao IPO da estatal. O diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, trata do assunto diretamente com seu congênere na BR, Carlos Alberto Tessarollo.
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Gaspetro investiga escândalo financeiro em diretoria da Sulgás
13/08/2015A Sulgás está no centro de um escândalo que envolve gravíssimas suspeitas de desvio de recursos públicos. Nesta semana, a Gaspetro, subsidiária da Petrobras e dona de 49% da distribuidora, determinou a abertura de uma sindicância para apurar denúncias de superfaturamento em contratos da estatal gaúcha. O alvo específico é a diretoria técnica e comercial, comandada por Flávio Ricardo Soares de Soares. Na Gaspetro, os termos usados para se referir ao episódio são os mais duros possíveis: “malversação”, “roubo” e “pagamento por fora”. Segundo um dos integrantes da comissão instituída pela estatal gaúcha, as primeiras informações apuradas apontam para o favorecimento a pelo menos um fornecedor contratado pela diretoria técnica e operacional. Consultada, a Sulgás confirma a abertura da sindicância e diz, com todas as letras, que “já identificou irregularidades, a ponto de ter expedido notificação extrajudicial ao prestador de serviços, com notícia de cobrança de diferenças.” A companhia não divulgou o nome ou o ramo de atuação do fornecedor, mas o RR apurou que se trata de uma conhecida empresa de engenharia de Porto Alegre. Também procurada, a Gaspetro/ Petrobras não se pronunciou. Ressalte-se que a iniciativa da Gaspetro conta com o apoio do governo gaúcho, acionista controlador da Sulgás. Curiosamente, foi a própria subsidiária da Petrobras quem indicou Flávio Soares para a diretoria da Sulgás. Sua situação, no entanto, tornou-se insustentável. Na distribuidora gaúcha, já se dá como certo seu afastamento do cargo nos próximos dias. Oficialmente, a empresa empurra a questão para a Gaspetro. Diz que a permanência ou não do executivo é uma decisão que cabe à subsidiária da Petrobras, responsável pela sua nomeação. Soares, aliás, é um fenômeno de resistência. Equilibra-se na diretoria técnica e comercial há quase 13 anos. Já sobreviveu a três presidentes da Petrobras e a cinco governadores do Rio Grande do Sul. Ele é tido por seus colegas na Sulgás como um executivo todo-poderoso. Em algumas gestões chegou a mandar mais do que o próprio presidente da estatal, a ponto de grandes fornecedores e clientes da companhia despacharem diretamente em seu gabinete.
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Gás garantido
5/08/2015A Petrobras deu uma cartada que deverá ser determinante para a venda de até 49% da Gaspetro. A estatal incluiu nas negociações um termo garantindo o fornecimento de gás para todas as distribuidoras das quais é acionista por um período de 20 anos. Era tudo o que a Mitsui e a Beijing Gás, principais candidatas à compra de um pedaço da Gaspetro, queriam ouvir.
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Brookfield enxerga uma porta aberta na Energisa
3/08/2015Segundo o RR apurou, a Brookfield já montou um grupo de trabalho com a missão de analisar a aquisição. É uma temporada de contas e mais contas na empresa. A fonte do RR o autoriza a apostar na conclusão do negócio. A compra de uma fatia do capital da Energisa daria aos canadenses assento no sexto maior grupo de distribuição de energia do país por número de clientes, aproximadamente 6,2 milhões, e o sétimo em receita líquida – a cifra deve bater nos R$ 10 bilhões neste ano. São números que a própria Brookfield ajudaria a inflar. Seus aportes permitiriam à Energisa partir para a compra de distribuidoras de maior porte, como a capixaba Escelsa, antigo sonho de consumo dos Botelho.
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Sulgás passa por uma “privatização gasosa”
23/07/2015A Sulgás deverá protagonizar a primeira desestatização de uma distribuidora estadual de gás desde a venda das três concessionárias de São Paulo, há 15 anos. Entre os muros do Palácio Piratini, o governador José Ivo Sartori formata com seus assessores um modelo para a venda de parte das ações da companhia em poder do estado. Na prática, a operação significará uma espécie de privatização gasosa da distribuidora. O novo sócio, é bem verdade, não terá o controle, mas o Tesouro gaúcho, hoje dono de 51%, automaticamente perderá o status de acionista majoritário. Tal situação certamente exigirá um acordo de acionista que garanta ao estado a gestão da companhia. Ressalte-se que os 49% restantes pertencem à Gaspetro, também na iminência de acolher um forasteiro em seu capital. José Ivo Sartori também tem seu ajuste fiscal para fazer: o estado deve fechar o ano com um déficit próximo dos R$ 6 bilhões. A venda de ações da Sulgás é parte do esforço do governo para gerar receitas extraordinárias. A distribuidora é um ativo razoavelmente cobiçado. A Mitsui e a chinesa CNPC já teriam mantido contatos com o governo gaúcho. Os japoneses, sócios de sete distribuidoras no país, querem fortalecer sua posição no tabuleiro do setor. A CNPC, por sua vez, faria seu début em distribuição de gás no Brasil.
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Pescaria
21/07/2015O Grupo Ultra prepara o bote sobre aproximadamente uma centena de postos da BR Distribuidora, a maioria no Nordeste. São revendedores que não veem a hora de trocar de bandeira, insatisfeitos com o aumento dos royalties imposto pela estatal.
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Clonagem
20/07/2015No que depender de Aldemir Bendine, um executivo de fora da Petrobras – portanto, à sua imagem e semelhança – assume a presidência da BR Distribuidora e a missão de conduzir o processo de IPO. Indicado pelo ex-ministro Edison Lobão, o atual nº 1 da BR, José Andrade de Lima Neto, está por um fio. *** Bendine, aliás, lamenta com seus botões que Paulo Rogério Caffarelli não esteja mais no mercado. Recentemente contratado pela CSN, Caffarelli foi um dos principais colaboradores da gestão Bendine no BB.
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Governo monta uma tropa de geradoras
15/07/2015A “meta” de superávit elétrico também está sob risco. O fracasso do leilão de reserva realizado no último dia 3 de julho, que tinha como objetivo o fornecimento de energia térmica de usinas movidas a gás, reacendeu o sinal de alerta em Brasília. Diante da explícita inapetência dos investidores – não houve uma única proposta na licitação -, o ministro Eduardo Braga articula a prorrogação da Portaria 44. A medida, que visa a ajustar o equilíbrio entre a oferta e a demanda por energia no curto prazo, já teria o sinal verde da presidente Dilma Rousseff. O regime especial permite ao comércio e à indústria vender diretamente à s distribuidoras o excedente do insumo produzido por geradores próprios. Ou seja: com a renovação da Portaria, grandes consumidores/autoprodutores de energia – de shopping centers a indústrias eletrointensivas – vão se consolidar como players capazes de interferir efetivamente na oferta do insumo. Má notícia para quem compra e ótima para setores que, não é de hoje, ganham mais dinheiro vendendo megawatts do que atuando no seu próprio core business – um caso notório é o da indústria de alumínio. Em média o menor preço cobrado por essa energia é mais do que o dobro da tarifa praticada por hidrelétricas de médio e grande porte. A maior preocupação do governo é atender à demanda nos horários de pico durante o verão, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Janeiro é o mês chave nessa conta, como mostra o retrospecto recente. Tanto em 2014 quanto em 2015, foram registrados recordes de demanda instantânea no primeiro mês do ano, quase todos concentrados entre 14h e 15h. Para muitos, a prorrogação da Portaria 44 seria a ressurreição, em nova roupagem, da figura dos geradores emergenciais criada no governo FHC em 2001, no auge da crise energética. Há, no entanto, uma diferença no modelo e no custo de implantação. A Portaria 44 não exige a compra de novos equipamentos para a produção e venda da energia a terceiros. Os investimentos já estão amortizados, uma vez que o insumo virá de pequenas geradoras já instaladas em consumidores comerciais e industriais.
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Eletrobras
15/07/2015O presidente da Eletrobras, José Carvalho Neto, tem trabalhado feito um mouro para montar o programa de desmobilização de ativos da estatal. Além das distribuidoras federalizadas, o pacote inclui as participações na CTEEP, de transmissão, na gaúcha CEEE e na catarinense Celesc.
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Petrobras chama os chineses e avisa: Carcará pega, mata e come
9/07/2015O programa de desmobilização de ativos da Petrobras começa a sair do papel. Após a venda da fatia de 20% no Campo de Polvo e o anúncio da abertura de capital da BR Distribuidora, a estatal negocia sua participação no bloco BM-S-8, localizado na Bacia de Santos. Do outro lado da mesa estão as chinesas Sinopec e Sinochem, que já têm investimentos no pré-sal brasileiro. As conversas passam pela transferência de parte ou até mesmo da totalidade das ações em poder da estatal. Além de operadora do BM-S-8, a Petrobras é também a maior acionista do consórcio, com 66% – os demais sócios são Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), a portuguesa Galp e Barra Energia, do ex-Repsol João Carlos de Luca. A negociação é fundamental para os planos da petroleira de levantar US$ 58 bilhões nos próximos quatro anos com a venda de ativos. Ao lado do BM-S-24, também em Santos, e do BM-C-33, na Bacia de Campos, o BM-S-8 forma a trinca de blocos no présal que já teriam sido colocados a venda pela Petrobras. Todas estas concessões têm um ponto em comum: foram incorporadas a carteira da companhia antes da promulgação da lei que a obriga a ter participações societárias e ser a operadora única de todos os campos no pré-sal. A venda da participação da Petrobras no BM-S-8 resolverá um problema para a própria companhia e seus sócios no campo. Certamente nenhum dirigente da QGEP, da Galp ou da Barra Energia admitirá publicamente tal desejo, mas todos querem a estatal longe do negócio. O estado de paralisia da Petrobras nos últimos meses afetou duramente a operação. Os aportes da estatal rarearam e, com isso, o cronograma das atividades de exploração e produção já estaria comprometido em quase dois anos. Os atrasos envolvem desde os estudos e testes geológicos até a contratação de equipamentos e prestadores de serviço. Tudo está fora dos trilhos no BM-S-8. A situação chegou a tal ponto que, segundo fontes próximas a própria Galp, o grupo português chegou a cogitar sua saída do negócio. Coube aos demais sócios colocar panos quentes. A maior preocupação da Galp, QGEP e Barra Energia – donas, respectivamente, de 14%, 10% e 10% do consórcio – é o projeto Carcará. Trata-se da joia da coroa da carteira de participações das três petroleiras e uma das grandes promessas do pré-sal brasileiro. Os estudos feitos até o momento indicam um potencial de produção no local em torno de 3,2 milhões de barris diários em 2018 – para efeito de comparação, a projeção para o megacampo de Libra é de 4,2 milhões de barris/dia em 2020.
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Peneira elétrica
8/07/2015O presidente da AES Eletropaulo, Britaldo Soares, tenta convencer os norte-americanos a investir na compra de uma das distribuidoras de energia que serão vendidas pela Eletrobras. Soares defende que, no meio daquele joio, há algum trigo. Oficialmente, a companhia tira o corpo fora e nega o interesse nas distribuidoras federalizadas.
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Petrobras luta contra a Petrobras na venda da Gaspetro
18/06/2015A Petrobras garante que fará tudo para negociar a Gaspetro, dentro do seu programa de desmobilização de ativos. Mas, seja por inércia, seja pela falta de cacoete vendedor, a estatal avança na direção contrária dos seus planos. Ainda que por vias indiretas, a Petrobras tem sido a principal adversária da Petrobras na negociação de até 49% da Gaspetro, dona de participações em 19 distribuidoras de gás. O motivo são as recentes medidas adotadas pela própria companhia, que afetam a rentabilidade das concessionárias e, consequentemente, desestimulam os investimentos no setor. Em maio, a estatal anunciou o segundo aumento dos preços do gás em um intervalo de apenas dois meses, achatando ainda mais as margens de lucro das distribuidoras. Quase que simultaneamente, anunciou o corte de outro importante benefício para as empresas do segmento. Até o fim do ano, estará extinta a chamada Nova Política de Preços (NPP), que concedia, desde 2011, 36% de desconto sobre o preço do produto fornecido a s distribuidoras. Mais uma pancada na contabilidade dessas empresas. A Abegás, que reúne as distribuidoras, já entrou com uma representação contra a Petrobras no Cade, alegando que a extinção da NPP configura abuso de poder econômico. No setor, também já se dá como certa uma briga na Justiça pela manutenção dos descontos. A Petrobras, aliás, já enfrenta uma enxurrada de ações movidas por concessionárias de estados onde a própria companhia tem termelétricas, refinarias e fábricas de fertilizantes nitrogenados. A estatal vem fornecendo gás diretamente a essa plêiade de clientes sem passar pelas distribuidoras. As companhias alegam ter exclusividade no suprimento do insumo em suas áreas de concessão. Outro ponto de atrito é que não existe contrato firme de fornecimento de gás pela Petrobras no longo prazo, com preços e reajustes definidos. A incerteza quanto a entrega do combustível pela empresa, única supridora do gás natural no país, provoca dúvidas quanto ao retorno do investimento para os distribuidores. Na própria Petrobras, a ficha começa a cair. A percepção é que ou a companhia revê certas decisões e cria um cenário mais favorável aos investimentos na distribuição de gás – ainda que isso lhe custe uma perda de receita no curto prazo – ou, então, continuará brigando consigo mesma na venda da Gaspetro. Hoje, aos olhos dos investidores, o setor não é atrativo. Que o diga o Itaú BBA, adviser do “Projeto Belém” – codinome pelo qual a negociação da Gaspetro é tratada dentro da própria estatal. Os primeiros resultados do road show promovido pelo banco ao longo de 30 dias não foram nem um pouco empolgantes. Entre as mais de 20 empresas da área de energia e fundos de private equity contatados, ninguém chegou a abrir um canal de negociação direto com a própria Petrobras.
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Petrobras inaugura a era do “menos é mais”
16/06/2015É grande a possibilidade de Murilo Ferreira vir a ser mais lembrado como presidente do Conselho de Administração da Petrobras do que como presidente executivo da Vale. Nenhuma ressalva a sua gestão a frente da mineradora. Muito pelo contrário: entre as grandes companhias do setor, a Vale é quem tem feito o dever de casa com mais afinco. Mas o que está para ocorrer na Petrobras, sob a égide de Ferreira, vai ficar nos livros. A empresa anunciará em breve, breve, o maior plano de desinvestimento jamais realizado no setor, um pacote capaz de tornar risíveis os U$ 13 bilhões com os quais o presidente da estatal, Aldemir Bendine, brindou o mercado na sua chegada ao comando da estatal. Mas por que é Ferreira e não Bendine quem vai empunhar o cetro dessa empreitada? Simplesmente porque o protocolo está sendo seguido. Bendine, cujo bom trabalho é reconhecido, fortaleceu o Conselho de Administração no seu papel de balizador das diretrizes da companhia e tem reduzido o poder da diretoria executiva. Ferreira facilitou a liturgia, emprestando a força da sua autoridade ao cargo de presidente do Conselho. O Plano de Negócios e Gestão (PNG) 2015/19 – que deverá ser um marco da competência administrativa para alguns, e um brutal banho de sangue para outros – foi embrulhado por Bendine, mas teve seus laços extremamente apertados por Ferreira, que pediu uma redução drástica dos gastos projetados. Tudo soa demasiado no projeto. As demissões em massa têm um número previsto entre 70 mil e 100 mil pessoas. Os cortes serão principalmente de funcionários terceirizados. Causa arrepio na companhia a lembrança do último empréstimo feito quase que inteiramente para pagar gastos de custeio – por pouco não foi possível quitar a folha salarial. Mas sobrará também para a prata da casa. E a reestruturação deverá eliminar muitos cargos comissionados. As desmobilizações também surpreenderão o mercado: de unidades do parque de refino a BR Distribuidora, passando pelos ativos de gás a participação em campos petrolíferos. As novas refinarias também vão todas para o beleléu. Os números podem chegar a US$ 100 bilhões. Procurada pelo RR, a Petrobras afirmou que ainda não há uma data definida para a divulgação do novo PNG. Consultada sobre o número de demissões e a meta para o programa de desmobilização de ativos, a estatal não quis comentar. Murilo Ferreira considera fundamental esse choque de expectativa, pois o mercado não está acreditando que o governo fará uma política de reajuste dos preços dos combustíveis alinhada com a realidade. E faz bem mesmo em não acreditar. A independência de Ferreira como presidente do Conselho da estatal tem limites bem nítidos e a ortodoxia da política econômica vai até onde doem os calos do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ou seja, até o ponto em que não existe uma pressão maior sobre a inflação. Na diretoria da companhia há quem diga, a título de chiste, que o PNG deveria ser apresentado no ainda inabitável Centro Empresarial Senado, conjunto de prédios vizinho a sede na Av. Chile e futura casa do alto comando da Petrobras. Seria mais do que provocativo, seria simbólico o anúncio de tamanho talho na empresa ser feito fora da sua moradia histórica. Em tempo: as fontes do RR são das áreas financeira e de estratégia corporativa da própria estatal.
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BR Distribuidora está longe da sua melhor forma
10/06/2015Justo no momento em que a Petrobras prepara a abertura de capital da BR Distribuidora, a subsidiária passa por um período de baixa octanagem. A companhia convive com perda de receita, atritos com revendedores e o risco de defecções em série em sua rede de postos. As vendas da BR teriam recuado 15% nos quatro primeiros meses do ano em relação a igual período em 2014 – em alguns estabelecimentos, a queda seria de 20%. A comparação com a concorrência é desfavorável a estatal: no mesmo período, Shell e Ipiranga, por exemplo, cresceram 5%. Os maus resultados funcionam como um fósforo aceso próximo a uma poça de gasolina. O combustível em questão são as divergências entre a BR e seus revendedores. Desde o ano passado, a estatal tem apertado os postos na renegociação dos contratos, carregando a mão no aumento dos royalties pelo uso de sua marca. Com a queda das vendas e das margens operacionais, o clima de tensão teria se acentuado. Alguns revendedores de maior porte ameaçam romper o contrato com a BR e trocar de bandeira. Segundo o RR apurou, um único grupo de São Paulo, dono de mais de duas dezenas de postos, já estaria em negociações com a Shell. Normalmente, movimentos como este têm duas consequências: ou a distribuidora de combustíveis rapidamente acusa o golpe, recolhe os punhos e renegocia as condições contratuais ou acaba sendo vítima de um efeito manada: cada rede de postos que vira-casaca acaba estimulando outros representantes a fazer o mesmo. Ressalte-se que nada muda nos planos da Petrobras: o IPO da BR vai sair. Mas, logicamente, ao preço das circunstâncias, leia-se com um inevitável desconto no valuation da empresa. É do jogo. Resta a estatal reduzir o tamanho do prejuízo. As diretorias da Petrobras e da BR têm trabalhado em conjunto na busca por explicações e soluções para o mau desempenho da distribuidora nos últimos meses. A caça a s bruxas já teria encontrado alguns culpados: a queda dos investimentos no treinamento de funcionários; perda de qualidade no atendimento e consequente aumento do número de reclamações por parte dos clientes, o que gera uma propaganda boca a boca a s avessas; performance opaca das lojas BR Mania, que não estariam cumprindo a contento o papel de atrair consumidores para os postos de combustíveis. Acredite quem quiser: sobrou até para a Lava Jato. Segundo informações filtradas junto a Petrobras, a partir de pesquisas de opinião, a estatal identificou que uma parcela da queda das vendas da BR se deve a reação dos próprios consumidores, que associam a distribuidora aos escândalos de corrupção na petroleira e, por essa razão, passaram a abastecer em outros postos. Na empresa, pasmem, haveria até mesmo registros de frentistas que afirmam terem sido chamados de “ladrão” por clientes mais exaltados.
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Ometto já vê Comgás e Gas Brasiliano no mesmo pote
9/06/2015Rubens Ometto anda eufórico nas últimas semanas. Motivos não lhe faltam. Além do recorde nas vendas de etanol no Brasil, registrado nos quatro primeiros meses do ano, o empresário acredita ter juntado as peças necessárias para viabilizar um antigo projeto: a compra da Gas Brasiliano e sua posterior fusão com a Comgás. O quebra-cabeça começa a ganhar forma: de um lado, está o interesse da Petrobras em vender o controle da Gas Brasiliano; do outro, surgem grupos dispostos a se unir a Ometto numa oferta pela concessionária paulista. Além da própria Shell, que já é sócia da Cosan na Comgás, a Total e a Petrogal também devem participar do bid. Estima- se que a operação possa atingir os US$ 400 milhões. Em 2010, quando comprou o controle integral da Gas Brasiliano junto ao grupo italiano Eni, a Petrobras pagou cerca de US$ 250 milhões. O caminho natural é que a operação passe pela Distribuição de Gás Participações, criada pela Cosan no início deste ano a partir do spin off de seus negócios no setor. Além da Comgás, a própria Gas Brasiliano ficaria pendurada na nova empresa – as duas distribuidoras teriam uma receita combinada da ordem de R$ 10 bilhões. Neste caso, ao que tudo indica, a Total, a Petrogal e a própria Shell entrariam diretamente no capital da subholding, passando a dividir com Rubens Ometto o controle das duas maiores distribuidoras de gás de São Paulo. Total e Petrogal estão entrando no negócio guiadas pelo mesmo interesse estratégico: ter uma garantia de consumo do gás que produzirão em seus respectivos blocos na Bacia de Santos. Rubens Ometto, por sua vez, fará por merecer o epíteto de “Mr. Gás”. Caso feche a aquisição da Gas Brasiliano, passará a controlar quase 40% da distribuição do insumo no país.
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Gas Natural Fenosa já tem um substituto para a Gasmig
3/06/2015Embora oficialmente os dados ainda estejam rolando, a Gas Natural Fenosa dá como letra morta as tratativas para a fusão com a Gasmig. Tanto que já transformou seu Plano B em Plano A: os espanhóis abriram conversações com o governo do Paraná para uma associação com a Compagas. A negociação passa pela Copel, principal acionista da distribuidora de gás. O modelo sobre a mesa é similar ao que pautaria a operação com a companhia mineira. O acordo passa pela criação de uma nova empresa, onde seriam pendurados todos os ativos da Compagas e da Gas Natural Brasil, controladora da CEG, CEG Rio e Gas Natural São Paulo. O negócio daria origem a uma concessionária com presença em três dos cinco maiores PIBs estaduais e faturamento anual de R$ 8 bilhões. Com uma receita no Brasil três vezes superior a da Compagas, a Gas Natural Fenosa não abre mão de ser majoritária na nova empresa – o que, na prática, significará a privatização da distribuidora paranaense. Foi justamente esta exigência que praticamente inviabilizou o acordo com a Gasmig – ao contrário de seus antecessores, Antonio Anastasia e Alberto Pinto Coelho Junior, Fernando Pimentel mostrouse contrário a desestatização da concessionária. No caso do Paraná, onde há uma manifesta disposição privatizante da parte do governador Beto Richa, as negociações tendem a ter um desfecho diferente. Não custa lembrar que, há duas semanas, o secretário de Fazenda do estado, Mauro Ricardo da Costa, deixou escapar a informação de que há estudos em andamento para a venda de ações da Copel e da Sanepar ainda neste ano. No mesmo dia, foi repreendido publicamente por Beto Richa, que negou a operação. Ao que tudo indica, Costa falou o que não devia na hora em que não podia.
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Eletrocarma
29/05/2015Um sentimento derrotista paira sobre os executivos destacados pela Eletrobras para tocar a venda das distribuidoras federalizadas. Na própria companhia já se fala num Plano B – ou Z, como ironizam alguns: a criação da Eletrobras Distribuição, um braço que reuniria a participação da estatal nas seis concessionárias sob sua gestão. E haja estômago para suportar os prejuízos dessas empresas.
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Cadê a grana?
11/05/2015O governador gaúcho José Ivo Sartori faz conta de tudo que é lado para promover um aporte de capital na distribuidora CEEE. A empresa vive uma penumbra financeira: só no ano passado, perdeu mais de R$ 400 milhões.
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BR Distribuidora
8/05/2015A BR está decidida a aumentar suas margens em cima da rede de distribuidores. A estatal tem convocado proprietários de postos de combustíveis para renegociar os royalties referentes ao uso da sua marca. Em alguns casos, o reajuste imposto pela BR chega na casa dos 20%. No setor já há quem aposte numa revoada de distribuidores para outras bandeiras.
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Desmonte
6/05/2015A associação entre a Petrobras e a White Martins na GásLocal está por um fio. Em tempos de desmobilização de ativos, a estatal já sinalizou a Praxair que não tem interesse em permanecer no capital da distribuidora de GNL.
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Há cada vez menos beleza nos números da Avon
30/04/2015Há cada vez menos beleza nos números da Avon no Brasil. O market share da empresa no segmento de cosméticos e higiene pessoal bateu nos 6%, um terço da participação que os norte-americanos ostentavam há dois anos. A queda reflete a crescente dificuldade do setor de vendas diretas em duelar com concorrentes munidos de uma grande operação no varejo. Mesmo porque o próprio contingente de vendedoras da Avon, historicamente um orgulho da casa, também diminui ano após ano. Hoje, haveria cerca de 1,4 milhão de “Avonetes” efetivamente trabalhando para a companhia – 10% a menos do que no início de 2014. Consultada, a Avon garantiu que o número de distribuidoras segue acima de 1,5 milhão. Com relação a sua performance, a companhia disse que não comenta participação de mercado.
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Evaporação
29/04/2015As mudanças no capital da Cegás não param. Depois da saída do Grupo Vicunha, que negociou sua participação de 33% para a Mitsui, agora é a Petrobras que está prestes a deixar o capital da distribuidora cearense. A própria trading japonesa é a mais forte candidata ao negócio.
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Eletrobras
20/04/2015As motivações são distintas. Mas, a exemplo da Petrobras, a Eletrobras estaria embalando um pacote de ativos que será colocado sobre o balcão. O embrulho, segundo o RR apurou, teria de tudo um pouco: linhas de transmissão, projetos de geração e participações em distribuidoras. Oficialmente, a estatal nega estudos para a venda de ativos.
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Gás fechado
16/04/2015Mais uma na conta do “petrolão”. Com o cinto apertado, a Petrobras desistiu de ficar com 51% da futura distribuidora de gás natural do Tocantins.
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Distribuidoras em marcha contra o governo
15/04/2015A decisão da Justiça de barrar a assinatura de novos contratos de concessão das distribuidoras de energia é apenas a ponta deste fio desencapado. No instante em que o Ministério Público Federal surge em cena, as negociações entre as empresas do setor elétrico e o Ministério de Minas e Energia entraram em curto circuito. De acordo com o dirigente de uma das maiores distribuidoras do país, o contencioso é praticamente inexorável. A apenas quatro meses do vencimento da licença da Celesc – a primeira das 37 que vão expirar entre agosto e dezembro deste ano -, as próprias concessionárias deverão entrar na Justiça contra o governo federal, usando, para isso, o escudo da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). As empresas exigem a suspensão de todos os trâmites para a prorrogação dos contratos até que a Pasta de Minas e Energia defina claramente as normas que regerão a renovação das licenças. Há cerca de um mês, o ministro Eduardo Braga afirmou ter encaminhado a diretoria da Aneel as diretrizes que servirão de base para analisar o desempenho econômico e operacional das distribuidoras de energia. A partir destes parâmetros, o Ministério e a agência reguladora se decidem pela prorrogação ou não das concessões. Se o objetivo de Braga era acalmar o setor, o tiro saiu pela culatra. As distribuidoras acusam o governo de ter guardado estes dados numa caixa preta. Elas alegam que o ministério não compartilhou integralmente os estudos e relatórios enviados a Aneel, em cima dos quais a agência vai estipular as metas econômico- operacionais impostas a s concessionárias. A renovação da licença depende do cumprimento de uma série de critérios de avaliação dos serviços das distribuidoras, tais como frequência e duração dos cortes de energia, número de reclamações aos órgãos de defesa do consumidor, tempo de espera para atendimento no call center etc.
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Bula da Profarma indica a venda do controle
9/04/2015Firmar-se como um consolidador do varejo farmacêutico – e, desta forma, dar continuidade a uma saga iniciada há mais de cinco décadas – ou aproveitar uma oportunidade de ouro para vender o negócio da família e colocar um caminhão de dinheiro no bolso? Para muitos, esta poderia ser uma Escolha de Sofia, mas, ao que parece, não é o caso de Sammy Birmarcker, herdeiro e presidente da Profarma. Segundo fontes próximas ao empresário, Birmarcker está cada vez mais seduzido pelo canto de uma sereia chamada AmerisourceBergen. Dono de 20% da Profarma, o grupo norte-americano está disposto a abrir o cofre para assumir o controle da empresa e fincar definitivamente sua bandeira no mercado brasileiro. Estima-se que a operação possa chegar perto de R$ 1 bilhão. Procurada pelo RR, a Profarma não quis comentar o assunto, mas informou que “qualquer fato relevante será de conhecimento público”. A venda da Profarma – uma das grandes distribuidoras de medicamentos do Brasil e dona de 130 farmácias sob as marcas Drogasmil, Farmalife e Tamoio – é uma operação razoavelmente intrincada. Depende de um acordo entre os quatro principais acionistas – além de Sammy, o bloco de controle é composto pelo fundador da empresa, Manoel Birmarcker, sua esposa, Cacilda, e a outra filha do casal, Deborah. De todos, o patriarca seria o mais hostil a negociação com os norte-americanos. No entanto, a resistência de Manoel Birmarcker parece ser um muro poroso, como indica a própria venda de um quinto do capital para a Amerisource- Bergen, no ano passado. A negociação do controle livraria os Birmarcker de ter de pedalar o crescimento da Profarma em um mercado de escalas cada vez mais inalcançáveis. Não custa lembrar que, no ano passado, a família chegou a negociar a fusão da Profarma com a Brasil Pharma, do BTG. A associação, no entanto, esbarrou nos desacertos, equívocos estratégicos e crescentes prejuízos da operação farmacêutica de André Esteves.
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BR Distribuidora
1/04/2015Foi dada a largada: dois fundos de private equity estrangeiros já demonstraram interesse em se associar a BR Distribuidora.
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Bahiagás
31/03/2015A Mitsui foi rápida no gatilho. Antes mesmo de a Petrobras formalizar a lista de ativos que pretende vender, o grupo japonês manifestou a estatal e ao governo da Bahia o interesse em comprar a parte da Gaspetro na distribuidora de gás do estado. A Mitsui já é acionista da Bahiagás. Com a aquisição, duplicaria sua fatia para 49%.
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Esteves mergulha nas águas viscosas da Petrobras
27/03/2015André Esteves nunca escondeu que não tem pruridos em escavar ativos podres. Eis aí a carcaça do Bamerindus como prova inconteste. Mas, neste momento, é melhor não mexer com as mãos limpas em projetos que atravessam a calçada da Lava Jato. O banqueiro vai usar luvas cirúrgicas e terceirizar sua participação para entrar de banda no setor da construção pesada. A Petrobras, como sempre, é a meca. Esteves quer aproveitar a crise de liquidez das empreiteiras de estirpe para reservar seu assento em futuras cartas- convite da estatal. O expediente encontrado é a compra de um pedaço da Triunfo por meio de um fundo offshore. Receita manjada, essa operação ficará no quintal. Na sala, a Triunfo contratará o BTG para vender participação em algumas subsidiárias. O objetivo de ambas as iniciativas é gerar recursos para a compra de uma empresa do setor que agregue a Triunfo capital humano e maior tecnologia em obras do ramo. Em idos nem tão distantes, Esteves namorou uma empresa da construção pesada, a Delta, mas a aquisição não andou. É provável que André Esteves não tenha a menor ideia, mas existiu no Brasil, nos idos dos anos 30, um híbrido de banqueiro e empreiteiro que prestou os melhores serviços ao país, notadamente a indústria nacional. Trata-se de Roberto Cochrane Simonsen, flor rara da elite empresarial. O presidente do BTG se identifica com outras espécies, a dos predadores financeiros e os caçadores de tesouros públicos desprotegidos. O Esteves predador não é nenhuma novidade. Mas, o caçador de arcas mal cuidadas é um ente em desenvolvimento. Fincou seu primeiro pé na Petrobras, em 2012, em um ativo desguarnecido. Comprou 50% dos blocos da estatal na africa; raspou o que tinha na Nigéria, Tanzânia, Angola, Benin, Gabão e Namíbia. Na primeira estimativa, o valor total dos campos foi calculado em US$ 7 bilhões. Depois, foi recalculado em US$ 4,5 bilhões, posteriormente reduzido para US$ 3,05 bilhões. Moral da história: a operação de compra acabou sendo fechada em US$ 1,5 bilhão. O BTG pagou o menor dos menores preços – o TCU investiga se foi ele quem arbitrou o valor -, auferiu dividendos de US$ 150 milhões no oitavo mês, prevê ganhar US$ 1,8 bilhão em três anos e pode realizar a cláusula do contrato de abandonar o negócio, sem fazer qualquer investimento, a qualquer tempo (uma espécie de “Pasadena das savanas”). Esteves também bicou a Petrobras via BR Distribuidora, no fatídico ano de 2012. Nesse ponto da história, o assunto se torna mais periclitante devido ao ingresso na trama do doleiro Alberto Youssef. Ele associa Esteves ao propinódromo da estatal. Junto com seu sócio Carlos Santiago, o “Carlinhos”, na Derivados do Brasil (DVBR), o banqueiro teria embolsado R$ 300 milhões em investimentos nos postos, ao custo módico de R$ 6 milhões em propina. Com a Triunfo, Esteves passaria também a ser dono do aeroporto de Viracopos e de rodovias. O verdadeiro oceano a ser singrado, contudo, são as águas viscosas da Petrobras.
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Enfim, um substituto para Cerveró na BR
20/03/2015Na reunião prevista para a próxima quinta-feira, dia 26 de março, o Conselho de Administração da BR Distribuidora deverá anunciar o nome de Carlos Alberto Barra Tessarollo como novo diretor financeiro da estatal. Já não era sem tempo. O cargo está vago há exatamente um ano, desde que Nestor Cerveró foi afastado por conta das investigações na Lava Jato. De lá para cá, a área financeira foi acumulada pelo próprio presidente da BR, José Lima de Andrade Neto. A escolha de Carlos Alberto Tessarollo é uma evidência de que o poder de Aldemir Bendine já começa a se espraiar pelas subsidiárias da Petrobras. Atual gerente de seguros da estatal, Tessarollo é ligado a Ivan Monteiro, executivo que Bendine trouxe consigo do BB para assumir a diretoria financeira da Petrobras. Em tempo: o novo responsável pelas finanças da BR integra também o corpo técnico da Associação Brasileira de Gerência de Riscos. Faz sentido!
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A Nissan teria retomado os estudos
19/03/2015A Nissan teria retomado os estudos para a produção de carros elétricos no Brasil. Um dos potenciais parceiros seria a Light. Oficialmente, a distribuidora afirma que “no momento, não está desenvolvendo projetos” nesta área. Não custa lembrar que, no passado recente, a Light chegou a rascunhar uma parceria com a Kasinski para a fabricação de motocicletas movidas a energia elétrica.
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Custo Celg
18/03/2015Além da assunção de uma dívida de R$ 5 bilhões, a incorporação da Celg vai custar mais R$ 800 milhões a Eletrobras. Este é o valor dos investimentos que serão feitos na distribuidora goiana neste ano, a cargo da holding federal.
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Malas na porta
13/03/2015Britaldo Soares, presidente da AES Eletropaulo, está convencido de que seu prazo de validade na distribuidora paulista chegou ao fim. Segundo a fonte do RR, muito próxima ao executivo, Britaldo já teria, inclusive, autorizado um head hunter a lhe procurar um novo assento, preferencialmente na própria área de energia.
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Gasoduto paulista pega desvio para longe do “petrolão”
11/03/2015O vácuo deixado pela Petrobras em alguns negócios de médio porte começa a ser preenchido. Ao menos é o caso do projeto de construção de um gasoduto entre a Bacia de Santos e Cubatão, orçado em aproximadamente R$ 2 bilhões. Shell, Total e Galp são fortes candidatas a ocupar o lugar da estatal. A tríade está em negociações com o governo de São Paulo para desembarcar no empreendimento, assumindo a instalação e a operação do pipeline. O projeto, conduzido pela Secretaria de Energia do estado, foi originalmente concebido para ser pendurado na Petrobras, a principal fornecedora de gás para as três distribuidoras que operam em terras paulistas – Comgás, Gás Natural Sul e Gas Brasiliano, da qual, inclusive, a estatal é uma das sócias. No entanto, havia um “petrolão” no traçado do gasoduto – como, aliás, de tantos outros investimentos da companhia sob risco de serem carregados pela Lava Jato. Na reta final da gestão Graça Foster, a Petrobras formalizou sua saída do negócio, alegando não se tratar de um empreendimento estratégico. O que está em jogo é a instalação de uma estrutura com capacidade para o transporte de 16 milhões de metros cúbicos diários de gás, praticamente metade do Bolívia-Brasil. Caso Total, Shell e Galp assumam o investimento, este será um dos poucos entre os tantos projetos de gasodutos tracejados nos últimos anos que efetivamente sairão da prancheta. De igual porte, até o momento, só deve vingar o pipeline de 450 quilômetros no Triângulo Mineiro, que será usado para abastecer a fábrica de amônia da própria Petrobras em Uberaba. Os três grupos europeus entrarão no negócio com uma dupla identidade: atuarão tanto com o chapéu de operadores do duto quanto o de fornecedores de matéria-prima – todos têm participação em blocos de gás na Bacia de Santos. O projeto passa obrigatoriamente pelo Palácio Bandeirantes. Além de responsável pela cessão da chamada faixa de servidão por onde passará o gasoduto, o governo paulista poderá ter uma participação no equity do negócio. Muito provavelmente seu ingresso na operação se dará por meio da Empresa Metropolitana de aguas e Energia (EMAE), que, inclusive, já dispõe de uma área de servidão próxima ao traçado idealizado para o gasoduto, por onde passam tubulações de água.
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Mitsui e Sumitomo ensaiam um dueto no mercado de gás
26/02/2015Se Cemig e Gas Natural estão prestes a romper a associação anunciada no ano passado – ver RR edição nº 5.052 -, Mitsui e Sumitomo caminham na direção oposta. Os dois grupos estariam negociando a criação de uma joint venture para atuar no mercado brasileiro de distribuição de gás natural. O colar já chegaria a vitrine com alguns pingentes. A Mitsui aportaria na nova empresa parte ou até mesmo a totalidade de suas participações em sete concessionárias estaduais de gás, que um dia pertenceram a s Gaspart, leia-se a finada e nada saudosa Enron. A carteira do grupo engloba aproximadamente 8% do mercado nacional – entre os principais ativos, estão a Bahiagás e a paranaense Compagás. Em termos absolutos, não há como comparar a eventual associação entre a Mitsui e a Sumitomo com a fusão dos ativos da Cemig e da Gas Natural no setor. A parceria entre mineiros e espanhóis, seriamente ameaçada devido a recusa do governo Fernando Pimentel em privatizar a Gasmig, poderá – ou poderia, já não se sabe ao certo – dar origem a maior distribuidora de gás do país, responsável por atender mais de 20% do mercado nacional. Na partida, Mitsui e Sumitomo não chegarão sequer a metade desse market share. Ainda assim, a dobradinha nipônica manteria acesa a perspectiva de uma consolidação do setor e de uma maior participação do capital privado. Hoje, a exceção de Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais este mercado é uma sesmaria dos governos estaduais e, sobretudo, da Gaspetro, presente no capital de mais de duas dezenas de concessionárias. A associação entre Mitsui e Sumitomo na distribuição de gás encanado poderia ser o ponto de partida para outros negócios em conjunto. As duas tradings japoneses teriam planos de, mais a frente, montar uma comercializada do combustível, focada não apenas na compra e venda do insumo, mas também na importação e exportação de gás natural liquefeito (GNL).
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“Á€° do governo? Não, obrigado!”
6/02/2015Já foi o tempo em que um convite do governo era tratado como uma convocação cívica irrecusável. O ministro Eduardo Braga tem penado para montar um conselho de notáveis na área de energia, que terá a missão de discutir propostas para contornar os riscos de um racionamento. As recusas se acumulam. O primeiro “não” veio do presidente de uma distribuidora de São Paulo. Eduardo Braga tentou fisgar o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, muito ligado a José Sarney, que também saiu pela tangente. Sondado, o consultor Mario Veiga, um dos mais respeitados especialistas da área no Brasil, é outro que não deve atender ao chamamento. A que ponto a situação chegou: Braga parte, agora, na direção de Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobras e severo crítico da política energética do governo Dilma Rousseff.
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O enigma do onipotente dr. Coimbra
2/02/2015Como um executivo consegue ter tanta ascendência sobre um punhado de três dezenas de sócios de uma das maiores distribuidoras de medicamentos do país? O ator principal desse misterioso enredo é o diretor de relações com investidores da gaúcha Dimed, Roberto Coimbra. Nos corredores da empresa, a impressão clara é que ele tem todos os sócios em suas mãos. O executivo é uma espécie de general Golbery do Couto e Silva da companhia. Julio Mottin, presidente do conselho de administração, CEO e maior acionista da Dimed, por exemplo, se comporta como um subordinado de Coimbra. Sua fama já correu o mundo. Antes mesmo de se aproximar do grupo para tratar da compra da rede de farmácias Panvel, controlada pela Dimed, a norte-americana Walgreens – ver RR 5.033 – procurou especificamente o doutor Coimbra. O “poderoso” apresentou o negócio ao conselho e recebeu mandato pleno para conduzir a venda da Panvel. Pois bem. É ele quem está centralizando as conversas sem prestar conta aos acionistas. A desenvoltura de Coimbra tem provocado a resistência de fundos de participações que detêm juntos em torno de 15% do capital da distribuidora. Por trás dos panos, estaria em gestação uma disputa para que esses fundos tenham mais voz e vez na gestão da empresa, que, apesar de ter o seu capital bastante pulverizado – com o maior sócio tendo apenas 12% das ações – é tratada como se fosse um assunto familiar. Julio Mottin gostaria de alterar o balanço de forças na companhia, aproximando-se mais dos fundos. Porém, sua subordinação a Coimbra parece falar mais alto do que seu interesse.
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Cemig e Gas Natural estão a um passo do rompimento
30/01/2015A associação entre a Cemig e a Gas Natural Fenosa surgiu como uma grande labareda, mas, ao que tudo indica, não passará de um efêmero fogacho. Seis meses após o anúncio do acordo e da criação do maior grupo de distribuição de gás do Brasil, as duas companhias estão a s portas da ruptura. Segundo fonte do governo mineiro, o cancelamento da operação deverá ser formalizado nas próximas semanas. A Gasmig está no epicentro do distrato. De acordo com a mesma fonte, o governador Fernando Pimentel já comunicou aos espanhóis que não pretende privatizar a distribuidora estadual. O Projeto de Emenda Constitucional 68, que tratava da desestatização da concessionária, foi arquivado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais no fim do ano passado e, no que depender de Pimentel, é por lá que ficará, no fundo das gavetas do parlamento mineiro. Para a Gas Natural Fenosa, sem a privatização da Gasmig não há mais negócio. A transferência da distribuidora de gás para a nova holding, que reuniria ainda a CEG e a CEG Rio, era um dos pilares do acordo firmado com a Cemig no ano passado. O acordo com a Gas Natural Fenosa foi costurado ainda durante o governo de Antonio Anastasia – embora tenha sido formalmente anunciado em junho, quando ele já havia renunciado ao cargo para concorrer ao Senado. A privatização da Gasmig cabia perfeitamente no figurino tucano, mas está fora de cogitação no governo de Fernando Pimentel. Caso se confirme, o rompimento da associação entre a Cemig e os espanhóis não apenas jogará por terra a criação de um grupo com o dobro do tamanho da paulista Comgás como significará também a suspensão de outros projetos vinculados a operação. O principal deles é a construção de um gasoduto de 470 quilômetros entre Belo Horizonte e Uberaba, que abasteceria a futura fábrica de fertilizantes da Petrobras no Triângulo Mineiro.
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Dieta de ativos
29/01/2015O One Equity Partners (OEP), braço de private equity do JP Morgan, vive um período de entressafra no Brasil. No fim do ano passado, vendeu a Allied, distribuidora de produtos de tecnologia, e, agora, busca um comprador para a sua participação na fabricante de bebidas Wow.
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Arquivo morto
29/01/2015O processo de arrumação da Petrobras pós Lava-Jato passa pelo enxugamento no número de empresas do grupo. A Gaspetro, que reúne participações em distribuidoras de gás, deverá ser a primeira degolada. Seus ativos seriam pendurados na própria holding. Oficialmente, a Petrobras nega a extinção da Gaspetro.
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Menos gás
16/01/2015A BR Distribuidora, que detém o controle integral da concessionária de gás do Espírito Santo, pretende se desfazer de 49% da companhia. Oficialmente, a estatal nega a operação. No entanto, o RR apurou que a empresa já comunicou a intenção ao governador Paulo Hartung. Só não disse de que cartola vai tirar um investidor disposto a desembolsar R$ 1 bilhão no plano de expansão da concessionária sem ter o controle do negócio.
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Eletrobras
15/01/2015O presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, não está sozinho na corda bamba. O diretor de distribuição, Marcos Aurelio Madureira, também está na lista de trocas da estatal. O substituto deverá sair da lavra do PMDB de Minas. A pasta cuida das problemáticas distribuidoras federalizadas.
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Quantas pílulas ainda restam no balcão da Ultrafarma?
12/01/2015Tratando-se de um empresário que sempre vestiu o figurino de garoto-propaganda e chegou ao ponto de inserir a própria caricatura na logomarca de sua companhia, falar em excesso de exposição soa até descabido. No entanto, os colaboradores mais próximos de Sidney Oliveira têm notado um empenho cada vez maior do dono da Ultrafarma em intensificar suas aparições na mídia. Coisa de quem quer vender mais do que remédios. Para muitos, o que está sobre o balcão, desta vez, é o controle da Ultrafarma – uma das maiores distribuidoras de medicamentos do país, com faturamento superior a R$ 750 milhões no ano passado. Se a estratégia da autopromoção deu certo com antibióticos e analgésicos, por que não daria com a própria empresa? A fala mansa e o largo sorriso de Oliveira, que há uma década e meia cativam consumidores, teriam agora a missão de seduzir investidores. Oficialmente, a Ultrafarma nega a venda do controle. Está feito o registro. No entanto, na visão de seus congêneres, Sidney Oliveira encontra-se numa encruzilhada. A percepção é que a Ultrafarma está próxima do seu prazo de validade, aliás, como os próprios medicamentos que a companhia comercializa – Oliveira se notabilizou por comprar remédios com apenas três ou quatro meses de vida útil, normalmente desprezados pelas grandes redes de drogarias, o que sempre lhe permitiu fechar acordos comerciais extremamente vantajosos. O modelo de negócio da empresa é considerado, ao mesmo tempo, seu principal trunfo e sua maior fragilidade. Sua operação está praticamente restrita a s vendas pela internet, responsáveis por mais de 70% do seu faturamento. Ao todo, a Ultrafarma tem apenas quatro farmácias, que, na prática, podem ser consideradas uma só: todas as drogarias estão localizadas em uma mesma rua, no bairro da Saúde, em São Paulo, separadas uma das outras por não mais do que 200 metros. A falta de uma rede de lojas físicas se torna um problema cada vez mais grave diante do acelerado processo de consolidação do setor. O jogo ficou pesado demais. Raia e Drogasil, que se uniram em 2011, têm mais de mil farmácias e faturamento de R$ 7 bilhões. Drogaria São Paulo e Pacheco, por sua vez, somam 800 lojas e receita de quase R$ 6 bilhões. Para não falar da chegada de potentados estrangeiros, como as norte-americanas CVS e Walgreens.
