Tag: Eletropaulo

Postes da discórdia

2/10/2018
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O poste está se revelando um grande problema nacional. Antes que alguém pense em Fernando Haddad, não há metáfora na afirmação. As operadoras de telecomunicações reunidas sob a égide da Telcomp – Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas – preparam-se para entrar na Justiça contra as distribuidoras de energia. As empresas estariam cortando indiscriminadamente cabos de telefonia que passam em seus postes. A Eletropaulo, por exemplo, já anunciou a retirada de fios alegadamente irregulares em mais de 2,1 mil instalações nas ruas de São Paulo. A questão é objeto de um impasse que envolve companhias dos dois setores e os respectivos órgãos reguladores. A Anatel e a Aneel abriram processo para a criação de uma nova regulamentação do uso de postes pelas empresas de telecomunicações. Segundo dados das duas agências, há nove milhões deles em todo o Brasil saturados. As empresas de energia, no entanto, apontam que o objetivo das distribuidoras é colocar pressão para  aumentar os valores cobrados pelo direito de passagem de fios em seus postes e alegam perda de competitividade. Segundo as operadoras, o uso de dutos subterrâneos, que seria a alternativa, é 25% mais dispendiosa.

#Eletropaulo #Telcomp

Contencioso entre Eletropaulo e Eletrobras ganha nova voltagem

19/07/2018
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O que parecia ser a resolução de um contencioso de três décadas entre a Eletropaulo e a Eletrobras está se revelando, na prática, fator para um imbróglio talvez ainda maior. A Companhia Paulista de Transmissão de Energia Elétrica (CTEEP), o terceiro protagonista deste enredo, já está se preparando para contestar a fatura de R$ 1,5 bilhão que as outras duas empresas tentam empurrar na sua direção. Controlada pela colombiana ISA, a CTEEP concluiu uma perícia contábil constatando que o passivo em questão não é de sua responsabilidade.

O laudo será o seu trunfo para enfrentar a disputa judicial que se avizinha e, consequentemente, colocar em xeque o acordo firmado entre a Eletropaulo e a Eletrobras há apenas quatro meses. O caso é complexo, cheio de ziguezagues. Começa em 1986, quando a então estatal Eletropaulo contraiu um empréstimo junto à Eletrobras. Após a cisão da empresa paulista em diferentes subsidiárias e a sua privatização em fatias, a responsabilidade pelo financiamento ficou no limbo por todos esses anos, ricocheteando entre cobranças judiciais. Em março deste ano, enfim, a distribuidora Eletropaulo aceitou arcar com o passivo junto à holding federal – informação antecipada pelo RR na edição de 8 de fevereiro.

Mas condicionou o pagamento da dívida à posterior cobrança do valor à CTEEP, também nascida da fragmentação da antiga estatal paulista. Ou seja: um inusitado acordo, pelo qual Eletropaulo e Eletrobras se “livraram” do pepino empurrando a conta para um terceiro que não estava à mesa de negociações. Consultada sobre o caso, a CTEEP diz que “não há sentido na tese de uma parte assumir a responsabilidade de uma dívida e depois cobrá-la de uma terceira parte”, em referência à Eletropaulo. A empresa de transmissão afirma ainda que “não cabe sequer a informação de que ela se nega a assumir a dívida de R$ 1,5 bilhão”, uma vez que, “após perícia contábil realizada, foi constatado que o empréstimo em questão não é de sua responsabilidade”. Eletrobras e Eletropaulo não quiseram se pronunciar.

#CTEEP #Eletrobras #Eletropaulo

State Power descarrega bilhões para ser nº 1 do setor de geração

7/06/2018
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A venda da Eletropaulo para a Enel ainda reluz nas manchetes e já existe outra grande operação de M&A em gestação no setor elétrico. O RR apurou que a chinesa State Power Investment Corporation (SPIC) costura sua entrada no capital das usinas de Santo Antônio e de Jirau, dois dos maiores projetos hidrelétricos da Amazônia. No primeiro caso, o ingresso se daria com a compra da participação da Cemig (10%) e de parte das ações em poder de Furnas, detentora de 39%. A Eletrobras, por sinal, é o ponto de interseção entre as duas operações. A porta de entrada da SPIC em Jirau seria a aquisição de um naco das ações pertencentes à Chesf e à Eletrosul, que, juntas, detêm 40% da Energia Sustentável do Brasil, consórcio controlador da hidrelétrica.

