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Governo quer aumentar importação de energia para abastecer o Rio Grande do Sul

  • 20/05/2024
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O governo pretende aumentar a importação de energia em caráter emergencial com o objetivo de normalizar o fornecimento ao Rio Grande do Sul. Há duas preocupações: a primeira, mais imediata, é acelerar a religação dos mais de 230 mil pontos ainda sem luz no estado; a segunda é garantir o suprimento do insumo para os serviços de reconstrução de instalações de infraestrutura já em curso, na maior parte dos casos obras viárias conduzidas pelo Exército. Aliás, ressalte-se, o general Tomás Paiva, Comandante da Força, tem sido um dos grandes colaboradores no trabalho de recuperação do Rio Grande do Sul e no atendimento à população local. Silenciosamente, o Exército vem disponibilizando suas tropas para resgate de desabrigados, construção de pontes temporárias, consertos de estrada, transporte de doações, entre outras missões. Feita essa ressalva, há informações em Brasília de que o ministro Alexandre Silveira vem mantendo conversações com a ministra de Indústria, Energia e Mineração do Uruguai, Elisa Facio, para ampliar a compra de energia do país vizinho, iniciada em 3 de maio. O volume atual enviado ao Rio Grande do Sul tem variado entre 120 MW e 390 MW. A intenção do governo seria subir esse teto para 500 MW, o que ajudaria as duas distribuidoras gaúchas, CEEE e RGE, a acelerar a regularização do abastecimento. Em outro front, fala-se também no Ministério de Minas e Energia de movimentações para a importação de energia da Argentina.

Em relação ao Uruguai, há um obstáculo a ser superado. No momento, além do mercado interno e do Brasil, os uruguaios também estão fornecendo energia para a própria Argentina. Ou seja: é provável que o país vizinho tenha de aumentar sua produção para gerar mais excedente, o que certamente se refletirá no preço do insumo comprado pelo governo brasileiro. Paciência. Não é hora de se fazer muita conta. É mais um custo que irá para o metaverso orçamentário das despesas com a recuperação do Rio Grande do Sul, à margem de amarras fiscais.

Neste momento de tragédia no Rio Grande do Sul, a interligação elétrica entre os três países se torna fundamental para garantir o suprimento de energia ao estado. Em relação ao Uruguai, o transporte do insumo se dá por meio da linha de transmissão que conecta a subestação de Melo, do outro lado da fronteira, à subestação de Candiota (RS). Existe também uma segunda linha, entre Rivera, no Uruguai, e Santana do Livramento (RS). Em relação à Argentina, a distribuição ocorre por uma linha de transmissão entre Rincón Santa Maria, na província de Corrientes, e as subestações Garabi I e Garabi II, em Garruchos (RS). Se necessário, o Ministério de Minas e Energia ainda pode recorrer a uma linha que conecta Paso de Los Libres a Uruguaiana, que não é usada há algum tempo.

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