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Celg exibe seu cartão de visitas à Eletrobras
6/01/2015A “conta Celg” não para de crescer. Além do recente empréstimo emergencial de R$ 1,9 bilhão da Caixa Econômica Federal, que serviu para viabilizar sua federalização, a companhia goiana deverá enfiar um espeto de aproximadamente R$ 1 bilhão na contabilidade da Eletrobras em 2015. O valor se refere ao plano de investimentos da distribuidora prestes a cair no colo da holding federal, que acaba de assumir o controle da Celg. Há uma série de projetos que a Eletrobras terá de desengavetar com urgência para garantir a expansão da rede de distribuição em Goiás. Nos últimos anos, a grave crise financeira da Celg comprometeu sua capacidade de investimento, o que levou a atrasos e até mesmo ao cancelamento de uma série de iniciativas, notadamente no interior do estado. Entre janeiro e setembro do ano passado, a Celg contabilizou mais de R$ 700 milhões em perdas. O Tesouro Nacional já injetou quase R$ 4 bilhões na empresa. Não fosse o recente aporte de capital da Caixa, o processo de federalização nem teria se consumado. Então com um patrimônio líquido de quase R$ 3 bilhões negativos, a empresa não poderia ter sido incorporada pela Eletrobras. Na estatal, ninguém lamentaria.
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Procura-se um árbitro para o setor elétrico
17/12/2014A nomeação do novo ministério em janeiro criou um vácuo de governança com sérios impactos no setor elétrico no curto e médio prazos. Esta acefalia ocorre justamente no período em que se bate o martelo quanto a revisão do custo médio ponderado de capital das distribuidoras, o chamado WACC. Trata-se do índice que serve de balizador para a margem de lucro das concessionárias. A Aneel terá de referendar sua decisão até o início do próximo ano, quando começa o quarto ciclo de revisão tarifária, que compreende o período de 2015 a 2019. Aí é que mora o perigo para as distribuidoras de energia. Estudos técnicos da agência recomendam um WACC de 7,16%, inferior aos 7,5% fixados para o terceiro ciclo de revisão, encerrado neste ano. Para todos os efeitos, cabe a Aneel a atribuição de fixar o custo médio ponderado de capital. Na prática, porém, o governo federal costuma fazer valer sua vontade política. Assim foi nos três ciclos de revisão tarifária. Ocorre que o vácuo de poder no Ministério de Minas e Energia criou uma situação sui generis. A própria direção da agência reguladora ressente-se da falta de um interlocutor no governo. A questão chegou a tal ponto que as distribuidoras, sob o escudo da Abradee, se viram forçadas a abrir um canal direto com a Aneel, sem o anteparo do Ministério. É bom ressaltar que a decisão depende também de negociações com os ministérios da área econômica, que, da mesma forma, não tomaram posse. A medida afeta a área macroeconômica, com reflexo sobre os gastos do Tesouro e elevação do índice geral de preços. Na tentativa de sensibilizar a autoridade regulatória, as empresas evocam o risco de insolvência de concessionárias de pequeno e médio porte. Alegam também que um aperto na taxa de retorno das distribuidoras acentuará um efeito cascata já conhecido no setor: margem reduzida é igual a empréstimos bancários tomados por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, que, por sua vez, repassa os custos para as próprias concessionárias, responsáveis, então, por fechar o circuito jogando a conta no colo dos consumidores. A questão, portanto, exige uma solução premente, mas, a duas semanas do início do novo ciclo de revisão tarifária, as discussões estão praticamente paradas. Procura-se um ministro desesperadamente.
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O governador eleito de Minas Gerais
16/12/2014O governador eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel, já tem como certa pelo menos uma diretriz: rever a política de dividendos da Cemig – o que, na sua opinião, já deveria ter sido feito há muito tempo. A ordem é menos remuneração e mais investimento. Nos últimos anos, a Cemig notabilizou-se como uma generosa pagadora a seus acionistas. Em 2012 e 2013, entre dividendos e juros sobre capital próprio, distribuiu mais de R$ 4,1 bilhões, o equivalente a 56% do seu lucro no período. Em tempo: a ira dos acionistas com a decisão vai cair no colo do atual ministro do Desenvolvimento, Mauro Borges, apontado como pule de dez para assumir o comando da distribuidora mineira em janeiro.
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Velho conhecido
16/12/2014Tarso Genro trabalha para aninhar o atual presidente da distribuidora CEEE, Gerson Carrion de Oliveira, na diretoria dos Correios. Carrion, é bom lembrar, já foi diretor financeiro da estatal. Deixou a empresa em 2004, um ano antes do estouro das denúncias de suborno que deram origem ao escândalo do Mensalão.
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Capitalização da CEB provoca um curto circuito
11/12/2014A Companhia Energética de Brasília (CEB) está a s portas de uma batalha jurídica com os minoritários. Um grupo de acionistas, liderado por dois ativistas bons de briga, prepara-se para entrar na Justiça com o objetivo de anular o aumento de capital aprovado em outubro, ao apagar das luzes do mandato de Agnelo Queiroz. A operação é questionada dentro da própria estatal. O conselheiro Ricardo Bernardo votou contra a chamada de capital. Outros dois integrantes do board, Maria Lucia Lins e Rafael Lycurgo, se opuseram ao valor de referência fixado para o aporte – R$ 42,80 por ação. Consultada sobre a ação dos minoritários, a CEB disse que “ainda não foi notificada”. A companhia confirmou os votos contrários dos três conselheiros. Este fio desencapado vai cair sobre a mesa do futuro governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. Os minoritários acusam a direção da CEB de falta de transparência na condução e aprovação do aumento de capital, no valor de R$ 223 milhões. Aos olhos dos acionistas, um dos pontos mais controversos diz respeito aos critérios usados para a definição do preço do papel, contestado pelos próprios conselheiros. A direção da CEB não levou em consideração a cotação da ação em bolsa, adotando uma média entre o valor econômico e contábil da companhia. Oficialmente, a distribuidora afirma que a cotação de mercado “foi considerada para discussões, entretanto a Administração não optou pela precificação em bolsa devido a parecer da CVM, que orienta não adotar o critério caso a ação tenha baixa liquidez”. Outros procedimentos também são alvo de questionamentos por parte dos minoritários. A CEB teria postergado a apresentação do laudo de avaliação que balizou o preço do papel. Só o fez após uma derrota no colegiado da CVM, que condicionou a continuidade da operação a divulgação do documento. Oficialmente, a distribuidora garante que cumpriu os prazos para a entrega do laudo.
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Pílulas na América
1/12/2014O empresário Carlos Sanchez está debruçado sobre os números de um laboratório de médio porte nos Estados Unidos. Sanchez – controlador da EMS, todo-poderoso do segmento de genéricos e notório pela proximidade com o governo – já é dono de uma distribuidora de medicamentos em terras norte-americanas.
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Dono do cofre
25/11/2014O ano vai chegando ao fim e o cargo de diretor financeiro da BR Distribuidora não foi preenchido. Desde que Nestor Cerveró deixou a companhia, em março, o próprio presidente da estatal, José Lima de Andrade Neto, acumula a função. Já são quase nove meses como “interino”.
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Iberdrola junta os fios de suas controladas no Brasil
20/11/2014A Elektro tornou-se um fio desencapado entre os negócios da Iberdrola no Brasil. Os maus resultados da concessionária paulista estão forçando o grupo espanhol a acelerar os planos de reestruturação societária de suas empresas no país. O epicentro da operação é a incorporação da Elektro pela NeoEnergia, também controlada pelos ibéricos. No horizonte da companhia esta era uma agenda prevista somente para daqui a dois anos, até por envolver outros movimentos, como a possível venda de uma de suas distribuidoras no Nordeste – provavelmente a Cosern (ver RR edição nº 4.983). No entanto, a Iberdrola pretende deflagrar as mudanças já no início de 2015. A fusão da Elektro com a NeoEnergia é vista pelos espanhóis como a única maneira de mitigar o impacto das perdas da distribuidora paulista sobre suas finanças. Ressalte- se que a operação teria um efeito contábil extremamente positivo sobre o balanço da Iberdrola no Brasil. Segundo cálculos preliminares do grupo, os ganhos decorrentes das sinergias entre as duas companhias e do aproveitamento de potenciais créditos tributários poderiam chegar perto de R$ 1 bilhão. Tudo na vida tem seus senões. No caso da reestruturação societária da Iberdrola no país, o principal óbice atende pelo nome de Previ. A operação depende do imprimatur do fundo de pensão, dono de 22% da Neo- Energia. É justamente neste ponto que mora o perigo. Desde que se associaram, a Iberdrola e a Previ vivem aos trancos e barrancos. O auge dos desentendimentos ocorreu em 2010, quando o então presidente da fundação, Sergio Rosa, tentou costurar a venda da NeoEnergia para a Camargo Corrêa sem o consentimento dos espanhóis. Do seu lado, a Iberdrola já fez algumas investidas para comprar a participação da Previ e se livrar do sócio porco-espinho, mas todas fracassaram. Enquanto isso, os resultados da Elektro se esfarelam. Os custos operacionais dispararam por conta da escassez de geração hidrelétrica e da necessidade de contratação de energia junto a termelétricas. Resultado: a Iberdrola já dá como certo que a Elektro fechará o balanço no vermelho pela primeira vez desde 2002, quando a companhia teve perdas de R$ 900 milhões como carry over do racionamento de energia no ano anterior. Entre janeiro e setembro, a distribuidora ficou praticamente no zero a zero: teve um lucro quase simbólico de R$ 1 milhão, frente a um resultado positivo de R$ 226 milhões ao longo do mesmo período em 2013.
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Total e Raízen disputam cada litro de combustível da Ale
29/10/2014Quem vai ficar com a Ale? A resposta só virá ao fim do leilão em que se transformou a venda da quarta maior rede de postos de combustíveis do Brasil. A companhia, controlada pelos empresários Marcelo Alecrim e Sergio Cavalieri, permanece sobre o balcão desde o fim de 2013. A francesa Total e a Raízen, leia-se Cosan e Shell, estão na disputa. Segundo fonte do setor, o BTG Pactual também demonstrou interesse pela empresa – no mercado, desconfia-se que o banco apenas representaria os interesses de um grupo estrangeiro ainda não presente no Brasil. Se a Ale estivesse exposta na Sotheby’s, talvez o martelo já tivesse sido batido. No entanto, as conversações têm sido marcadas por uma série de idas e vindas. Na visão dos pretendentes a compra da Ale, Cavalieri e Alecrim são dois leiloeiros com uma dose de ganância além da conta. Procurada pelo RR, a Ale não confirmou as informações e garantiu que segue com o “plano de crescimento previsto para 2014”. A Total esteve muito perto de fechar a aquisição da Ale. Chegou, inclusive, a firmar um contrato de exclusividade para negociar a compra da empresa, que venceu em fevereiro deste ano. Os franceses aceitaram pagar a cifra de R$ 1 bilhão estipulada pelos donos da Ale. No entanto, de acordo com a mesma fonte, Alecrim e Cavalieri teriam inflacionado a pedida para algo perto de R$ 1,2 bilhão. Foi a vez da Raízen concordar com as novas condições, mas a novela teria se repetido: na hora H, os controladores da Ale regatearam. Segundo a fonte do RR, as conversações tanto com a Total quanto com Rubens Ometto prosseguem, porém num tom bem mais rascante. Alecrim e Cavalieri valorizam ao máximo o mais cobiçado ativo do setor, a última das grandes distribuidoras nacionais ainda imunes ao processo de consolidação do setor. Para a Total, de modesta presença no mercado brasileiro, a aquisição significaria o passaporte para o topo do comércio retalhista. No caso da Raízen, por sua vez, a operação valeria um empate técnico com a Ipiranga, na vice-liderança do ranking. Ambas passariam a ter cerca de 14 mil postos, atrás apenas da BR, dona de 20 mil postos.
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NeoEnergia
21/10/2014Os espanhóis da Neo- Energia discutem alguns cenários para fazer caixa e aumentar os investimentos em geração no Brasil. Neste momento, a hipótese mais provável é a venda da Cosern, distribuidora de energia do Rio Grande do Norte. Em tempo: no passado recente, a Equatorial Energia teria demonstrado interesse pela concessionária potiguar.
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Leite no copo
7/10/2014A paranaense Spalpa, uma das maiores distribuidoras de bebidas da Região Sul, planeja entrar no setor de laticínios. O projeto passa pela construção de fábricas próprias.
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Fios soltos
26/09/2014Deve ser a tensão pré-eleitoral. A “tucana” Cemig suspendeu abruptamente as negociações para uma parceria com a CEB, distribuidora do Distrito Federal, governado pelo petista Agnelo Queiroz. Bem, a partir de janeiro é muito provável que os desígnios da estatal mineira estejam nas mãos de Fernando Pimentel. Em contrapartida, não há garantia nenhuma de que Agnelo permanecerá onde está.
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EDF volta no tempo e bate na porta da Light
25/09/2014A EDF está com um pé numa casa que já foi sua. Ex-controlador da Light, o grupo francês enxerga na companhia o parceiro ideal para acelerar seus investimentos na área de geração. As conversas entre as duas empresas se desenrolam há cerca de dois meses. O ponto de partida seria uma associação na Termelétrica Norte Fluminense, que, pela sua localização, tem notórias sinergias com a operação da Light. Não custa lembrar que, a partir de abril deste ano, a EDF passou a deter 100% da usina após a compra dos 10% até então pertencentes a Petrobras. Os franceses já sinalizaram a Light a intenção de construir uma nova térmica a gás no Rio de Janeiro. As negociações entre EDF e Light não são simples. Muitas faíscas e fagulhas vão surgir até que os fios das duas empresas eventualmente se juntem. Na distribuidora fluminense, o nome do grupo francês ainda evoca más lembranças. Ao vender o controle da Light, em 2006, a EDF deixou para trás uma companhia endividada e altamente deficitária – páginas que a atual gestão da concessionária penou para virar. Portanto, para dobrar essa compreensível resistência, a companhia francesa vai ter de colocar sobre a mesa uma proposta altamente tentadora, leia-se a garantia de associação em outros negócios no Brasil. Aos poucos, eles estão surgindo. No início do mês, a EDF fechou a compra de 51% da Alupar no projeto de construção da hidrelétrica de Sinop, no Mato Grosso. O grupo já manifestou também o interesse de participar do leilão das usinas do Rio Tapajós, no ano que vem.
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Mitsui cresce Á imagem e semelhança da Petrobras
18/08/2014A Mitsui já se enxerga como a empresa-espelho da Petrobras no Sul do Brasil. Está em curso uma negociação que poderá transformar o grupo japonês em sócio das três distribuidoras de gás da região, controlador de um dos maiores gasodutos do país e acionista de uma nova planta de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL). Em todos os casos, quem olhar para a Mitsui verá refletida a imagem da estatal, e vice-versa. O ponto de partida é o Rio Grande do Sul. A Mitsui articula a compra de parte das ações da Petrobras na Sulgás – a estatal é dona de 49% da companhia. A operação envolve a transferência de até 20% da distribuidora gaúcha, controlada pelo governo do estado. O negócio permitiria a Mitsui fincar bandeira nas três concessionárias de gás da Região Sul, uma condição que hoje pertence exclusivamente a Petrobras, sua sócia na paranaense Compagás e na catarinense SCGás. A entrada da Mitsui no capital da Sulgás está vinculada a outras duas importantes negociações. A Petrobras vislumbra no interesse dos japoneses a oportunidade de fisgar um sócio para dois projetos que há anos repousam sobre sua prancheta: a instalação de uma planta de regaseificação de GNL no Paraná e, sobretudo, a construção de um gasoduto para atender aos três estados da região. Ao se associar também a Sulgás, a Mitsui passará a ser mais do que candidata natural ao negócio; sua participação nos dois empreendimentos se tornará quase que obrigatória. A trading japonesa terá motivos de sobra para se unir a Petrobras com o intuito de equacionar os problemas que cercam o abastecimento de gás no Sul do país. A capacidade de entrega do insumo por meio do gasoduto Bolívia-Brasil, principal fonte de suprimento na região, está no limite do limite. A situação é ainda mais delicada no Rio Grande do Sul. O Gasbol só tem condições de entregar 2,8 milhões de metros cúbicos por dia, e este volume já está totalmente contratado pela Sulgás. E, ainda assim, há uma demanda reprimida pelo insumo equivalente a 40% deste volume. Ou seja: na mais conservadora das hipóteses, considerando-se apenas o atual déficit no abastecimento, o Rio Grande do Sul precisa de praticamente de “meio Gasbol”. A construção do pipeline e a instalação de uma unidade de regaseificação em torno de quatro milhões de metros cúbicos dia dariam uma folga mais do que confortável para atender a todos os estados da região. Ou seja: ao que tudo indica, Mitsui e Petrobras têm um tríplice encontro marcado.
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Governo reage ao cassino no mercado de energia
30/07/2014O Gabinete Civil, o Ministério de Minas e Energia e a Aneel estão contando os meses para deslanchar um projeto de altíssima voltagem, que terá grande impacto não apenas sobre setores eletrointensivos, mas sobre a indústria em geral. O governo planeja estabelecer limites para a flutuação dos preços da energia no mercado spot, que dobraram em três meses para a faixa de R$ 800,00 o megawatt-hora (MWh). Com as perspectivas ruins para a expansão da oferta de energia hidrelétrica até o fim de 2015, já há projeções de que estes valores cheguem a R$ 1.500,00 o MWh. Este aumento estimularia ainda mais a venda de energia contratada pelas grandes indústrias. A mudança significaria uma fissura na espinha dorsal da política para o setor elétrico: o mercado livre é um dos dogmas do modelo. Alguém poderá dizer que, para um governo que foi capaz de baixar as tarifas das geradoras por decreto, usando como arma a renovação antecipada das concessões, mexer nas regras do balcão spot é fichinha. É verdade que neste caso não haveria um ataque direto aos ganhos do setor, mas apenas o estabelecimento de limites aos lucros estratosféricos dos comercializadores no spot. Mas o governo já carrega a pecha de mudar as regras do jogo com a bola rolando. Que o digam as distribuidoras e geradoras, um pote até aqui de mágoas com Dilma Rousseff. Estas empresas ainda não viram a cor do dinheiro das indenizações referentes aos investimentos não amortizados na renovação das concessões. Tampouco conseguiram repassar para as tarifas os aumentos dos custos da energia. Com a fixação de limites para os preços do mercado spot, o time dos ressentidos ganharia ainda o reforço das comercializadoras e dos grandes consumidores. Diante destes motivos, as autoridades do setor elétrico se perguntam: como colocar o guizo no gato a dois meses das eleições? A criação de bandas no mercado de curto prazo seria a oficialização do represamento dos preços. Uma mudança como esta pressupõe complexas negociações com os agentes da área de energia, uma vez que a intervenção no mercado spot exigiria mudanças no marco do setor elétrico. Os assessores diretos de Dilma e o próprio ministro Edison Lobão defendem que a presidente deixe o assunto para um eventual segundo mandato. O fato é que o governo está decidido a inibir o casino em que se transformou a negociação de energia entre grandes consumidores. Para muitas empresas, a venda do insumo se tornou uma atividade tão ou mais rentável do que seu próprio core business. Este cenário cria um efeito colateral que estoura no colo do próprio governo: a queda na produção industrial, decorrente do crescente interesse de certos setores em se travestir de gerador. A bola de neve só tende a crescer. Segundo estudos da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), somente neste ano, as maiores indústrias do país deverão amealhar cerca de R$ 5 bilhões com a venda no mercado spot do insumo contratado e não usado. Também entram nesta contabilidade os R$ 25 bilhões em empréstimos que as distribuidoras receberão por intermédio da CCEE. Trata-se de um nefasto efeito espiral. Estes recursos serão usados exatamente para cobrir o rombo que o aumento do custo da energia com o maior uso das termelétricas vai provocar no caixa das distribuidoras.
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Lusco-fusco
25/07/2014As distribuidoras que contrataram energia da futura térmica Parnaíba II podem esperar sentadas. A usina da Eneva, a antiga MPX, só deverá entrar em operação no fim do primeiro trimestre de 2015, e não mais em dezembro.
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Cosan põe um pé no capital da Gas Brasiliano
23/07/2014O mercado de distribuição de gás está em ponto de combustão. Além da associação entre a Cemig e a espanhola Gas Natural Fenosa e o iminente aumento da participação da própria estatal mineira na Gasmig, mais uma grande operação está se desenhando no setor. A Cosan, acionista majoritária da Comgás, articula sua entrada no capital da Gas Brasiliano. Controladora integral da empresa, a Petrobras pretende se desfazer de 40% da distribuidora. A negociação corrobora a disposição da estatal de reduzir sua presença neste mercado para fazer caixa – conforme informou o RR na edição nº 4.735. Antes da Gas Brasiliano, a Petrobras espera concluir a venda de parte da Gasmig para a Cemig – anunciada na semana passada, a operação também envolve a transferência de 40% das ações. Todas estas negociações vão alterar significativamente o jogo de forças na área de distribuição de gás. Se a Petrobras, presente no capital de quase todas as concessionárias estaduais, está recuando algumas casas, na mão contrária, a Cosan avança com tudo no tabuleiro do setor. Não é difícil imaginar aonde Rubens Ometto pretende chegar com seu ingresso na Gas Brasiliano. Uma vez dentro da companhia, Ometto terá campo aberto para articular sua fusão com a Comgás. A operação daria origem a um gigante responsável por mais de um terço das vendas de gás natural no país e dono de quase metade da malha de distribuição instalada em todo o território brasileiro. Juntas, Comgás e Gás Brasiliano dominariam uma área no mapa de São Paulo com quase 40 milhões de habitantes. Trata-se de uma operação que conta com a simpatia da Petrobras. Entre ser protagonista de um curta-metragem ou coadjuvante de uma série de sucesso, a estatal prefere a segunda opção. Ela trocaria uma participação majoritária numa empresa pequena, caso da Gas Brasiliano, por uma fatia menor na maior distribuidora de gás do país. E o mais importante: tendo ao lado um parceiro como a Cosan, poderia reduzir seus aportes no setor. A associação entre as duas distribuidoras permitiria a Cosan manter a liderança no setor pelo critério de clientes atendidos, posto que a Comgás deverá perder quando a fusão entre os ativos da Cemig e da Gas Natural estiver concluída. Aliás, o predomínio mineiro no setor poderia ser ainda maior se, no início deste ano, a própria Cemig não tivesse desistido de comprar 40% da Gas Brasiliano.
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Enel dá um choque na direção da Endesa Brasil
15/07/2014Pode até parecer pretensão ou irrealismo do RR anunciar uma razia de tamanha dimensão, mas a fonte das informações a seguir conhece cada fio elétrico da Endesa Brasil. O informante não deixa por menos: diz com todas as letras que a italiana Enel, controladora do grupo espanhol, prepara uma ampla, geral e irrestrita mudança no alto-comando da empresa no país. A fila dos eletrocutados seria puxada pelo próprio presidente da companhia, o chileno Marcelo Andrés Llévenes. Ele seria seguido pelo diretor financeiro, Teobaldo Cavalcante Leal. A intenção dos italianos é designar um executivo brasileiro para o posto de Llévenes – ainda não está definido se ele sairá das fileiras da Endesa ou se será contratado no mercado. A fonte do RR afirma também que o tratamento de choque não ficará restrito a gestão executiva. Atingirá também o Conselho de Administração. Dos quatro integrantes de origem espanhola – indicados, portanto, pelos antigos controladores da Endesa – dois serão afastados do cargo. Segundo o RR apurou, os eleitos seriam José Ibaa±ez-Martin, vice-presidente do Conselho e vice-diretor-geral da Endesa Internacional, e Rafael Lopez Rueda, que ocupa ainda a gerência-geral da Chilectra, distribuidora chilena também controlada pela Endesa. Da holding, os fios elétricos se estendem também a s subsidiárias do grupo, leia-se a Ampla, do Rio de Janeiro, e a Coelce, do Ceará. Na Endesa, fala-se na saída do presidente da distribuidora nordestina, Abel Alves Rochinha. Pode-se dizer que, só agora, os italianos estão ocupando um imóvel que adquiriram há sete anos. Desde a compra do controle mundial da Endesa, em 2007, a Enel jamais fez mudanças significativas na gestão do grupo na América do Sul. Ao longo deste período, os italianos deram prioridade absoluta a reestruturação da Endesa na própria Europa. Agora que a casa está razoavelmente arrumada, os holofotes se voltam a América do Sul, onde se concentram os principais ativos da companhia fora do Velho Continente. Há também um forte componente político na decisão da Enel. O grupo pretende dar uma demonstração de força aos antigos acionistas majoritários que ainda participam do capital da Endesa, a começar pelo próprio governo espanhol. A alta direção da subsidiária brasileira ainda remete aos tempos em que o centro de decisões da companhia ficava em Madri, e não em Roma. O chileno Marcelo Llévenes está na Endesa desde 1986. Entre 2001 e 2007, presidiu a Ampla. Teobaldo Leal, por sua vez, entrou no grupo há 11 anos. Entre outros cargos, comandou a área financeira da Edelnor, subsidiária da companhia no Peru.
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A Light perdeu a paciência
26/06/2014A Light perdeu a paciência com a Kasinski. A distribuidora encerrou as conversações com vistas a construção de uma fábrica de motos elétricas em Sapucaia (RJ). A Kasinski jamais apareceu com os recursos para o projeto.
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Fica, Petrobras
6/06/2014O governador do Mato Grosso do Sul, André Pucinelli, armou uma barricada em torno da MSGás, Neste caso, a proteção é de dentro para fora. Pucinelli tem feito de tudo para demover a Petrobras da ideia de reduzir sua participação no capital da distribuidora de gás.
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Copagaz abre uma fresta em seu absolutismo societário
30/05/2014“Qual será o futuro da Copagaz?” O empresário Ueze Zahran, decano do mercado brasileiro de GLP, já perdeu as contas de quantas vezes ouviu esta pergunta, e, sobretudo, de quantas vezes escapou da resposta com um lacônico e nada amistoso “Não vendo!”. Agora, no entanto, a menos de dois meses de completar 90 anos de idade, Zahran parece disposto a desdizer a si próprio. a€ luz do dia, segue negando a transferência da empresa; mas, quando a noite cai, costura com fundos de investimento a venda de até 25% da Copagaz. Pessoas próximas ao empresário enxergam na operação uma antessala para a posterior negociação do controle da distribuidora de GLP. E por que um fundo de private equity? Olhando para o curto prazo, seria uma maneira de Zahran capitalizar a companhia sem abrir mão do controle, que ainda hoje ele exerce com punhos de titânio. E, no limite, se for para vender a Copagaz em um segundo movimento, há quem aposte que Zahran prefere fazer negócio com um fundo de investimento a vê-la no botijão de um de seus concorrentes. Para a insatisfação tanto de seus oponentes quanto dos mais de 30 herdeiros da família Zahran. Oficialmente, a Copagaz mantém o discurso de sempre e garante que não há qualquer negociação com fundos de investimento. O recado está dado. O que não dá para negar é que a empresa, dona de um faturamento anual de R$ 1,5 bilhão, vive uma curiosa dicotomia. Faz tempo que a companhia abdicou da ambição de brigar no andar de cima do mercado de GLP. Há anos, seu market share está parado na casa dos 8%, numa enorme distância para o quarteto fantástico do setor: Ultragaz, Liquigás, Supergasbras e Nacional Gás, que dividem praticamente 80% das vendas de GLP no país. A rentabilidade da Copagaz patina nos 4%, índice baixo para a média do segmento. Diferentemente de seus concorrentes, que centraram sua operação em determinadas regiões, a empresa se espalhou pelo país. Com isso, perdeu foco, aumentou os custos operacionais e não conseguiu transformar escala em aumento da rentabilidade. Ainda assim, mesmo com tantos senões, a Copagaz é disparadamente o ativo mais cobiçado do mercado, por razões absolutamente óbvias. A aquisição da empresa por um dos líderes do setor significaria a liderança folgada do ranking do GLP. Quem conhece Ueze Zahran – personagem de ideias fixas e frases de efeito, como “Sou ocupado demais para morrer” – sabe que ele vai resistir ao máximo a dar esse gostinho a um de seus competidores.
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Para os portugueses
13/05/2014Para os portugueses, a paulista Bandeirante ainda merece um voto de confiança. Mas a EDP está disposta a se desfazer de sua outra distribuidora no Brasil, a capixaba Escelsa. Oficialmente, a EDP nega a venda da empresa. Nem poderia ser diferente.
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OAS é um rio que navega na direção do Grupo Equipav
9/05/2014Cesar Mata Pires olha para a OAS e enxerga uma dízima periódica. Cada decimal após a vírgula representa uma casa a mais no processo de diversificação estratégica do grupo conduzido pelo empreiteiro nos últimos anos. Depois das concessões rodoviárias (Invepar), dos negócios em exploração e produção de petróleo e até da construção e gestão de arenas esportivas, a bola da vez é a área de saneamento. Mata Pires quer cravar uma aquisição capaz de fazer da OAS Soluções Ambientais um dos três maiores players privados do setor. Neste caso, o rio corre na direção da Aegea, braço de saneamento do Grupo Equipav. A OAS estaria negociando a compra de 51% da empresa. A aquisição irrigaria consideravelmente a operação do grupo baiano neste segmento. A Aegea reúne concessões de saneamento em 32 cidades de seis estados, que somam uma receita de aproximadamente R$ 400 milhões por ano. Nada mal para uma companhia como a OAS Soluções Ambientais, que tem apenas dois ativos: a Samar, detentora da concessão de água e esgoto em Araçatuba (SP), com menos de 200 mil habitantes, e a Epasa, distribuidora de água em Lima, no Peru. Oficialmente, tanto a OAS quanto o Grupo Equipav negam as negociações. No entanto, segundo uma fonte ligada a empreiteira baiana, as conversações envolveriam ainda outras três pontas: o IFC, braço privado do Banco Mundial, o Fundo de Investimento do Governo de Cingapura (GIC) e o Global Infrastructure Fund (GIF). Sócio minoritário da Aegea, o trio deverá se desfazer de boa parte de suas ações. O Grupo Equipav permaneceria no negócio como o segundo principal acionista. Se, para a OAS, a operação representaria um salto na área de saneamento, hoje um negócio ainda incipiente dentro do grupo, para a Aegea poderá significar o fim das incertezas que a cercam há mais de um ano. Neste período, o Grupo Equipav atirou para os mais diversos lados: ensaiou uma associação com a CAB Ambiental ? ver RR edição nº 4.739 ?, solicitou a CVM registrou para a abertura de capital da subsidiária e flertou com a possibilidade de venda do controle, ideia que agora volta a tona com força redobrada por conta da investida da OAS. A chegada do grupo baiano daria fôlego extra para a Aegea deslanchar seu plano de investimentos, que prevê o desembolso de R$ 2,5 bilhões até 2018.
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Eletrobras divide a conta das federalizadas com a State Grid
8/05/2014A State Grid – que, até outro dia, era tratada pelo próprio governo como um inimigo dos interesses nacionais, notadamente da Eletrobras – tornou-se uma indispensável companheira de viagem da estatal. O consórcio que venceu a concorrência da linha de transmissão de Belo Monte foi apenas a primeira das estações compartilhada pela dupla. A próxima parada poderá representar, a um só tempo, a entrada da State Grid no mercado brasileiro de distribuição de energia e um remédio para uma das maiores moléstias financeiras da Eletrobras. A estatal negocia com os chineses a venda de até 49% do capital das sete distribuidoras estaduais de energia que tiveram seu controle e sua gestão federalizadas. Trata-se de um trambolho no qual a companhia já despejou mais de R$ 5 bilhões e que lhe retribui com um prejuízo anual superior a R$ 1 bilhão. Oficialmente, a Eletrobras nega a operação. No entanto, segundo uma alta fonte do Ministério de Minas e Energia, a State Grid negocia, inclusive, uma opção de compra de um lote adicional de ações em até dois anos, o que daria aos chineses o controle das sete concessionárias. A venda desta segunda tranche estaria condicionada a uma série de metas de performance que teriam de ser cumpridas pelas distribuidoras federalizadas. Há algum tempo os chineses estudam ingressar no mercado brasileiro de distribuição. A associação com as sete companhias sob gestão da Eletrobras está longe de representar uma entrada pela porta da frente do setor. Além dos graves problemas financeiros, a maior parte das concessionárias tem dificuldades para cumprir os indicadores técnico- operacionais impostos pela Aneel. Certamente, um eventual apoio do BNDES será muito bem-vindo pelos chineses. No entanto, segundo a fonte do RR, o interesse da State Grid não está condicionado a participação da agência de fomento no negócio. Os chineses enxergam uma mais-valia institucional e política na compra das sete distribuidoras federalizadas. A operação serviria para amalgamar ainda mais o relacionamento com a Eletrobras na área de transmissão, este sim o grande alvo estratégico dos asiáticos no país – a State Grid já anunciou investimentos de mais de US$ 10 bilhões no Brasil. Ressalte-se que a objeção do governo e da própria Eletrobras a State Grid é cada vez mais uma peça de museu. Hoje pode se dizer que as duas empresas não dão um acorde sem antes combinar a partitura. O nº 1 da State Grid no Brasil, Cai Hongxian, transformou-se em interlocutor assíduo do presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, e do próprio ministro Edison Lobão. É justamente por esta tríplice linha de transmissão, interligando Pequim, Brasília e Rio de Janeiro, que correm algumas das mais importantes negociações em curso no setor elétrico nacional. Uma destas operações aponta apenas para 2015: trata-se de uma parceria para o leilão da rede de transporte de energia da futura usina de São Luiz do Tapajós, um empreendimento com capacidade para sete mil megawatts.
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BR Distribuidora
8/05/2014No que depender de Graça Foster, o presidente da BR, José Lima Netto, permanecerá até o fim do ano a frente da diretoria financeira da estatal, cargo que acumula desde a saída de Nestor Cerveró. Quanto menos marola, melhor.
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Fim da linha
7/04/2014As gestões para a fusão entre a Brasil Pharma, controlada pelo BTG, e a PanPharma, maior distribuidora de medicamentos do país, foram para o vinagre. Palavra de um alto executivo de um dos bancos envolvidos na operação.
Acervo RR
Fim da linha
7/04/2014As gestões para a fusão entre a Brasil Pharma, controlada pelo BTG, e a PanPharma, maior distribuidora de medicamentos do país, foram para o vinagre. Palavra de um alto executivo de um dos bancos envolvidos na operação.
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Gas Brasiliano entra na linha de tiro da Petrobras
21/03/2014Das duas uma: ou a Petrobras voltou atrás na decisão de não negociar ativos estratégicos ou os critérios da companhia para definir o que são ou não operações essenciais estão cada vez mais flexíveis. Quatro anos após comprar a Gas Brasiliano e, finalmente, fincar sua bandeira na distribuição de gás em São Paulo, prepara o meia-volta, volver. A direção da estatal discute a venda do controle da concessionária. A companhia manteria apenas uma participação minoritária, o suficiente para preservar sua cadeira cativa no maior mercado consumidor de gás do país. A inclusão da Gas Brasiliano na lista de ativos negociáveis da Petrobras está diretamente ligada ao revés na operação com a Cemig. Em fevereiro, depois de mais de um ano de tratativas, os mineiros romperam o acordo para a compra de 40% da distribuidora. A desistência deixou a Petrobras com um abacaxi nas mãos, leia-se o plano de investimentos da concessionária paulista, que beira os R$ 2 bilhões. Diante das circunstâncias, longe da estatal querer bancar este aporte. A venda do controle da Gas Brasiliano é emblemática. A Petrobras demorou até conseguir entrar no mercado paulista, por muito tempo uma lacuna no colar de participações da quase onipresente Gaspetro. A estatal tentou ingressar na Comgás, ensaiou uma associação com a Gas Natural Sul, mas o desembarque só se consumou em 2010, com a compra da Gas Brasiliano junto a italiana Eni por US$ 250 milhões. No entanto, as dificuldades da Petrobras em honrar seu plano de investimentos, notadamente na área de E&P, falaram mais alto. Em tempo: a decisão da estatal de abrir mão do controle de uma das maiores concessionárias de gás do país é um forte indício de que a estatal deverá reduzir consideravelmente sua presença no setor, com a venda de ativos menos votados. Candidatos a compra da Gas Brasiliano? Na própria Petrobras, o nome mais repetido é o da GDF Suez, antiga Gas de France. Há algum tempo, o grupo procura ativos de peso em distribuição de gás no Brasil. Antes do finado acordo com a Cemig, a própria GDF chegou a manifestar seu interesse na Gas Brasiliano. Na ocasião, contudo, a Petrobras não aceitou se desfazer do controle da distribuidora, como queriam os franceses. Eram outros tempos.
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BNDES recebe o boleto do Grupo Rede
20/03/2014A conta de luz do Grupo Rede deve cair no escaninho do BNDES. Três meses após assumir o negócio, a Energisa estaria costurando com o banco de fomento um apoio ao processo de reestruturação da companhia. O reforço de caixa poderá vir sob a forma de financiamento direto ou de um aumento de capital. A BNDESPar é o segundo maior sócio da Rede, com 16% das ações. A captação é fundamental para a execução do programa de investimentos do grupo. A conta é salgada, sobretudo porque, de dezembro para cá, o cenário mudou radicalmente, notadamente no que diz respeito aos custos para as distribuidoras. Ao assumir o controle do Rede, a Energisa comprometeu- se a aportar R$ 1,2 bilhão nas oito distribuidoras que herdou, segundo o plano de recuperação aprovado pela própria Aneel. Para efeito de comparação, o valor é quase o dobro do que a família Botelho investiu em suas próprias empresas em 2013 ? cerca de R$ 700 milhões. Isso para não falar do passivo de quase R$ 2,2 bilhões que a Energisa teve de engolir ao ficar com o controle do Grupo Rede. Só o valor da dívida já supera o financiamento précontratado pela empresa junto a um pool de bancos privados, de aproximadamente R$ 2 bilhões.
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Choque elétrico
17/03/2014Demorou, mas a mão pesada da chinesa Three Gorges está caindo sobre a EDP do Brasil. Cortes de custos, redução de investimentos e demissões estão na ordem do dia da empresa, dona das distribuidoras Bandeirantes, em São Paulo, e Escelsa, no Espírito Santo.
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Hepatite
27/02/2014O governo deve consumar nas próximas semanas a federalização da Celg. São mais R$ 6 bilhões em dívidas na veia da Eletrobras. Procurada, a estatal confirmou que aguarda o término da avaliação da distribuidora goiana para concretizar a operação.
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Escritório
26/02/2014A norte-americana Office Depot está afiando as garras para comprar a paulista Gimba, uma das maiores distribuidoras de material de escritório do Brasil. A dupla mantém um acordo operacional no país desde 2012. Consultada, a Gimba negou a venda.
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Previ e Tarpon atiram nas finanças da Celesc
20/02/2014A Celesc é a Ucrânia do setor elétrico. O embate entre a Previ e a Tarpon Investimentos, dois dos maiores acionistas da distribuidora, e o governo catarinense ganhou um novo capítulo. O alvo da vez é a diretoria financeira da estatal. O fundo de pensão e a gestora de recursos estariam fazendo pressão pela saída do executivo José Carlos Oneda, o dono da cofre da Celesc. A dupla tem disparado severas críticas a gestão de Oneda. Alega que a distribuidora catarinense não teria feito um planejamento financeiro adequado para enfrentar a nova política tarifária do setor, o que poderá trazer prejuízos para os acionistas. Na visão de Previ e Tarpon, Oneda falhou também na missão de controlar os gastos administrativos da empresa, descumprindo restrições orçamentárias impostas pelo Conselho de Administração. Procurada pelo RR, a Celesc disse desconhecer a exigência da Previ e da Tarpon. Também consultada, a Previ negou fazer pressão pela demissão de Oneda. Está feito o registro. O que não dá para negar é que, há mais de três anos, ela e a Tarpon brigam para ter mais espaço na administração da Celesc. Não se trata de minoritários quaisquer. A dupla controla 28% das ordinárias. Acima delas, só o próprio Tesouro catarinense. Curiosamente, é bom que se diga, as críticas a Oneda crescem no momento em que a Celesc conseguiu sair de um período de estiagem financeira. Entre janeiro e setembro do ano passado, a empresa teve lucro de R$ 149 milhões, contra um prejuízo de R$ 122 milhões nos nove primeiros meses de 2012.
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Gás comprimido
19/02/2014Controladora da Gas Natural, a Repsol estaria sendo pressionada por seus sócios a reduzir os investimentos no Brasil. As maiores cobranças viriam do banco espanhol La Caixa. A Gas Natural controla duas das maiores distribuidoras de gás do país, a CEG, no Rio de Janeiro, e a paulista Gas Natural Sul.
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Gás boliviano vira a carta-trunfo de Dilma Rousseff
18/02/2014Em meio ao tiroteio de informações e de prognósticos alarmistas que tomou conta do setor elétrico nos últimos dias, um ponto em especial tem passado praticamente despercebido: o fator Bolívia. O Brasil nunca esteve em uma posição tão privilegiada para renegociar as condições que regem o fornecimento do gás boliviano, responsável por suprir quase a metade da demanda nacional pelo insumo. Segundo alta fonte do Ministério de Minas e Energia, Evo Morales vem tentando de todas as formas antecipar a renovação do acordo de venda e transporte do combustível pelo Gasoduto Bolívia-Brasil, que só vence em 2019. De acordo com o informante do RR, a questão foi discutida no recente encontro entre Morales e Dilma Rousseff em Cuba, por ocasião da realização da II Cúpula da Celac. O presidente boliviano, que também enfrentará as urnas em outubro, quer criar um fato político relevante capaz de estancar a perda de popularidade entre os seus. Este fato seria a extensão do atual acordo com o Brasil por mais 20 anos, garantindo, desde já, uma receita imprescindível para as contas públicas da Bolívia. A disposição do governo Dilma Rousseff é estressar as negociações, de forma a arrancar o máximo possível de vantagens, notadamente no que diz respeito a s tarifas e ao prazo do acordo. Em vez dos 20 anos previstos no acordo original, o Brasil quer esticar a corda por mais 30 anos, o que daria uma folga ainda maior para o planejamento de longo prazo da matriz energética. Em relação aos preços, de acordo com a fonte do RR, haveria espaço para uma redução de até 20% para as distribuidoras, o metro cúbico do gás boliviano custa algo em torno de R$ 0,86. As tratativas, ressalte-se, deverão ser conduzidas pela Petrobras, oficialmente a parte compradora do combustível produzido no país andino. Não custa lembrar que, na condição de Secretária de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia e de diretora de petróleo e gás da estatal, Maria das Graças Foster participou de alguns dos momentos mais críticos nas negociações entre os dois países desde a construção do gasoduto Bolívia-Brasil. Diferentemente do que ocorreu na década de 1990, quando a Bolívia deu as cartas e praticamente ditou as regras para a assinatura do contrato de venda do gás, o Brasil se encontra hoje em uma situação de flagrante superioridade. Além da esquálida situação da economia boliviana, o governo brasileiro tem a mão outros instrumentos de pressão. Poderá alegar que a YFPB não tem conseguido aumentar a produção de gás na velocidade prevista, a ponto de colocar em risco o pleno cumprimento do acordo. Outro trunfo são as recentes descobertas de reservas de gás natural, sobretudo o Campo de Libra, que, a médio e longo prazos, deverão reduzir a dependência do Brasil em relação ao combustível boliviano.
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Inadimplência vira doença crônica na Eletrobras
13/02/2014O imbróglio em torno do atraso no pagamento das térmicas que abastecem a Amazonas Distribuidora de Energia (AmE) teve um novo capítulo na semana passada. Representantes das companhias credoras Gera Amazonas, Rio Amazonas Energia, Companhia Energética Manauara e Breitener se reuniram com o próprio presidente da Eletrobras, José da Costa Neto. Na ocasião, o nº 1 da estatal, controladora da AmE, comprometeu-se a apresentar um plano para a quitação dos débitos, que já somam cerca de R$ 100 milhões. A data fixada para o acordo era a última terça-feira, dia 11. No entanto, a Eletrobras não teria encaminhado qualquer proposta para o pagamento dos atrasados. Ontem mesmo, as quatro geradoras requereram formalmente a Aneel a inclusão da AmE e da própria Eletrobras no cadastro de inadimplentes da agência reguladora. Há uma série de restrições para as empresas que caem nesta malha fina. A rigor, os inadimplentes ficam impedidos de receber alguns subsídios setoriais, a começar pelos recursos da CCC Conta de Consumo de Combustíveis. O expediente já deu certo uma vez. Em agosto de 2013, ver RR edição nº 4.692, as quatro usinas conseguiram a inserção da Eletrobras e de sua controlada no cadastro de inadimplentes da Aneel. Só, então, a estatal quitou uma dívida também referente a compra de energia da ordem de R$ 30 milhões.
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Três Irmãos é o novo folhetim do setor elétrico
6/02/2014“Amor a Vida” chegou ao fim, mas a novela do leilão da usina de Três Irmãos está apenas começando. Uma das empresas pré-qualificadas para a disputa, a Copel sinalizou ao Ministério de Minas e Energia que não deverá disputar a licitação marcada para o dia 28 de março. O forfait vai para a conta da política tarifária do setor, amaldiçoada por dez entre dez distribuidoras. Após fazer e refazer todas as contas, a estatal paranaense chegou a conclusão de que os preços fixados para a energia produzida por Três Irmãos mal dá para cobrir os custos de operação da hidrelétrica. Que o diga a Cesp, que decidiu devolver a concessão da usina ao governo federal. Procurada pelo RR, a Copel informou que “ainda avalia sua participação no leilão”. O governo teme que esta seja apenas a primeira de muitas deserções. EDF e EDP, outras duas candidatas ao leilão da hidrelétrica paulista, também já teriam manifestado sua insatisfação com as regras fixadas para a licitação. Como se não bastassem as dúvidas -ou seriam certezas? – em torno da rentabilidade da operação, as empresas do setor temem embarcar numa canoa furada que navega rumo a um contencioso. O primeiro lugar do leilão pode ganhar, mas não levar. Há o risco de que, uma vez realizada, a licitação seja até mesmo anulada por divergências entre o Ministério de Minas e Energia e a Cesp. A estatal paulista ameaça melar o processo caso não receba uma indenização de R$ 3,8 bilhões por investimentos feitos na geradora. O governo federal deve, não nega, diz que vai pagar, mas afirma que a Cesp só tem direito a receber R$ 1,7 bilhão. O folhetim de Três Irmãos tem tudo para acabar mal.
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Eletrobras
28/01/2014Valter Cardeal, diretor da Eletrobras, está angariando desafetos de tudo que é lado na estatal. Responsável pela área de geração, vem se envolvendo nos mais diversos assuntos na companhia. O caso mais recente é o processo de venda das distribuidoras federalizadas.