Para atar todos esses fios societários, estima-se que o desembolso dos chineses ultrapasse os R$ 12 bilhões. Procuradas pelo RR, SPIC, Eletrobras e Cemig não quiseram se pronunciar. A operação parece feita sob medida para as circunstâncias e as pretensões de seus três protagonistas. A SPIC, que recentemente pagou R$ 7 bilhões para comprar a hidrelétrica de São Simão junto à Cemig, se tornaria o maior grupo privado de geração de energia do Brasil. A empresa passaria a ter em sua carteira um colar de usinas com capacidade de produção de mais nove mil MW, superando a franco-belga Engie e a conterrânea Three Gorges – hoje as duas principais empresas do segmento.

A Cemig, por sua vez, está no meio de uma tour de force para alienar ativos e reduzir sua alavancagem financeira. Desde o ano passado, busca um comprador para a sua participação na Usina de Santo Antônio. A operação também aliviaria o torniquete da Eletrobras. A venda de uma parcela das respectivas participações de Chesf, Eletrosul e Furnas nas duas hidrelétricas geraria caixa em um momento de notória fragilidade financeira do grupo.

O próprio governo enxerga a operação com bons olhos, mesmo porque, a esta altura, ninguém mais em Brasília acredita na venda das distribuidoras federalizadas e muito menos na privatização da Eletrobras. Ressalte-se ainda que não é de hoje que a Eletrobras tem reduzido gradativamente sua participação no segmento de geração de energia elétrica. Em 2011, a companhia era responsável por 36% da capacidade instalada no país; hoje, esse índice beira os 30%. E tende a cair. Na década passada, a Eletrobrás respondeu por 28% da expansão da geração no Brasil. De 2011 para cá, entrou apenas com 15% dos novos projetos.

#Cemig #Eletropaulo #Enel #State Power Investment Corporation

A AES já ganhou

24/05/2018
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Independentemente do capítulo final, a novela da venda da Eletropaulo já encheu o caixa da AES. Desde janeiro, o valor da participação dos norte-americanos saltou de R$ 450 milhões para quase R$ 1 bilhão. A cifra, ressalte-se, não contabiliza o ágio oferecido por Enel e Neoenergia, principais concorrentes à compra da Eletropaulo, que hoje deverão apresentar suas ofertas para o leilão na B3.

#AES #Eletropaulo

State Grid põe mais voltagem na disputa pela Eletropaulo

30/04/2018
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O duelo pelo controle da Eletropaulo está prestes a sofrer uma reviravolta. O RR apurou que a State Grid entrou no páreo e prepara uma proposta de alta voltagem pela participação da AES na distribuidora paulista. Segundo uma fonte que participa das negociações, dirigentes dos dois grupos se reuniram na semana passada, em São Paulo.

Os chineses estão dispostos a oferecer, como ponto de partida, o equivalente a R$ 40 por ação. A se confirmar, a State Grid empurrará o duelo para um novo patamar. A cifra representa um considerável salto em relação ao lance mais alto colocado sobre a mesa até o momento: os R$ 32,20 por ação ofertados pela italiana Enel. A Neoenergia, outra candidata ao negócio, chegou a R$ 32,10. Significa dizer que, para efeito de tag along e posterior oferta pelo restante das ações da Eletropaulo em bolsa, os chineses estariam partindo de um valuation da ordem de R$ 6,8 bilhões.

A cifra é 23% superior ao valor de mercado da Eletropaulo no fechamento da última sexta-feira. Procuradas pelo RR, State Grid e AES Eletropaulo não quiseram se pronunciar. A iminente entrada em cena da State Grid esquenta o duelo pela Eletropaulo a pouco mais de duas semanas do leilão da participação da AES – previsto para 18 de maio, na B3. Ressalte-se que novas ofertas poderão ser apresentadas ao longo desse período. Até lá a CVM promete anunciar as regras para a competição. Há diversos questionamentos e interpretações cruzadas sobre as normas para uma competição desta natureza.