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Brasil e França são águas que não se misturam na Danone
9/01/2014A Danone está travando uma queda de braço com a Danone. A contenda caseira opõe a subsidiária brasileira e o próprio comando do grupo, na França, divididos por conta da estratégia para o mercado de águas minerais. A Danone do Brasil defende o rompimento do acordo firmado com a Casa Flora, distribuidora exclusiva das marcas Evian e Badoit no país. Não é de hoje que a subsidiária se mexe para assumir a venda dos dois produtos no mercado brasileiro – antes da Casa Flora, a missão esteve a cargo da General Brands. Os executivos da companhia no Brasil, a começar pelo diretor geral da Danone aguas, Mauricio Camara, jamais engoliram a parceria com as duas empresas paulistas. Quer dizer, “jamais engoliram” é força de expressão. Na ocasião, tiveram de ingerir a seco a decisão tomada diretamente pela matriz, que, por uma questão de custo, optou pela terceirização da venda dos dois produtos, a despeito da própria estrutura da Danone do Brasil. No entanto, os resultados da operação têm estimulado os executivos da companhia no país a cobrar dos franceses uma mudança na estratégia, leia-se o fim da associação com a Casa Flora. Procurada, a Casa Flora informou que não pode se pronunciar sobre o assunto “no momento”. O RR apurou que as vendas da Evian e da Badoit estariam abaixo das metas projetadas pelos franceses. Não por acaso, os planos da Danone de estender a distribuição das duas marcas para outros estados secaram. Por ora, a atuação da Casa Flora segue restrita ao ponto de partida: o mercado de São Paulo. O acordo original previa também a compra de fontes próprias para a produção das duas marcas no país. Mais um projeto que não saiu da garrafa. A todos estes fatores some-se ainda um ingrediente fundamental, que atende pelo nome de Bonafont. Trata-se do grande trunfo da Danone do Brasil para convencer os franceses a extinguir a terceirização das vendas da Evian e da Badoit, integrando toda a operação de água mineral sob o guarda-chuva da empresa. Produzida e comercializada sob a batuta da própria subsidiária, sem a interferência de qualquer forasteiro, a Bonafont permitiu a Danone dar um salto no mercado brasileiro de água mineral. A marca levou a empresa a vice-liderança do setor – em São Paulo, maior mercado do país, assumiu a dianteira, com mais de 20% de participação. Ou seja: a Danone do Brasil batalha para recuperar um pedaço importante do seu próprio território. Há cinco anos, a divisão de água mineral dava traço nas contas da empresa. Hoje, já responde por quase 10% do faturamento total do grupo no Brasil
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Profarma avança a latere do BTG
9/01/2014A Profarma, uma das maiores distribuidoras de medicamentos do Brasil, olha para o amanhã como se não houvesse BTG Pactual. Em mais um sinal de que as negociações para a fusão com a Brasil Pharma, controlada pelo banco de André Esteves, esfriaram, a empresa mergulhou em outra importante operação. Está em conversações para a compra da paranaenÂse Santa Cruz, que tem dez centros de distribuição e atende a mais de 90% das farmácias nacionais. Com o negócio, a Profarma passaria a abastecer 65 mil pontos de venda no Brasil. Chegaria ainda a marca de 21 centros de estocagem. Nos últimos anos, a Profarma tem se notabilizado por uma agressiva estratégia de expansão, tanto no atacado quanto no varejo. Comprou as redes Farmalife, Drogasmil e Tamoio, todas com sede no Rio de Janeiro. A aquisição da Santa Cruz é sonho antigo. No ano passado, antes de abrir negociações com o BTG Pactual, a Profarma chegou a costurar um acordo com a empresa paranaense. Na ocasião, o que estava em jogo era uma possível fusão, que envolveria ainda um terceiro integrante, a PanPharma. Agora, no entanto, a prosa vai por outro rumo: a Profarma quer a compra pura e simples do controle da Santa Cruz.
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Eletrobras faz feirão de bens em busca de um próspero Ano Novo
3/01/2014A Eletrobras não tem um pré-sal pela frente, mas seguirá os passos da Petrobras. A estatal vai lançar um programa de desmobilização de ativos com o objetivo de fazer caixa e honrar seus investimentos. Segundo uma alta fonte do Ministério de Minas e Energia, a proposta deverá ser analisada pelo Conselho de Administração da companhia até março. Cálculos preliminares indicam a possibilidade de captação de até R$ 10 bilhões em dois anos. A soma equivale a aproximadamente um quinto do plano de investimentos da Eletrobras para o período 2013-2017, que prevê aportes de R$ 53 bilhões em geração, transmissão e distribuição de energia. Oficialmente, a Eletrobras nega a desmobilização de ativos. No entanto, segundo a mesma fonte, a companhia estaria trabalhando para fechar até o fim de março a uma lista inicial dos negócios que serão colocados sobre o balcão. Em uma primeira leva, o destaque deverá ficar por conta da venda de parte das ações no consórcio Nova Energia, responsável pela construção e operação da hidrelétrica de Belo Monte. A estatal detém quase 50% do capital. A ideia é reduzir esta fatia a metade. Trata-se de um medicamento de duplo efeito. Além dos recursos arrecadados diretamente com a venda das ações, a operação permitiria a Eletrobras reduzir consideravelmente seu aporte no empreendimento e, desta maneira, gerar caixa para a execução de outros projetos. Do custo total da construção de Belo Monte, hoje cabe a companhia uma fatura da ordem de R$ 15 bilhões. Ou seja: um único investimento responde por mais de um quarto do plano estratégico da empresa para o quadriênio. Na visão dos dirigentes da Eletrobras, o perfil do provável candidato a compra das ações de Belo Monte são grandes grupos que já tenham negócios em geração na Amazônia. É o caso da Suez, controladora da usina de Jirau, e, mais recentemente, da chinesa Three Gorges, que há poucos meses entrou no capital de uma hidrelétrica no Pará e outra no Amapá. O processo de desmobilização de ativos da Eletrobras inclui ainda a venda de linhas de transmissão e de participações em usinas de médio porte. Nem mesmo projetos no segmento de energia renovável, menina dos olhos do governo, serão poupados. No entendimento dos diretores da Eletrobras, o esforço para fazer caixa poderia ser um pouco menos dramático se a empresa conseguisse tirar dos ombros o peso das seis distribuidoras estaduais federalizadas ? em 2012, o sexteto apresentou um prejuízo superior a R$ 1,3 bilhão. No entanto, este é um fardo que não para de crescer. Conforme informou o RR na edição nº 4.770, a Eletrobras estaria prestes a assumir o controle de mais duas combalidas concessionárias: a CEA, do Amapá, e a CERR, de Roraima.
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Posto em chamas
13/12/2013A BR Distribuidora destacou um grupo de executivos para analisar de cima a baixo o mapa de postos da companhia no Norte e Nordeste. O presidente da estatal, José Lima Netto, está com um fósforo e um galão de querosene na mão, pronto para incinerar unidades menos rentáveis. O RR apurou que cerca de 10% dos estabelecimentos do Norte e Nordeste estariam operando com resultados abaixo das metas, conforme cálculo da própria estatal. Procurada, a BR negou o fechamento de postos.
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YPF volta ao Brasil com tanque cheio
13/12/2013A presidente Cristina Kirchner sofre com câmbio, inflação, queda de investimentos estrangeiros e um sem-número de problemas econômicos, mas não perde a pose. Os planos expansionistas da chefe do executivo argentino para a YPF no Brasil são de tirar o fôlego. A petroleira recebeu sinal verde para arrematar blocos de petróleo e gás no próximo leilão da ANP em 2014, comprar participações em distribuidoras de gás natural e montar uma rede própria de postos de combustíveis, a começar pelo Sul do país. A YPF já tem uma equipe de executivos mapeando o mercado gaúcho e catarinense para descobrir pepitas entre os postos de bandeira branca. A companhia negocia ainda parceria com a Sulgás. Neste caso, a isca jogada é a compra da termelétrica Uruguaiana, da qual a norte-americana AES tenta há algum tempo se livrar, justamente pela falta de gás fornecido pela Argentina. A YPF garantiria o fornecimento e a distribuição seria feita pela Sulgás. A decisão de trazer de volta a companhia ao Brasil está relacionada a necessidade de ampliar a receita em moeda estrangeira e de melhorar os ratings da YPF. O governo argentino deverá dar a partida na operação tão logo consiga concluir o acordo com a Repsol para indenização do grupo espanhol pela expropriação da YPF, o que está previsto para os primeiros meses de 2014.
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Eletrobras engole mais dois sapos do setor elétrico
11/12/2013Talvez já esteja na hora de se criar um Bom Senso Futebol Clube para o setor elétrico, notadamente no que diz respeito a s finanças da Eletrobras. Não obstante a dívida bruta já superior a R$ 60 bilhões e o prejuízo de R$ 800 milhões apenas entre janeiro e setembro deste ano, a estatal segue como fiel depositária dos entulhos financeiros das distribuidoras estaduais. Segundo alta fonte do Ministério de Minas e Energia, a CEA, do Amapá, e a CERR, de Roraima, serão federalizadas até fevereiro de 2014. As duas concessionárias já estão sob gestão da estatal desde setembro. Caso a transferência do controle se confirme , a Eletrobras será forçada a engolir uma dívida somada de quase R$ 2 bilhões, com impacto contábil já no balanço do primeiro semestre. Ressalte-se que, no caso específico da CEA, não será a primeira indigestão. Recentemente, após uma arrastada negociação política, a Eletronorte, subsidiária da Eletrobras, não teve outra saída senão fechar um acordo com o governo do Amapá e perdoar quase metade dos créditos contra a distribuidora do estado: a conta caiu de R$ 1,3 bilhão para pouco mais de R$ 700 milhões. Consultada, a Eletrobras informou que ?o acordo com os governos do Amapá e de Roraima não prevê o controle da CEA e da CERR, mas a gestão compartilhada das empresas”. Não tivesse o sufixo ?bras?, muito provavelmente a holding do setor elétrico nacional já teria soçobrado por conta da política de federalização das concessionárias estaduais. Somente em 2012, as seis distribuidoras penduradas na Eletrobras apresentaram um prejuízo de R$ 1,3 bilhão. Num exercício matemático, a dolorosa fatura subiria para R$ 2,1 bilhões se já fosse contabilizada a goiana Celg, cujo controle também está prestes a ser federalizado. Por ora, a Eletrobras se vale de soluções paliativas, remédios que combatem os efeitos, mas não a causa. O próximo medicamento, muito provavelmente, será o empréstimo de R$ 2,6 bilhões da Caixa Econômica Federal, que esteve prestes a ser fechado, mas só deverá sair em 2014. Em tempo: segundo a mesma fonte do Ministério de Minas e Energia, o episódio CEA e CERR azedou ainda mais as relações entre o presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, e Edison Lobão. O ministro de Minas e Energia não está disposto a engolir a ?insurreição? de Costa Neto, que tem feito intensas gestões no governo para evitar a federalização das duas distribuidoras. O caso torna ainda menos provável a permanência do executivo no comando da Eletrobras em 2014. Se serve de consolo, “Costinha”, como é mais conhecido entre seus pares, pode deixar o cargo como um mártir. No governo, ninguém tem brigado mais do que ele para impedir que a Eletrobras seja forçada a engolir novos prejuízos decorrentes da federalização de concessionárias estaduais. Em vão.
Acervo RR
Pilha fraca
10/12/2013Um frequentador do clã dos Botelho informa ao RR que a Energisa estaria disposta a se desfazer das distribuidoras que herdou em São Paulo com a compra do Grupo Rede. Os olhos da família Botelho nunca brilharam por esses ativos. Procurada, a Energisa garante que “não há planos neste sentido e que, no momento, está mobilizada para concluir a aquisição do Rede.
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Iberdrola estica seus fios para a área de telecomunicações
27/11/2013A Iberdrola, dona da NeoEnergia, vai trilhar novos caminhos no Brasil. O grupo espanhol prepara sua entrada no mercado de telecomunicações. O foco é a Região Nordeste, mais precisamente Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte – onde se concentra boa parte de sua operação no país. O objetivo é aproveitar a rede elétrica das subsidiárias Coelba, Celpe e Cosern para instalar quase quatro mil cabos de fibra óptica. Para se ter uma ideia do que este número representa, já na partida os espanhóis teriam o equivalente a metade da estrutura da Cemig Telecom. A comparação, aliás, não é aleatória. A estatal mineira vem esticando sua operação para o Nordeste, com a instalação de cabos exatamente em Pernambuco e na Bahia, o que, inclusive, levou os espanhóis a acelerarem o projeto. A Iberdrola vai investir cerca de R$ 200 milhões na operação, que envolverá quase 800 municípios nos três estados. O foco principal da Iberdrola será o aluguel da futura rede para operadoras de telefonia. Os espanhóis estimam que estes acordos responderão por até 80% da receita da operação. O restante virá de serviços de tráfego de dados e voz para clientes corporativos e para as próprias empresas do grupo. A Iberdrola aposta alto no empreendimento. Vislumbra, por exemplo, a possibilidade futura de venda de parte da nova empresa ou até mesmo de um IPO. O exemplo da AES Eletropaulo está vivo no imaginário dos ibéricos. Há cerca de dois anos, a distribuidora paulista vendeu a Atimus, seu braço de telecomunicações, para a TIM. Embolsou, a época, cerca de R$ 1,6 bilhão. A inflexão da Iberdrola pela área de telecomunicações deve ser vista também como uma operação de hedge. Todos os ovos do grupo no Brasil estão depositados na mesma cesta: o setor elétrico. Com as novas regras para o reajuste das tarifas de energia, esta monogamia estratégica passou a ser altamente arriscada. Por ora, é bom que se diga, a NeoEnergia está longe do rol das empresas mais afetadas pelas mudanças regulatórias. Entre janeiro e setembro, teve um lucro de R$ 721 milhões, uma queda de 15% em relação ao mesmo período em 2012. Perto do que o setor vem sofrendo, não passa de um pique de luz.
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Eletrobras deixa termelétricas Á míngua
18/11/2013A Eletrobras está causando um novo curto circuito nas finanças das termelétricas fornecedoras da Amazonas Distribuidora de Energia (AmE), controlada pela estatal. Depois de quitar uma parte da antiga dívida – ver RR edição nº 4.692 -, voltou a velha rotina. Está atrasando o pagamento referente a compra de energia das térmicas Raesa, Manauara, Breitner e Gera. No próximo dia 30, a inadimplência completará três meses. Procurada, a Eletrobras garantiu que “os pagamentos estão sendo realizados de forma regular”. Informou também que “constam no sistema de controle apenas os meses de outubro e novembro em processo de pagamento.” Está feito o registro. No entanto, segundo uma fonte da Aneel, os atrasos remetem ao mês de setembro. O episódio coloca em risco a própria saúde financeira das térmicas, uma vez que o contrato com a AmE tem peso expressivo na receita das quatro usinas. De acordo com a mesma fonte, o caso chegou a tal ponto que o comando da Aneel discute a possibilidade de intervenção na distribuidora controlada pela Eletrobras por conta da recorrente falta de pagamento aos fornecedores de energia. As térmicas já requisitaram a Agência uma punição para a AmE, leia-se a proibição de que a empresa receba os valores relativos a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). Na prática, a própria inadimplência levará a esta situação. Caso se completem os 90 dias de atraso, a AmE, como qualquer outra empresa, poderá ter problemas com o seu CNPJ. Com isso, ficaria automaticamente impedida de contabilizar os recursos da CCC. Além disso, não poderia aplicar qualquer reajuste tarifário.
Acervo RR
Celg
7/11/2013A Celg, a cambaleante distribuidora de energia de Goiás, deverá ter um novo destino. O ministro Edison Lobão pretende transferir o controle da empresa para a Eletronorte e não para a Eletrobras, como estava previsto inicialmente. Se o discurso do governo caminhar pelo desafogo do caixa da holding, já afetado pelos prejuízos das sete distribuidoras federalizadas, melhor arrumar outra justificativa. Do ponto de vista contábil, pouco importa quem vai engolir o sapo; o estômago é um só.
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Conaprole ordenha sua produção no Brasil
5/11/2013A uruguaia Conaprole planeja construir uma fábrica de laticínios no Rio Grande do Sul. O projeto já foi levado ao governador Tarso Genro, que, diga-se de passagem, recebeu a informação entre o ressabiado e o ansioso. Não é a primeira vez que a Conaprole promete instalar uma planta industrial no estado. Em 2009, os uruguaios anunciaram um investimento de US$ 50 milhões em terras gaúchas, mas desistiram do projeto. Para todos os efeitos, foi uma resposta a s barreiras alfandegárias impostas pelo governo brasileiro a entrada do leite uruguaio no país. No entanto, línguas mais ferinas garantem que a situação financeira da Conaprole a época forçou o recuo. A rigor, a Conaprole já está no Brasil, mais precisamente no próprio Rio Grande do Sul. Há duas décadas, mantém uma distribuidora na cidade de Ivoti. No entanto, sua atuação está praticamente restrita a importação e comercialização de laticínios produzidos no Uruguai. A empresa tem pretensões de ser um player com amplitude em todo o Mercosul, o que só se consumará, sabem bem os uruguaios, com uma operação industrial no maior mercado da região.
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Enel corta o fio da Coelce na Bovespa
31/10/2013A Coelce deve apagar a luz, fechar a porta e deixar a Bovespa. A italiana Enel estaria preparando uma oferta de recompra das ações da distribuidora cearense. A rigor, não dá para falar em fechamento de capital, uma vez que o edital de privatização exige a continuidade do regime de companhia aberta. No entanto, a Enel entende que o momento é propício para raspar o tacho dos papéis em bolsa. A mudança no cálculo das tarifas de energia tem pressionado o valor das ações, reduzindo, assim, o montante a ser desembolsado na oferta. Além disso, para os italianos, não faz mais sentido ter um ativo de médio porte em Bolsa, enquanto a joia da coroa do grupo no Brasil, a Ampla, não está no mercado. Quer dizer que vem por aí o IPO da distribuidora fluminense? Calma! Cada coisa a seu tempo. A recompra das ações da Coelce deverá contar também com o apoio da Eletrobras, segundo maior acionista. Dona de 7% do capital total ou 18% das preferenciais, a estatal aproveitaria a oferta para deixar a distribuidora cearense e colocar algum dinheiro no bolso. Procurada pelo RR, a Coelce informou que “não existe qualquer decisão” a respeito do fechamento de capital.
Acervo RR
Aneel
23/10/2013São cada vez menores as chances de o governo renovar o mandato do diretor da Aneel Edvaldo Santana, que vence em dezembro. O próprio Santana deu corda para se enforcar. Nos últimos meses, tem feito sucessivas críticas, atacando desde o modelo de licitação das concessões do setor elétrico a política tarifária. Além disso, estaria batendo de frente com o próprio diretor-geral da agência reguladora, Romeu Rufino, que, diga-se de passagem, assumiu neste ano e está ávido para demarcar seu território. As divergências envolveriam, principalmente, os critérios usados pela Aneel para a fiscalização dos serviços das distribuidoras de energia.
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Petrobras sopra para longe seus negócios na área de gás
22/10/2013Em mais um capítulo de seu tour de force para fazer caixa e honrar os investimentos previstos, a Petrobras vai dar a partida em um drástico processo de desmobilização de ativos na área de distribuição de gás. Maria das Graças Foster determinou a criação de um grupo de trabalho que terá a responsabilidade de avaliar o desempenho financeiro e operacional de todas as empresas que integram a carteira de participações da estatal no setor. A direção da Petrobras pretende se basear neste levantamento para decidir quais ativos serão colocados a venda. Graça Foster está empenhada em evitar que os interesses políticos, notadamente nos estados governados por partidos da base aliada, se sobreponham aos critérios estratégicos – por meio da Gaspetro, a companhia está no capital de mais de duas dezenas de concessionárias. A ideia é que o relatório seja submetido ao Conselho de Administração no início de 2014. Cálculos preliminares da Petrobras indicam que a venda de participações poderá gerar uma economia da ordem de R$ 3 bilhões – a cifra, ressalte-se, abrange apenas o montante que a estatal deixará de desembolsar em investimentos no setor. Há pelo menos dois anos, a direção da Petrobras discute mais amiúde a redução da presença no setor de distribuição, mas a questão sempre acabou atropelada por outras prioridades estratégicas. É bem verdade que o momento não parece ser o mais propício para a decisão. Diante das condições hostis do mercado, os ativos estão subapreciados. No entanto, a situação financeira da Petrobras, cada vez mais apertada, falou mais alto. Segundo informações obtidas junto a própria estatal, o comando da empresa trabalha com a perspectiva de deixar o capital de oito a dez concessionárias. De antemão, pode se dizer que há algumas participações “imexíveis”. Seriam os casos da Gas Brasiliano, de São Paulo, e da CEG, no Rio de Janeiro, encravadas nos dois maiores mercados consumidores do país e, consequentemente, negócios rentáveis para a companhia. É pouco provável também que a Petrobras se desfaça de suas participações nas distribuidoras da Região Norte, só que desta vez por outro critério. A estatal tem um papel fundamental no abastecimento de gás nestas regiões, e o governo teme que sua saída do negócio cause desequilíbrios na oferta do insumo.
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Enxaqueca
15/10/2013A PanPharma estaria fazendo tanta exigência que a BR Pharma, leia-se BTG Pactual, já pensa em desistir da fusão com a distribuidora de medicamentos.
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Distribuidoras de energia abrem fogo contra o governo
1/10/2013Uma tropa de choque do setor elétrico capitaneada por Cemig, Copel e Celesc prepara- se para entrar na Justiça contra o governo. O pelotão reúne distribuidoras de energia cuja concessão vence entre 2014 e 2017 – ao todo, 42 licenças expiram neste período. As empresas deverão usar como aríete a placa da Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee). Oficialmente, a Abradee nega que vá entrar na Justiça. No entanto, dirigentes de duas grandes distribuidoras ouvidos pelo RR confirmaram as articulações para uma ação conjunta contra o governo. O motivo da intentona é a proposta do governo de alterar os critérios de medição da qualidade dos serviços prestados pelas empresas do setor – um dos fatores que mais pesa na composição das tarifas e no cálculo dos reajustes. Os nervos estão a flor da pele. De acordo com simulações feitas pelas próprias empresas, caso os novos critérios de avaliação sejam implementados, nenhuma grande distribuidora terá reajuste de tarifas nos próximos 12 meses. Algumas, inclusive, poderão ser obrigadas a reduzir os valores de cobrança em função de perdas na qualidade dos serviços captadas pelo novo sistema de medição do governo. Por esta razão, as distribuidoras estão dispostas a ir ao limite do limite para barrar a proposta. Além de uma batalha jurídica, prometem usar o maior instrumento de pressão de que dispõe: ameaçam um racionamento dos investimentos. Nas conversas com autoridades do Ministério de Minas e Energia, os dirigentes do setor têm falado abertamente em suspensão dos investimentos para fazer frente a s perdas de receita. De acordo com uma das fontes do RR, em uma das reuniões, o presidente de uma grande estatal chegou a dizer, num tom entre o alarme e a ameaça: “Quando tiver um apagão no meu estado e a notícia sair no Jornal Nacional, aí sim vocês vão entender…”. Em tese, a proposta do governo é eivada de boas intenções, uma vez que o objetivo é melhorar os serviços prestados ao consumidor. No entanto, as distribuidoras alegam que o Ministério de Minas e Energia quer impor regras inexequíveis dentro da realidade brasileira. É o caso, das punições em função da duração e frequência das interrupções de energia, os chamados DEC e FEC. As regras ainda mais rígidas não levariam em consideração as condições das redes de transmissão do país, que afetam os serviços de distribuição. A medida afetaria principalmente as companhias com concessões próximas do vencimento, expostas a um risco maior devido a indefinição quanto a renovação das licenças e o tempo curto para se adequar ao novo padrão.
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Intruso
27/09/2013A família Zaninotto, dona da Gimba, está descobrindo o ônus de dividir o teto com um mastodonte. Sócio da distribuidora de equipamentos de informática e artigos para escritório, a norte-americana Office Depot faz pressão pela abertura de lojas físicas. A Gimba opera apenas com venda direta ao segmento corporativo. Procurada a empresa limitou-se a dizer que “não confirma a informação”.
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Cemig encontra uma cerca eletrificada na entrada de São Paulo
26/09/2013Um dos mais aguardados negócios do setor elétrico está colocando do mesmo lado petistas e tucanos – e, de quebra, criando um racha entre duas lideranças do próprio PSDB. A operação em questão é a venda simultânea da distribuidora Eletropaulo e da geradora Tietê, ambas controladas pela AES e pelo BNDES, sócios na holding Brasiliana. Depois de tantas idas e vindas, os norte-americanos fecharam um acordo com o banco para a negociação das duas empresas. Já teriam, inclusive, contratado como adviser um banco de investimentos conterrâneo. A operação junta a fome dos norteamericanos em reduzir consideravelmente sua posição no mercado brasileiro com a antiga vontade do governo de colocar dois dos mais importantes ativos do setor no colo de um grande grupo nacional. No entanto, as primeiras articulações feitas pela AES desencadearam um curto-circuito político. O grupo vem mantendo conversações com a Cemig, interessada na aquisição tanto da Eletropaulo quanto da Tietê. Com este movimento, os norte-americanos conseguiram a façanha de unir os Montecchio e os Capuleto da política nacional. O próprio Palácio do Planalto, que acompanha as negociações, torce o nariz para a ideia de as duas empresas caírem nas mãos da Cemig. Quando o assunto é o fortalecimento de empresas nacionais, o governo tem suas preferências no setor, que passam longe das alterosas e de uma estatal sob jugo tucano. Reforçar a Cemig significa energizar um latifúndio político do PSDB e, sobretudo, Aécio Neves, uma espécie de cardeal vitalício na companhia. Curiosamente, o Planalto não está sozinho. No Palácio dos Bandeirantes, a repulsa é a mesma. Não obstante o sangue tucano em comum, Geraldo Alckmin está disposto a erguer uma barricada para fechar suas fronteiras elétricas e impedir que o governo mineiro dê as cartas no setor em São Paulo. Com a dupla aquisição, a Cemig teria um enclave de quase cinco mil quilômetros quadrados em território paulista e abduziria cerca de 16 milhões de clientes, o universo atendido pela Eletropaulo. Assumiria ainda o comando de um parque gerador formado por nove hidrelétricas, com capacidade para fornecer metade da energia consumida pela cidade de São Paulo em um ano. O RR pinta o quadro com cores fortes, e até talvez com algum exagero. Mas tudo indica que a Cemig está com os dois dedos na tomada. Se Geraldo Alckmin promete gastar munição política para evitar a venda da Eletropaulo e da Tietê a estatal mineira, o governo federal detém armas de calibre ainda mais grosso para pressionar a AES a buscar outro candidato a compra das duas empresas. Neste caso, mira diretamente no bolso dos envolvidos no negócio. O BNDES já teria se comprometido a financiar a venda da distribuidora e da geradora. Mas provavelmente a moleza não se aplica a Cemig.
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Um réquiem para a Votorantim Novos Negócios
23/09/2013Os Ermírio de Moraes estariam desativando a Votorantim Novos Negócios (VNN), braço de venture capital do grupo. Segundo informações filtradas junto a própria Votorantim, o fechamento da empresa deverá ser sacramentado até dezembro. Nesse período, o grupo pretende concluir a venda dos últimos ativos na carteira da VNN. De acordo com a mesma fonte, o venture capital ainda mantém participações reduzidas em três empresas – entre elas a distribuidora de medicamentos de origem norte-americana Moksha8. Mantida por uma certa dose de diletantismo da família, a VNN nunca chegou a atingir o patamar almejado pelos Ermírio de Moraes. Dos quase US$ 400 milhões reservados para a compra de participações em empresas da área de inovação, nem a metade deste valor chegou a ser efetivamente alocada.
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Energisa
20/09/2013A Energisa não deverá ficar com todas as empresas do Grupo Rede. Segundo uma fonte próxima a família, os Botelho pretendem se desfazer das distribuidoras Caiuá, Nacional, Bragantina e Vale Paranapanema. A CPFL é forte candidata a compra dos ativos. Procurada, a Energisa informou que não há planos de venda de distribuidoras e que, no momento, está mobilizada para concluir a aquisição do Rede.
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Ometto conta com Alckmin para capturar o gás de São Paulo
6/09/2013O governador Geraldo Alckmin teria iniciado tratativas com a Assembleia Legislativa com o objetivo de desatar as amarras legais que impedem o redesenho do mapa da distribuição de gás no estado, leia-se operações de fusão e aquisição entre as três concessionárias locais – Comgás, Gas Brasiliano e Gas NaturalSul. Na Alesp, a possível mudança já recebeu o jocoso epíteto de “Emenda Binho”, em referência a forma como o empresário Rubens Ometto é chamado pelos mais próximos. De fato, o terno parece ser feito sob medida para o dono da Cosan. Olhando-se para as peças do tabuleiro, Ometto seria, potencialmente, o maior beneficiado pela “alforria societária”. Nenhum outro investidor do setor tem demonstrado tanto apetite quanto ele. O empresário comprou recentemente o controle da Comgás e já sinalizou o interesse em avançar sobre a Gas Natural Sul, controlada pelo grupo espanhol Gas Natural Fenosa. Procurado, o governo paulista negou a mudança nas regras. No entanto, segundo fontes do próprio Palácio dos Bandeirantes, Geraldo Alckmin considera anacrônicas as regras que limitam participações cruzadas no setor – elas datam da privatização da Comgás, em 1999. Na avaliação de Alckmin, o aumento dos investimentos em distribuição no estado passaria obrigatoriamente pela quebra das algemas societárias, o que permitiria a captura de sinergias e ganhos de escala. Há uma pressão dos próprios acionistas das três distribuidoras pela mudança no arcabouço legal. Quanto mais o tempo passa, maior a aflição do governo paulista. a€ exceção da Comgás, vitaminada pela chegada da Cosan, a situação das outras duas concessionárias é preocupante. Premida pela crise em seu país de origem, a Gas Natural tem adotado uma postura cautelosa. Neste ano, deverá investir cerca de R$ 150 milhões na concessionária paulista, número considerado insuficiente pelo governo do estado para fazer frente a expansão da oferta de gás nos 15 municípios atendidos pela companhia. No caso da Gas Brasiliano, o cenário é ainda mais preocupante. A venda de uma importante fatia da participação da Petrobras para a Cemig, equivalente a 40% do capital total, empacou – a operação está vinculada a construção de um gasoduto entre Ribeirão Preto e Uberaba. Sem a chegada da estatal mineira, é pouco provável que a Gas Brasiliano mantenha seu plano de investimentos, em razão das restrições orçamentárias da Petrobras.
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Total marcha para a Videolar com um pé atrás
5/09/2013A francesa Total tem se aproximado a passos largos da Videolar, fabricante de produtos químicos com quatro plantas industriais em Manaus. De parcerias operacionais até mesmo a compra de uma participação societária, são várias as possibilidades que povoam o imaginário dos gauleses. Ressalte-se que todas as hipóteses aventadas pela Total trazem embutido o receio em relação a uma eventual convivência com Lírio Parisotto, controlador da Videolar. Por quê? A pergunta deve ser endereçada aos demais acionistas da Usiminas e da Celesc, que vivem a s turras com Parisotto, minoritário tanto da siderúrgica quanto da distribuidora de energia. Procurada, a Total disse “desconhecer a informação”. A Videolar, por sua vez, não se manifestou.
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Eletrobras embala federalizadas para a venda
29/08/2013A Eletrobras pretende anunciar até o fim de outubro o formato de venda das seis distribuidoras federalizadas. O mais provável é que haja uma divisão do grupo em duas novas empresas, que seriam negociadas separadamente. A estatal seguiria com uma participação minoritária em ambas. A operação já teria a anuência do ministro Edison Lobão. O sexteto, nos últimos dois anos, acumula prejuízos acima de R$ 2,3 bilhões. Consultada, a Eletrobras informou que está concluindo estudo com alternativas, mas ainda não é possível antecipar qual será a estratégia a ser implementada.
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Iberdrola avança em geração e deixa Previ no escuro
27/08/2013A Iberdrola parece seguir a máxima de que melhor do que fazer um grande negócio é fazer um grande negócio e aborrecer tremendamente seu adversário. Ainda que o adversário seja o próprio sócio. Os espanhóis preparam uma mudança estratégica capaz de ampliar o potencial de financiamento dos seus projetos em geração e, de quebra, atazanar a vida da Previ – um dos seus esportes preferidos no Brasil. O grupo pretende concentrar na Elektro a maior parte dos seus investimentos em produção de energia no país, hoje pendurados na NeoEnergia – também controlada pelos ibéricos. A decisão se justifica pela possibilidade de atração de um sócio para a distribuidora paulista, com quem os espanhóis passariam a dividir a conta dos aportes em geração. A intenção da Iberdrola é vender até 49% da Elektro, operação que garantiria parte expressiva do funding para os futuros empreendimentos. No total, os investimentos do grupo em geração no Brasil giram em torno de US$ 2 bilhões até 2016. A maior parte deste valor se refere a projetos de energia renovável. A cifra, portanto, não contempla os grandes projetos de hidroeletricidade na Amazônia, como a usina de Belo Monte. Para o deleite dos espanhóis, este movimento promete acirrar ainda mais sua faíscante relação com a Previ. O redesenho estratégico da Iberdrola bate diretamente na empresa e nos interesses do fundo de pensão. Isso porque a medida envolveria o remanejamento de projetos e de recursos originalmente alocados na NeoEnergia. Para os espanhóis, a diferença é pouca. Eles apenas estão tirando de uma das mãos para colocar na outra. No caso da Previ, dona de 22% da Neo- Energia, o choque é grande, uma vez que a medida significará o enfraquecimento da NeoEnergia. Ainda que por vias oblíquas, é como se os espanhóis estivessem dando o troco, com juros e correção monetária, pela derrota no último round disputado contra a Previ. Recentemente, a fundação se recusou a reformular o acordo de acionistas da NeoEnergia – ver RR nº 4.627. Os espanhóis tentaram impor mudanças que fortaleceriam sua posição de mando, por tabela enfraquecendo a posição da Previ. Procurada pelo RR, a Iberdrola não se pronunciou.
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Eletrobras submete térmicas a tratamento de choque
22/08/2013Os problemas financeiros da Eletrobras, energizados pelas mudanças no cálculo das tarifas e pela renovação quase compulsória de suas concessões, começam a se alastrar pelo setor. Que o digam as termelétricas fornecedoras da Amazonas Distribuidora de Energia (AmE), controlada pela estatal. O caso mais delicado envolve a Rio Amazonas Energia (Raesa). Há três meses, a geradora não vê a cor do dinheiro referente a venda de energia para a AmE. A números de ontem, a dívida da subsidiária da Eletrobras com a Raesa soma exatos R$ 22.164.030,54. Pelo contrato, a inadimplência fica caracterizada após 60 dias de atraso no pagamento, o que ocorreu no mês passado. Tanto a AmE quanto a própria Eletrobras – pelo acordo, a garantidora do pagamento – já foram notificadas pela Raesa, mas, até a tarde de ontem, ainda não haviam se manifestado. Estão em situação semelhante as empresas Manaura, Breitener e Gera, que também fornecem energia para a distribuidora amazonense. Já existem articulações para que as quatro geradoras entrem com uma ação conjunta contra a Eletrobras para requerer a chamada constituição de garantia prevista em contrato e o pagamento em juízo dos valores atrasados. Este é o capítulo novo de uma novela antiga. Ao longo dos sete anos de contrato entre AmE e Raesa, o pagamento com mais um de mês de atraso tornou-se rotina, o que já rendeu diversas notificações administrativas a distribuidora e a Eletrobras. Agora, ultrapassado o prazo limite de 60 dias, a questão ficou ainda mais grave, colocando em risco a própria operação da Raesa. Se a AmE não quitar a dívida até setembro, aumentando o tamanho do buraco para R$ 30 milhões, dificilmente a geradora terá recursos para pagar seus fornecedores e colocar sua usina termelétrica para rodar. Nos próximos dias, Manauara, Breitener, Gera e Raesa deverão enviar a Aneel um requerimento para que a AmE não mais receba os valores relacionados a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). O encargo foi criado para cobrir os custos anuais do fornecimento de energia por termelétricas nas áreas ainda não interligadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A proposta das credoras é que o repasse seja feito diretamente a elas, para cobrir as dívidas. Além disso, a Raesa solicitou a agência reguladora a negativação do CNPJ da AmE e da Eletrobras em função da inadimplência. Se isso ocorrer, a distribuidora amazonense não apenas ficará proibida de receber os recursos da CCC como não poderá aplicar qualquer reajuste tarifário. Procurada, a Eletrobras não se pronunciou.
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Comgás
21/08/2013A esperança na Comgás é que agora, depois que as negociações com a ALL foram para o brejo, a Cosan pingue mais algum na sua controlada. Nos últimos meses, o grupo estaria reduzindo gradativamente os aportes na distribuidora de gás, concentrando o que pode e o que não pode na Raízen. Vai ver que a porção da Shell acionista da Raízen é muito mais exigente do que a parcela que também é sócia da Comgás.
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Praxair e Petrobras caminham para o divórcio
2/08/2013A parceria entre Praxair e Petrobras tem futuro? Os próprios norte-americanos receiam já saber a resposta. A associação entre as duas companhias na Gás- Local, maior distribuidora de Gás Natural Liquefeito (GNL) do Brasil, parece caminhar lentamente para a morte, como os elefantes. Dentro da White Martins, o braço brasileiro da Praxair, já se discute a possibilidade de uma ruptura e da compra da metade da joint venture pertencente a estatal. Os norte-americanos estão cada vez mais irritados com a postura da Petrobras, que teria reduzido seus aportes na GásLocal em razão de suas notórias restrições orçamentárias. Ressalte-se que as cifras sobre a mesa não chegam a ser nenhuma fortuna, mas o próprio plano de investimentos da distribuidora é hoje uma peça pela metade. Do valor total de R$ 150 milhões, só estaria garantido o desembolso da parte da Praxair. Consultada pelo RR, a GásLocal declarou “não ter informação a esse respeito.” Para os norte-americanos, parece cada vez mais claro que, até por força das circunstâncias, a GásLocal deixou de ser um negócio estratégico para a estatal. Na Praxair, há quem diga que a Petrobras está agindo com o deliberado objetivo de criar uma situação extrema e forçar a venda de sua participação na GásLocal. A conjuntura do mercado de GNL tem contribuído para colocar mais lenha na fogueira e acirrar as animosidades entre os dois sócios, empurrando- os na direção do rompimento definitivo. A Raízen, sociedade entre a Cosan e a Shell, já anunciou que pretende entrar no setor em 2014. Multinacionais também flertam com o segmento. A chegada de outros grupos vai tirar a GásLocal da sua atual zona de conforto, exigindo, desde já, um esforço da empresa para se ajustar a esse novo cenário. Por isso mesmo, a Praxair tem pressa em acelerar o projeto de ampliação da base de Paulínia, além de outros investimentos secundários, como aumento da frota.
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Motim na BR
17/07/2013Ecos que ressoam da da BR Distribuidora propalam uma rebelião de revendedores por conta do aumento dos custos do novo layout dos postos, planejado pela estatal. O foco de resistência é maior no Nordeste. Procurada, a BR negou a mudança.
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CEEE é uma bijuteria pendurada no pescoço da Eletrobras
16/07/2013Onde terminam os critérios técnicos e começam os escambos políticos na definição da estratégia de negócios da Eletrobras? A companhia está diante de uma rara situação em que esta resposta poderá ser dada de forma explícita. Tudo depende do rumo que tomar a sua relação societária com a CEEE. O governador Tarso Genro tem movido mundos e fundos em Brasília para evitar que a estatal venda sua fatia de 33% na distribuidora gaúcha. Se fosse uma empresa privada, o assunto nem sequer estaria em discussão. A própria direção da Eletrobras não vê o menor sentido na manutenção deste cordão umbilical com os pampas, principalmente diante do aperto orçamentário da companhia. A negociação das ações é um movimento vital dentro do enorme esforço que a empresa tem feito para compensar parte das perdas sofridas com a adesão compulsória ao programa de renovação das concessões de transmissão e geração. Estima-se que a profundidade do buraco contábil possa chegar a R$ 20 bilhões, por conta da depreciação das usinas e das linhas transmissoras. Não por outro motivo, o grupo Eletrobras tem feito cortes em todas as subsidiárias e avalia até mesmo medidas mais drásticas, como um enxugamento do quadro de pessoal. Tarso Genro, que não tem nada a ver com os problemas da Eletrobras, tenta resolver a sua maneira, ainda que a custa do combalido caixa da empresa. Alega que a CEEE não pode prescindir em hipótese alguma da presença da holding federal. Garante que o plano de investimentos da concessionária gaúcha, que prevê o desembolso de R$ 1,7 bilhão no triênio 2012-2014, ficará seriamente comprometido sem os recursos da Eletrobras. Mesmo porque o mais provável é que os 30% pertencentes a estatal acabem despejados no mercado de capitais por meio de uma oferta pública, e não transferidos a um sócio estratégico que ajudasse a capitalizar a CEEE. Difícil imaginar que um investidor aceite comprar um terço da distribuidora sem qualquer garantia de assento na diretoria e ingerência sobre as decisões estratégicas. Ainda mais se tratando de uma empresa que figura no ranking dos 20 maiores prejuízos entre as companhias abertas brasileiras em 2012, com perdas superiores a R$ 300 milhões. Tarso Genro tem razão. E a Eletrobras também.
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BTG I – Brasil Pharma se entope de remédios
5/07/2013Em meio a espinhosa tentativa de reanimação do Grupo EBX, na qual, muito provavelmente, terá de cortar um dedo para preservar as mãos – André Esteves costura uma grande operação no varejo farmacêutico, capaz de consolidar a Brasil Pharma como o maior balcão para a venda de medicamentos do Brasil. A holding controlada pelo BTG Pactual negocia sua fusão com a Profarma, distribuidora de remédios pertencente a família Birmarcker. Tomando-se como base a atual cotação das duas empresas em Bolsa, a associação daria origem a um grupo com valor de mercado superior a R$ 3 bilhões. Caso o negócio seja sacramentado, vai ser difícil comprar uma cartela de Tylenol sem o carimbo de André Esteves e dos Birmarcker. Juntos, os dois grupos passariam a administrar um potentado na área de varejo, com mais de 1,2 mil farmácias e 11 centros de distribuição que, hoje, já atendem 31 mil pontos de venda em 94% do território nacional. Sozinha, a Profarma é responsável pela distribuição de 18 milhões de medicamentos por mês. No ano passado, a dupla faturou quase R$ 7 bilhões. Procurada, a Profarma disse que não comenta boatos de mercado. A Brasil Pharma, por sua vez, informou que “até o momento, nada consta”. A fusão com a Profarma é a peça que falta no quebra cabeças que o BTG vem montando na área farmacêutica desde 2009, quando criou a Brasil Pharma. Nesse período, vitaminada por duas ofertas de ações que lhe renderam quase R$ 900 milhões, a empresa enfileirou a aquisição de oito redes de drogarias, a maior delas a Farmais, com forte presença em São Paulo. O círculo se fecharia na associação com a Profarma. O acordo permitirá ao BTG formar a maior operação integrada de comercialização de medicamentos do país, com um pé fincado no varejo e o outro enraizado no atacado. O movimento também deve ser lido como uma aposta de André Esteves na recuperação de um mercado que não vive seus melhores dias, como mostra o próprio desempenho da Brasil Pharma e da Profarma. Ambas vêm de um primeiro trimestre decepcionante. A holding farmacêutica do BTG praticamente repetiu o prejuízo registrado entre janeiro e março do ano passado, em torno dos R$ 7 milhões. A Profarma, por sua vez, viu seu lucro cair 27% na comparação entre os mesmos períodos. Não por acaso, nos últimos meses as ações das duas empresas vêm sendo castigadas na Bolsa. Faz mal não. Esteves está convicto de que tem o remédio certo para essas tonturas ocasionais.
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Ninguém paga ninguém no mercado livre de energia
3/07/2013O Brasil corre o risco de sofrer um apagão no setor de energia, mas agora por falta de dinheiro. As empresas vêm dando calotes umas nas outras, provocando um efeito de corrente que, na maioria esmagadora dos casos, tem terminado na Justiça. As distribuidoras não pagam a s geradoras, que, por sua vez, não pagam a Petrobras, resultando em um prejuízo no mercado livre da ordem de R$ 1 bilhão por mês. O embrião da serpente elétrica foi a decisão do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) de despachar energia de térmicas, inclusive as que estavam totalmente inoperantes, como a de Uruguaiana, devido ao verão sem chuvas. Para pagar a conta da energia mais cara, o governo federal soltou uma resolução que obriga as distribuidoras a arcarem com 50% desse custo. A outra metade fica sob responsabilidade das geradoras, que estão tentando repassar a despesa extra para os consumidores livres, não beneficiados pela redução do custo da energia. Como era de se esperar, o assunto está sendo levado para a Justiça, inclusive por recomendação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCE). Mais de 80% das geradoras e das distribuidoras, inclusive estatais, estão questionando juridicamente a obrigação de arcar com o custo não previsto da geração térmica, já que houve alteração no modelo de repasse, o que caracterizaria uma mudança unilateral de contratos e regras em vigor. A decisão do governo federal de reduzir o valor da tarifa de energia em 20%, na média, completou o quadro assustador. A medida se baseou em um cálculo de redução de custo que não contemplou os custos operacionais e os serviços da dívida das geradoras e transmissoras de energia elétrica. A contabilidade torta apenas retirou do cálculo da tarifa das concessões renovadas a depreciação dos ativos. Este modelo gerou um impacto direto e fulminante sobre o fluxo de caixa dessas empresas, numa estimativa conservadora reduzindo, em média, em 60% a receita de cada uma delas. O mais paradoxal é que o prejuízo será pago tanto no ambiente regulado quanto no livre por estatais. No caso das despesas referentes ao uso de energia térmica, o resultado é que a CCE não está contabilizando desde janeiro desse ano os contratos de compra e venda de energia no mercado livre. Está tudo parado. As distribuidoras não pagam as geradoras e essas, por sua vez, não honram o fornecimento de diesel pela Petrobras. É como se Bernard Madoff e seu mortífero sistema de pirâmide tivessem acampado na área de energia, deixando semiquebradas as empresas do setor. A conta já está batendo na casa de R$ 8 bilhões no período e ninguém sabe quem vai pagar a fatura. O governo federal tenta a todo custo impedir que esse custo seja repassado ao consumidor final. Seu maior receio é que a Justiça obrigue a Aneel a autorizar esse repasse, o que anularia completamente a redução média de 20% na tarifa de energia elétrica, com chance até de haver aumento dos preços dessa tarifa. Nunca se viu uma tamanha baderna no setor de energia, neste caso sem manifestantes ou vândalos, mas somente com burocratas do Estado. Dilma Rousseff corre o risco de virar a madrasta do movimento dos “sem-energia”.
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Copel muda seu figurino Á espera do inverno financeiro
1/07/2013O BNDES deverá provocar uma descarga elétrica na Copel. O banco teria sinalizado o interesse de se desfazer de sua participação na distribuidora de energia, o que, uma vez confirmado, causará uma reviravolta nos planos do governo do Paraná para a empresa. Neste caso, sairia de cena a pretensão de criar uma “Cemig do B”, com múltiplos negócios em diversos segmentos e ramificações em outros estados, e entraria em seu lugar uma Copel mais singela, focada em seu core business original. Sem o BNDES ao seu lado, a companhia dificilmente escapará de uma revisão em seus planos de expansão e de um corte dos investimentos previstos para as áreas de geração e transmissão. A tendência é que todo o fôlego financeiro fique concentrado no segmento de distribuição. A guinada não pararia por aí. Segundo uma alta fonte do governo do Paraná, a companhia deverá alienar ativos alheios ao setor de energia, que, ao longo do tempo, foram sendo empilhados sobre seus ombros por diferentes governos. Entrariam neste pacote suas participações na Sanepar, Compagas e Sercomtel. Procurada, a Copel disse desconhecer o interesse do BNDES em vender sua parte no capital. A empresa negou mudanças em seu plano de negócios. O banco de fomento, por sua vez, não quis se pronunciar. A fonte do RR crava que a Copel poderá arrecadar mais de R$ 2 bilhões com a venda de suas participações nas três estatais. Essa é a parte boa da história. A ruim é que os próprios dirigentes da Copel receiam que dificilmente a empresa conseguirá se desfazer destas ações no timing necessário. Sanepar e Compagas não estão em seus melhores dias. A concessionária de saneamento faz contorcionismos para cumprir a ampliação da rede de distribuição no estado. Ao mesmo tempo, tem sido obrigada por prefeituras a engolir contratos em condições menos vantajosas para não perder a concessão em diversos municípios. No caso da Compagas, a situação é ainda mais preocupante. A empresa está com o pires na mão. Dia sim, outro também tenta convencer a Petrobras a ampliar a oferta de gás no estado a preços de ocasião, uma forma de reduzir seus altos custos com o insumo. Já a Sercomtel, nem se fala. Não é fácil encontrar um investidor disposto a colocar os pés em uma empresa de telefonia restrita a Londrina e adjacências. O que resta ao governo do Paraná? Ao menos no caso da Compagas e da Sanepar, talvez colocar a conta no colo do próprio estado. Caberia ao acionista controlador das duas estatais comprar as ações nas mãos da Copel, o que funcionaria como uma capitalização enviesada da empresa de energia. Bizarro!