#Eletropaulo #NeoEnergia #State Grid

O cabo de guerra da Eletropaulo

18/04/2018
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O leilão da Eletropaulo está frenético. Segunda maior acionista, atrás da BNDESPar, a AES passou o dia de ontem tentando elevar a oferta para a casa dos R$ 32 por ação, o que jogaria o valuation da empresa para próximo dos R$ 7 bilhões – até o fim da tarde, a proposta mais alta era da italiana Enel (R$ 28). Como forma de aditivar os lances, os norte-americanos garantem que a Eletropaulo tem um crédito de R$ 1,5 bilhão a receber da CTEEP, controlada pela colombiana Isa. No entanto, a Enel, assim como NeoEnergia e Energisa, também na disputa pela distribuidora, consideram o montante de difícil recebimento. A cobrança é um desdobramento do acordo firmado entre a Eletropaulo e a Eletrobras para o pagamento de uma dívida de R$ 1,5 bilhão – antecipado pelo RR na edição de 8 de fevereiro.

#Eletropaulo #Energisa #NeoEnergia

Todos os fios levam à State Grid

16/03/2018
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O interesse da GP na participação da AES na Eletropaulo não desperta simpatia no governo. A “torcida” em Brasília e – por que não dizer? – no BNDES, acionista da empresa, é toda pró-State Grid. Os chineses são fortes candidatos a entrar no capital da distribuidora paulista por meio do aumento de capital previsto para o fim deste mês, conforme antecipou o RR na edição de 8 de fevereiro. O governo vislumbra a operação como um prelúdio para a fusão entre a Eletropaulo e a CPFL, controlada pela State Grid, com um considerável reforço dos investimentos chineses no Brasil.

#AES #BNDES #Eletropaulo

State Grid costura os fios da Eletropaulo e da CPFL

8/02/2018
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Imaginem uma corporação com um mercado praticamente cativo de 25 milhões de clientes, primazia em uma área equivalente a um terço do PIB nacional e um Ebitda de R$ 5 bilhões/ano… A State Grid está diante da oportunidade de criar um colosso do setor elétrico a partir da fusão da Eletropaulo com a CPFL, já controlada pelos chineses. A coreografia da operação vem sendo ensaiada cuidadosamente, em um balé que envolve outros protagonistas. A negociação passaria pelo pagamento da dívida da Eletropaulo com a Eletrobras, no valor aproximado de R$ 2,8 bilhões. A AES, dona da distribuidora paulista, reconheceria o passivo em balanço e convocaria um aumento de capital para recompor o patrimônio da empresa. Os norte-americanos e o BNDES, acionista da Eletropaulo com 16%, não atenderiam à chamada. Seria a deixa para os chineses saírem da coxia.

A State Grid subiria ao palco para subscrever os papéis e assumir o controle da Eletropaulo. O ato seguinte seria o fechamento de capital da empresa e a posterior fusão com a CPFL. Segundo o RR apurou, o primeiro movimento já foi dado. A AES apresentou uma proposta à Eletrobras para o pagamento da dívida com deságio de 50%. Do total de R$ 1,4 bilhão, R$ 700 milhões seriam quitados à vista e o restante dividido em 10 parcelas de R$ 70 milhões, corrigidos por CDI mais 1,5%. Uma vez fechado o acordo, toda a sequência de passos seria executada.

A operação permitiria ao BNDES e à AES deixar a Eletropaulo sem ter de aportar mais capital na empresa, condição sine qua non para o pagamento do passivo com a Eletrobras. Não é de hoje que os norte-americanos emitem sinais de que seu futuro no Brasil passa ao largo da Eletropaulo. Em demonstrações financeiras publicadas no ano passado, a matriz mencionou a hipótese de reduzir sua exposição em distribuição de energia no Brasil. Consultada, a AES Eletropaulo não se pronunciou sobre a possibilidade de venda do controle.

Em relação à Eletrobras, disse que ainda está discutindo um acordo, conforme divulgado em Fato Relevante. A State Grid não quis se manifestar. A operação já teria as bênçãos do Olimpo. O avanço da State Grid sobre a Eletropaulo é visto com bons olhos no Palácio do Planalto. Os planos do grupo para o país extrapolam o setor elétrico e se cruzam com as próprias relações bilaterais entre Brasil e China. A State Grid já investiu mais de R$ 40 bilhões no país – R$ 25 bilhões apenas na compra da CPFL, entre o valor pago aos controladores e a recompra das ações em mercado. O projeto do grupo para o Brasil passa não só pela expansão dos ativos nas áreas de geração e distribuição. A State Grid pretende trazer de arrasto para o país toda uma cadeia de fornecedores de equipamentos e serviços.

#AES #Eletropaulo #State Grid

Imbróglio com Eletrobras ameaça redução da dívida da Eletropaulo

1/02/2018
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A direção da Eletropaulo já trabalha com o pior cenário. Por “pior cenário” entenda-se o adiamento da emissão de ações para o segundo semestre e, consequentemente, uma recaída no processo de redução do nível de alavancagem. Segundo o RR apurou, sem a oferta de capital, destinada, sobretudo, à amortização do passivo, a relação dívida líquida/ebitda poderá se reaproximar do patamar de três para um, onde estava há pouco mais de um ano.

Esse índice se encontra hoje na faixa de 2,5 vezes. As cláusulas de emissão de seus bonds estipulam como teto um nível de alavancagem de 3,5 vezes. Caso esse limite seja rompido por dois trimestres seguidos, os credores podem solicitar o pagamento antecipado da dívida. Consultada sobre o passivo, a Eletrobras diz não “comentar dados prospectivos”. Com relação à emissão de ações, afirmou, em Fato Relevante, que “avalia a possibilidade”, sem “definição sobre estrutura e volume”.

O nó górdio da Eletropaulo é o contencioso com a Eletrobras, responsável pelo adiamento da oferta de ações que estava engatilhada. Intramuros, os norte-americanos da AES, controladora da distribuidora paulista, consideram pouco provável que o im- passe com a estatal seja equacionado antes de junho. As negociações voltaram praticamente à estaca zero devido a discordâncias quanto ao valor do passivo, que oscila entre R$ 2 bilhões, nas contas da Eletropaulo, e R$ 2,8 bilhões, nos cálculos da Eletrobras.

#Eletrobras #Eletropaulo

Aneel fecha o cerco ao lusco-fusco da AES Eletropaulo

4/10/2016
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  A performance operacional da AES Eletropaulo acendeu o sinal de alerta na Aneel. A distribuidora tem sido duramente cobrada pela agência por conta das seguidas falhas em seus serviços e dos problemas de qualidade registrados nos 24 municípios paulistas sob sua concessão, onde estão mais de 20 milhões de clientes e uma parcela importante da indústria. Segundo o RR apurou, a Aneel já teria exigido da companhia a apresentação de um plano de contingência capaz de reduzir consideravelmente o número de ocorrências, especialmente no que diz respeito à interrupção no fornecimento de energia. Caso contrário, dificilmente a empresa escapará de pesadas punições, leia-se multas ou até mesmo uma redução das tarifas de energia, medida que teria grave impacto contábil no curto e médio prazos. Procurada pelo RR, a AES Eletropaulo não negou os problemas operacionais. A companhia informou que “está destinando mais de R$ 500 milhões para melhorias na rede e no atendimento”. Disse ainda que “está instalando o cabeamento de rede compacta, mais resistente aos impactos externos.”. Segundo a Eletropaulo, neste ano serão trocados 161 km de fiação e, em 2017, mais 115 km.  O desempenho da AES Eletropaulo no primeiro semestre deste ano acentuou ainda mais a preocupação da Aneel. Segundo o RR apurou, a companhia figura entre as três piores distribuidoras do país em quase todos os indicadores usados pela agência para medir a qualidade dos serviços – um cardápio que vai do número de reclamações nos órgãos de defesa do consumidor aos registros de queda na distribuição de energia e ao tempo de persistência do problema. De janeiro a junho, a companhia não conseguiu melhorar sua performance em nenhum dos quesitos avaliados. Trata-se de um quadro que vem se agravando especialmente desde o ano passado, quando a Eletropaulo despencou no ranking da Aneel. De 36 distribuidoras avaliadas pela agência, a empresa ficou no 34º lugar, 20 posições abaixo em relação ao ano anterior. Pior do que ela apenas a goiana Celg e a CEA, do Amapá. De acordo com os critérios de medição adotados pela Aneel, em um intervalo de pontuação que variou entre 0,65 para a primeira colocada (a maranhense Cemar) e 2,33 para a última (exatamente a CEA), a Eletropaulo teve a nota 2,01. Não por acaso, nos últimos anos, a distribuidora paulista tornou-se useira e vezeira em receber corretivos da Aneel. Só em 2014 e 2015, as multas aplicadas pela agência devido a falhas na operação somaram R$ 109 milhões.