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Agnelo oferece “Bolsa Lucro” aos funcionários da CEB
28/06/2013Agnelo Queiroz parece disposto a misturar no mesmo caldeirão governança corporativa e política compensatória. O governador do Distrito Federal acena com uma proposta inusitada para equacionar o contencioso entre a CEB e o Sindicato dos Urbanitários e abafar o alarido provocado pelos funcionários da distribuidora de energia. Trata- se da criação de um sistema de bonificação desvinculado da performance financeira da companhia. Este novo modelo garantiria aos empregados da CEB o recebimento de um valor adicional mesmo em caso de prejuízo, diferentemente do que ocorre hoje. Segundo alta fonte do governo do Distrito Federal, em linhas gerais este “Bolsa Lucro” se daria da seguinte forma: balanço no azul, os trabalhadores repartiriam 30% do resultado; contas no vermelho, receberiam, como compensação, o equivalente a 20% da folha salarial. Os recursos sairiam do próprio caixa da CEB. A julgar pelos fatos, difícil imaginar que a proposta de Agnelo Queiroz seja movida por razões jurídicas. A CEB já teve ganho de causa em duas instâncias. O Sindicato dos Urbanitários recorreu mais uma vez, cobrando do governo o aumento da bonificação para os empregados da companhia. Os pontos de atritos, ressalte-se, vão além dos salários extras, em alguns casos beirando o esdrúxulo. Os sindicalistas exigem até a extensão de plano de saúde para aposentados que não contribuíram para o pagamento do benefício, o que representaria uma conta adicional de R$ 25 milhões por ano para a empresa. De qualquer modo, os olhos de Agnelo Queiroz não estão sendo guiados pelos tribunais ou pelos mais conservadores procedimentos em gestão empresarial. Certamente, o risco político está no seu campo de visão. Estes tempos de convulsão social cobram seu preço. Tudo bem se o dinheiro sair do cofre da CEB. Procurada, a CEB declarou que algumas informações não estão corretas, sem especificar quais.
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Arrastão elétrico
5/06/2013Edison Lobão, só para não variar, deve ganhar a queda de braço com a Aneel. O ministro já teria o aval de Dilma Rousseff para prorrogar automaticamente todas as concessões de distribuidoras de energia com vencimento em 2014. Isso mesmo com os horrores operacionais elencados nos pareceres técnicos da Agência e a recomendação de que a renovação de algumas licenças seja condicionada a um pacote de investimentos. Consultado, o Ministério de Minas e Energia não quis se pronunciar.
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Darby vira peça-chave no tabuleiro dos postos Ale
5/06/2013Qual é o futuro da Ale, talvez a mais cortejada distribuidora de combustíveis do Brasil? A resposta, que vale 6% de market share, um faturamento anual de R$ 9 bilhões e mais de 1,7 mil postos, passa necessariamente por outra pergunta: qual é o futuro do Darby Private Equity na empresa? Há mais de seis anos, quando comprou 23,5% da distribuidora de combustíveis, a gestora norte-americana fixou o mês de dezembro de 2012 como marco para o início do processo de desinvestimento. No entanto, quase meio ano se passou, e o Darby não se desfez sequer de um porcento de sua fatia acionária. Muito pelo contrário. Segundo fonte ligada a Ale, os norteamericanos começam a dar sinais de interesse em seguir na direção contrária. Em vez de tomar o rumo de casa, o Darby estaria disposto a servir de porta de saída para os acionistas controladores, o grupo mineiro Asamar e a potiguar SAT, do empresário Marcelo Alecrim, que, juntos, detêm o equivalente a 75% do capital. Numa estrada que resvala no hipotético e trisca no real, o private equity pagaria a Asamar e a Sat os cerca de R$ 4 bilhões que, há dois anos, o Grupo Ultra não topou desembolsar pelo controle da Ale. A partir daí, caberia ao próprio Darby pedalar o crescimento da Ale e mais a frente buscar um sócio ou até um novo controlador para o negócio. Este não é um jogo de soma zero ou um desenho de linhas retas. O grupo Asamar e o empresário Marcelo Alecrim sabem, melhor do que ninguém, do potencial de crescimento da Ale, que deve ganhar mais 160 postos neste ano e, em 2014, bater a marca de R$ 10 bilhões de faturamento. Por que, então, vender agora uma participação que, mais alguns quilômetros a frente, deve valer muito mais? Marcelo Alecrim e Asamar sabem também que, sai ano, entra ano, a empresa tem exigido investimentos cada vez mais pesados. Da mesma forma, conhecem como poucos até onde a perna da Ale pode ir. Por mais que inaugure uma fieira de postos, há algum tempo a distribuidora permanece estacionada na mesma faixa de market share, sem conseguir tirar participação do trio de ferro do setor: BR, Ultra e Raizen/Shell. De acordo com a mesma fonte, os controladores da Ale vêm pensando com seus botões se não seria a hora de abastecer o bolso com combustível financeiro de altíssima octanagem, deixando para outro a tarefa de aditivar o negócio.
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Prejuízo da Celg
3/06/2013A Celg, que está sendo jogada no colo maternal da Eletrobras, caminha para fechar o ano com um prejuízo acima de R$ 1 bilhão. Recorde histórico da distribuidora goiana.
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Eduardo Campos aponta um lança-chamas para a Petrobras
23/05/2013Em meio ao fogo cruzado entre Dilma Rousseff e o candidato a candidato Eduardo Campos, a Petrobras e a Copergás estão envolvidas em um contencioso cada vez mais inflamável, que pode ter impacto direto sobre um negócio selado há mais de duas décadas. O governo de Pernambuco promete lançar mão de um vasto arsenal jurídico para cancelar na Justiça a venda de 24,5% da distribuidora de gás a petroleira, operação realizada no longínquo ano de 1992. O estado alega que a Petrobras não estaria honrando sua parte no programa de investimentos da Copergás, o que teria provocado atrasos na execução do plano estratégico da empresa. No entendimento do sócio controlador, o contrato prevê uma série de penalidades neste tipo de situação, incluindo a mais drástica: a devolução das ações em poder da Petrobras. Além dos atritos relacionados aos aportes na distribuidora, o governo pernambucano também cobra da petroleira prioridade e condições especiais no fornecimento de gás, algo que também estaria previsto no acordo societário. Procuradas, Petrobras e Copergás não se pronunciaram. A tentativa de Eduardo Campos de retomar na Justiça as ações transferidas para a Petrobras é o mais novo e incandescente capítulo de um imbróglio iniciado em 1997. No lance mais agudo até o momento, a Copergás chegou a anular seu acordo de acionistas com anuência da Justiça. A manobra evitaria que a holding federal e a Mitsui, sócia minoritária da distribuidora de gás e coadjuvante neste enredo, exercessem seu poder de veto sobre decisões estratégicas. Em 2010, a Petrobras conseguiu reaver seus plenos poderes na gestão da companhia estadual. Desde então, é chumbo de um lado e de outro. Como se não bastasse o pano de fundo político, de cores cada vez mais vivas por conta das pinceladas tanto de Dilma Rousseff quanto de Eduardo Campos, o impasse jurídico tem impacto direto sobre os planos de capitalização da Petrobras. Decidida a fazer caixa com a venda de suas participações no setor, a estatal sabe que, por ora, a Copergás é um ativo a menos na vitrine. Quem vai se aventurar a levar para casa este risco jurídico, que, acaba de atingir a maioridade?
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CEB fica em recuperação no provão aplicado pela Aneel
13/05/2013O governador Agnelo Queiroz caminha sobre um fio de altíssima tensão. Dificilmente a Companhia Energética de Brasília (CEB) conseguirá escapar de uma daquelas multas de fechar o comércio. Até o fim de julho, a Aneel deverá concluir a análise de todos os pedidos de renovação de licenças feitos pelas distribuidoras que aderiram ao novo plano do governo, lançado em setembro do ano passado. De acordo com uma alta fonte da agência, a situação da CEB é extremamente complicada. Os indicadores operacionais da companhia parecem o boletim de um aluno prestes a repetir de ano. A distribuidora teria ficado abaixo da linha de corte em alguns dos principais critérios de avaliação adotados pela agência reguladora, a começar por questões que dizem respeito diretamente a qualidade do serviço – como número de queixas ao call center e aos órgãos de defesa do consumidor, frequência e duração dos cortes de fornecimento de energia e tempo médio para religação da luz. A CEB também tirou notas baixas em itens técnicos, que revelam riscos em relação a própria operação. Um exemplo: o nível de tensão em sua rede de distribuição estaria fora dos padrões estipulados pela Aneel. Procurada, a empresa informou que “não foi notificada sobre o assunto”. Se, nesta balança, pesasse apenas a letra fria das normas que regulam o setor, a CEB estaria sob sério risco até mesmo de não ter sua concessão renovada. No entanto, a hipótese de cassação da licença soa como extrema, inusitada e, sobretudo, politicamente improvável. Na prática, significa dizer que o Ministério de Minas e Energia arrancaria a outorga das mãos de um governo do PT, jogando Agnelo Queiroz em uma fogueira. Mais fácil a Praça dos Três Poderes ficar apagada por todo o inverno. Ainda assim, por si só, a multa da Aneel já será um fator de desgaste para Agnelo Queiroz. Segundo a fonte do RR, a punição pode somar algumas dezenas de milhões de reais. Queiroz tem se movimentado na penumbra de Brasília para evitar esse curto-circuito. Há cerca de duas semanas, teria conversado sobre o assunto com o ministro Edison Lobão. A isca para amansar a Aneel seria a apresentação de um alentado plano de investimentos. Algo, aliás, que a empresa já não vê há um bom tempo.
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PMDB mineiro
8/05/2013Se não for na Petrobras que seja, então, na BR Distribuidora. O PMDB mineiro só não admite ouvir um “não” ao pedido de uma diretoria para José Carlos Amigo, ex-gerente da estatal para a América do Sul.
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Eletrobras entrega os dedos para se livrar das federalizadas
19/04/2013A Eletrobras acredita ter encontrado uma saída – mesmo que seja uma fuga pela porta dos fundos – para se livrar das seis distribuidoras federalizadas que pesam sobre seus ombros e seu caixa. A rota de escape passa pela Equatorial Energia, controlada por Gilberto Sayão e outros ex- BTG. A estatal costura a transferência do sexteto – Manaus Energia, Boa Vista Energia (RR), Eletroacre, Ceron (RO), Cepisa (PI) e Ceal (AL) – para a Equatorial pelo valor simbólico de R$ 1. A Eletrobras não está reinventando a roda, e tampouco a holding de Gilberto Sayão descobriu a pólvora. Trata-se de formato idêntico ao adotado na incorporação dos antigos ativos de distribuição do Grupo Rede pela mesma Equatorial. Consultada, a Eletrobras não retornou. Já a Equatorial informou “não comentar rumores de mercado”. Ao assumir as seis distribuidoras, a Equatorial terá de engolir mais de R$ 1,5 bilhão em dívidas. Mas não existe almoço grátis. O grupo topa ficar com esses anéis enferrujados, mas desde que leve também alguns dedos da Eletrobras. Para fechar negócio, a Equatorial exige que a estatal siga como acionista minoritária por um tempo determinado. Ou seja, até um segundo momento, as dívidas das federalizadas, mesmo que em proporção menor, continuarão batendo no caixa da empresa. A Equatorial enxerga a permanência da estatal como uma espécie de “seguro- ossada”. Trata-se de um hedge contra surpresas desagradáveis que eventualmente venham a ser encontradas no balanço das seis distribuidoras. Além disso, aos olhos da Equatorial, a presença da Eletrobras será importante para atrair outros investidores. A estatal não tem muito margem de manobra. Após ter injetado mais de R$ 5,5 bilhões nas federalizadas, qualquer passo para longe destas empresas, ainda que um pé fique temporariamente preso ao negócio, é jogo. O que move Gilberto Sayão e seus confrades a entrar num grupo de empresas que acumulou prejuízos de R$ 800 milhões entre janeiro e setembro de 2012? Os acionistas da Equatorial entendem que a estatal já fez a pior parte da faxina, que será ampliada com uma política rigorosa de corte de custos semelhante a implantada na Cemar. Ao mesmo tempo, os financistas da holding estão convictos de que conseguem ser muito mais duros na negociação com os credores do que a própria Eletrobras, o que lhes permitiria eletrocutar parte expressiva da dívida e reerguer as distribuidoras. Para o bem de seis estados e alívio da própria estatal, que assim seja!
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Cosan e Sumitomo ensaiam dueto na distribuição de gás
10/04/2013Rubens Ometto sabe comprar. E, tanto quanto ou talvez até mais, sabe também vender. A Cosan está envolvida em uma operação que, a um só tempo, poderá dar origem a uma grande parceria no mercado de gás natural e, de quebra, gerar um expressivo lucro ao grupo sucroalcooleiro. A empresa negocia com a Sumitomo a transferência de uma parcela minoritária da sua fatia na Comgás. Este movimento, ressalte-se, é parte de uma operação maior, que envolve ainda a Shell, também sócia de Ometto na Raízen. A trading japonesa pretende comprar em um só pacote 20% do capital da distribuidora paulista. Segundo executivos que acompanham a negociação, a Shell deverá vender seus 8% e deixar definitivamente a empresa paulista. O restante viria da Cosan. É justamente neste ponto que reside a grande tacada de Ometto. Além da oportunidade de se associar a Sumitomo, o empresário poderá realizar um lucro para ninguém botar defeito. Em maio do ano passado, ao comprar a Comgás, Rubens Ometto pagou o equivalente a R$ 47,25 por ação. Agora, de acordo com as mesmas fontes, o preço de venda poderá chegar a até R$ 60 – cifra que embute um ágio de quase 20% sobre a cotação de mercado, uma vez que os japoneses entrarão no bloco de controle da concessionária paulista. Significa dizer que, em menos de um ano, a Cosan vai ganhar quase 30% sobre o valor desembolsado. Mais do que isso: com a chegada da Sumitomo, passará a ter ao lado um parceiro com muito mais apetite do que a Shell para investir no setor de distribuição de gás no Brasil. A iminente parceria com a Cosan representa uma brusca mudança na estratégia da Sumitomo no mercado brasileiro de gás. Durante muito tempo, aos olhos dos japoneses, a expansão de seus negócios no Brasil se resumiu a um só nome: Petrobras. Com as dificuldades de caixa da estatal e sua necessidade de peneirar os projetos realmente estratégicos, a trading nipônica se viu sozinha no mundo. Até olhar para a empresa de Rubens Ometto. A Sumitomo enxerga a entrada no capital da companhia paulista e a parceria com a Comgás uma antessala para a posterior compra de ações da própria Petrobras em outras distribuidoras de gás.
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Eletrobras
5/04/2013O tucano Marconi Perillo tem falado cobras e lagartos do presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto. O governador goiano reclama do ritmo da renegociação das dívidas da distribuidora Celg, federalizada no ano passado. Como se a Eletrobras não tivesse abacaxis mais pontiagudos para descascar dentro de casa.
Acervo RR
Lanterna
27/03/2013A Eletrobras está tentando empurrar sua participação de 33% na CEEE para o governo gaúcho, controlador da distribuidora. Tarso Genro, no entanto, faz que não é com ele.
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BR Distribuidora
20/03/2013A BR Distribuidora, que reina absoluta no segmento de querosene de aviação, com mais de 60% de market share, está de olho na distribuidora paulista Gran Petro. E o Cade? Para a estatal, isso é apenas um detalhe.
Acervo RR
Petrobras e Cemig trocam de identidade na Gas Brasiliano
15/03/2013Até pouco tempo, tal decisão era absolutamente inimaginável; até que se tornou plausível; até que virou inadiável. Premida pela necessidade de fazer caixa para cumprir seu plano de investimentos, a Petrobras vai se desfazer de uma parcela da sua participação na Gas Brasiliano. A operação envolveria a transferência de até 20% das ações – hoje, a estatal é a maior sócia da concessionária, com 60% das ordinárias. Os caminhos apontam na direção da Cemig. Nesta dança das cadeiras, as duas empresas trocariam de lugar no capital da Gas Brasiliano. A estatal mineira, que já detém 40% da distribuidora de gás, assumiria o controle exatamente com o mesmo percentual hoje nas mãos da Petrobras. Do ponto de vista político – que pesa, e muito, em qualquer decisão estratégica envolvendo a Petrobras -, a operação pode até causar certa perplexidade. Traduzindo da linguagem corporativa para a partidária, significa dizer que o PT entregaria o controle de uma das maiores distribuidoras de gás do país aos tucanos Antonio Anastasia e, por aproximação, Aécio Neves. Mas o que não tem remédio remediado está. Não obstante eventuais arestas políticas – e, diga-se de passagem, o aumento da dívida da Cemig – , na própria Petrobras o acordo com a companhia mineira é visto como o caminho natural. Diante do modelo idealizado para a operação, a estatal não consegue visualizar outro desfecho. Dificilmente um investidor do setor aceitará ter apenas 20% da Gas Brasiliano e ficar imprensado entre dois gigantes, que, sabese lá em que condições de humor, passariam a compartilhar o controle da empresa. A venda de parte da distribuidora paulista confirma a reviravolta na estratégia da Petrobras para o mercado de distribuição de gás. Nos últimos anos, a estatal tornouse um personagem quase onipresente no setor, por meio de uma voraz política de participações em concessionárias estaduais. A compra da Gas Brasiliano, em 2011, foi saudada como a joia da coroa, pois representou a entrada da Petrobras no mercado paulista. No entanto, a realidade mudou e a tendência é que a empresa reduza consideravelmente sua presença no setor. Trata- se de um tiro que acerta dois alvos simultaneamente. Além dos recursos arrecadados diretamente com a venda das participações, a Petrobras vai diminuir a necessidade de investimentos. No caso específico da Gas Brasiliano, este é um ponto ainda mais nevrálgico por conta de uma bola dividida com a agência reguladora do estado. A Arsesp tem pressionado a distribuidora por mais investimentos. Um exemplo são os aportes na expansão da rede de dutos em São Paulo. A empresa prevê um desembolso de R$ 170 milhões neste ano. A agência cobra o dobro.
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Inimigo meu
14/03/2013José Lima de Andrade Neto, presidente da BR Distribuidora, tem certeza de que o recente noticiário sobre sua possível indicação para uma diretoria da Petrobras é obra de quem quer vêlo longe tanto de um cargo quanto do outro.
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Segunda chance
12/03/2013Os controladores da DMA Distribuidora não se cansam de negar a venda da empresa, No entanto, segundo fontes ligadas ao Cencosud, os chilenos voltaram a carga para comprar a rede varejista mineira. Desta vez, a negociação envolveria apenas os supermercados Epa e Via Brasil. A bandeira Mart Plus ficaria de fora. A conferir.
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BR Distribuidora
27/02/2013Na esteira das dificuldades orçamentárias da navemãe, a BR Distribuidora deverá ceifar investimentos. No momento, segundo informações obtidas junto a empresa, ela estaria revendo os planos de expansão da estrutura logística na área de etanol. Consultada, a BR negou os cortes.
Acervo RR
Office Depot arma o bote sobre a Gimba
18/02/2013A família Zaninotto, dona da Gimba – uma das maiores distribuidoras de artigos de escritório do Brasil -, foi dormir com um parceiro e acordou com um predador ao seu lado. Oito meses após fechar um acordo operacional com a empresa paulista, a norteamericana Office Depot tirou a máscara de aliado e estaria fazendo forte pressão para comprar o controle da Gimba. O grupo tem usado de todo o seu poderio financeiro para cercar os Zaninotto por todos os lados, inclusive com ofertas isoladas a alguns dos integrantes do clã, como forma de minar a unidade entre os acionistas. Embora não tenha lojas físicas, a Gimba é um ativo cobiçadíssimo. Controla mais de 60% das vendas de artigos de escritório no mercado corporativo. Fatura por ano mais de R$ 160 milhões. No tabuleiro da Office Depot, a empresa paulista é um pião estratégico, notadamente no que diz respeito a disputa particular com a conterrânea Staples. O grupo, que entrou no mercado brasileiro em 2005 com a compra da Officenet, vem tentando aumentar sua presença no país. Seu maior objetivo seria a compra da rede paulista Kalunga, o que lhe permitiria ultrapassar, com larga vantagem, a Office Depot por estas bandas. Procurada, a Gimba afirmou que sua relação com o grupo norte-americano “se trata apenas de uma parceria estratégica.”
Acervo RR
Luz baixa
6/02/2013O BNDES pretende reduzir sua participação na Copel, de 26%. Por coincidência, e ressalte-se o “por coincidência”, a estatal paranaense foi uma das distribuidoras que rechaçaram a proposta de renovação das concessões elétricas apresentada pelo governo federal. Consultado, o BNDES informou que “não pode se pronunciar sobre empresas de capital aberto, nem confirmando, nem negando operações de mercado”.
Acervo RR
Acordo de acionistas aumenta a voltagem na NeoEnergia
1/02/2013Os espanhóis não perdem a pompa. Apesar de fragilizados por uma situação econômica nacional que não recomenda voluntarismos, executivos da Iberdrola desembarcarão no Brasil logo após o Carnaval querendo, no mínimo, o máximo. A Iberdrola pretende simplesmente tomar a gestão da NeoEnergia, tirando a Previ e o Banco do Brasil do gramado e os jogando para o alto da arquibancada. Quer também, a fórceps, empurrar para dentro da holding a Elektro, distribuidora paulista pertencente ao grupo ibérico. É neste tom que os espanhóis vão começar as conversas para a elaboração do novo acordo de acionistas da NeoEnergia, motivo de sua vinda ao Brasil. O que se anuncia é um quadro de pinceladas nervosas. Os espanhóis querem pintar o fundo de pensão e o BB no melhor estilo El Greco, transformando-os em personagens esquálidos. Ainda que aos trancos e barrancos, Previ e BB mantêm um pé na administração da NeoEnergia. No entanto, a Iberdrola entende que tem o direito de assumir com plenos poderes a gestão da companhia em contrapartida a sua “boa-vontade”. Por “boavontade” entenda-se a decisão do grupo de recolher os flaps e desistir da pressão que vinha fazendo para comprar parte das ações em poder da Previ e do BB, permanecendo com 39% do capital. No modelo idealizado pelos espanhóis, o fundo de pensão e o BB passarão a ter poder de veto e de voto apenas em decisões estratégicas, seja lá o que isso quer dizer. Procurada, a Neo- Energia informou que “não comenta assuntos relacionados a seus acionistas”. Outra questão polêmica diz respeito a Elektro, comprada pelos espanhóis em 2011. A Iberdrola defende sua incorporação pela Neo- Energia. Alega ganhos fiscais e vantagens de escala para justificar a operação. a€ priori, o negócio soa como vantajoso para a Previ e o BB. Ambos passariam a ser sócios de uma NeoEnergia ainda mais encorpada e com um pé no mercado paulista. Seu faturamento pularia dos R$ 16 bilhões para mais de R$ 22 bilhões. No entanto, a fundação e o banco enxergam mais ônus do que bônus nessa operação. Neste caso, o slogan da Iberdrola poderia ser algo como “a paella é minha e as azeitonas são suas”. Aos olhos da Previ e do BB, a maior motivação dos espanhóis para jogar a Elektro dentro da NeoEnergia é dividir a conta referente ao programa de investimentos da empresa. Para os padrões do setor elétrico, os aportes não chegam a ser uma fortuna. O plano estratégico da Elektro prevê o desembolso de R$ 650 milhões no biênio 2013/2014. No entanto, duramente afetada pela grave crise espanhola, a Iberdrola tem feito enorme esforço para enxugar seus investimentos no exterior e compensar as perdas em sua terra natal. Tal qual um miúra, os espanhóis enxergam a Previ e o BB como sócios bons de sangrar. A crônica dos fundos de pensão e do banco, contudo, mostra que muitos touros já viraram churrasco
Acervo RR
Cemig lidera uma inconfidência energética
30/01/2013A decisão da Cemig de recusar o modelo de renovação das licenças do setor elétrico proposto pelo governo federal foi apenas o primeiro ato de conjuração. A “Inconfidência Mineira” irá além da não-adesão ao plano de concessões e de redução de tarifas. Ainda que por vias transversas, a Cemig passará a adotar uma postura mais estatizante do que nunca, aumentando em centenas de volts sua já agressiva política de aquisições. O que está sobre a mesa é uma guinada estratégica na companhia. Antonio Anastasia pretende consolidar a Cemig como uma grande holding integrada da área de energia. Além dos negócios em geração, distribuição e transmissão, o projeto prevê o avanço da estatal na distribuição de gás e até mesmo a entrada em exploração e produção de petróleo. A mudança estratégica já vinha sendo alinhavada por Anastasia desde o ano passado. No entanto, o novo modelo de renovação das concessões e seu impacto sobre a empresa acabaram servindo como um dínamo. Até porque, ao não aceitar o plano de prorrogação das licenças, o governo mineiro passou a ter um estímulo natural para diversificar as áreas de atuação da companhia e criar essa espécie de “Cemigão”. Com a contenção dos investimentos em geração, automaticamente a empresa terá um reforço de caixa que não estava no script. Há ainda uma motivação de caráter eleitoral, não tão explícita, mas facilmente identificada por aqueles que enxergam através das lentes do interesse político. A diversificação dos negócios, notadamente na área de gás, evitará um corte maior do volume de contratos com construtoras, compensando a redução dos investimentos em geração. Para quem tem pretensões eleitorais – casos de Antonio Anastasia no âmbito regional e de Aécio Neves numa escala bem maior – a suspensão dos empenhos e contratos com fornecedores do primeiro time é contra-indicada em qualquer bula. Até as pedras sabem que as empresas de construção civil estão entre as maiores doadoras de campanha. O plano de diversificação da Cemig prioriza sua presença no segmento de gás natural. Após a compra de 40% da Gas Brasiliano, as baterias estão voltadas na direção da Comgás e da concessionária do Espírito Santo. Em ambos os casos, são tratativas complexas. Em relação a Comgás, a Cemig precisa alinhavar um acordo com Rubens Ometto, que assumiu recentemente o controle da companhia. A estatal, no entanto, acredita ter moeda de troca: oferecer a Ometto participação em negócios do setor elétrico. No Espírito Santo, por sua vez, a associação com a concessionária local depende de um duplo acordo. Além da anuência do poder concedente – leiase o governo capixaba, nas mãos de Renato Casagrande, do PSB -, o tucano Anastasia terá de acertar os ponteiros com o PT na esfera federal, uma vez que o controle integral da empresa pertence a BR Distribuidora. Não obstante essa encruzilhada política, dois pontos podem jogar a favor da Cemig. Um deles é o clima de dissenso entre o governo capixaba e a BR, que teria diminuído os investimentos na distribuidora – ver RR edição nº 4.423. Ao mesmo tempo, obrigada a fazer caixa, a Petrobras está reavaliando seus negócios em outras áreas e deverá reduzir sua participação em distribuidoras de gás. Procuradas, Cemig, Comgás e o governo do Espírito Santo não se pronunciaram. Já a BR informou que está investindo na distribuição de gás no estado e desconhece a operação.
Acervo RR
Bye, bye, CEEE
24/01/2013No pacotão de assuntos que serão discutidos pelo Conselho de Administração na reunião de amanhã, a Eletrobras deverá selar a venda de sua participação na CEEE. A companhia detém 33% da distribuidora gaúcha.
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Eletrobras
10/01/2013A Eletrobras busca novo formato para um velho problema: as distribuidoras federalizadas. A ideia é agrupar todas as empresas em uma só holding e vender 51% do capital. A estatal permaneceria com 49% das ações, o que funcionaria como um chamariz para investidores privados. Procurada, a Eletrobras declarou que “está analisando diversas possibilidades de gestão para seus ativos”.
Acervo RR
Beto Richa e Graça Foster caminham sobre solo rachado
10/01/2013As relações entre o governador do Paraná, o tucano Beto Richa, e Maria das Graças Foster têm sido marcadas por abalos sísmicos. O epicentro dos tremores é a Compagas. Richa traça um futuro complicado para a distribuidora estadual de gás e joga a conta no colo da Petrobras, dona de 24,5% da empresa. Aponta a estatal como principal responsável por um quadro de engessamento da Compagas. Segundo fontes do governo do Paraná, a Petrobras estaria fazendo corpo mole para acertar a aprovação de novos investimentos na companhia, o que estaria dificultando a execução do plano de expansão da rede de distribuição. Richa joga mais lenha na fogueira. Tem propalado que a postura da Petrobras praticamente inviabiliza o projeto de venda de uma parte da distribuidora estadual para investidores privados. Entre os candidatos, estariam a Cosan, sócia da paulista Comgás, e as japonesas Mitsui e Sumitomo. O raciocínio é que ninguém se arriscará a investir na empresa enquanto a Petrobras permanecer de braços cruzados. Diante desse cenário, o governador paranaense tem cobrado da estatal o aumento dos investimentos na Compagas. Por enquanto, aos ouvidos de Graça Foster, os brados de Richa vêm soando como fracos sussurros. Neste momento, todas as atenções de Graça estão voltadas ao cumprimento do plano estratégico da companhia. Adicione-se a isso a crescente perda relativa de importância da distribuição de gás no mapa de negócios da Petrobras – ver RR edição nº 4.536. Procurados, o governo do Paraná e a Petrobras não quiseram comentar sobre o assunto. Para acirrar ainda mais os atritos, Richa tem sacado do bolso um estudo recente feito pela Secretaria de Energia do Paraná. De acordo com fontes do governo, o documento indica que, em até cinco anos, o consumo industrial de gás no estado vai superar a oferta disponível, criando um déficit energético. Mais uma vez, as flechas são atiradas contra a Petrobras, responsável pelo fornecimento do insumo a concessionária estadual. Richa alega que o iminente gap na distribuição de gás no mercado corporativo é outro empecilho a negociação de parte do capital da Compagas.
Acervo RR
Petrobras murcha na distribuição de gás
8/01/2013A onipresente Petrobras está revendo a sua participação no mercado de gás natural e prepara a venda de ações em algumas distribuidoras. A mais forte candidata a ser o ponto de partida dessa nova fase é a Bahiagás. A distribuidora deverá ser privatizada este ano e tem um sócio, a Mitsui, com disposição expansionista. O grupo japonês fez uma oferta de compra da participação da estatal, de 24,5% do total, e ouviu da direção da Petrobras um inédito sim para iniciar as conversações. A proposta mais plausível na Avenida Chile é a redução do tamanho da companhia na Bahiagás. Por este modelo, a Mitsui passaria a ter 40% e a Petrobras, 9%. A permanência da estatal está vinculada ao fornecimento de gás natural para a distribuidora baiana. Para o governo do estado, é importante manter a companhia por perto para garantir o suprimento do combustível. Procuradas, a Petrobras e a Mitsui não se pronunciaram.
Acervo RR
Petrobras e White Martins tiram GásLocal da caverna
20/12/2012Resultado do cruzamento de dois mastodontes – Petrobras e White Martins, leia-se a norte-americana Praxair – a GásLocal mais tem parecido uma corporação entupida de Stilnox, sonífero de boa cepa. Embora seja a maior comercializadora e distribuidora de gás natural liquefeito (GNL) do país, nos últimos anos a empresa entrou em um inexplicável estado de hibernação, marcado por discordâncias entre os sócios, reduzidos investimentos, tibieza estratégica e até mesmo um eclipse na mídia. Ao que tudo indica, antes tarde do que nunca, Petrobras e White Martins estão dispostas a mudar este cenário. As duas empresas estão discutindo uma série de projetos para dar uma chacoalhada na GásLocal. As medidas incluem a expansão da planta de liquefação de Paulínia (SP) e a construção de uma segunda unidade similar, agora no Nordeste, que atenderá também a s Regiões Norte e Centro-Oeste. A meta é duplicar a capacidade de processamento da empresa, chegando a marca de 800 mil metros cúbicos por dia. A frota de carretas criogênicas, próprias para o transporte de GNL, também será ampliada. O investimento total deve ficar próximo dos R$ 300 milhões. Procuradas pelo RR, a Petrobras não se pronunciou e a White Martins não retornou o contato. De acordo com fontes da Petrobras, tanto na estatal quanto na White Martins o consenso é de que a GásLocal vive uma espécie de “ou vai ou racha”. A elasticidade das vendas de GNL é inversamente proporcional aos investimentos na distribuição de gás encanado. A própria Petrobras trabalha com a expectativa de que, em até 15 anos, a malha de dutos das concessionárias estaduais atenderá a quase todo o território nacional. Antes disso, a GásLocal terá de se reinventar para não fenecer. Os controladores da empresa entendem que a saída passa inevitavelmente por acordos com as próprias distribuidoras de gás natural. A GásLocal atuaria de forma complementar a s companhias de gás, suprindo grandes clientes, como termelétricas e indústrias. O fator Petrobras pode fazer toda a diferença. Sócia de quase todas as distribuidoras de gás natural do país, a estatal seria o elo para o fechamento das parcerias.
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Celesc
17/12/2012O clima entre a Previ e outros acionistas da Celesc anda carregado. Sócios da distribuidora – entre eles estariam Lírio Parisotto e Tarpon -, têm questionado a postura do fundo na votação sobre a renovação das concessões. A Previ alegou não ter informações suficientes e se absteve. Aos olhos de outros acionistas, puro teatro. A fundação teria sido orientada pelo governo a não se posicionar. As fagulhas só não são mais fortes porque a turma do “não renova” ganhou.
Acervo RR
Peito de aço
6/12/2012Um dos gatilhos de ouro do PT, que conhece cada centímetro quadrado da BR Distribuidora, está praticando tiro ao alvo no diretor de Operações e Logística da empresa, José Zonis. Vai ter de caprichar na mira. Desde que assumiu o cargo, indicado por Fernando Collor, Zonis já escapou de muita bala com endereço certo.
Acervo RR
Graça lança campanha “O gás é deles”
4/12/2012Em nome do pragmatismo tão decantado pela madrinha Dilma Rousseff, Maria das Graças Foster está renegando seus mais pétreos princípios ideológicos e convicções. A presidente da Petrobras agora quer a redução da participação dos estados ou, no limite, a própria privatização de algumas distribuidoras de gás. O motivo é a demasiada dependência dos recursos da estatal. Na condição de acionista de mais de 20 concessionárias estaduais, a Petrobras tornou-se uma espécie de trem pagador do setor. Em tempos de estiagem de crédito no mercado internacional e cortes em seu Plano Estratégico da Petrobras, não dá para manter o mesmo nível de transfusão de recursos dos tempos áureos. Graça vem mantendo conversas com alguns governadores sobre a venda de parte do capital de suas respectivas concessionárias de gás para investidores privados. A executiva já teria tratado do assunto com Jacques Wagner, Eduardo Campos e Raimundo Colombo, governadores, respectivamente, da Bahia, Pernambuco e Santa Catarina. Nos contatos, sinalizou a possibilidade de a própria Petrobras reduzir a sua fatia acionária nas distribuidoras, das quais participa por meio da Gaspetro. Que ninguém se iluda. Graça promete suor, ativismo e calafrios para o setor em 2013.
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Graça lança campanha "O gás é deles"
4/12/2012Em nome do pragmatismo tão decantado pela madrinha Dilma Rousseff, Maria das Graças Foster está renegando seus mais pétreos princípios ideológicos e convicções. A presidente da Petrobras agora quer a redução da participação dos estados ou, no limite, a própria privatização de algumas distribuidoras de gás. O motivo é a demasiada dependência dos recursos da estatal. Na condição de acionista de mais de 20 concessionárias estaduais, a Petrobras tornou-se uma espécie de trem pagador do setor. Em tempos de estiagem de crédito no mercado internacional e cortes em seu Plano Estratégico da Petrobras, não dá para manter o mesmo nível de transfusão de recursos dos tempos áureos. Graça vem mantendo conversas com alguns governadores sobre a venda de parte do capital de suas respectivas concessionárias de gás para investidores privados. A executiva já teria tratado do assunto com Jacques Wagner, Eduardo Campos e Raimundo Colombo, governadores, respectivamente, da Bahia, Pernambuco e Santa Catarina. Nos contatos, sinalizou a possibilidade de a própria Petrobras reduzir a sua fatia acionária nas distribuidoras, das quais participa por meio da Gaspetro. Que ninguém se iluda. Graça promete suor, ativismo e calafrios para o setor em 2013.
Acervo RR
Gas Brasiliano inflama relações entre Petrobras e Cemig
27/11/2012De um lado, a aspereza, a fala trovejante e o baixo jogo de cintura; do outro, a maciez, o tom de voz quase inaudível dos mineiros e a aptidão congênita para o contorcionismo político. No 23º andar da Petrobras, onde fica a presidência da estatal, há uma enorme curiosidade em relação ao duelo de estilos que está prestes a ser travado entre Maria das Graças Foster e Aécio Neves, espécie de governador vitalício de Minas Gerais e presidente de honra da Cemig. O cenário do embate é a Gas Brasiliano. Sócias da distribuidora paulista, as duas estatais andam a s turras por causa do plano de investimentos da empresa. A Cemig defende o aumento dos aportes no biênio 2013-2014 de R$ 170 milhões para algo perto de R$ 300 milhões. Alega que os recursos previstos não são suficientes para tocar os projetos em andamento, o que poderá afetar a rentabilidade da concessionária. Segundo uma fonte da Cemig, o próprio Aécio teria se comprometido com o governador Antonio Anastasia a usar a tribuna do Senado para alardear o posicionamento da empresa mineira. Procurada, a Petrobras não quis comentar o assunto. Já a Cemig não se manifestou. Ressalte-se que, de certa forma, há um embate entre o simbólico e o real. Para todos os efeitos, Aécio é apenas um brasão da Cemig. Não tem cargo ou mandato para falar oficialmente pela empresa, ao contrário de Graça, praticamente “Ministra da Petrobras”. Graça não está disposta a alterar o programa de investimentos da Gas Brasiliano. Alega que as cifras foram avaliadas e aprovadas pelo Conselho da concessionária. Além disso, ao tomar tal decisão, Graça não olha somente para a Gas Brasiliano, mas, sim, para toda a complexa engrenagem financeira da Petrobras. A companhia tem feito acrobacias para cumprir a risca seu planejamento estratégico. Qualquer ajuste, por menor que seja, nos recursos alocados para a concessionária paulista terá impacto direto sobre seu próprio plano de investimentos. Um terceiro personagem tem colocado ainda mais lenha na fogueira da Gas Brasiliano. A Agência Reguladora de Saneamento e Energia (Arsesp) vem fazendo críticas sistemáticas a falta de maiores investimentos na Gas Brasiliano. Por ora, a questão fica restrita ao voluntarismo das autoridades regulatórias. Como o plano de investimentos da concessionária foi aprovado junto a própria Arsesp, até 2014, a empresa não corre o risco de receber qualquer multa. No entanto, a Cemig tem instrumentalizado o episódio, com o objetivo de pressionar a Petrobras a rever, desde já, a estratégia de investimentos da Gas Brasiliano. Esta pendenga deve ganhar lances ainda mais inflamáveis em breve. Segundo a mesma fonte, a estatal mineira estuda a possibilidade de colocar sobre a mesa uma proposta para comprar 10% da concessionária em poder da Petrobras, dona de 60% do capital. Ou seja: as duas estatais passariam a dividir o controle da distribuidora paulista. Difícil imaginar que a Petrobras abra essa brecha para a Cemig. Mas vale toda a atenção. Aécio se mexe sem fazer barulho.
Acervo RR
Mitsui reserva Á Gaspart o oposto do que disse antes
16/11/2012Será que a Mitsui é uma metamorfose ambulante ou é a errática postura dos governos estaduais que impede os japoneses de ter aquela velha opinião formada sobre seus investimentos em gás no Brasil? Perguntem ao presidente do grupo no país, Shinsuke Fujii. O executivo já perdeu as contas de quantas vezes discutiu e rediscutiu com o board o futuro da Mitsui no mercado brasileiro de distribuição de gás, devido, principalmente, a s indefinições que cercam o destino de algumas das principais empresas do setor. Neste labiríntico vai-e-vem, os japoneses decidiram, mais uma vez, dar meia-volta, volver em relação ao destino da Gaspart, que reúne participações em sete concessionárias estaduais – Algás (AL), Bahiagás, Compagás (PR), Copergás (PE), PBgás, SCgás (Santa Catarina) e Sergás (Sergipe). De acordo com informações filtradas junto a própria Mitsui, o grupo desistiu de vender a empresa, operação que já era dada como favas contadas entre seus próprios executivos. A reviravolta será acompanhada de uma farta temporada de investimentos no negócio. A ideia dos japoneses é usar a Gaspart como ponta de lança para a entrada em novas distribuidoras e a consequente formação de um colar ainda mais amplo de ativos no segmento. Segundo uma fonte ligada a Mitsui, nos últimos meses houve conversações com a Petrobras e a russa Gazprom, ambas interessadas na aquisição da Gaspart. Mas os ventos mudaram de direção e a biruta dos japoneses virou pelo avesso. A decisão do grupo se baseia na expectativa de que, no próximo ano, finalmente diversos governos estaduais vão deslanchar a privatização ou a venda de parte das ações de suas distribuidoras de gás – em alguns casos, existem operações travadas há quase uma década. Os leilões vão dar nova vida ao setor. Há estimativas de que os investimentos privados poderão alcançar R$ 20 bilhões ao longo da próxima década, contando-se apenas as distribuidoras estatais que deverão ser colocadas na vitrine. Três destas empresas são consideradas prioridade pela Mitsui: Bahiagás, Compagás e SCGás. Pelo fato de a Gaspart já estar no capital, os orientais entendem que poderão entrar na disputa com uma cabeça de vantagem em relação aos seus concorrentes, sobretudo se o leilão for definido com base no critério do maior volume de investimentos e não da oferta mais alta pelas ações. Outra companhia que está na mira da Mitsui é a Gasmig, terceira maior distribuidora do Brasil. Neste caso, a operação não deve passar pela venda do controle, mas, sim, de uma parte do capital. Procurada pelo RR, a Mitsui não se pronunciou.
Acervo RR
Goldman Sachs e Barclays sobrevoam os canaviais brasileiros
23/10/2012As medidas adotadas pelo governo para conter o processo de desnacionalização da indústria sucroalcooleira – leia-se empréstimos do BNDES e, sobretudo, a associação da Petrobras Biocombustíveis com empresas brasileiras – têm se revelado um bagaço de cana. Como se não bastasse o sucessivo desembarque de grupos estrangeiros no setor, está em curso um segundo ciclo de invasão, desta vez capitaneado por fundos de investimento. A fila é puxada pela Goldman Sachs e pelo Barclays. Private equities administrados pelos dois bancos norteamericanos estão em busca de usinas de açúcar e álcool no Brasil. A dupla tem a companhia de um pool de fundos de alto risco, mais conhecidos no mercado de capitais como “abutres”. Como não poderia deixar de ser, as investidas dos norte-americanos estão concentradas em empresas com notórias dificuldades financeiras, presas fáceis para as aves de rapina prestes a pousar nos canaviais brasileiros. O script prevê a aquisição de parte do capital ou do controle, o saneamento destas empresas e sua posterior negociação. Um dos alvos dos fundos é o Grupo João Lyra, há anos em crise. Dono de três usinas em Alagoas e duas em Minas Gerais, o conglomerado carrega sobre os ombros uma dívida superior a R$ 1,2 bilhão. Por algum tempo, o empresário e deputado federal João Lyra contou com o luxuoso auxílio de antigos aliados políticos, a começar por Fernando Collor de Mello – o ex-presidente teria sido decisivo para garantir, por um bom tempo, um contrato de fornecimento de etanol entre o grupo alagoano e a BR Distribuidora. Mas a fonte secou e já há algum tempo Lyra busca um comprador para o negócio. Trata-se de uma operação intrincada. A venda do controle ou até mesmo de parte do Grupo João Lyra depende da anuência dos credores e, sobretudo, da Justiça. No fim de setembro, a 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas decretou a falência da empresa. Outra empresa na mira de Goldman Sachs, Barclays e cia. é a Shree Renuka do Brasil, controlada pelo grupo indiano de mesmo nome. A companhia também passa por uma entressafra financeira. Seus investimentos, notadamente a compra de duas usinas no Paraná, causaram um efeito colateral: uma dívida superior a R$ 1 bilhão. A empresa não estaria recebendo novos recursos da matriz, o que a torna um alvo em potencial para os fundos norte-americanos. Procurado, o Grupo João Lyra não retornou. Já a Shree Renuka não quis se pronunciar
Acervo RR
Copel se pendura nos fios da NeoEnergia
11/10/2012O governador Beto Richa acha que hidroeletricidade no Paraná é um feudo. Independentemente dos direitos adquiridos da Neo- Energia, Richa vem se utilizando dos órgãos ambientais e outras dificuldades burocráticas impostas pelo governo para levar a empresa a loucura. A companhia tem encontrado dificuldades para conseguir as licenças e iniciar a construção de uma hidrelétrica no rio Iguaçu, Pelo jeito, no Paraná, contrato de concessão não basta. É preciso que a Copel esteja nele. O objetivo por detrás da “operação tartaruga” seria forçar a entrada da estatal no consórcio responsável pela instalação da usina. Richa não é exigente. Contenta-se com uma participação minoritária para a distribuidora paranaense. Em 2008, quando a Neo- Energia arrematou a licença para a construção da usina, a Copel procurou a empresa disposta a ingressar no consórcio. Mas encontrou as portas fechadas. Quando Richa assumiu o cargo, apostou no seu poder e estilo para quebrar as resistências. Mais uma vez, as grades da NeoEnergia não se abriram. O governo jamais engoliu a desfeita. Participar do empreendimento é uma questão de honra para a Copel. Só existem três hidrelétricas no rio Iguaçu, todas com a participação da estatal. Procurada, a NeoEnergia não se pronunciou. O governo do Paraná confirmou o interesse da Copel em participar do capital da usina, mas negou qualquer relação entre a liberação das licenças e a presença da estatal no empreendimento. Informou que a concessão da licença está condicionada a entrega de documentos pendentes por parte do consórcio Baixo Iguaçu.
Acervo RR
Ultra veste o figurino de multinacional do GLP
9/10/2012A saga do Grupo Ultra ergueu-se sobre uma santíssima trindade – Pery Igel, Helio Beltrão e Paulo Cunha, três personagens de indiscutível importância não apenas para a empresa, mas para a própria indústria brasileira. No entanto, quem deve mesmo entrar para a história como o maior estrategista da companhia é Paulo Cunha. Responsável pela consolidação do Ultra como um dos maiores conglomerados empresariais do país, Cunha está debruçado sobre um projeto grandioso, capaz de transformar o grupo numa transnacional do mercado de gás liquefeito de petróleo. O Ultra retomou as conversações para a compra de ativos de GLP da Shell na Europa. A primeira investida se deu em 2010. Na ocasião, a proposta envolvia a aquisição de todos os negócios do grupo anglo-holandês no Velho Continente. Desta vez, no entanto, segundo informações filtradas junto ao próprio Ultra, seu interesse está concentrado na companhia francesa Butagaz, controlada da Shell. Com instalações na França, Reino Unido, Holanda, Bélgica, Polônia e nos países escandinavos, a Butagaz é considerada o suprassumo dos negócios da Shell neste segmento. A empresa engloba os ativos mais rentáveis e as unidades mais modernas, sobretudo na própria França e na Inglaterra. O RR apurou que a operação deve chegar a casa de US$ 1 bilhão. O acordo poderá contemplar a permanência da Shell como acionista minoritária. Procurado, o Grupo Ultra não quis comentar as informações. Paulo Cunha vislumbra a operação como o ponto de partida para um projeto ainda maior. Sua ideia é fazer do Ultra um consolidador global de ativos no setor, com ramificações não apenas na Europa, mas também nos Estados Unidos e na América Latina. Cunha enxerga este movimento como algo que vai além das fronteiras do grupo. É quase um projeto de Estado, dada a estratégia de ocupação geoeconômica intrínseca ao empreendimento e o potencial de geração de divisas para o país. Por esta linha de raciocínio, nada mais natural que o BNDES viesse a se engajar nos planos do Ultra. O projeto se encaixa com a política do banco de estimular a criação de grandes grupos nacionais com capacidade de inserção no mercado global. Ressalte-se que o Ultra surfa na crise europeia. Cálculos internos mostram que, há cerca de dois anos, este mesmo pacote de ativos pendurados na Butagaz não sairia por menos de US$ 1,5 bilhão. Além do custo de oportunidade, não é de hoje que Paulo Cunha sonha em ampliar as operações internacionais do Ultra. Hoje sua atuação no exterior está restrita a Oxiteno, que tem três fábricas no México, uma na Venezuela e outra nos Estados Unidos, além de escritórios comerciais na Argentina, Colômbia, Bélgica e China. Com a compra da Butagaz, a Ultragaz já desembarcaria na Europa com o status de uma das maiores distribuidoras de GLP em alguns dos mais importantes mercados do continente. A operação, ressalte-se, terá também desdobramento no próprio tabuleiro de forças das diferentes áreas do Ultra. Caso feche a aquisição da Butagaz, a Ultragaz se consolidará como a segunda maior fonte de receita do grupo, a frente da própria Oxiteno e atrás apenas do negócio de distribuição de combustíveis, leia-se Ipiranga.