#AES #Aneel #CEA #Celg #Cemar #Eletropaulo

CTG assedia AES Eletropaulo para tomar liderança da CPFL

26/08/2016
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 A China Three Gorges (CTG) prepara uma oferta de compra da Eletropaulo. O negócio será feito por intermédio da EDP – Energias do Brasil, controladora da EDP Bandeirante, de São Paulo, e da capixaba EDP Escelsa. Segundo a fonte do RR, muito próxima das negociações, a CTG está tratando do assunto há uma semana com a AES, controladora da Eletropaulo. No lado vendedor do balcão está Charles Lenzi, que foi o responsável pela venda da AES Sul para a CPFL. O executivo comanda a Eletropaulo desde o início do ano, quando foi feita uma separação dos negócios nas áreas de geração e distribuição. O objetivo do grupo norte-americano é focar sua atuação no Brasil em geração. Procuradas, CTG e AES não se pronunciaram.  A aquisição é vista pelos chineses da CTG como a grande chance para ter escala e disputar a liderança do segmento de distribuição no país, ultrapassando a CPFL. Com a compra da Eletropaulo, a EDP pulará da sexta para a segunda posição no ranking do segmento, com 13% de participação contra 14% da CPFL. Os chineses terão algumas vantagens em relação à concorrente com a aquisição. A Eletropaulo sozinha tem receita de R$ 14 bilhões, equivalente a 70% do faturamento da CPFL. Juntando a distribuidora paulista, a Bandeirante e a Escelsa, a EDP terá receita de R$ 23 bilhões e o maior mercado consumidor de energia do país.  O outro lado da moeda é que a CTG terá de resolver uma equação que a AES não conseguiu solucionar nos últimos anos. Apesar do aumento do faturamento da Eletropaulo, que subiu de R$ 9 bilhões em 2013 para R$ 14 bilhões no ano passado, a companhia paulista viu o lucro cair em dez vezes desde 2011. Hoje está apenas em R$ 100 milhões. O nível de endividamento ainda é alto e a qualidade do passivo também piorou. A dívida líquida esse ano é de R$ 3,9 bilhões contra R$ 3,5 bilhões em 2015. O custo, que era de CDI mais 1,43% a.a., está em CDI mais 1,85% a.a. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado subiu de 2,7 no primeiro trimestre de 2015 para 3,1 no mesmo período desse ano. Para completar, o prazo médio de amortização do endividamento caiu de 5,05 anos para 4,48 anos.  A CTG tem pressa nas negociações porque sabe que quanto mais o tempo passar maior será o risco de enfrentar concorrentes. A própria CPFL tem interesse na Eletropaulo, apesar da grande probabilidade de sofrer o veto ou ao menos restrições do Cade devido à participação quase monopólica no estado de São Paulo.