Acervo RR
LiuGong faz sua nacionalização “meia-sola”
8/10/2012A chinesa LiuGong está disposta a tirar o sossego dos grandes fabricantes de máquinas para a construção pesada, a começar pela Caterpillar, líder deste mercado. A companhia – que ainda tem uma operação relativamente modesta no país – vai investir cerca de R$ 150 milhões. O principal projeto é a construção de um complexo industrial na Região Sudeste – Minas Gerais é pule de dez para receber o empreendimento. Os planos incluem ainda a abertura de 25 revendas até meados de 2013. O grupo chinês passará a ter ao menos uma distribuidora em cada uma das grandes capitais das Regiões Sul, Sudeste e Nordeste. O RR entrou em contato com a LiuGong, mas não obteve retorno. A estratégia de expansão da LiuGong está a cargo do brasileiro Fernando Mascarenhas, presidente da empresa para a América Latina. A grande pergunta que se faz no mercado é se, ao iniciar a produção no Brasil, a companhia conseguirá manter a competitividade demonstrada até então com a importação de equipamentos da China. A LiuGong aposta boa parte de suas fichas na obtenção de generosos benefícios fiscais. Além disso, a rigor, a inscrição ?made in Brazil? em suas máquinas será para chinês ver. Boa parte das peças usadas na montagem de escavadeiras, compactadoras, carregadeiras continuará a vir de suas fábricas na asia.
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LiuGong faz sua nacionalização "meia-sola"
8/10/2012A chinesa LiuGong está disposta a tirar o sossego dos grandes fabricantes de máquinas para a construção pesada, a começar pela Caterpillar, líder deste mercado. A companhia – que ainda tem uma operação relativamente modesta no país – vai investir cerca de R$ 150 milhões. O principal projeto é a construção de um complexo industrial na Região Sudeste – Minas Gerais é pule de dez para receber o empreendimento. Os planos incluem ainda a abertura de 25 revendas até meados de 2013. O grupo chinês passará a ter ao menos uma distribuidora em cada uma das grandes capitais das Regiões Sul, Sudeste e Nordeste. O RR entrou em contato com a LiuGong, mas não obteve retorno. A estratégia de expansão da LiuGong está a cargo do brasileiro Fernando Mascarenhas, presidente da empresa para a América Latina. A grande pergunta que se faz no mercado é se, ao iniciar a produção no Brasil, a companhia conseguirá manter a competitividade demonstrada até então com a importação de equipamentos da China. A LiuGong aposta boa parte de suas fichas na obtenção de generosos benefícios fiscais. Além disso, a rigor, a inscrição ?made in Brazil? em suas máquinas será para chinês ver. Boa parte das peças usadas na montagem de escavadeiras, compactadoras, carregadeiras continuará a vir de suas fábricas na asia.
Acervo RR
Graça Foster quer alforria da Petrobras nos leilões de biodiesel
3/10/2012Maria das Graças Foster não cabe entre as paredes da Petrobras. Com um raio de ação cada vez mais amplo, que há muito já ultrapassou o perímetro da estatal, Graça articula no governo uma drástica mudança nos leilões de compra de biodiesel. O ponto nevrálgico envolve a própria Petrobras. Graça quer que a companhia deixe de ser a única responsável pela compra da produção e a revenda do combustível para as distribuidoras, papel que ocupou nas quase 30 licitações já realizadas pela ANP. A estatal passaria a ser mais uma na multidão, disputando os leilões com outros players. Graça não renega que a Petrobras tenha sido indispensável para alavancar os leilões de biodiesel no país. Mas sua justificativa é que o formato acabou se transformando em um fardo para a companhia. Com o aumento da capacidade de produção, a Petrobras passou a ser obrigada a comprar volumes cada vez maiores do combustível, formando estoques e assumindo sozinha os riscos inerentes a s oscilações das cotações. Este é mais um dos campos minados que Graça resolve atravessar. Além de pisar em um território pertencente ao Ministério de Minas e Energia e a ANP, responsáveis pela formatação do modelo dos leilões, a presidente da Petrobras esbarra nos interesses dos produtores de biodiesel. Se, por um lado, a medida deverá gerar uma maior competição no segmento, com a entrada de novos investidores, por outro a Petrobras terá uma margem de manobra maior. A empresa não precisará seguir as regras estabelecidas pela ANP. Poderá adquirir diretamente o biodiesel junto ao produtor, usando todo o seu poder de barganha. Não por acaso, entre os usineiros, há quem classifique o movimento ensaiado por Maria das Graças Foster como um número de ilusionismo. A Petrobras daria um passo atrás para, depois, dar dois a frente. Noves fora a grita dos produtores, o que Maria das Graças Foster propõe é uma mudança complexa. A alforria da Petrobras exigirá a reconstrução da espinha dorsal do modelo de leilões de biodiesel elaborado pelo Ministério de Minas e Energia e pela ANP. É complicado, mas, quando Graça quer uma coisa, sai debaixo. Para ela, está mais do que na hora de a Petrobras se livrar destas algemas e ter margem para atuar neste segmento de acordo com seus planos estratégicos. A empresa pretende, por exemplo, ampliar a produção própria, com construção de novas usinas e a compra de ativos no setor.
Acervo RR
Renovação das licenças Á beira de um curto-circuito jurídico
1/10/2012A redução das tarifas de energia está espalhando chispas nas mais diversas direções. Além de ter sido recebida por parte do empresariado como uma quebra de contrato, a decisão caiu como um cabo de alta tensão nas complexas negociações para a renovação automática das concessões de energia elétrica. Segundo relato de dois executivos, que estão no topo da cadeia de comando de duas das maiores distribuidoras do país, são cada vez maiores as chances de um imbróglio jurídico. Nos últimos dias, dirigentes do setor vêm mantendo intensa agenda de discussões no âmbito das entidades representativas – leia-se Abradee, das distribuidoras; Abrage, das geradoras; e Abrate, que responde pelo segmento de transmissão. As empresas estudam usar o escudo das três instituições para entrar na Justiça com uma ação conjunta, contestando pontos da proposta de renovação automática apresentada pelo governo: uma delas é a fórmula para calcular a depreciação e a amortização dos bens reversíveis durante o período das concessões. Na visão das empresas, o modelo tornou-se prejudicial ao setor dentro da nova realidade tarifária. Na avaliação das companhias de energia, o prazo limite de 31 de dezembro deste ano, estipulado pelo governo, será insuficiente para calcular o valor real da depreciação e da amortização. A alegação é que as muitas hidrelétricas e linhas de transmissão cujas concessões originais só vencem em 2015 automaticamente terão uma perda de valor maior porque não estarão computadas integralmente a depreciação e amortização dos anos restantes do período de concessão. Procuradas pelo RR, Abradee e Abrate negaram a ação contra o governo. Já a Abrage não se pronunciou. As empresas de energia também questionam a decisão do governo de concentrar todo o pacote de redução das tarifas em cima de uma única medida: o corte de encargos setoriais, a começar pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e Reserva Global de Reversão (RGR). As companhias entendem que o governo deveria ter adotado um mix, que envolvesse também desoneração tributária. A extinção dos encargos será um duro golpe para o setor. Por meio de expedientes contábeis – diga-se de passagem, absolutamente legais – parte dos recursos da CCC, CDE e RGR sempre foi usada pelas empresas de energia como fluxo de caixa. Ou seja: além do impacto natural causado pela redução das tarifas, geradoras, distribuidoras e transmissoras terão menos dinheiro em caixa. Mais uma vez, a percepção no setor é que o governo mudou as regras do jogo com a bola rolando, sem dar tempo para que as empresas pudessem se preparar para um novo cenário financeiro.
Acervo RR
KKR no gás
13/09/2012A gestora de recursos Kohlberg Kravis & Roberts (KKR), que acaba de desembarcar no Brasil, elegeu o mercado de gás como um dos seus alvos. Os norte-americanos têm analisado os números de distribuidoras estaduais. O primeiro nome da lista é o da Bahiagás.
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Gas Brasiliano
12/09/2012A convivência entre a Gas Brasiliano e a Arsesp está indo mal. Pela segunda vez em seis meses, a agência reguladora paulista está cobrando da Petrobras e da Cemig, sócias da empresa, o aumento dos investimentos na expansão da rede de distribuição. Procurada, a Arsesp confirmou que “vem cobrando da distribuidora maior agilidade no cronograma de investimentos”. Informou ainda que uma eventual sanção “só ocorrerá no término do atual ciclo quinquenal, em dezembro de 2014”.
Acervo RR
Passivo elétrico
28/08/2012A Eletrobras estuda reduzir ou até vender integralmente sua participação de 33% na gaúcha CEEE. É o preço pago pela estatal em razão dos batráquios elétricos que foi obrigada a engolir. Os recursos da operação devem ser destinados a s distribuidoras federalizadas, um grupo de seis empresas que, só no ano passado, descarregaram no balanço da Eletrobras quase R$ 1 bilhão em prejuízo.
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Energia renovável
21/08/2012O fundo inglês Ashmore foi e já voltou. Quatro meses após concluir a venda da distribuidora paulista Elektro para a Iberdrola por US$ 2,4 bilhões, o private equity prepara-se para investir em energia renovável no Brasil. Já teria trocado um dedo de prosa com a Eletrobras para investimentos conjuntos.
Acervo RR
Gás extra
7/08/2012O governo do Mato Grosso do Sul procura mais um sócio para a MSGás. A busca se deve a crescente inapetência da Petrobras, acionista da distribuidora. Os investimentos da estatal na MSGás têm sido feitos na base do conta-gotas.
Acervo RR
Gasmig prepara expansão Á espera do veredito da Petrobras
1/08/2012O governador Antonio Anastasia prepara uma profunda mudança na estrutura de negócio da Gasmig. Guardadas as devidas proporções, a empresa vai dar um passo além em relação a estratégia de expansão adotado pela Cemig nos últimos anos. Além da consolidação de ativos, com a compra de participações ou do controle de distribuidoras estaduais, o projeto prevê a ampliação do espectro de atuação da estatal. A Gasmig vai entrar no transporte de gás natural de longa distância. Investirá também na instalação de terminais de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL). Procurada pelo RR, a empresa confirmou que avalia projetos de GNL, mas não se pronunciou sobre a entrada na área de transporte. Segundo estimativas do governo mineiro, o projeto deverá demandar investimentos da ordem de R$ 600 milhões. Os recursos sairão do próprio caixa da Gasmig e, sobretudo, do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais. Tudo o que for feito em nome dos bons negócios do governo mineiro, Aécio Neves agradece. O virtual candidato a presidência da República deve colher por muito tempo ainda os dividendos “políticos” da gestão de Anastasia. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas há um senão no caminho da “Nova Gasmig”. Antonio Anastasia tem o querer, mas não o poder absoluto. A reestruturação da empresa passa necessariamente por Guido Mantega, presidente do Conselho de Administração da Petrobras, e por Maria das Graças Foster. Dona de 40% da Gasmig, a companhia tem peso decisivo na aprovação do novo plano estratégico da distribuidora mineira. Isso para não falar especificamente da compra de participações em concessionárias de gás. Neste caso, a Petrobras está nas duas pontas, uma vez que a Gaspetro participa do capital de 25 distribuidoras estaduais, em muitas delas com poder de influência sobre a decisão de privatização. Diante deste contexto, o impasse é simples e direto: ou a Petrobras age conforme seus interesses comerciais e estratégicos ou atua de acordo com as definições políticas do governo. Aprovar o plano de expansão da Gasmig e, ao mesmo tempo, pavimentar seu ingresso em outras empresas do setor seria como colocar uma azeitona na empada de Antonio Anastasia e um camarão na de Aécio Neves. Com a palavra, a Petrobras.
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Luz amarela
24/07/2012O governador de Tocantins, Siqueira Campos, tem cobrado do empresário Jorge Queiroz, dono do Grupo Rede, mais investimentos na distribuidora de energia Celtins. Como se o mar estivesse para peixe nas empresas de Queiroz.
Acervo RR
Governo do Espírito Santo se cansa de dizer amém Á BR
23/07/2012Nas últimas semanas, o presidente da BR Distribuidora, José Lima Netto, intensificou o hábito de almoçar sozinho nos restaurantes próximos a sede da empresa, no Maracanã, Zona Norte do Rio. Entre uma e outra lasca de bacalhau, um de seus pratos preferidos, tem usado os momentos de solidão para refletir sobre os crescentes problemas ao seu redor. Como se não bastasse a presença cada vez mais constante de Maria das Graças Foster a atazanar sua vida, o executivo enfrenta agora um inflamável embate com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande. O motivo da discórdia é a concessionária estadual de gás, integralmente controlada pela estatal. Segundo uma fonte do próprio governo capixaba, Casagrande estuda entrar na Justiça contra a BR. A alegação é que a empresa não tem feito os investimentos previstos. Para todos os efeitos, a BR teria revisto os valores em decorrência dos cortes no planejamento estratégico da nave-mãe, a Petrobras. No governo do Espírito Santo, a justificativa não cola. A interpretação é de que a estatal tem aproveitado a dieta financeira da holding como pretexto para postergar os aportes na concessionária capixaba e, desta forma, destinar os recursos a projetos considerados como de maior prioridade. Contudo, se Casagrande bater na porta da Petrobras vai ouvir que a decisão não é dela, mas da BR. Procurada, a BR informou que os investimentos na distribuidora vêm sendo cumpridos e que mantém relação de “absoluta normalidade” com o governo capixaba. Por sua vez, o governo do Espírito Santo informou manter “excelente relacionamento com o Sistema Petrobras”. Os fatos, contudo, são caprichosos e parecem caminhar em outra direção que não a apontada pelas duas partes. De acordo com a mesma fonte, Renato Casagrande tem pressionado José Lima Neto a aceitar um redesenho da composição societária da distribuidora. O objetivo seria abrir as portas da empresa para fundos de investimento. Casagrande também tem se articulado para que o estado passe a ter uma fatia minoritária do negócio. A alegação é que a BR ergueu um muro em torno da empresa, com o intuito de afastar o estado da gestão. A concessionária capixaba é uma empresa sui generis em vários sentidos. Foi uma das últimas distribuidoras de gás a ser constituída no país. No que diz respeito a Petrobras, o negócio é uma jabuticaba. Trata-se da única empresa do setor em que a estatal detém 100% das ações. É também um caso raro em que sua participação não se dá por meio da Gaspetro, mas, sim, da BR. Na ocasião, a empresa desembarcou no projeto pelo fato de ser a responsável pelo fornecimento do gás. Parafraseando o dito popular, a concessionária é um exemplo de que empreendimento que nasce torto cresce torto.
Acervo RR
Investimento é a prenda para renovação de concessões públicas
19/07/2012Surgiu uma brecha para acelerar investimentos que sequer estavam na agenda do governo. O Planalto vislumbrou uma janela de oportunidade para antecipar os aportes em alguns dos mais importantes empreendimentos públicos do país. A medida em estudo é vincular a renovação das concessões dos setores elétrico e portuário com vencimento em 2015 a antecipação de investimentos pelas respectivas empresas. As negociações se dariam de forma individualizada, concessionária por concessionária, até porque os respectivos planos de investimentos são assimétricos e têm seu próprio timing. O modelo forçaria a execução de projetos que só sairiam do papel em prazos bem mais longos. Com a proposta, muito provavelmente cai por terra a tendência de renovação automática, pura e simples, que vinha crescendo no governo. A não renovação levaria a uma batalha jurídica hercúlea com os concessionários. O que está em jogo é quase um país dentro do país. As concessões com vencimento em 2015 envolvem 98 terminais portuários, responsáveis por 54% da carga movimentada em todo o território nacional. Abrangem ainda 73 mil quilômetros de linhas de transmissão, o equivalente a 83% da rede básica do Sistema Interligado Nacional. O pacote é composto também por 29 usinas hidrelétricas e 41 distribuidoras de energia, que atendem a aproximadamente 30% da demanda nacional. O novo modelo seria vitaminado pela participação do BNDES e de outros bancos públicos, notadamente a Caixa Econômica Federal, que tem uma tradição no financiamento de projetos de infraestrutura. As portas estariam abertas também para a presença de bancos de fomento multilaterais. Além de linhas de crédito convencional, os investimentos poderiam contar com outros mecanismos de financiamento. Nesta coqueteleira, entrariam a securitização de receitas futuras das novas concessões e emissão de debêntures não conversíveis. O custo de captação seria reduzido pela própria garantia de renovação das concessões.
Acervo RR
O Dia D da Celpa
9/07/2012Hoje é um dia decisivo para o futuro da Celpa. A assembleia de credores da empresa deverá analisar a oferta da Equatorial Energia. Na última sexta-feira, a holding controlada pela Vinci Partners deu passos importantes para fechar a compra da distribuidora. Sua proposta foi aceita pelo empresário Jorge Queiroz, dono do Grupo Rede e acionista majoritário da Celpa. Recebeu também o sinal verde da BNDESPar e da Eletrobras, minoritários da empresa.
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BR Distribuidora
5/07/2012Graciosa, que conhece a BR Distribuidora de cor e salteado, apesar do seu dia de 25 horas tem encontrado tempo para infernizar a vida de José Lima Neto.
Acervo RR
Gás da OAS
4/07/2012O empreiteiro Cesar Mata Pires prepara seu retorno ao mercado de gás. A OAS – que, no passado, foi dona da Gaspart, depois vendida para a antiga Enron – pretende criar um braço de participações para entrar no capital de distribuidoras estaduais. Mata Pires quer um sócio para o projeto. Na sua cabeça, há três nomes: Previ, Previ e Previ. Procurada, a OAS não se manifestou até o fechamento da edição.
Acervo RR
Gás Á venda
29/06/2012A Pluspetrol bateu na porta da Gas Natural e do BNDES, seus sócios na CEG/CEG Rio. Os argentinos estão oferecendo sua participação nas duas distribuidoras de gás. O grupo precisa de plata para cobrir perdas em sua terra natal. Procurada, a CEG/CEG Rio não se manifestou até o fechamento da edição.
Acervo RR
Celesc é um museu elétrico de grandes novidades
21/06/2012O calendário na sala do presidente da Celesc, Antonio Gavazzoni, marca 2012. Mas se fosse 2010, ninguém sentiria a menor diferença. A distribuidora catarinense tornou- se vítima de um feitiço do tempo. Está, simultaneamente, diante de novos distúrbios societários e da mesma hipótese de reestruturação do bloco de controle que viveu há dois anos. Se, em 2010, os adversários eram Previ, Geração Futuro e Tarpon ? que detêm mais de 36% do capital e, a época, exigiam mais espaço na gestão da companhia ?, o problema da vez atende pelo nome e sobrenome de Lírio Parisotto. Detentor de 11% da estatal, o empresário pretende entrar na Justiça para obrigar a Celesc a concederlhe o direito de retirada. Na prática, isso significa que a empresa teria de comprar as ações de Parisotto com base no valor patrimonial, hoje praticamente 50% acima da cotação negociada em Bolsa. Com base no estatuto da companhia, o empresário alega que tem direito a venda das ações por não concordar com a recente mudança no objeto social da Celesc. Parisotto é um fio desencapado. Com patrimônio pessoal avaliado em mais de R$ 2 bilhões e um vasto portfólio de ações, ele costuma infernizar a vida dos controladores das empresas em que tem participação. Como se não bastasse o desgaste de um contencioso como este, o embate com Lírio Parisotto ainda pode ter efeitos colaterais sobre o futuro societário da Celesc. Neste caso, as luzes apontam na direção da Copel. A empresa paranaense ressuscitou os planos de entrar no capital da Celesc. As negociações são complexas. Passam pela aquisição de ações em poder de Previ, Tarpon e Geração Futuro e dependem do aval do governo de Santa Catarina. Procurado, Lírio Parisotto não quis se manifestar. Já a Celesc esclareceu que não recebeu “qualquer manifestação de ação judicial sobre o tema”. Em relação a Copel, a empresa informou que “não comenta rumores de mercado”. A estatal paranaense, por sua vez, não se pronunciou. A Copel parece ter vocação para cruzar o caminho de seus vizinhos nas horas mais impróprias. A primeira investida sobre a Celesc se deu em 2010, justamente no auge da batalha do fundo de pensão e das duas gestoras de recursos com o governo catarinense. Agora, o cenário é similar. A iminente disputa jurídica entre Lírio Parisotto e a Celesc pode embarreirar a eventual negociação de ações da distribuidora. Além disso, o contencioso traz embutido o risco de uma expressiva perda financeira para a companhia catarinense. Se ganhar a ação, Parisotto deverá levar para a casa mais de R$ 220 milhões. Se perder, ainda assim não terá motivos para reclamar da vida. Sempre lhe restará a possibilidade de se consolar da derrota jurídica nos braços de sua namorada, Luiza Brunet. Precisa de mais?
Acervo RR
ThyssenKrupp
19/06/2012Parece até prêmio de consolação. Ao mesmo tempo em que procura um comprador para sua participação na CSA, a ThyssenKrupp estuda montar uma distribuidora de produtos siderúrgicos no Brasil.
Acervo RR
Equatorial mira na Celpa com a munição da Eletrobras
14/06/2012Surgiu um novo personagem na novela protagonizada pela Celpa. Trata-se de Gilberto Sayão. A Equatorial Energia – controlada pelo Vinci Partners, fundo comandado pelo ex-Pactual e alguns de seus antigos sócios – manifestou ao Grupo Rede e ao ministro Edison Lobão o interesse em assumir a distribuidora paraense. A principal motivação é a possibilidade de sinergias decorrentes da proximidade territorial com a maranhense Cemar, pertencente a holding. As conversas ainda são preliminares, mas a Equatorial já sinalizou a intenção de assumir 51% da Celpa, o que lhe garantiria o controle da distribuidora. O Grupo Rede permaneceria no negócio minoritário. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas, em se tratando da empresa paraense, não existe almoço grátis. A Equatorial só topa se sentar a mesa da Celpa se boa parte da conta for para o bolso da Eletrobras. Por conta, entenda-se a entrada da estatal no capital da distribuidora, com uma fatia pequena, e, consequentemente, a federalização de uma parcela expressiva da dívida da empresa, hoje na casa dos R$ 2 bilhões. Procurada pelo RR, a Equatorial informou que “não comenta rumores de mercado”. O Grupo Rede não quis se pronunciar. Gilberto Sayão e cia. jogam o jogo. Atuam, principalmente, em cima da preocupação e da pressa do governo em arrumar um sócio para a Celpa. No Ministério de Minas e Energia, a situação da distribuidora é classificada como gravíssima. Vozes mais pessimistas chegam a falar até no risco de interrupções no fornecimento de energia no Pará. Diante da delicada situação financeira da Celpa, o consenso no governo é que o negócio só sai com dinheiro público. A própria Cemig, um transatlântico se comparado ao barco de 60 pés da Equatorial, sondou o Grupo Rede, mas também condicionou qualquer possibilidade de negócio a presença da Eletrobras – ver RR – Negócios & Finanças edição nº 3.932. A diferença é que, neste caso, a holding federal ao menos teria uma participação bem maior, consequentemente com mais poder na gestão da distribuidora. O problema é que, se o modelo proposto pela Equatorial for levado adiante, o governo vai ter de encontrar uma boa justificativa para o fato de a Eletrobras assumir uma parcela expressiva da dívida sem, ao menos, ficar com o controle da empresa paraense, ao contrário do que fez na federalização de outras concessionárias estaduais. Haja criatividade
Acervo RR
Fissuras familiares atrasam venda da DMA
14/06/2012Divergências familiares entre os donos da DMA Distribuidora, leiase os Supermercados Epa, estariam atrasando o fechamento da venda do grupo mineiro para a chilena Cencosud. O valor da operação não é o problema. Segundo um executivo ligado ao grupo chileno, as partes já teriam chegado a um acordo, com valor em torno de R$ 1,2 bilhão, incluindo a assunção da dívida da rede mineira. O nó górdio estaria na partilha dos recursos. De acordo com a mesma fonte, há discordâncias entre o sócio fundador e presidente da DMA, José Nogueira, e seus herdeiros em relação ao tamanho da fatia que caberá a cada um. Procurada pelo RR, a DMA esclareceu que não há negociação com a Cencosud ou com qualquer outra empresa para a venda do controle. Informou ainda que a prioridade é o seu plano de expansão, com a abertura de novas lojas. A Cencosud, por sua vez, não quis se pronunciar. A Cencosud já tem dado sinais de inquietação com a demora na conclusão do negócio. Segundo a fonte ouvida pelo RR, o contrato já estaria redigido há quase um mês, mas repousa sobre a mesa a espera de uma trégua entre os Nogueira. O atraso é extremamente prejudicial diante da estratégia geoeconômica da Cencosud. Dona do também mineiro Bretas, o grupo chileno depende do negócio para formar a maior rede de supermercados do estado, com faturamento na casa dos R$ 4 bilhões.
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NeoEnergia
1/06/2012É tudo ao mesmo tempo agora na NeoEnergia. Em meio ao sai-não-sai da Iberdrola, a Eletrobras teria iniciado articulações com a Previ e os próprios espanhóis para comprar uma participação minoritária na Coelba, uma das distribuidoras do grupo. Procurada, a NeoEnergia informou que não se pronuncia sobre assuntos acionários. Já a Eletrobras negou a operação.
Acervo RR
Three Gorges dá uma descarga elétrica na EDP
30/05/2012A EDP está morta! Viva a EDP! A companhia portuguesa – que vivia seu fade out na Terra de Vera Cruz – redescobriu o Brasil. A chinesa Three Gorges, nova controladora da empresa, promete recarregar as baterias da subsidiária brasileira. A primeira medida envolve um pacote de investimentos nos segmentos de geração e distribuição. O valor só será definido pelos asiáticos no segundo semestre, mas, segundo uma fonte ligada a EDP Brasil, a cifra não deve ficar abaixo dos US$ 500 milhões. Os planos incluem a construção de hidrelétricas e até mesmo a compra de participações em concessionárias estaduais – o grupo é controlador da Bandeirante, de São Paulo, e da capixaba Escelsa. Procurada, a EDP negou o projeto. No entanto, segundo a mesma fonte, a Three Gorges pretende transformar a EDP Brasil em uma holding com múltiplos negócios na área de energia. O próximo passo será a entrada no segmento de gás natural. Na sede do grupo no Brasil, já se fala na possibilidade de criação de uma subsidiária, informalmente já batizada de EDP Gás. A ideia dos chineses é criar uma corrente contínua neste mercado. A empresa entraria no capital de distribuidoras estaduais de gás e, com isso, garantiria o fornecimento de matéria-prima para novas termelétricas. A EDP estaria negociando com a russa Gazprom e a BP a construção de duas usinas na Região Nordeste, com capacidade de 500 megawatts cada uma. A operação das geradoras deverá ficar a cargo dos luso-chineses. A Three Gorges olha para o Brasil e enxerga um pote de ouro no fim do arco-íris. De operação prestes a ser apagada – o governo português chegou a procurar um comprador para a Bandeirante e a Escelsa – a subsidiária brasileira tornou-se a grande aposta dos chineses. Com a crise europeia, o grupo deverá transferir para o país um volume cada vez maior de investimentos. A decisão de atuar em termeletricidade, por exemplo, representa uma aposta da EDP na futura produção de gás natural da camada de présal. Além disso, a empresa acredita que ainda existe um grande potencial de crescimento da participação do gás na matriz energética por conta das dificuldades do governo em acelerar projetos hidrelétricos na Amazônia.
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Caterpillar
29/05/2012Maior distribuidora da Caterpillar no Brasil, a Sotreq poderá ser sócia dos norteamericanos na construção de uma fábrica de máquinas agrícolas na Região Norte.
Acervo RR
Cemig e Andrade Gutierrez enfrentam picos de energia
24/05/2012O que parecia ser um monólito, uma peça soldada a ferro e fogo pelas relações entre Aécio Neves e Sergio Andrade, tem mostrado pequenos sinais de fissura. O governador Antonio Anastasia e o dono da Andrade Gutierrez vêm apresentando alguns pontos de fricção em relação ao modelo de negócio da Cemig, notadamente no que diz respeito a construção e operação de usinas hidrelétricas. O governo mineiro está disposto a formar joint ventures com investidores privados para desenvolver futuros projetos em geração. Seria uma forma de dividir o risco da operação e reduzir a necessidade de aporte de recursos do estado. Procuradas, Cemig e Andrade Gutierrez negaram qualquer divergência societária em relação ao plano estratégico para a área de geração. No entanto, de acordo com informações filtradas junto a própria estatal, o desentendimento existe. Até porque a Cemig já estaria trabalhando na montagem deste novo modelo a revelia da construtora. A distribuidora teria, inclusive, feito simulações internas que indicam uma redução potencial de até 40% na necessidade de aportes próprios na área de geração a partir desta nova configuração de negócio. No papel, trata-se de uma medida eivada de boas intenções, a começar pela sinalização de preservação dos recursos públicos. Na prática, porém, a proposta acende uma labareda. A empreiteira é avessa a este formato. Enxerga na proposta um atentado contra o seu poder na estatal, da qual detém 33%. Caso a Cemig parta para associações com grupos privados, baseadas na criação de uma terceira empresa, pelos critérios de equivalência patrimonial automaticamente o peso da Andrade Gutierrez nos negócios da estatal em geração será diluído. A olho nu, a intenção do governo mineiro contrasta com o voraz apetite demonstrado pela Cemig nos últimos anos. No entanto, a medida tem uma motivação principal. Por conta das sucessivas aquisições, a relação dívida/patrimônio da empresa se aproxima do limite permitido pelo estatuto social. Ressalte-se que a estatal tem restrições para a obtenção de recursos públicos. Ainda assim, os ruídos na relação societária se tornaram inevitáveis. Sergio Andrade tem feito pressão para que o governo mineiro desista desta abrupta mudança de rota e mantenha os planos originais da Cemig para a área de geração, leia-se a participação pura e simples em consórcios e não a formação de novas empresas. Por ora, a falta de consenso já começa a provocar efeitos colaterais nos movimentos da Cemig. O projeto da estatal de construir duas hidrelétricas de médio porte em Minas Gerais está paralisado.
Acervo RR
BNDESPar põe um pé fora da CEG e da CEG Rio
22/05/2012A BNDESPar está engendrando seu desembarque simultâneo do capital da CEG e da CEG Rio. A Gas Natural, controladora das duas empresas, já teria sinalizado não estar disposta a exercer seu direito de preferência sobre as ações. Não por acaso, o braço de participações do BNDES já vem mantendo conversações com possíveis candidatos ao negócio. De acordo com informações filtradas junto ao próprio banco, há tratativas com a Ashmore Energy, que reúne uma tropa de exexecutivos da antiga Enron. É gente que conhece bem cada tubulação da CEG. O finado grupo norte- americano foi sócio da distribuidora de gás. A BNDESPar também vem mantendo gestões com fundos de investimento ligados a La Caixa. Esta é uma operação que dá mais liga. O banco espanhol tem negócios em comum com a Gas Natural. Procurado, o BNDES não quis comentar as informações. A ideia da BNDESPar é vender suas participações em um só embrulho. Quem levar garante uma posição razoavelmente privilegiada nas duas distribuidoras fluminenses. O pacote inclui 35% do capital total da CEG e da CEG Rio.
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Inepar
16/05/2012Em meio ao intrincado processo de reestruturação societária, a Inepar saiu em busca de um comprador para a sua participação de 16% na distribuidora mato-grossense Cemat. Procurada pelo RR, a Inepar não se pronunciou sobre o assunto.
Acervo RR
Graça nenhuma
10/05/2012O governador Renato Casagrande está sentindo na pele o sufoco que é negociar com Maria das Graças Foster. Tem suado para convencer a presidente da Petrobras a repassar ao governo capixaba uma participação minoritária na distribuidora de gás do estado – o controle está nas mãos da BR. A conversa é tão dura que Casagrande até já desistiu do pleito de indicar dois diretores para a concessionária.
Acervo RR
Alliance Boots
8/05/2012A Alliance Boots – uma das maiores distribuidoras de medicamentos do mundo, com vendas de US$ 37 bilhões – está a s voltas com sua segunda tentativa de aquisição no Brasil. Após a frustrada investida sobre a Athos Farma, mantém conversas com a distribuidora Genésio A. Mendes (GAM). Procurada, a GAM negou a operação. Mas a fonte do RR conhece bem cada linha da bula da empresa.
Acervo RR
Eletrobras 1
7/05/2012A direção da Eletrobras discute uma proposta na linha do “vai ou racha” para a incorporação da moribunda Celpa. A estatal deverá ficar com a distribuidora sem pagar um só centavo ao Grupo Rede. E o empresário Jorge Queiroz que agradeça aos céus por se ver livre de um passivo superior a R$ 2 bilhões.
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Cavalo de pau
27/04/2012O empresário Claudio Rosa, um dos acionistas e presidente da Kasinski, tem cobrado da Light uma definição quanto a expansão da fábrica de bicicletas elétricas. Qualquer dia desses leva um passa-fora da Cemig, controladora da distribuidora fluminense.
Acervo RR
Copersucar e Al Ghurair capricham na glicose
23/04/2012A parceria entre a Copersucar e o Al Ghurair Group, de Dubai, deverá atingir taxas de glicose ainda mais altas. Sócios na Copa Shipping Company, especializada em afretamento marítimo, os dois grupos costuram a criação de uma nova empresa. O alvo desta vez é o financiamento dos produtores de açúcar e a comercialização do insumo no mercado internacional. Com o acordo, o Al Ghurair pretende garantir suprimento de açúcar bruto para suas refinarias no exterior a preços diferenciados. Já a Copersucar ampliará sua associação com um dos maiores produtores do mundo e aumentará sensivelmente suas exportações. As negociações preveem a assinatura de contratos de longo prazo e quantidades mínimas obrigatórias que o grupo de Dubai comprará da nova distribuidora. Consultada pelo RR, a Copersucar não quis se pronunciar. Um dos objetivos do Al Ghurair Group é criar um hedge contra as oscilações dos preços do açúcar bruto. O grupo terá a garantia de suprimento praticamente a valores fixos. No caso de uma alta expressiva das cotações no longo prazo, a Copersucar pode até ter de engolir algum prejuízo. No entanto, a empresa entrega este melado numa mão, mas tem segundas intenções na outra. Pretende usar o acordo como moeda de troca para convencer o Al Ghurair a investir em etanol no Brasil. Há cerca de dois anos, o grupo chegou a ensaiar a compra de usinas no país, mas as negociações se evaporaram no ar.
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Eletrobras
18/04/2012O presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, recebeu carta branca do Planalto para negociar a compra de distribuidoras de energia privadas. O primeiro nome da lista é o da AES Sul.
Acervo RR
Enel recarrega as baterias da Ampla na Bolsa de Valores
17/04/2012Nada como uma crise europeia para implodir a mais pétrea das estratégias corporativas. Que o diga a Enel. O grupo italiano – que, há pouco mais de um ano, estava irredutível quanto a ideia de vender seus ativos no Brasil – mudou da água para um Sassicaia safra 1985. A ordem na empresa é turbinar suas operações no país, herdadas com a compra do controle da espanhola Endesa. A dieta de engorda começará pela Ampla. Os italianos planejam uma oferta de ações da distribuidora fluminense equivalente a 25% do capital. A ideia é aproveitar a emissão como passaporte para a migração da empresa ao Novo Mercado. Segundo uma fonte ligada a Enel, as chilenas Enersis e Chilectra, donas, respectivamente, de 15% e 10% da Ampla, deverão usar a operação como porta de saída da Ampla. Ambas são controladas pela própria Enel. De acordo com a mesma fonte, a Chilectra Inversud, também subsidiária do grupo, vai transferir sua participação de 21% para os italianos. Com isso, a Enel, que detém outros 47% da Ampla por meio da Endesa Brasil, poderá manter o controle acionário da distribuidora mesmo com a oferta de 25% das ações. Procurada pelo RR, a Enel – por intermédio da Endesa, acionista majoritária da Ampla -negou a oferta de ações. O RR, contudo, apurou junto a uma fonte ligada a Ampla que a estratégia da Enel no Brasil está sendo montada justamente em cima da capitalização da empresa. Com o reforço decorrente da emissão de ações, a companhia se credencia a ser a ponta de lança dos novos investimentos dos italianos no Brasil. Além de reforçar sua operação de distribuição no Rio de Janeiro, a Enel estuda usar a companhia para a compra de participações ou do controle de outras concessionárias de energia. Seus planos passam também pela expansão do seu parque gerador no país, notadamente a partir de PCHs e de outras fontes renováveis.
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Muy amigo
11/04/2012Nos corredores da BR Distribuidora, voltou a se falar na ida do presidente da estatal, José Lima Neto, para a Petrobras. Para o executivo, isso é obra de amigo da onça. O boato já circulou mil vezes e, além do mais, “Graciosa” não o quer por lá.
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Curto-circuito
5/04/2012Na diretoria da Eletrobras, as duras críticas feitas pelo diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, a gestão das distribuidoras elétricas federalizadas caíram como uma bomba. Não faltou que tenha ouvido a voz de Dilma Rousseff por trás das declarações de Hubner. O nº 1 da Aneel é hoje uma das autoridades do setor elétrico mais próximas a presidente da República.
Acervo RR
Informe – RR
30/03/2012Em relação a matéria da edição nº 4.335, a Synthesis esclareceu ao RR que “o prazo contratual previsto para o início do fornecimento de gás a Reduc é o final de abril”. Informou que a compra da Novo Gramacho pela Haztec foisuspensa “pordecisãounânime dos acionistas”. Garantiu ainda que o contrato entre a controlada Confidere e a BR Distribuidora não foi cancelado, e a empresa construirá a nova sede da estatal.
Acervo RR
Platinun Equity
20/03/2012O fundo norte-americano Platinun Equity está se mexendo para comprar participações em distribuidoras de aço no Brasil. No momento, negocia com três empresas.
Acervo RR
Distribuidoras eletrocutam tarifas da Aneel
19/03/2012A Aneel e a Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) estão a s portas de um contencioso. O motivo do fio desencapado é o reajuste das tarifas de energia. As distribuidoras questionam os critérios utilizados pela agência reguladora para o cálculo dos novos valores. O ponto principal de discórdia é o chamado WACC, o custo médio ponderado do capital, base para a fixação da taxa de retorno da concessão. No primeiro ciclo de revisão tarifária, antes de 2007, o índice era de 11,25%. No segundo ciclo, entre 2007 e 2012, caiu para 9,95%. Agora, de acordo com as regras da Aneel, o retorno será de apenas 7,57%. Há ainda outra zona de conflito. Por determinação da agência reguladora, o indicador será definido reajuste por reajuste e não mais no início de cada ciclo. Para a Abradee, a Aneel está rasgando os contratos de concessão e gerando instabilidade jurídica. Estudo feito pela Abradee aponta que o fluxo de caixa das empresas do setor cairá, em média, 25% com as novas regras do cálculo tarifário. A dor no bolso justifica a movimentação feita pela entidade. Além da ação coletiva, as distribuidoras de energia têm feito gestões junto aos ministros Gleisi Hoffmann e Edison Lobão com o objetivo de enfraquecer a posição da Aneel. As empresas argumentam que a agência está extrapolando suas funções. Ao definir o WACC, ainda que de modo indireto, a entidade estaria fazendo política tarifária, uma prerrogativa do governo federal.
Acervo RR
Previ, Petros e cia. poluem os planos da Haztec
16/03/2012Há poluição de mais e ar puro de menos em torno do grupo Synthesis, controlado por Paulo Tupinambá. A trajetória recente da subsidiária Haztec, uma das maiores companhias de gestão ambiental do Brasil, tornou-se uma coleção de insucessos. Após a frustrada tentativa de fusão com a Estre, leia-se BTG Pactual e Wilson Quintella, o novo revés está relacionado a s negociações com a Novo Gramacho Energia Ambiental, uma sociedade entre a própria Synthesis, a família Malucelli, do Paraná, e a paulista Biogás. O consórcio detém o controle da usina de biogás do aterro metropolitano de Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro. Ela é responsável pelo fornecimento de gás extraído do aterro sanitário para a vizinha Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras. Na tentativa de engordar a Haztec, Tupinambá vinha negociando desde o início do ano a transferência do controle da Novo Gramacho para a companhia. O empresário já dava a operação como favas contadas, mas esbarrou em uma muralha formada por Previ, Petros, Funcef e BNDES. O InfraBrasil, que reúne os fundos de pensão e a agência de fomento e é acionista da Haztec, vetou o negócio. Procurada pelo RR, a Haztec informou “desconhecer a notícia”. Os fundos de pensão e o BNDES, que, já há algum tempo, não teriam a melhor das relações com Paulo Tupinambá, querem distância da Novo Gramacho. Eles consideram a usina de Jardim Gramacho um negócio temerário para os acionistas da Haztec. Para eles, já basta a participação indireta no consórcio por conta da própria empresa de gestão ambiental. Há problemas recorrentes no fornecimento de gás para a Petrobras. A quantidade do insumo obtida no aterro sanitário é cerca de 30% inferior ao volume projetado inicialmente, algo em torno de 150 milhões de metros cúbicos por ano. A produção não atende a demanda da Petrobras. Não por acaso, o Novo Gramacho estaria operando no vermelho desde a sua fundação, em 2009. Por conta do suprimento abaixo do esperado, as relações entre o consórcio e a Petrobras estão estremecidas. Maria das Graças Foster, que dirigiu a área de energia e gás da estatal, conhece o problema amiúde e exige uma solução dos acionistas do Novo Gramacho. Aliás, só de ouvir falar no nome da presidente da Petrobras, Tupinambá começa a sua frio. Os dois se conhecem de outros carnavais e o baile acabou muito mal para o empresário. Na época em que comandava a BR Distribuidora, Graça Foster cancelou um contrato com a Confidere, construtora controlada por Tupinambá. A companhia tinha acertado um contrato para erguer a nova sede da BR na Cidade Nova, no Centro do Rio. No entanto, não teria cumprido os prazos acordados e acabou jogada para escanteio por Graça.
Acervo RR
Dívidas da Celpa caem no para-raios da Eletrobras
9/03/2012A interferência do governo no processo de venda do Grupo Rede é mais complexa do que se imagina. Há uma prioridade da prioridade na operação: o destino da Celpa. Segundo uma alta fonte do Ministério de Minas e Energia, antes mesmo de encontrar um comprador para todo o conglomerado, o governo vai se concentrar especificamente na distribuidora paraense, visto como o epicentro da crise financeira da Rede. Esta lâmpada incandescente deverá cair no colo da Eletrobras. Na área de Minas e Energia, o entendimento é que a estatal terá de engolir este batráquio para evitar o mal maior. Há um consenso em Brasília de que a venda do controle do Grupo Rede será praticamente impossível se a Celpa permanecer dentro do embrulho. Existem duas hipóteses sobre a mesa. A mais drástica e óbvia prevê a incorporação integral da Celpa pela Eletrobras. Uma solução menos impactante para o cofre da estatal seria a assunção de apenas 49% das ações. O governo se encarregaria de atrair investidores privados para ficar com o restante das ações – um financiamento do BNDES para a rearrumação da casa seria a isca presa ao anzol. Esta estrutura evitaria a estatização da empresa paraense. No entanto, a própria área técnica de Minas e Energia, responsável pela elaboração deste modelo, considera sua execução extremamente difícil. A Celpa é um problema de altíssima voltagem. Tem dívidas de mais de R$ 2,5 bilhões, para um patrimônio inferior a R$ 800 milhões. A empresa registra sucessivos prejuízos. Entre janeiro e setembro do ano passado, acumulou perdas de quase R$ 160 milhões. A distribuidora está no rodapé do ranking da Aneel, que segue indicadores de desempenho operacional. Há tempos a companhia não recebe investimentos do Grupo Rede. Seja qual for o modelo seguido, a entrada da Eletrobras no capital é vista pelo governo federal como a última cartada para evitar o esfarelamento da empresa, o que poderia colocar em risco até mesmo o abastecimento de energia elétrica no Pará. Aos olhos do Ministério de Minas e Energia, a situação chegou a tal ponto que somente a estatal tem, neste momento, poder e cacife para se sentar com os credores da Celpa e iniciar uma lenta e intrincada renegociação do passivo.
Acervo RR
Gas Natural e Petrobras avançam sobre a Gaspart
6/03/2012É no prédio de número 1 da Plaza del Gás, em Barcelona, que está sendo engendrado um dos principais projetos de expansão no mercado brasileiro de distribuição de gás. As tratativas cruzam o Atlântico e se irradiam também pelo Rio de Janeiro e por Buenos Aires. A Gas Natural e a Petrobras, mais precisamente a Gaspetro, negociam uma parceria para a compra de concessionárias estaduais. As conversas envolvem ainda a argentina Pluspetrol, sócia dos ibéricos na CEG, CEG Rio e Gas Natural Sul. Os espanhóis e a estatal brasileira vão dividir o controle do consórcio. O grupo portenho, por sua vez, ficará com uma participação minoritária, provavelmente não superior a 20%. Gas Natural e Petrobras já têm duas operações na mira. A dupla vem mantendo conversações com a Mitsui para a compra da Gaspart, presente no capital de sete concessionárias estatais – na maioria delas em sociedade com a própria Gaspetro. Não obstante a Petrobras ampliar o seu latifúndio de participações no setor, o negócio interessa mais aos espanhóis do que a própria estatal. Ao entrar nas sete distribuidoras, mesmo que como minoritária, a Gas Natural entende que ficará em uma posição privilegiada na eventual privatização de uma destas empresas. É o caso justamente da SCGás, o outro alvo do consórcio. A distribuidora catarinense deverá ser privatizada ainda neste ano. O acordo é uma simbiose perfeita dos interesses estratégicos da Gas Natural, Petrobras e Pluspetrol. Premida pela crise econômica espanhola, o grupo ibérico considera a expansão no Brasil absolutamente fundamental para compensar as baixas taxas de crescimento em sua terra natal. Já presente nos dois maiores estados do país, a Gas Natural pretende se consolidar como uma distribuidora de porte nacional. Do lado da Petrobras, a parceria também vem a calhar. Com os recentes cortes em seu plano de investimentos, a estatal viu-se obrigada a reduzir os aportes no setor. Já a Pluspetrol, peixinho miúdo, terá a chance de navegar ao lado de espécies mais graúdas por mares que ela jamais singraria sozinha.
Acervo RR
Ação de Graças
2/03/2012De acordo com uma fonte próxima a Tarso Genro, o governador está negociando com Graça Foster o apoio da Petrobras a abertura de capital da Sulgás. Com o IPO, a estimativa é que a participação da Petrobras na distribuidora gaúcha caia de 49% para aproximadamente 24%. Procurada, a Sulgás negou o IPO. A Petrobras, por sua vez, não quis se pronunciar.
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Metamorfose
17/02/2012A iminente entrada da Cemig no capital da Gas Brasiliano terá um segundo round. O acordo prevê o IPO da distribuidora de gás em 2012.
Acervo RR
Gás da discórdia
15/02/2012A Compagás, distribuidora de gás do Paraná, está batendo de frente com a Petrobras. Alega que a estatal não atendeu ao seu pleito de ampliação do fornecimento de gás natural boliviano. As reclamações da diretoria da Compagás são ouvidas pela diretoria da Petrobras como o zumbido de um mosquito.
Acervo RR
Aneel se enforca com seu próprio fio desencapado
15/02/2012O diretor-geral da Aneel, Nelson Ha¼bner, já está sendo chamado em Brasília de “Ildo Sauer do setor elétrico”. Em uma atitude voluntarista e quase camicase, Ha¼bner articula uma mudança regulatória que, a um só tempo, eletrocuta os interesses do governo e dos principais investidores da área de energia, tanto públicos quanto privados. A Aneel iniciou estudos para rever os critérios e os limites de concentração de mercado das distribuidoras do setor. Na avaliação de Ha¼bner, as regras fixadas há mais de dez anos no auge das privatizações caducaram diante das operações de fusão e aquisição realizadas ao longo desse período. Mas o diretor da Aneel mira mesmo o futuro. Aos seus olhos, o “anacronismo regulatório” tende a se acentuar com a nova onda de consolidação esperada para a área de energia. O RR apurou junto a uma alta fonte da Aneel que Ha¼bner pretende manter a subdivisão geográfica para efeito de cálculo de concentração – são dois submercados: Norte/Nordeste e Sul/Sudeste/Centro-Oeste. Sua principal proposta de mudança está relacionada aos critérios para contabilizar o peso dos players no setor. Hoje, este cálculo é feito com base nos consórcios controladores de cada distribuidora ou geradora. Ha¼bner considera que esta conta deve ser individualizada. Ou seja: levar em consideração a participação isolada de cada investidor em diferentes empresas, independentemente da composição do restante do bloco de controle. Pelas novas normas, somando todas as suas participações, um mesmo investidor não poderia ter mais do que 35% da distribuição de energia no Norte/ Nordeste ou 25% no Sul/ Sudeste/Centro-Oeste. A disposição de Ha¼bner é evitar que um só player, mesmo que associado a diferentes parceiros, tenha uma excessiva presença em distribuidoras de um mesmo submercado, o que aumentaria seu poder de arbitragem na tarifa da energia e, consequentemente, reduziria o nível de competitividade no setor. A atitude de Nelson Ha¼bner pode até estar eivada de boas intenções. Defesa da competitividade e estímulo a reduções das tarifas são bandeiras quase que inatacáveis. No entanto, Ha¼bner parece ter acionado uma bomba-relógio no seu próprio colo. Sua posição vai frontalmente contra o que pensam e querem o governo e, por extensão, BNDES e Previ. Há tempos que o fundo de pensão e a agência de fomento trabalham a favor da consolidação do setor em nome da criação de uma grande distribuidora de energia de controle nacional. Entre os investidores privados, também não faltarão interessados em dar uma descarga elétrica de mil volts no diretor da Aneel. A proposta de Ha¼bner seria um estorvo a possibilidade de grandes operações de fusão e aquisição. Além disso, contraria uma tendência mundial de consolidação do setor elétrico nas mãos de poucos grupos. Pelo andar da carruagem, é mais fácil o Planalto regular a agência reguladora, enquadrar Ha¼bner e incinerar a proposta de mudança das regras ainda no papel.
Acervo RR
Empurrão na Shell
10/02/2012A British Gas (BG) está tentando aproveitar a migração da Comgás ao Novo Mercado para empurrar a Shell porta fora da empresa. Os desentendimentos entre os dois grupos na gestão da distribuidora seriam cada vez mais ruidosos. A Shell é o lado fraco da corda. Tem apenas 6% da companhia.
Acervo RR
Celpa é o fardo na venda do Grupo Rede
3/02/2012A Celpa, uma das empresas do Grupo Rede, está se revelando um estorvo para a venda do conglomerado do setor elétrico, controlado por Jorge Queiroz de Moraes Junior. Alguns dos candidatos já propuseram simplesmente tirar a distribuidora paraense do pacote de ativos sob negociação. Seria o caso da chinesa State Grid. Há quem aceite levar, mas não queira pagar. Um grande grupo do setor elétrico propôs uma expressiva redução do valuation total da Rede como contrapartida a incorporação da Celpa. A justificativa é a elevada dívida da empresa, em torno de R$ 1,5 bilhão. Esta cifra é o equivalente a quase um terço do passivo total do Grupo Rede. Em termos de faturamento, o peso da Celpa é menor. Equivale a 20% do volume. A performance da Celpa também não ajuda nos esforços de venda do Grupo Rede. Informações filtradas junto a companhia indicam que a empresa deve fechar 2011 com prejuízo superior a R$ 200 milhões. Entre janeiro e setembro do ano passado, as perdas foram de R$ 160 milhões, um aumento de quase 60% na comparação com o mesmo período em 2010.
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BR Distribuidora
2/02/2012Em meio ao “sai, não sai” de seu presidente, José Lima de Andrade Neto, a BR está recalculando, para cima, o plano de investimentos de 2012. Inicialmente previsto para R$ 1,3 bilhão, o valor deve ser esticado para R$ 1,6 bilhão. O acréscimo será integralmente destinado a expansão da rede de postos.
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Eletrobras
26/01/2012A Eletrobras terá de carregar o pesado fardo da Celg por um bom tempo. Na diretoria da estatal, o consenso é de que serão necessários mais cinco anos para arrumar as finanças da distribuidora goiana. Isso mesmo com o iminente aporte de R$ 3,5 bilhões que será feito pelo BNDES e pela CEF.
Acervo RR
Vicunha
24/01/2012A Vicunha Têxtil adiou o projeto de abertura de uma distribuidora em Moscou. Por ora, o Leste Europeu continuará a ser atendido pelo escritório da empresa na Suíça. Com a decisão, os Steinbruch economizam os cerca de 60 milhões de euros que seriam usados na montagem da estrutura na Rússia.
Acervo RR
Lubrificante
20/01/2012Premida pela concorrência cada vez mais acirrada no setor, notadamente com a Chevron, a BR Distribuidora vai investir cerca de R$ 100 milhões para ampliar a produção de sua fábrica de lubrificantes em Duque de Caxias .
Acervo RR
Brasil Supply corre o risco de uma diáspora societária
5/01/2012O futuro da Brasil Supply virou pelo avesso. Nove meses após entregar ao BTG Pactual um mandato para a venda de parte do seu capital, a empresa ainda não encontrou um novo acionista. Pelo contrário. No momento, está a s voltas com um iminente processo de deserção societária, algo que não fazia parte do script original – mesmo com a expectativa da chegada de um novo investidor, todos os acionistas tinham um acordo informal para permanecer na companhia. O risco de diáspora começa justamente pelo controlador. A Cotia Trading, dona de 60% das ações, estuda reduzir ou até se desfazer integralmente de sua participação. A Cepemar, que atua na área ambiental, também estaria interessada em vender seu naco, de 20%. O mesmo vale para a empresa de engenharia GS, dona de 10%. A rigor, apenas um sócio se mantém distante da porta de saída: a BR Distribuidora, que detém 10% da empresa, focada no suprimento de soluções para o setor de exploração e produção. A possível fuga em massa de sócios está diretamente relacionada ao alto custo de investimento da Brasil Supply. Não é de hoje que Cotia, Cepemar e GS têm demonstrado inapetência em dividir a conta do plano estratégico da empresa, que exigirá aportes de quase R$ 6 bilhões nos próximos dois anos. A dificuldade em encontrar um novo sócio para compartilhar a assinatura do cheque só fez crescer o descontentamento do trio. Até porque, dentro da própria empresa a percepção é de que o breakeven só será alcançado em sete anos, e não mais em cinco, como inicialmente projetado. A BR Distribuidora – que, não obstante a participação minoritária, é, pelas razões óbvias, um sócio com grande poder de influência na Brasil Supply – vestiu um duplo uniforme. Ora, tem se fardado de bombeiro com o objetivo de debelar as chamas societárias e convencer seus três sócios a permanecer na companhia, ainda que com fatias menores; ora, se traja de adviser e tenta fazer o trabalho que, até agora, o BTG não conseguiu. A BR saiu a campo em busca de um sócio para a Brasil Supply. Entre outras empresas, tem conversado com a Shell. O objetivo é convencê- la a comprar parte das ações da Cotia. Procurada pelo RR, a BR negou as gestões com a Shell. Por sua vez, o grupo anglo-holandês não quis se pronunciar. Já a Cotia não retornou até o fechamento desta edição.
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Inepar
21/12/2011Atilano Oms Sobrinho está atirando para tudo que é lado na tentativa de vender a participação de 16% da Inepar na distribuidora matogrossense Cemat. Entre outros, já bateu na porta da Previ e da Iberdrola.
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Alta voltagem
14/12/2011Surgiu mais um fio desencapado na elétrica polêmica sobre a renovação das licenças de geradoras e distribuidoras que vencem em 2015. O impasse diz respeito ao valor da indenização caso as concessões não sejam estendidas. A Aneel já anunciou publicamente a cifra de R$ 47 bilhões. Não que o governo queira morrer nesta grana, mas, nos cálculos do Ministério de Minas e Energia, o valor não passa dos R$ 30 bilhões. Tem tudo para acabar na Justiça.
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Eletrobras
5/12/2011A Eletrobras já dá como favas contadas a compra de 20% da EDP, o que a tornará a maior acionista individual da empresa. A direção da estatal, a começar pelo presidente, José da Costa Neto, passou a última semana discutindo propostas para a reestruturação das operações da EDP no Brasil. Entre as medidas mais contundentes, a demissão de toda a diretoria e a compra de distribuidoras estaduais.
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BR Distribuidora
2/12/2011Recomeçou o tiroteio contra o presidente da BR Distribuidora, José Lima de Andrade Neto. Nos corredores da estatal, o discurso comum é que o executivo, apesar das suas sete vidas, não emplaca 2012 no cargo.
Acervo RR
Cemig e Light são fios a unir Aécio e Cabral
21/11/2011Cemig e Light tornaram-se os elos para uma elétrica coalizão político-societária. De um lado, Aécio Neves; do outro, Sergio Cabral. A distribuidora mineira está preparando o terreno para incorporar a empresa fluminense, sua controlada. Para todos os efeitos, o projeto de fusão leva a assinatura do atual governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia. No entanto, do lado das alterosas, o real protagonista deste enredo é seu antecessor, Aécio Neves, que, aos olhos do mercado, continua a deter o mando dentro e fora do campo na Cemig. O governo mineiro certamente tem um rosário de razões econômico-financeiras para promover a fusão entre as duas empresas – ganhos fiscais, aumento de escala, enxugamento administrativo, entre outras vantagens de praxe. No entanto, a incorporação da Light talvez tenha maior impacto no tabuleiro político do que em termos de gestão das duas distribuidoras, que, de certa forma, já obedece a um sistema nervoso central. A operação colocaria lado a lado Aécio e Cabral, não obstante os diferentes distintivos partidários, uma dobradinha eleitoral de respeito, seja para 2014 ou, quiçá, 2018 – afinal, ambos têm o tempo e a idade a seu favor. No fiel da balança, existe um notório desequilíbrio entre os dois. No que diz respeito aos desígnios da Cemig, Aécio tem tudo numa mão e mais um pouco na outra. Já Sergio Cabral leva quase nada nas duas. O governo do Rio nem sequer é mais acionista da Light. Ainda assim, não se pode desprezar o poder de barganha de Cabral. Não obstante a privilegiada posição da Cemig como acionista majoritária, difícil imaginar que o governo mineiro junte os fios das duas empresas de costas para os interesses do mandatário fluminense. É o tipo da operação cujo êxito, em todos os sentidos, está vinculado a uma bem azeitada composição política. Até porque é de se esperar que o governador do Rio terá, ainda que simbolicamente, algum tipo de ascendência sobre as operações da companhia no estado. Ou seja: é praticamente impossível dissociar a fusão entre Cemig e Light da fusão entre Aécio e Cabral. Em tempo: é importante enfatizar que toda esta operação conta com a simpatia de um personagem-chave. Acionista da Cemig, Sergio Andrade, que já é unha e carne de Aécio, passaria a ter no seu time não apenas um, mas dois fortes líderes políticos, bons de voto e potenciais candidatos a Presidência da República. Independentemente desta costura política e do ponto futuro onde Aécio Neves e Sergio Cabral poderão se encontrar, no dia a dia da Cemig e da Light o processo de fusão já começou. Ao menos no que diz respeito a gestão da distribuidora fluminense. Desde que foi vendida a estatal mineira, como era de se esperar, a Light perdeu muito da sua autonomia administrativa. Ainda assim, o presidente da empresa, Jerson Kelman, conseguiu manter um certo raio de ação. Nos últimos meses, no entanto, Kelman se tornou um executivo engessado. Não consegue avançar mais um milímetro sem a anuência do presidente da Cemig, Djalma Moraes. O processo de fritura parece incontornável. Segundo uma fonte de mil megawatts da própria Cemig, o governo mineiro já traçou o destino de Jerson Kelman. A intenção é tirá-lo do cargo no início de 2012. Ele será substituído por um executivo de menor expressão, que atuará como uma espécie de gerente-geral da Light. Será uma gestão de transição já com vistas a fusão.
Acervo RR
Compagas é o ponto de partida da Sumitomo na distribuição de gás
10/11/2011A mais do que decantada privatização da Compagas está ganhando ingredientes novos para finalmente sair do papel. A Sumitomo procurou o governo do Paraná para informar que topa disputar o controle acionário da distribuidora de gás do estado. O plano da companhia japonesa é arrematar os 51% das ações pertencentes a Copel, a distribuidora de energia elétrica do estado. A Petrobras e a Mitsui ficariam com o restante. A companhia nipônica sabe que é inevitável haver o leilão de privatiza ção, quando ninguém sabe. Aposta, contudo, que a demonstração explícita de interesse no negócio incentivará o governo do estado a acelerar o processo, estimado muito preliminarmente para meados do ano que vem. Paralelamente, a Sumitomo negocia com a Gaspetro – a empresa da Petrobras detentora de um quarto do capital da Compagas – a formação de um consórcio para disputar o leilão. A estatal já topou o acordo, mas ainda falta acertar a composição do consórcio, já que a Gaspetro ainda reluta em ser minoritária dos japoneses. O receio da Petrobras é abrir espaço para que a Sumitomo cresça no mercado de distribuição de gás natural a s suas custas. Além disso, a Gaspetro pretende comprar a Gaspart, que é o veículo da Mitsui para o mercado de distribuição de gás natural e que detém um quarto do capital da Compagas. Alcançaria assim, de imediato, 49% do capital da Compagas. Para a estatal, a privatização da distribuidora de gás é uma questão de tempo. A Copel tem sentido cada vez mais o peso de ter que investir na Compagas e ao mesmo tempo necessitar de capital para o seu negócio de geração e distribuição de energia elétrica. A empresa tem deixado claro para o governo do estado o interesse em pular fora da Compagas até o ano que vem. Não pretende sequer esperar pela conclusão da venda da Gaspart para a Petrobras. A Copel aposta que o início do processo de privatização vai facilitar as tratativas entre a Mitsui e a estatal brasileira. Falar é fácil, mas fazer não é tão simples assim. De qualquer forma, a Mitsui deverá ser carta fora do baralho. Os nipônicos não têm como resistir ao assédio da Petrobras.
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Tapas e beijos
10/11/2011A Comgás está cortando um dobrado para renegociar com a Petrobras o contrato de fornecimento de gás que vence em 2012. A distribuidora paulista pretende mudar a modalidade de -firme flexível-, no qual a estatal pode interromper o fornecimento, para -firme-, mas até agora só recebeu promessas. Há quem veja no corpo mole da Petrobras uma vontade louca de ser sócia da Comgás.
Acervo RR
Petrobras encosta Mitsui contra a parede na compra da Gaspart
1/11/2011A Petrobras pega, mata e come, feito carcará. Que o diga a Mitsui. A estatal abriu negociações para a compra da Gaspart, holding controlada pela trading com participação em sete concessionárias estaduais de gás – Algás (Alagoas), Bahiagás, Compagás (Paraná), Copergás (Pernambuco), PBgás (Paraíba), SCgás (Santa Catarina) e Sergás (Sergipe). Negociação talvez não o seja o termo mais apropriado. A Petrobras está usando de todo o seu poder para triturar os japoneses, levá-los a exaustão e fechar a operação ao seu gosto. Inicialmente, a Mitsui pretendia vender, no máximo, 60% da Gaspart e permanecer com um pied a terre no mercado brasileiro. No entanto, no que depender da Petrobras, vai ficar só na vontade. A estatal não tem qualquer interesse em adquirir apenas uma porção da participação dos japoneses. É tudo ou nada. Deve vencer a parada como e quando quiser. A Petrobras tem a faca e o queijo na mão para enconstar a Mitsui contra a parede. A operação é feita sob medida para a estatal. Difícil imaginar que um grupo do setor esteja interessado em comprar participações minoritárias em sete distribuidoras de gás e, em todas elas, ficar imprensado entre a Petrobras e os respectivos governos estaduais. Ou seja: tirando a própria estatal, que aumentaria significativamente sua presença em todas as distribuidoras, nenhum outro grupo terá poder suficiente para se sentar a mesa e falar de igual para igual com os governos, controladores das sete distribuidoras. Resumo deste teatro de kabuki: ou a Mitsui aceita as condições impostas pela estatal ou vai suar para vender a Gaspart. De acordo com uma fonte ligada a Mitsui, as participações do grupo nas sete concessionárias estão avaliadas em torno dos US$ 300 milhões. A decisão de venda está vinculada a uma reviravolta estratégica no Brasil. Desde a compra da Gaspart, os japoneses passaram a alimentar o projeto de entrar no capital de outras distribuidoras, notadamente em grandes centros do país, e criar um cinturão de participações com maior peso no setor. No entanto, os japoneses não ampliaram sua influência nem -dentro de casa-. Jamais conseguiram atingir o grau de poder desejado nas distribuidoras penduradas no cabide da Gaspart.
Acervo RR
Mais gás para a Queiroz Galvão
31/10/2011O empresário Antonio de Queiroz Galvão tem pensado em energia 24 horas por minuto. O presidente do Conselho de Administração da Queiroz Galvão a“leo e Gás (QGOG) está debruçado sobre a estratégia de verticalização das operações da empresa no setor. O projeto passa pela criação de uma distribuidora e comercializadora de gás, que ficará pendurada na QGOG. Ao menos em um primeiro momento, os Queiroz Galvão permanecerão com 100% da subsidiária. No entanto, a intenção da família é promover o IPO da empresa e vender até 49% do capital assim que as nuvens que cobrem as bolsas mundiais começarem a se dissipar. Inicialmente, a nova subsidiária ficará focada na venda de gás, inclusive para o exterior. Trata-se apenas de um aquecimento. A intenção dos Queiroz Galvão é utilizar a subsidiária da QGOG na compra de participações em distribuidoras estaduais de gás. Ao fincar sua bandeira no capital das concessionárias, a Queiroz Galvão espera gerar mercado cativo para a venda do próprio gás produzido em seus blocos de exploração e produção. O principal deles é o de Manati, na Bacia de Camamu (BA), que já atingiu vazão de seis milhões de metros cúbicos por dia.
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Pré-venda
12/09/2011Marcelo Alecrim, controlador da Ale, está tentando de todas as formas comprar os 23,5% da empresa em poder do fundo Darby. Ressalte-se que a gestora de recursos tem uma opção de venda da sua participação que só vence em 2012. Diante da ansiedade de Alecrim, os norte-americanos desconfiam que debaixo deste angu tem um caroço que pode se chamar Ultra, Cosan ou BR Distribuidora.
Acervo RR
Enel liga sua tomada no Grupo Rede e na Escelsa
9/09/2011O Grupo Enel, dono da Endesa, pretende dissipar de uma vez por todas as insistentes especulações de que está prestes a deixar o Brasil. Os italianos vão anunciar em breve um programa de investimentos de aproximadamente US$ 2 bilhões no país. Os planos envolvem a construção de PHCs e a participação nos grandes projetos de geração hidrelétrica na Amazônia, a começar pelas usinas do Rio Tapajós, a grande licitação do setor prevista para o próximo ano. No entanto, a maior parte dos recursos está reservada para aquisições no Brasil. Um dos alvos é a Escelsa, controlada pela portuguesa EDP, que tem dado mostras da intenção de se desfazer da companhia – ver RR edição nº 4.198. Os italianos vislumbram ganhos de sinergia por conta da localização geográfica da concessionária. A empresa capixaba opera em áreas contíguas a s da Ampla, distribuidora controlada pela Enel que atua em todo o Norte fluminense. A associação entre ambas daria origem a uma concessionária com mais de 3,5 milhões de clientes e faturamento anual em torno de R$ 3,8 bilhões. Não obstante sua relativa importância estratégica, a Escelsa é vista pela Enel apenas como o antipasto. No cardápio de aquisições dos italianos, o prato principal é o Grupo Rede. A compra da empresa de Jorge Queiroz de Moraes Junior alçaria a Enel/Endesa a um novo patamar no país. Dona da Ampla e da Coelce, a companhia incorporaria nove distribuidoras e uma geradora, com faturamento somado da ordem de R$ 10 bilhões e quase cinco milhões de clientes atendidos. Entraria em sete novos estados e ainda herdaria uma rede de transmissão de mais de 15 mil quilômetros. Em contrapartida, como não existe almoço grátis, a Enel será obrigada a engolir um passivo de longo prazo de quase R$ 2 bilhões para um patrimônio líquido de R$ 1,3 bilhão. Não foi por falta de tentativa que a Enel deixou de vender seus ativos no país. As negociações mais avançadas foram travadas com a Cemig. No ano passado, o então governador Aécio Neves chegou a ir a Itália duas vezes para se reunir com o board do grupo. O destino acabou escrevendo certo por linhas tortas. É provável que hoje os italianos estivessem com uma enorme dor de cotovelo caso tivessem consumado a venda da Coelce e da Ampla. Com a crise europeia, a operação brasileira ganhou mais voltagem. Vem apresentando taxas de rentabilidade superiores a s empresas do grupo no Velho Continente. Neste ano, a receita no Brasil deve crescer 20%. Na Europa, dificilmente o aumento passará dos 5%.
Acervo RR
Escelsa é uma bolinha sem rumo nas mãos da EDP
29/08/2011A Escelsa se tornou uma bola de pingue-pongue. A distribuidora de energia do Espírito Santo pula de um lado para o outro da mesa, batida e rebatida por seu próprio controlador, a EDP, que não se decide sobre o futuro da companhia. Nos últimos dois meses, houve duas reuniões entre executivos da estatal portuguesa e dirigentes da empresa capixaba para tratar do porvir da concessionária. No entanto, em vez de dissipar as nuvens que cercam a Escelsa, as conversas só aumentaram ainda mais a cerração. De acordo com uma alta fonte da distribuidora do Espírito Santo, uma parcela dos acionistas da EDP defende a venda imediata da companhia. Parte dos recursos amealhados no negócio seria investida na expansão do parque gerador do grupo no Brasil. O raciocínio é que esta operação valorizaria ainda mais o passe da EDP, justo no momento em que o governo português prepara o terreno para a venda de uma fatia do seu capital. No entanto, uma tropa de sócios minoritários da estatal, entre os quais se incluiria o Grupo Espírito Santo e a espanhola Iberdrola, dá suas raquetadas na direção contrária. Faz pressão para que a EDP não apenas permaneça com o controle da Escelsa como mantenha os investimentos na empresa. Rechaçada de um canto para o outro, a Escelsa sofre com a ambiguidade da EDP. Nos últimos meses, os aportes na empresa teriam sido significativamente reduzidos, seja em razão da crise econômica que assola Portugal, seja até mesmo por conta de uma disputa doméstica. Historicamente, a estatal lusa sempre deu prioridade a distribuidora paulista Bandeirante, seu maior negócio no país. Imaginem agora, com as notórias dificuldades em levantar recursos. A estiagem já estaria, inclusive, causando um mal-estar entre a EDP e o governo do Espírito Santo por conta do descumprimento de investimentos previstos no plano estratégico da companhia. Enquanto isso, a Escelsa entrou em estado de hibernação, com consequências diretas sobre seus resultados. No primeiro semestre deste ano, seu faturamento, de R$ 787 milhões, ficou praticamente estagnado em relação a igual período de 2010. Já o lucro caiu de R$ 106 milhões para R$ 90 milhões.
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Gas Natural
18/08/2011A espanhola Gas Natural retomou o projeto de fusão da CEG e da CEG Rio. Já iniciou as tratativas com a Petrobras e o BNDES, sócios das distribuidoras.
Acervo RR
Alesat
15/08/2011Das duas uma: ou a Alesat é um dos ativos mais cobiçados da República ou seus controladores blefam como se estivessem em uma mesa de pôquer. Marcelo Alecrim, um dos principais acionistas da empresa, tem dito a interlocutores próximos que recebeu uma oferta da GP. A lista de candidatos a compra da Alesat reúne ainda Ultra, Cosan e BR Distribuidora.
Acervo RR
Um conflito de classes divide o mercado de valores
9/08/2011A Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (Ancord) transformouse em uma espécie de partido bolchevique das entidades representativas do mercado de capitais. Uma tropa de elite formada por corretoras independentes associadas a Ancord abriu fogo contra o comando da instituição, notadamente o presidente do Conselho de Administração, Manoel Felix Cintra Neto. O grupo de insurretos cobra do banqueiro uma posição mais firme na defesa dos interesses das instituições de mercado não vinculadas a grandes bancos. Há uma pressão para que Manoel Felix, ex-BM&F e um dos principais acionistas do Banco Indusval, use seu prestígio para negociar com o governo medidas capazes de evitar a inanição das corretoras de pequeno e médio portes, que têm perdido cada vez mais terreno para os grandes conglomerados financeiros. O alvo principal são os fundos de pensão. Hoje quase 80% das aplicações em renda variável das grandes fundações de ligadas a estatais estariam nas mãos dos 20 maiores bancos e corretoras do país. Procurada pelo RR – Negócio & Finanças, a Ancord negou qualquer divergência entre os associados em relação a esta questão. O conflito de classes entre peixes graúdos e espécies menores do mercado de valores descortinou um racha dentro da Ancord. As corretoras independentes gritam que -unidas, jamais serão vencidas- e exigem forte mobilização política da entidade junto a Fazenda e ao Banco Central. Alegam que o mercado financeiro está prestes a assistir a um inexorável processo de asfixia das pequenas e médias gestoras de valores, cuja consequência será a venda destas instituições na bacia das almas ou o fechamento em série de diversas empresas. Usam como principal bandeira a redução dos postos de trabalho no setor. Há estimativas de que nos últimos dois anos o contingente de corretores de valores demitidos cresceu 20%. Na visão das corretoras insurgentes, Manoel Felix teria decidido lavar as mãos para não se desgastar junto ao governo e aos grandes conglomerados financeiros que integram a Associação. Entre seus oponentes, o banqueiro carrega a fama de ter transformado a Ancord em um apêndice da BM&F Bovespa, a qual estaria hoje politicamente subordinada. Os grandes bancos acham que a batalha anunciada é igual a das Malvinas, que acabou tão logo começou. O saldo final seria os corretores sobreviventes se isolando e um gulag financeiro menor do que Niterói.
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Gas Natural
8/08/2011A Petrobras fez escola. A Gas Natural pretende montar uma rede de fibra óptica aproveitando-se dos dutos das suas distribuidoras no Rio e em São Paulo. O passo seguinte será a associação com empresas de telefonia.
Acervo RR
AES pede ao BNDES um troco para deixar a Brasiliana
8/08/2011Em sua recente visita ao Brasil, o vice-presidente mundial da AES, Andres Gluski, bateu a porta do BNDES com a proposta de um troca-troca societário que colocaria um ponto final em um dos mais longos imbroglios do setor elétrico. Segundo uma alta fonte da agência de fomento, o grupo está disposto a vender para o banco a sua participação de 50,01% na Brasiliana, controladora da Eletropaulo ? o restante das ações pertence ao próprio BNDES. Gluski teria afirmado que o grupo está revendo seus negócios no exterior e a saída da Brasiliana é tratada como um movimento-chave para a redução da exposure internacional. Em contrapartida, a AES contaria com o apoio do banco para seguir investindo no Brasil, só que, desta vez, apenas na área de geração. No alvo, hidrelétricas, usinas eólicas e solares. De acordo com a mesma fonte, o banco deverá entrar no negócio com dois chapéus: como financiador e como sócio dos projetos. No alto-comando do BNDES, todo e qualquer movimento do grupo norteamericano é visto com enorme dose de desconfiança e ceticismo. Dentro do banco, há quem diga que a AES não negocia, mas, sim, joga pôquer. O BNDES sabe bem onde lhe aperta o calo. O relacionamento com a multinacional é uma longa história de blefes e dissimulações. A própria passagem de Gluski pelo Brasil causou enorme estranheza. Ao mesmo tempo em que negociava com o BNDES, Gluski fazia um tour pela mídia negando qualquer intenção da AES de sair da Brasiliana. Incredulidades a parte, o fato é que a proposta trazida por Andres Glusky foi vista com bons olhos dentro do banco. A operação representaria o fim do impasse societário em torno da Brasiliana, resultado da postura dúbia da própria AES, que nunca foi muito clara em relação a seus planos futuros na empresa. De quebra, o governo ainda contaria com a garantia de novos investimentos em geração. Mas tudo isso é peanut se comparado ao maior benefício que será gerado com a saída da AES da holding. A operação permitiria ao governo rearrumar várias peças no tabuleiro do setor elétrico e deslanchar o tão ambicionado projeto de criação de uma grande empresa nacional de energia. O caminho ficaria aberto para uma fusão entre a Eletropaulo e a CPFL, operação que teria como dínamos o próprio BNDES e a Previ. A associação daria origem a uma distribuidora com cerca de 25 milhões de clientes, atuação em mais de 600 municípios e faturamento superior a R$ 22 bilhões por ano.
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Cadeira elétrica
4/08/2011As distribuidoras de energia elétrica apontam seus canhões na direção de Nelson Ha¼bner, nº 1 da Aneel. Têm feito pressão em Brasília na tentativa de eletrocutálo do cargo. Uma das empresas mais exaltadas seria a AES. O motivo é a cruzada de Ha¼bner com o objetivo de apertar a fiscalização a estas companhias. Entre outras medidas, o executivo vai contratar uma auditoria independente para auxiliar a agência reguladora neste trabalho.
Acervo RR
Morte em capítulos
26/07/2011A Votorantim Novos Negócios colocou a venda suas participações na Nitro Química, fabricante de nitrocelulose, e na distribuidora de medicamentos Moksha8. É mais um capítulo da lenta agonia do braço de venture capital dos Ermírio de Moraes, que deve encerrar a operação neste ano.
Acervo RR
Gás perde fôlego no novo orçamento da Petrobras
20/07/2011Em meio a expectativa por mudanças em seu alto-comando, a Petrobras está promovendo seu ajuste orçamentário. Com o objetivo de captar recursos e compensar parte da navalhada em seu programa de investimentos para 2011-2015, a estatal vai reduzir sua exposure em algumas operações. Não por acaso, o epicentro deste processo é a diretoria de energia e gás, nãos mãos de Maria das Graças Foster, ?Dilmete? de carteirinha e nome cotado para assumir a presidência da estatal em substituição a José Sergio Gabrielli. A companhia vai diminuir suas participações acionárias em distribuidoras estaduais, quase todas mantidas por intermédio da subsidiária Gaspetro. A empresa está no capital de 18 das 24 concessionárias do país. A política de extensão dos tentáculos no setor adotada nos últimos 10 anos continua sendo vista como estratégica pela estatal, sobretudo para assegurar mercado para o gás produzido pela própria companhia. No entanto, a direção da Petrobras entende que é possível abrir mão de alguns anéis e, ainda assim, manter uma posição hegemônica no segmento, sem prejudicar a venda do produto. Além da soma amealhada diretamente com a negociação de uma parcela das suas ações nas distribuidoras estaduais, a companhia calcula que ainda poderá alcançar uma economia superior a R$ 1 bilhão em decorrência da redução de aportes nestas empresas. Nos últimos dois meses, a diretoria de energia e gás mapeou os ativos nos quais a estatal deverá reduzir sua fatia societária. A primeira da lista é a Gas Brasiliano, recém-comprada pela Petrobras. A companhia adquiriu 100% das ações da distribuidora paulista, mas não tem interesse em permanecer solitária no capital. A SCGás, de Santa Catarina, a Sergás, de Sergipe, e a Copergás, do Paraná, também vão entrar nesta roleta. Em todas elas, a Petrobras tem uma participação de aproximadamente 41%. A estatal já teria oferecido parte de suas ações para a Mitsui, sócia das três distribuidoras por meio da Gaspart. No entanto, o mais provável é que ocorra uma operação triangular. A trading japonesa está tentando atrair a conterrânea Sumitomo para o capital destas empresas, com a aquisição de um naco das ações em poder da Petrobras. Outro caso em que a estatal tem uma exposição considerada excessiva é o da Potigás (RN), da qual controla 83%. Na contramão, algumas das participações são tratadas na Petrobras como algo quase canônico e, portanto, imutável. Os dois maiores exemplos são as fatias na Ceg (25,3%) e na Ceg Rio (33,75%), que estão entre as cinco maiores distribuidoras de gás do país. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas, para levar o projeto adiante, o presidente da Petrobras ? seja José Sergio Gabrielli, seja Maria das Graças Foster ? terá de contornar algumas balizas políticas em seu caminho. É o caso da Bahia. Na mão contrária dos planos da estatal, o governador petista Jacques Wagner tem feito forte pressão para que a companhia aumente seus investimentos na BahiaGás, da qual detém 24,5%. Cobrança semelhante vem do Sul. Outro petista histórico, Tarso Genro também tem se movimentado em Brasília não apenas para evitar qualquer tentativa da Petrobras de reduzir sua participação na Sulgás, mas também para arrancar do governo federal a garantia de novos aportes na concessionária.
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AleSat
6/07/2011A disputa pela AleSat inflamou de vez. Além do Grupo Ultra e da Raízen, leia-se Cosan e Shell, a Petrobras Distribuidora entrou no páreo para comprar a rede de postos.
Acervo RR
Petrobras Distribuidora não escapa da dança das cadeiras
15/06/2011A reunião do Conselho de Administração da Petrobras Distribuidora (BR), prevista para a próxima sexta- feira, vai marcar uma dança das cadeiras na gestão da estatal. As mudanças devem começar pelo cargo máximo da companhia. O atual presidente, José Lima de Andrade Neto, está com os dias contados. O nome mais forte para suceder-lhe é o de Nestor Cerveró, que hoje ocupa a diretoria financeira da companhia. A indicação de Cerveró tem a assinatura do senador Delcídio do Amaral, petista com notória influência no Sistema Petrobras. Delcídio, que ocupou a diretoria de Gás e Energia da holding no governo Fernando Henrique Cardoso, aumentou ainda mais o seu poder na era Lula. No primeiro mandato do ex-presidente, foi responsável pela nomeação do próprio Cerveró para a diretoria da área internacional da Petrobras. Na ocasião, o senador conseguiu também emplacar mais dois apadrinhados políticos na equipe de Cerveró. Com a iminente ida de Nestor Cerveró para a presidência, a cobiçada diretoria financeira da BR será entregue a um nome indicado diretamente pelo PT ou egresso das fileiras da própria Petrobras, o que, atualmente, vem a dar no mesmo. Trata-se de um cargo estratégico. Para o partido, é absolutamente fundamental ter o controle da área financeira da distribuidora. O PT já mira em 2012, mais precisamente nas eleições municipais. A BR, como se sabe, é uma vaca leiteira, cuja ordenha fica ainda mais frenética em anos eleitorais. Ressalte-se que há uma reviravolta a vista entre as mudanças no comando da BR. Tudo indica que o diretor de Operações e Logística, José Zonis, vai escapar do cadafalso. Nas últimas semanas, sua saída era dada como fato consumado dentro da própria empresa ? ver RR – Negócios & Finanças nº 4.140. Caso se confirme, a permanência de Zonis significará o fortalecimento do senador Fernando Collor de Mello no governo Dilma Rousseff. Responsável direto pela nomeação do executivo, Collor vem trabalhando com empenho redobrado para assegurar sua manutenção no cargo. Quem não deverá ter a mesma sorte é o diretor da Rede de Postos de Serviço, Luiz Claudio Caseira Sanchez. Também indicado pelo PTB, Sanchez está com um corpo e meio fora da BR. A expectativa na estatal é que a sua saída seja oficializada na reunião do Conselho desta sexta-feira.
Acervo RR
Previ desenrola os fios de suas participações no setor elétrico
10/06/2011O presidente da Previ, Ricardo Flores, e os diretores de investimentos e de participações, respectivamente Renê Sanda e Marcos Geovanne, passaram os últimos dias debruçados sobre a reestruturação da carteira da fundação no setor elétrico. O iminente acordo com a Iberdrola para a saída da NeoEnergia vai deflagrar um efeito dominó sobre os negócios do fundo na área de energia. Além do movimento mais visível, a virtual fusão entre a CPFL e a Elektro, a Previ vai usar a operação como mote para a venda de suas ações na Celesc e na Cemig. O objetivo é reenquadrar seus investimentos no setor elétrico, uma vez que a entidade terá uma presença significativa no capital da CPFL/ Elektro. No caso da empresa mineira, trata-se de um negócio mais simples. A fundação detém apenas 3,11% do capital total e a desmobilização deverá ser feita via Bolsa de Valores. O que promete ser uma operação complexa é a venda da sua participação da Celesc ? equivalente a 33% das ações ordinárias ou 14% do capital total. O mais provável é que a Previ busque uma composição com as gestoras de recursos Poland, Geração Futuro e Tarpon Investimentos para a alienação conjunta de suas ações. O quarteto detém 36,99% das ONs ou 48,27% do capital total. O principal entrave a saída em bloco da Celesc é a relação litigiosa da Previ, Poland, Geração Futuro e Tarpon com o governo de Santa Catarina. Nos últimos dois anos, a fundação e as gestoras de private equity chegaram a acionar a Justiça para ter direito a participar da gestão da Celesc e reaver seus assentos no Conselho de Administração. Dentro da fundação, há quem defenda que as ações na Celesc, incluindo a própria participação dos private equities, sejam envolvidas no descruzamento societário com a Iberdrola. No entanto, este histórico recente de desavenças é um notório empecilho para a negociação. Mesmo assumindo uma participação relevante no capital da distribuidora, os espanhóis correm sério risco de herdar o imbróglio com o governo local e ter poder limitado na gestão da Celesc. Não combina com o figurino da Iberdrola, que costuma ter participações majoritárias em suas subsidiárias.
Acervo RR
Petrobras baixa a bandeira da Ipiranga
9/06/2011A bandeira da Ipiranga já se encontra hasteada a meio mastro. Uma das mais tradicionais marcas do mercado brasileiro de combustíveis está prestes a desaparecer. Ao menos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde os antigos postos da família Gouvêa Vieira pertencem a Petrobras ? no restante do país, a rede é controlada pelo Grupo Ultra. No segundo semestre, a estatal vai acelerar o processo de substituição da bandeira Ipiranga pela da BR Distribuidora. Como reza o contrato de compra da rede, assinado em 2007, a Petrobras só poderá utilizar a marca até março de 2012. A partir deste prazo, apenas o Grupo Ultra terá o direito de usar a bandeira Ipiranga, em suas respectivas regiões de atuação. A cirurgia plástica será um processo custoso para a BR Distribuidora. São mais de 1,1 mil pontos de venda com a bandeira Ipiranga nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Além da mudança de layout em todos os postos, caminhões e centros de distribuição, a estatal ainda terá de promover uma metamorfose nas lojas de conveniência am.pm, da Ipiranga, adequando- as ao modelo de negócio da BR Mania.
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BR Distribuidora
7/06/2011Decapitações a vista na BR Distribuidora. Os diretores de Operações e Logística, José Zonis, e de Rede de Postos e Serviços, Luiz Claudio Sanches, estão por um fio. A intenção do governo é ceifar os tentáculos de Fernando Collor de Mello e do PTB, que indicaram ambos.
Acervo RR
Eletrobras empacota para venda as distribuidoras federalizadas
24/05/2011A gravíssima situação financeira das distribuidoras federalizadas pela Eletrobras atingiu seu ponto de ebulição. Na semana passada, Dilma Rousseff convocou o ministro Edison Lobão para uma reunião emergencial, com o objetivo de discutir soluções imediatas para o fardo que pesa sobre as costas da estatal. Nos últimos dois anos, as seis empresas ? Manaus Energia (AM), Boa Vista Energia (RR), Eletroacre, Ceron (RO), Cepisa (PI) e Ceal (AL) ? tiveram um prejuízo acumulado superior a R$ 400 milhões. A opção de levar todas as companhias para o Novo Mercado da BM&F Bovespa com a diluição automática do capital, que chegou a ser aventada no fim da gestão do presidente Lula, foi descartada, devido a ameaça de fracasso na emissão de ações. Dentro do governo, ganha corpo a ideia de venda em bloco das concessionárias ? medida defendida por Lobão. A intenção do Ministério de Minas e Energia é dividir as empresas em dois grupos. Um deles seria formado pelas distribuidoras da Região Norte (Manaus Energia, Boa Vista Energia, Eletroacre e Ceron); o outro ficaria com as companhias do Nordeste (Cepisa e Ceal). A Equatorial Energia, holding controlada pelo fundo Pactual Capital Partners e dona da maranhense Cemar, é vista como candidata a compra das duas concessionárias nordestinas. Só para não variar, o BNDES deverá ser uma peça fundamental nesta engrenagem. O banco seria convocado a participar do jogo usando duas camisas. De um lado, entraria como acionista minoritário das concessionárias, como forma de atrair o interesse dos investidores; do outro, garantiria o financiamento para a execução do plano estratégico das companhias. O programa de investimentos das seis distribuidoras para os próximos dois anos ultrapassa a marca de R$ 2,5 bilhões. A participação do BNDES é vista pelo governo como absolutamente imprescindível para a venda das concessionárias. Dificilmente, será possível encontrar candidatos a compra das empresas sem um estímulo extra, tamanha a debilidade financeira das distribuidoras. Além dos sucessivos prejuízos, as seis companhias acumulam uma dívida de R$ 1,5 bilhão. A conta seria ainda pior não fossem os batráquios engolidos pela Eletrobras. Desde 2008, quase R$ 5 bilhões em passivos foram convertidos em ações incorporadas pela holding federal. O caso mais complexo é o da Amazonas Energia. Por conta de novas regras contábeis, a empresa teve de fazer uma série de provisões que resultou em perdas de mais de R$ 1,3 bilhão.
Acervo RR
Previ leva uma rasteira elétrica na Celesc
23/05/2011Dentro da Previ, há uma forte sensação de derrota com as recentes mudanças no Conselho de Administração da Celesc. A diretoria da fundação, dona de 33% das ações ordinárias e 14% do capital total, está convicta de que saiu enfraquecida com a dança das cadeiras orquestrada pelo governo de Santa Catarina. A Previ tem informações de que o novo presidente do Conselho, Pedro Bittencourt Neto, seria contrário a pronta retomada do processo de corte de custos na estatal. Por corte de custos, entenda-se a redução das despesas operacionais e um novo Plano de Demissões Voluntárias. No ano passado, a direção da Celesc cancelou um PDV que já tinha mais de 1,5 mil funcionários inscritos. A redução dos custos da Celesc é o ponto central de uma antiga queda de braço entre o governo e a Previ, que tem como aliadas as gestoras de private equity Geração Futuro, Poland e Tarpon Investimentos, donas de mais de 43% do capital total da distribuidora. O quarteto chegou a entrar na Justiça para ter maior ingerência sobre a gestão da companhia. O momento, no entanto, não é favorável a fundação e aos private equities. Na avaliação da própria Previ, outro revés importante foi a saída do investidor Lírio Parisotto do Conselho de Administração. Crítico ferrenho da gestão da Celesc, no ano passado Parisotto chegou a se candidatar ao cargo de presidente do Conselho da empresa. No entanto, foi obrigado a recuar pela pressão de líderes sindicais, que, na ocasião, conseguiram emplacar no cargo o então secretário de Comunicação de Santa Catarina, Derly de Anunciação.
Acervo RR
CEG e CEG Rio viram uma bola de frescobol
18/05/2011A CEG e a CEG Rio, distribuidoras de gás do Rio de Janeiro, perderam de vista o que é estratégia. Elas vão para um lado, vão para o outro, e vice-versa, dependendo da raquetada dos seus controladores. A Gas Natural Fenosa, maior acionista, pretende investir R$ 2 bilhões nas duas companhias até 2016. No entanto, os principais acionistas das duas empresas ainda não deram sinal de que vão compartilhar os aportes. Do outro lado, estão sócios do porte da BNDESPar, acionista da CEG, da Gaspetro, que tem participação na CEG Rio, e, por fim, da Pluspetrol, presente no capital das duas distribuidoras. Este, no entanto, não é o único ponto de conflito entre a Gas Natural e seus partners. Os espanhóis pretendem costurar a fusão da CEG e da CEG Rio com a Gas Natural São Paulo Sul (GN SPS), 100% controlada pelo grupo ibérico A operação, no entanto, esbarra na resistência dos acionistas das distribuidoras do Rio de Janeiro. BNDESPar e Gaspetro temem que suas participações sejam diluídas com a associação entre as duas empresas. Já a Pluspetrol tem planos que passam ao largo do projeto dos espanhóis. A companhia argentina está mais interessada em se desfazer de sua participação na CEG Rio e na CEG do que, eventualmente, ser obrigada a aportar recursos na fusão entre as duas empresas e a Gas Natural São Paulo.
Acervo RR
Cemig corta suas adiposidades e se concentra na área de energia
9/05/2011Aécio Neves é uma hidra de Belo Horizonte. A um só tempo, tem olhos para o jogo de poder na política interna do PSDB, para as ações de seu sucessor Antonio Anastasia e, em particular, para o futuro da Cemig, da qual é eminência parda. Agora mesmo, quando Anastasia discute reservadamente a reestruturação operacional da estatal, a voz do governador faz eco com o pensamento de Aécio. A empresa vai se desfazer das suas participações em outros negócios para se concentrar exclusivamente em geração, transmissão e distribuição de energia. Uma das primeiras medidas será a saída da Cemig da área de gás. A empresa vai vender sua participação de 55% na Gasmig, distribuidora de gás natural do estado. A princípio, a medida não significará a privatização da empresa. As ações em poder da Cemig deverão ser transferidas para o Tesouro de Minas Gerais, o que assegurará o controle estatal sobre a Gasmig. A ideia, em um segundo momento, é abrir o capital da empresa em Bolsa. A operação depende de um acordo com a Gaspetro, dona de 40% da distribuidora de gás mineira. A subsidiária da Petrobras teria de abrir mão de um percentual de ações que permitisse ao governo fazer o IPO da Gasmig e, ainda assim, manter uma posição majoritária no capital. Os planos desse híbrido público-privado avançam também sobre a área de telecomunicações. O governo mineiro estuda ainda uma cisão entre a Cemig e a Cemig Telecom, a antiga Infovias, que opera uma rede de fibra óptica no estado. A atual subsidiária também passaria a ser controlada diretamente pelo Tesouro, abrindo caminho, posteriormente, para a entrada de sócios investidores no negócio. Tanto o governo mineiro quanto a Andrade Gutierrez, acionista da empresa, estão convictos de que a operação será um trunfo para fortalecer a posição da Cemig na área de energia. A transferência destas participações para o estado será uma forma aportar recursos na Cemig sem a necessidade de um aumento de capital formal. Desta maneira, a estatal ganhará ainda mais fôlego para tocar seu programa de investimentos ? não obstante ter em caixa cerca de R$ 3 bilhões. O plano estratégico deste ano prevê um desembolso da ordem de R$ 2,4 bilhões. Para 2012, os investimentos devem passar dos R$ 3 bilhões. Estes recursos, ressalte-se, envolvem apenas o crescimento pelo greenfield. Não incluem possíveis aquisições. Além de cobiçar ativos no Brasil, como a Cesp, o governo mineiro e a Andrade Gutierrez estudam a compra de empresas em geração e transmissão na América do Sul. Tudo com a bênção de Aécio Neves.