#AES #China Three Gorges (CTG) #CPFL #EDP #Eletropaulo

Pimentel recorre à venda da Light para acender a luz na Cemig

24/06/2016
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 O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, quer fazer da Cemig a sua agenda positiva. Busca uma solução a jato para os péssimos resultados financeiros da estatal mineira. Pimentel foi denunciado por prática de corrupção na Operação Acrônimo e seu afastamento do cargo está sendo analisado pelo Superior Tribunal de Justiça. Dificilmente a Cemig conseguirá se livrar da desmobilização de ativos como saída para reduzir o passivo. O endividamento tem uma relação dívida líquida/Ebitda de quatro vezes. Segundo projeções da própria empresa, deverá bater em cinco vezes até o fim do ano. O resultado é exatamente o dobro do limite estipulado nos estatutos da Cemig, que é de 2,5 vezes.  O prato principal do programa de venda de controladas da companhia deverá ser a Light, da qual a Cemig tem 26%. Somente com essa transação, a estatal projeta receber em torno de R$ 1,5 bilhão – valor baseado na cotação média dos últimos dois anos, mais um prêmio de controle da distribuidora de energia elétrica carioca. O valor é equivalente a 10% do total do endividamento da companhia mineira. A opção pela venda da Light ganhou força após a aquisição esse mês da gaúcha AES Sul pela CPFL por R$ 1,7 bilhão. O acordo no Rio Grande do Sul é visto no mercado como o ponto de partida de um intenso processo de consolidação no setor de energia elétrica. Esse cenário torna a venda da Light muito mais atraente para investidores, já que a empresa ocupa o quinto lugar no ranking de distribuição do país, com receita de R$ 11 bilhões e área de concessão no segundo maior mercado consumidor de energia do país. A CPFL é vista pela Cemig como uma candidata natural ao negócio em função de sua estratégia de se consolidar como líder no segmento – tem 15% de mercado, à frente da Eletropaulo e da Cemig. A Enel, dona da Ampla, já teria sido procurada pela estatal. A Light e a Ampla têm áreas de concessão contíguas no Rio de Janeiro. Com a transação, a Enel terá ganhos operacionais e ainda passará a ter 8% de participação na distribuição de energia, do mesmo tamanho da Cemig. As seguintes empresas não se pronunciaram: Cemig.

#AES #Ampla #Cemig #CPFL #Eletropaulo #Enel #Light

Enel Brasil busca ativos para não virar uma lâmpada queimada

2/06/2016
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O novo presidente da Enel Brasil, Carlo Zorzoli, chegou à empresa como um salvador da pátria. Das duas uma: ou o executivo consegue impor seu plano de negócios e inaugurar uma temporada de aquisições ou a companhia está fadada a virar uma mera produtora de fagulhas ou algo que valha, em razão do progressivo processo de esvaziamento da operação brasileira. Zorzoli está empenhado em transformar a primeira hipótese em realidade e já saiu a campo em busca de ativos para engordar a operação da Enel no Brasil. No topo da lista está a AES Sul. A norte-americana AES já decidiu vender a distribuidora para se concentrar no Sudeste, por meio da Eletropaulo. A intenção de Zorzoli é não apenas avançar em um mercado de razoável proporção, como o gaúcho, como também transformar a AES Sul em plataforma para a compra de outras distribuidoras na região. Com a empresa gaúcha, os italianos ficariam bem posicionados, por exemplo, para participar da privatização da área de distribuição da CEEE, que tem área de concessão contígua à da AES Sul. Muito provavelmente terá como adversária a CPFL, que já tem uma distribuidora no estado, a RGE. O cardápio de oportunidades para a Enel se estende ainda a outros estados, diante do desejo manifesto do governo em privatizar as nove concessões de distribuição penduradas na Eletrobras. Zorzoli chegou ao país em circunstância hostil e acabou se transformando na grande esperança de uma subsidiária que, gradativamente, vem perdendo poder na operação da Enel na América Latina. Os italianos estão transferindo o centro de decisões do grupo na região para o Chile, mais precisamente para a controlada Enersis. Neste momento, a companhia está passando por um processo de cisão, que dará origem a duas empresas, a Enersis Chile e a Enersis América – , ambas com ações na Bolsa de Santiago. A subsidiária brasileira ficará subordinada à segunda. Zorzoli se esforça para evitar que estas mudanças reduzam ainda mais a importância relativa da Enel Brasil e inviabilize seus planos para a companhia, que, além de aquisições, incluem uma reorganização societária. O executivo pretende juntar os ativos de geração e distribuição da antiga Endesa Brasil – incluindo a Ampla e a Coelce –, com os da Enel Green Power, de energias renováveis. Esta nova estrutura transformaria a Enel em um grande grupo integrado da área de energia elétrica, algo bem diferente do atual condomínio de empresas que operam praticamente uma de costas para as outras. * Citada, a Enel não retornou o nosso contato.

#AES #Ampla #CEEE #Coelce #CPFL #Eletrobras #Eletropaulo #Enel #Enersis #RGE

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