Acervo RR
Pão de Açúcar e Walmart levam carrinho na direção da DMA
4/05/2011Há um acirrado leilão em curso no varejo mineiro. Pão de Açúcar e Walmart disputam lance a lance a compra da DMA Distribuidora, dona dos supermercados Epa. Trata-se da segunda maior rede varejista do estado, superada apenas pelo Bretas, vendido no ano passado para a chilena Cencosud. Os valores sobre a mesa giram em torno de R$ 1,2 bilhão. O valor corresponde a cerca de 60% do faturamento obtido pela DMA no ano passado, de aproximadamente R$ 2 bilhões. Esta cifra mostra a sede com que Abílio Diniz e os herdeiros de Sam Walton estão indo ao pote. Trata- se de um múltiplo semelhante ao que a Cencosud pagou pela aquisição do Bretas em outubro do ano passado ? R$ 1,35 bilhão, equivalente a 64% da receita da empresa. É pouco comum que as ofertas por ativos no varejo ultrapassem o equivalente a metade do faturamento total. Porém, tanto Pão de Açúcar quanto Walmart estão dispostos a fazer um esforço extra para superar o rival e arrematar a rede mineira. A DMA vale quanto pesa. Comprar o grupo significa arrematar não apenas uma, mas três bandeiras de uma só vez. Além do Epa, com 77 lojas em Minas Gerais e Espírito Santo, a DMA controla ainda o Martplus, com oito pontos de venda, e a Viabrasil, hipermercado que opera no modelo compacto com três unidades na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Pão de Açúcar e Walmart ampliariam consideravelmente sua atuação no terceiro mais importante mercado do país. Hoje, as duas empresas têm operações esquálidas em Minas Gerais na área supermercadista. O Grupo Pão de Açúcar soma apenas cinco lojas com a bandeira Extra. Já o Walmart tem só dois pontos de venda no estado. A venda do Bretas transformou a DMA Distribuidora na queridinha do varejo mineiro. Controlada pela família Nogueira e por um grupo de investidores reunidos sob a WRV Empreendimentos, a companhia tornou-se a única grande rede de super e hipermercados capaz de fazer diferença no varejo de Minas Gerais. Além do Pão de Açúcar e do Walmart, o Carrefour chegou a sondar a compra da companhia no passado recente. Mas ficou pelo caminho por conta dos graves problemas contábeis que tem enfrentado no Brasil.
Acervo RR
Elektro é o novo aríete da Iberdrola
18/04/2011Os próximos passos da Iberdrola no Brasil passam ao largo da NeoEnergia. Os espanhóis vão pendurar seus futuros investimentos na Elektro, bem longe, portanto, das conflitantes relações com a Previ. Após comprar a distribuidora paulista, a mira da Iberdrola aponta na direção da Escelsa, do Espírito Santo. A EDP, dona da distribuidora, estaria disposta a vender a empresa devido a falta de sinergia com o seu principal negócio no país, a Bandeirante. Sinergia, no entanto, é o que não falta a Escelsa sob a ótica dos espanhóis. A empresa opera em um estado contíguo a Bahia, onde a Iberdrola controla a Coelba. O grupo ibérico vislumbra ganhos operacionais decorrentes da proximidade entre as duas empresas. A investida sobre a Escelsa seria apenas um aquecimento para um projeto bem maior. Hoje, o grande sonho de consumo da Iberdrola no Brasil é a entrada no capital da Brasiliana, controladora da AES Eletropaulo. Segundo o RR apurou junto a uma fonte do BNDES, os espanhóis já mantiveram conversas tanto com o banco quanto com a AES, que dividem o controle da holding. Esta, no entanto, é uma operação complexa, notadamente pela sua costura política. Difícil imaginar que o governo, mediante o BNDES, facilitaria o desembarque da Iberdrola na Brasiliana uma vez que os espanhóis se tornaram um estorvo para a fusão entre a Neo- Energia e a CPFL.
Acervo RR
Petrobras vira a dona do gás no mercado paulista
13/04/2011Para José Sergio Gabrielli, a Agência Estadual Reguladora de Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) não passa de uma poeira no caminho da Petrobras. O órgão sequer aprovou a aquisição da Gas Brasiliano e a estatal já ensaia uma nova investida no setor. Iniciou negociações com a BG para a compra de uma participação no bloco de controle da Comgás, a maior distribuidora de gás de São Paulo. Desta forma, a Petrobras se tornaria sócia de duas das três concessionárias do setor no estado ? a terceira é a Gas Natural. A companhia pretende adquirir metade da participação da BG na Comgás ? 87% das ações ordinárias ?, passando a dividir com os ingleses o controle da concessionária mediante um novo acordo de acionistas. A dupla investida vai causar polêmica. Uma vez nas duas distribuidoras, a Petrobras teria sob seu jugo a distribuição de gás para 552 municípios, 85% das cidades no estado. Atenderia ainda a uma população de 32,5 milhões, ou 80% do número de habitantes de São Paulo. Petrobras se mexe por cima, transformando a Arsesp em um mero detalhe. Desde fevereiro, a diretoria da estatal vem mantendo conversações com o governo de Geraldo Alckmin em relação a investida sobre a Gas Brasiliano. Até o momento, tem sido encorajada a seguir em frente, mesmo com a inevitável concentração do mercado nas mãos da estatal. Enquanto a agência reguladora se agarra aos editais de privatização das três concessionárias, que impõe limites para a participação dos investidores, o governo do estado olha fixamente para o caixa da Petrobras. A entrada da estatal na Comgás e na Gas Brasiliano é promessa de investimentos a perder de vista. Só nos primeiros três anos, a companhia acena com aproximadamente R$ 2 bilhões para a ampliação da rede de dutos no estado. A Petrobras assume ainda o compromisso de manter as duas concessionárias independentes, com gestão e bloco de controle autônomos, o que, a rigor, não exigiria alteração nos contratos de concessão ? não obstante a concentração de mercado que se configuraria nas mãos da estatal. Esta não é a primeira vez que a Petrobras tenta desembarcar na Comgás. Já houve duas rodadas de negociação nos últimos três anos, mas a BG sempre demonstrou resistência. Desta vez, os ingleses devem se dobrar diante dos investimentos prometidos pela estatal ? pelo menos R$ 1 bilhão serão destinados a Comgás.
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Com fibra
11/04/2011A espanhola Gas Natural vai investir na montagem de uma rede de fibra ótica nos dutos da CEG, distribuidora de gás do Rio de Janeiro. Os espanhóis vão criar uma subsidiária para tocar o negócio. A empresa vai atender a própria Ceg e ainda oferecer serviços de telecomunicações para terceiros.
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BR Distribuidora
1/04/2011Em época de definições no segundo escalão do governo, o presidente da BR Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, está ávido por mostrar serviço. A companhia tem passado um pentefino em sua rede de postos, sobretudo nas Regiões Norte e Nordeste. É a grande a pressão sobre os revendedores que fecharam 2010 com resultado inferior a taxa média de aumento das vendas de toda a empresa. Há ameaças veladas de retirada da bandeira BR caso estes distribuidores não atendam a s metas de crescimento neste semestre.
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Inepar busca nova vida com a bênção do BNDES
28/03/2011Atilano Oms Sobrinho é um daqueles empresários que parecem ter sete vidas. Mais uma vez, o dono da Inepar está botando a prova seus poderes de felino. O empresário negocia um acordo com o BNDES que deverá tirar de suas costas um pesado fardo: a dívida de quase R$ 600 milhões com o banco. Atilano é só otimismo. Segundo relato do próprio empresário a uma fonte ouvida pelo RR – Negócios & Finanças, o acerto com a agência de fomento deverá sair até julho. Será um acordo em doses homeopáticas. Nas próximas semanas, a Inepar deverá equacionar uma parcela do passivo equivalente a aproximadamente R$ 166 milhões. A principal peça desta engrenagem, no entanto, será a Cemat, distribuidora de energia do Mato Grosso. Atilano deverá repassar ao banco a sua participação de 26% no capital ordinário da empresa, controlada pelo Grupo Rede. A transferência das ações representará o abatimento da dívida total do banco da ordem de R$ 280 milhões. Ficaria faltando apenas a quitação de uma parcela final da dívida, no valor de R$ 154 milhões. Esta fatia se refere a debêntures emitidas pela Inepar que estão em poder do banco. De acordo com a mesma fonte, uma das hipóteses sobre a mesa é a conversão destes papéis em ações do grupo paranaense, que seriam posteriormente revendidos pelo banco em mercado diante da expectativa de uma valorização da ação da empresa. Trata-se de uma operação de risco. Não por acaso, todas as tratativas com a Inepar têm sido rigorosamente acompanhadas pela área técnica do banco, que deverá emitir seu parecer até maio. Por uma via sinuosa, a entrada do BNDES na Cemat resolveria não apenas um problema da Inepar, mas dos próprios controladores da empresa de energia. Em dificuldades financeiras, o Grupo Rede passaria a ter como sócios o BNDES e a Eletrobras, que já detém 5% das ordinárias e 40% do capital total da companhia. O ingresso do banco no capital e um eventual aumento de participação da holding federal dariam um substancial reforço financeiro a Cemat. Seria uma alternativa a venda da empresa ? uma das soluções aventadas pelo empresário Jorge Queiroz de Moraes Junior para equacionar os problemas do Grupo Rede. Atilano Oms Sobrinho já perdeu as contas de quantas vidas queimou desde que a Inepar deixou de ser um dos maiores grupos industriais do país para entrar no rol das empresas-abacaxi. Curiosamente, o empresário nunca esteve diante de uma ambiência tão positiva para a recuperação da companhia. Caso consiga finalmente negociar o passivo com o BNDES, Atilano terá fôlego extra para investir na sua maior aposta: a Iesa a“leo e Gás, uma das subsidiárias do grupo com maior potencial de crescimento. A empresa, com instalações no Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul, vai construir mais uma planta industrial, no município gaúcho de Charqueadas. De olho no aumento das encomendas de equipamentos na esteira do pré-sal, Atilano pretende atrair um sócio para a companhia. No ano passado, o empresário chegou a negociar uma associação com o australiano Mac- Quarie Capital – ver RR – Negócios & Finanças nº 3.835.
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Darby é o nó que amarra a venda da AleSat
21/03/2011Há uma pedra no sapato da AleSat e dos candidatos a compra da distribuidora de combustíveis, uma lista formada por Ultra, Cosan e BTG Pactual. Tratase do fundo norte-americano Darby. Dono de 23,5% do capital, o private equity se revelou um estorvo para a venda da AleSat. Todas as propostas que a companhia recebeu até o momento envolvem a compra de 100% das ações. O fundo, no entanto, está irredutível. Garante que só se desfaz de sua participação no fim de 2012. Para todos os efeitos, os norte-americanos alegam que este é o prazo estimado desde o início para o desinvestimento de seus fundos na companhia brasileira. Conversa para boi dormir. Entre os controladores da AleSat, prevalece o raciocínio de que o Darby está apenas aguardando a venda do controle da companhia para oferecer suas ações com um prêmio maior. Ainda que por uma lógica aparentemente tortuosa, o fundo calcula que, em um segundo momento, poderá arrecadar mais do que se vender suas ações em conjunto com os sócios controladores. Os norte-americanos calculam que sua participação possa valer até R$ 3 bilhões, cifra que os candidatos a compra da AleSat consideram um desvario. Significaria dizer que o valor integral da companhia passa dos R$ 12 bilhões, montante que, em nenhum momento, passou pela mesa de negociações. A situação chegou a tal ponto que os controladores da AleSat, a mineira Asamar e o empresário Marcelo Alecrim, estudam uma medida drástica e sinuosa para deslanchar a venda da companhia. A saída seria realizar a toque de caixa o IPO da AleSat, na tentativa de diluir a participação do Darby e reduzir seu poder de fogo nas negociações. Só após a abertura de capital, seria efetuada a venda do controle da distribuidora de combustíveis. Não é o ideal, uma vez que os pretendentes a aquisição da AleSat não levariam os 100% do capital, como querem hoje. Em contrapartida, encontrariam um minoritário bem mais manso, com as asas cortadas e menor poder de barganha para a venda de suas ações.
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Venda da Celg
17/03/2011O governo goiano vai apresentar até abril o modelo para a venda de 49% da distribuidora de energia Celg.
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Pneu queimado
14/03/2011Há um cheiro de borracha queimada entre os revendedores da Pirelli no Brasil. A Della Via, maior distribuidora de pneus da empresa na América Latina, estaria desrespeitando acordos regionais e invadindo o espaço de outros distribuidores. Já existe um grupo de concessionárias pronto para cantar pneu na Justiça
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Cemig estica seus fios até a Escelsa
23/02/2011A Cemigaté parece André Esteves. É insaciável. O plano de ocupação geoelétrica da estatal mineira prevê um cinturão energético em toda a Região Sudeste. Dona da Light e candidata a privatização da Cesp e a compra do Grupo Rede, a companhia volta agora suas baterias na direção da Escelsa. A estatal mineira teria iniciado negociações com a EDP, dona de 100% da distribuidora capixaba. O próprio governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, está a frente das conversações. Ele já teria obtido o apoio de Renato Casagrande, governador do Espírito Santo, ao desembarque da Cemig no estado. A Escelsa é uma lamparina nas mãos da EDP e pode se tornar um farol em poder da Cemig. A distribuidora capixaba é praticamente uma ilha nos negócios do grupo português no Brasil, que ficou com a empresa após uma longa disputa com os fundos de pensão, notadamente a Previ. Há baixíssima sinergia entre a companhia e o principal negócio da EDP no país, a distribuidora paulista Bandeirante. Já não se pode dizer o mesmo no caso da Cemig. Incorporada pela estatal mineira, a Escelsa faria parte de um grande eixo energético na Região Sudeste. A Cemig teria vantagens de ordem operacional e fiscal com a administração centralizada de todas as empresas, ainda que as distribuidoras permaneçam como empresas separadas, como é o caso da Light. Em termos de indicadores, a Cemig acrescentaria cerca de três milhões de pessoas a sua base de clientes e receita anual de R$ 1,5 bilhão.
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Rumo Á Petrosal
7/02/2011José Lima de Andrade Neto, presidente da BR Distribuidora, está cotadíssimo no governo para assumir uma das diretorias da Petrosal. Ou é uma convocatória no estilo Dilma Rousseff ou deve ser um excelente negócio para largar a BR, um cobiçado latifúndio, notadamente em períodos eleitorais.
Acervo RR
Quanto gás
27/01/2011A BG, dona da Comgás, quer se associar a Petrobras na Gas Brasiliano, comprada pela estatal no ano passado. No que depender dos ingleses, é negócio para ontem. A operação, no entanto, esbarra na resistência do governo de São Paulo e da agência reguladora do estado, que temem a concentração de mercado. A Comgás passaria a ser acionista de duas das três distribuidoras de gás do estado.
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Cosan e Shell buscam seu passaporte para o mercado de gás
10/01/2011Após sacramentar sua associação, Cosan e Shell preparam sua primeira grande investida em conjunto. Com o pé fincado na produção de etanol e na venda de combustíveis, a dupla pretende avançar agora para a criação de um grande grupo de energia, com múltiplios negócios em geração e distribuição. O primeiro passo previsto é a entrada no mercado de gás, com a compra de concessionárias estaduais. O alvo prioritário, de certa forma, já está dentro de casa. Trata-se da Comgás. Há conversações com a matriz para que o grupo anglo-holandês transfira para a joint venture entre Cosan e Shell a sua participação de 9% na distribuidora paulista. O próprio Rubens Ometto e o executivo Vasco Dias, presidente da nova empresa, estão a frente das tratativas. Esta pequena fatia societária é um dos ativos mais cobiçados do setor no país. Recentemente, a Petrobras e a espanhola Gas Natural fizeram gestões para comprar as ações. Rubens Ometto ensaia o primeiro ato já pensando nas próximas cenas. Uma vez dentro da Comgás, o empresário entende que a Cosan/Shell terá caminho aberto para negociar com a BG, acionista controladora, um aumento da sua fatia societária e a formatação de um novo acordo de acionistas. Está longe de ser uma amarra simples. Ometto, contudo, parte da premissa que tem moeda de troca para levar adiante as negociações com o grupo britânico. Um dos caminhos seria um cruzamento de participações que permitisse aos ingleses entrar no capital da Cosan/Shell. Em uma engenharia mais modesta, os dois grupos seriam sócios de projetos na área de gás, notadamente em geração. No cenário ideal, o objetivo de Cosan e Shell seria usar a Comgás como ponta de lança para comprar outras distribuidoras de gás e concentrar futuros investimentos na área de geração, leia-se a construção ou aquisição de termelétricas. Outro projeto no horizonte é a instalação de térmicas movidas a etanol. Testes recentes feitos pela Petrobras e pela GE mostram que o combustível garante a mesma potência das turbinas gerada por outras matérias-primas, como o próprio diesel.
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Celesc parte para aquisições em meio a tempestade societária
6/01/2011O novo presidente da Celesc, Antonio Gavazzoni, sente-se como o piloto de um Boeing forçado a decolar durante uma tempestade. Gavazzoni terá a missão de colocar no ar o novo plano de investimentos da companhia, em meio a borrasca societária que atinge a estatal leia-se o contencioso entre Previ, Tarpon Investimentos, Geração Futuro, Poland e o governo do estado. O projeto alinhavado pelo governador eleito de Santa Catarina, Raimundo Colombo, envolve a compra de concessões de geração, transmissão e distribuição em outros estados. Apenas em recursos próprios, os aportes previstos para os próximos dois anos beiram R$ 1 bilhão, quase o dobro do que a estatal desembolsou no último biênio. Sem o mesmo punch financeiro da Cemig ou da vizinha Copel, também candidata a compra de ativos no setor, a Celesc pretende juntar seus fios com investidores privados. Desde dezembro, quando teve seu nome confirmado no cargo, Gavazzoni vem mantendo contatos com possíveis parceiros. Entre outros grupos, há conversas com a State Grid Corporation of China para a compra de ativos na área de transmissão. A companhia chinesa adquiriu, no ano passado, a Plena Transmissora por US$ 1,5 bilhão. Antonio Gavazzoni dormiria mais tranquilo se o único problema da Celesc fosse a montagem do funding para os planos de aquisição. No entanto, tão ou mais importante do que a captação de recursos será administrar a contenda societária da empresa. Gavazzoni terá de se portar como um algodão entre cristais. Qualquer projeto de razoável envergadura da Celesc corre o risco de esbarrar na Previ, Tarpon Investimentos, Poland e Geração Futuro, que, há mais de dois anos, estão em litígio com o governo do estado. Dono de quase metade do capital total da distribuidora, o quarteto contesta a gestão conduzida pelo acionista majoritário, considerada danosa aos interesses dos minoritários. Diante do porte dos investimentos programados para a Celesc, é de se imaginar que o governador Raimundo Colombo tenha algum trunfo na mão. Ainda que de difícil costura, uma saída seria encontrar um investidor disposto a comprar as participações da Previ e das gestoras de recursos, algo que seus antecessores, Luiz Henrique e Leonel Pavan, tentaram, sem sucesso.
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Tarso Genro descola Petrobras do controle da Sulgás
5/01/2011O novo governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, mandou para a gaveta o projeto de privatização da Sulgás, mas não os planos de reestruturação societária da empresa. A operação passa prioritariamente pela Petrobras, dona de 49% da estatal. Genro está disposto a usar de todo o seu prestígio junto ao governo federal para negociar a redução da presença da petroleira no capital da Sulgás. O objetivo é costurar a venda de parte das ações pertencentes a Petrobras a um novo sócio a fatia da estatal cairia para 25%. Já existem dois pretendentes ao negócio: a japonesa Mitsui, dona de participações em nove concessionárias estaduais por meio da Gaspart, e a OAS. Yeda Crusius, predecessora de Tarso Genro no Palácio Piratini, tentou um movimento similar em relação a Sulgás, mas faltou-lhe força política para seguir adiante. Até porque, ao que tudo indica, seu maior objetivo era aumentar a participação do estado no controle da distribuidora com vistas a futura privatização da empresa. Genro ressuscitou o projeto levado por outros motivos. A participação da Petrobras que já foi fundamental para viabilizar sucessivos investimentos na concessionária é vista hoje como uma amarra para a Sulgás. A estratégia da Sulgás acabou excessivamente vinculada aos interesses comerciais da estatal federal em aumentar ou reduzir a oferta de gás no estado de acordo com a demanda. Com isso, criou-se uma zona de fricção com o próprio governo estadual, que, apesar de majoritário, passou a ter sua posição de mando na Sulgás ameaçada pela presença de um sócio com o tamanho e o poder de fogo da Petrobras. Genro entende que é o homem certo no lugar certo, capaz de conduzir esta intrincada negociação com o governo federal. Tarso Genro vai ter mesmo de usar de toda a sua habilidade política para deslocar a Petrobras no capital da Sulgás justamente no momento em que a empresa se depara com um porvir promissor. Há projetos em andamento para a construção de cinco termelétricas a gás no Rio Grande do Sul, o que automaticamente dará um impulso a demanda pelo combustível. Além disso, o Brasil está prestes a deixar de ser importador para ser exportador de gás ao mercado argentino, o que alavancará a Sulgás.
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Fundos põem mais lenha na fogueira da Celesc
15/12/2010O futuro presidente da Celesc, Antonio Gavazzoni, não sabe se encomenda um terno novo ou um colete a prova de balas para a sua cerimônia de posse. Assim que pisar na empresa, o executivo vai se deparar com um quadro de beligerância societária que se agrava a cada dia. Previ, Tarpon, Geração Futuro e Poland, que detêm quase 50% do capital da distribuidora, preparam-se para entrar na Justiça. Um dos objetivos seria destituir os conselhos de administração e fiscal. O quarteto estuda também mecanismos legais para solicitar que a Justiça fiscalize diretamente os atos da nova administração da estatal. Antonio Gavazzoni vai herdar desavenças que atravessaram as duas últimas gestões da Celesc. Previ, Tarpon, Geração Futuro e Poland estão há quase três anos em litígio com o governo de Santa Catarina. Argumentam que o acionista controlador tomou decisões na Celesc que trouxeram prejuízos aos demais sócios. Um dos mais recentes focos de atrito foi o plano de demissão voluntária da empresa. Os sócios institucionais brecaram o corte de pessoal, alegando que a direção da Celesc não apresentou números convincentes sobre os ganhos financeiros resultantes da medida.
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MT Gás
2/12/2010A Petrobras recuou na negociação com o governo de Mato Grosso para comprar a MT Gás. A distribuidora depende integralmente do gás boliviano e tem ainda resultados muito modestos.
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Cemig entra na disputa pela Elektro com reservatório cheio
26/11/2010A disputa acirrada entre a CPFL e a NeoEnergia para comprar a Elektro ganhou um terceiro adversário que não estava no script. Há muito tempo que se especula o interesse da Cemig, sem que os mineiros dessem o ar da sua graça. O jogo, porém, mudou nos últimos dias. A companhia estadual se juntou com a Andrade Gutierrez Concessões e o BTG Pactual em um consórcio para comprar a distribuidora de energia elétrica. Para evitar a estatização da Elektro, a Cemig criou três Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), que estão sendo usados na transação. Na composição do consórcio, a Andrade Gutierrez Concessões, o BTG Pactual e os FIPs terão em torno de 60% das ações. O restante é da Cemig, que também será sócia dos FIPs. A oferta feita pelo grupo giraria em torno de R$ 6 bilhões. A forma de pagamento seria composta de uma parcela a vista e de outra, vinculada ao desempenho da distribuidora, a ser desembolsada nos próximos cinco anos. Está descartada a compra de outros ativos da Ashmore Energy International na América Latina, o que eracondição para que o negócio fosse fechado. Diante da falta de propostas que contemplassem a aquisição desse pacote de empresas fora do Brasil, a Ashmore Energy International recuou. A Elektro, que tem base em Campinas, é vista como a porta de entrada da Cemig no mercado paulista, completando com êxito o projeto estratégico da estatal: ter presença relevante nos três maiores estados do país. Com a Elektro, a insaciável companhia mineira teria ainda caixa para fazer aquisições de pequenas distribuidoras de energia elétrica no interior de São Paulo e do Paraná.
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Copersucar encontra na AleSat o par perfeito
25/11/2010O que vale para a Cosan vale para a Copersucar? Pelo jeito, os sócios da segunda acreditam que sim, pois estão determinados a seguir a mesma cartilha de sucesso. Na falta de um Rubens Ometto, dono da Cosan, a Copersucar vai com um escrete de sócios. A companhia montou um time de primeira linha, composto por alguns de seus mais destacados associados, para analisar fusões e aquisições de interesse do grupo. A ideia é ter uma Shell para chamar de sua. O primeiro alvo da Copersucar é a AleSat, a quarta maior entre as distribuidoras de combustíveis. A proposta não é comprar, mas se associar, exatamente como fizeram Cosan e Shell. Esse discurso soa bem aos ouvidos de Marcelo Alecrim, o sócio da AleSat que resiste bravamente ao assédio dos maiores concorrentes. Cosan e Ultra duelam há meses para arrematar a companhia. O entendimento predominante entre os associados da Copersucar é de que o grupo necessita ter um parceiro forte na distribuição de etanol no Brasil e no mundo. Por outro lado, esses associados apostam que se não for a Copersucar, a AleSat vai cair nos braços de outro Orfeu. Nesse caso, a cooperativa ficaria órfã em um momento de consolidação acelerada tanto no mercado de produção quanto no de distribuição de combustíveis renováveis. O projeto da Copersucar é criar uma empresa, cujo controle seria partilhado com a AleSat, para assumir a distribuição do etanol em todo o Brasil. O investimento na ampliação e diversificação regional da rede de postos da AleSat e a montagem de novos centros de distribuição, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste seria de aproximadamente R$ 300 milhões até 2011. As conversações começaram há duas semanas e pegaram de surpresa Cosan e Ultra, que até então se consideravam as únicas no páreo. Terão que rever suas estratégias para não perderem o bonde.
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NA
19/11/2010A EDP está passando a limpo seus investimentos no Brasil. Alguns dos projetos deverão ser eletrocutados ainda na prancheta, notadamente na área de geração. O motivo são as novas regras de revisão das tarifas de energia estipuladas pela Aneel, que vão representar uma pancada na receita das distribuidoras. Cálculos de fonte ligada ao grupo indicam que o lucro da EDP Bandeirante em 2011 poderá cair 30%.
Acervo RR
Andrade Gutierrez fecha o circuito
10/11/2010Sergio Andrade está prestes a completar a trilogia dos serviços públicos. Presente na telefonia, por meio da Oi, e no setor elétrico, por intermédio da Cemig, a Andrade Gutierrez vai agora esticar seus tentáculos na distribuição de gás. A empreiteira está criando um braço para o setor, internamente já chamado de Andrade Gutierrez Gás Natural. Cálculos preliminares mostram que os investimentos podem chegar a R$ 2 bilhões em até três anos. O arco de projetos da nova subsidiária envolve a construção e operação de gasodutos, a instalação de térmicas e, na última milha, a compra de participações em distribuidoras. Algumas concessionárias estaduais já estão na alça de mira da Andrade Gutierrez. Não por acaso, as primeiras conversações vêm sendo travadas com o governo mineiro, de quem Sergio Andrade é parceiro preferencial para as mais diversas empreitadas. As negociações passam pela venda de uma fatia de até 20% da Gasmig para a Andrade Gutierrez. E vão além. A própria estatal já se candidatou a subir na garupa da empreiteira e partir para a compra conjunta de participações em outras empresas do setor. O foco maior está no Nordeste. Há a expectativa de que os governos da Bahia e da Paraíba vendam parte do capital, respectivamente, da Bahiagás e da PBGás. A Andrade Gutierrez tem recursos em caixa para tocar os projetos previamente traçados. Mas as portas estão escancaradas para outros sócios, a começar pelo BNDES. A participação do banco viria a calhar, notadamente no que diz respeito aos empreendimentos de maior porte, como a construção de gasodutos e termelétricas. A presença do banco ainda poderia trazer a reboque o fundo Infra Brasil, do qual a agência de fomento é um dos principais cotistas. Na busca por sócios, a bússola de Sergio Andrade aponta também para os dois lados do Canal da Mancha. A Andrade Gutierrez já teria mantido entendimentos com a BG e a francesa GDF para a construção de termelétricas. Os planos da empreiteira preveem a instalação de três usinas em até dois anos, cada uma com capacidade para 600 megawatts.
Acervo RR
Coppel traça seu plano de voo no varejo brasileiro
8/11/2010Quase um ano após um discreto desembarque no país, a mexicana Coppel tem sobre a mesa um plano de expansão dos seus negócios no varejo brasileiro. Por ora, aquisições de redes locais e a abertura de lojas em grandes centros vão ficar em compasso de espera. A prioridade é expandir as operações no Paraná, escolhida pelos mexicanos para ser uma espécie de hub no país. Dona de duas lojas de departamento no estado, uma no capital e outra em São José dos Pinhais, a Coppel programa mais quatro inaugurações na Grande Curitiba até o fim de 2011. A primeira delas será na região conhecida como Jardim Maracanã. Os investimentos serão da ordem de R$ 100 milhões. Em recente reunião com autoridades do governo do Paraná e da Prefeitura de Curitiba, dirigentes da rede mexicana se comprometeram também a construir um centro de distribuição, orçado em aproximadamente R$ 60 milhões. Guardadas as devidas proporções, a Coppel segue estratégia similar a adotada pela sua maior concorrente no México, a Elektra. Desde que entrou no Brasil, a rede varejista controlada pelo empresário Ricardo Salinas mantém sua atuação concentrada em Pernambuco. Assim como a própria Elektra que, diga-se de passagem, até hoje não cumpriu a promessa de expansão a Coppel pretende fazer da sua operação em Curitiba apenas o ponto de partida para a abertura de lojas em outros estados. A bússola dos mexicanos aponta para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, como forma de aproveitar as vantagens logísticas. Antes de migrar para outros estados, a Coppel tem pela frente o desafio de se fazer conhecer no próprio Paraná. Segunda maior rede varejista do México, com quase 800 lojas e faturamento anual superior a US$ 3 bilhões, a empresa ainda é quase uma anônima entre os consumidores paranaenses, mesmo após a abertura das duas primeiras lojas. A companhia tem adotado uma estratégia de marketing na mídia local extremamente acanhada. Além disso, ainda enfrenta um problema de identidade. Antes de vender uma geladeira ou uma televisão, os atendentes têm se preocupado em ensinar ao cliente a pronúncia correta do nome da rede varejista. Há uma inevitável confusão com a distribuidora de energia elétrica do estado, a Copel, quando, na verdade, a companhia mexicana tem sua acentuação tônica na primeira sílaba (Côppel).
Acervo RR
Gas Natural monta um quebra-cabeça de espinhos
4/11/2010O espanhol Sergio Aranda Moreno, nº1 da Gas Natural Fenosa na América Latina, acredita estar purgando todas as suas culpas. Aranda vem sofrendo para montar um quebra-cabeça com peças que teimam em não se encaixar. O puzzle em questão é a reestruturação societária do grupo no Brasil, leia-se a criação de uma holding que enfeixará todas as suas subsidiárias locais CEG, CEG Rio e Gas Natural São Paulo. Por ora, o que existe é o croqui de um paletó apertado demais para vestir os interesses dos espanhóis e de seus principais sócios, a Petrobras e o BNDES. Os primeiros capítulos das negociações, conduzidas por Aranda, teriam sido marcados por discordâncias. Petrobras e BNDES não estariam de acordo com o modelo proposto pelos espanhóis. Por trás da resistência há um duelo de forças em torno das futuras participações na nova empresa-mãe. A Gas Natural não tem dúvidas de que a reestruturação vai sair. Ponto. O problema é quando e como. A complexidade reside na costura das pequenas teias societárias que hoje enredam as subsidiárias do grupo no Brasil. Cada distribuidora tem seus sócios e seus percentuais próprios, o que dificulta o cálculo de uma conta de chegada. Na CEG, os espanhóis controlam 53% e o BNDES detém 35%. Na CEG Rio, a participação dos sócios controladores é de quase 60%. Neste caso, o segundo principal acionista é a Gaspetro, com 37%. Pelos primeiros esboços do projeto, tanto o banco de fomento quanto a subsidiária da Petrobras teriam uma participação inferior a 30% na nova empresa. Por fim, ainda há sobre a mesa os interesses da Pluspetrol, minoritária da CEG e da CEG Rio. O grupo argentino só tem olhos para a porta de saída. Quer saber como e onde poderá usar a reestruturação para vender suas participações nas duas distribuidoras. A rigor, em toda esta história, o único caso simples é o da Gas Natural São Paulo, integralmente controlada pelos espanhóis. Ressalte-se ainda a disposição da Gas Natural de jogar mais um gato dentro deste balaio societário. Os espanhóis querem aproveitar a criação da holding para atrair um novo sócio, seja um grupo da área de energia, seja um fundo de investimento, que ficaria com até 20% do capital. A chegada deste quarto elemento forçaria uma diluição ainda maior da participação do BNDES e da Gaspetro. Ambas tentam barrar esta possibilidade, cada qual por motivos diferentes. A Gaspetro pretende manter seu grau de ingerência sobre a distribuição de gás no Rio de Janeiro. O BNDES, por sua vez, tem interesse em preservar o máximo que puder da sua fatia já mirando na posterior venda das ações.
Acervo RR
Compagas inicia sua caminhada até a privatização
1/11/2010Antes mesmo de sua posse, o governador eleito do Paraná, Beto Richa, já bateu o martelo quanto ao futuro da Compagas. A empresa vai ser privatizada. A informação foi confirmada ao RR Negócios & Finanças por um dos principais colaboradores de Richa e nome quase certo na futura equipe de governo. O projeto passa por uma série de etapas, que servirão como ponte para o objetivo-fim: a venda do controle da distribuidora para um acionista privado. A operação prevê o IPO da Compagas, que deverá ser realizado ainda no primeiro semestre de 2011. Um esboço já elaborado pelos assessores de Beto Richa estabelece a oferta de até 25% do capital. Este é um ponto nevrálgico para a reestruturação, devido a s complexas costuras políticas que terão de ser feitas. Estas articulações envolvem o próprio governo federal, por conta da presença da Petrobras no capital da Compagas. Ao lado da Mitsui Gás, a Petrobras é um personagem importante em todo este enredo. O governo do Paraná depende de um acordo com as duas empresas para levar adiante a oferta de ações da Compagas. Detentoras de 49% do capital total, Petrobras e Mitsui terão de concordar com a diluição de suas respectivas participações. O Estado, representado pela Copel, está no limite do limite do controle da Compagas, com 51% das ações. Não tem, portanto, qualquer margem de manobra para o IPO. Por esta razão, o futuro governador do Paraná terá de convencer a Petrobras e a Mitsui de que vale a pena abrir mão de um naco considerável de suas ações em troca de uma participação em uma empresa capitalizada e com maior capacidade de investimentos. Em contrapartida, Richa deverá levar na outra mão um novo acordo de acionistas, que garanta a estatal federal e a trading japonesa o direito de nomear diretores e ter voto nas decisões estratégicas. Ou seja: na prática, a privatização da Compagas vai começar antes mesmo da venda dos 51% em poder da Copel. Beto Richa está convencido de que a empresa é um fardo pesado demais para os cofres do Estado e, mais precisamente, para a Copel. Por conta deste entroncamento societário entre as duas estatais, a empresa de energia elétrica precisa alocar na distribuidora de gás recursos do seu próprio orçamento. Há ainda um agravante: a Petrobras e a Mitsui não estariam acompanhando proporcionalmente o aporte feito pela Copel.
Acervo RR
Suez prepara sua entrada na distribuição de energia
6/10/2010A Suez está lustrando suas armas para entrar no segmento de distribuição de energia no Brasil. Dono do maior parque gerador privado do país, o grupo pretende comprar ao menos três empresas nos próximos meses. A prioridade é a aquisição do Grupo Rede, visto pelos belgas como um ativo capaz de fazer diferença e transformar a Suez em um player competitivo logo na partida. Com a aquisição, o grupo incorporaria nove distribuidoras em sete estados, com quase cinco milhões de consumidores e faturamento próximo dos R$ 8 bilhões. As notórias limitações financeiras da Rede, que busca um comprador há pelo menos dois anos, são consideradas um facilitador para o negócio. A Suez tem outros movimentos mapeados. Por meio da Tractebel, está negociando a compra da AES Sul, ativo secundário no colar de operações da AES no Brasil. Há uma sinergia territorial com uma das maiores controladas da Suez. A AES Sul atua na região da Gerasul, controlada pelos belgas. A estratégia dos norte-americanos é um ponto favorável a negociação. Após a saída da Cemig, a AES pretende deixar também a distribuidora gaúcha para concentrar seus investimentos no Brasil na Brasiliana, controladora da AES Eletropaulo. Em outro front, um pouco mais acima no mapa da energia, a Suez iniciou conversas com o governo de Santa Catarina e com a Previ. Em pauta, a compra da participação do fundo de pensão na Celesc, alvo, inclusive, de uma disputa judicial com o estado. A venda das ações na distribuidora de energia é vista pelo mercado como pule de dez dentro do processo de reestruturação da carteira de ativos da Previ no setor elétrico, trabalho a cargo do Morgan Stanley. O Brasil é tratado pela Suez como prioridade absoluta e o grande mercado a ser explorado nos próximos anos. Com a tríplice aquisição, os belgas entrariam no jogo da distribuição como um dos cinco maiores grupos do país. A companhia já teria aprovado cerca de R$ 3 bilhões para investimentos no setor, cifra que será reavaliada, para cima, claro, em razão das aquisições. Entre os próprios belgas, o consenso é que o grupo terá de redobrar o cacife caso queira ser um protagonista na área de distribuição. Principalmente por conta dos iminentes movimentos neste mercado, leia-se a venda da Elektro e a eventual fusão entre CPFL e NeoEnergia.
Acervo RR
Usineiros fazem buzinaço contra o carro elétrico
1/10/2010O carro elétrico made in Brazil nem sequer saiu da prancheta e já existe um pelotão de fuzilamento a sua espera. A indústria sucroalcooleira montou uma agressiva operação de lobby em Brasília. O objetivo é frear o projeto do governo, que pretende financiar a produção deste tipo de veículo no país. a€ frente da tropa estão Rubens Ometto, da Cosan, e empresários associados a Copersucar. O kit pressão envolve a mobilização da bancada ruralista no Congresso, o envio de dossiês a autoridades enumerando desvantagens tecnológicas do carro elétrico e um discurso convenientemente alarmista. Os usineiros alegam que a produção do veículo afetará a consolidação do etanol como combustível alternativo a gasolina e ao diesel, trazendo a reboque o risco de suspensão de investimentos e de demissões em larga escala no setor. Batem também na tecla de que a medida enfraquecerá os grupos nacionais, abrindo espaço para uma participação ainda maior do capital estrangeiro no setor. A pressão dos usineiros cresce a medida que avança o estudo encomendado pelo Ministério de Minas e Energia para o desenvolvimento de um carro movido a energia elétrica. Segundo informações de uma alta fonte do ministério, o esboço apresentado pela área técnica a Marcio Zimmermann prevê, a partir de 2015, a fabricação de 200 mil veículos por ano, com sucessivos aumentos de produção. A projeção é de que em até dez anos o carro elétrico poderia representar até 15% da frota nacional de automóveis novos. O projeto do governo se baseia na associação entre montadoras e distribuidoras de energia, com financiamento do BNDES. CPFL, Light e Eletropaulo partem na frente como candidatas a empreitada. As três já estão fazendo testes com protótipos de veículos.
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Cemig empurra sua dívida para o ponto futuro
20/09/2010A área financeira da Cemig, a frente Luiz Fernando Rolla, está quebrando a cabeça. O desafio é montar uma operação com o objetivo de repactuar parte expressiva da dívida da estatal e afrouxar o torniquete para novos investimentos. Até o fim de novembro, a empresa deverá submeter ao Conselho de Administração um esboço para a negociação com os credores e o alongamento da dívida. Uma das peças desta engrenagem deverá ser a emissão de debêntures não conversíveis para o pagamento de passivos de curto prazo, principalmente com vencimento em 2011. Cerca de 70% do passivo total da Cemig superior a R$ 13 bilhões vencem até 2014. O aumento da dívida é o ônus da agressiva política de aquisições da Cemig, que vai da compra de distribuidoras e transmissoras de energia ao setor de data center vide a recente incorporação de 49% da Ativas. No último trimestre do ano passado, a companhia lançou mão de expediente similar ao que deverá ser adotado nos próximos meses. Emitiu cerca de R$ 2,7 bilhões em debêntures, com o objetivo principal de pagar a compra da Terna.
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Reentré
2/09/2010José Luiz Alquéres, ex-presidente da Light, anda saudoso do mundo corporativo. Agora que cumpriu a quarentena que ele próprio se impôs ao sair da distribuidora de energia, é bem provável que aceite um dos três convites firmes sobre a mesa.
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Ultra & AleSat
26/08/2010Estão bem avançadas as negociações para a venda da rede de postos AleSat ao Grupo Ultra. Paulo Cunha terá quase sete mil postos e aproximadamente 25% de market share, ficando atrás apenas da BR Distribuidora. A aquisição deverá ser sucedida de um estudo de marca, que definirá uma bandeira única para toda a rede.
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Ultra & AleSat
26/08/2010Estão bem avançadas as negociações para a venda da rede de postos AleSat ao Grupo Ultra. Paulo Cunha terá quase sete mil postos e aproximadamente 25% de market share, ficando atrás apenas da BR Distribuidora. A aquisição deverá ser sucedida de um estudo de marca, que definirá uma bandeira única para toda a rede.
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Iberdrola sente o veneno da perfídia na NeoEnergia
23/08/2010Quem vê a performance do presidente da NeoEnergia, Marcelo Corrêa, nas reuniões internas e nas conversas com advisers para discutir uma eventual aquisição da Elektro até pensa que ele trabalha para a Iberdrola. Bem, formalmente, até trabalha. No entanto, entre os executivos do grupo espanhol, há cada vez mais dúvidas ? ou seriam certezas? ? em relação a lealdade, a postura e a s pretensões de Corrêa. Aos olhos da Iberdrola, o executivo é um pêndulo que se movimenta sempre na mesma direção, a favor dos interesses da Previ e, por extensão, do Banco do Brasil, sócios minoritários da NeoEnergia. Corrêa estaria trabalhando a margem da Iberdrola em questões viscerais para a companhia, desde a definição do plano estratégico até mesmo a possibilidade de fusão com outra empresa de energia. Visto como um executivo ardiloso e extremamente hábil, além de profundo conhecedor do setor, Marcelo Corrêa sempre se portou como um algodão entre cristais. Mesmo em períodos de crise de relacionamento entre Previ e Iberdrola, e não foram poucos, manteve insuspeita equidistância de ambas. Teatro na acepção mais traiçoeira da arte. A maior afinidade com a Previ é um débito pela sua nomeação. Os espanhóis sempre foram ludibriados com a ideia de que tinham a última palavra. Um momento de tensão ocorreu há cerca de dois meses, durante as tratativas para o ingresso da Neoenergia no consórcio vencedor de Belo Monte. Corrêa trabalhou com afinco a favor da operação, a despeito do restrito apetite da Iberdrola pelo investimento. Entre os sócios, ninguém fez mais força pela presença da NeoEnergia em Belo Monte do que a Previ, que, desta forma, usaria a empresa como anteparo para investir na hidrelétrica. No entanto, o maior ponto de fricção diz respeito a possível associação da NeoEnergia com outra empresa do setor, projeto que está no radar da Previ. Todos os caminhos apontam na direção da CPFL, da qual a fundação também é acionista. O fundo, para não dizer o próprio governo, é o principal entusiasta da operação, que criaria uma das dez maiores distribuidoras de energia do mundo. Marcelo Corrêa vem mantendo uma intensa agenda de conversas com a direção da Previ sobre o projeto, sem o devido mandato da Iberdrola. A bola rola e, no entendimento dos espanhóis, o executivo joga o jogo da fundação. Ao contrário da Previ, a Iberdrola não está tão convencida assim das vantagens de uma eventual associação com outro grupo no país. Não nas condições que se anunciam, sobretudo em negociações que são urdidas por trás dos panos e deixam no ar um cheiro de perfídia e infidelidade. Os espanhóis têm sérios motivos para acreditar que a Previ faria o que estivesse ao seu alcance para diluir a participação da Iberdrola no negócio, tornando-se uma das principais acionistas da nova empresa. Marcelo Corrêa já escolheu de que lado da calçada andar, é claro. Resta ver se os espanhóis toureiam o rapaz ou vão virar chouriço na charcuteria da Previ.
Acervo RR
Copel se veste de árbitro na contenda entre Previ e Celesc
9/08/2010Surgiu um terceiro e importante personagem no imbróglio jurídico entre Previ e Celesc, que se arrasta há mais de uma década. A Copel quer aproveitar o contencioso para entrar no capital da distribuidora catarinense e dar a partida na montagem de um colar de participações em concessionárias estaduais. O presidente da estatal, Ronald Ravedutti, vem mantendo conversações cruzadas com o governo de Santa Catarina e a diretoria da Previ. A Copel já teria apresentado uma proposta pela parte do fundo de pensão na Celesc, equivalente a 33% das ONs e a 15% do capital total. Além da compra das ações, compromete-se a participar de um aumento de capital na distribuidora catarinense com o objetivo de assegurar a execução do plano de investimentos, orçado em R$ 1,3 bilhão para os próximos três anos. As tratativas com o governo de Santa Catarina envolvem ainda a formação de um consórcio entre as duas estatais para a construção de linhas de transmissão e duas hidrelétricas de médio porte na Região Sul. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Copel negou estar em negociações com a Previ. A fundação, por sua vez, não se pronunciou até o fechamento desta edição. A entrada da Copel no capital da Celesc ainda depende da costura de várias pontas. Para começar, a Previ e o governo de Santa Catarina terão de encerrar a disputa que perdura desde a década de 90. O Estado entende que a participação societária da fundação, resultado da conversão de uma dívida em ações, é indevida. No início do ano, a Justiça chegou a decretar o cancelamento da operação, mas o fundo de pensão conseguiu suspender a decisão. A Previ alega que tem mais de R$ 1 bilhão a receber do governo catarinense. De acordo com informações apuradas pelo RR ? Negócios & Finanças, a proposta da Copel pela participação da Previ é bem inferior ao suposto valor da dívida. Tomando-se como base a atual cotação da Celesc em Bolsa, a participação do fundo está avaliada em menos de R$ 300 milhões. Nem tanto ao céu nem tanto a terra. A fundação e a Copel negociam uma conta de chegada que permita a transferência das ações. O governo de Santa Catarina, por sua vez, teria de se comprometer a reconhecer a participação do fundo de pensão e encerrar o contencioso, abrindo caminho para a chegada da Copel. Além da questão jurídica, a operação passa também por um acordo político. O governador de Santa Catarina, Leonel Pavan, terá de buscar o apoio da Assembleia Legislativa a associação entre a Copel e a Celesc. A parte mais intrincada diz respeito ao futuro aumento de capital da distribuidora. Qualquer operação que coloque em risco a supremacia societária do governo costuma criar celeuma no estado.
Acervo RR
Petrobras e Mitsui murcham na Bahiagás
22/07/2010A Bahiagás vive um impasse societário. De um lado, o governo baiano, dono de 51% do capital; do outro, a Petrobras e a Mitsui, que detêm, cada uma, 24,5% das ações. Apesar da pressão do acionista majoritário, a estatal e o grupo japonês não têm demonstrado apetite em aportar novos recursos na companhia. A Mitsui está revendo seus investimentos no setor ? além da Bahiagás, tem participação em outras seis distribuidoras estaduais no país. Do lado da Petrobras, as atenções neste momento estão concentradas para a incorporação da Gas Brasiliano, em São Paulo. A resistência da dupla coloca em risco o cumprimento do plano estratégico da Bahiagás, que prevê investimentos de R$ 400 milhões. O impasse aponta para a redução da participação da Petrobras e da Mitsui no capital da concessionária. Há duas hipóteses sobre a mesa: a venda direta de parte das ações em poder das duas empresas a um terceiro investidor ou a abertura de capital da Bahiagás na Bovespa. O governo baiano defende este segundo modelo. A própria Petrobras e os japoneses já sinalizaram que não se opõem a realização de uma oferta de ações que dilua suas participações. Cálculos preliminares do governo baiano indicam que a venda de até 20% do capital em Bolsa poderia levantar cerca de R$ 200 milhões.
Acervo RR
Caixa Econômica, Previ e Funcef recarregam o Grupo Rede
21/07/2010O empresário Jorge Queiroz, dono do Grupo Rede, acendeu uma vela para a Caixa Econômica Federal e outra para a dupla Funcef e Previ. O banco e as duas fundações estão liderando uma tour de force com o objetivo de capitalizar a empresa de energia, a s voltas com uma dívida superior a R$ 4 bilhões. O FI-FGTS, administrado pela Caixa, vai ampliar sua participação no Grupo Rede. O fundo, que recentemente desembolsou R$ 600 milhões para ficar com 35% da holding Empresa de Eletricidade Vale Paranapanema S.A. (EEVP), deverá comprar uma participação direta na própria Rede Energia. O vendedor é a BNDESPar, que detém 24% da empresa. O FI-FGTS vai ficar com uma fatia equivalente a 10%. Em outro front, um grupo de fundos de pensão encabeçados por Previ e Funcef deverá adquirir outros 10% da parcela pertencente a BNDESPar, que, ao final da operação, ficaria com aproximadamente 4% do capital da Rede. As negociações preveem, em um segundo momento, um aporte de capital também liderado pelo FI-FGTS e pelos fundos de pensão. Procurado pelo RR – Negócios & Finanças, o Grupo Rede não se pronunciou até o fechamento desta edição. Ao fim desta operação, Jorge Queiroz permanecerá como acionista majoritário tanto da holding EEVP quanto do Grupo Rede. No entanto, terá de entregar alguns anéis. As negociações com a Caixa Econômica, Previ e Funcef estão vinculadas a assinatura de um novo acordo de acionistas, que, se confirmado, vai reduzir significativamente o poder do empresário. Questões como mudanças na diretoria, compra e venda de ativos e investimentos terão de ser aprovadas por 60% dos votos. Significa dizer que Queiroz passará a depender da anuência dos novos sócios para tomar decisões estratégicas. É grande também a possibilidade de mudança no comando do Grupo Rede, hoje nas mãos da executiva Carmem Campos Pereira. O nome da preferência dos fundos de pensão é o do ex-Eletrobras Flavio Decat, que já comanda a Celpa, distribuidora controlada pelo grupo. Nos últimos meses, com o luxuoso apoio do próprio BNDES, Jorge Queiroz tem conversado com diversos grupos do setor elétrico em busca de um comprador para o Grupo Rede. No entanto, as negociações esbarram no elevado passivo da companhia. A operação com o FI-FGTS, Previ e Funcef não significa que a hipótese de venda do controle será descartada. Pelo contrário. Ela continua em pauta, mas sem o mesmo caráter de urgência. O aporte dará ao grupo mais tempo para buscar um comprador.
Acervo RR
Longo caminho
12/07/2010O governador de São Paulo, Alberto Goldman, tem criado dificuldades extras para que a Petrobras feche a compra da Gas Brasiliano. Goldman vem trabalhando junto a Arsesp, agência reguladora de serviços públicos do estado e responsável pela aprovação ou não da venda da empresa. O objetivo é condicionar a operação a compromisso de novos investimentos na distribuidora.
Acervo RR
AES busca uma brecha entre os muros do BNDES
9/07/2010A AES está disposta a queimar a energia que for necessária para equacionar, ou, ao menos, minimizar, o que considera o seu mais grave problema institucional no Brasil: a historicamente tortuosa, complexa, quase beligerante relação com o BNDES. O principal motivo para este trabalho de reaproximação é o novo planejamento estratégico do grupo para os próximos cinco anos. Os norteamericanos querem transformar a AES Brasil em uma empresa integrada de energia, com negócios em geração, distribuição, transmissão e até mesmo na produção de combustíveis renováveis, notadamente etanol. Pragmáticos como sempre, os norte-americanos estão tecendo uma ardilosa teia política com o objetivo de reconstruir sua capacidade de diálogo e entrada no BNDES. O lobby vai ser centrado em peças-chave de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. A AES busca interlocutores em comum, notadamente no próprio governo e no Congresso, capazes de atuar neste trabalho de reaproximação com o banco. Parte da premissa de que, direta ou indiretamente, todos os seus passos no Brasil estão amarrados ao BNDES. O epicentro é a Brasiliana, conturbada associação entre o banco e os norte-americanos que controla a AES Eletropaulo, maior distribuidora de energia da América Latina. A estratégia da AES para o país coloca novos ingredientes neste caldeirão. No cenário ideal, o grupo adoraria pendurar parte de seus futuros investimentos na própria Brasiliana, dividindo o risco com o BNDES. Os planos incluem a compra de concessões na área de transmissão e de usinas sucroalcooleiras ? um dos objetivos da AES é exportar etanol para o mercado norte- americano. O grande senão a todos estes projetos é a péssima imagem da AES dentro do BNDES, o que transforma qualquer tentativa de aproximação em um dos 12 trabalhos de Hércules. O problema não é nem o presidente do banco, Luciano Coutinho. Está na área técnica do banco, que nutre verdadeira aversão ao grupo. Os norte-americanos carregam a pecha de arrogantes, dissimulados e de sanguessugas do BNDES. A repulsa cresceu durante a gestão de Carlos Lessa, alimentada pela inadimplência da AES na rumorosa operação de financiamento para a compra de uma participação na Cemig. As tensas negociações em torno da Brasiliana só servem para colocar ainda mais pimenta na relação entre a AES e o banco. O pensamento hegemônico dentro do BNDES é que os norte-americanos devem sair da holding, abrindo caminho para a criação de uma grande empresa de energia de capital nacional.
Acervo RR
PDVSA abastece seu tanque no Brasil
9/07/2010A PDVSA retomou os planos de montar uma rede de postos de combustíveis no Brasil. O projeto foi debatido em recente conversa entre o ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmerman, e seu congênere venezuelano, Rafael Ramírez Carrea±o, que acumula a pasta com a presidência da PDVSA. O foco da estatal venezuelana são as Regiões Norte, onde a empresa mantém três postos em caráter experimental, e Nordeste. A PDVSA já iniciou um processo de contratação de executivos brasileiros que ajudarão na escolha das cidades e dos pontos comerciais e na negociação dos contratos com as distribuidoras de combustíveis. A estatal está desengavetando o projeto com planos mais modestos se comparadas a s metas traçadas há pouco mais de dois anos, quando pretendia montar uma das cinco maiores redes do Brasil. O objetivo da empresa é chegar a 150 unidades em dois anos, inicialmente com a incorporação de postos bandeira branca, um preparativo para a posterior compra de redes de pequeno e médio porte. O desembarque da PDVSA no Brasil poderá provocar alguns esbarrões com as grandes redes nacionais, a começar pela própria Petrobras. Dentro da estatal, há quem enxergue nos planos da empresa o interesse em vender gasolina importada da Venezuela a preços mais baixos do que praticados no país, pelo menos no início da operação, como forma de ganhar mercado.
Acervo RR
Petrobras e Reliance lançam uma plataforma para o pré-sal
7/07/2010No que talvez seja a reta final da gestão de José Sergio Gabrielli ? ou não, como diria Caetano ?, a Petrobras costura o que pode vir a ser uma de suas principais parcerias no pré-sal. Do outro lado da mesa estão os indianos da Reliance. As conversas envolvem a formação de um consórcio para a exploração de blocos na nova camada, notadamente nas Bacias de Santos e de Campos. Um terceiro elemento deverá ingressar na operação: a também indiana Oil & Natural Gas, de controle estatal. Um grupo de executivos da Petrobras deverá ir a Mumbai, sede da Reliance, para negociações que passam também por investimentos conjuntos na africa. Para a Petrobras, a parceria surge como bem-vinda dada a necessidade cada vez maior da estatal de buscar financiamento para fazer frente aos investimentos já programados ? o plano estratégico 2010- 2014 prevê o desembolso de US$ 224 bilhões. Do lado da Reliance, o Brasil é peça fundamental no seu plano de expansão internacional. O grupo pretende investir, ao longo dos próximos cinco anos, cerca de US$ 10 bilhões fora da asia. A maior parte destes recursos será destinada a africa e a América Latina ? além do Brasil, Venezuela e Colômbia também entrarão no bolo, ainda que em uma escala menor. Parte expressiva destes investimentos será feita em parceria com a própria Oil & Natural Gas. Além de entrar na exploração e na produção, a Reliance é candidata a se associar a projetos da Petrobras na área de refino. Pretende também montar uma estrutura logística no Brasil voltada a exportação. A prioridade do grupo é o suprimento tanto de óleo bruto quanto de derivados para o mercado indiano. Hoje, as distribuidoras locais importam dois terços dos derivados comercializados na andia. As projeções indicam que o consumo de combustíveis deverá aumentar mais de 40% nos próximos cinco anos na esteira do crescimento econômico do país.
Acervo RR
Cemig reacende a compra dos ativos da Enel
5/07/2010A Cemig não para. A estatal voltou a carga sobre a Enel com o objetivo de comprar os ativos do grupo no Brasil, notadamente a distribuidora Ampla. A empresa segue uma estratégia diferente em relação a primeira investida sobre os italianos, no início do ano ? quando o então governador Aécio Neves chegou a ir a Europa para se encontrar com integrantes do board da Enel. Em vez da aquisição direta das subsidiárias do grupo no país, Cemig e Enel negociariam um acordo operacional envolvendo suas respectivas distribuidoras no Rio de Janeiro. Seria uma compra em capítulos. Light e Ampla criariam uma empresa voltada a aquisição de equipamentos, contratação de serviços de manutenção de redes elétricas e contratos conjuntos na área administrativa. A Cemig já teria, inclusive, esboçado cálculos sobre os ganhos financeiros decorrentes da operação. Esta joint venture funcionaria como uma ponte para a posterior entrada da Cemig no capital da Ampla, criando, desta maneira, uma grande distribuidora de energia integrada no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. A negociação abriria caminho ainda para a aquisição, em um segundo momento, das demais empresas da Enel no país, notadamente a cearense Coelce. Na Cemig, a parceria operacional entre a Light e a Ampla é vista como uma possibilidade de ganhar tempo e vencer a resistência de alguns acionistas da Enel a venda dos ativos no Brasil. A sinuosa estratégia de juntar agora e comprar depois funcionaria como um drible na barulhenta armada espanhola encravada no controle da Enel. O principal foco de oposição a venda de ativos no Brasil vem de um grupo de minoritários ligados a espanhola Endesa, comprada pelo grupo italiano em 2007. O próprio governo espanhol, que ainda tem certa ascendência sobre os antigos ativos da Endesa herdados pela Enel, também se opõe ao negócio. Segundo uma alta fonte do governo mineiro, Djalma Morais deverá ir a Espanha ainda neste mês para conversar com acionistas da Endesa. Não por acaso, desde os primeiros contatos com os italianos, o governo mineiro deixou a porta escancarada para a permanência da Enel como acionista minoritária da Ampla e de suas outras empresas no Brasil, uma forma de obter o apoio dos acionistas espanhóis.
Acervo RR
EDF interrompe seu apagão particular no Brasil
29/06/2010Depois de Carla Bruni, ninguém tem tanto cartaz com Nicolas Sarkozy quanto Lula. Quatro anos após vender o controle da Light e praticamente virar as costas para o Brasil, a EDF tornou-se a principal candidata a parceira da Eletronuclear na construção de usinas nucleares no país. Segundo uma alta fonte do Ministério de Minas e Energia, as duas estatais estão alinhavando um acordo para investimentos conjuntos, notadamente a instalação de duas geradoras atômicas no Nordeste. A associação teria espaço para um terceiro elemento, a também francesa Areva, que, há algum tempo, mantém entendimentos com a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) ?para um acordo de transferência de tecnologia no en riquecimento de urânio. O interesse da EDF vai além da fronteira empresarial. Trata-se de uma questão de Estado, que deve ser creditada na conta do acordo diplomático e comercial entre os governos Lula e Nicolas Sarkozy, cujo epi- centro é a venda dos caças Rafale para a Força Aérea Brasileira. De acordo com a mesma fonte, o próprio CEO mundial da EDF, Henri Proglio, virá ao Brasil em breve para formalizar um memorando de entendimentos com o governo brasileiro ? a data ainda depende da agenda do presidente Lula. De quebra, Proglio também vai anunciar a retomada dos investimentos em geração hidrelétrica no Brasil. A EDF, que controla uma térmica no país, a Norte Fluminense, vai pingar cerca de US$ 200 milhões para a construção de PCHs. O aporte pode ser considerado uma primeira tranche já que o interesse manifesto é de uma recomposição maior dos investimentos no setor. Como contrapartida, o grupo francês terá os financiamentos de praxe do BNDES. As PCHs deverão ter como parceira a Eletrobras, que ficaria com uma participação minoritária. Mas a BR Distribuidora também é uma alternativa. A EDF pretende, nos próximos dois anos, triplicar sua capacidade instalada no Brasil, hoje em torno de 800 megawatts.
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Thames Water
28/06/2010A inglesa Thames Water está de volta ao Brasil. A companhia, que há alguns anos tentou, em vão, comprar distribuidoras estaduais de saneamento, traz a tiracolo um fundo de investimentos europeu. O alvo, desta vez, são concessões municipais nas regiões Sul e Sudeste.
Acervo RR
BR Distribuidora sai Á caça de aquisições
28/06/2010A Petrobras cansou de contemplar o avanço de seus principais con correntes no mercado de combustíveis. No alto-comando da estatal, há um consenso de que a BR Distribuidora precisa reagir aos últimos movimentos do setor ? leia-se a associação entre Cosan/Esso e Shell e a compra da Texaco pelo Grupo Ultra. A companhia viu sua distância para a concorrência se reduzir nos últimos três anos. Hoje, a BR detém 37% de participação. Cosan/Shell e Ultra/Texaco estão tecnicamente empatadas na vice-liderança, com cerca de 20%. Esta diferença, ressalte-se, pode ficar ainda menor caso o Ultra feche a compra da Alesat, o que o deixaria com quase 24% de participação no mercado nacional. A expansão da rede de postos foi tema dominante nas duas últimas reuniões do Conselho de Administração da BR. A estratégia da companhia prevê duas frentes. Além de intensificar a absorção de postos bandeira branca, a estatal vai partir para a aquisição de redes de médio porte, com forte presença regional. Os recursos virão do próprio caixa da subsidiária da Petrobras, o que deverá, inclusive, provocar mudanças no planejamento estratégico da companhia ? os investimentos previstos até 2013 somam cerca de R$ 3,5 bilhões. No que dependesse única e exclusivamente do seu apetite, a BR jogaria suas fichas na compra da própria Alesat, dona de 1,7 mil postos de combustíveis. No entanto, a diretoria da estatal considera a operação inexequível do ponto de vista dos órgãos antitruste. Dificilmente, a negociação passará pelo Cade, nem tanto pelo critério do market share nacional: a BR sairia de 37% para pouco mais de 40% de participação. O problema é que a negociação aumentaria a presença da BR em algumas áreas específicas, como o Sudeste. Não custa lembrar que, ao comprar a Ipiranga em parceria com o Ultra, a estatal teve de abrir mão dos postos na região, ficando apenas com as unidades no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Por conta desta limitação, o canhão da BR Distribuidora aponta na direção de redes de 100 a 200 postos. Há duas empresas com este perfil na mira da estatal. Uma delas é a Petrobahia, que tem 160 unidades em quatro estados ? Bahia, Minas Gerais, Sergipe e Piauí. A outra é a Charrua, uma das mais tradicionais redes de combustíveis da Região Sul, com 250 postos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
Acervo RR
Jogo cruzado
17/06/2010A Petrobras, que comprou a Gás Brasiliano, ofereceu a Mitsui uma participação na distribuidora. Trata-se de um torneio com jogo de volta: a Petrobras quer entrar na Gaspart, holding controlada pelos japoneses com participação em sete concessionárias.
Acervo RR
Aécio e Sergio Andrade formam um casal Á mineira
4/06/2010A história do casamento entre Aécio Neves e Sergio Andrade ainda está por ser contada. Trata-se de um enredo dissimulado, conforme a melhor tradição mineira, na qual o que parece que é não é, e vice-versa. Os dois, diga-se de passagem, não cabem na concepção formal do que é uma sociedade. Não são sócios de direito, mas são sócios de fato. Amigados na Cemig, empresa que parece privada, mas é pública, pretendem fazer um arrastão no setor elétrico. Sinuosos são os caminhos traçados nas Gerais. Aécio e Andrade jogam de dupla de ataque na Cemig, só que com camisas de times diferentes. Sob as bênçãos de Aécio Neves, Cemig e Andrade Gutierrez preparam seus próximos passos no setor elétrico. Um dos alvos da dupla é o Grupo Rede. A estatal e a empreiteira estudam uma oferta conjunta pelo controle da companhia, pertencente ao empresário Jorge Queiroz de Moraes Junior. Levando na garupa Sergio Andrade, a Cemig pularia de R$ 18 bilhões para quase R$ 25 bilhões de faturamento anual. Entraria ainda em quatro novos estados ? Pará, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O Grupo Rede é apenas um aquecimento. Cemig e Andrade Gutierrez, ou melhor, Aécio Neves e Sergio Andrade miram em um alvo de proporções ainda maiores: a Brasiliana, dona da AES Eletropaulo, a maior distribuidora de energia da América Latina. A aquisição seria o passaporte para o desembarque da estatal mineira, e seu sócio privado, no mercado paulista. Trata-se de uma operação complexa, cheias de interesses políticos, e que depende ainda de um acordo entre o BNDES e a AES, que dividem o controle da Brasiliana. Articulação política, no entanto, não é um problema para Sergio Andrade, que, além do estreito relacionamento com Aécio Neves, é um dos empresários mais próximos do presidente Lula. Além disso, ter Aécio por perto aumenta ? e muito ? as chances de sucesso na investida. Não custa lembrar que foi justamente o ex-governador mineiro que aparou as arestas com os norte-americanos e o BNDES e costurou a operação cruzada que permitiu a entrada da Andrade Gutierrez no capital da Cemig, com uma participação de 14% ? negociação formalizada em janeiro. Em tempo: as relações entre Aécio e Sergio Andrade são tão curvilíneas que permitem até uma inflexão fora do setor elétrico. Com o imprimatur do sócio simbólico, a Andrade Gutierrez negocia a compra de 20% da Gasmig. Esta mistura cada vez mais homogênea entre Cemig e Andrade Gutierrez é resultado de uma intrincada teia política, empresarial e, até mesmo, afetiva tecida ao melhor estilo mineiro. Um dos elos que fortaleceu ainda mais as relações entre Aécio Neves e Sergio Andrade é a‚ngela Gutierrez, filha de Flavio Gutierrez, um dos fundadores da construtora. a‚ngela, que sempre cultivou uma trajetória discreta dentro do grupo, passou a ter uma presença mais ativa a partir de 2006, com a morte do irmão, Roberto Gutierrez. Entrou no Conselho de Administração da Andrade Gutierrez e, desde então, tem se notabilizado pela habilidade com que circula pelos mais concorridos salões das alterosas. a‚ngela é muito próxima de Andréa Neves, irmã de Aécio, que acumulou poder e prestígio político durante o seu governo. Assim é Minas: a‚ngela ama Andréa, que ama Aécio, que ama Sergio…
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NA
31/05/2010O governador do Distrito Federal, Rogério Rosso, está disposto a comprar uma briga política, ainda que isso cause um risco de acefalia no comando da CEB. Após a saída de Benedito Carraro da presidência, Rosso pretende eletrocutar toda a diretoria da distribuidora de energia, além de executivos do segundo escalão.
Acervo RR
Petrobras redesenha seu figurino na distribuição de gás
18/05/2010A estratégia da Petrobras para o mercado de gás varia conforme a semana. Todos os modelos são inteligentes, racionais e coisa e tal, mas o custo político da decisão e do descontentamento dos grupos de interesse empata a escolha. No momento, há na companhia um crescente questionamento ao atual modelo de participações societárias, ao menos na atual proporção ? por meio da Gaspetro, a estatal está no capital de 18 concessionárias estaduais. A diretoria da Petrobras, por enquanto, é favorável a redução da exposure no setor. Uma das prováveis medidas é a venda das participações em concessionárias de menor porte ou pouco rentáveis. Enquadram-se nesta categoria a Copergás (PE), a Algás (AL) e a Sergás (SE). Nas três empresas, a Petrobras detém a mesma fatia do capital: 41,5%. O único senão é encontrar um investidor disposto a ser sócio minoritário dos governos estaduais. No radar da companhia, a Mitsui é vista como um dos poucos grupos que caberia neste figurino. A trading japonesa controla a Gaspart, holding com participação em sete distribuidoras estaduais de gás ? em algumas, é sócia da própria Petrobras. Uma das razões para a insatisfação da Petrobras é o alto custo para a manutenção deste colar de ativos no setor. A exigência de aportes nas distribuidoras tem crescido, em média, 30% nos últimos anos. Do ponto de vista estratégico, a operação também se revelou um tiro no pé. Mesmo com todo o seu poder, a Petrobras não conseguiu transformar sua onipresença societária em uma maior influência no tabuleiro da distribuição de gás no país, ainda controlado pelos governos estaduais. A companhia está presente em 90% das concessionárias do país ? na origem, a intenção era garantir mercado para o insumo importado pelo gasoduto Bolívia-Brasil. No entanto, no que diz respeito ao número de consumidores atendidos, a empresa atinge apenas metade da população. A principal lacuna é o mercado paulista, no qual a empresa não está presente. Em outros casos, a Petrobras pretende permanecer no capital, mas reduzindo sua participação. O maior exemplo é a distribuidora do Espírito Santo, 100% controlada pela estatal. Uma das possibilidades é uma costura com o próprio governo estadual para que ele assuma parte das ações. Cálculos feitos pela Petrobras indicam que a redução da sua presença no setor poderá gerar um caixa extra da ordem de R$ 3 bilhões nos próximos cinco anos, apenas com a diminuição dos aportes em algumas concessionárias. Agora, resta esperar se a proposta vinga ou vai se juntar a s demais na gaveta das boas intenções.
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Petroleira
17/05/2010Está em gestação uma nova empresa de petróleo formada por ex-dirigentes da Petrobras. Um dos participantes do projeto é Carlos Sant?Anna, que comandou a estatal entre 1989 e 1990 e dirigiu também a BR Distribuidora e a Interbras, antigo braço comercial da companhia no exterior.
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CEG escancara suas portas para a chegada de OAS e Previ
13/05/2010A BNDESPar colocou a venda sua participação na CEG. A decisão é apenas o ponto de partida para uma ampla reestruturação societária na distribuidora. A espanhola Gas Natural, controladora da empresa, está disposta a abrir mão do seu direito de preferência sobre as ações da BNDESPar para atrair um novo sócio. O candidato mais forte é a Invepar, colar de concessões públicas pertencente a OAS e Previ. As conversações com os espanhóis têm sido conduzidas pelo próprio empresário Cesar Mata Pires, dono da construtora baiana. A Gas Natural acena com a possibilidade de assinar um novo acordo de acionistas que permita a entrada da Invepar no bloco de controle da CEG. Tomando-se como base a cotação em Bolsa, a participação da BNDESPar está avaliada em aproximadamente R$ 800 milhões. Com a aquisição, a Invepar passaria a ter 34,5% do capital. A Gas Natural seguiria como maior acionista, com 52%. Do lado da Gas Natural, a chegada de um novo acionista será uma garantia a mais de cumprimento integral do programa de investimentos da CEG, superior a R$ 1,5 bilhão. A subsidiária brasileira do grupo já dá como certo um período de vacas magras no que diz respeito aos aportes vindos da matriz. Na verdade, diante da iminência de uma crise na economia espanhola, a tendência é que a filial tenha de construir um lucroduto até a matriz, aumentando consideravelmente a remessa de lucros. Consequentemente, vai sobrar menos dinheiro para a CEG. Além disso, a Gas Natural tem planos de investir em energia elétrica no país, o que exigirá uma folga de caixa ainda maior. Da parte da OAS, a associação da Invepar no capital com a CEG representará seu retorno a distribuição de gás após uma década de ausência. Em 2000, a empreiteira vendeu a Gaspart para a Enron. Há pelo menos um ano a OAS planeja sua reentré na distribuição de gás, tendo ao lado a luxuosa escolta da Previ. A entrada da CEG se encaixa nas pretensões da Invepar de se tornar uma multiconcessionária de serviços públicos. Dona do Metrô Rio, da concessão da Linha Amarela e de outras rodovias no país, a holding tem planos de entrar não apenas na distribuição de gás, mas também em saneamento e em transporte marítimo. O alvo, neste caso, é a Barcas S/A, concessionária da travessia Rio-Niterói.
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Alesat
7/05/2010Paulo Cunha não está sozinho. A dobradinha Cosan/Shell também é candidata a compra da Alesat, distribuidora de combustíveis controlada por Marcelo Alecrim.
Acervo RR
AES Eletropaulo avança com energia sobre a Elektro
19/04/2010A AES Eletropaulo está negociando a compra da Elektro. Seu presidente, Britaldo Soares, já teve dois encontros com representantes do fundo Ashmore Energy International, controlador da distribuidora paulista. Há uma nova reunião prevista para o fim do mês, possivelmente em Nova York. Britaldo, não custa lembrar, é um velho conhecido dos acionistas da Elektro. De 1999 a 2005, ocupou a vice-presidência de finanças da Prisma Energy, holding controladora da empresa. A expectativa da AES é fechar um acordo de exclusividade até meados de maio e, ato contínuo, iniciar o processo de due diligence. Em 2009, a Ashmore International abriu negociações com alguns candidatos a compra da Elektro ? um deles teria sido a CPFL. As conversas foram suspensas no fim do ano, após o IPO do fundo norte-americano na Bolsa de Nova York. A operação vai redesenhar a cartografia do setor elétrico em São Paulo. A AES Eletropaulo ? já presente em 24 municípios da Grande São Paulo, a fatia mais cobiçada do estado ? vai entrar em outras 220 cidades. Pulará de 16,5 milhões para aproximadamente 20 milhões de consumidores atendidos. Juntas, AES e Elektro passarão a formar o maior grupo privado do setor elétrico no país, com faturamento anual em torno de R$ 11 bilhões, ultrapassando a CPFL.
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Petrobras distribui seu investimentos na vizinhança
25/03/2010A Petrobras prepara uma nova fornada de investimentos na América Latina. Os recpxursos aplicados ao longo dos próximos quatro anos deverão chegar a US$ 5 bilhões. Como de praxe, o mapeamento dos futuros projetos envolve decisões de ordem técnica e intrincadas costuras políticas. Bolívia e Venezuela, por exemplo, receberão um volume de investimentos proporcionalmente inferior aos recentes e expressivos aportes feitos pela Petrobras. A decisão se deve a instabilidade política e a s perdas que a estatal sofreu nos dois países, ao ser obrigada a reduzir margens e a se desfazer de alguns ativos. Na Argentina, por sua vez, os investimentos deverão ficar na casa dos US$ 400 milhões. A prioridade é alavancar as operações da subsidiária Petrobras Energia na distribuição de combustíveis. Nos últimos dois anos, a empresa perdeu preciosos pontos de market share, principalmente para a Repsol YPF. Na gangorra dos investimentos internacionais da Petrobras, um dos países que mais sobem é a Colômbia. Ela receberá em torno de 15% do valor total, a maior fatia individual. Não por coincidência, o governo colombiano é aquele que tem oferecido as maiores contrapartidas a estatal. A principal delas é uma linha de financiamento oficial em torno de US$ 500 milhões, que será acompanhada de apoio na infraestrutura de transporte de combustíveis. Há também conversas adiantadas para uma parceria entre a Petrobras e a estatal colombiana Ecopetrol. Os investimentos no país vão no embalo da recente descoberta de petróleo no bloco Balay, na Bacia de Llanos. Os testes iniciais indicam grande probabilidade de a reserva ser comercialmente explorável. Além da Petrobras, dona de 45%, o consórcio tem ainda as empresas Cepcolsa, Sorgenia E&P Colômbia e Petroamericana. Os blocos já operados pela estatal na Colômbia somam produção diária de 400 mil barris. Os planos da Petrobras na Colômbia passam também pelo aumento da sua rede de postos. Com 74 pontos de venda, a companhia pretende abrir ou comprar cerca de 100 postos até o fim de 2011, o que a deixaria como uma das três principais distribuidoras locais.
Acervo RR
Comgás acende a fusão com a Gas Brasiliano
11/03/2010Shell, British Gas (BG), Petrobras e Cosan querem ser as quatro irmãs do gás em São Paulo. O quarteto articula uma operação capaz de criar uma super-concessionária, com faturamento anual de R$ 7 bilhões e atuação em mais de 550 municípios paulistas. A engenharia tem como objetivo promover a fusão da Comgás ? da qual Shell e BG são acionistas ? e da Gas Brasiliano, colocada a venda pela italiana Eni. A associação entre as duas concessionárias se consumaria a partir de uma operação cruzada, dividida em três atos. No primeiro deles, Petrobras e Cosan entrariam de mãos dadas na disputa pela Gas Brasiliano. Uma vez vencedora, a dupla desembarcaria no capital da própria Comgás, funcionando como elo para a posterior fusão entre as duas distribuidoras ? o terceiro e último ato da operação. Os dados ainda estão rolando no duelo pela Gas Brasiliano ? Cemig, Mitsui, Prisma Energy e um fundo do banco Santander também são candidatos a aquisição. No entanto, entre as “quatro irmãos do gás” já existe um esboço para a execução do projeto caso Petrobras e Cosan fechem a compra da distribuidora controlada pela Eni. Tanto Shell quanto BG, maior acionista da Comgás, estão dispostas a transferir parte de suas ações para o novo controlador da Gas Brasiliano. Petrobras e Cosan passariam a ter até 30% do capital. A Shell reduziria sua participação de 8% para 3%. Já a BG recuaria de 87% para algo em torno de 62%. A fusão entre Comgás e Gas Brasiliano seria consumada por meio de uma troca de ações entre os quatro grupos. Este modelo cruzado pode ser um facilitador para a fusão entre as duas distribuidoras do ponto de vista regulatório. A negociação tem de passar pelo crivo da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp). Com a presença prévia de Petrobras e Cosan no capital tanto da Comgás quanto da Gas Brasiliano não se configuraria uma troca de controle em qualquer uma das duas empresas. Faltaria apenas combinar com o Cade. Juntas, as duas concessionárias dominariam aproximadamente 80% da distribuição de gás em São Paulo. A operação enfeixa interesses estratégicos de seus quatro protagonistas. Há tempos a Petrobras procura uma porta para entrar na distribuição de gás em São Paulo. Por mais de uma vez, tentou comprar uma participação na própria Comgás. Pelos lados da Cosan, a decisão de investir no setor está vinculada a associação com a Shell. Dificilmente, a empresa entraria na disputa pela Gas Brasiliano se não tivesse a escolta dos anglo-holandeses. Por sua vez, a BG e a própria Shell, que já têm uma posição privilegiada no setor, se tornariam sócias de uma operação ainda maior.
Acervo RR
Cemig de bolso
10/03/2010A estatal CEEE não é nenhuma Cemig, mas também pretende comprar outras distribuidoras. Seu principal objeto de cobiça está dentro do Rio Grande do Sul: a AES Sul. Tem conversa. A empresa está longe de ser um dos ativos prediletos da AES no Brasil.
Acervo RR
Blairo Maggi barra os planos da Petrobras na MTGás
10/03/2010O governador Blairo Maggi está dando uma canseira na Petrobras. O motivo é a negociação para a compra do controle da MTGás, a distribuidora de gás do estado. A operação revelou-se mais complexa do que supunha a diretoria da Petrobras. Maggi desistiu da venda integral das ações. Quer que o estado mantenha uma participação de 49% no capital. Ao mesmo tempo, está condicionando a venda a um acordo de acionistas que garanta ao governo mato-grossense a nomeação de três diretores, incluindo a área operacional, e poder de veto em decisões estratégicas. Na atual circunstância, Blairo Maggi não tem opções a associação com a Petrobras. De um lado, precisa de um sócio capaz de capitalizar a MTGás; do outro, tem de encontrar a toque de caixa uma solução para os constantes problemas no abastecimento de gás no estado, altamente dependente do insumo que vem pelo gasoduto Bolívia-Brasil. Volta e meia, o governo boliviano interrompe o fornecimento sem maiores explicações. Ainda assim, Blairo Maggi quer ficar com alguns anéis. Vender integralmente o controle da MTGás significa abrir mão de poder político. Um dos maiores receios de Maggi é que, sob o mando da Petrobras, haja um descolamento excessivo entre a estratégia de negócios da distribuidora e as próprias políticas públicas do estado. A intenção da holding federal seria privilegiar o fornecimento de gás para grandes clientes, leia-se fábricas e termelétricas, em detrimento da oferta de Gás Natural Veicular (GNV), considerada prioridade pelo governo mato-grossense. Outra bola dividida é o programa de expansão do uso do gás natural em residências, menina dos olhos de Blairo Maggi. A Petrobras não está muito disposta a manter o projeto em suas bases atuais. O investimento está orçado em R$ 1 bilhão.
Acervo RR
Venda da Ampla está cheia de fios desencapados
5/03/2010A viagem do presidente da Cemig, Djalma Morais, a Itália para negociar a compra da Ampla periga ser uma enorme perda de tempo e de dinheiro. Pelo menos no que depender dos antigos controladores da Endesa, hoje acionistas minoritários da companhia. A venda da distribuidora fluminense esbarra nos atritos entre os sócios do grupo espanhol, um fio difícil de ser encapado. De acordo com uma alta fonte da Cemig no Brasil ouvida pelo RR – Negócios & Finanças, existe uma forte pressão dos sócios espanhóis contra a operação arquitetada pela Enel. Os italianos querem se desfazer não apenas da Ampla, mas de todos os ativos da Endesa no Brasil, que incluem ainda a Coelce, a Cien, a hidrelétrica de Cachoeira, em Goiás, e a termelétrica Fortaleza. Não obstante deter menos de 10% da Endesa, este grupo de acionistas espanhóis não é formado por simples minoritários. Na condição de ex-participantes do bloco de controle, eles têm poder para interferir em decisões estratégicas graças a uma série de amarras contratuais que foram criadas na venda da companhia para a Enel. As faíscas em torno da negociação da Ampla não ficam restritas a s fronteiras societárias da Endesa. A operação é um assunto de Estado. Depende também de uma intrincada costura diplomática entre Itália e Espanha. Por conta da complexa fiação societária do grupo, o governo espanhol ainda mantém influência nos destinos da Endesa. O gabinete de José Luis Zapatero já sinalizou ser contrário a venda da Ampla e, mais ainda, de todos os ativos do grupo no país. Para os espanhóis, deixar o promissor mercado brasileiro é um equívoco do ponto de vista geoeconômico. A percepção é que a Enel não está pensando de maneira estratégica e seu único objetivo, de curtíssimo prazo, é cobrir perdas financeiras na Europa. Não custa lembrar que existem arestas nas relações entre os governos de Espanha e Itália por conta de outra negociação envolvendo dois dos maiores símbolos empresariais de cada país: Telefónica e Telecom Italia. Por conta desta eletrificada relação com os espanhóis, a Enel tem feito jogo de cena. Há cerca de um mês enviou um comunicado a executivos da Endesa no Brasil desmentindo o interesse em vender a Ampla e os demais ativos e deixar o país. Fez também uma tour de force na imprensa com o mesmo objetivo. Pura dissimulação. De acordo com a mesma fonte, nos bastidores, os italianos têm se articulado para forçar a aprovação da venda da Ampla na próxima reunião do Conselho da Endesa, em Madri. Talvez Djalma Morais seja obrigado a incluir a capital espanhola em sua ida a Europa.
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Porta fechada
3/03/2010A BNDESPar não aceita a proposta de ficar com a participação da Inepar na Cemat, distribuidora de energia elétrica do Mato Grosso. O empresário Atilano Oms Sobrinho ofereceu as ações como pagamento de uma dívida de R$ 350 milhões com o BNDES. O banco, no entanto, quer a quitação em dinheiro.
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Lusco-fusco
22/02/2010O interesse na compra da Elektro alardeado publicamente pelo presidente da AES Brasil, Britaldo Soares, foi recebido com ironia pela Ashmore Energy International, controladora da distribuidora paulista. Até o momento, a AES não passou nem perto da porta da Elektro.Â
Acervo RR
AES faz oferta pelo controle da Brasiliana
12/02/2010Surgiu um fato novo no tabuleiro do setor elétrico. Na semana passada, a AES apresentou ao BNDES uma proposta oficial para a compra da participação do banco na Brasiliana, controladora da Eletropaulo e da AES Tietê. A oferta gira em torno de R$ 4 bilhões. Os norte-americanos propuseram pagar metade deste valor a vista e o restante em parcelas semestrais durante um período de cinco anos. A negociação com o banco tem sido conduzida pelo próprio presidente da AES no Brasil, Britaldo Soares. Sua missão é complexa. Britaldo tem não apenas de costurar uma operação exequível como dobrar a política do BNDES de consolidação de diversos setores da economia em grandes grupos nacionais. Olhando-se apenas pelos critérios ideológicos, o banco não quer a venda para a AES. Até certo ponto, a investida é um movimento surpreendente da AES. O declarado interesse do grupo norte-americano na participação do BNDES sempre soou como blefe aos ouvidos da própria diretoria do banco. A leitura hegemônica é que a companhia vinha fazendo jogo de cena para pressionar a agência de fomento a adquirir as ações da Brasiliana ou encontrar um comprador externo. Pode ser cisma ou birra, mas no BNDES ainda há quem duvide que a AES permanecerá na holding por muito tempo mesmo após comprar o controle integral. O discurso oficial da AES vai na mão contrária. Os norte-americanos pretendem mostrar ao mercado brasileiro que a temporada de contenção de investimentos e venda de ativos passou. A mudança de rota pode ser atribuída a recente associação com o fundo soberano chinês, que despejou US$ 2 bilhões para a compra de 15%do grupo. A ordem é expandir os negócios no Brasil, considerado o mais importante mercado do grupo fora dos Estados Unidos. Em recente conversa com um importante executivo do setor elétrico, Britaldo Soares reafirmou que a AES pretende usar a Brasiliana para a compra de distribuidoras e geradoras no país. O plano é dobrar a capacidade de geração para cinco mil megawatts.
Acervo RR
Cemigbrás
11/02/2010A Cemig não descansa enquanto não estatizar o setor elétrico. Quer comprar a Cemar, distribuidora controlada pela Equatorial Energia, leia-se Pactual Capital Partners.
Acervo RR
Petrobras avança mais uma casa na distribuição de gás
4/02/2010A Petrobras abriu a temporada de caça a distribuidoras estaduais de gás. Depois de adquirir o controle da MTGás, negocia a compra da participação da Mitsui na Compagás. Os japoneses detêm 24,5%, herdados após a incorporação dos ativos da antiga Enron no Brasil. Com a operação, a Petrobras passará a ter 49% da distribuidora paranaense. As ações da Mitsui estão orçadas em aproximadamente R$ 500 milhões. A negociação envolve uma complexa costura política e empresarial. A operação é fruto da insatisfação do governo do Paraná com a Mitsui. Os japoneses têm demonstrado certa resistência em acompanhar os aportes na Compagás ? diga-se de passagem, uma atitude até certo ponto inesperada diante das investidas do grupo no país. Dona de participações em sete distribuidoras estaduais de gás, a Mitsui tem manifestado explicitamente o interesse em aumentar sua presença no mercado brasileiro. Ao que tudo indica, pelo menos no caso da Compagás, a difícil convivência entre o grupo asiático e o governo do Paraná falou mais alto. Ressalte-se que o relacionamento entre a Petrobras e o governo paranaense também está longe de ser um mar de rosas. O iminente acordo societário na Compagás é um cessar-fogo. A Petrobras reduziu os aportes na distribuidora paranaense, insatisfeita com sua baixa representatividade na gestão da companhia. A eventual compra da participação da Mitsui traz embutida a promessa de que a estatal passará a ter uma participação maior nas decisões estratégicas.
Acervo RR
Grupo Rede entrega seu futuro a um novo comandante
27/01/2010O ainda distante primeiro de abril promete ser o dia da verdade para o Grupo Rede. A partir desta data, a empresa vai reescrever seu futuro, pelas mãos do executivo Flavio Decat. O atual diretor da Eletrobrás está deixando a estatal para assumir a presidência da Celpa, uma das subsidiárias do Grupo Rede, além de um cargo na diretoria da própria holding Rede Energia. O executivo terá plenos poderes na gestão do grupo. Sua principal missão será arrumar a casa para a chegada de um novo sócio ou, no limite, a venda do próprio controle. Não por acaso, a limpeza começará pela Celpa, responsável por parte significativa da dívida da Rede, na casa dos R$ 5 bilhões. Além do passivo, os indicadores de desempenho da distribuidora, como o número e o tempo de duração das interrupções no fornecimento de energia, estão entre os piores do país. Decat é o homem certo no lugar certo. O que não falta a ele é experiência em endireitar ativos tortos no setor elétrico. O executivo é o grande responsável pela reestruturação das seis distribuidoras federalizadas pela Eletrobrás ? Boa Vista Energia, Manaus Energia, Ceal, Cepisa, Ceron e Eletroacre. Estas empresas, que eram terras arrasadas do setor, têm dado fortes sinais de recuperação financeira e operacional. Dificilmente o empresário Jorge Queiroz conseguirá caminhar por muito mais tempo sem a presença de um sócio, isso na hipótese de permanecer no controle do grupo. Queiroz, inclusive, já tem sobre a mesa a proposta de um fundo de private equity ? ver RR ? Negócios & Finanças edição nº 3.798. Uma das possibilidades cogitadas dentro da Rede é a venda não de uma participação na holding, mas apenas de uma das subsidiárias. Neste caso, todos os caminhos levam na direção da própria Celpa. O desempenho recente da empresa até é bom. Entre janeiro e setembro de 2009, seu lucro foi de R$ 86 milhões, contra R$ 12 milhões no mesmo período em 2008. O problema é a dívida que a distribuidora paraense carrega nas costas. O passivo de longo prazo beira R$ 1,7 bilhão, para um patrimônio líquido de R$ 1,1 bilhão. Flavio Decat será figura central nos próximos passos do Rede. Além de comandar a reestruturação operacional e financeira, ele ajudará o empresário Jorge Queiroz a desenhar o novo figurino societário do grupo. Os resultados da rearrumação capitaneada por Decat serão determinantes para definir se a Rede negociará alguma de suas subsidiárias, uma participação na holding ou o controle de todo o grupo.
Acervo RR
Salvação da Celg
26/01/2010Além da entrada no capital da Celg, a Eletrobrás prepara um plano de investimentos emergencial para tirar a distribuidora do limbo.
Acervo RR
Copel acompanha Cemig na invasão ao Rio de Janeiro
22/01/2010O Rio de Janeiro corre o risco de virar terra estrangeira, ao menos no setor elétrico. Depois da venda da Light para a Cemig, agora é a paranaense Copel que pretende invadir o estado. A empresa é candidata a compra da Ampla, distribuidora controlada pela Enel. Já teria, inclusive, apresentado uma primeira proposta aos italianos no fim de 2009. A negociação econômica, no entanto, é a parte mais simples do enredo. O que promete ser complexo é a costura política da operação. A eventual compra da Ampla pela Copel terá de passar obrigatoriamente por conversações com o governo do estado. Trata-se de um assunto extremamente delicado. Caso a negociação da Ampla se consume, as duas grandes empresas de energia do Rio de Janeiro passariam ao domínio de concessionárias de outros estados. Em última linha: o mando no setor elétrico do Rio ficaria nas mãos dos governos de Minas Gerais e do Paraná. Isso se os mineiros não fizerem barba, cabelo e bigode. Ressalte-se que a Cemig também tem interesse na compra da Ampla. No ano passado, o próprio governador Aécio Neves esteve na Itália conversando com o board da Enel. Na ocasião, manifestou a disposição de adquirir alguns dos ativos do grupo no país, incluindo a distribuidora fluminense. Além do enfraquecimento político do Rio, a investida da Cemig e da Copel trazem a reboque o risco de exportação do centro de decisão. Nada impediria, por exemplo, que a sede e, consequentemente, a diretoria da Light ou da própria Ampla fossem transferidas para seus novos estados controladores. Do ponto de vista operacional, pode até ser um movimento difícil, por se tratarem de duas concessionárias de serviços públicos, mas impossível não é. Ao mesmo tempo em que movimenta as peças no tabuleiro político, o governador Roberto Requião monta o modelo para a eventual entrada da Copel no Rio de Janeiro. A ideia é criar uma empresa de participações que seria também usada para a compra de concessões em outros estados. A Copel deverá ser acompanhada de private equities e investidores do setor elétrico. No plano de voo traçado pelo governo paranaense, a estatal assumiria 49% das ações. O restante do capital seria dividido entre os sócios privados. Este consórcio ficaria responsável pela compra dos 46,89% da Ampla em poder da Enel. O mais provável é que avance também sobre a participação da EDP, dona de 7,7% da distribuidora fluminense.
Acervo RR
OAS retorna ao mercado de gás pela porta da frente
20/01/2010A OAS prepara seu retorno ao mercado de gás. A empreiteira vai montar uma empresa de participações no setor, englobando distribuidoras estaduais de gás natural e plantas de GNL. Guardadas as devidas proporções, a nova empresa será uma reencarnação da Gaspart, que era controlada pela OAS e acabou vendida para a Enron – posteriormente, foi repassada a Mitsui. O projeto prevê o desembolso de até R$ 400 milhões nos próximos dois anos. Além do investimento per si, a empresa enxerga neste movimento um combustível extra para a sua principal atividade, a construção civil. Boa parte das concessionárias de gás do país, tanto as de controle privado quanto as estatais, está investindo em infraestrutura, notadamente para a expansão da rede de distribuição. Uma vez no capital destas companhias, a OAS entende que ficará em posição privilegiada para tocar algumas destas obras. A OAS não vai ficar sozinha no negócio. Pretende vender até 49% da nova empresa e, desta forma, ganhar fôlego para a montagem da carteira de participações. Os alvos da empreiteira são distribuidoras de controle ainda estatal. Entre elas estão SCGás (SC), Compagas (PR), Copergás (PE) e Bahiagás. Ressalte-se que todos são estados administrados pelo PT ou por partidos da base governista, como PMDB ou PSB. Mais do que uma coincidência, o mapa de possíveis negócios da “OASGás” revela a ressurreição política de Cesar Mata Pires e sua boa relação com o governo Lula e seus aliados. Durante algum tempo, sobretudo após a morte de Antonio Carlos Magalhães, seu sogro, o empreiteiro teve um período de baixa no tabuleiro político, com impacto direto sobre os negócios da OAS. Nos últimos três anos, no entanto, sua sorte mudou e ele voltou ao jogo com força redobrada. Um dos sinais do risorgimento de Mata Pires foi o estreitamento das relações entre a Previ e a OAS. A dupla, que já era sócia na concessão da Linha Amarela, arrematou a operação do Metrô Rio.